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Diretora Geral: Selma Rodrigues Tucunduva | ANO 13 - N o 146 | julho de 2012 | Circulação nacional | Distribuição autorizada no ETSP da Ceagesp | www.jornalentreposto.com.br Associação Brasileira das Centrais de Abastecimento Um jornal a serviço do agronegócio Frutas Geral Legumes Verduras Diversos 3,80% 4,06% 6,09% 6,04% 6,60% 1,19% Alta Alta Alta Alta Alta Alta Índice Ceagesp - junho 2012 Pescado A caixa da discórdia HORTITEC 2012 Agrofeira | Atibaia-Jarinu Abastecimento | Ceasas Evento recebe apoio de Associação de Produtores Rurais Centrais apresentam propostas para plano de melhorias A 19ª edição da feira reuniu mais de 350 expositores e gerou negócios da ordem de R$ 70 milhões em Holambra (SP) Pág. 24 Pág. 05 Pág. 14 Pág. 06 Pág. 13 Pág. 04 Pesquisador tenta criar café naturalmente descafeinado A informática a serviço da agricultura Em tempos modernos, produtores rurais aproveitam os benefícios da tecnologia As recentes ações da prefeitura no combate ao comércio ilegal de cai- xaria nas ruas vizinhas à Ceasa paulistana e a �is- calização da Covisa nas empresas atacadistas têm assustado produtores e comerciantes que utili- zam embalagens de ma- deira. Essas caixas deixam de atender a diversos re- quisitos estabelecidos nas legislações vigentes, con- tudo não estão proibidas. A exemplo do que já acontece em algumas centrais brasileiras, o Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp defende a mudança para as embalagens e propõe a criação de um centro lo- gístico de caixas , que tira do usuário a responsabili- dade pela administração do retorno, armazena- mento e higienização da caixa vazia. A caixa de madeira não está proibida. Ela precisa estar limpa e obedecer às outras exigências da lei As embalagens de madeira devem ser caracterizadas como descartáveis É preciso programar a mudança das atuais caixas de madeira para outras caixas existentes Governo quer criar agência de assistência aos produtores Pág. 12

Jornal Entrposto | Julho de 2012

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Um jornal a serviço do agronegócio

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Diretora Geral: Selma Rodrigues Tucunduva | ANO 13 - No 146 | julho de 2012 | Circulação nacional | Distribuição autorizada no ETSP da Ceagesp | www.jornalentreposto.com.br

Associação Brasileira dasCentrais de Abastecimento

Um jornal a serviço do agronegócio

FrutasGeral Legumes Verduras Diversos3,80%4,06% 6,09% 6,04% 6,60% 1,19%AltaAlta Alta Alta Alta Alta

Índice Ceagesp - junho 2012

Pescado

A caixa da discórdia

HORTITEC 2012Agrofeira | Atibaia-Jarinu

Abastecimento | Ceasas

Evento recebe apoio de Associação de Produtores Rurais

Centrais apresentam propostas para plano de melhorias

A 19ª edição da feira reuniu mais de 350 expositores e gerou negócios da ordem de R$ 70 milhões em Holambra (SP)

Pág. 24

Pág. 05 Pág. 14

Pág. 06

Pág. 13

Pág. 04

Pesquisador tenta criar café naturalmentedescafeinado

A informática a serviço da agricultura

Em tempos modernos, produtores rurais aproveitam os benefícios da tecnologia

As recentes ações da prefeitura no combate ao comércio ilegal de cai-xaria nas ruas vizinhas à Ceasa paulistana e a �is-calização da Covisa nas empresas atacadistas têm assustado produtores e comerciantes que utili-zam embalagens de ma-deira.

Essas caixas deixam de atender a diversos re-quisitos estabelecidos nas legislações vigentes, con-

tudo não estão proibidas. A exemplo do que já

acontece em algumas centrais brasileiras, o Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp defende a mudança para as embalagens e propõe a criação de um centro lo-gístico de caixas , que tira do usuário a responsabili-dade pela administração do retorno, armazena-mento e higienização da caixa vazia.

A caixa de madeira não está proibida. Ela precisa estar limpa e obedecer às outras exigências da lei

As embalagens de madeira devem ser caracterizadas como descartáveis

É preciso programar a mudança das atuais caixas de madeira para outras caixas existentes

Governo quer criar agência de assistência aos produtores

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02 Dia do Agricultor

Turismo no siteAcesse e leia as dicas para a região do Circuito da Neve - Serras gaúchas: www.jornalentreposto.com.br/turismo

Carolina de Scicco

JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegóciojulho de 2012

Esta citação feita em um artigo de Ney Magalhães, produtor rural da região de Amambaí-MT, para um portal na internet é a mais pura reflexão do que cidadãos urbanos e políticos poderiam ter sobre o agricultor.

uma data em que deveríamos dar graças pela fertilidade dos solos brasileiros, que hoje sofrem pelas intempéries e calamidades da natureza.

A data foi instituída pelo então presidente da República, Juscelino Kubsheck, no ano de 1960, em homenagem ao primeiro Centenário do Ministério da Agricultura.

Cultivar a terra produzindo alimentos e gerando riquezas para o País é um dádiva. A terra é um bem social, que ainda não é tratada com respeito pelos governantes.

Hoje, as inúmeras conquistas obtidas para a agricultura, principalmente a familiar, evidenciam-na como importante instrumento de inclusão social e produtiva, com papel estratégico para erradicação da fome e miséria, além de caracterizar-se como importante ator político e social no processo de construção e reformulação das políticas públicas.

A questão atual é ampliar espaço e conquistar o desenvolvimento que priorize um conjunto de políticas públicas específicas para o campo, com acesso à tecnologia e pesquisa voltadas para o fortalecimento da agricultura familiar.

Desenvolvimento sustentável com políticas públicas e legislação adequada para construção de um país melhor e mais justo é o desejo da maioria dos produtores.

Aos agricultores e agricultoras do Brasil, que trabalham em defesa da vida, da sustentabilidade e da produção de alimentos saudáveis, a homenagem do

28 julho é do Dia do Agricultor,

Grupo de Mídia Entreposto.

«Quem já se alimentou hoje, reflita sobre o fato e agradeça a Deus e aos produtores rurais que servem suas mesas de refeições."

EDITORIAL

março de 2011 03Editorial 03julho de 2012Um jornal a serviço do agronegócioJORNAL ENTREPOSTO

04 EventoJORNAL ENTREPOSTO

Um jornal a serviço do agronegóciojulho de 2012

Feira mostra novidades no setor de FLV19ª edição da Hortitec reuniu mais de 350 expositores e gerou R$ 70 milhões em negócios

Recordes de safras, melho-ria na produção e preocupa-ções socioambientais formam hoje o panorama da agricultu-ra nacional. Este cenário acaba por confirmar também um re-finamento das demandas, que obriga os produtores a investi-rem em atualizações e melho-ramentos para atender a um mercado consumidor cada vez mais exigente.

Os profissionais da área ti-veram a oportunidade de co-nhecer novidades em instala-ções, equipamentos, insumos e demais tecnologias para flores, frutas, hortaliças durante a 19ª edição da Hortitec, uma das maiores feiras de horticultura do País, realizada em junho, em Holambra (SP).

Na avaliação dos organi-zadores, o nível técnico do público que visita a Hortitec, composto essencialmente por clientes atuais e potenciais das empresas expositoras, é o maior diferencial do evento. Como somente a visita quem tem real interesse no setor, a feira acabou por se tornar pas-sagem obrigatória para pro-dutores e profissionais ligados ao agronegócio. “Quem quer se manter competitivo não pode ficar por fora das novidades do mercado. É esse grande encon-tro de negócios que a Hortitec se propõe a promover”, destaca o coordenador da feira, Renato Opitz. A estimativa dos organi-zadores é de que esta edição do evento tenha gerado negócios da ordem de R$ 70 milhões.

Lançamentos

Uma berinjela com casca branca e outra com formato semelhante a um tomate foram mostradas na feira. Desenvol-vidas para ser preparadas em porções individuais recheadas, são produtos que passaram

por modificações genéticas e atendem a um nicho específi-co de mercado, oferecendo ao produtor condições de vender produtos diversificados e au-mentar a renda.

Outra inovação apresentada no evento foi um aplicativo em que produtores podem fotogra-far as pragas na lavoura e iden-tificar as doenças.

Os profissionais ligados ao setor de flores puderam conhe-cer novidades nas cores e ta-manhos das rosas trazidas do Equador, um dos maiores pro-dutores mundiais, além de ino-vações em estufas, máquinas e implementos agrícolas.

Equipamentos que ajudam a garantir a sustentabilidade também puderam ser conferi-dos durante a Hortitec, como um recipiente que armazena água da chuva e outro que con-cilia a criação de peixes ou ca-marões com a produção de hor-taliças hidropônicas. Nele, os dejetos da piscicultura são cap-tados, passam por um decanta-dor, são filtrados e servem de fertilizantes para as verduras. O sistema também pode ser usa-do para irrigação de pomares.

Enquanto resultados posi-tivos para produtores de hor-tifrutícolas animam o setor, os desafios se voltam para estudos e discussões de como atingir maior produtividade sem au-mentar o uso de recursos na-turais e em como lidar com a escassez de mão de obra. É este cenário que a Jornada Produti-va FLV, realizada paralelamente à Hortitec, debateu em diversos eventos onde produtores e pro-fissionais do agronegócio pu-deram conhecer as tendências e inovações da área, que foram apresentadas por mais 370 ex-positores e ainda puderam che-car, na prática, parte das novi-dades em 19 culturas de frutas, legumes e verduras.

350 expositores

25 milvisitantes

R$ 70 milhões

em negócios

Hortitec em números

julho de 2012 05AgronegócioUm jornal a serviço do agronegócioJORNAL ENTREPOSTO

Em tempos modernos, pro-dutores rurais estão aprenden-do os benefícios de se levar para o cotidiano do setor agropecu-ário o universo da informática e seus softwares e hardwares, como o Sisla (Sistema Interati-vo de Suporte ao Licenciamento Ambiental), desenvolvido para dar suporte às atividades de li-cenciamento ambiental. Ideali-zado pela Embrapa em parceria com o Imasul (Instituto de Meio Ambiente do Mato Grosso do Sul), a ferramenta tem acesso li-vre e gratuito, via Internet, para o público especializado ou ape-nas curioso. O software possibi-lita emitir relatório para análise com mapas georreferenciados e efetuar análise técnica, con-sulta espacial e andamentos dos processos de licenciamento ambiental.

No Sisla é possível o usuário, seja ele produtor ou técnico, fornecer os dados de determi-nada área e o sistema indicará, a seguir, suas reais condições, levando-se em consideração a topografia da região e outros fatores.

“Qualquer pessoa com um pouco de noção de georreferen-ciamento tem condição de gerar um relatório no Sisla”, ressaltou o engenheiro agrônomo Sergio Luis Bianchini, fiscal ambiental do Imasul. O Sisla é um dos pro-dutos do Projeto de “Sistema de Informação Georreferenciado do Território do Estado de Mato Grosso do Sul – GeoMS”, lidera-do pela Embrapa Informática Agropecuária, que reuniu dados da legislação estadual e federal e do mapeamento da cobertura vegetal, entre os anos de 2007 e 2009, realizado pela empresa e outras instituições, e informa-ções públicas, disponíveis des-de os anos 80.

Agricultura de Precisão

Em meio aos imprevistos da atividade agrícola, um pouco de precisão é sempre bem-vinda pelos produtores. O uso de tec-nologias baseadas em posicio-namento geográfico por satélite permitindo o manejo diferen-ciado da lavoura é o que define a chamada Agricultura de Preci-são (AP).

Intervenções no manejo, lo-calizado ou sítio específico, são realizadas da seguinte forma: amostragens georreferenciadas do solo são aplicadas em uma grade amostral corresponden-

do a colheita de uma amostra composta a cada dois hecta-res, por exemplo. A partir da análise dos resultados dessas amostras, um processamento informatizado, por meio de sof-twares específicos para AP, gera mapas da fertilidade do solo para cada atributo, como potás-sio e fósforo.

A partir disso, prescreve--se uma adubação diferencia-da para a lavoura, dentro de cada talhão. Tais mapas são reconhecidos por dispositivos presentes nos maquinários de campo modernos, guiados por satélites, que ao reconhecer o padrão espacial, muda e ajusta, automaticamente, a dose de nu-triente dentro das reais necessi-dades.

Essa sequência de etapas – amostragem/interpretação agronômica/escolha de maqui-nário – permite racionalizar o uso de insumos, um dos gran-des atrativos da agricultura de precisão para o produtor de grãos, elegeu o pesquisador da Embrapa, Álvaro Vilela Rezen-de. Entretanto, alerta Rezende, diversos fatores afetam o pro-cesso, sendo imprescindíveis certos critérios para se adotar a AP. Assim, a Embrapa, em 2009, iniciou o Projeto “Rede de Agri-cultura de Precisão”, que ao reu-nir mais de 200 especialistas de diversos Centros de Pesquisa, anseia aprimorar os critérios

A informática a serviço da agricultura

validados cientificamente para melhorar a qualidade da AP praticada no Brasil hoje.

A Rede atua em várias ver-tentes, explica o doutor em fertilidade do solo e adubação Álvaro Rezende. Líder do proje-to-componente responsável pe-las áreas voltadas para culturas anuais, como grãos e algodão, o pesquisador relata que também há projetos direcionados para culturas perenes, como fruti-cultura, silvicultura e pastagem; desenvolvimento e validação de instrumentos e tecnologias para uso e suporte em AP; e ino-vação tecnológica em agricultu-ra de precisão.

Com unidades-pilotos de ex-perimentação nos Estados do Rio Grande do Sul, Paraná, Goi-ás, Distrito Federal, São Paulo e Mato Grosso do Sul, a Rede de-seja difundir seu lema “Planejar é preciso”, no qual “a crescente demanda agregará inovações para AP, especialmente, para as condições de agricultura tropi-cal”, afirma Rezende.

Projetando adiante, a Rede almeja expandir seus estudos para produção animal e para que seus preceitos sejam adota-dos não irá somente pesquisar, mas atuará em transferência, com capacitações e ações de educação junto à assistência técnica rural e aos produtores que atuem ou queiram atuar com AP.

06 Agrofeira JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegóciojulho de 2012

Agrofeira recebe apoio da Associação dos Produtores de Atibaia e JarinuOsvaldo Maziero dá continuidade ao trabalho do pai, auxiliando trabalhadores rurais e estimulando iniciativas que valorizam a produção brasileira

Satisfeito com a atividade de-senvolvida na Agrofeira Circui-to das Frutas durante a 29ª Fes-ta do Morango e Expolegumes de Atibaia e Jarinu, Osvaldo Ma-ziero, presidente da Associação dos Produtores de Morango da região, se sente orgulhoso. De-pois de cinco anos trabalhando com a Embrapa, os produtores de morango receberam, no final do ano passado, a certificação da PIMo (Produção Integrada de Morango) - um sistema de produção desenvolvido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) que garante uma fruta mais segura para consumo. Com isso, o morango de Atibaia e região tem um selo de quali-dade validado pelo Inmetro, as-segurando ao consumidor um fruto com menos defensivos agrícolas, produzido de acordo com as normas de higiene e de proteção ambiental. “Somos os primeiros a receber essa certifi-cação”, comemora o presidente. Filho de Duílio Maziero, ideali-zador da Festa do Morango, Os-valdo é um defensor da causa dos trabalhadores rurais e acre-dita que pesquisa e informação são elementos essenciais para o bom desenvolvimento da pro-dução brasileira. “A Agrofeira

é uma iniciativa muito interes-sante que veio para agregar qualidade à festa, auxiliando o produtor no seu cotidiano pro-fissional”, afirmou em entrevis-ta ao Jornal Entreposto. Em 1982, o morango ainda era novidade nos lares do estado de São Paulo e os produtores resolveram divulgar o produto que poucos sabiam que existia. Hoje, o evento é conhecido em todo o Brasil, como enfatiza o presidente do Sindicato Rural de Atibaia, Armando Trípoli: “Celebramos com muito orgu-lho. São poucos municípios que dispõem de um espaço como esse para comemorar a safra”.José Bernardo Denig, prefeito de Atibaia parabenizou os tra-balhadores torcendo “para que a festa do Morango de Atibaia e Jarinu continue sempre sen-do um sucesso, valorizando os produtos da região e, princi-palmente, contribuindo com o agricultor”.Emocionada com a comemora-ção, Fátima Lorencini, prefeita de Jarinu, reconheceu o esfor-ço de todos e lembrou que ser agricultor no Brasil não é uma tarefa fácil. “Precisamos de união e incentivo. Parabéns a todos os trabalhadores rurais”, finalizou.

Iveco e Lifan apresentam novidades na Agrofeira de Atibaia

Iveco Tector

Com três opções de câmbio e quatro diferentes opções de entre-eixos que permitem um total de 16 versões, o novo Ive-co Tector traz bastante versa-tilidade com as mais variadas aplicações – baú, carga seca, basculante, entre outras.

O novo caminhão está dis-ponível em cinco modelos: 170E25, 170E25T, 240E25, 240E25S e 260E25, permitindo ao cliente escolher o que mais se adapta ao seu estilo de tra-balho. Ao todo são 41 diferen-tes configurações oferecidas para cada tipo de aplicação.

Com novos motores mais econômicos e potentes, o pre-

ço do caminhão varia entre R$ 147.000 e R$ 255.000.

Picape Effa

A Picape Effa Motors pro-mete aliar capacidade de car-ga com agilidade e economia. Além de vários itens de sé-rie, como faróis de neblina, ar quente e rádio, ela oferece acessórios, como os suportes para vidros, galões de água, bo-tijões de gás , entre outros.

Equipada com motor de 4 cilindros movido a gasolina, com cilindrada de 1.0 litro e potência de 47 cv, o modelo facilita o transporte nas con-gestionadas vias das cidades brasileiras.

A Agrofeira Circuitos das Frutas, realizada entre os dias 23 de junho e nove de julho, no Parque do Morango Duílio Mazieiro, na divisa das cidades de Atibaia e Jarinu, aconteceu simultaneamente com a 29ª Festa do Morango e Expolegu-mes da região e reuniu diversos setores do agronegócio, entre eles, transporte, irrigação e tec-nologia.

Com o objetivo de aproxi-mar produtores agrícolas e em-presas que apresentam solu-ções para o trabalho no campo, a Agrofeira trouxe para a última edição do evento duas monta-doras que prometem agilizar o transporte de hortifruti. A Ive-co, do grupo Fiat, apresentou o novo Tector, veículo para diver-sas aplicações e múltiplas ver-sões. Já a chinesa Lifan Motors, apostou na compacta Picape, que alia economia e agilidade.

Montadoras apostam em veículos

compactos e versáteis para o transporte de

hortifrutícolas

Fátima LorenciniPrefeita de Jarinu

José Bernardo Denig Prefeito de Atibaia

Armando TrípoliPresidente do Sindicato Rural de Atibaia

Osvaldo MazieroPresidente da Associação dos Produtores de Morango de Atibaia

Picape Effa

julho de 2012 07Um jornal a serviço do agronegócioJORNAL ENTREPOSTO

08 Agrícola

No Brasil, a palmeira pu-punha tem a região amazônica como seu habitat natural. Os frutos dessa palmeira, assim como o palmito, fazem parte da dieta alimentar dos povos da região Norte. Como atual-mente o país vem perdendo espaço nas exportações de palmito devido à extinção da extração do palmito juçara, a pupunha torna-se uma alter-nativa para substituir o palmito ilegal. “Para o pequeno produ-tor é uma forma de aumentar seus ganhos devido à grande demanda de mercado interno e externo”, afirma Clovis Bissi Junior, autor de pesquisa que verificou desenvolvimento da

Estudo cultiva pupunheira com adubação orgânicapupunheira sob diferentes for-mas de adubação.

O estudo foi desenvolvido no programa de Pós-graduação em Irrigação e Drenagem da Esalq/USP.

“Devido à devastação das matas, o atual panorama defi-citário de extração de palmito foi o que motivou a busca por novas formas de cultivo”, con-tinua o pesquisador. Foi então que escolheu-se a pupunhei-ra como alternativa de cultivo para suprir a demanda de mer-cado, pelo fato de apresentar precocidade de colheita, rus-ticidade, perfilhamento, alta produtividade e boa qualidade de palmito, que são caracterís-

ticas que melhor se destacam entre as palmeiras tradicionais, sendo o perfilhamento a prin-cipal característica que falta ao juçara. Portanto, a pupunheira desponta de forma promissora para o meio agrícola, uma vez que pode ser cultivada racio-nalmente em áreas sob meca-nização agrícola e, dessa forma, viabilizar a produção de palmi-to de forma ecológica e rentá-vel. “Ainda são necessários es-tudos mais aprofundados para o desenvolvimento de clones e melhoramento genético da espécie para que possamos ter uma produção mais uniforme”, comenta o agrônomo.

O experimento verificou os

níveis de desenvolvimento ve-getativo da pupunheira, duran-te um ano, sob diferentes fon-tes de adubação; orgânica com esterco bovino e suíno, além da via mineral. O projeto ma-peou o tratamento que obteve melhor resposta em relação ao desenvolvimento vegetativo da pupunheira em termos de cres-cimento da planta em altura, diâmetro do caule, tamanho da folha (comprimento da raqui), espessura da raqui e maior nú-mero de folhas.

“Quanto à aplicação da ma-téria orgânica no momento da implantação da cultura, pode-se dizer que sua importância está relacionada ao favorecimento

JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegóciojulho de 2012

O mercado para produtos orgânicos – sem uso de agro-tóxicos, adubação química ou hormônios – está se expandin-do rapidamente no Brasil, mas os produtores ainda enfrentam barreiras para chegar aos con-sumidores. A avaliação é de produtores orgânicosque se reuniram na conferência Green Rio, evento de agricultura orgâ-nica paralelo à Rio+20, a Confe-rência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, realizada em junho no Rio de Janeiro. A produtora rural Ro-mina Lindemann, da empresa Preserva Mundi, que fabrica produtos de uso medicinal e veterinário a partir do neem, uma erva indiana cultivada na fazenda da família, no municí-pio de São João de Pirabas, no nordeste do Pará, reclama da falta de assistência técnica e da logística de entrega.

“O neem é uma planta india-na usada há mais de 4 mil anos na medicina na Índia. Lá ele é usado como repelente de inse-tos e como creme dental, pois os indianos mascam os galhos do neem como se fosse a escova de dentes”, disse.

“A dificuldade para os pro-dutores orgânicos é o acesso à assistência técnica. Hoje o pro-dutor fica carente. A indústria química tem pessoal para colo-car equipes viajando de carro pelas estradas do país. Os pro-dutos naturais custam até mais barato, mas não tem a assistên-cia que a indústria química dá. O governo tenta fazer algumas ações, mas ainda é muito limi-

tado”, disse Romina, que cultiva 160 mil pés de neem em sua fazenda. O produto tem apre-sentações em pó, sabonete ou líquida e pode ser usado no combate a piolhos, bernes, ver-mes e mosca de chifre em bovi-nos, na forma de chá.

Para a produtora orgânica Rosangela Cabral, dona da em-presa Secale Pães Orgânicos, o maior problema não foi a acei-tação de sua linha de pães, mas a dificuldade para encontrar uma logística de distribuição que atenda tanto aos grandes mercados como às pequenas lojas de produtos naturais, muitas a centenas de quilôme-tros de distância de sua pada-ria, em Porto Alegre.

“O negócio está crescendo, mas têm mil dificuldades. A empresa está indo bem, mas eu preciso ter mais fôlego. O problema é a logística de entre-ga, pois o volume é pequeno e o frete é caro. Para o orgânico deslanchar de vez no Brasil é preciso resolver a questão da distribuição”, avaliou Rosangela que há seis anos fabricava 500 pães por mês e, hoje, produz 15 mil. O produtor rural Dick Thompson, da região de Itaipa-va, em Petrópolis (RJ), começou há cerca de 22 anos entregando verduras orgânicas para cinco amigos que moravam no Rio de Janeiro.

Depois de trabalhar por anos no mercado financeiro, ele resolveu investir em um sítio de 50 hectares na serra e optou pela produção sem venenos ou adubo químico, quando criou a

empresa Sítio do Moinho.“Na época era uma novidade

completa. Comecei pensando em alimentar minha família de uma forma saudável e correta. Aí entendi que o processo era benéfico não só para a saúde do indivíduo, como para o meio ambiente e o mundo. Comecei entregando verduras em domi-cílio para cinco amigos. A coisa foi crescendo e hoje fazemos 300 entregas por semana, disse Dick, que também vende seus

nem de hormônios. “Um alface orgânico leva três meses para estar pronto. Um de agricultura convencional pode ser colhido em dois meses. Ou seja, com or-gânico eu tenho quatro safras por ano, enquanto com aduba-ção química consigo seis. Os or-gânicos serão sempre de 20% a 30% mais caros”, comparou Dick.

O secretário nacional de Agricultura Familiar do Mi-nistério do Desenvolvimento

Mercado de orgânicos cresce, mas ainda enfrenta barreiras, dizem produtores

produtos em uma loja própria na zona sul e deve inaugurar outra na Barra da Tijuca. Além das hortaliças, ele também co-mercializa massas, granolas, pães e outros artigos orgânicos.

Para ele, o preço dos orgâni-cos jamais será o mesmo que o da produção convencional, pelo simples fato de que a produção orgânica leva mais tempo para chegar ao ponto de colheita ou de abate, justamente por não utilizar de adubação química

julho de 2012 09

Estudo cultiva pupunheira com adubação orgânica

Um jornal a serviço do agronegócioJORNAL ENTREPOSTO

Agrário (MDA), Laudemir Mül-ler, acredita que estratégias de governo possam equilibrar os preços. “O nosso objetivo é que os orgânicos tenham os mes-mos preços de mercado que os não orgânicos. Nossa estratégia é promover a produção orgâ-nica e a agricultura familiar, gerando desenvolvimento no meio rural, e dar acesso a um alimento de maior qualidade nutritiva e socioambiental.

A produção orgânica já não é cara. Temos uma política de crédito especí�ica para os or-gânicos e uma assistência téc-nica e de extensão rural”, disse Müller. Atualmente, segundo o MDA, o país tem registrado cer-ca de 90 mil famílias dedicadas à agricultura orgânica.

A responsável pela confe-rência Green Rio, Maria Beatriz Martins Costa, da empresa Pla-neta Orgânico, reforça a tese de que a produção orgânica está �icando cada vez mais barata e acessível a um segmento maior de consumidores, através dos ganhos de escala. “Um grande impulso que o mercado está tendo são as políticas públicas, na medida em que os agricul-tores familiares têm incentivo a entrar no setor orgânico. Um dos maiores grupos de super-mercado do Brasil registrou crescimento de 35% na venda de orgânicos em 2011, compa-rado com o ano anterior, que já vinha de um crescimento de 70% desde 2003, quando co-meçaram a trabalhar com pro-dutos orgânicos”, destacou Ma-ria Beatriz.

Mercado de orgânicos cresce, mas ainda enfrenta barreiras, dizem produtores

no desenvolvimento radicular da pupunheira”, comenta. Na prática, os fertilizantes orgâni-cos estimularam a produção da radículas, que são as maiores responsáveis para absorção de nutrientes. Além disso, melho-rou a estrutura �ísica do solo e otimizou a proliferação de mi-croorganismos bené�icos. “Me-lhorando a estrutura do solo, ocorreu melhor movimentação do ar, água e nutrientes do solo e troca catiônica”, aponta.

Como conclusão, a reutili-zação do esterco proporcionou melhor desenvolvimento da pu-punheira, sendo que o compos-to quali�icado como esterco suí-no obteve melhores resultados.

Um grupo de pesquisa-dores nos Estados Unidos identi�icou as alterações mo-leculares responsáveis pelo amadurecimento uniforme ca-racterístico da maioria dos to-mates à venda em supermer-cados e feiras. Essas alterações

fazem com que os tomates amadureçam no tempo certo para os vendedores, ganhando em aparência e aumentando as vendas. Mas o amadureci-mento uniforme também im-plica em redução no sabor do fruto, que acaba com “gosto

Cientistas descobrem por que tomates vistosos não são saborosos

a produção com base no ama-durecimento uniforme tem o efeito indesejado de promover o desenvolvimento inferior dos cloroplastos, que contêm a clo-ro�ila responsável por transfor-mar energia solar em açúcar. Ou seja, com a perda nos cloroplas-tos, cai também a produção de ingredientes fundamentais para o sabor do fruto.

“A informação a respeito do gene responsável pelo ama-durecimento em variedades selvagens e tradicionais forne-ce uma estratégia para tentar recapturar as características de qualidade que acabaram ex-cluídas involuntariamente dos modernos tomates cultivados”, disse Powell. Os autores do es-tudo sugerem que a manipula-ção dos níveis de GLK os de seus padrões de expressão podem eventualmente ajudar na pro-dução de tomates e de outros produtos agrícolas com melhor qualidade.

de papelão”, segundo a revista cientí�ica Science, que acaba de publicar os resultados do novo estudo.

Há mais de meio século os produtores têm desenvolvido e selecionado variedades de tomate com coloração verde clara e uniforme antes do ama-durecimento. Na nova pesquisa, Ann Powell, da Universidade da Califórnia em Davis, e colegas dos Estados Unidos, Espanha e Argentina identi�icaram que o gene responsável pelo amadu-recimento do tomate codi�ica um fator de transcrição denomi-nado GLK2. Esse fator, uma pro-teína que regula outros genes, aumenta a capacidade de o fru-to fazer fotossíntese, ajudando na produção de açúcares e de li-copeno, substância carotenoide que produz a cor avermelhada.

O problema é que a muta-ção responsável pelo amadu-recimento uniforme desativa o gene GLK2. O resultado é que

Agrícola

A produção paulista de la-ranja deve atingir 365,25 mi-lhões de caixas (de 40,8 kg) na safra agrícola 2011/12 (safra industrial 2012/13), com que-da de 5,1% frente à colheita anterior. É o que aponta o 4º le-vantamento de previsões e es-timativas de safras do IEA (Ins-tituto de Economia Agrícola) e da CATI (Coordenadoria de As-sistência Técnica Integral) Des-se total, 96% (352,50 milhões de caixas) são consideradas frutas comerciais. A área plan-tada soma 574,16 mil hectares, praticamente a mesma da safra anterior.

Os motivos apontados para a queda na produção são fato-res climáticos (baixa precipi-tação na época do pegamento, que reduziu a quantidade de frutos por planta da primeira �lorada) e maior incidência de doenças que vêm acometendo os pomares (pinta preta, can-cro cítrico e greening), pro-vocada também pela falta de

Safra paulista de laranja tem previsão de 365 milhões de caixasLevantamento da Secretaria de Agricultura aponta queda de 5,1% frente à colheita anterior

investimento nos tratos cultu-rais. A expectativa dos produto-res comerciais para essa safra quanto à produtividade média é de 670 caixas de 40,8 kg por hectare, segundo os responsá-veis pelo levantamento.

A produção de cana-de--açúcar está estimada em 414,1 milhões de toneladas, um acréscimo de 2% em relação à safra passada. A área plantada, de 5,99 milhões de hectares representa aumento de 2,6%, enquanto a produtividade deve crescer 1,2%.

A colheita de grãos deve al-cançar 6,9 milhões de tonela-das, um aumento de 8% sobre a safra anterior. Destaque para o maior volume de milho: 3,4 milhões de toneladas na safra de verão, ou 4,4% a mais, e 1,2 milhão de toneladas na safri-nha, ou 51,5% de acréscimo.

A íntegra da 4ª previsão de safra está disponível no site doIEA: www.iea.sp.gov.br.

PRODUÇÃO

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*Engenheiro agrônomo, doutorando em Ciências da Comunicação (ECA/USP), mestre em Comunicação e Práticas de Consumo (ESPM), pós-graduado em Desenvolvimento Rural e Abastecimento Alimentar Urbano (FAO/PNUD/CEPAL/IPARDES), sócio administrador da Hórtica Consultoria e Treinamento.

** Economista, pós-graduada em Comercialização Agrícola e Abastecimento Alimentar Urbano, sócia-administradora da Hórtica Consultoria e Treinamento.

Flores e plantas JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegóciojulho de 2012

Antonio Hélio Junqueira *Marcia da Silva Peetz **

As plantas bulbosas orna-mentais são aquelas espécies, que como o próprio nome já diz, reproduzem-se essencial-mente a partir de seus bulbos. São cultivadas tanto para cor-te, quanto para vasos, além de fornecerem mudas para utiliza-ção paisagística. As principais espécies atualmente produzi-das no Brasil são: alstroemé-ria (Alstroemeria sp.); amarílis (Hyppeastrum sp.); copo-de--leite (Zantedeschia sp.); gladí-olo (Gladiolus x grandiflorus); hemerocale (Hemerocallis sp.) e lírio (Lilium sp.), entre muitas outras.

Apenas pela listagem das espécies desse grupo já é pos-sível avaliar a sua importância econômica na floricultura co-mercial recente do País. Des-taca-se que o Brasil tem parti-cipado, inclusive, do mercado internacional de bulbos, espe-cialmente no comércio com a

Holanda. Trata-se de um mer-cado de mão dupla, no qual os produtos importados são aqui reproduzidos não apenas para reexportação, mas também para a produção interna de flo-res de corte e vaso. A balança brasileira de bulbos ornamen-tais tem se mantido historica-mente superavitária. No ano passado, as importações des-ses materiais genéticos atin-giram o montante de US$ 9,7 milhões, para uma exportação de US$ 16,4 milhões, acumu-lando, portanto, um diferencial positivo de US$ 6,7 milhões. Os bulbos ornamentais exporta-dos pelo Brasil concentram-se especialmente nas espécies e variedades de amarílis, gladío-los e caladium, o nosso popular tinhorão. As vantagens compa-rativas do País, no caso dessas mercadorias encontram-se na precocidade da produção, frente às condições ecológicas privilegiadas, além dos custos competitivos, o que favorece o sistema de importação e reex-portação adotada por algumas empresas brasileiras atuantes

no segmento. Além da Holan-da, os Estados Unidos também se destacam na importação de bulbos ornamentais brasilei-ros.

Na produção de lírios, esti-mam-se que sejam plantados anualmente no País, entre 20 e 22 milhões de bulbos, sendo 60% deles destinado ao merca-do de corte e os 40% restantes para a produção de flores enva-sadas. O tipo oriental represen-ta 70% do mercado e o asiático, 30%. As principais regiões pro-dutoras de lírio de corte estão concentradas nos platôs e nas montanhas dos estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Ja-neiro e Rio Grande do Sul. A oferta apresenta picos nos me-ses de setembro e dezembro. Já para os lírios envasados, a pro-dução se concentra prioritaria-mente no estado de São Paulo, nos municípios de Holambra, Jarinu, Campinas, Registro, Monte Mor, Jacareí, Atibaia e Cotia.

O mercado brasileiro para lírios em vasos é crescente, movimentando pouco mais de

O mercado brasileiro para bulbosas ornamentais

quatro milhões de unidades por ano, nos principais mer-cados atacadistas. A oferta é particularmente expandida no mês de maio, com foco na co-mercialização para o Dia das Mães, e em dezembro, para as ornamentações natalinas e de Ano Novo.

Para o mercado interno de corte são cultivados lírios que produzem flores nas colora-ções branca, amarela, verme-lha, laranja e rosa em diversas tonalidades e intensidades.

No caso dos lírios orientais, as principais cultivares plan-tadas são aquelas que produ-zem flores brancas. Já para os lírios asiáticos, a preferência recai sobre as flores de cor la-ranja, seguidas das amarelas e brancas. A observação do com-portamento dos consumidores aponta para a crescente prefe-rência pelas tonalidades fortes e marcantes, especialmente das cores laranja e amarelo-ouro.

Para comercialização do lí-rio de corte, o ponto mínimo é de um botão por haste, sendo que ele deve permitir, antes de

aberto, o reconhecimento da cor da flor. No caso da ocorrên-cia de apenas um botão viável por haste, as vendas devem se dar em maços de 10 hastes e o botão floral deve estar alinha-do na mesma direção da haste central da planta.

Já os lírios envasados são cultivados em potes 10, 12, 13, 14, 15, 16 ou 19. Para as primei-ras quatro dimensões, exige-se o número mínimo de uma haste para a comercialização. Para os potes 15, 16 ou 19, são exigidas três hastes. Quanto ao número de botões por vaso, para os lí-rios orientais são obrigatórios: dois botões, nos potes 13 e 14; quatro botões, nos potes 15 e 16 e seis botões no pote 19. Já para os lírios asiáticos, a regra é: três botões nos potes 13 e 14; oito nos potes 15 e 16 e dez bo-tões no pote 19.

Como padrão mínimo de co-mercialização, observa-se que para os lírios orientais, pelo menos um botão do vaso de-verá permitir o reconhecimen-to da cor da flor. Para os lírios asiáticos, é demandado um mí-nimo de três botões nestas con-dições. Note-se que a boa for-mação da planta exigirá que as hastes sejam distribuídas sem-pre de modo a comporem um triângulo no interior do vaso.

A inestimável importância do grupo das bulbosas orna-mentais para o mercado florí-cola brasileiro e sua crescente projeção no mercado interna-cional fez com que um grupo de pesquisadores brasileiros fosse convidado, pela primeira vez, a participar da edição do livro “Geophyte book”, que será pu-blicado em Israel em setembro deste. Esse grupo está compos-to pelos pesquisadores do IAC (Instituto Agronômico de Cam-pinas), Antonio Fernando Tom-bolato, Roberta Perry Uzzo, Giulio Stancato e Maria Amélia Vaz Alexandre, e pelos autores deste texto.

Nas próximas edições do JE, você confere mais algumas informações sobre esse grupo de espécies ornamentais e que constam da publicação interna-cional acima mencionada.

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SAFRA 2012/2013

Um jornal a serviço do agronegócioJORNAL ENTREPOSTO

O Plano Agrícola e Pe-cuário 2012/2013, lançado no dia 28 de junho, dispo-nibilizará, a partir deste mês, R$ 115,2 bilhões para a agricultura empresarial. De acordo com o governo, os focos do pacote são o médio produtor, as coope-rativas rurais e a produção sustentável. Para o médio produtor, o crédito de R$ 6,2 bilhões oferecido na sa-fra atual foi ampliado para R$ 7,1 bilhões, com taxas de juros caindo de 6,25% para 5% ao ano. A maior parte, R$ 4 bilhões, será destinada a investimentos.

A renda bruta anual má-xima para enquadramento no Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) foi eleva-da de R$ 700 mil para R$ 800 mil e o limite de crédi-to, que era R$ 400 mil, passa para R$ 500 mil.

No ano mundial do coo-perativismo, o governo au-mentou o limite de financia-mento por cooperativa de R$ 60 milhões para R$ 100 milhões dentro do Progra-ma de Desenvolvimento Co-operativo para Agregação de Valor à Produção. Agro-pecuária e de R$ 25 milhões para R$ 50 milhões para capital de giro no Programa de Capitalização de Coope-rativas Agropecuárias. Já o Programa Agricultura de Baixo Carbono (ABC), com poucos contratos na safra passada e que nesta conse-guiu superar a barreira de R$ 1 bilhão em contratos, teve, mesmo assim, seu vo-lume de recursos ampliado de R$ 3,15 bilhões para R$ 3,4 bilhões e é considerado uma prioridade de governo.

Do total de crédito fi-nanciado com recursos pú-blicos, R$ 86,9 bilhões se destinam às operações de custeio e comercialização e R$ 28,2 bilhões a investi-mentos, com taxa anual de juros de 5,5% ao ano. Para o custeio, o limite de financia-mento passa de R$ 650 mil para R$ 800 mil por produ-tor e, para comercialização, de R$ 1,3 milhão para R$ 1,6 milhão.

O governo manteve, no novo plano, o compromisso de utilizar os mecanismos de apoio à comercialização dos produtos do agronegó-cio com base em estimati-vas do custo variável. Além disso, para contemplados na Política de Garantia de Preços Mínimos, está pre-visto o aumento de vários produtos em nível nacional e regional.

Mais crédito oficial para médios produtores e cooperativas ruraisA maior parte, R$ 4 bilhões, será destinada a investimentos

JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegóciojulho de 201212 Agrícola

Governo quer criar agência para prestar assistência aos produtores

A presidente Dilma Rous-seff informou que o governo federal pretende criar uma agência para cuidar da área de assistência técnica e extensão rural. Segundo ela, o objetivo é suprir a fragilidade do país na área e disseminar boas práti-cas agrícolas. Ao discursar no lançamento do Plano Agrícola e Pecuário 2012/2013, lançado no dia 28 de junho, Dilma disse também que o governo traba-lha em um Plano Nacional de Armazenagem.

“Temos uma certa fragilida-de na área de assistência técni-ca e extensão rural. O governo está construindo uma políti-ca para essas áreas e estamos pensando na criação de uma agência capaz de de providen-ciar e disseminar as melhores práticas a partir de protocolos e pacotes tecnológicos, criando e especializando um grupo de agentes públicos que terá liga-ção com os órgãos de extensão estaduais e cooperativas. Esse talvez seja um dos maiores de-safios do meu governo”, disse ela na cerimônia.

Ao falar sobre a criação da

agência, após a solenidade, o ministro da Agricultura, Men-des Ribeiro Filho, lembrou que o país dispõe da Empresa Brasi-leira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) para fazer estudos

na área. Segundo ele, o ramo da assistência técnica também precisa de um órgão específico. A ideia é que as duas agências trabalhem de forma articulada.

O plano prevê R$ 115,2 bi-

“Não haverá restrição de recur-sos caso os R$ 115 bilhões não cheguem até o final da safra.” O valor previsto no plano supera o montante destinado ao setor no ciclo 2011/2012, R$ 107,2 bilhões. A taxa de juros de re-ferência das operações foi re-duzida de 6,75% para 5,5% ao ano. Dilma ainda destacou a im-portância da agricultura para o enfrentamento da crise econô-mica internacional e conside-rou que não há contradição en-tre a preservação ambiental e a agricultura comercial. Ela citou dados sobre o crescimento da produção com pouco avanço da área ocupada.

“Conseguimos crescer nos-sa agricultura em 180% e, ao mesmo tempo, ter um cresci-mento de cerca de 30% da área ocupada. Isso é crucial porque mostra que somos capazes de crescer com uma área relati-vamente reduzida, mostra que o crescimento não é incompa-tível com preservação ambien-tal”, disse acrescentando que o Brasil tem 60% dos biomas flo-restais intocados, mesmo sen-do a maior potência agrícola.

lhões para financiar a agricul-tura comercial. A presidenta informou que, caso esse cré-dito seja todo gasto antes do término da vigência do plano, mais recursos serão liberados.

Um convênio entre o Mi-nistério do Desenvolvimento Agrário e a Organização para a Agricultura e a Alimentação das Nações Unidas (FAO) destinará R$ 3 milhões para promover um conjunto de ações que for-taleçam a agricultura familiar na América Latina e em países do Caribe.

O acordo foi firmado em um seminário internacional sobre o assunto, na esfera do desen-volvimento sustentável, dentro da programação da Rio+20, a Conferência das Nações Unidas para a Sustentabilidade, reali-zada em junho.

As políticas públicas bra-sileiras, no âmbito da agricul-tura familiar, vão servir como exemplo para outras nações implementarem seus próprios mecanismos de produção. “As pessoas já veem e querem sa-ber como funciona. Esses paí-ses podem adaptar as políticas

Brasil assina acordo com FAO para investir R$ 3 milhões na agricultura familiar

públicas que desenvolvemos aqui”, destacou o ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas.

Vargas disse que é de inte-resse do Brasil que os países envolvidos no convênio de-senvolvam programas que es-timulem as atividades rurais produtivas como forma de im-pulsionar o crescimento econô-mico. “Quando esses países se fortalecerem nas políticas da agricultura familiar nós vamos nos beneficiar com isso. Pre-cisamos que nossos vizinhos entrem em uma rota de cresci-mento econômico e de inclusão social, como o Brasil vem viven-ciando nos últimos anos”, disse.

O ministro acredita que a agricultura familiar é a grande alternativa para a erradicação da pobreza no país e no mundo. “O Brasil é o típico caso. Mais de 70% dos alimentos consumi-dos pela população brasileira

são produzidos por 4,3 milhões de agricultores familiares que produzem de forma mais sus-tentável e geram mais trabalho no campo”, explicou Vargas, acrescentando que 74% do tra-balho do campo é gerado pelos empreendimentos familiares.

Já o diretor-geral da FAO, José Graziano, disse que, a par-tir do segundo semestre, será incluído, na pauta do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), o tema da segurança alimentar. “Há uma relação muito forte en-tre segurança alimentar e paz. Se a gente olhar os países que têm conflitos, guerras internas, todos eles têm um problema crônico de fome”, observou.

Sobre a erradicação da ex-trema pobreza no país, o minis-tro Pepe Vargas informou sobre a existência de um esforço para que até 2014 esse desafio tenha sido superado.

Políticas públicas brasileiras servirão como exemplo para outros países implementarem seus mecanismos de produção

FabioRodriguesPozzebom/ABr

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ABASTECIMENTO ALIMENTAR

Um jornal a serviço do agronegócioJORNAL ENTREPOSTO

Dirigentes de centrais de abastecimento do Bra-sil estiveram no Ministério da Agricultura, em junho, para apresentar o Plano Nacional de Abastecimento (PNA). O texto, elaborado por técnicos de várias Cea-sas contou também com a participação do secretário executivo do Mapa, José Carlos Vaz e será analisado pelo Secretário de Políti-ca Agrícola do Ministério, Caio Rocha.

O documento traz um conjunto de propostas de ações governamentais a serem adotadas, visando à promoção e ao desenvolvi-mento do abastecimento e da segurança alimentar no país. De acordo com a Abra-cen (Associação Brasileira das Centrais de Abasteci-mento) , o ponto de partida sugerido é a criação de um órgão capaz de articular as ações das centrais e criar uma diretriz estratégica para o abastecimento na-cional. Para o presidente da Abracen e da CeasaMi-nas, João Alberto Paixão Lages, esta é uma grande oportunidade para as cen-trais de abastecimento e deve revitalizar o setor.

O PNA foi escrito por técnicos de várias centrais de abastecimento, entre elas, a do Acre, do Ceará, de Minas Gerais, Pernambu-co, Rio Grande do Sul e São Paulo, incluindo a Ceasa Campinas e Ferbrás.

Os artigos abordam temas de interesse do se-tor, como rastreabilidade dos produtos hortícolas, adequação de embalagens e capacitação de agentes. Cada texto mostra um pa-norama da situação atual do assunto no Brasil e no mundo e apresenta pro-postas de ações para o de-senvolvimento do tema no PNA. Também participa-ram da redação desses ar-tigos Altivo Cunha, repre-sentante da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) no Chile e Newton Júnior, gerente de Moder-nização do Mercado Hor-tigranjeiro da Conab. En-quanto o primeiro propõe a criação de uma Secretaria Nacional de Abastecimen-to, vinculada ao Mapa, para gerir o PNA, o segundo pro-põe a adoção do Sistema de Informações de Mercados de Abastecimento do Bra-sil (Simab) por todas as centrais de abastecimento do país, para facilitar o en-tendimento do mercado.

Ceasas apresentam propostas para Plano de AbastecimentoDocumento sugere adoção de ações governamentais para desenvolver a segurança alimentar

Ceasas

14 Agrícola JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegóciojulho de 2012

Há mais de 20 anos, o pesquisador Paulo Ma-zzafera tenta criar uma

variedade de café naturalmen-te sem cafeína e viável de ser cultivada em escala comercial. O trabalho foi destacado na re-vista Nature do dia 15 de março deste ano. Em dois momentos, Mazzafera, professor titular do Departamento de Biologia Ve-getal do Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), chegou a acreditar que havia alcança-do seu objetivo. O primeiro foi em 2004, quando em parceria com Maria Bernadete Silva-rolla, pesquisadora do Institu-to Agronômico de Campinas (IAC), descobriu algumas plan-tas originárias da Etiópia que, graças a mutações naturais, eram livres de cafeína.

Como as plantas eram da espécie Coffea arabica, conside-rada a de melhor sabor e maior valor comercial, a descoberta parecia promissora. Em publi-cado na Nature em 2004, o gru-po descreveu que as variedades etíopes tinham uma alteração na etapa final do processo bio-químico que transforma a teo-bromina – substância diurética e levemente estimulante – em cafeína.

“Ficamos extasiados. Sabí-amos que as plantas encontra-das não eram muito produtivas, mas sendo C. arabica acháva-mos que seria fácil fazer cruza-mentos e transmitir essa carac-terística (a ausência de cafeína) para cultivares mais produti-vos”, disse Mazzafera.

Mas não foi tão simples as-sim, pois os cruzamentos fa-ziam com que os descendentes recuperassem sua capacidade de sintetizar a cafeína.

A equipe do IAC ainda não perdeu a esperança e mantém a linha de pesquisa com coorde-nação de Silvarolla. Mazzafera decidiu tentar uma nova abor-dagem: tratar sementes de C. arabica – de uma variedade co-mercial conhecida como Catuaí Vermelho – com substâncias ca-pazes de alterar o DNA da plan-ta. Em uma pesquisa financiada pela Fapesp, entre 2006 e 2008, quase 30 mil sementes foram expostas a dois agentes muta-gênicos – azida sódica e metano sulfonato de etila –, na esperan-ça de que o gene responsável pela síntese de cafeína fosse afetado em alguma delas.

Entre milhares de plantas analisadas, cinco mostraram ser boas candidatas e Mazza-fera, mais uma vez, achou estar perto de alcançar a meta. “Fi-quei empolgado, pois havia ob-tido uma variedade potencial-mente muito produtiva, como o Catuaí, e sem cafeína.”

Pesquisador tenta criar variedade de café naturalmente descafeinado

Agência Fapesp

Mas durante os primeiros testes o pesquisador notou que as flores da planta mutante abriam antes da hora, deixan-do-a mais suscetível a receber pólen de variedades com teor normal de cafeína. “A poliniza-ção cruzada acaba restaurando o teor de cafeína. Para evitar isso, seria preciso isolar a plan-tação em um raio de 2 quilô-metros, o que seria inviável”, contou.

A equipe sequenciou o gene da cafeína sintase na planta mutante e verificou que ele estava normal, mas tinha pou-ca expressão. “Provavelmente, atingimos um fator de transcri-ção, ou seja, um gene que con-

trola a expressão do gene da cafeína sintase e também con-trola algum gene relacionado à abertura das flores”, explicou Mazzafera.

Alternativa transgênica

Há três anos, a equipe tenta corrigir o problema por meio de novos cruzamentos. Parale-lamente, busca entender me-lhor o funcionamento do fator de transcrição afetado pelos mutagênicos.

“Temos dois bons candida-tos. Vamos silenciar esses ge-nes em uma planta normal para comprovar se, de fato, eles con-trolam tanto a síntese de cafeí-

na como a abertura das flores. Uma segunda etapa seria fazer com que eles controlassem apenas a síntese de cafeína”, ex-plicou Mazzafera.

Ainda que obtenham suces-so, os pesquisadores teriam de vencer o tabu relacionado ao consumo de alimentos transgê-nicos para transformar o resul-tado da pesquisa em um produ-to de valor comercial.

Grupos de outros países também tentaram, sem suces-so, desenvolver uma planta de café descafeinada por meio de engenharia genética, como apontou a reportagem da Na-ture. Como o mercado de des-cafeinados movimenta cerca de

U$ 2 bilhões por ano, a busca dos cientistas não dá sinais de enfraquecimento, mesmo com os sucessivos reveses.

“Muitas pessoas não tomam café porque não querem sentir os efeitos estimulantes da cafe-ína e, ao mesmo tempo, acham o gosto do café artificialmente descafeinado ruim”, disse Ma-zzafera.

Isso ocorre porque os pro-cessos existentes atualmente para extrair a cafeína removem também outras substâncias do café, como os ácidos fenólicos e clorogênicos.

E essas substâncias são im-portantes para garantir não somente o aroma e o sabor da bebida como também seu efei-to antioxidante.

“Se conseguirmos criar uma variedade de café sem cafeína que mantenha as demais carac-terísticas do C. arabica, muito mais gente vai passar a tomar café”, opinou Mazzafera.

Novas pesquisas

Enquanto isso não ocorre, o pesquisador se dedica também a melhorar o processo de trans-formação da cana-de-açúcar em biocombustível. Mazzafera estuda fatores ambientais que influenciam a síntese de lignina na planta.

“Um dos fatores que dificul-tam a transformação do bagaço da cana em etanol de segunda geração é a lignina”, explicou. A substância é responsável pela rigidez, impermeabilidade e re-sistência dos tecidos vegetais, mas também dificulta a fer-mentação da celulose.

“As plantas não sobrevivem sem lignina, mas talvez seja possível modificar a substância ou reduzir seu teor.

A ideia é tornar o bagaço mais digerível para os micror-ganismos ou tornar mais fácil a extração da lignina por outros processos químicos”, disse Ma-zzafera.

Em outro projeto recente-mente aprovado em uma cha-mada da Fapesp e da Agilent Technologies, Mazzafera e sua equipe vão estudar como a va-riação de temperatura e as al-tas concentrações de dióxido de carbono na atmosfera in-fluenciam a síntese de lignina em duas espécies de eucalipto.

“A Eucalyptus globulus, na-tiva de regiões frias, tem um rendimento maior de celulose do que a Eucalyptus grandis, espécie que existe no Brasil. De alguma forma o clima altera a estrutura da lignina da planta. Nosso objetivo é fazer com que a E. globulus consiga se adaptar a climas mais quentes, o que interessa ao mundo inteiro no atual contexto de aquecimento global”, disse.

CAFÉ

Agrícolajulho de 2012 15Um jornal a serviço do agronegócioJORNAL ENTREPOSTO

O Brasil deve se tornar o maior consumidor mundial de café até o fim deste ano, des-bancando os Estados Unidos, que ocupa o posto desde o final do século 19. Para que as es-timativas da Abic (Associação Brasileira da Indústria de Café) se confirmem, é preciso que o país mantenha o ritmo de cres-cimento de consumo na faixa de 4% a 5% ao ano e que esse índice mantenha a tendência de estagnação nos EUA.Apesar de estar em segundo lugar no ranking dos mercados consumi-dores, o Brasil é o maior produ-tor mundial do grão. Em 2011,

o consumo interno foi de 19,7 milhões de sacas, com cresci-mento de 3,11%, ante 1,5% da média mundial. Os números representam uma mudança no foco da produção nacional, que costumava exportar os grãos de melhor qualidade. De acordo com o presidente do Sindicato da Indústria do Café do Espí-rito Santo, Sérgio Brambilla, a estabilidade econômica e o au-mento do poder aquisitivo da população são alguns dos itens que explicam o aumento do con-sumo no Brasil. “A exposição de boa variedade em gôndolas de supermercado e o movimento

da implantação de microtorre-fadoras em solo nacional, tam-bém ajudaram nesse processo”, afirma. Dados da Abic mostram que o hábito de consumir o café fora de casa cresceu cerca de 307%, graças ao número de cafeterias, que chegou a 3,5 mil unidades no país. “As indústrias estão investindo na melhoria da qualidade do produto e o consu-midor está reagindo a esta ofer-ta diferenciada, como cafés Tra-dicionais, Superior e Gourmet. A população está conhecendo a diversidade, consumindo-a e ficando mais exigente”, analisa Brambilla.

Brasil será o maior mercado consumidor de café em 2012

A Embrapa (Empresa Bra-sileira de Pesquisa Agropecuá-ria) patenteou uma técnica que promete aprimorar e agilizar o desenvolvimento de plantas geneticamente modificadas de café com frutos de melhor qua-lidade e preços mais competiti-vos. O Brasil é o maior produtor mundial, com 36% do mercado global, e o segundo maior consu-midor do produto. A patente foi depositada no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi) com o nome de “Composições e métodos para modificar a ex-pressão de genes de interesse”.

A técnica se baseia no estudo de uma parte do gene, denomi-nada promotor, que é respon-

Embrapa patenteia técnica para modificar genes em café

sável pela definição de onde, quando e em que condições as características desejadas vão se manifestar na planta. O objetivo é selecionar os promotores de interesse e disponibilizá-los em um catálogo de promotores para as instituições de pesquisa brasi-leiras.

Atualmente, para se desen-volver uma planta modificada geneticamente, os cientistas nor-malmente utilizam promotores constitutivos. Isso significa que o gene que foi inserido no transgê-nico vai se manifestar em todas as partes da planta, em todas as etapas do desenvolvimento e independentemente das condi-ções externas. Nessa situação, a

TECNOLOGIA TIPO EXPORTAÇÃO

planta gasta energia produzindo excessivamente uma proteína que não é necessária na planta inteira e o tempo todo.

A nova tecnologia permite que o gene que foi inserido se expresse apenas no endosperma - tecido de armazenamento que garante a nutrição do embrião em desenvolvimento - do fruto, a parte consumida do grão da planta transformada. “Isso é útil para a introdução de caracterís-ticas relacionadas à qualidade nutricional, características orga-nolépticas (sabor, aroma, textu-ra), por meio da alteração espe-cificas no grão de café”, informa Luiz Filipe Pereira, pesquisador da Embrapa Café.

As vendas externas do café representaram US$ 3,2 bilhões em divisas, de janeiro a junho de 2012, com participação de 7,1% do total exportado pelo agronegócio. O café está na quinta colocação na pauta das exportações brasileiras desde 2007. O volume embarcado no semestre teve uma redução de 23%, de 11,1 milhões de sacas de 60 quilos, ante 14,5 milhões de sacas no período de 2011. As vendas ficaram em US$ 2,83 bilhões, recuo de 22% em re-lação ao período anterior que foram US$ 3,63 bilhões.

O resultado faz parte do In-forme Estatístico do Café publi-cado mensalmente pelo Minis-tério da Agricultura.

De acordo com o relatório, o volume embarcado do café verde, que representa 88% do total das exportações do grão, registrou US$ 2,83 bilhões. O principal comprador desse produto continua sendo a Ale-

manha, seguido dos mercados americano, italiano e japonês.

Já o café solúvel contribuiu com 11% dos embarques e re-gistrou US$ 317 mil no primei-ro semestre deste ano.

Os principais importadores são a Rússia, Estados Unidos e Japão. O torrado e moído (US$ 9 mil) e extratos e concentra-dos de café (US$ 13,7 mil), correspondem a 1% do total vendido, principalmente, em mercados como do Japão, Es-tados Unidos, Coreia do Sul e Itália.

O segundo levantamento de produção de café arábica e co-nilon para a safra 2012, divul-gada em maio pela Companhia Nacional de Abastecimento, indica que o País deverá colher 50,45 milhões de sacas de 60 quilos do produto beneficiado, em uma área de 2,1 milhões de hectares. O consumo brasilei-ro de café está estimado para 2012 em 20,4 milhões de sacas.

Café participa com 7,1% nas vendas externas do agronegócio

julho de 2012 17JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegóciojulho de 201216 Um jornal a serviço do agronegócio

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julho de 2012 17JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegóciojulho de 201216 Um jornal a serviço do agronegócio

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18 JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegóciojulho de 2012

Estância Alto da Serra recebe grandes nomes da música

Estabelecida numa área de 250 mil metros quadrados cer-cada pela Mata Atlântica, a 20 quilômetros de São Paulo - em São Bernardo do Campo - a casa noturna Estância Alto da Serra vai além de receber baladeiros que viram a madrugada ao som de música sertaneja e pagode. A infraestrutura oferecida é a de um verdadeiro complexo de entretenimento, com capacida-de para a realização de grandes eventos com qualidade de ser-viço e bom atendimento.

Com oito mil metros qua-drados e capacidade para cinco mil pessoas sentadas ou doze mil pessoas em pé, a Arena é o local onde acontecem os shows.

Rodeada pelos camarotes, já re-cebeu grandes nomes da músi-ca brasileira como Chitãozinho & Xororó, Zezé di Camargo & Luciano, Victor & Léo, Bruno & Marrone, Roupa Nova, Jorge & Mateus, João Bosco & Vinicius, Michel Teló, Ivete Sangalo, Chi-clete com Banana, Asa de Águia, Exaltasamba, Claudia Leitte, Inimigos da HP, Zeca Pagodinho e Dudu Nobre.

A banda americana de coun-try rock Creedence Clearwater Revival também já se apresen-tou no local. No dia 14 de ju-lho, a cantora Paula Fernandes (foto) lotou a casa, interpretan-do canções do seu novo disco, Meus Encantos.

Os ambientes da Estância Alto da Serra são versáteis e permitem a realização de festas particulares, confraternizações familiares, treinamentos em-presariais, convenções e casa-mentos. Adegas, lojas, cafeteria, telões, auditórios, espaços gas-tronômicos, uma extensa carta de vinhos e a proximidade com a natureza, promovem um es-paço agradável e completo.

A casa segue os conceitos de acessibilidade, dispõe de esta-cionamento e oferece seguran-ça aos clientes.

Próximos eventosBoi no Rolete - 22 julho - 11hR$ 29,00 por pessoaR$ 10,00 Criança de 4 a 10 anosCharlie Brown Junior 11 de agosto – 21hPreço: PISTA R$40,00

Serviço:Endereço: Estrada Névio Carlo-ne, nº 3 – Riacho Grande – São Bernardo do Campo - Altura do km33 da Estrada Velha de SantosTelefone: (11) 4101.5000Funcionamento: sexta-feira, sábado e domingo (intercalados)Forma de pagamento: Todos os cartões e dinheirowww.estanciaaltodaserra.com.br

As principais tendências e perspectivas relacionadas às tecnologias de alimentos, que podem contribuir com a melhoria da qualidade do que é oferecido ao mercado pelas empresas do setor, é o principal tema de uma das mais recentes produções editoriais da Embrapa In-formação Tecnológica realizada em parceria com a Embrapa Agroindústria de Alimentos (Guaratiba/RJ), responsável pela organização do conteúdo.

O livro “Tecnologia de Alimentos e Inova-ção: tendências e perspectivas” reúne as tec-nologias desenvolvidas especialmente para o setor, entre as quais as não-térmicas ou as mais e�icientes na aplicação de calor, abran-gendo alta pressão, pulsos elétricos, tratamen-to ôhmico, luz pulsante, irradiação, tecnologias de membranas, entre outras. Também são apresentadas técnicas pós-colheita e de pro-cessamento mínimo, bem como tendências em métodos usuais, como processos térmicos e secagem.

Ao �inal, é feita uma análise sobre o impac-to desses novos métodos de processamento de alimentos no que diz respeito ao mercado consumidor.

Para que o Brasil consolide sua posição de produtor, consumidor e exportador de alimen-tos é necessário que garanta a inocuidade e a segurança dos alimentos, alerta a publicação.

Publicação da Embrapa discute

rumo da agroindústria de alimentos

Agência Brasil

O Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) assinou no dia quatro de julho proto-colo de intenções com o chef de cozinha Alex Atala para promover o fortalecimento da co-mercialização de produtos da agricultura fa-miliar. Atala vai ajudar o ministério a ampliar a participação desses produtos no mercado gas-tronômico nacional. A parceria deve aumentar também a comercialização dos itens da agri-cultura familiar na rede varejista.

“Queremos mostrar para o mercado gas-tronômico que a agricultura familiar tem exce-lentes produtos a preços acessíveis. Faremos a aproximação entre o produtor e o consumidor. A proposta vai dinamizar a economia local”, a�irmou o ministro do Desenvolvimento Agrá-rio, Pepe Vargas.

De acordo com Pepe Vargas, não há repas-se de recursos na parceria. “O Alex Atala já é uma pessoa com visão de fortalecimento dos produtos da agricultura brasileira. Tem uma identidade com os produtos e já trabalha com eles. Vai nos ajudar a quali�icar e capacitar es-ses produtores”, disse o ministro.

Cerca de 500 cooperativas e associações cadastradas na Rede Brasil Rural podem ser favorecidas. Ao total, mais de 200 mil agricul-tores familiares participam da rede.

MDA quer inserir agricultura familiar

no mercado de gastronomia

julho de 2012 19QualidadeUm jornal a serviço do agronegócioJORNAL ENTREPOSTO

Anita de Souza GutierrezCQH-Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp

Pesos e medidas para frutas e hortaliças

Frutas e hortaliças frescas são alimentos especiais e a sua melhor qualidade acontece no momento da colheita. Todos os esforços pós-colheita apenas conseguem conservar a quali-dade da colheita e retardar a senescência do produto. Como não existe transformação in-dustrial entre a produção e o consumo, o seu fabricante é o próprio produtor.

A comercialização das frutas e hortaliças frescas é uma corri-da contra o tempo. No momen-to da colheita, o conteúdo de água das frutas e hortaliças está entre 85 e 95%, dependendo do produto. Depois da colheita cessa o abastecimento de água pelas raízes da planta. O meta-bolismo das frutas e hortaliças frescas é intenso nas condições normais de comercialização, no atacado e no varejo. Elas conti-nuam vivas, respirando, trans-pirando, perdendo água, fres-cor, turgescência.

Alguns produtores estão in-vestindo na construção de sua marca. A marca é a promessa da empresa de atender às ex-pectativas dos seus clientes, pois cria uma relação forte, es-tável e de longa duração entre a empresa e o seu cliente final, além de fortalecer o produtor na negociação com as grandes

corporações. O investimento na construção da marca exige um grande investimento na melho-ria e garantia da qualidade e na diferenciação do produto. Cada unidade precisa portar uma identificação que a diferencie na gôndola do varejo e que per-mita o seu reconhecimento pelo consumidor e que garantirá também a sua rastreabilidade até o local de produção.

A Portaria Inmetro nº 157, de 19 de agosto de 2002, apro-vou o Regulamento Técnico Metrológico, estabelecendo a forma de expressar o conteúdo líquido a ser utilizado nos pro-

dutos pré-medidos, que exige a colocação da indicação quanti-tativa do conteúdo líquido dos produtos pré-medidos na rotu-lagem.

As empresas, que utilizam uma proteção especial para di-ferenciar o seu produto e para proteger a sua marca, estão sendo autuadas por não por-tar indicação quantitativa, pela não obediência ao disposto nos artigos 1º e 5º, da Lei no 9933/1999, c/c o Item 14 da Regulamentação Metrológica, aprovada pela Resolução Con-metro n º 01/1988 e subitem 3.1 do RTM, aprovado pelo Art.

1º da Portaria Inmetro n 1º 157/2002. A diversidade de tamanhos e formatos é grande e própria da produção de frutas e hortaliças frescas. Cada produ-to, na sua colheita, tem massa e características próprias que afetarão o seu desempenho pós-colheita.

A uniformidade e a homoge-neidade rigorosas são impossí-veis num processo biológico de produção. O alto conteúdo de água do produto e as condições de baixa umidade relativa na pós-colheita aceleram e tornam impossível a previsão da perda de água e de massa.

É imprescindível que o In-metro determine que as frutas e hortaliças frescas, na venda ao consumidor, independente do tipo de embalamento, sejam pesadas e medidas na presen-ça do consumidor, não sendo enquadradas como itens pré--medidos.

O Brasil precisa também criar, a exemplo de outros pa-íses, uma regulamentação es-pecial de pesos e medidas para as frutas e hortaliças frescas, tendo em vista as suas peculia-ridades.

As câmaras setoriais de fruticultura e de hortaliças do Ministério da Agricultura reú-nem representantes de todos os agentes de produção e de comercialização com o objetivo de definir estratégias e ferra-mentas conjuntas de melhoria. A criação de um grupo de tra-balho de pesos e medidas, com o apoio do Inmetro, com repre-sentantes das duas Câmaras, é o melhor caminho para a cons-trução de um ‘Regulamento de Pesos e Medidas para Frutas e Hortaliças Frescas’, calcada na realidade brasileira e nas carac-terísticas especiais das frutas e hortaliças frescas, sem perder de vista a missão do Inmetro: ‘Prover confiança à sociedade brasileira nas medições e nos produtos, através da metrologia e da avaliação da conformidade, promovendo a harmonização das relações de consumo, a ino-vação e a competitividade do País’.

Relatório do Ministério da Agricultura dos Estados Unidos, publicado em 2010, mostra al-guns dados interessantes.

O Japão é um grande mercado para as frutas e os seus consumi-dores gastam US$ 10 bilhões por ano, em preços de atacado, adqui-rindo frutas frescas e preservadas, Os EUA, segundo maior exporta-dor de frutas para o Japão expor-tou, em 2009, US$ 440 milhões, o que corresponde a 10% da expor-tação americana de frutas. A de-manda por frutas no Japão parece estar diminuindo, assim como a sua população de 127 milhões. O consumo de frutas como citros e maçã está declinando e o de frutas menos tradicionais, como o mirti-lo, está crescendo.

A produção de frutas caiu 20%, quando comparadas às mé-dias dos anos de 1994-1996, com as de 2004-2006. A fruta de maior produção é a unshu (tangerina Satsuma), seguida por maçã, me-lão, pera, uva, morango e pêssego. A área plantada com estas frutas vem caindo. A cereja é a única fru-ta que apresenta crescimento da

área plantada. A quantidade de frutas e nozes importadas pelo Ja-pão cresceu 9% entre os períodos de 1994-96 e 2006-06. O Japão não tem áreas extensas adequa-das para o cultivo de frutas tro-picais e a alta umidade é uma barreira à produção de frutas. As bananas são as frutas de maior volume, seguida pelos citros. As Filipinas são a principal origem das frutas importadas (40% do valor em 2008), seguida pelos EUA (25%)

A produção de frutas no Japão enfrenta problemas estruturais: alta proporção de agricultores idosos poucos jovens, infraestru-tura de produção ineficiente e es-cassez de liderança agrícola.

O Censo de 2005 levantou 300 mil propriedades agrícolas que produzem frutas. Destas, apenas 48 mil foram classificadas como ‘business farms’, propriedades que mais de 50% da renda do proprietário vem da atividade agrícola e que pelo menos um dos membros da família gastou mais de 60 dias de serviço nas ativida-des agrícolas.

Frutas no Japão

Relatório do Ministério da Agricultura dos Estados Unidos, publicado em 2010, trazdados da fruticultura japonesa

Os produtores e trans-formadores de batata, nos Estados Unidos e no Cana-dá, se juntaram e criaram uma fundação científica para divulgar os benefícios do produto, em parceria com organizações de pro-fissionais de saúde. A as-sociação mantém médicos, nutricionistas, educadores e outros profissionais de saúde, informados sobre as mais recentes pesquisas e conhecimentos sobre a nu-trição, consumo e disponi-bilidade da batata.

Produtores de batata criam

fundação para divulgar benefícios

do alimento

QUALIDADE

20 Qualidade JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegóciojulho de 2012

Os cogumelos que consumi-mos são corpos de fruti�icação de fungos, que crescem sobre o solo. Existem milhares de tipos de cogumelos cultivados e sel-vagens, comestíveis ou não.

Os cogumelos são alimentos reverenciados pelas culturas asiáticas por seus bene�ícios à saúde, há milhares de anos. Os faraós do Egito, 4600 anos atrás, restringiram o consumo de cogumelos à realeza. Eles acreditavam que os cogumelos eram o caminho da imortalida-de. Em muitos países do mundo existem rituais que utilizam co-gumelos para conseguir força sobre humana e para encontrar objetos e o reino dos deuses.

Os cogumelos fazem parte do grupo nutricional das hor-taliças, mas podem fazer parte do grupo das carnes, feijões e cereais. São alimentos de bai-xa caloria, livres de gordura e de colesterol, com teor de sódio muito baixo, ricos em nutrientes muito importantes como selênio, potássio, ribo-�lavina, niacina, vitamina D e B. Eles possuem alto conteúdo de proteína – 2 a 3%. O cogumelo seco possui conteúdo de prote-ína semelhante à carne – 20 a 30%. A produção e o consumo mundial de cogumelos estão crescendo e giram em torno de 3 milhões de toneladas e 10 bi-lhões de dólares.

O abastecimento de cogu-melo nos Estados Unidos cres-ceu de 111 milhões de quilos (20% importado) em 1969, para 507 milhões de quilos em

Cogumelo pode substituir carne?

Anita de Souza Dias GutierrezCQH-Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp

2009 (29% importado) – um crescimento de 357%, enquan-to a população cresceu 51% de 204 para 309 milhões de habi-tantes.

A organização dos produto-res americanos é uma das gran-des responsáveis pelo aumento de consumo -cinco vezes maior que o da população. Em 1941 foi criado o Instituto America-no de Cogumelo no estado da Pensilvânia, com o objetivo de promover o consumo de cogu-melos através de pesquisa, pro-paganda, publicidade, educa-ção do consumidor e relações com o governo. Em 1985 foi criado a Associação Nacional dos Produtores de Cogumelo para promover a venda de mo-rangos nacionalmente.

O Comitê de Promoção e Desenvolvimento do Cogu-melo foi criado em 1993, por solicitação dos produtores de cogumelo, ao Ministério da Agricultura dos EUA, e é sus-tentado pelo recolhimento de uma taxa por caixa de cogume-lo comercializada, estabelecida pelos próprios produtores. O relatório do seu desempenho em 2011 e os seus planos para 2012 podem ser encontrados em http://mushroomcoun-c i l . o r g / w p - c o n t e n t /uploads/2012/05/2011-An-nual-Report-Audit-Report.pdf. A “Lei de promoção de produ-tos agrícolas” é a lei federal, nos Estados Unidos, que garante o estabelecimento e operação de um programa de promoção de um determinado produto agrí-cola e que inclui uma combina-ção de atividades de promoção, de pesquisa e de informações de produção e consumo, geren-

ciado pelos produtores e seus primeiros compradores, manti-da com recursos originários de contribuições acertadas na sua criação de produtores e proces-sadores, sob supervisão do Mi-nistério da Agricultura.

Agora o Comitê de Promo-ção e Desenvolvimento de Co-gumelos está incentivando os consumidores a substituírem uma parte da carne por cogu-melo, na sua alimentação O co-gumelo é uma opção mais sau-dável e mais barata que a carne. Hamburgers podem ser feitos com uma mistura de 50% carne e 50% cogumelos. Cogumelos são baixos em calorias e cheios de nutrientes e oferecem a tex-tura o e os abro da carne por um preço mais baixo. É só visi-tar o site www.mushroominfo.com/mushroom-swapability e você encontrará muitas recei-tas de como melhorar e substi-tuir a carne pelo cogumelo em suas receitas.

O Brasil precisa se estru-turar para permitir a organi-zação dos seus produtores em comitês de promoção e de-senvolvimento por produto. Esses comitês podem e devem proporcionar ao segmento da produção agrícola a assunção da coordenação de cada cadeia de produção hortícola: orientar a pesquisa para a direção cor-reta, indicar a orientação cor-reta das ações de defesa agro-pecuária, estabelecer as ações de marketing (em seu sentido mais amplo de preparação de um produto para o mercado, incluindo o estabelecimento de normas e padrões em toda a ca-deia, a propaganda e a orienta-ção ao consumidor).

De paladar exótico os cogumelos trazem diversos benefícios à saúde e têm poucas calorias

A melhoria das condições hi-giênico-sanitárias e de garantia de rastreabilidade na Ceagesp paulistana é um dos projetos prioritários para a Covisa (Coor-denadoria de Vigilância Sanitá-ria do Município de São Paulo), tendo em vista sua importância no abastecimento local.

As empresas que recebem a �iscalização do órgão são

autuadas por três razões principais:

1. Não apresentam a documen-tação legal que toda empresa de comércio de alimentos deve portar;

2. A limpeza e organização do ambiente não estão adequadas e podem causar a contamina-ção dos alimentos;

3. Falta de rastreabilidade dos alimentos comercializados.

A garantia da segurança do alimento e da sua rastreabi-lidade são obrigações do seu fornecedor: produção, atacado, varejo e serviço de alimenta-ção. A rastreabilidade permite a identi�icação rápida do respon-sável, das causas do problema e a solução do problema e a pre-venção de futuros problemas.

A garantia da rastreabilida-de exige a organização burocrá-tica das operações de compra e venda e o investimento na me-lhoria da qualidade e prepara-ção na produção. O comercian-te precisa saber a origem (quem é o produtor, o seu endereço, a data de recebimento do produ-to) e o destino (quem é o com-prador, o seu endereço e a data de remessa) do produto. A falta de identi�icação de origem e a mistura de produtos de vários produtores, torna o comercian-te o único responsável pelo pro-duto.

Problemas como resíduos de agrotóxicos, contaminação microbiológica, caixas inade-quadas, passam a ser responsa-bilidades apenas do comercian-te, que pode ser autuado pela Covisa e pelo MAPA. A rotula-gem é o primeiro passo para a rastreabilidade. Ela identi�ica o produto, a sua quantidade, a sua origem e o seu responsável. Ela muda a atitude do produtor, que se declara responsável pelo pro-duto no rótulo.

A rotulagem é uma exigên-

cia legal obedecida pelos forne-cedores de alimentos e outros produtos industrializados. A cadeia de produção de frutas e hortaliças frescas é uma das únicas que ainda não obedecem às exigências legais.

Neste quesito, a lei é fácil de ser cumprida, pois rotular é fácil e barato. O rótulo pode ser um carimbo, uma etiqueta cola-da ou uma impressão na caixa, além de ser legível e de fácil lei-tura.

No rótulo devem constar as seguintes informações:

1. A identi�icação do responsável. Nome do Produtor Endereço completo Inscrição de Produtor na Receita Estadual (se pessoa �ísica) CNPJ da Receita Federal (se pessoa jurídica)

2. As informações sobre o produto. Nome e VariedadeClassi�icação Data de embalamento

3. A quantidade do produto. Peso líquido O peso líquido é exigido pelo Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia) e �iscalizado pelo Ipem ( Instituto de Pesos e Medidas) de cada estado.

A altura das letras e números que indicam o peso líquido no rótulo é determinada pela quantidade do produto na embalagem:

• Até 50 gramas - 2 mm • De 50 a 200 gramas - 3 mm • De 200 a 1.000 gramas - 4 mm • Maior que 1.000 gramas - 6 mm . O rótulo pode conter, além das informações obrigatórias, outras informações como a classi�icação do produto e o número de frutos na caixa, o código de barras.

Base legal da rotulagem:

Portaria Inmetro nº 157, de 19 de agosto de 2002, D.O.U. de 20/08/2002 (www.anvisa.gov.br/legis/portarias/157_02_2.htm) Resolução AnvisaRDC nº 259, de 20 de setembro de 2002, D.O.U. de 23/09/2002.

(www.anvisa.gov.br/legis/resol/2002/259_02rdc.htm)

A rotulagem e a CovisaRASTREABILIDADE

Mais informações: Centro de Qualidade em Horticultura Fones: (11) 3643-3827 - 3643-3825

3613-3890 - 3643-3892 e-mail: [email protected]

julho de 2012 21Um jornal a serviço do agronegócioJORNAL ENTREPOSTO

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22 Agrícola JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegóciojulho de 2012

Política pública para perecíveis frescos

A campanha de levantamen-to de agrotóxicos obsoletos no estado de São Paulo, desen-volvida pela CATI (Coordena-dorias de Assistência Técnica Integral), Cetesb e entidades do setor privado, teve início em outubro do ano passado e será finalizada neste mês. De acordo com a CATI, até meados de maio foram apresentadas 244 decla-rações representando em torno de 110,5 toneladas de produtos armazenadas em propriedades rurais de diversas regiões do estado.

Para declarar, basta que o produtor rural procure a Casa de Agricultura ou o Escritório de Defesa Agropecuária mais próximos e preencha o formu-lário de declaração até dia 24 de julho.

Agrotóxico obsoleto é aque-le cuja fabricação, comercializa-ção e utilização estão proibidas

por Lei no Brasil, em especial os organoclorados.

Representantes do governo estadual, indústrias fabricantes, distribuidores, cooperativas, entidades de classe e usuários finais se uniram para realizar uma campanha de levantamen-to junto aos produtores rurais do estado.

O objetivo é obter infor-mações sobre a quantidade de agrotóxicos obsoletos que por-ventura tenham permanecido armazenados nas propriedades rurais paulistas, após a proibi-ção de uso na década de oitenta. Com base nessas informações, será possível planejar as medi-das para retirar esses produtos do meio ambiente rural e dar a destinação final adequada.

Mais informações sobre a campanha estão disponíveis no site www.agrotoxicosobsoletos.org.br

Produtores têm até dia 24 para declarar posse de

agrotóxicos obsoletos

A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo (SAA) e o Fundeci-trus (Fundo de Defesa da Ci-tricultura) assinaram um con-vênio onde somam as equipes e os trabalhos para atuar na defesa sanitária dos pomares, principalmente no controle de doenças como o cancro cítrico e o greening.

Segundo a SAA, a parceria

Citricultura paulista ganha reforço no combate a doenças

se dará em trabalhos de verifi-cação das condições dos poma-res, por meio de levantamen-tos amostrais, além de visitas às propriedades e de medidas preventivas voltadas à educa-ção sanitária, com ações de di-vulgação e conscientização, pa-lestras, cursos e treinamentos. As inspeções serão executadas por funcionários previamente treinados e ocorrerão de forma

amostral em talhões. O resulta-do será apresentado na forma de relatório, contendo índices que deverão considerar a inci-dência das doenças no parque citrícola e variáveis como regi-ões, idade e variedades. “Esta-mos restabelecendo o convênio que reforça o relacionamento sempre bom que tivemos com o Fundecitrus. É uma união de esforços em benefício da citri-

cultura paulista, com transpa-rência”, disse a Secretária de Agricultura, Mônica Bergamas-chi. Para o presidente do Fun-decitrus, Lourival Mônaco, a parceria é fundamental para o setor. “Precisamos achar o ca-minho para trabalharmos jun-tos e construirmos uma relação de confiança com o produtor. A defesa fitossanitária deve ser incorporada a todos”, afirmou.

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As características e a com-plexidade da cadeia de produ-ção dos produtos hortícolas frescos - frutas, hortaliças, �lores e plantas ornamentais - exigem um tratamento dife-renciado, conforme você pode conferir abaixo:

• A produção de produtos hortícolas frescos é caracte-rizada pela fragmentação de produção e de origem: milhares de produtores, áreas pequenas, diferentes regiões produtoras com diferentes épocas de co-lheita;

• O produto hortícola fresco não sofre nenhum processo de transformação depois da co-lheita. A sua melhor qualidade acontece no momento da co-lheita. Todos os esforços pós--colheita, só conseguem con-servar a sua qualidade;

• Na cadeia de produção de hortícolas frescos não existe um elo coordenador. Na cadeia dos produtos agrícolas indus-trializados, o agricultor é for-necedor de matéria-prima e a indústria estabelece os padrões para essa matéria-prima, os vo-lumes de compra e a época do

fornecimento; a indústria de-senvolve novos produtos, novas embalagens, estuda o mercado consumidor, faz propaganda dentro e fora dos estabeleci-mentos comerciais, tem sis-tema de venda e distribuição, SAC, SOC, assessora o compra-dor e assim por diante, ou seja, a indústria coordena a cadeia, o que de nenhum modo ocorre no caso dos hortícolas frescos, em que não existe um coorde-nador desta cadeia;

• A comercialização é ex-tremamente complicada e ge-radora de grandes con�litos e insatisfações. Existe grande fragilidade comercial do pro-dutor: inadimplência, ausência de diferenciação de valor por qualidade;

• O produtor não consegue manter a sua identidade, cons-truir a sua marca. Raramente o produtor é recompensado pelo seu esforço de modernização e de melhoria do seu produto.

• É impossível para o pro-dutor individual desenvolver ações de marketing, no seu sen-tido mais amplo, e de melhoria de tecnologia para o seu produto;

• A perecibilidade do pro-duto, a colheita trabalhosa e prolongada - que impede ou, no mínimo, atrapalha muito o adequado acompanhamento do processo de comercializa-ção pelo produtor isolado - e a inexistência ou precariedade da cadeia de frio tornam o pro-dutor extremamente frágil em suas relações comerciais;

• A concentração do varejo e dos serviços de alimentação em grandes redes e a enorme for-ça do atacado, aliados ao atual forte processo de redução de custos, automação e corte de pessoal, criam uma pressão enorme sobre o produtor;

• A característica mais im-portante e comum a todos os elos da cadeia de produtos hor-tícolas frescos é a falta de con-�iança. O produtor não con�ia no atacadista, que não con�ia no produtor. O varejista não con�ia no atacadista e o consu-midor não con�ia no produto.

• A adoção de uma lingua-gem comum de qualidade (nor-mas de classi�icação) é passo imprescindível para a transpa-rência e con�iabilidade na co-mercialização;

• A transparência na co-mercialização não interessa à maioria dos compradores, pois signi�ica perda de poder. A fal-ta de transparência possibilita o repasse da ine�iciência, dos erros de pedido, das perdas no transporte e na gôndola, da troca de embalagem, das más condições de armazenamento. O produtor paga por toda a ine-�iciência do sistema;

• Os programas de apoio à exportação são desligados da realidade global da cadeia de produção: procura-se incenti-var produção especí�ica para exportação, o que obriga os produtores a custos elevados sem remuneração compatível ou os leva a repetidos fracassos nos mercados externos.

O sistema produtivo de hor-tícolas no Brasil é muito dife-rente dos sistemas de produção voltados exclusivamente à ex-portação existentes para frutas, no Chile, e para �lores de corte, na Colômbia e no Equador, em que há rígida coordenação por grandes atacadistas internacio-nais e não há mercado interno. As tentativas de imitar esses sistemas, como o governo bra-sileiro tem feito, não têm qual-quer chance de sucesso conti-

nuado;• A pesquisa agronômica é

muito desatrelada do espírito de cadeia; ela, em geral, atende às necessidades isoladas de um elo, sem estar atenta às conse-quências que a nova tecnologia provoca nos demais;

• É impossível para o pro-dutor individual desenvolver ações de marketing, no seu sen-tido mais amplo, e de melhoria de tecnologia para o seu produto.

A maioria dos países de-senvolvidos implantou uma política pública especial para a cadeia de produção e de comer-cialização de frutas e hortaliças frescas.

O brasileiro é empreende-dor, o nosso comércio interno é grande e está crescendo, o tamanho e a diversidade climá-tica e de solo do país permitem a colheita de frutas e hortaliças durante todo o ano.

Existem raros casos de su-cesso de associativismo e o co-operativismo na horticultura – produção de frutas, hortaliças, �lores e plantas ornamentais.

A nossa condição é muito semelhante a dos Estados Uni-dos, que desenvolveram, ao longo do tempo, uma política pública de sucesso para o setor.

O IAC (Instituto Agronômico de Campinas) desenvolveu um feijão inédito com alto teor de iso�lavona, substância que previne doenças coro-nárias, crônicas e é usada na reposição hormonal pelas mulheres.

O grão com maior teor deste material sempre foi a soja. “No entanto, brasileiro não consome soja diretamente e sim feijão. Por esse motivo a importância do nosso Formoso”, assegura o pes-quisador do IAC, Alisson Fernando Chiorato. A nova variedade, denominada Formoso, tem 20% a mais de proteína, se comparada com outras; e cozinha em menos tempo, bastam 20 minutos na panela de pressão e pronto. É também resisten-te a três das doenças mais comuns que atacam o feijoeiro: antracnose, mancha-angular e fusa-rium solani.

Chiorato informa que a quantidade de iso�la-vona encontrada na variedade de feijão Pérola, a mais comum no mercado, é de 0,8 mg/grama. No Formoso chega a 8,92 mg/grama. A explicação da forte presença da iso�lavona no feijão pode estar na resistência ao caruncho e também ao fungo de solo, o Fusarium oxysporum. “Possivelmente, quando trabalhamos nossas variedades para re-sistir a doenças, podemos aumentar a quantida-de de iso�lavona indiretamente”, a�irma.

O feijão ocupa 85% das áreas semeadas por leguminosas no mundo, perdendo em impor-tância apenas para a soja e o amendoim. O grão é a principal fonte de proteína da população do Brasil, onde cada habitante consome cerca de 16 quilos por ano.

IAC desenvolve ‘superfeijão’

Cientistas espanhóis conseguiram mapear o genoma do melão. Com isso, o fruto poderá pas-sar por aprimoramento genético e dar origem a variedades mais resistentes a pragas, com sabor mais doce e amadurecimento precoce.

A Espanha é a maior exportadora e a quinta maior produtora de melão.

O mapeamento indicou que o melão tem 27.427 genes, dos quais 411 estão relacionados à resistência a doenças. “Os melões têm uma alta capacidade de se adaptar a diferentes am-bientes”, disse Pere Puigdomènech, do Conselho Superior de Pesquisas Cientí�icas da Espanha (CSIC, na sigla em espanhol), coordenador do estudo.

Os pesquisadores também identi�icaram 89 genes relacionados ao amadurecimento da plan-ta, processo que envolve a formação do sabor e aroma do fruto. Só no processo de produção do carotenos — que dá cor à polpa do melão —, fo-ram mapeados 26 genes. O acúmulo de açúcar envolve outros 63 — sendo que 21 destes nunca haviam sido descritos antes.

Com o mapeamento genético completo do melão, os cientistas também conseguiram se-quenciar os genomas de sete variedades diferen-tes do fruto. O trabalho envolveu cientistas de nove centros de pesquisa, públicos e privados. Dados da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) de 2009 mos-tram que são produzidas 26 milhões de tonela-das de melão todos os anos no mundo.

Cientistas mapeiam genoma do melão

Anita de Souza Dias Gutierrez

24 Qualidade JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegóciojulho de 2012

A embalagem das frutas e hortaliças frescas é uma ferra-menta de proteção, movimenta-ção, identificação, exposição do produto e de atração dos clien-tes. A grande sensibilidade a da-nos mecânicos, o metabolismo pós-colheita intenso das frutas e hortaliças frescas tornam a es-colha da embalagem ainda mais importante na conservação da sua qualidade.

As ações recentes da prefei-tura no combate ao comércio ilegal de caixaria, nas ruas vi-zinhas da Ceagesp paulistana, e a fiscalização da Covisa nas empresas atacadistas exigindo caixas de madeira limpas as-sustaram todos os usuários de caixa de madeira: produtores e comerciantes.

As caixas de madeira são utilizadas no mundo todo no embalamento de frutas e horta-liças frescas, como embalagens descartáveis. Muitas das frutas importadas chegam embaladas em caixas de madeira muito atraentes, leves, claras, lisas.

Podemos ter caixas boas e ruins de qualquer tipo de ma-téria prima. A competição en-tre fabricantes de embalagens de diferentes matérias primas: madeira, papelão, cartão, plás-tico e outros é necessária para que não fiquemos reféns da flu-tuação de preço do petróleo ou da celulose no mercado inter-nacional e para caixas de boa qualidade estejam disponíveis com bom custo-benefício.

No Brasil começamos com a caixa K, a caixa já utilizada para o transporte das latas de querosene, antes da chegada da eletricidade à roça. A caixa K e o engradado são caixas reutilizá-veis. Cada viagem da caixa é fei-ta para um diferente produtor e produto. A sua fabricação é a mais rudimentar possível: ma-deira sem secar, serras grossei-ras e baixíssimo aproveitamen-to da madeira. Elas são ásperas, pesadas, machucam o produto e são vetoras de problemas fi-tossanitários e DTAs – doenças transmissíveis por alimentos. O frete pago por caixa, a falta de balança funcionando nas estra-das, a revenda das caixas pelos transportadores aos produto-res, a facilidade de aquisição, mantém o comércio das caixas

reutilizáveis. Um caminhão com mil caixas carregará qua-tro mil quilos só de caixas K ou mil quilos só de caixa de pape-lão ou plástico. A capacidade de sobrevivência destas caixas, contra qualquer lógica, impres-siona.

A caixa M é uma caixa pro-prietária, retornável, pesada, mais lisa, com qualidade de fa-bricação um pouco melhor. Ela exige dos seus proprietários o controle e o reparo das caixas e dos compradores, clientes dos atacadistas, 1,5 horas todos os dias, organizando e devolvendo caixas. Um caminhão com mil caixas de caixa M, carrega seis toneldas só de caixa, seis vezes que um caminhão de mesma capacidade com caixas de pape-lão ou plástico. A caixa Torito é também uma caixa de madeira proprietária, retprnável, utili-zada principalmente para bana-na e os cantos dos seu suporte lateral machucam o fruto.

A solução para as caixas re-tornáveis será a implantação do centro logístico de caixas, que tira do usuário a responsabili-dade pela administração do re-torno, armazenamento e higie-nização da caixa vazia.

Estas caixas de madeira, reutilizáveis ou retornáveis não obedecem à legislação federal ou municipal:

• As embalagens de madeira devem ser caracterizadas como descartáveis. Não existe tecno-logia que permita a sua limpeza e higienização, conforme a lei exige para as embalagens retor-náveis.

• Elas não atendem às exi-gências da lei de identificação do fabricante da embalagem com, no mínimo, a sua razão social, o número do CNPJ e o endereço.

• A sua fabricação não aten-de às Boas Práticas exigidas para as embalagens que trans-portam alimentos.

• O fabricante não informa e garante as condições apropria-das de uso, como peso máximo, capacidade de empilhamento, e condições de manuseio.

• As suas medidas externas não são submúltiplas de 1,00 X 1,20 m, não são paletizáveis..

• Elas não atendem às exi-gências de rotulagem.

Hoje duas leis tratam das embalagens de frutas e horta-liças frescas. A Instrução Nor-mativa Conjunta SARC/Anvisa/Inmetro Nº 009, de 12 de no-vembro de 2002 é do governo

federal e a Lei nº . 14.264, de 6 de fevereiro de 2007 do municí-pio de São Paulo.

Elas são muito parecidas. A lei municipal é mais complexa e coloca os primeiros agentes de comercialização, atacadistas e varejistas, como solidariamente responsáveis pelo recolhimen-to e reciclagem das caixas e de outros tipos de embalagens descartáveis e pela higieniza-ção das caixas retornáveis, após cada ciclo de utilização.

A lei municipal comete um erro grave quanto exige, para a embalagem de madeira, o tratamento fitossanitário exi-gido para as caixas e paletes de madeira que se destinam à exportação. Este tratamento fitossanitário é um serviço de prevenção de disseminação de uma praga de madeira, conheci-da como besouro chinês. O ser-viço só pode ser feito por em-presas credenciadas e sob um rigoroso controle pelo Ministé-rio da Agricultura. O tratamento é feito com brometo de metila, que será totalmente proibido em 2014 e por tratamento tér-mico que eleva a temperatura da madeira a 56º C. O tratamen-to só é exigido para madeiras de espessura superior a 6 mm. A temperatura de 56º C não é suficiente para exterminar os microorganismos, responsáveis

O futuro da embalagem de madeiraAnita de Souza Dias GutierrezCláudio Inforzato FanaleSabrina Leite OliveiraCQH/ Ceagesp

por DATS – Doenças Transmis-síveis por Alimentos. O trata-mento não limpa a caixa, nem as higieniza.

A situação atual exige cal-ma, programação de mudança e ação política.

• A caixa de madeira não está proibida. Ela precisa estar limpa e obedecer às outras exi-gências da lei.

• A caixa de madeira é des-cartável.

• A caixa de madeira pode ser uma ótima de opção de em-balagem de frutas e hortaliças como acontece em muitos paí-ses desenvolvidos.

• A implantação do Centro Logístico de Caixas é a solução para a gestão das caixas retor-náveis e para o encaminhamen-to para reciclagem das caixas descartáveis.

• É preciso programar a mu-dança das atuais caixas de ma-deira para outras caixas: madei-ra, papelão ou plástico.

• O artigo 3º e os seus pa-rágrafos 1º e 2º precisam ser retirados da Lei Nº 14.264 do Município de São Paulo.

julho de 2012 25Um jornal a serviço do agronegócioJORNAL ENTREPOSTO

26 Transporte JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegóciojulho de 2012

A Sinotruk Brasil, importa-dora dos veículos de carga da chinesa CNHTC, apresentou no dia 10 de julho a nova família de pesados Howo A7. Desde 2010 comercializando a linha Howo nos pontos brasileiros, a empresa segue com o objetivo de consolidar a marca no mer-cado nacional.

Os novos caminhões de-senvolvidos para aplicações rodoviárias pesadas, como as composições articuladas (bi-trem, rodotrem ou treminhão), atendem ao transporte de lon-ga distância, distribuição e fora de estrada.

Os cavalos mecânicos estão disponíveis nas versões 4X2, 6X2 e 6X4 e os veículos podem ser equipados com transmissão manual de 12 ou 16 velocida-des ou automatizado de 16 ve-locidades.

Equipados com motor Sino-truk (Euro V) de 12 litros e com potências de 380, 420 e 460 cavalos, os veículos possuem freios a disco nas rodas dian-teiras e tambor nas traseiras. O freio motor EVB possui alta ca-pacidade de frenagem, reduzin-do o desgaste dos componentes do sistema de freios.

A eficiência ambiental da nova família A7 se deve aos motores de gerenciamento ele-trônico que proporcionam alto rendimento e baixos níveis de emissões.

A pintura das cabines tam-bém segue padrões de susten-tabilidade e utiliza tintas a base de água técnica que não elimi-nam produtos nocivos no meio ambiente.

No quesito conforto, os ve-

Caminhões chineses chegam para atender a categoria Premium e começam a ser vendidos em setembro

ículos são providos de piloto automático, volante regulável em inclinação e profundidade, sistema de ventilação interna e ar condicionado.

A cabine ergonômica é equi-pada com suspensão a ar com quatro pontos de ancoragem, além de amortecimento lateral. A versão teto alto possui duas camas de série.

O painel de instrumentos sai de fábrica com iluminação do tipo LED, o assento do moto-rista vem com suspensão a ar e o sistema de som com entrada USB. O piso semi-plano prome-te mais espaço interno.

“Os caminhões A7 tem como missão garantir ao trans-portador melhor desempenho, economia, conforto e baixo ní-veis de poluentes”, afirma Joel Anderson, diretor geral da Si-notruk.

Nas lojas a partir de setem-bro, os preços sugeridos são: R$ 270 mil para o 4×2, R$ 310 mil para o 6×2 e R$ 340 mil para o 6×4.

Expansão

Em abril deste ano, a Sino-truk Brasil anunciou joint-ven-ture com a CNHTC e declarou que a conclusão da fábrica em Lages (SC) está prevista para janeiro de 2014. Segundo Joel Anderson, o investimento na construção é de R$ 300 mi-lhões. “Trazer uma marca chi-nesa para o Brasil é como que-brar um paradigma”, afirma o diretor.

Com o objetivo de atender toda a América do Sul, a fábrica vai gerar cerca de 1.100 empre-gos diretos. Em regime CKD, os primeiros caminhões devem fi-car prontos em junho de 2014.

O plano de expansão da Si-notruk Brasil inclui, ainda, a abertura de mais 27 pontos de venda até 2014, mais investi-mentos na capacitação do cor-po técnico e concessionários, além do desenvolvimento de peças com fornecedores brasi-leiros.

Sinotruk apresenta nova família de pesados A7

27Fórmula Truckjulho de 2012Um jornal a serviço do agronegócioJORNAL ENTREPOSTO

Debaixo de chuva e com uma pista muito escorregadia, Adalberto Jardim superou uma corrida repleta de dificuldades e manteve a liderança do Cam-peonato Brasileiro e Sul-Ame-ricano de Fórmula Truck, após a etapa de Interlagos, no dia 8 de julho.

O time da MAN Latin Ame-rica lidera a competição com 168 pontos (12 à frente da vi-ce-líder) no torneio nacional e com 120 (14 de vantagem) no continental. Um dos destaques da prova, o piloto da equipe terminou em terceiro a corrida de São Paulo com seu caminhão Volkswagen Constellation.

Com o resultado, o piloto saltou para o quarto lugar no Sul-Americano, com 39 pontos, 17 atrás do líder – 32 pontos estarão em jogo, já que falta apenas a etapa de Córdoba, na Argentina, em setembro, para definir o campeão.

A temporada 2012 do Cam-peonato Brasileiro de Fórmula Truck tem se notabilizado pelo equilíbrio. Cumpridas cinco das 10 etapas, a classificação traz pilotos que utilizam qua-tro marcas distintas de cami-nhões nas quatro primeiras posições. Na caça ao título do Sul-Americano, composto por quatro etapas, cada um dos três candidatos diretos pilo-ta uma marca diferente. Cada uma das corridas já disputadas teve um nome diferente ocu-pando a pole-position.

Duas poles foram obtidas

Disputa segue equilibradaVitória em Interlagos garante liderança da equipe MAN Latin America

pela Scuderia Iveco, com Beto Monteiro na primeira etapa, na pista gaúcha do Velopark, e Valmir Benavides, seu parceiro de equipe, em Interlagos. Pela ABF/Mercedes-Benz, Christian Fittipaldi marcou a pole na se-gunda etapa, no Rio de Janeiro, e Wellington Cirino comandou o grid da terceira, em Caruaru. Na quarta etapa, em Goiânia, o pole foi Leandro Leis, da Origi-nal Reis/Scania.

Oito pilotos que sustentam possibilidades matemáticas de chegar ao título do Sul-Ameri-cano, a que os três primeiros na tabela são apontados como favoritos. Cada um está inscrito por uma marca diferente, tam-bém. Monteiro, da Iveco, lidera com 56 pontos, apenas dois à frente do vice André Marques, da MAN-Volkswagen. O para-naense Leandro Totti, terceiro colocado com 48, pilota um dos caminhões Mercedes-Benz da ABF Racing Team.

A tabela do Brasileiro apre-senta cinco marcas de cami-nhões nas seis primeiras colo-cações. Monteiro, com a Iveco, lidera com 94 pontos. Totti, pela Mercedes-Benz, está em segundo com 78. Marques, de MAN-Volkswagen, tem 71. O quarto é Roberval Andrade, piloto do Scania da Ticket Car Corinthians Motorsport, é o quarto, com 61 – está um pon-to à frente de Cirino, também da Mercedes-Benz. O sexto é Paulo Salustiano, da ABF/Vol-vo, com 47. Das cinco corri-

das já realizadas, três valeram pontos pelo Campeonato Sul--Americano. A lista de vence-dores mantém a rotatividade, com Monteiro no Velopark,

Cirino em Caruaru e Totti em Interlagos. Os três detêm todas as vitórias do ano – a segunda e a quarta corrida, que só va-leram pelo Brasileiro, tiveram

vitórias de Monteiro, no Rio, e Totti, em Goiânia. A etapa final do Sul-Americano, no dia 9 de setembro, será em Córdoba, na Argentina.

MAN Latin America lidera ranking de equipes na Fórmula Truck

Equipe de vendas da Ford marcou presença na área vip da montadora em Interlagos

PAULO FERNANDO

28 Ceasas do Brasil JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegóciojulho de 2012

Índice Ceagesp registra elevação de 4,06% em junhoOs preços dos principais

produtos comercializados na Ceagesp permaneceram em alta no mês de junho, com aumento de 4,06%. Segundo o economis-ta da estatal, Flávio Godas, “em razão das condições climáticas adversas e de alguns problemas pontuais, como a dificuldade de importação da Argentina de maçã e pera, todos os setores apresentaram elevação dos pre-ços praticados”. No ano, o indi-cador aponta alta de 6,38%, e nos últimos 12 meses, elevação de 6,63%.

Os setores de legumes e ver-

duras apontaram alta de 6,09% e 6,04%, respectivamente. Em legumes as elevações ficaram por conta do tomate cereja (49,9%), do pimentão vermelho (41,8%) e do pimentão amarelo (37,6%). As baixas nos preços foram da ervilha torta (-21,4%), do pepino comum (-14%) e do chuchu (-10,8%).

Já em verduras, os principais aumentos nos preços foram do repolho (44,8%), da alface cres-pa (40%) e da acelga (34,5%) e as quedas foram do brócolis ninja (-42,8%), da couve-flor (-29%) e do coentro (-16,1%).

O Banco Municipal de Ali-mentos de Campinas foi home-nageado, no dia, 3 de julho, em um evento para marcar seus nove anos de funcionamento. Foi anunciado no encontro que o órgão quer até R$ 1,5 mi-lhão para expandir sua área de 200m2 para 1 mil m2, investir em equipamentos e viabilizar novos trabalhos.

Além de parcerias e de re-cursos próprios, a verba está sendo pleiteada junto ao gover-no federal por meio do Ministé-rio do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS). É proje-to do Banco se tornar um órgão de distribuição regional.

Banco de Alimentos comemora 9 anos com previsão de R$ 1,5 mi de investimentos

O banco de alimentos distri-buiu no primeiro semestre des-te ano 12% a mais em produ-tos comparados com o mesmo período de 2011. De janeiro a junho o órgão recebeu 352.557 quilos de mantimentos, o que representa em valores finan-ceiros mais de R$ 2,1 milhões. Em 2011 o volume distribuído nestes seis meses foi de 313.117 quilos, o equivalente a R$ 1,8 milhões. Em nove anos o órgão entregou 3,5 milhões de quilos, o que representa aproximada-mente R$ 15 milhões em pro-dutos.

A coordenadora do Banco de Alimentos, Tânia Mara Evaristo

Moumeso, destacou também a evolução do trabalho de educa-ção nutricional como uma das principais conquistas nestes nove anos. “O alimento é uma estratégia e o foco do nosso tra-balho tem sido cada vez mais na capacitação para o aproveita-mento integral dos alimentos e o combate ao desperdício”, con-siderou.

ParceriasO presidente da Ceasa Cam-

pinas, onde funciona o Banco de Alimentos, falou da importância da articulação dos permissio-nários da central, de doadores, poder público e entidades assis-

CEASA CAMPINAS

tenciais para o trabalho. “O que comemoramos hoje é o sucesso de cada um dos que formam esta rede solidária. Cada um com seu papel e todos igualmente funda-mentais para que esta roda gire e possa ajudar a garantir que Campinas seja uma cidade mais cidadã”, avaliou.

O Banco de Alimentos fun-ciona na Ceasa arrecadando mantimentos fora do entrepos-to em eventos, supermercados, indústrias e por meio de parce-rias. Os produtos coletados são distribuídos entre 105 entida-des assistenciais de Campinas, beneficiando cerca de 45 mil pessoas.

O trabalho é inspirado em modelo surgido nos Estados Unidos, na década de 60. O con-ceito é buscar onde sobra e en-tregar onde falta para garantir o direito à alimentação e comba-ter a insegurança alimentar e o desperdício de alimentos.

Por meio de uma parceria com a Conab, o Banco de Ali-mentos recebe mensalmente cerca de 40 toneladas de horta-liças e banana – parte deles or-gânicos, sem uso de agrotóxicos.

A Conab compra estes pro-dutos de pequenos agricultores para manter e incentivar esta produção e doa a órgãos de se-gurança alimentar.

Os setores de frutas (3,80%) e diversos (6,60%) também su-biram.

As principais altas foram do mamão formosa, do mamão ha-vaí e da pera estrangeira danjou. Morango, caju, uva rubi foram as principais quedas.

Em diversos as principais al-tas foram do amendoim, da ba-tata comum e dos ovos brancos e as retrações foram da cebola nacional, do alho e da canjica. O setor de pescados apresentou ligeira alta de 1,19%. Cavalinha, espada, sardinha fresca foram as principais elevações. Já as

baixas ficaram por conta da an-chovas, do namorado e da pes-cada maria mola.

Tendência

Com a chegada do inverno e a previsão de frio mais rigoroso este ano nas regiões produtoras do Sul e Sudeste, as hortaliças devem permanecer com os pre-ços em alta, principalmente as mais sensíveis.

Preservadas as condições atuais, o setor de pescados deve seguir em estabilidade. No setor de frutas, a seca nos estados da

Bahia e do Espírito Santo preju-dicaram a produção de mamão, que apresentou forte recuo no volume ofertado e alta acentu-ada dos preços praticados. “O volume de importação também registrou queda em razão dos problemas na fronteira entre Brasil e Argentina. Sanados es-tes problemas pontuais, os pre-ços das frutas devem recuar em julho, uma vez que o setor conta com diversas opções de compra como morango, laranja, tange-rina, caju, entre outros, e a de-manda apresenta retração nesta época do ano”, avalia Godas.

A população do Rio de Ja-neiro continuará usufruindo do único entreposto comercial pú-blico de pescado de todo o esta-do. A prorrogação do Termo de Cessão do Pavilhão 12 da Uni-dade Grande Rio, foi assinada no dia 5 de julho, na própria unida-

Parceria mantém entreposto pesqueiro na unidade Grande Rio da Ceasa fluminense

de, pelo presidente da Ceasa-RJ, Leonardo Brandão, e pela supe-rintendente regional da Conab, Ludmila Brandão, que detém a posse do espaço.

Brandão comentou que o local é tradicional na unidade e que outros projetos já estão

sendo elaborados para a me-lhoria dos serviços do pescado na empresa. “A Ceasa-RJ desem-penha importante papel, pois é um centro de abastecimen-to estadual. Somos um grande polo centralizador deste no-bre produto, já que recebemos

mercadorias de todo o Brasil”, disse. Segundo ele, a central está desenvolvendo um projeto de modernização do espaço de comercialização de pescados. “Isso irá favorecer a logística de comercialização, além de me-lhorar a qualidade, aumentando

o volume de comercialização”, analisou o presidente.

Diariamente são comerciali-zados entre 250 e 300 toneladas de pescados, com circulação mé-dia de 2,5 mil pessoas por noite, já que o atendimento começa às 17h e termina entre 22h e 23h.

Mamão havaí

49,5%Pimentão amarelo

37,6%

Pimentão amarelo

44,8%

Alho

-3,12%

Cavalinha

45,2%

29julho de 2012Um jornal a serviço do agronegócioJORNAL ENTREPOSTO

Financiamento com o Banco Volvo (Brasil) S.A. Plano válido para toda a linha de Caminhões VOLVO até o dia 31/08/2012. Operação na modalidade BNDES PSI válida para pessoas jurídicas, para micro, pequenas e médias empresas. Financiamento de até 100% e carência de até 06 meses sujeitos a análise e aprovação. Taxa fixa de 0,45% a.m. no prazo de até 60 meses. Taxa fixa de 5,50% a.a. TC máxima de R$ 1.200,00. O plano BNDES PSI é financiado com recursos do BNDES de acordo com a regulamentação em vigor, podendo estar sujeito a alterações de acordo com o BNDES. Crédito sujeito a análise e aprovação.

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Dra. Ana Maria Alencar (Diretora Médica)

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Entre em contato com nossos representantesFábio (11) 3832.4049 / 3835.9576 / 7871.2644End. Edsed II sala 37(em cima da padaria Nativa)www.jornalentreposto.com.br

Acesse o site:

JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegóciojulho de 2012

O segundo semestre come-çou com o time do Corinthians quebrando o jejum e conquis-tando a inédita Taça Libertado-res da América, jogando uma grande final com o bicho-papão do futebol sul-americano, Boca Juniors. Ganhou e convenceu! Na cola, o Palmeiras venceu o Coritiba e sagrou-se campeão da Copa do Brasil. Já sabemos que a Libertadores de 2013 promete uma grande disputa entre Corinthians e Palmeiras. Agora, São Paulo e Santos vão ter que rebolar para chegarem à competição.

Por falar em futebol, preci-samos virar o jogo no campo da laranja. As indústrias que en-vasam o suco de laranja estão com o pé no freio e a fruta de casca mole está caindo do pé

. Está na hora das cabeças pensantes do nosso país cria-rem uma propaganda legal para alavancar o consumo do suco de laranja, que pode tam-bém ser misturado com outras frutas brasileiras, pois a laran-ja está com preço menor que a nossa deliciosa banana e os

Vem aí a galinhada da Nossa Turma

produtores já estão preocupa-dos.

*****No dia 24 de agosto, a Nossa

Turma terá a honra de receber o bispo do setor oeste da região episcopal Lapa, Dom Júlio Endi Akamine, que visitará a direto-ria, gerência e presidência da Ceagesp, assim como as asso-ciações e entidades sindicais. O religioso caminhará por todo o nosso mercado e os comercian-tes que solicitarem sua pre-sença em seu estabelecimento poderão agendar diretamente com a Nossa Turma, pelo tele-fone 3832-3366.

Dom Júlio chegará às 8 ho-ras e fará uma peregrinação pelo entreposto; às 13 horas, o pároco almoçará com as crian-ças da Nossa Turma, que já es-tão ensaiando uma música ma-ravilhosa para a ocasião. Às 16 horas será celebrada uma mis-sa de ação de graças, na quadra esportiva da escola, que recen-temente teve o telhado refor-mado pelo Fundo de Melhorias.

Todas as famílias estão convidadas a participar deste

momento litúrgico; as músicas serão antigas e fáceis de serem cantadas. Venha trazer sua luta, suas vitórias e também os seus problemas, que serão solucio-nados na oração com Jesus.

*****Numa conversa com o chef

Ivair Félix, responsável pelo Festival de Sopas da Ceagesp, ele sugeriu organizar uma grande galinhada nos mesmos moldes da Queima do Alho, rea-lizada em maio. Ivair convidará cinco dos grandes chefs de co-zinha de São Paulo para formar o corpo de jurados do evento, que deve acontecer em setem-bro e contará com a presença das comitivas. A galinhada será um grande evento para saudar a chegada da primavera e toda a renda obtida será revertida em prol da Nossa Turma.

No dia 15 de julho, a co-mitiva Capiau, representante dos trabalhadores da Ceagesp, sagrou-se campeã na Estância Alto da Serra, durante a 3ª eta-pa do Circuito Queima do Alho. Parabéns!

Evento pretende reunir chefs de cozinha em prol da entidade

CÁ ENTRE NÓS

O Programa ABC (Agri-cultura de Baixa Emissão de Carbono) oferece linhas de crédito para produtores que adotem práticas susten-táveis específicas no cam-po. Uma delas, a integração lavoura-pecuária-floresta, prioriza a plantação das es-pécies arbóreas de pinus e eucaliptos, mas permite a autorização de outras pere-nes exóticas, como a acácia--negra.

O ministro da Agricultu-ra, Mendes Ribeiro, recebeu, no último dia 18 de julho, representantes do governo de Burkina Faso, país loca-lizado na África Ocidental. O grupo veio ao Brasil para obter informações sobre políticas públicas na área de agricultura e para nego-ciar a obtenção de créditos oficiais para a compra e do-ação de alimentos e maqui-nários agrícola.

Espécies exóticas são contempladas

pelo Programa ABC

Brasil negocia cooperação

tecnológica e de alimentos com país africano

O Ministério da Agricul-tura realiza no próximo dia 23 de julho, às 15h, reunião com o setor produtivo para discutir a questão.

Segundo o Ministério, o principal objetivo do plane-jamento é estabelecer um cronograma de atividades para que o produtor possa realizar o plantio de forma eficiente e segura e depois comercizalizá-lo, com cus-tos competitivos.

Setor e governo discutem plantio e comercialização

do milho

As embalagens de agro-tóxicos são obrigatoriamen-te recolhidas desde 2002. Nos últimos dez anos foram mais de 202 mil toneladas recicladas. Atualmente, o InpEV (Instituto Nacional de Processamento de Em-balagens Vazias), ONG res-ponsável pela destinação final do material, recolhe 94% do total descartado.

As negociações e enten-dimentos comerciais recen-tes entre Brasil e Argentina tiveram como consequência a retirada das licenças auto-máticas pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior às mer-cadorias que aguardavam a liberação desde junho. A entrada dos produtos agrí-colas, sob inspeção e fis-calização do Ministério da Agricultura, que entrariam sem restrições, agora de-vem seguir novas normas fitossanitárias exigidas pelo governo brasileiro.

Brasil é referência na destinação

de embalagens vazias

Entrada de frutas argentinas

deve atender requisitos brasileiros

O produtor tem mais recursos para segurar a la-voura e protegê-la de even-tuais oscilações climáticas no período. A nova safra terá aporte previsto de R$ 400 milhões para a conces-são da subvenção. O valor é 57% superior ao da safra passada e tem expectativa de atingir oito milhões de hectares, segurar aproxi-madamente R$ 11 bilhões, por meio da contratação de mais de 90 mil apólices.

O limite máximo de sub-venção federal que cada beneficiário pode receber é de R$ 192 mil, sendo R$ 96 mil na modalidade agrícola e R$ 32 mil para cada uma das demais modalidades: pecuária, floresta e aquíco-la. Para médios produtores, o valor de cobertura foi do-brado e com isso será possí-vel assegurar a R$ 300 mil por safra.

Governo amplia investimentos do

Seguro Rural

Por Manelão

31julho de 2012Um jornal a serviço do agronegócioJORNAL ENTREPOSTO

O Regulamento Técnico, com o padrão de identidade e qualidade atualizado para o milho vendido no Brasil, que entraria em vigor em 1º de julho, foi prorrogado. As novas exigências só serão cobradas do setor a partir de 1º de setembro de 2013. De acordo com o Coordena-dor de Qualidade do Minis-tério da Agricultura, Fábio Fernandes, a iniciativa aten-de a um pedido da Conab e foi aprovada em reunião nacional. “Isso permite que a norma seja aplicada na sa-fra 2013/2014, o que dará tempo suficiente para que os produtores se adaptarem às novas exigências de clas-sificação”, explica.

O milho, como os de-mais produtos padroniza-dos, possui sua classificação obrigatória, estabelecida pela Lei nº 9972/2000. Mas o atual padrão oficial do grão é de 1976 e não dis-tinguia o milho pipoca das demais variedades. “Como esse tipo de grão tem ca-racterísticas diferentes e necessita de outros critérios e instrumentos para ava-liação, o Ministério decidiu criar uma norma exclusiva para o milho pipoca”, explica Fernandes.

As novas regras serão aplicadas ao produto desti-nado diretamente à alimen-tação humana, nas compras e vendas do poder público e nas importações.

Para os produtores, o novo Padrão Oficial de Clas-sificação (POC) será utiliza-do de forma obrigatória em operações de venda do grão para o governo. Nos negó-cios privados, o POC é utili-zado como referência uma vez que a compras entre privados possuem regras próprias, não se valendo da obrigatoriedade de classifi-car imposta pela lei.

A IN 61/2011 se refere ao POC do Milho Pipoca - que não está sendo prorro-gada - entrou em vigência no dia 1º de julho. A esse pa-drão serão aplicadas as três exigências previstas no Art. 1º da Lei nº 9.972/2000.

MudançasAssim que a nova legis-

lação entrar em vigor, os grãos de milho comerciali-zados deverão ter a redução na unidade de 14,5% para 14%, redução na quantida-de de matérias estranhas e impurezas de 3% (máx.) para 2% (máx.), redução no teor dos defeitos avariados de 27% para 20%. Com o novo padrão, o defeito ca-runchado isolado passa a definir o tipo do produto e os fragmentos de grãos não serão considerados defeitos.

Novo padrão de qualidade para o milho é prorrogado

CLASSIFICAÇÃO

32 JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegóciojulho de 2012

Condições válidas para Pessoa Física (PF) e Pessoa Jurídica (PJ) para a Linha Cargo, nas modalidades CDC (fi nanciamento com taxa de 0% a.m. = 0,00% a.a. em 12 meses, com 30% de entrada) ou Finame PSI (fi nanciamento com taxa de 0,45% a.m. = 5,50% ao ano, em 60 meses, entrada de 0% e carência de 03 ou 06 meses para micro, pequena e média empresa, com faturamento anual de até R$ 90 milhões). O valor de composição do CET poderá sofrer alteração, na data efetiva da contratação, considerando o valor do bem adquirido, as despesas contratadas pelo cliente, custos de registros de cartórios variáveis de acordo com a UF. Não abrange seguro, acessórios, documentação e serviços de despachante, manutenção ou qualquer outro serviço prestado pelo Distribuidor. Contratos de Financiamento e Arrendamento Ford Credit são operacionalizados pelo Banco Bradesco Financiamentos S/A. e contratos de Finame pelo Banco Bradesco S/A. Garantia promocional para a linha Cargo (816 ao 3133), primeiro ano de garantia total e segundo ano para o trem de força (motor, câmbio e diferencial), sem limite de quilometragem, formalizada no documento específi co, junto ao Distribuidor Ford Caminhões no ato da compra. Operação BNDES Finame na Sistemática Convencional, fi nanciada com recursos do BNDES, de acordo com a legislação, Circular nº. 33/2012 - de 23/05/2012 - e demais normas desta instituição, conforme cláusulas contratuais. As condições fi nanceiras estão sujeitas a análise e aprovação de crédito pela fi nanceira e a alteração por parte da autoridade monetária, BACEN e BNDES. Promoção válida para a linha Cargo zero km, até 31/07/2012 ou enquanto durarem os estoques.

Cinto de segurança salva vidas.

HORIZONTERODOVIA MOGI-DUTRA, 1.461ITAPETI - MOGI DAS CRUZES - SPTEL.: (11) 4791-7720

NUÑO CAMINHÕESAVENIDA MARGINAL SUL, 58 TREVO BR 116, KM 446 VILA NOVA RIBEIRAREGISTRO - SPTEL.: (13) 3828-5050

SOUZA RAMOSAV. TENENTE JOSÉ JERÔNIMO DE MESQUITA, 155PARQUE NOVO MUNDOSÃO PAULO - SP TEL.: (11) 2984-3366

VALE CAMINHÕESAV. DR. ROSALVO DE ALMEIDA TELLES, 500 - NOVA CAÇAPAVACAÇAPAVA - SP TELS.: (12) 3654-7103(12) 3654-7108

SOUZA RAMOS ABCAV. DOS ESTADOS, 2.257 VILA METALÚRGICA SANTO ANDRÉ - SP TEL.: (11) 3377-0000

DIVEPEAV. PROF. ABRAÃO DE MORAES,888 BOSQUE DA SAÚDE - SPTEL.: (11) 5071-3644

CAOA CAMINHÕESRODOVIA ANHANGUERA, KM 17,5VILA JARAGUÁSÃO PAULO - SP TEL.: (11) 3837-3000

CARUEMERODOVIA D. PEDRO I, S/NºKM 145 NOVA APARECIDACAMPINAS - SP TEL.: (19) 2101-2800

COSTA SUL CAMINHÕESRUA NOSSA SENHORA DE FÁTIMA, 1.172 - J. CASQUEIRO (PARALELA À ROD. ANCHIETA)CUBATÃO - SPTEL.: (13) 3365-8890

DIVEPEAV. DR. JOSÉ FORNARI, 1.700FERRAZÓPOLISS. BERNARDO DO CAMPO - SPTEL.: (11) 3504-8600

CARUEME JUNDIAÍAV. PROFESSORA MARIA DO CARMO GUIMARÃES PELLEGRINI, 334 (KM 60 DA ROD. ANHANGUERA)RETIRO - JUNDIAÍ - SPTEL.: (11) 3379-5999

AVERSA ITAPETININGARUA BENEDITA SILVA ROSA, 10VILA CAROLINAITAPETININGA - SP TEL.: (15) 3272-9400

AVERSA AV. PRIMO SCHINCARIOL, 640ITAIM ITU - SPTEL.: (11) 4013-8800

FELIVELROD. RAPOSO TAVARES, S/Nº KM 95,4 V. ARTURASOROCABA - SPTEL.: (15) 3237-8090

CAOA CAMINHÕESRODOVIA ANHANGUERA, KM 17,5VILA JARAGUÁSÃO PAULO - SP

CARUEMERODOVIA D. PEDRO I, S/NºKM 145 NOVA APARECIDA

COSTA SUL CAMINHÕESRUA NOSSA SENHORA DE FÁTIMA, 1.172 - J. CASQUEIRO (PARALELA À ROD. ANCHIETA)

DIVEPEAV. DR. JOSÉ FORNARI, 1.700FERRAZÓPOLIS

CARUEME JUNDIAÍAV. PROFESSORA MARIA DO CARMO GUIMARÃES PELLEGRINI,

AVERSA ITAPETININGARUA BENEDITA SILVA ROSA, 10

LINHA CARGO COM IPI ZEROE 2 ANOS DE GARANTIA.

TAXA DE 0,45 %

a.m.

TAXAZERO

OU

0% DE ENTRADA

30% DE ENTRADA

PRAZO DE60 MESES

PRAZO DE12 MESES

FINAME

CDC

Sinal verdepara circulação

no centroexpandidoda Capital

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