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O Processo de formação da Cidade.
A compreensão do conceito de cidade, começa com o início da passagem histórica da indústria de manufatura para o início de uma indústria mais elaborada – com
maquinários e alguma tecnologia -, que com o passar dos tempos se tornou mais elaborada. Neste período é possível visualizar a passagem do mundo rural para o
urbano.
A priori pensa-se cidade, imaginando-se um povoado de casas, com um determinado número de habitantes, que esses não viveriam da agricultura, mas das atividades
econômicas de mercado, etc. Entretanto, a cidade – entendendo o tipo ideal em Weber – possui muito mais categorias e significado que simplesmente estes.
A cidade é um advento da modernidade, com isso o desenvolvimento de técnicas e tecnologias para a organização dos espaços. Surgindo, posteriormente, novas classes
sociais – burgueses e proletários – dentro de uma nova dinâmica.
Muito embora, Weber, analisa que esta sempre existiu, desde a Antiguidade, porém, com o advento do Iluminismo, com a qual a Igreja deixa de responder as inquietações
humanas, e, o racionalismo entra em cena na história mundial, de tal forma, que o mundo nunca mais foi o mesmo. Ainda que nesse período histórico, a cidade possuísse um aglomerado de pessoas, e por ventura muros, ainda seria pouco para caracterizá-la.
No iluminismo emana o anseio pela liberdade – forças sociais que surgem num período onde não se conhecia o direito ou o contrato social – mas é nesta parte da história que
marca o início de grandes revoluções, como a Revolução Industrial.
Esta cidade - pré-industrial - esta firmada em três pilares bases, conforme Weber, nos quais, irão caracterizá-la como tal: a) Possui uma administração-político-jurídica: centro
do governo da cidade, essa administração gerencia a necessidade de diplomocia entre reinos. Regula o direito – onde surgi o direito civil, e de ir e vir. Organização do Estado-Nação, mediante a firmação de Estatuto e regras de convivência. Consolidação do Poder
Racional-Legal, através de um corpo de servidores; b) A Economia Urbana – cidade como localidade de mercado: padronização da vida econômica entre negociantes–
estabelecimento pesos e medidas, da unificação de taxas alfandegárias entre feudos, da lingua, e do tempo; c) Política Militar: Surgimento de um exército nacional, serviço
militar obrigatório, guarnição de fronteiras e de interesses políticos.
A cidade ocidental, ainda possui, neste fase, funções específicas conforme grau de importância no processo de produção e de mercantilização – abertura dos portos em
várias cidades costeiras, para a mercantilização de especiarias e tecidos orientais – como por exemplo, cidades de produtores, de consumidores, industrial, principesca, artesãos.
Clarificando o distanciamento entre a cidade e o campo, na qual, com o passar do tempo esta relação estabelece mais definidamente, que o campo torna-se subalterno da cidade,
pela prática do associativismo e da formação de burocracia nas cidades.
O campo, em geral, é formado por um pequeno agrupamento de pessoas que produzem para a própria subsistência, estabelecem relações de comunidade. Entendendo essas
relações como de compadrio, regras mais frouxas de convivência, passagem de conhecimento empírico de pai para filho, de maneira bem mais pessoal e incosciente
que na cidade.
No século XX, com o avanço tecnológico generalizado, o processo produtivo e de reprodução da vida, padronizou as funções econômicas e as práticas sociais dominantes.
E, por volta da década de 70 as novidades tecnológicas aceleram as descobertas da microeletrônica, transformando toda a vida do homem metropolitano. A Cidade se torna
o epicentro das relações virtuais, aproximando e segmentando pessoas e sociedades.
Destarte, ao longo desse processo, estabeleceu-se o uso rígido de máquinas especificas, que desempregou (e ainda desemprega) estruturalmente, milhares de pessoas. Mas é com a deflagração da regulamentação dos sindicatos, que a sociedade civil começa a
participar tacanhamente da democracia.
Hoje a cidade, não pode ser compreendida como base na oposição simplista entre automação no centro e fabricação de baixo custo na periferia, isto é, organizado em uma
hierarquia de inovação e fabricação articuladas em redes globais, caracterizada pela descontinuidade geográfica, paradoxalmente formada por complexos territoriais de produção (Castells, 1999). E nessa nova configuração, que a "cidade global" é um
processo que conecta serviços avançados, centros produtores e de mercados em uma rede interligada, com intensidade em diferentes escalas, dependendo da relativa
importância das atividades realizadas e localizadas em diferentes espaços.
Avanços tecnológicos que propiciaram uma nova ordenação e padronização dos espaços sociais e de fluxos, na égide da "casa digital". Lugar muito confortável, que dispõe de
dispositivos de ultima geração (para a classe dos dominadores/investidores) propiciando que esta casa se transforme em uma extensão da empresa. Ainda que não concentre
essas atividades empresariais num lugar especifico, devido a miniaturização dos equipamentos, o escritório portátil, foi (e é) a saída para desestressar funcionários de
alto escalão que passaram a sofrer muito mais de problemas psicológicos.
Destarte, não se pode compreender a cidade, como alguns fazem, a partir de uma visão ecologista – estas abordagens já não satisfazem, segundo a professora Mônica Carvalho
- PUC. Precisa-se fazer uma análise diacronica e sincronica ao mesmo tempo que, na busca de uma compreensão da existência de uma ideologia, ou não, das posturas
ideológica na dinâmica de ocupação.
Nestes termos, entendemos a junção do privado e o público nas reformas de valorização da cidade, que são realizados em forma projetos de valorização cultural dos espaços, e ainda, utilizando a cultura como ponto estratégico e capiturador de renda. Sobressaindo
um caráter híbrido, tornando a cidade, mercadoria de troca, que se coloca em uma determinada vitrine, para que investidores possam avaliar e apostar economicamente.
No entanto, a valorização imobiliária desses espaços segrega ainda mais, pois o preço é a expulsão da população, ou ainda a demolição de patrimônios culturais e históricos. A
população, que se contenta em apreender a subjetividade que esta cultura propõe, na transformação dos espaços para a categorização de “cidade global”, não se mobiliza para defender sua cultura. E ainda, nesta transição, a cidade global tem por objetivo
resolver problemas urbanos, mas pelo contrário agravam-se ou multiplicam-se.