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2013 Copyright. Curso Agora eu Passo - Todos os direitos reservados ao autor. BACEN Contabilidade Apostila Alexandre Américo

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BACEN Contabilidade

Apostila Alexandre Américo

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NOÇÕES INTRODUTÓRIAS: conceitos iniciais, terminologia contábil.

1. CONCEITO DE CONTABILIDADE

Contabilidade é a ciência que estuda e pratica as funções de orientação, controle e registro relativo aos atos e fatos da Administração Econômica (CONCEITO OFICIAL). A seguir, será detalhado o conceito supra para melhor entendimento!!!!!!!

Orientação – consiste em prestar informações aos usuários para a tomada de decisões. Controle – acompanhamento das definições adotadas pela organização. Registro – anotações através da simbologia do débito e do crédito das decisões de comprar, vender, pagar, emprestar etc. Atos – são acontecimentos que não afetam o patrimônio da organização; ex: aval, hipoteca, admissão de empregados etc. Fatos – são acontecimentos que afetam o patrimônio; ex: pagamentos, recebimentos, compras, vendas etc. Administração Econômica – entidade, azienda, empresa, sociedade.

Sociedades com fins lucrativos – sociedades civis e comerciais.

Sociedades civis – aquelas que prestam serviços com ou sem fins lucrativos. Exemplos: estabelecimento de ensino, clínicas, consultorias, diretorias acadêmicas etc. Quando tais entidades visam o lucro, não o fazem através do exercício do comércio, mas através da prestação de serviços. Em contrapartida, quando não almejam auferir lucro, são denominadas de Associações, cujos objetivos estão voltados para o fomento de determinada atividade intelectual, caritativa e filantrópica. O registro adequado, em razão do objeto civil, é o do registro civil de pessoas jurídicas, vinculado ao cartório de títulos e documentos.

Sociedades comerciais – são aquelas que praticam atos de comércio com fins lucrativos; ex: comprar e vender mercadorias, transformar matérias-primas em produtos acabados, negócios bancários etc. Possuem, portanto, objetivos econômicos. O ramo de atividade é o indicativo para distinguir uma sociedade comercial de uma sociedade civil. Seus documentos de constituição e alteração são arquivados na Junta Comercial (Órgão de Registro de Comércio).

Contabilidade é uma CIÊNCIA SOCIAL, portanto, não exata, que tem como objeto de estudo o patrimônio das entidades econômico-administrativos (aziendas), tendo por escopo controlá-lo, com a finalidade de fornecer informações úteis, fidedignas, precisas, oportunas, tempestivas, compreensíveis e comparáveis aos usuários da informação contábil, para que estes, subsidiados pelo Sistema de Informações Contábeis, tomem decisões as mais variadas possíveis. Objeto da Contabilidade PATRIMÔNIO DAS AZIENDAS

- Alexandre, mas não ficou tão claro o conceito de Aziendas? Seja mais objetivo!!!!

Tudo bem, vamos lá!!!!

Por Azienda entende-se toda entidade organizada passível de ter um patrimônio (bens, direitos e obrigações). Isso quer dizer que esse conceito é bastante amplo, contemplando pessoas jurídicas, com ou sem fins lucrativos, empresas informais, empresas públicas, pessoas físicas. Por exemplo, uma sucata, um hospital, uma sociedade cooperativa, uma organização governamental seriam exemplos de aziendas.

- Peraí, Alexandre, agora complicou foi tudo!! Uma sucata não tem patrimônio. Então não pode ser uma azienda. E não sendo uma azienda, a Contabilidade não se lhe aplicaria, é isso?

IMPORTANTE!!!!!!!!!!!!!!! A sociedade anônima sempre será uma sociedade comercial, independentemente de seus objetos.

(Art. 2º, § 1º, Lei 6.404/76)

TOME NOTA!

Aziendas é a denominação

genérica para as entidades com ou

sem fins lucrativos.

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A priori poder-se-ia imaginar que uma sucata não dispõe de um patrimônio. Não é bem assim, entretanto. Vejam que a referida entidade, a sucata, dispõe de bens de venda para comercialização (mercadorias → ativos). Se esses bens forem vendidos a prazo, com cheque pré-datado, por exemplo, tal operação provocará o surgimento de valores a receber contra terceiros (créditos, direitos → ativos). Ao conjunto de bens e direitos dá-se o nome de ativos. Falaremos disso oportunamente. Tenha calma!

Por outro lado, a sucata, administrada pelo Seu Zé Sucateiro, pode ter funcionários registrados em carteira, o que faz surgir débitos, valores a pagar daquela para com os seus empregados. Somando-se a isso, tem-se ainda as contribuições previdenciárias e trabalhistas a recolher, que também contemplam o conjunto das obrigações da entidade para com terceiros. Ao conjunto das obrigações exigíveis de uma entidade para com terceiros dá-se o nome de passivo exigível.

Moral da história: uma sucata realmente é uma azienda, pois dispõe de uma patrimônio (bens + direitos + obrigações) submetido à gestão humana. Resumindo:

Objetivo correta apresentação do patrimônio, apresentação e análise das causas de sua mutação.

Finalidade fornecer aos usuários o máximo de informações sobre aspectos de natureza econômica, financeira e física do patrimônio e suas mutações para facilitar as tomadas de decisões. Em síntese, presta informações sobre a composição do patrimônio de uma entidade e de suas variações.

Segundo conceito da lavra de Hilário Franco:

“Contabilidade é a ciência que estuda, controla e interpreta os fatos ocorridos no patrimônio das entidades, mediante o

registro, a demonstração expositiva e a revelação desses fatos com o fim de oferecer informações sobre a composição do patrimônio, suas variações e o resultado econômico da entidade”

2. ATRIBUTOS DA INFORMAÇÃO CONTÁBIL

Conforme já exposto, a Contabilidade presta informações aos diversos tipos de usuários. Tais informações são classificadas em quantitativas e qualitativas, as quais podem ser expressas tanto em termos físicos quanto monetários.

Por aspecto qualitativo do patrimônio, entende-se a natureza dos elementos que o compõem. A delimitação qualitativa desce, em verdade, até o grau de particularização que permita a perfeita compreensão do componente patrimonial.

O atributo quantitativo refere-se à expressão dos componentes patrimoniais em valores. As informações contábeis se revestem dos seguintes atributos:

ü CONFIABILIDADE: a informação fornecida precisa estar respaldada na veracidade, completeza e pertinência para que o usuário a aceite e a utilize como referência para tomar suas decisões;

PATRIMÔNIO

ASPECTO QUALITATIVO COMPONENTES

ASPECTO QUANTITATIVO EXPRESSÃO MONETÁRIA

CONTABILIDADE (ciência)

OBJETO (matéria)

FINALIDADE (fim)

OBJETIVO (meio)

CONTROLAR O PATRIMÔNIO PATRIMÔNIO FORNECER INFORMAÇÕES

Azienda = patrimônio + gestão humana

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ü TEMPESTIVIDADE: a informação deve chegar ao usuário em tempo oportuno, hábil. Essa qualidade da informação contábil tem estrita relação com o princípio da oportunidade, que será visto na ocasião oportuna!!

ü COMPREENSIBILIDADE: a informação deve ser exposta na forma mais compreensível possível ao usuário a que se destine.

ü COMPARABILIDADE: as informações geradas pelo Sistema de Informação Contábil precisam ser padronizadas, possibilitando ao usuário o conhecimento da evolução entre determinada informação ao longo do tempo, numa mesma entidade ou entre diversas entidades pertencentes a um mesmo setor econômico ou de setores econômicos diferenciados.

3. USUÁRIOS DAS INFORMAÇÕES CONTÁBEIS De algum modo, todos nós somos usuários da informação contábil. Alguns possuem interesse direto por estarem ligados à administração de uma empresa (são os usuários internos), ao passo que outros possuem interesse indireto como os acionistas minoritários, os investidores, os empregados ou mesmo o fisco (são os usuários externos)

INTERNOS: sócios, administradores, empregados. Os acionistas, sócios ou proprietários demonstram interesse na informação contábil com a finalidade de saber a rentabilidade e a segurança do seu investimento. Os administradores da empresa com a finalidade de tomada de decisões.

EXTERNOS: bancos, governo, investidores e público em geral. Os credores de uma forma geral (bancos, fornecedores, etc.) com a finalidade de avaliar a segurança do retorno dos recursos aplicados na empresa. Os órgãos do governo (federal, estadual e municipal) com a finalidade de verificar a tributação das empresas.

4. CAMPO DE APLICAÇÃO (Campo de Atuação, Amplitude da Ciência Contábil)

O campo de atuação ou campo de aplicação da Contabilidade é de extensa amplitude, contemplando todas as entidades que possuem um patrimônio a ser controlado, sejam físicas ou jurídicas, de fins lucrativos ou não, ou seja, a contabilidade se aplica às aziendas, que são chamadas também de entidades econômico-administrativas. Azienda pode ser considerado como um ente qualquer (com personalidade ou não) possuidor de um patrimônio.

Entidades econômico-administrativas são as entidades que reúnem pessoas, patrimônio, ação administrativa e finalidade estabelecida.

5. FUNÇÕES DA CONTABILIDADE

FUNÇÃO ADMNISTRATIVA: Controlar o patrimônio da entidade, tanto sob o aspecto estático quanto sob o aspecto dinâmico.

ESTÁTICA PATRIMONIAL DINÂMICA PATRIMONIAL

FUNÇÃO ECONÔMICA: Apurar o resultado (redito), isto é, apurar o lucro ou prejuízo da entidade.

RECEITA > DESPESA = LUCRO RECEITA < DESPESA = PREJUÍZO RECEITA = DESPESA = RESULTADO NULO

6. TÉCNICAS CONTÁBEIS

Escrituração (Art. 177, Lei nº 6.404/76): registro dos fatos que envolvem o patrimônio em livros próprios (livros de escrituração).

Demonstrações Contábeis ou Demonstrações Financeiras: quadros técnicos que evidenciam a situação patrimonial, financeira ou econômica da entidade.

Ø Art. 176, Lei 6.404/76 (nova redação dada pela Lei 11.638/07) e normas da CVM (Comissão de Valores Mobiliários):

· Balanço Patrimonial (BP) → EVIDENCIA A ESTÁTICA PATRIMONIAL;

Fazer o balanço (posição em dado momento)

Controlar suas mutações qualitativas e quantitativas (DRE)

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· Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA) ou, se companhia aberta, por exigência da CVM, Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL);

· Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) → EVIDENCIA A SITUAÇÃO ECONÔMICA DA ENTIDADE, A DINÂMICA PATRIMONIAL;

· Demonstração dos Fluxos de Caixa, EXCETO no caso de companhia fechada com patrimônio líquido, na data do balanço, inferior a R$ 2 milhões;

· Demonstração do Valor Adicionado, SE companhia ABERTA

As Cias. Abertas, portanto, são obrigadas, por exigência da CVM – Comissão de Valores Mobiliários, a elaborar a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL), a qual dispensará a elaboração isolada da DLPA, pois é incluída na DMPL.

MUITO CUIDADO para a seguinte afirmativa numa questão de prova: “Nas Cias. que negociam suas ações em bolsas de

valores ou em mercado de Balcão, a DLPA será substituída pela DMPL” A AFIRMATIVA SUPRA ESTÁ ERRADA!!!!!!!!

IMPORTANTE: A DMPL – Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido – é uma demonstração contábil obrigatória para as empresas de capital aberto não por força da lei societária (Lei 6.404/76), e, sim, por exigência da CVM – Comissão de Valores Mobiliários (Instrução CVM nº 59 de 22/12/1986). Logo, sob o prisma estritamente da lei societária, o referido demonstrativo contábil é facultativo; sob a ótica da CVM, o mesmo é obrigatório para as sociedades anônimas de capital aberto, ou seja, aquelas que transacionam ações em bolsas de valores!!!

Juntamente com as demonstrações, as companhias devem complementá-las com NOTAS EXPLICATIVAS, as quais tem por objetivo esclarecer alguns detalhes não explicitados nas demonstrações.

INFORMAÇÃO CAPCIOSA

Auditoria: consiste no exame e verificação dos registros e das Demonstrações Contábeis. Visa à verificação da

De acordo com o item 10 CPC 26 – Apresentação das Demonstrações Contábeis, O CONJUNTO

COMPLETO DE DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS inclui: a) Balanço Patrimonial ao final do período => BP; b) Demonstração do Resultado do período => DRE; c) Demonstração do Resultado Abrangente do período => DRA; d) Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido do período => DMPL; e) Demonstração dos Fluxos de Caixa do período => DFC; f) notas explicativas, compreendendo um resumo das políticas contábeis significativas e outras informações elucidativas; g) Balanço Patrimonial do início do período mais antigo, comparativamente apresentado, quando a entidade aplica uma política contábil retrospectivamente ou procede à reapresentação retrospectiva de itens das demonstrações contábeis, ou ainda quando procede á reclassificação de itens de suas demonstrações contábeis; e h) Demonstração do Valor Adicionado do período, se exigido legalmente ou por algum órgão regulador ou mesmo se apresentada voluntariamente => DVA. A Demonstração do Resultado Abrangente pode ser apresentada em quadro demonstrativo próprio dentro das Mutações do Patrimônio Líquido. A entidade deve apresentar com igualdade todas as demonstrações contábeis que façam parte do conjunto completo de demonstrações contábeis. A Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) apesar de não ser obrigatória pela Lei n.º 6.404/76, passa a fazer parte do conjunto completo de demonstrações contábeis por força da Resolução CFC n.º 1.185/09. Reconhecendo a importância da DMPL, a Lei n.º 6.404/76 mencionou-a no § 2º do artigo 186: “A Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados deverá indicar o montante do dividendo por ação do capital social e PODERÁ ser incluída na Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, se elaborada e publicada pela companhia”.

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fidelidade das informações contábeis, detectando erros ou fraudes e, por fim, emitindo um parecer ou relatório sobre as informações fornecidas pelo sistema contábil e controles internos da entidade auditada.

Análise das Demonstrações Contábeis (Análise de Balanços ou Análise das Demonstrações Financeiras): permite conhecer a situação econômica e financeira da entidade, bem como do seu desempenho operacional, através da interpretação, decomposição e comparação das DC’s, por meio de índices e quocientes calculados a partir de itens extraídos das mesmas. Mediante a análise dos mesmos, é possível se conhecer a capacidade de crédito, de solvência, as tendências de expansão, a rentabilidade e lucratividade de uma empresa e compará-las com entidades do mesmo setor ou de setores heterogêneos.

Demonstrações financeiras obrigatórias (FUNDAMENTAÇÃO LEGAL) O art. 176 da Lei das S/A, que dispõe sobre as demonstrações financeiras obrigatórias, foi objeto de alteração pela Lei 11.638, de 2007 e pela MP 449/08. A seguir, para fins de esclarecimento, encontra-se reproduzido o referido artigo com a nova redação introduzida pela Lei 11.638, de 2007 e pela MP 449/08:

Demonstrações Financeiras Disposições Gerais

Art. 176. Ao fim de cada exercício social, a diretoria fará elaborar, com base na escrituração mercantil da companhia, as seguintes demonstrações financeiras, que deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da companhia e as mutações ocorridas no exercício:

I - balanço patrimonial; II - demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados; III - demonstração do resultado do exercício; e IV - demonstração das origens e aplicações de recursos. IV – demonstração dos fluxos de caixa; e (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007) V – se companhia aberta, demonstração do valor adicionado. (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007)

§ 1º As demonstrações de cada exercício serão publicadas com a indicação dos valores correspondentes das demonstrações do exercício anterior.

§ 2º Nas demonstrações, as contas semelhantes poderão ser agrupadas; os pequenos saldos poderão ser agregados, desde que

indicada a sua natureza e não ultrapassem 0,1 (um décimo) do valor do respectivo grupo de contas; mas é vedada a utilização de designações genéricas, como "diversas contas" ou "contas-correntes".

§ 3º As demonstrações financeiras registrarão a destinação dos lucros segundo a proposta dos órgãos da administração, no

pressuposto de sua aprovação pela assembléia-geral.

§ 4º As demonstrações serão complementadas por notas explicativas e outros quadros analíticos ou demonstrações contábeis necessários para esclarecimento da situação patrimonial e dos resultados do exercício.

§ 5o As notas explicativas devem: (Redação dada pela Medida Provisória nº 449, de 2008)

I - apresentar informações sobre a base de preparação das demonstrações financeiras e das práticas contábeis específicas

selecionadas e aplicadas para negócios e eventos significativos; (Incluído pela Medida Provisória nº 449, de 2008)

II - divulgar as informações exigidas pelas práticas contábeis adotadas no Brasil que não estejam apresentadas em nenhuma outra parte das demonstrações financeiras; (Incluído pela Medida Provisória nº 449, de 2008)

III - fornecer informações adicionais não indicadas nas próprias demonstrações financeiras e consideradas necessárias para

uma apresentação adequada; e (Incluído pela Medida Provisória nº 449, de 2008)

IV - indicar: (Incluído pela Medida Provisória nº 449, de 2008)

a) os principais critérios de avaliação dos elementos patrimoniais, especialmente estoques, dos cálculos de depreciação, amortização e exaustão, de constituição de provisões para encargos ou riscos, e dos ajustes para atender a perdas prováveis na realização de elementos do ativo; (Incluído pela Medida Provisória nº 449, de 2008)

b) os investimentos em outras sociedades, quando relevantes (art. 247, parágrafo único); (Incluído pela Medida Provisória nº

449, de 2008)

c) o aumento de valor de elementos do ativo resultante de novas avaliações (art. 182, § 3o); (Incluído pela Medida Provisória nº 449, de 2008)

d) os ônus reais constituídos sobre elementos do ativo, as garantias prestadas a terceiros e outras responsabilidades eventuais ou

contingentes; (Incluído pela Medida Provisória nº 449, de 2008)

e) a taxa de juros, as datas de vencimento e as garantias das obrigações a longo prazo; (Incluído pela Medida Provisória nº 449, de 2008)

INFORMAÇÃO CAPCIOSA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

A Auditoria e a Análise de Balanços, a par de serem técnicas contábeis são, também, especializações ou ramos da Contabilidade.

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f) o número, espécies e classes das ações do capital social; (Incluído pela Medida Provisória nº 449, de 2008)

g) as opções de compra de ações outorgadas e exercidas no exercício; (Incluído pela Medida Provisória nº 449, de 2008)

h) os ajustes de exercícios anteriores (art. 186, § 1o); e (Incluído pela Medida Provisória nº 449, de 2008)

i) os eventos subseqüentes à data de encerramento do exercício que tenham, ou possam vir a ter, efeito relevante sobre a situação financeira e os resultados futuros da companhia. (Incluído pela Medida Provisória nº 449, de 2008)

§ 6o A companhia fechada com patrimônio líquido, na data do balanço, inferior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais) não

será obrigada à elaboração e publicação da demonstração dos fluxos de caixa. (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007)

§ 7o A Comissão de Valores Mobiliários poderá, a seu critério, disciplinar de forma diversa o registro de que trata o § 3o deste artigo. (Incluído pela Medida Provisória nº 449, de 2008)

A nova redação dada ao art. 176 da Lei das S/A, pela Lei 11.638, de 2007, resultou em duas sensíveis mudanças, a seguir

apresentadas e comentadas.

Ao estudarmos o conteúdo do art. 188 (também alterado pela Lei 11.638, de 2007), analisaremos com maiores detalhes a estrutura dessas demonstrações.

7. O PATRIMÔNIO 7.1. CONCEITO

O patrimônio, segundo a nossa concepção pessoal, representa “bens de família”, “herança”, ou “riqueza”. Para a Contabilidade, entretanto, o patrimônio possui uma conotação de maior amplitude, representando o conjunto de bens, direitos e obrigações. Conforme já visto, uma das principais finalidades da Contabilidade é fornecer informações úteis aos seus usuários e demais pessoas que possam ter algum interesse na situação econômico-financeira da entidade. Para que isto seja possível, é necessário que registremos todos os fatos que alterem a movimentação do patrimônio (bens, direitos e obrigações) de uma entidade, quer qualitativa ou quantitativamente. As alterações do patrimônio ocorrem em conseqüência de operações comerciais próprias das empresas como as compras, as vendas, os pagamentos, os recebimentos, os investimentos, a formação de capital social etc.

A Contabilidade possui regramento pela Lei n° 6.404/1976 (Lei das S.A.), pelo Código Civil, por Resoluções do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), pela Comissão de Valores Mobiliários e por outras entidades dependendo do ramo de atuação ou de sua atividade. Com pertinência sobre o assunto patrimônio, exercendo sua competência normativa, o CFC, por meio da RESOLUÇÃO CFC no 774/94, estabelece:

“1.2. O Patrimônio, objeto da Contabilidade O objeto delimita o campo de abrangência de uma ciência, tanto nas ciências formais quanto nas factuais, das quais fazem parte as ciências sociais. Na Contabilidade, o objeto é sempre o PATRIMÔNIO de uma Entidade, definido como um conjunto de bens, direitos e de obrigações para com terceiros, pertencente a uma pessoa física, a um conjunto de pessoas, como ocorre nas sociedades informais, ou a uma sociedade ou instituição de qualquer natureza, independentemente da sua finalidade, que pode, ou não, incluir o lucro. O essencial é que o patrimônio disponha de autonomia em relação aos demais patrimônios existentes, o que significa que a Entidade dele pode dispor livremente, claro que nos limites estabelecidos pela ordem jurídica e, sob certo aspecto, da racionalidade econômica e administrativa. O Patrimônio também é objeto de outras ciências sociais – por exemplo, da Economia, da Administração e do Direito – que, entretanto, o estudam sob ângulos diversos daquele da Contabilidade, que o estuda nos seus aspectos quantitativos e qualitativos. A Contabilidade busca, primordialmente, apreender, no sentido mais amplo possível, e entender as mutações sofridas pelo Patrimônio, tendo em mira, muitas vezes, uma visão prospectiva de possíveis variações. As mutações tanto podem decorrer da ação do homem quanto, embora quase sempre secundariamente, dos efeitos da natureza sobre o Patrimônio.

Por aspecto qualitativo do patrimônio entende-se a natureza dos elementos que o compõem, como dinheiro, valores a receber ou a pagar expressos em moeda, máquinas, estoques de materiais ou de mercadorias etc. A delimitação qualitativa desce, em verdade, até o grau de particularização que permita a perfeita compreensão do componente patrimonial. Assim, quando falamos em “máquinas”, ainda estamos a empregar um substantivo coletivo, cuja expressão poderá ser de muita utilidade, em determinadas análises. Mas a Contabilidade, quando aplicada a um patrimônio particular, não se limitará às “máquinas” como categoria, mas se ocupará de cada máquina em particular, na sua condição do componente patrimonial, de forma que não possa ser confundida com qualquer outra máquina, mesmo de tipo idêntico.

(1) A DOAR – Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos – deixou de ser obrigatória e, em seu lugar, passou a ser exigida a Demonstração dos Fluxos de Caixa – DFC. Saliente-se que companhias fechadas com PL inferior a dois milhões de reais ficaram desobrigadas de elaborar e publicar a DFC. (2) Foi introduzida a obrigatoriedade de apresentação da Demonstração de Valor Adicionado para AS CIAs ABERTAS.

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O atributo quantitativo refere-se à expressão dos componentes patrimoniais em valores, o que demanda que a Contabilidade assuma posição sobre o que seja “Valor”, porquanto os conceitos sobre a matéria são extremamente variados. Do Patrimônio deriva o conceito de Patrimônio Líquido, mediante a equação considerada como básica na Contabilidade:(Bens + Direitos) – (Obrigações) = Patrimônio Líquido Quando o resultado da equação é negativo, convenciona-se denominá-lo de “Passivo a Descoberto”. O Patrimônio Líquido não é uma dívida da Entidade para com seus sócios ou acionistas, pois estes não emprestam recursos para que ela possa ter vida própria, mas, sim, os entregam, para que com eles forme o Patrimônio da Entidade. O conhecimento que a Contabilidade tem do seu objeto está em constante desenvolvimento, como, aliás, ocorre nas demais ciências em relação aos respectivos objetos. Por esta razão, deve-se aceitar como natural o fato da existência de possíveis componentes do patrimônio cuja apreensão ou avaliação se apresenta difícil ou inviável em determinado momento.”

Analisando detalhadamente alguns pontos do ato normativo, verifica-se que o patrimônio das entidades é autônomo em relação aos demais patrimônios, isto é, o patrimônio da entidade não pode ser confundido com o patrimônio de seus sócios ou acionistas, podendo a entidade dispor dele livremente, em face de possuir personalidade jurídica própria e distinta da personalidade de seus instituidores. À Contabilidade interessa estudar o patrimônio sob dois prismas: o aspecto qualitativo e o quantitativo. Entende-se por aspecto qualitativo a natureza de seus elementos, como dinheiro em caixa, valores a receber e valores a pagar expressos monetariamente (moeda), máquinas, estoques de materiais ou mercadorias, participações societárias etc. Já o aspecto quantitativo quer dizer a expressão monetária dos componentes patrimoniais, isto é, os valores em dinheiro. É de salientar que o aspecto monetário não é exatamente objetivo, pois a valoração depende de empresa para empresa, isto é, pode um determinado bem ser considerado completamente obsoleto a determinada empresa e ser de extrema utilidade para outra, quando para esta ultima terá valor econômico superior ao da primeira. Para as empresas, cuja finalidade é a obtenção de resultado econômico positivo, o interesse do aspecto valorativo ou monetário se sobrepõe ao aspecto qualitativo. Para estas, os bens servem de meio à consecução dos objetivos sociais na produção de resultados, quer diretamente, quer por meio de investimentos em outras empresas, quando então produzirão resultados acessórios. Assim, se determinada empresa vender mercadorias ao preço de custo, ela apenas trocou mercadorias por dinheiro e houve tão somente uma variação qualitativa no Patrimônio. Porém, se houver uma venda de mercadorias com lucro ou prejuízo, então a variação terá sido qualitativa e quantitativa, pois trocou bens de venda por dinheiro ou direitos com ágio ou volta.

Diante do exposto, estamos aptos a apresentar uma definição completa do Patrimônio, qual seja:

Um aspecto interessante que pode ser extraído dessa definição de patrimônio diz respeito às partes que o compõem, ou

seja, os bens e direitos de um lado e as obrigações de outro. Por enquanto, podemos estabelecer que o patrimônio envolve uma parte “positiva” (representado pelos bens e direitos) e outra “negativa” (representado pelas obrigações). Denota-se que o patrimônio, aqui para a contabilidade, possui significado diverso daquele atribuído por outras ciências, abarcando, além dos bens também os direitos e as obrigações. Assim, é de bom alvitre que se tenha cautela quando se emitir algum comentário sobre a grandeza patrimonial de determinada pessoa, pois, ela pode possuir muitos bens como carros, imóveis, máquinas e dinheiro em banco (parte positiva do patrimônio), mas estes bens podem estar comprometidos por dívidas (parte negativa do patrimônio) a serem pagas a terceiros. Analisando o patrimônio sob esse prisma (parte positiva e parte negativa), somos forçados a estabelecer uma equação, qual seja:

+ → representam elementos positivos do patrimônio

representam elementos negativos ← -

Riqueza da entidade O Patrimônio Líquido recebe, ainda, as designações de Situação líquida, Capital Próprio ou Riqueza Própria, estas duas

últimas designações derivadas da autonomia patrimonial onde a expressão própria possui a conotação da empresa ou entidade.

7.2. ESTRUTURA PATRIMONIAL (COMPONENTES) E A REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DO PATRIMÔNIO (CONFIGURAÇÃO PATRIMONIAL)

PATRIMÔNIO = Bens / Direitos / Obrigações

“BENS + DIREITOS” – “OBRIGAÇÕES”(com terceiros) = PATRIMÔNIO LÍQUIDO.

PATRIMÔNIO É o conjunto de BENS, DIREITOS E OBRIGAÇÕES vinculadas a uma determinada entidade, com ou

sem fins lucrativos, utilizados na consecução de seus objetivos.

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Bens + Direitos Obrigações com terceiros

ATIVO PASSIVO PROPRIAMENTE DITO

OU OU

PATRIMÔNIO BRUTO CAPITAL ALHEIO

OU OU

CAPITAL APLICADO CAPITAL DE TERCEIROS OU OU

RECURSOS APLICADOS PASSIVO EXIGÍVEL

OU OU

APLICAÇÕES DE RECURSOS RECURSOS DE TERCEIROS

OU PASSIVO REAL

PL = ATIVO – PASSIVO EXIGÍVEL

Bens + Direitos Parte Positiva Ativo

Obrigações com terceiros Parte Negativa Passivo Exigível

7.2.1. COMPOSIÇÃO DO PATRIMÔNIO

BENS qualquer coisa que satisfaz as necessidades das pessoas e que pode ser avaliado economicamente, ou seja, quantificados monetariamente. Classificação dos bens

1. Bens Tangíveis, Materiais, Concretos ou Corpóreos: possuem existência material (física). Exemplo: Móveis e Utensílios, Veículos (móveis), Animais de reprodução, Terrenos (imóveis), dinheiro em espécie, em conta corrente bancária, equipamentos, instalações elétricas e hidráulicas, ferramentas, mercadorias;

2. Bens Intangíveis, Imateriais, Abstratos ou Incorpóreos: existência abstrata, imaterial, mas podem ser traduzidos em moeda. Representam aplicação de capital, cujo valor reside em direitos de propriedade que são conferidos aos seus possuidores. Exemplo: Marcas e Patentes da empresa, Fundo de Comércio, Benfeitorias em imóveis de terceiros, direitos autorais, ponto comercial, programas de computador, propriedade científica e literária, concessões obtidas, ações ou quotas do capital de empresas etc. - Fundo de Comércio, Alexandre? Que é isso mesmo???????

-

O Ativo corresponde à parte positiva demonstrando as aplicações ou usos de recursos em bens e direitos, que foram entregues ao patrimônio pelos proprietários ou por terceiros (fornecedores de bens e serviços). Relaciona, pois, os bens e direitos da entidade e os seus devedores.

O Passivo propriamente dito ou passivo exigível corresponde à parte negativa, demonstrando as origens ou fontes de recursos obtidos pelo patrimônio junto a terceiros para serem aplicadas no ativo, na forma de bens e direitos. Relaciona, pois, as obrigações exigíveis (débitos do patrimônio) e os credores do patrimônio. Mostra, portanto, os financiamentos que originaram aplicações.

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3. Do ponto de vista contábil, podemos identificar os bens como:

3.1. Bens de Venda: mercadorias, estoques de matérias-primas, produtos em elaboração e acabados (prontos); 3.2. Bens de Uso (Fixos): são os meios (bens) necessários ao exercício da atividade (prédios, veículos, móveis,

salas, imóveis destinados às instalações do estabelecimento industrial) que ao serem baixados por venda, uso, desuso, perecimento, sinistro, serão indicados como despesa.

3.3. Bens de Consumo: representam despesas (quando consumidos ou forem usufruídos seus benefícios) geradas para se obter receitas, que:

· ao serem pagas as despesas, provocam saída de dinheiro (caixa) e, · caso não sejam pagas, geram valores a pagar (obrigações, dívidas).

3.4. Bens de Renda: adquiridos com a finalidade de produzir renda para a empresa, que não são destinados à manutenção das atividades dessa. Exemplo: participações societárias de caráter permanente (sem a intenção de venda) ou temporário (com intenção de venda), aplicações financeiras de natureza não imediata, imóveis para aluguel, obras de arte, terrenos não utilizados pela empresa.

DIREITOS (Créditos) São todos os créditos (valores a receber ou a recuperar) de uma empresa contra terceiros, decorrente de uma operação de a prazo. Representam bens do patrimônio em poder do devedor (pessoa que comprou).

Exemplo: Duplicatas a receber, Adiantamentos a fornecedores, Impostos a recuperar.

OBRIGAÇÕES são todos os débitos (valores a pagar) de empresa com terceiros. São as dívidas do patrimônio, seus débitos. Representam bens do credor (pessoa que vendeu/emprestou) em poder do patrimônio. Exemplos: Duplicatas a Pagar, Impostos a recolher, Adiantamentos a clientes, Empréstimos bancários, Provisão para IR, Provisão p/ contingências.

PATRIMÔNIO LÍQUIDO · Riqueza própria de uma empresa, representando a GRANDEZA PATRIMONIAL. · É a parte positiva que pertence aos proprietários da entidade. COMPOSIÇÃO

Segundo o art. 178, § 2º, alínea “d” da Lei nº 6.404/76, com a redação da Lei nº 11.638/76, o Patrimônio Líquido será composto por:

1- Capital Social (deduzido da parcela a integralizar ou a realizar) 2- Reservas de Capital; 3- + ou (-) Ajustes de Avaliação Patrimonial (incluído pela Lei nº 11.638/07) 4- reservas de lucros;

5- (-) Ações em Tesouraria ou Quotas Liberadas(*); 6- (-) Prejuízos Acumulados

Fundo de Comércio é o que uma empresa tem de valor acima do seu Patrimônio Líquido avaliado a preço de mercado. Como você já está careca de saber, imagine eu, o Patrimônio Líquido de uma empresa é a diferença entre seus Ativos e seus Passivos. Esse Patrimônio Líquido, porém, está sempre expresso “em termos contábeis”, ou seja, depende diretamente dos valores contabilizados para cada Ativo e para cada Passivo. Representa, então, o goodwill, ou seja, aquilo que um Patrimônio Líquido consegue ter de valor, se negociada a empresa como um todo, acima do que seria obtido com a negociação de cada Ativo, individualmente, a preços de mercado. Para elucidar melhor o conceito, vou criar um exemplo hipotético. Lembram-se da sucata??? Pois bem, o Sr. Zé Sucateiro, proprietário da mesma resolveu se desfazer do negócio (pois sua idade estava “enferrujada”). Vendeu a empresa (azienda) de que é proprietário por R$ 100.000,00 (um valor bem considerável para uma sucata, não acham?). Os Ativos da sucata estavam avaliados por R$ 150.000,00. As suas dívidas para com terceiros perfaziam uma monta de R$ 80.000,00. Logo a riqueza patrimonial da entidade (Patrimônio Líquido) é de R$ 70.000,00 (Ativo – Passivo Exigível). Como a sucata do Sr. Zé Sucateiro é localizado em um ponto estratégico da cidade, em que circulam potenciais compradores de peças de veículos, existiria uma gama de compradores interessados em pagar um valor acima do valor patrimonial da empresa, que é de R$ 70.000,00. Esse valor a mais (uma espécie de ágio) pago pelo comprador, R$ 30.000,00, corresponderia ao Fundo de Comércio, aos bens incorpóreos relacionados ao estabelecimento, como por exemplo, o ponto comercial. Ou seja, a diferença entre o valor negociado e o Patrimônio Líquido, de R$ 70.000,00, seria o goodwill.

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Conforme explicaremos com maiores detalhes adiante, apesar de figurar na coluna da direita do gráfico patrimonial, o

Patrimônio Líquido não pertence ao Passivo. O Patrimônio Líquido corresponde aos investimentos efetuados pelos proprietários e não pode ser entendido como uma

dívida da entidade para com os sócios.

Isso se deve ao fato de os sócios (quotistas, se sociedade LTDA; acionista, se S/A) apenas entregarem recursos para entidade, o que não significa um empréstimo feito pela empresa aos mesmos. Tais recursos são entregues para se formar o patrimônio da entidade. Portanto, o PL não representa dívida da empresa!!!!!!!!

Abaixo, fizemos uma representação gráfica para melhor entendimento.

Ø COMPONENTES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO (PL)

PARTES POSITIVAS:

o Capital Social : total de ações subscritas na constituição de uma sociedade anônima ou de quotas subscritas na constituição de uma sociedade limitada.

o Reservas de capital e Reservas de lucros : são valores acumulados no PL para uso posterior. o Lucros Acumulados: lucros retidos, sobra do lucro líquido após sua distribuição (*) o Ajustes de Avaliação Patrimonial (SE saldo credor)

NOTA (*): A Lei nº 11.638/07 eliminou do balanço a conta Lucros Acumulados. ENTRETANTO, isso não quer

dizer que ela deixou de existir. Continuará existindo para receber o lucro líquido do exercício, apurado na DRE, para de lá ser destinado, na DLPA, para aumentar o capital social, distribuição dos dividendos e constituição das reservas de lucros.

PARTES NEGATIVAS:

O Prejuízos Acumulados: se a empresa ao invés de lucro, tiver prejuízo, este entrará no PL diminuindo-o. Despesas > Receitas.

O Ajustes de Avaliação Patrimonial (SE saldo devedor) o Ações em Tesouraria: é utilizada quando a empresa adquire suas próprias ações e as mantém em tesouraria,

com o fim de venda futura. Exceção ao art. 30 da Lei 6.404/76. o Capital a Realizar (ou Capital a Integralizar): corresponde às ações subscritas e não realizadas pelos

acionistas, ou seja, valor do capital que não foi colocado à disposição da empresa. É a dívida do acionista diante da própria sociedade, conseqüentemente representa um direito da empresa em relação aos sócios. Deve figurar no PL como conta retificadora. (Art. 182, Lei 6.404/76).

ATIVO PASSIVO + PL

Bens Direitos

Obrigações Patrimônio Líquido

INFORMAÇÃO CAPCIOSÍSSIMA!!!!!!!!!!!!!!!!!! O Patrimônio Líquido pode ser chamado de PASSIVO FICTÍCIO, já que figura na coluna do Passivo, mas não

é Passivo propriamente dito (Passivo Exigível).

OBS: (*) No caso específico das Sociedades Limitadas, podemos encontrar a conta QUOTAS LIBERADAS, também retificadora do Patrimônio Líquido. As contas que apresentam o sinal (-) à sua esquerda são chamadas de contas retificadoras (O CESPE/UNB, em concurso anterior, já as chamou de contas subtrativas, terminologia não encontrada em nenhum livro de graduação!!!!!). Falaremos dessas contas adiante, mas quero elencar, até aqui, as contas retificadoras do PL, para que você já crie um laço de intimidade com elas!!! Segue-as:

· CAPITAL A REALIZAR – é a parcela que ainda não foi transferida para a empresa. · AJUSTES DE AVALIAÇÃO PATRIMONIAL – desde que o saldo dessa conta seja devedor. · PREJUÍZO ACUMULADO – Ocorre quando o total das Despesas é maior do que as Receitas. · AÇÕES EM TESOURARIA – Representa as operações onde as Sociedades Anônimas adquirem ações de sua própria

emissão. · QUOTAS LIBERADAS – Representa as operações onde as Sociedades Limitadas adquirem parte ou totalidade de

quotas que lhes foram destinadas. Entretanto, com a edição do novo código civil, tais operações estão vedadas · CAPITAL A SUBSCREVER (se a sociedade anônima for de capital autorizado, havendo evidenciação do capital

autorizado no Balanço Patrimonial)- corresponde ao montante até o qual poderá o capital social ser aumentado sem precisar de reforma estatutária para isso.

PASSIVO EXIGÍVEL PASSIVO FICTÍCIO (PASSIVO NÃO EXIGÍVEL)

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o Capital a Subscrever: se a sociedade anônima for uma sociedade de capital autorizado. Tal conta será retificadora de capital autorizado. Para melhor entendimento, vejamos uma representação no Balanço Patrimonial do capital de uma S/A de capital autorizado:

Capital Social Autorizado 1.800.000,00 (-) Capital Social a Subscrever (800.000,00)(=) Capital Social Subscrito 1.000.000,00 (-) Capital Social a Realizar (*) (300.000,00) (=) Capital Social Realizado (**) 700.000,00

NOTA: (*) Poderá ter como sinônimo Capital Social a Integralizar (**) Poderá ter como sinônimo Capital Social Integralizado Diante do exposto, podemos encontrar o valor do PL de três maneiras, conforme abaixo: NOTA(*): De acordo com a Medida Provisória 449/08, de 03/12/08, que provocou novas alterações na Lei nº 11.638/07, o Passivo Exigível, agora, representa o somatório dos grupos do passivo conhecidos como passivo circulante e passivo não-circulante, deduzindo-se deste último as receitas diferidas, que correspondem a saldos existentes em 31/12/08 no anterior grupo de resultados de exercícios futuros(extinto pela MP) cujos valores foram reclassificados para o passivo não-circulante em conta representativa de receita diferida. O antigo grupo passivo exigível a longo prazo foi extinto; seus valores passaram a integrar o passivo não-circulante. Portanto, no passivo, as contas agora devem ser classificadas nos seguintes grupos: 1 – passivo circulante; 2 – passivo não-circulante; e 3 – patrimônio líquido, dividido em capital social, reservas de capital, ajustes de avaliação patrimonial, reservas de lucros, ações em tesouraria e prejuízos acumulados. NOTA(**): Será explicada posteriormente, quando falarmos de Receitas, Despesas e Apuração do Resultado O PL compreende, portanto, todos os valores decorrentes do aporte de recursos dos proprietários, bem como as reservas

e lucros retidos (reservas de lucros) com objetivos específicos. São originários:

· Dos proprietários ou sócios – pela parcela do capital que foi investida na companhia; · Do giro normal – lucros decorrentes da gestão do exercício de comércio da empresa bem como as reservas.

7.2.2. ORIGENS DE RECURSOS X APLICAÇÕES DE RECURSOS

(FONTES DE FINANCIAMENTOS)

ATIVO PASSIVO

CAPITAL APLICADO CAPITAL DE TERCEIROS, RECURSOS DE TERCEIROS

+

PL CAPITAL PRÓPRIO, RECURSOS

PRÓPRIOS

APLICAÇÃO DOS RECURSOS ORIGEM DOS RECURSOS

FONTE DE INVESTIMENTO FONTE DE FINANCIAMENTO

1ª) PL = ATIVO – PASSIVO EXIGÍVEL (*)

2ª) PL = PL ANTERIOR + RECEITAS – DESPESAS(**)

3ª) PL = PARTE POSITIVA – PARTE NEGATIVA

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Obs.: Capital de Terceiros (PE) + Capital Próprio = Capital Total à Disposição da Empresa

Obs2.: Quando a Lei 6.404/76 se refere a PASSIVO, está-se referindo ao PASSIVO TOTAL (Passivo Exigível + PL)

Para a constituição de uma empresa é necessário que de início ela possua um CAPITAL. Mas o que é CAPITAL? Sob o ponto de vista contábil, o termo CAPITAL pode encontrar vários significados (serão explicitados oportunamente!). Na fase em que nos encontramos na disciplina, até aqui é suficiente entendermos CAPITAL como sinônimo de RECURSOS. QUALQUER RECURSO É CAPITAL, OK???

Pois bem, este Capital será registrado no Departamento Nacional de Registro de Comércio (Junta Comercial) através do Contrato Social da empresa.

PRÓPRIO = PATRIMÔNIO LÍQUIDO = PASSIVO FICTÍCIO

CAPITAL DE TERCEIROS = PASSIVO EXIGÍVEL = OBRIGAÇÕES (CAPITAL ALHEIO) = PASSIVO REAL

Graficamente teremos:

= Capital de Terceiros Capital Total à Disposição da empresa = Capital Próprio

Analisando o quadro constatamos que o Capital que a empresa precisa para sua movimentação fica registrado na coluna

da direita do gráfico patrimonial. Com isso, os valores constantes na coluna da direita, ou seja, o que compreende, PASSIVO EXIGÍVEL e

PATRIMÔNIO LÍQUIDO, corresponde à ORIGEM dos recursos que serão APLICADOS no ATIVO (Bens e Direitos)

Então:

Em qualquer situação, o valor das Origens será sempre igual ao valor das Aplicações.

Todos os valores que ingressam numa empresa passam pelo PASSIVO e PATRIMÔNIO LÍQUIDO.

A empresa só poderá aplicar em (Bens + Direitos) aquilo que tem origem nas (Obrigações + Patrimônio Líquido).

ATIVO PASSIVO + PL APLICAÇÕES

Bens

Direitos

ORIGENS Capital de Terceiros

+

Capital Próprio

ATIVO PASSIVO + PL

Bens

Direitos

Obrigações Patrimônio Líquido

Total das APLICAÇÕES = Total das ORIGENS

ORIGEM PASSIVO EXIGÍVEL + PATRIMÔNIO LÍQUIDO APLICAÇÃO ATIVO

ORIGEM = APLICAÇÃO

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Exemplo: No momento da constituição da empresa, os proprietários entregam $ 500,00 em dinheiro, correspondente ao Capital

Inicial (Capital Social).

Então teremos:

Total 500,00 Total 500,00 É importante ficar claro que o valor do Passivo + Patrimônio Líquido que representa a ORIGEM tem que ser igual ao

valor do Ativo que representa a APLICAÇÃO. No exemplo do quadro acima, temos: Ativo $ 500,00 Aplicação Patrimônio Líquido $ 500,00 Origem

7.2.3. AS VÁRIAS ACEPÇÕES DE CAPITAL

Até aqui, vimos que CAPITAL é o mesmo que Recursos. Pois bem, agora passaremos a esmiuçar as várias configurações de Capital, ou seja, os diversos significados que essa palavra pode assumir na Ciência Contábil.

Vamos lá!!!!!

Anteriormente, vimos que o CAPITAL pode ser próprio (Patrimônio Líquido) ou de terceiros (Passivo Exigível). O Capital Próprio corresponde a recursos financeiros ou materiais aplicados na entidade por parte dos proprietários

(Sócios), enquanto o Capital de Terceiros (Capital Alheio) corresponde a recursos financeiros ou materiais pertencentes a pessoas físicas ou jurídicas alheias à entidade, mas que com ela transacionam, e que foram colocados à disposição da mesma.

Abaixo citamos os vários significados de CAPITAL na Contabilidade.

CAPITAL SOCIAL OU CAPITAL NOMINAL OU REGISTRADO OU DECLARADO: é o investimento efetuado na empresa pelos sócios/acionistas; abrangendo também valores obtidos pela empresa, que por decisão dos sócios poderão compor o capital social. Na estrutura patrimonial, representa o valor das ações ou cotas adquiridas ou comprometidas pelos proprietários, sócios ou acionistas (Art. 5º Lei 6.404/76). Nota: qualquer alteração no valor do Capital Social, só será realizada após modificação no Contrato Social devidamente formalizada junto ao órgão competente (Junta Comercial), se se considerar uma sociedade por quotas de responsabilidade LTDA. Caso seja uma S/A, é possível haver alteração no capital social, sem que seja necessária uma alteração no ESTATUTO SOCIAL(documento de constituição de uma S/A). É o caso por exemplo de uma Sociedade Anônima de Capital Autorizado, cujo conceito será explanado adiante.

CAPITAL SUBSCRITO: representa o valor do capital pelo qual os sócios se obrigam no ato da assinatura do contrato social ou no ato das subscrição das ações.

CAPITAL REALIZADO OU INTEGRALIZADO OU CONTÁBIL: corresponde à parcela realizada (valor efetivamente entregue) do Capital Subscrito pelos quotistas ou acionistas. Corresponde à diferença entre o Capital Subscrito e o Capital a Realizar. A Lei 6.404/76, no art. 182, assevera-nos que “a conta capital social discriminará o montante subscrito, e por dedução, a parcela ainda não realizada”.

CAPITAL A REALIZAR OU CAPITAL A INTEGRALIZAR: é o valor do capital que ainda não foi colocado à disposição da empresa. Corresponde, portanto, às ações subscritas e não realizadas pelos acionistas. É a dívida do acionista diante da própria sociedade. Representa a diferença entre o Capital Subscrito e o Capital Integralizado.

ATIVO PASSIVO + PL

Caixa 500,00 PATRIMÔNIO LÍQUIDO Capital Social 500,00

INFORMAÇÃO CAPCIOSÍSSIMA!!!!!! A integralização do capital a integralizar DEVE ser efetuada com ingresso de recursos dos sócios, não podendo estes utilizar reservas de qualquer espécie ou lucros acumulados, pois representa obrigação pessoal dos subscritores. Se admitida fosse a integralização do capital social com utilização das reservas ou lucros, poderia haver prejuízo aos sócios ou acionistas que integralizaram por completo o seu capital!!!

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De acordo com o disposto no artigo 7º da Lei nº 6.404/76: “o capital social poderá ser formado com contribuições em dinheiro ou em qualquer espécie de bens suscetíveis de avaliação em dinheiro”.

O Capital Social pode ser integralizado em bens ou direitos, no entanto a Lei nº 6.404/76 estabelece que, no mínimo, 10% devem ser integralizados em moeda. Observemos o conteúdo do citado artigo:

Constituição da Companhia

SEÇÃO I Requisitos Preliminares

Art. 80. A constituição da companhia depende do cumprimento dos seguintes requisitos preliminares: I - subscrição, pelo menos por 2 (duas) pessoas, de todas as ações em que se divide o capital social fixado no

estatuto; II - realização, como entrada, de 10% (dez por cento), no mínimo, do preço de emissão das ações subscritas em

dinheiro; III - depósito, no Banco do Brasil S/A., ou em outro estabelecimento bancário autorizado pela Comissão de Valores

Mobiliários, da parte do capital realizado em dinheiro. Parágrafo único. O disposto no número II não se aplica às companhias para as quais a lei exige realização inicial

de parte maior do capital social. Depósito da Entrada

Art. 81. O depósito referido no número III do artigo 80 deverá ser feito pelo fundador, no prazo de 5 (cinco) dias contados do recebimento das quantias, em nome do subscritor e a favor da sociedade em organização, que só poderá levantá-lo após haver adquirido personalidade jurídica.

Parágrafo único. Caso a companhia não se constitua dentro de 6 (seis) meses da data do depósito, o banco restituirá as quantias depositadas diretamente aos subscritores.

CAPITAL AUTORIZADO: é o limite máximo que o capital poderá atingir, sem que haja alteração no estatuto social. (Exclusivo das S/A). É uma figura meramente jurídica, que não traz reflexos contábeis (mas o desconhecimento desse fato pode trazer complicações ao concursando na hora da prova). A previsão legal desta figura jurídica está no art. 168 da Lei no 6.404/76 (Lei das S.A.) e é um instituto próprio de sociedades anônimas de capital aberto (que são as empresas que negociam suas ações no mercado de valores mobiliários, isto é, negociam suas ações na bolsa de valores). Este instituto autoriza que a diretoria da empresa aumente o capital social até o limite autorizado, sem que seja necessário convocar uma assembléia geral para deliberar sobre o assunto e sem que seja necessário efetuar alteração no estatuto, pois o fato de haver autorização para o aumento do capital social, bem como o seu valor, deve estar expresso no estatuto social da sociedade anônima.

CAPITAL DE TERCEIROS OU CAPITAL ALHEIO: recursos originários de terceiros utilizados na aquisição de ativos de propriedade da entidade. É o passivo exigível (PC + PÑC), desconsiderado das receitas diferidas, que corresponde aos valores do antigo grupo de resultados de exercícios futuros (extinto pela MP nº 449/08), cujos saldos foram reclassificados para o passivo não-circulante.

CAPITAL PRÓPRIO: recursos originários dos sócios ou acionistas da entidade ou decorrentes de suas operações sociais. Corresponde ao Patrimônio Líquido.

CAPITAL TOTAL À DISPOSIÇÃO DA ENTIDADE \(CAPITAL TOTAL OU CAPITAL EM GIRO): corresponde ao conjunto de valores que estão à disposição da empresa da Empresa. Corresponde à soma do Capital Próprio + Capital de Terceiros. Assim:

LEGENDA: PC = PASSIVO CIRCULANTE PÑC = PASSIVO NÃO CIRCULANTE

CAPITAL APLICADO: corresponde ao ATIVO TOTAL (ativo circulante + ativo não-circulante) CAPCIOSÍSSIMA: Com a edição da Medida Provisória nº 449/08, a composição dos grupos e subgrupos do ativo e do passivo sofre significativas modificações. No ativo, as contas continuam a ser dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez dos elementos nelas registrados, mas agora nos seguintes grupos:

1 – ativo circulante; 2 – ativo não-circulante, composto:

a) ativo realizável a longo prazo; b) investimentos; c) imobilizado; e d) intangível

O grupo do ativo não-circulante, conforme se observa acima é composto pelos antigos grupos do ativo realizável a longo prazo e ativo permanente. O realizável a longo prazo passou a ser um subgrupo do ativo não-circulante, enquanto o grupo do ativo permanente foi extinto, e seus subgrupos, incorporados ao ativo não-circulante, com exceção do ativo diferido, que também foi extinto.

Apesar de o ativo diferido ter sido extinto pela MP nº 449/08, o mesmo instrumento normativo admite que o saldo existente em 31 de dezembro de 2008 que, pela sua natureza, não possa ser alocado a outro grupo de contas, possa permanecer no ativo sob essa classificação até sua completa amortização, sujeito à análise sobre a recuperação.

CT = P exigível (PC +PÑC) + PL

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CAPITAL FIXO: corresponde ao somatório dos valores dos subgrupos do imobilizado (bens de uso), investimentos e intangível do ativo não circulante. O ativo diferido foi extinto pela MP nº 449/08.

CAPITAL LÍQUIDO OU ATIVO LÍQUIDO: é o ativo total menos o passivo exigível(PC +PÑC). É equivalente ao patrimônio líquido ou o acervo líquido da entidade

CAPITAL DE GIRO OU CAPITAL CIRCULANTE OU CAPITAL DE TRABALHO: capital em circulação associado apenas aos investimentos circulantes. Corresponde ao ativo circulante, compreendendo, portanto, as disponibilidades, os direitos realizáveis no curso do exercício social seguinte e as despesas antecipadas.

CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO OU CAPITAL DE GIRO LÍQUIDO: é a diferença entre o ativo circulante e o passivo circulante (CCL = AC – PC).

CAPITAL CIRCULANTE PRÓPRIO OU CAPITAL DE GIRO PRÓPRIO: é a diferença POSITIVA entre o ativo circulante e o passivo circulante.

7.2.3.1 PATRIMÔNIO X CAPITAL Pelo que foi estudado nos pontos anteriores, fica fácil de perceber a diferença entre capital e patrimônio, pois este é

constituído pelo conjunto de todos os bens, direitos e obrigações de uma entidade ao passo que o capital social representa uma parcela desse patrimônio. É verdade que em outra acepção dividimos o capital em capital próprio e capital de terceiros. Mesmo neste contexto, o capital representa uma parcela do patrimônio. Também chamamos o ativo (bens + direitos) de capital aplicado ou total das aplicações de recursos (capital). Em qualquer acepção que tomemos o termo “capital” ele representa uma parcela do patrimônio. Assim, podemos dizer que patrimônio é gênero do qual as diversas formas de capital são espécies. Podemos, ainda, ver algumas outras acepções de patrimônio, conforme abaixo:

§ Patrimônio : conjunto de bens, direitos e obrigações pertencentes a uma entidade. § Patrimônio Bruto: a soma dos bens e direitos, ou seja, o Ativo do patrimônio. § Patrimônio Líquido: diferença entre o Ativo e o Passivo Exigível do patrimônio.

7.3. EQUAÇÃO FUNDAMENTAL DO PATRIMÔNIO Por equação entendemos uma expressão matemática. A equação patrimonial é uma expressão do tipo x – y = z, onde x é

representado pelo ativo, y pelo passivo exigível e z pelo patrimônio líquido. Podemos então escrever esta equação como sendo:

Desta forma, podemos definir o patrimônio líquido como sendo a diferença entre o ativo e o passivo exigível e, como já vimos, recebe também as denominações de situação líquida ou capital próprio ou, ainda, por alguns autores, de investimento próprio, por representar a parte do patrimônio que efetivamente pertence à entidade, pois o restante dos bens e direitos estará comprometido por obrigações com terceiros, chamando-se a estes de bens de terceiros ou capital de terceiros ou capital alheio.

Diante de tudo o que já dissemos, e considerando a equação patrimonial, temos que os bens, os direitos e as obrigações, aliados ao patrimônio líquido, devem satisfazer a equação apresentada a seguir:

Patrimônio líquido = Bens + Direitos – Obrigações

Patrimônio Líquido = Ativo – Passivo

Ativo – Passivo = Patrimônio Líquido

Devemos deixar muito claro que, quando a equação patrimonial for apresentada pela forma acima, o passivo (P) utilizado na fórmula representa o passivo exigível, ou seja, ativo menos passivo é igual ao patrimônio líquido, ou ativo menos o passivo exigível é igual ao patrimônio líquido.

7.4. ESTADOS PATRIMONIAIS

Partindo do conceito da EQUAÇÃO FUNDAMENTAL DO PATRIMÔNIO (A – PE = PL), verifica-se a possibilidade de o Patrimônio Líquido assumir diversas situações distintas, dependendo do valor das somas do ATIVO e do PASSIVO EXIGÍVEL. Analisaremos, a seguir, cada uma das situações possíveis que podem resultar do confronto entre o ativo e o passivo exigível.

1ª) Situação Líquida Positiva, Favorável ou Superavitária – Ocorre esta situação quando o valor do ativo (bens e direitos) for superior ao valor do passivo exigível (obrigações com

terceiros), ou, em forma matemática, quando A > PE; como resultado dessa situação teremos sempre o patrimônio líquido com valor maior do que zero (PL > 0). É a situação desejada por todas as empresas.

A – PE = PL

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Exemplo: Determinada empresa apresenta, em determinado momento, a seguinte configuração patrimonial

É fácil perceber que o total do Passivo é composto pelo Passivo exigível + Patrimônio Líquido. Também podemos

perceber que o total do Ativo (lado esquerdo) no valor de R$ 20.000,00 coincide com o valor do total do Passivo (lado direito). Não são meras coincidências estas situações, elas são decorrentes da confirmação da equação fundamental do patrimônio (A = P + PL). É importante ressaltar que o fato de o Patrimônio Líquido estar representado no lado direito (no lado do passivo) não nos autoriza deduzir que ele representa uma obrigação exigível, pois ele poderá aparecer do lado do ativo em determinadas condições (ISSO somente é válido ATÉ 2005, pois o passivo a descoberto, a partir de 2005, deve ser representado no lado do passivo, entre parênteses).

Devemos concluir, isto sim, que ele aparece no lado do passivo (direito) ou do ativo (esquerdo) por duas razões: uma é para fechar a equação fundamental do patrimônio; a outra é que a soma das origens de recursos deve ser igual a soma das aplicações de recursos. Quando a situação líquida da empresa é positiva, como no caso do exemplo apresentado, ela possui condições de liquidar todas as suas obrigações para com terceiros. Para que isto aconteça é necessário apenas que a empresa promova a venda de bens ou providencie a cobrança de seus direitos. Se a empresa do exemplo supra receber todos os seus direitos e providenciar a venda de todos os seus bens, mesmo que a preço de custo, ela terá uma sobra de R$ 12.000,00, que corresponde exatamente ao valor do Patrimônio Líquido. Essa situação quer dizer que o passivo encontra cobertura no ativo, ou seja, o ativo é suficiente para saldar o passivo. Graficamente, a situação de patrimônio líquido positivo pode ser representada da seguinte forma:

E a equação é:

Assim, teremos Situação Líquida positiva sempre que o ativo for maior do que o passivo exigível. A situação líquida positiva pode ser, em termos relativos, algo maior que 0% até 100% do ativo. Quando o Patrimônio Líquido for 100% positivo teremos o que se chama de Situação Líquida Plena ou Propriedade Total dos Ativos. Esta situação ocorre somente se o passivo for nulo, ou seja, em situação de ausência de obrigações. Em termos práticos esta situação é mais comum de ocorrer no início das atividades da empresa e no término de suas atividades, após o pagamento de todas as dívidas e antes da partilha das sobras entre os sócios.

EXEMPLO.: A = 100; PE = 0 => PL = 100 – 0 = 100

ATIVO PASSIVO

Bens e Direitos 100 Obrigações 0 Patrimônio Líquido 100

Total 100 Total 100

A representação gráfica neste caso fica assim:

E a equação é:

2ª) Situação Líquida Negativa, Desfavorável, Deficitária ou Passivo a Descoberto ou Situação de Insolvência

PATRIMÔNIO (valores em R$) ATIVO PASSIVO Caixa 500,00 Impostos a Pagar 2.300,00 Duplicatas a Receber 1.800,00 Salários a Pagar 1.500,00 Impostos a Recuperar 1.200,00 Fornecedores 2.500,00 Adiantamentos a Fornecedores 2.000,00 Promissórias 1.700,00 Mercadorias 3.000,00 Veículos 4.000,00 Patrimônio Líquido 12.000,00 Móveis e Utensílios 1.500,00 Imóveis 6.000,00 Total do Ativo 20.000,00 Total do Passivo 20.000,00

ATIVO

PE

SL

A = PE + PL

A – PE = PL

A

SL

A = SL

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Esta situação, nos dias atuais, ocorre com uma razoável quantidade de empresas, pois representa a condição de o ativo ser menor que o passivo exigível (A < PE), ou seja, quando as obrigações da empresa forem maiores do que a soma dos bens e direitos. Teremos como conseqüência um patrimônio líquido negativo ou menor que zero (PL < 0).

EXEMPLO: A = 100; PE = 150 => PL = 100 – 150 = -50

Reparem que apresentamos o patrimônio líquido, cujo valor é negativo de 50, entre parênteses no lado do passivo. Se ele

for colocado junto com o passivo, devemos colocá-lo entre parênteses, e não com sinal de menos. Esta situação também é conhecida como capital próprio negativo ou passivo a descoberto.

Lembramos que a situação acima poderia ser representada com o PL no lado esquerdo (Lado do Ativo), conforme determinava o CFC (Conselho Federal de Contabilidade), que, por meio da Resolução nº 847/99, ao proceder alterações na NBC T 3, enunciou: “3.2.2.13 – No caso do Patrimônio Líquido ser negativo, será demonstrado após o Ativo, e seu valor final denominado de Passivo a Descoberto.”. Entretanto, esse procedimento só é válido até 2005. A partir dessa data, o patrimônio líquido negativo, conhecido como passivo a descoberto, será demonstrado no lado do Passivo, entre parênteses, conforme explanado anteriormente.

A representação gráfica fica assim: E a equação é: Equação válida somente até 2005

A situação é conhecida por Passivo a Descoberto porque o passivo exigível não encontra cobertura no ativo, ou seja, se a empresa vender todos os bens e apurar todos os direitos, mesmo assim, ela não consegue pagar (cobrir) todas as obrigações. Em termos relativos, a pior situação desfavorável é a Situação de Inexistência de Ativos, isto é, o passivo está 100% descoberto. Esta situação ocorre quando a empresa já vendeu todos os bens e apurou todos os direitos, efetuou o pagamento de algumas obrigações com o resultado dos bens e direitos, mas sobram dívidas e não há mais bens e direitos que os garantam. Diz-se que nesta situação é impossível a recuperação da empresa. Ela está falida ou “quebrada”.

EXEMPLO: A = 0; PE = 100 => PL = 0 – 100 = -100

A representação gráfica neste caso fica assim:

E a equação é:

3ª) Situação Líquida Nula ou Compensada ou Equilíbrio Aparente ou ausência de capital próprio Esta situação ocorre quando a soma dos bens com os direitos resulta em valor igual ao valor das obrigações, isto é, a

soma do ativo é igual a soma do passivo exigível (A = PE). Em decorrência da equação patrimonial, o patrimônio líquido será nulo (PL = 0).

EXEMPLO.: A = 100; PE = 100 => PL = 100 – 100 = ZERO

Ativo Passivo

Bens e Direitos 100

Obrigações 150 Patrimônio Líquido (50)

Total 100 Total 100

A

PE SL

A + SL = PE

A – PE = (SL)

Ativo Passivo Bens e Direitos 0

Obrigações 100 Patrimônio Líquido (100)

Total 0 Total 0

SL

PE PE = SL

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A representação gráfica fica assim:

E a equação é:

ü IMPORTANTE

1. GASTO – todo dispêndio realizado na aquisição de bens e serviços representado pela entrega imediata de dinheiro (desembolso) ou promessa de pagamento futuro. Corresponde a tudo o que se compra, à vista ou a prazo.

2. INVESTIMENTO – gasto ativado em função de sua vida útil ou benefícios atribuíveis a futuros períodos; ex. compra de mercadorias, prédios, pagamentos antecipados etc.

3. CUSTO – gasto relativo a bens ou serviços utilizados na produção de outros bens ou serviços, que somente será apropriado pela contabilidade quando o produto final for baixado por venda.

4. DESPESA – consumo direto ou indireto de bens ou serviços para obtenção de receitas, gerando a saída de um ativo (pagamento imediato) ou a entrada de um passivo (pagamento posterior).

5. RECEITA – venda de bens e serviços, gerando a entrada de um ativo na forma de dinheiro (venda a vista) ou na forma de direitos (venda a prazo)

6. DESEMBOLSO – pagamento – representando a saída de um ativo (moeda corrente) do patrimônio. 7. PERDA – consumo de bens ou serviços de forma anormal e involuntária, ou seja, não intencional. As perdas normais,

contabilmente, são tratadas como custos; as anormais, como despesas. Perda normal é aquela que já é esperada no processo produtivo. Perda anormal, por sua vez, corresponde aos gastos decorrentes de consumo anormal do ativo, decorrentes de fato alheio à gestão da entidade, ou seja, uma superveniência, um fato aleatório, não intencional.

8. ENCARGO – recuperação do capital financeiro empregado em bens e direitos de natureza permanente que vão sendo gradualmente consumidos.

7.5. TERMINOLOGIA CONTÁBIL

Qualquer que seja a ciência, é preciso que, quem quer que por ela se interesse, se familiarize com os termos técnicos atinentes à mesma. Em se tratando da ciência contábil podemos elencar os seguintes:

Ativo Real – são os elementos do ativo que efetivamente representam moeda ou que nela podem ser convertidos. Normalmente, é o ativo total menos as despesas antecipadas e diferidas, uma vez que estas, em regra, não são conversíveis em dinheiro.

Ativo Operacional – corresponde aos elementos do ativo que são aplicados nas atividades usuais da empresa. É o ativo total menos os investimentos temporários e permanentes, adiantamentos, empréstimos e demais ativos não usuais na exploração das atividades da sociedade.

Ativo Líquido ou Capital Líquido – é o ativo total menos o passivo exigível. É equivalente ao patrimônio líquido.

Ativo Oculto – a expressão pode ser utilizada para indicar um elemento do ativo que não foi reconhecido contabilmente ou a subavaliação do ativo. O ativo oculto representa os bens de titularidade da empresa que não foram lançados em seus registros contábeis.

Ativo Fixo ou Bens Fixos – é a soma do ativo imobilizado com o ativo intangível.

Ativo Médio ou Ativo Total Médio – é a média aritmética do ativo num determinado período. Pode ser anual, semestral, mensal etc.

Bens de Venda – são os bens que a empresa mantém em constante rotatividade no desempenho de suas atividades, destinando-os à comercialização. É o caso das matérias-primas, dos produtos em elaboração, dos produtos acabados e das mercadorias. Numa empresa industrial, os bens de venda são todos esses quatro sublinhados; numa empresa comercial, somente as mercadorias.

Ativo Passivo

Bens e Direitos 100

Obrigações 100 Patrimônio Líquido 0

Total 100 Total 100

A

PE

A = PE

Um gasto só se transforma em despesa quando há o consumo do bem!!!!!!!!!!!!

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Bens Numerários – são as disponibilidades financeiras, como, por exemplo, dinheiro em tesouraria, depósitos bancários de livre movimentação, aplicações de liquidez imediata, cheques em cobrança.

Bens de Renda – são os ativos destinados a atividades não usuais da empresa que podem gerar renda. É o caso dos imóveis destinados à locação e das participações no capital de outras sociedades (subgrupo investimentos do ativo não-circulante).

Passivo Real – é o passivo total menos a soma do patrimônio líquido com as receitas diferidas do grupo do passivo não-circulante (se houver). Corresponde ao passivo exigível, representando as obrigações efetivas da sociedade.

Passivo Fictício – o que se convencionou chamar de Passivo Fictício corresponde ao Patrimônio Líquido, eis que este figura na coluna do Passivo, mas não é Passivo. Apesar de figurar na coluna da direita do gráfico patrimonial, o Patrimônio Líquido não pertence ao Passivo. Reiterando o que já dissemos, o Patrimônio Líquido corresponde aos investimentos efetuados pelos proprietários e não pode ser entendido como uma dívida da empresa. Da mesma forma, o grupo resultado de exercícios futuros (extinto pela MP nº 449/08) aparecia no passivo, mas não representava obrigações exigíveis da empresa. O saldo desse falecido grupo em 31/12/08 deve ser reclassificado para o passivo não-circulante.

Passivo Não Exigível – é o patrimônio líquido. O passivo não exigível são os recursos do passivo total que não representam obrigações efetivas.

Créditos de Funcionamento – aqueles créditos decorrentes das operações normais das entidades comerciais, atreladas ao seu objeto social, como, por exemplo, as vendas a prazo ou adiantamento a fornecedores. Geralmente são encontrados no ativo circulante, sendo assim de curto prazo. Entretanto, podem aparecer no grupo do ativo não-circulante, dentro do subgrupo deste conhecido como ativo realizável a longo prazo, pois as empresas podem efetuar vendas ou prestar serviços para recebimento após o final do exercício social seguinte. Assim, para classificar corretamente os créditos em resultantes do funcionamento ou resultantes de financiamentos devemos atentar ao objeto social da empresa. São as contas a receber, os adiantamentos concedidos e os valores a compensar decorrentes das atividades normais da empresa. É o caso das duplicatas a receber por vendas a prazo de mercadorias, dos adiantamentos a fornecedores de mercadorias, do ICMS e IPI a recuperar. Créditos de Financiamento – são os direitos da empresa derivados de operações de empréstimos. Os créditos de financiamento são oriundos de operações anormais, por isso são classificados no grupo do ativo não-circulante, especificamente no subgrupo do ativo realizável a longo prazo. Ressalte-se que nas empresas operadoras no mercado financeiro, como instituições financeiras, nas quais essas operações são normais, esses créditos serão chamados de créditos de funcionamento, pois serão decorrentes de suas atividades operacionais. São as contas a receber, os adiantamentos concedidos e os valores a compensar decorrentes das operações estranhas às atividades da empresa. É o caso de empréstimos a diretores e adiantamentos a acionistas. Débitos de Funcionamento - Representam os débitos decorrentes das operações normais da empresa. São as dívidas decorrentes da aquisição de mercadorias a prazo, de impostos incidentes sobre vendas, de salários a pagar, de contribuições a pagar ou a recolher e de outras obrigações normais da empresa. Assim, os débitos de funcionamento são as dívidas da entidade decorrentes de operações normais de sua gestão, visto que representam operações de troca e não o ingresso de novos valores financeiros vindos de terceiros. Os débitos de funcionamento representam as aquisições a prazo de mercadorias, tributos, salários e outros bens que são necessários ao funcionamento normal da entidade e, geralmente, são classificados no passivo circulante, dadas as suas características. Porém, podem aparecer no passivo não-circulante. Débitos de Financiamento - Os recursos vindos dos sócios ou acionistas e os recursos gerados pela atividade operacional, na forma de lucro, podem ser, muitas vezes, insuficientes para fazer face às obrigações assumidas ou mesmo para a implementação de projetos e programas de expansão. Quando isto ocorre, a empresa possui algumas alternativas como aumentar o capital social com a arrecadação de novos recursos vindos dos sócios ou simplesmente buscar esses recursos nas instituições financeiras. Caso a empresa opte pela última alternativa, estaremos diante dos chamados débitos de financiamento. Assim, podemos dizer que os débitos de financiamento representam o passivo exigível das empresas advindo da contratação de empréstimos financeiros e que são decorrentes de situações anormais às atividades da entidade. Em termos práticos, as situações que normalmente ensejam dívidas dessa natureza são a assunção de hipotecas, os empréstimos bancários, o desconto de títulos (promissórias) etc.

8. O RESULTADO (RÉDITO) Sabemos que à Contabilidade são conferidas diversas funções. Uma dessas funções é a econômica, ou seja, apurar o

resultado que uma entidade (azienda) obteve em determinado período. Quando falamos em resultado econômico devemos ter sempre em mente o confronto de receitas e despesas do período considerado. Quando as receitas forem maiores que as despesas teremos uma situação superavitária, ou seja, teremos lucro. Nos casos em que as despesas superam as receitas, o resultado será deficitário, isto é, estaremos diante de uma situação de prejuízo. Conforme já dissemos:

FUNÇÃO ECONÔMICA: Apurar o resultado (redito), isto é, apurar o lucro ou prejuízo da entidade.

RECEITA > DESPESA = LUCRO RECEITA < DESPESA = PREJUÍZO RECEITA = DESPESA = RESULTADO NULO O confronto entre as receitas e as despesas provoca variação na estrutura do Patrimônio Líquido, conforme demonstrado

abaixo:

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DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO (DRE)

RECEITAS

(-) DESPESAS = LUCRO OU PREJUÍZO

Pois bem, diante do exposto vamos tecer alguns comentários sobre receitas e despesas, a seguir elencados. 8.1. RECEITAS A receita corresponde, em geral, às vendas de mercadorias, produtos ou prestações de serviços. Ela é refletida no balanço

patrimonial através da entrada de dinheiro no Caixa/Bancos (venda à vista) ou entrada em forma de direitos a receber (venda a prazo) – Duplicatas a Receber.

Percebe-se que as receitas (contas de resultado) não aparecem no balanço patrimonial. Elas são a ele incorporados em forma de resultado via conta de lucros ou prejuízos acumulados.

Nas operações com mercadorias ou na prestação de serviços nos deparamos com a receita de vendas. Podemos, ainda, definir receitas como sendo as variações patrimoniais que provocam aumento da situação líquida.

Neste contexto, podemos ter receita sempre que houver aumento do ativo sem que haja, também, aumento do correspondente passivo; o desaparecimento total ou parcial de um passivo sem que haja a correspondente diminuição do ativo. Este assunto será apresentado com mais detalhes quando falarmos acerca dos princípios de contabilidade.

Exemplo1: A empresa vende mercadorias à vista para um cliente. Com isso, haverá uma entrada de dinheiro no caixa da empresa, que corresponde a um bem (dinheiro). Há, então, um aumento no ativo que teve como origem uma receita gerada pela venda de um produto ou mercadoria. É o que chamamos de receita de vendas.

Exemplo 2: A empresa recebe o perdão de uma dívida para com um fornecedor. Neste caso, haverá uma redução do passivo exigível (obrigações com terceiros), oriunda do perdão da dívida. Também é considerada uma receita, pois a empresa ficou mais rica, isto é, aumentou a sua situação líquida.

8.2. DESPESAS Despesa é todo sacrifício ou todo esforço da pessoa jurídica para obter uma receita (o consumo de bens e serviços com o

objetivo de obter receitas é um sacrifício, um esforço para a empresa). Ela é refletida no balanço através de uma redução do Caixa/Bancos (quando é paga a vista) ou mediante um aumento de uma dívida (passivo, quando a despesa é incorrida, mas não paga). A despesa pode, ainda, originar-se de outras reduções de ativo, além do Caixa, como é o caso do desgaste de máquinas e equipamentos de uso, através dos encargos de depreciação, entre outras.

Para a legislação do Imposto de Renda, as despesas não computadas nos custos e que sejam necessárias à atividade da empresa, bem como à manutenção da respectiva fonte produtora devem ser classificadas como despesas operacionais. Para esses fins, devemos entender como necessárias às despesas pagas ou incorridas para a realização das transações ou operações exigidas pela atividade da empresa.

Assim, despesas são gastos incorridos para a obtenção de receitas. Podem diminuir o Ativo ou aumentar o passivo exigível, mas sempre reduzem a situação líquida ou o patrimônio líquido.

Exemplo1: A empresa paga salários aos seus funcionários em dinheiro. Com isso, houve uma redução no ativo correspondente à saída de dinheiro do caixa, decorrente dos salários do mês. É o que chamamos de despesas de salários.

Concluímos, portanto, que as receitas e as despesas alteram o patrimônio líquido. Porém, elas não são apresentadas expressamente no balanço patrimonial. Elas são a ele incorporadas por meio do patrimônio líquido, na conta representativa de lucros ou prejuízos acumulados

EXERCÍCIOS DE CONCURSOS – ESAF E CESPE

01 - (ESAF/AFRF/2000) José Henrique resolveu medir contabilmente um dia de sua vida começando do “nada” patrimonial. De manhã cedo nada tinha. Vestiu o traje novo (calça, camisa, sapatos etc.), comprado por R$ 105,00, mas que sua mãe lhe deu de presente. Em seguida, tomou R$ 30,00 emprestados de seu pai, comprou o jornal por R$ 1,20, tomou ônibus pagando R$ 1,80 de passagem. Chegando ao CONIC, comprou fiado, por R$ 50,00 várias caixas de bombons e chicletes e passou a vendê-los no calçadão. No fim do dia, cansado, tomou uma refeição de R$ 12,00, mas só pagou R$ 10,00, conseguindo um desconto de R$ 2,00. Contou o dinheiro e viu que vendera metade dos bombons e chicletes por R$ 40,00. Com base nessas informações, podemos ver que, no fim do dia, José Henrique possui um “capital próprio” no valor de: a) R$ 120,00 b) R$ 189,00 c) R$ 2,00 d) R$ 187,00

ATIVO PASSIVO + PL

BENS

DIREITOS

OBRIGAÇÕES PATRIMÔNIO LÍQUIDO + ( - )

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e) R$ 107,00 02. (TTN/ESAF) A situação patrimonial em que os recursos aplicados no Ativo são originários, parte de riqueza própria e parte de capital de terceiros, é representada pela equação:

a) A = PL, portanto P = zero; b) A = PL, portanto P = zero; c) A > PL, portanto P > zero; d) A < PL, portanto P < zero; e) P = (-) PL, portanto, A = zero. Importante: PL = Patrimônio Líquido; A = Ativo; P = Passivo Exigível (não inclui o PL).

03. (TFC/ESAF) Em relação ao patrimônio bruto e ao patrimônio líquido de uma entidade, todas as afirmações abaixo são verdadeiras, exceto: a) o patrimônio bruto nunca pode ser inferior ao patrimônio líquido; b) o patrimônio bruto e o patrimônio líquido não podem ter valor negativo; c) o patrimônio bruto e o patrimônio líquido podem ter valor inferior ao das obrigações da entidade; d) a soma dos bens e direitos a receber de uma entidade constitui o seu patrimônio bruto, enquanto o patrimônio líquido é constituído desses mesmos bens e direitos, menos as obrigações; e) o patrimônio bruto pode ter valor igual ao patrimônio líquido.

04. (ISS/Fortaleza/ESAF) Em relação ao patrimônio de uma entidade é correto afirmar: a) Se houver acréscimo do ativo, o patrimônio líquido também será acrescido. b) Se houver acréscimo de 20% no ativo e de 20% no passivo exigível, o patrimônio líquido não será alterado. c) O patrimônio líquido pode ser aumentado ainda que haja redução do ativo. d) Se o passivo exigível for maior do que o patrimônio líquido, surge a figura do passivo a descoberto. e) O ativo e o patrimônio líquido só podem ter valor positivo; o passivo exigível pode ter valor positivo ou negativo.

05. (AFRF/ESAF) Da leitura atenta dos balanços gerais da Cia. Emile, levantados em 31.12.01 para publicação, e dos relatórios que os acompanham, podemos observar informações corretas que indicam a existência de:

Capital de giro no valor de R$ 2.000,00 Capital Social no valor de R$ 5.000,00 Capital fixo no valor de R$ 6.000,00 Capital alheio no valor de R$ 5.000,00 Capital autorizado no valor de R$ 5.500,00 Capital a realizar no valor de R$ 1.500,00 Capital investido no valor de R$ 8.000,00 Capital integralizado no valor de R$ 3.500,00 Lucros acumulados no valor de R$ 500,00 Prejuízo líquido do exercício de R$ 1.000,00

A partir das observações acima, podemos dizer que o valor do capital próprio da Cia. Emile é: a) R$ 5.500,00 b) R$ 5.000,00 c) R$ 4.000,00 d) R$ 3.500,00 e) R$ 3.000,00

06. (ANALISTA/SERPRO/ESAF) Apresentamos abaixo cinco igualdades literais que, se expressas com avaliação em moeda nacional, podem demonstrar a equação fundamental do patrimônio e a representação gráfica de seus estados, em dado momento.

1. ATIVO menos SITUAÇÃO LÍQUIDA é igual a ZERO. 2. ATIVO menos PASSIVO é igual a ZERO. 3. ATIVO menos PASSIVO menos SITUAÇÃO LÍQUIDA é igual a ZERO. 4. ATIVO menos PASSIVO mais SITUAÇÃO LÍQUIDA é igual a ZERO. 5. ATIVO mais PASSIVO menos SITUAÇÃO LÍQUIDA é igual a ZERO.

Observando as igualdades acima, podemos afirmar que a hipótese de número: a) 1 é impossível de ocorrer na prática b) 2 representa o melhor estado patrimonial

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c) 3 representa o pior estado patrimonial d) 4 representa estado patrimonial pré-falimentar e) 5 ocorre quando da criação e registro da empresa

07. (Agente–ICMS–PI/2001) Identifique a situação em que se caracteriza a existência de passivo a descoberto (sendo A = ativo, PE = passivo exigível e PL = patrimônio líquido). a) A – PE = PL. d) A = PE + PL. b) A + PL = PE. e) A = PE. c) A – PL = PE.

08. (ANALISTA/MPU/Área Pericial – Contador/ESAF) A avaliação do patrimônio, feita em 21 de março, com base no saldo do Razão, demonstrou os seguintes valores: Capital Social R$ 2.500,00 Máquinas e Equipamentos R$ 1.250,00 Despesa de Salários R$ 1.200,00 Mercadorias R$ 1.500,00 Contas a Pagar R$ 1.400,00 Contas a Receber R$ 500,00 Receita de Aluguel R$ 1.300,00 Salários a Pagar R$ 700,00 Empréstimos Concedidos R$ 200,00 Terrenos e Edifícios R$ 800,00 Receita de Serviço R$ 300,00 Clientes R$ 750,00 Ao representar este patrimônio, graficamente, segundo a ordem decrescente do grau de liquidez, encontram-se a) Capital de Terceiros R$ 2.300,00 b) Capital Próprio R$ 2.500,00 c) Capital de Giro Próprio R$ 850,00 d) Capital de Giro R$ 5.000,00 e) Capital Fixo R$ 800,00 09. (ESAF/AFC – SFC/2002) O patrimônio da Indústria Luzes & Velas é constituído pelos elementos que abaixo apresentamos com valores apurados em 30 de setembro.

Bens fixos R$ 2.100,00 Notas Promissórias emitidas R$ 600,00 Débitos de Funcionamento R$ 900,00 Créditos de Financiamento R$ 600,00 Bens de Venda R$ 900,00 Créditos de Funcionamento R$ 1.200,00 Bens Numerários R$ 450,00 Bens de Renda R$ 750,00 Débitos de Financiamento R$ 300,00 Reservas de Lucros R$ 750,00 Reservas de Capital R$ 1.800,00

Sabendo-se que essa empresa apresenta lucros acumulados correspondentes a 25% do valor do capital de terceiros, podemos afirmar que o valor do seu Capital Social é a) R$ 4.200,00 b) R$ 3.000,00 c) R$ 2.550,00 d) R$ 1.800,00 e) R$ 1.200,00

10. (CESPE) Com relação ao patrimônio, julgue os seguintes itens. 1) Patrimônio bruto é igual ao capital aplicado. 2) Patrimônio líquido negativo quer dizer passivo a descoberto, que ocorre simultaneamente se a empresa possuir prejuízos

acumulados. 3) O patrimônio deve ser autônomo, não podendo ser compartilhado por diversas empresas, pois do contrário teríamos diversos

patrimônios autônomos, segundo o princípio da entidade. 11. (TTN/ESAF) A situação patrimonial denominada Passivo a Descoberto configura inexistência de:

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a) bens e direitos. b) Obrigações. c) Capital próprio. d) Capital de terceiros. e) Capital à disposição da empresa.

GABARITO 1. E 2. C 3.B 4.C 5.E 6.D 7. C 8.C 9.E 10. C,C,C 11.C

ATOS E FATOS ADMINISTRATIVOS 2.1. ATOS ADMINISTRATIVOS Os acontecimentos numa empresa podem ou não alterar o seu patrimônio. Aos acontecimentos que não alteram o patrimônio, chamamos de ATOS ADMINISTRATIVOS.

Exemplos:

· Admissão de funcionários; · Assinatura de um contrato de seguro contra incêndio; · Envio de duplicatas a receber ao banco para cobrança simples; · Elaboração de parecer; · Advertência a funcionário.

2.2. FATOS ADMINISTRATIVOS X FATOS CONTÁBEIS

São todos os acontecimentos que provocam alterações (variações) qualitativas e/ou quantitativas no patrimônio da empresa.

Exemplos:

· Pagamento de seguro da loja; · Pagamento dos funcionários; · Recebimento de duplicata através de cobrança bancária simples.

2.3. CLASSIFICAÇÃO DOS FATOS CONTÁBEIS

FATOS PERMUTATIVOS (QUALITATIVOS OU COMPENSATIVOS)

Todas as definições dos livros de Contabilidade afirmam que os fatos permutativos são aqueles que não alteram o valor do Patrimônio Líquido, pois representam apenas permutações entre elementos patrimoniais. Destarte forma, seriam apenas 05 os tipos de fatos permutativos:

1º CASO: (+) ATIVO e (-) ATIVO Ex.: Compra de mercadorias à vista.

Se entra no Ativo (Estoque) o mesmo valor que sai (Caixa), o valor do Patrimônio Líquido não se altera, pois há apenas uma troca (permutação) entre dinheiro e mercadorias (variação qualitativa).

IMPORTANTE!!!!!!!!!!!!!!!! Fato Administrativo: sempre decorre da gestão da entidade, ou seja, de sua administração; Fato Contábil: pode ou não decorrer de negócio realizado pela administração. Exemplo: em um incêndio que provoca a perda de mercadorias, o patrimônio sofre redução. Este fato, entretanto, não é decorrente da gestão, mas produz variação patrimonial.

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2º CASO: (+) ATIVO e (+) PASSIVO Ex.: Compra de mercadorias a prazo. Se entra no ativo (Estoque) o mesmo valor que entra no passivo (Fornecedores), pela equação patrimonial PL = A –P, podemos observar matematicamente que o PL não se altera. Daí, um fato permutativo.

3º CASO: (-) ATIVO e (-) PASSIVO Ex.: Pagamento de uma duplicata no vencimento.

Se sai do passivo o mesmo valor que sai do ativo, pela equação patrimonial PL = A – P, podemos observar que o PL não se altera

4º CASO: (+) PASSIVO e (-) PASSIVO Ex.: Transferência de financiamento de longo prazo para curto prazo, Retenção do Imposto de Renda dos empregados.

Se sai do passivo o mesmo valor que nele entra, não há variação quantitativa do mesmo, e, conseqüentemente, não há variação no valor do PL.

5º CASO: (+) PL e (-) PL Ex.: Aumento de Capital com Reservas.

Se sai do PL o mesmo valor que entra, não há variação quantitativa deste, apenas variação qualitativa.

FATOS MODIFICATIVOS

Os FATOS MODIFICATIVOS (ou QUANTITATIVOS) são aqueles que alteram a riqueza patrimonial (PL), porque envolvem receitas e despesas ou custos juntamente com os elementos patrimoniais, dando origem ou influenciando a geração de lucro ou prejuízo. Provocam alterações no valor do PL, para mais ou para menos. O aumento ou redução do ativo ou passivo exigível é seguido de modificação na situação líquida, ou seja, não havendo troca de valores entre elementos do patrimônio, há surgimento ou desaparecimento de um elemento que enseja o aumento ou a diminuição do patrimônio (alteração do valor do Patrimônio Líquido).

O fato modificativo altera positivamente a situação líquida do patrimônio (modificativo aumentativo) pela adição das RECEITAS ou provoca a diminuição desse mesmo patrimônio (modificativo diminutivo) pelo consumo ou utilização de bens na atividade, denominado DESPESAS.

Podem ser classificados em:

1. AUMENTATIVOS ou POSITIVOS - Ocorrem em função do aumento do ATIVO provocado pela adição das receitas ou pela diminuição do PASSIVO representado pela obtenção de descontos ou abatimentos de obrigações.

Ex.: Prescrição de dívida. (- P / +PL) - Diminui o saldo da conta de obrigação = diminui o Passivo - Há uma receita = aumenta o lucro = aumenta o PL

Se sai valor do passivo, pela equação patrimonial PL = A – P, observamos que o patrimônio líquido aumenta.

Ex.: Recebimento de receita de aluguel relativo à imóvel da entidade. ( + A / + PL) - Aumento do saldo da conta Caixa = aumenta o Ativo - Há uma receita = aumenta o lucro = aumenta o PL

Se entra valor no ativo (Caixa), sem qualquer outra saída no ativo ou entrada no passivo, o patrimônio líquido aumenta.

Ex.: Aumento do capital com recursos dos sócios. - Aumenta o saldo da conta Caixa = aumenta o Ativo - Aumenta o saldo da conta Capital Social – aumenta o PL

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Para melhor exemplificar os fatos modificativos aumentativos, vamos elencar os casos em que eles ocorrem:

1º CASO: ( + ) ATIVO e ( + ) RECEITA A geração de Receita, em qualquer circunstância, provoca aumento da situação líquida. Isto quer dizer que toda entidade que tenha finalidade lucrativa, venderá bens ou serviços com a intenção de gerar lucro.

A venda de bens e serviços altera positivamente o Patrimônio Líquido, daí porque todo fato que envolver conta de Receita será sempre FATO MODIFICATIVO AUMENTATIVO, desde que não haja, simultaneamente, permuta nos elementos patrimoniais.

O recebimento em moeda corrente (ATIVO CIRCULANTE) referente à receita de aluguel (RESULTADO) altera positivamente o lucro. Débito: CAIXA e Crédito: RECEITA DE ALUGUEL

2º CASO: ( - ) PASSIVO e (+ ) RECEITA A regra geral mostra que todo Passivo (obrigação) é liquidado através do pagamento pelo devedor. Porém, é possível que eventualmente essa obrigação possa ser extinta pelo perdão, anistia ou outro instituto equivalente, o que também provoca aumento da riqueza patrimonial, pela geração de uma receita extraordinária.

Ex.: Hipoteticamente, suponha que o governo do Estado do Ceará conceda anistia de ICMS a Recolher, vencidos há mais de 2 anos e de valores menores que R$ 780,00. A dívida da empresa era de R$ 620,00. A dívida se extingue, provocando uma variação positiva no Patrimônio Líquido, já que toda receita aumenta o PL.

2. DIMINUTIVOS ou NEGATIVOS - Ocorrem pela diminuição da situação líquida provocada pelo consumo ou utilização de bens, através das despesas representadas pela diminuição do ATIVO ou aumento do PASSIVO através da provisão.

Ex.: Pagamento de despesa de aluguel relativa ao mesmo período do pagamento (pagamento do aluguel de março no mesmo mês) (- PL / -A)

- Diminui saldo da conta Caixa = diminui o Ativo - Há uma despesa = Diminui o lucro = diminui o PL

Se sai um valor do ativo, sem entrar neste ou sem sair do passivo o mesmo valor, pela equação patrimonial PL = A – P, podemos concluir que o PL diminui. Daí, um fato contábil modificativo diminutivo.

Ex.: Despesa de salário, incorrida e não paga no período (Apropriação da despesa de salário do mês) ( - PL / + P) - Aumenta o saldo da conta Salários a Pagar = aumenta o Passivo - Há uma Despesa = Diminui o lucro = diminui o PL

Se entra uma obrigação, sem haver saída de outra do mesmo valor, ou entrada de um ativo do mesmo valor, pela equação patrimonial PL = A – P, podemos observar que o patrimônio líquido diminui.

Ex.: Distribuição de lucros ao sócio.

INFORMAÇÃO CAPCIOSÍSSIMA!!!!

De forma geral, o pagamento de qualquer despesa sempre conduz a um fato modificativo diminutivo do tipo – PL / -A, DESDE QUE tal despesa seja relativa ao mesmo período do pagamento. Assim, se a empresa paga o aluguel de maio no próprio mês, pelo regime de competência, a Despesa de Aluguel ocorre em maio. Porém, se o aluguel de maio só for pago em junho, em maio a empresa apropria o aluguel, gerando Despesas de Aluguel, e, ao mesmo tempo, contabiliza a obrigação de pagar o aluguel, gerando Aluguéis a Pagar, ocorrendo, portanto, um fato modificativo diminutivo do tipo – PL/ + P. No mês seguinte, o aluguel será pago, gerando um fato permutativo do tipo – P / - A, pois a saída da obrigação é simultânea à saída do dinheiro.

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- Aumenta o saldo da conta Dividendos a Pagar = aumenta o Passivo - Diminui o saldo da conta Lucros Acumulados = diminui o PL

Para melhor exemplificar os fatos modificativos diminutivos, vamos elencar os 2 casos em que eles ocorrem:

1º CASO: ( + ) DESPESA e ( - ) ATIVO O pagamento pela aquisição de qualquer bem ou serviço para consumo (DESPESA), em moeda corrente ou através da conta bancária (ATIVO), provoca diminuição da riqueza patrimonial, ou seja, toda despesa diminui o lucro e, portanto, diminui o Patrimônio Líquido. - Pagamento de conta de energia elétrica (DESPESA) através de conta corrente bancária (ATIVO CIRCULANTE), diminui a riqueza patrimonial.

Débito: ENERGIA ELETRICA e Crédito: BANCOS C/ MOVIMENTO.

2° CASO: (+) DESPESA e ( + ) PASSIVO A alteração negativa da riqueza patrimonial também ocorre, quando a despesa ou perda correspondente está relacionada com o aumento do Passivo (obrigação).

- Provisão de qualquer despesa (DESPESA) em contrapartida a uma obrigação (PASSIVO), modifica negativamente a riqueza patrimonial. Débito: DESPESA C/FÉRIAS e Crédito: PROVISÃO DE FÉRIAS - Atualização monetária ou cambial (RESULTADO) referente a obrigação de financiamento (PASSIVO), modifica negativamente a situação líquida do patrimônio. Débito: VARIAÇÃO MONETÁRIA e Crédito: FINANCIAMENTOS NACIONAIS.

As despesas, perdas, custos, insubsistências e outros elementos negativos de resultado, alteram a riqueza patrimonial ou situação líquida. Todas as operações que envolvam esses elementos são constituídas de valores que diminuem o lucro do exercício.

FATOS MISTOS (ou COMPOSTOS) – São aqueles simultaneamente permutativos e modificativos, ou seja, há troca de elemento patrimonial com lucro ou prejuízo.

Os FATOS MISTOS ou COMPOSTOS combinam a permuta de valores dos ELEMENTOS PATRIMONIAIS com a modificação da riqueza patrimonial provocada pelos elementos do resultado, RECEITAS E DESPESAS.

O fato misto ou composto compreende, no mesmo fato contábil, a existência de FATO PERMUTATIVO e de FATO MODIFICATIVO. Da mesma forma que o fato modificativo, quando o fato misto apresenta aumento da riqueza patrimonial com o aparecimento de receitas, temos o FATO MISTO AUMENTATIVO.

FATO MISTO AUMENTATIVO OU POSITIVO: fato permutativo + modificativo aumentativo.

Ex.: recebimento de duplicata com juros ( + A / - A / + PL)

- Diminui o saldo da conta Duplicatas a Receber = diminui o Ativo - Aumenta o saldo da conta Caixa = aumenta o Ativo - Há uma Receita = aumenta o lucro = aumenta o PL

Permuta entre contas do ativo + aumento do PL

Se, por exemplo, uma duplicata de R$ 600,00 for recebida com um juro de 10%, entra no caixa R$ 660,00 e saem duplicatas a receber no valor de R$ 600,00. Logo, como o Ativo ficará aumentado de R$ 60,00, o Patrimônio Líquido também ficará aumentado do mesmo valor

Se, ao contrário, quando o fato misto apresenta diminuição da riqueza patrimonial com o aparecimento de despesas, temos o FATO MISTO DIMINUTIVO.

FATO MISTO DIMINUTIVO OU NEGATIVO: fato permutativo + modificativo diminutivo.

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Ex.: pagamento de duplicata com juros ( - P / - A / - PL)

- Diminui o saldo da conta Duplicatas a Pagar= diminui o Passivo - Diminui o saldo da conta Caixa = diminui o Ativo - Há uma Despesa = Diminui o lucro = diminui o PL

Permuta entre contas do Ativo e Passivo + redução do PL Se, por exemplo, uma duplicata de R$ 400,00 for paga com juro de 15%, saem do Passivo R$ 400,00 em duplicatas a pagar e saem do Ativo R$ 460,00 em dinheiro. Logo, visto que a redução do Ativo é de R$ 60,00 superior à do Passivo, haverá redução do Patrimônio Líquido também neste valor. Em algumas circunstâncias, o fato misto é definido não apenas pelo lançamento contábil em si, mas pelo fato contábil objeto da análise. Quando se vende mercadorias, é possível observar que existe uma troca (permuta) entre o bem mercadoria da parte do vendedor e o bem moeda corrente disponibilizado pelo comprado, acrescido por um algo mais estipulado pelo vendedor (Lucro).

A análise poderia ser feita assim: 1. Mercadoria adquirida por R$ 100,00 e vendida por R$ 100,00, é FATO PERMUTATIVO, porque nesse caso existe apenas uma troca de elementos patrimoniais; 2. Mercadoria adquirida por R$ 100,00 e vendida por R$ 130,00, é FATO MISTO AUMENTATIVO, porque além da troca entre os elementos patrimoniais, o lucro aumentou a riqueza patrimonial; 3. Mercadoria adquirida por R$ 100,00 e vendida por R$ 80,00, é FATO MISTO DIMINUTIVO, porque além da troca entre os elementos patrimoniais, o prejuízo diminuiu a riqueza patrimonial.

EXERCÍCIOS DE CONCURSOS

ASSUNTO: FATOS ADMINISTRATIVOS

01. O fato contábil decorrente da quitação ou liquidação de um crédito de curto prazo causa no patrimônio o seguinte efeito:

a) diminuição do ativo disponível e do passivo circulante b) aumento do ativo disponível e do passivo circulante c) diminuição e aumento do passivo circulante, simultaneamente d) diminuição e aumento do ativo circulante, simultaneamente e) não haverá alterações, pois o fato é permutativo

02. A venda à vista, por R$ 2.000,00, de mercadorias adquiridas a prazo, por R$ 1.600,00, representa fato:

a) modificativo, porque modificou tanto o ativo quanto o passivo; b) permutativo, porque permutou mercadorias adquiridas a prazo por dinheiro; c) modificativo, porque as mercadorias foram convertidas em dinheiro; d) permutativo, porque houve diminuição do saldo da conta mercadorias e aumento do passivo; e) misto, porque modificou o ativo (com permuta de caixa e mercadorias) e a situação líquida.

03. Numa empresa, o recebimento de juros (sobre adiantamento feito a empregado), sem o recebimento do principal correspondente, é um fato contábil:

a) misto aumentativo; b) modificativo aumentativo; c) permutativo; d) misto diminutivo; e) modificativo diminutivo.

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04. No pagamento de uma obrigação tributária, já registrada em seu passivo, a empresa ultrapassou o prazo de vencimento, tendo que resgatá-la com os respectivos acréscimos legais cabíveis. Essa operação caracteriza-se como um fato contábil:

a) permutativo; b) misto diminutivo; c) misto aumentativo; d) modificativo aumentativo; e) modificativo diminutivo.

05. A emissão de cheque, no valor de R$ 1.000,00, para pagamento de uma duplicata, com juros de 25%, representa:

a) fato permutativo; b) fato modificativo aumentativo; c) fato modificativo diminutivo; d) fato misto aumentativo; e) fato misto diminutivo

06. A empresa Flores Belas Ltda. vendeu à vista a um cliente, por $ 50 – líquido de impostos -, flores naturais e sementes que lhe haviam custado $ 36. A operação a) aumenta o passivo e a situação líquida – modificativo b) diminui o passivo e aumenta a situação líquida – modificativo c) diminui o ativo e aumenta o passivo – permutativo d) aumenta o ativo e a situação líquida pelo prejuízo – misto diminutivo e) aumenta o ativo e a situação líquida pelo lucro – misto aumentativo

07. Numa operação em que há o aumento do patrimônio líquido, ocasionado por uma diminuição do passivo superior à diminuição do ativo, o fato contábil pertinente pode ser representado pela:

a) venda de um bem com lucro b) colocação de debêntures abaixo do par c) quitação de uma dívida com desconto d) renovação e dívidas com incidência de juros e) prescrição de dívida, sem qualquer contraprestação

08. (Contador da Prefeitura do Recife – 2003)

Enunciado A operação de compra de mercadorias com pagamento a vista é considerada como um fato contábil: a) de iliquidez b) modificativo c) mistod) extraordinário e) permutativo

09. No pagamento de uma dívida com juros de mora (juros por atraso) ocorre: a) aumento do ativo e é um fato permutativo b) aumento das despesas e é um fato modificativo aumentativo c) diminuição do ativo, do passivo e da situação líquida sendo, portanto, um fato misto. d) diminuição do ativo e passivo sendo, portanto, um fato permutativo. e) aumento das despesas e é um fato modificativo compensativo

10. (ISS/RJ) Conceituam-se como fatos contábeis todos os acontecimentos ocorridos nas empresas, suscetíveis de registro ou contabilizados no patrimônio, trazendo a essas empresas variações específicas ou quantitativas, e

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classificadas em três naturezas: permutativas ou compensativas, modificativas e mistas ou compostas. Dentre as alternativas abaixo, aquela que caracteriza um fato modificativo diminutivo é:

a) diminuição da situação líquida positiva do patrimônio por compensação de valores do ativo e passivo.

b) diminuição da situação líquida positiva do patrimônio por diminuição do passivo.

c) diminuição da situação líquida positiva do patrimônio por aumento do passivo.

d) diminuição da situação líquida positiva do patrimônio por aumento do ativo

11. (PERITO/PF/CESPE) Determinada empresa decidiu aumentar o seu capital, utilizando-se, para isso, e recursos de lucros obtidos em exercícios anteriores. Essa decisão caracteriza-se como um:

a) fato contábil modificativo. b) fato contábil misto. c) ato administrativo. d) fato contábil permutativo.

12. (ATM/RECIFE/ESAF) A empresa “Ω” Ltda. realizou uma operação de recebimento de duplicata no valor de R$ 100,00, em dinheiro. Essa operação gerou um registro contábil de débito à conta Caixa e crédito à conta Duplicatas a Receber. Assinale o tipo de fato contábil presente na única opção correta.

a) Aumentativo b) Diminutivo c) Misto d) Modificativo e) Permutativo

13. (AGERS/RS) Considere a representação gráfica do patrimônio, em R$, em dois momentos.

ANTES ATIVO PASSIVO E PL Caixa 50 Fornecedores 20 Mercadorias 20 Credores 100 Imobilizado 150 Capital Social 100

220 220 DEPOIS ATIVO PASSIVO E PL Caixa 50 Fornecedores 20 Clientes 10 Credores 100 Mercadorias 15 Patrimônio Líquido 105 Imobilizado 150 225 225

Pode-se afirmar que o fato contábil ocorrido entre ANTES e DEPOIS é um fato:

a) misto aumentativo. b) permutativo. c) misto diminutivo. d) modificativo aumentativo. e) modificativo diminutivo.

Gabarito: 01-D; 02-E; 03-B; 04-B; 05-E; 06-E; 07-C; 08- E; 09-C; 10- C; 11-D; 12-E; 13- A

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RESULTADO – RECEITAS x DESPESAS (MUTAÇÕES PATRIMONIAIS)

Conforme já explanamos na aula 1, o Resultado (ou RÉDITO) de uma entidade, num determinado

período(EXERCÍCIO SOCIAL), poderá ser LUCRO ou PREJUÍZO. Será LUCRO, se o total de receitas auferidas (ganhas) pela entidade for maior que o total de despesas. Caso contrário, ou seja, se o total das despesas ultrapassarem o total das receitas, no mesmo período, teremos o PREJUÍZO CONTÁBIL.

Exemplos: 1) Receitas = $ 16.000

Despesas= $ 9.000 RESULTADO = $ 16.000 – $ 9.000 = $ 7.000 → Lucro

2) Receitas = $ 23.000 Despesas = $ 27.000 RESULTADO = $ 23.000 - $ 27.000 = ($ 4.000) → Prejuízo

NOTA: Quando estivermos ministrando o assunto “CONTAS”, iremos verificar que tudo aquilo que representa um elemento patrimonial (bens, direitos e obrigações) ou de resultado (receitas e despesas) é uma CONTA. Se a mesma, por exemplo, representar o dinheiro em conta corrente bancária da empresa (Bancos Conta Movimento), a mesma será uma conta patrimonial, vez que registra a movimentação de um elemento patrimonial, qual seja, um bem numerário (dinheiro), portanto, um ativo. Logo toda e qualquer conta do ativo, do passivo exigível e do patrimônio líquido são ditas CONTAS PATRIMONIAIS, pois representam elementos componentes do patrimônio. Analogamente, os nomes que representam variações quantitativas do patrimônio líquido (receitas e despesas), ou mutações patrimoniais, são chamadas de CONTAS DE RESULTADO.

1. DESPESAS

Representam VARIAÇÕES NEGATIVAS do patrimônio líquido, provocando, portanto, uma diminuição da riqueza patrimonial da entidade, representada pelo acervo líquido da mesma (PL). Então, NUNCA SE ESQUEÇA:

“TODA DESPESA, QUANDO INCORRIDA, DIMINUI O PATRIMÔNIO LÍQUIDO!” Entre outras formas, as despesas têm origem no consumo de bens e na utilização de serviços. Visam, direta ou

indiretamente, à obtenção de receitas.

A seguir, para melhor entendimento, será demonstrada, de forma exemplificativa, o efeito de uma despesa no patrimônio líquido de uma entidade.

Exemplos:

1) Patrimônio da Cia. A, antes e após o pagamento do aluguel de março no próprio mês de março no valor de $ 5.000:

ANTES → ATIVO = $ 98.000 PASSIVO EXIGÍVEL = $ 32.000 PATRIMÔNIO LÍQUIDO = $ 98.000 - $ 32.000 = $ 66.000

APÓS → ATIVO = $ 98.000 - $ 5.000 = $ 93.000 PASSIVO EXIGÍVEL = $ 32.000 PATRIMÔNIO LÍQUIDO = $ 93.000 - $ 32.000 = $ 61.000 Observe que o registro (contabilização) do aluguel no valor de $ 5.000,00 provocou uma diminuição no Ativo

da empresa, pela saída de bens numerários (GRANA!!!) da Conta Caixa ou da Conta Bancos Conta Movimento, sem,

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entretanto, haver diminuição em outro elemento do ativo e/ou do passivo exigível. Como, conforme já dissemos, existe uma igualdade contábil entre o LADO DO ATIVO e o LADO DO PASSIVO, de tal forma que TOTAL DO ATIVO = TOTAL DO PASSIVO (comentaremos depois o por quê disso!), para manter essa igualdade, é que há uma diminuição do valor do Patrimônio Líquido, provocada pelo registro da despesa de Aluguel. Logo, temos, no caso, uma despesa de aluguel no valor de $ 5.000.

2) Suponhamos que a Cia. A pagasse, em abril, o aluguel de março, no valor de $ 5.000. A contabilização (reconhecimento da dívida) da despesa seria feita em março. O patrimônio líquido antes e após a contabilização seria o seguinte:

ANTES → ATIVO = $ 98.000 PASSIVO EXIGÍVEL = $ 32.000 PATRIMÔNIO LÍQUIDO = $ 98.000 - $ 32.000 = $ 66.000

APÓS → ATIVO = $ 98.000 PASSIVO EXIGÍVEL = $ 32.000 = $ 5.000 = $ 37.000 PATRIMÔNIO LÍQUIDO = $ 98.000 - $ 37.000 = $ 61.000

Diante do exposto, precisamos ter em mente que, TERMOS como, por exemplo, DESPESA, na nossa

ótica, É SINÔNIMO de compra, pagamento, desembolso. Temos a ilusão de que qualquer compra é uma despesa, seja à vista ou a prazo. Contabilmente, isso está ERRADO!!!!!

Imaginemos que você vá ao supermercado fazer as compras do mês, ou da semana. Isso é mais comum para as

mulheres, que, diga-se de passagem, além de excelentes profissionais, são ótimas donas de casa! Bem, isso não interessa, quer seja homem ou mulher, ao adquirir alimentos no supermercado, você não está incorrendo em despesas, pois a sua riqueza patrimonial (PL) não está diminuindo em virtude desse fato. Na verdade, contabilmente falando, você está tendo um gasto, representado pelo sacrifício patrimonial (se à vista, esse sacrifício concretiza-se com a saída do dinheiro do seu bolso – caixa-; se a prazo, a incorporação de uma dívida no seu patrimônio, especificamente, no seu passivo exigível). Ora, como já estamos CARECAS de saber, muito mais eu, a equação fundamental do patrimônio é: PL = ATIVO – PASSIVO EXIGÍVEL. Matematicamente, se a compra for à vista, acontecerá o seguinte: a saída de dinheiro (desembolso) do seu bolso (seu CAIXA!!!), que é um ativo, para aquisição de outros ativos(alimentos), que se incorporam ao seu patrimônio, como bens de consumo. Como a saída do dinheiro do seu bolso, suponha R$ 1.000,00 (você gosta de fartura na mesa!!!!) foi compensada pela entrada de alimentos(ativos) de mesmo valor, então tal evento não altera o valor da sua riqueza patrimonial (PL). Isso quer dizer que, contabilmente, sua riqueza não diminuiu. “UFA!!!! Ainda bem que não fiquei mais pobre!!!”, é o que você irá dizer a partir de hoje, ao fazer qualquer compra. Se, por outro lado, a compra for a prazo, a entrada no seu ativo, de alimentos, será compensada pela incorporação de uma dívida de mesmo valor no seu passivo exigível, por exemplo, cartões de crédito a pagar.

Alexandre, quer dizer que DESPESA NÃO É, NECESSARIAMENTE, SINÔNIMO DE DESEMBOLSO?

Exatamente!!!!! você entendeu o espírito da coisa! Passemos adiante!!!!!

Portanto, NUNCA SE ESQUEÇA DAS SEGUINTES MÁXIMAS CONTÁBEIS: “DESPESA NÃO É, NECESSARIAMENTE, SINÔNIMO DE DESEMBOLSO” “TODA DESPESA, QUANDO INCORRIDA, DIMINUI O PATRIMÔNIO LÍQUIDO!”

Em aula oportuna, veremos que isso se deve ao REGIME DE COMPETÊNCIA, que é uma decorrência do Princípio da Competência, elencado na Resolução CFC nº 750, de que falaremos dela mais adiante, e pormenorizado na Resolução CFC nº 774, resoluções imprescindíveis para um estudo aprofundado da Contabilidade.

Perceba, portanto, que, no exemplo 2 supramencionado, ao reconhecermos uma dívida (Aluguéis a Pagar→ conta do passivo), paralelamente, reconhecemos uma despesa (Despesas de Aluguéis → conta de resultado). Ou seja,

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a despesa está sendo reconhecida (contabilizada, escriturada nos livros contábeis) sem, necessariamente, ter ocorrido o DESEMBOLSO.

1.1. CLASSIFICAÇÃO DAS DESPESAS

DESPESAS C/ VENDAS

DESPESAS FINANCEIRAS OPERACIONAIS DESPESAS GERAIS E ADMINISTRATIVAS

DESPESAS OUTRAS DESPESAS OPERACIONAIS NÃO-OPERACIONAIS

1.1.1. DESPESAS OPERACIONAIS

São aquelas ligadas às atividades principais ou acessórias da empresa. Por exemplo, dependendo do tipo de atividade realizada pela empresa, poderemos subclassificá-las em Despesas Comerciais, Despesas Administrativas e Despesas Financeiras. Observe o quadro abaixo:

1.1.1.1. DESPESAS C/ VENDAS (ou DESPESAS COMERCIAIS)

Compreendem todos os gastos com a comercialização e distribuição das mercadorias ou produtos, isto é, gastos desde a promoção até a colocação junto ao consumidor, inclusive os gastos com os riscos assumidos na venda. Exemplos:

Comissões sobre Vendas Royalty

NOTA: Despesa com Royalty é aquela decorrente da exploração comercial de um produto, cuja patente pertence a outrem.

Devoluções de Vendas (referentes ao exercício social anterior)

Propaganda e Publicidade Brindes Embalagens Despesas com Devedores Insolventes

ATIVIDADES DESPESAS GERA Vender produtos ou mercadorias Despesas Comerciais GERA Administrar a empresa Despesas Administrativas GERA Financiar as operações da empresa Despesas Financeiras

ATENÇÃO!!!!! Somente as Devoluções de vendas referentes ao exercício anterior são consideradas como despesas comerciais. As devoluções de vendas que ocorrerem no mesmo exercício social de ocorrência da venda são tratadas na DRE (Demonstração do Resultado do Exercício) como Deduções da Receita Bruta de Vendas, E NÃO como Despesas Comerciais!!!!!

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Despesas com Provisão para Devedores Duvidosos - PDD

NOTA: em tempo oportuno, falaremos das Provisões Ativas, de que é exemplo a famosíssima PDD ou PCLD (Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa), e também das Provisões Passivas. A Despesa com Provisão para Devedores Duvidosos é decorrente da constituição da referida provisão, que será estudada posteriormente.

Ave Maria, esse professor deixa tudo para depois!!!!! Tenha calma, não fique ansioso! Ensinar, aprender e estudar contabilidade é o mesmo que construir uma rede de pesca, ou uma teia de aranha: por partes!!!

1.1.1.2. DESPESAS FINANCEIRAS Representam remunerações aos capitais de terceiros, os quais financiam as atividades da empresa.

Exemplos:

Juros Passivos (ou Despesas de Juros) Descontos Concedidos (ou Descontos Condicionais Concedidos) Correção Prefixada Passiva Variações Monetárias Passivas IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) Deságio na Emissão de Debêntures

1.1.1.3. DESPESAS GERAIS E ADMINISTRATIVAS São as despesas normais no processo de administração e funcionamento da empresa. Exemplos:

Salários 13º Salário Férias Encargos Sociais (INSS + FGTS) DESPESAS COM PESSOAL Assistência Médica e Social Transporte Pro-Labore Honorários da Diretoria,

Aluguéis Seguros IPTU Energia Elétrica Telefone Água e Esgotos DESPESAS GERAIS Material de Expediente Depreciação Amortização Exaustão,

Etc.

NOTA:

1) DEPRECIAÇÃO: corresponde à despesa com a perda de valor de bens tangíveis (materiais), constantes do Ativo Não-Circulante Imobilizado, devido ao desgaste pelo uso, ação da natureza ou obsolescência. Estão, portanto, sujeitos à depreciação imóveis, veículos, móveis e utensílios, máquinas e equipamentos, etc.

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2) AMORTIZAÇÃO: Despesa com a perda de valor de bens intangíveis (imateriais) do Ativo Não-Circulante Intangível e do diferido, tais como Patentes, Concessões Obtidas, Benfeitorias em Imóveis de Terceiros, etc.

3) EXAUSTÃO: Despesa com a perda de valor de bens intangíveis do Ativo Não-Circulante, tais como Direitos de Exploração de Minas, Jazidas e Florestas.

1.1.1.4. OUTRAS DESPESAS OPERACIONAIS

São despesas que, apesar de não serem consideradas comerciais, financeiras ou administrativas, são ainda operacionais. Exemplos:

Despesas de Equivalência Patrimonial(*) Despesas de Amortização de Ágio na Aquisição de Investimentos(*) Multas (apesar de o consenso não ser geral, muitos autores classificam “Multas” como uma despesa

pertencente ao grupo “Outras Despesas Operacionais”.

(*) NOTA: Como se trata de assunto de Contabilidade Avançada e, portanto, complexo, serão tratados posteriormente, quando estivermos ministrando as Participações Permanentes avaliadas pelo Método da Equivalência Patrimonial. Controle a sua ansiedade!!!!!!!!!!!!

1.1.2. DESPESAS NÃO-OPERACIONAIS

São despesas que não estão ligadas às operações principais ou acessórias da empresa. São três as formas mais conhecidas de despesas não-operacionais:

Despesas decorrentes de alienação ou baixa de bens do Imobilizado. Despesas decorrentes da constituição da Provisão para Perdas Prováveis na Realização de Investimentos

(assunto a ser visto posteriormente). Despesas decorrentes de eventos que resultem na redução da porcentagem de participação no capital social da

coligada ou controlada (mais adiante elucidados serão os devidos conceitos).

Exemplo: Uma empresa possui um equipamento de uso, cujo valor de aquisição corrigido monetariamente é de $ 30.000 e a Depreciação Acumulada, $ 9.000. Posteriormente, aliena (vende) tal bem por $ 16.000. Assim:

Despesa Não-operacional = $ 21.000 (valor contábil do bem que está saindo) Receita Não-operacional = $ 16.000 (valor de venda do bem) Resultado Não-operacional = $ 16.000 - $ 21.000 = ($ 5.000) → Prejuízo

Observações:

1) Não de deve confundir Despesa Não-operacional com Prejuízo Não-operacional. A primeira corresponde ao valor contábil do bem permanente que está saindo da empresa, seja por venda, seja por baixa. O segundo corresponde à diferença entre a Despesa Não-operacional e a Receita Não-operacional.

2) O Prejuízo Não-operacional também pode ser chamada de Resultado Não-operacional Negativo ou Perda de Capital.

3) O valor contábil de um bem depreciado é a diferença entre o custo de aquisição corrigido monetariamente, caso haja correção monetária, e o valor da depreciação acumulada. No exemplo anterior, tal valor foi de $ 30.000 - $ 9.000 = $ 21.000.

2. RECEITAS

Representam VARIAÇÕES POSITIVAS do patrimônio líquido, provocando, portanto, um aumento da riqueza patrimonial da entidade, representada pelo acervo líquido da mesma (PL). Então, NUNCA SE ESQUEÇA:

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“TODA RECEITA, QUANDO REALIZADA (GANHA), AUMENTA O PATRIMÔNIO LÍQUIDO!”

Entre outras formas, as receitas têm origem nas VENDAS de mercadorias (empresa comercial), produtos (empresa industrial), ou PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS (empresa civil).

Para as Receitas, há a seguinte MÁXIMA CONTÁBIL:

“RECEITA NÃO É, NECESSARIAMENTE, SINÔNIMO DE RECEBIMENTO”

Para exemplificar a máxima supra, tomemos como exemplo uma empresa comercial que efetua uma venda a prazo de mercadorias, no valor de R$ 50.000,00, para o seu cliente, acordando o pagamento para daqui a 90 dias. A Receita Bruta de Vendas, segundo o REGIME DE COMPETÊNCIA, deve ser contabilizada no momento da ocorrência do seu fato gerador, que é a entrega imediata da mercadoria, independentemente do momento do recebimento. A contabilização dessa receita gera uma variação positiva no PL da empresa e uma incorporação de um direito no ativo da empresa (Duplicatas a Receber ou Clientes). Transcorrido o prazo de 90 dias, o recebimento do crédito(duplicata a receber) não será contabilizado como receita, que aconteceu quando do momento da venda. Portanto, a receita, segundo essa metodologia de reconhecimento (REGIME DE COMPETÊNCIA), deverá ser reconhecida contabilmente quando for realizada (Realização da Receita).

Exemplos:

1) A Cia. ALFA alugou, para a Cia. BETA, um imóvel de sua propriedade. Em março de 99, a Cia. ALFA recebeu $ 3.000 da Cia. BETA, referentes ao aluguel do mesmo mês. Imediatamente antes do recebimento, o

Ativo de ALFA era de $ 78.000 e o Passivo, $ 23.000 e, conseqüentemente, o Patrimônio Líquido, $ 55.000. Após o recebimento, na Cia. ALFA, teremos:

PL = ($ 78.000 + $ 3.000) - $ 23.000 = $ 58.000 ∆ PL = $ 58.000 - $ 55.000 = $ 3.000 = Aluguéis Ativos (ou Receitas de Aluguéis)

2) A Comercial LUMEX Ltda. vendeu, à vista, lustres por $ 34.000, sendo o custo de tais bens, $ 18.000. Assim, teremos:

Vendas de Mercadorias = $ 34.000 → (RECEITA) Custo das Mercadorias Vendidas = $ 18.000 → (DESPESA) Variação do PL → ∆ PL = + $ 34.000 - $ 18.000 = $ 16.000 → LUCRO

2.1. CLASSIFICAÇÃO DAS RECEITAS RECEITAS BRUTAS OPERACIONAIS RECEITAS LÍQUIDAS RECEITAS FINANCEIRAS

OUTRAS RECEITAS OPERACIONAIS RECEITAS

NÃO-OPERACIONAIS

2.1.1. RECEITAS OPERACIONAIS

Da mesma forma que as despesas operacionais, são aquelas relacionadas às atividades principais ou acessórias da empresa.

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Assim, por exemplo, se uma determinada empresa é comercial, ou seja, tem como atividade principal a

revenda de mercadorias, e possui um imóvel alugado, a receita auferida no aluguel, apesar de não estar ligada à atividade principal, também é considerada operacional, pois está ligada à atividade acessória (alugar imóveis).

2.1.1.1. RECEITA BRUTA (Receita Operacional Bruta ou Vendas Brutas ou, simplesmente, Vendas)

São as vendas ligadas às atividades principais, ou seja:

de Mercadorias → Se a empresa for comercial

Vendas de Produtos → Se a empresa for industrial

de Serviços → Se a empresa for prestadora de serviços

ATENÇÃO!!!!

Numa empresa comercial ou prestadora de serviços RECEITA BRUTA é o mesmo que FATURAMENTO BRUTO, tendo em vista que, em ambos os tipos de empresas, não há IPI (Impostos s/ Produtos Industrializados) na venda de mercadorias ou serviços. Porém, numa empresa industrial, não é a mesma coisa, ou seja:

FATURAMENTO BRUTO = RECEITA BRUTA + IPI

Isto é decorrência do fato de ser o IPI um imposto “por fora”, isto é, imposto que não integra a sua própria base de cálculo, sendo esta a Receita Bruta. No caso do ICMS (Imposto s/ Circulação de Mercadorias e Serviços) e do ISS (Imposto s/Serviços), é diferente. Ambos são impostos “por dentro”, ou seja, impostos que fazem parte das suas próprias bases de cálculo, e desta forma já estão embutidos na Receita Bruta.

Suponhamos, por exemplo, que a Industrial X venda produtos para a Comercial Y no valor de $ 10.000, com

ICMS a 18% e IPI a 10%. Assim, teremos:

RECEITA BRUTA = $ 10.000 ICMS S/ VENDAS = 18% da RECEITA BRUTA = $ 1.800 IPI FATURADO = 10% da RECEITA BRUTA = $ 1.000 FATURAMENTO BRUTO = $ 10.000 + $ 1.000 = $ 11.000

2.1.1.2. RECEITA LÍQUIDA (Receita Operacional Líquida ou Venda Líquida)

É igual ao valor da Receita Bruta subtraída das Devoluções das Vendas, dos Abatimentos e dos Impostos e Contribuições sobre Vendas os quais, por simplicidade, chamaremos todos de DEDUÇÕES, ou seja:

Devoluções de Vendas (desde que efetuadas no mesmo exercício da venda)

Abatimentos sobre Vendas

DEDUÇÕES Descontos Incondicionais Concedidos (Descontos Comerciais)

Impostos e Contribuições sobre Vendas (ICMS, ISS, PIS, CONFINS)

RECEITA LÍQUIDA = RECEITA BRUTA – DEDUÇÕES

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ICMS: Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Compensação) – art. 155,II, CF

ISS: Imposto sobre Serviços (exceto os mencionados no ICMS) – art. 156, III, CF

PIS: Programa de Integração Social → É uma contribuição mensal efetuada pelas empresas comerciais ao Governo Federal, sobre o faturamento dessas. Tal contribuição destina-se ao pagamento do abono anual que a Caixa Econômica paga aos trabalhadores cadastrados e ao seguro-desemprego.

COFINS: Contribuição Social o Faturamento → Juntamente com o PIS, é um tributo de competência da União (art. 149 e art. 195, I, b, CF), destinando-se ao financiamento da seguridade social.

Observações:

1) O IPI não é considerado uma DEDUÇÃO da Receita Bruta, pois, como já visto, o mesmo não está incluído nesta (imposto por fora).

2) As contas Devoluções de Vendas, Abatimentos sobre Vendas, Descontos Incondicionais (ou Comerciais), Concedidos, COFINS s/ Faturamento e ISS são DESPESAS. Porém, tais despesas NÃO SÃO consideradas no rol das despesas operacionais ou não-operacionais, e sim no rol das DEDUÇÕES DAS VENDAS (ou Contas Retificadoras das Vendas), isto é, são subtraídas diretamente da Receita Bruta para chegar-se ao valor da Receita Líquida.

3) Não se deve confundir as contas ICMS, ISS, PIS s/ Faturamento e COFINS s/ Faturamento com as contas ICMS a Recolher, ISS a Recolher, PIS a Recolher e COFINS a Recolher, pois as primeiras são contas de RESULTADO (deduções das vendas) e as segundas são contas PATRIMONIAIS (obrigações – contas do Passivo). Tais contas “nascem”, respectivamente, juntas, pois tendo em vista o Regime de Competência (será visto daqui a pouco), ao se reconhecer a obrigação de pagar o tributo, paralelamente, surge a despesa com o tributo.

TODA E QUALQUER CONTA, SEM EXCEÇÃO, CUJO TÉRMINO DE SUA DENOMINAÇÃO É A RECOLHER, REPRESENTA UMA CONTA DE PASSIVO EXIGÍVEL.

4) Não se deve confundir a conta Descontos Incondicionais Concedidos com a conta Descontos Condicionais Concedidos. A primeira é uma conta de resultado, classificada como Dedução da Receita Bruta. A segunda é uma conta de resultado classificada como Despesa Financeira (desconto concedido ao cliente por antecipação do recebimento de duplicatas a receber).

4) Conforme já mencionado, os Descontos Incondicionais Concedidos e os Abatimentos sobre Vendas são deduções das vendas. A diferença entre ambos reside no seguinte fato: os Descontos Incondicionais Concedidos são dados incondicionalmente pelo fornecedor ao cliente, no ato da venda e, portanto, aparecem na nota fiscal de venda. Os Abatimentos sobre Vendas são dados posteriormente ao ato da venda pelo fornecedor ao cliente, tendo em vista avarias ou quaisquer divergências nos pedidos, não aparecendo, portanto, na nota fiscal de venda.

Para melhor consolidação o assunto ora tratado, segue um exemplo elucidativo.

Exemplo : As seguintes operações foram registradas no mês de maio na Comercial MS Ltda:

1) Vendas de mercadorias no valor de $ 50.000, com desconto incondicional concedido de 8%.

2) Dos $ 50.000 das mercadorias vendidas anteriormente, houve o recebimento de $ 12.500 em devolução.

3) Abatimentos concedidos aos clientes no valor de $ 8.000, a fim de evitar novas devoluções.

Assim, supondo ICMS, PIS e COFINS, respectivamente, 18%, 0,65% e 3%:

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ICMS = 18% $ [(50.000 – 8% 50.000) – (12.500 – 8% 12.5000)] = $ 6.250 PIS= 0,65% $ [(50.000 – 8% 50.000) – (12.500 – 8% 12.500)] = $ 224,25 COFINS = 3% $ [(50.000 – 8% 50.000) – (12.500 – 8% 12.500)] = $ 1.305 Descontos Incondicionais Concedidos = 8% $ (50.000 – 12.500) = $ 3.000

Devoluções de Vendas = $ 12.500 Abatimentos s/ Vendas = $ 8.000 DEDUÇÕES = $[6.210 + 224,25 + 1.035 + 3.000 + 12.500 + 8.000] = $ 30.969,25 RECEITA LÍQUIDA = $ [50.000 – 30.969,25] = $ 19.030,75

NOTA: Observe que as Devoluções de Vendas funcionam em sentido oposto ao das Vendas, com os mesmos elementos incidentes, ou seja, se há descontos incondicionais no valor das vendas no valor de 8% de $ 50.000, há descontos incondicionais no valor das devoluções de vendas no valor de $ 12.500. Se há incidência do ICMS no valor das vendas, líquidas dos descontos incondicionais, no valor de 18% de ($50.000 – 8% $ 50.000), há também incidência do ICMS no valor das devoluções de vendas, líquidas dos respectivos descontos incondicionais, no valor de 18% de ($12.500 – 8%$12.500). Cabe também lembrar que, tanto na venda, quanto na devolução de venda, se deve emitir nota fiscal. Na venda, a emissão é feita pelo vendedor. Na devolução de venda, a emissão é feita pelo comprador. Observe também que no abatimento não há circulação de mercadorias e, portanto, não há emissão de nota fiscal e nem incidência de ICMS. Estudaremos de forma mais aprofundada esse assunto quando estivermos ministrando o assunto Operações com Mercadorias.

2.1.1.3. RECEITAS FINANCEIRAS

Juros Ativos (Receita de Juros) Descontos (Condicionais) Obtidos Correção Prefixada Ativa Variações Monetárias Ativas, etc.

NOTA:

1) Os Juros Ativos são normalmente originários das seguintes formas:

Juros ganhos em aplicações financeiras. Juros ganhos na concessão de empréstimos a terceiros. Juros de mora cobrados em duplicatas a receber, devido ao atraso de clientes.

2) Os Descontos Condicionais (ou Financeiros) Obtidos são referentes aos descontos obtidos dos fornecedores, dada a antecipação do pagamento das duplicatas a pagar.

3) As Variações Monetárias Ativas podem ser:

Correção Pós-fixada Ativa – Ganho com base na inflação real do período. Ganhos Cambiais – Quando, numa dívida em moeda estrangeira, a moeda nacional valorizar em relação a

esta, ou quando, em uma aplicação em moeda estrangeira, esta valorizar em relação à moeda nacional.

4) A Correção Prefixada Ativa é aquela obtida com base em previsão da inflação vindoura. Em sua essência, é muito semelhante aos Juros Ativos. Assim, se uma determinada empresa efetuar uma aplicação financeira, desembolsando $ 20.000, a fim de que em quatro meses resgate $ 22.000, poder-se-ia, ao final do tempo transcorrido, ter ocorrido, por exemplo, o seguinte:

Juros Ativos = $ 1.700

Correção Prefixada Ativa = $ 300, ou

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Juros Ativos = $ 1.200

Correção Prefixada Ativa = 800, ou

Juros Ativos = $ 2.000

Correção Prefixada Ativa = ZERO, etc.

NOTA: Observe que o efeito gerado é o mesmo, ou seja, Receitas Financeiras = $ 2.000.

2.1.1.4. OUTRAS RECEITAS OPERACIONAIS

Aluguéis Ativos (ou Receita de Aluguéis) Reversão de Provisões (veremos depois) Receita de Dividendos Receita de Equivalência Patrimonial, etc.

2.1.2. RECEITAS NÃO-OPERACIONAIS

São as Receitas que não estão ligadas às operações principais ou acessórias da empresa. Exs.:

Receitas decorrentes da alienação de bens do Ativo Permanente Reversão da Provisão para Perdas Prováveis na Realização de Investimentos Receitas decorrentes de eventos que resultam no aumento da porcentagem de participação no capital social da

coligada ou controlada (será visto em Contabilidade Avançada)

3. REGIMES DE CONTABILIZAÇÃO (Caixa X Competência)

Esse é um assunto bastante explorado nas provas, qualquer que seja a elaboradora do exame (CESPE, FCC, ESAF, FGV, CESGRANRIO). Por isso, dedicamos um tópico especial dessa aula para o mesmo. Vamos à obra!!!!

De acordo com as regras contábeis, as despesas e as receitas devem ser reconhecidas na apuração do resultado

do período (DRE- Demonstração do Resultado do Exercício) a que pertencerem, e de forma simultânea, quando se correlacionarem.

Existem, na Contabilidade Empresarial, dois critérios distintos, para determinarmos a ocorrência ou não de

despesas e receitas. Tais critérios, os quais representam pontos de vista diferentes, são os dois regimes de contabilização existentes, a saber: REGIME DE CAIXA (ou FINANCEIRO) E REGIME DE COMPETÊNCIA (ou ECONÔMICO).

No regime de caixa, como o nome já sugere, as despesas e as receitas são, respectivamente, caracterizadas

pelas saídas e entradas de dinheiro. No regime de competência, as despesas e as receitas são caracterizadas pelas ocorrências dos FATOS GERADORES, independentemente das saídas ou entradas de dinheiro.

Pela legislação brasileira, todas as SOCIEDADES ANÔNIMAS e as SOCIEDADES LIMITADAS de grande

porte são obrigadas a adotarem, em seus registros e demonstrações contábeis, o REGIME DE COMPETÊNCIA. Este regime, portanto, está consagrado pela legislação societária e fiscal. O regime de caixa pode ser usado, por exemplo, em sociedades sem fins lucrativos.

Exemplo Prático 1: A Empresa X, cujo exercício social coincide com o ano-calendário(ano civil), alugou um imóvel para a Empresa Y, cujo exercício social também coincide com ano-calendário. Em dezembro de 1998, a Empresa X recebeu, antecipadamente, o aluguel de janeiro de 1999, no valor de $ 4.000. Assim:

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1º SITUAÇÃO: Se ambas as empresa utilizassem o REGIME DE CAIXA, teríamos:

(Em dezembro de 1998)

- Na empresa X: Receitas de Aluguéis = $ 4.000, pois entrou dinheiro

- Na empresa Y: Despesas de Aluguéis = $ 4.000, pois saiu dinheiro (Em janeiro de 1999) Em relação ao referido aluguel, nada se faria em nenhuma das duas empresas.

ATENÇÃO!!! Em se tratando de Receita, o que importa para o REGIME DE CAIXA é o Recebimento,

independentemente da ocorrência do fato gerador da Receita de Aluguel, que consiste na prestação do serviço de aluguel. A empresa X, que prestará o serviço somente em janeiro de 1999, deverá contabilizar a receita de aluguel no mês do recebimento (dez/1988), E NÃO no mês da ocorrência do Fato Gerador (Jan/1998).

Em se tratando de Despesa, o que importa para o REGIME DE CAIXA é o Pagamento, independentemente

da ocorrência do fato gerador da Despesa de Aluguel, que consiste na utilização do serviço de aluguel. A empresa Y, que utilizará o serviço prestado pela empresa X, em janeiro de 1999, deverá contabilizar a despesa de aluguel no mês do pagamento (dez/1988), E NÃO no mês da ocorrência do Fato Gerador (Jan/1998).

2º SITUAÇÃO: Se ambas utilizassem o REGIME DE COMPETÊNCIA, teríamos:

(Em dezembro de 1998)

- Na empresa X: Receitas de Aluguéis a Vencer = $ 4.000

- Na empresa Y: Despesas de Aluguéis a Vencer = $ 4.000

(Em janeiro de 1999)

- Na empresa X: Receitas de Aluguéis = $ 4.000

- Na empresa Y: Despesas e Aluguéis = $ 4.000 ATENÇÃO!!!

Em se tratando de Receita, o que importa para o REGIME DE COMPETÊNCIA é a data da ocorrência do FATO GERADOR DA RECEITA, que consiste na prestação do serviço de aluguel (Jan/1999), independentemente do recebimento, ocorrido em Dez/1998. A empresa X, que prestará o serviço somente em janeiro de 1999, deverá contabilizar a receita de aluguel nesse mês, E NÃO no mês do recebimento (Dez/1998), vez que aquela é a data efetiva da prestação do serviço.

Em se tratando de Despesa, o que importa para o REGIME DE COMPETÊNCIA é a data da ocorrência do

FATO GERADOR DA DESPESA, que consiste na utilização do serviço de aluguel (Jan/1999), independentemente do pagamento, ocorrido em Dez/1998. A empresa Y, que utilizará o serviço prestado pela empresa X, em janeiro de 1999, deverá contabilizar a despesa de aluguel nesse mês, E NÃO no mês do pagamento (Dez/1988), vez que aquela é a data efetiva da prestação do serviço.

CONCLUSÕES IMPORTANTÍSSIMAS!!!!!!

RECEITA = RECEBIMENTO

NO REGIME DE CAIXA

DESPESA = PAGAMENTO

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RECEITA ≠ RECEBIMENTO

NO REGIME DE COMPETÊNCIA

DESPESA ≠ PAGAMENTO

Observações:

1) A expressão “A VENCER” (ou “A APROPRIAR”) significa que o FATO GERADOR da despesa ou da receita ainda vai ocorrer. Desta forma, a conta Receitas de Aluguéis a Vencer (ou Aluguéis Ativos a Vencer) não é uma conta de resultado, visto que o fato gerador ainda não ocorreu. Esta é uma conta patrimonial, considerada uma receita antecipada, pertencente a um grupo do passivo chamado de Resultados de Exercícios Futuros (será visto posteriormente), que, juntamente com o Patrimônio Líquido, compõe, no balanço, o PASSIVO NÃO-EXIGÍVEL. Analogamente, a conta Despesas de Aluguéis a Vencer não e uma conta de resultado, e sim conta patrimonial, considerada uma despesa antecipada, classificada no Ativo Circulante, pois é “semelhante” a um direito (não é um crédito contra terceiros, apenas um direito de usufruir do imóvel alugado). Assim:

- Receita Antecipada é o mesmo que:

Receita recebida antecipadamente Receita a vencer PASSIVO Receita a apropriar Receita recebida e não ganha (não realizada)

- Despesa Antecipada é o mesmo que:

Despesa paga antecipadamente ATIVO Despesa a vencer CIRCULANTE OU Despesa a apropriar NÃO-CIRCULANTE( REALIZÁVEL A Despesa paga e não incorrida LONGO PRAZO)

2) Mediante o fenômeno chamado de APROPRIAÇÃO, há o reconhecimento da ocorrência do fato gerador de uma DESPESA ou de uma RECEITA. Assim, no exemplo anterior, ao findar o mês de janeiro de 1999, na Empresa X será APROPRIADA a Receita de Aluguel e na Empresa Y, a Despesa de Aluguel. Em outras palavras, podemos dizer que, mediante a APROPRIAÇÃO, uma Receita Antecipada “transforma-se” numa Receita, e uma Despesa Antecipada, numa Despesa.

RECEITA ANTECIPADA Apropriação RECEITA (Conta Patrimonial – PASSIVO) (Conta de Resultado)

DESPESA ANTECIPADA Apropriação DESPESA (Conta Patrimonial – ATIVO) (Conta de Resultado)

ALUGUÉIS ATIVOS A VENCER Apropriação ALUGUÉIS ATIVOS (Conta Patrimonial – PASSIVO) (Conta de Resultado- RECEITA)

ALUGUÉIS A VENCER Apropriação ALUGUÉIS (Conta Patrimonial – ATIVO) (Conta de Resultado- DESPESA)

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SEGUROS A VENCER Apropriação SEGUROS (Conta Patrimonial – ATIVO) (Conta de Resultado- DESPESA)

NOTA: Observe que, no caso das DESPESAS, a palavra “PASSIVOS” é dispensável. Assim, por exemplo, Aluguéis Passivos a Vencer é o mesmo que Aluguéis a Vencer; Aluguéis Passivos é o mesmo que Aluguéis

3) O termo “a vencer” (ou “a apropriar”) é exclusivo do registro de competência, isto é, não existe no regime de caixa.

RECEITA ANTECIPADA NÃO EXISTE!!!!!!!!!

NO REGIME DE CAIXA DESPESA ANTECIPADA

Exemplo prático 2: Em outubro de 1999, a Empresa X recebe antecipadamente $ 4.000 da Empresa Y, para que, em fevereiro de 2000, entregue produtos a serem ainda fabricados. Assim, considerando o regime de competência, teremos:

(Em outubro de 1999)

- Na empresa X: Adiantamentos de Clientes = $ 4.000 → conta do passivo

- Na empresa Y: Adiantamentos a Fornecedores = $ 4.000 → conta do ativo

(Em fevereiro de 2000 – na entrega dos produtos)

- Na empresa X: Receita de Vendas = $ 4.000 → conta de resultado

- Na empresa Y: Estoques = $ 4.000 → conta do ativo

4) Conforme já visto, no regime de competência, as receitas e as despesas só são consideradas em função dos seus fatos geradores, independentemente dos pagamentos ou recebimentos. Assim, ocorrendo o fato gerador de uma receita, dizemos que esta foi GANHA (ou Realizada ou Auferida). Ocorrendo o fato gerador de uma despesa, dizemos que esta foi INCORRIDA. No caso das VENDAS, a receita é considerada realizada quando da transferência da propriedade do bem vendido a terceiro (no caso das vendas de serviços). Assim, se uma empresa industrial recebe um adiantamento em dinheiro por conta de um bem a ser produzido, a receita, no ato do recebimento, ainda não é considerada realizada. Só a será quando da entrega efetiva dos bens ao cliente. Enquanto não for entregue, este adiantamento será contabilizado na conta Adiantamentos de Clientes, sendo esta uma conta patrimonial (passivo exigível), visto que representa uma obrigação da empresa com o cliente. Quando o bem for entregue, haverá a apropriação da receita e o valor contabilizado na conta Adiantamentos de Clientes será transferido para a conta Receita de Vendas.

Abaixo segue uma lista de sinônimos muito usados em provas de concursos:

ALUGUÉIS ATIVOS A VENCER (ou A APROPRIAR) - Aluguéis Recebidos Antecipadamente - Receita Antecipada de Aluguéis

ALUGUÉIS ATIVOS - Receitas de Aluguéis

ALUGUÉIS PASSIVOS A VENCER (ou A APROPRIAR) - Aluguéis a Vencer - Aluguéis Pagos Antecipadamente

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ALUGUÉIS PASSIVOS

- Despesas de Aluguéis - Aluguéis

SEGUROS A VENCER (ou A APROPRIAR) - Seguros Pagos Antecipadamente - Prêmio de Seguros a Vencer

DESPESAS DE SEGUROS - Prêmio de Seguros - Seguros

INFORMAÇÕES CAPCIOSÍSSIMAS!!!!!!!!!!

DESPESAS pagas e incorridas

São DESPESAS para o REGIME DE CAIXA DESPESAS pagas e não incorridas

DESPESAS incorridas e pagas

São DESPESAS para o REGIME DE COMPETÊNCIA DESPESAS incorridas e não pagas

RECEITAS recebidas e ganhas

São RECEITAS para O REGIME DE CAIXA RECEITAS recebidas e não ganhas

RECEITAS ganhas e recebidas

São RECEITAS para O REGIME DE COMPETÊNCIA

RECEITAS ganhas e não recebidas

OBS: Verificar questões 03 e 04 das páginas 54 e 55

4. INSUBSISTÊNCIAS E SUPERVENIÊNCIAS

4.1. SUPERVENIÊNCIAS

Caracterizam-se pelos surgimentos aleatórios de ativos ou passivos. Classificam-se em:

4.1.1. Superveniências Ativas: Ocorrem por fatos inesperados e inevitáveis aumentando o Ativo e Patrimônio Líquido. É uma conta de resultado (receita), portanto, conta de natureza credora. Como exemplo, podemos citar o recebimento de prêmio de loterias, recebimento de herança, nascimento de rebanho, etc...

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4.1.2. Superveniências Passivas: Ocorrem por fatos inesperados e inevitáveis causando aumentos do Passivo (aumento de obrigações) e diminuição do Patrimônio Líquido. São contas representativas de despesas, portanto, contas de natureza devedora. Exemplo: assunção de dívidas devido a perda em processos judiciais, registro de pagamento de avais, aumento de dívida devido a desvalorização da moeda nacional em relação à estrangeira, etc.

4.2. INSUBSISTÊNCIAS

4.2.1. Insubsistências Ativas: Ocorrem por fatos que não podem mais existir por qualquer motivo causando uma diminuição do Ativo e do Patrimônio Líquido. São representativas de despesas, contas de natureza devedora. Exemplo: Morte de um animal (baixa na conta semoventes) Perdão de direitos, prescrição na cobrança de uma duplicata a receber e outras perdas de ativo (ex: incêndio, inundação, furtos, etc). O Ativo deixa de existir.

4.2.2. Insubsistências Passivas: Ocorrem por fatos que não mais podem existir, isto é, deixam de existir por qualquer motivo causando uma diminuição do Passivo (baixa de obrigações) e aumento do Patrimônio Líquido. São contas representativas de receitas, portanto, de natureza credora. Exemplo: Perdão ou cancelamento de dívidas, prescrição para o Estado cobrar uma dívida, etc.

NOTA TÉCNICA 314/2004

Desde que o tema supra, mencionado nesse tópico (4.2.), foi explorado na prova do AFRF 2003, houve uma grande celeuma em torno do assunto. Grande parte dos autores discordava da classificação contábil das contas Superveniências Ativas e Passivas e Insubsistências Ativas e Passivas.

Foi encaminhado ao CFC questionamento sobre o assunto. O CFC enviou essa consulta ao Ministério da Fazenda aos cuidados do Sr. Isaltino Alves da Cruz, Coordenador-Geral de Contabilidade do Tesouro Nacional. O CFC aceitou na íntegra o parecer. Por meio da Nota Técnica 314/2004, encerrou-se a polêmica. Abaixo, a íntegra do parecer.

ÍNTEGRA DO PARECER

6. A gestão patrimonial imprime ao patrimônio da entidade, constantes variações. As variações representam os acréscimos e as reduções que resultam na situação líquida patrimonial. As variações que acrescem a situação líquida patrimonial são denominadas de variações ativas e as que reduzem variações passivas.

6.1. Dentro deste contexto, as variações ativas são provenientes do aumento de valores do ativo e da diminuição de valores do passivo e as variações passivas decorrem da diminuição dos valores do ativo ou do acréscimo dos valores do passivo. Desta forma afirmamos que nem toda variação ativa decorre do ativo assim como também a variação passiva não só provém do passivo.

6.2. A aplicação dos substantivos superveniência e insubsistência têm o objetivo de destacar da gestão patrimonial, os componentes das variações patrimoniais de natureza eventual, esporádica, dos normais e que todos alteram a situação líquida patrimonial da entidade. A evidenciação permite evitar a desfiguração da composição dos resultados relativos a vários exercícios.

6.3. A superveniência consiste em aumento e a insubsistência em diminuição da situação líquida patrimonial. A superveniência do ativo é denominada de superveniência ativa, porque acresce a situação líquida patrimonial. A superveniência do passivo é denominada de superveniência passiva, porque diminui a situação líquida patrimonial. A insubsistência do ativo é denominada de insubsistência passiva, porque diminui a situação liquida patrimonial. Insubsistência do passivo é denominada de insubsistência ativa, porque aumenta a situação líquida patrimonial.

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6.4. Resumindo, as superveniências e as insubsistências são ditas ativas, porque promovem aumento da situação líquida. As superveniências e insubsistências são ditas passivas, porque promovem diminuição da situação líquida patrimonial. Muitos autores e professores incorrem no equívoco de qualificar as superveniências e as insubsistências em ativas e passivas, segundo o reflexo no ativo e no passivo, esquecendo que o qualificativo ativo e passivo deriva da espécie da variação sobre a situação líquida patrimonial. Ninguém denomina variação patrimonial a devolução de um depósito de diversas origens que redunda em redução do ativo e do passivo, simultaneamente.

7.Respondendo as consultas informamos o seguinte:

7.1. A insubsistência ativa é uma conta de receita, portanto de natureza credora;

7.2. A insubsistência passiva é uma conta de despesa, portanto de natureza devedora;

7.3. A superveniência ativa é uma conta de receita, portanto de natureza credora;

7.4. A superveniência passiva é uma conta de despesa, portanto de natureza devedora;

7.5. A distinção entre receitas e despesas operacionais de não operacionais sempre causa confusão e por isto há uma tendência constante de evitar essa classificação. No entanto há um esforço de segregação, apenas dos itens extraordinários e dos resultados de operações descontinuadas, rigidamente definidos. Assim sendo, dentro das superveniências e insubsistências podem existir tanto fenômenos operacionais quanto não operacionais. Aqueles que se referirem a ganhos e perdas na alienação de investimentos, de imobilizado, as provisões para perdas correspondentes, resultados pela equivalência patrimonial ou ganhos e perdas no ativo diferido são classificáveis como não operacionais.

7.6 As superveniências e insubsistências detêm as mesmas naturezas de registro contábil, devedora ou credora, em qualquer que seja o segmento de atividades econômicas, social ou administrativa. Não há possibilidade de se tratar devedor na contabilidade geral e credor na aplicada, até porque a contabilidade aplicada tem como postulados, princípios, convenções, normas e sistematização baseada na contabilidade geral.

Este é o parecer.

Assim, de acordo com o parecer acima, temos o seguinte:

Superveniência do Ativo: Conta de receita, natureza credora.

Superveniência Ativa: Conta de receita, natureza credora.

Superveniência do Passivo: Conta de despesa, natureza devedora.

Superveniência Passiva: Conta de despesa, natureza devedora.

Insubsistência do Ativo: Conta de despesa, natureza devedora.

Insubsistência Ativa: Conta de receita, natureza credora.

Insubsistência do Passivo: Conta de receita, natureza credora.

Insubsistência Passiva: Conta de despesa, natureza devedora.

Baseado nesse parecer vamos analisar os termos acima:

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Superveniência do Ativo: O termo Superveniência tem o sentido de aumentar, adicionar. Assim, superveniência do Ativo significa um aumento do Ativo ocasionando um aumento do Patrimônio Líquido, portanto, conta de receita de natureza credora.

Superveniência Ativa: A palavra "Ativa" não significa do ativo e sim, aumento, sentido positivo. Logo a Superveniência Ativa é conta de receita de natureza credora.

Superveniência do Passivo: Aumento do Passivo ocasionando diminuição do Patrimônio Líquido, conta de despesa de natureza devedora.

Superveniência Passiva: Por analogia, a palavra "Passiva" não significa do passivo, e sim, condição negativa, aumento de uma situação negativa. Logo conta de despesa, natureza devedora.

Insubsistência do Ativo: A palavra "Insubsistência" significa algo que deixa de existir. Assim, a Insubsistência do Ativo significa um Ativo que deixa de existir. Conta de despesa, natureza devedora.

Insubsistência Ativa: Reforçando, a palavra "Ativa" não significa do Ativo, e sim, efeito positivo. Assim, significa algo que deixa de existir trazendo um efeito positivo (Ex: perdão de dívida). Logo é conta de receita, natureza credora.

Insubsistência do Passivo: Passivo que deixa de existir, conta de receita de natureza credora.

Insubsistência Passiva: Algo que deixa de existir trazendo efeito negativo no Patrimônio Líquido. Conta de despesa, de natureza devedora.

Observe que a Insubsistência do Ativo é uma Insubsistência Passiva diminuindo o Patrimônio Líquido e a Insubsistência do Passivo é uma Insubsistência Ativa, aumentando o Patrimônio Líquido.

Deve-se salientar que esse entendimento não é unânime na doutrina. Numerosos autores e professores adotam posição contrária a essa apresentada pelo CFC, como Francisco Glauber Lima Mota, Heilio Kohama e João Angélico. Entretanto, com a decisão do CFC, essa discussão se torna meramente acadêmica. Para efeito de concurso público do CESPE, vale a posição do CFC, acima explanada.

QUESTÕES ESTILO CESPE

01. (FISCAL INSS/1997/CESPE) – De acordo com o Princípio da Competência, as receitas e despesas devem ser incluídas na apuração do resultado do período em que ocorrerem, sempre simultaneamente quando se correlacionarem, independentemente de recebimento e pagamento. Em conformidade com esse conceito, as receitas devem ser reconhecidas:

1. nas transações com terceiros, quando estes efetuarem o pagamento ou assumirem compromisso firme de efetivá-lo, quer pela investidura da propriedade de bens anteriormente pertencentes a entidade, quer pela fruição de serviços por esta prestados; 2. quando da extinção, parcial ou total, de um ativo, qualquer que seja o motivo, sem desaparecimento concomitante de um passivo de valor igual ou menor; 3. pela geração natural de novos passivos, independente da intervenção de terceiros; 4. pelo recebimento efetivo de doações destinadas à cobertura de despesas administrativas; 5. pelo recebimento antecipado de clientes, por conta de entrega futura de bens e/ou serviços.

GABARITO: 1 – C, E, E, C, E

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CONTAS

1.1. NOÇÕES PRELIMINARES Segundo nos ensina o Professor Antônio Lopes de Sá, a conta é o instrumento de registro que tem por

finalidade reunir fatos contábeis da mesma natureza, sendo aberta para encerrar os valores de realização passada, presente ou futura, e recebendo um título que a identifica.

Conta é o título utilizado para designar um bem, um direito, uma obrigação, uma despesa ou uma receita. Assim, alguém que se dedica ao ramo de comercialização de frutas terá, entre outras, as seguintes contas, com suas respectivas quantidades expressas em valores: laranjas R$ 200,00; pêras R$ 120,00; abacaxis R$ 70,00.

Conta é o local onde vamos registrar ou alocar os fatos de igual natureza. Então, teremos uma conta para registrar o dinheiro da empresa, outra para registrar os depósitos bancários, outra para designar os veículos e assim por diante. Portanto, a quantidade de contas que se pode encontrar na Contabilidade de uma empresa é enorme e varia de entidade para entidade. Desta forma, contas são grupos de elementos semelhantes utilizadas para registrar as ocorrências que, de alguma forma, afetaram o patrimônio da empresa.

O estudo das Teorias das Contas é fundamental para que possamos entender de forma rápida a mecânica envolvida nas contas, visto que a dificuldade para entender contabilidade reside, em muitos casos, no entendimento do funcionamento das contas, isto é, quando e por que motivo as contas são debitadas ou creditadas.

1.2. TEORIAS DAS CONTAS

As principais teorias sobre contas, que merecem destaque, são:

• Teoria Personalista. • Teoria Materialista. • Teoria Patrimonialista.

1.2.1. TEORIA PERSONALISTA

Esta teoria é extremamente importante para entendermos o funcionamento das contas. Por esta teoria se atribuía às pessoas a responsabilidade para cada conta. Assim, por exemplo, o dinheiro da empresa ficava nas mãos de uma pessoa que se chamava de “o caixa”. Quando o caixa recebia dinheiro da empresa, ele passava a ser devedor, isto é, se debitava o caixa pelo valor que ele recebeu. Por outro lado, quando o caixa fazia algum pagamento ele recebia um crédito, isto é, se creditava o caixa.

Segundo a teoria personalista, que atribuía às pessoas a responsabilidade pelos bens, direitos e obrigações, as contas representavam pessoas que mantinham com a empresa alguma relação, quer pela guarda dos bens, quer porque deviam à empresa ou porque estas pessoas tinham valores a receber da empresa, isto é, eram credoras da empresa.

Não queremos atropelar o nosso estudo, por isso deixaremos os conceitos de débito e crédito para uma fase posterior. Mas, em que pese a falta desses conceitos, já podemos estabelecer que as contas representativas de bens e direitos possuem saldo devedor e são debitadas quando aumentam de valor, pois as pessoas responsáveis pelos bens e direitos da entidade deviam a esta. As contas representativas de obrigações da entidade indicavam créditos dos terceiros para com esta, por isso possuem saldo credor e são creditadas quando aumentam de valor.

Assim, por esta teoria, as contas representam pessoas que são responsáveis por determinados bens e/ou direitos, ou as que são detentoras do direito a crédito perante a entidade.

Estão conseguindo compreender o porquê de a conta caixa, que é um bem da entidade, ser debitada quando aumenta o seu valor?!!!

Essa teoria classifica as contas em dois grandes grupos, a saber:

1 - Contas dos agentes; 2 - Contas dos proprietários.

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As contas dos agentes, por sua vez são subdivididas em contas dos agentes consignatários e contas dos agentes correspondentes. Vejamos cada tipo separadamente:

a) CONTAS DOS AGENTES CONSIGNATÁRIOS: essas contas representam os bens da empresa que estão sob a guarda (consignação) de pessoas. Conforme essa teoria, existem pessoas que recebem em consignação os bens da entidade, sobre os quais são responsáveis e, portanto, os devedores, devendo prestar conta dos bens ou valores assim recebidos (notem que, como veremos, as contas representativas de bens são de natureza devedora). É importante que tenhamos esta idéia de que os bens são entregues a pessoas donde surge o débito destas pessoas para com a entidade. Numa fase posterior substituiremos as pessoas por contas, mas continuaremos a ter essa idéia de terceiros em relação à entidade.

b) CONTAS DOS AGENTES CORRESPONDENTES: agentes correspondentes dá conotação de terceiras pessoas, de fora da empresa, que mantêm relações com a entidade. Representavam, pois, os direitos da entidade e as obrigações da entidade com terceiras pessoas, ou seja, os correspondentes são os devedores e os credores da empresa. Os devedores da empresa são debitados quando aumentam seus débitos e creditados quando essas diminuem. Os credores da empresa são creditados quando aumenta o seu crédito e debitados quando este diminui.

c) CONTAS DOS PROPRIETÁRIOS: são as contas do patrimônio líquido e suas variações, inclusive as receitas e as despesas, por interferirem diretamente no patrimônio líquido. São as contas que pertencem ao proprietário ou que representam o capital próprio e a possibilidade de alterá-lo.

1.2.2. TEORIA MATERIALISTA Conforme o próprio nome nos diz, essas contas representavam uma relação com a materialidade, ou seja, só

devem existir enquanto os elementos materiais por ela representados na entidade também existirem. Por essa teoria as contas são classificadas nos seguintes grupos:

a) CONTAS INTEGRAIS: São as contas que representam os bens, os direitos e as obrigações (com terceiros), ou seja, ativo e passivo exigível.

b) CONTAS DIFERENCIAIS: compreendem as contas representativas de receitas, despesas e patrimônio líquido. Percebam que, se comparado com a teoria personalista, as contas diferenciais equivalem as contas dos proprietários. As duas teorias apresentadas até o momento estão em desuso, mas precisamos conhecê-las em face de serem cobradas em provas e porque elas nos dão uma orientação sobre o funcionamento do débito e do crédito!!!

1.2.3. TEORIA PATRIMONIALISTA

Na contabilidade contemporânea utilizamos esta teoria que classifica as contas em dois grandes grupos:

a) CONTAS PATRIMONIAIS: são as contas que representam os bens, direitos, obrigações e a situação líquida das entidades, ou seja: ativo, passivo e patrimônio líquido. É de ressaltar que as contas patrimoniais possuem vida indeterminada, permanecendo com o seu saldo no momento das demonstrações, sendo que o saldo final de um exercício representa o saldo inicial da mesma conta no exercício seguinte.

b) CONTAS DE RESULTADO: são as contas que modificam o patrimônio líquido e estão representadas pelas receitas e pelas despesas. No final de cada exercício estas contas terão seu saldo transferido para a conta de apuração do resultado, sendo que no exercício seguinte elas começam com saldo zero. Analisando as três teorias, ora expostas, temos que:

I – A conta capital, como as demais contas de patrimônio líquido, é:

• conta dos proprietários, segundo a Teoria Personalista; • conta diferencial, segundo a Teoria Materialista; • conta patrimonial, segundo a Teoria Patrimonialista.

INFORMAÇÃO CAPCIOSA

A diferença existente entre as contas diferenciais e as contas de resultado é a

seguinte: enquanto as contas de resultado são formadas apenas pelas receitas e

despesas, as contas diferenciais incluem, também, o patrimônio líquido.

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II – A conta despesas de salários, como as demais contas de resultado, é:

• conta dos proprietários, segundo a Teoria Personalista; • conta diferencial, segundo a Teoria Materialista; • conta de resultado, segundo a Teoria Patrimonialista.

Assumindo nossa condição de MEMÓRIA FOTOGRÁFICA, resumiremos o que até aqui foi exposto na tabela a seguir. Não se esqueça de fotografá-la e guardá-la em sua memória!!!!!!!!!!

1.3. AS CONTAS Para controlar o patrimônio e fornecer informações úteis e confiáveis, a Contabilidade precisa registrar todos

os fatos que ocorrem na entidade, utilizando-se das CONTAS. As contas podem ser abertas para quantidades monetárias ou não-monetárias. O que é imprescindível para que se origine uma conta é a existência do fato patrimonial.

Segundo o Professor Antonio Lopes de Sá, “conta é o instrumento de registro que tem por finalidade reunir fatos contábeis da mesma natureza, sendo aberta para encerrar os valores de realização passada, presente e futura, recebendo um título que a identifica”.

1.3.1. CONTA ANALÍTICA É a conta que expressa a existência de vários fatos. Assim temos, por exemplo, a conta fretes, que pode ser

movimentada por ocasião da avaliação de compras, vendas, despesas gerais e outras. Outros exemplos: salários, almoxarifado, seguros, viagens etc.

No plano de contas teríamos:

BANCOS (conta sintética) – BANCO DO BRASIL S.A. (conta analítica) – BANCO ITAÚ S.A. (conta analítica) – BANCO BRADESCO S.A. (conta analítica)

A conta analítica pode, portanto, ser entendida como sendo aquela que representa a análise de outra ou outras

contas. É um tipo de conta mais específica, enquanto a sintética é um tipo de conta mais genérica. A conta analítica pode ser utilizada na análise de diversas contas sintéticas como, por exemplo, a conta fretes que pode servir ou ser utilizada na análise de compras e vendas.

1.3.2. CONTA SINTÉTICA Conforme já se pôde aprender pela conceituação de conta analítica, a conta sintética é aquela que envolve uma

série de outras contas correlatas. A conta sintética pode ser entendida como sendo o gênero do qual temos várias espécies de outras contas correlatas. Assim, podemos ter, por exemplo, as seguintes contas no plano de contas:

Teoria Personalista

contas dos agentes consignatários (bens) contas dos agentes correspondentes (direitos e obrigações) contas dos proprietários (receitas, despesas e patrimônio líquido)

Teoria Materialista

contas integrais (bens, direitos e obrigações) contas diferenciais (receitas, despesas e patrimônio líquido)

Teoria Patrimonialista

contas patrimoniais (bens, direitos, obrigações e patrimônio líquido)

contas de resultado (receitas e despesas)

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Por oportuno, salientamos que o Balanço Patrimonial representa a situação estática (é um demonstrativo sintético) do patrimônio da entidade em dado momento. È como se fosse uma fotografia que reproduz a situação em dado instante e, consoante a dinâmica patrimonial, em momento seguinte esta situação já pode ter sido alterada.

2. REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DAS CONTAS

(ELEMENTOS MÍNIMOS DE UMA CONTA)

Nos registros contábeis utilizamos diversos livros e formas de evidenciação. Uma das formas de evidenciação é a individualizada por conta, isto é, cada uma das contas terá um espaço próprio pelo qual podemos observar toda a evolução do componente patrimonial representado por esta conta. Todavia, estes registros não são efetuados ao bel prazer de quem detém a responsabilidade de fazê-lo, pois hão de ser efetuados em ordem cronológica e em livro próprio, chamado de RAZÃO.

Por mais que falamos que os registros serão efetuados no livro RAZÃO, é comum que este livro seja substituído por fichas, as chamadas fichas do Razão, sendo utilizada uma ficha para cada uma das contas.

Hodiernamente, estes registros são realizados por processo computadorizado.

Nas fichas do Razão, a conta possui como elementos necessários o valor do débito, o valor do crédito, o valor do saldo, o histórico, o título e a data da movimentação. Estes elementos podem ser representados, graficamente, como se demonstra a seguir:

NOME (Título): CÓDIGO:

DATA HISTÓRICO

DÉBITO CRÉDITO SALDO D/C

Exemplo: Supondo que a conta CAIXA possuísse saldo inicial de R$ 500,00 e que a empresa efetuou um pagamento de salário, no dia 10/01, no valor de R$ 300,00, então a ficha do Razão estará representada da seguinte forma:

NOME (Título): CAIXA CÓDIGO: 1.1.1.01

DATA 01/01 10/01

HISTÓRICO Saldo inicial Pagamento de salário

DÉBITO 500,00

CRÉDITO 300,00

SALDO 500,00 200,00

D/C D D

Didaticamente, na solução de problemas e de questões de provas, usamos o modelo de conta resumida ou

simplificada, chamado de RAZONETE ou conta em “T”, sendo débitos e créditos convenções como a seguir, e o saldo assim classificado:

Outros exemplos (valores hipotéticos):

CONTA SINTÉTICA CONTAS ANALÍTICAS

BANCOS

Banco Itaú Banco do Brasil Banco Bradesco

FORNECEDORES

Aço-Minas S.A. Rioverde S.A. Boaventura S.A.

CLIENTES

Pedro de Tal João da Silva Maria das Graças

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TÍTULO DA CONTA CAIXA FORNECEDORES

DÉBITOS CRÉDITOS 800,00 500,00 750,00 1.500,00 1.000,00 500,00 2.000,00 1.800,00 500,00 1.250,00 3.500,00 1.300,00 2.250,00

Saldo = débitos - créditos Saldo Saldo Devedor Credor

3. FUNCIONAMENTO DAS CONTAS Um aspecto fundamental que precisamos saber é o relativo ao funcionamento das contas. Já vimos pela teoria

Personalista que as contas representativas de bens e direitos possuem saldo devedor e as que representam obrigações possuem saldo credor, assim como as do Patrimônio Líquido.

Este funcionamento pode ser explicado ainda pela teoria dos recursos, pela qual as origens de recursos são creditadas e as aplicações são debitadas. Assim, ao registrarmos um fato contábil, devemos observar dois aspectos:

a) a aplicação de recursos da entidade, por convenção contábil chamada DÉBITO;

b) a origem dos recursos aplicados, por convenção contábil chamada CRÉDITO. Exemplo: compra de um veículo à vista. O débito ocorrerá na conta veículos onde estão sendo aplicados os recursos da entidade. O crédito ocorrerá na conta caixa ou bancos conta movimento de onde se originam os recursos.

Reparem que se o veículo tivesse sido comprado a prazo, os recursos teriam vindos de terceiros e nesse caso faríamos um crédito em conta representativa de terceiros como, por exemplo, financiamentos ou títulos a pagar.

Ainda por convenção contábil, como as contas no RAZÃO possuem dois lados (esquerdo e direito do gráfico em “T”), dependendo da natureza do saldo da conta, os aumentos de valor podem ser registrados num lado e as reduções no outro. Porém, em qualquer caso, as origens serão sempre creditadas e as aplicações sempre debitadas.

CONCLUSÃO

• DEBITAR a conta significa lançar valores no lado esquerdo do razonete. • CREDITAR a conta significa lançar valores no lado direito do razonete.

SALDO CREDOR Total dos créditos > Total dos débitos

SALDO DEVEDOR Total dos créditos < Total dos débitos SALDO NULO Total dos créditos = Total dos débitos

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3.1. CONTAS DO ATIVO E DESPESAS Por representarem os investimentos da entidade (bens e direitos) e seus gastos (despesas), isto é, por

representarem as aplicações dos recursos, estas contas têm obrigatoriamente natureza devedora, apresentando sempre saldos devedores ou nulos (exceto as contas retificadoras do ativo que possuem saldo credor). Assim, os aumentos de valor dos bens e direitos serão registrados por meio de débitos e as reduções por créditos.

Lembremos da teoria personalista, onde falamos que a conta caixa representa uma terceira pessoa que possui a guarda do dinheiro da empresa. Assim, quando esta pessoa recebe dinheiro que é da empresa ela será debitada e quando ela faz algum pagamento em favor da empresa ela receberá um crédito, isto é, será creditada pela quantia que ela repassou à empresa.

CONTAS DE ATIVO OU DESPESA

Todo aumento de ativo ou de despesa deve ser lançado no lado esquerdo, ou seja, DEBITA-SE a conta.

Toda diminuição de ativo ou de despesa deve ser lançado no lado direito, ou seja, CREDITA-SE a conta

3.2. CONTAS DO PASSIVO, PATRIMÔNIO LÍQUIDO E RECEITAS

As fontes ou origens de recursos da empresa estão representados, no Balanço Patrimonial, pelas contas do passivo exigível, pelos resultados de exercícios futuros e pelas contas do Patrimônio Líquido. As contas de receita também representam origens de recursos provenientes de terceiros, mas não representam obrigações.

Representam recursos que tendem a aumentar o Patrimônio Líquido, pois no seu confronto com as despesas (apuração do resultado), pode gerar lucro e este é incorporado ao Patrimônio Líquido via conta de Lucros ou Prejuízos Acumulados.

Assim, as contas destes grupos, por representarem as fontes de recursos da entidade, que podem ser provenientes de terceiros (passivo), de sócios ou acionistas (patrimônio líquido) ou de suas próprias atividades (receitas), elas têm obrigatoriamente natureza credora, apresentando sempre saldos credores ou nulos e, assim, os aumentos de valor virão através de créditos e as diminuições por débitos. Ressaltamos, todavia, a existência de contas retificadoras de passivo e de Patrimônio Líquido que, por suposto, possuem saldo devedor.

Todo aumento de passivo, PL ou receita deve ser lançado no lado direito, ou seja,

CREDITA-SE a conta.

Toda diminuição de passivo, PL ou receita deve ser lançada no lado esquerdo, ou seja,

DEBITA-SE a conta

3.3. CONTAS RETIFICADORAS A contabilidade deve ser pautada pelos princípios. Temos por exemplo o princípio do registro pelo valor

original que assevera que os bens, direitos e obrigações devem ser registrados pelos valores resultantes do consenso

DÉBITOS CRÉDITOS

AUMENTOS REDUÇÕES

CONTAS DE PASSIVO, PL, RECEITAS

DÉBITOS CRÉDITOS

DIMINUIÇÕES AUMENTOS

Registre no seu HD!!! Esta relação de débitos do lado esquerdo e créditos do lado direito é válida apenas para a conta, porém não é válido para o balanço patrimonial (pelo menos não na íntegra), pois temos as chamadas contas retificadoras ou redutoras (veremos adiante), que funcionam de forma inversa em relação aos lados do balanço.

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com o mundo exterior ou por valores por eles impostos. Assim, em decorrência deste princípio, os bens, uma vez integrados ao patrimônio da entidade, não podem ter o seu valor intrínseco alterado.

Acontece que determinados bens sofrem desgaste pela ação da natureza, por obsolescência ou pelo uso e não seria justo, em função do princípio da prudência, que esses bens fossem avaliados, em etapas futuras, pelos valores de entrada, requerendo que façamos os ajustes necessários em função da diminuição do valor decorrente deste desgaste. Estes ajustes são efetuados por meio de contas retificadoras, de forma que o valor original permanecerá inalterado.

Assim, por exemplo, se uma empresa adquiriu um veículo no mês de janeiro pelo valor de R$ 30.000,00 e for apurar o seu Balanço no dia 31/12 do mesmo ano, ela deve considerar, na avaliação desse veículo, a perda ocorrida por obsolescência, pelo uso ou por ação da natureza. A essa perda se dá o nome de depreciação. A depreciação para veículos é geralmente de 20% ao ano. Desta forma, esse veículo deverá ser avaliad

o no final do período por apenas R$ 24.000,00 o que causa uma redução do ativo. Essa redução do ativo, consoante o princípio da competência, representa uma despesa. No balanço o fato ficará registrado da seguinte forma:

Veículos R$ 30.000,00 (-) Depreciação Acumulada de Veículos (R$ 6.000,00)

Isto fará com que o valor contábil de veículos seja de R$ 24.000,00, que é o seu valor após um ano de uso. De forma genérica e para conhecermos o funcionamento dessas contas que são sempre patrimoniais, por

representarem retificações (reduções) de seus grupos (ativo, passivo e patrimônio líquido), funcionam de forma inversa ao funcionamento das demais contas desses grupos. Assim, as contas retificadoras de ativo são de natureza credora, aumentando-se o seu saldo mediante crédito.

Os exemplos mais característicos de contas dessa natureza são as contas que representam provisão para devedores duvidosos, provisão para ajuste ao valor de mercado, provisão para perdas de investimento, amortização acumulada, depreciação acumulada, exaustão acumulada, ações em tesouraria, capital a integralizar, ajustes de avaliação patrimonial (se saldo devedor) etc.

De modo contrário às contas retificadoras de ativo, as contas retificadoras de passivo e de patrimônio líquido são de natureza devedora, devendo ser debitadas, quando aumentam seu saldo, e creditadas, quando se extinguem ou diminuem seu saldo.

Como exemplo dessas contas, podemos citar a conta que registra os encargos financeiros a transcorrer, as despesas no resultado de exercícios futuros, ações em tesouraria, que retifica o patrimônio líquido assim como prejuízos acumulados.

Entretanto, uma das contas retificadoras mais importantes é a conta capital a realizar ou capital a integralizar, que retifica a conta capital social no patrimônio líquido, por isso tem saldo devedor.

3.4. RESUMO DO FUNCIONAMENTO DAS CONTAS

Tudo o que falamos sobre o funcionamento das contas, de forma sintética, pode ser resumido pelo quadro a seguir, que deve ser memorizado para o perfeito entendimento do assunto, visto que o tema é constantemente cobrado em questões de concursos. Vejamos o quadro resumo:

3.5. OS GRUPOS E AS FUNÇÕES DAS CONTAS

Consoante a teoria Patrimonialista, as contas são classificadas em Contas Patrimoniais e Contas de Resultado. As contas de resultado são as contas representativas de receitas e de despesas e não há uma divisão em grupos. As contas patrimoniais, representativas de bens, direitos, obrigações e patrimônio líquido são as contas que

CONTAS

PARA AUMENTAR

PARA DIMINUIR

SALDO

ATIVO DEBITAR CREDITAR DEVEDOR PASSIVO CREDITAR DEBITAR CREDOR PATRIMÔNIO LÍQUIDO CREDITAR DEBITAR CREDOR DESPESAS DEBITAR CREDITAR DEVEDOR RECEITAS CREDITAR DEBITAR CREDOR RETIFICADORA DE ATIVO CREDITAR DEBITAR CREDOR RETIFICADORA DE PASSIVO DEBITAR CREDITAR DEVEDOR

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são informadas no Balanço Patrimonial e devem ser agrupadas de acordo com o estatuído pela Lei nº 6.404/76, para elaboração do BALANÇO PATRIMONIAL.

3.5.1. CONTAS PATRIMONIAIS

Conforme já falamos, as contas patrimoniais são as que integram o balanço patrimonial e estão representadas nos grupos do ATIVO, PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO. O balanço patrimonial representa uma situação estática do patrimônio da entidade em dado momento, como no exemplo hipotético a seguir:

BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO PASSIVO (Lado dos saldos devedores) Patrimônio Líquido

(Lado dos saldos credores)

Como exceção, aparecem as contas retificadoras do ativo, que seguem funcionamento idêntico ao das contas do passivo (possuem saldo credor), e as contas retificadoras do passivo e de patrimônio líquido, que seguem funcionamento idêntico ao das contas do ativo (possuem saldo devedor), conforme exemplo a seguir. O saldo das contas retificadoras é representado no balanço entre parênteses, da seguinte forma:

PATRIMÔNIO LÍQUIDO Capital social 2.000,00 (-) Capital a realizar (500,00) 1.500,00

Isto significa que o capital já realizado da empresa é de $1.500,00.

4. ESCRITURAÇÃO

A escrituração é a técnica contábil responsável pela função de registrar todos os fatos administrativos que alterem o patrimônio das entidades econômico-administrativas, quer qualitativamente ou quantitativamente, visando ao controle do patrimônio, à apuração dos resultados dos exercícios sociais e à prestação de informações aos diversos usuários da informação contábil, ou seja, a escrituração é a base dos relatórios contábeis, que são, em última análise, os meios de comunicação da entidade com o mundo exterior ou interessados na informação contábil.

Ao registro de um fato contábil chamamos lançamento. Este é efetuado em livros contábeis próprios como o Diário, Razão, Caixa, Duplicatas a receber etc. Ao conjunto de registros ou lançamentos é que chamamos escrituração. Assim:

ESCRITURAÇÃO Registro dos fatos que alteram o patrimônio. É feita através dos lançamentos.

LANÇAMENTO É a prática da escrituração; efetuado nos livros contábeis.

Lembre-se de que a escrituração é técnica e não deve ser confundida com a Contabilidade, que é ciência; tampouco deve ser confundida com lançamento, que é o ato de escriturar, efetuado pelo método das partidas dobradas, que é apenas um método de escrituração!!!

Portanto, reprise-se: a escrituração é posta em prática pelo ato do lançamento, segundo o método das partidas dobradas, para atender a função registro, insculpida no conceito da Ciência Contabilidade. Assim, temos uma hierarquia descendente de amplitude de conceitos, começando pela Contabilidade (ciência), em seguida a escrituração (técnica) e o lançamento/registro (método de escrituração “partidas dobradas”).

4.1. MÉTODO DAS PARTIDAS DOBRADAS

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Os métodos de escrituração consistem em critérios sistemáticos que orientam a realização dos registros, formuladas pela doutrina contábil.

O método das partidas dobradas foi pela primeira vez difundido em obra publicada pelo frade italiano Luca Pacioli, em 1494. Entretanto, em manuscritos de Benedetto Contrugli (apud SCHIMIDT, 2000, p. 32-33), datados de 1494, já se observava seu uso, também conhecido por método digráfico ou digrafia contábil.

Antes de adentrarmos no estudo do método das partidas dobradas é necessário frisar que o entendimento deste tema é de suma importância, pois a Contabilidade, ou melhor, o lançamento contábil gira em torno deste método.

Em contabilidade, o termo partida, significa o registro de um fato ou de vários fatos patrimoniais em forma contábil, caracterizando-se a conta, o histórico, os valores e a data em que se verificou o fato. Desta forma, temos que o termo partida é sinônimo de lançamento, quer no LIVRO DIÁRIO, quer no LIVRO RAZÃO.

O fundamento deste método consiste em movimentarem-se, sempre, pelo menos duas contas, ou seja, se efetuarmos um débito em uma ou mais contas, devemos efetuar um crédito, de valor equivalente, em uma ou mais contas, de maneira que a soma dos débitos efetuados em um dado período seja igual à soma dos créditos efetuados no mesmo período.

Seu uso é universal e expõe o seguinte axioma contábil: Não há débito(s) sem crédito(s) correspondente(s) de igual valor. Simplificando, em decorrência da aplicação deste método, temos os seguintes corolários: a) não há débito sem o correspondente crédito; b) a soma dos débitos será sempre igual à soma dos créditos, ainda que essa igualdade surja pela soma de diversas contas a débito e/ou a crédito; c) a soma dos saldos devedores será sempre igual à soma dos saldos credores; d) as origens dos recursos (financiamentos) serão iguais às aplicações (investimentos); e e) o total do ativo (onde estão as contas devedoras do patrimônio) é sempre igual à soma do passivo com o patrimônio líquido.

4.2. O REGISTRO NO LIVRO RAZÃO Já sabemos que no LIVRO RAZÃO as CONTAS são registradas individualmente e podemos verificar a

movimentação ocorrida em cada uma delas. Essa movimentação é feita por meio de LANÇAMENTOS contábeis que constituem o registro dos fatos contábeis nos respectivos livros.

Sabemos, também, que o registro no LIVRO RAZÃO é feito com indicação da data, do histórico, do valor do débito ou crédito, do saldo e se ele é devedor ou credor. Porém, doravante, apresentaremos exemplos de registros com uso da forma simplificada desse registro, ou seja, utilizaremos os razonetes ou as contas em “T” para fazermos os registros de RAZÃO.

Vejamos, a seguir, alguns exemplos. 1)Contratação de um empréstimo bancário, no valor de R$ 100.000,00, cujo valor do empréstimo foi depositado no banco.

BANCOS CONTA MOVIMENTO

100.000,00 ↓

ATIVO AUMENTO

COM DÉBITO

EMPRÉSTIMOS BANCÁRIOS

100.000,00 ↓

PASSIVO AUMENTO

COM CRÉDITO

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2)Compra de um terreno, pago com a emissão de um cheque no valor de R$ 30.000,00. BANCOS CONTA MOVIMENTO 100.000,00 30.000,00 70.000,00

ATIVO Saldo DIMINUIÇÃO

DIMINUIÇ DIMINUIÇÃO

POR CRÉDITO

3) Prestação de serviços, no valor de R$ 6.500,00, sendo R$ 2.500,00 pagos à vista e o restante com prazo de 30 (trinta) dias. CLIENTES

4.000,00 ↓ ATIVO AUMENTO POR DÉBITO

Percebam que em cada um dos fatos foram feitos registros em pelo menos duas contas, demonstrando as aplicações dos recursos e suas respectivas origens, ou seja, as aplicações foram debitadas (no lado direito dos razonetes) e as origens foram creditadas (no lado esquerdo do razonete). No caso do exemplo 1, a origem veio de financiamentos bancários, cujos valores forma aplicados em depósitos bancários; no exemplo 2, os recursos utilizados foram originados da conta bancária e foram aplicados na aquisição de terreno; e no exemplo 3 os recursos tiveram origem externa, de prestação de serviços, e foram aplicados, parte no caixa e parte com financiamento próprio aos clientes, já que o serviço foi prestado parte a prazo.

5. BALANÇO PATRIMONIAL (ESTRUTURA CONFORME LEI 6.404/76)

O Balanço Patrimonial apresenta a situação patrimonial e financeira da instituição em dado momento, revelando, portanto, a situação estática do patrimônio. Analogamente, é uma “fotografia” do patrimônio em um dado momento.

A estrutura prevista na Lei 6.404/76 segue as seguintes determinações, de acordo com a nova redação dada pela MP 449/08 ao artigo 178 da Lei nº 6.40/76, que já havia sido alterado pela lei 11.683/07. Vamos a ele!!!

BALANÇO PATRIMONIAL

Grupo de Contas

Art. 178. No balanço, as contas serão classificadas segundo os elementos do patrimônio que registrem, e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação financeira da companhia.

§ 1º No ativo, as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez dos elementos nelas registrados, nos seguintes grupos:

a) ativo circulante; b) ativo realizável a longo prazo;

IMÓVEIS

30.000,00 ↓

ATIVO AUMENTO

COM DÉBITO

CAIXA

2.500,00 ↓

ATIVO AUMENTO

POR DÉBITO

PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS

6.500,00 ↓

RECEITA AUMENTO

POR CRÉDITO

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c) ativo permanente, dividido em investimentos, ativo imobilizado e ativo diferido. c) ativo permanente, dividido em investimentos, imobilizado, intangível e diferido. (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007)

I - ativo circulante; e (Incluído pela Medida Provisória nº 449, de 2008)

II - ativo não-circulante, composto por ativo realizável a longo prazo, investimentos, imobilizado e intangível. (Incluído pela Medida Provisória nº 449, de 2008)

§ 2º No passivo, as contas serão classificadas nos seguintes grupos:

a) passivo circulante; b) passivo exigível a longo prazo; c) resultados de exercícios futuros; d) patrimônio líquido, dividido em capital social, reservas de capital, reservas de reavaliação, reservas de lucros e lucros ou prejuízos

acumulados. d) patrimônio líquido, dividido em capital social, reservas de capital, ajustes de avaliação patrimonial, reservas de lucros, ações em

tesouraria e prejuízos acumulados. (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007)

I - passivo circulante; (Incluído pela Medida Provisória nº 449, de 2008)

II - passivo não-circulante; e (Incluído pela Medida Provisória nº 449, de 2008)

III - patrimônio líquido, dividido em capital social, reservas de capital, ajustes de avaliação patrimonial, reservas de lucros, ações em tesouraria e prejuízos acumulados. (Incluído pela Medida Provisória nº 449, de 2008)

§ 3º Os saldos devedores e credores que a companhia não tiver direito de compensar serão classificados separadamente.

Isso significa dizer que o balanço fará exibir a posição financeira da companhia com o maior grau de

detalhamento possível: classe de contas(ativo e passivo), grupos, subgrupos, contas e subcontas. Assim:

Código Rubricas 1 Ativo(classe de contas) 1.1 Ativo Circulante(grupo) 1.1.1 Disponibilidades(subgrupo) 1.1.1.1 Caixa(Conta) 1.1.1.2 Bancos Conta Movimento (conta) 1.1.1.2.1 Banco ITAU 1.1.1.2.2 Banco SANTANDER

CAPCIOSÍSSIMA: Com a edição da Medida Provisória nº 449/08, a composição dos grupos e subgrupos do ativo e do passivo sofre significativas modificações. No ativo, as contas continuam a ser dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez dos elementos nelas registrados, mas agora nos seguintes grupos: 1 – ativo circulante; 2 – ativo não-circulante, composto: a) ativo realizável a longo prazo; b) investimentos; c) imobilizado; e d) intangível O grupo do ativo não-circulante, conforme se observa acima é composto pelos antigos grupos do ativo realizável a longo prazo e ativo permanente. O realizável a longo prazo passou a ser um subgrupo do ativo não-circulante, enquanto o grupo do ativo permanente foi extinto, e seus subgrupos, incorporados ao ativo não-circulante, com exceção do ativo diferido, que também foi extinto. Apesar de o ativo diferido ter sido extinto pela MP nº 449/08, o mesmo instrumento normativo admite que o saldo existente em 31 de dezembro de 2008 que, pela sua natureza, não possa ser alocado a outro grupo de contas, possa permanecer no ativo sob essa classificação até sua completa amortização, sujeito à análise sobre a recuperação.

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A Lei 6.404/76 apresenta no balanço apenas duas classes de conta: o ativo e o passivo. Para ela, o patrimônio líquido é um grupo de contas do passivo. Quanto à classificação dos ativos, a Lei 6.404/76, alterada pela Lei 11.638, de 28 de dezembro de 2007, por sua vez alterada pela MP 449/08 determina que:

§ 1º No ativo, as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez dos elementos nelas registrados, nos seguintes grupos:

a) ativo circulante; b) ativo realizável a longo prazo; c) ativo permanente, dividido em investimentos, ativo imobilizado e ativo diferido. c) ativo permanente, dividido em investimentos, imobilizado, intangível e diferido. (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007)

I - ativo circulante; e (Incluído pela Medida Provisória nº 449, de 2008)

II - ativo não-circulante, composto por ativo realizável a longo prazo, investimentos, imobilizado e intangível. (Incluído pela Medida Provisória nº 449, de 2008)

O grau de liquidez diz respeito à possibilidade de conversão do saldo da conta em disponibilidades.Assim, primeiro serão exibidas as rubricas com menor prazo de realização (maior liquidez); depois, as de maior prazo de realização (menor liquidez); e, por último, aquelas para as quais não haja prazo de resgate ou realização definido (imobilizado e intangível).

§ 2º No passivo, as contas serão classificadas nos seguintes grupos:

a) passivo circulante; b) passivo exigível a longo prazo; c) resultados de exercícios futuros; d) patrimônio líquido, dividido em capital social, reservas de capital, reservas de reavaliação, reservas de lucros e lucros ou prejuízos

acumulados. d) patrimônio líquido, dividido em capital social, reservas de capital, ajustes de avaliação patrimonial, reservas de lucros, ações em

tesouraria e prejuízos acumulados. (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007)

I - passivo circulante; (Incluído pela Medida Provisória nº 449, de 2008)

II - passivo não-circulante; e (Incluído pela Medida Provisória nº 449, de 2008)

III - patrimônio líquido, dividido em capital social, reservas de capital, ajustes de avaliação patrimonial, reservas de lucros, ações em tesouraria e prejuízos acumulados. (Incluído pela Medida Provisória nº 449, de 2008)

Chama a atenção, neste ponto, o tratamento que a lei elegeu para o patrimônio líquido ao incluí-lo entre os passivos. Doutrinariamente, passivos são exigibilidades, mas essas não se aplicam ao patrimônio líquido, nem mesmo ao grupo denominado resultados de exercícios futuros.

Portanto, quando a Lei 6.404/76 em seus dispositivos estiver se referindo a passivo, lembrem-se que o conceito nos dispositivos da Lei dizem respeito ao passivo em sentido amplo (conjunto das exigibilidades, resultados de exercícios futuros e patrimônio líquido). Em sentido estrito(doutrinário), passivo contempla, APENAS, o passivo real ou passivo propriamente dito ou passivo exigível (passivo circulante + passivo exigível a longo prazo). Não confunda o sentido legal de passivo com a sua acepção doutrinária!!!!!!

Diante do artigo supracitado, os passivos são apresentados de acordo com o grau decrescente de exigibilidades, ou seja, de acordo com a ordem crescente de prazos para pagamento, no caso de passivo circulante e passivo não-circulante. Depois, são apresentados os não exigíveis (patrimônio líquido e resultados de exercícios futuros).

A questão que se apresenta a seguir é em que conta registrar os fenômenos contábeis. Para isso, a Lei 6.404/76 oferece o seguinte suporte:

“Ativo Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo: I - no ativo circulante: as disponibilidades, os direitos realizáveis no curso do exercício social subseqüente e as aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte(...)”. Os ativos circulantes representam valores realizáveis até o término do exercício subseqüente, pois a visão do legislador

se situa no último dia do exercício social, data para a elaboração das demonstrações financeiras. No entanto, podem ser

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realizados balanços intermediários, o que impõe a necessidade de ampliar o conceito de curto prazo para incluir, também, os valores realizáveis no curso do exercício atual. Então, o circulante deve contemplar o exercício atual até o término do exercício seguinte.

5.1. DISPONIBILIDADES Esse é o primeiro subgrupo do Ativo Circulante, sendo, portanto, o de maior liquidez. Reúne os valores das

contas Caixa(cédulas, moedas e cheques ainda não depositados), Bancos Conta Movimento(depósitos bancários a vista), aplicações de liquidez imediata(permitem resgate a qualquer tempo) – e os numerários em trânsito(remessas de valores entre matrizes e filiais por meio de ordem de pagamento, vale postal e outras).

5.2. DIREITOS REALIZÁVEIS NO CURSO DO EXERCÍCIO SOCIAL SUBSEQÜENTE São valores a receber, impostos a recuperar, investimentos temporários e os estoques com previsão de

recebimento, resgate ou realização no curto prazo. 5.3. DESPESAS DE EXERCÍCIOS SEGUINTES São aplicações de recursos no pagamento antecipado de despesas de aluguéis, seguros, juros e outras. Como o

pagamento ocorre antes do vencimento das despesas, o tratamento a ser dado a esses valores é o de direitos. Ocorrido o fato gerador das despesas já pagas, esses saldos deixarão de ser direitos e passarão a ser despesas.

5.4. ATIVO REALIZÁVEL A LONGO PRAZO “II - no ativo realizável a longo prazo: os direitos realizáveis após o término do exercício seguinte, assim como os derivados de vendas, adiantamentos ou empréstimos a sociedades coligadas ou controladas (artigo 243), diretores, acionistas ou participantes no lucro da companhia, que não constituírem negócios usuais na exploração do objeto da companhia;” (art. 179, Lei 6.404/76) Nesse grupo, registram-se valores a receber, impostos a recuperar, investimentos temporários com previsão de

recebimento, resgate ou negociação no longo prazo e os estoques de longa maturação. Uma exigência a ser observada na separação dos valores a receber de curto prazo ou de longo prazo é de que

as contas a receber devam ser segregadas em: 3.3.1. valores a receber de clientes; 3.3.2. valores a receber de coligadas e controladas oriundas de transações operacionais usuais e não usuais.

Serão objeto de classificação obrigatória como realizáveis a longo prazo, independentemente do vencimento, os valores a receber decorrentes de operações não usuais com pessoas ligadas (Art. 179, II, Lei 6.404/76).

ATENÇÃO!!!!!!!

Uma vez retratados os valores realizáveis de curto e longo prazo, a lei passa a discorrer sobre os subgrupos investimentos, imobilizado e intangível (o diferido foi extinto). Observe a classificação sugerida:

“III - em investimentos: as participações permanentes em outras sociedades e os direitos de qualquer natureza, não classificáveis no ativo circulante, e que não se destinem à manutenção da atividade da companhia ou da empresa;”(Art. 179, Lei 6.404/76)

Apresentam-se aqui os investimentos sem prazos de resgate, como os terrenos sem destinação, obras de arte, participações societárias em coligadas, controladas e em outras empresas. Os elementos aqui registrados não são destinados ao uso, pois, se esse fosse o caso, seriam levados ao imobilizado.

Em um banco, as concessões de empréstimos são usuais. Se ele emprestar recursos às suas coligadas e controladas ou a outras pessoas ligadas, classificará os recebíveis no ativo circulante ou realizável a longo prazo conforme o prazo de vencimento. Mas, para uma indústria, concessões de empréstimo são operações não usuais e esses recebíveis serão, necessariamente, registrados no longo prazo, ainda que haja previsão de realização em prazo menor.

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IV - no ativo imobilizado: os direitos que tenham por objeto bens destinados à manutenção das atividades da companhia e da empresa, ou exercidos com essa finalidade, inclusive os de propriedade industrial ou comercial; “IV – no ativo imobilizado: os direitos que tenham por objeto bens corpóreos destinados à manutenção das atividades da companhia ou da empresa ou exercidos com essa finalidade, inclusive os decorrentes de operações que transfiram à companhia os benefícios, riscos e controle desses bens;” (Art. 179 , com redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007) A lei usa a expressão “direitos que tenham por objeto bens corpóreos destinados à manutenção das atividades

da companhia” para diferenciar os bens do ativo permanente imobilizado daqueles registrados no ativo circulante. Registram-se no imobilizado os bens necessários ao funcionamento da companhia, como veículos, móveis e utensílios, imóveis, ferramentas, máquinas, equipamento e outros.

A Lei 11.638/07 criou o subgrupo denominado intangível para abrigar as marcas, patentes, direitos autorais, benfeitorias em imóveis de terceiros e outros ativos incorpóreos antes registrados no imobilizado.

Outra novidade fica por conta da expressa autorização para o registro no imobilizado dos bens que, embora não sejam de propriedade da empresa, estejam sob o seu risco e controle e a ela transfiram seus benefícios, caso dos bens adquiridos por meio de leasing financeiro (a dívida, por sua vez, deverá ser registrada no passivo).

V - no ativo diferido: as aplicações de recursos em despesas que contribuirão para a formação do resultado de mais de um exercício social, inclusive os juros pagos ou creditados aos acionistas durante o período que anteceder o início das operações sociais. “V – no diferido: as despesas pré-operacionais e os gastos de reestruturação que contribuirão, efetivamente, para o aumento do resultado de mais de um exercício social e que não configurem tão-somente uma redução de custos ou acréscimo na eficiência operacional;” (Revogado pela Medida Provisória nº 449, de 2008)

Conforme se depreende do inciso supra, o subgrupo do diferido foi extinto pela MP 449/08.

ATENÇÃO!!!!! Apesar de o ativo diferido ter sido extinto pela MP nº 449/08, o mesmo instrumento normativo admite que o saldo existente em 31 de dezembro de 2008 que, pela sua natureza, não possa ser alocado a outro grupo de contas, possa permanecer no ativo sob essa classificação até sua completa amortização, sujeito à análise sobre a recuperação.

A essência das contas que se apresentavam no ativo permanente diferido era de despesa e não de ativo. Porém, em contabilidade, devem-se seguir as determinações do Princípio da Confrontação, que determina que as receitas e despesas sejam levadas ao resultado no período em que ocorrerem, sempre simultaneamente, quando se correlacionarem. Assim, despesas que não tenham receita correspondente não podem ir ao resultado enquanto não estiverem nessa condição.

Entenda: no ativo permanente diferido se registravam despesas pré-operacionais como as despesas de organização da companhia e os juros pagos ou creditados aos acionistas na fase de implantação. Essas aplicações de recursos ocorrem antes da inauguração da companhia ou antes da implementação dos novos processos. No momento em que ocorrem, não há receita correspondente; por isso, esses valores ERAM ativados para posterior amortização para o resultado.

A despesa de amortização desses ativos só surgiria no momento em que começassem a trazer retorno ao patrimônio, se isso viesse a ocorrer. Caso isso não acontecesse, esses valores seriam integralmente baixados para o resultado como perdas.

“VI – no intangível: os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos destinados à manutenção da companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de comércio adquirido.” (Art. 179, inciso acrescentado pela Lei nº 11.638,de 2007) Esse novo subgrupo veio evidenciar o capital aplicado pelas empresas em bens que sejam fruto da criação intelectual,

porém de natureza imaterial. “Parágrafo único. Na companhia em que o ciclo operacional da empresa tiver duração maior que o exercício social, a classificação no circulante ou longo prazo terá por base o prazo desse ciclo.”

O ciclo operacional não necessariamente sincroniza com o exercício social. Por exemplo, nos estaleiros navais, geralmente o ciclo operacional (comprar matérias-primas, fabricar, entregar o produto e receber) pode chegar a dois, três ou vários anos. Nesse caso, o exercício social continua a ser de um ano, ao fim do qual são elaboradas suas

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demonstrações financeiras. Porém, a evidenciação dos itens realizáveis e exigíveis deve observar o ciclo operacional. Os valores a pagar ou a receber no ciclo atual ou até o término so ciclo seguinte ficam no curto prazo. Os de vencimento após o término do ciclo operacional seguinte, serão registrados entre os itens de longo prazo.

“Passivo Exigível Art. 180. As obrigações da companhia, inclusive financiamentos para aquisição de direitos do ativo não-circulante, serão classificadas no passivo circulante, quando se vencerem no exercício seguinte, e no passivo não-circulante, se tiverem vencimento em prazo maior, observado o disposto no parágrafo único do artigo 179.” (Redação dada pela Medida Provisória nº 449, de 2008)

O passivo circulante será o lugar adequado para o registro das dívidas cujos pagamentos devam acontecer até o término do exercício ou ciclo seguinte.

As dívidas com prazo de liquidação após o término do exercício seguinte, ou após o ciclo operacional seguinte, serão as exigibilidades de longo prazo, que, agora, fazem parte do Passivo Não-Circulante.

“Resultados de exercícios futuros Art. 181. Serão classificadas como RESULTADOS DE EXERCÍCIOS FUTUROS (REF) as receitas de exercícios futuros, diminuídas dos custos e despesas a elas correspondentes.” (Revogado pela Medida

Provisória nº 449, de 2008)

Com a publicação da MP 449/08, esse grupo foi revogado. A doutrina recomendava o registro, no ex-grupo supra , das receitas recebidas antecipadamente, para as quais

não se identificava a possibilidade de devolução do respectivo montante a quem adiantou valores à empresa, nem qualquer outra contrapartida.

Se a empresa pudesse vir a restituir o valor recebido antecipadamente, deveria classificá-lo entre os passivos de curto ou longo prazo, segundo o número de parcelas recebidas antecipadamente.

Só deveriam constar de resultados de exercícios os recebimentos antecipados que tinham como único destino a apropriação ao resultado à medida da ocorrência do fato gerador, que estava ausente no momento do recebimento. Os que pudessem alternativamente vir a se resolver contras as disponibilidades pela restituição do valor recebido antecipadamente não deveriam figurar naquele grupo (REF).

“Patrimônio Líquido Art. 182. A conta do capital social discriminará o montante subscrito e, por dedução, a parcela ainda não realizada.

§ 1º Serão classificadas como reservas de capital as contas que registrarem: a) a contribuição do subscritor de ações que ultrapassar o valor nominal e a parte do preço de emissão das ações sem valor nominal que ultrapassar a importância destinada à formação do capital social, inclusive nos casos de conversão em ações de debêntures ou partes beneficiárias;

b) o produto da alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição; c) o prêmio recebido na emissão de debêntures; d) as doações e as subvenções para investimento.

c) (revogada); (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007) (Revogado pela Lei nº 11.638,de 2007) d) (revogada). (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007) (Revogado pela Lei nº 11.638,de 2007) § 2° Será ainda registrado como reserva de capital o resultado da correção monetária do capital realizado, enquanto não-capitalizado. § 3° Serão classificadas como reservas de reavaliação as contrapartidas de aumentos de valor atribuídos a elementos do ativo em virtude de novas avaliações com base em laudo nos termos do artigo 8º, aprovado pela assembléia-geral. § 3o Serão classificadas como ajustes de avaliação patrimonial, enquanto não computadas no resultado do exercício em obediência ao regime de competência, as contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor atribuído a elementos do ativo (§ 5o do art. 177, inciso I do caput do art. 183 e § 3o do art. 226 desta Lei) e do passivo, em decorrência da sua avaliação a preço de mercado. (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007) § 3o Serão classificadas como ajustes de avaliação patrimonial, enquanto não computadas no resultado do exercício em

obediência ao regime de competência, as contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor atribuídos a elementos do ativo e do passivo, em decorrência da sua avaliação a valor justo, nos casos previstos nesta Lei ou, em normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários, com base na competência conferida pelo § 3o do art. 177. (Redação dada pela Medida Provisória nº 449, de 2008) § 4º Serão classificados como reservas de lucros as contas constituídas pela apropriação de lucros da companhia.

§ 5º As ações em tesouraria deverão ser destacadas no balanço como dedução da conta do patrimônio líquido que registrar a origem dos recursos aplicados na sua aquisição.

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O patrimônio líquido é definido pelo Financial Accounting Standards Board (FASB) como “o interesse residual nos ativos de uma entidade que permanece após a dedução de seus passivos”. Portanto, sendo o PL o resultado do confronto da mensuração dos ativos e passivos, ele demonstra um montante contábil, e não o valor de mercado, daquilo que pertence a sócios.

Ao administrar recursos, a entidade assume obrigações com credores e também com os sócios, registrando essas últimas no PL. Credores têm prioridade sobre os acionistas no ressarcimento dos recursos fornecidos. Sócios têm expectativa de direito, pois o PL não é uma obrigação legal na continuidade das operações (daí ser componente do Passivo Não-Exigível). Apenas os dividendos tornam-se exigibilidades periódicas, se a situação financeira da companhia o permitir. Dessa forma, a obrigação da empresa com seus sócios – e os direitos destes para com aquela – sofrem restrições que nos permitem diferenciar o PL dos passivos propriamente ditos (Passivo Real ou Passivo Exigível).

A nova estrutura do balanço patrimonial de acordo com a lei 6.404/76, alterada pela lei 11.638/07 e pela Medida Provisória 449/07 pode ser assim resumida:

BALANÇO PATRIMONIAL encerrado em 31.12.20X1 1. ATIVO 1.1. Ativo circulante 1.1.1.Disponibilidades 1.1.2.Direitos realizáveis no exercício Subseqüente 1.1.3.Despesas do exercício seguinte 1.2. Ativo Não-circulante 1.2.1. Ativo Realizável a Longo Prazo 1.2.2. Investimentos 1.2.3. Imobilizado 1.2.4. Intangível

2. PASSIVO 2.1 Passivo circulante 2.2 Passivo Não-circulante Obrigações de Longo Prazo Receitas Diferidas (antigo REF) 2.4 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 2.4.1 Capital social (-) Capital a integralizar 2.4.2 Reservas de capital 2.4.3 ( ±)Ajustes de Avaliação Patrimonial 2.4.4 Reservas de lucros (-) Ações em Tesouraria (-) Prejuízos Acumulados

A conta lucros acumulados não poderá restar com saldos a serem evidenciados no balanço patrimonial. Os lucros gerados deverão ser integralmente destinados.

6. PLANO DE CONTAS

Cada empresa possui um ramo de atividade e alguma peculiaridade que a diferencia das demais em alguns ou em muitos aspectos (ex: construção civil, instituições financeiras, governo, sociedade civil ou comercial, imobiliárias, empresas de grande ou pequeno porte, entidade de educação, empresa agropecuária, empresa prestadora de serviço etc.). Para que a Contabilidade possa ser útil a todo e qualquer tipo e porte de entidade é que existe o plano de contas que deve ser adequado a cada tipo de empresa.

O plano de contas de uma empresa é, portanto, o planejamento da escrituração contábil, ou seja, o conjunto de contas utilizadas por ela, de acordo com suas características e necessidades, agrupadas de acordo com o balanço patrimonial e demonstração do resultado do exercício (Lei nº 6.404/76).

O plano de contas não deve ser inflexível, mas sim permitir alterações ao longo do tempo, de acordo com a evolução da empresa e da própria sociedade ou do país a que ela esteja vinculada. Esta flexibilidade é a capacidade de o plano de contas poder absorver novas contas durante o exercício social. Isto se faz necessário porque, muitas vezes, ocorrem fatos não-previstos por ocasião da elaboração do plano de contas, tais como: criação de novos tributos, lançamento de novos produtos, venda de mercadorias oriundas de uma nova representação etc.

A maioria das empresas não trabalha com um plano de contas na acepção técnica da palavra. Usa apenas um elenco de contas. A diferença entre um e outro reside no fato de que o plano de contas, além de apresentar a relação das contas (elenco), mostra a função e o funcionamento destas (itens já vistos por nós). O elenco de contas só exibe a relação das contas a serem movimentadas.

A função de uma conta é registrar e controlar, de forma ordenada, os fatos administrativos pertinentes. O funcionamento é a própria movimentação da conta, ou seja, quando esta deverá ser debitada ou creditada.

Exemplo: Conta caixa.

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Função: registrar e controlar as entradas e saídas de numerários.

Funcionamento: debitada pelas entradas e creditada pelas saídas de numerário.

O elenco de contas vem, geralmente, precedido de numeração, sendo que: 1)o ativo está representado pelo nº 1; 2)o ativo circulante, pelo nº 11; 3)o disponível, pelo nº 111. São os primeiros graus das contas. Como 4º grau, vêm as contas sintéticas, representadas pelos dois dígitos seguintes 01, 02, 03..., 99, e no 5º grau encontram-se as contas analíticas, representadas pelos quatro dígitos seguintes 0001, 0002, 0003,..., 9999.

Contas analíticas são as que não podem ser desdobradas, pois são as individuais. Contas sintéticas são as que representam coletivos ou várias contas analíticas, como clientes, por exemplo. Para as demais contas, aplica-se o mesmo critério, assim:

a) passivo e patrimônio líquido são representados pelo nº 2; b) contas de despesas pertencem ao grupo nº 3; c) contas de receitas, pelo grupo nº 4; e d) contas de apuração, pelo grupo nº 5. Dessa forma, os elementos essenciais de um plano de contas são: • um elenco de contas; • seu funcionamento; • suas funções. Não apresentaremos aquela lista exaustiva de contas, que muitos decoram, pois não é o nome da conta que vai

nos dizer qual é a função e o funcionamento da mesma, pois a terminologia adotada muda de empresa para empresa, de uma banca elaboradora de provas para outra e até de concurso para concurso.

Nesse particular, o melhor é entendermos a função e o funcionamento de determinada conta, para podermos classificá-la, por exemplo, em receita ou despesa. Além disso, ou melhor, para praticar isso, é só ver e resolver os exercícios apresentados. O elenco resumido de contas enumerado a seguir serve para o aluno tomar conhecimento de algumas contas que aparecerão em exercícios. Porém, o estudante iniciante não terá condições de compreender imediatamente o significado e a utilização de todas as contas e grupos nele citados, mas faz-se necessária a sua exposição neste momento para que, à medida que os conceitos e operações forem sendo explicitados, o concursando possa associar a utilização da conta ao grupo a que ela pertence.

RESOLUÇÃO CFC Nº. 750, de 29 de dezembro de 1993. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DE CONTABILIDADE

Dispõe sobre os Princípios Fundamentais de Contabilidade.

O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercício de suas atribuições legais e regimentais,

CONSIDERANDO que a evolução da última década na área da Ciência Contábil reclama a atualização substantiva e adjetiva dos Princípios Fundamentais de Contabilidade a que se refere a Resolução CFC 530/81.

RESOLVE:

CAPÍTULO I

DOS PRINCÍPIOS E DE SUA OBSERVÂNCIA

Art. 1º - Constituem PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DE CONTABILIDADE (P.F.C.) os enunciados por esta Resolução.

§ 1º - A observância dos Princípios Fundamentais de Contabilidade é obrigatória no exercício da profissão e constitui condição de legitimidade das Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC).

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§ 2º - Na aplicação dos Princípios Fundamentais de Contabilidade há situações concretas, a essência das transações deve prevalecer sobre seus aspectos formais.

EVIDENCIAÇÃO E PREVALÊNCIA DA ESSÊNCIA SOBRE A FORMA

O objetivo principal da Contabilidade, portanto, é o de permitir, a cada grupo principal de usuários, a avaliação da situação econômica e financeira da entidade, num sentido estático, bem como fazer inferências sobre suas tendências futuras. Para a consecução desse objetivo da Contabilidade, e dentro principalmente do contexto companhia aberta/usuário externo, dois pontos importantíssimos se destacam:

1º) As empresas precisam dar ênfase à evidenciação de todas as informações que permitem a avaliação da sua situação patrimonial e das mutações desse seu patrimônio e, além disso, que possibilitem a realização de inferências perante o futuro. - As informações não passíveis de apresentação explícita nas demonstrações propriamente ditas devem, ao lado das que representam detalhamentos de valores sintetizados nessas mesmas demonstrações, estar contidas em notas explicativas ou em quadros complementares. - Essa evidenciação é vital para se alcançar os objetivos da Contabilidade, havendo hoje exigências no sentido de se detalharem mais ainda as informações (por segmento econômico, região geográfica etc.). Também informações de natureza social passam cada vez mais a ser requisitadas e supridas.

2º) A Contabilidade possui um grande relacionamento com os aspectos jurídicos que cercam o patrimônio, mas, não raro, a forma jurídica pode deixar de retratar a essência econômica. Nessas situações, deve a Contabilidade guiar-se pelos seus objetivos de bem informar, seguindo, se for necessário para tanto, a essência ao invés da forma. - Por exemplo, a empresa efetua a cessão de créditos a terceiros, mas fica contratado que a cedente poderá vir a ressarcir a cessionária pelas perdas decorrentes de eventuais não pagamentos por parte dos devedores. Ora, juridicamente não há ainda dívida alguma na cedente, mas ela deverá atentar para a essência do fato e registrar a provisão para atentar a tais possíveis desembolsos. - Ou, ainda, uma empresa vende um ativo, mas assume o compromisso de recomprá-lo por um valor já determinado em certa data. Essa formalidade deve ensejar a contabilização de uma operação de financiamento (essência) e não de compra e venda (forma). - Noutro exemplo, um contrato pode, juridicamente, estar dando a forma de arrendamento a uma transação, mas a análise da realidade evidencia tratar-se, na prática, de uma operação de compra e venda financiada. Assim, consciente do conflito essência/forma, a Contabilidade fica com a primeira. Essas características de evidenciação ou de divulgação (disclosure) e de prevalência da essência sobre a forma cada vez mais se firmam como próprias da Contabilidade, dados seus objetivos específicos.

CAPÍTULO II

DA CONCEITUAÇÃO, DA AMPLITUDE E DA ENUMERAÇÃO

Art. 2º - Os Princípios Fundamentais de Contabilidade representam a essência das doutrinas e teorias relativas à Ciência da Contabilidade, consoante o entendimento predominante nos universos científico e profissional de nosso País.

Concernem, pois, à Contabilidade no seu sentido mais amplo de ciência social, cujo objeto é o Patrimônio das Entidades.

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Art. 3º - São Princípios Fundamentais de Contabilidade:

I) o da ENTIDADE; II) o da CONTINUIDADE; III) o da OPORTUNIDADE; IV) o do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL; V) o da ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA; VI) o da COMPETÊNCIA e VII) o da PRUDÊNCIA.

COMENTÁRIOS AOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DE CONTABILIDADE

A Resolução CFC no 750/93 dispõe sobre os Princípios Fundamentais de Contabilidade, elencando-os em seu art. 3º e conceituando-os nos seus artigos, de 4 a 10. Os princípios de contabilidade são em número de 07 (sete) e para sua memorização poder utilizar da seguinte expressão: PRECOCA (que representas as iniciais de cada um dos princípios).

Prudência Regirtro pelo valor original Entidade Continuidade Oportunidade Competência Atualização monetária

1. O PRINCÍPIO DA ENTIDADE Art. 4º O Princípio da ENTIDADE reconhece o Patrimônio como objeto da Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de um Patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes, independentemente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de pessoas, uma sociedade ou instituição de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos. Por conseqüência, nesta acepção, o patrimônio não se confunde com aqueles dos seus sócios ou proprietários, no caso de sociedade ou instituição.

Parágrafo único. O PATRIMÔNIO pertence à ENTIDADE, mas a recíproca não é verdadeira. A soma ou agregação contábil de patrimônios autônomos não resulta em nova ENTIDADE, mas numa unidade de natureza econômico-contábil.

A autonomia patrimonial

A autonomia patrimonial é o cerne deste princípio e surge em conseqüência da personalidade jurídica que a entidade adquire. Assim, se constituída uma empresa ou uma pessoa jurídica com qualquer finalidade e se a ele for conferido um patrimônio, este a ela pertence, ou seja, ele será autônomo em relação a todos os outros patrimônios existentes, pertencendo a uma entidade.

Desta forma, o patrimônio de uma entidade nunca pode confundir-se com os patrimônios dos seus sócios ou proprietários. Assim, o conceito de entidade abrange pessoa física, as sociedade mesmo que não estejam revestidas de personalidade jurídica, as instituições ou um conjunto de pessoas, tais como: – famílias; – empresas; – governos, nas diferentes esferas do poder; – sociedades beneficentes, religiosas, culturais, esportivas, de lazer, técnicas; – sociedades cooperativas;

PPP

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CCC

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CCC

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– fundos de investimento e outras modalidades afins.

Em função da autonomia patrimonial a entidade exerce o poder sobre o seu patrimônio, assegurando-se-lhe o direito de exigir os haveres de terceiros ou de exercer o direito de propriedade. A autonomia patrimonial deve fundar-se na propriedade para que os demais princípios fundamentais tenham sentido. Do contrário os princípios estariam se referindo a um universo não delimitado. As empresas podem possuir filiais, departamentos ou outras subdivisões e nem por isso perde a autonomia patrimonial. No caso de haver a transferência de parte do patrimônio para outra entidade ou a versão de parte do patrimônio, como é o caso da cisão, surgirá um novo patrimônio autônomo, pertencente a outra entidade. Ressaltamos que o fato de se dividir a empresa em departamentos ou unidades fabris ou mesmo em áreas de custos e de orçamento, não significam a criação de novas entidades, precisamente pela ausência de autonomia patrimonial, pois estaremos apenas fazendo controles divisionais, que são úteis sob a ótica administrativa.

Da soma ou da agregação de patrimônios

A soma ou agregação de patrimônios não resulta em nova entidade Entidades sob um único controle, ou grupos econômicos, em que pese apresentem demonstrações financeiras consolidadas, não são um novo patrimônio – pelo fato de que não consistem em um sujeito de direitos e obrigações. As demonstrações contábeis consolidadas, apresentando a posição patrimonial e financeira, resultado das operações, as origens e aplicações de recursos ou os fluxos financeiros de um conjunto de Entidades sob controle único, são peças contábeis de grande valor informativo para determinados usuários, embora isso não signifique a existência de uma nova “entidade” consolidada. Cuidado, este simples conceito também já foi questão de prova!

A dinâmica da gestão e organização empresarial é notável. Uma empresa pode ser sócia de outra empresa, inclusive com a maioria do capital votante daquela outra empresa, quando a sociedade investidora será chamada de controladora. Mesmo nessa condição as duas empresas mantêm a sua autonomia patrimonial.

Assim, as somas e agregações de patrimônios de diferentes entidades não resultam em nova entidade.

Ressaltamos que a empresa controladora deve elaborar demonstrações contábeis consolidadas, porém o patrimônio consolidado não representa patrimônio de nova entidade.

Para ilustrar o fato do controle e da demonstração consolidada imaginemos uma família onde, além do casal, há três filhos. Se cada um dos filhos possuir um patrimônio e formos medir o patrimônio da família estaremos fazendo uma consolidação dos patrimônios membros dessa família, mas não estaremos criando um novo patrimônio.

OBSERVAÇÕES IMPORTANTES

1. Reconhece o patrimônio como objeto da contabilidade. 2. A autonomia patrimonial, no universo dos patrimônios é fundada na propriedade. 3. O patrimônio é condição primeira da existência jurídica de uma entidade. 4. O patrimônio de uma entidade jamais pode confundir-se com aqueles dos seus sócios ou proprietários. 5. O patrimônio líquido pertence à entidade – recursos entregues pelos sócios na formação do patrimônio. 6. Única circunstância em que poderá surgir uma nova entidade reside no fato de a propriedade de parte do patrimônio de uma entidade for transferida para outra, eventualmente até criada naquele momento.

7. Lei 6.404/76 – Lei das S/A: Transformação – art. 220; Incorporação – art. 227; art 219-II; Fusão – art. 228; Cisão – art.229; Coligadas – art. 243 § 1º; Controladas – art. 243 § 2º; Subsidiária Integral – art. 251; Grupo de Sociedades – art. 265; Matriz, Filial, Agências, Sucursais; Consórcio – art. 278;

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Demonstrações Consolidadas – art. 249 – ressaltam os aspectos do atributo do controle econômico e fundamentação contábil da escrituração.

Operações inter-companhias – negócios usuais e não-usuais na exploração do objeto da companhia.

2. O PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE ( GGGOOOIIINNNGGG CCCOOONNNCCCEEERRRNNN,,, EEENNNTTTIIIDDDAAADDDEEE “““EEEMMM MMMAAARRRCCCHHHAAA”””) Art. 5º A CONTINUIDADE ou não da ENTIDADE, bem como sua vida definida ou provável, devem ser consideradas quando da classificação e avaliação das mutações patrimoniais, quantitativas e qualitativas. § 1º A CONTINUIDADE influencia o valor econômico dos ativos e, em muitos casos, o valor ou o vencimento dos passivos, especialmente quando a extinção da ENTIDADE tem prazo determinado, previsto ou previsível. § 2º A observância do princípio da CONTINUIDADE é indispensável à correta aplicação do Princípio da COMPETÊNCIA por efeito de relacionar-se diretamente à quantificação dos componentes patrimoniais e à formação do resultado, e de se constituir dado importante para aferir a capacidade futura de geração de resultado.

Aspectos conceituais As condições em que se desenvolverão as atividades da entidade interferem de forma qualitativa e quantitativa do patrimônio. Neste contexto, se a empresa suspender suas atividades a utilidade de determinados ativos pode ser alterada, com a perda, até mesmo integral, de seu valor.

Outro fato que pode gerar efeitos semelhantes é a queda no nível de ocupação. Essas modificações podem ocorrer por diversas causas, sendo as principais:

a) mudanças de política governamental, como, por exemplo, na área cambial, influenciando diretamente o volume das exportações de determinados ramos econômicos, com efeito direto nos níveis de produção de determinadas entidades; b) modificações na conjuntura econômica que provoquem alterações na amplitude do mercado em que atua a entidade. Exemplo neste sentido é a queda de poder aquisitivo da população, que provoca redução no consumo de bens, o que, por sua vez, resulta na redução do grau de ocupação de muitas entidades; c) problemas internos das próprias entidades, consubstanciados em envelhecimento tecnológico dos seus processos ou produtos, superação mercadológica destes, exigência de proteção ambiental, falta de capital, falta de liquidez, incapacidade administrativa, distensões entre os controladores da entidade e outras causas quaisquer que levem a entidade a perder suas condições de competitividade, sendo gradativamente alijada do mercado; d) causas naturais ou fortuitas que afetem a manutenção da entidade no mercado, tais como inundações, incêndios, ausência de materiais primários por quebras de safras. A completa cessação das atividades da empresa se constitui na situação-limite na aplicação do princípio da continuidade. A limitação ou cessação da vida da entidade afeta determinados ativos.

Por exemplo: 1) o ativo diferido deve ser baixado como despesas, pois não poderão ser absorvidos pelas atividades operacionais; 2) os estoques, as ferramentas ou máquinas, podem ter seu valor modificado substancialmente. Por outro lado, o passivo pode ser afetado pela cessação da entidade, podendo ocorrer que a obrigação tenha de ser satisfeita antecipadamente se não houve a devida observação da data limite de duração da entidade.

Nos casos em que há modificação no volume de operações, de forma a afetar o valor de alguns componentes patrimoniais, é obrigatório o ao ajuste destes, de maneira a ficarem registrados por valores líquidos de realização, ou seja mediante as devidas provisões.

Os princípios estão intimamente ligados uns aos outros, sendo que é difícil a ocorrência de um fato em que se aplique apenas um princípio. O princípio da continuidade, à semelhança do da prudência, está intimamente ligado ao da competência, formando-se uma espécie de trilogia. A razão é simples: a continuidade, como já vimos, diz respeito diretamente ao valor econômico dos bens, ou seja, ao fato de um ativo manter-se nesta condição ou transformar-se, total ou parcialmente, em despesa. Mas a continuidade também alcança a representação quantitativa e qualitativa do patrimônio de outras maneiras, especialmente quando há previsão de encerramento das atividades da entidade, com o

INFORMAÇÃO CAPCIOSÍSSIMA!!! A soma ou agregação contábil do patrimônio de diversas entidades, cujas demonstrações contábeis são consolidadas, não resulta em nova entidade, mas em uma unidade de natureza econômico-contábil.

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vencimento antecipado ou o surgimento de exigibilidades. Nesta última circunstância, sua ligação será com o princípio da oportunidade.

O Princípio da Continuidade e a “entidade em marcha” A denominação princípio da continuidade, como também a de “entidade em marcha”, ou going concern, é encontrada em muitos sistemas de normas no exterior e na literatura contábil estrangeira. Embora o princípio da continuidade também parta do pressuposto de que a entidade deva concretizar seus objetivos continuamente – o que nem sempre significa a geração de riqueza no sentido material –, não se fundamenta na idéia de entidade em movimento.

O motivo é extremamente singelo, pois uma entidade com suas atividades reduzidas ou suspensas temporariamente continuará a ser objeto da Contabilidade enquanto dispuser de patrimônio. Isso permanece verdade no caso de a entidade suspender definitivamente suas atividades. O que haverá, tão-somente, é a reapreciação dos componentes patrimoniais, quantitativa e qualitativamente, precisamente em razão dos difames do princípio da continuidade. A normalidade ou não das operações, bem como a vida limitada ou indeterminada, não alcançam o objeto da Contabilidade, o patrimônio, mas, tão-somente, sua composição e valor, isto é, a delimitação quantitativa e qualitativa dos bens, dos direitos e das obrigações.

O próprio uso da receita como parâmetro na formação de juízo sobre a situação de normalidade da entidade, embora válido na maioria das entidades, não pode ser universal, pois, em muitas delas, a razão de ser não é a receita, tampouco o resultado.

OBSERVAÇÕES IMPORTANTES 1. Situações que poderão refletir nas operações da Entidade:

Modificações na conjuntura econômica – queda do poder aquisitivo da população; Mudanças na política do governo – variação na cotação do dólar; Problemas internos – envelhecimento tecnológico, escassez de recursos, insolvência, incapacidade

administrativa; Causas naturais – inundações, incêndios.

2. Os ativos são mensurados pelo valor de aquisição e não pelo valor que se pode obter se fossem vendidos. 3. A cessação das atividades da entidade poderá provocar perdas de ativos e afetará o passivo com surgimento de desembolsos advindos da extinção. 4. A gestão da administração da companhia dividida em exercícios para fins de conhecimento da situação da empresa

– art. 175 e 176 da Lei 6.404/76 5. Dissolve-se a companhia: art. 206 – Lei 6.404/76 Ø de pleno direito; Ø por decisão judicial; Ø por decisão de autoridade administrativa competente.

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3. O PRINCÍPIO DA OPORTUNIDADE (Princípio da Universalidade)

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Art. 6º O Princípio da OPORTUNIDADE refere-se, simultaneamente, à tempestividade e à integridade do registro do patrimônio e das suas mutações, determinando que este seja feito de imediato e com a extensão correta, independentemente das causas que as originaram.

Parágrafo único. Como resultado da observância do Princípio da OPORTUNIDADE: I – desde que tecnicamente estimável, o registro das variações patrimoniais deve ser feito mesmo na hipótese de somente existir razoável certeza de sua ocorrência; II – o registro compreende os elementos quantitativos e qualitativos, contemplando os aspectos físicos e monetários; III – o registro deve ensejar o reconhecimento universal das variações ocorridas no patrimônio da Entidade em um período de tempo determinado, base necessária para gerar informações úteis ao processo decisório da gestão.

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Aspectos conceituais.

O PRINCÍPIO DA OPORTUNIDADE exige a apreensão, o registro e o relato de todas as variações sofridas pelo patrimônio de uma entidade, no momento em que elas ocorrerem. Cumprido tal preceito, chega-se ao acervo máximo de dados primários sobre o patrimônio, fonte de todos os relatos, demonstrações e análises posteriores, ou seja, o princípio da oportunidade é a base indispensável à fidedignidade das informações sobre o patrimônio da entidade, relativas a um determinado período e com o emprego de quaisquer procedimentos técnicos. É o fundamento daquilo que muitos sistemas de normas denominam de “representação fiel” pela informação ou seja, que esta espelhe com precisão e objetividade as transações e os eventos que concentre. Tal atributo é, outrossim, exigível em qualquer circunstância, a começar sempre nos registros contábeis, embora as normas tendam a enfatizá-lo nas demonstrações contábeis. O princípio da oportunidade deve ser observado, como já foi dito, sempre que haja variação patrimonial, cujas origens principais são, de forma geral, as seguintes: a) transações realizadas com outras entidades, formalizadas mediante acordo de vontades, independentemente da forma ou da documentação de suporte, como compra ou venda de bens e serviços; b) eventos de origem externa, de ocorrência alheia à vontade da administração, mas com efeitos sobre o patrimônio, como modificações nas taxas de câmbio, quebras de clientes, efeitos de catástrofes naturais, imposições tributárias etc.; c) movimentos internos que modificam predominantemente a estrutura qualitativa do patrimônio, como a transformação de materiais em produtos semi-fabricados ou destes em produtos prontos, mas também a estrutura quantitativo-qualitativa, como no sucateamento de bens inservíveis. O princípio da oportunidade abarca dois aspectos distintos, mas complementares: a integridade e a tempestividade, razão pela qual muitos autores preferem denominá-lo Princípio da Universalidade. O princípio da oportunidade tem sido confundido, algumas vezes, com o da competência, embora os dois apresentem conteúdos manifestamente diversos. Na oportunidade, o objetivo está na completeza da apreensão das variações, do seu oportuno reconhecimento, enquanto, na competência, o fulcro está na qualificação das variações diante do patrimônio líquido, isto é, na decisão sobre se estas o alteram ou não pela ocorrência de receitas ou despesas. Em síntese, no primeiro caso, temos o conhecimento da variação, e, na competência, a determinação de sua natureza.

A integridade das variações

A integridade diz respeito à necessidade de as variações serem reconhecidas na sua totalidade, isto é, sem qualquer falta ou excesso. Concentre, pois, à completeza da apreensão, que não admite a exclusão de quaisquer variações monetariamente quantificáveis. Como as variações incluem elementos quantitativos e qualitativos, bem como os aspectos físicos pertinentes, e ainda que a avaliação é regida por princípios próprios, a integridade diz respeito fundamentalmente às variações em si. Tal fato não elimina a necessidade do reconhecimento destas, mesmo nos casos em que não há certeza definitiva da sua ocorrência, mas somente alto grau de possibilidade. Bons exemplos neste sentido fornecem as depreciações, pois a vida útil de um bem será sempre uma hipótese, mais ou menos fundada tecnicamente, porquanto dependente de diversos fatores de ocorrência aleatória. Naturalmente, pressupõe-se que, na hipótese do uso de estimativas, estas tenham fundamentação estatística e econômica suficientes.

A tempestividade do registro

A tempestividade obriga que as variações sejam registradas no momento em que ocorrerem, mesmo na hipótese de alguma incerteza, na forma relatada no item anterior. Sem o registro, no momento da ocorrência, ficarão incompletos os registros sobre o patrimônio até aquele momento, e, em decorrência, insuficientes quaisquer demonstrações ou relatos, e falseadas as conclusões, os diagnósticos e os prognósticos.

OBSERVAÇÕES IMPORTANTES 1. A tempestividade diz respeito ao momento em que as variações ocorrerem, enquanto que a integridade diz

respeito à necessidade de as variações serem reconhecidas na sua totalidade (ex. depreciação). 2. As variações patrimoniais se originaram principalmente:

ü de operações realizadas com outras entidades – ex.compra e venda de bens e serviços;

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ü dos eventos de origem externas – ex. modificação nas taxas de câmbio, quebras de clientes, catástrofes naturais etc.;

ü movimentos internos – transformação de materiais em produtos acabados, sucateamento de bens.

4. O PRINCÍPIO DO REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL Art. 7º Os componentes do patrimônio devem ser registrados pelos valores originais das transações com o mundo exterior, expressos a valor presente na moeda do País, que serão mantidos na avaliação das variações patrimoniais posteriores,inclusive quando configurarem agregações ou decomposições no interior da Entidade. Parágrafo único. Do Princípio do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL resulta:

I – a avaliação dos componentes patrimoniais deve ser feita com base nos valores de entrada, considerando-se como tais os resultantes do consenso com os agentes externos ou da imposição destes; II – uma vez integrados no patrimônio, o bem, o direito ou a obrigação não poderão ter alterados seus valores intrínsecos, admitindo-se, tão-somente, sua decomposição em elementos e/ou sua agregação, parcial ou integral, a outros elementos patrimoniais; III – o valor original será mantido, enquanto o componente permanecer como parte do patrimônio, inclusive quando da saída deste; IV – os Princípios da ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA e do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL são compatíveis entre si e complementares, dado que o primeiro apenas atualiza e mantém atualizado o valor de entrada; V – o uso da moeda do País na tradução do valor dos componentes patrimoniais constitui imperativo de homogeneização quantitativa dos mesmos.

Os elementos essenciais do Princípio

O PRINCÍPIO DO REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL ordena que os componentes do patrimônio tenham seu registro inicial efetuado pelos valores ocorridos na data das transações havidas com o mundo exterior à entidade, estabelecendo, pois, a viga-mestra da avaliação patrimonial: a determinação do valor monetário de um componente do patrimônio. Ao adotar a idéia de que a avaliação deva ser realizada com fundamento no valor de entrada, o princípio consagra o uso dos valores monetários decorrentes do consenso entre os agentes econômicos externos e a entidade – contabilmente, outras entidades, ou da imposição destes. Não importa, pois, se o preço resultou de livre negociação em condições de razoável igualdade entre as partes, ou de imposição de uma delas, em vista da sua posição de superioridade, como é o caso dos tributos. Pressupõe-se que o valor de troca, aquele decorrente da transação, configure o valor econômico dos ativos no momento da sua ocorrência. Naturalmente, se, com o passar do tempo, houver a modificação do valor em causa, seja por que razão for, os ajustes serão realizados, mas ao abrigo do princípio da competência, da oportunidade e da prudência. Os ajustes somente serão para menos, em razão da essência do próprio princípio. A rigorosa observância do princípio em comentário é do mais alto interesse da sociedade como um todo e, especificamente, do mercado de capitais, por resultar na unificação da metodologia de avaliação, fator essencial na compatibilidade dos dados, dos relatos e das demonstrações contábeis e, conseqüentemente, na qualidade da informação gerada, impossibilitando critérios alternativos de avaliação. No caso de doações recebidas pela entidade, também existe a transação com o mundo exterior e, mais ainda, com efeito quantitativo e qualitativo sobre o patrimônio. Como a doação resulta em inegável aumento do patrimônio líquido, cabe o registro pelo valor efetivo da coisa recebida, no momento do recebimento, segundo o valor de mercado. Mantém-se, no caso, intocado o princípio em exame, com a única diferença em relação às situações usuais: uma das partes envolvidas – caso daquela representativa do mundo externo – abre mão da contraprestação, que se transforma em aumento do patrimônio líquido da entidade recebedora da doação. Acessoriamente, pode-se lembrar que o fato de o ativo ter-se originado de doação não repercute na sua capacidade futura de contribuir para a realização dos objetivos da entidade.

A expressão em moeda nacional

A expressão do valor dos componentes patrimoniais em moeda nacional decorre da necessidade de homogeneização quantitativa do registro do patrimônio e das suas mutações, a fim de se obter a necessária compatibilidade e possibilitarem-se agrupamentos de valores. Ademais, este aspecto particular, no âmbito do princípio do registro pelo valor original, visa a afirmar a prevalência da moeda do país e, conseqüentemente, o registro somente nela. O

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corolário é o de que quaisquer transações em moeda estrangeira devem ser transformadas em moeda nacional, no momento do seu registro.

A manutenção dos valores originais nas variações internas

O princípio em análise, como não poderia ser diferente, em termos lógicos, mantém-se plenamente nas variações patrimoniais que ocorrem no interior da entidade, quando acontece a agregação ou a decomposição de valores. Os agregados de valores – cuja expressão mais usual são os estoques de produtos semi-fabricados e prontos, os serviços em andamento ou terminados, as culturas em formação etc. – representam, quantitativamente, o somatório de inúmeras variações patrimoniais qualitativas, formando conjuntos de valores constituídos com base em valores atinentes a insumos de materiais, depreciações, mão-de-obra, encargos sociais, energia, serviços de terceiros, tributos e outros, classes de insumos que, em verdade, configuram a consumação de ativos, como estoques, equipamentos ou, diretamente, recursos pecuniários. Os agregados são, pois, ativos resultantes da transformação de outros ativos, e, em alguns casos, deixam logo tal condição, como aqueles referentes a funções como as de administração geral, comercialização no país, exportação e outras. A formação dos agregados implica o uso de decomposições, como acontece no caso das depreciações geradas por uma máquina em particular: a transação com o mundo exterior resultou na ativação da máquina, mas a consumação desta dar-se-á gradativamente, ao longo do tempo, mediante as depreciações. Todavia, estas, mesmo quando relatadas a um espaço curto de tempo – um mês, por hipótese –, normalmente são alocadas a diversos componentes do patrimônio, como, por exemplo, aos diferentes produtos em elaboração. Os fatos mencionados comprovam a importância do princípio em exame na Contabilidade aplicada à área de custos, por constituir-se na diretiva principal de avaliação das variações que ocorrem no ciclo operacional interno das entidades, em que não existe a criação de valores, mas a simples redistribuição daqueles originais.Finalmente, cabe ressaltar que os valores originais devem ser ajustados, segundo a sua perda de valor econômico. Porém, mesmo tal ajuste não implica, em essência, modificação do valor original.

OBSERVAÇÕES IMPORTANTES 1. Resulta na unificação da metodologia de avaliação, fator relevante na comparabilidade dos elementos,

relatórios e demonstrativos contábeis, utilizados para análise pelos usuários da contabilidade. 2. O uso da moeda do País para expressar o valor dos componentes patrimoniais decorre da necessidade de

homogeneização qualitativa do patrimônio e das suas variações, o que possibilita o agrupamento de valores. 3. As agregações ou decomposições de valores que ocorrem no interior da entidade (ex. estoques de produtos

elaborados e em elaboração, as culturas em formação etc.), são elementos do ativo resultantes da transformação de outros ativos (insumo de materiais, depreciações, mão-de-obra, encargos sociais, energia, e outros).

4. Ajustes de Avaliação Patrimonial.

5. O PRINCÍPIO DA ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA

Art. 8º Os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda nacional devem ser reconhecidos nos registros contábeis através do ajustamento da expressão formal dos valores dos componentes patrimoniais. Parágrafo único. São resultantes da adoção do Princípio da ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA: I – a moeda, embora aceita universalmente como medida de valor, não representa unidade constante em termos do poder aquisitivo; II – para que a avaliação do patrimônio possa manter os valores das transações originais (art. 7o), é necessário atualizar sua expressão formal em moeda nacional, a fim de que permaneçam substantivamente corretos os valores dos componentes patrimoniais e, por conseqüência, o do Patrimônio Líquido; III – a atualização monetária não representa nova avaliação, mas, tão-somente, o ajustamento dos valores originais para determinada data, mediante a aplicação de indexadores, ou outros elementos aptos a traduzir a variação do poder aquisitivo da moeda nacional em um dado período.

Por pertinente, cabe acrescer que o CFC editou a Resolução no 900/01, que dispõe sobre a aplicação do Princípio da Atualização Monetária. Devido à sua importância, transcrevemo-la a seguir:

RESOLUÇÃO CFC nº 900/01

Dispõe sobre a aplicação do Princípio da Atualização Monetária.

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Art. 1º – A aplicação do “Princípio da Atualização Monetária” é compulsória quando a inflação acumulada no triênio for de 100% ou mais; Parágrafo único – A inflação acumulada será calculada com base no Índice Geral de Preços do Mercado (IGPM), apurado mensalmente pela Fundação Getúlio Vargas, por sua aceitação geral e reconhecimento por organismos nacionais e internacionais; Art. 2º – A aplicação compulsória do “Princípio da Atualização Monetária” deverá ser amplamente divulgada nas

notas explicativas às demonstrações contábeis; Art. 3º – Quando a taxa inflacionária acumulada no triênio for inferior a 100%, a aplicação do Princípio da Atualização Monetária somente poderá ocorrer em demonstrações contábeis de natureza complementar às demonstrações de natureza corrente, derivadas da escrituração contábil regular. Parágrafo 1º – No caso da existência das ditas demonstrações complementares, a atualização deverá ser evidenciada nas respectivas notas explicativas, incluindo a indicação da taxa inflacionária empregada. Parágrafo 2º – A Atualização Monetária, neste caso, não originará nenhum registro contábil. Art. 4º – Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

A Resolução supra foi assunto cobrado na prova de Analista Judiciário, Especialidade Contabilidade do TRE/PB – 2007. Vejamos na íntegra a questão do certame:

23. A aplicação do Principio Contábil de Atualização Monetária é (A) registrada assim que a inflação medida nos dois últimos períodos atingir uma variação de 50%. (B) computada sempre que a inflação anual acumulada atingir 20% em qualquer período. (C) calculada a cada qüinqüênio independente do percentual acumulado no mesmo período. (D) compulsória quando a inflação acumulada no triênio for igual ou maior de 100%. (E) reconhecida imediatamente sempre que a inflação anual acumulada atingir dois dígitos.

Gabarito: D, pois a opção “D” está de acordo com o Art. 3º da Resolução CFC nº900/01

Aspectos conceituais

O PRINCÍPIO DA ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA existe em função do fato de que a moeda – embora universalmente aceita como medida de valor – não representa unidade constante de poder aquisitivo. Por conseqüência, sua expressão formal deve ser ajustada, a fim de que permaneçam substantivamente corretos – isto é, segundo as transações originais – os valores dos componentes patrimoniais e, via de decorrência, o patrimônio líquido. Como se observa, o princípio em causa constitui seguimento lógico daquele do registro pelo valor original, pois preceitua o ajuste formal dos valores fixados segundo este, buscando a manutenção da substância original, sem que isso implique qualquer modalidade de reavaliação. Em diversas oportunidades, no passado, o princípio foi denominado de “correção monetária”, expressão inadequada, pois ele não estabelece qualquer “correção” de valor, apenas atualiza o que, em tese, não deveria ter variado: o poder aquisitivo da moeda. Esta é, aliás, a razão pela qual o princípio, quando aplicado à prática, manifesta-se por meio de índice que expressa a modificação da capacidade geral de compra da moeda, e não da variação particular do preço de um bem determinado. O princípio diz respeito, dada sua condição de universalidade, a todos os componentes patrimoniais e suas mutações, e não somente às demonstrações contábeis, que representam apenas uma das modalidades de expressão concreta da Contabilidade, aplicada a uma entidade em particular. Mas, como as demonstrações contábeis são, em geral, a forma mais usual de comunicação entre a Entidade e o usuário, as normas contábeis alicerçadas no princípio em exame contêm sempre ordenamentos sobre como deve ser realizado o ajuste, o indexador utilizado e a periodicidade de aplicação.

Dos indexadores da atualização

A atualização monetária deve ser realizada mediante o emprego de meios – indexadores, moedas referenciais, reais ou não – que reflitam a variação apontada por índice geral de preços da economia brasileira. A utilização de um único parâmetro de caráter geral e de modo uniforme por todas as entidades é indispensável, a fim de que sejam possíveis

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comparações válidas entre elas. O uso de indexador único, embora indispensável, não resolve inteiramente o problema da atualização monetária, pois não alcança a questão da fidedignidade de que se reveste o dito indexador, na expressão do poder aquisitivo da moeda. Todavia, no caso, não se trata de questão atinente aos princípios contábeis, mas de problema pertencente à Ciência Econômica, no campo teórico-doutrinário, e à política, em termos aplicados.

Atualização x correção monetária

Em diversas oportunidades no passado, o princípio foi denominado de “correção monetária”, expressão inadequada, pois ele não estabelece qualquer “correção” de valor (visto que o valor inicial não é um valor errado), mas apenas atualiza o que, em tese, não deveria ter variado: o poder aquisitivo da moeda. Esta é, aliás, a razão pela qual o princípio, quando aplicado à prática, se manifesta por meio de índice que expressa a modificação da capacidade geral de compra da moeda, e não da variação particular do preço de um bem determinado.

OBSERVAÇÕES IMPORTANTES 1. O Princípio constitui seguimento lógico daquele do Registro pelo Valor Original uma vez que determina o

ajuste formal dos valores fixados segundo este princípio, com vistas a determinar a manutenção do valor original, sem entretanto implicar em qualquer modalidade de nova avaliação.

2. Na atualização monetária deverá ser empregado um único parâmetro de caráter geral (indexadores ou moedas referenciais, que reflitam a variação do índice geral de preços da economia brasileira) e de forma uniforme por todas as entidades a fim de não prejudicar a comparabilidade entre elas.

3. Lei 9.249 art. 4º revogou a sistemática de correção monetária das demonstrações financeiras a partir do exercício de 1996.

A partir do ano de 1996, foi proibida – pela Lei 9.249/95 – a utilização de correção monetária para fins societários ou fiscais.

Art. 4º Fica revogada a correção monetária das demonstrações financeiras de que tratam a Lei nº 7.799, de 10 de julho de 1989, e o art. 1º da Lei nº 8.200, de 28 de junho de 1991. Parágrafo único. Fica vedada a utilização de qualquer sistema de correção monetária de demonstrações financeiras, inclusive para fins societários.

4. Atualização dos ativos e dos passivos – art. 183, I e art. 184, III.

6. O PRINCÍPIO DA COMPETÊNCIA

Art. 9º-As receitas e as despesas devem ser incluídas na apuração do resultado do período em que ocorrerem, sempre simultaneamente quando se correlacionarem, independentemente de recebimento ou pagamento. § 1º O Princípio da COMPETÊNCIA determina quando as alterações no ativo ou no passivo resultam em aumento ou diminuição no Patrimônio Líquido, estabelecendo diretrizes para classificação das mutações patrimoniais, resultantes da observância do Princípio da OPORTUNIDADE. § 2º O reconhecimento simultâneo das receitas e despesas, quando correlatas, é conseqüência natural do respeito ao período em que ocorrer sua geração. § 3º As receitas consideram-se realizadas: I – nas transações com terceiros, quando estes efetuarem o pagamento ou assumirem compromisso firme de efetivá-lo, quer pela investidura na propriedade de bens anteriormente pertencentes à Entidade, quer pela fruição de serviços por esta prestados; II – quando da extinção, parcial ou total, de um passivo, qualquer que seja o motivo, sem o desaparecimento concomitante de um ativo de valor igual ou maior; III – pela geração natural de novos ativos independentemente da intervenção de terceiros; IV – no recebimento efetivo de doações e subvenções. § 4º Consideram-se incorridas as despesas: I – quando deixar de existir o correspondente valor ativo, por transferência de sua propriedade para terceiro; II – pela diminuição ou extinção do valor econômico de um ativo; III – pelo surgimento de um passivo, sem o correspondente ativo.

As variações patrimoniais e o Princípio da Competência

A compreensão do cerne do PRINCÍPIO DA COMPETÊNCIA está diretamente ligada ao entendimento das variações patrimoniais e sua natureza. Nestas, encontramos duas grandes classes: a daquelas que somente modificam a

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qualidade ou a natureza dos componentes patrimoniais, sem repercutirem no montante do patrimônio líquido, e a das que o modificam. As primeiras são denominadas de qualitativas, ou permutativas, enquanto as segundas são chamadas de quantitativas, ou modificativas. Cumpre salientar que estas últimas sempre implicam a existência de alterações qualitativas no patrimônio, a fim de que permaneça inalterado o equilíbrio patrimonial. A competência é o princípio que estabelece quando um determinado componente deixa de integrar o patrimônio, para transformar-se em elemento modificador do patrimônio líquido. Da confrontação entre o valor final dos aumentos do patrimônio líquido – usualmente denominados receitas – e das suas diminuições – normalmente chamadas de despesas –, emerge o conceito de resultado do período: positivo, se as receitas forem maiores do que as despesas; negativo, quando ocorrer o contrário. Observa-se que o princípio da competência não está relacionado a recebimentos ou pagamentos, mas com o reconhecimento das receitas geradas e das despesas incorridas no período. Mesmo com desvinculação temporal das receitas e despesas, respectivamente do recebimento e do desembolso, a longo prazo ocorre a equalização entre os valores do resultado contábil e o fluxo de caixa derivado das receitas e despesas, em razão dos princípios referentes à avaliação dos componentes patrimoniais. Quando existem receitas e despesas pertencentes a um exercício anterior, que nele deixarem de ser consideradas por qualquer razão, os competentes ajustes devem ser realizados no exercício em que se evidenciou a omissão, não se computando os efeitos na apuração do resultado do exercício em que o registro foi efetuado. O princípio da competência é aplicado a situações concretas altamente variadas, pois são muito diferenciadas as transações que ocorrem nas entidades, em função dos objetivos destas. Por esta razão, é a competência o princípio que tende a suscitar o maior número de dúvidas na atividade profissional dos contabilistas e dos estudantes de contabilidade para os mais diversos fins. Cabe, entretanto, sublinhar que tal fato não resulta em posição de supremacia hierárquica em relação aos demais princípios, pois o status de todos é o mesmo, precisamente pela sua condição científica. Entretanto, por ser o princípio que trata da ocorrência das receitas e das despesas, é ele que desperta maior interesse aos concursandos.

Alguns comentários sobre as despesas

As despesas, na maioria das vezes, representam consumação de ativos, que tanto podem ter sido pagos em períodos passados, no próprio período, ou ainda vir a ser pagos no futuro. De outra parte, não é necessário que o desaparecimento do ativo seja integral, pois muitas vezes a consumação é somente parcial, como no caso das depreciações ou nas perdas de parte do valor de um componente patrimonial do ativo, por aplicação do princípio da prudência à prática, de que nenhum ativo pode permanecer avaliado por valor superior ao de sua recuperação por alienação ou utilização nas operações em caráter corrente. Mas a despesa também pode decorrer do surgimento de uma exigibilidade, sem a concomitante geração de um bem ou de um direito, como acontece, por exemplo, nos juros moratórios e nas multas de qualquer natureza. Entre as despesas do tipo em referência, localizam-se também as que se contrapõem a determinada receita, como é o caso dos custos diretos com vendas, nos quais se incluem comissões, impostos, taxas e, até, royalties. A aplicação correta da competência exige mesmo que se provisionem, com base em fundamentação estatística, certas despesas por ocorrer, mas indiscutivelmente ligadas à venda em análise, como as despesas futuras com garantias assumidas em relação a produtos. Nos casos de entidades em períodos pré-operacionais, no seu todo ou em algum setor, os custos incorridos são ativados, para se transformarem posteriormente em despesas, quando da geração das receitas, mediante depreciação ou amortização. Tal circunstância está igualmente presente em projetos de pesquisa e desenvolvimento de produtos – muito freqüentes nas indústrias químicas e farmacêuticas, bem como naquelas que empregam alta tecnologia – quando a amortização dos custos ativados é feita, segundo a vida mercadológica estimada dos produtos ligados às citadas pesquisas e aos projetos.

Alguns detalhes sobre as receitas e seu reconhecimento

A receita é considerada realizada no momento em que há a venda de bens e direitos da entidade – entendida a palavra bem em sentido amplo, incluindo toda sorte de mercadoria, produtos, serviços, inclusive equipamentos e imóveis –, com a transferência da sua propriedade para terceiros, efetuando estes o pagamento em dinheiro ou assumindo compromisso firme de fazê-lo num prazo qualquer. Normalmente, a transação é formalizada mediante a emissão de

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nota fiscal ou documento equivalente, em que conste a quantificação e a formalização do valor de venda, pressupostamente o valor de mercado da coisa ou do serviço. Embora esta seja a forma mais usual de geração de receita, também há uma segunda possibilidade, materializada na extinção parcial ou total de uma exigibilidade, como no caso do perdão de multa fiscal, da anistia total ou parcial de uma dívida, da eliminação de passivo pelo desaparecimento do credor, pelo ganho de causa em ação em que se discutia uma dívida ou o seu montante, já devidamente provisionado, ou outras circunstâncias semelhantes. Finalmente, há ainda uma terceira possibilidade: a de geração de novos ativos sem a interveniência de terceiros, como ocorre correntemente no setor pecuário, quando do nascimento de novos animais. A última possibilidade está também representada pela geração de receitas por doações recebidas, já comentada anteriormente. Mas as diversas fontes de receitas citadas no parágrafo anterior representam a negativa do reconhecimento da formação destas por valorização dos ativos, porque, na sua essência, o conceito de receita está indissoluvelmente ligado à existência de transação com terceiros, exceção feita à situação referida no final do parágrafo anterior, na qual ela existe, mas de forma indireta. Ademais, aceitar-se que, por exemplo, a valorização de estoques significaria o reconhecimento de aumento do patrimônio líquido, quando sequer há certeza de que a venda a realizar-se e, mais ainda, por valor consentâneo àquele da reavaliação, configura-se manifesta afronta ao princípio da prudência. Aliás, as valorizações internas trariam no seu bojo sempre um convite à especulação e, conseqüentemente, ao desrespeito a esse princípio. A receita de serviços deve ser reconhecida de forma proporcional aos serviços efetivamente prestados. Em alguns casos, os princípios contratados prevêem cláusulas normativas sobre o reconhecimento oficial dos serviços prestados e da receita correspondente. Exemplo neste sentido oferecem as empresas de consultoria, nas quais a cobrança dos trabalhos é feita segundo as horas-homem de serviços prestados, durante, por exemplo, um mês, embora os mesmos possam prolongar-se por muitos meses ou, até, por prazo indeterminado. O importante, nestes casos, é a existência de unidade homogênea de medição formalizada contratualmente, além, evidentemente, da medição propriamente dita. As unidades físicas mais comuns estão relacionadas com tempo – principalmente tempo-homem e tempo-máquina –, embora possa ser qualquer outra, como metros cúbicos por tipo de material escavado, metros lineares de avanço na perfuração de poços artesianos, e outros. Nas entidades em que a produção demanda largo espaço de tempo, deve ocorrer o reconhecimento gradativo da receita, proporcionalmente ao avanço da obra, quando ocorre a satisfação concomitante dos seguintes requisitos: – o preço do produto é estabelecido mediante contrato, inclusive quanto à correção dos preços, quando houver; – não há riscos maiores de descumprimento do contrato, tanto de parte do vendedor, quanto do comprador; – existe estimativa, tecnicamente sustentada, dos custos a serem incorridos. Assim, no caso de obras de engenharia, em que usualmente estão presentes os três requisitos nos contratos de fornecimento, o reconhecimento da receita não deve ser postergado até o momento da entrega da obra, pois o procedimento redundaria num quadro irreal da formação do resultado, em termos cronológicos. O caminho correto está na proporcionalização da receita aos esforços despendidos, usualmente expressos por custos – reais ou estimados – ou etapas vencidas.

OBSERVAÇÕES IMPORTANTES 1. As variações patrimoniais que somente modificam a qualidade ou a natureza dos componentes patrimoniais,

sem alterarem o Patrimônio Líquido são reconhecidas como qualitativas ou permutativas. As que alteram o valor do Patrimônio Líquido são reconhecidas como quantitativas ou modificativas.

2. A Competência se aplica na ocasião em que determinado componente deixa de integrar o patrimônio, para transformar-se em elemento modificador do Patrimônio Líquido.

3. Por este princípio é irrelevante o fato de recebimento (receitas) e pagamentos (despesas). 4. Considera-se realizada a receita quando bens e direitos da entidade são vendidos com a transferência da sua

propriedade para terceiros. Embora não constituindo forma mais usual, também são consideradas receitas:

A extinção parcial ou total de uma exigibilidade – perdão de multa fiscal, anistia total ou parcial de uma dívida, eliminação de uma dívida pela desistência do credor, ganho de causa em ação havendo o montante sido provisionado ou situações semelhantes-;

O surgimento de novos ativos sem a interveniência de terceiros, o que ocorre, por exemplo, no setor pecuário pelo nascimento de novos animais e crescimento, maturação de bebidas, valorização de pedras preciosas, reflorestamento etc.,

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As doações e subvenções para custeio ou para investimento

5. São consideradas despesas: Ø O consumo gradativo ou total de bens e serviços; Ø A transferência da propriedade de um ativo para terceiros – baixa de um bem vendido; Ø A diminuição ou extinção do valor econômico de um ativo – depreciação, amortização e exaustão.

Embora não constituindo forma mais usual, também são consideradas despesas: ü Surgimento de uma exigibilidade sem o correspondente bem ou direito – juros moratórios, multas de

qualquer natureza, comissões, impostos e taxas sobre vendas etc.; ü Custos diretos com vendas – comissões, impostos, royalty etc.

6. Regimes contábeis – caixa e competência – na apuração do resultado do exercício, art.177 e 187 § 1º Lei 6.404/76.

7. O PRINCÍPIO DA PRUDÊNCIA Art. 10. O Princípio da PRUDÊNCIA determina a adoção do menor valor para os componentes do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o Patrimônio Líquido. § 1º O Princípio da PRUDÊNCIA impõe a escolha da hipótese de que resulte menor patrimônio Líquido, quando se apresentarem opções igualmente aceitáveis diante dos demais Princípios Fundamentais de Contabilidade. § 2º Observado o disposto no art. 7º, o Princípio da Prudência somente se aplica às mutações posteriores, constituindo-se ordenamento indispensável à correta aplicação do Princípio da Competência. § 3º A aplicação do Princípio da Prudência ganha ênfase quando, para definição dos valores relativos às variações patrimoniais, devem ser feitas estimativas que envolvem incertezas de grau variável.

Aspectos conceituais

A aplicação do PRINCÍPIO DA PRUDÊNCIA – de forma a obter-se o menor patrimônio líquido, dentre aqueles possíveis diante de procedimentos alternativos de avaliação – está restrita às variações patrimoniais posteriores às transações originais com o mundo exterior, uma vez que estas deverão decorrer de consenso com os agentes econômicos externos ou da imposição destes. Esta é a razão pela qual a aplicação do princípio da prudência ocorrerá concomitantemente com a do princípio da competência, conforme assinalado no parágrafo 2o, quando resultará, sempre, variação patrimonial quantitativa negativa, isto é, redutora do patrimônio líquido. A prudência deve ser observada quando, existindo um ativo ou um passivo já escriturados por determinados valores, segundo os princípios do registro pelo valor original e da atualização monetária surge dúvida sobre, ainda, a correção deles. Havendo formas alternativas de se calcularem os novos valores, deve-se optar sempre pelo que for menor do que o inicial, no caso de ativos, e maior, no caso de componentes patrimoniais integrantes do passivo. Naturalmente, é necessário que as alternativas mencionadas configurem, pelo menos à primeira vista, hipóteses igualmente razoáveis. A provisão para créditos de liquidação duvidosa constitui exemplo da aplicação do princípio da prudência, pois sua constituição determina o ajuste, para menos, de valor decorrente de transações com o mundo exterior, das duplicatas ou de contas a receber. A escolha não está no reconhecimento ou não da provisão, indispensável sempre que houver risco de não-recebimento de alguma parcela, mas, sim, no cálculo do seu montante. Cabe observar que o atributo da incerteza, à vista no exemplo referido no parágrafo anterior, está presente, com grande freqüência, nas situações concretas que demandam a observância do princípio da Prudência. Em procedimentos institucionalizados, por exemplo, em relação aos métodos de avaliação de estoques, o princípio da prudência, raramente, encontra aplicação. No reconhecimento de exigibilidades, o princípio da prudência envolve sempre o elemento incerteza em algum grau, pois, havendo certeza, cabe, simplesmente, o reconhecimento delas, segundo o princípio da oportunidade. Para melhor entendimento da aplicação do princípio da prudência, cumpre lembrar que: – os custos ativados devem ser considerados como despesa, no período em que ficar caracterizada a impossibilidade de eles contribuírem para a realização dos objetivos operacionais da entidade; – todos os custos relacionados à venda, inclusive aqueles de publicidade, mesmo que institucional, devem ser classificados como despesas; – os encargos financeiros decorrentes do financiamento de ativos de longa maturação devem ser ativados no período pré-operacional, com amortização a partir do momento em que o ativo entrar em operação.

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Dos limites da aplicação do princípio

A aplicação do princípio da prudência não deve levar a excessos, a situações classificáveis como manipulações de resultado, com a conseqüente criação de reservas ocultas. Pelo contrário, deve constituir garantia de inexistência de valores artificiais, de interesse de determinadas pessoas, especialmente administradores e controladores, aspecto muito importante nas Entidades integrantes do mercado de capitais. O comentário inserido no parágrafo anterior ressalta a grande relevância das normas concernentes à aplicação da prudência, com vista a impedir-se a prevalência de juízos puramente pessoais ou de outros interesses.

OBSERVAÇÕES IMPORTANTES 1. A provisão para créditos de liquidação duvidosa constitui exemplo da aplicação do princípio, uma vez que sua

constituição decorre de ajuste, para menos, do valor dos créditos junto aos clientes por venda a prazo, com o atributo da incerteza do recebimento de alguma parcela.

2. Os custos ativados somente devem ser considerados despesas no período em que ficar caracterizado a impossibilidade de virem a contribuir para a realização dos objetivos operacionais da entidade.

3. Os custos relacionados com as vendas, inclusive publicidade, mesmo que institucional, devem ser entendidos como despesas.

4. Os encargos financeiros decorrentes do financiamento do ativo de longa maturação devem ser ativados no período pré-operacional, com amortização a partir do momento em que o ativo entrar em operação.

CONSEQÜÊNCIAS DA INOBSERVÂNCIA DOS PRINCÍPIOS

A inobservância dos princípios pode vir a ser punida com sanções administrativas. Art. 11. A inobservância dos Princípios Fundamentais de Contabilidade constitui infração nas alíneas “c”, “d” e “e”

do art. 27 do Decreto-Lei n.º 9.295, de 27 de maio de 1946 e, quando aplicável, ao Código de Ética Profissional do Contabilista.

TEORIAS CONTÁBEIS

Não poderíamos terminar o assunto sem trazer algumas pinceladas sobre as Teorias que norteiam a Contabilidade. O professor e doutor em Contabilidade, Antonio Lopes de Sá, em sua obra Princípios Fundamentais de Contabilidade, 3ª edição, pondera que o critério hoje aceito pela maioria dos grandes expoentes da Contabilidade é o de que os Princípios devem apoiar-se em Doutrinas e Teorias, enquanto as Normas devem apoiar-se em Princípios.

Desta forma, segundo ele, cada princípio está atrelado a uma ou algumas teorias, conforme segue:

PRINCÍPIO TEORIA ENTIDADE E CONTINUIDADE Teoria das Aziendas

OPORTUNIDADE Teoria do Fenômeno Patrimonial

VALOR ORIGINAL E ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA Teoria do Valor

COMPETÊNCIA Teoria do Redito

PRUDÊNCIA Teoria da Invulnerabilidade (risco) Teoria da Capitalização (das Reservas

AS CONVENÇÕES CONTÁBEIS

Os princípios devem ser rigorosamente seguidos e complementados por CONVENÇÕES, que são, na verdade, restrições estabelecidas pela doutrina aos princípios contábeis. Os princípios indicam os vários caminhos a seguir. Já

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as convenções fornecem subsídios para a determinação da direção a ser seguida, dentre aquelas permitidas, de acordo com os PRINCÍPIOS. Enunciaremos a seguir as CONVENÇÕES (ou qualificações). Tais enunciações serão apenas indicativas e terão menos peso que os princípios.

1. CONVENÇÃO DA UNIFORMIDADE (OU DA CONSISTÊNCIA)

Um determinado procedimento contábil que é adotado não deve ser constantemente alterado, para não prejudicar a comparação do histórico de registros. Desta forma, os usuários das demonstrações contábeis terão possibilidade de delinear a sua tendência com menor grau de dificuldade possível. Deve haver a maior seqüência possível de exercícios consecutivos, com a utilização dos mesmos procedimentos de avaliação. Isto não significa que, ocorridas mudanças no contexto, a Contabilidade, com o objetivo de não alterar a seqüência, deva manter a situação anterior. Qualquer mudança de procedimentos deve ser suficientemente explicitada nas Notas Explicativas às demonstrações.

2. CONVENÇÃO DA MATERIALIDADE

Os fatos devem ser registrados quando materiais e relevantes em relação ao patrimônio, e em ocasião oportuna. Um determinado atributo pode ser pequeno em sua materialidade, porém importante quanto aos efeitos que possa causar. Fatos materiais são aqueles que, se não processados, afetam a qualidade e a confiabilidade do sistema. Já do ponto de vista do usuário, é material aquele valor que, se evidenciado incorretamente, poderia levá-lo a cometer erros de avaliação em seu trabalho. O contador deve avaliar a influência da informação à luz da relação custo-benefício, levando em conta aspectos internos do sistema contábil. Numa entidade em que as metas sejam globais e estabelecidas em termos amplos, a preocupação deve se manter na correta evidenciação de tais metas. Outras entidades, por sua vez, podem ter a administração voltada para o detalhe, o que leva à necessidade de adaptação do sistema contábil ao estilo gerencial. Ex.: registrar grupos de despesas e não, pequenas despesas.

3. CONVENÇÃO DA OBJETIVIDADE

Entre um critério subjetivo de valor, mesmo que confiável, e outro objetivo, a Contabilidade deverá adotar SEMPRE o mais objetivo, entendido como aquele que possa ser comprovado por documentos e critérios objetivos. Em seguida, deve-se optar pelos critérios que possam ser corroborados por consenso de pessoas qualificadas da profissão, reunidas em comitês de pesquisa, ou em entidades que tenham autoridades sobre princípios contábeis, embora às vezes não seja muito simples separar a qualidade do material pesquisado das convicções pessoais do pesquisador. Quanto à questão do consenso de experts sobre determinado assunto, mesmo que não seja suportado por evidenciações objetivas, acabam por se tornar critérios objetivos por representar um processo de percepção por parte de um grupo respeitado da profissão.

4. CONVENÇÃO DO CONSERVADORISMO

Dentre os vários conjuntos possíveis para avaliação do patrimônio igualmente válidos, segundo os princípios contábeis fundamentais, escolhe-se aquele que apresentar o menor valor para o ativo e o maior para o passivo. Equivale ao princípio da PRUDÊNCIA. Assim, entre as várias disciplinas que avaliam a entidade, a Contabilidade é a que tende a apresentar o menor valor para a entidade como um todo. Esse entendimento não deve ser desvirtuado e utilizado para manipulação de resultados, mas sim compreendido como um cuidado a ser tomado com os excessos de entusiasmo e de valorizações precipitadas, por parte dos administradores.

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DEPRECIAÇÃO, AMORTIZAÇÃO E EXAUSTÃO

Correspondem a reduções de valor de ativos, em virtude de desgaste pelo uso, ação da natureza, superação tecnológica, exercício de direitos, ou esgotamento de reservas minerais/florestais.

· Para bens materiais → DEPRECIAÇÃO · Para bens imateriais → AMORTIZAÇÃO · Para recursos minerais/florestais → EXAUSTÃO

Antes de adentrarmos no detalhamento do assunto, faz-se mister citarmos o conteúdo do artigo 183 da Lei 6.404/76, que foi um dos dispositivos mais alterados pela lei 11.638/07 e trata dos critérios de avaliação do ativo. Vamos a ele!!!!

1. ART. 183, LEI 6.404/76/76

“Critérios de Avaliação do Ativo

Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo os seguintes critérios:

(...)

V - os direitos classificados no imobilizado, pelo custo de aquisição, deduzido do saldo da respectiva conta de depreciação, amortização ou exaustão;

VI - o ativo diferido, pelo valor do capital aplicado, deduzido do saldo das contas que registrem a sua amortização.

VII – os direitos classificados no intangível, pelo custo incorrido na aquisição deduzido do saldo da respectiva conta de amortização; (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007)

(...)

§ 2o A diminuição do valor dos elementos dos ativos imobilizado e intangível será registrada periodicamente nas contas de: (Redação dada pela Medida Provisória nº 449, de 2008)

a) depreciação, quando corresponder à perda do valor dos direitos que têm por objeto bens físicos sujeitos a desgaste ou perda de utilidade por uso, ação da natureza ou obsolescência;

b) amortização, quando corresponder à perda do valor do capital aplicado na aquisição de direitos da propriedade industrial ou comercial e quaisquer outros com existência ou exercício de duração limitada, ou cujo objeto sejam bens de utilização por prazo legal ou contratualmente limitado;

c) exaustão, quando corresponder à perda do valor, decorrente da sua exploração, de direitos cujo objeto sejam recursos minerais ou florestais, ou bens aplicados nessa exploração.

§ 3o A companhia deverá efetuar, periodicamente, análise sobre a recuperação dos valores registrados no imobilizado, no intangível e no diferido, a fim de que sejam: (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007)

§ 3o A companhia deverá efetuar, periodicamente, análise sobre a recuperação dos valores registrados no imobilizado e no intangível, a fim de que sejam: (Redação dada pela Medida Provisória nº 449, de 2008)

I – registradas as perdas de valor do capital aplicado quando houver decisão de interromper os empreendimentos ou atividades a que se destinavam ou quando comprovado que não poderão produzir resultados suficientes para recuperação desse valor; ou (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007)

II – revisados e ajustados os critérios utilizados para determinação da vida útil econômica estimada e para cálculo da depreciação, exaustão e amortização. (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007)”

2. DEPRECIAÇÃO

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Conforme se depreende do dispositivo normativo supracitado, os bens do Imobilizado são aqueles necessários à

manutenção das atividades da companhia. Tais bens geram Receitas para a entidade. À medida que são utilizados, os bens tangíveis sofrem desgaste com o uso, ação da natureza ou com a obsolescência. Esse desgaste é representado na conta denominada depreciação.

Em termos contábeis seria difícil precisar quanto o bem desgastou-se exatamente em determinado exercício. Dessa forma, a Depreciação é calculada com base em estimativas, utilizando-se taxas predeterminadas (percentuais) aplicadas sobre o valor histórico (custo de aquisição) do bem. As taxas de depreciação são definidas em função do tempo de vida útil estimado para o bem. Esta sistemática de cálculo da Depreciação denomina-se método linear ou de taxas constantes, de que falaremos daqui a pouco.

2.1. LANÇAMENTO CONTÁBIL

D – Despesa (ou Custo) com Depreciação C – Depreciação Acumulada

2.2. CONCEITOS TÉCNICOS ESSENCIAIS

2.3. NÃO SE DEPRECIAM (LEGISLAÇAO DO IR)

Ø Terrenos, salvo em relação a benfeitorias e construções; Ø Prédios ou construções não utilizados na atividade produtiva da companhia e não alugados, ou destinados à

venda; Ø Bens que aumentam de valor com o tempo, como antiguidades e obras de arte; Ø Bens sobre os quais seja aplicada taxa de amortização ou exaustão.

2.4. INÍCIO DA DEPRECIAÇÃO: A depreciação de um bem é contada a partir do mês em que o bem for instalado, posto em funcionamento ou em condições de produzir, independentemente do dia do mês, ou seja, conta-se o primeiro mês integralmente, qualquer que seja o dia.

Para melhor entendimento, vamos dar um exemplo!!!!

Valor original: é o valor de aquisição do bem Vida útil: quantidade de períodos prevista para utilização de determinado bem do ativo

permanente. Esse tempo previsto de uso é determinado pela receita federal. Valor residual: valor patrimonial do bem, após a perda (por uso, desgaste ou

obsolescência), durante sua vida útil. Corresponde ao valor patrimonial remanescente do bem, deduzida toda a depreciação realizada durante sua vida útil. Valor do bem que não sofre depreciação.

OBS: O valor residual pode ser zero!!!!! Valor depreciável: Valor original (-) Valor Residual. Corresponde, portanto, ao valor do

bem que sofre depreciação, obtido pela diferença entre o custo de aquisição(Valor original) e o valor residual. Há autores que o chamam de Base Depreciável

Taxa de depreciação (pelo método linear – pedido na questão): 1 / Vida útil (em número de meses).

Despesa de depreciação: Valor depreciável (*) taxa de depreciação Prazo de utilização: número de períodos em que o bem foi utilizado Depreciação acumulada: Despesa de depreciação (*) Prazo de utilização Valor Contábil: Valor Original (-) Depreciação Acumulada Ganho (ou perda) de capital: Valor da venda (-) Valor Contábil

ATENÇÃO!!!!! O valor da depreciação acumulada não poderá ultrapassar o custo de aquisição do bem. Quando atingido esse valor. O valor contábil do bem é igual a zero.

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Exemplo:

Em 02.01.X1, determinada sociedade adquire um veículo por R$ 10.000,00. Em 01.10.X3, este veículo é alienado por R$ 8.000,00.

Taxa de Depreciação – 20% ao ano.

1. Determinar a Depreciação Acumulada em 31.12.X1, 31.12.X2 e 30.09.X3, apresentando os respectivos lançamentos contábeis;

2. Calcular o Valor Contábil do Veículo na data da alienação; 3. Calcular o Resultado Não Operacional decorrente da alienação do Veículo; 4. Efetuar os registros contábeis completos no Razão; 5. Efetuar o registro contábil resumido da alienação no Razão e no Diário.

Resolução

1. Cálculo da Depreciação Acumulada

Custo de aquisição do bem 10.000,00 Taxa de depreciação x 20% (0,20) Depreciação anual 2.000,00

No exercício X3, o veículo foi utilizado apenas nos nove primeiros meses(janeiro a setembro). Assim, nesse exercício, a Depreciação será proporcional ao tempo transcorrido:

Depreciação (X3) = R$ 10.000,00 X (9/12 x 0,20) = R$ 1.500,00

IMPORTANTE!!!! A legislação do Imposto de Renda não exige que sejam feitos os ajustes diários relativos à depreciação. Assim, caso o veículo tivesse sido adquirido em qualquer dia de janeiro do exercício X1, este mês poderia ser considerado integralmente para o cálculo da Depreciação.

Com base na mencionada regra, o procedimento usual é incluir no cálculo da Depreciação o mês da aquisição e excluir o da alienação. No caso, supondo que o veículo fosse alienado no dia quinze de outubro, o usual seria não considerar os dias do mês da alienação no cálculo da Depreciação.

2. Cálculo do Valor Contábil

Data Encargo de Depreciação Depreciação Acumulada 31.12.X1 2.000 2.000 (20%) 31.12.X2 2.000 4.000 (40%) 30.09.X3 1.500 5.500 (55%)

31.12.X1 D: Encargos de Depreciação 2.000 C: Depreciação Acumulada 2.000 31.12.X2 D: Encargos de Depreciação 2.000 C: Depreciação Acumulada 2.000 30.09.3 D: Encargos de Depreciação 1.500 C: Depreciação Acumulada 1.500

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O valor contábil corresponde ao custo de aquisição (Valor Original) diminuído da depreciação acumulada. Na data da alienação, o bem encontrava-se depreciado em 55% do seu valor.

3. Cálculo do Resultado Não Operacional

Sempre que a sociedade efetua uma venda, deve ser calculado o Resultado da operação, o qual será um lucro ou prejuízo.

No caso, a entidade está efetuando uma operação não usual, pois não faz parte de suas operações normais vender os bens do seu Imobilizado. Assim, a alienação será contabilizada como uma receita não operacional, a qual será confrontada com a contrapartida da baixa do valor contábil do veículo, que se constituirá em uma despesa não operacional.

O resultado não operacional positivo (Lucro) é também denominado de ganho de capital.

4. Lançamento Resumido

Em questões de provas, pode ser cobrado o lançamento resumido. Sendo assim, deve-se registrar a entrada de numerário na conta Caixa ou Bancos e as baixas das contas Veículos e Depreciação Acumulada. A diferença será registrada em conta de Resultado Não Operacional (lucro ou prejuízo). Neste caso, não serão computadas a Receita e a Despesa Não Operacional.

No Razão

Disponibilidades (AC)

(1) 8.000

Veículos (AP)

10.000 10.000 (1)

Depreciação Acumulada (1) 5.500 5.500 Resultado Não Operacional 3.500 (1) )

No Diário

Veículo (Custo de Aquisição) 10.000,00 (-) Depreciação Acumulada (5.500,00) = Valor Contábil 4.500,00

Receita Não Operacional 8.000,00 (-) Despesa Não Operacional(= Valor Contábil) (4.500,00) = Resultado Não Operacional(Ganho de Capital) 3.500,00

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D – Disponibilidades 8.000 D – Depreciação Acumulada 5.500 C – Veículos 10.000 C – Resultado Não operacional 3.500

ATENÇÃO!!! De acordo com a legislação do Imposto de Renda, a quota de depreciação é dedutível a partir da época em que

o bem é instalado, posto em serviço ou em condições de produzir. Tal posicionamento está de acordo com o Princípio do Confronto das Receitas com as Despesas (Princípio da Competência), tendo em vista que os encargos de depreciação só poderão ser computados a partir do momento em que o bem entrar em atividade e, portanto, começar a contribuir para a geração de receitas.

O Regulamento do Imposto de Renda determina que:

“Podem ser objeto de depreciação todos os bens sujeitos a desgaste pelo uso, por causas naturais ou

por obsolescência normal, inclusive:

I – edifícios e construções, observando-se que (Lei nº 4.506, de 1964, art. 57§ 9º): a) a quota de depreciação é dedutível a partir da época da conclusão e início da utilização;

b) o valor das edificações deve estar destacado do valor do custo de aquisição do terreno, admitindo-se o destaque baseado em laudo pericial;”

2.5. TAXAS DE DEPRECIAÇÃO

As taxas de depreciação para os diferentes bens tangíveis é determinado pela receita federal, em função do período de vida útil do bem. Observe a tabela abaixo.

É BOM QUE SE DIGA!!!!!

É permitida pelo fiscal a adoção de taxas superiores às máximas permitidas, desde que haja comprovação por laudo pericial do Instituto Nacional de Tecnologia, ou de outra entidade oficial de pesquisa científica ou tecnológica.

2.6. MÉTODOS DE DEPRECIAÇÃO

2.6.1. Método Das Quotas Constantes ou Método Linear

O principal método utilizado para contabilizar a depreciação é o Linear ou de Taxas Constantes. Neste, o valor é lançado como Despesa de Depreciação em contrapartida à Depreciação Acumulada, aplicando-se taxas constantes sobre o valor depreciável do bem com base no seu tempo estimado de vida útil.

O cálculo da Depreciação pelo método linear fundamenta-se nos Princípios da Prudência, da Oportunidade e da Competência.

Com a utilização dos bens nas atividades da sociedade, são geradas Receitas. Para a obtenção destas, são necessários sacrifícios, dentre os quais o desgaste dos bens tangíveis do Imobilizado.

Bem Taxa Anual Anos de Vida Útil Edifícios e Benfeitorias 4% 25 Máquinas e Equipamentos 10% 10 Instalações 10% 10 Móveis e Utensílios 10% 10 Veículos de passageiro e carga 20% 5 Computadores e Periféricos 20% 5 Tratores 25% 4

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Assim, as Receitas obtidas pela sociedade são confrontadas com os valores correspondentes ao desgaste dos bens tangíveis utilizados, os quais são representados pela conta de despesa (ou encargo) de depreciação. Em contrapartida, será registrada a depreciação acumulada (conta retificadora do Ativo), a qual tem por objetivo representar quanto do bem integrante do Imobilizado encontra-se depreciado.

Com base no método supra, a depreciação pode ser calculada de duas formas: · Aplicando-se uma taxa constante sobre o valor depreciável (Base depreciável); · Dividindo-se o valor a ser depreciado pelo tempo de vida útil.

Exemplo 1.: Custo do bem : R$ 100.000,00 Vida útil estimada: 5 anos → tx. Anual = 100%/5 anos = 20% a.a Bem adquirido há dois anos = uso.

· Cálculo depreciação do terceiro ano:

Encargo de depreciação (anual): 100% / 5 = 20% a.a? 100.000 x 20% = 20.000 a.a ou

Encargo de depreciação: R$ 100.000,00 = 20.000 a.a 5 anos Depreciação acumulada: R$ 20.000 x 3 anos = R$ 60.000,00

Valor contábil : custo de aquisição (-) dep. Acumulada = 100.000– 60.000= R$ 40.000,00

Exemplo 2.: Custo do bem: R$ 100.000,00 Vida útil estimada: 5 anos Valor residual: 10 % (não sofre depreciação) = 100.000 x 10% = 10.000

Encargo de depreciação: 100.000 – 10.000 = 90.000 x 20% = R$ 18.000,00

2.6.2. Método Da Soma Dos Dígitos Ou Método De Cole

Apresentaremos um exemplo para melhor consolidação do método.

Exemplo 1.: Custo do bem: R$ 100.000,00 Vida útil estimada: 5 anos

CARACTERÍSTICAS ü Somam-se os algarismos que compõem o número de anos de vida útil do bem. ü A depreciação de cada ano é uma fração em que o denominador é a soma dos algarismos, conforme

obtido em (1), e o numerador é para o primeiro ano (n), para o segundo (n-1), e assim por diante, em que n = número de anos de vida útil.

ü Denominador é constante e o numerador variável. ü É um método em que a taxa é variável, mas a base de cálculo é constante. ü Método Decrescente: perda é maior no início da vida útil do bem e menor ao seu final. ü Método Crescente: perda é menor no início da vida útil do bem e maior ao seu final.

ATENÇÃO!!!!!! A despesa com depreciação (conta de resultado) é anual. A depreciação acumulada (conta patrimonial) acumula as depreciações desde aquisição e funcionamento do bem.

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Soma dos algarismos que compõem o número de anos da vida útil: 1 + 2 + 3 + 4 + 5 = 15 (denominador da fração)

Quotas decrescentes

Ano Fração Depreciação Anual 1 5/15 x 100.000,00 33.333,33 2 4/15 x 100.000,00 26.666,66 3 3/15 x 100.000,00 20.000,00 4 2/15 x 100.000,00 13.333,33 5 1/15 x 100.000,00 6.666,66

Quotas Crescentes

Ano Fração Depreciação Anual 1 1/15 x 100.000,00 6.666,66 2 2/15 x 100.000,00 13.333,33 3 3/15 x 100.000,00 20.000,00 4 4/15 x 100.000,00 26.666,66 5 5/15 x 100.000,00 33.333,33

2.6.3. Depreciação Acelerada Contábil A legislação do Imposto de Renda permite que a sociedade, quando explorar atividades com a utilização de

bens móveis em mais de um turno de 8 (oito) horas, aplique coeficientes sobre as taxas anuais de depreciação. Esse método consiste em se calcular e se lançar a depreciação em período menor que o previsto. Pode ser

usada em DUAS SITUAÇÕES, quais sejam; 1. Quando o bem é utilizado em mais de um turno, conforme dito acima. Nesse caso, consideram-se os

seguintes coeficientes (limites admitidos pela legislação fiscal – RIR/99).

IMPORTANTE!!!!!

É aplicável, EXCLUSIVAMENTE, a bens móveis.

Exemplo.: Um veículo de R$ 20.000,00 com vida útil estimada em cinco anos, operando durante 16 horas diárias, terá como quota de depreciação anual:

20% a.a. X 1,5 = 30 % a.a.

Encargo de Depreciação: 20.000 X 30% = R$ 6.000,00 a.a.

2. Quando o Governo concede incentivos fiscais, com o objetivo de estimular as empresa à implantação, renovação ou modernização de seu parque produtivo (depreciação acelerada incentivada), permitindo que o contribuinte antecipe a dedução da depreciação no cálculo do Lucro Real. Não é lançado contabilmente, devendo ser escriturado no LALUR (Livro de Apuração do Lucro Real).

Nº DE TURNOS DE 8 HORAS

COEFICIENTES TAXA ANUAL TAXA ACELERADA ANUAL

1 1,0 20% 20% 2 1,5 20% 30% 3 2,0 20% 40%

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2.6.4. Depreciação calculada em função do número de unidades produzidas em relação à capacidade de produção do bem. Este método pode ser aplicado quando é possível estimar a capacidade de produção de determinado bem

(máquinas e equipamentos) em número de unidades. Assim, calcula-se a taxa de depreciação de cada período contábil com base no número de unidades

produzidas em relação à capacidade de produção.

Exemplo:

A sociedade Alfa adquire uma máquina pelo valor de R$ 10.000,00, com capacidade de produzir 1.000,00 de unidades de determinado produto. No final do primeiro ano de atividade, a máquina produziu 90.000 unidades do produto.

Solução:

Taxa de depreciação do primeiro ano 90.000 unid./1.000.000 = 9%

Depreciação do primeiro ano 9% x R$ 10.000,00 = R$ 900,00

Observação: Aplica-se método análogo quando é possível estimar a capacidade de produção em número de horas para determinado equipamento.

2.6.5. Depreciação de bens adquiridos usados Para a depreciação de bens adquiridos usados, a legislação fiscal estabelece que sejam considerados os

seguintes critérios, devendo ser adotado o que apresentar o maior prazo de vida útil entre eles:

Ø Metade da vida útil que seria admitida para aquele bem, se adquirido novo; Ø O restante da vida útil daquele bem, considerado o tempo decorrido desde o início de sua

utilização, pelo primeiro proprietário.

A legislação fiscal estabelece (Dec. 300/99/RIR)

Exemplo.: Uma empresa adquiriu um veículo usado, no valor de R$ 12.000,00, de outra empresa que já havia utilizado o bem durante 2 anos. Cálculo: - Teste da 1º. hipótese = 5/2= 2,5 anos. - Teste da 2º. Hipótese = 3 anos - Vida útil do bem usado: 3 anos (entre 1º e 2º hipótese, a maior) Logo: Encargo de depreciação: R$ 12.000,00/3 = R$ 4.000,00 a.a.

INFORMAÇÃO CAPCIOSÍSSIMA!!!!!!!

TÓPICO: DEPRECIAÇÃO DE IMÓVEIS (EDIFICAÇÕES E CONSTRUÇÕES)

Esse tópico tem sido bastante explorado nas questões de concursos recentes, especialmente pela ESAF!!!!!!!!!

“Art. 311. A taxa anual de depreciação de bens adquiridos usados será fixada tendo em vista o maior dos seguintes prazos: I – metade da vida útil admissível para o bem adquirido novo; II – restante da vida útil, considerada esta em relação à primeira instalação para utilização do bem.”

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Por isso, chamamos a sua atenção, concurseiro, para esse tópico especialíssimo!!!!!

Vamos a ele!!!!

O Regulamento do Imposto de Renda (Dec. 300/99/RIR) determina que:

“Podem ser objeto de depreciação todos os bens sujeitos a desgaste pelo uso, por causas naturais ou

por obsolescência normal, inclusive:

I – edifícios e construções, observando-se que (Lei nº 4.506, de 1964, art. 57§ 9º): a) a quota de depreciação é dedutível a partir da época da conclusão e início da utilização;

b) o valor das edificações deve estar destacado do valor do custo de aquisição do terreno, admitindo-se o destaque baseado em laudo pericial;”

Diante do exposto, é possível inferir que:

1) A situação contemplada na alínea “a” assevera que a depreciação deve ser registrada a partir da conclusão da obra e do início da utilização do bem.

2) A situação contemplada na alínea “b” do artigo supracitado enseja que, quando é mencionado nas questões o valor do imóvel, deve-se separar o valor do terreno do valor da edificação, haja vista que o terreno não é depreciado, conforme vimos anteriormente no tópico 2.3 (NÃO SE DEPRECIAM).

Exemplo: Determinada sociedade possui em seu Imobilizado um imóvel, formado por terreno no valor de R$ 200.000,00 e por uma edificação de R$ 1.000.000,00. O imóvel está sendo utilizado nas atividades da sociedade há 10 (dez) anos. Demonstrar a apresentação do imóvel no Balanço Patrimonial.

Imóvel Valor Total R$ 1.200.000,00 Edificação Valor Depreciável R$ 1.000.000,00 Terreno Valor Não Depreciável R$ 200.000,00

Cálculo da Depreciação Acumulada

Edificação 1.000.000,00 Taxa de Depreciação Acumulada X 40% (4%* x 10)

Depreciação 400.000,00

* Prazo de Vida útil = 25 anos Taxa de Depreciação = 4%

Representação no Balanço Patrimonial

IMOBILIZADO Imóveis 1.200.000,00 (-) Depreciação Acumulada (400.00,00)

INFORMAÇÃO CAPCIOSÍSSIMA Nº. 2!!!!!!!

TÓPICO: BENFEITORIAS EM IMÓVEIS DE TERCEIROS

1. Se restituíveis representam um direito 2. Se não restituíveis serão ativadas e:

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- sofrerão depreciação se o tempo de locação for prazo indeterminado - sofrerão amortização se o tempo de locação for por prazo determinado

BAIXA DO IMOBILIZADO.

Imobilizados podem ser baixados dos registros da contabilidade por terem sido vendidos, por obsolescência ou estarem avariados.

Exemplo 1: baixa de um máquina obsoleta, com custo histórico de R$ 10.000,00 e totalmente depreciada:

ATIVO PERMANENTE Máquina 10.000 (-) Depreciação Acumulada 10.000

Contabilização

D- Depreciação Acumulada C – Máquinas R$ 10.000,00

Exemplo 2 : baixa de uma máquina estragada fisicamente, com custo de R$ 10.000,00 e depreciação acumulada de R$ 7.000,00

ATIVO PERMANENTE Máquina 10.000 (-) Depreciação Acumulada 7.000

Contabilização

D – Depreciação Acumulada R$ 7.000,00 D – Despesas Não-operacionais

Prejuízos na Baixa de Imobilizado R$ 3.000,00 C – Máquinas R$ 10.000,00

Exemplo 3: máquina vendida a prazo por R$ 3.200,00 com custo de R$ 10.000,00 e depreciação acumulada de R$ 7.000,00

ATIVO PERMANENTE Máquina 10.000 (-) Depreciação Acumulada 7.000

Contabilização D - Depreciação Acumulada R$ 7.000,00 D – Contas a Receber R$ 3.200,00 C – Máquinas R$ 10.000,00 C – Receitas Não-Operacionais

Lucro na Venda de Imobilizado R$ 200,00

2.7.1. Baixa de bens tangíveis por perecimento

O valor não depreciado dos bens sujeitos à depreciação que se tornarem imprestáveis ou caírem em desuso importará em redução do Ativo Imobilizado (Lei nº 4.506, de 1964, art. 57, § 11).

Exemplo:

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Máquina Custo de Aquisição: R$ 10.000,00 Taxa de Depreciação: R$ 10% Data de Aquisição e do Início da Utilização: 10.01.X1 Lançamentos 1. Em 10.01.X1

D – Máquina 10.000 C – Disponibilidades 10.000

2. Em 31.12.X1

D – Encargo (Despesa) de Depreciação 1.000 C – Depreciação Acumulada 1.000

Em 02.01. X2, ocorreu um defeito na Máquina que a tornou imprestável. D – Depreciação Acumulada 1.000 C – Máquina 1.000

D - Resultado Não Operacional (Perda de Capital) 9.000 C – Máquina

3. AMORTIZAÇÃO

Aplicável aos bens imateriais (direito), intangíveis, ou àqueles de uso temporário (prazo de utilização ou existência limitado) que não se integrarão ao patrimônio da empresa, com duração ou utilização superior ao exercício social, normalmente contabilizados em contas classificadas no Ativo Intangível e no antigo Diferido(extinto pela MP 449/08).

O cálculo da amortização leva em consideração o tempo durante o qual o bem intangível pode ser explorado economicamente.

Para a aplicação da amortização, devem ser observadas dois pré-requisitos básicos e cumulativos: Ø Prazo de duração limitado; Ø Inexistência de indenização.

3.1. Taxa de Amortização

A taxa de amortização é constante, fixada tendo em vista o número de anos restantes de existência do direito ou o número de exercícios sociais em que deverão ser usufruídos os benefícios das despesas registradas no ativo diferido.

Exemplo: Aluguel de um terreno, sendo nele realizadas benfeitorias no valor de R$ 12.000,00. Esses gastos não serão reembolsados pelo proprietário. O contrato de locação por 4 anos (determinado).Tx. Amortização: 100% / 4 = 25% a.a Amortização anual: 12.000 x 25% = R$ 3.000,00 a.a Amortização mensal: 12.000/ 48m = R$ 250,00 a.m ATENÇÃO!!!!

A despesa com amortização (conta de resultado) é anual.

A amortização acumulada (conta patrimonial) acumula as amortizações desde a aquisição do direito de uso.

Contabilização D – Despesa com Amortização

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C – Amortização Acumulada

Segundo a Legislação do Imposto de Renda (DEC. 300/99 – RIR ), os componentes do diferido devem ser amortizados a partir do quinto ano de uso.

Art. 327. A taxa anual de amortização será fixada tendo em vista: I – o número de anos restantes de existência do direito (Lei nº 4.506, de 1964, artigo 58, § 1º);

II – o número de períodos de apuração em que deverão ser usufruídos os benefícios decorrentes das despesas registradas no ativo diferido. Parágrafo único. O prazo de amortização dos valores de que tratam as alíneas “a” a “e” do inciso II do artigo 325 não poderá ser inferior a CINCO ANOS (Lei nº 4.506, de 1964, artigo 58, §3º).(grifo nosso)

INFORMAÇÃO CAPCIOSÍSSIMA!!!!

A Lei nº 6.404/76, art. 183, § 3º, estabelecia o prazo máximo de 10 anos para a amortização das despesas diferidas. No entanto, tal dispositivo legal foi alterado pela Lei nº 11.638/07, devendo o prazo relativo à amortização ser revisado e ajustado periodicamente.

3.2. Amortização do Intangível O parágrafo 2º, b, do artigo 183 da Lei nº 6.404/76 passou a vigorar com a seguinte redação:

§ 2o . A diminuição do valor dos elementos dos ativos imobilizado e intangível será registrada periodicamente nas contas de: (Redação dada pela Medida Provisória nº 449, de 2008) --------------------------------------------------------------------------------------------------- b) amortização, quando corresponder à perda do valor do capital aplicado na aquisição de direitos da propriedade industrial ou comercial e quaisquer outros com existência ou exercício de duração limitada, ou cujo objeto sejam bens de utilização por prazo legal ou contratualmente limitado;

Em relação ao intangível, a Amortização representa a perda do valor referente à utilização de Bens Intangíveis. O inciso VI do artigo 179 da Lei nº 6.404/76, introduzido pela Lei nº 11.638/07, determina:

Art. 179 (...) VI – no intangível: os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos destinados à manutenção da companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de comércio adquirido. (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007)

Assim, classificam-se no intangível os bens de propriedade industrial ou comercial (bens intangíveis), como Marcas, Patentes, Concessões Obtidas e Direitos Autorais, entre outros.

Tais bens também são necessários à geração das Receitas da companhia. Como exemplo, a Patente (direito de propriedade industrial) de uma indústria farmacêutica, a qual é necessária para a fabricação dos remédios comercializados pela sociedade, ou a Concessão Obtida do Poder Público (direito de propriedade comercial) para explorar determinada linha de transporte coletivo.

Esses bens não sofrem desgaste em função do uso ou ação da natureza, já que não têm existência física. No entanto, perdem o valor à medida que são utilizados.

A perda de valor é representada pela conta de Amortização, a qual é calculada em função do prazo de exploração econômica definido por lei, contrato ou pelo tempo de existência

Bens Intangíveis Amortizáveis

No Intangível – Marcas, Patentes, Ponto Comercial, Direitos Autorais, licenças, autorizações para exploração de determinada atividade econômica, concessões para exploração de serviços públicos, bem como o custo de aquisição, prorrogação ou modificação de contratos de qualquer natureza, inclusive de exploração de fundos de

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comércio, Benfeitorias em Imóveis de Terceiros (quando vinculados a um contrato de duração limitada), Pesquisa e Desenvolvimento de produto.

Contabilização D – Encargos de Amortização (Despesa ou Custo) C – Amortização Acumulada (Conta retificadora do Intangível)

Exemplo: Em 02.01.X1, a Cia Beta obteve concessão do Poder Municipal para explorar uma linha de transporte, pelo prazo de 10 anos, mediante o pagamento de R$ 2.000.000,00.

Em 02.01.X1, a Cia Beta adquiriu o direito de explorar a linha de transporte pelos 10 anos subseqüentes. Em 31.12.X1, a sociedade terá “consumido” o direito a explorar a linha de transporte em relação ao ano que transcorreu, restando o direito sobre os 9 anos seguintes.

O valor correspondente à perda do direito de explorar a linha de transporte será lançado como Encargo (Despesa) de Amortização em contrapartida à Amortização Acumulada (conta retificadora do Intangível, especificamente da conta Concessões Obtidas).

No Diário D – Encargos de Amortização 200.000 C – Amortização Acumulada 200.000

No Razão

INTANGÍVEL RESULTADO Amortização Acumulada Encargos (Despesa) de Amortização

200.000* *200.000

Representação no Balanço Patrimonial

Imobilizado Concessões Obtidas..................................... 2.000.000,00 (-) Amortização Acumulada........................ (200.000,00)

4. EXAUSTÃO Aplicável à redução gradativa do valor dos recursos minerais e florestais, à medida que são explorados, que

vão sendo exauridos ou dos bens aplicados nessa exploração. A possança (potencial de exploração) estimada é avaliada por especialistas, mediante laudos que serão considerados para efeito da determinação da exaustão.

Ø Base de cálculo = valor desembolsado para exercer o direito de exploração + todos os dispêndios necessários a essa exploração.

Quota de exaustão: Método das unidades Produzidas: determinada em função do volume extraído no período sobre a possança estimada, ou

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Esse método se aplica ao caso de minerais. Porém, se o prazo de concessão for menor do que o prazo previsto para o esgotamento dos recurso, a exaustão deverá ser calculada em função do prazo de concessão Prazo de concessão dado pela autoridade governamental, quando for o caso. Vamos a um exemplo!!!!! Consideremos uma contrapartida extratora de minérios tenha obtido por 100.000, mediante concessão da União, o direito de exploração de recursos minerais pelo prazo de 15 anos. O total estimado de recursos (possança) é de 10 toneladas e o prazo estimado de efetiva exploração é de 6 anos. Se, no primeiro ano, tivermos a extração de 2 toneladas de recursos minerais, a exaustão será calculada da seguinte forma:

Recursos extraídos = 2 toneladas = 0,2 ou 20% Possança 10 toneladas 100.000 x 20% = 20.000 A exaustão do 1º ano, no valor de 20.000, foi calculada com base no volume de extração. Nesse exemplo, antes de ser alcançado o fim do prazo de concessão, os recursos minerais já terão sido esgotados. ATENÇÃO!!!!!!! Os equipamentos de extração mineral e florestal devem ser exauridos. A legislação do IR permite que esses equipamentos (tratores, caminhões), caso o período de exploração dos recursos seja menor que vida útil do bem, sejam opcionalmente depreciados, utilizando as taxas de depreciação.

Não deve sofrer exaustão

ü Recursos minerais que não têm previsão de esgotamento; ü As florestas destinadas à exploração dos respectivos frutos, pois sujeitam-se à depreciação e não à

exaustão; ü Florestas plantadas com a finalidade de proteção do solo ou do meio ambiente como um todo também

não se sujeitam ao cômputo dos encargos das inversões (depreciação, amortização ou exaustão); ü Os direitos contratuais para a exploração de recursos florestais por prazo determinado (inferior ao

esgotamento dos recursos) estão sujeitos à amortização e não à exaustão, cujo critério econômico será o prazo de vigência do contrato.

4.2. Recursos Minerais 4.2.1. Exaustão em função do prazo de concessão- linear: Exemplo: Custo de Concessão = R$ 150.000,00 Prazo de concessão = 20 anos Taxa de exaustão anual = 100%/20 = 5% a.a Despesa de exaustão (anual): 5% x 150.000,00 = R$ 7.500,00

Exaustão em função da relação do período e da possança conhecida da mina: Exemplo: Custo de concessão = R$ 150.000,00 Possança conhecida = 50.000 m3

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Produção do ano = 2.000 m3 Taxa de exaustão do ano = 2.000/50.000 = 4% Despesa de exaustão do ano = 4% x R$ 150.000,00 = 6.000,00 INFORMAÇÃO CAPCIOSÍSSIMA!!!!!

A exaustão, regra geral, deve ser determinada com base no volume de recursos extraídos em relação à possança, porém, no caso do prazo de concessão ser menor do que o prazo previsto para o esgotamento dos recursos minerais, a exaustão será calculada em função do prazo de concessão. 4.3. Exaustão de Recursos Florestais

No caso de concessões obtidas para projetos florestais destinados à exploração de madeira, de acordo com a legislação do imposto de renda, será aplicada amortização ou exaustão.

INFORMAÇÕES CAPCIOSÍSSIMAS!!!!!

1) Só haverá exaustão quando o esgotamento dos recursos estiver previsto para ocorrer antes do fim do prazo contratual, ou quando o prazo de exploração dos recursos for indeterminado.

2) No caso do prazo de exploração ser inferior, cabe a amortização.

3) Lembrando, ainda, que a floresta plantada para exploração dos respectivos frutos não está sujeita à exaustão (mas sim à depreciação). 4.3.1. Taxa de Exaustão: extração ano/possança Exemplo: Bem a ser exaurido = Plantação de eucaliptos para utilização em numa siderúrgica. Valor de Aquisição = R$ 360.000,00 Quantidade total = 300 hectares de floresta com eucalipto plantado Extração do ano = 75 hectares da floresta Taxa de exaustão do ano = 75/300 = 25% Despesa de exaustão do ano = R$ 360.000,00 x 25% = R$ 90.000,00

LANÇAMENTO CONTÁBIL D – Despesa de Exaustão de Recursos Minerais C – Exaustão Acumulada de Recursos Minerais IMPORTANTE A despesa com exaustão(conta de resultado) é anual. A exaustão acumulada (conta patrimonial retificadora) acumula as exaustões desde a aquisição do direito de exploração do bem ou recurso.

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OPERAÇÕES COM MERCADORIAS 1. NOÇÕES GERAIS

O assunto é fundamental, pois as operações com mercadorias normalmente constituem-se na atividade

principal em grande parte das empresas comerciais, atualmente conhecidas por sociedades empresárias, de acordo com o Novo Código Civil. O fisco, por sua vez, também observa estas operações de perto, visto que incidem diversos tributos em tais transações. O termo mercadoria pode ser definido como sendo aquilo que é adquirido com a finalidade de revenda. Já o vocábulo produto, genericamente, se refere aos bens fabricados pela empresa.

Para o empresário (comerciante), a contabilidade é uma ferramenta importante para auxiliá-lo a calcular o seu lucro nessas operações, ou seja, o Resultado com Mercadorias (RCM). Agora pensemos um pouco. Como se obtém o lucro de quem vende algo?

Ora, isso é fácil: é igual ao preço que ele vendeu menos o preço que ele pagou quando a adquiriu. Só isso??? É só isso mesmo!!!!! Então chamaremos o preço pago pela mercadoria de CMV (Custo das Mercadorias Vendidas). Trata-se de uma conta de custo. É como se fosse uma conta de despesa (vai para o resultado), mas se refere somente ao preço do bem adquirido para revenda. Por isso é considerada como custo.

Já o preço recebido pela venda será contabilizado em uma conta de receita chamada Receita de Vendas (V). A conta mercadorias é uma das mais antigas contas utilizadas pelos comerciantes, a fim de registrar as operações mercantis. Para inscrever operações com mercadorias, utilizamos três grupos básicos de contas, a serem vistos a seguir.

E as mercadorias que a empresa adquiriu que não foram vendidas ainda? Ora, essas ficam no estoque da empresa. Por isso, utilizaremos a conta Estoques de Mercadorias ou Mercadorias para revenda, ou simplesmente Estoques. É uma conta patrimonial, do ativo circulante.

Assim, já temos três contas básicas para trabalhar: CMV – CUSTO DAS MERCADORIAS VENDIDAS (Conta de resultado) V – VENDA DE MERCADORIAS (Conta de resultado) ESTOQUES

Nas operações de compra e venda de mercadorias, durante o exercício social, basicamente o que o comerciante quer saber é o resultado obtido, que pode ser de lucro ou prejuízo, a que chamamos Resultado com Mercadorias (RCM) ou Lucro Operacional Bruto (LB), onde:

RCM = V – CMV

Reparem que, no fundo, essa fórmula nada mais é do que a velha e boa “RECEITA MENOS DESPESA”. Agora o problema do comerciante se resume em calcular V e CMV. O V (total de vendas) é fácil. Basta ele

somar as vendas do período, utilizando os documentos de venda, como notas fiscais ou faturas comerciais. A tarefa mais complicada, então, é a determinação do custo das mercadorias vendidas (CMV).

O cálculo do CMV não é tão simples, uma vez que as empresas vendem diversos produtos e, no momento da revenda, dispõem de mercadorias em estoque que foram, possivelmente, adquiridas a preços distintos, em momentos distintos, com ou sem desconto, e ainda de fornecedores diversos.

As empresas então têm de solucionar a questão do CMV. As de pequeno porte costumam calcular o custo das mercadorias vendidas apenas no final do período. Para isso devem proceder à contagem física do estoque existente ao final do período (inventário). Quando se faz esse tipo de procedimento, atribui-se o nome de INVENTÁRIO PERIÓDICO ao sistema de controle de estoques.

As empresas maiores costumam controlar seus estoques de forma mais precisa, dependendo do tipo de mercadoria com que trabalham, por meio de um sistema que contabiliza o custo de cada saída de mercadoria, ou seja, o custo de cada lote de mercadoria vendida. É o que se chama de INVENTÁRIO PERMANENTE. Analisaremos ambos os sistemas de controle de estoque a seguir.

2. INVENTÁRIO PERIÓDICO

No sistema de inventário periódico os lançamentos à conta patrimonial de estoques são efetuados somente no final de um período (que pode ser mensal, trimestral ou anual), por ocasião do inventário físico. Assim, somente após

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a contagem de estoques é que se pode calcular o CMV, para em seguida apurar-se o resultado com mercadorias (RCM). Por esse motivo, diz-se que, no sistema de inventário periódico, o valor do estoque é apurado de forma extracontábil.

Com relação à conta de Estoques (ou Mercadorias), o sistema de inventário periódico pode operar sob a forma de conta mista ou conta desdobrada (mais comum).

2.1. MERCADORIAS CONTA MISTA

Esse método não é muito utilizado hoje em dia, mas sabem como é, em termos de concurso, de vez em quando aparece em alguma questão.

Nesse método utiliza-se somente uma conta, qual seja, a conta MERCADORIAS, onde serão contabilizadas diretamente as compras, as vendas e o estoque inicial. A conta funciona da seguinte forma:

Essa conta pode possuir saldo credor ou devedor ao final do período. Como se trata de inventário periódico, vimos que, para a obtenção do resultado com mercadorias (RCM), teremos de apurar o estoque físico primeiro ao final do período (EF).

Assim, no método CONTA MISTA, considerando o saldo credor ou devedor da conta mercadorias após a contabilização do estoque inicial, compras e vendas, temos que:

RCM = EF + SALDO CREDOR RCM = EF – SALDO DEVEDOR

Caso haja impostos ou contribuições incidentes sobre as vendas (ICMS, PIS, COFINS), assunto que será visto mais adiante, o RCM será obtido pela fórmula:

RCM = EF + SALDO CREDOR – Imp. s/v RCM = EF – SALDO DEVEDOR – Imp. s/v

Exemplo: Considerando os dados abaixo, efetue os lançamentos à conta mista MERCADORIAS e calcule o resultado com mercadorias (RCM):

(1) Estoque inicial (EI) = $2.000,00; (2) Compras do período (C) = $4.500,00; (3) Vendas do período (V) = $8.000,00; (4) Estoque final (EF) = $800,00.

Lançamentos na conta mista MERCADORIAS: MERCADORIAS

(1) 2.000,00 8.000,00 (3) (2) 4.500,00 6.500,00 8.000,00 1.500,00

Reparem que omitimos as contrapartidas do lançamento, referentes à forma de pagamento ou de recebimento, ou seja, os lançamentos às contas CAIXA, FORNECEDORES, CLIENTES etc.

Assim, vimos o saldo da conta mista MERCADORIAS ficou CREDOR no valor de R$ 1.500,00. Utilizando a fórmula, o RCM é:

RCM = EF + SALDO CREDOR RCM = $800 + $1.500,00 = $2.300,00

CONTA MISTA MERCADORIAS DÉBITOS CRÉDITOS

Estoque Inicial Compras Devolução de Vendas

Vendas Devolução de Compras

Saldo Devedor Saldo Credor

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Ao final do período-base, a empresa deve realizar ainda um lançamento para “atualizar” o saldo da conta MERCADORIAS, apurado em inventário físico. Ora, se o valor do estoque final é de R$ 800,00, significa que o saldo da conta MERCADORIAS deve ficar em R$ 800,00, devedor. Como seu saldo era de R$ 1.500,00, credor, para chegarmos aos R$ 800,00 devedor devemos DEBITAR R$ 2.300,00. A contrapartida será exatamente na conta RCM. Aliás, a fórmula vista acima surge em função deste lançamento. Vejam:

D – MERCADORIAS 2.300,00 C – RCM 2.300,00

Os razonetes ficariam assim:

MERCADORIAS RCM

(4) 2.300,00 1.500,00 2.300,00 (4)

(EF) 800,00 2.2. CONTA MERCADORIAS DESDOBRADA

O sistema de conta desdobrada também utiliza o inventário periódico, portanto, os lançamentos na conta mercadorias-estoque são efetuados apenas quando as mercadorias são fisicamente inventariadas. Durante o intervalo entre os encerramentos de período NÃO são feitos registros a débito e a crédito na conta de estoque. Ela só sofre movimentação quando se faz o inventário físico. Vale lembrar que o estoque final de um período equivale ao estoque inicial do período subseqüente.

Desta forma, o método pressupõe a adoção de 03 (três) contas básicas (compras, vendas e estoques).

2.2.1. COMPRAS (C)

Registra a DÉBITO as aquisições efetuadas pela empresa. No encerramento do período, deverá ser CREDITADA quando seu saldo é transferido à conta de custo das mercadorias vendidas (CMV). Percebe-se, pelo exposto, que a conta mercadorias-compras (como também é conhecida) é conta de resultado, transitória.

Além do preço pago pela mercadoria, há alguns fatores que afetam o custo para empresa da aquisição do produto, tais como os fretes, os seguros, as despesas de armazenagem, os materiais de embalagens, as despesas de conferência, as comissões a agentes de compras etc. Quando suportados pela adquirente, devem integrar o valor das compras, ou seja, devem ser somados às compras, fazendo parte, em última análise, do custo das mercadorias vendidas (CMV). Esses acréscimos podem ser contabilizados diretamente à conta Compras, ou de forma mais precisa, em contas separadas, como Frete sobre Compras, Comissões de Compra e outras, cujos saldos deverão ser posteriormente adicionados ao valor das compras para contabilização do CMV.

Vale observar o art. 183, inciso II, da Lei 6.404/76, que estabelece que o custo de produção ou de aquisição deve compreender todos os gastos realizados para a obtenção de um produto ou de uma mercadoria.

2.2.2. ESTOQUE DE MERCADORIAS

Essa é a conta patrimonial, do ativo circulante, que representa o valor dos estoques de mercadorias. Lembramos que no inventário periódico ela será atualizada somente ao final de cada período, quando da contagem física. No início do exercício seguinte, apresenta como saldo (estoque inicial – EI) devedor o valor das mercadorias existentes no final do exercício anterior.

2.2.3. VENDAS (V)

É a conta que representa a receita com a venda de mercadorias (ou mesmo de serviços). É conta de resultado. Registra todas as vendas de mercadorias e/ou produtos, sejam elas realizadas à vista ou a prazo. É o que se chama de Vendas Brutas. A cada venda essa conta será CREDITADA. Ao final do período, será encerrada, como todas as contas de resultado, por meio de lançamento a DÉBITO, em contrapartida a CRÉDITO na conta RCM.

Sendo assim, no inventário periódico são utilizadas 02 (duas) fórmulas básicas: RCM = V – CMV

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CMV = EI + C – EF A primeira se refere à apuração do resultado bruto, já vista anteriormente. Com relação ao CMV, basta utilizar

um pouco o raciocínio para compreender a fórmula acima. Vejam, apurado o estoque físico ao final do período (EF), o custo da mercadoria vendida (CMV), ou seja, tudo aquilo que a empresa deu saída (vendeu), é igual ao que a empresa possuía disponível para venda naquele período (EI + C), ou seja, o que ela já tinha no início (EI), mais o que foi adquirido posteriormente (C), tudo isso deduzido do que restou em estoque (EF). Resumido, o custo do que saiu é igual ao que eu tinha pra vender menos o que NÃO foi vendido. Daí CMV = EI + C – EF

3. FATORES QUE ALTERAM AS COMPRAS E VENDAS

As operações de compra e venda de mercadorias podem contemplar certas características, ou fatores, que alteram os lançamentos a serem efetuados tanto do ponto de vista do comprador quanto do vendedor. São eles: a) adicionais (fretes, seguros, comissões) b) descontos (condicionais e incondicionais) c) abatimentos d) devoluções e cancelamento de vendas e) tributos incidentes

3.1. FATORES QUE ALTERAM AS COMPRAS

Quando compramos determinada mercadoria ou produto, como por exemplo, uma geladeira, precisamos saber se a loja nos entregará o produto em casa ou se teremos de arcar com o transporte. E isso pode representar uma tremenda diferença para o comprador no momento de fechar o negócio. O que interessa, pra quem está comprando, é o valor a ser desembolsado. Assim, se a geladeira custa R$ 2.500,00, mas a loja não entrega em casa, terei de providenciar uma transportadora. Se ela me cobrar R$ 100,00 pra levar o produto até o meu apartamento, o custo total pra mim saiu R$ 2.600,00, não é mesmo?

Para as empresas, não é diferente. Esse custo total do produto recebe o nome de custo de aquisição, e a Lei no 6.404/1976 determina, em seu art. 183, inciso II, que as mercadorias devem ser avaliadas pelo custo de aquisição ou produção, conforme a seguir transcrito:

Critérios de Avaliação do Ativo Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo os seguintes critérios: (...) II – os direitos que tiverem por objeto mercadorias e produtos do comércio da companhia, assim como matérias-primas, produtos em fabricação e bens em almoxarifado, pelo custo de aquisição ou produção, deduzido de provisão para ajustá-lo ao valor de mercado, quando este for inferior; [grifonosso.]

Lembrem-se de que o princípio da competência reza que as despesas devem ser lançadas quando incorridas. Nessa linha, os gastos com fretes, seguros, armazenagens, que são inerentes às mercadorias, devem ser considerados custos de aquisição ou produção e, portanto, integrar o valor a ser levado a estoques de mercadorias. Isso, é claro, se o custo foi suportado pelo comprador! Suponhamos no exemplo anterior da geladeira, se o preço da mercadoria fosse mesmo de R$ 2.500,00, e o custo de R$ 100,00 referente ao transporte até o estabelecimento do adquirente fosse arcado pelo vendedor, certamente que os R$ 100,00 NÃO seriam lançados no estoque do comprador. O custo pra ele sairia por R$ 2.500,00, e seria esse o valor a ser lançado na conta Compras (se inventário periódico), ou na conta Estoques (se inventário permanente).

Além do frete, do seguro e da corretagem, outros fatores influenciam o custo das compras, de maneira que terá de ser calculado o valor das COMPRAS LÍQUIDAS (CL), para ser lançado na fórmula do CMV. Veremos detalhadamente que os impostos incidentes nas transações de compra e venda podem ser recuperáveis (não cumulativos). Isso quer dizer que a empresa adquirente poderá registrar o valor do tributo incidente na compra de mercadorias como um DIREITO (Ativo Circulante), e não como um CUSTO. Nesse caso, o valor do imposto recuperável incidente na operação deverá ser excluído do cálculo das COMPRAS LÍQUIDAS.

Os valores que a empresa adquirente consegue de desconto (incondicional) na operação também não integrarão o custo, portanto não irão compor o valor das COMPRAS LÍQUIDAS. Da mesma forma, as devoluções de compras e

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as vendas canceladas NÃO integrarão o CMV, devendo ser expurgadas. Os lançamentos referentes a cada uma dessas operações serão vistos logo a seguir. Por hora, de acordo com o que falamos até aqui, podemos elaborar a seguinte fórmula para cálculo das compras líquidas.

Obs.: 1) Normalmente, quando se fala em compras brutas, já está excluído o valor correspondente aos tributos

recuperáveis (não-cumulativos), já que estes últimos não são considerados como custo para o comprador (como é o caso de ICMS, PIS e COFINS). O importante é saber que o valor dos tributos recuperáveis NÃO entra no cálculo das compras líquidas.

2) No Sistema de Inventário Permanente, que utiliza fichas de controle de estoque e contabiliza o CMV a cada operação de venda, o custo estará permanentemente atualizado na conta MERCADORIAS-ESTOQUES, já pelo valor da compra líquida. Por outro lado, considerando-se o método da conta desdobrada e o Sistema de Inventário Periódico, a conta CUSTO DAS MERCADORIAS VENDIDAS (CMV) precisará de diversas contas analíticas que contemplem todos os fatores que afetam compras, a saber:

Algumas empresas, mesmo no sistema de inventário periódico, não utilizam contas do tipo Descontos sobre compras, ou Fretes e Seguros sobre compras, lançando os valores correspondentes diretamente à conta Compras, sem que esse procedimento altere o cálculo do CMV.

Após o cálculo das compras líquidas (CL), com a utilização da fórmula acima, o custo das mercadorias vendidas passará a ser obtido pela fórmula:

CMV = EI + CL – EF Onde: EI=estoque inicial e EF=estoque final Salienta-se que a conta impostos a recuperar, diferentemente das demais acima, é conta de ativo. 3.2. FATORES QUE ALTERAM AS VENDAS Assim como o valor das compras brutas foi substituído pelo valor das compras líquidas na fórmula do

CMV, a receita de vendas (ou receita operacional bruta de vendas) também será afetada pelos impostos (tributos) incidentes sobre as vendas e pelos descontos incondicionais, devoluções e abatimentos, ocorridos durante as operações mercantis, levando ao cálculo da receita líquida de vendas, ou vendas líquidas, ou receita líquida (RL).

O lucro operacional bruto (ou resultado com mercadorias – RCM) passará a ser obtido pela fórmula: RCM = RL – CMV Mas como calcular o valor da receita líquida (RL)? Ora, de forma análoga, vamos descontar os valores que a

empresa vendedora recebeu pela venda, mas que, de alguma forma, foram (ou terão de ser) devolvidos ao adquirente ou recolhidos aos cofres públicos (como é o caso dos tributos incidentes sobre as vendas que estão incluídos no valor da mercadoria, como é o caso de ICMS, PIS e COFINS). A receita líquida será assim obtida:

Receita bruta de vendas (RB) (-) Devoluções e abatimentos s/ vendas (-) Descontos incondicionais s/ vendas

ELENCO DE CONTAS – INVENTÁRIO PERIÓDICO SALDO COMPRAS BRUTAS ou COMPRAS FRETES E SEGUROS S/ COMPRAS IMPOSTOS A RECUPERAR (ATIVO) CONTAS RETIFICADORAS (-) DEVOLUÇÕES DE COMPRAS (-) DESCONTOS INCONDICIONAIS E ABATIMENTOS S/ COMPRAS

DEVEDOR DEVEDOR DEVEDOR CREDORCREDOR

Compras brutas (CB)+ Fretes, seguros, armazenagem, comissões etc. - Impostos recuperáveis - Descontos incondicionais ou comerciais - Devoluções e abatimentos = Compras líquidas (CL)

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(-) Impostos incidentes s/ vendas (=) Receita líquida de vendas (RL)

Esses três fatores acima (descontos, devoluções e impostos sobre vendas) são considerados como Deduções de Vendas. Vejamos as contas relacionadas com as operações de venda:

Considerando que, para a obtenção da RECEITA LÍQUIDA DE VENDAS devemos descontar as Deduções de Vendas, podemos, neste momento, analisar a primeira parte da demonstração do resultado do exercício (DRE), que contempla os itens acima:

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO DRE

RECEITA BRUTA DE VENDAS (RB) (-) Deduções: Impostos s/vendas (ICMS,ISS,PIS,COFINS,IE) Devoluções de vendas Vendas Canceladas Descontos comerciais concedidos Abatimentos concedidos (=) RECEITA LÍQUIDA DE VENDAS (RL) (-) CMV (=) Lucro operacional bruto (RCM) (-) Despesas operacionais (+) Receitas operacionais (=) Lucro operacional líquido Continua....

3.3. DESCONTOS

Trata-se de uma prática tão antiga quanto o próprio comércio a concessão de descontos ou reduções sobre o preço das mercadorias negociadas. Eles podem ser concedidos a clientes preferenciais ou pela quantidade de mercadorias negociadas, em função da má qualidade dos produtos adquiridos, ou, ainda, em razão de antecipação do prazo de pagamento. Essas operações levarão a tratamentos contábeis distintos. Nesse sentido, em função da motivação dos descontos, veremos que estes podem ser financeiros (condicionais) ou comerciais (incondicionais).

3.3.1. DESCONTOS FINANCEIROS (OU CONDICIONAIS)

Quando uma determinada mercadoria é adquirida a prazo, é emitida uma fatura para pagamento na data do vencimento. Muitas vezes, é comum a menção na fatura de que, caso o pagamento seja efetuado ANTES do vencimento, ou mesmo até o vencimento, será concedida uma redução no preço a ser pago. Isso é o que se chama de desconto financeiro.

Reparem que a utilização ou não do desconto não influenciará na transação da compra/venda da mercadoria. Por isso o valor do desconto financeiro não aparece na nota fiscal. Esses descontos são chamados de condicionais

ELENCO DE CONTAS SALDO VENDAS DE MERCADORIAS CONTAS RETIFICADORAS (-) DEVOLUÇÕES DE VENDAS (-) ABATIMENTOS S/VENDAS (-) DESCONTOS INCONDICIONAIS S/ VENDAS (-) IMPOSTOS INCIDENTES S/ VENDAS (-) ICMS S/ VENDAS (-) PIS S/ VENDAS (-) COFINS S/ VENDAS

CREDOR DEVEDOR DEVEDOR DEVEDOR DEVEDOR DEVEDOR DEVEDOR DEVEDOR

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porque só serão concedidos se for atendida a condição de pagamento do valor até uma determinada data. É uma espécie de prêmio concedido pelo pagamento antecipado ou até o vencimento da obrigação.

Importantíssimo ressaltar que esses descontos são apenas indicados na fatura comercial e, por ocorrerem após a concretização da operação mercantil, não são apurados no custo das mercadorias vendidas (CMV). Sendo assim, não alteram em nada o resultado com mercadorias (RCM). Como são considerados como receita operacional financeira (para que recebe o desconto), e despesa operacional financeira (para quem concede o desconto), afetam o resultado operacional líquido do exercício.

Exemplo: Em 10/08/20X4, A sociedade comercial VENDE-TUDO acertou a venda de 150 mesas de escritório, ao valor unitário de R$ 80,00 cada uma, para a empresa COMPRATUDO. A adquirente aceitou a duplicata com vencimento em 30/09/20X4. Porém, havia uma observação no documento de que, caso o pagamento fosse efetuado até 10/09/20X4, seria concedido um desconto de 10%. No dia 10/09/20X4, a empresa COMPRATUDO efetuou o pagamento da duplicata com o desconto concedido. Faça os lançamentos correspondentes nas empresas compradora e vendedora.

Resolução: Nota Fiscal de Venda 150 mesas a R$ 80,00 ......................... R$ 12.000,00 No momento da venda, foram realizados os seguintes lançamentos: Lançamento no vendedor em 10/08/20X4: D – DUPLICATAS A RECEBER R$ 12.000,00 C – RECEITA DE VENDAS R$ 12.000,00 Lançamento no comprador em 10/08/20X4: D – COMPRAS R$ 12.000,00 C – DUPLICATAS A PAGAR R$ 12.000,00 O valor do desconto foi de: 10% x R$ 12.000,00 = R$ 1.200,00 No momento do pagamento da duplicata, em 10/09/20X4, os lançamentos serão os seguintes: Lançamento no vendedor em 10/09/20X4: D – BANCOS C/MOVIMENTO R$ 10.800,00 D – DESCONTOS FINANCEIROS CONCEDIDOS R$ 1.200,00 C – DUPLICATAS A RECEBER R$ 12.000,00 Lançamento no comprador em 10/09/20X4: D – DUPLICATAS A PAGAR R$ 12.000,00 C – DESCONTOS FINANCEIROS OBTIDOS R$ 1.200,00 C – BANCOS C/MOVIMENTO R$ 10.800,00

Lembramos que a conta Descontos Financeiros Concedidos (ou Descontos Condicionais Concedidos) será uma despesa financeira (operacional), enquanto que a conta Descontos Financeiros Obtidos (ou Descontos Condicionais Concedidos) será uma receita financeira (operacional).

3.3.2. DESCONTOS COMERCIAIS (OU INCONDICIONAIS)

Agora vamos ver um tipo de desconto que cai muito na prova. Imagine que você chega numa farmácia, pede um remédio, e quando vê o preço, é aquela coisa exorbitante, por exemplo, R$ 420,00. Aí você se desespera, dá aquela chorada, e o balconista te dá um refresco: - “Fica tranqüilo, nós te damos um descontinho de 2% (tudo isso??)”. Bom, então você decide que vale a pena, e faz o cheque de apenas R$ 411,60, já que o cara foi super-camarada contigo e te fez uma redução no preço de R$ 8,40.

Bom, reparem que a transação fica concluída nesse momento, com o desconto. É o que se chama de desconto comercial, ou desconto incondicional, ou desconto promocional. É aquele desconto que já vem na nota fiscal. Pode também a nota já ser emitida pelo valor reduzido (R$ 411,60, no exemplo), sem qualquer menção ao desconto, o que daria no mesmo. Isso é até mais comum, porém o comerciante fica sem o controle do montante em descontos que está concedendo.

Esse tipo de desconto não está condicionado a nenhum evento futuro (como antecipação de pagamento, por exemplo). É muito utilizado para clientes preferenciais, ou devido a uma grande quantidade adquirida, ou ainda eventuais promoções, ou ainda o chamado desconto de balcão.

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O seu tratamento contábil é bem diferente do desconto financeiro. O vendedor deve lançá-lo como dedução da receita bruta com vendas. Isso quer dizer que afetará o resultado com mercadorias (ou lucro bruto) do vendedor. Já o comprador o registrará como uma redução no custo da compra, afetando (reduzindo) o CMV.

Conforme já comentamos, ou a nota já sai com o valor reduzido, ou o desconto comercial é lançado na própria nota. Caso seja adotada essa segunda opção, serão utilizadas as seguintes contas, considerando o ponto de vista do comprador e do vendedor:

Desconto incondicional s/compras Desconto incondicional s/vendas

Desconto obtido Conta retificadora de compras Saldo credor

Desconto concedido Conta retificadora de vendas Saldo devedor

Estabelecendo um paralelo entre descontos financeiros e comerciais:

DESCONTOS COMERCIAIS DESCONTOS FINANCEIROS

Constam da nota fiscal Independem de evento futuro Alteram o RCM Obtidos Concedidos Redutora de Custo Dedução de Vendas

Não constam da nota fiscal Dependem de evento futuro Não alteram o RCM Obtidos Concedidos Receita Financeira Despesa Financeira

Lembramos que, com relação aos fatores que alteram as compras e vendas, não somente os descontos, há uma diferença no tratamento contábil caso o inventário seja periódico ou permanente, com relação às contas utilizadas:

a) Inventário Periódico: utilizam-se as contas descontos incondicionais obtidos, frete sobre compras, devoluções de compras e outras. b) Inventário permanente: utiliza-se somente a conta patrimonial Estoque de mercadorias (ou simplesmente Estoques, ou ainda, Mercadorias), que será lançada pelo valor líquido da operação, já considerando fretes sobre compras, descontos obtidos e devoluções de compras, pois este é o valor que irá para a ficha de controle de estoque. Exemplo: Em 20/11/20X4, o revendedor de pneus “RODA PRESA” adquiriu 100 pneus do tipo “A”, pagando

em dinheiro, ao preço unitário de R$ 80,00 cada um, com isenção de tributos. Devido à grande quantidade adquirida, o fornecedor “ABC” concedeu um desconto de 10%.

O lançamento na empresa ABC (vendedor) ficará: Débito: Caixa (ATIVO CIRCULANTE) 7.200,00 Débito: Descontos Comerciais Concedidos (DEDUTORA DE VENDAS) 800,00 Crédito: Receita de Vendas (RESULTADO - RECEITA) 8.000,00

NOTA FISCAL

Contribuinte:ABC 20/11/20X4 Qtde Descrição Preço

Unitário (R$)

Total

100 Pneus tipo “A” 80,00 8.000,00

(-) Desconto Comercial 10% (-) 800,00 Total da Nota 7.200,00 ICMS – Isento

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Reparem que tudo fica mais fácil quando elaboramos antes a nota fiscal. O lançamento sai direto. O valor que entra na conta Bancos, Caixa, ou Clientes será sempre o total da nota. É claro que não precisa ficar fazendo bonitinho ou com regüinha na hora da prova, mas um bom rascunho é fundamental.

Interessante fazermos também o lançamento no comprador. Caso este utilize o inventário periódico ficará: Débito: Compras (C) 8.000,00 Crédito: Descontos Comerciais Obtidos (dC) 800,00 Crédito: Caixa (AC) 7.200,00

Legenda: AC – Ativo Circulante C – Conta de Custo (de resultado) dC – Conta redutora de Custo (Dedução de Custos)

Quando for calculado o valor das “Compras Líquidas”, teremos:

CL = CB – Descontos Incondicionais Obtidos CL = 8.000,00 – 800,00 = 7.200,00 Caso a empresa adquirente utilizasse o inventário permanente, o lançamento seria: Débito: Estoques (AC) 7.200,00 Crédito: Caixa (AC) 7.200,00

O valor lançado como custo (R$ 7.200,00) seria o mesmo para os 2 métodos. 3.3.3. ABATIMENTOS (SOBRE COMPRAS OU VENDAS)

Imagine agora que você acabou de adquirir aquele sofá dos seus sonhos, de couro branco tratado, ao preço de R$ 5.700,00. Porém, ao receber a mercadoria em sua residência, você repara que há um pequeno defeito na lateral do produto, pouco visível, mas pra quem pagou R$ 5.700,00 é um defeito e tanto! Aí você liga pra loja e diz que vai devolver o sofá, pois o mesmo não está em perfeito estado, como deve ser toda mercadoria nova.

O gerente da loja, do outro lado da linha, te oferece então uma redução de R$ 100,00 no preço pra você ficar com o produto, ao invés de devolvê-lo. Você aceita a proposta. Como já havia pago tudo em dinheiro, dois dias depois você dá uma passadinha na loja e pega os R$ 100,00 conforme prometido pelo gerente. Isso é o que se chama de abatimento no preço.

Os abatimentos são reduções no preço concedidas após a operação de compra e venda, ou seja, após a emissão da nota fiscal, porém são decorrentes da mesma. Podem ser decorrentes de mau atendimento a um pedido, divergência em qualidade ou quantidade entre a entrega e o pedido ou por outro motivo. Assim, não afetam o valor dos tributos já lançados na nota fiscal.

Os abatimentos são concedidos pelo vendedor, com o objetivo de evitar devoluções de mercadorias. Podem incidir sobre compras ou sobre vendas, dependendo, é óbvio, da empresa na qual se estiver efetuando o lançamento, se a vendedora ou a compradora.

Exemplo: Vamos utilizar o exemplo acima imaginando que o adquirente é uma pessoa jurídica, a empresa REVENDETUDO, e o vendedor é a loja ATACADÃO DE GRIFE.

A nota fiscal foi emitida pelo valor de R$ 5.700,00. Supondo a utilização de inventário periódico pela firma vendedora, o lançamento na mesma foi:

Débito: Caixa (AC) 5.700,00 Crédito: Receita de Vendas (R) 5.700,00 Já a empresa adquirente, caso utilize também o inventário periódico, faria o seguinte lançamento: Débito: Compras 5.700,00 Crédito: Caixa 5.700,00 No momento em que for concedido o abatimento, ou seja, entregues os R$ 100,00, o registro no vendedor será: Débito: Abatimento sobre Vendas 100,00 Crédito: Caixa 100,00 Já o registro no comprador será:

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Débito: Caixa (AC) 100,00 Crédito: Abatimento sobre compras 100,00 Como a conta Abatimento sobre vendas é uma dedução da receita bruta, a receita líquida do vendedor ficará

em:Receita Bruta..................... R$ 5.700,00 (-) Abatimento s/vendas.........R$ 100,00 (=) Receita Líquida..............R$ 5.600,00 Por outro lado, a empresa adquirente vai ter o seu CMV reduzido em R$ 100,00, uma vez que o valor das

compras brutas foi deduzido de R$ 100,00, resultando em R$ 5.600,00 para as compras líquidas. 3.4. DEVOLUÇÕES DE MERCADORIAS

Pessoal, essa é fácil. Quando vocês compram algo que lhes é entregue fora dos padrões ou com defeito, o que se faz? Devolve, ora! De repente, o vendedor vai tentar oferecer um abatimento, conforme já visto. Se você não aceitar, tem o direito de devolver o produto. Essa devolução pode ser total ou parcial, acompanhada de nota fiscal de devolução. O fato deve ser contabilizado, tanto na empresa vendedora quanto na empresa compradora. Vamos analisar então como devem ser lançados esses fatos na contabilidade das empresas, sempre lembrando que, por enquanto, não estamos considerando a influencia dos tributos nas operações com mercadorias. Isso será objeto de estudo posteriormente.

3.4.1. DEVOLUÇÕES DE VENDAS

Do ponto de vista do vendedor, uma devolução de venda é como uma venda que não existiu, ou seja, aquele valor outrora registrado como receita de vendas deve ser deduzido para cálculo do lucro bruto. Há uma diferença sutil entre uma venda cancelada, quando a mercadoria não teria sido entregue ao comprador, e a devolução de venda, quando o adquirente entrega o produto de volta ao comprador.

Para efeito do nosso estudo de contabilidade geral, consideram-se idênticos os efeitos de uma venda cancelada e de uma devolução de vendas.

Assim, na apuração do resultado do exercício, as vendas canceladas e as devoluções de vendas devem entrar como redutoras da receita bruta de vendas. É utilizada para isso uma conta própria, denominada devolução de vendas, de saldo devedor, redutora da receita bruta de vendas.

Exemplo: Considerem que a empresa LUCRO CERTO efetuou uma venda para a empresa TABAJARA de dez mil enfeites de madeira, ao preço unitário de R$ 2,00 cada, conforme pedido. Suponha que o vendedor utilize o inventário permanente e que esse lote estivesse registrado a um custo unitário de R$ 0,80.

Dois dias depois, o comprador quis devolver 500 enfeites, que alegou estarem riscados. Faça os lançamentos no comprador e no vendedor.

Resolução Primeiramente, vamos elaborar a nota fiscal de venda e o lançamento referente à transação original. Nota Fiscal 10.000. x R$ 2,00 R$ 20.000,00 Total da NF R$ 20.000,00 Lançamentos em LUCRO CERTO (vendedor) CMV a Estoques 8.000,00 Caixa a Vendas 20.000,00

Reparem que a devolução se refere a 5% do total (500 /10.000). É interessante, nos casos de devolução, aplicar o percentual que esta sendo devolvido ao valor da venda e inverter os débitos com os créditos. Assim, o lançamento

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sairá automaticamente, lembrando que, ao invés de debitar a conta de receita bruta de vendas abre-se uma conta para as devoluções de vendas, que é uma conta de despesa, redutora da receita bruta.

Lançamento da devolução: Estoques a CMV 400,00 (5% de $ 8.000,00) Devolução de vendas a Caixa 1.000,00 (5% de $ 20.000,00)

Por enquanto está bem simples, mas o objetivo é esse mesmo. Posteriormente, quando forem analisadas operações envolvendo tributos, utilizaremos exatamente o mesmo raciocínio de inversão do lançamento da operação original.

Atenção!!! A devolução não é um estorno! É uma nova operação, vinculada à primeira. O lançamento assemelha-se ao estorno. Porém, enquanto o estorno anula, total ou parcialmente, o lançamento original, a devolução é contabilizada em conta própria, fazendo parte inclusive da Demonstração do Resultado do Exercício, como conta redutora da Receita Bruta de Vendas.

3.4.2. DEVOLUÇÕES DE COMPRAS Do ponto de vista do comprador, quando há uma devolução, o custo do produto que foi devolvido deve ser

excluído do CMV. Por esse motivo, no cálculo das compras líquidas as devoluções de compras entram com sinal negativo. Vamos relembrar a forma de obtenção das compras líquidas:

A conta Devolução de Compras terá, portanto, saldo credor, por ser uma conta redutora de custo (CMV), cujo

saldo é devedor. Caso a empresa compradora contabilize o inventário permanente, não utilizará a conta Devolução de Compras.

O lançamento da devolução, nesse caso, seria efetuado a crédito diretamente na conta estoques. No mesmo exemplo anterior, a empresa adquirente (TABAJARA), caso utilize o inventário periódico faria o

seguinte lançamento, na compra das mercadorias: Lançamento da compra em TABAJARA: Compras a Caixa 20.000,00 No momento da devolução, o comprador registraria: Pela devolução de compra em TABAJARA: Caixa a Devolução de compras 1.000,00 Reparem que o valor da compra líquida ficaria em R$ 19.000,00 (R$ 20.000,00 – R$ 1.000,00). Caso a

empresa utilizasse o sistema de inventário permanente, deveria efetuar os seguintes lançamentos:

Lançamento da compra: Estoques a Caixa 20.000,00 Pela devolução: Caixa a Estoques 1.000,00

Compras brutas (CB) + Fretes, seguros, armazenagem, comissões etc. - Impostos recuperáveis - Descontos incondicionais ou comerciais - Devoluções e abatimentos = Compras líquidas (CL)

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4. TRIBUTOS INCIDENTES NAS OPERAÇÕES COM MERCADORIAS 4.1. INTRODUÇÃO

Quando uma empresa adquire ou vende produtos e mercadorias, tributos estão incidindo sobre estas operações. Inúmeros são os efeitos jurídicos desse fato. Na Contabilidade, devemos nos preocupar basicamente em proceder ao lançamento correto no momento do registro de tais operações. Pra isso, devemos conhecer um mínimo de cada um dos tributos, como o fato gerador, os contribuintes, a base de cálculo e algumas regras de incidência. Atenção! Ninguém precisa decorar alíquota de tributo para a prova, certo?

No Brasil, sabemos que são muitos os tributos e contribuições incidentes sobre operações de compra e venda de mercadorias. Cada um possui um tratamento contábil específico, dada a sua natureza. Incidem basicamente, os seguintes tributos/contribuições:

Uma mesma operação de compra e venda gerará lançamentos tanto na empresa adquirente quanto na

vendedora. Pra facilitar o aprendizado, costumamos separar os lançamentos em cada uma delas. Vamos iniciar pelos registros na empresa que está vendendo o produto, mercadoria ou serviço, ou seja, a empresa vendedora, ou simplesmente o vendedor.

4.2 TRIBUTOS SOBRE VENDAS

Conforme aprendemos nas aulas anteriores, para a obtenção da RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA, ou simplesmente RECEITA LÍQUIDA (RL), devem ser aplicadas diversas deduções à RECEITA BRUTA (RB). Os tributos1 influenciam de maneira distinta a receita líquida (RL) da empresa. Para a obtenção da mesma, devem ser aplicadas as seguintes deduções:

RECEITA BRUTA (-) Descontos Incondicionais Concedidos (-) Impostos Incidentes sobre Vendas (-) Devoluções de Vendas (-) Abatimentos sobre Vendas (=) RECEITA LÍQUIDA (RL)

Portanto, reparem que os tributos incidentes sobre vendas consistem de uma das deduções legais da receita bruta para se chegar à receita líquida de vendas. Mas atenção! Não são todos os tributos que são deduzidos da receita bruta. Nem todos os tributos incidentes sobre vendas são abatidos da receita bruta para a obtenção da receita líquida. O IPI, por exemplo, não está nessa lista. Vamos analisar cada tributo separadamente, e começaremos exatamente pelo IPI.

4.2.1. IPI O IPI, ou imposto sobre produtos industrializados, é regido pelo Decreto nº 4.544/2002 (Regulamento do

IPI). Pessoal, lembrando mais uma vez, as definições e normas tributárias serão abordadas nessa aula somente no que interessar à Contabilidade.

TRIBUTOS INCIDENTES NAS COMPRAS E VENDAS a) ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) b) IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) c) ISS (Imposto sobre Serviços) d) II (Imposto de Importação) e) IE (Imposto de Exportação) f) PIS (Contribuição para o Programa de Integração Social) g) COFINS (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) h) CIDE (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico)

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Quando da saída de um produto de uma indústria, a nota fiscal emitida pelo vendedor (fabricante) indica o

valor do produto e o valor do IPI sobre este incidente, sendo o total da nota a soma do valor do produto com o valor do IPI. Por este motivo, dizemos que o IPI é considerado um imposto calculado “por fora” do preço, ou seja, o valor total da nota fiscal será o valor da mercadoria somado ao valor do IPI.

Como o contribuinte do IPI é o industrial que der saída ao produto, ou seja, vendedor, o valor do imposto não será considerado como receita bruta para este. Assim que realizada a operação, a empresa vendedora deverá contabilizar o tributo como uma OBRIGAÇÃO (Passivo), devendo repassá-lo aos cofres públicos posteriormente. Reparem que não está ocorrendo DESPESA para o vendedor com relação ao IPI a pagar, pois quem de fato suportará o encargo do tributo será o comprador, que pagará ao vendedor, além do valor da mercadoria, o valor correspondente ao IPI. Dessa forma, os registros relativos ao IPI se darão exclusivamente por meio de contas patrimoniais. Achou complicado? Vamos então a um exemplo que vai clarear tudo.

Exemplo 1: Considere que a empresa MEIAS FINAS LTDA, fabricante de vestuários, vendeu à empresa COMERCIAL ATACA TUDO LTDA 500 pares de meias esportivas, em 21/07/2004, com pagamento em cheque, ao preço unitário de R$ 2,00 cada par. Considere, para efeitos didáticos, que tal produto não sofre incidência de ICMS ou outros tributos e que a alíquota do IPI para o mesmo é de 5%.

Resolução: Para corretamente contabilizarmos as operações com mercadorias, é fundamental a elaboração de uma nota

fiscal simplificada, onde constem informações como: quantidade, valor unitário, valor total, tributos e descontos. Isso porque, uma vez elaborada a nota, ficará muito fácil dela se extrair o lançamento contábil.

Lembrem-se de que o IPI é calculado “por fora” do valor da mercadoria, que é R$ 1.000,00. Assim, a esses R$ 1.000,00 devem ser acrescidos os 5% de IPI, ou seja, R$ 50,00 (5% x R$ 1.000,00), fazendo com que o total da nota chegue a R$ 1.050,00. Esse é o valor total a ser pago pelo adquirente.

Para procedermos ao lançamento na empresa MEIAS FINAS LTDA, que é a vendedora, vamos por partes:

1) Valor a receber pela venda O comprador terá de pagar R$ 1.050,00 por essa operação, que é o valor total da nota. Não interessa que uma

parte seja para recolher o IPI. É como se ele (comprador) emitisse um cheque de R$ 1.000,00 para pagar a mercadoria e desse outro cheque de R$ 50,00 ao vendedor para que este recolhesse o tributo junto aos cofres públicos. Na verdade, sabemos que não funciona dessa forma, e o comprador emite um único cheque de R$ 1.050,00 referente à operação como um todo. Esse valor será então contabilizado a débito da conta Caixa pela empresa vendedora (reparem que debitamos a conta caixa, pois a venda foi efetuada à vista. A conta Bancos conta Movimento será debitada somente por ocasião do depósito deste cheque para compensação bancária. O débito poderia ser realizado diretamente na conta Bancos caso a compradora depositasse o valor diretamente na conta da vendedora). Para saber quanto a empresa irá receber, basta observar o valor total da nota fiscal, que corresponde exatamente aos R$ 1.050,00.

IPI Incidência Contribuinte

Produtos industrializados, nacionais ou estrangeiros.

Empresa industrial ou a ela equiparada, além do importador de produtos

industrializados.

NOTA FISCAL

Contribuinte: MEIAS FINAS LTDA 21/05/2004 Qtde Descrição Preço

Unitário (R$)

Total

500 Pares de meias esportivas 2,00 1.000,00 (+) IPI 5% Base de Cálculo R$ 1.000,00 50,00 Total da Nota 1.050,00 ICMS – Isento

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2) Valor do IPI O IPI é uma obrigação para o vendedor, pois ele recebeu do comprador o valor relativo ao imposto e o deve

recolher aos cofres do Erário. Assim, a firma MEIAS FINAS LTDA assumiu uma obrigação, ou seja, de recolher R$ 50,00 de IPI junto ao governo federal. Sabemos que obrigação é conta de Passivo, portanto a empresa deve registrar, concomitantemente ao recebimento dos R$ 1.050,00 referentes à venda, um CRÉDITO no Passivo no valor de R$ 50,00. Essa conta de passivo pode se chamar IPI a Pagar ou IPI a Recolher. A empresa poderia ainda utilizar o sistema de conta única, quando utilizaria a conta IPI Conta-Corrente, a ser visto mais adiante.

3) Receita de Venda Será lançado pela empresa MEIAS FINAS LTDA como RECEITA DE VENDAS a diferença entre os R$

1.050,00 recebidos pela operação e os R$ 50,00 relativos ao IPI. Isso porque o IPI não pertence à empresa vendedora. Reparem que esta atuou como agente arrecadador do tributo, ficando com a obrigação de recolher R$ 50,00 ao governo. Portanto, esse valor não entra como RECEITA para a empresa, nem como DESPESA, já que o encargo foi suportado pelo comprador, que pagou efetivamente R$ 1.050,00. Essa é a sistemática de um imposto calculado “por fora”. Assim, serão lançados R$ 1.000,00 diretamente à conta Receita de Vendas da firma vendedora.

O lançamento na empresa MEIAS FINAS LTDA. ficará: Débito: Caixa (AC) 1.050,00 Crédito: Receita de Vendas (R) 1.000,00 Crédito: IPI a Pagar (PC) 50,00

Legenda: AC – Ativo Circulante R – Receita PC – Passivo Circulante

Reparem que utilizamos um lançamento de segunda fórmula para registrar o fato contábil, ou seja, debitamos uma conta e creditamos duas. O mesmo lançamento poderia ser apresentado ainda da seguinte maneira (muito utilizado pela ESAF):

CAIXA a DIVERSOS a Vendas de Mercadorias ou Produtos a IPI a Recolher ou IPI a Pagar

Vamos agora resolver esse exercício de uma outra forma, não muito comum em provas da ESAF, mas que pode aparecer por aí.

Reparem que o IPI não aparecerá na Demonstração do Resultado do Exercício, pois segundo a legislação fiscal o mesmo não faz parte da receita bruta. Porém, algumas empresas utilizam a conta Faturamento Bruto, que engloba o IPI, assim como uma conta IPI Faturado. O faturamento bruto deduzido do IPI faturado seria igual à Receita Bruta de Vendas. Mas essa não tem sido a sistemática utilizada pela ESAF. .

O lançamento na empresa MEIAS FINAS LTDA. ficará: Débito: Bancos Conta Movimento 1.050,00 Débito: IPI Faturado 50,00 Crédito: IPI a Recolher 50,00 Crédito: Faturamento Bruto 1.050,00

A conta Faturamento Bruto não aparecerá no Demonstrativo do Resultado do Exercício (DRE), pois, para a legislação fiscal (RIR/99), o IPI não faz parte da receita bruta. Porém, algumas empresas utilizam a conta Faturamento Bruto, que engloba o IPI, assim como uma conta IPI Faturado. O faturamento bruto deduzido do IPI faturado seria igual à Receita Bruta de Vendas, ponto de partida da DRE. Fiquem atentos, portanto. Se por acaso aparecer na prova Faturamento Bruto e IPI Faturado basta deduzir um do outro que se chegará à receita bruta.

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4.2.2. ICMS

O ICMS, ou imposto sobre circulação de mercadorias e serviços de telecomunicação e transportes interestaduais e intermunicipais, tem suas normas gerais definidas pela Lei Complementar 87/96 e alterações .

A característica essencial deste imposto é o fato de ele ser calculado “por dentro”. Isso quer dizer que o ICMS está incluso no valor da nota fiscal de venda, ou seja, no valor da nota existe uma parcela de imposto integrante do preço. A Constituição Federal de 1988, no art. 155, inciso XII, alínea “j” estabelece que:

“compete a lei complementar fixar a base de cálculo, de modo que o montante do imposto a integre, também

na importação do exterior de bem, mercadoria ou serviço. Assim, o montante do imposto integra a sua própria base de cálculo. No momento da venda, o contribuinte

deve reconhecer a sua incidência, registrando simultaneamente uma DESPESA e uma OBRIGAÇÃO de recolher o tributo aos cofres públicos. A nota fiscal emitida pelo vendedor deverá destacar a parcela correspondente ao ICMS, bem como a alíquota aplicada.

O tratamento contábil dado ao ICMS e ao IPI nas vendas é inteiramente diferente. Vejam alguns comparativos:

a) o ICMS é “por dentro do preço”, fazendo parte da receita bruta de vendas e exigindo um lançamento em conta redutora de vendas (ICMS SOBRE VENDAS), devendo ser deduzido da receita bruta na DRE;

b) o IPI é “por fora do preço”, e não exige lançamento em conta de resultado (não vai para a DRE), pois não é considerado despesa, devendo ser contabilizado somente em conta patrimonial.

Exemplo 1: Empresa VENDE-TUDO vende 1.000 caixas de DVD-R a R$ 20,00 cada, em dinheiro, com destaque de ICMS incidente à alíquota de 20%.

Nota Fiscal de Venda NOTA FISCAL

Contribuinte: VENDE-TUDO 10/01/2005 Qtde Descrição Preço

Unitário (R$)

Total

1.000 Caixas de DVD-R c/10 unid. 20,00 20.000,00 Total da Nota 20.000,00

ICMS Base Tributável Alíquota Valor a Destacar 20.000,00 20% 4.000,00

Tranqüilo, não é? Feita a nota fiscal, é mole!!! Basta lembrar que o total da nota é o valor a pagar/receber e lançar contra Caixa, Bancos ou Clientes. Se não houver desconto comercial, o valor da receita de vendas é igual ao valor a receber. Depois, o ideal é fazer o lançamento do ICMS separado para não confundir.

Lançamentos (no vendedor): D – Caixa (AC) 20.000,00 C – Vendas à vista (R) 20.000,00 D – ICMS sobre vendas (D) 4.000,00 C – ICMS a recolher (PC) 4.000,00 Agora vamos complicar um pouco, com um exemplo com IPI e ICMS.

Exemplo 2: A empresa FABRIKA-TUDO vende para um revendedor à vista, em dinheiro, 200 kg de ácido ascórbico a R$ 5,00 o quilograma, com incidência de ICMS à alíquota de 20% e de IPI de 5%, não havendo incidência de PIS nem de COFINS.

Nota Fiscal de Venda NOTA FISCAL

Contribuinte: FABRIKA-TUDO 10/01/2005

Qtde Descrição Preço Unitário (R$)

Total

200 kg Ácido Ascórbico 5,00 1.000,00

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Observaram que o IPI não está na base de cálculo do ICMS? Essa regra advém do artigo 155, §2º, inciso XI da Constituição Federal, nos casos em que a operação configure fato gerador dos dois tributos e a mercadoria vendida seja destinada à comercialização ou industrialização. Portanto, pode-se inferir que, quando a mercadoria for destinada a uso ou consumo do adquirente, o valor da parcela do IPI passará a integrar a base de cálculo do ICMS .

Lançamentos (no vendedor): D – Caixa (AC) 1.000,00 C – Vendas a vista (R) 1.050,00 C – IPI a recolher (PC) 50,00 D – ICMS sobre vendas (D) 200,00 C – ICMS a recolher (PC) 200,00

4.2.3 PIS E COFINS SOBRE FATURAMENTO

Além dos tributos citados anteriormente, incidem ainda sobre o faturamento das empresas a Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (COFINS) e os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS/PASEP). Ambas são contribuições sociais que também estão incluídas no preço das mercadorias e dos serviços vendidos. Dessa forma, seu cálculo e contabilização assemelham-se ao do ICMS, ou seja, “por dentro”.

Uma das grandes alterações recentes na contabilização dessas espécies tributárias, após a mini-reforma tributária iniciada no segundo mandato do Presidente Fernando Henrique, foi que passaram a ter incidência não cumulativa para as empresas tributadas pelo lucro real no IR, assunto que será visto logo a seguir, quando tratarmos da tributação das compras. As regras de incidência e de não-cumulatividade do PIS estão consolidadas na Lei 10.637/2002 e alterações posteriores, enquanto que a COFINS é atualmente regulada pela Lei 10.833/2003 e alterações posteriores.

Considera-se como fato gerador das contribuições PIS e COFINS a totalidade das receitas auferidas pela empresa, independentemente da atividade exercida pela pessoa jurídica e da classificação contábil adotada para sua escrituração. É claro que a Lei impõe algumas exceções.

São inúmeras as regras de incidência e não incidência destas contribuições. Para o estudo da Contabilidade Geral para Concursos - Introdutória, objetivo deste curso, limitaremos a abrangência às principais regras de incidência e lançamentos efetuados nas entidades adquirente e vendedora.

A base de cálculo do PIS/PASEP e da COFINS, devidas pelas pessoas jurídicas de direito privado, será o seu faturamento, correspondendo este à receita bruta. Conforme já comentado, para efeito destas contribuições, entende-se por receita bruta a totalidade das receitas auferidas pela pessoa jurídica, compreendendo inclusive as receitas financeiras, sendo irrelevantes o tipo de atividade por ela exercida e a classificação contábil adotada para as receitas.

Podemos destacar as seguintes receitas que devem ser excluídas da base de cálculo destas contribuições:

(+) IPI 5% Base de Cálculo

R$ 1.000,00 50,00

Total da Nota 1.050,00 ICMS

Base Tributável Alíquota Valor a Destacar 1.000,00 20% 200,00

- as vendas canceladas; - os descontos incondicionais concedidos; - o IPI; - o ICMS, quando cobrado pelo vendedor dos bens ou prestador dos serviços na condição de substituto tributário; - as reversões de provisões operacionais e recuperações de créditos baixados como perda, que não representem ingresso de novas receitas; - o resultado positivo da avaliação de investimentos pelo método da equivalência patrimonial; - os lucros e dividendos derivados de investimentos avaliados pelo custo de aquisição, que tenham sido computados como receita; - a receita decorrente da venda de bens do ativo permanente.

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Contabilização:

É importante que na contabilização destas contribuições tenhamos todo o cuidado com a natureza da receita sobre a qual estão incidindo as mesmas, visto que estas podem se caracterizar como deduções da receita bruta ou como despesas operacionais.

Quando a incidência se der sobre o valor de vendas de mercadorias, produtos e serviços, PIS e COFINS incidentes se constituirão em deduções da receita bruta. Quando a sua incidência se der sobre as demais receitas operacionais, tais como receitas financeiras e aluguéis, devem ser contabilizadas na forma de outras despesas operacionais, por se correlacionarem às receitas desta natureza. Vamos dar um exemplo para melhor compreensão. Acompanhe comigo!!!!

Exemplo 1: a empresa industrial GAMA vende um lote de 1.000 cadeiras a um custo unitário de R$ 20,00 cada, para o revendedor BETA, sendo IPI de 10%, PIS/PASEP de 1,65%, COFINS de 7,6% e ICMS de 20%. Resolução: Primeiramente, vamos lembrar que o IPI não integra a base de cálculo do ICMS quando a mercadoria é destinada à comercialização!!! Isso já foi visto!!! Está na Constituição Federal, artigo 155, §2º, inciso XI. Assim, a nota fiscal de venda ficará:

Nota Fiscal de Venda

Agora vamos ao cálculo separado do PIS e da COFINS, cujas alíquotas não cumulativas são de 1,65% e 7,6%, respectivamente. Pela legislação dessas contribuições (Lei 9.718/98 e alterações posteriores), o IPI também não compõe a base de cálculo do PIS e da COFINS nas operações de venda.

Valor do PIS = 1,65% x R$ 20.000,00 = R$ 330,00 Valor da COFINS = 7,6% x R$ 20.000,00 = R$ 1.520,00

Assim como o ICMS, PIS e COFINS também estão inclusas no preço da mercadoria, isto é, são calculadas por dentro. Isso quer dizer que, na sua contabilização, serão debitadas contas de despesa (PIS sobre vendas e COFINS sobre vendas), em contrapartida às obrigações de recolhimento das mesmas (PIS a recolher e COFINS a recolher). É bastante interessante proceder aos lançamentos separadamente para cada tributo, para facilitar. Os lançamentos na empresa Gama ficarão assim:

Lançamentos (no vendedor):

NOTA FISCAL Contribuinte: GAMA 10/01/2005 Qtde Descrição Preço

Unitário (R$)

Total

1.000 Cadeiras 20,00 20.000,00 (+) IPI 10% Base de

Cálculo R$ 20.000,00 2.000,00

Total da Nota 22.000,00

ICMS Base Tributável Alíquota Valor a Destacar

20.000,00 20% 4.000,00

D – Caixa (AC) 22.000,00 C – Vendas à vista (R) 20.000,00 C – IPI a recolher (PC) 2.000,00 D – ICMS sobre vendas (D) 4.000,00 C – ICMS a recolher (PC) 4.000,00 D – PIS sobre vendas (D) 330,00 C – PIS a recolher (PC) 330,00 D – COFINS sobre vendas (D) 1.520,00 C – COFINS a recolher (PC) 1.520,00

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4.3 TRIBUTOS INCIDENTES SOBRE COMPRAS

A sistemática tributária brasileira permite a compensação do tributo que for pago na compra de produtos ou serviços pelas empresas adquirentes com os valores a recolher devidos pela venda de produtos e/ou serviços. Esse procedimento está previsto na própria Constituição Federal, que determina que o ICMS e o IPI sejam não-cumulativos. Com a minireforma tributária, também passaram a ser não cumulativas (regra geral) as contribuições PIS e COFINS. Assim, as empresas que forem contribuintes dos impostos, ressalvadas as exceções, não os considerarão como custo nas aquisições e devem registrar os valores pagos, referentes a estes tributos, em seu ativo, como impostos a recuperar, no ativo circulante ou no realizável a longo prazo. A esse procedimento dá-se o nome de crédito de impostos,ou compensação tributária.

4.3.1. TRIBUTOS RECUPERÁVEIS

Então chamamos estes tributos não cumulativos de recuperáveis, ou seja, aqueles cujo valor a pagar são abatidos, em cada operação, do montante de impostos pagos nas etapas anteriores.

O ICMS é recuperável nas compras de mercadorias para revenda, matérias-primas destinadas a industrialização, prestação de serviços de transporte, e ainda na compra de bens para o ativo permanente (a partir da Lei Complementar no 99/99) e outras. Em princípio, não é recuperável nas aquisições de bens para consumo, mas também há exceções previstas na Lei 87/96, introduzidas pelas alterações posteriores.

O ICMS não poderá ser recuperado caso os bens sejam adquiridos para o consumo final da entidade. Nesse caso a empresa não deverá fazer o registro de impostos a recuperar, à exceção do disposto na Lei Complementar nº 99/99, que passou a permitir o crédito de ICMS nas aquisições para o ativo permanente.

Então como registrar esses tributos pagos na aquisição de mercadorias, senão no ativo circulante, no caso de não serem recuperáveis? Bom, os impostos suportados na aquisição de mercadorias, quando não-recuperáveis, deverão integrar o custo. É o caso do imposto de importação sobre mercadorias adquiridas no exterior. Esse imposto sempre irá a estoque na aquisição, devido à sua própria natureza, ou seja, é custo para a empresa adquirente.

Vamos dar uma olhada agora na Lei das S.A., cujo artigo 183, inciso II, afirma que os estoques de uma empresa comercial devem ser avaliados pelo custo de aquisição, nele incluídos os gastos com transportes, seguros, embalagens e os tributos não-recuperáveis, tais como ICMS, PIS, COFINS, IPI, Imposto de Importação e IOF, quando incidente sobre as operações de câmbio. Conclusão mais uma vez, pelo processo de repetição: o ICMS não vai a estoque, assim como o IPI, tampouco PIS e COFINS, se forem recuperáveis, bem como outros tributos, quando puderem ser abatidos ou compensados em operações posteriores, ou seja, quando forem não-cumulativos (recuperável é sinônimo de não cumulativo).

Vale ressaltar que só pode utilizar crédito de tributo, ou seja, recuperá-lo, as empresas que forem contribuintes dos mesmos. Assim, no caso de compras de mercadorias e matérias-primas por empresas contribuintes do IPI (industrial ou equiparado a industrial), desde que o produto seja utilizado como insumo pelo adquirente, é preciso dar ao imposto tratamento idêntico ao dado ao ICMS nos registros das compras, já que ambos são não-cumulativos, devendo ser despojados dos estoques e deduzidos das compras brutas, como já visto anteriormente. Se a empresa for, por exemplo, uma revendedora, não será contribuinte do IPI. Nesse caso deverá considerar o imposto (IPI) como custo, levando-o à estoque.

Assim como o ICMS, o IPI é um imposto não-cumulativo, devendo o tributo pago na aquisição de matérias-primas ou insumos para fabricação ser compensado com o devido na venda dos produtos. No entanto, é necessário observar que são contribuintes deste imposto apenas o importador de produtos industrializados, as indústrias e os estabelecimentos a ela equiparados. Por este motivo, o tributo será recuperável apenas para os adquirentes que sejam contribuintes. Nos demais casos, o IPI será parte integrante do custo das mercadorias.

Exemplo 1: A industrial MATERIAL LEVE adquire 3.000 sacos de cimento, para uso em seu processo produtivo, ao valor unitário de R$ 5,00 cada saco, sendo pagamento à vista, IPI de 10% e ICMS de 17%, com isenção de PIS e COFINS.

Nota Fiscal de Venda

NOTA FISCAL Contribuinte: MATERIAL LEVE 10/01/2005 Qtde Descrição Preço

Unitário Total

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Supondo que o adquirente utilize o sistema permanente de controle de estoque, o lançamento será: Lançamentos (no comprador): D – Estoques – Matéria Prima (AC) 12.450,00 D – IPI a Recuperar (AC) 1.500,00 D – ICMS a Recuperar (AC) 2.550,00 C – Caixa (AC) 16.500,00 Viram como é simples? Comecem pelo total da nota, que é o valor a pagar, portanto o valor creditado de Caixa

(ou Bancos ou Fornecedores, se for o caso). Depois, é só lançar a débito os valores dos tributos recuperáveis. Finalmente, basta subtrair do total da nota (R$ 16.500,00) os valores dos tributos recuperáveis (R$ 1.500,00 e R$ 2.550,00). O que sobrar (R$ 12.450,00) é custo, ou seja, irá para a conta Estoques (se for inventário permanente), ou para a conta Compras (se for inventário periódico). É o que se chama de valor líquido da mercadoria.

Ao final dos períodos de apuração de cada tributo, deverão ser comparados os saldos das contas ICMS a recolher com ICMS a recuperar, e IPI a recolher com IPI a recuperar. Caso o valor a pagar seja maior, a empresa deverá recolher a diferença. Caso seja menor, ficará como direito para o período de apuração seguinte.

Pode aparecer em provas também o sistema de conta única (ICMS conta corrente ou ICMS C/C). Essa conta será lançada a débito pelos valores pagos nas mercadorias adquiridas, e a crédito, pelo valor de imposto devido nas operações de vendas. Ao final do período, se o saldo da conta ICMS C/C for devedor, será uma conta de ativo e significa que a empresa terá imposto a recuperar no futuro. Caso seja de saldo credor, indica que a conta é de passivo e configura a existência de imposto a recolher. Essa sistemática pode ser utilizada também pára os demais tributos recuperáveis, como IPI, PIS e COFINS. Exemplo 2: A empresa industrial GAMA adquire para sua produção 200.000 metros de tecido diretamente da fábrica ao valor unitário de R$ 0,5 o metro. Sabe-se que incidiram na operação IPI de 10%, PIS/PASEP de 1,65%, COFINS de 7,6% e ICMS de 20%. Resolução: O IPI neste caso também é recuperável, pois o produto está sendo adquirido para utilização na produção, por uma indústria, que é contribuinte do IPI. Além disso, não integra a base de cálculo do ICMS, pois já aprendemos que isso só ocorreria quando a compra fosse destinada a consumo da empresa, ou seja quando o produto adquirido não for destinado à comercialização ou industrialização (Constituição Federal, artigo 155, §2º, inciso XI, e Lei Complementar 87/96 e alterações posteriores).

O IPI recuperável também não integra a base de cálculo do PIS e da COFINS, por força das legislações das

contribuições e normas reguladoras (IN/SRF 247/2002, art. 66, §3º e IN/SRF 404/2004, art 8º, §3º, inciso I). Assim: Nota Fiscal de Venda

(R$) 3.000 Sacos de cimento 5,00 15.000,00 (+) IPI 10% Base de

Cálculo R$ 15.000,00 1.500,00

Total da Nota 16.500,00

ICMS Base Tributável Alíquota Valor a Destacar

15.000,00 17% 2.550,00

NOTA FISCAL Contribuinte: GAMA 10/01/2005 Qtde Descrição Preço

Unitário (R$)

Total

200.000 mts Tecido 0,5 100.000,00

(+) IPI 10% Base de Cálculo

R$ 100.000,00 10.000,00

Total da Nota 110.000,00 ICMS

Base Tributável Alíquota Valor a Destacar 100.000,00 20% 20.000,00

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PIS e COFINS deverão ter cálculo separado: Valor do PIS a recuperar = 1,65% x R$ 100.000,00 = R$ 1.650,00 Valor da COFINS a recuperar = 7,6% x R$ 100.000,00 = R$ 7.600,00 Lançamentos (no comprador): D – Mercadorias – Compras 70.750,00 D – IPI a Recuperar (AC) 10.000,00 D – ICMS a Recuperar (AC) 20.000,00 D – PIS a Recuperar (AC) 1.650,00 D – COFINS a Recuperar (AC) 7.600,00 C – Fornecedores (PC) 110.000,00

Pessoal, a sistemática será sempre a mesma: creditar o valor total da nota em Caixa, Fornecedores ou Bancos, debitar os tributos recuperáveis, e finalmente, debitar a conta representativa de estoques pelo valor líquido da mercadoria, que no caso foi de R$ 70.750,00.

4.3.2. TRIBUTOS NÃO RECUPERÁVEIS De acordo com a legislação de cada uma das espécies tributárias, há casos nos quais o valor pago na aquisição

de produtos, serviços ou mercadorias não poderá ser compensado com os valores devidos pelas vendas, isto é, os tributos não serão recuperáveis.

O ICMS não é recuperável por empresas não contribuintes do imposto, tais como as prestadoras de serviços, tributadas pelo ISS (imposto sobre serviços de qualquer natureza). Além disso, em princípio, não é recuperável para aquisições de mercadorias para consumo e para o ativo permanente. Porém, a Lei Complementar 87/96 e alterações posteriores (LC 99/99 e LC 102/00) estabeleceram a possibilidade de compensação do tributo quando da aquisição de bens destinados ao ativo permanente da empresa.

A legislação do PIS e da COFINS, por sua vez (Leis 10.637/2002, 10.833/2003 e alterações posteriores), prevê a não cumulatividade das contribuições para as empresas tributadas com base no lucro real. As alíquotas não cumulativas, para a maioria dos produtos, são de 1,65% para o PIS, e de 7,6% para a COFINS. Quando forem cumulativas, as contribuições incidirão às alíquotas de 0,65% para o PIS, e de 3% para a COFINS. A legislação também permite a utilização de créditos na aquisição de máquinas e equipamentos para utilização na fabricação de produtos destinados à venda e a outros bens incorporados ao ativo imobilizado.

O IPI será recuperável somente nas aquisições de insumos para fabricação de produtos por empresas industriais, ou equiparadas a industriais, por serem contribuintes do imposto. Assim, quando uma indústria compra de outra indústria, pode recuperar o IPI. Quando uma empresa comercial compra produtos diretamente da fábrica, não poderá compensar o IPI. Nesse caso, o tributo será registrado como custo para a empresa adquirente.

Exemplo 1: A empresa comercial DELTA adquire para revenda 1.250 espelhos retrovisores para automóvel, direto da fábrica, no valor unitário de R$ 80,00 cada. Sabe-se que incidiram na operação IPI de 10%, PIS/PASEP de 1,65%, COFINS de 7,6% e ICMS de 20%.

Resolução: nesse exemplo o IPI não é recuperável, pois o produto está sendo adquirido por uma empresa comercial, não contribuinte do imposto. Além disso, por ser uma aquisição para revenda, o IPI não integra a base de cálculo do ICMS. Porém, o IPI não recuperável passa a integrar o cálculo das contribuições PIS e COFINS a recuperar, por força das legislações das contribuições e normas reguladoras (IN/SRF 247/2002, art. 66, §3º e IN/SRF 404/2004, art 8º, §3º, inciso I). Assim, tendo como base a Nota Fiscal de Venda da Delta:

NOTA FISCAL

Contribuinte: DELTA 10/01/2005 Qtde Descrição Preço

Unitário (R$)

Total

1.250 Espelhos 80,00 100.000,00

(+) IPI 10% Base de Cálculo

R$ 100.000,00 10.000,00

Total da Nota 110.000,00 ICMS

Base Tributável Alíquota Valor a Destacar 100.000,00 20% 20.000,00

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Valor do PIS a recuperar = 1,65% x R$ 110.000,00 = R$ 1.815,00 Valor da COFINS a recuperar = 7,6% x R$ 110.000,00 = R$ 8.360,00

Lançamentos (no comprador): D – Mercadorias – Compras 79.825,00 D – ICMS a Recuperar (AC) 20.000,00 D – PIS a Recuperar (AC) 1.815,00 D – COFINS a Recuperar (AC) 8.360,00 C – Fornecedores (PC) 110.000,00

4.4. DESCONTOS INCONDICIONAIS E ABATIMENTOS COM IMPOSTOS

Os descontos incondicionais, aqueles concedidos pelo vendedor em função da quantidade adquirida ou da fidelidade do cliente, acabam por influenciar a base de cálculo dos tributos incidentes nas operações com mercadorias (ICMS, IPI, PIS e COFINS).

A base de cálculo do ICMS não contempla o valor do desconto, portanto será o valor total da nota menos o IPI. Já o IPI, por força do Regulamento do IPI (Decreto 4.544/2002), apresenta como base de cálculo o preço de tabela do produto, qual seja, o valor total da nota somado ao desconto incondicional concedido. É como se a tributação do IPI ignorasse o desconto incondicional concedido, considerando como base de cálculo o valor da mercadoria como se não houvesse o desconto (é o que chamamos de valor cheio).

Portanto, o IPI incide sobre o valor total da operação, que compreende o preço do produto, mais o frete e demais despesas acessórias, cobradas pelo contribuinte ao comprador. Os descontos não podem ser deduzidos da base de cálculo do IPI. Já o ICMS incide sobre o valor bruto, menos o desconto incondicional concedido.

A base de cálculo do PIS e da COFINS também não contempla os descontos incondicionais concedidos, as vendas canceladas, e o IPI.

Exemplo 1: A empresa industrial Alfa vende, à vista, para a Comercial Beta, 10 (dez) móveis, no valor de R$ 800,00 cada, sobre o qual foi concedido desconto comercial de 10%. Houve incidência de ICMS de 20% e IPI de 5%. Suponha isenção de PIS e de COFINS.

Nota Fiscal de Venda

Agora veremos os lançamentos do ponto de vista do comprador e do vendedor. Lembramos que os descontos incondicionais podem ser registrados em contas separadas ou não. No caso de não serem utilizadas contas à parte, o seu valor é simplesmente deduzido do valor que será lançado ao estoque.

Lançamentos (no vendedor): D – Caixa (AC) 7.600,00 D – Descontos Comerciais Concedidos 800,00 C – Vendas à vista 8.000,00 C – IPI a Recolher (PC) 400,00 D – Despesas com ICMS (D) 1.440,00 C – ICMS a Recolher (PC) 1.440,00

NOTA FISCAL Contribuinte: ALFA 10/01/2005 Qtde Descrição Preço Unitário

(R$)

Total

10 Móveis 800,00 8.000,00 (-) Desconto 10% 800,00 (+) IPI 5% Base de

Cálculo R$ 8.000,00 400,00

Total da Nota 7.600,00

ICMS Base Tributável Alíquota Valor a Destacar

7.200,00 20% 1.440,00

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Lançamentos (no comprador):

D – Mercadorias – Compras 6.960,00 D – ICMS a Recuperar (AC) 1.440,00 C – Descontos sobre Compras 800,00 C – Caixa (AC) 7.600,00

A conta Descontos sobre Compras será uma conta de saldo credor, retificadora de Compras, deduzindo o valor das compras brutas para a obtenção das compras líquidas.

4.5 DEVOLUÇÕES COM IMPOSTOS

Já vimos que eventualmente pode ocorrer de uma determinada mercadoria ter de ser devolvida pelo cliente, por estar em desacordo com o pedido ou mesmo por possuir algum defeito. Analisaremos a seguir o tratamento contábil e fiscal a ser aplicado quando ocorrer a devolução, tanto do ponto de vista do comprador quanto do vendedor.

4.5.1. DEVOLUÇÕES DE COMPRAS

O adquirente que efetuar uma devolução do produto comprado deve registrar o fato no Livro de Registro de Saídas, havendo inclusive incidência de imposto na operação (ou perda do direito de compensar imposto futuro). O lançamento será exatamente conforme visto na aula anterior, quando não havia incidência de tributos. Agora veremos que, na operação de devolução, todos os valores devem ser estornados, inclusive os impostos incidentes. Mantém-se a mesma regra de efetuar um lançamento inverso. Isso quer dizer que a devolução de uma compra que gerou crédito de determinado imposto (ex: ICMS) deve ser registrada por meio do estorno (parcial ou total) desse crédito, correspondendo a uma redução no valor do tributo a compensar.

Exemplo 1: A empresa comercial COMPRA-CERTA adquire diretamente do fabricante FABRIKA E VENDE LTDA, para revenda, 100 aparelhos de DVD, à vista, ao preço unitário de R$ 1.000,00 cada (ICMS=20%; IPI=5%; PIS = 1,65%; COFINS = 7,6%). Alegando problemas técnicos, decide devolver 02 (duas) unidades ao vendedor.

Nota Fiscal de Venda

O IPI não é recuperável, pois a empresa adquirente é um revendedor. Por isso ele entra como custo para a mesma. Como ele não é recuperável, compõe a base de cálculo do PIS e da COFINS não cumulativas, por força das legislações das contribuições.

Os valores do PIS e da COFINS serão: PIS = 1,65% x R$ 105.000,00 = R$ 1.732,00 (aprox.) COFINS = 7,6% X R$ 105.000,00 = R$ 7.980,00 O lançamento na empresa adquirente será:

NOTA FISCAL Contribuinte: FABRICA E VENDE LTDA

10/01/2005

Qtde Descrição Preço Unitário

(R$)

Total

100 DVD 1.000,00 100.000,00

(+) IPI 5% Base de Cálculo

R$ 100.000,00 5.000,00

Total da Nota 105.000,00 ICMS DESTACADO

Base Tributável Alíquota Valor a Destacar 100.000,00 20% 20.000,00

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Lançamento da compra (no comprador): D – Mercadorias – Compras 75.288,00 D – PIS a Recuperar (AC) 1.732,00 D – COFINS a Recuperar (AC) 7.980,00 D – ICMS a Recuperar (AC) 20.000,00 C – Caixa (AC) 105.000,00 Para registrar a devolução de 2 aparelhos, o comprador deverá emitir uma nota fiscal de devolução, que

conterá as seguintes informações:

Nota Fiscal de Devolução

PIS = 1,65% x R$ 2.100,00 = R$ 35,00 (aprox.) COFINS = 7,6% X R$ 2.100,00 = R$ 160,00 (aprox.)

Lançamento da devolução (no comprador): D – Caixa (AC) 2.100,00 C – PIS a Recuperar (AC) 35,00 C – COFINS a Recuperar (AC) 160,00 C – ICMS a Recuperar (AC) 400,00 C – Devolução de Compras 1.505,00

Para chegarmos ao lançamento acima, basta inverter os débitos com os créditos do lançamento original e aplicar o percentual de devolução (duas devoluções em um total de 100 = 2%).

4.5.2. DEVOLUÇÕES DE VENDAS COM IMPOSTOS

Assim como o comprador registra uma saída de mercadoria quando procede a uma devolução, para o vendedor essa devolução representa uma entrada de mercadorias, a ser registrada no Livro de Registro de Entradas, havendo o direito a recuperar o imposto correspondente, uma vez que uma entrada equivale a uma compra, em termos tributários.

Exemplo 1: A empresa industrial Tudo Faz Ltda. vende, a prazo, 10 (dez) unidades de DVD, a R$ 600,00 cada, tendo concedido um desconto de R$ 500,00 no total da nota fiscal, em função da quantidade adquirida. Dois dias depois, o comprador devolveu uma unidade, pois alegou que não havia encomendado 10 unidades, mas apenas 9. Considere IPI=10%, ICMS=20% e isenção de PIS e COFINS.

Resolução: Esse exemplo poderia complicar um pouco, por ser uma devolução de uma compra e venda onde incidiram tributos e ainda houve um desconto. Porém, se vocês aprenderam bem a sistemática da devolução (a de inverter o lançamento e aplicar um percentual), não há problema algum em utilizá-la mesmo com todos esses fatores.

Nota Fiscal de Venda

NOTA FISCAL DE DEVOLUÇÃO Contribuinte: COMPRA-CERTA 10/01/2005 Qtde Descrição Preço

Unitário (R$)

Total

02 DVD 1.000,00 2.000,00 (+) IPI 5% Base de

Cálculo R$ 2.000,00 100,00

Total da Nota 2.100,00

ICMS DESTACADO Base Tributável Alíquota Valor a Destacar

2.000,00 20% 400,00

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Vejam como é fácil montar o lançamento: primeiro a conta Clientes (ou Caixa ou Bancos) deve ser debitada pelo valor da nota (o total a receber), que no caso é R$ 6.100,00. Depois, debite a conta Descontos Incondicionais Concedidos (redutora de vendas) pelo valor do desconto (R$ 500,00), que está na nota. O IPI também sai direto da nota (R$ 600,00). Pronto!!! Basta somar os débitos (R$ 6.100,00 + R$ R$ 500,00 = R$ 6.600,00) para descobrir o valor da receita de vendas, que é obtido pela dedução dos R$ 600,00 do IPI do total de R$ 6.600,00 a ser creditado, resultando em R$ 6.000,00 para receita de vendas. Fácil, não?

E o ICMS? Bom, esse é mais fácil ainda. Basta fazer o lançamento separadamente, a débito da conta ICMS sobre vendas (ou Despesas com ICMS), e a crédito da obrigação de pagar o imposto (ICMS a Recolher), sempre pelo valor constante da nota fiscal. O mesmo procedimento deve ser adotado para PIS, COFINS, e qualquer outro tributo cujo valor esteja incluído no preço da mercadoria (impostos calculados “por dentro”).

Lançamentos da venda (no vendedor): D – Clientes (AC) 6.100,00 D – Descontos Incondicionais Concedidos 500,00 C – Receita de Vendas (R) 6.000,00 C – IPI a Recolher (PC) 600,00 D – ICMS sobre vendas (D) 1.100,00 C – ICMS a Recolher (PC) 1.100,00

Já na devolução, basta aplicarmos o percentual de 10% e inverter os lançamentos, já que das 10 unidades vendidas, uma está sendo devolvida. O lançamento seria:

Lançamentos da devolução (no vendedor):

D – IPI a Recolher (AC) 60,00 D – Devolução de Vendas 600,00 C – Descontos Incondicionais Concedidos 50,00 C – Clientes (AC) 610,00 D – ICMS a Recolher (AC) 110,00 C – ICMS sobre vendas (D) 110,00

Nos lançamentos das devoluções, com relação aos tributos, ao invés de debitarmos a conta IPI a Recolher, o que gerou uma redução no imposto a pagar, poderíamos ter debitado a conta IPI a Recuperar, representando um aumento no crédito do imposto. Ao final do período, o comparativo entre os valores a pagar e a compensar seriam exatamente os mesmos. Raciocínio idêntico poderia ter sido aplicado com relação ao ICMS, PIS ou COFINS. Caso a empresa utilize a sistemática da conta única (ICMS C/C, IPI C/C), só haveria mesmo uma conta para debitar ou creditar, e aí o controle fica ainda mais fácil.

NOTA FISCAL Contribuinte: TUDO FAZ LTDA 10/01/2005 Qtde Descrição Preço Unitário

(R$)

Total

10 DVD 600,00 6.000,00 (-) Desconto 500,00 (+) IPI 10% Base de

Cálculo R$ 6.000,00 600,00

Total da Nota 6.100,00

ICMS DESTACADO Base Tributável Alíquota Valor a Destacar

5.500,00 20% 1.100,00

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INVENTÁRIO PERMANENTE

Dando continuidade ao nosso estudo das “Operações com Mercadorias”, nesse módulo, veremos o inventário permanente e os métodos de avaliação de estoque (PEPS, UEPS, Média móvel, Média Fixa e Margem de Lucro), porém ainda sem os fatores que alteram as compras e vendas (descontos, abatimentos, devoluções e impostos incidentes).

1. O INVENTÁRIO PERMANENTE

Nesse sistema de controle de estoque, mais utilizado por médias e grandes empresas, há um controle gerencial mais efetivo, pois os lançamentos são efetuados de forma contínua ou permanente. Normalmente, os registros são feitos em fichas de controle de estoque (uma para cada tipo de produto ou mercadoria), fazendo-se o lançamento na conta de estoques a débito, na aquisição de mercadorias, e lançamento a crédito, pela saída de mercadorias do estoque.

Todas as entradas (compras e devoluções de vendas) e saídas de estoque (vendas e devoluções de compras) são registradas no instante da transação, de forma a que se conheça sempre o total das compras, o CMV, o estoque final e o resultado com mercadorias (RCM), para cada operação e também por período.

Essa é a grande diferença com relação ao inventário periódico, que, por não contemplar registro imediato das baixas de estoque, exige uma contagem física das mercadorias estocadas para apuração do EF e, conseqüentemente, do CMV e do RCM. Estabelecendo um pequeno comparativo, teremos:

INVENTÁRIO PERMANENTE INVENTÁRIO PERIÓDICO Registro da baixa do estoque a cada saída

Não se registra a baixa do estoque

A conta de ativo Mercadorias é movimentada a cada saída ou entrada de mercadorias em estoque

As transações com mercadorias movimentam contas de resultado (Compras e Vendas), enquanto a conta Mercadorias só é atualizada ao final do período

Não é fundamental o inventário físico

A apuração do CMV e do RCM dependem de contagem física para quantificação do estoque final

A conta Mercadorias registra sempre o valor do estoque atual

Não há como saber o valor do estoque sem contagem física

Para a baixa do estoque utilizase um dos métodos de avaliação de estoque (PEPS, UEPS, Custo Médio Ponderado, Média Fixa)

Para apuração do valor do estoque final após a contagem utiliza-se, normalamente, o custo unitário das últimas entradas

Assim, no lançamento contábil de aquisição de mercadorias, se adotado o sistema de inventário permanente, as aquisições são lançadas na conta mercadorias-estoque (ativo), ao passo que, se adotado o sistema de inventário periódico, a conta a ser movimentada para registrar a aquisição de mercadorias deve ser a conta mercadorias-compras (conta de resultado).

O sistema de inventário permanente também pressupõe a utilização de 03 (três) contas básicas:

Mercadorias-estoque ou estoques ou mercadorias: é conta patrimonial, representativa dos estoques. É debitada nas aquisições (ou devoluções de vendas) e creditada nas saídas (vendas ou devoluções de compras). Seu saldo apresentará SEMPRE o valor dos estoques naquele momento. Não se utiliza a conta compras.

CMV (custo das mercadorias vendidas): é conta de resultado (despesa/custo), debitada pelo valor do custo de cada venda, ao invés de ser debitada somente ao final do período, como no inventário periódico.

Vendas (V): é conta de resultado (receita). O seu funcionamento é o mesmo, qualquer que seja o sistema de custeamento adotado pela empresa. É creditada pelo valor vendido (valor bruto). Também é conhecida como receita de vendas.

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Resumidamente, o registro contábil das operações no inventário permanente se dará da seguinte forma: a) Nas aquisições de mercadorias: Estoques a Caixa / bancos / fornecedores b) Nas vendas – como o sistema é de inventário permanente, além de registrar a receita de vendas, deve-se

contabilizar também a baixa do estoque, por um valor apurado de acordo com critério de avaliação utilizado (PEPS, UEPS, Média) Assim:

b.1) Preço de venda (não é lançado na ficha de estoque) Caixa / bancos / clientes a Receita de vendas b.2) Preço de custo (a ser registrado na coluna de saídas da ficha de estoque, obtido por um dos processos de

avaliação de estoque.) CMV a Estoques 1.1. AVALIAÇÃO DOS ESTOQUES

Visando controlar a movimentação de seus estoques, por meio do sistema de inventário permanente, as empresas utilizam métodos (ou critérios) de avaliação de estoques, dentre os quais destacamos:

a) Preço específico; b) PEPS (FIFO); c) UEPS (LIFO); d) Média ponderada móvel (custo médio ponderado); e) Preço de venda menos margem de lucro; f) Média ponderada fixa.

1.1.1. PREÇO ESPECÍFICO Esse método de avaliação na verdade é o mais simples de todos. Consiste em atribuir-se o custo

individualmente a cada bem adquirido pela empresa, de tal forma que, no momento da sua venda, se saiba exatamente qual é o custo daquele item específico, e aí se consiga calcular o RCM. É como se cada bem tivesse uma etiqueta informando o seu custo. No momento em que saísse do estoque para revenda, ficaria fácil saber o CMV, e conseqüentemente o RCM.

Isso aí é tranqüilo, quando se fala de uma pequena quantidade de itens. Aplica-se bem a uma loja que venda alguns quadros e obras de arte, ou a uma revendedora de automóveis, que tenham condição de registrar o preço individualmente de cada item adquirido. Bom, agora imaginem um bar que venda 1.000 latinhas de cerveja por dia. Essas latas foram adquiridas a diversos preços. Não há como saber quanto custou cada uma. É claro que ficaria difícil aplicar o preço específico numa situação dessa.

Vamos ver um exemplo para o caso de uma revendedora de automóveis. No início do mês de dezembro ela possuía 01 automóvel do modelo M1, adquirido a um custo de $10.000,00, e outro automóvel do modelo M2, que fora adquirido por $17.000,00. Seu saldo em caixa era de $55.000,00.

Durante o mês, a empresa realizou as seguintes transações, todas à vista: 05/12: aquisição de 01 veículo modelo M3, ao preço de $15.000,00 (1); 10/12: venda do veículo M2, por $19.000,00 (2 e 3); 15/12: venda do veículo M3, ao preço de $14.000,00 (4 e 5); 31/12: apuração do resultado bruto (6 e 7).

Registros no Diário: A compra é registrada a débito na conta de estoques (ativo)

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O veículo M2 fora adquirido por $17.000,00, sendo então “baixado” do estoque por este valor. Na operação de venda por $ 19.000,00 houve um lucro de $ 2.000,00.

O veículo M3 fora adquirido por $15.000,00, sendo então “baixado” do estoque por este valor. Na operação de venda por $14.000,00 houve um prejuízo de $ 1.000,00.

Transferênci

a do custo

(CMV) e da

receita de vendas para o resultado.

Considerando que nas operações de venda houve lucro de $2.000,00 na primeira e prejuízo de $1.000,00 na segunda, o resultado do período não poderia ser diferente: lucro de $1.000,00.

1.1.2 MÉTODO PEPS OU FIFO

Agora vamos analisar esse método que tem nome parecido com nome de refrigerante!! É um tema do qual normalmente os alunos têm um certo medo. Mas é super tranqüilo, mesmo. Por isso, optamos por analisar primeiramente os métodos PEPS, UEPS e Custo Médio sem qualquer influência de fatores como descontos, devoluções e tributos. Só depois, quando bem entendido o esquema das fichas de estoque, aí sim passaremos adiante, OK?

Bom, imaginem um revendedor de cervejas e refrigerantes, um bar. Ele compra várias caixas de bebida praticamente todos os dias, e os preços vão variando, aumentando ou diminuindo (já que hoje em dia a inflação não é TÃO galopante). A unidade da latinha de cerveja pode sair a R$ 0,92 num dia, R$ 0,93 no outro, e R$ 0,90 no outro, e assim por diante. No momento da venda de uma lata, ou de dez latas, como ele saberá quando custou aquela ou aquelas latinhas de cerveja? A resposta é: NÃO SABERÁ. Isso mesmo! Não saberá! Então como calcular o custo, que é o que queremos? Não se esqueçam disso: o nosso objetivo é calcular o CUSTO do que está sendo vendido (CMV).

Para calcular o custo, inventaram-se métodos que realizam uma estimativa, uma aproximação, quando é inviável a utilização do método do preço específico (visto anteriormente). O primeiro deles é o método PEPS, que significa “O PRIMEIRO A ENTRAR É O PRIMEIRO A SAIR”, ou FIFO (“FIRST IN, FIRST OUT”). Ora, trata-se de uma FILA, não é mesmo? Quando você é o primeiro a chegar na fila do INSS, ou do banco, você será (ou deveria ser) o primeiro a ser atendido, não é assim?

10/12 D Caixa 19.000,00 C Vendas 19.000,00

D CMV 17.000,00 C Mercadorias 17.000,00

23/04 D Caixa 14.000,00 C Vendas 14.000,00 D CMV 15.000,00 C Mercadorias 15.000,00

30/04 D RCM 32.000,00 C CMV 32.000,00 D Vendas 33.000,00 C RCM 33.000,00

05/12D - Mercadorias 15.000,00 C - Caixa 15.000,00

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Na contabilidade é a mesma coisa. Os primeiros lotes a serem adquiridos serão os primeiros que a empresa “baixará” do estoque. Nesse método, então, permanecem no estoque as mercadorias adquiridas por último. Lembrem-se sempre: Isso tudo é apenas tratamento contábil! No estoque físico, as latinhas de cerveja estão todas misturadas e não há como saber qual entrou antes ou depois.

Como conseqüência, o método PEPS produzirá os seguintes efeitos: – quando os preços da economia forem crescentes, ou seja, quando há inflação, os últimos preços são os

maiores, que são os das mercadorias que serão baixadas por último, permanecendo em estoque. Já o custo será o menor possível, se comparado com os outros métodos, pois sairão primeiro as mercadorias mais antigas, que são as mais baratas, gerando um maior resultado (lucro);

– quando não há inflação, se os preços ficam constantes, os métodos gerarão os mesmos valores para estoque final, CMV e RCM;

– se há queda de preços (deflação), o método PEPS registrará no estoque final os menores valores. O custo, por sua vez, será MAIOR em relação aos demais métodos (por conta da saída das mercadorias mais antigas, que são as mais caras). Isso ocasionará lucro menor.

Para controlar entrada e saída de mercadorias nos métodos PEPS, UEPS e Média móvel, as empresas se utilizam de fichas de controle de estoque, como esta abaixo:

Ficha de Controle de Estoque

Vamos finalmente estudar um exemplo, que servirá para os três métodos. Exemplo: A firma GARANTE-TUDO, que é revendedora de cerâmicas para piso, realizou diversas operações

de compra e de venda ao longo do mês de maio. Seu estoque inicial em 01/08 do piso de 30 x 30 cm, modelo k-3, era de 100 caixas, ao custo unitário de R$ 30,00 cada. O saldo devedor na conta caixa era de R$ 4.500,00. Nesse mês, a empresa realizou as seguintes operações, à vista, relativas ao piso acima referido (modelo k-3):

• 05/08: aquisição de 50 caixas a R$ 40,00 cada; • 08/08: venda de 120 caixas a R$ 70,00 cada; • 18/08: compra de 40 caixas a R$ 60,00 cada; • 25/08: venda de 20 caixas, a R$ 80,00 cada. Bom, vamos analisar separadamente o efeito de cada uma das transações: O estoque inicial deve ser assim lançado na ficha de controle de estoques:

Mercadorias: Caixas de Piso 30 x 30 Data Entradas Saídas Saldo

Quant. P. Unit. P. Total Quant. P. Unit. P. Total Quant. P. Unit. P. Total EI 100 30,00 300,00

A primeira transação foi:

• 05/08: aquisição de 50 caixas a R$ 40,00 cada;

Devemos lançar o valor da compra na coluna de “entradas”, repetindo o valor na coluna “saldo”: Ficha de Controle de Estoque (Método PEPS):

Mercadorias: Data

Entradas Saídas Saldo Quant. Preço

Unitário Preço Total

Quant. Preço Unitário

Preço Total

Quant. Preço Unitário

Preço Total

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Mercadorias: Caixas de Piso 30 x 30 Data Entradas Saídas Saldo

Quant. P. Unit. P. Total Quant. P. Unit. P. Total Quant. P. Unit. P. Total EI 100 30,00 3.000,00 05/08 50 40,00 2.000,00 100

50 30,00 40,00

3.000,00 2.000,00

O lançamento referente à compra foi (1):

D – MERCADORIAS R$ 2.000,00 C – CAIXA R$ 2.000,00

• 08/08: venda de 120 caixas a R$ 70,00 cada; No momento da venda é que se caracteriza de fato o método de avaliação de estoques. Como o método é o

PEPS, devemos “baixar” do estoque as mercadorias mais antigas. Assim, serão baixadas 100 caixas do primeiro lote (o do estoque inicial), e mais 20 caixas do segundo lote (o adquirido em 05/08).

Atenção! O valor a ser lançado na coluna “saídas” é o valor de CUSTO (o que estava registrado na ficha de estoques), e que é diferente para cada lote!!!! Sendo assim, o custo total da venda foi de R$ 1.100,00. Não tem nada a ver com a receita de venda. A receita de venda foi de 120 x R$ 70,00 = R$ 8.400,00. Vejam a ficha:

Mercadorias: Caixas de Piso 30 x 30 Data Entradas Saídas Saldo

Quant. P. Unit. P. Total Quant. P. Unit. P. Total Quant. P. Unit. P. Total EI 100 30,00 3.000,00 05/08 50 40,00 2.000,00 100

50 30,00 40,00

3.000,00 2.000,00

08/08 100 20

30,00 40,00

3.000,00 800,00

30 40,00 1.200,00

O lançamento referente à venda foi: Pela venda (2): D – CAIXA R$ 8.400,00 C – VENDAS R$ 8.400,00

Pelo custo (3) (baixa do estoque): D – CMV R$ 3.800,00 C – MERCADORIAS R$ 3.800,00 • 18/08: compra de 40 caixas a R$ 60,00 cada; Assim como no lançamento do dia 05/08, o valor da compra será lançado na coluna “entradas”. O valor da compra é 40 x R$ 60,00 = R$ 2.400,00

O lançamento da compra é (4): D – MERCADORIAS R$ 2.400,00 C – CAIXA R$ 2.400,00

A ficha de estoque ficará: Mercadorias: Caixas de Piso 30 x 30

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Data Entradas Saídas Saldo Quant. P. Unit. P. Total Quant. P. Unit. P. Total Quant. P. Unit. P. Total

EI 100 30,00 3.000,00 05/08 50 40,00 2.000,00 100

50 30,00 40,00

3.000,00 2.000,00

08/08 100 20

30,00 40,00

3.000,00 800,00

30 40,00 1.200,00

18/08 40 60,00 2.400,00 30 40

40,00 60,00

1.200,00 2.400,00

• 25/08: venda de 20 caixas, a R$ 80,00 cada. Pelo método PEPS serão baixadas 20 caixas do lote mais antigo (custo unitário de R$ 40,00). Na coluna “saídas”, lançaremos o valor de CUSTO (o que estava registrado na ficha de estoques), que é R$

40,00 por unidade. O custo total da venda foi de 20 x R$ 40,00 = R$ 800,00. A receita de venda foi de 20 x R$ 80,00 = R$ 1.600,00. Vejam a ficha:

O lançamento referente à venda foi: Pela venda (5): D – CAIXA R$ 1.600,00 C – VENDAS R$ 1.600,00

Pelo custo (6) (baixa do estoque): D – CMV R$ 800,00 C – MERCADORIAS R$ 800,00

Mercadorias: Caixas de Piso 30 x 30 Data Entradas Saídas Saldo

Quant. P. Unit. P. Total Quant. P. Unit. P. Total Quant. P. Unit. P. Total EI 100 30,00 3.000,00 05/08 50 40,00 2.000,00 100

50 30,00 40,00

3.000,00 2.000,00

08/08 100 20

30,00 40,00

3.000,00 800,00

30 40,00 1.200,00

18/08 40 60,00 2.400,00 30 40

40,00 60,00

1.200,00 2.400,00

25/08 20 40,00 800,00 10 40

40,00 60,00

400,00 2.400,00

4.400,00 CMV 4.600,00 ESTOQUE FINAL

2.800,00

Aqui valem alguns comentários finais: 1) estoque inicial aparece na primeira linha; 2) estoque final aparece na última linha, na coluna dos saldos; 3) total das compras (líquidas) é o somatório da coluna de entradas; 4) total da coluna de saídas equivale ao CMV; 5) Nas compras debita-se a conta MERCADORIAS, e nas vendas credita-se a conta MERCADORIAS; 6) Veremos adiante que as devoluções de compras são lançadas com sinal invertido na coluna de entradas e as

devoluções de vendas são lançadas com sinal invertido na coluna de saídas; 7) as vendas saem pelo custo, não importando, para fins de controle de estoque, o valor do preço de venda,

pois este é controlado em outra conta, como já visto. Vamos conferir o valor do CMV pela fórmula: CMV = EI + C – EF CMV = 3.000,00 + 4.400,00 – 2.800,00 CMV = 4.600,00

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Pessoal, é claro que, com a prática, vocês vão realizar este tipo de exercício com muito mais facilidade,

rapidez, e agilidade. Mas, no início, tem que ser assim, mesmo, passo a passo.

1.1.3 MÉTODO UEPS OU LIFO

O método UEPS significa “O ÚLTIMO A ENTRAR É O PRIMEIRO A SAIR”, ou LIFO (“LAST IN, FIRST OUT”). Isso equivale a uma “pilha de coisas”, como jornal velho, por exemplo. Você vai guardando os jornais velhos um em cima do outro. Se você precisar de um jornal, vai acabar pegando o de cima, ou seja, o último que entrou no estoque, enquanto que o primeiro a ser estocado só sairá de lá quando não houver outro jornal no estoque a não ser ele mesmo. Compreenderam?

Como conseqüência, ao contrário do método PEPS, o método UEPS produzirá os seguintes efeitos: – quando os preços da economia forem crescentes, ou seja, quando há inflação, os últimos preços são os

maiores, que são os das mercadorias que serão baixadas primeiro. Já o custo será o MAIOR possível, se comparado com os outros métodos, pois sairão primeiro as mercadorias mais RECENTES, que são as mais CARAS, gerando um MENOR resultado (lucro). Esse método NÃO é aceito pela legislação do IR;

– quando não há inflação, se os preços ficam constantes, os métodos gerarão os mesmos valores para estoque final, CMV e RCM;

– se há queda de preços (deflação), o método UEPS registrará no estoque final os MAIORES valores. O custo, por sua vez, será MENOR em relação aos demais métodos (por conta da saída das mercadorias mais RECENTES, que são as mais BARATAS). Isso ocasionará lucro MAIOR.

Vamos ver a contabilização das transações do mesmo exemplo utilizado para o método PEPS. Vamos analisar separadamente o efeito de cada uma das transações. Lembramos que as compras terão

tratamento idêntico em todos os métodos. O que varia é o registro da SAÍDA da mercadoria do estoque:

A primeira transação foi: • 05/08: aquisição de 50 caixas a R$ 40,00 cada; Devemos lançar o valor da compra na coluna de “entradas”, repetindo o valor na coluna “saldo”:

Ficha de Controle de Estoque (Método UEPS):

Mercadorias: Caixas de Piso 30 x 30 Data Entradas Saídas Saldo

Quant. P. Unit. P. Total Quant. P. Unit. P. Total Quant. P. Unit. P. Total EI 100 30,00 3.000,00 05/08 50 40,00 2.000,00 100

50 30,00 40,00

3.000,00 2.000,00

O lançamento referente à compra foi (1): D – MERCADORIAS R$ 2.000,00 C – CAIXA R$ 2.000,00

• 08/08: venda de 120 caixas a R$ 70,00 cada;

Como o método é o UEPS agora, devemos “baixar” do estoque as mercadorias mais recentes. Assim, serão baixadas as 50 caixas do segundo lote (o da compra), e mais 70 caixas do primeiro lote (o do estoque inicial).

Vejam a ficha:

Mercadorias: Caixas de Piso 30 x 30

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Data Entradas Saídas Saldo Quant. P. Unit. P. Total Quant. P. Unit. P. Total Quant. P. Unit. P. Total

EI 100 30,00 3.000,00 05/08 50 40,00 2.000,00 100

50 30,00 40,00

3.000,00 2.000,00

08/08 50 70

40,00 30,00

2.000,00 2.100,00

30 30,00 900,00

A receita de venda foi de 120 x R$ 70,00 = R$ 8.400,00. É a mesma em qualquer método. O lançamento referente à venda foi: Pela venda (2): D – CAIXA R$ 8.400,00 C – VENDAS R$ 8.400,00 Pelo custo (3) (baixa do estoque): D – CMV R$ 4.100,00 C – MERCADORIAS R$ 4.100,00

• 18/08: compra de 40 caixas a R$ 60,00 cada; Assim como no lançamento do dia 05/08, o valor da compra será lançado na coluna “entradas”. O valor da compra é 40 x R$ 60,00 = R$ 2.400,00 O lançamento da compra é (4): D – MERCADORIAS R$ 2.400,00 C – CAIXA R$ 2.400,00

A ficha de estoque ficará: Mercadorias: Caixas de Piso 30 x 30 Data Entradas Saídas Saldo

Quant. P. Unit. P. Total Quant. P. Unit. P. Total Quant. P. Unit. P. Total EI 100 30,00 3.000,00 05/08 50 40,00 2.000,00 100

50 30,00 40,00

3.000,00 2.000,00

08/08 50 70

40,00 30,00

2.000,00 2.100,00

30 30,00 900,00

18/08 40 60,00 2.400,00 30 40

30,00 60,00

900,00 2.400,00

• 25/08: venda de 20 caixas, a R$ 80,00 cada. Pelo método UEPS serão baixadas 20 caixas do lote mais recente (custo unitário de R$ 60,00). Na coluna “saídas”, lançaremos o valor de CUSTO (o que estava registrado na ficha de estoques), que é R$

60,00 por unidade. O custo total da venda foi de 20 x R$ 60,00 = R$ 1.200,00. A receita de venda foi de 20 x R$ 80,00 = R$ 1.600,00. Vejam a ficha:

O lançamento referente à venda foi: Pela venda (5): D – CAIXA R$ 1.600,00 C – VENDAS R$ 1.600,00 Pelo custo (6) (baixa do estoque): D – CMV R$ 1.200,00 C – MERCADORIAS R$ 1.200,00

Mercadorias: Caixas de Piso 30 x 30 Data Entradas Saídas Saldo

Quant. P. Unit. P. Total Quant. P. Unit. P. Total Quant. P. Unit. P. Total EI 100 30,00 3.000,00

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05/08 50 40,00 2.000,00 100 50

30,00 40,00

3.000,002.000,00

08/08 50 70

40,00 30,00

2.000,00 2.100,00

30 30,00 900,00

18/08 40 60,00 2.400,00 30 40

30,00 60,00

900,002.400,00

25/08 20 60,00 1.200,00 30 20

30,00 60,00

900,001.200,00

4.400,00 CMV 5.300,00 ESTOQUE FINAL

2.100,00

Vamos conferir o valor do CMV pela fórmula: CMV = EI + C – EF CMV = 3.000,00 + 4.400,00 – 2.100,00 CMV = 5.300,00 Os lançamentos no RAZÃO ficaram assim:

1.1.4. MÉDIA PONDERADA MÓVEL OU CUSTO MÉDIO PONDERADO (MPM OU CMP)

Nesse método, a cada unidade comprada com preço diferente do constante do estoque, o custo unitário do estoque deve ser recalculado. Evitam-se assim os valores extremos que ocorrem ao se avaliar pelo PEPS ou pelo UEPS.

No momento da venda, basta dar saída à mercadoria pelo custo unitário dos itens em estoque. Para calcular o custo médio do estoque, basta dividir o valor total estocado (o que já tinha mais o que entrou), pela quantidade de mercadorias. Vale lembrar que nesse método é necessária a realização de arredondamentos. Refazendo o mesmo exemplo anterior, utilizado em PEPS e UEPS, e efetuando os arredondamentos, temos:

A primeira transação foi: • 05/08: aquisição de 50 caixas a R$ 40,00 cada; Devemos lançar o valor da compra na coluna de “entradas”, porem, ao registrar o valor na coluna “saldo”,

devemos recalcular o custo unitário médio das mercadorias em estoque: Custo Médio = Valor Total / Qtde Mercadorias Custo Médio = (2.000,00 + 3.000,00) / 150 = R$ 33,33(aprox.) Ficha de Controle de Estoque (Método PMP):

O lançamento referente à compra foi (1): D – MERCADORIAS R$ 2.000,00 C – CAIXA R$ 2.000,00

• 08/08: venda de 120 caixas a R$ 70,00 cada; Como o método é o PMP agora, devemos “baixar” do estoque as mercadorias pelo custo médio (R$ 33,33). Vejam a ficha:

Mercadorias: Caixas de Piso 30 x 30 Data Entradas Saídas Saldo

Quant. P. Unit. P. Total Quant. P. Unit. P. Total Quant. P. Unit. P. Total EI 100 30,00 3.000,00 05/08 50 40,00 2.000,00 150 33,33 5.000,00

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A receita de venda foi de 120 x R$ 70,00 = R$ 8.400,00. É a mesma em qualquer método. O lançamento referente à venda foi: Pela venda (2): D – CAIXA R$ 8.400,00 C – VENDAS R$ 8.400,00 Pelo custo (3) (baixa do estoque): D – CMV R$ 4.000,00 C – MERCADORIAS R$ 4.000,00 • 18/08: compra de 40 caixas a R$ 60,00 cada; Assim como no lançamento do dia 05/08, o valor da compra será lançado na coluna “entradas”. O valor da compra é 40 x R$ 60,00 = R$ 2.400,00 O lançamento da compra é (4): D – MERCADORIAS R$ 2.400,00 C – CAIXA R$ 2.400,00 Recalculando o custo médio: Custo Médio = Valor Total / Qtde Mercadorias Custo Médio = (1.000,00 + 2.400,00) / 70 = R$ 48,57(aprox.)

A ficha de estoque ficará:

• 25/08: venda de 20 caixas, a R$ 80,00 cada. Pelo método PMP serão baixadas 20 caixas pelo valor do custo médio (R$ 48,57). Na coluna “saídas”, lançaremos o valor de CUSTO (o que estava registrado na ficha de estoques), que é R$

48,57 por unidade. O custo total da venda foi de 20 x R$ 48,57 = R$ 971,42. A receita de venda foi de 20 x R$ 80,00 = R$ 1.600,00. Vejam a ficha:

O lançamento referente à venda foi: Pela venda (5): D – CAIXA R$ 1.600,00 C – VENDAS R$ 1.600,00 Pelo custo (6) (baixa do estoque): D – CMV R$ 971,42 C – MERCADORIAS R$ 971,42

Mercadorias: Caixas de Piso 30 x 30 Data Entradas Saídas Saldo

Quant. P. Unit. P. Total Quant. P. Unit. P. Total Quant. P. Unit. P. Total EI 100 30,00 3.000,00 05/08 50 40,00 2.000,00 150 33,33 5.000,00 08/08 120 33,33 4.000,00 30 33,33 1.000,00

Mercadorias: Caixas de Piso 30 x 30 Data Entradas Saídas Saldo

Quant. P. Unit. P. Total Quant. P. Unit. P. Total Quant. P. Unit. P. Total EI 100 30,00 3.000,00 05/08 50 40,00 2.000,00 150 33,33 5.000,00 08/08 120 33,33 4.000,00 30 33,33 1.000,00 18/08 40 60,00 2.400,00 70 48,57 3.400,00

Mercadorias: Caixas de Piso 30 x 30

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Vamos conferir o valor do CMV pela fórmula: CMV = EI + C – EF CMV = 3.000,00 + 4.400,00 – 2.428,58 CMV = 4.971,42 Sendo assim, em uma economia com preços crescentes (o que é quase sempre o caso), a comparação dos três

métodos será:

Por outro lado, em uma economia com preços decrescentes, a comparação dos três métodos será:

1.1.5. MÉDIA PONDERADA FIXA (MPF) Galera concurseira, esse método da média fixa na verdade é o mais fácil de TODOS!!! Consiste em consolidar

todas as vendas do período como se fosse uma só, atribuindo-se ao custo de saída das mercadorias (o custo das mercadorias vendidas – CMV) o valor do custo médio das entradas, considerando sempre o estoque inicial.

Para calcularmos o custo médio das entradas, basta efetuarmos uma média ponderada simples dos valores de todas as aquisições e mais o estoque inicial (NÃO SE ESQUEÇAM DO ESTOQUE INICIAL !!!!! AÍ ESTÁ A GRANDE PEGADINHA DESSE MÉTODO !!!!).

Então, vamos agora refazer o mesmo exemplo utilizando o método da Média Fixa. A utilização da tabela (ficha de estoque), no caso da média fixa, é só pra facilitar a visualização do método, mas não é necessária. Basta fazer os cálculos da média.

Cálculos O valor do custo médio (fixo), foi obtido pela divisão do total em valor de mercadorias disponíveis para venda

no período (estoque inicial + compras) pela quantidade. Assim: Custo Médio Unitário = 7.400 / 190 = R$ 38,95 OBS: Não reparem nos valores quebrados, pois na prova certamente aparecerão exemplos mais simples. Aqui,

o que importa é compreender o método.

Data Entradas Saídas Saldo Quant. P. Unit. P. Total Quant. P. Unit. P. Total Quant. P. Unit. P. Total

EI 100 30,00 3.000,00 05/08 50 40,00 2.000,00 150 33,33 5.000,00 08/08 120 33,33 4.000,00 30 33,33 1.000,00 18/08 40 60,00 2.400,00 70 48,57 3.400,00 25/08 20 48,57 971,42 50 48,57 2.428,58 4.400,00 CMV 4.971,42 ESTOQUE

FINAL 2.428,58

Mercadorias: Caixas de Piso 30 x 30 Data Entradas Saídas Saldo

Quant. P. Unit. P. Total Quant. P. Unit. P. Total Quant. P. Unit. P. Total EI 100 30,00 3.000,00 100 30,00 3.000,00 05/08 50 40,00 2.000,00 150 08/08 120 30 18/08 40 60,00 2.400,00 70 25/08 20 50 190 38,95 7.400,00 140 38,95 5.453,00 50 38,95 1.947,50

PEPS → menor custo → maior lucro → aceito pelo IR UEPS → maior custo → menor lucro → não-aceito pelo IR MPM → custo médio → lucro médio → aceito pelo IR

PEPS → maior custo → menor lucro → aceito pelo IR UEPS → menor custo → maior lucro → não-aceito pelo IR MPM → custo médio → lucro médio → aceito pelo IR

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O custo das mercadorias vendidas (CMV), de um total de 140 (120 + 20) referente às duas vendas, de 08/08 e de 25/08, é obtido multiplicando-se a quantidade (140) pelo custo médio (R$ 38,95). Assim:

CMV = 140 * R$ 38,95 = R$ 5.453,00 O estoque final (EF) pode ser obtido de duas formas:

a) multiplicando-se a quantidade restante em estoque (50) pelo custo médio: EF = 50 x R$ 38,95 = R$ 1.947,00 (c/arredondamento) OU b) pela fórmula do CMV: CMV = EI + C – EF 5.453,00 = 3.000 + 4.400 – EF EF = 7.400,00 – 5.453,00 = R$ 1.947,00 O valor da receita de vendas é sempre o mesmo para todos os métodos (Lembrem-se disso!!! O que mude é o

valor dos CUSTOS!!!!!). Assim: V = R$ 10.000,00 (obtido anteriormente) Como o CMV foi R$ 5.453,00, o RCM foi de: RCM = V – CMV RCM = 10.000,00 – 5.453,00 = R$ 4.547,00

OBS: Nesse caso, o lucro foi menor apurando-se o custo pela média fixa, quando comparado à média móvel. Porém, isso nem sempre será verdade, pois o custo calculado pela média móvel depende dos valores em estoque no momento das vendas (e isso varia sempre), o que não ocorre na média fixa, quando utilizamos um valor consolidado para o custo, como se fosse uma só saída no período.

1.1.6. MÉTODO DO VAREJO O método do varejo é também conhecido popularmente como “preço de venda menos margem de lucro”. É

também um dos critérios de avaliação de estoques aceitos pela aceitos pela legislação tributária, conforme previsão do art. 2º da Lei nº 7. 959/89 e tem aparecido de vez em quando em questões de prova (inclusive aplicadas pela ESAF). Na verdade é um método simples, também.

Pessoal, isoladamente, tudo é simples, não é mesmo! O problema é quando junta tudo na cabeça e ainda tem a pressão da prova. Por isso, o negócio é relaxar, e fazer uma questão por vez, abstraindo-se do resto.

Bom, voltando ao método do varejo, trata-se de atribuir uma margem de lucro para determinado produto, uma vez que o controle por fichas de estoque poder-se-ia tornar muito oneroso para a empresa, dada a grande quantidade de mercadorias que são adquiridas e vendidas por dia (alto giro de estoque).

Assim, uma margem de lucro é atribuída a cada produto. Normalmente, essa margem é aplicada ao preço de custo, mas há que se ter cuidado. Se a questão falar em margem de lucro sobre o preço de venda, não vamos brigar com a prova não é mesmo?

O estoque final é avaliado quantitativamente, por contagem física ou por controles permanentes, pelo seu preço de venda multiplicado pelo quociente (índice) de custo/varejo. Isto nada mais é do que uma “regra de três”. Para a obtenção do quociente, necessitamos dos valores dos estoques disponíveis (inicial + compras) a preços de custo e de venda.

Exemplo: Margem de lucro = 25%; A empresa então marcará o preço do produto para venda, partindo do custo de aquisição, somando o lucro

esperado em cada departamento. Suponha que o custo unitário da mercadoria tenha sido de R$ 10,00. Para saber o preço de venda, deve-se

aplicar a margem de lucro ao preço de custo. Preço de venda = $10,00 x 1,25 = $12,50. Se, ao final do período contábil, o estoque desta mercadoria fosse de 200 unidades, o valor da venda esperada

seria 200 x $12,50 = $2.500,00. Então o valor do custo total das 200 unidades seria fornecido pela seguinte regra de três: 125%........ correspondem a $2.500,00 100%........ correspondem a X X = $2.000,00..., que é o valor do estoque final de tal mercadoria, ou seja, o custo das mercadorias que estão

no estoque.

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Atenção: caso fosse citado a margem de lucro como sendo de 25% sobre o preço de venda, então o cálculo seria: Margem de lucro (ML) = PREÇO DE VENDA (PV) – PREÇO DE CUSTO (PC)

ML = 0,25 X PV PV = ML + PC Então: ML = 0,25 X (ML + PC) PC = R$ 10,00 ML = 0,25 X (ML + 10,00) ML = 0,25 ML + 2,50 0,75 ML = 2,50 ML = R$ 3,33 Assim, considerando a margem de lucro de 25% aplicada sobre o preço de venda, sendo o preço de custo igual

a R$ 10,00, o preço de venda (PV) seria de: PV = PC + ML = 10,00 + 3,33 = R$ 13,33 O comum é a margem de lucro ser aplicada ao preço de custo. Mas isso não é uma verdade absoluta. Tem que

prestar atenção ao enunciado pra saber se a margem de lucro está sendo aplicada sobre o preço de custo ou sobre o preço de venda.

EXERCÍCIO RESOLVIDO (TCE-ES/2001): Uma empresa apurou 30 (trinta) unidades em seu estoque, por contagem física ao final do período, a um preço

de venda de $1.200,00. Tendo em vista o método do varejo e as informações abaixo, calcule o valor do CMV e do estoque final.

Preço de Custo Preço de Venda Estoque inicial $300,00 $800,00 Compras $500,00 Vendas $400,00

Resolução: Conforme vimos acima, o fundamental é sabermos qual a margem de lucro que está sendo utilizada.

Avaliando-se tudo pelo preço de venda, e aplicando-se a equação do CMV, teríamos:

CMV = EI + C – EF Porém, cuidado! O preço a ser atribuído é o preço de venda! Então trabalharemos com os seguintes valores CMV = $ 400 (avaliado a preço de venda) EI = $ 800 (avaliado a preço de venda) EF = $ 1200 (avaliado a preço de venda) ASSIM: 400,00 = 800,00 + C – 1.200,00 C = $800,00 (COMPRAS a preço de venda) Comparando o estoque disponível para venda a preços de custo e venda:

Preço de Custo Preço de Venda Estoque inicial $300,00 $800,00 Compras $500,00 $800,00 Disponível para venda $800,00 $1.600,00

A margem de lucro será então de: MLI = $1.600,00 / $800,00 = 2 (100%) Para obtermos os valores de CMV e EF, temos que aplicar a margem (dividir) aos respectivos valores de venda. Assim: CMV = $400,00 / 2 = $200,00 EF = $1.200,00 / 2 = $600,00

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DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO ESTRUTURA DA DRE

RECEITA OPERACIONAL BRUTA ( - ) Deduções da receita bruta

- Vendas Canceladas ou Devoluções de Vendas - Descontos Incondicioinais - Abatimentos - TIV(ICMS, PIS e COFINS)

= RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA ( - ) Custo Das Mercadoria Vendida

= LUCRO OPERACIONAL BRUTO ( - ) Despesas Operacionais:

Despesas Com Vendas Despesas Gerais e Administrativas Despesas Financeiras (-) Receitas Financeiras

= LUCRO OU PREJ. OPERACIONAL + Receitas Não Operacionais

( - ) Despesas Não Operacionais = RESULTADO DO EXERCÍCIO ANTES DA PROVISAO P/ O IR E CS

( - ) Provisão P/ Contribuição Social ( - ) Provisão P/ Imposto De Renda

= RESULTADO DO EXERCÍCIO APÓS A PROVISAO P/ O IR E CS ( - ) Participações ( - ) Debêntures ( - ) Empregados ( - ) Administradores ( - ) Partes beneficiárias ( - ) Fundos de previdência

= LUCRO / PREJ. LÍQUIDO DO EXERCÍCIO

Os elementos componentes da Demonstração de Resultado do Exercício são:

01. Receita Operacional Bruta

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Compreende o valor bruto da venda de mercadorias, produtos ou serviços prestados pela pessoa jurídica, não se incluindo na receita o IPI ou qualquer outro imposto em que o vendedor seja mero depositante do tributo.

02. Deduções da Receita Bruta

- DEVOLUÇÃO DE VENDAS/VENDAS CANCELADAS/VENDAS ANULADAS

A conta Vendas Canceladas, também chamada de Devolução de Vendas ou Vendas Anuladas, é de natureza devedora e compreende o total bruto de mercadorias e produtos devolvidos pelo comprador.Essa operação de devolução de mercadoria não pode ser deduzida diretamente da conta de Receita de Vendas, sendo esse procedimento contábil necessário para que a administração possa acompanhar o volume das vendas efetuadas e o total das devolvidas.

As devoluções podem ocorrer por defeitos de qualidade, de fabricação ou oriundos de transporte ou desembarque, por divergência da quantidade pedida ou por qualquer motivo alegado pelo comprador.

- DESCONTOS INCONDICIONAIS E ABATIMENTOS SOBRE VENDAS

Os Descontos Incondicionais compreendem a parcela deduzida do valor da venda, no momento da emissão da nota fiscal e que não dependem de evento futuro. Esses descontos são também chamados de “Descontos Comerciais” e não podem corresponder à condição de pagamento antecipado de duplicata de venda à prazo, porque seriam considerados “Descontos Concedidos” do grupo de Despesas Financeiras.

Os Abatimentos sobre Vendas são reduções no preço de venda, concedidas posteriormente à entrega das mercadorias ou produtos, quando estas apresentam defeito de qualidade ou avarias decorrentes do transporte e desembarque e são concedidos normalmente com a finalidade de evitar a devolução dos produtos vendidos.

- IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES SOBRE VENDAS E SERVIÇOS

De acordo com a legislação em vigor, são os seguintes:

1. ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços 2. ISS – Imposto sobre Serviços 3. PIS – Programa de Integração Social 4. COFINS- Contribuição para Financiamento da Seguridade Social.

Os tributos denominados de PIS e COFINS são calculados sobre a Receita Bruta, que compreende o Faturamento + Outras Receitas Operacionais + Receitas Financeiras + Variações Monetárias Ativas. Apesar de incluir valores além do conteúdo do faturamento, na Demonstração de Resultado do Exercício, são apresentados no item relacionado a “Impostos e Contribuições sobre Vendas e Serviços.

CUIDADO.: Legalmente a base de cálculo dos tributos incidentes sobre vendas será as Vendas Brutas deduzida das devoluções e dos descontos incondicionais, tendo em vista que a regra é o abatimento ser posterior a venda e, portanto, não ter implicações tributárias, não devendo ser deduzido. Entretanto isso é a lei e vale para todas as provas(incluindo CESPE), com exceção das provas elaboradas para ESAF. Se você for resolver um exercício de DRE elaborado pela ESAF, alem de deduzir as devoluções e os descontos incondicionais, possivelmente terá que deduzir também os abatimentos para que encontre uma alternativa. Qual é a lógica da ESAF??? A regra é o abatimento ser posterior a venda, em alguns casos, porém, na própria loja, o comprador pode identificar um defeito no produto e solicitar uma redução no preço. Isso também é abatimento, pois a nota fiscal será emitida já pelo preço reduzido. Nessa situação em especial, o abatimento seria sinônimo de desconto incondicional. O problema é que a prova deveria falar que se tratava de um abatimento no momento da venda, não obstante, a ESAF tem assumido SEMPRE que o abatimento é como uma espécie de desconto incondicional. Assim, como os descontos incondicionais e as vendas canceladas (mas não os abatimentos) estão previstos tanto na legislação do ICMS como na de PIS e COFINS

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como redutores da base de cálculo, acaba que a ESAF, por considerar os abatimentos uma espécie de desconto incondicional, também deduz o abatimento da base de cálculo dos tributos.

ATENÇÃO.: Nas deduções da Vendas Brutas tem que se ter muito cuidado, pois as provas colocam muitas despesas que não são deduções para tentar induzir as pessoas ao erro. As mais comuns são:

IPI – o IPI não integra a Recita Bruta de Vendas, portanto não deve ser deduzido.

Frete Sobre Vendas – O Frete s/ Vendas é uma despesa com vendas, vai diminuir o Lucro Operacional mas não vai interferir no Lucro Bruto. Descontos condicionais/Financeiros – Esses descontos são dados por antecipação no pagamento logo não esta na nota fiscal não devendo ser deduzido. O desconto condicional é uma despesa financeira, vai diminuir o Lucro Operacional mas não vai interferir no Lucro Bruto.

Às vezes, colocam Devolução de Exercícios Anteriores e comissões sobre vendas que também não são deduções.

03. Receita Líquida

A definição de Receita Líquida, segundo o Regulamento do Imposto de Renda/99:

“Art. 280 A bruta diminuída das vendas canceladas, dos descontos concedidos incondicionalmente, dos abatimentos e dos tributos incidentes sobre vendas (Decreto-Lei n.° 1598/77 RECEITA LÍQUIDA de vendas será a receita, art. 12, § 1.°).”

04. Custo das Vendas

CUSTO é o preço pago na aquisição ou produção de um bem ou de um serviço. O custo das vendas compreende o valor referente ao:

- CUSTO DAS MERCADORIAS VENDIDAS nas empresas comerciais; - CUSTO DE PRODUTOS VENDIDOS ou custo de fabricação dos produtos nas empresas industriais; - CUSTO DOS SERVIÇOS PRESTADOS nas empresas prestadoras de serviço.

CUIDADO.: Aqui tem-se que ter muito cuidado quando a questão não informar o valor do CMV e for preciso calcular.

CMV = Ei + CL– EF lembrando que nas compras líquidas (CL) você excluirá as devoluções, os descontos incondicionais, os abatimentos, os tributos recuperáveis e caso haja despesas de frete, seguro, armazenamento você devera adicionar para achar o valor das compras líquidas.

05. Lucro Bruto

Lucro Bruto é o resultado algébrico positivo entre a receita líquida e o custo das vendas das mercadorias, produtos ou serviços.

O Regulamento do Imposto de Renda/99 assim se expressa:

“Art. 278 Será classificado como LUCRO BRUTO o resultado da atividade de venda de bens ou serviços que constitua objeto da pessoa jurídica (Decreto-Lei n.º 1598/77, art. 11). Parágrafo único – O LUCRO BRUTO corresponde à diferença entre a receita líquida das vendas e serviços (art. 227) e o custo dos bens e serviços vendidos (Subseção II) (Lei n.° 6404/76, art. 187, II)”

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As despesas operacionais compreendem os gastos pagos ou incorridos relacionados diretamente com a atividade operacional das vendas ou administração da empresa. Esses valores são representados por:

- DESPESAS GERAIS E ADMINISTRATIVAS

As despesas gerais e administrativas compreendem os gastos pagos ou incorridos na direção ou gestão do empreendimento, representado por diversos componentes que envolvem as despesas com pessoal administrativo e respectivos encargos, honorários diversos, utilidades e serviços, ocupação e despesas gerais.

- DESPESAS COM VENDAS Nas empresas comerciais que dispões de setor de vendas, estes custos são segregados diretamente nesta rubrica, compreendendo todas as despesas pagas ou incorridas relacionadas com o setor, representadas por despesas com pessoal e respectivos encargos sociais, comissões de vendedores, utilidades e serviços, propagandas e publicidades, impostos e taxas, ocupação e despesas gerais.

- DESPESAS TRIBUTÁRIAS

Embora a Lei n.º 6404/76 não destaque esse grupo de despesas, a segregação é conveniente para representar os impostos e taxas pagos ou incorridos relacionados com atividade operacional, como é o caso do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), Taxa de Localização e Funcionamento e outros tributos.

06. Resultado Financeiro Líquido

Conceitualmente a legislação societária não distingue as despesas e receitas financeiras das variações monetárias ativas e passivas, porém a legislação do imposto de renda os diferencia, porque esses elementos do resultado vão influenciar a apuração de figura fiscal como o Lucro Inflacionário. Os elementos estão assim explicados:

- RECEITAS FINANCEIRAS

Essa rubrica compreende basicamente as remunerações de capital de terceiros, representadas pelos juros e descontos obtidos decorrentes das atividades da empresa, além dos rendimentos de aplicações financeiras. Além disso, a legislação fiscal determina que as variações monetárias prefixadas decorrentes de direitos sejam consideradas dentro dessa rubrica. São exemplos dessa rubrica:

- Receitas de Juros ou Juros Ativos - Descontos Obtidos - Receitas de Juros s/Capital Próprio - Receitas de Prêmios s/Debêntures - Rendimentos Aplicações Renda Fixa - Rendimentos Aplicações Renda Variável - Rendimentos Aplicações em Ouro - Correção Monetária Prefixada de Direitos - Outros Ganhos Financeiros.

- DESPESAS FINANCEIRAS Da mesma forma, compreende basicamente a remuneração do capital de terceiros ou a concessão de descontos por recebimentos antecipados de direitos, além de considerar também as correções monetárias prefixadas decorrentes de obrigações. São exemplos: - Despesas de Juros ou Juros Passivos - Descontos Concedidos - Despesas de Juros s/ Capital Próprio - Prêmios s/Debêntures - Juros s/Debêntures

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- Juros s/Empréstimos Bancários - Juros s/Descontos de Duplicatas - Juros s/Financiamentos Nacionais - Juros s/Financiamentos Estrangeiros - Juros s/Empréstimos a Empresas Ligadas - Juros s/Contratos de Mútuo - Comissões e Despesas Bancárias - Comissões s/Cartões de Crédito - Correção Monetária Prefixadas de Obrigações. Embora pareça repetitivo, como Contabilidade é informação, é importante detalhar as diversas formas de remuneração do capital de terceiros, representados pelos juros e pela recomposição do poder aquisitivo da moeda, representado pelas Variações Monetárias.

- VARIAÇÕES MONETÁRIAS ATIVAS

Compreendem basicamente as atualizações monetárias decorrentes de valores a receber (direitos) indexados à moeda nacional ou estrangeira. Essas variações podem ser denominadas de Variações Monetárias ou Variações Cambiais.

- Variações Monetárias Aplicações Renda Fixa - Variações Monetárias Aplicações Renda Variável - Variações Monetárias Aplicações em Ouro - Variações Monetárias de Empréstimos a Empresas Ligadas - Variações Monetárias de Contratos de Mútuo - Variações Monetárias de Debêntures a Receber - Variações Cambiais Ativas.

- VARIAÇÕES MONETÁRIAS PASSIVAS

- Variações Monetárias Financiamentos Nacionais - Variações Monetárias Financiamentos Estrangeiros - Variações Monetárias de Empréstimos de Empresas Ligadas - Variações Monetárias Contratos de Mútuo - Variações Monetárias Debêntures a Pagas - Variações Cambiais Passivas

07. Outros Resultados Operacionais

O conceito de lucro operacional sob a ótica societária ou fiscal, engloba o resultado das atividades principais e acessórias. Por essa razão, as demais receitas e despesas que não estejam diretamente vinculadas a atividade operacional, mas que representem uma extensão dessa atividade, serão classificados nesse grupo.Estão assim representados:

- OUTRAS RECEITAS OPERACIONAIS

Representa quaisquer receitas acessórias, inclusive as de aluguéis ou arrendamentos de bens fora do objeto social da empresa, reversões ou recuperações de despesas da empresa além dos ganhos das participações societárias permanentes, valores estes que representam subsidiariamente outras formas de receitas da atividade empresarial. Compreende:

- Receitas de Dividendos - Ganhos de Equivalência Patrimonial - Receitas de Aluguéis de Imóveis - Receitas de Arrendamentos de Bens - Reversão da Provisão p/Devedores Duvidosos

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- Outras Reversões de Provisões.

Além dessas contas, poderiam ser incluídas aí, as vendas de sucatas ou sobras de estoques, desde que sejam anormais ou não inerentes ao processo de produção, porque no caso de serem normais, essas vendas seriam consideradas como redução do custo de produção.

Quaisquer outras receitas, que não estejam vinculadas diretamente ao objeto social da empresa, são classificadas nessa rubrica. - OUTRAS DESPESAS OPERACIONAIS

Pode representar algumas outras despesas que, embora ligadas à atividade operacional são esporádicas e portanto, não são consignadas no grupo de despesas gerais e administrativas, por terem caráter eventual e/ou sazonal. São exemplos:

- Perdas de Equivalência Patrimonial - Despesas de Condomínio-Imóveis Alugados - Despesas Diversas de Imóveis Arrendados.

Essas outras despesas operacionais podem ou não estar vinculadas às outras receitas operacionais, representando gastos realizados na expectativa de obtenção da receita.

08. Resultado Operacional

Esse resultado pode representar Lucro Operacional ou Prejuízo Operacional e compreende o resultado algébrico de todas as receitas, despesas e custos operacionais, diretamente vinculados com a atividade operacional principal ou acessória.

09. Resultado Não Operacional

É bastante limitada a quantidade dessas operações, compreendendo basicamente o resultado positivo ou negativo das baixas do permanente, além de operações que envolvam ressarcimento por desapropriações ou indenizações decorrentes de multas contratuais ou seguros.

A legislação fiscal denomina de “Ganhos ou Perdas de Capital” o resultado das transações não operacionais decorrentes de baixas do Permanente por qualquer motivo, englobando “os resultados na alienação, inclusive por desapropriação, na baixa por perecimento, extinção, desgaste, obsolescência ou exaustão, ou na liquidação de bens do ativo permanente”.

Esses ganhos ou perdas de capital podem estar representados por:

- GANHOS E PERDAS DE CAPITAL NOS INVESTIMENTOS Compreende os lucros ou prejuízos apurados na venda de participações societárias permanentes ou outros investimentos contabilizados naquela rubrica.

- GANHOS E PERDAS DE CAPITAL NO IMOBILIZADO São registrados aqui os resultados líquidos decorrentes das baixas do imobilizado, sejam através de vendas ou outras formas de alienações como doações ou

-GANHOS E PERDAS DE CAPITAL NO DIFERIDO O Diferido é o subgrupo onde dificilmente podem ocorrer vendas a terceiros, já que não se trata de bens tangíveis, a não ser quando ocorre, por exemplo, pela venda de “Direitos sobre a Pesquisa e Desenvolvimento de Produtos” que estavam ativados. Quando a empresa descobre que não é economicamente viável a exploração industrial e comercial de determinado produtos e resolve baixar o projeto de pesquisa, essa baixa também é considerada não operacional. Os resultados não operacionais podem compreender na apresentação da demonstração:

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- RECEITAS NÃO OPERACIONAIS

Compreende as contas que registram as receitas extraordinárias; Receita de Venda de Imobilizado (Alienação de Bens do Permanente) Receita de Venda de Investimentos Receita de Indenização de Seguros Receitas de Desapropriação de Imóvel Reversão do saldo da provisão para perdas prováveis na realização de investimentos Ganho de capital por variação na percentagem de participação no capital social da sociedade investida, quando o investimento for avaliado pelo Método da Equivalência Patrimonial.

-DESPESA NÃO OPERACIONAIS

Nesse grupo de conta estarão consignados, obrigatoriamente, os custos referentes às baixas dos bens objeto das alienações: Custo de Baixa do Imobilizado Custo de Baixa de Investimento Custo de Baixa de Bens Sinistrados Custo de Baixa por Desapropriação de Imóvel

E ainda

- Despesa com ao constituição da provisão para perdas prováveis na realização de investimentos;

- Perda de capital por variação na percentagem de participação no capital social da sociedade investida, quando o investimento for avaliado pelo Método da Equivalência Patrimonial;

- Baixa do Diferido.

É interessante acrescentar que, quando a empresa utiliza a conta “GANHOS E PERDAS DE CAPITAL”, o registro da receita e a baixa do custo correspondente são registrados diretamente nessa conta, aparecendo como resultado não operacional o valor positivo ou negativo decorrente da transação.

CUIDADO.: muitos autores definem como Receitas não Operacionais as Receitas que não são decorrentes das atividades fins da empresa. Embora a lei 6.404/76 seja omissa quando da definição do Resultado não Operacional, por analogia, deve-se pegar a definição do Imposto de Renda que trata como não Operacional apenas os ganhos ou perdas de capital.

10. Resultado antes da Contribuição Social sobre o Lucro

Compreende o resultado algébrico das receitas, despesas e custos operacionais ou não operacionais, ponto de partida para o cálculo da base de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro.

11. Contribuição Social sobre o Lucro

A base de cálculo da contribuição social não será o lucro contábil, será o lucro REAL(fiscal), ou seja esse lucro contábil após serem feitos os ajustes no Livro LALUR

A base de cálculo fiscal compreende o resultado contábil ajustado pelas adições, exclusões e compensações prescritas ou autorizadas pela legislação fiscal:

- ADIÇÕES – Correspondem às DESPESAS NÃO DEDUTÍVEL, ou seja, aquelas que, embora sejam contabilizadas normalmente, a legislação fiscal não as aceitas como redutoras da base de cálculo da contribuição; quer por sua natureza ou por seu montante.

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- EXCLUSÕES – Correspondem às RECEITAS NÃO TRIBUTÁVEIS, ou seja, aquelas que embora registradas normalmente aumentando o lucro contábil, a legislação as considera fora do alcance da tributação, por algum motivo previsto na lei.

- COMPENSAÇÕES – Compreendem as compensações da base de cálculo negativa do período anterior que, segundo a legislação fiscal vigente estão limitadas a 30% a base de cálculo do período.

12. Resultado antes do Imposto de Renda Compreende o resultado contábil após a Contribuição Social sobre o Lucro e corresponde ao valor antes da Provisão para o Imposto de Renda.

A Despesa com o Imposto de Renda é calculada a partir do resultado – Lucro ou Prejuízo Contábil- sobre uma base de cálculo fiscal denominada Lucro Real.

Lucro Real é uma expressão fiscal compreende o resultado contábil ajustado pelas adições, exclusões e compensações prescritas ou autorizadas pela legislação fiscal, sendo: - ADIÇÕES – Correspondem as DESPESAS NÃO DEDUTÍVEIS, ou seja, aquelas que emboram sejam contabilizadas normalmente, a legislação do Imposto de Renda não as aceita como redutoras da base de cálculo do imposto; quer por sua natureza ou por seu montante. - EXCLUSÕES – Correspondem às RECEITAS NÃO TRIBUTÁVEIS, ou seja, aquelas que embora registradas normalmente aumentando o lucro contábil, a legislação as considera fora do alcance da tributação, por algum motivo previsto na lei. - COMPENSAÇÕES – Compreendem as compensações de prejuízos fiscais que, segundo a legislação fiscal vigente estão limitadas a 30% do Lucro Real.

ATENÇÃO .: Na prova de AFRFB não cai legislação de Imposto de Renda, portanto não há necessidade de ficar se preocupando com adições e exclusões. Entretanto existem duas exclusões que a ESAF cobra nas provas, são elas: a Participação de Debenturistas e a Participação de Empregados. Os valores dessas participações devem ser deduzidos na base de cálculo do Imposto de Renda e da Contribuição Social. Tomar cuidado para o fato de a contribuição Social ser uma despesa não dedutível portanto deve ser adicionada na base de cálculo do IR. conclusão para a prova, elas incidem na mesma base de cálculo. Na maioria das vezes, nas provas, eles dão uma alíquota única dizendo ser de IR e CS.

13. Resultado após o Imposto de Renda e antes das Participações.

Este resultado compreende o resultado contábil antes das participações nos lucros dedutíveis ou não dedutíveis, previstas na lei 6404/76.

14. Participações nos Lucros

A Lei n.º 6404/76 relaciona as participações, as quais serão calculadas e contabilizadas obedecendo aos seguintes princípios:

- É necessário deduzir-se os prejuízos contábeis do período anterior. -Normalmente as questões só trazem prejuízos acumulados, mas se trouxerem ajustes de Exercícios Anteriores, esses também deverão ser ajustados nas bases de cálculos das participações. - Os percentuais a serem aplicados sobre a base de cálculo serão previamente definidos em documentos oficiais da empresa; - O cálculo da participação é feito sobre o saldo remanescente após o cálculo da anterior, obedecendo-se rigorosamente a ordem: - Debêntures - Empregados - Administradores

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- Partes beneficiárias - Contribuição para Instituições ou Fundos de Assistência ou Previdência de Empregados.

15. Lucro Líquido

Corresponde ao lucro final após as participações, embora não seja ainda o valor a ser destinado aos acionistas. Esse valor é o ponto de partida para o cálculo das Reservas, de acordo com a Lei 6404/76.

16. Lucro Líquido por Ação

É uma determinação da lei n.º 6404/76, que possibilita aos investidores uma melhor avaliação dos resultados alcançados pela companhia.

O cálculo consiste em dividir o lucro líquido pela quantidade de ações EXISTENTES DO MERCADO e que compõem o Capital Social.

O conceito de AÇÕES EXISTENTES NO MERCADO corresponde ao de AÇÕES EM CIRCULAÇÃO e que, portanto, exclui do cálculo as ações em tesouraria ou a parcela relativa ao capital a realizar.

BALANÇO PATRIMONIAL – PATRIMÔNIO LÍQUIDO E DIVIDENDOS OBRIGATÓRIOS (LUCROS, RESERVAS E DIVIDENDOS)

1. Patrimônio Líquido

O Patrimônio Líquido representa a diferença entre o valor dos ativos e dos passivos e resultado de exercícios futuros, revelando o valor contábil pertencente aos proprietários.

O artigo 178 da Lei nº 6.404/76, em seu § 2º, estabeleCIA:

§ 2º No passivo, as contas serão classificadas nos seguintes grupos::

(...)

d) patrimônio líquido, dividido em capital social, reservas de capital, reservas de reavaliação, reservas de lucros e lucros ou prejuízos acumulados.

Com o advento da Lei nº 11.638/07, a alínea “d” passou a ter a seguinte redação:

d) patrimônio líquido, dividido em capital social, reservas de capital, ajustes de avaliação patrimonial, reservas de lucros, ações em tesouraria e prejuízos acumulados. (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007).

O conteúdo da alínea d, inserido pela Lei 11.638/07, agora está inserido no mesmo artigo, em seu inciso III. Alteração proposta pela MP 449/08:

III - patrimônio líquido, dividido em capital social, reservas de capital, ajustes de avaliação patrimonial, reservas de lucros, ações em tesouraria e prejuízos acumulados. (Incluído pela Medida Provisória nº 449, de 2008)

As alterações serão comentadas à medida que o estudo do Patrimônio Líquido se desenvolver no presente módulo. Por enquanto, queremos adiantar que:

1) As reservas de reavaliação deixaram de existir, surgindo em seu lugar os ajustes de avaliação patrimonial;

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2) Os lucros acumulados também não são mais representados no Balanço Patrimonial. Desde o início de 2008, somente são representados os eventuais prejuízos acumulados. Tal alteração, conforme veremos, veio corrigir uma distorção que passou a existir a partir da Lei nº 10.303/01, em relação especificamente ao § 6º do artigo 202 da Lei nº 6.404/76.

3) Como já era praticado pelas companhias, as ações em tesouraria passaram a constar da composição do patrimônio líquido.

Outras alterações também foram introduzidas em relação ao patrimônio líquido, as quais serão comentadas oportunamente.

O patrimônio líquido representa a riqueza da própria entidade. É formado, principalmente, pelo investimento efetuado diretamente pelos sócios e pelos lucros que ficaram retidos na sociedade.

Segue texto do artigo 182 da Lei, que elenca a composição de todos os elementos do PL. Vamos detalhar cada

um dos elementos no decorrer desse material. Não se apresse!!!!! Tenha calma!!!!

Patrimônio Líquido

Art. 182. A conta do capital social discriminará o montante subscrito e, por dedução, a parcela ainda não realizada.

§ 1º Serão classificadas como reservas de capital as contas que registrarem:

a) a contribuição do subscritor de ações que ultrapassar o valor nominal e a parte do preço de emissão das ações sem valor nominal que ultrapassar a importância destinada à formação do capital social, inclusive nos casos de conversão em ações de debêntures ou partes beneficiárias;

b) o produto da alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição;

c) o prêmio recebido na emissão de debêntures; d) as doações e as subvenções para investimento.

c) (revogada); (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007) (Revogado pela Lei nº 11.638,de 2007)

d) (revogada). (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007) (Revogado pela Lei nº 11.638,de 2007)

§ 2° Será ainda registrado como reserva de capital o resultado da correção monetária do capital realizado, enquanto não-capitalizado.

§ 3o Serão classificadas como ajustes de avaliação patrimonial, enquanto não computadas no resultado do exercício em obediência ao regime de competência, as contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor atribuído a elementos do ativo (§ 5o do art. 177, inciso I do caput do art. 183 e § 3o do art. 226 desta Lei) e do passivo, em decorrência da sua avaliação a preço de mercado. (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007)

§ 3o Serão classificadas como ajustes de avaliação patrimonial, enquanto não computadas no resultado do exercício em obediência ao regime de competência, as contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor atribuídos a elementos do ativo e do passivo, em decorrência da sua avaliação a valor justo, nos casos previstos nesta Lei ou, em normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários, com base na competência conferida pelo § 3o do art. 177. (Redação dada pela Medida Provisória nº 449, de 2008)

§ 4º Serão classificados como reservas de lucros as contas constituídas pela apropriação de lucros da companhia.

§ 5º As ações em tesouraria deverão ser destacadas no balanço como dedução da conta do patrimônio líquido que registrar a origem dos recursos aplicados na sua aquisição.

Você já deve ter percebido que, de acordo com o artigo 182 da Lei das Sociedades por Ações, o Patrimônio Líquido divide-se em:

1) Capital Social

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2) Reservas de Capital 3) Ajustes de Avaliação Patrimonial 4) Reservas de Lucros 5) Ações em Tesouraria 6) Prejuízos Acumulados

1.1. Capital Social (art. 182)

O artigo 182 da Lei nº 6.404/76, caput, estabelece:

Art. 182. A conta do capital social discriminará o montante subscrito e, por dedução, a parcela ainda não realizada.

Conforme você já está careca de saber (imagine eu!!!!), o capital social representa o investimento efetuado na companhia diretamente pelos acionistas ou os lucros e reservas que, por decisão da assembléia, foram incorporados ao capital.

O investimento efetuado diretamente pelos sócios ocorre na constituição da sociedade ou durante a sua existência por meio de novos aportes de recursos.

Nas companhias, o capital social é representado pelo valor total das ações que foram emitidas. O Capital Social divide-se em:

ü Capital social subscrito – Valor que representa o compromisso assumido pelos acionistas de investirem na sociedade.

ü Capital social realizado (ou integralizado) – Total efetivamente aplicado (integralizado) pelos acionistas na companhia.

ü Capital social a realizar (ou a integralizar) – Corresponde à parcela do Capital Subscrito ainda não integralizada, ou seja, ainda não entregue à sociedade pelos acionistas.

Só a título de lembrança para os que estão com o cérebro enferrujado:

O Capital Social pode ser integralizado em bens ou direitos, no entanto a Lei nº 6.404/76 (art. 80, II – Leia-

o!!!!) estabelece que, no mínimo, 10% devem ser integralizados em moeda. O Capital Social das sociedades por ações (sociedades anônimas e sociedades em comandita por ações) é

dividido em frações denominadas ações. O acionista é proprietário da sociedade na proporção das ações que possuir. A responsabilidade dele é limitada ao montante das ações por ele subscritas.

O artigo 5º da Lei das S/A estabelece que o estatuto da companhia fixará o valor do capital social, expresso em moeda nacional.

Já o artigo 7º define que o capital social poderá ser formado com contribuições em dinheiro ou em qualquer espécie de bens suscetíveis de avaliação em dinheiro.

De acordo com o artigo 15 da Lei nº 6.404/76, as ações, conforme a natureza dos direitos ou vantagens que conferem a seus titulares, dividem-se em:

CAPCIOSÍSSIMA Nas questões de concursos é preciso verificar se o valor apresentado do capital social corresponde ao montante subscrito ou realizado. Tal conclusão dependerá da interpretação dos dados em cada questão.

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Em se tratando de ações, deve ser dada uma CAPCIOSA atenção aos artigos inframencionados:

Ações

Art. 11. O estatuto fixará o número das ações em que se divide o capital social e estabelecerá se as ações terão, ou não, valor nominal.

§ 1º Na companhia com ações sem valor nominal, o estatuto poderá criar uma ou mais classes de ações preferenciais com valor nominal.

§ 2º O valor nominal será o mesmo para todas as ações da companhia.

§ 3º O valor nominal das ações de companhia aberta não poderá ser inferior ao mínimo fixado pela Comissão de Valores Mobiliários.

Ações com Valor Nominal

Art. 13. É vedada a emissão de ações por preço inferior ao seu valor nominal.

§ 1º A infração do disposto neste artigo importará nulidade do ato ou operação e responsabilidade dos infratores, sem prejuízo da ação penal que no caso couber.

§ 2º A contribuição do subscritor que ultrapassar o valor nominal constituirá reserva de capital (artigo 182, § 1º).

Ações sem Valor Nominal

Art. 14. O preço de emissão das ações sem valor nominal será fixado, na constituição da companhia, pelos fundadores, e no aumento de capital, pela assembléia-geral ou pelo conselho de administração (artigos 166 e 170, § 2º).

Parágrafo único. O preço de emissão pode ser fixado com parte destinada à formação de reserva de capital; na emissão de ações preferenciais com prioridade no reembolso do capital, somente a parcela que ultrapassar o valor de reembolso poderá ter essa destinação.

Espécies

Art. 15. As ações, conforme a natureza dos direitos ou vantagens que confiram a seus titulares, são ordinárias, preferenciais, ou de fruição.

§ 1º As ações ordinárias da companhia fechada e as ações preferenciais da companhia aberta e fechada poderão ser de uma ou mais classes.

§ 2o O número de ações preferenciais sem direito a voto, ou sujeitas a restrição no exercício desse direito, não pode ultrapassar 50% (cinqüenta por cento) do total das ações emitidas. (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

Ações Ordinárias

Ações Ordinárias – Normalmente, garantem o direito a voto nas assembléias de acionistas. Tem direito a distribuição de dividendos somente depois de observada a prioridade das ações preferenciais.

Ações Preferenciais – Garantem prioridade na distribuição de dividendos e no reembolso do capital.

Ações de Fruição (ou gozo) – Substituem as ordinárias ou preferenciais que são amortizadas. De acordo com o § 2º do artigo 44, a amortização consiste na distribuição aos acionistas, a título de antecipação e sem redução do capital social, de quantias que lhes poderiam tocar em caso de liquidação da companhia.

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Art. 16. As ações ordinárias de companhia fechada poderão ser de classes diversas, em função de:

I - conversibilidade em ações preferenciais; (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)

II - exigência de nacionalidade brasileira do acionista; ou (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)

III - direito de voto em separado para o preenchimento de determinados cargos de órgãos administrativos. (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)

Parágrafo único. A alteração do estatuto na parte em que regula a diversidade de classes, se não for expressamente prevista, e regulada, requererá a concordância de todos os titulares das ações atingidas.

Ações Preferenciais

Art. 17. As preferências ou vantagens das ações preferenciais podem consistir: (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

I - em prioridade na distribuição de dividendo, fixo ou mínimo;(Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

II - em prioridade no reembolso do capital, com prêmio ou sem ele; ou (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

III - na acumulação das preferências e vantagens de que tratam os incisos I e II.(Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)

§ 1o Independentemente do direito de receber ou não o valor de reembolso do capital com prêmio ou sem ele, as ações preferenciais sem direito de voto ou com restrição ao exercício deste direito, somente serão admitidas à negociação no mercado de valores mobiliários se a elas for atribuída pelo menos uma das seguintes preferências ou vantagens:(Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

I - direito de participar do dividendo a ser distribuído, correspondente a, pelo menos, 25% (vinte e cinco por cento) do lucro líquido do exercício, calculado na forma do art. 202, de acordo com o seguinte critério:(Incluído dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

a) prioridade no recebimento dos dividendos mencionados neste inciso correspondente a, no mínimo, 3% (três por cento) do valor do patrimônio líquido da ação; e (Incluída dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

b) direito de participar dos lucros distribuídos em igualdade de condições com as ordinárias, depois de a estas assegurado dividendo igual ao mínimo prioritário estabelecido em conformidade com a alínea a; ou (Incluída dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

II - direito ao recebimento de dividendo, por ação preferencial, pelo menos 10% (dez por cento) maior do que o atribuído a cada ação ordinária; ou (Incluído dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

III - direito de serem incluídas na oferta pública de alienação de controle, nas condições previstas no art. 254-A, assegurado o dividendo pelo menos igual ao das ações ordinárias. (Incluído dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

§ 2o Deverão constar do estatuto, com precisão e minúcia, outras preferências ou vantagens que sejam atribuídas aos acionistas sem direito a voto, ou com voto restrito, além das previstas neste artigo.(Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

§ 3o Os dividendos, ainda que fixos ou cumulativos, não poderão ser distribuídos em prejuízo do capital social, salvo quando, em caso de liquidação da companhia, essa vantagem tiver sido expressamente assegurada.(Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

§ 4o Salvo disposição em contrário no estatuto, o dividendo prioritário não é cumulativo, a ação com dividendo fixo não participa dos lucros remanescentes e a ação com dividendo mínimo participa dos lucros distribuídos em igualdade de condições com as ordinárias, depois de a estas assegurado dividendo igual ao mínimo.(Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

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§ 5o Salvo no caso de ações com dividendo fixo, o estatuto não pode excluir ou restringir o direito das ações preferenciais de participar dos aumentos de capital decorrentes da capitalização de reservas ou lucros (art. 169).(Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

§ 6o O estatuto pode conferir às ações preferenciais com prioridade na distribuição de dividendo cumulativo, o direito de recebê-lo, no exercício em que o lucro for insuficiente, à conta das reservas de capital de que trata o § 1o do art. 182.(Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

§ 7o Nas companhias objeto de desestatização poderá ser criada ação preferencial de classe especial, de propriedade exclusiva do ente desestatizante, à qual o estatuto social poderá conferir os poderes que especificar, inclusive o poder de veto às deliberações da assembléia-geral nas matérias que especificar.(Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)

Capital autorizado – De acordo com o artigo 168 da Lei das S/A, o estatuto pode conter autorização para aumento do capital social independentemente de reforma estatutária.

O capital autorizado poderá ser evidenciado no balanço patrimonial ou apenas mencionado em notas explicativas. Quando evidenciado no balanço patrimonial, supondo um valor de R$ 1.800.000,00 para esta conta, será representado da seguinte forma:

Representação no Balanço

Aumento do Capital Social – O artigo 166 da Lei nº 6.404/76 estabelece que o capital social pode ser aumentado:

Art. 166. O capital social pode ser aumentado:

I - por deliberação da assembléia-geral ordinária, para correção da expressão monetária do seu valor (artigo 167);

II - por deliberação da assembléia-geral ou do conselho de administração, observado o que a respeito dispuser o estatuto, nos casos de emissão de ações dentro do limite autorizado no estatuto (artigo 168);

III - por conversão, em ações, de debêntures ou parte beneficiárias e pelo exercício de direitos conferidos por bônus de subscrição, ou de opção de compra de ações;

IV - por deliberação da assembléia-geral extraordinária convocada para decidir sobre reforma do estatuto social, no caso de inexistir autorização de aumento, ou de estar a mesma esgotada.

CAPCIOSÍSSIMA!!!!!!

O aumento do capital social se dará pela elevação do valor das ações ou pela emissão de novas ações.O estatuto da companhia definirá se as ações possuem ou não valor nominal.

Se a ação não tem valor nominal, a sua expressão, como fração do capital, ajusta-se, automaticamente, a cada modificação do capital.

1.2. RESERVAS DE CAPITAL

Capital Social Autorizado 1.800.000,00 (-) Capital Social a Subscrever (800.000,00) (=) Capital Social Subscrito 1.000.000,00 (-) Capital Social a Realizar (300.000,00) (=) Capital Social Realizado 700.000,00

Observação:

A correção monetária foi extinta por força do artigo 4º da Lei nº 9.249/95

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CONCEITO: representam ganhos (origens de recursos) que não transitam pelo resultado do exercício. São registrados diretamente no Patrimônio Líquido, em conta de Reservas de Capital. São constituídas em contrapartida a valores recebidos pela companhia dos proprietários e de terceiros que não traduzem esforços na forma de entrega de bens ou serviços por parte da entidade. Normalmente, são incorporados ao Capital Social por deliberação da Assembléia Geral.

De acordo com a nova redação do artigo 182, § 2º da Lei nº 6.404/76, já modificado pela Lei 11.638/07:

§ 1º Serão classificadas como reservas de capital as contas que registrarem:

a) a contribuição do subscritor de ações que ultrapassar o valor nominal e a parte do preço de emissão das ações sem valor nominal que ultrapassar a importância destinada à formação do capital social, inclusive nos casos de conversão em ações de debêntures ou partes beneficiárias; (ÁGIO NA EMISSÃO DE AÇÕES)

b) o produto da alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição;

c) o prêmio recebido na emissão de debêntures; d) as doações e as subvenções para investimento.

c) (revogada); (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007) (Revogado pela Lei nº 11.638,de 2007)

d) (revogada). (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007) (Revogado pela Lei nº 11.638,de 2007)

§ 2° Será ainda registrado como reserva de capital o resultado da correção monetária do capital realizado, enquanto não-capitalizado.

A partir da análise do mesmo, podemos elencar duas importantes alterações introduzidas pela Lei nº 11.638/07, quais sejam, revogação dos dois dispositivos que previam a constituição das reservas de capital – prêmio na emissão de debêntures e doações e subvenções para investimentos. Essas reservas estavam previstas nas alíneas “c” e “d” do artigo 182 da Lei nº 6.404/76.

Portanto, com a edição da Lei 11.638/07, são classificadas como reservas de capital:

1.2.1. ÁGIO NA EMISSÃO DE AÇÕES -

§ 1º Serão classificadas como reservas de capital as contas que registrarem:

a) a contribuição do subscritor de ações que ultrapassar o valor nominal e a parte do preço de emissão das ações sem valor nominal que ultrapassar a importância destinada à formação do capital social, inclusive nos casos de conversão em ações de debêntures ou partes beneficiárias; (ÁGIO NA EMISSÃO DE AÇÕES)

a) O ágio na emissão de ações – contribuição do subscritor de ações que ultrapassar o valor nominal e a parte do preço de emissão das ações sem valor nominal que ultrapassar a importância destinada à formação do capital social, inclusive nos casos de conversão em ações de debêntures ou partes beneficiárias;

b) O produto da alienação de partes beneficiárias e dos bônus de subscrição.

CAPCIOSÍSSIMA Nas provas do CESPE, costuma-se afirmar que as reservas de capital também são denominadas como receitas que não transitaram pelo resultado do exercício. Caso seja afirmado isso, a alternativa estará correta!!!!!

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Ágio corresponde ao valor a maior cobrado na venda de ações pela própria empresa. O Ágio, conforme se depreende do artigo supra poderá decorrer da emissão de ações com valor nominal ou da emissão de ações sem valor nominal.

1.2.1.1.Ágio na emissão de ações com valor nominal

Em companhias cujas ações possuem valor nominal, caso o preço de emissão seja superior ao valor nominal das ações, a parcela excedente constituirá o ágio.

O que for pago, portanto, pelo subscritor acima do valor nominal da ação é registrado como Reserva de Capital.

Exemplo.: Em uma companhia com ações com valor nominal, ocorreu o aumento do Capital nas seguintes condições:

- Emissão de 10.000 ações; - Valor nominal de R$ 10,00; - Preço de emissão (Valor de realização) de R$ 115.000,00; - Ágio de 15%. (+) Capital – 10.000 ações x R$ 10,00 = R$ 100.000,00 (+) Ágio – 10.000 ações x R$ 1,50 = R$ 15.000,00 Lançamento:

1.2.1.2.Ágio na emissão de ações sem valor nominal

Em companhias cujas ações não possuem valor nominal, o ágio corresponderá a um mero destaque do preço de emissão. Neste caso, a companhia destinará parte do preço de emissão para a constituição do Capital Social, o que será estabelecido de acordo com o valor patrimonial ou o da cotação na bolsa de valores da ação, e a parcela excedente ao valor da ação constituirá a reserva de capital (ágio na emissão de ações).

Fixada a importância destinada à formação do capital, a parcela restante do preço de emissão da ação

será utilizada na constituição da reserva. Exemplo.: Em companhias com ações sem valor nominal será definido pela sociedade o valor

destinado ao Capital. - Emissão de 10.000 ações; - Preço de emissão de R$ 115.000,00; - Ágio de 15%. Valor destinado ao aumento do Capital – R$ 100.000,00 Valor correspondente ao Ágio – R$ 15.000,00. Lançamento:

1.2.2. ALIENAÇÃO DE PARTES BENEFICIÁRIAS -

D – Disponibilidades 115.000 C – Capital Social 100.000 C – Reserva de Capital (Ágio na Emissão de Ações) 15.000

D – Disponibilidades 115.000 C – Capital Social 100.000 C – Reserva de Capital(Ágio na Emissão de Ações) 15.000

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As partes beneficiárias são títulos negociáveis que não possuem valor nominal e que conferem a seus detentores o direito a participar dos lucros da companhia. Esta participação não poderá ser superior a 10% do lucro do período. O produto da alienação desses títulos é contabilizado como Reserva de Capital.

O resgate das partes beneficiárias será efetuado com base no prazo estipulado no estatuto da sociedade, o qual poderá prever a criação de reservas estatutárias para esta finalidade.

De acordo com o § 2º do artigo da Lei nº 6.4040/76, as Partes Beneficiárias podem ser convertidas em ações, mediante capitalização de reserva criada para esse fim.

Seguem os artigos da lei que tratam desses títulos.

Partes Beneficiárias

Características

Art. 46. A companhia pode criar, a qualquer tempo, títulos negociáveis, sem valor nominal e estranhos ao capital social, denominados "partes beneficiárias".

§ 1º As partes beneficiárias conferirão aos seus titulares direito de crédito eventual contra a companhia, consistente na participação nos lucros anuais (artigo 190).

§ 2º A participação atribuída às partes beneficiárias, inclusive para formação de reserva para resgate, se houver, não ultrapassará 0,1 (um décimo) dos lucros.

§ 3º É vedado conferir às partes beneficiárias qualquer direito privativo de acionista, salvo o de fiscalizar, nos termos desta Lei, os atos dos administradores.

§ 4º É proibida a criação de mais de uma classe ou série de partes beneficiárias.

Emissão

Art. 47. As partes beneficiárias poderão ser alienadas pela companhia, nas condições determinadas pelo estatuto ou pela assembléia-geral, ou atribuídas a fundadores, acionistas ou terceiros, como remuneração de serviços prestados à companhia.

Parágrafo único. É vedado às companhias abertas emitir partes beneficiárias. (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

Resgate e Conversão

Art. 48. O estatuto fixará o prazo de duração das partes beneficiárias e, sempre que estipular resgate, deverá criar reserva especial para esse fim.

§ 1º O prazo de duração das partes beneficiárias atribuídas gratuitamente, salvo as destinadas a sociedades ou fundações beneficentes dos empregados da companhia, não poderá ultrapassar 10 (dez) anos.

§ 2º O estatuto poderá prever a conversão das partes beneficiárias em ações, mediante capitalização de reserva criada para esse fim.

§ 3º No caso de liquidação da companhia, solvido o passivo exigível, os titulares das partes beneficiárias terão direito de preferência sobre o que restar do ativo até a importância da reserva para resgate ou conversão.

Certificados

Art. 49. Os certificados das partes beneficiárias conterão:

I - a denominação "parte beneficiária";

II - a denominação da companhia, sua sede e prazo de duração;

III - o valor do capital social, a data do ato que o fixou e o número de ações em que se divide;

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IV - o número de partes beneficiárias criadas pela companhia e o respectivo número de ordem;

V - os direitos que lhes serão atribuídos pelo estatuto, o prazo de duração e as condições de resgate, se houver;

VI - a data da constituição da companhia e do arquivamento e publicação dos seus atos constitutivos;

VII - o nome do beneficiário; (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)

VIII - a data da emissão do certificado e as assinaturas de dois diretores. (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)

Art. 50. As partes beneficiárias serão nominativas e a elas se aplica, no que couber, o disposto nas seções V a VII do Capítulo III. (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)

§ 1º As partes beneficiárias serão registradas em livros próprios, mantidos pela companhia. (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)

§ 2º As partes beneficiárias podem ser objeto de depósito com emissão de certificado, nos termos do artigo 43.

Exemplo (1): Emissão de Partes Beneficiárias no valor de R$ 15.000,00. Lançamento D – Disponibilidades C – Reserva de Capital – Produto da Alienação de Partes Beneficiárias 15.000,00

CAPCIOSÍSSIMA Como as partes beneficiárias não têm valor nominal, não existe emissão com ágio ou deságio. A reserva de capital, portanto, se dá pelo valor integral de alienação, ou seja, valor de venda.

Exemplo (2): Efetuar o lançamento relativo à conversão das Partes Beneficiárias em Ações. D – Reserva de Capital - Produto da Alienação de Partes Beneficiárias C – Capital Social 15.000,00 Exemplo (3): Efetuar os lançamentos relativos ao resgate de Partes Beneficiárias. O registro do resgate das Partes Beneficiárias pode ser efetuado das seguintes formas: 1. Debitando-se Despesa com Provisão para Resgate de Partes Beneficiárias e creditando-se a respectiva

provisão. Quando ocorrer o pagamento, debita-se a referida provisão em contrapartida às disponibilidades, D – Despesa com Provisão para Resgate de Partes Beneficiárias C – Provisão para Resgate de Partes Beneficiárias 15.000,00 No resgate D – Provisão para Resgate de Partes Beneficiárias C – Disponibilidades 15.000,00 2. Constituindo-se Provisão para Resgate de Partes Beneficiárias em contrapartida à baixa da Reserva de

Capital – Produto da Alienação de Partes Beneficiárias. Após, debitando-se a provisão em contrapartida a disponibilidades.

D – Reserva de Capital – Produto da Alienação de Partes Beneficiárias C – Provisão para Resgate de Partes Beneficiárias 15.000,00 No resgate

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D – Provisão para Resgate de Partes Beneficiárias C – Disponibilidades 15.000,00 3. Debitando-se a Reserva de Capital – Produto da Alienação de Partes Beneficiárias e creditando-se

disponibilidades. D – Reserva de Capital – Produto da Alienação de Partes Beneficiárias C – Disponibilidades 15.000,00 4. Utilizando-se reserva de lucro para resgate das partes beneficiárias, conforme a seguir: 4.1. Quando da constituição da reserva de lucro (estatutária), o lançamento contábil foi: D – Lucros ou Prejuízos Acumulados (LPA) C – Reserva de Lucros – estatutária 50.000,00 4.2. Quando do resgate das partes beneficiárias, utilizando-se a reserva estatutária anteriormente constituída, o lançamento será: D – Reserva de lucros – estatutária C – Caixa 50.000,00

1.2.3. ALIENAÇÃO DE BÔNUS DE SUBSCRIÇÃO -

Os bônus de subscrição são títulos negociáveis que garantem aos seus titulares o direito a subscrever ações dentro do limite do Capital Autorizado. O produto da alienação desses títulos é contabilizado como Reserva de Capital.

O preço de emissão das ações estará determinado quando da aquisição dos títulos de acordo com critérios estabelecidos.

Neles estará indicada a quantidade de ações que poderão ser subscritas. O direito à subscrição das ações objeto dos bônus poderá ser exercido pelo titular ou não, de acordo com a sua

conveniência. Os bônus de subscrição só podem ser emitidos por sociedades de capital autorizado. Os acionistas têm preferência na aquisição dos Bônus de Subscrição na proporção do número de ações que

possuírem. No entanto, o estatuto das companhias abertas pode prever a emissão de bônus sem este direito de preferência.

Exemplo: Emissão de Bônus de Subscrição no valor(valor de alienação) total de R$ 30.000,00.

Lançamento contábil

D – Disponibilidades

CAPCIOSÍSSIMA!!!! As partes beneficiárias só darão origem à Reserva de Capital se forem vendidas. Caso sejam atribuídas gratuitamente a fundadores, acionistas ou terceiros, não darão origem a Reserva de Capital. Neste caso, não serão registradas pela contabilidade, apenas evidenciadas em Notas Explicativas

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C – Reserva de Capital – Produto da Alienação de Bônus de Subscrição 30.000

CAPCIOSÍSSIMA Nº 01!!!! Observe que a reserva de capital se dá pelo valor integral de alienação, ou seja, valor de venda.

CAPCIOSÍSSIMA Nº 02!!!! Se forem emitidos gratuitamente, não haverá contabilização de reserva de capital.

ARTIGOS DA LEI 6.404/76

Bônus de Subscrição

Características

Art. 75. A companhia poderá emitir, dentro do limite de aumento de capital autorizado no estatuto (artigo 168), títulos negociáveis denominados "Bônus de Subscrição".

Parágrafo único. Os bônus de subscrição conferirão aos seus titulares, nas condições constantes do certificado, direito de subscrever ações do capital social, que será exercido mediante apresentação do título à companhia e pagamento do preço de emissão das ações.

Competência

Art. 76. A deliberação sobre emissão de bônus de subscrição compete à assembléia-geral, se o estatuto não a atribuir ao conselho de administração.

Emissão

Art. 77. Os bônus de subscrição serão alienados pela companhia ou por ela atribuídos, como vantagem adicional, aos subscritos de emissões de suas ações ou debêntures.

Parágrafo único. Os acionistas da companhia gozarão, nos termos dos artigos 171 e 172, de preferência para subscrever a emissão de bônus.

Forma, Propriedade e Circulação

Art. 78. Os bônus de subscrição terão a forma nominativa. (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)

Parágrafo único. Aplica-se aos bônus de subscrição, no que couber, o disposto nas Seções V a VII do Capítulo III.

Certificados

Art. 79. O certificado de bônus de subscrição conterá as seguintes declarações:

I - as previstas nos números I a IV do artigo 24;

II - a denominação "Bônus de Subscrição";

III - o número de ordem;

IV - o número, a espécie e a classe das ações que poderão ser subscritas, o preço de emissão ou os critérios para sua determinação;

V - a época em que o direito de subscrição poderá ser exercido e a data do término do prazo para esse exercício;

VI - o nome do titular; (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)

VII - a data da emissão do certificado e as assinaturas de dois diretores. (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997)

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SESSÃO SUPER CAPCIOSÍSSIMA!!!!!

Nesse tópico de altíssima relevância, como o próprio nome sugere, iremos abordar duas alterações feitas pela Lei nº 11.638/07: a REVOGAÇÃO das reservas de capital conhecidas como Prêmio na emissão de debêntures e Doações e subvenções para investimento.

Conforme art. 10 da Lei nº 11.638/07:

A REDAÇÃO ANTERIOR do artigo 182 da Lei nº 6.404/76 era:

Art. 182. A conta do capital social discriminará o montante subscrito e, por dedução, a parcela ainda não realizada.

§ 1º Serão classificadas como reservas de capital as contas que registrarem:

a) a contribuição do subscritor de ações que ultrapassar o valor nominal e a parte do preço de emissão das ações sem valor nominal que ultrapassar a importância destinada à formação do capital social, inclusive nos casos de conversão em ações de debêntures ou partes beneficiárias;

b) o produto da alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição;

c) o prêmio recebido na emissão de debêntures; d) as doações e as subvenções para investimento.

Com a edição da Lei nº 11.638/07, a redação passou a vigorar com o seguinte texto:

Art. 182. A conta do capital social discriminará o montante subscrito e, por dedução, a parcela ainda não realizada.

§ 1º Serão classificadas como reservas de capital as contas que registrarem:

a) a contribuição do subscritor de ações que ultrapassar o valor nominal e a parte do preço de emissão das ações sem valor nominal que ultrapassar a importância destinada à formação do capital social, inclusive nos casos de conversão em ações de debêntures ou partes beneficiárias;

b) o produto da alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição;

c) o prêmio recebido na emissão de debêntures; d) as doações e as subvenções para investimento.

c) (revogada); (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007) (Revogado pela Lei nº 11.638,de 2007)

d) (revogada). (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007) (Revogado pela Lei nº 11.638,de 2007)

Art. 10. Ficam revogadas as alíneas c e d do § 1º do art. 182 e o § 2º do art. 187 da Lei nº 6.404/76, de 15 de dezembro de 1976.

Alexandre, e qual o novo tratamento contábil dado às

mesmas (Prêmio Recebido na emissão de debêntures e

doações e subvenções para investimento)??????????

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Tenha calma!!!! Vamos devagar!!!!! Primeiramente, é preciso sabermos o que são debêntures.

Vamos lá, então!!!!

Debêntures

Quando as companhias necessitam obter recursos de terceiros, podem recorrer a instituições financeiras ou ao público em geral. Normalmente, quando os encargos cobrados pelas instituições financeiras são considerados elevados, as sociedades anônimas recorrem a empréstimos junto ao mercado. Para tal, emitem títulos de crédito denominados debêntures, os quais devem ser resgatados em prazo previamente definido.

As debêntures são títulos de crédito que representam obrigações, normalmente de longo prazo, da companhia, sendo, portanto, classificadas no passivo exigível a longo prazo.

São emitidas com vistas à obtenção de recursos necessários às atividades da sociedade. Representam, assim, empréstimos obtidos pela companhia junto ao público em geral.

A assembléia geral possui competência privativa para a emissão de debêntures. As debêntures podem garantir a seus titulares participação nos lucros da companhia, juros, atualização

monetária e, em alguns casos, conversibilidade em ações. Quando forem atribuídas às debêntures as vantagens acima referidas, os títulos poderão tornar-se altamente

valorizados no mercado, a ponto de o preço de emissão (alienação) se tornar superior aos respectivos valores nominais. O valor excedente obtido pela companhia será contabilizado como prêmio na emissão de debêntures (PED).

Até 31.12.2007, o prêmio na emissão de debêntures ERA classificado como reserva de capital.

A partir da vigência da Lei nº 11.638/07, iniciada em 01.01.2008, o prêmio na emissão de debêntures passou a ser contabilizado como resultados de exercícios futuros.

Exemplo (1): Em 02.01.X1, houve emissão de Debêntures no valor total de R$ 40.000,00 com prêmio de R$ 6.000,00. O resgate dos títulos ocorreu em 02.01.X2.

Lançamento contábil

D – Disponibilidades 46.000 C – Debêntures a Resgatar 40.000 C – REF 6.000

Em 31.12.X1, efetuar os lançamentos da atualização monetária (20%) e dos juros (12%):

1. Cálculo da atualização monetária Debêntures----------------------------------------------------------------------40.000,00

x 20% Variações Monetárias Passivas---------------------------------------------- 8.000,00

Lançamento contábil D – VMP C – Debêntures 8.000

CAPCIOSÍSSIMA!!!!! Como as debêntures representam obrigações da companhia, a atualização monetária destes títulos será lançada em contrapartida a despesas classificadas como variações monetárias passivas – VMP.

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2. Cálculo dos juros

(Debêntures + VMP) ------------------------------------------------------------48.000,00 X 12%

Juros Passivos---------------------------------------------------------------------- 5.760,00

Lançamento contábil

D – Juros Passivos (ou Despesas de Juros) C – Debêntures a Resgatar 5.760

Uma segunda alternativa seria lançar os Juros Passivos em contrapartida a Juros a Pagar (PE) aos debenturistas.

D – Juros Passivos (ou Despesas de Juros) C – Juros a Pagar 5.760

1º Situação: Em 02.01.X2, foi efetuado o resgate dos títulos.

No resgate das Debêntures, a companhia efetuará o lançamento debitando a conta de obrigação representativa das Debêntures e creditando disponibilidades (caixa ou bancos).

Lançamento Contábil

D – Debêntures a Resgatar C – Disponibilidades 48.000

O pagamento dos juros dependerá das condições contratuais estabelecidas.

2º Situação: Em 02.01.X2, foi efetuada a conversão dos títulos em ações.

Na conversão das Debêntures em ações, os possuidores dos títulos de crédito se transformarão em acionistas da companhia ou aumentarão as suas participações, caso já sejam acionistas. Neste caso, deverão ser emitidas novas ações. No lançamento, a sociedade deverá debitar as debêntures e creditar capital social.

Lançamento Contábil

D – Debêntures a Resgatar C – Capital Social 48.000

Deságio na emissão de Debêntures

CAPCIOSÍSSIMA!!!!! Como as debêntures representam obrigações da companhia, os juros incidentes sobre tais títulos são computados como juros passivos (despesas financeiras).

CAPCIOSÍSSIMA!!!!! A segunda alternativa é a mais apropriada por separar a obrigação principal (Debêntures) da obrigação acessória (Juros a Pagar).

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Ocorre o deságio quando o preço de emissão (alienação) for inferior ao valor nominal das Debêntures

(alienação abaixo do par). O deságio não poderá ser contabilizado como despesa financeira no momento da operação, tendo em vista que

a apropriação ao resultado deverá ocorrer proporcionalmente aos períodos de apuração compreendidos entre a data da alienação e a do resgate ou capitalização das Debêntures.

Dessa forma, existem duas maneiras de contabilizar o deságio: 1. Lançando-o como despesa antecipada, registrada no Ativo Circulante e/ou Realizável a Longo Prazo;

ou 2. Lançando-o como conta retificadora do passivo exigível (circulante e/ou exigível a longo prazo). No

segundo caso, o tratamento é semelhante ao aplicado aos Encargos Financeiros a Transcorrer referentes ao desconto de notas promissórias (empréstimos com descontos antecipados).

Exemplo: Em 01.07.X1, foram emitidas Debêntures no valor de R$ 60.000,00, com deságio de 10%, para resgate em 31.12.X2. Efetuar os lançamentos relativos à operação. Lançamentos Contábeis 1º maneira D – Disponibilidades (Caixa/Bancos) 54.000 D – Deságio na Emissão de Debêntures (AC) 6.000 C – Debêntures a Resgatar 60.000 2º maneira D – Disponibilidades (Caixa/Bancos) 54.000 D – Deságio na Emissão de Debêntures (Retificadora do PE) 6.000 C – Debêntures a Resgatar 60.000

Em 31.12.X1, será efetuada a apropriação da parcela do Deságio correspondente ao período transcorrido (6 meses). Como o período compreendido entre a data de alienação e a do resgate ou capitalização das Debêntures (01.07.X1 a 31.12.X2) corresponde a 18 meses, o valor a ser apropriado na data do encerramento do exercício de X1 será 1/3 de R$ 6.000,00, ou seja, R$ 2.000,00.

Assim, nessa data, tal valor deverá ser apropriado ao resultado como Despesas Financeiras, baixando-se a parcela correspondente na conta Deságio na Emissão de Debêntures.

Lançamento Contábil

D – Despesa Financeira (Amortização de Deságio na Emissão de Debêntures) C – Deságio na Emissão de Debêntures (AC ou PC) 2.000

O saldo restante deverá ser apropriado na data do resgate ou capitalização dos títulos ou do próximo balanço, as quais, no presente caso, são coincidentes.

Portanto, de acordo com o NOVO TRATAMENTO CONTÁBIL, o acréscimo passar a ser contabilizado como resultado de exercício futuro, e será, portanto, apropriado ao Resultado como receita de juros.

Antes da alteração, o prêmio recebido pela sociedade em função da emissão das debêntures não transitava em nenhum momento pelo resultado.

Conforme esclarecido pela CVM, a forma atual é mais apropriada, tendo em vista que o prêmio tem a natureza de receita a ser apropriada ao resultado em função do prazo de resgate das debêntures.

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Tal receita será confrontada com a despesa de juros arcada pela companhia junto aos Debenturistas em função do empréstimo obtido, obedecendo, assim, ao Princípio do Confronto das Receitas com as Despesas, que faz parte do Princípio da Competência.

No que tange às doações e subvenções, até a entrada em vigor da Lei nº 11.638/07, que alterou a Lei nº 6.404/76 em diversos de seus dispositivos, as doações recebidas do Poder Público tinham suas contrapartidas (origens) contabilizadas como reservas de capital, enquanto as doações recebidas de particulares tinham suas contrapartidas (origens) contabilizadas como receitas.

Com a revogação da base legal que previa a constituição da Reserva de Capital por Doações e Subvenções, as contrapartidas das doações e subvenções para investimentos passaram a ser formadas por receitas.

As subvenções representam auxílio pecuniário, via de regra concedido pelo Poder Público, cujas contrapartidas eram classificadas como reservas de capital quando efetuadas para investimentos.

As subvenções para custeio terão como contrapartida contas de receitas. Com as alterações preconizadas pela Lei nº 11.638/07, as contrapartidas das subvenções, sejam as relativas a investimentos ou para custeio, serão receitas.

Contabilização de uma Subvenção Recebida D – Disponibilidades C – Receitas de Subvenções para Custeio 80.000

SESSÃO SUPER CAPCIOSÍSSIMA!!!!!

1.2.4. UTILIZAÇÃO DAS RESERVAS DE CAPITAL

Reserva de Capital

Art. 200. As reservas de capital somente poderão ser utilizadas para:

I - absorção de prejuízos que ultrapassarem os lucros acumulados e as reservas de lucros (artigo 189, parágrafo único);

II - resgate, reembolso ou compra de ações;

III - resgate de partes beneficiárias;

ATENÇÃO!!!! Os prejuízos contábeis deverão ser absorvidos primeiramente pelos Lucros Acumulados seguidos das Reservas de Lucros na ordem ascendente da disposição destas reservas no Balanço Patrimonial, sendo a reserva legal a última a ser compensada (art. 189, parágrafo único)

Apesar de a Lei nº 11.638/07 estabelecer o tratamento contábil supra, a CVM, por meio da Instrução nº 469/08, estabeleceu, em seu art. 3º, que “os prêmios recebidos na emissão de debêntures e as doações e subvenções, decorrentes de operações e eventos ocorridos a partir da vigência da Lei nº 11.638, de 2007, serão transitoriamente registrados em contas específicas de resultado de exercícios futuros, com divulgação do fato e dos valores envolvidos, em nota explicativa, até que a CVM edite norma específica sobre a matéria”.

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IV - incorporação ao capital social;

V - pagamento de dividendo a ações preferenciais, quando essa vantagem lhes for assegurada (artigo 17, § 5º).

INSTRUÇÃO CVM Nº 469, DE 2 DE MAIO DE 2008

Dispõe sobre a aplicação da Lei nº 11.638, de 28 de dezembro de 2007. Altera as Instruções CVM n° 247, de 27 de março de 1996 e 331, de 4 de abril de 2000.

Saldos das Reservas de Capital Alteradas pela Lei nº 11.638, de 2007

Art. 3º Os prêmios recebidos na emissão de debêntures e as doações e subvenções, decorrentes de operações e eventos ocorridos a partir da vigência da Lei nº 11.638, de 2007, serão transitoriamente registrados em contas específicas de resultado de exercícios futuros, com divulgação do fato e dos valores envolvidos, em nota explicativa, até que a CVM edite norma específica sobre a matéria.

Parágrafo único. Os saldos das reservas de capital referentes a prêmios recebidos na emissão de debêntures e doações e subvenções para investimento, existentes no início do exercício social de 2008, poderão ser mantidos nessas respectivas contas até a sua total utilização, na forma prevista em lei.

1.3. AJUSTES DE AVALIAÇÃO PATRIMONIAL O parágrafo 3º, do artigo 182, da Lei nº 6.404/76, estabelecia:

§ 3º - Serão classificadas como reservas de reavaliação as contrapartidas de aumentos de valor atribuídos a elementos do ativo em virtude de novas avaliações com base em laudo nos termos do art. 8o, aprovado pela assembléia geral.

Aqui ocorreu outra importante alteração na Lei nº 6.404/76 introduzida pela Lei nº 11.637/07, a qual modificou a redação do citado parágrafo, que depois foi modificado novamente pela MP 449/08 conforme transcrição a seguir,

§ 3o Serão classificadas como ajustes de avaliação patrimonial, enquanto não computadas no resultado do exercício em obediência ao regime de competência, as contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor atribuídos a elementos do ativo e do passivo, em decorrência da sua avaliação a VALOR JUSTO, nos casos previstos nesta Lei ou, em normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários, com base na competência conferida pelo § 3o do art. 177. (Redação dada pela Medida Provisória nº 449, de 2008)

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Até a entrada em vigor da Lei nº 11.638/07, os valores dos bens do Ativo Permanente PODIAM ser aumentados pela reavaliação espontânea para ajustá-los ao valor de mercado. Tal procedimento deveria estar respaldado por laudo técnico realizado por três peritos ou por empresa especializada.

Embora a Lei nº 6.404/76 não estabelecesse restrições, a CVM admitia para as companhias abertas apenas a reavaliação de bens do Ativo Imobilizado.

No laudo técnico devia ser estimado o tempo de vida útil restante para o bem. À medida que o bem reavaliado era realizado (depreciado ou alienado), a Reserva de Reavaliação também era

realizada na mesma proporção, sendo baixada em contrapartida à conta Lucros ou Prejuízos Acumulados. Alguns autores admitiam a contrapartida da Reserva de Reavaliação como Receitas Não Operacionais.

Partindo de um exemplo fictício, explicaremos a sistemática adotada anteriormente.

Exemplo:

A sociedade Beta possui um Equipamento em seu Imobilizado com Valor Contábil (Custo de Aquisição (-) Depreciação Acumulada) de R$ 30.000,00. Após a emissão de laudo técnico feito por empresa especializada em perícia contábil, o bem foi reavaliado para R$ 50.000,00. O laudo definiu um prazo restante de vida útil para o bem de 10 anos. Dessa forma, o Equipamento será reavaliado em R$ 20.000,00.

Lançamento

INFORMAÇÕES CAPCIOSAS!!!! Os Ajustes de Avaliação Patrimonial compreendem: Contrapartidas de aumentos ou diminuições (novidade) de valor atribuído a: (1) elementos do ativo e (2) elementos do passivo, em decorrência da sua avaliação a preço de mercado. - O Ajuste de Avaliação Patrimonial é obrigatório. - Os ativos e passivos serão registrados pelo seu valor original, mas havendo mudança no seu valor de mercado, tornando-o superior ou inferior ao valor original, serão ajustados para mais ou para menos, em contrapartida de uma conta do PL. - A conta de Ajuste de Avaliação patrimonial poderá ter saldo devedor ou credor. - A conta permanecerá no PL até a sua realização em receita ou despesa, em obediência ao regime de competência. - Será necessário aguardar normatização específica. - 4) VALOR JUSTO : Com a edição da MP 449/08, surge o conceito de valor justo na Lei, em substituição ao valor de mercado, para avaliação de alguns componentes do Ativo. Segundo a nova redação da alínea “a” do inciso I do art. 183 da Lei 6.404/76, no Balanço, as aplicações destinadas à negociação ou disponíveis para venda serão avaliadas pelo seu valor justo, e não mais pelo seu valor de mercado ou valor equivalente. O conceito de valor justo para os elementos do Ativo está no § 1º do art. 183 da Lei. Basicamente houve apenas a troca de nome, de valor de mercado para valor justo, permanecendo o mesmo conceito já estabelecido anteriormente. Destaque-se também a alteração do § 3º do art. 182, prevendo que os ajustes de avaliação patrimonial serão contabilizados em contrapartida de aumentos ou diminuições de valor atribuídos a elementos do ativo e do passivo, em decorrência da sua avaliação a valor justo, e não mais a valor de mercado. E agora a Comissão de Valores Mobiliários – CVM possui competência para estabelecer, em norma própria, outros casos em que serão devidos esses ajustes, além das hipóteses previstas na Lei 6.404/76.

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D – Equipamento C – Reserva de Reavaliação 20.000

Um ano após, o bem sofreu depreciação de 10%. A Reserva de Reavaliação teve de ser Realizada também em 10%

D – Reserva de Reavaliação C – Lucros ou Prejuízos Acumulados 2.000

Alexandre, então o que fazer com o saldo da Reserva de Reavaliação, tendo em vista que a mesma foi extinta pela Lei nº 11.638/07?????

O artigo 6º da Lei 11.638/07 responde ao questionamento supra!!!!! Além disso, há a Instrução da CVM nº 469/08, que trata do assunto.

Vejamos o conteúdo dos mesmos!!!!

SALDO DA RESERVA DE REAVALIAÇÃO(Lei 11.638/07)

Art. 6o Os saldos existentes nas reservas de reavaliação deverão ser mantidos até a sua efetiva realização ou estornados até o final do exercício social em que esta Lei entrar em vigor.

INSTRUÇÃO CVM Nº 469, DE 2 DE MAIO DE 2008

Dispõe sobre a aplicação da Lei nº 11.638, de 28 de dezembro de

2007. Altera as Instruções CVM n° 247, de 27 de março de 1996

e 331, de 4 de abril de 2000.

Reserva de Reavaliação

Art. 4º Os saldos das reservas de reavaliação constituídas até a vigência da Lei nº 11.638, de 2007, inclusive

as reavaliações reflexas decorrentes da aplicação do método da equivalência patrimonial, poderão ser mantidos

nessas respectivas contas até a sua efetiva realização ou até serem estornados.

§ 1º As companhias abertas que optarem pelo estorno deverão realizá-lo até o final do primeiro exercício

social iniciado a partir de 1º de janeiro de 2008.

§ 2º Sem prejuízo do disposto na Instrução CVM n° 358, de 3 de janeiro de 2002, as companhias abertas

deverão divulgar, até a apresentação da 2ª ITR do exercício iniciado em 2008, sua opção quanto às alternativas

previstas no caput deste artigo.

§ 3º No caso de estorno, os efeitos da reversão da reserva de reavaliação e dos ajustes nas respectivas

obrigações fiscais diferidas deverão retroagir ao início do exercício social, devendo esses efeitos ser objeto de

divulgação em nota explicativa.

§ 4º No caso de manutenção dos saldos da reserva de reavaliação, deverá ser observado o seguinte:

I - a sua realização para a conta de lucros e prejuízos acumulados deverá ser feita nos termos da Deliberação

CVM n° 183, de 19 de junho de 1995 e o valor do ativo imobilizado reavaliado existente no início do exercício social

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deverá ser considerado como o novo valor de custo para fins de mensuração futura e de

determinação do valor recuperável; e

II - a obrigatoriedade de realização de reavaliações periódicas, prevista na Deliberação CVM n° 183, de 1995,

deixa de ser aplicável.

§ 5º As companhias abertas deverão utilizar a mesma alternativa para as reavaliações próprias e reflexas e

determinar a suas controladas a adoção da mesma alternativa, devendo a investidora, no caso de coligadas e

equiparadas, ajustar, se necessário, os balanços daquelas companhias para adequá-los à alternativa utilizada.

1.4. RESERVAS DE LUCROS As reservas de lucros são originadas pela apropriação dos lucros da companhia que não foram distribuídos

como dividendos aos acionistas nem incorporados ao capital social. São valores retidos para garantir a “saúde financeira e patrimonial” da companhia. A constituição das reservas de lucros tem por objetivo estabelecer a separação da parcela dos lucros que será

distribuída aos acionistas como dividendos daquela que ficará retida na companhia. Serão constituídas, dependendo da sua natureza, em função dos comandos explicitados na Lei nº 6.404/76, das previsões estatutárias e das decisões da assembléia de acionistas, em relação aos respectivos âmbitos de competência.

A destinação de parcelas dos Lucros para constituição de reservas significa que tais valores representados no Ativo não serão distribuídos aos acionistas.

O artigo 192 da lei 6.404/76 preceitua que:

Art. 192. Juntamente com as demonstrações financeiras do exercício, os órgãos da administração da companhia apresentarão à assembléia-geral ordinária, observado o disposto nos artigos 193 a 203 e no estatuto, proposta sobre a destinação a ser dada ao lucro líquido do exercício.

De acordo com os artigos 193 a 197 e 202 da Lei nº 6.404/76, com as alterações estabelecidas pela Lei nº 11.638/07, são Reservas de Lucros:

(*) Essa reserva de lucro (RIF) foi criada pela Lei nº 11.638/07, que constitui a grande novidade introduzida pela mesma!!!!!

1.4.1. RESERVA LEGAL

O artigo 193 da Lei nº 6.404/76 determina: Reserva Legal

Art. 193. Do lucro líquido do exercício, 5% (cinco por cento) SERÃO aplicados, antes de qualquer outra destinação, na constituição da reserva legal, que NÃO EXCEDERÁ DE 20% (VINTE POR CENTO) DO CAPITAL

SOCIAL.(LIMITE OBRIGATÓRIO)

1) Reserva Legal;

2) Reservas Estatutárias;

3) Reservas Para Contingências;

4) Reservas de Inventivos Fiscais(*);

5) Reserva de Lucros a Realizar

6) Reserva de Retenção de Lucros ou lucros retidos(**)

7) Reserva ESPecial para dividendos obrigatórios não distribuídos.

Em provas de concursos você poderá encontrar as seguintes nomenclaturas para a RRL, quais sejam:

§ Reserva de lucros retidos; § Reserva para investimentos; § Reserva de lucros para

expansão; § Reserva orçamentária; § Reserva de lucros para

investimentos.

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§ 1º A companhia PODERÁ deixar de constituir a reserva legal no exercício em que O SALDO DESSA RESERVA, ACRESCIDO DO MONTANTE DAS RESERVAS DE CAPITAL (exceto a correção monetária do capital –

art. 182, § 1º) DE QUE TRATA O § 1º DO ARTIGO 182, EXCEDER DE 30% (TRINTA POR CENTO) DO

CAPITAL SOCIAL.(LIMITE FACULTATIVO OU OPCIONAL)

§ 2º A reserva legal tem por fim assegurar a integridade do capital social e somente poderá ser utilizada para compensar (amortizar) prejuízos (quando os lucros acumulados e as demais reservas de lucros não forem suficientes) ou

aumentar o capital.

Diante do exposto, o artigo supra determina que, em todo exercício social, uma vez apurado Lucro Líquido do Exercício (LLE), 5% do seu valor será destinado à constituição da reserva legal.

Caso existam Prejuízos Acumulados, estes deverão ser compensados (subtraídos do LLE) antes da constituição da reserva legal.

A Reserva Legal é a ÚNICA reserva de lucro que é obrigatória a sua constituição, conforme se depreende do caput do artigo supra!!!!!!!

1.4.1.1. Limite Obrigatório

Conforme se depreende do caput do artigo 193, transcrito acima, a destinação de 5% do Lucro Líquido do Exercício para a constituição da reserva legal será realizada até o

exercício em que o montante desta reserva atingir 20% do capital social.

1.4.1.2. Limite Opcional ou Facultativo

Estabelece o parágrafo 1º do artigo 193 da lei que, quando o saldo da reserva legal adicionado às reservas de capital exceder a 30% do capital social, ficará a cargo da companhia constituir ou não a reserva legal.

O limite opcional da reserva legal tem um sentido diferente do limite obrigatório. Enquanto este representa um valor que não pode ser ultrapassado, correspondendo, portanto, ao valor máximo da reserva legal, aquele representa um montante que, uma vez ultrapassado, deixa de ser obrigatória a constituição da reserva legal no exercício.

Resumindo, teremos:

Saldo da Reserva Legal ≤ 20% Capital Social→ Constituição OBRIGATÓRIA

Saldo da Reserva Legal + Reservas de Capital > 30% Capital Social→ Constituição OPCIONAL

RESERVA LEGAL = 5% X LLE

LIMITE OBRIGATÓRIO RESERVA LEGAL ≤ 20% X CAPITAL SOCIAL

DESTINAÇÃO DA RESERVA LEGAL 1) Compensação de Prejuízos 2) Aumento do Capital Social

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Alexandre, esses limites são aplicados sobre o Capital Social Subscrito ou o Capital Social Realizado, já que o art. 193 é omisso com relação a isso???

Ih, Alexandre, isso aí parece muito complicado!!!!!!

Vamos, a partir de exemplos numéricos, consolidar o nosso conhecimento acerca da reserva legal, assunto muito cobrado em provas da ESAF!!!!

Para isso, serão utilizados 4 exemplos. Vamos lá!!!!

Exemplo 1: Dados: Capital Social R$ 60.000,00 Reservas de Capital R$ 10.200,00 Reserva Legal R$ 8.000,00 Demais Reservas de Lucros R$ 6.000,00 Lucro Líquido do Exercício R$ 50.000,00

Solução: a) Primeiro limite (Limite Obrigatório): 20% do Capital Social realizado: Capital→ 60.000 x 20% = 12.000 Reserva Legal→ 50.000 x 5% = 2.500 Saldo da Reserva Legal→ 8.000 (+) 2.500 = 10.500→ NÃO FOI ATINGIDO

b) Segundo limite (Limite Facultativo): 30% do Capital Social realizado: Capital→ 60.000 x 30% = 18.000

Saldo

das Res

ervas de Capital→ 10.200 (+) 8.000 = 18.200→ FOI ATINGIDO

Exemplo 2:

A doutrina predominante interpreta que os limites obrigatório e opcional são calculados em relação ao capital social realizado. No entanto, em questões recentes aplicadas pela ESAF, o cálculo dos limites foi efetuado em relação ao capital social subscrito. Tal interpretação também é aceitável, pois a Lei nº 6.404/76(art. 193) refere-se apenas ao capital social, sem especificar se é o realizado ou o subscrito. Em algumas situações, a Lei das S/A especifica capital social realizado, quando, por exemplo, menciona a reserva de correção monetária do capital social realizado (reserva de capital, extinta por força da Lei nº 9.249/95). Portanto, pode-se entender que, quando a Lei das S/A menciona capital social, esteja se referindo ao capital social subscrito.

Conclusão conjunta (considerando os dois limites): no primeiro exemplo, a empresa não é obrigada a constituir reserva legal relativa ao lucro do período, pois, a soma do saldo da reserva legal + reserva de capital ultrapassou 30% do capital social. Porém, se resolver constituí-la, deverá fazê-la pelo valor de R$ 2.500,00, já que o limite obrigatório não foi atingido.

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Dados: Capital Social R$ 60.000,00 Reservas de Capital R$ 10.200,00 Reserva Legal R$ 8.000,00 Demais Reservas de Lucros R$ 6.000,00 Lucro Líquido do Exercício R$ 100.000,00

Solução: a) Primeiro limite (Limite Obrigatório): 20% do Capital Social realizado: Capital→ 60.000 x 20% = 12.000 Reserva Legal→ 100.000 x 5% = 5.000 Saldo da Reserva Legal→ 8.000 (+) 5.000 = 13.000→ FOI ATINGIDO

b) Segundo limite (Limite Facultativo): 30% do Capital Social realizado: Capital→ 60.000 x 30% = 18.000 Saldo das Reservas de Capital→ 10.200 (+) 8.000 = 18.200→ FOI ATINGIDO

Exemplo 3: Dados: Capital Social R$ 60.000,00 Reservas de Capital R$ 7.000,00 Reserva Legal R$ 8.000,00 Demais Reservas de Lucros R$ 6.000,00 Lucro Líquido do Exercício R$ 50.000,00

Solução: a) Primeiro limite (Limite Obrigatório): 20% do Capital Social realizado: Capital→ 60.000 x 20% = 12.000 Reserva Legal→ 50.000 x 5% = 2.500 Saldo da Reserva Legal→ 8.000 (+) 2.500 = 10.500→ NÃO FOI ATINGIDO

b) Segundo limite (Limite Facultativo): 30% do Capital Social realizado: Capital→ 60.000 x 30% = 18.000 Saldo das Reservas de Capital→ 7.000 (+) 8.000 = 15.000→ NÃO FOI ATINGIDO

Exemplo 4: Dados: Capital Social R$ 60.000,00 Reservas de Capital R$ 7.000,00

Conclusão conjunta (considerando os dois limites): no segundo exemplo, a companhia também não é obrigada a constituir reserva legal relativa ao lucro do período, uma vez que o limite facultativo foi atingido. Porém, se resolver constituí-la, deverá fazê-la pelo valor de R$ 4.000,00, já que o valor da reserva legal não pode ultrapassar a 20% do Capital Social, ou seja, 8.000 + 4.000 = 12.000.

Conclusão conjunta (considerando os dois limites): no terceiro exemplo, a companhia é obrigada a constituir reserva legal relativa ao lucro do período e deverá constituí-la pelo valor máximo de R$ 2.500,00, ou seja, em valor equivalente a 5% do lucro líquido do período, vez que os dois limites não foram atingidos.

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Reserva Legal R$ 8.000,00 Demais Reservas de Lucros R$ 6.000,00 Lucro Líquido do Exercício R$ 100.000,00

Solução: a) Primeiro limite (Limite Obrigatório): 20% do Capital Social realizado: Capital→ 60.000 x 20% = 12.000 Reserva Legal→ 100.000 x 5% = 5.000 Saldo da Reserva Legal→ 8.000 (+) 5.000 = 13.000→ FOI ATINGIDO

b) Segundo limite (Limite Facultativo): 30% do Capital Social realizado: Capital→ 60.000 x 30% = 18.000 Saldo das Reservas de Capital→ 7.000 (+) 8.000 = 15.000→ NÃO FOI ATINGIDO

1.4.2. RESERVAS ESTATUTÁRIAS

O artigo 194 da Lei nº 6.404/76 determina que o estatuto poderá criar reservas desde que, para cada uma:

I – Indique, de modo preciso e completo, a sua finalidade; II – Fixe os critérios para determinar a parcela anual dos lucros líquidos que serão destinados à sua

constituição; e III – estabeleça o limite máximo da reserva.

Lançamento contábil

D – Lucros ou Prejuízos Acumulados C – Reservas Estatutárias

1.4.3. RESERVAS PARA CONTINGÊNCIAS

O artigo 195 da Lei nº 6.404/76 determina:

RESERVAS PARA CONTINGÊNCIAS

Art. 195. A assembléia-geral poderá, por proposta dos órgãos da administração, destinar parte do lucro líquido à formação de reserva com a finalidade de compensar, em exercício futuro, a diminuição do lucro decorrente de perda julgada provável, cujo valor possa ser estimado.

§ 1º A proposta dos órgãos da administração deverá indicar a causa da perda prevista e justificar, com as razões de prudência que a recomendem, a constituição da reserva.

Conclusão conjunta (considerando os dois limites): no quarto exemplo, a companhia é obrigada a constituir reserva legal relativa ao lucro do período pelo valor de R$ 4.000,00, já que o valor da reserva legal não pode ultrapassar a 20% do Capital Social. Porém, a empresa pode constituir a reserva legal apenas para completar os 30% do limite facultativo. É somado à reserva legal existente o valor necessário para que o saldo da reserva legal + reserva de capital seja igual a 30% do capital social, ou seja, 8.000 + 7.000 + 3.000 = 18.000. Por essa linha de raciocínio (adotado pela ESAF), a companhia teria a faculdade de constituir reserva legal de apenas 3.000. Observem, caros colegas, que o limite obrigatório está sendo preservado: 8.000 + 3.000 <12.000.

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§ 2º A reserva será revertida no exercício em que deixarem de existir as razões que justificaram a sua constituição ou em que ocorrer a perda.

Primeiro de tudo, vamos conceituar contingência: situação ou condição que pode surgir para a companhia, na qual há a possibilidade de ocorrência de despesas ou perdas, cuja certeza de acontecimentos é futura e discutível, tais como:

Perdas futuras pela expectativa de diminuição dos preços dos produtos da empresa, gerando prejuízos; Pela previsão de lançamento de produtos concorrentes com qualidade superior a preço inferior; Previsão de perdas por ação da natureza: cheias, enchentes, secas.

O objetivo da constituição da reserva supra é disciplinar a distribuição de dividendos. Dessa forma, separa-se uma parte da base de cálculo dos dividendos a serem distribuídos, tendo como conseqüência a redução destes, quando existe perspectiva de redução do lucro no exercício seguinte.

Cabe observar que a reserva para contingências constituída em determinado exercício será revertida para a conta Lucros ou Prejuízos Acumulados no exercício seguinte, independentemente de haver ou não a perda prevista.

Tais reservas são comuns em empresas agrícolas, para fazer frente a possíveis perdas em decorrência de fenômenos naturais, como geadas, enchentes e secas.

Também é comum a constituição dessa reserva quando existirem previsões de queda nos preços dos produtos transacionados pela sociedade ou de aumentos nas alíquotas dos impostos desses produtos.

INFORMAÇÃO SUPER CAPCIOSÍSSIMA!!!!!

Essa diferenciação é muito importante, pois é comum os conceitos serem confundidos. Poderíamos resumir a distinção entre provisão para contingências e reservas para contingências com duas observações.

A primeira é referente ao momento em que cada uma é constituída. A segunda é relativa à distinção entre os respectivos lançamentos.

Alexandre o que há de comum e de diferente entre os dois conceitos?????

Vamos lá, sanar as suas dúvidas!!!!!

Embora ambas sejam constituídas com base em expectativas de perdas a ocorrerem no futuro, a PROVISÃO PARA CONTINGÊNCIAS é constituída ANTES da apuração do resultado do exercício, normalmente em razão de ações judiciais ou autos de infração contra a sociedade em relação aos quais a expectativa de perda seja significativa e exista a possibilidade de se estimar o valor. O lançamento da provisão para contingências seria:

D – Despesa com Provisão para Contingências (Fiscais ou Trabalhistas) C – Provisão para Contingências (Passivo Circulante)

Já a RESERVA PARA CONTINGÊNCIAS é constituída APÓS a apuração do resultado do exercício, quando o lucro líquido do exercício(LLE) já foi transferido para a conta lucros ou prejuízos acumulados e está sendo efetuada a destinação do referido Lucro. As destinações do LLE podem ser distribuição de dividendos, retenção em reservas e aumento do capital.

A reserva para contingências NÃO DEVE ser confundida com a provisão para contingências. Na constituição da reserva o Fato Gerador ainda não ocorreu, ao contrário da provisão, na qual considera-se ocorrido o Fato Gerador quando da sua constituição.

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Lançamentos contábeis

NA CONSTITUIÇÃO NA REVERSÃO D – LPA D – Reserva para Contingências C – Reserva para Contingências C – Lucros ou Prejuízos Acumulados(LPA)

1.4.4. RESERVA DE RETENÇÃO DE LUCROS

Conforme dissemos anteriormente, tal reserva poderá vir mencionada nas provas de concursos com os seguintes sinônimos:

Reserva de lucros retidos; Reserva para investimentos; Reserva de lucros para expansão; Reserva orçamentária; Reserva de lucros para investimentos.

RETENÇÃO DE LUCROS

Art. 196. A assembléia-geral poderá, por proposta dos órgãos da administração, deliberar reter parcela do lucro líquido do exercício prevista em orçamento de capital por ela previamente aprovado.

§ 1º O orçamento, submetido pelos órgãos da administração com a justificação da retenção de lucros proposta, deverá compreender todas as fontes de recursos e aplicações de capital, fixo ou circulante, e poderá ter a duração de até 5 (cinco) exercícios, salvo no caso de execução, por prazo maior, de projeto de investimento.

§ 2o O orçamento poderá ser aprovado pela assembléia-geral ordinária que deliberar sobre o balanço do exercício e revisado anualmente, quando tiver duração superior a um exercício social. (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

Prevista no artigo 196, conforme disposição acima, a reserva de retenção de lucros tem como objetivo separar parte do lucro apurado para aplicação em projetos de expansão. Ela não poderá ser constituída em prejuízo do dividendo mínimo obrigatório (art.198). O objetivo de sua constituição é evitar a distribuição de dividendos adicionais aos obrigatórios quando existe um projeto de expansão.

A reserva também pode ser utilizada para aumento de capital e na compensação de prejuízos contábeis do exercício que ultrapasse os lucros acumulados

Lançamento contábil

D – Lucros ou Prejuízos Acumulados C – Reserva de Retenção de Lucros

1.4.5. RESERVA DE INCENTIVOS FISCAIS

A Lei nº 11.638/07 criou a previsão legal que permite às sociedades constituir a reserva de incentivos fiscais, inserida no artigo 195-A da Lei nº 6.404/76, conforme transcrição a seguir:

Reserva de Incentivos Fiscais (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007)

Art. 195-A. A assembléia geral poderá, por proposta dos órgãos de administração, destinar para a reserva de incentivos fiscais a parcela do lucro líquido decorrente de doações ou subvenções governamentais para investimentos, que poderá ser excluída da base de cálculo do dividendo obrigatório (inciso I do caput do art. 202 desta Lei). (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007)

ARTIGO CAPCIOSO!!!!

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Limite da Constituição de Reservas e Retenção de Lucros

Art. 198. A destinação dos lucros para constituição das reservas de que trata o artigo 194(Reserva Estatutária) e a retenção nos termos do artigo 196(Reserva de Retenção de Lucros) não poderão ser aprovadas, em cada exercício, em prejuízo da distribuição do dividendo obrigatório (artigo 202).

De acordo com a Lei nº 11.638/07, as doações e subvenções recebidas pelas sociedades por ações e pelas demais sociedades de grande porte deverão ter suas contrapartidas registradas no resultado como receitas, sendo possível do lucro obtido a segregação da parcela correspondente para a constituição da reserva de incentivos fiscais- doações e subvenções.

É importante frisar, mais uma vez, que a Instrução CVM nº 469/08 estabeleceu que, até que haja normatização específica, as doações e subvenções devem ser classificadas como Resultados de Exercícios Futuros.

1.4.6. RESERVA DE LUCROS A REALIZAR

Conforme determina o Princípio da Competência, O Resultado do Exercício é econômico. Com base nesse princípio, as receitas são contabilizadas em função da ocorrência dos seus respectivos fatos geradores, independentemente das respectivas realizações em moeda. Dessa forma, a constituição da Reserva de Lucros a Realizar tem como objetivo segregar da base de cálculo dos dividendos a serem distribuídos a parcela dos lucros que não foi realizada financeiramente e também não será no próximo exercício. A Reserva de Lucros a Realizar poderá ser constituída quando existirem na composição do Lucro Líquido do Exercício parcelas que não foram recebidas no exercício e não o serão no exercício seguinte.

A previsão legal contida na Lei nº 6.404/76 referente à matéria em pauta foi alterada pela Lei nº 10.303/01. O referido dispositivo legal passou a vigorar com a seguinte redação:

RESERVA DE LUCROS A REALIZAR

Art. 197. No exercício em que o montante do dividendo obrigatório, calculado nos termos do estatuto ou do art. 202, ultrapassar a parcela realizada do lucro líquido do exercício, a assembléia-geral poderá, por proposta dos órgãos de administração, destinar o excesso à constituição de reserva de lucros a realizar. (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

§ 1o Para os efeitos deste artigo, considera-se realizada a parcela do lucro líquido do exercício que exceder da soma dos seguintes valores: (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 31.10. 2001)

I - o resultado líquido positivo da equivalência patrimonial (art. 248); e (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)

II – o lucro, rendimento ou ganho líquidos em operações ou contabilização de ativo e passivo pelo valor de mercado, cujo prazo de realização financeira ocorra após o término do exercício social seguinte. (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007)

§ 2o A reserva de lucros a realizar somente poderá ser utilizada para pagamento do dividendo obrigatório e, para efeito do inciso III do art. 202, serão considerados como integrantes da reserva os lucros a realizar de cada exercício que forem os primeiros a serem realizados em dinheiro. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)

O estudo da Reserva de Lucros a Realizar, por ter estrita ligação com o Dividendo Obrigatório, será detalhado em tópico seguinte desse módulo, contemplado as nuances capciosíssimas atinentes ao assunto!!!!!!

Lançamento contábil

NA CONSTITUIÇÃO NA REVERSÃO (adotado pela ESAF) D – LPA D – Reserva de Lucros a Realizar C – Reserva de Lucros a Realizar C – Lucros ou Prejuízos Acumulados (LPA)

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1.4.7. RESERVA ESPECIAL DE LUCROS PARA DIVIDENDOS OBRIGATÓRIOS NÃO DISTRIBUÍDOS

Art. 202 (...)

§ 4º O dividendo previsto neste artigo não será obrigatório no exercício social em que os órgãos da administração informarem à assembléia-geral ordinária ser ele incompatível com a situação financeira da companhia. O conselho fiscal, se em funcionamento, deverá dar parecer sobre essa informação e, na companhia aberta, seus administradores encaminharão à Comissão de Valores Mobiliários, dentro de 5 (cinco) dias da realização da assembléia-geral, exposição justificativa da informação transmitida à assembléia.

§ 5º Os lucros que deixarem de ser distribuídos nos termos do § 4º serão registrados como reserva especial e, se não absorvidos por prejuízos em exercícios subseqüentes, deverão ser pagos como dividendo assim que o permitir a situação financeira da companhia.

Conforme previsão contida nos §§ 4º e 5º do artigo supra da Lei nº 6.404/76, a reserva especial de lucros para dividendos obrigatórios não distribuídos é constituída quando a sociedade está obrigada à distribuição de dividendos mas não possui recursos financeiros disponíveis. Os lucros que deixarem de ser distribuídos serão registrados na reserva especial e, caso não sejam absorvidos por prejuízos em exercícios seguintes, deverão ser pagos como dividendo assim que o permitir a situação financeira da companhia.

Lançamento contábil

D – Lucros ou Prejuízos Acumulados C – Reserva de Lucros p/ Dividendos Obrigatórios

1.5. CAPITALIZAÇÃO DE LUCROS E RESERVAS

A assembléia, por proposta dos órgãos da administração, poderá decidir pela capitalização dos lucros ou reservas de lucros.

Lançamento Contábil

D – Lucros Acumulados ou Reservas de Lucros C – Capital Social

Neste caso, a companhia emite novas ações ou aumento o valor das ações existentes.

1.6. LIMITE DO SALDO DAS RESERVAS DE LUCROS (art.199)

LIMITE DO SALDO DAS RESERVAS DE LUCRO (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007)

Art. 199. O saldo das reservas de lucros, exceto as para contingências, de incentivos fiscais e de lucros a

realizar, não poderá ultrapassar o capital social. Atingindo esse limite, a assembléia deliberará sobre aplicação do

CAPCIOSÍSSIMA!!!! Observem que essa situação de constituição da reserva especial para dividendos obrigatórios não distribuídos é antagônica à situação que gerou a reserva de lucros a realizar, pois, neste caso (constituição da reserva especial), a companhia não tem dinheiro para pagar o dividendo. Logo, constitui a reserva especial!!!! No caso da constituição da reserva de lucros a realizar, a destinação do lucro para a reserva é facultativa e decorrente de um lucro não realizado financeiramente, o que não implica que a empresa não tenha dinheiro para pagar o total dos dividendos; ela simplesmente optou em pagá-lo quando o lucro for realizado.

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excesso na integralização ou no aumento do capital social ou na distribuição de dividendos. (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007)

Conforme estabelecido no artigo supra, além das Reservas para Contingências e de Lucros a Realizar, também não é computada para verificação do referido limite a Reserva de Incentivos Fiscais.

Assim, embora a lei estabeleça um limite para as Reservas de Lucros, para atingir esse limite, não são computadas as Reservas para Contingências, de Lucros a Realizar e de Incentivos Fiscais.

Para memorizar!!!!

1.7. AÇÕES EM TESOURARIA

Art. 182

(...)§ 5º As ações em tesouraria deverão ser destacadas no balanço como dedução da conta do patrimônio líquido

que registrar a origem dos recursos aplicados na sua aquisição.

NEGOCIAÇÃO COM AS PRÓPRIAS AÇÕES

Art. 30. A companhia não poderá negociar com as próprias ações.

§ 1º Nessa proibição não se compreendem:

a) as operações de resgate, reembolso ou amortização previstas em lei;

b) a aquisição, para permanência em tesouraria ou cancelamento, desde que até o valor do saldo de lucros ou reservas, exceto a legal, e sem diminuição do capital social, ou por doação;

c) a alienação das ações adquiridas nos termos da alínea b e mantidas em tesouraria;

d) a compra quando, resolvida a redução do capital mediante restituição, em dinheiro, de parte do valor das ações, o preço destas em bolsa for inferior ou igual à importância que deve ser restituída.

§ 2º A aquisição das próprias ações pela companhia aberta obedecerá, sob pena de nulidade, às normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários, que poderá subordiná-la à prévia autorização em cada caso.

§ 3º A companhia não poderá receber em garantia as próprias ações, salvo para assegurar a gestão dos seus administradores.

§ 4º As ações adquiridas nos termos da alínea b do § 1º, enquanto mantidas em tesouraria, não terão direito a dividendo nem a voto.

§ 5º No caso da alínea d do § 1º, as ações adquiridas serão retiradas definitivamente de circulação.

As ações em tesouraria são aquelas adquiridas pela própria entidade e correspondem a uma das exceções em que a companhia pode negociar com as próprias ações (art.30). As ações em tesouraria serão demonstradas no balanço patrimonial como dedução (conta retificadora) da conta do patrimônio líquido que registrar a origem dos recursos aplicados na sua aquisição.

Tais ações não dão direito a voto ou ao recebimento de dividendos e são limitadas ao montante dos lucros ou reservas, exceto e legal.

De acordo com a CVM (Comissão de Valores Mobiliários, na aquisição das ações em tesouraria poderão ser utilizadas as reservas, exceto as seguintes: Legal, de Lucros a Realizar, de Reavaliação (extinta pela Lei nº 11.638/07) e Especial de Dividendo Obrigatório não distribuido.

Reservas de Lucros (TODAS) (-) Reserva p/ Contingências (-) Reserva de Lucros a

Realizar (-) Reserva de Inventivos Fiscais ≤ CAPITAL SOCIAL

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As Ações em Tesouraria podem ser alienadas com lucro ou prejuízo. Para consolidar o tópico ora explorado, vamos partir de um exemplo ilustrativo.

Exemplo: Determinada sociedade adquiriu ações de sua própria emissão mantendo-as em tesouraria no valor de R$ 2.000,00

Lançamento contábil da aquisição

D – Ações em Tesouraria (retificadora do PL) C – Disponibilidades 2.000

Na aquisição das ações em tesouraria, a companhia deverá escolher uma reserva, a qual poderá ser de lucros ou de capital, que representará a origem dos recursos utilizados na operação.

No Balanço, a representação seria, caso fosse utilizada como origem reserva de lucros.

PL Capital Social Reserva de Lucros (-) Ações em Tesouraria

1.8. LUCROS ACUMULADOS

A lei 11.638/07 eliminou a possibilidade de saldo na conta lucros acumulados no encerramento do exercício, devendo este saldo, caso exista, ser destinado para constituição de reservas de lucros ou distribuição de dividendos.

Embora tenha sido eliminado o saldo na respectiva conta pela Lei nº 11.638/07, tal conduta já estava prevista desde 2001, em virtude das alterações trazidas pela lei 10.303/01 com a inclusão do § 6º, ao art.202, da lei 6.404/76. Vejamos o conteúdo do artigo:

Art. 202

(...)

§ 6o Os lucros não destinados nos termos dos arts. 193 a 197 deverão ser distribuídos como dividendos. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)

De acordo com o comando contido no § 6º do artigo supra da Lei nº 6.404/76, alterado pela Lei nº 10.303/01, o saldo remanescente na conta Lucros ou Prejuízos Acumulados que não tenha sido destinado às Reservas de Lucros deverá ser destinado à distribuição de Dividendos.

Entretanto, a conta Lucros acumulados não deixou de existir. Continuará recebendo o lucro líquido do exercício e as reversões de reserva de lucros, porém tais valores serão destinados integralmente, o que acarreta que o saldo da conta será zerado. Esse comportamento nos permite classificar a conta Lucros Acumulados como Conta Transitória.

Vejamos o que diz a Instrução CVM Nº 469:

Lucros Acumulados

Art. 5º No encerramento do exercício social, a conta de lucros e prejuízos acumulados não deverá apresentar saldo

positivo. Parágrafo único. Eventual saldo positivo remanescente na conta de lucros e prejuízos acumulados deverá ser

destinado para reserva de lucros, nos termos dos art. 194 a 197 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, ou distribuído como dividendo.

1.9. COMPENSAÇÃO DE PREJUÍZOS CONTÁBEIS (art. 189)

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O artigo 189 da Lei nº 6.404/76 estabelece:

Art. 189. Do resultado do exercício serão deduzidos, antes de qualquer participação, os prejuízos acumulados e a provisão para o Imposto sobre a Renda.

Parágrafo único. o prejuízo do exercício será obrigatoriamente absorvido pelos lucros acumulados, pelas reservas de lucros e pela reserva legal, nessa ordem.

CAPCIOSÍSSIMA!!!!

Observe que a última reserva de lucro a ser compensada é a Reserva Legal.

Verifica-se, portanto, que, quando existirem Prejuízos, estes serão obrigatoriamente compensados com as reservas de lucros. Caso estas não sejam suficientes para compensá-los, a companhia terá a OPÇÃO de compensar o saldo remanescente com as reservas de capital.

Dividendo Mínimo Obrigatório (art.202) e Reservas de Lucros a Realizar

Reservas de Lucros a Realizar

O objetivo de tal reserva é evidenciar a parcela do lucro do exercício não realizada financeiramente bem como não distribuir dividendos, fixado como percentual do lucro do exercício, sobre essa mesma parcela.

No exercício em que o montante do dividendo obrigatório, calculado nos termos do estatuto ou do art. 202 ultrapassar a parcela realizada do lucro líquido do exercício, a assembléia-geral poderá, por proposta dos órgãos de administração, destinar o excesso à constituição de reservas de lucros a realizar (art. 197). Vejamos o conteúdo do mesmo:

Reserva de Lucros a Realizar

Se todas as Reservas de Lucros se esgotarem e permanecer saldo de Prejuízos Contábeis a compensar, este poderá ser compensado pelas Reservas de Capital, conforme previsão contida no inciso I do artigo 200 da Lei nº 6.404/76. a seguir transcrita:

Art. 200. As reservas de capital somente poderão ser utilizadas para:

I - absorção de prejuízos que ultrapassarem os lucros acumulados e as reservas de lucros (artigo 189, parágrafo único);

Alexandre, mas e se todas as reservas de lucros se

esgotarem e permanecer saldo de Prejuízos

Contábeis, qual o procedimento contábil???

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Art. 197. No exercício em que o montante do dividendo obrigatório, calculado nos termos do estatuto ou do art. 202, ultrapassar a parcela realizada do lucro líquido do exercício, a assembléia-geral poderá, por proposta dos órgãos de administração, destinar o excesso à constituição de reserva de lucros a realizar.

(Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

§ 1o Para os efeitos deste artigo, considera-se realizada a parcela do lucro líquido do exercício que exceder da soma dos seguintes valores: (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

I - o resultado líquido positivo da equivalência patrimonial (art. 248); e (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001) II – o lucro, rendimento ou ganho líquidos em operações ou contabilização de ativo e passivo pelo valor

de mercado, cujo prazo de realização financeira ocorra após o término do exercício social seguinte. (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007)

§ 2o A reserva de lucros a realizar somente poderá ser utilizada para pagamento do dividendo obrigatório e, para efeito do inciso III do art. 202, serão considerados como integrantes da reserva os lucros a realizar de cada exercício que forem os primeiros a serem realizados em dinheiro. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)

Para consolidarmos de forma prática o que até aqui nos foi exposto, tomemos alguns exemplos elucidativos:

Exemplo Prático 1: Lucro Líquido do Exercício R$ 80.000,00 Reserva Legal do Exercício R$ 4.000,00 Reserva para Contingências do exercício R$ 6.000,00 Resultado Líquido Positivo na Equivalência Patrimonial R$ 60.000,00 % dividendo obrigatório – 50% (estatuto omisso) Lucro Realizado: 80.000,00 – 60.000,00 = 20.000,00

Dividendo Obrigatório

Lucro Líquido do Exercício 80.000,00 (-) Reserva Legal (4.000,00) (-) Reserva para Contingências (6.000,00) Lucro Líquido Ajustado 70.000,00 X 50% = 35.000,00 Lucro Realizado (20.000,00)→ dividendo pago

Reserva de Lucro a Realizar 15.000

CAPCIOSÍSSIMA!!!!!! Observem, caros colegas concurseiros, que a destinação para a reserva de lucros a realizar é

FACULTATIVA e decorrente de um

lucro não realizado financeiramente.

Isto NÃO IMPLICA dizer que a

empresa não tenha o dinheiro para pagar o total do dividendos, mas simplesmente que optou pagá-lo quando o lucro for realizado.

INFORMAÇÃO CAPCIOSÍSSIMA!!! A partir da Lei nº 11.637/07, poderão ser subtraídos do lucro líquido do exercício para efeito de cálculo dos lucros a realizar os valores correspondentes a ajustes de ativos e passivos pelo valor de mercado, cujo prazo de realização financeira ocorra após o término do exercício social seguinte.

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Exemplo Prático 2:

Dados para cálculo da Reserva de Lucros a Realizar Receitas de equivalência patrimonial – Cia Alfa R$ 3.300,00 Despesas de equivalência patrimonial – Cia Beta R$ 1.200,00 Lucro em operações a serem realizadas a longo prazo R$ 900,00 Lucro Líquido do Exercício R$ 4.000,00 Dividendos conforme o estatuto da empresa R$ 1.250,00

Solução Receitas de equivalência patrimonial – Cia Alfa R$ 3.300,00 Despesas de equivalência patrimonial – Cia Beta R$ 1.200,00 (=) Resultado positivo de equivalência patrimonial R$ 2.100,00 (+) Lucro em operações a serem realizadas a longo prazo R$ 900,00 (=) Parcela do lucro líquido do exercício ainda não realizada R$ 3.000,00

Lucro Líquido do Exercício R$ 4.000,00 (-) Parcela do lucro líquido do exercício ainda não realizada R$ 3.000,00 (=) Parcela do lucro líquido do exercício realizada R$ 1.000,00 (-) Dividendos conforme estatuto da empresa R$ 1.250,00 (=) Reserva de lucros a realizar R$ 250,00

OBSERVAÇÕES CAPCIOSAS!!!!!!!!

1. O valor a ser distribuído como dividendo é de R$ 1.000,00 que representa o valor da parcela realizada do lucro líquido do exercício.

2. Se a assembléia-geral não aprovar a constituição da reserva de lucros a realizar, o dividendo a ser distribuído será aquele determinado no estatuto, ou seja, R$ 1.250,00

3. A Reserva de Lucros a Realizar é, conforme já dissemos anteriormente, optativa, e deverá ser revertida no momento em que o lucro for realizado financeiramente, obedecida a seguinte regra:

a) aumento do valor do investimento em coligada e controlada: sua realização dar-se-á quando a companhia receber os dividendos dos investimentos ou, também, quando houver alienação ou baixa, o que ocorrer primeiro;

b) lucro nas vendas a prazo: quando do recebimento do valor da venda a prazo ou sua transferência para o curto prazo.

O Lançamento contábil da reversão desta reserva é o seguinte: D – Reserva de Lucros a Realizar C – Lucros ou Prejuízos Acumulados (LPA)

4. As demonstrações financeiras registrarão a destinação dos lucros segundo a proposta dos órgãos da administração, no pressuposto de sua aprovação pela assembléia geral (art. 176, § 3º).

Dividendo Obrigatório→ Destinação do lucro do exercício para pagamento de dividendos

A seguir, são elencados os artigos da Lei nº 6.404/76 que tratam do tratamento contábil dos dividendos.

Vamos a eles!!!!!

Dividendos

Art. 201. A companhia somente pode pagar dividendos à conta de lucro líquido do exercício, de lucros acumulados e de reserva de lucros; e à conta de reserva de capital, no caso das ações preferenciais de que trata o § 5º do artigo 17.

§ 1º A distribuição de dividendos com inobservância do disposto neste artigo implica responsabilidade solidária dos

administradores e fiscais, que deverão repor à caixa social a importância distribuída, sem prejuízo da ação penal que no caso couber.

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§ 2º Os acionistas não são obrigados a restituir os dividendos que em boa-fé tenham recebido. Presume-se a má-fé quando os dividendos forem distribuídos sem o levantamento do balanço ou em desacordo com os resultados deste.

Dividendo Obrigatório

Art. 202. Os acionistas têm direito de receber como dividendo obrigatório, em cada exercício, a parcela dos lucros estabelecida no estatuto ou, se este for omisso, a importância determinada de acordo com as seguintes normas: (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

I - metade do lucro líquido do exercício diminuído ou acrescido dos seguintes valores: (Redação dada pela Lei nº

10.303, de 2001)

a) importância destinada à constituição da reserva legal (art. 193); e (Incluída pela Lei nº 10.303, de 2001) b) importância destinada à formação da reserva para contingências (art. 195) e reversão da mesma reserva formada em

exercícios anteriores; (Incluída pela Lei nº 10.303, de 2001)

II - o pagamento do dividendo determinado nos termos do inciso I poderá ser limitado ao montante do lucro líquido do exercício que tiver sido realizado, desde que a diferença seja registrada como reserva de lucros a realizar (art. 197); (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

III - os lucros registrados na reserva de lucros a realizar, quando realizados e se não tiverem sido absorvidos por prejuízos em exercícios subseqüentes, deverão ser acrescidos ao primeiro dividendo declarado após a realização.

(Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

§ 1º O estatuto poderá estabelecer o dividendo como porcentagem do lucro ou do capital social, ou fixar outros critérios para determiná-lo, desde que sejam regulados com precisão e minúcia e não sujeitem os acionistas minoritários ao arbítrio dos órgãos de administração ou da maioria.

§ 2o Quando o estatuto for omisso e a assembléia-geral deliberar alterá-lo para introduzir norma sobre a matéria, o

dividendo obrigatório não poderá ser inferior a 25% (vinte e cinco por cento) do lucro líquido ajustado nos termos do inciso I deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

§ 3

o A assembléia-geral pode, desde que não haja oposição de qualquer acionista presente, deliberar a distribuição de

dividendo inferior ao obrigatório, nos termos deste artigo, ou a retenção de todo o lucro líquido, nas seguintes sociedades: (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

I - companhias abertas exclusivamente para a captação de recursos por debêntures não conversíveis em ações; (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)

II - companhias fechadas, exceto nas controladas por companhias abertas que não se enquadrem na condição prevista

no inciso I. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)

§ 4º O dividendo previsto neste artigo não será obrigatório no exercício social em que os órgãos da administração informarem à assembléia-geral ordinária ser ele incompatível com a situação financeira da companhia. O conselho fiscal, se em funcionamento, deverá dar parecer sobre essa informação e, na companhia aberta, seus administradores encaminharão à Comissão de Valores Mobiliários, dentro de 5 (cinco) dias da realização da assembléia-geral, exposição justificativa da informação transmitida à assembléia.

§ 5º Os lucros que deixarem de ser distribuídos nos termos do § 4º serão registrados como reserva especial e, se não

absorvidos por prejuízos em exercícios subseqüentes, deverão ser pagos como dividendo assim que o permitir a situação financeira da companhia.

§ 6

o Os lucros não destinados nos termos dos arts. 193 a 197 deverão ser distribuídos como dividendos. (Incluído pela

Lei nº 10.303, de 2001)

Dividendos de Ações Preferenciais Art. 203. O disposto nos artigos 194 a 197, e 202, não prejudicará o direito dos acionistas preferenciais de receber os dividendos fixos ou mínimos a que tenham prioridade, inclusive os atrasados, se cumulativos.

Dividendos Intermediários (Dividendos Antecipados)

Art. 204. A companhia que, por força de lei ou de disposição estatutária, levantar balanço semestral, poderá declarar, por deliberação dos órgãos de administração, se autorizados pelo estatuto, dividendo à conta do lucro apurado nesse balanço.

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§ 1º A companhia poderá, nos termos de disposição estatutária, levantar balanço e distribuir dividendos em períodos

menores, desde que o total dos dividendos pagos em cada semestre do exercício social não exceda o montante das reservas de capital de que trata o § 1º do artigo 182.

§ 2º O estatuto poderá autorizar os órgãos de administração a declarar dividendos intermediários, à conta de lucros

acumulados ou de reservas de lucros existentes no último balanço anual ou semestral.

Pagamento de Dividendos

Art. 205. A companhia pagará o dividendo de ações nominativas à pessoa que, na data do ato de declaração do dividendo, estiver inscrita como proprietária ou usufrutuária da ação.

§ 1º Os dividendos poderão ser pagos por cheque nominativo remetido por via postal para o endereço comunicado pelo

acionista à companhia, ou mediante crédito em conta-corrente bancária aberta em nome do acionista.

§ 2º Os dividendos das ações em custódia bancária ou em depósito nos termos dos artigos 41 e 43 serão pagos pela companhia à instituição financeira depositária, que será responsável pela sua entrega aos titulares das ações depositadas.

§ 3º O dividendo deverá ser pago, salvo deliberação em contrário da assembléia-geral, no prazo de 60 (sessenta) dias

da data em que for declarado e, em qualquer caso, dentro do exercício social.

Distribuição de dividendos fixos e mínimos a ações preferenciais

O artigo 17 da Lei nº 6.404/76 estabelece as regras referentes à distribuição de dividendos em função da natureza das ações (preferenciais ou ordinárias).

A seguir, transcrevemos o dispositivo legal:

Art. 17. As preferências ou vantagens das ações preferenciais podem consistir: (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

I - em prioridade na distribuição de dividendo, fixo ou mínimo;(Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

II - em prioridade no reembolso do capital, com prêmio ou sem ele; ou (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001) III - na acumulação das preferências e vantagens de que tratam os incisos I e II.(Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)

§ 1o Independentemente do direito de receber ou não o valor de reembolso do capital com prêmio ou sem ele, as ações

preferenciais sem direito de voto ou com restrição ao exercício deste direito, somente serão admitidas à negociação no mercado de valores mobiliários se a elas for atribuída pelo menos uma das seguintes preferências ou vantagens:(Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

I - direito de participar do dividendo a ser distribuído, correspondente a, pelo menos, 25% (vinte e cinco por cento) do lucro líquido do exercício, calculado na forma do art. 202, de acordo com o seguinte critério: (Incluído dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

a) prioridade no recebimento dos dividendos mencionados neste inciso correspondente a, no mínimo, 3% (três por

cento) do valor do patrimônio líquido da ação; e (Incluída dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

b) direito de participar dos lucros distribuídos em igualdade de condições com as ordinárias, depois de a estas assegurado dividendo igual ao mínimo prioritário estabelecido em conformidade com a alínea a; ou (Incluída dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

II - direito ao recebimento de dividendo, por ação preferencial, pelo menos 10% (dez por cento) maior do que o atribuído a cada ação ordinária; ou (Incluído dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

III - direito de serem incluídas na oferta pública de alienação de controle, nas condições previstas no art. 254-A, assegurado o dividendo pelo menos igual ao das ações ordinárias. (Incluído dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

§ 2

o Deverão constar do estatuto, com precisão e minúcia, outras preferências ou vantagens que sejam atribuídas aos

acionistas sem direito a voto, ou com voto restrito, além das previstas neste artigo.(Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

§ 3o Os dividendos, ainda que fixos ou cumulativos, não poderão ser distribuídos em prejuízo do capital social, salvo

quando, em caso de liquidação da companhia, essa vantagem tiver sido expressamente assegurada.(Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

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§ 4o Salvo disposição em contrário no estatuto, o dividendo prioritário não é cumulativo, a ação

com dividendo fixo não participa dos lucros remanescentes e a ação com dividendo mínimo participa dos lucros distribuídos em igualdade de condições com as ordinárias, depois de a estas assegurado dividendo igual ao mínimo.(Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

§ 5

o Salvo no caso de ações com dividendo fixo, o estatuto não pode excluir ou restringir o direito das ações

preferenciais de participar dos aumentos de capital decorrentes da capitalização de reservas ou lucros (art. 169).(Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

§ 6

o O estatuto pode conferir às ações preferenciais com prioridade na distribuição de dividendo cumulativo, o direito de

recebê-lo, no exercício em que o lucro for insuficiente, à conta das reservas de capital de que trata o § 1o do art. 182.(Redação

dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

§ 7o Nas companhias objeto de desestatização poderá ser criada ação preferencial de classe especial, de propriedade

exclusiva do ente desestatizante, à qual o estatuto social poderá conferir os poderes que especificar, inclusive o poder de veto às deliberações da assembléia-geral nas matérias que especificar.(Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)

Relativamente aos dividendos devemos atentar para os seguintes detalhes: 1. os dividendos representam a parcela do lucro do exercício destinada a remunerar o capital investido pelos

proprietários (art. 201) 2. somente nas S/A existem regras mínimas a serem observadas na destinação do lucro para pagamento de

dividendos. 3. O dividendo obrigatório poderá ser:

· Estatutário – os acionistas têm direito de receber como dividendo mínimo obrigatório, em cada exercício, a parcela dos lucros estabelecida no estatuto (art. 202); o estatuto poderá estabelecer o dividendo como porcentagem do lucro ou do capital social, ou fixar outros critérios para deteminá-lo, desde que sejam regulados com precisão e minúcia e não sujeitem os acionistas minoritários ao arbítrio dos órgãos de administração ou da maioria (art. 202 § 1º).

· Legal – os acionistas têm direito de receber como dividendo obrigatório, em cada exercício, a parcela dos lucros estabelecida no estatuto ou, se este for omisso, a importância determinada de acordo com as normas

do art. 202 da Lei nº 6.404/76

, suprame

ncionado.

4. O artigo 204 da Lei nº 6.404/76 prevê a possibilidade de a companhia, por força de lei ou disposição estatutária, distribuir dividendos antecipadamente com base em balanços intermediários. Os dividendos antecipados são registrados em conta retificadora do patrimônio líquido, a qual é apresentada reduzindo a conta de lucros ou reservas que lhe deu origem.

Lançamento contábil

D – Lucros ou Dividendos Antecipados(retificadora PL/Lucros ou Prejuízos Acumulados) C – Disponibilidades ou Dividendos a Pagar

Representação no Balanço Patrimonial

Lucro líquido do Exercício (-) Reserva legal do Exercício (-) Reserva para Contingência do Exercício (+) Reversão da Reserva para Contingência – DO EXERCÍCIO ANTERIOR (+) Reserva de Incentivo Fiscal do Exercício– (Facultativo) (+) Lucro Líquido Ajustado

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Patrimônio Líquido Reservas de Lucros (-) Dividendos Antecipados

OBSERVAÇÃO CAPCIOSÍSSIMA!!!!!!!

Os dividendos intermediários não poderão exceder o montante das reservas de capital (art. 204, § 1º) Para efeito de memorização, vou elencar para você o grupo do Patrimônio Líquido no Plano de Contas:

1. CAPITAL SOCIAL Capital Social Autorizado (-) Capital Social a Subscrever (=) Capital Social subscrito (-) Capital Social a realizar (=) Capital Social realizado

2. RESERVAS DE CAPITAL Ágio na emissão de ações Produto da alienação de partes beneficiárias Produto da alienação de bônus de subscrição

3. AJUSTES DE AVALIAÇÃO PATRIMONIAL Contrapartidas de avaliações de ativos e passivos a preço de mercado Variações Cambiais de Investimentos societários no exterior

4. RESERVAS DE LUCROS Reserva legal Reservas estatutárias Reservas para contingências Reservas de Incentivos Fiscais* Reservas de lucros a realizar Reservas de retenção de lucros (ou lucros para expansão) Reserva especial de dividendo obrigatório não distribuído

5. AÇÕES EM TESOURARIA (Conta retificadora)

6. PREJUÍZOS ACUMULADOS (Conta retificadora) *Introduzida pela Lei nº 11.638/07.

DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS DEMONSTRAÇÃO DE LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS - DLPA

1. Finalidade da demonstração, conteúdo e previsão legal

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Já vimos o balanço patrimonial – que tem por objetivo a apresentação dos bens, direitos e obrigações do patrimônio em determinado momento (no início e no final do exercício). Vimos, também, a demonstração do resultado do exercício, que evidencia os aumentos e reduções do patrimônio (mutações patrimoniais) em um determinado intervalo de tempo (o exercício social). Ocorre que os aumentos e reduções do patrimônio implicam a modificação da quantidade de seus bens, direitos e obrigações. Ou seja, o lucro líquido deve se agregar ao patrimônio ou ser distribuído aos sócios.

Apenas uma parte do lucro líquido é distribuída para os proprietários da empresa, em forma de dividendos. A maior parcela, normalmente, é retida na empresa e reinvestida no negócio.

Assim do ponto de vista de seu objetivo, a Demonstração de lucros ou prejuízos acumulados funciona como o “elo de ligação” entre a DRE e o BP.

Do ponto de vista de seu conteúdo, a DLPA vem a ser a transcrição ordenada e sintética da movimentação sofrida por uma conta contábil, durante o exercício: a conta LPA.

Finalmente, quanto a sua forma, essa demonstração, regulamentada pelo artigo 186 da lei das S/A, discriminará: I – o saldo do início do período, os ajustes de exercícios anteriores e a correção monetária do saldo inicial (a correção monetária foi extinta pela lei 9.249/95, a partir de 01/01/96); II – as reversões de reservas e o lucro líquido do exercício; III – as transferências para reservas, os dividendos, a parcela dos lucros incorporada ao capital e o saldo ao final do período. A seguir, para fins de esclarecimento, encontra-se transcrito o citado art. 186 da Lei das S/A:

SEÇÃO IV

Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados

Art. 186. A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados discriminará:

I - o saldo do início do período, os ajustes de exercícios anteriores e a correção monetária do saldo inicial;

II - as reversões de reservas e o lucro líquido do exercício;

III - as transferências para reservas, os dividendos, a parcela dos lucros incorporada ao capital e o saldo ao fim do período.

§ 1º Como AJUSTES DE EXERCÍCIOS ANTERIORES serão considerados apenas os decorrentes de efeitos da mudança de critério contábil, ou da retificação de erro imputável a determinado exercício anterior, e que não possam ser atribuídos a fatos subseqüentes.

§ 2º A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados deverá indicar o montante do dividendo por ação do capital social e poderá ser incluída na demonstração das mutações do patrimônio líquido, se elaborada e publicada pela companhia.

Essa demonstração evidencia o procedimento típico do processo de controle patrimonial contábil, pois: (1) encerra-se a DRE com a apuração do lucro líquido; (2) em seguida, transporta-se o lucro líquido para a Demonstração de lucros ou prejuízos acumulados e (3) após a destinação do lucro líquido, os valores são todos transferidos para o balanço patrimonial, no grupo patrimônio líquido e – eventualmente – passivo exigível, no caso de dividendos a pagar.

Repare que a DLPA congrega informações típicas do Balanço Patrimonial (Saldo inicial e final, por exemplo) e típicas da DRE (Lucro líquido do exercício, por exemplo). Esta dupla referência (ao patrimônio e ao resultado) revela, também, a função da conta LPA: porta de entrada do resultado no patrimônio.

2. Estrutura da Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados

De acordo com o artigo 186 da Lei 6.404/76, a DLPA (Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados) discriminará:

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Saldo no Início do Exercício (±) Ajustes de Exercícios Anteriores (+) Reversões de reservas de lucros (+) Realização de Reservas de Reavaliação (Art. 187 § 2º) (+) Lucro Líquido/ (-) Prejuízo Líquido do Exercício (-) Transferência para reservas de lucros (-) Dividendos (indicando também o dividendo por ação) (-) Parcela dos lucros incorporada ao capital (-) Dividendos antecipados (ou intermediários) (Art. 204) (=) Saldo ao final do período

Vamos analisar cada um dos componentes da DLPA para consolidar o nosso conhecimento!!!!!

2.1. SALDO INICIAL

Em virtude de exigência da Lei nº 11.638/07, não pode haver lucros acumulados no balanço. Por isso, o saldo inicial da conta Lucros ou Prejuízos Acumulados é igual a zero ou devedor (hipótese em que traduz a existência de prejuízos acumulados). Após as destinações, o lucro remanescente do exercício deve ser distribuído como dividendo.

2.2. AJUSTES DE EXERCÍCIOS ANTERIORES

De acordo com o parágrafo 1º do artigo 186 da Lei 6.404/76, são considerados ajustes de exercícios anteriores apenas os decorrentes de efeitos de mudança de critério contábil, ou da retificação de erro imputável a determinado exercício anterior, e que não possam ser atribuídos a fatos subseqüentes.

CAPCIOSÍSSIMA Nº 02!!!!!!!

Não constitui mudança de critério contábil: provisão para devedores duvidosos e depreciação.

Só produzirão efeitos na conta Lucros ou Prejuízos Acumulados como ajustes de exercícios anteriores os valores correspondentes a receitas e despesas que não tenham sido apropriadas no período ao qual pertenciam, de acordo com o princípio da competência.

Exemplo: Despesa não contabilizada no exercício anterior: R$ 1.000,00 Ajuste na contabilização: D – Lucros Acumulados C – Caixa/Banco

Alexandre, mas o que significa essa tal de Retificação de erros cometidos em

exercícios anteriores?????

CAPCIOSÍSSIMA!!!!!! Mudança de critério contábil: alteração do método de avaliação dos estoques, passagem do regime de caixa para o de competência, contabilização do IR, método de avaliação de investimento. AJUSTES Retificação de erros cometidos em exercícios anteriores: erros de cálculo, erros de classificação de contas, omissões de lançamentos.

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Corresponde a um erro grosseiro, não admissível, quando a empresa tem os dados e condições para fazer certo e não o fez, como por exemplo:

a) soma ou cálculo na apuração dos estoques constatado no ano seguinte; b) contabilização da provisão para Imposto de Renda a maior. Nesse caso o lançamento contábil para corrigir o

erro (Lançamento de Retificação) seria o seguinte:

Débito – Provisão para Imposto de Renda Crédito – Lucros Acumulados

2.3. REVERSÃO DE RESERVAS DE LUCROS

Na constituição das Reservas de Lucros a conta Lucros ou Prejuízos Acumulados é debitada em contrapartida às Reservas de Lucros constituídas. Na reversão ocorre o inverso, ou seja, as reservas são debitadas em contrapartida à conta Lucros ou Prejuízos Acumulados.

Além das reservas de lucros, as reservas de reavaliação, quando realizadas, podem ser baixadas em contrapartida à conta Lucros ou Prejuízos Acumulados. Reiterando que a Lei nº 11.638/07 revogou a previsão legal que permitia a constituição das Reservas de Reavaliação. No entanto, as companhias que as possuírem poderão continuar a realizá-las de acordo com as regras anteriores ou, opcionalmente, estornar o seu saldo até o final de 2008.

Também podem ser baixadas em contrapartida à conta Lucros ou Prejuízos Acumulados as reservas de capital, no caso de prejuízos contábeis que ultrapassem as Reservas de Lucros.

As principais Reservas de Lucros revertidas são:

Reservas para Contingências – de acordo com o parágrafo 2º do artigo 195 da Lei 6.404/76, será revertida no período em que ocorrer a perda prevista ou quando se concluir que não existem mais as razões que motivaram a sua constituição.

Reserva Estatutária – São revertidas as parcelas não utilizadas desta reserva. Reserva de Lucros a Realizar – É revertida para Lucros ou Prejuízos Acumulados à medida que os

lucros que a geraram são realizados financeiramente.

Alexandre, e qual o seu entendimento em relação às duas formas de registro da

reversão da Reserva de Lucros a Realizar?????

O nosso entendimento é que é mais apropriado efetuar inicialmente a Reversão da Reserva de Lucros a Realizar para a conta Lucros ou Prejuízos Acumulados, haja vista a uniformidade de critérios em relação às reversões de reservas.

Reserva de Retenção de Lucros (Reserva de Lucros para Expansão) – É revertida nos períodos em que os projetos que justificaram a sua constituição forem realizados ou em que a entidade julgar a reserva constituída com valor superior ao necessário para o plano de expansão e decidir distribuir a parcela excedente.

Lançamento contábil D - Reserva de Lucros C – Lucros ou Prejuízos Acumulados

SUPER CAPCIOSÍSSIMA!!!!!!!! Pela redação da Lei nº 6.404/6, introduzida pela Lei nº 10.303/01, alguns autores entendem que a reversão da Reserva de Lucros a Realizar é efetuada em contrapartida à conta Dividendos a Distribuir. Conforme entendimento manifestado em recente questão de concurso, a ESAF adotou o primeiro posicionamento, qual seja, reversão da Reserva de Lucros a Realizar para a conta Lucros ou Prejuízos Acumulados. Adotando-se este último procedimento, posteriormente, debita-se a conta LPA e credita-se Dividendos a Pagar ou Disponibilidades.

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2.4. LUCRO OU PREJUÍZO DO EXERCÍCIO

Apesar de a Lei das Sociedades Anônimas fazer menção apenas ao lucro líquido do exercício na estrutura da DLPA, é óbvio que o prejuízo do exercício afeta o saldo da conta Lucros ou Prejuízos Acumulados e, portanto, integra essa demonstração.

Havendo, portanto, lucro apurado no exercício:

Lançamento contábil

D – Resultado do Exercício C – Lucros ou Prejuízos Acumulados

Havendo prejuízo:

Lançamento contábil

D – Lucros ou Prejuízos Acumulados C – Resultado do Exercício

2.5. TRANSFERÊNCIA PARA RESERVA DE LUCROS

As Reservas de Lucros são constituídas em contrapartida à conta Lucros ou Prejuízos Acumulados (somente quando existirem lucros). Na constituição de tais reservas, a conta LPA tem o seu saldo reduzido:

Lançamento Contábil D – Lucros Acumulados C – Reservas de Lucros

2.6. DIVIDENDOS PROPOSTOS

Conforme já explanado anteriormente, os dividendos são calculados de acordo com as disposições estatutárias da entidade ou, no caso de estas não existirem (estatuto omisso quanto à distribuição de dividendos), conforme estabelecido no artigo 202 da Lei das S/A(dividendo mínimo obrigatório). O registro dos dividendos propostos reduz o saldo da conta Lucros Acumulados:

Lançamento Contábil

D – Lucros ou Prejuízos Acumulados C – Dividendos a Pagar

2.7. PARCELA DOS LUCROS INCORPORADA AO CAPITAL SOCIAL

Mediante deliberação da assembléia geral de acionistas, parte do lucro líquido do exercício pode ser destinada a aumento de capital. O registro contábil será:

Lançamento contábil D – Lucros Acumulados C – Capital Social

2.8. DIVIDENDOS INTERMEDIÁRIOS (OU ANTECIPADOS)

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Os dividendos pagos antecipadamente por conta do lucro do exercício, com base em balancete ou balanço intermediário, são registrados na conta Dividendos Antecipados, que é retificadora da conta Lucros Acumulados.

Quando do pagamento antecipado de dividendos:

Lançamento contábil D – Dividendos Antecipados C – Caixa

EXERCÍCIOS ESTILO CESPE

I PROVA - TRT 10ª R/CESPE 2012 – ANAL. JUDIC. CONTABILIDADE

Em relação às contas e à escrituração contábil, julgue os itens seguintes.

ASSUNTO: LIVROS CONTÁBEIS E ESCRITURAÇÃO

55. (TRT 10ª R/CESPE 2012 – ANAL. JUDIC. CONTABILIDADE) O balanço patrimonial e o de resultado econômico devem ser lançados no livro razão. Ambos têm de ser assinados por técnico em ciências contábeis, legalmente habilitado, e pelo empresário ou sociedade empresária.

ASSUNTO: CONTAS

56. (TRT 10ª R/CESPE 2012 – ANAL. JUDIC. CONTABILIDADE) As contas analíticas são a base do sistema de acumulação contábil e têm o maior grau de detalhamento das informações contábeis.

ASSUNTO: LANÇAMENTO CONTÁBIL

57. (TRT 10ª R/CESPE 2012 – ANAL. JUDIC. CONTABILIDADE) A estrutura básica de uma rubrica contábil ou conta contempla o nome da conta, o período a que ela se refere, seu saldo em valor monetário e seu movimento em determinado período.

ASSUNTO: ERROS DE ESCRITURAÇÃO

58. (TRT 10ª R/CESPE 2012 – ANAL. JUDIC. CONTABILIDADE) A retificação de lançamento é o processo técnico de correção de registro que tenha sido realizado com erro na escrituração contábil da entidade e pode ser feita por meio de estorno, transferência ou complementação.

Com relação às demonstrações contábeis e aos pronunciamentos técnicos do Comitê de Pronunciamentos Contábeis, julgue os itens que se seguem.

ASSUNTOS: DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E CPCs

59. (TRT 10ª R/CESPE 2012 – ANAL. JUDIC. CONTABILIDADE) Na demonstração dos fluxos de caixa, os juros pagos e recebidos sobre capital próprio devem ser classificados como fluxos de caixa das atividades de financiamento de instituições financeiras.

60. (TRT 10ª R/CESPE 2012 – ANAL. JUDIC. CONTABILIDADE) Os gastos incorridos com marcas, títulos de publicações, listas de clientes e outros itens similares gerados internamente não devem ser reconhecidos como ativos intangíveis, ainda que a entidade demonstre que esses gastos possam gerar benefícios econômicos futuros.

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61. (TRT 10ª R/CESPE 2012 – ANAL. JUDIC. CONTABILIDADE) Deve-se reconhecer uma provisão para passivo contingente, caso a entidade preveja a necessidade, ainda que remota, de uma saída de recursos que incorporem benefícios econômicos para liquidar determinada obrigação.

62. (TRT 10ª R/CESPE 2012 – ANAL. JUDIC. CONTABILIDADE) Passivo é uma obrigação presente da entidade, derivada de eventos passados, cuja liquidação resultará em saída de recursos da entidade. ASSUNTO: DLPA E PL (RESERVAS, DIVIDENDOS).

Com referência à demonstração hipotética dos lucros ou prejuízos acumulados no período encerrado em 31/12/2012 (em R$) acima apresentada, julgue os próximos itens de acordo com a legislação vigente.

67. (TRT 10ª R/CESPE 2012 – ANAL. JUDIC. CONTABILIDADE) A reversão da reserva de lucros a realizar poderia ser feita em contrapartida à conta de capital social, sem transitar na conta de lucros ou prejuízos acumulados e na base de cálculo de dividendos obrigatórios.

68. (TRT 10ª R/CESPE 2012 – ANAL. JUDIC. CONTABILIDADE) A reserva estatutária deve limitar-se a 10% do lucro líquido e deve ter como finalidade única reter recursos para o financiamento do capital de giro da empresa.

69. (TRT 10ª R/CESPE 2012 – ANAL. JUDIC. CONTABILIDADE) A reversão da reserva de contingências deve ser feita obrigatoriamente a crédito de lucros acumulados.

70. (TRT 10ª R/CESPE 2012 – ANAL. JUDIC. CONTABILIDADE) A demonstração em apreço apresenta erro ao registrar distribuição de dividendos com valor superior ao lucro líquido gerado no período.

II PROVA – TRE/MS 2013 – TÉC.JUDIC.CONTAB.

ASSUNTO: CRITÉRIO DE AVALIAÇÃO DE ESTOQUES – MÉDIA PONDERADA MÓVEL

34. (TRE/MS – 2013 – TÉC.JUDIC.CONTAB.) Determinada empresa comercial adota o método do custo médio ponderado variável para avaliar o estoque do produto X. No início de novembro, o saldo de estoque do produto X era zero. Durante o mês, foram realizadas operações de compra e venda conforme descrito a seguir, e sobre todas essas operações incidiu ICMS de 17%.

· compra de 2.000 unidades a R$ 10,00 cada; · compra de 1.000 unidades a R$ 13,00 cada; · venda de 2.500 unidades a R$ 23,00 cada.

De acordo com os dados acima apresentados, o custo da mercadoria vendida foi igual a

A) R$ 20.750,00.

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B) R$ 29.375,00. C) R$ 27.500,00. D) R$ 26.975,00. E) R$ 22.825,00.

ASSUNTO: PROVISÃO PARA DEVEDORES DUVIDOSOS

35. (TRE/MS – 2013 – TÉC.JUDIC.CONTAB.) No mês de outubro, determinada empresa efetuou um lançamento contábil mediante o qual debitou a conta provisão para crédito de liquidação provisória (ativo) e creditou duplicatas a receber (ativo). Na situação acima descrita, o lançamento contábil decorreu

A) da reversão da provisão de crédito de liquidação duvidosa constituída anteriormente. B) do recebimento de duplicatas que haviam sido consideradas incobráveis no exercício anterior. C) da constituição de provisão para crédito de liquidação duvidosa referente a vendas realizadas a prazo no mês. D) da baixa de duplicatas consideradas incobráveis. E) do reconhecimento de despesa com possíveis perdas de valores a receber.

ASSUNTO: LANÇAMENTO CONTÁBIL

36. (TRE/MS – 2013 – TÉC.JUDIC.CONTAB.) Considerando que uma instituição educacional privada emita os boletos de cobrança da mensalidade com a oferta de um desconto de 5% se o cliente (estudante ou responsável) realizar o pagamento até 5 dias antes da data do vencimento, e que uma mensalidade no valor de R$ 500,00, com vencimento para 15/12/2012, tenha sido recebida em 1.º/12/2012, assinale a opção correspondente ao correto lançamento contábil dessa operação pela referida instituição educacional.

ASSUNTO: FOLHA DE PAGAMENTO

37. (TRE/MS – 2013 – TÉC.JUDIC.CONTAB.) Em relação à contabilização da folha de pagamento da empresa, assinale a opção correta.

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A) O décimo terceiro salário é um direito do trabalhador reconhecido contabilmente pelo empregador de forma exclusiva nos meses de novembro e dezembro. B) Os encargos sociais da empresa devem ser contabilizados de acordo com o regime de competência e geram exigibilidades que se extinguem no momento do recolhimento. C) As férias provisionadas são classificadas como passivos contingentes cuja estimativa deve basear-se na folha de pagamento do mês, acrescida do valor correspondente ao adicional de férias. D) Os encargos sociais de responsabilidade dos empregados devem ser contabilizados de acordo com o regime de competência e geram exigibilidades que se extinguem na data do pagamento do salário. E) A parcela do INSS descontada do empregado é uma despesa empresarial reconhecida mensalmente

ASSUNTO: DESCONTO DE DUPLICATAS

38. (TRE/MS – 2013 – TÉC.JUDIC/CONTAB.) A empresa X, credora de uma duplicata que se encontrava em cobrança descontada, recebeu de sua agência bancária informação dando conta do recebimento do valor dessa duplicata. Nessa situação hipotética, ao contabilizar a referida operação, a empresa X deverá fazer

A) uma partida dobrada, creditando duplicatas descontadas e debitando a conta bancos – conta movimento (ativo circulante). B) um lançamento contábil de primeira fórmula para creditar a conta duplicatas a receber e debitar a conta duplicatas descontadas. C) uma partida dobrada para creditar a conta duplicatas a receber e debitar a conta bancos (ativo circulante). D) um lançamento contábil de segunda fórmula para creditar a conta duplicatas descontadas e debitar a conta duplicatas a receber. E) um lançamento contábil de primeira fórmula para creditar a conta duplicatas descontadas e debitar a conta duplicatas a receber.

ASSUNTO: FATOS CONTÁBEIS, LANÇAMENTO CONTÁBIL, PARTIDAS DOBRADAS

39. (TRE/MS – 2013 – TÉC.JUDIC/CONTAB.)

O lançamento acima representa um fato contábil

A) misto, pois ocasiona permutação de valores patrimoniais e modificação na situação líquida do patrimônio. B) modificativo, pois os débitos são iguais aos créditos. C) misto, porque há lançamentos em contas do passivo e do ativo. D) permutativo, pois há lançamentos em contas patrimoniais e de resultado. E) modificativo, porque é um lançamento de terceira fórmula, com duas contas debitadas.

ASSUNTO: REGIME DE COMPETÊNCIA, DESPESA ANTECIPADA

40. (TRE/MS – 2013 – TÉC.JUDIC/CONTAB.) Considerando que, em 1.º/10/2012, determinada empresa tenha alugado um galpão pelo prazo de doze meses, mediante o pagamento à vista do valor total de R$ 24.000,00, e que, ao longo de todo o ano de 2012, a citada empresa não tenha alugado nenhum outro bem, é correto afirmar que a

A) despesa de aluguel do ano de 2012 foi de R$ 18.000,00. B) despesa antecipada de aluguel, em 31/12/2012, foi de R$ 18.000,00. C) despesa antecipada de aluguel, em 31/12/2012, foi de R$ 6.000,00.

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D) despesa de aluguel do ano de 2012 foi de R$ 24.000,00. E) despesa antecipada de aluguel, em 31/12/2012, foi de R$ 24.000,00.

ASSUNTO: DEPRECIAÇÃO

41. (TRE/MS – 2013 – TÉC.JUDIC/CONTAB.) Duas máquinas registradas no imobilizado de determinada empresa apresentam as características descritas a seguir.

Com base nos dados acima e considerando que a empresa em questão utilize o método de linha reta e que a máquina Beta tenha sido vendida em 30/9/2012, assinale a opção correta.

A) A despesa de depreciação da máquina Beta a ser reconhecida na demonstração do resultado do exercício de 2012 foi de R$ 3.060,00. B) A depreciação acumulada, evidenciada no balanço patrimonial de 31/12/2012, foi igual a R$ 16.050,00. C) No exercício de 2012, a despesa de depreciação da máquina Alfa a ser contabilizada foi de R$ 8.910,00. D) No exercício de 2012, a despesa de depreciação da máquina Alfa a ser contabilizada mensalmente foi de R$ 380,00.E) A despesa de depreciação da máquina Beta a ser reconhecida na demonstração do resultado do exercício de 2012 foi de R$ 4.080,00.

ASSUNTO: CONTAS, COMPOSIÇÃO DO PL

42. (TRE/MS – 2013 – TÉC.JUDIC/CONTAB.) As contas que representam o capital próprio de uma entidade contábil incluem as contas

A) caixa e equivalentes de caixa; capital social; reserva legal; reserva para contingência. B) caixa; capital social; investimentos em coligadas; participações permanentes. C) capital social; reserva estatutária; reserva legal; reserva de lucro a realizar. D) banco – conta movimento; caixa; capital social; fundo de comércio. E) banco – conta movimento; caixa e equivalentes de caixa; capital social; reservas de lucros.

ASSUNTO: BALANCETE DE VERIFICAÇÃO, SITUAÇÃO LÍQUIDA (PL) E SEUS IMPACTOS

43. (TRE/MS – 2013 – TÉC.JUDIC/CONTAB.)

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Considerando os balancetes simplificados representados na tabela acima, de três empresas hipotéticas que atuam no mesmo segmento, assinale a opção correta.

A) Em termos absolutos, a alteração na situação líquida da empresa A é melhor que a alteração na situação líquida da empresa B. B) Em termos percentuais, a alteração na situação líquida da empresa A é melhor que a alteração na situação líquidada empresa C. C) Em termos percentuais, a alteração na situação líquida da empresa B é melhor que a alteração na situação líquida da empresa A. D) Em termos absolutos, a alteração na situação líquida da empresa C é melhor que a alteração na situação líquida da empresa B. E) Em termos absolutos, a alteração na situação líquida da empresa A é melhor que a alteração na situação líquida da empresa C.

(TRE/MS – 2013 – TÉC.JUDIC./CONTAB.)

Dados para as questões 45 e 46

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ASSUNTO: CONTAS (CLASSIFICAÇÃO E NATUREZA DAS CONTAS)

45. (TRE/MS – 2013 – TÉC.JUDIC/CONTAB.) Considerando o balancete não ajustado da Cia. Naviraí, assinale a opção correta.

A) A soma dos saldos devedores é de R$ 76.100,00. B) As contas patrimoniais com saldo credor somam R$ 36.700,00. C) As contas de resultado com saldo credor somam R$ 33.300,00. D) As contas patrimoniais com saldo devedor somam R$ 54.700,00. E) A soma dos saldos credores é de R$ 59.800,00.

ASSUNTO: CONTAS (CLASSIFICAÇÃO E NATUREZA DAS CONTAS) QUESTÃO 46 46. (TRE/MS – 2013 – TÉC.JUDIC/CONTAB.) Considere que os seguintes dados sejam usados para o ajuste do balancete da Cia. Naviraí.

· da receita antecipada, R$ 2.500,00 foram serviços prestados no período; · material de consumo utilizado no mês = R$ 700,00; · despesa de salário do mês = R$ 1.100,00; · despesa de depreciação = R$ 2.600,00 (móveis) e R$ 1.200,00 (prédio); · juros do empréstimo, a serem pagos no vencimento do principal = R$ 500,00.

Na situação descrita, após os ajustes contábeis, o balancete da Cia. Naviraí apresentará

A) R$ 47.200,00 em ativos imobilizados. B) R$ 16.200,00 em ativos circulantes. C) R$ 20.900,00 em despesas. D) R$ 22.000,00 em passivos exigíveis (circulante e não circulante). E) R$ 40.000,00 de situação líquida (ativo – passivo).

Balancete de verificação, classificado por ordem crescente de saldos de contas, para as questões 47 e 48.

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ASSUNTO: CONTAS PATRIMONIAIS (GRUPOS DO BALANÇO PATRIMONIAL)

47. (TRE/MS – 2013 – TÉC.JUDIC/CONTAB.) De acordo com os dados do balancete em apreço, os valores do ativo circulante e do patrimônio líquido correspondem, respectivamente, a

A) R$ 673.000,00 e R$ 577.000,00. B) R$ 768.000,00 e R$ 522.000,00. C) R$ 768.000,00 e R$ 577.000,00. D) R$ 643.000,00 e R$ 474.000,00. E) R$ 673.000,00 e R$ 522.000,00.

48. (TRE/MS – 2013 – TÉC.JUDIC/CONTAB.) De acordo com os dados do balancete em questão, os valores do passivo circulante e do ativo não circulante correspondem, respectivamente, a

A) R$ 394.000,00 e R$ 387.000,00. B) R$ 394.000,00 e R$ 292.000,00. C) R$ 292.000,00 e R$ 335.000,00. D) R$ 339.000,00 e R$ 335.000,00. E) R$ 339.000,00 e R$ 387.000,00.

ASSUNTO: CPC 00 => CARACTERÍSTICAS DA INFORMAÇÃO CONTÁBIL

49. (TRE/MS – 2013 – TÉC.JUDIC/CONTAB.) De acordo com o pronunciamento conceitual básico (R1), do Comitê de Pronunciamentos Contábeis, as características qualitativas fundamentais da informação contábil-financeira útil são

A) confiabilidade e representação fidedigna. B) confiabilidade e tempestividade. C) relevância e confiabilidade. D) relevância e representação fidedigna. E) comparabilidade e confiabilidade.

ASSUNTO: CPC 00 => CARACTERÍSTICAS DA INFORMAÇÃO CONTÁBIL

50. (TRE/MS – 2013 – TÉC.JUDIC/CONTAB.) Assinale a opção correta de acordo com o pronunciamento conceitual básico (R1) do Comitê de Pronunciamentos Contábeis.

A) Um passivo é uma obrigação passada, cuja liquidação resultará na saída de recursos da entidade capazes de gerar benefícios. B) O objetivo do relatório contábil-financeiro de propósito geral é fornecer informações contábil-financeiras úteis aos investidores e credores. C) Os relatórios contábil-financeiros de propósito geral devem ser elaborados para se chegar ao valor da entidade que reporta a informação. D) O valor do patrimônio líquido deve corresponder à soma do valor de mercado das ações da entidade. E) Os relatórios contábil-financeiros de propósito geral devem atender todas as informações de que os usuários possam necessitar.

ASSUNTO: OPERAÇÕES COM MERCADORIAS, ESTRUTURA DA DRE (APURAÇÃO DO CMV, LUCRO BRUTO, ESTOQUE FINAL)

51. (TRE/MS – 2013 – TÉC.JUDIC/CONTAB.)

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De acordo com dados da tabela acima, levantados para a elaboração de uma demonstração de resultado de determinada empresa, o valor do

A) lucro bruto é de R$ 49.500,00. B) estoque final é de R$ 3.000,00. C) estoque final é de R$ 5.000,00. D) custo da mercadoria vendida é de R$ 35.000,00. E) custo da mercadoria vendida é de R$ 37.000,00.

ASSUNTO: DEPRECIAÇÃO

52. (TRE/MS – 2013 – TÉC.JUDIC/CONTAB.) Se uma máquina com vida útil de 120.000 horas de funcionamento, adquirida por R$ 90.000,00 em janeiro de 2009 e, imediatamente, incorporada ao imobilizado de uma empresa, tiver funcionado durante 6.000 horas no ano de 2012, então a taxa de depreciação e o valor da depreciação dessa máquina, em 2012, foram, respectivamente, de

A) 20% e R$ 16.800,00. B) 20% e R$ 18.000,00. C) 25% e R$ 22.500,00. D) 5% e R$ 4.500,00. E) 5% e R$ 6.000,00.

ASSUNTO: REGIME DE CAIXA E REGIME DE COMPETÊNCIA

53. (TRE/MS – 2013 – TÉC.JUDIC/CONTAB.) No mês de dezembro de 2012, em uma empresa hipotética, ocorreram os fatos descritos a seguir.

· despesa de janeiro de 2013, paga em dezembro de 2012 = R$ 1.000,00; · despesa de dezembro de 2012, a ser paga em janeiro de 2013 = R$ 2.000,00; · despesa de dezembro de 2012, paga em novembro de 2012 = R$ 4.000,00; · receita de janeiro de 2013, recebida em dezembro de 2012 = R$ 5.000,00; · receita de dezembro de 2012, a ser recebida em janeiro de 2013 = R$ 6.000,00; · receita de dezembro de 2012, recebida em dezembro de 2012 = R$ 8.000,00.

De acordo com os princípios de contabilidade, na situação hipotética acima descrita, o resultado da empresa em dezembro de 2012 foi igual a

A) R$ 12.000,00. B) R$ 14.000,00. C) R$ 6.000,00. D) R$ 8.000,00.

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E) R$ 10.000,00.

55. (TRE/MS–2013–TÉC.JUDIC/CONTAB.) A perda em um imobilizado decorrente do teste de recuperabilidade significa que

A) o valor de aquisição excedia o valor da depreciação. B) o valor contábil excedia o valor recuperável. C) o valor recuperável excedia o valor contábil líquido. D) o valor em uso excedia o valor contábil. E) o valor de venda líquido excedia o valor contábil.

PROVA III – AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL 2012

Considere os eventos de I a V listados abaixo.

I aquisição de veículo à vista para uso na atividade operacional II baixa de bem inservível registrado no imobilizado III apropriação da folha de pessoal do mês IV registro da diminuição do valor de dívida a receber em função da variação monetária V pagamento de obrigação com desconto

ASSUNTO: CLASSIFICAÇÃO DOS FATOS ADMINISTRATIVOS (PERMUTATIVOS, MODIFICATIVOS E MISTOS)

Com base nas informações acima, julgue os itens a seguir, relativos à classificação dos fatos administrativos.

76. (CESPE/PF 2012/AGENTE) Os eventos II, IV e V são classificados como fatos mistos, pois, além de provocarem variações no saldo patrimonial, representam a transposição de valores entre os grupos de contas patrimoniais.

77. (CESPE/PF 2012/AGENTE) Os eventos I e III classificam-se como fatos permutativos e não afetam o saldo patrimonial da entidade.

ASSUNTO => CPC 04

No que se refere ao disposto no Comitê de Pronunciamentos Contábeis 04 – ativo intangível, julgue os itens seguintes.

78. (CESPE/PF 2012/AGENTE) O valor amortizável de ativo intangível com vida útil indefinida deverá ser amortizado de modo a refletir o padrão de consumo, pela entidade, dos benefícios econômicos futuros.

ASSUNTO => CPC 04

79. (CESPE/PF 2012/AGENTE) Não deve ser reconhecido como ativo o ágio derivado da expectativa de rentabilidade futura (goodwill) gerado internamente.

ASSUNTO => PRINCÍPIOS CONTÁBEIS

Julgue os itens que se seguem, a respeito dos princípios de contabilidade.

80. (CESPE/PF 2012/AGENTE) Segundo o princípio da oportunidade, é necessário ponderar a relação entre a oportunidade e a confiabilidade da informação, pois a falta de integridade e tempestividade na produção e na divulgação da informação contábil pode ocasionar a perda de sua relevância.

ASSUNTO => PRINCÍPIOS CONTÁBEIS

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81. (CESPE/PF 2012/AGENTE) acordo com o princípio do registro do valor original, a atualização monetária não representa nova avaliação, mesmo gerando o ajustamento dos valores originais para determinada data, mediante aplicação de indexadores e outros elementos aptos a traduzir a variação do poder aquisitivo da moeda.

A respeito dos registros contábeis das provisões, julgue o item abaixo.

ASSUNTO => PROVISÕES DO ATIVO (ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL)

82. (CESPE/PF 2012/AGENTE) As provisões retificadoras do ativo são constituídas debitando-se uma conta de despesa e creditando-se uma conta patrimonial que represente a respectiva provisão.

ASSUNTO => REGIMES DE CONTABILIZAÇÃO (CAIXA E COMPETÊNCIA)

Determinada entidade apresentou os seguintes eventos no mês de abril de 2012. I pagamento de R$ 4.200,00, no mês de abril de 2012, referentes a aluguel dos meses de abril e maio de 2012; II consumo e pagamento de despesas, em abril de 2012, com serviços de limpeza e conservação, relativos ao mês de abril de 2012, no valor de R$ 1.800,00; III recebimento, em abril de 2012, em dinheiro, por serviços prestados no mês de março de 2012, no valor de R$ 3.600,00; IV prestação de serviços, no mês de abril de 2012, para recebimento em maio de 2012, no valor de R$ 5.700,00.

À luz do regime de caixa e do regime de competência, julgue os itens seguintes, relativos à apuração de resultado do mês de abril de 2012 da entidade considerada.

83. (CESPE/PF 2012/AGENTE) Independentemente do regime considerado, os resultados apurados no mês de abril de 2012 serão iguais.

84. (CESPE/PF 2012/AGENTE) Na apuração do resultado do mês de abril de 2012, não se consideram, tanto no regime de caixa quanto no de competência, os eventos III e IV, os quais repercutem na apuração do resultado, respectivamente, dos meses de março e maio.

ASSUNTO => BALANÇO PATRIMONIAL E DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO (DRE)

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Considerando que os dados acima, em reais, correspondem ao encerramento do primeiro exercício financeiro de determinada entidade, julgue os itens consecutivos, acerca da composição do balanço patrimonial e da demonstração do resultado do exercício dessa entidade.

85. A demonstração do resultado do exercício apresentou prejuízo de R$ 11.000,00.

86. Os ativos e passivos somam, respectivamente, R$ 121.000,00 e R$ 38.500,00.

PROVA IV – AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL 2009

Julgue os itens a seguir, com base nos conceitos e normas aplicáveis à escrituração contábil.

ASSUNTO => LIVROS CONTÁBEIS

50. (CESPE/PF 2009/AGENTE) Os livros diário e razão, por constituírem os registros permanentes de uma entidade e por serem obrigatórios, devem ser registrados no registro público competente.

ASSUNTO => CONTAS RETIFICADORAS DO PL E MÉTODO DAS PARTIDAS DOBRADAS

51. (CESPE/PF 2009/AGENTE) Em decorrência da aplicação do método das partidas dobradas, as contas retificadoras do patrimônio líquido têm seu saldo aumentado quando são debitadas, e diminuído quando são creditadas.

ASSUNTO => LANÇAMENTO CONTÁBIL, CONTAS E MÉTODO DAS PARTIDAS DOBRADAS

52. (CESPE/PF 2009/AGENTE) O fato contábil registrado no lançamento de 4.ª fórmula abaixo pode ser entendido como recebimento por uma venda a prazo, após o vencimento da obrigação, e concessão de abatimento por problemas com a mercadoria ou sua entrega.

D bancos D abatimentos C cliente C juros

ASSUNTO => FATOS GERADORES DE RECEITA E DE DESPESA (REGIME DE COMPETÊNCIA)

53. (CESPE/PF 2009/AGENTE) De acordo com a doutrina e a legislação contábeis, a prescrição de uma dívida e o perecimento de um direito correspondem, respectivamente, a uma realização de receita e à incorrência de uma despesa.

A respeito da composição e da avaliação do patrimônio, julgue os itens seguintes.

ASSUNTO => EXAUSTÃO DE RECURSOS MINERAIS

54. (CESPE/PF 2009/AGENTE) Suponha que uma empresa mineradora tenha adquirido os direitos de exploração de uma mina por R$ 5 milhões, por meio de um contrato com cinco anos de vigência. Nesse caso, após dois anos de exploração, se tiverem sido extraídos 30% da possança da mina, o referido ativo, classificado no imobilizado, deverá estar avaliado no balanço da empresa por R$ 3 milhões.

ASSUNTO => FATOS E REGISTOS CONTÁBEIS

55. (CESPE/PF 2009/AGENTE) Constituem eventos que afetam o patrimônio líquido, como acréscimo ou redução, ajustes de exercícios anteriores, resultado líquido do exercício e resultado na venda de ações em tesouraria.

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ASSUNTO => ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL

56. (CESPE/PF 2009/AGENTE) Suponha que o saldo da conta de resultado do exercício, antes do cálculo do imposto de renda devido, seja positivo em R$ 1,5 milhão e o valor desse imposto, de R$ 2 milhões. Nesse caso, o fato estará adequadamente representado pelo seguinte lançamento em reais.

ASSUNTO => DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA - DFC

57. (CESPE/PF 2009/AGENTE) Na demonstração dos fluxos de caixa, classificam-se no fluxo de financiamento, entre outras operações, a colocação de debêntures, a distribuição de juros sobre o capital próprio e a integralização de capital em espécie.

ASSUNTO => ESTRUTURA DA DRE – APURAÇÃO DO LUCRO BRUTO

Com base nas informações apresentadas na tabela acima, referentes a uma empresa prestadora de serviços, julgue o item seguinte.

58. (CESPE/PF 2009/AGENTE) As informações mostram que o lucro bruto da empresa foi de R$ 226.000,00.

PROVA V – AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL 2004 – CONCURSO NACIONAL

ASSUNTO => OPERAÇÕES COM MERCADORIAS (IMPOSTOS INCIDENTES NAS COMPRAS=> ICMS e IPI, CUSTO DE AQUSIÇÃO DE MERCADORIAS)

Acerca das operações típicas de uma empresa comercial, julgue os itens a seguir.

101. (CESPE/PF 2004 NACIONAL/AGENTE) Ao registrar a aquisição de mercadorias para revenda, no caso de incidência de IPI e ICMS, a empresa não incorpora o valor do ICMS na conta estoque de mercadorias para revenda.

ASSUNTO => OPERAÇÕES COM MERCADORIAS (IMPOSTOS SOBRE COMPRAS => IPI)

102. (CESPE/PF 2004 NACIONAL/AGENTE) O registro do IPI em uma empresa que transforma a matéria processada em produto acabado representará um direito, no momento da venda do produto final, e um dever, no momento em que a empresa adquirir a matéria processada. Assim, o diferencial a ser recolhido aos cofres públicos será apurado em função do valor agregado ao produto.

ASSUNTO => DOAR => DEMONSTRAÇÃO DAS ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS

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103. (CESPE/PF 2004 NACIONAL/AGENTE) A demonstração de origens e aplicação de recursos (DOAR), que representa a estrutura patrimonial da empresa, classifica os itens patrimoniais em três grupos e evidencia a situação patrimonial da empresa.

ASSUNTO => OPERAÇÕES COM MERCADORIAS (Abatimento sobre Vendas)

104. (CESPE/PF 2004 NACIONAL/AGENTE) Ao se conceder abatimento sobre vendas, a quantidade de mercadorias para revenda, em estoque, não sofrerá alterações.

ASSUNTO => OPERAÇÕES COM MERCADORIAS (Desconto Comercial ou Incondicionais Concedidos)

105. (CESPE/PF 2004 NACIONAL/AGENTE) O desconto comercial concedido pela empresa ocorre no momento do pagamento.

ASSUNTO => FATOS ADMINISTRATIVOS (CLASSIFICAÇÃO)

106. (CESPE/PF 2004 NACIONAL/AGENTE) A aquisição de mercadorias para revenda a prazo não representará redução no resultado do exercício.

ASSUNTO => FATOS ADMINISTRATIVOS (CLASSIFICAÇÃO)

107. (CESPE/PF 2004 NACIONAL/AGENTE) O registro de devoluções de mercadorias adquiridas à vista para revenda não afetará o saldo do ativo total.

ASSUNTO => APURAÇÃO DO RESULTADO OU RÉDITO CONTÁBIL (DRE)

108. (CESPE/PF 2004 NACIONAL/AGENTE) A elaboração do balanço patrimonial da empresa depende da apuração do lucro do exercício. Essa apuração é efetuada na demonstração de lucros e prejuízos acumulados (DLPA).

ASSUNTO => REGIMES DE CONTABILIZAÇÃO => CAIXA E COMPETÊNCIA

109. (CESPE/PF 2004 NACIONAL/AGENTE) No regime de caixa para registro de venda de mercadorias, a empresa reconhece o valor correspondente à venda no momento em que esta ocorre, independentemente da forma de pagamento.

ASSUNTO => OPERAÇÕES COM MERCADORIAS (APURAÇÃO DO CMV)

110. (CESPE/PF 2004 NACIONAL/AGENTE) Na venda de mercadorias, a despesa com fretes deve integrar o custo da mercadoria vendida.

PROVA VI – AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL 2004 – CONCURSO REGIONAL

Acerca do método das partidas dobradas, das operações típicas de uma empresa comercial, do regime de competência e do regime de caixa, julgue os itens a seguir.

ASSUNTO => OPERAÇÕES COM MERCADORIAS (COMPRA DE MERCADORIAS COM ICMS)

101. (CESPE/PF 2004 REGIONAL/AGENTE) Ao se adquirir mercadorias a prazo, com incidência de ICMS, o registro deverá ser efetuado da seguinte maneira:

D mercadorias C ICMS a recuperar C caixa

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ASSUNTO => OPERAÇÕES COM MERCADORIAS (COMPRA DE MERCADORIAS COM ICMS)

102. (CESPE/PF 2004 REGIONAL/AGENTE) O ICMS a recuperar representa um crédito tributário e será debitado no ativo, quando a empresa adquirir mercadorias para revenda com incidência de ICMS.

ASSUNTO => OPERAÇÕES COM MERCADORIAS (ICMS NAS OPERAÇÕES DE COMPRAS E VENDAS)

103. (CESPE/PF 2004 REGIONAL/AGENTE) Um lote de mercadorias adquirido para revenda por R$ 15.800,00 com incidência de ICMS a 17%, ao ser vendido, no mesmo local de aquisição, por R$ 20.000,00, gera recolhimento de ICMS da ordem de R$ 714,00. Tal recolhimento fundamenta-se na utilização do crédito tributário.

ASSUNTO => FATOS CONTÁBEIS E IMPACTOS NO BALANÇO

104. (CESPE/PF 2004 REGIONAL/AGENTE) Ao se registrar a aquisição de mercadorias a prazo pelo regime de caixa, o ativo não sofrerá movimentação no momento de aquisição.

Acerca dos registros contábeis de empresas comerciais, de seus livros fiscais, da avaliação de ativos, da influência do ICMS e das demonstrações contábeis, julgue os itens seguintes.

ASSUNTO => PROVISÕES DO PASSIVO

106. (CESPE/PF 2004 REGIONAL/AGENTE) As contas registradas no patrimônio líquido incluem a provisão para contingências. Essa conta representa o reconhecimento de provável perda futura.

ASSUNTO => DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS OBRIGATÓRIAS PELA LEI 6.404/76 e pelo CPC

107. (CESPE/PF 2004 REGIONAL/AGENTE) As demonstrações contábeis obrigatórias incluem o balanço de lucros ou prejuízos acumulados, que representa a variação do lucro/prejuízo acumulado, ao considerar o resultado do exercício.

ASSUNTO => LIVROS CONTÁBEIS OBRIGATÓRIOS

108. (CESPE/PF 2004 REGIONAL/AGENTE) Os livros obrigatórios de uma empresa comercial incluem o balanço patrimonial, que registra as contas de ativo, passivo e patrimônio líquido.

ASSUNTO => LANÇAMENTO E ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL

109. (CESPE/PF 2004 REGIONAL/AGENTE) Ao se registrar a contribuição social do período, com pagamento futuro, há um acréscimo no ativo e um decréscimo no resultado do exercício, considerando-se o regime de competência.

ASSUNTO => LANÇAMENTO E ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL

110. (CESPE/PF 2004 REGIONAL/AGENTE) Ao se considerar o registro do imposto de renda pessoa jurídica segundo o regime de competência, o imposto de renda recolhido além do valor devido será configurado como crédito tributário.

PROVA VII – AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL 2000 – CONCURSO NACIONAL

QUESTÃO 09

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Com base nos dados do balancete de uma determinada sociedade anônima, apresentado acima, julgue os seguintes itens.

1. (CESPE/PF-2000/AGENTE) Estão erroneamente classificados nas colunas de saldo os valores correspondentes às seguintes contas: bancos conta movimento; contas a receber; depreciação e amortização acumulada.

2. (CESPE/PF-2000/AGENTE) Estão corretamente classificados nas colunas de saldo os valores correspondentes às seguintes contas: despesas do período seguinte; ações avaliadas pelo custo; capital social.

3. (CESPE/PF-2000/AGENTE) Um lançamento de compra à vista de máquinas e equipamentos do imobilizado, no valor de R$ 100,00, alteraria a diferença entre os totais de débitos e de créditos, apresentados na última linha do balancete.

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4. (CESPE/PF-2000/AGENTE) A conta capital social a integralizar está corretamente classificada como saldo devedor.

5. (CESPE/PF-2000/AGENTE) Em despesas gerais e administrativas, devem estar registradas as despesas com salários e encargos sociais do pessoal empregado no departamento jurídico que exerça função de assessoramento da diretoria.

Questão 10

Julgue os itens a seguir, relativos à compra de material de estoque para revenda por uma empresa que atue no ramo de comércio varejista.

1. (CESPE/PF-2000/AGENTE) A compra de diversos itens por um preço total de R$ 5.000,00, após um desconto de R$ 500,00 para pagamento à vista, altera o lucro da empresa, mesmo antes da revenda desses itens.

2. (CESPE/PF-2000/AGENTE) A compra de material de estoque por R$ 1.000,00, para pagamento a prazo, acarreta um débito em conta de estoques e um crédito em conta de passivo de fornecedores.

3. (CESPE/PF-2000/AGENTE) A compra de diversos itens de estoque, pelo preço total de R$ 10.000,00, com pagamento de R$ 1.000,00 no ato e R$ 9.000,00 a prazo, implica o registro de R$ 1.000,00 em conta redutora do lucro operacional, além dos demais registros.

4. (CESPE/PF-2000/AGENTE) A compra de itens no valor de R$ 20.000,00, com um custo adicional de frete de R$ 400,00, implica um registro de R$ 20.400,00 a débito de conta de estoques.

5. (CESPE/PF-2000/AGENTE) A compra de calçados para revenda, com emissão de nota fiscal pelo fornecedor no valor total de R$ 30.000,00, estando nele incluso um ICMS de R$ 3.000,00, acarreta um registro pelo comprador a crédito de estoques no valor de R$ 27.000,00.

Questão 11

Com referência a movimentações do patrimônio líquido, segundo a Lei nº 6.404/76, julgue os itens abaixo.

1. (CESPE/PF-2000/AGENTE) No recebimento de dinheiro de acionistas para integralização do capital social subscrito, deverá haver um registro a crédito do capital social ou da conta que registra o capital a integralizar.

2. (CESPE/PF-2000/AGENTE) Na emissão de ações ao preço unitário de R$ 1,00, sendo R$ 0,50 destinados ao capital social e R$ 0,50 à reserva de capital – ágio na subscrição de novas ações-, a empresa deverá registrar R$ 0,80 para cada real recebido, por conta desse aumento e capital, na conta de bônus de subscrição, no patrimônio líquido.

3. (CESPE/PF-2000/AGENTE) O produto da alienação de partes beneficiárias pode ser registrado no patrimônio líquido.

4. (CESPE/PF-2000/AGENTE) No recebimento de um bem imóvel doado por uma sociedade anônima cujo registro se dará em conta de patrimônio líquido de doações e subvenções para investimento, deverá haver um registro a débito dessa conta, em contrapartida de um crédito no imobilizado de igual valor.

5. (CESPE/PF-2000/AGENTE) Uma empresa que apresentar uma reserva de capital no valor de R$ 8.000,00 e um saldo de prejuízo de R$ 2.000,00, após consumir os lucros acumulados e todas as reservas de lucros acumulados e todas as reservas de lucros, poderá compensá-lo com parte da reserva de capital que ela possui.

Questão 12

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Com base no quadro demonstrativo de lucros acumulados de uma sociedade anômina do ramo de navegação, apresentado acima, julgue os itens que se seguem.

1. (CESPE/PF-2000/AGENTE) Os dividendos declarados pela empresa, relativamente ao exercício social de 1999, são superiores a 25% do lucro líquido do exercício ajustado por constituição e reversão de reservas.

2. (CESPE/PF-2000/AGENTE) A reserva legal, a de contingências e a de lucros a realizar fazem parte do patrimônio líquido da empresa.

3. (CESPE/PF-2000/AGENTE) O saldo de lucros acumulados em 31/12/99 não poderá ser utilizado para nova distribuição de dividendos, em conformidade com os princípios de contabilidade.

4. (CESPE/PF-2000/AGENTE) Para a formação da reserva de contingências, deverá haver um registro a débito da conta relativa a essa reserva no valor de R$ 20.000.000,00.

5. (CESPE/PF-2000/AGENTE) Os dividendos declarados deverão ser registrados a débito das disponibilidades.

PROVA VIII – TJ/AL 2012 – Analista Judiciário, Especialidade Contabilidade

31. (CESPE/TJ-AL/2012–Anal.Jud.Contabilidade) Considerando os pronunciamentos do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), a Lei n.º 6.404/1976, alterações posteriores dessa lei, a legislação complementar e os princípios fundamentais de contabilidade, assinale a opção correta a respeito de demonstrações contábeis.

A) Ao avaliar se um item se enquadra na definição de ativo, passivo ou patrimônio líquido, deve-se atentar para sua forma legal, não importando outros aspectos. B) O valor agregado na posição financeira é reflexo dos elementos da demonstração do valor adicionado (DVA) em função dos acúmulos no balanço patrimonial. C) As receitas e as despesas são os elementos diretamente relacionados à mensuração da posição patrimonial e financeira no balanço patrimonial. D) Na demonstração do resultado, os elementos diretamente relacionados com a mensuração do desempenho são os ativos, os passivos e o patrimônio líquido. E) A demonstração das mutações na posição financeira, usualmente, reflete os elementos da demonstração do resultado e as alterações nos elementos do balanço patrimonial. QUESTÃO 32 32. (CESPE/TJ-AL/2012–Anal.Jud.Contabilidade) Com base nos princípios fundamentais de contabilidade, nos pronunciamentos contábeis do CPC, na Lei n.º 6.404/1976, suas alterações posteriores e legislação complementar, assinale a opção correta.

A) O resultado do exercício é destinado aos debenturistas, empregados, administradores e partes beneficiárias, e, caso esteja previsto no estatuto da empresa, para as contribuições a instituições ou fundos de assistência ou previdência de empregados. B) A prestação de serviço em decorrência de uma receita antecipada impactará positivamente as disponibilidades. C) A demonstração do fluxo de caixa (DFC) não é obrigatória para as sociedades anônimas com faturamento bruto anual inferior a dois milhões de reais.

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D) Se uma empresa inserida em um contexto inflacionário fizer o controle de estoques pelo UEPS, em vez de utilizar o PEPS, apresentará lucros maiores, custos menores e estoque final superavaliado. E) As sociedades por ações são obrigadas, por lei, a adotar o método da equivalência patrimonial na avaliação de investimentos em coligadas, controladas e em outras sociedades que façam parte de um mesmo grupo ou estejam sob controle comum.

33. (CESPE/TJ-AL/2012–Anal.Jud.Contabilidade)

Determinada empresa S.A. apresentou os saldos de suas contas em 31/12/2011, conforme listagem mostrada na tabela acima, com os valores expressos em R$ mil. Com base nessas informações, assinale a opção correta.

A) A soma dos saldos dos grupos de investimento, imobilizado, intangível e do realizável a longo prazo perfaz um montante de R$ 28 mil. B) De acordo com a análise vertical do balanço patrimonial, os tributos recuperáveis correspondem a aproximadamente 21% do total do ativo da empresa. (Análise de Balanços => matéria não cobrada no edital da PF) C) A liquidez imediata é menor que a liquidez corrente e igual à liquidez geral. (Análise de Balanços) D) Se a empresa conseguiu um faturamento anual de R$ 94 mil e se a margem líquida apurada no período foi de 12%, então a rentabilidade do investimento nesse período foi igual a 14%. (Análise de Balanços) E) Se a empresa obteve lucro líquido do exercício de R$ 2 mil, então a rentabilidade do patrimônio líquido foi de 20%. (Análise de Balanços)

PROVA IX – MPE/PI 2012 – CONTROLE INTERNO

Com base nos pronunciamentos do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), julgue os itens que se seguem.

51. (MPE/PI 2012 – CONTROLE INTERNO) A possibilidade de ocorrência de um evento futuro que afete negativamente o patrimônio de uma entidade deve ser registrada como um passivo dessa entidade.

52. (MPE/PI 2012 – CONTROLE INTERNO) A demonstração do valor adicionado evidencia a criação de valor pela empresa e sua distribuição equânime entre os agentes econômicos que contribuíram nesse processo.

53. (MPE/PI 2012 – CONTROLE INTERNO) A aplicação da orientação de prevalência da essência sobre a forma implica analisar se a natureza administrativa dos eventos a contabilizar está devidamente representada pelo instrumento formal.

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Acerca da demonstração dos fluxos de caixa (DFC), conforme Pronunciamento CPC n.º 3, julgue os próximos itens.

57. (MPE/PI 2012 – CONTROLE INTERNO) Para as entidades obrigadas à apresentação da DFC que optarem pelo uso do método direto, é recomendável a apresentação da conciliação entre o lucro líquido e o fluxo de caixa líquido das atividades operacionais.

58. (MPE/PI 2012 – CONTROLE INTERNO) A forma de divulgação da DFC das atividades operacionais depende do método empregado — se direto ou indireto.

59. (MPE/PI 2012 – CONTROLE INTERNO) A aquisição de um veículo deve ser representada na seção relativa às atividades de financiamento.

60. (MPE/PI 2012 – CONTROLE INTERNO) Recebimentos e pagamentos de prêmios e sinistros, anuidades e outros benefícios da apólice feitos por seguradora são exemplos de atividades operacionais.

A partir da Lei n.º 11.638/2007 e dos pronunciamentos do CPC, mudanças foram introduzidas na contabilidade das sociedades de capital aberto, sociedades de capital fechado e sociedades limitadas.

Com respeito a essas mudanças, julgue os itens subsequentes.

61. (MPE/PI 2012 – CONTROLE INTERNO) O grupo contábil ativo permanente foi extinto, tendo seus subgrupos imobilizado e investimentos sido incorporados ao grupo de ativos não circulantes.

62. (MPE/PI 2012 – CONTROLE INTERNO) A forma de contabilização da reserva de capital prêmio na emissão de debêntures foi modificada.

63. (MPE/PI 2012 – CONTROLE INTERNO) Foi proibido o procedimento contábil de reavaliar ativos, inclusive para algumas sociedades limitadas.

64. (MPE/PI 2012 – CONTROLE INTERNO) O teste de recuperabilidade de ativos deve ser realizado anualmente para ativos intangíveis com vida útil indefinida.

PROVA X – TCE/ES 2012 – AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO CIÊNCIAS CONTÁBEIS

Com relação ao ambiente em que são realizados os procedimentos contábeis, julgue os itens a seguir.

92. (TCE/ES 2012 – AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO)Denomina-se passivo a descoberto a situação em que o total de exigibilidades supera o total de bens e direitos, implicando na inexistência de patrimônio liquido.

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Considerando a tabela acima, em que são apresentados os dados hipotéticos, em $, de determinada empresa, e que a alíquota do IR e a contribuição sobre o lucro liquido dessa empresa sejam de 34%, sendo estes os únicos dados significativos para fins de levantamento de balanço e apuração do resultado do exercício, julgue os itens seguintes.

99. (TCE/ES 2012 – AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO) O lucro líquido do exercício e superior a 15% do valor das vendas brutas.

102. (TCE/ES 2012 – AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO) Antes de apurado o resultado do exercício corrente, a empresa apresentava-se com passivo a descoberto.

103. (TCE/ES 2012 – AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO) O capital circulante líquido da empresa e negativo no período.

104. (TCE/ES 2012 – AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO) O ativo total dessa empresa soma $ 610.

Considerando a tabela acima, em que são apresentadas as movimentações do estoque de determinada empresa, e que as notas fiscais de compra relativas aos dias 5 e 15 montavam, respectivamente, $ 250 e $ 131, inclusos os 16% de ICMS recuperável, bem como que cada unidade do estoque inicial custava $ 20, julgue os itens subsecutivos.

105. (TCE/ES 2012 – AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO) O valor do ICMS na compra foi superior a $ 60.

106. (TCE/ES 2012 – AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO) A diferença absoluta entre o custo unitário da mercadoria apurado pelo PEPS e o custo unitário da mercadoria apurado pelo UEPS será superior ao dobro da diferença absoluta entre o custo unitário da mercadoria apurado pelo UEPS e o custo unitário da mercadoria apurado pela media ponderada móvel.

107. (TCE/ES 2012 – AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO) Caso a referida empresa empregue o método da media ponderada móvel para o controle de seus estoques, o custo total da mercadoria vendida no dia 20 será inferior a $ 360.

PROVA XI – TJ/RR – 2012 - CONTADOR

Acerca da elaboração da demonstração do fluxo de caixa, de acordo com a legislação societária e os pronunciamentos do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), julgue os itens que se seguem.

55. (TJ/RR – 2012 – CONTADOR) O resgate do principal de aplicações financeiras não classificadas como equivalentes de caixa e os desembolsos de empréstimos concedidos pela empresa constituem saídas de caixa classificadas nas atividades de investimento e evidenciadas na demonstração do fluxo de caixa.

56. (TJ/RR – 2012 – CONTADOR) As vendas de ações emitidas e os empréstimos obtidos no mercado mediante emissão de debêntures ou outros instrumentos de dívida de curto ou longo prazo são exemplos de entradas de caixa classificados nas atividades de financiamento e evidenciados na demonstração do fluxo de caixa.

59. (TJ/RR – 2012 – CONTADOR) O modelo de demonstração do resultado do exercício apresentado abaixo utiliza a função das despesas como método para subclassificá-las.

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No dia 1.º/6/2012, a empresa comercial X mantinha um estoque de 5.000 unidades de determinado produto, no valor de R$ 25.000,00. No dia 10/6/2012, a empresa X recebeu um novo lote de 5.000 unidades desse mesmo produto, comprado por R$ 30.000,00, FOBLisboa. Durante o mês de junho/2012, foram vendidas 8.000 unidades do produto. Ao encerrar o mês de junho/2012, a empresa aguardava outra remessa de 5.000 unidades desse produto, de fornecedor estrangeiro, no valor de R$ 30.000,00, FOBSantos.

Considerando essa situação hipotética, e desprezando qualquer aspecto tributário, julgue os itens a seguir.

60. (TJ/RR – 2012 – CONTADOR) Caso a empresa X utilize o sistema de inventário periódico, aplicando o método da média ponderada móvel, o custo da mercadoria vendida no mês de junho/2012 será inferior a R$ 45.000,00.

61. (TJ/RR – 2012 – CONTADOR) Caso a empresa X utilize o método PEPS (primeiro que entra, primeiro que sai) para mensurar seu estoque, o saldo do referido produto, no final mês de junho/202, será de R$ 42.000,00, pois a remessa aguardada é classificada como mercadoria em trânsito.

A respeito de alterações patrimoniais, julgue os itens subsequentes.

65. (TJ/RR – 2012 – CONTADOR) Adiantamentos de clientes ocasionam aumento do ativo e do passivo.

66. (TJ/RR – 2012 – CONTADOR) Em sociedade por ações, caso haja lucro remanescente após a segregação para pagamentos dos dividendos obrigatórios e após a destinação para as reservas de lucro, a sociedade reterá esse lucro excedente como uma nova reserva.

67. (TJ/RR – 2012 – CONTADOR) Todas as contas de ativo intangível serão amortizadas a cada período, levando-se a contrapartida a débito de uma conta de resultado.

Ao vender determinado produto, uma indústria apurou os valores, em reais, mostrados na tabela acima. Com base nesses dados, julgue o item abaixo.

68. (TJ/RR – 2012 – CONTADOR) Considere que o comprador seja uma empresa prestadora de serviços, que adota o regime de tributação pelo lucro presumido. Nesse caso, se a alíquota do COFINS for de 3% e a do PIS, de 0,65%, será contabilizado, no momento da compra, menos de R$ 23.400,00 no ativo da empresa prestadora de serviços.

Em relação aos princípios de contabilidade, julgue os próximos itens.

69. (TJ/RR – 2012 – CONTADOR) Em conformidade com o princípio contábil da competência, quando determinada entidade reconhece um ativo circulante em consequência de uma venda a prazo, supõe-se o reconhecimento das despesas correlatas.

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70. (TJ/RR – 2012 – CONTADOR) O princípio do registro pelo valor original determina que os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda nacional não sejam reconhecidos nos registros contábeis.

Com a aplicação de critérios contábeis homogêneos advindos das normas internacionais de contabilidade e dos pronunciamentos do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), as empresas e os contadores procuraram adequar-se ao novo arcabouço de padrões contábeis em relação ao registro e à mensuração dos eventos contábeis. A respeito desse assunto, julgue os itens de 92 a 96.

93. (TJ/RR – 2012 – CONTADOR) O arrendamento mercantil é classificado como financeiro ou operacional. No arrendamento operacional, há transferência substancial de todos os riscos e benefícios inerentes à propriedade, ao passo que, no financeiro, não há transferência substancial de riscos e benefícios inerentes à propriedade.

95. (TJ/RR – 2012 – CONTADOR) Considere que, na aquisição de 40% do patrimônio líquido da empresa Beta, a empresa Alfa tenha desembolsado $ 160.000,00, que o patrimônio líquido contábil de Beta tenha sido avaliado em $ 300.000,00 e que o valor justo dos ativos líquidos, no momento da aquisição, era de $ 70.000,00. Nessa situação, na aquisição parcial de Beta, Alfa realizou corretamente os seguintes lançamentos:

D investimentos em empresas coligadas – $ 120.000,00 D goodwill – $ 40.000,00 C bancos – $ 160.000,00

Prova 1 –MDIC /2008 Cargo: Analista de Comércio Exterior

Com base nos princípios contábeis fundamentais e nos tipos de fatos contábeis, julgue os itens a seguir.

46. Se uma empresa exportadora possuir créditos vincendos em moeda estrangeira e o real estiver valorizando-se em relação a essa moeda, nessa hipótese, combinando-se o entendimento sobre os princípios da oportunidade, do registro pelo valor original, da competência e da atualização monetária, é correto concluir que esses créditos, à data do balanço, deverão sofrer um ajuste para menor em sua escrituração.

47. Caso um bem do ativo imobilizado, adquirido e registrado por R$ 300.000,00, já tiver acumulado uma depreciação correspondente a 40% de sua vida útil, nessa ocasião, a venda à vista desse bem por R$ 150.000,00 caracterizará um fato contábil misto diminutivo.

Cada um dos itens subseqüentes apresenta uma situação hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada com base nos conceitos e aplicações gerais da contabilidade.

48. Uma empresa comercial, nas operações com mercadorias, apurou os valores, em reais, apresentados na tabela a seguir, relativos às suas compras e vendas (não considerados os valores de tributos).

· compras (sem o transporte e o seguro) 5.000.000,00 · transporte sobre compras 300.000,00 · seguro sobre compras 200.000,00 · vendas (correspondentes à metade das compras) 3.000.000,00 · transporte sobre vendas (por conta da vendedora) 100.000,00 · seguro sobre vendas (por conta da vendedora) 50.000,00

Nessa situação, sabendo-se que a empresa rateia o transporte e o seguro entre as suas aquisições e os estoques finais, é correto afirmar que o custo das mercadorias vendidas foi de R$ 2.750.000,00.

49. Uma empresa obteve um empréstimo prefixado, no valor de R$ 500.000,00, com vencimento para 60 dias, à taxa de juros simples de 5% mensais e despesas bancárias de R$ 5.000,00.

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Nessa situação, o registro correto seria o seguinte.

D banco . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . R$ 495.000 D despesas de juros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . R$ 5.000 C empréstimos obtidos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . R$ 500.000

A respeito das demonstrações contábeis, julgue os itens subseqüentes.

50. As companhias fechadas, quando efetuarem transações financeiras com o exterior, estarão sujeitas às normas expedidas pela CVM e, conseqüentemente, terão de elaborar suas demonstrações contábeis em consonância com os padrões internacionais de contabilidade adotados nos principais mercados de valores mobiliários.

51. Caso uma empresa adquira 20% das ações de outra, pelo valor de R$ 16.000.000,00, e o patrimônio líquido da investida seja composto pelo capital social de R$ 50.000.000,00, e por reservas, no valor de R$ 30.000.000,00, nessa situação, de acordo com o critério da equivalência patrimonial, a investidora deverá registrar em seu ativo R$ 10.000.000,00 a título de participação societária e R$ 6.000.000,00 a título de ágio.

Ainda com relação a demonstrações contábeis, julgue os itens abaixo.

52. Os ajustes de avaliação patrimonial, para mais ou para menos, que decorram da avaliação a preço de mercado de elementos do ativo e do passivo, têm de ser incluídos na demonstração do resultado do exercício como resultados não-operacionais, no mesmo exercício em que tais ajustes sejam efetuados, segundo o princípio da oportunidade.

53. O fato de o aumento da inadimplência, em razão do aperto no crédito, fazer que uma empresa reestime as perdas prováveis para efeito de cálculo da provisão para créditos de liquidação duvidosa, elevando seu percentual de 3% para 10%, caracteriza mudança de critério contábil, com quebra de consistência, e constitui ajuste de exercícios anteriores que deve ser representado na demonstração de lucros ou prejuízos acumulados.

Acerca da destinação dos resultados e da formação do capital de giro, julgue os itens que se seguem.

54. A companhia aberta que resolver remunerar seus acionistas pagando juros sobre o capital próprio deve debitá-los como despesa para efeito de dedução do imposto de renda. Entretanto, para atender às determinações da CVM, será necessário efetuar a reversão desse valor, pois os juros sobre o capital próprio devem ser destinados diretamente aos lucros acumulados, sem transitar pelo resultado do exercício.

55. Constituem origens de recursos, entre outros, para elaboração da demonstração das origens e aplicações de recursos, os resultados positivos de exercícios futuros e a transferência, do ativo realizável a longo prazo para o ativo circulante, de participação das aplicações financeiras efetuadas pela empresa.

Gabarito Prova 1 –MDIC /2008

46 C 47 C 48 C 49 E 50 E 51 E 52 E 53 E 54 C 55 C

PROVA 2 – MPE-RR/2008 Cargo 5: Contador

Acerca dos procedimentos contábeis de registro e avaliação de componentes patrimoniais, julgue os itens subseqüentes.

66. A perda referente a créditos de liquidação duvidosa que não tenha sido provisionada proporciona débito no resultado do exercício e crédito na conta de valores a receber.

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67. O registro da participação de empregados, com pagamento em momento posterior, proporciona débito no resultado do exercício e crédito nas disponibilidades.

68. Na empresa investidora, a contabilização de equivalência patrimonial com saldo devedor na investida proporciona débito no ativo permanente e crédito no resultado do exercício.

69. A aquisição de ações de outras companhias pode ser registrada em conta de ativo circulante quando a empresa que adquiriu as ações resolva que estas serão comercializadas em um período curto de tempo. O registro dessa operação não afeta o valor total do ativo circulante da empresa que adquiriu as ações.

70. A contabilização de instrumentos financeiros deve ocorrer pelo valor da emissão, atualizado conforme disposições legais ou contratuais, ajustado ao valor provável de realização, quando este for superior.

Julgue os itens a seguir, acerca do registro de componentes do estoque de mercadorias de empresas comerciais.

71. Os custos do transporte e do seguro sobre compras serão contabilizados na conta de estoque de mercadorias da empresa compradora. Caso o valor líquido da mercadoria seja de R$ 5.600, o valor do seguro, de R$ 600 e o valor do frete, de R$ 1.200, então o registro correto, caso a compra seja efetuada a prazo, será o seguinte. D Estoques R$ 7.400 C Fornecedores R$ 7.400

72. Em uma economia inflacionária, há a tendência de aumento dos preços de aquisição de estoques. Caso a empresa tenha comercializado R$ 60.000 de mercadorias ao custo de R$ 30.000 e ocorra um aumento de 10% no preço de aquisição do estoque, o novo preço de venda, para que seja mantido o mesmo valor do resultado com mercadorias, deverá sofrer acréscimo também de 10%.

Julgue os próximos itens, acerca de elaboração e divulgação das demonstrações contábeis.

73. O registro da reversão da provisão para desvalorização de estoques proporciona acréscimo ao resultado do exercício e débito no ativo circulante.

74. O registro da participação de empregados e administradores na forma de instrumentos financeiros ocorrerá em conta de despesa operacional na demonstração do resultado do exercício (DRE).

75. O saldo da reserva de lucros a realizar poderá ser utilizado para pagamento da participação de debenturistas quando o resultado do exercício do período for insuficiente para quitar essa obrigação.

76. Os órgãos de administração podem sugerir que a assembléia geral destine à reserva de incentivos fiscais parcela do lucro líquido decorrente de doações ou subvenções governamentais para investimentos. Desse modo, o valor destinado poderá ser excluído da base de cálculo do dividendo obrigatório.

77. No caso de o saldo das reservas de lucros — exceto as de contingências, de incentivos fiscais e de lucros a realizar — atingir o limite do capital social, a assembléia deliberará sobre a aplicação do excesso na integralização, no aumento do capital social ou na distribuição de dividendos do período em questão.

78. A demonstração dos fluxos de caixa apresenta o valor da riqueza gerada pela companhia, a sua distribuição entre os elementos que contribuem para a geração dessa riqueza, tais como empregados, financiadores, acionistas, governo e outros, bem como a parcela da riqueza não distribuída.

79. A reserva de capital constituída com recursos advindos da venda de partes beneficiárias pode ser destinada ao resgate desses títulos.

80. Antes de qualquer participação, deve ser deduzido do resultado apurado no exercício o montante referente a prejuízos acumulados e à provisão para o imposto sobre a renda. Caso ocorra prejuízo no exercício, este prejuízo

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será obrigatoriamente absorvido pelo saldo de reservas de lucros e, caso ainda exista saldo negativo remanescente, pela reserva legal, nessa ordem.

DATA OPERAÇÃO MODALIDADE QUANTID. VR. UNIT. R$ VR. TOTAL R$2/3/2008 Compra A prazo 200 8,5 1.700,005/3/2008 Compra A prazo 50 9,10 455,00 8/3/2008 Venda A vista 175 30,00 5.250,00

15/3/2008 Compra A prazo 25 9,30 232,50 16/3/2008 Venda A vista 50 32,00 1.600,00 19/3/2008 Compra A vista 30 9,5 285,00 23/3/2008 Compra A prazo 45 9,00 405,00 28/3/2008 Venda A vista 82 35,00 2.870,00 29/3/2008 Compra A prazo 18 9,80 176,40 30/3/2008 Venda A vista 52 32,50 1.690,00 31/3/2008 venda A prazo 3 19,50 58,50

Informações complementares (valores em R$) 31/3/2008 apropriação de despesas de telecomunicações 1.254,00 20/3/2008 apropriação da despesas de salários do mês 6.250,00 10/3/2008 apropriação da despesas de depreciação do período 2.120,00 9/3/2008 recebimento de clientes 12.890,00 8/3/2008 recebimento antecipado de clientes 25.800,00 5/3/2008 pagamento da folha de salários do mês anterior 8.250,00 2/3/2008 aquisição de material de consumo à vista 5.230,00 1.º/3/2008 saldo do disponível 18.750,00 1.º/3/2008 saldo inicial do ativo circulante 58.950,00 1.º/3/2008 saldo inicial do passivo circulante 32.480,00

Com base nas informações apresentadas acima, julgue os itens que se seguem.

81. O saldo final do passivo circulante correspondeu a R$ 45.072,90.

82. O saldo final do ativo circulante, considerando-se o controle de estoques permanente pelo PEPS, foi de R$ 93.653,80.

83. O saldo do disponível, ao final do dia 10/3/2008, foi de R$ 49.210,00.

84. Caso a empresa tenha adotado o PEPS como critério de controle de estoques, o saldo das mercadorias disponíveis para revenda, ao final do dia 20/3/2008, foi de R$ 1.150,00.

85. Caso a empresa tenha adotado o UEPS como critério de controle de estoques, o saldo do custo das mercadorias vendidas em 31/3/2008 foi de R$ 1.707,60.

86. O resultado com mercadorias, caso a empresa tivesse utilizado o PEPS como controle de estoques, no mês de março, corresponderia a R$ 11.468,50.

87. O resultado operacional obtido em 31/3/2008 foi de R$ 9.760,90, credor.

88. O saldo referente às atividades operacionais do período, obtido no demonstrativo dos fluxos de caixa, foi de R$ 34.645,00, positivo.

89. O saldo final do disponível foi de R$ 53.395.

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Julgue os itens a seguir, relativos ao reflexo do registro das operações de uma empresa em seu patrimônio.

90. A reversão da provisão para perda de investimentos proporciona aumento na conta de investimentos, vinculada à provisão, e acréscimo ao resultado do exercício do período.

91. O registro do pagamento de carga e descarga de mercadoria adquirida para revenda faz parte do estoque de mercadorias para revenda e compõe o valor do custo da mercadoria vendida.

92. O registro da amortização de itens do ativo proporciona redução do ativo permanente diferido e, conseqüentemente, reduz o resultado do exercício.

93. O registro da provisão para créditos de liquidação duvidosa reduz o valor do ativo, circulante ou realizável em longo prazo. Como conta retificadora de ativo, o saldo dessa provisão é credor, e sua contrapartida é em conta de resultado do exercício.

94. A contabilização do deságio na emissão de debêntures aumenta o resultado do exercício e reduz o saldo do ativo circulante.

95. O registro de ressarcimento de despesas ocorre com a contabilização de cada despesa no resultado da empresa e sua respectiva baixa do passivo da empresa, caso a despesa esteja provisionada anteriormente. No caso de devolução do dinheiro ao preposto que efetuou pagamentos, o registro correto é a débito de adiantamento de numerário e a crédito de contas a pagar.

Dados para os itens de 96 a 100

Conta ano 2005 ano2006 ano 2007(valores em R$) compras líquidas 21.699 21.900 10.900 deduções da receita 2.460 3.445 321 despesa de depreciação 12.900 14.900 17.854 despesa de exaustão 9.980 10.987 12.234 despesa de manutenção 1.123 1.249 2.984 despesas administrativas 12.340 15.682 18.179 despesas gerais 13.289 15.690 18.943 despesas operacionais 10.093 11.230 15.980 estoque final 2.230 16.500 2.900 estoque inicial 5.600 2.230 16.500 imposto sobre o lucro 1.200 2.000 1.900 imposto sobre receita 7.680 9.887 11.234 receita bruta de vendas 99.800 98.870 130.000

O controle de estoques proporciona a apuração do custo da mercadoria vendida e, conseqüentemente, a determinação do valor do lucro líquido auferido. Com base nessa informação e nos dados da tabela acima apresentada, julgue os itens seguintes, relacionadas ao reflexo da variação dos estoques na apuração do lucro líquido.

96. Caso o estoque final no ano 2005 estivesse subavaliado em R$ 1.200, então o lucro operacional no ano 2006 estaria superavaliado em R$ 1.200.

97. Caso o estoque inicial no ano 2005 estivesse superavaliado em R$ 3.200, então o valor do custo da mercadoria vendida em 2005 estaria superavaliado também em R$ 3.200.

98. Caso o estoque final no ano 2006 estivesse superavaliado em R$ 5.900, então o saldo do lucro bruto em 2007 estaria subavaliado em R$ 5.900.

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99. Caso o estoque inicial de 2006 estivesse subestimado em R$ 1.789, então o valor do resultado com mercadorias no ano 2007 estaria superestimado em R$ 1.789.

100. O resultado, antes do imposto de renda no ano 2007, foi igual a R$ 8.170.

Gabarito PROVA 2 – MPE-RR/2008

66 C 67 E 68 E 69 C 70 E 71 C 72 E 73 C 74 E 75 E 76 C 77 C 78 E 79 C 80 C 81 E 82 C 83 C 84 E 85 E 86 E 87 E 88 C 89 E 90 E 91 C 92 C 93 C 94 E 95 E 96 C 97 C 98 C 99 E 100 E

PROVA 3 – SEPLAG/DFTRANS CARGO 9: Técnico de Transportes Urbanos

Especialidade: Técnico em Contabilidade

Acerca da elaboração e evidenciação das demonstrações contábeis, julgue os itens a seguir.

76. Uma companhia aberta pode registrar as demonstrações exigidas para fins tributários na própria escrituração mercantil, desde que sejam efetuados, em seguida, lançamentos contábeis adicionais que assegurem a preparação e a divulgação das demonstrações financeiras, como previstos na Lei das Sociedades por Ações, Lei n.º 6.404/1976, e desde que as demonstrações exigidas pela legislação fiscal sejam auditadas por auditor independente registrado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

77. A demonstração de fluxos de caixa evidencia a movimentação financeira da empresa em determinado período. Em sua estrutura, é possível verificar as origens e aplicações dos recursos dessa empresa, especialmente porque nessa empresa se evidencia variação do capital circulante líquido da empresa.

78. O balanço patrimonial evidencia os recursos econômicos, as obrigações com os sócios e a situação patrimonial líquida da empresa. Quando a situação patrimonial líquida é credora, o total de recursos econômicos supera o total de obrigações da empresa.

79. A distribuição de parcela dos lucros a título de partes beneficiárias ocorre como participação estatutária sobre o lucro, não sendo evidenciada na demonstração do resultado do exercício (DRE).

80. Será excluído do total dos lucros a realizar financeiramente o valor oriundo da contabilização de ativo e passivo pelo valor de mercado, cujo prazo de realização financeira ocorra após o término do exercício social seguinte.

81. Para efeito de distribuição de dividendos pode ser excluído da base dos cálculos dos dividendos obrigatórios o valor destinado a reserva de incentivos fiscais.

Acerca da composição da situação líquida da empresa e da interpretação dos atos e fatos contábeis, julgue os seguintes itens.

87. A redução de provisão para contingências pela perda judicial de ação é um fato permutativo.

88. O ajuste mensal da utilização da despesa antecipada de seguros é um fato permutativo porque o saldo é transferido da despesa antecipada de seguros para a conta de despesa de seguros.

89. O registro da baixa de estoques pela venda, em um sistema de controle de estoques permanente, corresponde a um fato misto. Nesse sistema, além da baixa do estoque, há o registro da operação mercantil de venda.

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90. Ao se registrar a troca de mercadorias para revenda por incongruência com relação ao pedido de compras, há um fato modificativo e um fato permutativo. O fato permutativo vincula-se ao registro da nova mercadoria no ativo e o modificativo, pela baixa da mercadoria que não atendeu às necessidades prévias do comprador.

Conta/Saldo Saldo (R$) 31/12/2006 Saldo (R$) 31/12/2007 adiantamento de salários 650 650 aplicação em coligadas 3.352 3.352 aplicação em poupança 2.259 2.259 aplicações em controladas 2.210 2.210 banco 12.500 36.807 caixa 800 200 capital social 20.000 20.000 clientes 7.780 20.680 computadores 3.500 3.500 custo da mercadoria vendida – 16.520 depreciação acumulada 4.520 5.520 despesa de aluguel – 2.100 despesa de depreciação – 1.000 despesa de energia – 850 despesa de salários – 4.200 despesa de telefone – 332 empréstimos a pagar 75.000 122.500 estoque de mercadorias para revenda 7.741 3.801 financiamentos a pagar 12.500 2.500 fornecedores 850 3.430 máquinas e equipamentos 10.000 10.000 marcas e patentes 5.000 5.000 material de consumo 2.214 2.214 material de expediente 654 654 outras despesas operacionais – 3.325 prejuízos acumulados 31.064 ????? receita antecipada 900 1.000 receita de vendas – 26.700 salários a pagar 7.500 3.700 seguros a pagar 448 300 seguros antecipados 4.410 4.410 suprimentos de informática 214 214 telefone a pagar 630 362 terrenos 7.500 7.500 tributos sobre as vendas – 2.670 veículos 20.500 20.500

A tabela acima apresenta a movimentação das contas de uma empresa no ano 2007. O saldo em 31/12/2006 foi apresentado após a elaboração da DRE e o saldo em 31/12/2007, antes da apuração do resultado do exercício. Com base nos dados apresentados na referida tabela, julgue os itens subseqüentes, acerca da análise e conciliação de contas.

93. O volume de pagamento de seguros no período corresponde a R$ 448,00.

94. O volume de pagamento de salários no período considerado corresponde a R$ 4.200,00.

95. O volume de recursos recebidos de clientes no período corresponde a R$ 25.800,00.

96. O capital circulante líquido de 2007 aumentou, em relação ao ano de 2006, em R$ 3.297,00.

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97. O ativo permanente total da empresa aumentou R$ 2.100,00 no período em análise.

99. O patrimônio líquido da empresa reduziu-se em R$ 5.197,00 no período.

As operações contábeis proporcionam mudanças tanto nas composições das contas patrimoniais como nas de resultado. A respeito desse assunto, julgue os itens a seguir.

101. O registro de parcela de juros sobre empréstimos obtidos não apropriados proporciona redução tanto no resultado do exercício como no passivo circulante.

102. O registro do recebimento de mercadoria devolvida proporciona débito no ativo circulante – mercadorias, crédito na conta de mercadorias devolvidas, débito no disponível e crédito em contas a pagar.

103. O registro da exaustão acumulada proporciona redução no saldo do ativo permanente total e redução no resultado do exercício. O correto registro da parcela mensal de exaustão vincula-se exclusivamente ao volume de recursos naturais extraído no período em análise.

104. O correto registro do pagamento de encargos sobre a folha de pagamento proporciona débito no resultado do exercício e crédito no ativo circulante. Os encargos trabalhistas não compõem a despesa de salários, já que não são pagos diretamente ao empregado.

105. O registro da perda de estoques por enchentes reduzirá o saldo do resultado do exercício e também da reserva para contingências.

106. É comum a perda de estoques por motivo de furto, especialmente em grandes estabelecimentos. O registro desse tipo de perda proporciona débito no estoque da mercadoria e crédito na conta de perdas de mercadorias.

107. A contabilização de consumo de material é feita a débito de despesa de material e a crédito de material de consumo e o desperdício de material de consumo é registrado a débito da conta de despesa não-provisionada de material e a crédito de despesas extraordinárias – material.

Quanto à contabilização de operações típicas de uma empresa comercial, julgue os próximos itens.

113. O correto registro da venda antecipada de mercadorias aumenta o ativo e o passivo circulantes. Considerando que não haja reflexo no resultado do período, esse registro é permutativo e não, modificativo.

114. O registro da venda de um ativo imobilizado contabilizado por R$ 250.000,00 e com saldo de depreciação acumulada de R$ 120.000,00 por R$ 180.000,00 proporcionará um fato modificativo credor da ordem de R$ 180.000,00.

115. O registro da transferência de mercadorias para revenda em uma exposição exige a emissão de documento fiscal e não afeta o total do ativo da empresa, uma vez que ocorre, nesse caso, um débito de mercadorias em trânsito e um crédito de estoque de mercadorias.

116. Ao contabilizar a aquisição de um veículo financiado, a empresa debitará o ativo permanente imobilizado e creditará o passivo circulante. Se a empresa adquirir a prazo o direito sobre uma marca, o correto registro será a débito de ativo permanente intangível e a crédito de passivo circulante.

117. Ao contabilizar a devolução de imposto de renda retido indevidamente de funcionário, o correto registro é a débito de despesa de salários e a crédito de impostos retidos a pagar.

Acerca do patrimônio, de sua situação líquida e de sua representação gráfica julgue os itens a seguir.

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118. Entre as contas apresentadas no patrimônio líquido, encontra-se a conta de prejuízos acumulados, que ganhou destaque com a extinção da conta de lucros acumulados. Com essa extinção, o saldo de lucros apurados pela empresa deve ser destinado aos sócios, na forma de dividendos, e pode tanto compensar saldo de prejuízos acumulados anteriores quanto ser transferido para as contas de reservas de lucros.

119. As doações e subvenções para investimentos, independentemente de sua origem, serão contabilizadas como receita do exercício. No caso de valores oriundos do setor público, estes poderão, após sua transferência ao patrimônio líquido, ser destinados à reserva de lucros de incentivos fiscais.

120. A provisão para ajuste ao valor de mercado poderá ser contabilizada quando houver necessidade de ajustes na conta estoque de mercadorias para revenda ou quando houver investimentos registrados no ativo permanente. Essa provisão não altera o valor original da conta, permanecendo até o final do exercício em conta segregada.

GABARITO PROVA 3 - SEPLAG/DFTRANS TÉCNICO EM CONTABILIDADE

76 C 77 E 78 C 79 E 80 E 81 C 87 C 88 E 89 C 90 E 93 E 94 C 95 E 96 E 97 E 99 E 101 E 102 E 103 C 104 C 105 E 106 E 107 E 113 C 114 E 115 C 116 C 117 E 118 C 119 C 120 E

PROVA 4 – SEPLAG/DFTRANS CARGO 9: Analista de Transportes Urbanos

Especialidade: Contador

Quanto à contabilização dos eventos patrimoniais e a sua correta evidenciação, segundo a Lei n.º 6.404/1976 e a legislação complementar, julgue os próximos itens.

102. Os prêmios obtidos na emissão de debêntures devem ser registrados como receita do exercício e não como reserva de capital.

103. O registro das doações ou subvenções governamentais para investimentos deve ser efetuado a crédito do resultado do exercício e a débito do ativo circulante.

104. A contabilização dos investimentos permanentes que fazem parte de um mesmo grupo ou que estejam sob controle comum deve ser efetuada pelo método de equivalência patrimonial, independentemente de sua relevância.

Com relação à destinação do resultado das empresas, julgue os itens subseqüentes.

105. Compõem as participações estatutárias sobre o lucro, evidenciadas após a elaboração da demonstração do resultado do exercício (DRE), as participações de debenturistas, administradores e empregados, mesmo que possam configurar despesa da empresa.

106. O limite máximo do saldo da reserva de lucros é o valor do capital social, excluída a soma das reservas para contingências, de lucros a realizar e da reserva de incentivos fiscais.

108. A utilização dos créditos tributários advindos de operações de compra de mercadorias para a revenda reduz o valor a ser pago pela empresa no período. Assim, ao contabilizar o crédito tributário advindo de aquisição dessa natureza, a empresa adquirente debitará conta de seu ativo.

Quanto à avaliação e contabilização de ativos e investimentos societários no país, julgue os próximos itens.

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110. Os elementos patrimoniais denominados intangíveis compõem o saldo da conta do ativo permanente imobilizado e serão avaliados pelo custo de aquisição deduzido do saldo da respectiva conta de amortização.

111. Os ajustes de avaliação patrimonial permanecerão no patrimônio líquido até a sua realização em receitas ou despesas. Esses ajustes correspondem a contrapartidas de aumento ou diminuição de valores atribuídos a elementos do ativo permanente em conseqüência da sua avaliação a preço de mercado.

112. Os ajustes advindos de avaliação patrimonial de investimentos não-permanentes utilizarão a conta de provisão para ajuste ao valor de mercado e não a conta de ajustes de avaliação patrimonial.

GABARITO PROVA 4 – SEPLAG/DFTRANS

102 C 103 E 104 C 105 E 106 C 108 C 110 E 111 C 112 E

PROVA 5 – Agente Fiscal de Tributos Municipais Teresina/2008

Com relação à contabilidade e à legislação aplicável, julgue os itens de 128 a 136.

128. A despeito das mudanças substanciais nos tipos de usuários e nas modalidades de informação que estes têm procurado, a função fundamental da contabilidade continua atrelada à finalidade de prover esses usuários das demonstrações contábeis com informações que os ajudem a tomar decisões de natureza econômico-financeira.

129. Os bens intangíveis, mesmo quando não integram o patrimônio contábil da entidade — como é o caso do fundo de comércio acumulado ao longo do tempo —, podem alcançar considerável valor econômico. Esse valor não está materializado na propriedade física, mas se traduz nos direitos de propriedade, no potencial de utilização e exploração legalmente conferidos aos seus titulares.

130. O ISS, proporcional ou fixo, e independentemente do tipo de receita sobre a qual incida, é uma conta de saldo devedor, cujo valor deve ser deduzido da receita bruta operacional.

131. Os bens recebidos em doação integram o ativo da empresa e são representados no balanço patrimonial. Esse é o caso de imóveis recebidos do poder público como incentivo à instalação de novos empreendimentos, que, se recebidos sem custos ou ônus, serão contabilizados por valor simbólico, cuja contrapartida constitui receita não-operacional.

132. Suponha que uma empresa tenha efetuado, ao final do exercício, o seguinte lançamento.

D – lucros acumulados C – juros sobre o capital próprio

Nesse caso, a empresa está seguindo a orientação da CVM no que diz respeito à contabilização dos juros devidos aos acionistas, e efetuando um lançamento similar ao da atribuição dos dividendos.

133. No Brasil, os juros embutidos nas vendas a prazo são destacados da receita bruta e contabilizados como receita financeira. O fato de sua apropriação estar em consonância com o prazo entre a realização da receita e o vencimento da obrigação do cliente decorre da adoção do regime de competência.

134. O princípio da competência está associado às variações patrimoniais e à sua natureza. Na aplicação desse princípio às despesas, há situações em que, mesmo sem ter havido pagamento ou sem ter sido constituída uma

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obrigação efetiva, devem ser efetuadas provisões, com base em estimativas, como no caso da prestação de garantias assumidas pela venda de mercadorias.

135. Com as alterações promovidas na Lei das Sociedades por Ações a partir deste ano, a demonstração dos fluxos de caixa substituiu, exclusivamente para as companhias abertas, a demonstração das origens e aplicações de recursos, e a demonstração do valor adicionado passou a ser exigida para as sociedades de grande porte.

136. De acordo com os novos critérios para enquadramento dos gastos de reestruturação no ativo diferido, a par do requisito de que esses gastos contribuam para o aumento do resultado de dois ou mais exercícios sociais, exige-se também que não se restrinjam a promover uma redução de custos ou acréscimo na eficiência operacional. GABARITO PROVA 5 – Agente Fiscal de Tributos Municipais

128 C 129 C 130 E 131 E 132 C 133 E 134 C 135 E 136 C

PROVA 6 – Prefeitura Municipal de Vila Velha – ES/2008

Cargo: 9 Técnico Municipal de Nível Superior I – Área de Atuação: Contabilidade

Conta Saldo em Reais energia a pagar 48,00 despesa financeira 69,00 juros a pagar 79,00 abatimento sobre compras 90,00 manutenção a pagar 98,00 receita financeira 113,00 abatimento sobre vendas 116,00 combustíveis e lubrificantes a pagar 118,00 fretes sobre vendas 123,00 salários a pagar 147,00 despesa de telefone 190,00 fornecedores 190,00 reservas de lucros 221,00 aluguel antecipado 230,00 imposto sobre o lucro 230,00 fretes de compras 238,00 material de consumo 320,00 despesa de energia 320,00 provisão para contingências judiciais 320,00 seguros antecipados 330,00 reserva de reavaliação 345,00 caixa 400,00 material de limpeza 430,00 telefone a pagar 430,00 financiamentos a pagar 436,00 impostos e contribuições a pagar 439,00 assinaturas antecipadas 440,00 equivalência patrimonial 480,00 aluguel a pagar 490,00 banco 500,00 reserva legal 540,00 seguros sobre compras de mercadorias 556,00 computadores 750,00 despesa de aluguel 800,00

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adiantamento de salários 890,00 provisão para devedores duvidosos 900,00 estoque final de mercadorias para revenda 900,00 provisão para perda de investimentos 980,00 despesa de salários 1.100,00 móveis 1.123,00 devolução de compras 1.234,00 impostos sobre vendas 1.330,00 investimentos em controladas 2.134,00 financiamentos a pagar em longo prazo 2.234,00 utensílios diversos 2.334,00 veículos 2.340,00 compra de mercadorias 2.345,00 clientes 3.200,00 prédios 3.456,00 casas 4.210,00 investimentos em coligadas 4.390,00 depreciação acumulada 4.500,00 terrenos 5.467,00 capital social 6.780,00 estoque inicial de mercadorias para revenda 6.790,00 apartamentos 7.659,00 custo da mercadoria vendida 2.178,00 empréstimos a pagar em longo prazo 8.769,00 vendas de mercadorias 13.249,00 lucros ou prejuízos acumulados ?????????

Considerando o balancete de verificação de uma empresa apresentado na tabela ao lado, julgue os itens a seguir.

71. O valor do lucro antes do imposto de renda é de R$ 1.129,00.

72. O valor do ativo permanente-investimentos corresponde a R$ 5.544,00.

74. O ativo circulante corresponde a R$ 7.640,00.

76. O valor do passivo total é de R$ 13.798,00.

77. O valor do ativo permanente imobilizado corresponde a R$ 32.883,00.

78. O valor das compras líquidas é de R$ 3.139,00.

79. O valor do patrimônio líquido, após a incorporação do lucro do período, é de R$ 20.440,00.

80. O valor do capital circulante líquido é de R$ 3.945,00.

82. O resultado acumulado antes da incorporação do resultado líquido do período é de R$ 12.540,00, credor.

Contas 31/12/2006 31/12/2007 seguros antecipados 80,00 130,00 seguros a pagar 340,00 660,00 adiantamento de salários 340,00 700,00 despesa de seguros 430,00 600,00

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despesa de energia 456,00 998,00 despesa de aluguel 650,00 1.180,00 aluguel antecipado 1.900,00 900,00 receita antecipada 2.000,00 3.000,00 aluguel a pagar 2.100,00 900,00 depreciação acumulada 2.450,00 3.146,00 salários a pagar 3.000,00 4.800,00 custo da mercadoria vendida 3.145,00 6.432,00 clientes 4.100,00 2.300,00 despesa de salários 4.300,00 6.500,00 fornecedores de mercadorias 5.600,00 8.000,00 estoque de mercadorias 8.100,00 5.600,00 receita de vendas 10.900,00 17.800,00 imobilizado 11.900,00 11.900,00

Considerando as informações na tabela acima, relativas à movimentação econômica de uma empresa, julgue os itens que se seguem.

83. O fluxo das atividades operacionais evidenciado após a elaboração do demonstrativo do fluxo do disponível é igual a R$ 7.768,00.

84. O valor pago para funcionários em 2007 corresponde a R$ 5.060,00.

85. O valor de seguros pagos no período corresponde a R$ 280,00.

86. O valor de aluguel pago no período corresponde a R$ 2.380,00.

87. O valor correspondente a compras de mercadorias para revenda é de R$ 5.429,00.

88. O pagamento de fornecedores em 2007 corresponde a R$ 1.532,00.

89. O resultado líquido apurado após a elaboração da demonstração do resultado do exercício (DRE) é de R$ 1.394,00.

90. O recebimento de clientes no período corresponde a R$ 20.600,00.

91. O valor contábil do imobilizado no ano 2007 é de R$ 11.900,00.

Acerca do registro e da avaliação de investimentos em companhias abertas no país, julgue os itens seguintes.

108. A contabilização do resultado credor de equivalência patrimonial de sociedades controladas propicia um débito no ativo permanente e um crédito no resultado do exercício.

109. O recebimento de dividendos de companhias coligadas avaliadas pelo método de custo aumenta o disponível da investidora, mas não afeta o resultado acumulado do exercício da investida.

110. O registro da provisão para desvalorização de estoques proporciona um débito na conta de estoques e um crédito no resultado do exercício.

Gabarito PROVA 6 – Prefeitura Municipal de Vila Velha – ES/2008

71 C 72 C 74 E 76 C 77 E 78 E 79 E 80 C 82 C 83 E 84 C 85 E 86 C 87 E 88 C

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89 E 90 C 91 E 108 C 109 E 110 E

UnB/CESPE – HEMOBRAS - 2008

Emprego 6: Analista de Gestão Corporativa – Contador

Informações complementares:

• a empresa pagou R$ 136 de frete sobre a compra do dia 7/9;

• a empresa pagou R$ 336 de frete sobre a venda do dia 10/9;

• despesas operacionais do mês: R$ 980;

• despesa de salários do mês: R$ 320;

• realização de receita antecipada de serviços: R$ 2.890;

• utilização de parcela do aluguel antecipado: R$ 1.000;

• seguro sobre a compra de 12/9/2008: R$ 48;

• seguro sobre a compra de 13/9/2008: R$ 80.

Acerca dos sistemas de inventários existentes e da utilização de metodologias de controle de estoques e, a partir das

informações e da tabela acima, julgue os itens a seguir.

75. O resultado bruto da empresa, segundo o UEPS, é R$ 5.031,50.

76. O custo da mercadoria vendida, segundo o PEPS, é de R$ 1.214.

77. O saldo de mercadorias disponíveis para revenda no dia 15/9/2008, segundo o UEPS, é de R$ 612.

78. O resultado antes do imposto de renda, adotando o PEPS, é de R$ 2.351,50.

GABARITO:

75 E 76 C 77 C 78 E

UnB/CESPE – TRT 17.ª - 2009 Região/ES Caderno H

Cargo 4: Analista Judiciário – Área: Administrativa – Especialidade: Contabilidade

Acerca de fundamentos de contabilidade, julgue os itens a seguir.

51 De acordo com os princípios fundamentais da contabilidade, um bem adquirido por meio de contrato de alienação fiduciária deve ser registrado no ativo da entidade alienante ou devedora.

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52 Créditos de funcionamento e créditos de financiamento são contas a receber distintas, porque os créditos de funcionamento referem-se a valores decorrentes de atividades normais da empresa e os créditos de financiamento consistem em valores de operações estranhas às atividades da empresa.

53 Quando, na equação patrimonial de uma entidade, o ativo total, somado à situação líquida, é igual ao passivo total, a situação financeira da entidade pode ser considerada bastante confortável.

54 Se um fato misto aumentativo for lançado erroneamente, a sua correção acarretará, obrigatoriamente, o lançamento de um fato misto diminutivo.

55 Segundo a teoria materialista, as contas de situação líquida, quando indicam resultado favorável à entidade, são denominadas diferenciais positivas.

56 No conjunto de deduções da receita bruta das vendas e serviços, estão incluídas as contribuições para o Programa de Integração Social (PIS) e para o financiamento da seguridade social (COFINS), cuja base de cálculo, no regime de incidência cumulativa, deve incluir os valores pagos a título de imposto sobre produtos industrializados (IPI) e excluir os valores correspondentes ao imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação (ICMS).

57 As despesas do exercício seguinte devem ser contabilizadas em conta de ativo.

58 A provisão para créditos de liquidação duvidosa é dedutível da base de cálculo do imposto de renda até o limite determinado em lei e corresponde a uma expectativa de perda na realização dos créditos oriundos da venda de bens e serviços a prazo.

Com relação a livros e demonstrativos contábeis, julgue os itens de 59 a 65.

59 Quando a empresa tiver filiais e optar pela escrituração descentralizada, as contas recíprocas relativas às transações entre a matriz e as filiais devem ser, obrigatoriamente, eliminadas na consolidação das demonstrações contábeis.

60 Como formalidades intrínsecas obrigatórias, o livro diário deve conter termo de abertura e encerramento; apresentar método de escrituração mercantil uniforme; obedecer a rigorosa ordem cronológica na escrituração; e não deve conter rasuras, emendas ou borrões.

61 O balancete de verificação, embora possa identificar erros decorrentes de incorreta aplicação do método das partidas dobradas, é ineficaz para a correção de erros constituídos por lançamentos invertidos ou duplicados.

63 O produto das vendas de bens ou direitos do ativo permanente, mesmo quando resulte em ingresso financeiro, não deve ser incluído na demonstração do resultado do exercício.

Acerca da contabilidade comercial, julgue os itens subsequentes.

66 Se determinada empresa tiver o valor de 100 mil reais a recuperar em decorrência do ICMS incidente sobre as mercadorias adquiridas, e tiver de recolher 150 mil reais do mesmo imposto, incidente sobre as mercadorias vendidas, o crédito do imposto deverá ser incluído na conta ICMS a recuperar, do ativo circulante, e o imposto devido constará da conta ICMS a recolher, do passivo circulante.

GABARITO:

51. C 52. C 53. E 54. E 55. E

56. E 57. C 58. E 59. C 60. E

61. C 63. E 66. E

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UnB/CESPE – TJCE 2008

Cargo 12: Analista Judiciário – Área: Técnico-Administrativa – Especialidade: Ciências

Contábeis

As empresas controlam seus estoques de maneira permanente ou periódica. A apuração do valor do custo da mercadoria vendida depende, ainda, do critério de avaliação dos estoques. Com relação a esse tema, julgue os itens subseqüentes, relativos aos dados acima apresentados, referentes a determinada empresa.

56. Ao se utilizar o sistema de inventário permanente e o PEPS como critério de avaliação dos estoques, o registro contábil da venda de mercadorias do dia 6/8/2008 será o seguinte. D custo da mercadoria vendida . . . . . . . . . . . R$ 19.720 D clientes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . R$ 29.050 C estoques . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . R$ 19.720 C receita de vendas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . R$ 29.050

57. Utilizando-se o sistema de inventário periódico e o UEPS, o valor do custo da mercadoria vendida (CMV) apurada ao final do mês de agosto será igual a R$ 11.340.

58. Após a contabilização de todos os eventos apresentados, o capital circulante líquido (CCL) será reduzido em R$ 5.980.

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59. No caso de a empresa pagar frete sobre compras do dia 5/8/2008 no valor de R$ 1.200, o lançamento contábil correto desse pagamento será o seguinte.

D estoques . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . R$ 1.200 C banco . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . R$ 1.200

60. Ao final do dia 4/8/2008, o saldo da conta de mercadorias disponíveis para revenda, considerando o sistema permanente e a média ponderada móvel, foi maior do que R$ 26.000.

61. Caso a empresa utilize o sistema de controle permanente e o UEPS como critério para apuração do CMV, o resultado bruto obtido será maior do que o resultado obtido, também pelo sistema permanente, pelo PEPS.

. Acerca da avaliação de ativos, passivos e investimentos em coligadas e controladas, julgue os itens de 66 a 70

66. O valor contábil de um ativo imobilizado é obtido pela diferença entre o valor com que o ativo está representado em conta específica e o valor de toda a sua respectiva depreciação e provisão para perdas.

67. Atualmente a exigência de relevância para fins de avaliação de investimentos em sociedades coligadas pelo método de equivalência patrimonial é desconsiderada. O conceito de relevância foi substituído pelo conceito de influência significativa.

GABARITO

56. E 57. E 58. C 59. C 60. C 61. E 66. C 67. C

UnB/CESPE – TRE/GO 2009

Cargo 2: Analista Judiciário – Área: Administrativa – Especialidade: Contabilidade

QUESTÃO 47 __________ Atualmente, de acordo com o tipo de sociedade por ações, é obrigatória a demonstração

A. das origens e aplicações de recursos, para as grandes companhias. B. do valor adicionado, para as companhias abertas. C. dos lucros ou prejuízos acumulados, no caso das companhias fechadas, apenas se o patrimônio líquido for superior a R$ 2 milhões. D. dos fluxos de caixa, apenas para as companhias abertas.

QUESTÃO 49 ______No encerramento do exercício de uma empresa comercial, apuraram-se, entre outros, os saldos a seguir.

· faturamento: R$ 700.000,00 · devoluções de vendas: R$ 35.000,00 · descontos comerciais sobre vendas: R$ 15.000,00 · IPI sobre vendas: R$ 50.000,00 · descontos financeiros sobre vendas: R$ 25.000,00 · ICMS sobre vendas: R$ 108.000,00 · comissões sobre vendas: R$ 30.750,00 · PIS (cumulativo) sobre vendas: R$ 9.900,00

Com base nesses dados, é correto afirmar que a receita líquida de vendas, nos termos das legislações comercial e tributária, é de A. R$ 522.750,00.

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B. R$ 532.100,00. C. R$ 426.350,00. D. R$ 482.100,00.

GABARITO __

47. B 49. D

UnB/CESPE – STF 2008

Cargo 2: Analista Judiciário – Área: Administrativa – Especialidade: Contabilidade

Considere as seguintes informações de uma empresa.

· a empresa concedeu abatimentos de R$ 80,00 nas vendas do dia 12; · o saldo de despesas operacionais é de R$ 1.200,00 e foi pago no mês de março; · o saldo de despesa de depreciação em março é de R$ 800,00; · o saldo de despesas gerais e administrativas apropriadas no período é de R$ 2.850,00; · o saldo do disponível no dia 1.º/3/2008 correspondia a R$ 12.658,00.

Com base na ficha de controle de estoques e nas informações complementares apresentadas acima, julgue os itens subseqüentes.

82. O CMV apurado com o UEPS e o controle permanente é de R$ 2.844,00.

83. Ao se adotar o controle permanente mediante a utilização do PEPS, o lucro antes do imposto de renda e contribuição social corresponde a R$ 1.876,00.

Acerca da composição do custo das mercadorias vendidas e de seus reflexos no resultado com mercadorias, julgue os itens que se seguem.

86. O montante pago a título de seguros e transportes sobre compras de mercadorias será incorporado ao valor do estoque de mercadorias disponíveis para revenda.

87. O recebimento de mercadorias a título de bônus do fornecedor não afetará o saldo unitário das mercadorias disponíveis para venda, afetará apenas o saldo final, que será reduzido.

88. O montante pago ao fornecedor a título de tributos recuperáveis será incorporado ao valor do estoque de mercadorias adquiridas para revenda.

Acerca dos princípios fundamentais de contabilidade e divulgação das demonstrações contábeis, julgue os seguintes itens.

96. O princípio da prudência preconiza que o valor do ativo deve ser registrado pelo menor valor entre custo e valor de mercado. Com relação ao registro do passivo, o mesmo princípio determina que deve ocorrer o oposto. Desse modo, aumentos ou diminuições de valores nos saldos de contas de ativo ou passivo decorrentes de avaliações a preço de mercado serão registradas na conta de ajustes de avaliação patrimonial na demonstração do resultado do exercício.

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Com base nas informações do balancete apresentado na tabela acima, julgue os itens a seguir.

98. O resultado do exercício é igual a R$ 1.387,00, devedor.

99. O passivo circulante é igual a R$ 133.462,00.

100. O capital circulante líquido apurado é positivo e igual a R$ 85.847,00.

101. O custo das mercadorias vendidas é igual a R$ 34.662,00.

GABARITO

82. C 83. E 86. C 87. E 88. E 96. E 98. NULA 99. C 100. E 101. E

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CESPE/UNB TST 2008

Cargo 3: Analista Judiciário – Área: Administrativa – Especialidade: Contabilidade

Considerando os princípios fundamentais de contabilidade e os conceitos gerais referentes ao patrimônio, julgue os itens a seguir.

51. A garantia jurídica da propriedade do patrimônio, objeto da contabilidade, é condição indissociável do princípio da entidade, ao assegurar o direito ao exercício de disposição sobre esse patrimônio, válido perante terceiros.

52. Quando há perspectivas de cessação das atividades de uma entidade, embora o valor dos ativos materiais não seja afetado, o passivo é influenciado sob vários aspectos, inclusive com os prováveis desembolsos futuros advindos da extinção em si.

53. O patrimônio líquido, como expressão da diferença entre bens e direitos, de uma parte, e obrigações, de outra, deve ser considerado como uma dívida da entidade para com seus sócios ou acionistas, pois esses não emprestam recursos para que ela possa ter vida própria, mas apenas para a formação do patrimônio dessa entidade.

54. Enquanto o patrimônio compreende o conjunto dos recursos e aplicações de uma entidade, o capital autorizado corresponde ao montante dos aportes com que os acionistas já se comprometeram no boletim de subscrição.

55. A situação em que o passivo a descoberto é igual ao passivo caracteriza um processo de liquidação, em que há dívidas remanescentes à realização dos bens e direitos do ativo.

56. Considere que uma empresa tenha a representação patrimonial mostrada na tabela a seguir (valores em R$ 1.000,00).

Nessa situação, é correto afirmar que a empresa está insolvente, com falta de liquidez e a caminho da falência.

Com referência aos fatos contábeis e à representação dos fenômenos patrimoniais e suas variações, julgue os itens que se seguem.

57. No reconhecimento da despesa, tanto pode haver redução de ativo (a vista) como aumento no passivo (a prazo). Nisso reside a distinção entre fatos modificativos aumentativos ou diminutivos.

58. O lançamento representado a seguir configura um fato permutativo.

D – lucros acumulados C – capital a integralizar

59. A conta adiantamentos de clientes tem por função o registro da receita diferida com o recebimento antecipado e definitivo do valor da venda de produtos ou serviços já fabricados e estocados, pendentes de entrega.

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60. São contas patrimoniais: dividendos a pagar; subvenções para aquisição de ativos fixos; e ágio de participações societárias.

61. Com o lançamento representado a seguir ocorre o reconhecimento da receita pelo regime de competência, relativo a serviços já prestados e registrados.

D – duplicatas a receber C – serviços a faturar

62. Considere as operações a seguir, realizadas em um período, em ordem cronológica.

• venda de 3 unidades, a R$ 600,00 cada • compra de 4 unidades, a R$ 350,00 cada • venda de 2 unidades, a R$ 750,00 cada

Com base nesses dados, e supondo que o estoque inicial era de 5 unidades, a R$ 200,00 cada, é correto concluir que o custo das mercadorias vendidas, pelo critério da média ponderada móvel, foi de R$ 1.300,00.

63. Em um plano de contas convencional, os seguintes títulos são representados como contas retificadoras: custo da venda de bens do ativo fixo; COFINS sobre receitas operacionais; e abatimentos sobre compras.

65. Na hipótese de ser provável uma perda resultante de processo trabalhista, a empresa deverá constituir provisão para as contingências, se o valor for conhecido, ou reserva de contingência, se o valor for calculável.

Com relação à escrituração em geral, a seus livros e ao sistema de partidas dobradas e balancete de verificação, julgue os itens subseqüentes.

69. Considere que um contador tenha registrado indevidamente um adiantamento efetuado a fornecedor da maneira a seguir.

D – fornecedores C – bancos

Nessa situação, o contador deverá efetuar o seguinte lançamento para corrigir o registro indevido.

D – adiantamentos a fornecedores C – fornecedores

70. De acordo com o sistema de partidas dobradas, um lançamento de primeira fórmula cujo registro a débito diminua o passivo pode ter como contrapartida um registro a crédito diminuindo o ativo.

71. No caso de uma inversão de lançamento, o balancete continua fechando, e, em qualquer caso, os totais não se alteram.

Com relação às demonstrações financeiras — levantamento, classificação e avaliação —, julgue os itens seguintes.

72. As despesas antecipadas, classificáveis no ativo circulante, geram benefícios a serem usufruídos no exercício seguinte. Em geral, representam pagamentos antecipados, mas há casos em que não significam desembolso imediato de recursos, e, sim, valores ainda a pagar a curto prazo.

73. De acordo com a legislação societária, adiantamentos de viagem para tratar dos negócios da empresa, efetuados a diretores, são classificados no ativo realizável a longo prazo.

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76. Se uma empresa oferece um período de garantia e de revisões gratuitas pela venda de um produto, na elaboração da demonstração do resultado do exercício (DRE), pelo conceito do confronto das despesas, tais custos deverão ser apropriados no mesmo período da venda, por estimativa, e não no momento em que houver a substituição das peças ou revisão gratuita. 77. A forma vertical adotada para a apresentação da demonstração do resultado do exercício (DRE) facilita a análise da composição e evidencia a formação dos vários níveis de resultados, confrontando as receitas e os correspondentes custos e despesas.

78. Considere os saldos a seguir, apresentados na escrituração de uma empresa, ao final do exercício.

vendas: R$ 180.000,00 compras: R$ 130.000,00 impostos sobre vendas: R$ 26.000,00 descontos comerciais sobre vendas: R$ 5.000,00 descontos financeiros sobre compras: R$ 3.000,00 conta corrente do ICMS: R$18.000,00 Nesse caso, e sabendo-se que os estoques inicial e final eram iguais, é correto concluir que o lucro bruto da empresa foi de R$ 22.000,00.

Ainda com relação às demostrações financeiras, julgue os itens que se seguem.

81 Uma entidade obrigada a elaborar a demonstração de lucros ou prejuízos acumulados (DLPA) poderá suprir essa exigência incluindo-a na demonstração das mutações do patrimônio líquido.

82. Considere que uma empresa apresente, ao final do exercício, os saldos a seguir. lucro líquido do exercício: R$ 500.000,00 capital social: R$ 800.000,00 reserva legal: R$ 140.000,00 reservas de capital: R$ 100.000,00. Nesse caso, o valor mínimo da reserva a ser calculada obrigatoriamente sobre o resultado do exercício será igual a zero.

GABARITO

51. C 52. E 53. C 54. E 55. C 56. E 57. E 58. C 59. E 60. C 61. E 62. E 63. C 65. E 69. C 70. C 71. E 72. C 73. E 76. C 77. C 78. E 81. C 82. C

OPERAÇÕES COM MERCADORIAS - CESPE

Julgue os próximos itens com relação à elaboração da ficha de controle de estoques.

01 – Ao preencher a ficha de controle de estoques de acordo com a média ponderada móvel há necessidade de apurar o custo unitário das mercadorias após cada evento relacionado com os estoques.

02 – Ao utilizar o controle segundo o método primeiro que entra é o primeiro que sai (PEPS), o valor unitário das mercadorias que sobraram no estoques final será o mesmo valor unitário da primeira aquisição de mercadorias.

03 – Ao utilizar o controle de estoques de acordo com o método do último a entrar é o primeiro a sair (UEPS), o saldo do estoque final tende a ser maior que o saldo obtido pelo PEPS, em caso de economia inflacionária.

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04 – Em períodos de deflação, o imposto de renda devido seria menor se uma empresa utilizasse o UEPS em vez do PEPS.

05 – No sistema de inventário permanente, a cada nova saída de mercadorias a um preço diferente do anterior, haverá alteração do custo unitário das mercadorias em estoque.

Julgue os itens a seguir, relativos à compra de material de estoque para revenda por uma empresa que atue no ramo de comércio varejista.

06 - A compra de material de estoque por R$ 1.000,00, para pagamento a prazo, acarreta um débito em conta de estoques e um crédito em conta de passivo de fornecedores.

07 – A compra de diversos itens de estoque, pelo preço total de R$ 10.000,00, com pagamento de R$ 1.000,00 no ato e R$ 9.000,00 a prazo, implica o registro de R$ 1.000,00 em conta redutora do lucro operacional, além dos demais registros.

08 – A compra de itens no valor de R$ 20.000,00, com um custo adicional de frete de R$ 400,00, implica um registro de R$ 20.400,00 a débito de conta de estoques.

09 – A compra de calçados para revenda, com emissão de nota fiscal pelo fornecedor no valor total de R$ 30.000,00, estando nele incluso um ICMS de R$ 3.000,00, acarreta um registro pelo comprador a crédito de estoques no valor de R$ 27.000,00.

10 – Ao se adquirir mercadorias a prazo, com incidência de ICMS, o registro deverá ser efetuado da seguinte maneira;

D – mercadorias C – ICMS a recuperar C – caixa

11 – O ICMS a recuperar representa um crédito tributário e será debitado no ativo, quando a empresa adquirir mercadorias para revenda com incidência de ICMS.

12 – Um lote de mercadorias adquirido para revenda por R$ 15.800,00 com incidência de ICMS a 17%, ao ser vendido, no mesmo local de aquisição, por R$ 20.000,00, gera recolhimento de ICMS da ordem de R$ 714,00. Tal recolhimento fundamenta-se na utilização do crédito tributário.

13 – O registro de aquisição de mercadorias para revenda à vista em que haja a incidência de ICMS e IPI será:

D – mercadorias para revenda D – ICMS sobre compras C – IPI sobre compras C – caixa

14 – Uma empresa comercial com estoques iniciais de R$ 10.000,00 e finais de R$ 15.000,00, que tenha feito compras líquidas no valor de R$ 180.000,00 no período, terá de apresentar um custo de mercadorias vendidas, nesse mesmo período, de valor superior a R$ 176.000,00.

15 – Considere que uma empresa comercial adquira mercadorias por R$ 15.000,00, acrescidos de 20% de IPI. Considere, ainda, que o ICMS, à alíquota de 15%, esteja embutido no preço, e que apenas esse tributo seja recuperável para a empresa. Nessa situação, o lançamento correto, em reais, referente a essa operação será o apresentado a seguir.

D – mercadorias..........................................................................15.000 D – conta-corrente do ICMS.........................................................2.500

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D – conta-corrente do IPI..............................................................3.000 C – fornecedores..........................................................................20.250

16. Conta Saldo Mercadorias 120.000 Vendas canceladas 30.000 Vendas 650.000 Compras 490.000 Fretes e seguros sobre vendas 15.000 Abatimentos sobre compras 20.000 Tributos incidentes sobre vendas 35.000

Considerando os saldos contábeis de uma empresa comercial apresentados no quadro acima e considerando, ainda, que o estoque final dessa empresa, no período considerado, seja de R$ 155.000,00, julgue os itens seguintes.

17. O custo das mercadorias vendidas foi de R$ 435.000,00.

18. A receita líquida foi de R$ 570.000,00.

19. As mercadorias disponíveis para venda no período correspondem a R$ 610.000,000.

20. Considere que uma empresa tenha efetuado uma operação de compra pelo valor total de R$ 180.000,00, com ICMS de 20%, incluso, e IPI de 20%, ambos recuperáveis. Considere, ainda, que o bem tenha sido devolvido. Nessa situação, o registro a seguir, em reais, deve ser efetuado na escrituração (somente contas debitadas e creditadas) da empresa.

D – fornecedores................................................................................180.000 C – devoluções de compras...............................................................120.000 C – conta-corrente de ICMS.............................................................. 30.000 C – conta-corrente de IPI................................................................... 30.000

GABARITO:

01) C; 02) E; 03) E; 04) E; 05) E; 06) C; 07) E; 08) C; 09) C, 10) E; 11) C; 12) C; 13)

AGENTE DA POLÍCIA FEDERAL/2004

Acerca do método das partidas dobradas, das operações típicas de uma empresa comercial, do regime de competência e do regime de caixa, julgue os itens a seguir.

1 - Ao se adquirir mercadorias a prazo, com incidência de ICMS, o registro deverá ser efetuado da seguinte maneira;

D – mercadorias C – ICMS a recuperar C – caixa

2 – O ICMS a recuperar representa um crédito tributário e será debitado no ativo, quando a empresa adquirir mercadorias para revenda com incidência de ICMS.

3 – Um lote de mercadorias adquirido para revenda por R$ 15.800,00 com incidência de ICMS a 17%, ao ser vendido, no mesmo local de aquisição, por R$ 20.000,00, gera recolhimento de ICMS da ordem de R$ 714,00. Tal recolhimento fundamenta-se na utilização do crédito tributário.

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ESCRIVÃO DA POLÍCIA FEDERAL/2004

Acerca de registros contábeis de empresas comerciais e sua influência nas demonstrações contábeis, julgue os itens a seguir.

1. Na situação de venda de mercadoria, adquirida diretamente da indústria, ao consumidor final o registro de aquisição proporciona o crédito tributário do IPI.

Julgue os itens seguintes, relativos a registros contábeis de empresas comerciais. 2. O registro de aquisição de mercadorias para revenda à vista em que haja a incidência de ICMS e IPI será:

D – mercadorias para revenda D – ICMS sobre compras C – IPI sobre compras C – caixa

3. Segundo o regime de competência, o registro de venda de mercadorias a prazo será efetuado no momento da venda.