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MAIS QUE DIVERSÃO, SKATE É ESPORTE JORNAL-LABORATÓRIO DO CURSO DE JORNALISMO ANO 11 - EDIÇÃO Nº 38 NOVEMBRO DE 2014 Uma modalidade em que o comum é o amor pelas quatro rodinhas página 15 OPINIÃO Até onde os limites da piada não afetam o próximo? página 3. CUIDAR NUNCA É DEMAIS NOVOS VIRAIS DA INTERNET A prevenção contra o câncer de mama deve começar cedo, para que as chances de cura sejam maiores em caso de diagnóstico página 11 Laryssa Cristina Patrícia Freitas TINDER: A PAQUERA DE BOLSO OPÇÃO DE LEITURA A BAIXO CUSTO De revistas em quadrinhos a apostilas do ENEM, sebos oferecem livros para crianças, jovens e adultos página 5 Práticas de correntes nas redes sociais têm se tornado cada vez mais frequentes. Conheça algumas que podem até mesmo salvar vidas. página 9 HERVÉ CORDOVIL Viçosense é compositor de Biquíni de Bolinha Amarelinha e Rua Augusta, dois grandes sucessos da música popular brasileira. página 12 PRESERVAÇÃO AMBIENTAL Conheça a Mata do Paraíso, maior reserva de Mata Atlântica da região página 16 O surgimento do aplicativo Tinder fez com que a paquera fique ainda mais fácil! Quais cuidados você precisa tomar nessa busca por companhia? página 7 Ingrid Carraro Luiza Carvaho

OutrOlhar 38 - Novembro 2014

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Edição nº 38 do jornal-laboratório do Curso de Comunicação Social/Jornalismo da Universidade Federal de Viçosa (UFV)

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MAIS QUE DIVERSÃO, SKATE É ESPORTE

JORNAL-LABORATÓRIO DO CURSO DE JORNALISMO ● ANO 11 - EDIÇÃO Nº 38 ● NOVEMBRO DE 2014

Uma modalidade em que o comum é o amor pelas quatro rodinhas página 15

OPINIÃO Até onde os limites da piada não afetam o próximo? página 3.

CUIDAR NUNCA É DEMAIS

NOVOS VIRAIS DA INTERNET

A prevenção contra o câncer de mama deve começar cedo, para que as chances de cura sejam maiores em caso de diagnóstico página 11

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TINDER: A PAQUERA DE BOLSO

OPÇÃO DE LEITURA A BAIXO CUSTODe revistas em quadrinhos a apostilas do ENEM, sebos oferecem livros para crianças, jovens e adultos página 5

Práticas de correntes nas redes sociais têm se tornado cada vez mais frequentes. Conheça algumas que podem até mesmo salvar vidas.

página 9

HERVÉCORDOVIL

Viçosense é compositor de Biquíni de Bolinha Amarelinha e Rua Augusta, dois grandes sucessos da música popular brasileira.

página 12

PRESERVAÇÃO AMBIENTALConheça a Mata do Paraíso, maior reserva de Mata Atlântica da região página 16

O surgimento do aplicativo Tinder fez com que a paquera fique ainda mais fácil! Quais cuidados você precisa tomar nessa busca por companhia? página 7

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OUTROLHARNOVEMBRO DE 2014OPINIÃO

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AO LEITORMais do que promover

simples ações práticas em um determinado período no Curso de Jornalismo, o jornal-laboratório se pro-põe a um alicerçamento da formação acadêmica ministrada nas escolas e, com isso, melhor atender os estudantes em suas formações voltadas ao campo profissional em questão.

O mercado de traba-lho encontra-se cada vez mais seletivo e necessi-tado de jornalistas com amplo domínio e conheci-mentos que possibilitem um exercício profissional de qualidade, ético e vol-tado para a sociedade.

A luz dos ensinamen-tos do mestre Dirceu Fer-nandes Lopes, um dos pioneiros na sistematiza-ção dos estudos neste se-tor, “o órgão laboratorial deve extrapolar os seus objetivos se constituindo em instrumento de pro-moção da prática jorna-lística vigente, aliadas a alternativas em relação ao que existe na socie-dade, ao mesmo tempo reproduzindo realidades e criando inovações inte-gradas.”

Luiz Beltrão, outro notório do setor, “a prá-tica laboratorial, funcio-na como um núcleo de renovação dos processos jornalísticos servindo de laboratório para experi-ências morfológicas e de conteúdo das matérias, ações e serviços que a co-munidade espera encon-trar nesta atividade.”

Nesses onze anos de experiência na UFV Ou-

trOlhar tem procurado atender a esses e outros objetivos da atividade, possibilitando ainda o exercício do domínio da linguagem jornalística apropriada aos diferen-tes meios e modalidades tecnológicos de comuni-cação; a investigação de informações; produzindo textos e mensagens espe-cíficas da profissão com clareza e correção, edi-tando-os em espaço e pe-ríodo de tempo limitados; formulação de pautas e planejamento de cobertu-ras jornalísticas; promo-ção do relacionamento dos estudantes com fon-tes de informação de na-turezas diversas; traba-lho em equipe; busca da verdade jornalística com postura ética e compro-misso com a cidadania; compreensão com os pro-cessos envolvidos na re-cepção de mensagens jor-nalísticas e seus impactos sobre os diversos setores da sociedade; e o regis-tro de fatos jornalísticos, apurados, interpretados, editando e transforman-do-os em matérias e re-portagens para o veículo. Enfim problematizando o fazer jornalístico.

Esta edição marca o início de atividades de mais uma turma que pas-sa a ser responsável pelo OutrOlhar até julho de 2015, sempre procuran-do trazer para você as-suntos e temas do seu in-teresse, gosto e utilidade.

Uma excelente leitura.

Joaquim LannesEditor

tecnologia inibe furtosO número de assaltos

em Viçosa tem subido de forma abrupta e o que se vê por aí são vitimas com perfis distintos se queixan-do da falta de segurança.

A violência hoje tem uma nova cara, não está limitada as ruas desertas ou mal ilu-minadas e tampouco acon-tece somente ao anoitecer. O que antes tinha horário e local comumente esperados, hoje apresenta característi-cas incertas. Saber a região e o momento do dia que po-dem te fazer vítima de algu-ma situação de violência se tornou complicado. Esses episódios vem acontecendo em horários diurnos e em locais inesperados, como as vias bastante movimentadas da região central viçosense.

O mundo está em cons-tante transformação e os hábitos dos criminosos também. Com o estímulo da falta de segurança públi-ca, a população precavida também teve que adaptar a sua rotina para se preve-nir de eventos lastimáveis.

A tecnologia se tornou grande aliada do homem em todos os aspectos. Um site in-teressante foi criado para au-xiliar qualquer cidadão nos cuidados com a sua própria segurança. Para ajudar a ma-pear o perfil dos criminosos e destacar os locais preferidos

por eles, o site Onde fui rou-bado foi criado com o objeti-vo de disponibilizar um mapa onde a vítima pode postar o local, o horário e narrar bre-vemente como foi a situação criminosa que sofreu. O site está em constante atualiza-ção de dados e já conta com 429 cidades cadastradas.

A partir de análise interna Onde fui roubado divulga que 37% das vítimas são mulhe-res, 53% das pessoas vítimas de crimes registram Boletim de Ocorrência e 55% das de-núncias ocorrem durante o período noturno. A nova fer-ramenta é de grande auxílio para a população em geral, basta identificar a cidade e denunciar o triste aconteci-mento. Criar alternativas para viver num país mais seguro se tornou estratégia de ur-gência no mundo contempo-râneo. Vale lembrar que para denunciar formalmente qual-quer tipo de crime é necessá-rio que seja feito o Boletim de Ocorrência, junto à polícia.

Ariella Cardoso, estudan-te de 21 anos, frequenta as aulas na Universidade no pe-ríodo noturno e tem o hábito e ir e vir pelas ruas da cida-de tarde da noite. Ela relata que sente medo e caminha sempre apreensiva, por ter em comum colegas que já passaram por situações des-confortáveis. Embora nun-

ca tenha sido assaltada, ela costuma acessar o site com a finalidade de se informar, e quem sabe assim, conseguir evitar a caminhada em locais já apontados por vítimas.

EDITORProf.º Joaquim Sucena Lanne

MONITORFelipe Pacheco

DIAGRAMADORESGustavo Pires, Patrícia Freitas eTaiane Souza

REVISORESCleomar Marin, Ingrid Carraro e Karina Mendes

TURMAAna Leão, Ana Prates, Camila Santos, Cleomar Marin, Érick Coelho, Everton Marques, Guilherme Pimenta, Gustavo Pires, Iago Santos, Ingrid Carraro, Janine Lopes, Jéssica Avelar, Jésus Dias, João Negrelli, Jonathan Fagundes, Júlia Moreira, Karina Mendes, Laira Carnelós, Larissa Abreu, Laryssa Cristina, Leonardo Gonçalves, Luiza Carvalho, Mariana Balduci, Mariana Diniz, Marina Wan-Der-Maas, Mateus Dias, Matheus Filipe, Núbya Fontes, Patrícia Freitas, Ricardo Almeida, Robson Filho, Ronan dos Santos, Shayene Martins, Taiane Souza, Thalison Oliveira, Weliton Mateus

APOIOCentro de Ciências Humanas Letras e Artes - CCH

REITORAProf.ª Nilda de Fátima Ferreira

DIRETORA DO CCHProf.ª Maria das Graças Floresta

CHEFE DO DCMProf.º Joaquim Sucena Lannes

COORDENADORA DO CURSO DE JORNALISMOProf.ª Mariana Ramalho Procópio Xavier

ENDEREÇOVila Gianetti, casa 39Campus Universitário 36570-000Viçosa - MG. Tel.: 3899-2879www.com.ufv.br

Jornal-laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Federal de Viçosa (UFV), atualmente sob responsabilidade da turma de 2013, na disciplina de Jornal Labo-ratório I.

Os textos assinados não refletem necessariamente a opinião da instiruição ou do Curso, sendo da responsabilidade de seus autores e fontes. Cópias são autorizadas, desde que o conteúdo não seja modificado e que sejam citados o veículo e o(s) autor(es).

O MODERNO TAMBÉM DISTANCIAA modernidade que hoje

presenciamos diante dos mi-lhares de aparelhos tecnoló-gicos é imensa. Sabemos que há dezenas de aplicativos que tornam o celular cada vez mais moderno, pois além de sua função de telefone, pode trazer a previsão do tempo, informar qual rua é menos congestionada, onde há mais assaltos (Marina Wan-Der--Mass fala mais sobre este tema nesta mesma editoria em “Onde fui roubado?”) e até mesmo marcar encon-tros. É de conhecimento não somente essas atividades,

mas muitas outras que ca-bem na palma da mão.

Ouvindo relatos dos mais velhos fica mais evidente a mudança do comportamento pessoal. Antes era comum vi-zinhos conversarem entre si por um longo tempo, porém hoje já quase não se vê isso. As novidades do que aconte-ce pela cidade e pelo bairro eram conhecidas por inter-médio da conversa pessoal, do bate-papo. Ao contrário, atualmente basta ter um ce-lular e acesso a internet que se consegue saber de tudo, ou quase tudo.

Chegamos a questionar até que ponto é necessária e útil a evolução tecnológica, acompanhada da interativi-dade. Será que o limite não está quando vemos que nos afastamos das pessoas, mes-mo que próximas, e optamos pela reclusão frente ao apa-relho tecnológico? Sabemos de uma coisa: a modernida-de traz múltiplos benefícios, mas ao mesmo tempo em que facilita a vida nos distan-cia da relação com os nossos amigos e familiares.

Ronan dos Santos

App marca locais de roubo e estimula prevenção de crimes

A INFORMAÇÃO COM ANGULAÇÃO DIFERENCIADA

“Criar alternativas para viver num país

mais seguro se tornou estratégia de urgência no mundo contemporâneo.”

A insegurança está presen-te em nossa sociedade atual cotidianamente. Para sobre-viver num mundo de surpre-sas muitas vezes desastro-sas, é preciso ser cauteloso e atento. É preciso também estar por dentro das notí-cias policiais da região que se vive, assim como contar com o coleguismo dos vizinhos para que auxiliem na percep-ção de movimentos duvido-sos. Investir em ferramentas para se precaver de situações violentas é útil, é necessário...

Utilidade pública e pos-sível aumento da segu-rança através das novas tecnologias: será esse um triste ou feliz cenário da so-ciedade em que vivemos?

Vamos torcer para que a Ariella e muitas ou-tras pessoas continuem usando o site somente para acesso consultivo...

Marina Wan-Der-Maas

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OUTROLHARNOVEMBRO DE 2014OPINIÃO

AO OFENDER, BRINCADEIRA VIRA PRECONCEITO Quando a brincadeira, a

“zoação” é bullying? Afinal, até onde vai o limite entre a piada e o preconceito? Não existe nada mais fácil que “sacanear” aquele que fre-quentemente já o é, e com certeza muitos acharão gra-ça. Mas isso não é humor, o nome disso é bullying.

Certas pessoas, por não aceitarem as diferenças pes-soais existentes entre ela e os demais colegas, desde-nham e humilham os outros apenas pelo fato de serem diferentes. Mas a sua liber-dade e o limite da piada vai até o ponto em que o respei-to pelo próximo começa. O que falta nos nossos dias é o tão esquecido - se é que um dia foi lembrado - bom sen-so.

Nenhuma piada vale a dor de alguém, quando o alvo demonstra insatisfação é a hora de parar. Uma brin-cadeira na qual nem todos os envolvidos se divertem não pode ser considerada um ato amigável, isto vale também para os apelidos, às vezes de mau gosto, que são coloca-dos nos outros (Ana Prates fala mais sobre apelidos na

editoria de Comportamento, “Apelido que é identidade”).

Todos têm o direito à livre expressão e a criar a piada que quiser, mas, em momen-to algum, este direito permi-te ofender, constranger, ou violentar (verbal e emocio-nalmente) qualquer pessoa. O documentário “O riso dos outros”, de Pedro Arantes, aborda o polêmico mundo dos humoristas de stand-up e o problema embutido em certas piadas. Ele discute exatamente este limite tênue entre a comédia e a ofensa, entre a liberdade de expres-são e o direito do outro. Vale a pena ser visto para refle-tir melhor sobre o assunto, ouvindo os dois lados em questão. Pensar o problema é sempre a melhor forma de começarmos a solucioná-lo.

Os estereótipos arraiga-dos na sociedade que geram estas piadas apenas refor-çam o bullying. Estima-se que 60% dos alunos de to-das as escolas já passaram por isso pelo menos uma vez na vida. E são incalculáveis os danos que o bullying traz para a vida de quem o sofre.

Mas o preconceito é ma-

nifestado por quem ri ou apenas por quem conta a piada?

Pelos dois. A cada piada que você

ri, compartilha, curte, da um rettweet, você contri-bui para normalizar os pre-conceitos. Torná-los parte comum da nossa realidade,

algo a que não se dá a devi-da importância. Ao rimos ou nos calarmos frente a este tipo de agressão, compactu-amos com o agressor e feri-mos ainda mais as vítimas, desencorajando-as a pedir ajuda.

O humor, sem dúvida al-guma, deixa a vida mais leve,

Humor relaxa, aproxima pessoas, chama atenção, é uma boa forma de crítica, mas nem toda piada é válida

POLÍTICA ESTÁ PRESENTE NOS DETALHES DO DIA-A-DIA

Político corrupto, falta de representatividade, lavagem de dinheiro, escândalos... Al-gumas dessas palavras lhes remetem a “Política”? Se sim, com certeza você não é o único e nem a única, mesmo assim é preciso repensar al-guns conceitos.

Política é uma ativida-de que já foi considerada a mais nobre das atividades humanas. Sério? Pois é. Há

milhares de anos, na época em que as túnicas e as “san-dalinhas de Jesus” estavam na moda, gregos e troianos consideravam que a vida em comunidade era de um valor admirável e participar das decisões da cidade era visto como privilégio dado pelos deuses. E sim, isto é Política.

A forma de ver tal concei-to, assim como a moda, mu-dou. Atualmente a Política

se apresenta como uma ins-tituição tão falida, que não é difícil achar quem diga que não se interessa por ela, mas o fato é: ela está a nossa vol-ta, em todos os lugares. Que-rendo ou não, somos seres políticos.

Quando afirmo que sou a favor de situações como as cotas, se concordo que cada dia um deve lavar louça do almoço em casa, se escolho

um lado em relação ao ca-samento gay, prefiro que o sinal da escola seja uma mú-sica da hora ao invés daquela campainha irritante, enfim, quando me posiciono em relação a qualquer assunto, estou me posicionando poli-ticamente. Inclusive, quando afirmo que odeio política e não me interesso por esse assunto, também é me posi-cionar.

É preciso que a gente sai-ba que o endereço da “Se-nhora Política” não é apenas Brasília. Ela está por aí, e mora até nos pequenos de-talhes do nosso cotidiano: ao não furar filas, ao separar o lixo para reciclagem, ao darmos bom dia ao vizinho, ao participarmos do grê-mio escolar. Todas essas são sim atitudes políticas, que podem não envolver leis e disputas partidárias ou elei-ções, mas envolvem a vida de outras pessoas próximas a nós. E é ai que está a raiz da política: na vida em comuni-dade.

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“O endereço da ‘Senhora Política’

não é apenas Brasília”

Acredito que essa tal da Política deve nos remeter a respeito, felicidade e bem--estar geral. Para isso preci-samos estar todos juntos em prol dessa causa, participan-do das discussões, lutando contra a corrupção, cientes que isso começa dentro de nós.

Shayene Martins

alivia o stress do dia a dia, mas, repito, o problema é fa-zer isto à custa do outro. Por-que não fazer piada sobre a intolerância em si? Porque não colocar na mesa nossos podres para que nos lembre-mos que eles existem?

Jéssica Avelar

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CIDADE

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COMBATE AO ABANDONO DE ANIMAISMesmo com falta de recursos, COPA e SOVIPA são projetos que lutam contra esse grande problema

Por Gustavo Pires

Animais abandonados estão presentes na maioria das cidades do país. Em Vi-çosa não é diferente. Mais de 2 mil cães e gatos andam pelas ruas sem dono, ali-mentação específica e um lar.

Existem medidas e proje-tos que visam diminuir essa superpopulação, como o COPA (Controle de Popula-ção de Animais), projeto de extensão do Departamento de Veterinária da Univer-sidade Federal de Viçosa. Adam Widmer, bolsista e estudante do curso, explica que eles apoiam três Postos de Saúde da Família, onde os residentes coletam da-dos socioeconômicos das famílias e encaminham os animais para a castração gratuita. Como a conscien-tização também é importan-te, o COPA realiza palestras para alunos do Ensino Fun-damental, da UFV e região,

visando mudar a mentalida-de daqueles que maltratam e abandonam os animais, pensamento comum entre os moradores, principal-mente devido os cães mais agressivos.

Outro projeto que ajuda animais abandonados é a SOVIPA (Sociedade Viçosen-se de Proteção aos Animais), que sobrevive de doações e voluntários. Auxilia o canil municipal (ver mais sobre o

PROBLEMAS COM LIXO NAS RUAS DE VIÇOSAPor Jésus Dias

A população da cidade de Viçosa enfrenta a questão do lixo nas ruas. Moradores e estudantes reclamam que fora das Quatro Pilastras há “falta de respeito”. São pou-cas lixeiras e as encontra-das estão constantemente cheias, resultando em lixo espalhado pelo chão. Po-rém, isso não acontece em todos os bairros.

Thaís Machado, estudan-te da UFV, informa que em seu bairro, Santo Antônio, não há lixo espalhado nas ruas e todo dia vê trabalha-dores limpando o local pró-ximo a sua casa. Em outro ponto da cidade, no morro do Pintinho, a estudante Edivânia Cristina, também da UFV, relata que as pesso-as respeitam os horários de coleta de lixo.

Marcos Alves Magalhães, responsável pela área de limpeza urbana do Serviço Autônomo de Água e Esgo-to (SAAE), diz que reclama-ções “sempre teve e sempre terá. Medidas para melho-rar essas questões já foram tomadas, como o aumento de caminhões e de varrição”.

Ainda segundo ele, “vi-çosa é uma cidade que é varrida duas vezes ao dia. O que falta é o comprometi-

mento das pessoas”. Marcos cita um exemplo de com-prometimento ao relembrar que na Copa do Mundo tor-cedores do Japão recolhe-ram o lixo do estádio Arena das Dunas, em Natal.

Marcos finaliza afirman-do que “a questão passa para além de apenas recla-mar. Se cada um não se po-liciar em não jogar lixo nas

ruas, a cidade sempre vai sofrer com esses transtor-nos e não adiantará recla-mações perante o órgão res-ponsável”.

Luciano Baião Viera, Professor de Engenharia Agrícola da UFV, lembra do evento que participou sobre prevenção e limpeza urbana na cidade de Viçosa. O fó-rum teve como objetivo se

informar junto ao SAAE so-bre os projetos que o órgão tinha para a cidade de Viço-sa, além de fornecer infor-mações da Política Nacional dos Resíduos Sólidos.

No evento participaram as seguintes entidades: SAAE, Rotares Clubes de Vi-çosa, Lions Clube, Maçona-ria, CDL (Câmara dos Diri-gentes Lojistas), OAB, União

dos Moradores, Associação Comercial e a Casa do Em-presário.

O evento resultou em uma carta do fórum e um documento completo onde se pontua os problemas que persistem na limpeza urba-na de Viçosa, além de suge-rir iniciativas de diversas instituições para que con-tribuam na causa.

canil na edição 28 do OutrO-lhar) e conta com ajuda do professor Tarcízio, também da Veterinária da UFV, que castra os animais junto de seus orientandos. Fernanda Marisa, Coordenadora do

projeto, cita que a SOVIPA ainda colabora realizando feiras de adoção semanais na Estação do Pet, localiza-da na Rua Gomes Barbosa, número 619, além de uma específica dos animais que ficam no canil, essa última acontecendo uma vez por mês.

Mesmo com projetos, do-adores e voluntários, per-manecem alguns problemas que podem ser notados, como o crescente número de envenenamentos crimi-nosos e a falta de verba tan-to para o COPA quanto para a SOVIPA. Além disso, ainda existe a falta de instrução dos habitantes que aban-donam os animais em Viço-sa acreditando que alguém vai cuidar, e a ausência de outras ações que busquem não só castrar e contro-lar a população de animais abandonados, mas também achar donos que adotem e garantam os cuidados ne-cessários.

OUTROLHARNOVEMBRO DE 2014

Espalhados pela cidade, cães abandonados estão presentes inclusive dentro da UFV

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Diversas caixas e outros materiais descartados são encontrados pelas ruas fora do local adequado e atrapalham o caminho

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ACERVO ATENDE TODAS AS IDADESLivros e revistas são ofertados a baixo custo nos sebos da cidade, atraindo leitores interessados

Por Luiza Carvalho

Os sebos, livrarias que re-alizam venda, compra e tro-ca de livros usados, surgiram no século XVI e ainda fazem parte do cotidiano de mui-tas cidades. Viçosa também tem um. Ele situa-se na Ave-nida Santa Rita, nº 25, loja 3 e tem o nome de Livraria e Papelaria Letras e Livros. O responsável é Osvaldo Viana da Silva. O acervo do local é variado e atende público de diferentes idades.

Segundo Osvaldo, os li-vros de vários gêneros da literatura são destinados a estudantes à partir do 5º ano do Ensino Fundamental. Eles encontram obras de to-das as áreas do conhecimen-to e apostilas do ENEM. O local também oferece revis-tas, incluindo as do gênero quadrinhos, que como ele aponta são utilizadas por mães que buscam incentivar os filhos à leitura.

A livraria oferece, para o público universitário, obras de diversos cursos. Há tam-bém obras em outros idio-mas, tudo a um menor cus-

to. Os baixos preços são um atrativo extra para quem frequenta os sebos, pois é possível fazer economia, pa-gando menos em livros em bom estado.

Thais Quaglietta (19), es-

tudante que frequenta a loja, afirma que encontra mui-tos livros bons por lá, onde existe de tudo um pouco: desde exemplares didáticos até enciclopédias. Quando não encontra o material que

Pilhas de livros disputam o pequeno espaço com diversos materiais do sebo, que contém volumes comuns e raros

SÁBADOS MOVIMENTAM COMÉRCIOPor Júlia Moreira

A atividade comercial é uma das importantes fon-tes de renda de uma cida-de. O capital gerado por essa prática ajuda na mo-vimentação da economia, principalmente aos sába-dos, que é o momento que as pessoas costumam ter tempo para desfrutar dos variados negócios que ela pode oferecer.

A presidente da Asso-ciação Comercial de Vi-çosa, Mariana Laura de Bittencourt Brand Corrêa, acredita que o sábado é o dia que mais gera venda e movimentação no comér-cio viçosense:

- É quando as pessoas tem mais tempo para sair, porque durante a semana pode gerar, mas as pessoas estão estudando ou traba-lhando. É apenas uma mi-noria que nem estuda, nem trabalha – disse.

Ainda segundo a presi-dente, a maior movimenta-ção aos sábados tem seus pontos positivos e negati-vos:

- Tem pontos positivos porque é uma coisa irre-

versível. Às vezes sobre-carrega o comércio, sobre-carrega muito o trânsito, mas é uma situação que nós temos que enfrentar porque é a hora que as pes-soas tem para ir ao comér-cio. O que o comércio tem feito é se organizado para receber bem os seus clien-tes – afirmou.

A cidade de Viçosa tem a peculiaridade de ter em

sua população estudan-tes, tanto do ensino fun-damental e médio, quanto superior. Para a estudante Paula Tereza, de 16 anos, o comércio oferece os itens básicos que os jovens pre-cisam.

- Quando vou fazer compras não sinto falta de nada. Acredito que Viçosa ofereça o básico que estu-dantes querem – analisou.

De forma parecida se destaca a opinião da pre-sidente da Associação Comercial sobre o atendi-mento a esse público:

- Se o comerciante ti-vesse percebido que algum item faltaria para servir esse grande número de clientes que ele tem, o co-mércio teria providencia-do. Nós temos grande nú-mero de papelarias, lojas

de roupa, maquiagem, ca-belereiro, bares e restau-rantes – conclui Mariana.

O atendimento comer-cial de Viçosa, segundo acordo sugerido pela Câ-mara de Dirigentes Lojis-tas (CDL) e atendido por grande parcela dos comer-ciantes atualmente é de segunda a sexta de 09h às 19h e, aos sábados, de 09h às 13h.

Lu

iza Carvalh

o

deseja, encomenda. Para a estudante, as únicas desvan-tagens dos sebos são o espa-ço pequeno e o acúmulo de poeira que prejudicam um pouco.

Para quem não deseja

comprar um livro, Osvaldo tem a solução. É possível alugar o material por apenas R$1,00 ao dia. Basta levar o documento de identidade (RG) e deixá-lo no local até a devolução do livro.

CIDADE OUTROLHARNOVEMBRO DE 2014

Sendo um dos locais com maior diversidade de atividades comerciais, o calçadão é uma grande fonte de renda da cidade

Júlia M

oreira

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APRENDA A USAR CELULAR DE FORMA CERTA NA AULAEstudantes e professores discutem utilização do aparelho acusado de tirar atenção dos alunos em sala

Por Everton Marques

Atualmente, o uso de celulares e smartphones é cada vez mais comum entre os jovens. O problema é que em sala de aula o aparelho se torna distração e pode atra-palhar o rendimento, sendo objeto de reclamações dos professores. Flávia Ferreira, professora de inglês na Es-cola Estadual Alice Loureiro, passa por algumas dificul-dades com o uso do aparel-ho em suas aulas. Ela explica que como não é trabalhado com os alunos o uso da tec-nologia em prol do ensino e aprendizagem, todos usam celulares dentro de sala de aula de modo indevido, “para ouvir músicas, usar internet, Facebook, Whatsapp”.

Entretanto, é possível utilizar o aparelho de forma produtiva. Este é o caso de Luana Faria, aluna do ter-ceiro ano do Colégio Anglo:

– Eu uso para acessar o

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COMPORTAMENTO OUTROLHARNOVEMBRO DE 2014

Facebook, Whatsapp, mas uso para pesquisa também, no Google e em sites de notí-cias.

A tecnologia também per-mite que alunos se reúnam em redes sociais para dis-cutir temas abordados pelos professores para realização de trabalhos:

- Temos um grupo da sala, compartilhamos matéria, até trabalho juntos fazemos, aju-da demais, o Whatsapp prin-cipalmente, para compartil-har matéria por foto ou por escrito, ajuda muito – explica Luana.

Perguntado se o celular ajuda ou atrapalha Tiago Sil-va, professor particular, re-sponde:

- Depende do momento. Não vejo nenhum problema caso o aluno esteja escutan-do música, por exemplo, en-quanto é feito um exercício, mas durante explicação é essencial que o celular esteja pelo menos de tela virada pra

baixo e sem vibrar para não tirar a atenção – aconselha.

Tiago lembra que o im-portante é a relação alu-no-professor, os jovens vão respeitar a hora certa de utilizar o aparelho “se res-peitarem o mestre que está na frente deles”. Para ele,

não adianta impor o controle na sala e proibir veemente-mente o celular.

– É hipocrisia e não fun-ciona, eles sempre dão um jeito - esclarece.

Por fim, os alunos defen-dem que apenas momen-tos em que o estudante está

ocioso, entre atividades ou em horários de descanso, o aparelho não é prejudicial. Já em outros momentos ele pode dividir a atenção. O ponto está em achar o mo-mento adequado, afinal, na escola o objetivo é aprender e não se divertir.

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ãe (Everto

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APELIDO QUE É IDENTIDADEPor Ana Prates

Bolinha, Alemão, Pelé, Zé, Gringo, Lulu. Quase todo mundo conhece alguém com algum desses apelidos ou já apelidou alguém assim. Co-locar apelido sempre foi vis-to como uma forma carinho-sa e mais próxima de tratar uma pessoa. É uma prática que ocorre justamente em razão da convivência con-tínua, por isso é tão comum vermos isso acontecer na escola. Em alguns casos, apelidar alguém pode se transformar em uma forma de agredir ou ofender uma pessoa, e é ai que começa o bullying (leia sobre na edi-toria de Opinião, “Ao ofend-er, brincadeira vira precon-ceito”).

- Apelidar alguém deixa de ser saudável a partir do momento em que o apel-idado não concorda ou não aceita. - Larissa Assis, psicóloga.

Larissa também cita que, quando alguma criança se torna vítima de bullying, pode ficar desestimulada a frequentar as aulas e até ter seu rendimento escolar reduzido. Para que isso não aconteça, os professores de-vem ter uma relação muito próxima com os alunos e se atentarem a solucionar este problema nas escolas.

Mas e os apelidos le-gais? Presunto e Castor são dois estudantes da UFV que carregam essas alcunhas de tempos de escola. Lu-cas Barbosa “Presunto” não sabe ao certo como surgiu o apelido, “nem entendia aquilo, depois que vi que aquele era o apelido” afirma. Já Lucas Castro “Castor”, diz que seu apelido veio de uma confusão que um colega de sala fez com seu sobrenome.

- Logo no primeiro dia de aula, depois que o professor fez a chamada, um amigo meu começou a me chamar de Castor. Ele trocou as let-ras de Castro. No outro dia, todo mundo já me chama-va de Castor. Eu acostumei rápido - afirma Lucas.

Mesmo depois que saíram do colégio e foram pra universidade, os dois atendem mais pelo apelido que pelo próprio nome e, segundo Castor “o apelido já virou uma identidade”. E já virou tanto identidade que, ao ser chamado para estudar na UFV, ele foi pre-senteado por uma amiga de-senhista, com um desenho desse simpático animalzin-ho indo para Viçosa.

De uma brincadeira en-tre os colegas, om apeli-do pega e se espalha, mas deve ser sempre discutido em sala de aula como em

JOVENS USAM TATUAGEM COMO FORMA DE EXPRESSÃO

Por Camila Santos

Tribais, desenhos, frases, no ombro, nas costas, no bra-ço. As tatuagens podem ser de diversos tipos e em vários lugares.

- Com a facilidade de acesso a múltiplos materiais de ponta e a tatuadores profissionais, os desenhos corporais tornaram-se um modo de expressar cultura e comportamento – explica Wolwer Humberto Martins Júnior, tatuador. De acordo com o 1º Censo Brasileiro de Tatuagem realizado pela revista Super Interessante em março deste ano, os adeptos a essa forma de expressão corporal são na maioria jovens de 19 a 25 anos e com formação superior.

Wolwer, o Lost, trabalha em Viçosa neste ramo há mais de sete anos. Segundo ele, a escolha do desenho envolve toda a vida do indi-víduo e suas experiências, levando-o a tatuar homena-gens aos seus parentes, algu-ma coisa que viveu ou sim-plesmente achou bonito. O 1º Censo Brasileiro de Tatu-agem mostra também que as mais comuns são símbolos e desenhos, tendo o número de tatuagens tribais caído

nos últimos anos. A calma na hora de esco-

lher uma tatuagem é muito importante para evitar ar-rependimentos. Sandra de Paula (49) tatuou três es-trelinhas no pé há 15 anos e acabou deixando de gostar delas depois de algum tem-po:

- Apesar de na época eu ter pensado muito antes de fazer, acabei me arrepen-dendo. A tatuagem perdeu o significado para mim e a coloração ficou diferente e estranha - explica.

Outros cuidados são ne-cessários na hora de se fazer a tatuagem. O local onde será aplicada deve ser muito bem escolhido, porque certas profissões ainda não aceitam que elas fiquem expostas. O ambiente deve ser limpo, os materiais utilizados devem ser esterilizados e descartá-veis e o profissional deve uti-lizar equipamentos de pro-teção. Os menores de idade precisam da autorização dos pais para fazer. Seguir todas as recomendações após ter feito também é necessário para que elas cicatrizem rá-pido e fiquem de acordo com o resultado esperado. Não tomar sol e banho de piscina são algumas das indicações a serem consideradas.

“Apelidar alguém

deixa de ser saudável a partir do momento em que o

apelidado não concorda ou não aceita.” - Larissa Assis,

psicóloga

casa. Não se pode manter um apelido em quem não gosta ou se sente ofendido. Até porque quando chama-mos alguém por um nome diferente é para diversão de todos. Lucas Barbosa afir-ma que se acostumou com o apelido, porque não se im-portou muito e “levou numa boa”.

Se tratado como forma afetiva e que não ofenda o apelidado, o apelido é natu-ral e divertido, faz com que a pessoa se sinta pertencen-te ao grupo e, num futuro, pode tornar-se um identifi-cador dela.

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COMPORTAMENTO OUTROLHARNOVEMBRO DE 2014

CUPIDO ELETRÔNICO É ALTERNATIVA PARA PAQUERAJovens usam aplicativos que oferecem um verdadeiro cardápio de pessoas em busca de um novo amor

Por Ingrid Carraro

Em busca de um amor? A fim de dar uns beijinhos? Muitos jovens têm aposta-do em uma novidade para conhecer novas pessoas. O aplicativo Tinder as localiza

pessoas geograficamente e expõe os perfis das que estão próximas. Dessa forma, você pode dar um like ou descar-tar os perfis de acordo com a sua preferência. Se ambos se curtirem, uma janela de con-versa será aberta entre eles.

Foi o caso de Tiago Hen-rique de Carvalho, que apelou para o aplicativo por estar cansado de procurar alguém interessante na bala-da e não encontrar. O perfil de uma menina que estava há poucos quilômetros o

chamou atenção, ele curtiu e deu match! Conversaram, marcaram encontros e em setembro completaram seis meses de namoro. Para Tia-go, a principal vantagem do Tinder é a extroversão que o aplicativo permite:

- Na internet ou celular você fica menos tenso de conhecer uma pessoa e aca-ba ficando mais fácil conver-sar com ela. – afirma.

Porém, alguns cuidados são necessários para marcar encontros com pessoas que não se conhecem pessoal-mente. O sargento da Polícia Militar Lucas Lima lista algu-mas atitudes recomendadas para os encontros com de-sconhecidos:

- Só marque encontros com quem você já conver-sa há algum tempo; prefira locais públicos para se en-contrar como shoppings, bares e restaurantes; avise pelo menos uma pessoa para onde está indo e com quem; mantenha o celular acessível; fique de olho em sua bebida e comida durante o encon-tro (se for ao banheiro, por exemplo, deixe-os de lado e peça outros). – aconselha o policial.

Seguindo essas dicas, os encontros proporcionados pelo Tinder podem ser se-guros, muito prazerosos e quem sabe até gerar frutos. para o futuro, como aconte-ceu com Tiago e a namorada.

It’s a Match! Quando duas pessoas se curtem uma janela de conversa é aberta para que os usuários se comuniquem

ORGANIZAÇÃO DOS ESTUDOS FACILITA APRENDIZAGEM

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Por Thalison Oliveira

Muitos alunos encon-tram dificuldades na hora dos estudos, por não gos-tarem de estudar ou por não saberem se organizar. Quando o estudante chega ao terceiro ano do Ensino Médio, a administração do tempo se torna ainda mais difícil, tentando conciliar a escola e os estudos para o vestibular. Segundo Viviane Gonçalves, professora de Língua Portuguesa da Esco-la Effie Rolfs, muitos estu-dantes deixam para estudar na última hora e acabam pi-orando a organização:

- Se o aluno reservar pelo menos uma hora do seu dia para se dedicar inteira-mente aos estudos, poderá melhorar significamente seu rendimento – ressalta.

Para a estudante do ter-ceiro ano do Ensino Médio Abigail Brandão (17), a má organização do tempo é a principal vilã na hora de es-tudar:

- Como eu durmo pou-co, às vezes é complicado entender o que está escri-

to. Mesmo que as coisas sejam simples, o problema é assimilar. Quando eu não estudo direito, depois eu fico mais tempo tentando estudar, ai eu durmo pouco de novo. É um ciclo vicioso - explica.

Para quem ainda está começando o Ensino Mé-dio, Abigail recomenda or-ganizar melhor o tempo e a começar os estudos desde cedo. Ela tem uma irmã que está no primeiro ano e já es-tuda bastante para quando for fazer cursinho pré-ves-tibular só precisar revisar as matérias.

Felipe Lisboa, psicólogo da Divisão Psicossocial da UFV, aconselha a planejar o tempo “tanto em termos de prioridade quanto de dificuldade”. Segundo ele, muitas pessoas acham que começar a estudar pelo que se considera mais fácil é a melhor maneira, mas com isso acabam deixando os assuntos mais difíceis de lado. O certo é começar com aquilo que se tem mais di-ficuldade, dedicando um maior tempo ao assunto.

Sobre a questão da con-centração, Felipe aponta que a pessoa deve tentar se desligar dos problemas pessoais e diminuir os fa-tores de distração a sua vol-ta, mantendo o foco em seu objeto de estudo. A internet, o celular, problemas fami-

liares e a falta de sono são alguns dos problemas que atrapalham a concentração. Um ambiente calmo, uma alimentação saudável, a prática de exercícios físicos e uma boa noite de sono, po-dem melhorar a capacidade de raciocínio. Para ajudar a

memorização, aconselha: - Fazer associações es-

tranhas favorece, porque guardamos o que é diferen-te - explica. Ele ainda acres-centa que transformar o tex-to em algo visual e utilizar da prática da repetição são métodos essenciais.

Falta de organização faz com que o rendimento dos estudos fique comprometido

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OUTROLHARNOVEMBRO DE 2014CIÊNCIA E TECNOLOGIA

APLICATIVOS AJUDAM NA HORA DE TIRAR SELFIEPor Taiane Souza

A 86ª edição do Oscar (prêmio destinado à aca-demia cinematográfica) fi-cou famosa por uma selfie tirada no momento da ce-rimônia, em que diversas celebridades, como Ellen Degeneres, Maryl Streep e Julia Roberts apareciam. Desde então, as selfies – au-torretratos normalmente tirados com câmeras de celulares – tornaram-se muito populares nas redes sociais. Para a estudante de arquitetura Egídia Vendra-me, as selfies são tiradas quando alguém “quer mos-trar onde está e o que está fazendo”. Já para a colega de curso, Thais Valentim, as selfies tem sentido de auto-afirmação:

- São para registrar mo-mentos, mas principalmen-te para compartilhar e exi-bir nas redes sociais.

Independente do motivo pelo qual essas selfies são

tiradas, a popularidade das mesmas fez com que em-presas ficassem cada vez mais atentas a esse novo mercado. Por este motivo, novos aplicativos que aju-dam na hora de tirar selfie foram desenvolvidos. Um deles é o aplicativo Cam-Me, gratuito para iOS. Ele permite que o usuário tire fotografias sem tocar no aparelho: bastam dois ges-tos – erguer as mãos e fe-

char o punho – para que o smartphone, à distância, capture a imagem. Segundo o site OlharDigital, “há três tipos de fotos: a simples, a com moldura e a com cená-rio”. Além disso, é possível compartilhar instantanea-mente as selfies nas redes sociais.

Com uma proposta bem diferente do CamMe, no French Girls o usuário tira uma selfie e compartilha

anonimamente na rede so-cial do aplicativo. Assim, ele permite que outras pessoas façam alterações naquela imagem e mandem de vol-ta para o autor. Essas fotos, então, são disponibilizadas em um ranking no site do aplicativo.

Conforme o site da re-vista Veja, o French Girls surgiu de um trecho do fil-me Titanic, em que a perso-nagem Rose (Kate Winslet)

pede a Jack (Leonardo Di-Caprio) que este a “desenhe como uma de suas garotas francesas”. O aplicativo está disponível somente para Iphone.

Aplicativos como You-Cam Perfect e Facetune ajudam a corrigir olheiras, linhas e pintinhas no rosto, assim como a enfatizar o sorriso. Eles estão também disponíveis na loja online da Apple.

UNIVERSIDADES SE PREOCUPAM COM INICIAÇÃO CIENTÍFICA PARA ALUNOS

Por Janine Lopes

Diversas instituições no Brasil tem a preocupação de estimular os jovens a se tornarem profissionais da ciência e da tecnologia, tendo em vista o gosto pela pesquisa e pelo aprendi-zado. Isso deve ampliar a formação dos estudantes e permitir que mantenham contato com um projeto científico, sendo criativos e inovadores. Em Viçosa, o aluno encontra projetos de

pesquisa na Universidade Federal de Viçosa e na Mos-tra de Ciência e Tecnologia da UNIVIÇOSA (Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde de Viçosa) - o Conhe-cer. Os participantes podem ganhar bolsas de estudos e premiações pela pesquisa apresentada.

Na UFV, os jovens se ini-ciam na cultura científica por meio do PIBIC-EM. O projeto conta com a parceria da Universidade e o CNPq (Conselho Nacional de De-

senvolvimento Científico e Tecnológico) e procura for-talecer o processo de disse-minação das informações e conhecimentos científicos e tecnológicos básicos, e de-senvolver atitudes, ha-bilidades e valores necessá-rios à educação científica e tecnológica dos estudantes. Para participar, o estudante deve estar matriculado no Ensino Médio em escolas que façam parte do progra-ma e buscar um orientador para integrá-lo no projeto.

O idealizador do Conhe-cer diz que o projeto não visa apenas a pesquisa na área de ciência e tecnologia, mas também nas áreas de artes, humanidades e lin-guagens. As pesquisas que passam pelo Conhecer pos-suem aplicação no dia-a-dia e podem levar melhorias à população. As escolas já demonstram interesse pela ciência e organizam feiras para selecionar os trabalhos que serão apresentados na Mostra.

A UNIVIÇOSA oferece aos alunos de terceiro ano das escolas públicas de Minas Gerais o Projeto Conhecer, que busca valorizar os ta-lentos em diversas áreas do conhecimento. A Mos-tra de Ciência e Tecnologia acontece uma vez ao ano e já teve sua terceira edição. O professor da UNIVIÇOSA, Cristiano Cabral, afirma que a pesquisa é importante na formação do profissional e na cidadania do aluno já no ensino médio.

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Estudantes do Ensino Médio que participam do Projeto Conhecer podem receber bolsa de estudo e também ganhar premiações pela pesquisa apresentada

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Instituições universitárias de Viçosa oferecem oportunidades de pesquisa para estudantes interessados

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OUTROLHARNOVEMBRO DE 2014CIÊNCIA E TECNOLOGIA

REDES SOCIAIS ESTIMULAM SOLIDARIEDADEPor Laira Carnelós

Campanhas em prol de boas causas têm tido grande repercussão dentre as re-des sociais. Os usuários de

sites como o Facebook po-dem acompanhar e, melhor do que isso, fazer parte de diversas correntes do bem como o Desafio do Balde de Gelo. O objetivo central

do desafio é contribuir com doações para a ALS (Amyo-trophic Lateral Sclerosis) Association, organização sem fins lucrativos que ar-recada fundos para pesqui-

Internet se transforma em espaço de difusão de campanhas solidárias e provoca a participação de todos

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RELÓGIO ACESSA INFORMAÇÕES DO CELULARPor Mariana Diniz

A novidade que surgiu esse ano e que tem deixado os fissurados por tecnologia empolgados é o uso do siste-ma operacional em relógios. Eles são da categoria weara-ble — gadgets usados como acessórios pessoais, como óculos, relógios e pulseiras inteligentes.

- É difícil para a maioria das pessoas entenderam o quão inovador é. Fazemos confusão entre os tipos de co-nexão, e assim os lançamen-tos parecem banais - aponta Pablo Dutra, fã de tecnolo-gias.

Não é estranho, por exem-plo, usarmos o Bluetooth para conectarmos infor-mações entre dispositivos, sejam telefones, celulares, computadores, câmeras e consoles de videogames, mas ele é apenas uma frequência de radio de curto alcance.

Essa conexão é em nu-vem e permite acessar as informações do seu celular usando seu relógio. Segundo o site da Google desenvol-vedora do Android (sistema operacional mais usado no

mundo e que já tem o seu relógio inteligente à venda), é possível responder mensa-gens, e-mails, trocar a música que está tocando e até mes-mo atender chamadas. Tudo isso sincronizando seus apa-relhos, sendo possível assim acessar as informações de qualquer hora ou lugar.

A Apple também anun-ciou o lançamento do Apple

Watch para 2015, o relógio inteligente que servirá até como controle de câmera para iPhones. O produto foi lançado na semana de moda em Paris visando não só os tecnológicos, mas também sendo um produto do mundo fashion.

Alguns desses relógios são ativados por voz e mo-nitoram as atividades físicas

de quem usa. Muito futurista, certo? Mas o site EXAME cita seis razões para não comprar os relógios inteligentes. En-tre eles que seu smartphone é suficiente, a bateria dura pouco, a segunda geração desses aparelhos será mui-to melhor e são caros. Afi-nal o relógio não fará nada que o seu celular de última linha não é capaz de fazer, e

para ter um desses terá que desembolsar pelo menos R$700.

Gabriela Pinto, estudante, não vê tantas vantagens as-sim em possuir um relógio inteligente:

- É claro que fico curiosa e gostaria de ver um, mas se com o celular já ficamos pre-sos, imagina com um desses no seu pulso o tempo inteiro?

Sistemas operacionais são agora capazes de acessar relógios e futuramente se conectarão a diversos outros aparelhos

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sa e ajuda pacientes com es-clerose lateral amiotrófica. Por meio da postagem de vídeos na internet a causa ganhou força e rapidamente se espalhou pelo mundo. A corrente chamou a atenção de grandes celebridades, que continuavam o mo-vimento desafiando mais pessoas influentes, estimu-lando todos a não só aceitar o desafio do balde, como também a fazer a doação.

- O desafio se expandiu pelos clubes de Rugby do Brasil atingindo a nós. No meu caso fui desafiado por um jogador que treinei no Rio Grande do Sul e fiz o de-safio para honrar a minha mãe, que é doente de Câncer - conta Leandro Conde, trei-nador do UFV Rugby, time universitário de Viçosa.

Segundo comunicado divulgado pela ALS Asso-ciation, a campanha arreca-

dou US$ 15,6 milhões (R$ 38.215.320,00) em doações no período de 29 de julho a 18 de agosto deste ano.

Estudantes da Univer-sidade Federal de Viçosa fizeram campanha de um trote solidário e trouxeram o Cabelegria para a cidade no inicio desse ano. Esse projeto possui o objetivo central de arrecadação de cabelo para a confecção de perucas para as crianças com câncer. O movimento ganhou destaque princi-palmente após os doado-res postarem fotos com o novo look de cabelos curti-nhos em suas redes sociais.

Hoje são inúmeros os exemplos de práticas de boas ações nas redes so-ciais, desde a simples posta-gem de fotos com flagrantes de momentos de gentileza a campanhas de doações de sangue. De acordo com a maioria dos propósitos dessas correntes, a ideia central é exemplificar como boas ações são simples, rá-pidas, e até divertidas, ten-do um enorme potencial de transformar o cotidiano e a vida de algumas pessoas.

Nínive Andrade foi uma das participantes que se mobilizou a doar parte dos seus cabelos para a campanha Cabelegria em Viçosa

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OUTROLHARNOVEMBRO DE 2014VIDA E SAÚDE

Por Robson Filho

O uso excessivo e constan-te de bebidas alcóolicas pode acarretar diversos proble-mas, comprometendo o orga-nismo e causando danos irre-versíveis, conforme adverte o Ministério da Saúde. De acor-do com Leandro Wenceslau, médico especialista em pre-venção e professor do curso de Medicina da UFV, o álcool é fator de risco para algumas das principais doenças: hi-pertensão, diabetes, obesi-dade, infarto e AVC, além de câncer em diversos órgãos e cirrose. Leandro cita também os problemas psiquiátricos como dependência, depres-são, ansiedade, perda crônica de memória, graves sintomas causados pela abstinência e até a morte.

Os jovens ficam mais ex-postos a esses riscos quando começam a beber desde cedo. Para Leandro, o consumo precoce tem alto impacto no futuro, sendo associado ao perigo aumentado de depen-dência na fase adulta e de uso prejudicial de álcool por toda a vida. Ele conta que 25% das mortes de jovens são causa-

das pelo álcool e esta porcen-tagem não se restringe aos consumidores constantes e dependentes, mas também àqueles que bebem muito em um curto espaço de tempo, como em festas e nos finais de semana.

Mateus Lacerda (22) é estudante e consome bebida alcóolica desde os 16 anos. Ele conta que começou a be-ber por influência de amigos e para não ser excluído do grupo. Mateus diz que, atual-mente, bebe quatro vezes na semana e reconhece os peri-gos, mas ignora por ora:

– Tenho consciência, mas gosto dos riscos. Só me pre-ocupo com doenças a longo prazo, não por agora – decla-rou.

Essa situação se repete com vários outros jovens, principalmente os universi-tários. Uma pesquisa reali-zada em 2011 pela ANDIFES (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior) aponta que os universitários mineiros são os que mais consomem bebida alcóolica no Brasil. No ranking, Viçosa ocupa a terceira posição, com

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Por Laryssa Cristina

Relacionar-se com ou-tras pessoas é uma neces-sidade do ser humano. Na adolescência esse compor-tamento revela-se pela ne-cessidade de identificação e de aceitação que, segun-do o site da Folha, quando garantidas deixam marcas permanentes na personali-dade e podem influenciar a vida adulta. Independente-mente da forma como se dá, a amizade é determinante para a constituição do ser humano e para a sua boa saúde física e psicológica.

A partir do estudo di-vulgado pela revista carta capital, a vida em grupo possibilita o aumento da produtividade escolar, ma-nutenção da saúde mental e a imunidade a algumas doenças, principalmente as que aparecem na idade adulta. Além disso, dimi-nui as chances de obesida-de, aumenta a expectativa de vida, previne e ajuda a melhorar a depressão, au-xilia na regulação do sono, reduz o estresse e a ansie-dade, além de promover a autoconfiança.

A psicóloga Andreza Lo-pes Mota explica que todas as etapas de nossas vidas estão interligadas às rela-ções interpessoais como: o ambiente escolar, as tribos da adolescência, os colegas da faculdade, os relaciona-mentos amorosos, os gru-pos de terceira idade.

Ainda segundo a psicó-

loga, é na adolescência que essas relações crescem em importância, pois na puber-dade busca-se fora de casa outras referências para se formar como sujeito.

Com o advento das re-des sociais o contato físico diminui, afirma Andreza Mota:

– O ser humano preci-

sa do contato com o outro para viver bem. As redes na internet podem até facili-tar esses encontros se não se restringirem ao virtual. A fórmula para um conta-to saudável, seja virtual ou pessoal, é o equilíbrio.

Para um futuro produ-tivo, é essencial a manu-tenção das relações sociais

a porcentagem de 25% de es-tudantes que assumiram con-sumir periodicamente.

Isso se dá, sobretudo, pelo grande número de festas que acontecem semanalmente na cidade, além de estabeleci-mentos onde o público uni-versitário costuma se reunir.

De acordo com Miguel dos Santos, responsável por um

ÁLCOOL, PERIGO QUE VEM ENGARRAFADOConsumo exagerado e constante de bebidas álcoolicas coloca em risco a saúde dos jovens brasileiros

AMIZADE AJUDA FORMAÇÃO DA PERSONALIDADEativas. De acordo com a psi-cóloga Andreza, o estabele-cimento de relações pobres na infância e na adolescên-cia muitas vezes acarreta problemas profissionais, dificuldades de comporta-mento e perturbações nos âmbitos conjugal e sexual da vida adulta, prejudican-do a inclusão social.

Contato social traz momentos agradáveis, autoconfiança e diversos outros benefícios para uma vida mais saudável

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Laryssa Cristina

dos bares mais frequentados por estudantes, o consumo de bebida alcóolica é muito gran-de e, para atender a demanda, são compradas 20 caixas de cerveja por semana, mas res-salta que costumava ser mais.

A Secretaria Nacional de Políticas Públicas sobre Dro-gas aconselha que o álcool seja evitado, mas se o jovem

decidir consumir, que seja moderadamente, alternando água e comida durante o con-sumo para cortar os efeitos.

E Leandro Wenceslau complementa lembrando que se trata de uma droga que é lícita, mas uma droga, e seu uso deve ser pensado diante das consequências nocivas e, às vezes, até fatais.

Mesmo com consciência dos perigos do álcool, jovens ignoram e abusam na bebida

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POSTURA PARA FUTUROPor Jorge Oliveira

Todo mundo já sabe que vários dos problemas que teremos no futuro são con-sequência de atitudes que tomamos agora. Apesar dos jovens se acharem imunes a tudo, a sua “melhor idade” ainda chegará e, se não co-meçar a preparar-se agora, ela pode não ser tão saudá-vel. Um dos problemas mais comuns que afetam crianças e adolescentes é uma postu-ra incorreta da coluna.

Pesquisadores e cientis-tas exaltam que a postura para sentar, levantar, rea-lizar trabalhos na mesma posição por períodos mui-to longos ou ainda carregar mochila com excesso de peso são os principais res-ponsáveis por dores na co-luna. Passar horas em frente ao computador, por exem-plo, exige alguns cuidados para que não se tenha pro-blemas por um mau posicio-namento, tais como manter a coluna firme e ereta em um ângulo de 90 graus em relação aos quadris, com os pés ao chão, para que algu-mas partes do corpo fiquem menos sobrecarregadas que outras.

Ricardo Massarolli é mé-dico e alerta, ainda, que dor na coluna não é o único sin-toma de quem posiciona seu corpo de maneira incorreta. Uma dor de cabeça pode

ser gerada devido à tensão muscular no pescoço, além da grande possibilidade de isso acarretar má digestão, pois os órgãos que compõe o sistema digestivo se lo-calizam na caixa torácica e dependendo do posiciona-mento eles se comprimem, o que atrapalha muito a di-gestão.

Segundo a OMS (Orga-nização Mundial da Saúde), 85% da população mundial sofre ou irá sofrer com al-gum tipo de dor na coluna que na maioria dos casos pode ser evitada, por exem-plo, com tratamentos como a fisioterapia, técnicas de pilates e RPG. Estes previ-nem desconforto e corrigem erros de postura para que a dor não volte mais.

O reumatologista José Goldenberg afirma que, quem fica por um longo período sentado, deve ficar atento também aos joelhos e braços. Os joelhos devem estar posicionados um pou-co acima do nível do quadril e os braços devem ficar bem relaxados junto ao corpo. Recomenda-se também não estudar com postura incli-nada para frente. Se pos-sível, estude deitado, pois com o corpo todo ereto e o olhar voltado para cima o risco de futuras dores é re-duzido.

Por isso, mesmo que tais precauções pareçam dispensáveis no momento, fique atento, pois sua “me-lhor idade” pode estar co-meçando agora.

Postura incorreta pode causar futuro problema na coluna

PREVENIR PARA NÃO REMEDIARCâncer de mama tem 90% de chances de ser curado quando descoberto e tratado precocemente

Por Larissa Abreu

No início desse ano, após a atriz Angelina Jolie passar por uma cirurgia de retira-da dos seios foi comprova-do que a prevenção contra o câncer de mama aumen-tou. Apesar de ser curável, é o tipo de câncer que causa maior taxa de morte entre as brasileiras. De acordo com uma pesquisa cana-dense, o “efeito Jolie” am-pliou a consciência de mu-lheres que estão em grande risco. Angelina já tinha um histórico familiar e, embora a hereditariedade seja res-ponsável por apenas uma pequena parcela dos casos, a probabilidade de desen-volvimento do tumor são grandes.

As chances de cura são ainda maiores quando o diagnóstico é precoce. O au-toexame é crucial e é indi-

cado que seja feito uma vez por mês, todos os meses, sete dias após a primeira semana do período mens-trual.

A ginecologista e onco-logista Nelma Linhares, de João Monlevade, explica a importância da realização do exame que é “simples, com duração total de no máximo cinco minutos. Po-rém, para a precisão e con-fiabilidade, a mamografia é imprescindível. Assim é possível obter diagnósticos 10 anos antes de surgir um nódulo.”.

Marcela Dias (23) pas-sou por uma cirurgia de retirada do seio direito e conta:

– Foi complicado ter que me ver naquela situação, porque o seio quer dizer muito na questão de ser e se sentir mulher. Minha mãe era portadora da doen-

ça, e aos 42 anos veio a fale-cer. Mesmo sentindo medo do tratamento, procurei manter a consciência que o acompanhamento gineco-lógico era importante pra minha própria vida. Devo minha vida aos hábitos que adotei quando era mais jo-vem – relata.

Antes de tudo, é necessá-rio manter uma frequência regular com o seu médico ginecologista, como reforça Nelma:

– Procure se tocar e re-petir o exame sempre que possível, para que sua saú-de seja garantida. E, além disso, não se esqueça de que você não está sozinha. Use dessas informações para encorajar também as próximas!”.

Nota da redação - Nome fictício dado pelo jornal Ou-trOlhar por motivos pesso-ais da entrevistada.

OUTROLHARNOVEMBRO DE 2014VIDA E SAÚDE

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Por Weliton Pereira

Aos oito anos de ida-de, a estudante Thais Silva Lopes (16) descobriu que estava com Osteogênese Imperfeita, mais conhecida como “ossos de vidro”. Esta doença possui vários está-gios de agravamento e afe-ta principalmente os ossos, enfraquecendo-os e poden-do causar até fratura.

De acordo com o ortope-dista Luis Márcio Barbosa, a doença tem origem gené-tica e hereditária e, quando se manifesta de forma gra-ve, pode levar o portador à morte intrauterina (antes do nascimento). Ele acon-selha o tratamento precoce para evitar deformidades maiores no futuro, já que a doença não possui cura.

Thais afirma que o seu mundo caiu quando ficou sabendo da notícia, pois ela nunca tinha ouvido falar desse mal. Mesmo sentin-do algumas dores durante a infância, a família jamais imaginaria que poderia chegar a ser uma enfermi-dade de tal nível. Segundo ela, o diálogo familiar aju-dou a superar essa fase.

Aos nove anos, Thaís teve que fazer uma cirurgia na boca causada pela doen-ça, e com 13, teve um des-gaste na cabeça do fêmur,

precisando usar cadeira de rodas e muleta para sua re-cuperação.

Thaís conta que sofre alguns preconceitos por parte dos colegas até hoje, principalmente por causa da sua cadeira, que é dife-rente e adaptada por causa dos problemas que a jovem tem na coluna.

Em razão da doença ter altos e baixos, Thais às ve-zes tem que faltar às aulas. Neste ano teve que ficar internada duas vezes e, as-sim, se ausentar da escola. De acordo com ela, seus colegas questionam sobre isso.

Mesmo tendo sofrido com depressão por um tempo, lutando também contra a Artrite Reumatoi-de e vendo tantas barreiras à sua frente, a adolescente não se deixa vencer pelo medo ou baixa auto-estima. Ela enfatiza, sorrindo, que é feliz e pretende fazer o curso de medicina, atuando como Neurocirurgiã. Thais quer trabalhar na rede pú-blica de saúde para ajudar as pessoas que não têm condições de pagar uma operação ou tratamento mais caro:

– Quero ajudar as pesso-as a não passarem pelo que eu passei – finaliza a estu-dante.

Jorg

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“OSSOS DE VIDRO”: MAL DESCONHECIDO

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CULTURA

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CENTENÁRIO DE HERVÉ CORDOVILCidade prepara atividades para comemorar os 100 anos do artista que deixou sua marca em todo país

Por Mateus Dias

“Minha vida é andar por este país pra ver se um dia descanso feliz, guardando as recordações das terras onde passei, andando pelos sertões e dos amigos que lá deixei”. “Entrei na Rua Au-gusta a 120 por hora, botei a turma toda do passeio pra fora, fiz curva em duas ro-das sem usar a buzina, parei a quatro dedos da vitrina”. Estas são duas músicas das diversas que Hervé Cordovil compôs. Natural de Viçosa (MG), Hervé completaria 100 anos, em 2014.

O pianista, arranjador e compositor de sucessos da música brasileira viveu na cidade por três anos, já que em 1917 se mudou para Ma-nhuaçu (MG). Mas, foi quan-do morava no Rio de Janeiro (RJ) que seu talento para a música passou a ser nota-do, e aos 17 anos se tornou pianista e compositor da

Orquestra de Romeu Silva, na Radio Sociedade RJ.

Ao longo da carreira desenvolveu parcerias e compôs para filmes e pe-ças de teatro. Dentre seus intérpretes e parceiros de

composição, estão grandes nomes da música brasileira, como Noel Rosa, Aracy de Almeida, Isaura Garcia, Car-mélia Alves, Luiz Gonzaga e outros.

Em Viçosa, Hervé Cordo-

SE A ESCOLA DANÇA, EU TAMBÉM DANÇO!

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ina

Men

desPor Karina Mendes

Que praticar ativida-des físicas traz benefícios ao corpo e à mente, quase todos já sabem. Mas o que algumas escolas estão des-cobrindo agora é que a in-clusão da dança na rotina pode ser estimulante e con-tribuir na formação pessoal dos estudantes. A dança é um recurso de grande im-portância como atividade física, de consciência corpo-ral e de sociabilidade. Por envolver ritmos e músicas de estilos diferenciados, ela é responsável, ainda, por instigar o contato dos pra-ticantes com diversas cultu-ras de todo o mundo.

O Departamento de Ar-tes e Humanidades da UFV (Universidade Federal de Viçosa), onde funciona o Curso de Graduação em Dança, por meio de incen-tivo do Pibid (Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência), co-meçou a pôr em prática um projeto de ensino e trabalho com dança na Escola Esta-dual Madre Santa Face, em Viçosa (MG). Essa integra-ção entre os cursos da UFV e a cidade tende a ser bené-fica para ambos. Segundo Laura Pronsato, professora de Graduação em Dança da

Universidade, diversas es-colas procuram parcerias em busca da implementa-ção de projetos de dança em suas grades, porém o curso ainda não consegue dar conta da demanda, pela falta de alunos e pelo tempo que demora a preparação do projeto.

Marciley Ribeiro, aluno do 6º período de Dança, é um dos estagiários que atu-

am no colégio Madre Santa Face:

- Estamos trabalhando com alunos entre nove e dez anos, turmas de quarto e quinto ano do Ensino Fun-damental. Procuramos dar foco na dança de forma lú-dica, fazendo experimenta-ções e jogos. Já dá para per-ceber os impactos positivos nesses cinco encontros que tivemos - disse.

Marciley falou, ainda, so-bre os planos de dar conti-nuidade ao projeto:

- Passamos seis meses apenas no planejamento, vendo o melhor jeito de tra-balhar com a dança nas es-colas. Agora temos a previ-são de dar continuidade por mais dois anos, pelo menos.

E para quem ainda não tem a oportunidade de ter aulas de dança em sua es-

cola, ou para quem já é mais crescidinho, pode passar no Departamento de Artes e Humanidades da UFV e se informar sobre os cursos de extensão e as opções de au-las que são oferecidas. Lem-brando que alguns projetos, como o Forró Pé-de-Serra, são gratuitos e atendem a todos que desejam apren-der e praticar dança no seu tempo livre.

Alunos aproveitam momento de descontração e aprendizado proporcionado pelas aulas na Escola Estadual Madre Santa Face

vil dá seu nome a estação cultural desde 1996. O local abriga um pequeno auditó-rio, e uma sala do Ministé-rio do Trabalho. Antônio de Pádua (Pelé), funcionário há 23 anos da estação, conside-

ra o lugar como um espaço aberto a toda população, o que, segundo ele, possibili-ta o contato entre pessoas de todas as classes sociais. É onde “ocorrem ensaios de coral, teatro, do grupo Amigos da Viola, reunião de associações de bairro e eventos da UFV (Universi-dade Federal de Viçosa)”, completa.

Ciente da importância de Hervé, o historiador e advo-gado Vicente de Castro (59) integra uma comissão cria-da para homenagear o cen-tenário do músico. Segun-do ele, já se conseguiu uma estátua que será instalada na Praça Marechal Deodo-ro. Também estão colhendo assinaturas para mudar o nome desta Praça para Pra-ça Hervé Cordovil. As ativi-dades do ano centenário do músico viçosense visam va-lorizar suas obras e torná-lo mais conhecido entre seus conterrâneos. Composição de Hervé Cordovil, BiquÍni de Bolinha Amarelinha faz sucesso até hoje

OUTROLHARNOVEMBRO DE 2014

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TRAÇOS DA CAPOEIRA NO BRASIL Projeto na Escola Estadual Raul de Leoni ajuda melhorar desempenho dos alunos nas salas de aula

Por Jonathan Fagundes

A Capoeira conquista pessoas de todas as idades por sua característica es-portiva, mas você sabia que ela também possui traços culturais que ajudam a con-tar a história do Brasil? Ain-da em formação, no período colonial, negros de diferen-tes regiões da África vieram trabalhar no país, já que era preciso preencher as neces-sidades do sistema produ-tivo. Para se defender dos ataques causados por uma sociedade feita para bran-cos, surge o jogo. De acordo com o historiador Bruno Silva, “a incapacidade de se adaptar àquela sociedade resultava em vitimização ou censura”.

Cada detalhe no jogo é muito importante. Segundo a capoeirista Lídia Lopes, “a ginga dos movimentos, o balanço do braço, e a roda da dança precisam de sin-cronia e exatidão”. Além disso, a música é parte

fundamental, pois é utili-zada como instrumento de preservação da tradição. “A dança, atualmente, não se trata de uma competição entre os praticantes, mas

sim do domínio de si mes-mo e a integração com o grupo”, completa Lídia.

A arte traz para seus pra-ticantes benefícios como o respeito, a disciplina e o

Os alunos aprendem com o professor Ludimar a ginga e outros traços culturais da Capoeira

PROJETO ESTIMULA LEITURA NAS ESCOLAS

Por Guilherme Pimenta

Um dos pontos mais dis-cutidos na educação básica do Brasil, de acordo com o Portal Saraiva Educacional, é o índice de leitura dos jo-vens das escolas públicas. Em reportagem sobre o as-sunto, o site fez uma aborda-gem sobre os instrumentos que testam o nível dos alu-

nos do país, como a Prova Brasil, o Exame Nacional do Ensino Médio e o Programa Internacional de Avaliação de Alunos, onde foi revela-do que apenas 5% dos estu-dantes brasileiros têm “nível adequado” de interpretação. Estratégias são elaboradas pelos professores para fami-liarizar os estudantes com a leitura e escrita.

Programas como a Olim-píada Brasileira de Língua Portuguesa são canais que facilitam esse estímulo e possibilitam o reconheci-mento do estudante que de-seja adotar o hábito.

Na Escola Estadual Raul de Leoni, no bairro Santo Antônio, Viçosa, o método deu certo. A professora de português, Sueli das Graças

Pereira Costa, abraçou a ideia e promoveu a Olimpí-ada dentro do colégio. Seus alunos foram orientados a participar do projeto que trouxe vencedores para a instituição. Marina Viana (17) é uma delas. Aluna do terceiro ano do Ensino Mé-dio, ela escreveu um artigo opinativo que foi classifica-do na etapa municipal do concurso. Este ano, o tema pediu que os escritores abordassem sobre o lugar em que vivem e a estudante decidiu relacionar os pontos turísticos da cidade.

De acordo com a educa-dora, há 19 anos atuando na escola, essa é a primeira vez que trabalhos produzidos no Raul de Leoni são classi-ficados na competição. A sa-tisfação, segundo ela, é mui-to grande, porque envolveu tarefas realizadas em eta-pas. Primeiro, conhecer os formatos do texto. Depois, a pesquisa. Os alunos parti-ciparam desse processo de familiaridade com o gênero a partir de oficinas promo-vidas em sala.

O hábito de trabalhar a leitura e escrita é constante no colégio, que possui uma biblioteca para os estudan-tes e atividades literárias

bimestrais, com discussão sobre livros de autores va-riados. O acervo é voltado para as diferentes faixas etárias, atendendo a um público diversificado. A ins-tituição valoriza esse tipo de atividade, uma vez que conscientiza e prepara seus alunos para os principais vestibulares que pretendem se candidatar. É o caso de Marina que, neste ano, es-pera ingressar na carreira de Letras no curso oferecido pela Universidade Federal de Viçosa.

“O acervo é voltado para as diferentes fai-xas etárias, atendendo a um público diversifi-

cado.”

Segundo Sueli, existe uma diferença na produti-vidade dos alunos. Os que lêem mais, produzem mais. E é nesse aspecto que ela pretende trabalhar. Esse método de aprendizagem, quando dá certo, alimenta o senso crítico do jovem e contribui para sua formação intelectual, evidenciando um dos objetivos principais entre os profissionais da educação básica no país.

Sueli (à esquerda) e Marina (à direita) são vencedoras da etapa municipal da Olimpíada

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convívio em comunidade. Pensando nisso a Escola Estadual Raul de Leoni de-senvolve o projeto “Capo-eira na Escola”, que aten-de cerca de 150 crianças e

adolescentes, em parceria com o Ministério da Cultu-ra e o grupo Ginga Brasil. O professor de capoeira Ludi-mar Paulo Pereira, afirma que a capoeira trabalha a parte social da criança. “É dever do capoeirista seguir as normas que regem o jogo pautando sempre o respei-to, a disciplina e o bom con-vívio com o a comunidade”, declara ele.

A melhoria no ensino pode ser notada de perto. A diretora Míriam Apareci-da Tibúrcio Fialho, destaca o quanto o respeito com os professores e colegas de classe, além da atenção para o conteúdo aplicado em sala de aula tem melho-rado desde que o projeto foi adotado na escola. Para Ta-mara Lopes Evaristo, aluna do Raul de Leoni que atual-mente cursa o 2º ano do En-sino Fundamental, tem sido uma oportunidade “bem legal de brincar com os co-legas e praticar exercícios físicos”.

CULTURA OUTROLHARNOVEMBRO DE 2014

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OUTROLHARNOVEMBRO DE 2014ESPORTE

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LUTAS PODEM AJUDAR PESSOASPor Núbya Fontes

Como qualquer atividade física, as artes marciais pro-porcionam um grande bem--estar ao corpo do pratica-mente. Os anos finais da vida escolar e a transição de ado-lescente para adulto podem ser fatores estressantes para qualquer pessoa. Segundo o professor de luta e coorde-nador do projeto “Ajudô” Ar-lindo Paiva, fazer algum tipo de luta alivia o stress mais do que qualquer outro exercício.

Em Viçosa, os cinco tipos mais comuns de artes mar-ciais são o judô, o jiu-jitsu, o boxe, o MMA e o muay thai.

Essas lutas proporcionam o aumento da resistência mus-cular, o ganho de massa ma-gra, perda do percentual de gordura e aumento da pre-cisão, agilidade, equilíbrio:

- Tudo isso com se-rie de golpes ou movi-mentos como socar, chu-tar, proteger, derrubar e segurar - comenta Arlindo.

As aulas de luta desper-tam grande interesse em crianças e jovens. Bruno Henrique de Souza (9), que pratica o esporte de graça por meio do Ajudô, diz que já aprendeu vários golpes e que se diverte muito nas au-las. Bruno é aluno do projeto

desde junho, não perde uma aula e diz ainda que só “bate quando têm o professor”.

Além dos benefícios para o corpo, esses tipos de es-porte funcionam como ‘te-rapia’ e exercita o foco, a au-toconfiança, a capacidade de raciocínio e a disciplina, que são as virtudes exigidas den-tro de um ambiente de trei-no e que podem ser usadas na vida estudantil e pessoal. Paiva comenta que em sua academia valores como ‘res-peito dentro e fora do rin-gue’, ‘boas notas na escola’ e ‘bom comportamento nas ruas’ são quase que requi--sitos para assistir as aulas.

Fundado no ano 2000, e com nome de projeto Toriba na época, o Ajudô oferece desde então aulas de judô e jiu-jitsu a estu-dantes de 5 a 16 anos das escolas públicas de Viço-sa. Os alunos do projeto têm direito a aulas gra-tuitas com todo o suporte oferecido pela academia onde acontecem os trei-nos: kimonos (o traje usa-do nas lutas) e o material usado para exercício (cor-das, halteres, etc). Para se matricular no Ajudô ou obter mais informa-ções, basta procurar a academia na rua Virgílo Val, número 27 (último andar) ou a Secretária de Esportes na Prefeitu-ra Municipal de Viçosa.

Comprometimento e garra dentro e fora do tatame trazem benefícios para corpo e mente

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Modalidade é valorizada por atletas que com dedicação trazem títulos para ViçosaLABORATÓRIO DE PESO DA UFV

Por Ana Leão

O Centro de Treinamen-to de Levantamento de Peso da Universidade Fe-deral de Viçosa é um pro-jeto idealizado pelos pro-fessores do Departamento de Educação Física Pedro Melone e João Bousas, e está localizado na quadra da ASAV. O projeto que já teve como sede o pavilhão de ginastica da UFV conta com o apoio da Prefeitura Municipal de Viçosa e do Projeto Minas Olímpica e tem parceria com a Confe-deração Brasileira de Le-vantamento de Peso e com o Ministério de Esporte.

Aberto a toda comuni-dade viçosense, o Centro possui cerca de 30 alunos que são treinados por Mar-cos Vinicius Ramos e Carla de Freitas, treinadora au-xiliar do projeto há dois anos. Ela ressalta a im-portância do esporte para Viçosa, que tem grandes competidores na modali-dade e já conquistou uma

média de 45 medalhas em competições.

Os alunos do Centro de Levantamento de Peso que são das escolas públicas de Viçosa e possuem até 17 anos, estão também li-gados ao projeto “Bom de Bola, Bom de Nota”, que conta com o bom desem-penho dos atletas na esco-la para a permanência no esporte. Jean Souza, (15), aluno da Escola Santa Rita

de Cássia, ficou na terceira colocação do campeonato sul-americano de Levanta-mento de Peso:

- Estou no projeto tem três anos e o treinamento proporciona um bom con-dicionamento físico. Sem o centro eu não teria onde treinar, eu teria que sair pra outra cidade. E aqui es-tamos no projeto Bom de Bola, Bom de Nota e se não tiver boa nota não po-

demos treinar, não adianta ser um bom atleta e não es-tudar.

Além de promover com-petições internas, o Centro de Treinamento de Levan-tamento de Peso teve a oportunidade de partici-par das Olimpíadas e leva seus atletas para campeo-natos mineiros, brasileiros e sul-americanos, trazendo medalhas, troféus e reco-nhecimento para a cidade.

Adolescentes de escolas públicas que participam desse projeto devem ter boas notas

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Por Cleomar Marin

O esporte tem fundamen-talmente um caráter compe-titivo, seja ele amador ou pro-fissional. Ao ser inserida nas escolas, a prática esportiva da Educação Física traz consigo para a sala de aula – e para as quadras – a competividade entre os alunos e entre es-colas diferentes, no caso dos Jogos Escolares. Este tema é frequnte nos debates de educadores e pesquisadores ligados ao esporte e muito se discute sobre o papel das competições como parte da

formação de crianças e jovens. Você provavelmente co-

nhece os chamados Jogos Interclasses (o evento anual que sua escola deve orga-nizar para promover uma competição entre as turmas) e neles os estudos regulares dão lugar à atividade física e aos esportes. Porém, esse tipo de competição gera questionamentos acerca da sua função na educação.

Para a aluna Tássia Ban-deira (17) a rivalidade é importante para aumentar o interesse na competição, além de deixar a torcida mais animada e os atletas com mais vontade de jogar.

O que acontece é que a visão sobre esse tipo de com-petição deixa de ser a pro-moção de uma integração entre estudantes e passa a ter caráter de rivalidade acir-rada, que acaba exigindo dos jovens um comportamento similar ao de atletas. Há uma cobrança que se desenvolve no meio escolar que se torna o desejo de vitória, fazendo da rivalidade a protagonista do evento, o que pode reduzir a proposta de lazer original. Pode parecer clichê, mas o que importa no final das con-tas é que você aproveite o es-porte e as competições da sua escola para se divertir, priori-zando sempre o respeito com os colegas (ou oponentes).

COMPETIÇÕES AJUDAM NA

FORMAÇÃO DE ESTUDANTES

CONHEÇA O PROJETO AJUDÔ

“É muito bom ver como eles (alunos)

desenvolvem com a prática desse

esporte” - Arlindo Paiva.

“A visão sobre esse tipo de

competição deixa de ser a promoção de uma intregação entre estudantes e passa a ter caráter

de rivalidade acirrada”

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JOGO DE XADREZ ESTIMULA INTELIGÊNCIAPor Leonardo Gonçalves

Pode não parecer, mas xadrez é um esporte olím-pico e é disputado em cam-peonatos no mundo todo. No Brasil, os campeonatos nacionais ocorrem desde 1927 e o país possui gran-des enxadristas conheci-dos internacionalmente, como o gaúcho Henrique Mecking (conhecido como Mequinho), o porto-ale-grense Giovanne Vescosi e o maranhense Rafael Leitão.

O xadrez é um jogo de tabuleiro que exige capa-cidade de raciocínio, con-centração e elaboração de estratégia. Sua prática estimula essas caracte-rísticas e, como qualquer outra atividade esportiva, promove competividade e integração social. Mesmo a prática de xadrez tendo um baixo custo, o esporte ain-da é pouco popular no Bra-sil. A estudante do Coluni, Danielle Reis (17), acredita que a impopularidade do jogo se deve ao preconceito:

– Muitas vezes o jogo é tachado de chato por ser demorado e exigir muita atenção. Acredito que esse seja o grande obstáculo

para o jogo ser mais difun-dido, principalmente entre adolescentes – comenta.

No entanto, quem co-nhece e pratica o esporte garante que é uma ativi-dade bastante emocio-nante, como afirma o ex- atleta da equipe do LUVE

de xadrez, Lucas Gomes: – Requer, em cada movi-

mento, muito cuidado. Cada peça que se move pode ser o fim da partida, logo, o meu movimento é tão im-portante quanto o do meu adversário. Fazer com que ele caia na armadilha e ar-

quitetar o jogo todo requer muita disciplina, pois qual-quer ato impulsivo com-promete todo um plano.

Todo jogo de xadrez é diferente, não existem dois jogos iguais. Em Viçosa o esporte é ensinado como atividade extracurricular

e sendo mais incentivado em colégios particulares. O estudante de direito Elias Mam, que dá aulas de xa-drez no Colégio Anglo de Viçosa, garante que o jogo pode ser aprendido desde os cinco anos de idade e é um ótimo exercício mental:

– O xadrez melhora o raciocínio, paciência e foco. É um esporte para a inteli-gência. Os caras não vão para academia pra ficarem fortes? Então, já foi com-provado cientificamente que o xadrez aumenta a capacidade de raciocínio, ou seja, deixa mais inteli-gente – afirma o professor.

Elias também diz que o jogo tem boa aceitação entre os alunos do colégio e que ele planeja organi-zar campeonatos interes-colares. Como são poucas as escolas com a ativida-de, o professor pretende organizar incialmente disputas entre o Colégio Anglo e o Colégio Equipe. Posteriormente, tenta-rá difundir o esporte nas outras escolas de Viçosa, públicas e privadas, para que haja uma populariza-ção da atividade e as com-petições possam crescer. Jogar xadrez, além de diversão, é uma forma de exercitar o raciocínio e a concentração

OUTROLHARNOVEMBRO DE 2014ESPORTE

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Por Patrícia Freitas

Criado na Califórnia por surfistas nos anos 50, o ska-te não demorou muito para ganhar o Brasil e o mundo. Em Viçosa não é diferen-te. Apesar de não ser um esporte muito difundido e incentivado, pode-se encon-trar skatistas na cidade. Eles fundaram, em maio de 2009, a Associação Viçosense de Skate (AVS). Segundo Fábio Lopes (22), membro da AVS, o objetivo da Associação é realizar eventos que valori-zem a prática da modalida-de em Viçosa, como ocorreu no fim de setembro na AEV, mostrando a necessidade de um espaço com uma es-trutura que atenda as ne-cessidades dos atletas e que reúna skatistas da cidade e região.

Os skatistas e membros da AVS Isaac Barbosa (21) e Willliam Medeiros (21) co-mentam que, sem um lugar para treinar, eles acabam se reunindo nos domingos a noite no estacionamento do Bahamas para praticar. Nos fins de tarde durante a se-

mana também é comum ver no Calçadão jovens, ainda de uniforme após as aulas, com seus equipamentos. O local não é adequado para a práti-ca do esporte, mas por falta de um lugar apropriado, os skatistas acabam ignorando o fato de ser proibido.

Quanto ao estilo, os adeptos do skate não pos-suem um padrão definido. Segundo William, eles são bem alternativos, mas uma marca em suas vestimentas com certeza é o tênis. De acordo com Isaac, são fei-tos especialmente para essa prática e os modelos variam de acordo com a modalidade do esporte, mas no geral são mais resistentes e dão mais conforto ao atleta.

O interesse por essa mo-dalidade não tem data certa para aparecer, mas na maio-ria dos casos ele surge por influência de amigos e fami-liares. Ana Luisa (9) anda de skate desde os oito anos e conta que o interesse come-çou ao ver seu irmão mais velho. Ela também critica a falta de um lugar adequado em Viçosa para andar e diz

que, por falta de opção, anda no clube em que frequenta. Já os primos Pedro Lucas e Felipe, de apenas cinco anos, andam de skate des-de os três. Começaram por influência dos primos mais

velhos e já participam de pe-quenas competições.

Como todos os esportes, o skate, além de ser uma ati-vidade física, é uma forma de ocupação saudável e não incentiva hábitos como mau

comportamento e uso de drogas, afirma Willian. Ele ainda diz que essas práticas são associadas de forma er-rada aos skatistas e muitas vezes eles são até taxados como vândalos.

Campeonato de skate da AVS reúne atletas de toda a Zona da Mata e difunde o esporte

MAIS QUE DIVERSÃO, SKATE É ESPORTESkatistas da cidade reinvidicam pista para praticar e têm seus direitos defendidos pela Associação Viçosense

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RESERVA DO PARAÍSO É MAIOR DA REGIÃOEspaço de Mata Atlântica da cidade é fonte de lazer, relaxamento e conscientização para seus visitantes

Por João Negrelli

Bem pertinho do cen-tro de Viçosa, logo depois do Bar e Petiscaria Capelão, existe a maior reserva de Mata Atlântica da cidade: a Mata do Paraíso. Possui

grandes vistas e conta com uma grande variedade de espécies animais e vegetais. Seu estado de conservação é excelente, graças ao trabalho de grupos de estudos e de in-terpretação ambiental como o Geia Mata. São eles que

fazem o acompanhamento do visitante pelas trilhas do parque, que vão das mais simples às mais difíceis. Para os jovens e adultos mais dis-postos, a pedida é a Trilha do Aceiro: sendo a mais longa, é a que conta com o maior nú-

VEGANISMO BENEFICIA MEIO AMBIENTEPor Érick Coelho

Que carne é um item valorizado e cobiçado nos mais variados pratos e car-dápios mundo afora todo mundo já sabe. O grande problema é que o aumento da renda e poder aquisitivo global nas últimas décadas vêm elevando o consumo de derivados animais a ní-veis que o planeta pode não sustentar por muito tempo. É o que diz relatório do Programa das Nações Uni-das para o Meio Ambiente (UNEP, na sigla em inglês) divulgado no ano passado.

Muita gente não sabe, mas para produzir carne se utiliza tanto ou mais água, fertilizantes e solos férteis do que para alimentar di-retamente as pessoas. Para se ter uma ideia, um artigo da revista Research Re-view concluiu que a carne é o alimento com menor eficiência energética. Isso significa que para cada ca-loria que comemos, outras 35 calorias foram necessá-rias para produzir, que po-deriam ser utilizadas para alimentar diretamente hu-manos.

Outro estudo, da ONG Water Footprint, afirma que para produzir cada quilo de carne são utiliza-dos 14 mil litros de água. Além disso, boa parte da poluição do solo, das águas

e do ar (nesse caso, prin-cipalmente pelos gases emitidos na digestão de bovinos) tem origem na pecuária. Foi pensando nis-so que o relatório da UNEP concluiu que a pecuária não é uma forma sustentá-vel de produzir alimentos.

O veganismo é uma filo-sofia de vida que restringe o consumo de qualquer tipo de alimento derivado

de animal. De carne a ge-latina (sim, gelatina é feita de ossos e pele fervidos), passando por mel, ovos, alguns corantes, laticínios, etc. Algumas pessoas mais radicais chegam a não con-sumir remédios que são testados antes em animais e até mesmo a boicotar empresas que consideram explorar os animais de al-guma forma.

As justificativas são di-versas. Para a comerciante Márcia Amaral, vegetariana há 17 anos e dona de uma loja que vende produtos voltados para este público, a motivação são os direi-tos dos animais, mas ainda acredita que será um pas-so importante para o meio ambiente:

- Acho que quase 100% é isso. Desmatamento é por

causa do gado, o gado polui e por aí vai.

Para quem se preocupa com a saúde, o estudante de nutrição da UFV Pedro Carmel, vegano, garante:

- Não tem perda nenhu-ma, só benefícios. Tenho muito mais energia. Eu co-mecei a malhar só depois que me tornei vegano e muito do que obtive foi gra-ças a dieta”.

OUTROLHARNOVEMBRO DE 2014MEIO AMBIENTE

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mero de pontos de observa-ção do meio-ambiente.

A reserva é vinculada ao Laboratório de Conservação da Natureza, do Departa-mento de Engenharia Flo-restal (DEF) da Universida-de Federal de Viçosa. Para a conservação ambiental na região, a Mata do Paraíso exerce uma função central. Afinal, é nela que se encon-tra a nascente do córrego São Benedito, grande afluen-te da principal fonte de água para a cidade, o ribeirão São Bartolomeu. É esse seu pa-pel que mais entra em evi-dência, principalmente em época de seca.

Com cerca de 450 hec-tares, ela praticamente se criou sozinha. Apenas a falta de manejo de uma fa-zenda presente no local fez com que a vegetação nativa começasse a florescer livre-mente. Com a posterior en-trega aos cuidados do DEF, a área de proteção ambien-

tal se consolidou. Mas nem tudo é um mar de rosas. Se-gundo o engenheiro florestal Fábio Maia, que trabalha no Laboratório de Conserva-ção da Natureza, apesar da boa relação com os vizinhos, a Mata ainda é cercada de pastos e sofre com focos de incêndios criminosos. Em 2008, por exemplo, o Centro de Visitantes teve seu telha-do inteiramente queimado. O visitante, porém, pode fi-car despreocupado. Fábio lembra que a segurança é alta, já que as trilhas foram formadas tendo em mente a função de corta-fogo.

Para quem deseja visi-tar, é só ligar para o telefone 3899 3390 e agendar uma visita com Geraldo Magela, funcionário encarregado da reserva. A administração da Mata do Paraíso permite grupos supervisionados de até cinco pessoas, e pede que ligue com uma antecedência de três dias.

Pecuária não é forma sustentável para produção de alimentos, pois degrada o solo, consome muita água e polui o ar

A reserva ambiental localizada a 6km da cidade tem grande variedade de animais e vegetais

João

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