Plano de Educacao Crista Continua -Pecc

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    PLANO DE

    EDUCAOCRISTCONTNUA

    DA IECLB(PECC)

    2011

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    Igreja Evanglica de Confisso Luterana no Brasil, 2011Rua Senhor dos Passos, 202, 4 andar90020-180 - Porto Alegre - RSFone: 51 3284-5400 Fax: 51 [email protected]

    Publicado porEditora SinodalCaixa Postal 1193001-970 So Leopoldo/RSTel.: (51) 3037 [email protected]

    Diagramao: Mythos Comunicao

    Produo editorial e grfica: Editora Sinodal

    Equipe de elaborao do PECC: Dbora Raquel Klesener Conrad, Edson Ponick,Emilio Voigt, Marilze Wischral Rodrigues, Pedro Alonso Puentes Reyes, RomeuRuben Martini

    Assessores: Osmar Luiz Witt, Ndia Dal Castel de Oliveira, Sissi Georg, VernerHoefelmann

    Equipe de publicao: Dbora Raquel Klesener Conrad, Edson Ponick, Emilio Voigt,Pedro Alonso Puentes Reyes.

    I24p Igreja Evanglica de Confisso Luterana no Brasil Plano de Educao Crist Contnua da IECLB (PECC) / Igreja

    Evanglica de Confisso Luterana no Brasil. So Leopoldo :Sinodal ; Porto Alegre: IECLB, 2011.

    13x18 cm. ; 80p.1. IECLB. 2. Educao crist contnua. I. Ttulo.

    CDU 261.5

    Catalogao na publicao: Leandro Augusto dos Santos Lima CRB 10/1273

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    NDICE

    Apresentao ..............................................................

    PARTE 1: TEXTO DO PECC........................................1.Introduo ...............................................................

    2. Fatos da histria da educao crist contnua

    na IECLB ............................................................................

    3. Objetivos do Plano de Eduao Crist Contnua ...

    4. Fundamentao teolgica para a educao crist.. 4.1 - Bblia e educao crist .............................

    4.2 - Batismo e educao crist .........................

    4.3 - Confessionalidade e educao crist .......

    5. Fundamentao pedaggica ..................................

    5.1 - Conceitos e definies ..............................

    5.2 - Indicativos metodolgicos ........................

    6. reas temticas ........................................................ 6.1 - Bblia ..........................................................

    6.2 - Confessionalidade .....................................

    6.3 - Misso ........................................................

    6.4 - Contextos ...................................................

    7. Formas de atuao ...................................................

    8. Atribuies diante do PECC ....................................

    9. Orientaes para operacionalizao do Plano de

    Educao Crist Contnua em cada instncia da IECLB

    10. Fontes de pesquisa e leituras recomendadas ......

    PARTE 2: REFLEXES SOBRE O PECC.....................Bloco 1 - Histrico e objetivos do PECC ....................

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    Bloco 2 - Fundamentao Teolgica ...........................

    Bloco 3 - Fundamentao Pedaggica ...........................

    Bloco 4 - reas temticas ............................................

    Bloco 5 - Estratgias de planejamento .......................

    PARTE 3: ESTUDO DO PECC EM GRUPOS................Roteiro para estudo do PECC em grupos ...................

    Bloco 1 - Histrico e Objetivos ....................................

    Bloco 2 - Fundamentao Teolgica ...........................

    Bloco 3 - Fundamentao Pedaggica ...........................

    Bloco 4 - reas temticas ............................................

    Bloco 5 - Estratgias de planejamento .......................

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    ApresentaoEsta publicao reafirma a importncia da educao crist

    na Igreja Evanglica de Confisso Luterana no Brasil (IECLB).O Plano de Educao Crist Contnua (PECC) resultado de

    uma caminhada conjunta de dcadas e traduz o desejo e a

    necessidade por orientao para a educao crist em toda a

    nossa igreja.

    O objetivo do PECC orientar, teolgica e pedagogicamen-

    te, todas as instncias da IECLB no planejamento de aes de

    educao crist. assim que ele se relaciona com o Plano de

    Ao Missionria (PAMI). Pois, no XXVI Conclio da Igreja em

    2008, o PECC foi aprovado como instrumento para a operacio-

    nalizao do eixo transversal educao crist do PAMI. Embora

    esteja relacionado ao PAMI, o PECC o transcende, pois, alm

    de ser instrumento de planejamento, ele oferece um referencial

    teolgico e pedaggico para o processo educativo.A primeira parte desta publicao apresenta o texto do

    PECC na ntegra. A segunda parte traz reflexes que ajudam

    na compreenso e implementao do PECC. Por fim, a terceira

    parte oferece um roteiro de estudos com sugestes de din-

    micas para o trabalho em grupos.

    O PECC instrumento de trabalho e orientao para a

    educao crist na IECLB. Ele quer dinamizar a educao crist

    e contribuir de forma efetiva para a concretizao da misso

    de Deus no mundo. Cuidar bem do bem da IECLB tambm

    zelar pela educao crist dos membros desde sua tenra idade.

    Nestor Paulo Friedrich

    Pastor Presidente

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    PLANO DEEDUCAOCRIST

    CONTNUADA IECLB

    Lutero traduziu a Bblia e escreveu

    catecismos exatamente com o propsito

    de educar o povo cristo e conduzi-lo

    maioridade na f (cf 1 Corntios 3.1s). [...]

    Pessoa crist deve saber por que cr e o

    qu. Em razo disso, formao teolgica

    no privilgio de uma classe especial, e,

    sim, causa popular.

    (BRAKEMEIER, G. Documento

    do Frum Nacional de Avaliao

    da Reestruturao da IECLB,

    2006, p. 44)

    PARTE 1:TEXTO DO PECC

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    A Igreja Evanglica de Confisso Luterana no Brasil (IECLB)

    tem como fundamentoo evangelho de Jesus Cristo na formadas Sagradas Escrituras do Antigo e do Novo Testamentos. A

    principal misso da igreja crist divulgar e testemunhar essa

    boa notcia. Isso acontece pela ao do Esprito Santo e em cum-

    primento ordem dada por Jesus, conforme Mateus 28.18-20.

    Jesus estabelece a prtica do Batismo e do ensino como

    parte do compromisso de fazer discpulos. Disso decorre uma

    caracterstica do ser igreja de Jesus Cristo: o compromisso coma educao crist. Para atender a esse compromisso responsa-

    velmente, a igreja promove diversas aes de educao na f

    para as diferentes fases da vida. O Plano de Educao Crist

    Contnua da IECLB (PECC) pretende afirmar a importncia da

    educao crist na misso da igreja e subsidiar suas diferentes

    instncias para avaliar e planejar as aes de educao crist.

    O PECC est alicerado no evangelho de Jesus Cristo,ancorado teologicamente no Batismo e a servio da misso de

    Deus no mundo. Nesse sentido, o PECC parte integrante do

    Plano de Ao Missionria da IECLB (PAMI) 2008 2012. No

    PAMI, a educao crist apontada como um eixo transversal

    que perpassa as quatro dimenses da misso: evangelizao,

    comunho, diaconia e liturgia. Dessas dimenses decorrem

    aes para a formao missionria.

    O PECC apresenta um referencial teolgico e um referen-

    cial pedaggico para orientar o planejamento e a execuo

    das aes educativas promovidas nas diferentes instncias da

    IECLB. O PECC quer ajudar todas as instncias da IECLB a iden-

    tificar as fragilidades e as nfases na formao dos membros.

    1. Introduo

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    Por isso necessria a elaborao de um diagnstico antes do

    planejamento das aes educativas. O planejamento, orientado

    pelas nfases e pelas lacunas indicadas no diagnstico, pode

    oportunizar um processo contnuo de educao crist para

    todas as fases da vida. O PECC oferece linhas orientadoraspara a educao crist; no entanto, as aes de educao

    crist precisam ser planejadas e executadas por cada instncia

    a partir de suas necessidades e atribuies.

    Uma das referncias do PECC so as Diretrizes da Poltica

    Educacional da IECLB, que oferecem princpios tericos para a

    educao crist na IECLB. Desse modo, tambm fica evidencia-

    do que o PECC faz parte de um processo histrico, conformeapresentado a seguir.

    2. Fatos da histria daeducao crist contnua na IECLB

    Desde a origem da IECLB, a educao componente es-

    sencial de sua misso. No caso particular da educao crist,

    ela vem sendo discutida intensamente nos ltimos trinta anos

    em diferentes fruns, como podemos constatar a seguir.

    Em 1973, houve uma profunda reflexo sobre o ensino

    confirmatrio. Decorrente dessa reflexo foi realizada umaConsulta sobre Educao Crist e Ensino Confirmatrio, que

    resultou na aprovao em Conclio de uma moo para imple-

    mentao do Catecumenato Permanente (1974). Na dcada

    de 1980, o Departamento de Educao e o Departamento de

    Catequese realizaram duas consultas sobre educao crist. Em

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    1990, como resultado dessas consultas, foi aprovado, por parte

    do Conselho Diretor da IECLB (CD), o documento intitulado

    Diretrizes de uma Poltica Educacional da IECLB. Outro marco

    importante para a educao crist na IECLB a aprovao em

    Conclio Geral do Ministrio Compartilhado (1994), enfati-zando osacerdcio geral de todas as pessoas que creem. Tal

    sacerdcio pressupe a educao crist contnua de todas as

    pessoas batizadas.

    Em 1996, o CD aprovou a criao do Frum Permanente

    de Educao e Formao. O Frum sofreu uma reestruturao

    em 1998, passando a ser denominado Comisso de Formao

    e Educao. Essa comisso promoveu a realizao de consultasnacionais, que resultaram em um novo documento sobre edu-

    cao na IECLB, denominado Diretrizes da Poltica Educacional

    da IECLB, aprovado pelo conselho da igreja na reunio de 21 e

    22 de novembro de 2003, que substitui o documento aprovado

    pelo CD em 1990.

    Em 2003, o Departamento de Catequese organizou o

    Frum Nacional de Ensino Confirmatrio, no qual se reno-vou o desafio de planejar uma Poltica de Formao Crist

    Continuada, luz do Batismo, para toda a IECLB. A partir

    de ento, ocorreram alguns encaminhamentos: constituio

    de um Grupo Coordenador de Educao Crist Contnua

    (2005); planejamento e realizao de trs seminrios nacio-

    nais de ECC (outubro de 2005, maio de 2006 e outubro de

    2007); constituio do Departamento de Educao Cristda IECLB DEC (2006); maior integrao entre o DEC e a

    Coordenao de Diaconia; deciso de elaborar um programa

    de educao crist.

    Ainda outros eventos se ocuparam com a questo da

    educao crist. Em 2005, a presidncia da IECLB promoveu o

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    Frum Nacional de Avaliao da Reestruturao da IECLB, que

    fez recomendaes relacionadas formao na igreja.

    Em 2006, foi realizado o Frum Nacional de Misso da

    IECLB, onde se fez uma avaliao do PAMI 2000-2007. Essa

    avaliao deu incio a um processo de planejamento do Plano deAo Missionria da IECLB (PAMI 2008-2012), que estabeleceu

    a educao crist, ao lado da comunicao e da sustentabili-

    dade, como seus eixos transversais.

    O XXV Conclio da Igreja em Panambi (2006) deu total

    apoio caminhada conjunta que os snodos e Secretaria Geral/

    Departamento de Educao Crist esto trilhando com vistas

    construo do programa de educao crist para todas asfases da vida a partir do Batismo.

    Observando o processo narrado acima, constata-se que a

    educao crist exige constante ateno por parte da igreja e

    que, em diferentes pocas e contextos, houve iniciativas com

    vistas a rever e dar maior nfase s aes de educao crist.

    E dentro desse processo histrico que ocorreram, recente-

    mente, trs seminrios nacionais de educao crist contnuana IECLB. Os seminrios contaram com a participao da Se-

    cretaria de Formao, do Departamento do Educao Crist,

    da Coordenao de Diaconia, de representantes sinodais e

    dos trs Centros de Formao Teolgica. O resultado desses

    trs seminrios a elaborao do Plano de Educao Crist

    Contnua. Portanto o PECC fruto de uma reflexo conjunta,

    de construo coletiva. O PECC como fruto desse processocoletivo est inserido nessa histria de constante renovao e

    procura de uma melhor articulao da educao crist na IECLB.

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    3. Objetivos do Planode Educao Crist Contnua

    Geral

    Orientar, teolgica e pedagogicamente, todas as instncias

    da IECLB na avaliao, no planejamento e na execuo de aes

    de educao crist para todas as fases da vida, com vistas ao

    melhor cumprimento da misso de Deus.

    Especficos

    Apresentar a fundamentao teolgica e pedaggica, as

    reas temticas e as formas de atuao que orientam o

    planejamento das aes de educao crist.

    Auxiliar na identificao de nfases e lacunas na educa-

    o crist, promovida pelas diferentes instncias.

    Identificar, a partir dos documentos normativos, as

    atribuies de cada instncia da IECLB relacionadas

    educao crist.

    Oferecer uma proposta pedaggica e indicar contedos

    para o planejamento das aes do eixo transversal edu-

    cao crist do PAMI 2008-2012.

    Auxiliar cada instncia da IECLB a estabelecer metas

    para a ECC.

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    A educao crist contnua encontra fundamentao teo-

    lgica na Bblia, no Batismo e na confessionalidade evanglica

    luterana.

    A Bblia indica parmetros e princpios ticos essenciais

    para uma educao baseada no agir educativo de Deus. Esse

    agir tem na ao de Jesus seu exemplo maior. O Batismo nos dado, graa de Deus, e compromete a comunidade a edu-

    car na f crist ao longo de toda a vida. A confessionalidade

    luterana tambm aponta para uma prtica educativa baseada

    na liberdade, na aceitao e na abertura para o dilogo e no

    sacerdcio geral de todas as pessoas que creem. A Bblia, o

    Batismo e a confessionalidade evanglica luterana contm os

    princpios bsicos que fundamentam e orientam o planeja-mento e a execuo de aes de educao crist propostas

    pelo PECC.

    4.1 Bblia e educao crist

    Educao como lembrana dos feitos de DeusA tarefa de educar mandamento que provm de Deus:

    Estas palavras que, hoje, te ordeno estaro no teu corao;

    tu as inculcars a teus filhos, e delas falars assentado em tua

    casa, andando pelo caminho, e ao deitar-te, e ao levantar-te

    (Deuteronmio 6.6-7). no convvio familiar que se ensinam e

    4. Fundamentao teolgicapara a educao crist

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    lembram os grandes feitos de Deus, mantendo e fortalecendo

    a confiana no Deus libertador.

    Ensinar os mandamentos, fazer discpulos e evangelizar

    um processo educativo que mantm viva a memria da ao

    divina e atualiza valores e princpios orientados na f em Deus.

    A prtica do amor

    O amor elemento bsico da existncia humana e da

    relao com Deus. Todos os mandamentos convergem para

    ele: Amars o Senhor teu Deus, de todo o teu corao, de

    toda a tua alma e de todo o teu entendimento... Amars oteu prximo como a ti mesmo (Mateus 22.37,39). O amor

    a Deus como entrega total implica confiana plena em Deus

    e agir tico a partir da observncia dos mandamentos. O

    amor ao prximo nos faz reconhecer que somos semelhantes,

    mutuamente dependentes e responsveis uns para com os

    outros. Educar para a prtica do amor despertar sentimentos

    de desprendimento, liberdade, compaixo, solidariedade. Oamor a si mesmo, nesse sentido, leva valorizao pessoal

    e autoestima, sem cair no egosmo, pois est vinculado ao

    amor ao prximo e a Deus.

    O servio como essncia crist

    Deus nos chama a servir na comunidade e no mundo. O

    servio (diaconia) uma caracterstica central da igreja e do

    ser cristo (Marcos 9.33-37;10.35-37). Servir uns aos outros

    ao comunitria. Diversos tipos de servio tornam possveis a

    promoo da vida e a edificao de comunidade.

    A educao crist servio de Deus entre ns, voltada para

    todas as pessoas, sem qualquer discriminao. Educar para o

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    servio anunciar o evangelho em palavra e ao, demons-

    trando, atravs da ao diaconal, a nossa f.

    A esperana vivida

    A prtica da esperana permite olhar para alm dos

    problemas e desencantos. Ela motiva e inspira a vivncia de

    um projeto de vida digna e justa. Nesse sentido, esperana

    atitude ativa, que exercita a promoo da dignidade humana

    e o servio ao prximo (Romanos 12.12-14).

    Educar para a esperana mostrar que ela inspirada na

    ao de Deus entre ns e experimentada no testemunho de

    f e de aes de justia.

    A reconciliao com Deus e com o prximo

    O pecado afasta-nos de Deus, mas Deus nos procura em

    amor e bondade e oferece-nos o perdo. Em Cristo, somos

    reconciliados com Deus (Romanos 5.11; 2 Corntios 5.18). A

    misericrdia de Deus a fonte da reconciliao.Educar para a reconciliao anunciar a misericrdia e o

    perdo de Deus. Esse anncio visa a atitudes concretas: reatar

    as relaes com Deus e as relaes com outras pessoas. A

    consequncia da reconciliao a paz.

    O dilogo e o respeito como expresso de unidade

    Uma comunidade crist plural por natureza. Como parte

    de um corpo, cada membro tem sua funo. A diversidade

    est baseada no princpio da complementaridade: todos os

    membros trabalham para que o corpo funcione (1 Corntios

    12.12-27). Preservar a unidade significa agir com respeito, va-

    lorizando cada pessoa no seu modo de ser. Tambm significa

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    apostar no dilogo como forma de aproximao e resoluo de

    conflitos. A unidade na igreja alcanada quando ouvimos as

    escrituras, interpretamos a tradio confessional e dialogamos

    como irms e irmos.

    Educar para o dilogo e o respeito anunciar e viver aunidade como dom gracioso de Deus, que somos chamados

    a receber e a preservar (Efsios 4.1-6).

    4.2 Batismo e educao crist

    O Batismo marca o incio da vida crist, e seu fundamentoencontra-se no ato salvfico de Deus atravs de Jesus Cristo.

    O Batismo expressa a autodoao de Deus, seu amor pelo ser

    humano, amor que na tradio luterana incondicional. O

    Batismo um ponto de partida no qual se assinala o incio de

    uma vivncia crist, de uma apropriao diria e contnua do

    que significa a promessa de Deus.

    O Batismo um presente de Deus, dado graciosamentea cada pessoa atravs da igreja. O Batismo afiana (indicativo)

    que Deus me e nos ama, que Deus enviou seu Filho para minha

    e nossa redeno e salvao.

    Esse presente vai sendo experimentado diariamente na

    vivncia pessoal, familiar e comunitria da f. Para isso, a

    pessoa que foi ou quer ser batizada (criana ou adulta), bem

    como os pais e padrinhos, necessitam de orientao, preparo,

    acompanhamento e formao. Conforme Mateus 28.18-20,

    os discpulos so enviados a todo o mundo com a misso de

    batizar e ensinar as pessoas. Portanto Batismo e educao

    crist esto intimamente relacionados. O Batismo celebrado

    na comunidade, a qual assume o compromisso de orientar e

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    educar a pessoa batizada na vivncia e no crescimento da f

    por toda a vida.

    Atravs do Batismo, cada pessoa integrada ao corpo

    de Cristo e chamada a exercer o sacerdcio geral de todas as

    pessoas que creem, conforme 1 Pedro 2.9. Pelo Batismo, queconcede a presena e a ao do Esprito Santo, cada pessoa

    torna-se capaz e digna para anunciar o Evangelho e testemu-

    nhar o amor de Deus.

    Uma das consequncias do sacerdcio geral que todas as

    pessoas batizadas so responsveis pelo ensino e pela aprendi-

    zagem na f. Pela graa de Deus e pela ao do Esprito Santo,

    crianas, adolescentes, jovens e adultos ensinam e aprendemno estudo da Palavra, na partilha, na convivncia, no servio

    ao prximo e nas celebraes.

    4.3 Confessionalidade

    e educao cristJustificao por graa e f

    Em Jesus Cristo, Deus revela-se ao mundo como aquele

    que, por sua misericrdia, resgata a criao toda e, em espe-

    cial, a dignidade humana. A oferta de sua graa e o dom da

    f, frutos do amor incondicional de Deus, dispensam a neces-

    sidade de retribuio, pois a ao de Deus antecede qualquer

    inteno humana.

    O amor e a graa de Deus desafiam o educar para a acei-

    tao, para a abertura e o dilogo que buscam a dignidade

    individual e comunitria atravs da justia social e econmica

    e o zelo pela integridade de toda criao.

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    A liberdade crist

    A liberdade crist no uma conquista humana, mas fruto

    da ao de Deus entre as pessoas. Cristo faz de ns pessoas

    livres para viver o amor de Deus de uma forma responsvel acada dia.

    A pessoa crist est sob o amor e a graa de Deus que,

    por gratido alegre, se sente convocada a agir em favor dos

    outros. A pessoa crist sabe que no senhora de sua vida,

    mas que Cristo seu Senhor. Assim sendo, ela livre para fazer

    escolhas com discernimento e critrio.

    Educar na perspectiva da liberdade crist promover umaeducao que avalia constantemente o processo educativo na

    inteno de evitar qualquer forma de imposio ou constran-

    gimento no ensino do evangelho.

    Sacerdcio geral de todas as pessoas que creem

    Deus chama por intermdio de Jesus Cristo e envia seus

    seguidores a pregar o evangelho. O sacerdcio geral de todas

    as pessoas que creem o ministrio de Jesus confiado a cada

    pessoa no Batismo e a cada comunidade que professa Jesus

    como Senhor e Salvador.

    O sacerdcio geral de todas as pessoas que creem tem rela-

    o direta com a compreenso do ministrio compartilhado na

    IECLB. Por meio dele, as pessoas, a partir dos dons recebidos do

    Esprito Santo e do chamado ao discipulado, exercem atividades

    distintas na promoo do evangelho. As diferentes funes e

    atividades exercidas devem ser vistas como servio em favor

    do testemunho do reino de Deus e da integridade da criao.

    Nesse sentido, o sacerdcio geral exige tambm o exerccio da

    cidadania e a compreenso de que a responsabilidade social e

    poltica exercida por cada pessoa em conjunto com outras.

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    Educar na perspectiva do sacerdcio geral de todas as pes-

    soas que creem desafia promoo de um processo de ensino

    e aprendizagem participativos, em que todos so responsveis

    pela comunicao do evangelho a todas as pessoas. Ao mes-

    mo tempo, esse sacerdcio cria uma comunidade de iguais,sem negar as diferenas, estimulando relaes de parceria e o

    protagonismo nos processos de ensino e aprendizagem.

    5. Fundamentao pedaggica

    Toda experincia educativa tem em sua base uma pro-posta pedaggica, pois a ao a ser realizada tem em si uma

    intencionalidade, mesmo que essa, s vezes, esteja oculta ou

    subentendida.

    A pedagogia o conjunto de ideias, princpios, doutrinas,

    mtodos que orientam uma ao educativa. Ela o resultado

    da reflexo e da sistematizao da ao de educar. E, por ser

    resultado da reflexo sobre o ato de ensinar-aprender, a pe-dagogia est constituda de ideais e concepes de mundo,

    de sociedade, de pessoa e de educao, seja na dimenso do

    ensino, seja na de aprendizagem.

    O dilogo teologia-pedagogia contribui para que o proces-

    so de planejamento, execuo e avaliao do ensino, no campo

    da educao crist, possa ser refletido, inovado, reconstrudo

    com vistas formao de sujeitos que esto em permanente

    condio de aprendizes na f crist.

    A educao crist tem como referncia a ao pedaggica

    de Jesus. Ele educava atravs de gestos e palavras. Partia da

    experincia de vida (Joo 4.1-30); contava histrias (Marcos

    4.2); questionava leis, tradies e posies estabelecidas (Joo

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    8.1-11); recebia ou ia ao encontro das pessoas marginalizadas

    (Marcos 10.13-16; Lucas 19.1-10); caminhava com seus disc-

    pulos (Lucas 24.13-35) e tinha abertura para dialogar com as

    outras pessoas e delas aprender (Marcos 7.24-30). Tambm

    suas curas tinham aspectos educativos. Deixava as pessoasmanifestarem sua vontade (Marcos 10.46-52); derrubava

    preconceitos (Marcos 5.25-34); valorizava a atitude de f das

    pessoas (Marcos 2.1-12).

    As primeiras comunidades crists assumiram a misso

    de educar com muita coragem e criatividade (Atos 8.26-40).

    Desde ento, a igreja prioriza a educao crist, capacitando

    as pessoas para atuar na misso de Deus no mundo e paraexercer plenamente o sacerdcio geral.

    A confessionalidade luterana, em dilogo com a pedago-

    gia, tambm d indicativos para a ao pedaggica na edu-

    cao crist. A partir do amor gracioso e libertador de Deus, a

    educao baseada na confessionalidade luterana inclusiva e

    promove a participao efetiva de todas as pessoas envolvidas

    no processo educativo; valoriza cada ser humano; preserva suaindividualidade e desperta para o compromisso cristo.

    Na realidade atual, cresce a necessidade de uma educao

    que considere o ser humano em sua totalidade. Essa proposta

    de educao funda novos olhares, que entendem o ser humano

    integrado no s com o outro, mas tambm com o planeta.

    Nesse sentido, parece-nos que as novas compreenses, que

    pensam o ser humano em sua integralidade, so necessriaspara que o processo educativo seja significativo.

    nessa perspectiva que o PECC apresenta a definio

    de educao crist contnua (5.1) e destaca um conjunto de

    indicativos metodolgicospara a educao crist (5.2).

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    5.1 Conceitos e definies

    Educao

    A educao um processo de ensino e aprendizagemque est em permanente transformao. Ela transformada

    pela ao do ser humano e produz transformaes nos que

    dela participam. A educao envolve toda a vida das pessoas

    e est relacionada aquisio, elaborao e produo de

    conhecimentos, sensibilidades, valores, prticas e atitudes.

    Educao cristEducao crist um processo pessoal e comunitrio de

    aprendizagem dos contedos da f. Ela acontece na famlia e

    na comunidade e reflete-se nas aes e atitudes do dia a dia,

    que a vivncia crist no mundo. A educao crist no acon-

    tece de uma s vez, mas vai sendo construda e compreendida

    conforme as perguntas e as preocupaes de cada fase da vida,

    de forma contnua e permanente.A famlia e a comunidade tm um compromisso com a

    educao crist a partir do Batismo. Na famlia, a educao

    crist acontece na convivncia diria: momentos de orao

    familiar nas refeies, leitura da Bblia, narrao de histrias

    bblicas para as crianas, participao nos diferentes grupos

    da comunidade. Na comunidade, os contedos de educao

    crist so oferecidos e vivenciados em diferentes espaos de

    aprendizagem. O espao de aprendizagem comum a todas as

    pessoas luteranas o culto comunitrio. O culto o centro da

    vida comunitria e da f. Mas h tambm outros espaos de

    aprendizagem que atendem necessidades, contextos e pblicos

    especficos: grupos de crianas, ensino confirmatrio, grupos

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    de jovens, grupos de estudo bblico, grupos de OASE, grupos

    de casais, entre outros.

    O PECC, ao apresentar orientaes para o planejamento

    da educao crist, ajuda no fortalecimento das aes educa-

    tivas nos grupos j constitudos e tambm na ampliao dasaes de educao crist, buscando atingir novos pblicos.

    A interao entre os diferentes grupos da comunidade pode

    fortalecer o processo contnuo de aprendizagem.

    Educao crist contnua

    Educao crist contnua auxilia no processo de desenvol-vimento integral e contnuo, que desperta e alimenta a f e

    intervm na maneira como as pessoas vivem o dia a dia (seus

    modos de expresso, suas escolhas, suas aes etc.). Esse

    processo acontece atravs da apropriao, da elaborao e da

    produo de conhecimentos, sensibilidades, valores e prticas,

    com base nos fundamentos da f crist, conforme Lutero: Jesus

    Cristo, Escritura, F, Graa.Por desenvolvimento integral e contnuo entende-se,

    pois, a educao que considera as diferentes dimenses da

    personalidade (cognio afetividade atitude) e as diferentes

    fases de desenvolvimento da vida humana, porque acontece

    ao longo de toda a vida. A educao crist contnua estabe-

    lece princpios, compromissos e desafios para a educao, em

    permanente dilogo com a f crist.Para que essa educao crist seja contnua, as diferentes

    instncias da igreja elaboram o seu planejamento de tal for-

    ma que oportunize e provoque a reflexo sobre as dvidas e

    perguntas relacionadas f crist, que vo surgindo ao longo

    da vida.

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    5.2 Indicativos metodolgicos

    A educao faz parte da vida e acontece em diferentes

    espaos e de diferentes maneiras. Na igreja, a prtica edu-

    cativa oportuniza aos membros a educao contnua na f,capacitando-os vivncia missionria de seu sacerdcio cristo.

    As pessoas buscam respostas para suas dvidas, consolo

    para suas aflies, orientao para sua vida. Elas aprendem

    de diversas maneiras. Existem vrias metodologias que podem

    orientar o processo educativo. No h um nico mtodo a ser

    seguido por todos ou que sirva a todos. Cada contexto exige

    uma metodologia. necessrio planejar as aes educativas apartir de cada realidade. Mas h alguns indicativos que orien-

    tam o processo de ensino e aprendizagem. So eles:

    Valorizar a experincia de vida das pessoas

    O dilogo sobre as vivncias dirias das pessoas contribui

    para a compreenso da palavra de Deus. Ao ler ou estudar

    um texto bblico em grupo, pode-se motivar as pessoas a falarsobre suas experincias pessoais. Dessa forma, o conhecimento

    sobre a palavra de Deus no transmitido de uma pessoa para

    outra, mas construdo atravs do dilogo e da partilha, em

    que todas as pessoas podem contribuir com sua experincia

    de vida.

    Concretamente, a valorizao da experincia de vida acon-

    tece quando as pessoas tm espao e sentem-se vontadeno grupo para contar o que est acontecendo com elas: suas

    alegrias, suas tristezas, seus sonhos e suas preocupaes. O

    desafio relacionar essas experincias com o estudo da palavra

    de Deus, buscando nela orientao para a vida.

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    Envolver todo o corpo

    Educao crist envolve todo o ser e passa por todos os

    sentidos. Ou seja, a educao tambm acontece atravs de

    gestos, smbolos, expresso corporal. As diferentes formas de

    comunicao podem ser usadas nos encontros, nas celebraes enos cultos para ampliar e diversificar as possibilidades de reflexo

    sobre os contedos da f. A Ceia do Senhor um exemplo em

    que todo o corpo envolvido na aprendizagem de que Deus

    vem ao nosso encontro. A comunidade reunida, o movimento

    de ir com outros ao altar, o cheiro, a cor e o gosto da uva e do

    po, o sentimento de comunho e incluso, tudo isso revela e

    expressa a graa e o amor de Deus.

    Despertar a capacidade criativa de cada pessoa

    Deus nos criou sua imagem e semelhana (Gnesis 1.27),

    dando-nos a capacidade de criar. A educao crist desperta a

    criatividade das pessoas quando trabalha a partir de diferen-

    tes linguagens. A msica, o teatro, as artes plsticas e outras

    atividades artsticas contribuem para o processo educativo.Essas formas de ensinar e aprender possibilitam que as pessoas

    descubram e desenvolvam suas potencialidades.

    Humanizar a educao atravs da alegria

    As pessoas gostam de estar em ambientes alegres e que

    lhes do prazer. O ato de brincar oportuniza s pessoas o au-

    toconhecimento e o conhecimento do outro em sua verdadeira

    essncia. Ele amplia a capacidade humana de viver coletiva-mente. Nesses espaos, o contedo da educao crist traduz-

    se em gestos, expresses, jeitos, canto e dana. Ambientes

    assim propiciam a criatividade, a liberdade, a solidariedade, o

    crescimento individual e grupal. Nesse sentido, a brincadeira

    e a alegria humanizam a educao.

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    Dialogar com liberdade sobre dvidas e perguntas

    Durante toda a vida, h diferentes situaes que preocu-

    pam e geram dvidas e perguntas. Uma maneira de promover

    a educao crist abrir espaos para que as pessoas possam

    expressar suas dvidas, conversar sobre elas e buscar orien-tao no dilogo com outras pessoas, bem como na leitura

    e no estudo da Bblia. Quando crianas sentem um clima de

    confiana e respeito, elas fazem perguntas, porque sabem que

    sero ouvidas e atendidas. Essas perguntas levam as pessoas

    adultas a refletir sobre as questes levantadas, motivando o

    dilogo e a busca por respostas. Nesse processo educativo,

    todos contribuem, aprendendo e ensinando.

    Servir ao prximo

    A ao diaconal contribui para a educao crist, e a

    educao crist fortalece a ao diaconal. O estudo da pala-

    vra de Deus fundamenta a prtica do servir ao prximo e, ao

    mesmo tempo, as experincias diaconais enriquecem a reflexo

    em torno da palavra de Deus. A palavra de Deus fortalece eencoraja para ir aos lugares onde esto os mais fracos e mar-

    ginalizados, l onde a misria grita mais alto. Afinal, Deus est

    l, preferencialmente, e chama pessoas para ali servir. Esse

    servio que brota da palavra de Deus tambm transforma.

    Transforma quem serve, quem servido e as situaes que

    causam sofrimento e injustia.

    Valorizar o processo e o caminhopercorrido individualmente

    Cada pessoa nica e compreende o mundo ao seu redor

    a partir de suas experincias de vida. Na experincia educativa,

    os processos de aprendizagem so diversos, e o conhecimen-

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    to construdo individualmente na interao com as outras

    pessoas, na pesquisa individual e coletiva, na exposio de um

    contedo. Cabe a quem ensina respeitar e valorizar o caminho

    percorrido por cada pessoa.

    Planejar as aes educativasde forma flexvel e aberta

    O planejamento faz parte da vida humana em todos os

    aspectos e tambm assim quando se trata da educao crist.

    O planejamento possibilita que a convivncia em comunidade

    seja construda e refeita. O prprio ato de planejar educativo,

    pois pressupe o conhecimento, a participao, o dilogo, orespeito aos diferentes processos de aprendizagem das pessoas

    envolvidas. Nesse sentido, o planejamento precisa ser flexvel

    e sensvel s situaes locais, s preocupaes e necessidades

    do grupo, s intervenes das pessoas envolvidas na ao

    educativa.

    Avaliar a caminhada

    A avaliao no acontece s no final da ao educativa,mas durante todo o processo. Ela auxilia a perceber at onde

    os objetivos foram alcanados e aponta elementos para reor-

    ganizar e planejar as prticas educativas. A educao enten-

    dida como um processo pressupe a participao de todas as

    pessoas tambm no ato de avaliar. Nesse sentido, a avaliao

    educa porque reconhece todas as pessoas como sujeitos da

    ao educativa.Por entender a educao crist como um processo que

    se estende por toda a vida e permite um desenvolvimentointegral, os quatro pilares da educao indicados pela UNES-CO podem ser considerados no planejamento e execuo dasaes de educao crist.A Organizao das Naes Unidas

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    para a Educao, a Cincia e a Cultura (UNESCO) entende aeducao como forma de promover o desenvolvimento hu-mano. Cada pessoa sujeito na construo de competnciase habilidades que lhe permitem alcanar o desenvolvimento

    pleno e contnuo. Os quatro pilares so:Aprender a conhecer visa o domnio dos prprios instru-mentos do conhecimento, para que o ser humano aprenda acompreender o mundo que o rodeia.

    Aprender a fazer engloba experincias espontneas,ensinando a pr em prtica os conhecimentos atravs decomportamentos eficazes e da capacidade de discernimentoe criatividade.

    Aprender a viver com os outros reflete sobre a diver-sidade, as semelhanas e a interdependncia entre os sereshumanos e a capacidade de cooperao de cada pessoa.

    Aprender a ser leva em conta a pessoa integral, de-senvolvendo a identidade e os talentos da pessoa a partir doautoconhecimento, da autocompreenso, da imaginao, dacriatividade, da liberdade de pensamento, dos sentimentos e

    da capacidade de discernimento.Os indicativos metodolgicos e os quatro pilares da

    UNESCO apontam para um processo educativo dinmico,que pode ser questionado e transformado. Essa abordagemmetodolgica favorece uma educao integral que considerao ser humano em todas as suas dimenses e fases da vida. Aeducao crist orientada por esses indicativos metodolgicos

    pressupe que as pessoas envolvidas no processo educativosintam-se co-responsveis pela aprendizagem na f.

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    6. reas temticas

    As reas temticas do PECC apresentam temas de estudo

    que servem de base para o planejamento das aes de educa-o crist. As quatro reas temticas consideradas prioritrias

    no PECC so Bblia, confessionalidade, misso e contextos.

    Na rea temtica Bblia, so apontados critrios que ajudam

    na leitura e interpretao da Sagrada Escritura. Na confes-

    sionalidade,so destacados critrios teolgicos da confisso

    luterana. Na misso,so relacionadas as quatro dimenses da

    igreja missionria conforme o PAMI 2008-2012. Na rea te-

    mtica contextos, so apresentados temas do contexto social,

    poltico, econmico, cultural e religioso, que perpassam a vida

    pessoal e comunitria.

    6.1 Bblia

    A Bblia encontra-se entre os fundamentos da f crist.Ela no apenas um entre tantos outros livros de histrias,

    reflexes e oraes, mas a Escritura Sagradada f crist. Ela

    a palavra de Deus. Atravs dela, Deus fala, manifesta sua

    vontade e convida pessoas a uma deciso. Sua inteno no

    apenas informar, mas sobretudo despertar e sustentar a f,

    a esperana e o amor. Ela orienta a f, as decises e a conduta

    da igreja toda e de seus membros em particular. A Bblia mostra

    e define o que significa ser uma pessoa crist. Educao crist

    contnua pressupe, portanto, formao bblica e s pode

    ser imaginada com ela. A formao bblica busca promover a

    edificao pessoal e comunitria, a transformao de mentes

    e de estruturas e a vivncia plena do ser cristo.

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    Dentre os critrios dessa rea temtica destacam-se os

    seguintes:

    a) O conhecimento bblico

    A Bblia uma verdadeira biblioteca, ou seja, um livrocom uma quantidade extraordinria de contedos. Muitos

    deles, alm de estar na base de nossa f, esto tambm na

    base de nossa cultura, de nossos princpios e de nossas tradi-

    es. Nossas comunidades devem ser auxiliadas a ampliar seu

    conhecimento bblico.

    b) A formao da BbliaA Bblia no um livro que caiu do cu. Ela possui umahistria de formao que vem sendo pesquisada ao longo dos

    anos. Quem sabe como surgiram os livros da Bblia e como

    se formaram o Antigo e o Novo Testamentos possui uma fer-

    ramenta preciosa em suas mos para tornar a Bblia um livro

    mais familiar e mais prximo de sua realidade.

    c) O contexto da Bblia

    Algumaspartes da Bblia foram redigidas trs mil anosatrs, e as partes mais recentes, h quase dois mil anos. No

    apenas o contexto histrico da Bblia diferente do nosso,

    mas tambm seus contextos geogrfico, cultural, econmico

    e religioso. Mesmo que a Bblia contenha uma mensagem uni-

    versal e para todos os tempos, preciso conhecer o contextoem que ela se formou, para entender o impacto de seus textos

    sobre nossa realidade.

    d) Mtodos de interpretao da Bblia

    Algumas pessoas interpretam a Bblia exatamente como

    est escrita, sem olhar para o contexto. Outras ainda a inter-

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    pretam a partir de um enfoque ou realidade especfica ou a

    partir de seus prprios interesses. Por isso necessrio ofere-

    cer e exercitar mtodos de interpretao bblica, para que as

    pessoas aprendam a colocar a Bblia e a realidade em dilogo

    constante, num contexto comunitrio, celebrativo e de orao.

    6.2 Confessionalidade

    A IECLB herdeira do movimento de Reforma da Igreja no

    sculo XVI. Naquela poca, os reformadores quiseram reforar

    que pertenciam santa, apostlica, universal e una igreja, firma-

    dos no ensinamento dos apstolos que pregavam a boa-novada salvao em Cristo. A IECLB, junto com outras igrejas de

    confisso evanglico-luterana, tem critrios que marcam sua con-

    fessionalidade e que so determinantes para a educao crist.

    Destacam-se os seguintes critrios:

    a) Salvao somente por graa, mediante a f

    Em Cristo, Deus mesmo nos torna justos e nos d a sal-vao. Deus nos reconcilia consigo no pelo mrito de nossas

    obras, mas por graa. pela f na ao de Cristo em nosso

    favor que podemos alcanar a paz. Da f na salvao, que no

    depende de nossas obras, brotam a alegria e a gratido, que

    se manifestam nas atitudes em favor do prximo.

    b) Liberdade crist

    Como pessoas livres, podemos cooperar para transformar

    este mundo. Educao crist na f acentua o duplo sentido da

    liberdade crist: a f nos faz livres deter de construir a prpria

    salvao, pois confiamos na salvao que vem de Deus. E a f

    nos faz livres paraagir em favor da vida em abundncia para

    toda a criao.

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    c) Existncia sob a cruz

    Essa existncia nos aproxima de um Deus que amor e

    misericrdia. Viver como discpulo e discpula perceber a pre-

    sena e a proximidade de Deus onde ele parece estar ausente.

    entender que no somos ns que encontramos Deus, mas ele que nos encontra em nossa solido e desespero. Educa-

    o crist ajuda a compreender que viver sob a cruz de Cristo

    possibilita que nos conheamos inclusive como nem sempre

    queremos.

    d) Somos justos e pecadores

    Quando somos vistos a partir da obra que Deus realizoupor ns e em ns, somos justos. No Batismo, fomos marcados

    com o sinal que liberta do pecado e da culpa. Porm ainda

    vivemos sob a influncia do mal que reina neste mundo. Paulo

    expressou essa realidade assim: No fao o bem que prefiro,

    mas o mal que no quero, esse fao (Romanos 7.19). Por isso

    existncia crist s possvel onde h confisso e absolvio

    dos pecados diariamente. A confisso de pecados e o perdode Deus alimentam nossa alegria de viver.

    e) Sacerdcio geral de todas as pessoas que creem

    As pessoas precisam de orientao fundamentada no

    evangelho para suas buscas pelo sentido da vida. Isso, por sua

    vez, no resulta em f individualista, mas conduz a algo que

    uma caracterstica fundamental da IECLB e nas outras igrejas

    luteranas e que parte essencial da educao crist contnua:

    o sacerdcio geral de todas as pessoas que creem. A igreja

    de Cristo quer membros do corpo de Cristo com maturidade

    de f, de sorte que permita a cada membro ler e interpretar

    a Bblia com liberdade e saber testemunhar a esperana que

    tem (1 Pedro 3.15).

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    6.3 Misso

    A misso obra de Deus. Ele o doador e o executante

    da tarefa. A misso um dom da graa de Deus. No depende

    da igreja e tampouco do ser humano. Ambos so instrumen-tos do agir de Deus em favor de seu mundo. Essa forma de

    entender a misso faz de cada pessoa e da comunidade toda

    testemunhas do evangelho, que abraam a f e promovem a

    paz na terra. A misso de anunciar e viver o evangelho no

    um programa ou uma tarefa entre outras. Misso faz parte da

    prpria compreenso do povo de Deus presente na realidade,

    na qual convocado a ser o evangelho da paz.A misso e a educao crist esto inter-relacionadas. A

    educao crist acontece em funo da misso, e, ao mesmo

    tempo, a misso objeto de estudo da educao crist. A

    igreja prioriza a educao crist, capacitando as pessoas para

    cooperar na misso de Deus no mundo e para exercer plena-

    mente o sacerdcio geral.

    Conforme o Plano de Ao Missionria da IECLB 2008-

    2012, a evangelizao, a comunho, a diaconia e a liturgia so

    as quatro dimenses da misso, que no caso do PECC so

    apontadas como contedos de estudo da educao crist.

    a) Evangelizao

    A evangelizao concentra-se na exposio explcita e in-

    tencional do evangelho, visando a uma resposta pessoal de fe ao ingresso no discipulado cristo vivido em comunidade. O

    objetivo maior da evangelizao que o ser humano se deixe

    cativar pelo Deus que cria, reconcilia e salva.

    Por realizar majoritariamente o Batismo de crianas, o

    compromisso de evangelizar as pessoas batizadas ainda

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    maior, pois quem foi despertado para a f deve receber ins-

    truo confivel e prtica sobre como viver a f no dia a dia. A

    igreja precisa ocupar-se com o ensino das formas elementares

    da espiritualidade crist: a prtica da orao e da leitura e

    meditao da Bblia.A evangelizao cabe comunidade local. Para que

    ela acontea, preciso que seus membros sejam orienta-

    dos sobre os elementos fundamentais da f e da doutrina

    e capacitados para o testemunho do evangelho nas mais

    diversas situaes.

    b) ComunhoA igreja que brota da ao missionria e redentora de Deus

    tem a comunho em sua essncia. A edificao de comunida-

    des missionrias em nosso meio passa pela conscientizao de

    que o evangelho proclamado vai refletir a comunho comuni-

    tria. O jeito de ser da comunidade (acolher, integrar, incluir,

    valorizar, cuidar) tem um grande impacto missionrio.

    A comunidade voltada para o objetivo de vivenciar acomunho est disposta a refletir sobre como se estabelece

    a interao entre as pessoas, como so tomadas as decises,

    como oportunizada a participao dos membros.

    c) Diaconia

    Em Jesus Cristo, Deus veio ao mundo e serviu s pesso-

    as, principalmente quelas em situao de maior fragilidade.

    Com isso Deus nos mostrou um jeito de ser e de viver nossa

    f, baseado no amor e no servio ao prximo. Por isso educar

    as pessoas na f crist tambm educ-las para a diaconia.

    Educar para a diaconia despertar para o amor mtuo

    e para o servio, valorizando integralmente todas as pessoas

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    crianas, jovens, adultas e idosas , motivando-as a servir

    conforme seus dons.

    Educar para a diaconia educar para a solidariedade, apro-

    ximando-se das situaes e da vida das pessoas e colocando-se

    a seu lado, sem tirar delas a responsabilidade por sua vida.Educar para a diaconia sensibilizar o olhar para a reali-

    dade, levando em conta o contexto em que as pessoas vivem,

    seus costumes e formas diversas de reagir frente vida.

    Educar para a diaconia educar para a paz, para a incluso

    e para a dignidade,ensinando um jeito pacfico de resolver

    conflitos e oportunizando a convivncia com o diferente.

    Educar para a diaconia educar para um olhar crtico dasestruturas de poder que ameaam a vida,denunciando situa-

    es e poderes que geram opresso, marginalizao e morte,

    e anunciando a proposta de vida a partir da misericrdia e da

    justia de Deus.

    d) Liturgia

    Liturgia o jeito como realizamos nosso culto. E a liturgiaest diretamente ligada identidade confessional da pessoa,

    a seu sentimento de pertencer a uma comunidade de f, que,

    por sua vez, est inserida num contexto mais amplo de igreja.

    A liturgia expressa uma teologia em palavras, em gestos, em

    aes, em smbolos, em obras de arte e em organizao do

    espao cultual.

    Conhecer as partes da liturgia, sua histria, sua razode ser e seu contedo ajuda a fortalecer a identidade e a dar

    sentido ao ato de celebrar. Dentre os contedos que compem

    a dimenso da liturgia, destacam-se:

    As partes da liturgia A liturgia composta de diferentes

    partes, com significados e funes especficas. Reconhecer

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    essas partes e saber sua origem e sua funo auxilia na parti-

    cipao mais efetiva da comunidade nas celebraes.

    Vestes, smbolos e gestos na liturgia A liturgia faz uso

    de smbolos e de gestos cujo significado original, em geral,

    bblico. Criar espaos para a comunidade refletir sobre essessignificados fortalece a f e a identidade crist-luterana.

    O calendrio litrgico e as cores litrgicas O calendrio

    litrgico, com suas cores e smbolos, proporciona uma cons-

    tante experincia com o evento salvfico pela repetio ano

    aps ano.

    A Ceia do Senhor comunidade crist deve ser oportuni-

    zado o estudo da compreenso da Ceia do Senhor, ampliandomais o sentido da ao de graas, comunho e da diaconia na

    Ceia do Senhor.

    O lugar litrgico A IECLB possui critrios para a cons-

    truo e reforma de igrejas. Conhecer esses critrios auxilia a

    avaliar aspectos do lugar litrgico, que podem ser melhorados

    para que a arquitetura local favorea a liturgia, suas aes e

    seu contedo.

    6.4 Contextos

    O contedo da proclamao do evangelho o mesmo em

    todos os tempos e lugares. No entanto, esse contedo preci-

    sa ser atualizado para o contexto no qual as pessoas vivem.

    Por contexto entende-se a realidade na qual as pessoas estoinseridas. A realidade agrega vrias dimenses que compem

    o contexto: dimenses social, poltica, econmica, religiosa e

    cultural. O contexto o conjunto dessas dimenses. Esse con-

    junto molda e influencia a compreenso que cada pessoa tem

    do mundo, do evangelho e de si mesma e, ao mesmo tempo,

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    cada pessoa molda e influencia o contexto em que vive. O

    contexto , portanto, uma referncia metodolgica que deve

    fazer parte do planejamento das aes de educao crist.

    Alm de ser um referencial metodolgico, o contexto

    oferece temas para serem estudados. A igreja deve ocupar-se com os temas que fazem parte da vida das pessoas e

    da comunidade. Olhar para o contexto e refletir sobre ele,

    orientado pela palavra de Deus, ajuda na definio da tarefa

    missionria da igreja. Por isso imprescindvel que as aes

    de educao crist propostas em todas as instncias da IECLB

    contemplem o estudo de temas que perpassam a vida pes-

    soal e comunitria nos contextos social, poltico, econmico,cultural e religioso.

    a) Contextos social, econmico e poltico

    A mensagem da igreja perdeu foras na orientao

    da sociedade em seus traos fundamentais. A socieda-

    de construiu fundamentos que dispensam a palavra das

    igrejas e das demais instituies religiosas. O modelo eco-nmico determina, em grande parte, as relaes sociais,

    contribuindo para a desigualdade que gera uma multido

    de subempregados e empobrecidos. O poder poltico,

    aliado ao poder econmico, numa associao perversa,

    resulta num quadro de corrupo crnica e generalizada.

    Os efeitos desse modelo de desenvolvimento tambm so

    sentidos no meio ambiente. A natureza sofre as dores doprogresso a qualquer preo.

    Diante desse quadro social e econmico, que se guia pela

    lgica da excluso da maioria, a igreja crist precisa identificar

    espaos onde possvel colocar sinais do reino de Deus no

    mundo.

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    Compreender como a sociedade funciona, organiza-se e

    quais as relaes de poder que se estabelecem ajuda a identi-

    ficar o contexto de atuao missionria.

    b) Contexto cultural

    O evangelho no se confunde com a cultura, mas essa a

    condio necessria para a sua encarnao. Por isso preciso

    compreender a cultura para manter a fidelidade dinmica da

    encarnao da palavra de Deus.

    A sociedade ps-moderna tem traos culturais peculiares.

    A diversidade cultural cada vez mais explcita no mundo glo-balizado. No entanto, o gnero, a raa, a etnia, a religio, a

    orientao sexual e at mesmo a lngua tm sido usadas como

    base para excluir pessoas.

    Outros elementos que caracterizam a cultura ps-moderna

    so a ausncia de limites, a necessidade de um consumo exage-

    rado, a busca do prazer a qualquer preo e a supervalorizao

    da esttica em detrimento da tica. Isso demonstra uma crisede referncias que produz um ser humano cada vez mais frgil

    e dependente de fatores externos.

    Essa sociedade multicultural exige da f crist um constan-

    te exerccio de amor e tolerncia frente diversidade. E, por

    outro lado, pede um profundo compromisso com o evangelho

    encarnado, que se contrape a todas as situaes que oprimem

    e tolhem a liberdade das pessoas.

    c) Contexto eclesial e religioso

    A lgica do mercado tambm est presente no contexto

    religioso. Se em tempos idos as instituies religiosas faziam os

    indivduos dobrarem os joelhos, na sociedade contempornea,

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    marcada fortemente pelo individualismo, as instituies reli-

    giosas vm sendo foradas a se dobrar diante de necessidades

    dos indivduos. crescente a busca por experincias religio-

    sas que fogem da mensagem de um Deus crucificado. Essas

    experincias prendem-se ao aqui e agora e desconsideram aesperana crist.

    Essa lgica apropriada pela religio afeta as igrejas tradi-

    cionais. Por isso a IECLB precisa articular e traduzir a reflexo

    teolgica para dentro da realidade encarnada.

    O estudo e a compreenso do contexto religioso devem

    apontar para a necessidade de fortalecer a f e de aprofun-

    dar o conhecimento sobre a IECLB, sua doutrina e estrutura,reforando o compromisso com a proclamao do evangelho.

    A misso de Deus no mundo acontece em diferentes con-

    textos. A IECLB chamada a assumir sua tarefa missionria na

    realidade social, poltica, econmica, cultural e religiosa brasilei-

    ra. Isso implica reconhecer-se como parte dessa realidade, com

    um papel importante no anncio do reino de Deus. Ela precisa

    olhar para sua histria no pas, reconhecer o seu potencial ecle-siolgico e teolgico e traduzi-lo para o lugar especfico onde

    cada pessoa vive e testemunha sua f de confisso luterana.

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    7. Formas de atuaoAs formas de atuao so meios pelos quais as instncias

    da IECLB oferecem os contedos da educao crist a todas

    as pessoas. O PECC indica trs formas prioritrias de atuao

    para o planejamento das aes de educao crist: articulao,

    publicao de materiais e formao. As formas de atuao,

    junto com as reas temticas, podem operacionalizar e orientar

    o planejamento das aes de educao crist.

    A partir da relao entre PECC e PAMI, essas trs formas

    de atuao so instrumentos para o planejamento das aes

    do eixo transversal Educao Crist do PAMI 2008-2012.

    A articulao implica reconhecer as necessidades narea da educao crist, apontar e definir as prioridades,

    decidir quais sero as iniciativas, promover a comunica-

    o, providenciar os recursos financeiros e organizar um

    planejamento com metas e prazos. A articulao apoia e

    viabiliza a elaborao de materiais e a formao.

    A partir da articulao, a publicaode materiaisimpli-ca elaborar, organizar, compilar e publicar materiais que

    atendam s necessidades locais, sinodais ou nacionais.

    Tambm a partir da articulao, a formao implicapromover e realizar seminrios e encontros de capaci-

    tao de lideranas e de formao bsica para todos

    os membros.

    8. Atribuies diante do PECC

    O Plano de Educao Crist Contnua quer orientar e aju-

    dar as instncias da IECLB na avaliao, no planejamento e na

    conduo das aes de educao crist, conforme o Art. 6,

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    incisos III e IV da Constituio da IECLB (III promover o ensino,

    a misso e a diaconia; IV proporcionar o aprofundamento

    teolgico e o crescimento espiritual nas Comunidades). Cada

    uma das instncias tem atribuies e responsabilidades quanto

    formao crist dos membros. Os documentos normativosda IECLB permitem identificar as atribuies em termos de

    educao crist contnua.

    Comunidade

    Segundo o artigo 9 do Regimento Interno da IECLB, inci-

    sos I e III, compete Comunidade: criar, planejar e viabilizar

    setores de trabalho para atender sua responsabilidade com(...) a catequese, a evangelizao e a misso; promover meios

    necessrios formao evanglico-luterana dos batizados.

    Ainda, segundo Nossa F Nossa Vida (p. 8, 4.ed., 2005),

    objetivo da comunidade promover o ensino e a formao

    evanglico-luterana das pessoas batizadas.

    ParquiaAo Conselho Paroquial cabe empenhar-se na formao

    de lideranas e colaboradores (Reg. Int. Art. 23, inciso VII).

    Snodos

    Ao Conselho Sinodal cabe incentivar e promover junto s

    Comunidades os projetos de misso, catequese, evangelizao

    e diaconia (Reg. Int. Art. 38, inciso II).

    Conselho da Igreja

    Ao Conselho da Igreja cabe supervisionar o processo de

    formao teolgica e educacional na IECLB em todos os nveis

    (Const. Art 30, inciso III).

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    Conclio da Igreja

    O Conclio o rgo soberano da IECLB e lhe compete

    estabelecer o plano de ao da Igreja no territrio brasileiro

    (...); promover o debate e a reflexo sobre temas fundamen-

    tais e de interesse das Comunidades, Parquias e Snodos(Const. Art. 25, incisos II e III).

    Secretaria Geral

    Secretaria Geral cabe prestar assessoramento e auxlio

    na coordenao, execuo e dinamizao das atividades da

    igreja (Const. Art. 37 inciso V).

    9. Orientaes paraoperacionalizao do Planode Educao Crist Contnua

    em cada instncia da IECLBA partir dessas atribuies definidas nos documentos

    normativos, o PECC indica os seguintes passos para o pla-

    nejamento das aes de educao crist de cada uma das

    instncias:

    ComunidadeAvaliar as aes educativas promovidas pela comuni-dade para cada fase da vida, identificando onde esto

    contempladas as quatro reas temticas: Bblia Con-

    fessionalidade Misso Contextos.

    Diagnosticar lacunas na formao oferecida para cadafase da vida.

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    Estabelecer metas e prioridadesna Assembleia Geralda Comunidade, conforme estatuto padro, Art. 21,

    incisos II, III e VII.

    Planejar e promover aes educativas a partir das

    metas e prioridades estabelecidas, observando as trsformas de atuao e as reas temticas.

    Prever no oramento da comunidade os recursosnecessrios para que se efetivem as aes de educao

    crist planejadas.

    Integrar-se nas aes de educao cristpromovidaspela parquia e pelo snodo.

    Conselho ParoquialDiagnosticar, no mbito da parquia, lacunas na for-mao de lideranas a partir das quatro reas temticas:

    Bblia Confessionalidade Misso Contextos.

    Estabelecer metas, planejar e promover aes educa-tivas, observando as trs formas de atuao e as reas

    temticas.Prever no oramento da parquia os recursos neces-srios para que se efetivem as aes de educao crist

    planejadas.

    Promover avaliaesperidicas e zelar pela unidadedas aes na parquia.

    Acompanhar a reflexoe o planejamento de aes de

    educao crist nas comunidades e no snodo.Indicar, incentivar e apoiar pessoas a participar de ativi-

    dades sinodais voltadas formao.

    Conselho SinodalCriar a Coordenao Sinodal de ECC, de acordo com a

    realidade e as condies locais.

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    Promover a divulgaoe o estudo do PECC em eventossinodais.

    Promover, no mbito do snodo, encontros de formaopara lideranas.

    Avaliar a proposta de planejamento apresentada pelaCoordenao Sinodal de Educao Crist.

    Oferecer as condiespara a implementao do pla-nejamento sinodal de educao crist no Snodo.

    Prever no oramentodo snodo o valor necessriopara que se efetivem as aes de educao crist pla-

    nejadas.

    Avaliar e aprovar os relatrios anuaissobre a EducaoCrist no Snodo.

    Coordenao Sinodal de Educao CristIdentificar, no mbito do snodo, lacunas na formaode lideranas a partir das quatro reas temticas: Bblia

    Confessionalidade Misso Contextos.

    Elaborar e propor ao Conselho Sinodal o planejamentoda Educao Crist Contnuano snodo a partir dasmetas e prioridades estabelecidas na Assembleia Sinodal.

    Promover e manter o dilogocom o grupo coordenadorde ECC da IECLB e outras Coordenaes Sinodais de ECC.

    Elaborar relatrios anuais sobre a educao crist no

    Snodo.

    Conselho da IgrejaIndicar e homologar nomespara a composio do Gru-po Coordenador de Educao Crist Contnua da IECLB.

    Avaliar as propostasapresentadas pelo Grupo Coor-denador de ECC da IECLB e dos Seminrios Nacionais.

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    Grupo Coordenador de ECC da IECLB

    O Grupo Coordenador tem como tarefa:

    Assessorar o Conselho da Igreja nos assuntos relacio-nados educao crist.

    Coordenar a divulgao do PECC junto aos snodos.Ser o elo entre snodos, Secretaria Geral e Conselho da

    Igreja.

    Acompanhar os snodos atravs de relatrios anuais poreles enviados.

    Identificar necessidades e lacunas na formao de li-deranas.

    Propor, planejar e coordenar seminrios nacionais deECC.

    Divulgar, nas instituies que formam ministros e mi-nistras para a IECLB, as diretrizes da Poltica Educacional

    da IECLB e o PECC.

    Estimular a partilha de recursos didticos produzidosna IECLB.

    Secretaria Geral

    (Atravs da Secretaria de Formao, Departamento de Edu-

    cao Crist e Coordenao de Diaconia)

    Prestar assessoramentos coordenaes sinodais de ECC.Promover seminriosnacionais.Coordenar a elaborao de materiaisde abrangncianacional, em conformidade com a misso na igreja.

    Acompanhare integrar o Grupo Coordenador de ECCda IECLB.

    Prever, no oramento central, os recursose as condiespara o trabalho do Grupo Coordenador de ECC da IECLB.

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    10. Fontes de pesquisae leituras recomendadas

    Avaliao da Reestruturao da IECLB Fruns da IECLB, Vo-lume II. Blumenau: Editora Otto Kuhr, 2006.

    Batismo e Educao Crist por uma vivncia diria da f. So

    Leopoldo: Editora Sinodal, 2006.

    Diretrizes da Poltica Educacional da IECLB. In: Textos Orienta-

    dores para a Educao Evanglico-Luterana. Rede Sinodal de

    Educao IECLB. So Leopoldo: Ed. Sinodal, 2005.

    Discipulado permanente Catecumenato Permanente. In:Germano Burger (Ed.). Quem assume esta tarefa?Um do-

    cumentrio de uma Igreja em busca da sua identidade. So

    Leopoldo: Sinodal, 1977. p. 87-105.

    Educao: Um Tesouro a Descobrir. UNESCO, MEC. So Paulo:

    Cortez Editora, 1999.

    Estudos Teolgicos n 3 1994 Ano 34. So Leopoldo: Escola

    Superior de Teologia.Frum Nacional de Ensino Confirmatrio. So Leopoldo: Editora

    Sinodal, 2006.

    Frum Nacional de Misso Fruns da IECLB, Volume III. Blu-

    menau: Editora Otto Kuhr, 2007.

    Frum Nacional Luterano de Ensino Religioso. So Leopoldo:

    Editora Sinodal, 2005.

    Misso de Deus - Nossa Paixo Texto-base para o Plano de Ao

    Missionria da IECLB 2008-2012. So Leopoldo: Editora Sinodal, 2008.

    Misso em Contexto Federao Luterana Mundial. Curitiba:

    Encontro Publicaes, 2006.

    Nossa F - Nossa Vida Igreja Evanglica de Confisso Luterana

    no Brasil 4.ed. So Leopoldo: Editora Sinodal, 2005.

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    PARTE 2:REFLEXES SOBRE O PECC

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    1. ObjetivosRessaltar a importncia do planejamento para educao

    crist e refletir sobre os objetivos do PECC.

    2. Para incio de conversa

    O cuidado com a educao sempre foi um compromissodas igrejas de confisso luterana. Desde a sua origem, a IECLB

    uma igreja preocupada com a formao e a capacitao de

    seus membros para a vivncia da f. O PECC est inserido nessa

    histria de ateno com a educao crist. fruto de uma longa

    caminhada! No Conclio da Igreja, realizado em 2008 na cidade

    de Estrela/RS, o PECC foi aprovado como instrumento orientador

    do eixo transversal educao crist do PAMI. Isso significa quea educao crist um eixo que perpassa as quatro dimenses

    da misso: evangelizao, comunho, diaconia e liturgia.

    3. Leitura do PECCLeia o PECC nas pginas 7 at 13

    Introduo

    Fatos da histria da educao crist contnua na IECLBObjetivos do Plano de Educao Crist Contnua

    4. Algumas consideraesA introduo ao PECC afirma a importncia e a neces-

    sidade da educao crist contnua. Educao crist parte

    Bloco 1 Histricoe objetivos do PECC

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    integrante da misso. Para organizar a misso e as aes de

    educao crist necessrio planejamento. E para o planeja-

    mento fundamental considerar duas questes: referencial e

    diagnstico. O que significa isso?

    Referencial: um conjunto de elementos para orientao.No se trata de uma regra, mas de indicaes. Seguindo

    os referenciais propostos pelo PECC, temos liberdade de

    planejar e, ao mesmo tempo, podemos construir unidade

    nas aes de educao crist na IECLB.

    Diagnstico: a capacidade de compreender situaesa partir de uma anlise cuidadosa. Para o PECC, o objeti-

    vo do diagnstico saber como acontece e quais so as

    nfases e as lacunas da educao crist.

    O ponto dois do PECC Fatos da histria da educao

    crist contnua na IECLB apresenta diversas iniciativas comvistas a rever ou dar mais nfase s aes de educao crist.

    Ao longo do tempo ficou cada vez mais claro que no se pode

    planejar e praticar aes de educao crist apenas para uma

    determinada fase da vida.

    A f nunca est pronta, por isso no h forma-tura na f. Como pessoas crists, aprendemos eensinamos durante toda a nossa vida.

    O PECC sinal de compromisso da IECLB com a tarefa de

    educar na f em todas as fases da vida. Atravs dele, todas as

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    instncias da IECLB orientam a avaliao e o planejamento de

    aes de educao crist.

    Instncias: Espaos onde acontecem e so planejadasaes de educao crist (comunidades, parquias, sno-

    dos, centros de formao, departamentos, etc.).

    Em que sentido o PECC serve de referencial para o pla-

    nejamento de aes de educao crist? A resposta a esta

    pergunta encontramos na definio do seu objetivo geral. Alipodemos perceber quatro elementos fundamentais:

    1. Orientao. Educao crist tem duas dimenses: teol-

    gica e pedaggica. O PECC ocupa-se com os contedos

    da f (fundamentao teolgica) e com os processos de

    ensino e aprendizagem desses contedos (fundamen-

    tao pedaggica).

    2. Destinatrios. O PECC dirigido s pessoas envolvidascom educao crist em todas as instncias da IECLB.

    3. Finalidade. A finalidade do PECC fornecer elementos

    e critrios para avaliar, planejar e executar aes de

    educao crist para todas as fases da vida.

    4. Motivo. A educao crist no tem fim em si mesma,

    mas est ligada com a misso de Deus. Ela visa a ca-

    pacitar pessoas para atuar na Igreja e na sociedade,permitindo cumprir o mandamento de ser sal e luz

    para o mundo.

    Os objetivos especficos so desdobramentos do objetivo

    geral e apontam para aes que auxiliam a concretiz-lo. Por

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    exemplo: o objetivo de identificar nfases e lacunas significa

    fazer um diagnstico sobre o processo de educao crist.

    Como pode ser feito o diagnstico?Podemos iniciarcom um levantamento dos espaos onde ocorre a educa-

    o crist (culto infantil, ensino confirmatrio, JE, grupos

    de estudo bblico, OASE, etc). Num segundo momento,

    podemos identificar quais os contedos oferecidos nes-

    tes espaos e quais metodologias so utilizadas. Aps a

    sistematizao das informaes possvel fazer a anlise,

    identificando nfases e lacunas relacionadas aos conte-dos da educao crist oferecidos aos membros. O grupo

    que realizou o diagnstico pode fazer sugestes e indicar

    prioridades a serem consideradas no planejamento de

    aes para a educao crist. No bloco 5 falaremos mais

    sobre a questo do diagnstico.

    5. Para refletirComo realizada a avaliao (diagnstico) e o plane-

    jamento de aes de educao crist na sua instncia?

    Que influncia os programas de educao crist ofereci-

    dos pela igreja tiveram em sua vida?

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    Bloco 2:FundamentaoTeolgica

    1. ObjetivosRefletir sobre a fundamentao teolgica e sua implicao

    para nossa prtica educativa.

    2. Para incio de conversaJesus nos ensina que necessrio construir sobre um

    fundamento slido (Mt 7.24-25). O fundamento garante a

    estabilidade e a segurana de uma obra. Tambm a educao

    crist precisa estar bem fundamentada. Na fundamentao da

    educao crist, o PECC considera a teologia e a pedagogia.

    A teologia refere-se s questes da f crist e da confes-sionalidade, enquanto a pedagogia trata dos processosde ensino e aprendizagem. Ambas auxiliam a promover a

    unidade nas aes de educao crist.

    Ao oferecer fundamentao teolgica e pedaggica, o

    PECC permite o planejamento de aes coerentes com a con-

    fessionalidade luterana e, ao mesmo tempo, flexveis quanto

    diversidade da IECLB.

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    3. Leitura do PECCLeia o PECC na pgina 14 at 20

    Fundamentao teolgica

    4. Algumas consideraesDe acordo com o PECC, as aes de educao crist con-

    tnua precisam considerar trs aspectos fundamentais:

    1. Bblia,

    2. Batismo,

    3. Confessionalidade evanglico-luterana.

    Estes trs elementos contm os princpios bsicos quefundamentam e orientam o planejamento e a execuo de

    aes de educao crist propostas pelo PECC.

    Nesta parte do PECC, a Bblia e a Confessionalidade fazem

    parte da fundamentao teolgica. Mais adiante, ambas

    so consideradas reas temticas para a definio decontedos.

    Bblia e educao crist

    A partir da Bblia, o PECC indica parmetros e princ-

    pios ticos essenciais para uma educao baseada no agir

    educativo de Deus. Cada princpio destacado apresenta uma

    pequena reflexo a partir da Bblia e algumas indicaes para

    a prtica educativa. Em primeiro lugar, vimos que a educao

    crist lembrana dos feitos de Deus. O salmista nos convida

    a compartilhar as bnos que recebemos de Deus: O que

    ouvimos e aprendemos, o que nos contaram nossos pais, no

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    o encobriremos a seus filhos; contaremos vindoura gerao

    os louvores do SENHOR, e o seu poder, e as maravilhas que

    fez (Sl 78.3,4).

    Princpios bblicos para a educao crist contnua:

    Educao como lembrana dos feitos de Deus

    A prtica do amor

    O servio como essncia crist

    A esperana vivida

    A reconciliao com Deus e com o prximo

    O dilogo e o respeito como expresso de unidade

    Batismo e educao crist

    No batismo, Deus manifesta seu amor por ns. Atravs

    do batismo, somos integrados na comunidade e incorporados

    ao corpo de Cristo. O Batismo no apenas marca o incio da

    vida crist, mas a partir dele que toda a vida comunitria se

    constitui. No Batismo, a comunidade assume o compromisso

    com a educao na f da pessoa batizada.

    Assim como o Batismo marca o nosso ser cristo,tambm a educao crist faz parte da nossa vida.

    Por isso dizemos que ela contnua: inicia com oBatismo e continua em todas as fases da vida.

    Confessionalidade e educao crist

    A confessionalidade luterana aponta para uma prtica

    educativa baseada em liberdade, aceitao e abertura para o

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    dilogo. Cada indicativo da confessionalidade, destacado pelo

    PECC, apresenta uma pequena reflexo e traz recomendaes

    para a prtica educativa. A educao baseada na confessio-

    nalidade luterana inclusiva e promove a participao efetiva

    de todas as pessoas envolvidas no processo educativo; valorizacada ser humano; preserva sua individualidade e desperta para

    o compromisso cristo.

    Indicativos importantes da confessionalidade luterana para

    a educao crist:

    Justificao por graa e fa liberdade crist

    o sacerdcio geral de todas as pessoas que creem.

    5. Para refletirReflita sobre os princpios bblicos para educao crist.

    Como eles esto presentes em sua prtica educativa?

    O que significa assumir o compromisso com a educao

    crist a partir do Batismo?

    Reflita sobre os indicativos confessionais para a educa-

    o crist. Como eles esto presentes em sua prticaeducativa?

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    Bloco 3:FundamentaoPedaggica

    1. ObjetivosRefletir sobre a fundamentao pedaggica e sua impli-

    cao para nossa prtica educativa.

    2. Para incio de conversaToda experincia educativa tem em sua base uma

    proposta pedaggica, mesmo que esta esteja oculta ou su-

    bentendida. No diferente com a educao crist. Afinal,

    educao crist um ato educativo. Por isso, importante

    refletir sobre os princpios pedaggicos que orientam nossas

    aes de educao crist. Quando o PECC apresenta a fun-

    damentao pedaggica, quer provocar reflexo e orientar

    a nossa prtica educativa.

    3. Leitura do PECC

    Leia o PECC na pgina 20 at 28 Fundamentao Pedaggica

    4. Algumas consideraesEducao crist pressupe um dilogo entre a teologia

    e a pedagogia. Falar de dilogo entre pedagogia e teologia

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    significa reconhecer que cada uma delas possui caractersticas

    especficas. Nesse dilogo, a teologia, como reflexo da f,

    busca na pedagogia elementos que auxiliem no processo de

    educao crist.

    fundamental que a educao crist considere o serhumano na sua totalidade. Isso implica levar em conta as

    diferentes dimenses da personalidade (cognio, afetivi-

    dade, atitude) e as diferentes fases de desenvolvimento da

    vida humana.

    Educar mais do que transmitir contedos.A partir dessa convico, o PECC apresentadefinies e indicativos metodolgicos paraa educao crist.

    Conceitos e definies

    O processo de educao crist no depende de uma nica

    ao. Ele contnuo e acontece por meio de diferentes aes

    em todas as fases da vida. Por que deve ser contnuo? Porque

    ele uma resposta ao compromisso assumido no Batismo e

    esse vale para toda a vida.

    O que ajuda a viabilizar a continuidade do processo deeducao crist? Uma proposta metodolgica que oriente as

    aes de educao crist e a definio de contedos bsicos

    da f crist.

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    Como se manifesta, na prtica, o contnuo da educaocrist? Na medida em que estudamos intencionalmente

    temas da f crist e da confessionalidade nos diferentes

    grupos e em diferentes fases da vida. Por exemplo: otema justificao por graa e f pode ser estudado com

    crianas, adolescentes, jovens, pessoas adultas e idosas,

    respeitando as caractersticas de cada fase da vida. A for-

    ma de abordar pode ser diferente. O importante que o

    estudo de um determinado tema no fique restrito a uma

    fase da vida.

    Indicativos metodolgicos

    De acordo com o PECC, a preocupao com a metodologia

    utilizada to importante quanto a escolha dos contedos

    para a educao crist. Por essa razo, ele oferece indicativos

    e cita os pilares da UNESCO para a educao.

    O que so indicativos? Um indicativo algo queserve para orientar. Os indicativos apontados pelo PECC

    orientam para uma educao integral, que considera o

    ser humano em todas as suas dimenses e fases da vida.

    Cada realidade pode exigir uma certa metodologia. Cabe

    a cada pessoa que educa avaliar e orientar constantemente

    sua prtica educativa a partir dos indicativos e dos pilares da

    UNESCO.

    Indicativos metodolgicos

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    Valorizar a experincia de vida das pessoas

    Envolver todo o corpo

    Despertar a capacidade criativa de cada pessoa

    Humanizar a educao atravs da alegria.Dialogar com liberdade sobre dvidas e perguntas

    Servir ao prximo

    Valorizar o processo e o caminho percorrido individual-

    mente

    Planejar as aes educativas de forma flexvel e aberta

    Avaliar a caminhada

    Quatro pilares da educao UNESCO

    Aprender a conhecer

    Aprender a fazer

    Aprender a viver com os outros

    Aprender a ser

    5. Para refletirComo se observa o processo contnuo de educao crist

    na sua comunidade?

    Avalie a sua prtica educativa, considerando os indicativos

    metodolgicos.

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    Bloco 4: reastemticas

    1. ObjetivosConhecer as reas temticas apresentadas pelo PECC e

    refletir sobre os contedos de educao crist oferecidos nas

    diferentes instncias.

    2. Para incio de conversaPara planejar aes de educao crist contnua necess-

    rio definir contedos bsicos. Quais so os temas e contedos

    da f crist que no poderiam faltar ou que deveriam ser prio-

    rizados? O PECC trata disso a partir da apresentao de reas

    temticas. As quatro reas temticas consideradas prioritrias

    so: Bblia, confessionalidade, misso e contextos. A inteno

    de apresentar reas temticas no de trabalhar os contedos

    em caixinhas, mas despertar para a necessidade de apontar,

    intencionalmente, para temas que devem ser refletidos por

    uma pessoa crist ao longo da vida.

    3. Leitura do PECC

    Leia o PECC na pgina 29 at 39reas temticas

    4. Algumas consideraesSe partirmos do pressuposto que todos os contedos

    podem ser trabalhados em todas as fases da vida, podemos

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    perceber que alguns grupos se ocupam mais com contedos

    de uma rea temtica. A partir dos temas e critrios das reas

    temticas, poderamos nos perguntar: De que forma podemos

    refletir intencionalmente com as crianas sobre princpios

    luteranos, como justificao por graa e f ou liberdadecrist? O quanto se reflete sobre temas da atualidade com

    idosos?

    A classificao dos contedos em reas temticas quer ser

    um auxlio. As reas temticas, desdobradas em conte-

    dos, nos ajudam a avaliar e planejar a prtica de educaocrist desenvolvida nos diferentes grupos.

    importante lembrar que a Bblia e a confessionalidade,

    alm de reas temticas, so tambm fundamentao teol-

    gica para contedos da educao crist (conforme captulo

    4 do PECC). Como se d esta relao entre fundamentaoteolgica e rea temtica? Usemos como exemplo o contedo

    consumismo, proposto na rea temtica contextos. Ao refle-

    tir sobre consumismoa partir da quinta petio do Pai Nosso,

    tanto a Bblia (Mt 6.11) quanto a confessionalidade (Catecismo

    Menor) constituem a fundamentao teolgica para a aborda-

    gem deste contedo. Isso significa que um contedo, para ser

    considerado de educao crist, precisa estar fundamentadoteologicamente na Bblia e na confessionalidade.

    Bblia

    A Bblia um dos fundamentos da f crist. Atravs dela,

    Deus fala, manifesta sua vontade e convida pessoas a uma

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    deciso. Ela orienta a f, as decises e a conduta da igreja

    toda e de seus membros em particular. Neste ponto do PECC,

    a Bblia, como rea temtica, tratada como contedo a ser

    estudado.

    Como a Bblia pode servir de fundamento da f crist seno a conhecemos? O PECC apresenta critrios que so im-

    portantes para conhecer a Bblia.

    Critrios para o estudo da Bblia

    Conhecimento bblico

    Formao da BbliaContexto da Bblia

    Mtodos de interpretao da Bblia

    Confessionalidade

    A IECLB, junto com outras igrejas de confisso luterana,

    tem critrios que marcam sua identidade confessional eque so determinantes para a educao crist. Nesta rea

    temtica so destacados os critrios teolgicos da confisso

    luterana.

    Critrios teolgicos da confessionalidade luterana

    Salvao somente por graa, mediante a fLiberdade crist

    Existncia sob a cruz

    Somos justos e pecadores

    Sacerdcio geral de todas as pessoas que creem

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    Misso

    Misso pertence essncia do ser igreja. As quatro

    dimenses da Misso conforme o PAMI tornam-se conte-

    dos especficos do PECC. Refletimos sobre esses contedospara compreender a forma como a IECLB igreja de Jesus

    Cristo e de que maneira ela participa da Misso de Deus

    no mundo.

    As quatro dimenses do PAMI so:

    EvangelizaoComunho

    Diaconia

    Liturgia

    Contexto

    A f em Jesus Cristo sempre se manifesta no tempo e

    no espao, que tambm chamamos de contexto. necess-

    rio compreender o contexto em que a f vivida para que o

    testemunho do evangelho seja pertinente, promovendo paz,

    justia e amor na sociedade brasileira e no mundo.

    Temas do contexto

    Contexto social, econmico e poltico

    Contexto cultural

    Contexto eclesial e religioso

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    5. Para refletirComo a leitura e o estudo da Bblia podem ser in cremen-

    tados na vida comunitria?

    Estabeleam formas concretas de misso a partir dasquatro dimenses do PAMI para a sua rea de atuao

    local e sinodal.

    O nosso testemunho deve acontecer com os ps na rea-

    lidade. Como isso se realiza no espao em que vivemos?

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    Bloco 5: Estratgias deplanejamento

    1. ObjetivosConhecer asformas de atuao e identificar as atribuies

    de cada instncia para o planejamento de aes de educao

    crist contnua.

    2. Para incio de conversaConforme vimos no objetivo geral, o PECC orienta o

    planejamento de aes de educao crist contnua. Alm de

    fornecer fundamentao teolgica e pedaggica, e apresentar

    quatro reas temticas, ele indica formas de atuao e atribui-

    es especficas para cada instncia. o que veremos a seguir.

    3. Leitura do PECCLeia o PECC na pgina 40 at 45

    Formas de atuao

    Atribuies diante do PECC

    Orientaes para operacionalizao do PECC em cadainstncia da IECLB

    4. Algumas consideraesA educao crist acontece em todas as instncias da igre-

    ja. Cada instncia responsvel pelo planejamento de aes de

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    educao crist. Para auxiliar nesse processo de planejamento,

    o PECC sugere trs formas de atuao: articulao, publicao

    de materiais e formao. Essas trs formas de atuao esto

    interrelacionadas e so interdependentes.

    Exemplo de aplicao das formas de atuao sugeri-

    das pelo PECC:

    Articulao: atravs de um diagnstico uma comuni-dade constata a falta de conhecimento bblico sobre

    o Antigo Testamento. Esse diagnstico pode levar ao

    planejamento de diferentes aes.

    Publicao de material: Oferta de um caderno sobre

    o Antigo Testamento. Isso pode acontecer atravs da

    organizao e publicao de um caderno por parte da

    comunidade ou atravs do uso de publicaes j exis-

    tentes na IECLB.

    Formao: Oferta de um seminrio ou curso sobre oAntigo Testamento.

    Um passo para o planejamento

    Como j foi mencionado, o PECC aponta para a necessi-

    dade da realizao de um diagnstico. Para realizar esse diag-nstico, utilizamos as quatro reas temticas. A partir delas

    possvel identificar quais contedos so oferecidos em cada fase

    da vida nos diferentes grupos da comunidade. Para realizar o

    diagnstico sugerida a utilizao da seguinte planilha:

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    PLANILHA DE DIAGNSTICO DOS CONTEDOS DA EDUCAO CRIST

    CrianasCulto Infantil,Encontrosbblicos com

    crianas

    Bblia Confessionalidade Misso Contextos

    AdolescentesEnsinoConfirmatrioe JuventudeMirim

    JovensGrupos deJuventudeEvanglica

    AdultosEstudo bblico,OASE, grupode casais,LELUT

    IdososGruposde terceiraidade

    No processo de diagns