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ORGÃO OFICIAL da FEDERAÇÃO de MOTOCICLISMO de PORTUGAL Federação de Motociclismo de Portugal, Largo Vitorino Damásio, 3 C - Pavilhão 1 - 1200 - 872 Lisboa Tel: 213936030/Fax: 213971457 www.fmportugal.pt [email protected] 217 Outubroo 2012 Editorial Este número da Moto Portugal é inteiramente dedicado às provas de Campeonatos do Mundo por Selecções Nacionais em que Portugal es- teve presente. Obtivemos excelentes resultados e dentro dos objectivos delineados, tanto no Motocross - um excelente 9º lugar - como nos Juniores nos Seis Dias de Enduro - 5º posto. Não gostei particularmente do facto de não termos progredido no Trial das Nações, e no Supermoto fizemos o que pudemos, numa exce- lente organização a cargo do A.I.A. Motor Clube, considerada mesmo a melhor de sempre! Mas hoje queria dar-vos conta do que "me vai na alma" relativamente ao facto de, na 13ª edição consecutiva do MotoGP de Portugal, no Estoril, tudo indicar que vamos ficar de fora... Como é possível deitarmos para o lixo doze anos de investimento altamente rentável, tanto para a economia local - perguntem aos hoteleiros e restauração do Concelho de Cascais! - como para a imagem e captação de turistas de muitos países da Europa, que nos visitam para ver o Grande Prémio e depois voltam! Há que cortar nos custos, mas não nos investi- mentos, senão vamos mesmo para o fundo, já que o Turismo é, talvez, o sector da economia onde temos mais vantagens comparativas. Ainda iríamos a tempo, se à vontade da Câmara Municipal de Cascais e do I.P.D.J. se juntasse o Instituto do Turismo de Portugal… mas disseram- me terem outras opções... melhores??? Jorge Viegas

MotoPortugal Nº 217- Outubro de 2012

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Fedração de Motociclismo de Portugal

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ORGÃO OFICIAL da FEDERAÇÃO de MOTOCICLISMO de PORTUGAL

Federação de Motociclismo de Portugal, Largo Vitorino Damásio, 3 C - Pavilhão 1 - 1200 - 872 LisboaTel: 213936030/Fax: 213971457

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EditorialEste número da Moto Portugal é inteiramente dedicado às provas de Campeonatos do Mundo por Selecções Nacionais em que Portugal es-teve presente.Obtivemos excelentes resultados e dentro dos objectivos delineados, tanto no Motocross - um excelente 9º lugar - como nos Juniores nos Seis Dias de Enduro - 5º posto.Não gostei particularmente do facto de não termos progredido no Trial das Nações, e no Supermoto fizemos o que pudemos, numa exce-

lente organização a cargo do A.I.A. Motor Clube, considerada mesmo a melhor de sempre!Mas hoje queria dar-vos conta do que "me vai na alma" relativamente ao facto de, na 13ª edição consecutiva do MotoGP de Portugal, no Estoril, tudo indicar que vamos ficar de fora...Como é possível deitarmos para o lixo doze anos de investimento altamente rentável, tanto para a economia local - perguntem aos hoteleiros e restauração do Concelho de Cascais! - como para a imagem e captação de turistas de muitos

países da Europa, que nos visitam para ver o Grande Prémio e depois voltam!Há que cortar nos custos, mas não nos investi-mentos, senão vamos mesmo para o fundo, já que o Turismo é, talvez, o sector da economia onde temos mais vantagens comparativas.Ainda iríamos a tempo, se à vontade da Câmara Municipal de Cascais e do I.P.D.J. se juntasse o Instituto do Turismo de Portugal… mas disseram-me terem outras opções... melhores???

Jorge Viegas

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Supermotodas NaçõesTexto: Gab. Imp. FMP Fotos: AIA e V. Schwantz

Portugal acolheu pela primeira vez o Supermoto das Nações 2012, que teve lugar no Kartódromo Internacional do Algarve.

A ItálIA gAnhou o Supermoto dAS nAçõeS (Smon), competIção dISputAdA por SelecçõeS nAcIonAIS neSSA modAlIdAde, e que Se reAlIzou em portImão, no KArtódromo do complexo do Autódromo InternAcIonAl do AlgArve. A equipa transalpina alcançou o êxito após cerrado despique com as suas congéneres da França e República Checa, enquanto a selecção portuguesa obteve o 12.º lugar.Um belo dia de Sol favoreceu os participantes nas três corridas finais do Supermoto das Nações, num circuito de piso misto, em terra e asfalto – este última parte utilizando a pista do Kartódromo. Em Portimão compareceram 14 selecções nacionais, representativas de 12 países – pois França e Grã-Bretanha alinharam duas equipas cada, sénior e júnior. A acção começou no Sábado, com treinos e qualificações, e nesse dia a Espanha ficou sem hipóteses de bom resultado, ao perder um piloto por lesão.No Supermoto das Nações os pilotos são repartidos por três grupos, e a final consiste em três corridas, cada uma das quais reúne dois dos referidos grupos. Apesar do campeão do mundo individual, Thomas Chareyre, ter ganho a primeira e a terceira corridas, tal foi insuficiente para levar a França à vitória. Em termos colectivos a Itália esteve mais consistente, com Ivan Lazzarini a bisar o 2.º posto atrás de Chareyre, e outro transalpino, Massimo Beltrami, também a alcançar um 2.º posto na corrida intermédia, ganha pelo checo Pavel Kejmar. A classificação colectiva é estabelecida por pontos, correspondentes às po-sições obtidas por cada piloto, sendo descontado o pior resultado individual. Em Portimão, a luta foi frenética, perdurando o suspense quanto ao vencedor até final da prova. A Itália triunfou, apenas com menos 2 pontos que a França, e 3 face à República Checa.Portugal conseguiu o 12.º lugar, mas com curta desvantagem para as duas selecções que a antecederam na tabela – apenas 5 pontos para o Luxemburgo, e 3 face à Estónia – ficando assim perto do “top 10”. Um desempenho razoável, considerando que na presente época o trio lusitano não teve incursões

internacionais ao mais alto nível, e estranhou também os pneus utilizados, de marca diferente à usada no Campeonato Nacional.Na primeira manga André Leite obteve o 20.º lugar, enquanto André Carvalho foi 24.º, mas este caiu logo na volta inaugural, à entrada do sector de terra. O piloto ficou dorido e com problemas na mão esquerda.Na segunda corrida, Nuno Pinto a partir da terceira volta rodou quase sempre no 22.º lugar em que terminaria. Já André Leite começou por aparecer em 19.º, mas a partir da quinta volta fixou-se no definitivo 23.º posto.Quanto à terceira manga, Nuno Pinto foi melhorando o posicionamento até alcançar a 21.ª posição a quatro voltas do fim. Já André Carvalho rodou a maior parte do tempo no 23.º lugar em que concluiu a função, a contas com falta de forças na mão esquerda.

Ao sol do Algarve André Leite (68), Nuno Pinto

e André Carvalho compuseram a Selecção Nacional de Supermoto

Um ano depois da prova do Mundial, o espectáculo do Supercross voltou ao Kartódromo Internacional do Algarve

Triunfo para a formação italiana neste Supermoto das Nações, batendo as selecções da França e da República Checa

Os triunfos do Campeão Mundial Thomas Chareyre não foram suficientes para levar a França à vitória final

Classificação

Posição/País Pontos

1.º Itália 15 2.º França 17 3.º Rep. Checa 18 4.º Áustria 42 5.º Holanda 51 6.º Grã-Bretanha 54 7.º Filândia 68 8.º França júnior 70 9.º Grã-Bretanha júnior 71 10.º Luxemburgo 104 11.º Estónia 106 12.º Portugal 109 13.º Letónia 12214.º Espanha 55 (menos um piloto)

Nuno Pinto voltou a alinhar com as cores nacionais no SM das Nações, depois da estreia de há um ano atrás em Espanha, na prova de Aragón

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Trialdas NaçõesTexto: Comissão de TrialFotos: Edgar Pereira

O Trial das Nações, este ano disputado em Moutier, na Suiça, voltou a contar com uma representação nacional.

Mais uMa vez a FMP Fez-se rePresentar no trial das nações através de duas seleções, uMa FeMinina e uMa Masculina, que estiveraM Presentes na Prova este ano realizada na suiça. Aproveitando o facto das últimas três rondas do Campeonato do Mundo de Trial Feminino se disputarem na mesma região, a FMP apoiou a participação de Rita Vieira nestas provas.Em Tramelan, onde tiveram lugar as primeiras duas provas, Rita Vieira debateu-se no primeiro dia com um piso enlameado impróprio para a prática do trial, tendo terminado em 29ª entre 31 participantes; as zonas estavam de tal forma que até a campeoníssima Laia Sanz penalizou uns nunca vistos 44 pontos.No segundo dia de prova, e com o aparecimento do sol, as zonas ficaram mais “acessíveis” e, embora continuassem muito escorregadias, a Rita conseguiu melhorar bastante a sua performance, fazendo menos 7 pontos de penalização e subindo um lugar, terminando em 28ª, desta feita entre 32 participantes. Na semana seguinte, já no palco do TdN, em Moutier, teve lugar a última prova do mundial feminino onde a Rita continuou a sua aprendizagem de como fazer trial em zonas quase sem pedras mas com uma lama que parece gelo…; desta feita entre 36 participantes terminou em 30ª, mas a 4 e 6 pontos das adversárias que a antecederam e com 14 de avanço para a que a seguiu.Chegou então o grande dia do TdN feminino, onde a Rita já entrou em des-vantagem pois já sabia que a sua “companheira de equipa fantasma” iria averbar 5 pontos em todas as zonas (as equipas femininas são formadas por 2 ou 3 pilotos, contando os melhores 2 resultados em cada zona), no entanto, embora as zonas continuassem cheias de lama e muito escorrega-dias, nunca baixou os braços e terminou em 10º lugar, 34 pontos à frente da Suiça que terminou em 11º; no final destes dois dias de prova era visível

A formação masculina presente nesta edição do Trial das Nações, com Nuno Castro, Filipe Paiva, Pedro Sousa e Diogo Vieira

O terreno era bastante escorregadio, e com características bem diversas das que os nossos pilotos encontram no Nacional

Rita Vieira participou a solo no Trial das Nações feminino, estando, por isso, penalizada logo à partida

a satisfação do “dever cumprido”, sendo de realçar que nestes dois dias a Rita conseguiu melhorar sempre a cada passagem nas zonas (que cada vez estavam mais difíceis), começou com 57 pontos, baixando para 45, 43 e, finalmente, 41 na última passagem.

a seleção Masculina Foi este ano ForMada Pelos rePetentes FiliPe Paiva, Pedro sousa e diogo vieira, a que se juntou o es-treante nuno castro. Nos dois dias que antecederam a sua prova, os nossos pilotos bem tentaram adaptar-se às condições adversas e comple-tamente diferentes das que costumam ter em Portugal (em vez de grandes pedras graníticas com muito “grip”, e terra com alguma tração, só tinham pequenas pedras super escorregadias e grandes taludes de terra comple-tamente enlameada…), aliás até no percurso era difícil não se cair, e nem a pé se estava seguro…As primeiras duas zonas eram, infelizmente, das que beneficiavam os nossos adversários mais diretos (Polónia e Canadá), pois estavam desenhadas num bosque onde até andar a pé era difícil e logo aí começaram a perder pontos; em algumas zonas conseguiam fazer quase jogo igual com estas duas sele-ções e, em algumas situações conseguiram, até, recuperar alguns pontos; da primeira para a segunda voltas, e mesmo com alguns problemas técnicos em duas das motos, os nossos pilotos conseguiram baixar a pontuação total. No final a 13ª posição, atrás da Polónia e Canadá e à frente do Luxemburgo e da Dinamarca, entre 18 países e uma seleção da América Latina, acabou por saber a pouco, mas era difícil fazer melhor num tipo de terreno que não existe nas provas do nosso campeonato nacional. Sobre cada um dos pilotos podemos dizer que Nuno Castro foi uma agradável surpresa, não acusando o nervosismo da estreia no estrangeiro, conseguiu salvar alguns deslizes dos colegas mais rodados e conseguiu os primeiros zeros internacionais; Filipe Paiva continua a ser aquele piloto que garante as pontuações e com quem a equipa pode sempre contar; Pedro Sousa e Diogo Vieira são os esteios desta seleção, sempre seguros e arrojados levam, por vezes, longe demais a procura do “zero” (que às vezes se transforma em “cinco”), mas são, sem dúvida dois pilotos que, se tivessem possibilidade de competir regularmente no estrangeiro, iriam muito mais longe. No próximo ano o Trial das Nações será em França, em La Chatre, no início de Setembro.

Sempre a aprender

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ISDE2012Texto: Pedro Mariano Fotos: Manuel Marinheiro

Quinto posto no Troféu Júnior para a Selecção Nacional presente nos últimos International Six Days Enduro.

A 87ª edição dA provA mAis importAnte e com mAis edições do cAlendário internAcionAl dA Fim - os míticos isde – internAtionAl six dAys enduro - teve lugAr este Ano nA AlemAnhA, mAis propriAmente no circuito de sAchsenring em plenA sAxóniA.Com efeito, de 24 a 29 de Setembro disputou-se mais um Campeonato do Mundo por Selecções Nacionais, marcando a FMP presença com uma Selecção Nacional Júnior, composta por Luís Oliveira, Henrique Nogueira, Diogo Ventura e o “rookie” Bernardo Megre. A comitiva era ainda consti-tuída por quatro assistentes pessoais – Fábio Pereira, Paulo Silva, Bruno Alvarinhas e Rosalino Pires; um Médico – Dr. José Brenha; um Team Manager – Dr. Manuel Marinheiro; um Delegado – António Pego e três assistentes FMP – Jorge Ferreira, José Deitado e Jorge Martinho. Marcaram presença nesta edição 473 pilotos oriundos de 29 países, divididos pelos Troféus Sénior (24 Países), Júnior (19 Países), Senhoras (7 Países) e Club Teams, todos com ambições e expectativas diversas, mas com um objectivo comum - bater os franceses, que tinham nada mais nada menos que cinco Campeões do Mundo nas suas selecções. Os dois primeiros dias tinham um percurso de 134 km a ser percorrido por duas vezes, 3 controlos horários e 4 especiais, enquanto que o ter-ceiro e quarto eram mais longos (168 km), com 3 controlos horários e 5 especiais. Estes dias eram efectuados na zona de Schopau, sobejamente conhecida pelo Hard-Enduro, o que fazia prever o “key point” desta 87ª

edição. O quinto dia era todo ele novo e realizado 90% em alcatrão, ape-nas se abandonando este para disputar as 4 especiais, ficando o sexto dia caracterizado por uma especial tipo “Supermoto” – 40% alcatrão e 60% terra relvada, desenhada em pleno circuito de velocidade. Esta edição foi caracterizada por dois dias iniciais bastante equilibrados, cabendo ao terceiro e quarto os dias chave, onde até a chuva ajudou a organização a “retirar” alguns pilotos. O quinto dia não foi mais do que cumprir calendário, acabando tudo em festa dentro do circuito que servia também como quartel-general do evento. Em termos de resultados, desde cedo se notou quem poderia lutar pelo pódio. A França, grande favorita a todos os Troféus Mundiais, desde cedo começou a mostrar a sua superioridade. Com efeito, no final do primeiro dia já tinha 4,13 minutos de vantagem sobre uma surpreendente Austrália, e 9,47m sobre a Finlândia no Troféu Mundial, e 7,44m no Troféu de Senhoras sobre, novamente, a Austrália. No que diz respeito aos Juniores, a Itália dominava, tendo Inglaterra, Austrália e França nas posições seguintes, aparecendo Portugal logo atrás dos USA na sexta posição.O moral estava alto e todos os elementos prontos para atacar o se-gundo dia… Se nos Troféus não havia grandes modificações, a não ser a passagem da Itália para a frente da Finlândia no Troféu Mundial, nos Juniores os nossos “Tugas” subiam uma posição fruto dos proble-mas com a selecção Italiana. Mas nem tudo foram “rosas” nesse dia:

Missão cumprida

A Selecção Junior presente nos ISDE: Bernardo Megre, Henrique Nogueira, Luís Oliveira e Diogo Ventura

Henrique Nogueira esteve muito bem, e com apenas um ano de Enduro foi 29º entre as E1

Bernardo Megre era o "rookie" absoluto desta formação junior, e tem ainda bastante margem para chegar mais longe

Diogo Ventura foi o mais regular, terminando em 34º entre as E2,

Nogueira, acabaria por penalizar 1h40m devido a um erro no percurso, e Megre penalizaria 32 minutos devido a um problema no carburador. Em relação à penalização de Nogueira, tudo acabaria por se resolver na “Happy Hour”, podendo o piloto continuar em prova. França subia duas posições e os USA subiam para terceiro lugar no final do dia. Era altura então de arregaçar as mangas e preparar os piores dias…a meteorologia também era adversa, fazendo uma mistura explosiva em termos de difi-culdade e sofrimento dos pilotos. No final dos 3º e 4ºs dias a selecção mantinha-se na quinta posição, mas com uma desvantagem um pouco mais dilatada para a Austrália, devido a dois factores chave: Henrique Nogueira averbava uma penalização de 1 minuto por uma distração, e Luís Oliveira tinha um problema no radiador necessitando mesmo de o mudar no final de uma especial, acabando por penalizar 5 minutos. Os outros mantinham-se regulares nas suas classificações diárias, ajudando a que a equipa mantivesse o almejado 5º posto. O quinto dia apresentava-se muito fácil, não existindo surpresas nas classificações. No Troféu Mundial França tinha 35,03m de vantagem para Austrália e 45,40m para Itália, seguindo-se Finlândia e Espanha. No Troféu Júnior, França liderava com 2,41m sobre a Inglaterra e 14,37m sobre os USA, seguindo-se a Austrália e Portugal separados por 8 minutos. Nas Senhoras, França tinha 1h49m sobre a Alemanha e 1h58m sobre Austrália, seguindo-se Suécia e Finlândia.Chegava então o 6º dia, todo ele realizado dentro do Circuito de

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Sachsenring, onde nenhuma das mangas correu de feição para os nos-sos pilotos. Luís Oliveira arrancaria no grupo da frente, embrulhando-se na primeira curva com mais quatro pilotos. O resultado foi uma esco-riação no braço direito, não conseguindo ficar nos 10 primeiros como desejava. Quem beneficiou de toda esta confusão foi Nogueira, que se via em 6º lugar até muito perto do final das 6 voltas, altura em que Antoine Meo acabaria por lhe roubar uma posição. Na Classe 2, Diogo Ventura também se viu envolvido numa queda logo no início da manga, o que o faria com que rodasse sempre a recuperar posições. Quanto a Bernardo Megre, nem partiu mal, mas uma queda no alcatrão no final da primeira volta remetia-o para as últimas posições da manga.O mais importante é que nenhuma destas contrariedades comprome-teria o resultado final, que tinha vindo a ser conquistado durante os dias precedentes – o quinto lugar em 19 Equipas Nacionais Juniores presentes. A nível individual, Luís Oliveira acabaria por conseguir um brilhante 14ª posto na Classe E1. Se lhe retirarmos os 5 minutos de penalização averbados seria 8º na classe. Um excelente resultado, fruto do trabalho realizado por ele e sua equipa ao longo do ano desportivo de 2012. Muitos parabéns!Henrique Nogueira ficaria pela 29ª posição da mesma classe, classifi-

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cação muito positiva para um piloto com cerca de um ano de Enduro. Não fosse a lesão contraída na Figueira da Foz e poderia estar ainda melhor preparado. Muitos parabéns!Diogo Ventura foi o piloto mais regular nestes 6 dias. Com efeito, o homem das Beiras conseguiu uma honrosa 34ª classificação na Classe E2, mantendo uma regularidade e eficiência de saudar durante o decorrer de toda a prova. Piloto menos rodado internacionalmente esta época, fez também um excelente resultado. Muitos parabéns!Bernardo Megre era o rookie da companhia, conseguindo uma 56ª po-sição na classe E1 com 42 minutos de penalização. Com efeito, a falta de experiência neste tipo de provas, assim como na própria modalidade (está no seu segundo ano) limitaram este piloto com capacidade de evoluir. Muitos parabéns!Resta-me agradecer por todo o esforço e dedicação que foram colocados em mais esta incursão pelas provas internacionais. Com efeito, o ditado “tudo o que começa mal acaba bem” acabou por se mostrar correcto, e apesar de todas as contrariedades existentes nos dois primeiros dias, tudo se resolveu com a união do grupo presente bem como com o espírito português em terras saxónicas. Pilotos, assistentes, Portugal, a FMP e o Enduro português estão mais uma vez de parabéns. Viva o Enduro!

Quinto lugar entre nada menos que 19 selecções nacionais concorrentes ao Troféu Junior, numa equipa ainda com grande margem para evoluir

Luís Oliveira fez valer o seu talento e experiência internacional

Uma imagem pouco comum: motos de Enduro alinhada no pit lane do circuito alemão de Sachsenring

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Noticiário

Terminou o CampeonaTo do mundo de ralis TT, Com o rali dos Faraós, no egipTo, o mesmo onde, no ano pas-sado Hélder rodrigues se sagrou Campeão mundial. Desta feia, o “Estrelinha” faltou à chamada pois a sua nova equipa, HRC Honda, decidiu estar à partida no Rali de Marrocos, e a representação lusa nos Faraós esteve a cargo de Paulo Gonçalves, com a Husqvarna oficial da equipa Speedbrain.O nosso “Speedy” Gonçalves foi 2º logo na etapa inaugural, ele que lutava ainda pelo Vice-Campeonato, e ocupou a mesma posição na geral durante quase toda a prova. No entanto, a quinta etapa um erro denavegação fê-lo perder bastante tempo, baixando para 4º da geral. Na sexta e última tirada, o piloto de Esposende aplicou-se e venceu o dia, mas manteve o 4º posto da geral, acabando por ficar em idêntica posição no campeo-nato, tabela onde também figuraram Hélder Rodrigues e Ruben Faria no top 10 (respectivamente 6º e 7º), apesar de não terem cumprido as quatro rondas do campeonato.

o nosso primeiro piloTo “Full Time” no mundial de VeloCidade subiu mais um Furo na Tabela de moTo3. miguel oliVeira é agora o 8º ColoCado do mundial de moTo3, depois de mais uma posição no Top 10 (a 5ª ConseCuTiVa nos dez primeiros, e 9ª da Temporada, em 14 proVas).Neste fim de época, o jovem piloto português enfrenta três traçados completamente novos para si, no Japão, Malásia e Austrália, provas nas quais não alinhou no ano passado, após a sua temporada ter terminado prematuramente devido a problemas contratuais com a equipa de então.Já em cima do fecho desta edição, Miguel Oliveira terminou em 7º na ronda de Motegi, apesar de se ter debatido com algumas dificuldades. Para o nosso Mig44, “as coisas não correram mal, mas não correram de modo algum da maneira que queria,” começou por adiantar no final da prova nipónica. “O objectivo era sair [bem] e conseguirmos estar no grupo da frente, mas isso desde o início não foi possível pois não conseguia acompanhar nenhuma das motos na recta, e perdi contacto com o grupo por causa disso. É um aspecto que temos de melhorar bastante porque estamos a comprometer muitos resultados nas corridas. Quanto ao resto, sabemos que esta moto é a que vamos ter até ao final da tempo-rada, e temos de trabalhar com ela e tentar chegar o mais à frente possível com o que temos,” rematou o jovem português.Após esta ronda, e na altura em que escrevíamos estas linhas, faltavam ainda disputar os G.P. da Malásia, Austrália e Valência, este último um traçado bem conhecido do nosso pilotos.

FiCHA tÉCNiCAEdição: Direção da Federação de Motociclismo de Portugal; Fotografia: Arquivo Motociclismo; Produção: Motorpress Lisboa; impressão e Distribuição; Lidergraf; Tiragem: 1700 exemplares

Paulo Gonçalves 4º nos "Faraós"

Miguel Oliveira recupera

O Mundial de TT acabou com três portugueses no top 10

Títulos em Idanhaa penúlTima ronda do naCional de TT, em idanHa a noVa, enCerrou Também o CampeonaTo europeu de bajas. A prova pontuável para o Europeu contou com cinco participantes, qua-tro deles portugueses mais o húngaro Richard Hodola.

Na oportunidade, Pedro Bianchi Prata sagrou-se campeão europeu na classe B1, enquanto Rui Costa assegurou o título na classe B2.A nível de Campeonato Nacional, Roberto Borrego venceu nos quads, permane-cendo invicto e revalidando o título obtido

na época passada, enquanto que, nas motos, a vitória coube a Mário Patrão, que assim continua a lutar pelo título absoluto com Luís Ferreira, decisão essa adiada para a Baja de Portalegre, que fecha a temporada nos próximos dias 2 e 3 de Novembro.

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Para 2012 o Motocross das Nações iria ter como palco uma das mais míticas pistas do universo: Lommel. Para além do piso singular, uma areia muito mole, pesada, que cria enorme lombas e sulcos difíceis de enfrentar, Lommel é a chamada “casa” de muitos pilotos que fazem actu-almente o Mundial de Motocross, porque serve de pista de treinos para grande parte desses pilotos que habitam nas redondezas do circuito.A escolha de pilotos da Comissão de Motocross da FMP voltou a recair nos pilotos que compuseram a selecção em 2011: Rui Gonçalves, Luís Correia e Paulo Alberto. Para Rui Gonçalves esta seria a 11ª participação na selecção nacional, Luís Correia participava pela 7ª vez e Paulo Alberto fazia aqui a sua segunda incursão no MX das Nações. Como suplente foi selecionado Hugo Basaúla, tendo em conta as elevadas capacidades técnicas evidenciadas por este piloto na condução em pisos de areiaPara a equipa portuguesa esta pista iria sempre ser um desafio, apesar de contarmos com Rui Gonçalves, também ele um “habitué” do traçado belga e, para além disso, o facto de ser considerado um dos melhores pilotos em piso de areia do mundo.Para Luís Correia a areia não é nenhum monstro de sete cabeças, porque

Texto e fotos: Rodrigo Castro

Em Lommel na 66ª edição da mais conceituada e importante prova Mundial de Motocross, Portugal voltou a fazer história com um brilhante 9º posto, alcançado numa pista onde a areia foi a nota dominante.

Em grandenível!

já mostrou vezes sem conta que é um dos melhores pilotos nacionais neste tipo de piso, enquanto que Paulo Alberto, após uma trabalhosa pré época efectuada nas pistas holandesas e belgas, mostrou-se mais do que apto a pilotar uma 250 cc em tão exigentes condições.Numa primeira fase Luís Correia e Paulo Alberto foram submetidos, tal como em 2011, a elaborados testes físicos no Centro Desportivo do Jamor, com o objectivo de avaliar a capacidade cardio-respiratória, força, resistência, coordenação motora, e “Core” de cada um sobre, orientação do técnico Bruno Jorge, tendo sido ainda fornecida importante informação em termos nutricionais sobre forma de um plano alimentar para esta competição.Os dois pilotos revelaram capacidades físicas acima da média equipa-radas a atletas de alta competição, embora o preparador Bruno Jorge tenha descoberto algumas deficiências em termos de treino nos planos habituais de cada um dos pilotos, que foram prontamente corrigidas.Quanto a Rui Gonçalves, estava em fase de recuperação de uma lesão na omoplata, pelo que não lhe foi possível efectuar os testes, e pelo facto de ter feito testes no CMEP no Porto.

Aquando do Grande Prémio da Europa disputado em Faenza, três semanas antes do Motocross das Nações, Rui Gonçalves sofreu uma forte queda com perda de consciência mas o problema mais grave seria a fractura que o piloto sofreria numa omoplata. Os primeiros testes

Motocrossdas Nações

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revelaram uma fractura completa e limpa deste osso mas a incógnita iria manter-se até ao fim. Rui Gonçalves ainda tentou estar presente no GP da Alemanha mas as fortes dores impediram-no de participar apro-veitando para descansar o máximo possível até à prova de Lommel. No interregno Rui Gonçalves submeteu-se a intensa terapia, com o objectivo de acelerar a calcificação da omoplata.Duas semanas antes de Lommel, a Comissão de Motocross reuniu-se durante três dias na Figueira da Foz para um estágio efectuado em pisos de areia, numa pista que foi utilizada como percurso para os ISDE em 2009, na Costa de Lavos.Durante três dias, muito intensos em termos físicos, Paulo Alberto e Luís Correia testaram ao máximo as suas capacidades na areia. Luís Correia aproveitava para voltar aos comandos das sua moto de Motocross depois de duas provas do Mundial de Enduro, e Paulo Alberto habituava-se de novo à 250 cc depois de uma época inteira aos comandos de uma 450 cc. Para além do treino de moto focalizou-se também este estágio na preparação física, com treinos de bicicleta e corrida a pé.Mesmo sem hipótese de rolar em cima da moto, Rui Gonçalves juntou-se ao grupo e aproveitou para fornecer importante informação em termos de técnica de pilotagem e estratégia de corrida, numa pista que ele conhece tão bem.Hugo Basaúla também esteve presente, ainda sem saber se seria cha-mado, porque só durante a semana que antecedeu a prova tivemos a confirmação de que Rui Gonçalves estava a 100%.

Depois de ultimados os diversos preparativos em termos logísticos, Paulo Alberto ainda teve tempo para rolar um dia na pista do Honda Park em Balen, como forma de se soltar um pouco, tal como Rui Gonçalves, que testava a sua omoplata em pista numa pista atulhada de pilotos, e

que iria mesmo sofrer uma queda com outro piloto, sofrendo uma forte compressão nas vértebras. Um mal nunca vem só....Já com os pilotos instalados no circuito, mais uma vez optou-se por montar as caravanas em forma de acampamento, por forma a estarmos sempre juntos e assim podermos discutir opções e estratégias de corrida de forma mais fácil. Durante a qualificação correu tudo de forma cal-culada, com Portugal a garantir um 11º lugar, fruto de boas prestações de Gonçalves (8º MX1), Luís Correia (9º MX Open) e Paulo Alberto (19º MX2).Nesse mesmo dia os pilotos voltaram à pista para analisarem trajectórias em conjunto, e definiu-se também uma nova estratégia de corrida, focando-se num ataque apenas nas últimas voltas para conservar energia numa pista com um piso tão demolidor.Nas mangas decisivas de domingo, na primeira que juntava os pilotos de MX1 e MX2 fomos brin-dados com um soberbo arranque na dianteira de Rui Gonçalves, mas que seria de pouca duração

devido às dores que ainda sentia na sua omoplata. Gonçalves recuava até ao 12º posto, uma posição mais segura.Paulo Alberto não tinha a vida facilitada nesta manga, sendo vítima de um furo na roda traseira provocado pela quebra de um taco. O piloto de Leiria não conseguia subir mais do que um modesto 33º posto .Na manga de MX Open e MX2 voltámos a assistir a mais uma brilhante prestação de Luís Correia, que obtinha aqui o seu melhor resultado de sempre em termos individuais, com um 13º posto. Paulo Alberto, já sem problemas técnicos, efectuava uma corrida muito regular, acabando por terminar em 21º lugar mas sempre em luta constante pelos lugares mais pontuáveis.Na terceira e última manga do dia, a que juntava os pilotos de MX1 e MX Open, Rui Gonçalves voltava a efectuar uma boa partida, tendo sempre rolado entre o 9º e o 13º lugares, para depois se instalar de forma definitiva no 10º posto por troca com Max Anstie e Tommy Searle. Já Luís Correia tinha uma prova mais rocambolesca, com uma queda na partida depois de ter ocupado o lugar de Rui Gonçalves na grelha. Correia galgava lugares atrás de lugares, na primeira volta era 33º, voltando a surpreender com o seu à vontade na areia. Contudo, uma queda na 13ª volta quase que deitava tudo a perder, obrigando a uma vigorosa recu-peração do piloto da Moçarria que terminaria no 24º posto. No final Portugal voltava a inscrever o seu nome nos anais da história, conseguindo pela quinta vez estar entre os dez melhores do Motocross Mundial. Comparando com 2001 (8º posto), 2004 (10º posto), 2005 (8º posto), 2010 (9º posto) penso que esta foi uma das melhores pres-tações de sempre nesta prova. Provou-se que, quando se trabalha de forma profissional, não descurando pormenores e trabalhando na criação de um forte espírito de equipa, os resultados surgem naturalmente. Parabéns a todos!

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