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Módulo III - A Ouvidoria Pública como instrumento de participação social Módulo III - A Ouvidoria Pública como instrumento de participação social Site: Instituto Legislativo Brasileiro - ILB Curso: Ouvidoria na Administração Pública (parceria CGU/ILB) Livro: Módulo III - A Ouvidoria Pública como instrumento de participação social Impresso por: Claudio Cunha de Oliveira Data: segunda, 17 novembro 2014, 16:18 Página 1 de 16 Módulo III - A Ouvidoria Pública como instrumento de participação social 17/11/2014 http://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=16384

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Módulo III - A Ouvidoria Pública como instrumento de participação social

Módulo III - A Ouvidoria Pública como instrumento de participação social

Site: Instituto Legislativo Brasileiro - ILB

Curso: Ouvidoria na Administração Pública (parceria CGU/ILB)

Livro: Módulo III - A Ouvidoria Pública como instrumento de participação social

Impresso por: Claudio Cunha de Oliveira

Data: segunda, 17 novembro 2014, 16:18

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Sumário

Objetivos

Unidade 1 - A Ouvidoria Pública como instrumento de inclusão e participação socialPág. 2Pág. 3Pág. 4

Unidade 2 - O papel das Ouvidorias Públicas em um Sistema ParticipativoPág. 2Pág. 3

Unidade 3 - O que é o Sistema de Ouvidorias Públicas: principais diretrizes e desafios de implementaçãoPág. 2Pág. 3

Resumo

Exercícios de Fixação - Módulo III

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Objetivos

A Ouvidoria Pública como instrumento de participação social

Ao final deste módulo, você será capaz de:

- Compreender o papel da Ouvidoria Pública para a efetividade do Estado Democrático deDireito;

- Compreender a importância das Ouvidorias Públicas estarem integradas a outros mecanismos de participação social;

- Conhecer as perspectivas e os desafios para criação de uma Sistema de Ouvidorias.

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Unidade 1 - A Ouvidoria Pública como instrumento de inclusão e participação social

Como estudado no módulo 1, as Ouvidorias Públicas atuam como mediadoras entre o Estado e a sociedade, funcionando como espaços democráticos de controle social da Administração Pública. Mas como você já sabe, esses institutos são muito mais do que apenas um canal de comunicação entre o cidadão e o Estado. Eles devem atuar, sobretudo, na promoção dos direitos humanos, da defesa da ética e da participação social. O papel das Ouvidorias Públicas como instrumento de controle e participação social são os temas deste terceiro e último módulo.

1.1 O que é participação e controle social?

Para compreender o significado da participação e do controle social é necessário relembrar um pouco do contexto histórico que marcou as décadas de 1970 e 1980. Vamos lá?

A década de 1980 foi decisiva para a institucionalização da participação social no Brasil tal como a conhecemos hoje. Muitas forças políticas e sociais que impulsionaram o processo de redemocratização de nosso País nesse período defendiam a ideia de uma democracia ampliada, que não se restringiria apenas ao sistema representativo eleitoral, ou seja, aquele exercido por meio do voto. O desejo popular era maior. Pretendia-se mudar a estrutura do Estado e alargar a participação de homens e de mulheres nas decisões políticas que afetavam suas vidas. Mas como transformar esses ideais em realidade? Que mecanismos institucionais deveriam ser criados para promover essas mudanças? (CICONELLO, 2008). Veja a seguir.

A Constituição Federal de 1988 buscou dar respostas a essas questões ao institucionalizar diversas formas de participação social na prestação de serviços públicos e na própria gestão do social, internalizando muitas das reivindicações do movimento democrático que surgiu na sociedade civil brasileira durante as décadas de 1970 e 1980.

Hoje, os cidadãos brasileiros, além do direito ao voto, têm acesso a um conjunto de instâncias e de mecanismos de ampliação da vida pública, que estão previstos em lei e inseridos dentro da burocracia do Estado. As pessoas têm o direito não só de escolher, de quatro em quatro anos, seus representantes, mas também de acompanhar como esse poder está sendo exercido, supervisionando e avaliando a tomada das decisões administrativas.

Perceba que as ideias de participação e controle social estão totalmente conectadas: por meio da participação social, os cidadãos podem intervir na tomada de decisões, orientando o poder público a adotar medidas que atendam aos interesses coletivos. Ao mesmo tempo, podem exercer o controle sobre a ação do Estado, fiscalizando de forma permanente a aplicação dos recursos públicos.

Conheça as formas de participação e controle social a seguir.

Com a Constituição de 1988, a participação social passa a ser valorizada não apenas como mecanismo de controle do Estado, mas também no processo de decisão das políticas sociais e na sua implementação, em caráter complementar à ação estatal.

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1.2 Formas de participação e controle social

Como você pôde observar, a participação e o controle social, tal como previstos pela Constituição Federal de 1988, são conquistas recentes, que demandam prática e aperfeiçoamento constantes. Por isso, é tão importante que cada cidadão assuma essa tarefa. Mas como os cidadãos e as organizações sociais podem participar da vida pública? Conheça, abaixo, algumas possibilidades:

� Por meio do voto, ao eleger seus representantes no Poder Executivo (Presidente da República, governador do estado ou Distrito Federal e prefeito) e no Poder Legislativo (deputados federais, senadores, deputados estaduais e vereadores);

� Por meio da participação de organizações sociais e de sujeitos de direitos em espaços democráticos de negociação e decisão no campo das políticas públicas. Os dois principais mecanismos de controle e de deliberação coletiva nas políticas públicas do Estado brasileiro são os Conselhos de Políticas Públicas e as Conferências;

� As Ouvidorias Públicas podem ser consideradas outro mecanismo de participação e controle social, na medida em que a Constituição Federal assegura, em seu artigo 37, “a manutenção de serviços de atendimento ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da qualidade dos serviços”.

Ao cumprir sua missão constitucional, as Ouvidorias Públicas têm a potencialidade de promover a efetividade das políticas e dos serviços públicos e, em consequência, dos direitos fundamentais, sejam eles individuais, sociais, econômicos, culturais ou coletivos.

Além disso, esses institutos desempenham um importante processo educativo, pois atuam numa perspectiva informativa, esclarecendo os cidadãos sobre seus direitos e responsabilidades.

Expressar desejos e necessidades, construir argumentos, formular propostas, ouvir outros pontos de vista, reagir, debater e chegar ao consenso são atitudes que transformam aqueles que integram processos participativos. Nesse sentido, quanto mais o cidadão participa, mais ele se torna capacitado para fazê-lo (MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO; UNIÃO EUROPEIA, 2012).

Para conhecer melhor alguns processos participativos criados pela CF de 1988, leia um trecho do texto "A Participação Social como processo de consolidação da democracia no Brasil", de Alexandre Ciconello.

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A institucionalização dos processos participativos a partir da Constituição Federal de 1988

O movimento democrático que brotou na base da sociedade civil brasileira durante as décadas de 1970 e de 1980 conseguiu ter força e expressão política suficientes para provocar uma verdadeira democratização no nívelinstitucional-legal do sistema político da Nação.

A Constituição Federal de 1988, construída a partir da influência de uma pluralidade de forças e de sujeitos políticos, estabeleceu o Estado Democrático de Direito no Brasil. Além disso, promulgou uma série de princípios e de diretrizes sobre a participação dos cidadãos no desenho, na implementação e no controle social das políticas públicas que,posteriormente, foram regulamentados e operacionalizados em diversos mecanismos institucionais nas três esferas da Federação (União, estados e municípios). A Constituição também reconheceu novas atribuições para asorganizações da sociedade civil dentro do sistema político brasileiro, destacando o seu papel protagonista na condução da “coisa pública”. É por essas razões, entre outras, que a Carta Magna foi batizada de “Constituição Cidadã”. Assim, os dois principais mecanismos de deliberação coletiva que foram criados ou reconfigurados a partir das diretrizes constitucionais de participação cidadã nas políticas públicas do Estado brasileiro são os Conselhos de Políticas Públicas e as Conferências.

Conselhos de Políticas Públicas

Os chamados Conselhos de Políticas Públicas foram criados com o objetivo de operacionalizar os ideais participativos presentes na Constituição Federal, permitindo a população brasileira um maior acesso aos espaços de formulação, implementação e controle social das políticas públicas. Em vez das decisões governamentais ficarem restritas aos membros do poder executivo e aos gestores públicos, elas passaram a ser compartilhadas com a sociedade civil.

Muito embora, a figura de um órgão colegiado como um conselho não fosse uma novidade no Estado brasileiro, a configuração assumida por esses novos espaços após a Constituição de 1988 foi uma verdadeira revoluçãoinstitucional. Uma das primeiras políticas públicas a ser inteiramente reconfigurada dentro desse novo referencial de participação e de descentralização foi a política de saúde. Criou-se o Sistema Único de Saúde (SUS), para articular todos os serviços públicos e universais de saúde nos três níveis federativos (União, estados e municípios). Em cadaum desses níveis administrativos, foi implantado um Conselho de Saúde, de caráter deliberativo e permanente, com a participação obrigatória de metade de representantes da sociedade civil. O Conselho possui diversas atribuições legais, dentre elas, a de formular as estratégias e definir as prioridades da política de saúde, incluindo a aprovação dos recursos públicos destinados à execução dos programas e ações governamentais. Uma outra atribuição importante é o exercício do controle social da política, por meio do monitoramento e da avaliação das ações degoverno.

Esse modelo foi posteriormente expandido para outras políticas sociais, especialmente àquelas em que havia previsão constitucional explícita no tocante à participação social, a saber, as políticas de assistência social e da criança e do adolescente.

Formou-se assim um modelo ideal do que seria um Conselho de Política Pública:

- Paritário (representantes governamentais e representantes da sociedade civil em igual número).

- Deliberativo (com atribuições de deliberar sobre a formulação, as prioridades e o orçamento da política).

- Com gestão compartilhada da política, permitindo o controle social por parte das organizações e movimentos da sociedade civil (monitoramento e avaliação).

- Implantado nas três esferas da Federação (União, estados e municípios), formando uma estrutura de gestão federativa das políticas públicas.

- Com representantes da sociedade civil eleitos autonomamente em fórum próprio, não sendo indicados por decisão unilateral dos governos.

As lutas sociais a partir do começo da década de 1990 direcionaram suas energias para a construção e a defesa de políticas públicas universais e garantidoras de direitos por meio da criação de sistemas descentralizados e participativos nas políticas públicas. Isso resultou na criação de milhares de conselhos em todo o país, de características diferentes, além de uma intensa regulamentação e estruturação das políticas públicas. Especialmente a partir de 2003, com a eleição do Presidente Luis Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores, estrutura-se uma nova geração de conselhos em torno de novos direitos e temáticas, tais como: gênero, juventude, segurança alimentar, cidades, igualdade racial e transparência pública. Em geral são conselhos consultivos, cujas decisões não são vinculantes para o gestor público. São ainda conselhos nacionais, que não se desdobram necessariamente em um sistema participativo nos âmbitos estaduais e municipais.

Atualmente, somente na administração pública federal, contabilizam-se 35 Conselhos Nacionais que contam com a participação de representantes da sociedade civil. Segundo estudo recente, estão presentes nesses colegiados mais de 400 organizações representativas de diversos segmentos da sociedade civil. Dessas, 31% são ONGs que têm como área de atuação a defesa dos direitos humanos; 23% são entidades que representam os interesses patronais ou empresarias; 14% são vinculadas aos movimentos sociais do campo e do meio ambiente; 14% são entidades sindicais de trabalhadores urbanos; 8% movimentos populares urbanos; e, 10% de outros (religiosas, culturais,educacionais etc) (IPEA, 2007).

Infelizmente não existe um mapeamento nacional dos conselhos estaduais e municipais. Informações do IPEA e do IBGE revelam que somente para as políticas públicas de assistência social, saúde, criança e adolescente,desenvolvimento rural, habitação e meio ambiente tem-se no Brasil um conjunto de aproximadamente 20.000 conselhos municipais. Isso corresponde a mais de três vezes o número de Câmaras de Vereadores, lócus dademocracia representativa (poder legislativo local), atualmente totalizando 5.564. A esses 20 mil colegiados devem-se somar àqueles oriundos de políticas como educação, trabalho e renda, segurança alimentar, cultura, cidades, que poderiam elevar esse número para, aproximadamente, 40.000.

Essa estrutura institucional participativa, impulsionada por pressão da sociedade civil organizada, gera um impacto ainda não dimensionado nas próprias formas de estruturação da ação coletiva e no associativismo. O Estado brasileiro passou a estimular um novo protagonismo das associações civis e demais organizações da sociedade civil, dentro do sistema político nacional, a saber, o papel de exercer democraticamente o controle social das políticas

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públicas, assim como influenciar a sua elaboração e configuração. Esse papel, contudo, tem sido exercido não sem dificuldades tendo em vista a fragilidade e a falta de estímulo oficial às organizações da sociedade civil brasileira, como será discutido mais adiante.

Conferências

Ao lado dos Conselhos, foi criado um outro espaço institucional participativo, de natureza distinta mas complementar, as Conferências. As conferências de políticas públicas ocorrem em períodos regulares (de quatro em quatro anos, ou a cada dois anos) reunindo milhares de pessoas em todo o país. Mais do que um evento, as conferências são um processo que se inicia na esfera municipal, onde para além do debate propositivo sobre a política, elegem-se delegados/as para as conferências estaduais e sucessivamente para a conferência nacional.

Uma das principais potencialidades desse mecanismo é a possibilidade de seus participantes contribuírem para a criação de pautas políticas e de uma agenda de prioridades que irão influenciar a política pública determinada no próximo período de sua vigência. Essa agenda será posteriormente monitorada pelas organizações da sociedade civil em diversos espaços políticos, incluindo os conselhos.

Nos últimos cinco anos têm aumentado, e muito, o número de conferências realizadas em todo o país em razão do maior estímulo do governo federal a esse mecanismo de participação. Entre os anos de 2003 e 2006 foram realizadas cerca de 40 conferências nacionais que envolveram mais de 2 milhões de pessoas, entre representantes da sociedade civil (sindicatos, Ongs, movimentos sociais, entidades de profissionais, empresários, igrejas, etc) e dos poderes públicos municipal, estadual e federal. Somente nas etapas nacionais dessas conferências foram produzidas por volta de 5.000 deliberações públicas. Grande parte delas foi incorporada no desenho de diversas políticas públicas setoriais (IPEA, 2007, p. 20).

Leia o texto completo acessando o link http://www.cdes.gov.br/estudo/7208/a-participacao-social-como-processo-de-consolidacao-da-democracia-no-brasil-alexandre-ciconello.html.

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1.3 Controle social e controle institucional

Como você já sabe, o controle das ações do Estado pela sociedade civil – também chamado controle social – pode ser exercido por meio dos conselhos e das conferências, mas também por meio de outros mecanismos, tais como as audiências públicas, a ação popular e a ação civil pública, entre outros. Confira cada um desses mecanismos na tabela a seguir:

Fonte: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Cartilha SUAS 1: Orientação acerca dos Conselhos e do Controle Social da Política Pública de Assistência Social (com adaptações).* CGU (2012a)

Já o controle institucional das ações do Estado, previsto nos artigos 70 e 71 da Constituição Federal, é realizado de forma interna e externa. O controle interno é exercido pelos sistemas de controle interno de cada Poder. No caso do Poder Executivo Federal, o órgão central desse sistema é a Controladoria-Geral da União, que agrega as atividades de Auditoria, Correição, Prevenção da Corrupção e Ouvidoria. O controle externo, por outro lado, é realizado pelo Congresso Nacional, com o auxílio do Tribunal de Contas da União.

Cada um dos órgãos de controle tem funções específicas determinadas por lei. A existência de um não anula a do outro. Pelo contrário, eles se complementam.

Mecanismo de participação econtrole social

O que é? O que faz?

Conselho de políticas públicas

Institucionalizados nos três níveis de governo (federal, estadual e municipal), os conselhosde políticas públicas são regidos por legislação específica editada pela União, pelos estados, Distrito Federal e municípios, conforme a competência do ente federado.

Os conselhos são espaços públicos de composição plural e paritária entre Estado e sociedade civil, de natureza deliberativa e/ou consultiva, criados com o objetivo de formular, acompanhar e avaliar as políticas públicas setoriais em âmbito federal, estadual e municipal.

Conferência

Criada pelas leis complementares à Constituição (Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei Orgânica da Assistência Social, entre outras) tem como objetivo reunir governo e sociedade civil para debater um tema de interesse comum e decidir as prioridades de uma política pública para os próximos anos.

São convocadas pelo poder executivo ou pelo conselho responsável e servem para definir princípios e diretrizes; para dar voz e voto a vários segmentos; discutir e deliberar sobre os conselhos; avaliar e propor instrumentos de participação popular e fazer indicações para a formulação das políticas públicas setoriais.

Audiência PúblicaÉ garantida pela Constituição Federal, regulada por leis federais, constituições estaduais e leis orgânicas municipais.

Reúnem o Poder Executivo e Legislativo ou Ministério Público para expor um tema e debater com a população sobre a formulação de uma política pública, a elaboração de um projeto de lei, os resultados de um política pública, a execução orçamentária.

Ação popular Prevista no artigo 5° da Constituição Federal.

Permite que qualquer cidadão, desde que seja eleitor, recorra ao Poder Judiciário para exercer diretamente a função de fiscalização dos atos do poder público. Esta ação não tem nenhum custo para o cidadão.

Ação Civil Pública Prevista na Constituição Federal.

É um instrumento processual, de ordemconstitucional, destinado à defesa de interesses difusos e coletivos como, por exemplo, meio ambiente, consumidor, bens e direito de valor histórico, artístico, estético, turístico e paisagístico, entre outros.

Ouvidorias públicas*

Deve ser compreendida como uma instituição que auxilia o cidadão em suas relações com o Estado. Deve atuar no processo de interlocução entre o cidadão e a Administração Pública, de modo que as manifestações decorrentes do exercício da cidadania provoquem contínua melhoria dosserviços públicos prestados.

Recebe, analisa, encaminha e dá respostas às manifestações da população por intermédio dosseus diversos canais, formulários eletrônicos, e-mails, cartas e etc. A ouvidoria deve funcionar como um agente promotor de mudanças, favorecendo uma gestão flexível e voltada para a satisfação das necessidades do cidadão, garantindo uma prestação de serviços públicos de qualidade, de forma a garantir direitos.

As Ouvidorias Públicas exercem o controle social e institucional da Administração Pública. Por isso, esses institutos são fundamentais para o exercício democrático.

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Unidade 2 - O papel das Ouvidorias Públicas em um Sistema Participativo

Agora que você já sabe o que é participação e controle social e conhece os mecanismos para o seu exercício, está na hora de estudar o que se entende por Sistema Participativo e entender a relação desse Sistema com as Ouvidorias Públicas.

A ideia de um Sistema Participativo

A participação social é uma estratégia essencial para construção de uma democracia efetiva, que represente os interesses do conjunto da sociedade e que seja um espaço de tolerância e de reconhecimento. A participação também é fundamental para a universalização de direitos (civis, políticos, econômicos, sociais, culturais e ambientais) e para a promoção do desenvolvimento sustentável.

Essa compreensão abre espaço para que a expressão “escuta forte” ganhe especial significado, refletindo uma estratégia voltada para ampliação dos espaços de participação social e de interlocução com o Estado, além da intensificação do diálogo da Administração Pública com as vozes dos cidadãos por meio de suas organizações e movimentos sociais (MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO; UNIÃO EUROPEIA, 2012).

Mas a “escuta” é o primeiro passo em uma estratégia mais ampla de participação social, que tem como objetivo o compartilhamento do poder, a partir de uma ideia ampliada de democracia.

Nesse sentido, o Sistema Participativo compreende um amplo leque de instrumentos políticos, normativos e gerenciais que buscam concretizar o ideal democrático presente em nossa Constituição Federal, expresso na afirmação de que “todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente”. Isso porque os diversos instrumentos e mecanismos possuem diferentes vocações e potenciais para interferirem na gestão e no controle das ações públicas.

E qual é a relação entre as Ouvidorias e o Sistema Participativo?

A ideia de um Sistema Participativo está baseada no reconhecimento dasespecificidades e da complexidade de cada um dos mecanismos de participação social (Conselhos de Políticas Públicas, Conferências, Audiências Públicas, entre outros), que passam a ser considerados como parte de um sistema integrado de comunicação com o cidadão. Para que esse Sistema seja efetivo deve-se, portanto, levar em conta os diferentes mecanismos existentes, aprimorá-los e oferecer possibilidades de sinergia e articulação entre eles.

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As Ouvidorias Públicas e o Sistema Participativo

As Ouvidorias Públicas podem constituir-se um primeiro nível de participação social dentro de uma estratégia mais ampla de interlocução e mediação entre o cidadão e a Administração Pública, onde a pessoa, pertença ou não a um movimento social, estabelece uma interação com o Estado a partir de uma demanda por direitos humanos.

Por exemplo, uma mulher negra pode reclamar na Ouvidoria da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR) sobre uma situação de discriminação no atendimento hospitalar. Mesmo que essa cidadã não se reconheça como parte de um movimento social, é preciso que o Estado identifique a expressão coletiva do problema do racismo institucional, por exemplo. É importante descrever a demanda individualizada como a expressão de um movimento organizado ou como manifestação de necessidades sociais coletivas.

A qualidade da participação social por meio das Ouvidorias deve estar ancorada na qualidade dos mecanismos e procedimentos de escuta, que devem ser capazes de registrar, de forma precisa e padronizada, os elementos individualizantes e particulares de cada caso, mas também a expressão coletiva que ele pode representar (MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO; UNIÃO EUROPEIA, 2012).

Em outras palavras, é preciso que a demanda inicial do cidadão perante a Ouvidoria seja captada de forma a possibilitar que as demais instituições e instrumentos participativos compreendam a expressão coletiva da demanda individual por direitos. Com esta prática, será possível qualificar as políticas públicas.

Diferentemente dos Conselhos de Políticas Públicas e das Conferências, as Ouvidoriastambém recebem demandas de cidadãos que não participam de organizações emovimentos sociais, individualizando o atendimento e a prestação do serviço. Porém, é importante ter em mente que esta demanda pode representar uma expressão ou problema coletivo.

Para aprofundar seus conhecimentos sobre o tema, leia alguns trechos do texto“Ouvidoria Pública e Governança Democrática”, de Antonio Semeraro Rito Cardoso, Elton Luiz da Costa Alcantara e Fernando Cardoso Lima Neto e reflita sobre as seguintes questões: qual a importância das ouvidorias estarem integradas a outros mecanismos de participação social? Qual o papel das ouvidorias na construção de um sistema participativo?

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(...) A partir da Constituição de 1988, marco no processo de redemocratização do Brasil, foram instituídos diversos mecanismos de participação popular que visam permitir à sociedade e ao cidadão influenciar no processo decisório dos agentes do governo como, dentre outros, Conselhos, Audiência Pública e Orçamento Participativo (Cardoso, 2010, p.8). Vale registrar que tão importante quanto a criação de mecanismos de participação popular é o desafio de desconstruir a cultura de não participação imposta pelo regime militar através da repressão ao direito de emitir opiniões, exporsugestões, gerando uma cultura de acomodação geral, de forma que, quando aberta a possibilidade dos cidadãos se colocarem diante dos problemas, eles simplesmente não o fazem, seja por preguiça, desconhecimento, falta de hábito ou por entender em que, mesmo reclamando, os problemas não serão jamais resolvidos.

Esses mecanismos de participação popular são uma clara sinalização de que novos atores foram incorporados ao cenário político brasileiro. Assim, houve um processo de descentralização do Estado através da delegação do poder de baixo para cima. Dessa forma, a boa governança do Estado brasileiro, aqui definida como “padrões de articulação e cooperação entre atores sociais e políticos e arranjos institucionais que coordenam e regulam transações dentro e através das fronteiras do sistema econômico” (Santos, 1997, p.341), precisa incorporar, através de sua arquitetura institucional, de forma efetiva, os novos atores sociais que surgiram do processo de redemocratização do país, sob pena de comprometer a legitimidade e, consequentemente, a governabilidade, ou seja, o exercício do poder. Ademais, a democracia representativa tem se mostrado limitada no que se refere ao atendimento imediato das necessidades do cidadão. Mais do que isso, dadas as dimensões continentais do país, o que muitas vezes ocorre é um desconhecimento dos anseios e opiniões de grande parcela da população, na medida em que a voz do cidadão nem sempre é escutada, quando não se dissipa no tempo e no espaço (Cardoso, 2010).

Nesse novo cenário de exercício do poder surgem as ouvidorias públicas como espaço democrático que permite aos novos atores sociais exercerem o controle social do Estado, o que implica transparência pública, melhoria da gestão da coisa pública, garantia de direitos e reparação de danos (...).

As ouvidorias públicas em Estados de redemocratização recente desempenham duplo papel: o de servir de meio de participação direta, permitindo o controle social da res pública; e o de auxiliar a renovação da sociedade civil, a partir da reconstrução da confiança e do respeito, o que depende da autonomia e da eficiência das ouvidorias públicas.

Assim, a ouvidoria pública torna-se um lócus privilegiado para que a sociedade civil e o Estado possam agir em parceria, cada um facilitando a ação do outro, mas exercendo também um controle recíproco.

Leia o texto completo acessando o link http://www.cgu.gov.br/Ouvidoria/Documentos/ouvidoria%20publica_e_governaca%20democratica%20_%20Antonio%20Rito.pdf.

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Unidade 3 - O que é o Sistema de Ouvidorias Públicas: principais diretrizes e desafios de implementação

Como você deve ter percebido, as palavras “escuta”, “diálogo” e “integração” são fundamentais quando falamos em participação social.

Mas não é apenas o Sistema Participativo que requer sinergia entre os diferentes instrumentos e mecanismos de participação social.

O bom funcionamento das Ouvidorias Públicas também depende de sua integração sistêmica. Isso quer dizer que elas devem se relacionar de forma colaborativa, não hierárquica, continuada e em rede, presencialmente e/ou virtualmente, independentemente da localização física, visando compartilhar conhecimentos, aprender e gerar inovações no trabalho. A contínua troca de informações sobre conceitos, fluxos, procedimentos internos, normativos, experiências e relações internas e externas proporcionam um crescimento mútuo das ouvidorias numa teia de relações onde todas ganham.

A criação de um Sistema de Ouvidorias, composto de forma democrática e que atribua lógica colaborativa e compartilhada aos seus componentes, deve possuir as seguintes diretrizes:

� Estabelecer um processo democrático de participação das ouvidorias na gestão das políticas públicas;

� Articular e implementar ações que promovam a interação das ouvidorias com as demais instâncias de participação social, destacando seu papel estratégico nesse processo;

� Promover o intercâmbio entre ouvidorias para a formação de servidores, viabilizando a cooperação técnica entre ouvidorias e também com outros institutos de promoção de direitos;

� Criar instrumentos de gestão para acompanhamento e avaliação da efetividade das ações do conjunto de ouvidorias que compõem o Sistema Federal de Ouvidorias.

A realização desses princípios está relacionada à concepção e à implantação de iniciativas cujo objetivo é consolidar o Sistema de Ouvidorias Públicas. São estas iniciativas:

� A implementação do Procedimento Ordinário, que visa coletivizar soluções e produzir uma dinâmica e uma compreensão integrada e partilhada dos problemas;

� A implementação de uma Política de Formação de agentes públicos e da sociedade civil;

� A constituição de um marco normativo que organize os procedimentos técnicos;

� A criação de mecanismos de monitoramento da prestação de serviços;

� A criação de processos de comunicação democráticos, mediante a utilização de linguagem clara e acessível ao cidadão.

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Desafios para construção de um Sistema Federal de Ouvidorias Públicas

Para responder a essa questão, leia abaixo a entrevista de Antônio Semeraro Rito Cardoso para o sítio Participação em Foco, desenvolvido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Observe que se muitos foram os avanços para institucionalização e fortalecimento da atuação das Ouvidorias Públicas nos últimos anos, ainda existem alguns desafios a serem enfrentados. São eles:

� O aprofundamento da participação social, que pressupõe a criação e ampliação de mecanismos jurídicos e institucionais para promover a interlocução e a negociação entre os agentes públicos e os cidadãos;

� A mudança e aperfeiçoamento dos processos e das práticas que compõem a cultura institucional do Estado e de seus servidores; e,

� Ações de informação e capacitação continuada para os agentes públicos, cidadãos, organizações e movimentos sociais. Para auxiliar nessa tarefa a OGU criou a Política de Formação para Ouvidorias Públicas, conforme será estudado no próximo tópico.

Qual a importância da normatização do Sistema Federal de Ouvidorias para a participação social?

Os primeiros resultados da pesquisa apontam para a ausência de parâmetros comuns na concepção e gestão das ouvidorias públicas federais. Existe um conjunto demasiadamente heterogêneo de procedimentos legais eadministrativos que regem o funcionamento dessas ouvidorias. Cada ouvidoria define um conjunto de regras diferentes, o que dificulta, ou mesmo inviabiliza, qualquer possibilidade de coordenação e controle dasatividades realizadas por essas instituições. Essa situação indica de forma muito clara a necessidade de criação de um sistema nacional de gestão das ouvidorias públicas, única alternativa viável para que elas cumpram de forma eficiente sua função democrática, qual seja, a de garantir o exercício pleno do uso público da razão nas instituições públicas federais consolidando, dessa forma, a participação social no controle das instituições públicas.

Quais são os principais desafios da ouvidoria hoje?

Ausência de autonomia das ouvidorias. A ausência de critérios comuns para a concepção legal e administrativa das ouvidorias acarreta outro problema eminente para a concretização do potencial democráticos dessasinstituições: a questão da (falta de) autonomia.

O senhor poderia dar um exemplo?

Em alguns ministérios, o ato normativo que institui a ouvidoria estabelece que o ouvidor deva assistir o secretário executivo. Há casos em que o ouvidor é nomeado pelo próprio ministro ou pelo secretário executivo a quem ele deve assistir. Há órgãos em que a atividade de ouvidoria é exercida pelo gabinete do Ministério.

Há outros desafios da ouvidoria que gostaria de mencionar?

A ausência de critérios jurídicos e administrativos comuns e a ausência de critérios para avaliação da efetividade das ouvidorias públicas.

Conheça o Sitio Participação em foco acessando o link

http://www.ipea.gov.br/participacao/sobreparticipacao.

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3.1 A Política de Formação para Ouvidorias Públicas

A Política de Formação Continuada em Ouvidorias (Profoco), coordenada pela Ouvidoria-Geral da União (OGU), objetiva desenvolver atividades de capacitação e formação em Ouvidoria Pública, fundamentada em um processo de qualificação contínua. A Profoco prevê a realização de cursos, palestras e outros eventos, de forma presencial e à distância.

O conteúdo da Política de Formação inclui, ainda, a Casoteca de Ouvidoras Públicas, que agrega estudos de caso com o objetivo de fortalecer a gestão organizacional e apoiar a capacitação e o compartilhamento de conhecimento organizacional no âmbito das ouvidorias da Administração Pública Federal, além de valorizar a experiência das ouvidorias no tratamento de manifestações encaminhadas pelos cidadãos. A criação de um banco de melhores práticas visa estimular profissionais a transmitir seus conhecimentos para servir de experiência a outros que buscam uma forma de enfrentar problemas e desafios cotidianos.

Vale a pena também destacar a criação do Fórum das Ouvidorias Públicas Federais, também conhecido como "Faladoria", que é um espaço virtual para interação entre ouvidores, servidores e funcionários de ouvidorias e a Ouvidoria-Geral (OGU), criado para fomentar o debate sobre temas de relevância para a constituição do sistema federal de ouvidorias públicas.

Para concluir...

Cabe ressaltar que, nos últimos vinte anos, o Estado vem transformando suas relações com a sociedade civil organizada, impulsionando políticas públicas participativas. De fato, muitas foram as conquistas, mas é preciso fortalecer permanentemente uma cultura cidadã que respeite os direitos e os deveres dos indivíduos e das coletividades.

É preciso que se ampliem progressivamente os níveis de participação democrática da população. Esses níveis expressam-se em espaços públicos, e se realizam em instituições que dão forma aos direitos humanos e ao exercício da participação cidadã, presentes nos conselhos, conferências, ouvidorias públicas, fóruns e outras instituições.

Mãos à obra!

Para se cadastrar na Profoco, ter acesso aos cursos gratuitos e saber maisinformações sobre a Política, acesse o link http://www.cgu.gov.br/Ouvidoria/Profoco/index.asp.

Se quiser conhecer outras obras e autores que tratam do tema das Ouvidorias Públicas, acesse a lista de referências bibliográficas desenvolvida por Rubens Pinto Lyra(Universidade Potiguar - UnP), disponível no link http://www.cgu.gov.br/Ouvidoria/Documentos/bibliografia_ouvidorias_publicas_Lyra.pdf .

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Resumo

Você está encerrando o Módulo 3 deste curso. Nesta etapa, você estudou que:

� As ideias de participação e controle social são fundamentais para compreendermos o papel e o funcionamento das Ouvidorias Públicas.

� Esses dois conceitos estão interligados: por meio da participação social, os cidadãos podem intervir na tomada de decisões, orientando o poder público a adotar medidas que atendam aos interesses coletivos. Ao mesmo tempo, podem exercer o controle sobre a ação do Estado, fiscalizando de forma permanente a aplicação dos recursos públicos.

� Existem vários mecanismos por meio dos quais os cidadãos e as organizações sociais podem participar da vida pública: o voto; a participação espaços democráticos de negociação e decisão no campo das políticas públicas, como os Conselhos e as Conferências; e as Ouvidorias Públicas, por exemplo.

� As Ouvidorias Públicas atuam como mediadoras entre o Estado e a sociedade, funcionando como espaços democráticos de controle social da Administração Pública.

� O controle social pode ser exercido por meio dos conselhos e das conferências, mas também por meio de outros mecanismos, tais como as audiências públicas, a ação popular e a ação civil pública.

� O controle institucional das ações do Estado é realizado de forma interna e externa. O controle interno é exercido por sistemas instituídos no âmbito de cada Poder. O controle externo, por sua vez, é realizado pelo Congresso Nacional, com o auxílio do Tribunal de Contas da União.

� A ideia de um Sistema Participativo está baseada no reconhecimento das especificidades e da complexidade de cada um dos mecanismos de participação social, considerados como parte de um sistema integrado de comunicação com o cidadão.

� As Ouvidorias Públicas podem constituir-se um primeiro nível de participação social dentro de uma estratégia mais ampla de interlocução e mediação entre o cidadão e a Administração Pública (Sistema Participativo), onde se estabelece uma interação com o Estado a partir de uma demanda por direitos humanos.

� O bom funcionamento das Ouvidorias Públicas requer sua integração sistêmica. Isso quer dizer que elas devem se relacionar de forma colaborativa, não hierárquica, continuada e em rede, visando compartilhar conhecimentos, aprender e gerar inovações no trabalho.

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Exercícios de Fixação - Módulo III

Parabéns! Você chegou ao final do ultimo módulo do curso Ouvidoria na Administração Pública (parceria CGU/ILB). Sugerimos que você faça uma releitura do mesmo e resolva os Exercícios de Fixação. O resultado não influenciará na sua nota final, mas servirá como oportunidade de avaliar o seudomínio do conteúdo. Lembramos ainda que a plataforma de ensino faz a correção imediata das suas respostas!

Porém, não esqueça de realizar a Avaliação Final do curso, que encontra-se no Módulo de Conclusão. Lembramos que é por meio dela que você pode receber a sua certificação de conclusão do curso.

Para ter acesso aos Exercícios de Fixação, clique aqui.

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