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O ESTADO MODERNO A PARTIR DA CONCEPÇÃO MARXISTA: o comitê
executivo da burguesia e a sua supressão
Islânia Lima da Rocha1
Resumo A discussão acerca do Estado Moderno aqui proferida partiu do estudo dos escritos marxianos, bem como de autores que seguem a sua linha de pensamento, no que diz respeito à concepção do Estado. Portanto, discutimos a origem e a natureza contraditória do Estado moderno, a sua vinculação a classe burguesa e a necessidade do seu cerceamento para a instauração da hegemonia das classes dominadas. Ao final concluímos que apenas com a supressão deste Estado, seguida da supressão do capital, poderemos ver efetivar-se a emancipação humana em uma sociedade sem classes e contradições. Palavras-chave: Estado; Classe burguesa; Classe trabalhadora.
Abstract The discussion given here about the modern state came from the study of Marxist writings, as well as from the authors who follow his line of thought regarding the design of the state. Therefore, we discuss the origin and contradictory nature of the modern state, its connection to bourgeois class and the necessity of its restriction to the establishment of the hegemony of the dominant classes. At the end we concluded that only with the abolition of this state, then the abolition of capital, we may exercise the hegemony of the proletariat in a classless society and contradictions. Keywords: State; Bourgeois Class; Working Class.
1. Introdução
O texto a seguir pretende discutir a origem e a natureza do Estado moderno a
partir da perspectiva marxista, para a qual o mesmo representa os interesses da
burguesia e precisa ser suprimido, supressão esta que se segue após a superação do
1 Estudante de Pós Graduação. Universidade Federal de Alagoas – UFAL . [email protected]
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capital. Assim, analisamos o seu surgimento e seu processo de vinculação à classe
burguesa, a qual o toma como mais um instrumento de controle da classe
trabalhadora. Por fim, levantamos a bandeira da busca pela emancipação humana e a
superação do Estado, enquanto regulador da vida cotidiana dos indivíduos, tomando a
classe trabalhadora como a protagonista desse processo, o qual incorrerá na
superação da exploração do homem pelo homem.
2. Estado moderno: origem, natureza e o antagonismo entre as classes
sociais
Para compreendermos a origem do Estado recorremos a obra de Friedrich
Engels, A origem da família, da propriedade privada e do Estado, na qual o autor faz
um resgate de diferentes sociedades em distintos períodos históricos para subsidiar a
discussão da procedência do Estado. A partir dessa obra constatamos que o
surgimento do Estado remete das antigas gens, das “uniões gentílicas”, que se
tratavam de uma “organização simples” a qual estava “adequada às condições sociais
que a engendravam”. Engels diz que as gens representavam “um agrupamento
espontâneo, capaz de dirimir todos os conflitos que possam nascer no seio da
sociedade a que corresponde”. As sociedades gentítilicas, portanto, caracterizavam-se
por um regime comunitário, no qual se produzia o necessário para ser consumido e
não havia espaço para “a dominação e a servidão” (ENGELS, 1975, p. 178).
De acordo com Marx e Engels (2009, p. 26), “Esta corresponde a fase não
desenvolvida da produção em que um povo se alimenta da caça e da pesca, da
criação de gado ou, quando muito, da agricultura”. O desenvolvimento do comércio
nesta sociedade acirrou a divisão social do trabalho, que até então estava limitada “a
um prolongamento da divisão natural do trabalho existente na família” (MARX;
ENGELS, 2009, p. 27). A divisão do trabalho em dominados e dominadores ampliou a
riqueza individual destes últimos já que expropriavam dos primeiros a produção de seu
trabalho. Cada vez mais a sociedade estava dividida: de um lado os exploradores, que
usurpavam toda a riqueza material produzida pelos os explorados, que, do outro lado,
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empobreciam ao produzir o excedente. Esse antagonismo já não cabia no “regime
gentílico”, no qual, como já foi mencionado acima, não possuia dominação e servidão.
Destarte, apenas um tipo de sociedade poderia comportá-lo e intensificá-lo,
inclusive para sua própria sobrevivência: esta caracterizaria-se, eminentemente, pela
contradição entre as classes. Com a palavra Engels (1975, p. 190):
Acabava de surgir, no entanto, uma sociedade que, por força das condições econômicas gerais de sua existência, tivera que se dividir em homens livres e escravos, em exploradores ricos e explorados pobres; uma sociedade em que os referidos antagonismos não só não podiam ser conciliados como ainda tinham que ser levados a seus limites extremos. Uma sociedade desse gênero não podia subsistir senão em meio a uma luta aberta e incessante das classes entre si, ou sob o domínio de um terceiro poder que, situado aparentemente por cima das classes em luta, suprimisse os conflitos abertos destas e só permitisse a luta de classes no campo econômico, numa forma dita legal. O regime gentílico já estava caduco. Foi destruído pela divisão do trabalho que dividiu a sociedade em classes, e substituído pelo Estado (grifo do autor).
O Estado emerge de dentro da sociedade em um determinado estágio de
desenvolvimento econômico que intensificava as contradições entre as classes. De
acordo com Lenin (1986, p. 09), “O Estado aparece onde e na medida em que os
antagonismos de classes não podem objetivamente ser conciliados”, colocando por
terra a concepção vulgarizada do Estado enquanto conciliador das classes colidentes
(grifo do autor). Trata-se, portanto, de “um produto da sociedade, quando esta chega a
um determinado grau de desenvolvimento”, de um “poder” que vai atenuar os conflitos
e “mantê-lo[s] dentro dos limites da ‘ordem’. Este poder, nascido da sociedade, mas
posto acima dela se distanciando cada vez mais, é o Estado”. Para conter esses
antagonismos o Estado utiliza-se da “instituição de uma força pública” personificada na
polícia e no exército. Ambos representam um aparelho coercitivo de controle das lutas
de classes (ENGELS, 1975, pp. 191-92, grifo do autor).
Lenin vai dizer que o Estado representa “um órgão de dominação de classe,
um órgão de submissão de uma classe por outra”, e que usa desse papel para
amortecer “a coalizão das classes” (LENIN, 1986, p. 10, grifos do autor). As palavras
de Engels reforçam essa constatação de Lenin:
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Como o Estado nasceu da necessidade de conter o antagonismo das classes, e como, ao mesmo tempo, nasceu em meio ao conflito delas, é, por regra geral, o Estado da classe mais poderosa, da classe economicamente dominante, classe que, por intermédio dele, se converte também em classe politicamente dominante e adquire novos meios para a repressão e exploração da classe oprimida. Assim, o Estado antigo foi, sobretudo, o Estado dos senhores de escravos para manter os escravos subjugados; o Estado feudal foi o órgão de que se valeu a nobreza para manter a sujeição dos servos e camponeses dependentes; e o moderno Estado representativo é o instrumento de que se serve o capital para explorar o trabalho assalariado (ENGELS, 1975, p. 193).
O Estado desde o seu surgimento dá indícios de reprodução dos ideais da
classe dominante. Ao conter, reprimir e reproduzir a classe dominada, o Estado
imprimi-lhe a condição de eterna escrava da produção do excedente, sem posses e
sem acesso a riqueza material que ela mesma produz. Suas ações atribuem-lhe a
alcunha de Estado burguês, pois além de ser um defensor dos privilégios da classe
burguesa, ele é também um empecilho ao pleno desenvolvimento da classe
trabalhadora.
De acordo com Marx (2010, p. 59), o “Estado e a organização da sociedade
não são, do ponto de vista político, duas coisas diferentes. O Estado é o ordenamento
da sociedade”, e por isso não se considera o responsável pelos males sociais que a
assolam. Segundo Marx (1999, pp. 84-5),
O poder estatal centralizado, com os seus órgãos onipotentes: o exército permanente, a polícia, a burocracia, o clero e a magistratura – órgãos criados segundo o plano de divisão sistemática e hierárquica do trabalho – procede dos tempos da monarquia absoluta e serviu à nascente sociedade burguesa como uma arma poderosa em suas lutas contra o feudalismo.
Entendemos com isso que, a instauração do poder do Estado tornara-se
necessário para a representação dos interesses das “classes possuidoras”. Dessa
forma, à medida que se desenvolvia o comércio se “aprofundavam o antagonismo de
classe entre capital e o trabalho”. A conseqüência disso, no âmbito do poder do
Estado moderno, é que este “foi adquirindo cada vez mais o caráter de poder nacional
do capital sobre o trabalho, de força pública organizada para a escravização social, de
máquina do despotismo de classe”, e mesmo com todas as tentativas de supressão do
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mesmo a partir das “lutas de classes”, ele “revela-se com traços cada vez mais nítidos
o [seu] caráter puramente repressivo” (MARX, 1999, pp. 85-6).
No Manifesto do partido comunista (1998, p. 09), Marx e Engels dizem que as
lutas de classes sempre estiveram presentes em todas as sociedades, visto que o
antagonismo entre as mesmas é uma realidade comum. Há sempre “opressor e
oprimido”, e o embate destes culmina em “uma transformação revolucionária ou com a
ruína das classes em disputa”. Exemplo disso foi o surgimento da sociedade
burguesa, a qual se ergueu sobre a sociedade feudal, intensificou os antagonismos
desta com a segregação de mais classes, com “novas condições de opressão, novas
formas de luta no lugar das antigas”. Mas o que é característico dessa sociedade é o
confronto direto entre duas classes – dominados e dominantes: a classe burguesa e a
classe proletária, as quais protagonizam um longo processo de luta de classes, no
qual a primeira está sempre impondo a sua ideologia e o seu modo de vida, enquanto
a segunda busca superar essa correlação de forças e construir uma sociedade das
massas.
A sociedade burguesa foi se constituindo com o desenvolvimento do comércio,
que por sua vez intensificou o crescimento da indústria com a superação da
manufatura, a introdução da maquinaria e a divisão do trabalho capitalista. A
acumulação de riquezas proveniente daí culminou na formação da moderna burguesia
e com tamanho poder em mãos esta conquistou a sua “autoridade política”. Segundo
os autores, “O poder executivo do Estado moderno não passa de um comitê para
gerenciar os assuntos comuns de toda a burguesia” (MARX; ENGELS, 1998, p. 12).
Para Marx e Engels, “o Estado adquiriu uma existência particular a par, e fora, da
sociedade civil”, e, atrelado aos interesses da classe dominante, “ele nada mais é do
que a forma de organização que os burgueses se dão, tanto externa quanto
internamente, para a garantia mútua da sua particularidade e dos seus interesses”
(MARX; ENGELS, 2009, p. 111).
Em outra ocasião estes autores afirmam que a burguesia possui “um papel
extremamente revolucionário”, visto que transforma as relações entre os homens em
relações comerciais, de troca. Detentora do poder, a burguesia derrubou a aristocracia
e a soberania da Igreja, estabeleceu a exploração “impudente”, enfim, ela “não pode
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existir sem revolucionar, constantemente os instrumentos de produção e, desse modo,
as relações de produção e, com elas, todas as relações da sociedade” (MARX;
ENGELS, 1998, pp. 12-3).
Segundo Tonet e Nascimento (2009, p. 26), Marx vê na presença do Estado a
intensificação da exploração entre os homens, da opressão e submissão entre as
classes, visto que “ele é uma categoria cuja existência está, inextricavelmente,
articulada com a sociedade de classes”. Em seguida os autores complementam:
É porque a sociedade se encontra dividida em classes antagônicas que se faz necessária a existência do poder político. Deste modo, uma sociedade onde inexistam classes sociais não necessitará de poder político, mas apenas da potência que possibilite a sua autoadministração. A isso Marx chama de “administração das contas” em contraposição à “administração dos homens”, típica das sociedades de classes.
Dessa forma, é impossível para o Estado, nascido das relações de produção,
voltar-se contra elas e alterá-las significativamente, pois ele necessita do antagonismo
imposto pela propriedade privada para sobreviver. O Estado é, assim como “a
ideologia, a religião, a ciência”, um meio utilizado pelo capital para reproduzir a sua
ordem, mas ele por si só não consegue modificar a sua essência, somente a revolução
proletária alcançará este feito. Para estes autores, o Estado é “expressão da
alienação, da barbárie humana”, e mesmo regido pelos trabalhadores não deixaria de
expressar os ditames do capital, pois “Sua natureza […] é sempre de uma força de
dominação do homem sobre o homem, em conseqüência, uma expressão da
desumanização” (TONET; NASCIMENTO, 2009, pp. 27-8).
Nas Glosas criticas (2010, pp. 60-1), Marx explicita que o Estado moderno se
sustenta da degradação da sociedade: ele carece da exploração, da escravização, do
antagonismo. “A existência do Estado e a existência da escravidão são inseparáveis.
O Estado antigo e a escravidão antiga […] não estavam fundidos entre si mais
estreitamente do que o Estado moderno e o moderno mundo de traficantes”. Dessa
forma, “Se o Estado moderno quisesse acabar com a impotência da sua
administração, teria que acabar com a atual vida privada. Se ele quisesse eliminar a
vida privada, deveria eliminar a si mesmo, uma vez que ele só existe como antítese
dela”. Como ele não vai se autodestruir é necessário que alguém se encarregue disto:
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a classe trabalhadora e o seu infinito poder de produção e reprodução da sociabilidade
e, por isso, a detentora do potencial revolucionário.
Marx e Engels (1998) deixam claro que é a propriedade privada o cerne de
toda a contradição entre as classes, da exploração do homem pelo homem. A
burguesia utiliza-se do seu poder político para intensificar a contradição entre capital e
trabalho, tendo em vista que dissemina sua ideologia, a qual é absorvida pelo
proletariado e refletida em produção de riquezas e na maior escravização do mesmo.
Esta realidade só terá um fim com a superação da propriedade privada pelos
proletários, pois apenas esta classe detém esse poder revolucionário por ser a maior
prejudicada pelo ideal capitalista de produção e consumo.
Os autores explicitam essa idéia da seguinte maneira:
Quando, no curso do desenvolvimento, as diferenças de classe tiverem desaparecido e toda a produção tiver sido concentrada nas mãos dos indivíduos associados, o poder público irá perder o seu caráter político. O poder político, propriamente chamado, é, meramente, o poder organizado de uma classe para oprimir outra. Se o proletariado se eleva necessariamente à condição de classe dominante em sua luta contra a burguesia e, na condição de classe dominante, tira de cena as antigas relações de produção, então com isso ele tira também de cena a condição para a existência da oposição entre as classes e para a própria existência destas classes. E acaba por abolir seu papel de classe dominante. No lugar da sociedade burguesa antiga, com suas classes e antagonismos de classe, teremos uma associação, na qual o desenvolvimento livre de cada um é a condição para o desenvolvimento livre de todos (MARX; ENGELS, 1998, pp. 43-4).
Segundo Tonet (2010, p. 20), Marx desenvolve algumas teses acerca do
Estado que se interligam e corroboram na constatação da sua vinculação a classe
dominante, bem como a sua impotência diante dos “problemas sociais”. Assim sendo,
por ter nascido de dentro da sociedade civil o Estado mantém-se numa “dependência
ontológica” com a mesma, pois é o antagonismo entre as classes que fundamenta sua
existência. Se é apenas a classe burguesa quem se beneficia desse antagonismo,
conseqüentemente o Estado vai reproduzir a sua lógica.
Para Tonet, “o Estado é, essencialmente, uma expressão e um instrumento de
reprodução dos interesses das classes dominantes, portanto, um instrumento de
opressão de classe”. Imbuído deste papel, o Estado não possui papel revolucionário,
ou seja, “é impotente para alterar a sociedade civil”, já que sua função é reproduzir a
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contradição desta (TONET, 2010, p. 22). Destarte, a teoria marxiana fala de supressão
do Estado, não simplesmente de passá-lo às mãos do proletariado, mas sim de sua
total superação. Esta superação se dará destruindo a base do antagonismo da
sociedade civil, as classes sociais, e assim o Estado definharia. E esse papel é, como
dissemos acima, exercido pela classe trabalhadora, a qual atingirá a emancipação
humana a partir do processo revolucionário.
Contatamos essa premissa ao analisarmos que o Estado moderno não será
capaz de superação das contrações entre as classes, já que ele representa apenas os
interesses de uma delas. Portanto, essa superação sugere a tomada dos meios de
produção pela classe trabalhadora e a instauração de uma forma de sociabilidade na
qual não prevaleça a exploração entre os homens.
3. Conclusões
Ao longo do texto procuramos destacar o papel central da classe proletária no
embate contra a ação burguesa do Estado. Essa classe aprendeu com a própria
burguesia as armas para derrotá-la, pois ao ajudá-la em suas conquistas retirou-lhe o
conhecimento necessário para, posteriormente, enfrentá-la. A burguesia, por sua vez,
conquistou o seu espaço e se consolidou através da exploração do trabalho e do
respaldo político dado pelo Estado.
Seguindo a tese marxiana do Estado, o mesmo vem de dentro da sociedade
para cumprir uma função que ela demanda: conter, corrigir os antagonismos para a
manutenção do funcionamento do sistema. Assim, o Estado tem caráter corretivo,
porém não resolutivo, sendo, por isso, eficiente para o capital e ineficiente para o
trabalho. Ele é, portanto, um elemento coercitivo necessário ao funcionamento do
capital. Nesses termos, a superação daquele só se dá com a superação deste.
É importante lembrar que a obra marxiana além de ser constantemente
deturpada vem sendo abandonada por teóricos conhecedores da mesma. Estes se
deixam corromper por outras perspectivas que desviam o foco do papel revolucionário
do proletário, na superação do capital, para a implantação de medidas imediatas que
apenas prolongam exploração do homem pelo homem. A este exemplo temos a
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social-democracia, a qual defende um Estado “livre”, sem vinculação a uma única
classe. Esse Estado, para tal perspectiva, passaria por um processo de
democratização, no qual a classe trabalhadora deteria em suas mãos o poder político
e os instrumentos de coerção, dando fim às lutas de classes. Dessa forma, a via
social-democrata propõe harmonizar os antagonismos entre as classes para chegar ao
socialismo, isso, é claro, sem lutas violentas. O socialismo seria instalado
concomitante ao processo evolutivo do capitalismo, pois ele possuiria autonomia
diante das classes e responderia aos interesses da sociedade como um todo. É
interessante perceber que esta tendência em momento algum fala da alteração da
essência do modo de produção. Isso nos intriga, pois muito se fala em atender aos
interesses de toda a sociedade, mas se esta não for modificada, conseqüentemente,
irá possuir interesses distintos.
Assim, tomando a perspectiva marxiana sobre o Estado como coerente a
realidade que vivenciamos, pensamos ser impensável efetivar a emancipação humana
nesta sociabilidade sendo o Estado um aliado do capital para a degradação das
relações humanas. A classe operária precisa sublevar-se para dominar os meios de
produção e suprimir a exploração entre os homens. O Estado burguês não é e não
deve ser o seu alvo principal. A revolução proletária ao eclodir tenderá a destruir o
capital, pois é dele que provém toda a contradição, toda a apropriação privada, toda
expropriação do trabalho alheio. O fim destes provocaria o fim do Estado, das classes
sociais, da exploração do homem pelo homem, das relações de dominação. Mas do
que nunca está claro para nós a centralidade do trabalho no processo revolucionário,
assim como o papel de atividades mediadoras para a transformação desta sociedade
na sociedade das massas.
4. Referências
ENGELS, F. A origem da família, da propriedade privada e do Estado. São Paulo: Centauro, 2002. LESSA, S. Trabalho e proletariado no capitalismo contemporâneo. São Paulo: Cortez, 2007.
10
MARX, K. Glosas críticas marginais ao artigo “O rei da Prússia e a reforma social”. Por um prussiano. São Paulo: Expressão Popular, 2010. ________. O Capital: crítica da economia política. Vol. 1. Tomo 1. São Paulo: Nova Cultural, 1985. _______. A guerra civil na França. Edição eletrônica: Ed. Ridendo Castigat Mores. RocketEdition de 1999. Disponível em www.jahr.org. ________; ENGELS, F. A ideologia alemã. São Paulo: Expressão Popular, 2009. ________; _________. O manifesto do partido comunista. São Paulo: Cortez, 1998. LENIN, V. I. O Estado e a revolução. São Paulo: Hucitec, 1986. TONET, I. A propósito de “Glosas Críticas”. In: Glosas críticas marginais ao artigo “O rei da Prússia e a reforma social”. Por um prussiano. São Paulo: Expressão Popular, 2010. ________; NASCIMENTO, A. Descaminhos da Esquerda: da centralidade do trabalho à centralidade da política. São Paulo: Editora Alfa-Omega LTDA, 2009.