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O GESTOR E A GESTÃO DO SUSA Lei Orgânica da Saúde (LOS), Lei Federal n. 8.080, de 1990 define que a
direção do SUS é única em cada esfera de governo e estabelece como
órgãos responsáveis pelo desenvolvimento das funções de competência
do Poder Executivo na área de saúde o Ministério da Saúde no âmbito
nacional e as secretarias de saúde ou órgãos equivalentes nos âmbitos
estadual e municipal. Com essa definição, no setor saúde, o termo “gestor
do SUS” passou a ser amplamente utilizado em referência ao ministro e aos
secretários de saúde.
Mais do que um administrador, o gestor do SUS é a “autoridade sanitária”
em cada esfera de governo, cuja ação política e técnica deve estar
pautada pelos princípios da reforma sanitária brasileira. As dimensões
política e técnica são indissociáveis da atuação dos gestores da saúde e
podem ajudar a compreender a complexidade e os dilemas no exercício
dessa função pública de autoridade sanitária, a natureza dessa atuação
e as possíveis tensões relativas à direcionalidade da política de saúde em
um dado governo e ao longo do tempo.
MÓDULO III
27
O gestor municipal, escolhido pelo prefeito eleito tem como missão
implantar a proposta do governo eleito, articulando demandas da
comunidade, da sociedade organizada e dos trabalhadores de saúde
com o projeto de governo. O prefeito espera que seu secretário
administre com responsabilidade e garanta um permanente espaço para
a articulação entre a secretaria municipal de saúde e estes atores com
base nas atribuições constitucionais. A articulação da saúde com os
demais setores da administração municipal também é muito importante
para o sucesso da administração municipal.
É muito importante que o secretário possua uma boa
sustentabilidade e representação política no governo
municipal, mas a gestão do SUS não possui apenas a
perspectiva política. O conhecimento técnico em
saúde pública e de planejamento são as bases para
uma boa governabilidade. Todo prefeito deve garantir
que o seu secretário tenha domínio sobre a tecnologia
do planejamento e regulamentos do SUS. Nesse sentido,
deve permanentemente se manter atualizado acerca
das questões técnicas e normativas de relevância.
(CONASEMS, 2013)
Para que se possa discutir o papel de cada esfera de governo no SUS, é
importante tentar conceituar quem são os gestores do SUS em cada nível
e quais são as funções gestoras no SUS. Os gestores do SUS são os
representantes de cada esfera de governo designados para o
desenvolvimento das funções do Executivo na saúde. No âmbito
nacional, o Ministro de Saúde; no âmbito estadual, o Secretário de Estado
de Saúde; e, no municipal, o Secretário Municipal de Saúde.
28
Esses gestores devem atuar em dois âmbitos, bastante imbricados: o
âmbito político e o âmbito técnico. No âmbito político, o principal
compromisso do gestor do SUS deve ser com a população, através da
busca da concretização da saúde como direito de cidadania mediante
o seguimento dos princípios do SUS e da gestão pública, ou seja, o
exercício da gestão da saúde voltado para o interesse público e não para
interesses particulares ou privados.
A atuação do gestor do SUS pode ser definida como um conjunto
articulado de saberes e práticas de gestão necessários para a
implementação de políticas na área da saúde, que devem ser exercidas
de forma coerente com os princípios do sistema público de saúde e da
gestão pública.
Outra coisa que é importante que o prefeito deve saber
é que a gestão não está completa se o gestor não
participar da gestão regional. Não há município no Brasil
que seja plenamente suficiente para executar o universo
das ações necessárias para a atenção à saúde,
conforme suas responsabilidades constitucionais. O SUS
é um sistema dinâmico cuja regionalização está em
permanente construção e transformação. O gestor
municipal de saúde deve participar da condução e da
formatação da região de saúde e suas relações
interfederativas. (CONASEMS, 2013)
29
A responsabilidade do financiamento do SUS é tripartite, ou seja, das três
esferas de governo: federal, estadual e municipal, mas os municípios têm
ficado muito penalizados com a necessidade cada vez maior de
investimentos municipais e também com a judicialização do direito à
saúde, que tem se tornado uma prática comum e dificulta a realização
de ações programadas porque compromete grande parte do
orçamento municipal. Não é raro encontrarmos municípios aplicando
valores entre 20 e 30% dos seus orçamentos, em Minas Gerais a média de
recursos municipais investidos na saúde é de 22%.
Sabe-se que a União deve investir o montante do ano anterior mais a
variação nominal do Produto Interno Bruto (PIB), os estados precisam
aplicar 12% do que arrecadam anualmente em impostos e os municípios
precisam investir 15% de sua receita, porém a Constituição Federal de
1988 aprovou percentuais mínimos para a saúde, e não máximos,
cabendo aos gestores, quando da elaboração da proposta
orçamentária o poder de colocar mais recursos financeiros, se necessário
e possível for.
A Emenda Constitucional 29 (EC29) regulamentada em 2011 definiu que
não podem ser contabilizados como despesas em saúde gastos com
pagamento de aposentadorias e pensões, inclusive de servidores da
saúde; pagamento de salário para servidores que não atuam na área;
assistência à saúde que não seja universal; merenda escolar; saneamento
básico; limpeza urbana; preservação do meio ambiente; assistência
social; além de obras de infraestrutura.
Com a regulamentação, os recursos só poderão ser utilizados em ações e
serviços de "acesso universal" que sejam "compatíveis com os planos de
saúde de cada ente da federação" e de "responsabilidade específica do
setor saúde, não se aplicando a despesas relacionadas a outras políticas
públicas que atuam sobre determinantes sociais e econômicos, ainda
que incidentes sobre as condições de saúde da população".
O Financiamento do SUS
30
Entre os investimentos autorizados na saúde estão a remuneração dos
profissionais de saúde na ativa; gastos com capacitação de pessoal e
investimentos na rede física do Sistema Único de Saúde, produção,
aquisição e distr ibuição de insumos, como medicamentos e
equipamentos médico-odontológicos; gestão e ações de apoio
administrativo; entre outros.
Piso de Atenção Básica (PAB): O Piso de Atenção Básica (PAB), criado
em 1997, é um mecanismo de financiamento do Sistema Único de
Saúde (SUS), que altera a lógica do pagamento por produção usado
no passado. Refere-se ao financiamento de ações de atenção
básica à saúde, cujos recursos são transferidos mensalmente, de
forma regular e automática, do Fundo Nacional de Saúde aos Fundos
de Saúde do Distrito Federal e dos Municípios.
As ações financiadas com esses recursos são:
consultas médicas em especialidades básicas
atendimento odontológico básico
atendimentos básicos por outros profissionais de nível superior
e nível médio
visita e atendimento ambulatorial e domiciliar do Programa de
Saúde da Família (PSF)
vacinação
atividades educativas a grupos da comunidade
assistência pré-natal e ao parto domiciliar
atividades de planejamento familiar
31
pequenas cirurgias
atividades dos agentes comunitários de saúde
pronto atendimento em unidade básica de saúde
O valor repassado pelo Fundo Nacional pelo PAB é per capita e
deverá ser aplicado somente na atenção básica, e os reajustes são
feitos a critério do Ministério da Saúde.
O PAB é composto de uma parte fixa de recursos (PAB Fixo),
destinados à assistência básica, e de uma parte variável (PAB
Variável), relativa a incentivos para o desenvolvimento dos
programas executados nesse nível de atenção.
Como funciona o PAB Fixo: Refere-se ao financiamento de ações de
atenção básica à saúde, os recursos são transferidos mensalmente,
de forma regular e automática. Aos municípios é distribuído um valor
que varia entre R$ 23,00 e R$ 28,00 anuais por habitante/ ano de
acordo com conforme pontuação calculada que varia de 0 a 10,
com base em indicadores selecionados segundo critérios
determinados pelo Departamento de Atenção Básica (DAB): PIB Per
Capita, Percentual da População com Plano de Saúde, Percentual
da População com Bolsa Família, Percentual da População em
Extrema Pobreza e Densidade Demográfica, conforme portaria Nº
1.409, de 10 de julho de 2013. Estes valores são transferidos direta e
automaticamente do Fundo Nacional de Saúde para os fundos
municipais correspondentes.
32
Como funciona o PAB Variável: Compreende os incentivos para o
custeio das ações especiais desenvolvidas no campo da atenção
básica através de programas. O município recebe um montante de
acordo com os programas descentralizados do Ministério da Saúde
nele executados. Os programas contemplados atualmente são:
a) Programa de Saúde da Família (PSF)
b) Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS)
c) Assistência Farmacêutica Básica
d) Ações Básicas de Vigilância Sanitária
e) Programa de Combate às Carências Nutricionais
f) Saúde Bucal
g) Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF)
h) Compensação de Especificidades Regionais
i) Fator de Incentivo de Atenção Básica aos Povos Indígenas
j) Incentivo para a Atenção à Saúde no Sistema Penitenciário
k) Incentivo para a Atenção Integral à Saúde do
Adolescente em conflito com a lei, em regime de internação
e internação provisória
h) Programa de Melhoria do Acesso e da Qualidade (PMAQ),
entre outros.
33
A Emenda Constitucional n. 29, promulgada em 13 de setembro de 2000,
assegurou o financiamento das ações e serviços públicos de saúde,
estabelecendo que as três esferas de governo aportem anualmente
recursos mínimos provenientes da aplicação de percentuais das receitas
e determinando as suas bases de cálculo.
Para efeito da aplicação dessa Emenda Constitucional, consideram-se
despesas com ações e serviços públicos de saúde aquelas com pessoal
ativo e outras despesas de custeio e de capital, financiadas pelas três
esferas de governo, conforme o disposto nos artigos 196 e 198, § 2º, da
Constituição Federal e na Lei n. 8.080/90, relacionadas a programas
finalísticos e de apoio, inclusive administrativos, que atendam,
simultaneamente, aos seguintes critérios: sejam destinadas às ações e aos
serviços de acesso universal, igualitário e gratuito; estejam em
conformidade com objetivos e metas explicitados nos Planos de Saúde de
cada ente federativo; sejam de responsabilidade específica do setor de
saúde, não se confundindo com despesas relacionadas a outras políticas
públicas que atuam sobre determinantes sociais e econômicos, ainda
que com reflexos sobre as condições de saúde.
Definição dos Blocos de financiamento do SUS
O Decreto n. 1.232, de 30 de agosto de 1994, posteriormente às
Normas Operacionais 01/91 e 01/92 do SUS, estabeleceu as
condições e as formas para viabilizar os repasses regulares e
automáticos dos recursos do SUS.
34
A Portaria GM/MS n. 204, de 29 de janeiro de 2007, regulamentou o
financiamento e a transferência dos recursos federais para as ações e
serviços de saúde, com o respectivo monitoramento e controle. Os
recursos federais destinados às ações e serviços de saúde passaram a ser
organizados e transferidos na forma de Blocos de Financiamento. São seis
os Blocos de Financiamento:
1 - Atenção Básica;
2 - Atenção de Média e Alta Complexidade Ambulatorial e
Hospitalar;
3 - Vigilância em Saúde;
4 - Assistência Farmacêutica;
5 - Gestão do SUS;
6 - Investimentos na Rede de Serviços de Saúde.
Os blocos de financiamento são constituídos por componentes, de
acordo com as especificidades de suas ações e os serviços de saúde
pactuados. Os recursos federais que compõem cada bloco de
financiamento são transferidos aos estados, Distrito Federal e municípios,
fundo a fundo, em conta única e específica para cada bloco de
financiamento, observados os atos normativos específicos.
Bloco de Atenção Básica
O bloco da Atenção Básica é constituído por dois componentes:
I. Componente Piso da Atenção Básica - PAB Fixo;
II. Componente Piso da Atenção Básica - PAB Variável.
35
O Componente Piso da Atenção Básica - PAB Fixo refere-se ao
financiamento de ações de atenção básica à saúde, cujos recursos são
transferidos mensalmente, de forma regular e automática, do Fundo
Nacional de Saúde aos Fundos de Saúde do Distrito Federal e dos
municípios.
O Componente Piso da Atenção Básica - PAB Variável é constituído por
recursos financeiros destinados ao financiamento de estratégias
realizadas no âmbito da atenção básica em saúde.
Os recursos do Componente PAB Variável são transferidos do Fundo
Nacional de Saúde aos Fundos de Saúde do Distrito Federal e dos
municípios, mediante adesão e implementação das ações a que se
destinam e desde que constantes no respectivo Plano de Saúde.
Bloco de Atenção de Média e Alta Complexidade Ambulatorial e
Hospitalar
O bloco da Atenção de Média e Alta Complexidade Ambulatorial e
Hospitalar é constituído por dois componentes:
I - Componente Limite Financeiro da Média e Alta
Complexidade Ambulatorial e Hospitalar -MAC;
II - Componente Fundo de Ações Estratégicas e
Compensação - FAEC.
Os recursos federais são transferidos do Fundo Nacional de Saúde aos
Fundos de Saúde dos estados, Distrito Federal e municípios, conforme a
Programação Pactuada e Integrada, publicada em ato normativo
específico.
36
Bloco de Vigilância em Saúde
As Portarias GM/MS n. 3252, de 22 de dezembro de 2009, e GM/MS n. 1106,
de 12 de maio de 2009, alteraram dispositivos da Portaria GM/MS n.
204/07. Os recursos que compõem o bloco financeiro de Vigilância em
Saúde dos municípios, do Distrito Federal e dos estados representam o
agrupamento das ações de vigilância, promoção, prevenção e controle
de doenças e de vigilância sanitária. O bloco de financiamento para a
Vigilância em Saúde é constituído por dois componentes:
I. Componente da Vigilância e Promoção da Saúde;
II. Componente da Vigilância Sanitária.
Bloco de Assistência Farmacêutica
As Portarias GM/MS n. 2981 e GM/MS n. 2982, ambas de 26 de novembro
de 2009, alteraram dispositivos da Portaria GM/MS n. 204/07. O bloco de
financiamento da Assistência Farmacêutica é constituído por três
componentes:
I. Componente Básico da Assistência Farmacêutica;
II. Componente Estratégico da Assistência Farmacêutica;
III. Componente Especializado da Assistência
Farmacêutica.
O Componente Básico da Assistência Farmacêutica destina-se à
aquisição de medicamentos do elenco de Referência Nacional de
Medicamentos e Insumos Complementares para a Assistência
Farmacêutica na Atenção Básica.
O Componente Estratégico da Assistência Farmacêutica destina-se ao
financiamento de ações de assistência farmacêutica e programas de
saúde estratégicos.
37
O Componente Especializado da Assistência Farmacêutica é uma
estratégia de acesso a medicamentos no âmbito do Sistema Único de
Saúde caracterizada pela busca da garantia da integralidade do
tratamento medicamentoso, em nível ambulatorial, cujas linhas de
cuidado estão definidas em Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas
publicados pelo Ministério da Saúde
Bloco de Gestão do SUS
O bloco de financiamento para a Gestão do SUS é constituído de dois
componentes:
I. Componente para a Qualificação da Gestão do SUS;
II. Componente para a Implantação de Ações e Serviços de
Saúde.
]A transferência dos recursos do Componente para a Qualificação da
Gestão do SUS dar-se-á mediante a adesão ao Pacto pela Saúde, por
meio da assinatura do Termo de Compromisso de Gestão e respeitados os
critérios estabelecidos em ato normativo específico.
A transferência dos recursos do Componente de Implantação de Ações e
Serviços de Saúde será efetivada em parcela única, respeitados os
critérios estabelecidos em cada política específica.
Bloco de Investimentos na Rede de Serviços de Saúde
Em 2009, a Portaria GM/MS n. 837, de 23 de abril, alterou e acrescentou
dispositivos à Portaria GM/MS n. 204/2007, para inserir o bloco de
Investimentos na Rede de Serviços de Saúde na composição dos blocos
de financiamento relativos à transferência de recursos federais para as
ações e os serviços de saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS.
38
O bloco de Investimentos na Rede de Serviços de Saúde é composto por
recursos financeiros que são transferidos mediante repasse regular e
automático do Fundo Nacional de Saúde para os Fundos de Saúde
Estaduais, Municipais e do Distrito Federal, exclusivamente para a
realização de despesas de capital, mediante apresentação de projeto,
encaminhado pelo ente federativo interessado ao Ministério da Saúde.
O Consórcio Intermunicipal de Saúde (CIS) é um pacto entre dois ou mais
municípios que se comprometem a executar, em conjunto, um
determinado empreendimento. Trata-se, portanto, de uma modalidade
de acordo firmado entre entidades da mesma natureza. Esta forma de
associação permite aos municípios assegurar a prestação de serviços à
população.
Os Consórcios Intermunicipais de Saúde em Minas Gerais vêm
demonstrando a sua efetividade a partir de ações conjuntas de
municípios buscando resolver problemas comuns mediante a ampliação
da capacidade de atendimento aos cidadãos e do poder de diálogo das
prefeituras junto aos governos estadual e federal.
O Gestor deve estar atento se seu município participa de algum CIS, quais
são suas contribuições e quais as prestações de serviços do mesmo.
Consórcios Intermunicipais de Saúde (CIS)
39
Recursos repassados pelo Fundo Nacional de Saúde
Os recursos de provenientes de incentivos do Ministério da Saúde
repassados através do Fundo Nacional de saúde ao Fundo Municipal de
Saúde deverão ser aplicados em conformidade com o Art. 6º da Portaria
GM 204/ 2007, observadas suas vedações, com previsão no Orçamento
do Município, na Programação Anual de Saúde (PAS) e no Plano
Municipal de Saúde (PMS). A prestação de contas deverá ser feita por
meio do Relatório Anual de Gestão (RAG) até o dia 31 de maio de cada
ano, e aprovada pelo Conselho Municipal de Saúde.
“Art. 6º Os recursos referentes a cada bloco de financiamento
devem ser aplicados nas ações e serviços de saúde relacionados
ao próprio bloco.
§ 1º Aos recursos relativos às unidades públicas próprias não se
aplicam as restrições previstas no caput deste artigo.
§ 2º Os recursos referentes aos blocos da Atenção Básica,
Atenção de Média e Alta Complexidade Ambulatorial e
Hospitalar, Vigilância em Saúde e de Gestão do SUS, devem ser
utilizados considerando que fica vedada a utilização desse para
pagamento de:
I - servidores inativos;
II - servidores ativos, exceto aqueles contratados exclusivamente
para desempenhar funções relacionadas aos serviços relativos
ao respectivo bloco, previstos no respectivo Plano de Saúde;
Aplicação dos Recursos do Fundo Municipal de Saúde
40
III - gratificação de função de cargos comissionados, exceto
aqueles diretamente ligados às funções relacionadas aos
serviços relativos ao respectivo bloco, previstos no respectivo
Plano de Saúde;
IV - pagamento de assessorias/ consultorias prestadas por
servidores públicos pertencentes ao quadro do próprio município
ou do estado; e
V - obras de construções novas, exceto as que se referem a
reformas e adequações de imóveis já existentes, utilizados para a
realização de ações e/ ou serviços de saúde.
De acordo com a Portaria Interministerial MPOG/MF/CGU n. 507, de 24 de
novembro de 2011, o Convênio é um acordo ou ajuste que discipline a
transferência de recursos financeiros de dotações consignadas nos
Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social da União e tenha como
partícipe, de um lado, órgão ou entidade da administração pública
federal, direta ou indireta, e, de outro lado, órgão ou entidade da
administração pública estadual, do Distrito Federal ou municipal, direta
ou indireta, consórcios públicos, ou ainda, entidades privadas sem fins
lucrativos, visando à execução de programa de governo, envolvendo a
realização de projeto, atividade, serviço, aquisição de bens ou evento de
interesse recíproco, em regime de mútua cooperação.
Termo de Referência, por sua vez, é o documento apresentado quando o
objeto do convênio, contrato de repasse ou termo de cooperação
envolver a aquisição de bens ou prestação de serviços. Esse documento
deverá conter elementos capazes de propiciar a avaliação do custo pela
Administração, diante de orçamento detalhado, considerando os preços
praticados no mercado da região onde será executado o objeto, a
definição dos métodos e o prazo de execução do objeto.
Convênio
41
O Art. 37 da Portaria Interministerial n. 507/2011 estabelece que
nos convênios, o projeto básico ou o termo de referência deverá
ser apresentado antes da celebração do instrumento, sendo
facultado ao órgão ou entidade responsável pela transferência
exigi-lo depois, desde que antes da liberação da primeira
parcela dos recursos.
O instrumento normativo acima citado faculta a dispensa de
apresentação do projeto básico ou termo de referência no caso de
padronização do objeto, a critério da autoridade competente do órgão
ou entidade da administração pública federal, direta ou indireta,
responsável pela transferência dos recursos financeiros e pela
descentralização dos créditos orçamentários destinados à execução do
objeto do convênio.
Quanto ao prazo, o projeto básico ou o termo de referência deverá ser
apresentado no prazo fixado no instrumento, não podendo ultrapassar 18
meses, incluída a prorrogação, se houver. Caso seja necessária a
prorrogação, esta ocorrerá uma única vez por igual período, a contar da
data da celebração, conforme a complexidade do objeto. Se o projeto
básico ou o termo de referência não for entregue no prazo estabelecido
ou receba parecer contrário à aprovação, proceder-se-á à extinção do
convênio, se este já tiver sido assinado. O projeto básico ou termo de
referência será apreciado pelo órgão ou entidade da administração
pública federal responsável pela transferência dos recursos financeiros e,
se aprovado, ensejará a adequação do Plano de Trabalho.
A Portaria Interministerial n. 507/2011 faculta ainda à autoridade
responsável a liberação do montante correspondente ao custo do
serviço, caso, no Plano de Trabalho, haja a previsão de transferência de
recursos para a elaboração do projeto básico ou termo de referência.
Para acessar o Termo de Referência on line do Fundo Nacional de
Saúde, basta localizá-lo no canto esquerdo inferior da página
principal: www.fns.saude.gov.br.
42
A título de informação, é importante ressaltar que o Componente Piso da
Atenção Básica – PAB Fixo refere-se ao financiamento de ações de
atenção básica à saúde, cujos recursos são transferidos mensalmente, de
forma regular e automática, do Fundo Nacional de Saúde aos Fundos de
Saúde do Distrito Federal e dos Municípios. Já o Componente Piso da
Atenção Básica Variável - PAB Variável é constituído por recursos
financeiros destinados ao financiamento de estratégias realizadas no
âmbito da atenção básica em saúde, tais como:
A referida Portaria nº 204/2007 estabeleceu, ainda, que a gestão municipal
poderá aplicar os recursos referente ao PAB fixo e variável em qualquer
despesa no âmbito da Atenção Básica. Para tanto se faz necessária à
explicitação da aplicação dos gastos com a organização da Atenção
Básica no Plano Municipal de Saúde, que é devidamente aprovado pelo
respectivo Conselho de Saúde e atualizado a cada ano.
Com efeito, caso as despesas de contratação demandadas não se dirijam para fins
diretamente vinculados à atenção básica no município e não obedeçam às diretrizes
constantes do Plano Municipal de Saúde voltado à atenção básica, o uso dos recursos
será considerado irregular.
Observações Importantes
O somatório das partes fixa e variável do PAB compõe o Teto
Financeiro do Bloco da Atenção Básica. Desta feita, os recursos do
PAB são repassados mensalmente, de forma regular e automática
por meio do Fundo Nacional aos Fundos Municipais de Saúde com
informação disponibilizada no site www.fns.saude.gov.br.
43
Dentre as despesas de capital podem ainda ser citadas: as despesas de
investimentos necessárias ao planejamento e execução de obras,
aquisição de instalações, equipamentos ou material permanente
(materiais que possuem duração contínua, que se deterioram com mais
dificuldade, tais como: automóveis, materiais áudio-visuais, filmadoras,
mesas, cadeiras, armários, geladeiras, computadores, constituição ou
aumento do capital do estado que não sejam de caráter comercial ou
financeiro, incluindo-se as aquisições de imóveis considerados necessários
à execução de obras).
Portanto, diante dessa sistemática, os recursos do PAB repassados aos
municípios e distrito federal devem ser utilizados para o pagamento de
despesas de custeio das ações de Atenção Básica, tais como aquelas
destinadas à manutenção dos serviços criados anteriormente à Lei
Orçamentária Anual, e que correspondem, entre outros gastos, àqueles
efetuados com despesas de pessoal, material de consumo (materiais que
têm duração limitada, que se deterioram como combustível, material de
limpeza, etc), serviços de terceiros, gastos com obras de conservação,
reforma e adaptação de bens imóveis, dentre outros.
Vale lembrar, que o financiamento da atenção básica é
tripartite, ou seja, é realizado pela União (Ministério da Saúde),
estados e municípios/ distrito federal.
44
oAplica-se os dispositivos da Lei Complementar N °141/2012, Art. 3
Observadas as disposições do art. 200 da Constituição Federal, do art. 6º oda Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, e do art. 2 desta Lei
Complementar, para efeito da apuração da aplicação dos recursos
mínimos aqui estabelecidos, serão consideradas despesas com ações e
serviços públicos de saúde as referentes a:
I - vigilância em saúde, incluindo a epidemiológica e a sanitária;
II - atenção integral e universal à saúde em todos os níveis de
complexidade, incluindo assistência terapêutica e recuperação
de deficiências nutricionais;
III - capacitação do pessoal de saúde do Sistema Único de Saúde
(SUS);
IV - desenvolvimento científico e tecnológico e controle de
qualidade promovidos por instituições do SUS;
V - produção, aquisição e distribuição de insumos específicos dos
serviços de saúde do SUS, tais como: imunobiológicos, sangue e
hemoderivados, medicamentos e equipamentos médico-
odontológicos;
VI - saneamento básico de domicílios ou de pequenas
comunidades, desde que seja aprovado pelo Conselho de
Saúde do ente da Federação financiador da ação e esteja de
acordo com as diretrizes das demais determinações previstas
nesta Lei Complementar;
VII - saneamento básico dos distritos sanitários especiais indígenas
e de comunidades remanescentes de quilombos;
Recursos Próprios
45
VIII - manejo ambiental vinculado diretamente ao controle de
vetores de doenças;
IX - investimento na rede física do SUS, incluindo a execução de
obras de recuperação, reforma, ampliação e construção de
estabelecimentos públicos de saúde;
X - remuneração do pessoal ativo da área de saúde em atividade
nas ações de que trata este artigo, incluindo os encargos sociais;
XI - ações de apoio administrativo realizadas pelas instituições
públicas do SUS e imprescindíveis à execução das ações e
serviços públicos de saúde; e
XII - gestão do sistema público de saúde e operação de unidades
prestadoras de serviços públicos de saúde.
oArt. 4 Não constituirão despesas com ações e serviços públicos
de saúde, para fins de apuração dos percentuais mínimos de que
trata esta Lei Complementar, aquelas decorrentes de:
I - pagamento de aposentadorias e pensões, inclusive dos
servidores da saúde;
II - pessoal ativo da área de saúde quando em atividade alheia à
referida área;
III - assistência à saúde que não atenda ao princípio de acesso
universal;
IV - merenda escolar e outros programas de alimentação, ainda
que executados em unidades do SUS, ressalvando-se o disposto
no inciso II do art. 3º;
V - saneamento básico, inclusive quanto às ações financiadas e
mantidas com recursos provenientes de taxas, tarifas ou preços
públicos instituídos para essa finalidade;
46
VI - limpeza urbana e remoção de resíduos;
VII - preservação e correção do meio ambiente, realizadas pelos
órgãos de meio ambiente dos entes da Federação ou por
entidades não governamentais;
VIII - ações de assistência social;
IX - obras de infraestrutura, ainda que realizadas para beneficiar
direta ou indiretamente a rede de saúde; e
X - ações e serviços públicos de saúde custeados com recursos
distintos dos especificados na base de cálculo definida nesta Lei
Complementar ou vinculados a fundos específicos distintos
daqueles da saúde.
A estratégia adotada no país reconhece o município como o principal
responsável pela saúde de sua população. A partir do Pacto pela Saúde,
de 2006, o gestor municipal assina um termo de compromisso para assumir
integralmente as ações e serviços de seu território.
Os municípios possuem secretarias específicas para a gestão de saúde. O
gestor municipal deve aplicar recursos próprios e os repassados pela
União e pelo estado.
O município formula suas próprias políticas de saúde e também é um dos
parceiros para a aplicação de políticas nacionais e estaduais de saúde.
Ele coordena e planeja o SUS em nível municipal, respeitando a
normalização federal e o planejamento estadual. Pode estabelecer
parcerias com outros municípios para garantir o atendimento pleno de
sua população, para procedimentos de complexidade que estejam
acima daqueles que pode oferecer.
Os municípios são incentivados a assumir integralmente as ações e
serviços de saúde em seu território. Esse princípio do SUS foi fortalecido
pelo Pacto pela Saúde, acertado pelos três entes federados em 2006.
47
A partir de então, o município pode assinar um Termo de Compromisso de
Gestão. Se o termo for aprovado na Comissão Bipartite do estado, o
gestor municipal passa a ter a gestão de todos os serviços em seu território.
A condição permite que o município receba os recursos de forma regular
e automática para todos os tipos de atendimento em saúde que ele se
comprometeu a fazer.
A Programação Pactuada e Integrada da Assistência em Saúde é um
processo instituído no âmbito do Sistema Único de Saúde onde, em
consonância com o processo de planejamento, são definidas e
quantificadas as ações de saúde para população residente em cada
território, bem como efetuados os pactos intergestores para garantia de
acesso da população aos serviços de saúde. Tem por objetivo organizar a
rede de serviços, dando transparência aos fluxos estabelecidos e definir, a
partir de critério e parâmetros pactuados, os limites financeiros destinados
à assistência da população própria e das referências recebidas de outros
municípios.
O Tratamento Fora de Domicílio é um instrumento legal que permite o
encaminhamento de usuários do SUS a outras unidades de saúde a fim de
realizar tratamento médico fora da sua microrregião, quando esgotados
todos os meios de tratamento na localidade de residência/ estado, e
desde que haja possibilidade de cura total ou parcial, limitada ao período
estritamente necessário e aos recursos orçamentários existentes.
Programação Pactuada e Integrada (PPI)
Sua pactuação poderá ser acessada pelo site:
http://ppiassistencial.saude.mg.gov.br/
Tratamento Fora de Domicílio (TFD)
48
No Brasil, a compra de serviços de saúde, pelo setor público,
acompanhou a grande expansão da oferta de serviços privados de
assistência hospitalar ocorrida na década de 70 financiada pelo Estado. A
compra dos serviços se dava de forma desordenada, conforme a oferta
da iniciativa privada, não sendo, portanto, consideradas as necessidades
da população, como também foi desordenada a expansão dos serviços,
sem planejamento e avaliação.
Na Constituição de 1988, a saúde ganhou uma seção específica na qual
foi instituído o Sistema Único de Saúde (SUS). A saúde passou a ser definida
como um direito de todos e um dever do Estado, instituindo, assim, o
princípio da universalidade no atendimento à saúde.
Em seu Art. 199, parágrafo 1º, a Constituição definiu que “as instituições
privadas poderão participar de forma complementar do Sistema Único
de Saúde, segundo diretrizes deste, mediante contrato de direito público
ou convênio, tendo preferência as entidades filantrópicas e as sem fins
lucrativos”. Assim, foram estabelecidas as primeiras medidas de
regulação e controle para a compra de serviços de saúde e
evidenciando a necessidade de planejamento. Em 1993, o Ministério da
Saúde publicou a portaria n.º 1.286 que normatizou a contratação de
serviços de saúde por gestores locais do SUS e indicou a necessidade de
cláusulas que devem constar nos contratos.
Contratualização dos Serviços de Saúde
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As informações são importantes instrumentos que contribuem para o
processo de reflexão, aval iação e tomada de decisões na
implementação das políticas e ações de saúde. Os principais Sistemas de
Informação em Saúde são:
- SIM (Sistema de Informação sobre Mortalidade)
- SINASC (Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos)
- SINAN (Sistema de Informação sobre Agravos de Notificação)
- SI-PNI (Sistema de Informação do Programa Nacional de
Humanização)
- SIAB (Sistema de Informação da Atenção Básica)
- SIH (Sistema de Informação Hospitalar)
- SIA (Sistema de Informação Ambulatorial)
- SIS PRÉ-NATAL (Sistema de Informações do Pré-Natal)
O Ministério da Saúde somente repassa os recursos fundo a fundo se o
município enviar corretamente as informações do Sistema de
Informações em Saúde. Por isso, é preciso ficar atento para que o
município não atrase a entrega dos dados.
As informações produzidas pelos programas devem ser usadas para
planejamentos das ações em saúde. A senha de acesso de cada
Programa habitualmente está de posse de um servidor de carreira.
Sistemas de Informação em Saúde
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O Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em Saúde (SIOPS) é
destinado à coleta, armazenamento, processamento e divulgação de
dados sobre a receita e despesa com saúde, dos três níveis de governo. O
banco de dados do SIOPS é alimentado pelos Estados, pelo Distrito
Federal e pelos Municípios, através do preenchimento de dados em
software desenvolvido pelo DATASUS/ MS, que tem por objetivo apurar as
receitas totais e os gastos em ações e serviços públicos de saúde.
O preenchimento de dados do SIOPS tem natureza declaratória e busca
manter compatibilidade com as informações contábeis, geradas e
mantidas pelos Estados e Municípios, e conformidade com a codificação
de classificação de receitas e despesas, definidas em portarias pela
Secretaria do Tesouro Nacional/ MF.
As informações prestadas ao SIOPS são provenientes do setor responsável
pela contabilidade do ente federado, podendo-se utilizar, para o
preenchimento do SIOPS, dos dados contábeis ou as informações dos
relatórios e demonstrativos de execução orçamentária e financeira dos
governos estaduais e municipais. Tais informações são inseridas no sistema
e transmitidas eletronicamente, através da internet, para o banco de
dados da DATASUS/ MS, gerando indicadores, de forma automática, a
partir das informações declaradas.
Um dos indicadores gerados é o do percentual de recursos próprios
aplicados em ações e serviços públicos de saúde, que demonstra a
situação relativa ao cumprimento da Emenda Constitucional nº 29/ 2000
com base nos parâmetros definidos na Resolução nº 322, de 8 de maio de
2003, do Conselho Nacional de Saúde/ CNS.
Sistema de Informações Sobre Orçamentos Públicos em Saúde
(SIOPS)
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De acordo com a Portaria Interministerial 507/2012, o órgão ou entidade
que receber recursos na forma estabelecida naquela Portaria estará
sujeito a prestar contas da sua boa e regular aplicação, observando-se
que, o prazo para apresentação das prestações de contas será de até
sessenta dias após o encerramento da vigência ou a conclusão da
execução do objeto, o que ocorrer primeiro.
Quando a prestação de contas não for encaminhada no prazo
estabelecido no convênio, o órgão ou entidade da administração
pública federal, direta ou indireta, responsável pela transferência de
recursos financeiros estabelecerá o prazo máximo de trinta dias para sua
apresentação, ou recolhimento dos recursos, incluídos os rendimentos da
aplicação no mercado financeiro, atualizados monetariamente e
acrescidos de juros de mora, na forma da lei.
Para os convênios em que não tenha havido qualquer execução física,
nem utilização dos recursos, o recolhimento à Conta Única do Tesouro
Nacional deverá ocorrer sem a incidência dos juros de mora. Se, ao
término do prazo estabelecido, o convenente não apresentar a
prestação de contas nem devolver os recursos, o concedente registrará a
inadimplência no SICONV, por omissão do dever de prestar contas e
comunicará o fato ao órgão de contabilidade analítica a que estiver
vinculado, para fins de instauração de tomada de contas especial e
adoção de outras medidas para reparação do dano ao erário, sob pena
de responsabilização solidária.
Cabe ao prefeito e ao governador sucessor prestar contas dos recursos
provenientes de convênios firmados pelos seus antecessores. Na
impossibilidade de prefeitos e governadores prestarem contas dos
recursos provenientes de convênios firmados pelos seus antecessores,
deverão apresentar ao concedente justificativas que demonstrem o
impedimento de prestar contas e as medidas adotadas para o resguardo
do patrimônio público.
Prestação de Contas
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Quando a impossibilidade de prestar contas decorrer de ação ou omissão
do antecessor, o novo administrador solicitará ao concedente a
instauração de tomada de contas especial. Os documentos que
contenham as justificativas e medidas adotadas serão inseridos no
SICONV.
No caso de o convenente ser órgão ou entidade pública, de qualquer
esfera de governo, a autoridade competente, ao ser comunicada das
medidas adotadas, suspenderá de imediato o registro da inadimplência,
desde que o administrador seja outro que não o faltoso.
Os convenentes deverão ser notificados previamente sobre as
irregularidades apontadas, via notificação eletrônica por meio do
SICONV, devendo ser incluída no aviso a respectiva Secretaria da
Fazenda ou secretaria similar. O registro da inadimplência no SICONV só
será efetivado quarenta e cinco dias após a notificação prévia.
Os saldos financeiros remanescentes, inclusive os provenientes das
receitas obtidas nas aplicações financeiras realizadas, não utilizadas no
objeto pactuado, serão devolvidos à entidade ou órgão repassador dos
recursos, no prazo estabelecido para a apresentação da prestação de
c o n t a s . E s s a d e v o l u ç ã o s e r á r e a l i z a d a o b s e r v a n d o - s e a
proporcionalidade dos recursos transferidos e os da contrapartida
previstos na celebração independentemente da época em que foram
aportados pelas partes.
A prestação de contas será composta, além dos documentos e
informações apresentados pelo convenente no SICONV, dos seguintes
documentos:
I - Relatório de Cumprimento do Objeto;
II - Notas e comprovantes fiscais, quanto aos seguintes
aspectos: data do documento, compatibilidade entre o
emissor e os pagamentos registrados no SICONV, valor,
aposição de dados do convenente, programa e número do
convênio;
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III - Relatório de prestação de contas aprovado e registrado no SICONV
pelo convenente;
IV - declaração de realização dos objetivos a que se propunha o
instrumento;
V - relação de bens adquiridos, produzidos ou construídos, quando for
o caso;
VI - a relação de treinados ou capacitados, quando for o caso;
VII - a relação dos serviços prestados, quando for o caso;
VIII - comprovante de recolhimento do saldo de recursos, quando
houver; e
IX - termo de compromisso por meio do qual o convenente será
obrigado a manter os documentos relacionados ao convênio.
O concedente deverá registrar no SICONV o recebimento da prestação de
contas. A análise desta será feita no encerramento do convênio, cabendo este
procedimento ao concedente com base na documentação registrada no
SICONV, não se equiparando a auditoria contábil.
A autoridade competente do concedente terá o prazo de noventa dias,
contado da data do recebimento, para analisar a prestação de contas do
instrumento, com fundamento nos pareceres técnico e financeiro expedidos
pelas áreas competentes.
O ato de aprovação da prestação de contas deverá ser registrado no SICONV,
cabendo ao concedente prestar declaração expressa de que os recursos
transferidos tiveram boa e regular aplicação. Caso a prestação de contas não
seja aprovada, exauridas todas as providências cabíveis para regularização da
pendência ou reparação do dano, a autoridade competente, sob pena de
responsabilização solidária, registrará o fato no SICONV e adotará as
providências necessárias à instauração da Tomada de Contas Especial, com
posterior encaminhamento do processo à unidade setorial de contabilidade a
que estiver jurisdicionado para os devidos registros de sua competência.
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