Mata ciliar

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FACULDADE DE JAGUARINA

Mata Ciliar e Assoreamento

Bruno Fellipe Leite Leandro Cassemiro Karen Patrcia Bettanin Veronica

RA: ________ RA: ________ RA: ________ RA: ________ RA: ________

Jaguarina 2009

Faculdade de Jaguariuna

Trabalho

apresentado disciplina e

para de Engenharia

complementao Sociedade,Ambiente

Ambiental sob orientao da Professora Patricia Pantano Mattiazzo

INDICEDescrio Introduo As principais causas da degradao da mata ciliar As principais consequencias da degradao da mata ciliar Solues e casos de sucesso na recupero da mata ciliar Concluso Referencias bibliograficas

DESCRIOA importancia da preservao da mata ciliar contribuiu para o equilibrio da fauna e flora local,a degradao dessas reas pela agircultura,pecuaria e minerao entre outras acarretam varias consequncias ao meio ambiente e ao homem,como a perda da biodiversidade,da quantidade e qualidade da gua e enchentes.Existem varias casos de recuperao da mata ciliar de sucesso,basta um estudo minuncioso sobre as especies vegetais e animais que habitam a area e o nivel de degradao em questo.

INTRODUOMata ciliar a formao vegetal localizada nas margens dos rios, crregos, lagos, represas e nascentes. Tambm conhecida como mata de galeria, mata de vrzea, vegetao ou floresta ripria. Considerada pelo Cdigo Florestal Federal como "rea de preservao permanente", com diversas funes ambientais, devendo respeitar uma extenso especfica de acordo com a largura do rio, lago, represa ou nascente. A funo das matas ciliares em relao s guas est ligada a sua influencia sobre uma srie de fatores importantes. Como o armazenamento de gua no lenol fretico, auxiliando na infiltrao da gua, a sua ausncia neste caso aumentaria o escoamento artificial, diminuindo o volume de gua no subsolo e acarretaria em enchentes durante o perodo de chuvas. A mata ciliar uma proteo natural contra o assoreamento. Sem ela, a eroso das margens leva terra para dentro do rio, e os slidos em suspenso prejudicando a vida aqutica e a qualidade da gua para uso e consumo humano, dificultando no tratamento de gua para abastecimento, entupimento de tubulaes de captao, alm de mudar o curso dgua. O processo de eroso se torna acentuado principalmente devido ocorrncia de enchentes nas pocas de chuva. As principais causas de destruio da mata ciliar so desmatamento que desprotege o solo da chuva, a construo de favelas em encostas que, alm de desmatar acaba por jogar dejetos e esgoto nas margens dos rios ou crregos. As tcnicas agrcolas e agropecurias inadequadas, quando se promovem desmatamentos extensivos no local de reas plantadas,tendo umas das conseqncias mais graves o assoreamento, ou seja, o acumulo de detritos, areia no fundo dos rios, assim reduzindo o volume de gua, torna-a turva e impossibilitando a entrada de luz dificultando a fotossntese e impedindo renovao do oxignio para algas e peixes. A preservao e a recuperao das matas ciliares possibilitam que as espcies, tanto da flora, quanto da fauna, possam se deslocar, reproduzir e garantir a biodiversidade da regio e aliadas s prticas de conservao e ao manejo adequado do solo garante a proteo de um dos principais recursos naturais: a gua.

AS PRINCIPAIS CAUSAS DA DEGRADAA DA MATA CILIAR

Para Sebastio Venncio Martins, o processo de ocupao do Brasil caracterizou-se pela falta de planejamento e conseqente destruio dos recursos naturais, particularmente das florestas. Ao longo da histria do Pas, a cobertura florestal nativa, representada pelos diferentes biomas, foi sendo fragmentada, cedendo espao para as culturas agrcolas, as pastagens e as cidades. A noo de recursos naturais inesgotveis, dadas as dimenses continentais do Pas, estimulou e ainda estimula a expanso da fronteira agrcola sem a preocupao com o aumento ou, pelo menos, com uma manuteno da produtividade das reas j cultivadas. Assim, o processo de fragmentao florestal intenso nas regies economicamente mais desenvolvidas, ou seja, o Sudeste e o Sul, e avana rapidamente para o Centro-Oeste e Norte, ficando a vegetao arbrea nativa representada, principalmente, por florestas secundrias, em variado estado de degradao, salvo algumas reservas de florestas bem conservadas. Este processo de eliminao das florestas resultou num conjunto de problemas ambientais, como a extino de vrias espcies da fauna e da flora, as mudanas climticas locais, a eroso dos solos e o assoreamento dos cursos d'gua. Neste panorama, as matas ciliares no escaparam da destruio; pelo contrrio, foram alvo de todo o tipo de degradao. Basta considerar que muitas cidades foram formadas s margens de rios, eliminando-se todo tipo de vegetao ciliar; e muitas acabam pagando um preo alto por isto, atravs de inundaes constantes. Alm do processo de urbanizao, as matas ciliares sofrem presso antrpica por uma srie de fatores: so as reas diretamente mais afetadas na construo de hidreltricas; nas regies com topografia acidentada, so as reas preferenciais para a abertura de estradas, para a implantao de culturas agrcolas e de pastagens; para os pecuaristas, representam obstculos de acesso do gado ao curso d'gua etc. Este processo de degradao das formaes ciliares, alm de desrespeitar a legislao, que torna obrigatria a preservao das mesmas, resulta em vrios problemas ambientais. As matas ciliares funcionam como filtros, retendo defensivos agrcolas, poluentes e sedimentos que seriam transportados para os cursos d'gua,

afetando diretamente a quantidade e a qualidade da gua e conseqentemente a fauna aqutica e a populao humana. So importantes tambm como corredores ecolgicos, ligando fragmentos florestais e, portanto, facilitando o deslocamento da fauna e o fluxo gnico entre as populaes de espcies animais e vegetais. Em regies com topografia acidentada, exercem a proteo do solo contra os processos erosivos. Apesar da reconhecida importncia ecolgica, ainda mais evidente nesta virada de sculo e de milnio, em que a gua vem sendo considerada o recurso natural mais importante para a humanidade, as florestas ciliares continuam sendo eliminadas cedendo lugar para a especulao imobiliria, para a agricultura e a pecuria e, na maioria dos casos, sendo transformadas apenas em reas degradadas, sem qualquer tipo de produo. necessrio que as autoridades responsveis pela conservao ambiental adotem uma postura rgida no sentido de preservarem as florestas ciliares que ainda restam, e que os produtores rurais e a populao em geral sejam conscientizados sobre a importncia da conservao desta vegetao. Alm das tcnicas de recuperao propostas neste trabalho, fundamental a intensificao de aes na rea da educao ambiental, visando conscientizar tanto as crianas quanto os adultos sobre os benefcios da conservao das reas ciliares. A definio de modelos de recuperao de matas ciliares, cada vez mais aprimorados, e de outras reas degradadas que possibilitam, em muitos casos, a restaurao relativamente rpida da cobertura florestal e a proteo dos recursos edficos e hdrico no implica que novas reas possam ser degradadas, j que poderiam ser recuperadas. Pelo contrrio, o ideal que todo tipo de atividade antrpica seja bem planejada, e que principalmente a vegetao ciliar seja poupada de qualquer forma de degradao. As matas ciliares exercem importante papel na proteo dos cursos d'gua contra o assoreamento e a contaminao com defensivos agrcolas, alm de, em muitos casos, se constiturem nos nicos remanescentes florestais das propriedades rurais sendo, portanto, essenciais para a conservao da fauna. Estas peculiaridades conferem s matas ciliares um grande aparato de leis, decretos e resolues visando sua preservao. O novo Cdigo Florestal (Lei n. 4.777/65) desde 1965 inclui as matas ciliares na categoria de reas de preservao permanente. Assim toda a vegetao natural

(arbrea ou no) presente ao longo das margens dos rios e ao redor de nascentes e de reservatrios deve ser preservada. De acordo com o artigo 2 desta lei, a largura da faixa de mata ciliar a ser preservada est relacionada com a largura do curso d'gua. O quadro apresenta as dimenses das faixas de mata ciliar em relao largura dos rios, lagos, etc.

Largura Mnima da Faixa 30 m em cada margem 50 m em cada margem 100 m em cada margem 200 m em cada margem 500 m em cada margem Raio de 50 m 30 m ao redor do espelho d'gua 50 m ao redor do espelho d'gua

Situao Rios com menos de 10 m de largura Rios com 10 a 50 m de largura Rios com 50 a 200 m de largura Rios com 200 a 600 m de largura Rios com largura superior a 600 m Nascentes Lagos ou reservatrios em reas urbanas Lagos ou reservatrios em zona rural, com rea menor que 20 ha

Um ecossistema torna-se degradado quando perde sua capacidade de recuperao natural aps distrbios, ou seja, perde sua resilincia. Dependendo da intensidade do distrbio, fatores essenciais para a manuteno da resilincia como, banco de plntulas e de sementes no solo, capacidade de rebrota das espcies, chuva de sementes, dentre outros, podem ser perdidos, dificultando o processo de regenerao natural ou tornando-o extremamente lento. Uma floresta ciliar est sujeita a distrbios naturais como queda de rvores, deslizamentos de terra, raios etc., que resultam em clareiras, ou seja, aberturas no dossel, que so cicatrizadas atravs da colonizao por espcies pioneiras seguidas de espcies secundrias. Distrbios provocados por atividades humanas tm, na maioria das vezes, maior intensidade do que os naturais, comprometendo a sucesso secundria na rea afetada. As principais causas de degradao das matas ciliares so o desmatamento para extenso da rea cultivada nas propriedades rurais, para expanso de reas urbanas e para obteno de madeira, os incndios, a extrao de areia nos rios, os empreendimentos tursticos mal planejados etc. Em muitas reas ciliares, o processo de degradao antigo, tendo iniciado com o desmatamento para transformao da rea em campo de cultivo ou em pastagem. Com o passar do tempo e, dependendo da intensidade de uso, a

degradao pode ser agravada atravs da reduo da fertilidade do solo pela exportao de nutrientes pelas culturas e, ou, pela prtica da queima de restos vegetais e de pastagens, da compactao e da eroso do solo pelo pisoteio do gado e pelo trnsito de mquinas agrcolas. Segue alguns exemplos de degradao no territrio brasileiro; Extrao Mineral provoca a remoo da cobertura vegetal e cortes no terreno, geralmente realizados de forma errnea, deixando as reas mineradas expostas aos efeitos climticos, como as chuvas, que as submetem muitas vezes a processos de eroso e assoreamento profundos. Segue alguns casos dos efeitos do impacto ambiental causado pela extrao mineral, dados citados por Maria Rodrigues da Silva no artigo Efeitos da Gesto Ambiental das Empresas Minero-Metalurgicas do Estado do Par (1999).

Indstria Extrativa Mineral do Par A MRN (Minerao Rio Do Norte) a terceira maior produtora de bauxita do mundo, sempre estiveram entre as cinco primeiras maiores empresas mineradoras do pas, sua produo gira em torno de 10 milhes de t/ano, e suas reservas medidas garantem o atual ritmo de produo por mais de 50 anos. Responde por 17% do valor da produo mineral do Par. Est localizada a oeste do Estado do Par, a 80 km do municpio de Oriximin, ocupa uma rea de 147.000 h. A resoluo 010/Conama estabelece a obrigatoriedade dos projetos de minerao implantarem uma Estao Ecolgica visando compensar pelos danos ambientais causados pela atividade. No caso da MRN, h duas Unidades de Conservao em seu entorno a Rebio do Rio Trombetas 4 (Reserva Biolgica) e da Flona (Floresta nacional) Sarac-Taquera (tabela 2) A empresa gasta, em mdia, U$300 mil anuais para manuteno dessas reas (IBAMA- Belm). Nesse caso, as reas efetivamente oneradas com a implantao da MRN da Rebio e da Flona representam 0,79% da rea do Par ou 9,0% da rea de

Oriximin. Do total das reas oneradas 15,3% ocupada pela Minerao, 44,7% pela Flona e 40% pela Rebio. Da rea destina atividade mineradora (147.000 ha) apenas 1,4% j foi lavrada (2.000 ha) e desta, 40,5% j foi revegetada. Os principais impactos diretos provocados pela MRN so: remoo de cobertura vegetal por desmatamento (120 a 150 ha/ano), afetando a fauna, flora, solo e guas, perda de vegetao nativa, destruio de habitats e de recursos disponveis fauna incluindo reas da mata ciliar. As medidas para mitigao de tais impactos, segundo relatrio anual da empresa consistem na recuperao das reas mineradas, atravs de reflorestamento com espcies nativas que so capturadas na prpria floresta e reproduzidas em viveiro da empresa. Os impactos ambientais indiretos referem-se perda de biodiversidade ocorrida devido ao assoreamento do Lago Batata, ao impedimento das comunidades ribeirinhas de pescar na regio dos lagos das reas reservadas. Durante seus primeiros dez anos de funcionamento a empresa despejou 2,4 mil m3/hora de resduos da lavagem da bauxita e desmatou a mata ciliar no Lago Batata, impactando rea de 600 ha, o que provocou assoreamento do lago e, conseqentemente, perda da biodiversidade. Aps srios problemas com rgos ambientalistas e com a mdia, a empresa adotou uma estratgia inovadora de recomposio do solo com o material descartado e revegetao com espcies nativas, evitando assim o despejo de material diretamente no meio ambiente. Este modelo de gesto ambiental tem sido adotado por outras empresas no Par.

A Alumina do Norte S/A (Alunorte) A Alunorte ocupa uma rea de 80 ha e est localizada no Municpio de Barcarena, e produz alumina um produto intermedirio entre a bauxita e alumnio. O principal rejeito da Alunorte a lama vermelha que formada por resduos insolveis de bauxita mais soda caustica que prejudicial para o solo e guas (lenol fretico, lagos, igaraps e rios). Este rejeito slido das fbricas de alumina corresponde parte estril (no aproveitvel) do minrio que insolvel na soda caustica. Estes slidos, como a bauxita que lhes d origem, no tem caractersticas txicas ou agressivas, mas por serem gerados em contato a soda caustica, sempre apresentam soda residual. A soda custica o elemento mais nocivo ao meio-

ambiente, pois pode provocar chuvas cidas. E alm de desmatar reas de preservao como as mata ciliares,a lama vermelha produzida pela soda caustica acaba assoreando os rios e igaraps e at mesmo contaminando o lenol fretico, o que prejudicaria grande parte da populao local. A Alunorte adotou o mtodo de deposio da lama por alta densidade. Por este sistema, a lama lanada no depsito na forma de uma pasta contendo cerca de 60% em peso na fase slida. Assim, ela no segrega lquidos e se comporta basicamente como um lava vulcnica, adquirindo a consistncia de um solo normal a curtssimo prazo e facilitando enormemente a recuperao da rea para outros fins. O resduo depositado em valas muito grandes protegidas com mantas de polietileno, dessa forma garantindo maior proteo contra a contaminao do lenol fretico A Alunorte mantm um horto florestal e um cinturo verde de 3.500Ha de floresta em torno da rea das indstrias. A empresa j iniciou o processo de implantao do selo ambiental da ISO 14000. Camargo Corra Metais (CCM), Silcio Metlico, municpio de Tucuru. A CCM entrou em operao no Par, em 1988, com investimentos de U$140 milhes, capacidade instalada 9.000 t de silcio metlico/ano, destina toda sua produo ao mercado externo e responde por 2% das exportaes da indstria de transformao do Par. Os principais impactos ambientais diretos provocados pela CCM, na fase de beneficiamento, referem-se emisso de gazes e material particulado; gerao de efluentes cidos e bsicos que podem provocar deteriorao da qualidade da gua. O processo produtivo tambm tende a gerar poluio do Ar, originada pela moagem do carvo e reduo da slica nos fornos eltricos e poluio sonora a partir de rudos provocados por este processo. Indiretamente h o problema do desmatamento de reas de preservao abrangendo a mata ciliar local, para produo de carvo vegetal, insumo importante no processo produtivo do silcio-metlico.

Urbanizao, que alm de desmatar a rea de preservao para loteamento urbano localizado principalmente na periferia das cidades e at mesmo apropriao indevida como no caso das favelas, ainda contribui para poluio atravs de esgoto e dejetos despejados no leito das guas. Afirma Sandres Fernandes do Santos que desde o sculo XIX a humanidade conheceu um gigantesco crescimento das cidades. Nos pases pobres este crescimento foi rpido e violento, em todos os sentidos. O crescimento urbano desordenado destes pases trouxe srios prejuzos ao meio ambiente, como: poluio do ar, assoreamento dos rios, desmatamentos, eroso e empobrecimento dos solos. Diante destes problemas, alguns pases criaram leis importantes para uso e preservao do meio ambiente. Estas leis so rgidas e visam zelar pelo bem estar da sociedade e equilbrio da natureza. Porm, em pases como o Brasil, a legislao ambiental no tem sido colocada em prtica, prejudicando a preservao dos recursos naturais do pais. Principalmente nos grandes centros urbanos que trazem alguns problemas tpicos, como a poluio do ar, rios e o desmatamento das reas verdes e de preservao ambiental. Neste caso citaremos um exemplo j estudado por Sandres Fernandes dos Santos, que expe o impacto ambiental causado pela urbanizao no planejada na regio Noroeste de Goinia mais especificamente no Crrego Fundo, pertencente bacia do Rio Meia Ponte, onde a mata ciliar esta parcialmente destruda comprometendo a quantidade e qualidade da gua para aqueles que residem no local. A rea da bacia do Crrego Fundo, situado na regio noroeste de Goinia, uma rea perifrica de expanso urbana recente, mediante implantao de loteamentos irregulares e mal planejados, inclusive com setores de invaso, ocupando a rea de preservao permanente ligada ao canal fluvial e constituda por populao de baixa renda, cujos impactos ambientais e suas conseqncias no so suficientemente conhecidas. Alm disso, trata-se de uma rea relativamente pequena (pouco mais de 5 km de extenso de canal, que deveria ter em mdia 30m de faixa relativa rea de preservao permanente), se fosse respeitada a lei em vigor. A retirada da Mata Ciliar tem trazido srios problemas para o Crrego Fundo, dentre os mais graves podemos citar:

Assoreamento do Crrego, provocado por inmeros processos erosivos ao longo do curso dgua, bem como sedimentos trazidos pelas galerias pluviais e escoamento superficial. Poluio causada por depsitos de lixos e entulhos, animais mortos, lanamento de esgoto in-natura e resduos agrcolas provenientes de hortalias localizadas na rea de preservao ambiental. Uma das nascentes encontra-se em plena degradao, causando diminuio do volume de gua (conforme depoimentos tomados com moradores do local). A nascente do Jardim Curitiba encontra-se muito poluda e assoreada. Os dutos das galerias pluviais do Bairro da Vitria e do Jardim Curitiba despejam enorme quantidade sedimentos no local e provocam eroses. Segundo moradores ribeirinhos, esta nascente era bastante volumosa e o crrego era fundo, o que deu origem ao nome da drenagem. Atualmente a nascente se encontra assoreada tendo reduzido bruscamente o volume dgua do crrego. Nos trechos do crrego Fundo onde a vegetao est parcialmente ou totalmente desmatada, nota-se a presena marcante das eroses. Nas pocas de chuvas, quando o volume dgua na calha do crrego aumenta, verifica-se o solapamento das margens causando o processo de assoreamento. No Jardim Curitiba a rea reservada para preservao permanente foi ocupada por um lixo, depositado pela populao local. A situao ainda se agrava, pois prximo aos entulhos esto localizadas as plantaes de hortalias que abastecem as feiras livres de Goinia. Contudo importante destacar que o desrespeito s reas de preservao ambiental est muito ntido. Pois a falta de conscientizao do homem por desrespeitar as leis ambientais tornou-se o principal destruidor da Mata Ciliar do crrego Fundo. O processo de urbanizao deve seguir normas para que no prejudique o bem estar das pessoas. A questo da pecuria que transforma a mata ciliar em pastagens, por ter maior umidade das vrzeas e beira de rios permite melhor desenvolvimento das pastagens durante a estao da seca. Situao que pode ser agravada com a compactao e da eroso do solo pelo pisoteio do gado.

Uma questo muito comentada a desmatao ocorrida no Estado de Santa Catarina; informaes retiradas do Artigo da Companhia Catarinenses de guas e Saneamento Superintendncia de recursos Hdricos e Meio Ambiente (2004). Em meados do sculo XVIII, figura importante entra em cena em Santa Catarina: o tropeiro. Com o transporte de gado do Rio Grande do Sul para So Paulo e Minas Gerais, os tropeiros tiveram importante papel para o desenvolvimento do oeste catarinense. Alguns pontos de parada para o descanso do gado deram incio a alguns povoamentos, que mais tarde se transformaram em cidades, como Lages, Curitibanos, So Joaquim e Mafra. Na segunda metade do sculo XIX, grandes fazendeiros paulistas, criadores de gado, procuravam por novas pastagens ao sul do Brasil, tendo encontrado, tambm, no Planalto Catarinense, o tipo de gramnea ideal para a engorda do gado. Ento, na regio de Lages, instalaram suas manadas. Para o desenvolvimento desta atividade, desde cedo foi necessrio o desmatamento de reas de mata ciliar para que o rebanho pudesse beber gua dos rios, ou ainda abrir um pouco a floresta ombrfila mista, que caracteriza esta regio, para no inverno o gado se abrigar do frio. A questo da agricultura, dada a diversidade agroecolgica do territrio

nacional e a variabilidade scio-econmica existente no pas, a agricultura brasileira uma realidade heterognea e complexa em seus sistemas e estruturas de produo. De forma sinttica, poder-se-iam citar dois extremos de sistemas de produo. De um lado, os sistemas agrcolas mais primitivos que consomem muitos recursos naturais (desmatamento, perda de solos, reduo da fertilidade natural, eroso gentica etc.). Eles so freqentes no caso de Rondnia, Acre, Par e Mato Grosso, por exemplo, onde a fronteira agrcola ainda est em expanso. No outro extremo, com inmeras combinaes intermedirias, esto sistemas de produo altamente intensificados que consomem relativamente menos recursos naturais no local, mas introduzem no meio ambiente novos elementos e produtos causadores de desequilbrios (inseticidas, pesticidas, fertilizantes, sais etc.). o caso da citricultura, da cerealicultura, da cana-de-acar, do algodo, de fruticultura irrigada e de outros cultivos em S. Paulo e em outras regies do pas, onde a fronteira agrcola no se expande mais e os processos de produo se intensificaram.

Os sistemas mais tradicionais, por razes scio-econmicas, evoluem pouco ou lentamente e mantm de forma crnica e constante seu impacto ambiental. Os sistemas de produo mais intensificados, em geral, adotam mais rapidamente novas tecnologias e procedimentos e levam a uma reduo progressiva de seu impacto ecolgico e/ou a novos impactos. Convenientemente orientados, estes sistemas podem concorrer para a melhoria da qualidade ambiental, como se verifica hoje em pases desenvolvidos e em vrias regies do pas. Mesmo assim, cada sistema de produo, mesmo intensificado, um caso particular: so coisas distintas avaliar-se o impacto ambiental da cana, do caf, da soja, das pastagens ou da citricultura. As estradas rurais, uma ao que quase passa despercebida, mas que tambm causa impacto ambiental, as estradas vicinais permitem o fluxo de mercadorias e servios na zona rural dos municpios, via de regra so oriundas do aproveitamento de trilhas e caminhos existentes, condicionadas a um traado geomtrico carregado de fortes rampas e curvas acentuadas, comenta no livro de Sonia Regina Da Cal Seixas Barbosa. Estudos acerca da conservao dessas estradas apontam o transporte de sedimentos e os problemas de eroso do solo nas margens de estradas e o conseqente carregamento de materiais para os leitos dos rios como fatores de agravamento das condies ambientais e da qualidade dos recursos hdricos, considerando tambm o desmatamento ocorrido nas margens dos rios. A situao agravada pela ausncia do planejamento de dispositivos de drenagem superficial e conteno dos processos de eroso de talude na construo dessas vias, o que potencializa a ao da fora hidrulica das enxurradas como elemento de remoo e transporte de material em direo aos cursos dgua. Um exemplo que se enquadra nesse contexto o da micro bacia do Municpio de Taubat So Paulo, o problema bastante relevante e foi identificado no Plano de Bacias do Comit das Bacias Hidrogrficas do Paraba do Sul (CBH-PS) como meta prioritria a reduo da carga de sedimentos da Bacia do Rio Una. Mais de 20% das estradas rurais do municpio encontram-se a menos de 30 metros das margens, portanto, situam-se em reas de Preservao Permanente, previstas no Cdigo Florestal, Lei 4.771/65 e Resoluo CONAMA 303/2002, o que

tem como conseqncia aumento gradativo de pequenas enchentes, prejudicando a populao local (CATELANI, Celso de Souza e outros). As queimadas, citada no livro de Sonia Regina Da Cal Seixas Barbosa, so utilizadas intensivamente devido falta de alternativas tecnolgicas e de linhas de crdito compatveis com as condies econmicas dos pequenos agricultores, e ainda consideradas o maior crime contra a natureza, pois no do chance de fuga e recuperao da biodiversidade existente a falta de controle de queimadas invade reas de preservao inclusive as matas ciliares. No caso da Amaznia, como cita Evaristo Eduardo de Miranda, o fogo o nico meio vivel para eliminar a massa vegetal e liberar reas de solo nu para plantio. Mesmo assim so necessrios cerca de oito anos para que a rea fique limpa para a prtica agrcola. Uma pesquisa realizada pelo Ncleo de Monitoramento Ambiental NMA-EMBRAPA em Rondnia, revelou que apenas uma pequena parte (menos de 5%) da madeira das reas desmatadas foi comercializada - ou seja, a finalidade da queimada no o comrcio, mas a limpeza de reas. Mais de 98% das queimadas praticadas no Brasil so de natureza agrcola. O agricultor decide quando e onde queimar. uma prtica controlada, desejada e faz parte do sistema de produo. O impacto ambiental das queimadas um tema preocupante, pois envolve a fertilidade dos solos, a destruio da biodiversidade, a fragilizao de agro ecossistemas, a destruio de linhas de transmisso e outras formas de patrimnio pblico e privado, a produo de gases nocivos sade humana, a diminuio da visibilidade atmosfrica, o aumento de acidentes em estradas e a limitao do trfego areo, entre outros. As queimadas interferem diretamente na qualidade do ar, na fsica, na qumica e na biologia dos solos, na vegetao atingida pelo fogo e indiretamente podem afetar os recursos hdricos. O nmero de queimadas na Amaznia apresenta uma tendncia constante de crescimento ao longo dos anos, nitidamente a partir de 1996. Ainda segundo Evaristo Eduardo Miranda Em Nota sobre o aumento das queimadas na Amaznia no bimestre de Julho e Agosto de 2005 (Comunicado Tcnico Embrapa, 4 15).

Uma anlise geogrfica do fenmeno permite identificar cinco plos principais de expanso de queimadas, muitos associados a frentes pioneiras de desmatamento e extrao de madeira, principalmente no sul do Amazonas. A equipe de pesquisadores da Embrapa Monitoramento por Satlite est realizando uma anlise dos diversos vetores econmicos e ambientais que impulsionam e reagem s polticas pblicas aplicadas na regio pelos estados e governo federal associados a essa dinmica das queimadas Esses plos esto nos estados do Acre, Para, Rondnia, Amazonas e Mato Grosso com causas variadas e que exigem um estudo particular de cada uma, porm podemos citar que todas invadem reas de preservao e reas indgenas.

AS PRINCIPAIS CONSEQUNCIAS DA DEGRADAO DA MATA CILIARPara Valria Sucena Hammes, so varias as conseqncias trazidas para o homem e para o meio ambiente, diante da degradao descontrolada que vem ocorrido com a mata ciliar, possvel observar que este problema ocorre em todo territrio brasileiro, e que h pouco tempo que algumas providncias vem sido tomadas para recuperao dessas reas. Durante anos, a sociedade como um todo suportou (inclusive com perdas econmicas) as conseqncias da degradao ambiental ou perda da qualidade ambiental, porque se acreditava que esses prejuzos eram necessrios produo. Quando se tornou possvel estimar os prejuzos econmicos causados por essa degradao que se percebeu que havia um saldo negativo entre a produo e a degradao gerada. Segue as principais conseqncias dessa ao: Assoreamento dos rios e lagos, onde a profundidade dos mesmos gravemente comprometida pela terra e outros tipos de dejetos acumulados no fundo das guas onde no h presena de mata ciliar; so muitas as conseqncias ocorridas neste caso:

Em lagos, lagoas, baas e golfos;

a) Elevao do fundo do corpo hdrico, prejudicando a navegao e diminuindo a lmina d'gua, o que provoca seu maior aquecimento e menor capacidade de dissolver oxignio. b) Alterao da circulao e dos fluxos das correntes internas, comprometendo a vegetao da orla (manguezais) e as zonas pesqueiras. c) Em rea de manguezais o assoreamento altera a flutuao das mars pelo avano da linha de orla, podendo muito rapidamente comprometer este importante ecossistema. d) O material fino em suspenso na coluna dgua (turbidez) uma barreira penetrao dos raios solares, prejudicando a biota que realiza fotossntese e conseqentemente diminuindo a taxa de oxignio dissolvido na gua.

Nos rios;

a) O carregamento intenso de sedimentos provoca a elevao topogrfica do talvegue de crregos, rios e canais, originando inundaes, que nada mais so do que o transbordamento da gua para alm de sua calha. (b) Este processo interfere na dinmica hidrulica, provocando aumento da velocidade da corrente prxima a uma das margens, provocando sua eroso, deslocando o eixo do curso de gua e dando incio construo de meandros, o que leva a uma maior deposio de material sedimentar na plancie do rio, potencializando o problema das inundaes. (1) Site Dicionrio Livre de Geocincias.

As figuras acima so de reas atingidas pela retirada da mata ciliar e conseqentemente assoreadas.

A grande perda da biodiversidade presente nas reas de preservao, trazendo um desequilbrio no ecossistema, mesmo aqueles seres que usam as mata ciliares como corredores ecolgicos muitas vezes ficam impossibilitados de buscar alimentos e abrigo. Uma forma cruel de perda da biodiversidade nestes casos a queimada que por diversas vezes atinge o meio ambiente exterminando todo tipo de espcie animal e vegetal,alm de empobrecer o solo local. Impactos ambientais que atingem diretamente o ser humano so as enchentes e alagamentos cada vez mais freqentes no cotidiano, e a perda da quantidade e qualidade no consumo direto da gua.

SOLUES E CASOS DE SUCESSO NA RECUPERAO DA MATA CILIAR

So mltiplos os aspectos a serem considerados na tentativa de estabelecer a recuperao de reas ciliares degradadas. Essas variam de acordo com as diferentes situaes encontrada aps a degradao e devem levar em considerao a estrutura das florestas prximas das reas a serem recuperadas, alm de detalhes sobre biologia de espcies, tecnologia de sementes, fisiologia da germinao, anlise de crescimento, caracterizao de plntulas, formas de plantio, semeadura e resistncia inundao, sendo, assim, fundamentais para a proposio de modelos de reconstituio dessas formaes. Em ambientes ciliares degradados, onde necessria a recomposio da mata ciliar, a sua implantao e o seu manejo requerem o emprego de tcnicas adequadas, geralmente definidas em funo de avaliaes detalhadas das condies locais e da utilizao dos conhecimentos cientficos existentes. Desta avaliao dependem a seleo das espcies, os mtodos de preparo de solo, a calagem, a adubao, as tcnicas de plantio, a manuteno, o manejo e a aplicao de conhecimentos especficos para a utilizao dos modelos mais adequados ao repovoamento florestal. Dentre os fatores que influenciam no crescimento das rvores, destacam-se as caractersticas qumicas e fsicas do solo, o regime hdrico, a umidade do solo, a topografia e a competio com ervas daninhas. Alm destes fatores, a vegetao presente na rea um bom indicador das condies do local. A caracterizao da vegetao atual e a avaliao do seu estgio de desenvolvimento, no caso de reas em processo de regenerao, so fundamentais para a definio dos modelos de recuperao a serem utilizados. Citamos tambm a regenerao natural, que apresentam capacidade de se recuperarem de distrbios antrpicos. Quando uma determinada rea de floresta sofre um distrbio como um desmatamento ou uma queimada, a sucesso secundria se encarrega de promover a colonizao da rea aberta e conduzir a vegetao atravs de uma srie de estgios, caracterizados por grupos de plantas que vo se substituindo ao longo do tempo, modificando as condies ecolgicas locais at chegar a uma comunidade bem estruturada e mais estvel.

A sucesso secundria depende de uma srie de fatores como a presena de vegetao remanescente, o banco de sementes no solo, a rebrota de espcies arbustivo-arbreas, a proximidade de fontes de sementes e a intensidade e a durao do distrbio. Assim, cada rea degradada apresentar uma dinmica especfica. Em reas onde a degradao no foi intensa, e o banco de sementes prximas, a regenerao natural pode ser suficiente para a restaurao florestal. Nestes casos, torna-se imprescindvel eliminar o fator de degradao, ou seja, isolar a rea e no praticar qualquer atividade de cultivo. Em alguns casos, a ocorrncia de espcies invasoras, principalmente gramneas exticas como o capim-gordura (Melinis minutiflora) e trepadeiras, pode inibir a regenerao natural das espcies arbreas, mesmo que estejam presentes no banco de sementes ou que cheguem rea, via disperso. Nestas situaes, recomendada uma interveno no sentido de controlar as populaes de invasoras agressivas e estimular a regenerao natural. A regenerao natural tende a ser a forma de restaurao de mata ciliar de mais baixo custo, entretanto, normalmente um processo lento. Se o objetivo formar uma floresta em rea ciliar, num tempo relativamente curto, visando proteo do solo e do curso d'gua, determina as tcnicas que acelerem a sucesso devem ser adotadas. As matas ciliares apresentam uma heterogeneidade florstica elevada por ocuparem diferentes ambientes ao longo das margens dos rios. A grande variao de fatores ecolgicos nas margens dos cursos d'gua resultam em uma vegetao arbustivo-arbrea adaptada a tais variaes. Via de regra, recomendase adotar os seguintes critrios bsicos na seleo de espcies para recuperao de matas ciliares:

Plantar espcies nativas com ocorrncia em matas ciliares da regio; Plantar o maior nmero possvel de espcies para gerar alta diversidade; Utilizar combinaes de espcies pioneiras de rpido crescimento junto com espcies no pioneiras (secundrias tardias e climticas); Plantar espcies atrativas fauna; Respeitar a tolerncia das espcies umidade do solo, isto , plantar espcies adaptadas a cada condio de umidade do solo. A escolha de espcies nativas regionais importante porque tais

espcies j esto adaptadas s condies ecolgicas locais. Por exemplo, o

plantio de uma espcie tpica de matas ciliares do norte do Pas em uma rea ciliar do sul, pode ser um fracasso por causa de problemas de adaptao climtica. Alm disso, no planejamento da recuperao deve-se considerar tambm a relao da vegetao com a fauna, que atuar como dispersora de sementes, contribuindo com a prpria regenerao natural. Espcies regionais, com frutos comestveis pela fauna, ajudaro a recuperar as funes ecolgicas da floresta, inclusive na alimentao de peixes. A combinao de espcies de diferentes grupos ecolgicos ou categorias sucessionais extremamente importante nos projetos de recuperao. As florestas so formadas atravs do processo denominado de sucesso secundria, onde grupos de espcies adaptadas a condies de maior luminosidade colonizam as reas abertas, e crescem rapidamente, fornecendo o sombreamento necessrio para o estabelecimento de espcies mais tardias na sucesso. Vrias classificaes das espcies em grupos ecolgicos tm sido propostas na literatura especializada, sendo mais empregada a classificao em quatro grupos distintos: pioneiras, secundrias iniciais, secundrias tardias e climticas. A tolerncia das espcies ao sombreamento aumenta das pioneiras e climticas. Para facilitar o entendimento das exigncias das espcies quanto aos nveis de luz, adotou-se apenas dois grupos: pioneiras e no-pioneiras. O grupo das pioneiras representado por espcies pioneiras e secundrias iniciais, que devem ser plantadas de maneira a fornecer sombra para as espcies no pioneiras, ou seja, as secundrias tardias e as climticas. Para o cientista americano Daniel Curtis Nepstad do Woods Hole Research Center, em reportagem para Revista Opinies em maio de 2007, cita que a recuperao das matas ciliares deve ser uma meta urgente para todos os agricultores e pecuaristas brasileiros. dever de cada produtor rural minimizar o impacto ambiental negativo do seu sistema de produo. O custo da recuperao pode ser barato, principalmente se for utilizada a prpria fora da natureza. Um exemplo recente a pesquisa sobre a recuperao da mata ciliar na Fazenda Tanguro, do Grupo Maggi, em Querncia, MT, trazem lies importantes; a primeira fora da regenerao natural da mata ciliar. Mais da metade das matas ciliares derrubadas no norte do Mato Grosso poderiam se recuperar sozinhas, atravs do brotamento de razes remanescentes,

pela disperso de sementes defecadas pelos pssaros e morcegos e pelo crescimento de rvores jovens, j estabelecidas nas reas degradadas. Estas reas necessitam apenas de isolamento de veculos, mquinas, pisoteio animal e proteo contra o fogo, atravs de aceiros. Uma estrada de cho, ao longo do permetro da mata ciliar - para crregos pequenos, tem que ter uma largura entre 30 e 50 metros da beira da gua, serve tanto para isolar a mata em recuperao, quanto para proteger de fogo. Em pastagens, o isolamento fica mais caro, necessitando de construo de cercas ao longo do permetro e do fornecimento de bebedouros - pontos de acesso aos crregos e audes, com areia ou cascalho no fundo da gua, para reduzir a sedimentao ou bebedouros artificiais. Quando a rea a ser recuperada dominada por capins e com pouca evidncia de brotos ou plntulas de rvores, o custo sobe. No necessria a produo de mudas de rvores em viveiros, o que encarece muito a recuperao. No lugar das mudas, trazemos um pedao da mata ciliar para a rea degradada. Enchemos sacos com folhio - as folhas, talos, e sementes raspado do cho da mata ciliar mais prxima, para espalh-lo na rea degradada. O capim retirado do solo, com enxada, em manchas de plantio, e dois litros de folhio so espalhados no lugar. Acrescentamos sementes de rvores de rpido crescimento, como a lobeira (Solanum crinitum), e entre algumas semanas, as plntulas comeam a aparecer. O perigo, nesta fase da recuperao, so as savas, que precisam ser combatidas com venenos naturais, como extrato de Neem. At o final da estao, a maioria dos pontos de folhio vo ter um grupo de mudas favorecidas no crescimento, pela retirada anterior do capim, no local do plantio. O Grupo Maggi iniciou a recuperao de seis anos, em 2007, e pretende ampliar esta rea no ano que vem. Mais de vinte fazendas de soja e pecuria, nesta regio das cabeceiras do Rio Xingu, esto implementando a recuperao da mata ciliar voluntariamente, incentivado pelo Cadastro de Compromisso Socioambiental. As propriedades que entram neste cadastro assumem o compromisso de adotarem as boas prticas da produo agropecuria. Este esforo dos produtores cadastrados traz benefcios, no s para a mata ciliar, mas para o produtor. Alguns j conseguiram linhas de crdito com mais

facilidade, com o auxlio do plano de manejo da propriedade que eles tm, atravs do cadastro. Ainda o cientista Daniel Curtis Nepstad acrescenta que a melhoria do desempenho socioambiental bom para o Brasil, e a recuperao das matas ciliares deve se tornar uma campanha nacional. Um benefcio gigante da ascendncia socioambiental da agricultura brasileira pode ser a maior aceitao dos produtos agropecurios nos mercados internacionais. Dentro dos casos de recuperao da mata ciliar temos o Projeto de Proteo Aos Mananciais em que Prefeitura do Municpio de Jaguarina participa e que a Secretaria Agricultura, Abastecimento e Meio Ambiente responsvel. Segundo a secretaria que desenvolve o programa de proteo de mananciais os principais objetivos so a proteo das nascentes, crregos e rios do municpio, revertendo os processos de degradao ambiental, com a reposio de essncias florestais nativas, reflorestamento de reas de preservao permanente e mananciais. As matas ciliares esto inclusas neste programa, j que so sistemas vegetais essenciais ao equilbrio ambiental e, portanto, devem representar uma preocupao central para o desenvolvimento sustentvel O projeto conta com um viveiro de mudas para reflorestamento e manuteno das matas ciliares, no Centro de Educao Municipal Ambiental (Cema) Dr. Darcy Machado de Souza. O objetivo produzir mudas para a arborizao urbana, recuperao de reas degradadas e, tambm, para o desenvolvimento de projetos educativos e pedaggicos, realizados no local. Com aproximadamente 40 mil mudas germinadas, a inteno, ainda, beneficiar produtores do municpio que necessitam de mudas nas suas propriedades para serem plantadas s margens de rios e crregos, a fim de estabelecer a vegetao nativa. A Sama tem como meta identificar a maioria das reas do municpio que estejam desprovidas de vegetao e fomentar a recuperao desses locais.

Viveiro de mudas est instalado no CEMA 'Dr. Darcy Machado de Souza' - Jaguarina SP

Estufa de mudas est instalado no CEMA 'Dr. Darcy Machado de Souza' - Jaguarina SP

Ainda dentro deste contexto a cidade participa do Programa Estadual de Micro bacias Hidrogrficas - PEMH tem como objetivo desenvolver aes e implantar tecnologias que proporcionem o desenvolvimento rural sustentvel, aliando a produo agrcola conservao do meio ambiente, com o aumento da renda e qualidade de vida das famlias rurais. uma parceria entre Prefeitura Municipal de Jaguarina (Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Meio Ambiente Sama) e Coordenadoria de Assistncia Tcnica Integral (Cati). Em 2007, a Micro bacia que est sendo trabalhada no municpio abrange os rios Camanducaia e Camanducaia Mirim, beneficiando 35 propriedades rurais, que ocupam uma rea de 1.250,31ha. A conservao dos recursos naturais, a adequao das estradas, a recomposio da mata ciliar, a melhoria de renda e a implantao de novas tecnologias so as propostas deste plano para solucionar problemas diagnosticados.

Viveiro com Plantas que sero retiradas para plantio na beira dos rios municipais de Jaguarina.

Educao AmbientalCom o objetivo de trabalhar os vrios conceitos sobre Meio Ambiente, com crianas da rede pblica municipal e tambm aberto ao publico , a Secretaria Municipal de Agricultura, Abastecimento e Meio Ambiente construiu, no Centro de Educao Municipal Ambiental - Cema - Dr. Darcy Machado de Souza, a miniatura de uma Microbacia Hidrogrfica. Esta maquete educativa faz parte do roteiro de visitas dos alunos que participam das aulas de educao ambiental ministradas no local durante todo o ano letivo e tem como intuito apresentar aos alunos a importncia da mata ciliar e uma agricultura consciente para o equilbrio ambiental,so abordados tambm temas como efeitos da queimadas,conseqncias do desmatamento,a relao fauna e flora, poluio dos rios e decomposio do lixo.

Miniatura de micro bacia hidrogrfica instalada no CEMA 'Dr Darcy Machado de Souza'

Projeto gua & VidaUm exemplo de recuperao o do crrego do Sapo, no Bairro Tanquinho Velho, em Jaguarina, SP, est em plena recuperao. A comunidade local deve isso aos alunos de 1 a 8 anos do Ensino Fundamental da Escola Municipal Oscarlina Pires Turatto, que alm de plantar as mudas, so responsveis por cuidar das rvores at que elas atinjam a idade adulta. Apesar de ser uma rea de pouca extenso a iniciativa alem de recuperar a rea degrada ainda expe aos jovens a importncia de manter o equilbrio no meio ambiente. Para manter o compromisso assumido cada aluno faz um juramento e recebe uma Carteira de Responsabilidade, com o nome cientfico da rvore, data, assinatura do aluno, dos responsveis pela escola e dos pesquisadores da Embrapa Meio Ambiente (Jaguarina, SP), que participam do Projeto gua & Vida, desenvolvido pelos alunos e professores com o apoio do Programa Eco Cidadania de Educao Ambiental (Gasoduto Campinas Rio de Janeiro, Municpios de Paulnia, Jaguarina, Campinas, Morungaba e Itatiba), parceria Embrapa e Petrobras.

IMPLANTAO DA AGENDA 21 EM JAGUARIUNAConceito: Um compromisso com a humanidade e o planeta. Este o esprito da agenda 21, o principal documento aprovado na Eco 92, em julho de 1992, no Rio de Janeiro. A Agenda 21 um documento com mais de 800 pginas. Nelas esto contidos os princpios e metas que devem ser perseguidos para a conquista do desenvolvimento sustentvel, que o desenvolvimento com justia social e respeito aos recursos naturais, em benefcio das atuais e futuras geraes. O desenvolvimento sustentvel tambm pressupe o fortalecimento da autonomia e da cultura local, de cada comunidade. Da a Agenda 21 ser um compromisso tico com o futuro da humanidade e do planeta. Jaguarina comunga destes ideais e juntamente com suas Secretarias trabalha para assegurar um desenvolvimento sustentvel ao Municpio, melhorando a qualidade de vida dos moradores.

Algumas idias para contribuir com a melhora da qualidade de vida e desenvolvimento sustentvel esto sendo colocadas em pratica por uma Comisso Temtica de Meio Ambiente: Relator: Jos Luciano de Souza e Membros: Irineu Gastaldo Jnior, Arlete Fentuzzi, Rita de Cssia Bergamasco, Fernanda Bergamasco. Em relatrio preliminar temos as seguintes informaes: Cenrio Atual - Restries de qualidade e quantidade da gua, provocadas pela entrada em operao do Sistema Cantareira; lanamento de esgoto domstico in natura montante de Jaguarina; urbanizao intensa e crescimento populacional acima da mdia.

Bacia do Piracicaba - ndices de vegetao natural muito abaixo do desejado (6,7% da rea total do municpio - Fonte RMC); - Taxas das populaes atendidas por gua tratada, por rede de esgoto e por coleta de lixo, prximas de 100% (99%, 95% e 99% respectivamente); - Coleta seletiva de lixo domstico em processo de implantao; (J aplicada atualmente Abril 2009)

- Programa de Educao Ambiental em implantao j atende parte da populao jovem em idade escolar ensino infantil e fundamental; - Ar atmosfrico de boa qualidade proporcionado pelo monitoramento de gases txicos e material particulado. No descartada a possibilidade de chuvas cidas; - Grande parte do solo ocupada por pastagens degradadas e, portanto, subutilizada.

Uso do Solo na Bacia do Jaguari

Uso e Ocupao do Solo na Bacia do Jaguari

Metas para melhorar a qualidade da gua do municpio: - Restries de qualidade e quantidade de gua atenuadas pela entrada em operao das ETEs das cidades localizadas montante de Jaguarina, pela adoo de polticas de incentivo a captao e reservao de gua pluvial e pelo reuso de guas servidas para fins menos nobres. Disponibilidade hdrica ampliada pela construo de novos reservatrios, especialmente, na micro-bacia do Camanducaia; - As matas nativa e ciliar, bem como as nascentes, devidamente recuperadas, mantidas e protegidas; - Taxas das populaes atendidas por gua tratada, por rede de esgoto e por coleta de lixo, cada vez mais prximas de 100%; - Estao de Tratamento de Esgoto operando a pleno, com 100% do volume do esgoto total gerado; - Coletiva seletiva e reciclagem do lixo gerando benefcios como melhoria das condies ambientais e de sade da populao, gerao de empregos diretos e indiretos, aumento da vida til dos aterros sanitrios e, conseqentemente, melhoria da qualidade de vida da populao; (J aplicada) - Melhor utilizao do solo proporcionada por cultivos mais nobres e mais prximos da vocao desse solo. Predomnio da agricultura de menor impacto, como a agricultura orgnica e os sistemas florestais; - Programa de Educao Ambiental promovendo a educao formal, no formal e informal em todos os nveis e criando espaos para discusso de questes ligadas ao meio ambiente.

CONCLUSOPor todo o exposto, conclui-se que a preservao e recuperao da mata ciliar de extrema importncia para mantermos a qualidade da gua e assegurar a vida da fauna existente. Temos que cobrar das autoridades que a lei seja cumprida, cobrar da populao mais conscincia com o meio ambiente para que a degradao cesse e a recuperao dessas reas iniciem o quanto antes,j que este um problema que atinge todo o territrio nacional e de varias formas distintas. necessrio alm de focar na recuperao das reas , trazer a educao ambiental mais perto da populao de forma geral,com palestras,com movimentos a favor do meio ambiente e principalmente dando o exemplo,ao final deste trabalho estaremos distribuindo aos colegas da classe uma muda de arvore para que cada um contribua com sua parte e para que possamos refletir sobre nossos valores.

REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS:CAL SEIXAS BARBOSA,Sonia Regina da. A tematica Ambiental e a Pluralidade do Ciclo de Seminarios do NEPAM (Nucleo de Estudos e Pesquisas Ambientais - Unicamp).Campinas,1998. SUCENA HAMMES,Valria. Educaao Ambiental Para o Desenvolvimento Sustentavel ,Volume 4 Embrapa,2004. RODRIGUES DA SILVA, Maria. Artigo: Efeitos da Gesto Ambiental das Empresas Minero-Metalrgicas do Estado do Par (1999). BRASIL. Companhia Catarinenses de guas e Saneamento Superintendncia de recursos Hdricos e Meio Ambiente. (2004). SOUZA CATELANI, C. TEIXEIRA BATISTA G.; SANTOS TARGA M. -

Geoprocessamento na determinao da proximidade de estradas vicinais em relao rede de drenagem em uma bacia hidrogrfica no Municpio de Taubat, SP (Universidade de Taubat) Abril de 2005

VENNCIO MARTINS, Sebastio. Recuperao de Matas Ciliares. Aprenda Fcil. Viosa - MG, 2001.

Editora

SECRETARIA DE GESTO AMBIENTAL DE JAGUARIUNA. Agenda 21,Educao Ambiental,Proteo Aos Mananciais.Abril 2009 Disponvel : http://www.jaguariuna.sp.gov.br/sga/index.php

NEPSTAD, Daniel Curtis - A Mata Ciliar E A Ascendncia Socioambiental Da Agricultura Brasileira Ascendncia Socioambiental Da Agricultura Brasileira Maio 2007 Artigo Revista Opinies Disponvel: http://www.revistaopinioes.com.br/cp/materia.php?id=305 Acessado em 27/04/2009.

(1)Dicionario Livre de Geociencias Assoreamento Disponivel:http://www.dicionario.pro.br/dicionario/index.php?title=Assoreamento Acessado em 27/04/2009.