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César Esteves A Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) deve ser cha- mada à Procuradoria Geral da República (PGR), para res- ponder a uma queixa crime apresentada contra si naquele órgão, a 6 de Março, por um dos seus pastores, que diz ter sido afastado das funções, de forma desumana, um mês depois de aceitar fazer, a pe- dido da instituição, a opera- ção de vasectomia, que o dei- xou infértil. O pastor Alfredo Ngola Faustino contou ao Jornal de Angola que decidiu avançar com o processo à PGR, depois de ficar a saber, através de um exame de espermograma feito recentemente, que a operação de vasectomia que fez em Se- tembro do ano passado não o deixaria infértil apenas durante um período de seis meses ou de um ano, como lhe foi pro- metido, mas sim para o resto da vida. “O resultado do exame pro- va que me tornei uma pessoa infecunda, sem capacidade de gerar filhos”, lamentou, acrescentando que a promessa da Igreja era de uma simples operação de planeamento fa- miliar, com carácter provi- sório, que não o deixaria infértil para sempre. Com a voz embargada de emoção e o rosto coberto de lágrimas, o pastor, que foi afastado das funções em Novembro do mesmo ano em que fez a cirurgia, disse estar completamente des- truído por dentro, sem saber o que fazer da vida, porque uma boa parte dela foi dedi- cada à igreja. Alfredo Faustino garante não ter nenhuma outra for- mação, porque na Igreja Uni- versal ao pastor não é permi- tido estudar ou dedicar-se a outras áreas do conheci- mento. “Ele deve dedicar- se exclusivamente à obra (de Deus)”, frisou. A situação do pároco tor- nou-se mais complicada, porque a esposa, que o incen- tivou a avançar com a ope- ração, decidiu terminar a relação, coincidentemente ou não, no mesmo dia em que foi afastado das funções pastorais, numa altura em que faltava três dias para com- pletarem um ano de casados. O pastor acredita que a Igreja teve intervenção directa na decisão da esposa de terminar o casamento. Outra das razões que o motivaram a intentar a acção judicial contra a IURD foi ter sido despejado da casa onde vivia com a mulher, sem que se acautelasse um outro lugar para ficar. “Só não morei na rua por- que apareceu alguém de boa fé que me acolheu em sua residência”, explicou. Como consequência da vasecotomia, o pastor diz estar a urinar sangue e, às vezes, ve- rifica também vestígios de san- gue nas fezes. Enquanto es- teve em funções, contraiu He- patite B e era, por isso, apoiado pela Igreja nos tratamentos. Porém, desde que foi afastado, o apoio foi retirado. “Neste mo- mento, estou doente e não sei o que fazer, porque não tenho quem me apoie”, lamentou. Alfredo Faustino garante que não é o único pastor a quem a Igreja obrigou a fazer vasec- tomia. Revelou que outros dois colegas, Delfim Gabriel e Domingos Ribeiro, também foram afastados das funções, na mesma fase que ele, por se terem recusado a fazer a operação. A reportagem do Jornal de Angola contactou os dois pastores referidos, que pron- tamente confirmaram terem sido pressionados pela di- recção da Igreja para reali- zarem a vasectomia. Acres- centaram que um dos argu- mentos usados pela Igreja, para os convencer a subme- terem-se à cirurgia, foi que não podiam casar, no caso de se negarem. “E como alguns pastores desejam muito formar famí- lia, normalmente aceitam só já fazer”, explicou Delfim Gabriel. Ambos revelaram haver dentro da Igreja muitos jovens que já foram subme- tidos a esse procedimento e outros tantos que podem fazê-lo a qualquer momento. “O Estado angolano tem de fazer alguma coisa com urgência. Muitos jovens estão a ser coagidos a deixarem de ser férteis desnecessa- riamente”, alertou. Revelou que as operações de vasectomia são feitas na África do Sul, numa clínica denominada “Life Bedford Gardens Hospital”, localizada em Joanesburgo. Acrescentou ser para essa clínica que a Igreja Universal envia os pas- tores, na sua maioria jovens, para serem submetidos a operação de vasectomia. “Se um pastor recusar- se, a igreja castiga-o, colo- cando-o de parte. Não deixas de ser pastor, mas também já não contam contigo para nada”, aclarou. Alfredo Faustino deu a conhecer que, além da queixa crime que deu entrada na PGR, vai igualmente mover um 4 DESTAQUE Terça-feira 26 de Março de 2019 DR MARIA AUGUSTA | EDIÇÕES NOVEMBRO Ex-pastor Alfredo Ngola Faustino foi submetido à vasectomia Mais dois antigos pastores da IURD queixaram-se da Igreja Um pastor afastado o ano passado das funções, um mês depois de aceitar fazer, a pedido da igreja, a operação de vasectomia, apresentou à Procuradoria Geral da República (PGR) uma queixa crime contra a IURD (Igreja Universal do Reino de Deus), por se sentir manipulado. QUEIXOSO AFIRMA QUE FOI ENGANADO Igreja Universal enfrenta queixa crime de pastor submetido à vasectomia Na foto, a suposta clínica denominada “Life Bedford Gardens Hospital” localizada em Joanesburgo, na África do Sul, onde são feitas as operações de vasectomia DOMBELE BERNARDO | EDIÇÕES NOVEMBRO

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César Esteves

A Igreja Universal do Reinode Deus (IURD) deve ser cha-mada à Procuradoria Geralda República (PGR), para res-ponder a uma queixa crimeapresentada contra si naqueleórgão, a 6 de Março, por umdos seus pastores, que diz tersido afastado das funções,de forma desumana, um mêsdepois de aceitar fazer, a pe-dido da instituição, a opera-ção de vasectomia, que o dei-xou infértil.

O pastor Alfredo NgolaFaustino contou ao Jornal deAngola que decidiu avançarcom o processo à PGR, depoisde ficar a saber, através de umexame de espermograma feitorecentemente, que a operaçãode vasectomia que fez em Se-tembro do ano passado não odeixaria infértil apenas duranteum período de seis meses oude um ano, como lhe foi pro-metido, mas sim para o restoda vida.

“O resultado do exame pro-va que me tornei uma pessoainfecunda, sem capacidadede gerar filhos”, lamentou,acrescentando que a promessada Igreja era de uma simplesoperação de planeamento fa-miliar, com carácter provi-sório, que não o deixaria infértilpara sempre.

Com a voz embargada deemoção e o rosto coberto delágrimas, o pastor, que foiafastado das funções emNovembro do mesmo anoem que fez a cirurgia, disseestar completamente des-truído por dentro, sem sabero que fazer da vida, porqueuma boa parte dela foi dedi-cada à igreja.

Alfredo Faustino garantenão ter nenhuma outra for-mação, porque na Igreja Uni-versal ao pastor não é permi-tido estudar ou dedicar-sea outras áreas do conheci-mento. “Ele deve dedicar-se exclusivamente à obra(de Deus)”, frisou.

A situação do pároco tor-nou-se mais complicada,porque a esposa, que o incen-tivou a avançar com a ope-ração, decidiu terminar arelação, coincidentementeou não, no mesmo dia emque foi afastado das funçõespastorais, numa altura emque faltava três dias para com-pletarem um ano de casados.O pastor acredita que a Igrejateve intervenção directa nadecisão da esposa de terminaro casamento.

Outra das razões que omotivaram a intentar a acçãojudicial contra a IURD foi tersido despejado da casa ondevivia com a mulher, sem quese acautelasse um outro lugarpara ficar.

“Só não morei na rua por-que apareceu alguém de boafé que me acolheu em suaresidência”, explicou.

Como consequência davasecotomia, o pastor diz estara urinar sangue e, às vezes, ve-rifica também vestígios de san-gue nas fezes. Enquanto es-teve em funções, contraiu He-patite B e era, por isso, apoiadopela Igreja nos tratamentos.Porém, desde que foi afastado,o apoio foi retirado. “Neste mo-mento, estou doente e não seio que fazer, porque não tenhoquem me apoie”, lamentou.

Alfredo Faustino garanteque não é o único pastor a quema Igreja obrigou a fazer vasec-tomia. Revelou que outrosdois colegas, Delfim Gabriele Domingos Ribeiro, tambémforam afastados das funções,na mesma fase que ele, porse terem recusado a fazer aoperação.

A reportagem do Jornalde Angola contactou os doispastores referidos, que pron-tamente confirmaram teremsido pressionados pela di-recção da Igreja para reali-zarem a vasectomia. Acres-centaram que um dos argu-mentos usados pela Igreja,para os convencer a subme-terem-se à cirurgia, foi quenão podiam casar, no casode se negarem.

“E como alguns pastoresdesejam muito formar famí-lia, normalmente aceitamsó já fazer”, explicou DelfimGabriel. Ambos revelaramhaver dentro da Igreja muitosjovens que já foram subme-tidos a esse procedimento eoutros tantos que podem

fazê-lo a qualquer momento.“O Estado angolano tem

de fazer alguma coisa comurgência. Muitos jovens estãoa ser coagidos a deixaremde ser férteis desnecessa-riamente”, alertou.

Revelou que as operaçõesde vasectomia são feitas naÁfrica do Sul, numa clínicadenominada “Life BedfordGardens Hospital”, localizadaem Joanesburgo. Acrescentouser para essa clínica que a

Igreja Universal envia os pas-tores, na sua maioria jovens,para serem submetidos aoperação de vasectomia.

“Se um pastor recusar-se, a igreja castiga-o, colo-cando-o de parte. Não deixas

de ser pastor, mas tambémjá não contam contigo paranada”, aclarou.

Alfredo Faustino deu aconhecer que, além da queixacrime que deu entrada na PGR,vai igualmente mover um

4 DESTAQUE Terça-feira26 de Março de 2019

DR

MARIA AUGUSTA | EDIÇÕES NOVEMBRO

Ex-pastor Alfredo Ngola Faustino foi submetido à vasectomia Mais dois antigos pastores da IURD queixaram-se da Igreja

Um pastor afastado o ano passado das funções, um mês depois de aceitar fazer, apedido da igreja, a operação de vasectomia, apresentou à Procuradoria Geral daRepública (PGR) uma queixa crime contra a IURD (Igreja Universal do Reino de

Deus), por se sentir manipulado.

QUEIXOSO AFIRMA QUE FOI ENGANADO

Igreja Universal enfrentaqueixa crime de pastor

submetido à vasectomia

Na foto, a suposta clínica denominada “Life Bedford Gardens Hospital” localizada em Joanesburgo, na África do Sul, onde são feitas as operações de vasectomia

DOMBELE BERNARDO | EDIÇÕES NOVEMBRO

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Terça-feira26 de Março de 2019 5DESTAQUE

Na queixa crime, a Igreja Universal éacusada dos crimes de ofensas corporaisgraves, associação de malfeitores ede castração. O jurista Augusto Andréesclareceu que, caso sejam compro-vados os crimes, junto do tribunal, oEstado angolano, de forma a salva-guardar a integridade da pessoahumana, que é inviolável, poderáaplicar, entre outras medidas, o encer-ramento da Igreja em todo o territórionacional ou convidá-la a acabar coma prática da vasectomia em Angola,por ser contrária aos hábitos e costumesdos angolanos.“Trata-se de uma questão de segurançapública”, frisou. O jurista entende que,pelo facto de a Igreja ser a reservamoral da sociedade, não devia incentivaros seus pastores a submeterem-se àoperação de vasectomia, mas ocupar-

se de questões religiosas, da moralpública e dos bons costumes.“A igreja é um lugar de valor, razão

pela qual não se admite que paute porpráticas do género”, referiu AugustoAndré, para quem a Igreja Universaldeve indemnizar o pastor lesado, bemcomo reparar todos os danos que lheforam provocados com este acto. Ojurista acredita que a queixa crimeapresentada à PGR, por esse pastor,vai levar o Estado angolano a prestarmaior atenção a essa prática, que temestado a vitimar muitos jovens no país.Segundo o jurista, o Estado angolanoprotege as igrejas e as confissões reli-giosas, bem como os seus lugares eobjectos de culto, desde que não aten-tem contra a Constituição e a ordempública e se conformem com a Cons-tituição e a lei.

Igreja corre risco de encerramento

Augusto André afirmou que o assunto é uma questão de segurança pública

PAULO MULAZA | EDIÇÕES NOVEMBRO

DR

“Procedimento não é obrigatório”

outro processo contra a IURDjunto da Sala de Trabalho, paraser indemnizado pelos anosde trabalho como pastor.

Disse que teve de abdicardo trabalho e dos estudos paraexercer as funções. Pastor daIgreja Universal durante dezanos, aderiu à instituição em2003, quando tinha apenas16 anos, e foi promovido apastor em 2012.

O nosso interlocutor con-firmou que, enquanto exerceuas funções de pastor, auferiauma avença que a Igreja nãoconsidera salário, mas estí-mulo, sendo pago de 15 em15 dias. Explicou que um pas-tor solteiro recebe mensal-mente uma ajuda de 130 milkwanzas e o casado 350 milkwanzas.

O pastor salientou que foiafastado das funções com os“falsos argumentos” de queprofanava a igreja em gruposde Whatsapp e cometia adul-tério no casamento.

“Eles invadiram a minhaconta e conseguiram ter acessoàs conversas que eu trocavacom outros pastores nos gru-pos do Whatsapp, além dasque eu mantinha com algu-mas pessoas a partir da minhaconta pessoal nessa mesmarede”, revelou.

Sublinhou que nunca par-tilhou a password dele comninguém, razão pela qualnão entende como eles con-seguiram ter acesso à suaconta pessoal do Whatsapp.Questionado se as conversasque mantinha nesse espaçoeram comprometedoras, opastor respondeu negativa-mente. Afirmou que eramabordados assuntos que nãopodiam partilhar com a lide-rança da Igreja, sob pena desofrerem retaliação.

Lotar salas de cinemaUm dos assuntos que eramanalisados naquele espaço,segundo contou, tinha a vercom a forma como eram obri-gados, pela liderança da Igreja,a lotar as salas de cinema ondeo filme “Nada a perder”, queconta a trajectória de EdirMacedo, líder fundador daIgreja Universal, seria exibido.

“As pessoas não fazem ideiado sacrifício que tínhamos defazer para lotar as salas de ci-nema”, frisou. O pastor refe-riu que se recebessem 300 bi-lhetes para vender nos cultos,não podia haver sobras. Ti-nham de vendê-los todos. Con-tou que entre colocar pessoasna sala e receber o dinheiro, aIgreja preferia a segunda opção.

Às vezes, para não serempunidos, prosseguiu, tinhamde cobrir os bilhetes que sobra-vam com dinheiro próprio.“Como irias fazer para con-seguir esses valores? Eles nãoqueriam saber”, desbafou.

O porta-voz da Igreja Universal doReino de Deus (IURD) em Angola, JimiInácio, admitiu a existência da práticade vasectomia dentro da Igreja, massublinhou que não é obrigatória.Garantiu que os pastores são livresde faze-la ou não.

“Não é uma coisa que a Igreja pro-move. A Igreja apenas incentiva ospastores a fazerem planeamento, demodo a não terem muitos filhos”, escla-receu. Jimi Inácio acrescentou que,pelo facto de a vida de um pastor daIURD ser de missionário, o que o levaa não estar permanentemente numsó lugar, a Igreja aconselha-os a nãoter muitos filhos, de modo a que estesnão sejam prejudicados em termosde formação.

“Os pastores que decidiram fazera vasectomia, fizeram-no porque nãoqueriam ter filhos. Não tendo, elesconseguem pregar o evangelho àvontade pelo mundo, sem a neces-sidade de pensar neles”.

O porta-voz refere o seu próprio exem-plo, assegurando que alguns não pre-cisam de fazer a vasecotomia, comoaconteceu com ele. “Tenho dois filhose optei por outro método de planea-mento, que não é permanente”.

Em relação aos pastores que deci-

dem fazer a operação de vasectomia,Jimi Inácio referiu que a Igreja conversabastante com eles, de modo a fazer-lhesentender que se trata de uma porta semsaída. “A pessoa vai e já não tem comovoltar”, salientou.

Questionado se a Igreja apoia ou nãoa operação de vasectomia, o porta-voznão negou, nem confirmou. Disse apenasque a Igreja está com o pastor, dandoa entender que se limita a apoiar asdecisões deste.

“Enquanto ele estiver no activo,cumprindo com o seu papel, é apoiadoaté às últimas circunstâncias, por sera imagem da Igreja”, realçou. Acres-centou que, se a decisão a ser tomadapelo pastor for para o bem dele e doMinistério que lidera, a Igreja apoia.

O interlocutor recusou a ideia deque a Igreja Universal promova alguma

campanha de sensibilização dos pas-tores para fazerem a vasectomia. Sobreo caso do pastor Alfredo Ngola Faus-tino, Jimi Inácio esclareceu que ele nãofoi obrigado a fazer a operação. Acres-centou que a decisão de fazer foi delee que ainda chegou a ser indagado,por três vezes, pela direcção da Igreja,para saber se era mesmo isso o quequeria fazer.

“Foi ele quem chegou até à direcçãoda Igreja, informando que queria fazera operação. Ninguém o obrigou”, asse-verou. Sublinhou que a Igreja negouo primeiro pedido, pois ele tinha poucotempo de casado e, pelo que a Igrejasabia, não estava a passar por umbom momento na relação.

“Ele disse que já havia conversadocom a mulher sobre o assunto e queela o apoiava. Não é verdade que a

Igreja garantiu ao pastor Alfredo Faus-tino que a operação só o deixaria infértilpor seis meses ou um ano. Até porque,quando um pastor aceita fazer a ope-ração, o médico informa-o sobre o pro-cedimento, antes de o fazer”.

“Fui um dos que perguntou aoAlfredo se tinha certeza do que estavaa fazer”, garantiu o porta-voz. Sobreos motivos que levaram ao afastamentodo pastor, disse que em causa estiveramfuga de conduta e desvio de carácter.Em função disso, a Igreja decidiuafastá-lo das funções, para não criardanos ao corpo pastoral.

“Quebra de conduta é o principalelemento que leva ao afastamentode um pastor. Ele sabe disso”, rematou.Jimi Inácio disse ainda que “não éhábito da Igreja manter um pastorsolteiro ou divorciado na casa, porquehá sempre necessidade de acomodaroutros casais pastorais”, esclarecendoa questão colocada sobre a habitação.

“Não o colocamos na rua. Eu próprioo levei até a casa onde suponho queesteja a morar”, explicou. Sobre oacesso à conta pessoal do Whatsappdo pastor, o porta-voz disse:

“foi a própria esposa que disponi-bilizou toda a conversa que ele man-tinha nesse grupo à Igreja”.

“Os pastores que decidiram fazer a vasectomia fizeram-noporque não queriam ter filhos. Não tendo, eles conseguem

pregar o evangelho à vontade pelo mundo, semnecessidade de pensar neles.” O porta-voz refere o seupróprio exemplo, assegurando que alguns não precisam

de fazer a vasecotomia, como aconteceu com ele. “Tenho dois filhos e optei por outro método de

planeamento, que não é permanente.”

AVALIAÇÃO DO JURISTA

PORTA-VOZ DA IURD:

Como consequênciada vasecotomia, opastor diz estar aurinar sangue e, àsvezes, verifica

também vestígiosde sangue nas fezes.Enquanto esteve emfunções, contraiu

Hepatite B.