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CENTRO UNIVERSITÁRIO CESMAC BÁRBARA TENÓRIO SARMENTO PREVALÊNCIA DE TRAUMATISMO DENTÁRIO E FATORES ASSOCIADOS EM PACIENTES DE UMA CLÍNICA ESCOLA DO ESTADO DE ALAGOAS MACEIÓ-AL 2019/1

PREVALÊNCIA DE TRAUMATISMO DENTÁRIO E FATORES … · 2019. 11. 7. · O traumatismo dental é um problema de saúde pública que pode influenciar direta ou indiretamente a vida

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CENTRO UNIVERSITÁRIO CESMAC

BÁRBARA TENÓRIO SARMENTO

PREVALÊNCIA DE TRAUMATISMO DENTÁRIO E FATORES

ASSOCIADOS EM PACIENTES DE UMA CLÍNICA ESCOLA

DO ESTADO DE ALAGOAS

MACEIÓ-AL

2019/1

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BÁRBARA TENÓRIO SARMENTO

PREVALÊNCIA DE TRAUMATISMO DENTÁRIO E FATORES

ASSOCIADOS EM PACIENTES DE UMA CLÍNICA ESCOLA

DO ESTADO DE ALAGOAS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como

requisito final para conclusão do curso de Odontologia

do Centro Universitário CESMAC, sob a orientação da

professora Drª Fernanda Freitas Lins.

MACEIÓ-AL

2019/1

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BÁRBARA TENÓRIO SARMENTO

PREVALÊNCIA DE TRAUMATISMO DENTÁRIO E FATORES

ASSOCIADOS EM PACIENTES DE UMA CLÍNICA ESCOLA

DO ESTADO DE ALAGOAS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como

requisito final para conclusão do curso de Odontologia

do Centro Universitário CESMAC, sob a orientação da

professora Drª Fernanda Freitas Lins.

APROVADO EM: 12 / 06 / 2019.

Profª Dra. Fernanda Freitas Lins

BANCA EXAMINADORA

______________________________________

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______________________________________

___________________________________

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus que sempre esteve presente em minha

jornada, me dando força para seguir em frente e superar os mais difíceis obstáculos.

Sou grata também pelo esforço de meus professores, que sempre fizeram o possível

para garantir um aprendizado de qualidade. À minha orientadora, que teve um papel

fundamental para a realização deste trabalho, receba minha gratidão. E por fim,

agradeço aos meus familiares e amigos, que dividiram os fardos e compartilharam as

alegrias da vida acadêmica comigo.

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PREVALÊNCIA DE TRAUMATISMO DENTÁRIO E FATORES ASSOCIADOS EM

PACIENTES DE UMA CLÍNICA ESCOLA DO ESTADO DE ALAGOAS

PREVALENCE OF TOOTH INJURIES AND ASSOCIATED FACTORS IN

PACIENTS OF A CLINIC SCHOOL IN THE STATE OF ALAGOAS

Bárbara Tenório Sarmento Graduanda do curso de Odontologia

[email protected] Fernanda Freitas Lins

Doutora em Odontologia [email protected]

RESUMO

O trauma dentário é uma situação de emergência odontológica que pode causar sérias sequelas ao indivíduo. A finalidade do estudo foi avaliar os aspectos mais relevantes acerca dos traumas dentais em relação a sua classificação, etiologia e prevalência, em pacientes que foram atendidos numa extensão de Trauma Dental de um Centro Universitário do Estado de Alagoas. Foram analisadas fichas de atendimentos de pacientes do sexo masculino e feminino, onde os dados obtidos foram tabulados e a análise dos dados foram expressos em média (± Desvio-padrão) e distribuições de frequência. O número total de pacientes foi de 64, sendo 70% do sexo masculino e 30% do sexo feminino. Os resultados mostraram que a faixa etária mais prevalente foi de até 12 anos de idade (57,8%) e os fatores etiológicos mais encontrados foram as quedas (40,6%), seguido dos acidentes com motocicleta (35,9%). Os dentes que apresentaram o maior percentual de trauma foram os incisivos centrais (71,8%). O tipo de trauma mais acometido foi fratura esmalte/Dentina (37,5%), seguido por fratura do esmalte/dentina/polpa (17,2%). A faixa etária não apresentou diferenças estatisticamente significantes com a etiologia e área envolvida, no entanto em relação ao tipo de trauma a luxação lateral e extrusiva apresentou maior percentual em pacientes acima de 20 anos (40,0%). Dessa forma, concluiu-se que o gênero masculino, a faixa etária até os 12 anos de idade, as quedas, os incisivos centrais e as fraturas de esmalte e dentina foram os achados mais frequentes.

PALAVRAS-CHAVE: Traumatismo dentário. Prevalência. Dentição permanente.

ABSTRACT

Tooth injuries is a dental emergency that can cause serious consequences to the patient. The purpose of the study was to evaluate the most relevant aspects of tooth injuries in relation to classification, etiology and prevalence, in patients who were treated in an extension of Dental Trauma in a University Center of the State of Alagoas. Data was obtained from the patient’s chart of male and female patients, where data were tabulated and data analysis was expressed as mean (± standard deviation) and frequency distributions. The total number of patients was 64, being 70% male and 30% female. The results showed that the most prevalent age group was up to 12 years of age (57.8%) and the most common etiological factors were falls (40.6%), followed by motorcycle accidents (35.9%). The teeth that presented the highest percentage of trauma were the central incisors (71.8%). The most affected type of trauma was enamel / dentin fracture (37.5%), followed by enamel / dentin / pulp fracture (17.2%). The age group did not present statistically significant differences with the etiology and area involved, however, in relation to the type of trauma the lateral and extrusive dislocation had a higher percentage in patients over 20 years old (40.0%). Thus, it was concluded that the male gender, the age group up to 12 years of age, falls, central incisors and enamel and dentine fractures were the most frequent findings.

KEYWORDS: Tooth Injuries. Prevalence. Dentition, Permanent.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................ 6

2 MATERIAL E MÉTODO........................................................................... 7

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................................... 9

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................... 14

REFERÊNCIAS ......................................................................................... 15

ANEXO – PARECER CONSUBSTÂNCIADO DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA ............................................................................................... 17

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1 INTRODUÇÃO

O traumatismo dental é um problema de saúde pública que pode influenciar

direta ou indiretamente a vida das pessoas, causando danos estéticos, funcionais,

psicológicos e sociais. Ele pode ser definido como uma agressão mecânica sofrida

pelos tecidos de suporte e tecidos duros do dente, cuja magnitude supera a resistência

encontrada nestes tecidos (DUARTE et al., 2001). As lesões traumáticas devem ser

consideradas como uma situação de emergência e tratadas imediatamente para evitar

dor e proporcionar melhor prognóstico (DA ROCHA et al., 2018.; DESSOTTI et al.,

2014).

As quedas da própria altura, impactos contra objetos, agressão física,

acidentes automobilísticos e prática de esporte são algumas das causas destas

injúrias (PICCININNI et al., 2017). O diagnóstico correto é baseado na avaliação

clínica detalhada associada ao exame complementar radiográfico que é essencial

para determinar a extensão da lesão e diagnosticar lesões adjacentes ocultas

(SOUZA et al., 2014).

O grau e o tipo de dano causado e as estruturas atingidas orientam a escolha

do tratamento a ser realizado, e o resultado vai depender do estágio de

desenvolvimento do dente e do tempo transcorrido entre o acidente e o atendimento

(BERGER, 2009).

Estudos avaliando a prevalência de traumas dentários em escolas, clínicas,

hospitais e pronto-socorro são de extrema importância porque trazem informações

sobre os tipos de trauma mais frequentes, as características da população afetada, os

grupos de maior risco e os lugares onde há risco elevado de ocorrer a injúria. Uma

melhoria no tratamento, na prevenção e no prognóstico dos casos pode ser

conseguida com estas informações, minimizando os danos, e ainda mostrando a

importância de um cirurgião-dentista nos atendimentos de emergência (SCHATZ;

JOHO, 1994). Dessa forma, o conhecimento do perfil epidemiológico das regiões é

necessário para a elaboração de medidas preventivas, leis e políticas públicas de

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saúde, com o intuito de entender o comportamento da população e reduzir o impacto

pessoal e financeiro do trauma (SHAYEGAN et al., 2007).

Apesar de a literatura dispor de trabalhos nesta área, não há estudos sobre

prevalência de trauma dentário, suas sequelas e fatores associados no estado de

Alagoas, por isto, o presente trabalho tem o intuito de verificar a prevalência e os tipos

de traumatismos dentários na dentição permanente, determinar as principais

etiologias das injúrias traumáticas, os dentes mais comumente envolvidos no trauma,

o gênero e a faixa etária dos pacientes que foram atendidos desde 2012 em uma

Clínica Escola de Odontologia, da cidade de Maceió, Alagoas.

2 MATERIAL E MÉTODO

É um estudo observacional transversal, que foi realizado na secretaria da

clínica escola de Odontologia do Centro Universitário CESMAC.

Esta pesquisa foi submetida ao Comitê de Ética em Pesquisa do Centro

Universitário CESMAC, onde teve aprovação com parecer de nº 2170.454.

Pacientes com menos de 6 anos e/ou com traumatismos em dentes decíduos

foram excluídos, e pacientes de todas as faixas etárias, com traumatismos em dentes

permanentes foram incluídos na pesquisa.

A coleta de dados foi realizada através da análise dos prontuários dos pacientes

atendidos desde 2012, pela Extensão em Trauma Dental de uma Clínica Escola de

Odontologia do estado de Alagoas.

Nesses prontuários foram coletadas as seguintes informações: gênero, idade na

época do trauma, dia e mês em que ocorreu o trauma, tempo até o primeiro

atendimento, etiologia do trauma (queda da própria altura, bicicleta, motocicleta,

acidente de carro, acidente de trabalho, atropelamento, esportes, agressão física

entre outros), além de observar qual foi o dente permanente traumatizado e o número

de dentes envolvidos.

Os tipos de traumatismos dentários foram classificados de acordo com o critério

proposto por ANDREASEN E ANDREASEN (2001): fratura de coroa, fratura de coroa

com exposição pulpar, fratura coronoradicular, fratura radicular, concussão,

subluxação, luxação lateral, luxação intrusiva, luxação extrusiva, avulsão.

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Para a análise estatística, os dados foram expressos em média (± Desvio-

padrão) e distribuições de frequência. Os dados categóricos foram aplicados o teste

exato de Fisher para tabelas 2x2 e o teste de independência da Razão de

Verossimilhança para as demais tabelas para verificar associações, pois não foi

possível aplicar o teste Qui-quadrado de Pearson.

O nível de significância adotado foi de 5%, ou seja, p-valor<0,05. O software

utilizado foi o SPSS 20.0 e os dados foram digitados no Microsoft Excel.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Sessenta e quatro pessoas que sofreram trauma dentário participaram deste

estudo, onde 70% eram do sexo masculino, conforme ilustra a figura 1, com idade

média de 14,51 ± 7,72 anos e mediana de 12 anos variando de 6 a 42 anos e onde o

número de dentes envolvidos no trauma variou de 1 a 8 dentes com média de 2 dentes

por trauma e desvio padrão de 1,22 dentes, conforme apresentado na tabela 01. O

resultado entra em consenso com a literatura, inclusive no trabalho de Souza-Filho et

al.,(2009), aonde constatou que de 172 pacientes, 108 (62,79%) eram do gênero

masculino e 64 (37,21%) do gênero feminino, em Guedes et al. (2010), em que a taxa

foi de 72,01% para o gênero masculino, em Mascarenhas et al. (2012) que foi de

65,5% também para o gênero masculino e em Pereira, A. C. e Soares, A. de J (2015)

a estatística foi de 73.81%

Figura 01 - Distribuição percentual da amostra segundo o gênero

Fonte: Dados da pesquisa.

Feminino30%

Masculino70%

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Tabela 01 - Medidas descritivas das variáveis idade e nº de dentes envolvidos no

trauma

Variável Média Mediana Desvio-

padrão Mínimo Máximo

Idade 14,51 12,00 7,72 6,00 42,00

Nº dentes

envolvidos 1,83 2,00 1,22 1,00 8,00

Fonte: Dados da pesquisa.

Prokopowitsch, I; Moura, A. A. M e Davidovicz, H. (2009), viram que em relação

à idade, a maior ocorrência do trauma era com faixa etária de 7 a 10 anos (40,2 por

cento), Guedes et al. (2010) chegaram à ocorrência de 31,52% para a mesma faixa

etária, Mascarenhas et al. (2012) 50,4% para pacientes menores de 10 anos e Pereira,

A. C. e Soares, A. de J (2015) chegaram ao valor de 57.14% para pacientes menores

de 14 anos. Nesta pesquisa, em relação à faixa etária, 57,8% tinham até idade até 12

anos, 26,6% entre 13 e 20 anos e apenas 15,6% acima de 20 anos, mas em relação

ao gênero, dentro dos grupos de idade, não houveram diferenças com significância

estatística (p=0,300), como mostra a tabela 02.

Tabela 02 - Frequências absoluta e relativa do gênero segundo a faixa etária

Faixa etária

Gênero Total

p-valor1 Feminino Masculino

N % n % N %

Até 12 anos 10 52,6 27 60,0 37 57,8 0,300

De 13 a 20 anos 4 21,1 13 28,9 17 26,6

Acima de 20 anos 5 26,3 5 11,1 10 15,6

Total 19 100,0 45 100,0 64 100,0

1 - Teste Qui-quadrado de Pearson; * Estatisticamente significante.

Fonte: Dados da pesquisa

Os dentes incisivos centrais foram os mais acometidos (96,9%), seguido dos

incisivos laterais com 21,9%, 4,7% caninos e 1,6% pré-molares. Essa estatística é

corroborada por Percinotto et al. (2003) e Guedes et al. (2010), que relatam que os

dentes mais acometidos por traumatismos dentários são os incisivos centrais e

laterais, em ambas as dentições e gêneros e por Pereira, A. C. e Soares, A. de J

(2015), que obtiveram o valor de 60.5% para traumas em Incisivos Centrais.

A tabela 03 apresenta a relação da localização dos dentes envolvidos com o

gênero e apenas os traumas com os incisivos laterais (p=0,019) apresentaram

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diferenças estatisticamente significantes com o gênero, onde 42,1% dos traumas do

sexo feminino foram incisivos laterais contra 13,3% do masculino.

Tabela 03 - Frequências absoluta e relativa do gênero segundo a o dente envolvido

Área envolvida

Gênero Total

p-valor1 Feminino Masculino

n % N % N %

Incisivo Central 19 100,0 43 95,6 62 96,9 1,000

Incisivos Laterais 8 42,1 6 13,3 14 21,9 0,019 *

Canino 1 5,3 2 4,4 3 4,7 1,000

Pré-molares 1 5,3 0 0,0 1 1,6 0,297

Total 19 100,0 45 100,0 64 100,0

1 - Teste Exato de Fisher; * Estatisticamente significante.

Fonte: Dados da pesquisa.

Em relação à etiologia 40,6% dos pacientes afirmaram queda, 14,1% prática

de esportes, 6,3% queda de bicicleta, 1,6% motocicleta e 35,9% outros motivos e

apenas o motivo de queda (p=0,026) apresentou diferença com significância

estatística com o gênero na qual 63,2% do sexo feminino e 31,1% do sexo masculino

relataram trauma por queda. (Tabela 04), entrando em consenso com Guerrini, R. et

al (1993) e Prokopowitsch, I; Moura, A. A. M e Davidovicz, H. (2009) quanto à

etiologia.

Em contraponto, o estudo de Souza-Filho et al. (2009) constatou que não houve

relação (p = 0,217) entre as causas traumáticas nos diferentes gêneros, acredita-se

que essa diferença se deu devido à diferença do ‘n’ de pacientes entre os dois

trabalhos que foi de 172 pacientes no trabalho citado e 64 no presente trabalho.

Tabela 04 - Frequências absoluta e relativa do gênero segundo a etiologia do trauma

Etiologia

Gênero Total

p-valor1 Feminino Masculino

n % N % n %

Queda 12 63,2 14 31,1 26 40,6 0,026 *

Queda Bicicleta 0 0,0 4 8,9 4 6,3 0,309

Motocicleta 0 0,0 1 2,2 1 1,6 1,000

Esporte 1 5,3 8 17,8 9 14,1 0,260

Outros 5 26,3 18 40,0 23 35,9 0,396

Total 19 100,0 45 100,0 64 100,0

1 - Teste Exato de Fisher; * Estatisticamente significante.

Fonte: Dados da pesquisa.

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De acordo com a tabela 05 o tipo de trauma mais acometido foi fratura de

esmalte e dentina (37,5%), seguido por fratura de esmalte, dentina e polpa com

17,2%, fratura de esmalte com 14,1%, luxação extrusiva ou trinca dentária com 9,4%

cada, luxação lateral e intrusiva com 6,3% cada, fratura radicular com 3,1% e as

demais (fratura corono-radicular e concussão) com 1,6% cada e não apresentou

diferenças com significância estatística em relação ao gênero (p>0,05).

Guedes et al. (2010) afirma o dado, com a estatística de 26,95% para a fratura

de esmalte e dentina, sem exposição pulpar.

Tabela 05 - Frequências absoluta e relativa do gênero segundo o tipo do trauma

Tipo de Trauma

Gênero Total

p-valor1 Feminino Masculino

N % n % n %

Trinca coronária 2 10,5 4 8,9 6 9,4 1,000

Fratura Esmalte 1 5,3 8 17,8 9 14,1 0,260

Fratura Esmalte/Dentina 8 42,1 16 35,6 24 37,5 0,778

Fratura do

Esmalte/Dentina/Polpa 4 21,1 7 15,6 11 17,2 0,719

Fratura corono-radicular 0 0,0 1 2,2 1 1,6 1,000

Fratura radicular 0 0,0 2 4,4 2 3,1 1,000

Concussão 0 0,0 1 2,2 1 1,6 1,000

Subluxação 1 5,3 1 2,2 2 3,1 0,509

Luxação Lateral 2 10,5 2 4,4 4 6,3 0,576

Luxação Intrusiva 1 5,3 3 6,7 4 6,3 1,000

Luxação extrusiva 4 21,1 2 4,4 6 9,4 0,059

Total 19 100,0 45 100,0 64 100,0

1 - Teste Exato de Fisher; * Estatisticamente significante.

Fonte: Dados da pesquisa.

A partir da faixa etária não houveram diferenças estatisticamente significantes

com a etiologia (p>0,05) ou com a área envolvida. (Tabelas 06 e 07)

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Tabela 06 - Frequências absoluta e relativa da Faixa etária segundo a etiologia do trauma

Etiologia

Faixa Etária Total

p-valor1 Até 12 anos De 13 a 20 anos Acima de 20 anos

N % N % N % N %

Queda 19 51,4 3 17,6 4 40,0 26 40,6 0,053

Queda

Bicicleta 3 8,1 1 5,9 0 0,0 4 6,3 0,474

Motocicleta 0 0,0 0 0,0 1 10,0 1 1,6 0,150

Esporte 3 8,1 5 29,4 1 10,0 9 14,1 0,131

Outros 11 29,7 8 47,1 4 40,0 23 35,9 0,452

Total 37 100,0 17 100,0 10 100,0 64 100,0

1 - Teste da razão de Verossimilhança; * Estatisticamente significante.

Fonte: Dados da pesquisa.

Tabela 07 - Frequências absoluta e relativa da Faixa etária segundo o local do trauma

Área envolvida

Faixa Etária

Total p-valor1

Até 12

anos

De 13 a 20

anos

Acima de 20

anos

N % n % N % N %

Incisivo Central 37 100,0 16 94,1 9 90,0 62 96,9 0,158

Incisivos Laterais 5 13,5 4 23,5 5 50,0 14 21,9 0,063

Canino 1 2,7 0 0,0 2 20,0 3 4,7 0,081

Pré-molares 0 0,0 0 0,0 1 10,0 1 1,6 0,150

Total 37 100,0 17 100,0 10 100,0 64 100,0

1 - Teste da razão de Verossimilhança; * Estatisticamente significante.

Fonte: Dados da pesquisa.

Já com relação ao tipo de trauma, a partir da faixa etária (tabela 08) a trinca

coronária foi mais frequente nos pacientes acima de 20 anos com 30,0% (p=0,034), a

luxação lateral e extrusiva em 40,0% para os pacientes acima de 20 anos (p=0,000 e

p=0,008, respectivamente).

Segundo Proprokowitsch, et al. (2009), em seu estudo, dentre os traumatismos

dentários da dentição permanente, as fraturas coronárias sem exposição pulpar

ocorreram com maior frequência (23%), seguido de avulsão dental (21%), subluxação

(12%) e fratura radicular (9%).

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Tabela 08 - Frequências absoluta e relativa da Faixa etária segundo o tipo do trauma

Tipo de Trauma

Faixa Etária Total

p-valor-1 Até 12 anos De 13 a 20 anos Acima de 20 anos

N % n % N % n %

Trinca coronária 3 8,1 0 0,0 3 30,0 6 9,4 0,034

Fratura Esmalte 5 13,5 4 23,5 0 0,0 9 14,1 0,127

Fratura Esmalte/Dentina 15 40,5 7 41,2 2 20,0 24 37,5 0,432

Fratura do

Esmalte/Dentina/Polpa 5 13,5 5 29,4 1 10,0 11 17,2 0,312

Fratura corono-radicular 1 2,7 0 0,0 0 0,0 1 1,6 0,575

Fratura radicular 2 5,4 0 0,0 0 0,0 2 3,1 0,326

Concussão 1 2,7 0 0,0 0 0,0 1 1,6 0,575

Subluxação 1 2,7 0 0,0 1 10,0 2 3,1 0,349

Luxação Lateral 0 0,0 0 0,0 4 40,0 4 6,3 0,000

Luxação Intrusiva 2 5,4 1 5,9 1 10,0 4 6,3 0,880

Luxação extrusiva 1 2,7 1 5,9 4 40,0 6 9,4 0,008

Total 37 100,0 17 100,0 10 100,0 64 100,0

1 - Teste da razão de Verossimilhança; * Estatisticamente significante.

Fonte: Dados da pesquisa.

Estes dados, coincidem também com a pesquisa realizada por Souza-Filho et

al., (2009) e por Lins, F. F. e Soares, A. de J. (2011), aonde observaram que os fatores

etiológicos mais frequentes foram as quedas de própria altura e os acidentes

ciclísticos, e as injúrias mais prevalentes foram a fratura de esmalte-dentina dos

tecidos dentários e a avulsão dos tecidos de suporte.

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CONCLUSÃO

O trauma dentário é uma situação de emergência odontológica que pode

causar sérias sequelas ao indivíduo. Quedas da própria altura, impactos contra

objetos, agressão física, acidentes automobilísticos e práticas de esportes são as

causas mais comuns destas injúrias.

De acordo com a pesquisa, gênero masculino foi o mais susceptível ao trauma,

sendo a faixa etária até os 12 anos de idade a mais frequente e apresentaram como

causa as quedas da própria altura. Os incisivos centrais foram os mais acometidos e

possuíam como consequência frequente as fraturas de esmalte, não descartando

outros tipos de sequelas, entretanto, a faixa etária do trauma não apresentou

significância estatística com nenhum dos outros fatores analisados.

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ANEXO - PARECER CONSUBSTANCIADO DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA

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