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Politicas educacionais
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o neoliberalismo
na educao
educao de
jovens e adultos
programas e aes
do governo federal
EDUCAO A DISTNCIA
Angela Mara de Barros Lara
Mara Ceclia Rafael
POLTICASeducacionais
SOCIEDADE,
ESTADO E EDUCAO
UNIDADE I
SISTEMA EDUCACIONAL
BRASILEIRO
UNIDADE II
POLTICAS PBLICAS
PARA O ENSINO SUPERIOR
UNIDADE III
Viver e trabalhar em uma sociedade global um grande desafio para todos os cidados. A busca por tecnologia, informao, conhecimento de qualida-de, novas habilidades para liderana e soluo de problemas com eficincia tornou-se uma questo de sobrevivncia no mundo do trabalho.
Cada um de ns tem uma grande responsa-bilidade: as escolhas que fizermos por ns e pelos nossos faro grande diferena no futuro.
Com essa viso, o Centro Universitrio Cesumar assume o compromisso de democra-tizar o conhecimento por meio de alta tecnologia e contribuir para o futuro dos brasileiros.
No cumprimento de sua misso promo-ver a educao de qualidade nas diferentes reas do conhecimento, formando profissionais cida-dos que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e solidria , o Centro Universitrio Cesumar busca a integrao do ensino-pesquisa-extenso com as demandas
Reitor Wilson de Matos Silva
palavra do reitor
DIREO UNICESUMAR
Reitor Wilson de Matos Silva, Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho, Pr-Reitor de Administrao Wilson de Matos Silva Filho, Pr-Reitor de EAD Willian Victor Kendrick de Matos Silva, Presidente da Mantenedora Cludio Ferdinandi.
NEAD - NCLEO DE EDUCAO A DISTNCIA
Direo de Operaes Chrystiano Mincoff, Coordenao de Sistemas Fabrcio Ricardo Lazilha, Coordenao de Polos Reginaldo Carneiro, Coordenao de Ps-Graduao, Extenso e Produo de Materiais Renato Dutra, Coordenao de Graduao Ktia Coelho, Coordenao Administrativa/Servios Compartilhados vandro Bolsoni, Gerncia de Inteligncia de Mercado/Digital Bruno Jorge, Gerncia de Marketing Harrisson Brait, Superviso do Ncleo de Produo de Materiais Nalva Aparecida da Rosa Moura, Superviso de Materiais Ndila de Almeida Toledo, Diagramao Jos Jhonny Coelho, Reviso Textual Jaquelina Kutsunugi, Fotos Shutterstock.
NEAD - Ncleo de Educao a DistnciaAv. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimao - Cep 87050-900 Maring - Paran | unicesumar.edu.br | 0800 600 6360
institucionais e sociais; a realizao de uma prtica acadmica que contribua para o desen-volvimento da conscincia social e poltica e, por fim, a democratizao do conhecimento aca-dmico com a articulao e a integrao com a sociedade.
Diante disso, o Centro Universitrio Cesumar almeja ser reconhecido como uma instituio univer-sitria de referncia regional e nacional pela qualidade e compromisso do corpo docente; aquisio de com-petncias institucionais para o desenvolvimento de linhas de pesquisa; consolidao da extenso univer-sitria; qualidade da oferta dos ensinos presencial e a distncia; bem-estar e satisfao da comunidade interna; qualidade da gesto acadmica e adminis-trativa; compromisso social de incluso; processos de cooperao e parceria com o mundo do trabalho, como tambm pelo compromisso e relacionamento permanente com os egressos, incentivando a edu-cao continuada.
CENTRO UNIVERSITRIO DE MARING. Ncleo de Educao a Distncia:
C397
Polticas Educacionais / Angela Mara de Barros Lara / Mara Ceclia Rafael.
Maring - PR, 2014. 101 p.
Ps-graduao - EaD.
1. Metodologia de ensino. 2. Ensino superior . 3. EaD. I. Ttulo.
CDD - 22 ed. 378CIP - NBR 12899 - AACR/2
Prezado(a) Acadmico(a), bem-vindo(a) Comunidade do Conhecimento.
Essa a caracterstica principal pela qual a UNICESUMAR tem sido conhecida pelos nossos alunos, professores e pela nossa sociedade. Porm, importante destacar aqui que no estamos falando mais daquele conhecimento esttico, repetitivo, local e elitizado, mas de um conhecimento dinmico, renovvel em minutos, atemporal, global, de-mocratizado, transformado pelas tecnologias digitais e virtuais.
De fato, as tecnologias de informao e comunicao tm nos aproximado cada vez mais de pessoas, lugares, informaes, da edu-cao por meio da conectividade via internet, do acesso wireless em diferentes lugares e da mobilidade dos celulares.
As redes sociais, os sites, blogs e os tablets aceleraram a informa-o e a produo do conhecimento, que no reconhece mais fuso horrio e atravessa oceanos em segundos.
A apropriao dessa nova forma de conhecer transformou-se hoje em um dos principais fatores de agregao de valor, de superao das desigualdades, propagao de trabalho qualificado e de bem-estar.
Logo, como agente social, convido voc a saber cada vez mais, a co-nhecer, entender, selecionar e usar a tecnologia que temos e que est disponvel.
Da mesma forma que a imprensa de Gutenberg modificou toda uma cultura e forma de conhecer, as tecnologias atuais e suas novas fer-ramentas, equipamentos e aplicaes esto mudando a nossa cultura e transformando a todos ns.
Priorizar o conhecimento hoje, por meio da Educao a Distncia (EAD), significa possibilitar o contato com ambientes cativantes, ricos em informaes e interatividade. um processo desafiador, que ao mesmo tempo abrir as portas para melhores oportunidades. Como j disse Scrates, a vida sem desafios no vale a pena ser vivida. isso que a EAD da Unicesumar se prope a fazer.
Pr-Reitor de EaDWillian Victor Kendrick de Matos Silva
boas-vindas
sobre ps-graduao
a importncia da ps-graduao
O Brasil est passando por grandes transformaes, em especial nas ltimas dcadas, motivadas pela estabilizao e crescimento da economia, tendo como consequncia o aumento da sua impor-tncia e popularidade no cenrio global. Esta importncia tem se refletido em crescentes investimentos internacionais e nacionais nas empresas e na infraestrutura do pas, fato que s no maior devido a uma grande carncia de mo de obra especializada.
Nesse sentindo, as exigncias do mercado de trabalho so cada vez maiores. A graduao, que no passado era um diferenciador da mo de obra, no mais suficiente para garantir sua emprega-bilidade. preciso o constante aperfeioamento e a continuidade dos estudos para quem quer crescer profissionalmente.
A ps-graduao Lato Sensu a distncia da Unicesumar conta hoje com 16 cursos de especializao e MBA nas reas de Gesto, Educao e Meio Ambiente. Estes cursos foram planejados pen-sando em voc, aliando contedo terico e aplicao prtica, trazendo informaes atualizadas e alinhadas com as necessida-des deste novo Brasil.
Escolhendo um curso de ps-graduao Lato Sensu na Unicesumar, voc ter a oportunidade de conhecer um conjun-to de disciplinas e contedos mais especficos da rea escolhida, fortalecendo seu arcabouo terico, oportunizando sua aplicao no dia a dia e, desta forma, ajudando sua transformao pessoal e profissional.
Professor Dr. Renato DutraCoordenador de Ps-Graduao , Extenso e Produo de Materiais
NEAD - UNICESUMAR
Promover a educao de qualidade nas diferentes reas do conhecimento, formando profissionais cidados que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e solidria
Misso
apresentao do material
O livro Polticas Educacionais tem como propos-ta buscar o dilogo entre voc e a base legal que sustenta o Sistema Educacional Brasileiro. Por que to importante estabelecer este colquio? Bom, aquele que procura uma formao fundamentada, aprofundada e com propriedade s a encontra no processo do conhecimento como mergulho. Esta parece no ser a palavra, mas em tempos do abuso do imerso achamos que esta mesmo adequada.
Como mergulho queremos que voc caia de cabea nas descobertas sobre a Poltica Educacional e nas polticas educacionais, na sua especificida-de. O que queremos dizer com isso que, no que tange diferena entre poltica e polticas de edu-cao, suscita que valioso retomar o que dizem os tericos sobre o tema:
A Poltica Educacional (assim, em maisculas) uma, a Cincia Poltica em sua aplicao ao caso concreto da educao, porm as polticas educacionais (agora no plural e em minscu-las) so mltiplas, diversas e alternativas. A Poltica Educacional , portanto, a reflexo terica sobre as polticas educacionais [] se h de considerar
Professora Mestre Mara Ceclia Rafael
Professora Doutora Angela Mara de Barros Lara
a Poltica Educacional como uma aplicao da Cincia Poltica ao estudo do setor educacional e, por sua parte, as polticas educacionais como polticas pblicas que se dirigem a resolver ques-tes educacionais (PEDRO; PUIG, 1998) (VIEIRA, 2007, p.55-56).
Ento, a partir destas definies, fica mais explcito para voc o que se constituir numa oportunida-de mpar para aprofundar seus conhecimentos. Vamos neste texto permitir a interlocuo entre a Poltica Educacional, quando evidenciamos a base legal e sua sustentao, e as polticas educacionais quando d-se a oportunidade de tratar das etapas e modalidades da educao bsica.
Veja, possvel construir um aporte terico- -metodolgico para embasar seus estudos, o que no significa que este texto tenha a pretenso de esgotar o assunto. Longe disso, aqui voc encontra-r um suporte para as suas discusses, mas medida que os temas tratados possibilitam a curiosidade e a necessidade de saber mais, faz-se necessrio aprofundar seus estudos, o que levar a caminhos ainda no conhecidos.
sum
rio 01
12 Sociedade e Educao
15 Neoliberalismo na Educao
19 Os Organismos Internacionais
27 As Propostas para a Educao Brasileira
SOCIEDADE, ESTADOE EDUCAO
02 03
34 Educao Bsica
64 Consideraes Finais
76 A Estrutura e o Funcionamento do Ensino Superior
96 Consideraes Finais
99 Concluso
100 Referncias
SISTEMA EDUCACIONALBRASILEIRO
POLTICAS PBLICASPARA O ENSINO SUPERIOR
1 SOCIEDADE, ESTADO E EDUCAOProfessora Dra. Angela Mara de Barros Lara / Professora Me. Mara Ceclia Rafael
Plano de estudoA seguir, apresentam-se os tpicos que voc estu-dar nesta unidade: Sociedade e Educao O Neoliberalismo na Educao Os Organismos Internacionais e suas propostas
para a Educao BrasileiraObjetivos de Aprendizagem Estudar as relaes estabelecidas entre a socie-
dade, o Estado e a educao no Brasil. Analisar as influncias do neoliberalismo na edu-
cao brasileira. Interpretar as interferncias das organizaes
internacionais na educao brasileira.
Seja bem-vindo(a) disciplina de Polticas Educacionais. Nesta dis-ciplina, procuraremos discutir com voc a relao entre sociedade, Estado e educao, as influncias do neoliberalismo na educao brasileira e as interferncias das organizaes internacionais na educao brasileira. Estes contedos so base para a questo funda-mental que embasa a disciplina: entender as Polticas Educacionais no Brasil.
Como ponto de partida para as reflexes propostas pela discipli-na, necessrio que voc procure compreender a importncia dos temas que sero tratados para que esta unidade sirva de fundamen-to para as outras que se seguiro. Cada subunidade proporcionar o aprofundamento de questes que compe o corpus da disciplina.
Polticas Educacionais12
SOCIEDADEE EDUCAOSOCIEDADE, ESTADO E EDUCAO
Ps-Graduao | Unicesumar13
Para entender a relao entre sociedade,
Estado e educao, vamos tratar de alguns
conceitos e definies:
SOCIEDADE CAPITALISTA MONOPOLISTA
[....] o capitalismo monopolista conduz
ao pice a contradio elementar entre a
socializao da produo e a apropriao
privada: internacionalizada a produo,
grupos de monoplios controlam-na
por cima de povos e Estados. [...] O
mais significativo, contudo, que a
soluo monopolista a maximizao
dos lucros pelo controle dos mercados
imanentemente problemtica:
pelos prprios mecanismos novos
que deflagra, ao cabo de um certo
nvel de desenvolvimento, vtima
dos constrangimentos inerentes
acumulao e valorizao
capitalistas. Assim, para efetivar-se
com chance de xito, ela demanda
mecanismos de interveno extra
econmicos. Da a refuncionalizao e
o redimensionamento da instncia por
excelncia do poder extra econmico,
o Estado (NETTO, 2006, p. 24).
ESTADO [...] conjunto de instituies permanentes2
[...] que possibilitam a ao do governo
(HLFLING, 2001, p. 31);
2 rgos legislativos, tribunais, exrcito e outras que no formam um bloco monoltico necessariamente.
GOVERNO [...] conjunto de programas e projetos que
partem da sociedade3 [...] prope para a
sociedade como um todo, configurando-se
a orientao poltica de um determinado
governo que assume e desempenha as
funes de Estado por um determinado
perodo (HLFLING, 2001, p. 31);
POLTICAS PBLICAS [...] Estado em ao [...]; o Estado
implantando um projeto de governo,
atravs de programas, de aes voltadas
para setores especficos da sociedade. [...]
compreendidas as de responsabilidade
do Estado quanto implementao
e manuteno a partir de um processo
de tomada de decises que envolvem
rgos pblicos e diferentes organismos
e agentes da sociedade relacionados
poltica implementada. Neste sentido,
polticas pblicas no podem ser
reduzidas a polticas estatais (HLFLING,
2001, p. 31);
POLTICAS SOCIAIS [...] aes que determinam o padro de
proteo social implementado pelo Estado,
voltadas, em princpio para a redistribuio
dos benefcios sociais visando diminuio
das desigualdades estruturais produzidas
pelo desenvolvimento socioeconmico
(HLFLING, 2001, p. 31).
3 Polticos, tcnicos, organismos da sociedade civil e outros.
Polticas Educacionais14
Estes conceitos so importantes para que
voc entenda as relaes que se estabelecem
entre eles e suas implicaes sobre o Ensino
Superior. Cabe lembrar que existe uma relao
entre o geral e o particular, ou seja, s seremos
capazes de apreender o Ensino Superior se
conseguirmos entender em que sociedade
este nvel de ensino est inserido? Em que
Estado a poltica e a legislao foram pensa-
das? E para qual educao? Estas questes,
ao serem respondidas, daro o aprofunda-
mento necessrio para a continuidade dos
estudos que aqui estamos propondo.
Ps-Graduao | Unicesumar15
Para entender o neoliberalismo preciso, ini-
cialmente, registrar quais so as ideias mestras
do liberalismo clssico e contra quem elas
se movem: as instituies reguladoras do
feudalismo, das corporaes de ofcio e do
Estado mercantilista. [...] Depois simetrica-
mente, poderemos compreender melhor as
ideias centrais do neoliberalismo. [...] os inimi-
gos contra os quais o neoliberalismo se volta,
as formas de regulao econmica do sculo
XX: o Estado keynesiano, os sindicatos e as
polticas de bem-estar social nos pases de-
senvolvidos, o Estado desenvolvimentista e
a chamada democracia populista nos pases
subdesenvolvidos (MORAES, 2001, p.11).
CONCEITO DE NEOLIBERALISMO[...] a ideologia do capitalismo na era
de mxima financeirizao da riqueza,
a era da riqueza mais lquida, a era do
capital voltil e um ataque s formas
de regulao econmica do sculo XX,
como o socialismo, o keynesianismo, o
estado de bem-estar, o terceiro-mundismo
e o desenvolvimento latino-americano
(MORAES, 2001, p.11).
NEOLIBERALISMONA EDUCAO
Polticas Educacionais16
QUARENTENA DOS NEOLIBERAISrompe-se em meados anos 70: conquista
dos governos mais importantes Margareth
Thatcher (1979) Inglaterra; Reagan (1980)
EUA; Helmut Khol (1982) Alemanha;
Pinochet (1973) Chile; General Videla (1976)
Argentina. Nos anos 80, BM e FMI (1985)
Bolvia; Salinas de Gortari (1988) Mxico;
Menen (1989) Argentina; Carlos Andrs
Perez (1989) Venezuela; Fujimori (1990) Peru
e de Collor a Cardoso (1989) Brasil (MORAES,
2001, p. 16).
Outros pases da Amrica Latina ficaram
cada vez mais pobres, mais excludentes,
mais desiguais, incrementando a discrimi-
nao social, reproduzindo privilgios das
minorias, aumentando o individualismo
e a competio selvagem, quebrando os
laos de solidariedade coletiva (MEURER,
1996, p.10).
CHILE (1973)Pinochet: Primeiro campo que os neo-
liberais encontraram para desenvolver
seus ideais que mais tarde foram aplica-
dos na Europa.
BRASIL (1964)Ditadura militar: Ela no era considera-
da como regime usado pelos liberais,
ditadura foi isolada com seus efeitos
malficos.
3 REVOLUO INDUSTRIALOs organismos multilaterais (FMI, BM) e os
macromercados como Mercosul surgiram
como aqueles que diminuiriam a ao do
Estado, podendo influir no processo de-
cisrio dos pases latino-americanos.
BRASIL (1990)O aumento da vulnerabilidade externa e
o desmantelamento dos setores produ-
tivos (MEURER, 1996, p.10).
as repercusses neoliberais na sociedade
Ps-Graduao | Unicesumar17
BRESSER PEREIRAde forma incompleta;
FERNANDO COLLOR DE MELLO escolhido para implementar o projeto;
ITAMAR FRANCOmistura neoliberalismo com tradicionalismo - no sendo classificado como neoliberal;
FERNANDO H. CARDOSOencontrou credibilidade para desenvolver o projeto proposto pelo capital transnacional(MEURER, 1996, p.11)
Questes a serem desenvolvidas livre-mercado e propriedade energia pessoal,
empenho, persistncia [...]. Os indivduos so
libertados economicamente, mas permane-
cem controlados social e culturalmente.
Mudana cultural antecede a econmica a
questo da privatizao no Brasil surge para
que o povo mude de concepo e entenda
que o privado mais eficiente que o pblico.
crise tica do setor pblicoMudana nas formas de pensar a educao,
sade, etc. um projeto hegemnico onde
se instaura um novo pensamento moral e
tico, criando-se um novo senso comum e
uma nova forma de interpretar a sociedade.
O eixo do sucesso do neoliberalismo
est na questo cultural. Tambm na escola,
pois esta permeada pelo mercantilismo,
pelo comrcio da democracia (MEURER,
1996, p.12-13).
o neoliberalismo e a educaoEducao entendida como propriedade
individual, onde os que tm acesso a ela
podem excluir os que no tm. Direito de
compra e venda para usufruir sobre sua renda
e o seu lucro.
Para neoliberais, os sistemas educativos
enfrentam uma crise de eficincia e qualidade.
neoliberalismo chega ao brasil
Polticas Educacionais18
Para Nozich (apud MEURER, 1996, p.13), o
Estado mnimo o nico possvel. Neste con-
texto acreditam que a crise se d porque os
sistemas institucionais, tais como a sade,
a educao, polticas de emprego, etc. no
atuam dentro da lgica do mercado.
Os neoliberais acreditam que qualquer
iniciativa do Estado ir gerar mais pobreza e
defi nem uma nova forma de fazer e pensar
a educao, e neste sentido todos reconhe-
cem que ela est em crise e esperam receitas
para sair da situao.
Existe uma crise de efi cincia e efi c-
cia na escola, neste sentido os indivduos
deixam de ser cidados passando a condi-
o de consumidores.
Proposta da educao neoliberal pressu-
pe a reforma institucional da prpria escola,
considerando-a como uma lanchonete
(Macdonaldizao). Busca dessa forma ter-
ceirizar o ensino, que estar desvinculado de
uma proposta de escola, havendo assim uma
desprocupao com a construo de uma
escola pblica que forme o verdadeiro cidado
(GENTILI, 1995 apud MEURER, 1996, p.15).
A educao no pode superar a misria
e a excluso social, mas tem como funo
fundamental transformar e fazer com que a
pobreza seja algo que se torne eticamente
suportvel. Essa deve ser uma das ferramen-
tas para a emancipao dos sujeitos (MEURER,
1996, p.13-17).
Os neoliberais acreditam quequalquer iniciativa do Estado ir gerar mais pobreza...
Ps-Graduao | Unicesumar19
OS ORGANISMOS INTERNACIONAISE SUAS PROPOSTAS PARA A EDUCAO BRASILEIRA
Vamos conhecer algumas das instituies vin-culadas Organizao das Naes Unidas (ONU). Estas fazem parte de duas frentes de atuao: aquelas consideradas agncias multi-laterais de financiamento, o Fundo Monetrio Internacional (FMI), o Banco Mundial (BM) e a Comisso Econmica Regional para a Amrica Latina e Caribe (CEPAL), e aquelas consideradas de carter humanitrio, a UNICEF e a Organizao das Naes Unidas para a Educao, a Cincia e a Cultura (UNESCO).
Polticas Educacionais20
QU
AD
RO 1
Ps-Graduao | Unicesumar21
O Fundo Monetrio Internacional (FMI) foi
criado em 1945 e tem como objetivo bsico
zelar pela estabilidade do sistema mone-
trio internacional, notadamente atravs
da promoo da cooperao e da consulta
em assuntos monetrios entre os seus 184
pases membros. Com exceo de Coreia
do Norte, Cuba, Liechtenstein, Andorra,
Mnaco, Tuvalu e Nauru, todos os membros
da ONU fazem parte do FMI. Juntamente
com o BIRD, o FMI emergiu das Conferncias
de Bretton Woods como um dos pilares
da ordem econmica internacional do
ps-guerra. O FMI objetiva evitar que de-
sequilbrios nos balanos de pagamentos e
nos sistemas cambiais dos pases membros
possam prejudicar a expanso do comr-
cio e dos fluxos de capitais internacionais.
O Fundo favorece a progressiva eliminao
das restries cambiais nos pases membros
e concede recursos temporariamente para
evitar ou remediar desequilbrios no balano
de pagamentos. Alm disso, o FMI planeja e
monitora programas de ajustes estruturais
FMI fundo monetrio internacional
e oferece assistncia tcnica e treinamen-
to para os pases membros.
Objetivos
Promover a cooperao monetria
internacional, fornecendo um
mecanismo de consulta e colaborao
dos problemas financeiros;
Favorecer a expanso equilibrada
do comrcio, proporcionando nveis
elevados de emprego, trazendo
desenvolvimento dos recursos
produtivos;
Oferecer ajuda financeira aos pases
membros em dificuldades econmicas,
emprestando recursos com prazos
limitados;
Contribuir para a instituio de um
sistema multilateral de pagamentos e
promover a estabilidade dos cmbios.
FMI. Disponvel em: . Acesso em: 05 de maro de 2014.
Polticas Educacionais22
O Banco Mundial uma das principais fontes
de assistncia para o desenvolvimento no
mundo. Sua meta principal ajudar as
pessoas e pases mais pobres. Concebido
em 1944, em Bretton Woods, Estado de Novo
Hampshire (EUA), o Banco Mundial inicial-
mente ajudou a reconstruir a Europa aps a
Segunda Guerra Mundial. O trabalho de re-
construo permanece como um enfoque
importante do Banco Mundial devido aos
desastres naturais, emergncias humanitrias
e necessidades de reabilitao ps-conflitos,
mas atualmente a principal meta do trabalho
do Banco Mundial a reduo da pobreza
no mundo em desenvolvimento.
O Grupo do Banco Mundial constitudo
por cinco instituies estreitamente relacio-
nadas e sob uma nica presidncia:
BM banco mundial
Ps-Graduao | Unicesumar23
mdias com bons antecedentes de crdito. O
poder de voto de cada pas-membro est vin-
culado s suas subscries de capital, que por
sua vez esto baseadas no poder econmico
relativo de cada pas. O BIRD levanta grande
parte dos seus fundos atravs da venda de
ttulos nos mercados internacionais de capital.
centro internacional para arbitragem de disputas sobre investimentos (CIADI)
O CIADI proporciona instalaes para a reso-
luo mediante conciliao ou arbitragem
de disputas referentes a investimentos
entre investidores estrangeiros e os seus
pases anfitries.
corporao financeira internacional (IFC)
A IFC promove o crescimento no mundo
em desenvolvimento mediante o financia-
mento de investimentos do setor privado e
a prestao de assistncia tcnica e de as-
sessoramento aos governos e empresas. Em
parceria com investidores privados, a IFC
proporciona tanto emprstimos quanto par-
ticipao acionria em negcios nos pases
em desenvolvimento
associao internacional de desenvolvimento (AID)
Desempenha um papel importante na misso
do Banco que a reduo da pobreza. A as-
sistncia da AID concentra-se nos pases mais
pobres, aos quais proporciona emprstimos
sem juros e outros servios. A AID depende
das contribuies dos seus pases membros
mais ricos - inclusive alguns pases em de-
senvolvimento - para levantar a maior parte
dos seus recursos financeiros
agncia multilateral de garantia de investimentos (AMGI)A AMGI ajuda a estimular investimentos es-
trangeiros nos pases em desenvolvimento
por meio de garantias a investidores estran-
geiros contra prejuzos causados por riscos
no comerciais. A AMGI tambm proporcio-
na assistncia tcnica para ajudar os pases a
divulgarem informaes sobre oportunida-
des de investimento.
banco internacional para a reconstruo e o desenvolvimento (BIRD)O BIRD proporciona emprstimos e assistncia
para o desenvolvimento de pases de rendas
Polticas Educacionais24
A Comisso Econmica para a Amrica Latina
e o Caribe (CEPAL) foi criada em 25 de feverei-
ro de 1948, pelo Conselho Econmico e Social
das Naes Unidas (ECOSOC), e tem sua sede
em Santiago, Chile. uma das cinco comis-
ses econmicas regionais das Naes Unidas
(ONU). Foi criada para coordenar as polticas
direcionadas promoo do desenvolvimen-
to econmico da regio latino-americana,
coordenar as aes encaminhadas para sua
promoo e reforar as relaes econmicas
dos pases da rea, tanto entre si como com
as demais naes do mundo. Posteriormente,
seu trabalho ampliou-se para os pases do
Caribe e se incorporou o objetivo de promo-
ver o desenvolvimento social e sustentvel.
Todos os pases da Amrica Latina e do
Caribe so membros da CEPAL, junto com
algumas naes desenvolvidas, tanto da
Amrica do Norte como da Europa, que
mantm fortes vnculos histricos, econ-
micos e culturais com a regio. No total, os
Estados-membros da Comisso so 43 e
8 membros associados, condio jurdica
acordada para alguns territrios no inde-
pendentes do Caribe.
Principal organismo multi lateral internacional de finan-ciamento do desenvolvimen-to social e econmico, forma-do por 184 pases-membros, entre os quais o Brasil. Dedicado reduo da po-breza em todo o mundo.Formado por cinco organi-zaes: o Banco Internacional de Reconstruo e Desenvolvi-mento (BIRD), a Associao Internacional de Desenvolvi-mento (AID), a Corporao Fi-nanceira Internacional (IFC), a Agncia Multilateral de Garan-tia de Investimentos (AMGI)
e o Centro Internacional para Acerto de Disputas de Inves-timento (CIADI).Alm de financiar projetos, o Banco Mundial tambm oferece sua grande experin-cia internacional em diversas reas de desenvolvimento.Um dos pilares do desenvolvi-mento social e econmico mundial desde a Segunda Guerra.A nica agncia supranacio-nal de financiamentos com presena e impacto globais. Angaria fundos nos merca-dos financeiros internaciona-
is para combater a pobreza atravs do financiamento de projetos nos pases em desenvolvimento.Ajuda a atrair investimentos privados atravs de coinves-timentos, garantias e seguros de risco poltico. Oferece aconselhamento econmico e tcnico aos pases membros.
Disponvel em: . Acesso em: 05 do mar. de 2014.
CEPAL comisso econmica para a amrica latina e o caribe
Ps-Graduao | Unicesumar25
Nos anos recentes, a CEPAL tem-se dedi-
cado particularmente ao estudo dos desafios
que prope a necessidade de retomar o
caminho do crescimento sustentado, assim
como a consolidao de sociedades plurais e
democrticas. No marco da proposta geral, co-
nhecida como transformao produtiva com
equidade, foram consideradas questes tais
como o papel da poltica social; o tratamen-
to dos aspectos ambientais e demogrficos
e a estratgia educativa; a necessidade do
progresso tcnico para inserir-se de maneira
competitiva no mbito global, consolidar a
estabilidade das economias da regio e dina-
mizar seu processo de expanso.
Disponvel em: .
Acesso em: 05 mar. 2014.
UNICEF fundo das naes unidas para a infncia
O Fundo das Naes Unidas para a Infncia
(UNICEF) um rgo internacional, com
sede em Nova York, que foi criado no dia 11
de dezembro de 1946, por deciso unnime,
durante a primeira sesso da Assembleia Geral
das Naes Unidas. Os primeiros programas do
UNICEF forneceram assistncia emergencial a
milhes de crianas no perodo ps-guerra na
Europa, no Oriente Mdio e na China.
Consolidou-se em 1953 como parte perma-
nente do sistema das Naes Unidas, com um
papel ampliado: atender s necessidades de
longo prazo das crianas que vivem na pobreza
nos pases em desenvolvimento (UNICEF, 2007).
Nessa perspectiva, o UNICEF tem como princ-
pio bsico promover o bem-estar da criana e
do adolescente, com base em sua necessidade,
sem discriminao de raa, credo, nacionalida-
de, condio social ou opinio poltica.
Em 1979, a anlise da situao da infncia
brasileira levou ao reconhecimento de que as
polticas em favor da infncia e da juventude
deviam integrar o planejamento econmico
e social do pas, com nfase nos programas
preventivos. Reconheceu-se, tambm, a ne-
cessidade de haver um oramento substancial
para a cobertura nacional dos servios bsicos,
com ateno especial para o saneamento.
Dessa forma, o UNICEF, no Brasil, aliou-se
aos esforos que j vinham sendo desen-
volvidos e, por intermdio de uma grande
campanha de mobilizao nacional que vem
se repetindo por vrios anos, o Governo,
grupos religiosos, empresas privadas e p-
blicas conseguiram reduzir drasticamente
os ndices de mortalidade infantil.
Disponvel em: . Acesso em: 18 fev. 2014.
Polticas Educacionais26
A Organizao das Naes Unidas para a
Educao, a Cincia e a Cultura (UNESCO) foi
criada em 16 de novembro de 1945, logo aps
a Segunda Guerra Mundial, com o objetivo
de garantir a paz por meio da cooperao
intelectual entre as naes, acompanhando
o desenvolvimento mundial e auxiliando os
Estados-Membros hoje so 193 pases na
busca de solues para os problemas que
desaam nossas sociedades. a agncia das
Naes Unidas que atua nas seguintes reas de
mandato: Educao, Cincias Naturais, Cincias
Humanas e Sociais, Cultura e Comunicao e
Informao.
A Representao da UNESCO no Brasil
foi estabelecida em 1964 e seu Escritrio,
em Braslia, iniciou as atividades em 1972,
tendo como prioridades a defesa de uma
educao de qualidade para todos e a pro-
moo do desenvolvimento humano e social.
Desenvolve projetos de cooperao tcnica
em parceria com o governo Unio, estados
e municpios , a sociedade civil e a inicia-
tiva privada, alm de auxiliar na formulao
de polticas pblicas que estejam em sinto-
nia com as metas acordadas entre os Estados
Membros da Organizao.
No setor de Educao, a principal diretriz
da UNESCO auxiliar os pases membros a
atingir as metas de Educao para Todos, pro-
movendo o acesso e a qualidade da educao
em todos os nveis e modalidades, incluindo
a educao de jovens e adultos. Para isso, a
Organizao desenvolve aes direcionadas
ao fortalecimento das capacidades nacionais,
alm de prover acompanhamento tcnico
e apoio implementao de polticas na-
cionais de educao, tendo sempre como
foco a relevncia da educao como valor
estratgico para o desenvolvimento social
e econmico dos pases.
Disponvel em: . Acesso em: 05 mar. de 2014
UNESCO a organizao das naes unidas para a educao, a cincia e a cultura
Ps-Graduao | Unicesumar27
Jacques Delors foi o responsvel pela elabora-
o do Relatrio para a UNESCO da Comisso
Internacional sobre Educao para o sculo
XXI Educao: um tesouro a descobrir, neste ele
indicou os objetivos principais para a educao
que estava por vir. Seguem os quatro pilares da
proposta, bem como o significado da educao
ao longo da vida, estes fundamentos necess-
rios para se fazer a educao do novo sculo:
aprender a conhecercombinando uma cultura geral, suficientemen-
te vasta, com a possibilidade de trabalhar em
profundi dade um pequeno nmero de matrias.
O que tambm significa: aprender a aprender,
para beneficiar-se das oportunidades oferecidas
pela educao ao longo de toda a vida.
aprender a fazera fim de adquirir, no somente uma qualifi-
cao profissional mas, de uma maneira mais
ampla, competncias que tornem a pessoa
apta a enfrentar numerosas situaes e a tra-
balhar em equipe. Mas tambm aprender a
fazer, no mbito das diversas experincias
sociais ou de trabalho que se oferecem aos
jovens e adolescentes, quer espontaneamen-
te, fruto do contexto local ou nacional, quer
formalmente, graas ao desenvolvimento do
ensino alternado com o trabalho.
as propostas para a
EDUCAO BRASILEIRA
aprender a viver juntosdesenvolvendo a compreenso do outro e
a percepo das interdependncias reali-
zar projetos comuns e preparar-se para gerir
conflitos no respeito plos valores do plu-
ralismo, da compreenso mtua e da paz.
aprender a serpara melhor desenvolver a sua personalidade
e estar altura de agir com cada vez maior
capacidade de autonomia, de discernimen-
to e de responsabilidade pessoal. Para isso,
no negligenciar na educao nenhuma das
potencialidades de cada indivduo: memria,
raciocnio, sentido esttico, capacidades
fsicas, aptido para comunicar-se (DELORS,
2006, p.101-102).
o conceito de educao ao longo de toda a vida a chave que abre as portas do sculo
XXI. Ultrapassa a distino tradicional entre
educao inicial e educao permanente.
Aproxima-se de outro conceito proposto
com freqncia: o da sociedade educativa,
onde tudo pode ser ocasio para aprender e
desenvolver os prprios talentos. Em suma,
a educao ao longo de toda a vida, deve
aproveitar todas as oportunidades ofereci-
das pela sociedade (DELORS, 2006).
Polticas Educacionais28
consideraes finaisAo encerrar esta unidade, voc deve con-
siderar as questes que foram tratadas, tais
como: a relao entre sociedade, Estado e
educao; o neoliberalismo na educao; e os
organismos internacionais e suas propostas
para a educao brasileira. Esta uma refle-
xo essencial para aqueles que se propem a
conhecer as polticas e a legislao do Ensino
Superior no Brasil.
Ps-Graduao | Unicesumar29
atividade de autoestudo
ESTUDO DE TEXTOleia o texto a seguir e responda o que for
solicitado
UNESCO: OS QUATRO PILARES DA EDU-CAO PS-MODERNALenildes Ribeiro Silva
O relatrio para a Unesco, da Comisso Internacional
sobre Educao para o sculo XXI, Educao: um
tesouro a descobrir, traz uma anlise considervel a
respeito do desenvolvimento da sociedade atual,
suas tenses marcadas pelo processo de globali-
zao e modernizao, como a convivncia com
a diferena, a necessidade da convivncia pacfica
e, relacionada a todas essas questes, a educa-
o. So explicitadas reflexes sobre os rumos
da educao na sociedade do sculo XXI, pistas,
recomendaes, objetivos e metas. Dentre essas
reflexes, ressalta-se a discusso sobre os quatro
pilares da educao (aprender a conhecer, apren-
der a fazer, aprender a ser e aprender a viver juntos),
o conceito de educao ao longo de toda a vida e
as articulaes que se desenvolvem entre esses e
as exigncias da sociedade capitalista, em globali-
zao. So pilares que se relacionam ao raciocnio
ps-moderno de Lyotard para quem o saber no
se entende apenas, claro, um conjunto de enun-
ciados donativos; a ele misturam-se as idias de
saber-fazer, de saber-viver, de saber-escutar, etc
(Lyotard, 1986, p. 36).
A educao ao longo de toda a vida se refere
mudana da noo de qualificao, pautada em
uma formao nica para a noo de competn-
cia, que se relaciona a uma formao dinmica,
flexvel, condizente com a nfase atual no trabalho
em equipe, na capacidade de iniciativa, na va-
lorizao de talentos e aptides. Essa mudana
advm da desmaterializao do trabalho que
exige, alm da tcnica, a aptido para as relaes
interpessoais (Delors, 2003, p. 95).
Essa mudana no tempo destinado educao
discutida por Schaff quando apresenta a edu-
cao permanente como uma realidade possvel
de ser alcanada e destaca, cobrando da Unesco,
sua obrigatoriedade, assim como o a educao
escolar. A preocupao com uma formao cons-
tante do indivduo justificada pela necessidade
de que ele acompanhe o acelerado ritmo em que
as transformaes da sociedade ocorrem. [...]
No Relatrio (Delors, 1993), entretanto, a
concepo de educao permanente retoma-
da da sua verso original, segundo as discusses
mundializadas, e ampliada no sentido de ir alm
das reciclagens profissionais, o que compreen-
de a educao ao longo de toda a vida, trazendo
oportunidade de conhecimento queles que j
se encontravam fora da idade escolar tradicional.
Embora no tratando especificamente do concei-
to de educao permanente, ou, nos termos do
Relatrio, educao ao longo de toda a vida, Lyotard
compactua dessa idia ao ressaltar a necessidade
do ensino romper o tempo de aprendizagem insti-
tucional tradicional, atendendo a jovens e adultos
durante toda a sua vida produtiva.[...]
1. Por que necessrio conhecer o Relatrio pro-
duzido pela Unesco? Qual a funo dele para a
educao brasileira?
2. O que significa a expresso educao ao longo
da vida para o documento estudado?
Polticas Educacionais30
FilmeCapitalismo: uma historia de amorMichael MooreDurao: 120 minAno: 2009Pas: Estados UnidosGnero: DocumentrioSinopse: O documentrio explora as razes da crise financeira global, no perodo de transio entre a sada de George Bush e a posse de Barack Obama no governo dos EUA, as falcatruas po-lticas e econmicas que culminaram no que o diretor descreve como o maior roubo da histria dos EUA: a transferncia de di-nheiro dos contribuintes para instituies financeiras privadas.
ALTMANN, H. Influncias do Banco Mundial no projeto educa-cional brasileiro. Educao e Pesquisa, So Paulo, v.28, n.1, p. 77-89, jan./jun. 2002.
LARA, A. M. B. As Polticas Pblicas para a Infncia na Argentina O Caso da Cidade de Buenos Aires a partir dos anos 1990. In: AZEVEDO, M. L. N.; LARA, A. M. B. (Orgs.) Polticas para a Educao: anlises e apontamentos. Maring: EDUEM, 2011. p.159-180.
LIVRO Ttulo: Neoliberalismo - de Onde Vem Para Onde Vai?Autor: Reginaldo MoraesEditora: SENAC So PauloSinopse: Tema desse livro, o neoliberalismo suscita vrias ques-tes: O que significa? De onde surge? O que pretende? Quem o defende? Quem o critica? Tais perguntas contm um ex-traordinrio potencial de controvrsia, na medida em que o neoliberalismo provoca muitas discusses, a seu favor ou contra.
Quanto ao aporte de recursos, o Banco destinou at 1994, um crdito de 19,2 bilhes de dlares ao setor educacio-nal (BIRD, 1995). A parcela concedida ao Brasil mostra-se pouco significativa: no curso de vinte anos de cooperao, o crdito apenas ultrapassou os 100 milhes de dlares. Esta quantia, se no contribuiu para mudanas no quadro dos problemas estruturais da educa-o, permitiu que o BIRD participasse da definio da agenda educacional do Pas. Isto porque os emprstimos impli-cam a imposio de condicionalidades polticas ao setor sob financiamento, as quais so negociadas durante o perodo de identificao e preparao dos pro-jetos. Se se considera que para receber este crdito, o Brasil concorreu com pelo menos o dobro desses recursos a ttulo de contrapartida aos emprstimos, fica evidente que o BIRD fez prevalecer o seu prprio projeto poltico s custas do di-nheiro nacional
(FONSECA 1998, p.41). FONSECA, Marlia.O Banco Mundial como referncia para a justia social no terceiro mundo: evidncias do caso brasileiro. Rev. Fac. Educ. [online]. 1998, vol.24, n.1, pp. 37-69. ISSN 0102-2555. Disponvel em: .
organismos internacionais acesse os links:
neoliberalismo na Amrica Latina acesse:
filme
Web
relatode caso
Os modelos do capitalismo e a destruio das naes Zillah Branco
Ps-Graduao | Unicesumar31
O aumento da interdependncia econmica, os intercmbios em todos os planos, as influncias culturais e sociais que se tm processado de forma acelerada, sempre mais rpida, passaram a fazer parte do quotidiano, exigindo que o domnio de informaes, o mais variado possvel, adquirisse relevada importncia crucial. Nesse novo cenrio, o que se constata que no existe, ainda, no pas quantidade de profissionais suficientemente habilitados para atender um mercado com tais necessidades. Da o surgimento dos cursos no s de graduao em Relaes Internacionais, mas tambm de dezenas de ps-graduao lato e stricto sensu, em todo pas.
(MIYAMOTO, 2002, p. 4)
LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAO NACIONAL
A lei um espao de luta pela conquista e reconhecimento de direitos de cidadania. A Lei de Diretrizes e Bases da Educao regulamenta direitos institudos na Constituio Federal de 1988, vinculando a educao escolar ao mundo do trabalho e prtica social. A formulao da lei seguiu longa trajetria de participao e conflitos por uma educao pblica, democrtica e de qualidade. O primeiro projeto, tendo como relator Jorge Hage, instituiu formas significativas
de participao da cidadania (BRITO, 1997), acolhendo propostas avanadas, fundamentadas em debates dos educadores em Conferncias Brasileiras de Educao e em propostas do Frum em Defesa da Escola Pblica. Aps passar por negociaes e conflitos, o projeto inicial foi aprovado na Cmara, em 1993. Foi substitudo, no Senado, por projeto do Senador Darcy Ribeiro, desconsiderando a trajetria anterior. Diante da resistncia que se seguiu a essa mudana de rumo, Darcy Ribeiro foi incorporando emendas que atenuassem de algum modo as resistncias e o mal-estar
2 SISTEMA EDUCACIONAL BRASILEIROProfessora Dra. Angela Mara de Barros Lara / Professora Me. Mara Ceclia Rafael
Plano de estudoA seguir, apresentam-se os tpicos que voc estudar nesta unidade: Educao Infantil Ensino Fundamental Ensino Mdio Educao de Jovens e Adultos Educao a Distncia Educao Profissional Educao Especial Educao de Negros e Quilombolas Educao do e no Campo Educao Indgena
Objetivos de Aprendizagem Estudar as etapas da educao bsica: Educao
Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Mdio. Compreender e analisar as modalidades da educa-
o bsica: Educao de Jovens e Adultos, Educao a Distncia, Educao Profissional, Educao Especial, Educao de Negros e Quilombolas, Educao do e no Campo e Educao Indgena.
O objetivo desta unidade tratar da organizao do Sistema
Educacional Brasileiro SEB em sua base legal. Para tanto, voc
estudar a Constituio Federal de 1988, a Lei de Diretrizes e Bases
da Educao Nacional (Lei n 9394/96) e do Plano Nacional de
Educao (Lei n 10.172/2001 e PL n 8.035).
Ao discutirmos o SEB, vamos aprofundar nossos estudos no co-
nhecimento dos nveis e modalidades da Educao Bsica o que
significa apreender sobre a Educao Infantil, o Ensino Fundamental
e o Ensino Mdio bem como das modalidades que a compem,
tais como Educao de Jovens e Adultos, Educao a Distncia,
Educao Profissional, Educao Especial, Educao de Negros e
Quilombolas, Educao do e no Campo e a Educao Indgena.
Voc compreender como so conceituados os nveis e as
modalidades da educao e ensino tanto pela legislao como
pelos tericos que os analisam. importante que voc entenda a
importncia dessa discusso para sua formao, tendo em vista a
necessidade de compreender as polticas educacionais e os aspec-
tos da base legal da educao no pas.
Cabe aqui esclarecer que, nesta unidade do livro, somente
abordaremos o primeiro nvel do SEB, a Educao Bsica EB, e o
segundo nvel, a Educao Superior ES, discutido na Unidade III.
Acreditamos que ser mais palatvel a voc, caro(a) acadmico(a),
trabalhar os nveis separadamente.
Vamos aos estudos!!!!!!
Polticas Educacionais34
Conto com a sua participao na discus-
so que faremos a seguir. Sei que estudar
as Polticas Educacionais num primeiro
momento, diria assim de chofre, parece um
fardo, mas creia uma das reas mais interes-
santes da Educao. E no me refiro apenas
ao nosso pas, mas a nossa regio, a Amrica
Latina, e a outras como a Europa e os Estados
Unidos, por exemplo.
O que estou querendo salientar que, a partir
dos anos de 1980, ns, pesquisadores brasilei-
ros da rea, j no estudvamos a legislao
pela legislao como na disciplina de Estrutura
e Funcionamento do Ensino2. Refiro-me a
outra forma mais interessante de tratar da base
legal, ou seja, contextualizando-a. Superamos
aquela forma por uma outra, e aquela disci-
plina por uma nova, mais arrojada, que nos
educao
BSICA
2 A origem da disciplina Estrutura e Funcionamento do Ensino est no Parecer CFE n 252/69. Para ler mais: SAVIANI, D. Competncia poltica e competncia tcnica. Educao e Sociedade, So Paulo, n15, p. 111-169, 1983; ____. Anlise crtica da organizao escolar brasileira atravs das leis 5.540/68 e 5.692/71. In: GARCIA, W. E. (Org.) Educao Brasileira Contempornea: organizao e funcionamen-to. So Paulo: McGraw-Hill, 1978. ___. Escola e Democracia. So Paulo: Cortez/Autores Associados, 1987.
Ps-Graduao | Unicesumar35
proporcionou a compreenso do movimen-
to da histria, seus interlocutores, a disciplina
de Polticas Educacionais.
Cabe adiantar a voc que no foi uma ca-
minhada simples e nem fcil. Ainda hoje, no
sculo XXI, continuamos buscando a episte-
mologia para analisar as Polticas Educacionais.
No me deixam mentir autores como Eneida
Oto Shiroma, Olinda Evangelista, Roselane
Ftima Campos, Rosalba Maria Cardoso
Garcia, Jefferson Mainardes, estes tericos
do nosso sul brasileiro, mas podemos contar
tambm com autores estrangeiros Stephen
Bawn, Susan Robertson, entre outros. Esses
autores citados so fundamentais para voc
aprofundar suas leituras no que diz respeito
s anlises das polticas.
O mais importante no fugirmos do
nosso foco. Ao tratarmos em um primeiro
momento da EB, buscamos identific-la na
legislao escolhida para aprofundarmos
nossas discusses. Vamos iniciar pela CF
(1988), esta estabeleceu o regime de cola-
borao no seu art. 211, como segue:
Polticas Educacionais36
Artigo 211A Unio, os Estados, o Distrito Federal e os Municpios organiza-
ro em regime de colaborao seus sistemas de ensino.
1 A Unio organizar o sistema federal de ensino e o dos
Territrios, financiar as instituies de ensino pblicas fede-
rais e exercer, em matria educacional, funo redistributiva
e supletiva, de forma a garantir equalizao de oportunida-
des educacionais e padro mnimo de qualidade do ensino
mediante assistncia tcnica e financeira aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municpios.
2 Os Municpios atuaro prioritariamente no ensino funda-
mental e na educao infantil.
1 e 2 alterados pela Emenda Constitucional n 14, de 12 de setembro de 1996
3 Os Estados e o Distrito Federal atuaro prioritariamente no
ensino fundamental e mdio.
4 Na organizao de seus sistemas de ensino, a Unio, os
Estados, o Distrito Federal e os Municpios definiro formas
de colaborao, de modo a assegurar a universalizao do
ensino obrigatrio. * Redao dada pela Emenda Constitucional n 59, de 11 de
novembro de 2009
5 A educao bsica pblica atender prioritariamente ao
ensino regular. Includo pela Emenda Constitucional n 53, de 2006*
Gostaria de ressaltar uma questo fundamental, j abordada
por Volsi e Lara (2012), que apontam que nesta Lei no aparece
a expresso Sistema Educacional e, sim, sistemas de ensino.
Ps-Graduao | Unicesumar37
E, ainda, fundamentam:
Embora a Constituio de 1988 estabelea o regime de colabo-rao entre os sistemas de ensino, essa questo se apresenta um tanto confusa na legislao. No h uma definio clara, uma regra precisa, de como ocorrer essa colaborao entre as esferas administrativas (Federal, Estadual e Municipal). Essa situao tem deixado lacunas que acabam por contribuir para no efetivao da garantia do direito a educao ao cidado brasileiro (VOLSI; LARA, 2012, p. 18-19).
Essa discusso basilar para caracterizar o papel que estados e
municpios tm no que tange EB. claro que no daremos conta
de todas as especificidades do financiamento da educao, no
entanto, preciso enfatizar sua importncia. Por isso, o regime
de colaborao um ponto estratgico para conhecer melhor o
alcance de cada ente federado nesta questo.
importante salientar as questes referentes Educao Bsica
na LDB (1996) e no PNE (2001). Na LDB (1996), o Ttulo V - Dos Nveis
e das Modalidades de Educao e Ensino, em seu Captulo I - Da
Composio Dos Nveis Escolares, no seu art. 21, define:
Artigo 21
A educao escolar compe-se de:
I. educao bsica, formada pela educao infantil, ensino
fundamental e ensino mdio;
II. educao superior (BRASIL, 1996).
No Captulo II - DA EDUCAO BSICA, na Seo I - Das Disposies
Gerais que compreende os art. 22 at o art. 28, vamos apenas
abordar o que mais relevante a nossa discusso, que apresen-
tar em linhas gerais a EB:
Polticas Educacionais38
Artigo 22A educao bsica tem por nalidades desenvolver o
educando, assegurar-lhe a formao comum indispen-
svel para o exerccio da cidadania e fornecer-lhe meios
para progredir no trabalho e em estudos posteriores
(BRASIL, 1996).
No Captulo I, no subttulo ETAPAS DA EDUCAO BSICA, no Plano Nacional de Educao (2010), em seu artigo 21 afirma:
Artigo 21
So etapas correspondentes a diferentes momentos constitutivos
do desenvolvimento educacional:
I. a Educao Infantil, que compreende: a Creche, englo-bando as diferentes etapas do desenvolvimento da criana
at 3 (trs) anos e 11 (onze) meses; e a Pr-Escola, com
durao de 2 (dois) anos;
II. o Ensino Fundamental, obrigatrio e gratuito, com durao de 9 (nove) anos, organizado e tratado em duas fases: a
dos 5 (cinco) anos iniciais e a dos 4 (quatro) anos finais;
III. o Ensino Mdio, com durao mnima de 3 (trs) anos. Pargrafo nico. Essas etapas e fases tm previso de idades prprias, as quais, no entanto, so diversas quando se atenta
para sujeitos com caractersticas que fogem norma, como
o caso, entre outros:
I. de atraso na matrcula e/ou no percurso escolar;
II. de reteno, repetncia e retorno de quem havia abando-
nado os estudos;
III. de portadores de deficincia limitadora;
IV. de jovens e adultos sem escolarizao ou com esta
incompleta;
V. de habitantes de zonas rurais;
VI. de indgenas e quilombolas;
VII. de adolescentes em regime de acolhimento ou internao,
jovens e adultos em situao de privao de liberdade nos
estabelecimentos penais (BRASIL, 2010).
Ps-Graduao | Unicesumar39
Para viabilizarmos a discusso sobre as etapas da EB, vamos tratar
de forma separada cada uma delas. Iniciamos nossas anlises e in-
terpretaes da base legal pela Educao Infantil. Na LDB (1996),
iniciamos pela Seo II - Da Educao Infantil que vai especificar
em seus artigos de 29 a 31:
Artigo 29
A educao infantil, primeira etapa da educao bsica, tem
como nalidade o desenvolvimento integral da criana at
seis anos de idade, em seus aspectos fsico, psicolgico, in-
telectual e social, complementando a ao da famlia e da
comunidade.
Artigo 30
A educao infantil ser oferecida em:
I. creches, ou entidades equivalentes, para crianas de at
trs anos de idade;
II. pr-escolas, para as crianas de quatro a seis anos de idade.
Artigo 31
Na educao infantil a avaliao far-se- mediante acom-
panhamento e registro do seu desenvolvimento, sem o
objetivo de promoo, mesmo para o acesso ao ensino
fundamental (BRASIL, 1996).
No PNE (2001), na Seo I - Educao Infantil, trata em seu art. 22:
Artigo 22
A Educao Infantil tem por objetivo o desenvolvimento
integral da criana, em seus aspectos fsico, afetivo, psicol-
gico, intelectual, social, complementando a ao da famlia
e da comunidade.
Polticas Educacionais40
1 As crianas provm de diferentes e singulares contextos so-
cioculturais, socioeconmicos e tnicos, por isso devem ter
a oportunidade de ser acolhidas e respeitadas pela escola
e pelos profissionais da educao, com base nos princ-
pios da individualidade, igualdade, liberdade, diversidade e
pluralidade.
2 Para as crianas, independentemente das diferentes condies
fsicas, sensoriais, intelectuais, lingusticas, tnico-raciais, socio-
econmicas, de origem, de religio, entre outras, as relaes
sociais e intersubjetivas no espao escolar requerem a ateno
intensiva dos profissionais da educao, durante o tempo de
desenvolvimento das atividades que lhes so peculiares, pois
este o momento em que a curiosidade deve ser estimulada, a
partir da brincadeira orientada pelos profissionais da educao.
3 Os vnculos de famlia, dos laos de solidariedade humana e
do respeito mtuo em que se assenta a vida social devem ini-
ciar-se na Educao Infantil e sua intensificao deve ocorrer
ao longo da Educao Bsica.
4 Os sistemas educativos devem envidar esforos promoven-
do aes a partir das quais as unidades de Educao Infantil
sejam dotadas de condies para acolher as crianas, em
estreita relao com a famlia, com agentes sociais e com a
sociedade, prevendo programas e projetos em parceria, for-
malmente estabelecidos.
5 A gesto da convivncia e as situaes em que se torna ne-
cessria a soluo de problemas individuais e coletivos pelas
crianas devem ser previamente programadas, com foco
nas motivaes estimuladas e orientadas pelos professores
e demais profissionais da educao e outros de reas perti-
nentes, respeitados os limites e as potencialidades de cada
criana e os vnculos desta com a famlia ou com o seu res-
ponsvel direto (BRASIL, 2010).
A segunda etapa da EB o ENSINO FUNDAMENTAL. E vamos tra-
balhar na legislao usando a LDB e o PNE. A LDB (1996), na Seo
III - Do Ensino Fundamental nos seus art. 32 a 34, trata:
Ps-Graduao | Unicesumar41
Artigo 322
O ensino fundamental obrigatrio, com durao de nove anos,
gratuito na escola pblica, iniciando-se aos seis anos de idade,
ter por objetivo a formao bsica do cidado, mediante:
I. o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como
meios bsicos o pleno domnio da leitura, da escrita e do clculo;
II. a compreenso do ambiente natural e social, do sistema
poltico, da tecnologia, das artes e dos valores em que se
fundamenta a sociedade;
III. o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo
em vista a aquisio de conhecimentos e habilidades e a
formao de atitudes e valores; IV o fortalecimento dos
vnculos de famlia, dos laos de solidariedade humana e
de tolerncia recproca em que se assenta a vida social.
1 facultado aos sistemas de ensino desdobrar o ensino fun-
damental em ciclos.
2 os estabelecimentos que utilizam progresso regular por
srie podem adotar no ensino fundamental o regime de
progresso continuada, sem prejuzo da avaliao do pro-
cesso de ensino-aprendizagem, observadas as normas do
respectivo sistema de ensino.
3 o ensino fundamental regular ser ministrado em lngua
portuguesa, assegurada s comunidades indgenas a uti-
lizao de suas lnguas maternas e processos prprios de
aprendizagem.
4 o ensino fundamental ser presencial, sendo o ensino a dis-
tncia utiliza- do como complementao da aprendizagem
ou em situaes emergenciais.
53 o currculo do ensino fundamental incluir, obrigatoriamente,
contedo que trate dos direitos das crianas e dos adolescen-
tes, tendo como diretriz a Lei n 8.069, de 13 de julho de 1990,
que institui o Estatuto da Criana e do Adolescente, observa-
da a produo e distribuio de material didtico adequado.
64 o estudo sobre os smbolos nacionais ser includo como
tema transversal nos currculos do ensino fundamental.
3 Caput com redao dada pela Lei n 11.274, de 07-02-2006.
4 Pargrafo acrescido pela Lei n 11.525, de 25-09-2007.
5 Pargrafo acrescido pela Lei n 12.472, de 1-9-2011, em vigor 90 dias aps sua publicao, que ocorreu no Dirio Oficial da Unio de 02-09-2011.
Polticas Educacionais42
Artigo 335
O ensino religioso, de matrcula facultativa, parte integrante da
formao bsica do cidado e constitui disciplina dos horrios
normais das escolas pblicas de ensino fundamental, assegurado
o respeito diversidade cultural religiosa do Brasil, vedadas quais-
quer formas de proselitismo.
1 os sistemas de ensino regulamentaro os procedimentos
para a denio dos contedos do ensino religioso e es-
tabelecero as normas para a habilitao e admisso dos
professores.
2 os sistemas de ensino ouviro entidade civil, constituda
pelas diferentes denominaes religiosas, para a denio
dos contedos do ensino religioso.
Artigo 34
A jornada escolar no ensino fundamental incluir pelo menos
quatro horas de trabalho efetivo em sala de aula, sendo progres-
sivamente ampliado o perodo de permanncia na escola.
1 So ressalvados os casos do ensino noturno e das formas
alternativas de organizao autorizadas nesta lei.
2 o ensino fundamental ser ministrado progressivamente
em tempo integral, a critrio dos sistemas de ensino
(BRASIL, 1996).
O PNE (2001), na Seo II - Ensino Fundamental, dos art. 23 a 25,
trata:
Artigo 23
O Ensino Fundamental com 9 (nove) anos de durao, de matr-
cula obrigatria para as crianas a partir dos 6 (seis) anos de idade,
tem duas fases sequentes com caractersticas prprias, chama-
das de anos iniciais, com 5 (cinco) anos de durao, em regra para
estudantes de 6 (seis) a 10 (dez) anos de idade; e anos finais, com
4 (quatro) anos de durao, para os de 11 (onze) a 14 (quatorze) anos. 6 Artigo com redao dada pela
Lei n 9.475, de 27-07-1997.
Ps-Graduao | Unicesumar43
Pargrafo nico. No Ensino Fundamental, acolher significa
tambm cuidar e educar, como forma de garantir a aprendiza-
gem dos contedos curriculares, para que o estudante desenvolva
interesses e sensibilidades que lhe permitam usufruir dos bens cul-
turais disponveis na comunidade, na sua cidade ou na sociedade
em geral, e que lhe possibilitem ainda sentir-se como produtor
valorizado desses bens.
Artigo 24
Os objetivos da formao bsica das crianas, definidos para a
Educao Infantil, prolongam-se durante os anos iniciais do Ensino
Fundamental, especialmente no primeiro, e completam-se nos
anos finais, ampliando e intensificando, gradativamente, o pro-
cesso educativo, mediante:
I. da capacidade de aprender, tendo como meios bsicos o
pleno domnio da leitura, da escrita e do clculo;
II. foco central na alfabetizao, ao longo dos 3 (trs) primei-
ros anos;
III. compreenso do ambiente natural e social, do sistema po-
ltico, da economia, da tecnologia, das artes, da cultura e
dos valores em que se fundamenta a sociedade;
IV. o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo
em vista a aquisio de conhecimentos e habilidades e a
formao de atitudes e valores;
V. fortalecimento dos vnculos de famlia, dos laos de solida-
riedade humana e de respeito recproco em que se assenta
a vida social.
Artigo 25
Os sistemas estaduais e municipais devem estabelecer especial
forma de colaborao visando oferta do Ensino Fundamental
e articulao sequente entre a primeira fase, no geral assumida
pelo Municpio, e a segunda, pelo Estado, para evitar obstcu-
los ao acesso de estudantes que se transfiram de uma rede para
Polticas Educacionais44
outra para completar esta escolaridade obrigatria, garantindo
a organicidade e a totalidade do processo formativo do escolar
(BRASIL, 2010).
A terceira etapa da EB o ENSINO MDIO. A LDB (1996), na Seo
IV - Do Ensino Mdio, nos art. 35 e 36, apresenta:
Artigo 35
O ensino mdio, etapa nal da educao bsica, com durao
mnima de trs anos, ter como nalidades:
I. a consolidao e o aprofundamento dos conhecimentos
adquiridos no ensino fundamental, possibilitando o pros-
seguimento de estudos;
II. a preparao bsica para o trabalho e a cidadania do edu-
cando, para continuar aprendendo, de modo a ser capaz
de se adaptar com exibilidade a novas condies de ocu-
pao ou aperfeioamento posteriores;
III. o aprimoramento do educando como pessoa humana,
incluindo a formao tica e o desenvolvimento da auto-
nomia intelectual e do pensamento crtico;
IV. a compreenso dos fundamentos cientco-tecnolgi-
cos dos processos produtivos, relacionando a teoria com a
prtica, no ensino de cada disciplina.
Artigo 36
O currculo do ensino mdio observar o disposto na seo I deste
captulo e as seguintes diretrizes:
I. destacar a educao tecnolgica bsica, a compreenso
do signicado da cincia, das letras e das artes; o proces-
so histrico de transformao da sociedade e da cultura;
a lngua portuguesa como instrumento de comunicao,
acesso ao conhecimento e exerccio da cidadania;
II. adotar metodologias de ensino e de avaliao que esti-
mulem a iniciativa dos estudantes;
Ps-Graduao | Unicesumar45
III. ser includa uma lngua estrangeira moderna, como dis-
ciplina obriga- tria, escolhida pela comunidade escolar, e
uma segunda, em carter optativo, dentro das disponibili-
dades da instituio;
IV. sero includas a filosofia e a sociologia como disciplinas
obrigatrias em todas as sries do ensino mdio.6
1 os contedos, as metodologias e as formas de avaliao
sero organizados de tal forma que ao nal do ensino mdio
o educando demonstre:
I. domnio dos princpios cientco e tecnolgicos que pre-
sidem a produo moderna;
II. conhecimento das formas contemporneas de linguagem;
III. (revogado).7
2 (revogado).8
3 os cursos do ensino mdio tero equivalncia legal e habi-
litaro ao prosseguimento de estudos.
4 (revogado).9 (BRASIL, 1996).
O PNE (2012), na Seo III - Ensino Mdio, no art. 26, salienta:
Artigo 26
O Ensino Mdio, etapa final do processo formativo da Educao
Bsica, orientado por princpios e finalidades que preveem:
I. a consolidao e o aprofundamento dos conhecimentos
adquiridos no Ensino Fundamental, possibilitando o pros-
seguimento de estudos;
II. a preparao bsica para a cidadania e o trabalho, tomado
este como princpio educativo, para continuar aprenden-
do, de modo a ser capaz de enfrentar novas condies de
ocupao e aperfeioamento posteriores;
III. o desenvolvimento do educando como pessoa humana,
incluindo a formao tica e esttica, o desenvolvimento
da autonomia intelectual e do pensamento crtico;
IV. a compreenso dos fundamentos cientficos e tecnolgi-
cos presentes na sociedade contempornea, relacionando
a teoria com a prtica.
7 Inciso acrescido pela Lei n 11.684, de 2-6-2008.
8 Inciso revogado pela Lei n 11.684, de 2-6-2008.
9 Pargrafo revogado pela Lei n 11.741, de 16-7-2008.
10 Idem.
Polticas Educacionais46
1 O Ensino Mdio deve ter uma base unitria sobre a qual
podem se assentar possibilidades diversas como preparao
geral para o trabalho ou, facultativamente, para profisses
tcnicas; na cincia e na tecnologia, como iniciao cient-
fica e tecnolgica; na cultura, como ampliao da formao
cultural.
2 A definio e a gesto do currculo inscrevem-se em uma
lgica que se dirige aos jovens, considerando suas singu-
laridades, que se situam em um tempo determinado.
3 Os sistemas educativos devem prever currculos flexveis,
com diferentes alternativas, para que os jovens tenham a
oportunidade de escolher o percurso formativo que atenda
seus interesses, necessidades e aspiraes, para que se as-
segure a permanncia dos jovens na escola, com proveito,
at a concluso da Educao Bsica (BRASIL, 2010).
A partir deste momento do texto, vamos tratar das modalidades
que esto vinculadas EB. Vamos apresentar na base legal como so
tratadas estas modalidades que se dividem em: Educao Especial
EE, Educao de Jovens e Adultos EJA, Educao Profissional
e Tecnolgica EPT, Educao do e no Campo EC, Educao
Escolar Indgena EEI, Educao de Negros e Quilombolas - ENQ
e Educao a Distncia EAD.
O PNE (2001), no CAPTULO II - MODALIDADES DA EDUCAO
BSICA, no art. 27, destaca:
Artigo 27
A cada etapa da Educao Bsica pode corresponder uma ou mais
das modalidades de ensino: Educao de Jovens e Adultos, Educao
Especial, Educao Profissional e Tecnolgica, Educao do Campo,
Educao Escolar Indgena e Educao a Distncia (BRASIL, 2010).
Vamos seguir a ordem de apresentao das modalidades na
LDB (1996). Iniciamos pela EDUCAO PROFISSIONAL. Na Seo IV10
- Do Ensino Mdio Seo IV - A Da Educao Profissional Tcnica
de Nvel Mdio, trata dos art. 36-A at 36-D): 11 Seo acrescida pela Lei
n 11.741, de 16-7-2008.
Ps-Graduao | Unicesumar47
Artigo 36-ASem prejuzo do disposto na seo IV deste captulo, o ensino
mdio, atendida a formao geral do educando, poder prepar-lo
para o exerccio de profisses tcnicas.
Pargrafo nico. A preparao geral para o trabalho e, facul-
tativamente, a habilitao profissional podero ser desenvolvidas
nos prprios estabelecimentos de ensino mdio ou em coope-
rao com instituies especializadas em educao profissional.
Artigo 36-B
A educao profissional tcnica de nvel mdio ser desenvolvi-
da nas seguintes formas:
I. articulada com o ensino mdio;
II. subsequente, em cursos destinados a quem j tenha con-
cludo o ensino mdio.
Pargrafo nico. A educao profissional tcnica de nvel mdio
dever observar:
I. os objetivos e definies contidos nas diretrizes curricu-
lares nacionais estabelecidas pelo Conselho Nacional de
Educao;
II. as normas complementares dos respectivos sistemas de
ensino;
III. as exigncias de cada instituio de ensino, nos termos de
seu projeto pedaggico.
Artigo 36-C
A educao profissional tcnica de nvel mdio articulada, pre-
vista no inciso I do caput do art. 36-B desta lei, ser desenvolvida
de forma:
I. integrada, oferecida somente a quem j tenha concludo o
ensino fundamental, sendo o curso planejado de modo a
conduzir o aluno habilitao profissional tcnica de nvel
mdio, na mesma instituio de ensino, efetuando-se ma-
trcula nica para cada aluno;
Polticas Educacionais48
II. concomitante, oferecida a quem ingresse no ensino mdio
ou j o esteja cursando, efetuando-se matrculas distintas
para cada curso, e podendo ocorrer:
a) na mesma instituio de ensino, aproveitando-se as
oportunidades educacionais disponveis;
b) em instituies de ensino distintas, aproveitando-se as
oportunidades educacionais disponveis;
c) em instituies de ensino distintas, mediante con-
vnios de intercomplementaridade, visando ao
planejamento e ao desenvolvimento de projeto pe-
daggico unificado.
Artigo 36-D
Os diplomas de cursos de educao profissional tcnica de nvel
mdio, quando registrados, tero validade nacional e habilitaro
ao prosseguimento de estudos na educao superior.
Pargrafo nico. Os cursos de educao profissional tcnica
de nvel mdio, nas formas articulada concomitante e subse-
quente, quando estruturados e organizados em etapas com
terminalidade, possibilitaro a obteno de certificados de qua-
lificao para o trabalho aps a concluso, com aproveitamento,
de cada etapa que caracterize uma qualificao para o trabalho
(BRASIL, 2011).
O PNE (2001), na Seo III - Educao Profissional e Tecnolgica,
nos art. 30 a 34, apresenta:
Artigo 30
A Educao Profissional e Tecnolgica, no cumprimento dos ob-
jetivos da educao nacional, integra-se aos diferentes nveis e
modalidades de educao e s dimenses do trabalho, da cincia e
da tecnologia, e articula-se com o ensino regular e com outras mo-
dalidades educacionais: Educao de Jovens e Adultos, Educao
Especial e Educao a Distncia.
Ps-Graduao | Unicesumar49
Artigo 31Como modalidade da Educao Bsica, a Educao Profissional e
Tecnolgica ocorre na oferta de cursos de formao inicial e conti-
nuada ou qualificao profissional e nos de Educao Profissional
Tcnica de nvel mdio.
Artigo 32
A Educao Profissional Tcnica de nvel mdio desenvolvida
nas seguintes formas:
I. articulada com o Ensino Mdio, sob duas formas: a) integra-
da, na mesma instituio; ou b) concomitante, na mesma
ou em distintas instituies;
II. subsequente, em cursos destinados a quem j tenha con-
cludo o Ensino Mdio.
1 Os cursos articulados com o Ensino Mdio, organizados na
forma integrada, so cursos de matrcula nica, que con-
duzem os educandos habilitao profissional tcnica de
nvel mdio ao mesmo tempo em que concluem a ltima
etapa da Educao Bsica.
2 Os cursos tcnicos articulados com o Ensino Mdio, oferta-
dos na forma concomitante, com dupla matrcula e dupla
certificao, podem ocorrer:
I. na mesma instituio de ensino, aproveitando-se as opor-
tunidades educacionais disponveis;
II. em instituies de ensino distintas, aproveitando-se as opor-
tunidades educacionais disponveis;
III. em instituies de ensino distintas, mediante convnios de
intercomplementaridade, com planejamento e desenvol-
vimento de projeto pedaggico unificado.
3 So admitidas, nos cursos de Educao Profissional Tcnica
de nvel mdio, a organizao e a estruturao em etapas
que possibilitem qualificao profissional intermediria.
4 A Educao Profissional e Tecnolgica pode ser desenvol-
vida por diferentes estratgias de educao continuada,
em instituies especializadas ou no ambiente de trabalho,
Polticas Educacionais50
incluindo os programas e cursos de aprendizagem, previs-
tos na Consolidao das Leis do Trabalho (CLT).
Artigo 33
A organizao curricular da Educao Profissional e Tecnolgica
por eixo tecnolgico fundamenta-se na identificao das tecnolo-
gias que se encontram na base de uma dada formao profissional
e dos arranjos lgicos por elas constitudos.
Artigo 34
Os conhecimentos e as habilidades adquiridos tanto nos cursos
de Educao Profissional e Tecnolgica, como os adquiridos na
prtica laboral pelos trabalhadores, podem ser objeto de avaliao,
reconhecimento e certificao para prosseguimento ou conclu-
so de estudos (BRASIL, 2010).
Na LDB (1996), a modalidade EDUCAO DE JOVENS E ADULTOS
apresentada na Seo V - Da Educao de Jovens e Adultos, nos
art. 37 e 38:
Artigo 37
A educao de jovens e adultos ser destinada queles que no
tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamen-
tal e mdio na idade prpria.
1 os sistemas de ensino asseguraro gratuitamente aos
jovens e aos adultos, que no puderam efetuar os estudos
na idade regular, oportunidades educacionais apropriadas,
consideradas as caractersticas do alunado, seus interes-
ses, condies de vida e de trabalho, mediante cursos e
exames.
2 o poder pblico viabilizar e estimular o acesso e a perma-
nncia do trabalhador na escola, mediante aes integradas
e complementares entre si.
Ps-Graduao | Unicesumar51
3 A educao de jovens e adultos dever articular-se, pre-
ferencialmente, com a educao profissional, na formado
regulamento.11
Artigo 38
Os sistemas de ensino mantero cursos e exames supletivos, que
compreendero a base nacional comum do currculo, habilitan-
do ao prosseguimento de estudos em carter regular.
1 os exames a que se refere este artigo realizar-se-o: I no
nvel de concluso do ensino fundamental, para os maiores
de quinze anos; II no nvel de concluso do ensino mdio,
para os maiores de dezoito anos.
2 os conhecimentos e habilidades adquiridos pelos edu-
candos por meios informais sero aferidos e reconhecidos
mediante exames (BRASIL, 1996).
O PNE (2001), na Seo I - Educao de Jovens e Adultos, no art.
28, explicita:
Artigo 28
A Educao de Jovens e Adultos (EJA) destina-se aos que se situam
na faixa etria superior considerada prpria, no nvel de conclu-
so do Ensino Fundamental e do Ensino Mdio.
1 Cabe aos sistemas educativos viabilizar a oferta de cursos
gratuitos aos jovens e aos adultos, proporcionando-lhes
oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as
caractersticas do alunado, seus interesses, condies de vida
e de trabalho, mediante cursos, exames, aes integradas e
complementares entre si, estruturados em um projeto pe-
daggico prprio.
2 Os cursos de EJA, preferencialmente tendo a Educao
Profissional articulada com a Educao Bsica, devem pau-
tar-se pela flexibilidade, tanto de currculo quanto de tempo
e espao, para que seja(m): 12 Pargrafo acrescido pela Lei
n 11.741, de 16-7-2008.
Polticas Educacionais52
I. rompida a simetria com o ensino regular para crianas e
adolescentes, de modo a permitir percursos individuali-
zados e contedos significativos para os jovens e adultos;
II. providos o suporte e a ateno individuais s diferentes
necessidades dos estudantes no processo de aprendiza-
gem, mediante atividades diversificadas;
III. valorizada a realizao de atividades e vivncias sociali-
zadoras, culturais, recreativas e esportivas, geradoras de
enriquecimento do percurso formativo dos estudantes;
IV. desenvolvida a agregao de competncias para o trabalho;
V. promovida a motivao e a orientao permanente dos
estudantes, visando maior participao nas aulas e seu
melhor aproveitamento e desempenho;
VI. realizada, sistematicamente, a formao continuada, desti-
nada, especificamente, aos educadores de jovens e adultos
(BRASIL, 2010).
A terceira modalidade a EDUCAO ESPECIAL. Na LDB (1996),
no CAPTULO V - DA EDUCAO ESPECIAL, nos seus art. 58 a 60:
Artigo 58
Entende-se por educao especial, para os efeitos desta lei, a
modalidade de educao escolar, oferecida preferencialmente
na rede regular de ensino, para educandos portadores de ne-
cessidades especiais.
1 Haver, quando necessrio, servios de apoio especializado,
na escola regular, para atender s peculiaridades da
clientela de educao especial.
2 o atendimento educacional ser feito em classes, escolas
ou servios especializados, sempre que, em funo das
condies especcas dos alunos, no for possvel a sua
integrao nas classes comuns de ensino regular.
3 A oferta de educao especial, dever constitucional do
Estado, tem incio na faixa etria de zero a seis anos, durante
a educao infantil.
Ps-Graduao | Unicesumar53
Artigo 59 Os sistemas de ensino asseguraro aos educandos com neces-
sidades especiais:
I. currculos, mtodos, tcnicas, recursos educativos e organi-
zao especcos, para atender s suas necessidades;
II. terminalidade especca para aqueles que no puderem
atingir o nvel exigido para a concluso do ensino funda-
mental, em virtude de suas decincias, e acelerao para
concluir em menor tempo o programa escolar para os
superdotados;
III. professores com especializao adequada em nvel mdio
ou superior, para atendimento especializado, bem como
professores do ensino regular capacitados para a integra-
o desses educandos nas classes comuns;
IV. educao especial para o trabalho, visando a sua efetiva
integrao na vida em sociedade, inclusive condies ade-
quadas para os que no revelarem capacidade de insero
no trabalho competitivo, mediante articulao com os
rgos ociais ans, bem como para aqueles que apresen-
tam uma habilidade superior nas reas artstica, intelectual
ou psicomotora;
V. acesso igualitrio aos benefcios dos programas sociais su-
plementares disponveis para o respectivo nvel do ensino
regular.
Artigo 60
Os rgos normativos dos sistemas de ensino estabelecero crit-
rios de caracterizao das instituies privadas sem ns lucrativos,
especializadas e com atuao exclusiva em educao especial,
para ns de apoio tcnico e nanceiro pelo poder pblico.
Pargrafo nico12. O poder pblico adotar, como alternativa
preferencial, a ampliao do atendimento aos educandos com
necessidades especiais na prpria rede pblica regular de ensino,
independentemente do apoio s instituies previstas neste artigo
(BRASIL, 1996).
13 Pargrafo regulamentado pelo Decreto no 6.571, de 17-09-2008
Polticas Educacionais54
O PNE (2001), na Seo II - Educao Especial, no art. 29, define:
Artigo 29
A Educao Especial, como modalidade transversal a todos os
nveis, etapas e modalidades de ensino, parte integrante da
educao regular, devendo ser prevista no projeto poltico-pe-
daggico da unidade escolar.
1 Os sistemas de ensino devem matricular os estudantes com
deficincia, transtornos globais do desenvolvimento e altas
habilidades/superdotao nas classes comuns do ensino
regular e no Atendimento Educacional Especializado (AEE),
complementar ou suplementar escolarizao, ofertado
em salas de recursos multifuncionais ou em centros de AEE
da rede pblica ou de instituies comunitrias, confessio-
nais ou filantrpicas sem fins lucrativos.
2 Os sistemas e as escolas devem criar condies para que o
professor da classe comum possa explorar as potencialidades
de todos os estudantes, adotando uma pedagogia dialgica,
interativa, interdisciplinar e inclusiva e, na interface, o
professor do AEE deve identificar habilidades e necessidades
dos estudantes, organizar e orientar sobre os servios e
recursos pedaggicos e de acessibilidade para a participao
e aprendizagem dos estudantes.
3 Na organizao desta modalidade, os sistemas de ensino
devem observar as seguintes orientaes fundamentais:
I. o pleno acesso e a efetiva participao dos estudantes no
ensino regular;
II. a oferta do atendimento educacional especializado;
III. a formao de professores para o AEE e para o desenvolvi-
mento de prticas educacionais inclusivas;
IV. a participao da comunidade escolar;
V. a acessibilidade arquitetnica, nas comunicaes e infor-
maes, nos mobilirios e equipamentos e nos transportes;
VI. a articulao das polticas pblicas intersetoriais (BRASIL, 2010).
Ps-Graduao | Unicesumar55
A LDB (1996), no Ttulo VIII DAS DISPOSIES GERAIS, no art. 80,
trata especificamente da EaD:
Artigo 8013
O poder pblico incentivar o desenvolvimento e a veiculao
de programas de ensino a distncia, em todos os nveis e moda-
lidades de ensino, e de educao continuada.
1 A educao a distncia, organizada com abertura e regime
especiais, ser oferecida por instituies especicamente
credenciadas pela unio.
2 A unio regulamentar os requisitos para a realizao de
exames e registro de diploma relativos a cursos de educao
a distncia.
3 As normas para produo, controle e avaliao de
programas de educao a distncia e a autorizao para
sua implementao, cabero aos respectivos sistemas de
ensino, podendo haver cooperao e integrao entre os
diferentes sistemas.
4 A educao a distncia gozar de tratamento diferenciado,
que incluir:
I. custos de transmisso reduzidos em canais comerciais de
radiodifuso sonora e de sons e imagens;
II. concesso de canais com nalidades exclusivamente
educativas;
III. reserva de tempo mnimo, sem nus para o poder pblico,
pelos concessionrios de canais comerciais (BRASIL, 1996).
Segundo Carneiro (2010), o art. 80 est regulamentado pelo Decreto
n 5.622/05 e salienta, a partir da normativa, que a EaD uma moda-
lidade educacional que se faz pela mediao didtico-pedaggica
nos processos de ensino e aprendizagem. Cabe inferir que ocorre
pela utilizao de meios e tecnologia de informao e comunica-
o, com estudantes e professores que desenvolvem atividades
educativas em lugares e tempos diversos.
14 Artigo regulamentado pelo Decreto no 5.622, de 19-12-2005.
Polticas Educacionais56
Ainda, dispe que sua oferta cobre os seguintes nveis e moda-
lidades educativos:
I. Educao Bsica; II. Educao de Jovens e Adultos; III. Educao
Especial, respeitadas as especificidades legais pertinentes; IV.
Educao Profissional, cobrindo os seguintes cursos e programas:
a) tcnicos de nvel mdio; e b) tecnolgicos, de nvel superior;
V. Educao Superior, abrangendo os seguintes cursos e progra-
mas: a) sequenciais; b) de graduao; c) de especializao; d) de
mestrado; e) de doutorado (CARNEIRO, 2010, p.499-500).
A EDUCAO A DISTNCIA, no PNE (2001), tratada na Seo
VI - Educao a Distncia, nos art. 39 e 40:
Artigo 39
A modalidade Educao a Distncia caracteriza-se pela mediao
didtico-pedaggica nos processos de ensino e aprendizagem que
ocorre com a utilizao de meios e tecnologias de informao e
comunicao, com estudantes e professores desenvolvendo ati-
vidades educativas em lugares ou tempos diversos.
Artigo 40
O credenciamento para a oferta de cursos e programas de
Educao de Jovens e Adultos, de Educao Especial e de Educao
Profissional Tcnica de nvel mdio e Tecnolgica, na modalidade
a distncia, compete aos sistemas estaduais de ensino, atendidas
a regulamentao federal e as normas complementares desses
sistemas (BRASIL, 2010).
Aqui vamos inserir outras legislaes para fundamentar as outras
modalidades que seguem, o que significa que estas tm suas le-
gislaes especficas, tais como:
O Captulo II - DA EDUCAO BSICA, na Seo I - Das Disposies
Gerais da LDB (2011), trata:
Ps-Graduao | Unicesumar57
Artigo 26-A14
Nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino mdio,
pblicos e privados, torna-se obrigatrio o estudo da histria e
cultura afro-brasileira e indgena.
1 o contedo programtico a que se refere este artigo incluir
diversos aspectos da histria e da cultura que caracterizam a
formao da populao brasileira, a partir desses dois grupos
tnicos, tais como o estudo da histria da frica e dos afri-
canos, a luta dos negros e dos povos indgenas no Brasil, a
cultura negra e indgena brasileira e o negro e o ndio na
formao da sociedade nacional, resgatando as suas contri-
buies nas reas social, econmica e poltica, pertinentes
histria do Brasil.
2 os contedos referentes histria e cultura afro-brasileira e
dos povos indgenas brasileiros sero ministrados no mbito
de todo o currculo escolar, em especial nas reas de edu-
cao artstica e de literatura e histria brasileiras (BRASIL,
2011).
Nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educao Escolar
Quilombola na Educao Bsica (2008), na forma desta Resoluo,
no Art. 1, ficam estabelecidas: 1 A Educao Escolar Quilombola na Educao Bsica:
I. organiza precipuamente o ensino ministrado nas institui-
es educacionais fundamentando-se, informando-se e
alimentando-se:
a) da memria coletiva;
b) das lnguas reminiscentes;
c) dos marcos civilizatrios;
d) das prticas culturais;
e) das tecnologias e formas de produo do trabalho;
f ) dos acervos e repertrios orais;
g) dos festejos, usos, tradies e demais elementos que
conformam o patrimnio cultural das comunidades qui-
lombolas de todo o pas;
h) da territorialidade.
15 Artigo regulamentado pelo Decreto no 5.622, de 19-12-2005.
Polticas Educacionais58
II. compreende a Educao Bsica em suas etapas e modalida-
des, a saber: Educao Infantil, Ensino Fundamental, Ensino
Mdio, Educao do Campo, Educao Especial, Educao
Profissional Tcnica de Nvel Mdio, Educao de Jovens e
Adultos, inclusive na Educao a Distncia;
III. destina-se ao atendimento das populaes quilombolas
rurais e urbanas em suas mais variadas formas de produ-
o cultural, social, poltica e econmica;
IV. deve ser ofertada por estabelecimentos de ensino locali