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PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA 1. Conceito Contrato é o acordo de duas ou mais vontades para o fim de produzir efeitos jurídicos, ou seja, adquirir, conservar, transferir, modificar ou extinguir direito.

PROF. JOSEVALMARTINS VIANA 1. Conceito · não sendo descobertos com base em um exame exterior, o ... terá direito de reaver o preço que desembolsou. ... Ignorância, pelo adquirente,

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PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

1. Conceito

Contrato é o acordo de duas ou mais vontades para o

fim de produzir efeitos jurídicos, ou seja, adquirir,

conservar, transferir, modificar ou extinguir direito.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

2. Requisitos subjetivos do contrato

a) Manifestação de duas ou mais vontades e capacidade

genérica dos contraentes

b) Aptidão específica para contratar

c) Consentimento

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3. Requisitos objetivos do contrato

a) Licitude do objeto

b) Possibilidade física ou jurídica do objeto

c) Determinação do objeto

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4. Classificação dos contratos quanto à sua natureza

a) Unilaterais: são os contratos em que somente uma das

partes assume a obrigação. Não há contraprestação.

Ex.: doador em relação ao donatário

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

5. Classificação dos contratos quanto à sua natureza

a) Unilaterais: são os contratos em que somente uma das

partes assume a obrigação. Não há contraprestação.

Ex.: doador em relação ao donatário

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

b) Bilaterais ou sinalagmáticos: são aqueles em que

ambas as partes assumem obrigações.

Sinalagma significa dependência recíproca de obrigações.

Ex.: contratos de compra e venda, prestação de serviço etc.

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c) Gratuitos: são aqueles contratos que oneram apenas

uma das partes, proporcionando à outra uma vantagem, sem

qualquer contraprestação.

Ex.: doação pura e simples, mútuo sem retribuição.

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d) Oneroso: quando ambas as partes têm vantagens

correspondentes às respectivas prestações.

Ex.: locação de coisa

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

e) Comutativos: são os contratos onerosos em que as

prestações de ambas as partes são certas. Cada contratante

se obriga a dar ou a fazer algo que é considerado como

equivalente àquilo que lhe dão ou que lhe fazem.

Ex.: contrato de compra e venda

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

f) Aleatórios: são os contratos onerosos, nos quais a

prestação de uma ou e ambas as partes fica na dependência

de um caso fortuito, de um risco. É um risco futuro e incerto.

Álea: sorte, perigo, azar, incerteza de fortuna.

Ex.: contrato de plano de saúde

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

6. Classificação dos contratos quanto ao modo

a) Principal: é aquele que existe por si mesmo, sem

dependência de qualquer outro.

Ex.: contrato de aluguel

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

b) Acessório: é aquele que acompanha o contrato principal,

cuja finalidade é a segurança e a garantia a obrigação

principal.

Ex.: contrato de fiança

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

7. Classificação dos contratos quanto à forma

a) Reais: são os que só se completam pela entrega da

coisa que lhe serve de objeto.

Ex.: compra e venda de bem móvel ou imóvel

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

b) Consensuais: são os contratos que se tornam perfeitos

pelo simples acordo das partes.

Ex.: organização de sociedades, compra e venda de bens

móveis etc.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

c) Solenes: são aqueles para os quais se exigem as

formalidades especiais e que dão ao ato um caráter solene.

Ex.: Compra e venda de um imóvel depende de escritura

pública e de assento no Cartório de Registro de Imóveis.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

8. Tipos de contratos quanto à sua denominação

a) Contratos nominados são aqueles que têm nome

indicados pela lei.

Exs.: empréstimo, compra e venda etc.

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b) Contratos inominados

São aqueles que se afastam dos modelos legais,

porque não são regulados nem disciplinados pela legislação.

Ex.: contrato de cessão de clientela

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

9. Promessa de fato de terceiro

Aquele que promete o cumprimento de uma

obrigação em nome de terceiro sem consultá-lo responderá

por perdas e danos se o terceiro não cumprir com a

obrigação. (Art. 439 do CC)

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

Exemplo:

Se uma pessoa promete levar um palestrante de

renome a um congresso, sem ter obtido dele, previamente, a

devida concordância, responderá por perdas e danos perante

os organizadores do congresso, se o palestrante não

comparecer.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

10. Vício redibitório

Vício redibitório é o defeito oculto em coisa recebida

em virtude de contrato comutativo, que a tornam imprópria ao

uso a que se destina, ou lhe diminuam o valor.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

11. Teoria do inadimplemento contratual em razão do

vício redibitório

Essa teoria tem por fundamento a violação do

princípio de garantia que onera todo alienante e o faz

responsável pelo perfeito estado da coisa, em condições de

uso a que é destinada.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

12. Requisitos para a caracterização dos vícios

redibitórios

a) A coisa deve ter sido recebida em virtude de contrato

comutativo, ou de doação onerosa, ou remuneratória.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

Relembrando:

a) Contratos comutativos são os de prestações certas e

determinadas.

b) Doação onerosa é aquela em que o doador impõe ao

donatário uma incumbência ou dever.

c) Remuneratória é a doação feita em retribuição a serviços

prestados, cujo pagamento não pode ser exigido pelo

donatário.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

b) O defeito deve ser oculto

Se o defeito for facilmente identificável não é vício

redibitório. Se o defeito for aparente, suscetível de ser

percebido por um exame atento, não constituirá vício oculto

capaz de justificar a propositura da ação redibitória.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

c) Os defeitos devem existir no momento da celebração

do contrato e perdurarem até o momento da reclamação

O alienante não responde pelos defeitos

supervenientes, mas pelos defeitos contemporâneos à

alienação, ainda que venham a se manifestar

posteriormente.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

d) Os defeitos devem ser desconhecidos do adquirente

Se os conhecia, renunciou à garantia. É o mesmo

que “vende-se no estado em que se encontra”.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

e) Os defeitos devem ser graves

Os defeitos devem ser graves a ponto de

prejudicar o uso da coisa ou diminuir-lhe o valor.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

13. Efeitos Jurídicos da Ação Redibitória – Ações

cabíveis

Quando o bem adquirido apresentar defeitos ocultos,

não sendo descobertos com base em um exame exterior, o

adquirente poderá rejeitá-lo ou requerer abatimento no

preço. (Arts. 441 e 442 do CC)

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

Observação:

Se o alienante conhecia o vício ou defeito da coisa,

deverá restituir o que recebeu além das perdas e danos.

No entanto, se não conhecia o vício ou o defeito, restituirá

apenas o valor do contrato, mais as despesas. Não haverá,

portanto, perdas e dados, pois agiu de boa-fé.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

O alienante continua responsável pela coisa, ainda

que ela pereça em poder do alienatário em razão do vício

oculto já existente ao tempo da tradição.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

14. Espécies de ações

O adquirente poderá:

a) rejeitar a coisa, rescindindo o contrato e pleitear a

devolução do preço, pago mediante a ação redibitória.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

b) Permanecer com a coisa, mesmo com defeito, mas

requerer o abatimento no preço pela ação quanti minoris ou

estimatória.

Atenção: Caso haja perecimento da coisa, a ação só será

redibitória.

São chamadas de ações edilícias (tornar nula a venda ou

abater o preço)

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

15. Prazos decadenciais

Os prazos para o ajuizamento das ações edilícias –

redibitória e quanti minoris – são decadenciais: trinta dias,

se relativa a bem móvel, e um ano, se relativa a imóvel,

contados, nos dois casos, da tradição.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

ATENÇÃO:

Quando o vício, por sua natureza, só puder ser

conhecido mais tarde, o prazo contar-se-á do momento em

que dele tiver ciência, até o prazo máximo de cento e oitenta

dias, em se tratando de bens móveis; e de um ano, para os

imóveis.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

ATENÇÃO

Art. 446 do CC

Não correrão os prazos do artigo antecedente na

constância de cláusula de garantia; mas o adquirente deve

denunciar o defeito ao alienante nos trinta dias seguintes ao

seu descobrimento, sob pena de decadência.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

OBSERVAÇÃO

Cumulação de prazos = primeiro o dia da garantia

convencional e, depois, o da garantia legal.

Se o vício surgir no prazo da garantia convencional,

o prazo se esgota em trinta dias seguintes ao aparecimento

do defeito.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

16. Evicção – Arts. 447 a 457 do CC

Evicção é a garantia jurídica resultante da perda, por

força de decisão judicial, da coisa alienada.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

Evicto é o adquirente que vem a perder a coisa.

Alienante é quem transferiu a coisa por contrato.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

Evictor é o terceiro que move a ação e vem a ganhar

a coisa.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

ATENÇÃO

A evicção é, portanto, a garantia para o adquirente

contra a perda do domínio por sentença judicial e, no caso

da perda, a segurança da restituição integral do preço, mais

a indenização dos frutos que tiver sido obrigado a devolver,

inclusive despesas judiciais.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

Em suma:

Dá-se a evicção quando o adquirente perde a

propriedade, ou posse da coisa, em virtude de sentença

judicial que reconhece a outrem direito anterior sobre ela.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

O alienante será obrigado a resguardar o adquirente

dos riscos pela perda da coisa para terceiro, por força de

decisão judicial em que fique reconhecido que aquele não

era legítimo titular do direito que convencionou transmitir.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

17. Extensão da garantia

A garantia da evicção é legal, por isso sua extensão

é delimitada pelo legislador. Ocorrendo a perda da coisa,

em ação movida por terceiro, o adquirente tem o direito de

voltar-se contra o alienante a fim de ser ressarcido do

prejuízo.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

As partes podem, por cláusula escrita, reforçar,

diminuir ou excluir a responsabilidade pela evicção.

Nada impede que essas cláusulas sejam submetidas

ao controle judicial com base nos princípios da boa-fé e do

enriquecimento sem causa.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

Não obstante a cláusula que exclui a garantia contra a

evicção, se esta se der, tem direito o evicto a receber o preço

que pagou pela coisa evicta, se não soube do risco da

evicção, ou, dele informado, não o assumiu.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

Se houver cláusula expressa de exclusão da

garantia e conhecimento do risco de evicção pelo evicto,

não há que se falar em responsabilidade por parte do

alienante. Assim, o evicto não terá direito a qualquer

indenização, perdendo inclusive o que desembolsou.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

Se houver cláusula expressa de exclusão da garantia,

tendo o adquirente ciência desse risco, o alienante

responderá apenas pelo preço pagou por aquele pela coisa

evicta.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

Se houver cláusula expressa de exclusão de

garantia, sem que o adquirente haja assumido o risco da

evicção de que foi informado, terá direito de reaver o preço

que desembolsou.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

18. Requisitos da evicção

a) Perda total ou parcial da propriedade, posse ou uso da

coisa alienada

b) Onerosidade da aquisição

c) Ignorância, pelo adquirente, da litigiosidade da coisa

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

d) Anterioridade do direito do evictor

e) Denunciação da lide ao alienante

Art. 125, I, do CPC

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

19. Verbas devidas

Art. 450 do CC. Salvo estipulação em contrário, tem direito

o evicto, além da restituição integral do preço ou das

quantias que pagou:

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

19. Verbas devidas

I - à indenização dos frutos que tiver sido obrigado a

restituir;

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

19. Verbas devidas

II - à indenização pelas despesas dos contratos e pelos

prejuízos que diretamente resultarem da evicção;

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

III - às custas judiciais e aos honorários do advogado por ele

constituído.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

Parágrafo único. O preço, seja a evicção total ou parcial,

será o do valor da coisa, na época em que se evenceu, e

proporcional ao desfalque sofrido, no caso de evicção parcial.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

20. Evicção parcial

Dá-se a evicção parcial quando o evicto perde

apenas parte, ou fração, da coisa adquirida em virtude de

contrato oneroso.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

21. Contratos aleatórios – Arts. 458 a 461 do CC

Contratos aleatórios são os contratos em que a

prestação de uma ou de ambas as partes não pode ser

previsto desde logo por se tratar de evento futuro e incerto.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

22. Contrato preliminar – Arts. 462 a 466 do CC

Contrato preliminar é uma avença por meio da qual

as partes criam em favor de uma ou mais delas a faculdade

de exigir o cumprimento de um contrato projetado, tornando-

o um contrato definitivo.

Ex.: promessa de compromisso de compra e venda

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

23. Natureza jurídica

O contrato preliminar é um negócio jurídico, na

medida em que consiste em uma declaração de vontade,

emitida em obediência aos seus pressupostos de

existência, validade e eficácia, com o propósito de produzir

efeitos jurídicos admitidos pelo ordenamento jurídico,

pretendidos pelo agente.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

24. Classificação

a) Exigibilidade

b) Retratabilidade

c) Onerosidade

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

Finalizado o contrato preliminar, não constando dele

cláusula de arrependimento, qualquer das partes terá o

direito de exigir a celebração do contrato definitivo, fixando

prazo para que a outra parte o efetive.

O contrato preliminar deverá ser levado ao registro

competente.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

Esgotado o prazo para a elaboração do contrato

definitivo, poderá o juiz, a pedido do interessado, suprir a

vontade da parte inadimplente, conferindo caráter definitivo

ao contrato preliminar, salvo se a isto se opuser a natureza

da obrigação.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

Se o estipulante não vier a executar o contrato

preliminar, seu inadimplemento acarretará, se a outra parte

assim quiser, a rescisão contratual e a condenação ao

pagamento das perdas e danos, visto que não há

impossibilidade de arrependimento.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

O contrato preliminar será unilateral se ambos os

interessados anuíram para a sua realização, porém só

gerará deveres para um deles, pois o outro poderá exigir a

constituição do contrato definitivo prometido.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

25. Do contrato com a pessoa a declarar – arts. 467 a

471 do CC

Nessa modalidade contratual, um dos contraentes

pode reservar o direito de indicar outra pessoa para, em seu

lugar, adquirir os direitos e assumir obrigações dele

decorrentes.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

Exemplo:

Nos compromissos de compra e venda de imóveis, o

compromissário comprador reserva para si mesmo a opção

de receber a escritura definitiva ou indicar terceiro para nela

figurar como adquirente.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

Participam deste contrato:

a) O promitente: assume o compromisso de reconhecer o

amicus ou eligendo.

b) O estipulante: pactua em seu favor a cláusula de

substituição.

c) O electus: aquele que, validamente nomeado, aceita sua

indicação, que é comunicada ao promitente.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

26. Natureza jurídica do contrato com pessoa a declarar

Teoria da condição, porque vislumbra no contrato

entre o promitente e o estipulante uma subordinação a esta,

de caráter resolutivo da aquisição do último mediante a

electio, evento cuja verificação importa, ao mesmo tempo, na

aquisição do electus, que se encontrava suspensa, na

dependência de seu implemento.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

27. Extinção do contrato

A extinção do contrato dá-se por meio da sua

execução.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

28. Extinção do contrato sem cumprimento

a) Causas anteriores ou contemporâneas à formação do

contrato

• Defeitos decorrentes do não preenchimento de seus

requisitos subjetivos (capacidade da parte e livre

consentimento)

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

• Requisitos objetivos: objeto lícito, possível, determinado

ou determinável.

• Requisitos formais: forma prescrita em lei, que afetam a

sua validade, acarretando a nulidade absoluta ou relativa

(anulabilidade).

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

• Implemento de cláusula resolutiva, expressa ou tácita.

• Exercício do direito de arrependimento convencionado.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

Nulidade absoluta e relativa

A nulidade absoluta decorre de ausência de

elemento essencial do ato, com transgressão a preceito de

ordem pública, impedindo que o contrato produza efeitos

desde a sua formação (ex tunc)

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

A nulidade relativa (anulabilidade) tem origem na

imperfeição da vontade, porque emanou de uma pessoa

relativamente incapaz não assistido ou porque contém

algum vício de consentimento.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

b) Causas supervenientes à formação do contrato

• Resolução = consequência do inadimplemento contratual

= voluntário, involuntário ou por onerosidade excessiva.

• Resilição = extinção contratual pela vontade de um ou de

ambos os contratantes.

• Rescisão = modo específico de extinção de certos

contratos.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

Cláusula resolutiva

Cada contratante tem a faculdade de pleitear a

resolução, se o outro não cumpre as obrigações avençadas.

Essa faculdade pode resultar de estipulação ou de

presunção legal.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

ATENÇÃO

A resolução é um meio jurídico concedido à parte para

romper o vínculo contratual mediante ação judicial.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

Existe também a extinção contratual por morte de

uma das partes contratantes, se o contrato for intuitu

personae.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

• Resolução por onerosidade excessiva

• Cláusula “rebus sic stantibus” e a teoria da imprevisão

• Contrato comutativo e de trato sucessivo.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

A teoria com base na “rebus sic stantibus” consiste

em presumir a existência implícita de uma cláusula que

exige a obrigatoriedade do cumprimento de uma obrigação

sem que haja inalterabilidade de uma situação de fato.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

29. Ação judicial de resolução por onerosidade abusiva

A resolução por onerosidade excessiva tem a

característica de poder ser utilizada por ambas as partes,

seja pelo devedor, seja pelo credor. A ação da resolução

por inadimplemento contratual parte do pressuposto de que

o credor já perdeu o interesse pelo adimplemento,

enquanto na onerosidade excessiva esse interesse ainda

pode existir, tanto que permitida a simples modificação do

contrato.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

30. Resilição

A resilição tem origem na manifestação de vontade. A

resilição bilateral chama-se distrato.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

Distrato é o acordo de vontades que tem por fim

extinguir um contrato anteriormente celebrado.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

31. Morte de um dos contratantes

A morte de um dos contratantes só acarreta a

dissolução dos contratos personalíssimos (intuitu

personae).

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

32. Rescisão contratual

Trata-se da dissolução de determinados contratos.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

DAS VÁRIAS ESPÉCIES DE CONTRATO – Art. 481 e

seguintes do CC

Os contratos em espécie podem ser classificados

desta forma:

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

1. Contratos de compra e venda: uma das partes (alienante) obriga-se

a transferir a outra (adquirente) o domínio de determinada coisa,

mediante o pagamento do preço avençado, segundo o teor do art. 481 do

CC. Os requisitos para a compra e venda são: o preço, o consenso, as

partes, a coisa e eventualmente a escritura pública. A responsabilidade

pelos riscos até o momento da tradição dos móveis e registro dos

imóveis é do vendedor. Os do preço se perder, por conta do comprador.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

a) Pacto adjetivos à compra e venda: trata-se dos pactos

acessórios à compra e venda que devem estar presentes de

forma expressa no contrato principal.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

b) Retrovenda: a retrovenda é o ajuste que o vendedor se

reserva o direito de voltar a ser o dono da coisa vendida,

depois de certo prazo, mediante restituição do preço mais as

despesas feitas pelo comprador, inclusive os melhoramentos

feitos no imóvel. (Cf. art. 505 do CC). Esta cláusula só vale

para bens imóveis, não podendo seu exercício ultrapassar o

prazo de três anos.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

c) Pacto do melhor comprador: quando as partes se

valerem dessa cláusula, se dentro de certo prazo, que não

pode ultrapassar um ano, aparecer alguém que ofereça maior

preço ou melhores condições para o negócio, a compra e

venda poderá ser desfeita. É um instituto jurídico em desuso.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

d) Venda a contento: a venda a contento é uma cláusula

que, para existir, o contrato de compra e venda só se

aperfeiçoa quando o comprador se declara satisfeito; antes

que isso aconteça, a coisa fica em seu poder a título de

empréstimo em comodato. Ao comprador, confere-se o direito

de desfazer o negócio, a seu critério. Este tipo de cláusula é

geralmente usado nos contratos referentes a coisas que se

costumam provar, medir, pesar e experimentar antes de

serem aceitas.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

e) Venda mediante amostra: o vendedor assegura a

mesma qualidade da amostra. Caso a mercadoria não

corresponda ao da amostra, caracteriza-se o inadimplemento

contratual.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

f) Venda “ad corpus” e “ad mensuram”: fixa-se o preço

com base na dimensão do imóvel, como, por exemplo,

determinada quantia em reais por hectares, na venda ad

mensuram. Na venda ad corpus, adquire-se o imóvel por

suas confrontações. O preço não é fixado por suas

dimensões.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

g) Perempção ou preferência: a perempção ou preferência

é uma cláusula em que o comprador se compromete a dar

preferência ao vendedor, na hipótese de pretender vender a

coisa a terceiros.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

h) Pacto comissório: pelo comissório, o vendedor tem a

faculdade de desfazer a venda se, dentro do prazo

convencionado entre as partes, o comprador não pagar o

preço estipulado, podendo, todavia, o vendedor exigir o

preço.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

i) Reserva de domínio: por esta cláusula, que é utilizada nos contratos

e compra e venda a crédito, o comprador só adquire o domínio da coisa

determinada no contrato depois de pagar integralmente o preço. O preço

é pago em prestações e o comprador entra, desde logo, na posse da

coisa. Na falta de pagamento de qualquer prestação, pode o vendedor

pedir ao juiz a reintegração de posse da coisa vendida. Na hipótese do

comprador haver pago mais de 40% (quarenta por cento) do preço,

autoriza-lhe a lei requerer o prazo de até 30 (trinta) dias para o

pagamento do débito. É utilizada geralmente para coisas móveis.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

2. Troca ou permuta – art. 533 do CC

Trata-se de um contrato em que as partes se obrigam

a prestar uma coisa por outra, excluindo o dinheiro.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

3. Contrato estimatório ou de consignação (arts. 534 a

537 do CC): o consignante entre ao consignatário bens

móveis para que venda a mercadoria em um prazo e preço

estipulado, salvo se preferir no prazo ajustado, restituir-lhe a

coisa consignada.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

4. Doação – arts. 538 e seguintes do CC

A doação é o contrato pelo qual o doador, por

liberalidade, transfere do seu patrimônio, bens ou vantagens

para o patrimônio do donatário, que os aceita.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

5. Locação de coisas – arts. 565 e seguintes do CC

Locação de coisas é o contrato pelo qual uma das

partes se obriga a conceder à outra o uso e gozo de uma

coisa não fungível, temporariamente, mediante

remuneração.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

6. Empréstimo – arts 579 e seguintes do CC

Empréstimo é o contrato pelo qual uma das partes

entrega à outra coisa fungível ou infungível, com a obrigação

de restituí-la.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

6.1. – Comodato

O comodato é o contrato de empréstimo de coisa

infungível. No comodato, dá-se a tradição da coisa das mãos

do comodante para as do comodatário. O comodato é

gratuito, pois se fosse oneroso, deixaria de ser comodato e

passaria a ser locação.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

6.2. – Mútuo

Mútuo é o contrato de empréstimo de coisas

fungíveis, mediante transferência da propriedade, da coisa

emprestada ao mutuário, operando-se a tradição.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

7. Prestação de serviços – arts. 593 e seguintes do CC

É o contrato que dispõe sobre toda espécie de serviço

ou trabalho executado a favor do contratante.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

8. Empreitada – arts. 610 e seguintes do CC

A empreitada é tipo de contrato de locação em que

um dos contratantes compromete-se a fazer ou mandar fazer

certa obra, com remuneração determinada ou proporcional

ao serviço executado.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

9. Depósito – Arts. 627 e seguintes do CC

O depósito é considerado um contrato real, gratuito

(em princípio), através do qual uma pessoa confia a guarda

de bem móvel a outrem, durante certo tempo.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

10. Mandato – Arts. 653 e seguintes do CC

Entende-se por mandato o contrato pelo qual o

andante confere poderes ao mandatário, para que este

pratique atos jurídicos em nome daquele, ou lhe patrocine

interesses. Chama-se de procuração o instrumento de

mandato.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

11. Comissão – Arts. 693 e seguintes do CC

Pelo contrato de comissão um dos contraentes,

denominado comissário, obriga-se a realizar negócios em

favor do outro, intitulado comitente, segundo instruções

deste, porém em nome daquele.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

12. Agência e distribuição – Arts. 710 e seguintes do CC

Configura-se o contrato de agência quando uma

pessoa assume, com autonomia, a obrigação de promover

habitualmente, por conta de outra, mediante remuneração, a

realização de certos negócios, em zona determinada; e o de

distribuição, quando a coisa a ser negociada estiver à

disposição do agente.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

13. Da corretagem (arts. 722 a 729 do CC): opera-se a

corretagem, quando uma pessoa obriga-se a obter um ou

mais negócios a outra. A função do corretor é aproximar o

comprador do vendedor, a fim de que seja realizado um

determinado negócio. O corretor faz juz a uma retribuição

(comissão) caso o negócio se concretize.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

14. Do transporte (arts. 730 a 756 do CC): trata-se da

responsabilidade de transportar uma pessoa ou coisa para

outro lugar. Opera-se esse contrato, quando uma pessoa,

mediante retribuição, obriga-se a transportar pessoa ou

coisa de um lugar para outro.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

15. Do seguro (arts. 757 a 802 do CC

Contrato de seguro é aquele pelo qual uma das

partes (segurador) se obriga com a outra (segurado),

mediante o pagamento de um prêmio, a garantir-lhe

interesse legítimo relativo a pessoa ou coisa e a indenizá-la

de prejuízo decorrente de riscos futuros, previsto no

contrato.

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16. Da constituição de renda (arts. 803 a 813 do CC)

A constituição de renda consiste na alienação do

capital para obtenção de prestações periódicas.

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17. Do jogo e da aposta (arts. 814 a 817 do CC)

Jogo e aposta são contratos aleatórios. No primeiro, o

resultado decorre da participação dos contratantes. Na

aposta, o resultado não depende das partes, mas de um ato

ou fato alheio e incerto.

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18. Fiança (Arts. 818 e seguintes do CC)

É o meio destinado a garantir um estado de fato a

que corresponda um direito.

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19. Transação (Arts. 840 e seguintes do CC)

É um negócio jurídico bilateral por meio do qual as

partes previnem ou terminam relações jurídicas

controvertidas mediante concessões mútuas.

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20. Compromisso e arbitragem (Arts. 851 e seguintes do

CC)

Arbitragem é o acordo de vontades por meio do qual

as partes, preferindo não se submeterem à decisão judicial,

confiam a árbitros a solução de seus conflitos de interesses.

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Os contratos obrigam o devedor a cumpri-lo.

Dependendo do objeto do contrato, tem-se o tipo de

obrigação. Vejamos algumas espécies de obrigação

contratual e alguns conceitos importantes que estão ligados

ao contrato.

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1. Obrigações Alternativas

As obrigações alternativas ou disjuntivas são aquelas

que têm por objeto duas ou mais prestações, sendo que o

devedor se exonera cumprindo apenas uma delas. Exemplo:

O credor libera-se da obrigação pagando um carro ou R$

30,000,00 (trinta mil reais) para o devedor.

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2. Obrigações facultativas

A obrigação facultativa é aquela em que, havendo um único

objeto, o devedor tem a faculdade de substituir a prestação devida por

outra de natureza diversa. Exemplo: O devedor obriga-se a pagar a

quantia de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), facultando-lhe a oportunidade

de substituir a prestação principal por um veículo usado do mesmo valor.

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3. Obrigações cumulativas

As obrigações cumulativas ou conjuntivas são as que

têm por objeto uma pluralidade de prestações que devem

ser cumpridas conjuntamente. Exemplo: o devedor se

compromete a entregar para o credor um carro e uma moto.

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4. Obrigações divisíveis e indivisíveis

As obrigações divisíveis são aquelas que admitem o

cumprimento fracionado ou parcial da prestação.

Ex.: dois devedores devem juntos, por contrato, dez mil reais

ao credor. O credor pode cobrar cinco mil reais de cada um

dos devedores.

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As indivisíveis, por sua vez, só podem ser cumpridas por

inteiro.

Exemplos: um quadro, um carro, ou um animal, são objetos

indivisíveis por que seu fracionamento altera a substância

da coisa

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5. Obrigações solidárias

Obrigação solidária é aquela em que, havendo vários

credores ou diversos devedores, cada credor terá direito à

totalidade da prestação, como se fosse o único credor, ou

cada devedor está obrigado pelo débito todo, como se fosse

único devedor (art. 264 do CC).

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6. Obrigações condicionais

As obrigações condicionais são aquelas que se

subordinam a ocorrência de um evento futuro e incerto para

atingir seus objetivos. Ex.: promessa de viagem ao exterior

para o filho, se ele for aprovado no vestibular.

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7. Obrigações a termo

As obrigações a termo submetem seus efeitos a

acontecimentos futuros e certos, em data preestabelecida.

O termo pode ser final ou inicial, conforme o acordo

estabelecido. Ex.: promessa de dar um carro ao filho

quando ele completar 18 anos de idade.

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8. Obrigações modais ou com encargos

As obrigações modais são aquelas nas quais há um determinado

encargo com cláusula acessória que impõe um determinado ônus. O

encargo não suspende a aquisição nem o exercício do direito, exceto

quando expressamente imposto no negócio jurídico pelo disponente. Ex.:

obrigação imposta ao donatário de construir no terreno doado uma

escola.

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9. Cláusula penal

A cláusula penal é um pacto acessório em que as

partes estipulam penas ou multas contra aquele que não

cumprir o contrato (ato ou fato) ou mesmo retardar o seu

cumprimento.

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9.1 – Tipos de cláusula penal

A cláusula penal pode ser compensatória e moratória.

a) Cláusula penal compensatória é estipulada para o caso de

haver descumprimento culposo da própria obrigação.

b) Cláusula penal moratória é estipulada para o caso de

haver atraso no cumprimento da obrigação.

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10. Mora

Entende-se por mora o retardamento na execução da obrigação.

A mora do devedor pode se apresentar sob duas formas: a) mora “ex re”

que decorre da lei e não depende de provocação do credor; b) mora “ex

persona” que não existe termo certo para o pagamento, no entanto é

imprescindível que o devedor seja notificado, interpelado ou protestado

para a caracterização a mora; c) mora “ex persona” é aquela obrigação

que tem termo certo.

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Joseval Martins Viana