O Papel Da Auditoria Interna Nas Instituicoes Publicas - Monografia

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Autor: Sergio Alfredo Macore / Helldriver Rapper

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ndiceLISTA DE TABELASvLISTA DE FIGURASviLISTA DE GRAFICOSviiLISTA DE ABREVIATURASviiiDECLARAOixDEDICATRIAxAGRADECIMENTOxiRESUMOxiiCAPITULO 1: INTRODUO131.1 Introduo131.2 Objectivos do Trabalho141.2.1 Objectivo geral141.2.2 Objectivos especficos141.3 Justificativas141.4 Definio do Problema de Pesquisa151.5 Estudo de Hipteses151.6 Estrutura do trabalho15CAPTULO 2: REVISO DA LITERATURA172.1 Introduo172.2 Auditoria172.2.1 Evoluo Histrica da auditoria172.3 Auditoria interna182.3.1 Evoluo histrica da auditoria interna182.3.2 Conceitos192.3.3 Normas de auditoria interna192.3.4 Objectivo da Auditoria interna202.3.5 Papel, e Importncia da auditoria interna212.3.6 Princpios do auditor interno232.3.7 Fases do processo de auditoria interna232.4 Tipos de auditoria interna262.5 A estrutura organizativa do servio de Auditoria Interna282.6 Independncia em auditoria interna292.7 Auditoria interna e auditoria externa302.7.1 Inter-relacionamento302.7.2 Diferena entre auditoria interna e externa312.8 Auditoria interna no sector pblico332.9 Controlo interno352.9.1 Conceito352.9.2 Tipos de controlo interno352.9.3 Relao entre auditoria interna e controlo interno36CAPTULO 3 METODOLOGIA DA PESQUISA373.1 Introduo373.2 Tipo e Natureza de pesquisa373.3 Fontes de dados373.4 Populao em estudo e tamanho da amostra383.4.1 Populao em estudo383.4.2 Tamanho da amostra383.4.3 Ferramentas da anlise usadas38CAPTULO 4: ANLISE E INTERPRETAO DE DADOS424.1 Introduo424.2 Localizao geogrfica da cidade de Nampula424.3 Estudo da auditoria interna no Gabinete do Governador da cidade de Nampula43CAPTULO 5: CONCLUSO E RECOMENDAES47Concluso47Recomendaes48REFERNCIAS BIBLIOGRAFICAS49APNDICES51ANEXOS54

LISTA DE TABELASTABELA I: Tipo de auditoria interna26TABELA II: Diferena entre auditoria interna e auditoria externa32

LISTA DE FIGURASFIGURA 1 - Fases do processo de auditoria interna24FIGURA 2 - Nvel hierrquico de auditores28FIGURA 3 - Organograma adequado auditoria interna30

LISTA DE GRAFICOSGRFICO I: Grau de importncia de auditoria interna39GRFICO II: Nvel de dependncia da auditoria interna40GRFICO III: Benefcios da auditoria interna40GRFICO IV: Acesso irrestrito do departamento de auditoria interna41

Nome: Srgio Alfredo Macore / 22.02.1992Naturalidade: Cabo Delgado Pemba MoambiqueContactos: +258 826677547 ou +258 846458829Formado em: Gesto de Empresas / Gesto FinanceiraE-mail: [email protected] / [email protected]: Helldriver Rapper Rapper, Sergio Alfredo MacoreTwitter: @HelldriverTLGInstituio de ensino: Universidade Pedagogica Nampula Faculdade = ESCOG.

Boa sorte para voc.

LISTA DE ABREVIATURAS IIA- Instituto de Auditores internos AICPA- American Institute of Certified Public Accountant: Comit de procedimentos de Auditoria do Instituto Norte Americano de Contadores Pblicos.INE- Instituto Nacional de Estatsticas

DECLARAODeclaro por minha honra que este trabalho da minha autoria, resulta da minha investigao e sob orientao do meu Supervisor. Esta a primeira vez que submeto numa instituio Acadmica para obter o grau Acadmico de Licenciatura em Contabilidade com habilitao em Auditoria.Nampula, aos ______ de Abril de 2015

Nome do Autor______________________________________________(Sergio Alfredo Macore)

Nome do Supervisor_____________________________________________(--------------------------------)

DEDICATRIADedico este trabalho minha me e meu irmo, por acreditarem na minha capacidade profissional e me dar todo o apoio emocional para o desenvolvimento e concluso deste curso.

AGRADECIMENTO Em primeiro lugar agradeo Deus por me dar o dom de vida e a capacidade de superar todas as dificuldades e barreiras encontradas. Aos meus pais, pela dedicao e confiana durante toda a caminhada. Aos meus irmos, cunhados tios e sobrinhos e primos que de uma forma ou outra me transmitiram fora e confiana em todos os momentos. Aos meus parentes, amigos e colegas que lutamos juntos durante todo o percurso sempre com o mesmo objectivo. Ao meu supervisor pela sua orientao e todos os professores que contriburam para que o meu objectivo fosse atingido. A todos que deram o seu contributo, respondendo os questionrios.

RESUMO A auditoria interna uma actividade independente ancorada administrao da empresa, com vista a acrescentar valor organizao nela inserida, observando o funcionamento dos controlos internos existentes. uma actividade importante para qualquer empresa, por ser a nica que tem acesso a todas as outras reas da empresa. Cada vez ela torna-se mais importante, pois o mundo encontra-se em constante desenvolvimento e as empresas acompanham esse desenvolvimento ampliando as suas actividades, ou dimenso. O objectivo do estudo foi analisar o papel da auditoria interna nas instituies pblicas, identificando os seus benefcios e importncia. Realizou-se um estudo bibliogrfico e estudo de caso no gabinete do Governador de Nampula, atravs de questionrios que foram distribudos aos responsveis de cada departamento.

Palavras-chaves: Auditoria interna, Acrescentar valor, Instituies pblicas.

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CAPITULO 1: INTRODUO1.1 IntroduoO trabalho que ora se desenvolve enquadra-se no mbito do trabalho de fim de curso complemento de licenciatura em Contabilidade e Auditoria, promovido pela Universidade Pedaggica, Departamento de Contabilidade de Gesto, cujo tema Papel da Auditoria Interna nas Instituies pblicas. A escolha do tema deve-se ao facto da Auditoria Interna ser um conceito moderno, apesar de que j existiam actividades parecidas com o da auditoria interna ou com a mesma finalidade, ela merece uma ateno especial pois muitas empresas ainda no conseguiram detectar a suas vantagens. Tambm, um tema que me despertou bastante interesse no meu percurso acadmico.De facto, a auditoria interna uma actividade independente e objectiva de avaliao e de consultoria, desenhada para adicionar valor e melhorar as operaes de uma organizao. Ela auxilia uma organizao a realizar seus objectivos a partir da aplicao de uma abordagem sistemtica e disciplinada para avaliar e melhorar a eficcia dos processos de gesto de riscos, controlo e governana.A globalizao da economia e o surgimento de mercados comuns fazem com que a Auditoria Interna deixe de ter uma funo com conotao Policialesca e Repressiva para ter uma funo de acessoramento alta Administrao e Gestores para o cumprimento da misso empresarial e, para isso a Auditoria Interna precisa estar preparada e com suporte adequado para que possa cumprir sua misso com eficcia e eficincia. Empregada como ferramenta de Controlo e Gesto de Riscos Empresariais, a Auditoria Interna estar contribuindo com seu trabalho de forma eficaz na conduo dos negcios pelos Gestores.Os resultados do trabalho da Auditoria Interna, alm de se constiturem em algo precioso para a tranquilizao dos Gestores do alto comando, fornecem recomendaes correctivas e preventivas exposio da organizao face aos riscos empresariais que podem ser de natureza; sistmica, operacional, financeira, tecnologia da informao, recursos humanos, mercadolgicas e de factores externos que podem impactar os resultados e estratgias globais da empresa.

1.2 Objectivos do TrabalhoA presente pesquisa procura alcanar os objectivos traados, isto , geral e os especficos de modo que se materialize a questo acima colocada acerca do Papel da Auditoria Interna nas Instituies Pblicas, caso Gabinete do governador da Cidade de Nampula.1.2.1 Objectivo geral Analisar o papel da auditoria interna nas instituies pblicas, em particular no gabinete do governador na cidade de Nampula.1.2.2 Objectivos especficosBaseado nos esclarecimentos feitos, pode-se ainda destacar como objectivos especficos: Relatar conceitos e definies sobre auditoria; Ressaltar a importncia da auditoria interna nas organizaes; Mostrar como a auditoria interna pode contribuir para o processo decisrio; Levantar se a instituio em estudo possui Auditoria Interna; Levantar, caso possua, porque se decidiu em implant-la; Levantar, na opinio da instituio, se a Auditoria lhe trouxe benefcios e quais foram os reflexos para a mesma.1.3 JustificativasEm uma organizao moderna, em que se exige que seus vrios sectores faam parte de um nico todo, reunindo esforos colectivos para alcanar melhores resultados, torna-se inconcebvel a inexistncia de um sector atento s oportunidades de melhorias que possam, eventualmente, surgir. Os administradores responsveis pelos seus sectores, porm, sem tempo disponvel ou mesmo condies tcnicas para verificar in loco o que se passa com as pessoas, procedimentos e valores sob sua superviso, necessitam se certificar de que tudo funciona de acordo com o planejado. Por estas razes, a actividade de auditoria interna passou a fazer parte de uma organizao moderna.No contexto actual, o movimento da economia mundial vem modificando os factores determinantes da competitividade. Alm disso, a busca por novos clientes est mais disputada e cada vez mais surgem novas organizaes de sucesso, tornando obsoletas aquelas incapazes de se adaptar a este novo ambiente.Os auditores internos podem estar numa situao nica para ajudar as suas empresas a eliminar desperdcios, simplificar tarefas e reduzir custos, e tambm avaliar as polticas, planos, procedimentos e normas legais em vigor e detectar os desvios de sua aplicao pela organizao. neste contexto que a auditoria interna se constitui como uma funo de apoio gesto, auxiliando a organizao a alcanar seus objectivos.1.4 Definio do Problema de PesquisaA necessidade de controlos mais rgidos e acompanhamento contnuo dos processos de uma empresa so constantes, principalmente pelo acirramento da competitividade no mercado e pela globalizao pelo qual passamos.Contudo, o controle administrativo ficou mais complexo com o crescimento das empresas, tanto em tamanho como em diversificao de actividades. Em face disto, aumentou a necessidade de um profissional que auxilie os gestores na superviso das actividades visando salvaguardar seu patrimnio.A auditoria interna concebida como uma actividade necessria organizao e se desenvolve a fim de auxiliar a gerncia activa, concedendo-lhe alternativas e colaborando no trabalho de controlo, assessoria e administrao. Diante deste contexto pergunta-se: Qual a importncia da Auditoria Interna dentro das instituies pblicas?1.5 Estudo de HiptesesNo presente trabalho foram colocadas as seguintes hipteses:H0: provvel que, a auditoria interna fortalece o posicionamento das instituies, alm de permitir uma efectiva transformao organizacional para melhor.H1: A auditoria interna tende a harmonizar o processo de gesto, pois serve como um suporte estratgico para tomadas de decises gerncias.H2: A auditoria interna desempenha um papel de grande relevncia, ajudando a eliminar desperdcios e transmitir informaes aos administradores sobre o desenvolvimento das actividades executadas.1.6 Estrutura do trabalhoPara uma melhor percepo e anlise, o trabalho est estruturado em cinco captulos. Sendo que a parte pr-textual do trabalho apresenta primeiro a lista de tabelas, abreviaturas, depois a declarao, dedicatria, agradecimentos e resumo do trabalho. No captulo introdutrio apresentada a introduo, os objectivos do estudo: geral e especficos que se esperam alcanar e a justificativa. Depois, apresentada a definio do problema de pesquisa, a hiptese de estudo e a delimitao do estudo. No segundo captulo apresentada a reviso da literatura, onde diferentes autores apresentam os principais delineamentos acerca do papel da auditoria interna nas Instituies pblicas. No terceiro captulo apresentada a metodologia da pesquisa, onde foi evidenciada a classificao da pesquisa, fontes de dados, universo e amostra, dados da pesquisa, o plano de colecta de dados e por fim instrumentos usados para a colecta de dados. O quarto captulo apresenta uma breve apresentao do cenrio actual da empresa em anlise e faz anlise, apresentao e interpretao dos dados dos inquiridos, e avaliao das hipteses formuladas para a pesquisa. No ltimo captulo apresentada concluses recomendaes, referncia bibliogrfica utilizada para a elaborao do trabalho e os apndices em anexos.

CAPTULO 2: REVISO DA LITERATURA2.1 IntroduoEste o captulo no qual se abordam tpicos relacionados com a auditoria interna entre os quais o seu conceito, caracterizao, importncia, objectivos, normas, entre outros. Sendo que a auditoria interna uma ramificao da auditoria externa inicia-se com a auditoria externa, seus conceitos e evoluo, e assim se enfocar na auditoria interna.2.2 Auditoria 2.2.1 Evoluo Histrica da auditoria Segundo Pinheiro (2010, p. 23) a palavra auditoria deriva do Latim Audire, aquele que ouve. O verbo to audire, quer dizer examinar, certificar Segundo Costa (2010, p.55) a auditoria surgiu na Gr-Bretanha no sculo XIX (como consequncia da revoluo industrial) onde publicaram as primeiras normas de relato financeiro e de auditoria. Em 1854 foi criada The Society of Accountants in Edinburgh que em 1951 deu origem ao actual The Institute of Chartered Accountants of Scotland, primeiro organismo profissional de contabilistas e auditores a nvel mundial. No sculo XVII em Gr-Bretanha, contabilista profissional era reconhecido como indivduo habilitado a tratar dos casos de insolvncias, falncias, liquidaes, etc., os auditores comearam a praticar a contabilidade e auditoria como conhecida hoje a partir do sculo XIX. Com o desenvolvimento das empresas industriais e comerciais sentiu-se a necessidade de bons procedimentos contabilsticos e eficientes medidas de controlo interno da surge a auditoria. Tambm pelo facto de a maioria das empresas serem de responsabilidade limitada o que implicou que as demonstraes financeiras apresentadas aos accionistas fossem auditadas, tornando obrigatrio para este tipo de sociedade na Gr-Bretanha a partir de 1900. A colonizao inglesa nos Estados Unidos da Amrica e o grande desenvolvimento industrial ocorrido nestes pases fez com que a auditoria acompanhasse de perto esse incremento tendo alcanado uma enorme difuso e um aperfeioamento tcnico bastante elevado. Em 1887 foi criado o American Institute of Accountants o qual em 1917 publicou os primeiros documentos tcnicos sobre auditoria e, em 1948 o sucessor deste organismo, o American Institute of Certified Public Accountants (AICPA), publicou as normas de auditoria geralmente aceites (Costa, 2010). A auditoria conceituada de vrias formas por diferentes autores, nas quais se evidencia o seguinte: Auditing Concepts Comitee, Report of the Comitee on Basic Auditing, The Accounting Review, vol. 47 (1972, p.18, apud Morais e Martins 2003, p. 14), define auditoria da seguinte forma: A auditoria um processo sistemtico de objectivamente obter e avaliar prova acerca da correspondncia entre informaes, situaes ou procedimentos e critrios pr-estabelecidos, assim como comunicar concluses aos interessados. Segundo Attie (1998, p.25), auditoria interna uma especializao contbil voltada a testar a eficincia e eficcia do controle patrimonial implantado com o objectivo de expressar uma opinio sobre determinado dado.2.3 Auditoria interna 2.3.1 Evoluo histrica da auditoria interna Segundo Morais e Martins (2003, p. 60) o conceito da auditoria interna tem evoludo ao longo dos anos devido ao seu rpido crescimento e fcil aceitao. Morais e Martins (2003, p.60) evidencia que existem indcios de que se praticavam certas formas de auditoria interna nas antigas civilizaes e que nos estados feudais e herdades privadas j existia uma pessoa que tinha por misso inspeccionar os rendimentos das contas de funcionrios e agentes. Em 1164, existiam em Itlia, auditores profissionais ao servio da Catedral de Milo, e em 1581, foi criada em Veneza a primeira associao de auditores profissionais com carcter oficial (Morais e Martins, 2003, p.60). Com a revoluo industrial e desenvolvimento das sociedades no princpio do sculo XIX surgiu a auditoria interna prxima do actual, com isso tornou-se necessrio um controlo interno mais eficiente e logo foram evoluindo os objectivos de auditoria interna actuando sobre os controlos administrativos. Foi imposto a nfase na reviso do controlo interno empresarial nos Estados Unidos, nos anos 40/50, e a busca de fraude deixou de ser o principal objectivo da auditoria, a preocupao passou a ser a melhoria do sistema do controlo interno. Foi criado o IIA, nos Estados Unidos,em 1941, associando institutos espalhados por todo mundo entre os quais foi destacado o Instituto Portugus de Auditor Interno, criado em 1992. Em 1947 a auditoria interna estendeu-se s reas operacionais com o surgimento do statement of responsabilities of the internal auditors que foi revista em 1957. O papel do auditor interno ampliou-se nos ltimos tempos de tal forma que contribui para que os riscos sejam minimizados, contribuindo para uma gesto eficaz. (Morais e Martins, 2003)

2.3.2 Conceitos A auditoria interna uma actividade que esteve em constante evoluo o que faz com que haja vrias formas de a conceituar e por diferentes autores: O Institute of Internal Auditors (2009, p. 10) define auditoria interna da seguinte forma: A auditoria interna uma actividade independente, de garantia e consultoria, destinada a acrescentar valor e a melhorar as operaes de uma organizao. Ajuda a organizao a alcanar os seus objectivos, atravs de uma abordagem sistemtica e disciplinada, na avaliao e melhoria da eficcia dos processos de gesto de risco, de controlo e de governao. Morais e Martins (2003, p.61) definem: A auditoria interna uma actividade de avaliao que, de forma independente dentro de uma empresa, tem por objecto a reviso das operaes contabilsticas, financeiras e de todo o tipo, com o fim de prestar um servio direco. um controlo administrativo, cuja funo medir e avaliar a eficcia de outros controlos.A auditoria interna uma actividade de avaliao independente, estabelecida numa organizao como um servio mesma. um sistema de controlo que funciona pelo exame e avaliao da adequao e eficcia dos outros sistemas de controlo. De acordo com Attie (1992, p.28): A auditoria interna uma funo independente de avaliao, criada dentro da empresa para examinar e avaliar suas actividades, como um servio a essa mesma organizao.2.3.3 Normas de auditoria interna Lello, E. e Lello, J. (1993, p. 825 apud Morais e Martins, 2003, p.32) define norma como: princpio que serve de regra; regra; lei; modelo. Morais e Martins (2003, p.34) refere que as normas para a prtica profissional de auditoria interna so emanadas pelo IIA que foi fundado em 1941 nos Estados Unidos da Amrica. Maral e Marques L. (2011, p. 62) declaram que as normas para a prtica profissional de auditoria interna tm como finalidade aclarar o papel e as responsabilidades dos auditores internos perante todos os interessados, assim como estabelecer uma base para a orientao e avaliao da auditoria interna e desenvolver a sua prtica. IIA (2009, p.14) refere: As normas tm como objectivo: Delinear princpios bsicos que representem a prtica de auditoria interna; Proporcionar um enquadramento para o desempenho e promoo de um espectro alargado de auditoria de valor acrescentado; Estabelecer uma base para a avaliao do desempenho da auditoria interna; Promover a melhoria dos processos e das operaes das organizaes. As normas de auditoria interna encontram-se divididas em Normas de atributo, de desempenho e de implementao. A norma de atributo e de desempenho se aplicam a todos os servios de auditoria interna. As de atributo esto relacionadas com as caractersticas das organizaes e das entidades que desempenham a actividade de auditoria e as de desempenho descrevem a natureza das actividades de auditoria interna e proporcionam critrios de qualidade que permitem medir o desempenho de tais servios, enquanto as de implementao desenvolvem-se em torno das normas de atributo e de desempenho, proporcionando requisitos aplicveis a actividade de garantia ou de consultoria. (IIA, 2009, p.15). 2.3.4 Objectivo da Auditoria interna O principal objectivo da auditoria interna o de ajudar os administradores observando o funcionamento dos controlos internos contribuindo para o seu melhoramento ou at substituio caso necessrio. A auditoria interna s fornece benefcios organizao, pois controla o seu patrimnio a fim de minimizar as possveis irregularidades, incapacidades ou negligncias caso existam. Para Crepaldi (2000, p.212) os objectivos da auditoria interna so exactamente: Verificar se as normas internas esto sendo seguidas; Avaliar a necessidade de novas normas internas ou notificaes das j existentes Segundo Attie (1992, p.29) os objectivos da auditoria interna se resumem nos seguintes: Examinar a integridade e fidedignidade das informaes financeiras e operacionais e os meios utilizados para aferir, localizar classificar e comunicar essas informaes; Examinar os sistemas estabelecidos, para certificar a observncia s polticas, planos, leis e regulamentos que tenham, ou possam ter, impacto sobre operaes e relatrios, e determinar se a organizao est em conformidade com as directrizes; Examinar os meios usados para a proteco dos activos e, se necessrio, comprovar sua existncia real; Verificar se os recursos so empregados de maneira eficiente e econmica; Examinar operaes e programas e verificar se os resultados so compatveis com os planos e se essas operaes e esses programas so executados de acordo com o que foi planeado; Comunicar o resultado do trabalho de auditoria e certificar que foram tomadas as providncias necessrias a respeito de suas descobertas.

O objectivo da auditoria interna, beneficiar a empresa com um melhor controlo de seu patrimnio, procurando reduzir a ineficincia, negligncia, incapacidade etc. Pode-se claramente verificar que pelas diferentes funes que cada autor atribui a auditoria interna tem sempre por objectivo final acrescentar valor a organizao e ajudar na melhoraria do funcionamento da organizao. Ou seja a preocupao primordial da auditoria interna ajudar o mximo a organizao onde se encontra inserida.2.3.5 Papel, e Importncia da auditoria interna Apesar da auditoria interna ter evoludo bastante so ainda poucas as organizaes que compreendem a sua real importncia, pois muitas organizaes s relacionam a auditoria interna com os custos e no levam em conta os benefcios. M. Marques (1997, p.77) afirma: () a auditoria pode desempenhar um papel muito importante e constituir um precioso instrumento ao servio da gesto, atendendo ao conhecimento profundo e viso global que podem ter da unidade econmica (da qual tambm faz parte) e aos contributos que pode dar para o aperfeioamento e modernizao sistemtica da sua organizao e funcionamento, dos mtodos e processos utilizados, da gesto e, consequentemente, para a melhoria da sua capacidade competitiva. A auditoria interna cumpre um papel fundamental na empresa, pois ela subsidia o administrador ou proprietrio com dados e informaes tecnicamente elaborados, relativos s actividades para que estes possam acompanhar e supervisionar j que no dispem de condies de as realizar e ainda auxilia a organizao na melhoria dos seus negcios, identificando reas problemticas e sugerindo medidas com vista a corrigir ou eliminar as deficincias encontradas. A auditoria interna conhecida como uma actividade de grande importncia principalmente no seio das grandes empresas porque apenas o administrador no dispe de condies para cuidar do funcionamento da empresa no seu todo, e assim surge a necessidade de delegar essas funes para outras pessoas, auditores internos, que constituem um cargo de grande relevncia. Segundo Nelson e L. Marques (2011, p.70) a auditoria interna assume particular importncia por observncia s seguintes funes: Concepo, implementao e acompanhamento do sistema de controlo interno; Avaliao das performances da gesto; Anlise de investimento; Avaliao de mercado; Organizao de planos estratgicos e previsionais e avaliao de desvios; Outras anlises e estudos econmico-financeira; Auditorias externas. Morais e Martins (2003, p. 63) definem outras funes da auditoria interna tais como: Examinar e apreciar a razoabilidade, a suficincia e aplicao dos controlos contabilsticos, financeiros e operacionais e promover um controlo eficaz a um custo razovel- relao custo/benefcio com base na avaliao do risco; Verifica at que ponto os activos da entidade esto justificados e livres de nus bem como se os processos de governao so adequados; Avaliar a qualidade e eficcia do trabalho desenvolvido pelos trabalhadores; Recomendar melhorias no sistema.

A auditoria interna considerada importante para a organizao por ser uma actividade de suporte a alta administrao na perspectiva de acrescentar valor a organizao nela inserida. A melhoria da administrao depende de um bom funcionamento da auditoria interna, pois quanto melhor for o funcionamento mais credibilidade tero as sugestes feitas por ela. A auditoria interna se torna importante pelo facto de ser uma actividade que tem poder analisar, apreciar, recomendar e comentar sobre s actividades de negcio que seja til para os membros da administrao. ela que verifica o cumprimento das normas e no s, tambm identifica reas que esto sujeitas s correces ou melhorias.

2.3.6 Princpios do auditor interno Segundo o IIA (2009, p. 12) os auditores devem seguir os seguintes princpios: Integridade: A integridade dos auditores internos gera confiana e, por conseguinte, proporciona o fundamento para confiar no seu julgamento. Objectividade: os auditores internos manifestam o mais elevado grau de objectividade profissional ao coligirem, avaliarem e comunicarem a informao sobre a actividade ou processo em anlise. Os auditores internos fazem uma avaliao equilibrada de todas as circunstncias relevantes e os seus julgamentos no so influenciados por interesses particulares e por opinies alheias. Confidencialidade: os auditores internos respeitam o valor e a propriedade da informao que recebem e no divulgam a informao sem a devida autorizao, excepto em caso de obrigao legal ou profissional de o fazer. Competncia: os auditores internos aplicam os conhecimentos, tcnicas e experiencia necessrias no desempenho dos servios de auditoria interna.2.3.7 Fases do processo de auditoria interna Para um adequado processo de auditoria interna, Morais e Martins (2003,p.91 a 128), indica as fases que os auditores internos devem seguir:

FIGURA 1 - Fases do processo de auditoria internaFonte: adaptado de Morais e Martins (2003, p. 91 a 129)2.3.7.1 PlaneamentoEst relacionada seleco de rea sujeita a auditoria. O planeamento do trabalho um factor relevante para o xito do trabalho da equipe de auditoria interna, pois permitem a realizao de exames adequados e eficientes para que os objectivos da auditoria interna se concretizem em tempo razovel, independentemente de qualquer acontecimento imprevisvel. O plano de auditoria no padro, pelo facto de que cada empresa tem a sua estrutura, dimenso ou tipos de direco, sendo assim o plano deve ser elaborado de acordo com os seguintes requisitos:A dimenso da empresa; o sector de actividade (caractersticas; as causas e origens do crescimento do negcio, ou pelo contrrio, a sua decadncia); a identificao de funes mais relevantes dentro da empresa e os problemas crticos, que podem afectar; a empresa objecto de auditorias externas peridicas; o correcto tratamento das informaes; a situao financeira da empresa (Morais e Martins, 2003, p.91). 2.3.7.2 Preparao da auditoriaInclui um programa de trabalho, que plano detalhado de prticas comuns de auditoria e de avaliao do controlo interno, com base nas normas estabelecidas pela empresa e em procedimentos tcnicos geralmente aceites. Serve de orientao ou guia para a consecuo do trabalho de auditoria (Morais e Martins, 2003, p.92).2.3.7.3 Exame preliminar necessrio para melhor conhecimento da entidade ou rea sujeita a auditoria. Para isso o auditor ter que efectuar deslocaes, observaes, reunies, recolha de documentos, pois essas deslocaes do ao auditor a oportunidade de conhecer as pessoas, a natureza das operaes, ambiente de trabalho, etc. A primeira reunio deve ser com a direco e no local a auditar a fim de efectuar o primeiro esboo do trabalho a executar, sem esquecer de fazer recolha e verificao dos documentos bsicos que permitam conhecer e descrever o sistema, bem como a adequao e eficcia da gesto de risco (Morais e Martins, 2003, p.99). 2.3.7.4 Descrio, Anlise e Avaliao do controlo interno necessrio efectuar uma anlise muito detalhada dos procedimentos e sistemas de controlo da entidade da forma mais racional possvel ao realizar a auditoria interna. A auditoria interna estuda e avalia de controlo interno existentes em cada rea serve como base de confiana e para determinar os procedimentos de auditoria a serem aplicados.Deve ser seguido independentemente da magnitude ou complexidade dos sistemas e procedimentos da rea seleccionada para auditar e independentemente do sistema de procedimento da informao tanto contabilstica como no contabilstica (Morais e Martins, 2003, p.99). 2.3.7.5 Exame e avaliao da informao executada aps se ter avaliado o controlo interno e se ter avaliado novamente o risco e reajustado o programa de auditoria preliminar (Morais e Martins, 2003, p.101). 2.3.7.6 Concluses e recomendaesAps ter efectuado a avaliao da eficcia do controlo interno, tendo sempre presente a anlise do risco e na posse da prova adequada o auditor interno estar em condies de elaborar concluses e efectuar recomendaes (Morais e Martins, 2003, p.101). 2.3.7.7 Comunicao dos resultados Faz-se atravs de relatrios. O relatrio representa um dos documentos mais relevantes do auditor interno, afinal o meio pelo qual se comunica direco as concluses do trabalho realizado. Ele deve reunir cinco requisitos gerais: ser construtivo; objectivo; conciso; oportuno e claro. Recomenda-se comentar as concluses e recomendaes com o responsvel pela rea auditada antes da emisso do relatrio definitivo. Estes comentrios ajudaro no esclarecimento de mal entendidos, caso houver, ou interpretaes incorrectas e ainda proporciona ao auditor a oportunidade de poder clarificar pontos concretos do exame sobre o qual vai expressar opinio (Morais e Martins, 2003, p. 102).2.3.7.8 Follow-up o processo em que o auditor interno avalia a adequao, eficcia e oportunidades das medidas tomadas pelo rgo de gesto face s observaes e recomendaes relatadas. a fase do processo que mais se verifica a diferena entre o trabalho desenvolvido pelo auditor interno e externo, enquanto o trabalho de auditor externo termina com a comunicao dos resultados o do auditor interno d continuidade ao processo, acompanhando a implantao das recomendaes efectuadas (Morais e Martins, 2003, p.109 a 110). 2.3.7.9 Avaliao da auditoria a ltima fase do processo de auditoria, faz-se apreciao da auditoria interna na sua globalidade. geralmente realizada durante uma reunio entre os auditores envolvidos no trabalho realizado, supervisor designado para a auditoria e o responsvel da actividade de auditoria. Uma das metodologias para avaliar uma auditoria fornecer a cada auditor designado uma ficha de avaliao no incio da auditoria (Morais e Martins, 2003, p.128).2.4 Tipos de auditoria interna A auditoria interna se divide em ramos indicado no quadro abaixo:TABELA I: Tipo de auditoria interna

Tipos

Descrio

Auditoria de gesto ou operacional

a reviso das actividades e das transaces. O principal objectivo avaliar e contribuir para implementar eficincia administrativa e inclui a avaliao das polticas e dos procedimentos que concorrem para a prossecuo da misso e dos objectivos das empresas.

Auditoria de sistemas de informao

uma reviso tcnica e avaliao da informao e dos sistemas de controlo. O objectivo global avaliar se as aplicaes das empresas incluem um adequado controlo interno para assegurar a integridade e a fiabilidade, se utilizam recursos de forma adequado, se a informao devidamente protegida contra o uso indevido e se concorrem para a prossecuo da estratgia do grupo. Inclui a avaliao dos controlos, procedimentos, standards de todas as fases do desenvolvimento e manuteno das aplicaes; Engloba a avaliao do ambiente de controlo de acessos fsicos, procedimento de cpia de segurana e Restore e controlo de acesso lgicos; engloba, tambm a avaliao dos procedimentos, regulamentos e leis aplicveis s empresas.

Auditoria contabilstica e financeira

Visa avaliar a fiabilidade e integridade da informao financeira e os procedimentos de controlo associados.

Auditoria de investigao

Visa investigar a extenso da apropriao indevida ou de m utilizao dos activos das empresas. Estas auditorias so desenvolvidas a pedido dos rgos de gesto, conselho fiscal ou conselho de auditoria e segurana. Normalmente requerem um esforo maior das equipas e uma colaborao dos consultores especializados.

Auditoria da qualidade

Visa avaliar os standards de qualidade e sua manuteno, obtidos aquando da certificao do processo de facturao. So auditorias preventivas de modo a garantir a certificao nas auditorias de acompanhamento pela respectiva entidade certificadora.

Auditoria de cumprimento

Visa avaliar o grau de observncia pelas empresas associadas das polticas, procedimentos, orientaes estabelecidas pela empresa me, ou regulamentos aplicveis s actividades.

Auditoria fiscal

Visa avaliar a eficcia e a eficincia nos aspectos fiscais no tratamento das diversas operaes e observncia da legislao em vigor sobre essa matria.

Auditoria ambiental

Visa avaliar o cumprimento das normas ambientais em vigor e a observncia dos regulamentos e procedimentos estabelecidos pela empresa me.

Auditoria de fallow-up

Auditoria de avaliao de grau de implementao das recomendaes formuladas em relatrios anteriores, numa lgica de monitorizao do progresso ou das dificuldades na implementao.

Outras auditorias

Auditoria realizada a pedido de diversos rgos de gesto, concelho de auditoria e concelho fiscal da empresa ou das empresas associadas.

Fonte: adaptado de Pinheiro (2010)2.5 A estrutura organizativa do servio de Auditoria Interna O departamento de auditoria deve ser estruturado para que as responsabilidades estejam claramente definidas de acordo com a hierarquia de cada um, para que o director no execute os trabalhos de campo e nem o pessoal assistente tome decises a nvel da directoria. A estrutura do servio de auditoria interna de uma organizao depende da natureza e o seu enquadramento, os seus objectivos, e a sua dimenso. Segundo M. Marques (1997, p.79) a estrutura de um servio de auditoria depende de vrios factores, tais como: Do sector de actividade e da organizao, dimenso e disperso geogrfica, do estilo de gesto e da cultura da unidade econmica; Dos objectivos, mbito de actuao, atribuies e dimenso do prprio servio de auditoria. Morais e Martins (2003, p.78), enuncia que a posio tpica do departamento de auditoria interna apresenta numa entidade de grande dimenso, 4 nveis de auditores profissionais:

FIGURA 2 - Nvel hierrquico de auditoresFonte: Morais e Martins (2003, p.78)

Director tem por funo: definir a orientao geral do departamento; elaborar programas; definir polticas e procedimentos de auditoria; gerir o pessoal do departamento; coordenar o trabalho com os auditores externos; estabelecer programa que assegure a qualidade da auditoria. Gestores dirigem tipicamente, auditorias individuais, incluindo a coordenao e planificao do trabalho de auditoria. Eles dispem de uma extensa experincia em auditoria e superviso. Pessoal Snior supervisiona aspectos do trabalho de auditoria e realiza a maioria do trabalho de pormenor. Para exercer essa actividade necessrio pelo menos trs anos de experincia em auditoria. Pessoal Jnior faz o trabalho menos complexo e mais rotineiro. So aqueles iniciantes ou por vezes estagirios. 2.6 Independncia em auditoria interna A auditoria interna no deve depender de nenhuma direco numa empresa que no seja a do concelho de administrao. Isto porque o auditor no pode nem deve ter responsabilidade sobre actividades que possa um dia vir a ser seu objecto de exame. O auditor tem que depender directamente do rgo de gesto e deve estar posicionado ao mais alto nvel e com autoridade suficiente dentro da empresa para garantir a credibilidade do trabalho realizado. A independncia permite ao auditor emitir juzos imparciais e sem preconceitos, que essencial para adequada realizao do trabalho de auditoria interna, o proteger de assumir compromissos que prejudiquem os objectivos da auditoria. O posicionamento ao mais alto nvel reflectir directamente sobre a qualidade do trabalho executado e sobre os resultados que este proporciona empresa. Outra razo para esta linha de vinculao que, estando o auditor vinculado a um director, isso poder afectar a credibilidade do seu trabalho, na medida em que possa ser visto pelas demais directorias como um membro daquela direco. Barata (1999, p.82) enuncia: A auditoria interna deve funcionar na independncia directa da administrao para alcanar a necessria independncia de qualquer rgo ou funo da empresa. Esta independncia devida ao facto de os auditores internos no interferirem na execuo dos trabalhos a auditar e na implementao de normas e procedimentos internos. A figura abaixo mostra-nos o posicionamento adequado num organograma para a direco de auditoria interna dentro de uma organizao.

FIGURA 3 - Organograma adequado auditoria internaFonte: M. Marques (1997, p.81)Crepaldi (2000, p.54) diz: fundamental que os auditores internos tenham total independncia para movimentar-se dentro da entidade, emitir opinio, dar sugesto etc., sem preocupao de que, com tais actividades, possam desagradar a algum e ser despedidos. Ao mesmo tempo, os auditores internos no devem lembrar que os auditados so colegas e que a crtica pela crtica um posicionamento irracional. A independncia apresenta uma condio essencial para que o trabalho da auditoria interna seja feito da melhor forma possvel e garantir a fiabilidade do seu trabalho, isto porque quando o auditor no tiver nenhuma relao com a rea a ser auditada haver menos possibilidade para conluio.2.7 Auditoria interna e auditoria externa 2.7.1 Inter-relacionamento A auditoria interna e externa se complementam, pois o trabalho realizado por elas extremamente idntico uma vez que as duas baseiam-se no controlo interno como ponto de partida na realizao dos exames, sugerem correces s deficincias encontradas. Sendo assim muitas vezes a administrao da empresa confunde o trabalho da auditoria interna com o da auditoria externa. Deve haver uma integrao entre as duas auditorias para evitar a duplicao de esforos e assim promover a reduo de custos. Attie (1992, p.34) refere que: A auditoria externa considera a auditoria interna como parte do sistema do controlo de uma empresa e, por este motivo, se sentirem que a actividade exercida pela auditoria interna sadia e funciona a contento, podem reduzir a extenso dos seus trabalhos. A auditoria interna e auditoria externa devem comunicar-se entre elas de forma clara e franca para permitir que o trabalho tenha melhor qualidade e seja til para entidade. Ambas trabalham para o bem da entidade, precisam de informaes para garantir a credibilidade do trabalho e para isso precisam colaborar-se entre elas. Essa colaborao deve haver tanto do auditor interno com externo como do externo com interno. Morais e Martins (2003, p. 28) indica os pontos de colaborao entre eles: Dos internos com externos: O intercmbio de pontos de vista e opinies profissionais no desenvolvimento das respectivas funes; A entrega de informaes e conhecimentos acerca da entidade; A utilizao dos papis de trabalho e outras informaes de auditoria interna, como meio de avaliar e reduzir o alcance e profundidade dos testes em determinadas reas de trabalho, pelo auditor externo; A participao na reviso das demonstraes financeiras. Dos externos com internos: Assessoria profissional em matrias que, pela sua ndole e variao contnua dos trabalhos, permite ao auditor externo uma actualizao profissional e formao contnuas; A utilizao de programas e papis de trabalho que coordenam e dirigem em colaborao com os auditores internos; A ratificao das concluses e recomendaes formuladas pelos auditores internos, o que refora a sua independncia profissional dentro da entidade. 2.7.2 Diferena entre auditoria interna e externa A auditoria interna apesar de se assemelhar auditoria externa, elas se diferenciam quanto aos objectivos, destinatrios dos trabalhos realizados, mbito e frequncia.

TABELA II: Diferena entre auditoria interna e auditoria externa

Caractersticas

Auditoria

ExternaInterna

Objectivo principal

Emitir parecer sobre as demonstraes financeiras;

Assessorar a administrao e apoiar a organizao

*

*

Destinatrios

Fundamentalmente externos: accionistas, governo, pblico;

Internos: administrador e servios auditados

*

*

mbito

ndice fundamentalmente sobre as demonstraes financeiras

ndice sobre todas as funes da unidade econmica

*

*

Metodologia

nfase na verificao de saldos, com vista emisso de parecer sobre as demonstraes financeiras de publicao obrigatria

nfase na anlise de procedimentos e de critrios, avaliando o cumprimento de normas, polticas e a eficcia do sistema de controlo interno

Anlise por sondagem aos registos contabilsticos

Anlise com maior extenso e profundidade

Baseia-se na comparao com padres standards

Baseia-se em tcnicas de auditoria de gesto e de controlo

A anlise e a apresentao do trabalho baseiam-se nas reas de balano e demonstrao de resultados

A anlise e apresentao do trabalho atende s reas operacionais

*

*

*

*

*

*

*

*

Normas de referncia

Normas e princpios contabilsticos geralmente aceites

Regras, tcnicas e princpios de registos e controlo das operaes e de gesto em todas as reas, actividades, funes das organizaes

*

*

Frequncia

Peridica, em princpio anualmente

Peridica, mas geralmente sem tempo determinado

*

*

Independncia

Em relao unidade econmica

Em relao s actividades e servios auditados

*

*

Fonte: M. Marques (1997, p.54)2.8 Auditoria interna no sector pblico Assim como no sector privado, a auditoria interna tambm necessrio para o sector pblico ou ainda mais j que o seu trabalho incide sobre a coisa pblica. Para Maral e L. Marques (2011, p.70 a 71) a auditoria interna desempenha uma importante funo de apoio s suas decises de gesto uma vez que o sector pblico tem por objectivo a maximizao da economia, eficincia e eficcia. Pois a auditoria interna procura dar respostas s determinadas necessidades tais como: Dar a conhecer aos rgos de gesto se as metas planificadas esto a ser alcanadas; Dar a conhecer aos rgos de gesto se os controlos internos implantados so suficientemente para garantir a proteco dos activos e a sua adequada utilizao; Analisar de forma contnua e permanente a fiabilidade e credibilidade dos registos contabilsticos, por ateno aos princpios contabilsticos geralmente aceites; Dar a conhecer aos rgos de gesto se a informao que se utiliza, obtida atravs de sistema de informao da organizao, completa, precisa e fivel, com especial ateno a vertente financeira e operacional; Garantir aos rgos de gesto que as polticas, procedimentos, planos e controlos e controlos estabelecidos so adequados e foram postos em prtica; Garantir aos rgos de gesto o cumprimento das normas legais em vigor; Garantir a racionalizao dos recursos humanos e financeiros, valorizando a sua maximizao; Garantir que a gesto do risco adequada a fim de obter a consecuo dos objectivos. Alves e dos Reis (p.842) enunciam que a importncia da auditoria interna aumenta quando a actuao no sector pblico, sendo que o patrimnio pblico propriedade colectiva e deve ser vigiado por todos. E ainda que a auditoria interna serve como meio de identificao de que todos os procedimentos internos, polticas definidas e a prpria legislao esto sendo devidamente seguidos e tambm para constatao de que todos os dados registados merecem a verdadeira confiana fazendo com que os rgos pblicos alcancem a transparncia na aplicao dos recursos pblicos. Segundo Pradas et al. (1999, apud Costa, Anabela, 2008, p. 20) no Sector Privado verifica-se uma evoluo das funes da auditoria interna de uma mera verificao de saldos e deteco de erros e fraudes, para objectivos mais ambiciosos, como manter um controlo interno eficaz, conseguir um bom funcionamento da organizao, dos seus sistemas operativos e uma adequada utilizao dos seus recursos, assegurar o cumprimento das polticas, normas e instrumentos.Souza (2007, p. 18) diz que na iniciativa privada o objectivo a optimizao de lucros e de respostas, onde a empresa depara-se com novas situaes que levam a preocupao com a eficincia e eficcia dos recursos enquanto no sector pblico, o objectivo a busca da eficincia, eficcia e economicidade das aces administrativas desenvolvidas pelos gestores pblicos.3 2.9 Controlo interno 2.9.1 Conceito Segundo Morais e Martins (2003, p.17), controlo qualquer aco empreendida pela gesto, pelo conselho e outras entidades para aperfeioar a gesto do risco e melhorar a possibilidade do alcance dos objectivos e m etas da organizao. Tribunal de contas de Portugal- Manual de auditoria e procedimentos (apud Maral e L. Marques, 2011, p.13) define controlo interno da seguinte forma: Controlo interno uma forma de organizao que pressupe a existncia de um plano e de sistemas coordenadas destinados a prevenir a ocorrncia de erros e irregularidades ou minimizar as suas consequncias e maximizar o desempenho da entidade em que se insere. 2.9.2 Tipos de controlo interno Morais e Martins (2003, p.19) caracteriza controlo interno da seguinte forma:

Preventivos - servem para impedir que factos indesejveis ocorram; Detectivos- servem para identificar ou corrigir factos indesejveis, que j tenham ocorrido; Directivos ou orientativos servem para provocar ou encorajar a ocorrncia de um facto desejvel, isto , para produzir efeitos positivos, porque quando ocorrem coisas boas, impede-se que as ms aconteam; Correctivos- servem para rectificar problemas identificados; Compensatrios- servem para compensar eventuais fraquezas de controlo noutras reas da organizao. 2.9.3 Relao entre auditoria interna e controlo interno A auditoria interna se relaciona com o controlo interno pelo facto de que o controlo interno oferece uma perspectiva dinmica e valorizadora, isto tem em mo todos os dados que permitem manter o domnio, a auditoria avalia o grau de domnio atingido. A auditoria interna uma funo de superviso e controlo interno tem carcter preventivo. (Morais e Martins, 2003, p. 21) De acordo com Pinheiro (2010, p. 109) os auditores internos desempenham um papel muito importante na avaliao da eficcia do sistema de controlo e contribuem para a sua manuteno (funcionando como segundo nvel de controlo). O controlo interno bastante importante para auditoria interna, pois para que ela consiga atingir os seus objectivos (salvaguarda e conservao de bens; impedir desembolsos indevidos de fundos;) necessrio a implementao do dos procedimentos de controlo interno e comprovar a exactido com que trabalha a contabilidade (Barata, 1999). Alves, e dos Reis (nd, p. 842) dizem: Pode-se considerar que a auditoria interna faz parte da pirmide do controle interno, sendo ela o ponto mais alto, uma vez que a mesma avalia, supervisiona e fiscaliza o nvel de credibilidade dos controles internos.

CAPTULO 3 METODOLOGIA DA PESQUISA3.1 IntroduoA elaborao da presente pesquisa foi delineada com base nas seguintes abordagens:Quanto ao problema, o estudo contempla uma abordagem qualitativa, uma vez que est relacionado com a compreenso do impacto da reavaliao de activos tangveis. Assim sendo, o presente trabalho foi desenvolvido atravs de uma pesquisa bibliogrfica e foi usado o mtodo de observao directa participativa. Pesquisa do tipo qualitativa permite mergulhar na complexidade dos acontecimentos reais e indaga no apenas o evidente, mas tambm as contradies, os conflitos e a resistncia a partir da interpretao dos dados no contexto da sua produo.3.2 Tipo e Natureza de pesquisaPara a realizao da pesquisa foi utilizado o mtodo de procedimento monogrfico ou estudo de caso, em que a literatura emprica que fornece um fenmeno antigo para actual dentro do seu contexto da realidade a base no qual so utilizadas vrias fontes de evidncia.O que significa que para este trabalho, a investigao pressupe uma abordagem concreta em que o proponente inteirou-se sobre a matria do papel da auditoria interna nas Instituies pblicas, caso Gabinete do Governador da cidade de Nampula, pelo que, usou a seguinte metodologia: Reviso bibliogrfica, anlise descritiva e comparativa de obras publicadas, textos e documentos, buscados em publicaes referentes ao tema; e O trabalho do campo realizado no Gabinete do Governador da cidade de Nampula consistiu na observao directa, entrevista e com recurso a um questionrio dirigido ao pessoal da Administrao e Finanas do gabinete.Esse trabalho envolveu pesquisa de levantamento que se caracteriza pelo questionamento das ferramentas da auditoria interna, cujo objectivo saber a sua utilizao dentro do Gabinete do governador.3.3 Fontes de dadosOs dados necessrios para a realizao tero fonte primria, uma vez que sero obtidos apartir das observaes feitas directamente no Gabinete, sem a necessidade de consultardocumentos, pastas ou arquivos armazenados. Os dados primrios, so aqueles colhidosdirectamente na fonte.3.4 Populao em estudo e tamanho da amostra3.4.1 Populao em estudoNo presente trabalho, o universo de 40 trabalhadores, o que corresponde ao total de funcionrios do Gabinete do Governador da cidade de Nampula, distribudos entre pessoal de varios departamentos, considerado pelo proponente do presente trabalho, como reunindo caractersticas pretendidas para a pesquisa.3.4.2 Tamanho da amostraAmostra constitui o nmero de sujeitos extrados de um universo para representar esse universo e esta pode ser probabilstica, quando os sujeitos so seleccionados de tal modo que a probabilidade de seleco de cada membro conhecida. Tambm pode ser disponvel, quando os sujeitos so seleccionados por serem acessveis, prximo do pesquisador.Para a efectivao deste trabalho utilizou-se uma amostra disponvel e probabilstica, pois, cada elemento do universo tem a mesma probabilidade de ser escolhido para pertencer a amostra. Dada a natureza do tema em estudo, a amostra cingiu-se aos gestores e o pessoal do departamento de contabilidade e finanas.A amostra deste trabalho constituda por 8 individualidades que se mostraram disponveis.3.4.3 Ferramentas da anlise usadasComo parte prtica de colecta de dados, para o presente trabalho, a pesquisa teve como focoanalisar o papel da auditoria interna no gabinete do Governador e com isso a colecta de dados ocorreu com visitas ao Gabinete, foi usada a observao direita participativa em que o proponente participou na colecta de dados observando directamente, o questionrio e a entrevista com alguns funcionrios responsveis pelo controlo das actividades do gabinete e para anlise dos dados colectados usou-se o mtodo comparativo percentual.a) QuestionrioNa recolha das informaes referentes ao problema em estudo normalmente imprescindvelo questionrio. O uso desta tcnica prende-se no facto de querer colher opinies e ideias das individualidades escolhidas como amostra mediante uma srie de perguntas elaboradas pelo autor de forma clara, coerente e concisa.O questionrio foi dividido em duas partes com o intuito de observar dois aspectos: primeiro, a aderncia das caractersticas da auditoria interna e segundo, o grau de relevncia dada por cada Responsvel gabinete.Para o presente trabalho, foi elaborado um questionrio dirigido a oito (8) individualidades dos quais gestores e pessoal de departamento de administrao e finanas.b) EntrevistasAentrevista da pesquisa foi realizada de uma maneira formal (entrevista semi-estruturadas) ao qual foi concedida pelos colaboradores do gabinete do Governador, responsveis pela auditoria interna do gabinete. Neste caso, a entrevista foi dirigida ao pessoal de administrao e finanas que apresentou-se numa amostra de cinco (5) indivduos.GRFICO I: Grau de importncia de auditoria interna

Fonte: adaptado dos dados recolhidosA auditoria interna no deixa nunca de ser uma actividade importante para uma empresa. Apesar de que nem todas as empresas dispem do servio de auditoria interna mais de metade reconhecem a sua importncia para um bom funcionamento, isto , 64% responderam que a auditoria muito importante, 29% consideram a auditoria importante e apenas 7% no atriburam nenhuma importncia auditoria interna.

GRFICO II: Nvel de dependncia da auditoria interna

Fonte: adaptado dos dados recolhidosUma boa parte (50%) tem um departamento de auditoria interna reportada ao conselho de do gabinete, 25% depende do Governador, e os outros 25% depende de outros departamentos.GRFICO III: Benefcios da auditoria interna

Fonte: adaptado dos dados recolhidos

GRFICO IV: Acesso irrestrito do departamento de auditoria interna

Fonte: adaptado dos dados recolhidosPara que o trabalho de auditoria interna seja feito de forma correcta e apropriada o auditor interno tem que ter acesso irrestrito qualquer informao ou documentao que seja necessrio para a sua realizao. Mas nem sempre as regras so obedecidas, pois 75% pessoas inqueridas responderam que o departamento de auditoria interna tem acesso irrestrito s informaes mas ainda faltam os 25% que responderam que o auditor interno no tem acesso irrestrito em todos os documentos ou informaes na empresa

CAPTULO 4: ANLISE E INTERPRETAO DE DADOS4.1 IntroduoEste captulo faz referncia ao cenrio actual do gabinete, descreve e analisa os procedimentos Auditoria interna adoptado pelo mesmo no seu departamento financeiro e apresenta as sugestes de melhoria necessrias para alguns destes procedimentos.Com o intuito de almejar os objectivos gerais e especficos desta pesquisa, foi aplicado um questionrio, direccionado aos gestores e o pessoal da administrao e finanas da empresa e uma entrevista, direccionado auditoria interna do departamento da contabilidade e finanas.4.2 Localizao geogrfica da cidade de NampulaNampula a Cidade capital da provncia do mesmo nome, conhecida como a Capital do Norte. Est localizada no interior da provncia e a sua populao , de acordo com o censo de2007, de 471.717 habitantes.A cidade de Nampula limitada a Norte pelo rio Monapo que a separa do Posto Administrativo de Rapale; a Sul e Este pelo Posto Administrativo de Anchilo e a Oeste est limitada pelos Postos Administrativos de Rapale e Namaita.Possui uma extenso mxima de 24.5 km no sentido Este-Oeste e 20.25 km no sentido Norte-Sul, com uma rea total de cerca de 496.125 km2.O nome da cidade deriva do nome de um lder tradicional, M'phula ou Whampula. A cidade tem origem militar, uma caracterstica que ainda hoje se mantm. Uma expedio militar Portuguesa, chefiada pelo Major Neutel de Abreu acampou nas terras de Whampula a 7 de Fevereiro de 1907, o que levou construo do comando militar de Macuana. A povoao foicriada em 6 de Dezembro de 1919 tendo-se tornado a sede da Circunscrio Civil de Macuanaem Junho de 1921. Nampula torna-se o Quartel-General do exrcito Portugus durante aguerra colonial, o qual, com a independncia nacional, passou a Academia Militar Samora Machel. A chegada do caminho-de-ferro, a partir de Lumbo, contribuiu para o desenvolvimento da povoao, que foi elevada a vila em 19 de Dezembro de 1934 e a cidade em 22 de Agosto de 1956.Figura n 1. Provncia de Nampula com localizao da cidade do mesmo nome

Fonte: Adaptada pelo autor.4.3 Estudo da auditoria interna no Gabinete do Governador da cidade de Nampula Para que o estudo seja feito foram entrevistados 6 colaboradores do gabinete, entre os quais a auditora interna, o tcnico Superior, Chefe do departamento de contabilidade, chefe do departamento de controlo, receita e trfego. No gabinete do Governador realiza-se auditoria interna do tipo operacional. Segundo Pinheiro (2010, p. 60), auditoria interna operacional a reviso das actividades e das transaces, o seu principal objectivo avaliar e contribuir para implementar eficincia administrativa e inclui a avaliao das polticas e procedimentos que concorrem para a prossecuo da misso e dos objectivos das empresas.1. Qual o principal objectivo da auditoria interna no Gabinete? De acordo com um dos funcionrios entrevistados a auditoria interna foi implementada com o objectivo de reforar o nvel de controlo interno, o cumprimento das normas e procedimentos na companhia e fechar as brechas existentes, levando a um controlo mais eficaz dos regulamentos e procedimentos do gabinete. 2. A auditoria interna actua de forma independente? Todos os entrevistados responderam que a auditoria interna actua de forma independente. 3. Existe a coordenao entre a auditoria interna e a auditoria externa no gabinete? As auditoras internas confirmaram que participam no trabalho dos auditores externos, uma vez que isso lhes servir de prtica de experincias. Tambm com o objectivo de minimizar horas de trabalho, pois o trabalho da auditoria externa facturada por horas e com a colaborao da auditoria interna o gabinete minimiza os seus custos com a auditoria externa. 4. O gabinete considera a auditoria interna importante para a realizao das suas operaes? Todos os entrevistados acham a auditoria interna uma actividade importante, uns se justificaram e outros nem por isso. A auditora interna afirma: pelo facto de o gabinete ser bastante amplo e ter muitas actividades a auditoria interna torna-se uma actividade de grande importncia por ser a nica rea que tem domnio sobre as outras para poder saber onde e quando podem tentar fintar e cometer fraude. O chefe de departamento de contabilidade diz: a auditoria interna muito importante uma vez que na rea financeira trabalha-se com normas e procedimentos e certas vezes os colaboradores caem na tentao de ao efectuar lanamentos ou emitir documentos de no seguir as normas ou fazer diferente daquilo que est institudo. Assim a auditoria interna revela a sua importncia, pois ela analisa se os procedimentos e normas institudos esto a ser seguidos na prtica, e contribui para o melhoramento dos procedimentos internos. O chefe do departamento de controlo receitas e trfego afirma: a auditoria interna importante porque ajuda a superar vrios procedimentos que o pessoal de outras reas no tem viso voltada para ele. Ele considera auditoria interna benfico uma vez que ela ajuda no melhoramento do trabalho que um colaborador pode achar correcto quando nem sempre est. 5. Que factores levaram a implementao da auditoria interna no Gabinete? Um entrevistado respondeu que a implementao da auditoria interna foi devido a necessidade da administrao por um controlo mais eficaz dos regulamentos e procedimentos existentes no gabinete, o reforo no cumprimento das normas. 6. Qual a percepo que os colaboradores do gabinete tm da auditoria interna?

De acordo com a auditora interna que acompanhou vrias evolues da auditoria interna dentro do gabinete, explica que no comeo a auditoria interna era vista como um trabalho de polcia e tinham medo de falar ou at estar onde os auditores internos estavam por pertos, mas agora reconhecem a sua real funo no gabinete e sua importncia para a melhoria do funcionamento da organizao. Os auditores internos tentam ser dialogantes ao mximo antes do incio da sua actividade reunindo todas as pessoas da rea sujeita a auditoria interna e explicando qual realmente o objectivo e importncia da actividade. Inicialmente a auditoria interna era visto como um processo de controlo das pessoas. 7. Que tipo de auditoria interna pratica-se no gabinete do Governador? Auditoria interna operacional. 8. Que barreiras/ constrangimentos foram encontradas na implementao da auditoria interna? As maiores barreiras apontadas foram a resistncia do pessoal, principalmente os mais antigos no gabinete quanto ao cumprimento das normas e alguma desconfiana por parte das pessoas devido falta de conhecimento da verdadeira funo e objectivo da actividade de auditoria interna. 9. As recomendaes feitas pelo departamento de auditoria interna so construtivas para o gabinete? Todos os entrevistados afirmam que as recomendaes feitas so construtivas. Um entrevistado diz que todas as recomendaes feitas no relatrio so seguidas o mais breve possvel quando o pessoal da auditoria interna tiver opinio diferente quanto forma como uma actividade foi executada.10. O departamento tem acesso a todos os documentos e informaes sem nenhuma restrio? Todas pessoas entrevistadas confirmaram que o departamento da auditoria interna tem acesso a todos os documentos necessrios para realizao do seu trabalho. Um tcnico superior diz que o pessoal da auditoria interna tem acesso a todos os documentos desde que estejam no mbito das misses da auditoria interna. 11. Que mudanas verificaram aps a implementao da auditoria interna? Nem todos os colaboradores presenciaram a implementao da auditoria interna, mas aqueles que presenciaram conseguiram detectar a diferena do antes e depois. O tcnico superior notou que houve um melhor cuidado no cumprimento dos regulamentos e procedimentos institudos na empresa apesar de nem sempre possvel fazer um controlo permanente. O chefe de departamento de contabilidade notou diferena como a resistncia dos colegas em aderir novos procedimentos, pois durante vrios anos fizeram coisas sem que ningum os contrariassem e depois passaram a ter normas para seguir. A auditora interna diz que teve mudana de atitude, as pessoas mudaram o comportamento, at a forma de falar sobre determinado assunto. Posicionamento da auditoria interna no organograma do GabineteO departamento de auditoria interna no est claramente definida no organograma do gabinete, pois no aparece no organograma como os outros departamentos. Para alm de no ser visvel no organograma tambm h o problema de posicionamento, isto a auditoria interna no encontra-se situado ao mais alto nvel, ela depende do gabinete de estratgia, planeamento e controlo, quando deveria depender directamente da administrao. Todos os colaboradores entrevistados esto cientes de que este no o posicionamento ideal para um bom funcionamento da auditoria interna e outros nem sequer sabiam a que nvel estava a auditoria interna uma vez que no visvel no organograma.

CAPTULO 5: CONCLUSO E RECOMENDAESConclusoA auditoria interna tem evoludo cada vez mais desde o seu surgimento at hoje, deixando de lado o seu papel de polcia e voltar mais para o controlo interno ajudando a organizao na sua melhoria ou substituio quando necessrio. Conseguiu-se atingir os objectivos do trabalho, analisando os dados recolhidos na pesquisa e responder as perguntas de partidas. Afinal, no gabinete em causa considera importante o servio da auditoria interna e tambm que a auditoria interna permite aperfeioar as operaes de uma empresa, atravs da melhoria do sistema do controlo interno e uma maior rigorosidade quanto ao cumprimento das normas que so os benefcios predominantes da implementao da auditoria interna segundo o inqurito. No decorrer da pesquisa constatou-se que mesmo as empresas que no dispem dos servios de auditoria interna compreendem a sua importncia para um bom funcionamento da empresa. O motivo verificado nas empresas que no dispem deste servio o alto custo para algumas e desnecessrio para outas normas. O que nunca deve ser considerado, pois a auditoria interna sempre necessrio. Conclui-se ainda que a maioria das empresas pblicas sediadas na cidade da Praia realizam auditoria interna, pois ela acrescenta valor s empresas, melhora o controlo interno e fomenta maior rigorosidade quanto ao cumprimento das normas.Com o estudo feito no gabinete do Governador, deu para verificar que a auditoria interna muito importante para qualquer empresa que queira ter um controlo mais eficaz dos seus regulamentos e normas. O pessoal do gabinete fez o possvel para que todos os colaboradores tenham ideias positivas sobre a auditoria interna, pois no incio foi difcil compreender o real significado da auditoria interna. A nica falha verificada no departamento da auditoria interna do gabinete a questo do posicionamento, pois, alm de no estar exposta no organograma, encontra-se mal posicionada. A auditoria interna depende do departamento de Gabinete de estratgia, planeamento e controlo quando deveria depender do conselho do gabinete.

RecomendaesDurante a pesquisa foi verificada vrias deficincias no que tange a auditoria interna no sector pblico na cidade de Nampula, entre elas, o posicionamento da auditoria interna no gabinete o desconhecimento deste pelos colaboradores. Isso quando definida no organograma, pois h empresas que no apresenta esse departamento no organograma do gabinete. Apesar de a maioria das empresas realizar auditoria interna, ainda assim no suficiente, pois 43 % uma percentagem significativa. Aconselha-se s empresas que no dispem deste servio a pensar num projecto de implementao pois a auditoria interna tem os seus benefcios que muito maior que os custos. Ainda aconselha-se s empresas que no tm o posicionamento adequado da auditoria interna a reformular o organograma posicionando o departamento de auditoria interna ao mais alto nvel. Dificuldades encontradas A maior dificuldade encontrada foi o facto de falta de documentos que abarca a auditoria interna especificamente no sector pblico, impedindo uma melhor monografia na parte terica do trabalho. O tempo estipulado para a entrega da monografia tambm dificultou por ser curto.

REFERNCIAS BIBLIOGRAFICAS ALMEIDA, Marcelo Cavalcanti (1996). Auditoria: Um Curso Moderno e Completo (5 ed.). S. Paulo: Atlas.SA. ALVES, Ana Lilian Zucareli Sousa e DOS REIS, Jorge Augusto Gonalves(nd) Auditoria. Interna No Sector Pblico (consultado em 28 de Maro de 2013). ATTIE, Willian (1987). Auditoria Interna (1 ed.). S. Paulo: Atlas S.A. ATTIE, Willian (1992). Auditoria interna. So Paulo: Atlas S.A.ATTIE Willian (1998). Auditoria: Conceitos e aplicaes (3 ed.). So Paulo: Atlas S.A. BARATA, Alberto Silva (1999). Contabilidade, auditoria e tica nos negcios (2 ed.). Lisboa: Editorial Notcias.BARBIER, Etienne (1999). Manual de Auditoria (2 ed.).Cetop COSTA, Anabela Carreira (2008). Auditoria interna nos municpios portugueses. Mestrado em Contabilidade e Finanas Acesso em 23 de Abril de 2013.COSTA, Carlos Baptista (1985). Auditoria Financeira: Teoria e Prtica (1 ed.). Lisboa: Rei dos Livros. COSTA, Carlos Baptista (2010). Auditoria Financeira: Teoria e Prtica (9 ed.). Lisboa: Rei dos Livros. CREPALDI, Slvio Aparecido (2000). Auditoria Contbil: Teoria e Prtica (2 ed.). Atlas S.A. MARAL, Nelson e MARQUES, Fernando Lus (2011). Manual de Auditoria e Controlo Interno no Sector Pblico (1 ed.). Lisboa: Slabo lda. MARQUES, Madeira (1997).Auditoria e Gesto (1 ed.). Lisboa: Editora Presena. MORAIS, Georgina e MARTINS, Isabel (2003) Auditoria Interna: Funo e Processo (2 ed.). Lisboa: reas Editora PINHEIRO, Joaquim Leite (2010). Auditoria Interna- Auditoria Operacional: Manual Prtico para Auditores Internos (2 ed.). Rei dos livros, Letras e conceitos lda. SOUZA, Srgio dos Santos (2007). Auditoria interna no sector pblico: Sistemtica de priorizao das actividades de auditoria interna por intermdio da elaborao de matriz de risco. THE INSTITUTE OF INTERNAL AUDITORS (2009): enquadramento internacional de prticas profissionais de auditoria interna.

APNDICES

Questionrios 1. Qual a misso, viso e objectivo do Gabinete? 2. Qual o principal objectivo da auditoria interna no Gabinete? 3. A auditoria interna actua de forma independente? 4. Existe coordenao entre a auditoria interna e externa no Gabinete? 5. O gabinete considera a auditoria interna importante para a realizao das suas operaes? 6. Que factores levaram implementao da auditoria interna no Gabinete? 7. Qual a percepo que os colaboradores do Gabinte tm da auditoria interna? 8. Que tipo de auditoria interna pratica-se no Gabinete do governador? 9. Desde quando a auditoria interna foi implementada no Gabinete? 10. Que barreiras/ constrangimentos foram encontradas na implementao da auditoria interna? 11. As recomendaes feitas pelo departamento de auditoria interna so construtivas para o Gabinete? 12. O departamento da auditoria interna tem acesso a todos os documentos e informaes sem nenhuma restrio? 13. Que mudanas se verificaram aps a implementao da auditoria interna?

Caros colaboradores Este questionrio enquadra-se no mbito do trabalho de fim de curso sob o tema Papel de auditoria interna nas Instituies pblicas, com o objectivo de recolher dados para realizar o trabalho proposto, visando a concluso do curso de licenciatura em contabilidade e Auditoria na Universidade Pedaggica. Para isso contamos com a vossa colaborao no preenchimento dos questionrios marcando um X opo adequada. 1. Dispe de um servio de Auditoria Interna? 1 Sim____ 2 No_____2. Se no, porqu? 1 Altos Custos_____ 2 desnecessrio_____3. Se sim, claramente definido no organograma? 1 Sim_____ 2 No_____4. Qual o grau de importncia que atribuem auditoria interna para um bom funcionamento da empresa? 1 Nada importante_____ 2 Importante_____ 3 Muito importante_____5. A que nvel o departamento da auditoria interna encontra-se posicionada? 1 Reporta directamente ao conselho do gabinete_____ 2 Depende do Governador 3 Outros departamentos_____6. Qual o benefcio da auditoria interna? 1 Melhoria do controlo interno____ 2 Maior rigorosidade quanto ao cumprimento das normas____3 Diminuio de pratica de fraudes____4 Aumento das receitas_____7. As recomendaes feitas pelo departamento de auditoria interna so construtivas? 1 Sim____ 2 No_____8. O departamento de auditoria interna tem acesso irrestrito a todos os documentos e informaes? 1 Sim_____ 2 No_____Obrigado pela colaborao

ANEXOS