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VII ESOCITE.BR tecsoc - ISSN∕ 1808-8716 Massei. Anais VII Esocite.br/tecsoc 2017; 6(gt7):1-16
NATUREZA, HISTÓRIA E METABOLISMO:APONTAMENTOS TEÓRICOS SOBRE HISTÓRIAAMBIENTAL1
GT 7 - Ambiente, tecnociência, relação sociedade-natureza.
Roberto Massei
Resumo: Este artigo tem por objetivo empreender uma reflexão sobre a intersecção existente entremetabolismo, natureza, tecnologia e história. Trata-se de uma proposição teórica. Nas últimas décadas,no que se convencionou chamar de História Ambiental, tem-se estudado a presença do humano, seucomportamento em relação ao ambiente e alterações nas paisagens e nos ecossistemas do planeta. Ointuito, aqui, é problematizar o modo como esses trabalhos em torno da História Ambiental estãosendo feitos: fontes, métodos e suportes teóricos. Nesse sentido, cabe ressaltar uma ferramentaimportante: a chave interpretativa que tem o metabolismo como eixo para compreender a ação dohomem ao longo do tempo. Não se pode esquecer da entropia, pois há um fluxo enorme de matéria eenergia. São poucos os estudos que têm como preocupação a relação entre história, tecnologia,natureza e metabolismo e o modo como a sociedade, sobretudo nesse período pós-revoluçãoindustrial, passou a consumir matéria e energia em quantidades cada vez maiores. Esse processo,histórico por definição, gera todo o mundo material – e imaterial – e é “operacionalizado” pelo trabalho– e pela técnica. Seguindo Marx, o trabalho é fundamental para agregar valor. Ele é também energiadespendida e gera a riqueza, expropriada pelo capitalista. Enfim, é o motor da acumulação de capital edo desenvolvimento do capitalismo. A História Ambiental precisa se voltar para esses aspectos edestacar que as sociedades, por meio do metabolismo, transformam matéria e dissipam energia emalimentos, abrigos, artefatos técnicos de todos os tipos e tudo o que é necessário para a sobrevivênciahumana, ou seja, para a constituição da sua cultura material.
Palavras-chave: Natureza; Metabolismo; História Ambiental.
1 Este texto é o resultado de leituras, anotações, discussões e conversas nas aulas do curso Cultura Material eHistória Ambiental: possibilidades teóricas, problemas, aproximações, oferecido ao Doutorado Interdisciplinar emCiências Humanas, do Centro de Ciências Humanas e Sociais, da Universidade Federal de Santa Catarina, nosmeses de agosto a outubro de 2015. Ele foi ministrado por mim e pelo professor Marcos Montysuma, meu tutor àépoca, e foi parte do meu estágio de pós-doutorado realizado naquele programa entre março de 2015 e fevereirode 2016, a quem eu agradeço e considero co-autor do presente trabalho. Eventuais problemas são de minhainteira responsabilidade.
VII ESOCITE.BR tecsoc - ISSN∕ 1808-8716 Massei. Anais VII Esocite.br/tecsoc 2017; 6(gt7):1-16
Introdução
A História Ambiental tem se orientado pelo estudo da relação homem e natureza, como é possível
observar nos trabalhos de Donald Worster, José Augusto Pádua, Stefania Barca, entre outros historiadores e
cientistas humanos. De fato, essa relação ao longo do tempo parece ser fundamental para se pensar e
construir uma História Ambiental. No entanto, isso por si só não é suficiente. As transformações produzidas
ao longo das últimas décadas têm sido decisivas e impactam de modo irreversível o planeta: atmosfera,
oceanos, rios, florestas, biomas e ecossistemas têm sido atingidos e a vida e a biodiversidade mudaram muito
nesse período. Essa ação mais agressiva não é recente e pode ser delimitada temporalmente a partir da
Revolução Industrial. É inegável, porém, que de meados do século passado até os dias atuais os impactos
produzidos pela ação humana têm sido devastadores.
A História Ambiental tem se norteado por alguns pressupostos, importantes, mas que devem ser
problematizados. É preciso levar em conta que as ações humanas são sem dúvida perniciosas à vida terrestre
e que existe, inclusive, um pensamento que procura incutir a ideia de pensar uma atitude respeitosa ao
planeta e constituir um mecanismo de exploração de seus recursos que seja sustentável. Nesse sentido, três
aspectos merecem ser lembrados aqui: ela tem partido da ideia de que a ação humana pode produzir um
impacto sobre o mundo natural, inclusive a ponto de provocar sua degradação ou mesmo destruição; há uma
revolução nos marcos cronológicos de compreensão do mundo; existe uma visão da natureza como uma
história, como um processo de construção e reconstrução do tempo. (PÁDUA, 2010, passim)
Segundo José Augusto Pádua, inspirado em Donald Worster, devemos levar em conta três níveis ao se
estudar a História Ambiental: o primeiro relaciona-se com a natureza propriamente dita, orgânica e
inorgânica, incluindo o organismo humano em sua relação com os diferentes ecossistemas. O segundo diz
respeito à constituição socioeconômica das sociedades em sua inter-relação necessária com determinados
espaços geográficos. Por isso, sua relação com a cultura material. O terceiro aspecto diz respeito às
dimensões cognitivas, mentais e culturais da existência humana, incluindo cosmologias, ideologias e valores.
(PÁDUA, 2010, p. 95)
Seguindo Donald Hughes, é possível compreender a História Ambiental como "[...] el estudio de las
relaciones humanas a través del tiempo, sujetas a frecuentes y a menudo inesperados cambios, com las
comunidades naturales de las que forman parte. [...]" (Apud GONZÁLES DE MOLINA e TOLEDO, 2011,
p. 25) Nesse sentido, a História Ambiental "[...] se sustenta, pues, en el princípio de coevolución social y
ecológica. [...]" (grifo dos autores). Ela deve considerar, portanto, "[...] la sociedad en la naturaleza, con
quiem establece relaciones materiales de intercambio de energia, materiales e información. [...]" (p. 37)
Devemos destacar, por fim, a necessidade de incorporar o sócio-bio-metabolismo como componente
fundamental na constituição do mundo material e no estudo da História Ambiental. Há uma troca e um fluxo
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de matéria e energia e isso vai aparecer no processo de formação do mundo material. Este artigo tem a
intenção de apresentar essa reflexão inicial e, em momento oportuno, publicá-lo em versão melhor
elaborada.
História Ambiental, Tecnologia e Cultura Material: aproximações
Não se pode perder de vista que um artefato é um híbrido de sociedade e natureza. Essa
imbricação é, pois, o objeto de estudo da cultura material. Esta é o resultado da transformação dos
recursos disponíveis no mundo natural em artefatos permeados pela técnica. Pode-se dizer então que o
ambiente é um produto da relação híbrida sociedade/tecnologia/natureza, em que não há separação
entre elas. A sociedade está presente o tempo no objeto através da técnica.
O estudo da cultura material permite compreender que o homem controla a elaboração do objeto
técnico: pensa-o e opera-o até que ele possua forma e aplicação prática. Porém, não tem poder
absoluto nessa relação. Na operação técnica há uma continuidade entre o ser vivo e a matéria. Ou seja,
o objeto técnico, pensado e construído pelo homem, não se limita apenas a criar uma mediação entre ohomem e a natureza; ele é um misto estável do humano e do natural, contém o humano e onatural; confere a seu conteúdo humano uma estrutura semelhante à dos objetos naturais, e permite ainserção no mundo das causas e dos efeitos naturais dessa realidade humana. [...] A atividade técnica[...] vincula o homem à natureza [...]. O ser técnico só pode ser definido em termos de informaçãoe de transformação das diferentes espécies de energia ou de informação, isto é, de um lado comoveículo de uma ação que vai do homem ao universo, e de outro como veículo de uma informaçãoque vai do universo ao homem. (SIMONDON, Gilbert. Apud SANTOS, 2003, p. 69; grifo meu)
A reflexão de Gilbert Simondon é importante para se pensar uma “relação positiva entre natureza e
tecnologia.” (SANTOS, 2003, p. 69) Reforça que natureza e homem nunca estiveram separados.
Natureza e sociedade expressam-se no objeto técnico e, especialmente, no conceito de concretização e
individuação pensado por Gilbert Simondon.
O objeto técnico não se afasta da natureza, muito menos do homem. Para Simondon,
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[...] uma das características básicas dos objetos técnicos construídos pelo homem consiste no fato deque eles são antes de mais nada feitos a partir de informações que advêm de seu exterior, e que lhesfornecem o sentido de seu funcionamento. Uma máquina representa para ele não um ser fechado emsuas engrenagens, mas a materialização do pensamento humano, que forja conexões mentalmente edepois as inscreve no objeto.(ANDRADE, 2001)
De acordo com Brun et al., ambiente por sua vez pode ser entendido como
[...] o fenômeno social pelo qual uma comunidade actua sobre o ambiente ou se lhe adapta não éapenas uma simples resposta a um problema ecológico; faz parte integrante do conjunto de um sistemasocial. [...] Nestes sistemas complexos e sempre dinâmicos, as “técnicas” desempenham um papelessencial. Os seus elementos – cadeias operacionais, conhecimentos, instrumentos de trabalho –traduzem simultaneamente uma adaptação à tarefa material a cumprir (construir uma casa,desbravar uma floresta, irrigar campos de cultivo) e uma indispensável coerência com o níveldas forças produtivas na sociedade em questão, mas também com o conjunto do seu sistemasocial [...]. A experiência técnica influi diretamente na organização social dum grupo através dosritmos e dos períodos de trabalho, da composição das equipas de cooperantes, da natureza dosutensílios, locais de prestação de trabalho nos sistemas econômicos, etc. Os conhecimentostécnicos [...] constituem uma fonte de informação sobre os fenômenos ecológicos aos quais um grupose adapta e sobre as formas desta adaptação [...]. (BRUN et al, 1986, p. 11-12; grifo meu)
É importante recuperar a historicidade da relação entre natureza e cultura permeada pela
técnica. Ela nos permite retomar o sentido “inicial” de natureza, seus significados e, principalmente,
sua intersecção com a cultura. A noção de natureza deriva da palavra grega physis. Esta palavra quer
dizer física, mas também é o conhecimento da natureza. Observamos que há uma modificação do seu
sentido. Com o decorrer do tempo, procura-se ressaltar a existência de uma separação entre natureza e
cultura. Essa concepção dualista ganhou força no Renascimento tardio e subverteu a concepção
unitária, presente na Idade Clássica, particularmente entre os gregos. É no século XVIII, porém, que se
percebe mais nitidamente uma "separação" entre natureza e cultura e, por extensão, entre homem e
natureza.
Entre os antigos, particularmente no pensamento grego,
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[...] a natureza representava, de facto, um princípio tautológico, uma causa final. Pensava-se que omundo exterior, dotado de existência independente do pensamento e da acção humana, estavaimpregnado de uma ordem – ou de um espírito – metafísica. O futuro, por conseguinte, estavaimanente do presente, e a natureza de uma substância, implícita no seu desenvolvimento teleológico: épróprio da água correr pela colina, é da natureza do feto desenvolver-se num animal completo. Omundo da natureza surgia como um mundo de corpos em movimento, uma totalidade em devir, cujamola era a vitalidade ou a “alma”. Mas o mundo da natureza não se revela simplesmente “vivo” nessaacepção: é ainda dotado de ordem própria, de uma inteligência: comporta-se como um grande animalracional, com um espírito próprio. (LEACH, 1989, p. 67).
Seguindo esse pensamento, vejamos o que diz Robin Collingwood a respeito dessa não
separação entre sociedade e natureza. Segundo este autor, matéria e espírito não estavam separados e a
natureza era dotada de uma "inteligência" que se expressava no movimento:
No sistema de ideias [grego], não se punham problemas de relação entre matéria inerte e matéria viva,entre matéria e espírito, uma vez que se assentara em que havia um princípio imanente único, capaz deexplicar os movimentos dos corpos celestes, o crescimento e a decomposição sazonais das plantas, ociclo da vida do indivíduo ou o destino das nações. ‘Não havia mundo material desprovido de espírito,nem mundo espiritual sem materialidade’. (COLLINGWOOD, R. p. 111. Apud LEACH, 1989, p. 68)
Já no século XVII, entretanto, é possível observar esse distanciamento do homem e o mundo
natural. Para Collingwood, espírito e a matéria tinham-se tornado entidades separadas, e o mundo
mecânico objetivo, físico, foi passando aos poucos a ser identificado com a natureza, em oposição
potencial com o universo das construções do espírito humano. Estas serão consideradas mais tarde, de
modo genérico, como o "mundo da cultura". Esta posição é diferente, inversa mesmo, da formulada
pelos gregos. Para eles, "a 'natureza' (physis) representava o princípio espiritual do desenvolvimento,
da organização e do movimento ‘interno’ das coisas, contrapondo-se às ‘qualidades’, em si objectivas
e não naturais, que o engenho humano lograva atribuir-lhes." (COLLINGWOOD, R. p. 111. Apud
LEACH, 1989, p. 68)
Natureza, portanto, como a cultura, pode ser entendida como uma ideia, definida de forma vaga
e raramente posta em relação a um conjunto bem determinado de fatos empíricos. (LEACH, 1985, p.
69) Poderíamos afirmar, seguindo a proposição desenvolvida por Edmund Leach, que a ideia de
natureza seria construída por meio da linguagem. Por conseguinte, poderia ser entendida também
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como uma representação. Nesse sentido, pertenceria ao mundo da Cultura e nela estaria subsumida.
Concepção e percepção de natureza mudam com o tempo. São históricas por definição e variam entre
as várias culturas e populações.
Metabolismo, entropia, história e natureza: possibilidades teóricas da História Ambiental
A informação tem circulado com muita rapidez nas últimas décadas. Em tempo de pós-verdade,
nem tudo que é produzido prima pela qualidade, veracidade e é resultado de reflexão baseada em
pesquisa ou possui solidez teórica. Na história isso vem ocorrendo também. Alguns temam continuam
não abordados de modo mais aprofundado. Outros, vão e voltam e são abordados quase do mesmo
jeito. Avança-se muito na pesquisa, mas nem sempre o resultado vem acompanhado de uma crítica
sistematizada ao capitalismo e mesmo como a História Ambiental vendo sendo produzida. Talvez ela
devesse lançar um olhar sobre si e se questionar acerca de alguns de seus procedimentos. Uma
autocrítica tornou-se necessária.
Nas última décadas, a História Ambiental tem apresentado um conjunto de trabalhos no qual se
percebe o entendimento de como a espécie humana se comportou em relação ao ambiente em que
viveu e como utilizou os recursos disponíveis, analisando-se em muitos deles o impacto produzido por
essa ação. Tem se procurado compreender como a sociedade conviveu com as outras espécies e
transformou o meio que a cerca, produzindo alterações na paisagem, nos ecossistemas e do planeta
como um todo. A face mais visível, negada por uma parte dos cientistas, os negacionistas, tem se
mostrado no aquecimento acima do normal da temperatura da terra, o que tem afetado diretamente as
geleiras e os oceanos. Há outras consequências, sérias, mas que não têm recebido a devida atenção,
seja por historiadores, seja por jornalistas, especialmente os que estão próximos à ecologia e àqueles
de “esquerda”. A imprensa, de modo geral, reforça o discurso do desenvolvimento sustentável e das
ações que podem viabilizar o capitalismo “saudável”. Protegendo a natureza e seus recursos o mundo
poderá ter sobrevida e as próximas gerações atingiriam, de alguma maneira, a felicidade.
Reuniões periódicas têm sido realizada – a última foi em Paris, em dezembro de 2015 – para discutir o
aquecimento; alguns protocolos foram assinados, mas pouca coisa avançou de fato. Depois disso,
houve a eleição de Donald Trump e as negociações voltaram – ou voltarão – ao estágio anterior, já que
o atual presidente dos EUA acredita que o discurso ambiental é uma balela de radicais e desocupados.
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As cobranças são discretas e as solução são projetadas para médio e longo prazos, em alguns casos
para mais de 50 anos. Cumpre lembrar Tomasi di Lampedusa. Esses protocolos propõem mudar muita
coisa, mas o objetivo parece ser um só: continuar tudo como está. O planeta fica à mercê do descaso,
do desrespeito, da destruição. Alguns atores importantes – China, França, Alemanha, Inglaterra –
assumam compromissos para diminuir a emissão de dióxido de carbono. Porém, continuam emitindo-o
em larga escala.
Embora tenha se avançado muito teoricamente, como aponta Pádua em artigo citado no início,
é preciso incorporar outros aportes teóricos e outras reflexões à História Ambiental. Uma delas é a
relação entre entropia, metabolismo, história e natureza. Devemos entender a história da sociedade na
qual vivemos – de todas as sociedades ao longo do tempo, na verdade – a partir do fluxo de matéria e
energia e como isso se processa através dos metabolismos.2 Manuel Gonzáles de Molina e Victor
Toledo têm-se dedicado ao tema, destacando o modo como a sociedade pós-revolução industrial
passou a usar matéria e energia em ritmo acelerado. No que diz respeito à energia, houve uma
mudança do modelo: deixou de ser muscular – animal e humana – e passou-se ao uso em escala cada
vez maior de combustíveis fósseis, notadamente carvão e petróleo. O petróleo continua sendo a matriz
enérgica para mover motores a combustão.
É importante destacar que o fluxo de matéria e energia é um elemento importante para se
pensar a relação entre homem e natureza. Nesse sentido, há uma ligação entre disponibilidade, uso e
esgotamento de recursos. Os recursos e a energia são apropriadas pelos homens, permitem a realização
do trabalho e dissipam-se, não mais retornando ao seu estado inicial. Esse é o princípio básico da
entropia, que se tornou um “conceito” fundamental para compreender o nível de desordem provocado
pela ação do homem no tempo. Para reforçar a importância dessa afirmação, retomemos Nicholas
Georgescu-Roegen, que escreveu sobre entropia e economia e destacou que o planeta não possui
recursos infinitos. Além disso, a entropia provoca uma desordem irreversível, o que, de modo muito
simplificado, pode ser observado nos diversos fenômenos “naturais” que têm ocorrido em todas as
regiões da terra. É preciso deixar claro que não há mais – se é que houve em algum momento –
fenômenos naturais. Em tudo há intervenção humana.
Para Stefania Barca, a História Ambiental deve considerar o metabolismo social e a entropia
como importantes para uma melhor compreensão da relação homem-natureza:
2 Destacamos, aqui, o excelente trabalho de GONZÁLEZ DE MOLINA, Manuel; TOLEDO, Victor. Metabolismos,naturaleza e historia. Uma teoria de las transformaciones sócio-ecológicas. Barcelona: Icaria, 2011. Doravante,ele será usado para reforçar a discussão em torno da relação metabolismo e história.
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Dois conceitos tornam-se cruciais para entender historicamente a mudança ambiental introduzidapelos seres humanos: o de “metabolismo social”, ou seja, o fluxo de energia e matérias que cadasociedade troca com o ambiente – desde a extração e o processamento de recursos até a eliminação deresíduos – e o de “entropia”, ou seja, a medida como o uso de recursos naturais por parte dos sereshumanos acelera a taxa de dispersão do calor e de degradação da energia que caracteriza o universo.[...] (BARCA, 2012, p. 8)
Segundo Georgescu-Roegen,
la entropía de un sistema cerrado aumenta continua (e irrevocablemente) hacia un máximo; es decir, laenergía disponible se transforma continuamente en energía no disponible hasta desaparecer porcompleto. En líneas generales, el asunto es relativamente sencillo: Todas las clases de energía setransforman gradualmente en calor, y el calor finalmente se dissipa, de manera que el hombre ya nolo puede emplear. [...]
La energía completamente disipada ya no es aprovechable. El ejemplo clásico es el inmenso calordisipado en el agua de los mares, que ningún barco puede emplear. A pesar de que los barcos navegansobre él y necesitan de energía, la energía cinética está concentrada en el viento y la energía química onuclear en algún combustible. Podemos ver por qué la entropía vino a ser considerada también comoum índice del desorden (de disipación) no sólo de la energía, sino también de la materia y por qué laley de la entropía en su forma actual establece que la materia asimismo está sujeta a uma disipaciónirrevocable. De acuerdo con esto, el destino último del universo no es la muerte térmica (como secreía al comienzo), sino un estado más horrendo – el caos. [...] Pero lo que interesa es que, de acuerdocon toda la evidencia, cuando menos nuestro medio ambiente inmediato, el sistema solar, tiende haciauna muerte termodinámica, en lo que se refiere a las condiciones que sostienen la vida, (1975, p. 786-7; grifo do autor)
Paul Crutzen denominou esse período pós-revolução industrial de antropoceno. Embora ainda
não seja aceito cientificamente, essa "era" tem produzido um impacto em todos os níveis da vida no
planeta sobretudo nos últimos 50 anos. A dimensão desse impacto é muito grande e ainda por ser
mensurado. É inegável, no entanto, que as consequências já começam a ser sentidas: pelos animais
humanos e não humanos, alguns deles já extintos em decorrência de alterações no oceano ou em
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bacias hidrográficas, pela urbanização e por atividades que têm afetado os biomas, a biodiversidade
neles presentes e, portanto, as várias cadeias de vida.
A partir dessas transformações, há um aspecto importante nesse processo e que, segundo
Gonzáles de Molina e Toledo, deve ser compreendido como motor da história: são os metabolismos.
Em última análise, a história é movida a matéria e energia, o que gera todo o mundo material e que
Marx vai entender que se consegue por meio do trabalho, que agrega valor mensurável
economicamente a esse processo. O trabalho é energia despendida e produz o mundo material bem
como a riqueza, que é expropriada e se constitui no motor da acumulação de capital e no
desenvolvimento do capitalismo. Mas não é só essa a preocupação que devemos ter. Os autores
mencionados ressaltam esse aspecto, mas procuram mostrar como as sociedades ao longo do tempo,
por meio do metabolismo, transformaram matéria e energia em alimento, abrigo e tudo aquilo que é
necessário para a sobrevivência humana, para a produção e reprodução e por consequência o
desenvolvimento do capitalismo.
De acordo com Gonzáles de Molina e Toledo,
[...] la adopción de un enfoque que no restringe el uso del concepto de metabolismo a las dimensionesmeramente materiales, sean estas energéticas, económicas o cibernéticas, sino que lo entiende comoum complejo conformado por aspectos materiales e inmateriales, visibles e invisibles, pues todasociedad es un ensamble de fenómenos pertencientes a dos dimensiones: a de los intercambios y flujosde materia y energia, y lo que los organiza, moldea y da soporte en función de las instituciones, lasreglas y regímenes legales, las creencias y los conocimientos. [...] (2011, p. 15)
A História Ambiental pode ser entendida, portanto, como o resultado da transformação dos
recursos naturais por meio da técnica na qual há uma troca e um grande fluxo de matéria e energia. Ou
seja, o mundo material, tal como nós o temos construído, é permeado pelo saber-fazer das várias
populações que o habitam, em sua relação de apropriação e transformação dos recursos para sua
sobrevivência inicial, sua relação de produção e reprodução e a constituição de toda a sua cultura
material. Em outras palavras,
[...] Las sociedades humanas puedem ser consideradas como um híbrido entre cultura, comunicacióny el mundo material. [...] El hecho mismo de pensar tiene um coste metabólico endosomático y otro
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exosomático si el pensamiento se transmite a través de um libro, de la televisión, de um periódico, etc.Toda acción humana, aunque non pertenezca al mundo 'materiale', puede tener un coste em términosde energía y materiales y un impacto cuantificable en el medio natural. La historia ambiental se ocupaprecisamente de ello. [...] (GONZÁLES DE MOLINA e TOLEDO, 2011, p. 38)
Portanto, o metabolismo é um fenômeno importante para compreender essa relação homem e
natureza. Afinal, ele corresponde ao fluxo de matéria e energia e a transformação do que é extraído do
mundo natural em toda sorte de artefatos, bens, objetos necessários à vida humana: do alimento,
fundamental para qualquer atividade humana, ao avião, passando por Internet, serviços e informações.
Em última análise, ele (o metabolismo)
[...] implica el conjunto de procesos por medio dos cuales los seres humanos organizados em sociedad,independientemente de su situación en el espacio (formación social) y en el tiempo (momentohistórico), se apropian, circulan, transforman, consumen y excretan, materiales o energías provenientesdel mundo natural. Al realizar estas actividades, los seres humanos consuman dois actos: por um lado,'socializam' fracciones o partes de la naturaleza, y por el otro, 'naturalizan' a la sociedad al producir yreproducir sus vínculos con el universo natural. [...] (GONZÁLES DE MOLINA e TOLEDO, 2011, p.59-60)
À frente, é possível observar de modo objetivo como se pode pensar a constituição da cultura
material e a história tendo como chave interpretativa o metabolismo:
[...] A nivel individual los seres humanos extraem de la naturaleza cantidades suficientes de oxígeno,agua y biomassa por unidad de tiempo para sobrevivir como organismos, y excretam calor, agua,bióxido de carbono y substancias mineralizadas y orgánicas. Al nivel social, el conjunto de individuosarticulades a través de relaciones o nexos de diferentes tipos se organizam para garantizar susubsistencia y reprodución y extraem también materia y energia de la naturaleza por medio deestructuras meta-individuais o artefactos, y excretam calor y toda una gama de diferentes clases deresiduos o desechos. [...] (GONZÁLES DE MOLINA e TOLEDO, 2011, p. 60)
Além desse aspecto, é possível concluir que a história de toda a humanidade é sobretudo a
história da expansão do sócio-metabolismo, que é observado na exploração do trabalho e produção da
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riqueza. Adicione-se a isso a soma de todos os bio-metabolismos de seus membros. (GONZÁLES DE
MOLINA e TOLEDO, 2011, p. 61) O trabalho, no capitalismo, é certamente o grande motor da
relação sócio-metabólica e que vai se expressar na constituição do capital e da riqueza, que será
expropriada pelos que detêm os meios de produção, numa relação que se torna mais e mais perversa.
Historicamente, os autores consideram metabolismo e sociedade importantes momentos para se
pensar a História Ambiental. São três metabolismos: extrativo ou cinergético, orgânico ou agrário e
industrial. Segundo eles, o extrativo corresponde à condição de coletores-caçadores: a ação humana na
natureza seria a de caça, coleta de frutos e raízes e pesca. O segundo, poderia ser caracterizado pela
"revolução agrícola" e o advento da ação humana permeado em grande medida pela técnica. A partir
desse momento os humanos passam a cultivar os bens básicos para sua subsistência. Finalmente, o
industrial, de longe aquele que vai produzir o impacto mais significativo no planeta. Ele surge quando
os humanos passam a realizar a "[...] extracción de bienes de la natureza movilizando ya no
únicamente energia solar sino nuevas formas de energia principalmente de origem mineral [...]."
(GONZÁLES DE MOLINA e TOLEDO, 2011, p. 137). Aqui podem ser incluídos os combustíveis
fósseis e mesmo a energia elétrica.
É nesse momento que as transformações se acentuam e o capitalismo ganha forma e sentido no
seu modo atual. Paradoxalmente, inicia-se uma fase de produção em larga escala e, ao mesmo tempo,
aparece o fenômeno da escassez. O capitalismo provocou a grande transformação (o termo é de Karl
Polanyi) das relações entre homem e natureza. Essa grande transformação provocará impactos, os
quais serão fundamentais para se pensar o atual estado de coisas e as condições enfrentadas pelo
planeta nestes últimos 50 anos. Esta mudança metabólica ocorreu em meio a uma profunda
transformação nas representações coletivas da natureza redimensionando as visões anteriores
solidárias do homens cedendo lugar para uma ideia de domínio da natureza. Chegou-se, portanto, a um
momento crucial que vai impulsionar uma exploração cada vez mais predatória dos recursos
disponíveis no mundo natural.
Nesse sentido, pode-se afirmar que a intensificação da exploração dos recursos naturais e a
mercantilização foram processos que potencializaram a produção, que passou a crescer de forma
espiral. Isso exacerba o fluxo de matéria e energia, de modo que se torna um circulo vicioso: mais
consumo, maior produção; mais exploração dos recursos naturais, maior depredação. Diante disso, a
pergunta incontornável: como realizar esse processo de modo sustentável?
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É evidente que isso não ocorre sem algum tipo de resistência. Esta não está marcada só por
movimentos como o Greenpeace ou outros que visam conscientizar as pessoas do estrago provocado
pelo modo de vida engendrado pelo capitalismo e que ele é altamente destruidor da vida orgânica no
planeta. Segundo Molina e Toledo, a agricultura orgânica e tradicional se constitui em uma forma
importante de resistência a esse capitalismo predatório. Ou seja, são práticas baseadas na tradição ou
mesmo no costume, como lembra Thompson quando considera a cultura costumeira, conservadora – a
economia moral – como uma forma importante de resistência na Inglaterra no século XVIII. Para
Gonzáles de Molina e Toledo, lembrando Martinez-Allier, "[...] La resistência campesina a la
penetración de la lógica mercantil ha supuesto um poderoso instrumento de oposición al cambio
metabólico y, por tanto, a la erosión de la condición campesina. [...]" (2011, p. 291). Os protestos
podem ser vistos na defesa da preservação dos recursos naturais diante de sua mercantilização e
podem ser entendido, de acordo com Joan Martinez-Allier, como “ecologismo dos pobres”. Vão surgir
conflitos dessa relação, chamados inter-metabólicos; os quais constituem um mecanismo para diminuir
e se contrapor à lógica capitalista imposta pelo modo como o metabolismo industrial vai se apropriar,
transformar, consumir e excretar aquilo que produz a partir da exploração dos recursos naturais.
É inegável, porém, que o metabolismo industrial produz uma crise ambiental. O modo como se
apropria de matéria-prima e a transforma usando para isso uma quantidade incomensurável de energia
vai colocar em xeque a capacidade do planeta de suportar esse processo. A explosão da produção
capitalista, nas últimas décadas, ressalta um aspecto assustador: o metabolismo industrial coloca em
risco a permanência da vida humana no planeta.
Considerações finais
Neste artigo, procuramos destacar, ainda de forma incipiente, primeiro: não há separação entre
natureza, técnica e sociedade. Elas são distintas, mas estão imbricadas. Segundo: a discussão sobre
ambiente e História Ambiental não deve ficar restrita a uma concepção de natureza e à relação entre
homem e natureza ao longo do tempo. Deve, também, ampliar o horizonte teórico e seu repertório de
fontes e documentos.
Uma história que tenha como objeto a relação homem/natureza deve mostrar que o ambiente surgiu da
transformação do mundo material, natural ou não, através da técnica. É uma discussão que se vincula,
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teoricamente, ao estudo da cultura material. Fazer ou construir uma História Ambiental é, ao mesmo
tempo, compor uma História da Cultura Material. Terceiro, mas não menos importante: existe uma
relação entre metabolismo, natureza e história. Ela certamente corrobora o sentido da História
Ambiental também como um estudo sobre a Cultura Material. Trata-se de estudos que devem ser inter
e trans-disciplinares.
O historiador precisa explorar a imbricação homem-natureza-objeto técnico. Não existe uma divisão
entre a sociedade, a tecnologia e a natureza. Entre os gregos, natureza e homem, matéria e espírito
tinham unicidade. Na sociedade tida como moderna procurou-se colocar a natureza de um lado e o
homem de outro. A civilização humana apropriou-se dos recursos naturais, transformou-os por meio
da técnica e construiu o mundo material e seus artefatos. Seguindo a trilha aberta pela chave
interpretativa que ressalta que esse processo é metabólico podemos chegar à conclusão de que a
cultura material é o resultado desse metabolismo, que transforma recurso natural em artefatos de toda
sorte. Percebemos um fluxo intenso de matéria e energia, que geram calor e produzem entropia. Eles
entram em circulação, são consumidos e descartados, em um longo ciclo troca entre humanos e não-
humanos, constituindo o mundo tal como o conhecemos.
Nesse sentido, a cultura material e suas interfaces são fundamentais para o entendimento das
sociedades passadas mas também da contemporânea. O historiador, em particular o ambiental, não
pode deixar de enveredar por esse caminho, já que o ambiente é o resultado de um fenômeno técnico,
em que há uma imbricação cultura-sociedade-natureza. A tecnologia é um componente importante
nesse processo. Ela pode ser considerada o acúmulo de conhecimento gerado por eles no decorrer da
história; enfim é o saber-fazer de homens e mulheres ao longo do tempo, que desemboca no conjunto
complexo de artefatos, serviços e informações que fazem parte do mundo em que vivemos. As
máquinas supostamente inteligentes conduzida por algoritmos e os equipamentos complexos
incorporaram muito dos conhecimentos e habilidades desenvolvidos por homens e mulheres. O estudo
da Cultura Material conectado à História Ambiental, tendo como mediação o sócio-bio-metabolismo,
possibilita que todos esses elementos sejam recuperados. Isso ajuda a entender o modo como se deu a
constituição do mundo, suas paisagens, seus objetos e tudo aquilo que nos cerca.
Por fim, é fundamental entender e respeitar a natureza e a matéria. A tecnociência, por mais que tenha
desenvolvido um conhecimento sobre o mundo, não pode menosprezar os saberes das populações
locais. Às vezes, a ciência sobrepõe-se ao conhecimento delas considerando-os inferiores ou
destituídos de sentido e significado.
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O historiador não pode perder a sua sensibilidade política e a história não deve ficar à margem ou
isentar-se de seu papel. O olhar político do historiador pode ajudar a desmontar a armadilha criada
pelo projeto moderno que tentou separar homem e natureza, sociedade e tecnologia. Para salvar a
natureza é preciso salvar a técnica, e mudar o olhar que se tem dela e do objeto técnico ressaltando a
constituição sócio-bio-metabólica do mundo material em que há troca e fluxo de matéria e energia.
Esse é, certamente, o sentido da História, Ambiental e da Cultura Material.
A utilização consciente do patrimônio ambiental e a sustentabilidade passam obrigatoriamente pelo
conhecimento e respeito da vontade da matéria e da natureza. É conveniente adotar práticas que
permitam a exploração dos recursos naturais mas que respeitem os conhecimentos das populações
locais passados de geração a geração. Elas podem promover uma ação humana menos predatória ao
ambiente, ao bioma e aos seus ecossistemas. Finalmente, é preciso problematizar o sentido de
desenvolvimento sustentável: por que, para quem e para quê?
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