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O POLIESTIRENO EXPANDIDO NA
CONSTRUÇÃO CIVIL, ESTUDO DE CASO DA
UTILIZAÇÃO E MANEJO EM OBRAS NO
RECIFE/ PE.
Yenê Medeiros Paz1, Suênia Evelline Cunha2, João Victor Moraes Pinto3, Guilherme Teixeira Gomes de Araújo4 e
Romildo Morant de Holanda5
________________
1. Aluna de Engenharia Agrícola e Ambiental, Departamento de Tecnologia Rural, Universidade Federal Rural de Pernambuco. Av. Dom Manuel
de Medeiros, s/n, Dois Irmãos, Recife, PE, CEP 52171-900. E-mail: [email protected]
2. Aluna de Engenharia Agrícola e Ambiental, Departamento de Tecnologia Rural, Universidade Federal Rural de Pernambuco. Av. Dom Manuel
de Medeiros, s/n, Dois Irmãos, Recife, PE, CEP 52171-900. E-mail: [email protected]
3. Aluno de Engenharia Agrícola e Ambiental, Departamento de Tecnologia Rural, Universidade Federal Rural de Pernambuco. Av. Dom Manuel
de Medeiros, s/n, Dois Irmãos, Recife, PE, CEP 52171-900. E-mail: [email protected]
4. Aluno de Engenharia Agrícola e Ambiental, Departamento de Tecnologia Rural, Universidade Federal Rural de Pernambuco. Av. Dom Manuel
de Medeiros, s/n, Dois Irmãos, Recife, PE, CEP 52171-900. E-mail: [email protected]
5. Professor do Departamento de Tecnologia Rural, Universidade Federal Rural de Pernambuco. Av. Dom Manuel de Medeiros, s/n, Dois Irmãos,
Recife, PE, CEP 52171-900. E-mail:
Introdução
O poliestireno expandido é um plástico celular e
rígido, que pode apresentar uma variedade de formas e
aplicações. Apresenta-se como uma espuma moldada,
constituída por um aglomerado de grânulos[1]. Sendo
identificado como celular rígido, obtido a partir do
petróleo por meio de diversas reações químicas, de
acordo com a norma DIN ISO 1043/78.
EPS é a sigla internacional do poliestireno
expandido, segundo a norma DIN SO 1043/78. Porém
no Brasil, sua nomenclatura usual é o “Isopor” devido
a ser marca registrada da empresa Knauf Isopor Ltda,
contudo “o EPS mais conhecido no Brasil é o da
marca comercial da Basf-Isopor® “[2].
A sua presença no mercado consumidor, aonde vem
obtendo crescente participação: a leveza e a
capacidade de isolamento térmico, às quais ainda se
associa o baixo custo[3]. Além da resistência, baixa
densidade, facilidade de manuseio e isolamento
acústico.
Nas instalações dos produtores de poliestireno
expandido, a matéria prima passa por um processo de
transformação física, onde suas propriedades químicas
não são alteradas. Essa transformação pode ser
descrita por três etapas: a pré-expansão, o
armazenamento intermediário e a moldagem [4].
Atualmente o desenvolvimento de materiais de
construção, assim como outros tipos de materiais
utilizados pela sociedade em geral, devem ser
ecológicos, ou seja, fazendo atender não somente às
exigências de preservação do meio ambiente, como
serem economicamente viáveis [2]. Inovações no de
matérias, técnicas e processo construtivo também
apresentam como efeito menos trabalho realizado no
canteiro de obras [5].
No panorama da Construção civil bases sustentáveis
podem ser buscadas reduzindo-se a reduzindo a
geração de resíduos a um mínimo reciclável,
reciclando e otimizando ao máximo os recursos
naturais, evitando assim desperdícios desnecessários.
Dentre as suas utilizações na construção civil,
destacam-se, i) “Enchimento de lajes e fôrmas para
concreto”, de acordo com a ABNT classificação PI
(NBR 11752)[6], o EPS apresenta condições muito
favoráveis para tal finalidade devido ao seu peso
específico e resistência apesar da densidade. ii)
Enchimento de elementos estruturais, iii) Lajes
nervuradas e lajes industrializadas, iv) Isolamento
térmico de lajes impermeabilizadas e v) Isolamento
térmico de telhados e paredes, vi) Concreto leve, vii)
Forros isolantes e decorativos, (viii) Isolamento
térmico em câmaras frias ou frigoríficas, ix) Juntas de
dilatação e x) Fundações para estradas [7].
O estudo tem como objetivo realizar um
levantamento do uso de EPS na construção civil de
Recife/PE, atrelando a esse: manejo, vantagens e
desvantagens, visando socializar as informações
através de ciclos de seminários, voltados para a
temática dos materiais da construção civil, promovidos
por estudantes do curso de Engenharia Agrícola e
Ambiental da Universidade Federal Rural de
Pernambuco (UFRPE).
Material e métodos
O presente estudo foi realizado na região
metropolitana do Recife em Pernambuco, onde se pode
deparar com uma variedade de edificações nos mais
variados estágios de construção; estas estão fazendo o
setor da indústria da construção civil ter o maior
crescimento dos últimos anos. Grandes obras de infra-
estrutura, programa federal de moradias populares e
investimentos de empresas privadas estão fazendo do
setor o principal indutor do desenvolvimento neste
ano. O surgimento de novas obras de infra-estrutura,
se devem especialmente por conta dos projetos
estruturadores que aportam no Complexo Industrial
Portuário de Suape.
A primeira etapa para a realização desse estudo foi
o levantamento de dados secundários, onde se
objetivou localizar as utilizações do EPS na construção
Civil do país; Na segunda etapa do estudo foram
realizadas visitas técnicas a 3 obras localizadas na
região metropolitana do Recife, 2 localizadas dentro
do próprio campus da UFRPE, e abordados 3
engenheiros civis responsáveis. Para coletar dados
primários foi realizada aplicação de questionários com
perguntas semi estruturadas e objetivas com
engenheiros responsáveis e observação in loco(Figura
1). Nestes, foram analisados pontos como degradação
ao meio ambiente, reutilização e reciclagem do isopor,
custo, vantagens e desvantagens do uso,
armazenamento e recebimento. Os dados obtidos
foram plotados e analisados em planilha Excel.
Resultados
A partir de dados coletados e observações realizadas
durante as visitas de campo, pode-se notar que os EPS
tem muitas utilidades na industria da construção civil,
mas sua principal finalidade nas obras da região
metropolitana do Recife são: tornar a laje mais leve,
possibilitar futuras quebras e produzir o concreto leve.
O modo como são usados não varia muito sendo os
mais citados: moldagem para passagem de instalação
elétrico-hidráulica, nas lajes, no preenchimento de
vazios, em estruturas que possam dilatar, em forros de
gesso, pisos, divisórias e brises. Foi questionado a
relação da vantagem com a desvantagem do uso desses
materiais e foram obtidos os seguintes pontos
positivos: maior praticidade, leveza, isolante térmico,
de fácil manutenção, alta durabilidade; em contra
posição os negativos: custo, fragilidade, aderência a
sujeira e falta de mão de obra especializada. Os
entrevistados acreditam que o EPS é um material de
construção que não polui o meio ambiente, pela
intensa divulgação do material de ser reciclável; ao
mesmo tempo estes indicaram que associações de
catadores que procuram esse tipo de material para
realizar o trabalho de reciclagem tem um tamanho
ínfimo na região metropolitana do Recife, daí a
iniciativa da reutilização na própria obra, ainda com a
mesma finalidade. Os EPS normalmente chegam na
forma de blocos grandes e seu armazenamento se dá
em almoxarifados (Figura 2), onde a disposição é feita
em cima de pallets, num ambiente arejado com pouca
umidade,
Discussão
Com base nos dados levantados, as vantagens
apontadas para uso de EPS foram consideravelmente
superiores às desvantagens, evidenciando uma boa
aceitação do material para uso na construção civil.
Um problema ainda em discussão é a disposição
final de resíduos de EPS que representa um problema
de difícil solução, em várias partes do mundo, até
mesmo no Brasil. Mesmo sendo um material
considerado 100% reciclável, por ser um apresentar
um valor comercial muito pequeno, este tipo de
resíduo acaba não sendo prioridade nas coletas.
A contínua análise dos materiais de construções em
busca de matérias alternativos e sustentáveis, que
degradem menos o meio ambiente deve ser o foco dos
estudos relacionados aos materiais de construção,
assim como em outras vertentes da construção civil.
Agradecimentos
UFRPE
Referências
[1] MANO, E.B., 2000, Polímeros como Materiais de Engenharia,
Edgard Blucher, São Paulo.
[2] AMIANTI, M.; BOTARO, V.R.; Concreto impregnado com
polímero (CIP): uso e aplicação do EPS reciclado para redução
da permeabilidade de superfícies de concreto, Revista Matéria, v.
13, n. 4, pp. 664 – 673, 2008
[3] SILVEIRA, J.L. GROTE, Z.V., 2004, Análise termodinâmica de
um processo de reciclagem de Poliestireno Expandido (Isopor):
um estudo de caso, Faculdade de Engenharia de Guaratinguetá,
UNESP, Guaratinguetá-SP
[4] FOWLER, D. W., “Polymers in concrete: a vision for the 21st
century”, Cement and Concrete Composites, v.21, n.5, pp. 449-
452, Dez. 1999t
[5] SILVA, M. A. C. Necessidades de ações de desenvolvimento
tecnológico na produção da construção civil. Brasília,
Ministério da Ciência e Tecnologia, set. 2000. in: ANTAC –
Versão 1/ Abril 2002
[6] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS.
NBR 11752: Materiais celulares de poliestireno para isolamento
térmico na construção civil e em câmaras frigoríficas.
[7] ABRAPEX. Associação Brasileira do Poliestireno Expandido. O
EPS na Construção Civil: Características do poliestireno
expandido para utilização em edificações. São Paulo, set. 2000.
Figura 1. Construção de Edificação da Universidade
Federal Rural de Pernambuco
Figua 2. Almoxarifado acomodando blocos de EPS