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[email protected] lona.up.com.br O único jornal-laboratório DIÁRIO do Brasil Ano XIII - Número 706 Jornal-Laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Positivo Curitiba, segunda-feira, 30 de abril de 2012 @jornallona Luciano Ducci tem poucos nomes para decidir como representante Analisando a situação política curitibana Ricardo Oliveira, cientista político, afirma que é necessário um nome que não esteja envolvido nos escândalos da Câmara Pág. 3 Cultura Recursos e incentivos públicos à Cultura estão estagnados Pág. 4 Divulgação Opinião Morar sozinho tem seu lado bom, porém nem tudo é um mar de rosas Pág. 2 Política Vereadores envolvidos no caso de compra de notas fiscais podem ser indiciados por três crimes Pág. 3

LONA 706 - 30/04/2012

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JORNAL-LABORATÓRIO DIÁRIO DO CURSO DE JORNALISMO DA UNIVERSIDADE POSITIVO.

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Curitiba, segunda-feira, 30 de abril de 2012

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O único jornal-laboratório

DIÁRIOdo Brasil

Ano XIII - Número 706Jornal-Laboratório do Curso de

Jornalismo da Universidade Positivo

Curitiba, segunda-feira, 30 de abril de 2012

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Luciano Ducci tem poucos nomes para decidir como

representanteAnalisando a situação política curitibana Ricardo

Oliveira, cientista político, afirma que é necessário um nome que não esteja envolvido

nos escândalos da Câmara

Pág. 3

CulturaRecursos e incentivos

públicos à Culturaestão estagnados

Pág. 4

Divulgação

OpiniãoMorar sozinho tem

seu lado bom, porém nem tudo é um mar

de rosas

Pág. 2

PolíticaVereadores envolvidos no caso de compra de notas fiscais podem

ser indiciados por três crimes

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Curitiba, segunda-feira, 30 de abril de 2012

O estádio mais importante do futebol brasileiro está perto de ficar fora da Copa das Confederações. A Odebrecht não se manifestou publicamente ainda, mas não pode haver greves, nenhum outro imprevisto nos próximos meses. Caso ocorra o Maracanã não vai ficar pronto até fevereiro prazo máximo da FIFA para os estádios que vão participar do certame no meio do ano que vem.

Já começaram as preocupações quanto às obras, não só o Maracanã está com problemas. O governo de Pernambuco aposta num enorme esforço de en-genharia para assegurar a participação de Recife na Copa das Confederações de 2013. O único estádio até o momento que se encontra nos prazos estabeleci-dos pela FIFA é o Mineirão. O estádio mineiro deve ser entregue no final desse ano. Não só a arena mineira vai estar pronta, mas também a mobilidade urbana de Minas esta bem adiantada e recebe vários elogios da FIFA.

O pior é saber que as obras no Maracanã tinham uma construtora envolvida em escândalos e investigada pela Polícia Federal. A construtora Delta anun-ciou sua saída do consorcio mas isso nos mostra um pouco da sujeira que é sediar uma Copa. Mas Duncan Reive, presidente da soccerex, maior feira de marketing de futebol, informou que não se preocupa com os atrasos e prob-lemas políticos no Brasil e diz que vamos fazer uma bela Copa. Vamos torce que ele esteja certo.

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ExpedienteReitor: José Pio Martins | Vice-Reitor e Pró-Reitor de Ad-ministração: Arno Gnoatto | Pró-Reitora Acadêmica: Mar-cia Sebastiani | Coordenação dos Cursos de Comunicação Social: André Tezza Consentino | Coordenadora do Curso de Jornalismo: Maria Zaclis Veiga Ferreira | Professores-orientadores: Ana Paula Mira, Elza Aparecida de Oliveira Filha e Marcelo Lima | Editora-chefe: Suelen Lorianny | Repórter: Vitória Peluso | Pauteira: Renata Silva Pinto | Editorial: Daniel Zanella

O LONA é o jornal-laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Positivo. Rua Pedro Viriato Parigot de Souza, 5.300 - Conectora 5. Campo Comprido. Curitiba - PR. CEP: 81280-30 - Fone: (41) 3317-3044.

Em 1973, o músico João Ricardo, principal compo-sitor do Secos & Molhados escreveu uma das maiores canções de sua época e do espírito de seu tempo. Patrão nosso de cada dia, espécie de hino à censura e à falta de liberdade, dizia diretamente ao cidadão comum, atrela-do aos desmandos dos poderosos e à sua alienação ine-vitável. “Eu vivo preso à sua senha, sou enganado / Eu solto o ar no fim do dia, perdi a vida / Eu já não sei se sei de nada ou quase nada / Eu só sei de mim, só sei de mim, só sei de mim...”. A canção, interpretada por Ney Matogrosso, ressoava melancólica, com sinos evocando a entrada e saída dos trabalhadores das fábricas e re-presentando literariamente diversos signos envolvendo feriado de 1º de maio, Dia Internacional dos Trabalha-dores.

Escolhida desde 1890 como símbolo das lutas tra-balhistas nos EUA e na Europa – no Brasil a partir de 1895 – o 1º de maio é uma homenagem direta às lutas sindicais dos trabalhadores de Chicago que lutavam por salários mais dignos, jornadas de trabalho menos des-gastantes e almejavam trabalhar “apenas” oito horas. Na época, as manifestações foram severamente coibidas e o confronto com a polícia resultou na morte brutal de diversos manifestantes, algo também visto em manifes-tações na França pouco tempo depois, em 1891.

Por conta dos desdobramentos violentos, a Interna-cional Socialista de Bruxelas resolveu proclamar o Dia Internacional de Reivindicação de Condições Laborais. (No Brasil, a data é utilizada usualmente para anúncios de aumento do salário mínimo e de reformas trabalhis-tas.)

O que de mais expressivo pode ser dito sobre a im-portância histórica do Dia do Trabalhador é que as re-lações entre funcionários e patrões sempre são tensas e complicadas, arrebentando geralmente no lado mais fraco, naquele que não detém o poder e a força, exceto quando organizado e ativo, contrário a exploração e a desvalorização do trabalho – marcas estas que são in-deléveis do sistema capitalista, com seu caráter natural-mente desumanizador.

Editorial

Tayná de Campos Soares

Fazer tudo que você bem entender sem ter que dar satisfações a ninguém pode ser o grande sonho de quem quer morar sozinho. Porém, quando o plano se torna realidade, muita gente percebe que as vantagens de não dividir a casa vêm acompanhadas de uma série de responsabilidades. Afinal de contas, cuidar de uma casa não é fácil.

Grande parte das pessoas que decidem sair da casa dos pais toma essa decisão em busca de maior liberdade. Isso ocorre principalmente no caso de pessoas que come-çaram a estudar ou trabalhar em uma nova cidade. Morar sozinho tem seu lado bom, porém nem tudo é um mar de rosas. É preciso ir ao supermercado, cozinhar, lavar, arrumar a casa entre outras tarefas, a não ser que você tenha dinheiro o suficiente para contratar uma empregada que faça tudo isso.

Eu me considero um tanto precoce. Moro sozinha desde os 15 anos e aviso logo aos que querem isso: não é nada fácil, mas também não é algo que ninguém seja ca-paz de fazer. As dúvidas que pra você antes pareciam ser tão simples agora são como enigmas. Como temperar o feijão? É necessário separar as roupas por cor para lavar? Como se passa a gola da camisa? E, então, chega o momento em que você fala a frase que nunca pensou em dizer: Ah, eu quero minha mãe!

Mas apesar de tudo, é bom. Você come o que quiser e a hora que quiser, limpa a casa no horário em que pode, e se quiser nem precisa arrumar a casa. E dessa forma pode colocar em prática aquela velha frase em que sua mãe dizia: “Quando você tiver a sua casa, você arruma do seu jeito”.

Uma hora ou outra, vamos ter que sair da casa dos nossos pais e seguir com nossas vidas. Fomos criados para o mundo, para termos liberdade e ser independentes. E para isso...só morando sozinho!

Patrão nosso de cada dia Mar de rosas?

Maraca por um fioDanilo Georgete

Opinião

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Curitiba, segunda-feira, 30 de abril de 2012

Câmara M

unicipal

Ducci tem poucas opções para substituir seu líder na câmaraRicardo Oliveira, cientista político, falou ao Lona sobre as opções do pre-feito Luciano Ducci de líderes na câmara municipal de CuritibaRenata Silva Pinto

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Segundo Ricardo Oli-veira, cientista político e professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), as melhores opções do pre-feito Luciano Ducci são Julieta Reis (DEM) e Fe-lipe Braga Côrtes (PSDB). Para esse cargo é necessá-rio alguém que esteja dis-tante dos escândalos e que tenha a confiança do pre-feito. A assessoria de im-prensa de Ducci apenas in-formou que a escolha será feita após o feriado.

“Um nome que não esteja envolvido”, diz o cientista político sobre o principal requisito para a escolha de Ducci. Para

ele qualquer um dos cerca de 20 vereadores que vo-taram para João do Suco (PSDB) para a presidência da câma-ra muni-cipal tem c h a n c e de ser es-colhido. Também c o m e n -ta sobre S a b i n o P i c o l o ( D E M ) , que foi substitu-to tem-p o r á r i o de De-r o s s o , mas foi envolvido

Sobre as duas opções Oliveira ressalta o verea-dor Felipe Braga Côrtes, que faz parte de uma nova

em casos. Outros nomes que citou foram: Emerson Prado (PSDB) e Fancisco Garcez (PSDB).

geração de políticos. Além de possuir uma proposta mais renovadora e vem de uma família de tradição na política. Já sobre Julie-ta Reis, além de não estar envolvida com nenhum es-cândalo, seria uma boa op-ção para reforçar alianças partidárias.

Relata que os escânda-los do ex-presidente da câ-mara João Cláudio Deros-so, foi um duro golpe para o prefeito e os partidos de ambos, acredita que tan-to o PSDB e o PSD estão passando por uma crise política. O prefeito precisa blindas o partido das de-núncias, conseguir alguém que tenha boa relação com a população para reforçar a imagem do partido.

A vereadora Julieta Reis (DEM) ou o vereador Felipe Braga Côrtes (PSDB) seriam as melhores escolhas no momento como representante de Duccio na Câmara Municipal.

Vereadores podem ser indiciados por quatro crimesAté o momento os vereadores envolvidos com a compra de notas fiscais para justificar pagamentos podem ser indiciados por três crimesRenata Silva Pinto

Vereadores da Câma-ra Municipal de Curitiba que tiveram participação da venda de notas para justificação de gastos po-dem ser indiciados por ao menos três crimes, segun-do o professor de direito Maicon Guedes. Segundo o Ministério Público (MP)

a Promotoria de Patrimô-nio Público abriu inquérito cível e criminal na quinta-feira, 26.

Guedes afirma que caso as informações sejam con-cretas os vereadores po-dem ser indiciados por três crimes: corrupção passiva, peculato, fraude de licita-ção e falsidade ideológica. Os vereadores podem ser obrigados a devolver o di-nheiro e perderem o cargo político. Nem todo o es-

quema foi revelado, assim o professor Maicon não acredita que tenha outros crimes que possa citar no momento.

Além desses crimes, na área administrativa os vereadores podem ser in-diciados por burlar a lei 8666 de Licitações, segun-do o professor de direito administrativo Tarso Ca-bral Violin. “O vereador é um agente público, não pode receber dinheiro”,

acrescenta.Em entrevista exclusiva

à Rede Teia, a vereadora Professora Josete (PT) re-velou apoiar a ação do MP. Conta também que com a saída do vereador João Cláudio Derosso (PSDB) os vereadores consegui-ram mais abertura para ter controle dos recursos da câmara municipal, res-saltando que antes apenas os grandes números eram

apresentados. A vereadora também

é integrante do Conselho de Ética da Câmara, conta que ainda não receberam acesso a documentações do caso. Entretanto, acre-dita que independente do bloco político é preciso haver punição efetiva dos vereadores e do ex-presi-dente. Para ela a Câmara precisa passar essa história a limpo e buscar a credibi-lidade novamente.

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Curitiba, segunda-feira, 30 de abril de 2012

Kid Cultura tá solto por aí...

4 Artigo

O que seria mais interes-sante do que escrever so-bre a atual política cultural no Brasil no meu primeiro texto para o LONA? No úl-timo dia 14, os servidores do MinC, pessoas que têm como objetivo profissional tocar as políticas culturais do governo brasileiro, lan-çaram uma carta aberta em que “consideram graves os caminhos ora trilhados pelo MinC com visíveis reflexos na qualidade da Gestão in-terna e na plenitude admi-nistrativo-funcional do ór-gão” . A insatisfação é com a ministra Ana Buarque de Hollanda, cuja indica-ção para a gestão de Dilma Rousseff vem sendo atribuí-da ao seu sobrenome.

Em resumo, a carta cri-tica a estagnação dos recur-sos e incentivos públicos para a Cultura. Mais espe-cificamente, reclamam da imobilidade dos Projetos de Lei da área, da ocupa-ção dos cargos de direção por indicação política e não tecnocrática, de cortes go-vernamentais no orçamento público da Cultura e, prin-cipalmente, da conduta an-tidemocrática da ministra. Mas o que mais me chamou a atenção foi o ponto de convergência entre a crítica dos servidores e a da rede de produtores culturais da América Latina: o desmonte

do programa Mais Cultura.Desde 2002, o Ministé-

rio auferiu uma inovadora visão de fomento à cultu-ra brasileira, dando assim prioridade a produções ar-tísticas populares e tradicio-nais, quebrando barreiras entre quem faz e quem con-some cultura. Denominada Mais Cultura, a política do Ministério até então previa o programa Cultura Viva, cuja finalidade é fomentar redes de artistas, produtores e outros agentes culturais e promover uma maior visibi-lidade às atividades locais de cultura popular.

Para tanto, o MinC pas-sou aos Pontos de Cultura, entidades locais comprova-damente ligadas à cultura popular ou tradicional, a responsabilidade por reali-zar esse fomento – o que ga-rante a autonomia cultural e artística da região ou comu-nidade. Segundo o ex-pre-sidente Luiz Inácio Lula da Silva, “os Pontos de Cultura são espaços permanentes de experimentação, encanto, transformação e magia”. A iniciativa foi tão fantástica que acabou sendo “impor-tada” e compartilhada por diversos países da America Latina.

Em abril, nossos her-manos argentinos marcha-ram até o Congresso com “La Caravana de La Cultu-ra Viva Comunitaria”, em apoio ao projeto de lei que defende a cultura popular e independente . Mais de 600 pessoas e cerca de 60 or-

Beatriz Moreira

“A Cultura é revolucionária e os Pontos de Cultura espalhamessa revolução pelos quatro

cantos do país!”g a n i z a ç õ e s r o d e a r a m o centro de Buenos Aires com a t i v i d a d e s festivas que culminaram na adesão de “Puen-tos de Cul-tura” e de toda Améri-ca Latina na “Plataforma Puente Cul-tura Viva Comu-nitaria”. Enquanto isso, no Brasil, Dilma recebia uma carta dessa mesma rede de agentes culturais latino-americanos pedindo um pouco mais de atenção e ca-rinho ao programa que ha-via inspirado todo um conti-nente e que hoje se encontra descartado pelo MinC.

De 2010 para cá, as polí-ticas do Ministério têm ou-tra prioridade. Em primeiro lugar, o Cultura Viva sofreu enormes cortes orçamen-tais. Fora isso, os Pontos de Cultura estão sofrendo uma desnecessária austeri-dade fiscal – lembrando que são, em sua maioria, ini-ciativas locais e populares. Desde o a chegada de Ana de Hollanda, a prioridade no MinC tem sido a mesma que nos demais ministérios de Dilma: a produtivida-de. Mas talvez essa lógica quantitativa não seja tão ideal para um Ministério tão qualitativo quanto a da Cultura. Talvez a atual ênfa-

se em “Economia Criativa”, seus méritos à parte, não se aplique às comunidades in-dígenas, aos quilombolas, comunidades caiçaras, entre outras.

América Latina afora, a rede do programa é com-posta por cerca de 3.500 Pontos de Cultura, que be-neficiam mais de 8 milhões de pessoas. O Ponto de Cul-tura Minha Vila Filmo Eu, por exemplo, desenvolve atividades de ensino audio-visual na Vila das Torres, aqui em Curitiba. De acor-do com sua página na inter-net, a ideia é promover “a emancipação de indivíduos para a produção e leitura de discursos audiovisuais, de modo que possam reconhe-cer, valorizar, elaborar, re-criar e afirmar suas próprias identidades no local onde vivem”. Alguns trabalhos conseguem levar para den-tro da sociedade curitibana a visão daqueles que normal-mente estão à margem do consumo e da produção da

Caravana envolveu cerca de 300 agentes culturais de todo o Brasil

Saulo Borges

“sétima arte”. Um exemplo é o documentário “Vila das Torres 2014”, que transmite as contradições da comu-nidade frente à Copa e que ganhou o prêmio de Melhor Filme no Mostra Competiti-va Nós na Tela em 2011.

Diante da conjuntura de políticas culturais, o MinC atual parece não perceber a importância do fomento à cultura popular em um país que exporta Cidade de Deus, mas em que apenas 13% da população vai ao cinema com frequência. Ou como pode no país de Débo-ra Colcker 80% da popula-ção nunca ter assistido a um espetáculo de dança?

Há um ANAcronismo nas políticas de Cultura no Brasil; retrocedemos em nossa própria criação.

Se Ana Buarque de Hollanda não respeita a po-lítica de vanguarda criada pelo antigo MinC de Gil e Juca, que ao menos honre os nomes de Sérgio, Chico e Heloísa.