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O IMPACTO DA TOMADA DE DECISÃO NA REDUÇAO DE CUSTOS NOS
TRANSPORTES LOGÍSTICOS: ESTUDO DE CASO SOBRE UTILIZAÇÃO DOS
MODAIS DUTOVIÁRIOS, MARÍTIMOS E RODOVIÁRIOS NUMA EMPRESA DO
SEGMENTO QUÍMICO
Aline Jacinto da Rosa
Instituto Federal de São Paulo – Campus Suzano
Luís Fernando Ferreira Damasceno
Instituto Federal de São Paulo – Campus Suzano
RESUMO
Para um país com dimensão continental como o Brasil, diversos tipos de modais de
transporte são utilizados por empresas químicas, possibilitando a opção mais eficiente
e eficaz para cada processo logístico, entre origem e destino. Este trabalho tem como
objetivo comparar e analisar qual modal é mais vantajoso para o transporte de
produtos derivados do petróleo. Será realizado um estudo de caso em uma empresa
do segmento químico que faz o uso dos modais estudados. Espera-se encontrar os
motivos pelo qual a empresa opta por diferentes tipos de transporte dependendo do
destino da carga e verificar se a escolha por outro modal não poderia favorecer a
redução de custos e tempo de entrega da carga. Os resultados podem apontar para
a possibilidade de alteração dos modais escolhidos, a fim de beneficiar a tomada de
decisão e gerar menores custos e tempo de transporte
PALAVRAS CHAVES: Modais de transporte, processo logístico, produtos derivados
do petróleo, redução de custos.
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ABSTRACT
For a country with continental dimensions like Brazil, various types of modal
transportation are used by companies in the chemical segment, enabling the most
efficient and effective option for each logistics process between origin and destination.
This study aims to compare and analyze which mode is more advantageous for the
transportation of petroleum products. A case study will be carried out in a company of
the chemical segment, which makes use of the studied modes. We expect to find the
reasons why the company chooses different types of transport depending on the load's
destination and verify if the choice of another mode would lead to lower costs and
cargo delivery time. The results may point to the possibility of changing the chosen
modes in order to generate lower costs and transportation time.
KEYWORDS: Modal transportation, logistics process, petroleum products, lower
costs.
1.INTRODUÇÃO
O transporte é o elemento de maior relevância do custo logístico em grande
parte das empresas e possui um papel fundamental na prestação do serviço ao
cliente. Em relação aos custos, Nazário (In: Fleury et al.,2000) afirma que em média,
o transporte representa, cerca de 60% das despesas logísticas, podendo variar entre
4% e 25% do faturamento bruto, superando o lucro operacional em muitas vezes.
Com o intuito de diminuição nos custos, as empresas utilizam diversos tipos
modais em seus transportes, os abordados neste estudo são: dutoviários, marítimos
(aquaviário) e rodoviário, cada modal apresenta a sua vantagem e desvantagem. A
empresa onde será realizado o estudo de caso será em uma empresa do segmento
químico, a mesma faz uso desses três modais e os utiliza em diferentes situações.
Este trabalho visa definir, caracterizar e classificar os modais de transporte de
carga, estabelecendo uma comparação entre eles, com a finalidade de enriquecer a
discussão acerca do tema e beneficiar possíveis tomadas de decisão. O objetivo
dessa comparação é analisar e definir qual o modal mais vantajoso em relação aos
custos e também ao tempo de entrega e investigar por qual motivo a empresa opta
por determinado modal e quais estudos ela efetua para atingir essa determinação.
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A justificativa para a realização deste trabalho se dá pelo interesse em
constatar e informar qual modal apresenta os menores custos e a verificação através
de comparações se a escolha por outro modal na geraria menores custos, sendo
assim mais vantajoso para a empresa.
Foi definido a seguinte pergunta de pesquisa: “Como a comparação da
utilização de diferentes modais, tais como: dutoviário, rodoviário e marítimo, pode
contribuir para a diminuição de custos para uma empresa do seguimento químico?
Como auxilio para a realização do estudo será realizado um estudo de caso em
uma empresa do segmento químico, para a coleta de dados foi utilizada entrevistas
com especialistas no assunto e será utilizado também o método de documentação,
analisando registro em arquivos disponibilizados pela própria empresa.
O trabalho divide-se em 8 capítulos. No primeiro capitulo está a introdução, nela
consta o resumo sobre os pontos mais importantes do trabalho, no segundo estão
definidas as hipóteses do estudo, no terceiro está o referencial teórico, um estudo
bibliográfico realizado a fim de nos dar suporte para a realização do estudo, no quarto
está a metodologia utilizada, há um detalhamento de todos os passos que realizados
para a obtenção de nosso objetivo, no quinto encontra-se o estudo de caso, relatando
como foi o estudo realizado, no sexto capitulo temos a análise dos resultados,
dispomos nesse capitulo toda a comparação realizada entre os modais com os custos
de cada e também está disposto qual o modal mais vantajoso segundo os dados
obtidos, no sétimo encontra-se as nossas considerações finais, no oitavo discutimos
algumas recomendações para futuros estudos para complementar o tema e por fim,
no capitulo nono estão as referências bibliográficas, onde pode-se encontrar todos os
autores utilizados para execução desse estudo.
2. HIPOTESES E MODELO DE PESQUISA
Medeiros (2011) afirma que a hipótese é uma resposta provisória a questão
problema, podendo existir mais de uma hipótese para responder um mesmo
problema.
A partir dessa definição determinamos como hipótese para o estudo:
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I. A empresa utiliza acertadamente o modal mais vantajoso para cada destino
distinto da carga.
II. O modal Dutoviário tem custos menores em comparação aos outros modais.
III. O destino final da carga não influência na tomada de decisão ao modal
escolhido.
E para obtermos informações relacionadas as hipóteses formuladas,
analisaremos a literatura e juntamente conduziremos essas questões na entrevista
estruturada que será realizada com um gestor da empresa. Como será apresentado
na metodologia, essa entrevista terá como objetivo levantar os dados da empresa e
investigar os motivos que a levam a escolher por determinado modal de transporte.
3. REFERENCIAL TEÓRICO
3.1 MODAIS DE TRANSPORTE
Modal é a forma ou o método de transporte básico. Por sua vez, o transporte,
é a parte mais perceptível das operações logísticas. A infraestrutura de transporte
constitui-se em vias de acesso, veículos e unidades organizacionais que oferecem
serviços de transporte para uso próprio ou para terceiros, porém, sendo neste último
caso, mediante a uma taxa ou tarifa de serviço. Os cinco modais básicos são:
ferroviário, aéreo, marítimo, rodoviário e dutoviário. (Vaz et al., 2005)
De acordo com Nazário (In: Fleury et al. 2000: 130), as características
operacionais relativas por modal de transporte devem ser observadas na hora da
escolha do modal certo para o transporte da carga que se deseja entregar. Para o
autor há cinco pontos relevantes para se classificar o melhor transporte, velocidade,
disponibilidade, confiabilidade, capacidade e frequência.
A velocidade é o tempo decorrido em determinada rota, sendo assim o modal
aéreo o mais rápido de todos. Enquanto a disponibilidade é a possibilidade que cada
modal tem de atender as entregas, estando melhor exibido pelo transporte rodoviário,
pois permite o serviço porta a porta.
A confiabilidade retrata a habilidade de entregar no tempo declarado em uma
condição satisfatória. Neste quesito, os dutos ocupam lugar de destaque. A
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capacidade indica se o modal de transporte tem a possibilidade de lidar com qualquer
requisito de transporte, como tamanho e tipos de carga. Sendo o mais indicado o
transporte marítimo. E por fim, a frequência que é caracterizada pelo número de
movimentações programadas, sendo liderada pelos dutos. (RIBEIRO; FERREIRA,
2002)
3.1.1 MODAL DUTOVIÁRIO
No Brasil, o modal rodoviário é predominante na matriz agregada de transporte,
movimentando 67,4% do total de volume de carga no país, contra somente 3% do
modal dutoviário. Porém, essa proporção não é mantida em relação ao setor de
petróleo e gás, onde o transporte dutoviário é considerado estratégico em variadas
etapas da cadeia logística, por ser mais competitivo que os demais modais. (ILOS,
2013).
Um dos meios de transporte de petróleo e derivados considerado mais seguro
do mundo são os dutos, transportando o petróleo aos navios petroleiros, terminais e
refinarias.
Seguindo essa mesma ideia para Ilos (2003) “Os de transporte conectam
pontos de oferta a pontos de consumo, como, por exemplo, refinarias a bases de
distribuição de combustíveis. Já os dutos de transferência são utilizados para
movimentar produtos entre instalações de uma mesma empresa.
Apesar da alta tendência do uso do modal dutoviário para o transporte de
petróleo e derivados, em comparação com outros países, a malha de dutos do Brasil
ainda é pequena. De acordo com a Agência Nacional do Petróleo, Gás e
Biocombustíveis (2013), a ANP, a malha de dutos de petróleo tem uma extensão de
1.592 quilômetros, e a de derivados possui a extensão de 4.438 km, analisando
apenas os dutos de transporte. Ao somar com os dutos de transferência, a malha de
derivados alcança uma extensão de 11.068 km. Enquanto nos Estados Unidos, a
malha dutoviária de petróleo possui 89 mil km de extensão e a de derivados, 153 mil
km.
Nas imagens abaixo encontra-se a malha Dutoviário de derivados de petróleo
do Brasil e Estados Unidos.
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Figura 1 – Sistema nacional de dutos de transporte de petróleo e derivados
Fonte: ANP, 2013
Figura 2 – Sistema de dutos de derivados de petróleo dos EUA
Fonte: EIA, 2013
Para Vaz (2005, pg. 2) os dutos apresentam o maior custo fixo e o menor custo
variável entre todos os modais. O alto custo fixo é consequência do direito de acesso,
da construção, da necessidade de controle das estações e da capacidade de
bombeamento. E por não necessitarem de mão-de-obra intensiva, o custo operacional
variável é baixo após a construção.
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Segundo Vaz (2005. Pg. 3) as vantagens do sistema dutoviário destaca a não
há necessidade de se usar embalagens de transporte; não existir o problema da
viagem de retorno para equacionar, nem sofre influencias de congestionamentos;
Demanda pouca mão-de-obra; em geral a segurança nas dutovias é superior à de
outros modais; baixo custo de operação; independência em relação às condições do
tempo na sua operação e por fim, função de armazenagem em consequência do seu
longo tempo total de trânsito.
De acordo com Vaz (2005. Pg. 3) as desvantagens são as necessidades de
grandes investimentos em capital; Inflexibilidade quanto à rota de distribuição, já que
uma vez fixados os dutos, sua posição não é fácil de ser alterada; não ser adequado
ao transporte de produtos que estejam sujeitos a mudanças de padrão de
carregamento; e além de seu uso só pode ser ampliado a certos grupos de produtos
dentro de um mesmo duto.
3.1.2 MODAL RODOVIÁRIO
É considerado o mais expressivo no transporte de cargas no Brasil, alcançando
praticamente todos os pontos do território nacional, visto que desde a implantação da
indústria automobilística na década de 50 e a pavimentação das rodovias, esse modo
se ampliou de tal forma que hoje é o mais procurado. Se destina principalmente ao
transporte de curtas distâncias de produtos acabados e semiacabados. Apresenta
preços de frete mais elevados do que o modal marítimo, sendo assim é recomendado
para mercadorias de alto valor ou perecíveis. Não é recomendado para produtos
agrícolas a granel, do qual o custo é muito baixo para este modal. (RIBEIRO;
FERREIRA, 2002)
Os custos fixos são baixos no transporte rodoviário (rodovias estabelecidas e
construídas com fundos públicos), porém seu custo variável (combustível,
manutenção, etc.) é médio.
As vantagens deste modal é a possibilidade de transporte integrado porta a
porta e de ajustamento aos tempos pedidos, tal como frequência e disponibilidade dos
serviços. Como desvantagem apresenta a possibilidade de transportar somente
pequenas cargas.
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3.1.3 MODAL MARÍTIMO
Segundo Ribeiro e Ferreira (2002) este modal é utilizado para o transportar de
granéis líquidos, produtos químicos, areia, carvão, cereais e bens de alto valor
(operadores internacionais) em contêineres. Este modal de transporte pode ser
dividido em duas formas de navegação, sendo elas: a cabotagem que é navegação
efetuada entre portos ou pontos do território nacional e a navegação de longo curso,
efetuada entre portos brasileiros e estrangeiros. Relacionado aos custos, o transporte
marítimo aponta custo fixo médio (navios e equipamentos) e custo variável baixo
(capacidade para transportar grande quantidade de tonelagem). Sendo este o modal
que apresenta os custos mais baixos.
Os mesmos autores elencam como sendo as vantagens desse modal a
capacidade de transportar carga volumosa e pesada e o fator dos custos referentes a
perdas e danos serem considerados baixos ao serem analisados com outros modais.
Entre as principais desvantagens está a existência de problemas de transporte no
porto; a lentidão, visto que o transporte marítimo é, em média, mais demorado que a
ferrovia e a forte influência do tempo. E por fim sua disponibilidade e confiabilidade
são afetadas por condições meteorológicas.
4. METODOLOGIA UTILIZADA
O trabalho será efetivado por meio de um estudo de caso de caráter descritivo
e qualitativo, uma vez que relata e analisa os meios modais de transporte de uma
indústria do segmento químico.
Um dos métodos para coleta e levantamento de dados tomará como base a
utilização de entrevistas com especialistas no assunto de forma secundária,
conduzidas mediante a basicamente duas formas: a primeira destinada ao
levantamento das características do segmento da empresa estudada e de qual forma
a mesma realiza suas operações, e a segunda voltada à investigação dos motivos
pelo qual a empresa utiliza determinado modal de transporte para determinada
operação através de informações da literatura. Segundo Yin (2001), uma das mais
importantes fontes de informações para um estudo de caso são as entrevistas, já que
essa natureza das entrevistas permite que você tanto indague sobre os fatos de uma
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maneira quanto peça a opinião deles sobre determinados eventos, e em algumas
situações, você pode até mesmo pedir que o respondente apresente suas próprias
interpretações de certos acontecimentos.
A coleta de dados também será utilizada com base no método de
documentação e registros em arquivos para que sejam utilizados em conjunto com
outras fontes de informações. De acordo com Yin (2001), os documentos
desempenham um papel óbvio em qualquer coleta de dados, ao realizar estudos de
caso, devido as buscas sistemáticas por documentos são importantes em qualquer
planejamento para o levantamento.
Tomando-se como ponto de partida as características peculiares deste estudo,
a análise da questão consiste na exploração dos tipos de modais utilizados na
indústria do segmento químico, à luz de uma descrição mais completa que justifica a
utilização de determinado modal. Portanto, o método do estudo de caso mostra-se
como o instrumento de pesquisa para descrever a operação de recebimento de
matéria-prima, transferência de produtos e derivados do petróleo entre unidades
industriais, e destacar as vantagens apontadas pela organização com base em custos
e tempo, enfatizando os transportes Dutoviário, marítimos e rodoviários, que são
predominantes na logística na empresa estudada.
Logo, é importante ressaltar as questões do tipo como e por quê, visando ao
estabelecimento de ligações operacionais entre conceitos, hipóteses e questões,
como por exemplo, qual tipo de transporte a empresa estudada utiliza para cada
destino da carga e por qual motivo ela optou por esse modal, e será realidade
mediante essas informações uma análise comparando os três modais, identificando
vantagens e desvantagens de cada, proporcionando uma ação reveladora e
exploratória no que diz respeito ao fenômeno em estudo, acarretando como o método
de comparação da utilização desses modais, tais como: Dutoviário, rodoviário
e marítimo, pode ajudar na escolha do meio de transporte mais vantajoso para essa
empresa do segmento químico.
O estudo em questão mais precisamente, consiste na caracterização dos
modais apontados, dentre vantagens e desvantagens de cada, e os custos utilizados
por esses, levando em consideração os custos de transportes e fiscais a partir de
levantamentos em uma empresa do segmento químico. As informações e dados
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fiscais e logísticos pesquisados serão secundários e obtidos através de publicações
em órgãos cabíveis.
Através dos dados e informações contidas em gráficos, layout, mapas de
armazenamento de produtos e sistemas de controle, acarretará um estudo analítico e
comparativo, dentre eles, sendo possível explicar o porquê atualmente a operação
logística da planta A para planta B, opera com modal X, e o porquê o transporte da
planta A para C, é utilizado o modal Y, ou seja, as operações citadas são realmente
mais vantajosas, ou somente seriam se ambas operassem com modal X, ou somente
com modal Y.
5. ESTUDO DE CASO
O sistema de abastecer e distribuir derivados no Brasil encontrou-se submetido
a diretrizes e políticas do governo pelo antigo Conselho Nacional de Petróleo (CNP) e
Departamento Nacional de Combustíveis (DNC), hoje Agência Nacional de Petróleo
(ANP). Sendo assim, a comercialização interna de derivados é realizada do seguinte
modo: das refinarias para as bases primárias, dessas para as bases secundárias e
daí para as unidades finais de consumo (GEIPOT, 1998).
O transporte entre as refinarias e as bases primárias ocorre pela PETROBRAS
– Petróleo Brasileiro S.A, utilizando-se principalmente a dutovia e o transporte
marítimo como meios de escoamento. Desde as bases primárias até o consumidor
final, essa responsabilidade é das companhias distribuidoras. Nessa etapa, a rodovia
e a ferrovia são os modais mais utilizados (GEIPOT, 1998).
Os valores de combustíveis, até o começo dos anos 90, eram iguais em todo o
território nacional. Os custos referentes aos transportes para as regiões mais
afastadas eram cobertos por um fundo de equalização de preços, o FUP – Frete de
Unificação de Preços. Nessa situação, a escolha dos modais de transporte de
derivados de petróleo era escolhida pelo órgão central do governo (CNP substituído
posteriormente pelo DNC). A partir do ano de 1991, que teve início uma política de
desregulamentação com o intuito de criar condições para instituir um mercado de livre
concorrência para aumentar a competitividade entre as empresas. Em primeiro,
estabeleceram valores diferenciados por regiões e valores de fretes que fossem
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proporcionais às distâncias percorridas, limitando-se a um preço máximo estabelecido
pelo governo. Iniciado na década de 90 a desregulamentação do setor de
abastecimento de combustíveis, teve seu fim em 2002 com a liberação de preços,
margens e fretes em toda cadeia produtiva. (FONSECA, 2003).
O transporte de derivados do petróleo pode ser realizado por meio de diferentes
modais, rotas, para diferentes destinos que acarreta uma série de impactos. Há meios
utilizados que podem reduzir esses impactos, porém, precisa analisar a existência ou
potencial de infraestrutura e mobilidade que os possibilitem. Este estudo foi realizado
com intuito de contribuir para a eficácia na tomada de decisão para o processo de
escolha do modal de transporte que consiste na escolha da alternativa com melhor
resultado em relação aos custos e ao tempo de transporte.
Neste Estudo de Caso analisamos os transportes e os trajetos realizados pela
empresa estuda para o recebimento e a distribuição dos derivados do petróleo, esse
transporte ocorre em três diferentes modais.
Tendo-se como referência os fatores logísticos que podem impactar na
competitividade, levantaram-se indicadores para todas as plantas a fim de compará-
las e identificar oportunidades de melhoria.
Figura 3 – Fatores logísticos que impactam na competitividade
Fonte: ILOS,2016
Para a visualização da relação entre os indicadores e as características de cada
planta, é necessário mostrar os fluxos logísticos de inbound e outbound para cada
unidade industrial e produto, ou seja, basear-se num conjunto de operações
associadas ao fluxo de materiais e informações, desde a fonte de matérias-primas até
a entrada na fábrica, e depois, logo após que os bens são produzidos, chegar até o
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cliente final de forma eficiente nos custos e satisfazer as crescentes expectativas com
relação ao serviço realizado e disponibilidade do produto oferecido.
Figura 4 – Esquema a logística de Distribuição Nacional
Fonte: Ilustração adaptada ILOS,2016
Contudo, pode-se afirmar que a escolha pela utilização de determinado modal
depende da infraestrutura disponível na região, volumes transportados, distâncias
percorridas, custos e prazo de entrega. Com base nas informações é possível analisar
oportunidades de trocas de modal de acordo com os parâmetros de cada produto e
região.
6. ANÁLISE DOS RESULTADOS
O estudo em questão mais precisamente, consiste na caracterização dos
modais apontados, dentre vantagens e desvantagens de cada, e os custos utilizados
por esses, levando em consideração os custos de transportes.
Através dos dados e informações contidas em gráficos, layout, mapas de
armazenamento de produtos e sistemas de controle, acarretará um estudo analítico e
comparativo, dentre eles, sendo possível explicar o porquê numa operação de
transporte de produtos químicos e derivados do petróleo entre a região sudeste ou
uma operação transporte de São Paulo ou Rio de Janeiro ao complexo industrial da
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Bahia ou vice-versa, se faz o uso dentre os modais rodoviários, dutoviários e
marítimos.
6.1 COMPARAÇÃO ENTRE TRANSPORTE DUTOVIÁRIO E RODOVIÁRIO
Com base em valores médios, o volume total de produtos movimentados pela
empresa do segmento químico nos últimos anos mais de 7.000 Kt ano, sendo que
deste, apresenta o maior volume expedido através de dutos que é o modal mais
barato.
Se compararmos com o transporte rodoviário apesar do baixo volume tem
representatividade significativa nos custos finais, indicando potencial de ganho com
troca de modal. Nesse caso, ficaria mais viável entre transportes de produtos na região
sudeste. Na figura abaixo, é possível observar os altos custos do transporte rodoviário,
se levarmos em consideração um deslocamento de matéria prima ou produto final
entre uma unidade industrial de São Paulo ou Rio de Janeiro com uma do estado da
Bahia, o transporte rodoviário ficaria inviável economicamente, sendo mais vantajoso
a operação via sistema dutoviário.
Figura 5: Matriz de transportes de carga do Brasil e os respectivos custos por modal em 2014
Fonte: Gráfico adaptado ILOS,2016
Base Valor Médio do Dólar entre 2014 e 2016: R$ 2,51 / toneladas transportadas por
quilômetro útil
Apesar do modal rodoviário ser responsável pela maior parcela da carga
movimentada no país e pela maior parcela dos custos, os dados relativos a esta
atividade são escassos e pouco confiáveis. Sendo a escolha pelo uso de determinado
modal dependente da infraestrutura disponível na região, volumes transportados,
distâncias percorridas, custos e prazo de entrega. Após análise de oportunidades de
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trocas de modal de acordo com os parâmetros de cada produto e região, percebendo-
se a escolha do transporte marítimo viável para um deslocamento de matéria prima
ou produto final entre uma unidade industrial de São Paulo ou Rio de Janeiro com
uma do estado da Bahia ou vice-versa.
6.1 COMPARAÇÃO ENTRE TRANSPORTE MARÍTIMO POR CABOTAGEM E
RODOVIÁRIO E DUTOVIÁRIO
Com base na tabela abaixo, é possível observar que se for considerar longas
distâncias o R$/t da cabotagem é menor que o do transporte rodoviário, tornando mais
interessante a cabotagem.
Figura 6: Esquema adaptado de custos de modal de origem x destino
Fonte: Esquema adaptado ILOS,2016
Logo, como pode-se observar o custo pelo transporte da região sudeste para o
nordeste é melhor via cabotagem. Sendo inviável economicamente o transporte via
rodoviário. Levando em consideração que a empresa estudada recebe matéria-prima
da Bahia e Rio de janeiro, e faz o fluxo de transferência de produtos para esses
destinos também.
Segundo ILOS (2016), os custos com cabotagem apresentados acima são os
fretes típicos de cabotagem, não incluindo os custos com tancagem no porto (média
de R$25/t nos portos próprios e R$38/t em Santos) e as pernas de transporte entre
Planta e Porto (média de R$34/t – rodoviário e R$0,10 - dutoviário) e Porto e Cliente
(média de R$100/t – rodoviário). Vale ressaltar que os fretes típicos dependem do
volume por rota permanente (fretes retorno são mais baixos).
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Pode-se afirmar também que o transporte dutoviário é considerado estratégico
em diversas etapas da cadeia logística, por ser mais competitivo que os outros
modais. Apesar de ainda necessitar de investimentos. Segundo Barros (2016), essa
competitividade se estabelece à medida que existe a necessidade de transporte
contínuo de grandes volumes de fluidos, de um ponto de oferta a um ponto de
demanda, com os dutos entregando um alto grau de confiabilidade por não se
sujeitarem a incertezas meteorológicas ou congestionamentos. Os grandes volumes
transportados e os baixos custos variáveis característicos do modal compensam os
altos investimentos necessários para a construção e implantação de uma malha de
dutos, como equipamentos, mão de obra, desapropriações e direito de acesso às
terras.
A relevância desse modal para o abastecimento nacional de combustíveis é
expressiva em razão do descasamento entre os locais de produção e consumo no
país. Atualmente, 63% da produção nacional desses produtos concentra-se na Região
Sudeste, enquanto a mesma região representa 44% do consumo nacional. (ILOS,
2016).
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O transporte de derivados de petróleo atualmente é efetuado pela empresa
utilizando os modais rodoviário, dutoviário e marítimo, no estudo realizado houve uma
comparação entre esses modais efetuados tendo como objetivo a redução de custos
logísticos. Notou-se que os transportes podem ser realizados em alguns casos por
outras alternativas.
Analisando o deslocamento entre a região Sudeste (São Paulo/Rio de Janeiro)
e a Bahia, o modal mais vantajoso é o marítimo por cabotagem, possuindo os menores
custos. O modal rodoviário nesse modelo de percurso gera os maiores custos, pois a
despesa com frete e combustível será alta.
O modal Dutoviário por não ser afetado por incertezas meteorológicas ou por
congestionamentos é considerado estratégico em diversas etapas, mas a sua
implementação requer altos investimentos.
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Enquanto o investimento para a construção e implementação da malha
dutoviária não vem, um dos caminhos é buscar modais alternativos como a
cabotagem, normalmente utilizada para movimentações de longas através de toda a
costa do país. Embora possua vantagens econômicas e ambientais, a cabotagem está
distante de ter seu potencial plenamente aproveitado, pois necessita de melhorias na
integração com outros modais, demanda possibilizar maior frequência de navios e
operação apropriada nos portos.
Estudos do ILOS direcionam que, para cada contêiner existente hoje na
cabotagem, há outros 6,5 com potencial de substituir as rodovias pelos mares.
Esse impacto seria benéfico, não somente para os custos das empresas (a
cabotagem é cerca de 25% a 30% em média mais acessível que o rodoviário), quanto
para a diminuição de emissão dos gases que constitui o efeito estufa, visto que a
cabotagem é menos poluente.
Segundos a ILOS (2016), uma grande parcela dos altíssimos gastos com
transporte de cargas é ocasionada pela crônica ineficaz da infraestrutura de
transportes do país, resultante de três décadas de baixas aplicações em
infraestrutura. A fim de o Brasil passe a dispor de uma infraestrutura de transportes
compatível à dos Estados Unidos, seria fundamental um aporte de aproximadamente
R$1 trilhão para investimentos em portos, rodovias e ferrovias. Esse investimento
seria revertido em torno de 11 anos, levando em consideração que o Brasil
economizaria R$91 bilhões ao ano sendo a matriz brasileira equivalente à norte-
americana. Os investimentos e custos foram feitos pelo ILOS e estão disponíveis
no Panorama de Custos Logísticos no Brasil 2016.
8. RECOMENDAÇÕES
Sugere-se como pesquisas futuras e complementares ao presente estudo:
Um estudo mais especifico com um número maior de transportes em diferentes
regiões a fim de analisar o comportamento desses custos logísticos;
Um estudo que permita visualizar outros modais não contemplados nesse já
realizado, verificando seus custos e vantagens em relação aos já estudados.
Exemplo modal ferroviário;
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Pesquisar em outros ramos industriais para analisar e identificar quais os
processos realizados por eles.
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