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ESCOLA PROFISSIONAL DE VOUZELA PROJETO EDUCATIVO 2013/2016

PROJETO EDUCATIVO - epvouzela.com · NEE DE CARÁTER PERMANENTE ... alunos resulta do currículo oculto desenvolvido no interior da própria Escola. Ao longo dos anos de escolarização

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ESCOLA PROFISSIONAL DE VOUZELA

PROJETO

EDUCATIVO 2013/2016

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“O mais importante na vida não é saberes onde estás, mas sim para onde

vais.”

Goethe

“Há sempre um bojador perto e distante

Nosso destino é navegar para diante

Dobrar o cabo, Dobrar a vida”

Manuel Alegre

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PROJETO EDUCATIVO

É um documento de caráter pedagógico que, elaborado com a participação da

comunidade educativa, estabelece a identidade própria de cada escola através da

adequação do quadro legal em vigor à sua situação concreta, apresenta o modelo

geral de organização e os objetos pretendidos pela instituição e, enquanto instrumento

de gestão, é ponto de referência orientador na coerência e unidade da ação educativa.

In Costa, Adelino – “Gestão escolar, participação, autonomia, projeto educativo da

escola”, Texto Editora, Lisboa, 1991.

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Índice Índice ............................................................................................................................................. 4

1 – INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 5

2 – DEFINIÇÃO DE ESCOLA ............................................................................................................ 9

3 – ONDE ESTAMOS? ................................................................................................................... 12

3.1 – FORMAÇÃO/CONSTITUIÇÃO DA ESCOLA ........................................................................... 12

3.2 – CARACTERIZAÇÃO CONTEXTUAL - CARACTERIZAÇÃO DO MEIO E DA ESCOLA .................. 13

3.3 - ORGANIZAÇÃO INSTITUCIONAL EM TERMOS DE ORGANIGRAMA ORGANIZACIONAL E

SERVIÇOS OFERECIDOS AOS UTENTES ........................................................................................ 16

3.4 - EVOLUÇÃO DOS ALUNOS .................................................................................................... 20

Ano letivo 2013/14 ...................................................................................................................... 21

3.5 - METAS ................................................................................................................................. 25

3.6 - AVALIAÇÃO .......................................................................................................................... 26

ANEXO ......................................................................................................................................... 27

NEE DE CARÁTER PERMANENTE – AS NOSSAS RESPOSTAS ........................................................ 27

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1 – INTRODUÇÃO

“Entende-se por autonomia da Escola a capacidade de elaboração e realização

de um projeto educativo em benefício dos alunos e com a participação dos

intervenientes no processo educativo”. Decreto-lei n.º 43/89, art. 2º.

O Projeto Educativo (PE) é um documento provisório, em aberto, uma

permanente construção de todos os atores educativos e a sua formação deve assentar

numa discussão aberta, interessada e atuante.

Assim, o PE deve ser entendido como um processo continuum, flexível e

evolutivo, contemplando a diversidade de contextos, assente na realidade local.

Neste sentido, de acordo com o artigo 77.º da Constituição da República

Portuguesa, a Lei de Bases do Sistema Educativo (Lei n.º 46/86, de 14 de outubro)

prevê “desenvolver o espírito e a prática democrática, através da adoção de estruturas

e processos participativos na definição da política educativa”.

Com a implementação da Reforma Educativa, surgiram diplomas legais que

levam a Escola, na sua autonomia, a poder responder com mais eficácia aos

problemas e anseios da comunidade educativa, que esta serve, possibilitando, assim,

uma maior identidade a cada escola, nomeadamente através da elaboração de

projetos educativos próprios.

O Decreto-Lei n.º 43/89, de 3 de fevereiro, considera, no seu preâmbulo, que “a

autonomia das escolas concretiza-se na elaboração de um projeto educativo próprio,

constituído e executado de forma participada, dentro dos princípios de

responsabilização dos vários intervenientes na vida escolar e da adequação a

características e recursos da escola e às solicitações e apoios da comunidade em que

se insere”.

O PE, além de constituir uma exigência formal, visa tornar-se um instrumento

pedagógico referencial que viabilize a busca da sua identidade e procure satisfazer as

principais necessidades e aspirações da comunidade educativa, valorizando as suas

potencialidades e as do meio em que se insere.

À escola de hoje é pedido que desempenhe papéis que excedem em muito a

mera transmissão e aquisição de conhecimentos. Não se pode, mais, esquecer a

dimensão social presente na educação. “Formar é muito mais do que puramente

treinar o educando no desempenho de destrezas” diz-nos P. Freire (1997:15). A

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escola é, portanto, uma instituição que não se esgota na instrução e que tem de

ampliar o seu papel a uma formação geradora de uma real educação.

Mas estes novos mandatos da escola implicam que ela institua uma forte

relação com os contextos e a comunidade em que está inserida, implicam reconhecer-

lhe autonomia e implicam conceber os professores como agentes ativos na

configuração do currículo. Estes novos mandatos pressupõem uma escola “que se

constrói na e com a comunidade” e que privilegia, simultaneamente, o

“estabelecimento de relações com o exterior (…) e uma rede de comunicações no seu

interior” (Fernandes, P. et al., 2001:82).

Atualmente, da educação escolar não se espera mais e apenas que veicule

valores universais e saberes definidos de forma homogénea para todo o país, ou seja,

que transmita uma cultura-padrão, entendida como única. Espera-se, também, que

incorpore e mobilize saberes e recursos que façam da escola uma instituição de

vivência e de aprendizagem das culturas e da democracia e, consequentemente, que

a tornem um espaço propiciador do sucesso educativo para todas as crianças e

jovens.

O Projeto Educativo, representando uma rutura com a normalização, pode

constituir uma referência e um dispositivo para a construção contínua da mudança,

para a organização da escola (no presente e no futuro), para a clarificação das

intencionalidades educativas e para a articulação das participações dos diversos

protagonistas. O PE, “ao definir as políticas educativas da instituição e ao apontar para

“perfis de mudança”, implica processos de negociação entre os diversos protagonistas

promovendo a participação na expressão dessas opções (Leite, C., 2000:4). Daí S.

Antúnezet al. (1991: 20-21) afirmarem que o PE é “um contrato que compromete e

vincula todos os membros da comunidade educativa numa finalidade comum sendo o

resultado de um consenso a que se chega depois de uma análise de dados, de

necessidades e de expetativas (…)” e que, por isso, proporciona um enquadramento e

um sentido coerente para as ações.

Constituindo o PE uma imagem antecipada do caminho a seguir para intervir

positivamente numa dada realidade, ele deve expressar a intenção do que se deseja e

deve, também, conceber-se em torno de um plano que clarifique modos de

operacionalização dessas intenções.

Rogiers (1997) fala de quatro dimensões de organização do PE: projeto

enquanto intenção; projeto enquanto planificação da ação; projeto enquanto processo

de realização da ação; projeto produto, relativo aos efeitos gerados por essas ações.

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Dimensões de um projeto

Antecipação da

ação

Planificação da

ação

Realização

Produto

Projeto intenção Projeto

programático

Projeto processo Projeto produto

Projeto “agido” = PROJETO

É frequentemente afirmado que o PE confere singularidade à escola e é reflexo

da sua identidade da escola. Neste sentido, o documento que formaliza o PE de uma

dada escola não pode ser, ou não deve ser, igual ao de outra escola. Apesar disso, há

etapas que, de certo modo, podem constituir referências comuns à conceção de um

PE.

A finalidade do PE é melhorar a escola como um todo, de forma a dar

respostas educativas mais apropriadas.

Enquanto concretizador das políticas da escola, o PE orienta a ação educativa,

inventaria os problemas e os modos possíveis da sua resolução, pensa os recursos

disponíveis e aqueles que podem ser mobilizados.

O PE da Escola Profissional de Vouzela é uma das formas que esta escola

encontrou de planificar a organização da instituição, coordenando as suas atividades e

racionalizando os seus recursos, de maneira a solucionar os seus problemas, reforçar

as suas competências e melhorar sempre a qualidade do seu ensino.

Em resumo, constam no PE da Escola Profissional de Vouzela os seguintes

pontos orientadores:

Proporcionar uma formação geral comum a todos os cidadãos;

Promover o desenvolvimento das aptidões, interesses, espírito crítico e

criatividade de cada aluno;

Proporcionar condições para a formação de cidadãos livres,

autónomos, civicamente responsáveis, democraticamente

intervenientes, solidários e cooperantes;

Desenvolver no aluno a capacidade de ser ele o agente basilar do seu

próprio processo de aprendizagem, de modo a que exista um maior

empenho no processo ensino-aprendizagem;

Fomentar o interesse por uma atualização permanente de

conhecimentos;

Estimular uma constante disponibilidade para a mudança e necessária

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adaptação;

Promover a dignificação do trabalho, muito particularmente do trabalho

manual;

Assegurar uma sólida formação profissional, que associe o saber ao

saber fazer;

Proporcionar a aquisição de conhecimentos científicos e tecnológicos

que garantam a validade do título profissional;

Valorizar a componente prática da formação profissional;

Proporcionar aos jovens uma melhor inserção no mundo de trabalho,

convenientemente preparados;

Contribuir para a solução do problema das carências de mão-de-obra

especializada em determinados setores de atividade;

Formar jovens técnicos qualificados;

Responder às necessidades do mercado de trabalho;

Reforçar o envolvimento com o tecido empresarial da região;

Educar para a cidadania;

Estimular uma disponibilidade para a inovação e mudança;

Promover uma cultura de qualidade/excelência.

O Projeto Educativo concretiza-se anualmente através de um plano de

atividades. Foi proposto em Conselho Pedagógico e elaborado em conformidade com

os objetivos pedagógicos/de aprendizagem no domínio dos diversos saberes – saber

conhecimento, saber fazer e saber estar. O Plano Anual de Atividades, enquanto

expoente máximo da concretização do Projeto Educativo, é acompanhado de forma

permanente e interativa e, em função dos resultados obtidos, são feitos ajustamentos

ou complementos.

A Escola Profissional de Vouzela pretende adotar, então, uma pedagogia de

sucesso a qual na mesma intenção reúna: uma pedagogia por objetivos, uma

pedagogia da avaliação formativa e uma pedagogia de eficácia geral.

Nesta perspetiva, há que planificar o ensino – aprendizagem de modo a

mobilizar toda a comunidade escolar para desenvolver atividades numa relação com o

meio envolvente.

Neste sentido pretende-se explicitamente:

A integração da escola na região em que está inserida, de modo a responder

aos problemas e anseios da comunidade.

A participação dos jovens, como elementos transformadores, na sociedade.

Esta participação deverá passar pela análise do contexto social, económico,

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político, cultural (regional, nacional e internacional), pela análise das

contradições sociais, pela crítica das situações que se pretendem superar, pela

denúncia de toda a alienação – a ignorância, a fome, a exploração – pela

persecução, enfim, de nítidos objetivos de criar hábitos de reflexão pessoal,

levando cada um a pensar por si próprio, a julgar sem indiferença e sem

dogmatismo, possibilitando a afirmação de uma capacidade crítica.

Estabelecer a união entre o estudo e o trabalho produtivo, entre a teoria e a

prática, por ser este o caminho essencial para a preparação dos futuros

homens livres.

A formação a partir do conhecimento da realidade concreta da vida regional e

nacional, jovens interessados na resolução de futuros problemas nacionais e,

simultaneamente, desenvolver, numa perspetiva internacionalista a

solidariedade com os problemas dos outros povos.

Em anexo, apresentam-se, ainda, as adequações relativas ao processo

de ensino e aprendizagem, de caráter organizativo e de funcionamento, para

responder adequadamente às necessidades educativas especiais de caráter

permanente dos alunos desta escola, conforme prevê o artigo 4º do Decreto-

Lei 3/2008 de 7 de janeiro.

2 – DEFINIÇÃO DE ESCOLA

“A educação promove o desenvolvimento do espírito democrático e pluralista,

respeitador dos outros e das suas ideias, aberto ao diálogo e à livre troca de opiniões,

formando cidadãos capazes de julgarem com espírito crítico e criativo o meio social

em que se integram.”

(Lei de Bases do Sistema Educativo)

Nos últimos anos, com uma velocidade vertiginosa, assistimos a profundas

mudanças ideológicas, culturais, sociais e profissionais, na sociedade em geral e na

Escola em particular. Num mundo de mudanças, onde se vive o risco e a incerteza, é

necessário desenvolver novas racionalidades, outros valores e arriscar novos códigos

de conduta individuais e organizacionais.

Neste contexto, é importante que se olhe a Escola com um outro „olhar‟

ganhando dimensão a sua qualidade educativa, de organização específica de

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educação formal cuja realidade é socialmente construída por uma multiplicidade de

atores com formação, percursos e perspetivas educativas diferentes, mas que devem

convergir para um propósito comum – melhorar a qualidade do ensino e da educação,

de modo a responder às necessidades de cada indivíduo e do meio. Será, pois, como

um locus de encontros e relações que a Escola se vai construindo e ganhando a

personalidade própria que a caracteriza e formaliza os comportamentos dos seus

membros.

A Escola não pode ignorar que é uma instituição que educa através da sua

própria organização, regras e cultura. Uma parte significativa das aprendizagens dos

alunos resulta do currículo oculto desenvolvido no interior da própria Escola. Ao longo

dos anos de escolarização os contextos institucionais modelam a personalidade dos

alunos, pois o sistema social escolar influencia significativamente a definição de

papéis, normas, expetativas, valores e crenças que os alunos interiorizam e, por

consequência, condiciona o seu aproveitamento mas também a sua personalidade e

as suas respostas afetivas. Assim, importa incrementar uma verdadeira cultura de

escola, estruturante do seu funcionamento e capaz de aglutinar todos os seus atores

em torno de um projeto educativo de escola comum e partilhado, de aumentar a sua

eficácia e de conduzir os alunos a um bom rendimento escolar e a uma boa formação

no domínio axiológico.

A Escola existe para prestar um serviço às famílias e à sociedade com quem

estabelece um compromisso moral – educar, formar indivíduos responsáveis, cidadãos

conscientes e participativos, com uma efetiva implementação do princípio da igualdade

de oportunidades para o sucesso escolar, dando-lhes as ferramentas necessárias à

plena integração num mundo cada vez mais globalizado e dinâmico. Com o objetivo

de ser uma „people processing organization’, a nossa escola deve preocupar-se com o

sucesso dos alunos tanto ao nível das aprendizagens como ao nível da sua formação

global como indivíduos, pelo que deve pugnar por uma cultura capaz de educar para a

cidadania – para a competência, para a responsabilidade e para o civismo.

Numa dinâmica de inclusão e participação defendemos uma escola que aceita

a diversidade, capaz de integrar a unidade e o pluralismo, reconhecendo as diferenças

e fazer com que elas sejam origem de inovação e enriquecimento recíprocos. A ideia

de interação como algo que preencherá a relação humana é assumida como essencial

para a criação de um melhor ambiente para a aprendizagem e para o desenvolvimento

das relações interpessoais. Esta é uma exigência de uma Escola melhor e mais eficaz,

uma Escola verdadeiramente inclusiva onde no child left behind. E, face à

multiplicidade de formas de viver, aprender, conhecer e produzir que coexistem e que

contribuem para a sua renovação criativa, a nossa escola tem de ser um espaço

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aberto à mudança. Mudança de mentalidades e atitudes, de práticas pedagógicas,

com implicações profundas no plano da organização e da gestão curricular e no

descentramento das respostas às questões educativas.

Estas mudanças são ainda reclamadas pelas novas atribuições cometidas à

Escola, nomeadamente no que se refere à inserção na sociedade num continuum de

educação ao longo da vida. A elevação dos níveis de qualificação da população adulta

do concelho (e dos concelhos da área de influência da escola) deverá ser igualmente

um objetivo estratégico em consonância com a aposta nacional feita neste domínio.

Entretanto, subsiste em muitos lugares a ideia de que as escolas simplesmente

funcionam. Cada ano, cada dia, repetem-se as mesmas rotinas sem sabermos muito

bem porquê e para quê. Importa que a nossa escola se confronte com o desenrolar da

sua atividade num processo holístico simultaneamente avaliativo e formativo. A nossa

escola deve assumir uma atitude antecipativa em vez de adaptativa, antever a

concordância do poder legislativo com vista a dotar-se de capacidade de funcionar. É

necessário, pois, transformar a nossa escola numa organização aprendente. Numa

organização capaz de se autoavaliar, porquanto a autoavaliação proporciona o

conhecimento necessário para orientar a mudança, no sentido da melhoria da

qualidade e do sucesso escolar ao permitir identificar os setores bem sucedidos, mas

também aqueles que revelam problemas. A implementação de uma verdadeira cultura

de autoavaliação deverá ser um dos principais pilares fundacionais da escola e do

projeto educativo da escola.

A exigência crescente de uma sociedade global, assente no primado da

informação e da técnica, leva-nos a estar atentos às novas tecnologias da

comunicação e informação. A escola deve estar atenta a esta realidade e incrementar

e universalizar o uso dessas tecnologias sempre com os olhos no desenvolvimento

integral dos alunos e dos restantes atores educativos.

A prossecução desta nossa conceção de Escola exige esforços contínuos na

conquista de uma maior autonomia para a nossa escola para que possamos conceber

um projeto adaptado ao seu contexto, capaz de responder às necessidades dos seus

destinatários, que mobilize todos os atores da instituição e que permita gerir o

currículo em conformidade com a realidade dos seus alunos.

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3 – ONDE ESTAMOS?

3.1 – FORMAÇÃO/CONSTITUIÇÃO DA ESCOLA

A Escola Profissional de Vouzela iniciou a sua atividade em outubro de 1991.

A carência de mão-de-obra especializada no ramo da Hotelaria da Região e a elevada

percentagem de alunos que abandonavam a escola sem um mínimo de preparação para a vida,

foi a razão que levou alguns vouzelenses a sonhar com a criação da Escola Profissional.

Desde o primeiro instante, a ideia base foi sempre a Hotelaria, não só por a Região de

Lafões incluir a zona termal de S. Pedro do Sul, mas também porque toda a região detém fortes

potencialidades turísticas que é preciso explorar.

Esta terá sido a ideia base de todo o projeto, mas, na data da sua criação, surgia também

no concelho o desejo da sua zona industrial como instrumento de desenvolvimento regional.

E, por tudo isto, nasce a Escola Profissional, desde logo com duas vertentes: Hotelaria e

Eletricidade, cursos de nível 2 da U.E., que deram formação inicial a uma centena de jovens.

Com a evolução do Ensino Profissional, a Escola viu-se obrigada a enveredar por

formação de técnicos de nível 3 da U.E. nunca se afastando da ideia inicial – cursos na área de

Hotelaria/Turismo, Eletricidade/Eletrónica e Construção Civil.

Atualmente, são todos cursos de nível III que, além de conferirem um certificado

profissional, conferem também a equivalência ao 12º ano, permitindo aos jovens o

prosseguimento de estudos.

A média anual de jovens que frequenta a Escola é de 220 alunos, beneficiando, todos

eles, da refeição do almoço e subsídio de transporte ou alojamento.

O número de professores é de cerca de 40, alguns deles já na situação de formadores

internos da Escola.

A Escola pode orgulhar-se, hoje, de possuir um conjunto de requisitos que a colocou em

ótimas condições para ministrar um ensino da melhor qualidade: salas amplas e bem mobiladas,

oficinas para aulas práticas equipadas com tudo quanto é necessário, serviços de apoio, como

reprografia, biblioteca, espaços de convívio amplos e funcionais, assim como um corpo docente

qualificado e profundamente empenhado na obtenção do sucesso dos seus alunos.

Desde 2006 que a escola se vocacionou para as áreas da Mecânica, Eletrónica e

Eletricidade, construindo mais de 400m2 de área coberta de oficinas apetrechadas com

tecnologia de ponta.

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3.2 – CARACTERIZAÇÃO CONTEXTUAL - CARACTERIZAÇÃO

DO MEIO E DA ESCOLA

A Escola Profissional de Vouzela está inserida no concelho de Vouzela, a

menos de 30 Kms de Viseu, a cerca de 100 Kms de Coimbra e do Porto, numa região

encravada na bacia hidrográfica do Vouga, tendo a sul a Serra do Caramulo. Contém

a zona central da famosa terra de Lafões, com tradições já anteriores ao século XII.

O nome Vouzela virá de Vaucacela (Vouguita – traduzido à letra), nome de um

riacho que atravessa a vila e, hoje, com deturpação: o Zela. Segundo Amorim Girão, a

sua origem entronca na época romana e a sua importância, na altura, devia-se a estar

situada no cruzamento de duas vias militares romanas, ainda hoje visíveis e com

pontes em bom estado. Outras opiniões localizam a sua origem em inícios do século

VIII, quando cavaleiros Visigóticos conviviam com os conquistadores Árabes, usando

de certa liberdade em troca de alguns tributos. Há disso exemplos na tradição oral: A

Lenda de Figueiredo das Donas:

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No Figueiral figueiredo

A no Figueiral entrei

Seis niñas encontrara

Seis niñas encontrey

Poesia feita por D. Guestu a Orélia, quem sabe… aqui encarcerada pelo rei

mouro…

A primeira notícia documentada, sobre esta vila, data do século XI e diz

respeito a um convento aqui existente: Mosteiro de Santa Maria e S. Salvador. Diz o

povo que seriam estas paredes e o largo que ainda se chama “Largo do Convento”.

Em 1307 D. Dinis concede-lhe feira (a realizar nos nossos dias nas primeiras quartas –

feiras do mês) e D. Duarte atribuiu-lhe chefia administrativa, como Concelho. Era

constituída por 44 freguesias e assim permaneceu até 1834. Desta data até aos

nossos dias a sua importância decresce (presentemente com doze freguesias),

verificando-se atualmente um ressurgir, através da criação de indústrias várias. Foi

uma vila importante, assim o atestam as casas solarengas, a Igreja Matriz (românica),

a Misericórdia, os Paços Municipais, a Casa dos Távoras, o que lhe confere ótimas

possibilidades de aproveitamento turístico, tanto mais que se encontra bem servida de

estradas: a A 25 e a E.N. 16, para não falar da beleza natural que a cerca e a

enquadra. A população dedica-se maioritariamente à agricultura, praticada em moldes

arcaicos, de subsistência, embora comecem a aparecer explorações sob formas mais

desenvolvidas. No entanto toda esta estrutura social, tradicionalista, patriarcal, arcaica,

está a mudar com o aparecimento de novas indústrias. No setor dos serviços há de

tudo um pouco: correios, tribunal, vários bancos, centro de saúde, jardim-de-infância,

ensino até ao 12º ano, cineteatro, pensões, cafés, restaurantes…O comércio, como

tudo o resto, está também a pretender sair de um certo marasmo ancestral, havendo

já várias lojas de antiguidades. No aspeto sociocultural e recreativo tem sido feito um

grande esforço no sentido de proporcionar às populações do Concelho os mais

variados espectáculos de música, teatro, exposições diversas. A enriquecer toda esta

atividade há algumas coletividades que ajudam a dinamizar algumas freguesias do

Concelho: Banda de Música de Vouzela, de Paços de Vilharigues, Cambra e

Moçâmedes, com respetivas escolas de músicas; grupos de teatro e alguns grupos de

cantares. O Concelho dispõe também de uma Biblioteca Municipal, de um Museu,

também ele Municipal, de um jornal semanal – Notícias de Vouzela – e de uma rádio

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local – Rádio Vouzela. O Parque Municipal disponibiliza as Piscinas Municipais (onde

se pode aprender ou praticar natação) e um pequeno Ginásio que permite a prática de

algumas atividades físicas. Complementando estes espaços, temos o Polivalente

Municipal e a Piscina do Parque de Campismo que, durante a época de calor, permite

bons períodos de lazer. Curiosamente, uma das maiores riquezas culturais do

Concelho são atividades tradicionais, como o artesanato, o folclore e a gastronomia. O

artesanato permanece ainda vivo e sob formas interessantes: tecelagem e cestaria em

Cambra e cultura do linho em Paços de Vilharigues. O folclore chega-nos através dos

ranchos de Campia, Fornelo, Vilar e S. Miguel do Mato. Podemos dizer que a

gastronomia celebrizou Vouzela com a conhecida “Vitela de Lafões” e o Vinho Verde

da região. Na doçaria há a registar os famosos Pastéis de Vouzela, as Raivas, os

Caladinhos, as Gemas, os Folares, …Também do passado vem a “Capucha”, traje

típico feito em burel, verdadeiro ex-libris do concelho. O concelho de Vouzela faz parte

do distrito de Viseu com uma área aproximada de 188 Kms2, por onde se distribuem as

doze freguesias que o compõem.

A Escola Profissional de Vouzela, pertença da Câmara Municipal de Vouzela,

iniciou a sua atividade em outubro de 1991. A carência de mão-de-obra especializada

no ramo da hotelaria da região e a elevada percentagem de alunos que abandonavam

precocemente a escola sem preparação para a vida e para o mercado de trabalho, foi

a razão pela qual se criou esta Escola Profissional. É uma escola que se ajusta às

necessidades de formação e valorização profissional de todos que pretendem

ingressar mais cedo no mundo do trabalho. Os cursos candidatados pela EPV são

escolhidos de acordo com as necessidades do mercado de trabalho definidas pelo

Ministério da Educação. É aposta da escola, a sua política, investir bem o dinheiro de

que dispõe em cursos com empregabilidade. É uma responsabilidade que assume

perante os jovens, a região e o país.

Mas, para que tudo corra pelo melhor são necessárias condições objetivas. E

esta escola tem-nas: bons equipamentos, boas instalações, recursos humanos e uma

forte ligação ao tecido empresarial.

Tem cerca de 270 alunos distribuídos pelo Curso de Especialização

Tecnológica (Nível V) de Tecnologia Mecatrónica, pelos cursos profissionais (Nível IV)

de Técnico de Manutenção Industrial - Eletromecânica, Técnico de Manutenção

Industrial - Mecatrónica, Técnico de Restauração – Restaurante/Bar, Técnico de

Restauração – Cozinha/Pastelaria, Técnico de Secretariado, pelos Cursos de

Educação e Formação (Nível II) de Cozinha e Eletromecânica de Equipamentos

Industriais, pelo Curso Vocacional de Hotelaria e por Formações Modulares várias.

Para além disso, decorrem, em parceria com o Instituto do Emprego e Formação

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Profissional, dois cursos de Educação e Formação de Jovens (Tipo 2): Cabeleireiro

Unissexo e Eletromecânico de Manutenção Industrial.

A Escola Profissional de Vouzela está instalada num espaço que não foi

inicialmente pensado para ser uma escola, era uma Cooperativa. No entanto sofreu

várias transformações e um grande investimento que permite, hoje em dia, ser um

espaço bonito, colorido e totalmente equipado com salas de informática, laboratórios

apetrechados (serralharia, CNC, cozinha, oficinas, salão de cabeleireiro), biblioteca,

espaços de convívio.

A escola tem, ainda, um bar onde os alunos podem tomar o pequeno-almoço e

o lanche e que funciona, também, como sala de convívio. A cantina é um local muito

agradável onde alunos, professores e funcionários almoçam. A comida é de excelente

qualidade e muito bem confecionada. Esta escola não tem ginásio para as aulas de

Educação Física tendo os alunos que se deslocar para as instalações da Câmara

Municipal que ficam no centro da vila. Aí dispõem de ginásio, campos de futebol,

basquetebol, andebol e ténis.

Os alunos finalistas de cada ciclo de ensino realizam estágios curriculares

(formação em contexto de trabalho) cuja finalidade é proporcionar ao aluno, mediante

contacto com o campo real do exercício da sua profissão, a aquisição de

conhecimentos e desenvolvimento das competências adquiridas no seu percurso

académico, visando uma melhor qualificação do futuro profissional. Mas, para além da

experiência no campo profissional, das interações de relacionamento humano, da

vivência prática, do contacto com o ambiente e a realidade do trabalho profissional,

esta formação permite ainda contribuir para a formação social e humana do estudante,

bem como promover a integração entre a escola, o meio empresarial e a comunidade.

Após uma caminhada de 22 anos de ensino, a Escola Profissional jamais

poderá ser vista como uma via menor no processo educativo. É, isso sim, uma via de

ensino diferente, porque mais virada para o aprender fazendo, mais ajustada às

necessidades de formação e valorização profissional de todos aqueles que procuram

ingressar mais cedo no mundo do trabalho com uma qualificação profissional.

3.3 - ORGANIZAÇÃO INSTITUCIONAL EM TERMOS DE

ORGANIGRAMA ORGANIZACIONAL E SERVIÇOS OFERECIDOS AOS

UTENTES

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De forma a assegurar uma maior eficácia na realização dos objetivos,

expetativas e interesses dos alunos, a EPV incrementou um conjunto de serviços, que

trabalhando em simultaneidade, garantem o bom funcionamento da escola, sendo

estes os seguintes:

- Direção pedagógica;

- Direção financeira e administrativa;

- Serviços administrativos;

- Serviços de Psicologia e Orientação;

- Educação Especial;

- Reprografia/Papelaria;

- Bar;

- Biblioteca.

ORGANOGRAMA DA INSTITUIÇÃO

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Escola Profissional de Vouzela

Gerência

Direção

Direção Pedagógica

Direção Financeira /

Administrativa

Gerente

Conselho Consultivo

Serviços

Administrativos

Diretores

de curso

Rep.

Pais

Nível II

e IV

Rep. Alunos

por turma

Serviços

de Ação

Educativa

Associação

Estudantes

19

Coordenadores

de Diretores de

Turma

Representante

de Biblioteca

Conselho

Pedagógico

Representante

de Psicologia

Representante

dos Auxiliares

Rep.

Encarregados

de Educação

Nivel II e IV

Representante

dos Alunos

Associação

de Alunos

3.4 - EVOLUÇÃO DOS ALUNOS

ANO LETIVO

NÍVEL DE ENSINO

NÍVEL II Turmas

Nº DE ALUNOS

NÍVEL III / IV Turmas

Nº DE ALUNOS

NÍVEL V Turmas

Nº DE ALUNOS

EFA Turmas

Nº DE ALUNOS

F. MODULARES Turmas

Nº DE ALUNOS

TOTAL ALUNOS

2004/2005 6 98 98

2005/2006 1 17 6 101 118

2006/2007 3 54 6 90 2 28 172

2007/2008 5 81 6 98 2 68 247

2008/2009 5 77 6 93 2+1 40 210

2009/2010 4 44 7 118 2 15 2 27 177

2010/2011 4 56 8 147 2 15 2 27 218

2011/2012 4 69 8 159 1 228

2012/2013 3 56 8 161 1 15 12 180 232

2013/2014 4 69 8 180 1 15 11 165 264

Ano letivo 2013/14

Nº Total de Alunos Vocacional e CEF

Nº Total de Alunos Cursos Profissionais (CP)

Nº Total de alunos Vocacional, CEF e Profissionais

Nº Total de alunos 2013-14

Vocacional/CEF 45

Profissionais 188

Desistências/Sem Frequência 22

Total 211

22

Alunos Vocacional, CEF e Profissionais – Idade

12

1614

12

0

5

10

15

20

14 anos 15 anos 16 anos 17 anos 18 anos

Vocacional e CEF Idades

23

Alunos Cursos de Educação e Formação (CEF) e Cursos Profissionais – Proveniência por Concelho

3236

54

6 411

62

6 4 1 15

1 1 15

12

0

10

20

30

40

50

60

Proveniência alunos Cursos profissionais por Concelho

24

Alunos Vocacional, CEF e Cursos Profissionais – Proveniência por Distrito

Alunos Cursos Vocacional, CEF e Cursos Profissionais – Situação Socioeconómica

17

17

1

C A R E N C I A D O S N Ã O C A R E N C I A D O S

SITUAÇÃO SÓCIO -ECONÓMICA ALUNOS CURSOS PROFISSIONAIS

Distrito

Viseu 182

Aveiro 28

Guarda 10

Porto 1

Outros 12

25

3.5 - METAS

As metas abaixo propostas são pensadas para o espaço de um triénio.

Foram utilizadas, como instrumentos para a definição dessas metas, referências estatísticas

nacionais e de escola, relativas ao último ano.

Referências Nacionais (Gabinete de Estatística e Planeamento da Educação - GEPE):

Evolução das taxas de retenção e de desistência no ensino secundário.

Referências de Escola:

Evolução das taxas de abandono.

Evolução das taxas de conclusão.

Evolução das taxas de empregabilidade.

Metas:

1. Manter o número de pré-inscrições (proporcionalmente ao número de vagas) acima dos 100%;

2. Superar 90% de alunos candidatos em 1ª opção, proporcionalmente ao número de vagas de

novos cursos aprovados;

3. Situar a taxa de assiduidade dos alunos acima de 90%;

4. Situar a taxa de sucesso na avaliação modular acima de 85%;

5. Situar a taxa de módulos recuperados acima de 80%;

6. Situar a taxa de conclusão de curso acima de 90%;

7. Situar a taxa de abandono abaixo dos 10%;

8. Situar a taxa de empregabilidade acima dos 95%.

26

3.6 - AVALIAÇÃO

Toda e qualquer avaliação visa sempre melhorar o resultado enquanto o processo decorre.

O grau de consecução dos objetivos do Projeto Educativo será aferido através de uma reflexão

em cada Conselho de Turma e no Conselho Pedagógico, no final de cada período letivo. Essa

reflexão deverá ter em conta os seguintes parâmetros:

Qualidade do sucesso;

Taxa de inserção no mercado de trabalho, após conclusão, dos alunos dos Cursos

Profissionais ou prosseguimento dos estudos;

Nº de parcerias estabelecidas.

Esta avaliação permitirá verificar o grau de consecução do projeto e ajustar e adequar as

estratégias aos objetivos e metas do Projeto.

27

ANEXO

NEE DE CARÁTER PERMANENTE – AS NOSSAS RESPOSTAS

28

“ Os alunos com Necessidades educativas especiais são aqueles que, por

exibirem determinadas condições específicas, podem necessitar de apoio

de serviços de educação especial durante todo ou parte do seu percurso

escolar, de forma a facilitar o seu desenvolvimento académico, pessoal e

socioemocional.”

(Correia,2008,p.23)

29

A Educação Especial: as nossas respostas

Introdução

Uma Escola, que se quer inclusiva e apta para acolher e reter no seu seio todas as crianças e

jovens, inserida numa sociedade democrática não pode abdicar destes princípios basilares:

as crianças e jovens com necessidades educativas especiais devem ter acesso às escolas,

que a elas se devem adequar através de uma pedagogia centrada na criança, capaz de ir ao

encontro das necessidades evidenciadas;

é imperioso que se assegure um quadro de socialização enriquecedor em que todas as

crianças aprendam a viver e a conviver com a diferença;

ultrapassando uma perspetiva igualitarista, de pendor uniformizante, garante do acesso e

sucesso educativos, importa que se assumam as diferenças e a diversidade, se trabalhe a

partir delas, para que cada um possa, socialmente enquadrado, desenvolver as suas

potencialidades.

O princípio da inclusão apela assim, para uma escola que tenha em consideração a

criança/aluno como um todo, respeitando o desenvolvimento a três níveis primordiais: académico,

socio emocional e pessoal, de forma a proporcionar-se uma educação apropriada e dirigida à

maximização do seu potencial.

Objetivos

No quadro da equidade educativa, o sistema e as práticas educativas devem assegurar a

gestão da diversidade, do que decorrem diferentes tipos de estratégias que permitam responder às

necessidades educativas dos alunos com Necessidades Educativas Especiais (NEE). Neste

contexto, esta escola situa-se numa perspetiva claramente inclusiva, regida pelo Decreto-Lei

n.3/2008, de 7 de janeiro, reconhecendo, legitimando e impulsionando práticas educativas inclusivas.

Os documentos originais dos alunos acompanhados pela docente de Educação Especial

constarão num dossiê próprio dos mesmos, sendo considerados confidenciais mas com possibilidade

fundamentada de consulta por parte dos intervenientes no processo educativo dos alunos.

Face mais visível do atendimento a alunos com necessidades educativas de caráter

permanente, a docente de Educação Especial é, atualmente, uma professora especializada que,

articulando com toda a Comunidade Educativa, promove o potencial de funcionamento

biopsicossocial dos alunos, é um facilitador em termos de socialização, acesso e sucesso educativos

e faz a ponte entre a família e a escola.

Integrada numa equipa multidisciplinar, a docente de Educação Especial, pede-se que exerça,

aliando profissionalismo a sensibilidade, as seguintes funções;

30

•Diagnóstico, Planificação e Programação – desenvolvendo programas que respondam às

necessidades dos alunos;

•Prestação de apoios diretos – apoiando a formação integral do aluno;

•Prestação de apoio indireto – apoiando o(s) professor(es) na elaboração e execução de

programas educativos individuais; participação nos Conselhos de Turma, na definição e

avaliação das medidas educativas, nomeadamente adequações curriculares individuais e

currículos específicos individuais;

•Formação em serviço – colaborando na formação do docente do regular e dos membros da

comunidade escolar que careçam ou desejem formação nesta área;

•Formação parental – apoiando pais e/ou encarregados de educação, envolvendo-os no

processo educativo;

•Administração e Gestão – colaborando na elaboração de documentos uniformizados (PEI,

PIT, etc.) na constituição de equipas multidisciplinares necessárias à avaliação dos alunos

por referência à Classificação Internacional da Funcionalidade, Incapacidade e Saúde- versão

crianças e jovens.

O Atendimento aos alunos com necessidades educativas especiais de carácter permanente terá

como referencial os seguintes princípios:

• Defender sempre os superiores interesses da criança/aluno e, dentro do quadro legal, contar

com a colaboração dos Pais e/ou Encarregados de Educação;

•Ter sempre em consideração as características e necessidades concretas, rigorosamente,

diagnosticadas;

•Garantir a adequação das medidas educativas ao perfil de funcionalidade dos alunos;

•Acautelar os materiais didáticos e os métodos de ensino adaptados e relevantes para a vida

dos alunos;

•Promover metodologias de intervenção transdisciplinares;

•Criar ambientes que maximizem o seu potencial e que garantam interação com os pares.

Na atualidade, cada vez se assume mais que o grande desafio das sociedades é o da

equidade dos seus sistemas de ensino. Equidade de um sistema estruturalmente diverso e onde

emergem resistências múltiplas a qualquer processo simplista de uniformização. O desafio educativo

deixa de ser o das crianças e jovens em risco para passar a ser o da escola em risco de insucesso, o

do sistema educativo em risco de ineficácia e o da sociedade que arrisca a sua coesão social (CNE,

2004).