14

Pag 5 - Questões Controversas Sobre Créditos PIS e COFINS - Conceito de Insumo

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Pag 5 - Questões Controversas Sobre Créditos PIS e COFINS - Conceito de Insumo

Citation preview

  • QUESTES CONTROVERSAS SOBRE O DESCONTO DE

    CRDITOS DAS CONTRIBUIES PIS E COFINS -

    CONCEITO DE INSUMOS

  • 2013 Demarest Advogados www.demarest.com.br Todos os Direitos Reservados

    CRDITOS DE PIS E COFINS - PANORAMA LEGISLATIVO

    Constituio Federal: Estabelece que alguns setores tero incidncia no cumulativa

    (que permite a tomada de crdito), mas no detalha como deve ser calculado o

    crdito.

    Leis 10.637/2002 e 10.833/2003: Autorizam o creditamento sobre "insumos", sem

    definir o conceito de insumos para fins de aplicao das regras de creditamento.

    Instrues Normativas ns 247/2002 e 404/2004: Restringem o conceito de

    insumos.

  • 2013 Demarest Advogados www.demarest.com.br Todos os Direitos Reservados

    LEIS VERSUS INSTRUES NORMATIVAS

    Leis 10.637/2002 e 10.833/2003:

    Art. 3 Do valor apurado na forma do art. 2 a pessoa jurdica poder descontar

    crditos calculados em relao a: [...]

    II - bens e servios, utilizados como insumo na prestao de servios e na produo

    ou fabricao de bens ou produtos destinados venda, inclusive combustveis e

    lubrificantes, exceto em relao ao pagamento de que trata o art. 2o da Lei no 10.485,

    de 3 de julho de 2002, devido pelo fabricante ou importador, ao concessionrio, pela

    intermediao ou entrega dos veculos classificados nas posies 87.03 e 87.04 da TIPI;

  • 2013 Demarest Advogados www.demarest.com.br Todos os Direitos Reservados

    LEIS VERSUS INSTRUES NORMATIVAS

    IN SRF 247/2002 (art. 66) e 404/2004 (art. 8)

    [...] Entende-se como insumos:

    I - utilizados na fabricao ou produo de bens destinados venda:

    a) as matrias primas, os produtos intermedirios, o material de embalagem e quaisquer outros

    bens que sofram alteraes, tais como o desgaste, o dano ou a perda de propriedades fsicas ou

    qumicas, em funo da ao diretamente exercida sobre o produto em fabricao, desde que

    no estejam includas no ativo imobilizado;

    b) os servios prestados por pessoa jurdica domiciliada no Pas, aplicados ou consumidos na

    produo ou fabricao do produto;

    II - utilizados na prestao de servios:

    a) os bens aplicados ou consumidos na prestao de servios, desde que no estejam includos no

    ativo imobilizado; e

    b) os servios prestados por pessoa jurdica domiciliada no Pas, aplicados ou consumidos na

    prestao do servio.

  • 2013 Demarest Advogados www.demarest.com.br Todos os Direitos Reservados

    A EVOLUO DA JURISPRUDNCIA DO CARF

    Momento 1 Momento 2 Momento 3

    Interpretao Restritiva

    (Aproximao com o

    Conceito de Insumo da

    Legislao do IPI)

    Interpretao Extensiva

    (Aproximao com o

    Conceito de Insumo da

    Legislao do IRPJ)

    Interpretao "Meio Termo"

    (Critrios Prprios para

    Admisso de Dispndios

    como Insumos)

  • 2013 Demarest Advogados www.demarest.com.br Todos os Direitos Reservados

    POSIO DO CARF: INTERPRETAO RESTRITIVA (IPI)

    "PIS/PASEP. REGIME NO-CUMULATIVO. CRDITOS. GLOSA PARCIAL. O aproveitamento

    dos crditos do PIS no regime da no cumulatividade h que obedecer s condies

    especficas ditadas pelo artigo 3 da Lei n 10.637, de 2002, c/c o artigo 66 da IN

    SRF n 247, de 2002, com as alteraes da IN SRF n 358, de 2003. Incabveis, pois,

    crditos originados de gastos com seguros (incndio, vendaval etc.), material de

    segurana (culos, jalecos, protetores auriculares), materiais de uso geral (buchas para

    mquinas, cadeado, disjuntor, calo para prensa, catraca, correias, cotovelo, cruzetas,

    reator para lmpada), peas de reposio de mquinas, amortizao de despesas

    operacionais, conservao e limpeza, e manuteno predial. No caso do insumo "gua",

    cabvel a glosa pela ausncia de critrio fidedigno para a quantificao do valor

    efetivamente gasto na produo."

    (Acrdo CARF n 203-12469 - Julgamento em 17/10/2007)

  • 2013 Demarest Advogados www.demarest.com.br Todos os Direitos Reservados

    POSIO DO CARF: INTERPRETAO EXTENSIVA (IRPJ)

    de se concluir, portanto, que o termo insumo utilizado para o clculo do PIS e

    COFINS no cumulativos deve necessariamente compreender os custos e despesas

    operacionais da pessoa jurdica, na forma definida nos artigos 290 e 299 do RIR/99,

    e no se limitar apenas ao conceito trazido pelas Instrues Normativas n 247/02 e

    404/04 (embasadas exclusivamente na (inaplicvel) legislao do IPI).

    (Acrdo CARF n 3202-00.226 - Julgamento em 18/05/2011)

  • 2013 Demarest Advogados www.demarest.com.br Todos os Direitos Reservados

    POSIO DO CARF: "MEIO TERMO" (CRITRIOS PRPRIOS)

    "CONCEITO DE INSUMOS. DIREITO DE CRDITO. CRITRIOS PRPRIOS. O conceito de insumos no se

    confunde com aquele definido na legislao do IPI - restrito s matrias-primas, produtos intermedirios e

    materiais de embalagem aplicados diretamente na produo; por outro lado, tambm no qualquer bem

    ou servio adquirido pelo contribuinte que gera direito de crdito, nos moldes da legislao do IRPJ.

    Ambas as posies (restritiva/IPI e extensiva/IRPJ) so inaplicveis ao caso. Cada tributo tem sua

    materialidade prpria (aspecto material), as quais devem ser consideradas para efeito de

    aproveitamento do direito de crdito dos insumos: o IPI incide sobre o produto industrializado, logo, o

    insumo a ser creditado s pode ser aquele aplicado diretamente a esse produto; o IRPJ incide sobre o lucro

    (lucro = receitas - despesas), portanto, todas as despesas necessrias devem ser abatidas das receitas

    auferidas na apurao do resultado. No caso do PIS/Pasep e da COFINS, a partir dos enunciados prescritivos

    contidos nas Leis n 10.637/2002 e n 10.833/2003, devem ser construdos critrios prprios para a

    apurao da base de clculo das contribuies. As contribuies incidem sobre a receita da venda do

    produto ou da prestao de servios, portanto, o conceito de insumo deve abranger os custos de bens e

    servios, necessrios, essenciais e pertinentes, empregados no processo produtivo, imperativos na

    elaborao do produto final destinado venda, gerador das receitas tributveis."

    (Acrdo CARF n 3202-001.023 - Julgamento em 06/01/2014)

  • 2013 Demarest Advogados www.demarest.com.br Todos os Direitos Reservados

    POSIO DO CSRF: "MEIO TERMO" (CRITRIOS PRPRIOS)

    "COFINS. INDUMENTRIA. INSUMOS. DIREITO DE CRDITO. ART. 3 LEI 10.833/03.

    Os dispndios, denominados insumos, dedutveis da Cofins no cumulativa, so todos

    aqueles relacionados diretamente com a produo do contribuinte e que

    participem, afetem, o universo das receitas tributveis pela referida contribuio

    social. A indumentria imposta pelo prpria Poder Pblico na indstria de

    processamento de alimentos - exigncia sanitria que deve ser obrigatoriamente

    cumprida - insumo inerente produo da indstria avcola, e , portanto, pode ser

    abatida no cmputo do referido tributo. "

    (Acrdo CSRF n 9303-01.740- Julgamento em 09/11/2011)

  • 2013 Demarest Advogados www.demarest.com.br Todos os Direitos Reservados

    JUDICIRIO (SITUAO SIMILAR) - INTERPRETAO RESTRITIVA

    Ementa: TRIBUTRIO. SISTEMTICA NO-CUMULATIVA DO PIS E DA COFINS. CREDITAMENTO DE

    INSUMO. ARTS. 3 , II , DAS LEIS NS 10.637 /2002 E 10.833 /2003. ABRANGNCIA. 1. O art. 3

    , II , das Leis ns 10.637 /2002 e 10.833 /2003 permitem o aproveitamento de crditos de PIS

    e de COFINS calculados em relao aos "insumos" adquiridos pela pessoa jurdica, assim

    entendidos todos e quaisquer bens que se aglutinam no processo de transformao da

    qual resultar a mercadoria industrializada, diversa dos produtos que inicialmente foram

    empregados no processo. 2. invivel estender o alcance da expresso "insumo" de modo

    a permitir o aproveitamento, como crditos de PIS/COFINS, de despesas com marketing,

    representao comercial, consultoria, limpeza e vigilncia, que so meros custos

    despendidos no processo de industrializao e comercializao do produto fabricado.

    (TRF-4 - AC 2013 RS 2006.71.04.002013-2 - Data da deciso 9/12/2009)

    [Nota - Na fundamentao da deciso h embasamento de que a relao de crditos

    "taxativa" - art. 111, CTN.]

  • 2013 Demarest Advogados www.demarest.com.br Todos os Direitos Reservados

    JUDICIRIO (SITUAO SIMILAR) - INTERPRETAO "MEIO TERMO"

    Ementa: TRIBUTRIO. PIS. COFINS. REGIME NO CUMULATIVO. DISTINO. CONTEDO. LEIS N

    10.637/2002 E 10.833/2003, ART. 3, INCISO II. LISTA EXEMPLIFICATIVA. 1. A tcnica empregada para

    concretizar a no cumulatividade de PIS e COFINS se d por meio da apurao de uma srie de crditos

    pelo prprio contribuinte, para deduo do valor a ser recolhido a ttulo de PIS e de COFINS. 2. A

    coerncia de um sistema de no cumulatividade de tributo direto sobre a receita exige que se considere

    o universo de receitas e o universo de despesas necessrias para obt-las, considerados luz da

    finalidade de evitar sobreposio das contribuies e, portanto, de eventuais nus que a tal ttulo j

    tenham sido suportados pelas empresas com quem se contratou. 3. Tratando-se de tributo direto que

    incide sobre a totalidade das receitas auferidas pela empresa, digam ou no respeito atividade que

    constitui seu objeto social, os crditos devem ser apurados relativamente a todas as despesas

    realizadas junto a pessoas jurdicas sujeitas contribuio, necessrias obteno da receita. 4. O

    crdito, em matria de PIS e COFINS, no um crdito meramente fsico, que pressuponha, como no

    IPI, a integrao do insumo ao produto final ou seu uso ou exaurimento no processo produtivo. 5. O

    rol de despesas que enseja creditamento, nos termos do art. 3 das Leis 10.637/02 e 10.833/03,

    possui carter meramente exemplicativo. Restritivas so as vedaes expressamente estabelecidas por

    lei. 6. O art. 111 do CTN no se aplica no caso, porquanto no se trata de suspenso ou excluso do

    crdito tributrio, outorga de iseno ou dispensa do cumprimento de obrigaes tributrias acessrias.

    (TRF-4 - AC 0000007-25.2010.404.7200/SC - Deciso da deciso: 26/6/2012)

  • 2013 Demarest Advogados www.demarest.com.br Todos os Direitos Reservados

    DEMAREST ADVOGADOS

    ELOISA CURI

    [email protected]

    +55 (11) 3356-1806

    OBRIGADO!

    Este material tem por finalidade exclusivamente suportar a apresentao do Evento realizado em 18/03/2015, no

    devendo ser utilizado isoladamente para a tomada de decises. Aconselhamento legal especfico poder ser

    prestado por um de nossos advogados. Direitos autorais so reservados a Demarest Advogados.