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EXCLUSIVO Decantado em versos e prosas, venerado por pescadores tal sua abundância de peixes, fruto de lendas e magia... O Rio Araguaia emite sinais de alerta e apela à consciência humana. ANO 01 - Nº 05 NOVEMBRO/2014 R$ 10,90 7 898590 300500 ENGOLIDO VIVO POR SUCURI GIGANTE Paul Rosolie, um cineasta apaixonado pela vida animal, está prestes a passar por uma aventura das mais radicais de sua carreira. Ele será engolido vivo por uma sucuri gigante para um especial do canal de TV Discovery Channel. O AZEITE QUE BLINDA O CORAÇÃO Chamado de “ouro líquido” pelos mediterrâneos, o azeite extraído da oliva evita o acúmulo da gordura visceral, que provoca doenças cardiovasculares e diabete, combate a osteoporose e inflamações. FOTO: DB-CITY

Olhaki Revista

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Edição 05 - Novembro/2014

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Page 1: Olhaki Revista

RIO ARAGUAIA, UM APELO À VIDA

EXCLUSIVO

Decantado em versos e prosas, venerado por pescadores tal sua abundância de peixes, fruto de lendas e magia... O Rio Araguaia

emite sinais de alerta e apela à consciência humana.

ANO 01 - Nº 05NOVEMBRO/2014

R$ 10,90

7898590

300500

ENGOLIDO VIVO POR SUCURI GIGANTEPaul Rosolie, um cineasta apaixonado pela vida animal, está prestes a passar por uma aventura das mais radicais de sua carreira. Ele será engolido vivo por uma sucuri gigante para um especial do canal de TV Discovery Channel.

O AZEITE QUE BLINDA O CORAÇÃOChamado de “ouro líquido” pelos mediterrâneos, o azeite extraído da oliva evita o acúmulo da gordura visceral, que provoca doenças cardiovasculares e diabete, combate a osteoporose e inflamações.

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: DB-

CITY

Page 2: Olhaki Revista

Produtor rural: o campeão da economia brasileira

O país inteiro tira o chapéu para o setor que mais cresceu e gerou riqueza, emprego e renda em 2014.

Que o próximo ano seja de conquistas ainda maiores.

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Page 3: Olhaki Revista

Produtor rural: o campeão da economia brasileira

O país inteiro tira o chapéu para o setor que mais cresceu e gerou riqueza, emprego e renda em 2014.

Que o próximo ano seja de conquistas ainda maiores.

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Page 4: Olhaki Revista

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Page 5: Olhaki Revista

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Page 6: Olhaki Revista

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Page 7: Olhaki Revista
Page 8: Olhaki Revista

18 NATUREZAMilton Fries, saudoso empresário de Mineiros, provou que é possível conciliar produção de alimentos e preservação ambiental

11 ARTIGOEverardo Maciel

12 ENTREVISTALuziano CarvalhoO Rio Araguaia pede socorro

24 BRASILO brasileiro mostrou também na política sua faceta racista

26 RODOVIASBrasil tem apenas 12% de suas rodovias pavimentadas

27 MINEIROSPrefeito Agenor Rezende inaugurou várias obras no aniversário da cidade

28 ESTADOSGovernadores de GO E DF atuam juntos em busca de benefícios para o entorno de Brasília

30 DE OLHO EM BRASÍLIARenata Carrijo

38 VEÍCULOSJaguar vai produzir o utilitário-esportivo Discovery no Brasil

22 MUNDOBan Ki-moon, secretário da Organização das Nações Unidas, fez um apelo à paz: “Precisamos encontrar sementes de esperança”

40 EMPRESAGoodyear anunciou que vai fabricar pneus usando como matéria prima a casca de arroz

42 NAVEGAR É PRECISOGutemberg Oliveira

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ÍNDICE

Page 9: Olhaki Revista

34 AGRONEGÓCIOJosé Mário Schreiner, presidente da FAEG, destaca as conquistas do setor em 2014, mas aconselha cautela no próximo ano

46 EXPLOSÃO DEMOGRÁFICA

Estudo indica que o planeta pode chegar a 11 bilhões de habitantes em 2100

48 ESPORTEObras prometidas para a Copa do Mundo só vão ficar prontas para as Olimpíadas de 2016

50 DE CAMAROTECom Hércules Dias

53 DITO E FEITOFrases

54 COMPORTAMENTOAtravés de plataformas online, pais vigiam filhos na escola em tempo real

56 FATO INCRÍVELViagem pioneira a Marte, prometida pela empresa holandesa Mars One, pode

transforma-se em tragédia

36 ECONOMIACarlos Langoni, ex-presidente do Banco Central e professor da FGV, afirma que o Brasil ainda é uma economia bastante fechada

58 SAÚDEPrimeira bebê de proveta da América Latina, Ana Paula Caldeira, chega aos 30 anos

62 OPINIÃOFernando Rizzolo

Page 10: Olhaki Revista

ANO 1 - Nº 05 - NOVEMBRO - 2014

REVISTA EDITADA BIMESTRALMENTE PELA OLHAKI REDAÇÃO, ARTE E

PUBLICAÇÃO LTDA.

EMAIL: [email protected]

CNPJ: 18.564.326/0001-07

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BRASÍLIASCN, Quadra 5, Bloco A, Sala 1.307Brasília Shopping, Brasília – DF.CEP: 70715-900 Fones: (61) 3254-0262, 8440-2528 e 8154-6919

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DIRETORIA

DIRETOR GERAL:Fernando Brandão

DIRETORA EXECUTIVA:Renata Santos Carrijo

DIRETORA COMERCIAL:Glória Elaine M. Preto

DIRETOR OPERACIONAL:Gutemberg Viana Silva de Oliveira

EDITORES:Fernando BrandãoRenata Santos Carrijo

Diagramação: Rodrigo Martins

Revisão: Pite Rezende

Impressão: Ellite Gráfica

Tiragem: 20.000 exemplares

Circulação em 135 municípios de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Maranhão, Pará e Distrito Federal.

GOIÁS:Aparecida de Goiânia, Goiânia, Senador Canedo, Mineiros, Portelândia, Santa Rita do Araguaia, Chapadão do Céu, Perolândia, Estância, Caiapônia, Doverlândia, Palestina, Iporá, Arenópolis, Amorinópolis, Piranhas, Bom Jardim, Aragarças, Fazenda Nova, Jussara, Novo Brasil, Israelândia, Jaupaci, Firminópolis, São Luiz dos Montes Belos, Bom Jesus, Rio Verde, Itaguaçu, Paranaiguara, São Simão, Almerindópolis, Santa Helena, Aparecida do Rio Doce, Cachoeira Alta, Caçu, Jataí, Maurilândia, Castelândia, Porteirão, Aporé, Itajá, Lagoa Santa, Quirinópolis, Planalto Verde, Inaciolândia, Gouvelândia, Serranópolis, Goiatuba, Montividiu, Itumbiara, Catalão, Ipameri, Pires do Rio, Palmelo, Santa Cruz, Cristianópolis, Ouvidor, Vianópolis, Silvânia, Leopoldo de Bulhões, Bonfinópolis, Cezarina, Palmeiras de Goiás, Paraúna, Jandaia, Indiara, Edéia, Pontalina, Itauçu, Itaberaí, Goiás, Sanclerlândia, Anicuns, Niquelândia, Uruaçu, Campinorte, Mara Rosa, Porangatu, Minaçu, Jaraguá, Goianésia, Itapaci, Rubiataba, Ceres, Rialma, Padre Bernardo, Alexânia, Abadiânia, Campo Limpo, Ouro Verde, Nerópolis, Petrolina, São Francisco, Pirenópolis, Piracanjuba, Caldas Novas, Rio Quente, Morrinhos.

MATO GROSSO:Cuiabá, Alto Araguaia, Alto Garças, Alto Taquari, Ribeirãozinho, Araguainha, Ponte Branca, Barra do Garças.

MATO GROSSO DO SUL:Campo Grande, Cassilândia.

TOCANTINS:Palmas, Gurupi, Alvorada do Norte, Porto Nacional, Paraíso, Miracema, Miranorte, Guaraí, Colinas, Araguaína, Colmeia, Araguatins, Pedro Afonso, Babaçulândia.

MARANHÃO:São Luiz, Santa Inês, Imperatriz, Balsas, Açailândia.

PARÁ:Belém, Marabá, Tucuruí, Parauapebas, Tucumã, Redenção, Conceição do Araguaia.

DISTRITO FEDERAL:Brasília.

Page 11: Olhaki Revista

UM ROTEIRO DE REFORMA TRIBUTÁRIA

Novos governos, mesmo nos casos de reeleição, estimulam expectativas de reformas. Afinal, os

candidatos se apresentam sempre como paladinos de mudanças.

Reformas costumam trafe-gar no território das falsas cons-truções. Diz-se, por exemplo, que a reforma política é a mãe de to-das as reformas, em uma paródia torpe de uma bravata de Saddam Hussein na guerra do Iraque.

O que é reforma política? Não se tem resposta pronta para essa pergunta. Essa suposta con-dicionalidade pode revelar um propósito de impor, pela via autoritária, uma deter-minada reforma. Na melhor das hipóte-ses, é um mero frasismo inconsequente.

Reformas tributárias são muitas e não necessariamente boas. Correspon-dem a percepções distintas e soluções igualmente distintas dos problemas tribu-tários, que se originam do contínuo desa-linhamento dos sistemas tributários com as novas realidades econômicas e sociais.

Projetos de reforma tributária vi-sam ao enfrentamento de problemas identificados como relevantes em um dado momento. Por constituir um pro-cesso, serão sucedidos inevitavelmente por outros projetos. Sua viabilidade será inversamente proporcional à abrangên-cia, em virtude das resistências e tensões políticas que provocam.

No Brasil, os problemas tributários podem ser desdobrados em três categorias: tamanho da carga tributária, federalismo fiscal e qualidade do sistema tributário.

Reduzir a carga tributária é uma tarefa, sob o ponto de vista técnico, tri-vial. Consiste, tão somente, em reduzir alíquotas ou bases de cálculo ou, no limi-

te, eliminar tributos. A questão é, toda-via, outra. É indispensável que haja uma compatibilidade entre o tamanho do gas-to público e a carga tributária. Caso con-trário, ocorrerão indesejados déficits ou haverá uma elevação perigosa no nível de endividamento público.

Essa simples correlação não é per-cebida por muitos que bradam continua-mente pela diminuição dos tributos, mas olham com indiferença ou, paradoxal-mente, chegam mesmo a postular a ele-vação do nível dos dispêndios públicos.

Federalismo fiscal é tema extrema-mente complexo e de elevada sensibili-dade política, porque envolve a partilha do poder no âmbito do Estado. Tal evi-dência desautoriza qualquer pretensão de cuidar do federalismo fiscal conco-mitantemente com outras matérias. Sua inclusão em um projeto de reforma tri-butária inibe qualquer outro debate.

Extremamente minuciosos na par-tilha das rendas públicas, jamais fomos capazes de estabelecer sequer um arre-medo de discriminação dos encargos pú-blicos na Federação. Como se repartem, por exemplo, as responsabilidades da União, dos Estados e dos Municípios por

mobilidade urbana, saneamento básico e ambiental, segurança pú-blica, educação e saúde? Nenhu-ma legislação foi capaz de dirimir essa dúvida. Preferimos optar pela imprecisão e pelo pouco vir-tuoso caminho das transferências voluntárias, razão de sucessivos escândalos.

É necessário instituir um Có-digo do Federalismo Fiscal, autôno-mo em relação ao Código Tributá-rio Nacional, fundado em previsão constitucional, que permita articular conceitos hoje dispersos no texto

constitucional, tratar simultaneamente da partilha de receitas e encargos públicos, dis-ciplinar as transferências voluntárias e es-truturar a cooperação intergovernamental e a integração regional.

É uma missão de grande enverga-dura, mas é o único caminho capaz de prevenir as extravagantes demandas por mais recursos para as entidades subna-cionais, sem que se tenha uma prévia definição de suas responsabilidades na execução das políticas públicas.

O sistema tributário brasileiro en-cerra, hoje, uma grande quantidade e diversidade de problemas, que se bus-cou enfrentar, muitas vezes, por meio de ambiciosos e polêmicos projetos de reforma, que naufragaram em razão dos impasses gerados.

Esses problemas podem ser vistos por diferentes perspectivas: competitivi-dade da economia, justiça fiscal, direitos do contribuinte, simplificação e desbu-rocratização. Pela extensão do tema, me-recerão um artigo específico.

Everardo Maciel é ex-secretário da Receita Federal, consultor Jurídico e professor

do Instituto Brasileiro de Direito Público

No Brasil, os problemas tributários podem ser desdobrados em três categorias: tamanho da carga tributária, federalismo fiscal e qualidade do sistema tributário

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ARTIGO Everardo

Maciel

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O RIO ARAGUAIA PEDE SOCORRO

ENTREVISTA

O Delegado Titular da DEMA, Luziano Severino de Carvalho, afirma que o futuro do Rio Araguaia é tenebroso e que ele pode se tornar intermitente em 40 anos se ações preservacionistas não forem colocadas em prática: “Queremos alertar a todos, afirmando que já acabou o cenário de abundância de água na Bacia do Araguaia”.

FOTO

: SED

TUR/

MT

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LUZIANO CARVALHO

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ENTREVISTA LUZIANO CARVALHO

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Faz tempo que o Rio Araguaia vem transmitindo sinais de ago-nia. Mas o ‘bicho homem’ conti-nua ação perversa e degradante:

Mais e mais desmatamentos nas áreas de preservação, mais pivôs de irrigação ins-talados, mais gado pisoteando nascentes de rios e córregos afluentes...

O sinal emitido agora em 2014 não foi apenas de alerta. Ele sentencia, de forma dramática, a morte do Rio Ara-guaia. Resta-nos agora correr contra o tempo para salvá-lo. Sua bacia pode se-car em 40 anos se ações concretas e ur-gentes não forem tomadas.

O Rio Araguaia nasce no município de Mineiros, próximo ao Parque Nacio-nal das Emas. Possui uma extensão de 2.115 quilômetros, fazendo divisa entre os estados de Goiás, Mato Grosso, To-cantins e Pará. É considerado um dos mais importantes do Cerrado e um dos mais piscosos do mundo.

O Delegado Titular da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Meio Ambiente (DEMA), Luziano Seve-rino de Carvalho, tem travado ao longo dos anos uma luta sem tréguas em defesa do Rio Araguaia. Em entrevista exclusi-va a Olhaki Revista ele afirma que o ser humano tem sido perverso demais com o rio, e, com isso, contraído um débito que precisa ser pago urgentemente.

A DEMA realizou recentemente um levantamento na bacia hidrográ-fica do Rio Araguaia. Fale-nos sobre esse trabalho...

Luziano Carvalho – A Policia Civil, representada por policiais da DEMA, juntamente com técnicos da SEMARH, SA-NEAGO e Secretarias do Meio Ambiente dos Municípios de Jussara, Britânia e Aruanã, realizou vistorias em alguns pontos. Esse levantamento, in-clusive aéreo, mostrou danos e/ou crimes gravíssimos como desmatamentos, e como conse-quência, centenas de nascen-tes, olhos d’água, lagoas e lagos totalmente secos e com pre-sença de gado. Esses locais são

protegidos por Lei, são áreas de relevan-te interesse ambiental, mas estão sendo utilizados como pastagem.

São dados preocupantes, não é mesmo?

Luziano Carvalho – Sim, de fato o resultado foi preocupante, porém tudo ocorreu por falta de conscientização. O Homem foi e está sendo perverso de-mais com o Rio Araguaia e com isto foi

contraído um grande débito, que preci-sa ser pago urgentemente, do contrário será irreversível.

Quais são as ameaças que colo-cam em risco a vida do Rio Araguaia?

Luziano Carvalho – As ameaças são concretas. O desmatamento e a fal-ta de proteção das áreas de preservação permanente (APP’s) como margens de rios, das nascentes, dos lagos, das áreas naturalmente alagadas, tudo isto gera consequências extremamente negati-vas para as águas superficiais e subter-râneas, diminuindo o estoque de água nas nascentes, no Rio e no Aquífero.

A água de chuva, por exemplo, deveria ter apenas dois destinos quan-do cai ao solo: evaporar ou se infiltrar. Agora, como se infiltrar no solo se hou-ve supressão da cobertura vegetal e o solo dos lagos está compactado devido ao pisoteio do gado e não se tem manejo adequado?

Percebe-se que as previsões para o Rio Araguaia são sombrias. É verda-de que ele pode secar em 40 anos, ou seja, virar história?

Luziano Carvalho – O futuro do Rio Araguaia é realmente tenebroso; as agressões em sua bacia tornaram-se generalizadas, são ações suicidas, que em muitos casos a sabedoria e a prudên-cia recomendam não criminalizar, mas corrigir os erros, além de recuperar as áreas.

Queremos alertar a todos, afirman-do que já acabou o cenário de abundância de água na Bacia do Araguaia. No Rio Verme-lho, próximo a Britânia, em vários pontos, o local mais fundo não era mais de meio metro. No Rio do Peixe não era mais de 10 cm e o Rio Araguaia podia ser atravessa-do andando em vários pontos.

Vários lagos, inclusi-ve da planície de inundação, que são fundamentais para o equilíbrio do sistema, pois ar-mazenam água e atuam como berçário de uma enorme bio-Rio Araguaia, no município de Ponte Branca-MT

FOTO: VICENTE M. DE FREITAS

Veja como o rio era há 40 anos e o que é hoje. Tudo que só se tira e não

se repõe, um dia acaba

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LUZIANO CARVALHO

diversidade aquática, já não seguem sua finalidade original. Hoje são pastagens.

No mês de julho, praticamente no início do período da seca, estivemos em um desses lagos enormes, conectado a outro e, consequentemente, ao rio. Am-bos estavam secos, e como respeitamos a sabedoria popular dos antigos mora-dores, consultamos a experiência de um morador local e ele afirmou que há 40 anos saía com Pirarucu nas costas da-quele lago e que tinha mata, muita água e muito peixe, e que hoje não tinha mata, que no local da água tinha capim e no lo-cal dos peixes havia bois, inclusive com compactação do solo e rebaixamento do lençol freático.

Assim, após ouvirmos diversas pes-soas do local, nunca querendo ser visioná-rio e trazer intranquilidade popular, falar que o Rio Araguaia vai se tornar intermi-tente daqui a 40 anos, com um cenário de conflitos (milhares de pivôs centrais), é o previsível anunciado. Veja como o rio era há 40 anos e o que é hoje. Tudo que só se tira e não se repõe, um dia acaba. Essa é a nossa conclusão, juntamente com os antigos moradores da região.

O que precisa ser feito com ur-gência para reverter esse quadro?

Luziano Carvalho – O Brasil as-sumiu um compromisso, como País so-berano, ninguém lhe impôs esse dever, dentre outros de proteger as áreas de preservação permanente. APP – é uma área protegida, coberta ou não por vege-tação nativa, do solo, dos recursos hídri-

cos, para o bem estar desta e das gerações vindouras. Assim a supressão indevida da APP, obriga o proprietário/ocupan-te/possuidor a recompor a vegetação, desta forma é uma obrigação de natu-reza REAL. É momento de todos, Poder Público/Sociedade e, principalmente, o produtor rural recuperar as APP´s.

A nossa luta não é para criminalizar o produtor rural, mas também não é para alimentar o crime ambiental, e sim, MO-BILIZAR, formar uma consciência pú-blica para recuperar o Rio Araguaia com ações concretas e planejadas, de respei-to, de integração, tratando o produtor rural não como vilão, mas como alguém que poderá se tornar o ator principal; cercando, isolando as nascentes, lagos e lagoas, recuperando as margens de todos os cursos d’água, legalizando os pivôs centrais, recuperando pastagens degra-dadas e respeitando as Leis Ambientais.

Imagens de satélite e o próprio trabalho da DEMA detectaram ações predatórias em praticamente todo o curso do rio. Alguma região específica preocupa mais?

Luziano Carvalho – É preciso re-cuperar não apenas o Rio Araguaia, mas a Bacia Hidrográfica do Rio Araguaia que representa aproximadamente ¼ do território goiano, além de cobrir partes dos territórios de Mato Grosso, Tocan-tins e Pará. Portanto, representa um sistema fluvial de extrema importância para o povo brasileiro. A nossa preocu-pação maior começa com as nascentes

em Mineiros até a sua confluência com o Rio Tocantins.

Uma grande voçoroca na nascen-te principal do Araguaia, no Município de Mineiros, foi motivo de muita pre-ocupação anos atrás. Como está o tra-balho de preservação hoje?

Luziano Carvalho – A Polícia Ci-vil, através da DEMA, vem trabalhando na região do Araguaia há anos. Em 2002 iniciamos a recuperação das principais nascentes do Araguaia, bem como a esta-bilização da “Voçoroca Chitolina”, todas no município de Mineiros. Hoje o traba-lho está concluído.

A Polícia Civil incentivou a repara-ção dos danos causados, inclusive doando mudas. Com uma linguagem de sinceri-dade, conquistou a confiança do produ-tor rural Milton Fries, e hoje, a região é o maior exemplo no Brasil de como har-monizar o uso produtivo da terra com a preservação/recuperação do cerrado, do solo e principalmente da água.

Milton Fries e sua família para a Po-lícia Civil de Goiás é referência nacional como produtor e defensor da natureza. Um exemplo a ser seguido.

Essa consciência ambiental ga-nha força em outras regiões que mar-geiam o rio?

Luziano Carvalho – Apesar de tan-tas dificuldades, tenho visto várias pes-soas querendo compartilhar do trabalho de recomposição do Araguaia, em toda a sua extensão. Sentimos a multiplicação

É preciso recuperar não apenas o Rio

Araguaia, mas a Bacia Hidrográfica

do Rio Araguaia que representa

aproximadamente 1/4 do território goiano

Animais em nascente que abastece o Rio Araguaia

FOTO: DEMA

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das pessoas do BEM, da reflexão sábia, da preocupação da sobrevivência, do respeito ao direito de TODOS, ao meio ambiente equilibrado. TODOS significa os seres vivos, dentre eles, destacamos os Humanos.

A verdade é que a destruição vem de forma generalizada, enquanto a recu-peração é pontual, lenta. Esta realidade só vai mudar quando houver formaliza-ção e implantação de ações preventivas, de proteção e fiscalização.

Quais são as agressões mais gri-tantes que o senhor poderia destacar?

Luziano Carvalho – Percebe-se enorme desperdício de água; fertilizan-tes e agrotóxicos muitas vezes são car-reados para o leito do rio, causando as-soreamento. A falta de manejo adequado do solo, pastagens degradadas, muitas erosões e até mesmo voçorocas, e o que entendemos ser muito grave, o desma-tamento das APP´s (bordas de chapada, áreas brejosas, veredas, faixas marginais de cursos d’água).

O Rio Vermelho foi totalmente des-viado, criou-se um novo leito, com dis-tância de 15 km. Acreditamos que fatores humanos tenham contribuído. A cada dia a situação piora, até mesmo porque suas águas não alimentam mais o Lago dos Ti-gres, em Britânia. Estamos trabalhando para voltá-lo ao seu leito antigo. Já temos bons exemplos de recomposição das áre-

as de preservação permanente, inclusi-ve temos o PROGRAMA NASCENTES, através do qual já recuperamos centenas destas em Goiás.

É interessante frisar que tudo deve ser precedido de levantamento de técnicos da área, planos simples de controle e ações preventivas (cons-truir soluções), eliminando-se os festi-vais de projetos onerosos com filosofia técnico-burocrática, que são abortados na primeira fase de vida.

Quem sobrevoa o Rio Araguaia percebe o quanto suas margens foram desmatadas, tanto em Goiás quanto em Mato Grosso, Tocantins e Pará. Existe uma atuação conjunta dos dois estados visando fazer com que as APAS sejam respeitadas?

Luziano Carvalho – Não temos uma integração consistente, mas preci-samos continuar buscando ações con-juntas. Agora, se os goianos fizessem acontecer, ninguém estaria indagando porque aconteceu. Muitos sabem o que fazer, mas não querem fazer, não gos-tam, não têm prazer.

A conclusão é que é preciso fazer o que se gosta porque com prazer se atinge com facilidade as metas e conquista-se a felicidade. Vamos fazer a nossa parte, sem transferir responsabilidades. O ób-vio precisa ser dito: “É melhor fazer pou-co do que não fazer nada.”

Alguns ambientalistas costumam dizer: “Quem não se conscientizou até hoje, não vai se conscientizar nunca mais”... E defendem penas duras aos agressores do Rio Araguaia. O senhor concorda com essa premissa?

Luziano Carvalho – Respeito os que pensam de tal forma, porém, parece que o Brasil falha no seu principal papel (DEVER) que é “EDUCAR”. Nunca é de-mais dizer que se entende por educação ambiental não formal, as ações e práticas educativas voltadas à sensibilização da coletividade sobre questões ambientais, Leis e à sua Organização e Participação na defesa do Rio Araguaia. É fácil criticar leis, o que devemos fazer é encontrar as melhores soluções com as leis que te-mos. Não iremos perder a fé e a esperan-ça na recuperação do Rio Araguaia.

A pior catástrofe é a falta de educa-ção, e esta mesma educação é uma arma muito mais poderosa do que qualquer Lei Dura.

Como está a interação turismo e preservação do Rio Araguaia?

Luziano Carvalho – A política de conscientização do turista já foi desen-volvida e vem melhorando a cada ano, já se tem uma consciência harmoniosa com o Rio; por exemplo, na instalação de acampamentos não se usa mais a madei-ra da mata ciliar; há a separação do lixo, este não fica mais nas praias; sanitários são construídos com material biodegra-dável; utilizam-se isolamento acústico nos motores geradores.

Porém, ainda temos poluições pon-tuais, em especial quanto ao lançamen-to de esgoto das cidades, a presença dos

Vamos fazer a nossa parte, sem transferir responsabilidades.

O óbvio precisa ser dito: é melhor fazer pouco do que não fazer nada.

Desvio do Rio Vermelho criou novo leito com 15 quilômetros de extensão

ENTREVISTA

FOTO: DEMA

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LUZIANO CARVALHO

possantes JET SKIS e Lanchas que tra-zem impactos negativos ao Rio.

Quais são as ações que a DEMA pretende tomar visando solucionar as agressões contra o Rio Araguaia?

Luziano Carvalho – Nós, da DEMA, acreditamos que ainda há tem-po de serem adotadas medidas preven-tivas para evitar que o Rio seja total-mente destruído, como também ainda há tempo de corrigirmos, em conjunto, alguns erros que já foram cometidos. Para isso, cada ser humano precisa olhar para o Araguaia com as lentes voltadas para princípios técnicos, cien-tíficos e jurídicos, abrindo desta forma o espírito cívico do povo brasileiro, em especial a lei terá eficácia, pois esta-rá respaldada na consciência cívica do

produtor rural, do poder público e da comunidade.

O que seria de Goiás, Mato Gros-so e Brasil sem a magia e a beleza do Rio Araguaia?

Luziano Carvalho – O Rio Ara-guaia é o nosso mais valioso patrimônio natural, traz um bem-estar para a vida, em especial a população humana, patri-mônio afetivo, cultural, de praias e o pôr de sol mais bonito do Brasil. Inspiração para poetas, habitat para o maior peixe de escamas do planeta – PIRARUCU, en-fim, ideal para histórias de amor. Sem o Rio Araguaia, perderíamos tudo isso.

Sabe-se que o senhor tem uma história de luta em defesa do Rio Ara-guaia. Como se sente ao vê-lo agoni-zando?

Luziano Carvalho – O maior ad-versário de um homem é a preguiça, a ignorância, levantar dificuldades sem enfrentá-las, enfim a autopiedade. Sou consciente e neste momento fico feliz, não por alcançar vitórias, mas por lutar para salvar o Rio Araguaia.

O Rio só sairá desta situação ago-nizante quando houver a integração da sociedade, dos integrantes dos órgãos públicos ambientais, dos proprietários de terras, no sentido de mobilizar consciên-cias para que se possa fertilizar a vida po-lítica, econômica, social e ambiental, ou seja, adquirir a cultura da sustentabilida-de, conscientizar-se que para construir o progresso não se pode sacrificar os recur-sos naturais do nosso Rio Araguaia.

Todo ato que praticamos é movi-do por interesse pessoal, para nos sen-tirmos bem. Doando o nosso trabalho, sinto que estou sendo beneficiado, pois acredito que aquilo que damos, volta para nós de alguma forma e em outro momento, com juros.

Concluindo, como o senhor gos-taria de ver o Rio Araguaia daqui a 40 anos? Seria possível traduzir em pala-vras seu sentimento?

Luziano Carvalho – Gostaria que o Rio Araguaia voltasse a ser um Car-tão Postal cheio de vida, o mais rico patrimônio natural dos goianos. E nun-ca que a atual geração olhasse para o Araguaia e tivesse apenas uma visão de SAUDADES.

O Rio Araguaia é o nosso mais valioso

patrimônio natural, traz um bem-estar para a

vida

LUZIANO CARVALHO

ENTREVISTADelegado Luziano e membros da DEMA atravessam o Rio Araguaia andando

FOTO: WALTER PEIXOTO

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NATUREZA

PRODUÇÃO COMCONSCIÊNCIA AMBIENTALUm dos maiores empresários do Sudoeste Goiano, o saudosoMilton Fries, sempre defendeu que é possível conciliar produçãode alimentos e preservação do meio ambiente

Milton Fries sempre foi um homem empre-endedor. Mas além disso, foi um homem

que lutou pela natureza e pela terra. Sempre ciente da impor-tância de ambas para sua vida, e para a vida de todos que sempre estiveram à sua volta.

Quem nos conta um pouco de sua trajetória na área am-biental, trajetória essa que me-rece ser conhecida por todos, é o Sr. Dalton Luis, engenheiro Agrônomo e responsável por elaborar e executar os projetos para plantio das árvores nativas do Cerrado nas propriedades de Milton Fries.

Tudo teve inicio quando Milton Fries verificou que a Nascente A era a principal nas-cente do Rio Araguaia, em função de ser a mais distante da foz deste rio e de maior altitude. Sabendo da importância da preservação desta nascente em sua propriedade, demarcada pelo exército, ele foi além das exigências legais, e dei-xou aproximadamente 50 hectares de área de floresta de sua propriedade para proteger e isolar esta nascente.

Em 2002, quando o Delegado Ti-tular da Delegacia Estadual do Meio Ambiente (DEMA), Dr. Luziano de Car-

valho, esteve na voçoroca Chi-tolina e conheceu Milton Fries, iniciou-se os trabalhos para re-cuperação e atitudes em comum acordo foram tomadas. O pri-meiro plantio das mudas nativas do cerrado foram transportadas de ônibus de Goiânia para fa-zenda Jacuba, posteriormente os caminhões da fazenda buscaram mais mudas em um viveiro em Inhumas, devido à dificuldade de se encontrar mudas de plan-tas nativas em nossa região.

Em 2008, quando os pro-dutores rurais da região de Mi-neiros assinaram seus termos de averbação de reserva legal, com a Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Goiás, assinaram também o termo de compromisso de recomposição

destas reservas. Milton Fries, como pro-dutor rural foi além, aderiu em 2002 ao PROLEGAL - Programa de Revisão, Re-gularização e Monitoramento das Áreas de Reserva Legal e de Preservação Per-manente, instituído em Goiás através da Superintendência do IBAMA e do Mi-nistério Público Federal.

Com o passar dos anos e ao longo de 37 safras de grãos colhidas na fazenda Jacuba, região do Parque Nacional das Emas, recuperou-se não só a principal

O sonho do empresário Milton Fries de plantar

um milhão de mudas de espécies do cerrado

transformou-se em realidade

Nascente recuperada, antiga “Voçoroca Chitolina”

FOTOS: DALTON LUIS

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Milton esteve, todo o tempo, firme em seu objetivo de plantar 1 milhão de mudas nativas do cerrado. E não só plan-tou, como também viu crescer e desen-volver grande parte destas plantas. Viu boa parte das áreas das suas fazendas re-cuperadas, e isso lhe dava muito prazer. Sempre dizia aos funcionários de suas fazendas “capricha!”.

Entre os meses de novembro de 2011 a março de 2012 foram plantadas mais de 120 mil mudas nativas, em bor-das de serras, cabeceiras de nascentes, reserva legal e áreas de preservação per-manente. Iniciando assim a recuperação de 20 hectares de área, com o plantio de

árvores de espécies nativas do cerrado como pequi, ipê, bálsamo, baru, angico, jatobá, cajuzinho, entre outras. Sempre utilizando mudas produzidas em um vi-veiro de sua propriedade.

Motivado pela função, que orgulho-samente cumpria, de Patrono do Projeto Corredor de Biodiversidade Rio Ara-guaia, criou uma RPPN - Reserva Parti-cular do Patrimônio Natural, uma área particular transformada em Unidade de Conservação, mas que continua sendo sua a posse sobre a terra, mas passa obri-gatoriamente a submeter-se às normas de uso previstas no SNUC (Sistema Na-cional de Unidades de Conservação).

Sempre buscando respeitar a legislação ambiental, empresário de Mineiros é um exemplo a ser seguido

UM MILHÃO DE MUDAS DO CERRADO

REFERÊNCIA NA ÁREA DE PRESERVAÇÃO

nascente do Rio Araguaia (Nascente A), como também recuperou as nascen-tes que deram origem à Lagoa Azul. Há décadas, nesta propriedade, havia uma grande voçoroca, uma formação de gran-des buracos de erosão, conhecida hoje por “Buracão” que está praticamente ex-tinta. Suas propriedades protegem deze-nas de nascentes que formam o alto Rio Araguaia.

Ao adquirir outras propriedades, onde também havia locais degradados, Milton Fries imediatamente iniciava a recuperação das terras, sem auxílio fi-nanceiro, público ou privado. Tudo com recurso próprio. Investiu mais de 800 mil reais somente na recuperação da voçoroca Chitolina, com a utilização de curvas de contenção destinadas a eli-minar o escoamento superficial a esta erosão, hoje totalmente estabilizada e em franco processo de recuperação. Este homem sempre levou a sério a questão ambiental. Foi um dos pioneiros na inte-gração de lavoura com floresta e pecuá-ria, prática que somente há pouco tempo passou a ter uso em maior escala, jogou sementes de plantas nativas do cerrado em boa parte de sua propriedade, onde se planta até hoje mudas nativas.

O compromisso com a produ-ção de qualidade e respeito às normas ambientais, fez de Milton referência para pesquisadores e autoridades que militam nesta área. Dr. Luziano, Dele-gado do Meio Ambiente; Dr. Clarismi-

no Júnior, advogado, ex-presidente da FEMAGO (antecessora da SEMARH) e ex-presidente da Agência de Meio Ambiente de Goiânia; Leandro Silveira e Anah Jácomo, Diretores do Instituto Onça-Pintada; e Ary Soares são algu-

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mas destas pessoas que se espelham em seu legado.

Em setembro de 2011 Milton rece-beu um certificado da Delegacia Estadu-al de Meio Ambiente, com os seguintes dizeres: “A Policia Civil do Estado de Goiás vem com satisfação certificar que Milton Fries é hoje o produtor rural que mais compartilha com a Delegacia Es-tadual de Repressão a Crimes contra o Meio Ambiente – DEMA, na execução de ações concretas de recuperação de nascentes, matas ciliares e controle de voçorocas no Estado de Goiás; além de ter criado uma unidade de conservação no alto do Rio Araguaia.” Como também teve seu compromisso reconhecido na-cionalmente através das mídias como Globo News, Globo Repórter e Globo Rural.

A Real Máquinas, representante da marca John Deere, com base nos ideais de seu fundador Milton Fries, também desenvolve projetos sociais e ações de preservação, entre estes a campanha do meio ambiente, distribuindo sementes e mudas de árvores nativas do cerrado brasileiro, como o ipê amarelo, bálsa-mo, aroeira, cedro, sucupira, pequi, den-tre outras espécies, para seus clientes, fornecedores, colaboradores e comu-nidade, há 5 anos consecutivos. Como também possui em suas lojas lavador ecológico, onde reutiliza água da chuva na lavagem dos veículos e maquinários agrícolas, realizando a separação do óleo e areia que são destinados a órgãos competentes.

“Capricha aí”, era o recado de

Milton Fries quando defendia

reflorestamento de áreas degradadas e a preservação

de nascentes.

RPPN Nascentes do rio Araguaia e inicio do corredor ecológico. Antes do Plantio de mudas nativas do cerrado

Corredor Ecológico e RPPN Nascentes do Rio Araguaia em janeiro de 2013

LEGADO A SER SEGUIDOCom seu falecimento, em abril de

2012, Milton Fries deixou a sua família e funcionários um legado: seu compro-misso ético em tudo que fazia ou par-ticipava. Deixou-nos também uma res-ponsabilidade enorme: dar seguimento a seus ideais de compromisso com a sustentabilidade ambiental.

Em 22 de novembro de 2012, Mil-ton Fries (in memorian) foi agraciado com o premio CREA – GO. Este prêmio se destaca principalmente pelo seu empenho em valorizar quem realmen-te se preocupa com a preservação da vida e está consciente da importância de deixar como legado um meio am-biente mais sustentável para as futuras gerações, onde na ocasião foi entregue a sua família.

Na propriedade, hoje comandada por sua família, já foi realizado o plantio em aproximadamente 20 KM de bordas de serras, como também foi estabiliza-da a voçoroca Buração e Chitolina (esta passou a se chamar Nascente Recupe-rada Milton Fries), possui um viveiro de plantas nativas do cerrado, ipê-roxo, baru, saboneteira, bálsamo, angico, gua-rita, jatobá, cajuzinho, pau-santo, mar-

melada, tamboril, ipê-rosa, embiruçu, aroeira, boca-boa, copaíba entre outras, produzindo anualmente cerca de 25 mil mudas, cujo destino é realizar o plantio e o replantio nas áreas de reserva legal, de preservação permanente e na RPPN - Nascentes do Rio Araguaia.

Em maio de 2014 sua família re-cebeu o prêmio Altamiro Pacheco de Moura – Comenda Araguaia. O prê-mio homenageou in memorian o se-nhor Milton Fries pelos anos dedica-dos a trazer o progresso sem denegrir o meio ambiente, inovando em práti-cas sustentáveis.

Alvo de todo este trabalho é com-por um corredor ecológico para conexão entre os biomas do cerrado e Amazônia, através da RPPN - Nascentes do Rio Ara-guaia, que é uma área contínua ao Parque Nacional das Emas, formando um corre-dor ecológico cuja extensão é 5.296 me-tros, unindo o Parque ao Rio Araguaia. Diante disso, sua família e funcionários assumem o compromisso de chegar a 2 milhões de mudas plantadas.

SAIBA MAIS: www.nascentesdoaraguaia.com.br

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Fone: (62) 3576-2002 Rede: 9607-6675 9607-6678

AV. CASTELO BRANCO, 4157 - ST. RODOVIÁRIO - GOIÂNIA-GO

RUA DOS MISSIONÁRIOS, 592 - ST. RODOVIÁRIO - GOIÂNIA-GO

De tudo paraseu veículo

Page 22: Olhaki Revista

LÍDERES CONCLAMAM PAZ NO MUNDO

O apelo à paz partiu simultaneamente do Secretário da ONU,Ban Ki-moon, e do Presidente dos EUA, Barack Obama

O secretário-geral da Orga-nização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, sur-preendeu a todos recente-

mente ao afirmar que a paz mundial vive um risco eminente e que isto é fator de preocupação. Ele pediu aos líderes glo-bais que encontrem “sementes de espe-rança” em meio ao tumulto e desespero de um mundo que parece desmoronar. Ele parecia antever os perigos que ron-dam várias nações e que podem desen-cadear numa guerra sem precedentes.

Em seu discurso na abertura da As-sembléia Geral da ONU, Ban lembrou que as crises estão aumentando, as do-enças se espalhando, os fantasmas da Guerra Fria retornando e boa parte de Primavera Árabe indo violentamente para o caminho errado.

“Mas agir com liderança trata-se precisamente de encontrar sementes de esperança e alimentá-las para que se tornem algo maior”, disse o secretário--geral a presidentes, primeiros-minis-tros, monarcas e ministros dos 193 paí-ses que compõem a ONU.

“Esta é a nossa missão”, disse Ban. “Este é meu apelo a vocês hoje.”

Ban citou muitas crises, de deca-pitações ao uso de bombas de barril na Síria, à volátil situação na Ucrânia e a “investida assassina” do Boko Haram na Nigéria.

Numa prévia de seu discurso na semana passada, Ban disse que todas as “múltiplas crises” apresentam como ca-

racterística ataques a civis e têm dimen-sões sectárias, étnicas ou tribais.

Além dos conflitos maiores, Ban disse que o mundo não deve se esquecer da violência no Mali, da situação volátil na Ucrânia, do caos na Líbia, da grande polarização entre israelenses e palesti-nos após a devastadora e recente guerra na Faixa de Gaza, e dos avanços do Boko Haram na Nigéria que “crescem de for-ma alarmante a cada dia”.

‘Precisamos encontrar sementes de esperança e alimentá-las para que se

tornem algo maior’

“Este é o meu apelo a vocês”

FOTO: REPRODUÇÃO

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MUNDO

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MUNDO ESTÁ EM ENCRUZILHADA

O Presidente dos EUA, Barack Oba-ma, também enfatizou na ONU fatores que colocam a paz mundial em risco, afirmando que o mundo está numa en-cruzilhada entre a guerra e paz, entre a desordem e a integração, e entre medo e esperança.

Em relação ao primeiro ponto, o Presidente norte-americano citou os conflitos no Oriente Médio envolvendo a rede de extremistas Estado Islâmico, que tem atuado na Síria e no Iraque. “O Estado Islâmico é um risco para a paz e o progresso do mundo e deve ser destruí-do”, disse Obama, acrescentando que “os EUA vão desmembrar com força a ‘rede da morte’ do Estado Islâmico”, descrito por ele como um “câncer do extremismo violento”.

Na questão de ordem e integração, Obama lembrou a intervenção russa no conflito entre ucranianos e separatistas pró-Rússia. Para o presidente dos EUA, as ações da Rússia na Ucrânia desafiam

‘Mundo está numa encruzilhada entre a guerra e paz, entre a

desordem e a integração, e entre medo e esperança’

a ordem pós-guerras. Ele pediu, inclusi-ve, que as outras nações do Ocidente se juntem aos EUA para isolar a Rússia, por meio principalmente de sanções econô-micas.

No seu discurso, o Presidente nor-te-americano também mencionou o sur-to de ebola na região ocidental da África, como uma das novas ameaças à huma-nidade, por conta do risco que há de se espalhar para outras partes do mundo.

GUERRA SERÁ LONGA CONTRA O ESTADO ISLÂMICO

O Presidente america-no Barack Obama afirmou que a batalha para destruir o Estado Islâmico será “a missão de uma geração”, e na opinião de analistas, a guerra contra o grupo jiha-dista não é uma tarefa fácil que será conquistada uni-camente com ataques aére-os, e provavelmente serão necessários muitos anos até que seja possível come-morar uma vitória contra os extremistas da Síria e do Iraque.

Um dos pontos fun-damentais da estratégia é a formação de rebeldes armados sírios moderados, que deve ser um processo extremamente lento, admi-

tiu a rede CNN, o general John Allen, coordenador da coalizão internacional con-tra os jihadistas.

Ao se engajar numa nova guerra no Oriente Médio, os Estados Unidos

“reconhecem que levará muito tempo até que o ce-nário seja mais otimista”, explica o cientista político Karl Mueller.

Se há três anos Oba-ma se mostrava reticente

quanto a intervenções na Síria, o cenário agora mu-dou. Ainda assim, o Pre-sidente insiste que não se trata de “uma guerra dos Estados Unidos contra o Estado Islâmico”, mas sim “dos Estados Unidos enca-beçando a comunidade in-ternacional para ajudar um País com o qual temos um acordo de cooperação de segurança”.

Os estrategistas da casa Branca e do pentágo-no esperam que os ataques contra os ultra-radicais su-nitas os deixem suficien-temente desestabilizados para que o Exército ira-quiano possa recuperar os territórios perdidos.

FONTE: DOW JONES NEWSWIRES

FOTO: SPENCER PLATT/AFP

“O Estado Islâmico é um risco para a paz”

Grupos extremistas, “barril de pólvora”

FOTO: REUTERS

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BRASIL

BRASIL VOTANO BRANCOO movimento ‘vote em branco’ ainda não é uma supremacia no nosso País. O racismo sim. Candidato branco tem 3 vezes mais chance de ser Deputado do que o de cor negra

Definitivamente o Brasil não é uma democracia racial. Dados do Tribunal Superior Eleito-ral mostram que o acesso à

representação no Legislativo federal é mais fácil para certas raças do que para outras. Eles revelam que um candidato a deputado federal que se diz branco tem mais que o triplo de chance de se eleger do que alguém que se declara não branco - ou seja, preto, pardo, ama-relo ou indígena.

Apenas um Estado brasileiro tem taxa de não brancos eleitos deputados federal neste ano comparável à média da sua população: o Amapá. Todas as outras 26 unidades federativas têm ban-cadas com mais brancos do que pardos,

pretos, índios e amarelos em relação a seus eleitores. Quatro Estados nem se-quer elegeram um deputado não branco para a próxima legislatura: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul e Tocantins.

Este é o primeiro ano em que os candidatos tiveram de informar ao TSE a sua cor de pele ao registrar suas can-didaturas. Ao analisar os números, é possível enxergar um marcante funil racial que separa representados e re-presentantes na maior Casa legislativa do Brasil, com 513 eleitos. Os não bran-cos se candidatam menos a deputado federal do que brancos, proporcional-mente, recebem ainda menos votos e têm menor chance de serem eleitos.

Este é o primeiro ano em que os candidatos tiveram de informar ao TSE a sua

cor de pele ao registrar suas candidaturas

DIFERENÇA NA COR DA PELE VARIA POR ESTADO

Segundo dados do Censo Demográ-fico de 2010 feito pelo Instituto Brasilei-ro de Geografia e Estatística (IBGE), 53% da população brasileira não é branca - a maioria, portanto. No entanto, entre os candidatos a deputado federal, os não brancos representam 42% do total. Entre os concorrentes que foram eleitos, a pro-porção é ainda menor: 20%. No balanço final, apenas 103 entre os 513 deputados federais que vão representar seus eleito-res em Brasília a partir de fevereiro não são brancos.

A diferença na cor da pele dos de-putados e na da população varia bastan-te por Estado. Os números evidenciam dois perfis regionais em que há grande discrepância entre a composição racial do Congresso e do povo. O primeiro é formado por Estados nordestinos, onde há grande proporção de negros e par-dos, mas cujos deputados eleitos são, na sua maioria, brancos. Em Sergipe, por exemplo, onde 60% da população não é branca, apenas 1 dos 8 deputados eleitos é negro - todos os outros 7 se declararam brancos. As exceções são Pernambuco e Bahia.

O segundo grupo de Estados em que há bem mais brancos no Congresso que na população são aqueles em que o agro-negócio é uma importante força econô-mica, nas regiões Norte e Centro-Oeste A maior diferença em pontos porcen-tuais da proporção de não brancos se dá

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justamente no Tocantins: 75% da popu-lação não é branca, mas todos os seus oito deputados federais eleitos são dessa cor. No Pará, onde 55% da população é parda, negra ou indígena, só 4 dos seus 17 deputados federais não são brancos.

Juntos, esses dois grupos de unida-des federativas criam o corredor escuro que está representado no gráfico ao lado na parte central do Brasil, indo do Pará ao Ceará e, em seguida, a Mato Grosso do Sul. Além do Amapá, outros Estados que elegem bancada relativamente similar à sua composição racial são Santa Catarina e Rio Grande do Sul, principalmente por

causa da alta proporção de brancos na po-pulação, e Rondônia e Pernambuco, onde mais de 40% dos eleitos não são brancos.

NÚMEROS ABSOLUTOSPara que a representação na Câma-

ra dos Deputados ficasse proporcional às raças da população de maneira geral, seria necessário eleger 166 não brancos a mais nas próximas eleições em com-paração com o resultado de 5 de outu-bro - ou seja, mais do que dobrar a atual proporção na Casa.

O maior déficit em números ab-solutos, desta vez, fica nos dois Estados

mais populosos da federação: Minas e São Paulo. Neste último, 66 dos 70 depu-tados eleitos são brancos, apesar de um terço da população se declarar de outra cor. Para equilibrar esse número no Es-tado, seriam necessários mais 21 deputa-dos paulistas não brancos.

Em Minas, a situação é parecida - menos de um em cada cinco dos seus deputados não é branco, enquanto mais que o triplo dessa proporção se declarou não branco no Censo. Seriam necessá-rios 22 deputados não brancos a mais nesse Estado para igualar esse perfil.

Reverter a concentração de ca-deiras ocupadas por brancos na Câ-mara dos Deputados é uma tarefa di-fícil, para não dizer impossível. Isso porque os candidatos brancos são bem mais ricos que os postulantes de outras raças - seu patrimônio decla-rado à Justiça eleitoral é 75% maior que o dos pardos e mais de 3 vezes o dos negros. E, como há correlação entre o patrimônio dos candidatos e sua chance de sucesso nas eleições, é razoável esperar que mais brancos vão continuar se elegendo enquanto essa diferença patrimonial persistir.

A comparação do patrimônio foi feita pelo Estadão Dados com base na mediana do valor total declarado por todos os candidatos a deputado fede-ral - ou seja, comparando o valor cor-respondente ao político que está bem na metade do ranking de mais ricos de cada raça.

A mediana é melhor do que a mé-dia nesse caso porque o patrimônio dos candidatos varia bastante. Assim, um candidato muito rico de uma determi-nada raça pode distorcer o patrimônio médio de todos os outros por causa do tamanho relativo da sua fortuna.

DIFERENÇASAssim, o valor mediano do pa-

trimônio de um candidato branco é de R$ 300 mil, ante R$ 172 mil de um pardo e apenas R$ 90 mil de um negro. A chance de um político de cada uma dessas raças ser eleito aumenta de acordo com seu patrimônio, o que ex-plica porque os deputados eleitos são, em média, mais de duas vezes mais ri-cos que o total dos candidatos.

Texto: Rodrigo Burgarelli Fonte: Agência Estado

DIFERENÇA PATRIMONIAL TAMBÉM AFETA DISTORÇÃO ENTRE RAÇAS

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RODOVIAS

‘NO MEIO DO CAMINHO TINHA UMA PEDRA...’ E MUITA LAMABrasil tem apenas 12% das rodovias pavimentadas, segundo levantamento da CNT

Embora apenas 12% das rodo-vias brasileiras sejam pavimen-tadas, segundo levantamento da Confederação Nacional dos

Transportes (CNT), 62,1% dos trechos pesquisados apresentam algum tipo de problema, mostra documento divulgado em outubro último. Além disso, os pon-tos críticos na malha rodoviária aumen-taram 32% nos últimos quatro anos. Dos 98.475 km percorridos por equipes da CNT, somente 32,4% estavam em condi-ções perfeitas de rodagem.

A pesquisa de campo mostra, ain-da, que 44,7% da malha pavimentada avaliada apresenta desgaste e 19,1%, têm trincas e remendos. Em outros 3,3% existem afundamentos, ondula-ções e buracos. Em 0,5%, a pista está simplesmente destruída.

O levantamento abordou quase a metade dos 203.599 quilômetros de ro-dovias pavimentadas do País. Os trechos asfaltados, porém, representam apenas 12% dos mais de 1,691 milhão de km de estradas brasileiras. “É muito pouco para um País que quer crescer. A nossa den-sidade é muito menor que a de países como a Argentina e o México. O Brasil precisa melhorar a extensão e a qualida-de da sua malha rodoviária”, diz o dire-tor-executivo da CNT, Bruno Batista.

O investimento necessário em in-fraestrutura rodoviária para corrigir as deficiências das estradas brasileiras é, segundo a CNT, de R$ 293,88 bilhões em 618 projetos que vão desde a duplicação até a construção de novas rodovias. “Se todas as rodovias brasileiras fossem boas ou ótimas, teríamos uma economia de

R$ 1,79 bilhão em 2014. Também gastarí-amos 737 milhões de litros de óleo diesel a menos”, calcula Batista.

Entre os pontos críticos encontrados pela entidade, estão 28 quedas de barreira, 13 pontes destruídas, 100 erosões na pis-ta e 148 buracos grandes. O total de 289 ocorrências críticas em 2014 supera os 250 pontos identificados em 2013 e é 32% superior aos 219 problemas registrados em 2011. “Isso é bastante preocupante porque é um reflexo imediato sobre a segurança das pistas, com relação direta sobre o nú-mero de acidentes”, avalia Batista.

Com relação à sinalização das pistas, em 39,9% dos trechos rodo-viários pesquisados a pintura das faixas laterais estava desgastada e em 15,9% era simplesmente inexis-tente. No caso da faixa central, havia desgaste em 40,8% da extensão ana-lisada e em 6,8% não havia sequer sinalização. “Na chuva, por exemplo, esse desgaste aumenta muito a inse-gurança”, diz o diretor da CNT

A confederação também iden-tificou falhas graves na ausência de dispositivos de proteção contínua - as chamadas muretas ou “guard--rails” - em 45,9% dos trechos, todos eles com necessidade da estrutura. Em 11,8% os dispositivos existiam de maneira adequada, em 17,7% es-tavam presentes apenas e parte do percurso e nos 24,6% não havia a necessidade da estrutura.

Como ponto positivo, as placas de sinalização vertical tiveram bom resultado, estando visíveis - sem obstáculos, como mato - em 82,3% dos trechos avaliados, e legíveis em 88% da extensão pesquisada.

Quanto à geometria das vias, porém, 49,7% da extensão percorri-da pela CNT conta com curvas peri-gosas sem placas e sem muretas de defesa completas. Apenas 11,5% dos trechos contam com os dois instru-mentos de segurança e sinalização. Além disso, em 60,1% delas não ha-via acostamento e 66,9% das pontes e viadutos não contavam com as es-truturas de segurança ideais.

TEXTO: EDUARDO RODRIGUES FONTE: AGÊNCIA ESTADO

CHUVA

Estradas brasileiras, cenário que se repete em todos o estados

FOTO: REPRODUÇÃO

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MINEIROS

PREFEITO ENTREGA OBRAS NO ANIVERSÁRIO DA CIDADEPrefeito Agenor Rezende entregou várias obras na área de educação, lazer, trânsito, infraestrutura urbana e rural

O mês de outubro não marcou apenas as tradicionais come-morações do 76º aniversário de Mineiros, dia 31, com des-

file cívico-alegórico e shows.A programação foi intensa durante

uma semana e marcada pela realização de leilão, competições esportivas, even-tos religiosos, visitas e inaugurações de obras pelo prefeito Agenor Rezende.

Veja abaixo as obras entregues pelo prefeito, como presente à comunidade mineirense:

�Praça da Juventude, no Setor Le-ontino.

�Nova sede da Universidade Aber-ta do Brasil – UAB – Polo Mineiros, no Setor Ioris.

�Bloco do Curso de Direito da UNI-FIMES.

� Sede própria da Superintendência Municipal de Trânsito – SMT, no Setor Aeroporto.

� Internet Pública (Sinal Aberto), na Praça Dep. José Alves de Assis – Centro.

�Ponte Aristóteles Sobral sobre o Córrego Mineiros, na Rua 10 – Centro.

� 1ª Etapa da Escola Municipal Prof. Juarez Távora de Carvalho, no Parque dos Jatobás

�Ponte sobre o Córrego Monte Alto, na zona rural.

�Ponte sobre o Córrego Valzinho, na zona rural.

�Ponte sobre o Córrego Matrinchã, na zona rural.

PREFEITURA INICIOU TROCA DA ILUMINAÇÃO PÚBLICA

A Prefeitura de Mineiros, atra-vés da Secretaria de Obras Urbanas, começou esta semana a troca de 1.200 conjuntos de iluminação públi-ca nas principais ruas e avenidas da cidade. Um moderno sistema que vai beneficiar todos os moradores, facili-tando seu acesso às ruas de Mineiros.

O trabalho começou dia 10/11, com a instalação de 78 conjuntos de luminárias na 6ª Avenida (Centro).

Cada conjunto possui luminária amarela, braço com três metros de comprimento, lâmpadas de 250W, vapor metálico e vai proporcionar inúmeros benefícios, como: mais efi-ciência na segurança pública, melhor imagem da cidade, favorecendo, as-sim, o turismo, o comércio e tráfego de veículos e pedestres. Prefeito Agenor Rezende e equipe administrativa, durante visitas e inaugurações

de obras

FOTOS: ODONEL PERREIRA

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ESTADOS

GO E DF DEFENDEM PARCERIA PARA O ENTORNO

Governadores Marconi Perillo e Rodrigo Rollemberg discutem parcerias para o Entorno do DF. A criação de núcleos de geração de emprego e melhorias para o transporte coletivo são prioridades

‘Nossa agenda não terá fim. Será aberta o tempo inteiro.

Vamos ter um relacionamento de muito diálogo’. Marconi Perillo

Mesmo antes de tomarem posse oficialmente em seus mandatos, o governador re-eleito de Goiás, Marconi Pe-

rillo, e o governador eleito do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, discuti-ram por duas vezes em Brasília, pauta antecipada de ações conjuntas que os dois governos irão desenvolver no En-torno do Distrito Federal, a partir de 1º de janeiro de 2015.

Os dois estão criando uma comis-são de representes dos dois governos, cada uma com três integrantes, para

discussão dos temas que dizem res-peito à atuação dos dois entes

federativos. No encontro, o governador Marconi

Perillo apresen-

tou a Rodrigo Rollemberg, que é sena-dor da República, as ações que já estão sendo desenvolvidas pelo Governo de Goiás nas áreas de transporte público, saúde e segurança. Marconi informou sobre a construção dos hospitais regio-nais de Águas Lindas e de Santo Antô-nio do Descoberto, no Entorno Sul, que segundo ele desafogarão a demanda por serviços de saúde em Brasília.

Além de segurança, saúde e trans-porte urbano, Marconi e Rollemberg discutiram a criação de núcleos de ge-ração de emprego e renda na região, de forma a reduzir a demanda por emprego na capital federal, com o consequente aumento da renda nos municípios que fazem parte da Região Integrada de De-senvolvimento do Entorno (Ride). Am-bos ressaltaram que terão um relacio-namento de alto nível com a presidente Dilma Rousseff e defenderão a amplia-ção de parcerias com o governo federal.

Os dois governadores se compro-meteram a trabalhar conjuntamente

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GOVERNADOR VAI APROFUNDAR PARCERIAS COM OS MUNICÍPIOS

O governador Marconi Perillo, em entrevista a imprensa, adiantou também que pretende aprofundar e qualificar ainda mais as parcerias com todos os prefeitos goianos para execu-tar o plano de governo pactuado du-rante as eleições. Marconi disse que, passada a disputa das urnas, é preciso que Goiás e o Brasil se unam para en-frentar e solucionar os problemas da população.“Nós não nos preocupamos com os compromissos apenas à véspe-ra e durante as eleições, porque temos a responsabilidade de levar a cabo nos-sos compromissos todo o tempo, onde quer que estejamos. É isso que eu que-ro fazer cada vez mais, que é buscar a união dos municípios, a união do Esta-do em favor de Goiás e dos goianos”, afirmou o governador.

Marconi destacou o empenho da atual administração para reconhecer, combater e contornar as dificuldades financeiras herdadas do governo ante-rior para promover as obras e progra-mas reivindicados pela população. Ele desta-cou os bons resultados conseguidos na área da saúde, da educação e da infraestrutura e afir-mou que, no caso da se-gurança, fez o possível para diminuir o proble-ma da violência.

DESAFIOS“Aprendi que é possível ven-

cer os desafios trabalhando, suando a camisa, realizando, arregaçando as mangas, planejando as ações, enxer-gando atrás das montanhas”, afirmou Marconi. O governador disse ainda que após três mandatos à frente do Estado aprendeu que é “pos-sível resolver situações simples ajudando os prefeitos, ajudando os municípios a enfrentar e vencer os seus desafios locais”.“Eu tenho essa visão, que é de enxergar o pequeno problema aos olhos de um gover-nante estadual como aquele que é o maior problema daquela localida-de e que portanto merece a mi-nha atenção, merece a minha priorização, o meu apoio e o meu empenho”, observou o go-vernador, para em seguida garan-tir que esse continuará sendo, “cada vez mais”, o princípio que norteará sua administração.

‘Vamos atuar de forma articulada, porque isso será bom para Goiás e

bom para o Distrito Federal’. Rodrigo Rollemberg

para solucionar a demanda por transpor-te coletivo na região. Dentre os projetos está a reativação de uma linha férrea en-tre Brasília e Luziânia, que seria utilizada para transporte de passageiros. Marconi voltou a defender uma ideia que havia apresentado no início do atual mandato, no sentido de que o governo federal crie um Programa de Aceleração do Cresci-mento (PAC) específico para o Entorno do DF. Rollemberg gostou da proposta e disse que poderá ser tema das audiências que terão com a presidente Dilma Rous-

seff no decorrer de seus mandatos.Além de elogiar a disposição de

Marconi para um diálogo permanente, o futuro governador brasiliense afir-mou que os dois governos terão o me-lhor relacionamento possível. “Eu te-nho um grande apreço pelo governador Marconi. Nossa relação não é de hoje”, disse Rollemberg, ao enfatizar que os dois vão atuar “de forma articulada”, porque isso será “bom para Goiás e bom para o Distrito Federal”. “Vamos viver um bom tempo para Região do Entorno

do DF”, ponderou.O governador Marconi Perillo dis-

se ter saído “muito feliz” do encontro, porque sentiu da parte de Rodrigo Rol-lemberg disposição para atuar ao lado dele nos pleitos do Entorno de Brasília junto ao governo federal. “Nossa agenda não terá fim. Será aberta o tempo intei-ro”, afirmou Marconi, ao enfatizar que já falou quatro vezes ao telefone com o go-vernador eleito do GDF, do dia da eleição para cá. “Vamos ter um relacionamento de muito diálogo”, sintetizou.

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OPOSIÇÃO SE REFORÇA

O recado já foi dado pela oposição em Brasília. Com a derrota do PSDB na disputa presidencial, a presidente Dilma Rousseff deverá enfrentar uma oposição reforçada por nomes tradicionais, com histórico no Executivo e no Congresso, e tende a ser mais aguerrida do que a enfrentada pela petista no seu primeiro mandato e muito concentrada no Senado.

O motivo é que, apesar de ter tido a bancada reduzida de 12 para dez senadores, o PSDB contará com a participação do adversário da petista na disputa pelo Palácio do Planalto, Aécio Neves, e do candidato derrotado à vice, Aloysio Nunes. E tem mais, o eleito senador Ronaldo Caiado já prometeu oposição consistente ao PT.

13º SALÁRIO AQUECERÁ ECONOMIA DO DF

O Sindicato do Comércio Varejista (Sindivarejista) estima que o 13º salário deve aquecer a economia do DF em R$ 6 bilhões. Segundo a entidade, cerca de 1,7 milhão de pessoas receberão o abono. A expectativa é de que as vendas cresçam menos que em 2013 (3% contra 5% registrados ano passado), mas que o brasiliense gastará mais com presentes: neste ano as compras sairão em média R$ 97 em vez de R$ 95. De acordo com o sindicato, neste ano o comércio deve criar 4 mil empregos para o Natal. Em todo o país, o 13º salário deve movimentar a economia em R$ 158 bilhões, segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

ATO CONTRA O ABORTOMais de cinco mil manifestantes

contrários ao aborto reuniram-se em frente ao Congresso Nacional, em Brasília, dia 04/11, para protestar (foto) contra o projeto de lei em tramitação na Câmara Federal e cobrar a votação de outras propostas. A ação foi coordenada pelo Movimento Nacional da Cidadania Pela Vida Brasil Sem Aborto. Este foi

o sétimo ato organizado pela entidade. O secretário-geral do Brasil Sem Aborto, Allan Araújo, disse que a principal preocupação do movimento é acompanhar a reforma do Código Penal, em tramitação no Senado. O texto prevê a descriminalização do aborto até o terceiro mês de gestação. Grupo pediu aprovação de leis que garantem direitos dos fetos.

PT JÁ MIRA 2018A presidente Dilma ainda

comemorava a reeleição quando o presidente nacional do PT, Rui Falcão, antecipou o que pode acontecer daqui a quatro anos. Ele articulou que o

ex-presidente Lula (foto) é o candidato natural do partido à Presidência em 2018. “Ainda é muito cedo, a Dilma acabou de ser eleita, mas eu pessoalmente defendo essa alternativa”, destacou.

CHEGA DE DISCURSO

O clima está esquentando nos bastidores políticos de Brasília. Durante entrevista, o Presidente da Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (foto), alfinetou o PT e disse que a reforma política “não é apenas discurso”.

Alves, que disputou o governo do Rio Grande do Norte e foi derrotado por Robinson Faria (PSD), lembrou que um grupo de trabalho chegou a elaborar uma proposta de reforma política no ano passado, que não foi votada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) por “uma obstrução feita pelo PT”.

“Não é apenas discurso de fazer”, disse Alves. “É, na prática, tomar posições para perder ou para ganhar. Essa é uma manifestação que essa Casa tem obrigação, mais do que nunca, de votar”, declarou o peemedebista.

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DE OLHO EM BRASÍLIA

FOTOS: REPRODUÇÃO

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PARA SORRIR OU CHORARDILMA VENCEU ‘PERDENDO’, AFIRMA AÉCIO

Depois das eleições, o senador Aécio Neves (foto) retornou ao Senado acompanhado por cerca de 600 militantes tucanos. Na oportunidade, ele afirmou que o resultado das urnas fortalece a oposição e se declarou “revigorado” com o retorno, após uma semana de folga: “O governo da presidente Dilma venceu as eleições perdendo e eu e a Marina Silva (PSB) perdemos vencendo”. Aécio Neves criticou a forma como o governo Dilma atuou durante a campanha eleitoral. Segundo ele, os ataques do PT inviabilizam um diálogo produtivo entre a base aliada e a oposição. Por diversas vezes, o tucano aproveitou para cutucar a petista: “A presidente Dilma deve tomar muito cuidado, senão seu governo chega no primeiro dia de janeiro com cheiro de fim de festa”.

PROJETO AME, MAS NÃO SOFRA!

O projeto Ame, mas não sofra!, da Subsecretaria de Políticas Sobre Drogas (Subad), da Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejus), que ajuda famílias de dependentes químicos, completou um ano no dia 5 de novembro. A mãe do cantor e compositor Renato Russo, Carminha Manfredini (foto), foi convidada para dar seu testemunho de como foi ser mãe de um dependente químico em uma época em que pouco se falava sobre o assunto. Ela é uma das apoiadoras da iniciativa da Secretaria de Justiça. Em um ano de atuação foram realizadas cinco edições do Curso de Multiplicadores de Ações de Apoio às Famílias de Dependentes

Químicos, tendo formado 602 pessoas. Também foi atingida a marca de 1.464 atendimentos a familiares de usuários de drogas e profissionais e voluntários atuantes na área. O projeto tem como público-alvo os familiares, uma vez que cabe a eles importante papel na recuperação do dependente químico e também na prevenção do uso de drogas.

CRIATIVIDADE DOS NOSSOS

PARLAMENTARESNão é difícil, durante pesquisas na

internet, encontrar alguns projetos de lei que são considerados verdadeiras ‘pérolas’ da vida parlamentar brasileira. O mais incrível, alguns deles foram vo-tados e aprovados.

Veja alguns desses projetos bizar-ros que fazem parte do folclore político nacional:

ØPastor Reinaldo dos Santos (PTB) –Nova Friburgo - RJ

Requer proibir que animais de estimação recebam nomes de pessoas com pena de multa.

ØHiram Júnior (PFL) – Itapetininga - SP Um projeto de lei classificado por

seus pares da cidade como “muito opor-tuno” institui o bolinho de frango como patrimônio cultural de Itapetininga. ØRoger Lin (PSB) – São Paulo -SP

Criaria em São Paulo o Dia do Fã

de Séries de TV que seria comemorado em 17 de Março. ØDílson Fortes (PTB) - Caicó, RN

Obriga em lei a distribuição de Viagra para impotentes. Segundo o ve-reador, a disfunção erétil abala a auto--estima e pode estimular o alcoolismo, violência e suicídios. ØAntônio Pedregal (PT do B) -

Rio de Janeiro -RJ Queria instituir no Rio de Janei-

ro o Dia Estadual do Cachorro, pois é o melhor amigo do homem.

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RenataCarrijo

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CHEGOU O FEIJÃO POIZÉ. EXPERIMENTE. A QUALIDADE

VAI TE SURPREENDER...

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AGRONEGÓCIO

A FORÇA DOTRABALHO NO CAMPOJosé Mário Schreiner, presidente da Faeg, explica como o agronegócio continua crescendo mesmo com a crise que se abateu sobre os demais setores da economia brasileira em 2014

Presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), José Mário Schreiner é claro: o principal entrave para um

crescimento ainda mais representativo do agronegócio brasileiro é a falta de políticas públicas nacionais que atendam ao produtor rural. Condições deficientes de logística e transporte, falta de investimento em assistência técnica, burocracia e legislação defasada são os principais problemas enfrentados por trabalhadores e empresários do campo. Mas Schreiner, que ocupa ainda a presidência do Conselho Administrativo do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) de Goiás e o cargo de diretor-presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), ainda comemora as vitórias do setor, que mais gerou emprego e cresceu em 2014. Para o próximo ano José Mário prevê que a atuação dos produtores terá de ser ainda mais cautelosa, em virtude da recuperação dos estoques internacionais de grãos. Mas a expansão dos mercados e a ampliação da demanda mundial por alimentos ainda trará grandes oportunidades para o agronegócio brasileiro.

Os indicadores mostram que o agronegócio foi um dos poucos setores da economia que apresentaram cres-cimento durante 2014, enquanto a in-

dústria, por exemplo, sofreu crises fi-nanceiras e demissões. A que o senhor atribuiu essa sustentação do setor?

O principal fator responsável por fazer com que, mais uma vez,a agrope-cuária pudesse superar o crescimento dos demais setores da economia foi a incorporação de tecnologia. Além das adversidades climáticas, o setor foi capaz de superar outros inúmeros desafios que puseram à prova a sua competitividade, tais como logística e infraestrutura, juros elevados e falta de uma política agrícola. As potencialidades naturais (disponibi-lidade de terra e água), capital humano (produtores, trabalhadores e técnicos),

desenvolvimento de pesquisa científica específica para as condições brasileiras e a incorporação de tecnologia em todos os segmentos da agropecuária promoveram o aumento da produtividade e eficiência do setor. Todos esses fatores acabaram sendo os principais responsáveis para que o setor estivesse em condições de responder rapidamente às oportunidades oferecidas pelo mercado externo, como alta demanda por alimentos e energia.

Sabemos que, apesar de bem su-cedida, a agropecuária ainda enfrenta muitos problemas, como as más condi-ções das rodovias. O que mais tem se-gurado o crescimento do agronegócio no Brasil e como o produtor tem lida-do com esses gargalos?

Sem dúvida, o produtor rural bra-sileiro é um grande batalhador. Ele ad-ministra uma verdadeira empresa a céu aberto e hoje já é responsável pela con-tratação de um terço da força de trabalho empregada no Brasil. O setor como um todo é muito influenciado por fatores exógenos e a falta ou insuficiência das políticas públicas são entraves fortes. Fa-lamos de problemas logísticos relaciona-dos a estradas, portos, ferrovias, falamos de problemas relacionados a aumento de custos, falta de assistência técnica quali-ficada, alta carga tributária e tantos ou-tros. Porém, o principal de todos é sem dúvida o não reconhecimento do poder público de que o setor agropecuário bra-

O produtor rural brasileiro é um

grande batalhador. Ele administra uma verdadeira empresa a céu aberto e hoje

já é responsável pela contratação de um terço

da força de trabalho empregada no Brasil

José Mário Schreiner

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sileiro é a principal alavanca de cres-cimento desse País. Temos o potencial para ser o celeiro do mundo em termos de produção mundial de alimentos, mas falta investimento público para que isso se concretize.

Diante de tantas situações adversas, o produtor tem procurado potencializar o seu negócio focando principalmente na redução dos custos de produção. O produtor não tem outra alternativa em relação à infraestrutura, que é o prin-cipal gargalo que afeta a produtividade, a não ser pressionar os governos para realizar investimentos necessários. Isso exige a luta pela ampliação de investi-mento em armazenagem em nível de propriedade rural, uma política agrícola de longo prazo e desburocratização no registro de defensivos agrícolas e nas legislações ambiental e fundiária, entre outras lutas. Para todas estas questões, a solução passa pela organização do setor em suas entidades representativas, como a Faeg, colaborando e participando dos principais debates em nível parlamentar e governamental, visando a elaboração de soluções que atendam da melhor for-ma todos os segmentos envolvidos.

Temos acompanhado o aumento dos índices de inflação, que preocu-pa a todos. Como o senhor avalia que o aumento dos preços dos alimentos afeta a produção rural?

O processo inflacionário é uma ocorrência brutal que afeta diretamen-te a todos os brasileiros. No campo não é diferente. Sobe o preço do combustí-vel, do defensivo agrícola e isso impacta nos custos e preços. O que não podemos perder de vista é que o setor agrícola tem sido um dos principais agentes de controle da inflação, através das ofertas abundantes de produtos alimentícios, que pesam no índice geral da inflação, amortecendo inclusive as explosões de preços do mercado internacional.

O que podemos esperar do agro-negócio durante o ano de 2015?

Passamos por três safras seguidas de preços estáveis ocasionados pela alta demanda mundial e as perdas observadas nas safras de grãos em outros países, em especial os EUA. Em 2015, com a recupe-

ração dos estoques mundiais a partir des-ta última safra, os preços das principais commodities agrícolas estão em queda. Considerando a equação de custos altos e preços de produtos em baixa, causados pelo aumento da oferta, é possível que o mercado gere alteração na renda do pro-dutor em 2015. Principalmente pelo fato de os produtores já terem adquirido seus

insumos para o próximo plantio, ainda a um custo alto. Será um ano que vai exigir muita precaução e atenção do produtor na comercialização, para aproveitar as poucas oportunidades que o mercado vai oferecer. Mesmo assim, a situação mun-dial ainda é de alta demanda, influencia-da principalmente pelos países em de-senvolvimento, como a China.

Presidente da FAEG afirma que 2014 foi um ano de conquistas, apesar das dificuldades, mas aconselha cautela em 2015

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MERCADO

LANGONI DEFENDE ‘REVISÃO PROFUNDA’ NO PAPEL DO ESTADOEx-presidente do Banco Central adianta que chegou o momento de se realizar no Brasil um verdadeiro ‘choque na economia’

O economista Carlos Lango-ni, ex-presidente do Banco Central e professor da Fun-dação Getulio Vargas (FGV),

defendeu recentemente uma “revisão profunda” do papel do Estado brasileiro na economia. “A modernização do Es-tado terá de ser implementada, ou sem-pre ficaremos atrasados em termos de investimentos”, disse Langoni durante palestra no 20º Fórum Internacional Su-pply Chain, promovido pelo instituto de logística ILOS.

Segundo Langoni, a complexidade do Estado brasileiro, a obsolescência, o alto grau de burocracia e a multiplica-ção de processos de licenciamento são

limitadores dos investimentos, prin-cipalmente em infraestrutura. Diante desta realidade, ele argumentou que há necessidade de promover dois choques na economia.

O primeiro choque, disse o econo-mista, seria endógeno: uma revisão pro-funda do papel do Estado na economia brasileira. “Essa revisão tem de partir do princípio fundamental de que o Estado não tem capacidade gerencial de lide-rar esse processo de modernização (da infraestrutura). Ele pode ser regulador, árbitro de conflito de interesses, mas não pode monopolizar ter papel único na modernização”, detalhou.

O segundo choque, por sua vez, seria exógeno. “O melhor caminho se-ria um novo ciclo de abertura da eco-nomia brasileira, negociada, mas que gera ganhos importantes em termos de transferência de tecnologia e inovação, e provocaria pressão saudável para que esses processos de investimento em in-fraestrutura e logística tomassem rumo”, disse. “O Brasil ainda é uma economia

bastante fechada para padrões inclu-sive de economias emergentes.”

ECONOMIA

INFRAESTRUTURAPara Langoni, o atraso na infra-

estrutura brasileira é uma oportuni-dade para empresas estrangeiras, mas nem o fluxo ainda significativo de In-vestimento Estrangeiro Direto (IED) tem se traduzido em melhorias na infraestrutura ou ampliação da capa-cidade. “A atração desses investimen-tos talvez seja um dos caminhos mais interessantes, que talvez até ajude a reduzir papel do BNDES, que tem o seu limite”, disse o economista.

O ex-presidente do Banco Cen-tral ainda citou um relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI) em que os investimentos em infraestru-tura são indicados como uma saída para a crise em economias emergen-tes. “Não é uma questão ideológica, mas sim pragmática. Não é política de governo, mas sim de Estado. Indepen-dentemente de quem seja eleito, mi-nha convicção é de que modernização da infraestrutura é uma prioridade absoluta e um atalho para o Brasil se livrar da armadilha atual de baixo crescimento”, frisou o economista.

Os ganhos de eficiência trazidos no longo prazo, destacou Langoni, de-veriam se somar ainda à redução da burocracia e da complexidade tribu-tária, outros dois obstáculos que ex-plicam o baixo investimento. “É uma agenda de Estado. Os benefícios são tão palpáveis que qualquer novo líder deve aderir”, disse.

TEXTO: IDIANA TOMANELLI FONTE: AGÊNCIA ESTADO

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O Brasil ainda é uma economia bastante fechada para padrões

inclusive de economias emergentes.

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SEM PROTEÇÃO, EMPRESAS INVESTEM EM PARAÍSOS FISCAISMúltis brasileiras investem cada vez mais em paraísos fiscais. Ilhas Chavo já recebeu US$ 429 milhões em dois anos

A desistência do governo do Brasil de negociar acordos de proteção de investimento nos últimos anos tem levado

as multinacionais brasileiras a buscar países considerados paraísos fiscais pela Receita Federal, como destino de seus investimentos diretos no exterior.

Como resultado, quase metade dos chamados Investimentos Brasileiros Di-retos (IBD) já se destinam a paraísos fis-cais. No ano passado, 45,5% seguiram esse caminho, segundo dados do Banco Cen-tral. De janeiro a julho deste ano foram 47,5% do conjunto.

Um caso curioso são as Ilhas Chavo, território britânico no Oceano Índico, que tem recebido cada vez mais investi-mentos brasileiros, mesmo funcionando apenas como uma base militar do Reino Unido em uma região remota do planeta. Foram US$ 286 milhões no ano passado e US$ 143 milhões este ano até setembro.

A América Latina, por outro lado, em 2013 recebeu US$ 1,18 bilhão de um total US$ 18 bilhões de Investimentos Brasileiros Diretos. Ao mesmo tempo, os paraísos fiscais receberam US$ 8,2 bi-lhões. O caso do Chile é emblemático: há US$ 25 bilhões chilenos investidos aqui e apenas US$ 1 bilhão de recursos brasi-leiros investidos lá.

Para calcular os valores, o BC inclui na conta todas as remessas feitas por brasileiros que detêm ao menos 10% do capital da empresa que vai receber os re-cursos. A norma segue recomendação do Fundo Monetário Internacional (FMI).

O estoque de IBD entre 2007 e 2013 é de US$ 295,4 bilhões. Desses recursos, US$ 42,3 bilhões estão na Áustria e US$ 30,7 bilhões, nos Países Baixos. Parte na indústria extrativa e, em segundo lugar, em atividades financeiras. Mas 40,5% desse estoque está em paraísos fiscais: Cayman, Ilhas Virgens Britânicas, Baha-mas e Luxemburgo são os maiores.

O Brasil abandonou o caminho dos acordos de proteção de investimento, ainda na gestão de Fernando Henrique Cardoso, quando todos os tratados desse tipo foram retirados do Congresso. Em seguida, Luiz Inácio Lula da Silva e ago-ra Dilma Rousseff também deixaram de lado essas negociações.

Cynthia Kramer, advogada especia-lista em comércio internacional do L.O. Baptista-SVMFA, diz que muitas empre-sas buscam hoje a proteção de um acordo desses por entender que há mais chan-ces de reaver o investimento em caso de ruptura econômica ou política. “Os mais modernos acordos bilaterais de investi-mento têm a cláusula investidor-Estado.”

FATOR ARGENTINAFontes diplomáticas e empresa-

riais ouvidas pela reportagem confir-mam o movimento, mas explicam a decisão brasileira citando o caso re-cente da tentativa argentina de rene-gociar parte de sua dívida. Por ter um acordo de proteção de investimentos com os EUA, a Argentina pode ser acionada judicialmente por não hon-rar o retorno do investimento feito por algum americano. Sem o acordo de proteção de investimentos isso não seria possível.

E é por isso que diplomatas e em-presários defendem a assinatura, pelo Brasil, de tratados diferentes: Acordos de Cooperação e Facilitação de Inves-timento (ACFI). Esses documentos estabelecem que eventuais divergên-cias serão resolvidas em uma mesa de negociação. Até o momento, o Brasil assinou dois ACFI: com Moçambique e Malawi, mas já apresentou a moda-lidade para Angola, Colômbia, Peru, África do Sul, Argélia, Marrocos, Tu-nísia e Nigéria.

Ilhas Chavo, território britânico no Oceano Índico, tem recebido cada vez mais investimentos brasileiros, mesmo funcionando apenas como uma base militar do Reino Unido

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VEÍCULOS

MERCADO DE LUXO IGNORA CRISE DO SETORO utilitário-esportivo Discovery Sport, da Jaguar, vai custar R$ 180 mil e será produzido pela fábrica de Itatiaia-RJ

De olho no segmento de carros Premium, que cresce no Brasil mesmo quando o mercado, em sua totalidade, está em queda,

a Jaguar Land Rover anunciou durante a realização do Salão Internacional do Automóvel, que produzirá no Brasil o utilitário-esportivo Discovery Sport, modelo que vai custar R$ 180 mil.

Será o primeiro veículo a sair da linha de montagem da fábrica de R$ 750 milhões que o grupo está construindo em Itatiaia (RJ), a ser inaugurada em 2016.

O utilitário que será lançado mun-dialmente no próximo ano chegará ini-cialmente ao País no primeiro semestre de 2015, importado do Reino Unido. O modelo já será vendido pelo preço da ver-são nacional, informou Terry Hill, presi-dente da Jaguar Land Rover do Brasil.

Ele acredita que o segmento pre-mium, que hoje responde por cerca de 2% das vendas totais de automóveis e comerciais leves no País, terá essa fatia ampliada para 3% a 5% em 2020. “Em dez anos é possível que essa participação chegue a 10%, se igualando à de países maduros”, disse o executivo.

Para Phil Popham, diretor global da Jaguar Land Rover, o mercado brasilei-ro como um todo tem grande potencial e deverá passar das atuais 3 milhões de unidades vendidas ao ano para 5 milhões em 2020. “O segmento premium, que cresceu significativamente nos últimos anos, continuará crescendo.”

A fábrica carioca terá capacidade para 24 mil veículos ao ano e o grupo

ainda estuda quais serão os próximos produtos a serem produzidos localmen-te. Um modelo Jaguar não está descarta-do, informou Hill.

O presidente da BMW do Brasil, Arturo Piñero, previu para este ano ven-das de 49 mil a 50 mil veículos de luxo no País, uma alta de quase 10% ante as 45 mil unidades de 2013. O número in-clui marcas de superluxo, como Ferrari e Porsche.

O grupo inaugurou este mês sua fá-brica em Araquari (SC) onde está produ-zindo o Sedã Série 3. O utilitário-espor-tivo X1 entrará na linha de montagem em breve.

Outra marca de luxo, a Audi, inau-gura sua fábrica em São José dos Pinhais (PR), no mesmo complexo da Volkswa-gen no próximo ano O grupo anunciou que o A3 sedã, o primeiro carro a ser fabricado no País, terá motor flex fabri-

cado pela Volkswagen em Taubaté (SP).No início de 2016 será a vez da

Mercedes-Benz abrir sua fábrica de au-tomóveis em Iracemápolis (SP).

Hoje, no segundo dia dedicado à imprensa no Salão, foi a vez dos im-portados mostrarem suas novidades. A Porsche mostra modelos inéditos como o 911 Targa 4S e o híbrido 918 Spyder.

HÍBRIDOSO presidente da Porsche do Brasil,

Marcel Visconde, assim como executivos de outras marcas de luxo, informaram que modelos híbridos e elétricos só serão viáveis no País com novas regras no pro-grama de incentivos ao carro verde.

No mês passado o governo anun-ciou a redução do Imposto de Impor-tação desses modelos, mas não incluiu versões plug-in (que pode ser recarre-gada na tomada) e as somente elétricas.

A Jaguar traz o XE - que muitos apostam que pode ser produzido no Bra-sil futuramente - e a nova versão do XF.

A Susuki mostra várias versões do jipe Jimny, que está sendo fabricado no Brasil desde o ano passado e uma edição especial do Grand Vitara que tem como atrativo um sistema que elimina o estepe.

O salão abre as portas ao público do Anhembi nesta quinta-feira, às 14h, após cerimônia de inauguração que terá a presença do ministro do Desenvolvi-mento, Mauro Borges, representando a presidente Dilma Rousseff.

TEXTO: CLEIDE SILVA FONTE: AGÊNCIA ESTADO

Discovery produzido no Brasil será comercializado a partir do próximo ano

FOTO: DIVULGAÇÃO

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GOIÁS RECEBE PRIMEIRA CONCESSIONÁRIA DA MOTOCAR

Unidade implantada na capital pretende vender 15 triciclos por mês. Inicialmente três modelos serão comercializados

Para disponibilizar uma opção que tenha o custo semelhante ao de uma moto, mas com a conve-niência de um carro, Goiás está

recebendo a primeira unidade da Moto-car. Desde o dia 22 de novembro, a fábri-ca de triciclos instalada na zona franca de Manaus e única do Brasil a produzir veículos de três rodas homologados. Esta novidade está sendo aos moradores de Goiânia e de todo o Estado. A concessio-nária está instalada na Avenida Castelo Branco.

A marca fornece ao mercado três modelos de triciclos. Dois deles são vol-tados para o transporte de carga, podendo carregar até 2.250 litros, o equivalente a cargas de até 350kg. A Motocar produz veículos de três rodas homologados nas versões MCA-200, com carga aberta, a partir de R$ 13.900,00, e o MCF-200, com baú isotérmico para o transporte

de cargas com necessidades específi-cas, no valor de R$ 14.900, ambos sem a inclusão do frete. Estes modelos são recomendados às empresas ou pessoas que desejam transportar diferentes tipos de materiais ou investir em uma opção mais barata de logística.

Além dos modelos de carga, a Mo-tocar desenvolveu uma versão para passageiros. Além do condutor, é possí-vel transportar mais duas pessoas e ba-gagem de até 25kg. Neste caso, o MTX-150 é comercializado no valor de R$ 11.500,00, sem a inclusão do frete. As três versões possuem um eixo cardan utilizado na transmissão, o que permite mais potência no torque, confiabilidade e durabilidade.

Com o intuito de fornecer ainda mais conforto ao condutor, ambas as ver-sões disponibilizam em seu sistema de transmissão a marcha à ré, facilitando a

locomoção nas mais diversas manobras. Além disso, os triciclos possuem mais de 20 itens de segurança, como extintor de incêndio, freio de mão, vidro laminado, além de apresentar economia de com-bustível (25 km por litro na versão carga) e dispensar o uso de capacetes.

O investimento para abertura da primeira concessionária em Goiânia foi de R$ 500 mil. Após a inauguração, o empresário Frederico Taveira Lopes prospecta vender, em média, 15 triciclos por mês. Esta é a 19ª unidade da Moto-car no Brasil, que possui como meta fe-char o ano com 25 concessionárias em funcionamento. A próxima inauguração da marca será realizada em Macapá, no Amapá.

Nos últimos meses, a Motocar desenvolveu um protótipo de trici-clo destinado a cadeirantes. O proje-to tem como objetivo oferecer uma

nova alternativa móvel às pessoas com deficiência, além de faci-

litar, viabilizar e baratear seu transporte.

Além de apresentar economia de combustível (25 km por litro na versão carga) o Motocar dispensa o uso de capacetes

Esta é a 19ª unidade da Motocar

no Brasil, que possui como meta fechar o ano com

25 concessionárias em funcionamento

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EMPRESA

PNEU SERÁ FABRICADOCOM CASCA DE ARROZA Goodyear vai usar casca de arroz na produção de pneus. Empresa já negocia compra da matéria prima na Ásia, Estados Unidos e Brasil

A casca do arroz vai assumir, em breve, o papel de maté-ria-prima na fabricação de pneus de uma das maiores

fabricantes do mundo. Após um perí-odo de estudo de quatro anos, a ameri-cana Goodyear descobriu ser possível obter, a partir da queima das cascas, a sílica - substância usada principalmente em pneus de alta performance. Extraído hoje principalmente da areia, o elemen-to tem a propriedade de reduzir o atrito do pneu com o chão, o que proporciona economia de combustível.

A empresa diz estar em negociação com possíveis fornecedores de casca de arroz da Ásia, dos Estados Unidos e do Brasil. Os nomes dos parceiros ainda não são revelados.

O diretor de programas de ciência e tecnologia na Goodyear, Surendra Cha-wla, afirma que a expectativa da compa-nhia é começar a usar esse novo tipo de sílica no início do ano que vem. A ideia é substituir a sílica obtida da areia pela derivada das cascas de arroz. “Nós espe-ramos que os consumidores continuem

comprando esses pneus (com sílica na composição)”, diz. “Para alguns, o lado ambientalmente responsável do proces-so de produção pode deixá-los mais pro-pensos a comprar o pneu.”

A empresa afirma que continuará a usar a sílica vinda da areia - apesar de ser um processo mais custoso e complicado - porque as cascas de arroz fornecidas pe-los parceiros não serão suficientes para atender à demanda. Para obter 1,3 kg de cinzas com sílica é preciso queimar entre 6,3 kg e 6,8 kg de cascas de arroz.

O preço para o consumidor será o mesmo do pneu que já contém a sílica vinda da areia, segundo a companhia. A durabilidade do produto também é a mesma.

MERCADOEncontrar formas mais sustentáveis

de produzir pneus é uma preocupação crescente do setor. A Continental, por exemplo, integra um consórcio de insti-tutos de pesquisa e parceiros industriais que voltam sua atenção para o dente-de--leão - flor cujas sementes se espalham

pelo ar com um sopro. O látex da planta medicinal produz uma borracha com a mesma qualidade da seiva da seringuei-ra, segundo descobertas de pesquisado-res alemães.

A fabricante de pneus Michelin, a petroquímica Braskem e a empresa de biotecnologia Amyris são parceiras no desenvolvimento de uma tecnologia que usa açúcares de plantas, como cana-de--açúcar, para produzir isopreno reno-vável - composto usado na produção de pneus.

Para Robert Wieselberg, sócio da Mindpartners, consultoria em estratégia de negócios e marketing, as iniciativas sustentáveis são consequência da neces-sidade da indústria de reduzir os danos ambientais e usar menos derivados do petróleo. É também, segundo o especia-lista, uma resposta às pressões da socie-dade em torno dos três “erres”: reduzir, reciclar e reutilizar. “Numa indústria que tem pouca diferenciação, é interes-sante ver as marcas tentando criar um vínculo emocional diferente com o con-sumidor”, diz.

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GOOGLE APRESENTA PÍLULA QUE DETECTA O CÂNCER

Detectar um câncer pode se tornar tão fácil como tomar uma pílula no futuro próximo. O Google

está trabalhando num dispositivo wearable com nanotecnologia capaz de encontrar células cancerígenas dentro do corpo. Um dos cientistas da empresa americana, Andrew Conrad, apresentou o projeto numa conferência do Wall Street Journal Digital.

No projeto, minúsculas partículas são programadas para se espalhar por todo o corpo através da pílula e travar as células anormais. Em seguida, o dispositivo wearable “chama” as nanopartículas de volta para perguntar-lhes o que está acontecendo com o corpo e para saber se a pessoa que engoliu a pílula

TURBINANDO A TARTARUGA

Agora é para valer. A partir deste mês, as operadoras de banda larga fixa e móvel com mais de 50 mil clientes devem garantir 80% da velocidade média contratada e 40% da velocidade instantânea - medida a qualquer momento no mês.

Os padrões exigidos estão sendo atualizados desde novembro de 2012, quando as regras estipuladas pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) passaram a valer. Na época, exigia-se 60% da velocidade média e 20% da instantânea, em um momento

em que a velocidade entregue era de cerca de 10% do contratado. Em 2013, a taxa mínima subiu para 70% e 30%, respectivamente.

Isso significa que, na média mensal, a operadora deve entregar 8 Mbps a um cliente que contratou um plano de 10 Mbps. E, medida em qualquer dia do mesmo mês, não deve ser menor que 4 Mbps. No caso de um plano de internet móvel 3G, que tem 1 Mbps oferecido com velocidade máxima, o mínimo entregue deve ser de 800 Kbps; medida a qualquer instante, deve entregar 400 Kbps.

INGLÊS GRATIS NO CELULAR

Agora você pode aprender inglês sim. Ficaram no passado os tempos em que era preciso ir a um instituto ou a uma escola para aprender um novo idioma. No Século XXI, a Internet mudou radicalmente o ensino e, sobretudo, o uso do celular.

Agora é possível aprender inglês à distância, de qualquer lugar em que haja acesso à Internet, através de um celular ou de um tablet.

Essa é a proposta da startup Ingles-Curso.com, que oferece um aplicativo para celulares Android e tablets Android. Ela oferece o curso completo de inglês em três níveis (principiante, intermediário e avançado), totalmente livre e gratuito.

O aplicativo foi criado com a tecnologia mais moderna, para ser utilizado em qualquer celular ou tablet Android. O curso foi elaborado em 38 lições, tem dicionário e tradutor online, assim como três exames virtuais, para o estudante testar seu nível de conhecimento do idioma inglês.

Esse aplicativo do curso de inglês já foi usado por mais de 500.000 alunos em todo o mundo. É a nova forma de aprender um idioma através do celular.

tem câncer ou outras doenças.Este é o terceiro projeto em

uma série de iniciativas de saúde do Google. A equipe já desenvolveu uma lente de contato inteligente que detecta os níveis de glicose para diabéticos e utensílios que ajudam a gerenciar tremores nas mãos em pacientes de Parkinson.

O projeto ainda está na fase dos testes, mas o Google se mostra esperançoso para fazer com que essa tecnologia se torne uma realidade para a medicina na próxima década.

Fonte: www.administradores.com.brCom informações do TechCrunch

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NAVEGAR É PRECISO

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COMO SERIA SUA VIDA SEM ELES?Tente imaginar como seria sua vida em 1964. Muito diferente? Pode apostar que

sim. Muitas coisas consideradas essenciais hoje sequer existiam meio século atrás. Vamos fazer uma viagem no tempo e mostrar 05 coisas que fazem parte do seu dia a dia e não existiam há 50 anos:

TELEFONE CELULAR

Você é do tipo que não desgruda do celular nem na mesa do bar? Imagine então como era viver sem ele. Depois de algumas empreitadas em telefonia móvel (que já havia chegado em forma de aparelhos peso-pesado instalados em

carros), o primeiro protótipo do celular da maneira que conhecemos apareceu em 1973. John F. Mitchell, então engenheiro chefe da Motorola, foi o responsável por criar o primeiro telefone celular, que pesava 1 kg (!). Em 1983 a Motorola lançou o DynaTAC 8000x, primeiro

modelo disponível comercialmente. No Brasil, o aparelho só chegou em 1990.

TV EM CORESOs testes iniciais para o

desenvolvimento da TV em cores começaram no início dos anos 1900 e na década de 1950 os laboratórios RCA criaram o sistema definitivo de transmissão. Ela já estava por aí 50 anos atrás, é verdade, mas só se popularizou e chegou amplamente às casas no final da década de 1960.

VIDEOGAMEA história dos jogos eletrônicos

começou na década de 1940. Em 1947, Thomas T. Goldsmith Jr. e Este Ray Mann registraram a patente de um “dispositivo de diversões com tubo de raios catódicos” – o que não parecia tão divertido assim, na verdade. Mas, não muito depois da invenção mirabolante da dupla, surgiam os primeiros jogos de computador – opções de entretenimento em vídeo analógico lançados na década de 1950. Em 1972 foi lançado o primeiro console que podia ser conectado à TV, o MagnavoxOdyssey,

inventado por Ralph H. Baer e representante da primeira geração de videogames. O console se tornou mais popular com o lançamento do Atari, que chamou atenção do mercado para o produto que segue crescendo – hoje, considera-se que os consoles estão em sua 8ª geração, com o lançamento de plataformas focadas em maior conectividade, como é o caso do Wii U e o Nintendo 3DS.

MP3As pesquisas

que permitiram o desenvolvimento deste revolucionário formato de áudio começaram na década de 1970. Na época, o objetivo dos estudos não era facilitar o compartilhamento das últimas músicas da banda do momento – a ideia era desenvolver uma forma de transmitir fala em alta qualidade através de linhas telefônicas. O formato de compressão de áudio MPEG AudioLayer3, ou MP3, foi oficializado em 1995. A compressão (que apresenta perdas quase imperceptíveis ao ouvido humano) representa uma redução do tamanho do arquivo de áudio em quase 90%.

A Apple não venceu esta corrida. O MP3 Player, aparelho que permite armazenar e reproduzir arquivos de áudio no formato, surgiu em 1998. O chamado MPMan foi criado pela empresa sul-coreana SaeHanInformation Systems, e chegou ao mercado três anos antes do iPod, lançado em 2001.

CÂMERA DIGITALHoje elas estão sempre no bolso

– câmeras digitais integradas ao celular permitem não apenas o registro ágil de imagens, mas o seu compartilhamento imediato. Algo considerado tão corriqueiro era impossível pouco mais de 20 anos atrás. O engenheiro da Kodak, Steve Sasson, foi o responsável por criar o primeiro modelo de câmera digital em 1975. A máquina pesava 3,6kg e gravava imagens em preto e branco, em uma fita cassete compacta com uma resolução de apenas 0,01 megapixels. O protótipo de teste não foi desenvolvido para a comercialização, mas foi o

pontapé inicial para o desenvolvimento da importante tecnologia. A primeira câmera realmente digital disponível comercialmente, a DycamModel1 (ou Logitech Fotoman), só apareceu em 1990. O modelo já permitia o armazenamento digital interno de imagens e podia ser conectada ao computador para download das imagens. Começava assim a popularização do formato, que relegou a fotografia analógica a um nicho de mercado – e a filtros no Instagram.

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GutembergOliveira

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HOMEM SERÁ ENGOLIDO POR SUCURI GIGANTEAmericano usou traje especial para sobreviver ao bote. Petição na internet defende boicote à emissora em defesa do animal

O programa ‘Comido Vivo’ (Eaten Alive) do canal de TV Discovery Channel, pro-mete adrenalina pura a seus

assinantes. Um documentário que será exibido em dezembro vai mostrar o es-pecialista em vida selvagem Paul Roso-lie, de 30 anos, sendo engolido por uma sucuri gigante. O programa já foi grava-do e, ao que tudo indica, Paul ainda está vivo e bem, pois segue postando em re-des sociais. De acordo com um trailer, Rosolie usou um traje especial para ser engolido. As imagens do momento em que a cobra o abocanhou, no entanto, não foram divulgadas.

A produção causou reação de de-fensores dos animais que consideram que fazer uma cobra engolir uma pessoa e depois puxar o “alimento”, como teria sido feito para o filme, é algo cruel. Uma petição online que defende boicote ao canal tem pouco mais de 2 mil assina-turas. “Isso é abuso de animais em seu mais alto grau e absolutamente repulsi-vo, e poderia matar a cobra”, diz a pe-tição. Rosolie se defendeu pedindo que aqueles que o criticam conheçam mais seu trabalho para saber que não seria ca-paz de machucar um animal.

A sucuri é a maior espécie de serpen-tes do mundo. A maior já encontrada tinha 11 metros e 65 centímetros. Já foi também tema do filme de terror “Anaconda”, de 1997, que conta a história de uma equipe da National Geographic que é perseguida por uma sucuri gigante. As cenas do filme foram gravadas no Brasil e no Peru.

O programa Eaten Alive está previsto para estrear no dia 07 de Dezembro, no canal fechado

Discovery Channel

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EU VI NA WEB

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EXPLOSÃO DEMOGRÁFICA

PLANETA PODE TER 11 BILHÕES DE HABITANTES EM 2100Ao contrário do que previam os especialistas em demografia, a população mundial deverá crescer sem parar até o fim do século 21

Com a aplicação de ferramen-tas estatísticas sofisticadas, um novo estudo indica que o Pla-neta tem alta probabilidade de

chegar ao ano de 2100 com 11 bilhões de habitantes - dois bilhões a mais do que as estimativas anteriores. De acordo com a pesquisa, publicada em setembro último, a maior parte da explosão popu-lacional ocorrerá na África, que poderá quadruplicar sua população e chegar ao fim do século com 4 bilhões de pessoas.

O estudo também prevê que, em 2100, a população do Brasil estará mais envelhecida que a população atual do Japão.

Originalmente, esperava-se que a

população do Planeta - com 7,2 bilhões de habitantes atualmente - atingiria um pico de 9 bilhões em 2050, para depois se estabilizar, ou até mesmo declinar. Mas o novo estudo, coordenado pela Universidade de Washington e pela Or-

ganização das Nações Unidas (ONU), re-vela uma probabilidade de 80% de que a população mundial aumente para um número entre 9,6 e 12,3 bilhões de habi-tantes até 2100.

De acordo com um dos autores do estudo, Adrian Raftery, da Universidade de Washington, o artigo analisa os dados mais recentes da ONU sobre população mundial, publicados em julho. “Aquele foi o primeiro relatório populacional oficial da ONU a empregar a metodologia conhe-cida como probabilidade bayesiana, que combina todo tipo de informação disponí-vel para gerar previsões com margens de erro muito menores”, disse Raftery.

Segundo Raftery, antes os relató-

Estudo também prevê que, em 2100, a população do Brasil estará mais

envelhecida que a população atual do Japão

FOTOS: REPRODUÇÃO

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BRASIL

JÁ SOMOS MAIS DE 200 MILHÕESO Brasil tem uma população es-

timada em 201.032.714 habitantes, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O dado, referente a 1º de julho deste ano, foi pu-blicado no “Diário Oficial da União” .

Na resolução, assinada pela pre-sidente do Instituto, Wasmália Socor-ro Barata Bivar, estão as estimativas populacionais de todos os municípios do País. Segundo o IBGE, o Brasil tem 7.085.828 habitantes a mais que o regis-trado em 1º de julho de 2012, quando a população era de 193.946.886.

Entre as unidades da federação, o estado mais populoso continua sendo São Paulo, que conta com 43,6 milhões de residentes.

O estado de Minas Gerais tem 20,5 milhões de habitantes. O Rio de Janeiro ocupa a terceira posição, com 16,3 milhões de habitantes. Bahia tem 15 milhões de pessoas e o Rio Grande do Sul, 11,1 milhões. O estado menos populoso é Roraima, com 488 mil ha-bitantes.

A cidade de São Paulo é a que pos-

sui a maior população do País: 11,8 mi-lhões (número que é maior que o de 22 estados e do Distrito Federal).

No posto de cidade menos popu-losa do Brasil está Serra da Saudade (MG), com 825 habitantes. Borá (SP), que aparecia empatada com o municí-

pio mineiro até o ano passado, tem hoje 834 residentes.

A projeção das populações é fei-ta anualmente, a pedido do Tribunal de Contas da União (TCU), e serve de base para o repasse de recursos do or-çamento aos municípios.

rios se baseavam em cenários, que não permitiam considerar tantas nuances. “Sem considerar probabilidades, os cenários tinham 50% de chance de levar a conclusões erradas. Usando inferências estatísticas, pudemos es-treitar a gama de resultados possíveis - o que será útil para a discussão de políticas públicas”, explicou. O estudo indica uma probabilidade de 70% de que a população mundial não se es-tabilize neste século. “Isso coloca a questão populacional de volta como prioridade na agenda internacional”, declarou.

O estudo mostrou que a África, hoje com um bilhão de habitantes, tem 80% de chances de chegar ao fim do século com população entre 3,5 e 5,1 bi-lhões de pessoas. “A principal razão para isso é que as taxas de natalidade na Áfri-

ca Subsaariana não têm caído tão rápido quanto se previa”, disse Raftery.

As mudanças nos outros Conti-nentes são menores, de acordo com as novas estimativas. A Ásia, hoje com 4,4 bilhões, deverá ter um pico de 5 bilhões em 2050, para começar a declinar de-pois disso. A América do Norte e a Eu-ropa deverão ficar com menos de um bi-lhão de habitantes cada. A população da América do Sul deverá chegar a 467 mi-lhões de habitantes em 2100, de acordo com o estudo. No conjunto da América Latina e Caribe, a previsão é de 736 mi-lhões de habitantes até o fim do século.

ENVELHECIMENTOOutro aspecto considerado no es-

tudo foi o provável nível de envelheci-mento da população em diferentes pa-

íses. A medida usada para isso é a taxa PSR (Potential Support Ratio), que con-siste na razão entre a população econo-micamente ativa - de 20 a 64 anos - e o número de pessoas com mais de 65 anos. Quanto mais baixa a taxa PSR, mais en-velhecida a população.

O estudo prevê que a população brasileira, em 2100, estará mais enve-lhecida que a população atual do Japão. A taxa PSR do Brasil, que atualmente é de 8,6, cairá até o fim do século para 1,5. Atualmente, a taxa PSR mais baixa do mundo é a japonesa, com 2,6. De acor-do com o artigo, o único país que terá taxa PSR acima de 3 no fim do século é a Nigéria, que passará do índice atual de 15,8 para 5,4.

TEXTO: FÁBIO DE CASTRO FONTE: AGÊNCIA ESTADO

Praia lotada no Rio de Janeiro. Como estará em 2100?

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A Copa do Mundo já passou, mas há um conjunto de obras pro-metidas ainda para o Mundial que só ficará pronto, com sor-

te, para a Olimpíada de 2016. Algumas das obras selecionadas em levantamen-to feito pelo ‘Estado’, cujos investimen-tos somam R$ 3,2 bilhões, não têm nem data para a conclusão. Outras foram abandonadas no meio do caminho pelas construtoras.

O atraso atinge, sobretudo, os em-preendimentos de mobilidade, que fo-ram “vendidos” à população como o principal legado dos grandes eventos.

Os dados globais de gastos com a Copa, reunidos pela Controladoria-Ge-ral da União (CGU), confirmam a len-tidão governamental. O órgão monitora o andamento de 324 ações voltadas ao Mundial, entre obras e programas como o de segurança e informação ao turista. No conjunto, elas somam R$ 25,4 bilhões Mas, até setembro, haviam sido desem-bolsados R$ 17,1 bilhões - ou 67,3% do total. A diferença refere-se, principal-mente, a obras ainda não concluídas.

Em Cuiabá, Mato Grosso, a cons-trução de uma via de 22,4 quilômetros para instalar um Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) mergulhou numa espiral de problemas. O empreendimento, que teve seu contrato assinado em junho de 2012, deveria ter sido entregue em mar-ço deste ano. Já no fim de 2013, porém, sabia-se que não seria possível cumprir o prazo e um termo aditivo foi assinado, prorrogando a data para dezembro de

2014. Agora, no entanto, percebe-se que, mais uma vez, não haverá como entregar a obra.

“Evidente que todos nós queríamos entregar as obras, mas ainda não foi pos-sível. Estamos discutindo mais um adi-tivo com o consórcio, para estender o prazo para dezembro de 2015. E, se não for suficiente, teremos de adiar ainda mais”, diz Maurício Guimarães, Secre-

tário da Copa do Mundo do governo de Mato Grosso

As obras do VLT de Cuiabá são to-cadas por um consórcio que reúne as empresas CAF, CR Almeida e Santa Bar-bara, além das projetistas Magna e As-tep. Segundo o governo, a execução físi-ca do projeto só alcançou 40% até agora. O custo da obra, afirma Guimarães, con-tinua em R$ 1,477 bilhão.

ESPORTE

O atraso atinge, sobretudo, os empreendimentos de mobilidade, que foram “vendidos” à população

como o principal legado dos grandes eventos

LEGADO DA COPA DOMUNDO NO BRASILObras prometidas para a Copa só vão ficar prontas para as Olimpíadas de 2016. Algumas obras foram praticamente abandonadas pelas construtoras

Uma das várias obras atrasadas no Brasil, corredor de BRT em Cuiabá não tem data certa para conclusão

FOTO: ALTAIR SANTOS

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DE CAMAROTE   [email protected]

Empresário de comunicação e estreando nos negócios imobiliários, Júlio Capparelli, de Rio Verde e o competentíssimo Secretário Municipal de Ciências e Tecnologia, Fausto Capparelli, filho do velho guerreiro.

Servian participou, nos dias 10, 11 e 12 deste mês, do Startup Weekend, no Sebrae de Goiânia. O evento, que enfocou a criação de startups e no relacionamento de pessoas de diferentes áreas, acontece em todo mundo, no mesmo dia. A equipe de Alexandre, composta por Ana Maria Linhares de Almeida, Leandro Gonçalves Rosa, Melainy Ferreira de Lima, Moulay Youssef Zin El Abidine, Natália Borges, Tosta, Ana Cláudia Rocha Bueno e Thaise O. Matos ficou em terceiro lugar, com o projeto Faxina Legal, que reúne profissionais domésticos em um ambiente onde “eu , que estou precisando de uma diarista, entrei no sistema e achei a faxineira que mais corresponde ao meu perfil”. A ferramenta vai aceitar empresas que prestam o serviço de limpeza, assim aumentando mais ainda o leque de opção do usuário que busca esse serviço.

CAROLINA DETERMINADA ALEXANDRE: CONQUISTAS

Jornalista e professora universitária do Distrito Federal, Natanry Dias, filha deste escriba, está cada vez mais em alta. Termina mestrado em Turismo e já pensa em alçar novos voos.

NATANRYEM ALTA

O VELHO GUERREIRO SUCESSO

NO SICREDI

Encontro de jovens lideranças políticas de Rio Verde: presidente eleito da Câmara Municipal de Rio Verde, Iran Mendonça, deputado estadual eleito pelo Tocantins, Valdemar Júnior e Lissauer Vieira, empresário rural e de comunicação e que se elegeu deputado estadual por Goiás nas últimas eleições.

LIDERANÇASRIO-VERDENSESAnderson Wolff, gerente

geral da unidade do Sicredi em Rio Verde, talentoso, prestativo e estimado por todos que o conhecem. Na foto, ao lado do HD, um dos cooperados daquela cooperativa de crédito.

A bela Carolina Servian, aniversariante de outubro, estudante do curso de Biomedicina da UFG de Jataí, se prepara para conquistar novos horizontes. Determinada, Carol está preparada para brilhar cada vez mais. Na foto, ao lado do namorado estudante de Fisioterapia na UFG, o não menos Ítalo Galo.

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com Hércules DiasA GRIFFE DO COLUNISMO

TROFÉU GEÓRGIA GOMIDE

Na inauguração da Havan, em Rio Verde, Hércules Dias e sua mulher Sirley do Prado

O SEGREDO DEUMA EMPRESA

É verdade que o sucesso de uma empresa não se mede apenas pela dinâmica administrativa e visão empreendedora de seus proprietários. É preciso muitos mais...

Quem se hospeda no Pilões Palace Hotel, em Mineiros, pode perceber o quanto um atendimento personalizado e caloroso faz a diferença. Se o cliente gostar de uma boa prosa, pode, até mesmo, desfrutar da atenção especial e amizade do casal Dr. Nilton Carvalho de Souza e Vera Lúcia, que

Aconteceu na noite do dia 27 de outubro a entrega do Troféu Geórgia Gomide à Golda Boruchowski (gerente-geral do Hotel TRYP Higienópolis, administrado pela rede Meliá Hotels International) e Aninha Monteiro (colunista social). Criado pelo jornalista e historiador da televisão brasileira Jaime Palhinha, o troféu homenageia pessoas ou artistas que tenham contribuído para causas beneméritas. A entrega da estatueta foi feita pelo jornalista, relações públicas Ovadia Saadia, presidente da FEBRACOS – Federação Brasileira de Colunistas Sociais, durante coquetel no hotel TRYP Higienópolis.

O evento contou com as presenças da cantora Vanusa, Marly Lamarca, Lilian Gonçalves, Zaine Assaf, Maria Emilia Genovesi, Christiane Abrão, Simone Poniatowski, Tadeu Ribeiro, Suely Couto (Colunista), entre outros.

ALTO NÍVEL

TRIPLA COMEMORAÇÃO Hércules Dias, Léo Panne e Jesuíno Alberto, o ex-craque de futebol Zuíno, juntamente com Luciano Pinho e Carlão Batera, na festa em comemoração á passagem de seus aniversários, no último mês de setembro, no Bar da Sirlene, no Setor Bueno, em Goiânia.

dirige o Pilões há 26 anos e recebe a todos com o carinho de sempre.

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DESTAQUE EM VENDASSETEMBRO – 2014

Representante Gilmar Souza Cruz, de Jataí-GO, recebendo das mãos do empresário Paulo Renato Carrijo o certificado como melhor vendedor da marca Poizé no mês de setembro – 2014.

GENTE QUE FAZ

AÇÃO SOCIAL NO INSTITUTO POLITRIZProjeto atende aproximadamente 400 menores, que buscam um futuro com mais oportunidades

Projetos na área de ação social ganham espaço nas grandes empresas brasileiras. Desde 2010 tem sido assim na Poli-

triz, com sede em Uberlândia, que inau-gurou o Instituto Politriz – um centro de formação para crianças e adolescen-tes de 6 a 15 anos – com uma filosofia voltada para o desenvolvimento físico, social e cultural de seus participantes,

formando futuros e honrados cidadãos.Hoje, com três unidades de atua-

ção, o Instituto atende aproximadamen-te 400 menores, oferecendo refeições, oficinas de informática, artes, capoeira, hip hop, jazz e evangelização. Além dis-so, as crianças aprendem a reciclar e as-sim colaboram com o futuro do Planeta.

A administradora da instituição, Dorisnei Firmino Costa, comenta que

o projeto é baseado no amor ao próxi-mo, e é tão contagiante que consegue despertar o sentimento de solidarie-dade. Hoje o Instituto Politriz, com o seu marketing social, não só conscien-tiza os colaboradores da indústria, mas também a sociedade como um todo.

MAIS INFORMAÇÕES: WWW.POLITRIZ.IND.BR

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Toda mudança positiva começa por nós mesmos quando aceitamos nossas falhas e não temos medo

de reconhecê-las

MC GUI

Não se drogue por não ser capaz de suportar sua própria dor. Eu estive em todos os lugares e só me encontrei em mim mesmo

Vivemos num mundo onde nos escondemos para fazer amor! Enquanto a violência é praticada em plena luz do dia

E aí, quando você estiver muito apaixonado por você mesmo, vai poder ser muito feliz e se apaixonar por alguém

JOHN LENNON

DITO E FEITO

Se um dia fecharem-lhe as portas da vida, pule a janela

AUGUSTO CURY

Eu sou o cara mais mal-humorado do mundo. Sou tímido, chato e ranzinza. Não gosto que me achem engraçado na rua. As pessoas olham para mim, começam a rir e eu fico furioso.

RENATO ARAGÃO

Quando lhe jurei meu amor, eu traí a mim mesmo

Meu egoísmo é tão egoísta que o auge do meu

egoísmo é querer ajudar

Ninguém morre, as pessoas despertam do sonho da vida

RAUL SEIXAS

Sou uma menina. Já namorei, mas não deu certo por vários motivos. Eu prefiro namorar do que ficar com qualquer um. Gosto de ter alguém para conversar, me apoiar. Sou calminha

BRUNA MARQUEZINE

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COMPORTAMENTO

PAIS VIGIAM FILHOS NA ESCOLA EM TEMPO REALSe antes o acompanhamento da vida escolar dos filhos

era por boletins bimestrais e encontros com professores,hoje a vigilância é em tempo real e à distância

Pais e colégios reforçam a apos-ta em plataformas online, redes sociais e reuniões transmitidas ao vivo para conversar sobre os

alunos. As ferramentas também são uma

saída prática para famílias participati-vas, apesar da rotina corrida. Para es-pecialistas, a tecnologia ajuda, mas não deve substituir o contato presencial.

A artista plástica Adriana Berti-ni costuma viajar a trabalho, mas tenta não ficar longe dos filhos Lorenzo, de 4 anos, e Alice, de 3. Para saber cada pas-so das crianças na escola, mesmo quan-do está fora do País, a solução foi usar o aplicativo de mensagens WhatsApp. “No início, eu ficava super ansiosa com essa distância. Agora tenho mais con-

fiança ao receber vídeos e fotos das crianças, saber se estão comendo bem”, garante.

Adriana recebe ao menos três men-sagens diárias da escola dos filhos, o Co-légio Mater Dei, no Jardim Paulista, zona oeste da capital. Ela fica informada sobre as atividades em classe, além de peque-nos problemas, como quedas ou enjoos. Segundo ela, às vezes é mais fácil rece-ber notícias dos meninos pela escola do que pelo marido. “Na pressa, nem sem-pre ele consegue mandar vídeos e fotos das crianças”, conta. O recurso também faz o papel da agenda, para recados. “Só não podemos abusar da ferramenta para não perder essa relação.”

Lucila Cafaro, coordenadora da educação infantil do Mater Dei, afirma que a maioria dos pais usa as redes para

pedir informações sobre os filhos. “Mas o contato fica centralizado em mim, para não atrapalhar o trabalho das pro-fessoras”, explica.

De acordo com ela, a maioria das demandas é relacionada à saúde e ao bem-estar dos filhos, mas a rede tam-bém serve para comunicar pequenos avanços de aprendizagem, como as pri-meiras palavras das crianças mais novas. “Esse atendimento individualizado é importante”, defende. Já a avaliação for-mal, mais completa, só é passada às fa-mílias em reuniões com os professores.As viagens de trabalho não impediram Leonardo Romanelli de acompanhar os dois filhos no Colégio Internacio-nal Ítalo- Brasileiro, em Moema, zona sul de São Paulo. Na escola, da mesma rede do Mater Dei, os pais podem acom-panhar os encontros com professores em transmissões ao vivo. “Participo da maioria das reuniões presenciais, mas esse recurso é ótimo para uma situação adversa de quem tem a agenda proble-mática”, elogia o diretor de vendas, que também já marcou encontros separados com professores por videoconferência.

De acordo com ele, outra vantagem tecnológica é a chance de acompanhar o desenvolvimento de aprendizagem dos

O contato virtual aproxima as famílias da

escola, mas não deve ser a única ponte para uma comunicação eficiente

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filhos, que estão na educação infantil, pela tela do computador ou do smar-tphone. “Agora acesso os relatórios es-colares por arquivos compartilhados na internet”, diz ele, pai de Pedro, de 5 anos, e Lucas, de 3. “Isso também serve para os alunos que queiram acompanhar au-las remotamente.”

O próximo passo, sugere Roma-nelli, é tornar toda a agenda das crian-ças virtual. Por outro lado, o diretor de vendas dispensa a troca constante de mensagens com professores pelas redes sociais “Eu não uso tanto”, afirma. “Fico preocupado em interromper o trabalho dos professores; quebrar a dinâmica”, acrescenta.

NADA SUBSTITUI PRESENÇA FÍSICAO contato virtual aproxima as fa-

mílias da escola, mas não deve ser a única ponte. Para uma comunicação eficiente, segundo especialistas, pais, estudantes e professores precisam en-tender as potencialidades e os limites dos recursos tecnológicos. Apesar do in-teresse, ainda são poucas as escolas que têm estruturas mais amplas de interação online com os pais.

“É importante a presença física da família, em reuniões ou até festas”, de-fende a professora da Faculdade de Edu-cação da USP, Silvia Colello. “Assim eles podem conhecer o clima de trabalho, a relação entre as crianças e como o espa-ço é utilizado”, completa. Pesquisas mos-

tram que o acompanhamento presencial melhora os resultados dos alunos. Outra necessidade, segundo a pesquisadora, é que a escola se prepare para atender a essa demanda com qualidade. “É impor-tante que o sistema tenha interação e não seja só informativo”, diz.

A cobrança pela internet é a ver-são atualizada do que os pais já faziam no passado. O que muda é a intensidade elevada de contato, com maior risco de abusos. “Isso pode gerar uma sensação de perseguição”, alerta Rosa Maria Fa-rah, coordenadora do Núcleo de Pes-quisas da Psicologia em Informática da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).

Para ela, é importante que pais, escolas e alunos entendam e criem li-mites para o contato virtual. E embora mais conectados, muitos pais ainda têm dificuldades de compreender o ciberes-paço. “Boa parte tem uma visão precon-ceituosa e não sabe, por exemplo, como os filhos participam nas redes”, avalia Rosa Maria.

REDES SOCIAIS NA MIRA DOS PAISSe as crianças pequenas estão sob

controle dos pais a poucos cliques, as mais velhas também não escapam da vigilância. Além da filha caçula, de 6 anos, a Pedagoga Betina Gouvea aproveita o alcance vir-tual para acompanhar os dois filhos ado-lescentes no Colégio Rio Branco, em Hi-gienópolis, zona central de São Paulo. No monitoramento, Betina rastreia as contas do colégio nas redes sociais e a plataforma virtual do Rio Branco, que reúne registros de notas, entrega de trabalhos, faltas e atraso em classes. “Se ele vai mal na pri-meira prova, dá tempo de conversar para recuperar a nota”, relata ela.

Pela rede social ela descobre até detalhes do comportamento dos meni-nos, antes restritos à classe. “Na internet, já descobri até fotos dos meus filhos co-chilando”, conta. “Dei bronca, claro. Mas eu sei que é algo que também acontecia na minha época”, pondera.

Filho mais velho de Betina, Thia-go Gouvea, de 17 anos, diz que já sofreu mais com a preocupação da mãe. “Agora vejo que ela procura mais os meus ir-mãos”, afirma ele, aluno do 3.º médio. Ele acredita que o acompanhamento é necessário, mas em alguns casos, como na foto da soneca em aula, incomoda. “É um pouco chato quando a brincadeira sai da esfera das pessoas envolvidas”.

TEXTO: VICTOR VIEIRA FONTE: AGÊNCIA ESTADO

PAIS VIGIAM FILHOS NA ESCOLA EM TEMPO REAL

Pela rede social, mãe descobre até detalhes do

comportamento dos meninos, antes

restritos à classe

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FATO INCRÍVEL

VIAGEM SEM VOLTAEstudo prevê morte de viajantes a Marte a partir do 68º dia de missão

Os corajosos pioneiros dis-postos a embarcar em uma missão a Marte, prevista pela empresa holandesa

Mars One, começarão a morrer no 68º dia de missão, alerta um rigoroso estudo científico divulgado recentemente.

Cinco estudantes de aeronáutica do prestigioso Instituto Tecnológico de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês) chegaram a esta conclusão, após terem analisado os dados científicos disponí-veis sobre a missão, que a empresa pre-tende transformar em um ‘reality show’.

Segundo o informe de 35 páginas, que analisa com gráficos e fórmulas

matemáticas recursos como oxigênio, nutrientes e tecnologias disponíveis para o projeto, a morte do primeiro pioneiro “ocorrerá aproximadamente aos 68 dias de missão, por asfixia”.

As plantas, que teoricamente devem alimentar os colonos, produzirão oxigê-nio demais e a tecnologia para equilibrar a atmosfera “ainda não foi desenvolvida”, afirmam os autores do estudo.

Além disso, os colonos depende-rão do envio de peças de reposição em uma missão que poderá custar US$ 4,5 bilhões, uma cifra que, segundo os auto-res do informe, aumentará com o envio de outros equipamentos.

O Mars One é um projeto lança-do pelo co-fundador da companhia, o holandês Bas Lansdorp (PDG), que pre-tende enviar em 2024 a primeira tripu-lação de quatro voluntários para colo-nizar Marte sem retorno à Terra, após uma viagem de sete meses.

Lansdorp rechaçou as cifras do es-tudo na revista Popular Science, alegan-do que se baseou em dados incompletos.

Mais de 200.000 pessoas de 140 paí-ses se apresentaram voluntariamente para participar do projeto, que gerou muito ceticismo, mas também o apoio de cien-tistas como o ganhador do prêmio Nobel de Física em 1999, Gerard’t Hooft.

Primeira viagem tripulada a Marte está prevista para 2024

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EM: M

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Dra. Ariadny Prado BarbosaClínica Geral em Endodontia e Or todontia

CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICOFONES: (64) 3661-5672 / 9652-5597 / 9222-6261Praça Deputado José Alves de Assis, nº 35A (2º Andar, Sala 02), Centro, Mineiros – GO.

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O Consultório Odontológico Drª Ariadny Prado Barbosa implantou com grande sucesso o Aparelho Autoligado, que vem recebendo grande aprovação dos pacientes por oferecer um tratamento inovador e com muitas vantagens quando comparado ao aparelho convencional. Entre elas estão:

� Tratamento mais rápido (até 30%): Como o bráquete dispensa o uso das “borrachinhas”, o atrito é menor e o fio desliza mais rápido. O dente tem uma maior liberdade de movimentação devido à baixa fricção.

� Redução da sensibilidade dolorosa: Como o atrito é menor, os fios utilizados são mais finos e elásticos, dessa forma a força aplicada é bem menor, tornando o tratamento mais confortável.

� Facilita a higienização, pois as “borrachinhas” ajudam no acúmulo de placa.

� Pode evitar extrações de dentes permanentes, pois o aparelho possibilita uma maior expansão do arco, sendo mais biocompatível.

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SAÚDE

PRIMEIRA BEBÊ PROVETADO BRASIL FAZ 30 ANOSA primeira bebê de proveta do Brasil e da América Latina completou 30 anos. Anna Paula Caldeira mora em Curitiba, no Paraná.O nascimento dela foi um marco para a medicina

Era 7 de outubro de 1984 e o mé-dico Milton Nakamura revelou que o primeiro “bebê de proveta da América Latina” havia nasci-

do em São José dos Pinhais, cidade pa-ranaense a 20 quilômetros de Curitiba. Anna Paula Caldeira era a sexta filha da técnica de raio X Ilza Caldeira. Uma in-fecção na gravidez anterior a impedia de ter filhos com o segundo marido, o uro-logista José Antonio Caldeira.

Os dois procuraram o especialista em São Paulo e foram o 23.º casal em que Nakamura fez o procedimento. De todos, só Anna Paula nasceria - uma menina de 50 centímetros e 3,3 quilos. Isso 6 anos e 2 meses depois da notícia da primeira bebê de proveta do mundo: Louise Bro-wn, em Oldham, Inglaterra, que nasceu com 2,6 quilos.

“Cresci sabendo que o dia em que nasci tinha sido uma data importante para a medicina. Meus pais sempre con-versaram sobre isso comigo. Desde pe-quena tive o assédio da mídia e de outros curiosos para saber se meu desenvolvi-mento seria normal e se eu teria saúde. Uma sensação boa que tenho é saber que meus pais me queriam muito e fizeram um grande esforço para que isso acon-tecesse”, diz a Nutricionista Anna Paula, prestes a completar 30 anos, ainda sem filhos.

No nascimento de Anna Paula, Nakamura, morto em 1997, explicou em entrevistas que para passar pela técnica a mulher precisava “apenas de um ovário que funcionasse bem,

um útero normal e um marido fértil”. A fertilização era eficaz para aquelas que tivessem problemas nas trompas. Trinta anos depois, a técnica evoluiu e beneficia muito mais pessoas - mulhe-res na menopausa, casais em que um dos parceiros tem HIV ou hepatite B ou C, homens com baixa contagem de espermatozoide, casais homossexuais e pessoas que passarão por radiotera-pia e quimioterapia.

“Tentamos muitas pacientes. Mas, pela inexperiência e pela dificuldade das técnicas, o resultado era muito ruim”, lembra o especialista em reprodução hu-mana Isaac Yadid, diretor médico da Pri-mordia Medicina Reprodutiva, integran-te da equipe de Nakamura, que continua em atividade. Quando Ilza engravidou, os médicos coletavam um embrião por ciclo da mulher. E isso ocorria por lapa-roscopia, método cirúrgico minimamen-te invasivo. “Em alguns casos tínhamos de abrir o abdómen para captar o óvulo, como em uma cesariana. Foi o que acon-teceu com Ilza.”

CUSTOO que ainda não mudou é o custo do

tratamento, que continua alto - chega a US$ 9 mil, com as medicações. “Há pou-cos hospitais públicos e algumas clínicas que fazem atendimento de baixo custo, mas ainda assim é caro. O Rio de Janei-ro não tem nenhum centro público que faça fertilização in vitro, por exemplo”,

afirma o médico Paulo Gallo, chefe do setor de reprodução humana do Hospital Universitário Pedro Ernesto, da Univer-sidade do Estado do Rio de Janeiro. “Ga-nhei todos os equipamentos para abrir um centro público na Uerj, mas faltou o investimento de R$ 1 milhão em infra-estrutura. Está tudo se estragando.”

Cresci sabendo que o dia em que nasci tinha sido uma data importante para a medicina.

Meus pais sempre conversaram sobre isso comigo

FOTO: RANK BRASIL

TEXTO: CLARISSA THOMÉ FONTE: AGÊNCIA ESTADO

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NOVO NÚMERO: (64) 3672-7900Rua Belarmino Pereira, esq. com Rua 8,Mineiros-GO. CEP: [email protected]

SUA SAÚDEÉ NOSSO LEMA.

DRA. CAMILA OLIVEIRA DE SÁCLÍNICA MÉDICA – CRM: 18857-GO

A doença do Refluxo Gastroesofágico ou DRGE é um dos problemas

mais comuns relaciona-dos ao aparelho digestivo. Estima-se que cerca de 45% da população ocidental relate a ocorrência de um epi-sódio de refluxo por mês e que 5 a 10% destes indivíduos façam referência diária ao sintoma.

A doença do refluxo gastroesofá-gico ocorre quando o ácido estomacal retorna involuntariamente ao esôfago, levando uma sensação de queimação no tórax ou garganta denominada piro-se (azia). O problema é que esse ácido em excesso pode alcançar outros órgãos dos aparelhos digestivo e respiratório, que não têm a mucosa preparada para suportá-lo, inflamando suas estruturas e provocando distúrbios graves no or-ganismo, como úlceras e, em casos ex-tremos, câncer.Qualquer um, incluindo bebês, crianças e mulheres grávidas, po-dem ter DRGE.

CAUSAS � Alterações no esfíncter que separa

o esôfago do estômago e que deve-ria funcionar como uma válvula para impedir o retorno dos alimentos;

� Hérnia de hiato provocada pelo des-locamento da transição entre o esô-fago e o estômago, que se projeta para dentro da cavidade torácica;

� Fragilidade das estruturas muscula-res existentes na região.

FATORES DE RISCO � Obesidade; � Refeições volumosas antes de deitar; � Aumento da pressão intra-abdominal; � Tabagismo; � Ingestão de alimentos como café, chá

preto, chá mate, chocolate, molho de tomate, comidas ácidas, alimentos

apimentados, frituras e comidas gorduro-sas, frutas cítricas (limão, laranja, abacaxi),bebidas al-coólicas e gasosas.

SINTOMASOs principais sinto-

mas do Refluxo (DRGE) são:

� Azia persistente e re-gurgitação de ácido.

� Dor torácica, às vezes intensa, que pode até ser confundida com a dor da angina e do infarto do miocárdio

� Rouquidão pela manhã � Tosse seca; � Doenças pulmonares de repetição

como pneumonias, bronquites e as-ma;

� Dificuldades para engolir – sensação de afogamento, garganta apertada ou de comida engasgada na garganta;

� Mau hálito; � Engasgo.

A intensidade e a frequência dos sintomas da DRGE não estão necessa-riamente relacionados com a presença ou gravidade da doença.

DIAGNÓSTICOO diagnóstico leva em conta os sin-

tomas clínicos e o exame físico; por isso, na dúvida você deverá passar por uma avaliação médica.

Os exames complementares são usados para avaliar os sintomas, quando não estiver claro se eles são de fato cau-sados por refluxo ácido; se existe com-plicações da doença como dificuldade para engolir, sangramento e engasgos; grau de agressividade da doençca ou ain-da se os sintomas não melhorarem com o uso da medicação.

Os exames utilizados são: o esofa-gograma com bário ou seriografia esôfa-

go-estômago-duodeno, a endoscopia, a manometria e phmetria esofágicas.

TRATAMENTOSInúmeras vezes a sintomatologia é

desencadeada principalmente por alte-rações comportamentais como sedenta-rismo, estresse, medicamentos e hábitos alimentares. O tratamento compreende mudança no estilo de vida, medicamen-tos e em alguns casos cirurgia .

O tratamento clínico inclui a ad-ministração de medicamentos que di-minuem a produção de ácido pelo estômago e melhoram a motilidade do esôfago. Paralelamente, o paciente rece-be orientação para mudança do estilo de vida como: perder peso, evitar alimentos e bebidas que agravam o quadro, fracio-nar a dieta, suspender tabagismo, não se deitar logo após as refeições e praticar exercícios físicos.

A cirurgia é uma opção quando os medicamentos e alterações do estilo de vida não deram resultado. Ela pode ser realizada de maneira convencional ou por laparoscopia e está indicada nos ca-sos de hérnia de hiato, para os pacientes que não respondem bem ao tratamen-to clinico ou quando é necessário con-feccionar uma válvula anti-refluxo. Ela é sempre um procedimento adequado, quando a persistência do refluxo gastro-esofágico provoca esofagite (inflamação do esôfago) grave, uma vez que a acidez do suco gástrico pode alterar as células do revestimento esofágico e dar origem a tumores malignos.

TIRE SUAS DÚVIDAS SOBRE A DOENÇADO REFLUXO GASTROESOFÁGICO

DICAS DE SAÚDE

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FOTO

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DUÇÃ

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É o melhor exemplo de que nem toda gordura faz mal. Muito pelo contrário. O azeite de oliva oferece atributos especialíssimos à saúde

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A OLIVEIRA,O AZEITE E A SAÚDE

NUTRIÇÃO E BOA FORMA

É difícil apurar exatamente quan-do surgiram as primeiras espé-cies de oliveira, hoje olea euro-pea, mas presume-se que tenha

sido na Ásia Menor e tudo indica que o cultivo remonta à Síria Antiga, explora-do pelos egípcios e armênios. Os povos mediterrâneos iniciaram o cultivo para a extração do azeite por volta de 3.000 a.C e a expansão do Império Romano foi fundamental na dispersão dessa cultura. Entre os séculos VII e VIII a.C., o azeite de oliva começou a ser estudado pelos filósofos, médicos e historiadores da época por suas propriedades benéficas

ao ser humano.Durante anos de estudos e in-

vestigações foram comprovados seus efeitos na prevenção do câncer de

fígado e em outras doenças, como, por exemplo, as cardíacas, muitos desses atribuídos às gorduras monoinsaturadas e polifenóis (antioxidantes naturais) presentes no azeite. Experiências mos-tram que entre os povos do Mediter-râneo há menor percentual de obesos pelo maior consumo de azeites, pois sua ingestão regular ajuda no equilíbrio do metabolismo do corpo.

Muitas doenças do envelhecimen-to, em particular a osteoporose e a de-terioração das funções cognitivas, po-dem ser prevenidas por uma dieta rica em azeites. Maior é o consumo de extra virgens, maior é o efeito de calcificação óssea e melhor sua mineralização, pois muito contribui para a absorção do cál-cio. Exatamente a quantidade de azeite que deve ser consumida para essas pre-venções é incerta.

O azeite extraído da oliva evita o acúmulo de gordura visceral, que provo-ca doenças cardio vasculares e diabete.

O azeite de oliva tem propriedades

e vitaminas que podem prevenir doenças e

melhorar a pele

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ÓLEO DE OLIVA NAS ÚLCERAS DE PRESSÃO

As úlceras de pressão (UP) são de-finidas como danos causados por pro-cessos isquêmicos que podem afetar e necrosar as áreas da epiderme, derme, tecidos subcutâneos e músculos onde as UP aparecem, podendo afetar também os ossos e as articulações nos casos mais severos. Elas provocam uma queda na qualidade de vida dos pacientes e no seu ambiente social e familiar, além de en-volver uma piora no quadro do paciente, assim como diminuindo a sua expectati-va de vida. Podem aparecer em qualquer parte do corpo, com as proeminências ósseas (sacro, quadril e calcanhares) sendo as mais comuns, e afetam princi-palmente idosos, pacientes imobilizados com doença aguda severa e pacientes com deficiências neurológicas.

Os principais fatores de risco das UP são a imobilidade, incontinência, má nutrição e nível de consciência. A ava-liação dos fatores de risco, o uso de su-perfícies de suporte, o reposicionamento do paciente, um bom status nutricional e um hidratante para a pele são estratégias para a prevenção das UP. Vários produ-tos são planejados para essa prevenção, como os compostos oleosos à base de ácidos graxos hiperoxigenados. O óleo de oliva é composto de 98% de triglice-rídeos, incluindo predominantemente os ácidos oléicos monoinsaturados, os quais conferem a ele suas propriedades antiinflamatórias, essenciais para a ma-nutenção da saúde e da pele.

Além disso, é rico em polifenóis que têm ação antioxidante e antiinfla-matória, benéfico para doenças de pele inflamatórias. Além disso, o ácido oléico participa na reconstrução das membra-nas celulares, promovendo uma maior maciez da derme através da restauração dos níveis de umidade cutâneos, ou seja, hidratando e promovendo elasticidade. No entanto, os pesquisadores ressaltam para a necessidade de mais estudos para averiguar a eficácia e segurança desse tratamento alternativo.

ÁGUA DE COCO NA HIDRATAÇÃO E PERFORMANCE

A perda de fluido corporal duran-te o exercício prolongado e extenuan-te é comum e pode resultar em um es-tresse térmico, problemas cognitivos e da função cardiovascular, fadiga ace-lerada e prejuízo na performance físi-ca. Apesar de a água ser normalmente sugerida pela maioria dos estusiastas de fitness, que talvez se exercitem por períodos relativamente curtos (<75 minutos), as bebidas esportivas isotô-nicas são altamente recomendadas e parecem ser a bebida de escolha dos atletas, particularmente os aeróbicos, mais sérios.

Algumas pessoas preferem alter-nativas naturais às bebidas isotônicas industriais. Por exemplo, os isotônicos

contem frutose e/ou maltodextrina, flavorizantes, conservantes e adoçan-tes artificiais e eletrólitos adicionados. Uma alternativa mais viável e natu-ral é a água de coco, a qual é rica em potássio, contém sódio, cloreto e car-boidratos. Além disso, alguns estudos mostram que ela tem propriedades antioxidantes, as quais podem ajudar a neutralizar as espécies reativas de oxi-gênio resultantes do exercício prolon-gado. Com relação à nutrição espor-tiva, ela tem demonstrado promover efeitos de hidratação semelhantes às bebidas isotônicas.

TEXTOS: JOYCE ROUVIER FONTE: AGÊNCIA ESTADO

Rica em nutrientes e minerais, a água de coco é conhecida principalmente

por hidratar o corpo

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Uma das coisas mais difíceis na vida é tentar dialogar ou nos aproximar de quem não está disposto, de forma alguma, a

este movimento conciliatório. Isso, em todas as situações – quer no plano fami-liar, nas amizades, no trabalho. Parece que algo maior impede tais pessoas de um gesto superior em nome da paz, da construção ou até do reconhecimento daquele que, por inúmeros motivos, es-tende a mão e quer, sim, dialogar.

Eu mesmo já enfrentei várias vezes a postura de pessoas refratárias ao diálo-go. Mas, por mim, tenho a consolação de que tais comportamentos são universais e não apenas interpessoais. Isso ocorre também, e principalmente, no âmbito da política internacional, de modo que podemos, diante da história, aferir que muitas das desavenças provocadoras de guerras mundiais ou locais se deram em razão deste espírito de fechar as portas ao bom entendimento.

No mundo pós-contemporâneo, po-demos observar essa postura nas relações do Oriente Médio, onde Israel tenta o diálogo. Enfrenta, porém, o fundamenta-lismo daqueles que querem defender seu ponto de vista por meio da violência, o que, é claro, acaba gerando violência da parte contrária, legitimada pela proteção do Estado Judeu.

No Brasil, estamos vendo algo que jamais poderíamos imaginar que ocor-resse na nossa jovem democracia. A

oposição, ao exemplo dos radicalismos incoerentes, não está disposta ao diálogo, à união, ao entendimento e, o pior, faz de tudo para que a primazia na construção de um Brasil mais unido – como o apregoado pela presidente Dilma – seja desmantela-da, desconstruída, simplesmente porque existe uma infantilidade democrática em não aceitar a derrota numa eleição demo-crática. Observamos hoje um Brasil em que parte da população, principalmente

no Sul e no Sudeste, expõe nas redes so-ciais seu preconceito e intolerância aos nossos queridos irmãos nordestinos, algo inconcebível no âmbito de uma democra-cia saudável e madura.

O Brasil é um só e todos temos o dever de contribuir para sanar obstácu-los, combatendo a corrupção, os gastos públicos e a inflação. Tal empreitada, en-tretanto, deve ser feita a partir da união, com respeito à democracia, às diversida-des regionais, às diferenças e, acima de tudo, mantendo-se um patriotismo cons-titucional.

Sei como é difícil conversar com alguém que não quer “papo” com você, como disse há pouco. Eu mesmo, muitas vezes, não consegui. Mas, quem sabe, os articuladores políticos do Congresso, os interlocutores entre governo e oposição, consigam. A presidente Dilma já estendeu as mãos, assim como eu e tantas pessoas nesse mundo já fizemos. Confesso que não tive sucesso, fracassei, pois, talvez, não seja suficientemente habilidoso. Em rela-ção ao Brasil, todavia, sou otimista. Sei que a união vencerá o ódio e, enfim, acabare-mos com essa história triste apregoada por alguns de que agora “Não quero ‘papo’ com vocês”... Vamos, sim, bater papo com todos e construir um Brasil fraterno.

Fernando Rizzolo é Advogado, Jornalista, Mestre em Direitos

Fundamentais, membro efetivo da Comissão de Direitos Humanos OABSP

NÃO QUERO “PAPO” COM VOCÊSObservamos hoje que parte da população expõe nas redes sociais seu preconceito e intolerância, algo inconcebível no âmbito de uma democracia saudável e madura

O Brasil é um só e todos temos o dever de contribuir para sanar

obstáculos, combatendo a corrupção, os gastos públicos e a inflação

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OPINIÃO Fernando Rizzolo

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