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NOÇÕES DE URBANISMO Prof. MARCIO SOARES DA ROCHA 1 I. NOÇÕES DE URBANISMO I.1. INTRODUÇÃO A limpeza urbana está diretamente relacionada ao Urbanismo. Quando projeta-se sistemas para remoção, destinação e tratamento dos resíduos sólidos urbanos, está- se praticando urbanização, no sentido estrito do termo. Todas as fases do desenvolvimento de um projeto de saneamento, relativo à limpeza urbana, deverão ser calcadas nos estudos e planos urbanísticos estabelecidos no município. Portanto abordaremos neste capítulo de forma sintética, alguns dos principais conceitos e aspectos de urbanismo que devem ser observados por aqueles que desejam atuar na área de resíduos sólidos urbanos, quer seja como projetistas, como consultores ou auditores. I.2. CONCEITOS ESSÊNCIAIS I.2.1. URBANISMO O termo Urbanismo foi pronunciado pela primeira vez por Paul Clerget (em Francês “Urbanisme”), em 1910, utilizado como ramo da Urbanologia, que por sua vez é a ciência que estuda os fenômenos urbanos. Ambos advém da raiz “urbe” (do latim), que significa cidade. Abrangendo diversos campos do conhecimento humano como Arquitetura, Engenharia, Sociologia, História, Geografia, Geologia, Economia, Filosofia, e Política, o Urbanismo portanto, pode ser entendido como “a ciência e arte das cidades”, e objetiva o planejamento dos espaços urbanos naturais ou artificiais, quer sejam novos ou existentes. I.2.2. URBANIZAÇÃO

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I. NOÇÕES DE URBANISMO

I.1. INTRODUÇÃO

A limpeza urbana está diretamente relacionada ao Urbanismo. Quando projeta-se sistemas para remoção, destinação e tratamento dos resíduos sólidos urbanos, está-se praticando urbanização, no sentido estrito do termo. Todas as fases do desenvolvimento de um projeto de saneamento, relativo à limpeza urbana, deverão ser calcadas nos estudos e planos urbanísticos estabelecidos no município. Portanto abordaremos neste capítulo de forma sintética, alguns dos principais conceitos e aspectos de urbanismo que devem ser observados por aqueles que desejam atuar na área de resíduos sólidos urbanos, quer seja como projetistas, como consultores ou auditores.

I.2. CONCEITOS ESSÊNCIAIS

I.2.1. URBANISMO

O termo Urbanismo foi pronunciado pela primeira vez por Paul Clerget (em Francês “Urbanisme”), em 1910, utilizado como ramo da Urbanologia, que por sua vez é a ciência que estuda os fenômenos urbanos. Ambos advém da raiz “urbe” (do latim), que significa cidade. Abrangendo diversos campos do conhecimento humano como Arquitetura, Engenharia, Sociologia, História, Geografia, Geologia, Economia, Filosofia, e Política, o Urbanismo portanto, pode ser entendido como “a ciência e arte das cidades”, e objetiva o planejamento dos espaços urbanos naturais ou artificiais, quer sejam novos ou existentes.

I.2.2. URBANIZAÇÃO

O termo urbanização está relacionado às ações concretas, concebidas por quem de direito, com o propósito de transformar determinado espaço natural em urbano ou solucionar os problemas de um espaço urbano existente, e não previamente planejado. Enquanto o Urbanismo é a ciência das cidades, Urbanização é o conjunto ou sistema de ações adotadas no sentido de adaptar o meio ambiente às necessidades humanas, estabelecendo ou desenvolvendo a cidade. É a transformação de espaços naturais em áreas urbanas, ou o melhoramento de áreas urbanas existentes, através da realização de obras de engenharia. É a “materialização” do Urbanismo.

I.2.3. CIDADE

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“O símbolo e a forma de uma relação social integrada” (Louis Mumford)

A cidade nasce e se desenvolve a partir de uma força gregária, ínsita no homem. Segundo a concepção de Mumford, a cidade engendra uma sociedade que pode ser entendida como “um novo ser, um organismo de complexas interações, de que resultam peculiares comportamentos de interdependência temporal, ambiental e social.”

I.2. URBANIZAÇÃO E NECESSIDADES HUMANAS

Dissemos anteriormente que o urbanismo objetiva adaptar a natureza, ou o meio ambiente, às necessidades humanas, de modo a gerar um desenvolvimento sustentável das cidades. Do ponto de vista da Ecologia, a cidade pode ser entendida como um ecossistema urbano, onde suas necessidades, segundo Marcus e Detwyler1 dividem-se em:

NECESSIDADES BIOLÓGICAS DO ESCOSSISTEMA URBANO:

AR; ÁGUA; ESPAÇO; ENERGIA (ALIMENTO E CALOR); ABRIGO; DISPOSIÇÃO DE RESÍDUOS

NECESSIDADES CULTURAIS DO ECOSSISTEMA URBANO:

ORGANIZAÇÃO POLÍTICA; ECONOMIA (SISTEMA ECONÔMICO – TRABALHO, CAPITAL); TECNOLOGIA; TRANSPORTE E COMUNICAÇÃO; EDUCAÇÃO E INFORMAÇÃO; ATIVIDADES SOCIAIS E INTELECTUAIS, INCLUINDO RELIGIÃO; SEGURANÇA

Através da ótica da Sociologia, como já citado anteriormente, a cidade é um organismo de complexas relações sociais. O homem é visto como um ser essencialmente social, que cria o seu ambiente voltado prioritariamente para o exercício de suas atividades sociais.

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Considerando ambos os pontos de vista, apresentamos a seguir um ensaio de hierarquização, representado por uma pirâmide, onde o grau de prioridade das necessidades humanas cresce de baixo para cima.

ENSAIO DE HIERARQUIZAÇÃO DAS NECESSIDADES HUMANAS

I.3. PRINCIPAIS FATORES DE CRESCIMENTO DAS CIDADES

I.3.1. O Homem como ser social

“As populações caminham para as cidades”

O maior fator de crescimento dos centros urbanos reside sem dúvida no movimento migratório, de habitantes de áreas rurais para os centros urbanos, motivado pelo sentimento gregário. As famílias urbanas, geralmente caracterizadas pelo casal e por filhos jovens e de número reduzido (de um a três em média), e a maior expectativa de vida verificada nas populações dos centros urbanos (baixa mortalidade), não aumentam em termos absolutos, o número de habitantes urbanos. As altas taxas de crescimento populacional das cidades em relação às da própria região onde se situa, e com relação às áreas rurais, são explicadas pela migração.

ESTÉTICA

ESTATUTOS ( LEIS) – POLÍTICA

CONTATO SOCIAL - COMUNICAÇÃO

TRABALHO - SERVIÇOS – COMÉRCIO - EDUCAÇÃO

SEGURANÇA – HABITAÇÃO - CIRCULAÇÃO

SOBREVIVÊNCIA – ÁGUA, ALIMENTAÇÃO, SAÚDE E NECESSIDADES FISIOLÓGICAS

LAZER - RELIGIÃO

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Na maior parte dos países do mundo, as populações urbanas superam as rurais. Nos países desenvolvidos e em desenvolvimento, a diferença é muito acentuada. Nos países em subdesenvolvidos, embora ainda se verifique um número maior de populações rurais, as taxas de incremento populacional urbano são mais altas do que as das áreas rurais, indicando um caminho no sentido da inversão futura da posição. O gráfico a seguir mostra o comparativo da evolução entre as populações urbanas e rurais no Brasil, no período compreendido entre 1940 a 1996.

GRÁFICO 1 COMPARATIVO ENTRE EVOLUÇÃO POPULACIONAL URBANA E

RURAL NO BRASIL

Fonte de dados– IBGE – Anuário Estatístico do Brasil – 1996 e Contagem da População - 1996

QUADRO 1POPULAÇÃO URBANA E RURAL NO BRASIL, NO PERÍODO 1940 -

1996

ANO POPULAÇÃO URBANA POPULAÇÃO RURAL

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Num. Hab. % Num. Hab. %1940 12.280.182 31,2 28.356.133 68,81950 18.782.891 36,2 33.161.506 63,81960 31.303034 44,7 38.767423 55,31970 52.084.984 55,9 41.054.053 44,11980 80.936.409 67,7 38.566.297 32,31991 110.875.826 75,5 36.041.633 24,51996 123.082.167 78,4 33.997.406 21,6

FONTE – IBGE – Anuário Estatístico do Brasil – 1996 e Contagem da População - 1996

Decorre desta observação, a perspectiva das metrópolis transformarem-se em megalópolis (centros urbanos com centenas de Kilometros quadrados, como na faixa entre Nova York e Boston, com 600 Km de extensão), e dessas, num futuro mais distante transformarem-se em Ecumenópolis, uma rede entre as cidades importantes, formando um só aglomerado urbano com população de bilhões de habitantes.

Como primeira conclusão sobre tendências naturais de crescimento das cidades, poderíamos afirmar que, como em um sistema gravitacional, as cidades maiores atraem as menores. Em outras palavras, haverá uma forte tendência de que as cidades pequenas crescam na direção das metrópolis mais próximas.

I.3.2. O valor da água

I.3.2.1. Água doce

A água é o elemento natural mais básico à vida. Tanto serve como alimento, como para higiene pessoal e saneamento urbano, e ainda como fonte de equilíbrio térmico. As cidades expontâneas nasceram e cresceram próximas a fontes d’água doce. Na verdade, isto é um problema, pois a presença de habitações humanas ou de indústrias junto às fontes de água, acarreta consequentemente em poluição dos recursos hídricos, devido à falta de conscientização ecológica, e porque, na maioria das cidades (principalmente nos países subdesenvolvidos), não há planejamento urbano para orientar o seu crescimento, de modo que gere desenvolvimento, sem agredir ou destruir o meio ambiente. Nessas cidades, os detritos e resíduos industriais sólidos e líquidos são lançados diretamente nos cursos d’água, sem o devido tratamento, e, em quantidade superior à capacidade de depuração natural.

I.3.2.2. Litoral

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“As populações correm para o mar”

É perceptível que, em todo o mundo, as populações tendem a concentrar-se no litoral. A maioria das cidades com população acima de 10.000.000 (dez milhões) de habitantes estão situadas “à beira mar”. As cidades com população acima de 5.000.000 (cinco milhões) estão todas situadas no litoral (com exceção de Moscou, Teerã e Nova Deli). As cidades com população acima de 1.000.000 (um milhão) de habitantes também estão, em sua maioria, no,litoral. Esta é portanto uma tendência muito forte de ocupação do solo, a ser considerada nos estudos e projetos urbanísticos.

FIG. 01 – MAPA DE DENSIDADE DEMOGRÁFICA MUNDIALFONTE: O GLOBO – Atlas Geográfico Mundial - 1998

II. NOÇÕES SOBRE PLANOS DIRETORES MUNICIPAIS

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II.1. INTRODUÇÃO

O objetivo do Urbanismo, como vimos anteriormente é o planejamento dos espaços urbanos. Na Constituição Brasileira (art. 30; VII e art. 182), essa atribuição é dada aos Poderes Públicos Municipais, que, através de diretrizes fixadas em Leis, ordenam o pleno desenvolvimento das funções sociais das cidades, com vistas ao bem estar dos seus habitantes. O principal instrumento de desenvolvimento e expansão urbana é a Lei do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU). Por isso, e sem a pretensão de esgotar o assunto, analisaremos neste capítulo os Planos Diretores, em seus objetivos, conceitos e etapas de elaboração e desenvolvimento.

II.2. CONCEITUAÇÃO

O Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano é um complexo de normas técnicas e legais, objetivando o desenvolvimento do município, sob os aspectos físicos, sociais, econômicos, administrativos e ambientais, e que refletem os desejos dos seus habitantes. A participação da população portanto é um aspecto essencial para a elaboração de um Plano Diretor. Uma vez concluído, O PDDU sofrerá alterações periódicas, conforme as mudanças funcionais urbanas que ocorrerão com o passar do tempo, para a sua adequação às novas realidades, e à necessidade da população. Como disse Hely Lopes Meirelles3 “O Plano Diretor não é estático; é dinâmico e evolutivo”.

O Plano Diretor é obrigatório pela Constituição apenas para os municípios com população acima de 20.000 habitantes. Decorre disto, que os municípios menores, desobrigados da elaboração de seus Planos Diretores, tornam-se desordenados em suas expansões urbanas, e desprevenidos quanto aos problemas que decorrerão do seu futuro crescimento. Em grande parte, os municípios com população acima de 20.000 habitantes, quando elaboram seus Planos Diretores, o fazem apenas para cumprir a determinação legal, e não por compreenderem o seu real valor. Sem o devido processo de preparação técnica, analítica, social e política, esses “Planos”, que na sua maioria são cópias de outros, sucumbem e tronam-se obsoletos em pouco tempo. Uma outra falha do modelo brasileiro quanto ao PDDU, é que, sendo elaborado pelos governos municipais (e estes trabalham de forma isolada), não contemplam de forma integrada as soluções dos problemas urbanos gerados pela aglomeração de cidades, principalmente de pequenas cidades em torno de grandes cidades, como já mencionado, entre as tendências de crescimento de cidades.

II.3. DESENVOLVIMENTO DE PLANOS DIRETORES

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Para a preparação de Planos Diretores, são necessárias algumas etapas, apresentadas no Fluxograma a seguir:

FLUXOGRAMA DA ELABORAÇÃO DE PLANOS DIRETORES

A participação da sociedade, ponto fundamental de sucesso na implantação de Planos Diretores, é adequada nas fases 3 a 5 do fluxograma, e principalmente na avaliação periódica do Plano (fase 8).

A seguir passaremos a detalhar as etapas do processo:

1. CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO (OU REGIÃO) – ESTUDOS TÉCNICOS

2. PROJEÇÕES – ANÁLISE PROSPECTIVA - IDENTIFICAÇÃO DE TENDÊNCIAS

3. DEFINIÇÃO DE PRIORIDADES

4. PROPOSTAS

6. APROVAÇÃO DE LEIS

5. ELABORAÇÃO DE PROJETOS TÉCNICOS E LEGAIS

7. IMPLANTAÇÃO - EXECUÇÃO

8. AVALIAÇÃO / REVISÃO

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II.3.1. CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO OU REGIÃO

II.3.1.a. ANÁLISE DA ESTRUTURA DE PLANEJAMENTO URBANO – verificação e levantamento das equipes encarregadas do planejamento urbano – composição, sistema administrativo - apontamento de sugestões e alternativas.

II.3.1.b. ASPECTOS FISIOGRÁFICOS Geografia; Topografia; Clima, vegetação e fauna; Ventos predominantes e insolação Geologia - Hidrogeologia, Geomorfologia, solos, subsolos; Pluviometria.

II.3.1.c. ASPECTOS DEMOGRÁFICOS: Evolução e distribuição da população; População flutuante; Movimentos migratórios.

II.3.1.d. INFRA-ESTRUTURA BÁSICA : Sistema viário interurbano; Sistema de saneamento; Sistema de abastecimento d’água; Sistema de drenagem; Serviços de limpeza urbana.

II.3.1.e. ASPECTOS ARQUITETÔNICOS Casario – aglomerados residênciais; Traçado de vias; Estilos Construtivos; Símbolos e Monumentos;

II.3.1.f. MEIO AMBIENTE Uso atual do solo; Áreas de proteção ambiental; Áreas de valor paisagístico; Áreas críticas de poluição;

II.3.1.g. ASPECTOS SÓCIO ECONÔMICOS Atividades econômicas predominantes e secundárias; Serviços públicos; Educação; Saúde; Análise de aspectos culturais locais;

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Religiões;

II.3.1.h. LEGISLAÇÃO EM VIGOR Lei Orgânica Municipal; Plano Diretor; Plano Plurianual; Lei do Uso e Ocupação do Solo; Lei de loteamentos (ou de parcelamento do solo); Códigos de Obras e Posturas;

PROJEÇÕES, ANÁLISE PROSPECTIVA

com base nos estudos e levantamentos realizados, será possível identificar tendências quanto ao futuro da área urbana (taxa de crescimento populacional, direção da expansão, mudanças sociais e tecnológicas, etc.).

DEFINIÇÕES DE PRIORIDADES – VISÃO ESTRATÉGICA

Fase extremamente importante, que objetivará a visualização das diretrizes e dos objetivos do Plano, que deverá refletir uma visão de futuro construída em conjunto com os habitantes locais. O desenvolvimento sustentável da região, e as soluções dos principais problemas urbanos, já identificados nas fases anteriores, são nesta fase os pontos principais do processo.

PROPOSTAS – METAS

Metas são quantificações de objetivos. Os objetivos são traçados com vistas a obtenção de resultados desejados. Nesta altura, um conjunto de propostas para os diversos campos de abrangência do Plano Diretor serão apresentados e discutidos. Essas propostas, com prazos e percentuais de atingimento, transformar-se-ão em metas do Plano.

ELABORAÇÃO DE PROJETOS TÉCNICOS E LEIS

Com base nas propostas definidas, e no conhecimento das Leis vigentes e do orçamento anual, serão elaborados os projetos técnicos, e as Leis que comporão o PDDU.

APROVAÇÃO DE LEIS

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Os projetos de Leis serão encaminhados ao poder Legislativo, que os analisarão e aprovarão.

IMPLANTAÇÃO

As Leis passarão a vigorar com a sanção do Prefeito. Juntamente com o vigor das Leis, um conjunto de medidas administrativas e obras públicas, serão executados para a viabilização do Plano, cuja prioridade será, dentre outras, a estruturação (ou reestruturação) dos órgãos de controle interno, principalmente dos setores de obras, transporte e meio ambiente.

AVALIAÇÃO E REVISÃO

Periodicamente serão necessárias avaliações, que poderão implicar em:

Ações corretivas, com respeito à implantação do Plano; Revisões de prioridades, propostas, projetos ou Leis, ou do sistema

de controle e execução.

Outras Leis complementam o Plano Diretor, que são:

LEI DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO; LEI DO PARCELAMENTO DO SOLO; LEI DO SISTEMA VIÁRIO; CÓDIGO DE OBRAS E POSTURAS; REGULAMENTO DA LIMPEZA URBANA;

Estas leis estão comentadas no quadro sinóptico, apresentado a seguir.

II.4. LEIS COMPLEMENTARES AO PLANO DIRETOR

(QUADRO SINÓPTICO)

LEI PRINCIPAIS CARACTERÍSTICASUSO E OCUPAÇÃO DO SOLO Destina-se a estabelecer as

utilizações convenientes às diversas partes da cidade, e a localizar em áreas adequadas as diferentes atividades urbanas que afetem a comunidade e o meio ambiente.

Define o zoneamento urbano,

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através do que são distribuídas as atividades sócio-econômicas e as áreas de incentivo ou contenção ao adensamento demográfico, de acordo com a infra estrutura básica e as características ambientais de cada zona.

LEI DO PARCELAMENTO DO SOLO Regulamenta os loteamentos de glebas urbanas ou urbanizáveis, para promover a adequada distribuição adequada dos lotes;

Integram a Lei, anexos* que detalham dimensões mínimas, taxas de ocupação e permeabilidade dos lotes, áreas de uso comunitário (áreas livres) das glebas, dimensões de vias públicas e infra-estrutura mínima exigidas.

LEI DO SISTEMA VIÁRIO Define os esquemas de circulação da cidade, através do Sistema Viário Básico, estabelecendo as vias principais e secundárias locais, e disciplina sobre o alargamento, prolongamento de vias existentes, abertura de novas vias, e sobre o sistema de transporte coletivo.

CÓDIGO DE OBRAS E POSTURAS Regulamenta os procedimentos administrativos e executivos, e as regras gerais e específicas a serem obedecidas no projeto, licenciamento, execução manutenção e utilização de obras, edificações e equipamentos, dentro dos limites privativos dos imóveis em que se situam, com vistas a garantir as condições de higiene, saúde, conforto e segurança da população;

Integram a Lei, anexos* que detalham conceitos, procedimentos técnicos e administrativos, Tabelas de taxas de licenciamentos e bases de cálculos para tributação, tabelas de multas por desatendimento a disposições do código.

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LEI (ou PLANO DIRETOR) DA LIMPEZA URBANA

Disciplina sobre o sistema operacional de limpeza pública, com o objetivo de dar aos resíduos produzidos na zona urbana, o destino mais adequado sob os aspectos ambiental e sanitário, observadas as suas características, procedência, custo do tratamento, possibilidade de reciclagem e comercialização;

Integram a Lei, anexos* que detalham os conceitos, formas de acondicionamento adequado, sistema de remoção e transporte, serviços congêneres, fiscalização e penalidades pelo desatendimento à Lei.

* Os anexos referidos compõem-se de um conjunto de desenhos técnicos, mapas, gráficos, tabelas e textos explicativos.

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