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sabem o que querem e do que precisam para melhora- rem o serviço educativo que prestam . Neste número dedicado à autonomia das escolas, pro- curámos ainda o testemunho da única escola do EDV que já celebrou um contrato de autonomia — Escola Secun- dária com 3º Ciclo do Ensi- no Básico João da Silva Cor- reia (S.J. Madeira). Queremos deixar o EDV a pensar nisto. Como se cons- trói a autonomia, que virtu- des encerra e que dinâmicas implica na vida das escolas que escolhem esse caminho. Sendo os contratos de auto- nomia celebrados na sequên- cia de procedimentos de auto -avaliação e avaliação externa, aqui temos mais um desafio para as equipas de auto-avaliação das escolas que têm de continuar a explorar as sinergias entre estes dois tipos de avaliação, para se conhecerem cada vez melhor e, assim, promo- verem a qualidade do servi- ço educativo. Autonomia, para que te quero? Equipa de Auto-Avaliação Escola Secundária de Arouca Este Espelho reflecte muito mais. É o mesmo, mas é outro. A partir de agora, temos vários espe- lhos, vários olhares, para dar conta da mesma paisa- gem: o EDV. No Fórum “Avaliar Escolas: Missão Impossível (?)”, que teve lugar na ESA, a 14 de Janei- ro, foi lançado o projecto de um novo boletim, cons- truído em colaboração com todas as escolas EDV, para dar voz às experiências de avaliação que cada uma delas vai vivendo e cons- truindo. Neste segundo número, foram convidadas a colabo- rar as escolas dos conce- lhos de São João da Madei- ra, Oliveira de Azeméis e Espinho e ainda o Agrupa- mento de Escolas de Arou- ca. Presentes no Fórum “Avaliar Escolas: Missão Impossível (?)”, muitas des- tas escolas quiseram parti- lhar connosco, neste núme- ro, reflexões e experiências que dão conta dos cons- trangimentos que têm enfrentado e das soluções que têm sabido encontrar, no quotidiano das escolas reais, onde trabalham e que querem melhorar. Em todos os relatos aqui apre- sentado sobressai a cons- ciência da necessidade de “avaliar para conhecer”, de “conhecer para intervir” e de “intervir para melhorar”. Há relatos diversificados de problemas, de soluções e de estratégias que se procu- ram adequar às comunida- des educativas a que se destinam. Significa que as escolas que se avaliam e que reflectem sobre as suas práticas, conhecem bem os problemas que precisam de resolver: melhorar os resul- tados escolares dos alunos; diminuir a violência em con- texto escolar e promover uma convivência pacífica; agilizar o funcionamento administrativo e burocrático da instituição escola; opti- mizar a gestão dos recursos humanos e físicos ao seu dispor, entre outros. Enfim, estas escolas mostram que EDITORIAL Abril 2010 Boletim nº2 [Trimestral] O ESPELHO “A MELHORIA É UMA ATITUDE E UMA FOR- MA DE ESTAR” Auto-avaliação Escola Secundária de Arouca Av. Descobrimentos, n.º 3 4540-104 Arouca Tel.: 256940040 Fax.: 256940049 Correio electrónico: [email protected] Nesta edição: Escola autónoma, escola aprendente 2 Autonomia e desenvol- vimento - um testemu- nho do EDV 2 Contribuição da avalia- ção externa para o desenvolvimento orga- nizacional da escola – Percepção dos profes- sores 3 Auto-avaliação: expec- tativas e constrangimen- tos 3 Auto-avaliação: dificul- dades sentidas, soluções encontradas 4 Avaliar a escola - valori- zar a escola 6 Conhecer para intervir - violência em contexto escolar 6 Auto-avaliação em destaque nas escolas do EDV 7 Contratos de autono- mia – muito por fazer 8 As 22 escolas abrangi- das por contratos de autonomia 8

O ESPELHO - essantoandre.yolasite.comessantoandre.yolasite.com/resources/Boletim_N2_ABR10.pdf · EDITORIAL Boletim nº2 [Trimestral] Abril 2010 O ESPELHO “A MELHORIA É UMA ATITUDE

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sabem o que querem e do que precisam para melhora-rem o serviço educativo que prestam .

Neste número dedicado à autonomia das escolas, pro-curámos ainda o testemunho da única escola do EDV que já celebrou um contrato de autonomia — Escola Secun-dária com 3º Ciclo do Ensi-no Básico João da Silva Cor-reia (S.J. Madeira).

Queremos deixar o EDV a pensar nisto. Como se cons-trói a autonomia, que virtu-des encerra e que dinâmicas implica na vida das escolas que escolhem esse caminho. Sendo os contratos de auto-nomia celebrados na sequên-cia de procedimentos de auto -avaliação e avaliação externa, aqui temos mais um desafio para as equipas de auto-avaliação das escolas que têm de continuar a explorar as sinergias entre estes dois tipos de avaliação, para se conhecerem cada vez melhor e, assim, promo-verem a qualidade do servi-ço educativo.

Autonomia, para que te quero? Equipa de Auto-Avaliação Escola Secundária de Arouca

Este Espelho reflecte

muito mais. É o mesmo, mas é outro. A partir de agora, temos vários espe-lhos, vários olhares, para dar conta da mesma paisa-gem: o EDV. No Fórum “Avaliar Escolas: Missão Impossível (?)”, que teve lugar na ESA, a 14 de Janei-ro, foi lançado o projecto de um novo boletim, cons-truído em colaboração com todas as escolas EDV, para dar voz às experiências de avaliação que cada uma delas vai vivendo e cons-truindo.

Neste segundo número, foram convidadas a colabo-rar as escolas dos conce-lhos de São João da Madei-ra, Oliveira de Azeméis e Espinho e ainda o Agrupa-mento de Escolas de Arou-ca. Presentes no Fórum “Avaliar Escolas: Missão

Impossível (?)”, muitas des-tas escolas quiseram parti-lhar connosco, neste núme-ro, reflexões e experiências que dão conta dos cons-trangimentos que têm enfrentado e das soluções que têm sabido encontrar, no quotidiano das escolas reais, onde trabalham e que querem melhorar. Em todos os relatos aqui apre-sentado sobressai a cons-ciência da necessidade de “avaliar para conhecer”, de “conhecer para intervir” e de “intervir para melhorar”. Há relatos diversificados de problemas, de soluções e de estratégias que se procu-ram adequar às comunida-des educativas a que se destinam. Significa que as escolas que se avaliam e que reflectem sobre as suas práticas, conhecem bem os problemas que precisam de resolver: melhorar os resul-tados escolares dos alunos; diminuir a violência em con-texto escolar e promover uma convivência pacífica; agilizar o funcionamento administrativo e burocrático da instituição escola; opti-mizar a gestão dos recursos humanos e físicos ao seu dispor, entre outros. Enfim, estas escolas mostram que

EDITORIAL

Abril 2010 Boletim nº2 [Trimestral]

O ESPELHO

“A MELHORIA É UMA ATITUDE E UMA FOR-

MA DE ESTAR”

Auto-avaliação Escola Secundária de Arouca

Av. Descobrimentos, n.º 3

4540-104 Arouca

Tel.: 256940040 Fax.: 256940049

Correio electrónico: [email protected]

Nesta edição:

Escola autónoma, escola aprendente

2

Autonomia e desenvol-vimento - um testemu-nho do EDV

2

Contribuição da avalia-ção externa para o desenvolvimento orga-nizacional da escola – Percepção dos profes-sores

3

Auto-avaliação: expec-tativas e constrangimen-tos 

3

Auto-avaliação: dificul-dades sentidas, soluções encontradas

4

Avaliar a escola - valori-zar a escola

6

Conhecer para intervir - violência em contexto escolar

6

Auto-avaliação em destaque nas escolas do EDV

7

Contratos de autono-mia – muito por fazer

8

As 22 escolas abrangi-das por contratos de autonomia 

8

O reforço da autonomia das escolas, há muito reclamada por vários secto-res de opinião, constitui o terceiro objectivo do novo regime jurídico de autonomia, administração e gestão escolar [Decreto_Lei nº 75/2008, de 22 de Abril], e vem juntar-se à neces-sidade de reforçar as lideranças das escolas e ao propósito de incremen-tar e consolidar a participação das famílias e comunidades na direcção estratégica dos estabelecimentos de ensino. Estas mudanças estratégicas consubs-tanciam-se em três pilares essenciais: a celebração de contratos de autono-mia entre o ME e as escolas, a criação do cargo de Director, coadjuvado por um subdirector e um pequeno núme-ro de adjuntos, mas constituindo um órgão unipessoal e não um órgão colegial e ainda a criação do Conse-

lho Geral, esse sim um órgão cole-gial de direcção. A autonomia, considerada um “valor instrumental”, deve conduzir a uma melhoria efectiva da qualida-de do serviço público de educação e, nessa medida, pressupõe um regi-me de avaliação e de prestação de contas particularmente exigente. É aqui que a auto-avaliação e a avalia-ção externa das escolas assumem uma relevância particular e decisiva A defesa da autonomia para as escolas resulta da constatação de que a excessiva centralização con-duz à desadaptação das instituições que se tornam, assim, incapazes de criarem e implementarem soluções eficazes e adaptadas à comunidade que servem. Se à escola não é dada a possibilidade de pensar soluções à medida das suas necessidades, então a escola, mecanicamente, executa e aplica as prescrições legais impostas, desenvolvendo-se uma certa “preguiça institucional” que desres-ponsab i l i z a todos quan tos “cumprem ordens”, não responden-do pela adequação ou eficácia das

mesmas em contexto real. Santos Guerra (2000:84) é claro quanto às virtudes da autonomia, ao dizer que “a autonomia das escolas já contém em si o potencial que permite cumprir objectivos impen-sáveis de obter de outra forma”. Por outro lado, a celebração de contratos de autonomia pode ser encarada como um reconhecimento da capacidade dos agentes educati-vos envolvidos. Nessa perspectiva, Santos Guerra (2000:85), de novo, defende que “Potenciar a autono-mia das instituições é acreditar que são compostas por equipas de pro-fissionais capazes de pensar, dialo-gar e trabalhar de forma responsá-vel.” É o elogio da escola aprendente. Então, será legítimo concluir que a escola autónoma é a escola aprenden-te .

Olga Soares Grupo Auto-avaliação Escola Secundária de Arouca

postas por todos os órgãos e sectores da Escola convergem para a sua con-cretização. Sendo os resultados esco-lares a focalização de todo o processo e sendo o aluno, consequentemente, o elemento central da vida escolar, os principais compromissos assumidos interagem, no presente ano, na flexibi-lidade da carga horária e do tempo lectivo dos alunos do 3º ciclo, na insti-tuição da figura do tutor a nível do 7º e do 10º anos (que é responsável pelo acompanhamento de todo o percurso escolar de um grupo restrito de alu-nos), na selecção e contratação do pessoal docente necessário para suprir as necessidades supervenientes, na diferenciação da oferta no bufete.

Entendemos que o conceito de Autonomia ainda tem muito para evo-luir. Os normativos não têm de facto permitido a mudança que inicialmente era expectável. Continua a ser nosso

No terceiro ano de aplicação do contrato de autonomia, a escola tem-se pautado pelo rigoroso cumpri-mento dos objectivos que se propôs atingir e por um dinamismo consubs-tanciado no seu Projecto Educativo.

Sentimos essencialmente que, ao longo destes anos, estamos perante o DESENVOLVIMENTO da nossa Autonomia que, na sua essência, se traduz por uma avaliação interna contínua, concebida num processo activo e dinâmico, constituindo-se como um instrumento particular-mente importante para a melhoria da escola.

O Contrato que assinámos veio incutir um cuidado redobrado na concepção e avaliação das nossas práticas, essencialmente ao nível das metas negociadas. A qualidade de ensino é o nosso principal objectivo e todas as acções delineadas e pro-

entendimento que a escola com o contrato de autonomia, e que já demonstrou capacidade para atingir os objectivos propostos, deveria poder exercer uma maior auto-gestão, sempre ancorada num Pro-jecto Educativo aferido e sólido e disponível para avaliação. Porém, a concretização deste projecto nem sempre se revela flexível e substan-cial, embora neste processo, não se subtraia o mérito da mobilização e cooperação de todo o corpo docen-te. Margarida Violante Escola Secundária com 3º Ciclo do Ensi-no Básico João da Silva Correia

ESCOLA AUTÓNOMA, ESCOLA APRENDENTE

AUTONOMIA E DESENVOLVIMENTO— UM TESTEMUNHO DO EDV

Página 2 O ESPELHO

Como aspectos positivos, destaca-mos o bom clima de trabalho, o empenho e disponibilidade dos membros da equipa. O recurso a bibliografia especializada, a consulta do site da IGE e o apoio e partilha de documentação de colegas da equipa de auto-avaliação da Escola Secundária de Arouca, há vários anos a realizar tarefa idêntica, tem sido de grande ajuda.

Os constrangimentos começaram pela tardia formação do grupo de trabalho, a que se juntaram a falta de formação especializada no tema e a não atribuição de horário de traba-lho comum para essa finalidade. Deste modo, os primeiros passos de organização do trabalho e de esque-

O Agrupamento de Escolas de Arouca iniciou, no presente ano lectivo, o processo de auto-avaliação, na sequência de uma pri-meira avaliação externa.

Embora já se tivessem desenvolvi-do experiências de auto-avaliação de alguns aspectos da vida escolar, podemos referir que partimos de um ponto bastante incipiente nesta matéria, quer em termos práticos quer teóricos.

As expectativas iniciais de rapidez e facilidade na execução das várias etapas do processo foram diminuin-do com a realização das reuniões de trabalho. Nestas, passámos a ter a percepção das muitas dificuldades na sua implementação.

matização das suas etapas foram difíceis.

Continuamos com o trabalho e muita discussão à volta da avaliação e da auto-avaliação.

O caminho é longo e difícil. Mas… nada como começar.

Virgínia Gomes Agrupamento de Escolas de Arouca

AUTO-AVALIAÇÃO: EXPECTATIVAS E CONSTRANGIMENTOS

Página 3 Boletim nº2 [Trimestral]

sabilização, de participação e de ava-liação institucional.

Procurou-se saber, entre outros aspectos, a opinião dos professores sobre a contribuição da avaliação externa para o desenvolvimento organizacional da sua escola, através de três itens: promoção do desen-volvimento organizacional, contribui-ção para a discussão do futuro da escola e promoção da construção da autonomia. 80% dos professores que participaram no estudo considera-ram que a avaliação externa promo-ve a construção da autonomia da escola.

Cerca de 77% dos professores manifestaram a opinião de que a avaliação externa contribuiu, nas suas escolas, para uma mudança de práticas. Os docentes, na sua maio-ria, consideraram que a avaliação externa contribuiu para a mudança de práticas dos professores a nível pedagógico e de participação na escola enquanto organização e des-tacaram a influência da mesma na mudança de práticas dos órgãos de

O programa de avalização externa, que está a ser implementado em Portugal desde 2006, é uma medida de política educativa que tem como objectivo a promoção de processos de melhoria nas escolas. O desen-volvimento destes processos de melhoria pressupõe competências de reflexão e de aprendizagem orga-nizacional da escola, que dependem, em grande medida, da mobilização dos actores educativos que detêm uma maior capacidade de interven-ção a esse nível: os professores. A capacidade de auto-regulação e melhoria, um dos domínios avaliati-vos do programa, está intimamente relacionada com o desenvolvimento de competências de autonomia e de prestação de contas.

Num estudo conduzido em quatro escolas da região de Entre Douro e Vouga procurou-se compreender a percepção dos professores relativa-mente à avaliação externa da sua escola e de que forma, na opinião dos mesmos, esta avaliação influen-ciou a criação de culturas de respon-

gestão. Acresce a isto ao facto de cerca de

90% dos professores inquiridos afir-marem que a avaliação externa pro-move práticas de auto-avaliação.

Estes dados permitem-nos concluir que os professores têm uma percep-ção “criativa” da avaliação externa no que diz respeito à sua influência em domínios relacionados com a autonomia da escola, encarando-a como potenciadora de desafio e de desenvolvimento para a escola e para os profissionais. O mesmo já não acontece no que concerne a influência da avaliação externa no clima de escola e na relação da mes-ma com a comunidade, domínios em que, em parte das escolas, a percep-ção dos professores é “conflituosa”. Ana Rio Mestranda da Universidade Católica

CONTRIBUIÇÃO DA AVALIAÇÃO EXTERNA PARA O DESENVOLVIMENTO ORGANIZACIONAL DA ESCOLA – PERCEPÇÃO

DOS PROFESSORES

Página 4 O ESPELHO

De acordo com o Decreto-Lei nº 75/2008, de 22 de Abril, no número 1, do Artigo 9º, do seu capítulo II são instrumentos de autonomia:

“a) Projecto Educativo; b) Regula-mento Interno; c) Planos anual e plurianual de actividades; d) Orça-mento” e, de acordo com o núme-ro 2, do mesmo artigo, são ainda instrumentos de autonomia dos agrupamentos de escolas e das escolas não agrupadas “para efeito da respectiva prestação de contas, o relatório anual de actividades, a con-ta de gerência e o relatório de auto-avaliação”. Em relação ao relatório de auto-avaliação interessará refe-rir que o referido Decreto-Lei, na alínea c) do número 2, do artigo 9º, o considera como “documento que procede à identificação do grau de concretização dos objectivos fixa-dos no projecto educativo, à avalia-ção das actividades realizadas pelo agrupamento de escolas ou escola não agrupada e da sua organização e gestão, designadamente no que diz respeito aos resultados escolares e à prestação do serviço educativo”.

É no enquadramento referencia-do anteriormente que o Agrupa-mento de Escolas de Carregosa, a partir da sua Direcção Executiva, organizou o Observatório de Qualidade constituído, numa primeira fase neste Ano Lectivo,

por sete Professores dos diferen-tes Ciclos, e uma Educadora de Infância. Numa segunda fase juntar-se-ão a esta Equipa um elemento do Conselho Geral, o Chefe dos Serviços de Administração Escolar, a Coordenadora dos Assistentes Operacionais, um elemento repre-sentativo das Associações de Pais e Encarregados de Educação, qua-tro alunos do 9º ano do Ensino Básico e elementos dos Departa-mentos Curriculares.

Nesta primeira fase, a prioridade foi organizar-nos, no sentido de compreendermos qual o caminho que poderíamos seguir, a partir dos documentos de auto-avaliação já existentes e de que forma colo-caríamos todos os elementos a participar neste processo.

Refira-se que nenhum dos ele-mentos, à excepção da Coordena-dora da Equipa, possui formação nesta área, o que torna o proces-so muito difícil de concretizar.

Nenhum dos elementos da Equipa possui horas, no seu horá-rio, para desenvolver e se dedicar a este processo, havendo, no caso dos Docentes, uma grande sobre-carga na sua componente não lec-tiva, à semelhança do que ocorre com as Equipas de outros Agrupa-mentos, a crer no que foi referido aquando do nosso último encon-tro, em Arouca.

Para percorrer este caminho com sucesso enveredamos por um, que, embora sinuoso, passa-mos a apresentar. Estamos cons-cientes que não é um percurso excepcional nem um caminho fan-tástico, que depois de terminado, resolverá todos os nossos proble-mas, mas é aquele que considera-mos possível e que se manterá num contínuo devir.

Assim, depois da Equipa forma-da ,estabelecemos os nossos Objectivos, tendo como orienta-ção o Decreto-Lei nº 75/2008, de 22 de Abril.

Maria de Fátima Jaco Saraiva Agrupamento de Escolas de Carregosa

1. Avaliar o grau de concretização dos objectivos fixados no Projecto Educativo, atendendo aos diver-

sos contextos existentes no Agrupamento;

2. Avaliar as actividades realizadas pelo Agrupamento e a qualidade do processo ensino e aprendiza-

gem, nas suas diversas dimensões, no sentido de elevar os seus níveis de eficiência;

3. Avaliar a prestação do serviço educativo tendo em consideração a articulação e a sequencialidade, a

abrangência do Currículo e a valorização dos saberes e da aprendizagem

4. Avaliar o “modelo” de Gestão Escolar (liderança, concepções, planeamento, gestão dos recursos huma-

nos, gestão dos diversos serviços educativos)

AUTO-AVALIAÇÃO: DIFICULDADES SENTIDAS, SOLUÇÕES ENCONTRADAS

OBSERVATÓRIO DE QUALIDADE: OBJECTIVOS

Página 5

LINHAS ORIENTADORAS DO OBSERVATÓRIO DE QUALIDADE PARA A AUTO –AVALIAÇÃO

Quadro de Referência para a Avalia-ção de Escolas e Agrupamentos (Inspecção Geral de Educação Cinco Domínios de Avaliação

2. CAF – Common Assessment Framework É um modelo de auto-avaliação através do qual uma organização procede ao diag-nóstico do seu desempenho. Não é um modelo estanque e recorre a um conjunto de critérios que não só identi-ficam o tipo de necessidades como também permitem diagnosticar a eficácia e a eficiência do Agrupamento, relativamente aos meios que utiliza; As conclusões da auto-avaliação funcionam como suporte para delinear e redefinir novas orientações estratégicas, tendo em consideração os pontos menos fortes da

Escola/Agrupamento. Permite um ciclo: Planear – Executar – Rever - Ajustar

A implementação do Plano de Melhoria constituirá a 3ª fase do Processo de Auto-avaliação e será implementado no próximo ano lectivo. Entretanto, o Agrupamento continuará a fazer a sua auto-regulação através dos órgãos e mecanismos de que dispõe.

Referências Bibliográficas: Inspecção Geral da Educação. “Parâmetros para a Avaliação Exter-

na das Escolas”. https://www.ige.min-edu.pt/ CAF. (2007). “Guião de Auto-Avaliação”. Direcção Geral da Adminis-

tração e do Emprego Público.

P`la Equipa de Auto-Avaliação, A Coordenadora do Observatório de Qua-

lidade: Maria de Fátima Jaco Saraiva Agrupamento de Escolas de Carregosa

Boletim nº2 [Trimestral]

Página 6 O ESPELHO

O Agrupamento de Escolas de Fajões, no início do pre-s e n t e a n o l e c t i v o (2009/2010), criou o Grupo de Avaliação e Projectos (GAP). Sendo preocupação constante do agrupamento a

melhoria contínua da qualidade do sucesso, tornou-se obrigatório a implementação de esquemas de análise crítica do desempenho, numa perspectiva de auto-conhecimento e auto-regulação, no sentido da mudan-ça e do aperfeiçoamento do seu funcionamento.

“Queremos ter uma escola reconhecida por todos e valo-rizada pela comunidade. Queremos ser uma casa de para-gem obrigatória. Queremos fazer parte da vida desta comunidade… Queremos contribuir para a qualificação de filhos e de pais.”

Assim, é preciso, incenti-var e estimular as capacida-des internas do Agrupa-mento de Escolas de Fajões no sentido de reflectir cri-ticamente sobre os seus resultados e sobre o seu funcionamento. É funda-mental a conjugação de esforços e de partilha de experiências que leve à implementação de esque-mas comuns que irão facili-tar a implementação de uma cultura de escola ade-quada à sua realidade social

e humana envolvendo toda a comunidade.

Todos são chamados a envolverem-se neste proces-so…..

Grupo de Avaliação e Projectos Agrupamento de Escolas de Fajões

diferentes agentes (alunos, docentes, não-docentes e encarregados de educação), analisaram-se estatisticamente os dados recolhidos e fez-se a comparação dos resultados obtidos nos inquéritos aplica-dos aos diferentes grupos. Esta metodo-logia foi aplicada a uma amostra consti-tuída por 289 alunos (seis alunos por turma), 73 docentes, 28 não-docentes e 49 encarregados de educação, perfazen-do um total de 439 inquéritos num uni-verso constituído pela totalidade de alunos, professores e não-docentes, mais três encarregados de educação por tur-ma.

Da análise dos relatórios efectuados aos resultados de cada um dos inquéri-tos, o que ressalta como denominador comum, são:

A existência, de facto, de algumas situações de violência;

Estas traduzem-se em agressões entre alunos, no desrespeito por funcionários/professores e na perturbação do funcio-namento das aulas;

Porém, estas situações raramente se repetem, acontecendo, na generalidade, uma só vez;

Nestas circunstâncias, quase sempre se faz uma chamada de atenção ao respon-sável pelo acto ou este é comunicado ao Director de Turma ou à Direcção;

O que parece estar por detrás destas situações será a degradação da qualidade de vida do agregado familiar (ao nível das condições económicas e sociais) e a falta de educação;

As soluções apontadas que poderão

A escola deveria ser sinónimo de bem-estar: espaço de convívio com outros jovens, ponto de encontro de amizades, lugar privilegiado de enriquecimento pessoal através da aquisição de saberes e do desenvolvimento de aptidões… No entanto, para alguns a escola tem outros significados: ora é o local para extravasa-rem revolta pelas condições adversas em que vivem, ora é o espaço onde podem compensar as humilhações a que estão expostos – muitas vezes na pró-pria escola – “agredindo” os mais fracos.

Encontrar respostas para estas situa-ções de violência (física, verbal, psicoló-gica) não é tarefa fácil. Por isso, a equipa da Qualidade propôs-se debruçar-se sobre o tema com o objectivo de:

Auscultar a Comunidade Escolar sobre a indisciplina e violência na escola;

Perceber as respostas/reacções dos diferentes intervenientes,

Encontrar possíveis soluções para este problema.

Face a isto aplicaram-se inquéritos aos

vir a atenuar a incidência deste problema passarão por responsabilizar quer os próprios alunos, quer os Encarregados de Educação (envolver os pais), uma maior rigidez na aplicação das regras da escola e a aposta numa maior vigilância e segurança na escola.

Antecipando estes resultados e aten-dendo aos motivos que nos levaram a trabalhar este tema, a escola criou e pôs a funcionar neste ano lectivo, o G.A.A. (Gabinete de Apoio ao Aluno) que faz o levantamento, mediação e acompanha-mento de casos que são ou podem vir a ser problemáticos, e que se inscrevem nesta temática.

Os frutos do funcionamento deste gabinete são já visíveis numa diminuição significativa da perturbação do funciona-mento das aulas e da redução do núme-ro dos registos e participações discipli-nares. No entanto, e porque a escola merece a nossa melhor atenção, estão em estudo outras medidas envolvendo a comunidade escolar (discentes, na figura da Ass. de Estudantes, professores e pais) por forma a tornarmos a escola um espaço de aprendizagem efectiva do respeito, da solidariedade, em suma, da cidadania.

Equipa da Qualidade Escola Secundária/3 Ferreira Castro

AVALIAR A ESCOLA — VALORIZAR A ESCOLA

CONHECER PARA INTERVIR—A VIOLÊNCIA EM CONTEXTO ESCOLAR

A Auto-avaliação das Escolas este-ve em destaque no território educa-tivo de Entre Douro e Vouga. Pro-movido pela equipa de auto-avaliação da Escola Secundária de Arouca (ESA), no dia 14 de Janeiro, o Fórum - “Avaliar Escolas – Missão (im) possível?” – proporcionou aos Directores e membros do Conselho Geral das escolas do EDV e a outras entidades representativas da comu-nidade educativa uma reflexão con-junta sobre os processos de avalia-ção interna, sua relação com a ava-liação externa e a perspectiva de constituição de uma rede de auto-avaliação entre as 35 escolas agrupa-das e não agrupadas do EDV.

A sessão de abertura decorreu com a presença de Alexandre Ven-tura (Secretário de Estado Adjunto e da Educação), Adília Cruz (Directora da ESA), Crist ina Saavedra (Conselho Geral da ESA), Valdemar Castro Almeida (Inspecção Geral da Educação), Artur Neves (Presidente da Câmara Municipal de Arouca) e António Leite (Director Regional de Educação do Norte).

A jornada de trabalho prosseguiu com as intervenções do professor Vitor Alaíz, da Faculdade de Educa-ção e Psicologia da Universidade Católica Portuguesa e da professora Ana Rio, que abordaram, respectiva-mente, a inevitabilidade e as condi-ções de implementação da auto-avaliação nas escolas, e os efeitos da avaliação externa neste processo.

Seguiu-se a partilha de experiên-

cias e de dificuldades e também de boas práticas de auto-avaliação nas escolas, período que teve as precio-sas contribuições de Maria Ricardo (Escola Secundária Manuel Laranjeira – Espinho), Paula Romão (Escola Secundária Castelo da Maia -Maia), A n a C r i s t i n a M o t a P i n t o (Agrupamento de Escolas de Marzo-velos – Viseu), Marcos Vinícius Cam-pos (Agrupamento de Escolas do Couto Mineiro do Pejão – Castelo de Paiva) e ainda de Olga Soares (Escola Secundária de Arouca), que expôs o projecto e o desafio que é a criação de uma rede de auto-avaliação nas escolas no EDV.

Um Fórum que foi um espaço de inovação e também de audácia, uma estratégia de abertura e de partilha de boas práticas entre as escolas tendo em vista a constituição e a consolidação de redes concelhias e regionais de conhecimento e de tra-balho que promovam a melhoria dos processos e dos resultados da sua tarefa educativa. Processos nos quais entroncam os Projectos Educativos, as Cartas Educativas e os Conselhos Municipais de Educação. Porque a questão da qualidade e a crença de que é possível construir uma escola melhor são preocupações comuns, que podem e devem unir as escolas e a comunidade.

Equipa de Auto-Avaliação Escola Secundária de Arouca

AUTO-AVALIAÇÃO EM DESTAQUE NAS ESCOLAS DO EDV

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Fórum na Escola Secundária de Arouca

Boletim nº2 [Trimestral]

A celebração de contratos de autonomia visa conferir às escolas maior poder de decisão nos domínios pedagógico, curricular, administrativo, financeiro e organizacio-nal. A leitura do actual panorama nacional evidencia o muito que ainda está por fazer. O quadro seguinte mostra-nos claramente que apenas uma pequena percentagem de escolas concretizou esse processo. Doze agrupamentos e dez escolas não agrupadas são os números desta realidade, sendo que no território educativo de Entre Douro e Vouga apenas uma das suas trinta e cinco escolas – a Escola Secundária com 3.º ciclo João da Silva Correia, de S. João da Madeira – consta do elenco que a abaixo se apre-senta.

CONTRATOS DE AUTONOMIA – MUITO POR FAZER

AS 22 ESCOLAS ABRANGIDAS POR CONTRATOS DE AUTONOMIA

REGIÃO ESCOLAS AGRUPADAS ESCOLAS NÃO AGRUPADAS

NORTE

Escolas de Gondifelos (V.N. Famalicão)

Escola Secundária com 3º Ciclo do Ensino Básico Quinta das Palmeiras (Covilhã)

Escolas de Miragaia (V.N. Gaia)

Escola Secundária com 3º Ciclo do Ensino Básico de Caldas das Taipas

Eugénio de Andrade (Porto)

Escola Secundária com 3º Ciclo do Ensino Básico Eça de Queiró (Póvoa de Varzim)

Cávado Sul (Barcelos)

Escola Secundária com 3º Ciclo do Ensino Básico João Gonçalves Zarco (Matosinhos)

Escolas de Vouzela Escola Secundária com 3º Ciclo do Ensino Básico João da Silva Correia (S.J. Madeira)

CENTRO

Escolas de Nery Capucho (Marinha Grande)

Escola Secundária com 3º Ciclo do Ensino Básico de D. Luísa de Gusmão (Lousã)

Escolas de Colmeiras (Leiria)

Escola Secundária com 3º Ciclo do Ensino Básico do Dr. Joaquim de Carvalho (Figueira da Foz)

Escolas de Alfornelos (Amadora)

Escola Secundária de Pinheiro e Rosa (Faro)

Escolas Matilde Rosa Araújo (Lisboa)

Escola Secundária com 3º Ciclo do Ensino Básico da Quinta do Marquês (Oeiras)

Escolas da Charneca da Caparica Escola Secundária com 3º Ciclo do Ensino Básico da Rainha Santa Isabel (Estremoz)

Escolas de Portel (Alentejo)

Escolas de Algoz (Algarve)

SUL

TERRITÓRIO EDVTERRITÓRIO EDV

Arouca ES/3 de Arouca [email protected] Ag.de Escariz [email protected] Ag.de Arouca [email protected] Espinho ES/3 Dr. Manuel Gomes de Almeida [email protected] ES/3 Dr. Manuel Laranjeira [email protected] Ag. Domingos Capela [email protected] Ag.de Sá Couto [email protected] Oliveira de Azeméis ES/3 Ferreira de Castro [email protected] ES/3 Soares Basto [email protected] Ag.de Pinheiro da Bemposta [email protected] Ag.de São Roque e Nogueira do Cravo [email protected] Ag.de Carregosa [email protected] Ag.de Couto de Cucujães [email protected] Ag.de Fajões [email protected] Ag.de Loureiro [email protected] Ag.de Bento Carqueja [email protected] Santa Maria da Feira ES/3 de Santa Maria da Feira [email protected] Ag.de Milheirós de Poiares [email protected] Ag.de Lourosa [email protected] Ag.de Arrifana [email protected] Ag.de Paços de Brandão [email protected] Ag.de Corga do Lobão [email protected] Ag.de Argoncilhe [email protected] Ag.de Canedo [email protected] Ag.de Fiães [email protected] Ag.Doutor Ferreira de Almeida [email protected] Ag.Fernando Pessoa [email protected] São João da Madeira ES/3 João Silva Correia [email protected] ES/3 Serafim Leite [email protected] Ag.de São João da Madeira [email protected] Ag.Oliveira Júnior [email protected] Vale de Cambra Ag.das Dairas [email protected] Ag.de Búzio, Vale de Cambra [email protected]

Autonomia: Sim ou Não?

A Direcção da Escola Secundária de Arouca em colabora-ção com o grupo de Auto-Avaliação está a auscultar os seus docentes, através de um questionário on-line, sobre as vantagens que podem advir da celebração de um eventual contrato de autonomia para a ESA.