O que é Negociar?. Praticamente toda negociação se inicia pela existência de um conflito O que é um Conflito?

negociaç ão é um “proce sso” , é ação, na qual desem penham os papéis e interferim os diretam ente no re sultado, a pa rtir do nos so de sem penho. P a rtindo des ta prem issa, poderíam os inclus iv e, re escrev er o antigo prov é rbio “ rec ebem o s o que m ere cem os” para “ m e rec em os o que negociam os” .

O que é Negociar?

• Praticamente toda negociação se inicia pela existência de um conflito

O que é um Conflito?

• Toda negociação precisa de um conflito

• Causas dos conflitos: diferenças de personalidade, existência de atividades interdependentes no trabalho, metas diferentes, recursos compartilhados, diferenças de informação e percepção, dentre outras (Martinelli, 2002).

• Com relação ao modo de enxergar o conflito, Follet (Apud Hampton, 1991:290) afirma: “Nós não devemos ter medo do conflito, porém devemos reconhecer que existe um modo destrutivo e um modo construtivo de proceder em tais momentos. Na diferença em se tratar o conflito pode estar o sinal do saudável, uma profecia do progresso

O que é um Conflito?

O uso da mediação e da arbitragem pode ser útil na solução de situações de conflitos.

A participação de uma terceira pessoa, que não está diretamente envolvida com o problema poderá trazer muitas vantagens, como por exemplo:

Na presença de uma terceira parte, os ânimos exaltados são acalmados;

Esta pessoa pode orientar as partes a descobrirem quais seus reais interesses e como poderiam priorizá-los, determinando inclusive um cronograma com prazos para a chegada a um acordo;

A mediação é caracterizada pelo alto controle da terceira parte sobre o processo, porém baixo controle sobre os resultados.

Mediação e Arbitragem

• Já na arbitragem existe alto controle sobre os resultados, porém a terceira parte tem baixo controle sobre o processo. Os árbitros normalmente são escolhidos por serem justos, imparciais e sábios e, dessa forma, as soluções vêm de uma fonte respeitada e com crédito.

• Os processos de arbitragem normalmente são utilizados para solução de conflitos entre empresas, trabalhadores e em contratos de uma forma geral. As partes apresentam sua posição ao árbitro que, dependendo das regras estabelecidas pode ou não decidir com base nelas.

Mediação e Arbitragem

Diplomacia

• A diplomacia é a arte de conduzir as relações exteriores ou os negócios

estrangeiros de um determinado Estado ou outro sujeito de direito

internacional

• Geralmente, é empreendida por intermédio de diplomatas de carreira e

envolve assuntos de guerra e paz, comércio exterior, promoção cultural,

coordenação em organizações internacionais e outros.

• As relações diplomáticas são definidas no plano do direito internacional

pela Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas (CVRD), de 1961.

Diplomacia x Política Externa

• Convém distinguir entre diplomacia e política externa:

– A política externa é definida em última análise pela Chefia de Governo

de um Estado ou pela alta autoridade política de um sujeito de direito

internacional;

– já a diplomacia pode ser entendida como uma ferramenta dedicada a

planejar e executar a política externa, por meio de diplomatas

Políticas de Comércio Internacional (razões para intervenção estatal):

Fonte de renda (grande importância em países pequenos)

Razões mercantilistas (crença de que importações são ruins e exportações boas – superávit) - Inglaterra no Séc. XIX)

Desenvolvimento agrícola e industrial

Instrumento de redistribuição de renda (influência de grupos de pressão – lobbies)

Sistema Multilateral de Comércio e a OMC

Fonte: Ricardo Camargo Mendes

Debate sobre livre comércio – surge no Séc. XIX

A favor – Adam Smith e David Ricardo

Contra – Alexander Hamilton e Friedrich List

Na prática (Sec. XIX) – maior integração da economia internacional, apesar de proteções à indústria nascente (EUA, França, Alemanha)

Diminuição após a Primeira Guerra Mundial (efeito dominó)

Antecedentes


Fim da Segunda Guerra Mundial

Motivação para criar um sistema diferente do fim da Primeira Guerra Mundial

Necessidade de se estabelecer mecanismos para evitar a desvalorização de produtividade e barreiras comerciais

Apoio dos EUA para a criação de uma “Organização Internacional do Comércio” e do GATT (Acordo Geral de Comércio e Tarifas)

Economia estável com acesso a mercados, fornecedores e investimentos de forma não-discriminatória – evitar novas guerras

Antecedentes


Funções do sistema multilateral de comércio

1. Fórum de negociação

Barganha e negociação – principais instrumentos para reduzir barreiras ao comércio e estabelecer regras de comportamento (mercado de concessões)

Ao condicionar a liberalização a maior acesso a mercados em países estrangeiros – mais politicamente viável

Problema de economia política – perdedores do livre comércio se organizam mais que os beneficiados

Complexa rede de interesses – sistema multilateral de comércio confronta perdedores com beneficiados (lobby x lobby)

Reduções recíprocas – fim do dilema do prisioneiro Importados mais baratos como forma de compensação



Funções do sistema multilateral de comércio

2. Código de conduta

OMC – regras para as políticas de comércio dos países

Limita a liberdade dos governos adotarem políticas protecionistas

Dificulta a ação de lobbies dentro dos países



Cinco princípios norteiam o sistema internacional de comércio (antes e depois da criação da OMC em 1994)

1. Não-discriminação

Nação mais favorecida Tratamento nacional (artigos III:2 e III:4 GATT)

2. Reciprocidade

Importante instrumento de negociação (oferta agrícola do Brasil tem que ser condizente com as demandas feitas)

3. Aplicabilidade dos compromissos

Tarifas consolidadas não podem ser anulada por outras formas de protecionismo (barriras não tarifárias)



Cinco princípios norteiam o sistema internacional de comércio (antes e depois da criação da OMC em 1994)

4. Transparência

Acesso a informação sobre o regime de comércio Países obrigados a disponibilizar informações Trade policy reviews

5. Válvulas de segurança

Governos podem restringir o livre comércio em alguns casos Três casos:

a) Objetivos não comerciais (saúde pública e segurança nacional e proteger setores muito prejudicados por importações) b) Subsídios e dumping c) Problemas de balanço de pagamento



Histórico

GATT – resulta das negociações para criar uma Organização Internacional do Comério (Bretton Woods)

Instrituições de Bretton Woods – Banco Mundial e Fundo Monetário Internacional

Carta de Havana – não ratificada pelo Congresso dos EUA GATT 1947 – negociado entre 23 países (12 desenvolvidos e 11 em

desenvolvimento – o Brasil era um deles) Objetivo era ser temporário (não tinha estrutura institucional) Expansão do número de países ao longo dos anos Sistema já bem “lubrificado” quando criada a OMC



Cronologia

1947 Redação do GATT (entra em vigor em 1 de janeiro de 1948)

1948 GATT entra em vigor provisoriamene. Delegados de 56 países se encontram em Havana, Cuba, para acertar detalhes da ITO; 53 países assinam a Carta de Havana que estabelecia a ITO em março de 1948.

1949 Rodada Annecy de negociações tarifárias

1950 China se retira do sistema GATT. EUA desistem de tentar ratificar a Carta de Havana pelo Congresso.

1951 Rodada Torquay de negociações tarifárias. Comitê inter-sazonal criado para organizar votação por correspondência em questões de medidas de comércio para assegurar o balanço de pagamentos. Alemanha se torna signatária do GATT.

1955 Revisão das regras modifica várias provisões do GATT. Tentativa de se transformar o GATT em uma organização internacional fracassa (Organização para a Cooperação do Comércio). Asseguradas excessões para os EUA para algumas políticas agrícolas. Japão se torna signatário do GATT.

1956 Quarta rodada realizada em Genebra.



1957 Criação Comunidade Econômica Européia

1960 Conselho de representantes criado para cuidar das atividades cotidianas. Rodada Dillon começa e é concluida em 1961

1961 Aprovado Acordos de Curta Duração permitindo quotas restritivas para as exportações de produtos têxteis de algodão.

1962 Acordos de Curta Duração viram Acordos de Longa Duração para têxteis de algodão. Renegociado em 1967 e estendido por três anos em 1970 até ser substituido pelo MFA em 1974

1964 Incicio da Rodada Kennedy. Criação da UNCTAD.

1965 Parte IV (Comércio e Desenvolvimento) é acrescido ao GATT. Criado comitê para comércio e desenvolvimento para monitorar a implementação.

1967 Polonia se torna o primeiro país do Leste a signatária do GATT.

– Início da Roda Tóqui (concluída em 1979)

1974 Acordo de Multifibras (MFA) entra em vigor, restringindo o crescimento das exportações a 6% ao ano. Negociado em 1977 e 1982 e prorrogado em 1986, 1991 e 1992. (fim em 2003).



1982 Reunião Ministerial do GATT fracassa em lançar uma nova Rodada. Formulação de programa de trabalho visando estabelecer uma agenda para um novo sistema multilateral de comércio.

1986 Lançamento da Rodada Uruguai em Punta del Este.

1988 Reunião Ministerial em Toronto para avaliar os progressos da Rodada Uruguai.

1990 Canadá propõe a criação da OMC que encobriria o GATT, o GATS e outros instrumentos multilaterais acordados durante a Rodada Uruguai

1993 Congresso dos EUA aprova o TPA. Rodada Uruguai concluida no dia 15 de dezembro (prazo do TPA).

1994 Reunião Ministerial de Marrakesh – assinatura de questões pendentes para a criação da OMC.

1995 OMC começa a funcionar. Acordo de Serviços Financeiros entra em vigor (EUA não assina).

1996 Fracassa as discussões sobre serviços marítimos. Decisão de reavaliar o assunto em 2000. Reunião Ministerial de Cingapura cria grupos de trabalho para: comércio e investimento; comércio e política da concorrência; transparência em compras governamentais e concorda em laçar discussões sobre facilitação do comércio



1997 ITA (40 países se comprometem a eliminar tarifas de bens de informática e telecomunicações até 2000). Conclusão das negociações sobre Telecomunicações no GATS (Acordo sobre Telecomunicações Básica). Negociado Acordo de Serviços Financeiros com os EUA signatários.

1998 Comemoração de 50 anos do sistema multilateral de comércio em Genebra.

1999 Reunião Ministerial de Seattle fracassa em lançar nova rodada.

2000 Negociações dos pontos pendentes da Rodada Uruguai (built-in agenda) começam – agricultura e serviços

2001 Reunião Ministerial de Doha lança nova rodada (bastante ambiciosa)

2004 Revisão das ambições da rodada.



Semelhanças

Princípios básicos continuam iguais:

Consenso

Comandado pelos membros

Mudanças

Mais países membros (148 em 2005)

Single undrtaking

Maior transparência

Consenso negativo para o mecanismo de solução de controvérsias

Maior transparência.

Diferenças e semelhanças entre o GATT (1947) e a OMC


Questões atuais e desafios Tarifas para bens industriais – parcialmente resolvidos (sobretudo nos países

desenvolvidos)

Tarifas para produtos agrícolas

Barreiras não tarifárias

Subsídios

Comércio internacional de serviços



Arcabouço institucional composto por quatro anexos

1. GATT 1994, GATS, TRIPS

2. Mecanismo de Solução de Controvérsias (DSU)

3. Mecanismo de Revisão de Política de Comércio (TPRM)

4. Acordos Plurilaterais



Funcionamento Secretaria-geral sediada em Genebra

Dirigida por uma Conferência Ministerial de todos os países membros (devem se encontrar ao menos 2 vezes por ano)

Entre reuniões ministeriais a organização é dirigida por um Conselho Geral (reuniões no mínimo uma vez por mês)

Secretariado relativamente pequeno (pouco mais de 500 pessoas), sem poder de iniciativa –função de manter o sistema funcionando

Orçamento deriva da contribuição dos países membros baseado no procentual de comércio internacional que dominam



Processo de decisão

Consenso (maior parte das decisões) – metodologia já usada no GATT Consenso x unanimidade (abstenções e ausências não contam) Maior legitimidade nas decisões Influência proporcional ao poder de cada membro (diferente da ONU) Formação de coalizões – importante para os países menores Recurso a votos – pode ser usado se o consenso não for alcançado Um membro, um voto (diferente do FMI – quotas)

Unanimidade – emendas sobre princípios gerais como não-discriminação Maioria de três quartos – interpretação de provisões e excessões das disciplinas da OMC Maioria de dois terços – Emendas à OMC sobre questões que envolvam os princípios

gerais; entrada de novos membros Consenso – Sempre que não especificado (se não possível, maioria simples é

geramente suficiente)



Algumas ponderações sobre o processo de decisão

Membros contrários às decisões não são obrigados a seguilá-las – opção de serem concedidas exceções ou serem retirados da organização (não-interessante)

Na prática – todas as decisões são tomadas por consenso

Mecanismos para facilitar o funcionamento da Organização – coloca apenas alguns membros no centro da decisões – Green Room



Político

Formulação de regras e compromissos

Negociações (trade-offs)

Rodadas

Jurídico

Aplicabilidade das regras e compromissos já acordados

Regras (Direito Econômico Internacional)

Mecanismo de solução de controvérsias

Dois aspéctos da OMC



O Mecanismo de Solução de Controvérsias (DSU)

Diferente do GATT antigo – consenso negativo (mais difícil de vetar a abertura de

painéis)

DSU pode ser iniciado sempre que um país-membro sentir que:

Há uma violação de regras ou compromissos por parte de um outro país-membro

Um outro país membro está aplicando medidas que anulem os compromissos

consolidados na OMC

Outros tipos de queixa contra as práticas leais de comércio que não se enquadram

nas duas categorias anteriores




Procedimento é basicamente dividido em quatro fases:

Consultas – fase obrigatória (comum que as partes acertem suas queixas antes da abertura de um painél)

Painéis – outros membros podem participar como terceiras partes na disputa. Relatório preliminar enviado no prazo de seis meses. Partes envolvidas enviam seus comentários. Revisão circulada para todos os membros.

Apelação – reapreciação jurídica. Não há possibilidade das partes comentarem previamente o relatório.

Implementação – Cumprimento imediato, ou acerto entre as partes sobre o tempo de implementação




O papel do Brasil

Grande usuário do DSU

Quarto no ranking dos demandantes para solução de controvérsias perante a OMC, segundo o número de consultas (atrás somente dos EUA, UE e Canadá)

Vencedor de importantes disputas: Embraer/Bombardier, Algodão, Açúcar, Frango, etc.

Capacitação técnica para conduzir processos (caso único entre países em desenvolvimento)



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