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Anais Eletrônicos do IX Congresso Brasileiro de História da Educação João Pessoa Universidade Federal da Paraíba 15 a 18 de agosto de 2017 ISSN 2236-1855 350 O ENSINO SECUNDÁRIO NO PIAUÍ EM RETROSPECTIVA: Amada de Cássia Campos Reis 1 Maria do Amparo Borges Ferro 2 Marta Susany Moura Carvalho 3 Da Colônia ao Império Esse artigo tem como objetivo apresentar aspectos da história do ensino secundário no Piauí colonial e imperial. Resulta de um estudo bibliográfico e documental realizado tomando como fontes livros e periódicos, além de documentos originais localizados nos arquivos públicos. Mostra a trajetória do ensino secundário apontando que sua estruturação ocorreu lentamente, praticamente não existindo no período colonial e que foi precariamente organizado no período imperial. Esse trabalho vem colaborar com o esforço dos historiadores da educação piauienses em recompor o quadro histórico desse nível de ensino local, servindo também de fonte de pesquisa para trabalhos semelhantes e trazendo informações importantes para a História da Educação no Brasil. A História da Educação no Piauí, no que tange a trajetória da educação secundária, tem suas raízes no período colonial, embora as primeiras investidas em organizar o ensino formal no sertão piauiense, nesse período, resultassem em tentativas frustradas. Foi no período imperial que esse nível de ensino começou a esboçar contornos mais nítidos culminando com a instalação da primeira instituição de ensino secundário, que foi o Liceu Piauiense e, a partir de então, o ensino secundário vivendo entre avanços e retrocessos começou a se firmar no Piauí. É, portanto, com a intenção de produzir uma breve retrospectiva histórica sobre o ensino secundário piauiense que esse artigo foi escrito em duas partes conforme os dois momentos já citados: O ensino secundário no Piauí colonial: primeiras investidas e O ensino secundário no Piauí imperial: na busca de sua consolidação. 1 Amada de Cássia Campos Reis Mestra em Educação pela Universidade Federal do Piauí. Doutoranda em Educação pela Universidade Federal do Piauí Professora Assistente no Centro de Educação Aberta e à Distância da Universidade Federal do Piauí. E-Mail: <[email protected]>. 2 Maria do Amparo Borges Ferro Doutora em Educação pela Universidade de São Paulo. Professora adjunta da Universidade Federal do Piauí no Departamento de Fundamentos da Educação da UFPI, Campus Ministro Petrônio Portela. E-Mail: <[email protected] 3 Marta Susany Moura Carvalho Licenciada em Pedagogia e Mestranda em Educação pela UFPI. E-Mail: <[email protected]>.

O ENSINO SECUNDÁRIO NO PIAUÍ EM RETROSPECTIVA · o Seminário do Rio Parnaíba ou Seminário da Sambaíba, em 1749, na Vila da Mocha, depois cidade de Oeiras, sede da Capitania

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Anais Eletrônicos do IX Congresso Brasileiro de História da Educação João Pessoa – Universidade Federal da Paraíba – 15 a 18 de agosto de 2017

ISSN 2236-1855 350

O ENSINO SECUNDÁRIO NO PIAUÍ EM RETROSPECTIVA:

Amada de Cássia Campos Reis1

Maria do Amparo Borges Ferro2

Marta Susany Moura Carvalho3

Da Colônia ao Império

Esse artigo tem como objetivo apresentar aspectos da história do ensino secundário no

Piauí colonial e imperial. Resulta de um estudo bibliográfico e documental realizado tomando

como fontes livros e periódicos, além de documentos originais localizados nos arquivos

públicos. Mostra a trajetória do ensino secundário apontando que sua estruturação ocorreu

lentamente, praticamente não existindo no período colonial e que foi precariamente

organizado no período imperial. Esse trabalho vem colaborar com o esforço dos historiadores

da educação piauienses em recompor o quadro histórico desse nível de ensino local, servindo

também de fonte de pesquisa para trabalhos semelhantes e trazendo informações

importantes para a História da Educação no Brasil.

A História da Educação no Piauí, no que tange a trajetória da educação secundária, tem

suas raízes no período colonial, embora as primeiras investidas em organizar o ensino formal

no sertão piauiense, nesse período, resultassem em tentativas frustradas. Foi no período

imperial que esse nível de ensino começou a esboçar contornos mais nítidos culminando com

a instalação da primeira instituição de ensino secundário, que foi o Liceu Piauiense e, a partir

de então, o ensino secundário vivendo entre avanços e retrocessos começou a se firmar no

Piauí. É, portanto, com a intenção de produzir uma breve retrospectiva histórica sobre o

ensino secundário piauiense que esse artigo foi escrito em duas partes conforme os dois

momentos já citados: O ensino secundário no Piauí colonial: primeiras investidas e O ensino

secundário no Piauí imperial: na busca de sua consolidação.

1 Amada de Cássia Campos Reis – Mestra em Educação pela Universidade Federal do Piauí. Doutoranda em Educação pela Universidade Federal do Piauí Professora Assistente no Centro de Educação Aberta e à Distância da Universidade Federal do Piauí. E-Mail: <[email protected]>.

2 Maria do Amparo Borges Ferro – – Doutora em Educação pela Universidade de São Paulo. Professora adjunta da Universidade Federal do Piauí no Departamento de Fundamentos da Educação da UFPI, Campus Ministro Petrônio Portela. E-Mail: <[email protected]

3 Marta Susany Moura Carvalho – – Licenciada em Pedagogia e Mestranda em Educação pela UFPI. E-Mail: <[email protected]>.

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O ensino secundário no Piauí colonial: primeiras investidas

O Piauí nasceu sob o símbolo da pecuária, no século XVII, e as primeiras pessoas que

nessas terras se situaram foram os criadores de gado. Pessoas simples que não viam a

necessidade de uma educação formal para tocarem sua lida e, dentre outras particularidades,

essa, de forma especial, fez com que o ensino se estabelecesse de maneira dificultosa e muito

lentamente (FERRO, 1996, REIS, 2009). Embora frustradas, as primeiras investidas em

favor do ensino secundário no Piauí, ocorreram ainda no período colonial.

A fixação dos jesuítas, no Piauí, ocorreu tardiamente e por pouco tempo. Eles chegaram

às terras piauienses, aproximadamente, cinquenta anos antes de sua expulsão ordenada pelo

Marquês de Pombal e passaram a dedicar-se mais ao criatório de gado nas fazendas legadas

por Mafrense, o desbravador dos sertões piauienses, do que propriamente devotar-se à tarefa

evangelizadora e educativa.

Esses padres tiveram algumas iniciativas frustradas em criar escolas e seminário, como

o Seminário do Rio Parnaíba ou Seminário da Sambaíba, em 1749, na Vila da Mocha, depois

cidade de Oeiras, sede da Capitania do Piauí. Essa escola poderia ter sido a primeira escola de

nível secundário do Piauí, caso não tivesse sido transferida para o vizinho Estado do

Maranhão, sem mesmo ter entrado em funcionamento (FERRO, 1996; REIS, 2009).

Apesar do tempo reduzido de estadia dos padres Jesuítas no território piauiense e de

não terem criado com êxito cursos secundários de humanidade, não obtendo sucesso no

campo educacional como foi em outras regiões do país, a cultura escolar jesuítica, que foi

gradativamente implantada nas escolas do Piauí, que iam sendo criadas, posteriormente, por

poucos dos que conseguiram fora alguma instrução e que chegaram e se aventuraram em

assumir a tarefa de ensinar, influenciou na organização e no delineamento do modo de ser

das instituições escolares locais, chegando a se manifestar de forma acentuada em algumas.

Com a expulsão dos jesuítas e fazendo parte do plano de reformas imposto pelo

Marquês de Pombal, em 1759, foram criadas as aulas régias sob a batuta da Coroa e não mais

da Igreja, tanto em Portugal como nas suas colônias. As instalações das aulas régias eram

autorizadas pelo rei, mantidas com a arrecadação de imposto chamado de subsídio literário e

não se constituíam num plano para atendimento da demanda da população em geral, mas

eram freqüentadas por um seguimento restrito da sociedade.

No Piauí colonial, não se tem comprovações, até então, que as aulas régias de nível

secundário tiveram efetivo funcionamento, nem mesmo em Oeiras, sede da capitania. Não foi

por falta de solicitações à Coroa, pois os apelos dos governantes da Capitania do Piauí foram

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constantes, porém em vão. Segundo Sousa Neto (2009, p. 134), “em 1803, já se encontrava

requerimento do Padre Matias de Lima Taveira, solicitando sua indicação como professor de

Gramática Latina na cidade de Oeiras, pedido que não obteve resposta, uma vez que não se

achava criada a referida Cadeira que ele pleiteava”. As famílias abastadas que desejassem ver

seus filhos frequentando aulas de humanidade teriam que se desprender de seus recursos

financeiros para encaminhá-los às capitanias mais desenvolvidas ou mesmo à Europa.

Em 1818, por ordem do rei de Portugal, foi criada em Oeiras, por ser sede da Capitania,

uma cadeira de Latim que pode ser considerada a primeira iniciativa de criação de uma aula

pública de ensino secundário no Piauí. Essa cadeira, porém, não teve lotação imediata. Em

1821, através de um ofício dirigido à Coroa, Elias José Ribeiro de Carvalho, governador da

capitania do Piauí, informa que a cadeira de Latim da capital Oeiras ainda não havia sido

lotada, devido à dificuldade de aparecer um candidato que apresentasse, pelo menos, o

domínio dos conhecimentos mínimos necessários para sua ocupação (NEVES, 1997; REIS,

2009). Essa cadeira de Latim teve que esperar mais alguns anos para ser provida pelo

professor baiano, José Lobo Fróis, que prestou concurso para a mesma e teve a sua nomeação

assinada em 15 de janeiro de 1822. Esse professor foi nomeado interinamente pela Junta

Governativa da capitania que enviou um ofício, em 25 de fevereiro de 1822, ao Ministro de

Ultramar, comunicando e justificando esse ato ao tempo que pedia a aprovação do mesmo

(COSTA, 1974, REIS, 2009).

No entanto, não se tem, até o momento, localizado vestígios que confirmem que essa

aula começou a funcionar naquele mesmo ano em que foi nomeado o seu professor, o que é

pouco provável, levando em consideração que, naquela época, dada as grandes distâncias, as

dificuldades de comunicação e transporte, as correspondências circulavam lentamente

chegando ao seu destino com meses de atrasos, fazendo com que as nomeações não tivessem

um cumprimento de imediato e, além do mais, aquele momento era de efervescência política,

fazendo com que a atenção do governo se voltasse para os movimentos de Independência que

culminaram no dia 7 de setembro de 1822, ficando as questões educacionais legadas a um

segundo plano.

Tudo isso leva a concluir que, de fato, durante o período colonial, no Piauí não teve

andamento às aulas públicas de nível secundário.

O ensino secundário no Piauí imperial: na busca de sua consolidação

Como visto anteriormente, as tentativas de implantação do ensino secundário no Piauí

ocorreram ainda no período Colonial. Primeiramente os jesuítas procuraram, timidamente,

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atuar nesse campo educacional sem obter resultados positivos e o sistema de aulas régias

criado pela corroa portuguesa, após a expulsão dos jesuítas, não vingou nas terras piauienses,

apesar dos apelos constantes.

A única aula de Latim criada, em 1818, teve seu provimento autorizado, em 1822,

véspera da Independência do Brasil e da mudança do regime Colonial para o Imperial, porém

sem comprovação exata de seu funcionamento, pois em 02 de setembro de 1822, ocupando

tribuna do Congresso de Lisboa, o deputado Padre Domingo da Conceição propôs a criação

de uma cadeira de gramática latina em Oeiras, Campo Maior e Parnaíba, assim como uma de

Filosofia Racional para Oeiras e de Trigonometria Retilínea para Parnaíba. Mais tarde, em 18

de julho de 1829, o presidente da Província do Piauí, João José Guimarães e Silva

(15/02/1829 a 17/02/1831), criou três cadeiras de Latim, na cidade de Oeiras e nas vilas de

Parnaíba e Campo Maior (COSTA, 1974, v. 2).

Em 1832, com dez anos de regime Imperial, foram criadas em Oeiras as cadeiras de

Filosofia Racional e Moral, Retórica, Geografia e Francês. Tais cadeiras não foram providas,

pois pretendente que surgiu para ocupar a de Retórica, o padre José Joaquim Ferreira de

Melo, preferiu assumir a cadeira de Latim que estava vaga em Campo Maior e a cadeira de

Francês, pleiteada pelo Dr. Francisco de Sousa Martins, permaneceu vaga, pois o mesmo

optou por assumir cargo de deputado para o qual fora eleito (NUNES, 1975, v. 2; QUEIROZ,

2008).

Dessa forma, muitas aulas avulsas eram criadas no Piauí, mas não saíam do papel.

Percebe-se que houve algum esforço investido para a criação de cadeiras de nível secundário

no Piauí, tanto no final do período Colonial como no começo do período Imperial, porém não

se obteve o êxito esperado, pois quando colocadas em concurso, não apareciam candidatos

interessados em ministrá-las e, quando havia alguém habilitado para regê-las, logo desistiam

da proposta, por não se sentirem atraídos pelos minguados salários, optando por uma

ocupação de maior relevo social e econômico. As cadeiras que alcançavam algum efeito

prático tinham um funcionamento instável e muito precário, não só pela carência de

professores habilitados para regê-las e materiais didáticos, mas também pela própria falta de

interesse dos alunos.

Com a precariedade do ensino secundário, as famílias abastadas continuavam

assumindo o ônus de mandar seus filhos estudarem fora da Província. Uma alternativa

encontrada pelo governo foi a de custear os estudos de alguns alunos e de funcionários

públicos, mantendo-os como pensionistas em colégios e academias das províncias mais

adiantadas. Era muito comum essas pessoas, ao retornarem dos seus estudos, além de

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assumirem postos de destaque na administração pública também dedicarem-se ao magistério

como uma segunda opção.

No que se refere à educação no Piauí nas primeiras décadas do período Imperial,

“nenhum colégio, quer público, quer particular, existia em todo território do Piauí”

(CHAVES, 1998, p. 36). Nessa época, é digno destacar as aulas particulares, tanto de nível

elementar como de nível secundário, proferidas pelo Padre Marcos de Araújo Costa, em sua

escola que funcionava nas dependências da sua fazenda Boa Esperança. Esse sacerdote

manteve a escola de Boa Esperança funcionando por trinta anos até o ano de sua morte, em

1850. Segundo Sousa (2010, p. 52), “foi uma instituição de ensino pioneira em oferecer

educação formal além das Primeiras Letras. Numa época em que toda a educação brasileira

caracterizava-se pela inexistência de instituições educativas organizadas para a transmissão

do saber formal.”

Figura 01 – Padre Marcos de Araújo Costa

Fonte: FERRO (1996, p 65 ).

O Padre Marcos manteve a Escola Boa Esperança às suas custas e com a colaboração

das famílias de alguns alunos que assim desejassem ajudá-lo. Essa escola sobreviveu por

trinta anos, de 1820 até 1850 e, nela, o velho mestre atendia, em regime de internato, jovens

rapazes privilegiados para ensinar-lhes as primeiras letras e também as lições de

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humanidades como de Latim, Retórica, Filosofia, Francês e Teologia Dogmática, preparando-

lhes para o ingresso em escolas superiores ou fornecendo-lhes capacitação intelectual para

tornarem-se “líderes das comunidades onde viveram e atuaram” (CHAVES, 1998, p. 438).

Dessa forma, pode-se afirmar que o “Padre Marcos e sua Boa Esperança encontraram-se

estreitamente ligados à instrução das famílias de elite e à formação dos corpos dirigentes da

administração pública piauiense da primeira metade do século XIX” (SOUSA NETO. 2009, p.

125).

As figuras a seguir são dois recortes de documentos comprobatórios da existência da

Escola Boa Esperança, em dois momentos de sua história. O primeiro, figura 02, sintetiza a

situação da Escola Boa Esperança quanto à matrícula por cadeiras ofertadas. É datado de 1º

de julho de 1846 e foi apresentado aos deputados na abertura da Assembléia Legislativa

Provincial, em 06 de julho de 1847, por Zacarias de Góis e Vasconcelos, presidente da

Província. Nele consta, além da quantidade de 6 alunos matriculados nas aulas de 1as Letras,

a relação das cadeiras de ensino secundário ministradas pelo Padre Marcos e a quantidade de

alunos que ele atendia em cada uma: Latim – 11, Retórica – 3, Filosofia e Francês – 3 e

Teologia Dogmática – 1, somando um total de 24 alunos.

Figura 02 – Mapa das cadeiras e número de alunos da Escola Boa Esperança – 1846

Fonte: Relatório do Presidente da Província do Piauí, Zacarias de Góis 1847. Casa Anísio Brito, Arquivo Público de Teresina.

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A figura 03 representa um recorte do mapa das aulas particulares existentes no Piauí

em 1850, apresentado pelo presidente da Província Inácio Francisco Silveira da Mota, aos

deputados, na seção de abertura dos trabalhos da Assembleia Legislativa, em 1º de julho de

1850. Nesse documento, pode-se constatar que em 1850, essa escola atendia 40 alunos do

sexo masculino. Esse foi o último ano de atividade da Escola Boa Esperança que cerrou suas

portas com a morte do seu mestre, o Padre Marcos, em de novembro de 1850.

Figura 03 – Mapa das aulas particulares da Província do Piauí – 1850

Fonte: Relatório do presidente da Província do Piauhy, Ignácio Francisco S. da Mota, 1850. Casa Anísio Brito, Arquivo Público de Teresina.

Não se pode deixar de registrar o empenho particular dedicado pelo Padre Francisco

Domingos de Freitas e Silva e do Dr. Cândido de Deus e Silva em favor da educação

secundária do Piauí imperial. Ambos foram figuras marcantes no movimento de

Independência da província do Piauí. O primeiro criou, em 1844, uma escola primária e um

curso secundário de Latim, em sua fazenda Piripiri e o segundo também ministrava aulas

secundárias em Parnaíba. Sem contar que em outras localidades do interior da província era

possível encontrar sacerdotes que mantinham aulas particulares, atendendo alguns

paroquianos para o ensino elementar de primeiras letras como também de Latim (QUEIROZ,

2008).

No período Imperial, com a intenção de regulamentar as escolas de primeiras letras e

as cadeiras ou aulas avulsas do ensino secundário, o presidente da província, Manoel de

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Sousa Martins, sancionou a Lei Provincial nº 75/1837. Essa lei torna-se uma fonte, por

excelência, para conhecimento do cotidiano dessas escolas, pois “quanto mais para trás vão

os historiadores, buscando reconstruir as experiências das classes sociais inferiores, mais

restrita se torna a variedade de fontes à sua disposição” (SHARPE,1992, p. 43). Com base

nessa lei, podem-se resgatar aspectos da cultura escolar que caracterizaram as aulas avulsas

do ensino secundário do Piauí no início do período imperial.

Por essa via, as cadeiras secundárias deveriam funcionar todos os dias da semana com

exceção dos domingos e quartas-feiras, feriados e dias santos, no horário de 8 à 10 horas da

manhã e das 3 às 5 horas da tarde. Durante o ano havia apenas um período de férias de dois

meses, iniciando em de 8 de dezembro e findando em 8 de fevereiro. Os professores deveriam

fazer a matrícula de seus alunos registrando em livros próprios a data da sua realização e

preenchendo as lacunas com o nome, idade, naturalidade, filiação de cada um deles.

Nesse mesmo livro, o professor deveria anotar o dia e motivo das saídas dos alunos,

suas faltas e presenças como também as matérias ensinadas. Essa lei não permitia castigos

cruéis como “os açoites, a tortura, a marca de ferro quente”, comumente usados para punir os

escravos, mas o professor poderia fazer uso da palmatória de forma moderada, sendo as

faltas leves comunicadas aos pais e as grave ao Juiz de Paz, podendo mesmo chegar ao

conhecimento do Presidente da Província, na capital, e dos prefeitos, nas vilas, para aplicação

das penas cabíveis (PIAUHY, CARTA DE LEI Nº 75, 1837).

Considerando a escola normal como uma modalidade de instituição integrante ao

ensino secundário, cabe aqui tecer algum comentário sobre essa instituição que se destinava

à formação de professores para o ensino elementar. No período imperial, foram três as

tentativas de fundação da escola normal em Teresina, capital da Província do Piauí: a

primeira tentativa ocorreu com sua criação em 1864, porém só começou a funcionar no ano

seguinte, alojando-se em uma sala cedida pela Assembleia Legislativa Provincial e foi extinta

em 1867. Nesse mesmo ano, foi reaberta e passou a funcionar nas dependências do Liceu

onde permaneceu em atividade até o ano de 1874 e ficando inativa por oito anos. Numa

última tentativa, ainda no período imperial, a Escola Normal retomou seu funcionamento,

em 1882, no mesmo local anterior e foi novamente extinta em 1888. Referindo-se à Escola

Normal desse período, Soares (2004, p. 44) posiciona-se dizendo que

Os contínuos retrocessos no projeto de surgimento da Escola Normal em Teresina remete [sic] à conclusão de naquele período, a sociedade piauiense não demonstrava amadurecimento político-social suficiente para lutar pela permanência de uma escola de formações de professores. [...], a Escola Normal no período imperial esteve à mercê das decisões governamentais justificadas pelas oscilações financeiras da Província, as quais escamoteavam

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a inexistência de uma ideologia consistente que a mantivesse. (grifo da autora)

Durante o período imperial, a Escola Normal no Piauí caracterizou-se por ser um curso

aligeirado, com um ensino voltado mais para os conhecimentos de natureza geral, abordando

com mais ênfase os conteúdos constantes nos programas das escolas elementares, em

detrimento dos conhecimentos pedagógicos. Essa escola teve um funcionamento

descontínuo, precário e uma frequência baixa e irregular, ocasionada principalmente pela

falta de estímulo, pois a sua conclusão não era condição exigida para a contratação de

professores, podendo pessoas com apenas certo domínio na leitura, escrita e cálculos

atuarem como professor.

O Liceu Provincial foi a primeira instituição pública de ensino secundário a existir de

fato no Piauí. Criado pela Lei 198, sancionada pelo presidente da Província Zacarias de Góis e

Vasconcelos (1845-1847), em 4 de outubro de 1845, essa instituição teve sua história marcada

por dois momentos distintos: o primeiro momento correspondeu aos sete anos iniciais de sua

existência, partindo de 1845, ano de sua criação, em Oeiras, na época a capital da Província

do Piauí, até 1852, ano em que o mesmo foi transferido para Teresina por ocasião da

mudança da capital para essa cidade; o segundo momento corresponde ao período que essa

escola passou a funcionar na nova capital, após 1852 e estendendo-se até os dias atuais

encontrando-se ainda em pleno funcionamento.

Após analisar a precária situação da instrução pública da província e percebendo um

ensino secundário inoperante, Zacarias de Góis extinguiu as três únicas aulas avulsas ainda

em atividade e criou o Liceu Provincial em Oeiras. Essa escola, nos anos iniciais, encontrou

dificuldades em se estabelecer e funcionar de forma regular. Não tendo prédio público para

abrigá-lo, as aulas eram ministradas na própria casa dos professores.

O Liceu Provincial apresentava um currículo formado pelas cadeiras de Latim, Francês,

Inglês, Geometria e Aritmética, Geografia e História, Retórica e Poética, Filosofia Racional e

Moral. Das cadeiras ofertadas por essa instituição de ensino, apenas a cadeira de Latim, que

já existia anteriormente, permaneceu funcionando. As demais cadeiras ficaram vagas,

aguardando seu preenchimento por meio de disputadas em concurso por pessoas habilitadas,

o que foi acontecendo ano após ano.

O quadro seguinte mostra os primeiros professores do Liceu Provincial, que

desempenharam suas funções durante o período compreendido entre os anos de 1845 a

1850. Apresenta também a cadeira que cada professor ocupou e ainda o ano de sua

nomeação.

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QUADRO 1

RELAÇÃO DOS PRIMEIROS PROFESSORES DO

LICEU PROVINCIAL DO PIAUÍ–1845-1850

NOME DO PROFESSOR CADEIRA NOMEAÇÃO

Antonio João Baptista Ferreira Latim 1845

Cândido José Casado Lima Francês 1847

Cândido Gil Castelo Branco História e Geografia 1848

Carlos de Sousa Martins Filosofia

José Sérvio Ferreira Geometria

1849 Antônio Joaquim de Siqueira Inglês

Simplício de Sousa Mendes Geografia

Joaquim Borges Carneiro Retórica 1850

José Martins Pereira de Alencastre Língua Nacional

Fonte: Reis (2009)

Voltando-se para o funcionamento interno do Liceu Provincial do Piauí, como propõe

Dominique Julia aos historiadores que desejam conhecer a cultura escolar de uma

instituição, procurou-se nos documentos a revelação das suas práticas escolares, pois como

esse autor mesmo diz: “pode-se tentar reconstituir, indiretamente, as práticas escolares a

partir das normas ditadas nos programas oficiais” (JULIA, 2001, p. 17). Analisando a

Resolução nº 287, de 10 de setembro de 1850, tentou-se na descrição a seguir, aproximar do

que poderia ter sido o cotidiano dessa escola.

O ano letivo do Liceu iniciava em 16 de janeiro, com aulas nos turnos da manhã e tarde,

havendo interrupções aos domingos e quintas-feiras, além dos feriados nacionais e dias

santos. Em 14 de dezembro, as aulas eram encerradas, ficando suspensas por dois meses – o

período das férias escolares. A matrícula era feira pelos professores e os alunos escolhiam as

cadeiras que desejassem frequentar. A disciplina era rígida e para a sua manutenção, nas

aulas de Latim e Língua Nacional, era permitido aos professores o uso moderado da

palmatória. Os alunos eram submetidos a exames perante uma banca examinadora e, nesse

momento de tensão, após discorrerem sobre um determinado assunto sorteado minutos

antes, eles ficavam à disposição das argüições feitas pelos membros da banca (PIAUHY,

RESOLUÇÃO..., 1850).

O Liceu ia aos poucos se organizando, as cadeiras sendo providas, medidas para o

aumento da frequência foram tomadas, proposta de criação de um internato foi cogitada e até

uma casa foi alugada com o propósito de agrupar as cadeiras que funcionavam

inconvenientemente, nas casas dos professores, dando à escola um ar mais verdadeiro de

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uma instituição pública. Porém, tão logo o Liceu começou entrar num ritmo de

funcionamento mais regular, o presidente da Província, Conselheiro Antônio Saraiva, em

1852, aprovou a sua transferência para Teresina, a nova capital, levando todos os móveis,

materiais didáticos e outros utensílios da escola.

Após ter perdido o Liceu, o ensino secundário da cidade de Oeiras retrocedeu, tornando

a adotar o regime de aulas avulsas ministradas nas casas do professores. Apenas as aulas de

Latim e de Geometria permaneceram, mas por pouco tempo, ficando a primeira capital, em

1854, sem nenhuma escola pública secundária.

Em 1859, voltam a funcionar as aulas de Latim, Francês e Geografia como cadeiras

pertencentes ao quadro curricular do Liceu de Teresina, usufruindo das mesmas

prerrogativas, porém funcionou por somente dois anos, sendo extintas em 1861, por ocasião

do fechamento do Liceu. Posteriormente, as aulas públicas de Latim e Francês voltaram a ser

ministradas por um único professor, com baixa frequência, sem constância e com

substituição freqüente de professores. Oeiras chegou ao fim do período Imperial sem aulas

públicas de ensino secundário em atividade (REIS, 2009).

Ao ser transferido para Teresina, o Liceu teve suas aulas suspensas em 1853,

procurando adaptar-se ao ritmo da nova capital ainda em construção, retomando suas

atividades no ano seguinte. Porém, essa escola teve que conviver todo o período Imperial com

problemas relacionados ao número pequeno de matrículas, baixa assiduidade dos alunos,

falta de prédio para abrigar toda as cadeiras, carência de professores, baixos salários e outros.

O Liceu Provincial chegou ao final do período imperial apresentando um currículo

acanhado e com um quadro curricular formado por apenas sete cadeiras com uma frequência

relativamente baixa, a saber: Língua Nacional – 22 alunos, Latim – 10 alunos, Francês – 26

alunos, Inglês – 04 alunos, Matemática – 25 alunos, Geografia e História – 10 alunos, e

Filosofia e Retórica (PIAHUY, RELATÓRIO, 1889).

O Liceu reiniciou suas atividades na nova capital Teresina de forma precária com as

aulas sendo ministradas nas casas dos professores e, por muito tempo ainda, sem pouso

certo, funcionou em prédios públicos ou alugados alterando constantemente o seu endereço.

Logo nos anos iniciais, a matrícula diminuía ano após ano, fazendo com que o governador da

província Antônio de Brito de Sousa Gaioso o extinguisse em 1861. Fechado por seis anos

voltou a restabelecer o seu funcionamento em 1867 para depois ver novamente suas porta

abrindo e fechando repetidamente, apresentando um funcionamento instável com uma

oscilação nas matrículas e freqüências dos alunos e, entre esses e outros entraves, o Liceu

chegou ao fim do período Imperial (FERRO, 1996; VASCONCELOS, 2007; REIS, 2009).

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Diante do exposto, pode-se dizer que as vicissitudes vividas pelo ensino secundário no

Piauí fizeram com que seu itinerário histórico fosse lento e dificultoso. No período Colonial

não chegou a se instalar oficialmente, apenas experimentou o insucesso das investidas dos

jesuítas e viu, no fechar desse período histórico e início do outro, o funcionamento da escola

particular do Padre Marcos. Iniciativas mais concretas por parte do governo ocorrerem no

período Imperial com o funcionamento, mesmo que precário, de algumas aulas avulsas e a

criação do Liceu Provincial que marcou o início da consolidação desse nível de ensino na

Província.

Referências

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