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HISTÓRICO, PRINCÍPIOS E DIRETRIZES DO SUSA saúde pública no Brasil
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) até 1988, metade dos
brasileiros não contava com nenhum tipo de cobertura na área de saúde.
Duas décadas após a criação do Sistema Único de Saúde (SUS), mais de
75% da população depende exclusivamente dele.
Antes da criação do SUS os brasileiros, com relação à assistência à saúde,
estavam divididos em três categorias:
Os que podiam pagar diretamente pelos serviços;
Os que tinham direito a assistência prestada pelo Instituto
Nacional de Assistência Médica da Previdência Social
(INAMPS);
Os que não tinham nenhum direito.
A assistência à saúde desenvolvida pelo INAMPS beneficiava apenas os
trabalhadores da economia formal, com “carteira assinada”, e seus
dependentes, ou seja, não tinha o caráter universal que passa a ser um
dos princípios fundamentais do SUS. Dessa forma, o INAMPS aplicava mais
recursos nos estados das regiões sul e sudeste, mais ricos, e nessas regiões e
em outras, em maior proporção nas cidades de maior porte.
MÓDULO I
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Criado em 1988 pela Constituição Federal e regulamentado pelas Leis n.º
8080/90e nº 8.142/90 o Sistema Único de Saúde (SUS) teve como finalidade
alterar a situação de desigualdade na assistência à Saúde da população,
tornando obrigatório o atendimento público a qualquer cidadão e
proibindo cobranças de dinheiro sob qualquer pretexto.
É, por definição constitucional, um sistema público de saúde, nacional e
de caráter universal, baseado na concepção de saúde como direito de
cidadania, na noção de unicidade e ao mesmo tempo nas diretrizes
organizativas de descentralização com comando único em cada esfera
de governo, integralidade do atendimento e participação da
comunidade.
Por meio do SUS, todos os cidadãos passaram a ter direito a consultas,
exames, internações e tratamentos nas Unidades de Saúde vinculadas
ao SUS da esfera municipal, estadual e federal, sejam públicas ou
privadas, contratadas pelo gestor público de saúde.
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O conteúdo constitucional do SUS é discriminado e detalhado em duas
leis orgânicas, a Lei 8.080/ 90 e a Lei 8.142/ 90. A Lei 8.080/ 90 contém
dispositivos relacionados ao direito universal, relevância pública,
unicidade, descentralização, financiamento, entre outros, enfatizando a
definição das atribuições de cada esfera de governo dentro do novo
sistema. A Lei 8.142/ 90 dispõe sobre o caráter, as regras de composição,
regularidade de funcionamento das instâncias colegiadas do SUS (o
c o n s e l h o e a s c o n f e r ê n c i a s d e s a ú d e ) e t r a n s f e r ê n c i a s
intergovernamentais de recursos. Ao longo do tempo, a legislação
ordinária foi complementada por decretos de autoria do poder executivo
ou do legislativo e normas emanadas do Ministério da Saúde, entre as
quais as Normas Operacionais Básicas (NOBs), as Normas Operacionais de
Assistência à Saúde (NOAS), o Pacto pela Saúde e o Contrato
Organizativo de Ação Pública da Saúde (COAP) que determinaram as
regras para o repasse dos recursos federais às outras esferas de governo.
São 3 os que conferem legitimidade ao SUS: a princípios doutrinários
universalidade integralidade equidade, a e a .
A está ligada à garantia do direito à saúde por universalidade
todos os brasileiros, sem acepção ou discriminação, de acesso
aos serviços de saúde oferecidos pelo SUS. O significado deste
princípio é extremamente relevante para a consolidação da
democracia.
A parte da ideia de que existem várias dimensões integralidade
que são integradas envolvendo a saúde dos indivíduos e das
coletividades. Assim, o SUS procura ter ações contínuas no
sentido da promoção, da proteção, da cura e da reabilitação.
Fundamentos do Sistema Único de Saúde (SUS)
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A significa tratar as diferenças em busca da igualdade. equidade
Assim, este princípio veio ao encontro da questão do acesso aos
serviços, acesso muitas vezes prejudicado por conta da
desigualdade social entre os indivíduos. Neste sentido, fala-se em
prioridade no acesso às ações e serviços de saúde por grupos
sociais considerados mais vulneráveis do ponto de vista
socioeconômico.
Além destes três princípios básicos é também relevante apontar o direito à
informação, requisito importante - do ponto de vista democrático - para
vida do cidadão usuário do SUS. É fundamental que as informações
acerca da saúde individual e coletiva sejam divulgadas pelos profissionais
da saúde, os quais são assim responsáveis pela viabilização deste direito.
Do ponto de vista do funcionamento do SUS, deve-se considerar suas
diretrizes organizativas, as quais buscam garantir um melhor
funcionamento do sistema, dentre as quais estão: a descentralização
com comando único, a e dos serviços e regionalização hierarquização
participação comunitária.
O processo de tem como objetivo alcançar a descentralização
municipalização da gestão dos serviços. Assim, para cada esfera de
poder regional (União, Estado e Município) há um responsável local, mas
articulado com as outras esferas. Ao se falar da descentralização faz-se
necessário pensar na . regionalização
O objetivo da é ajudar na melhor e mais racional regionalização
distribuição dos recursos entre as regiões, seguindo a distribuição da
população pelo território nacional. Já em relação à , o hierarquização
que se almeja é ordenar o sistema por níveis de atenção e estabelecer
fluxos assistenciais entre os serviços de modo que regule o acesso aos mais
especializados, considerando que os serviços básicos de saúde são os
que ofertam o contato com a população e são os de uso mais freqüente.
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Logo, o que se pode concluir é que a concepção de um Sistema Único de
Saúde e sua institucionalização por meio da Constituição foram um dos
maiores avanços na luta pela construção de um país mais justo e menos
desigual. Ainda existem problemas no atendimento público da saúde, e
não são poucos, mas é inegável o fato de que o SUS contribuiu para o
fortalecimento da cidadania.
Conhecendo as necessidades de saúde da população e a oferta de
serviços numa determinada região, é possível regionalizá-los e
hierarquizá-los de forma a tornar mais eficiente a rede de serviços de uma
região.
Outro princípio que rege a organização do SUS é a complementariedade
do setor privado. Ou seja, quando o setor público for insuficiente, o setor
privado deve suplementar, dando preferência aos serviços não lucrativos,
seguindo os mesmos princípios de regionalização, hierarquização,
universalidade e equidade do SUS. Isso deve se dar sob três condições:
1 - Celebração de contrato conforme normas de
di re i to públ ico, ou seja, interesse públ ico
prevalecendo sobre o particular.
2 - A instituição privada deverá estar de acordo com
os princípios básicos e normas técnicas do SUS.
Prevalecem assim, os princípios da universalidade,
equidade, etc, como se o mesmo fosse público, uma
vez que contratado, atua em nome deste.
3 - A integração dos serviços privados deverá se dar
na mesma lógica organizada do SUS, em termos de
pos ição definida na rede regional izada e
hierarquizada dos serviços. Desta forma, em cada
região, deverá estar claramente estabelecido,
conforme os serv iços públ icos e pr ivados
contratados, quem vai fazer o que, em que nível e
em qual lugar.
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