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ESCOLA ESTADUAL FRANCISCO INÁCIO DE OLIVEIRA ENSINO FUNDAMENTAL. PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO Tomazina 2011

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO · escola estadual francisco inÁcio de oliveira ensino fundamental. projeto polÍtico pedagÓgico tomazina 2011

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ESCOLA ESTADUAL FRANCISCO INÁCIO DE OLIVEIRA

ENSINO FUNDAMENTAL.

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO

Tomazina 2011

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ESCOLA ESTADUAL FRANCISCO INÁCIO DE OLIVEIRA

ENSINO FUNDAMENTAL

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO

Projeto Político Pedagógico da Escola Estadual Francisco Inácio de Oliveria – Ensino Fundamental, apresentado ao 32º Núcleo Regional de Educação de Ibaiti, conforme orientações da CADEP/SEED.

Tomazina 2011

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SUMÁRIO

1 IDENTIFICAÇÃO DO ESTABELECIMENTO...................................................... 05

2 MARCO SITUACIONAL...................................................................................... 06

2.1 ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR.......................................... 06

2.1.1 Modalidade de ensino............................................................... 06

2.1.2 Número de turmas..................................................................... 06

2.1.3 Turnos de funcionamento.......................................................... 06

2.1.4 Condições físicas e materiais.................................................... 07

2.1.5 Ambientes pedagógicos............................................................ 08

2.1.6 Relação do corpo docente e funcionários................................. 08

2.1.7 Localização da escola............................................................... 10

2.1.8 Justificativa do projeto............................................................... 11

2.1.9 Caracterização da comunidade escolar.................................... 11

2.1.10 Comunidade do campo........................................................... 12

2.2 FILOSOFIA DA ESCOLA........................................................................ 12

2.2.1 Objetivos da escola................................................................... 14

2.2.2 Dados históricos da instituição.................................................. 15

3 MARCO CONCEITUAL....................................................................................... 16

3.1 PRINCÍPIOS ORIENTADORES............................................................. 16

3.2 DISCIPLINAS DA BASE NACIONAL COMUM....................................... 18

3.2.1 Artes.......................................................................................... 18

3.2.2 Ciências..................................................................................... 22

3.2.3 Educação Física........................................................................ 25

3.2.4 Ensino Religioso........................................................................ 28

3.2.5 Geografia.................................................................................. 32

3.2.6 História...................................................................................... 36

3.2.7 Língua Portuguesa.................................................................... 37

3.2.8 Matemática................................................................................ 41

3.3 PARTE DIVERSIFICADA ...................................................................... 49

3.3.1 Língua estrangeira moderna – inglês........................................ 49

3.3.2 Inter-relação de Disciplinas....................................................... 52

3.4 ESTUDOS SOBRE INCLUSÃO, CULTURA AFRO-BRASILEIRA E AFRICANA ...................................................................................................

52

3.4.1 Inclusão..................................................................................... 52

3.4.2 Cultura afro-brasileira e africana............................................... 53

4 MARCO OPERACIONAL.................................................................................... 58

4.1 AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM........................................................ 58

4.2 PROPOSTA DE RECUPERAÇÃO DE ESTUDOS................................. 59

4.3 PROGRESSÃO PARCIAL...................................................................... 60

4.4 INTERVENÇÕES PEDAGÓGICAS........................................................ 61

4.5 PROPOSTA DE TRABALHO DE ARTICULAÇÃO COM A FAMÍLIA E COMUNIDADE.............................................................................................

62

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4.6 ATIVIDADES ESCOLARES EM GERAL, E AS AÇÕES DIDÁTICO-PEDAGÓGICAS A SEREM DESENVOLVIDAS DURANTE O TEMPO ESCOLAR ....................................................................................................

63

4.6.1 Reuniões pedagógicas.............................................................. 63

4.6.2 Grupos de estudos.................................................................... 63

4.6.3 Conselho de classe................................................................... 63

4.6.4 Palestras................................................................................... 64

4.6.5 Formação continuada de professores....................................... 64

4.6.6 Hora atividade........................................................................... 65

4.7 INSTÂNCIAS COLEGIADAS ................................................................. 65

4.7.1 APMF........................................................................................ 65

4.7.2 Conselho escolar....................................................................... 66

4.7.3 Grêmio estudantil...................................................................... 67

4.7.4 Conselho de classe................................................................... 68

5 PROJETOS INTEGRADOS AO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO............. 68

5.1 Projeto Drogas .............................................................................. 68

5.2 Projeto Reaproveitar é Preservar....................................... 68

5.3 Projeto Interdisciplinares......................................................................... 69

6 ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO........................................................................................................

69

7 CONCLUSÃO...................................................................................................... 69

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................... 70

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ESCOLA ESTADUAL FRANCISCO INÁCIO DE OLIVEIRA

ENSINO FUNDAMENTAL

TOMAZINA – PARANÁ

PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO

1 – IDENTIFICAÇÃO DO ESTABELECIMENTO

1.1 Escolas: Escola Estadual Francisco Inácio de Oliveira Ensino Fundamental

Código: 00019

Endereço: Rua Xavier da Silva nº 51

Telefone: (43) 3563-1187

E-mail: [email protected]

1.2 Municípios: Tomazina

Código: 2800

1.3 Dependência Administrativa : Estadual

Código: 0019

1.4 NRE: 32 Município: Ibaiti

Código: 45007

1.5 Entidade Mantenedora: Governo do Estado do Paraná

1.6 Ato de Autorização : Decreto nº 15/45/79 de 27/11/79

1.7 Autorização de Reconhecimento: Resolução nº 2689/81 de 07/12/81

1.8 Ato Renovação Reconhecimento: Resolução 1551/03 de 23/12/81

1.9 Ato Administrativo de Aprovação do Regimento: nº 65/01

1.10 Ato de Aprovação de Alteração do Regimento: Parecer nº25/05

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1.11 Distância da Escola do NRE: 32 Km

2 MARCO SITUACIONAL

2.1 ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR

2.1.1 Modalidade de Ensino: Ensino Fundamental - 5ª a 8ª séries

2.1.2 Número de turmas:

5ª séries = 4 turmas com 58 alunos

6ª séries = 4 turmas com 90 alunos

7ª séries = 4 turmas com 81 alunos

8ª séries = 4 turmas com 85 alunos

Atividade Complementar: Esporte e Lazer: 01 Turma com -- alunos

Atividade Complementar: História e Memória: 01 Turma com -- alunos

Projeto Segundo Tempo = 4 turmas totalizando 100 alunos

Sala de Apoio – Matemática 5ª Série: 1 turma

Sala de Apoio – Matemática 8ª Série: 1 turma

Sala de Apoio – Língua Portuguesa 5ª Série: 1 turma

Sala de Apoio – Língua Portuguesa 8ª Série: 1 turma

Sala de Recursos = 02 turmas com 14

Número de Professores: 47

Número de Pedagogos: 04

Número de Funcionários: 16

Número de Salas de Aula: 08

2.1.3 Turnos de Funcionamento:

Matutino, vespertino e noturno.

Organização do Tempo Escolar = Séries

Organização Curricular = Disciplinas

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2.1.4 CONDIÇÕES FÍSICAS E MATERIAIS

A escola possui:

Uma biblioteca com um bom acervo de livros das disciplinas do currículo do

ensino fundamental. Um salão de reuniões amplo onde também serve para a

realização de aulas de vídeo e aulas de leitura.

Nove salas de aula que acolhem os alunos nos períodos da manhã, tarde e

noite, sendo que uma delas destina-se somente a sala de recursos com ambiente

acolhedor aos alunos que se enquadram a essa modalidade de ensino.

Uma secretaria e uma sala de Orientação/Supervisão e uma sala da direção.

A sala dos professores possui dois ambientes, um deles destinado ao

cumprimento das horas - atividade.

O laboratório de informática e o laboratório de ciências, obedecendo aos

modernos padrões técnicos, dando aos alunos um ensino da realidade do momento

em que vivemos.

Quadra de esportes coberta, para aulas de educação física e atividades

culturais.

Uma cozinha ampla e moderna, além de uma sala (pequena), onde é

realizada a distribuição do “leite das crianças” (programa do nosso governo com

grande aceitação e êxito em nossa região).

Uma despensa, onde são armazenadas as merendas escolares.

Dois amplos saguões, onde um funciona como refeitório e o outro como área

de lazer.

Dois banheiros masculinos e um feminino, além de um banheiro para os

professores.

Um ambiente coberto, onde é utilizado como estacionamento de carros.

No terreno da escola temos: uma horta que enriquece a merenda escolar,

uma terraplanagem para construção de uma quadra esportiva coberta e uma casa

(casa do caseiro) onde reside uma funcionária da escola.

A escola possui materiais didáticos e acessórios, televisores, ventiladores,

equipamentos de som, vídeo e DVD, retroprojetores, computadores, impressoras,

scanner, freezeres, geladeiras, fogão simples e industrial, liquidificadores. Também

possui mobiliares adequados e suficiente para suprir a demanda dos alunos,

professores, direção e funcionários.

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2.1.5 AMBIENTES PEDAGÓGICOS

A Escola Estadual Francisco Inácio de Oliveira Ensino Fundamental tem os

seguintes ambientes pedagógicos: sala de recursos, sala de apoio pedagógico, sala

de apoio à aprendizagem, biblioteca, laboratório de informática e laboratório de

física/química/biologia e auditório (salão), onde são realizadas reuniões de pais, da

APMF, Conselho Escolar e Grêmio Estudantil.

2.1.6 RELAÇÃO DO CORPO DOCENTE E FUNCIONÁRIOS

Diretor: Daniel Sanches da Silva

Diretor Auxiliar: Alexandre Oliveira Sanches

Equipe Pedagógica: Adriana Ribeiro de França

Leila Franco Sanchez

Leila Helena da Silva Oliveira

Marilda Andrade Caproni Sanches

Secretária: Terezinha Mariano Cardoso

Professores:

Alessandra Alves Vilela da Cunha

Ana Lúcia Ribeiro

Anelise da Silva

Ângela Aparecida Ribeiro de França

Caroline de Fátima Cardoso

Caroline Reis Bueno

Cinthia Aline dos Santos Almeida

Ciro Pereira Rosa

Claudete Aparecida Pinto

Danielle Moraes Leal

Elaine Aparecida Cardoso

Emilson Ribeiro de França

Eunice Conceição Pereira

Fátima Aparecida Cardoso

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Francisca Fernandes de C. Rodrigues

Jaqueline Lousano Vera Vieira

Josimara de Azevedo

Juliana Regina Pronko

Léia Ribeiro de Almeida

Leila Ribeiro de Almeida

Líliam Ribeiro de França

Luciano Arantes Sanches

Luciano Ribeiro de Souza

Luiz Carlos de Gouveia

Maria Aparecida Damasceno

Maria Benedita do Nascimento

Maria Bernadete Gonçalves

Maria Cristina Pronko Gouveia

Maria Léia Ribeiro dos Santos

Marilce Aparecida Sanches Reis

Pedro Kiochi Kondo

Rafaela Taís Ribeiro

Rosana Hass Kondo

Rosiane Benedita Ribeiro

Silmara Aparecida Ponciano

Solange Garanhani de Souza

Corpo Administrativo

Helena Ribeiro da Silva

Húdson José Alferes (Professor Readaptado)

João Alfredo Alferes (Professor Readaptado)

Luci Maria de Godoi Ribeiro

Maria Helena Ribeiro

Rodolfo José Raimundo Pinto

Willians Severino Dias

Auxiliares de Serviços Gerais

Antonio Carlos Palmas

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Marci Ferreira da Silva Cruz

Maria Alice da Silva Vidal

Maria Goreti de Azevedo Silveira

Maria Rozeni Borges de Campos Cardoso

Neusa da Silva Oliveira

Roseli Borges de Campos Hass

Talismar Oliveira da Silva

Tereza Clara de Lima

2.1.7 LOCALIZAÇÃO DA ESCOLA

A Escola Estadual Francisco Inácio de Oliveira Ensino Fundamental, localiza-

se no centro da cidade de Tomazina, estado do Paraná, à Rua Xavier da Silva, nº

51, telefone/fax (43) 3563-1187.

Fonte: Google Maps

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2.1.8 JUSTIFICATIVA DO PROJETO

O presente Projeto Político visa planejar as ações presentes e futuras na

Escola Estadual Francisco Inácio de Oliveira Ensino Fundamental, no que se refere

a transmissão de conhecimentos num universo globalizado e repletos de novas

tecnologias.

A partir das necessidades da nossa Escola indicadas pelos próprios

profissionais, estudantes e comunidade que aqui atuam e através da nova Lei de

Diretrizes e Bases da Educação Nacional é que podemos considerar que o projeto

Político – Pedagógico estará mais completo, mais integrado, porém nunca concluído.

Por isso é de suma importância o trabalho compartilhado e a busca de todos os

envolvidos com a educação a fim de que alcancemos qualidade e excelência nas

atividades escolares.

O desafio é enorme, pois além de envolver melhoria e qualidade, implica

também garantias de acesso e permanência do educando na escola, incentivo e

estímulos às inovações em sala de aula e atualização de todos os envolvidos,

Direção, Equipe, Professores, APMF, Conselho Escolar, Funcionários, entre outros,

através de cursos de capacitação, e o resgate da paixão pelo que aprende; o

importante é que a presença humana esteja viva.

Esta proposta é a junção de idéias e ações de pessoas eticamente comprometidas

com a qualidade do ensino e da aprendizagem primando pela formação do sujeito

histórico capaz de reinventar a autonomia do ser humano na construção da

democracia e da justiça social.

2.1.9 CARACTERIZAÇÃO DA COMUNIDADE ESCOLAR

A nossa comunidade escolar é constituída de alunos da cidade e alunos

vindos do campo. A grande maioria dos alunos são oriundos de famílias de baixo

poder aquisitivo, onde os pais e eles próprios são lavradores e bóias frias. No turno

noturno, são poucos os alunos que residem na cidade e são pessoas que trabalham

durante todo o dia. Nos turnos da manhã e da tarde a clientela é mista, ou seja,

urbana e rural. São os períodos com o maior números de alunos.

Quase as totalidades dos alunos participam de programas oferecidos pelo

governo.

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São alunos que aqui na escola tem a oportunidade de ampliar seus

conhecimentos, através da troca de experiências vividas, interação com os colegas e

profissionais da educação e no contato com materiais diversificados, apresentando

grande participação nas atividades escolares.

Os alunos vindo do campo utilizam o transporte escolar.

2.1.10 COMUNIDADE DO CAMPO

Aos alunos vindos do campo os conteúdos curriculares e metodologias são

apropriadas as reais necessidades e interesses dos alunos da zona rural,

adequação a natureza do trabalho na zona rural, além de reconhecer a diversidade

sociocultural e o direito à igualdade e a diferença, possibilitando a definição de

diretrizes operacionais para a educação rural sem, no entanto, recorrer a uma lógica

exclusiva e de ruptura com um projeto global de educação para o País.

Respeitando-se a diversidade e acolhendo as diferenças sem transformá-las em

desigualdades.

Na verdade, diz bem Arroyo que o forte dessa perspectiva é adaptação de um

modelo único de educação aos que se encontram fora do lugar, como se existisse

um movimento sócio cultural e identidário que afirma o direito à terra, ao trabalho, à

dignidade, à cultura e à educação.

Isso é verdadeiro, inclusive, para o Plano Nacional Educação (PNE), em que

pese requerer um tratamento diferenciado para a escola rural e prever seus objetivos

e metas formas flexíveis de organização escolar para a zona rural, bem como a

adequada formação profissional dos professores, considerando as especificidades

do alunado e as exigências do meio – recomenda numa clara alusão ao modelo

urbano a organização do ensino em séries.

2.2 FILOSOFIA DA ESCOLA

A Escola Estadual Francisco Inácio de Oliveira - Ensino Fundamental propõe

uma aprendizagem de qualidade e voltada à formação integral do cidadão apto a

solucionar os problemas e capaz de transformar o universo no qual está inserido. A

preocupação pela permanência do aluno na escola é constante, e por isso faz-se

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necessário o envolvimento de todos os segmentos da comunidade tomazinense no

processo educativo.

Portanto visa um estudo sério, progressivo e sistemático a fim de posicionar o

educando o acesso ao saber elaborado em torno de todas as disciplinas, cujo

conteúdo é essencial para a vida dos alunos, em suas múltiplas dimensões: física,

afetiva, intelectual, social, moral, ética e religiosa.

É uma escola que ensina o aluno a aprender por si próprio na conquista do

saber. A grande habilidade do professor é mediar o acesso do aluno ao

saber,transformando-o em um sujeito capaz de ir além do que lhe é transmitido,

despertando a curiosidade e levando-o à pesquisa.

Como instituição da sociedade, é democrática, autônoma e cidadã, procura

fazer com que as pessoas tomem consciência dos seus direitos e deveres e

participem coletivamente das decisões a serem tomadas para enfrentar seus

problemas e solidificar sua qualidade de ensino.

A participação e a interação se dão através de uma gestão democrática,

competente e formadora de órgãos e projetos tais como: APMF, Conselho Escolar,

Grêmio Estudantil, etc, onde os pais, alunos, professores, equipe, funcionários e

comunidade participam.

É uma instituição que se renova, mantendo-se continuamente presente e

atualizada, permitindo a formação de sujeitos capazes de compreenderem o mundo

em que vivem para dele participarem de maneira transformadora, produtiva e

consciente.

Muitos problemas são detectados na educação, visto que é um processo

complexo e exigente. Porém, a escola assume um compromisso social cujo objetivo

é o da busca contínua de soluções a fim de se alcançar a excelência na educação.

Através da observação e acompanhamento contínuos, a escola busca

alternativas para oferecer metodologias inovadoras sempre dando respaldo aos

professores e alunos a fim de que ambos se sintam satisfeitos e voltados às

mudanças que acontecem de maneira veloz a nossa volta.

O objetivo dos envolvidos estará sempre voltado a reconstrução do conhecimento

visando a atualização e a adequação na realidade onde está inserida.

O valor do elemento humano será uma verdade permanente no processo

educacional e a presença do computador, internet e outros, funcionarão como

subsídios na construção do conhecimento globalizado.

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As metodologias serão adotadas de maneira flexível e multiplicativa. Cabe ao

professor e aos envolvidos divulgar aquilo que deu certo aos demais para que

experimentem e adotem, assim como descartar o que não deu certo.

A busca por novas metodologias será constante e a reciclagem dos envolvidos

servirá de apoio e motivação para implantá-las.

Dentre as metodologias que serão implantadas podemos citar: pesquisa de

campo, oficinas pedagógicas, trabalhos em grupo, debate e discussão, estudo

dirigido, estudo de texto, demonstração em laboratório, oficinas escolares,

entrevistas, observação das práticas escolares, visitas, pesquisas, curso de

capacitação e outros.

Espera-se com isso favorecer ao aluno elaborar críticas dos conteúdos

abordados, cujo objetivo sempre será buscar novos métodos e técnicas de ensino e

pesquisa que valorizem as relações solidárias e democráticas.

“Sempre que pensamos em mudar, queremos tudo o mais rápido possível. Não

tenhamos pressa, pois as pequenas mudanças são as que mais importam. Por isso

não tenha medo de mudar lentamente, tenha medo de ficar parado.” (provérbio

Chinês).

2.2.1 OBJETIVOS DA ESCOLA

Os objetivos da Escola Estadual Francisco Inácio de Oliveira Ensino

Fundamental são:

Proporcionar aos alunos o acesso ao saber elaborado em torno de todas as

disciplinas e Temas Sociais Contemporâneos para que os alunos futuramente

saibam se portar como verdadeiros cidadãos.

Introdução de valores e da prática da cidadania no dia a dia da escola e dos

alunos. Questões fundamentais como respeito, solidariedade, promoção da paz,

prevenção às drogas, civismo.

Diversificar com temas como a pluralidade cultural, a ética, a preservação do

meio ambiente, a saúde, trabalho e consumo, reforçando a formação de uma

cidadania responsável.

Que todos os alunos possam se integrar no processo do aprender. A partir do

reconhecimento existente entre os alunos, a escola de um modo geral irá

potencializar as capacidades dos alunos, ajustando sua maneira de selecionar e

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tratar os conteúdos, de modo a auxiliá-los a desenvolver, no máximo de sua

possibilidade, as capacidades de ordem cognitiva, afetiva, física, e as de relações

interpessoais e inserção social, ao longo do ano letivo.

Proporcionar um processo de construção na Educação com esforço de melhoria a

qualidade de ensino na sala de aula.

Redefinir a função da escola na sociedade, adequando as ações, os projetos

e os recursos humanos transformando-os em agentes construtores autênticos do

ensino aprendizagem voltado à formação do cidadão consciente e crítico.

Organizar o trabalho pedagógico escolar, centrado no diálogo, tendo como

instrumento de produção um saber coletivo sobre as práticas da escola.

2.2.2 DADOS HISTÓRICOS DA INSTITUIÇÃO

Histórico da Escola

A Escola Estadual Francisco Inácio de Oliveira – Ensino Fundamental, está

localizada na Rua Xavier da Silva, nº 51, na cidade de Tomazina – Pr Fone (43)

35631187 – CEP. 84.935-000 – Sua propriedade abrange uma área total de 9.614

m².

Este estabelecimento foi criado pelo Decreto nº9140, expedido pelo Governo

do Estado do Paraná, conforme Diário Oficial nº 236 de 06 de dezembro de 1.949,

sob a denominação de Ginásio Estadual de Tomazina. Foi autorizado a funcionar a

partir de 1.950, na sede do Grupo Escolar Carlos Gomes de Tomazina.

Em 10 de fevereiro de 1.959, pelo decreto nº 26.950, passou a chamar-se

Ginásio Estadual Professor Oswaldo Gomes, sendo fundado e mantido pelo

Governo do Estado do Paraná.

No ano de 1.965 foi inaugurado o seu Prédio Próprio, no endereço acima

citado.

Em 23 de novembro de 1.970, pelo Decreto nº 1.545/79, passou a ser

denominada Escola Francisco Inácio de Oliveira – Ensino de 1º Grau.

Através da Resolução nº 733, Diário Oficial nº 1.510 de 07 de abril de 1.983,

passou a chamar-se Escola Estadual Francisco Inácio de Oliveira – Ensino de 1º

Grau.

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A Resolução nº 3.120/98, Diário 5.332 de 11/09/98 levou a escola a ser

chamada de Escola Estadual Francisco Inácio de Oliveira – Ensino Fundamental.

A primeira diretora da Escola Estadual Francisco Inácio de Oliveira Ensino

Fundamental foi a professora Ruth Xavier de Lima e o atual diretor é o professor

Daniel Sanches da Silva.

3. MARCO CONCEITUAL

3.1 PRINCÍPIOS ORIENTADORES

Baseados nos princípios norteadores, da política educacional da SEED e na

vertente da pedagogia progressista onde a escola está condicionada pelos aspectos

sociais, econômicos, políticos e culturais, mas existe nela a possibilidade de

transformação social, onde a educação possibilita a compreensão da realidade

histórico – social e explicita o papel do sujeito construtor / transformador da

realidade. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios :

Educação como direito do cidadão;

Universalização do ensino;

Escola pública gratuita e de qualidade;

Combate ao analfabetismo;

Apoio a diversidade cultural;

Organização coletiva do trabalho;

De igualdade para acesso e permanência do aluno na escola;

Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura , o pensamento

a arte e o saber ;

Valorização do profissional da educação escolar;

Gestão democrática;

Qualidade que não pode ser privilégio de minorias econômicas e sociais. A

garantia da escola pública para todos significa dar acesso àqueles que a ela se

reportam. Só a matrícula não garante a permanência do aluno na escola. A cultura

escolar deve permitir que os educandos tenham um transcurso contínuo

progressivo no estabelecimento de ensino , com a apresentação de resultados

efetivos de aprendizagem.

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Precisamos reinventar a escola este é o apelo dos jovens nas atuais salas de

aula. Esta é a exigência profissional de um mundo globalizado. Conhecimento,

seriedade ética e incorporação de novas tecnologias tecem o sonho de todo aluno

atual. A construção da cidadania ativa implica no domínio dos novos códigos e

linguagens, no entendimento dos conceitos sociais e na apropriação da cultura.

Sonegar este embasamento educacional é comprometer o desenvolvimento humano

e social das novas gerações.

Não basta romper com os modelos tradicionais de ensino. É preciso sim

montar novos cenários educativos. Só desta maneira é possível garantir a formação

ética, o desenvolvimento da autonomia intelectual e o fortalecimento do pensamento

crítico. Na verdade, estamos lançando um desafio ao arrogo e a criatividade dos

educadores: onde deverão ser mediadores, facilitadores e problematizadores da

aprendizagem desenvolvendo uma prática educativa onde o ensino deva ser

significativo e a memorização compreensiva e reflexiva, conciliar, dinamicamente

humanismo e tecnologia. Efetivamente, os avanços da ciência e da mídia estão

alterando não só os processos de aprendizagem e do conhecimento, mas também

do “comportamento” das pessoas e principalmente dos alunos. Daí conclui-se a

necessidade e a importância de um trabalho coletivo. É na ação diária que nosso

projeto se fará realizar através da incorporação de novas idéias e práticas que

venham contribuir para uma educação plena, social, cultural, econômica e política.

É chegada a hora de fazermos acontecer tudo o que acreditamos. Este projeto é

apenas um instrumento para que isso ocorra e será, também, um recurso que

acompanhará nossos esforços, desempenhos e resultados permitindo que

possamos avaliar o quanto poderemos fazer acontecer.

Assumimos o compromisso de realizar um efetivo trabalho de gestão

democrática, que é um princípio consagrado pela Constituição vigente e abrange

dimensões pedagógicas, administrativas e financeiras. Ela exige uma ruptura

histórica na prática administrativa da escola com o enfrentamento das questões de

reprovação e da não permanência do aluno na sala de aula, o que vem provocando

a marginalização das classes populares. Esse compromisso implica a construção

coletiva de um projeto político – pedagógico ligado à educação das classes

populares. Iremos juntos compreender os problemas postos pela prática pedagógica

e desenvolver um trabalho coletivo, trabalharemos com liberdade para aprender,

ensinar, pesquisar e divulgar a arte e o saber direcionados para uma

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intencionalidade definida coletivamente buscando uma escola que ofereça

condições para a formação plena do cidadão.

3.2 DISCIPLINAS DA BASE COMUM

3.2.1 ARTES

Me vejo no que vejo

Como entrar por meus olhos

Em um olho mais límpido

Me olha o que eu olho

É a minha criação

Isto que vejo

Perceber é conceber

Águas de pensamentos

Sou a criatura

Do que vejo.

Otávio Paz

A Arte, compreendida como área de conhecimento, apresenta suas relações

com a Cultura por meio das manifestações expressas em bens materiais (bens

físicos) e imateriais. Essas manifestações são compartilhadas por indivíduos de

determinados grupos.

A partir desta concepção, a Arte abre-se ao vigor da Linguagem como fonte

de potencialização de signos na produção de subjetividades, confirmando assim,

que a cultura é uma herança da linguagem enquanto memória, e que se manifesta

como testemunho de uma história em toda sua plenitude, extraindo a substância

mais sensível que habita cada Ser. Seu estado compreende como as

representações culturais foram incorporadas pela Arte e de que forma estas têm sido

elaboradas pela humanidade, definindo o pensamento estético como um modo de

pensar as linguagens (artísticas) na linguagem.

Nesse amplo universo social, o viés ideológico que perpassa a Arte, tem

como fio condutor a Linguagem e a Cultura como um sistema complexo e traz, em

seu movimento, os rastros de uma história que se revela no pensamento através dos

tempos, definindo as diferentes manifestações / produções artísticas.

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Como parte de um sistema social, a Arte carrega consigo não só reflexos

ideológicos, mas uma carga ideológica, muitas vezes a ela atribuída. Nesse sentido,

reforça a desigualdade social quando limita o acesso e o domínio dos saberes, pela

distância entre este conhecimento e as classes menos favorecidas. Parafraseando

Santaella (1995, p20), compreende-se que as classes dominantes, ao se

apropriarem de valores estéticos para perpetuar a sua superioridade, conservam

esse afastamento em relação às classes oprimidas e estas, não compreendendo tais

códigos, se entendem e se mantém como “classe inculta”. Quando determina-se

alguma manifestação artística como “popular” ou “erudita” está-se delimitando e

perpetuando diferenças entre “arte da elite”. Diante desta dualidade, cabe ao

professor uma tarefa complexa, ou seja, a valorização, o pensar em arte e em seu

ensino de forma democrática e includente, sem ser desconstruído o sentido de tais

nomenclaturas. Olhando a Arte por uma perspectiva antropológica, é possível

considerar que toda produção artística e cultural é um modo pelo qual o ser humano

entende e marca a sua existência no mundo. Dessa forma, pode-se conceber as

várias instâncias de produção de conhecimento,ou seja, os conteúdos pessoais de

cada sujeito, interligados à produção cultural, (local/regional/global), como fonte

geradora de significados em arte, tanto para o artista, quanto para o professor e para

o aluno em sala de aula.

Quando uma sociedade requer uma escolarização pública, gratuita e

universal como bases democráticas como um direito assegurado, cabe à escola

pública revisar suas bases curriculares, no sentido de cumprir a sua função

educativa mediante a realidade, de forma a possibilitar efetivamente a formação de

cidadãos autônomos e pertences à sociedade na qual estão inseridos. Torna-se

imprescindível que a Arte, por meio da interação entre professor, alunos e

conhecimento favoreça o exercício da valorização da diversidade cultural e o

compromisso de democratização do acesso à produção cultural, porque, para muitas

crianças, jovens e adultos, a escola ainda constitui-se no único espaço em que há

oportunidade de conhecer e compreender, de forma sistematizada, os diferentes

processos que culminam nas manifestações/produções estéticas. É na

democratização do acesso aos bens culturais e aos saberes que os constituem que

precisam estar pautadas as situações de aprendizagem.

Os conteúdos devem estar relacionados com a realidade do aluno e com

seu entorno.

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A partir dessa reflexão, pretende-se que os alunos adquiram conhecimento

sobre a diversidade de pensamento e de criação artística para expandir sua

capacidade de criação e desenvolver o pensamento crítico.

Nas aulas de Arte, os conteúdos devem ser selecionados a partir de uma

análise histórica, abordados por meio de conhecimento estético e da produção

artística, de maneira crítica o que permitirá ao aluno uma percepção da arte em suas

múltiplas dimensões cognitiva e possibilitara a construção de uma sociedade sem

desigualdade e injustiças. (FARACO apud KUENZER, 2000).

A arte é fonte de humanização e por meio dela o ser humano se torna

consciente da sua existência individual e social; percebe-se e se interroga, é levado

a interpretar o mundo e a si mesmo. Educar os alunos em arte é possibilitar-lhes um

novo olhar, um ouvir mais crítico, um interpretar da realidade alem das aparências,

com a criação de um a nova realidade, bem como a ampliação das possibilidades de

fruição. A disciplina de arte além de promover conhecimento sobre diversas áreas de

arte, deve possibilitar ao aluno a experiência de um trabalho de criação total e

unitário, tendo uma forte característica interdisciplinar que possibilita a recuperação

da unidade do trabalho pedagógico.

A concepção de arte como fonte de humanização incorpora as três vertentes

das teorias criticas em arte: arte como forma de conhecimento, arte com ideologia e

arte como trabalho criador, por reconhecê-las como aspecto essenciais da arte na

sua complexidade de produção da criação humana, constituindo o fundamento

teórico das Diretrizes Curriculares de Arte para a Educação Básica, bem como é

fonte de referencia para a organização da disciplina no seu conjunto.

A disciplina de arte contempla as linguagens das Artes Visuais, da Música, da

Dança e do Teatro e os elementos basilares os conteúdos estruturantes: elementos

formais, composição, movimentos e períodos. O desenvolvimento dos conteúdos em

cada série deve pautar-se no conteúdo estruturante “Composição” e seus

desdobramentos. Estes como eixo central, direciona o olhar para determinados

“elementos formais” e “movimentos e períodos”, aprofundando a compreensão e a

apropriação do conhecimento em arte: o trabalho som esses conteúdos

estruturantes deve ser feito de modo simultâneo, pois os elementos formais,

organizados por meio da técnica, do estilo e do conhecimento em arte constituirão a

composição que se materializa como obra de arte nos diferentes movimentos e

períodos. Sendo que os elementos formais são usados para organizar todas as

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áreas artísticas e são diferentes em cada uma delas. A composição é o processo de

organização desdobramento dos elementos formais que constituem uma produção

artística e movimentos e períodos se caracterizam pelo contexto histórico

relacionado ao conhecimento em arte, onde os mesmos devem estar presentes em

vários momentos de ensino.

Os conteúdos estão organizados de forma a proporcionar uma unidade, para

isso foram selecionados enfoques a serem aprofundados em cada série para todas

as áreas, resaltando que é importante relacionar conteúdos referentes a História e

Cultura Afro-Brasileira.

O trabalho pedagógico com Arte na educação básica deve ser organizado

como um conjunto, de forma orgânica, tendo em vista a apropriação do

conhecimento da disciplina. O desenvolvimento dos conteúdos em cada série deve

pautar-se no conteúdo estruturante “Composição” e seus desdobramentos. Este

conteúdo, como eixo central, direciona o olhar para determinados “elementos

formais” e “movimentos e períodos” que, ao serem abordados e estudados,

aprofundam a compreensão e a apropriação do conhecimento em Arte.

Ressalta-se, ainda, que o trabalho com os “movimentos e períodos”, não deve ser

tomado a partir de uma leitura linear ou cronológica da História, e que o importante é

destacar as permanências e mudanças dos elementos formais e de composição

presentes em seus diversos períodos.

Os conteúdos estão organizados de forma que compõem uma unidade. Para

isso foram selecionados enfoques a serem aprofundados em cada série para todas

as áreas. Neste sentido, o trabalho na 5ª série/6° ano é direcionado para a estrutura

e organização da Arte em suas origens e outros períodos históricos; nas séries

seguintes, prossegue o aprofundamento dos conteúdos, sendo que na 6ª

série/7°ano é importante relacionar o conhecimento com formas artísticas populares

e o cotidiano do aluno; na 7ª série/8° ano o trabalho poderá enfocar o significado da

arte na sociedade contemporânea e em outras épocas, abordando a mídia e os

recursos tecnológicos na arte; na 8ª série/9° ano, tendo em vista o caráter criativo da

arte, a ênfase é na arte como ideologia e fator de transformação social.

A concepção de avaliação é diagnostica e processual.

A qualificação desses princípios de encaminhamentos se configura na

construção do Projeto Político Pedagógico da escola.

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3.2.2 CIÊNCIAS

A concepção de Ciências observada nas Diretrizes Curriculares Nacionais é

aquela em que a Ciência é uma construção coletiva nos diferentes contextos

históricos.

Destaca-se que o ensino de Ciências tem grande relevância para o Ensino

Fundamental, pois nesta faixa etária os alunos estão no processo de formação de

sua personalidade, de valores e conceitos, onde este pode dar grande contribuição,

levando a compreensão do contexto histórico social em que estão inseridos, dando-

lhe condições para que, ao exercer sua cidadania, possa ser agente de

transformação social.

“A disciplina de Ciências tem como objeto de estudo o conhecimento científico

que resulta da investigação da Natureza. Do ponto de vista científico, entende-se por

Natureza o conjunto de elementos integradores que constitui o Universo em toda

sua complexidade”. (PARANÁ, 2008, P.40)

O ensino de ciências tem o objetivo de propiciar aos alunos condições que

os levem a adquirir conhecimentos científicos básicos utilizando-os assim para

compreensão da Natureza e a utilização destes como agentes de transformação.

PRESSUPOSTOS TEÓRICO-METODOLÓGICOS

A disciplina de Ciências propõe um estudo que pretende enriquecer e

complementar o entendimento das múltiplas relações físicas, químicas, biológicas e

geológicas dentre outras que ocorrem no ambiente, porém, sem deixar de tratar da

história da ciência, pois a inclusão desta permite identificar que não existe um único

método científico, uma vez que eles se modificaram com o passar do tempo.

Na base nacional comum a disciplina de Ciências tem como premissa o

trabalho com questões desafiadoras, investigativas e exploratórias. Nesse sentido, a

disciplina se traduz em mais um momento de reflexão, discussão e ação acerca dos

conteúdos de Ciências.

No momento atual a ciência deve ser vista como um processo de construção

humana que convive com a dúvida, é falível e intencional, não mais infalível, pronta

e acabada que está à margem da história sem estabelecer relação com a prática

social.

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Partindo então, desta visão, os conteúdos do currículo de ciências devem

ser abordados de forma consistente, crítica, histórica e relacionados à ciência, à

tecnologia e à sociedade a fim de que professores e alunos tenham condições de

discutir, analisar e avançar na compreensão do objeto de estudo da ciência. Para

tanto, se tem os conteúdos estruturantes (astronomia, matéria, sistemas biológicos,

energia e biodiversidade) que se desdobrarão em conteúdos básicos.

No intuito de cumprir estes objetivos sugerem-se algumas estratégias

pedagógicas, tais como:

Abordagem problematizadora;

Relação contextual;

Relação interdisciplinar;

Pesquisa;

Leitura científica;

Atividade em grupo;

Observação;

Atividade experimental;

Uso de recursos instrucionais;

Atividades lúdicas.

Além das estratégias pedagógicas acima mencionadas, os professores

poderão encaminhar a disciplina de ciências com o apoio dos mais variados

recursos pedagógicos: slides, fitas VHS, DVDs, CDs, CD-ROMs educativos e TV

multimídia entre outros.

Outras atividades que estimulam os educandos ao trabalho coletivo são as

que envolvem música, desenho, poesia, livros de literatura, jogos didáticos,

dramatizações, história em quadrinhos, painéis, murais, exposições e feiras entre

outras.

Cabe ressaltar aqui a importância dos registros feitos pelos alunos no

decorrer das atividades desenvolvidas nas aulas da disciplina e lembrar que as

atividades práticas podem acontecer em diversos ambientes, na escola ou fora dela.

O laboratório não é o único cenário para o desenvolvimento dessas ações.

Os encaminhamentos sugeridos para a disciplina em questão reforçam a

postura dos professores como mediadores e pesquisadores capazes de considerar o

desenvolvimento cognitivo dos educandos, seus conhecimentos prévios, o contexto

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histórico atual a realidade local, a diversidade cultural e os diferentes ritmos de

aprendizagem.

Quanto ao trabalho envolvendo a educação ambiental, gênero e diversidade

e questões étnico-raciais será uma prática educativa integrada, contínua e

permanente no desenvolvimento dos conteúdos específicos. Portanto é necessário

que o professor contextualize esta abordagem em relação aos conteúdos

estruturantes, de tal forma que os conteúdos específicos sobre estas questões não

sejam trabalhados isoladamente.

CONTEÚDOS

A Diretriz Curricular da Educação Básica do Estado do Paraná propõe cinco

conteúdos estruturantes considerados fundamentais para a compreensão do objeto

de estudo e ensino de ciências. Seguindo a orientação do documento acima citado,

listamos os conteúdos estruturantes e os conteúdos básicos que envolvem os

conceitos científicos necessários para seu entendimento que deverão ser abordados

nas aulas de ciências.

Astronomia

1.1 Universo;

1.2 Sistema solar;

1.3 Movimentos celestes e terrestres;

1.4 Astros;

1.5 Origem e evolução do universo;

1.6 Gravitação universal.

Matéria

2.2 Constituição da matéria;

2.3 Propriedades da matéria.

Sistemas Biológicos

3.1 Níveis de organização;

3.2 Célula;

3.3 Morfologia e fisiologia dos seres vivos;

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3.4 Mecanismos de herança genética;

Energia

4.1 Formas de energia;

4.2 Conservação de energia;

4.3 Conversão de energia;

4.4 Transmissão de energia.

Biodiversidade

5.1 Organização dos seres vivos;

5.2 Sistemática;

5.3 Ecossistemas;

5.4 Interações ecológicas,

5.5 Origem da vida;

5.6 Evolução dos seres vivos.

O professor trabalhará com os cinco conteúdos estruturantes em todas as

séries, selecionando os conteúdos específicos necessários e de acordo com o nível

cognitivo dos estudantes, adequando-os a nossa realidade regional, além de

considerar os limites e possibilidades dos livros didáticos de ciências.

3.2.3 EDUCAÇÃO FÍSICA

A iniciativa de construção das diretrizes curriculares para o ensino de

Educação Física na escola fundamental obedece a vários imperativos. Não se pode

esquecer, em um primeiro plano, das próprias políticas para a educação, em

consonância com outras políticas de estado. Porém, é possível observar também um

outro imperativo, qual seja, um rico movimento nascido da própria experiência dos

professores, da sua própria prática cotidiana. Esse movimento significa uma reflexão

dos docentes sobre a insuficiência do modelo atual de ensino, o qual muitas vezes

privilegia o fenômeno esportivo que, por sua vez, contempla parcialmente a enorme

riqueza das manifestações corporais culturais produzidas.

Essa tendência pode ser percebida em duas dimensões que se

complementam. A primeira refere-se a vários tipos de situações identificadas no dia-

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a-dia de muitas aulas de Educação Física, tais como: o esvaziamento das aulas, a

falta de interesse de muitos alunos (pelos mais variados motivos). O pouco sentido

que a comunidade escolar via de regra vê nessas aulas, a dificuldade dos

professores ampliarem o âmbito de sua intervenção na formação das crianças,

jovens e adultos, seja pela falta de políticas de formação continuada, insuficiência de

interesse pessoal de cada docente, falta de estrutura física e/ou material etc.

A partir disso, é preciso reconhecer uma segunda dimensão. Esta se refere

a um esforço de uma parte significativa dos professores de Educação Física de

enriquecer o escopo da sua intervenção por meio da ampliação do centro de

interesse dessa disciplina, que se desloca de uma perspectiva naturalizada,

baseada apenas na dimensão motriz, para uma dimensão cultural, baseada na

corporalidade. Portanto, de uma tradição fortemente marcada quase que somente

pela Ciências da Natureza, a Educação Física tem avançado para preocupações

pautadas por disciplinas variadas que permitem o entendimento do corpo em muito

de sua complexidade.

Pesar, pois quaisquer mudanças no plano curricular implica a necessidade

de olharmos detidamente para a experiência docente, manifestada de formas

diversas em lugares diferentes. Um dos desafios é procurar articular

satisfatoriamente a pluralidade de experiências de ensino oriundas do dia-a-dia do

professor, condição básica do sucesso de qualquer proposta de reforma curricular.

Nessa direção é preciso reconhecer, então, as necessidades de distintos contextos

comunitários que, uma vez articulados ao contexto societário mais amplo, vêem

atualizarem-se diferentes formas históricas de dominação.

A escola precisa estar atenta à atualização das demandas socioculturais,

uma vez que entre as suas finalidades maiores inscreve-se, além da produção e

socialização do conhecimento, justamente a crítica das formas de organização da

cultura.Assim, ao contemplar pela via da escolarização as marcas das

manifestações corporais no processo de formação humana, tanto quanto aquelas

múltiplas manifestações, a Educação Física escolar tem-se inserido no plano de uma

reflexão sobre diferentes problemáticas sociais, algumas de há muito objeto de

preocupação dos educadores, outras que surgem conforme se transforma a própria

organização social. Entre esses elementos ganham destaque: a violência; os

preconceitos étnicos, de sexo, de classe, entre outros; as formas corporais de

exclusão social; as potencialidades e os limites das práticas corporais como

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possibilidade de formação; a ênfase sobre uma estética corporal que se orienta.

Põem padrões estereotipados, resultados de uma exacerbação atual do corpo como

„lugar” da felicidade;o exercício da denominação infantil, no tráfico e no concurso de

drogas, no trabalho infantil e escravo, na negação do acesso aos bens culturais, etc.

Todos esses elementos, de forma direta ou indireta, inscreve-se na “corporalidade”,

entendida como a expressão criativa e consciente do consciente do conjunto das

manifestações corporais historicamente produzidas, as quais pretendem possibilitar

a comunicação e a interação de diferentes indivíduos com eles mesmos, com os

outros, com o seu meio social e natural. Essas manifestações baseiam-se no diálogo

entre diferentes indivíduos, em um contexto social organizado em torno das relações

de poder, linguagem e trabalho.

Nessa direção, o objetivo último das práticas corporais escolares em geral, e

da Educação Física em particular, deve ser a humanização das relações sociais.

Portanto, a noção de corporalidade permite ampliar as possibilidades de intervenção

educacional do professor de Educação Física, superando a dimensão merante

motriz da sua aula sem, no entanto negar o movimento como possibilidade de

expressão humana. Atentos ao que foi anteriormente caracterizado como

experiência dos professores, seus interesses, suas expectativas e suas

necessidades, articulados com as finalidades que regem o ensino escolar e aos

resultados esperados do processo de escolarização, propomos uma concepção que

procure contemplar a totalidade das manifestações corporais humanas e a sua

potencialidade formativa.

Ao observar as contribuições dos professores em todas as etapas do

processo de formulação das Diretrizes Curriculares para o Ensino Fundamental-

Educação Física, fomos provocados a enxergar a identificação que eles

estabelecem entre a noção de corporalidade e o seu fazer cotidiano. Aquelas

contribuições destacam que, apesar de ainda não terem tido a oportunidade de

refletir sobre esse conceito, a concepção de corporalidade já orienta o trabalho de

muitos em diferentes contextos e/ou culturas escolares. Não obstante, reconhecem

que, no plano das ações que imperam tanto nas aulas de Educação Física como na

escola em geral, ainda é necessário superar uma visão fragmentada tanto do

homem como da cultura. Muitos professores apontam o fato de que ainda é um

aspecto marcante da cultura escolar e como exemplo elucidam com a indicação de

que na escola algumas disciplinas são concebidas como responsáveis por “educar o

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corpo” e outras por “educar a mente”, sendo esse um dos obstáculos para uma

educação que contemple a corporalidade como elemento central no processo

formativo.

Ainda no âmbito específico da Educação Física, propõem a necessidade de

superar uma visão reducionista do homem que o compreende como um conjunto de

ossos, músculos e nervos, elegendo o movimento corporal – talvez devêssemos

dizer “deslocamento corporal” – como fim único de ensino, como se fosse possível

um processo formativo de modo fracionado ou esquadrinhado. Apontam que é

preciso que estejamos atentos ao fato de que, muitas vezes, a cultura escolar

restringe o entendimento da educação do corpo à realização de movimentos

mecânicos e repetitivos, reduzindo as aulas de Educação Física à mera atividade

complementar.

Destacando que as aulas de Educação Física não podem ser um apêndice

das demais disciplinas e atividades escolares, nem ser um momento subordinado e

compensatório para as “durezas” das aulas em sala. A educação Física é parte do

projeto geral de escolarização e, como tal, tem que estar presente na escola. Se a

situação do professor é na quadra e em outros lugares do ambiente escolar, seu

compromisso é com a escola, com o projeto de escolarização ali instituído, sempre

em favor da formação humana. No entanto, como muitos professores reconhecem, a

educação do corpo não se dá apenas nas aulas de Educação Física, mas nas

diferentes experiências formativas (ou não formativas), indo além da vida escolar e

se refletindo em toda a vida social dos educandos.

3.2.4 ENSINO RELIGIOSO

A escola como instituição social presencia grandes desafios no tocante à

sua identidade, papel social, formação docente, gestão, participação da

comunidade, processo de ensino e de aprendizagem, inclusão, currículo, temas da

vida cidadã, Projeto Político-Pedagógico, dentre tantos outros.

A Escola possui objeto de trabalho constituído historicamente: o

conhecimento. O desafio da escola persiste em como relacionar tal conhecimento

com o conhecimento empírico do educando, mediando saberes também

historicamente construídos e os desafios sociais/culturais exigidos na

contemporaneidade. Ingênuo seria se afirmássemos haver receitas, fórmulas ou

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métodos prontos e definitivos – estaríamos desconsiderando diversas variáveis que,

num movimento cíclico entre sociedade-escola-sociedade, se constituíssem em

complexidade.

O Ensino Religioso constitui-se como disciplina, com um novo olhar, uma

nova perspectiva configurada na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional

nº9394/96, artigo 33 e nova redação na Lei nº9475/97, superando o proselitismo no

espaço escolar. O entendimento sobre essa importante e fundamental área do

conhecimento humano implica uma concepção, que tem por base a diversidade

presente nas diferentes expressões religiosas. Nesse enfoque, o sagrado e suas

diferentes manifestações religiosas possibilitam a reflexão sobre a realidade, numa

perspectiva de compreensão sobre si e para o outro, na diversidade universal do

conhecimento religioso.

Com isso, a disciplina pretende contribuir para o (re)conhecimento e respeito

às diferentes expressões religiosas advindas da elaboração cultural, que compõem a

sociedade brasileira, bem como possibilitar o acesso às diferentes fontes da cultura

sobre o fenômeno religioso, tendo como foco o sagrado.

Essa reflexão visa proporcionar ao educando do Ensino Religioso suas

formações integrais, entendidos nesta concepção como sujeito do processo contínuo

de educação. Nesse sentido, o direito de acesso, a universalidade da educação, a

concepção de formação em seus diferentes aspectos: estéticos, éticos, cognitivo,

afetivo, cultural, biológico, social e religioso, ou seja, a completude e a significância

como pressupõe a LDBEN 9394-96, art.32 sobre o Ensino Fundamental:

O desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o

pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo;

Compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia, das

artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade;

O desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a

aquisição de conhecimento e habilidades e a formação de atitudes e valores;

O fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana

e de tolerância recíproca em que se assenta a vida social.

A trajetória histórica do Ensino Religioso no Brasil passou por diferentes

momentos e, diante da sociedade globalizada e multicultural da atualidade, requer

uma nova forma de pensado e entendido na sua implementação no âmbito do

espaço escolar.

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Nessa perspectiva, o conhecimento religioso como patrimônio da

humanidade, legalmente institui-se na escola, possibilitando aos educandos

oportunidades de se tornarem capazes de entender os movimentos específicos das

diversas culturas, cujo substantivo religioso colabora com a constituição do cidadão

multiculturalista. Requer ainda o entendimento a reflexão no espaço escolar diante

do reconhecimento da justiça e dos direitos de igualdades civil, social, cultural e

econômico, bem como a valorização da diversidade daquilo que distingue os

diferentes componentes culturais de elaboração histórico-cultural brasileira.

Para tanto, é fundamental a adoção de políticas educacionais e sociais, de

estratégias pedagógicas de valorização da diversidade, a fim de superar a

desigualdade étnico-religiosa e garantir o direito Constitucional de liberdade de

crença e expressão da mesma (Art. 5º, inciso VI, da Constituição Brasileira). Essas

questões podem ser melhores efetivadas na medida em que a disciplina de Ensino

Religioso e a escola também contribuem para significar no dia-a-dia o respeito à

diversidade.

Nesse sentido, para viver democraticamente em uma sociedade multicultural

é preciso conhecer e respeitar as diferentes culturas e grupos que as constituem.

Não se pode negar que as relações de convivência entre grupos diferenciados são

marcadas pelo preconceito, sendo um dos grandes desafios da escola conhecer e

valorizar a trajetória particular dos grupos que compõem a sociedade.

Reconhecer que cada forma particular da vida compõe um conjunto maior,

que a humanidade e que, nesta, cada especificidade é uma linguagem própria, por

meio da qual as pessoas criaram códigos de expressão e entendimento. Essa

compreensão requer entender que o universo cultural religioso possui elementos

estéticos e éticos, entre outros, que devem ser apreciados enquanto produção da

própria trajetória constitutiva do indivíduo/grupos sociais, é necessário que a escola

propicie aos educandos esse entendimento.

Portanto, caberá ao professor, nas aulas de Ensino Religioso, propiciar aos

educandos a oportunidade de identificação, de entendimento, de conhecimento, de

aprendizagem em relação às diferentes manifestações religiosas presentes na

sociedade, de tal forma que tenham a amplitude da própria cultura na qual estão

inseridos. Essa compreensão deve favorecer respeito à diversidade cultural religiosa

em relações éticas diante da sociedade, fomentando medidas de repúdio a toda e

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qualquer forma de preconceitos e discriminações e o reconhecimento que todos são

portadores de singularidade irredutível.

Para Costela (2004, p. 104) o Ensino Religioso:

...não pode prescindir da sua vocação de realidade institucional aberta ao universo

da cultura, ao integral acontecimento de pensamento e da ação do homem: a

experiência religiosa faz parte desse acontecimento, com os fatos e sinais que a

expressam. Os fatos religiosos, como todos os fatos humanos, pertencem ao

universo da cultura e, portanto, tem uma relevância cultural, tem uma relevância em

sede cognitiva.

O ENSINO RELIGIOSO, A LEGISLAÇÃO E AS DIRETRIZES CURRICULARES.

O Ensino Religioso pauta-se legalmente na lei nº9475/97, que apresenta a

nova redação a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, referente ao Art. 33

da LDBEN nº9394/96:

Art. 33- O Ensino Religioso, de matrícula facultativa, é parte integrante da

formação básica do cidadão, constitui disciplina de horários normais das escolas

públicas de Ensino Fundamental, assegurando o respeito à diversidade cultural e

religiosa do Brasil vedadas quaisquer formas de proselitismo.

§ 1º Os sistemas de ensino regulamentarão os procedimentos para a

definição dos conteúdos de ensino religioso e estabelecerão as normas para a

habilitação e admissão de professores.

§ 2º Os sistemas de ensino ouvirão entidades civis, constituídas pela

diferentes denominações religiosas, para a definição dos conteúdos do Ensino

Religioso.

No Estado do Paraná, os princípios norteadores do Ensino Religioso pautam-

se também nos pressupostos estabelecidos na Deliberação nº03/02 do Conselho

Estadual de Educação (CEE) de 09/08/02 e na Instrução Conjunta nº05/04 –

SEED/SUED/DEF.

Considerando esses preceitos legais, o texto das Diretrizes do Ensino

Religioso não possui a intenção de, dogmaticamente, estabelecer conteúdos fixos a

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serem seguidos no que se refere à disciplina nas etapas iniciais ou as etapas finas

do Ensino Fundamental.

Para os anos iniciais, o CEE esclarece no Parecer nº464/03 elucidando sobre

o art. 3º da Deliberação 03/02: “ o Ensino Religioso como as demais áreas do

conhecimento, no âmbito das séries inicias se integre num paradigma curricular

articulado da formação básica do aluno-cidadão, superando a fragmentação que

caracteriza um tratamento tradicional das áreas de conhecimento como “disciplinas

isoladas”, “sem que os alunos possam perceber, na teoria e vida, a relação entre

elas.”

Respeitando as peculiaridades desta disciplina, a necessidade de se

considerar as particularidades de cada região/escola em relação às diferentes

manifestações do sagrado, cabe às Diretrizes delinear, indicar caminhos possíveis e

elementos que norteiam a ação do professor. Desse modo pretendemos conferir

autonomia à escola para seleção de temas significativos, que devem ser construídos

de forma coletiva e participativa, a partir dos princípios da gestão democrática.

3.2.5 GEOGRAFIA

A geografia tem como pressupostos os referenciais que estrutura a ciência e

que possibilitam ao professor ter clareza do seu objeto de estudo. Assim, o professor

constrói-se como docente contemplando duas perspectivas que são fundamentais

para o exercício de sua profissão, sem considerar o grau de importância hierárquica.

É a dimensão técnica que requer a fundamentação teórica, o domínio de habilidades

próprias e a clareza dos conceitos que se apresentam como específicos do

geógrafo. E é a dimensão pedagógica a base da argumentação, traduzida na

relação dialógica que considera o melhor saber aquele que sabe superar-se.

Permeia tudo isso a velocidade da informação que no mundo atual se intensifica

constantemente e está acessível de forma democratizada. O desafio é organizar

esta informação contextualizando e (re)significando a aprendizagem.

O exposto em relação à educação geográfica e a compreensão do espaço

como um “conjunto indissociável, solidário e também contraditório, de sistema de

objetos e sistemas de ações”, não considerando isolamento, mas como o quadro

único no qual a história se dá (SANTOS, p. 51).

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33

O ensino da Geografia, proposto a partir da concepção da área nesta diretriz,

está balizado no seguintes pressupostos:

O espaço geográfico deve ser compreendido enquanto produto social, portanto:

num tempo específico: há que se ter clareza do momento que se está

analisando e suas especificidades;

numa sociedade específica: há que se considerar as característica e a

diversidade social, cultural, étnica da sociedade em questão.

num lugar específico: há que se considerar o espaço como

palco/sustentáculo onde,através das inter-relações, se concretizam os resultados e

se constituem as motivações para a produção e reprodução da vida.

O espaço geográfico deve ser compreendido como resultado da interação

entre dinâmica físico/natural (relevo, clima, hidrografia, solos, vegetação, geologia,

ecossistema, biodiversidade, etc.) e dinâmica humana/social (urbanização e cidade;

globalização e geopolítica; socioeconômica: indústria, agricultura, serviços e

comércio; territorialidade; temporalidade; cultura; população: densidades,

demografia, movimentos sociais, dente outros).

É importante destacar que nenhum conteúdo de geografia física tem sentido

por si só, mas apenas se houver integração entre sua ocorrência e a dinâmica

humana e vice-versa. Portanto, para fazer uma análise geográfica que considera a

complexidade do mundo, não é possível trabalhar os conteúdos da dinâmica

físico/natural isoladamente, mecanicamente, pois os mesmos são vistos como parte

constituinte do espaço produzido pela sociedade (análises que priorizam a

integração das dinâmicas: espaço como totalidade; questão ambiental; sócio-

ambiente).

O espaço geográfico não é exterior à sociedade produzido no ato da vida

cotidiana, e com influência das instituições hegemônicas (multinacionais, grande

grupos econômicos etc.). O aluno, desse modo, como parte da sociedade pode ser

um agente produtor/transformador do espaço, que numa relação dialógica tem

postas limitações e/ou condições para a sua vida.

O espaço geográfico só pode ser atendido em sua totalidade, sendo que as

fragmentações devem ser apenas procedimentos didáticos para decompor o espaço

e recompô-lo posteriormente, sobretudo para facilitar a compreensão do aluno

(decomposição escalar, por exemplo). Explicando no item a seguir.

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O espaço geográfico pode ser aprendido em diferentes níveis de escalas de

análise, sendo as principais:

a do cotidiano ou local: onde se inserem as mais elementares discussões

sobre cidade, campo, escola e bairro, os quais são a base da compreensão espacial

para os alunos dos anos iniciais. Tais noções serão de extrema importância para a

construção e o aprofundamento de conceito geográfico mais complexo para os

alunos dos anos finais do Ensino Fundamental;

a regional: no conjunto da qual uma série de subespaços podem ser

identificados em face de suas diversas características, que podem ser tanto de

domínio naturais como de aspectos econômicos, culturais, políticos, entre outros. Os

subespaços nacionais são considerados na análise, seja a partir das grandes

regiões propostas pelo IBGE ( Norte, Nordeste, Sul, Sudeste e Centro-Oeste), seja

através das possibilidades de regionalizações alternativas, como a proposta por

Santos (2001), que fala na existência de quatro Brasis, respectivamente: Amazônia,

Nordeste, Centro-Oeste e Região Concentrada (Sudeste e Sul). Deve-se levar em

consideração também os acordos internacionais que perpassam os estados, as

fronteiras e que refletem identidades e interesses das populações envolvidas, por

exemplo o Mercosul;

a nacional ou do país: o Estado-nação tem papel decisivo na dinâmica

social, para além das discussões sobre o seu suposto desaparecimento no momento

histórico atual, com o fortalecimento da globalização. Aqui se cria uma relação

tencionada pelo jogo de interesses entre as regras da globalização e ao interesses

nacionais, ora um lado vence, ora outro, por subordinação ao mercado numa relação

que é sempre desigual;

a mundial ou global: como uma “força” que se expressa por meio das

relações econômicas que se sobrepõem a todo tipo de fronteira, estabelecendo

regulamentações externas que interferem na organização econômica dos países,

com visitas também a homogeneização dos padrões de consumo.

O VALOR EDUCATIVO DA GEOGRAFIA

Não se pode iniciar uma discussão acerca do valor educativo da geografia,

sem que se explique, de início, que o seu ensino tem por tradição a tarefa de

estabelecer a relação entre certos campos de conhecimento das ciências naturais

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(geologia, cartografia, astronomia, dentre outras) e das ciências sociais (sociologia,

antropologia, demografia, dentre outras), sobretudo aqueles saberes que não foram

transformados em disciplina escolar.

Inúmeros autores têm se dedicado a pensar o significado da Geografia no

ensino, em todos os níveis. Para alguns, o conteúdo da Geografia é o mundo, o

espaço e sua dinâmica contínua, onde as mudanças ganham cada vez mais

velocidade. Nesse contexto, é preciso dar condições aos alunos de pensar e agir,

buscando elementos que permitam compreender e explicar o mundo em permanente

reinvenção (CALLAI, 2001, p.131); para outros, cabe à Geografia a função de

preparar o aluno para uma leitura da produção social do espaço, repleto de

contradições, ou o desvendamento da realidade, negando a “naturalidade” dos

fenômenos que imprimem uma certa passividade aos indivíduos, (CASSETI, 2002,

p. 145-162).

Pontuschka (1998, p.63) resgata a importância ímpar da Geografia na

formação intelectual e ética dos jovens, na construção da sua cidadania e na

consciência de sua dignidade humana.

Nessa perspectiva, ressalta-se o significado da educação geográfica na

formação de um indivíduo crítico para o exercício da vida cidadã.

A Geografia como ciência possibilita, com seu arcabouço teórico-

metodológico, compreender o espaço construído pelos homens, situado num tempo

e espaço localizados concretamente. Oferece ainda, subsídio para observação,

descrição e análise da dimensão espacial da vida humana, visível pala paisagem, e

encaminha a “ver por detrás da mesma, considerando a dimensão histórica da

materialização dos processos sociais que a formam”.

Serão trabalhados conteúdos referentes à Geografia do Paraná em forma de

Projetos, textos e trabalhos em que o aluno identifique sua cidade, seu estado,

inseridos no País e no mundo atual.

Portanto, a concepção que se pretende hoje da Geografia, considerando o

que foi exposto, é fornecer subsídios que permitam ao aluno compreender a

realidade que o cerca em sua dimensão espacial, tanto física quanto humana, e no

contexto de suas transformações, velocidade e complexidade, posto ser esta a

contribuição específica da Geografia em qualquer instância, seja relacionada à

pesquisa, ao ensino e à própria vida.

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3.2.6 HISTÓRIA

História é um conhecimento construído e em constante construção. Isso

significa que a produção da História não resulta do desenvolvimento de um método

que esgote o que há para saber sobre os objetos no passado, mas sim de

sucessivas perguntas que as diferentes gerações fazem, com novos métodos de

pesquisa e novas concepções teóricas tornando o saber passível de novas

interpretações,. Assim, a História também tem uma história. A exposição dessa

lógica é fundamental para o aluno compreender esse princípio e perceber que o

conhecimento está em constante construção. Logo, pode ser objeto de

questionamentos dúvidas, contestações e reconstruções. A partir desse princípio,

cabe ao professor mediar atividades que favoreçam ao aluno ser sujeito desse

processo de construção do conhecimento. Dessa forma, o conhecimento histórico

presente nos livros e na fala do professor deixa de ter uma aura de autoridade quase

que sagrada. Evidencia-se, assim, uma postura docente em que o aluno e o

professor concomitantemente (re)elaboram e (re)constroem os saberes.

HISTÓRIA E COTIDIANO

A História é expressão de um conhecimento vital, cotidiano e inerente a todos,

pelo qual as pessoas se orientam no tempo, desde a mais simples das atitudes às

mais complexas, pautando-se por uma reflexão sobre si mesmas, seus grupos e

outras sociedades. A História como ciência é uma das formas de expressão dessa

atividade, com métodos, fontes e finalidades próprias, mais não é a única. Outras

instâncias sociais também produzem conhecimento histórico, mas ambos não se

confundem. O conhecimento histórico escolar é feito da síntese dos saberes

científicos com os saberes cotidianos, oriundos da experiência pessoal, familiar,

religiosa, da participação em entidades da sociedade civil, entre outros. Sua função

não é simplificar o conhecimento histórico científico, mas subsidiar com seus

saberes a elaboração de conhecimentos com finalidades educativas e fontes

diversas, que necessariamente dialogam com outros conhecimentos sobre a

História, resultando num saber distinto do saber científico. Na perspectiva desse

princípio, o ensino de História não se restringe às grandes análises gerais, mas

necessita efetivamente construir, como conteúdo, o conjunto de elementos históricos

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que interferem na vida cotidiana do indivíduo e de sua comunidade, de modo a

possibilitar condições para que o aluno domine conceitos fundamentais para a

análise da realidade social, tanto na perspectiva geral quanto na particular.

HISTÓRIA E SABERES ESCOLARES

O ensino de História não se opõe ao conhecimento que o aluno traz, mas

adiciona crescentes graus de racionalidade e dialogicidade a esse conhecimento,

tendo por referência o conhecimento histórico científico. Esses saberes podem ser

elaborados a partir de uma atividade de pesquisa, envolvendo coleta e análise de

fontes diversas; propiciando a releitura de conhecimentos já consolidados, dentre

outras possibilidades. Embora, numa concepção e prática tradicionais, a escola seja

uma instituição que reproduz e simplifica o conhecimento científico, o princípio

prático, resguardando o espaço de autonomia e criação do professor. Acredita-se,

com isso, abrir possibilidades de novas orientações para o ensino de História dentro

de uma determinada margem, sem se distanciar dos compromissos fundamentais

em termos de ações pedagógicas. Embora não seja desejável estabelecer um

quadro de conteúdos obrigatórios, o coletivo dos professores não se furtou a

responder o que entende como essencial a ser ensinado em História na educação

fundamental.

Através das contribuições desse coletivo, com relação aos conceitos

significativos para a disciplina de História no Ensino Fundamental, elaborou-se uma

proposta delineada em temas gerais ou unidades temáticas sem, no entanto,

abandonar em definitivo a cronologia.

3.2.7 LÍNGUA PORTUGUESA

Entende-se que diversos e diferentes motivos para o ensino da língua se

entrecruzam na escola, dentre eles os seus condicionantes sociais, culturais e

políticos. Como não caberia, nos limites deste texto, a explicação de todos esses

motivos, foram priorizados os seguintes:

os fins da educação, ou seja a formação do aluno para a cidadania e para a

participação social;

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as representações do professor, isto é, suas concepções de mundo, de

educação, de si mesmo, de aluno, de linguagem/língua e da ação de ensinar;

processo de desenvolvimento da aprendizagem, as necessidades dos alunos, a

cultura/saber que eles trazem para a escola, suas relações dentro e fora do espaço

escolar, e as demandas do contexto histórico-social;

as razões da famílias, razões essas que, direta ou indiretamente, refletem o valor

social e educativo tanto da disciplina Língua Portuguesa quanto da escola.

O conhecimento de tudo isso, certamente, ajudar o professor a descobrir

(ou, quem sabe, a redescobrir as possibilidade de ação pedagogia e a compreender

por que não é possível lançar mão de fórmulas prontas no processo educativo.

O que ensinar?

A seleção de conteúdos a serem trabalhados vai depender das concepções

do professor em relação ao objeto de conhecimento, a linguagem. Estudos vêm

mostrando que a linguagem não é apenas expressão do pensamento, como

tradicionalmente se considerava, entendendo-se que essa expressão deveria

acontecer por meio de um sistema de linguagem abstrato, homogêneo, “pronto e

acabado”. Também não é somente um instrumento de comunicação, um código a

ser utilizado nos momentos em que alguém (emissor) tem algo a transmitir a outro

alguém (o receptor), o qual, passivamente, limita-se a receber tal mensagem.

A LINGUAGEM NA CONCEPÇÃO INTERACIONISTA

Na concepção interacionista (ou sociointeracionista) a linguagem é

interação, ou seja, forma de ação entre sujeitos histórica e socialmente situados que

se constituem e constituem uns aos outros em suas relações dialógicas. Fruto da

criação humana, ela pode ser considerada como trabalho e produto do trabalho.

Como afirma Geraldi (1991, p. 6), “a linguagem não é o trabalho de um artesão, mas

trabalho social e histórico seu e dos outros e é para os outros e com os outros que

ela se constitui”.

Através da linguagem o homem se reconhece como humano, pois ao

comunicar-se com outros homens e trocar experiências, certifica-se de seu

conhecimento do mundo e dos outros com quem interage. Isso lhe permite

compreender melhor a realidade em que está inserido e o seu papel como sujeito

social.

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Ressaltando esse caráter social da linguagem, Bakhtin (1988) a vê, também,

como enunciação, como discurso, ou seja, como forma de interlocução em que

aquele que fala ou escreve é um sujeito que em determinada situação interage com

um interlocutor, levado por um objetivo, uma intenção, uma necessidade de

interação.

Afirma Bakhtin (1998), p.113), dando ênfase á questão da interação, da

interlocução:

“Na realidade toda palavra comporta duas faces. Ela é determinada tanto

pelo fato de que precede de alguém, como pelo fato de que se dirige para alguém.

Ela constitui justamente o produto da interação do locutor e do ouvinte. Toda

palavra serve de expressão a um em relação ao outro”. Tais palavras evidenciam

que todo texto é articulação de discursos palavras minhas e de outros que, alheias,

tornam-se também minhas. São vozes que se materializam através do texto que,

como todo sistema de signos, tem sua coerência atrelada à capacidade de

compreensão do homem na sua vida comunicativa, ato humano.

Assim, as condições em que a produção escrita acontece é que determinam

o texto; quem escreve; o que escreve; para quem escreve; para que escreve, com

que objetivo; quando e onde escreve, fato esse que conduz ao uso de uma certa

variedade de língua, um certo registro, um como escrever. Ao pensar no como

escrever e, de modo especial, na interação que permeia o ato da escrita, o

produtor/autor inevitavelmente terá que fazer opção por um determinado gênero

textual.

Aquilo que se diz ou que se escreve nas condições acima especificadas

constitui, para Bakhtin o enunciado ou discurso, o qual se realiza em momentos

interativos. Nesse processo, os interlocutores vão construindo sentidos e

significados ao longo das suas trocas lingüísticas, orais ou escritas. Tais sentidos e

significados são influenciados, também, pelas relações que os interlocutores (autor e

ouvinte ou leitor) mantêm com a língua e entre si, com o tema sobre o qual se fala

ou escreve, ouve ou lê; pelos seus conhecimentos prévios, atitudes e preconceitos;

e pelo contexto social em que ocorre a interlocução. Tudo isso é materializado no

texto.

De acordo com Fávero e Koch (1988), a palavra texto pode ser tomada em

duas acepções” em sentido lato, a palavra texto designa toda e qualquer

manifestações da capacidade textual do ser humano, (quer se trate de um poema,

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quer de uma música, uma pintura, um filme, uma escultura, etc.), isto é, qualquer

tipo de comunicação realizado através de um sistema de signos”.

Em sentido estrito, segundo as autoras, o texto diz respeito a qualquer

manifestação comunicativa lingüística. O texto ou discurso configura-se, pois, como

uma atividade comunicativa que se realiza por meio de signos verbais, ou seja, por

meio da língua oral e escrita.

Independentemente de sua extensão, o texto pode ser entendido também

como uma unidade de sentido. A própria etimologia da palavra texto (o latim textu,

que significa tecido) aponta para essa unidade semântica, uma vez que, se um

tecido constitui-se da juntura, do entrelaçamento de fios dos mais diversos tipos,

também o texto, enquanto “tecido” verbal, pressupõem um entrelaçamento, uma

“amarração” de todas as partes que o constituem (palavras, frases, parágrafos), para

que tenha sentido,

Diante do exposto, pode-se entender que diferentes operações cognitivas

são realizadas por meio da linguagem e que esta, enquanto fenômeno de uma

interlocução viva, perpassa todas as áreas do conhecimento, possibilitando o tão

necessário “encontro de saberes”, a interdisciplinaridade.

Assumindo-se a concepção de língua como interação ou como

discurso/texto que se efetiva nas diferentes práticas sociais e pretendendo-se que o

letramento seja,na presente diretriz, o fundamento do ensino da língua materna, os

objetivos a seguir fundamentarão todo o processo.

Empregar a língua oral em diferentes situações de uso, sabendo adequá-la a

cada contexto e interlocutor, bem como descobrindo as intenções que estão “por

trás” dos discursos do cotidiano e se posicionado diante dos mesmos;

Desenvolver as habilidades de uso da língua escrita em situações

discursivas realizadas por meio de práticas textuais, considerando-se os

interlocutores, os seus objetivos, o assunto tratados,os gêneros e suportes textuais e

o contexto de produção/leitura.

Criar situações em que os alunos tenham oportunidade de refletir sobre os

textos que lêem, escrevem, falam ou ouvem, intuindo, de forma contextualizada, as

características de cada gênero e tipo de texto, assim como os elementos gramaticais

empregados na organização do discurso ou texto.

É importante ressaltar que tais objetivos e as práticas deles decorrentes

supõem um processo longitudinal de ensino e aprendizagem que, por meio da

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inserção e participação dos alunos em processos interativos com a língua oral e

escrita, inicia na alfabetização e vai se consolidando no decurso de todo o Ensino

Fundamental.

ALFABETIZAÇÃO: UMA REFLEXÃO SEMPRE NECESSÁRIA

No Brasil, quase um terço da população possui baixos níveis de letramento e

há, ainda, cerca de 15% de jovens e adultos analfabetos no país. Mais da metade

das crianças que chegam à 4ª série não têm apresentado um rendimento adequado

em leitura e, dessas crianças, 30% não sabem ler.

Tais informações, que constam do boletim Alfabetização, leitura e escrita,

publicado em 2004 pelo MEC, mostram que o analfabetismo, lastimavelmente,

continua marcando-se como fator de desigualdade social no país e que considerável

parcela das nossas crianças passa pela escola sem aprender. Já uma década atrás,

denunciava Azevedo (1994, p.38): “Poderíamos dizer que a infância brasileira vem

sendo, há muito tempo, analfabetizada pela escola.” E a situação parece não haver

mudado!

Esse quadro sombrio tem desencadeado muitos questionamentos: como possibilitar

a todos os brasileiros o uso da leitura e da escrita, práticas sociais que contribuem

para o exercício da cidadania? O que fazer para que todos os alunos passem da

condição de meros “ledores” ou “decifradores” para a condição de verdadeiros

leitores, capazes de atribuir sentido aos diferentes textos que circulam no seu

cotidiano? Que ação pedagógica desenvolver, para que os alunos consigam utilizar

a leitura e a escrita como práticas sociais de letramento?

É difícil chegar a um consenso quanto às respostas a essas indagações e a

tantas outras que, em decorrência da situação apresentada, surgem no contexto

educacional e em toda a sociedade. Tudo isso, porém, pode servir de ponto de

partida para uma reflexão sobre a maneira como vem sendo pensado e praticado o

processo de alfabetização em nosso país.

3.2.8 MATEMÁTICA

A matemática no Ensino Fundamental constitui um referencial para

construção de uma prática que favoreça o acesso ao conhecimento matemático que

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possibilite a inserção dos alunos como cidadãos no mundo do trabalho, das relações

sociais e da cultura. A Matemática está presente na vida de todas as pessoas em

situações em que é preciso, quantificar, calcular, localizar objetos no espaço, ler

gráficos e mapas, fazer previsões, etc.

Entretanto, o trabalho na sala de aula se dará de modo articulado, uma vez

que não é adequado, por exemplo, pensamos em trabalhar medidas sem os

números, geometria sem as medidas, álgebra sem números, tratamento da

informação sem números, medidas e geometria e assim por diante. Do mesmo

modo, o trabalho com os eixos ganhará significado na medida em que os seus

estudos partem das relações que se pode estabelecer com contextos sócio-culturais

sem, entretanto, desconsiderar os contextos internos da própria Matemática

enquanto ciência.

Cabe salientar que o currículo de cada escola se explicita e se legitima em

seu Projeto Político-Pedagógico, documento que contém o registro sistematizado do

modo como a escola se organiza pedagogicamente.

GEOMETRIA

Para o trabalho com geometria nos anos iniciais do Ensino Fundamental o

estudante, estimulado pelo meio e pelo professor, pode explorar o espaço para

situar-se nele analisá-lo percebendo a posição dos objetos - acima, abaixo, à direita,

à esquerda - neste espaço, para então poder representá-los. Podem ser exploradas

noções topológicas de interior e exterior – outras noções intuitivas como longe e

perto ou de posição. Isto sempre a partir de problemas, atividades e situações

vivenciados pelos educandos com objetos cotidianos: caixas, bolas, garrafas,

embalagens de todos os tipos, folhas de árvores, tocos de madeira, entre outros,

sempre buscando. A partir desses objetos, produzir falas ou textos que indiquem a

forma, semelhança, pontas e todo tipo de propriedade dos objetos. Ao propor este

tipo de trabalho é importante lembrar que muitos educandos expressam

propriedades físicas do objeto como se fossem matemáticas (ex. Cor). Em outras

palavras, a criança precisa ser estimulada pelo professor, no momento de elencar

propriedades matemáticas de um objeto, a diferenciar tipos de propriedades.

Nessa fase, é importante utilizar objetos que tenham relação com as formas

geométricas mais usuais como, por exemplo, cone de lã, casquinha de sorvete e

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chapéu de palhaço para lembrar o cone; latas de azeite e latas de cera para lembrar

o cilindro; embalagens e enfeites para lembrar as formas de pirâmides.

Em seguida, traçando o contorno desses objetos, os educandos trabalharão

com figuras planas triangulares, quadrangulares, circulares, etc, sem dissociá-las

dos sólidos que as originaram. O professor procurará representar figuras que

estimulem a percepção visual dos objetos tridimensional representado em planos,

sem prejuízo da diferenciação entre sólido e plano, entre objeto e representação.

Um trabalho importante é a planificação das figuras espaciais, que pode ser

feito, por exemplo, montando e desmontando embalagens. É preciso também que

os educandos explorem situações que levem à idéia de “forma” como atributo dos

objetos. Para isto, podemos usar vários materiais, entre eles o geoplano, elástico de

dinheiro, Tangran, massa de modelar e argila. Portanto, o trabalho de Geometria tem

a finalidade de reconhecer-se dentro do espaço e a partir deste localizar-se no

plano.

É importante pontuar que essas recomendações são válidas para o professor

que trabalha com educandos que nunca tiveram contato com qualquer conteúdo de

geometria. A partir da 5ª série é preciso considerar esta possibilidade, conforme o

estudo de Pavanello (1993), dado o abandono do ensino de Geometria no Brasil.

Ao final do Ensino Fundamental, espera-se que o educando tenha elementos

para, a partir de situações problema, generalizar noções importantes como

congruência e semelhança de figuras planas.

Ao trabalhar com Geometria, deve-se considerar, também, as possibilidades

dos softwares educacionais, desenvolvidos especialmente para o ensino e a

aprendizagem de geometria, caso a escola tenha esta tecnologia disponível. Sobre

isso, lembramos que, dada a velocidade com que esses recursos sofrem

atualizações, e considerando quando a nossa formação é muitas vezes limitada

nessa área, torna-se imprescindível que busquemos, junto com nossos pares, meios

para utilizar esses recursos como, por exemplo, localizar softwares livres e avaliar o

pontecial oferecido por eles para o trabalho com os educandos.

NÚMEROS E OPERAÇÃO

Os conteúdos escolares do Ensino Fundamental estão permeados pelos

Conjuntos Numéricos os quais didaticamente serão, de início, abordados através da

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classificação e seriação, pelos agrupamentos, pelas bases de contagem, pelo

sistema de numeração decimal, pelas operações e pelos algoritmos. Convém

salientar que o professor, a princípio, abordará as noções preliminares de

classificação e seriação as quais permitem que o educando estabeleça relações

entre agrupamentos, perceba a inclusão de classes, compreenda as bases de

contagem, a sucessão de números, a conservação de quantidade e que, ao mesmo

tempo, registre este saber através da linguagem numérica. A decomposição de um

número em suas múltiplas possibilidades de arranjo aditivo e multiplicado e a

separação em ordens e classes, auxiliará a leitura e escrita de números e o trabalho

sistemático com o valor posicional dos algarismos.

Ler os números, compará-los são procedimentos indispensáveis para a

compreensão do significado da notação numérica. Ao se deparar com números em

diferentes contextos, o educando será desafiado a desenvolver o pensamento e a

produzir conhecimentos a esse respeito. O sistema de numeração decimal – que

hoje utilizamos – foi criado pelos hindus e depois adotado e difundido pelos árabes.

Nesse sistema existem dez símbolos; 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9 para a

representação de qualquer número. No registro destes números adota-se o princípio

posicional, em que o valor de cada algarismo se altera dependendo da posição que

o mesmo ocupa. Uso do zero para representar a coluna vazia foi um passo muito

importante na consolidação dos processo de cálculo. É necessário que, nas

abordagens do sistema da numeração decimal e na manipulação de algoritmos, o

professor considere a complexidade conceitual envolvida no símbolo que representa

o zero.

Propomos o estudo dos números tendo como meta primordial, no campo da

aritmética, a resolução de problema e a investigação de situações concretas

relacionadas ao conceito de quantidades.

Da mesma forma, propomos que o trabalho com as operações: adição,

subtração, multiplicação e divisão se dê, principalmente, por meio de situações-

problema e que, na medida do possível, o professor faça correlações com o

cotidiano dos educandos como também estimule que eles façam cálculos por

estimativas. Ressaltamos, ainda, a importância de compreender as várias idéias

envolvidas numa mesma operação e as relações existentes entre as operações.

Quais sejam:

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Na adição – combinar fisicamente ou combinar conceitualmente (falta o todo,

falta uma parte);

Na subtração- comparar/igualar (diferença desconhecida, a sentença indica

a solução, a sentença indica o oposto da solução);

Na multiplicação – situações associativas, idéia de proporcionalidade,

configuração retangular e idéia combinatória;

Na divisão – situações associativas, idéia de proporcionalidade,

configuração retangular a idéia combinatória;

A relação entre a adição e a subtração e entre a multiplicação e a divisão,

como operações inversas entre si:

A relação entre a multiplicação e a adição (multiplicação como uma adição

de parcelas iguais);

A relação entre a divisão e a subtração (divisão como subtração de grupos

com a mesma quantidade).

Enfatizando, também, a importância do raciocínio proporcional estar

associado às operações de multiplicação e divisão. Associamos ainda, a este

conteúdo as noções preliminares de Estatística e de Probabilidade que estão

vinculadas ao eixo tratamento da informação, Nesse sentido destacamos:

Porcentagem, linguagem gráfica e análise quantidade;

Agrupamentos e processo de contagem;

Frações e porcentagem.

Cumpre destacar que a Aritmética encontra a sua generalização matemática

na álgebra. Assim, os Conjuntos Numéricos ampliam-se para os campos numéricos

e, portanto, pontuamos a importância do professor do Ensino Fundamental

estimular, desde os anos escolares iniciais, o desenvolvimento do pensamento

algébrico dos educandos, dando-lhes meios para relacionar operações com números

a operações “literais”. Convém lembrar que no trabalho de passagem da aritmética

para a álgebra se faz necessário um cuidado no sentido de não haver ruptura entre

as mesmas, mas ampliação das possibilidades de argumentar e resolver problemas.

Cabe ao professor enfatizar o tratamento metodológico do cálculo algébrico,

levando em consideração os seguintes aspectos:

ao iniciar o estudo desse conteúdo estabelecer relações dos modelos

algébricos, numéricos e geométricos;

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as estruturas algébricas estão presentes tanto na Aritmética como na

Geometria (por exemplo, Álgebra Linear). O processo de contagem e as medidas de

figuras geométricas são aspectos fundamentais na apropriação do conceito de

números e operações, bem como na compreensão de seus algoritmos e das

propriedades que regem tais operações;

o desenvolvimento do Cálculo Algébrico interado ao desenvolvimento do

pensamento algébrico e geométrico de modo a proporcionar uma integração entre a

Álgebra e a Geometria.

Vale salientar que durante o processo do ensino e da aprendizagem, é

importante que o professor procure possibilitar ao educando o entendimento de que

as sociedades nem sempre utilizaram o mesmo sistema de numeração, como

também houve mudanças significativas nas técnicas de cálculo e que estas foram

elaboradas segundo as necessidades da humanidade. É importante que o professor

busque enfatizar que a Álgebra é um conteúdo que perpassa todos os anos

escolares e está diretamente vinculada à Aritmética Básica ensinada nos primeiros

anos de Ensino Fundamental.

MEDIDAS

Desde a Antiguidade, o ser humano teve a necessidade de medir e de criar

instrumentos de medida. Cada sociedade a partir de suas necessidades criou seus

próprios padrões para medir.Muitas dessas sociedades utilizam unidades de

medidas originadas de partes do corpo humano (pé, polegada, palmo, cúbito, jarda,

etc). Mas, com o passar do tempo, verificou-se a necessidade de padronização

dessas medidas devido à intensificação das relações sociais e econômicas, por

exemplo, a expansão do comércio e o surgimento do mercantilismo. Com isso,

universalizaram-se padrões como o metro, seus múltiplos e submúltiplo, padrão que

utilizamos em nossa cultura.

Para o trabalho com Medidas nos anos iniciais do Ensino Fundamental,

propomos o uso das medidas como elemento de ligação entre os conteúdos de

Numeração e os conteúdos de Geometria. A idéia presente neste tema é a de que

medir é essencialmente comparar. Essa idéia pode ser trabalhada em várias

situações que envolvam a criança, por exemplo, ao observar os tamanhos dos

objetos, na exploração do espaço, a criança vai, através de comparações,

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classificando-os em pequenos e grandes, compridos e curtos, etc. Ao mesmo tempo,

ela observa distâncias e percebe o que está perto e o que está longe. Pouco a

pouco, vai sentindo a necessidade de medir e começa a fazê-lo usando partes de

seu corpo (palmo e pé) como uma unidade de medida, comparando-as com o objeto.

O número de vezes que esta unidade de medida “cabe” no objeto a ser medido

corresponde ao comprimento do objeto. Quando o resultado da medida não puder

ser representado por um valor inteiro (número natural) teremos a ocasião para

representar aos educandos as primeiras noções sobre frações e números decimais.

É importante trabalhar dessa maneira até que surja a necessidade do uso da

unidade padrão. Dessa forma, possibilitaremos ao educando a conclusão de que

existe a necessidade de adotarmos um padrão de medida. Lembramos, ainda, que

existem os padrões regionais de medidas (lata, balaio, cesta, caixa e balde, entre

outros) a serem considerados em cada uma das diversas regiões do estado.

Pelas mesmas necessidades, postas anteriormente, faz-se necessário o

trabalho com as unidades de tempo, pois as relações que as cercam são de suma

importância para a percepção da ordem, da sucessão dos acontecimentos e da

duração dos intervalos temporais, sem os quais não poderíamos viver

organizadamente em sociedade. Ainda se faz necessário o trabalho com medidas de

valor monetário, pois é imprescindível ao homem saber manusear e trabalhar com

valores monetários nas práticas sociais contemporâneas.

É fundamental considerar as noções de medida como um conteúdo

Matemático. Assim, devem ser propostas atividades significativas para a

compreensão da idéia de comparação, ajudando o aluno a compreender que medir

é essencialmente comparar a unidade que está sendo usada com a grandeza a ser

medida.

TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO

Na sociedade em que vivemos tudo o que se relaciona à informação tem

importância cada vez maior. Esta informação está todos os dias nos diferentes

meios de comunicação, vindo, muitas vezes, acompanhada de lista de dados,

tabelas e gráficos de vários tipos. Portanto, para entender o significado desses

dados e ao mesmo tempo, saber interpretá-los, é importante saber utilizar diferentes

instrumentos de tratamento de informação. A esse propósito, Lopes (2004, p. 187),

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fazendo referência à sociedade contemporânea, sinaliza a importância da

diversidade de informações. Segundo ela:

... a estatística, com os seus conceitos e métodos para coletar, organizar, interpretar

e analisar dados, tem-se revelado um poderoso aliado neste desafio que é

transformar a informação tal qual se encontra nos dados analisados que permitem

ler e compreender uma realidade. Talvez por isso, se tenha tornado uma presença

constante no dia-a-dia de qualquer cidadão, fazendo com que haja amplo consenso

em torno de idéias necessárias da literacia estatística, a qual pode ser entendida

como a capacidade para interpretar argumentos estatísticos em textos jornalísticos,

notícias e informações de diferentes naturezas.

Em face desse quadro, ratificamos a importância de conhecer fundamentos

básicos de Matemática para que a população disponha das condições que lhes

permitam ler e interpretar tabelas, gráficos e dados estatísticos presentes em seu

cotidiano. Estar, neste final de século, supõe saber ler e interpretar dados, construir

representações, formular e resolver problemas que impliquem o reconhecimento de

dados e a análise de informações. Construir tabelas a partir de textos, ler tabelas já

construídas e interpretá-las corretamente constitui-se na época contemporânea um

saber social básico.

Os estudos relativos a noções de estatísticas, probabilidade e de análise

combinatória constituem os conteúdos a serem explorados neste eixo. Em outras

palavras, é necessário que o educando compreenda e interprete as informações, ou

seja, realize a análise, emita opiniões, tire conclusões, perceba regularidades e

irregularidades e compreenda o contexto científico-social associado a elas. O que se

pretende, então, não é o desenvolvimento de um trabalho baseado na definição de

fórmulas.

Um trabalho crítico com a linguagem da informação contribui para a formação

de um cidadão mais crítico frente às exigências da sociedade de consumo. É

importante que o educando utilize a linguagem Matemática da informação, coletas

de dados, médias, tabelas, gráficos, porcentagem, na produção de seus textos e ao

mesmo tempo, que saiba analisar esta linguagem nos textos que circulam

socialmente, por exemplo, jornais e revistas.

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Salientamos que a utilização da linguagem da informação, no Ensino

Fundamental, amplia as possibilidades do educando de compreender a dinâmica da

sociedade, pois esse processo de representação de dados, através da linguagem

gráfica, propicia-lhe as condições para compreensão do mundo socioeconômico em

seu redor.

3.3 PARTE DIVERSIFICADA

3.3.1 LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA – INGLÊS

O Ensino de LEM no Estado do Paraná

No Paraná o ensino de línguas estrangeiras tem sido ofertado a partir da 5ª

série nas escolas estaduais, com uma carga horária mínima de duas aulas

semanais, embora alguns municípios já venham introduzindo sua oferta desde os

quatro primeiros anos. Ainda que a legislação vigente não torne obrigatório o ensino

nos quatro primeiros anos iniciais (ciclo básico), esta situação favorece o

aprendizado da LEM na 5ª a 8ª séries, principalmente se houver garantia de oferta

de mesma língua ao longo do Ensino Fundamental.

Em virtude desta especificidade em relação à oferta de LEM, é preciso

assegurar flexibilidade na elaboração da proposta pedagógica das escolas

localizadas em municípios que ofertam língua estrangeira nos quatro anos iniciais.

Além disso, a oferta de uma mesma língua estrangeira ao longo dos quatro anos

subseqüentes do Ensino Fundamental (5ª a 8ª séries) na escola deve ser afiançada,

garantindo continuidade dos estudos ao longo deste segmento.

A flexibilidade destas diretrizes permite que sejam respeitadas as

especificidades do Ensino Fundamental (ensino regular de 5ª a 8ª séries, a

educação de jovens e adultos, a educação indígena, a educação do campo, a

educação especial), e os centros de línguas estrangeiras que possibilitam o estudo,

no contra-turno, de língua diferente daquelas oferecidas na matriz curricular, em

algumas escolas do Estado.

Além disso, os princípios norteadores das diretrizes curriculares para o Ensino

Fundamental precisam ser articulados e consoantes as do Ensino Médio,

pressupondo que as referidas diretrizes proporcionem uma continuidade e

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complementaridade das propostas estabelecidas neste documento. As educações

básicas, que se estrutura nos níveis fundamental e médio, têm por finalidade

assegurar ao aluno a formação comum indispensável para o exercício da cidadania

e fornecer-lhe meios para progredir em estudos posteriores, de acordo com a Lei de

Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9394/96 (LDBEN).

Após a promulgação da LDB/96, o MEC publicou os parâmetros curriculares

nacionais (PCN) para o Ensino Fundamental de Língua Estrangeira pautados numa

concepção de língua como pratica social fundamentada na abordagem

comunicativa. Esse documento recomendava um trabalho pedagógico com ênfase

na pratica de leitura em detrimento das demais praticas – oralidade e escrita.

No ensino médio o PCN enfatiza que o ensino de LEM seja no ensino de

comunicação oral e escrita, para atender as demandas relativas a formação pessoal,

acadêmica e profissional.

Em contraposição a isso, lingusitas aplicados têm estudado e pesquisado

novos referenciais teóricos que atendam às demandas da sociedade brasileira e

contribuam para uma consciência critica da aprendizagem, mais especificamente da

língua estrangeira. Para esses linguistas, o ensino de LEM deve contribuir para

reduzir as desigualdades sociais e desvelar as relações de poder que a apoiam.

Com o acordo firmado do MERCUSUL tornou-se obrigatória a oferta de

Língua Espanhola nos estabelecimentos de Ensino Médio (Lei nº 11.161).

A oferta dessa disciplina é obrigatória para a escola e de matrícula facultativa

para o aluno. Essa lei tem cinco anos para entrar em vigor, a partir da publicação da

lei (05 de agosto de 2005).

A análise da referida lei permite afirmar que é de competência da escola a

elaboração da sua proposta pedagógica e seu regimento, como expressão efetiva

de sua autonomia pedagógica, administrativa e de gestão, respeitadas,

evidentemente, as normas do sistema de ensino. A partir desta perspectiva, é

preciso enfatizar que cabe a estas diretrizes um caráter norteador e não regulador.

Aos professores, em suas instituições educacionais mais imediatas e com seus

colegas, compete tomar decisões quanto aos conteúdos e aos procedimentos de

ensino e avaliação mais adequados a seus contextos. Para tanto, os princípios e

objetivos que se delineiam neste documento servirão como orientações comuns para

as escolas feitas pelas diferentes comunidades escolares no Estado.

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OBJETIVOS PARA LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA NO ENSINO

FUNDAMENTAL

Em consonância com os quatro princípios, foram traçados os objetivos para o

ensino de LEM, os quais representam os resultados esperados ao final do Ensino

Fundamental. Tais objetivos são suficientemente flexíveis para contemplar as

diferenças regionais, mas ainda assim específicos o bastante para apontar um norte

e permitir um direcionamento comum. O grau de proficiência a ser atingido neste

nível é naturalmente dependente das condições disponíveis para o ensino em cada

ambiente escolar. Entretanto, espera-se que o aprendizado nesta etapa dê ao aluno

subsídios suficientes para que seja capaz de compreender e ser compreendido na

LEM, de modo a vivenciar formas de comunicação que lhe permitam perceber a

importância deste conhecimento.

Assim, ao final do Ensino Fundamental espera-se que o aluno:

Tenha vivenciado, na aula de LEM, formas de participação que lhe possibilite

estabelecer relações entre ações individuais e coletivas;

Seja capaz de usar a língua em situações de comunicação oral e escrita;

Compreenda que os significados são ações sociais e historicamente, analisando as

questões sociais, política e econômicas da nova ordem mundial, suas implicações, e

que desenvolvam uma consciência critica a respeito do papel das línguas na

sociedade;

Tenha maior consciência sobre o papel das línguas na sociedade, bem

como as relações coma cultura, o sujeito e a identidade;

Reconheça e compreenda a diversidade lingüística e cultural, bem como

seus benefícios para o desenvolvimento cultural do país e o uso da língua e os

diferentes propósitos comunicativos, independente do grau atingido.

Por se tratar de uma etapa inicial de aprendizagem de LEM, estes objetivos,

com focos no desenvolvimento da consciência lingüística e cultural, exigirão o uso

da língua materna para sua realização. Embora isto possa diminuir a exposição do

aluno à LEM, ao atingir os objetivos acima ele poderá desenvolver atitudes que

resultam de melhor compreensão do papel das línguas na sociedade, um objetivo

legítimo para essa aprendizagem, pois a partir do confronto com a cultura do outro,

torna-se capaz de delinear um contorno para sua própria identidade. Desse modo,

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poderá atuar sobre os sentidos possíveis e reconstruir sua identidade com agente

social.

3.3.2 INTER-RELAÇÕES DE DISCIPLINAS

Os conteúdos abrangendo os estudos sobre o Paraná serão trabalhados

pelos professores por projetos e também inseridos como conteúdos nas disciplinas

de História e Geografia. E os conteúdos da Cultura Africana e Afro- Brasileira serão

parte das Disciplinas de História, Língua Portuguesa e Educação Artística como

conteúdos e projetos da escola.

Em Geografia serão trabalhados conteúdos de Geografia do Paraná,

Geografia do Brasil e Geografia Geral e em Educação Artística serão ministrados

conteúdos de noções básicas de Geometria.

3.4 ESTUDOS SOBRE INCLUSÃO, CULTURA AFRO-BRASILEIRA E AFRICANA.

3.4.1 INCLUSÃO

A escola inclusiva abre espaço para todas as crianças com necessidades

educativas especiais . Ela é vista como ponto chave de todo o processo de

integração social dessas pessoas, porém torna –se imprescindível oferecer a este

alunado um ambiente onde possam conviver com outros educandos , em situações

de igualdade de oportunidades . Em decorrência deste novo paradigma, o espaço

escolar precisa ser repensado e os educadores preparados para que possam

desempenhar sua função na formação destes cidadãos. A escola está se

preparando para as diferenças , oferecendo condições aos portadores de

desenvolverem suas capacidades e usufruírem de um convívio social mais

abrangente .Para fomentar esta concepção, a escola deve ter competência em

implementar este trabalho por meio de debates, do estudo, da capacitação por meio

de instituições especializadas. Desta forma , a equipe pedagógica , a direção e a

comunidade escolar estarão aptos a recebê-los com procedimentos adequados ,

para que não se pratiquem outros tipos de exclusão , tal como a do desrespeito ao

direito a uma escola de qualidade para todos . Portadores de necessidades

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educativas especiais não são frutos do acaso, eles existem e como tal merecem

respeito.

Entende-se por educação especial, para efeitos da Lei 9394/96, a

modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de

ensino, para educandos portadores de necessidades especiais.

A presença crescente, na rede regular de ensino, de crianças e jovens com

necessidades especiais de aprendizagem, exige, antes de tudo, uma mudança de

atitude, não só dos professores, mas de toda a comunidade escolar. Em nossa

escola possuímos alunos com necessidades educativas especiais, pois são

portadores de deficiência mental “leve”, os quais freqüentam, além do período

regular das aulas, as salas de recursos e sala de apoio à aprendizagem em horário

contrário aos quais são matriculados.

3.4.2 CULTURA AFRO-BRASILEIRA E AFRICANA

O parecer procura oferecer uma resposta, entre outras, na área da

educação, à demanda da população afro-descendente, no sentido de políticas de

ações afirmativas, isto é, de políticas de reparações, e de reconhecimento e

valorização de sua história, cultura, identidade. Trata, ele, de política curricular,

fundada em dimensões históricas, sociais, antropológicas oriundas da realidade

brasileira, e busca combater o racismo e as discriminações que atingem

particularmente os negros. Nesta perspectiva, propõe à divulgação e produção de

conhecimentos, a formação de atitudes, posturas e valores que eduquem cidadãos

orgulhosos de seu pertencimento étnico-racial - descendentes de africanos, povos

indígenas, descendentes de europeus, de asiáticos – para interagirem na construção

de uma nação democrática, em que todos, igualmente, tenham seus direitos

garantidos e sua identidade valorizada.

É importante salientar que tais políticas têm como meta o direito dos negros se

reconhecerem na cultura nacional, expressarem visões de mundo próprias,

manifestarem com autonomia, individual e coletiva, seus pensamentos. É necessário

sublinhar que tais políticas têm, também, como meta o direito dos negros, assim

como de todos cidadãos brasileiros, cursarem cada um dos níveis de ensino, em

escolas devidamente instaladas e equipadas, orientados por professores

qualificados para o ensino das diferentes áreas de conhecimentos; com formação

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para lidar com as tensas relações produzidas pelo racismo e discriminações,

sensíveis e capazes de conduzir a reeducação das relações entre diferentes grupos

étnico-raciais, ou seja, entre descendentes de africanos, de europeus, de asiáticos,

e povos indígenas. Estas condições materiais das escolas e de formação de

professores são indispensáveis para uma educação de qualidade, para todos, assim

como o é o reconhecimento e valorização da história, cultura e identidade dos

descendentes de africanos.

A escola irá trabalhar para que todos tenham iguais direitos para o pleno

desenvolvimento de todos e de cada um, enquanto pessoa, cidadão ou profissional.

Sem a intervenção do Estado e da escola os postos à margem, entre eles os afro-

brasileiros, dificilmente, e as estatísticas o mostram sem deixar dúvidas, romperão o

sistema meritocrático que agrava desigualdades e gera injustiça, ao reger-se por

critérios de exclusão, fundados em preconceitos e manutenção de privilégios para os

sempre privilegiados.

Políticas de reparações voltadas para a educação dos negros devem

oferecer garantias a essa população de ingresso, permanência e sucesso na

educação escolar, de valorização do patrimônio histórico-cultural afro-brasileiro, de

aquisição das competências e dos conhecimentos tidos como indispensáveis para

continuidade nos estudos, de condições para alcançar todos os requisitos tendo em

vista a conclusão de cada um dos níveis de ensino, bem como para atuar como

cidadãos responsáveis e participantes, além de desempenharem com qualificação

uma profissão.

A demanda da comunidade afro-brasileira por reconhecimento, valorização e

afirmação de direitos, no que diz respeito à educação, passou a ser particularmente

apoiada com a promulgação da Lei 10639/2003, que alterou a Lei 9394/1996,

estabelecendo a obrigatoriedade do ensino de história e cultura afro-brasileiras e

africanas.

Reconhecimento implica justiça e iguais direitos sociais, civis, culturais e

econômicos, bem como valorização da diversidade daquilo que distingue os negros

dos outros grupos que compõem a população brasileira. E isto requer mudança nos

discursos, raciocínios, lógicas, gestos, posturas, modo de tratar as pessoas negras.

Requer também que se conheça a sua história e cultura apresentadas, explicadas,

buscando-se especificamente desconstruir o mito da democracia racial na sociedade

brasileira; mito este que difunde a crença de que, se os negros não atingem os

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mesmos patamares que os não negros, é por falta de competência ou de interesse,

desconsiderando as desigualdades seculares que a estrutura social hierárquica cria

com prejuízos para os negros.

Reconhecimento requer a adoção de políticas educacionais e de estratégias

pedagógicas de valorização da diversidade, a fim de superar a desigualdade étnico-

racial presente na educação escolar brasileira, nos diferentes níveis de ensino.

Reconhecer exige que se questionem relações étnico-raciais baseadas em

preconceitos que desqualificam os negros e salientam estereótipos depreciativos,

palavras e atitudes que, velada ou explicitamente violentas, expressam sentimentos

de superioridade em relação aos negros, próprios de uma sociedade hierárquica e

desigual.

Reconhecer é também valorizar, divulgar e respeitar os processos históricos de

resistência negra desencadeada pelos africanos escravizados no Brasil e por seus

descendentes na contemporaneidade, desde as formas individuais até as coletivas.

Reconhecer exige a valorização e respeito às pessoas negras, à sua

descendência africana, sua cultura e história. Significa buscar, compreender seus

valores e lutas, ser sensível ao sofrimento causado por tantas formas de

desqualificação: apelidos depreciativos, brincadeiras, piadas de mau gosto

sugerindo incapacidade, ridicularizando seus traços físicos, a textura de seus

cabelos, fazendo pouco das religiões de raiz africana. Implica criar condições para

que os estudantes negros não sejam rejeitados em virtude da cor da sua pele,

menosprezados em virtude de seus antepassados terem sido explorados como

escravos, não sejam desencorajados de prosseguir estudos, de estudar questões

que dizem respeito à comunidade negra.

Trabalhar com professores competentes no domínio dos conteúdos de

ensino, comprometidos com a educação de negros e brancos, no sentido de que

venham a relacionar-se com respeito, sendo capazes de corrigir posturas, atitudes e

palavras que impliquem desrespeito e discriminação.

Medidas que repudiam, como prevê a Constituição Federal em seu Art.3º,

IV, o “preconceito de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de

discriminação” e reconhecem que todos são portadores de singularidade irredutível e

que a formação escolar tem de estar atenta para o desenvolvimento de suas

personalidades (Art.208, IV).

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É importante destacar que se entende por raça a construção social forjada

nas tensas relações entre brancos e negros, muitas vezes simuladas como

harmoniosas, nada tendo a ver com o conceito biológico de raça cunhado no século

XVIII e hoje sobejamente superado. Cabe esclarecer que o termo raça é utilizado

com freqüência nas relações sociais brasileiras, para informar como determinadas

características físicas, como cor de pele, tipo de cabelo, entre outras, influenciam,

interferem e até mesmo determinam o destino e o lugar social dos sujeitos no interior

da sociedade brasileira.

Como bem salientou Frantz Fanon, os descendentes dos mercadores de

escravos, dos senhores de ontem, não têm, hoje, de assumir culpa pelas

desumanidades provocadas por seus antepassados. No entanto, têm eles a

responsabilidade moral e política de combater o racismo, as discriminações e

juntamente com os que vêm sendo mantidos à margem, os negros, construir

relações raciais e sociais sadias, em que todos cresçam e se realizem enquanto

seres humanos e cidadãos. Não fossem por estas razões, eles a teriam de assumir,

pelo fato de usufruírem do muito que o trabalho escravo possibilitou ao país.

Assim sendo, a educação das relações étnico-raciais impõe aprendizagens

entre brancos e negros, trocas de conhecimentos, quebra de desconfianças, projeto

conjunto para construção de uma sociedade justa, igual, equânime.

Combater o racismo, trabalhar pelo fim da desigualdade social e racial,

empreender reeducação das relações étnico-raciais não são tarefas exclusivas da

escola. As formas de discriminação de qualquer natureza não têm o seu nascedouro

na escola, porém o racismo, as desigualdades e discriminações correntes na

sociedade perpassam por ali. Para que as instituições de ensino desempenhem a

contento o papel de educar, é necessário que se constituam em espaço democrático

de produção e divulgação de conhecimentos e de posturas que visam a uma

sociedade justa. A escola tem papel preponderante para eliminação das

discriminações e para emancipação dos grupos discriminados, ao proporcionar

acesso aos conhecimentos científicos, a registros culturais diferenciados, à

conquista de racionalidade que rege as relações sociais e raciais, a conhecimentos

avançados, indispensáveis para consolidação e concerto das nações como espaços

democráticos e igualitários.

Falar em inclusão da população negra, do estudante afro-descendente na

escola significa pensar uma pedagogia inter étnica que inclua vários assuntos,

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fatores e preocupações. Um deles é fundamental: o treinamento dos professores e

dos demais profissionais da educação para que compreendam esse processo de

reprodução do racismo no espaço escolar e passem a ser protagonistas na

construção de uma escola racialmente inclusiva. A formação de uma pedagogia

inter-étnica e multicultural busca a desconstrução dos valores eurocêntricos de

supremacia branca e a construção duma prática pedagógica plural, democrática, que

inclua os valores mais significativos presentes nas tradições, na cultura e na história

dos povos indígenas e negros do país.

Uma pedagogia inter-étnica significa também treinar os agentes da educação

para lidar com os casos de discriminação das crianças negras pelas crianças

brancas, a omissão, o silenciamento, a ignorância e irrelevância do problema,

atitudes somente agravam o estado de rejeição das crianças negras. Uma

pedagogia-inter-étnica significa ter a sensibilidade de lidar com as delicadas e

humilhantes situações de discriminação racial na escola, mas também significa

ajudar as crianças brancas a superarem seu complexo de superioridade em relação

às crianças negras. Uma pedagogia inter-étnica vai buscar a desconstrução do

racismo na linguagem, apelidos e uso estereotipado das palavras “negro e “preto”, o

que é muito comum. Isso aconteceu comigo e acho que se eu não tivesse uma mãe

muito forte e determinada, que apostasse muito na educação, eu teria saído da

escola, eu teria saído da escola ainda no curso primário, exatamente por ter sido

alvo de apelidos extremamente grosseiros, desqualificadores, humilhantes, que

acabam respondendo pela maior evasão escolar entre as crianças negras.

Essa pedagogia também busca combater as imagens negativas em cartazes,

caricaturas e ilustrações ou então a invisibilidade da família negra e das crianças

negras na iconografia e nas festas e danças, para atenção às coreografias com

pares – é comum as crianças negras em festas juninas, por exemplo, terem

dificuldades para conseguir pares para dançar. Outro aspecto da maior relevância é

o da revisão critica dos livros didáticos que, frequentemente, reproduzem

estereótipos negativos e desqualificados da população negra. Livros didáticos e

materiais paradidáticos não podem continuar sendo fatores que impeçam as

crianças negras de terem uma auto imagem e uma auto-estima positiva. O decreto

aprovado em 2003 pelo presidente Lula, que prevê a introdução da cultura negra, da

história da população negra e da história da África no currículo escolar, vai fazer

muito neste sentido. Para discutir uma escola inclusiva, uma escola que acolha bem

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as crianças e os adolescentes de outras etnias do Brasil, é importante a abordagem

das políticas educacionais, no meu entendimento, esta tarefa não é apenas da

escola, ou apenas das secretarias municipais e estaduais de educação; é preciso

pensar em políticas da educação de forma mais abrangente. Nosso povo quer

educação nas escolas, nossas famílias querem que seus filhos estudem, mas a

escola, por meio de vários mecanismos de exclusão, muita vezes, impede este

sonho. Um exemplo é o da invisibilidade do povo, na forma como se aborda, na

história, a questão da escravidão, que humilha muito as crianças e jovens negros

nas aulas de história. Aborda-se a escravidão e não se fala da saga negra, de sua

resistência contra a escravidão. São temas para os quais todos deveriam ficar

atentos, sendo solidários na luta contra o racismo no Brasil e a favor, não apenas de

uma escola inclusiva, mas de uma sociedade global inclusiva.

4 MARCO OPERACIONAL

4.1 AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM

A avaliação da aprendizagem deve ser entendida como um dos aspectos do

ensino pelo qual o professor estuda e interpreta os dados da aprendizagem e de seu

próprio trabalho, com as finalidades de acompanhar e aperfeiçoar o processo de

aprendizagem dos alunos, bem como diagnosticar seus resultados e atribuir-lhes

valor.

A avaliação de aprendizagem será feita, principalmente com base em

aspectos qualitativos (desempenho em sala de aula) e aspectos quantitativos (notas

de provas, recuperação, e outros).

A avaliação do aproveitamento escolar deverá incidir sobre o desempenho

do aluno em diferentes experiências de aprendizagem.

É vedada a avaliação em que os alunos são submetidos a uma só oportunidade de

aferição.

A avaliação deve utilizar procedimentos que assegurem a comparação com

os parâmetros indicados pelos conteúdos necessários de ensino, evitando-se a

comparação dos alunos entre si.

Para que a avaliação cumpra sua finalidade educativa deverá ser

diagnóstica, contínua e cumulativa.

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A avaliação será diagnóstica, somática, qualitativa, formativa, contínua,

permanente e cumulativa, levando em consideração as atividades críticas, a

capacidade de síntese e a elaboração pessoal sobre a memorização.

Será apenas um aspecto do ensino pelo qual o professor interpreta os dados

com a finalidade de acompanhar e aperfeiçoar o processo do ensino. O aluno

deverá ser capaz de gerar respostas adequadas a problemas atuais, ler e entender

o que lê. A produção do aluno será valorizada como um todo, opinião, coerência,

criatividade, observando seu interesse no desenvolver das atividades, bem como se

relacionar com os demais, enfim será avaliado no seu todo.

A avaliação na competência profissional inclui práticas diversas, assim ela

não revela simplesmente as conquistas pessoais dos jovens ou grupos de

estudantes, ela possibilita ao professor problematizar o seu trabalho, discernindo

quando e como intervir e quais metodologias para o ensino- aprendizagem

realmente acontecer. Longe de ser apenas um momento final do processo de

ensino, a avaliação se inicia quando os estudantes põem em jogo seus

conhecimentos prévios e continua a se evidenciar durante toda a situação escolar.

Assim, o que constitui a avaliação ao final de um período de trabalho é o resultado

tanto de um acompanhamento contínuo e sistemático pelo professor como de

momentos específicos de “formalização”, ou seja, a demonstração que as metas de

formação de cada etapa foram alcançadas.

As formas de registros avaliativos serão através de notas e a periodicidade

bimestral, anotadas no livro Registro de Classe.

4.2 PROPOSTA DE RECUPERAÇÃO DE ESTUDOS

Para os alunos de baixo rendimento escolar será proporcionada recuperação

de estudos de forma paralela, ao longo da série ou período letivo proporcionada

obrigatoriamente pelo Estabelecimento de Ensino .

A Recuperação será planejada, constituindo-se num conjunto integrado ao

processo de ensino, além de adequar as dificuldades dos alunos.

Na recuperação de estudos o professor considerará a aprendizagem do aluno

do decorrer do processo e, para aferição do bimestre, entre a nota da avaliação e da

recuperação, prevalecerá sempre a maior. A recuperação paralela poderá assumir

várias formas como: contra-turno, trabalho extra classe, pesquisa, trabalho em

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grupo, reforço, tarefas, questões discursivas e objetivas. Os resultados da

recuperação deverão incorporar - se aos das avaliações efetuadas durante o

período letivo , constituindo – se em mais um componente do aproveitamento

escolar . Toda recuperação que o professor oferecer ao aluno deverá ser registrada

no livro registro de classe.

4.3 PROGRESSÃO PARCIAL

DA MATRÍCULA EM REGIME DE PROGRESSÃO PARCIAL.

A matrícula com progressão parcial, é aquela por meio da qual ao aluno,

reprovado em até três disciplinas da série é permitido cursar o período subseqüente,

concomitantemente às disciplinas ou áreas nas quais reprovou.

A matrícula com progressão parcial está prevista no regimento deste

estabelecimento de ensino.

O regime de progressão parcial exige, para aprovação o determinado pelo

regimento escolar.

A progressão parcial só poderá ser efetivada em horário diferenciado com o

da série que o aluno estiver cursando, sendo registrado em relatório que deverá

integrar a pasta do aluno.

É vedada a matrícula inicial do Ensino Médio ao aluno com dependência no

Ensino Fundamental.

A expedição de certificado ou diploma de conclusão de curso só se dará

após o atendimento integral do currículo pleno e da respectiva carga horária,

observados os mínimos exigidos por lei e eliminadas as dependências ocorridas ao

longo do curso.

Os registros de frequência e nota dos alunos em progressão parcial serão

feitos em livro próprio e o acompanhamento do aluno pelo professor será feito

mediante as fichas (em anexo) do ano anterior em que conste quais conteúdos não

foram atingidos. Essa ficha irá compor a pasta individual do aluno.

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4.4 INTERVENÇÕES PEDAGÓGICAS

A nossa escola tem em sua politica de trabalho uma preocupação em

desenvolver seus educandos de forma global, ou seja, preocupa-se no

desenvolvimento dos mesmos além da sala de aula.

Sabendo que há alunos que apresentam dificuldades na aprendizagem,

devido a distúrbios e transtornos que comprometem a aquisição de conhecimentos,

a escola reconhece a necessidade de ampliar o atendimento educacional para esses

educandos e o faz além de seu período normal das aulas, no contra turno, e com

professores especializados.

As modalidades de atendimento para os alunos com necessidades

educativas especiais nessa instituição são: Sala de Recursos e a Sala de Apoio a

Aprendizagem.

Sala de Apoio a Aprendizagem: tem como objetivo trabalhar no sentido de

sanar as dificuldades específicas dos alunos nas disciplinas de Português ou

Matemática, em relação aos conteúdos trabalhados em sala de aula.

O trabalho é diferenciado, com atividades lúdicas e concretas, o

atendimento é individualizado, sendo que, o professor elabora as atividades a partir

das necessidades de cada aluno.

Busca-se o desenvolvimento da atenção, raciocínio lógico, concentração e

dos pré-requisitos para a aquisição da leitura e da escrita.

As salas de apoio são de Matemática e de Língua Portuguesa e os alunos

atendidos são de 5ª Série e também de 8ª Série.

A escola preocupa-se também em elevar a qualidade do ensino ofertado,

buscado uma educação voltada para a formação de cidadãos e a qualidade de vida

e prevenção ao uso de drogas desta forma desenvolve atividades complementares

abaixo citadas:

Esporte e Lazer: que tem por objetivo promover a prática esportiva, bem

como o lazer. Promovendo assim o desenvolvimento humano fator de formação da

cidadania e da qualidade de vida, através de praticas esportivas que acontecem no

período da tarde. Espera-se também desenvolver o espirito esportivo e o trabalho

coletivo aspectos importantes na formação do adulto saudável.

História e Memória: esta atividade procura desenvolver os conteúdo do

ensino da História através de recursos pedagógicos diversificados, como, pesquisa,

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fotografias, entrevistas, análise da documentação do patrimônio municipal, entre

outras atividades.

Busca-se desta forma levar os alunos a pensar e analisar sua realidade de

forma critica, sendo capaz de desenvolver novas perspectivas de leitura do processo

histórico.

A atividade acontece no período da tarde, uma vez por semana.

Programa Segundo Tempo: o Segundo Tempo visa a melhoria da qualidade

de vida, através de praticas esportivas como futebol, voleibol, xadrez entre outras

atividades.

Além da preocupação com a qualidade de vida dos educandos, o programa

busca melhorar o potencial de aprendizagem dos alunos e prevenir o uso de drogas

e qualquer outro aspecto que venha a prejudicar o desenvolvimento saudável do

educando em formação.

Acontece no período da tarde e possibilita a todos os educandos á

participação.

4.5 PROPOSTA DE TRABALHO DA ESCOLA PARA ARTICULAÇÃO COM A

FAMÍLIA E COMUNIDADE.

Nosso objetivo é garantir o êxito do processo ensino-aprendizagem,

proporcionando acompanhamento ao aluno e atendimento adequado às famílias,

através da Direção e corpo docente; diante disso realizaremos bimestralmente

reuniões pedagógicas conforme calendário e ou extraordinárias quando houver

necessidade. A escola irá proporcionar encontros com os pais, grupos de estudos,

palestras em parcerias com a comunidade sobre auto – estima, qualidade de vida,

prevenção ao uso indevido de drogas, sexualidade, promoção de atividades de

confraternização, comemorações de datas festivas e cívicas.

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4.6 ATIVIDADES ESCOLARES EM GERAL, E AS AÇÕES DIDÁTICO -

PEDAGÓGICAS A SEREM DESENVOLVIDAS DURANTE O TEMPO ESCOLAR.

4.6.1 Reuniões Pedagógicas

Pelo menos uma vez no bimestre haverá reunião pedagógica, será prevista

no calendário e funcionará como geradora de discussão e debates sobre

transmissão e assimilação de conteúdos da parte de professores e alunos, assim

como rever as metodologias e processos avaliativos adequados.

Nesse momento também serão ouvidas as reivindicações e sugestões do

colegiado visando a reflexão do fazer pedagógico, melhorando desta maneira a

vivência cotidiana de seus membros.

Além disso a reunião pedagógica servirá de alavanca para que a

interdisciplinaridade aconteça realmente e em todos os sentidos.

4.6.2 Grupos de Estudos

Para que os professores mantenham-se bem informados sobre os novos

fatos educacionais e recebam apoio pedagógico adequado é necessário que

aconteça pelo menos uma vez no bimestre, reunião dos professores para grupos de

estudos. Nessas reuniões a equipe pedagógica em conjunto com a Direção traçarão

metas e divulgarão os resultados obtidos durante determinado período. Também

será nesse momento que os professores farão as trocas de experiências positivas e

através de trabalhos em grupos realizarão estudos referentes aos conteúdos

disciplinares a fim de enriquecerem as habilidades e refletirem sobre as suas

práticas pedagógicas.

As reuniões para grupos de estudos estarão programadas no calendário

letivo da escola.

4.6.3 Conselho de Classe

O Conselho de Classe acontecerá uma vez no bimestre, por série, de

acordo com o calendário escolar e, quando necessário, extraordinariamente se um

fato relevante assim o exigir.

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O objetivo do Conselho de Classe é avaliar o processo ensino-aprendizagem

na relação professor-aluno e os procedimentos adequados a cada caso.

Será convocado através de livro aviso e presidido pelo Diretor e na sua falta ou

impedimento, pelo professor pedagogo da escola.

As atribuições do Conselho de Classe resumem-se em preocupar-se com o

encaminhamento ensino-aprendizagem a níveis metodológicos, assimilativos e

avaliativos buscando alternativas e soluções através de reflexões com todos os

professores que atuam numa mesma classe.

4.6.4 Palestras

A escola promoverá palestras de conscientização abrangendo todas as

áreas do conhecimento.

Para ministrá-las serão convidados profissionais da área, professores,

membros da comunidade escolar, pais e alunos.

Das campanhas realizadas nos níveis nacional, estadual e municipal a

escola escolherá as que são mais importantes a fim de prevenir, conscientizar,

ampliar e enriquecer a visão de mundo dos alunos e de toda a comunidade.

4.6.5 Formação Continuada de Professores

O desafio para a educação é enorme, pois além de envolver melhoria e

qualidade, implica também garantias de acesso e permanência do educando na

escola, incentivando e estimulando as inovações em sala de aula e atualização dos

professores, diante disso os cursos de Formação Continuada fornecem melhores

condições para que os profissionais da educação desempenhem um bom trabalho

na escola.

São realizados cursos na Universidade do Professor (Faxinal do Céu), os

professores também participam de cursos, seminários e palestras. Acontecerá na

escola encontros para troca de experiência e reflexão da prática pedagógica. Grupos

de estudos são formados para ler, analisar, interpretar as ideias, discutir projetos,

temas, conteúdos ou atividades para desenvolverem em conjunto

Os profissionais da educação são responsáveis pela gestão educacional,

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incluindo tanto os professores, como diretor, e equipe pedagógica se

responsabilizando pelo processo de ensino e aprendizagem.

4.6.6 HORA ATIVIDADE

A hora atividade será cumprida na escola onde o professor atua e será

distribuída individualmente a cada professor de acordo com sua carga horária

semanal. O planejamento e execução das ações durante a hora atividade são de

responsabilidade do professor e acompanhamento da equipe pedagógica e direção.

A hora atividade deverá também estar relacionadas com a docência,

compreendendo preparação de aulas, processo de avaliação dos alunos, reuniões

pedagógicas, atendendo à comunidade escolar, atividades de estudo , encontros

com a equipe pedagógica para avaliação do rendimento escolar dos alunos ,

encontros com os pais e outras. O registro da hora – atividade deverá ser feito em

fichas diárias assinadas pelos professores e vistadas pela equipe pedagógica e

arquivadas no estabelecimento de ensino. ( em anexo ficha de controle da hora –

atividade )

4.7 INSTÂNCIAS COLEGIADAS

4.7.1 APMF:

A Associação de Pais, Mestres e Funcionários / APMF da Escola Estadual Francisco

Inácio de Oliveira Ensino Fundamental, com sede e foro no município de Tomazina,

Estado do Paraná, situada à rua Xavier da Silva nº51 foi fundada em 7 de

dezembro de 1997

A APMF, pessoa jurídica de direito privado, é um órgão de representação dos

Pais, Professores e Funcionários do estabelecimento e não tem caráter político,

religioso, racial, e nem fins lucrativos, não sendo remunerados seus Dirigentes e

Conselheiros. Tem por objetivo geral colaborar na assistência ao educando, no

aprimoramento do Ensino e na Integração Escola/Comunidade mediante ação

integrada ao Conselho Escolar funcionando como órgão cooperador da Escola

Estadual Francisco Inácio de Ensino Fundamental.

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A Associação de Pais Mestres e Funcionários não distribuirá lucros,

bonificações e vantagens a seus dirigentes, conselheiros mantenedores ou

integrantes .

A APMF terá duração indeterminada e será administrada por uma Diretoria,

Conselho Deliberativo e Fiscal, Assessoria Técnica com mandato de 02 anos ,

permitindo – se recondução .

Os membros não correspondem subsidiariamente pelas obrigações sociais da

entidade. O Estatuto poderá ser reformado através de Assembleia Geral, convocada

para esse fim. A APMF será dissolvida em virtude da lei emanada do poder

competente ou por Assembléia.

Em caso de dissolução, seu patrimônio reverterá em benefício da Escola.

A Diretoria da APMF será composta de :

I – Presidente;

II- Vice – Presidente;

III- Primeiro Secretário;

IV- Segundo Secretário;

V- Primeiro Tesoureiro;

VI- Segundo Tesoureiro;

VII- Primeiro Diretor Sócio Cultural e Esportivo;

VIII- Segundo Diretor Sócio – Cultural e Esportivo.

A Diretoria da APMF, Conselho Deliberativo e Fiscal serão eleitos em

Assembléia Geral para ocuparem os cargos por voto secreto e direto por pais de

alunos matriculados no estabelecimento e com freqüência até a data da eleição,

professores e funcionários da escola.

4.7.2 CONSELHO ESCOLAR

O Conselho Escolar é um órgão colegiado de natureza consultiva,

deliberativa e fiscal, com objetivo de estabelecer o Projeto Político - Pedagógico da

escola, critérios relativos a sua ação, organização, funcionamento e relacionamento

com a comunidade, nos limites da legislação em vigor e compatíveis com as

diretrizes e política educacional traçadas pela Secretaria de Estado da Educação.

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É o Conselho Escolar quem aprova as prestações de Contas, tem poder

dirigente na escola, ou seja, avalia, indica e atribui notas aos professores, direção,

equipe e funcionários. Emite pareceres e também é legalmente o responsável para a

aceitação ou não de qualquer representante na escola em suas diversas categorias,

até mesmo direção e direção auxiliar. Participa e tem voz ativa em todas as

atividades e reuniões da escola. É constituído por categorias dentro da escola em

seus pares (titular e suplente), conforme especificado abaixo, apenas o seu

Presidente não possui suplente, cargo pelo qual é ocupado pelo Diretor do

Estabelecimento. Os cargos são os seguintes:

a) Presidente - diretor da escola;

b) Representante da equipe pedagógica;

c) Representante do corpo docente (professores);

d) Representante dos funcionários administrativos;

e) Representante dos funcionários de serviços gerais

f) Representante do corpo discente (alunos);

g) Representantes dos pais de alunos;

h) Representante do grêmio estudantil;

i) Representantes dos movimentos sociais organizados da comunidade.

A escolha dos seus pares é feita mediante reunião com voto direto e secreto

ou mediante aclamação. O mandato dos integrantes será de dois anos, podendo em

assembléia ocorrer a substituição de qualquer um dos seus membros. .

4.7.3 Grêmio Estudantil.

É composto pelos alunos regularmente matriculados e freqüentando a

escola. São escolhidos mediante eleição direta e secreta através edital convocação.

Após o ato de inscrição das chapas acontecerá a eleição. Nas chapas deverá

constar o nome de seu Presidente, Vice-Presidente, Secretário Geral, Segundo

Secretário, Tesoureiro e Membros, além dos Conselhos que os representam. O

mandato é de dois anos.

O grêmio participa ativamente nas atividades de lazer e cultura do

estabelecimento, assim como auxilia na sua organização.

O Grêmio estudantil possui estatuto próprio registrado.

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4.7.4 Conselho de Classe

Antes do conselho de classe será feito por turma em pré – conselho onde

cada professor irá analisar seus alunos nos aspectos: interesse, compreensão,

concentração, expressão escrita, expressão oral, organização, participação,

participação nas atividades, esforço, freqüência. Pontualidade, relação com

professores, relação com os colegas, disciplinas, problemas emocionais. Após o pré-

conselho e análise de todos os itens citados a equipe pedagógica e direção farão um

acompanhado individual com os alunos e pais para solução dos problemas

apresentados. Os Conselhos de Classe são realizados a cada final de bimestre após

o pré-conselho. Sendo registrados em atas todos questionados e situações

abordadas. É momento de reflexão para todos os envolvidos no processo da

aprendizagem dos alunos. O Conselho acontece por série com a participação da

Direção, Equipe de Ensino e Professores. Poderão os pais ou responsáveis e alunos

participarem do Conselho de Classe. As decisões e questionamentos discutidos no

Conselho Escolar devem ser mantidos em sigilo absoluto por todos os envolvidos.

Cabe ao Conselho discutir tão somente a questão do ensino/aprendizagem.

5 PROJETOS INTEGRADOS AO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO

5.1 Projeto Drogas:

Incutir nos alunos o conceito de “Drogas” e os meios de evitá-las. Será

realizado por meio de palestras e trabalhos entre professores e alunos dentro e fora

de sala de aula.

5.2 Projeto Reaproveitar é Preservar:

Despertar no aluno medidas de prevenção e excessos de gastos,

reaproveitando e reciclando materiais. Serão trabalhados conteúdos objetivando a

preservação e cuidados com o meio ambiente, reduzir e criar alternativas na

economia de gastos de luz e água e também a reciclagem de materiais como papel,

papelão, vidros, plásticos e outros.

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5.3 Projetos Interdisciplinares:

Onde a comunidade escolar se reunirá para discutir os problemas que

envolvem, tendo momentos de contribuição de todos e busca de soluções. Serão

abordados temas como: Meio Ambiente e Água, Higiene e Saúde, Paz, Valorização

do Ser Humano, Inclusão, Cultura Afro Brasileira e Africana. Estes conteúdos

ofertados em forma de projetos envolvendo toda comunidade.

6. ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO DO PROJETO POLÍTICO

PEDAGÓGICO:

O acompanhamento e avaliação do Projeto Político Pedagógico da escola

serão feitos bimestralmente em reuniões e encontros com os Professores, Conselho

Escolar, APMF, alunos, encontros onde serão analisados o desenvolvimento dos

projetos, suas ações, dificuldades e mudanças, enfim será feita uma avaliação do

andamento e êxito do projeto político pedagógico.

7. CONCLUSÃO

A Proposta Política Pedagógica aqui apresentada tem por objetivo nortear

permanentemente o processo de reflexão e aperfeiçoamento que gera a educação

de qualidade, garantindo competências e habilidades para solução de problemas

relacionados ao mundo do trabalho, a vida e ao exercício da cidadania.

Atualmente, no universo educacional, o aprender é uma ação constante, por

isso todos os envolvidos precisam estar informados e atentos para as mudanças que

acontecem a cada segundo.

Devido à rapidez em que ocorrem as mudanças direcionadas ao aprender

com excelência é que essa proposta torna-se flexível e inacabado, porque sempre

precisará ser realimentada de acordo com as exigências vigentes na sociedade.

Buscaremos também enriquecer as atividades, buscando exemplos bem

sucedidos e implantando idéias e projetos inovadores de professores, pais, alunos,

enfim, de pessoas que se mostram engajadas nessa tão nobre luta, que é o

aprender. Concluímos, portanto, que a realidade da Escola Estadual Francisco

Inácio de Oliveira Ensino Fundamental de Tomazina está registrada nesta proposta

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e o que no decorrer do percurso educacional as experiências que forem dando certo,

serão divulgadas, visando sempre à supremacia no aprender e ensinar, tendo como

objetivo principal à educação de qualidade à comunidade tomazinense.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Canoas, 1999.

FERREIRA, Aurélio B. de Holanda. Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa.

2ª Edição. Nova Fronteira, Rio de Janeiro, 1986.

REVISTA NOVA ESCOLA, Competências. FND, nº135, setembro de 2000.

-----Parâmetros Curriculares Nacionais Fáceis de Entender. FND. Edição

Especial.

-----APOSTILAS (vários autores), Fundamentação, NRE.

-----CURRÍCULO BÁSICO PARA A ESCOLA PÚBLICA DO ESTADO DO

PARANÁ. Curitiba, 1996.

PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS, Introdução. Brasília, 1998.

-----Temas Transversais. Brasília, 1998.

-----Matemática, Língua Portuguesa, Língua Estrangeira, Ciências Naturais, Artes,

Educação Física, Geografia e História. Brasília, 1998.

JORNAL 30 DE AGOSTO. Projeto Político Pedagógico. Nº76, agosto de 2000.

JORNAL NOTA 10. De Olho na Educação 2000. nº07, setembro de 2000.

PORTAL DA EDUCAÇÃO – Diretrizes Curriculares do Ensino Fundamental.

REVISTA GESTÃO EM REDE – nº 50, dezembro de 2003.