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“Sem liberdade, não há imprensa” (maio de 1958). “A ABI repudia a cen- sura como violência que fere a honra nacional” (setembro de 1961). “Rumo à Constituinte e à eleição direta” (julho de 1983). Todas essas frases, e muitas outras em defesa de valores como a de- mocracia e a cidadania, já foram impres- sas nas páginas desta publicação. Desde a sua criação, no ano de 1951, o pioneiro Boletim da Associação Brasi- leira de Imprensa sempre se notabilizou pela defesa dos interesses dos profissi- onais do setor e, principalmente, dos interesses do País. Manchetes como as citadas no início do texto traduzem parte de uma história de luta pela liberdade de expres- são e pelo direito à informação, que continua sendo escrita, atualmente, pelo Jornal da ABI. Há pouco mais de cinco anos, esta história passou a ser contada em outro formato, de maneira mais dinâ- mica e mais próxima de seus leitores, quando a Associ- ação implementou a reforma gráfica da publicação. A edição de número 299, de abril de 2005 (acima), que inau- gurou a nova ‘roupagem’, denunciava na capa o desca- so da direção da Fundação Biblioteca Nacional na épo- ca com diversas obras literárias que faziam parte do acer- vo da instituição. Trazia, também, a chamada para uma matéria sobre o dia-a-dia dos profissionais que batalha- vam na editoria de Cidades dos principais jornais do País. Mais do que o conteúdo jornalístico das matérias, po- A reforma da pulicação da Casa completa cinco anos e demonstra que modernidade gráfica pode ser conjugada com qualidade editorial. rém, chamou a atenção o tipo de abor- dagem e a seleção dos assuntos que passaram a fazer parte do noticiário. “O Jornal da ABI se tornou uma pu- blicação das mais agradáveis e de pra- zerosa leitura que tenho observado no meio editorial. Acredito que a idéia do Presidente da instituição, Maurício Azêdo, de modernizar a publicação, foi uma belíssima iniciativa. O Maurício, aliás, é um jornalista dos velhos tem- pos, que sabe a importância e o valor que tem o jornal impresso, apesar dos avanços tecnológicos que têm se veri- ficado e que, por vezes, nos fazem pen- sar que o computador deve assumir papel soberano nesta área de comunicação”, opina o aca- dêmico Arnaldo Niskier. Na opinião de Niskier, também Presidente do Cen- tro de Integração Empresa-Escola do Rio de Janeiro- CIEE, o novo formato do Jornal da ABI comprova o acerto desta medida, uma reação à idéia de que a modernida- de decretaria o fim dos impressos. “Acredito que deve ser mantido o caminho atual da publicação, que valoriza, em seu enfoque, a experiência de profissionais tarimbados e consagrados em suas áre- as e matérias atuais com conteúdo, de apuração emba- sada, contrastando com o ritmo aligeirado que podemos verificar em outras publicações que, por esta caracterís- tica, muitas vezes noticiam ou abordam os fatos sem o devido esmero.” Suplementos especiais e temas que permanecem A nova fase do Jor- nal da ABI já publicou suplementos especiais sobre a Amazônia e Vladimir Herzog e edi- ções especiais sobre tv digital, fotojornalis- mo, sobre os 170 anos da caricatura e os 200 anos da imprensa no Jornal da ABI, uma história recente

Jornal da ABI, uma história atual

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Uma avaliação dos últimos cinco anos do jornal da ABI, feita pelos seus ilustres leitores.

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“Sem liberdade, não há imprensa”(maio de 1958). “A ABI repudia a cen-sura como violência que fere a honranacional” (setembro de 1961). “Rumoà Constituinte e à eleição direta” (julhode 1983). Todas essas frases, e muitasoutras em defesa de valores como a de-mocracia e a cidadania, já foram impres-sas nas páginas desta publicação.

Desde a sua criação, no ano de 1951,o pioneiro Boletim da Associação Brasi-leira de Imprensa sempre se notabilizoupela defesa dos interesses dos profissi-onais do setor e, principalmente, dosinteresses do País. Manchetes como ascitadas no início do texto traduzemparte de uma história de luta pela liberdade de expres-são e pelo direito à informação, que continua sendoescrita, atualmente, pelo Jornal da ABI.

Há pouco mais de cinco anos, esta história passou aser contada em outro formato, de maneira mais dinâ-mica e mais próxima de seus leitores, quando a Associ-ação implementou a reforma gráfica da publicação. Aedição de número 299, de abril de 2005 (acima), que inau-gurou a nova ‘roupagem’, denunciava na capa o desca-so da direção da Fundação Biblioteca Nacional na épo-ca com diversas obras literárias que faziam parte do acer-vo da instituição. Trazia, também, a chamada para umamatéria sobre o dia-a-dia dos profissionais que batalha-vam na editoria de Cidades dos principais jornais do País.Mais do que o conteúdo jornalístico das matérias, po-

A reforma da pulicação da Casa completa cinco anos e demonstra que modernidade gráfica pode ser conjugada com qualidade editorial.

rém, chamou a atenção o tipo de abor-dagem e a seleção dos assuntos quepassaram a fazer parte do noticiário.

“O Jornal da ABI se tornou uma pu-blicação das mais agradáveis e de pra-zerosa leitura que tenho observado nomeio editorial. Acredito que a idéia doPresidente da instituição, MaurícioAzêdo, de modernizar a publicação, foiuma belíssima iniciativa. O Maurício,aliás, é um jornalista dos velhos tem-pos, que sabe a importância e o valorque tem o jornal impresso, apesar dosavanços tecnológicos que têm se veri-ficado e que, por vezes, nos fazem pen-sar que o computador deve assumir

papel soberano nesta área de comunicação”, opina o aca-dêmico Arnaldo Niskier.

Na opinião de Niskier, também Presidente do Cen-tro de Integração Empresa-Escola do Rio de Janeiro-CIEE, o novo formato do Jornal da ABI comprova o acertodesta medida, uma reação à idéia de que a modernida-de decretaria o fim dos impressos.

“Acredito que deve ser mantido o caminho atual dapublicação, que valoriza, em seu enfoque, a experiênciade profissionais tarimbados e consagrados em suas áre-as e matérias atuais com conteúdo, de apuração emba-sada, contrastando com o ritmo aligeirado que podemosverificar em outras publicações que, por esta caracterís-tica, muitas vezes noticiam ou abordam os fatos sem odevido esmero.”

Suplementosespeciais etemas que

permanecemA nova fase do Jor-

nal da ABI já publicousuplementos especiaissobre a Amazônia eVladimir Herzog e edi-ções especiais sobre tvdigital, fotojornalis-mo, sobre os 170 anosda caricatura e os 200anos da imprensa no

Jornal da ABI, uma história recente

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Brasil, abordou temas que ainda não saíram da memó-ria dos brasileiros, como a repressão do regime militare a morte do ex-Presidente Tancredo Neves, e tambémse ocupou de produzir três edições especiais sobre os 100anos da Casa, completados em 7 de abril de 2008. Semfugir às origens da instituição, todos os temas foramabordados buscando retratar a ótica da imprensa emrelação aos fatos.

“Finalmente, hoje existe uma aproximação da ABIcom o bojo da sociedade, em boa parte devido à linhaeditorial da publicação, que há muito não se via, aomenos em minha opinião. E isso é muito importantetanto para a sociedade quanto para a ABI, que representaa imprensa nacional”, destaca Niskier, que sugere ape-nas uma mudança de rota na publicação atual.

“A única coisa que poderia ser mudada no Jornal da ABIé a sua peridiocidade. Por mim, o jornal deveria ser sema-nal. Eu sei que daria muito mais trabalho, mas o prazerque nós, leitores, sentiríamos ao ver boas histórias sen-do contadas e publicadas também seria muito maior.”

Jornalista dos mais competentes do País, RodolfoKonder lembra que a nova estrutura da publicação tra-duz uma nova imagem da própria ABI. “A vida é um jogode espelhos, que refletem o que nós, na realidade, somos.E esse reflexo está relacionado, diretamente, à opinião quecolhemos a respeito de nós mesmos. Nestesentido, o que eu tenho ouvido a respeito doJornal da ABI, nos últimos tempos, são refe-rências altamente elogiosas”, destaca.

Konder acrescenta que os elogiosvêm de segmentos da sociedadeque só acrescentam ao rol de ad-miradores da publicação.

“Estas referências vêm de locaisque não podemos desprezar. NoConselho Municipal de Educaçãode São Paulo, no Masp, na União Bra-sileira dos Escritores, no InstitutoHistórico e Geográfico de São Paulo,por exemplo, locais onde eu circulo ecostumo levar a publicação para as pes-soas, a receptividade é ótima.”

“Uma tribunademocrática”

Também escritor, com 21 livros publicados, Konderconsidera que os elogios se devem à abordagem atual queo jornal tem procurado dar a fatos igualmente atuais.

“Este segmento da sociedade, que representa o mundoeducacional de um Estado tão importante como São Pau-lo, tem elogiado o fato de que o Jornal da ABI traz ma-térias atuais, jornalísticas, traçando um perfil importan-te da nossa situação social. Outra coisa que me deixaextremamente satisfeito é o espaço destinado aos arti-culistas que desejam externar a sua opinião sobre assun-tos pertinentes à nossa realidade social. Isso é uma provade que a publicação se tornou uma tribuna democráti-ca para o debate de idéias a respeito de temas tão im-portantes, como a defesa dos direitos humanos e a li-berdade de expressão.”

Konder cita uma matéria recente que serve de exem-plo para esta nova fase do Jornal.

“Eu, particularmente, considero esta publicação mui-to ágil e bem feita e fica até difícil destacar alguma coi-sa nela, tal o conjunto esmerado que foi conseguido. Dequalquer maneira, a recente matéria produzida sobre amorte do ex-Presidente Tancredo Neves nos dá uma vi-

são histórica fantástica sobre o assunto. Ela de-veria, inclusive, ser distribuída nas escolas

regulares, porque é uma aulade História. Isso mostracomo a publicação tem sumaimportância para o cenáriosocial do País, principalmen-te pela abordagem plural quedá aos fatos.”

O jornalista Antônio Ca-legari, ex-Diretor de Redaçãodo Jornal do Commercio do Riode Janeiro, um dos mais tra-dicionais do país, tendo con-

duzido a reforma gráfica da publicação, parabenizaas mudanças no Jornal da ABI.“O Jornal da ABI tem duas marcas nesses cinco

anos de mudanças: a diversificação do conteúdo, pau-

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tada pelo mestre Azêdo, e a edição gráfica do brilhan-te Francisco Ucha. Não é preciso adjetivar mais. Oresultado desse trabalho maravilhoso pode ser vistotodo mês pelos leitores.”

“O PAPEL DA ABI ÉNÃO DEIXAR QUE O PAÍS

ESCAMOTEIE SUA HISTÓRIA”Diz Calegari que a trajetória da publicação reflete as

mudanças pelas quais passou a própria entidade:“Por isso, o jornal tornou-se leitura obrigatória não só

dos jornalistas, mas de todos aqueles que defendem averdadeira liberdade democrática e o direito de um povoconhecer a sua verdadeira História. Este é o grande pa-pel da ABI, hoje: não deixar que o Brasil escamoteie suaHistória. Essa trajetória, da entidade e do jornal, orgu-lha a classe jornalística e mostra que a centenária enti-dade não perdeu o inconformismo e a vitalidade.”

Ele também destaca o que mais o atrai na publicação atual:“As matérias que buscam resgatar a verdadeira His-

tória do País, a abertura dos arquivos da ditadura mili-tar, a punição dos torturadores e assassinos dos porõese a localização dos mortos pela repressão”, comentaCalegari, que cita a matéria A história da imprensa bra-sileira, escrita por Maurício Azêdo, como a que mais omarcou na leitura recente da publicação.

Ainda na opinião de Calegari, apesar das mudançaso Jornal da ABI não perdeu seu espírito valente e con-testador, adquirido desde a sua criação. Ou seja, a leve-za gráfica não o tornou menos combativo.

“Quando a o Supremo Tribunal Federal se dobra auma Lei de Anistia aprovada por um Congresso acua-do e pouco representativo dos anseios da Nação à épo-ca, a ABI assume relevante papel histórico. É uma vozque não se cala diante da injustiça que o Estado conti-nua cometendo contra aqueles que foram calados parasempre pelo braço criminoso desse mesmo Estado. É atribuna do pleno Estado de Direito.”

Novo formato,novos leitores

Para o escritor Arthur Poerner, as mudanças no Jor-nal da ABI tornaram a publicação mais acessível a umpúblico que não é composto, necessariamente, por jor-nalistas ou profissionais de imprensa.

“Acredito que o grande mérito do jornal foi ter setornado interessante não apenas para os profissionaisda classe, mas também para outros setores da socieda-de, como estudantes e políticos, para citar dois exem-plos. Isso se deve ao conteúdo que tem sido apresenta-do na publicação, que é de interesse geral. E o fato de ojornal ter conseguido esse feito sem abrir mão das suasconvicções é muito interessante no sentido de preser-vação dos ideais da ABI.”

Poerner considera que, apesar da nova “cara”, a pu-blicação continua denunciando as irregularidades queacontecem contra a comunidade jornalística e os veí-culos de comunicação. “Não é porque ficou graficamentemoderno que o Jornal mudou o tom da sua cobertura.Na realidade, ele não apenas não mudou o tom comoacrescentou algumas coisas. Ele ainda corre atrás dosinteresses dos jornalistas, sem abrir mão de matériashistóricas, jornalísticas, que servem para resgatar aHistória da imprensa em nosso País”, enumera.

“Mais leve,melhor editada”

Repórter especial de O Estado de S. Paulo, José MariaMayrink também reconhece a importância de o Jornalda ABI ter se atualizado.

“A publicação sempre procura abordar assuntos easpectos importantes que retratam a história da impren-sa em nosso país. Neste momento atual, em particular,o jornal tem se tornado uma importante publicação doponto de vista editorial para os leitores. A reforma grá-fica implementada, sem dúvida, deixou a publicaçãomais leve e melhor editada. A leitura ficou mais fácil, oque se torna uma coisa muito importante para o leitor.Por isso, acredito que o Jornal tem um papel importanteem termos de conteúdo”, analisa Mayrink, um ganha-dor do Prêmio Esso de Jornalismo.

Edições sobre fotojornalismo, ahistória da caricatura brasileira,grandes entrevistas, acronologia dos quadrinhos e osespeciais sobre o centenárioda ABI e a história da imprensa(página anterior), juntamentecom as pautas que refletem apreocupação da ABI com osdireitos humanos, a liberdadede imprensa e a qualidade dojornalismo brasileiro (ao lado),fazem do Jornal da ABI umveículo elogiado pelos seusexigentes leitores.

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A história do Jornal da ABI é marcada, basicamen-te, por um conceito que pauta a essência da Associa-ção na luta pelos direitos individuais e pela informa-ção: coragem.

Criado com o propósito de atuar como um canal decomunicação com os seus associados, o antigo Boletimda ABI não demorou a incorporar a veia jornalística deseus editores e colaboradores, todos eles profissionaisde imprensa. Logo, passou a fazer parte do cenário po-lítico nacional e, por vezes, a concorrer com os princi-pais jornais do País.

Uma das fases mais ricas da publicação se deu du-rante o regime militar que se instaurou no Brasil, en-tre os anos de 1964 e 1985. A tribuna da ABI foi umadas duas únicas do País a não ter que enviar seu mate-rial editorial para o crivo dos censores do regime, o queaumentava a sua responsabilidade e, também, o tomdas críticas ao regime.

“Na realidade, o jornal que fazemos atualmente re-flete uma fase diferente da época, por exemplo, em quefoi editado por mim. Naquele momento, nós vivíamosum período diferente, da ditadura militar, e o Jornal setornou um veículo de resistência, um dos dois únicosno país que não passava pelo crivo dos censores. O ou-tro era O São Paulo, da Arquidiocese de São Paulo. Im-buídos deste espírito, mantínhamos, através do veícu-lo, uma trincheira pela liberdade de imprensa, de expres-são, enfim, em defesa das liberdades individuais”, ex-plica o jornalista Domingos Meirelles, Editor do Bole-tim ABI entre os anos de 1975 e 1977.

Meirelles sublinha que o período foi especial porquea publicação, apesar de produzida por profissionais dagrande imprensa, era uma das poucas autorizadas a pu-blicar determinado tipo de material, aguçando o inte-resse de outros veículos de imprensa e de setores da so-ciedade.

“O nosso Presidente à época, Doutor Prudente deMoraes, neto, gozava de prestígio junto ao regime, e porisso tínhamos esta prerrogativa. E isso fez que o jornal,produzido por mim, pelo Azêdo – que era a alma da pu-blicação –, Ronaldo Buarque, Antônio Roberto Salgadoda Cunha, Mário Cunha, Carlos Jurandir Monteiro Lo-pes, Artur Cantalice e Fichel Davit Chargel, fosse bas-tante requisitado pelas outras publicações e por órgãoscomo as representações diplomáticas, por exemplo, queprecisavam produzir relatórios a respeito da situação eco-nômica, política e social do País, mas não obtinham es-sas informações em outros veículos de imprensa.”

Durante esse período, denúncias de torturas contraintegrantes da sociedade civil, de invasão de jornais comoo JB e a Tribuna da Imprensa e de repressão ao trabalhojornalístico foram parte integrante de algumas das prin-

cipais matérias produzidas pela publicação. Já nos úl-timos suspiros do regime, a luta da ABI passou a ser pelarealização de eleições diretas e pela implantação de umaAssembléia Constituinte.

“Esta foi uma época muito rica para o Jornal da ABI.Atualmente, mantemos a mesma postura combativa, sóque vivemos em um cenário diferente. Ou seja, conti-nuamos denunciando as pressões sofridas pelos veículosde imprensa, as irregularidades cometidas contra os pro-fissionais. Porém, o jornal atual é mais arejado, exuberan-te, espelhando a grandeza e o respeito que a ABI conquis-tou ao longo de sua existência. Hoje existe outro tipo detruculência contra a imprensa. Naquela época, essa tru-culência tinha cheiro de pólvora”, explica Meirelles, atu-almente Diretor Econômico-Financeiro da ABI.

Uma prova de que a publicação não esqueceu seusideais está nas edições de março de 1986 e janeiro de1991. Nelas, a Associação já manifestava a sua preocu-pação com um fenômeno que hoje é combatido comveemência pela instituição: o fim da obrigatoriedade dodiploma para o exercício do Jornalismo, medida adota-da pelo Supremo Tribunal Federal. Enquanto em 1986a manchete estampada era ‘Jornalista: um título ame-açado’, cinco anos depois o Jornal anunciava: ‘ABI co-ordena a defesa do diploma’.

“O fato de o jornal manter os seus compromissosfundamentais, principalmente no que diz respeito àdefesa da liberdade de imprensa, mostra que o temponão influenciou a sua trajetória. Obviamente, hoje re-tratamos outra realidade, marcada pelas rápidas trans-formações ocorridas dentro dos veículos de comunica-ção. Mas, continuamos seguindo os mesmos preceitos,o que reforça a importância da publicação para o cená-rio sócio-político nacional”, completa Meirelles.

Um exemplo de coragem