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Comunicação O Desenvolvimento Econômico e Industrial do Pólo de Anchieta: O Processo de Desterritorialização Segundo Deleuze e Guattari. Andréa Curtiss Alvarenga Arquiteta, mestranda em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Espírito Santo Daniel da Rocha Ramos Bacharel em Turismo, mestrando em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Espírito Santo, Bolsista FAPES/FUNCITEC

O Processo de Desterritorialização Segundo Deleuze e Guattari

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Page 1: O Processo de Desterritorialização Segundo Deleuze e Guattari

Comunicação

O Desenvolvimento Econômico e Industrial do Pólo de Anchieta: O Processo de Desterritorialização Segundo

Deleuze e Guattari.

Andréa Curtiss AlvarengaArquiteta, mestranda em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Espírito Santo

Daniel da Rocha RamosBacharel em Turismo, mestrando em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Espírito Santo, Bolsista FAPES/FUNCITEC

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Iniciando

• O Plano Estratégico Espírito Santo 2025

• A Transformação de Anchieta

• A Iminência da desterritorialização

A desterritorialização se dá sempre com uma re-territorialização, sendo um processo contínuo de des-re-territorialização. A desterritorialização é o movimento de “abandono” do território, “é a operação linha e fuga”, enquanto a reterritorialização é o movimento de construção do território. São movimentos concomitantes e indissociáveis.

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Os três teoremas de Deleuze e Guattari:

primeiro teorema da desterritorialização ou “proposição maquínica”: nós não desterritorializamos sozinhos, mas no mínimo com dois termos que se reterritorializam um sobre o outro. Não se tratando da volta a territorialização primitiva e sim de um conjunto de artifícios onde um elemento desterritorializado serve de território a outro elemento também desterritorializado.

segundo teorema: questionada a relação entre desterritorialização e velocidade. A velocidade do processo não indica que a desterritorialização seja mais intensa. Pode-se admitir inclusive uma desterritorialização na imobilidade e uma territorialização na mobilidade. A figura do nômade é um exemplo.

terceiro teorema: Deleuze e Guattari relacionam as intensidades dentro do processo de des-reterritorialização e propõem dois tipos de desterritorialização que se relacionam e perpassam entre si: a desterritorialização absoluta e a relativa

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A concepção biologicista de Território – O território Existencial, específico

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Günzel (s/d), a partir da visão de Deleuze e Guattari, considera o território num sentido etológico como “o ambiente de um grupo (por exemplo, um coletivo de lobos, de ratos ou um grupo de nômades) que não pode por si mesmo ser objetivamente localizado, mas que é constituído por padrões de interação por meio dos quais o grupo ou coletivo assegura uma certa estabilidade e localização”.

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Nesta perspectiva quantos territórios existem aqui? Um espaço e uma multiplicidades de territórios? Processos de des-re-territorialização coexistem?

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Desterritorialização

_A desterritorialização como condição natural dos movimentos sociais sempre existiu;

_A velocidade, a aceleração dos processos desterritorializantes em período de uma economia global é que são a grande mudança ;

Assim, a desterritorialização significa o rompimento dos valores, “tanto simbólicos, com a destruição de símbolos, marcos históricos, identidades,

quanto concreto, material - político e/ou econômico, pela destruição de antigos laços/fronteiras econômico-políticas de integração.” (HAESBAERT,

1995, p.181).

Conceituar desterritorialização significa pautar experiência espaço-tempo entre modernidade e pós- modernidade. A desterritorialização é a outra metade da dinâmica de territorialização, presente ao longo da história humana.

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Para nós o que constitui estes movimentos são:

_as noções de espaço-tempo, suas utilizações e superações (MARX, HARVEY, LEFEBVRE, ARIZA CRUZ, SANTOS, SMITH);

_ a delimitação de grupos sociais territorialmente ligados sem a necessidade de delimitar uma base espacial (GIDDENS);

_o poder limitado do Estado-nação na definição e restrição dos territórios.

O território pesquisado é o território urbano e suas complexidades, sob o prisma de um espaço construído, subjetivo, simbólico, com vínculos

afetivos e sua construção da história,  que concretizam nas relações e fatos sociais.

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A desterritorialização na obra de Haesbaert

A obra de Haesbaert, está alicerçada nos conceitos de Deleuze e Guattari, para analisar questões:

_concernentes aos movimentos de desterritorialização;

_concernentes ao prematuro“fim dos territórios”

_concernentes a possibilidade de uma multiterritorialidade;

“Na verdade o que estamos propondo é questionar a unilateralidade que geralmente envolve o discurso sobre a desterritorialização, como se o

mundo estivesse, definitivamente, desterritorializando-se “(HAESBAERT, 2003, p. 01).

A partir daí....

_ A utilização de um conceito filosófico que discute, e está amparado no real

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O território é relativo a um “espaço vivido, tanto quanto a um sistema percebido no seio do qual um sujeito se sente ‘em casa’”. É o espaço

apropriado onde existe a “subjetivação fechada sobre si mesma”, manifestada por “toda uma série de comportamentos, de investimentos, nos tempos e nos espaços sociais, culturais, estéticos, cognitivos”. (GUATTARI e

ROLNIK apud HAESBAERT, 2003, p.07).

O território é um agenciamento. Os agenciamentos que o formam são de dois tipos:

_Agenciamentos coletivos de enunciação

_Agenciamentos maquínicos de corpos

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agenciamentos coletivos de enunciação, representados pelo “regime de signos e uma máquina de expressão cujas variáveis determinam o uso dos elementos da língua”, não dizem respeito a um sujeito e, a sua produção só se efetiva no próprio socius, pois, dizem respeito a um regime de signos compartilhados, à linguagem, a um estado de palavras e símbolos;

agenciamentos maquínicos de corpos, são as “máquinas socias, as relações entre os corpos humanos, corpos animais, corpos cósmicos”.

Não se trata de uma relação de redução de um agenciamento em outro, os dois percorrem um ao outro, intervêm um no outro, é um movimento recíproco e não hierárquico. “Com esse movimento mútuo de agenciamentos, um território se constitui” (HAESBAERT, 2003, p.08).

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Todo agenciamento possuí uma tetravalência distribuida em dois eixos:De início um primeiro eixo, horizontal, um agenciamento comporta dois segmentos: um de conteúdo, o outro de ex-pressão. Por um lado, ele é agenciamento maquínico de corpos, de ações e de paixões, mistura de corpos reagindo uns sobre os outros; por outro lado agenciamento coletivo de enunciação, de atos e de enunciados, transformações incorpóreas sendo atribuídas aos corpos. Mas segundo um eixo vertical orientado, o agenciamento tem, de uma parte, lados territoriais ou reterritorializados que o estabilizam e, de outra parte picos de desterritorialização que o arrebatam (DELEUZE, GUATTARI, 1995, p. 112). 

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Território e Desterritorialização em Anchieta

_ A coexistência dos avanços tecnológicos e os “donos” da comunicação;

_Existência de um campo fértil para aproximação e troca de culturas;

_ A previsibilidade dos impactos;

_Mesmo antes da concretização dos inovestimentos, mercados de relação indireta, operam pela via da especulação.

Em Anchieta o capital “alisa” o território, preparando-o para a des-re-territorialização. Cria assim, um espaço de “confusão” aberto para criação

de algum tipo de território, preferencialmente territórios elitistas.

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