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Pág. 2 Jornal de Serv iço Cocama r Abr i l 2015

Da Redação

A safra de soja da tempo-rada 2014/15 não alcançou,na região da Cocamar, umaprodutividade de 130 sacaspor alqueire, o equivalente a53,7 sacas por hectare, con-forme se esperava no início.A colheita chegou ao final naprimeira quinzena de abril re-gistrando a média de 128sacas por alqueire (52,9/hec-tare), o que corresponde a3.188 quilos por hectare. Aprevisão da cooperativa erade 3.300 quilos/hectare.

Segundo o engenheiro agrô-nomo Emerson Nunes, coor-denador técnico de culturasanuais da Cocamar, não fosseo longo período de seca em ja-neiro, que coincidiu com altastemperaturas, e as chuvas in-tensas em fevereiro, aquelaestimativa teria sido até mes-mo superada. “Ficamos abai-xo do conseguido em 2011 e2013”, comentou. A estiagemafetou as lavouras em algu-mas regiões e a chuva contí-nua de quase dez dias causou

o apodrecimento dos grãosonde os produtores já haviamfeito a dessecação para come-çar a colher. Foi de caso deFloresta e Ivatuba, municípiosda região de Maringá, ondeas perdas, em algumas pro-priedades, chegaram a 20%.Na região norte, os maioresproblemas ocorreram aindana fase de semeadura, com afalta de chuvas.

Em síntese, foi uma safracom um pouco de tudo: difi-culdade para semear, o que

atrasou a operação em quaseum mês, seguida de seca echuva excessiva no começodo ano, o que prolongou aindamais a temporada. Há relatosde produtores que colherambem abaixo do esperado, en-quanto outros atingiram suasexpectativas e outros, ainda,conseguiram mais do quepreviam. Com o atraso dasoja, a semeadura do milhode inverno acabou compro-metida em vários municípiosda região noroeste do Estado.De acordo com a Cocamar,houve uma diminuição aoredor de 2,5% na superfíciecultivada, em comparaçãocom o ano anterior, enquantoa previsão para o trigo é deuma expansão de 15%. (Rogé-rio Recco)

SAFRA 2014/15 Problemasclimáticos, principalmente no início de2015, prejudicaram a produtividade

Média da soja na regiãoda cooperativa ficou em128 sacas por alqueire

O Brasil deve produzir ao menos 200,7 milhões de toneladasde grãos na safra 2014/2015, de acordo com o levantamentodivulgado no último dia 10 pela Companhia Nacional de Abas-tecimento (Conab). O número corresponde a um crescimentode 7,06 milhões de toneladas (3,6%) na comparação com a safraanterior, quando foram produzidas 193,6 milhões de toneladasde grãos.

Na comparação com o último balanço da produção de grãos,divulgado no mês passado (198,54 milhões de toneladas), aConab corrigiu a estimativa de cultivo de algodão, amendoim,arroz, feijão, girassol, mamona, milho, soja, sorgo, aveia, ca-nola, centeio, cevada, trigo e triticale para esta safra em 1,1%.

Os números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística(IBGE) estão em linha com os da Conab. A expectativa, pelosdados do instituto, é que o país encerre 2015 com uma produ-ção um pouco menor, de 199,7 milhões de toneladas.

Os cálculos do IBGE e da Conab são feitos com base em me-todologias diferentes. O IBGE trabalha com anos civis, enquantoa Conab pesquisa o ano-safra, que vai de abril a março do anoseguinte, no Centro-Sul. O IBGE também inclui, nos levanta-mentos, culturas que não integram as pesquisas da Conab.

De acordo com a Conab, a produção de soja foi mais uma vezresponsável pelo crescimento da produção de grãos do país,com incremento 9,5% o que representa 8,16 milhões de tone-ladas. Ao todo, devem ser produzidas 94,3 milhões de tonela-das do grão. A área estimada de plantio desta safra foi 57,33milhões de hectares, praticamente o mesmo patamar utilizadona safra anterior.

A produção de milho, segundo a Conab, teve redução de 4,3%,o que representa 1,36 milhão de toneladas a menos na compa-ração com a safra anterior, de 31,65 milhões de toneladas. Osétimo levantamento da safra de grãos 2014/2015 foi feito entreos dias 23 e 27 de março.

País pode superar as200 milhões de toneladas

milhões de toneladas é a previsãopara a soja, de acordo com a Conab

94,3Seca e temperatura muito alta em janeiro, seguidade chuvas contínuas em fevereiro, afetaram acultura que estava prestes a ser colhida

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Produtividade variou bastantede uma região para outra.Só dos associados, Cocamarrecebeu mais de 960 mil toneladase volume total pode passar de1,05 milhão, com as comprasde terceiros

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Aumentar a produtividade.Esta tem a sido a tônica en-contrada pelo cooperado daCocamar em Doutor Camar-go, Antônio Marcos Mendesdos Reis, de 39 anos, paramelhorar o rendimento nos28 alqueires cultivados porele e um irmão. Na recentesafra de soja a média deprodutividade do municípiofoi de 143 sacas por al-queire. Em contrapartida oagricultor alcançou a marcade 168, totalizando 700 sa-cas a mais. Isso só foi pos-sível graças ao Programade Aumento de Produtivi-dade da Soja (Paps), encabe-çado pela Cocamar.

O agricultor já integraessa iniciativa há pelo me-nos cinco anos. Tratamentodas sementes com cobalto,molibdênio e fungicida,duas doses de inoculante,adubação de solo diferen-ciada, velocidade de plantioadequada, aplicação de co-balto e molibdênio via foliar,aplicação de cálcio e boro naflor, duas aplicações de en-xofre na cobertura, biorre-guladores, escolha das cul-tivares ideais, aplicação defungicidas, inseticidas e her-bicidas conforme orientaçãotécnica – tudo isso também

com base em análises de la-boratório. Estes foram os in-gredientes para uma maiorprodutividade, segundo oagricultor Reis.

PRODUZIR MAIS - Ele cul-tivou 15 plantas por metrolinear, usou 450 quilos deadubo por alqueire (formu-lação especial), mais 250quilos de cloreto de potássiovia lanço. “Quando se falaneste programa, muitos pro-dutores viram a caraachando que vão gastarmuito mais. Tive apenas umacréscimo de 15% no custo,inclusive teve área que nemprecisei adubar. O trabalhorealmente é sério e tem co-mo objetivo fazer com que oagricultor produza mais etenha maior rentabilidadeno campo”, destacou o coo-perado, resumindo: “Amaior dificuldade dos agri-cultores está em aderir àsnovas tecnologias”.

Como exemplo da impor-tância do Paps, Reis fez umcomparativo entre uma áreadele e de um amigo. “É umapropriedade parelha, só pu-lar a rodovia. No meu fiztudo o que foi citado e eleapenas o padrão. Jogou 500quilos de adubo por al-

queire [formulação tradicio-nal], fez as aplicações deherbicida e inseticida e umafungicida. Resultado: colheu123 sacas por alqueire e eu183”, comparou Reis.

AUMENTANDO - De acordocom o departamento técnicoda cooperativa, ainda não égrande o número de produ-tores que desenvolve estetrabalho ao longo da área deação da Cocamar, porémvem aumentando. “Acreditoque o maior diferencial docooperado foi a utilização deum adubo especial, o qualvai liberando os nutrientespara as plantas conformeelas precisam. Os adubostradicionais contêm bas-tante potássio na fórmula,que por sua vez têm muitosal e isto queima as raízes,atrapalhando o desenvolvi-mento das plantas”, expli-cou o técnico agrícola daCocamar, Márcio Marcusso.

No ano passado, apesarda longa estiagem que afe-tou a maioria das planta-ções da região noroeste doEstado, Marcos Mendes dosReis obteve a produtividademédia de 138 sacas por al-queire. “A cultura subse-quente, no caso o milho,também é beneficiada”, rela-tou.

Cooperado colheu700 sacas a maisotimizando recursos

safra 2014/15

“Quando se fala neste programa,muitos produtores viram a caraachando que vão gastar muitomais. Tive apenas um acréscimode 15% no custo, inclusive teveárea que nem precisei adubar”

ANTONIO MARCOS MENDES DOS REIS

Em palestra ministrada re-centemente na Cocamar, opesquisador especialista emsolos e nutrição de plantaspela Universidade de SãoPaulo (USP), Antônio LuizFancelli, revelou que pesqui-sas realizadas pela Faculdadede Wisconsin (EUA) em 1999,apontaram potencial produ-tivo da soja acima de 370sacas por alqueire.“No Brasil,para se obter este índice osagricultores devem sair damesmice, há de se começarpelo plantio. No Paraná pa-rece que eles apostam corridano plantio. A semeadura é pê-nalti aos 47 do segundotempo”, avaliou. “Só com essacorreria 15% das plantas nãonascem reduzindo a produti-vidade em 8,5 sacas por hec-tare”.

A velocidade recomendadapara o cultivo é entre 5 e 6km/h. Já a semente deve serenterrada há três centímetrose plantada de sete a dez diasdepois da concentração hí-drica de 75 milímetros. Oideal também é que atemperatura do solo es-teja acima dos 18graus. Os produtores

ainda devem fazer o trata-mento de sementes com fun-gicidas e inseticidas, além dainoculação. Lembrando que asemente pode ficar tratada, nomáximo, por 25 dias, já a ino-culação deve ser feita mo-mentos antes do cultivo.

Fancelli também recomen-dou a utilização de boro (200a 400 gramas por hectare). Adeficiência deste nutriente fa-vorece o aparecimento de pra-gas e doenças. “Os cooperadosda Cocamar que participamdo Paps estão no caminhocerto. Só com conhecimento etrabalho é possível aumentara produtividade e os ganhosna propriedade e esse é o ob-jetivo”, finalizou o pesquisa-dor. (Cleber França)

Produtor precisasair da mesmice

O produtor Antônio dos Reis e o técnico Márcio Marcusso, em Doutor Camargo

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Marly Aires

Com a experiência de quemjá conquistou vários prêmiosde produtividade e sendo re-ferência quando o as- sunto éprodução de laranja, os ir-mãos Yoshichiro e YochiharuKanabushi, de Paranavaí,mantêm atualmente 52 milpés de laranja, dos quais 42mil em produção. Em mé-diaeles têm produzido três cai-xas de laranja (de 40,8 kg)por pé, o que garante cercade 120 mil caixas na áreatoda. O número é atra-ente,mas, em outras épocas, am-bos já superaram as 150 milcaixas.

Nesta safra, por conta da es-tiagem e do calor forte queprejudicaram o pomar no anopassado, os irmãos esperamproduzir uma média de duascaixas por planta. “Houve

uma queda de 15% a 20%dos frutos”, avalia Yoshichiro.A colheita deve começar emmeados de junho.

Os outros 10 mil pés de la-ranja foram plantadas em de-zembro do ano passado,adotando-se um sistema maisadensado, recomendado pelaequipe técnica da Cocamarcomo uma forma de compen-sar as perdas de plantas como greening. Com um bom tra-balho de monitoramento dadoença, que inclui vistoriasperiódicas, trato fitossanitá-rio, controle do inseto psilídeo(propagador da bactéria cau-sadora da enfermidade) e er-radicação imediata das plan-tas doentes, entre outros cui-dados, os dois irmãos se-guem todas as recomenda-ções técnicas da cooperativae vêm obtendo bons resulta-dos com a atividade.

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Mantendo o greening sob controle

Yoshichiro:média de trêscaixas delaranja por pé

LARANJA Diante de um índice de infestação que nãopassa de 1,3%, irmãos Kanabushi, de Paranavaí, mostramque é possível desenvolver um bom trabalho e conduzira atividade sem maiores riscos

Os Kanabushi não estão li-vres de enfrentar problemascom pragas e doenças, espe-cialmente o greening, quetem reduzido a produtivi-dade dos pomares brasilei-ros e norte-americanos. Maso diferencial está no cuidadoe no profissionalismo comque os irmãos conduzem opomar. Isso faz com que o ín-dice de infestação do pomarseja menor do que 1,3%, en-quanto no município comoum todo ele é estimado em6,91%, chegando a 12,5% namédia do Estado de SãoPaulo.

O primeiro plantio de la-ranja foi feito em 1989, fi-cando os Kanabushi entre osprimeiros a investir em po-mares de laranja em Parana-vaí. Ao renovar agora o po-mar, eles adotaram o plantiodireto sobre a grama for-mada, passando herbicidaapenas na linha de plantio.“O solo coberto retém mais aumidade e ainda não tive-mos problema com erosão enem com mato. Ficou maisfácil conduzir”, afirma Yoshi-chiro. Segundo ele, o pomaré mantido adubado e bemcuidado mesmo em anos de

preços ruins. E só compramprodutos químicos de ori-gem garantida, na Cocamar.

Os Kanabushi, que já traba-lharam com café, pasto, man-dioca e outras culturas, veemna laranja uma excelenteopção de cultivo e renda.“Como toda atividade, tem osanos de baixa e alta, mas seo produtor investir em produ-tividade, qualidade, sanidadee mantiver os custos sob con-trole, conduzindo de formaempresarial, consegue sem-pre fazer uma boa média”,diz o produtor.

Cuidado e profissionalismo

Colheita começaem meadosde junho

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Da Redação

Produtores conectados via WhatsApp, informados acercade possíveis situações de pragas e doenças que podem surgirnas lavouras de soja. O que parecia algo impensável há algunsanos, hoje é realidade e funciona efetivamente na região deLondrina, segundo matéria publicada na Folha de Londrina,de autoria de Victor Lopes.

Semanalmente, informações sobre coleta de esporos da fe-rrugem e incidência de pragas em unidades de referênciaforam enviadas na recente safra de soja pelo aplicativo tele-fônico para cerca de 70 pessoas, entre produtores, filhos deprodutores, estudantes de agronomia envolvidos com o Insti-tuto Emater e até pessoas ligadas a cooperativas.

DO FUTURO - O Grupo MIPD Emater (leia-se “Manejo Inte-grado de Pragas e Doenças”), foi criado pelo técnico agrícolado Instituto, Paulo Mrtvi. Desde o início deste ano, a Ematertrabalhou com filhos de produtores e estudantes de agrono-mia, que coletaram tais informações sobre a safra nas unida-des de referências da campanha Plante Seu Futuro ou mesmonas propriedades da família. “Os jovens já haviam criado umgrupo de WhatsApp chamado “Agricultores do Futuro’. Resol-vemos então criar esse novo grupo para atingir mais produ-

tores nas diversas regiões onde estamos fazendo a coleta dedados”, relata o profissional da Emater.

Para Mrtvi, as informações coletadas em propriedades deMaravilha, região de Guairacá e Microbacia do Cafezal ser-vem de base para o que ocorreu nas lavouras da região. Nocaso dos esporos coletados, as lâminas foram enviadas parao laboratório Siga, do professor Seiji Igarashi, que faz as aná-lises gratuitamente. Com as informações, o produtor soube oestágio da soja, se as condições climáticas eram favoráveis ounão para a disseminação da ferrugem ou mesmo se os espo-ros eram viáveis ou não para o surgimento da doença.

O estudante de agronomia e filho de produtor de grãos deSertanópolis, Rafael Aboriham, faz estágio no Instituto Ema-ter. Ele acompanhou o trabalho de MIPD na unidade de Cafe-zal e também verificou como estava a propriedade de suafamília. “Sem dúvida, é possível reduzir as aplicações de de-fensivos agrícolas utilizando a metodologia do pano de batidae coleta de esporos. Já o WhatsApp é importante porque fazcom que a informação chegue rápido ao produtor.”

TECNOLOGIA Na região deLondrina, pessoal adere ao WhatsAppe agiliza a troca de informaçõesdurante a safra de soja

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Produtores ligados no aplicativo

“O mais interessante é que neste tipo de estágio aprendemosmuitas informações que não são passadas na universidade.Também faço parte do grupo de WhatsApp e passo para omeu pai as informações que o pessoal envia”

MARIA ANGÉLICA MARÇOLA, da região de Londrina

Comunicação emgrupo ajudou nolevantamento deinformações em

iniciativadesenvolvidapela Emater

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Marly Aires

Em apenas sete alqueires e meio no município de Cambé,a família Dalto opera um verdadeiro milagre, tirando dali osustento de cinco famílias. Todos trabalham unidos. Alémdos irmãos - Marli, Palmira, Maria Aparecida, Paulo e Pedro-, dedica-se à propriedade Claudionir, esposo de Marli, e ofilho deles, Júnior.

Bastante diversificados, eles cultivam soja, milho, verdu-ras, legumes e frutas, criam porcos, carneiros e vacas lei-teiras, mas a renda de todas essas atividades representa

apenas um terço do total. O restante vem da agroindústriainstalada na propriedade e da prestação de serviço para ou-tros produtores, no plantio e colheita de grãos.

No início, a família se dedicava apenas ao café e possuíauma das mais tradicionais casas de carne de Cambé, co-mandada pelos pais, Décio e Zenira. Após a morte do pai,venderam o açougue e substituíram o café pelas lavourasde soja e milho. Só com esses produtos, no entanto, nãodaria para sobreviverem.

VÁRIOS ITENS - Surgiu então a ideia de montar umaagroindústria. Orientados pela Emater e com recursos ofe-recidos pelo governo para pequenos produtores, os Daltoconstruíram uma cozinha industrial e começaram a produ-zir queijo, requeijão, linguiças de todos os tipos, mel, com-potas, doce de leite, geleia, bolachas, pães, esfihas, em-padinhas e até sanduíches naturais e suco verde. Tudo é co-mercializado em feiras e em lojas pela cidade.

De cinco vacas leiteiras a família obtém a média de 20 li-tros de leite diários. Com um cachaço e cinco matrizesque criam de 10 a 12 suínos por ano cada, eles abatem

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Como quase todomundo, os Dalto começaram a vidalidando com café,passaram para sojae milho e foramampliando osnegócios, fazendoda propriedade umapequena indústria

CAMBÉ Propriedade diversificadagarante um terço da renda, que sesoma a uma agroindústria e aostrabalhos de prestação de serviçono plantio e colheita de grãos paraa vizinhança

Em 7,5 alqueires, cinco famílias que só não fazem chover

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Abr i l 2015 Pág. 11Jornal de Serv iço Cocama r

a média de três por mês. Os animais que sobram, sãoentregues no frigorífico. Há, ainda, cerca de 30 carnei-

ros para comercializar in natura em datas especiais e 600metros quadrados de horta, com estufa e plasticultura,onde são produzidos alface, morango, almeirão, couve, be-terraba, rabanete, salsinha, cebolinhas, couve flor, hortelã,manjericão e outros.

MÁQUINAS - O cultivo de grãos - soja e milho - ocupa quatroalqueires. A área é pequena, mas a família optou por inves-tir em todo maquinário para plantio, condução e colheita,passando a prestar serviços a outros produtores como formade otimizar a estrutura e obter uma renda adicional.

Não bastasse tanto trabalho, na serraria que possuempara pequenos serviços na propriedade, eles ainda apro-veitam o tempo que resta para produzir cadeiras de áreaem madeira.

TEM JEITO - O exemplo da família Dalto, assimcomo de muitas outras, mostra que é possível sobreviverda atividade rural mesmo em uma pequena área. A fór-mula não é a mesma para todos, claro, e depende de umasérie de variantes, como disponibilidade de mão de obrafamiliar, mas há um ponto em comum entre os que de-cidem enveredar por esse caminho: a determinação emvencer. Do lado do consumidor, contar com os produtosoferecidos pela família Dalto é a certeza de ter qualidadee a satisfação por estar incentivando essa gente traba-lhadora e destemida.

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A área com soja é pequena, mas e les investiram em maquinár iospara prestar serviços a outros produtores

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O cooperativismo gera riquezas à sociedade brasileira,proporcionando inúmeros outros efeitos positivos de formadireta e indireta. Esse sistema está enraizado em algumasregiões do Brasil, onde representa importante diferencial,uma vez que são inquestionáveis os seus resultados sobrea economia e os reflexos na qualidade de vida da popula-ção.

O Paraná é referência no que o sistema pode fazer, masincontáveis exemplos de sucesso se propagam pelo País.Demonstram, claramente, que a associação de pessoas emtorno de objetivos comuns é capaz de assegurar-lhes avan-ços que seriam impensáveis individualmente.

No segmento do agronegócio, em que se observa umaacirrada concorrência com as companhias mercantis e asgrandes corporações multinacionais, as cooperativas con-seguem ser, ao mesmo tempo, uma sociedade de produto-res (que atua focada em sua essência e nos princípios dacooperação, retornando a eles os resultados) e uma em-presa preparada para competir com desenvoltura nessemercado.

Num Estado em que predominam pequenas e médias pro-priedades rurais – as quais, teoricamente, seriam maisvulneráveis ao cenário de ferrenha competitividade do se-tor -, eis que cooperativas se desenvolveram para organizara produção e industrializá-la. Formam um grande guarda-chuvas sob o qual os associados se sentem amparados econseguem prosperar, vendo o produto de seu trabalho che-gar em forma de itens diversos nas prateleiras dossupermercados.

No Paraná, a expansão média anualdo sistema cooperativista, ao longodos últimos dez anos, de acordo coma Ocepar, nunca foi inferior a 10%.E não estamos na China. Por LuizLourenço, presidente do Conselhode Administração da CocamarCooperativa Agroindustrial

Preservar o agronegócio e incentivar o cooperativismo

opinião

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Abr i l 2015 Pág. 13Jornal de Serv iço Cocama r

A despeito dos percalços da economia nos últimosanos, as cooperativas paranaenses superaram grandes

barreiras e apresentaram um crescimento expressivo queespelha o atendimento das expectativas dos seus associa-dos. Só para se ter uma ideia, a expansão média anual dosistema, ao longo dos últimos dez anos, de acordo com aOcepar, nunca foi inferior a 10%. E não estamos na China.

Agora, ao concluir seu planejamento estratégico para operíodo 2015-2020, elas vislumbram o futuro com muitosdesafios, mas levam em conta as possibilidades para con-tinuarem a se expandir, seja no recebimento de produtosagropecuários ou na industrialização, explorando o poten-cial que há em suas regiões.

O sucesso de uma cooperativa depende, principalmente,da confiança dos associados e isto também é nítido no Pa-raná, onde dezenas de milhares deles acumulam as safrasnos armazéns de suas organizações para comercializá-laspaulatinamente, à medida que surgem oportunidades.

Vale ressaltar, entretanto, que o agronegócio – a locomo-tiva da economia brasileira – e mesmo o cooperativismo,não podem prescindir do apoio e da atenção governamen-tal. Num ano em que se promovem fortes ajustes na eco-nomia, os produtores, assim como o restante da população,são tomados de incertezas e se veem expostos aos seusefeitos.

O campo produz grandes volumes de alimentos, quegeram excedentes para exportação. Ao colocar comida apreço relativamente barato na mesa dos brasileiros, istosignifica que os produtores estão sendo, também, um fatorde paz social.

Preocupa, sobremaneira, o aumento das taxas de juros aníveis muito acima dos praticados nos últimos anos, o quecertamente irá limitar a incorporação de novas tecnologias

e trazer impactos negativos à produção de comida. Em pa-ralelo, o aumento de custos com a disparada do dólar sesoma à apreensão quanto a um mercado internacional cadavez mais abastecido, em especial no que refere às princi-pais commodities agrícolas, cujas cotações vêm em quedadesde o segundo semestre de 2014.

É preciso que os governantes estejam atentos e trabalhemno sentido de preservar um dos únicos setores capazes decontribuir, efetivamente, para que o país seja recolocadonos trilhos.

Talvez seja o momento também de incentivar, com maiorênfase, o associativismo, oferecendo a esse sistema, emtodos os setores, condições para que desenvolva suas ati-vidades da maneira que lhe é mais natural: promovendo odesenvolvimento e, por conseguinte, gerando mais quali-dade de vida à população.

“O sucesso de uma cooperativadepende, principalmente,da confiança dos associadose isto também é nítido noParaná, onde dezenas demilhares deles acumulamas safras nos armazénsde suas organizações”

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Marly Aires

Mais do que uma opção dediversificação, o café é umaatividade que proporcionasustentabilidade, em especialàs áreas de pequeno porte si-tuadas na região do arenito,no noroeste do Estado.

“O produtor sabe que nãotem como mudar o preço pra-ticado pelo mercado, mas écapaz de intervir no custo”,salienta o especialista em ca-feicultura da Cocamar, en-genheiro agrônomo AdenirFernandes Volpato, o Gaba-rito. Na visão dele, tudo in-dica que 2015 será um anode preço bom para o café. Emrelação a 2016 ainda há mui-ta coisa para acontecer. Sefor confirmada a tendênciade uma grande safra brasi-leira, os preços podem reagir

negativamente. Mas qual-quer imprevisto com clima,produção ou instabilidadeeconômica e política tende afazer com que o preço sejaainda melhor do que o desteano.

Para Gabarito, o produtornão deve se preocupar com opreço, mas com o seu custo.“Se o mercado for favorável,ele pode ganhar dinheiro. Ese for ruim, pelo menos nãoleva prejuízo e se mantém naatividade”, afirma.

CONSTANTE - Para aumen-tar a produtividade, ele des-taca que o cafeicultor precisainvestir em tratos culturais,em nutrição, cuidados fitos-sanitários e em poda perió-dica do cafezal. E que os in-vestimentos na cultura de-vem ser de forma constante,

com foco na produtividade equalidade e não serem reali-zados apenas quando o preçodo café está em alta. “Quemadota essa prática, acaba per-dendo oportunidades.”

Já para reduzir o custo, opróprio aumento de produti-vidade contribui para isso.“Outro ponto fundamental éa mecanização”, lembra. Osdados mostram que o quemais pesa na planilha decusto do cafeicultor é ogasto com mão de obra, queno Paraná chega a 50% dototal. E a tendência é que amão de obra se torne cadavez mais escassa, mais carae menos especializada nocaso do café.

Gabarito ressalta que é pre-ciso substituir parte da mãode obra por máquinas e quea mecanização do cafezalnão envolve somente colhei-tadeiras e tratores, mas de-ve ser adequada para cadatipo de produtor, depen-dendo do seu bolso e da rea-lidade existente na proprie-dade.

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Tudo indica que 2015 será um ano de preço bom

Mecanização reduz custos com mão de obrae garante mais qualidade ao produto

BOM NEGÓCIO Na visão deespecialista, produtor não devese preocupar com o preço e,sim, controlar o custo

Investir na qualidade do café

“Gasto com mão de obra chega a 50% do total, o queevidencia a necessidade de mecanização da lavoura”GABARITO, consultor de café da Cocamar

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Moradores em Pitanguei-ras, norte do Estado, os ir-mãos Edson, Marcos Anto-nio e Almir Garcia, nasce-ram e cresceram em umapropriedade de café. Nas úl-timas décadas, mesmo par-tindo para o cultivo de soja -hoje a principal atividade -,eles nunca abandonaram acafeicultura. Mantêm 80 milpés bem cuidados em 10 al-queires, onde produzemcerca de 35 sacas beneficia-das a cada mil pés. O manejoda lavoura já é todo mecani-zado e para fazer o mesmocom a colheita, só falta via-bilizar a vinda de uma má-quina.

De uma família de tradicio-nais cafeicultores, que che-garam ao município na dé-cada de 1950, os Garcia tive-

ram que aprender desdecedo a alçar voo próprio. Dapequena propriedade ondeviviam, não conseguiriamsobreviver. Então, ainda sol-teiros, todos por volta de 20anos, começaram a arrendarterra para investir na soja.

Eles diversificaram os ne-gócios e lidam também compecuária de corte e produçãode suínos, cujos dejetos ser-vem de adubo para o cafe-zal. Possuem 150 matrizes e

são abatidos em média 150animais por mês na granja,que é toda automatizada.Através do sistema de coletado esterco mecanizado, acada lavada da pocilga, tudoescorre por canaletas e é le-vado às piscinas para mistu-

rar e curtir. Com a ajuda deum tanque fertilizante, o es-terco líquido é sugado e dis-tribuído nas lavouras decafé.

Em 1984, quando decidi-ram investir na soja, foram

somente três alqueires. Commuito trabalho e ousadia,eles foram expandindo, com-prando maquinário, e atual-mente cultivam em conjunto600 alqueires na região,sendo a maior parte das ter-ras arrendada.

Abr i l 2015 Pág. 15Jornal de Serv iço Cocama r

Edson, um dos trêsirmãos, com o filhoCarlos: café garantereceita que ajuda a

equilibrar as finanças

Em Pitangueiras, os Garcia nãoabriram mão da cafeicultura

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Agroalmanaque

Jornal de Serviço CocamarAbr i l 2015 - Pág. 16

Marly Aires

Mais do que uma simplespropriedade rural diversifi-cada e lucrativa, o sítio de 18hectares de Eloi Zamarian esua esposa Leda, em São Je-rônimo da Serra, a 80km deLondrina, é um projeto devida. Quando adquiriram asterras, em 1999, “tudo eraum pasto degradado quedava medo”, recorda-se oprodutor.

Eles, que sempre viveramcomo trabalhadores rurais,planejaram as etapas, pen-sando em detalhes e procu-rando aproveitar todos osespaços possíveis. Atual-mente, dois hectares e meiosão ocupados com café, quetem produzido em média 25sacas beneficiadas por hec-tare.

GEADA - O café foi uma dasprimeiras culturas implanta-das e, já no início, um baque:toda a lavoura foi perdidacom a forte geada de 2000.

“Mas somos produtores decafé e recomeçamos tudo denovo”, conta Eloi. Segundoele, a cafeicultura proporcio-na uma boa renda e se en-caixa bem num sistema dediversificação desde que setrabalhe com produtividade equalidade.

Outros dez hectares foramdestinados para a citricul-tura, com 4,5 pés de laranjafolha murcha, atividade quecomeçou em 2007. Boa partedo pomar ainda está em des-envolvimento, produzindoatualmente 6 mil caixas naárea toda. “Com mais doisanos devemos chegar a metaque é produzir três caixas porpé”, afirma o produtor.

A família ainda produz, empequenas quantidades, ba-nana, poncã, limão tahiti,abacate, manga, lichia e pal-mito pupunha, entre outras.Tudo é comercializado na ci-dade, entregando para me-renda escolar e em su-permercados.

O pasto degradadovirou um sítio produtivo

Curiosidades, história, turismo rural.

Consulte o blog agroalmanaque.worldpress.com

Casal de ex-trabalhadores rurais de São Jerônimo da Serra soube aproveitarbem o terreno adquirido em 1999, cultivando café, laranja e frutas diversas

p

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Todas as atividades no sítio de Eloi e Leda, em São Je-rônimo da Serra, foram planejadas de forma a escalo-nar os períodos de demanda maior de trabalho e deentrada de renda. No café, por exemplo, a colheita ocor-re de maio a agosto e na variedade escolhida de laranja,é mais para o final do ano. Assim, a contratação de mãode obra se faz por um determinado período, usando omesmo pessoal na colheita das duas culturas, o que fa-cilita encontrar bons trabalhadores.

Para os tratos culturais, trabalho constante, mas commenor demanda, e colheita das demais culturas, grandeparte do serviço é executado pelos próprios Eloi e Leda,que só contratam diaristas para ajudar quando os doisnão dão conta.

Tanto a área de café quanto a de laranja estão adequa-dos para a mecanização, que vem ocorrendo aos pou-cos. A tendência é cada vez mecanizar mais as ati-vidades visando tocar a propriedade com pouca mão deobra e de forma bem diversificada. “Planejando é pos-sível fazer isso”, ressalta Eloi.

Ainda falta, segundo o casal, montar uma diversifi-cada horta e trabalhar com criações. “São atividadesque ocupam pouco espaço e asseguram renda cons-tante. Leda e Eloi planejam também estruturar o sítio,construir as casas e toda a estrutura necessária paraque os filhos, hoje morando na cidade, possam voltarcom suas famílias.

Tudo muito bem pensado

Pessoas que bebem dequatro a seis xícaras decafé por dia podem estarmenos propensas a desen-volver esclerose múltipla,segundo pesquisa interna-cional publicada no mêspassado.

“A ingestão de cafeína foiassociada à redução dos ris-cos das doenças de Parkin-son e Alzheimer”, afirmou aautora norte-americanaEllen Mowry. “Nosso estudodemonstra que a ingestão decafé pode também protegercontra a esclerose múltipla,reforçando a ideia de que asubstância pode ter efeitosprotetores para o cérebro”,completou.

Um estudo americano esueco – realizado antes dareunião anual da AcademiaAmericana de Neurologia,em Washington – compara-ram, cada um, mais de milpacientes com esclerosemúltipla com um número si-milar de pessoas saudáveis.

Os cientistas rastrearam aquantidade de café que os in-divíduos com esclerose múl-tipla ingeriram um, cinco edez anos antes de os sinto-mas começarem a aparecer.

Depois de considerar ou-tros fatores como idade,sexo, tabagismo, índice demassa corporal e exposiçãoao sol, o estudo sueco desco-

briu que “em comparaçãocom as pessoas que bebiampelo menos seis xícaras decafé por dia um ano antes deos sintomas aparecerem,aqueles que não bebiam cafémais de uma vez e meia pordia aumentaram os riscosde desenvolver esclerosemúltipla”.

Mais estudos são necessá-rios para determinar se a ca-feína presente no café temrealmente algum impactonos relapsos, incapacidadede longo prazo relacionadoscom a esclerose múltipla,uma doença incurável do sis-tema nervoso central queafeta 2,3 mlhões de pessoasno mundo.

Abr i l 2015 Jornal de Serv iço Cocama r Pág. 17

Café pode diminuir risco de esclerose múltipla

HISTÓRIA – Abertaem 1951, a Casa Estrela,localizada na AvenidaRiachuelo, em Maringá,está entre os mais antigosestabelecimentoscomerciais da cidade,ainda em funcionamento.Pertence ao portuguêsJoão da Silva, de maisde 90 anos, que continuafirme no batente. Nasdécadas de 50 e 60, aCasa foi um dos locaispreferidos dos produtoresrurais, que achavamde tudo ali.

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Da Redação

Durante Assembleia GeralOrdinária (AGO) realizada pelacooperativa Unicampo no dia28 de março na AssociaçãoCocamar em Maringá, foieleito para um mandato detrês anos (período 2015/18) onovo Conselho de Administra-ção da entidade, agora sob apresidência do engenheiroagrônomo Luciano FerreiraLopes. No evento, ao qualcompareceram 194 associa-dos, foi eleito também o novoConselho Fiscal (período2015/16).

EXPANSÃO - Ao fazer a pres-tação de contas de seus doismandatos iniciados em 2009,o engenheiro agrônomo Ni-valdo Barbosa de Mattos mos-trou, entre outros números,que o capital social evoluiu deR$ 3,8 milhões, naquele ano,para R$ 7,8 milhões no finalde 2014. Em igual período, opatrimônio líquido subiu deR$ 8,3 milhões para R$ 17milhões, enquanto o fatura-mento cresceu de R$ 41,4 mi-lhões para R$ 75,4 milhões. AUnicampo contava com 4.189associados no encerramentodo exercício 2014, dos quais

1.580 atuantes, distribuídospor vários Estados, onde pres-tam serviços a cerca de 40empresas e cooperativasclientes. O Paraná lidera com27% do total de profissionais,seguido de Mato Grosso(15,2%) e São Paulo (14,2%).

CONQUISTAS - Em relação aoexercício 2014, Mattos afir-mou ter sido “bastante posi-tivo”. “Investimos mais de R$340 mil em ações de promo-ção social e educacional, re-sultado dos recursos doFATES [Fundo de AssistênciaTécnica Educacional e Social].A partir da adequação naforma de destinação do Fundode Contingência aprovada em2009 pelos cooperados, oFATES deixou de ser deficitá-rio. No social, o fundo possibi-litou subsídio na mensalidadedo plano de saúde (10%), se-guro de vida/DIT (100%) eplano odontológico (50%). Naárea educacional, foram pro-movidos cursos voltados a se-gurança (direção defensiva,formação de multiplicadores ecapacitação para cooperados ecolaboradores. Além doFATES e do Fundo de Re-serva, previstos em lei, os as-sociados aprovaram outros

fundos que em 2014 recebe-ram destinações que ultrapas-saram R$ 1 milhão. De acordocom norma estatutária, se omesmo não for utilizado parasua finalidade, deverá retor-nar aos cooperados em 2017,proporcionalmente à movi-mentação de cada um em2014. “Esses fundos garantema sustentabilidade financeirado empreendimento, o que naUnicampo sempre foi umaprioridade”, explica Mattos.Ele acrescenta que mesmocom reservas consistentes, assobras tiveram um aumentode quase 5% em 2014, nacomparação com o ano ante-rior, fechando em R$ 1,757milhão. O ex-presidente res-salta ainda que além do rateiodas sobras, a Unicampo apli-cou um percentual de corre-ção de 12% na conta capitaldos associados, conforme de-

liberado em AGO. Totalizandoas destinações no exercício2014, chegou-se a mais de R$2,5 milhões em distribuição,“cumprindo assim uma im-portante função da coopera-tiva que é reverter os re-sultados aos cooperados”.

DESAFIOS - Aos 47 anos, Lu-ciano Ferreira Lopes, o novopresidente, pontua que o desa-fio de sua gestão é dar opor-tunidade para que os coo-perados busquem qualifica-ção em sua área de atuaçãoutilizando os recursos doFATES, avançar na conscien-tização quanto a necessidadede desenvolverem seu tra-balho com segurança, e apro-fundar a adequação da coo-perativa na Lei 12.690/12, quedispõe sobre o cooperativismode Trabalho, ainda aguar-dando regulamentação. “AUnicampo vem crescendo,mas os desafios são grandes”,salienta, citando a necessi-dade da cooperativa de am-pliar os projetos, sendo quenovos serviços estão por vir.Nascido em Maringá e gra-duado pela Universidade Es-tadual de Maringá (UEM),Lopes possui mestrado emprodução vegetal e há 12 anosparticipa da cooperativa, ostrês últimos na função de di-retor-secretário.

Pág. 18 Jornal de Serv iço Cocama r Abr i l 2015

Em AGO, associados aprovam contasda Unicampo e elegem novos conselhos AGRÔNOMOS Entre 2009 e 2014,faturamento da cooperativa subiu deR$ 41,4 milhões para R$ 75,4 milhões

Acima, detalhe do evento ena foto à esquerda, parte

do novo Conselho deAdministração, que éformado por Luciano

Ferreira Lopes (diretorpresidente), André CarlosGarcia Vilhegas (diretorvice-presidente), Nivaldo

Barbosa de Mattos (diretorsecretário) e os conselheiros

vogais Fábio GonçalvesPirajá, Fernando Luiz Egasde Carvalho, Justino CorreiaFilho, Lídio Sueki Kawazoe,

Mário Juscelino Prizão eStenio Adriano Gonçalves.Os integrantes do ConselhoFiscal são: Silvana da SilvaSiqueira, Antonio dos Reis

Poscidônio e VilmarAntonini da Silva (titulares),

Wilson José Mackincs,Renan Zanzarini e

Esvaldecir Antonio Patrício(suplentes). Abaixo o

presidente eleito

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Pág. 20 Jornal de Serv iço Cocama r Abr i l 2015

Da Redação

Ao fechar um acordo com aMetalúrgica AJJ, de MarechalCândido Rondon (PR), a Coca-mar passou a oferecer aosseus associados um novo pro-duto: coberturas metálicas pa-ra máquinas e insumos agrí-colas, bem como para alimen-tação e sistema free-stall naatividade pecuária.

“Selecionamos uma empre-sa de conceito e tradição nomercado”, comenta o coorde-nador comercial de pecuáriada cooperativa, Clóvis Apa-recido Domingues. Segundoele, o objetivo é prestar aten-dimento aos associados que

pretendem modernizar essetipo de estrutura e nem sem-pre possuem referênciasquanto a preços e qualidade.

Fundada em 1991, a Meta-lúrgica AJJ conquistou es-paço por oferecer uma linhade produtos que, por suaqualidade, conferiram prestí-gio à empresa, sendo ofereci-dos a preços competitivos.

Ao mesmo tempo, o portfó-lio de produtos pecuários daCocamar foi ampliado com aoferta de bebedouros, bezer-reiros, canzil e equipamen-tos, como rastelos. No anopassado, em acordo com ou-tra empresa, a Coimma, a co-

operativa passou a comercia-lizar, entre outros itens, tron-cos de contenção, balançamecânica, ducha (câmaraatomizadora), balança eletrô-nica portátil e imobilizadorbovino.

Cocamar oferece coberturas metálicase novos produtos na linha pecuária NOVIDADE Cooperativa fechouacordo com a Metalúrgica AJJ, deMarechal Cândido Rondon, paraoferecer atendimento a associados quepretendem modernizar esse tipo deestrutura em suas propriedades

Nas fotos, modelosde coberturas que

estão sendo oferecidospara os setores

agrícola e pecuário.Embaixo, algunsdos novos itens

do portfólio

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Abr i l 2015 Jornal de Serv iço Cocama r Pág. 21

Da Redação

A baixa oferta de animaistem exigido dos produtores decarne bovina o investimentocada vez maior em novas tec-nologias, com o objetivo deelevar os índices de produtivi-dade. Nos últimos anos, se-gundo levantamento do Mi-nistério da Agricultura, Pe-cuária e Abastecimento(Mapa), publicado na Folha deLondrina de 21 de março, aprodução brasileira de carnetem crescido em torno de 2%ao ano, enquanto o consumotem aumentando em 3,6% namesma base de comparação.

Para equilibrar essa conta, ospecuaristas estão apostandonas ferramentas disponíveisno mercado para melhorar odesempenho da pecuária decorte no Brasil, como melho-ramento genético e qualidadede pastagem.

O presidente da AssociaçãoNacional dos Produtores deBovinos de Corte (ANPBC),Alexandre Turquino, afirmaque investir na qualidade ge-nética dos animais e tambémnas pastagens são ações queproporcionam bom aumentoda produtividade na pecuária,sem que haja a necessidade

de expansão de área. “A pri-meira coisa em que o pecua-rista deve investir é emgenética, com a adoção de in-seminação e utilização deboas matrizes”, recomenda odirigente.

O segundo passo, observaTurquino, é cuidar da pasta-gem. “Para ter uma boa qua-lidade no pasto é recomen-dado fazer consórcio da ativi-dade com a agricultura”,

exemplifica o presidente daANPBC. No Paraná, avaliaele, além da baixa oferta deanimais, o alto valor das te-rras tem pressionado os pe-cuaristas que querem con-tinuar na atividade a investirem tecnologia para melhoraro desempenho do rebanho.“Sem adotar medidas que le-vem a um aumento da produ-ção, permanecer na pecuáriafica praticamente inviável”,observa Turquino.

O mercado para o produtor tem se mostradoaquecido, principalmente pela valorizaçãoda arroba do boi gordo. Alex Lopes, analistada Scot Consultoria, avalia que o preço daarroba do boi tende a continuar em patama-res elevados, mesmo com a redução no con-sumo da proteína, consequência da criseeconômica nacional. “Mas os preços só semantêm em alta devido a falta de animais”,

completa o especialista.

Ele afirma que os frigoríficos são os quemais sofrem com a atual crise na economia.Além de pagar mais caro pela matéria-prima, o setor não tem conseguido repassartotalmente a alta no valor da arroba do boipara o consumidor. “O produtor de comprado brasileiro está ruim”, lamenta Lopes.

Falta carne no mercado

Preço tende a continuar em patamares elevados

DESCOMPASSO Produção temcrescido em torno de 2%, mas aexpansão do consumo chega a 3,6%,apesar da crise econômica nacional

Preços só se mantêmem alta devido aescassez de bois,

segundo especialista

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Rogério Recco

Carne nobre com menor teorde gordura, mercado garan-tido e boa lucratividade. Este éo panorama atual do merca-do de carnes de ovinos no Es-tado.

Na região de Maringá, a ati-vidade avançou nos últimosanos com a ampliação do nú-mero de criadores. O bancárioElídio Vieira Guiomar, 49anos, dono do Rancho Paratiem Ourizona, a 26 quilôme-tros, foi um dos primeiros a in-

vestir na atividade. Ele contaque começou há quase 20anos, implantando uma estru-tura profissional e adquirindoanimais de alta linhagem.“Sempre acreditei na ovinocul-tura, mas foi preciso desbra-var esse negócio por aqui, poisno começo não havia ondeabater os animais e o consumoda carne era muito restrito”,conta. Segundo Guiomar, atual-mente há cerca de 200 criado-res num raio de 100 qui-lômetros de Maringá e os aba-tedouros credenciados emDoutor Camargo, Floraí, Cam-

po Mourão e Cambira contri-buem para desenvolver o se-tor, cujos investidores são atraídos pelo contínuo cresci-mento na demanda pela carne,cotada a R$ 20 o quilo, emmédia.

“Tudo o que produzimos temmercado”, afirma Guiomar,que mantém um rebanho de560 cabeças, formado pelacruza das raças Dorper e San-ta Inês. Ele explica que en-quanto a primeira apresentaaptidão para a produção decarne, a segunda oferece as

melhores matrizes. O cordeiroé abatido geralmente aos cincomeses, com média de 12 a 15quilos de peso limpo. Masalém de comercializar a carne,o produtor fatura com a vendade matrizes e reprodutores. Sóde fêmeas, são 30 a 40 exem-plares por mês. Dependendoda idade e da pureza racial, ovalor varia de R$ 550 a R$850. “Há criatórios surgindo

ou sendo ampliados na região,o que mantém a procura aque-cida”, diz. Quem entra, querfazer da ovinocultura a suaprincipal fonte de renda ouestá buscando uma opção paradiversificar. Em alguns casos,a criação substitui a pecuáriade leite.

Embora esteja animado coma ovinocultura, o produtor dizque ainda precisa pensar emexpandir a atividade, para semanter competitivo. Ele possui150 matrizes que produzem de200 a 220 animais por ano, amargem de ganho fica entre20 e 25% mas o ponto de equi-líbrio seriam 450 matrizes.

Pág. 22 Jornal de Serv iço Cocama r Abr i l 2015

Criação de ovinos cresce na região de MaringáCARNE APRECIADA De olho na expansão doconsumo, criadores tradicionais como Ilídio VieiraGuiomar, com propriedade em Ourizona, investemna qualidade da produção

Guiomar, um dos cincomaiores criadores da

região, possui 150matr izes e garante:

“Tudo o que produzimostem mercado”. Quementra na ovinoculturaquer fazer dela a suaprincipal atividade ou

diversificar comoutros negócios

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Abr i l 2015 Jornal de Serv iço Cocama r Pág. 23

Se piquetear bem o pasto emantê-lo bem adubado, é pos-sível, segundo Guiomar, colo-car entre 30 a 40 animais poralqueire. No inverno, quandoas pastagens diminuem, acomplementação alimentarse torna indispensável.

No Rancho Parati, que pos-sui área total de dez alquei-res, o proprietário adotou osistema de criação semi-in-tensivo. Durante o dia, os ani-mais vão para o pasto, for-mado por 29 piquetes, ondetambém recebem alimenta-ção no cocho. À noite, recolhi-dos no aprisco, são servidosde silagem, complemento esal.

Guiomar, que já presidiu aAssociação dos Produtores deOvinos de Maringá e Região

(Ovinomar), cita que a ativi-dade vem passando por umaevolução tecnológica, inclu-sive sob o aspecto do controlesanitário. “Quem investe emovinos, sabe que precisaatuar com mentalidade em-presarial”, acrescenta. Segun-do ele, um dos gargalos é anecessidade de tratamentopreventivo do rebanho, deforma a impedir a instalaçãode doenças que podem ser fa-tais, como a verminose. Outroé mão de obra, que exigecomprometimento. “Quem li-da com boi não serve paracuidar de carneiros”, enfatizao produtor, que mantém doisempregados para tomar con-ta da criação. “A percepção dequem acompanha diariamen-te o rebanho é fundamentalpara prevenir doenças”, pon-tua.

Prevenção de doençasé um dos gargalos

Os restaurantes da cidade estãoentre os principais compradoresde carne de ovinos e a maior partedos cortes é oriunda do Uruguai,tradicional fornecedor. Por isso, osetor avalia que ainda temmuito potencial para crescerna região.

A qualidade da carne pro-duzida regionalmente éavalizada por chefs comoMarcelo Serafim (foto),dono de uma rede de res-taurantes especializados.Ele afirma que está ha-vendo uma quebra deparadigma: “Pessoasque tinham resistênciaao consumo de carne deovinos, descobriram osabor, a maciez e passa-ram a pedir”, conta. A pa-leta e o carré uruguaiosainda estão entre os pre-feridos, além do pro-duto trazido da Pata-gônia, na Argentina.

“Mas a carne da região de Ma-ringá é muito apreciada por-que há produtores que cui-dam de seus rebanhos comose fossem animais de estima-ção, tamanho o zelo”, conclui.

A Expoingá, programadapara o período de 7 a 17de maio, é consideradauma vitrine tanto emmatéria de exposição evendas de animais,quanto na degustaçãoda carne, que conquis-ta novos consumidorespor ser uma das maissaudáveis.

De acordo com es-pecialistas, a carnede ovinos contémmenor teor calóricoe 40% menos gor-dura saturada,comparando com acarne de frangosem pele.

DIVERSIDADE - O produtor Ilidio VieiraGuiomar é habitual comprador dos produtosCocamar. Ele adquire farelo e grãos, parafornecer como alimento aos ovinos, além demedicamentos. Com autorização do Ibama,Guiomar mantém na propriedade um criatóriode aves ornamentais, para comercialização.São araras, papagaios e pássaros diversos, amaioria nascidos ali, sem contar os frangosÍndio, patos, pavões e cisnes, dentre váriasoutras espécies. Há, também, uma série decolmeias de abelhas nativas e parte da rendapropriedade provém da produção de café. Em1,5 alqueire, 23 mil pés propiciaram no anopassado a colheita de 100 sacas beneficiadas.A expectativa para este ano é colher 80 sacas.

Procura é maior nos restaurantes

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O plantio de trigo começoucom duas semanas de atrasono Paraná, de acordo com o De-partamento de Economia Rural(Deral) da Secretaria da Agri-cultura e do Abastecimento doParaná (Seab). Tudo por contado clima seco na primeira quin-zena de abril e o atraso no plan-tio do milho segunda safra. Aotodo, 1,35 milhão de hectaresdevem ser cultivadas com ogrão no Estado, com colheita es-timada de 4 milhões de tonela-das.

Na região da Cocamar, ondeserão cultivados 66 mil alquei-

res, o cenário segue a tendênciaestadual. O trigo deve ganharespaço entre os agricultores porconta do atraso do plantio e co-lheita de soja. “Acreditamosnum acréscimo entre 16%, prin-cipalmente na região de Lon-drina, onde o cultivo deste grãoé mais tradicional”, explicou ocoordenador técnico de culturasanuais, Emerson Nunes.

Na região de Maringá a datalimite de plantio vai até 10 demaio, mas em Santa Cecilia doPavão, nas imediações de Lon-drina, vai até 30 de junho. Aconcentração maior da opera-

ção deve ocorrer no mês demaio.

Uma boa safra de trigo no Pa-raná, líder nacional na produ-ção do grão, reduziria a neces-sidade de importação de maisde 6 milhões de toneladas, pra-

ticamente a metade do con-sumo dos brasileiros.

Em Sabaúdia, o cooperadoCláudio D’Agostini reservou 110alqueires para a cultura. Nesteano, ele optou pelas variedadesMarfim, Mirante e Tangará. Vai

utilizar 6,5 sacas de sementespor alqueire e 650 quilos deadubo nitrogenado [formulação10-15-15] na base. Quando asplantas já tiverem grandes, pre-tende aplicar mais 200 quilosde adubo na forma de cobertura.

Tradicional produtor do grãono município, D’Agostini estáadotando praticamente a mes-ma tecnologia da última safrade inverno, quando obteve umaboa produtividade. “Numa áreade 26 alqueires colhi 182 sacaspor alqueire, mas a média geralfoi um pouco menor, 150 sacaspor alqueire. A qualidade dotrigo também foi muito boa,com PH alto. Estou fazendo aminha parte agora é esperarque o clima também seja bom”,projetou.

Da Redação (com aGerência Comercialde Grãos)

Enquanto o mercado aguardapelo próximo relatório de ofertae demanda de grãos a ser pu-blicado pelo Departamento deAgricultura dos Estados Uni-dos (Usda) no dia 12 de maio,os negócios com soja prosse-guem devagar no Brasil. O mo-tivo é a queda de preços emabril, que foi de 8% entre osdias 1º e 16. No mesmo período,a cotação do milho sofreu umaretração de 3%.

CENÁRIO -As recentes quedasdo dólar, que perdeu fôlegoapós um início de ano com su-cessivos aumentos, contribuí-ram para o enfraquecimentodos preços das commodities.Mas as notícias no plano ex-terno também não ajudam. NaArgentina, depois de muito re-presar a soja nos armazéns,

produtores pressionados pelascontas se viram obrigados a sedesfazer de parte da safra, queaté o dia 16 já tinha 60% da co-lheita realizada. Já não haviaonde reter tanta produção e foinecessário ofertar, lembrandoque o setor está em constantequeda de braço com o governo.Nos Estados Unidos, onde asoja começa a ser plantada emmaio, o frio está atrapalhandoa germinação do milho e é na-tural que o mercado demonstrepreocupação. Ao mesmo tem-po, esse mesmo mercado vemsentindo a falta de maior parti-cipação da China nas comprasde soja, por conta de um ritmode crescimento mais contidoque em anos anteriores. As no-tícias apontam para uma ex-pansão de 7% da economiachinesa em 2015, percentualque embora robusto quandocomparado a de outros países,está levando a um refluxo noconsumo interno.

Ainda sobre a safra de grãosnos Estados Unidos, choveu ra-zoavelmente bem nas regiõesprodutoras nas últimas sema-nas, havendo reserva hídrica.Os meteorologistas anunciamque a possível formação do fe-nômeno climático El Niño po-derá significar menos chancesde serem registrados períodosprolongados de seca durante ociclo da lavoura.

ECONOMIA AMERICANA -Por conta de todos esses fato-res, o mercado vem nego-ciando pouco, ficando muitoatento também às informações

sobre o atual momento da eco-nomia norte-americana, quepoderá acabar se refletindo, dealguma forma, nas cotaçõesdas commodities agrícolas. Ainterpretação dos dados divul-gados na primeira quinzena deabril assinala que o país vemconseguindo manter os empre-gos. O temor é quanto a umpossível aumento da taxa dejuros, o que, na opinião dos es-pecialistas, terá um impacto ne-gativo sobre as commodities.

Na região da Cocamar, os pro-dutores ligados à cooperativaestão comercializando menos

do que o realizado no início deabril. Atualmente, eles aindadetêm cerca de 55% da sojaque entregaram na safra2014/15, para negociar. Quantoao milho da safra nova, apenas10% dos produtores efetivaramvendas até agora.

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Negócios com soja seguem em ritmo lentoMERCADO As vendas se retraíram,nas últimas semanas, por conta defatores que mantêm os especialistasem suspense

Até o momento,cerca de 45% da soja

entregue na cooperativa,na recente safra,foram negociados

EM EXPANSÃO Aumento seráde 16% em comparação com 2013

Trigo ganha espaço na região

D’Agostini, 110 alqueires: produtor tradicional

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EXPOINGÁ – A 43ª Expo-sição Feira Agropecuária, In-dustrial e Comercial de Ma-ringá e 20ª edição interna-cional, acontecem de 7 a 17 demaio no Parque Internacio-nal de Exposições FranciscoFeio Ribeiro, em Maringá. Deacordo com Wilson da SilvaMatos Silva, presidente daSociedade Rural de Maringá,a entidade organizadora, aexpectativa é receber mais demeio milhão de visitantes. “AExpoingá é considerada umadas maiores feiras agrope-cuárias do Brasil e, segundoo Ibope, o evento mais lem-brado do Estado do Paraná”.A ideia é manter ou superaros números do ano passado,quando foram gerados eprospectados R$ 342 milhõesem negócios, com a partici-pação de mais de 900 empre-sas expositoras nas áreas deindústria, comércio, serviçose pecuária. Doze mil animaisforam expostos e houve a re-alização de cerca de 50 even-tos técnicos, entre palestras,cursos, workshops e semi-nários.

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Da Redação

A ministra do Meio Am-biente, Izabella Teixeira, afir-mou no último dia 17 em co-letiva na ExpoLondrina 2015,que o prazo para que os pro-dutores rurais preencham oCadastro Ambiental Rural(CAR) não será prorrogado.Os produtores de todo o paístêm até o dia 5 de maio paraformalizar o processo. Deacordo com ela, não há moti-vos para o atraso. “Se nãotem internet, há o modo offline. Os Estados receberamR$ 400 milhões e foram trei-nadas mais de 40 mil pes-soas para o cadastramento”,afirmou. De acordo com a as-sessoria de comunicação do

Ministério do Meio Ambiente(MMA), o posicionamentopela não extensão do prazoestá alinhado com todas asesferas do governo federalenvolvidas no processo.

Izabella Teixeira foi a Lon-drina acompanhando a mi-nistra da Agricultura, KatiaAbreu, para reforçar o prazofinal junto aos produtores.“No final do mês, deveremosfazer um balanço de comoestá à situação e aí apontare-mos os caminhos que podemser tomados à Presidência daRepública”, disse.

De acordo com ela, do pontode vista de resultados, doisterços da área passiva de ca-

dastro já estão na base doprograma, mas isso repre-senta apenas 35% das pro-priedades rurais do Brasil. “Aevolução está assimétrica noPaís. Tem regiões que estãomuito bem. Mato Grosso, porexemplo, está com 80% pre-enchidos. A região Sul dopaís, principalmente por cau-sa do pequeno agricultor, estámuito atrasado”, apontou.

No Paraná, 13% da área jáestão cadastradas. No RioGrande do Sul, outro grandeprodutor agrícola, apenas0,4% do total. O MMA acre-dita que uma “onda” de ca-dastros sejam realizados nareta final do prazo.

CONSEQUÊNCIAS - Os produ-tores que não realizarem ocadastro até o dia 5 de maioirão sofrer sanções. Muitosencontrarão dificuldades, in-clusive na obtenção de cré-dito, para viabilizar o custeiodas próximas safras.

“Não se prorroga mais. Osbancos já entraram no CAR ea lei é clara apontando quenão vai ter acesso ao créditose não estiver ali. O Incra

cumprirá o prazo de todos osassentamentos rurais do país.O governo fez seu dever decasa, falta a população fazersua parte”, advertiu a minis-tra do Meio Ambiente.

PEDIDOS - O governo federaltem recebido uma série de pe-didos nos últimos dias porparte de governos estaduaise de entidades representati-vas do agronegócio para ofi-cializar a prorrogação. AConfederação de Agriculturae Pecuária do Brasil (CNA)enviou pedido oficial de pror-rogação na semana passada.“Ao se posicionar favorável àprorrogação do CAR, a CNAatende às preocupações dasFederações de Agriculturados estados e produtores ru-rais que se mostram preocu-pados com a proximidade doencerramento do período”,disse a entidade em nota.

E AGORA? Informação de quegoverno não estenderá o prazo parao cadastramento ambiental rural,que vence dia 5 de maio, dadadurante a ExpoLondrina, no dia 17,deve fazer com que muita gentetente correr com a documentaçãoaté as últimas horas

Sem prorrogação de prazo parao CAR, previsão é de correria

Cerca de 500 produtorese lideranças participaramem Maringá, no dia 15,de uma etapa do FórumNacional de Agronegócios,promovido pela RádioCBN, evento apoiadopela Cocamar, cujo temafoi “O produtor e asexigências ambientais”.

13%das propriedades rurais

do Paraná foram cadastradas.No País, indíce é de 35%

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O ex-presidente do IAP, Vítor Hugo Burko, orienta aos pro-dutores que ainda vão fazer o CAR, para que se acerquem deprofissionais de reconhecida competência e procurem ter omaior cuidado antes de adquirirem matas para a compensa-ção da reserva legal. “Às vezes é preciso pesquisar muito evoltar 80 anos no tempo para comprovar que o documentode determinada terra é legal”, afirmou. Burko declarou que,diferente do Código Florestal anterior, o atual, sancionado pelaLei 12.651 em 25 de maio de 2012 “não é irracional, mas frutode um consenso, tem razoabilidade e aplicabilidade”. E conti-nuou: “o CAR, depois de aplicado, será a carta de alforria doprodutor rural brasileiro”.

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Pequenos podem ter uma segunda chance

Palestrante do Fórumde Agronegócios, VítorHugo Burko respondeua muitas perguntas e

disse que “a inércia podeser um pesadelo para

os produtores”

É preciso tomar cuidado

Ao analisar a declaração daministra Izabella Teixeira, oex-presidente do Instituto Am-biental do Paraná (IAP), VítorHugo Burko, disse que istopode ser uma jogada parachamar a atenção dos proprie-tários rurais brasileiros. Dequalquer forma, ele disseacreditar que haverá umaprorrogação sim, mas apenaspara os pequenos. Há algunsmeses, Burko foi consultadopelo MME, quando sugeriuque fosse feita uma prorroga-ção de quatro meses paragrandes proprietários, de seismeses para médios e de um

ano para pequenos. “Muitagente vai ficar preocupada evamos ter agora, com certeza,uma correria”, acrescentou.

O presidente-executivo da Co-camar, José Fernandes Jar-dim Júnior, foi uma das li-deranças que participaram dareunião com a ministra edisse ter ficado surpreso coma notícia. “Ela afirmou textual-mente que o governo não iráestender o prazo. Só nos resta,agora, aguardar por mais de-talhes”, comentou.

A Cocamar saiu na frente ao

tentar conscientizar os produ-tores para a necessidade defazerem o CAR. Em dezembroúltimo, organizou um ciclo de22 palestras com a presençade mais de mil produtores e,no mês de janeiro, durante aSafraTec, feira que organizaanualmente, incluiu o temana programação dos debates.Nos últimos dois dias, às vés-peras do anúncio da ministra,a cooperativa apoiou umevento promovido pela rádioCBN, o Fórum Nacional deAgronegócios, que debateujustamente as novas exigên-cias ambientais.

Detalhe do Fórum em Londrina, realizado na vésperado anúncio da ministra, com 320 participantes

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Por Antonio Roque Dechen

A FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura) acertadamente denominou o anode 2015, como Ano Internacional do Solo. No Brasil, a Lei n° 7.876, de 13 de novembro de 1989, institui o DiaNacional da Conservação do Solo a ser comemorado, em todo o País, no dia 15 de abril de cada ano.

Um pouco estranho dedicarmos tão pouco tempo e cuidados aos nossos solos que provêm nosso sustento eonde fincamos nossos lares.

Nas grandes cidades mal o vemos, revestimos tudo com construções, calçadas e asfalto e reclamamos dasenchentes quando as bem-aventuradas águas das chuvas não têm onde se infiltrar e com sua força produzemgrandes estragos.

Norman Borlaug, Nobel da Paz, o pai da Revolução Verde, em uma de suas visitas ao Brasil em 2006, ao serperguntado sobre como via o futuro da produção agrícola no Brasil, respondeu que não se tem como competirem produção agrícola com um país com a extensão territorial do Brasil, que conta com água e sol todosos dias, condições estas indispensáveis para o processo fotossintético e produção de alimentos.

Em levantamento recente, realizado e divulgado pela Agroconsult, pela primeira vez a safra brasileira degrãos superará a marca de 200 milhões de toneladas, e o plantel de gado já supera 200 milhões de cabeças,o que levou André Pessoa, coordenador do Rally da Safra, a fazer a seguinte afirmação: O Brasil é um dospoucos países do mundo que produz uma tonelada de grãos por habitante e tem também uma cabeça de gadopor habitante. Parece pouco, mas em um país em que a população rural é de apenas 15%, e apenas o PIB doagronegócio tem sido positivo nos últimos anos, é uma demonstração de muita tecnologia, trabalho e eficiência.

Não podemos nos esquecer jamais de que nossa sustentabilidade depende do sol, da água e do solo.Cuidando adequadamente de nossos recursos naturais poderemos continuar dizendo que: o solo nossode cada dia é a nossa pátria e que cultivá-lo e conservá-lo garantem a sustentabilidade e nossa vida,até que ele nos acolha.

(*) Presidente do Conselho Científico para Agricultura Sustentável (CCAS), Professor Titular doDepartamento de Ciência do Solo da ESALQ/USP, Presidente da Fundação Agrisus e Membrodo Conselho do Agronegócio (COSAG-FIESP).

O solo nosso de cada diaCultivá-lo e conservá-lo garantem a sustentabilidade e nossa vida, até que ele nos acolha

“O Brasil é um dos

poucos países do

mundo que produz

uma tonelada de

grãos por habitante

e tem também uma

cabeça de gado por

habitante. Parece

pouco, mas em um

país em que a

população rural é

de apenas 15%, e

só o PIB do

agronegócio tem

sido positivo nos

últimos anos, é uma

demonstração de

muita tecnologia,

trabalho e

eficiência”

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A edição 2015 da Campanha Inverno solidário, promovidapela Cocamar e parceiros, começou no dia 1º de abril e aprimeira etapa segue até 9 de maio. Como acontece há anos,colaboradores e cooperados estão sendo convidados a par-ticipar, doando agasalhos, cobertores, calçados e outrostipos de roupas. Para isso, há pontos de arrecadação distri-buídos em vários locais na cooperativa, em Maringá: as ins-talações do Cocamar Social, a Administração Central, aTranscocamar, a Unidade Maringá, a fábrica de óleo e a in-dústria de fios.

Durante a Festa do Trabalhador, prevista para o dia 9 demaio, na Associação Cocamar, roupas e agasalhos serão re-cebidos na entrada, das 7h30 às 11h. Depois desse evento,as doações poderão continuar a ser feitas até 8 de maio.

A segunda etapa da campanha prevê a realização de umbazar nos dias 2 e 3 de junho na sede do Cocamar Social,para trabalhadores. Para participar, eles devem adquirirum passaporte no valor de R$ 10,00, que poderá ser trocadopor 20 peças de sua escolha e um cobertor. O mesmo pas-saporte dá direito a concorrer a 3 kits de roupas de inverno.

Cocamar arrecada roupas eagasalhos entre colaboradorese cooperados

VISITAS Acompanhado de Lourenço Gonçalves, que presta serviços à Unidade Maringá, o presidente-executivo da Cocamar, José Fernandes JardimJúnior, visitou no dia 15 de abril duas famílias produtoras de grãos que há décadas estão ligadas à cooperativa: a de José Ferrareze (esq.), em Paiçandu, e ade Paulo Pinto de Mello, no município de Maringá. Ambas tiveram suas histórias relatadas em edições do Jornal Cocamar. Na primeira, José recebeu osvisitantes ao lado da esposa Virgínia, do filho Valdir e da nora Aparecida. Na segunda, Paulo estava em companhia da esposa Ana, do filho Edson e da noraVera Lúcia. Ambos receberam um quadro com a página impressa da reportagem publicada no jornal.

EXPOLONDRINA - Centenas de produtores cooperadosda região de Londrina e até de Iepê (SP) visitaram o estandeda Cocamar durante a Exposição de Londrina, promovida de9 a 19 de abril no Parque Governador Ney Braga. Os gruposde visitantes foram organizados pela cooperativa e incluíramtambém integrantes dos núcleos femininos de vários municí-pios. No estande, eles tiveram contato com dirigentes etiveram a oportunidade de saber dos investimentos realizadosnas respectivas regiões. No dia 16, um grupo numeroso sedeslocou para participar do Fórum Nacional de Agronegócios,que debateu o tema “O produtor e as exigências ambientais”.

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Marly Aires

Com apenas quatro anos naépoca, Anildo Francisco Roh-ling não se lembra de muitacoisa de quando chegou ao mu-nicípio de Paranavaí, em 1949,trazido pelos pais Germano eHilda, e em companhia dos ir-mãos Adelaide, Tabita e Ar-lindo, de quem é gêmeo. Ber-nadete, a mais nova, nasceu noParaná. Muito do que conta, eleouviu dos pais, mas tem viva alembrança do barro que gru-dava nos calçados e deixavalisa a trilha aberta no meio damata.

“Perto de Tibagi, tivemos quedescer do pequeno caminhão,carregado com duas mudan-ças, e ir a pé. Não subia de jeitonenhum. Era umas onze horasda noite, chovia e fazia frio”, re-corda-se o produtor, comen-tando que a família levou umasemana para percorrer a dis-tância entre São Bonifácio (SC)e o atual distrito de Graciosa,município de Paranavaí, per-curso que hoje se faz em 12horas. A maior parte das estra-das era de chão batido, haviatrechos que não passavam deuma picada aberta no meio damata e, em outros, era difícil se-guir em frente.

A família vendeu a pequenapropriedade que tinha no mu-nicípio catarinense, onde criavagado e porco, para comprar 27alqueires de mata no Paraná.“Na nossa região só existiamorro e pedra. Não tinha muitopor onde crescer ou plantar.Quem ficou por lá, continua namesma situação. Viemos embusca de oportunidades e en-contramos”, afirma Anildo,lembrando que na mudançahavia poucos móveis e malas.O maior bem que trouxeramforam os porcos, galinhas, se-mentes e alimentos para come-çar a nova vida.

No sítio só havia cerca de umalqueire desmatado e um ran-cho feito de tábua cerrada àmão e coberta de tabuinha. Airmã Tabita comenta que aochegar à pequena casa, de ma-drugada, os pais ainda saíramem busca de lenha para acen-der uma fogueira. “Tinha geadoe fazia muito frio”, conta.

A família está entre as primei-ras a se estabelecer na região.As demarcações e vendas de

lotes tiveram início em 1943.No ano seguinte, quando foicriado o distrito, chegou a pri-meira leva de agricultores,quase todos catarinenses, des-cendentes de alemães, que seembrenharam na mata virgempara abrir passagem à foice eno facão. A denominação deGraciosa dos Catarinenses teveorigem na fé e religiosidade dospioneiros, a maioria devota deNossa Senhora das Graças.

Os pioneiros Germano e Hilda,falecidos em 1994 e 1995, res-pectivamente, participaram dosmovimentos comunitários, daconstrução da escola, da igreja,do seminário e de outros seto-res da comunidade. Na épocaera comum o envolvimento detodos.

Casado com Zenita (falecidaem 1991), Anildo tem seis filhos:Claudenir Maria Aparecida,Clarice Maria, Dirceu, Adilson,Laércio e Elaine, que lhe deram16 netos. Em 1993, ele se casounovamente, com Irma. Todosainda trabalham juntos e vi-vem da agricultura.

FAMÍLIA DO CAMPO Em 1949, os precursores deixaramSão Bonifácio, em Santa Catarina, para criar porcos e gadode leite no distrito que pertence a Paranavaí

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Cenas de momentosda família, que possuivários associados naunidade da Cocamarno município

Com criações e cultivos desubsistência, os pioneiros deGraciosa compravam poucacoisa na cidade, mas quandonecessitavam de mantimen-tos e outras mercadorias,iam até a Fazenda Brasileira,há cerca de 20 km, povoadoque mais tarde se tornou Pa-ranavaí.

Saíam de madrugada, emmeio às picadas abertas namata, em grupos formadospor quatro ou cinco homens,levando armas e lampiões a

querosene e percorrendo apé, carro de boi ou a cavalo,como fazia Germano. Nor-malmente chegavam aoamanhecer, faziam as com-pras, resolviam os problemase voltavam à noite.

Quando a família comprouo primeiro jipe, em 1961, foia maior sensação. “A gentebrigava para ver quem ia àmissa no jipe”, diz Anildo.Como não cabiam todos noveículo, alguns tinham que ira cavalo.

Fazenda Brasileira

Em busca de oportunidades, osRohling escolheram Graciosa

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Ver uma onça de perto,Anildo nunca viu. Massempre se ouvia miados,animais domésticos e cria-ções desapareciam oueram abatidos aqui ou ali.

Mas uma onça pintadacausou terror e virou lendana região no final da dé-cada de 1940. Ela botavamedo em todo mundo e ti-rava a tranquilidade dosmoradores atacando, de-vorando animais, até degrande porte.

Já tinham sido várias astentativas de capturar o fe-

lino, montando grupos decaçadores, mas o animalsempre escapava. Em umanoite, entretanto, os produ-tores da região organiza-ram uma estratégia deguerra.

Formaram grupos de trêscaçadores experimentes efortemente armados comcarabinas, espingardas erevolveres, e com cães decaça treinados se espalha-ram pela região, decididosa pegar a onça. Desta feita,um dos grupos conseguiuabater a fera, que tinha92,5 quilos.

A grande pintada

Ainda na época em que havia muita mata para derru-bar, os Rohling compraram duas vacas de dupla aptidão,para a produção de leite para a família. Aí teve início aatividade que perdura até hoje.

Com 110 alqueires, os Rohling trabalham com gado decorte e leite. Como estão numa região mais quente, opta-ram por um gado de leite mais rústico, cruzado – Jerseye Holandês – duas raças mansas e produtivas. Possuemcerca de 700 cabeças, obtendo 4 mil litros em média emantendo 220 cabeças em lactação no verão, média de22 a 23 litros por unidade. No inverno são 6 mil litros e270 vacas em lactação.

Graças à tecnologia, os Rohling trabalham com ordenhamecânica, sendo o leite sendo enviado diretamente parao resfriador. O rebanho leiteiro é criado a pasto, mas re-cebe suplementação com ração e silagem o ano todo, con-forme a produção de cada um.

No caso do gado de corte, eles trabalham com recria eengorda de Nelore e cruzamento industrial, basicamentea pasto, só recebendo silagem no inverno e sal proteí-nado ou energético, conforme o período.

Pecuária de corte e leite

Ao contrário da maior partedos pioneiros paranaenses,que tiveram a história mar-cada pelo café, a da famíliaRohling foi construída combase nas criações e nas la-vouras de subsistência.

A única experiência que ti-veram com o café não foimuito boa e eles desistiramde vez da cultura. Por insis-tência de tantos falando quecafé era o ouro verde, planta-ram seis alqueires, mas em1955, quando iam fazer a pri-meira colheita, a forte geadanão deixou um pé verde se-quer. Arrancaram tudo. Anosdepois, chegaram a compraruma propriedade onde havia500 pés de café, mas estesnão duraram muito.

No início, o carro chefe dosítio era a criação de porcos,que abatiam para vender navizinhança e em Paranavaí.Havia muita plantação decafé ao redor e famílias queprecisavam de carne e dabanha do porco para fazer acomida. “Além de ter umacarne saborosa, era rápido deproduzir, mesmo levando umano e meio nas criações apasto na época”, comentaAnildo. Atualmente, em qua-tro meses o leitão está pronto.

A atividade permaneceucomo principal até meados dadécada de 1970.

Criações emvez de café

Apesar da hospitalidade natural dos pioneiros e desbra-vadores, o isolamento em que moravam e os conflitos porterras que havia em algumas regiões também geravammedo e desconfiança.

Quando, logo no início, uma geada queimou todas asramas de mandioca que a família possuía, Germano teveque rodar a região em busca de “mudas”. Ao ouvir falarque perto de Paranavaí, no espigão, não havia geado,pegou seu carro de boi e foi para lá.

Como chegou a noite, entretanto, não foi bem recebido.O pessoal, com medo, bateu com a porta na cara do pro-dutor e soltou os cachorros, negando pouso. O jeito foi im-provisar um abrigo debaixo do carro de bois e rezar paraamanhecer logo. Só aí conseguiu negociar as ramas e vol-tar para casa.

Soltaram os cachorros

A mata foi sendo derru-bada aos poucos por Ger-mano, conforme aumen-tavam as criações e sobravatempo. Até Anildo chegou aderrubar mata, aos 15 anos.Mas trabalhar, todo mundosempre trabalhou, mesmoque fazendo pequenas coi-sas. As responsabilidadesiam aumentando conformea idade.

Todos estudaram umpouco também. Iam a pé àescola na parte da manhã.

Na volta almoçavam e iamajudar na roça, não semantes levar a manteigafresca que a mãe fazia paravender em um bar em Gra-ciosa.

“Quando a gente conseguiapegar o cavalo, ia mais rá-pido. Mas isso só era possí-vel quando ele se deixavapegar”, conta Tabita. Anildodiz que os cavalos erambem arredios.

Teve um que o jogou no

chão e ele só não rachou acabeça por pouco. Molecão,tinha uns oito anos quandodecidiu testar quão velozera o cavalo, correndo deuma porteira a outra, uns400 metros. Mas o cavaloparou de uma vez dandoum giro e o jogando longe.

As tarefas ou temas da es-cola eram feitos à luz delamparina. E antes de dor-mir, todos ainda ficavam atéàs 10 da noite escolhendo oudebulhando milho.

Sobrava trabalho para todo mundo

Quando os as primeirasfamílias chegaram a

Graciosa, encontraram umamata fechada para desbravar

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