13
Patologia se evita com qualificação de mão de Obra janeiro/2013 Patologia se evita com qualificação de mão de Obra Fernando José Teixeira de Almeida - [email protected] Pós-graduação em Avaliação e Perícia de Engenharia Instituto de Pós-graduação - IPOG Resumo Com a globalização da economia mundial, a abertura do mercado nacional, a priva- tização das estatais, a crise econômica que se instalou nos países em desenvolvimento e cada vez mais consumidores conscientes dos seus direitos,temos um cenário econômico agressivo e competitivo, somente as empresas preparadas poderão acompanhar estes novos padrões. Esse artigo objetivou avaliar a necessidade de treinamento e qualificação na construção civil,para tanto participaram 120 operários de uma obra na cidade de Cuiabá, Estado de Mato Grosso.Os instrumentos, foram respondidos no canteiro de obra no intervalo do almoço. Os resultados indicam que de acordo com a obra pesquisada neste trabalho acadêmico, os treinamentos oferecidos aos funcionários, promovem oportunidades para aplicação de programas de treinamentos baseados na educação a fim de qualificar,desenvolver seus funcionários, possibilitando maior entrosamento,mais confiança, auto estima e assim ter as pessoas preparadas para atender aos objetivos da empresa . Palavras-chave: Qualificação, Treinamento, Patologias,Construção Civil. 1-Introdução A problemática pesquisada foi: Como a empresa de construção civil pode qualificar seus operários, preparando essa mão de obra para lidar com as novas tecnologias melhorando assim a qualidade das obras, reduzindo o nível de acidentes que é elevado no setor, reduzindo também o desperdício de material, o acumulo de resíduos sólidos gerados e melhorar a qualidade de vida. A construção civil no Brasil,de um modo geral,encontra-se muito longe deste enfoque. No entanto,é importante salientar que o comportamento dos consumidores brasileiros está começando a mudar,determinados construtores já estão sentindo maior exigência quanto a qualidade exigida, durante a construção e no momento de entrega de imóveis. Tem sido um grande desafio para os estudiosos do setor de construção civil a tarefa de adaptar as teorias da qualidade para a realidade do setor construtivo do brasileiro,que possui características que dificultam sua transposição.Dentre estas características, Messeguer (1991) ressalta principalmente as seguintes:a construção é uma indústria de caráter nômade, cria produtos únicos e não produtos seriados;não é possível aplicar a produção em cadeia(produtos passando por operários fixos),mas sim, a produção centralizada(operários móveis em torno de um produtos fixos);é uma industria muito convencional, com grande inércia às alterações; utiliza mão de obra intensiva e pouco qualificada,sendo que o produto desses trabalhadores tem caráter eventual e suas possibilidades de promoção são escassas,o que gera baixa motivação no trabalho;a construção de maneira geral,realiza seus trabalhos sob intempéries;o produto é único ou quase único na vida do usuário;são empregadas especificações complexas quase sempre contraditórias e muitas vezes confusas;as responsabilidades são dispersas e pouco

Patologia se evita com qualificação de mão de Obraipoggo.com.br/uploads/arquivos/21a4fc64b7002dece90b288765e1115d.pdf · Patologia se evita com qualificação de mão de Obra janeiro/2013

  • Upload
    ngonhi

  • View
    216

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Patologia se evita com qualificação de mão de Obraipoggo.com.br/uploads/arquivos/21a4fc64b7002dece90b288765e1115d.pdf · Patologia se evita com qualificação de mão de Obra janeiro/2013

Patologia se evita com qualificação de mão de Obra janeiro/2013

Patologia se evita com qualificação de mão de Obra

Fernando José Teixeira de Almeida - [email protected]

Pós-graduação em Avaliação e Perícia de Engenharia

Instituto de Pós-graduação - IPOG

Resumo

Com a globalização da economia mundial, a abertura do mercado nacional, a priva-

tização das estatais, a crise econômica que se instalou nos países em desenvolvimento e

cada vez mais consumidores conscientes dos seus direitos,temos um cenário

econômico agressivo e competitivo, somente as empresas preparadas poderão

acompanhar estes novos padrões. Esse artigo objetivou avaliar a necessidade de

treinamento e qualificação na construção civil,para tanto participaram 120 operários de

uma obra na cidade de Cuiabá, Estado de Mato Grosso.Os instrumentos, foram

respondidos no canteiro de obra no intervalo do almoço. Os resultados indicam que de

acordo com a obra pesquisada neste trabalho acadêmico, os treinamentos oferecidos

aos funcionários, promovem oportunidades para aplicação de programas de

treinamentos baseados na educação a fim de qualificar,desenvolver seus funcionários,

possibilitando maior entrosamento,mais confiança, auto estima e assim ter as pessoas

preparadas para atender aos objetivos da empresa .

Palavras-chave: Qualificação, Treinamento, Patologias,Construção Civil.

1-Introdução

A problemática pesquisada foi: Como a empresa de construção civil pode qualificar

seus operários, preparando essa mão de obra para lidar com as novas tecnologias

melhorando assim a qualidade das obras, reduzindo o nível de acidentes que é elevado

no setor, reduzindo também o desperdício de material, o acumulo de resíduos sólidos

gerados e melhorar a qualidade de vida.

A construção civil no Brasil,de um modo geral,encontra-se muito longe deste enfoque.

No entanto,é importante salientar que o comportamento dos consumidores brasileiros

está começando a mudar,determinados construtores já estão sentindo maior exigência

quanto a qualidade exigida, durante a construção e no momento de entrega de imóveis.

Tem sido um grande desafio para os estudiosos do setor de construção civil a tarefa de

adaptar as teorias da qualidade para a realidade do setor construtivo do brasileiro,que

possui características que dificultam sua transposição.Dentre estas características,

Messeguer (1991) ressalta principalmente as seguintes:a construção é uma indústria de

caráter nômade, cria produtos únicos e não produtos seriados;não é possível aplicar a

produção em cadeia(produtos passando por operários fixos),mas sim, a produção

centralizada(operários móveis em torno de um produtos fixos);é uma industria muito

convencional, com grande inércia às alterações; utiliza mão de obra intensiva e pouco

qualificada,sendo que o produto desses trabalhadores tem caráter eventual e suas

possibilidades de promoção são escassas,o que gera baixa motivação no trabalho;a

construção de maneira geral,realiza seus trabalhos sob intempéries;o produto é único ou

quase único na vida do usuário;são empregadas especificações complexas quase sempre

contraditórias e muitas vezes confusas;as responsabilidades são dispersas e pouco

Page 2: Patologia se evita com qualificação de mão de Obraipoggo.com.br/uploads/arquivos/21a4fc64b7002dece90b288765e1115d.pdf · Patologia se evita com qualificação de mão de Obra janeiro/2013

Patologia se evita com qualificação de mão de Obra janeiro/2013 definidas;e o grau de precisão com que se trabalha na construção é, em geral,muito

menor do que em outras industrias, qualquer que seja o parâmetro que se

contemple:orçamento,prazo,resistência mecânica,etc.

Para Chiavenato (1996), as empresas são fundamentalmente constituídas de

inteligência, algo que apenas as pessoas possuem, e o capital somente será bem aplicado

quando for inteligentemente investido e administrado. Para tanto, a administração de

recursos humanos torna-se prioritária em relação à administração do capital ou a

qualquer outro recurso empresarial, como máquinas, equipamentos, instalações,

clientes, etc. As empresas bem sucedidas se deram conta disso e voltaram-se para seus

funcionários como os elementos alavancadores de resultados dentro da organização,

descobrindo que todo investimento em pessoas, quando bem feito, provoca retornos

garantidos à empresa. Chiavenato lembra que o investimento gradativo no

aperfeiçoamento e treinamento de pessoal é o principal desafio de Recursos Humanos

(RH). Todas as políticas de recursos humanos, inclusive as de treinamento, estão

subordinadas à filosofia empresarial e devem ser dotadas da necessária flexibilidade,

adaptando-se. Enquanto a filosofia da empresa é mais duradoura e estável, as políticas

de recursos humanos são mais mutáveis e dependem, dentre outros fatores, das reações

do mercado, da influência do Estado e das estabilidades política, econômica e social do

país. Estes e outros aspectos relacionados ao plano estratégico da empresa constituem

um quadro de referência para o levantamento e fixação de metas de recursos humanos,

particularmente, de treinamento e desenvolvimento de pessoal (CARVALHO &

NASCIMENTO, 1997).

Os principais objetivos do treinamento e desenvolvimento de pessoal refletem as

mudanças econômicas, tecnológicas e sociais do mercado onde a empresa atua,

exigindo a efetivação de planos de formação profissional que sejam flexíveis, dinâmicos

e atualizados (CARVALHO & NASCIMENTO, 1997).

Nota-se que o treinamento e a qualificação na construção civil tem melhorado bastante

a qualidade na construção civil de uma maneira geral.

Além disso, as recentes revisões têm documentado a existência de teorias relacionadas a

treinamento e muitas mais pesquisas especialmente nos últimos 10 anos. Hoje o

treinamento vem sendo utilizado pelas grandes empresas e também nas empresas de

médio porte com o objetivo de desenvolver pessoas, torná-las mais preparadas no que

diz respeito as novas habilidades quanto na ampliação daquelas já existentes, uma vez

que as pressões sócio-culturais, tecnológicas, econômicas e políticas direcionam as

organizações contemporâneas a se adaptarem às exigências que o mercado impõe,

focando mais intensamente seu capital humano.

Garay (1997) relata que existem diferenças significativas entre qualificação e treina-

mento. A primeira poderia ser definida com base no tempo de experiência do trabalha-

dor e é adquirida de forma individual ou coletiva, tendo em vista as exigências do posto

de trabalho; já a segunda seria um instrumento de conhecimento, favorecendo o saber

tanto teórico, quanto prático dos trabalhadores.

Como resumem Carvalho e Nascimento (1997), o treinamento é um processo que

auxilia o empregado a adquirir eficiência no seu trabalho presente ou futuro, através de

apropriados hábitos de pensamento, ação, habilidades, conhecimentos e atitudes. Para

Magalhães e Borges-Andrade (2001), o treinamento pode ser visto como um

instrumento administrativo de vital importância para o aumento da produtividade do

trabalho, e também como um fator de auto-satisfação do treinando, constituindo-se um

agente motivador comprovado. Todas as atividades realizadas para que o treinando

Page 3: Patologia se evita com qualificação de mão de Obraipoggo.com.br/uploads/arquivos/21a4fc64b7002dece90b288765e1115d.pdf · Patologia se evita com qualificação de mão de Obra janeiro/2013

Patologia se evita com qualificação de mão de Obra janeiro/2013 possa adquirir habilidade e desenvolvimento do conhecimento técnico, assim novas

atitudes.

Na construção civil encontramos classes de profissionais sem conhecimento específico

para desenvolver várias atividades no dia a dia; são colaboradores que não tiveram a

oportunidade de estudar, muitos vindos do meio rural e que aprenderam sua profissão

com o dia a dia do trabalho e muitas vezes aprenderam trabalhando lado a lado com

trabalhadores mais experientes, que em sua maioria não possuem conhecimento de todo

processo de trabalho, e muitas das vezes adquirindo novos e velhos hábitos que podem

vir a prejudicar a produtividade em geral.

Com tudo ainda são raras as empresas que destinam recursos para investirem na

qualificação dos seus funcionários entendendo a qualificação como um benefício

prestado ao ser humano a fim de capacitá-lo, prepará-lo melhorando sua qualidade de

vida e gerando mais resultados para a empresa.

“Apesar, do trabalhador ser alardeado como o recurso mais importante que as empresas

dispõem, em geral sua gestão é a que menos atenção e importância recebem, com os

administradores e empresários subestimando a necessidade de uma preparação

adequada para geri-lo” (LIMA, 1995).

Na indústria, em geral, os produtos são fabricados em grande quantidade, portanto,de

forma extremamente repetitiva e só então são comercializados, devendo corresponder à

expectativa do público, em termos de performance, operação, manutenção, durabilidade.

Na indústria da construção, é o inverso, a venda ocorre antes da fabricação, isto é, o

produto é comercializado, contratado e somente depois vem a fase de construção e

entrega do bem, sempre dentro de uma expectativa por parte do cliente. A capacitação e

o treinamento da mão de obra vem amenizar ou até eliminar esta expectativa.No caso da

indústria da construção, inúmeras pesquisas realizadas em obras que apresentaram

falhas construtivas identificaram erros não somente técnicos, mas também de caráter

humano.Segundo HELENE (1992), as origens das patologias estão assim distribuídas:

44% em projetos e planejamento, 28% na execução (mão de obra), 18% nos materiais e

10% na utilização (pós entrega).

PICCHI (1991) observa que o treinamento na construção é cronicamente deficiente e

pode prejudicar qualquer esforço de melhoria da qualidade. A qualificação de pessoal é

um mecanismo importante, tanto para a garantia da qualidade, quanto como mecanismo

de reconhecimento e formalização de carreira. Picchi sugere que o treinamento deva

abranger três aspectos: educação(alfabetização, orientações quanto à documentação e

direitos, campanhas de saúde, etc); treinamento para a produção (preparação para

desempenho de cargo específico); e treinamento para a qualidade(importância, política

da empresa, atividade de controle da qualidade que afetam suas atividades, etc).

Com todas estas incertezas existentes no mercado, e com a elevada taxa de juros

praticado pelo mercado financeiro, atualmente as empresas não podem alavancar os

seus recursos de capital por meio da ciranda financeira, o que era uma prática comum a

algum tempo atrás. Antes da estabilidade econômica as empresas buscavam o lucro

principalmente “por meio de ganhos imobiliários, lobbies e especulação financeira”

(VARGAS, 1992). Portanto, a busca das empresas por menores custos e maiores lucros

será proveniente de recursos investidos no setor produtivo da organização.

Como as empresas da construção civil, cada vez mais trabalham com a tecnologia, em

todas as suas dimensões, sempre buscando melhores serviços com custos mais baixos.

Page 4: Patologia se evita com qualificação de mão de Obraipoggo.com.br/uploads/arquivos/21a4fc64b7002dece90b288765e1115d.pdf · Patologia se evita com qualificação de mão de Obra janeiro/2013

Patologia se evita com qualificação de mão de Obra janeiro/2013 Para tanto é necessário uma mão de obra preparada, desenvolvida mais consciente do

seu trabalho.

Mas o quê são pessoas desenvolvidas? Pela definição de Caravantes (1993), são

indivíduos cônscios de que a realidade não está lá fora, esperando para ser descoberta,

mas que cada um é participante efetivo da realidade social, ainda que o caráter dessa

participação possa diferir de um indivíduo para outro. O importante é que cada pessoa

posicione-se como um ser pensante, auto-atualizante, ativo em relação a si mesmo e ao

mundo.

Existe então a necessidade de se investir na formação de profissionais habilitados,

capacitados, conscientizados e comprometidos com os objetivos de qualidade e

produtividade da organização e acima de tudo, que eles se sintam parte do todo, parte do

processo e parte da mudança.

Segundo Vargas (1996), a atual formação desse funcionário não é compatível com as

exigências do mercado, tornando-se imprescindível a conscientização dos empresários,

dirigentes e profissionais da construção civil para a necessidade da valorização e da

qualificação da mão-de-obra, bem como da melhoria das condições do ambiente de

trabalho.

“É indispensável também perceber que o ser humano é o grande elemento de

transformação. É ele que vai propiciar o diferencial competitivo. Se a empresa tem seres

humanos desenvolvidos, treinados, enfim, capacitados, é onde estará o seu diferencial

competitivo. O capital pode ser migrado, e a tecnologia pode ser adquirida, mas o

desenvolvimento do ser humano é o essencial” (SOUZA, 1995).

As construtoras deverão promover ações no sentido de melhorar sua organização, está

entendida como um conjunto de pessoas preparadas para desenvolver atividades tanto

na área financeira, tecnológicas, e nas áreas especificas da construção civil para atender

melhor e com qualidade as necessidades do mercado

A gestão da qualidade da obra como um todo é resultante do seu planejamento e

gerenciamento, da organização do canteiro de obra, das condições de higiene e

segurança do trabalho, da correta operacionalização dos processos administrativos em

seu interior, do controle de recebimento e armazenamento de materiais e equipamentos

e da qualidade da mão de obra na execução de cada serviço e os critérios de inspeção

desses serviços (SOUZA, 1998).

2-Metodologia

O tipo de pesquisa, a ser abordada para o treinamento e qualificação profissional dos

trabalhadores da construção civil procura colocar a disposição do acadêmico o

instrumento científico e metodológico básico. A abordagem é a pesquisa descritiva

qualitativa que observa, coleta e analisa os dados para interpretar e não deduzir.

Foram estudados nesta pesquisa 120 questionários respondidos pelos operários de uma

obra da construção civil na cidade de Cuiabá, Estado de Mato Grosso. Solicitou-se

aos operários que respondessem ao instrumento da forma mais sincera.

Neste relato estão sendo consideradas as questões do instrumento, que constava de 11

questões fechadas que foram construídas e pré testadas para fim deste levantamento

pelo autor desta pesquisa. O questionário foi dividido em três partes distintas, sendo a

primeira parte referentes aos dados pessoais,onde foi procurado traçar o perfil dos

trabalhadores tanto no aspecto social quanto no profissional,onde foi verificado sua

origem,grau de escolaridade e sua experiência profissional.

Page 5: Patologia se evita com qualificação de mão de Obraipoggo.com.br/uploads/arquivos/21a4fc64b7002dece90b288765e1115d.pdf · Patologia se evita com qualificação de mão de Obra janeiro/2013

Patologia se evita com qualificação de mão de Obra janeiro/2013 Na segunda parte tempo de empresa e terceira parte a situação social

3-Resultados Obtidos

A tabulação dos dados obtidos com a aplicação do questionário contribui para definir o

perfil do trabalhador da construção civil em uma obra de Cuiabá- MT e a necessidade

de treinamento e qualificação, apresentado e demonstrado graficamente a seguir:

O nível de escolaridade é baixo, com um total de 58 trabalhadores (49%) com o 1 grau

incompleto o que torna muitas vezes inviável o entendimento de muitos processos de

aprendizagem.

Fonte: Pesquisa realizada em agosto 2011

Baixo também é o acesso aos cursos profissionalizantes, 66 trabalhadores não os possuem

(55%). A grande maioria dos trabalhadores num total 112 (93%) começou sua carreira

profissional como ajudante, sem a opção de iniciar sua carreira com a indicação de um curso

profissionalizante.

Page 6: Patologia se evita com qualificação de mão de Obraipoggo.com.br/uploads/arquivos/21a4fc64b7002dece90b288765e1115d.pdf · Patologia se evita com qualificação de mão de Obra janeiro/2013

Patologia se evita com qualificação de mão de Obra janeiro/2013

Fonte: Pesquisa realizada em agosto 2011

Os trabalhadores casados são 59. Chama atenção o número de amigados 37, maior que os

solteiros com 24.

Fonte: Pesquisa realizada em agosto 201 2

Os trabalhadores da construção seguem a tendência das famílias brasileiras de 1 a 3 filhos.

Page 7: Patologia se evita com qualificação de mão de Obraipoggo.com.br/uploads/arquivos/21a4fc64b7002dece90b288765e1115d.pdf · Patologia se evita com qualificação de mão de Obra janeiro/2013

Patologia se evita com qualificação de mão de Obra janeiro/2013

Fonte: Pesquisa

realizada em agosto 2011

Observa-se participação dos 48 trabalhadores (40%) oriundos de outros estados, como

também 28 trabalhadores (23%) do interior do estado.

Fonte: Pesquisa realizada em agosto 2011

Dos 120 trabalhadores 74 possuem casa própria (62%).

Page 8: Patologia se evita com qualificação de mão de Obraipoggo.com.br/uploads/arquivos/21a4fc64b7002dece90b288765e1115d.pdf · Patologia se evita com qualificação de mão de Obra janeiro/2013

Patologia se evita com qualificação de mão de Obra janeiro/2013

Fonte: Pesquisa realizada em agosto 2011

O meio de transporte de 43 trabalhadores (36%) é a moto, e 37 (31%) sendo carro.

Fonte: Pesquisa realizada em agosto 2011

Page 9: Patologia se evita com qualificação de mão de Obraipoggo.com.br/uploads/arquivos/21a4fc64b7002dece90b288765e1115d.pdf · Patologia se evita com qualificação de mão de Obra janeiro/2013

Patologia se evita com qualificação de mão de Obra janeiro/2013 A importância de se capacitar, dentre os 120 trabalhadores, 118 trabalhadores responderam

que sim, com um resultado de aprovação de 99%.

Fonte: Pesquisa realizada em agosto 2011

A idade predominante dos trabalhadores é acima dos 46 anos, 37 trabalhadores (31%),

seguido de 29 trabalhadores com a faixa etária entre 26 a 30 anos (25%).

Page 10: Patologia se evita com qualificação de mão de Obraipoggo.com.br/uploads/arquivos/21a4fc64b7002dece90b288765e1115d.pdf · Patologia se evita com qualificação de mão de Obra janeiro/2013

Patologia se evita com qualificação de mão de Obra janeiro/2013

Fonte: Pesquisa realizada em agosto 2011

A mão de obra na construção civil sempre foi considerada rotativa, consideração comprovada

no gráfico de tempo na empresa (não obra). Os trabalhadores com até um ano de registro

somam 55 trabalhadores (46%).

Fonte: Pesquisa realizada em agosto 2011

4-Conclusões:

Como observado no gráfico “como você iniciou sua profissionalização’, verificado que

dos 120 trabalhadores, somente 8 trabalhadores iniciaram suas vidas profissionais por

intermédio de um curso profissionalizante.

Page 11: Patologia se evita com qualificação de mão de Obraipoggo.com.br/uploads/arquivos/21a4fc64b7002dece90b288765e1115d.pdf · Patologia se evita com qualificação de mão de Obra janeiro/2013

Patologia se evita com qualificação de mão de Obra janeiro/2013 A situação da mão de obra na construção civil hoje é decorrente deste aprendizado que

não segue nenhum procedimento de qualificação. Temos hoje no mercado de trabalho

profissionais carentes de conhecimento específico na área de sua atuação, com

dificuldade de leitura e interpretação de projetos quando necessário.

Profissionais que não sabem dar seqüência aos serviços executados na sua atividade

profissional e rotineira dentro da obra. Sem ter uma oportunidade de ter uma orientação

que o corrija no seu aprendizado, para melhorar a qualidade do serviço, como também

sua produtividade.

A baixa escolaridade influencia diretamente no aprendizado profissional, pois dos 120

trabalhadores, 58 possuem o 1º grau incompleto.

A construção civil, mais especificamente, nas obras multifamiliares são períodos

cíclicos com alternância no mercado imobiliário apresentando altas e baixas. Período

em alta, contratações e período em baixa, demissões. Conseqüentemente a mão de obra

utilizada na construção civil ela é muito rotativa e de período muito curto. Este processo

cria mais um componente que inibe a qualificação e treinamento dos trabalhadores da

construção civil por parte da iniciativa privada. No gráfico “tempo de empresa” os

trabalhadores registrados no período de 1 (hum) ano incluem 55 trabalhadores (46%).

A situação social dos trabalhadores da construção civil, num período curto de tempo,

melhorou significativamente, nos salários e em acesso aos bens de consumo e também

na aquisição da casa própria.

Nos gráficos ficam identificados estes ganhos sociais: No universo de 120

trabalhadores, 74 trabalhadores possuem casa própria (62%), com relação aos meios

próprios de condução, 43 trabalhadores possuem motos (36%) e 37 possuem carro

(31%).

Contudo, é através da institucionalização, regulamentação e ampliação de treinamentos

de mão-de-obra, com apoio de instituições de ensino e pesquisa para assessoramento

aos profissionais, que possibilitará a consciência da participação coletiva e a respon-

sabilidade da sociedade para com os trabalhadores.

As empresas podem, através de programas de educação/treinamento, proporcionar aos

trabalhadores atividades que permitam a qualificação e/ou a requalificação profissional,

a fim de que os mesmos adquiram competências e seus desenvolvimentos conjunturais

no trabalho.

Desta forma, programas de educação permanente para a qualificação de profissionais da

construção civil promovem benefícios à sociedade oferecendo as condições teóricas e

práticas para manutenção da qualidade tanto do trabalhador, quanto da obra em

construção, satisfazendo o cliente.

Propondo esta pesquisa com estes trabalhadores da construção civil, com grande

percentual de trabalhadores com baixa qualificação, semi analfabetos, com pouca

experiência principalmente em obras verticais, será muito difícil cumprir prazos,

diminuir desperdício, e trabalhar com visão prevencionista atendendo aos objetivos do

Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade no Habitat. Esses trabalhadores com

baixa qualificação deverão ser treinados a seguir procedimentos, a terem oportunidades

de questionar e serem instruídos a executar suas tarefas com segurança. Tendo como

resultados após a conclusão da obra, baixa ocorrência de patologia oriunda desta mão de

obra e não ocorrência de acidentes.

O custo real dos serviços tecnicamente corretos é a conseqüência direta da qualidade da

mão de obra.

Page 12: Patologia se evita com qualificação de mão de Obraipoggo.com.br/uploads/arquivos/21a4fc64b7002dece90b288765e1115d.pdf · Patologia se evita com qualificação de mão de Obra janeiro/2013

Patologia se evita com qualificação de mão de Obra janeiro/2013 A construção civil é um setor com grande potencial de evolução em relação a sua mão

de obra, principalmente se considerar, de maneira geral, seus baixos indicadores de

produtividade. Há uma evidente carência de pesquisas nesta área, agravada pela inércia

do setor, que possui uma dependência muito grande da existência de programas

públicos de fomento para o desenvolvimento de políticas que visam à qualificação dos

trabalhadores, principalmente os da construção civil.

Uma estratégia de mudança não deve ser como uma receita de bolo para mudar. Ela é

sempre o resultado de uma análise crítica da administração de uma construtora .Uma

criteriosa análise do contexto onde a organização sobrevive. Uma criteriosa análise

também do contexto onde o trabalho da organização acontece.

Desta forma, deve-se planejar novos programas de treinamento de profissionais da cons-

trução civil, considerando os fatores que influenciam na execução, eficiência e eficácia,

com os recursos existentes e sem gastos dispendiosos, reduzindo custos, minimizando

perdas de materiais e tempo, permitindo a formação de uma nova cultura na construção

civil.

5.Referências bibliográficas CARAVANTES, Geraldo R. Recursos Humanos Estratégicos para o 3º Milênio: Peak

PerformanceProgram & Programação Neurolingüística. Porto Alegre: CENEX/FACTEC/ AGE,

1993.

CARVALHO, Antônio Vieira de. Treinamento de Recursos Humanos. Editora Pioneira São

Paulo.1988. 251p.

CARVALHO, A. V. & Nascimento, L. P. (1997). Administração de Recursos Humanos

(Vol.1. São Paulo: Pioneira.

CHIAVENATO, I. (1996). Como transformar o RH (de um centro de despesa) em um

centro de lucro. São Paulo: Makron Books.

GARAY, A. B. S. (1997). As diferentes faces do processo de qualificação: Algumas

dimensões esquecidas. Revista de Administração, 32(3), 52-61. LIMA, Irê Silva, HEINECK, Luiz Fernando Malhmann. Uma metodologia para avaliação da

qualidade de vida no trabalho operário da construção civil. In: Gestão da qualidade e

produtividade na construção civil: Uma abordagem para empresas de pequeno porte. Porto

Alegre: Editor Carlos Torres Formoso, 1995.

LUCENA, Maria Diva da Salete. Planejamento de Recursos Humanos. Editora Atlas. São

Paulo.1995. 265p.

MACIAN, Lêda Massari. Treinamento e desenvolvimento de recursos humanos. São Paulo:

EPU,1987.

MAGALHAES, M. L. & BORGES-ANDRADE, J. E. (2001). Auto e hetero-avaliação

no diagnóstico de necessidades de treinamento. Estudos de Psicologia, 6(1), 33-50.

MESSENGER,A.G.Controle e garantia da qualidade na construção.São Paulo:

Sinduscon/Projeto,1991.

SALAS, E. & CANNON-BOWERS, J. A. (2001). The science os training: A decade on

progress. Annual Review of Psychology, 52, 471-499.

SOUZA, Roberto de. Querer é poder. Construção. São Paulo: n2449, 1995

SOUZA,R. Sistemas de Gestao da Qualidade para Empresas Construtoras São

Paulo;Pini,1998.

VARGAS, Nilton. Mudar para viver. Construção. São Paulo: n2336, nov. 1992.

_______. Tendências de mudança na indústria da construção. OBRA - Sinduscon SP. São

Paulo: n44, fev. 1993.

Page 13: Patologia se evita com qualificação de mão de Obraipoggo.com.br/uploads/arquivos/21a4fc64b7002dece90b288765e1115d.pdf · Patologia se evita com qualificação de mão de Obra janeiro/2013

Patologia se evita com qualificação de mão de Obra janeiro/2013 _______. Cultura para construir. Construção. São Paulo: n2521, jun. 1996.

VARGAS, Nilton, VARGAS, Darci. Construindo o saber: agente educacional. São Paulo:

Neolabor, SENAI Paraná. 1996.