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Das provas Conceito e considerações gerais Segundo o conceito processual a prova refere-se a demonstração pela parte, da veracidade das alegações suscitadas no processo, conduzidas pela petição inicial e pela contestação, determinando o procedência ou improcedência da ação ou dos pedidos. Conforme verificado, a prova ata-se a idéia de ratificação das alegações da parte, cabendo a esta a demonstrar que o alegado na suas principais peça corresponde a verdade formal, ou seja, a verdade transposta para o processo, sabido que o código de processo civil não exige a verdade real para a procedência da ação, de modo que esta pode ser garantida e apoiada num juízo de verossimilhança, não necessariamente de certeza. O processo de conhecimento é marcado pela incerteza no que se refere a titularidade do direito material em disputa, exigindo ampla fase de instrução probatória, justificando a designação de audiência processuais, sobre tudo a instrução e julgamento, vocacionada a colheita de prova oral ( depoimento pessoal das partes e ouvida das testemunhas). O processo cautelar ( com espécie de medida de urgência) também reclama a produção de provas para ratificação do preenchimento dos requisitos que lhe são peculiares, a saber FUMUS BONY YURIS e PERICULUM IN MORA, ou seja, fumaça do bom direito, e perigo na demora), sem descuidar de outros requisitos específicos, como observa no panorama de CAUTELAR DE ARRESTO, o exemplo, que exige a demonstração da presença de um credor qualificado e de um devedor desqualificado posicionados em pólos antagônicos assunto descortinado no capítulo do processo cautelar. A produção da prova também é exigida no panorama do processo ou da fase de execução, reclamando prova documental que conduza os atributos da certeza, da liquidez e as exigibilidade da obrigação, sempre presentes nos títulos judiciais e extrajudiciais, sob pena de a execução ser considerada nula, circunstância que impõem a extinção do processo sem a resolução do mérito, pronunciamento que produz coisa julgada formal, sem 1

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Das provas

Das provas

Conceito e consideraes gerais

Segundo o conceito processual a prova refere-se a demonstrao pela parte, da veracidade das alegaes suscitadas no processo, conduzidas pela petio inicial e pela contestao, determinando o procedncia ou improcedncia da ao ou dos pedidos.

Conforme verificado, a prova ata-se a idia de ratificao das alegaes da parte, cabendo a esta a demonstrar que o alegado na suas principais pea corresponde a verdade formal, ou seja, a verdade transposta para o processo, sabido que o cdigo de processo civil no exige a verdade real para a procedncia da ao, de modo que esta pode ser garantida e apoiada num juzo de verossimilhana, no necessariamente de certeza.

O processo de conhecimento marcado pela incerteza no que se refere a titularidade do direito material em disputa, exigindo ampla fase de instruo probatria, justificando a designao de audincia processuais, sobre tudo a instruo e julgamento, vocacionada a colheita de prova oral ( depoimento pessoal das partes e ouvida das testemunhas).

O processo cautelar ( com espcie de medida de urgncia) tambm reclama a produo de provas para ratificao do preenchimento dos requisitos que lhe so peculiares, a saber FUMUS BONY YURIS e PERICULUM IN MORA, ou seja, fumaa do bom direito, e perigo na demora), sem descuidar de outros requisitos especficos, como observa no panorama de CAUTELAR DE ARRESTO, o exemplo, que exige a demonstrao da presena de um credor qualificado e de um devedor desqualificado posicionados em plos antagnicos assunto descortinado no captulo do processo cautelar.

A produo da prova tambm exigida no panorama do processo ou da fase de execuo, reclamando prova documental que conduza os atributos da certeza, da liquidez e as exigibilidade da obrigao, sempre presentes nos ttulos judiciais e extrajudiciais, sob pena de a execuo ser considerada nula, circunstncia que impem a extino do processo sem a resoluo do mrito, pronunciamento que produz coisa julgada formal, sem impedir o ingresso de nova ao assentada nos mesmos elementos da demanda finda ( partes , causa de pedir e pedidos).

Como vista, a prova exigida em trs espcies de jurisdio. A sua no produo pode originar: a improcedncia da ao ou dos pedidos, ou a sua procedncia ( no mbito da jurisdio de conhecimento); o no deferimento da providncia cautelar ( na jurisdio cautelar); ou reconhecimento da nulidade da execuo ( na jurisdio executiva).

No obstante a contestao, o CPC libera a parte de produo de provas em relao: a) Aos fatos notrios eleitos como verdadeiros pela opinio pblica de modo geral, cuja ocorrncia inquestionvel.

b) Ao fato afirmado por uma das partes e confessada pela parte contrria;

c) Ao fato admitido no processo como incontroverso;

d) Ao fato cujo pavor milita a presuno legal de existncia de veracidade.A Lei de ritos prev que todos os meios legais so hbeis para provar a verdade dos fatos, incluindo as provas tpicas ou nominadas e as atpicas ou inominadas, exceto as obtidas por meios ilcitos, como interceptao telefnica e a violao de correspondncia.

nus da prova

O nus da prova refere-se a responsabilidade atribuda a parte de ratificar as alegaes contidas em sua principal manifestao processual( petio inicial ou a contestao). A lei atribui a responsabilidade ao autor, como regra, relativamente ao fato constitutivo do seu direito, ou seja, fato que, por si s, pode determinar a procedncia da ao ou dos pedidos, como, por exemplo, a demonstrao da culpa do ru em acidente automobilstico e dos danos suportados pelo promovente em decorrncia do infortuno.

Como exceo, o nus da prova pode ser deslocado ao ru quando alega fato modificativo, extintivo ou impeditivo do direito do autor. Num exemplo ilustrativo, com os olhos voltados para a realidade da ao de investigao de paternidade, percebemos que o ru dado o encargo de simplesmente negar a paternidade contra si imputada em respeito ao princpio da impugnao especificada, presente na realidade de toda pea de defesa.

Porm, se, alm disso, alegar que a genitora do autor teria mantido mltiplos relacionamentos sexuais com homens diversos, podendo qualquer deles ser genitor do investigante, o ru assume o nus da prova relativo ao fato, assumindo a responsabilidade processual perante a demanda.

O inciso VIII do artigo 6 do CPC defere ao magistrado a rerrogativa de inverter o nus da prova nas aes de consumo, quando demonstrada a hipossuficincia do consumidor ou ( requisitos alternativos) a verossimilhana da alegao, deslocando para o ru o nus da prova do fato alegado pelo autor.Provas nominadas e provas inominadas

O cdigo de processo civil prev espcies nominadas de provas ( testemunhal, pericial, depoimento pessoal, confisso, documental e inspeo judicial), sem afastar a possibilidade de produo das provas inominadas, no previstas de forma expressa na citada codificao, sobressaindo-se os indcios e as presunes, qualificadas como provas inominadas.

Todo o meio de prova admitido para ratificao das alegaes adusidas pelo autor ou pelo ru, desde que que no sejam ilcitas ou moralmente ilegtimas, incluindo se no rol as geraes clandestinas, repudiadas no mbito civil embora sejam admitidas no panorama da processo criminal com preenchimento de requisitos. Momento da prova

O momento da prova desdobra-se em quatro fases distintas, a saber:a) Propositura: que coincide com protesto pela produo de provas continho no desfecho da petio inicial e da contestao;b) Admisso: da prova, que consiste na deciso na deciso interlocutria proferida pelo magistrado geralmente no ambiente da audincia preliminar (artigo 331 do CPC), no sentido de deferir a produo das provas;

c) Produo das provas: que como regra se d no ambiente da audincia de instruo e julgamento. Sendo oral, marcando como ato que apresenta uma dinmica. Envolvendo a seguinte desdobramento:a) A ouvida do perito e dos assistentes, na hiptese da parte ter requerido a presena em referencia aps a apresentao do laudo pericial em cartrio, no se contentando com os esclarecimentos escritos;

b) A ouvida das partes primeiro do autor depois do ru;

c) A ouvida das testemunhas, primeiramente do autor depois do ru;

d) A valorao das provas: que consiste no aproveitamento da prova ou no na formao do consentimento do magistrado.Produo antecipada das provasa) Consiste no interrogatrio da parte na inquisio de testemunhas ou no exame pericial;

b) O autor deve demonstrar a necessidade da antecipao de parte ou da totalidade, fase de instruo probatria da ao principal, sustentando que na demora na colheita das provas pode importar no seu perecimento( testemunha que se encontra com idade avanada, pode falecer antes da instruo da ao principal; coisa que esta deteriorando que necessita ser periciada;

c) A parte contraria ser citada para acompanhar a realizao da audincia designada para ouvida das testemunhas ........... parte em litgio, ou ainda para formular quesitos e indicar, querendo o assistente tcnico, na hiptese de se referir o exame pericial;

d) No obstante do fato, a parte que se sentir prejudicada com as concluses da prova pode ingressar com recursos de apelao contra sentena judicial, apontando vcios meramente formais da deciso.

Sistema informativo da prova

O artigo 131 do CPC prev o juiz tem liberdade para apreciar a prova, podendo se valer de determinada espcie para desatar o processo, desprezando outra que se revela imprestvel para o esclarecimento dos fatos controvertidos.

O poder conferido ao magistrado no ilimitado, j que a constituio Federal exige que toda deciso judicial seja fundamentada ( IX do artigo 93, CF ), de modo que o juiz imposto o dever de motivar o pronunciamento que valoriza determinadas provas. Desprestigiando outras espcies. O artigo 131 da Lei de ritod prestigiou o denominado sistema do livre convencimento racional ou motivado do magistrado.

Espcies de provas

Uma vez compreendido que o cdigo de processo civil prev seis espcies e prova, sem desprezar as provas atpicas ou inominadas, deve ser dito que no h hierarquia entre espcies, valendo a pericial quanto tanto a testemunhal, e assim em sucessivo. Contudo, o artigo 401 do CPC textualiza que a prova exclusivamente testemunhal no admitida para ratificar a existncia de contrato cujo valor exceda a dcuplo do maior salrio mnimo vigente no Pas, ao tempo que foi celebrado.

No obstante da regra, o artigo 402 do mesmo cdigo admite a prova testemunhal para ratificar a existncia do contrato quando houver incio de prova por escrito, ou quanto a inexistncia de documentos escritos e imposto pela impossibilidade fsica ou moral d celebrao do contrato, como se da, por exemplo, com os contratos formalizados entre parentes que dispensam o formalizo exercebado.

Da prova testemunhal

A prova testemunhal na ouvida de terceira pessoa, que no participa como parte do processo, com o intuito de que fornea ao magistrado informaes sobre os aspectos controvertidos da demanda, por meio da suas sensaes de tato, de olfato, da viso etc.

No procedimento ordinrio o rol de testemunhas deve ser apresentado no prazo fixado pelo juiz, ou, na falta de estipulao no mnimo dez dias antes da audincia de instruo e julgamento. No procedimento sumrio exigida a apresentao do rol de testemunhas quando o ingresso da petio inicial ou da contestao, sob pena de caracterizao da precluso consumativa.

No procedimento sumarssimo, ou seja, na realidade das aes que tem curso pelos juizados especiais civis, no se exige a previa apresentao do rol de testemunhas, em respeito aos princpios contemplados no artigo 2 da Lei 9.099/95 ( celeridade, informalidade, oralidade, etc.) exceto se o comparecimento da testemunha depender de intimao previa, hiptese que reclama a apresentao do rol no mnimo cinco dias antes da audincia de instruo e julgamento.

A apresentao do rol retira da parte a possibilidade de modifa-la, exceto: se a testemunha vier a falecer antes da audincia de instruo e julgamento; se no estiverem em condio de depor, devido a enfermidade; ou se no for encontrada pelo oficial de justia, por ter mudado de residncia, no sendo conhecido o paradeiro.

De um modo geral, cada parte tem o direito de ouvir at trs testemunhas para provar a veracidade de cada fato controvertida num nmero de dez testemunhas para a prova de todos os fatos. As testemunhas podem ser marcadas por incapacidade, impedimento ou por suspeio ( artigo 450 CPC ), podendo o magistrado tomar depoimento das testemunhas impedidas ou suspeitas, na condio de informantes.As hipteses de incapacidade se referem a desqualificao das testemunhas, pela ausncia de discernimento, ou pelo abatimento de um sentido de funo, revelando a falta de confiana no que a pessoa poderia declarar em juzo. O CPC prev as hipteses de incapacidade no pargrafo 1 do artigo 405, dizendo respeito:A) interdito por demncia;

b) Ao que acometido por enfermidade, ou debilidade mental, ao tempo em que ocorreram os fatos, no podia discerni-los; ou ao tempo em que deve depor, no est habilitado ao transmitir as percepes;

c) Ao menor de dezesseis; ao cego e aos surdos; quando a cincia do fato depender dos sentidos que lhes falta, autorizando a concluir que o cego pode testemunhar a respeito de fatos captados pela audio, pelo paladar, pelo contato fsico com coisa ou pessoa do processo etc.; enquanto o surdo pode testemunhar a respeito de fatos percebidos pela viso, pelo olfato, e pelo tato etc.

O impedimento da testemunhas de natureza objetiva, dizendo respeito ao parentesco ou afinidade mantida com o protagonista do processo incluindo:a) Cnjuge, ascendente, descendente, e o colateral d qualquer das partes at o terceiro grau por consanginidade ou afinidade admitindo a Lei que as pessoas em referncia prestem depoimentos nas hipteses de exigir os interesses pblicos, bem como nas aes de famlia, pela verdadeira impossibilidade de se provar o fato de outro modo;b) O que a parte na causa;c) O que intervm em nome de uma parte, como o tutor na causa do menor o representante legal da pessoa jurdica o juiz o advogado etc., que assintam ou que tenha assistido as partes.

A suspeio da testemunha da testemunha de natureza subjetiva dependendo da prova mais apurada, incluindo:

a) O condenado por crime de falso testemunho:

b) O que por seus costumes, no for digno de f, como o estelionatrio, o brio contumaz, o viciado em jogos, e, segundo parte da jurisprudncia a prostituta;

c) O inimigo capital da parte, ou o seu amigo ntimo;

d) O que tiver interesse no litgio, como funcionrio de pessoa jurdica demandada, que pode sofrer os efeitos da ao judicial, por meio do exerccio do direito de regresso, em caso de procedncia da primeira demanda.A testemunha presta depoimento perante o juiz da causa, exceto na situao que envolve a expedio de carta precatria ( se a testemunha domiciliada em localidade distante da sede do juzo), devendo observar a sua convocao e comparecer no dia e hora designados, sobre pena de conduo coercitiva. Algumas testemunhas gozam de prerrogativas de serem ouvidas em local da sua escolha, por fora do cargo que ocupam, incluindo-se no rol:

a) O Presidente e Vice-Presidente da Repblica;

b) O presidente do Senado Federal;

c) O presidente da Cmera dos Deputados;

d) Os ministros do STF, STJ, STM, TSE, TST, TCU;

e) O Procurador Geral da Repblica;

f) Os Senadores;

g) Os Deputados federais

h) Os Governadores dos Estados e do Distrito Federal;

i) Os Deputados estaduais;

j) Os Desembargadores dos Tribunais de Justia dos Estados, os Juzes dos Tribunais Regionais do trabalho e dos Tribunais Regionais Eleitorais;

k) Os conselheiros dos Tribunais de contas dos estados e do Distrito Federal;

l) O embaixador de Pas, que por Lei ou por Tratado, concede idntica prerrogativa ao agente Diplomtico do Brasil. Da prova documental.

A prova documental consiste na apresentao e no requerimento de juntada aos autos de documento no necessariamente escrito, considerando que a fita K-7 e a fita de vdeo, cd, DVD, qualificam-se como documentos, embora no se apresentem na forma escrita.

A lei de ritos no prev os documentos que devem ser acostados aos autos pelo autor, em todas as situaes concretas que podem surgir da postulao. De forma no exaustiva, podemos indicar os seguintes documentos como a juntada obrigatria pela parte:

a) A procurao, exceto no que se refere a prtica do ato em regime de urgncia ( para evitar a prescrio ou a decadncia, por exemplo). Autorizando o CPC que a juntada se de no prazo de 15 dias, podendo ser prorrogados por igual prazo, desta feita por autorizao do magistrado;

b) A escritura pblica de compra e venda ou outro documento que comprove o domnio, no panorama da ao reivindicatria (ao de proprietrio no possuidor contra possuir no proprietrio artigo 1228.);

c) O ttulo extrajudicial, na realidade da ao de exceo;

d) A certido de casamento, nas aes de separao, de divrcio, de anulao ou de nulidade de vinculo matrimonial.

A prova em exame deve ser acostada petio inicial e contestao exclusivamente ao que se referem aos documentos substanciais, admitindo-se a posterior juntada de documentos complementares (artigo 397 CPC) quando destinado a fazer provas de fatos ocorridos depois dos articulados, ou para contrap-los aos que foram produzidos nos autos, desde que a parte contrria seja conferido o direito de sobre eles se manifestar no prazo preclusivo de 05 dias ( artigo 398), sob pena de caracterizao do cerceamento do direito de defesa.

Na hiptese do magistrado no flanquear a parte parte a prerrogativa de se manifestar sob documento atado aos atos pelo adversrio processual, no considerando documento na formao do seu consentimento, a jurisprudncia entende a situao em anlise no representa hiptese de nulidade, pela ausncia de prejuzo.

Os documentos pblicos fazem prova da sua formao e das partes declaradas pelo escrivo, pelo tabelio ou pelo funcionrio ocorrido na sua presena, valendo os documentos pblicos autenticados tanto quanto os originais. Os documentos particulares fazem apenas prova da declarao, no dos fatos neles indicados como sido da cincia do que qualifica como o seu ator, reclamando para complementar desse aspecto.

Como destacados em linhas anteriores, a Lei 11.382 de 6 de dezembro de 2006, que entrou em vigor 45 dias aps a sua publicao. Acrescentou o inciso IV e V no artigo 365 do CPC, com a seguinte redao fazem a mesma prova que os originais: s cpias reprogrficas de peas do prprio processo judicial declaradas autnticas pelo prprio advogado sob sua responsabilidade pessoal, se no lhes for impugnada a autenticidade.

O magistrado pode requisitar s reparties pblicas em qualquer tempo e grau de jurisdio:

a) As certides necessrias a prova das alegaes das partes.

b) Cpias dos documentos administrativos nas causas em que forem interessados Unio, o Estado, O municpio ou as entidades da administrao indireta.

Da Prova pericial

A prova pericial refere-se ao exame, vistoria, ou inspeo por um terceiro, com conhecimento tcnico acerca do assunto debatido em juzo.

O conhecimento tcnico ponto nadal da prova em exame, distiguindo-se por esta razo, da prova testemunhal.

Nem todo o processo reclama a produo de prova pericial devendo ser dispensada:

a) Quando a prova do fato no depender do conhecimento especial o tcnico.

b) Quando for desnecessria em vista de outras provas j produzidas.

c) Quando a verificao for impraticada.

A espcie de provas no admitida na realidade do procedimento do ato sumarssimo, prevendo a Lei de regncia. Lei 9.999/95 que o rito em exame apenas admite a inspeo judicial, qualificando-se como pericia simplificada, sem originar a elaborao de um laudo, sendo as concluses do perito externadas no ambiente da audincia de instruo e julgamento.

No Rito sumrio, embora a prova judicial seja admitida, no pode ser complexa, sob pena de ao ser convertida para Rito ordinrio. Na ltima espcie de procedimento, a produo da prova pericial admitida de forma ampla. A parte que requer a sua colheita responsabiliza-se pela antecipao dos honorrios de perito. Sendo requerida pelo Ministrio Pblico ou determinada pelo magistrado, o autor deve antecipar a verba em anlise.

Aps a nomeao do perito as partes devem apresentar quesitao e indicar assistentes tcnicos no prazo de 05 dias, alm de providenciar o depsito dos onerrios correspondente, conforme anotao articulados com linhas seguintes, admitindo a lei de Ritos apresentao de quesitos suplementares durante a diligncia conferido se ao magistrado o poder de indeferir quesitos impertinentes e de formular os que entender necessrio ao esclarecimento da partes convertidos, na condio de destinatrio da prova.

Em ato continuo nomeao o magistrado fixa prazo para a entrega do laudo em cartrio, a depender da natureza e da complexidade da diligencia, admitindo-se a dilao do lapso temporal por meio de despacho judicial, o laudo pericial deve ser entregue em cartrio no mnimo 20 dias antes da audincia de instruo e julgamento, podendo a suas concluses ser desprezadas pelo magistrado, em respeito ao principio do convencimento racional ou motivado do juiz. Alem disso, e possvel a realizao de nova pericia, por determinao de oficio ou em acolhimento a requerimento apresentado por qualquer das partes, devendo ser anotado que a nova diligencia no substitui a anterior que permanece nos autos.

Audincia e instruo e julgamento

Noes gerais: havendo deferimento de provas orais, haver a audincia de instruo e julgamento. A audincia de instruo e julgamento no o ato indispensvel no processo. Assim, audincia e ato processual complexo ( pois nela se realiza atos probatrios, postulatrios e decisrios); pblico ( por que ser realizado a portas abertas, com exceo no previsto no artigo 155); solene ( por ser presidida por uma autoridade pblica, o juiz, detentor do poder de polcia); formal ( por encontrar forma expressa em Lei, descrevendo essa em detalhes todos os procedimentos, seqncias de atos a serem observados pelas partes e pelo juiz); e eventual ( pois, nem sempre ocorrer ); em que o juiz ira fazer a colheita da prova oral ( peritos, testemunhas e depoimentos pessoais), ouvir debates das partes e relatar a sentena.

A audincia preliminar no um complexo de ato. Mas, um s ato complexo.

Natureza jurdica

Ato complexo pblico com exceo do previsto no artigo 155 CPC da unidade continuidade.

Da unidade e continuidade

O artigo 455 CPC preceitua; no sendo possvel concluir, num s dia, a instruo, o debate e o julgamento, o juiz marcara o seu prosseguimento para o dia prximo. Significa dizer que mesmo sendo fracionado, ou seja, mesmo que parte dos trabalhos seja realizada em outra data, a audincia no perde seu carter de unidade, sendo esta nova audincia apenas uma continuidade da anterior.

Destarte, a audincia de instruo e julgamento uma e continua, cada processo tem somente uma A.I,J, no sendo suficiente a 1 audincia a segundo ser apenas uma continuao da 1.

Na audincia de instruo e julgamento, a primeira atitude do magistrado deve orientar as partes a conciliao ( quando se tratar de direito sujeito a transao ou direitos de famlia).

O desenvolvimento da audincia de instruo e julgamento no processo comum ordinrio d se da seguinte forma:

1- abertura, com o prego das partes e respectivos advogados.

2- tentativa de conciliao ( feita n audincia preliminar e no incio da audincia de instruo e julgamento, ou em qualquer outro momento).

3- esclarecimentos do perito e assistente.

4- oitiva do autor e do ru.

5- oitiva das testemunhas ( as perguntas so feitas, somente pelo juiz, mas advogados da parte, ao final podem fazer perguntas, afim de esclarecer ou completar o depoimento da testemunha, de acordo com a praxe, o advogado reformula a repergunta e dirigindo-se ao juiz, e este ento interroga a testemunha para obter esclarecimento; o depoimento da testemunha tomado por termo, digitalizado, mediante ditamento do juiz ao escrevente).

6- debates (terminado colheitas da prova, o juiz dar a palavra aos advogados da parte, para debates).

7- sentena (desde logo ou h dez dias).

A audincia de instruo e julgamento no se realizar sem a presena:

1- Do juiz ( ato inexistente)

2- De membro do ministrio Pblico (quando for o caso, nulidade absoluta).

3- das partes e/ou seus procuradores ( neste caso, h possibilidade de adiamento da audincia, se houver motivo justo ( CPC, 183, 1 ), comprovado, at o incio da audincia, quem der causa ao adiamento custear as custas e despesas do novo ato> ( CPC, 450, 453, 2 ).

Havendo conciliao no A.I.J; ser esta reduzida a termo e analogada por sentena, extinguindo-se o processo ( com o sem julgamento de mrito, conforme o caso). A sentena de conciliao produz todos os efeitos de um ttulo executivo. A conciliao. Pode ser feito pelo comparecimento das partes advogados ( ou por prepostos com poderes para transigir, destarte, mesmo sem a presena da prpria parte, o advogado ou preposto( com poderes para transigir) poder, em nome deste, compor a conciliao. No obtida a conciliao passa-se a instruo.

PRODUO DE ATOS INSTRUTRIOS a fase da dilao probatria, momento da colheita das provas, a audincia de instruo: oitiva das partes, em depoimento pessoal ou interrogao, oitiva das testemunhas ou dos esclarecimentos expertos ( pessoas especializadas em determinadas reas).

A ordem de colheita de provas na audincia dever observar o seguinte:

1- Peritos e assistentes;

2- Depoimento pessoal do autor;

3- Depoimento pessoal do ru;

4- Testemunhas do autor;

5- Testemunhas do ru;

Cumpre lembrar que, a prova pericial produzida antes da audincia de instruo e julgamento, para que nesta possa ser debatida. Quesitos suplementares e de esclarecimentos so respondidos primeiros ( peritos e assistentes), para em seguida tomar os depoimentos restantes. Salienta-se que no pode tomar depoimento de uma parte na presena da outra.

RAZES FINAISFinda a instruo, o juiz dar a palavra ao advogado do autor, depois, ao do ru, pelo prazo sucessvel de 20 minutos para cada um, prorrogvel por mais dez a critrio do juiz. Se estiver intervindo o Ministrio Pblico como fiscal da Lei, falar aps as partes em igual prazo.

Havendo litisconsorte ou terceiros (assistentes, litisdenunciado chamados ao processo),

O prazo mais prorrogao sero chamados e divididos entre os do mesmo grupo de partes plrimas. Salvo se entre elas houver acordo diferente. Se houver opoente ( artigo 56), este sustentar sua razes diante das partes em primeiro lugar, porque a oposio uma ao prejudicial que coloca o autor e ru primitivos na posio de ru.

Se a causa apresenta questes complexas, de fato ou de direito, o debate oral poder ser substitudo por memoriais ( embora hodiemamente, seja regra e no exceo), caso em que o juiz designar dia e hora para seu oferecimento, 3 do artigo 454. Importante frisar que as alegaes finais no so obrigatrias.

JULGAMENTO DA CAUSAEncerrando se a instruo, passa a se s fase do julgamento. Geralmente, depois de realizados as alegaes finais, ou apresentados os memoriais, o magistrado proferir a sentena:

a) Oral: Far-se- a prolao da sentena na prpria audincia, neste caso a intimao das partes se d na prpria audincia.

b) Escrita: a sentena pode ser proferida tambm por escrito, observando o prazo imprprio de dez dias.

A audincia ser documentada nos autos, mediante termo lavrado pelo escrivo, contendo em resumo o ocorrido na audincia, bem como, p extenso, os despachos, proferidos em requerimentos das partes ou incidentes, e a sentena, se desde logo prolatada.

O termo, se digitalizado e impresso, ser em todas as folhas rubricado pelo juiz e subscrito pelos advogados, rgo do Ministrio pblico, e pelo escrivo, transladando cpias autnticas para os autos.

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