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 PREVALÊNCIA DE ANOMALIAS CONGÊNITAS ASSOCIADAS À DEFICIÊNCIA DE ÁCIDO FÓLICO Ministério da Educação Universidade Federal do Triângulo Mineiro - UFTM Programa de Pós-graduação Stricto sensu Mestrado em Atenção à Saúde Disciplina: Pesquisa Quantitativa em Saúde Prof .ª: Dr.ª Elizabeth Baric hello Ana Paula Alves Marli Aparecida Reis Coimbra Uberaba 2012 1

Prevalência de Anomalias Congênitas Associadas à Deficiência De

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Prevalência de anomalias congênitas associadas à deficiência de Ácido Fólico.

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  • PREVALNCIA DE ANOMALIAS

    CONGNITAS ASSOCIADAS DEFICINCIA

    DE CIDO FLICO

    Ministrio da Educao

    Universidade Federal do Tringulo Mineiro - UFTM

    Programa de Ps-graduao Stricto sensu Mestrado em Ateno Sade

    Disciplina: Pesquisa Quantitativa em Sade

    Prof.: Dr. Elizabeth Barichello

    Ana Paula Alves

    Marli Aparecida Reis Coimbra

    Uberaba

    2012

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  • INTRODUO 2

    Carncia de micronutrientes no Brasil

    O Ministrio da Sade - determinou a incluso de ferro e cido flico nas farinhas de trigo e milho produzidas no Brasil.

    H interesse na preveno de anomalias congnitas por malformao do tubo neural, como a meningomielocele, a encefalocele e a anencefalia.

    substancias essncias manuteno da sade podendo ser

    orgnicos e minerais. So necessrios realizao de processos metablicos e at

    funes no to bem esclarecidas.

    (ALBERT et al., 2010; LIMA et al., 2009; MATTOS et al., 2007; WEFFORT, 2009)

  • INTRODUO 3

    A resoluo RDC 344/2002 da Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria (ANVISA)

    Organizao Mundial de Sade (OMS)

    Organizao Panamericana de Sade (OPAS)

    Ministrio da Sade,

    Instituiu a fortificao de farinhas de trigo e milho com ferro e cido flico, e determinou rotular as embalagens como ricas, enriquecidas ou fortificadas com ferro e cido flico . A cada100g de farinha de trigo e de farinha de milho no mnimo 4,2 mg de ferro e 150 mcg de cido flico.3

    (ANVISA, 2002; ALABURDA; SHUNDO, 2007).

  • INTRODUO 4

    Nos Estados Unidos o Centro de Controle de Doenas (CDC) estabeleceu uma dosagem de 400 microgramas de cido flico um ms antes da gestao e nos dois primeiros meses consecutivos.

    A suplementao de cido flico importante principalmente antes do fechamento do tubo neural, que ocorre 24 horas aps

    a concepo ou at seis semanas aps a data da ltima menstruao (DUM), agindo na organognese do tecido neural.

    (ALBERT et al., 2010; LIMA et al., 2009; NIQUINI et al., 2010).

  • INTRODUO 5

    Os folatos, cido flico ou vitamina B9,

    so vitaminas hidrossolveis e formadas por cido glutmico, cido para-aminobenzico e pteridina.

    Foi descoberto em 1935, quando foram avaliados vrios estudos decorrentes de deficincia nutricional.

    O folato responsvel pela sntese de DNA, RNA e protenas.

    (ALABURDA; SHUNDO, 2007).

  • 6

    encontrado em vegetais folhosos verdes como o espinafre, em vsceras, laranja, abbora, brcolis, aspargo, milho, ovo, queijo, leveduras, leite humano e leite de vaca.

    http://www.google.com.br/search?hl=pt-PT&q=cido+flico

    (MATTOS et al., 2007; WEFFORT, 2009).

  • INTRODUO 7

    (MATTOS et al., 2007).

    O cido flico dos

    alimentos

    poliglutamato enzimas

    gastrointestinais

    monoglutamato ou

    S-metil-

    tetraiodofolato armazenado no fgado

    sendo parte

    excretada na bile e

    urina

  • INTRODUO 8

    Os folatos correspondem forma natural de vitaminas presentes na dieta, contendo os folatos naturalmente e o cido flico. Porm, o cido flico usado na suplementao durante o pr-natal e o cido flico usado na fortificao alimentar se encontra na forma sinttica e oxidada, no dependendo da ao de enzimas. Portanto, a biodisponibilidade do cido flico sinttico bem maior.

    Portanto, necessrio conhecer a dieta da gestante ou mulher em idade reprodutiva, para evitar uma superdosagem da forma sinttica, no intuito de impedir o acmulo do excesso da substncia qumica no organismo.

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    (ALABURDA; SHUNDO, 2007; ALMEIDA; CARDOSO; 2010)

  • INTRODUO 9

    O cido flico tem a funo de

    reparar o tecido sseo, pela

    estimulao da atividade de osteoblastos e

    sntese de DNA.

    A deficincia de cido flico

    prejudica a diviso celular e a sntese

    de DNA, que acarreta a

    malformao do sistema nervoso central (SNC).

    A malformao congnita do tubo neural, geralmente, ocorre no perodo

    inicial da gestao, quando muitas mulheres nem sabem que esto grvidas,

    contribuindo para o desenvolvimento

    da anomalia.

    (UEHARA; ROSA, 2010).

  • INTRODUO 10

    A deficincia de cido flico prejudica as clulas da medula ssea, tendo efeito deletrio, predispondo a anomalias congnitas do tubo neural como a espinha bfida, a encefalocele e a anencefalia.

    (ALMEIDA; CARDOSO, 2010).

  • A espinha bfida a formao defeituosa do tubo neural

    durante o desenvolvimento embrionrio, que pode ser oculta ou

    protusa, contendo as meninges e o lquido cefalorraquidiano

    (meningocele), ou elementos da medula (mielomeningocele),

    Meningomielocele (espinha bfida)

    (BRASIL, 2011; KIMURA, 2009; KENNER, 2001)

    www.nlm.nih.gov lookfordiagnosis.com

  • A encefalocele considerada a falha do fechamento do tubo

    neural, projeo das meninges e do tecido cerebral na rea

    occipital.

    Encefalocele

    Fonte: Arquivo Valicente, Rassa Rasse, 2008 (BRASIL, 2011; KENNER, 2001)

  • A anencefalia origina-se de uma neurulao anormal pela

    ausncia de fuso das pregas neurais e da malformao do

    tubo neural na regio do encfalo.

    Anencefalia

    (BRASIL, 2011; KIMURA, 2009; KENNER, 2001)

    issoebizarro.xpg.com.br

  • INTRODUO 14

    A espinha bfida e a anencefalia correspondem a 90% dos casos de anomalia.

    A espinha bfida pode ser corrigida cirurgicamente, mas mesmo assim, podem ocorrer sequelas de paralisia, j a anencefalia incompatvel com a vida.

    A carncia desta vitamina tambm pode causar a deficincia enzimtica congnita e m absoro, provocando sintomas de anemia como

    astenia, glossite, taquicardia, anorexia e esplenomegalia. A carncia nutricional de cido flico provoca distrbio no metabolismo da vitamina B12, responsvel pela diviso celular e sntese de DNA.

    (KENNER, 2001, SANTOS; PEREIRA, 2007; ALBERT et al., 2010).

  • INTRODUO 15

    A realizao de cuidados pr-natais, visando ingesto adequada de vitaminas e minerais considerada a principal medida de controle nutricional gestante.

    A quantidade insuficiente de vitaminas e sais minerais est associada fatores scio-demogrficos.

    Estudos apontam que gestantes solteiras e quelas de gravidez no planejada, consumiram menor quantidade de cido flico comparadas s que detinham maior escolaridade.

    (LUNET et al., 2008; NIQUINI et al., 2010).

  • INTRODUO

    16 A sade coletiva por meio da estratgia de sade da famlia tem o desafio de suprir as necessidades nutricionais no pr-natal.

    As dificuldades deste processo esto relacionadas a problemas de infraestrutura, na organizao fsica para encontros e debates, quantidade inadequada de profissionais de sade, equipamentos e reduzido nmero de gestantes cadastradas para acompanhamento.

    Deve envolver o planejamento familiar e o compromisso para o nascimento de crianas saudveis, reduzindo a morbidade e mortalidade neonatal.

    O incentivo alimentao adequada garante a suplementao de cido flico e a de outros nutrientes essenciais ao organismo materno.

    (LUNET et al., 2008; NIQUINI et al., 2010).

  • JUSTIFICATIVA

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    A relevncia deste tema est focada na sade pblica, considerando a superlotao em unidades neonatais, o direito de nascimento de crianas saudveis e de pais menos frustrados por ter um filho com anomalia congnita previnvel.

    Diante do exposto este estudo tem como objetivo analisar a prevalncia de defeitos de fechamento do tubo neural entre nascidos vivos nos ltimos dez anos (2001 a 2010) no estado de Minas Gerais.

  • Objetivo geral

    Analisar a prevalncia de malformao do tubo neural entre nascidos vivos do estado de Minas Gerais.

  • Objetivos especficos

    Descrever o perfil sociodemogrfico das mes de recm-nascidos com malformao do tubo neural;

    Verificar a prevalncia de malformao do tubo neural no perodo de 2001- 2004;

    Verificar a prevalncia de malformao do tubo neural no perodo de 2005 2010 posterior obrigatoriedade da fortificao alimentar implementada pela Anvisa;

    Comparar a prevalncia de malformao do tubo neural no perodo de 2001- 2004 ao perodo de 2005 2010.

  • Metodologia

    Tipo de estudo

    Retrospectivo, descritivo, de base populacional, do tipo srie temporal

    Populao e local de estudo

    Nascidos vivos com malformao do tubo neural no perodo de 2001 a 2010, e as respectivas mes residentes no estado de Minas Gerais.

  • Metodologia

    Critrios Incluso

    Mes que tiveram recm-nascidos vivos com malformao do tubo

    neural

    Recm-nascidos com malformao do tubo neural no perodo a ser estudado

    Critrios Excluso

    Mes e recm-nascidos sem anomalia do tubo neural no perodo

    considerado.

  • Coleta de dados

    A coleta de dados ter incio aps a aprovao do CEP, autorizao e fornecimento dos dados pela SES/MG, respectivamente.

    Sero estudados os nascidos vivos com malformao do tubo neural no perodo de 2001 a 2010, e as respectivas mes residentes no estado de Minas Gerais.

    Os dados sero coletados por meio do Sistema de Informaes sobre Nascidos Vivos (SINASC).

  • Variveis do estudo

    10 a 19 20 a 24 25 a 29 30

    Idade em anos

    0 a 3 4 a 7 8 ou mais

    Escolaridade em anos de estudo

  • Variveis do estudo

    Imaturidade Extrema inferior a 28 semanas, Pr-termo ou prematuro de 28 a 36 semanas, Recm-nascido termo 37 a 41 semanas, Recm-nascido ps-termo igual ou superior a

    42 semanas (TAVARES; REGO, 2010)

    Durao da gestao em semanas

    0-3 4 > 4

    nmero de consultas realizadas de pr-natal

    Vaginal Cesreo

    tipo de parto

  • Gerenciamento dos dados

    Microsoft Office Excel 2007;

    SPSS verso 17.0.

  • Anlise estatstica

    A prevalncia da malformao do tubo neural ser analisada segundo as caractersticas sociodemogrficas maternas: idade, escolaridade, nmero de consultas de pr-natal, tipo de parto e idade gestacional

  • Anlise estatstica

    Para as variveis categricas (frequncias absolutas e percentuais);

    Para as variveis numricas medidas de posio (mdia, mediana); Disperso (desvio

    padro, valor mnimo e mximo).

  • Anlise estatstica

    Sero analisadas as prevalncias de malformao do tubo neural nos perodos (2001- 2004) e (2005-2010) utilizando o teste de quiquadrado e exato de Fisher.

    Anlise da tendncia temporal aplicando-se o teste sequencial de Mann-Kendall e o mtodo no paramtrico Sens Slope.

  • Aspectos ticos

    Ser submetido ao CEP

    No ser obtido o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, visto que as fichas j foram coletadas e arquivadas e o sigilo pessoal mantido, e por tratar-se de uma srie histrica de dez anos numa rea geogrfica extensa, o que dificulta o contato com as pessoas.

  • Resultados Esperados

    Espera-se com o estudo, contribuir para a discusso e reflexo a respeito do nascimento por anomalia pela deficincia de cido flico. Tem-se o intuito de ampliar a viso da equipe e dos gestores de sade sobre o tema.

    Espera-se encontrar uma prevalncia de malformaes menor aps a fortificao das farinhas pela ANVISA.

  • Cronograma Fases 2012 Perodo

    Levantamento bibliogrfico e realizao do projeto 8 ao 10 ms

    Encaminhamento ao CEP UFTM 10 ms

    Apreciao CEP 10 ao 12 ms

    Fases 2013

    Aprovao do CEP UFTM e Coleta de dados 1 ao 3 ms

    Confeco do banco de dados e gerenciamento dos dados 4 ms

    Descrio dos resultados e anlise dos dados 5 ao 6 ms

    Elaborao de discusso e concluso 7 ao 8 ms

    Elaborao de artigo cientfico 9 ms

  • Referencias

    AGNCIA NACIONAL VIGILNCIA SANITRIA ANVISA. Resoluo RDC n 344, de 13 dezembro de 2002. Dirio

    Oficial [da] Repblica Federativa do Brasil, Braslia, DF, 18 dez. 2002. Disponvel em:<

    http://www.anvisa.gov.br/legis/ resol/ 2002/344_02rdc.htm>.

    ALABURDA Janete, SHUNDO Luzia. cido flico e fortificao de alimentos. Rev Inst. Adolfo Lutz. v. 66, n. 2, p. 95-

    102, 2007. Disponvel em: http://periodicos.ses.sp.bvs.br/pdf/rial/ v66n2/v66n2a02.pdf.

    ALBERTO, Myrian Vilia Lana et al. , GALDOS ACR, MIGLINO MA, SANTOS JMS. Anencefalia: causas de uma

    malformao congnita. Rev Neurocienc.; v. 18, n.2, pp. 244-248, 2010.

    ALMEIDA, Lana Carneiro; CARDOSO, Marly Augusto. Recommendations for folate intake in women: implications for

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    http://www.scielo.br/pdf/csp/v26n11/03.pdf.

    ALMEIDA LC et al. Preditores sociodemogrficos, de estilo de vida e gineco-obsttrico das concentraes sricas ou

    plasmticas de homocistena, cido flico e vitaminas B2 B6 em mulheres de baixa renda de So Paulo, Brasil. Cad.

    Sade Pblica. v. 24, n.3, p. 587-596, 2008.

    FUNDAO JOO PINHEIRO. Centro de Estatstica e Informaes. Perfil demogrfico do Estado de Minas Gerais.

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    Ministrio do Planejamento, Oramento e Gesto. IBGE, 2009. Disponvel em:

    . Acesso

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    Reichmann e Affonso, 2001, p. 207-208.

  • Referencias

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    fetal: aspectos atuais. Femina., v. 37 n.10, p. 569-575, 2009. Disponvel em: http://www.febrasgo.org.br/

    arquivos/femina/Femina2009/outubro/Femina-v37n10p569-75.pdf.

    LUNET, Nuno et al . Adequacy of prenatal care as a major determinant of folic acid, iron, and vitamin

    intake during pregnancy. Cad. Sade Pblica, Rio de Janeiro, v. 24, n. 5, May 2008 .

    MATTOS AP et al. Carncia de micronutrientes. In: LOPEZ FA, CAMPOS JUNIOR D. (Org.). Tratado de

    pediatria: sociedade brasileira. Barueri-SP: Manole, 2007.

    NIQUINI, Roberta Pereira et al . Avaliao da estrutura de sete unidades de sade da famlia para a

    oferta da assistncia nutricional no pr-natal no municpio do Rio de Janeiro, Brasil. Rev. Bras. Saude

    Mater. Infant., Recife, v.10 supl.1 , p. 61-68, Nov. 2010. Disponvel em:

    . Acesso em: 20 ago. 2012.

    TAVARES, Eduardo Carlos; REGO, Maria Albertina Santiago. Prematuridade e crescimento fetal restrito. In:

    Tratado de pediatria: sociedade brasileira de pediatria. 2.ed. Barueri-SP: Manole, 2010, p. 1445-1454.

    UEHARA, Sofia Kimi; ROSA, Glorimar. Associao da deficincia de cido flico com alteraes

    patolgicas e estratgias para sua preveno: uma viso crtica. Rev. Nutr., Campinas, v. 23, n. 5, p 881-

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    WEFFORT Virgina Resende Silva. Carncias vitamnicas. In: WEFFORT VRS, LAMOUNIER JA. Nutrio em

    pediatria: da neonatologia adolescncia. Barueri-SP: Manole, 2009.