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1 Programa Médico da Programa Médico da Família Família Treinamento Introdutório Treinamento Introdutório para Equipe para Equipe Multiprofissional Multiprofissional Instrutora: Instrutora: Psic. Graça Medeiros Psic. Graça Medeiros O O Processo Processo Saúde- Saúde- Doença Doença O Homem O Homem Vitruviano Vitruviano, pintado por Leonardo da Vinci, simboliza a perfeição da forma humana.

Processo Saúde-Doença

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Page 1: Processo Saúde-Doença

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Programa Médico da Programa Médico da Família Família

Treinamento Introdutório Treinamento Introdutório para Equipe para Equipe MultiprofissionalMultiprofissional

Instrutora: Instrutora: Psic. Graça MedeirosPsic. Graça Medeiros

O Processo O Processo

Saúde-Saúde-DoençaDoença

O Homem O Homem VitruvianoVitruviano,

pintado por Leonardo da Vinci,

simboliza a perfeição da

forma humana.

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Para a OMS Para a OMS (Organização (Organização Mundial de Saúde),Mundial de Saúde), SAÚDE é “um SAÚDE é “um estado de perfeito estado de perfeito bem-estar físico, bem-estar físico, mental e social”mental e social”

Isto éPossível?

Page 3: Processo Saúde-Doença

Em nível Em nível pessoal/individual, a pessoal/individual, a

idéia de doença e saúde idéia de doença e saúde tem a ver com otem a ver com o “sentir-“sentir-

se bem”se bem” e varia de e varia de pessoa para pessoa, pessoa para pessoa,

depende do meio em que depende do meio em que o indivíduo está inserido o indivíduo está inserido e de sua relação como o e de sua relação como o mundo (modo de viver). mundo (modo de viver).

Saúde e doençaSaúde e doença não são conceitos não são conceitos

definitivos nem definitivos nem opostosopostos..

ExistemExistem definições de definições de saúdesaúde dadas a partir dadas a partir dos ângulos dos ângulos pessoalpessoal (do ponto de vista do (do ponto de vista do indivíduo), indivíduo), científicocientífico (pelos profissionais (pelos profissionais que atuam nos que atuam nos serviços) e serviços) e socialsocial (modo como a (modo como a sociedade identifica sociedade identifica os indivíduos os indivíduos saudáveis).saudáveis).

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Na Na Grécia antigaGrécia antiga a saúde e a doença eram a saúde e a doença eram considerados fenômenos naturais na vida de uma considerados fenômenos naturais na vida de uma pessoapessoa Para Para HipócratesHipócrates a enfermidade decorria de um a enfermidade decorria de um desequilíbrio dos humores líquidos do corpo, desequilíbrio dos humores líquidos do corpo, teoria desenvolvida depois por teoria desenvolvida depois por GalenoGaleno, pioneiro , pioneiro da observação científica, que influenciou a ciência da observação científica, que influenciou a ciência médica por muitos séculos.médica por muitos séculos.

Na pré históriaNa pré história, , o homem agia o homem agia instintivamente no tratamento instintivamente no tratamento de suas enfermidades. É comum de suas enfermidades. É comum achar pinturas de homens das achar pinturas de homens das cavernas lambendo suas feridas cavernas lambendo suas feridas ou doentes na proximidade de ou doentes na proximidade de fogueirasfogueiras. .

Na Na idade médiaidade média, era comum ver , era comum ver epilépticos serem "tratados a` epilépticos serem "tratados a` porretadas" para espantar os porretadas" para espantar os maus espíritos e muitos foram maus espíritos e muitos foram queimados, acusados de queimados, acusados de bruxaria ou de violar cadáveres.bruxaria ou de violar cadáveres.

Em váriosEm vários grupos grupos indígenas a doença indígenas a doença ainda é ainda é vista como vista como

resultante da ação de resultante da ação de espíritos malignos.espíritos malignos.

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No século XVII, na EuropaNo século XVII, na Europa, a , a doença era considerada doença era considerada resultado da maneira como se resultado da maneira como se constituíam os aglomerados constituíam os aglomerados humanos, evidenciada pelo humanos, evidenciada pelo aparecimento de epidemias. aparecimento de epidemias. Buscava-se eliminar as Buscava-se eliminar as condições que colocavam em condições que colocavam em risco a saúde da população – risco a saúde da população – teoria dos teoria dos miasmasmiasmas.. Robert KochRobert Koch (1834-1910) (1834-1910) derrubou a teoria dos derrubou a teoria dos miasmas infectantesmiasmas infectantes, , provando a provando a existência de existência de micróbiosmicróbios como causadores como causadores de doenças. de doenças. As doenças passaram a ter As doenças passaram a ter umauma causa visível – o micróbio causa visível – o micróbio -- passando a ter prioridade a passando a ter prioridade a compreensão da dinâmica e compreensão da dinâmica e das maneiras de evitá-lo. das maneiras de evitá-lo. Doenças como o câncer, por Doenças como o câncer, por outro lado, levaram ao estudo outro lado, levaram ao estudo de de agentes internosagentes internos na na origem dos males, origem dos males, impulsionando o avanço da impulsionando o avanço da tecnologia médica.tecnologia médica.

No No RenascimentoRenascimento fazer necropsia fazer necropsia deixou de ser deixou de ser violação da violação da alma do cadáver. alma do cadáver. A patologia A patologia evoluiu bastante evoluiu bastante e houve e houve intenso intenso desenvolvimento desenvolvimento científico.científico.

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Com oCom o aumento do grau aumento do grau de complexidade das de complexidade das sociedades humanassociedades humanas, o o pensamento microbiano pensamento microbiano e unicausal mostrou-se e unicausal mostrou-se insuficiente para insuficiente para responder às questões responder às questões de saúde, surgindo de saúde, surgindo outras teorias que outras teorias que buscavam explicar a buscavam explicar a situação de situação de saúde/doença a partir saúde/doença a partir do modo de organização do modo de organização dos grupos sociais. Ex: dos grupos sociais. Ex: desnutrição (condições desnutrição (condições de pobreza), de pobreza), mineradores (doenças mineradores (doenças pulmonares), doenças pulmonares), doenças diarréicas (falta de diarréicas (falta de saneamento) etc.saneamento) etc.

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Primeira Conferência Internacional Primeira Conferência Internacional sobre Atenção Primária em Saúdesobre Atenção Primária em Saúde (1978) – reconhecimento da saúde (1978) – reconhecimento da saúde como direito de todos. Destaque para a como direito de todos. Destaque para a solidariedade e a equidade como solidariedade e a equidade como condições indispensáveis para a saúde condições indispensáveis para a saúde e o desenvolvimento.e o desenvolvimento.No Brasil, a No Brasil, a VII Conferência Nacional de VII Conferência Nacional de SaúdeSaúde definiu saúde como direito de definiu saúde como direito de todos e dever do Estado, tendo como todos e dever do Estado, tendo como diretrizes a descentralização, a diretrizes a descentralização, a integralidade da atenção, a integralidade da atenção, a participação e o controle social.participação e o controle social.A Lei Orgânica da Saúde (Lei 8080A Lei Orgânica da Saúde (Lei 8080), de ), de 1990, definiu entre os fatores 1990, definiu entre os fatores determinantes e condicionantes da determinantes e condicionantes da saúde a alimentação, a moradia, o saúde a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso a bens e transporte, o lazer e o acesso a bens e serviços essenciais. serviços essenciais.

Concepção ampliada Concepção ampliada de saúdede saúde

– – promover a saúde promover a saúde é atuar é atuar para mudar positivamentepara mudar positivamente os elementos considerados os elementos considerados determinantes da situação determinantes da situação

de saúde/doença, sem de saúde/doença, sem desprezar a sabedoria desprezar a sabedoria popular e a crença popular e a crença

das pessoasdas pessoas..

Concepção ampliada Concepção ampliada de saúdede saúde

– – promover a saúde promover a saúde é atuar é atuar para mudar positivamentepara mudar positivamente os elementos considerados os elementos considerados determinantes da situação determinantes da situação

de saúde/doença, sem de saúde/doença, sem desprezar a sabedoria desprezar a sabedoria popular e a crença popular e a crença

das pessoasdas pessoas..

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A saúde e a A saúde e a doençadoença, como , como

outros agravos à outros agravos à saúde, são saúde, são

socialmente socialmente produzidos e produzidos e

historicamente historicamente determinadosdeterminados..

As doenças não são eventos As doenças não são eventos inesperados e resultantes inesperados e resultantes

da fatalidadeda fatalidade. Elas são . Elas são produzidas e no próprio produzidas e no próprio processo de reprodução processo de reprodução

social, isto é, no processo social, isto é, no processo histórico de formação e histórico de formação e

transformação da transformação da sociedade.sociedade.

Cada período Cada período históricohistórico e cada e cada formação social formação social

apresenta padrão apresenta padrão de ocorrência de de ocorrência de

doenças e de doenças e de mortalidade que mortalidade que

reflete as reflete as condições de vida condições de vida das populaçõesdas populações..

As pré-condições que As pré-condições que condicionam a produção condicionam a produção

de doença estão de doença estão interligadas e são interligadas e são interdependentes, interdependentes,

formando uma estrutura formando uma estrutura denominada denominada estrutura ou estrutura ou

sistema epidemiológicosistema epidemiológico..

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Do ponto de vista da Do ponto de vista da epidemiologiaepidemiologia há duas abordagens sociais do há duas abordagens sociais do processo saúde-doença: a processo saúde-doença: a teoria da teoria da multicausalidademulticausalidade, que inclui os , que inclui os aspectos relativos à organização aspectos relativos à organização social e à cultura entre os “fatores” social e à cultura entre os “fatores” que contribuem para a produção da que contribuem para a produção da doença, considerando-os doença, considerando-os equivalentes no conjunto das equivalentes no conjunto das “causas” da doença; e a “causas” da doença; e a teoria da teoria da determinação socialdeterminação social que dá maior que dá maior importância à organização social na importância à organização social na produção do processo saúde-doença.produção do processo saúde-doença.

A A epidemiologiaepidemiologia é o é o eixo da saúde eixo da saúde pública. Uma das pública. Uma das implicações práticas implicações práticas da epidemiologia é da epidemiologia é que o estudo das que o estudo das influências externas influências externas torna a prevenção torna a prevenção possível possível

De maneira simplificada, De maneira simplificada, epidemiologiaepidemiologia pode ser pode ser definida como a definida como a ciência ciência que estuda o processo que estuda o processo saúde-doença em saúde-doença em coletividades humanas, coletividades humanas, analisando a distribuição analisando a distribuição e os fatores e os fatores determinantes das determinantes das enfermidades, danos à enfermidades, danos à saúde e eventos saúde e eventos associados à saúde associados à saúde coletiva, propondo coletiva, propondo medidas específicas de medidas específicas de prevenção, controle, ou prevenção, controle, ou erradicação de doenças, erradicação de doenças, e fornecendo indicadores e fornecendo indicadores que sirvam de suporte que sirvam de suporte ao planejamento, ao planejamento, administração e administração e avaliação das ações avaliação das ações de saúdede saúde.

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A prevenção pode ser feita nos períodos de pré-A prevenção pode ser feita nos períodos de pré-patogênese e patogênese. patogênese e patogênese.

A A prevenção primáriaprevenção primária inclui a promoção da saúde inclui a promoção da saúde e a proteção especifica. e a proteção especifica.A A prevenção secundáriaprevenção secundária é realizada já sob a ação é realizada já sob a ação do agente patogênico, ao nível do estado de do agente patogênico, ao nível do estado de doença, e inclui diagnóstico, tratamento precoce doença, e inclui diagnóstico, tratamento precoce e redução dos agravos. e redução dos agravos.A A prevenção terciáriaprevenção terciária consiste na prevenção da consiste na prevenção da incapacidade através de medidas destinadas à incapacidade através de medidas destinadas à reabilitação. Assim, o processo de reeducação e reabilitação. Assim, o processo de reeducação e readaptação de pessoas com defeitos após readaptação de pessoas com defeitos após acidentes ou devido a seqüelas de doenças é acidentes ou devido a seqüelas de doenças é exemplo de prevenção em nível terciárioexemplo de prevenção em nível terciário..

Saúde pública e epidemiologia, são Saúde pública e epidemiologia, são indissociáveis quanto a seus indissociáveis quanto a seus

objetivos sociais e quanto a sua objetivos sociais e quanto a sua prática, sendo a epidemiologia o prática, sendo a epidemiologia o

instrumento privilegiado para instrumento privilegiado para orientar a atuação da saúde pública. orientar a atuação da saúde pública.

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Níveis de Níveis de Prevenção em Prevenção em SaúdeSaúde

PREVENÇÃO TERCIÁRIA PREVENÇÃO TERCIÁRIA

-  Reabilitação (impedir a -  Reabilitação (impedir a incapacidade total). incapacidade total).

-  Fisioterapia-  Fisioterapia-  Terapia ocupacional -  Terapia ocupacional -  Emprego para o reabilitado etc.-  Emprego para o reabilitado etc.

PREVENÇÃO PRIMÁRIAPREVENÇÃO PRIMÁRIA    

Promoção da Saúde Promoção da Saúde Medidas de ordem geral.Medidas de ordem geral.-  Moradia adequada.-  Moradia adequada.-  Escola-  Escola-  Lazer-  Lazer-  Alimentação adequada.-  Alimentação adequada.-  Educação em vários níveis -  Educação em vários níveis etcetcProteção EspecíficaProteção Específica-  Imunização-  Imunização-  Saúde ocupacional-  Saúde ocupacional-  Higiene pessoal e do lar-  Higiene pessoal e do lar-  Proteção contra acidentes-  Proteção contra acidentes-  Controle dos vetores-  Controle dos vetoresetcetc

PREVENÇÃO SECUNDÁRIA   PREVENÇÃO SECUNDÁRIA  

Diagnóstico Precoce Diagnóstico Precoce - Inquérito para descoberta de - Inquérito para descoberta de casos na comunidade.casos na comunidade.- Exames periódicos para - Exames periódicos para detecção precoce de casos.detecção precoce de casos.- Isolamento para evitar a - Isolamento para evitar a propagação de doenças.propagação de doenças.- Tratamento para evitar a - Tratamento para evitar a progressão da doença.progressão da doença.

Limitação da Incapacidade Limitação da Incapacidade -  Evitar futuras complicações.-  Evitar futuras complicações.-  Evitar seqüelas-  Evitar seqüelasetcetc

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Saúde, Saúde, Normalidade Normalidade e Riscoe Risco

“De perto ninguém é normal”

O conceito de O conceito de normalnormal geralmente está ligado a um geralmente está ligado a um sentido valorativosentido valorativo, referido ao que é desejável em um , referido ao que é desejável em um

determinado momento naquela sociedade.determinado momento naquela sociedade.

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Normalidade como Normalidade como ausência de doençaausência de doença – – seria aquele indivíduo seria aquele indivíduo que não é portador de que não é portador de um transtorno mental um transtorno mental

definidodefinido

Normalidade idealNormalidade ideal – – baseada na adaptação baseada na adaptação do indivíduo às normas do indivíduo às normas

morais e políticas de morais e políticas de determinada determinada sociedade.sociedade.

Normalidade Normalidade estatísticaestatística – – o normal o normal passa a ser aquilo que passa a ser aquilo que se observa com maior se observa com maior

freqüênciafreqüência

Normalidade Normalidade subjetivasubjetiva – – a a

ênfase é dada à ênfase é dada à percepção percepção

subjetiva do próprio subjetiva do próprio indivíduo em indivíduo em

relação ao seu relação ao seu estado de saúde.estado de saúde.

Normalidade como Normalidade como processoprocesso – – são são considerados os considerados os

aspectos dinâmicos do aspectos dinâmicos do desenvolvimento desenvolvimento

psicossocial, crises e psicossocial, crises e mudanças próprias a mudanças próprias a

certos períodos etários.certos períodos etários.

Normalidade Normalidade funcionalfuncional – – o o patológico é o patológico é o

disfuncional, ou seja, disfuncional, ou seja, provoca sofrimento provoca sofrimento

para o próprio para o próprio indivíduo ou para o seu indivíduo ou para o seu

grupo social.grupo social.

Normalidade como Normalidade como bem-estarbem-estar – – normal, normal,

no caso, é definido no caso, é definido como saudável, ou como saudável, ou

seja, completo bem-seja, completo bem-estar físico, mental e estar físico, mental e

social.social.

Alguns Critérios de Alguns Critérios de Normalidade em SaúdeNormalidade em Saúde

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Saúde, Saúde, Normalidade Normalidade e Riscoe Risco

As mais recentes discussões sobre a As mais recentes discussões sobre a construção social da doença enfatizam construção social da doença enfatizam queque a experiência com a doença é a experiência com a doença é fundamental para se compreender fundamental para se compreender a causação social da saúde.a causação social da saúde.

O conhecimento leigo é central O conhecimento leigo é central para a descoberta da doença e de para a descoberta da doença e de suas condições.suas condições.

Com relação à Com relação à experiência da doença, experiência da doença, as pessoas podem ter a as pessoas podem ter a mesma doença, masmesma doença, mas experienciá-la de forma experienciá-la de forma totalmente diversatotalmente diversa. .

A questão é: A questão é: quem quem está doente? está doente?

Normalidade não é saúde e anomalia Normalidade não é saúde e anomalia não é doença.não é doença. Um organismo dito Um organismo dito normal, ajustado ao meio, pode ou não normal, ajustado ao meio, pode ou não ser considerado saudável. A anomalia ser considerado saudável. A anomalia só será considerada patológica quando só será considerada patológica quando vinculada a um sentimento concreto de vinculada a um sentimento concreto de sofrimento.sofrimento.

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Os Os fatores situacionaisfatores situacionais podem ser podem ser temperatura, pluviometria, temperatura, pluviometria, condições de moradia, existência condições de moradia, existência de água potável, saneamento etc. de água potável, saneamento etc. Os Os fatores subjetivosfatores subjetivos são os modos são os modos utilizados pelas pessoas para utilizados pelas pessoas para entender cada um destes fatores, e entender cada um destes fatores, e que podem favorecer ou impedir que podem favorecer ou impedir que se produza a enfermidade. Esta que se produza a enfermidade. Esta construção simbólica que os construção simbólica que os indivíduos herdam e constroem indivíduos herdam e constroem sobre sua própria realidade e que sobre sua própria realidade e que lhes permite interpretar e atuar é o lhes permite interpretar e atuar é o que chamamos de que chamamos de culturacultura. .

O O conceito de riscoconceito de risco tem tem sido utilizado na sido utilizado na epidemiologia como um epidemiologia como um modo de compreender e modo de compreender e de medir a probabilidade de medir a probabilidade de ocorrência de um de ocorrência de um determinado dano à determinado dano à saúde.saúde.

Para estabelecer a Para estabelecer a probabilidade do riscoprobabilidade do risco, , tem-se procurado tem-se procurado identificar os fatores que identificar os fatores que podem contribuir para a podem contribuir para a ocorrência do dano.ocorrência do dano.

Os fatores de risco podem ser de Os fatores de risco podem ser de natureza natureza objetiva ou situacionalobjetiva ou situacional ou ou de natureza de natureza subjetiva ou culturalsubjetiva ou cultural. .

Os de Os de natureza objetivanatureza objetiva são são aqueles relacionados à situação aqueles relacionados à situação material em que se encontram os material em que se encontram os indivíduos, os vetores e os indivíduos, os vetores e os parasitas; os parasitas; os subjetivossubjetivos correspondem ao modo como os correspondem ao modo como os indivíduos interpretam e indivíduos interpretam e constroem simbolicamente a constroem simbolicamente a situação em que vivem.situação em que vivem.

Saúde, Saúde, Normalidade Normalidade e Riscoe Risco

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É no interior de um É no interior de um meio capaz de garantir meio capaz de garantir

uma existência uma existência saudável que um saudável que um

indivíduo pode se indivíduo pode se constituir como capaz constituir como capaz

de tolerar e superar as de tolerar e superar as infrações que está infrações que está

exposto.exposto.

Quando a escolha do Quando a escolha do indivíduo é claramente indivíduo é claramente limitada e ele se encontra limitada e ele se encontra exposto a condições de exposto a condições de vida insalubres e vida insalubres e estressantes, o seu acesso estressantes, o seu acesso a serviços essenciais, a serviços essenciais, as as intervençõesintervenções que busquem que busquem diminuir essas condições diminuir essas condições insalubres insalubres são são fundamentaisfundamentais..

É necessário que a É necessário que a margem margem de segurançade segurança dos indivíduos dos indivíduos

seja ampliada ao máximo seja ampliada ao máximo possível. possível.

Os riscos fazem parte da Os riscos fazem parte da saúde e é importante saúde e é importante identificarmos aqueles que identificarmos aqueles que podem e devem ser evitados podem e devem ser evitados e aqueles que são próprios e aqueles que são próprios da experiência humana. da experiência humana.

Aos profissionais de saúde Aos profissionais de saúde cabe ajudar a construir a cabe ajudar a construir a autonomia das pessoas.autonomia das pessoas.

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A saúde – como a vida A saúde – como a vida – é sempre feita em – é sempre feita em

coletivos. coletivos. Há infinitas Há infinitas conexões que nos conexões que nos

sustentam e fazem sustentam e fazem da gente o que da gente o que

somossomos..

Um galo sozinho não Um galo sozinho não tece uma manhã...tece uma manhã...

(João Cabral de Melo Neto)(João Cabral de Melo Neto)

No trabalho em saúde, em que é produzido o cuidado de No trabalho em saúde, em que é produzido o cuidado de forma permanente, é importante termos clareza dessas forma permanente, é importante termos clareza dessas interdependências: formas de construir-nos e de construir.interdependências: formas de construir-nos e de construir.