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JORNAL DA ALERJ Medida fixa data para programa anti-bullying nas escolas do estado PÁGINA 11 Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro | Ano XII - N° 293 – Rio de Janeiro, 16 a 30 de novembro de 2014 Iara Pinheiro Foto: Yago Barbosa Arte: Mayo Ornelas FECHAMENTO AUTORIZADO. PODE SER ABERTO PELA ECT

Jornal da Alerj 293

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Publicação quinzenal, que apresenta ao cidadão notícias referentes ao dia a dia do Parlamento, com o trabalho dos deputados e os principais eventos da Casa.

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Page 1: Jornal da Alerj 293

JORNAL DA ALERJ

Medida fi xa data para programa anti-bullying nas escolas do estadoPÁGINA 11

Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro |

JORNAL DA ALERJJORNAL DA ALERJ

Medida fi xa data para programa anti-bullyingnas escolas do estadoPÁGINA 11PÁGINA 11

Medida fi xa data para anti-bullying

nas escolas do estado

Ano XII - N° 293 – Rio de Janeiro, 16 a 30 de novembro de 2014

Iara Pinheiro

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FECHAMENTO AUTORIZADO. PODE SER ABERTO PELA ECT

Page 2: Jornal da Alerj 293

Rio de Janeiro, 16 a 30 de novembro de 20142

“Vivemos num estado que tem um verão muito intenso, principalmente nos meses de janeiro e fevereiro, e o Brasil é um país tropical. Nada mais natural que os trabalhadores tenham esse tipo de conforto”Dep. Marcos Soares (PR)Sobre o projeto de lei que autoriza o uso de bermudas aos servidores públicos do estado

Curta nossa páginano Facebook:

Dep. Luis Paulo(PSDB), sobre a possibilidade da Lei Maria da Penha ganhar divulgação obrigatória no estado

Yago

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FRASES

JORNAL DA ALERJhttp://bit.ly/jornalalerj

Receba em casa! /radioalerj

Ouça as sonoras dos deputados

/radioalerj / /

siga a @alerj no

www.twitter.com/alerj

“ A violência contra a mulher é um fato comprovado na sociedade. Se existe um disque denúncia para violência contra elas, é necessário que todas saibam o número. As denúncias precisam ser estimuladas”

/assembleiaRJ /

VOCÊ SABIA?

Está tramitando na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), o projeto de lei 3.261/14, que obriga as empresas responsáveis pela instalação de semáforos no estado a utilizar tecnologia que permita que eles continuem em funcionamento, mesmo em caso de queda de energia. Segundo o autor da matéria, deputado Pedro Fernandes (Solidariedade), sempre que houver a substituição de um semáforo, a empresa encarregada pela troca deverá, obriga-toriamente, instalar um outro dotado de sistema "no break" ou similar. "É uma cena comum, ver sinais desligados sempre que cai uma chuva forte, com queda de energia, causando verdadeiro nó no trânsito. As novas tecnologias, entretanto, permitem que os semáforos continuem em funcionamento por horas, mesmo em casos de queda de energia. O uso desses novos sistemas se torna de grande importância por evitar acidentes, diminuindo assim o número de vítimas. A substituição eletiva dos semáforos possibilitará que as principais vias sejam privilegiadas no cronograma de trocas", explicou o deputado.

*As mensagens postadas em mídias socias são publicadas sem edição de conteúdo.

MÍDIAS SOCIAIS

PresidentePaulo Melo

1º Vice-presidenteEdson Albertassi

2º Vice-presidenteRoberto Henriques

3º Vice-presidenteGilberto Palmares

4º Vice-presidenteRafael do Gordo

1º SecretárioWagner Montes

2º SecretárioGraça Matos

3º SecretárioGerson Bergher

4º SecretárioJosé Luiz Nanci

1o SuplenteSamuel Malafaia

2o SuplenteBebeto

3º SuplenteAlexandre Corrêa

4º SuplenteThiago Pampolha

JORNAL DA ALERJPublicação quinzenal da Subdiretoria Geral de Comunicação Social da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro

Jornalista responsável: Luisi Valadão (JP-30267/RJ)

Editora-chefe: Fernanda Galvão

Coordenação: Marcelo Dias

Equipe: André Nunes, Andresa Martins, Buanna Rosa, Marcus Alencar, Symone Munay e Vanessa Schumacker

Editor de Arte: Mayo Ornelas

Editor de Fotografi a: Rafael Wallace

Secretária da Redação: Regina Torres

Estagiários: Bárbara Figueiredo, Fábio Peixoto, Gabriel Deslandes, Iara Pinheiro (foto), Isabela Cabral, Lucas Lima, Marcelo Resende, Mariana Totino, Priscilla Binato, Thais Barcellos, Vitor Soares (foto), Yago Barbosa (foto)

Telefones: (21) 2588-1404 / 1383 Fax: (21) 2588-1404Rua Primeiro de Março s/n, sala 406Palácio Tiradentes - CentroRio de Janeiro/RJ - CEP 20.010-090

Email: [email protected]

Site: www.alerj.rj.gov.br

www.twitter.com/alerjwww.facebook.com/assembleiarjwww.alerjnoticias.blogspot.comwww.facebook.com/radioalerj

Impressão: Imprensa Ofi cialPeriodicidade: quinzenalTiragem: 5 mil exemplares

EXPEDIENTE

Vai comprar na Black Friday? Cuidado para

não comprar pela "metade do dobro"

Dep. Bebeto@bebeto7

Dia 28/1106:2806:28

A @Alerj também se preocupa com a segurança dos animais, tanto que vai obrigar instalação de câmeras nas pet

shops. Parabéns! Au, au, au!

Cassão@cassao

Dia 27/1108:49

Gralha Azul@everlopes

Dia 05/1120:3820:38

Dep. Wagner Montes@depwagnermontes

Descanse em paz Roberto Bolaños querido e eterno

Chaves! Dia 29/1105:0405:04

“Nossa ideia é garantir o convívio familiar. Por isso é importante que as entidades mantenham a situação das crianças atualizada”Dep. Claise Maria (PSD)Sobre cadastro de informações de crianças e adolescentes afastados do convívio familiar

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3Rio de Janeiro, 16 a 30 de novembro de 2014

A té 2030, R$ 16 bilhões poderão ser investidos nos programas estabele-cidos no Plano Estadual

de Recursos Hídricos. Deste valor, R$ 15 bilhões serão destinados à coleta e ao tratamento de esgoto, que hoje são lançados nos rios sem qualquer cuidado. Para a gerente de Instrumentos de Ges-tão de Recursos Hídricos do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), Moema Acselrad, esse é o principal problema em nível estadual. “Esse plano faz um macro diagnóstico das questões relativas à água em todo o estado. Ele identifi ca os principais problemas e apresenta uma série de ações para resolvê-los. São 39 ações ao todo”, contou. O anúncio foi feito durante audiência pública da Co-missão de Saneamento Ambiental da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), no dia 25.

Além do cuidado com o esgoto, também está prevista a construção

de uma barragem no rio Guapiaçu, em Cachoeiras de Macacu. Apesar de sofrer resistência local, pela desapropriação de uma área de mais de 21 quilômetros quadrados, Moema alegou que o projeto é uma obra para garantir a segurança hídrica da região. “Nós identifi camos esse projeto como a alternativa mais viável para solucionar a falta d’água que atinge a região de Itaboraí, São Gonçalo e Niterói, além do próprio município de Macacu. Mais de dois milhões de pes-

soas serão benefi ciadas”, explicou. Durante a reunião, ela também des-

cartou a possibilidade de racionamento de água tratada devido à estiagem que atinge toda a região Sudeste. “A situ-ação hoje está agravada. Não é muito confortável, porém, atende às nossas demandas atuais. Se a estiagem se agravar ou se prolongar até 2015, ainda

teremos água disponível até meados do próximo ano”, acrescentou.

A presidente do colegiado, depu-tada Aspásia Camargo (PV), garantiu que a comissão irá acompanhar de perto a execução do Plano Estadual, lembrando também que o mesmo já foi aprovado pelo Conselho de Recursos Hídricos do estado. “Esse plano ainda precisa ser mais discutido, para que possamos seguir à risca as mais de 30 recomendações que ele propõe, além de acrescentar outras recomendações que foram colocadas nessa reunião. O mapeamento da área de preservação permanente no Paraíba é uma delas”.

Durante o encontro, outras formas de abastecimento foram defendidas pelo presidente do Comitê Brasileiro do Pro-grama das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Haroldo Mattos de Lemos. Entre elas, a dessalinização de água do mar. “Esse processo está cada vez mais acessível. Países como a Espanha já pos-suem várias estações que realizam esse processo, pois, sem elas, o turismo não existiria. Não podemos mais depender apenas do sistema Guandu. Só com ele, não estamos preparados para um grande acidente que pode ocorrer”, ponderou. Haroldo também citou um estudo para captação de água subterrânea.

Instituto afi rma que irá investir R$16 bilhões em recursos hídricos até o ano de 2030

LUCAS LIMA

Yago Barbosa

COMISSÃO

Saneamento básico será prioridade nos investimentos do Inea

Representante do Inea

também descartou o risco

de racionamento de água,

por conta da estiagem

na região Sudeste

Yago Barbosa

A deputada Aspásia Camargo (PV) afi rmou que o plano ainda

precisa ser mais discutido, e disse que a comissão irá

acompanhar sua execução

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Rio de Janeiro, 16 a 30 de novembro de 20144

Iara Pinheiro

Renato Ferdinando se benefi ciou da campanhaanti-bullying na escola

EDUCAÇÃO

Page 5: Jornal da Alerj 293

5Rio de Janeiro, 16 a 30 de novembro de 2014

R enato Ferdinando era constantemente agredi-do por outros adolescen-tes enquanto frequenta-

va um colégio em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Depois de ter estudado a vida toda em outra escola, ele foi transferido e começou a sofrer assédio moral e violência física por estudantes de várias idades. Sem ter a quem recorrer, nem mesmo pais ou professores, a situação continuou a se agravar até que ele entrou em depressão. A virada veio com a mu-dança para o Colégio Estadual Fidélis Medeiros, onde existe uma campanha de combate ao chamado bullying. Essa intervenção foi decisiva para a vida de Renato. “Conheci um monte de pessoas legais, fi z amigos, aqui eu sempre tive o apoio de todo mundo, todos me deram força”, afi rma o garoto, agora com 18 anos.

A medida do Colégio Fidélis vem em atendimento à Lei 6.084/11, de autoria do deputado Chiquinho da Mangueira (PMN), que estabelece a criação do Programa de Prevenção e

Conscientização do Assédio Moral e Violência nas escolas públicas e pri-vadas do estado. O texto determina a realização de ações multidisciplinares, com atividades didáticas para cons-cientização, orientação e prevenção das agressões. A proposição também defi ne um conjunto de dez metas, que vão da prevenção e combate da práti-ca ao auxílio a vítimas e agressores. Agora, com a Lei 6.912/14, do deputado Alexandre Corrêa (PRB), o programa deverá ter data fi xa no cronograma escolar. “Trata-se de uma contribuição

no sentido de fortalecer a presença de um tema desta importância”, diz.

Segundo a psicóloga Maria Tere-za Maldonato, autora de livros sobre o tema, o termo bullying se refere a "padrões repetitivos de agressões fí-sicas e verbais, humilhações, apelidos depreciativos ou ameaças que podem ser feitas de um grupo de pessoas para outra ou de um grupo para outro

grupo". Ela afirma que o problema é grave pois está disseminado no ambiente escolar, não só no Brasil como no mundo inteiro. "Apesar de ter sido considerado como brincadei-ra durante muitos anos, o bullying pode gerar diversos danos psicoló-gicos, atrapalhar o desenvolvimento escolar e até transformar a vítima em agressor", pontua.

Desde 2011, o colégio realiza um trabalho de conscientização sobre os males desta prática com seus alunos. O assunto é abordado por meio de cartazes, gincanas, saraus, músicas, exibições de fi lmes e palestras, além do dia a dia da sala de aula. “Pode haver certa resistência no início, mas quando eles aprendem que podem usar a criatividade, sair da rotina e participar, fi ca mais fácil”, comenta a professora de Sociologia da unidade, Elisabeth Santiago.

Coordenadora de Saúde e Educação Ambiental da Superintendência Peda-gógica da Secretaria de Educação do Estado do Rio (Seeduc), Elaine Silva informa que, a partir do próximo ano letivo, toda a rede pública estadual deverá ter o programa implementado. “Temos duas propostas: a primeira diz que cada escola escolherá uma data fi xa para o programa, conforme sua realidade; a segunda permite que a Semana da Saúde na Escola seja apro-veitada para este fi m”, explica Silva.

Secretaria anuncia que no próximo ano todas as escolas da rede estarão adaptadas à nova lei

ISABELA CABRAL E PRISCILLA BINATO

Alunos do Colégio Estadual Fidélis Medeiros em ação de conscientização contra o assédio moral nas escolas: nova lei fixa campanha no calendário escolar

Rafael Wallace

5Rio de Janeiro, 16 a 30 de novembro de 2014

Autor da lei, o deputado Alexandre Corrêa (PRB) afirma que o tema deve ser discutido

Colégio em Duque de Caxias realiza trabalho contra o

assédio moral através de cartazes, exibição de fi lmes e palestras

Iara Pinheiro

Page 6: Jornal da Alerj 293

Rio de Janeiro, 16 a 30 de novembro de 20146

Foto: Yago Barbosa

Cirlene Seixas não faz as compras sem ter o encarte de promoções em mãos, e

aproveita as ofertas para economizar

DENTRO DODENTRODENTRO DODENTRODENTRODENTROCÓDIGOCÓDIGOE NAE NA

HORA

CAPA

Page 7: Jornal da Alerj 293

7Rio de Janeiro, 16 a 30 de novembro de 2014 7Rio de Janeiro, 16 a 30 de novembro de 2014

A s festas de fim de ano já estão chegando e com elas, os encontros de família. Com os

preços em alta, as donas de casa já se preparam para a ida aos mer-cados. Para simplificar a vida do consumidor na hora das compras, a Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) aprovou nos últimos anos leis que promovem a segurança e garantem o direito do consumidor.

Assegurar que a validade dos produtos esteja em dia é um dos objetivos da Lei 2.948/14, que obriga os supermercados a divulgar, com destaque, a data de vencimento das mercadorias em promoção no estabelecimento. A deputada Cidi-nha Campos (PDT), autora da regra, reforça a importância da existência da lei e alerta: “Para evitar a perda de mercadoria muitos estabelecimentos enganam o comprador vendendo pro-dutos fora da validade por um preço mais em conta, geralmente as cha-madas promoções. Isso é erradíssimo e garantimos por lei a punição para essa infração”.

A multa nesses casos, de acordo com o Código de Defesa do Consu-midor (CDC), não pode ser inferior a 200 e superior a 3 milhões de Unidade Fiscal de Referência (Ufir) – valor exato que deve ser estipulado pela Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon-RJ). Como forma de ressarcir o cliente que compra um produto vencido, o Núcleo de Defesa do Consumidor do Ministério Público (MP/RJ), participou, no final do ano passado, da campanha “De Olho na Validade”. Todo cliente que encon-trasse produtos vencidos nas prate-leiras dos supermercados teriam a possibilidade de levar para casa outra unidade gratuitamente. A campanha

aconteceu em 12 estados e acabou no início de 2014.

Ainda com relação aos preços, em 2009 foi aprovada a Lei 5.468/09 – também de autoria da deputada – que exige dos estabelecimentos comerciais a divulgação ostensiva dos produtos em promoção, como a distribuição de encartes, a fixação

de cartazes, o uso de caixa de som e a propaganda televisiva. “Essa é mais uma forma de ajudar o cliente a saber quais são os produtos que estão na promoção, e assim, dar a possibilidade da dona de casa fazer uma pesquisa de mercado antes de ir às compras”, explica a parlamentar.

A publicitária Cirlene Seixas usa muito essa tática. “Assim que entro no supermercado já procuro o encarte e vejo o que está em promoção. Se algo me interessa eu compro, se não, pesquiso mais em outros estabele-cimentos”, explica Seixas. Ela ainda

conta que costuma estocar alimentos que estão com valores promocionais. “Se eu encontrar castanha barata ou um bom vinho em conta, já vou levar e guardar para a ceia de Natal”, confessa a cliente.

A aposentada Clarice Porto diz que vai ao supermercado uma vez ao mês. Ela admite que, apesar de não conhecer todas as leis que a beneficia na hora das compras, se sente mais tranquila e confiante quando sabe que os direitos do consumidor estão sendo levados à sério. “No passado não éramos tão protegidos como hoje. Hoje em dia sabemos que existem leis a nosso favor e autoridades que se preocupam com o que compramos e de quem compramos”, avalia a aposentada, que já é beneficiada com

a fila preferencial, garantia da Lei 3.987/02. “Só uso a fila do caixa para idoso e minhas pernas agradecem, pois fico menos tempo em pé e não me canso tanto”, diz Clarice.

Outra prática que precisa ser adaptada nos supermercados é o uso das famosas sacolas plásticas. O material é uma “mão na roda” para os clientes na hora de levar as compras para casa, mas é muito prejudicial ao meio ambiente. Pen-sando em estratégias para solucionar esse problema, o deputado Carlos Minc (PT) apresentou na Casa o projeto de lei 3.210/14, que proíbe a distribuição ou venda de sacolas plásticas no mercado. “Nós temos outras soluções que podem substi-tuir essas sacolas, como os sacos de papelão ou as bolsas reutilizáveis. O que é insustentável é continuarmos poluindo o meio ambiente com um material que leva até 300 anos para se degradar”, alerta o petista.

Outras medidas ainda beneficiam os frequentadores de mercados. Se o consumidor perceber que o super-mercado não cumpre o seu dever, por exemplo, pode procurar pelo livro de reclamações do estabeleci-mento e registrar uma queixa. Esta ferramenta, criada pela Lei 6.613/13, determina que estabelecimentos de fornecimento de bens ou prestação de serviços no estado tenham um livro de reclamação. Caso o cliente queira abrir uma ação no juizado ele pode recorrer a esse instrumen-to, através do Procon. A regra é de autoria do deputado Wagner Montes (PSD). Segundo ele, o livro agiliza a correção de erros. "Quando o con-sumidor pede o livro, o responsável pela loja já se mobiliza para resolver o problema", aponta.

Em 2010, foi sancionada outra lei que resguarda o consumidor – a 5.817/10. De autoria do presidente da Casa, deputado Paulo Melo (PMDB), ela obriga a inclusão do telefone e en-dereço do Procon-RJ e da Comissão de Defesa do Consumidor da Alerj nos documentos fiscais emitidos pelos estabelecimentos comerciais do Rio de Janeiro. "A lei facilita o acesso do consumidor à garantia dos seus di-reitos e, também, a atuação do órgão fiscalizador", pontua Melo.

Leis e projetos em tramitação protegem o consumidor que frequenta mercados, Validade de produtos é um dos alvos das iniciativas da Casaça alimentar, entre outros

BUANNA ROSA E SYMONE MUNAY

Preocupação com o

meio ambiente e com

o acesso aos principais

canais ofi ciais de

reclamação estão entre

as regras já em vigor

no estado do Rio

7Rio de Janeiro, 16 a 30 de novembro de 2014

Page 8: Jornal da Alerj 293

Rio de Janeiro, 16 a 30 de novembro de 20148 Rio de Janeiro, 16 a 30 de novembro de 20148

Outro problema comum, alvo da preocupação dos parlamentares, de-corre da exposição e conservação inadequada de alimentos. É o caso da carne previamente moída e colocada à venda. De acordo com o projeto de lei 2.637/09, de autoria do deputado Altineu Cortês (PR), o acondiciona-mento do produto em embalagens inapropriadas, sem indicação precisa da composição, data de produção e validade pode virar coisa do passado. “Muitos açougues e supermercados costumam vender carne previamente moída. No entanto, o certo é que o alimento seja moído apenas na pre-sença do consumidor, para evitar, por exemplo, que seja colocado sulfi to, um aditivo que tem aspecto semelhante ao sal e está proibido desde 1952 para uso em carnes, ou a mistura de carne de várias categorias, muitas vezes das menos nobres, para serem vendidas com o rótulo das carnes mais caras”, alerta o deputado.

Mesmo sem característica de lei, o Procon Rio já considera essa prática uma infração, e multa - de acordo com o CDC- os estabelecimentos que não cumprem com essa determinação. O supermercado Prezunic de Botafogo, Zona Sul, já se adaptou as regras e oferece um serviço correto a clientela. “ Com esse novo método eu acabo de-morando um pouco mais no mercado, por causa da fi la para comprar a carne, mas sem sombra de dúvida tenho mais segurança na hora de comprar. Vejo que não estou sendo enganada”, conta a médica Márcia Ferreira.

Para tornar o ambiente ainda mais seguro, foi sancionada em março deste ano a Lei 6.717/14, da deputada Luci-nha (PSDB), que proíbe o ingresso de pessoas com capacete, máscara, gorro ou qualquer utensílio que cubra o ros-to. A gerente de Serviços do Prezunic de Botafogo, Sheila Davies, explica que isso acontece muito durante o carnaval. “Os funcionários do super-mercado fi cam em alerta quando isso acontece e os clientes assustados, por isso essa lei é de grande valia, nos res-guarda nessas situações e nos permite retirar a pessoa do estabelecimento”,

ressalta Sheila. “Diariamente tomamos conhecimento de violências, assaltos e crimes praticados por pessoas que se utilizam do fato de estarem com ca-pacetes ou vestimentas que impedem a sua identifi cação, como arma para a

impunidade, deixando as autoridades policiais em situação difícil, simples-mente pelo fato da impossibilidade do seu reconhecimento ou identifi car os autores, por isso criei essa lei”, explica a deputada Lucinha.

A médica Márcia Ferreira aprova a carne moída na hora: "Vejo que não estou sendo enganada, sem sombra de dúvida tenho mais segurança"

Yago Barbosa

Outro problema comum, alvo da preocupação dos parlamentares, de-

Yago Barbosa

Código de defesa do consumoCAPA

Na audiência, o deputado Carlos Minc (PT) disse que o pólo de reciclagem em Gramacho é exemplo para o país

Confi ra o que está em vigor

• Lei 2.650/96 - Obriga a oferta de cadeiras de rodas para atender a clientela necessitada.

• Lei 2.300/94 – Determina a existência de caixas adaptados para portadores de defi ciência, com espaço de, pelo menos, 90 centíme-tros entre as baias, para permitir a passagem de cadeirantes.

• Lei 2486/95 - Determina a disponibilização de, pelo menos, duas balanças de precisão para

que os clientes possam pesar as mercadorias.

• Lei 2.722/97 - Obriga as redes de supermercado a dotarem as lojas de balcões com funcionários para tirar dúvidas e dar informações.

• Lei 3.828/02 - Determina análise periódica da água servida, através de exame bacteriológico. A maioria dos supermercados ter-ceiriza o serviço de controle de qualidade da água.

Outros direitos também são garantidos por lei em vigor no estado do Rio de Janeiro. Conheça abaixo o teor das regras.

Rio de Janeiro, 16 a 30 de novembro de 20148

Page 9: Jornal da Alerj 293

9Rio de Janeiro, 16 a 30 de novembro de 2014

Empresas instaladas em Duque de Caxias doarão resíduos recicláveis para o Polo Reci-clador de Jardim Gramacho.

O anúncio da parceria com as coopera-tivas de catadores foi feito em audiência pública da Comissão de Defesa do Meio Ambiente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), no dia 27. O objetivo da reunião foi apresentar a importância do trabalho realizado pelos catadores de Jardim Gramacho e convidar estabele-cimentos comerciais e industriais a co-laborarem com materiais descartado.

O Polo é coordenado por quatro coo-perativas de catadores do antigo lixão de Jardim Gramacho e foi construído com recursos da Refi naria Duque de Caxias (Reduc). Segundo o vice-presidente da comissão, deputado Carlos Minc (PT),

Gramacho é o primeiro polo reciclador criado no mesmo local de um lixão, ser-vindo de referência para cooperativas de todo o país. “Estamos com a experiência do Pólo, mas o foco mais amplo são to-das as cooperativas de catadores. Não queremos só apelar para a solidariedade da empresa A, B ou C, mas é preciso um mecanismo que crie esse fl uxo de fornecimento de material de qualidade”, afi rmou o parlamentar.

De acordo com o presidente da Associação de Catadores e Amigos do Jardim Gramacho, Sebastião Santos, o objetivo inicial das cooperativas é completar o recebimento total de resí-duos nos dois galpões do Pólo. O espaço hoje opera a 70% de sua capacidade, e a Associação busca aumentar seu processamento antes de expandir suas instalações. “Precisamos dar conta dos 100% da capacidade. Não vamos criar outros galpões agora, para não virarem elefantes brancos. Para que eles fun-cionem, primeiro temos que receber matéria-prima”, disse Sebastião.

O principal fornecedor de resíduos sólidos é a Reduc. Apenas neste ano,

o complexo industrial ofertou 140 tone-ladas de materiais ao Polo e a refi naria trabalha para convencer empresas ter-ceirizadas a também enviarem. “Foi muito importante para a refi naria ter um polo reciclador próximo. É uma experi-ência muito bem sucedida e precisamos estender mais”, salientou o engenheiro de Meio Ambiente da Refi naria, Marcelo dos Santos Lara.

A Prefeitura de Duque de Caxias também desenvolve projetos para in-centivar as atividades dos trabalhado-res de Jardim Gramacho. O município, que produz 40 toneladas diárias de lixo, conta com 34 cooperativas de catadores e está combatendo lixões clandestinos para se adequar à Política Nacional de Resíduos Sólidos. O secretário de Meio Ambiente de Caxias, Luiz Renato Vergara, afi rmou que a recuperação do mangue na região está em andamento, e os trabalhadores receberão moradias dentro do programa Minha Casa, Mi-nha Vida. “O Jardim Gramacho, que sempre foi a latrina no Rio de Janeiro, vai ter um novo signifi cado na vida de cada morador”, apontou o secretário.

Audiência pública discute o funcionamento do polo de reciclagem de Jardim Gramacho

LIXO

GABRIEL DESLANDES

Empresas fornecerão insumos para catadores

Código de defesa do consumoYago Barbosa

Na audiência, o deputado Carlos Minc (PT) disse que o pólo de reciclagem em Gramacho é exemplo para o país

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Rio de Janeiro, 16 a 30 de novembro de 201410 Rio de Janeiro, 16 a 30 de novembro de 2014Rio de Janeiro, 16 a 30 de novembro de 2014

Ônibus deverão trazer números de ouvidorias do Detro e de Secretarias Municipais

MARCELO RESENDE

PLENÁRIO

Projeto

Ônibus circulando no Centro da capital: números das ouvidorias deverão ser

expostos em seu interior. Usuários aprovam a idéia.

garantedivulgação de ouvidorias

E mpresas de transporte co-letivo rodoviário no estado do Rio de Janeiro terão obrigação de divulgar no

interior dos ônibus os números de te-lefones das ouvidorias das secretarias municipais de Transporte – quando o veículo for de responsabilidade muni-cipal – e do Detro – quando o transpor-te for intermunicipal. O veículo deverá ter os dois números, se for de transpor-tes municipal e intermunicipal. Isto é o que prevê o projeto de lei 2.102/13, do deputado Samuel Malafaia (PSD), que a Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) aprovou no último dia 18, em segunda discussão.

O texto também diz que a divul-gação dos números deverá ser feita em local visível, tendo destaque em termos de tamanho, tipo de letra e localização, além de constar nos terminais rodoviários, igualmente de forma visível. “Quem anda de ônibus tem que saber a quem recorrer quando houver algum problema ou acidente. Por isso, o projeto é importante. O te-lefone serve de auxílio para o cidadão”, diz o deputado. O projeto seguiu para o governador Luiz Fernando Pezão, que terá 15 dias úteis para vetar ou sancionar o texto.

Passageiros de ônibusaprovam iniciativa

José Roosevelt usa ônibus todos os dias para sair de casa, na Vila da Penha (Zona Norte do Rio) e chegar ao traba-lho, no Centro da capital. Roosevelt diz que a divulgação de canais de comuni-cação como os números das ouvidorias é fundamental para que a população possa cobrar a melhoria dos serviços. “O projeto é importante, pois é um ca-nal do governo onde a população terá como apontar as falhas, reclamar. Esse tipo de serviço é essencial. No site das empresas é tudo desatualizado, você liga diretamente para elas e não te dão o retorno necessário, é uma bagunça. Esse é um projeto que pode acabar com isso, ajudar a fechar o cerco sobre as empresas. Alguém tem que responder pelos absurdos. Com a punição, acaba essa bagunça”, aponta.

Já Iamê Raisa, também usuária de ônibus, acredita que a população deve usar estes meios de comunicação. "É muito útil, pois se ocorrer algum pro-

blema no ônibus com o motorista ou com o trocador, que são os represen-tantes da empresa que disponibiliza o serviço, será possível dar retorno de onde podem melhorar. Mas a população precisa aproveitar a lei, dando o retorno necessário", pondera. Ubiratan Castro vive em Rocha Miranda, na Zona Norte, e também defende a participação da população. “Pela viabilidade, o projeto é muito interessante. Quanto mais acesso a canais para fiscalização das empresas de ônibus, melhor. Agora, também não adianta ter apenas a le-gislação. A população deve ser mais participativa, para cobrar a qualidade dos serviços públicos disponíveis, para o nosso bem-estar. A divulgação desse projeto também é importante, para que a população saiba a quem recorrer para cobrar a melhoria dos serviços”, acrescenta. A ouvidoria do Detro pode ser acessada no endereço eletrônico www.detro.rj.gov.br. Já a ouvidoria da Secretaria Municipal de Transportes do Rio pode ser acionada pelo endereço www.rio.rj.gov.br/smtr.

Iara Pinheiro

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11Rio de Janeiro, 16 a 30 de novembro de 2014

O antigo campus da Universidade Ga-ma Filho (UGF), na Piedade, poderá ser

desapropriado pelo estado. A ideia é do deputado Paulo Ramos (PSol), que apresentou a proposta através do projeto de lei 2.965/14. Seu teor autoriza o Governo a declarar o imóvel de utilidade pública e diz, ainda, que a área seria destinada a outro centro universitário. Ele foi aprovado pela Assembleia Legisla-tiva do Rio (Alerj) no último dia 19, em discussão única.

O campus, localizado na Rua Manoel Vitorino, 553, ocupa uma área de 85 mil metros quadrados, distribuídos em 13 prédios. Entre-tanto, desde que a universidade foi descredenciada pelo Ministério da

Educação, em janeiro, o local e seu entorno se transformaram numa área deserta, preocupando moradores e dando prejuízos aos poucos comer-ciantes que continuam atuando naquelas proximidades.

Segundo o deputado, dados do Instituto de Segurança Pública (ISP) mostram que a violência aumentou em mais de 70% na região. “Todos

nós acompanhamos a tragédia que foi o fim da Gama Filho. Como desdobramento, além dos prejuí-zos para os alunos e funcionários, constatamos também prejuízo para o bairro, para os comerciantes. Es-pero que o Governo se sensibilize e instale ali uma nova universidade, uma universidade pública”, disse o parlamentar. O projeto segue para análise do governador Luiz Fernando Pezão, que terá 15 dias úteis para sancionar ou vetar o texto.

Quem sofreu na pele o fechamento da Gama Filho foi o ex-aluno de En-genharia de Controle e Automação da instituição, Luiz Felipe Couto. Após o descredenciamento da universidade, ele foi transferido para a Univer-sidade Estácio de Sá pelo método de “transferência assistida”, assim como os cerca de nove mil antigos alunos da UGF. Para Couto, a ideia de levar outra instituição de ensino para o terreno é a melhor forma de solucionar o problema. “O custo para se instalar no local é muito pequeno, porque a estrutura inteira já está pronta. Alguns comerciantes ainda pagam aluguel no bairro, porque acreditam que outra universidade vai se instalar em Piedade”, ponderou. Segundo o Ministério da Educação, a Gama Filho foi descredenciada por “baixa qualidade acadêmica, o grave comprometimento da situação econômico-financeira da mantenedo-ra [das instituições] e a falta de um plano viável para superar o problema, além da crescente precarização da oferta da educação superior”.

11Rio de Janeiro, 16 a 30 de novembro de 2014 Yara Pinheiro

BÁRBARA FIGUEIREDO E MARCUS ALENCAR

Nova regra permite arquivamento de processos com taxas vencidas

LEI

“A violência no local aumentou”

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Educação, em janeiro, o local e seu entorno se transformaram numa área deserta, preocupando moradores e dando prejuízos aos poucos comer-

Quem sofreu na pele o fechamento da Gama Filho foi o ex-aluno de En-genharia de Controle e Automação da instituição, Luiz Felipe Couto. Após o

Nova regra permite arquivamento de processos com taxas vencidas

Gama FilhoGama FilhoGama FilhoGama FilhoDesapropriação

Campus da Gama Filho, naPiedade, pode ser desapropriado

pelo Governo do estado.

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Rio de Janeiro, 16 a 30 de novembro de 201412

LEGISLAÇÃO

Yago Barbosa

Cuidado SilvestreCuidado Silvestre

Sebastião Nunes aprova a nova lei e diz que irá se adequar

Habitat de 730 espécies das aves nativas do Brasil, o Rio de Janeiro é o primeiro estado do país onde a criação amadora de pássaros conta com legislação própria. A atividade, tradição

entre mais de 56 mil fl uminenses, agora está regulamentada pela Lei 6.908/14, do deputado Luiz Paulo (PSDB). A proposta normatiza o manejo de pássaros silvestres do Estado pelos criadores, incluindo reprodução, aquisição, troca e treina-mento de animais. O objetivo da lei é trazer as políticas de manutenção da biodiversidade para próximo do Estado sem prejudicar o papel central do Ibama. Segundo o deputado, o projeto condiz com interesse do Governo federal em fazer com que a gestão de fauna passe para o nível estadual. “A descen-tralização é positiva, porque nós somos um país continental. A União tem de delegar competência aos Estados para que, com os diversos órgãos ambientais se equipando, possamos ter uma fi scalização melhor”, explica Luiz Paulo.

Entre as normas para o manejo estipuladas estão, por exemplo, a reprodução restrita a 50 fi lhotes anilhados por ano, a proibição da venda dos animais e a autorização para

participarem de exposições e torneios de canto. Esse controle não só assegura o compromisso dos passarinheiros com a preservação ambiental, como possibilita que espécies ame-açadas de extinção sejam reintroduzidas na natureza.

A nova regulamentação também contribui para desmis-tifi car a imagem dos passarinheiros, já que manter pássaros em cativeiro é, muitas vezes, visto como uma prática clan-destina. O motorista de ônibus aposentado Sebastião Nunes, criador há mais de 40 anos, é um dos que comemoram a iniciativa. Membro da Associação de Criadores de Pássaros de Bangu, Sebastião tem um plantel de 87 pássaros - curiós e bicudos - e enfatiza a importância da Lei como outro meio de moralizar a atividade no Estado: “Nós queremos fazer um trabalho com o Instituto Estadual do Ambiente (Inea). Eu me dou por satisfeito, porque quero ser conhecido como cidadão, não como trafi cante.”

De acordo com a legislação, a criação de pássaros no Rio fi cará a cargo do Inea. Até então, os dados dos criadores es-tavam disponíveis apenas no sistema de cadastro do Ibama (Sispass). O gerente de Fauna do Inea, Adilson Gil, alega que é preciso aguardar a resposta do órgão federal para que o ge-renciamento estadual aconteça em parceria com o nacional. “Há expectativa na manifestação formal de parte do Ibama para que sejam iniciados os procedimentos de defi nição dos parâmetros técnicos de licitação das empresas e a existência de recursos. A vigência da lei trará facilidade, na medida em que agregar benefícios ao meio ambiente”, comentou

Habitat de 730 espécies das aves nativas do

Nova lei normaliza o manejo, reprodução e aquisição de pássaros silvestres no estado

GABRIEL DESLANDES

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