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Aline Costa Vieira PROTOCOLO DE ENFERMAGEM PARA DOR TORÁCICA EM UM SERVIÇO DE EMERGÊNCIA HOSPITALAR: APLICAÇÃO E AVALIAÇÃO Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado Profissional em Saúde do Hospital Universitário Polydoro Ernani de São Thiago da Universidade Federal de Santa Catarina, como requisito para obtenção do título de Mestre em Saúde Área de Concentração: Cuidados Intensivos Linha de Pesquisa: Tecnologia e Inovação do Cuidado. Orientador: Dra Kátia Cilene Godinho Bertoncello. Co-orientador: Dra Juliana Balbinot Reis Girondi Florianópolis-Sc 2014

PROTOCOLO DE ENFERMAGEM PARA DOR TORÁCICA EM UM …

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Aline Costa Vieira

PROTOCOLO DE ENFERMAGEM PARA DOR TORAacuteCICA EM UM SERVICcedilO DE EMERGEcircNCIA HOSPITALAR APLICACcedilAtildeO

E AVALIACcedilAtildeO Dissertaccedilatildeo apresentada ao Programa de Mestrado Profissional em Sauacutede do Hospital Universitaacuterio Polydoro Ernani de Satildeo Thiago da Universidade Federal de Santa Catarina como requisito para obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Mestre em Sauacutede ndash Aacuterea de Concentraccedilatildeo Cuidados Intensivos ndash Linha de Pesquisa Tecnologia e Inovaccedilatildeo do Cuidado Orientador Dra Kaacutetia Cilene Godinho Bertoncello Co-orientador Dra Juliana Balbinot Reis Girondi

Florianoacutepolis-Sc 2014

SERVICcedilO PUacuteBLICO FEDERAL

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIEcircNCIAS DA SAUacuteDE

MESTRADO PROFISSIONAL MULTIDISCIPLINAR EM SAUacuteDE

PROTOCOLO DE ENFERMAGEM PARA DOR TORAacuteCICA EM UM SERVICcedilO DE EMERGEcircNCIA HOSPITALAR APLICACcedilAtildeO E

AVALIACcedilAtildeO

Aline Costa Vieira

ESTA DISSERTACcedilAtildeO FOI JULGADA ADEQUADA PARA A OBTENCcedilAtildeO DO TIacuteTULO DE MESTRE PROFISSIONAL EM SAUacuteDE

AacuteREA DE CONCENTRACcedilAtildeO Cuidados Intensivos

Profa Dra Katia Cilene Godinho Bertoncello Coordenadora do Mestrado Profissional Multidisciplinar em Sauacutede

Banca Examinadora

Profa Dra Katia Cilene Godinho Bertoncello (Presidente)

Prof Dr Eliane Regina Pereira do Nascimento (Membro)

Profa Dra Karina Silveira de Almeida Hammerschmidt (Membro)

Prof Dr Maria Terezinha Zeferino (Membro)

Dedico esta vitoacuteria a minha amada matildee que sempre soube onde eu

estaria e que sempre viveraacute no

meu coraccedilatildeo

AGRADECIMENTOS

A Deus por estar presente em todos os momentos da minha vida por me carregar em seus braccedilos nos momentos mais difiacuteceis ldquoachei que fossem os meus passos senhor mas eram os seusrdquo A Nossa Senhora Desatadora dos noacutes de quem sou devota por me conceder forccedilas me ajudar nos momentos tatildeo difiacuteceis que passei Ao meu amor Aneacutesio que me incentivou a acreditar neste sonho Apesar de que a distacircncia entre noacutes tenha aumentado aleacutem dos 1100 km ainda repouso em seus braccedilos nos meus breves sonhos Aos meus irmatildeos e sobrinhas pelo amor que nos une mesmo com a distacircncia por sempre terem acredito em mim muitas vezes mais do que eu mesma Ao meu pai pela ajuda incentivo e por estar ao meu lado por tantas caminhas Agraves melhores amigas que algueacutem pode ter Juliana obrigada amiga por estar ao meu lado em tantos momentos de felicidades e claro de tempestadesque iratildeo embora em breve Maria Aline vocecirc sabe o quanto eacute importante para mim obrigada por ser meu consolo por sua alegria e nossas risadas Danuacutebia por sua amizade por ser tatildeo companheirapelas longas conversas ao telefone e por sua percepccedilatildeo de tudo ldquotodo mundo quer amor amor que eacute bom ningueacutem quer darrdquo Thaise sem vocecirc tudo seria tatildeo mais difiacutecil Obrigada amiga minha companheira de sonhos conversas e de coragem

Ao meu melhor amigo do mundo e ldquodefensor da humanidaderdquo Felipe por ser meu ldquoassessorrdquo sempre com um sorriso no rosto e ter me acompanhado nas gravaccedilotildees das entrevistas ateacute mesmo em um saacutebado de sol Aos amigos do CVS ndash Satildeo Joseacute por tornarem minhas tardes tatildeo agradaacuteveis pela amizade e conselhos Em especial agrave ldquomanardquoAline que jaacute estaacute em meu coraccedilatildeo Aos meus amigos e colegas de mestrado por trilharem ao meu lado por este caminho pela parceria e amizade Em especial agraves eternas ldquoR1rdquo Thaise Honorato e Luciana Hagemann pela forccedila e afeto Agrave minha orientadora Kaacutetia por seu amparo sempre carinhoso por toda a sabedoria a mim transmitida pela disponibilidade e paciecircncia Agrave minha co-orientadora Juliana muito obrigada por toda gentileza compreensatildeo pelas palavras saacutebias por toda ajuda sempre prontamente Aos membros da banca por aceitarem tatildeo prontamente o meu convite e me transmitirem conhecimento sabedoria Enfim a todos aqueles que estiveram direta ou indiretamente ao meu lado pelo incentivo confianccedila amor e amizade sem vocecircs eu natildeo conseguiria estar aqui

VIEIRA AC Protocolo de Enfermagem para Dor Toraacutecica em um Serviccedilo de Emergecircncia Hospitalar Aplicaccedilatildeo e Avaliaccedilatildeo 2014 151p Dissertaccedilatildeo (Mestrado) Programa de Mestrado Multidisciplinar em Sauacutede Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2014 Orientadora Dra Kaacutetia Cilene Godinho Bertoncello

RESUMO

A avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica eacute uma atribuiccedilatildeo complexa e frequente dos enfermeiros nos serviccedilos de emergecircncia hospitalar No Brasil as doenccedilas cardiovasculares a reflexo da incidecircncia mundial constituem a principal causa de morte A dor toraacutecica eacute considerada sintoma principal para a Siacutendrome Coronariana Aguda portanto uma preocupaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede e pacientes Apesar da dimensatildeo das queixas de dor toraacutecica nos serviccedilos de emergecircncia existe deficiecircncia da padronizaccedilatildeo das condutas para a Enfermagem e para os estudos para construccedilatildeo de protocolos assistenciais Portanto este estudo propocircs a aplicaccedilatildeo de um protocolo para avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica no Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco (SACR) do Serviccedilo de Emergecircncia de um Hospital Universitaacuterio do Sul do paiacutes que natildeo conta com protocolos especiacuteficos de Enfermagem Optou-se por um protocolo desenvolvido e utilizado em um serviccedilo de excelecircncia do paiacutes o Hospital Israelita Albert Einstein de Satildeo PauloSP Trata-se de uma pesquisa qualitativa do tipo transversal prospectiva e descritiva O desenvolvimento deste estudo foi norteado por duas vertentes essenciais o reconhecimento do perfil do paciente com dor toraacutecica atendido no serviccedilo e a identificaccedilatildeo da avaliaccedilatildeo do protocolo sugerido pelos enfermeiros do SACR Os dados encontrados demonstraram uma demanda de pacientes com dor toraacutecica expressivamente feminina (657) caracterizando a baixa procura masculina pelos serviccedilos de sauacutede A maioria dos casos pouco-urgentes (66) contra (45) emergentes Sobressai a classificaccedilatildeo dos enfermeiros estipulando emergente

em 507 das classificaccedilotildees e pouco-urgente em 224 o que reflete uma valorizaccedilatildeo da dor toraacutecica por parte dos profissionais ao utilizar o protocolo Verificou-se a expressiva incidecircncia dos fatores de risco para o IAM associados agrave dor toraacutecica 478 dos pacientes satildeo hipertensos e 269 deles possuem histoacuteria familiar de Doenccedila Arterial Coronariana Quanto agrave avaliaccedilatildeo do protocolo realizada pelos enfermeiros os dados obtidos datildeo conta de que haacute um consenso entre os enfermeiros de que o protocolo sugerido prioriza o atendimento agrave Siacutendrome Coronariana Aguda identifica melhor o tipo de dor conferindo respaldo para a sua praacutetica e sendo considerado uacutetil e aplicaacutevel ao serviccedilo O estudo possibilitou reconhecer que o protocolo sugerido estaacute em consonacircncia com a realidade da atuaccedilatildeo dos enfermeiros na classificaccedilatildeo de risco que utilizam atualmente um instrumento generalista natildeo direcionado agrave Enfermagem Desse modo seraacute apresentado agrave Diretoria de Enfermagem do HU para possiacutevel institucionalizaccedilatildeo Descritores Dor Toraacutecica Siacutendrome Coronariana Aguda Enfermagem em Emergecircncia Classificaccedilatildeo de Risco Protocolos

VIEIRA AC Implementation and Evaluation of a Nursing Protocol for Chest Pain in a Hospital Emergency Service 2014 151p Dissertation (Master) Multidisciplinary Masters Programme in Health Federal University of Santa Catarina Florianoacutepolis 2014 Advisor Dr Katia Cyllene Godinho Bertoncello

ABSTRACT

The evaluation of chest pain is a complex and frequent assignment of nurses in hospital emergency departments In Brazil cardiovascular diseases worldwide incidence reflection of the leading causes of death Chest pain is regarded as a primary symptom for Acute Coronary Syndrome therefore a concern of health professionals and patients Despite the scale of the complaints of chest pain in emergency departments deficiency of the standardization of approaches for Nursing and studies for construction of care protocols Therefore this study proposed the implementation of a protocol for evaluation of chest pain in Home Service with Risk Rating ( SACR ) of the Emergency Department of a University Hospital in the South which has no specific protocols of Nursing We opted for a protocol developed and used in service excellence in the country the Albert Einstein Jewish Hospital in Satildeo Paulo SP This is a qualitative research cross-sectional prospective and descriptive The development of this study was guided by two main components the recognition profile of the patient with chest pain attended the service and the identification of the evaluation of the protocol suggested by the nurses SACR The data obtained showed a demand for female patients with chest pain significantly (657 ) featuring low male demand for health services Most bit - urgent cases (66 ) versus (45 ) emerging stands out the classification of nurses stating emerging in 507 of ratings and little - urgent in 224 which reflects an appreciation of pain chest by professionals when using the protocol There was a significant incidence of risk factors for AMI associated with chest pain 478 of patients were hypertensive and 269 of them have a family history of coronary artery disease Regarding the evaluation of the protocol

performed by nurses data obtained realize that there is a consensus among nurses suggested that the protocol prioritizes compliance with Acute Coronary Syndrome identifies the best kind of pain giving support to your practice and being considered useful and applicable to the service This study enabled us to recognize that the suggested protocol is in line with the reality of action by nurses in risk rating which currently use a general tool not directed to Nursing Thus it will be presented to the Board of Nursing HU for possible institutionalization Keywords Chest Pain Acute Coronary Syndrome Emergency Nursing Risk Rating Protocols

LISTA DE ABREVIATURAS

APS Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede AVC Acidente Vascular Cerebral DAC Doenccedila Arterial Coroniana HIAE Hospital Israelita Albert Einstein HU Hospital Universitaacuterio IAM Infarto Agudo do Miocaacuterdio SCA Siacutendrome Coronariana Aguda SEA Serviccedilo de Emergecircncia Adulto SACR Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco SEI Serviccedilo de Emergecircncia Interna UFSC Universidade Federal de Santa Catarina

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Sistema operacional Sestatnet para caacutelculo da amostra 54

Figura 2 - Distribuiccedilatildeo percentual da Classificaccedilatildeo de Risco dos

pacientes que procuraram o SEA do HUUFSC de acordo com o

protocolo proposto (Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de

Enfermagem do HIAE) Florianoacutepolis-SC 2014 76

Figura 3 - Distribuiccedilatildeo percentual dos diagnoacutesticos meacutedicos

encontrados na Classificaccedilatildeo dos pacientes com dor toraacutecica

Florianoacutepolis-SC 2014 79

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Nordm de pacientes atendidos anualmente no SEA do HU

51

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Caracterizaccedilatildeo dos pacientes com queixa de dor

toraacutecica que procuraram o Serviccedilo de Emergecircncia do HUUFSC

ndash Florianoacutepolis ndash SC 2013-2014 69

Tabela 2 - Distribuiccedilatildeo da avaliaccedilatildeo da Utilizaccedilatildeo do Protocolo

Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem do HIAE

FlorianoacutepolisndashSC 2014 94

Tabela 3 - Distribuiccedilatildeo da avaliaccedilatildeo das vantagens eou

desvantagens em utilizar o protocolo Fluxograma de Triagem

Cardioloacutegica de Enfermagem do HIAE FlorianoacutepolisndashSC2014 98

Tabela 4 - Distribuiccedilatildeo da avaliaccedilatildeo da estrutura formato e

fluxos de encaminhamentos contidos no Protocolo Fluxograma

de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem do HIAE Florianoacutepolisndash

SC 2014 99

Tabela 5 - Distribuiccedilatildeo da avaliaccedilatildeo da diferenccedila em utilizar o

Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem e do

Protocolo Institucional Adaptado de Manchester 102

Tabela 6 - Distribuiccedilatildeo da avaliaccedilatildeo da aplicabilidade do

protocolo ao serviccedilo Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de

Enfermagem ao acolhimento da emergecircncia FlorianoacutepolisndashSC

2014 103

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 21

2 OBJETIVOS 27

21 Objetivo Geral 27

22 Objetivos Especiacuteficos 27

3 REVISAtildeO DE LITERATURA 29

31 MANUSCRITO 1 ATUACcedilAtildeO DO ENFERMEIRO FRENTE AO PACIENTE COM DOR TORAacuteCICA NOS SERVICcedilOS DE EMERGEcircNCIA HOSPITALAR uma revisatildeo integrativa da literatura 31

4 METODOLOGIA 49

41 TIPO DE PESQUISA 49

42 LOCAL DA PESQUISA 49

43 POPULACcedilAtildeO DO ESTUDO E AMOSTRA 52

44 COLETA DE DADOS 54

45 ETAPAS DA PESQUISA 55

46 CONSIDERACcedilOtildeES EacuteTICAS 57

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 59

51 MANUSCRITO 2 - O PERFIL DO PACIENTE COM DOR TORAacuteCICA DO SERVICcedilO DE EMERGEcircNCIA ADULTO DE UM HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO DO SUL DO BRASIL 61

52 A AVALIACcedilAtildeO DOS ENFERMEIROS DE UM SERVICcedilO DE EMERGEcircNCIA HOSPITALAR SOBRE A UTILIZACcedilAtildeO DE UM PROTOCOLO PARA A DOR TORAacuteCICA VALIDADO EM UM SERVICcedilO DE REFEREcircNCIA 89

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 109

REFEREcircNCIAS 113

APENDICES 123

APENDICE A - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (GRUPO 01) 125

APENDICE B - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (GRUPO 02) 127

APEcircNDICE C ndash ROTEIRO DE ENTREVISTA SEMI-ESTRUTURADO 131

APEcircNDICE D ndash ENTREVISTA COM OS ENFERMEIROS 133

ANEXOS 145

ANEXO A - INSTRUMENTO ADAPTADO DO PROTOCOLO DE MANCHESTER 147

ANEXO B - FLUXOGRAMA DE TRIAGEM CARDIOLOacuteGICA DE ENFERMAGEM 151

21

1 INTRODUCcedilAtildeO

A avaliaccedilatildeo da dor segue como um desafio aos profissionais de sauacutede nos serviccedilos de emergecircncia hospitalar devido agrave subjetividade e dificuldades em sua mensuraccedilatildeo De acordo com a Associaccedilatildeo Internacional para o Estudo da Dor a dor eacute definida como ldquoexperiecircncia sensorial e emocional desagradaacutevel associada a um dano real ou potencial dos tecidos ou descrita em termos de tal dano Sempre eacute subjetiva e cada indiviacuteduo aprende a utilizar este termo por meio de suas experiecircnciasrdquo (MERSKEY et al 1979 p249) Apesar de sua subjetividade avaliar a dor configura-se em uma tarefa essencial ao trabalho da Enfermagem agrave medida que eacute um sintoma importante para a investigaccedilatildeo do quadro cliacutenico do paciente Para que natildeo haja subtratamento da dor eacute necessaacuterio ao enfermeiro dispensar especial atenccedilatildeo uma vez que o ato de medir o fenocircmeno aacutelgico requer observaccedilatildeo escuta atenta e sobretudo acreditar na queixa dolorosa que o paciente refere (MORAIS et al 2009)

Com o objetivo de conferir maior relevacircncia agrave avaliaccedilatildeo da dor e consequentemente conscientizaccedilatildeo da importacircncia desta atribuiccedilatildeo por parte dos profissionais de sauacutede a Sociedade Americana da Dor a cita pela primeira vez como 5ordm sinal em vital (AMERICAN PAIN SOCIETY 1999) No entanto a sensaccedilatildeo dolorosa embora seja um indicativo de alteraccedilotildees e distuacuterbios fiacutesicos ou psicoloacutegicos ainda natildeo eacute considerada uma prioridade quando comparada a outros sinais vitais visto que por sua relaccedilatildeo com a subjetividade haacute uma tendecircncia em muitas vezes ser desacreditada ou desvalorizada por profissionais de sauacutede (SOCIEDADE BRASILEIRA PARA O ESTUDO DA DOR 2013)

A avaliaccedilatildeo da dor juntamente com os sinais vitais e o registro sistemaacutetico e perioacutedico de sua intensidade eacute fundamental para que se acompanhe a evoluccedilatildeo dos pacientes e se realize os

22

ajustes necessaacuterios ao tratamento (SOCIEDADE BRASILEIRA PARA O ESTUDO DA DOR 2013)

Reafirmando a necessidade de considerar a dor como prioridade no tratamento estudos revelam que a maioria dos pacientes que procuram os serviccedilos de emergecircncia refere algum tipo de dor Neste sentido a sua avaliaccedilatildeo correta durante o acolhimento eacute essencial para uma classificaccedilatildeo na prioridade adequada Referente agrave subjetividade da dor os aspectos culturais de expressatildeo verbal expressotildees corporais e alteraccedilotildees de comportamento devem ser considerados (GRUPO BRASILEIRO DE CLASSIFICACcedilAtildeO DE RISCO 2010)

Dentre os diversos tipos de dor encontra-se a dor toraacutecica um sintoma que pode ser desencadeado por um amplo espectro de afecccedilotildees Na vigecircncia deste tipo de dor faz-se relaccedilatildeo imediata com a causa cardioloacutegica por ser sinal especiacutefico claacutessico para a Siacutendrome Coronariana Aguda (SCA) Em contraponto autores elencaram na literatura que metade dos pacientes com dor toraacutecica natildeo tem causa cardiacuteaca para seus sintomas ocorrendo portanto muitas abordagens inadequadas para sua avaliaccedilatildeo principalmente em unidades de emergecircncia (RIOS et al 2010)

Embora a causa cardiacuteaca natildeo seja a mais incidente na decorrecircncia de dor toraacutecica haacute que ser considerada no atendimento do enfermeiro ao paciente com esta queixa visando o tempo-ouro do atendimento em caso de isquemia miocaacuterdica Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia nestes casos o tempo decorrente entre a chegada do paciente ao serviccedilo de emergecircncia ateacute a realizaccedilatildeo do eletrocardiograma natildeo deve exceder a 10 minutos (PIEGAS et al 2009) Nota-se portanto a importacircncia de uma avaliaccedilatildeo raacutepida e precisa na classificaccedilatildeo de risco realizada pelo enfermeiro

Embora exista elevada prevalecircncia da dor toraacutecica nos serviccedilos de emergecircncia a padronizaccedilatildeo no atendimento a estes pacientes ainda eacute deficiente o que pode resultar em atraso na instituiccedilatildeo da medida terapecircutica adequada em casos cliacutenicos graves (FARIAS MOREIRA 2012) A abordagem do paciente com queixas de dor toraacutecica nos serviccedilos de emergecircncia eacute uma

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preocupaccedilatildeo das disciplinas da aacuterea da sauacutede e permanece em discussatildeo segundo referem Rios et al (2010)

Para os autores a reduccedilatildeo dos eventos coronarianos ocorre quando a SCA eacute tratada de acordo com evidecircncias de eficaacutecia comprovada e o uso de protocolos surge como um instrumento de otimizaccedilatildeo da qualidade de atendimento (FARIAS MOREIRA 2012)

Em um Hospital Universitaacuterio (HU) do sul do Brasil onde foi desenvolvido este estudo especificamente no Serviccedilo de Emergecircncia Adulto (SEA) natildeo haacute protocolos para a maioria das injuacuterias que surgem no quotidiano de trabalho da equipe de Enfermagem Esta fragilidade vem a justificar o interesse desta pesquisa em sugerir a aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de um protocolo especiacutefico para a dor toraacutecica para o embasamento da praacutetica profissional dos enfermeiros Trata-se de um protocolo desenvolvido e utilizado em um centro de referecircncia do paiacutes ldquoO Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagemrdquo do Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE) de Satildeo PauloSP Este protocolo foi elaborado em 2010 e atualizado em 2012 por um meacutedico cardiologista do HIAE Luciano Forlenza embora seja direcionado ao Serviccedilo de Enfermagem Ao conhecer este e demais estudos em desenvolvimento nos grandes centros com atendimento em unidades de Emergecircncia como os hospitais da regiatildeo sudeste centro-oeste e sul onde a grande maioria jaacute possui protocolos de avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica eacute que a proposta deste projeto tomou fundamentos para seu desenvolvimento

Durante minha praacutetica profissional em dois anos enquanto enfermeira residente no SEA do HU em observaccedilatildeo empiacuterica em serviccedilo princiacutepio dos Programas de Residecircncia Multiprofissionais vivenciei a necessidade de um instrumento cientiacutefico para assegurar as accedilotildees de Enfermagem para a Classificaccedilatildeo de Risco durante o Acolhimento dos pacientes atendidos O Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco (SACR) do HU foi implantado em agosto de 2011 Utilizando-se a tiacutetulo de fundamento nas classificaccedilotildees um instrumento adaptado do Protocolo de Triagem de Manchester (MACKAWAY-JONES 1997) desenvolvido pela proacutepria instituiccedilatildeo No entanto

24

este instrumento natildeo se torna satisfatoacuterio para estratificar o risco das condiccedilotildees cliacutenicas em geral tampouco em casos de dor toraacutecica agrave medida que natildeo haacute especificidade e detalhamento da sintomatologia e sinais cliacutenicos de gravidade Ainda natildeo houve desde o iniacutecio da implantaccedilatildeo do SACR quaisquer avaliaccedilotildees da precisatildeo e da acuraacutecia das classificaccedilotildees bem como sustentaccedilatildeo dos seus niacuteveis de evidecircncia

Enquanto enfermeira residente vislumbrei a essencialidade do conhecimento e a correta avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica considerando tambeacutem que a principal causa de morte no Brasil e no mundo durante deacutecadas e prevalecendo ainda na atualidade satildeo as doenccedilas do aparelho circulatoacuterio E dentre estas o Infarto Agudo do Miocaacuterdio (IAM) eacute apontado como segundo lugar no ranking das afecccedilotildees (BRASIL 2008)

Embora natildeo se trate de um serviccedilo com especialidade em cardiologia o SEA do HU atende a uma populaccedilatildeo consideraacutevel de pacientes que procuram a instituiccedilatildeo referindo a dor toraacutecica Foi possiacutevel comprovar esta demanda quando finalizei a primeira pesquisa sobre o perfil do paciente com dor toraacutecica no Trabalho de Conclusatildeo de Curso do Programa de Residecircncia onde verifiquei que cerca de 880 pacientes anualmente procuram o HU relatando dor toraacutecica como queixa principal e motivo de procura pelo serviccedilo acarretando em que esta seja considerada a quinta principal queixa atendida na unidade

Eacute necessaacuterio que a instituiccedilatildeo e a equipe de meacutedicos e enfermeiros estejam treinadas e equipadas com uma ferramenta que os auxilie no manejo dos pacientes acometidos com dor toraacutecica sistematizando o cuidado e tornando-o mais organizado O enfermeiro que atua nesse setor deve ter conhecimento cientiacutefico e tomar decisotildees raacutepidas e concretas reconhecendo situaccedilotildees que oferecem riscos aos pacientes ter familiaridade com a SCA Dessa forma a utilizaccedilatildeo de protocolos eacute fundamental na otimizaccedilatildeo do atendimento controle dos fatores de riscos cardiovasculares para a melhoria da qualidade de vida e aumento da sobrevida dessas pessoas (FERREIRA MADEIRA 2011)

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Partindo do protocolo de Enfermagem para avaliaccedilatildeo de dor toraacutecica utilizado no Hospital Israelita Albert Einstein considerado um centro de referecircncia acredita-se que este estudo seraacute congruente com as necessidades do SACR do HU uma vez que os protocolos satildeo gerados a partir da identificaccedilatildeo de fragilidades do serviccedilo

Para desenvolver este estudo partir-se-aacute da seguinte questatildeo norteadora Qual o perfil do paciente com queixa de dor toraacutecica do Serviccedilo de Emergecircncia Adulto do HU E qual a avaliaccedilatildeo dos enfermeiros do serviccedilo ao utilizar um protocolo de Enfermagem especiacutefico para a dor toraacutecica durante a Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes com esta queixa

26

27

2 OBJETIVOS

21 OBJETIVO GERAL

Avaliar a utilizaccedilatildeo do Protocolo ldquoFluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagemrdquo para a Praacutetica de Enfermagem durante a Classificaccedilatildeo de Risco no Serviccedilo de Emergecircncia Adulto de um Hospital Universitaacuterio do Sul do Paiacutes

22 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

- Identificar e avaliar o perfil dos pacientes atendidos com dor toraacutecica no SACR do Serviccedilo de Emergecircncia Adulto de um Hospital Universitaacuterio do Sul do Paiacutes

- Aplicar e avaliar a utilizaccedilatildeo do protocolo ldquoFluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagemrdquo do HIAE no SACR do Serviccedilo de Emergecircncia do HU

- Analisar a viabilidade da utilizaccedilatildeo do Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem do HIAE para a Emergecircncia Adulto do HU

28

29

3 REVISAtildeO DE LITERATURA

A revisatildeo de literatura deste estudo seraacute apresentada em forma de manuscrito Mediante apresentaccedilatildeo deste trabalho em banca examinadora e devida aprovaccedilatildeo o manuscrito seraacute submetido agraves devidas correccedilotildees e enviado posteriormente para publicaccedilatildeo em perioacutedico indexado

30

31

31 MANUSCRITO 1 ATUACcedilAtildeO DO ENFERMEIRO FRENTE AO PACIENTE COM DOR TORAacuteCICA NOS SERVICcedilOS DE EMERGEcircNCIA HOSPITALAR UMA REVISAtildeO INTEGRATIVA DA LITERATURA

Resumo A dor toraacutecica eacute uma das queixas mais frequumlentes referidas pelos pacientes no serviccedilo de emergecircncia hospitalar no Brasil Esta sintomatologia pode ser indicativo de diversas alteraccedilotildees fiacutesicas eou psicoloacutegicas desde uma crise de ansiedade ateacute o infarto agudo do miocaacuterdio Assim o enfermeiro que atua no serviccedilo de emergecircncia precisa ser capacitado a fim de conhecer as diversas etiologias que podem incorrer em dor toraacutecica e apto a reconhecer um possiacutevel sinal de gravidade Este estudo eacute uma revisatildeo integrativa de literatura que objetivou reunir estudos sobre a assistecircncia de Enfermagem ao paciente com dor toraacutecica no serviccedilo de emergecircncia hospitalar no periacuteodo de 2002 a 2014 Pesquisou-se em bases de dados eletrocircnicas nas diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia e nos acervos da Biblioteca do Ministeacuterio da Sauacutede (Brasil) Foram eleitos e submetidos agrave anaacutelise 30 estudos As categorias que emergiram foram Entendendo a Dor Toraacutecica Causas e Epidemiologia da Dor Toraacutecica Avaliaccedilatildeo da Dor Toraacutecica o uso de Protocolos Assistenciais Nos artigos analisados houve a citaccedilatildeo predominante da avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica enquanto desafio para o enfermeiro Devido agrave multicausalidade de fatores que podem a desencadear duacutevidas na classificaccedilatildeo da dor podem ocorrer O uso de protocolos surge como uma ferramenta de tecnologia em sauacutede com o objetivo de embasar cientificamente as praacuteticas do enfermeiro Palavra-chave Dor Toraacutecica Siacutendrome Coronariana Aguda Enfermagem em Emergecircncia Assistecircncia de Enfermagem

Abstract This study aimed to investigate the scientific assistance from nurse about the patient complaining of chest pain in hospital emergency departments Identify which aspects are graded Brazilian studies about nursing care to the patient with chest pain in hospital emergency servicesThis is a literature

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review conducted by research in electronic databases of Latin American Caribbean Health Sciences (LILACS) and the Medical Literature Retrieval System Online (MEDLINE) This study included national publications in the period 2002-2012 as well as guidelines of the Brazilian Society of Cardiology and the Treaty of Medical-Surgical Nursing as complementary Were selected and analyzed 16 studies the categories listed from this analysis causes of chest pain chest pain understanding treatment and evaluation of chest pain Articles were analyzed citation predominant evaluation of chest pain as a challenge for nurses Due to the multi-causality of factors that can trigger doubts in pain score may occur Given the above the use of protocols becomes a tool of health technology in order to scientifically support the practices of nurses Keywords Chest Pain Acute Coronary Syndrome Emergency Nursing Introduccedilatildeo

A dor toraacutecica eacute uma queixa frequente nos serviccedilos de

emergecircncia com base nos atendimentos anuais por dor toraacutecica nos EUA estima-se que aconteccedilam aproximadamente quatro milhotildees de atendimentos por dor toraacutecica ao ano no Brasil Considerando a mesma relaccedilatildeo entre estes paiacuteses nos EUA 5 a 15 dos pacientes que referem dor toraacutecica confirmam diagnoacutestico de Infarto Agudo do Miocaacuterdio calculando-se um quantitativo de 400 mil casos ao ano no Brasil (BASSAN 2002)

Este sintoma pode ser multicausal neste sentido pode ser indiacutecio de alteraccedilotildeesdistuacuterbios fiacutesicos ou psicoloacutegicos desde siacutendrome coronaacuteria aguda (SCA) uma simples contratura muscular ou ateacute mesmo siacutendrome do pacircnico Apesar da causa cardiovascular natildeo ser a mais incidente na decorrecircncia de dor toraacutecica eacute a mais temida devido agrave alta taxa mundial de mortalidade por doenccedilas cardiovasculares (ARAUacuteJO MARQUES 2007)

No Brasil as doenccedilascardiovasculares a reflexo da incidecircncia mundial constituem a principal causa de morte Especificamente em caso de dor toraacutecica sintoma claacutessico de

33

doenccedila cardiovascular a padronizaccedilatildeo das medidas baseadas em evidecircncias cientiacuteficas previne desacertos na estratificaccedilatildeo de risco e promovem qualidade do atendimento de Enfermagem reduzindo a ocorrecircncia de danos irreversiacuteveis ao miocaacuterdio (BRASIL 2005) As pesquisas em qualidade do cuidado agrave sauacutede visam reduzir a distacircncia entre o ideal e o praticado nestes casos (ROCHA et al2010) A avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica por parte dos profissionais de sauacutede em geral eacute uma tarefa complexa apesar da elevada demanda de pacientes com dor toraacutecica nos serviccedilos de emergecircncia hospitalar a padronizaccedilatildeo da conduta ainda eacute deficiente o que pode gerar atraso no atendimento (FARIAS MOREIRA 2012) Desenvolvimento

Metodologia

A revisatildeo integrativa da literatura eacute um meacutetodo de estudo

que possibilita reunir e representar as evidecircncias cientiacuteficas acerca de um tema investigado para a melhoria da praacutetica cliacutenica (POMPEO ROSSI GALVAtildeO 2009) Permite averiguar na literatura estudos de diferentes abordagens sobre um determinado assunto reunindo-os e sintetizando-os a fim de obter-se uma conclusatildeo relevante para problemas idecircnticos (POMPEO ROSSI GALVAtildeO 2009) As fases metodoloacutegicas desta pesquisa foram identificaccedilatildeo do tema e da questatildeo de pesquisa busca na literatura categorizaccedilatildeo dos estudos anaacutelise dos estudos da revisatildeo integrativa interpretaccedilatildeo dos resultados siacutentese do conhecimento evidenciado nos artigos pesquisados O levantamento da literatura foi realizado em um recorte temporal de 12 anos no periacuteodo de 2002 a fevereiro de 2014 com o propoacutesito de obter estudos atualizados que abrangessem um nuacutemero consideraacutevel de informaccedilotildees do tema abordado para o embasamento da dissertaccedilatildeo de uma das autoras do artigo A pesquisa em base de dados ocorreu de junho de 2013 a janeiro de 2014

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Para a investigaccedilatildeo da produccedilatildeo cientiacutefica realizou-se uma busca de artigos nas seguintes bases de dados eletrocircnicas Literatura Latino-Americana do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) Medical Literature na Retrieval System On Line (MEDLINE) e Scientific Electronic Library Online (Scielo) Aleacutem das fontes de busca utilizaram-se tambeacutem diretrizes elaboradas pela Sociedade Brasileira de Cardiologia pesquisa virtual de documentos nos acervos da Biblioteca do Ministeacuterio da Sauacutede (Brasil) Para acesso a MEDLINE utilizou-se o portal Pub-Med para acesso agrave LILACS utilizou-se a Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS)

Optou-se pela seguinte estrateacutegia de busca organizaccedilatildeo de descritores para a busca eletrocircnica segundo a diferenciaccedilatildeo entre as bases de dados combinaccedilatildeo de quatro termos de busca (Descritores em Ciecircncias da Sauacutede ndash DeCSMeSH dor no peito siacutendrome coronariana aguda Enfermagem em emergecircncia e assistecircncia de Enfermagem) combinaccedilatildeo de termos boolianos (and or not or not)

Os criteacuterios de inclusatildeo para a seleccedilatildeo dos artigos da pesquisa foram artigos de pesquisa qualitativas e quantitativas sobre o tema estudos que apresentaram os descritores selecionados artigos publicados em portuguecircs artigos publicados na iacutentegra em perioacutedicos ou anais de eventos revisatildeo de literatura relatos de experiecircncia reflexatildeo teoacuterica publicados em perioacutedicos de bases de dados artigos publicados e indexados nas bases de dados Foram excluiacutedos publicaccedilotildees de trabalhos duplicados editoriais resumos em perioacutedicos ou anais de eventos materiais publicados em outros idiomas aleacutem de portuguecircs inglecircs e espanhol

Os artigos foram selecionados de acordo com a pertinecircncia na coleta de dados Inicialmente foi realizada leitura dos resumos identificando a sua relevacircncia para o objetivo do estudo Os materiais considerados vaacutelidos para o estudo foram organizados por completo em uma planilha do programa Excel for Windows conforme suas principais informaccedilotildees tiacutetulo autores ano de publicaccedilatildeo tipo de trabalho objetivos meacutetodos resultados e conclusotildees Cada estudo foi alistado numericamente aleacutem de lido de forma minuciosa Os dados obtidos foram analisados de

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modo a compor uma categorizaccedilatildeo por linhas de convergecircncia posteriormente sintetizados a fim de possibilitar o conhecimento da literatura sobre o tema abordado Entendendo a dor toraacutecica

A dor aguda eacute responsaacutevel por mais de dois terccedilos das

procuras aos serviccedilos de emergecircncia (IASP 2011) ldquoPossui iniacutecio suacutebito e estaacute relacionada a distuacuterbios traumaacuteticos infecciosos ou inflamatoacuterios Tende a desaparecer apoacutes cura da lesatildeo ou resposta a medicamentosrdquo (INCA 2001 p17) McCaffery e Pasero Dal Ponte et al(2008) colocam que ldquoa dor eacute uma queixa frequente que leva os pacientes agrave procura de um pronto socorro poreacutem muitas vezes este sintoma natildeo eacute bem abordado pela equipe de sauacutede que atua nos serviccedilos de emergecircnciardquo

Apesar da temaacutetica da dor natildeo ser tatildeo discutida quanto agrave sua relevacircncia o sintoma aacutelgico eacute um achado cliacutenico importante para a investigaccedilatildeo do distuacuterbio apresentado Estudos revelam por exemplo que a Siacutendrome Coronariana Aguda termo utilizado quando existe evidecircncia de isquemia miocaacuterdica ou infarto eacute responsaacutevel por 12 a 15 dos casos de dor toraacutecica nos serviccedilos de Emergecircncia nos EUA (MILLER GRANDER 2014)

Embora a sintomatologia dos pacientes com isquemia miocaacuterdica possa ser muito variaacutevel 75 a 85 dos pacientes nesta condiccedilatildeo apresentam dor toraacutecica como sintoma predominante (PIEGAS et al 2009) Por esta razatildeo em decorrecircncia desta dor geralmente o paciente e sua famiacutelia vivenciam uma seacuterie de sentimentos como anguacutestia e medo da morte pela relaccedilatildeo social desta dor com a gravidade Ao enfrentar um IAM cada paciente poderaacute reagir de uma forma distinta em virtude do sexo idade crenccedila cultura papel familiar fatores psicoloacutegicos e ateacute mesmo o ambiente (SANTOS ARAUacuteJO 2003)

Entender o significado da doenccedila para o paciente eacute de grande relevacircncia para o cuidado da Enfermagem visto que a falta de conhecimentos sobre os possiacuteveis sentimentos do

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paciente proporcionam um cuidado empiacuterico que pode dificultar o estabelecimento de paracircmetros e dimensotildees para a assistecircncia qualificada O IAM pode desencadear sofrimento aleacutem de fiacutesico o emocional vinculado ao referido medo da morte e da invalidez O estresse gerado por estes sentimentos pode aumentar a demanda de oxigecircnio e comprometer o quadro cliacutenico instalado confirmando a necessidade do conhecimento das possiacuteveis sensaccedilotildees do paciente por parte do enfermeiro (SANTOS ARAUacuteJO 2003)

Sabe-se que os pacientes que procuram atendimento nos serviccedilos de emergecircncia com dor toraacutecica podem ou natildeo estar passando por processo patoloacutegico A intensidade dos sintomas causa apreensatildeo e questionamentos que levam a buscar o entendimento da situaccedilatildeo Os enfermeiros satildeo profissionais responsaacuteveis por atendimento nos aspectos teacutecnicos da condiccedilatildeo cliacutenica mas tambeacutem deve atender as necessidades psicoloacutegicas e espirituais aliviando os seus temores que poderatildeo por si agravar o quadro cliacutenico (ARAUacuteJO MARQUES 2007)

As pessoas com dor toraacutecica isquecircmica satildeo em geral responsaacuteveis por uma famiacutelia como fonte de apoio psico-emocional e financeiro tendo papel fundamental Por esta razatildeo a preocupaccedilatildeo com os familiares eacute imediata o que tambeacutem pode ocasionar aumento do consumo de oxigecircnio e a dor pode estender a aacuterea infartada e acarretar maiores complicaccedilotildees O conhecimento desta condiccedilatildeo sobre os significados da dor para o paciente eacute de extrema importacircncia para toda equipe de sauacutede que atua na sala de emergecircncia O conhecimento sobre os significados da dor para o paciente eacute condicionante para o cuidado de Enfermagem eficaz Estrateacutegias para a amenizaccedilatildeo destes sentimentos deveratildeo fazer parte de estudos futuros evitando assim que estes sentimentos influenciem ainda mais o quadro cliacutenico do paciente (ARAUacuteJO MARQUES 2007)

Outros autores corroboram com a necessidade do reconhecimento do temor do paciente em relaccedilatildeo agrave possiacutevel gravidade do seu caso em decorrecircncia da dor toraacutecica O temor da populaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao Infarto Agudo do Miocaacuterdio eacute relacionado ao seu conhecimento como doenccedila grave de

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evoluccedilatildeo lenta e imprevisiacutevel podendo manter-se estaacutevel por tempo prolongado ou ateacute mesmo evoluir de forma suacutebita estando associada agrave ameaccedila de morte Informaccedilotildees estas veiculadas nos meios de comunicaccedilatildeo de massa informando acerca dos agravos Alguns conceitos por vezes repassados erroneamente natildeo esclarecedores de forma clara e concreta a ocorrecircncia do infarto gerando alarde medo apreensatildeo e conflitos de informaccedilotildees (SANTOS ARAUacuteJO 2003) Causas e Epidemiologia da dor toraacutecica

A dor toraacutecica pode surgir como resultado de diversas

afecccedilotildees distintas entre causa cardiacuteaca com Infarto Agudo do Miocaacuterdio Angina Instaacutevel ou Pericardite vascular com Dissecccedilatildeo Aoacutertica Embolismo Pulmonar pulmonar com Pneumonia Pneumotoacuterax espontacircneo gastrintestinal com Refluxo Esofaacutegico Uacutelcera Peacuteptica Pancreatite musculoesqueleacutetico com Costocondrite simples Contratura Muscular psicoloacutegico com Siacutendrome do Pacircnico ou Ansiedade (ORTIZ et al 2010) Miller and Granger (2014) tambeacutem discorrem sobre o assunto ao afirmar que as etiologias potenciais de desencadearem uma dor toraacutecica aleacutem das doenccedilas do coraccedilatildeo satildeo dissecccedilatildeo de aorta pulmotildees esocircfago estocircmago mediastino pleura e viacutesceras abdominais Por essa razatildeo apenas da causa cardioloacutegica ser a mais temida em vigecircncia da dor toraacutecica natildeo descarta a importacircncia do enfermeiro considerar outras causas Nasi et al (2005) salienta que durante esta avaliaccedilatildeo o enfermeiro deve considerar outras causas potencialmente fatais como dissecccedilatildeo de aorta pericardite embolia pulmonar (NASI et al 2005)

A principal suspeita diagnoacutestica nos casos de dor toraacutecica eacute a causa cardiovascular principalmente pelo seu grau elevado de morbidade e teoricamente pelo iniacutecio abrupto com baixa relaccedilatildeo entre o iniacutecio dos sintomas e oacutebito quando natildeo estabelecido atendimento eficaz em tempo haacutebil A maioria dos casos de morte por IAM ocorrem nas primeiras horas do iniacutecio dos sintomas sendo 40 a 65 na primeira hora e

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aproximadamente 80 nas primeiras 24 horas (PIEGAS et al 2009) As doenccedilas que acometem o aparelho circulatoacuterio satildeo apontadas como as principais causas de mortalidade dos brasileiros desde a deacutecada de 80 prevalecendo na atualidade Dentre elas o acidente vascular cerebral (AVC) eacute a principal causa de morte no Brasil seguida pelo infarto agudo do miocaacuterdio (IAM) no qual a dor toraacutecica eacute referida como sintoma especiacutefico claacutessico A taxa de incidecircncia das doenccedilas circulatoacuterias eacute mais prevalente na regiatildeo sudeste (33 dos casos) seguida pela regiatildeo sul (329 dos casos) Particularmente na regiatildeo sul as causas de morte por doenccedilas do aparelho circulatoacuterio ocupam o primeiro lugar das taxas de mortalidade sucedidas pelas neoplasias e as causas externas

(BRASIL 2008) As doenccedilas coronarianas especificamente Angina

Pectoris o Infarto Agudo do Miocaacuterdio as arritmias cardiacuteacas e os distuacuterbios de conduccedilatildeo eleacutetrica tecircm obtido maior preocupaccedilatildeo por parte dos profissionais de sauacutede em decorrecircncia do crescimento numeacuterico dos distuacuterbios cardiacuteacos isquecircmicos (SOUSA et al2008)

Estudos apontam que diversas causas incomuns podem ocorrer Os sofrimentos psiacutequicos podem mimetizar as afecccedilotildees cardiovasculares acarretando sintomas somaacuteticos (ALBUQUERQUE et al 2010) A dor psicogecircnica natildeo tem etiologia orgacircnica portanto geralmente manifesta-se de forma imprecisa e difusa sem sinais e sintomas associados de gravidade cliacutenica Tambeacutem se pode detectar nestes casos sinais de ansiedade e uso abusivo de medicaccedilotildees (PIEGAS et al 2009)

Outra provaacutevel causa de dor toraacutecica nos serviccedilos de emergecircncia hospitalar nem sempre considerado eacute o prolapso da vaacutelvula mitral Nesta condiccedilatildeo a dor eacute de localizaccedilatildeo variaacutevel inicia em repouso e eacute referida como em ldquopontadardquo e sem irradiaccedilotildees O diagnoacutestico eacute cliacutenico por meio de ausculta quando eacute encontrado um clique meso ou telessistoacutelico seguido de um sopro regurgitante mitral eou tricuacutespide (PIEGAS et al 2009)

Quanto agrave incidecircncia da dor toraacutecica no Brasil ainda natildeo haacute dados precisos de atendimentos por dor toraacutecica no entanto

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considera-se calculando a proporccedilatildeo populacional com os EUA que 4 milhotildees de pessoas com dor toraacutecica sejam atendidas ao ano nos serviccedilos de Emergecircncia brasileiros destes 400 mil tem IAM confirmado Nos EUA dos 4 milhotildees com dor toraacutecica 12 milhotildees apresentam IAM (BASSAN et al 2002)

A dor toraacutecica eacute um problema que ocorre diariamente na praacutetica do enfermeiro dos serviccedilos de emergecircncia hospitalares Dos 3 a 6 milhotildees de atendimentos anual nos EUA de 5-10 satildeo por dor toraacutecica Destes 20 a 35 tecircm uma SCA 10-15 apresentam diagnoacutestico de Infarto Agudo do Miocaacuterdio e ainda 2 a 5 destes pacientes satildeo liberados erroneamente sem diagnoacutestico Este grupo apresenta elevada taxa de oacutebito 25 (ORTIZ et al 2010)

De acordo com dados do DATASUS as mortes por doenccedilas do Aparelho circulatoacuterio como a Siacutendrome Coronariana Aguda seguem uma tendecircncia crescente no Brasil Ao analisarmos o periacuteodo de 2005 a 2011 No primeiro ano os nuacutemeros eram de 283927 jaacute no segundo este iacutendice de mortalidade chega a 335213 (BRASIL 2011)

Em contraponto dados do DATASUS estimam que no ano de 2010 ocorreram 99955 mortes por Doenccedila Isquecircmica do Coraccedilatildeo destas 79668 satildeo IAM (BRASIL 2012) Haacute consideraacutevel discordacircncia dos dados em relaccedilatildeo agrave Sociedade Brasileira de Cardioliga que considera existir sub-notificaccedilatildeo dos casos de Infarto Agudo do Miocaacuterdio (IAM) pelo Ministeacuterio da Sauacutede (BASSAN et al 2002)

Em relaccedilatildeo ao Estado de Santa Catarina o DATASUS revela 2340 mortes por IAM somente no ano de 2010 sendo assim considerado o 8ordm estado brasileiro em nuacutemero de mortes por infarto Esses dados reafirmam o quanto significativa eacute a ocorrecircncia desta afecccedilatildeo cardiacuteaca tambeacutem para o estado (BRASIL 2013) No ano de 2011 os dados avanccedilam para 2592 mortes por IAM em Santa Catarina e 82771 no Brasil (BRASIL 2014)

Dentre os fatores de risco para o infarto agudo do miocaacuterdio o enfermeiro deve avaliar a ocorrecircncia de tabagismo diabetes mellitus hipertensatildeo arterial sistecircmica dislipidemia

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doenccedila vascular perifeacuterica idade masculina acima de 45 anos idade feminina acima de 55 anos histoacuterico familiar de doenccedila cardiovascular coronariana (ORTIZ et al 2010) Avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica o uso de protocolos assistenciais

A Classificaccedilatildeo de risco da dor toraacutecica eacute uma praacutetica

assistencial frequumlente dos enfermeiros que atuam em emergecircncia Para a qualidade desta assistecircncia torna-se imperativo ldquosuporte educacional conhecimento e instrumentos tecnoloacutegicos que contribuam para a compreensatildeo da dorrdquo (WATERKEMPER REIBNITZ MONTICELLI 2010 p 335)

Lidar com a dor toraacutecica eacute uma tarefa complexa a niacutevel nacional e internacional pois este sintoma eacute conceituado pela literatura como um problema social e econocircmico mundial devido a sua alta taxa de ocorrecircncia O manejo da dor toraacutecica pelo enfermeiro deve ser guiado por um instrumento vaacutelido que conduza a terapecircutica adequada Para o sucesso desta atribuiccedilatildeo o enfermeiro precisa estar comprometido seguro na sua tomada de decisatildeo (OLIVEIRA SILVA LEITAtildeO 2010) No entanto ainda existe grande dificuldade por parte dos enfermeiros na construccedilatildeo e estudos acerca de protocolos assistenciais principalmente quando se trata de situaccedilotildees agudas como a siacutendrome coronariana aguda (FERNANDES et al 2009)

O Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE) fundado em 1971 eacute um serviccedilo de sauacutede de excelecircncia reconhecido internacionalmente e um dos mais bem conceituados da Ameacuterica Latina Destaca-se pelo atendimento em alta complexidade O complexo hospitalar do HIAE estaacute distribuiacutedo em 8 unidades de atendimento distribuiacutedas pela cidade de Satildeo PauloSP Morumbi Jardins Alphaville Morato Paulista Perdizes Ibirapuera Vila Mariana Paraisoacutepolis e Cidade Jardim Eacute referecircncia no atendimento em Cardiologia Cirurgia Neurologia Oncologia Hematologia Ortopedia e Reumatologia

As diretrizes do HIAE satildeo pautadas em ldquoatendimento humanizado e melhores profissionais cliacutenicos e de assistecircncia com atualizaccedilatildeo contiacutenuardquo Em particular o setor de Cardiologia

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do HIAE alinha atendimento humanizado incorporaccedilatildeo tecnoloacutegica e planejamento estrateacutegico o que possibilita a implementaccedilatildeo de protocolos gerenciados protocolo Gerenciado de IAM protocolo gerenciado de ICC e o protocolo de dor toraacutecica (HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN 2014) O HIAE coloca que utilizar este protocolo para a dor toraacutecica no pronto-socorro oferece uma assistecircncia baseada em evidecircncias que sendo essencial como suporte agrave tomada de decisatildeo auxilia na identificaccedilatildeo de 25 de portadores de SCA que seriam liberados sem tratamento correto Utilizar um protocolo de Enfermagem para avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica natildeo confere somente agilidade na correta classificaccedilatildeo de risco da dor mas tambeacutem respaldo ao enfermeiro

Os aspectos de exclusatildeo de gravidade devem ser antepostos na triagem classificatoacuteria para isso o profissional deveraacute munir-se de coleta de dados exame fiacutesico com histoacuteria cliacutenica direcionada obtendo as caracteriacutesticas dos sintomas com dados como o momento do iniacutecio tempo de duraccedilatildeo qualidade intensidade relaccedilatildeo com o esforccedilo e o repouso e presenccedila de doenccedila coronariana estabelecida (PIEGAS et al 2009) A avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica ou demais sintomas sugestivos de isquemia cardiacuteaca eacute um dos grandes desafios do enfermeiro sobretudo do enfermeiro que atue na Classificaccedilatildeo de Risco que deteacutem a responsabilidade de determinar a gravidade do caso cliacutenica e indicar a trajetoacuteria terapecircutica de cada paciente Apesar de alta demanda de pacientes que referem dor toraacutecica nos serviccedilos de emergecircncia a padronizaccedilatildeo das condutas de Enfermagem a estes pacientes ainda eacute deficiente o que poderaacute gerar atrasos no atendimento (BEZERRA 2011) Estudos apontam que a reduccedilatildeo dos eventos coronarianos ocorre quando a siacutendrome coronariana aguda eacute tratada pelos profissionais de sauacutede inclusive o enfermeiro de acordo com medidas de eficaacutecia comprovada para isso o uso de protocolos eacute um instrumento de tecnologia em sauacutede e otimizaccedilatildeo para a qualidade do atendimento (FARIAS MOREIRA 2012) Eacute necessaacuterio ainda para o sucesso do atendimento que a equipe de meacutedicos e enfermeiros esteja treinada no manejo das

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urgecircncias e emergecircncias cardiovasculares (BASSAN et al 2002) A principal contribuiccedilatildeo do enfermeiro no tratamento dos pacientes com Infarto Agudo do Miocaacuterdio que eacute a identificaccedilatildeo precoce de um possiacutevel infarto e aceleraccedilatildeo do atendimento diminuindo o tempo de sofrimento do muacutesculo cardiacuteaco Apesar dessa atribuiccedilatildeo primordial do enfermeiro existe a necessidade de aprofundar no tema realizando pesquisas que visem a construccedilatildeo de protocolos de condutas de Enfermagem frente ao paciente com dor toraacutecica Percebe-se portanto a necessidade de novas pesquisas referente ao tema para que produza protocolos de atendimento e que seja padronizado para que facilite o a conduccedilatildeo do trabalho da equipe de enfermagem

A conduta do enfermeiro frente ao paciente infartado exige capacitaccedilatildeo e competecircncia teacutecnica e a necessidade de um protocolo da assistecircnciaconduta de enfermagem para o embasamento cientiacutefico e no intuito de sanar frequumlentes duacutevidas (BEZERRA 2011)

Tratar a dor alivia tambeacutem os sintomas de medo e anguacutestia reduzindo o consumo de oxigecircnio pelo muacutesculo cardiacuteaco provocado pela ativaccedilatildeo do sistema nervoso simpaacutetico A analgesia deve ser feita preferencialmente com sulfato de morfina endovenosa Os anti-inflamatoacuterios natildeo esteroides (AINES) natildeo devem ser utilizados na vigecircncia de IAM e se o paciente que apresentar este diagnoacutestico fizer uso crocircnico de AINES o medicamento deve ser suspenso (PIEGAS et al 2009)

O Objetivo do tratamento dos pacientes com dor toraacutecica eacute reduzir o atraso para identificaccedilatildeo de pacientes com siacutendrome coronariana aguda a partir da chegada do paciente em ambiente hospitalar evitar liberaccedilatildeo errocircnea de pacientes com siacutendrome coronariana aguda reduzir os custos hospitalares da avaliaccedilatildeo de pacientes com dor toraacutecica (ORTIZ et al 2010) Para tanto o enfermeiro eacute peccedila fundamental O principal objetivo do tratamento ao paciente com dor toraacutecica sugestiva de isquemia cardiacuteaca eacute instituir a terapecircutica adequada no tempo-ouro para prevenir comprometimentoisquemia miocaacuterdica de grandes proporccedilotildees

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O enfermeiro que atua em emergecircncia necessita ter conhecimento cientiacutefico teacutecnico tomar decisotildees raacutepidas reconhecer situaccedilotildees que oferecem riscos aos pacientes possuir familiaridade com Siacutendrome Coronariana Aguda adequado manejo com medicaccedilotildees viabilizar a execuccedilatildeo de exames Para a sequecircncia correta e precisa destas etapas a utilizaccedilatildeo de protocolos eacute fundamental na otimizaccedilatildeo do atendimento para um aumento da sobrevida dos pacientes com isquemia cardiacuteaca (FERREIA MADEIRA 2011) A padronizaccedilatildeo das condutas de Enfermagem utilizando-se protocolos especiacuteficos para a dor toraacutecica com evidecircncias cientiacuteficas previne condutas incorretas no tratamento e liberaccedilatildeo inapropriada dos pacientes

Conclusatildeo

Esta revisatildeo possibilitou constatar a escassez de estudos

referentes agrave avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica pelo enfermeiro nos serviccedilos de emergecircncia

Apesar da dimensatildeo das queixas de dor toraacutecica nos serviccedilos de emergecircncia existe deficiecircncia da padronizaccedilatildeo das condutas para a Enfermagem Aleacutem disso diante das muacuteltiplas alteraccedilotildees fiacutesicas e ateacute mesmo psicoloacutegicas que podem desencadear a dor toraacutecica uma seacuterie de duacutevidas pode ocorrer portanto a necessidade de um atendimento sistematizado com o uso de protocolos

Na vigecircncia da sensaccedilatildeo dolorosa o paciente percebe-se impotente e vaacuterios questionamentos surgem na tentativa de desvendar a causa desta dor Especificamente na dor toraacutecica estes sentimentos passam a ser exacerbados devido agrave alta incidecircncia mundial de mortalidade por causa cardiovascular

As publicaccedilotildees encontradas reforccedilam que papel do enfermeiro no atendimento ao pacientes com dor toraacutecica eacute essencial e sobretudo da assistecircncia do enfermeiro fundamentada cientificamente No entanto nenhuma apresenta estudos aprofundados sobre o uso de protocolos de enfermagem O que demonstra a necessidade de maiores

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investimentos em pesquisa nesta temaacutetica a fim de aprofundar o conhecimento na aacuterea de Enfermagem

Sugerem-se estudos acerca da construccedilatildeo de protocolos de enfermagem que abordem a assistecircncia frente ao paciente com dor toraacutecica bem como a classificaccedilatildeo da dor toraacutecica pelo enfermeiro nos serviccedilos de emergecircncia

Referecircncias

ALBUQUERQUE PLMM COSTA LB BASTOS BB SILVA JUacuteNIOR GB Dor precordial natildeo usual Relato de Caso Rev Bras Cardiol v23 n2 p200-1 2010 ARAUJO RD MARQUES IR Compreendendo o significado da dor toraacutecica isquecircmica de pacientes admitidos na sala de emergecircncia Rev Bras Enferm v60 n6 2007 BASSAN R PIMENTA L LEAtildeES P TIMERMAN A Sociedade Brasileira de Cardiologia I Diretriz de dor toraacutecica na sala de emergecircncia Definiccedilatildeo de graus de recomendaccedilatildeo e niacuteveis de evidecircncia Arq Bras Cardiol v76 n2 p1-22 2002 BEZERRA AA BEZERRA AA BRASILEIRO ME A conduta de enfermagem frente ao paciente infartado Rev Eletrocircnica Enferm v1 n1 p1-10 2011 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Perfil da mortalidade do Brasileiro Uma anaacutelise da situaccedilatildeo de sauacutede 2008 Disponiacutevel em lthttpportalsaudegovbrportalarquivospdfcoletiva_saude_061008pdfgt Acesso em 15 out 2013 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Instituto Nacional de Cacircncer Cuidados paliativos oncoloacutegicos controle da dor Rio de Janeiro INCA 2001

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_______ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria Executiva do Ministeacuterio da Sauacutede DATASUS 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwdatasusgovbrgt Acesso em15 out 2013 HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN Histoacuterico [2014] Disponiacutevel em lthttpwwweinsteinbrhospitalPaginassobre-o-hospitalaspxgt Acesso em 02 out 2013

INTERNATIONAL ASSOCIATION FOR THE STUDY OF PAIN Princiacutepios do Manejo da Dor nos Departamentos de Emergecircncia para Pacientes com Condiccedilotildees Meacutedicas Dolorosas Agudas 2011 Disponiacutevel em lthttpwwwiasp-painorgAMTemplatecfmSection=Fact_Sheets3ampTemplate=CMContentDisplaycfmampContentID=13141gt Acesso em 05 mar 2014 FARIAS MM MOREIRA DM Impacto de protocolo de dor toraacutecica sobre a adesatildeo agraves diretrizes societaacuterias um ensaio cliacutenico Rev Bras Cardiol v25 n5 p368-76 2012 FERNANDES J C SILVA C O L SOUZA S E M SILVA P R BRASILEIRO M E ARMENDARIS M K Base de Dados para Elaboraccedilatildeo de um Instrumento para Coleta de Dados de Enfermagem na Unidade de Dor Toraacutecica ndash Congresso Brasileiro de Enfermagem 2009 FERREIRA AMC MADEIRA MZA A Dor Toraacutecica na Sala de Emergecircncia uma revisatildeo de literatura Revista Interdisciplinar NOVAFAPI Teresina v4 n1 p50-56 janfevmar 2011 MILLER MD GRANGER CB Evaluation of patients with chest pain at low or intermediate risk for acute coronary syndrome Gordon M Saperia MD FACC 2014 NASI LA et al Rotinas em Pronto Socorro 2ed Porto Alegre Artmed 2005

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OLIVEIRA RM SILVA LMS LEITAtildeO IMTA Anaacutelise dos saberes e praacuteticas de enfermeiras sobre avaliaccedilatildeo da dor no contexto hospitalar Rev enferm UFPE on line v4 n3 p 53-56 julset 2010 ORTIZ M BITTENCOURT M Protocolo de dor toraacutecica UTI cardioloacutegica Curitiba Hospital das Cliacutenicas Universidade Federal do Paranaacute 2010 Disponiacutevel em lthttpptscribdcomgwcabrald49109978-Prot-Dor-Toracicagt Acesso em 15 out 2013 RIOS DFC BRANDAtildeO FB FARIA MNZ ALCANTARA AS SANTOS MIFO Tronboembolismo pulmonar como causa de dor toraacutecica na sala de emergecircncia Rev Meacuted Minas Gerais v20 p465-8 2010 ROCHA ASC ARAUacuteJO MP CARVALHO AF RIBEIRO A MESQUITA ET Evidecircncia de melhora na qualidade do cuidado assistencial no infarto agudo do miocaacuterdio Arq Bras Cardiol v94 n6 2010 PIEGAS LS FEITOSA G MATTOS LA NICOLAU JC ROSSI NETO JM et al Sociedade Brasileira de Cardiologia IV Diretriz da Sociedade Brasileira de Cardiologia sobre Tratamento do Infarto agudo do Miocaacuterdio com Supradesniacutevel do Segmento ST Arq Bras Cardiol v93 n6 p179-264 2009 POMPEO D A ROSSI L A GALVAtildeO CM Revisatildeo Integrativa etapa inicial do processo de validaccedilatildeo de diagnoacutestico de enfermagem Acta paul Enferm Satildeo Paulo v22 n4 2009 SANTOS FLMM ARAUacuteJO TL Vivendo o infarto os significados da doenccedila segundo a perspectiva do paciente Rev Latino Am Enferm v11 n6 p742-8 2003 SOUSA VEC LOPES MVO ROCHA DH PASCOAL LM MONTORIL MH MELO RP Troca de gases prejudicada

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anaacutelise em pacientes com infarto agudo do miocaacuterdio Rev Enferm Rio de Janeiro v16 n4 p545-9 2008 WATERKEMPER R REIBNITZ KS MONTICELLI M Dialogando com enfermeiras sobre a avaliaccedilatildeo da dor oncoloacutegica do paciente sob cuidados paliativos Rev Bras Enferm Brasiacutelia v63 n2 p 334-9 marabr 2010

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4 METODOLOGIA

41 TIPO DE PESQUISA

Optou-se para desenvolver este estudo a pesquisa quantitativa do tipo transversal prospectiva e descritiva De acordo com Gil (2007) as pesquisas quantitativas ldquotecircm como preocupaccedilatildeo central identificar os fatores que determinam ou que contribuem para a ocorrecircncia dos fenocircmenos Este eacute o tipo de pesquisa que mais aprofunda o conhecimento da realidade porque explica a razatildeo o porquecirc das coisas

A pesquisa transversal eacute aquela realizada quando a coleta de dados ocorre em um determinado local e tempo (BORDALO 2006) A pesquisa prospectiva eacute aquela conhecida como aquela realizada em grupo populacional previamente definido e seguido prospectivamente (BORDALO 2006) Com relaccedilatildeo agrave pesquisa descritiva Gil (2007) a descreve como um estudo com a finalidade de descrever as caracteriacutesticas de um determinado grupo como exemplo destas caracteriacutesticas a faixa etaacuteria sexo renda familiar niacutevel de escolaridade dentre outros

42 LOCAL DA PESQUISA

O contexto em que este estudo seraacute desenvolvido eacute o Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco (SACR) do Serviccedilo de Emergecircncia Adulto (SEA) do Hospital Universitaacuterio (HU) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

O HUUFSC foi fundando em inaugurado em 1980 eacute uma instituiccedilatildeo totalmente puacuteblica com princiacutepio de ensino pesquisa e extensatildeo Atende a populaccedilatildeo moradora da regiatildeo e visitantes da cidade sem qualquer distinccedilatildeo Eacute considerado hospital de meacutedio porte e conta em sua estrutura com aproximadamente 270 leitos distribuiacutedos entre Cliacutenica Meacutedica Cliacutenica Ciruacutergica Pediatria Emergecircncia Ginecologia Obstetriacutecia e Neonatologia Unidade de Terapia Intensiva Serviccedilo Ambulatorial (HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO POLYDORO ERNANI DE SAtildeO THIAGO 2011)

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Designadamente o SEA do HUUFSC eacute um serviccedilo indicado a atender pacientes em condiccedilotildees agudas de sauacutede eacute dinacircmico e requer tomada raacutepida de decisatildeo Conta com uma equipe de Enfermagem com totalidade de 73 profissionais dentre estes 17 enfermeiros efetivos 6 enfermeiros residentes 42 teacutecnicos de enfermagem e 8 auxiliares de enfermagem

O SEA do HUUFSC estaacute dividido em trecircs subunidades de atendimento

O Serviccedilo de Emergecircncia Interna (SEI) local de estabilizaccedilatildeo onde os pacientes recebem o primeiro atendimento Eacute composto por sala de medicaccedilatildeo sala de reanimaccedilatildeo sala ciruacutergica sala de procedimentos posto de enfermagem farmaacutecia sateacutelite e quatro consultoacuterios meacutedicos Possui espaccedilo fiacutesico para acomodar ateacute 12 pacientes em macas (divididos entre os pacientes que estatildeo em ldquoobservaccedilatildeordquo e os ldquointernadosrdquo quando excedidas 24 horas de estadia no hospital o paciente eacute internado)

O Repouso da Emergecircncia acolhe apenas os pacientes jaacute internados que aguardam vagas nas unidades de internaccedilatildeo das cliacutenicas meacutedicas ou ciruacutergicas possui capacidade para acomodar 12 pacientes em leitos e 1 quarto de isolamento

Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco (SACR) local aonde efetivamente se desenvolveu esta pesquisa O serviccedilo foi estabelecido no SEA do HU em agosto de 2011 em cumprimento agraves normativas da Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo e Gestatildeo do SUS com a finalidade de otimizar a assistecircncia agrave sauacutede priorizando o atendimento ao paciente grave ndash objetivo principal da emergecircncia hospitalar ndash por meio de identificaccedilatildeo dos sinais e sintomas apresentados e referenciados pelos pacientes com consequumlente determinaccedilatildeo da gravidade da situaccedilatildeo de sauacutede Seu funcionamento eacute diaacuterio das 0700 agraves 2300 horas (HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO POLYDORO ERNANI DE SAtildeO THIAGO 2012)

Por natildeo ser referecircncia em traumatologia o Serviccedilo de Emergecircncia do HUUFSC atende uma demanda significativamente menor de casos com indicaccedilatildeo ciruacutergica como observamos no quadro 1 a seguir Por esse motivo os casos atendidos no Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco

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(SACR) satildeo exclusivamente com indicaccedilatildeo para Cliacutenica Meacutedica com maior demanda no serviccedilo

Quadro 1 - Nordm de pacientes atendidos anualmente no SEA do HU

Especialidade Nordm de Atendimentos

Centro de Informaccedilotildees Toxicoloacutegicas

145

Cliacutenica Ciruacutergica 10785

Cliacutenica Meacutedica 27266

Cliacutenica Pediaacutetrica 20213

Maternidade 11064

Oftalmologia 09

Ortopedia 1946

Setor natildeo identificado 5125

Total 76587

Fonte Hospital Universitaacuterio Polydoro Ernani de Satildeo Thiago (2011)

Optou-se por desenvolver esta pesquisa no SACR por

tratar-se do local de primeiro contato entre um profissional de sauacutede neste caso o enfermeiro e o paciente Esta eacute a etapa onde eacute apontado o fluxo terapecircutico de cada paciente portanto poderaacute determinar o sucesso ou falhas relacionadas agrave morosidade no atendimento e tal definiccedilatildeo eacute realizada enfermeiro

De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2006 p77)

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O processo de triagem classificatoacuteria deve ser realizado por profissional de sauacutede de niacutevel superior mediante treinamento especiacutefico e utilizaccedilatildeo de protocolos preestabelecidos e tem por objetivo avaliar o grau de urgecircncia das queixas dos pacientes colocando-os em ordem de prioridade para o atendimento

O processo de ldquotriagem classificatoacuteriardquo visa estipular a

prioridade do atendimento sendo determinada pela maior ou menor gravidade do caso (BRASIL 2006) O instrumento utilizado no serviccedilo para esta tarefa adaptado pela proacutepria instituiccedilatildeo do Sistema de Triagem de Manchester (MACKAWAY-JONES 1997) designa a classificaccedilatildeo de risco por meio de cores que preconizam o tempo para o atendimento entre vermelho (emergente) laranja (muito urgente) amarelo (urgente) verde (pouco urgente) azul (natildeo-urgente) e branco (procedimentos) Este instrumento eacute composto por uma lista de 29 fluxogramas que destacam cada um uma queixa principal De acordo com a queixa relatada pelo paciente o enfermeiro escolhe um fluxograma Dentro de cada fluxograma existem algumas condiccedilotildees cliacutenicas para cada cor que quando apresentadas apontam a cor que deve ser designada na classificaccedilatildeo Como esta pesquisa trata de dor toraacutecica extraiacutemos apenas esta queixa dentre os 29 fluxogramas Portanto seraacute abordado apenas o fluxograma 18 ndash dor toraacutecica (ANEXO I)

43 POPULACcedilAtildeO DO ESTUDO E AMOSTRA

A populaccedilatildeo deste estudo contemplou dois grupos distintos Abaixo segue descriccedilatildeo destes bem como os criteacuterios de seleccedilatildeo Grupo 01 - sujeitos participantes deste grupo - Pacientes que procuraram atendimento no Serviccedilo de Emergecircncia acima de 18 anos durante o periacuteodo de outubro de

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2013 a janeiro de 2014 de segunda a saacutebado das 07 agraves 23 horas - Pacientes que foram atendidos no Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco (SACR) - Pacientes que referiram a dor toraacutecica como queixa principal e motivo de procura agrave Emergecircncia Hospitalar - Pacientes que aceitaram participar do estudo mediante assinatura do TCLE Grupo 02 participantes deste grupo - Profissional enfermeiro efetivo ou enfermeiro residente que atua no SACR do SEA do HU - Enfermeiros deste serviccedilo que aceitaram participar do estudo mediante assinatura do TCLE

A amostra para o Grupo 1 eacute natildeo probabiliacutestica e intencional e para seu caacutelculo amostral utilizou-se o sistema operacional para ensino e aprendizagem de Estatiacutestica da Universidade Federal de Santa Catarina o Sestatnet conforme figura 1 Utilizou-se para este caacutelculo a estimativa de pacientes que procuram o serviccedilo apresentando dor toraacutecica anualmente totalizando 880 pacientes (independente das causas da dor) de acordo com meu trabalho de conclusatildeo de curso desenvolvido na instituiccedilatildeo em cumprimento ao Programa de Residecircncia Multiprofissional em Sauacutede de 2011 a 2013

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Figura 1 - Sistema operacional Sestatnet para caacutelculo da amostra

Fonte Sestatnet

44 COLETA DE DADOS

A coleta de dados ocorreu no periacuteodo entre outubro de 2013 a janeiro de 2014 de segunda a saacutebado das 07 agraves 23 horas atingindo o caacutelculo amostral de 67 pacientes (90 de niacutevel de confianccedila) por meio de aplicaccedilatildeo do protocolo elaborado e utilizado no HIAE designado ldquoFluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagemrdquo (ANEXO B) A aplicaccedilatildeo do protocolo foi realizada pelos enfermeiros efetivos e enfermeiros residentes atuantes no SACR que aceitaram participar da pesquisa e estavam na escala como classificadores nos dias e horaacuterios dos atendimentos dos pacientes com dor toraacutecica estabelecidos para a coleta Apoacutes a coleta propriamente

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dita estes mesmos sujeitos foram avaliadores da utilizaccedilatildeo de um protocolo de dor toraacutecica durante o Acolhimento

Sabe-se que haacute alguns protocolos assistenciais desenvolvidos para esta praacutetica portanto a ideia central deste estudo foi aplicar um protocolo de avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica jaacute existente e implementado por uma instituiccedilatildeo de referecircncia no caso o Hospital Israelita Albert Einstein de Satildeo PauloSP com a finalidade de embasar a praacutetica dos enfermeiros na classificaccedilatildeo de risco da dor toraacutecica Reduzindo o tempo entre a chegada do paciente ao hospital e o estabelecimento da terapecircutica adequada tecnologia no sentido de minimizar riscos evitando morosidade no atendimento de um caso grave bem como descartando a gravidade do caso

Vale salientar que a implementaccedilatildeo do protocolo para dor toraacutecica do HIAE natildeo excluiu a utilizaccedilatildeo do instrumento institucional (adaptaccedilatildeo do protocolo de Manchester) para a Classificaccedilatildeo de Risco jaacute existente O protocolo de dor toraacutecica foi empregado como uma ferramenta auxiliar para a classificaccedilatildeo de risco ressaltando as especificidades da dor toraacutecica e reforccedilando a garantia de uma classificaccedilatildeo com a prioridade adequada o que natildeo acarretou em atraso na Classificaccedilatildeo de Risco ou no atendimento do paciente

45 ETAPAS DA PESQUISA

A pesquisa abrangeu as seguintes etapas

- Etapa 1 ndash (apresentaccedilatildeo da pesquisa) A ideia inicial para a apresentaccedilatildeo da pesquisa era o desenvolvimento de uma oficina com os enfermeiros do SEA do HUUFSC na qual seria demonstrado em conjunto o funcionamento e objetivos do ldquoFluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem do HIAE e consequentemente a proposta deste estudo Para isso anteriormente esta pesquisa foi apresentada para a chefia de Enfermagem do setor que informou a inviabilidade de uma oficina no momento considerando a condiccedilotildees de sobrecarga de trabalho da unidade aleacutem do habitual Neste periacuteodo a demanda

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de atendimentos excedia a capacidade estrutural e de recursos humanos impossibilitando a liberaccedilatildeo dos funcionaacuterios para a realizaccedilatildeo da oficina ainda que por um curto periacuteodo durante os plantotildees Como alternativa a pesquisa foi apresentada individualmente aos enfermeiros do SEA em cada turno de trabalho manhatilde tarde e noite Apoacutes a apresentaccedilatildeo os enfermeiros foram convidados a participar da pesquisa sendo que nove deles aceitaram sendo eles trecircs residentes e seis enfermeiros efetivos Dos nove enfermeiros que aceitaram participar do estudo dois natildeo aplicaram o protocolo um por motivo de troca de setor durante o periacuteodo estipulado para a coleta e o outro alegou natildeo ter tempo haacutebil para realizar a coleta durante o plantatildeo Desse modo efetivamente sete enfermeiros participaram da pesquisa e aplicaram o protocolo conforme proposto Assim que aceitaram participar da pesquisa foi oportunizada uma capacitaccedilatildeo individual aos enfermeiros para utilizaccedilatildeo do instrumento enquanto ldquoaplicadoresrdquo do protocolo

- Etapa 2 ndash (Preacute-teste) esta etapa ocorreu como fase de

treinamento ou adaptaccedilatildeo agrave aplicaccedilatildeo do instrumento de pesquisa Nesta cada enfermeiro participante realizou a Classificaccedilatildeo de Risco como preacute-teste de um paciente a referir a dor toraacutecica como queixa principal Os sete preacute-testes realizados (um teste para cada enfermeiro) natildeo foram incluiacutedos como vaacutelidos para a amostra miacutenima

- Etapa 3 ndash (Efetividade da pesquisa) Esta etapa

compreendeu a aplicaccedilatildeo do protocolo propriamente com a intenccedilatildeo de conhecer o perfil do paciente com dor toraacutecica atendido no SACR A proposta de aplicaccedilatildeo do protocolo seria desenvolver com 63 pacientes que procurarem o SACR referindo dor toraacutecica como queixa principal de acordo com o caacutelculo amostral miacutenimo para a validade da pesquisa de acordo com o programa Sistatnet Ao final foram contabilizados 67 casos de dor toraacutecica em que o Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem do HIAE foi aplicado

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- Etapa 4 ndash (Avaliaccedilatildeo da utilizaccedilatildeo do protocolo pelos enfermeiros) Para a viabilidade desta etapa foi desenvolvido um roteiro semi-estruturado para entrevista contendo cinco questotildees acerca da utilizaccedilatildeo do protocolo proposto Mediante a aplicaccedilatildeo deste roteiro foram avaliadas as opiniotildees dos enfermeiros sobre o protocolo

Cada enfermeiro contribuiu com esta etapa ressaltando em sua visatildeo os pontos positivos ou negativos de utilizar o protocolo desde estrutura facilidade de compreensatildeo informaccedilotildees contidas encaminhamentos ateacute aplicabilidade ao serviccedilo em questatildeo (APEcircNDICE C)

- Etapa 5 ndash (Apresentaccedilatildeo dos resultados e discussatildeo) Os

dados obtidos seratildeo apresentados utilizando-se estatiacutestica descritiva por meio de nuacutemeros absolutos e percentuais A estatiacutestica descritiva eacute a ciecircncia que trata da organizaccedilatildeo e anaacutelise de um conjunto de dados (ou populaccedilatildeo especiacutefica) numeacutericos ou natildeo com o intuito de maior entendimento do que estes dados representam descrevendo os resultados (BARBETTA REIS BORNIA 2004) Em cumprimento agraves normativas do Programa de Mestrado Multiprofissional em Sauacutede da Universidade Federal de Santa Catarina os resultados e discussatildeo desta pesquisa seratildeo descritos adiante em forma de dois manuscrito 2 e 3

46 CONSIDERACcedilOtildeES EacuteTICAS

Para o desenvolvimento desta pesquisa seratildeo mantidos os princiacutepios eacuteticos com o indiviacuteduo de acordo com a Resoluccedilatildeo 4662012 do Conselho Nacional de Sauacutede (BRASIL 2012) Portanto esta proposta de pesquisa foi submetida agrave avaliaccedilatildeo do Comitecirc de Eacutetica e Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Santa Catarina mediante envio via Plataforma Brasil em junho de 2013 O estudo recebeu parecer favoraacutevel em setembro de 2013 mediante protocolo nordm 412494

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do Comitecirc de Eacutetica e Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Santa Catarina

Aceitaccedilatildeo dos sujeitos do grupo 01 e grupo 02 seraacute

efetivada da seguinte forma Grupo 01 (pacientes atendidos no SACR que apresentam

dor toraacutecica como queixa principal) - assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (APENDICE A) Lembrando que a abordagem do paciente para a orientaccedilatildeo acerca da pesquisa e o encaminhamento do Termo de Consentimento para a assinatura apenas seratildeo iniciados apoacutes completa estabilizaccedilatildeo do quadro cliacutenico e aliacutevio da dor Reforccedilando ao paciente que a negativa em sua participaccedilatildeo natildeo acarretaraacute de forma alguma em quaisquer discriminaccedilotildees em seu atendimento E a aplicaccedilatildeo do protocolo natildeo iraacute interferir ou acarretar em atrasos no atendimento

Grupo 02 (enfermeiros efetivos ou enfermeiros residentes

do SACR) ndash assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (APENDICE B) A tiacutetulo de sigilo os enfermeiros participantes deste grupo foram designados na escrita deste trabalho como ldquoEnfermeirordquo e numerados de 1 a 7 conforme ordem de convite para a participaccedilatildeo ou seja formando de Enfermeiro 1 a Enfermeiro 7

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5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Em cumprimento agraves normativas do Programa de Mestrado Multidisciplinar em Sauacutede os resultados desta pesquisa seratildeo apresentados sob forma de 2 manuscritos descritos a seguir Mediante apresentaccedilatildeo deste trabalho em banca examinadora e devida aprovaccedilatildeo os manuscritos seratildeo submetidos agraves devidas correccedilotildees e enviados posteriormente para publicaccedilatildeo em perioacutedicos indexados

O manuscrito 2 eacute intitulado O PERFIL DO PACIENTE

COM DOR TORAacuteCICA DO SERVICcedilO DE EMERGEcircNCIA ADULTO DE UM HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO DO SUL DO BRASIL

O manuscrito 3 intitula-se A AVALIACcedilAtildeO DOS ENFERMEIROS DE UM SERVICcedilO DE EMERGEcircNCIA HOSPITALAR SOBRE A UTILIZACcedilAtildeO DE UM PROTOCOLO PARA A DOR TORAacuteCICA VALIDADO EM UM SERVICcedilO DE REFEREcircNCIA

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51 MANUSCRITO 2 - O PERFIL DO PACIENTE COM DOR TORAacuteCICA DO SERVICcedilO DE EMERGEcircNCIA ADULTO DE UM HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO DO SUL DO BRASIL

Aline Costa Vieirasup1 Kaacutetia Cilene Godinho Bertoncellosup2

Juliana Balbinot Reis Girondisup3

Resumo Conhecer o perfil do puacuteblico com queixas de dor toraacutecica que procura um serviccedilo de sauacutede especiacutefico como o serviccedilo de emergecircncia confere agrave equipe de Enfermagem no momento da classificaccedilatildeo de risco a possibilidade de uma atuaccedilatildeo formulada de acordo com sua realidade Portanto optou-se por desenvolver a pesquisa baseada em evidecircncias a fim de identificar o perfil desta populaccedilatildeo no intuito de propor futuramente a institucionalizaccedilatildeo de um protocolo de Enfermagem para a dor toraacutecica Estudo de caraacuteter exploratoacuterio-descritivo e abordagem quantitativa ocorrida em um recorte temporal de outubro de 2013 a janeiro de 2014 por meio da anaacutelise documental de um protocolo de Enfermagem para a Classificaccedilatildeo de Risco da dor toraacutecica desenvolvido pelo Hospital Israelita Albert Einstein de Satildeo Paulo-SP Os resultados revelam que a maioria dos pacientes com dor toraacutecica a procurar o serviccedilo foi composta por mulheres reafirmando a baixa procura masculina aos serviccedilos de sauacutede Os dados obtidos demonstram que 35 (66) da demanda de pacientes com dor toraacutecica satildeo de atendimento ldquopouco-urgentesrdquo e apenas 3 (45) destes satildeo ldquoemergentesrdquo Apesar da maioria expressiva dos casos de dor toraacutecica tratar-se de quadro pouco-urgente sobressai a classificaccedilatildeo dos enfermeiros estipulando fluxo 1 (emergente) em 34 (507) e para a classificaccedilatildeo pouco-urgente apenas 15 (224) o que reflete uma valorizaccedilatildeo da dor toraacutecica por parte dos profissionais ao utilizar o protocolo Verificou-se a expressiva incidecircncia dos fatores de risco para o IAM associados agrave dor toraacutecica 32 (478) dos pacientes satildeo hipertensos e 18 (269) deles possuem histoacuteria familiar de Doenccedila Arterial Coronariana Ao identificar esta caracteriacutestica foi

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possiacutevel reafirmar a importacircncia do conhecimento dos fatores de risco para estipular a gravidade da dor toraacutecica Dessa forma fica evidente a urgecircncia em utilizar um protocolo especiacutefico para a toraacutecica em consonacircncia com a realidade do serviccedilo do perfil dos pacientes considerando o gecircnero faixa etaacuteria fatores de risco e antecedentes cardiovasculares a real avaliaccedilatildeo e respeito pela dor toraacutecica Descritores Dor toraacutecica Enfermagem em Emergecircncia Classificaccedilatildeo de Risco Abstract Knowing the profile of the public with complaints of chest pain that are looking for a particular health service such as the emergency department gives the nursing staff at the time the risk rating for the possibility of action formulated according to their reality The refore it was decided to develop evidence-based research to identify the profile of this population in order to propose future institutionalization of a nursing protocol for chest pain Study exploratory- descriptive and quantitative approach which occurred in a time frame from October 2013 to January 2014 through documentary analysis of a protocol for Nursing Risk Classification of chest pain developed by Albert Einstein Jewish Hospital of Satildeo Paulo - SP The results reveal that the majority of patients with chest pain to seek the service was composed by women reaffirming low male demand for health services The data show that 35 (66 ) of the number of patients with chest pain are little - urgent care and only 3 (45 ) of these are ldquoemerging ldquo Despite the significant majority of cases of chest pain that it was urgent - bit frame stands rankings nurses stipulating stream 1 ( emerging ) in 34 ( 507 ) and the little - sensitive classification only 15 ( 224 ) which reflects an appreciation of chest pain by practitioners when using the protocol There was a significant incidence of risk factors for AMI associated with chest pain 32 (478 ) patients had hypertension and 18 (269 ) of them have a family history of coronary artery disease By identifying this feature was possible to reaffirm the importance of knowledge of risk factors to denote the severity of chest pain Thus it is evident the urgency to use a specific protocol to the chest in line with the reality of the service the

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profile of patients considering gender age risk factors and cardiovascular history the actual evaluation and respect for chest pain Keywords Chest pain Emergency nursing Risk rating

Introduccedilatildeo

Enquanto ciecircncia e disciplina do cuidado a Enfermagem

estaacute em crescente desenvolvimento tecnoloacutegico para a promoccedilatildeo de uma atuaccedilatildeo de excelecircncia considerando aspectos inerentes agrave seguranccedila do paciente cuidados de Enfermagem pautados na evidecircncia cliacutenica minimizaccedilatildeo do sofrimento humano por meio das intervenccedilotildees para aliviar a dor Embora o atendimento da dor toraacutecica seja visto como prioridade pelos profissionais de sauacutede existe ainda um deacuteficit de estudos da avaliaccedilatildeo criteriosa associando-se os fatores de risco agraves caracteriacutesticas da dor (MARQUES 2010)

O atendimento inicial da dor toraacutecica a fim de reduzir danos e agravos eacute sempre no sentido de afastar primeiramente a suspeita de Siacutendrome Coronariana Aguda Neste sentido eacute fundamental para o enfermeiro que atua na Classificaccedilatildeo de Risco ter conhecimento das caracteriacutesticas da dor por isquemia e das complicaccedilotildees cardiovasculares Estar munido de um instrumento de avaliaccedilatildeo completo que aborde os fatores de risco associados auxiliando na identificaccedilatildeo raacutepida de pacientes em alto risco (NASI et al 2005) Valorizar a dor toraacutecica na classificaccedilatildeo de risco eacute considerada uma medida de extrema importacircncia visto que eacute o principal desconforto referido e observado nas doenccedilas cardiovasculares consideradas a maior causa de mortalidade no mundo Para isso o enfermeiro classificador precisa dispensar avaliaccedilatildeo criteriosa natildeo apenas das caracteriacutesticas da dor em si mas do perfil do paciente idade gecircnero dos fatores de risco associados e do histoacuterico familiar (MARQUES 2010)

Apesar dos avanccedilos evidenciados nas uacuteltimas deacutecadas ainda existem duacutevidas na classificaccedilatildeo da dor toraacutecica por parte dos profissionais de sauacutede Desse modo muitos oacutebitos ocorrem

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em funccedilatildeo de abordagens inadequadas para a dor toraacutecica principalmente em unidades de emergecircncia (RIOS et al 2010)

Em caso de dor toraacutecica a principal suspeita diagnoacutestica eacute a causa cardiovascular principalmente pelo seu grau elevado de morbidade e teoricamente pelo iniacutecio abrupto com baixa relaccedilatildeo entre o iniacutecio dos sintomas e oacutebito quando natildeo estabelecido atendimento eficaz em tempo haacutebil A maioria dos casos de morte por IAM ocorrem nas primeiras horas do iniacutecio dos sintomas sendo 40 a 65 na primeira hora e aproximadamente 80 nas primeiras 24 horas (PIEGAS et at 2009)

Reafirmando a relevacircncia de estudos na temaacutetica da dor toraacutecica as doenccedilas que acometem o aparelho circulatoacuterio satildeo apontadas como as principais causas de mortalidade dos brasileiros desde a deacutecada de 80 prevalecendo na atualidade Dentre elas o acidente vascular cerebral (AVC) eacute a principal causa de morte no Brasil seguida pelo IAM no qual a dor toraacutecica eacute referida como sintoma especiacutefico claacutessico A taxa de incidecircncia das doenccedilas circulatoacuterias eacute mais prevalente na regiatildeo sudeste (33 dos casos) seguida pela regiatildeo sul (329 dos casos) Particularmente na regiatildeo sul as causas de morte por doenccedilas do aparelho circulatoacuterio ocupam o primeiro lugar das taxas de mortalidade sucedidas pelas neoplasias e as causas externas (BRASIL 2008)

No Serviccedilo de Emergecircncia Adulto (SEA) de um Hospital Universitaacuterio (HU) do sul do Brasil em cumprimento agraves diretrizes da Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo (PNH) foi instituiacutedo o Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco (SACR) no ano de 2011 Tal norma prevecirc a existecircncia deste acolhimento nas aacutereas de acesso hospitalar a saber pronto atendimento pronto socorro ambulatoacuterio serviccedilo de apoio diagnoacutestico e terapia (BRASIL 2004)

A estratificaccedilatildeo de risco realizada no SACR do HU eacute realizada exclusivamente pelo profissional enfermeiro apesar de o processo poder ser realizado por qualquer profissional de sauacutede de niacutevel superior mediante treinamento e utilizaccedilatildeo de protocolos preestabelecidos (BRASIL 2006) O principal objetivo eacute avaliar o grau de urgecircncia dos pacientes e possibilitar uma ordem de prioridade para esse atendimento

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Para o desenvolvimento eficaz desta atribuiccedilatildeo como ldquoclassificadorrdquo o enfermeiro necessita de conhecimento cientiacutefico habilidade para avaliar com agilidade sensibilidade para percepccedilatildeo dos sinais apresentados que em muitos casos natildeo satildeo evidentes e observaccedilatildeo minuciosa para reconhecer previamente os sinais de gravidade ou que precedam a evoluccedilatildeo para a gravidade Faz-se necessaacuterio que o profissional tenha cautela no sentido de natildeo desvalorizar os sintomas referidos podendo acarretar em classificaccedilotildees errocircneas e identificaccedilatildeo de um problema de menor gravidade que o real (LOPES 2011)

Os aspectos de exclusatildeo de gravidade devem ser antepostos na triagem classificatoacuteria para isso o profissional deveraacute munir-se de coleta de dados exame fiacutesico com histoacuteria cliacutenica direcionada obtendo as caracteriacutesticas dos sintomas (valorizando o sintoma aacutelgico) com dados como o momento do iniacutecio tempo de duraccedilatildeo qualidade intensidade relaccedilatildeo com o esforccedilo e o repouso e presenccedila de doenccedila coronariana estabelecida (PIEGAS et al 2009)

Nesse contexto haacute que se evidenciar a importacircncia de se conhecer a clientela a ser atendida ou seja o perfil desse usuaacuterio Esse perfil seraacute embasado em caracteriacutesticas epidemioloacutegicas regionais e outras que possam expressar evidecircncias necessidades e as caracteriacutesticas de cuidado para estes pacientes considerando sua individualidade suas necessidades e seus direitos agrave sauacutede enquanto cidadatildeo

Para um cuidado resolutivo e seguro o qual se deseja adaptar as necessidades do serviccedilo e sua realidade esta pesquisa vislumbrou a realizaccedilatildeo de uma investigaccedilatildeo baseada em evidecircncias considerando seguinte a questatildeo norteadora Qual o perfil de pacientes com dor toraacutecica que procuram atendimento de sauacutede no Serviccedilo de Emergecircncia Adulto de um HU do sul do Brasil

Deste modo esta pesquisa objetivou identificar o perfil do

paciente com dor toraacutecica que procura atendimento no Serviccedilo de Emergecircncia Adulto de um HU do sul do Brasil Meacutetodo

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Elegeu-se a pesquisa baseada em evidecircncias uma vez

que propicia conhecer a realidade do modo que se apresenta A pesquisa baseada em evidecircncias eacute a mais indicada por trazer exatamente as evidecircncias do serviccedilo sem a fusatildeo de dados que possam impor vieacutes nos seus resultados Abordagem quantitativa de caraacuteter exploratoacuterio-descritivo

Um dos propoacutesitos da Praacutetica Baseada em Evidecircncias (PBE) eacute encorajar a utilizaccedilatildeo de resultados de pesquisa junto agrave assistecircncia agrave sauacutede prestada nos diversos niacuteveis de atenccedilatildeo reforccedilando a importacircncia da pesquisa para a praacutetica cliacutenica A PBE eacute uma abordagem de soluccedilatildeo de problema para a tomada de decisatildeo que incorpora a busca da melhor e mais recente evidecircncia competecircncia cliacutenica do profissional e os valores e preferecircncias do paciente dentro do contexto do cuidado (MENDES et al 2008)

O local onde se desenvolveu o estudo foi o SEA de um HU do sul do Brasil Este hospital possui trecircs subunidades de atendimento Serviccedilo de Emergecircncia Interna (SEI) local de estabilizaccedilatildeo onde o paciente recebe o primeiro atendimento O Repouso da Emergecircncia local que acomoda apenas pacientes jaacute internados e estabilizados que aguardam vaga nas cliacutenicas do hospital e o Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco (SACR) estabelecido no setor em agosto de 2011 em cumprimento agraves normativas da Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo (PNH) com a finalidade a que se propotildee de otimizar a assistecircncia agrave sauacutede priorizando o atendimento ao paciente grave tal local onde a pesquisa efetivamente ocorreu

Os dados foram coletados entre outubro de 2013 e janeiro de 2014 por anaacutelise documental do ldquoFluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagemrdquo desenvolvido pelo Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE) de Satildeo Paulo-SP apoacutes as classificaccedilotildees de risco da dor toraacutecica realizadas por sete enfermeiros do serviccedilo O protocolo do HIAE eacute composto por trecircs possiacuteveis fluxogramas de classificaccedilatildeo da dor toraacutecica Fluxo 1 ndash suspeita de Siacutendrome Coronariana Aguda Tiacutepica Fluxo 2 ndash Possiacutevel Siacutendrome Coronariana Aguda Atiacutepica e Fluxo 3 ndash Sem suspeita Inicial de Siacutendrome Coronariana Aguda Apoacutes obter

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dados referentes agrave faixa etaacuteria caracteriacutestica da dor fatores de risco associados e antecedentes cardiovasculares o enfermeiro precisa estipular um dos fluxos para cada caso e seguir a classificaccedilatildeo de risco designada pelo protocolo

Optou-se por amostra de escolha aleatoacuteria nos turnos que o serviccedilo possui equipe da manhatilde tarde e trecircs equipes da noite em horaacuterios dentre as 07 e agraves 23 horas quando o serviccedilo de Acolhimento funciona

Na totalidade foram analisadas 67 classificaccedilotildees de risco de pacientes que referiram a dor toraacutecica como queixa principal e motivo pela procura do serviccedilo

Apoacutes coletadas as 67 classificaccedilotildees de dor toraacutecica foram compiladas e organizadas utilizando-se um instrumento facilitador uma planilha do Windows Excelreg Os dados extraiacutedos destes documentos foram idade sexo iniacutecio do sintoma fatores de risco associados antecedentes cardiovasculares diagnoacutestico meacutedico e fluxos de atendimento

Em relaccedilatildeo aos cuidados eacuteticos os sete enfermeiros e os pacientes que foram avaliados pelo protocolo participaram deste estudo e confirmaram sua aceitaccedilatildeo mediante assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido A pesquisa recebeu parecer favoraacutevel em setembro de 2013 mediante protocolo nordm 412494 do Comitecirc de Eacutetica da Universidade Federal de Santa Catarina Em todas as etapas foram respeitados os preceitos eacuteticos dispostos na Resoluccedilatildeo 4662012 do Conselho Nacional de Sauacutede (BRASIL 2012)

Resultados e Discussatildeo

Os resultados apresentados refletem as queixas e a

classificaccedilatildeo designada por sete enfermeiros ao realizarem as 67 classificaccedilotildees para a dor toraacutecica

Cabe salientar que a pesquisa demonstra apenas os pacientes que foram atendidos no SACR do SEA pelo profissional enfermeiro excluindo aqueles que satildeo referenciados de outros serviccedilos de sauacutede e chegam ao setor em ambulacircncia os que chegam sem serem referenciados ou encaminhados e

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atendidos diretamente na porta de entrada do Serviccedilo de Emergecircncia Interna (SEI) Tambeacutem eacute necessaacuterio ressaltar que pela dinamicidade e agilidade dos acontecimentos caracteriacutesticos de um serviccedilo de emergecircncia em diversos momentos os dados deixaram de ser descritos nos instrumentos utilizados no SACR ou seja pacientes satildeo atendidos sem haver qualquer citaccedilatildeo nos instrumentos utilizados pelo serviccedilo Considerou-se a importacircncia de relatar estes aspectos para o esclarecimento de que a demanda do serviccedilo eacute mais expressiva do que a apresentada nesta pesquisa

Apesar de que eacute uma das funccedilotildees dos profissionais de sauacutede eacute zelar pela vida sempre por vezes o ambiente e as condiccedilotildees humanas sobrepotildeem agrave capacidade de uma equipe A elevada demanda dos serviccedilos de emergecircncia acaba por resultar em pacientes esperando por atendimento meacutedico em tempo excedendo agrave uma hora pacientes acomodados em macas sem nenhum conforto pouca qualidade da assistecircncia e tensatildeo da equipe multiprofissional (LOPES 2011)

Os serviccedilos de urgecircncia apresentam diversos desafios a serem superados no atendimento agrave sauacutede superlotaccedilatildeo trabalho fragmentado e pouca articulaccedilatildeo com os demais serviccedilos de sauacutede Portanto torna-se essencial refletir e buscar novas formas de atuaccedilatildeo que direcionem a um cuidado resolutivo humanizado e acolhedor a partir da compreensatildeo do serviccedilo A experiecircncia dos profissionais eacute muito importante para compor as melhores estrateacutegias de um acolhimento resolutivo O sentido da palavra ldquoacolhimentordquo apenas teraacute sentido na proporccedilatildeo que for enriquecida e reformulada nas discussotildees do cotidiano da praacutetica profissional (BRASIL 2009) A seguir seratildeo apresentados os dados que caracterizam o puacuteblico com queixa de dor toraacutecica classificado

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Tabela 1 - Caracterizaccedilatildeo dos pacientes com queixa de dor toraacutecica que procuraram o Serviccedilo de Emergecircncia do HUUFSC ndash Florianoacutepolis ndash SC 2013-2014

DADOS PESSOAIS Nordm

SEXO

Masculino 23 343

Feminino 44 657

Total 67 1000

IDADE (anos)

18 a 29 08 120

30 a 49 23 343

50 a 69 29 433

70 7 104

Total 67 1000

INIacuteCIO DOS SINTOMAS

lt 24 horas 25 373

Haacute 1 ou 2 dias 37 552

Haacute 3 ou mais dias 5 75

Total 67 1000

70

FATORES DE RISCO

Tabagismo 15 224

Diabetes 10 149

Hipertensatildeo Arterial 32 478

Dislipidemia 4 6

Uso de cocaiacutena - -

Histoacuteria familiar de Doenccedila Arterial Coronariana

18 269

Natildeo possui 16 239

Total 80 1000

ANTECEDENTES CARDIOVASCULARES

Doenccedila Arterial Coronariana 2 3

Infarto Agudo do Miocaacuterdio 12 182

Angina 2 3

Revascularizaccedilatildeo do Miocaacuterdio - -

Stent cardiacuteaco 4 6

Acidente vascular cerebral ou acidente isquecircmico transitoacuterio

- -

Doenccedila Arterial Obstrutiva Perifeacuterica - -

Doenccedila da aorta - -

Doenccedila das caroacutetidas - -

Doenccedila das arteacuterias renais - -

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Insuficiecircncia Cardiacuteaca Congestiva 2 3

Arritmia 2 3

Marcapasso - -

Desfibrilador implantado - -

Outras - -

Natildeo possui 42 636

Total 66 1000

Fonte Dados obtidos pela autora (2013-2014)

Quanto ao gecircnero observou-se 44 pacientes do sexo

feminino (657) e 23 do sexo masculino (343) Dessa forma eacute possiacutevel comprovar que ainda existe predominacircncia do sexo feminino na procura dos serviccedilos de sauacutede De acordo com a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede do Homem instituiacuteda em 2009 justamente com a finalidade de ampliar o acesso masculino na procura aos serviccedilos de sauacutede estudos comprovam que os homens satildeo mais vulneraacuteveis agraves doenccedilas especialmente as enfermidades graves e crocircnicas o que estaacute diretamente relacionado ao fato de que eles recorrem com menos frequumlecircncia do que as mulheres aos serviccedilos de sauacutede o que acontece geralmente apoacutes agravamento do quadro cliacutenico (BRASIL 2008)

Considerando esta realidade pode-se afirmar que eacute de primordial que o profissional de sauacutede atue no sentido de conscientizar a populaccedilatildeo masculina em especial visto que a cada trecircs mortes de pessoas adultas duas satildeo de homens Especificamente abordando as doenccedilas isquecircmicas cardiacuteacas como o infarto agudo do miocaacuterdio estudos tambeacutem revelam que estatildeo entre as principais causas de mortes do sexo masculino E em comparaccedilatildeo agraves mulheres o tempo de vida deles eacute de 76 anos menor (BRASIL 2008) Os homens satildeo mais suscetiacuteveis ao

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IAM do que as mulheres A incidecircncia feminina aumenta quando estas fumam e usam anticoncepcionais No periacuteodo poacutes-menopausa a incidecircncia de IAM nas mulheres eacute semelhante agraves taxas observadas nos homens (BOUNDY et al 2004)

O aspecto da baixa procura masculina aos serviccedilos de sauacutede explicam-se com maior congruecircncia pelos aspectos culturais Em decorrecircncia dos estereoacutetipos do gecircnero a doenccedila eacute considerada como um sinal de fragilidade que os homens natildeo reconhecem como inerentes agrave sua proacutepria condiccedilatildeo bioloacutegica (BRASIL 2008b) Em muitos casos no sentido da garantia do contexto da masculinidade muitos homens tendem a natildeo valorizar ou natildeo verbalizar seus sintomas aacutelgicos Por esse motivo ao analisarmos a dor profissionalmente vale lembrar a importacircncia da compreensatildeo das barreiras soacutecio-culturais no sentido de desenvolver estrateacutegias para a promoccedilatildeo do acesso dos homens aos serviccedilos de sauacutede (BRASIL 2008b)

Em relaccedilatildeo agrave idade variou entre 18 a 78 anos com a maioria (433) na faixa etaacuteria de 50 a 69 anos O SEA do Hospital Universitaacuterio atende pacientes a partir dos 15 anos de idade Eacute possiacutevel destacar que a faixa etaacuteria dos pacientes a procurar o serviccedilo eacute bastante diversificada Observamos aqui nos nuacutemeros de pacientes que procuram o Serviccedilo de Emergecircncia com dor toraacutecica em ordem crescente em relaccedilatildeo ao aumento da faixa etaacuteria No entanto ocorre uma inversatildeo descrente nos pacientes mais idosos ou seja acima de 70 anos de idade o que pode estar retratando o aumento da qualidade de vida da populaccedilatildeo mais idosa Estudos apontam que ano Brasil entre os anos de 2000 e 2010 a populaccedilatildeo idosa aumentou de 14 para 21 milhotildees o que denota as melhores condiccedilotildees sociais e econocircmicas no paiacutes (IBGE 2010) Com o aumenta da longevidade haacute proporcionalmente o aumento das doenccedilas crocircnicas tiacutepicas da populaccedilatildeo idosa como hipertensatildeo diabetes e doenccedilas cardiacuteacas

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O processo de envelhecimento decorre da queda das taxas de natalidade e mortalidade infantil e o aumento da expectativa de vida que acarreta em aumento das doenccedilas crocircnicas que geram anos de utilizaccedilatildeo do sistema de sauacutede O aumento das doenccedilas crocircnicas em idosos vem sobrecarregando ainda mais os serviccedilos de emergecircncia (ALVES BARBOSA 2010)

Para que a classificaccedilatildeo seja adequada o enfermeiro deveraacute ter conhecimento das mudanccedilas do organismo e adaptaccedilotildees comuns a cada fase da vida a fim de reconhecer alteraccedilotildees fiacutesicas e psiacutequicas proacuteprias a cada faixa etaacuteria

Verificou-se em relaccedilatildeo ao iniacutecio dos sintomas que a maior parte dos pacientes 37 (552) procurou o serviccedilo de emergecircncia apenas apoacutes 1 a 2 dias do iniacutecio dos sintomas 25 (373) procuraram o serviccedilo antes das 24 horas do iniacutecio dos sintomas e 5 (75) procuraram apoacutes mais de 3 dias do iniacutecio dos sintomas Apesar de a dor toraacutecica ser considerada como um sintoma temido por grande parte da populaccedilatildeo o enfermeiro haacute que considerar que ainda existe o pensamento popular de quando incomodado pelo sintoma da dor toraacutecica muitos indiviacuteduos tendem a se automedicar natildeo admitir a seriedade do desconforto promove tentativas de melhora e sobretudo hesita atendimento nos serviccedilos de sauacutede o que pode acarretar em piora do quadro cliacutenico fazendo com que o paciente procure o serviccedilo de emergecircncia apenas com o agravamento da situaccedilatildeo (BOAVENTURA 2011) Essa condiccedilatildeo caracteriza motivo de importacircncia do questionamento do enfermeiro acerca do iniacutecio dos sintomas pois em muitos casos a quadro apresentado pela dor toraacutecica pode jaacute encontrar-se em agravamento BOUNDY et al (2004) considera que a dor toraacutecica eacute o sintoma fundamental do IAM que geralmente eacute constritiva e persistente por 12 horas ou mais pode irradiar-se para o braccedilo esquerdo maxilar pescoccedilo e omoplatas

Revela-se aqui nos fatores de risco associados a alta incidecircncia brasileira da ocorrecircncia de Hipertensatildeo Arterial

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Sistecircmica (HAS) 32 (478) dos pacientes com dor toraacutecica classificados referiu ser hipertenso A histoacuteria familiar de Doenccedila Arterial Coronariana aparece em 18 (269) dos casos e o tabagismo em 15 (224) pacientes

O IAM eacute causado pela diminuiccedilatildeo do fluxo sanguiacuteneo e consequentemente do oxigecircnio ao muacutesculo cardiacuteaco o miocaacuterdio Geralmente eacute causado pelo estreitamento das arteacuterias coronaacuterias por acuacutemulo de lipiacutedeos embolo ou trombo (OLIVEIRA LEITAtildeO RAMOS 2009) Dessa forma torna-se primordial para a avaliaccedilatildeo do risco da dor toraacutecica o enfermeiro correlacionar os fatores de risco associados para a potencialidade de uma doenccedila arterial coronariana que desencadeie o IAM (OLIVEIRA LEITAtildeO RAMOS 2009) O conhecimento das variaacuteveis cliacutenicas (histoacuteria de hipertensatildeo diabetes dislipidemia) deve ser correlacionado imediatamente com a caracteriacutestica da dor toraacutecica durante a classificaccedilatildeo de risco no sentido de afastar ou suspeitar de gravidade relacionada agrave dor

O HIAE ao abordar os fatores de risco para a Siacutendrome Coronariana Aguda lembra que o tabagismo eacute o maior fator de risco para a morte suacutebita cardiacuteaca o colesterol em excesso acumula-se no interior das arteacuterias coronaacuterias levando agrave aterosclerose que predispotildee ao IAM A aterosclerose eacute a principal causa de IAM 50 dos pacientes que enfartam satildeo hipertensos e para o portador de Diabetes Mellitus a ocorrecircncia de infarto eacute de 2 a 4 vezes maior (HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN 2014) Boundy et al (2004) alertam que o IAM eacute causado pela obstruccedilatildeo das arteacuterias coronaacuterias Os principais fatores de risco satildeo envelhecimento diabetes mellitus dislipidemia hipertensatildeo obesidade histoacuteria familiar de Doenccedila Arterial Coronariana (DAC) sedentarismo tabagismo estresse e uso de drogas como anfetaminas ou cocaiacutena

A I Diretriz Brasileira para Prevenccedilatildeo Cardiovacular cita que a hipertensatildeo arterial sistecircmica (HAS) eacute o mais importante fator de risco para o desenvolvimento de doenccedila arterial coronariana E a principal prevenccedilatildeo cardiovascular engloba evitar a instalaccedilatildeo de fatores de risco cardiovascular modificaacuteveis como o tabagismo (SIMAtildeO et al 2013)

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As accedilotildees do enfermeiro devem estar focadas na prevenccedilatildeo Cardioloacutegica baseadas na alta incidecircncia das taxas de mortalidade das Siacutendromes Coronaacuterias Agudas Particularmente a diminuiccedilatildeo do risco de agravo do Infarto Agudo do Miocaacuterdio pode ser iniciada pela identificaccedilatildeo precoce dos fatores de risco e sua correlaccedilatildeo com a dor toraacutecica Os indiviacuteduos com maior risco devem ser rapidamente identificados (GUIMARAtildeES 2006)

A classificaccedilatildeo de risco do paciente com queixa de dor toraacutecica deve ser aacutegil de criteriosa conter caracterizaccedilatildeo da dor identificaccedilatildeo de fatores de risco associados antecedentes cardiovasculares monitorizaccedilatildeo cardiacuteaca contiacutenua oximetria de pulso acesso venoso perifeacuterico exames laboratoriais e principalmente ECG de 12 derivaccedilotildees em menos de dez minutos a partir da chegada do paciente dentre outros (VIEIRA RAFAEL 2011) Para tanto sem duacutevida podemos afirmar que a utilizaccedilatildeo de protocolos para embasar a classificaccedilatildeo de risco oferece respaldo legal para a atuaccedilatildeo segura dos enfermeiros (SOUZA et al 2011)

O enfermeiro ao deparar-se com o paciente com queixa de dor toraacutecica deve investigar os antecedentes cardiovasculares O risco de doenccedila ateroscleroacutetica eacute estimado com base na anaacutelise conjunta de caracteriacutesticas que aumentam a chance de um indiviacuteduo desenvolver a doenccedila Portanto o mais claro identificador de risco eacute a manifestaccedilatildeo preacutevia da proacutepria enfermidade (SIMAtildeO et al 2013) A Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (OMS) cita a doenccedila cardiovascular como uma das condiccedilotildees mais debilitantes de impacto sobre a qualidade de vida do indiviacuteduo um agravante fator de risco para o IAM Estima-se que juntamente com a Depressatildeo a Doenccedila Arterial Coronariana (que predispotildee ao IAM) seratildeo em 2020 as duas principais causas de morte devendo a comorbidade entre estas duas doenccedilas ser mais preocupante (LEMOS et al 2008)

Classificaccedilatildeo de Risco ndash Anaacutelise da Utilizaccedilatildeo dos Fluxogramas

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A Figura 2 aponta a porcentagem da utilizaccedilatildeo dos trecircs fluxos pertencentes ao instrumento proposto

Figura 2 - Distribuiccedilatildeo percentual da Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes que procuraram o SEA do HUUFSC de acordo com o protocolo proposto (Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem do HIAE) Florianoacutepolis-SC 2014

Fonte dados obtidos pela autora (2013-2014)

Os dados relativos apresentados na Figura 2 demonstram

que os enfermeiros utilizaram o fluxo 1 em 507 (34) dos casos o fluxo 2 em 269 (18) dos casos e o fluxo 3 em 224 (15) dos casos Esse fato revela que os enfermeiros suspeitaram de maior gravidade nos casos de dor toraacutecica de acordo com as queixas referidas pelos pacientes ao utilizar o protocolo sugerido para este estudo

Uma vez que o paciente com sintoma de dor toraacutecica pode tratar-se de uma condiccedilatildeo grave a abordagem adequada torna-se equivalente agrave minimizaccedilatildeo de riscos de morte Por esse motivo eacute necessaacuterio que o enfermeiro que atua nos serviccedilos de urgecircncia detenha conhecimento cientiacutefico praacutetico e teacutecnico Aleacutem disso eacute primordial a tomada de decisotildees raacutepidas e concretas o reconhecimento de situaccedilotildees de riscos familiaridade com a Siacutendrome Coronariana Aguda (SCA) O conhecimento sobre os pacientes acometidos com dor toraacutecica eacute relevante por ser uma condiccedilatildeo cliacutenica prevalente nos serviccedilos de emergecircncia (FERREIRA MADEIRA 2011)

0

20

40

60Fluxo 1 (Suspeita deSiacutendrome CoronarianaAguda Tiacutepica)Fluxo 2 (PossiacutevelSiacutendrome CoronarianaAguda Atiacutepica)Fluxo 3 (Sem suspeitainicial de SiacutendromeCoronariana Aguda)

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O objetivo do atendimento agrave dor toraacutecica eacute a avaliaccedilatildeo imediata a priorizaccedilatildeo deste tipo de dor com a finalidade de reduccedilatildeo do retardo intra-hospitalar para o atendimento do paciente com SCA aleacutem da internaccedilatildeo desnecessaacuteria e liberaccedilatildeo inapropriada dos casos de SCA (BASSAN 2002) Neste sentido o uso de protocolo de Enfermagem para a classificaccedilatildeo de risco da dor toraacutecica eacute crucial para a adequada seleccedilatildeo de pacientes com dor toraacutecica passiacutevel de SCA o que acaba por diminuir a chance do paciente ser liberado do serviccedilo de Emergecircncia inadequadamente reduzindo o iacutendice de mortalidade por isquemia cardiacuteaca (FERREIRA MADEIRA 2010)

Diante da queixa de dor toraacutecica eacute importante que seja considerada isquemia do miocaacuterdio em todos os pacientes ateacute que esta seja descartada A avaliaccedilatildeo deve ser raacutepida incluindo o tipo de dor e o correto encaminhamento na diferenciaccedilatildeo entre dor toraacutecica cardiacuteaca e natildeo cardiacuteaca (JONES BRISTOL JONES 2013)

Muitos profissionais de sauacutede demonstram ainda conceitos errocircneos em relaccedilatildeo agrave avaliaccedilatildeo da dor tornando-a banalizada e pouco valorizada o que torna ineficaz a classificaccedilatildeo de risco da dor toraacutecica Esse fato pode ser modificado quando a classificaccedilatildeo eacute amparada por um instrumento de acordo com evidecircncia cientiacutefica comprovada (OLIVEIRA SILVA LEITAtildeO 2010)

Para a minimizaccedilatildeo de riscos de agravos aos pacientes com dor toraacutecica em condiccedilotildees graves que chegam agraves salas de emergecircncia eacute imperativo que a instituiccedilatildeo de sauacutede conte com enfermeiros treinados e equipados com uma ferramenta que os auxilie no manejo de pacientes acometidos por esta dor Dessa forma utilizar protocolos em sauacutede eacute fundamental na otimizaccedilatildeo do cuidado (FERREIRA MADEIRA 2011) A demanda elevada e crescente dos serviccedilos de emergecircncia torna necessaacuteria a incorporaccedilatildeo de estrateacutegias e tecnologias para lidar com esta procura A adoccedilatildeo de protocolos prioriza os atendimentos de condiccedilotildees graves que possam natildeo estar sendo reconhecidas

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diminuindo o tempo de espera e consequentemente o risco de deteriorizaccedilatildeo dos pacientes (ANZILEIRO 2011)

O prestador de cuidado dos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia precisa ser detentor de destreza manual e rapidez na accedilatildeo autocontrole emocional e facilidade de comunicaccedilatildeo a fim de obter os dados de sauacutede necessaacuterios para a otimizaccedilatildeo dos cuidados A comunicaccedilatildeo e a integraccedilatildeo com a equipe multiprofissional satildeo fundamentais para a participaccedilatildeo de todos no cuidado humanizado Aleacutem disso precisa possuir uma diversidade de conhecimento cientiacutefico para avaliar de forma precisa e aacutegil refletindo na reduccedilatildeo de risco aos agravos de sauacutede (LOPES 2011)

Considerando a magnitude da ocorrecircncia de dor toraacutecica nos serviccedilos de emergecircncia ainda existem muitas duacutevidas e questionamentos para definiccedilatildeo do quadro cliacutenico apresentando pelos pacientes Ressalta-se a importacircncia de discussotildees aprofundadas sobre a dor e avaliaccedilatildeo realizada pelo enfermeiro e o uso de protocolos para sanar duacutevidas de classificaccedilatildeo (SANTORO PIMENTA 2008)

Classificaccedilatildeo de risco ndash Anaacutelise dos diagnoacutesticos meacutedicos

A Figura 3 ilustra a porcentagem dos diagnoacutesticos

encontrados nas classificaccedilotildees de risco dos pacientes com dor toraacutecica

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Figura 3 - Distribuiccedilatildeo percentual dos diagnoacutesticos meacutedicos encontrados na Classificaccedilatildeo dos pacientes com dor toraacutecica Florianoacutepolis-SC 2014

Fonte dados obtidos pela autora (2013-2014)

Identificaram-se entre os diagnoacutesticos encontrados 35 (66) casos de ansiedade 22 (328) casos de dor muscular em 7 registros (104) natildeo havia diagnoacutestico meacutedico formado e 3 (45) foram confirmados casos de Infarto Agudo do Miocaacuterdio

Reafirmando a caracteriacutestica do setor como porta de entrada aos serviccedilos de sauacutede recebendo elevada demanda de pacientes com indicaccedilatildeo de atendimento na Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede (APS) a Figura 3 demonstra que a maior parte dos pacientes classificados com dor toraacutecica no periacuteodo apresentam quadros considerados de ldquopouca-urgecircnciardquo

De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2006) 65 dos casos que satildeo atendidos nos serviccedilos de emergecircncia no Brasil tecircm indicaccedilatildeo de serem resolvidos na APS Tal condiccedilatildeo acaba por ldquosobrecarregarrdquo com elevada demanda as unidades de emergecircncia O SACR natildeo conta com profissional meacutedico exclusivamente para atender a demanda dos pacientes que satildeo classificados o que acaba por acarretar muitas vezes em demora no atendimento inquietaccedilatildeo de pacientes

0

20

40

60 Ansiedade

DormuscularSemregistrosIAM

80

geralmente aqueles classificados como ldquoverdesrdquo que possuem indicaccedilatildeo para atendimento na Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede (APS)

Devido agrave oferta restrita de atendimentos em sauacutede a populaccedilatildeo excedente tende a procurar um serviccedilo com maior possibilidade de porta de entrada Os serviccedilos de emergecircncia hospitalar geralmente conferem esta visatildeo de resolutividade (MARQUES LIMA 2010)

A elevada procura pelos serviccedilos de emergecircncia por pacientes com indicaccedilatildeo de atendimento na APS reflete as falhas na rede de atenccedilatildeo agrave sauacutede e sua desarticulaccedilatildeo Lopes (2011) afirma ainda que a desarticulaccedilatildeo da Rede de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede (RAS) e o descreacutedito da populaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao atendimento na Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede contribuem seguramente para a superlotaccedilatildeo dos serviccedilos de emergecircncia a niacutevel nacional Souza etal (2010) lembram que durante a classificaccedilatildeo de risco podemos evidenciar uma situaccedilatildeo frequente nos serviccedilos de emergecircncia atendidos que natildeo caracterizam emergecircncia propriamente dita ou seja natildeo se tratam de risco de vida Cabe ressaltar que o conceito de urgecircncia e emergecircncia eacute diferente na visatildeo dos usuaacuterios de sauacutede

Neste sentido o SEA do HU eacute visto como serviccedilo de referecircncia Esses dados sugerem a imagem da populaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao hospital como centro de excelecircncia para o atendimento em sauacutede conferindo sua caracterizaccedilatildeo como figura de resolutividade Dessa forma apesar dos problemas de superlotaccedilatildeo e muitas vezes com demora no atendimento o hospital ainda confere agrave populaccedilatildeo maior acreditaccedilatildeo ou seguranccedila Reafirmando esta ideia Marques e Lima (2010 p15) colocam que ldquoApesar de superlotadosrdquo impessoais e atuando sobre a queixa principal esses locais reuacutenem um somatoacuterio de recursos quais sejam consultas remeacutedios procedimentos de enfermagem exames laboratoriais e internaccedilotildeesrdquo

Ao fazermos a relaccedilatildeo dos dados de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes que procuram o SEA do HU referindo dor toraacutecica e os diagnoacutesticos encontrados percebe-se que apesar da alta incidecircncia dos casos classificados ldquopouco-urgentesrdquo (verdes e azuis) como eacute considerado um quadro de ansiedade (Figura 2) reafirma-se que os enfermeiros valorizaram os

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sintomas referidos pelos pacientes com dor toraacutecica utilizando o protocolo sugerido agrave medida que classificam a maioria dos casos como Fluxo 1 (emergecircncia) 34 (507) dos casos

Nas classificaccedilotildees encontradas identificamos maior nuacutemero de casos classificados como emergentes em contrapartida o quadro com maior nuacutemero de diagnoacutesticos eacute o de ansiedade considerada uma queixa ldquopouco-urgenterdquo ou natildeo-emergente Esse fator nos faz refletir que ao vivenciar a dor toraacutecica o indiviacuteduo passa pela experiecircncia de sentimentos complexos O alto grau de gravidade que pode estar associado a este tipo de dor acaba por impulsionar a grande procura pelo ambiente hospitalar por parte dos pacientes com dor toraacutecica e seus familiares Pacientes que vivenciam a dor toraacutecica em sua maioria procuram o serviccedilo de emergecircncia em situaccedilatildeo que considera emergente ou urgente podendo ou natildeo estar passando por processo patoloacutegico (ARAUJO MARQUES 2007)

A intensidade dos sintomas cliacutenicos tende a conferir sentimentos de medo e o principal eacute o medo da morte agrave medida que relaciona esta dor como ameaccediladora agrave vida (ARAUacuteJO MARQUES 2007)

A Sociedade Brasileira de Cardiologia (2002) aponta que a dor toraacutecica tambeacutem pode surgir como reflexo psicossomaacutetico ou seja natildeo possuir causa orgacircnica Neste sentido gerada por mecanismos psiacutequicos tende a ser difusa e imprecisa Os sintomas de ansiedade satildeo detectaacuteveis na maioria dos casos e geralmente se observa a utilizaccedilatildeo inadequada e abusiva de analgeacutesicos (BASSAN et al 2002)

Consideraccedilotildees Finais

Conhecer o perfil dos pacientes com queixas de dor

toraacutecica eacute fundamental para buscar propostas para um cuidado seguro e qualificado de acordo com suas necessidades

Os serviccedilos de emergecircncia possuem caracteriacutestica de porta de entrada ao serviccedilo hospitalar no entanto acabam por atender tambeacutem os casos com indicaccedilatildeo de atendimento em niacutevel de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede sendo um retrato da situaccedilatildeo

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de sauacutede a niacutevel nacional e o SEA do HU natildeo foge a esta regra Esse fato acarreta a superlotaccedilatildeo demora no atendimento e tensatildeo aos profissionais de sauacutede Como eacute elevado o nuacutemero de pacientes atendidos na emergecircncia com casos natildeo urgentes ao deparar-se com um paciente com queixa de dor toraacutecica o profissional de sauacutede poderaacute banalizaacute-la ou ateacute mesmo desvalorizaacute-la

A caracterizaccedilatildeo dos pacientes que chegam ao SEA do HU foi possiacutevel por meio de anaacutelise das informaccedilotildees contidas no protocolo ldquoFluxograma de Triagem Cardioloacutegicardquo do HIAE A obtenccedilatildeo dessas informaccedilotildees revelou dados importantes para a avaliaccedilatildeo do paciente com dor toraacutecica e confirmou a importacircncia de um instrumento cientiacutefico jaacute validado em um serviccedilo de referecircncia como o HIAE para fundamentar as accedilotildees de Enfermagem Embora o serviccedilo contexto deste estudo natildeo seja referecircncia em cardiologia atende uma demanda expressiva de pacientes que procuram o serviccedilo com queixa de dor toraacutecica conforme observado neste estudo

Haacute ainda que se considerar que o SACR precisa atuar de forma a identificar com agilidade os casos de dor toraacutecica com indiacutecio de caso cliacutenico grave para promover a classificaccedilatildeo de risco eficaz em tempo ouro para a recuperaccedilatildeo do paciente Para isso o protocolo especiacutefico de Enfermagem ao paciente com dor toraacutecica precisa ser pautado em evidecircncias cliacutenicas reforccedilando a necessidade de implantaccedilatildeo de um protocolo validado

Esta pesquisa trouxe a comprovaccedilatildeo baseada na evidecircncia cientiacutefica de uma realidade claacutessica poreacutem somente observada mas agora registrada E como proposta fica a importante necessidade de sugerir a institucionalizaccedilatildeo do protocolo de enfermagem do HIAE para pacientes com queixas de dor toraacutecica que comprovou estar de acordo com a realidade do serviccedilo e com a caracteriacutestica do perfil dos pacientes encontrados

Para que esta pesquisa natildeo seja apenas uma constataccedilatildeo de fragilidades e sim se transforme em realidade em accedilatildeo para um serviccedilo de sauacutede de qualidade e livre de riscos o protocolo seraacute avaliado e discutido quanto agrave sua viabilidade ao serviccedilo em estudo distinto Para que esta proposta seja efetiva inicialmente

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deveraacute ser avaliado pela equipe de enfermagem e posteriormente ser apresentado agrave Diretoria de Enfermagem do hospital de estudo para possiacutevel institucionalizaccedilatildeo Um protocolo de avaliaccedilatildeo soacute torna-se uacutetil quando utilizado com vistas a atender um puacuteblico comum ao serviccedilo e agraves necessidades dos profissionais

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52 A AVALIACcedilAtildeO DOS ENFERMEIROS DE UM SERVICcedilO DE EMERGEcircNCIA HOSPITALAR SOBRE A UTILIZACcedilAtildeO DE UM PROTOCOLO PARA A DOR TORAacuteCICA VALIDADO EM UM SERVICcedilO DE REFEREcircNCIA

Aline Costa Vieirasup1

Kaacutetia Cilene Godinho Bertoncellosup2 Juliana Balbinot Reis Girondisup3

Resumo Estudo quantitativo de caraacuteter descritivo que objetivou identificar a avaliaccedilatildeo de enfermeiros do Serviccedilo de Emergecircncia de um Hospital Universitaacuterio do Sul do Brasil ao utilizar um protocolo de Enfermagem especiacutefico para classificar a dor toraacutecica Foram realizadas sete entrevistas com os enfermeiros participantes por meio de roteiro semiestruturado entre janeiro e fevereiro de 2014 Para anaacutelise dos dados utilizou-se a estatiacutestica descritiva por meio de nuacutemeros absolutos e percentuais O protocolo utilizado foi construiacutedo validado e eacute utilizado no Hospital Israelita Albert Einstein de Satildeo PauloSP Contempla as caracteriacutesticas da dor toraacutecica fatores de risco antecedentes cardiovasculares e os possiacuteveis fluxogramas de encaminhamentos que conduzem a accedilatildeo do enfermeiro ao classificar o risco Os dados obtidos datildeo conta de que haacute um consenso entre os enfermeiros de que o protocolo sugerido prioriza o atendimento agrave Siacutendrome Coronariana Aguda identifica mais facilmente os fatores de risco para Infarto Agudo do Miocaacuterdio aleacutem de melhor identifica o tipo de dor Dentre as avaliaccedilotildees sobressaem as consideraccedilotildees positivas em utilizar o protocolo sobre as negativas Os enfermeiros em geral consideram o protocolo sugerido aplicaacutevel ao serviccedilo pois fundamentou sua praacutetica e proporcionou respaldo em sua conduta Palavras-chave Dor toraacutecica Infarto Agudo do Miocaacuterdio Assistecircncia em Enfermagem Classificaccedilatildeo de Risco Protocolos

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Abstract Qualitative descriptive study aimed to identify the evaluation of nurses in the Emergency Department of a University Hospital in Southern Brazil to use a specific protocol to classify Nursing chest pain Interviews with seven nurses participants through semi-structured between January and February 2014 were performed Data analysis used descriptive statistics by absolute numbers and percentages The protocol used was constructed validated and is used in the Albert Einstein Hospital in Sao Paulo SP Include the characteristics of chest pain risk factors cardiovascular history and possible flowcharts referrals that lead to action by nurses to rate the risk Data obtained realize that there is a consensus among nurses suggested that the protocol prioritizes compliance with Acute Coronary Syndrome more easily identifies risk factors for Acute Myocardial Infarction and better identifies the type of pain Among the positive reviews the highlights considerations in using the protocol on the negative Nurses generally consider the suggested protocol applicable to service as their practice ground and provided support in their conduct Keywords Chest pain acute myocardial infarction Nursing Assistance Risk Rating Protocols

Introduccedilatildeo

A dor toraacutecica eacute apontada como uma das principais

queixas referidas pelos pacientes que procuram os atendimentos de emergecircncia De acordo com estudos da Sociedade Brasileira de Cardiologia a estimativa eacute que 4 milhotildees de pessoas satildeo atendidas por dor toraacutecica anualmente no Brasil (BASSAN et al2002) Cerca de 5 a 15 dos pacientes que referem dor toraacutecica satildeo diagnosticados com Infarto Agudo do Miocaacuterdio ou seja em dados relativos 400 mil por ano em nosso paiacutes (BASSAN et al 2002)

Considerando que esta dor eacute o sintoma claacutessico da Siacutendrome Coronariana Aguda a atenccedilatildeo precisa ser redobrada em vigecircncia deste tipo de dor Os enfermeiros que atuam em um serviccedilo de Emergecircncia na Classificaccedilatildeo de Risco precisam estar atentos em vigecircncia da dor toraacutecica Frequentemente estes

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profissionais deparam-se com a dor toraacutecica por isquemia e diante de sua subjetividade avaliar e classificar a dor toraacutecica natildeo se constitui em tarefa simples (ARAUJO MARQUES 2007)

Nesse contexto emerge como tecnologia do cuidado e instrumento para o embasamento da praacutetica de Enfermagem os protocolos assistenciais que vem ao encontro das necessidades dos enfermeiros para a tomada de decisatildeo durante a classificaccedilatildeo de risco

Com relaccedilatildeo aos eventos coronarianos a reduccedilatildeo de casos como o Infarto Agudo do Miocaacuterdio na Siacutendrome Coronariana Aguda (SCA) ocorre mediante uso de diretrizes com evidecircncia cientiacutefica comprovada O uso de protocolos cliacutenicos eacute uacutetil para otimizar a qualidade do atendimento (FARIAS MOREIRA 2012)

Atualmente no Brasil especificamente ao abordarmos a praacutetica dos profissionais enfermeiros haacute que se considerar a escassez de estudos que tratam sobre a utilizaccedilatildeo de instrumentos que auxiliam a conduta dos profissionais os protocolos O uso de protocolos na aacuterea da sauacutede vem a ser uma evoluccedilatildeo para o cuidado agrave medida que vem com a finalidade de proporcionar embasamento cientiacutefico ao profissional (SCHNEID 2003)

O Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco surgiu com a finalidade de melhor ldquocoordenarrdquo a ordem do atendimento excluindo a ordem de chegada e incluindo a classificaccedilatildeo da gravidade ou fatores de risco associados que predisponham a um possiacutevel risco ameaccedilador agrave vida Para a classificaccedilatildeo de risco eacute necessaacuterio o trabalho de um profissional de enfermagem de niacutevel superior munido de um instrumento que fundamente a conduccedilatildeo do caso e avalie a gravidade ou o potencial de agravamento do caso Os protocolos assistenciais sistematizam a accedilatildeo do profissional aleacutem de serem fundamentais para a efetiva classificaccedilatildeo de risco e avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade do paciente (BRASIL 2009)

Nessa perspectiva emerge a seguinte pergunta de pesquisa para o estudo Qual a avaliaccedilatildeo dos enfermeiros de um Serviccedilo de Emergecircncia Hospitalar ao utilizar em sua

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conduta durante a Classificaccedilatildeo de Risco um protocolo especiacutefico para a avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica

Dessa forma essa pesquisa objetivou identificar a avaliaccedilatildeo dos enfermeiros do Serviccedilo de Emergecircncia de um Hospital Universitaacuterio do Sul do Brasil ao utilizar um protocolo de Enfermagem especiacutefico para avaliar a dor toraacutecica

Metodologia

Estudo quantitativo descritivo realizado em Serviccedilo de

Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco (SACR) do Setor de Emergecircncia de um Hospital Universitaacuterio do Sul do Brasil Atualmente o serviccedilo deste estudo utiliza para a Classificaccedilatildeo de Risco um instrumento adaptado do protocolo de Manchester (MACKAWAY-JONES 1997) confeccionado por um profissional meacutedico da instituiccedilatildeo o qual eacute utilizado no serviccedilo por consenso entre a equipe meacutedica e de enfermagem deste a implantaccedilatildeo do Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco na instituiccedilatildeo haacute cerca de 3 anos O referido instrumento adaptado eacute comum para todas as queixas referidas pelos pacientes

No periacuteodo janeiro a fevereiro de 2014 foi utilizado como experiecircncia no serviccedilo um protocolo especiacutefico de Enfermagem para a dor toraacutecica qual seja o protocolo Fluxograma da Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem Esse instrumento eacute utilizado no Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE) que eacute um serviccedilo brasileiro de referecircncia ao atendimento agrave sauacutede desde 2010 No referido ano esse hospital instituiu em sua unidade cardioloacutegica um protocolo de classificaccedilatildeo de risco especiacutefico para a Enfermagem na avaliaccedilatildeo dor toraacutecica com a finalidade de reconhecer precocemente um quadro de siacutendrome coronariana aguda que predisponha a um dano por vezes irreversiacutevel O protocolo de enfermagem desenvolvido no HIAE auxilia o enfermeiro a determinar a gravidade com maior agilidade levando ao atendimento mais raacutepido e seguro Embora o serviccedilo em questatildeo natildeo seja referecircncia ao atendimento para a dor toraacutecica este eacute sintoma principal em vigecircncia da Siacutendrome Coronariana Aguda Assim esta demanda que requer um atendimento especializado qualificado e seguro

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Para a efetivaccedilatildeo dessa experiecircncia foram convidados a participar os enfermeiros que atuam no serviccedilo de emergecircncia hospitalar de acordo com os criteacuterios de inclusatildeo ser enfermeiro efetivo da instituiccedilatildeo ou residente atuar no Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco e aceitar participar no estudo mediante assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido Assim foi apresentado a cada enfermeiro o instrumento para a avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica bem como fornecida as devidas orientaccedilotildees para a sua utilizaccedilatildeo Foi demonstrado a cada enfermeiro o passo-a-passo do funcionamento do protocolo a sua estrutura os fluxos de encaminhamentos e a conduccedilatildeo para cada caso Apoacutes a demonstraccedilatildeo do protocolo foi solicitado a cada enfermeiro que o aplicasse a todo o paciente que procurasse o serviccedilo referindo dor toraacutecica como queixa principal Cabe ressaltar que a utilizaccedilatildeo do protocolo do HIAE sugerido neste estudo para a avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica natildeo excluiu em nenhum momento o protocolo institucional do SACR do HU utilizado atualmente Dessa forma o protocolo do HIAE foi aplicado como um instrumento ldquocomplementarrdquo para o serviccedilo

Apoacutes a experiecircncia da aplicabilidade do protocolo a mesma foi avaliada pelos 07 enfermeiros participantes (trecircs enfermeiros residentes e quatro enfermeiros efetivos) A somatoacuteria das classificaccedilotildees de risco realizadas pelos enfermeiros nos proporcionou um quantitativo de sessenta e sete classificaccedilotildees de risco de pacientes que procuraram o serviccedilo referindo dor toraacutecica como queixa principal no periacuteodo estipulado para a pesquisa Os dados obtidos que caracterizam os pacientes natildeo seratildeo abordados neste estudo pois seratildeo analisados num outro manuscrito

A coleta de dados ocorreu no recorte temporal de janeiro a fevereiro de 2014 onde se utilizou como instrumento a entrevista semi-estruturada Todas as entrevistas foram gravadas em aacuteudio e transcritas pela pesquisadora

Como teacutecnica de anaacutelise utilizou-se a estatiacutestica descritiva ciecircncia que consiste na organizaccedilatildeo anaacutelise e descriccedilatildeo de um conjunto de variaacuteveis com o intuito de maior

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entendimento dos dados que representam (BARBETTA REIS BORNIA 2004)

O estudo seguiu os princiacutepios eacuteticos com o indiviacuteduo de acordo com a Resoluccedilatildeo 4662012 do Conselho Nacional de Sauacutede (BRASIL 2012) sendo aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Universidade Federal de Santa Catarina - CEPUFSC sob protocolo nordm 12494 e pela instituiccedilatildeo em estudo Para resguardar o sigilo e o anonimato dos sujeitos da pesquisa optou-se por identificaacute-los como Enfermeiro (E) seguida pela ordem alfanumeacuterica (1 a 7)

Resultados

Estes resultados retratam as respostas dos sete

enfermeiros para cada uma das cinco perguntas do roteiro semi-estruturado Cada tabela a seguir caracteriza o conjunto das respostas dos enfermeiros agrupadas para cada pergunta Em conjunto estes resultados refletem a percepccedilatildeo dos enfermeiros ao utilizar o protocolo de dor toraacutecica do HIAE durante a classificaccedilatildeo dos 67 casos de dor toraacutecica deste estudo Tabela 2 - Distribuiccedilatildeo da avaliaccedilatildeo da Utilizaccedilatildeo do Protocolo Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem do HIAE FlorianoacutepolisndashSC 2014

Enfermeiros Positivo Negativo

Enfermeiro 1 Prioriza o atendimento a SCA

Enfermeiro 2 Amplia a visatildeo Natildeo indicaria ECG Enfermeiro 3 Identifica fatores de risco Eacute longo Enfermeiro 4 Boa noccedilatildeo para suspeita

de IAM

Enfermeiro 5 Com o passar do tempo Seraacute uacutetil

Complicado para usar no iniacutecio

Enfermeiro 6 Guiou melhor a conduta Enfermeiro 7 Faacutecil aplicaccedilatildeo

Total 7 3

Fonte Dados obtidos pela autora (2014)

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Os enfermeiros avaliaram a utilizaccedilatildeo do instrumento abordando os aspectos positivos e negativos Em relaccedilatildeo aos aspectos positivos 100 reportaram que a utilizaccedilatildeo do protocolo proporcionou melhores condiccedilotildees para conduzir agrave terapecircutica e o cuidado ao paciente com dor toraacutecica Foram apontados o fato do instrumento utilizado fornecer prioridade no atendimento agrave Siacutendrome Coronariana Aguda (SCA) e Infarto Agudo do Miocaacuterdio (IAM) proporcionar identificaccedilatildeo mais clara dos fatores de risco e o fato de ser um protocolo de faacutecil aplicaccedilatildeo

Protocolos cliacutenicos assistenciais satildeo considerados como instrumentos de tecnologias em sauacutede agrave medida que satildeo documentos que estabelecem criteacuterios ou conduccedilatildeo preconizada para o agravo em questatildeo (BRASIL 2011) Schneid et al (2003) reforccedila esta perspectiva ao afirmar que os protocolos cliacutenicos satildeo recursos tecnoloacutegicos embasados cientificamente com o propoacutesito de auxiliar o profissional da sauacutede durante a praacutetica cliacutenica os beneficiando ao lado de recursos humanos fiacutesicos e materiais No entanto o benefiacutecio esperado para o atendimento agrave sauacutede do paciente vem sendo prejudicada pela falta de estudos e recursos destinados a esta tecnologia (SHNEID et al 2003)

A variedade de condiccedilotildees cliacutenicas que geram a dor toraacutecica exige uma classificaccedilatildeo raacutepida para o aumento do prognoacutestico destes pacientes que muitas vezes podem estar desenvolvendo um quadro de Siacutendrome Coronariana Aguda (SANTOS ARAUacuteJO 2003) No entanto estudos apontam que a dor toraacutecica estaacute presente em 70 dos casos de Infarto Agudo do Miocaacuterdio (HIGA ATALLAH et al 2004)

O Infarto Agudo do Miocaacuterdio eacute a necrose de parte do muacutesculo cardiacuteaco consequente da isquemia que eacute causada pela obstruccedilatildeo da irrigaccedilatildeo sanguiacutenea ao coraccedilatildeo por uma das arteacuterias coronaacuterias Geralmente esta obstruccedilatildeo ocorre por um embolo ou trombo e pode ocorrer em localizaccedilotildees e intensidades diferentes dependendo da arteacuteria coronaacuteria afetada (BOUNDY et al 2004) De acordo com estudos da American Heart Association os protocolos satildeo essenciais para a avaliaccedilatildeo segura dos casos de dor toraacutecica pois auxiliam na internaccedilatildeo

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imediata dos casos graves assim como na identificaccedilatildeo dos chamados casos de dor toraacutecica de baixo custo aqueles sem diagnoacutestico grave Embora a maioria dos pacientes com dor toraacutecica natildeo seja diagnosticado com uma condiccedilatildeo de risco de vida o enfermeiro precisa distingui-los daqueles que necessitam de tratamento emergente (EZRA et al 2010)

A dor toraacutecica eacute um sintoma de amplitude social uma vez que atinge milhares de pessoas por todo o mundo (BASSAN et al2002) Dentre as causas que podem culminar em dor toraacutecica como causa psicoloacutegica pulmonar digestiva oacutesseo-muscular aquelas originadas no aparelho cardiovascular satildeo as mais temidas pelos profissionais de sauacutede e populaccedilatildeo em geral Temor este relacionado aos altos iacutendices de mortalidade por isquemia cardiacuteaca (BASSAN et al 2002) Por esta razatildeo a causa cardiovascular eacute a mais discorrida neste estudo

Corroborando esta ideia Marques (2010) afirmam que para a correta avaliaccedilatildeo e manejo da dor toraacutecica torna-se indispensaacutevel a aplicaccedilatildeo de um protocolo e da educaccedilatildeo continuada para melhor embasar a atuaccedilatildeo do enfermeiro (MARQUES 2010)

A dor toraacutecica eacute um achado cliacutenico importante para a investigaccedilatildeo do distuacuterbio que o paciente possa estar apresentando e para a definiccedilatildeo do diagnoacutestico O chamado quinto sinal vital a dor vem tomando proporccedilatildeo maior para os enfermeiros na literatura acerca de sua valorizaccedilatildeo na uacuteltima deacutecada Apesar disso a avaliaccedilatildeo da dor segue como um desafio ao enfermeiro durante a Classificaccedilatildeo de Risco uma vez que o ato de medir este sintoma estaacute relacionado agrave observaccedilatildeo escuta qualificada e acima de tudo em acreditar na queixa de dor referida (MORAIS et al 2009)

Ao considerar os aspectos negativos de avaliaccedilatildeo do protocolo se observou afirmaccedilatildeo do ldquoenfermeiro 2rdquo de que natildeo indicaria o Eletrocardiograma (ECG) visto que a solicitaccedilatildeo deste exame na instituiccedilatildeo natildeo eacute respaldada para que o profissional enfermeiro o realize No HIAE instituiu este protocolo a solicitaccedilatildeo do ECG pelo enfermeiro eacute uma praacutetica de rotina e assegurada pelo protocolo Soares (2007) discuta essa situaccedilatildeo ao apontar que devido ao alto grau de mortalidade

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cardiovascular o enfermeiro durante a classificaccedilatildeo de risco precisa priorizar o atendimento agrave dor toraacutecica Para isto eacute necessaacuterio um atendimento com tempo meacutedio de 8 minutos entre a chegada do paciente agrave Emergecircncia e a realizaccedilatildeo do ECG visando reduzir o tempo entre chegada diagnoacutestico e tratamento A maioria dos casos de morte por IAM ocorrem nas primeiras horas do iniacutecio dos sintomas sendo 40 a 65 na primeira hora e aproximadamente 80 nas primeiras 24 horas (PIEGAS et al2009) Quando respaldado por um protocolo validado e institucionalizado torna-se viaacutevel a rotina da solicitaccedilatildeo de Eletrocardiograma pelo enfermeiro assim como acontece no HIAE Marques (2010) reafirma esta necessidade ao abordar que eacute niacutetida a necessidade da implantaccedilatildeo de um protocolo avaliar e classificar a dor toraacutecica visto que quando o enfermeiro indica o ECG em seguida agrave classificaccedilatildeo de risco agiliza o processo e evita atraso do diagnoacutestico Ratificando esta necessidade a Sociedade Brasileira de Cardiologia (BASSAN et al 2002) considera eacute primordial que o diagnoacutestico de IAM por meio do ECG seja realizado ateacute 10 minutos da chegada do paciente tempo-ouro para o iniacutecio da terapecircutica adequada Assim agrave medida que o protocolo estaacute institucionalizado os papeacuteis dos membros da equipe de sauacutede ficam bem definidos

A resposta do ldquoenfermeiro 3rdquo evidencia a sua consideraccedilatildeo quando relata que o protocolo ldquoeacute longordquo O protocolo jaacute validado no serviccedilo de referecircncia HIAE eacute um instrumento que contempla e resgata as diversas possibilidades de agravos sintomatologias e caracteriacutesticas que tendem a prever um quadro cliacutenico de gravidade Desta forma como um documento completo no sentido de esgotar as possibilidades de gravidade tornando-o mais extenso que o instrumento utilizado atualmente no setor

Os protocolos assistenciais referem-se agrave organizaccedilatildeo do serviccedilo e sobretudo agrave organizaccedilatildeo do processo de trabalho da equipe de sauacutede De acordo com a colocaccedilatildeo do ldquoenfermeiro 5rdquo existe o pensamento de que inicialmente possa ser ldquodificultosordquo utilizar uma nova tecnologia e com ldquoo passar do tempordquo possa ser uacutetil Essa concepccedilatildeo denota o periacuteodo comum considerado

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para adaptaccedilatildeo de um protocolo assistencial A incorporaccedilatildeo de um protocolo assistencial depende do conhecimento do profissional de sauacutede em como utilizaacute-lo corretamente e do compromisso do profissional o que geralmente requer tempo para adaptaccedilatildeo da nova tecnologia Aleacutem disso para o sucesso da adoccedilatildeo do protocolo este deve corresponder agraves expectativas e demandas do serviccedilo e dos profissionais (WERNECK FARIA CAMPOS 2009)

Mediante a relevacircncia da dor toraacutecica da sua importacircncia social e econocircmica os estudos relacionados a construccedilatildeo de protocolos de Enfermagem ainda satildeo escassos o que justifica a anaacutelise deficitaacuteria dos dados com relaccedilatildeo agrave atuaccedilatildeo do enfermeiro frente ao paciente com esta sintomatologia nos serviccedilos de Emergecircncia (MARQUES 2010) Fernandes et al (2009) corroboram com esta situaccedilatildeo em sauacutede ao discorrer que existem poucos estudos de Enfermagem na abordagem de protocolos assistenciais principalmente tratando-se de situaccedilotildees agudas em Emergecircncia e particularmente para Siacutendrome Coronariana Aguda Tabela 3 - Distribuiccedilatildeo da avaliaccedilatildeo das vantagens eou desvantagens em utilizar o protocolo Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem do HIAE FlorianoacutepolisndashSC2014

Enfermeiros Positivo Negativo

Enfermeiro 1 Eacute bem completo Eacute extenso Enfermeiro 2 Identifica mais faacutecil o

tipo de dor atendimento mais raacutepido

Complicado com duas folhas

Enfermeiro 3 Classificaccedilatildeo mais qualificada avalia melhor os riscos

Eacute extenso

Enfermeiro 4 Ajuda a classificar melhor a dor

Enfermeiro 5 Auto-explicativo Muito longo Enfermeiro 6 Auxilia na

classificaccedilatildeo triagem mais correta encaminha certo como

Longo e demorado

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proceder Enfermeiro 7 Agiliza o processo

auxilia o enfermeiro na classificaccedilatildeo

A instituiccedilatildeo natildeo aceitaraacute pedido de ECG assinado pelo enfermeiro

Total 7 6

Fonte Dados obtidos pela autora (2014)

Observa-se no conjunto destes dados que 100 dos

enfermeiros avaliaram de forma positiva o protocolo em relaccedilatildeo agraves suas vantagens Os profissionais afirmaram que utilizar este protocolo propiciou uma Classificaccedilatildeo de Risco mais correta qualificada e com identificaccedilatildeo mais faacutecil do tipo de dor Estudos consideram que eacute fundamental relacionar os fatores de risco com a descriccedilatildeo da dor que geralmente em caso de IAM eacute referida como de forte intensidade em ldquoqueimaccedilatildeo aperto opressatildeo ou sufocaccedilatildeordquo e superior a 30 minutos podendo ou natildeo irradiar para os braccedilos mandiacutebula pescoccedilo ou estocircmago Para que esta identificaccedilatildeo seja fundamentada o uso de protocolos assistenciais se torna imprescindiacutevel (OLIVEIRA LEITAtildeO RAMOS 2009) Em casos mais incomuns considerados atiacutepicos como descritos no protocolo do HIAE o paciente pode estar apresentando dificuldade para respirar naacuteuseas vocircmitos vertigem desmaio suor frio e palidez Contudo a sintomatologia nos casos atiacutepicos pode ser branda (OLIVEIRA LEITAtildeO RAMOS 2009) Tabela 4 - Distribuiccedilatildeo da avaliaccedilatildeo da estrutura formato e fluxos de encaminhamentos contidos no Protocolo Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem do HIAE FlorianoacutepolisndashSC 2014

Enfermeiros Positivo Negativo

Enfermeiro 1 Faacutecil compreensatildeo Enfermeiro 2 Deveria ser de

apenas uma folha Enfermeiro 3 Jaacute estamos

acostumadas a usar o outro

100

Enfermeiro 4 Natildeo tem a cor laranja Enfermeiro 5 Auxilia bastante na

tomada de decisatildeo eacute auto-explicativo

Eacute mais demorado

Enfermeiro 6 Conteacutem bastante informaccedilotildees

Um pouco complicado de entender

Enfermeiro 7 Facilita encaminhamento e tomada de decisatildeo

Total 4 5

Fonte Dados obtidos pela autora (2014)

Em relaccedilatildeo agrave estrutura e formato foi demonstrado que a

percepccedilatildeo do enfermeiro de que o protocolo eacute um documento extenso quando comparado ao que eacute adotado na instituiccedilatildeo atualmente O ldquoenfermeiro 5rdquo afirma ser ldquomais demoradordquo para preenchimento e aplicabilidade Em contrapartida coloca que ldquoauxilia na tomada de decisatildeo e eacute auto-explicativordquo Percebe-se que apesar de ser um protocolo mais extenso que o utilizado atualmente pode-se considerar que aborda uma visatildeo mais detalhada da condiccedilatildeo cliacutenica que o paciente com dor toraacutecica possa estar apresentando Esse fator a princiacutepio percebido como negativo poderaacute ser um diferencial na classificaccedilatildeo de risco da dor toraacutecica conferindo seguranccedila para o enfermeiro ao avaliar amplamente a dor e principalmente agilidade no atendimento na proporccedilatildeo em que sanar as duacutevidas do profissional de sauacutede que poderaacute identificar mais rapidamente uma condiccedilatildeo cliacutenica grave A raacutepida e correta avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica desde a chegada do paciente no hospital interfere natildeo somente na diminuiccedilatildeo de riscos e agravos ao paciente como economicamente agrave medida que evita terapecircuticas e encaminhamentos inadequados e internaccedilotildees desnecessaacuterias (BASSAN et al2002)

Justifica-se a necessidade de implantaccedilatildeo de um protocolo especiacutefico para a dor toraacutecica pelo fato de que o tempo que decorre do iniacutecio da dor e a sua correta avaliaccedilatildeo eacute fundamental para definir o diagnoacutestico e principalmente o tratamento do IAM Quando existem duacutevidas de classificaccedilatildeo da gravidade com consequumlente atraso do encaminhamento adequado existe aumento proporcional do risco de mortalidade (PIEGAS et al

101

2004) Bassan et al (2002) corroboram com esta afirmaccedilatildeo ao discorrerem que agrave falta de domiacutenio e de fundamentaccedilatildeo para a abordagem do paciente com dor toraacutecica por parte do enfermeiro durante a classificaccedilatildeo da gravidade tende a ocasionar o retardo do atendimento terapecircutico

O protocolo proposto considera as cores vermelho (emergente) amarelo (urgente) e verde (natildeo-urgente) diferente do protocolo da instituiccedilatildeo que aleacutem destas cores considera tambeacutem a cor laranja (muito-urgente) Uma resposta tambeacutem negativa na avaliaccedilatildeo do ldquoenfermeiro 4rdquo traz essa consideraccedilatildeo da diferenccedila de ambos Cabe ressaltar aqui que o protocolo do HIAE proporciona maior autonomia ao enfermeiro ao permitir por exemplo que indique o exame ECG como discutido anteriormente A realizaccedilatildeo mais raacutepida do ECG sem necessariamente ser uma indicaccedilatildeo exclusiva da medicina auxilia na conduccedilatildeo terapecircutica com maior agilidade e exclui a necessidade de maior nuacutemero de cores graduais para avaliaccedilatildeo da gravidade do quadro cliacutenico

Outro aspecto importante na discussatildeo estrutural do protocolo eacute a sua apresentaccedilatildeo impressa O enfermeiro 2 considera que ldquodeveria ser de apenas uma folhardquo O documento original desenvolvido no HIAE eacute impresso em apenas uma folha utilizando-se uma fonte menor Optou-se neste estudo em distribuiacute-lo em duas folhas para proporcionar melhor visibilidade ao enfermeiro A proposta inicial deste estudo trata de que se este protocolo sugerido fosse avaliado majoritariamente como positivo seria apresentado agrave Diretoria de Enfermagem da instituiccedilatildeo e adaptado de acordo com a necessidade e comodidade dos profissionais enfermeiros de acordo com a sua proacutepria avaliaccedilatildeo Logo seria de faacutecil realizaccedilatildeo a reestruturaccedilatildeo desse instrumento conforme sugerido pelos sujeitos desse estudo

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Tabela 5 - Distribuiccedilatildeo da avaliaccedilatildeo da diferenccedila em utilizar o Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem e do Protocolo Institucional Adaptado de Manchester

Enfermeiro Positivo Negativo

Enfermeiro 1 Classificaccedilatildeo mais adequada

Mais extenso

Enfermeiro 2 Este eacute mais completo O outro eacute incompleto

Enfermeiro 3 Identifica melhor o risco de uma situaccedilatildeo grave O outro eacute incompleto

Enfermeiro 4 Este eacute completo daacute a noccedilatildeo de fatores de risco O outro eacute incompleto

Enfermeiro 5 Para a dor toraacutecica esse eacute melhor eacute mais explicativo O nosso eacute mais raacutepido mas eacute muito geneacuterico

Enfermeiro 6 Eacute mais completo facilita a identificaccedilatildeo de um evento cardiacuteaco Da instituiccedilatildeo eacute mais geneacuterico

Enfermeiro 7 Este daacute mais seguranccedila para classificar a sintomatologia do paciente

Total 7 1 Fonte Dados obtidos pela autora (2014)

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Identifica-se 100 de avaliaccedilotildees positivas para utilizar o protocolo do HIAE em relaccedilatildeo ao protocolo institucional O consenso das respostas daacute conta de que o protocolo do HIAE ldquoeacute mais completordquo para a avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica Um protocolo assistencial estaacute em consonacircncia com a realidade de um serviccedilo quando contempla as situaccedilotildees previstas e imprevistas o que caracteriza um instrumento mais ldquocompletordquo Ao abordar o protocolo institucional adaptado do protocolo de Manchester devem-se considerar os riscos no emprego de protocolos Algumas vezes as adaptaccedilotildees de protocolos internacionais nem sempre estatildeo apropriados ou bem adaptados agraves necessidades do serviccedilo pois natildeo satildeo abrangentes e natildeo consideram todas as questotildees inclusive as imprevistas Para esta apropriaccedilatildeo eacute fundamental a realizaccedilatildeo de estudos acerca do puacuteblico-alvo profissionais vantagens e desvantagens envolvidos (WERNECK FARIA CAMPOS 2009)

Aconselha-se para a classificaccedilatildeo de risco adequada considerando as situaccedilotildees imprevistas que o enfermeiro identifique junto ao paciente as caracteriacutesticas da dor toraacutecica em tiacutepica ou atiacutepica Em alguns casos o paciente pode desenvolver a siacutendrome poacutes IAM com dor toraacutecica que deve ser diferenciada da recidiva do infarto pulmonar e da insuficiecircncia cardiacuteaca congestiva (BOUNDY et al 2004)

Quando natildeo sustentados por criteacuterios adequados agraves reais demandas do serviccedilo os protocolos podem instituir processo de trabalho fragmentado e sem planejamento natildeo garantindo impactos positivos na sauacutede das pessoas (WERNECK FARIA CAMPOS 2009)

Tabela 6 - Distribuiccedilatildeo da avaliaccedilatildeo da aplicabilidade do protocolo ao serviccedilo Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem ao acolhimento da emergecircncia FlorianoacutepolisndashSC 2014

Enfermeiro Positivo Negativo

Enfermeiro 1 Sim menor tempo para o atendimento

Enfermeiro 2 Sim Enfermeiro indicar

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ECG eacute complicado no serviccedilo

Enfermeiro 3 Sim ajuda a classificar Identifica melhor os casos graves

Enfermeiro 4 Sim pois temos muitos casos de dor toraacutecica

Enfermeiro 5 Sim precisa apenas se habituar a usar

Enfermeiro 6 Sim Mas precisa ser melhorado para aplicaccedilatildeo mais raacutepida

Enfermeiro 7 Sim pela facilidade da aplicaccedilatildeo e diferenciaccedilatildeo dos casos de dor toraacutecica

Total 7 2

Fonte Dados obtidos pela autora (2014)

Verifica-se quanto agrave aplicabilidade ao serviccedilo 100 de

avaliaccedilotildees positivas dos enfermeiros em relaccedilatildeo agrave implementaccedilatildeo do protocolo de dor toraacutecica do HIAE para o SACR do SEAHU Quando satildeo adequados agraves necessidades dos profissionais de sauacutede e agrave demanda caracteriacutestica do serviccedilo os protocolos assistenciais tendem a responder satisfatoriamente trazendo seguranccedila aos profissionais (WERNECK FARIA CAMPOS 2009) Observa-se a correlaccedilatildeo das respostas do ldquoenfermeiro 1rdquo do ldquoenfermeiro 3rdquo e do ldquoenfermeiro 7rdquo quando afirmam que o protocolo utilizado possibilitou menor tempo de atendimento melhor identificaccedilatildeo dos casos graves e melhor diferenciaccedilatildeo dos casos de dor toraacutecica ou seja relacionam os benefiacutecios para a classificaccedilatildeo de risco da dor toraacutecica Nos atendimentos em emergecircncia um instrumento cientiacutefico especiacutefico para a dor toraacutecica ou associada a outros sintomas sugestivos de Siacutendrome Coronariana Aguda facilita a tomada de decisatildeo do profissional de sauacutede durante a Classificaccedilatildeo de Risco (HOFFMANN et al 2012)

Consideraccedilotildees Finais

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Identificar a avaliaccedilatildeo dos enfermeiros ao utilizar o

protocolo para dor toraacutecica foi um aspecto essencial para reconhecer a validade do instrumento para o serviccedilo Um protocolo assistencial soacute se torna efetivo quando abrange as necessidades especiacuteficas do puacuteblico atendido e quando corresponde agraves expectativas dos profissionais de sauacutede que o utilizaratildeo

A avaliaccedilatildeo dos enfermeiros que utilizaram o protocolo reflete a necessidade de uma tecnologia em sauacutede consistente e eficaz para uma classificaccedilatildeo de risco segura Contudo algumas adaptaccedilotildees simples necessitam ser realizadas a fim de instituir um protocolo de acordo com a necessidade dos profissionais e a realidade do serviccedilo em questatildeo

Houve prevalecircncia das avaliaccedilotildees positivas em relaccedilatildeo agraves negativas Quanto agraves positivas o uso do protocolo foi importante pra sanar as duacutevidas de classificaccedilatildeo tornaacute-la mais raacutepida segura pautar a praacutetica do profissional de Enfermagem durante a classificaccedilatildeo de risco As avaliaccedilotildees negativas consideram principalmente o formato impresso do protocolo e sua extensatildeo O formato poderaacute ser facilmente reformulado de acordo com a necessidade dos profissionais e do serviccedilo Quanto agrave sua extensatildeo fica evidente que um instrumento especiacutefico a fim de descartar diversas as condiccedilotildees cliacutenicas graves tende a conter mais informaccedilotildees que os instrumentos generalistas Situaccedilatildeo que poderaacute ser superada satisfatoriamente mediante tempo de adaptaccedilatildeo dos profissionais

O estudo possibilitou reconhecer que o protocolo sugerido estaacute em consonacircncia com a realidade da atuaccedilatildeo dos enfermeiros na classificaccedilatildeo de risco que utilizam atualmente um instrumento generalista natildeo direcionado agrave Enfermagem

Referecircncias

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6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Para que a aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo do protocolo de Enfermagem para a Dor Toraacutecica no Serviccedilo de Emergecircncia fossem viaacuteveis este estudo precisou ser definido em duas vertentes essenciais A princiacutepio o reconhecimento da demanda foco desta pesquisa o paciente com dor toraacutecica Um protocolo institucional soacute seraacute uacutetil quando se encontra em consonacircncia com o perfil atendido e o possiacutevel benefiacutecio que poderaacute oferecer a esta demanda justifica a sua investigaccedilatildeo Em um segundo momento o protocolo precisa estar de acordo com a realidade do serviccedilo em questatildeo e atender agraves necessidades tambeacutem dos profissionais de sauacutede

Os Serviccedilos de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco satildeo uma proposta do Ministeacuterio da Sauacutede com a finalidade de ldquoadministrarrdquo a demanda de pacientes de um serviccedilo de Emergecircncia de modo a humanizar o cuidado em outras palavras permite uma mudanccedila no fluxo de atendimento ao excluir o atendimento por ordem de chegada e incluir o atendimento por ordem de maior gravidade Atuar no SACR contudo se constitui em uma atividade complexa para o enfermeiro O profissional precisa ser detentor de conhecimento cientiacutefico qualificaccedilatildeo profissional avaliaccedilatildeo criteriosa e tomada raacutepida de decisatildeo a fim de estipular os encaminhamentos corretos para os diferentes quadros cliacutenicos minimizaccedilatildeo o risco de agravos

A dor toraacutecica em especiacutefico foi a sintomatologia elencada para este estudo visto que a avaliaccedilatildeo da dor em si eacute fundamental para que o profissional ofereccedila um serviccedilo de qualidade O sintoma aacutelgico eacute valioso no sentido de identificar a afecccedilatildeo que possa estar a gerando agrave medida que forem observadas suas caracteriacutesticas e fatores de risco associados Tratando-se da dor toraacutecica entende-se como principal sintoma em casos de Siacutendrome Coronariana Aguda que predispotildee ao Infarto Agudo do Miocaacuterdio Os protocolos assistenciais satildeo tecnologias em sauacutede que tem o objetivo de fundamentar a praacutetica profissional organizar o atendimento e diminuir o tempo

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para a instituiccedilatildeo terapecircutica adequada Ao utilizar um protocolo pautado em evidecircncia cientiacutefica a classificaccedilatildeo de risco fica padronizada o enfermeiro atua de forma mais segura e eficaz Esta condiccedilatildeo ficou evidenciada na avaliaccedilatildeo do protocolo realizada pelos enfermeiros que demonstrou-se majoritariamente positiva em relaccedilatildeo ao uso do protocolo para classificar a dor toraacutecica

Durante esta investigaccedilatildeo foi possiacutevel constatar que os protocolos de enfermagem apesar de sua magnitude e comprovada eficaacutecia para a organizaccedilatildeo do serviccedilo e benefiacutecios no atendimento ao paciente satildeo pouco explorados na literatura deixando uma lacuna importante para a assistecircncia de Enfermagem Esta condiccedilatildeo demonstra a necessidade de mais estudos e maiores investimentos na temaacutetica de protocolos especiacuteficos de Enfermagem Para este estudo optou-se por um protocolo de Enfermagem para a dor toraacutecica construiacutedo por uma instituiccedilatildeo de excelecircncia o Hospital Israelita Albert Einstein de Satildeo PauloSP Contudo devido agrave falta de estudos de Enfermagem com relaccedilatildeo aos protocolos assistenciais particularmente para a classificaccedilatildeo de risco da dor toraacutecica o estudo escolhido foi desenvolvido por um meacutedico cardiologista

Quanto agrave identificaccedilatildeo do perfil do paciente com dor toraacutecica atendido no serviccedilo embora natildeo seja serviccedilo de referecircncia em cardiologia comprovadamente existe a necessidade da incorporaccedilatildeo de um protocolo assistencial para a dor toraacutecica devido agrave sua importacircncia enquanto sinal indiacutecio de uma possiacutevel condiccedilatildeo cardioloacutegica grave de alta incidecircncia mundial e no Brasil e pela expressiva demanda com esta queixa a procurar o serviccedilo

A padronizaccedilatildeo no manejo da dor toraacutecica interferiu significativamente para o trabalho do enfermeiro agrave medida que este dispotildee de um instrumento de acordo com o puacuteblico atendido que fundamente suas accedilotildees tornando-o detentor de mais seguranccedila e conhecimento A utilizaccedilatildeo do protocolo organiza o trabalho da equipe de Enfermagem e unifica a linguagem dos profissionais o que ficou evidenciado nas afirmaccedilotildees dos profissionais

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Os dados obtidos neste estudo que identificou o perfil do paciente com dor toraacutecica e a avaliaccedilatildeo do protocolo de dor toraacutecica realizada pelos proacuteprios enfermeiros do serviccedilo e em vigecircncia deste protocolo ter sido validado e utilizado em um serviccedilo de Excelecircncia no paiacutes o estudo deixou evidente que este protocolo de Enfermagem para a avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica durante a Classificaccedilatildeo de Risco eacute passiacutevel de implantaccedilatildeo na instituiccedilatildeo Desse modo seraacute apresentado agrave Diretoria de Enfermagem do HU para possiacutevel institucionalizaccedilatildeo

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REFEREcircNCIAS

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Acesso em 15 out 2013 PIEGAS LS FEITOSA G MATTOS LA NICOLAU JC ROSSI NETO JM et al Sociedade Brasileira de Cardiologia IV Diretriz da Sociedade Brasileira de Cardiologia sobre Tratamento do Infarto agudo do Miocaacuterdio com Supradesniacutevel do Segmento ST Arq Bras Cardiol v93 n6 p179-264 2009 POLIT DF BECK CT HUNGLER BP Fundamentos de pesquisa em enfermagem meacutetodos avaliaccedilatildeo e utilizaccedilatildeo 5 ed Porto Alegre Artmed 2004 487 p POMPEO D A ROSSI L A GALVAtildeO CM Revisatildeo Integrativa etapa inicial do processo de validaccedilatildeo de diagnoacutestico de enfermagem Acta paul Enferm Satildeo Paulo v22 n4 2009 RIOS DFC BRANDAtildeO FB FARIA MNZ ALCANTARA AS SANTOS MIFO Tronboembolismo pulmonar como causa de dor toraacutecica na sala de emergecircncia Rev Meacuted Minas Gerais v20 p465-8 2010 ROCHA ASC ARAUacuteJO MP CARVALHO AF RIBEIRO A MESQUITA ET Evidecircncia de melhora na qualidade do cuidado assistencial no infarto agudo do miocaacuterdio Arq Bras Cardiol v94 n6 2010 SANTOS FLMM ARAUacuteJO TL Vivendo o infarto os significados da doenccedila segundo a perspectiva do paciente Rev Latinoam Enferm v11 n6 p742-8 2003 SANTORO BDC PIMENTA CAM Semelhanccedilas e diferenccedilas da dor nas siacutendromes toraacutecicas revisatildeo sistemaacutetica da literatura Rev Gauacutecha Enferm Porto Alegre (RS) v29 n2 p301-7 jun 2008 SCHNEID S et al Protocolos Cliacutenicos embasados em evidecircncias a experiecircncia do Grupo Hospitalar Conceiccedilatildeo

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Revista AMRIGS Porto Alegre v 47 n2 p 104-114 abrjun 2003 SIMAtildeO AF PRECOMA AD ANDRADE JP CORREA FILHO H Diretriz Brasileira de Prevenccedilatildeo Cardiovascular Arquivos Brasileiros de Cardiologia Sociedade Brasileira de Cardiologia v101 n6 s2 dez 2013 Disponiacutevel em lthttppublicacoescardiolbrconsenso2013Diretriz_Prevencao_Cardiovascularpdfgt Acesso em 07 jan 2013 SOARES FILHO GLF et al Dor toraacutecica no Transtorno de Pacircnico sintoma somaacutetico ou manifestaccedilatildeo de doenccedila arterial coronariana Rev Psiq Cliacutenv34 n2 p 97-101 2007 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0101-60832007000200006amplng=enampnrm=isoamptlng=ptgt Acesso em 10 jun 2010 SOCIEDADE BRASILEIRA PARA O ESTUDO DA DOR Hospital sem Dor Diretrizes para Implantaccedilatildeo da Dor como 5ordm Sinal Vital BRASIL 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwdororgbrprofissionais5_sinal_vitalaspgt Acesso em 21 mar2013 SOUSA VEC LOPES MVO ROCHA DH PASCOAL LM MONTORIL MH MELO RP Troca de gases prejudicada anaacutelise em pacientes com infarto agudo do miocaacuterdio Rev Enferm Rio de Janeiro v16 n4 p545-9 2008 SOUZA CC TOLEDO AD TADEU LFR CHIANCA TCM Classificaccedilatildeo de Risco em Pronto-Socorro concordacircncia entre um protocolo institucional brasileiro e Manchester Rev Latino-Am Enfermagem v19 n1 janfev 2011 VIEIRA W F S RAFAEL D Protocolo de Manejo Hospitalar do Infarto Agudo do Miocaacuterdio com Supradesniacutevel de segmento ST Unidade Coronariana Hospital de Cliacutenicas

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APENDICES

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APENDICE A - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (GRUPO 01)

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM ENFERMAGEM CURSO DE MESTRADO PROFISSIONAL ASSOCIADO Agrave

RESIDEcircNCIA INTEGRADA MULTIPROFISSIONAL EM SAUacuteDE

Vocecirc estaacute convidado a participar da pesquisa ldquoAplicaccedilatildeo e Avaliaccedilatildeo de um Protocolo de Enfermagem para Dor Toraacutecica em um Serviccedilo de Emergecircncia Hospitalarrdquo que estaacute sendo desenvolvida pela mestranda Aline Costa Vieira sob orientaccedilatildeo da Profordm Dra Kaacutetia Cilene Godinho Bertoncello

Objetivo da pesquisa ndash auxiliar a equipe de Enfermagem na

Classificaccedilatildeo de Risco do paciente com dor toraacutecica disponibilizando um protocolo especiacutefico para esta dor e analisando seus benefiacutecios

Este estudo faz parte da Dissertaccedilatildeo do Programa de Mestrado Profissional Associado agrave Residecircncia Integrada Multiprofissional em Sauacutede da Universidade Federal de Santa Catarina Caso vocecirc concorde em participar solicitamos que assine no final deste documento No entanto salientamos que sua participaccedilatildeo natildeo eacute obrigatoacuteria e sua recusa natildeo traraacute qualquer prejuiacutezo em relaccedilatildeo agraves pesquisadoras ou discriminaccedilatildeo e atraso no seu atendimento nesta instituiccedilatildeo

O estudo se concretizaraacute com a aplicaccedilatildeo de um protocolo para a avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica durante a Classificaccedilatildeo de Risco elaborado e utilizado por um serviccedilo de referecircncia o Hospital Israelita Albert Einstein de Satildeo Paulo

Dados obtidos para o estudo ndash na hipoacutetese de sua

participaccedilatildeo seratildeo utilizados os dados referentes agrave sua Classificaccedilatildeo de Risco ou seja seu horaacuterio de chegada idade queixa principal iniacutecio e tipo de dor e fatores de risco associados

Sigilo ndash Contando com sua participaccedilatildeo seraacute garantido total

sigilo em relaccedilatildeo a sua identidade que natildeo seraacute apontada durante o estudo ou em suas publicaccedilotildees

Potenciais riscos ndash A pesquisa oferece riscos de desconfortoincocircmodo ao participante agrave medida que for abordado no sentido de participaccedilatildeo no estudo A abordagem poderaacute gerar temor ao

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participante no que se refere agrave exposiccedilatildeo de sua condiccedilatildeo cliacutenica Desse modo o participante seraacute esclarecido detalhadamente acerca das etapas da pesquisa e das informaccedilotildees a serem utilizadas ressaltando o sigilo absoluto de sua identidade Teraacute todas as suas duacutevidas esclarecidas antes e durante sua aplicaccedilatildeo De qualquer forma seraacute garantida a possibilidade de desistecircncia e retirada do consentimento

Benefiacutecios previstos ndash Esta pesquisa propotildee a utilizaccedilatildeo de um instrumento cientiacutefico para a avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica pelos enfermeiros do Serviccedilo de Emergecircncia Adulto com o intuito de prevenir condutas inadequadas no manejo do paciente com esta dor e otimizar seu atendimento Os resultados desta pesquisa seratildeo submetidos agrave devida aprovaccedilatildeo corrigidos e posteriormente enviados agrave divulgaccedilatildeo como artigo cientiacutefico

Custos ndash Os custos relacionados a essa pesquisa seratildeo de inteira responsabilidade das pesquisadoras Sua participaccedilatildeo natildeo acarretaraacute em nenhum custo ou em reembolso ou gratificaccedilatildeo

Se vocecirc tiver alguma duacutevida ou necessidade de mais informaccedilotildees em relaccedilatildeo agrave pesquisa ou natildeo quiser mais fazer parte dela poderaacute entrar em contato pelo telefone com as responsaacuteveis pela pesquisa a seguir Aline Vieira (48) 9615-2850 eou e-mail alinevieira_spohotmailcom e Kaacutetia Bertoncello (48) 9919-9084 eou kbertoncelloyahoocombr

Consentimento de Participaccedilatildeo no Estudo

Eu ________________________________________ declaro que li e estou de acordo em participar do estudo proposto por este documento Fui devidamente informado (a) pela pesquisadora Aline Costa Vieira dos objetivos dados que seratildeo obtidos sigilo riscos benefiacutecios e custos inerentes agrave pesquisa Estou ciente ainda que posso retirar meu consentimento a qualquer momento e que recebi uma coacutepia deste Termo de Consentimento

Florianoacutepolis __________________

_________________________________________

Assinatura do participante

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APENDICE B - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (GRUPO 02)

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM ENFERMAGEM CURSO DE MESTRADO PROFISSIONAL ASSOCIADO Agrave

RESIDEcircNCIA INTEGRADA MULTIPROFISSIONAL EM SAUacuteDE

Com objetivo de compreender os benefiacutecios para os enfermeiros da utilizaccedilatildeo de um protocolo de avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica durante a Classificaccedilatildeo de Risco no Serviccedilo de Emergecircncia de um Hospital Universitaacuterio (HU) do sul do Brasil a mestranda Aline Costa Vieira sob a orientaccedilatildeo da Profordf Drordf Kaacutetia Cilene Godinho Bertoncello estaacute desenvolvendo uma pesquisa intitulada ldquoAplicaccedilatildeo e Avaliaccedilatildeo de um Protocolo de Enfermagem para Dor Toraacutecica em um Serviccedilo de Emergecircncia Hospitalarrdquo Esta pesquisa faz parte da Dissertaccedilatildeo do Programa de Mestrado Profissional Associado agrave Residecircncia Integrada Multiprofissional em Sauacutede da Universidade Federal de Santa Catarina

O estudo se concretizaraacute com a aplicaccedilatildeo e a avaliaccedilatildeo de um protocolo para a avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica elaborado e utilizado por um serviccedilo de referecircncia o Hospital Israelita Albert Einstein de Satildeo Paulo

Procedimentos da Pesquisa ndash mediante sua participaccedilatildeo no estudo em um primeiro momento vocecirc utilizaraacute o Protocolo de Enfermagem para Dor Toraacutecica desenvolvido pelo Hospital Israelita Albert Einstein durante sua atuaccedilatildeo enquanto enfermeiro no Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco no HU quando estiver escalado neste setor Salientamos que este protocolo teraacute como finalidade auxiliar na designaccedilatildeo da classificaccedilatildeo de risco o que natildeo excluiraacute o uso do instrumento de classificaccedilatildeo disponibilizado atualmente na instituiccedilatildeo Lembramos ainda que para utilizar este protocolo vocecirc receberaacute devido treinamento e todas as informaccedilotildees referentes ao estudo que seratildeo fornecidos pelas pesquisadoras O segundo momento da pesquisa contaraacute com sua participaccedilatildeo para avaliar qual o benefiacutecio de dispor deste Protocolo para Dor Toraacutecica durante a Classificaccedilatildeo de Risco Esta avaliaccedilatildeo se consumaraacute com o preenchimento de um instrumento de avaliaccedilatildeo disponibilizado pelas pesquisadoras ao final da coleta de dados

Os procedimentos inerentes agrave implementaccedilatildeo do estudo

requerem a sua autorizaccedilatildeo mediante assinatura ao final do documento para a utilizaccedilatildeo dos dados obtidos durante a Classificaccedilatildeo de Risco

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realizada ao paciente que apresentar dor toraacutecica como queixa principal bem como o registro da condiccedilatildeo cliacutenica deste paciente Dados referentes agrave sua praacutetica profissional enquanto enfermeiro do Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco (SACR) No entanto sua participaccedilatildeo natildeo eacute obrigatoacuteria e a qualquer momento vocecirc poderaacute desistir dela sem qualquer prejuiacutezo junto agraves pesquisadoras ou agrave instituiccedilatildeo

Sigilo ndash Com sua participaccedilatildeo na pesquisa fica garantida a confidencialidade das informaccedilotildees obtidas durante a classificaccedilatildeo de risco Sua identidade natildeo seraacute apontada no decorrer do estudo e em suas publicaccedilotildees

Potenciais riscos ndash A pesquisa oferece riscos de incocircmodo ao participante agrave medida que poderaacute gerar constrangimento para este em recusar a participaccedilatildeo Desse modo o participante seraacute esclarecido de que sua recusa natildeo acarretaraacute em quaisquer desconfortos com relaccedilatildeo agraves responsaacuteveis pela pesquisa tampouco junto agrave instituiccedilatildeo da qual eacute servidor De qualquer forma seraacute garantida a possibilidade de desistecircncia e retirada do consentimento sem prejuiacutezo de nenhuma natureza

Benefiacutecios previstos ndash Esta pesquisa propotildee a utilizaccedilatildeo de um instrumento cientiacutefico para a avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica pelos enfermeiros do Serviccedilo de Emergecircncia Adulto com o intuito de prevenir condutas inadequadas no manejo do paciente com esta dor sanar duacutevidas e otimizar seu atendimento Os resultados desta pesquisa seratildeo submetidos agrave devida aprovaccedilatildeo corrigidos e posteriormente enviados agrave divulgaccedilatildeo como artigo cientiacutefico

Custos ndash Todos os custos referentes agrave pesquisa seratildeo de inteira responsabilidade das pesquisadoras Sua participaccedilatildeo natildeo acarretaraacute em nenhum gasto ou gratificaccedilatildeo

Se vocecirc tiver alguma duacutevida ou necessidade de mais

informaccedilotildees em relaccedilatildeo agrave pesquisa ou natildeo quiser mais fazer parte dela poderaacute entrar em contato pelo telefone com a responsaacutevel pela pesquisa a seguir Aline Vieira (48) 9615-2850 eou e-mail alinevieira_spohotmailcom e Kaacutetia Bertoncello (48) 9919-9084 eou kbertoncelloyahoocombr

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Consentimento de Participaccedilatildeo no Estudo

Eu________________________________________________ declaro que li e estou de acordo em participar do estudo proposto por este documento Fui devidamente informado (a) pela pesquisadora Aline Costa Vieira dos objetivos dados que seratildeo obtidos sigilo riscos benefiacutecios e custos inerentes agrave pesquisa Estou ciente ainda que posso retirar meu consentimento a qualquer momento e que recebi uma coacutepia deste Termo de Consentimento

Florianoacutepolis __________________

_______________________________________

Assinatura do participante

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APEcircNDICE C ndash ROTEIRO DE ENTREVISTA SEMI-ESTRUTURADO

Roteiro semi-estruturado para entrevista Utilizaccedilatildeo do

Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem Albert Einstein Hospital Israelita

1Dados de identificaccedilatildeo Nome do profissional Idade Cargo Tempo de trabalho na profissatildeo Tempo de trabalho na instituiccedilatildeo Tempo de trabalho na emergecircncia Possui Poacutes graduaccedilao ( ) Natildeo ( ) Sim ( ) Especializaccedilatildeo Especificar ( ) Mestrado ( ) Doutorado 2 Roteiro para Entrevista

21 Como vocecirc avalia a utilizaccedilatildeo do Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado 22 Como vocecirc avalia a estrutura o formato e os fluxos de encaminhamentos contidos no Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado 23 Aponte as vantagensfacilidades e desvantagensdificuldades em utilizar o Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem pelo enfermeiro no acolhimento do HU 24 Vocecirc considera este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem aplicaacutevel para o acolhimento na emergecircncia do HU Justifique 25 Na sua opiniatildeo qual (quais) a (s) diferenccedila (s) em utilizar este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem em relaccedilatildeo ao protocolo que jaacute vecircm sendo utilizado na instituiccedilatildeo

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APEcircNDICE D ndash ENTREVISTA COM OS ENFERMEIROS

1Dados de identificaccedilatildeo (ENTREVISTA 1) Nome do profissional ldquoEnfermeiro 1rdquo Idade 26 Cargo Enfermeira Efetiva Tempo de trabalho na profissatildeo 1 ano e 11 meses Tempo de trabalho na instituiccedilatildeo 1 ano e 11 meses Tempo de trabalho na emergecircncia 1 ano e 11 meses Possui Poacutes graduaccedilao ( ) Natildeo (x ) Sim (x ) Especializaccedilatildeo Especificar Gestatildeo Puacuteblica ( ) Mestrado ( ) Doutorado 2 Roteiro para Entrevista

21 Como vocecirc avalia a utilizaccedilatildeo do Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado R Acho que eacute valido para fazer uma classificaccedilatildeo das siacutendromes coronarianas agudas E ele possibilita um tempo de atendimento que prioriza os pacientes com sintomas compatiacuteveis com siacutendrome coronariana aguda Eacute melhor que o adaptado de Manchester para avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica 22 Como vocecirc avalia a estrutura o formato e os fluxos de encaminhamentos contidos no Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado R De faacutecil compreensatildeo 23 Aponte as vantagensfacilidades e desvantagensdificuldades da utilizaccedilatildeo deste Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem pelo enfermeiro no acolhimento do HU R Vantagens ndash tem como meta o atendimento porta-eletro de 10 minutos Eacute bem completo Desvantagens ndash eacute extenso R Facilidade ndash eacute um fluxograma simples de faacutecil compreensatildeo Dificuldade ndash eacute extenso

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24 Vocecirc considera este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem aplicaacutevel para o acolhimento na emergecircncia do HU Justifique Sim Porque iria colaborar com a diminuiccedilatildeo do tempo de atendimento a um paciente infartado por exemplo 25 Na sua opiniatildeo qual (quais) a (s) diferenccedila (s) em utilizar este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem em relaccedilatildeo ao protocolo que jaacute vecircm sendo utilizado na instituiccedilatildeo Este eacute mais extenso poreacutem possibilita uma classificaccedilatildeo de risco mais adequada 1Dados de identificaccedilatildeo (ENTREVISTA 2) Nome do profissional ldquoEnfermeiro 2rdquo Idade 33 Cargo Enfermeira Efetiva Tempo de trabalho na profissatildeo 4 anos Tempo de trabalho na instituiccedilatildeo 4 anos Tempo de trabalho na emergecircncia 3 anos Possui Poacutes graduaccedilao ( ) Natildeo (x ) Sim ( x ) Especializaccedilatildeo Especificar Enfermagem do trabalho (em andamento) ( x ) Mestrado (em andamento) ( ) Doutorado 2 Roteiro para Entrevista 21 Como vocecirc avalia a utilizaccedilatildeo do Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado R Eu achei assim que ele amplia a visatildeo o paciente chega com tal dor tu vai seguindo soacute que nesta parte aqui oh que a gente fica no acolhimento fazendo do eletro eu achei que fica natildeo fica como posso dizer eacute difiacutecil pro enfermeiro ficar laacute vendo a hora que vai fazer porque tu vai tocando ficha tocando ficha paciente chega com dor outro que briga porque quer ser atendido Essa parte eacute que eu achei mais complicada Eu natildeo indicaria o eletro eu deixaria para o ldquodoutorrdquo (risos) Porque na hora assim oh eu pensei seraacute que na rotina como a gente vai vai fazer Como a gente vai se organizar Seraacute que natildeo vai ter intriga entre a equipe de enfermagem e meacutedicos Mas nada que a gente natildeo entre num consenso igual quando comeccedilou o acolhimento a enfermagem que era chefia com um meacutedico que jaacute saiu Eles entraram num consenso treinaram os enfermeiros tiveram que ldquoforccedilarrdquo na cabeccedila da medicina e hoje eles aceitam

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22 Como vocecirc avalia a estrutura o formato e os fluxos de encaminhamentos contidos no Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado R No comeccedilo eu achei complicado porque daqui tem que vir pra caacute e pra caacute Deveria ser tudo na mesma folha porque ajuda e natildeo precisa pular de uma folha para outra 23 Aponte as vantagensfacilidades e desvantagensdificuldades da utilizaccedilatildeo deste Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem pelo enfermeiro no acolhimento do HU R A vantagem eacute que deixa o atendimento mais raacutepido e tu identifica mais facilmente o tipo de dor se eacute uma dor tiacutepica desconforto ou atiacutepica Jaacute te ajuda a encaminhar porque aacutess vezes tem duacutevida ou deixando no amarelo e natildeo eacute poderia deixar no verde Desvantagem ndash para aprender a usar isso aqui no comeccedilo eacute difiacutecil eacute complicado tem que seguir aqui e voltar olhar ver se perguntei isso ou natildeo para o paciente Pelo que eu percebi pelas setas apontando agraves vezes complica para seguir em duas folhas mas nada que com um treinamento natildeo se aprenda 24 Vocecirc considera este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem aplicaacutevel para o acolhimento na emergecircncia do HU Justifique R Acredito que eacute aplicaacutevel soacute esta questatildeo do eletro teria que rever isto eacute mexer com medicina ego de medicina 25 Na sua opiniatildeo qual (quais) a (s) diferenccedila (s) em utilizar este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem em relaccedilatildeo ao protocolo que jaacute vecircm sendo utilizado na instituiccedilatildeo R Aquele adaptado laacute eacute fraco meu deus natildeo tem nem o que falar este aqui eacute completo eacute como eu te falei ele vai indicando as dores tipos e os tipos de encaminhamento se preenche este se preenche aquele se eacute dor tiacutepica ou atiacutepica Eacute 100 melhor e outra coisa a dificuldade de aplicar este no comeccedilo para quem trabalha aqui na unidade ta quem eacute que vai fazer o eletro Eacute o enfermeiro do acolhimento ou o enfermeiro laacute dentro Ou eacute um residente Porque todo mundo quer aprender jaacute vecirc o traccedilado eacute interessante Mas tem dia que ta calmo mas tem dia que eacute uma loucura tu natildeo sabe para que lado olhar estes dias eu cheguei olhei pra Ana e ela olhou pra mim e a gente ficou assim oh o que fazer Ai tem que ver quem vai fazer o eletro Porque agraves vezes para o

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enfermeiro do acolhimento eacute uma ficha atraacutes da outra e agraves vezes tu pensa ah natildeo eacute nada o paciente ta ali quietinho e pode ser um infarto um AVC 1Dados de identificaccedilatildeo (ENTREVISTA 3) Nome do profissional ldquoEnfermeiro 3rdquo Idade 33 Cargo Enfermeira Residente Tempo de trabalho na profissatildeo 10 anos Tempo de trabalho na instituiccedilatildeo 2 anos Tempo de trabalho na emergecircncia 2 anos Possui Poacutes graduaccedilao ( ) Natildeo (x ) Sim ( ) Especializaccedilatildeo Especificar Sauacutede Puacuteblica ( ) Mestrado ( ) Doutorado 2 Roteiro para Entrevista 21 Como vocecirc avalia a utilizaccedilatildeo do Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado R Eu achei bem vaacutelido vai auxiliar para triar melhor mas achei meio longo demorado para usar tem vaacuterios detalhes que natildeo perguntamos na triagem como antecedentes cardiovasculares haacutebitos como tabagismo isso nem sempre a gente pergunta Mas eu acho que ajuda de qualquer maneira qualifica mais a triagem porque identifica mais fatores de risco ou natildeo 22 Como vocecirc avalia a estrutura o formato e os fluxos de encaminhamentos contidos no Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado R Para a gente usar no HU fica um pouco confuso para aplicar na praacutetica pois jaacute estamos acostumadas a usar o outro modelo Este modelo natildeo tem a cor laranja e como eu disse antes satildeo muitas perguntas para a pessoa que jaacute estaacute com dor ter que responder Fazer ele completo eacute difiacutecil tu natildeo vai ter tempo para perguntar tudo isso 23 Aponte as vantagensfacilidades e desvantagensdificuldades da utilizaccedilatildeo deste Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem pelo enfermeiro no acolhimento do HU Vantagens ndash qualifica a triagem vai avaliar melhor os riscos de ser mesmo um infarto uma siacutendrome coronariana Ele eacute mais especiacutefico para a dor toraacutecica o nosso usado eacute mais geral

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Desvantagens ndash achei ele um pouco longo o modelo do nosso eacute mais objetivo porque eacute numa folha soacute eacute mais objetivo Para noacutes demora fazer todas aquelas perguntas 24 Vocecirc considera este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem aplicaacutevel para o acolhimento na emergecircncia do HU Justifique RSim Eacute aplicaacutevel com certeza a gente atende vaacuterios casos de dor toraacutecica e vai estar ajudando a classificar vai estar facilitando Eacute mais um instrumento aleacutem de soacute a intensidade da dor tem mais paracircmetros avalia melhor uma situaccedilatildeo grave 25 Na sua opiniatildeo qual (quais) a (s) diferenccedila (s) em utilizar este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem em relaccedilatildeo ao protocolo que jaacute vecircm sendo utilizado na instituiccedilatildeo R como eu falei apesar da dificuldade pelo tamanho tem mais perguntas a fazer mas ele aborda mais aspectos para identificar o risco de uma situaccedilatildeo grave Ele pode ser readequado para a gente ter mais embasamento Eu acho que daacute para tentar adaptar deixar mais objetivo numa folha soacute mas eacute vaacutelido sim tem essa necessidade O nosso eacute incompleto agraves vezes eacute insuficiente 1Dados de identificaccedilatildeo (ENTREVISTA 4) Nome do profissional ldquoEnfermeiro 4rdquo Idade 38 Cargo Enfermeira Efetiva Tempo de trabalho na profissatildeo 16 anos Tempo de trabalho na instituiccedilatildeo 1 ano Tempo de trabalho na emergecircncia 1 ano Possui Poacutes graduaccedilao ( ) Natildeo (X ) Sim ( ) Especializaccedilatildeo Especificar Sauacutede da famiacutelia ( ) Mestrado ( ) Doutorado 2 Roteiro para Entrevista 21 Como vocecirc avalia a utilizaccedilatildeo do Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado R Eu acho que ele ajudou porque no momento eu consigo ver no fluxograma um suspeita no caso de IAM ou se eacute uma dor atiacutepica acho

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que ele me deu uma boa noccedilatildeo porque a gente tem muitos casos de dor toraacutecica aqui 22 Como vocecirc avalia a estrutura o formato e os fluxos de encaminhamentos contidos no Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado R A uacutenica coisa que ficou complicado eacute que noacutes usamos aqui o vermelho natildeo o laranja eacute aqui neste natildeo tem Mas eu achei legal 23 Aponte as vantagensfacilidades e desvantagensdificuldades da utilizaccedilatildeo deste Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem pelo enfermeiro no acolhimento do HU R A vantagem eacute que o fluxograma me ajuda a avaliar maior chance de ter uma dor tiacutepica ou atiacutepica ne considerando os fatores de risco considerando se a pessoa ta com o sintoma no momento se tem antecedentes isso ajuda Desvantagem ndash natildeo vi desvantagem achei bem legal R Ah eacute porque aqui se tem dor toraacutecica soacute ir seguindo eacute parecido com o que a gente usa ali eu achei faacutecil 24 Vocecirc considera este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem aplicaacutevel para o acolhimento na emergecircncia do HUJustifique R Eu acho que daacute porque a gente tem bastante caso de dor toraacutecica e ajuda a ter uma ideacuteia porque chega pessoa de 60 anos e chega pessoa com 20 anos e dormecircncia no braccedilo entatildeo acho que ele ajuda bastante 25 Na sua opiniatildeo qual (quais) a (s) diferenccedila (s) em utilizar este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem em relaccedilatildeo ao protocolo que jaacute vecircm sendo utilizado na instituiccedilatildeo R Ele te daacute uma noccedilatildeo do que se trata os fatores de risco antecedentes cardiovasculares sabendo que isso influencia ne em ter uma maior chance de IAM ajuda muito e ali no outro natildeo tem Esse eacute bem completo eu acho 1Dados de identificaccedilatildeo (ENTREVISTA 5) Nome do profissional ldquoEnfermeiro 5rdquo Idade 29 anos Cargo enfermeira efetiva Tempo de trabalho na profissatildeo 4 anos Tempo de trabalho na instituiccedilatildeo 4 anos

139

Tempo de trabalho na emergecircncia 4 anos Possui Poacutes graduaccedilao ( ) Natildeo (x) Sim(X) Especializaccedilatildeo Especificar Sauacutede Puacutelbica ( ) Mestrado ( ) Doutorado 2 Roteiro para Entrevista 21 Como vocecirc avalia a utilizaccedilatildeo do Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado R Eu achei ele um pouco complicado de usar Eu natildeo tive oportunidade de usar muitas vezes acho que umas 5 ou 6 vezes entatildeo eu acho que talvez por isso A primeira vez que eu usei fiquei um pouco perdida por mais que eu tivesse lido vc tivesse me mostrado Entatildeo eu achei ele um pouco difiacutecil mas eu acredito que com o passar do tempo ele se torne bem uacutetil porque ele eacute bem detalhado Soacute que no momento que tu vai fazer a entrevista do paciente como tu natildeo tinha muita intimidade com ele praacutetica eu me sentia muito perdida porque tinha que olhar para muitos itens sabe mas eu acredito que com o passar do tempo e tendo experiecircncia nele assim como no de Manchester no iniacutecio tambeacutem foi um pouco complicado ne Mas por ser novo e eu ter usado pouco pois fiquei 2 meses de feacuterias 22 Como vocecirc avalia a estrutura o formato e os fluxos de encaminhamentos contidos no Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado R Ele auxilia bastante na tomada de decisatildeo realmente ele traz o motivo traz as coisas baacutesicas que tem que perguntar para o paciente para ver se eacute uma dor tiacutepica atiacutepica se ele precisa ser atendido dentro de um protocolo de dor toraacutecica ne que fala de eletro em 10 minutos tempo porta-agulha porta-balatildeo entatildeo pra isso ele eacute bom porque tem fatores de risco antecedentes tudo isso satildeo coisas que tem que saber E o Manchester ele eacute bem mais pontual ne Esse eacute um pouquinho mais demorado ele eacute grande eu acho ele eacute pra ti usar assim raacutepido ele eacute um pouco grande Eu acho o Manchester mais faacutecil Ele eacute bem auto-explicativo sabe mas as vezes eu ficava meio em duacutevida na hora de que eu usava sabe porque por exemplo se era soacute 1 jaacute caia no dor tiacutepica eu sentia um pouco de duacutevida na hora de usar Ele eacute bem auto-explicativo acredito que com o tempo seria faacutecil de usar Eu tinha um pouco de dificuldade natildeo com a dor tiacutepica a dor tiacutepica era faacutecil de

140

identificar dentro desse instrumento mas a dor atiacutepica eu tive dificuldade 23 Aponte as vantagensfacilidades e desvantagensdificuldades da utilizaccedilatildeo deste Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem pelo enfermeiro no acolhimento do HU REu acho que o tamanho dele eu jaacute falei a desvantagem era realmente muito longo e por natildeo ter intimidade com ele eu acho ele meio difiacutecil de usar essa eacute a desvantagemE a vantagem eacute que ele eacute bem auto-explicativo natildeo tem como tu natildeo esquecer de nada porque ta tudo aqui os fatores de risco de ne sintomas se tem problema na famiacutelia isso tudo explica tudo Neste ponto ele eacute muito bom 24 Vocecirc considera este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem aplicaacutevel para o acolhimento na emergecircncia do HUJustifique REu acho que sim Soacute precisa realmente ter mais eacute mas realmente intimidade com ele se habituar a usar saber como usar ele adequadamente 25 Na sua opiniatildeo qual (quais) a (s) diferenccedila (s) em utilizar este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem em relaccedilatildeo ao protocolo que jaacute vecircm sendo utilizado na instituiccedilatildeo REu acho o protocolo de dor toraacutecica ele eacute mais raacutepido do que esse aqui ele tem poucos pontos para se observar soacute que ele eacute muito geneacuterico assim ele natildeo traz coisaseacute qualquer dor toraacutecica Aqui ele traz mais com casos na dor toraacutecica cardioloacutegica Entatildeo neste ponto voltado para a cardiologia esse aqui eacute melhor neste ponto Mas pela facilidade e agilidade aquele eacute melhor ele eacute mais raacutepido Soacute que voltado para a dor toraacutecica eacute melhor eacute mais explicativo Acredito que ele te leva a fazer uma triagem bem feita cardiologicamente falando 1Dados de identificaccedilatildeo (ENTREVISTA 6) Nome do profissional Enfermeiro 6 Idade 27 anos Cargo enfermeira residente Tempo de trabalho na profissatildeo 45 anos Tempo de trabalho na instituiccedilatildeo 2 anos Tempo de trabalho na emergecircncia 2 anos Possui Poacutes graduaccedilao ( ) Natildeo (x) Sim(X) Especializaccedilatildeo Especificar urgecircncia emergecircncia e APH ( ) Mestrado ( ) Doutorado

141

2 Roteiro para Entrevista 21 Como vocecirc avalia a utilizaccedilatildeo do Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado O instrumento foi importante guiou melhor a conduta a ser seguida ao realizar o acolhimento 22 Como vocecirc avalia a estrutura o formato e os fluxos de encaminhamentos contidos no Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado Eu achei o formato do fluxograma um pouco complicado de entender continha bastante informaccedilotildees mas ao mesmo tempo auxiliava para a triagem das cores que o paciente se encaixaria 23 Aponte as vantagensfacilidades e desvantagensdificuldades da utilizaccedilatildeo deste Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem pelo enfermeiro no acolhimento do HU Vantagens auxilia na classificaccedilatildeo por coresgravidade Desvantagem longo e demorado para aplicar Leva mais tempo para realizar o acolhimento Facilidades melhora a triagem sendo mais corretas pois verifica-se comorbidade e encaminha bem certo como proceder conforme sintomas e comorbidades Dificuldades de contatar o poacutes atendimento com o medico (diagnoacutestico) verificar se fez ECG 24 Vocecirc considera este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem aplicaacutevel para o acolhimento na emergecircncia do HU Justifique Ele eacute aplicaacutevel mas deve ser melhorado (facilitado a leitura para aplicaccedilatildeo mais raacutepida) acho que para o desfecho eacute complicado a enfermeira do acolhimento conseguir acompanhar 25 Na sua opiniatildeo qual (quais) a (s) diferenccedila (s) em utilizar este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem em relaccedilatildeo ao protocolo que jaacute vecircm sendo utilizado na instituiccedilatildeo O Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica eacute bem mais completo e facilita a identificaccedilatildeo real de um provaacutevel evento cardiacuteaco Jaacute o protocolo da instituiccedilatildeo eacute mais sucinto

142

1Dados de identificaccedilatildeo (ENTREVISTA 7) Nome do profissional ldquoEnfermeiro 7rdquo Idade 28 Cargo Enfermeira Residente Tempo de trabalho na profissatildeo 2 anos Tempo de trabalho na instituiccedilatildeo 2 anos Tempo de trabalho na emergecircncia 2 anos Possui Poacutes graduaccedilao (x ) Natildeo ( ) Sim ( ) Especializaccedilatildeo Especificar -___________ ( ) Mestrado ( ) Doutorado 2 Roteiro para Entrevista 21 Como vocecirc avalia a utilizaccedilatildeo do Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado R Achei que ele eacute praacutetico didaacutetico e de faacutecil aplicaccedilatildeo 22 Como vocecirc avalia a estrutura o formato e os fluxos de encaminhamentos contidos no Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado R De faacutecil aplicaccedilatildeo e facilita encaminhamento e tomada de decisatildeo 23 Aponte as vantagensfacilidades e desvantagensdificuldades da utilizaccedilatildeo deste Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem pelo enfermeiro no acolhimento do HU R Vantagens ndash avaliaccedilatildeo do enfermeiro agilidade do processo recuperaccedilatildeo do paciente Desvantagens ndash natildeo tem R Facilidade ndash aplicaccedilatildeo agilidade Dificuldade ndash o serviccedilo natildeo aceitaraacute pedido de ECG com carimbo do enfermeiro 24 Vocecirc considera este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem aplicaacutevel para o acolhimento na emergecircncia do HUJustifique R Sim Pela facilidade de aplicaccedilatildeo e diferenciaccedilatildeo do caso de dor toraacutecica ser IAM ou natildeo Agilidade do atendimento do paciente 25 Na sua opiniatildeo qual (quais) a (s) diferenccedila (s) em utilizar este

143

Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem em relaccedilatildeo ao protocolo que jaacute vecircm sendo utilizado na instituiccedilatildeo R Este daacute mais seguranccedila na hora de classificar a sintomatologia do paciente

144

145

ANEXOS

146

147

ANEXO A - INSTRUMENTO ADAPTADO DO PROTOCOLO DE MANCHESTER

IacuteNDICE DE FLUXOGRAMAS

Nordm QUEIXA PRINCIPAL (motivo da vinda ao

hospital) PAacuteGINA

01 ASMA 01

02 AUTO-AGRESSAtildeO (TENTATIVA DE

SUICIDIO) 02

03 CEFALEIA 03

04 COMPORTAMENTO ESTRANHO 04

05 CONVULSOtildeES 05

06 CORPO ESTRANHO 06

07 DIABETES HISTOacuteRIA DE 07

08 DIARREIA 08

09 DISPNEIA 09

10 DOENCcedilA HEMATOLOacuteGICA 10

11 DOENCcedilA MENTAL 11

12 DOENCcedilAS SEXUALMENTE

TRANSMISSIacuteVEIS 12

148

13 DOR ABDOMINAL 13

14 DOR CERVICAL 14

15 DOR DE GARGANTA 15

16 DOR LOMBAR 16

17 DOR TESTICULAR 17

18 DOR TORACICA 18

19 EMBRIAGUES APARENTE 19

20 ERUPCcedilAtildeO CUTAcircNEA 20

21 ESTADO DE INCONSCIEcircNCIA 21

22 EXPOSICcedilAtildeO A AGENTES QUIacuteMICOS 22

23 FERIDAS 23

24 GRAVIDEZ 24

25 HEMORRAGIA DIGESTIVA 25

26 HEMORRAGIA VAGINAL 26

27 MAL ESTAR EM ADULTO 27

28 INFECCCcedilOtildeES LOCAIS E ABSCESSOS 28

29 MORDEDURAS E PICADAS 29

30 PROBLEMAS DENTAacuteRIOS 30

31 PROBLEMAS EM EXTREMIDADES

(MEMBROS) 31

149

32 PROBLEMAS NASAIS 32

33 PROBLEMAS NOS OUVIDOS 33

34 PROBLEMAS OFTALMOLOacuteGICOS 34

35 PROBLEMAS URINAacuteRIOS 35

36 QUEDAS 36

37 QUEIMADURAS 37

38 QUEIXAS ANAIS 38

39 SUPERDOSAGEM E ENVENENAMENTO

(intoxicaccedilotildees exoacutegenas) 39

40 TRAUMA CRAcircNIO-ENCEFALICO 40

41 VERTIGEM E TONTURAS 41

42 VOcircMITOS 42

150

FLUXOGRAMA 18 - DOR TORAacuteCICA

151

ANEXO B - FLUXOGRAMA DE TRIAGEM CARDIOLOacuteGICA DE ENFERMAGEM

SERVICcedilO PUacuteBLICO FEDERAL

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIEcircNCIAS DA SAUacuteDE

MESTRADO PROFISSIONAL MULTIDISCIPLINAR EM SAUacuteDE

PROTOCOLO DE ENFERMAGEM PARA DOR TORAacuteCICA EM UM SERVICcedilO DE EMERGEcircNCIA HOSPITALAR APLICACcedilAtildeO E

AVALIACcedilAtildeO

Aline Costa Vieira

ESTA DISSERTACcedilAtildeO FOI JULGADA ADEQUADA PARA A OBTENCcedilAtildeO DO TIacuteTULO DE MESTRE PROFISSIONAL EM SAUacuteDE

AacuteREA DE CONCENTRACcedilAtildeO Cuidados Intensivos

Profa Dra Katia Cilene Godinho Bertoncello Coordenadora do Mestrado Profissional Multidisciplinar em Sauacutede

Banca Examinadora

Profa Dra Katia Cilene Godinho Bertoncello (Presidente)

Prof Dr Eliane Regina Pereira do Nascimento (Membro)

Profa Dra Karina Silveira de Almeida Hammerschmidt (Membro)

Prof Dr Maria Terezinha Zeferino (Membro)

Dedico esta vitoacuteria a minha amada matildee que sempre soube onde eu

estaria e que sempre viveraacute no

meu coraccedilatildeo

AGRADECIMENTOS

A Deus por estar presente em todos os momentos da minha vida por me carregar em seus braccedilos nos momentos mais difiacuteceis ldquoachei que fossem os meus passos senhor mas eram os seusrdquo A Nossa Senhora Desatadora dos noacutes de quem sou devota por me conceder forccedilas me ajudar nos momentos tatildeo difiacuteceis que passei Ao meu amor Aneacutesio que me incentivou a acreditar neste sonho Apesar de que a distacircncia entre noacutes tenha aumentado aleacutem dos 1100 km ainda repouso em seus braccedilos nos meus breves sonhos Aos meus irmatildeos e sobrinhas pelo amor que nos une mesmo com a distacircncia por sempre terem acredito em mim muitas vezes mais do que eu mesma Ao meu pai pela ajuda incentivo e por estar ao meu lado por tantas caminhas Agraves melhores amigas que algueacutem pode ter Juliana obrigada amiga por estar ao meu lado em tantos momentos de felicidades e claro de tempestadesque iratildeo embora em breve Maria Aline vocecirc sabe o quanto eacute importante para mim obrigada por ser meu consolo por sua alegria e nossas risadas Danuacutebia por sua amizade por ser tatildeo companheirapelas longas conversas ao telefone e por sua percepccedilatildeo de tudo ldquotodo mundo quer amor amor que eacute bom ningueacutem quer darrdquo Thaise sem vocecirc tudo seria tatildeo mais difiacutecil Obrigada amiga minha companheira de sonhos conversas e de coragem

Ao meu melhor amigo do mundo e ldquodefensor da humanidaderdquo Felipe por ser meu ldquoassessorrdquo sempre com um sorriso no rosto e ter me acompanhado nas gravaccedilotildees das entrevistas ateacute mesmo em um saacutebado de sol Aos amigos do CVS ndash Satildeo Joseacute por tornarem minhas tardes tatildeo agradaacuteveis pela amizade e conselhos Em especial agrave ldquomanardquoAline que jaacute estaacute em meu coraccedilatildeo Aos meus amigos e colegas de mestrado por trilharem ao meu lado por este caminho pela parceria e amizade Em especial agraves eternas ldquoR1rdquo Thaise Honorato e Luciana Hagemann pela forccedila e afeto Agrave minha orientadora Kaacutetia por seu amparo sempre carinhoso por toda a sabedoria a mim transmitida pela disponibilidade e paciecircncia Agrave minha co-orientadora Juliana muito obrigada por toda gentileza compreensatildeo pelas palavras saacutebias por toda ajuda sempre prontamente Aos membros da banca por aceitarem tatildeo prontamente o meu convite e me transmitirem conhecimento sabedoria Enfim a todos aqueles que estiveram direta ou indiretamente ao meu lado pelo incentivo confianccedila amor e amizade sem vocecircs eu natildeo conseguiria estar aqui

VIEIRA AC Protocolo de Enfermagem para Dor Toraacutecica em um Serviccedilo de Emergecircncia Hospitalar Aplicaccedilatildeo e Avaliaccedilatildeo 2014 151p Dissertaccedilatildeo (Mestrado) Programa de Mestrado Multidisciplinar em Sauacutede Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2014 Orientadora Dra Kaacutetia Cilene Godinho Bertoncello

RESUMO

A avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica eacute uma atribuiccedilatildeo complexa e frequente dos enfermeiros nos serviccedilos de emergecircncia hospitalar No Brasil as doenccedilas cardiovasculares a reflexo da incidecircncia mundial constituem a principal causa de morte A dor toraacutecica eacute considerada sintoma principal para a Siacutendrome Coronariana Aguda portanto uma preocupaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede e pacientes Apesar da dimensatildeo das queixas de dor toraacutecica nos serviccedilos de emergecircncia existe deficiecircncia da padronizaccedilatildeo das condutas para a Enfermagem e para os estudos para construccedilatildeo de protocolos assistenciais Portanto este estudo propocircs a aplicaccedilatildeo de um protocolo para avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica no Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco (SACR) do Serviccedilo de Emergecircncia de um Hospital Universitaacuterio do Sul do paiacutes que natildeo conta com protocolos especiacuteficos de Enfermagem Optou-se por um protocolo desenvolvido e utilizado em um serviccedilo de excelecircncia do paiacutes o Hospital Israelita Albert Einstein de Satildeo PauloSP Trata-se de uma pesquisa qualitativa do tipo transversal prospectiva e descritiva O desenvolvimento deste estudo foi norteado por duas vertentes essenciais o reconhecimento do perfil do paciente com dor toraacutecica atendido no serviccedilo e a identificaccedilatildeo da avaliaccedilatildeo do protocolo sugerido pelos enfermeiros do SACR Os dados encontrados demonstraram uma demanda de pacientes com dor toraacutecica expressivamente feminina (657) caracterizando a baixa procura masculina pelos serviccedilos de sauacutede A maioria dos casos pouco-urgentes (66) contra (45) emergentes Sobressai a classificaccedilatildeo dos enfermeiros estipulando emergente

em 507 das classificaccedilotildees e pouco-urgente em 224 o que reflete uma valorizaccedilatildeo da dor toraacutecica por parte dos profissionais ao utilizar o protocolo Verificou-se a expressiva incidecircncia dos fatores de risco para o IAM associados agrave dor toraacutecica 478 dos pacientes satildeo hipertensos e 269 deles possuem histoacuteria familiar de Doenccedila Arterial Coronariana Quanto agrave avaliaccedilatildeo do protocolo realizada pelos enfermeiros os dados obtidos datildeo conta de que haacute um consenso entre os enfermeiros de que o protocolo sugerido prioriza o atendimento agrave Siacutendrome Coronariana Aguda identifica melhor o tipo de dor conferindo respaldo para a sua praacutetica e sendo considerado uacutetil e aplicaacutevel ao serviccedilo O estudo possibilitou reconhecer que o protocolo sugerido estaacute em consonacircncia com a realidade da atuaccedilatildeo dos enfermeiros na classificaccedilatildeo de risco que utilizam atualmente um instrumento generalista natildeo direcionado agrave Enfermagem Desse modo seraacute apresentado agrave Diretoria de Enfermagem do HU para possiacutevel institucionalizaccedilatildeo Descritores Dor Toraacutecica Siacutendrome Coronariana Aguda Enfermagem em Emergecircncia Classificaccedilatildeo de Risco Protocolos

VIEIRA AC Implementation and Evaluation of a Nursing Protocol for Chest Pain in a Hospital Emergency Service 2014 151p Dissertation (Master) Multidisciplinary Masters Programme in Health Federal University of Santa Catarina Florianoacutepolis 2014 Advisor Dr Katia Cyllene Godinho Bertoncello

ABSTRACT

The evaluation of chest pain is a complex and frequent assignment of nurses in hospital emergency departments In Brazil cardiovascular diseases worldwide incidence reflection of the leading causes of death Chest pain is regarded as a primary symptom for Acute Coronary Syndrome therefore a concern of health professionals and patients Despite the scale of the complaints of chest pain in emergency departments deficiency of the standardization of approaches for Nursing and studies for construction of care protocols Therefore this study proposed the implementation of a protocol for evaluation of chest pain in Home Service with Risk Rating ( SACR ) of the Emergency Department of a University Hospital in the South which has no specific protocols of Nursing We opted for a protocol developed and used in service excellence in the country the Albert Einstein Jewish Hospital in Satildeo Paulo SP This is a qualitative research cross-sectional prospective and descriptive The development of this study was guided by two main components the recognition profile of the patient with chest pain attended the service and the identification of the evaluation of the protocol suggested by the nurses SACR The data obtained showed a demand for female patients with chest pain significantly (657 ) featuring low male demand for health services Most bit - urgent cases (66 ) versus (45 ) emerging stands out the classification of nurses stating emerging in 507 of ratings and little - urgent in 224 which reflects an appreciation of pain chest by professionals when using the protocol There was a significant incidence of risk factors for AMI associated with chest pain 478 of patients were hypertensive and 269 of them have a family history of coronary artery disease Regarding the evaluation of the protocol

performed by nurses data obtained realize that there is a consensus among nurses suggested that the protocol prioritizes compliance with Acute Coronary Syndrome identifies the best kind of pain giving support to your practice and being considered useful and applicable to the service This study enabled us to recognize that the suggested protocol is in line with the reality of action by nurses in risk rating which currently use a general tool not directed to Nursing Thus it will be presented to the Board of Nursing HU for possible institutionalization Keywords Chest Pain Acute Coronary Syndrome Emergency Nursing Risk Rating Protocols

LISTA DE ABREVIATURAS

APS Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede AVC Acidente Vascular Cerebral DAC Doenccedila Arterial Coroniana HIAE Hospital Israelita Albert Einstein HU Hospital Universitaacuterio IAM Infarto Agudo do Miocaacuterdio SCA Siacutendrome Coronariana Aguda SEA Serviccedilo de Emergecircncia Adulto SACR Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco SEI Serviccedilo de Emergecircncia Interna UFSC Universidade Federal de Santa Catarina

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Sistema operacional Sestatnet para caacutelculo da amostra 54

Figura 2 - Distribuiccedilatildeo percentual da Classificaccedilatildeo de Risco dos

pacientes que procuraram o SEA do HUUFSC de acordo com o

protocolo proposto (Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de

Enfermagem do HIAE) Florianoacutepolis-SC 2014 76

Figura 3 - Distribuiccedilatildeo percentual dos diagnoacutesticos meacutedicos

encontrados na Classificaccedilatildeo dos pacientes com dor toraacutecica

Florianoacutepolis-SC 2014 79

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Nordm de pacientes atendidos anualmente no SEA do HU

51

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Caracterizaccedilatildeo dos pacientes com queixa de dor

toraacutecica que procuraram o Serviccedilo de Emergecircncia do HUUFSC

ndash Florianoacutepolis ndash SC 2013-2014 69

Tabela 2 - Distribuiccedilatildeo da avaliaccedilatildeo da Utilizaccedilatildeo do Protocolo

Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem do HIAE

FlorianoacutepolisndashSC 2014 94

Tabela 3 - Distribuiccedilatildeo da avaliaccedilatildeo das vantagens eou

desvantagens em utilizar o protocolo Fluxograma de Triagem

Cardioloacutegica de Enfermagem do HIAE FlorianoacutepolisndashSC2014 98

Tabela 4 - Distribuiccedilatildeo da avaliaccedilatildeo da estrutura formato e

fluxos de encaminhamentos contidos no Protocolo Fluxograma

de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem do HIAE Florianoacutepolisndash

SC 2014 99

Tabela 5 - Distribuiccedilatildeo da avaliaccedilatildeo da diferenccedila em utilizar o

Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem e do

Protocolo Institucional Adaptado de Manchester 102

Tabela 6 - Distribuiccedilatildeo da avaliaccedilatildeo da aplicabilidade do

protocolo ao serviccedilo Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de

Enfermagem ao acolhimento da emergecircncia FlorianoacutepolisndashSC

2014 103

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 21

2 OBJETIVOS 27

21 Objetivo Geral 27

22 Objetivos Especiacuteficos 27

3 REVISAtildeO DE LITERATURA 29

31 MANUSCRITO 1 ATUACcedilAtildeO DO ENFERMEIRO FRENTE AO PACIENTE COM DOR TORAacuteCICA NOS SERVICcedilOS DE EMERGEcircNCIA HOSPITALAR uma revisatildeo integrativa da literatura 31

4 METODOLOGIA 49

41 TIPO DE PESQUISA 49

42 LOCAL DA PESQUISA 49

43 POPULACcedilAtildeO DO ESTUDO E AMOSTRA 52

44 COLETA DE DADOS 54

45 ETAPAS DA PESQUISA 55

46 CONSIDERACcedilOtildeES EacuteTICAS 57

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 59

51 MANUSCRITO 2 - O PERFIL DO PACIENTE COM DOR TORAacuteCICA DO SERVICcedilO DE EMERGEcircNCIA ADULTO DE UM HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO DO SUL DO BRASIL 61

52 A AVALIACcedilAtildeO DOS ENFERMEIROS DE UM SERVICcedilO DE EMERGEcircNCIA HOSPITALAR SOBRE A UTILIZACcedilAtildeO DE UM PROTOCOLO PARA A DOR TORAacuteCICA VALIDADO EM UM SERVICcedilO DE REFEREcircNCIA 89

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 109

REFEREcircNCIAS 113

APENDICES 123

APENDICE A - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (GRUPO 01) 125

APENDICE B - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (GRUPO 02) 127

APEcircNDICE C ndash ROTEIRO DE ENTREVISTA SEMI-ESTRUTURADO 131

APEcircNDICE D ndash ENTREVISTA COM OS ENFERMEIROS 133

ANEXOS 145

ANEXO A - INSTRUMENTO ADAPTADO DO PROTOCOLO DE MANCHESTER 147

ANEXO B - FLUXOGRAMA DE TRIAGEM CARDIOLOacuteGICA DE ENFERMAGEM 151

21

1 INTRODUCcedilAtildeO

A avaliaccedilatildeo da dor segue como um desafio aos profissionais de sauacutede nos serviccedilos de emergecircncia hospitalar devido agrave subjetividade e dificuldades em sua mensuraccedilatildeo De acordo com a Associaccedilatildeo Internacional para o Estudo da Dor a dor eacute definida como ldquoexperiecircncia sensorial e emocional desagradaacutevel associada a um dano real ou potencial dos tecidos ou descrita em termos de tal dano Sempre eacute subjetiva e cada indiviacuteduo aprende a utilizar este termo por meio de suas experiecircnciasrdquo (MERSKEY et al 1979 p249) Apesar de sua subjetividade avaliar a dor configura-se em uma tarefa essencial ao trabalho da Enfermagem agrave medida que eacute um sintoma importante para a investigaccedilatildeo do quadro cliacutenico do paciente Para que natildeo haja subtratamento da dor eacute necessaacuterio ao enfermeiro dispensar especial atenccedilatildeo uma vez que o ato de medir o fenocircmeno aacutelgico requer observaccedilatildeo escuta atenta e sobretudo acreditar na queixa dolorosa que o paciente refere (MORAIS et al 2009)

Com o objetivo de conferir maior relevacircncia agrave avaliaccedilatildeo da dor e consequentemente conscientizaccedilatildeo da importacircncia desta atribuiccedilatildeo por parte dos profissionais de sauacutede a Sociedade Americana da Dor a cita pela primeira vez como 5ordm sinal em vital (AMERICAN PAIN SOCIETY 1999) No entanto a sensaccedilatildeo dolorosa embora seja um indicativo de alteraccedilotildees e distuacuterbios fiacutesicos ou psicoloacutegicos ainda natildeo eacute considerada uma prioridade quando comparada a outros sinais vitais visto que por sua relaccedilatildeo com a subjetividade haacute uma tendecircncia em muitas vezes ser desacreditada ou desvalorizada por profissionais de sauacutede (SOCIEDADE BRASILEIRA PARA O ESTUDO DA DOR 2013)

A avaliaccedilatildeo da dor juntamente com os sinais vitais e o registro sistemaacutetico e perioacutedico de sua intensidade eacute fundamental para que se acompanhe a evoluccedilatildeo dos pacientes e se realize os

22

ajustes necessaacuterios ao tratamento (SOCIEDADE BRASILEIRA PARA O ESTUDO DA DOR 2013)

Reafirmando a necessidade de considerar a dor como prioridade no tratamento estudos revelam que a maioria dos pacientes que procuram os serviccedilos de emergecircncia refere algum tipo de dor Neste sentido a sua avaliaccedilatildeo correta durante o acolhimento eacute essencial para uma classificaccedilatildeo na prioridade adequada Referente agrave subjetividade da dor os aspectos culturais de expressatildeo verbal expressotildees corporais e alteraccedilotildees de comportamento devem ser considerados (GRUPO BRASILEIRO DE CLASSIFICACcedilAtildeO DE RISCO 2010)

Dentre os diversos tipos de dor encontra-se a dor toraacutecica um sintoma que pode ser desencadeado por um amplo espectro de afecccedilotildees Na vigecircncia deste tipo de dor faz-se relaccedilatildeo imediata com a causa cardioloacutegica por ser sinal especiacutefico claacutessico para a Siacutendrome Coronariana Aguda (SCA) Em contraponto autores elencaram na literatura que metade dos pacientes com dor toraacutecica natildeo tem causa cardiacuteaca para seus sintomas ocorrendo portanto muitas abordagens inadequadas para sua avaliaccedilatildeo principalmente em unidades de emergecircncia (RIOS et al 2010)

Embora a causa cardiacuteaca natildeo seja a mais incidente na decorrecircncia de dor toraacutecica haacute que ser considerada no atendimento do enfermeiro ao paciente com esta queixa visando o tempo-ouro do atendimento em caso de isquemia miocaacuterdica Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia nestes casos o tempo decorrente entre a chegada do paciente ao serviccedilo de emergecircncia ateacute a realizaccedilatildeo do eletrocardiograma natildeo deve exceder a 10 minutos (PIEGAS et al 2009) Nota-se portanto a importacircncia de uma avaliaccedilatildeo raacutepida e precisa na classificaccedilatildeo de risco realizada pelo enfermeiro

Embora exista elevada prevalecircncia da dor toraacutecica nos serviccedilos de emergecircncia a padronizaccedilatildeo no atendimento a estes pacientes ainda eacute deficiente o que pode resultar em atraso na instituiccedilatildeo da medida terapecircutica adequada em casos cliacutenicos graves (FARIAS MOREIRA 2012) A abordagem do paciente com queixas de dor toraacutecica nos serviccedilos de emergecircncia eacute uma

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preocupaccedilatildeo das disciplinas da aacuterea da sauacutede e permanece em discussatildeo segundo referem Rios et al (2010)

Para os autores a reduccedilatildeo dos eventos coronarianos ocorre quando a SCA eacute tratada de acordo com evidecircncias de eficaacutecia comprovada e o uso de protocolos surge como um instrumento de otimizaccedilatildeo da qualidade de atendimento (FARIAS MOREIRA 2012)

Em um Hospital Universitaacuterio (HU) do sul do Brasil onde foi desenvolvido este estudo especificamente no Serviccedilo de Emergecircncia Adulto (SEA) natildeo haacute protocolos para a maioria das injuacuterias que surgem no quotidiano de trabalho da equipe de Enfermagem Esta fragilidade vem a justificar o interesse desta pesquisa em sugerir a aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de um protocolo especiacutefico para a dor toraacutecica para o embasamento da praacutetica profissional dos enfermeiros Trata-se de um protocolo desenvolvido e utilizado em um centro de referecircncia do paiacutes ldquoO Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagemrdquo do Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE) de Satildeo PauloSP Este protocolo foi elaborado em 2010 e atualizado em 2012 por um meacutedico cardiologista do HIAE Luciano Forlenza embora seja direcionado ao Serviccedilo de Enfermagem Ao conhecer este e demais estudos em desenvolvimento nos grandes centros com atendimento em unidades de Emergecircncia como os hospitais da regiatildeo sudeste centro-oeste e sul onde a grande maioria jaacute possui protocolos de avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica eacute que a proposta deste projeto tomou fundamentos para seu desenvolvimento

Durante minha praacutetica profissional em dois anos enquanto enfermeira residente no SEA do HU em observaccedilatildeo empiacuterica em serviccedilo princiacutepio dos Programas de Residecircncia Multiprofissionais vivenciei a necessidade de um instrumento cientiacutefico para assegurar as accedilotildees de Enfermagem para a Classificaccedilatildeo de Risco durante o Acolhimento dos pacientes atendidos O Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco (SACR) do HU foi implantado em agosto de 2011 Utilizando-se a tiacutetulo de fundamento nas classificaccedilotildees um instrumento adaptado do Protocolo de Triagem de Manchester (MACKAWAY-JONES 1997) desenvolvido pela proacutepria instituiccedilatildeo No entanto

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este instrumento natildeo se torna satisfatoacuterio para estratificar o risco das condiccedilotildees cliacutenicas em geral tampouco em casos de dor toraacutecica agrave medida que natildeo haacute especificidade e detalhamento da sintomatologia e sinais cliacutenicos de gravidade Ainda natildeo houve desde o iniacutecio da implantaccedilatildeo do SACR quaisquer avaliaccedilotildees da precisatildeo e da acuraacutecia das classificaccedilotildees bem como sustentaccedilatildeo dos seus niacuteveis de evidecircncia

Enquanto enfermeira residente vislumbrei a essencialidade do conhecimento e a correta avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica considerando tambeacutem que a principal causa de morte no Brasil e no mundo durante deacutecadas e prevalecendo ainda na atualidade satildeo as doenccedilas do aparelho circulatoacuterio E dentre estas o Infarto Agudo do Miocaacuterdio (IAM) eacute apontado como segundo lugar no ranking das afecccedilotildees (BRASIL 2008)

Embora natildeo se trate de um serviccedilo com especialidade em cardiologia o SEA do HU atende a uma populaccedilatildeo consideraacutevel de pacientes que procuram a instituiccedilatildeo referindo a dor toraacutecica Foi possiacutevel comprovar esta demanda quando finalizei a primeira pesquisa sobre o perfil do paciente com dor toraacutecica no Trabalho de Conclusatildeo de Curso do Programa de Residecircncia onde verifiquei que cerca de 880 pacientes anualmente procuram o HU relatando dor toraacutecica como queixa principal e motivo de procura pelo serviccedilo acarretando em que esta seja considerada a quinta principal queixa atendida na unidade

Eacute necessaacuterio que a instituiccedilatildeo e a equipe de meacutedicos e enfermeiros estejam treinadas e equipadas com uma ferramenta que os auxilie no manejo dos pacientes acometidos com dor toraacutecica sistematizando o cuidado e tornando-o mais organizado O enfermeiro que atua nesse setor deve ter conhecimento cientiacutefico e tomar decisotildees raacutepidas e concretas reconhecendo situaccedilotildees que oferecem riscos aos pacientes ter familiaridade com a SCA Dessa forma a utilizaccedilatildeo de protocolos eacute fundamental na otimizaccedilatildeo do atendimento controle dos fatores de riscos cardiovasculares para a melhoria da qualidade de vida e aumento da sobrevida dessas pessoas (FERREIRA MADEIRA 2011)

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Partindo do protocolo de Enfermagem para avaliaccedilatildeo de dor toraacutecica utilizado no Hospital Israelita Albert Einstein considerado um centro de referecircncia acredita-se que este estudo seraacute congruente com as necessidades do SACR do HU uma vez que os protocolos satildeo gerados a partir da identificaccedilatildeo de fragilidades do serviccedilo

Para desenvolver este estudo partir-se-aacute da seguinte questatildeo norteadora Qual o perfil do paciente com queixa de dor toraacutecica do Serviccedilo de Emergecircncia Adulto do HU E qual a avaliaccedilatildeo dos enfermeiros do serviccedilo ao utilizar um protocolo de Enfermagem especiacutefico para a dor toraacutecica durante a Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes com esta queixa

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2 OBJETIVOS

21 OBJETIVO GERAL

Avaliar a utilizaccedilatildeo do Protocolo ldquoFluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagemrdquo para a Praacutetica de Enfermagem durante a Classificaccedilatildeo de Risco no Serviccedilo de Emergecircncia Adulto de um Hospital Universitaacuterio do Sul do Paiacutes

22 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

- Identificar e avaliar o perfil dos pacientes atendidos com dor toraacutecica no SACR do Serviccedilo de Emergecircncia Adulto de um Hospital Universitaacuterio do Sul do Paiacutes

- Aplicar e avaliar a utilizaccedilatildeo do protocolo ldquoFluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagemrdquo do HIAE no SACR do Serviccedilo de Emergecircncia do HU

- Analisar a viabilidade da utilizaccedilatildeo do Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem do HIAE para a Emergecircncia Adulto do HU

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3 REVISAtildeO DE LITERATURA

A revisatildeo de literatura deste estudo seraacute apresentada em forma de manuscrito Mediante apresentaccedilatildeo deste trabalho em banca examinadora e devida aprovaccedilatildeo o manuscrito seraacute submetido agraves devidas correccedilotildees e enviado posteriormente para publicaccedilatildeo em perioacutedico indexado

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31 MANUSCRITO 1 ATUACcedilAtildeO DO ENFERMEIRO FRENTE AO PACIENTE COM DOR TORAacuteCICA NOS SERVICcedilOS DE EMERGEcircNCIA HOSPITALAR UMA REVISAtildeO INTEGRATIVA DA LITERATURA

Resumo A dor toraacutecica eacute uma das queixas mais frequumlentes referidas pelos pacientes no serviccedilo de emergecircncia hospitalar no Brasil Esta sintomatologia pode ser indicativo de diversas alteraccedilotildees fiacutesicas eou psicoloacutegicas desde uma crise de ansiedade ateacute o infarto agudo do miocaacuterdio Assim o enfermeiro que atua no serviccedilo de emergecircncia precisa ser capacitado a fim de conhecer as diversas etiologias que podem incorrer em dor toraacutecica e apto a reconhecer um possiacutevel sinal de gravidade Este estudo eacute uma revisatildeo integrativa de literatura que objetivou reunir estudos sobre a assistecircncia de Enfermagem ao paciente com dor toraacutecica no serviccedilo de emergecircncia hospitalar no periacuteodo de 2002 a 2014 Pesquisou-se em bases de dados eletrocircnicas nas diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia e nos acervos da Biblioteca do Ministeacuterio da Sauacutede (Brasil) Foram eleitos e submetidos agrave anaacutelise 30 estudos As categorias que emergiram foram Entendendo a Dor Toraacutecica Causas e Epidemiologia da Dor Toraacutecica Avaliaccedilatildeo da Dor Toraacutecica o uso de Protocolos Assistenciais Nos artigos analisados houve a citaccedilatildeo predominante da avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica enquanto desafio para o enfermeiro Devido agrave multicausalidade de fatores que podem a desencadear duacutevidas na classificaccedilatildeo da dor podem ocorrer O uso de protocolos surge como uma ferramenta de tecnologia em sauacutede com o objetivo de embasar cientificamente as praacuteticas do enfermeiro Palavra-chave Dor Toraacutecica Siacutendrome Coronariana Aguda Enfermagem em Emergecircncia Assistecircncia de Enfermagem

Abstract This study aimed to investigate the scientific assistance from nurse about the patient complaining of chest pain in hospital emergency departments Identify which aspects are graded Brazilian studies about nursing care to the patient with chest pain in hospital emergency servicesThis is a literature

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review conducted by research in electronic databases of Latin American Caribbean Health Sciences (LILACS) and the Medical Literature Retrieval System Online (MEDLINE) This study included national publications in the period 2002-2012 as well as guidelines of the Brazilian Society of Cardiology and the Treaty of Medical-Surgical Nursing as complementary Were selected and analyzed 16 studies the categories listed from this analysis causes of chest pain chest pain understanding treatment and evaluation of chest pain Articles were analyzed citation predominant evaluation of chest pain as a challenge for nurses Due to the multi-causality of factors that can trigger doubts in pain score may occur Given the above the use of protocols becomes a tool of health technology in order to scientifically support the practices of nurses Keywords Chest Pain Acute Coronary Syndrome Emergency Nursing Introduccedilatildeo

A dor toraacutecica eacute uma queixa frequente nos serviccedilos de

emergecircncia com base nos atendimentos anuais por dor toraacutecica nos EUA estima-se que aconteccedilam aproximadamente quatro milhotildees de atendimentos por dor toraacutecica ao ano no Brasil Considerando a mesma relaccedilatildeo entre estes paiacuteses nos EUA 5 a 15 dos pacientes que referem dor toraacutecica confirmam diagnoacutestico de Infarto Agudo do Miocaacuterdio calculando-se um quantitativo de 400 mil casos ao ano no Brasil (BASSAN 2002)

Este sintoma pode ser multicausal neste sentido pode ser indiacutecio de alteraccedilotildeesdistuacuterbios fiacutesicos ou psicoloacutegicos desde siacutendrome coronaacuteria aguda (SCA) uma simples contratura muscular ou ateacute mesmo siacutendrome do pacircnico Apesar da causa cardiovascular natildeo ser a mais incidente na decorrecircncia de dor toraacutecica eacute a mais temida devido agrave alta taxa mundial de mortalidade por doenccedilas cardiovasculares (ARAUacuteJO MARQUES 2007)

No Brasil as doenccedilascardiovasculares a reflexo da incidecircncia mundial constituem a principal causa de morte Especificamente em caso de dor toraacutecica sintoma claacutessico de

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doenccedila cardiovascular a padronizaccedilatildeo das medidas baseadas em evidecircncias cientiacuteficas previne desacertos na estratificaccedilatildeo de risco e promovem qualidade do atendimento de Enfermagem reduzindo a ocorrecircncia de danos irreversiacuteveis ao miocaacuterdio (BRASIL 2005) As pesquisas em qualidade do cuidado agrave sauacutede visam reduzir a distacircncia entre o ideal e o praticado nestes casos (ROCHA et al2010) A avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica por parte dos profissionais de sauacutede em geral eacute uma tarefa complexa apesar da elevada demanda de pacientes com dor toraacutecica nos serviccedilos de emergecircncia hospitalar a padronizaccedilatildeo da conduta ainda eacute deficiente o que pode gerar atraso no atendimento (FARIAS MOREIRA 2012) Desenvolvimento

Metodologia

A revisatildeo integrativa da literatura eacute um meacutetodo de estudo

que possibilita reunir e representar as evidecircncias cientiacuteficas acerca de um tema investigado para a melhoria da praacutetica cliacutenica (POMPEO ROSSI GALVAtildeO 2009) Permite averiguar na literatura estudos de diferentes abordagens sobre um determinado assunto reunindo-os e sintetizando-os a fim de obter-se uma conclusatildeo relevante para problemas idecircnticos (POMPEO ROSSI GALVAtildeO 2009) As fases metodoloacutegicas desta pesquisa foram identificaccedilatildeo do tema e da questatildeo de pesquisa busca na literatura categorizaccedilatildeo dos estudos anaacutelise dos estudos da revisatildeo integrativa interpretaccedilatildeo dos resultados siacutentese do conhecimento evidenciado nos artigos pesquisados O levantamento da literatura foi realizado em um recorte temporal de 12 anos no periacuteodo de 2002 a fevereiro de 2014 com o propoacutesito de obter estudos atualizados que abrangessem um nuacutemero consideraacutevel de informaccedilotildees do tema abordado para o embasamento da dissertaccedilatildeo de uma das autoras do artigo A pesquisa em base de dados ocorreu de junho de 2013 a janeiro de 2014

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Para a investigaccedilatildeo da produccedilatildeo cientiacutefica realizou-se uma busca de artigos nas seguintes bases de dados eletrocircnicas Literatura Latino-Americana do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) Medical Literature na Retrieval System On Line (MEDLINE) e Scientific Electronic Library Online (Scielo) Aleacutem das fontes de busca utilizaram-se tambeacutem diretrizes elaboradas pela Sociedade Brasileira de Cardiologia pesquisa virtual de documentos nos acervos da Biblioteca do Ministeacuterio da Sauacutede (Brasil) Para acesso a MEDLINE utilizou-se o portal Pub-Med para acesso agrave LILACS utilizou-se a Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS)

Optou-se pela seguinte estrateacutegia de busca organizaccedilatildeo de descritores para a busca eletrocircnica segundo a diferenciaccedilatildeo entre as bases de dados combinaccedilatildeo de quatro termos de busca (Descritores em Ciecircncias da Sauacutede ndash DeCSMeSH dor no peito siacutendrome coronariana aguda Enfermagem em emergecircncia e assistecircncia de Enfermagem) combinaccedilatildeo de termos boolianos (and or not or not)

Os criteacuterios de inclusatildeo para a seleccedilatildeo dos artigos da pesquisa foram artigos de pesquisa qualitativas e quantitativas sobre o tema estudos que apresentaram os descritores selecionados artigos publicados em portuguecircs artigos publicados na iacutentegra em perioacutedicos ou anais de eventos revisatildeo de literatura relatos de experiecircncia reflexatildeo teoacuterica publicados em perioacutedicos de bases de dados artigos publicados e indexados nas bases de dados Foram excluiacutedos publicaccedilotildees de trabalhos duplicados editoriais resumos em perioacutedicos ou anais de eventos materiais publicados em outros idiomas aleacutem de portuguecircs inglecircs e espanhol

Os artigos foram selecionados de acordo com a pertinecircncia na coleta de dados Inicialmente foi realizada leitura dos resumos identificando a sua relevacircncia para o objetivo do estudo Os materiais considerados vaacutelidos para o estudo foram organizados por completo em uma planilha do programa Excel for Windows conforme suas principais informaccedilotildees tiacutetulo autores ano de publicaccedilatildeo tipo de trabalho objetivos meacutetodos resultados e conclusotildees Cada estudo foi alistado numericamente aleacutem de lido de forma minuciosa Os dados obtidos foram analisados de

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modo a compor uma categorizaccedilatildeo por linhas de convergecircncia posteriormente sintetizados a fim de possibilitar o conhecimento da literatura sobre o tema abordado Entendendo a dor toraacutecica

A dor aguda eacute responsaacutevel por mais de dois terccedilos das

procuras aos serviccedilos de emergecircncia (IASP 2011) ldquoPossui iniacutecio suacutebito e estaacute relacionada a distuacuterbios traumaacuteticos infecciosos ou inflamatoacuterios Tende a desaparecer apoacutes cura da lesatildeo ou resposta a medicamentosrdquo (INCA 2001 p17) McCaffery e Pasero Dal Ponte et al(2008) colocam que ldquoa dor eacute uma queixa frequente que leva os pacientes agrave procura de um pronto socorro poreacutem muitas vezes este sintoma natildeo eacute bem abordado pela equipe de sauacutede que atua nos serviccedilos de emergecircnciardquo

Apesar da temaacutetica da dor natildeo ser tatildeo discutida quanto agrave sua relevacircncia o sintoma aacutelgico eacute um achado cliacutenico importante para a investigaccedilatildeo do distuacuterbio apresentado Estudos revelam por exemplo que a Siacutendrome Coronariana Aguda termo utilizado quando existe evidecircncia de isquemia miocaacuterdica ou infarto eacute responsaacutevel por 12 a 15 dos casos de dor toraacutecica nos serviccedilos de Emergecircncia nos EUA (MILLER GRANDER 2014)

Embora a sintomatologia dos pacientes com isquemia miocaacuterdica possa ser muito variaacutevel 75 a 85 dos pacientes nesta condiccedilatildeo apresentam dor toraacutecica como sintoma predominante (PIEGAS et al 2009) Por esta razatildeo em decorrecircncia desta dor geralmente o paciente e sua famiacutelia vivenciam uma seacuterie de sentimentos como anguacutestia e medo da morte pela relaccedilatildeo social desta dor com a gravidade Ao enfrentar um IAM cada paciente poderaacute reagir de uma forma distinta em virtude do sexo idade crenccedila cultura papel familiar fatores psicoloacutegicos e ateacute mesmo o ambiente (SANTOS ARAUacuteJO 2003)

Entender o significado da doenccedila para o paciente eacute de grande relevacircncia para o cuidado da Enfermagem visto que a falta de conhecimentos sobre os possiacuteveis sentimentos do

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paciente proporcionam um cuidado empiacuterico que pode dificultar o estabelecimento de paracircmetros e dimensotildees para a assistecircncia qualificada O IAM pode desencadear sofrimento aleacutem de fiacutesico o emocional vinculado ao referido medo da morte e da invalidez O estresse gerado por estes sentimentos pode aumentar a demanda de oxigecircnio e comprometer o quadro cliacutenico instalado confirmando a necessidade do conhecimento das possiacuteveis sensaccedilotildees do paciente por parte do enfermeiro (SANTOS ARAUacuteJO 2003)

Sabe-se que os pacientes que procuram atendimento nos serviccedilos de emergecircncia com dor toraacutecica podem ou natildeo estar passando por processo patoloacutegico A intensidade dos sintomas causa apreensatildeo e questionamentos que levam a buscar o entendimento da situaccedilatildeo Os enfermeiros satildeo profissionais responsaacuteveis por atendimento nos aspectos teacutecnicos da condiccedilatildeo cliacutenica mas tambeacutem deve atender as necessidades psicoloacutegicas e espirituais aliviando os seus temores que poderatildeo por si agravar o quadro cliacutenico (ARAUacuteJO MARQUES 2007)

As pessoas com dor toraacutecica isquecircmica satildeo em geral responsaacuteveis por uma famiacutelia como fonte de apoio psico-emocional e financeiro tendo papel fundamental Por esta razatildeo a preocupaccedilatildeo com os familiares eacute imediata o que tambeacutem pode ocasionar aumento do consumo de oxigecircnio e a dor pode estender a aacuterea infartada e acarretar maiores complicaccedilotildees O conhecimento desta condiccedilatildeo sobre os significados da dor para o paciente eacute de extrema importacircncia para toda equipe de sauacutede que atua na sala de emergecircncia O conhecimento sobre os significados da dor para o paciente eacute condicionante para o cuidado de Enfermagem eficaz Estrateacutegias para a amenizaccedilatildeo destes sentimentos deveratildeo fazer parte de estudos futuros evitando assim que estes sentimentos influenciem ainda mais o quadro cliacutenico do paciente (ARAUacuteJO MARQUES 2007)

Outros autores corroboram com a necessidade do reconhecimento do temor do paciente em relaccedilatildeo agrave possiacutevel gravidade do seu caso em decorrecircncia da dor toraacutecica O temor da populaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao Infarto Agudo do Miocaacuterdio eacute relacionado ao seu conhecimento como doenccedila grave de

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evoluccedilatildeo lenta e imprevisiacutevel podendo manter-se estaacutevel por tempo prolongado ou ateacute mesmo evoluir de forma suacutebita estando associada agrave ameaccedila de morte Informaccedilotildees estas veiculadas nos meios de comunicaccedilatildeo de massa informando acerca dos agravos Alguns conceitos por vezes repassados erroneamente natildeo esclarecedores de forma clara e concreta a ocorrecircncia do infarto gerando alarde medo apreensatildeo e conflitos de informaccedilotildees (SANTOS ARAUacuteJO 2003) Causas e Epidemiologia da dor toraacutecica

A dor toraacutecica pode surgir como resultado de diversas

afecccedilotildees distintas entre causa cardiacuteaca com Infarto Agudo do Miocaacuterdio Angina Instaacutevel ou Pericardite vascular com Dissecccedilatildeo Aoacutertica Embolismo Pulmonar pulmonar com Pneumonia Pneumotoacuterax espontacircneo gastrintestinal com Refluxo Esofaacutegico Uacutelcera Peacuteptica Pancreatite musculoesqueleacutetico com Costocondrite simples Contratura Muscular psicoloacutegico com Siacutendrome do Pacircnico ou Ansiedade (ORTIZ et al 2010) Miller and Granger (2014) tambeacutem discorrem sobre o assunto ao afirmar que as etiologias potenciais de desencadearem uma dor toraacutecica aleacutem das doenccedilas do coraccedilatildeo satildeo dissecccedilatildeo de aorta pulmotildees esocircfago estocircmago mediastino pleura e viacutesceras abdominais Por essa razatildeo apenas da causa cardioloacutegica ser a mais temida em vigecircncia da dor toraacutecica natildeo descarta a importacircncia do enfermeiro considerar outras causas Nasi et al (2005) salienta que durante esta avaliaccedilatildeo o enfermeiro deve considerar outras causas potencialmente fatais como dissecccedilatildeo de aorta pericardite embolia pulmonar (NASI et al 2005)

A principal suspeita diagnoacutestica nos casos de dor toraacutecica eacute a causa cardiovascular principalmente pelo seu grau elevado de morbidade e teoricamente pelo iniacutecio abrupto com baixa relaccedilatildeo entre o iniacutecio dos sintomas e oacutebito quando natildeo estabelecido atendimento eficaz em tempo haacutebil A maioria dos casos de morte por IAM ocorrem nas primeiras horas do iniacutecio dos sintomas sendo 40 a 65 na primeira hora e

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aproximadamente 80 nas primeiras 24 horas (PIEGAS et al 2009) As doenccedilas que acometem o aparelho circulatoacuterio satildeo apontadas como as principais causas de mortalidade dos brasileiros desde a deacutecada de 80 prevalecendo na atualidade Dentre elas o acidente vascular cerebral (AVC) eacute a principal causa de morte no Brasil seguida pelo infarto agudo do miocaacuterdio (IAM) no qual a dor toraacutecica eacute referida como sintoma especiacutefico claacutessico A taxa de incidecircncia das doenccedilas circulatoacuterias eacute mais prevalente na regiatildeo sudeste (33 dos casos) seguida pela regiatildeo sul (329 dos casos) Particularmente na regiatildeo sul as causas de morte por doenccedilas do aparelho circulatoacuterio ocupam o primeiro lugar das taxas de mortalidade sucedidas pelas neoplasias e as causas externas

(BRASIL 2008) As doenccedilas coronarianas especificamente Angina

Pectoris o Infarto Agudo do Miocaacuterdio as arritmias cardiacuteacas e os distuacuterbios de conduccedilatildeo eleacutetrica tecircm obtido maior preocupaccedilatildeo por parte dos profissionais de sauacutede em decorrecircncia do crescimento numeacuterico dos distuacuterbios cardiacuteacos isquecircmicos (SOUSA et al2008)

Estudos apontam que diversas causas incomuns podem ocorrer Os sofrimentos psiacutequicos podem mimetizar as afecccedilotildees cardiovasculares acarretando sintomas somaacuteticos (ALBUQUERQUE et al 2010) A dor psicogecircnica natildeo tem etiologia orgacircnica portanto geralmente manifesta-se de forma imprecisa e difusa sem sinais e sintomas associados de gravidade cliacutenica Tambeacutem se pode detectar nestes casos sinais de ansiedade e uso abusivo de medicaccedilotildees (PIEGAS et al 2009)

Outra provaacutevel causa de dor toraacutecica nos serviccedilos de emergecircncia hospitalar nem sempre considerado eacute o prolapso da vaacutelvula mitral Nesta condiccedilatildeo a dor eacute de localizaccedilatildeo variaacutevel inicia em repouso e eacute referida como em ldquopontadardquo e sem irradiaccedilotildees O diagnoacutestico eacute cliacutenico por meio de ausculta quando eacute encontrado um clique meso ou telessistoacutelico seguido de um sopro regurgitante mitral eou tricuacutespide (PIEGAS et al 2009)

Quanto agrave incidecircncia da dor toraacutecica no Brasil ainda natildeo haacute dados precisos de atendimentos por dor toraacutecica no entanto

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considera-se calculando a proporccedilatildeo populacional com os EUA que 4 milhotildees de pessoas com dor toraacutecica sejam atendidas ao ano nos serviccedilos de Emergecircncia brasileiros destes 400 mil tem IAM confirmado Nos EUA dos 4 milhotildees com dor toraacutecica 12 milhotildees apresentam IAM (BASSAN et al 2002)

A dor toraacutecica eacute um problema que ocorre diariamente na praacutetica do enfermeiro dos serviccedilos de emergecircncia hospitalares Dos 3 a 6 milhotildees de atendimentos anual nos EUA de 5-10 satildeo por dor toraacutecica Destes 20 a 35 tecircm uma SCA 10-15 apresentam diagnoacutestico de Infarto Agudo do Miocaacuterdio e ainda 2 a 5 destes pacientes satildeo liberados erroneamente sem diagnoacutestico Este grupo apresenta elevada taxa de oacutebito 25 (ORTIZ et al 2010)

De acordo com dados do DATASUS as mortes por doenccedilas do Aparelho circulatoacuterio como a Siacutendrome Coronariana Aguda seguem uma tendecircncia crescente no Brasil Ao analisarmos o periacuteodo de 2005 a 2011 No primeiro ano os nuacutemeros eram de 283927 jaacute no segundo este iacutendice de mortalidade chega a 335213 (BRASIL 2011)

Em contraponto dados do DATASUS estimam que no ano de 2010 ocorreram 99955 mortes por Doenccedila Isquecircmica do Coraccedilatildeo destas 79668 satildeo IAM (BRASIL 2012) Haacute consideraacutevel discordacircncia dos dados em relaccedilatildeo agrave Sociedade Brasileira de Cardioliga que considera existir sub-notificaccedilatildeo dos casos de Infarto Agudo do Miocaacuterdio (IAM) pelo Ministeacuterio da Sauacutede (BASSAN et al 2002)

Em relaccedilatildeo ao Estado de Santa Catarina o DATASUS revela 2340 mortes por IAM somente no ano de 2010 sendo assim considerado o 8ordm estado brasileiro em nuacutemero de mortes por infarto Esses dados reafirmam o quanto significativa eacute a ocorrecircncia desta afecccedilatildeo cardiacuteaca tambeacutem para o estado (BRASIL 2013) No ano de 2011 os dados avanccedilam para 2592 mortes por IAM em Santa Catarina e 82771 no Brasil (BRASIL 2014)

Dentre os fatores de risco para o infarto agudo do miocaacuterdio o enfermeiro deve avaliar a ocorrecircncia de tabagismo diabetes mellitus hipertensatildeo arterial sistecircmica dislipidemia

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doenccedila vascular perifeacuterica idade masculina acima de 45 anos idade feminina acima de 55 anos histoacuterico familiar de doenccedila cardiovascular coronariana (ORTIZ et al 2010) Avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica o uso de protocolos assistenciais

A Classificaccedilatildeo de risco da dor toraacutecica eacute uma praacutetica

assistencial frequumlente dos enfermeiros que atuam em emergecircncia Para a qualidade desta assistecircncia torna-se imperativo ldquosuporte educacional conhecimento e instrumentos tecnoloacutegicos que contribuam para a compreensatildeo da dorrdquo (WATERKEMPER REIBNITZ MONTICELLI 2010 p 335)

Lidar com a dor toraacutecica eacute uma tarefa complexa a niacutevel nacional e internacional pois este sintoma eacute conceituado pela literatura como um problema social e econocircmico mundial devido a sua alta taxa de ocorrecircncia O manejo da dor toraacutecica pelo enfermeiro deve ser guiado por um instrumento vaacutelido que conduza a terapecircutica adequada Para o sucesso desta atribuiccedilatildeo o enfermeiro precisa estar comprometido seguro na sua tomada de decisatildeo (OLIVEIRA SILVA LEITAtildeO 2010) No entanto ainda existe grande dificuldade por parte dos enfermeiros na construccedilatildeo e estudos acerca de protocolos assistenciais principalmente quando se trata de situaccedilotildees agudas como a siacutendrome coronariana aguda (FERNANDES et al 2009)

O Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE) fundado em 1971 eacute um serviccedilo de sauacutede de excelecircncia reconhecido internacionalmente e um dos mais bem conceituados da Ameacuterica Latina Destaca-se pelo atendimento em alta complexidade O complexo hospitalar do HIAE estaacute distribuiacutedo em 8 unidades de atendimento distribuiacutedas pela cidade de Satildeo PauloSP Morumbi Jardins Alphaville Morato Paulista Perdizes Ibirapuera Vila Mariana Paraisoacutepolis e Cidade Jardim Eacute referecircncia no atendimento em Cardiologia Cirurgia Neurologia Oncologia Hematologia Ortopedia e Reumatologia

As diretrizes do HIAE satildeo pautadas em ldquoatendimento humanizado e melhores profissionais cliacutenicos e de assistecircncia com atualizaccedilatildeo contiacutenuardquo Em particular o setor de Cardiologia

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do HIAE alinha atendimento humanizado incorporaccedilatildeo tecnoloacutegica e planejamento estrateacutegico o que possibilita a implementaccedilatildeo de protocolos gerenciados protocolo Gerenciado de IAM protocolo gerenciado de ICC e o protocolo de dor toraacutecica (HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN 2014) O HIAE coloca que utilizar este protocolo para a dor toraacutecica no pronto-socorro oferece uma assistecircncia baseada em evidecircncias que sendo essencial como suporte agrave tomada de decisatildeo auxilia na identificaccedilatildeo de 25 de portadores de SCA que seriam liberados sem tratamento correto Utilizar um protocolo de Enfermagem para avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica natildeo confere somente agilidade na correta classificaccedilatildeo de risco da dor mas tambeacutem respaldo ao enfermeiro

Os aspectos de exclusatildeo de gravidade devem ser antepostos na triagem classificatoacuteria para isso o profissional deveraacute munir-se de coleta de dados exame fiacutesico com histoacuteria cliacutenica direcionada obtendo as caracteriacutesticas dos sintomas com dados como o momento do iniacutecio tempo de duraccedilatildeo qualidade intensidade relaccedilatildeo com o esforccedilo e o repouso e presenccedila de doenccedila coronariana estabelecida (PIEGAS et al 2009) A avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica ou demais sintomas sugestivos de isquemia cardiacuteaca eacute um dos grandes desafios do enfermeiro sobretudo do enfermeiro que atue na Classificaccedilatildeo de Risco que deteacutem a responsabilidade de determinar a gravidade do caso cliacutenica e indicar a trajetoacuteria terapecircutica de cada paciente Apesar de alta demanda de pacientes que referem dor toraacutecica nos serviccedilos de emergecircncia a padronizaccedilatildeo das condutas de Enfermagem a estes pacientes ainda eacute deficiente o que poderaacute gerar atrasos no atendimento (BEZERRA 2011) Estudos apontam que a reduccedilatildeo dos eventos coronarianos ocorre quando a siacutendrome coronariana aguda eacute tratada pelos profissionais de sauacutede inclusive o enfermeiro de acordo com medidas de eficaacutecia comprovada para isso o uso de protocolos eacute um instrumento de tecnologia em sauacutede e otimizaccedilatildeo para a qualidade do atendimento (FARIAS MOREIRA 2012) Eacute necessaacuterio ainda para o sucesso do atendimento que a equipe de meacutedicos e enfermeiros esteja treinada no manejo das

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urgecircncias e emergecircncias cardiovasculares (BASSAN et al 2002) A principal contribuiccedilatildeo do enfermeiro no tratamento dos pacientes com Infarto Agudo do Miocaacuterdio que eacute a identificaccedilatildeo precoce de um possiacutevel infarto e aceleraccedilatildeo do atendimento diminuindo o tempo de sofrimento do muacutesculo cardiacuteaco Apesar dessa atribuiccedilatildeo primordial do enfermeiro existe a necessidade de aprofundar no tema realizando pesquisas que visem a construccedilatildeo de protocolos de condutas de Enfermagem frente ao paciente com dor toraacutecica Percebe-se portanto a necessidade de novas pesquisas referente ao tema para que produza protocolos de atendimento e que seja padronizado para que facilite o a conduccedilatildeo do trabalho da equipe de enfermagem

A conduta do enfermeiro frente ao paciente infartado exige capacitaccedilatildeo e competecircncia teacutecnica e a necessidade de um protocolo da assistecircnciaconduta de enfermagem para o embasamento cientiacutefico e no intuito de sanar frequumlentes duacutevidas (BEZERRA 2011)

Tratar a dor alivia tambeacutem os sintomas de medo e anguacutestia reduzindo o consumo de oxigecircnio pelo muacutesculo cardiacuteaco provocado pela ativaccedilatildeo do sistema nervoso simpaacutetico A analgesia deve ser feita preferencialmente com sulfato de morfina endovenosa Os anti-inflamatoacuterios natildeo esteroides (AINES) natildeo devem ser utilizados na vigecircncia de IAM e se o paciente que apresentar este diagnoacutestico fizer uso crocircnico de AINES o medicamento deve ser suspenso (PIEGAS et al 2009)

O Objetivo do tratamento dos pacientes com dor toraacutecica eacute reduzir o atraso para identificaccedilatildeo de pacientes com siacutendrome coronariana aguda a partir da chegada do paciente em ambiente hospitalar evitar liberaccedilatildeo errocircnea de pacientes com siacutendrome coronariana aguda reduzir os custos hospitalares da avaliaccedilatildeo de pacientes com dor toraacutecica (ORTIZ et al 2010) Para tanto o enfermeiro eacute peccedila fundamental O principal objetivo do tratamento ao paciente com dor toraacutecica sugestiva de isquemia cardiacuteaca eacute instituir a terapecircutica adequada no tempo-ouro para prevenir comprometimentoisquemia miocaacuterdica de grandes proporccedilotildees

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O enfermeiro que atua em emergecircncia necessita ter conhecimento cientiacutefico teacutecnico tomar decisotildees raacutepidas reconhecer situaccedilotildees que oferecem riscos aos pacientes possuir familiaridade com Siacutendrome Coronariana Aguda adequado manejo com medicaccedilotildees viabilizar a execuccedilatildeo de exames Para a sequecircncia correta e precisa destas etapas a utilizaccedilatildeo de protocolos eacute fundamental na otimizaccedilatildeo do atendimento para um aumento da sobrevida dos pacientes com isquemia cardiacuteaca (FERREIA MADEIRA 2011) A padronizaccedilatildeo das condutas de Enfermagem utilizando-se protocolos especiacuteficos para a dor toraacutecica com evidecircncias cientiacuteficas previne condutas incorretas no tratamento e liberaccedilatildeo inapropriada dos pacientes

Conclusatildeo

Esta revisatildeo possibilitou constatar a escassez de estudos

referentes agrave avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica pelo enfermeiro nos serviccedilos de emergecircncia

Apesar da dimensatildeo das queixas de dor toraacutecica nos serviccedilos de emergecircncia existe deficiecircncia da padronizaccedilatildeo das condutas para a Enfermagem Aleacutem disso diante das muacuteltiplas alteraccedilotildees fiacutesicas e ateacute mesmo psicoloacutegicas que podem desencadear a dor toraacutecica uma seacuterie de duacutevidas pode ocorrer portanto a necessidade de um atendimento sistematizado com o uso de protocolos

Na vigecircncia da sensaccedilatildeo dolorosa o paciente percebe-se impotente e vaacuterios questionamentos surgem na tentativa de desvendar a causa desta dor Especificamente na dor toraacutecica estes sentimentos passam a ser exacerbados devido agrave alta incidecircncia mundial de mortalidade por causa cardiovascular

As publicaccedilotildees encontradas reforccedilam que papel do enfermeiro no atendimento ao pacientes com dor toraacutecica eacute essencial e sobretudo da assistecircncia do enfermeiro fundamentada cientificamente No entanto nenhuma apresenta estudos aprofundados sobre o uso de protocolos de enfermagem O que demonstra a necessidade de maiores

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investimentos em pesquisa nesta temaacutetica a fim de aprofundar o conhecimento na aacuterea de Enfermagem

Sugerem-se estudos acerca da construccedilatildeo de protocolos de enfermagem que abordem a assistecircncia frente ao paciente com dor toraacutecica bem como a classificaccedilatildeo da dor toraacutecica pelo enfermeiro nos serviccedilos de emergecircncia

Referecircncias

ALBUQUERQUE PLMM COSTA LB BASTOS BB SILVA JUacuteNIOR GB Dor precordial natildeo usual Relato de Caso Rev Bras Cardiol v23 n2 p200-1 2010 ARAUJO RD MARQUES IR Compreendendo o significado da dor toraacutecica isquecircmica de pacientes admitidos na sala de emergecircncia Rev Bras Enferm v60 n6 2007 BASSAN R PIMENTA L LEAtildeES P TIMERMAN A Sociedade Brasileira de Cardiologia I Diretriz de dor toraacutecica na sala de emergecircncia Definiccedilatildeo de graus de recomendaccedilatildeo e niacuteveis de evidecircncia Arq Bras Cardiol v76 n2 p1-22 2002 BEZERRA AA BEZERRA AA BRASILEIRO ME A conduta de enfermagem frente ao paciente infartado Rev Eletrocircnica Enferm v1 n1 p1-10 2011 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Perfil da mortalidade do Brasileiro Uma anaacutelise da situaccedilatildeo de sauacutede 2008 Disponiacutevel em lthttpportalsaudegovbrportalarquivospdfcoletiva_saude_061008pdfgt Acesso em 15 out 2013 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Instituto Nacional de Cacircncer Cuidados paliativos oncoloacutegicos controle da dor Rio de Janeiro INCA 2001

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_______ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria Executiva do Ministeacuterio da Sauacutede DATASUS 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwdatasusgovbrgt Acesso em15 out 2013 HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN Histoacuterico [2014] Disponiacutevel em lthttpwwweinsteinbrhospitalPaginassobre-o-hospitalaspxgt Acesso em 02 out 2013

INTERNATIONAL ASSOCIATION FOR THE STUDY OF PAIN Princiacutepios do Manejo da Dor nos Departamentos de Emergecircncia para Pacientes com Condiccedilotildees Meacutedicas Dolorosas Agudas 2011 Disponiacutevel em lthttpwwwiasp-painorgAMTemplatecfmSection=Fact_Sheets3ampTemplate=CMContentDisplaycfmampContentID=13141gt Acesso em 05 mar 2014 FARIAS MM MOREIRA DM Impacto de protocolo de dor toraacutecica sobre a adesatildeo agraves diretrizes societaacuterias um ensaio cliacutenico Rev Bras Cardiol v25 n5 p368-76 2012 FERNANDES J C SILVA C O L SOUZA S E M SILVA P R BRASILEIRO M E ARMENDARIS M K Base de Dados para Elaboraccedilatildeo de um Instrumento para Coleta de Dados de Enfermagem na Unidade de Dor Toraacutecica ndash Congresso Brasileiro de Enfermagem 2009 FERREIRA AMC MADEIRA MZA A Dor Toraacutecica na Sala de Emergecircncia uma revisatildeo de literatura Revista Interdisciplinar NOVAFAPI Teresina v4 n1 p50-56 janfevmar 2011 MILLER MD GRANGER CB Evaluation of patients with chest pain at low or intermediate risk for acute coronary syndrome Gordon M Saperia MD FACC 2014 NASI LA et al Rotinas em Pronto Socorro 2ed Porto Alegre Artmed 2005

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OLIVEIRA RM SILVA LMS LEITAtildeO IMTA Anaacutelise dos saberes e praacuteticas de enfermeiras sobre avaliaccedilatildeo da dor no contexto hospitalar Rev enferm UFPE on line v4 n3 p 53-56 julset 2010 ORTIZ M BITTENCOURT M Protocolo de dor toraacutecica UTI cardioloacutegica Curitiba Hospital das Cliacutenicas Universidade Federal do Paranaacute 2010 Disponiacutevel em lthttpptscribdcomgwcabrald49109978-Prot-Dor-Toracicagt Acesso em 15 out 2013 RIOS DFC BRANDAtildeO FB FARIA MNZ ALCANTARA AS SANTOS MIFO Tronboembolismo pulmonar como causa de dor toraacutecica na sala de emergecircncia Rev Meacuted Minas Gerais v20 p465-8 2010 ROCHA ASC ARAUacuteJO MP CARVALHO AF RIBEIRO A MESQUITA ET Evidecircncia de melhora na qualidade do cuidado assistencial no infarto agudo do miocaacuterdio Arq Bras Cardiol v94 n6 2010 PIEGAS LS FEITOSA G MATTOS LA NICOLAU JC ROSSI NETO JM et al Sociedade Brasileira de Cardiologia IV Diretriz da Sociedade Brasileira de Cardiologia sobre Tratamento do Infarto agudo do Miocaacuterdio com Supradesniacutevel do Segmento ST Arq Bras Cardiol v93 n6 p179-264 2009 POMPEO D A ROSSI L A GALVAtildeO CM Revisatildeo Integrativa etapa inicial do processo de validaccedilatildeo de diagnoacutestico de enfermagem Acta paul Enferm Satildeo Paulo v22 n4 2009 SANTOS FLMM ARAUacuteJO TL Vivendo o infarto os significados da doenccedila segundo a perspectiva do paciente Rev Latino Am Enferm v11 n6 p742-8 2003 SOUSA VEC LOPES MVO ROCHA DH PASCOAL LM MONTORIL MH MELO RP Troca de gases prejudicada

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anaacutelise em pacientes com infarto agudo do miocaacuterdio Rev Enferm Rio de Janeiro v16 n4 p545-9 2008 WATERKEMPER R REIBNITZ KS MONTICELLI M Dialogando com enfermeiras sobre a avaliaccedilatildeo da dor oncoloacutegica do paciente sob cuidados paliativos Rev Bras Enferm Brasiacutelia v63 n2 p 334-9 marabr 2010

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4 METODOLOGIA

41 TIPO DE PESQUISA

Optou-se para desenvolver este estudo a pesquisa quantitativa do tipo transversal prospectiva e descritiva De acordo com Gil (2007) as pesquisas quantitativas ldquotecircm como preocupaccedilatildeo central identificar os fatores que determinam ou que contribuem para a ocorrecircncia dos fenocircmenos Este eacute o tipo de pesquisa que mais aprofunda o conhecimento da realidade porque explica a razatildeo o porquecirc das coisas

A pesquisa transversal eacute aquela realizada quando a coleta de dados ocorre em um determinado local e tempo (BORDALO 2006) A pesquisa prospectiva eacute aquela conhecida como aquela realizada em grupo populacional previamente definido e seguido prospectivamente (BORDALO 2006) Com relaccedilatildeo agrave pesquisa descritiva Gil (2007) a descreve como um estudo com a finalidade de descrever as caracteriacutesticas de um determinado grupo como exemplo destas caracteriacutesticas a faixa etaacuteria sexo renda familiar niacutevel de escolaridade dentre outros

42 LOCAL DA PESQUISA

O contexto em que este estudo seraacute desenvolvido eacute o Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco (SACR) do Serviccedilo de Emergecircncia Adulto (SEA) do Hospital Universitaacuterio (HU) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

O HUUFSC foi fundando em inaugurado em 1980 eacute uma instituiccedilatildeo totalmente puacuteblica com princiacutepio de ensino pesquisa e extensatildeo Atende a populaccedilatildeo moradora da regiatildeo e visitantes da cidade sem qualquer distinccedilatildeo Eacute considerado hospital de meacutedio porte e conta em sua estrutura com aproximadamente 270 leitos distribuiacutedos entre Cliacutenica Meacutedica Cliacutenica Ciruacutergica Pediatria Emergecircncia Ginecologia Obstetriacutecia e Neonatologia Unidade de Terapia Intensiva Serviccedilo Ambulatorial (HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO POLYDORO ERNANI DE SAtildeO THIAGO 2011)

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Designadamente o SEA do HUUFSC eacute um serviccedilo indicado a atender pacientes em condiccedilotildees agudas de sauacutede eacute dinacircmico e requer tomada raacutepida de decisatildeo Conta com uma equipe de Enfermagem com totalidade de 73 profissionais dentre estes 17 enfermeiros efetivos 6 enfermeiros residentes 42 teacutecnicos de enfermagem e 8 auxiliares de enfermagem

O SEA do HUUFSC estaacute dividido em trecircs subunidades de atendimento

O Serviccedilo de Emergecircncia Interna (SEI) local de estabilizaccedilatildeo onde os pacientes recebem o primeiro atendimento Eacute composto por sala de medicaccedilatildeo sala de reanimaccedilatildeo sala ciruacutergica sala de procedimentos posto de enfermagem farmaacutecia sateacutelite e quatro consultoacuterios meacutedicos Possui espaccedilo fiacutesico para acomodar ateacute 12 pacientes em macas (divididos entre os pacientes que estatildeo em ldquoobservaccedilatildeordquo e os ldquointernadosrdquo quando excedidas 24 horas de estadia no hospital o paciente eacute internado)

O Repouso da Emergecircncia acolhe apenas os pacientes jaacute internados que aguardam vagas nas unidades de internaccedilatildeo das cliacutenicas meacutedicas ou ciruacutergicas possui capacidade para acomodar 12 pacientes em leitos e 1 quarto de isolamento

Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco (SACR) local aonde efetivamente se desenvolveu esta pesquisa O serviccedilo foi estabelecido no SEA do HU em agosto de 2011 em cumprimento agraves normativas da Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo e Gestatildeo do SUS com a finalidade de otimizar a assistecircncia agrave sauacutede priorizando o atendimento ao paciente grave ndash objetivo principal da emergecircncia hospitalar ndash por meio de identificaccedilatildeo dos sinais e sintomas apresentados e referenciados pelos pacientes com consequumlente determinaccedilatildeo da gravidade da situaccedilatildeo de sauacutede Seu funcionamento eacute diaacuterio das 0700 agraves 2300 horas (HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO POLYDORO ERNANI DE SAtildeO THIAGO 2012)

Por natildeo ser referecircncia em traumatologia o Serviccedilo de Emergecircncia do HUUFSC atende uma demanda significativamente menor de casos com indicaccedilatildeo ciruacutergica como observamos no quadro 1 a seguir Por esse motivo os casos atendidos no Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco

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(SACR) satildeo exclusivamente com indicaccedilatildeo para Cliacutenica Meacutedica com maior demanda no serviccedilo

Quadro 1 - Nordm de pacientes atendidos anualmente no SEA do HU

Especialidade Nordm de Atendimentos

Centro de Informaccedilotildees Toxicoloacutegicas

145

Cliacutenica Ciruacutergica 10785

Cliacutenica Meacutedica 27266

Cliacutenica Pediaacutetrica 20213

Maternidade 11064

Oftalmologia 09

Ortopedia 1946

Setor natildeo identificado 5125

Total 76587

Fonte Hospital Universitaacuterio Polydoro Ernani de Satildeo Thiago (2011)

Optou-se por desenvolver esta pesquisa no SACR por

tratar-se do local de primeiro contato entre um profissional de sauacutede neste caso o enfermeiro e o paciente Esta eacute a etapa onde eacute apontado o fluxo terapecircutico de cada paciente portanto poderaacute determinar o sucesso ou falhas relacionadas agrave morosidade no atendimento e tal definiccedilatildeo eacute realizada enfermeiro

De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2006 p77)

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O processo de triagem classificatoacuteria deve ser realizado por profissional de sauacutede de niacutevel superior mediante treinamento especiacutefico e utilizaccedilatildeo de protocolos preestabelecidos e tem por objetivo avaliar o grau de urgecircncia das queixas dos pacientes colocando-os em ordem de prioridade para o atendimento

O processo de ldquotriagem classificatoacuteriardquo visa estipular a

prioridade do atendimento sendo determinada pela maior ou menor gravidade do caso (BRASIL 2006) O instrumento utilizado no serviccedilo para esta tarefa adaptado pela proacutepria instituiccedilatildeo do Sistema de Triagem de Manchester (MACKAWAY-JONES 1997) designa a classificaccedilatildeo de risco por meio de cores que preconizam o tempo para o atendimento entre vermelho (emergente) laranja (muito urgente) amarelo (urgente) verde (pouco urgente) azul (natildeo-urgente) e branco (procedimentos) Este instrumento eacute composto por uma lista de 29 fluxogramas que destacam cada um uma queixa principal De acordo com a queixa relatada pelo paciente o enfermeiro escolhe um fluxograma Dentro de cada fluxograma existem algumas condiccedilotildees cliacutenicas para cada cor que quando apresentadas apontam a cor que deve ser designada na classificaccedilatildeo Como esta pesquisa trata de dor toraacutecica extraiacutemos apenas esta queixa dentre os 29 fluxogramas Portanto seraacute abordado apenas o fluxograma 18 ndash dor toraacutecica (ANEXO I)

43 POPULACcedilAtildeO DO ESTUDO E AMOSTRA

A populaccedilatildeo deste estudo contemplou dois grupos distintos Abaixo segue descriccedilatildeo destes bem como os criteacuterios de seleccedilatildeo Grupo 01 - sujeitos participantes deste grupo - Pacientes que procuraram atendimento no Serviccedilo de Emergecircncia acima de 18 anos durante o periacuteodo de outubro de

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2013 a janeiro de 2014 de segunda a saacutebado das 07 agraves 23 horas - Pacientes que foram atendidos no Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco (SACR) - Pacientes que referiram a dor toraacutecica como queixa principal e motivo de procura agrave Emergecircncia Hospitalar - Pacientes que aceitaram participar do estudo mediante assinatura do TCLE Grupo 02 participantes deste grupo - Profissional enfermeiro efetivo ou enfermeiro residente que atua no SACR do SEA do HU - Enfermeiros deste serviccedilo que aceitaram participar do estudo mediante assinatura do TCLE

A amostra para o Grupo 1 eacute natildeo probabiliacutestica e intencional e para seu caacutelculo amostral utilizou-se o sistema operacional para ensino e aprendizagem de Estatiacutestica da Universidade Federal de Santa Catarina o Sestatnet conforme figura 1 Utilizou-se para este caacutelculo a estimativa de pacientes que procuram o serviccedilo apresentando dor toraacutecica anualmente totalizando 880 pacientes (independente das causas da dor) de acordo com meu trabalho de conclusatildeo de curso desenvolvido na instituiccedilatildeo em cumprimento ao Programa de Residecircncia Multiprofissional em Sauacutede de 2011 a 2013

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Figura 1 - Sistema operacional Sestatnet para caacutelculo da amostra

Fonte Sestatnet

44 COLETA DE DADOS

A coleta de dados ocorreu no periacuteodo entre outubro de 2013 a janeiro de 2014 de segunda a saacutebado das 07 agraves 23 horas atingindo o caacutelculo amostral de 67 pacientes (90 de niacutevel de confianccedila) por meio de aplicaccedilatildeo do protocolo elaborado e utilizado no HIAE designado ldquoFluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagemrdquo (ANEXO B) A aplicaccedilatildeo do protocolo foi realizada pelos enfermeiros efetivos e enfermeiros residentes atuantes no SACR que aceitaram participar da pesquisa e estavam na escala como classificadores nos dias e horaacuterios dos atendimentos dos pacientes com dor toraacutecica estabelecidos para a coleta Apoacutes a coleta propriamente

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dita estes mesmos sujeitos foram avaliadores da utilizaccedilatildeo de um protocolo de dor toraacutecica durante o Acolhimento

Sabe-se que haacute alguns protocolos assistenciais desenvolvidos para esta praacutetica portanto a ideia central deste estudo foi aplicar um protocolo de avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica jaacute existente e implementado por uma instituiccedilatildeo de referecircncia no caso o Hospital Israelita Albert Einstein de Satildeo PauloSP com a finalidade de embasar a praacutetica dos enfermeiros na classificaccedilatildeo de risco da dor toraacutecica Reduzindo o tempo entre a chegada do paciente ao hospital e o estabelecimento da terapecircutica adequada tecnologia no sentido de minimizar riscos evitando morosidade no atendimento de um caso grave bem como descartando a gravidade do caso

Vale salientar que a implementaccedilatildeo do protocolo para dor toraacutecica do HIAE natildeo excluiu a utilizaccedilatildeo do instrumento institucional (adaptaccedilatildeo do protocolo de Manchester) para a Classificaccedilatildeo de Risco jaacute existente O protocolo de dor toraacutecica foi empregado como uma ferramenta auxiliar para a classificaccedilatildeo de risco ressaltando as especificidades da dor toraacutecica e reforccedilando a garantia de uma classificaccedilatildeo com a prioridade adequada o que natildeo acarretou em atraso na Classificaccedilatildeo de Risco ou no atendimento do paciente

45 ETAPAS DA PESQUISA

A pesquisa abrangeu as seguintes etapas

- Etapa 1 ndash (apresentaccedilatildeo da pesquisa) A ideia inicial para a apresentaccedilatildeo da pesquisa era o desenvolvimento de uma oficina com os enfermeiros do SEA do HUUFSC na qual seria demonstrado em conjunto o funcionamento e objetivos do ldquoFluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem do HIAE e consequentemente a proposta deste estudo Para isso anteriormente esta pesquisa foi apresentada para a chefia de Enfermagem do setor que informou a inviabilidade de uma oficina no momento considerando a condiccedilotildees de sobrecarga de trabalho da unidade aleacutem do habitual Neste periacuteodo a demanda

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de atendimentos excedia a capacidade estrutural e de recursos humanos impossibilitando a liberaccedilatildeo dos funcionaacuterios para a realizaccedilatildeo da oficina ainda que por um curto periacuteodo durante os plantotildees Como alternativa a pesquisa foi apresentada individualmente aos enfermeiros do SEA em cada turno de trabalho manhatilde tarde e noite Apoacutes a apresentaccedilatildeo os enfermeiros foram convidados a participar da pesquisa sendo que nove deles aceitaram sendo eles trecircs residentes e seis enfermeiros efetivos Dos nove enfermeiros que aceitaram participar do estudo dois natildeo aplicaram o protocolo um por motivo de troca de setor durante o periacuteodo estipulado para a coleta e o outro alegou natildeo ter tempo haacutebil para realizar a coleta durante o plantatildeo Desse modo efetivamente sete enfermeiros participaram da pesquisa e aplicaram o protocolo conforme proposto Assim que aceitaram participar da pesquisa foi oportunizada uma capacitaccedilatildeo individual aos enfermeiros para utilizaccedilatildeo do instrumento enquanto ldquoaplicadoresrdquo do protocolo

- Etapa 2 ndash (Preacute-teste) esta etapa ocorreu como fase de

treinamento ou adaptaccedilatildeo agrave aplicaccedilatildeo do instrumento de pesquisa Nesta cada enfermeiro participante realizou a Classificaccedilatildeo de Risco como preacute-teste de um paciente a referir a dor toraacutecica como queixa principal Os sete preacute-testes realizados (um teste para cada enfermeiro) natildeo foram incluiacutedos como vaacutelidos para a amostra miacutenima

- Etapa 3 ndash (Efetividade da pesquisa) Esta etapa

compreendeu a aplicaccedilatildeo do protocolo propriamente com a intenccedilatildeo de conhecer o perfil do paciente com dor toraacutecica atendido no SACR A proposta de aplicaccedilatildeo do protocolo seria desenvolver com 63 pacientes que procurarem o SACR referindo dor toraacutecica como queixa principal de acordo com o caacutelculo amostral miacutenimo para a validade da pesquisa de acordo com o programa Sistatnet Ao final foram contabilizados 67 casos de dor toraacutecica em que o Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem do HIAE foi aplicado

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- Etapa 4 ndash (Avaliaccedilatildeo da utilizaccedilatildeo do protocolo pelos enfermeiros) Para a viabilidade desta etapa foi desenvolvido um roteiro semi-estruturado para entrevista contendo cinco questotildees acerca da utilizaccedilatildeo do protocolo proposto Mediante a aplicaccedilatildeo deste roteiro foram avaliadas as opiniotildees dos enfermeiros sobre o protocolo

Cada enfermeiro contribuiu com esta etapa ressaltando em sua visatildeo os pontos positivos ou negativos de utilizar o protocolo desde estrutura facilidade de compreensatildeo informaccedilotildees contidas encaminhamentos ateacute aplicabilidade ao serviccedilo em questatildeo (APEcircNDICE C)

- Etapa 5 ndash (Apresentaccedilatildeo dos resultados e discussatildeo) Os

dados obtidos seratildeo apresentados utilizando-se estatiacutestica descritiva por meio de nuacutemeros absolutos e percentuais A estatiacutestica descritiva eacute a ciecircncia que trata da organizaccedilatildeo e anaacutelise de um conjunto de dados (ou populaccedilatildeo especiacutefica) numeacutericos ou natildeo com o intuito de maior entendimento do que estes dados representam descrevendo os resultados (BARBETTA REIS BORNIA 2004) Em cumprimento agraves normativas do Programa de Mestrado Multiprofissional em Sauacutede da Universidade Federal de Santa Catarina os resultados e discussatildeo desta pesquisa seratildeo descritos adiante em forma de dois manuscrito 2 e 3

46 CONSIDERACcedilOtildeES EacuteTICAS

Para o desenvolvimento desta pesquisa seratildeo mantidos os princiacutepios eacuteticos com o indiviacuteduo de acordo com a Resoluccedilatildeo 4662012 do Conselho Nacional de Sauacutede (BRASIL 2012) Portanto esta proposta de pesquisa foi submetida agrave avaliaccedilatildeo do Comitecirc de Eacutetica e Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Santa Catarina mediante envio via Plataforma Brasil em junho de 2013 O estudo recebeu parecer favoraacutevel em setembro de 2013 mediante protocolo nordm 412494

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do Comitecirc de Eacutetica e Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Santa Catarina

Aceitaccedilatildeo dos sujeitos do grupo 01 e grupo 02 seraacute

efetivada da seguinte forma Grupo 01 (pacientes atendidos no SACR que apresentam

dor toraacutecica como queixa principal) - assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (APENDICE A) Lembrando que a abordagem do paciente para a orientaccedilatildeo acerca da pesquisa e o encaminhamento do Termo de Consentimento para a assinatura apenas seratildeo iniciados apoacutes completa estabilizaccedilatildeo do quadro cliacutenico e aliacutevio da dor Reforccedilando ao paciente que a negativa em sua participaccedilatildeo natildeo acarretaraacute de forma alguma em quaisquer discriminaccedilotildees em seu atendimento E a aplicaccedilatildeo do protocolo natildeo iraacute interferir ou acarretar em atrasos no atendimento

Grupo 02 (enfermeiros efetivos ou enfermeiros residentes

do SACR) ndash assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (APENDICE B) A tiacutetulo de sigilo os enfermeiros participantes deste grupo foram designados na escrita deste trabalho como ldquoEnfermeirordquo e numerados de 1 a 7 conforme ordem de convite para a participaccedilatildeo ou seja formando de Enfermeiro 1 a Enfermeiro 7

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5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Em cumprimento agraves normativas do Programa de Mestrado Multidisciplinar em Sauacutede os resultados desta pesquisa seratildeo apresentados sob forma de 2 manuscritos descritos a seguir Mediante apresentaccedilatildeo deste trabalho em banca examinadora e devida aprovaccedilatildeo os manuscritos seratildeo submetidos agraves devidas correccedilotildees e enviados posteriormente para publicaccedilatildeo em perioacutedicos indexados

O manuscrito 2 eacute intitulado O PERFIL DO PACIENTE

COM DOR TORAacuteCICA DO SERVICcedilO DE EMERGEcircNCIA ADULTO DE UM HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO DO SUL DO BRASIL

O manuscrito 3 intitula-se A AVALIACcedilAtildeO DOS ENFERMEIROS DE UM SERVICcedilO DE EMERGEcircNCIA HOSPITALAR SOBRE A UTILIZACcedilAtildeO DE UM PROTOCOLO PARA A DOR TORAacuteCICA VALIDADO EM UM SERVICcedilO DE REFEREcircNCIA

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51 MANUSCRITO 2 - O PERFIL DO PACIENTE COM DOR TORAacuteCICA DO SERVICcedilO DE EMERGEcircNCIA ADULTO DE UM HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO DO SUL DO BRASIL

Aline Costa Vieirasup1 Kaacutetia Cilene Godinho Bertoncellosup2

Juliana Balbinot Reis Girondisup3

Resumo Conhecer o perfil do puacuteblico com queixas de dor toraacutecica que procura um serviccedilo de sauacutede especiacutefico como o serviccedilo de emergecircncia confere agrave equipe de Enfermagem no momento da classificaccedilatildeo de risco a possibilidade de uma atuaccedilatildeo formulada de acordo com sua realidade Portanto optou-se por desenvolver a pesquisa baseada em evidecircncias a fim de identificar o perfil desta populaccedilatildeo no intuito de propor futuramente a institucionalizaccedilatildeo de um protocolo de Enfermagem para a dor toraacutecica Estudo de caraacuteter exploratoacuterio-descritivo e abordagem quantitativa ocorrida em um recorte temporal de outubro de 2013 a janeiro de 2014 por meio da anaacutelise documental de um protocolo de Enfermagem para a Classificaccedilatildeo de Risco da dor toraacutecica desenvolvido pelo Hospital Israelita Albert Einstein de Satildeo Paulo-SP Os resultados revelam que a maioria dos pacientes com dor toraacutecica a procurar o serviccedilo foi composta por mulheres reafirmando a baixa procura masculina aos serviccedilos de sauacutede Os dados obtidos demonstram que 35 (66) da demanda de pacientes com dor toraacutecica satildeo de atendimento ldquopouco-urgentesrdquo e apenas 3 (45) destes satildeo ldquoemergentesrdquo Apesar da maioria expressiva dos casos de dor toraacutecica tratar-se de quadro pouco-urgente sobressai a classificaccedilatildeo dos enfermeiros estipulando fluxo 1 (emergente) em 34 (507) e para a classificaccedilatildeo pouco-urgente apenas 15 (224) o que reflete uma valorizaccedilatildeo da dor toraacutecica por parte dos profissionais ao utilizar o protocolo Verificou-se a expressiva incidecircncia dos fatores de risco para o IAM associados agrave dor toraacutecica 32 (478) dos pacientes satildeo hipertensos e 18 (269) deles possuem histoacuteria familiar de Doenccedila Arterial Coronariana Ao identificar esta caracteriacutestica foi

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possiacutevel reafirmar a importacircncia do conhecimento dos fatores de risco para estipular a gravidade da dor toraacutecica Dessa forma fica evidente a urgecircncia em utilizar um protocolo especiacutefico para a toraacutecica em consonacircncia com a realidade do serviccedilo do perfil dos pacientes considerando o gecircnero faixa etaacuteria fatores de risco e antecedentes cardiovasculares a real avaliaccedilatildeo e respeito pela dor toraacutecica Descritores Dor toraacutecica Enfermagem em Emergecircncia Classificaccedilatildeo de Risco Abstract Knowing the profile of the public with complaints of chest pain that are looking for a particular health service such as the emergency department gives the nursing staff at the time the risk rating for the possibility of action formulated according to their reality The refore it was decided to develop evidence-based research to identify the profile of this population in order to propose future institutionalization of a nursing protocol for chest pain Study exploratory- descriptive and quantitative approach which occurred in a time frame from October 2013 to January 2014 through documentary analysis of a protocol for Nursing Risk Classification of chest pain developed by Albert Einstein Jewish Hospital of Satildeo Paulo - SP The results reveal that the majority of patients with chest pain to seek the service was composed by women reaffirming low male demand for health services The data show that 35 (66 ) of the number of patients with chest pain are little - urgent care and only 3 (45 ) of these are ldquoemerging ldquo Despite the significant majority of cases of chest pain that it was urgent - bit frame stands rankings nurses stipulating stream 1 ( emerging ) in 34 ( 507 ) and the little - sensitive classification only 15 ( 224 ) which reflects an appreciation of chest pain by practitioners when using the protocol There was a significant incidence of risk factors for AMI associated with chest pain 32 (478 ) patients had hypertension and 18 (269 ) of them have a family history of coronary artery disease By identifying this feature was possible to reaffirm the importance of knowledge of risk factors to denote the severity of chest pain Thus it is evident the urgency to use a specific protocol to the chest in line with the reality of the service the

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profile of patients considering gender age risk factors and cardiovascular history the actual evaluation and respect for chest pain Keywords Chest pain Emergency nursing Risk rating

Introduccedilatildeo

Enquanto ciecircncia e disciplina do cuidado a Enfermagem

estaacute em crescente desenvolvimento tecnoloacutegico para a promoccedilatildeo de uma atuaccedilatildeo de excelecircncia considerando aspectos inerentes agrave seguranccedila do paciente cuidados de Enfermagem pautados na evidecircncia cliacutenica minimizaccedilatildeo do sofrimento humano por meio das intervenccedilotildees para aliviar a dor Embora o atendimento da dor toraacutecica seja visto como prioridade pelos profissionais de sauacutede existe ainda um deacuteficit de estudos da avaliaccedilatildeo criteriosa associando-se os fatores de risco agraves caracteriacutesticas da dor (MARQUES 2010)

O atendimento inicial da dor toraacutecica a fim de reduzir danos e agravos eacute sempre no sentido de afastar primeiramente a suspeita de Siacutendrome Coronariana Aguda Neste sentido eacute fundamental para o enfermeiro que atua na Classificaccedilatildeo de Risco ter conhecimento das caracteriacutesticas da dor por isquemia e das complicaccedilotildees cardiovasculares Estar munido de um instrumento de avaliaccedilatildeo completo que aborde os fatores de risco associados auxiliando na identificaccedilatildeo raacutepida de pacientes em alto risco (NASI et al 2005) Valorizar a dor toraacutecica na classificaccedilatildeo de risco eacute considerada uma medida de extrema importacircncia visto que eacute o principal desconforto referido e observado nas doenccedilas cardiovasculares consideradas a maior causa de mortalidade no mundo Para isso o enfermeiro classificador precisa dispensar avaliaccedilatildeo criteriosa natildeo apenas das caracteriacutesticas da dor em si mas do perfil do paciente idade gecircnero dos fatores de risco associados e do histoacuterico familiar (MARQUES 2010)

Apesar dos avanccedilos evidenciados nas uacuteltimas deacutecadas ainda existem duacutevidas na classificaccedilatildeo da dor toraacutecica por parte dos profissionais de sauacutede Desse modo muitos oacutebitos ocorrem

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em funccedilatildeo de abordagens inadequadas para a dor toraacutecica principalmente em unidades de emergecircncia (RIOS et al 2010)

Em caso de dor toraacutecica a principal suspeita diagnoacutestica eacute a causa cardiovascular principalmente pelo seu grau elevado de morbidade e teoricamente pelo iniacutecio abrupto com baixa relaccedilatildeo entre o iniacutecio dos sintomas e oacutebito quando natildeo estabelecido atendimento eficaz em tempo haacutebil A maioria dos casos de morte por IAM ocorrem nas primeiras horas do iniacutecio dos sintomas sendo 40 a 65 na primeira hora e aproximadamente 80 nas primeiras 24 horas (PIEGAS et at 2009)

Reafirmando a relevacircncia de estudos na temaacutetica da dor toraacutecica as doenccedilas que acometem o aparelho circulatoacuterio satildeo apontadas como as principais causas de mortalidade dos brasileiros desde a deacutecada de 80 prevalecendo na atualidade Dentre elas o acidente vascular cerebral (AVC) eacute a principal causa de morte no Brasil seguida pelo IAM no qual a dor toraacutecica eacute referida como sintoma especiacutefico claacutessico A taxa de incidecircncia das doenccedilas circulatoacuterias eacute mais prevalente na regiatildeo sudeste (33 dos casos) seguida pela regiatildeo sul (329 dos casos) Particularmente na regiatildeo sul as causas de morte por doenccedilas do aparelho circulatoacuterio ocupam o primeiro lugar das taxas de mortalidade sucedidas pelas neoplasias e as causas externas (BRASIL 2008)

No Serviccedilo de Emergecircncia Adulto (SEA) de um Hospital Universitaacuterio (HU) do sul do Brasil em cumprimento agraves diretrizes da Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo (PNH) foi instituiacutedo o Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco (SACR) no ano de 2011 Tal norma prevecirc a existecircncia deste acolhimento nas aacutereas de acesso hospitalar a saber pronto atendimento pronto socorro ambulatoacuterio serviccedilo de apoio diagnoacutestico e terapia (BRASIL 2004)

A estratificaccedilatildeo de risco realizada no SACR do HU eacute realizada exclusivamente pelo profissional enfermeiro apesar de o processo poder ser realizado por qualquer profissional de sauacutede de niacutevel superior mediante treinamento e utilizaccedilatildeo de protocolos preestabelecidos (BRASIL 2006) O principal objetivo eacute avaliar o grau de urgecircncia dos pacientes e possibilitar uma ordem de prioridade para esse atendimento

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Para o desenvolvimento eficaz desta atribuiccedilatildeo como ldquoclassificadorrdquo o enfermeiro necessita de conhecimento cientiacutefico habilidade para avaliar com agilidade sensibilidade para percepccedilatildeo dos sinais apresentados que em muitos casos natildeo satildeo evidentes e observaccedilatildeo minuciosa para reconhecer previamente os sinais de gravidade ou que precedam a evoluccedilatildeo para a gravidade Faz-se necessaacuterio que o profissional tenha cautela no sentido de natildeo desvalorizar os sintomas referidos podendo acarretar em classificaccedilotildees errocircneas e identificaccedilatildeo de um problema de menor gravidade que o real (LOPES 2011)

Os aspectos de exclusatildeo de gravidade devem ser antepostos na triagem classificatoacuteria para isso o profissional deveraacute munir-se de coleta de dados exame fiacutesico com histoacuteria cliacutenica direcionada obtendo as caracteriacutesticas dos sintomas (valorizando o sintoma aacutelgico) com dados como o momento do iniacutecio tempo de duraccedilatildeo qualidade intensidade relaccedilatildeo com o esforccedilo e o repouso e presenccedila de doenccedila coronariana estabelecida (PIEGAS et al 2009)

Nesse contexto haacute que se evidenciar a importacircncia de se conhecer a clientela a ser atendida ou seja o perfil desse usuaacuterio Esse perfil seraacute embasado em caracteriacutesticas epidemioloacutegicas regionais e outras que possam expressar evidecircncias necessidades e as caracteriacutesticas de cuidado para estes pacientes considerando sua individualidade suas necessidades e seus direitos agrave sauacutede enquanto cidadatildeo

Para um cuidado resolutivo e seguro o qual se deseja adaptar as necessidades do serviccedilo e sua realidade esta pesquisa vislumbrou a realizaccedilatildeo de uma investigaccedilatildeo baseada em evidecircncias considerando seguinte a questatildeo norteadora Qual o perfil de pacientes com dor toraacutecica que procuram atendimento de sauacutede no Serviccedilo de Emergecircncia Adulto de um HU do sul do Brasil

Deste modo esta pesquisa objetivou identificar o perfil do

paciente com dor toraacutecica que procura atendimento no Serviccedilo de Emergecircncia Adulto de um HU do sul do Brasil Meacutetodo

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Elegeu-se a pesquisa baseada em evidecircncias uma vez

que propicia conhecer a realidade do modo que se apresenta A pesquisa baseada em evidecircncias eacute a mais indicada por trazer exatamente as evidecircncias do serviccedilo sem a fusatildeo de dados que possam impor vieacutes nos seus resultados Abordagem quantitativa de caraacuteter exploratoacuterio-descritivo

Um dos propoacutesitos da Praacutetica Baseada em Evidecircncias (PBE) eacute encorajar a utilizaccedilatildeo de resultados de pesquisa junto agrave assistecircncia agrave sauacutede prestada nos diversos niacuteveis de atenccedilatildeo reforccedilando a importacircncia da pesquisa para a praacutetica cliacutenica A PBE eacute uma abordagem de soluccedilatildeo de problema para a tomada de decisatildeo que incorpora a busca da melhor e mais recente evidecircncia competecircncia cliacutenica do profissional e os valores e preferecircncias do paciente dentro do contexto do cuidado (MENDES et al 2008)

O local onde se desenvolveu o estudo foi o SEA de um HU do sul do Brasil Este hospital possui trecircs subunidades de atendimento Serviccedilo de Emergecircncia Interna (SEI) local de estabilizaccedilatildeo onde o paciente recebe o primeiro atendimento O Repouso da Emergecircncia local que acomoda apenas pacientes jaacute internados e estabilizados que aguardam vaga nas cliacutenicas do hospital e o Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco (SACR) estabelecido no setor em agosto de 2011 em cumprimento agraves normativas da Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo (PNH) com a finalidade a que se propotildee de otimizar a assistecircncia agrave sauacutede priorizando o atendimento ao paciente grave tal local onde a pesquisa efetivamente ocorreu

Os dados foram coletados entre outubro de 2013 e janeiro de 2014 por anaacutelise documental do ldquoFluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagemrdquo desenvolvido pelo Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE) de Satildeo Paulo-SP apoacutes as classificaccedilotildees de risco da dor toraacutecica realizadas por sete enfermeiros do serviccedilo O protocolo do HIAE eacute composto por trecircs possiacuteveis fluxogramas de classificaccedilatildeo da dor toraacutecica Fluxo 1 ndash suspeita de Siacutendrome Coronariana Aguda Tiacutepica Fluxo 2 ndash Possiacutevel Siacutendrome Coronariana Aguda Atiacutepica e Fluxo 3 ndash Sem suspeita Inicial de Siacutendrome Coronariana Aguda Apoacutes obter

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dados referentes agrave faixa etaacuteria caracteriacutestica da dor fatores de risco associados e antecedentes cardiovasculares o enfermeiro precisa estipular um dos fluxos para cada caso e seguir a classificaccedilatildeo de risco designada pelo protocolo

Optou-se por amostra de escolha aleatoacuteria nos turnos que o serviccedilo possui equipe da manhatilde tarde e trecircs equipes da noite em horaacuterios dentre as 07 e agraves 23 horas quando o serviccedilo de Acolhimento funciona

Na totalidade foram analisadas 67 classificaccedilotildees de risco de pacientes que referiram a dor toraacutecica como queixa principal e motivo pela procura do serviccedilo

Apoacutes coletadas as 67 classificaccedilotildees de dor toraacutecica foram compiladas e organizadas utilizando-se um instrumento facilitador uma planilha do Windows Excelreg Os dados extraiacutedos destes documentos foram idade sexo iniacutecio do sintoma fatores de risco associados antecedentes cardiovasculares diagnoacutestico meacutedico e fluxos de atendimento

Em relaccedilatildeo aos cuidados eacuteticos os sete enfermeiros e os pacientes que foram avaliados pelo protocolo participaram deste estudo e confirmaram sua aceitaccedilatildeo mediante assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido A pesquisa recebeu parecer favoraacutevel em setembro de 2013 mediante protocolo nordm 412494 do Comitecirc de Eacutetica da Universidade Federal de Santa Catarina Em todas as etapas foram respeitados os preceitos eacuteticos dispostos na Resoluccedilatildeo 4662012 do Conselho Nacional de Sauacutede (BRASIL 2012)

Resultados e Discussatildeo

Os resultados apresentados refletem as queixas e a

classificaccedilatildeo designada por sete enfermeiros ao realizarem as 67 classificaccedilotildees para a dor toraacutecica

Cabe salientar que a pesquisa demonstra apenas os pacientes que foram atendidos no SACR do SEA pelo profissional enfermeiro excluindo aqueles que satildeo referenciados de outros serviccedilos de sauacutede e chegam ao setor em ambulacircncia os que chegam sem serem referenciados ou encaminhados e

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atendidos diretamente na porta de entrada do Serviccedilo de Emergecircncia Interna (SEI) Tambeacutem eacute necessaacuterio ressaltar que pela dinamicidade e agilidade dos acontecimentos caracteriacutesticos de um serviccedilo de emergecircncia em diversos momentos os dados deixaram de ser descritos nos instrumentos utilizados no SACR ou seja pacientes satildeo atendidos sem haver qualquer citaccedilatildeo nos instrumentos utilizados pelo serviccedilo Considerou-se a importacircncia de relatar estes aspectos para o esclarecimento de que a demanda do serviccedilo eacute mais expressiva do que a apresentada nesta pesquisa

Apesar de que eacute uma das funccedilotildees dos profissionais de sauacutede eacute zelar pela vida sempre por vezes o ambiente e as condiccedilotildees humanas sobrepotildeem agrave capacidade de uma equipe A elevada demanda dos serviccedilos de emergecircncia acaba por resultar em pacientes esperando por atendimento meacutedico em tempo excedendo agrave uma hora pacientes acomodados em macas sem nenhum conforto pouca qualidade da assistecircncia e tensatildeo da equipe multiprofissional (LOPES 2011)

Os serviccedilos de urgecircncia apresentam diversos desafios a serem superados no atendimento agrave sauacutede superlotaccedilatildeo trabalho fragmentado e pouca articulaccedilatildeo com os demais serviccedilos de sauacutede Portanto torna-se essencial refletir e buscar novas formas de atuaccedilatildeo que direcionem a um cuidado resolutivo humanizado e acolhedor a partir da compreensatildeo do serviccedilo A experiecircncia dos profissionais eacute muito importante para compor as melhores estrateacutegias de um acolhimento resolutivo O sentido da palavra ldquoacolhimentordquo apenas teraacute sentido na proporccedilatildeo que for enriquecida e reformulada nas discussotildees do cotidiano da praacutetica profissional (BRASIL 2009) A seguir seratildeo apresentados os dados que caracterizam o puacuteblico com queixa de dor toraacutecica classificado

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Tabela 1 - Caracterizaccedilatildeo dos pacientes com queixa de dor toraacutecica que procuraram o Serviccedilo de Emergecircncia do HUUFSC ndash Florianoacutepolis ndash SC 2013-2014

DADOS PESSOAIS Nordm

SEXO

Masculino 23 343

Feminino 44 657

Total 67 1000

IDADE (anos)

18 a 29 08 120

30 a 49 23 343

50 a 69 29 433

70 7 104

Total 67 1000

INIacuteCIO DOS SINTOMAS

lt 24 horas 25 373

Haacute 1 ou 2 dias 37 552

Haacute 3 ou mais dias 5 75

Total 67 1000

70

FATORES DE RISCO

Tabagismo 15 224

Diabetes 10 149

Hipertensatildeo Arterial 32 478

Dislipidemia 4 6

Uso de cocaiacutena - -

Histoacuteria familiar de Doenccedila Arterial Coronariana

18 269

Natildeo possui 16 239

Total 80 1000

ANTECEDENTES CARDIOVASCULARES

Doenccedila Arterial Coronariana 2 3

Infarto Agudo do Miocaacuterdio 12 182

Angina 2 3

Revascularizaccedilatildeo do Miocaacuterdio - -

Stent cardiacuteaco 4 6

Acidente vascular cerebral ou acidente isquecircmico transitoacuterio

- -

Doenccedila Arterial Obstrutiva Perifeacuterica - -

Doenccedila da aorta - -

Doenccedila das caroacutetidas - -

Doenccedila das arteacuterias renais - -

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Insuficiecircncia Cardiacuteaca Congestiva 2 3

Arritmia 2 3

Marcapasso - -

Desfibrilador implantado - -

Outras - -

Natildeo possui 42 636

Total 66 1000

Fonte Dados obtidos pela autora (2013-2014)

Quanto ao gecircnero observou-se 44 pacientes do sexo

feminino (657) e 23 do sexo masculino (343) Dessa forma eacute possiacutevel comprovar que ainda existe predominacircncia do sexo feminino na procura dos serviccedilos de sauacutede De acordo com a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede do Homem instituiacuteda em 2009 justamente com a finalidade de ampliar o acesso masculino na procura aos serviccedilos de sauacutede estudos comprovam que os homens satildeo mais vulneraacuteveis agraves doenccedilas especialmente as enfermidades graves e crocircnicas o que estaacute diretamente relacionado ao fato de que eles recorrem com menos frequumlecircncia do que as mulheres aos serviccedilos de sauacutede o que acontece geralmente apoacutes agravamento do quadro cliacutenico (BRASIL 2008)

Considerando esta realidade pode-se afirmar que eacute de primordial que o profissional de sauacutede atue no sentido de conscientizar a populaccedilatildeo masculina em especial visto que a cada trecircs mortes de pessoas adultas duas satildeo de homens Especificamente abordando as doenccedilas isquecircmicas cardiacuteacas como o infarto agudo do miocaacuterdio estudos tambeacutem revelam que estatildeo entre as principais causas de mortes do sexo masculino E em comparaccedilatildeo agraves mulheres o tempo de vida deles eacute de 76 anos menor (BRASIL 2008) Os homens satildeo mais suscetiacuteveis ao

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IAM do que as mulheres A incidecircncia feminina aumenta quando estas fumam e usam anticoncepcionais No periacuteodo poacutes-menopausa a incidecircncia de IAM nas mulheres eacute semelhante agraves taxas observadas nos homens (BOUNDY et al 2004)

O aspecto da baixa procura masculina aos serviccedilos de sauacutede explicam-se com maior congruecircncia pelos aspectos culturais Em decorrecircncia dos estereoacutetipos do gecircnero a doenccedila eacute considerada como um sinal de fragilidade que os homens natildeo reconhecem como inerentes agrave sua proacutepria condiccedilatildeo bioloacutegica (BRASIL 2008b) Em muitos casos no sentido da garantia do contexto da masculinidade muitos homens tendem a natildeo valorizar ou natildeo verbalizar seus sintomas aacutelgicos Por esse motivo ao analisarmos a dor profissionalmente vale lembrar a importacircncia da compreensatildeo das barreiras soacutecio-culturais no sentido de desenvolver estrateacutegias para a promoccedilatildeo do acesso dos homens aos serviccedilos de sauacutede (BRASIL 2008b)

Em relaccedilatildeo agrave idade variou entre 18 a 78 anos com a maioria (433) na faixa etaacuteria de 50 a 69 anos O SEA do Hospital Universitaacuterio atende pacientes a partir dos 15 anos de idade Eacute possiacutevel destacar que a faixa etaacuteria dos pacientes a procurar o serviccedilo eacute bastante diversificada Observamos aqui nos nuacutemeros de pacientes que procuram o Serviccedilo de Emergecircncia com dor toraacutecica em ordem crescente em relaccedilatildeo ao aumento da faixa etaacuteria No entanto ocorre uma inversatildeo descrente nos pacientes mais idosos ou seja acima de 70 anos de idade o que pode estar retratando o aumento da qualidade de vida da populaccedilatildeo mais idosa Estudos apontam que ano Brasil entre os anos de 2000 e 2010 a populaccedilatildeo idosa aumentou de 14 para 21 milhotildees o que denota as melhores condiccedilotildees sociais e econocircmicas no paiacutes (IBGE 2010) Com o aumenta da longevidade haacute proporcionalmente o aumento das doenccedilas crocircnicas tiacutepicas da populaccedilatildeo idosa como hipertensatildeo diabetes e doenccedilas cardiacuteacas

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O processo de envelhecimento decorre da queda das taxas de natalidade e mortalidade infantil e o aumento da expectativa de vida que acarreta em aumento das doenccedilas crocircnicas que geram anos de utilizaccedilatildeo do sistema de sauacutede O aumento das doenccedilas crocircnicas em idosos vem sobrecarregando ainda mais os serviccedilos de emergecircncia (ALVES BARBOSA 2010)

Para que a classificaccedilatildeo seja adequada o enfermeiro deveraacute ter conhecimento das mudanccedilas do organismo e adaptaccedilotildees comuns a cada fase da vida a fim de reconhecer alteraccedilotildees fiacutesicas e psiacutequicas proacuteprias a cada faixa etaacuteria

Verificou-se em relaccedilatildeo ao iniacutecio dos sintomas que a maior parte dos pacientes 37 (552) procurou o serviccedilo de emergecircncia apenas apoacutes 1 a 2 dias do iniacutecio dos sintomas 25 (373) procuraram o serviccedilo antes das 24 horas do iniacutecio dos sintomas e 5 (75) procuraram apoacutes mais de 3 dias do iniacutecio dos sintomas Apesar de a dor toraacutecica ser considerada como um sintoma temido por grande parte da populaccedilatildeo o enfermeiro haacute que considerar que ainda existe o pensamento popular de quando incomodado pelo sintoma da dor toraacutecica muitos indiviacuteduos tendem a se automedicar natildeo admitir a seriedade do desconforto promove tentativas de melhora e sobretudo hesita atendimento nos serviccedilos de sauacutede o que pode acarretar em piora do quadro cliacutenico fazendo com que o paciente procure o serviccedilo de emergecircncia apenas com o agravamento da situaccedilatildeo (BOAVENTURA 2011) Essa condiccedilatildeo caracteriza motivo de importacircncia do questionamento do enfermeiro acerca do iniacutecio dos sintomas pois em muitos casos a quadro apresentado pela dor toraacutecica pode jaacute encontrar-se em agravamento BOUNDY et al (2004) considera que a dor toraacutecica eacute o sintoma fundamental do IAM que geralmente eacute constritiva e persistente por 12 horas ou mais pode irradiar-se para o braccedilo esquerdo maxilar pescoccedilo e omoplatas

Revela-se aqui nos fatores de risco associados a alta incidecircncia brasileira da ocorrecircncia de Hipertensatildeo Arterial

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Sistecircmica (HAS) 32 (478) dos pacientes com dor toraacutecica classificados referiu ser hipertenso A histoacuteria familiar de Doenccedila Arterial Coronariana aparece em 18 (269) dos casos e o tabagismo em 15 (224) pacientes

O IAM eacute causado pela diminuiccedilatildeo do fluxo sanguiacuteneo e consequentemente do oxigecircnio ao muacutesculo cardiacuteaco o miocaacuterdio Geralmente eacute causado pelo estreitamento das arteacuterias coronaacuterias por acuacutemulo de lipiacutedeos embolo ou trombo (OLIVEIRA LEITAtildeO RAMOS 2009) Dessa forma torna-se primordial para a avaliaccedilatildeo do risco da dor toraacutecica o enfermeiro correlacionar os fatores de risco associados para a potencialidade de uma doenccedila arterial coronariana que desencadeie o IAM (OLIVEIRA LEITAtildeO RAMOS 2009) O conhecimento das variaacuteveis cliacutenicas (histoacuteria de hipertensatildeo diabetes dislipidemia) deve ser correlacionado imediatamente com a caracteriacutestica da dor toraacutecica durante a classificaccedilatildeo de risco no sentido de afastar ou suspeitar de gravidade relacionada agrave dor

O HIAE ao abordar os fatores de risco para a Siacutendrome Coronariana Aguda lembra que o tabagismo eacute o maior fator de risco para a morte suacutebita cardiacuteaca o colesterol em excesso acumula-se no interior das arteacuterias coronaacuterias levando agrave aterosclerose que predispotildee ao IAM A aterosclerose eacute a principal causa de IAM 50 dos pacientes que enfartam satildeo hipertensos e para o portador de Diabetes Mellitus a ocorrecircncia de infarto eacute de 2 a 4 vezes maior (HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN 2014) Boundy et al (2004) alertam que o IAM eacute causado pela obstruccedilatildeo das arteacuterias coronaacuterias Os principais fatores de risco satildeo envelhecimento diabetes mellitus dislipidemia hipertensatildeo obesidade histoacuteria familiar de Doenccedila Arterial Coronariana (DAC) sedentarismo tabagismo estresse e uso de drogas como anfetaminas ou cocaiacutena

A I Diretriz Brasileira para Prevenccedilatildeo Cardiovacular cita que a hipertensatildeo arterial sistecircmica (HAS) eacute o mais importante fator de risco para o desenvolvimento de doenccedila arterial coronariana E a principal prevenccedilatildeo cardiovascular engloba evitar a instalaccedilatildeo de fatores de risco cardiovascular modificaacuteveis como o tabagismo (SIMAtildeO et al 2013)

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As accedilotildees do enfermeiro devem estar focadas na prevenccedilatildeo Cardioloacutegica baseadas na alta incidecircncia das taxas de mortalidade das Siacutendromes Coronaacuterias Agudas Particularmente a diminuiccedilatildeo do risco de agravo do Infarto Agudo do Miocaacuterdio pode ser iniciada pela identificaccedilatildeo precoce dos fatores de risco e sua correlaccedilatildeo com a dor toraacutecica Os indiviacuteduos com maior risco devem ser rapidamente identificados (GUIMARAtildeES 2006)

A classificaccedilatildeo de risco do paciente com queixa de dor toraacutecica deve ser aacutegil de criteriosa conter caracterizaccedilatildeo da dor identificaccedilatildeo de fatores de risco associados antecedentes cardiovasculares monitorizaccedilatildeo cardiacuteaca contiacutenua oximetria de pulso acesso venoso perifeacuterico exames laboratoriais e principalmente ECG de 12 derivaccedilotildees em menos de dez minutos a partir da chegada do paciente dentre outros (VIEIRA RAFAEL 2011) Para tanto sem duacutevida podemos afirmar que a utilizaccedilatildeo de protocolos para embasar a classificaccedilatildeo de risco oferece respaldo legal para a atuaccedilatildeo segura dos enfermeiros (SOUZA et al 2011)

O enfermeiro ao deparar-se com o paciente com queixa de dor toraacutecica deve investigar os antecedentes cardiovasculares O risco de doenccedila ateroscleroacutetica eacute estimado com base na anaacutelise conjunta de caracteriacutesticas que aumentam a chance de um indiviacuteduo desenvolver a doenccedila Portanto o mais claro identificador de risco eacute a manifestaccedilatildeo preacutevia da proacutepria enfermidade (SIMAtildeO et al 2013) A Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (OMS) cita a doenccedila cardiovascular como uma das condiccedilotildees mais debilitantes de impacto sobre a qualidade de vida do indiviacuteduo um agravante fator de risco para o IAM Estima-se que juntamente com a Depressatildeo a Doenccedila Arterial Coronariana (que predispotildee ao IAM) seratildeo em 2020 as duas principais causas de morte devendo a comorbidade entre estas duas doenccedilas ser mais preocupante (LEMOS et al 2008)

Classificaccedilatildeo de Risco ndash Anaacutelise da Utilizaccedilatildeo dos Fluxogramas

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A Figura 2 aponta a porcentagem da utilizaccedilatildeo dos trecircs fluxos pertencentes ao instrumento proposto

Figura 2 - Distribuiccedilatildeo percentual da Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes que procuraram o SEA do HUUFSC de acordo com o protocolo proposto (Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem do HIAE) Florianoacutepolis-SC 2014

Fonte dados obtidos pela autora (2013-2014)

Os dados relativos apresentados na Figura 2 demonstram

que os enfermeiros utilizaram o fluxo 1 em 507 (34) dos casos o fluxo 2 em 269 (18) dos casos e o fluxo 3 em 224 (15) dos casos Esse fato revela que os enfermeiros suspeitaram de maior gravidade nos casos de dor toraacutecica de acordo com as queixas referidas pelos pacientes ao utilizar o protocolo sugerido para este estudo

Uma vez que o paciente com sintoma de dor toraacutecica pode tratar-se de uma condiccedilatildeo grave a abordagem adequada torna-se equivalente agrave minimizaccedilatildeo de riscos de morte Por esse motivo eacute necessaacuterio que o enfermeiro que atua nos serviccedilos de urgecircncia detenha conhecimento cientiacutefico praacutetico e teacutecnico Aleacutem disso eacute primordial a tomada de decisotildees raacutepidas e concretas o reconhecimento de situaccedilotildees de riscos familiaridade com a Siacutendrome Coronariana Aguda (SCA) O conhecimento sobre os pacientes acometidos com dor toraacutecica eacute relevante por ser uma condiccedilatildeo cliacutenica prevalente nos serviccedilos de emergecircncia (FERREIRA MADEIRA 2011)

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60Fluxo 1 (Suspeita deSiacutendrome CoronarianaAguda Tiacutepica)Fluxo 2 (PossiacutevelSiacutendrome CoronarianaAguda Atiacutepica)Fluxo 3 (Sem suspeitainicial de SiacutendromeCoronariana Aguda)

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O objetivo do atendimento agrave dor toraacutecica eacute a avaliaccedilatildeo imediata a priorizaccedilatildeo deste tipo de dor com a finalidade de reduccedilatildeo do retardo intra-hospitalar para o atendimento do paciente com SCA aleacutem da internaccedilatildeo desnecessaacuteria e liberaccedilatildeo inapropriada dos casos de SCA (BASSAN 2002) Neste sentido o uso de protocolo de Enfermagem para a classificaccedilatildeo de risco da dor toraacutecica eacute crucial para a adequada seleccedilatildeo de pacientes com dor toraacutecica passiacutevel de SCA o que acaba por diminuir a chance do paciente ser liberado do serviccedilo de Emergecircncia inadequadamente reduzindo o iacutendice de mortalidade por isquemia cardiacuteaca (FERREIRA MADEIRA 2010)

Diante da queixa de dor toraacutecica eacute importante que seja considerada isquemia do miocaacuterdio em todos os pacientes ateacute que esta seja descartada A avaliaccedilatildeo deve ser raacutepida incluindo o tipo de dor e o correto encaminhamento na diferenciaccedilatildeo entre dor toraacutecica cardiacuteaca e natildeo cardiacuteaca (JONES BRISTOL JONES 2013)

Muitos profissionais de sauacutede demonstram ainda conceitos errocircneos em relaccedilatildeo agrave avaliaccedilatildeo da dor tornando-a banalizada e pouco valorizada o que torna ineficaz a classificaccedilatildeo de risco da dor toraacutecica Esse fato pode ser modificado quando a classificaccedilatildeo eacute amparada por um instrumento de acordo com evidecircncia cientiacutefica comprovada (OLIVEIRA SILVA LEITAtildeO 2010)

Para a minimizaccedilatildeo de riscos de agravos aos pacientes com dor toraacutecica em condiccedilotildees graves que chegam agraves salas de emergecircncia eacute imperativo que a instituiccedilatildeo de sauacutede conte com enfermeiros treinados e equipados com uma ferramenta que os auxilie no manejo de pacientes acometidos por esta dor Dessa forma utilizar protocolos em sauacutede eacute fundamental na otimizaccedilatildeo do cuidado (FERREIRA MADEIRA 2011) A demanda elevada e crescente dos serviccedilos de emergecircncia torna necessaacuteria a incorporaccedilatildeo de estrateacutegias e tecnologias para lidar com esta procura A adoccedilatildeo de protocolos prioriza os atendimentos de condiccedilotildees graves que possam natildeo estar sendo reconhecidas

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diminuindo o tempo de espera e consequentemente o risco de deteriorizaccedilatildeo dos pacientes (ANZILEIRO 2011)

O prestador de cuidado dos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia precisa ser detentor de destreza manual e rapidez na accedilatildeo autocontrole emocional e facilidade de comunicaccedilatildeo a fim de obter os dados de sauacutede necessaacuterios para a otimizaccedilatildeo dos cuidados A comunicaccedilatildeo e a integraccedilatildeo com a equipe multiprofissional satildeo fundamentais para a participaccedilatildeo de todos no cuidado humanizado Aleacutem disso precisa possuir uma diversidade de conhecimento cientiacutefico para avaliar de forma precisa e aacutegil refletindo na reduccedilatildeo de risco aos agravos de sauacutede (LOPES 2011)

Considerando a magnitude da ocorrecircncia de dor toraacutecica nos serviccedilos de emergecircncia ainda existem muitas duacutevidas e questionamentos para definiccedilatildeo do quadro cliacutenico apresentando pelos pacientes Ressalta-se a importacircncia de discussotildees aprofundadas sobre a dor e avaliaccedilatildeo realizada pelo enfermeiro e o uso de protocolos para sanar duacutevidas de classificaccedilatildeo (SANTORO PIMENTA 2008)

Classificaccedilatildeo de risco ndash Anaacutelise dos diagnoacutesticos meacutedicos

A Figura 3 ilustra a porcentagem dos diagnoacutesticos

encontrados nas classificaccedilotildees de risco dos pacientes com dor toraacutecica

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Figura 3 - Distribuiccedilatildeo percentual dos diagnoacutesticos meacutedicos encontrados na Classificaccedilatildeo dos pacientes com dor toraacutecica Florianoacutepolis-SC 2014

Fonte dados obtidos pela autora (2013-2014)

Identificaram-se entre os diagnoacutesticos encontrados 35 (66) casos de ansiedade 22 (328) casos de dor muscular em 7 registros (104) natildeo havia diagnoacutestico meacutedico formado e 3 (45) foram confirmados casos de Infarto Agudo do Miocaacuterdio

Reafirmando a caracteriacutestica do setor como porta de entrada aos serviccedilos de sauacutede recebendo elevada demanda de pacientes com indicaccedilatildeo de atendimento na Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede (APS) a Figura 3 demonstra que a maior parte dos pacientes classificados com dor toraacutecica no periacuteodo apresentam quadros considerados de ldquopouca-urgecircnciardquo

De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2006) 65 dos casos que satildeo atendidos nos serviccedilos de emergecircncia no Brasil tecircm indicaccedilatildeo de serem resolvidos na APS Tal condiccedilatildeo acaba por ldquosobrecarregarrdquo com elevada demanda as unidades de emergecircncia O SACR natildeo conta com profissional meacutedico exclusivamente para atender a demanda dos pacientes que satildeo classificados o que acaba por acarretar muitas vezes em demora no atendimento inquietaccedilatildeo de pacientes

0

20

40

60 Ansiedade

DormuscularSemregistrosIAM

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geralmente aqueles classificados como ldquoverdesrdquo que possuem indicaccedilatildeo para atendimento na Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede (APS)

Devido agrave oferta restrita de atendimentos em sauacutede a populaccedilatildeo excedente tende a procurar um serviccedilo com maior possibilidade de porta de entrada Os serviccedilos de emergecircncia hospitalar geralmente conferem esta visatildeo de resolutividade (MARQUES LIMA 2010)

A elevada procura pelos serviccedilos de emergecircncia por pacientes com indicaccedilatildeo de atendimento na APS reflete as falhas na rede de atenccedilatildeo agrave sauacutede e sua desarticulaccedilatildeo Lopes (2011) afirma ainda que a desarticulaccedilatildeo da Rede de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede (RAS) e o descreacutedito da populaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao atendimento na Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede contribuem seguramente para a superlotaccedilatildeo dos serviccedilos de emergecircncia a niacutevel nacional Souza etal (2010) lembram que durante a classificaccedilatildeo de risco podemos evidenciar uma situaccedilatildeo frequente nos serviccedilos de emergecircncia atendidos que natildeo caracterizam emergecircncia propriamente dita ou seja natildeo se tratam de risco de vida Cabe ressaltar que o conceito de urgecircncia e emergecircncia eacute diferente na visatildeo dos usuaacuterios de sauacutede

Neste sentido o SEA do HU eacute visto como serviccedilo de referecircncia Esses dados sugerem a imagem da populaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao hospital como centro de excelecircncia para o atendimento em sauacutede conferindo sua caracterizaccedilatildeo como figura de resolutividade Dessa forma apesar dos problemas de superlotaccedilatildeo e muitas vezes com demora no atendimento o hospital ainda confere agrave populaccedilatildeo maior acreditaccedilatildeo ou seguranccedila Reafirmando esta ideia Marques e Lima (2010 p15) colocam que ldquoApesar de superlotadosrdquo impessoais e atuando sobre a queixa principal esses locais reuacutenem um somatoacuterio de recursos quais sejam consultas remeacutedios procedimentos de enfermagem exames laboratoriais e internaccedilotildeesrdquo

Ao fazermos a relaccedilatildeo dos dados de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes que procuram o SEA do HU referindo dor toraacutecica e os diagnoacutesticos encontrados percebe-se que apesar da alta incidecircncia dos casos classificados ldquopouco-urgentesrdquo (verdes e azuis) como eacute considerado um quadro de ansiedade (Figura 2) reafirma-se que os enfermeiros valorizaram os

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sintomas referidos pelos pacientes com dor toraacutecica utilizando o protocolo sugerido agrave medida que classificam a maioria dos casos como Fluxo 1 (emergecircncia) 34 (507) dos casos

Nas classificaccedilotildees encontradas identificamos maior nuacutemero de casos classificados como emergentes em contrapartida o quadro com maior nuacutemero de diagnoacutesticos eacute o de ansiedade considerada uma queixa ldquopouco-urgenterdquo ou natildeo-emergente Esse fator nos faz refletir que ao vivenciar a dor toraacutecica o indiviacuteduo passa pela experiecircncia de sentimentos complexos O alto grau de gravidade que pode estar associado a este tipo de dor acaba por impulsionar a grande procura pelo ambiente hospitalar por parte dos pacientes com dor toraacutecica e seus familiares Pacientes que vivenciam a dor toraacutecica em sua maioria procuram o serviccedilo de emergecircncia em situaccedilatildeo que considera emergente ou urgente podendo ou natildeo estar passando por processo patoloacutegico (ARAUJO MARQUES 2007)

A intensidade dos sintomas cliacutenicos tende a conferir sentimentos de medo e o principal eacute o medo da morte agrave medida que relaciona esta dor como ameaccediladora agrave vida (ARAUacuteJO MARQUES 2007)

A Sociedade Brasileira de Cardiologia (2002) aponta que a dor toraacutecica tambeacutem pode surgir como reflexo psicossomaacutetico ou seja natildeo possuir causa orgacircnica Neste sentido gerada por mecanismos psiacutequicos tende a ser difusa e imprecisa Os sintomas de ansiedade satildeo detectaacuteveis na maioria dos casos e geralmente se observa a utilizaccedilatildeo inadequada e abusiva de analgeacutesicos (BASSAN et al 2002)

Consideraccedilotildees Finais

Conhecer o perfil dos pacientes com queixas de dor

toraacutecica eacute fundamental para buscar propostas para um cuidado seguro e qualificado de acordo com suas necessidades

Os serviccedilos de emergecircncia possuem caracteriacutestica de porta de entrada ao serviccedilo hospitalar no entanto acabam por atender tambeacutem os casos com indicaccedilatildeo de atendimento em niacutevel de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede sendo um retrato da situaccedilatildeo

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de sauacutede a niacutevel nacional e o SEA do HU natildeo foge a esta regra Esse fato acarreta a superlotaccedilatildeo demora no atendimento e tensatildeo aos profissionais de sauacutede Como eacute elevado o nuacutemero de pacientes atendidos na emergecircncia com casos natildeo urgentes ao deparar-se com um paciente com queixa de dor toraacutecica o profissional de sauacutede poderaacute banalizaacute-la ou ateacute mesmo desvalorizaacute-la

A caracterizaccedilatildeo dos pacientes que chegam ao SEA do HU foi possiacutevel por meio de anaacutelise das informaccedilotildees contidas no protocolo ldquoFluxograma de Triagem Cardioloacutegicardquo do HIAE A obtenccedilatildeo dessas informaccedilotildees revelou dados importantes para a avaliaccedilatildeo do paciente com dor toraacutecica e confirmou a importacircncia de um instrumento cientiacutefico jaacute validado em um serviccedilo de referecircncia como o HIAE para fundamentar as accedilotildees de Enfermagem Embora o serviccedilo contexto deste estudo natildeo seja referecircncia em cardiologia atende uma demanda expressiva de pacientes que procuram o serviccedilo com queixa de dor toraacutecica conforme observado neste estudo

Haacute ainda que se considerar que o SACR precisa atuar de forma a identificar com agilidade os casos de dor toraacutecica com indiacutecio de caso cliacutenico grave para promover a classificaccedilatildeo de risco eficaz em tempo ouro para a recuperaccedilatildeo do paciente Para isso o protocolo especiacutefico de Enfermagem ao paciente com dor toraacutecica precisa ser pautado em evidecircncias cliacutenicas reforccedilando a necessidade de implantaccedilatildeo de um protocolo validado

Esta pesquisa trouxe a comprovaccedilatildeo baseada na evidecircncia cientiacutefica de uma realidade claacutessica poreacutem somente observada mas agora registrada E como proposta fica a importante necessidade de sugerir a institucionalizaccedilatildeo do protocolo de enfermagem do HIAE para pacientes com queixas de dor toraacutecica que comprovou estar de acordo com a realidade do serviccedilo e com a caracteriacutestica do perfil dos pacientes encontrados

Para que esta pesquisa natildeo seja apenas uma constataccedilatildeo de fragilidades e sim se transforme em realidade em accedilatildeo para um serviccedilo de sauacutede de qualidade e livre de riscos o protocolo seraacute avaliado e discutido quanto agrave sua viabilidade ao serviccedilo em estudo distinto Para que esta proposta seja efetiva inicialmente

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deveraacute ser avaliado pela equipe de enfermagem e posteriormente ser apresentado agrave Diretoria de Enfermagem do hospital de estudo para possiacutevel institucionalizaccedilatildeo Um protocolo de avaliaccedilatildeo soacute torna-se uacutetil quando utilizado com vistas a atender um puacuteblico comum ao serviccedilo e agraves necessidades dos profissionais

Referecircncias ALVES D B BARBOSA M T S Desigualdades na Mortalidade por Doenccedilas Crocircnicas entre Idosos e sua Associaccedilatildeo com Indicadores Socioeconocircmicos no Brasil RBCEH Passo Fundo v 7 n 1 p 22-33 janabr 2010 ANZILIERO F A Emprego do Sistema de Triagem de Manchester na estratificaccedilatildeo de risco revisatildeo de Literatura Trabalho de conclusatildeo de curso da UFRS Porto alegre 2011 ARAUJO RD MARQUES IR Compreendendo o significado da dor toraacutecica isquecircmica de pacientes admitidos na sala de emergecircncia Rev Bras Enferm v60 n6 2007 BASSAN R PIMENTA L LEAtildeES P TIMERMAN A Sociedade Brasileira de Cardiologia I Diretriz de dor toraacutecica na sala de emergecircncia Definiccedilatildeo de graus de recomendaccedilatildeo e niacuteveis de evidecircncia Arq Bras Cardiol v76 n2 p1-22 2002 BOAVENTURA L SANTOS C PASELLO S Atuaccedilatildeo do Enfermeiro no Infarto Agudo do Miocaacuterdio Artigonal Diretoacuterio de Artigos Gratuitos 2011 Disponiacutevel em lthttpwwwartigonalcomauthors1166189gt Acesso em 08 fev 2014 BOUNDY J et al Enfermagem Meacutedico-Ciruacutergico Infarto Agudo do MiocaacuterdioCarlos Henrique Cosendey 3ordf ed Rio de Janeiro Reichman amp Affonso Editores v 2 2004

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BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Humaniza SUS Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo A Humanizaccedilatildeo como Eixo Norteador das Praacuteticas de Atenccedilatildeo e Gestatildeo em todas as Instacircncias do SUS Seacuterie B Textos Baacutesicos Brasiacutelia 2004 _______ Ministeacuterio da Sauacutede Recomendaccedilotildees para a Organizaccedilatildeo dos Cuidados Urgentes e Emergentes O Serviccedilo de Urgecircncias Hospitais SA 2006 _______ Ministeacuterio da Sauacutede Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo agraves Urgecircncias - 3 ed ampliada ndash Seacuterie E ndash Legislaccedilatildeo de Sauacutede BrasiacuteliaDF 2006 p55 _______ Ministeacuterio da Sauacutede Grupo Hospitalar ConceiccedilatildeoGerecircncia de Ensino e Pesquisa Diretrizes CliacutenicasProtocolos Assistenciais Manual Operacional Porto Alegre 2008 _______ Ministeacuterio da Sauacutede Acolhimento e Classificaccedilatildeo de Risco nos Serviccedilos de Urgecircncia Seacuterie B Textos Baacutesicos de Sauacutede BrasiacuteliaDF 2009 _______ Ministeacuterio da Sauacutede Conselho Nacional de Sauacutede Resoluccedilatildeo 466 de 12 dezembro de 2012 Diretrizes e normas regulamentadoras da pesquisa envolvendo seres humanos Brasiacutelia 2012 _______ Ministeacuterio da Sauacutede Perfil da mortalidade do Brasileiro Uma anaacutelise da situaccedilatildeo de sauacutede Brasiacutelia 2008 Disponiacutevel em lthttpportalsaudegovbrportalarquivospdfcoletiva_saude_061008pdf Acesso em 110312gt Acesso em 05 jan 2013 _______ Ministeacuterio da Sauacutede Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede do Homem Princiacutepios e Diretrizes Brasiacutelia 2008 Disponiacutevel em lthttpportalsaudegovbrportalarquivospdfpolitica_nacional_homempdfgt Acesso em 05 jan 2013

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GUIMARAtildeES et al Epidemiologia do infarto agudo do miocaacuterdio Revista Soc Cardiol Estado de Satildeo Paulo v16 n1 p1-7 janmar 2006 Disponiacutevel em lthttp2002201451revistasocespedicoesvolume16pdfn01pdfgt Acesso em 20 mai 2009 FERREIRA AMC MADEIRA MZA A Dor Toraacutecica na Sala de Emergecircncia uma revisatildeo de literatura Revista Interdisciplinar NOVAFAPI Teresina v4 n1 p50-56 janfevmar 2011 HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN Histoacuterico 2014 Disponiacutevel em lthttpwwweinsteinbrhospitalPaginassobre-o-hospitalaspxgt Acesso em 02 out 2013 JONES C BRISTOL E JONES F Reedman Nurse Practitioner Clinical Protocol Chest Pain 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwnursinghealthwagovaudocscareernpmmcchest_painpdfgt Acesso em 25 jan 2014

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evidecircncias na sauacutede e na enfermagem Ver Texto e Contexto - enferm Florianoacutepolis v17 n4 outdez 2008 NASI LA et al Rotinas em Pronto Socorro 2ed Porto Alegre Artmed 2005 OLIVEIRA RM SILVA LMS LEITAtildeO IMTA Anaacutelise dos saberes e praacuteticas de enfermeiras sobre avaliaccedilatildeo da dor no contexto hospitalar Rev enferm UFPE on line v4 n3 p 53-6 julset 2010 OLIVEIRA FJG LEITAtildeO I M T A RAMOSI C Caracterizaccedilatildeo dos pacientes com Dor Toraacutecica atendidos na Emergecircncia de um Hospital Privado de Fortaleza -Ce In 61deg Congresso de Enfermagem Transformaccedilatildeo Social e Sustentabilidade Ambiental 2009 Fortaleza- Ce Anais Eletrocircnicos Disponiacutevel em lthttpwwwabeneventoscombranais_61cbengt Acesso 29 dez 2013 PIEGAS LS FEITOSA G MATTOS LA NICOLAU JC ROSSI NETO JM e COLSSOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA Diretriz da Sociedade Brasileira de Cardiologia sobre Tratamento do Infarto agudo do Miocaacuterdio com Supradesniacutevel do Segmento ST Arq Bras Cardiol 2009 RIOS DFC BRANDAtildeO FB FARIA MNZ ALCANTARA AS SANTOS MIFO Tronboembolismo pulmonar como causa de dor toraacutecica na sala de emergecircncia Rev Meacuted Minas Gerais v20 p465-468 2010 SANTORO BDC PIMENTA CAM Semelhanccedilas e diferenccedilas da dor nas siacutendromes toraacutecicas revisatildeo sistemaacutetica da literatura Rev Gauacutecha Enferm Porto Alegre (RS) v29 n2 p301-7 jun 2008 SOUZA CC TOLEDO AD TADEU LFR CHIANCA TCM Classificaccedilatildeo de Risco em Pronto-Socorro concordacircncia entre

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um protocolo institucional brasileiro e Manchester Rev Latino-Am Enfermagem v19 n1 janfev 2011 SIMAtildeO AF PRECOMA AD ANDRADE JP CORREA FILHO H Diretriz Brasileira de Prevenccedilatildeo Cardiovascular Arquivos Brasileiros de Cardiologia Sociedade Brasileira de Cardiologia v101 n6 s2 dez 2013 Disponiacutevel em lthttppublicacoescardiolbrconsenso2013Diretriz_Prevencao_Cardiovascularpdfgt Acesso em07 jan 2013 VIEIRA W F S RAFAEL D Hospital de Cliacutenicas (HC) Universidade Federal do Paranaacute (UFPR) Departamento de Cliacutenica meacutedica Disciplina de Cardiologia Unidade Coronariana Protocolo de Manejo Hospitalar do Infarto Agudo do Miocaacuterdio com Supradesniacutevel de segmento ST Curitiba 2011 Disponiacutevel em lthttpwwwhcufprbrsitesdefaultfilesprotocolo_IAMCSST_2011pdf gt Acesso em 22 abr 2013

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52 A AVALIACcedilAtildeO DOS ENFERMEIROS DE UM SERVICcedilO DE EMERGEcircNCIA HOSPITALAR SOBRE A UTILIZACcedilAtildeO DE UM PROTOCOLO PARA A DOR TORAacuteCICA VALIDADO EM UM SERVICcedilO DE REFEREcircNCIA

Aline Costa Vieirasup1

Kaacutetia Cilene Godinho Bertoncellosup2 Juliana Balbinot Reis Girondisup3

Resumo Estudo quantitativo de caraacuteter descritivo que objetivou identificar a avaliaccedilatildeo de enfermeiros do Serviccedilo de Emergecircncia de um Hospital Universitaacuterio do Sul do Brasil ao utilizar um protocolo de Enfermagem especiacutefico para classificar a dor toraacutecica Foram realizadas sete entrevistas com os enfermeiros participantes por meio de roteiro semiestruturado entre janeiro e fevereiro de 2014 Para anaacutelise dos dados utilizou-se a estatiacutestica descritiva por meio de nuacutemeros absolutos e percentuais O protocolo utilizado foi construiacutedo validado e eacute utilizado no Hospital Israelita Albert Einstein de Satildeo PauloSP Contempla as caracteriacutesticas da dor toraacutecica fatores de risco antecedentes cardiovasculares e os possiacuteveis fluxogramas de encaminhamentos que conduzem a accedilatildeo do enfermeiro ao classificar o risco Os dados obtidos datildeo conta de que haacute um consenso entre os enfermeiros de que o protocolo sugerido prioriza o atendimento agrave Siacutendrome Coronariana Aguda identifica mais facilmente os fatores de risco para Infarto Agudo do Miocaacuterdio aleacutem de melhor identifica o tipo de dor Dentre as avaliaccedilotildees sobressaem as consideraccedilotildees positivas em utilizar o protocolo sobre as negativas Os enfermeiros em geral consideram o protocolo sugerido aplicaacutevel ao serviccedilo pois fundamentou sua praacutetica e proporcionou respaldo em sua conduta Palavras-chave Dor toraacutecica Infarto Agudo do Miocaacuterdio Assistecircncia em Enfermagem Classificaccedilatildeo de Risco Protocolos

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Abstract Qualitative descriptive study aimed to identify the evaluation of nurses in the Emergency Department of a University Hospital in Southern Brazil to use a specific protocol to classify Nursing chest pain Interviews with seven nurses participants through semi-structured between January and February 2014 were performed Data analysis used descriptive statistics by absolute numbers and percentages The protocol used was constructed validated and is used in the Albert Einstein Hospital in Sao Paulo SP Include the characteristics of chest pain risk factors cardiovascular history and possible flowcharts referrals that lead to action by nurses to rate the risk Data obtained realize that there is a consensus among nurses suggested that the protocol prioritizes compliance with Acute Coronary Syndrome more easily identifies risk factors for Acute Myocardial Infarction and better identifies the type of pain Among the positive reviews the highlights considerations in using the protocol on the negative Nurses generally consider the suggested protocol applicable to service as their practice ground and provided support in their conduct Keywords Chest pain acute myocardial infarction Nursing Assistance Risk Rating Protocols

Introduccedilatildeo

A dor toraacutecica eacute apontada como uma das principais

queixas referidas pelos pacientes que procuram os atendimentos de emergecircncia De acordo com estudos da Sociedade Brasileira de Cardiologia a estimativa eacute que 4 milhotildees de pessoas satildeo atendidas por dor toraacutecica anualmente no Brasil (BASSAN et al2002) Cerca de 5 a 15 dos pacientes que referem dor toraacutecica satildeo diagnosticados com Infarto Agudo do Miocaacuterdio ou seja em dados relativos 400 mil por ano em nosso paiacutes (BASSAN et al 2002)

Considerando que esta dor eacute o sintoma claacutessico da Siacutendrome Coronariana Aguda a atenccedilatildeo precisa ser redobrada em vigecircncia deste tipo de dor Os enfermeiros que atuam em um serviccedilo de Emergecircncia na Classificaccedilatildeo de Risco precisam estar atentos em vigecircncia da dor toraacutecica Frequentemente estes

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profissionais deparam-se com a dor toraacutecica por isquemia e diante de sua subjetividade avaliar e classificar a dor toraacutecica natildeo se constitui em tarefa simples (ARAUJO MARQUES 2007)

Nesse contexto emerge como tecnologia do cuidado e instrumento para o embasamento da praacutetica de Enfermagem os protocolos assistenciais que vem ao encontro das necessidades dos enfermeiros para a tomada de decisatildeo durante a classificaccedilatildeo de risco

Com relaccedilatildeo aos eventos coronarianos a reduccedilatildeo de casos como o Infarto Agudo do Miocaacuterdio na Siacutendrome Coronariana Aguda (SCA) ocorre mediante uso de diretrizes com evidecircncia cientiacutefica comprovada O uso de protocolos cliacutenicos eacute uacutetil para otimizar a qualidade do atendimento (FARIAS MOREIRA 2012)

Atualmente no Brasil especificamente ao abordarmos a praacutetica dos profissionais enfermeiros haacute que se considerar a escassez de estudos que tratam sobre a utilizaccedilatildeo de instrumentos que auxiliam a conduta dos profissionais os protocolos O uso de protocolos na aacuterea da sauacutede vem a ser uma evoluccedilatildeo para o cuidado agrave medida que vem com a finalidade de proporcionar embasamento cientiacutefico ao profissional (SCHNEID 2003)

O Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco surgiu com a finalidade de melhor ldquocoordenarrdquo a ordem do atendimento excluindo a ordem de chegada e incluindo a classificaccedilatildeo da gravidade ou fatores de risco associados que predisponham a um possiacutevel risco ameaccedilador agrave vida Para a classificaccedilatildeo de risco eacute necessaacuterio o trabalho de um profissional de enfermagem de niacutevel superior munido de um instrumento que fundamente a conduccedilatildeo do caso e avalie a gravidade ou o potencial de agravamento do caso Os protocolos assistenciais sistematizam a accedilatildeo do profissional aleacutem de serem fundamentais para a efetiva classificaccedilatildeo de risco e avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade do paciente (BRASIL 2009)

Nessa perspectiva emerge a seguinte pergunta de pesquisa para o estudo Qual a avaliaccedilatildeo dos enfermeiros de um Serviccedilo de Emergecircncia Hospitalar ao utilizar em sua

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conduta durante a Classificaccedilatildeo de Risco um protocolo especiacutefico para a avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica

Dessa forma essa pesquisa objetivou identificar a avaliaccedilatildeo dos enfermeiros do Serviccedilo de Emergecircncia de um Hospital Universitaacuterio do Sul do Brasil ao utilizar um protocolo de Enfermagem especiacutefico para avaliar a dor toraacutecica

Metodologia

Estudo quantitativo descritivo realizado em Serviccedilo de

Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco (SACR) do Setor de Emergecircncia de um Hospital Universitaacuterio do Sul do Brasil Atualmente o serviccedilo deste estudo utiliza para a Classificaccedilatildeo de Risco um instrumento adaptado do protocolo de Manchester (MACKAWAY-JONES 1997) confeccionado por um profissional meacutedico da instituiccedilatildeo o qual eacute utilizado no serviccedilo por consenso entre a equipe meacutedica e de enfermagem deste a implantaccedilatildeo do Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco na instituiccedilatildeo haacute cerca de 3 anos O referido instrumento adaptado eacute comum para todas as queixas referidas pelos pacientes

No periacuteodo janeiro a fevereiro de 2014 foi utilizado como experiecircncia no serviccedilo um protocolo especiacutefico de Enfermagem para a dor toraacutecica qual seja o protocolo Fluxograma da Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem Esse instrumento eacute utilizado no Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE) que eacute um serviccedilo brasileiro de referecircncia ao atendimento agrave sauacutede desde 2010 No referido ano esse hospital instituiu em sua unidade cardioloacutegica um protocolo de classificaccedilatildeo de risco especiacutefico para a Enfermagem na avaliaccedilatildeo dor toraacutecica com a finalidade de reconhecer precocemente um quadro de siacutendrome coronariana aguda que predisponha a um dano por vezes irreversiacutevel O protocolo de enfermagem desenvolvido no HIAE auxilia o enfermeiro a determinar a gravidade com maior agilidade levando ao atendimento mais raacutepido e seguro Embora o serviccedilo em questatildeo natildeo seja referecircncia ao atendimento para a dor toraacutecica este eacute sintoma principal em vigecircncia da Siacutendrome Coronariana Aguda Assim esta demanda que requer um atendimento especializado qualificado e seguro

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Para a efetivaccedilatildeo dessa experiecircncia foram convidados a participar os enfermeiros que atuam no serviccedilo de emergecircncia hospitalar de acordo com os criteacuterios de inclusatildeo ser enfermeiro efetivo da instituiccedilatildeo ou residente atuar no Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco e aceitar participar no estudo mediante assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido Assim foi apresentado a cada enfermeiro o instrumento para a avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica bem como fornecida as devidas orientaccedilotildees para a sua utilizaccedilatildeo Foi demonstrado a cada enfermeiro o passo-a-passo do funcionamento do protocolo a sua estrutura os fluxos de encaminhamentos e a conduccedilatildeo para cada caso Apoacutes a demonstraccedilatildeo do protocolo foi solicitado a cada enfermeiro que o aplicasse a todo o paciente que procurasse o serviccedilo referindo dor toraacutecica como queixa principal Cabe ressaltar que a utilizaccedilatildeo do protocolo do HIAE sugerido neste estudo para a avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica natildeo excluiu em nenhum momento o protocolo institucional do SACR do HU utilizado atualmente Dessa forma o protocolo do HIAE foi aplicado como um instrumento ldquocomplementarrdquo para o serviccedilo

Apoacutes a experiecircncia da aplicabilidade do protocolo a mesma foi avaliada pelos 07 enfermeiros participantes (trecircs enfermeiros residentes e quatro enfermeiros efetivos) A somatoacuteria das classificaccedilotildees de risco realizadas pelos enfermeiros nos proporcionou um quantitativo de sessenta e sete classificaccedilotildees de risco de pacientes que procuraram o serviccedilo referindo dor toraacutecica como queixa principal no periacuteodo estipulado para a pesquisa Os dados obtidos que caracterizam os pacientes natildeo seratildeo abordados neste estudo pois seratildeo analisados num outro manuscrito

A coleta de dados ocorreu no recorte temporal de janeiro a fevereiro de 2014 onde se utilizou como instrumento a entrevista semi-estruturada Todas as entrevistas foram gravadas em aacuteudio e transcritas pela pesquisadora

Como teacutecnica de anaacutelise utilizou-se a estatiacutestica descritiva ciecircncia que consiste na organizaccedilatildeo anaacutelise e descriccedilatildeo de um conjunto de variaacuteveis com o intuito de maior

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entendimento dos dados que representam (BARBETTA REIS BORNIA 2004)

O estudo seguiu os princiacutepios eacuteticos com o indiviacuteduo de acordo com a Resoluccedilatildeo 4662012 do Conselho Nacional de Sauacutede (BRASIL 2012) sendo aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Universidade Federal de Santa Catarina - CEPUFSC sob protocolo nordm 12494 e pela instituiccedilatildeo em estudo Para resguardar o sigilo e o anonimato dos sujeitos da pesquisa optou-se por identificaacute-los como Enfermeiro (E) seguida pela ordem alfanumeacuterica (1 a 7)

Resultados

Estes resultados retratam as respostas dos sete

enfermeiros para cada uma das cinco perguntas do roteiro semi-estruturado Cada tabela a seguir caracteriza o conjunto das respostas dos enfermeiros agrupadas para cada pergunta Em conjunto estes resultados refletem a percepccedilatildeo dos enfermeiros ao utilizar o protocolo de dor toraacutecica do HIAE durante a classificaccedilatildeo dos 67 casos de dor toraacutecica deste estudo Tabela 2 - Distribuiccedilatildeo da avaliaccedilatildeo da Utilizaccedilatildeo do Protocolo Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem do HIAE FlorianoacutepolisndashSC 2014

Enfermeiros Positivo Negativo

Enfermeiro 1 Prioriza o atendimento a SCA

Enfermeiro 2 Amplia a visatildeo Natildeo indicaria ECG Enfermeiro 3 Identifica fatores de risco Eacute longo Enfermeiro 4 Boa noccedilatildeo para suspeita

de IAM

Enfermeiro 5 Com o passar do tempo Seraacute uacutetil

Complicado para usar no iniacutecio

Enfermeiro 6 Guiou melhor a conduta Enfermeiro 7 Faacutecil aplicaccedilatildeo

Total 7 3

Fonte Dados obtidos pela autora (2014)

95

Os enfermeiros avaliaram a utilizaccedilatildeo do instrumento abordando os aspectos positivos e negativos Em relaccedilatildeo aos aspectos positivos 100 reportaram que a utilizaccedilatildeo do protocolo proporcionou melhores condiccedilotildees para conduzir agrave terapecircutica e o cuidado ao paciente com dor toraacutecica Foram apontados o fato do instrumento utilizado fornecer prioridade no atendimento agrave Siacutendrome Coronariana Aguda (SCA) e Infarto Agudo do Miocaacuterdio (IAM) proporcionar identificaccedilatildeo mais clara dos fatores de risco e o fato de ser um protocolo de faacutecil aplicaccedilatildeo

Protocolos cliacutenicos assistenciais satildeo considerados como instrumentos de tecnologias em sauacutede agrave medida que satildeo documentos que estabelecem criteacuterios ou conduccedilatildeo preconizada para o agravo em questatildeo (BRASIL 2011) Schneid et al (2003) reforccedila esta perspectiva ao afirmar que os protocolos cliacutenicos satildeo recursos tecnoloacutegicos embasados cientificamente com o propoacutesito de auxiliar o profissional da sauacutede durante a praacutetica cliacutenica os beneficiando ao lado de recursos humanos fiacutesicos e materiais No entanto o benefiacutecio esperado para o atendimento agrave sauacutede do paciente vem sendo prejudicada pela falta de estudos e recursos destinados a esta tecnologia (SHNEID et al 2003)

A variedade de condiccedilotildees cliacutenicas que geram a dor toraacutecica exige uma classificaccedilatildeo raacutepida para o aumento do prognoacutestico destes pacientes que muitas vezes podem estar desenvolvendo um quadro de Siacutendrome Coronariana Aguda (SANTOS ARAUacuteJO 2003) No entanto estudos apontam que a dor toraacutecica estaacute presente em 70 dos casos de Infarto Agudo do Miocaacuterdio (HIGA ATALLAH et al 2004)

O Infarto Agudo do Miocaacuterdio eacute a necrose de parte do muacutesculo cardiacuteaco consequente da isquemia que eacute causada pela obstruccedilatildeo da irrigaccedilatildeo sanguiacutenea ao coraccedilatildeo por uma das arteacuterias coronaacuterias Geralmente esta obstruccedilatildeo ocorre por um embolo ou trombo e pode ocorrer em localizaccedilotildees e intensidades diferentes dependendo da arteacuteria coronaacuteria afetada (BOUNDY et al 2004) De acordo com estudos da American Heart Association os protocolos satildeo essenciais para a avaliaccedilatildeo segura dos casos de dor toraacutecica pois auxiliam na internaccedilatildeo

96

imediata dos casos graves assim como na identificaccedilatildeo dos chamados casos de dor toraacutecica de baixo custo aqueles sem diagnoacutestico grave Embora a maioria dos pacientes com dor toraacutecica natildeo seja diagnosticado com uma condiccedilatildeo de risco de vida o enfermeiro precisa distingui-los daqueles que necessitam de tratamento emergente (EZRA et al 2010)

A dor toraacutecica eacute um sintoma de amplitude social uma vez que atinge milhares de pessoas por todo o mundo (BASSAN et al2002) Dentre as causas que podem culminar em dor toraacutecica como causa psicoloacutegica pulmonar digestiva oacutesseo-muscular aquelas originadas no aparelho cardiovascular satildeo as mais temidas pelos profissionais de sauacutede e populaccedilatildeo em geral Temor este relacionado aos altos iacutendices de mortalidade por isquemia cardiacuteaca (BASSAN et al 2002) Por esta razatildeo a causa cardiovascular eacute a mais discorrida neste estudo

Corroborando esta ideia Marques (2010) afirmam que para a correta avaliaccedilatildeo e manejo da dor toraacutecica torna-se indispensaacutevel a aplicaccedilatildeo de um protocolo e da educaccedilatildeo continuada para melhor embasar a atuaccedilatildeo do enfermeiro (MARQUES 2010)

A dor toraacutecica eacute um achado cliacutenico importante para a investigaccedilatildeo do distuacuterbio que o paciente possa estar apresentando e para a definiccedilatildeo do diagnoacutestico O chamado quinto sinal vital a dor vem tomando proporccedilatildeo maior para os enfermeiros na literatura acerca de sua valorizaccedilatildeo na uacuteltima deacutecada Apesar disso a avaliaccedilatildeo da dor segue como um desafio ao enfermeiro durante a Classificaccedilatildeo de Risco uma vez que o ato de medir este sintoma estaacute relacionado agrave observaccedilatildeo escuta qualificada e acima de tudo em acreditar na queixa de dor referida (MORAIS et al 2009)

Ao considerar os aspectos negativos de avaliaccedilatildeo do protocolo se observou afirmaccedilatildeo do ldquoenfermeiro 2rdquo de que natildeo indicaria o Eletrocardiograma (ECG) visto que a solicitaccedilatildeo deste exame na instituiccedilatildeo natildeo eacute respaldada para que o profissional enfermeiro o realize No HIAE instituiu este protocolo a solicitaccedilatildeo do ECG pelo enfermeiro eacute uma praacutetica de rotina e assegurada pelo protocolo Soares (2007) discuta essa situaccedilatildeo ao apontar que devido ao alto grau de mortalidade

97

cardiovascular o enfermeiro durante a classificaccedilatildeo de risco precisa priorizar o atendimento agrave dor toraacutecica Para isto eacute necessaacuterio um atendimento com tempo meacutedio de 8 minutos entre a chegada do paciente agrave Emergecircncia e a realizaccedilatildeo do ECG visando reduzir o tempo entre chegada diagnoacutestico e tratamento A maioria dos casos de morte por IAM ocorrem nas primeiras horas do iniacutecio dos sintomas sendo 40 a 65 na primeira hora e aproximadamente 80 nas primeiras 24 horas (PIEGAS et al2009) Quando respaldado por um protocolo validado e institucionalizado torna-se viaacutevel a rotina da solicitaccedilatildeo de Eletrocardiograma pelo enfermeiro assim como acontece no HIAE Marques (2010) reafirma esta necessidade ao abordar que eacute niacutetida a necessidade da implantaccedilatildeo de um protocolo avaliar e classificar a dor toraacutecica visto que quando o enfermeiro indica o ECG em seguida agrave classificaccedilatildeo de risco agiliza o processo e evita atraso do diagnoacutestico Ratificando esta necessidade a Sociedade Brasileira de Cardiologia (BASSAN et al 2002) considera eacute primordial que o diagnoacutestico de IAM por meio do ECG seja realizado ateacute 10 minutos da chegada do paciente tempo-ouro para o iniacutecio da terapecircutica adequada Assim agrave medida que o protocolo estaacute institucionalizado os papeacuteis dos membros da equipe de sauacutede ficam bem definidos

A resposta do ldquoenfermeiro 3rdquo evidencia a sua consideraccedilatildeo quando relata que o protocolo ldquoeacute longordquo O protocolo jaacute validado no serviccedilo de referecircncia HIAE eacute um instrumento que contempla e resgata as diversas possibilidades de agravos sintomatologias e caracteriacutesticas que tendem a prever um quadro cliacutenico de gravidade Desta forma como um documento completo no sentido de esgotar as possibilidades de gravidade tornando-o mais extenso que o instrumento utilizado atualmente no setor

Os protocolos assistenciais referem-se agrave organizaccedilatildeo do serviccedilo e sobretudo agrave organizaccedilatildeo do processo de trabalho da equipe de sauacutede De acordo com a colocaccedilatildeo do ldquoenfermeiro 5rdquo existe o pensamento de que inicialmente possa ser ldquodificultosordquo utilizar uma nova tecnologia e com ldquoo passar do tempordquo possa ser uacutetil Essa concepccedilatildeo denota o periacuteodo comum considerado

98

para adaptaccedilatildeo de um protocolo assistencial A incorporaccedilatildeo de um protocolo assistencial depende do conhecimento do profissional de sauacutede em como utilizaacute-lo corretamente e do compromisso do profissional o que geralmente requer tempo para adaptaccedilatildeo da nova tecnologia Aleacutem disso para o sucesso da adoccedilatildeo do protocolo este deve corresponder agraves expectativas e demandas do serviccedilo e dos profissionais (WERNECK FARIA CAMPOS 2009)

Mediante a relevacircncia da dor toraacutecica da sua importacircncia social e econocircmica os estudos relacionados a construccedilatildeo de protocolos de Enfermagem ainda satildeo escassos o que justifica a anaacutelise deficitaacuteria dos dados com relaccedilatildeo agrave atuaccedilatildeo do enfermeiro frente ao paciente com esta sintomatologia nos serviccedilos de Emergecircncia (MARQUES 2010) Fernandes et al (2009) corroboram com esta situaccedilatildeo em sauacutede ao discorrer que existem poucos estudos de Enfermagem na abordagem de protocolos assistenciais principalmente tratando-se de situaccedilotildees agudas em Emergecircncia e particularmente para Siacutendrome Coronariana Aguda Tabela 3 - Distribuiccedilatildeo da avaliaccedilatildeo das vantagens eou desvantagens em utilizar o protocolo Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem do HIAE FlorianoacutepolisndashSC2014

Enfermeiros Positivo Negativo

Enfermeiro 1 Eacute bem completo Eacute extenso Enfermeiro 2 Identifica mais faacutecil o

tipo de dor atendimento mais raacutepido

Complicado com duas folhas

Enfermeiro 3 Classificaccedilatildeo mais qualificada avalia melhor os riscos

Eacute extenso

Enfermeiro 4 Ajuda a classificar melhor a dor

Enfermeiro 5 Auto-explicativo Muito longo Enfermeiro 6 Auxilia na

classificaccedilatildeo triagem mais correta encaminha certo como

Longo e demorado

99

proceder Enfermeiro 7 Agiliza o processo

auxilia o enfermeiro na classificaccedilatildeo

A instituiccedilatildeo natildeo aceitaraacute pedido de ECG assinado pelo enfermeiro

Total 7 6

Fonte Dados obtidos pela autora (2014)

Observa-se no conjunto destes dados que 100 dos

enfermeiros avaliaram de forma positiva o protocolo em relaccedilatildeo agraves suas vantagens Os profissionais afirmaram que utilizar este protocolo propiciou uma Classificaccedilatildeo de Risco mais correta qualificada e com identificaccedilatildeo mais faacutecil do tipo de dor Estudos consideram que eacute fundamental relacionar os fatores de risco com a descriccedilatildeo da dor que geralmente em caso de IAM eacute referida como de forte intensidade em ldquoqueimaccedilatildeo aperto opressatildeo ou sufocaccedilatildeordquo e superior a 30 minutos podendo ou natildeo irradiar para os braccedilos mandiacutebula pescoccedilo ou estocircmago Para que esta identificaccedilatildeo seja fundamentada o uso de protocolos assistenciais se torna imprescindiacutevel (OLIVEIRA LEITAtildeO RAMOS 2009) Em casos mais incomuns considerados atiacutepicos como descritos no protocolo do HIAE o paciente pode estar apresentando dificuldade para respirar naacuteuseas vocircmitos vertigem desmaio suor frio e palidez Contudo a sintomatologia nos casos atiacutepicos pode ser branda (OLIVEIRA LEITAtildeO RAMOS 2009) Tabela 4 - Distribuiccedilatildeo da avaliaccedilatildeo da estrutura formato e fluxos de encaminhamentos contidos no Protocolo Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem do HIAE FlorianoacutepolisndashSC 2014

Enfermeiros Positivo Negativo

Enfermeiro 1 Faacutecil compreensatildeo Enfermeiro 2 Deveria ser de

apenas uma folha Enfermeiro 3 Jaacute estamos

acostumadas a usar o outro

100

Enfermeiro 4 Natildeo tem a cor laranja Enfermeiro 5 Auxilia bastante na

tomada de decisatildeo eacute auto-explicativo

Eacute mais demorado

Enfermeiro 6 Conteacutem bastante informaccedilotildees

Um pouco complicado de entender

Enfermeiro 7 Facilita encaminhamento e tomada de decisatildeo

Total 4 5

Fonte Dados obtidos pela autora (2014)

Em relaccedilatildeo agrave estrutura e formato foi demonstrado que a

percepccedilatildeo do enfermeiro de que o protocolo eacute um documento extenso quando comparado ao que eacute adotado na instituiccedilatildeo atualmente O ldquoenfermeiro 5rdquo afirma ser ldquomais demoradordquo para preenchimento e aplicabilidade Em contrapartida coloca que ldquoauxilia na tomada de decisatildeo e eacute auto-explicativordquo Percebe-se que apesar de ser um protocolo mais extenso que o utilizado atualmente pode-se considerar que aborda uma visatildeo mais detalhada da condiccedilatildeo cliacutenica que o paciente com dor toraacutecica possa estar apresentando Esse fator a princiacutepio percebido como negativo poderaacute ser um diferencial na classificaccedilatildeo de risco da dor toraacutecica conferindo seguranccedila para o enfermeiro ao avaliar amplamente a dor e principalmente agilidade no atendimento na proporccedilatildeo em que sanar as duacutevidas do profissional de sauacutede que poderaacute identificar mais rapidamente uma condiccedilatildeo cliacutenica grave A raacutepida e correta avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica desde a chegada do paciente no hospital interfere natildeo somente na diminuiccedilatildeo de riscos e agravos ao paciente como economicamente agrave medida que evita terapecircuticas e encaminhamentos inadequados e internaccedilotildees desnecessaacuterias (BASSAN et al2002)

Justifica-se a necessidade de implantaccedilatildeo de um protocolo especiacutefico para a dor toraacutecica pelo fato de que o tempo que decorre do iniacutecio da dor e a sua correta avaliaccedilatildeo eacute fundamental para definir o diagnoacutestico e principalmente o tratamento do IAM Quando existem duacutevidas de classificaccedilatildeo da gravidade com consequumlente atraso do encaminhamento adequado existe aumento proporcional do risco de mortalidade (PIEGAS et al

101

2004) Bassan et al (2002) corroboram com esta afirmaccedilatildeo ao discorrerem que agrave falta de domiacutenio e de fundamentaccedilatildeo para a abordagem do paciente com dor toraacutecica por parte do enfermeiro durante a classificaccedilatildeo da gravidade tende a ocasionar o retardo do atendimento terapecircutico

O protocolo proposto considera as cores vermelho (emergente) amarelo (urgente) e verde (natildeo-urgente) diferente do protocolo da instituiccedilatildeo que aleacutem destas cores considera tambeacutem a cor laranja (muito-urgente) Uma resposta tambeacutem negativa na avaliaccedilatildeo do ldquoenfermeiro 4rdquo traz essa consideraccedilatildeo da diferenccedila de ambos Cabe ressaltar aqui que o protocolo do HIAE proporciona maior autonomia ao enfermeiro ao permitir por exemplo que indique o exame ECG como discutido anteriormente A realizaccedilatildeo mais raacutepida do ECG sem necessariamente ser uma indicaccedilatildeo exclusiva da medicina auxilia na conduccedilatildeo terapecircutica com maior agilidade e exclui a necessidade de maior nuacutemero de cores graduais para avaliaccedilatildeo da gravidade do quadro cliacutenico

Outro aspecto importante na discussatildeo estrutural do protocolo eacute a sua apresentaccedilatildeo impressa O enfermeiro 2 considera que ldquodeveria ser de apenas uma folhardquo O documento original desenvolvido no HIAE eacute impresso em apenas uma folha utilizando-se uma fonte menor Optou-se neste estudo em distribuiacute-lo em duas folhas para proporcionar melhor visibilidade ao enfermeiro A proposta inicial deste estudo trata de que se este protocolo sugerido fosse avaliado majoritariamente como positivo seria apresentado agrave Diretoria de Enfermagem da instituiccedilatildeo e adaptado de acordo com a necessidade e comodidade dos profissionais enfermeiros de acordo com a sua proacutepria avaliaccedilatildeo Logo seria de faacutecil realizaccedilatildeo a reestruturaccedilatildeo desse instrumento conforme sugerido pelos sujeitos desse estudo

102

Tabela 5 - Distribuiccedilatildeo da avaliaccedilatildeo da diferenccedila em utilizar o Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem e do Protocolo Institucional Adaptado de Manchester

Enfermeiro Positivo Negativo

Enfermeiro 1 Classificaccedilatildeo mais adequada

Mais extenso

Enfermeiro 2 Este eacute mais completo O outro eacute incompleto

Enfermeiro 3 Identifica melhor o risco de uma situaccedilatildeo grave O outro eacute incompleto

Enfermeiro 4 Este eacute completo daacute a noccedilatildeo de fatores de risco O outro eacute incompleto

Enfermeiro 5 Para a dor toraacutecica esse eacute melhor eacute mais explicativo O nosso eacute mais raacutepido mas eacute muito geneacuterico

Enfermeiro 6 Eacute mais completo facilita a identificaccedilatildeo de um evento cardiacuteaco Da instituiccedilatildeo eacute mais geneacuterico

Enfermeiro 7 Este daacute mais seguranccedila para classificar a sintomatologia do paciente

Total 7 1 Fonte Dados obtidos pela autora (2014)

103

Identifica-se 100 de avaliaccedilotildees positivas para utilizar o protocolo do HIAE em relaccedilatildeo ao protocolo institucional O consenso das respostas daacute conta de que o protocolo do HIAE ldquoeacute mais completordquo para a avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica Um protocolo assistencial estaacute em consonacircncia com a realidade de um serviccedilo quando contempla as situaccedilotildees previstas e imprevistas o que caracteriza um instrumento mais ldquocompletordquo Ao abordar o protocolo institucional adaptado do protocolo de Manchester devem-se considerar os riscos no emprego de protocolos Algumas vezes as adaptaccedilotildees de protocolos internacionais nem sempre estatildeo apropriados ou bem adaptados agraves necessidades do serviccedilo pois natildeo satildeo abrangentes e natildeo consideram todas as questotildees inclusive as imprevistas Para esta apropriaccedilatildeo eacute fundamental a realizaccedilatildeo de estudos acerca do puacuteblico-alvo profissionais vantagens e desvantagens envolvidos (WERNECK FARIA CAMPOS 2009)

Aconselha-se para a classificaccedilatildeo de risco adequada considerando as situaccedilotildees imprevistas que o enfermeiro identifique junto ao paciente as caracteriacutesticas da dor toraacutecica em tiacutepica ou atiacutepica Em alguns casos o paciente pode desenvolver a siacutendrome poacutes IAM com dor toraacutecica que deve ser diferenciada da recidiva do infarto pulmonar e da insuficiecircncia cardiacuteaca congestiva (BOUNDY et al 2004)

Quando natildeo sustentados por criteacuterios adequados agraves reais demandas do serviccedilo os protocolos podem instituir processo de trabalho fragmentado e sem planejamento natildeo garantindo impactos positivos na sauacutede das pessoas (WERNECK FARIA CAMPOS 2009)

Tabela 6 - Distribuiccedilatildeo da avaliaccedilatildeo da aplicabilidade do protocolo ao serviccedilo Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem ao acolhimento da emergecircncia FlorianoacutepolisndashSC 2014

Enfermeiro Positivo Negativo

Enfermeiro 1 Sim menor tempo para o atendimento

Enfermeiro 2 Sim Enfermeiro indicar

104

ECG eacute complicado no serviccedilo

Enfermeiro 3 Sim ajuda a classificar Identifica melhor os casos graves

Enfermeiro 4 Sim pois temos muitos casos de dor toraacutecica

Enfermeiro 5 Sim precisa apenas se habituar a usar

Enfermeiro 6 Sim Mas precisa ser melhorado para aplicaccedilatildeo mais raacutepida

Enfermeiro 7 Sim pela facilidade da aplicaccedilatildeo e diferenciaccedilatildeo dos casos de dor toraacutecica

Total 7 2

Fonte Dados obtidos pela autora (2014)

Verifica-se quanto agrave aplicabilidade ao serviccedilo 100 de

avaliaccedilotildees positivas dos enfermeiros em relaccedilatildeo agrave implementaccedilatildeo do protocolo de dor toraacutecica do HIAE para o SACR do SEAHU Quando satildeo adequados agraves necessidades dos profissionais de sauacutede e agrave demanda caracteriacutestica do serviccedilo os protocolos assistenciais tendem a responder satisfatoriamente trazendo seguranccedila aos profissionais (WERNECK FARIA CAMPOS 2009) Observa-se a correlaccedilatildeo das respostas do ldquoenfermeiro 1rdquo do ldquoenfermeiro 3rdquo e do ldquoenfermeiro 7rdquo quando afirmam que o protocolo utilizado possibilitou menor tempo de atendimento melhor identificaccedilatildeo dos casos graves e melhor diferenciaccedilatildeo dos casos de dor toraacutecica ou seja relacionam os benefiacutecios para a classificaccedilatildeo de risco da dor toraacutecica Nos atendimentos em emergecircncia um instrumento cientiacutefico especiacutefico para a dor toraacutecica ou associada a outros sintomas sugestivos de Siacutendrome Coronariana Aguda facilita a tomada de decisatildeo do profissional de sauacutede durante a Classificaccedilatildeo de Risco (HOFFMANN et al 2012)

Consideraccedilotildees Finais

105

Identificar a avaliaccedilatildeo dos enfermeiros ao utilizar o

protocolo para dor toraacutecica foi um aspecto essencial para reconhecer a validade do instrumento para o serviccedilo Um protocolo assistencial soacute se torna efetivo quando abrange as necessidades especiacuteficas do puacuteblico atendido e quando corresponde agraves expectativas dos profissionais de sauacutede que o utilizaratildeo

A avaliaccedilatildeo dos enfermeiros que utilizaram o protocolo reflete a necessidade de uma tecnologia em sauacutede consistente e eficaz para uma classificaccedilatildeo de risco segura Contudo algumas adaptaccedilotildees simples necessitam ser realizadas a fim de instituir um protocolo de acordo com a necessidade dos profissionais e a realidade do serviccedilo em questatildeo

Houve prevalecircncia das avaliaccedilotildees positivas em relaccedilatildeo agraves negativas Quanto agraves positivas o uso do protocolo foi importante pra sanar as duacutevidas de classificaccedilatildeo tornaacute-la mais raacutepida segura pautar a praacutetica do profissional de Enfermagem durante a classificaccedilatildeo de risco As avaliaccedilotildees negativas consideram principalmente o formato impresso do protocolo e sua extensatildeo O formato poderaacute ser facilmente reformulado de acordo com a necessidade dos profissionais e do serviccedilo Quanto agrave sua extensatildeo fica evidente que um instrumento especiacutefico a fim de descartar diversas as condiccedilotildees cliacutenicas graves tende a conter mais informaccedilotildees que os instrumentos generalistas Situaccedilatildeo que poderaacute ser superada satisfatoriamente mediante tempo de adaptaccedilatildeo dos profissionais

O estudo possibilitou reconhecer que o protocolo sugerido estaacute em consonacircncia com a realidade da atuaccedilatildeo dos enfermeiros na classificaccedilatildeo de risco que utilizam atualmente um instrumento generalista natildeo direcionado agrave Enfermagem

Referecircncias

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6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Para que a aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo do protocolo de Enfermagem para a Dor Toraacutecica no Serviccedilo de Emergecircncia fossem viaacuteveis este estudo precisou ser definido em duas vertentes essenciais A princiacutepio o reconhecimento da demanda foco desta pesquisa o paciente com dor toraacutecica Um protocolo institucional soacute seraacute uacutetil quando se encontra em consonacircncia com o perfil atendido e o possiacutevel benefiacutecio que poderaacute oferecer a esta demanda justifica a sua investigaccedilatildeo Em um segundo momento o protocolo precisa estar de acordo com a realidade do serviccedilo em questatildeo e atender agraves necessidades tambeacutem dos profissionais de sauacutede

Os Serviccedilos de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco satildeo uma proposta do Ministeacuterio da Sauacutede com a finalidade de ldquoadministrarrdquo a demanda de pacientes de um serviccedilo de Emergecircncia de modo a humanizar o cuidado em outras palavras permite uma mudanccedila no fluxo de atendimento ao excluir o atendimento por ordem de chegada e incluir o atendimento por ordem de maior gravidade Atuar no SACR contudo se constitui em uma atividade complexa para o enfermeiro O profissional precisa ser detentor de conhecimento cientiacutefico qualificaccedilatildeo profissional avaliaccedilatildeo criteriosa e tomada raacutepida de decisatildeo a fim de estipular os encaminhamentos corretos para os diferentes quadros cliacutenicos minimizaccedilatildeo o risco de agravos

A dor toraacutecica em especiacutefico foi a sintomatologia elencada para este estudo visto que a avaliaccedilatildeo da dor em si eacute fundamental para que o profissional ofereccedila um serviccedilo de qualidade O sintoma aacutelgico eacute valioso no sentido de identificar a afecccedilatildeo que possa estar a gerando agrave medida que forem observadas suas caracteriacutesticas e fatores de risco associados Tratando-se da dor toraacutecica entende-se como principal sintoma em casos de Siacutendrome Coronariana Aguda que predispotildee ao Infarto Agudo do Miocaacuterdio Os protocolos assistenciais satildeo tecnologias em sauacutede que tem o objetivo de fundamentar a praacutetica profissional organizar o atendimento e diminuir o tempo

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para a instituiccedilatildeo terapecircutica adequada Ao utilizar um protocolo pautado em evidecircncia cientiacutefica a classificaccedilatildeo de risco fica padronizada o enfermeiro atua de forma mais segura e eficaz Esta condiccedilatildeo ficou evidenciada na avaliaccedilatildeo do protocolo realizada pelos enfermeiros que demonstrou-se majoritariamente positiva em relaccedilatildeo ao uso do protocolo para classificar a dor toraacutecica

Durante esta investigaccedilatildeo foi possiacutevel constatar que os protocolos de enfermagem apesar de sua magnitude e comprovada eficaacutecia para a organizaccedilatildeo do serviccedilo e benefiacutecios no atendimento ao paciente satildeo pouco explorados na literatura deixando uma lacuna importante para a assistecircncia de Enfermagem Esta condiccedilatildeo demonstra a necessidade de mais estudos e maiores investimentos na temaacutetica de protocolos especiacuteficos de Enfermagem Para este estudo optou-se por um protocolo de Enfermagem para a dor toraacutecica construiacutedo por uma instituiccedilatildeo de excelecircncia o Hospital Israelita Albert Einstein de Satildeo PauloSP Contudo devido agrave falta de estudos de Enfermagem com relaccedilatildeo aos protocolos assistenciais particularmente para a classificaccedilatildeo de risco da dor toraacutecica o estudo escolhido foi desenvolvido por um meacutedico cardiologista

Quanto agrave identificaccedilatildeo do perfil do paciente com dor toraacutecica atendido no serviccedilo embora natildeo seja serviccedilo de referecircncia em cardiologia comprovadamente existe a necessidade da incorporaccedilatildeo de um protocolo assistencial para a dor toraacutecica devido agrave sua importacircncia enquanto sinal indiacutecio de uma possiacutevel condiccedilatildeo cardioloacutegica grave de alta incidecircncia mundial e no Brasil e pela expressiva demanda com esta queixa a procurar o serviccedilo

A padronizaccedilatildeo no manejo da dor toraacutecica interferiu significativamente para o trabalho do enfermeiro agrave medida que este dispotildee de um instrumento de acordo com o puacuteblico atendido que fundamente suas accedilotildees tornando-o detentor de mais seguranccedila e conhecimento A utilizaccedilatildeo do protocolo organiza o trabalho da equipe de Enfermagem e unifica a linguagem dos profissionais o que ficou evidenciado nas afirmaccedilotildees dos profissionais

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Os dados obtidos neste estudo que identificou o perfil do paciente com dor toraacutecica e a avaliaccedilatildeo do protocolo de dor toraacutecica realizada pelos proacuteprios enfermeiros do serviccedilo e em vigecircncia deste protocolo ter sido validado e utilizado em um serviccedilo de Excelecircncia no paiacutes o estudo deixou evidente que este protocolo de Enfermagem para a avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica durante a Classificaccedilatildeo de Risco eacute passiacutevel de implantaccedilatildeo na instituiccedilatildeo Desse modo seraacute apresentado agrave Diretoria de Enfermagem do HU para possiacutevel institucionalizaccedilatildeo

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REFEREcircNCIAS

ANZILIERO F A Emprego do Sistema de Triagem de Manchester na estratificaccedilatildeo de risco revisatildeo de Literatura Trabalho de conclusatildeo de curso da UFRS Porto alegre 2011 ALBUQUERQUE PLMM COSTA LB BASTOS BB SILVA JUacuteNIOR GB Dor precordial natildeo usual Relato de Caso Rev Bras Cardiol v23 n2 p200-1 2010 ALVES D B BARBOSA M T S Desigualdades na Mortalidade por Doenccedilas Crocircnicas entre Idosos e sua Associaccedilatildeo com Indicadores Socioeconocircmicos no Brasil RBCEH Passo Fundo v 7 n 1 p 22-33 janabr 2010 AMERICAN PAIN SOCIETY Principles of Analgesic Use in the Treatment of Acute Pain and Cancer Pain4 Glenview IL American Pain Society 1999 ARAUJO RD MARQUES IR Compreendendo o significado da dor toraacutecica isquecircmica de pacientes admitidos na sala de emergecircncia Rev Bras Enferm v60 n6 2007 BASSAN R PIMENTA L LEAtildeES P TIMERMAN A Sociedade Brasileira de Cardiologia I Diretriz de dor toraacutecica na sala de emergecircncia Definiccedilatildeo de graus de recomendaccedilatildeo e niacuteveis de evidecircncia Arq Bras Cardiol v76 n2 p1-22 2002 BARBETTA PA REIS MM BORNIA AC Estatiacutestica para cursos de Engenharia e informaacutetica Satildeo Paulo Ed Atlas SA 2004 BEZERRA AA BEZERRA AA BRASILEIRO ME A conduta de enfermagem frente ao paciente infartado Rev Eletrocircnica Enferm v1 n1 p1-10 2011

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APENDICES

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APENDICE A - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (GRUPO 01)

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM ENFERMAGEM CURSO DE MESTRADO PROFISSIONAL ASSOCIADO Agrave

RESIDEcircNCIA INTEGRADA MULTIPROFISSIONAL EM SAUacuteDE

Vocecirc estaacute convidado a participar da pesquisa ldquoAplicaccedilatildeo e Avaliaccedilatildeo de um Protocolo de Enfermagem para Dor Toraacutecica em um Serviccedilo de Emergecircncia Hospitalarrdquo que estaacute sendo desenvolvida pela mestranda Aline Costa Vieira sob orientaccedilatildeo da Profordm Dra Kaacutetia Cilene Godinho Bertoncello

Objetivo da pesquisa ndash auxiliar a equipe de Enfermagem na

Classificaccedilatildeo de Risco do paciente com dor toraacutecica disponibilizando um protocolo especiacutefico para esta dor e analisando seus benefiacutecios

Este estudo faz parte da Dissertaccedilatildeo do Programa de Mestrado Profissional Associado agrave Residecircncia Integrada Multiprofissional em Sauacutede da Universidade Federal de Santa Catarina Caso vocecirc concorde em participar solicitamos que assine no final deste documento No entanto salientamos que sua participaccedilatildeo natildeo eacute obrigatoacuteria e sua recusa natildeo traraacute qualquer prejuiacutezo em relaccedilatildeo agraves pesquisadoras ou discriminaccedilatildeo e atraso no seu atendimento nesta instituiccedilatildeo

O estudo se concretizaraacute com a aplicaccedilatildeo de um protocolo para a avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica durante a Classificaccedilatildeo de Risco elaborado e utilizado por um serviccedilo de referecircncia o Hospital Israelita Albert Einstein de Satildeo Paulo

Dados obtidos para o estudo ndash na hipoacutetese de sua

participaccedilatildeo seratildeo utilizados os dados referentes agrave sua Classificaccedilatildeo de Risco ou seja seu horaacuterio de chegada idade queixa principal iniacutecio e tipo de dor e fatores de risco associados

Sigilo ndash Contando com sua participaccedilatildeo seraacute garantido total

sigilo em relaccedilatildeo a sua identidade que natildeo seraacute apontada durante o estudo ou em suas publicaccedilotildees

Potenciais riscos ndash A pesquisa oferece riscos de desconfortoincocircmodo ao participante agrave medida que for abordado no sentido de participaccedilatildeo no estudo A abordagem poderaacute gerar temor ao

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participante no que se refere agrave exposiccedilatildeo de sua condiccedilatildeo cliacutenica Desse modo o participante seraacute esclarecido detalhadamente acerca das etapas da pesquisa e das informaccedilotildees a serem utilizadas ressaltando o sigilo absoluto de sua identidade Teraacute todas as suas duacutevidas esclarecidas antes e durante sua aplicaccedilatildeo De qualquer forma seraacute garantida a possibilidade de desistecircncia e retirada do consentimento

Benefiacutecios previstos ndash Esta pesquisa propotildee a utilizaccedilatildeo de um instrumento cientiacutefico para a avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica pelos enfermeiros do Serviccedilo de Emergecircncia Adulto com o intuito de prevenir condutas inadequadas no manejo do paciente com esta dor e otimizar seu atendimento Os resultados desta pesquisa seratildeo submetidos agrave devida aprovaccedilatildeo corrigidos e posteriormente enviados agrave divulgaccedilatildeo como artigo cientiacutefico

Custos ndash Os custos relacionados a essa pesquisa seratildeo de inteira responsabilidade das pesquisadoras Sua participaccedilatildeo natildeo acarretaraacute em nenhum custo ou em reembolso ou gratificaccedilatildeo

Se vocecirc tiver alguma duacutevida ou necessidade de mais informaccedilotildees em relaccedilatildeo agrave pesquisa ou natildeo quiser mais fazer parte dela poderaacute entrar em contato pelo telefone com as responsaacuteveis pela pesquisa a seguir Aline Vieira (48) 9615-2850 eou e-mail alinevieira_spohotmailcom e Kaacutetia Bertoncello (48) 9919-9084 eou kbertoncelloyahoocombr

Consentimento de Participaccedilatildeo no Estudo

Eu ________________________________________ declaro que li e estou de acordo em participar do estudo proposto por este documento Fui devidamente informado (a) pela pesquisadora Aline Costa Vieira dos objetivos dados que seratildeo obtidos sigilo riscos benefiacutecios e custos inerentes agrave pesquisa Estou ciente ainda que posso retirar meu consentimento a qualquer momento e que recebi uma coacutepia deste Termo de Consentimento

Florianoacutepolis __________________

_________________________________________

Assinatura do participante

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APENDICE B - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (GRUPO 02)

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM ENFERMAGEM CURSO DE MESTRADO PROFISSIONAL ASSOCIADO Agrave

RESIDEcircNCIA INTEGRADA MULTIPROFISSIONAL EM SAUacuteDE

Com objetivo de compreender os benefiacutecios para os enfermeiros da utilizaccedilatildeo de um protocolo de avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica durante a Classificaccedilatildeo de Risco no Serviccedilo de Emergecircncia de um Hospital Universitaacuterio (HU) do sul do Brasil a mestranda Aline Costa Vieira sob a orientaccedilatildeo da Profordf Drordf Kaacutetia Cilene Godinho Bertoncello estaacute desenvolvendo uma pesquisa intitulada ldquoAplicaccedilatildeo e Avaliaccedilatildeo de um Protocolo de Enfermagem para Dor Toraacutecica em um Serviccedilo de Emergecircncia Hospitalarrdquo Esta pesquisa faz parte da Dissertaccedilatildeo do Programa de Mestrado Profissional Associado agrave Residecircncia Integrada Multiprofissional em Sauacutede da Universidade Federal de Santa Catarina

O estudo se concretizaraacute com a aplicaccedilatildeo e a avaliaccedilatildeo de um protocolo para a avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica elaborado e utilizado por um serviccedilo de referecircncia o Hospital Israelita Albert Einstein de Satildeo Paulo

Procedimentos da Pesquisa ndash mediante sua participaccedilatildeo no estudo em um primeiro momento vocecirc utilizaraacute o Protocolo de Enfermagem para Dor Toraacutecica desenvolvido pelo Hospital Israelita Albert Einstein durante sua atuaccedilatildeo enquanto enfermeiro no Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco no HU quando estiver escalado neste setor Salientamos que este protocolo teraacute como finalidade auxiliar na designaccedilatildeo da classificaccedilatildeo de risco o que natildeo excluiraacute o uso do instrumento de classificaccedilatildeo disponibilizado atualmente na instituiccedilatildeo Lembramos ainda que para utilizar este protocolo vocecirc receberaacute devido treinamento e todas as informaccedilotildees referentes ao estudo que seratildeo fornecidos pelas pesquisadoras O segundo momento da pesquisa contaraacute com sua participaccedilatildeo para avaliar qual o benefiacutecio de dispor deste Protocolo para Dor Toraacutecica durante a Classificaccedilatildeo de Risco Esta avaliaccedilatildeo se consumaraacute com o preenchimento de um instrumento de avaliaccedilatildeo disponibilizado pelas pesquisadoras ao final da coleta de dados

Os procedimentos inerentes agrave implementaccedilatildeo do estudo

requerem a sua autorizaccedilatildeo mediante assinatura ao final do documento para a utilizaccedilatildeo dos dados obtidos durante a Classificaccedilatildeo de Risco

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realizada ao paciente que apresentar dor toraacutecica como queixa principal bem como o registro da condiccedilatildeo cliacutenica deste paciente Dados referentes agrave sua praacutetica profissional enquanto enfermeiro do Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco (SACR) No entanto sua participaccedilatildeo natildeo eacute obrigatoacuteria e a qualquer momento vocecirc poderaacute desistir dela sem qualquer prejuiacutezo junto agraves pesquisadoras ou agrave instituiccedilatildeo

Sigilo ndash Com sua participaccedilatildeo na pesquisa fica garantida a confidencialidade das informaccedilotildees obtidas durante a classificaccedilatildeo de risco Sua identidade natildeo seraacute apontada no decorrer do estudo e em suas publicaccedilotildees

Potenciais riscos ndash A pesquisa oferece riscos de incocircmodo ao participante agrave medida que poderaacute gerar constrangimento para este em recusar a participaccedilatildeo Desse modo o participante seraacute esclarecido de que sua recusa natildeo acarretaraacute em quaisquer desconfortos com relaccedilatildeo agraves responsaacuteveis pela pesquisa tampouco junto agrave instituiccedilatildeo da qual eacute servidor De qualquer forma seraacute garantida a possibilidade de desistecircncia e retirada do consentimento sem prejuiacutezo de nenhuma natureza

Benefiacutecios previstos ndash Esta pesquisa propotildee a utilizaccedilatildeo de um instrumento cientiacutefico para a avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica pelos enfermeiros do Serviccedilo de Emergecircncia Adulto com o intuito de prevenir condutas inadequadas no manejo do paciente com esta dor sanar duacutevidas e otimizar seu atendimento Os resultados desta pesquisa seratildeo submetidos agrave devida aprovaccedilatildeo corrigidos e posteriormente enviados agrave divulgaccedilatildeo como artigo cientiacutefico

Custos ndash Todos os custos referentes agrave pesquisa seratildeo de inteira responsabilidade das pesquisadoras Sua participaccedilatildeo natildeo acarretaraacute em nenhum gasto ou gratificaccedilatildeo

Se vocecirc tiver alguma duacutevida ou necessidade de mais

informaccedilotildees em relaccedilatildeo agrave pesquisa ou natildeo quiser mais fazer parte dela poderaacute entrar em contato pelo telefone com a responsaacutevel pela pesquisa a seguir Aline Vieira (48) 9615-2850 eou e-mail alinevieira_spohotmailcom e Kaacutetia Bertoncello (48) 9919-9084 eou kbertoncelloyahoocombr

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Consentimento de Participaccedilatildeo no Estudo

Eu________________________________________________ declaro que li e estou de acordo em participar do estudo proposto por este documento Fui devidamente informado (a) pela pesquisadora Aline Costa Vieira dos objetivos dados que seratildeo obtidos sigilo riscos benefiacutecios e custos inerentes agrave pesquisa Estou ciente ainda que posso retirar meu consentimento a qualquer momento e que recebi uma coacutepia deste Termo de Consentimento

Florianoacutepolis __________________

_______________________________________

Assinatura do participante

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APEcircNDICE C ndash ROTEIRO DE ENTREVISTA SEMI-ESTRUTURADO

Roteiro semi-estruturado para entrevista Utilizaccedilatildeo do

Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem Albert Einstein Hospital Israelita

1Dados de identificaccedilatildeo Nome do profissional Idade Cargo Tempo de trabalho na profissatildeo Tempo de trabalho na instituiccedilatildeo Tempo de trabalho na emergecircncia Possui Poacutes graduaccedilao ( ) Natildeo ( ) Sim ( ) Especializaccedilatildeo Especificar ( ) Mestrado ( ) Doutorado 2 Roteiro para Entrevista

21 Como vocecirc avalia a utilizaccedilatildeo do Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado 22 Como vocecirc avalia a estrutura o formato e os fluxos de encaminhamentos contidos no Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado 23 Aponte as vantagensfacilidades e desvantagensdificuldades em utilizar o Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem pelo enfermeiro no acolhimento do HU 24 Vocecirc considera este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem aplicaacutevel para o acolhimento na emergecircncia do HU Justifique 25 Na sua opiniatildeo qual (quais) a (s) diferenccedila (s) em utilizar este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem em relaccedilatildeo ao protocolo que jaacute vecircm sendo utilizado na instituiccedilatildeo

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APEcircNDICE D ndash ENTREVISTA COM OS ENFERMEIROS

1Dados de identificaccedilatildeo (ENTREVISTA 1) Nome do profissional ldquoEnfermeiro 1rdquo Idade 26 Cargo Enfermeira Efetiva Tempo de trabalho na profissatildeo 1 ano e 11 meses Tempo de trabalho na instituiccedilatildeo 1 ano e 11 meses Tempo de trabalho na emergecircncia 1 ano e 11 meses Possui Poacutes graduaccedilao ( ) Natildeo (x ) Sim (x ) Especializaccedilatildeo Especificar Gestatildeo Puacuteblica ( ) Mestrado ( ) Doutorado 2 Roteiro para Entrevista

21 Como vocecirc avalia a utilizaccedilatildeo do Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado R Acho que eacute valido para fazer uma classificaccedilatildeo das siacutendromes coronarianas agudas E ele possibilita um tempo de atendimento que prioriza os pacientes com sintomas compatiacuteveis com siacutendrome coronariana aguda Eacute melhor que o adaptado de Manchester para avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica 22 Como vocecirc avalia a estrutura o formato e os fluxos de encaminhamentos contidos no Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado R De faacutecil compreensatildeo 23 Aponte as vantagensfacilidades e desvantagensdificuldades da utilizaccedilatildeo deste Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem pelo enfermeiro no acolhimento do HU R Vantagens ndash tem como meta o atendimento porta-eletro de 10 minutos Eacute bem completo Desvantagens ndash eacute extenso R Facilidade ndash eacute um fluxograma simples de faacutecil compreensatildeo Dificuldade ndash eacute extenso

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24 Vocecirc considera este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem aplicaacutevel para o acolhimento na emergecircncia do HU Justifique Sim Porque iria colaborar com a diminuiccedilatildeo do tempo de atendimento a um paciente infartado por exemplo 25 Na sua opiniatildeo qual (quais) a (s) diferenccedila (s) em utilizar este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem em relaccedilatildeo ao protocolo que jaacute vecircm sendo utilizado na instituiccedilatildeo Este eacute mais extenso poreacutem possibilita uma classificaccedilatildeo de risco mais adequada 1Dados de identificaccedilatildeo (ENTREVISTA 2) Nome do profissional ldquoEnfermeiro 2rdquo Idade 33 Cargo Enfermeira Efetiva Tempo de trabalho na profissatildeo 4 anos Tempo de trabalho na instituiccedilatildeo 4 anos Tempo de trabalho na emergecircncia 3 anos Possui Poacutes graduaccedilao ( ) Natildeo (x ) Sim ( x ) Especializaccedilatildeo Especificar Enfermagem do trabalho (em andamento) ( x ) Mestrado (em andamento) ( ) Doutorado 2 Roteiro para Entrevista 21 Como vocecirc avalia a utilizaccedilatildeo do Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado R Eu achei assim que ele amplia a visatildeo o paciente chega com tal dor tu vai seguindo soacute que nesta parte aqui oh que a gente fica no acolhimento fazendo do eletro eu achei que fica natildeo fica como posso dizer eacute difiacutecil pro enfermeiro ficar laacute vendo a hora que vai fazer porque tu vai tocando ficha tocando ficha paciente chega com dor outro que briga porque quer ser atendido Essa parte eacute que eu achei mais complicada Eu natildeo indicaria o eletro eu deixaria para o ldquodoutorrdquo (risos) Porque na hora assim oh eu pensei seraacute que na rotina como a gente vai vai fazer Como a gente vai se organizar Seraacute que natildeo vai ter intriga entre a equipe de enfermagem e meacutedicos Mas nada que a gente natildeo entre num consenso igual quando comeccedilou o acolhimento a enfermagem que era chefia com um meacutedico que jaacute saiu Eles entraram num consenso treinaram os enfermeiros tiveram que ldquoforccedilarrdquo na cabeccedila da medicina e hoje eles aceitam

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22 Como vocecirc avalia a estrutura o formato e os fluxos de encaminhamentos contidos no Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado R No comeccedilo eu achei complicado porque daqui tem que vir pra caacute e pra caacute Deveria ser tudo na mesma folha porque ajuda e natildeo precisa pular de uma folha para outra 23 Aponte as vantagensfacilidades e desvantagensdificuldades da utilizaccedilatildeo deste Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem pelo enfermeiro no acolhimento do HU R A vantagem eacute que deixa o atendimento mais raacutepido e tu identifica mais facilmente o tipo de dor se eacute uma dor tiacutepica desconforto ou atiacutepica Jaacute te ajuda a encaminhar porque aacutess vezes tem duacutevida ou deixando no amarelo e natildeo eacute poderia deixar no verde Desvantagem ndash para aprender a usar isso aqui no comeccedilo eacute difiacutecil eacute complicado tem que seguir aqui e voltar olhar ver se perguntei isso ou natildeo para o paciente Pelo que eu percebi pelas setas apontando agraves vezes complica para seguir em duas folhas mas nada que com um treinamento natildeo se aprenda 24 Vocecirc considera este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem aplicaacutevel para o acolhimento na emergecircncia do HU Justifique R Acredito que eacute aplicaacutevel soacute esta questatildeo do eletro teria que rever isto eacute mexer com medicina ego de medicina 25 Na sua opiniatildeo qual (quais) a (s) diferenccedila (s) em utilizar este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem em relaccedilatildeo ao protocolo que jaacute vecircm sendo utilizado na instituiccedilatildeo R Aquele adaptado laacute eacute fraco meu deus natildeo tem nem o que falar este aqui eacute completo eacute como eu te falei ele vai indicando as dores tipos e os tipos de encaminhamento se preenche este se preenche aquele se eacute dor tiacutepica ou atiacutepica Eacute 100 melhor e outra coisa a dificuldade de aplicar este no comeccedilo para quem trabalha aqui na unidade ta quem eacute que vai fazer o eletro Eacute o enfermeiro do acolhimento ou o enfermeiro laacute dentro Ou eacute um residente Porque todo mundo quer aprender jaacute vecirc o traccedilado eacute interessante Mas tem dia que ta calmo mas tem dia que eacute uma loucura tu natildeo sabe para que lado olhar estes dias eu cheguei olhei pra Ana e ela olhou pra mim e a gente ficou assim oh o que fazer Ai tem que ver quem vai fazer o eletro Porque agraves vezes para o

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enfermeiro do acolhimento eacute uma ficha atraacutes da outra e agraves vezes tu pensa ah natildeo eacute nada o paciente ta ali quietinho e pode ser um infarto um AVC 1Dados de identificaccedilatildeo (ENTREVISTA 3) Nome do profissional ldquoEnfermeiro 3rdquo Idade 33 Cargo Enfermeira Residente Tempo de trabalho na profissatildeo 10 anos Tempo de trabalho na instituiccedilatildeo 2 anos Tempo de trabalho na emergecircncia 2 anos Possui Poacutes graduaccedilao ( ) Natildeo (x ) Sim ( ) Especializaccedilatildeo Especificar Sauacutede Puacuteblica ( ) Mestrado ( ) Doutorado 2 Roteiro para Entrevista 21 Como vocecirc avalia a utilizaccedilatildeo do Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado R Eu achei bem vaacutelido vai auxiliar para triar melhor mas achei meio longo demorado para usar tem vaacuterios detalhes que natildeo perguntamos na triagem como antecedentes cardiovasculares haacutebitos como tabagismo isso nem sempre a gente pergunta Mas eu acho que ajuda de qualquer maneira qualifica mais a triagem porque identifica mais fatores de risco ou natildeo 22 Como vocecirc avalia a estrutura o formato e os fluxos de encaminhamentos contidos no Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado R Para a gente usar no HU fica um pouco confuso para aplicar na praacutetica pois jaacute estamos acostumadas a usar o outro modelo Este modelo natildeo tem a cor laranja e como eu disse antes satildeo muitas perguntas para a pessoa que jaacute estaacute com dor ter que responder Fazer ele completo eacute difiacutecil tu natildeo vai ter tempo para perguntar tudo isso 23 Aponte as vantagensfacilidades e desvantagensdificuldades da utilizaccedilatildeo deste Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem pelo enfermeiro no acolhimento do HU Vantagens ndash qualifica a triagem vai avaliar melhor os riscos de ser mesmo um infarto uma siacutendrome coronariana Ele eacute mais especiacutefico para a dor toraacutecica o nosso usado eacute mais geral

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Desvantagens ndash achei ele um pouco longo o modelo do nosso eacute mais objetivo porque eacute numa folha soacute eacute mais objetivo Para noacutes demora fazer todas aquelas perguntas 24 Vocecirc considera este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem aplicaacutevel para o acolhimento na emergecircncia do HU Justifique RSim Eacute aplicaacutevel com certeza a gente atende vaacuterios casos de dor toraacutecica e vai estar ajudando a classificar vai estar facilitando Eacute mais um instrumento aleacutem de soacute a intensidade da dor tem mais paracircmetros avalia melhor uma situaccedilatildeo grave 25 Na sua opiniatildeo qual (quais) a (s) diferenccedila (s) em utilizar este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem em relaccedilatildeo ao protocolo que jaacute vecircm sendo utilizado na instituiccedilatildeo R como eu falei apesar da dificuldade pelo tamanho tem mais perguntas a fazer mas ele aborda mais aspectos para identificar o risco de uma situaccedilatildeo grave Ele pode ser readequado para a gente ter mais embasamento Eu acho que daacute para tentar adaptar deixar mais objetivo numa folha soacute mas eacute vaacutelido sim tem essa necessidade O nosso eacute incompleto agraves vezes eacute insuficiente 1Dados de identificaccedilatildeo (ENTREVISTA 4) Nome do profissional ldquoEnfermeiro 4rdquo Idade 38 Cargo Enfermeira Efetiva Tempo de trabalho na profissatildeo 16 anos Tempo de trabalho na instituiccedilatildeo 1 ano Tempo de trabalho na emergecircncia 1 ano Possui Poacutes graduaccedilao ( ) Natildeo (X ) Sim ( ) Especializaccedilatildeo Especificar Sauacutede da famiacutelia ( ) Mestrado ( ) Doutorado 2 Roteiro para Entrevista 21 Como vocecirc avalia a utilizaccedilatildeo do Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado R Eu acho que ele ajudou porque no momento eu consigo ver no fluxograma um suspeita no caso de IAM ou se eacute uma dor atiacutepica acho

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que ele me deu uma boa noccedilatildeo porque a gente tem muitos casos de dor toraacutecica aqui 22 Como vocecirc avalia a estrutura o formato e os fluxos de encaminhamentos contidos no Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado R A uacutenica coisa que ficou complicado eacute que noacutes usamos aqui o vermelho natildeo o laranja eacute aqui neste natildeo tem Mas eu achei legal 23 Aponte as vantagensfacilidades e desvantagensdificuldades da utilizaccedilatildeo deste Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem pelo enfermeiro no acolhimento do HU R A vantagem eacute que o fluxograma me ajuda a avaliar maior chance de ter uma dor tiacutepica ou atiacutepica ne considerando os fatores de risco considerando se a pessoa ta com o sintoma no momento se tem antecedentes isso ajuda Desvantagem ndash natildeo vi desvantagem achei bem legal R Ah eacute porque aqui se tem dor toraacutecica soacute ir seguindo eacute parecido com o que a gente usa ali eu achei faacutecil 24 Vocecirc considera este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem aplicaacutevel para o acolhimento na emergecircncia do HUJustifique R Eu acho que daacute porque a gente tem bastante caso de dor toraacutecica e ajuda a ter uma ideacuteia porque chega pessoa de 60 anos e chega pessoa com 20 anos e dormecircncia no braccedilo entatildeo acho que ele ajuda bastante 25 Na sua opiniatildeo qual (quais) a (s) diferenccedila (s) em utilizar este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem em relaccedilatildeo ao protocolo que jaacute vecircm sendo utilizado na instituiccedilatildeo R Ele te daacute uma noccedilatildeo do que se trata os fatores de risco antecedentes cardiovasculares sabendo que isso influencia ne em ter uma maior chance de IAM ajuda muito e ali no outro natildeo tem Esse eacute bem completo eu acho 1Dados de identificaccedilatildeo (ENTREVISTA 5) Nome do profissional ldquoEnfermeiro 5rdquo Idade 29 anos Cargo enfermeira efetiva Tempo de trabalho na profissatildeo 4 anos Tempo de trabalho na instituiccedilatildeo 4 anos

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Tempo de trabalho na emergecircncia 4 anos Possui Poacutes graduaccedilao ( ) Natildeo (x) Sim(X) Especializaccedilatildeo Especificar Sauacutede Puacutelbica ( ) Mestrado ( ) Doutorado 2 Roteiro para Entrevista 21 Como vocecirc avalia a utilizaccedilatildeo do Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado R Eu achei ele um pouco complicado de usar Eu natildeo tive oportunidade de usar muitas vezes acho que umas 5 ou 6 vezes entatildeo eu acho que talvez por isso A primeira vez que eu usei fiquei um pouco perdida por mais que eu tivesse lido vc tivesse me mostrado Entatildeo eu achei ele um pouco difiacutecil mas eu acredito que com o passar do tempo ele se torne bem uacutetil porque ele eacute bem detalhado Soacute que no momento que tu vai fazer a entrevista do paciente como tu natildeo tinha muita intimidade com ele praacutetica eu me sentia muito perdida porque tinha que olhar para muitos itens sabe mas eu acredito que com o passar do tempo e tendo experiecircncia nele assim como no de Manchester no iniacutecio tambeacutem foi um pouco complicado ne Mas por ser novo e eu ter usado pouco pois fiquei 2 meses de feacuterias 22 Como vocecirc avalia a estrutura o formato e os fluxos de encaminhamentos contidos no Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado R Ele auxilia bastante na tomada de decisatildeo realmente ele traz o motivo traz as coisas baacutesicas que tem que perguntar para o paciente para ver se eacute uma dor tiacutepica atiacutepica se ele precisa ser atendido dentro de um protocolo de dor toraacutecica ne que fala de eletro em 10 minutos tempo porta-agulha porta-balatildeo entatildeo pra isso ele eacute bom porque tem fatores de risco antecedentes tudo isso satildeo coisas que tem que saber E o Manchester ele eacute bem mais pontual ne Esse eacute um pouquinho mais demorado ele eacute grande eu acho ele eacute pra ti usar assim raacutepido ele eacute um pouco grande Eu acho o Manchester mais faacutecil Ele eacute bem auto-explicativo sabe mas as vezes eu ficava meio em duacutevida na hora de que eu usava sabe porque por exemplo se era soacute 1 jaacute caia no dor tiacutepica eu sentia um pouco de duacutevida na hora de usar Ele eacute bem auto-explicativo acredito que com o tempo seria faacutecil de usar Eu tinha um pouco de dificuldade natildeo com a dor tiacutepica a dor tiacutepica era faacutecil de

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identificar dentro desse instrumento mas a dor atiacutepica eu tive dificuldade 23 Aponte as vantagensfacilidades e desvantagensdificuldades da utilizaccedilatildeo deste Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem pelo enfermeiro no acolhimento do HU REu acho que o tamanho dele eu jaacute falei a desvantagem era realmente muito longo e por natildeo ter intimidade com ele eu acho ele meio difiacutecil de usar essa eacute a desvantagemE a vantagem eacute que ele eacute bem auto-explicativo natildeo tem como tu natildeo esquecer de nada porque ta tudo aqui os fatores de risco de ne sintomas se tem problema na famiacutelia isso tudo explica tudo Neste ponto ele eacute muito bom 24 Vocecirc considera este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem aplicaacutevel para o acolhimento na emergecircncia do HUJustifique REu acho que sim Soacute precisa realmente ter mais eacute mas realmente intimidade com ele se habituar a usar saber como usar ele adequadamente 25 Na sua opiniatildeo qual (quais) a (s) diferenccedila (s) em utilizar este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem em relaccedilatildeo ao protocolo que jaacute vecircm sendo utilizado na instituiccedilatildeo REu acho o protocolo de dor toraacutecica ele eacute mais raacutepido do que esse aqui ele tem poucos pontos para se observar soacute que ele eacute muito geneacuterico assim ele natildeo traz coisaseacute qualquer dor toraacutecica Aqui ele traz mais com casos na dor toraacutecica cardioloacutegica Entatildeo neste ponto voltado para a cardiologia esse aqui eacute melhor neste ponto Mas pela facilidade e agilidade aquele eacute melhor ele eacute mais raacutepido Soacute que voltado para a dor toraacutecica eacute melhor eacute mais explicativo Acredito que ele te leva a fazer uma triagem bem feita cardiologicamente falando 1Dados de identificaccedilatildeo (ENTREVISTA 6) Nome do profissional Enfermeiro 6 Idade 27 anos Cargo enfermeira residente Tempo de trabalho na profissatildeo 45 anos Tempo de trabalho na instituiccedilatildeo 2 anos Tempo de trabalho na emergecircncia 2 anos Possui Poacutes graduaccedilao ( ) Natildeo (x) Sim(X) Especializaccedilatildeo Especificar urgecircncia emergecircncia e APH ( ) Mestrado ( ) Doutorado

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2 Roteiro para Entrevista 21 Como vocecirc avalia a utilizaccedilatildeo do Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado O instrumento foi importante guiou melhor a conduta a ser seguida ao realizar o acolhimento 22 Como vocecirc avalia a estrutura o formato e os fluxos de encaminhamentos contidos no Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado Eu achei o formato do fluxograma um pouco complicado de entender continha bastante informaccedilotildees mas ao mesmo tempo auxiliava para a triagem das cores que o paciente se encaixaria 23 Aponte as vantagensfacilidades e desvantagensdificuldades da utilizaccedilatildeo deste Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem pelo enfermeiro no acolhimento do HU Vantagens auxilia na classificaccedilatildeo por coresgravidade Desvantagem longo e demorado para aplicar Leva mais tempo para realizar o acolhimento Facilidades melhora a triagem sendo mais corretas pois verifica-se comorbidade e encaminha bem certo como proceder conforme sintomas e comorbidades Dificuldades de contatar o poacutes atendimento com o medico (diagnoacutestico) verificar se fez ECG 24 Vocecirc considera este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem aplicaacutevel para o acolhimento na emergecircncia do HU Justifique Ele eacute aplicaacutevel mas deve ser melhorado (facilitado a leitura para aplicaccedilatildeo mais raacutepida) acho que para o desfecho eacute complicado a enfermeira do acolhimento conseguir acompanhar 25 Na sua opiniatildeo qual (quais) a (s) diferenccedila (s) em utilizar este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem em relaccedilatildeo ao protocolo que jaacute vecircm sendo utilizado na instituiccedilatildeo O Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica eacute bem mais completo e facilita a identificaccedilatildeo real de um provaacutevel evento cardiacuteaco Jaacute o protocolo da instituiccedilatildeo eacute mais sucinto

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1Dados de identificaccedilatildeo (ENTREVISTA 7) Nome do profissional ldquoEnfermeiro 7rdquo Idade 28 Cargo Enfermeira Residente Tempo de trabalho na profissatildeo 2 anos Tempo de trabalho na instituiccedilatildeo 2 anos Tempo de trabalho na emergecircncia 2 anos Possui Poacutes graduaccedilao (x ) Natildeo ( ) Sim ( ) Especializaccedilatildeo Especificar -___________ ( ) Mestrado ( ) Doutorado 2 Roteiro para Entrevista 21 Como vocecirc avalia a utilizaccedilatildeo do Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado R Achei que ele eacute praacutetico didaacutetico e de faacutecil aplicaccedilatildeo 22 Como vocecirc avalia a estrutura o formato e os fluxos de encaminhamentos contidos no Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado R De faacutecil aplicaccedilatildeo e facilita encaminhamento e tomada de decisatildeo 23 Aponte as vantagensfacilidades e desvantagensdificuldades da utilizaccedilatildeo deste Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem pelo enfermeiro no acolhimento do HU R Vantagens ndash avaliaccedilatildeo do enfermeiro agilidade do processo recuperaccedilatildeo do paciente Desvantagens ndash natildeo tem R Facilidade ndash aplicaccedilatildeo agilidade Dificuldade ndash o serviccedilo natildeo aceitaraacute pedido de ECG com carimbo do enfermeiro 24 Vocecirc considera este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem aplicaacutevel para o acolhimento na emergecircncia do HUJustifique R Sim Pela facilidade de aplicaccedilatildeo e diferenciaccedilatildeo do caso de dor toraacutecica ser IAM ou natildeo Agilidade do atendimento do paciente 25 Na sua opiniatildeo qual (quais) a (s) diferenccedila (s) em utilizar este

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Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem em relaccedilatildeo ao protocolo que jaacute vecircm sendo utilizado na instituiccedilatildeo R Este daacute mais seguranccedila na hora de classificar a sintomatologia do paciente

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ANEXOS

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ANEXO A - INSTRUMENTO ADAPTADO DO PROTOCOLO DE MANCHESTER

IacuteNDICE DE FLUXOGRAMAS

Nordm QUEIXA PRINCIPAL (motivo da vinda ao

hospital) PAacuteGINA

01 ASMA 01

02 AUTO-AGRESSAtildeO (TENTATIVA DE

SUICIDIO) 02

03 CEFALEIA 03

04 COMPORTAMENTO ESTRANHO 04

05 CONVULSOtildeES 05

06 CORPO ESTRANHO 06

07 DIABETES HISTOacuteRIA DE 07

08 DIARREIA 08

09 DISPNEIA 09

10 DOENCcedilA HEMATOLOacuteGICA 10

11 DOENCcedilA MENTAL 11

12 DOENCcedilAS SEXUALMENTE

TRANSMISSIacuteVEIS 12

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13 DOR ABDOMINAL 13

14 DOR CERVICAL 14

15 DOR DE GARGANTA 15

16 DOR LOMBAR 16

17 DOR TESTICULAR 17

18 DOR TORACICA 18

19 EMBRIAGUES APARENTE 19

20 ERUPCcedilAtildeO CUTAcircNEA 20

21 ESTADO DE INCONSCIEcircNCIA 21

22 EXPOSICcedilAtildeO A AGENTES QUIacuteMICOS 22

23 FERIDAS 23

24 GRAVIDEZ 24

25 HEMORRAGIA DIGESTIVA 25

26 HEMORRAGIA VAGINAL 26

27 MAL ESTAR EM ADULTO 27

28 INFECCCcedilOtildeES LOCAIS E ABSCESSOS 28

29 MORDEDURAS E PICADAS 29

30 PROBLEMAS DENTAacuteRIOS 30

31 PROBLEMAS EM EXTREMIDADES

(MEMBROS) 31

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32 PROBLEMAS NASAIS 32

33 PROBLEMAS NOS OUVIDOS 33

34 PROBLEMAS OFTALMOLOacuteGICOS 34

35 PROBLEMAS URINAacuteRIOS 35

36 QUEDAS 36

37 QUEIMADURAS 37

38 QUEIXAS ANAIS 38

39 SUPERDOSAGEM E ENVENENAMENTO

(intoxicaccedilotildees exoacutegenas) 39

40 TRAUMA CRAcircNIO-ENCEFALICO 40

41 VERTIGEM E TONTURAS 41

42 VOcircMITOS 42

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FLUXOGRAMA 18 - DOR TORAacuteCICA

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ANEXO B - FLUXOGRAMA DE TRIAGEM CARDIOLOacuteGICA DE ENFERMAGEM

Dedico esta vitoacuteria a minha amada matildee que sempre soube onde eu

estaria e que sempre viveraacute no

meu coraccedilatildeo

AGRADECIMENTOS

A Deus por estar presente em todos os momentos da minha vida por me carregar em seus braccedilos nos momentos mais difiacuteceis ldquoachei que fossem os meus passos senhor mas eram os seusrdquo A Nossa Senhora Desatadora dos noacutes de quem sou devota por me conceder forccedilas me ajudar nos momentos tatildeo difiacuteceis que passei Ao meu amor Aneacutesio que me incentivou a acreditar neste sonho Apesar de que a distacircncia entre noacutes tenha aumentado aleacutem dos 1100 km ainda repouso em seus braccedilos nos meus breves sonhos Aos meus irmatildeos e sobrinhas pelo amor que nos une mesmo com a distacircncia por sempre terem acredito em mim muitas vezes mais do que eu mesma Ao meu pai pela ajuda incentivo e por estar ao meu lado por tantas caminhas Agraves melhores amigas que algueacutem pode ter Juliana obrigada amiga por estar ao meu lado em tantos momentos de felicidades e claro de tempestadesque iratildeo embora em breve Maria Aline vocecirc sabe o quanto eacute importante para mim obrigada por ser meu consolo por sua alegria e nossas risadas Danuacutebia por sua amizade por ser tatildeo companheirapelas longas conversas ao telefone e por sua percepccedilatildeo de tudo ldquotodo mundo quer amor amor que eacute bom ningueacutem quer darrdquo Thaise sem vocecirc tudo seria tatildeo mais difiacutecil Obrigada amiga minha companheira de sonhos conversas e de coragem

Ao meu melhor amigo do mundo e ldquodefensor da humanidaderdquo Felipe por ser meu ldquoassessorrdquo sempre com um sorriso no rosto e ter me acompanhado nas gravaccedilotildees das entrevistas ateacute mesmo em um saacutebado de sol Aos amigos do CVS ndash Satildeo Joseacute por tornarem minhas tardes tatildeo agradaacuteveis pela amizade e conselhos Em especial agrave ldquomanardquoAline que jaacute estaacute em meu coraccedilatildeo Aos meus amigos e colegas de mestrado por trilharem ao meu lado por este caminho pela parceria e amizade Em especial agraves eternas ldquoR1rdquo Thaise Honorato e Luciana Hagemann pela forccedila e afeto Agrave minha orientadora Kaacutetia por seu amparo sempre carinhoso por toda a sabedoria a mim transmitida pela disponibilidade e paciecircncia Agrave minha co-orientadora Juliana muito obrigada por toda gentileza compreensatildeo pelas palavras saacutebias por toda ajuda sempre prontamente Aos membros da banca por aceitarem tatildeo prontamente o meu convite e me transmitirem conhecimento sabedoria Enfim a todos aqueles que estiveram direta ou indiretamente ao meu lado pelo incentivo confianccedila amor e amizade sem vocecircs eu natildeo conseguiria estar aqui

VIEIRA AC Protocolo de Enfermagem para Dor Toraacutecica em um Serviccedilo de Emergecircncia Hospitalar Aplicaccedilatildeo e Avaliaccedilatildeo 2014 151p Dissertaccedilatildeo (Mestrado) Programa de Mestrado Multidisciplinar em Sauacutede Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2014 Orientadora Dra Kaacutetia Cilene Godinho Bertoncello

RESUMO

A avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica eacute uma atribuiccedilatildeo complexa e frequente dos enfermeiros nos serviccedilos de emergecircncia hospitalar No Brasil as doenccedilas cardiovasculares a reflexo da incidecircncia mundial constituem a principal causa de morte A dor toraacutecica eacute considerada sintoma principal para a Siacutendrome Coronariana Aguda portanto uma preocupaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede e pacientes Apesar da dimensatildeo das queixas de dor toraacutecica nos serviccedilos de emergecircncia existe deficiecircncia da padronizaccedilatildeo das condutas para a Enfermagem e para os estudos para construccedilatildeo de protocolos assistenciais Portanto este estudo propocircs a aplicaccedilatildeo de um protocolo para avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica no Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco (SACR) do Serviccedilo de Emergecircncia de um Hospital Universitaacuterio do Sul do paiacutes que natildeo conta com protocolos especiacuteficos de Enfermagem Optou-se por um protocolo desenvolvido e utilizado em um serviccedilo de excelecircncia do paiacutes o Hospital Israelita Albert Einstein de Satildeo PauloSP Trata-se de uma pesquisa qualitativa do tipo transversal prospectiva e descritiva O desenvolvimento deste estudo foi norteado por duas vertentes essenciais o reconhecimento do perfil do paciente com dor toraacutecica atendido no serviccedilo e a identificaccedilatildeo da avaliaccedilatildeo do protocolo sugerido pelos enfermeiros do SACR Os dados encontrados demonstraram uma demanda de pacientes com dor toraacutecica expressivamente feminina (657) caracterizando a baixa procura masculina pelos serviccedilos de sauacutede A maioria dos casos pouco-urgentes (66) contra (45) emergentes Sobressai a classificaccedilatildeo dos enfermeiros estipulando emergente

em 507 das classificaccedilotildees e pouco-urgente em 224 o que reflete uma valorizaccedilatildeo da dor toraacutecica por parte dos profissionais ao utilizar o protocolo Verificou-se a expressiva incidecircncia dos fatores de risco para o IAM associados agrave dor toraacutecica 478 dos pacientes satildeo hipertensos e 269 deles possuem histoacuteria familiar de Doenccedila Arterial Coronariana Quanto agrave avaliaccedilatildeo do protocolo realizada pelos enfermeiros os dados obtidos datildeo conta de que haacute um consenso entre os enfermeiros de que o protocolo sugerido prioriza o atendimento agrave Siacutendrome Coronariana Aguda identifica melhor o tipo de dor conferindo respaldo para a sua praacutetica e sendo considerado uacutetil e aplicaacutevel ao serviccedilo O estudo possibilitou reconhecer que o protocolo sugerido estaacute em consonacircncia com a realidade da atuaccedilatildeo dos enfermeiros na classificaccedilatildeo de risco que utilizam atualmente um instrumento generalista natildeo direcionado agrave Enfermagem Desse modo seraacute apresentado agrave Diretoria de Enfermagem do HU para possiacutevel institucionalizaccedilatildeo Descritores Dor Toraacutecica Siacutendrome Coronariana Aguda Enfermagem em Emergecircncia Classificaccedilatildeo de Risco Protocolos

VIEIRA AC Implementation and Evaluation of a Nursing Protocol for Chest Pain in a Hospital Emergency Service 2014 151p Dissertation (Master) Multidisciplinary Masters Programme in Health Federal University of Santa Catarina Florianoacutepolis 2014 Advisor Dr Katia Cyllene Godinho Bertoncello

ABSTRACT

The evaluation of chest pain is a complex and frequent assignment of nurses in hospital emergency departments In Brazil cardiovascular diseases worldwide incidence reflection of the leading causes of death Chest pain is regarded as a primary symptom for Acute Coronary Syndrome therefore a concern of health professionals and patients Despite the scale of the complaints of chest pain in emergency departments deficiency of the standardization of approaches for Nursing and studies for construction of care protocols Therefore this study proposed the implementation of a protocol for evaluation of chest pain in Home Service with Risk Rating ( SACR ) of the Emergency Department of a University Hospital in the South which has no specific protocols of Nursing We opted for a protocol developed and used in service excellence in the country the Albert Einstein Jewish Hospital in Satildeo Paulo SP This is a qualitative research cross-sectional prospective and descriptive The development of this study was guided by two main components the recognition profile of the patient with chest pain attended the service and the identification of the evaluation of the protocol suggested by the nurses SACR The data obtained showed a demand for female patients with chest pain significantly (657 ) featuring low male demand for health services Most bit - urgent cases (66 ) versus (45 ) emerging stands out the classification of nurses stating emerging in 507 of ratings and little - urgent in 224 which reflects an appreciation of pain chest by professionals when using the protocol There was a significant incidence of risk factors for AMI associated with chest pain 478 of patients were hypertensive and 269 of them have a family history of coronary artery disease Regarding the evaluation of the protocol

performed by nurses data obtained realize that there is a consensus among nurses suggested that the protocol prioritizes compliance with Acute Coronary Syndrome identifies the best kind of pain giving support to your practice and being considered useful and applicable to the service This study enabled us to recognize that the suggested protocol is in line with the reality of action by nurses in risk rating which currently use a general tool not directed to Nursing Thus it will be presented to the Board of Nursing HU for possible institutionalization Keywords Chest Pain Acute Coronary Syndrome Emergency Nursing Risk Rating Protocols

LISTA DE ABREVIATURAS

APS Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede AVC Acidente Vascular Cerebral DAC Doenccedila Arterial Coroniana HIAE Hospital Israelita Albert Einstein HU Hospital Universitaacuterio IAM Infarto Agudo do Miocaacuterdio SCA Siacutendrome Coronariana Aguda SEA Serviccedilo de Emergecircncia Adulto SACR Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco SEI Serviccedilo de Emergecircncia Interna UFSC Universidade Federal de Santa Catarina

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Sistema operacional Sestatnet para caacutelculo da amostra 54

Figura 2 - Distribuiccedilatildeo percentual da Classificaccedilatildeo de Risco dos

pacientes que procuraram o SEA do HUUFSC de acordo com o

protocolo proposto (Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de

Enfermagem do HIAE) Florianoacutepolis-SC 2014 76

Figura 3 - Distribuiccedilatildeo percentual dos diagnoacutesticos meacutedicos

encontrados na Classificaccedilatildeo dos pacientes com dor toraacutecica

Florianoacutepolis-SC 2014 79

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Nordm de pacientes atendidos anualmente no SEA do HU

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Caracterizaccedilatildeo dos pacientes com queixa de dor

toraacutecica que procuraram o Serviccedilo de Emergecircncia do HUUFSC

ndash Florianoacutepolis ndash SC 2013-2014 69

Tabela 2 - Distribuiccedilatildeo da avaliaccedilatildeo da Utilizaccedilatildeo do Protocolo

Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem do HIAE

FlorianoacutepolisndashSC 2014 94

Tabela 3 - Distribuiccedilatildeo da avaliaccedilatildeo das vantagens eou

desvantagens em utilizar o protocolo Fluxograma de Triagem

Cardioloacutegica de Enfermagem do HIAE FlorianoacutepolisndashSC2014 98

Tabela 4 - Distribuiccedilatildeo da avaliaccedilatildeo da estrutura formato e

fluxos de encaminhamentos contidos no Protocolo Fluxograma

de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem do HIAE Florianoacutepolisndash

SC 2014 99

Tabela 5 - Distribuiccedilatildeo da avaliaccedilatildeo da diferenccedila em utilizar o

Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem e do

Protocolo Institucional Adaptado de Manchester 102

Tabela 6 - Distribuiccedilatildeo da avaliaccedilatildeo da aplicabilidade do

protocolo ao serviccedilo Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de

Enfermagem ao acolhimento da emergecircncia FlorianoacutepolisndashSC

2014 103

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 21

2 OBJETIVOS 27

21 Objetivo Geral 27

22 Objetivos Especiacuteficos 27

3 REVISAtildeO DE LITERATURA 29

31 MANUSCRITO 1 ATUACcedilAtildeO DO ENFERMEIRO FRENTE AO PACIENTE COM DOR TORAacuteCICA NOS SERVICcedilOS DE EMERGEcircNCIA HOSPITALAR uma revisatildeo integrativa da literatura 31

4 METODOLOGIA 49

41 TIPO DE PESQUISA 49

42 LOCAL DA PESQUISA 49

43 POPULACcedilAtildeO DO ESTUDO E AMOSTRA 52

44 COLETA DE DADOS 54

45 ETAPAS DA PESQUISA 55

46 CONSIDERACcedilOtildeES EacuteTICAS 57

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 59

51 MANUSCRITO 2 - O PERFIL DO PACIENTE COM DOR TORAacuteCICA DO SERVICcedilO DE EMERGEcircNCIA ADULTO DE UM HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO DO SUL DO BRASIL 61

52 A AVALIACcedilAtildeO DOS ENFERMEIROS DE UM SERVICcedilO DE EMERGEcircNCIA HOSPITALAR SOBRE A UTILIZACcedilAtildeO DE UM PROTOCOLO PARA A DOR TORAacuteCICA VALIDADO EM UM SERVICcedilO DE REFEREcircNCIA 89

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 109

REFEREcircNCIAS 113

APENDICES 123

APENDICE A - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (GRUPO 01) 125

APENDICE B - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (GRUPO 02) 127

APEcircNDICE C ndash ROTEIRO DE ENTREVISTA SEMI-ESTRUTURADO 131

APEcircNDICE D ndash ENTREVISTA COM OS ENFERMEIROS 133

ANEXOS 145

ANEXO A - INSTRUMENTO ADAPTADO DO PROTOCOLO DE MANCHESTER 147

ANEXO B - FLUXOGRAMA DE TRIAGEM CARDIOLOacuteGICA DE ENFERMAGEM 151

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1 INTRODUCcedilAtildeO

A avaliaccedilatildeo da dor segue como um desafio aos profissionais de sauacutede nos serviccedilos de emergecircncia hospitalar devido agrave subjetividade e dificuldades em sua mensuraccedilatildeo De acordo com a Associaccedilatildeo Internacional para o Estudo da Dor a dor eacute definida como ldquoexperiecircncia sensorial e emocional desagradaacutevel associada a um dano real ou potencial dos tecidos ou descrita em termos de tal dano Sempre eacute subjetiva e cada indiviacuteduo aprende a utilizar este termo por meio de suas experiecircnciasrdquo (MERSKEY et al 1979 p249) Apesar de sua subjetividade avaliar a dor configura-se em uma tarefa essencial ao trabalho da Enfermagem agrave medida que eacute um sintoma importante para a investigaccedilatildeo do quadro cliacutenico do paciente Para que natildeo haja subtratamento da dor eacute necessaacuterio ao enfermeiro dispensar especial atenccedilatildeo uma vez que o ato de medir o fenocircmeno aacutelgico requer observaccedilatildeo escuta atenta e sobretudo acreditar na queixa dolorosa que o paciente refere (MORAIS et al 2009)

Com o objetivo de conferir maior relevacircncia agrave avaliaccedilatildeo da dor e consequentemente conscientizaccedilatildeo da importacircncia desta atribuiccedilatildeo por parte dos profissionais de sauacutede a Sociedade Americana da Dor a cita pela primeira vez como 5ordm sinal em vital (AMERICAN PAIN SOCIETY 1999) No entanto a sensaccedilatildeo dolorosa embora seja um indicativo de alteraccedilotildees e distuacuterbios fiacutesicos ou psicoloacutegicos ainda natildeo eacute considerada uma prioridade quando comparada a outros sinais vitais visto que por sua relaccedilatildeo com a subjetividade haacute uma tendecircncia em muitas vezes ser desacreditada ou desvalorizada por profissionais de sauacutede (SOCIEDADE BRASILEIRA PARA O ESTUDO DA DOR 2013)

A avaliaccedilatildeo da dor juntamente com os sinais vitais e o registro sistemaacutetico e perioacutedico de sua intensidade eacute fundamental para que se acompanhe a evoluccedilatildeo dos pacientes e se realize os

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ajustes necessaacuterios ao tratamento (SOCIEDADE BRASILEIRA PARA O ESTUDO DA DOR 2013)

Reafirmando a necessidade de considerar a dor como prioridade no tratamento estudos revelam que a maioria dos pacientes que procuram os serviccedilos de emergecircncia refere algum tipo de dor Neste sentido a sua avaliaccedilatildeo correta durante o acolhimento eacute essencial para uma classificaccedilatildeo na prioridade adequada Referente agrave subjetividade da dor os aspectos culturais de expressatildeo verbal expressotildees corporais e alteraccedilotildees de comportamento devem ser considerados (GRUPO BRASILEIRO DE CLASSIFICACcedilAtildeO DE RISCO 2010)

Dentre os diversos tipos de dor encontra-se a dor toraacutecica um sintoma que pode ser desencadeado por um amplo espectro de afecccedilotildees Na vigecircncia deste tipo de dor faz-se relaccedilatildeo imediata com a causa cardioloacutegica por ser sinal especiacutefico claacutessico para a Siacutendrome Coronariana Aguda (SCA) Em contraponto autores elencaram na literatura que metade dos pacientes com dor toraacutecica natildeo tem causa cardiacuteaca para seus sintomas ocorrendo portanto muitas abordagens inadequadas para sua avaliaccedilatildeo principalmente em unidades de emergecircncia (RIOS et al 2010)

Embora a causa cardiacuteaca natildeo seja a mais incidente na decorrecircncia de dor toraacutecica haacute que ser considerada no atendimento do enfermeiro ao paciente com esta queixa visando o tempo-ouro do atendimento em caso de isquemia miocaacuterdica Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia nestes casos o tempo decorrente entre a chegada do paciente ao serviccedilo de emergecircncia ateacute a realizaccedilatildeo do eletrocardiograma natildeo deve exceder a 10 minutos (PIEGAS et al 2009) Nota-se portanto a importacircncia de uma avaliaccedilatildeo raacutepida e precisa na classificaccedilatildeo de risco realizada pelo enfermeiro

Embora exista elevada prevalecircncia da dor toraacutecica nos serviccedilos de emergecircncia a padronizaccedilatildeo no atendimento a estes pacientes ainda eacute deficiente o que pode resultar em atraso na instituiccedilatildeo da medida terapecircutica adequada em casos cliacutenicos graves (FARIAS MOREIRA 2012) A abordagem do paciente com queixas de dor toraacutecica nos serviccedilos de emergecircncia eacute uma

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preocupaccedilatildeo das disciplinas da aacuterea da sauacutede e permanece em discussatildeo segundo referem Rios et al (2010)

Para os autores a reduccedilatildeo dos eventos coronarianos ocorre quando a SCA eacute tratada de acordo com evidecircncias de eficaacutecia comprovada e o uso de protocolos surge como um instrumento de otimizaccedilatildeo da qualidade de atendimento (FARIAS MOREIRA 2012)

Em um Hospital Universitaacuterio (HU) do sul do Brasil onde foi desenvolvido este estudo especificamente no Serviccedilo de Emergecircncia Adulto (SEA) natildeo haacute protocolos para a maioria das injuacuterias que surgem no quotidiano de trabalho da equipe de Enfermagem Esta fragilidade vem a justificar o interesse desta pesquisa em sugerir a aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de um protocolo especiacutefico para a dor toraacutecica para o embasamento da praacutetica profissional dos enfermeiros Trata-se de um protocolo desenvolvido e utilizado em um centro de referecircncia do paiacutes ldquoO Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagemrdquo do Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE) de Satildeo PauloSP Este protocolo foi elaborado em 2010 e atualizado em 2012 por um meacutedico cardiologista do HIAE Luciano Forlenza embora seja direcionado ao Serviccedilo de Enfermagem Ao conhecer este e demais estudos em desenvolvimento nos grandes centros com atendimento em unidades de Emergecircncia como os hospitais da regiatildeo sudeste centro-oeste e sul onde a grande maioria jaacute possui protocolos de avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica eacute que a proposta deste projeto tomou fundamentos para seu desenvolvimento

Durante minha praacutetica profissional em dois anos enquanto enfermeira residente no SEA do HU em observaccedilatildeo empiacuterica em serviccedilo princiacutepio dos Programas de Residecircncia Multiprofissionais vivenciei a necessidade de um instrumento cientiacutefico para assegurar as accedilotildees de Enfermagem para a Classificaccedilatildeo de Risco durante o Acolhimento dos pacientes atendidos O Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco (SACR) do HU foi implantado em agosto de 2011 Utilizando-se a tiacutetulo de fundamento nas classificaccedilotildees um instrumento adaptado do Protocolo de Triagem de Manchester (MACKAWAY-JONES 1997) desenvolvido pela proacutepria instituiccedilatildeo No entanto

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este instrumento natildeo se torna satisfatoacuterio para estratificar o risco das condiccedilotildees cliacutenicas em geral tampouco em casos de dor toraacutecica agrave medida que natildeo haacute especificidade e detalhamento da sintomatologia e sinais cliacutenicos de gravidade Ainda natildeo houve desde o iniacutecio da implantaccedilatildeo do SACR quaisquer avaliaccedilotildees da precisatildeo e da acuraacutecia das classificaccedilotildees bem como sustentaccedilatildeo dos seus niacuteveis de evidecircncia

Enquanto enfermeira residente vislumbrei a essencialidade do conhecimento e a correta avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica considerando tambeacutem que a principal causa de morte no Brasil e no mundo durante deacutecadas e prevalecendo ainda na atualidade satildeo as doenccedilas do aparelho circulatoacuterio E dentre estas o Infarto Agudo do Miocaacuterdio (IAM) eacute apontado como segundo lugar no ranking das afecccedilotildees (BRASIL 2008)

Embora natildeo se trate de um serviccedilo com especialidade em cardiologia o SEA do HU atende a uma populaccedilatildeo consideraacutevel de pacientes que procuram a instituiccedilatildeo referindo a dor toraacutecica Foi possiacutevel comprovar esta demanda quando finalizei a primeira pesquisa sobre o perfil do paciente com dor toraacutecica no Trabalho de Conclusatildeo de Curso do Programa de Residecircncia onde verifiquei que cerca de 880 pacientes anualmente procuram o HU relatando dor toraacutecica como queixa principal e motivo de procura pelo serviccedilo acarretando em que esta seja considerada a quinta principal queixa atendida na unidade

Eacute necessaacuterio que a instituiccedilatildeo e a equipe de meacutedicos e enfermeiros estejam treinadas e equipadas com uma ferramenta que os auxilie no manejo dos pacientes acometidos com dor toraacutecica sistematizando o cuidado e tornando-o mais organizado O enfermeiro que atua nesse setor deve ter conhecimento cientiacutefico e tomar decisotildees raacutepidas e concretas reconhecendo situaccedilotildees que oferecem riscos aos pacientes ter familiaridade com a SCA Dessa forma a utilizaccedilatildeo de protocolos eacute fundamental na otimizaccedilatildeo do atendimento controle dos fatores de riscos cardiovasculares para a melhoria da qualidade de vida e aumento da sobrevida dessas pessoas (FERREIRA MADEIRA 2011)

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Partindo do protocolo de Enfermagem para avaliaccedilatildeo de dor toraacutecica utilizado no Hospital Israelita Albert Einstein considerado um centro de referecircncia acredita-se que este estudo seraacute congruente com as necessidades do SACR do HU uma vez que os protocolos satildeo gerados a partir da identificaccedilatildeo de fragilidades do serviccedilo

Para desenvolver este estudo partir-se-aacute da seguinte questatildeo norteadora Qual o perfil do paciente com queixa de dor toraacutecica do Serviccedilo de Emergecircncia Adulto do HU E qual a avaliaccedilatildeo dos enfermeiros do serviccedilo ao utilizar um protocolo de Enfermagem especiacutefico para a dor toraacutecica durante a Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes com esta queixa

26

27

2 OBJETIVOS

21 OBJETIVO GERAL

Avaliar a utilizaccedilatildeo do Protocolo ldquoFluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagemrdquo para a Praacutetica de Enfermagem durante a Classificaccedilatildeo de Risco no Serviccedilo de Emergecircncia Adulto de um Hospital Universitaacuterio do Sul do Paiacutes

22 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

- Identificar e avaliar o perfil dos pacientes atendidos com dor toraacutecica no SACR do Serviccedilo de Emergecircncia Adulto de um Hospital Universitaacuterio do Sul do Paiacutes

- Aplicar e avaliar a utilizaccedilatildeo do protocolo ldquoFluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagemrdquo do HIAE no SACR do Serviccedilo de Emergecircncia do HU

- Analisar a viabilidade da utilizaccedilatildeo do Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem do HIAE para a Emergecircncia Adulto do HU

28

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3 REVISAtildeO DE LITERATURA

A revisatildeo de literatura deste estudo seraacute apresentada em forma de manuscrito Mediante apresentaccedilatildeo deste trabalho em banca examinadora e devida aprovaccedilatildeo o manuscrito seraacute submetido agraves devidas correccedilotildees e enviado posteriormente para publicaccedilatildeo em perioacutedico indexado

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31

31 MANUSCRITO 1 ATUACcedilAtildeO DO ENFERMEIRO FRENTE AO PACIENTE COM DOR TORAacuteCICA NOS SERVICcedilOS DE EMERGEcircNCIA HOSPITALAR UMA REVISAtildeO INTEGRATIVA DA LITERATURA

Resumo A dor toraacutecica eacute uma das queixas mais frequumlentes referidas pelos pacientes no serviccedilo de emergecircncia hospitalar no Brasil Esta sintomatologia pode ser indicativo de diversas alteraccedilotildees fiacutesicas eou psicoloacutegicas desde uma crise de ansiedade ateacute o infarto agudo do miocaacuterdio Assim o enfermeiro que atua no serviccedilo de emergecircncia precisa ser capacitado a fim de conhecer as diversas etiologias que podem incorrer em dor toraacutecica e apto a reconhecer um possiacutevel sinal de gravidade Este estudo eacute uma revisatildeo integrativa de literatura que objetivou reunir estudos sobre a assistecircncia de Enfermagem ao paciente com dor toraacutecica no serviccedilo de emergecircncia hospitalar no periacuteodo de 2002 a 2014 Pesquisou-se em bases de dados eletrocircnicas nas diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia e nos acervos da Biblioteca do Ministeacuterio da Sauacutede (Brasil) Foram eleitos e submetidos agrave anaacutelise 30 estudos As categorias que emergiram foram Entendendo a Dor Toraacutecica Causas e Epidemiologia da Dor Toraacutecica Avaliaccedilatildeo da Dor Toraacutecica o uso de Protocolos Assistenciais Nos artigos analisados houve a citaccedilatildeo predominante da avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica enquanto desafio para o enfermeiro Devido agrave multicausalidade de fatores que podem a desencadear duacutevidas na classificaccedilatildeo da dor podem ocorrer O uso de protocolos surge como uma ferramenta de tecnologia em sauacutede com o objetivo de embasar cientificamente as praacuteticas do enfermeiro Palavra-chave Dor Toraacutecica Siacutendrome Coronariana Aguda Enfermagem em Emergecircncia Assistecircncia de Enfermagem

Abstract This study aimed to investigate the scientific assistance from nurse about the patient complaining of chest pain in hospital emergency departments Identify which aspects are graded Brazilian studies about nursing care to the patient with chest pain in hospital emergency servicesThis is a literature

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review conducted by research in electronic databases of Latin American Caribbean Health Sciences (LILACS) and the Medical Literature Retrieval System Online (MEDLINE) This study included national publications in the period 2002-2012 as well as guidelines of the Brazilian Society of Cardiology and the Treaty of Medical-Surgical Nursing as complementary Were selected and analyzed 16 studies the categories listed from this analysis causes of chest pain chest pain understanding treatment and evaluation of chest pain Articles were analyzed citation predominant evaluation of chest pain as a challenge for nurses Due to the multi-causality of factors that can trigger doubts in pain score may occur Given the above the use of protocols becomes a tool of health technology in order to scientifically support the practices of nurses Keywords Chest Pain Acute Coronary Syndrome Emergency Nursing Introduccedilatildeo

A dor toraacutecica eacute uma queixa frequente nos serviccedilos de

emergecircncia com base nos atendimentos anuais por dor toraacutecica nos EUA estima-se que aconteccedilam aproximadamente quatro milhotildees de atendimentos por dor toraacutecica ao ano no Brasil Considerando a mesma relaccedilatildeo entre estes paiacuteses nos EUA 5 a 15 dos pacientes que referem dor toraacutecica confirmam diagnoacutestico de Infarto Agudo do Miocaacuterdio calculando-se um quantitativo de 400 mil casos ao ano no Brasil (BASSAN 2002)

Este sintoma pode ser multicausal neste sentido pode ser indiacutecio de alteraccedilotildeesdistuacuterbios fiacutesicos ou psicoloacutegicos desde siacutendrome coronaacuteria aguda (SCA) uma simples contratura muscular ou ateacute mesmo siacutendrome do pacircnico Apesar da causa cardiovascular natildeo ser a mais incidente na decorrecircncia de dor toraacutecica eacute a mais temida devido agrave alta taxa mundial de mortalidade por doenccedilas cardiovasculares (ARAUacuteJO MARQUES 2007)

No Brasil as doenccedilascardiovasculares a reflexo da incidecircncia mundial constituem a principal causa de morte Especificamente em caso de dor toraacutecica sintoma claacutessico de

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doenccedila cardiovascular a padronizaccedilatildeo das medidas baseadas em evidecircncias cientiacuteficas previne desacertos na estratificaccedilatildeo de risco e promovem qualidade do atendimento de Enfermagem reduzindo a ocorrecircncia de danos irreversiacuteveis ao miocaacuterdio (BRASIL 2005) As pesquisas em qualidade do cuidado agrave sauacutede visam reduzir a distacircncia entre o ideal e o praticado nestes casos (ROCHA et al2010) A avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica por parte dos profissionais de sauacutede em geral eacute uma tarefa complexa apesar da elevada demanda de pacientes com dor toraacutecica nos serviccedilos de emergecircncia hospitalar a padronizaccedilatildeo da conduta ainda eacute deficiente o que pode gerar atraso no atendimento (FARIAS MOREIRA 2012) Desenvolvimento

Metodologia

A revisatildeo integrativa da literatura eacute um meacutetodo de estudo

que possibilita reunir e representar as evidecircncias cientiacuteficas acerca de um tema investigado para a melhoria da praacutetica cliacutenica (POMPEO ROSSI GALVAtildeO 2009) Permite averiguar na literatura estudos de diferentes abordagens sobre um determinado assunto reunindo-os e sintetizando-os a fim de obter-se uma conclusatildeo relevante para problemas idecircnticos (POMPEO ROSSI GALVAtildeO 2009) As fases metodoloacutegicas desta pesquisa foram identificaccedilatildeo do tema e da questatildeo de pesquisa busca na literatura categorizaccedilatildeo dos estudos anaacutelise dos estudos da revisatildeo integrativa interpretaccedilatildeo dos resultados siacutentese do conhecimento evidenciado nos artigos pesquisados O levantamento da literatura foi realizado em um recorte temporal de 12 anos no periacuteodo de 2002 a fevereiro de 2014 com o propoacutesito de obter estudos atualizados que abrangessem um nuacutemero consideraacutevel de informaccedilotildees do tema abordado para o embasamento da dissertaccedilatildeo de uma das autoras do artigo A pesquisa em base de dados ocorreu de junho de 2013 a janeiro de 2014

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Para a investigaccedilatildeo da produccedilatildeo cientiacutefica realizou-se uma busca de artigos nas seguintes bases de dados eletrocircnicas Literatura Latino-Americana do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) Medical Literature na Retrieval System On Line (MEDLINE) e Scientific Electronic Library Online (Scielo) Aleacutem das fontes de busca utilizaram-se tambeacutem diretrizes elaboradas pela Sociedade Brasileira de Cardiologia pesquisa virtual de documentos nos acervos da Biblioteca do Ministeacuterio da Sauacutede (Brasil) Para acesso a MEDLINE utilizou-se o portal Pub-Med para acesso agrave LILACS utilizou-se a Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS)

Optou-se pela seguinte estrateacutegia de busca organizaccedilatildeo de descritores para a busca eletrocircnica segundo a diferenciaccedilatildeo entre as bases de dados combinaccedilatildeo de quatro termos de busca (Descritores em Ciecircncias da Sauacutede ndash DeCSMeSH dor no peito siacutendrome coronariana aguda Enfermagem em emergecircncia e assistecircncia de Enfermagem) combinaccedilatildeo de termos boolianos (and or not or not)

Os criteacuterios de inclusatildeo para a seleccedilatildeo dos artigos da pesquisa foram artigos de pesquisa qualitativas e quantitativas sobre o tema estudos que apresentaram os descritores selecionados artigos publicados em portuguecircs artigos publicados na iacutentegra em perioacutedicos ou anais de eventos revisatildeo de literatura relatos de experiecircncia reflexatildeo teoacuterica publicados em perioacutedicos de bases de dados artigos publicados e indexados nas bases de dados Foram excluiacutedos publicaccedilotildees de trabalhos duplicados editoriais resumos em perioacutedicos ou anais de eventos materiais publicados em outros idiomas aleacutem de portuguecircs inglecircs e espanhol

Os artigos foram selecionados de acordo com a pertinecircncia na coleta de dados Inicialmente foi realizada leitura dos resumos identificando a sua relevacircncia para o objetivo do estudo Os materiais considerados vaacutelidos para o estudo foram organizados por completo em uma planilha do programa Excel for Windows conforme suas principais informaccedilotildees tiacutetulo autores ano de publicaccedilatildeo tipo de trabalho objetivos meacutetodos resultados e conclusotildees Cada estudo foi alistado numericamente aleacutem de lido de forma minuciosa Os dados obtidos foram analisados de

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modo a compor uma categorizaccedilatildeo por linhas de convergecircncia posteriormente sintetizados a fim de possibilitar o conhecimento da literatura sobre o tema abordado Entendendo a dor toraacutecica

A dor aguda eacute responsaacutevel por mais de dois terccedilos das

procuras aos serviccedilos de emergecircncia (IASP 2011) ldquoPossui iniacutecio suacutebito e estaacute relacionada a distuacuterbios traumaacuteticos infecciosos ou inflamatoacuterios Tende a desaparecer apoacutes cura da lesatildeo ou resposta a medicamentosrdquo (INCA 2001 p17) McCaffery e Pasero Dal Ponte et al(2008) colocam que ldquoa dor eacute uma queixa frequente que leva os pacientes agrave procura de um pronto socorro poreacutem muitas vezes este sintoma natildeo eacute bem abordado pela equipe de sauacutede que atua nos serviccedilos de emergecircnciardquo

Apesar da temaacutetica da dor natildeo ser tatildeo discutida quanto agrave sua relevacircncia o sintoma aacutelgico eacute um achado cliacutenico importante para a investigaccedilatildeo do distuacuterbio apresentado Estudos revelam por exemplo que a Siacutendrome Coronariana Aguda termo utilizado quando existe evidecircncia de isquemia miocaacuterdica ou infarto eacute responsaacutevel por 12 a 15 dos casos de dor toraacutecica nos serviccedilos de Emergecircncia nos EUA (MILLER GRANDER 2014)

Embora a sintomatologia dos pacientes com isquemia miocaacuterdica possa ser muito variaacutevel 75 a 85 dos pacientes nesta condiccedilatildeo apresentam dor toraacutecica como sintoma predominante (PIEGAS et al 2009) Por esta razatildeo em decorrecircncia desta dor geralmente o paciente e sua famiacutelia vivenciam uma seacuterie de sentimentos como anguacutestia e medo da morte pela relaccedilatildeo social desta dor com a gravidade Ao enfrentar um IAM cada paciente poderaacute reagir de uma forma distinta em virtude do sexo idade crenccedila cultura papel familiar fatores psicoloacutegicos e ateacute mesmo o ambiente (SANTOS ARAUacuteJO 2003)

Entender o significado da doenccedila para o paciente eacute de grande relevacircncia para o cuidado da Enfermagem visto que a falta de conhecimentos sobre os possiacuteveis sentimentos do

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paciente proporcionam um cuidado empiacuterico que pode dificultar o estabelecimento de paracircmetros e dimensotildees para a assistecircncia qualificada O IAM pode desencadear sofrimento aleacutem de fiacutesico o emocional vinculado ao referido medo da morte e da invalidez O estresse gerado por estes sentimentos pode aumentar a demanda de oxigecircnio e comprometer o quadro cliacutenico instalado confirmando a necessidade do conhecimento das possiacuteveis sensaccedilotildees do paciente por parte do enfermeiro (SANTOS ARAUacuteJO 2003)

Sabe-se que os pacientes que procuram atendimento nos serviccedilos de emergecircncia com dor toraacutecica podem ou natildeo estar passando por processo patoloacutegico A intensidade dos sintomas causa apreensatildeo e questionamentos que levam a buscar o entendimento da situaccedilatildeo Os enfermeiros satildeo profissionais responsaacuteveis por atendimento nos aspectos teacutecnicos da condiccedilatildeo cliacutenica mas tambeacutem deve atender as necessidades psicoloacutegicas e espirituais aliviando os seus temores que poderatildeo por si agravar o quadro cliacutenico (ARAUacuteJO MARQUES 2007)

As pessoas com dor toraacutecica isquecircmica satildeo em geral responsaacuteveis por uma famiacutelia como fonte de apoio psico-emocional e financeiro tendo papel fundamental Por esta razatildeo a preocupaccedilatildeo com os familiares eacute imediata o que tambeacutem pode ocasionar aumento do consumo de oxigecircnio e a dor pode estender a aacuterea infartada e acarretar maiores complicaccedilotildees O conhecimento desta condiccedilatildeo sobre os significados da dor para o paciente eacute de extrema importacircncia para toda equipe de sauacutede que atua na sala de emergecircncia O conhecimento sobre os significados da dor para o paciente eacute condicionante para o cuidado de Enfermagem eficaz Estrateacutegias para a amenizaccedilatildeo destes sentimentos deveratildeo fazer parte de estudos futuros evitando assim que estes sentimentos influenciem ainda mais o quadro cliacutenico do paciente (ARAUacuteJO MARQUES 2007)

Outros autores corroboram com a necessidade do reconhecimento do temor do paciente em relaccedilatildeo agrave possiacutevel gravidade do seu caso em decorrecircncia da dor toraacutecica O temor da populaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao Infarto Agudo do Miocaacuterdio eacute relacionado ao seu conhecimento como doenccedila grave de

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evoluccedilatildeo lenta e imprevisiacutevel podendo manter-se estaacutevel por tempo prolongado ou ateacute mesmo evoluir de forma suacutebita estando associada agrave ameaccedila de morte Informaccedilotildees estas veiculadas nos meios de comunicaccedilatildeo de massa informando acerca dos agravos Alguns conceitos por vezes repassados erroneamente natildeo esclarecedores de forma clara e concreta a ocorrecircncia do infarto gerando alarde medo apreensatildeo e conflitos de informaccedilotildees (SANTOS ARAUacuteJO 2003) Causas e Epidemiologia da dor toraacutecica

A dor toraacutecica pode surgir como resultado de diversas

afecccedilotildees distintas entre causa cardiacuteaca com Infarto Agudo do Miocaacuterdio Angina Instaacutevel ou Pericardite vascular com Dissecccedilatildeo Aoacutertica Embolismo Pulmonar pulmonar com Pneumonia Pneumotoacuterax espontacircneo gastrintestinal com Refluxo Esofaacutegico Uacutelcera Peacuteptica Pancreatite musculoesqueleacutetico com Costocondrite simples Contratura Muscular psicoloacutegico com Siacutendrome do Pacircnico ou Ansiedade (ORTIZ et al 2010) Miller and Granger (2014) tambeacutem discorrem sobre o assunto ao afirmar que as etiologias potenciais de desencadearem uma dor toraacutecica aleacutem das doenccedilas do coraccedilatildeo satildeo dissecccedilatildeo de aorta pulmotildees esocircfago estocircmago mediastino pleura e viacutesceras abdominais Por essa razatildeo apenas da causa cardioloacutegica ser a mais temida em vigecircncia da dor toraacutecica natildeo descarta a importacircncia do enfermeiro considerar outras causas Nasi et al (2005) salienta que durante esta avaliaccedilatildeo o enfermeiro deve considerar outras causas potencialmente fatais como dissecccedilatildeo de aorta pericardite embolia pulmonar (NASI et al 2005)

A principal suspeita diagnoacutestica nos casos de dor toraacutecica eacute a causa cardiovascular principalmente pelo seu grau elevado de morbidade e teoricamente pelo iniacutecio abrupto com baixa relaccedilatildeo entre o iniacutecio dos sintomas e oacutebito quando natildeo estabelecido atendimento eficaz em tempo haacutebil A maioria dos casos de morte por IAM ocorrem nas primeiras horas do iniacutecio dos sintomas sendo 40 a 65 na primeira hora e

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aproximadamente 80 nas primeiras 24 horas (PIEGAS et al 2009) As doenccedilas que acometem o aparelho circulatoacuterio satildeo apontadas como as principais causas de mortalidade dos brasileiros desde a deacutecada de 80 prevalecendo na atualidade Dentre elas o acidente vascular cerebral (AVC) eacute a principal causa de morte no Brasil seguida pelo infarto agudo do miocaacuterdio (IAM) no qual a dor toraacutecica eacute referida como sintoma especiacutefico claacutessico A taxa de incidecircncia das doenccedilas circulatoacuterias eacute mais prevalente na regiatildeo sudeste (33 dos casos) seguida pela regiatildeo sul (329 dos casos) Particularmente na regiatildeo sul as causas de morte por doenccedilas do aparelho circulatoacuterio ocupam o primeiro lugar das taxas de mortalidade sucedidas pelas neoplasias e as causas externas

(BRASIL 2008) As doenccedilas coronarianas especificamente Angina

Pectoris o Infarto Agudo do Miocaacuterdio as arritmias cardiacuteacas e os distuacuterbios de conduccedilatildeo eleacutetrica tecircm obtido maior preocupaccedilatildeo por parte dos profissionais de sauacutede em decorrecircncia do crescimento numeacuterico dos distuacuterbios cardiacuteacos isquecircmicos (SOUSA et al2008)

Estudos apontam que diversas causas incomuns podem ocorrer Os sofrimentos psiacutequicos podem mimetizar as afecccedilotildees cardiovasculares acarretando sintomas somaacuteticos (ALBUQUERQUE et al 2010) A dor psicogecircnica natildeo tem etiologia orgacircnica portanto geralmente manifesta-se de forma imprecisa e difusa sem sinais e sintomas associados de gravidade cliacutenica Tambeacutem se pode detectar nestes casos sinais de ansiedade e uso abusivo de medicaccedilotildees (PIEGAS et al 2009)

Outra provaacutevel causa de dor toraacutecica nos serviccedilos de emergecircncia hospitalar nem sempre considerado eacute o prolapso da vaacutelvula mitral Nesta condiccedilatildeo a dor eacute de localizaccedilatildeo variaacutevel inicia em repouso e eacute referida como em ldquopontadardquo e sem irradiaccedilotildees O diagnoacutestico eacute cliacutenico por meio de ausculta quando eacute encontrado um clique meso ou telessistoacutelico seguido de um sopro regurgitante mitral eou tricuacutespide (PIEGAS et al 2009)

Quanto agrave incidecircncia da dor toraacutecica no Brasil ainda natildeo haacute dados precisos de atendimentos por dor toraacutecica no entanto

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considera-se calculando a proporccedilatildeo populacional com os EUA que 4 milhotildees de pessoas com dor toraacutecica sejam atendidas ao ano nos serviccedilos de Emergecircncia brasileiros destes 400 mil tem IAM confirmado Nos EUA dos 4 milhotildees com dor toraacutecica 12 milhotildees apresentam IAM (BASSAN et al 2002)

A dor toraacutecica eacute um problema que ocorre diariamente na praacutetica do enfermeiro dos serviccedilos de emergecircncia hospitalares Dos 3 a 6 milhotildees de atendimentos anual nos EUA de 5-10 satildeo por dor toraacutecica Destes 20 a 35 tecircm uma SCA 10-15 apresentam diagnoacutestico de Infarto Agudo do Miocaacuterdio e ainda 2 a 5 destes pacientes satildeo liberados erroneamente sem diagnoacutestico Este grupo apresenta elevada taxa de oacutebito 25 (ORTIZ et al 2010)

De acordo com dados do DATASUS as mortes por doenccedilas do Aparelho circulatoacuterio como a Siacutendrome Coronariana Aguda seguem uma tendecircncia crescente no Brasil Ao analisarmos o periacuteodo de 2005 a 2011 No primeiro ano os nuacutemeros eram de 283927 jaacute no segundo este iacutendice de mortalidade chega a 335213 (BRASIL 2011)

Em contraponto dados do DATASUS estimam que no ano de 2010 ocorreram 99955 mortes por Doenccedila Isquecircmica do Coraccedilatildeo destas 79668 satildeo IAM (BRASIL 2012) Haacute consideraacutevel discordacircncia dos dados em relaccedilatildeo agrave Sociedade Brasileira de Cardioliga que considera existir sub-notificaccedilatildeo dos casos de Infarto Agudo do Miocaacuterdio (IAM) pelo Ministeacuterio da Sauacutede (BASSAN et al 2002)

Em relaccedilatildeo ao Estado de Santa Catarina o DATASUS revela 2340 mortes por IAM somente no ano de 2010 sendo assim considerado o 8ordm estado brasileiro em nuacutemero de mortes por infarto Esses dados reafirmam o quanto significativa eacute a ocorrecircncia desta afecccedilatildeo cardiacuteaca tambeacutem para o estado (BRASIL 2013) No ano de 2011 os dados avanccedilam para 2592 mortes por IAM em Santa Catarina e 82771 no Brasil (BRASIL 2014)

Dentre os fatores de risco para o infarto agudo do miocaacuterdio o enfermeiro deve avaliar a ocorrecircncia de tabagismo diabetes mellitus hipertensatildeo arterial sistecircmica dislipidemia

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doenccedila vascular perifeacuterica idade masculina acima de 45 anos idade feminina acima de 55 anos histoacuterico familiar de doenccedila cardiovascular coronariana (ORTIZ et al 2010) Avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica o uso de protocolos assistenciais

A Classificaccedilatildeo de risco da dor toraacutecica eacute uma praacutetica

assistencial frequumlente dos enfermeiros que atuam em emergecircncia Para a qualidade desta assistecircncia torna-se imperativo ldquosuporte educacional conhecimento e instrumentos tecnoloacutegicos que contribuam para a compreensatildeo da dorrdquo (WATERKEMPER REIBNITZ MONTICELLI 2010 p 335)

Lidar com a dor toraacutecica eacute uma tarefa complexa a niacutevel nacional e internacional pois este sintoma eacute conceituado pela literatura como um problema social e econocircmico mundial devido a sua alta taxa de ocorrecircncia O manejo da dor toraacutecica pelo enfermeiro deve ser guiado por um instrumento vaacutelido que conduza a terapecircutica adequada Para o sucesso desta atribuiccedilatildeo o enfermeiro precisa estar comprometido seguro na sua tomada de decisatildeo (OLIVEIRA SILVA LEITAtildeO 2010) No entanto ainda existe grande dificuldade por parte dos enfermeiros na construccedilatildeo e estudos acerca de protocolos assistenciais principalmente quando se trata de situaccedilotildees agudas como a siacutendrome coronariana aguda (FERNANDES et al 2009)

O Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE) fundado em 1971 eacute um serviccedilo de sauacutede de excelecircncia reconhecido internacionalmente e um dos mais bem conceituados da Ameacuterica Latina Destaca-se pelo atendimento em alta complexidade O complexo hospitalar do HIAE estaacute distribuiacutedo em 8 unidades de atendimento distribuiacutedas pela cidade de Satildeo PauloSP Morumbi Jardins Alphaville Morato Paulista Perdizes Ibirapuera Vila Mariana Paraisoacutepolis e Cidade Jardim Eacute referecircncia no atendimento em Cardiologia Cirurgia Neurologia Oncologia Hematologia Ortopedia e Reumatologia

As diretrizes do HIAE satildeo pautadas em ldquoatendimento humanizado e melhores profissionais cliacutenicos e de assistecircncia com atualizaccedilatildeo contiacutenuardquo Em particular o setor de Cardiologia

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do HIAE alinha atendimento humanizado incorporaccedilatildeo tecnoloacutegica e planejamento estrateacutegico o que possibilita a implementaccedilatildeo de protocolos gerenciados protocolo Gerenciado de IAM protocolo gerenciado de ICC e o protocolo de dor toraacutecica (HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN 2014) O HIAE coloca que utilizar este protocolo para a dor toraacutecica no pronto-socorro oferece uma assistecircncia baseada em evidecircncias que sendo essencial como suporte agrave tomada de decisatildeo auxilia na identificaccedilatildeo de 25 de portadores de SCA que seriam liberados sem tratamento correto Utilizar um protocolo de Enfermagem para avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica natildeo confere somente agilidade na correta classificaccedilatildeo de risco da dor mas tambeacutem respaldo ao enfermeiro

Os aspectos de exclusatildeo de gravidade devem ser antepostos na triagem classificatoacuteria para isso o profissional deveraacute munir-se de coleta de dados exame fiacutesico com histoacuteria cliacutenica direcionada obtendo as caracteriacutesticas dos sintomas com dados como o momento do iniacutecio tempo de duraccedilatildeo qualidade intensidade relaccedilatildeo com o esforccedilo e o repouso e presenccedila de doenccedila coronariana estabelecida (PIEGAS et al 2009) A avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica ou demais sintomas sugestivos de isquemia cardiacuteaca eacute um dos grandes desafios do enfermeiro sobretudo do enfermeiro que atue na Classificaccedilatildeo de Risco que deteacutem a responsabilidade de determinar a gravidade do caso cliacutenica e indicar a trajetoacuteria terapecircutica de cada paciente Apesar de alta demanda de pacientes que referem dor toraacutecica nos serviccedilos de emergecircncia a padronizaccedilatildeo das condutas de Enfermagem a estes pacientes ainda eacute deficiente o que poderaacute gerar atrasos no atendimento (BEZERRA 2011) Estudos apontam que a reduccedilatildeo dos eventos coronarianos ocorre quando a siacutendrome coronariana aguda eacute tratada pelos profissionais de sauacutede inclusive o enfermeiro de acordo com medidas de eficaacutecia comprovada para isso o uso de protocolos eacute um instrumento de tecnologia em sauacutede e otimizaccedilatildeo para a qualidade do atendimento (FARIAS MOREIRA 2012) Eacute necessaacuterio ainda para o sucesso do atendimento que a equipe de meacutedicos e enfermeiros esteja treinada no manejo das

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urgecircncias e emergecircncias cardiovasculares (BASSAN et al 2002) A principal contribuiccedilatildeo do enfermeiro no tratamento dos pacientes com Infarto Agudo do Miocaacuterdio que eacute a identificaccedilatildeo precoce de um possiacutevel infarto e aceleraccedilatildeo do atendimento diminuindo o tempo de sofrimento do muacutesculo cardiacuteaco Apesar dessa atribuiccedilatildeo primordial do enfermeiro existe a necessidade de aprofundar no tema realizando pesquisas que visem a construccedilatildeo de protocolos de condutas de Enfermagem frente ao paciente com dor toraacutecica Percebe-se portanto a necessidade de novas pesquisas referente ao tema para que produza protocolos de atendimento e que seja padronizado para que facilite o a conduccedilatildeo do trabalho da equipe de enfermagem

A conduta do enfermeiro frente ao paciente infartado exige capacitaccedilatildeo e competecircncia teacutecnica e a necessidade de um protocolo da assistecircnciaconduta de enfermagem para o embasamento cientiacutefico e no intuito de sanar frequumlentes duacutevidas (BEZERRA 2011)

Tratar a dor alivia tambeacutem os sintomas de medo e anguacutestia reduzindo o consumo de oxigecircnio pelo muacutesculo cardiacuteaco provocado pela ativaccedilatildeo do sistema nervoso simpaacutetico A analgesia deve ser feita preferencialmente com sulfato de morfina endovenosa Os anti-inflamatoacuterios natildeo esteroides (AINES) natildeo devem ser utilizados na vigecircncia de IAM e se o paciente que apresentar este diagnoacutestico fizer uso crocircnico de AINES o medicamento deve ser suspenso (PIEGAS et al 2009)

O Objetivo do tratamento dos pacientes com dor toraacutecica eacute reduzir o atraso para identificaccedilatildeo de pacientes com siacutendrome coronariana aguda a partir da chegada do paciente em ambiente hospitalar evitar liberaccedilatildeo errocircnea de pacientes com siacutendrome coronariana aguda reduzir os custos hospitalares da avaliaccedilatildeo de pacientes com dor toraacutecica (ORTIZ et al 2010) Para tanto o enfermeiro eacute peccedila fundamental O principal objetivo do tratamento ao paciente com dor toraacutecica sugestiva de isquemia cardiacuteaca eacute instituir a terapecircutica adequada no tempo-ouro para prevenir comprometimentoisquemia miocaacuterdica de grandes proporccedilotildees

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O enfermeiro que atua em emergecircncia necessita ter conhecimento cientiacutefico teacutecnico tomar decisotildees raacutepidas reconhecer situaccedilotildees que oferecem riscos aos pacientes possuir familiaridade com Siacutendrome Coronariana Aguda adequado manejo com medicaccedilotildees viabilizar a execuccedilatildeo de exames Para a sequecircncia correta e precisa destas etapas a utilizaccedilatildeo de protocolos eacute fundamental na otimizaccedilatildeo do atendimento para um aumento da sobrevida dos pacientes com isquemia cardiacuteaca (FERREIA MADEIRA 2011) A padronizaccedilatildeo das condutas de Enfermagem utilizando-se protocolos especiacuteficos para a dor toraacutecica com evidecircncias cientiacuteficas previne condutas incorretas no tratamento e liberaccedilatildeo inapropriada dos pacientes

Conclusatildeo

Esta revisatildeo possibilitou constatar a escassez de estudos

referentes agrave avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica pelo enfermeiro nos serviccedilos de emergecircncia

Apesar da dimensatildeo das queixas de dor toraacutecica nos serviccedilos de emergecircncia existe deficiecircncia da padronizaccedilatildeo das condutas para a Enfermagem Aleacutem disso diante das muacuteltiplas alteraccedilotildees fiacutesicas e ateacute mesmo psicoloacutegicas que podem desencadear a dor toraacutecica uma seacuterie de duacutevidas pode ocorrer portanto a necessidade de um atendimento sistematizado com o uso de protocolos

Na vigecircncia da sensaccedilatildeo dolorosa o paciente percebe-se impotente e vaacuterios questionamentos surgem na tentativa de desvendar a causa desta dor Especificamente na dor toraacutecica estes sentimentos passam a ser exacerbados devido agrave alta incidecircncia mundial de mortalidade por causa cardiovascular

As publicaccedilotildees encontradas reforccedilam que papel do enfermeiro no atendimento ao pacientes com dor toraacutecica eacute essencial e sobretudo da assistecircncia do enfermeiro fundamentada cientificamente No entanto nenhuma apresenta estudos aprofundados sobre o uso de protocolos de enfermagem O que demonstra a necessidade de maiores

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investimentos em pesquisa nesta temaacutetica a fim de aprofundar o conhecimento na aacuterea de Enfermagem

Sugerem-se estudos acerca da construccedilatildeo de protocolos de enfermagem que abordem a assistecircncia frente ao paciente com dor toraacutecica bem como a classificaccedilatildeo da dor toraacutecica pelo enfermeiro nos serviccedilos de emergecircncia

Referecircncias

ALBUQUERQUE PLMM COSTA LB BASTOS BB SILVA JUacuteNIOR GB Dor precordial natildeo usual Relato de Caso Rev Bras Cardiol v23 n2 p200-1 2010 ARAUJO RD MARQUES IR Compreendendo o significado da dor toraacutecica isquecircmica de pacientes admitidos na sala de emergecircncia Rev Bras Enferm v60 n6 2007 BASSAN R PIMENTA L LEAtildeES P TIMERMAN A Sociedade Brasileira de Cardiologia I Diretriz de dor toraacutecica na sala de emergecircncia Definiccedilatildeo de graus de recomendaccedilatildeo e niacuteveis de evidecircncia Arq Bras Cardiol v76 n2 p1-22 2002 BEZERRA AA BEZERRA AA BRASILEIRO ME A conduta de enfermagem frente ao paciente infartado Rev Eletrocircnica Enferm v1 n1 p1-10 2011 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Perfil da mortalidade do Brasileiro Uma anaacutelise da situaccedilatildeo de sauacutede 2008 Disponiacutevel em lthttpportalsaudegovbrportalarquivospdfcoletiva_saude_061008pdfgt Acesso em 15 out 2013 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Instituto Nacional de Cacircncer Cuidados paliativos oncoloacutegicos controle da dor Rio de Janeiro INCA 2001

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_______ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria Executiva do Ministeacuterio da Sauacutede DATASUS 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwdatasusgovbrgt Acesso em15 out 2013 HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN Histoacuterico [2014] Disponiacutevel em lthttpwwweinsteinbrhospitalPaginassobre-o-hospitalaspxgt Acesso em 02 out 2013

INTERNATIONAL ASSOCIATION FOR THE STUDY OF PAIN Princiacutepios do Manejo da Dor nos Departamentos de Emergecircncia para Pacientes com Condiccedilotildees Meacutedicas Dolorosas Agudas 2011 Disponiacutevel em lthttpwwwiasp-painorgAMTemplatecfmSection=Fact_Sheets3ampTemplate=CMContentDisplaycfmampContentID=13141gt Acesso em 05 mar 2014 FARIAS MM MOREIRA DM Impacto de protocolo de dor toraacutecica sobre a adesatildeo agraves diretrizes societaacuterias um ensaio cliacutenico Rev Bras Cardiol v25 n5 p368-76 2012 FERNANDES J C SILVA C O L SOUZA S E M SILVA P R BRASILEIRO M E ARMENDARIS M K Base de Dados para Elaboraccedilatildeo de um Instrumento para Coleta de Dados de Enfermagem na Unidade de Dor Toraacutecica ndash Congresso Brasileiro de Enfermagem 2009 FERREIRA AMC MADEIRA MZA A Dor Toraacutecica na Sala de Emergecircncia uma revisatildeo de literatura Revista Interdisciplinar NOVAFAPI Teresina v4 n1 p50-56 janfevmar 2011 MILLER MD GRANGER CB Evaluation of patients with chest pain at low or intermediate risk for acute coronary syndrome Gordon M Saperia MD FACC 2014 NASI LA et al Rotinas em Pronto Socorro 2ed Porto Alegre Artmed 2005

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OLIVEIRA RM SILVA LMS LEITAtildeO IMTA Anaacutelise dos saberes e praacuteticas de enfermeiras sobre avaliaccedilatildeo da dor no contexto hospitalar Rev enferm UFPE on line v4 n3 p 53-56 julset 2010 ORTIZ M BITTENCOURT M Protocolo de dor toraacutecica UTI cardioloacutegica Curitiba Hospital das Cliacutenicas Universidade Federal do Paranaacute 2010 Disponiacutevel em lthttpptscribdcomgwcabrald49109978-Prot-Dor-Toracicagt Acesso em 15 out 2013 RIOS DFC BRANDAtildeO FB FARIA MNZ ALCANTARA AS SANTOS MIFO Tronboembolismo pulmonar como causa de dor toraacutecica na sala de emergecircncia Rev Meacuted Minas Gerais v20 p465-8 2010 ROCHA ASC ARAUacuteJO MP CARVALHO AF RIBEIRO A MESQUITA ET Evidecircncia de melhora na qualidade do cuidado assistencial no infarto agudo do miocaacuterdio Arq Bras Cardiol v94 n6 2010 PIEGAS LS FEITOSA G MATTOS LA NICOLAU JC ROSSI NETO JM et al Sociedade Brasileira de Cardiologia IV Diretriz da Sociedade Brasileira de Cardiologia sobre Tratamento do Infarto agudo do Miocaacuterdio com Supradesniacutevel do Segmento ST Arq Bras Cardiol v93 n6 p179-264 2009 POMPEO D A ROSSI L A GALVAtildeO CM Revisatildeo Integrativa etapa inicial do processo de validaccedilatildeo de diagnoacutestico de enfermagem Acta paul Enferm Satildeo Paulo v22 n4 2009 SANTOS FLMM ARAUacuteJO TL Vivendo o infarto os significados da doenccedila segundo a perspectiva do paciente Rev Latino Am Enferm v11 n6 p742-8 2003 SOUSA VEC LOPES MVO ROCHA DH PASCOAL LM MONTORIL MH MELO RP Troca de gases prejudicada

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anaacutelise em pacientes com infarto agudo do miocaacuterdio Rev Enferm Rio de Janeiro v16 n4 p545-9 2008 WATERKEMPER R REIBNITZ KS MONTICELLI M Dialogando com enfermeiras sobre a avaliaccedilatildeo da dor oncoloacutegica do paciente sob cuidados paliativos Rev Bras Enferm Brasiacutelia v63 n2 p 334-9 marabr 2010

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4 METODOLOGIA

41 TIPO DE PESQUISA

Optou-se para desenvolver este estudo a pesquisa quantitativa do tipo transversal prospectiva e descritiva De acordo com Gil (2007) as pesquisas quantitativas ldquotecircm como preocupaccedilatildeo central identificar os fatores que determinam ou que contribuem para a ocorrecircncia dos fenocircmenos Este eacute o tipo de pesquisa que mais aprofunda o conhecimento da realidade porque explica a razatildeo o porquecirc das coisas

A pesquisa transversal eacute aquela realizada quando a coleta de dados ocorre em um determinado local e tempo (BORDALO 2006) A pesquisa prospectiva eacute aquela conhecida como aquela realizada em grupo populacional previamente definido e seguido prospectivamente (BORDALO 2006) Com relaccedilatildeo agrave pesquisa descritiva Gil (2007) a descreve como um estudo com a finalidade de descrever as caracteriacutesticas de um determinado grupo como exemplo destas caracteriacutesticas a faixa etaacuteria sexo renda familiar niacutevel de escolaridade dentre outros

42 LOCAL DA PESQUISA

O contexto em que este estudo seraacute desenvolvido eacute o Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco (SACR) do Serviccedilo de Emergecircncia Adulto (SEA) do Hospital Universitaacuterio (HU) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

O HUUFSC foi fundando em inaugurado em 1980 eacute uma instituiccedilatildeo totalmente puacuteblica com princiacutepio de ensino pesquisa e extensatildeo Atende a populaccedilatildeo moradora da regiatildeo e visitantes da cidade sem qualquer distinccedilatildeo Eacute considerado hospital de meacutedio porte e conta em sua estrutura com aproximadamente 270 leitos distribuiacutedos entre Cliacutenica Meacutedica Cliacutenica Ciruacutergica Pediatria Emergecircncia Ginecologia Obstetriacutecia e Neonatologia Unidade de Terapia Intensiva Serviccedilo Ambulatorial (HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO POLYDORO ERNANI DE SAtildeO THIAGO 2011)

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Designadamente o SEA do HUUFSC eacute um serviccedilo indicado a atender pacientes em condiccedilotildees agudas de sauacutede eacute dinacircmico e requer tomada raacutepida de decisatildeo Conta com uma equipe de Enfermagem com totalidade de 73 profissionais dentre estes 17 enfermeiros efetivos 6 enfermeiros residentes 42 teacutecnicos de enfermagem e 8 auxiliares de enfermagem

O SEA do HUUFSC estaacute dividido em trecircs subunidades de atendimento

O Serviccedilo de Emergecircncia Interna (SEI) local de estabilizaccedilatildeo onde os pacientes recebem o primeiro atendimento Eacute composto por sala de medicaccedilatildeo sala de reanimaccedilatildeo sala ciruacutergica sala de procedimentos posto de enfermagem farmaacutecia sateacutelite e quatro consultoacuterios meacutedicos Possui espaccedilo fiacutesico para acomodar ateacute 12 pacientes em macas (divididos entre os pacientes que estatildeo em ldquoobservaccedilatildeordquo e os ldquointernadosrdquo quando excedidas 24 horas de estadia no hospital o paciente eacute internado)

O Repouso da Emergecircncia acolhe apenas os pacientes jaacute internados que aguardam vagas nas unidades de internaccedilatildeo das cliacutenicas meacutedicas ou ciruacutergicas possui capacidade para acomodar 12 pacientes em leitos e 1 quarto de isolamento

Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco (SACR) local aonde efetivamente se desenvolveu esta pesquisa O serviccedilo foi estabelecido no SEA do HU em agosto de 2011 em cumprimento agraves normativas da Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo e Gestatildeo do SUS com a finalidade de otimizar a assistecircncia agrave sauacutede priorizando o atendimento ao paciente grave ndash objetivo principal da emergecircncia hospitalar ndash por meio de identificaccedilatildeo dos sinais e sintomas apresentados e referenciados pelos pacientes com consequumlente determinaccedilatildeo da gravidade da situaccedilatildeo de sauacutede Seu funcionamento eacute diaacuterio das 0700 agraves 2300 horas (HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO POLYDORO ERNANI DE SAtildeO THIAGO 2012)

Por natildeo ser referecircncia em traumatologia o Serviccedilo de Emergecircncia do HUUFSC atende uma demanda significativamente menor de casos com indicaccedilatildeo ciruacutergica como observamos no quadro 1 a seguir Por esse motivo os casos atendidos no Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco

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(SACR) satildeo exclusivamente com indicaccedilatildeo para Cliacutenica Meacutedica com maior demanda no serviccedilo

Quadro 1 - Nordm de pacientes atendidos anualmente no SEA do HU

Especialidade Nordm de Atendimentos

Centro de Informaccedilotildees Toxicoloacutegicas

145

Cliacutenica Ciruacutergica 10785

Cliacutenica Meacutedica 27266

Cliacutenica Pediaacutetrica 20213

Maternidade 11064

Oftalmologia 09

Ortopedia 1946

Setor natildeo identificado 5125

Total 76587

Fonte Hospital Universitaacuterio Polydoro Ernani de Satildeo Thiago (2011)

Optou-se por desenvolver esta pesquisa no SACR por

tratar-se do local de primeiro contato entre um profissional de sauacutede neste caso o enfermeiro e o paciente Esta eacute a etapa onde eacute apontado o fluxo terapecircutico de cada paciente portanto poderaacute determinar o sucesso ou falhas relacionadas agrave morosidade no atendimento e tal definiccedilatildeo eacute realizada enfermeiro

De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2006 p77)

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O processo de triagem classificatoacuteria deve ser realizado por profissional de sauacutede de niacutevel superior mediante treinamento especiacutefico e utilizaccedilatildeo de protocolos preestabelecidos e tem por objetivo avaliar o grau de urgecircncia das queixas dos pacientes colocando-os em ordem de prioridade para o atendimento

O processo de ldquotriagem classificatoacuteriardquo visa estipular a

prioridade do atendimento sendo determinada pela maior ou menor gravidade do caso (BRASIL 2006) O instrumento utilizado no serviccedilo para esta tarefa adaptado pela proacutepria instituiccedilatildeo do Sistema de Triagem de Manchester (MACKAWAY-JONES 1997) designa a classificaccedilatildeo de risco por meio de cores que preconizam o tempo para o atendimento entre vermelho (emergente) laranja (muito urgente) amarelo (urgente) verde (pouco urgente) azul (natildeo-urgente) e branco (procedimentos) Este instrumento eacute composto por uma lista de 29 fluxogramas que destacam cada um uma queixa principal De acordo com a queixa relatada pelo paciente o enfermeiro escolhe um fluxograma Dentro de cada fluxograma existem algumas condiccedilotildees cliacutenicas para cada cor que quando apresentadas apontam a cor que deve ser designada na classificaccedilatildeo Como esta pesquisa trata de dor toraacutecica extraiacutemos apenas esta queixa dentre os 29 fluxogramas Portanto seraacute abordado apenas o fluxograma 18 ndash dor toraacutecica (ANEXO I)

43 POPULACcedilAtildeO DO ESTUDO E AMOSTRA

A populaccedilatildeo deste estudo contemplou dois grupos distintos Abaixo segue descriccedilatildeo destes bem como os criteacuterios de seleccedilatildeo Grupo 01 - sujeitos participantes deste grupo - Pacientes que procuraram atendimento no Serviccedilo de Emergecircncia acima de 18 anos durante o periacuteodo de outubro de

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2013 a janeiro de 2014 de segunda a saacutebado das 07 agraves 23 horas - Pacientes que foram atendidos no Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco (SACR) - Pacientes que referiram a dor toraacutecica como queixa principal e motivo de procura agrave Emergecircncia Hospitalar - Pacientes que aceitaram participar do estudo mediante assinatura do TCLE Grupo 02 participantes deste grupo - Profissional enfermeiro efetivo ou enfermeiro residente que atua no SACR do SEA do HU - Enfermeiros deste serviccedilo que aceitaram participar do estudo mediante assinatura do TCLE

A amostra para o Grupo 1 eacute natildeo probabiliacutestica e intencional e para seu caacutelculo amostral utilizou-se o sistema operacional para ensino e aprendizagem de Estatiacutestica da Universidade Federal de Santa Catarina o Sestatnet conforme figura 1 Utilizou-se para este caacutelculo a estimativa de pacientes que procuram o serviccedilo apresentando dor toraacutecica anualmente totalizando 880 pacientes (independente das causas da dor) de acordo com meu trabalho de conclusatildeo de curso desenvolvido na instituiccedilatildeo em cumprimento ao Programa de Residecircncia Multiprofissional em Sauacutede de 2011 a 2013

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Figura 1 - Sistema operacional Sestatnet para caacutelculo da amostra

Fonte Sestatnet

44 COLETA DE DADOS

A coleta de dados ocorreu no periacuteodo entre outubro de 2013 a janeiro de 2014 de segunda a saacutebado das 07 agraves 23 horas atingindo o caacutelculo amostral de 67 pacientes (90 de niacutevel de confianccedila) por meio de aplicaccedilatildeo do protocolo elaborado e utilizado no HIAE designado ldquoFluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagemrdquo (ANEXO B) A aplicaccedilatildeo do protocolo foi realizada pelos enfermeiros efetivos e enfermeiros residentes atuantes no SACR que aceitaram participar da pesquisa e estavam na escala como classificadores nos dias e horaacuterios dos atendimentos dos pacientes com dor toraacutecica estabelecidos para a coleta Apoacutes a coleta propriamente

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dita estes mesmos sujeitos foram avaliadores da utilizaccedilatildeo de um protocolo de dor toraacutecica durante o Acolhimento

Sabe-se que haacute alguns protocolos assistenciais desenvolvidos para esta praacutetica portanto a ideia central deste estudo foi aplicar um protocolo de avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica jaacute existente e implementado por uma instituiccedilatildeo de referecircncia no caso o Hospital Israelita Albert Einstein de Satildeo PauloSP com a finalidade de embasar a praacutetica dos enfermeiros na classificaccedilatildeo de risco da dor toraacutecica Reduzindo o tempo entre a chegada do paciente ao hospital e o estabelecimento da terapecircutica adequada tecnologia no sentido de minimizar riscos evitando morosidade no atendimento de um caso grave bem como descartando a gravidade do caso

Vale salientar que a implementaccedilatildeo do protocolo para dor toraacutecica do HIAE natildeo excluiu a utilizaccedilatildeo do instrumento institucional (adaptaccedilatildeo do protocolo de Manchester) para a Classificaccedilatildeo de Risco jaacute existente O protocolo de dor toraacutecica foi empregado como uma ferramenta auxiliar para a classificaccedilatildeo de risco ressaltando as especificidades da dor toraacutecica e reforccedilando a garantia de uma classificaccedilatildeo com a prioridade adequada o que natildeo acarretou em atraso na Classificaccedilatildeo de Risco ou no atendimento do paciente

45 ETAPAS DA PESQUISA

A pesquisa abrangeu as seguintes etapas

- Etapa 1 ndash (apresentaccedilatildeo da pesquisa) A ideia inicial para a apresentaccedilatildeo da pesquisa era o desenvolvimento de uma oficina com os enfermeiros do SEA do HUUFSC na qual seria demonstrado em conjunto o funcionamento e objetivos do ldquoFluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem do HIAE e consequentemente a proposta deste estudo Para isso anteriormente esta pesquisa foi apresentada para a chefia de Enfermagem do setor que informou a inviabilidade de uma oficina no momento considerando a condiccedilotildees de sobrecarga de trabalho da unidade aleacutem do habitual Neste periacuteodo a demanda

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de atendimentos excedia a capacidade estrutural e de recursos humanos impossibilitando a liberaccedilatildeo dos funcionaacuterios para a realizaccedilatildeo da oficina ainda que por um curto periacuteodo durante os plantotildees Como alternativa a pesquisa foi apresentada individualmente aos enfermeiros do SEA em cada turno de trabalho manhatilde tarde e noite Apoacutes a apresentaccedilatildeo os enfermeiros foram convidados a participar da pesquisa sendo que nove deles aceitaram sendo eles trecircs residentes e seis enfermeiros efetivos Dos nove enfermeiros que aceitaram participar do estudo dois natildeo aplicaram o protocolo um por motivo de troca de setor durante o periacuteodo estipulado para a coleta e o outro alegou natildeo ter tempo haacutebil para realizar a coleta durante o plantatildeo Desse modo efetivamente sete enfermeiros participaram da pesquisa e aplicaram o protocolo conforme proposto Assim que aceitaram participar da pesquisa foi oportunizada uma capacitaccedilatildeo individual aos enfermeiros para utilizaccedilatildeo do instrumento enquanto ldquoaplicadoresrdquo do protocolo

- Etapa 2 ndash (Preacute-teste) esta etapa ocorreu como fase de

treinamento ou adaptaccedilatildeo agrave aplicaccedilatildeo do instrumento de pesquisa Nesta cada enfermeiro participante realizou a Classificaccedilatildeo de Risco como preacute-teste de um paciente a referir a dor toraacutecica como queixa principal Os sete preacute-testes realizados (um teste para cada enfermeiro) natildeo foram incluiacutedos como vaacutelidos para a amostra miacutenima

- Etapa 3 ndash (Efetividade da pesquisa) Esta etapa

compreendeu a aplicaccedilatildeo do protocolo propriamente com a intenccedilatildeo de conhecer o perfil do paciente com dor toraacutecica atendido no SACR A proposta de aplicaccedilatildeo do protocolo seria desenvolver com 63 pacientes que procurarem o SACR referindo dor toraacutecica como queixa principal de acordo com o caacutelculo amostral miacutenimo para a validade da pesquisa de acordo com o programa Sistatnet Ao final foram contabilizados 67 casos de dor toraacutecica em que o Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem do HIAE foi aplicado

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- Etapa 4 ndash (Avaliaccedilatildeo da utilizaccedilatildeo do protocolo pelos enfermeiros) Para a viabilidade desta etapa foi desenvolvido um roteiro semi-estruturado para entrevista contendo cinco questotildees acerca da utilizaccedilatildeo do protocolo proposto Mediante a aplicaccedilatildeo deste roteiro foram avaliadas as opiniotildees dos enfermeiros sobre o protocolo

Cada enfermeiro contribuiu com esta etapa ressaltando em sua visatildeo os pontos positivos ou negativos de utilizar o protocolo desde estrutura facilidade de compreensatildeo informaccedilotildees contidas encaminhamentos ateacute aplicabilidade ao serviccedilo em questatildeo (APEcircNDICE C)

- Etapa 5 ndash (Apresentaccedilatildeo dos resultados e discussatildeo) Os

dados obtidos seratildeo apresentados utilizando-se estatiacutestica descritiva por meio de nuacutemeros absolutos e percentuais A estatiacutestica descritiva eacute a ciecircncia que trata da organizaccedilatildeo e anaacutelise de um conjunto de dados (ou populaccedilatildeo especiacutefica) numeacutericos ou natildeo com o intuito de maior entendimento do que estes dados representam descrevendo os resultados (BARBETTA REIS BORNIA 2004) Em cumprimento agraves normativas do Programa de Mestrado Multiprofissional em Sauacutede da Universidade Federal de Santa Catarina os resultados e discussatildeo desta pesquisa seratildeo descritos adiante em forma de dois manuscrito 2 e 3

46 CONSIDERACcedilOtildeES EacuteTICAS

Para o desenvolvimento desta pesquisa seratildeo mantidos os princiacutepios eacuteticos com o indiviacuteduo de acordo com a Resoluccedilatildeo 4662012 do Conselho Nacional de Sauacutede (BRASIL 2012) Portanto esta proposta de pesquisa foi submetida agrave avaliaccedilatildeo do Comitecirc de Eacutetica e Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Santa Catarina mediante envio via Plataforma Brasil em junho de 2013 O estudo recebeu parecer favoraacutevel em setembro de 2013 mediante protocolo nordm 412494

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do Comitecirc de Eacutetica e Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Santa Catarina

Aceitaccedilatildeo dos sujeitos do grupo 01 e grupo 02 seraacute

efetivada da seguinte forma Grupo 01 (pacientes atendidos no SACR que apresentam

dor toraacutecica como queixa principal) - assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (APENDICE A) Lembrando que a abordagem do paciente para a orientaccedilatildeo acerca da pesquisa e o encaminhamento do Termo de Consentimento para a assinatura apenas seratildeo iniciados apoacutes completa estabilizaccedilatildeo do quadro cliacutenico e aliacutevio da dor Reforccedilando ao paciente que a negativa em sua participaccedilatildeo natildeo acarretaraacute de forma alguma em quaisquer discriminaccedilotildees em seu atendimento E a aplicaccedilatildeo do protocolo natildeo iraacute interferir ou acarretar em atrasos no atendimento

Grupo 02 (enfermeiros efetivos ou enfermeiros residentes

do SACR) ndash assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (APENDICE B) A tiacutetulo de sigilo os enfermeiros participantes deste grupo foram designados na escrita deste trabalho como ldquoEnfermeirordquo e numerados de 1 a 7 conforme ordem de convite para a participaccedilatildeo ou seja formando de Enfermeiro 1 a Enfermeiro 7

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5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Em cumprimento agraves normativas do Programa de Mestrado Multidisciplinar em Sauacutede os resultados desta pesquisa seratildeo apresentados sob forma de 2 manuscritos descritos a seguir Mediante apresentaccedilatildeo deste trabalho em banca examinadora e devida aprovaccedilatildeo os manuscritos seratildeo submetidos agraves devidas correccedilotildees e enviados posteriormente para publicaccedilatildeo em perioacutedicos indexados

O manuscrito 2 eacute intitulado O PERFIL DO PACIENTE

COM DOR TORAacuteCICA DO SERVICcedilO DE EMERGEcircNCIA ADULTO DE UM HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO DO SUL DO BRASIL

O manuscrito 3 intitula-se A AVALIACcedilAtildeO DOS ENFERMEIROS DE UM SERVICcedilO DE EMERGEcircNCIA HOSPITALAR SOBRE A UTILIZACcedilAtildeO DE UM PROTOCOLO PARA A DOR TORAacuteCICA VALIDADO EM UM SERVICcedilO DE REFEREcircNCIA

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51 MANUSCRITO 2 - O PERFIL DO PACIENTE COM DOR TORAacuteCICA DO SERVICcedilO DE EMERGEcircNCIA ADULTO DE UM HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO DO SUL DO BRASIL

Aline Costa Vieirasup1 Kaacutetia Cilene Godinho Bertoncellosup2

Juliana Balbinot Reis Girondisup3

Resumo Conhecer o perfil do puacuteblico com queixas de dor toraacutecica que procura um serviccedilo de sauacutede especiacutefico como o serviccedilo de emergecircncia confere agrave equipe de Enfermagem no momento da classificaccedilatildeo de risco a possibilidade de uma atuaccedilatildeo formulada de acordo com sua realidade Portanto optou-se por desenvolver a pesquisa baseada em evidecircncias a fim de identificar o perfil desta populaccedilatildeo no intuito de propor futuramente a institucionalizaccedilatildeo de um protocolo de Enfermagem para a dor toraacutecica Estudo de caraacuteter exploratoacuterio-descritivo e abordagem quantitativa ocorrida em um recorte temporal de outubro de 2013 a janeiro de 2014 por meio da anaacutelise documental de um protocolo de Enfermagem para a Classificaccedilatildeo de Risco da dor toraacutecica desenvolvido pelo Hospital Israelita Albert Einstein de Satildeo Paulo-SP Os resultados revelam que a maioria dos pacientes com dor toraacutecica a procurar o serviccedilo foi composta por mulheres reafirmando a baixa procura masculina aos serviccedilos de sauacutede Os dados obtidos demonstram que 35 (66) da demanda de pacientes com dor toraacutecica satildeo de atendimento ldquopouco-urgentesrdquo e apenas 3 (45) destes satildeo ldquoemergentesrdquo Apesar da maioria expressiva dos casos de dor toraacutecica tratar-se de quadro pouco-urgente sobressai a classificaccedilatildeo dos enfermeiros estipulando fluxo 1 (emergente) em 34 (507) e para a classificaccedilatildeo pouco-urgente apenas 15 (224) o que reflete uma valorizaccedilatildeo da dor toraacutecica por parte dos profissionais ao utilizar o protocolo Verificou-se a expressiva incidecircncia dos fatores de risco para o IAM associados agrave dor toraacutecica 32 (478) dos pacientes satildeo hipertensos e 18 (269) deles possuem histoacuteria familiar de Doenccedila Arterial Coronariana Ao identificar esta caracteriacutestica foi

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possiacutevel reafirmar a importacircncia do conhecimento dos fatores de risco para estipular a gravidade da dor toraacutecica Dessa forma fica evidente a urgecircncia em utilizar um protocolo especiacutefico para a toraacutecica em consonacircncia com a realidade do serviccedilo do perfil dos pacientes considerando o gecircnero faixa etaacuteria fatores de risco e antecedentes cardiovasculares a real avaliaccedilatildeo e respeito pela dor toraacutecica Descritores Dor toraacutecica Enfermagem em Emergecircncia Classificaccedilatildeo de Risco Abstract Knowing the profile of the public with complaints of chest pain that are looking for a particular health service such as the emergency department gives the nursing staff at the time the risk rating for the possibility of action formulated according to their reality The refore it was decided to develop evidence-based research to identify the profile of this population in order to propose future institutionalization of a nursing protocol for chest pain Study exploratory- descriptive and quantitative approach which occurred in a time frame from October 2013 to January 2014 through documentary analysis of a protocol for Nursing Risk Classification of chest pain developed by Albert Einstein Jewish Hospital of Satildeo Paulo - SP The results reveal that the majority of patients with chest pain to seek the service was composed by women reaffirming low male demand for health services The data show that 35 (66 ) of the number of patients with chest pain are little - urgent care and only 3 (45 ) of these are ldquoemerging ldquo Despite the significant majority of cases of chest pain that it was urgent - bit frame stands rankings nurses stipulating stream 1 ( emerging ) in 34 ( 507 ) and the little - sensitive classification only 15 ( 224 ) which reflects an appreciation of chest pain by practitioners when using the protocol There was a significant incidence of risk factors for AMI associated with chest pain 32 (478 ) patients had hypertension and 18 (269 ) of them have a family history of coronary artery disease By identifying this feature was possible to reaffirm the importance of knowledge of risk factors to denote the severity of chest pain Thus it is evident the urgency to use a specific protocol to the chest in line with the reality of the service the

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profile of patients considering gender age risk factors and cardiovascular history the actual evaluation and respect for chest pain Keywords Chest pain Emergency nursing Risk rating

Introduccedilatildeo

Enquanto ciecircncia e disciplina do cuidado a Enfermagem

estaacute em crescente desenvolvimento tecnoloacutegico para a promoccedilatildeo de uma atuaccedilatildeo de excelecircncia considerando aspectos inerentes agrave seguranccedila do paciente cuidados de Enfermagem pautados na evidecircncia cliacutenica minimizaccedilatildeo do sofrimento humano por meio das intervenccedilotildees para aliviar a dor Embora o atendimento da dor toraacutecica seja visto como prioridade pelos profissionais de sauacutede existe ainda um deacuteficit de estudos da avaliaccedilatildeo criteriosa associando-se os fatores de risco agraves caracteriacutesticas da dor (MARQUES 2010)

O atendimento inicial da dor toraacutecica a fim de reduzir danos e agravos eacute sempre no sentido de afastar primeiramente a suspeita de Siacutendrome Coronariana Aguda Neste sentido eacute fundamental para o enfermeiro que atua na Classificaccedilatildeo de Risco ter conhecimento das caracteriacutesticas da dor por isquemia e das complicaccedilotildees cardiovasculares Estar munido de um instrumento de avaliaccedilatildeo completo que aborde os fatores de risco associados auxiliando na identificaccedilatildeo raacutepida de pacientes em alto risco (NASI et al 2005) Valorizar a dor toraacutecica na classificaccedilatildeo de risco eacute considerada uma medida de extrema importacircncia visto que eacute o principal desconforto referido e observado nas doenccedilas cardiovasculares consideradas a maior causa de mortalidade no mundo Para isso o enfermeiro classificador precisa dispensar avaliaccedilatildeo criteriosa natildeo apenas das caracteriacutesticas da dor em si mas do perfil do paciente idade gecircnero dos fatores de risco associados e do histoacuterico familiar (MARQUES 2010)

Apesar dos avanccedilos evidenciados nas uacuteltimas deacutecadas ainda existem duacutevidas na classificaccedilatildeo da dor toraacutecica por parte dos profissionais de sauacutede Desse modo muitos oacutebitos ocorrem

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em funccedilatildeo de abordagens inadequadas para a dor toraacutecica principalmente em unidades de emergecircncia (RIOS et al 2010)

Em caso de dor toraacutecica a principal suspeita diagnoacutestica eacute a causa cardiovascular principalmente pelo seu grau elevado de morbidade e teoricamente pelo iniacutecio abrupto com baixa relaccedilatildeo entre o iniacutecio dos sintomas e oacutebito quando natildeo estabelecido atendimento eficaz em tempo haacutebil A maioria dos casos de morte por IAM ocorrem nas primeiras horas do iniacutecio dos sintomas sendo 40 a 65 na primeira hora e aproximadamente 80 nas primeiras 24 horas (PIEGAS et at 2009)

Reafirmando a relevacircncia de estudos na temaacutetica da dor toraacutecica as doenccedilas que acometem o aparelho circulatoacuterio satildeo apontadas como as principais causas de mortalidade dos brasileiros desde a deacutecada de 80 prevalecendo na atualidade Dentre elas o acidente vascular cerebral (AVC) eacute a principal causa de morte no Brasil seguida pelo IAM no qual a dor toraacutecica eacute referida como sintoma especiacutefico claacutessico A taxa de incidecircncia das doenccedilas circulatoacuterias eacute mais prevalente na regiatildeo sudeste (33 dos casos) seguida pela regiatildeo sul (329 dos casos) Particularmente na regiatildeo sul as causas de morte por doenccedilas do aparelho circulatoacuterio ocupam o primeiro lugar das taxas de mortalidade sucedidas pelas neoplasias e as causas externas (BRASIL 2008)

No Serviccedilo de Emergecircncia Adulto (SEA) de um Hospital Universitaacuterio (HU) do sul do Brasil em cumprimento agraves diretrizes da Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo (PNH) foi instituiacutedo o Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco (SACR) no ano de 2011 Tal norma prevecirc a existecircncia deste acolhimento nas aacutereas de acesso hospitalar a saber pronto atendimento pronto socorro ambulatoacuterio serviccedilo de apoio diagnoacutestico e terapia (BRASIL 2004)

A estratificaccedilatildeo de risco realizada no SACR do HU eacute realizada exclusivamente pelo profissional enfermeiro apesar de o processo poder ser realizado por qualquer profissional de sauacutede de niacutevel superior mediante treinamento e utilizaccedilatildeo de protocolos preestabelecidos (BRASIL 2006) O principal objetivo eacute avaliar o grau de urgecircncia dos pacientes e possibilitar uma ordem de prioridade para esse atendimento

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Para o desenvolvimento eficaz desta atribuiccedilatildeo como ldquoclassificadorrdquo o enfermeiro necessita de conhecimento cientiacutefico habilidade para avaliar com agilidade sensibilidade para percepccedilatildeo dos sinais apresentados que em muitos casos natildeo satildeo evidentes e observaccedilatildeo minuciosa para reconhecer previamente os sinais de gravidade ou que precedam a evoluccedilatildeo para a gravidade Faz-se necessaacuterio que o profissional tenha cautela no sentido de natildeo desvalorizar os sintomas referidos podendo acarretar em classificaccedilotildees errocircneas e identificaccedilatildeo de um problema de menor gravidade que o real (LOPES 2011)

Os aspectos de exclusatildeo de gravidade devem ser antepostos na triagem classificatoacuteria para isso o profissional deveraacute munir-se de coleta de dados exame fiacutesico com histoacuteria cliacutenica direcionada obtendo as caracteriacutesticas dos sintomas (valorizando o sintoma aacutelgico) com dados como o momento do iniacutecio tempo de duraccedilatildeo qualidade intensidade relaccedilatildeo com o esforccedilo e o repouso e presenccedila de doenccedila coronariana estabelecida (PIEGAS et al 2009)

Nesse contexto haacute que se evidenciar a importacircncia de se conhecer a clientela a ser atendida ou seja o perfil desse usuaacuterio Esse perfil seraacute embasado em caracteriacutesticas epidemioloacutegicas regionais e outras que possam expressar evidecircncias necessidades e as caracteriacutesticas de cuidado para estes pacientes considerando sua individualidade suas necessidades e seus direitos agrave sauacutede enquanto cidadatildeo

Para um cuidado resolutivo e seguro o qual se deseja adaptar as necessidades do serviccedilo e sua realidade esta pesquisa vislumbrou a realizaccedilatildeo de uma investigaccedilatildeo baseada em evidecircncias considerando seguinte a questatildeo norteadora Qual o perfil de pacientes com dor toraacutecica que procuram atendimento de sauacutede no Serviccedilo de Emergecircncia Adulto de um HU do sul do Brasil

Deste modo esta pesquisa objetivou identificar o perfil do

paciente com dor toraacutecica que procura atendimento no Serviccedilo de Emergecircncia Adulto de um HU do sul do Brasil Meacutetodo

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Elegeu-se a pesquisa baseada em evidecircncias uma vez

que propicia conhecer a realidade do modo que se apresenta A pesquisa baseada em evidecircncias eacute a mais indicada por trazer exatamente as evidecircncias do serviccedilo sem a fusatildeo de dados que possam impor vieacutes nos seus resultados Abordagem quantitativa de caraacuteter exploratoacuterio-descritivo

Um dos propoacutesitos da Praacutetica Baseada em Evidecircncias (PBE) eacute encorajar a utilizaccedilatildeo de resultados de pesquisa junto agrave assistecircncia agrave sauacutede prestada nos diversos niacuteveis de atenccedilatildeo reforccedilando a importacircncia da pesquisa para a praacutetica cliacutenica A PBE eacute uma abordagem de soluccedilatildeo de problema para a tomada de decisatildeo que incorpora a busca da melhor e mais recente evidecircncia competecircncia cliacutenica do profissional e os valores e preferecircncias do paciente dentro do contexto do cuidado (MENDES et al 2008)

O local onde se desenvolveu o estudo foi o SEA de um HU do sul do Brasil Este hospital possui trecircs subunidades de atendimento Serviccedilo de Emergecircncia Interna (SEI) local de estabilizaccedilatildeo onde o paciente recebe o primeiro atendimento O Repouso da Emergecircncia local que acomoda apenas pacientes jaacute internados e estabilizados que aguardam vaga nas cliacutenicas do hospital e o Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco (SACR) estabelecido no setor em agosto de 2011 em cumprimento agraves normativas da Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo (PNH) com a finalidade a que se propotildee de otimizar a assistecircncia agrave sauacutede priorizando o atendimento ao paciente grave tal local onde a pesquisa efetivamente ocorreu

Os dados foram coletados entre outubro de 2013 e janeiro de 2014 por anaacutelise documental do ldquoFluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagemrdquo desenvolvido pelo Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE) de Satildeo Paulo-SP apoacutes as classificaccedilotildees de risco da dor toraacutecica realizadas por sete enfermeiros do serviccedilo O protocolo do HIAE eacute composto por trecircs possiacuteveis fluxogramas de classificaccedilatildeo da dor toraacutecica Fluxo 1 ndash suspeita de Siacutendrome Coronariana Aguda Tiacutepica Fluxo 2 ndash Possiacutevel Siacutendrome Coronariana Aguda Atiacutepica e Fluxo 3 ndash Sem suspeita Inicial de Siacutendrome Coronariana Aguda Apoacutes obter

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dados referentes agrave faixa etaacuteria caracteriacutestica da dor fatores de risco associados e antecedentes cardiovasculares o enfermeiro precisa estipular um dos fluxos para cada caso e seguir a classificaccedilatildeo de risco designada pelo protocolo

Optou-se por amostra de escolha aleatoacuteria nos turnos que o serviccedilo possui equipe da manhatilde tarde e trecircs equipes da noite em horaacuterios dentre as 07 e agraves 23 horas quando o serviccedilo de Acolhimento funciona

Na totalidade foram analisadas 67 classificaccedilotildees de risco de pacientes que referiram a dor toraacutecica como queixa principal e motivo pela procura do serviccedilo

Apoacutes coletadas as 67 classificaccedilotildees de dor toraacutecica foram compiladas e organizadas utilizando-se um instrumento facilitador uma planilha do Windows Excelreg Os dados extraiacutedos destes documentos foram idade sexo iniacutecio do sintoma fatores de risco associados antecedentes cardiovasculares diagnoacutestico meacutedico e fluxos de atendimento

Em relaccedilatildeo aos cuidados eacuteticos os sete enfermeiros e os pacientes que foram avaliados pelo protocolo participaram deste estudo e confirmaram sua aceitaccedilatildeo mediante assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido A pesquisa recebeu parecer favoraacutevel em setembro de 2013 mediante protocolo nordm 412494 do Comitecirc de Eacutetica da Universidade Federal de Santa Catarina Em todas as etapas foram respeitados os preceitos eacuteticos dispostos na Resoluccedilatildeo 4662012 do Conselho Nacional de Sauacutede (BRASIL 2012)

Resultados e Discussatildeo

Os resultados apresentados refletem as queixas e a

classificaccedilatildeo designada por sete enfermeiros ao realizarem as 67 classificaccedilotildees para a dor toraacutecica

Cabe salientar que a pesquisa demonstra apenas os pacientes que foram atendidos no SACR do SEA pelo profissional enfermeiro excluindo aqueles que satildeo referenciados de outros serviccedilos de sauacutede e chegam ao setor em ambulacircncia os que chegam sem serem referenciados ou encaminhados e

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atendidos diretamente na porta de entrada do Serviccedilo de Emergecircncia Interna (SEI) Tambeacutem eacute necessaacuterio ressaltar que pela dinamicidade e agilidade dos acontecimentos caracteriacutesticos de um serviccedilo de emergecircncia em diversos momentos os dados deixaram de ser descritos nos instrumentos utilizados no SACR ou seja pacientes satildeo atendidos sem haver qualquer citaccedilatildeo nos instrumentos utilizados pelo serviccedilo Considerou-se a importacircncia de relatar estes aspectos para o esclarecimento de que a demanda do serviccedilo eacute mais expressiva do que a apresentada nesta pesquisa

Apesar de que eacute uma das funccedilotildees dos profissionais de sauacutede eacute zelar pela vida sempre por vezes o ambiente e as condiccedilotildees humanas sobrepotildeem agrave capacidade de uma equipe A elevada demanda dos serviccedilos de emergecircncia acaba por resultar em pacientes esperando por atendimento meacutedico em tempo excedendo agrave uma hora pacientes acomodados em macas sem nenhum conforto pouca qualidade da assistecircncia e tensatildeo da equipe multiprofissional (LOPES 2011)

Os serviccedilos de urgecircncia apresentam diversos desafios a serem superados no atendimento agrave sauacutede superlotaccedilatildeo trabalho fragmentado e pouca articulaccedilatildeo com os demais serviccedilos de sauacutede Portanto torna-se essencial refletir e buscar novas formas de atuaccedilatildeo que direcionem a um cuidado resolutivo humanizado e acolhedor a partir da compreensatildeo do serviccedilo A experiecircncia dos profissionais eacute muito importante para compor as melhores estrateacutegias de um acolhimento resolutivo O sentido da palavra ldquoacolhimentordquo apenas teraacute sentido na proporccedilatildeo que for enriquecida e reformulada nas discussotildees do cotidiano da praacutetica profissional (BRASIL 2009) A seguir seratildeo apresentados os dados que caracterizam o puacuteblico com queixa de dor toraacutecica classificado

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Tabela 1 - Caracterizaccedilatildeo dos pacientes com queixa de dor toraacutecica que procuraram o Serviccedilo de Emergecircncia do HUUFSC ndash Florianoacutepolis ndash SC 2013-2014

DADOS PESSOAIS Nordm

SEXO

Masculino 23 343

Feminino 44 657

Total 67 1000

IDADE (anos)

18 a 29 08 120

30 a 49 23 343

50 a 69 29 433

70 7 104

Total 67 1000

INIacuteCIO DOS SINTOMAS

lt 24 horas 25 373

Haacute 1 ou 2 dias 37 552

Haacute 3 ou mais dias 5 75

Total 67 1000

70

FATORES DE RISCO

Tabagismo 15 224

Diabetes 10 149

Hipertensatildeo Arterial 32 478

Dislipidemia 4 6

Uso de cocaiacutena - -

Histoacuteria familiar de Doenccedila Arterial Coronariana

18 269

Natildeo possui 16 239

Total 80 1000

ANTECEDENTES CARDIOVASCULARES

Doenccedila Arterial Coronariana 2 3

Infarto Agudo do Miocaacuterdio 12 182

Angina 2 3

Revascularizaccedilatildeo do Miocaacuterdio - -

Stent cardiacuteaco 4 6

Acidente vascular cerebral ou acidente isquecircmico transitoacuterio

- -

Doenccedila Arterial Obstrutiva Perifeacuterica - -

Doenccedila da aorta - -

Doenccedila das caroacutetidas - -

Doenccedila das arteacuterias renais - -

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Insuficiecircncia Cardiacuteaca Congestiva 2 3

Arritmia 2 3

Marcapasso - -

Desfibrilador implantado - -

Outras - -

Natildeo possui 42 636

Total 66 1000

Fonte Dados obtidos pela autora (2013-2014)

Quanto ao gecircnero observou-se 44 pacientes do sexo

feminino (657) e 23 do sexo masculino (343) Dessa forma eacute possiacutevel comprovar que ainda existe predominacircncia do sexo feminino na procura dos serviccedilos de sauacutede De acordo com a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede do Homem instituiacuteda em 2009 justamente com a finalidade de ampliar o acesso masculino na procura aos serviccedilos de sauacutede estudos comprovam que os homens satildeo mais vulneraacuteveis agraves doenccedilas especialmente as enfermidades graves e crocircnicas o que estaacute diretamente relacionado ao fato de que eles recorrem com menos frequumlecircncia do que as mulheres aos serviccedilos de sauacutede o que acontece geralmente apoacutes agravamento do quadro cliacutenico (BRASIL 2008)

Considerando esta realidade pode-se afirmar que eacute de primordial que o profissional de sauacutede atue no sentido de conscientizar a populaccedilatildeo masculina em especial visto que a cada trecircs mortes de pessoas adultas duas satildeo de homens Especificamente abordando as doenccedilas isquecircmicas cardiacuteacas como o infarto agudo do miocaacuterdio estudos tambeacutem revelam que estatildeo entre as principais causas de mortes do sexo masculino E em comparaccedilatildeo agraves mulheres o tempo de vida deles eacute de 76 anos menor (BRASIL 2008) Os homens satildeo mais suscetiacuteveis ao

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IAM do que as mulheres A incidecircncia feminina aumenta quando estas fumam e usam anticoncepcionais No periacuteodo poacutes-menopausa a incidecircncia de IAM nas mulheres eacute semelhante agraves taxas observadas nos homens (BOUNDY et al 2004)

O aspecto da baixa procura masculina aos serviccedilos de sauacutede explicam-se com maior congruecircncia pelos aspectos culturais Em decorrecircncia dos estereoacutetipos do gecircnero a doenccedila eacute considerada como um sinal de fragilidade que os homens natildeo reconhecem como inerentes agrave sua proacutepria condiccedilatildeo bioloacutegica (BRASIL 2008b) Em muitos casos no sentido da garantia do contexto da masculinidade muitos homens tendem a natildeo valorizar ou natildeo verbalizar seus sintomas aacutelgicos Por esse motivo ao analisarmos a dor profissionalmente vale lembrar a importacircncia da compreensatildeo das barreiras soacutecio-culturais no sentido de desenvolver estrateacutegias para a promoccedilatildeo do acesso dos homens aos serviccedilos de sauacutede (BRASIL 2008b)

Em relaccedilatildeo agrave idade variou entre 18 a 78 anos com a maioria (433) na faixa etaacuteria de 50 a 69 anos O SEA do Hospital Universitaacuterio atende pacientes a partir dos 15 anos de idade Eacute possiacutevel destacar que a faixa etaacuteria dos pacientes a procurar o serviccedilo eacute bastante diversificada Observamos aqui nos nuacutemeros de pacientes que procuram o Serviccedilo de Emergecircncia com dor toraacutecica em ordem crescente em relaccedilatildeo ao aumento da faixa etaacuteria No entanto ocorre uma inversatildeo descrente nos pacientes mais idosos ou seja acima de 70 anos de idade o que pode estar retratando o aumento da qualidade de vida da populaccedilatildeo mais idosa Estudos apontam que ano Brasil entre os anos de 2000 e 2010 a populaccedilatildeo idosa aumentou de 14 para 21 milhotildees o que denota as melhores condiccedilotildees sociais e econocircmicas no paiacutes (IBGE 2010) Com o aumenta da longevidade haacute proporcionalmente o aumento das doenccedilas crocircnicas tiacutepicas da populaccedilatildeo idosa como hipertensatildeo diabetes e doenccedilas cardiacuteacas

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O processo de envelhecimento decorre da queda das taxas de natalidade e mortalidade infantil e o aumento da expectativa de vida que acarreta em aumento das doenccedilas crocircnicas que geram anos de utilizaccedilatildeo do sistema de sauacutede O aumento das doenccedilas crocircnicas em idosos vem sobrecarregando ainda mais os serviccedilos de emergecircncia (ALVES BARBOSA 2010)

Para que a classificaccedilatildeo seja adequada o enfermeiro deveraacute ter conhecimento das mudanccedilas do organismo e adaptaccedilotildees comuns a cada fase da vida a fim de reconhecer alteraccedilotildees fiacutesicas e psiacutequicas proacuteprias a cada faixa etaacuteria

Verificou-se em relaccedilatildeo ao iniacutecio dos sintomas que a maior parte dos pacientes 37 (552) procurou o serviccedilo de emergecircncia apenas apoacutes 1 a 2 dias do iniacutecio dos sintomas 25 (373) procuraram o serviccedilo antes das 24 horas do iniacutecio dos sintomas e 5 (75) procuraram apoacutes mais de 3 dias do iniacutecio dos sintomas Apesar de a dor toraacutecica ser considerada como um sintoma temido por grande parte da populaccedilatildeo o enfermeiro haacute que considerar que ainda existe o pensamento popular de quando incomodado pelo sintoma da dor toraacutecica muitos indiviacuteduos tendem a se automedicar natildeo admitir a seriedade do desconforto promove tentativas de melhora e sobretudo hesita atendimento nos serviccedilos de sauacutede o que pode acarretar em piora do quadro cliacutenico fazendo com que o paciente procure o serviccedilo de emergecircncia apenas com o agravamento da situaccedilatildeo (BOAVENTURA 2011) Essa condiccedilatildeo caracteriza motivo de importacircncia do questionamento do enfermeiro acerca do iniacutecio dos sintomas pois em muitos casos a quadro apresentado pela dor toraacutecica pode jaacute encontrar-se em agravamento BOUNDY et al (2004) considera que a dor toraacutecica eacute o sintoma fundamental do IAM que geralmente eacute constritiva e persistente por 12 horas ou mais pode irradiar-se para o braccedilo esquerdo maxilar pescoccedilo e omoplatas

Revela-se aqui nos fatores de risco associados a alta incidecircncia brasileira da ocorrecircncia de Hipertensatildeo Arterial

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Sistecircmica (HAS) 32 (478) dos pacientes com dor toraacutecica classificados referiu ser hipertenso A histoacuteria familiar de Doenccedila Arterial Coronariana aparece em 18 (269) dos casos e o tabagismo em 15 (224) pacientes

O IAM eacute causado pela diminuiccedilatildeo do fluxo sanguiacuteneo e consequentemente do oxigecircnio ao muacutesculo cardiacuteaco o miocaacuterdio Geralmente eacute causado pelo estreitamento das arteacuterias coronaacuterias por acuacutemulo de lipiacutedeos embolo ou trombo (OLIVEIRA LEITAtildeO RAMOS 2009) Dessa forma torna-se primordial para a avaliaccedilatildeo do risco da dor toraacutecica o enfermeiro correlacionar os fatores de risco associados para a potencialidade de uma doenccedila arterial coronariana que desencadeie o IAM (OLIVEIRA LEITAtildeO RAMOS 2009) O conhecimento das variaacuteveis cliacutenicas (histoacuteria de hipertensatildeo diabetes dislipidemia) deve ser correlacionado imediatamente com a caracteriacutestica da dor toraacutecica durante a classificaccedilatildeo de risco no sentido de afastar ou suspeitar de gravidade relacionada agrave dor

O HIAE ao abordar os fatores de risco para a Siacutendrome Coronariana Aguda lembra que o tabagismo eacute o maior fator de risco para a morte suacutebita cardiacuteaca o colesterol em excesso acumula-se no interior das arteacuterias coronaacuterias levando agrave aterosclerose que predispotildee ao IAM A aterosclerose eacute a principal causa de IAM 50 dos pacientes que enfartam satildeo hipertensos e para o portador de Diabetes Mellitus a ocorrecircncia de infarto eacute de 2 a 4 vezes maior (HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN 2014) Boundy et al (2004) alertam que o IAM eacute causado pela obstruccedilatildeo das arteacuterias coronaacuterias Os principais fatores de risco satildeo envelhecimento diabetes mellitus dislipidemia hipertensatildeo obesidade histoacuteria familiar de Doenccedila Arterial Coronariana (DAC) sedentarismo tabagismo estresse e uso de drogas como anfetaminas ou cocaiacutena

A I Diretriz Brasileira para Prevenccedilatildeo Cardiovacular cita que a hipertensatildeo arterial sistecircmica (HAS) eacute o mais importante fator de risco para o desenvolvimento de doenccedila arterial coronariana E a principal prevenccedilatildeo cardiovascular engloba evitar a instalaccedilatildeo de fatores de risco cardiovascular modificaacuteveis como o tabagismo (SIMAtildeO et al 2013)

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As accedilotildees do enfermeiro devem estar focadas na prevenccedilatildeo Cardioloacutegica baseadas na alta incidecircncia das taxas de mortalidade das Siacutendromes Coronaacuterias Agudas Particularmente a diminuiccedilatildeo do risco de agravo do Infarto Agudo do Miocaacuterdio pode ser iniciada pela identificaccedilatildeo precoce dos fatores de risco e sua correlaccedilatildeo com a dor toraacutecica Os indiviacuteduos com maior risco devem ser rapidamente identificados (GUIMARAtildeES 2006)

A classificaccedilatildeo de risco do paciente com queixa de dor toraacutecica deve ser aacutegil de criteriosa conter caracterizaccedilatildeo da dor identificaccedilatildeo de fatores de risco associados antecedentes cardiovasculares monitorizaccedilatildeo cardiacuteaca contiacutenua oximetria de pulso acesso venoso perifeacuterico exames laboratoriais e principalmente ECG de 12 derivaccedilotildees em menos de dez minutos a partir da chegada do paciente dentre outros (VIEIRA RAFAEL 2011) Para tanto sem duacutevida podemos afirmar que a utilizaccedilatildeo de protocolos para embasar a classificaccedilatildeo de risco oferece respaldo legal para a atuaccedilatildeo segura dos enfermeiros (SOUZA et al 2011)

O enfermeiro ao deparar-se com o paciente com queixa de dor toraacutecica deve investigar os antecedentes cardiovasculares O risco de doenccedila ateroscleroacutetica eacute estimado com base na anaacutelise conjunta de caracteriacutesticas que aumentam a chance de um indiviacuteduo desenvolver a doenccedila Portanto o mais claro identificador de risco eacute a manifestaccedilatildeo preacutevia da proacutepria enfermidade (SIMAtildeO et al 2013) A Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (OMS) cita a doenccedila cardiovascular como uma das condiccedilotildees mais debilitantes de impacto sobre a qualidade de vida do indiviacuteduo um agravante fator de risco para o IAM Estima-se que juntamente com a Depressatildeo a Doenccedila Arterial Coronariana (que predispotildee ao IAM) seratildeo em 2020 as duas principais causas de morte devendo a comorbidade entre estas duas doenccedilas ser mais preocupante (LEMOS et al 2008)

Classificaccedilatildeo de Risco ndash Anaacutelise da Utilizaccedilatildeo dos Fluxogramas

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A Figura 2 aponta a porcentagem da utilizaccedilatildeo dos trecircs fluxos pertencentes ao instrumento proposto

Figura 2 - Distribuiccedilatildeo percentual da Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes que procuraram o SEA do HUUFSC de acordo com o protocolo proposto (Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem do HIAE) Florianoacutepolis-SC 2014

Fonte dados obtidos pela autora (2013-2014)

Os dados relativos apresentados na Figura 2 demonstram

que os enfermeiros utilizaram o fluxo 1 em 507 (34) dos casos o fluxo 2 em 269 (18) dos casos e o fluxo 3 em 224 (15) dos casos Esse fato revela que os enfermeiros suspeitaram de maior gravidade nos casos de dor toraacutecica de acordo com as queixas referidas pelos pacientes ao utilizar o protocolo sugerido para este estudo

Uma vez que o paciente com sintoma de dor toraacutecica pode tratar-se de uma condiccedilatildeo grave a abordagem adequada torna-se equivalente agrave minimizaccedilatildeo de riscos de morte Por esse motivo eacute necessaacuterio que o enfermeiro que atua nos serviccedilos de urgecircncia detenha conhecimento cientiacutefico praacutetico e teacutecnico Aleacutem disso eacute primordial a tomada de decisotildees raacutepidas e concretas o reconhecimento de situaccedilotildees de riscos familiaridade com a Siacutendrome Coronariana Aguda (SCA) O conhecimento sobre os pacientes acometidos com dor toraacutecica eacute relevante por ser uma condiccedilatildeo cliacutenica prevalente nos serviccedilos de emergecircncia (FERREIRA MADEIRA 2011)

0

20

40

60Fluxo 1 (Suspeita deSiacutendrome CoronarianaAguda Tiacutepica)Fluxo 2 (PossiacutevelSiacutendrome CoronarianaAguda Atiacutepica)Fluxo 3 (Sem suspeitainicial de SiacutendromeCoronariana Aguda)

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O objetivo do atendimento agrave dor toraacutecica eacute a avaliaccedilatildeo imediata a priorizaccedilatildeo deste tipo de dor com a finalidade de reduccedilatildeo do retardo intra-hospitalar para o atendimento do paciente com SCA aleacutem da internaccedilatildeo desnecessaacuteria e liberaccedilatildeo inapropriada dos casos de SCA (BASSAN 2002) Neste sentido o uso de protocolo de Enfermagem para a classificaccedilatildeo de risco da dor toraacutecica eacute crucial para a adequada seleccedilatildeo de pacientes com dor toraacutecica passiacutevel de SCA o que acaba por diminuir a chance do paciente ser liberado do serviccedilo de Emergecircncia inadequadamente reduzindo o iacutendice de mortalidade por isquemia cardiacuteaca (FERREIRA MADEIRA 2010)

Diante da queixa de dor toraacutecica eacute importante que seja considerada isquemia do miocaacuterdio em todos os pacientes ateacute que esta seja descartada A avaliaccedilatildeo deve ser raacutepida incluindo o tipo de dor e o correto encaminhamento na diferenciaccedilatildeo entre dor toraacutecica cardiacuteaca e natildeo cardiacuteaca (JONES BRISTOL JONES 2013)

Muitos profissionais de sauacutede demonstram ainda conceitos errocircneos em relaccedilatildeo agrave avaliaccedilatildeo da dor tornando-a banalizada e pouco valorizada o que torna ineficaz a classificaccedilatildeo de risco da dor toraacutecica Esse fato pode ser modificado quando a classificaccedilatildeo eacute amparada por um instrumento de acordo com evidecircncia cientiacutefica comprovada (OLIVEIRA SILVA LEITAtildeO 2010)

Para a minimizaccedilatildeo de riscos de agravos aos pacientes com dor toraacutecica em condiccedilotildees graves que chegam agraves salas de emergecircncia eacute imperativo que a instituiccedilatildeo de sauacutede conte com enfermeiros treinados e equipados com uma ferramenta que os auxilie no manejo de pacientes acometidos por esta dor Dessa forma utilizar protocolos em sauacutede eacute fundamental na otimizaccedilatildeo do cuidado (FERREIRA MADEIRA 2011) A demanda elevada e crescente dos serviccedilos de emergecircncia torna necessaacuteria a incorporaccedilatildeo de estrateacutegias e tecnologias para lidar com esta procura A adoccedilatildeo de protocolos prioriza os atendimentos de condiccedilotildees graves que possam natildeo estar sendo reconhecidas

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diminuindo o tempo de espera e consequentemente o risco de deteriorizaccedilatildeo dos pacientes (ANZILEIRO 2011)

O prestador de cuidado dos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia precisa ser detentor de destreza manual e rapidez na accedilatildeo autocontrole emocional e facilidade de comunicaccedilatildeo a fim de obter os dados de sauacutede necessaacuterios para a otimizaccedilatildeo dos cuidados A comunicaccedilatildeo e a integraccedilatildeo com a equipe multiprofissional satildeo fundamentais para a participaccedilatildeo de todos no cuidado humanizado Aleacutem disso precisa possuir uma diversidade de conhecimento cientiacutefico para avaliar de forma precisa e aacutegil refletindo na reduccedilatildeo de risco aos agravos de sauacutede (LOPES 2011)

Considerando a magnitude da ocorrecircncia de dor toraacutecica nos serviccedilos de emergecircncia ainda existem muitas duacutevidas e questionamentos para definiccedilatildeo do quadro cliacutenico apresentando pelos pacientes Ressalta-se a importacircncia de discussotildees aprofundadas sobre a dor e avaliaccedilatildeo realizada pelo enfermeiro e o uso de protocolos para sanar duacutevidas de classificaccedilatildeo (SANTORO PIMENTA 2008)

Classificaccedilatildeo de risco ndash Anaacutelise dos diagnoacutesticos meacutedicos

A Figura 3 ilustra a porcentagem dos diagnoacutesticos

encontrados nas classificaccedilotildees de risco dos pacientes com dor toraacutecica

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Figura 3 - Distribuiccedilatildeo percentual dos diagnoacutesticos meacutedicos encontrados na Classificaccedilatildeo dos pacientes com dor toraacutecica Florianoacutepolis-SC 2014

Fonte dados obtidos pela autora (2013-2014)

Identificaram-se entre os diagnoacutesticos encontrados 35 (66) casos de ansiedade 22 (328) casos de dor muscular em 7 registros (104) natildeo havia diagnoacutestico meacutedico formado e 3 (45) foram confirmados casos de Infarto Agudo do Miocaacuterdio

Reafirmando a caracteriacutestica do setor como porta de entrada aos serviccedilos de sauacutede recebendo elevada demanda de pacientes com indicaccedilatildeo de atendimento na Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede (APS) a Figura 3 demonstra que a maior parte dos pacientes classificados com dor toraacutecica no periacuteodo apresentam quadros considerados de ldquopouca-urgecircnciardquo

De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2006) 65 dos casos que satildeo atendidos nos serviccedilos de emergecircncia no Brasil tecircm indicaccedilatildeo de serem resolvidos na APS Tal condiccedilatildeo acaba por ldquosobrecarregarrdquo com elevada demanda as unidades de emergecircncia O SACR natildeo conta com profissional meacutedico exclusivamente para atender a demanda dos pacientes que satildeo classificados o que acaba por acarretar muitas vezes em demora no atendimento inquietaccedilatildeo de pacientes

0

20

40

60 Ansiedade

DormuscularSemregistrosIAM

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geralmente aqueles classificados como ldquoverdesrdquo que possuem indicaccedilatildeo para atendimento na Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede (APS)

Devido agrave oferta restrita de atendimentos em sauacutede a populaccedilatildeo excedente tende a procurar um serviccedilo com maior possibilidade de porta de entrada Os serviccedilos de emergecircncia hospitalar geralmente conferem esta visatildeo de resolutividade (MARQUES LIMA 2010)

A elevada procura pelos serviccedilos de emergecircncia por pacientes com indicaccedilatildeo de atendimento na APS reflete as falhas na rede de atenccedilatildeo agrave sauacutede e sua desarticulaccedilatildeo Lopes (2011) afirma ainda que a desarticulaccedilatildeo da Rede de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede (RAS) e o descreacutedito da populaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao atendimento na Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede contribuem seguramente para a superlotaccedilatildeo dos serviccedilos de emergecircncia a niacutevel nacional Souza etal (2010) lembram que durante a classificaccedilatildeo de risco podemos evidenciar uma situaccedilatildeo frequente nos serviccedilos de emergecircncia atendidos que natildeo caracterizam emergecircncia propriamente dita ou seja natildeo se tratam de risco de vida Cabe ressaltar que o conceito de urgecircncia e emergecircncia eacute diferente na visatildeo dos usuaacuterios de sauacutede

Neste sentido o SEA do HU eacute visto como serviccedilo de referecircncia Esses dados sugerem a imagem da populaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao hospital como centro de excelecircncia para o atendimento em sauacutede conferindo sua caracterizaccedilatildeo como figura de resolutividade Dessa forma apesar dos problemas de superlotaccedilatildeo e muitas vezes com demora no atendimento o hospital ainda confere agrave populaccedilatildeo maior acreditaccedilatildeo ou seguranccedila Reafirmando esta ideia Marques e Lima (2010 p15) colocam que ldquoApesar de superlotadosrdquo impessoais e atuando sobre a queixa principal esses locais reuacutenem um somatoacuterio de recursos quais sejam consultas remeacutedios procedimentos de enfermagem exames laboratoriais e internaccedilotildeesrdquo

Ao fazermos a relaccedilatildeo dos dados de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes que procuram o SEA do HU referindo dor toraacutecica e os diagnoacutesticos encontrados percebe-se que apesar da alta incidecircncia dos casos classificados ldquopouco-urgentesrdquo (verdes e azuis) como eacute considerado um quadro de ansiedade (Figura 2) reafirma-se que os enfermeiros valorizaram os

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sintomas referidos pelos pacientes com dor toraacutecica utilizando o protocolo sugerido agrave medida que classificam a maioria dos casos como Fluxo 1 (emergecircncia) 34 (507) dos casos

Nas classificaccedilotildees encontradas identificamos maior nuacutemero de casos classificados como emergentes em contrapartida o quadro com maior nuacutemero de diagnoacutesticos eacute o de ansiedade considerada uma queixa ldquopouco-urgenterdquo ou natildeo-emergente Esse fator nos faz refletir que ao vivenciar a dor toraacutecica o indiviacuteduo passa pela experiecircncia de sentimentos complexos O alto grau de gravidade que pode estar associado a este tipo de dor acaba por impulsionar a grande procura pelo ambiente hospitalar por parte dos pacientes com dor toraacutecica e seus familiares Pacientes que vivenciam a dor toraacutecica em sua maioria procuram o serviccedilo de emergecircncia em situaccedilatildeo que considera emergente ou urgente podendo ou natildeo estar passando por processo patoloacutegico (ARAUJO MARQUES 2007)

A intensidade dos sintomas cliacutenicos tende a conferir sentimentos de medo e o principal eacute o medo da morte agrave medida que relaciona esta dor como ameaccediladora agrave vida (ARAUacuteJO MARQUES 2007)

A Sociedade Brasileira de Cardiologia (2002) aponta que a dor toraacutecica tambeacutem pode surgir como reflexo psicossomaacutetico ou seja natildeo possuir causa orgacircnica Neste sentido gerada por mecanismos psiacutequicos tende a ser difusa e imprecisa Os sintomas de ansiedade satildeo detectaacuteveis na maioria dos casos e geralmente se observa a utilizaccedilatildeo inadequada e abusiva de analgeacutesicos (BASSAN et al 2002)

Consideraccedilotildees Finais

Conhecer o perfil dos pacientes com queixas de dor

toraacutecica eacute fundamental para buscar propostas para um cuidado seguro e qualificado de acordo com suas necessidades

Os serviccedilos de emergecircncia possuem caracteriacutestica de porta de entrada ao serviccedilo hospitalar no entanto acabam por atender tambeacutem os casos com indicaccedilatildeo de atendimento em niacutevel de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede sendo um retrato da situaccedilatildeo

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de sauacutede a niacutevel nacional e o SEA do HU natildeo foge a esta regra Esse fato acarreta a superlotaccedilatildeo demora no atendimento e tensatildeo aos profissionais de sauacutede Como eacute elevado o nuacutemero de pacientes atendidos na emergecircncia com casos natildeo urgentes ao deparar-se com um paciente com queixa de dor toraacutecica o profissional de sauacutede poderaacute banalizaacute-la ou ateacute mesmo desvalorizaacute-la

A caracterizaccedilatildeo dos pacientes que chegam ao SEA do HU foi possiacutevel por meio de anaacutelise das informaccedilotildees contidas no protocolo ldquoFluxograma de Triagem Cardioloacutegicardquo do HIAE A obtenccedilatildeo dessas informaccedilotildees revelou dados importantes para a avaliaccedilatildeo do paciente com dor toraacutecica e confirmou a importacircncia de um instrumento cientiacutefico jaacute validado em um serviccedilo de referecircncia como o HIAE para fundamentar as accedilotildees de Enfermagem Embora o serviccedilo contexto deste estudo natildeo seja referecircncia em cardiologia atende uma demanda expressiva de pacientes que procuram o serviccedilo com queixa de dor toraacutecica conforme observado neste estudo

Haacute ainda que se considerar que o SACR precisa atuar de forma a identificar com agilidade os casos de dor toraacutecica com indiacutecio de caso cliacutenico grave para promover a classificaccedilatildeo de risco eficaz em tempo ouro para a recuperaccedilatildeo do paciente Para isso o protocolo especiacutefico de Enfermagem ao paciente com dor toraacutecica precisa ser pautado em evidecircncias cliacutenicas reforccedilando a necessidade de implantaccedilatildeo de um protocolo validado

Esta pesquisa trouxe a comprovaccedilatildeo baseada na evidecircncia cientiacutefica de uma realidade claacutessica poreacutem somente observada mas agora registrada E como proposta fica a importante necessidade de sugerir a institucionalizaccedilatildeo do protocolo de enfermagem do HIAE para pacientes com queixas de dor toraacutecica que comprovou estar de acordo com a realidade do serviccedilo e com a caracteriacutestica do perfil dos pacientes encontrados

Para que esta pesquisa natildeo seja apenas uma constataccedilatildeo de fragilidades e sim se transforme em realidade em accedilatildeo para um serviccedilo de sauacutede de qualidade e livre de riscos o protocolo seraacute avaliado e discutido quanto agrave sua viabilidade ao serviccedilo em estudo distinto Para que esta proposta seja efetiva inicialmente

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deveraacute ser avaliado pela equipe de enfermagem e posteriormente ser apresentado agrave Diretoria de Enfermagem do hospital de estudo para possiacutevel institucionalizaccedilatildeo Um protocolo de avaliaccedilatildeo soacute torna-se uacutetil quando utilizado com vistas a atender um puacuteblico comum ao serviccedilo e agraves necessidades dos profissionais

Referecircncias ALVES D B BARBOSA M T S Desigualdades na Mortalidade por Doenccedilas Crocircnicas entre Idosos e sua Associaccedilatildeo com Indicadores Socioeconocircmicos no Brasil RBCEH Passo Fundo v 7 n 1 p 22-33 janabr 2010 ANZILIERO F A Emprego do Sistema de Triagem de Manchester na estratificaccedilatildeo de risco revisatildeo de Literatura Trabalho de conclusatildeo de curso da UFRS Porto alegre 2011 ARAUJO RD MARQUES IR Compreendendo o significado da dor toraacutecica isquecircmica de pacientes admitidos na sala de emergecircncia Rev Bras Enferm v60 n6 2007 BASSAN R PIMENTA L LEAtildeES P TIMERMAN A Sociedade Brasileira de Cardiologia I Diretriz de dor toraacutecica na sala de emergecircncia Definiccedilatildeo de graus de recomendaccedilatildeo e niacuteveis de evidecircncia Arq Bras Cardiol v76 n2 p1-22 2002 BOAVENTURA L SANTOS C PASELLO S Atuaccedilatildeo do Enfermeiro no Infarto Agudo do Miocaacuterdio Artigonal Diretoacuterio de Artigos Gratuitos 2011 Disponiacutevel em lthttpwwwartigonalcomauthors1166189gt Acesso em 08 fev 2014 BOUNDY J et al Enfermagem Meacutedico-Ciruacutergico Infarto Agudo do MiocaacuterdioCarlos Henrique Cosendey 3ordf ed Rio de Janeiro Reichman amp Affonso Editores v 2 2004

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evidecircncias na sauacutede e na enfermagem Ver Texto e Contexto - enferm Florianoacutepolis v17 n4 outdez 2008 NASI LA et al Rotinas em Pronto Socorro 2ed Porto Alegre Artmed 2005 OLIVEIRA RM SILVA LMS LEITAtildeO IMTA Anaacutelise dos saberes e praacuteticas de enfermeiras sobre avaliaccedilatildeo da dor no contexto hospitalar Rev enferm UFPE on line v4 n3 p 53-6 julset 2010 OLIVEIRA FJG LEITAtildeO I M T A RAMOSI C Caracterizaccedilatildeo dos pacientes com Dor Toraacutecica atendidos na Emergecircncia de um Hospital Privado de Fortaleza -Ce In 61deg Congresso de Enfermagem Transformaccedilatildeo Social e Sustentabilidade Ambiental 2009 Fortaleza- Ce Anais Eletrocircnicos Disponiacutevel em lthttpwwwabeneventoscombranais_61cbengt Acesso 29 dez 2013 PIEGAS LS FEITOSA G MATTOS LA NICOLAU JC ROSSI NETO JM e COLSSOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA Diretriz da Sociedade Brasileira de Cardiologia sobre Tratamento do Infarto agudo do Miocaacuterdio com Supradesniacutevel do Segmento ST Arq Bras Cardiol 2009 RIOS DFC BRANDAtildeO FB FARIA MNZ ALCANTARA AS SANTOS MIFO Tronboembolismo pulmonar como causa de dor toraacutecica na sala de emergecircncia Rev Meacuted Minas Gerais v20 p465-468 2010 SANTORO BDC PIMENTA CAM Semelhanccedilas e diferenccedilas da dor nas siacutendromes toraacutecicas revisatildeo sistemaacutetica da literatura Rev Gauacutecha Enferm Porto Alegre (RS) v29 n2 p301-7 jun 2008 SOUZA CC TOLEDO AD TADEU LFR CHIANCA TCM Classificaccedilatildeo de Risco em Pronto-Socorro concordacircncia entre

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um protocolo institucional brasileiro e Manchester Rev Latino-Am Enfermagem v19 n1 janfev 2011 SIMAtildeO AF PRECOMA AD ANDRADE JP CORREA FILHO H Diretriz Brasileira de Prevenccedilatildeo Cardiovascular Arquivos Brasileiros de Cardiologia Sociedade Brasileira de Cardiologia v101 n6 s2 dez 2013 Disponiacutevel em lthttppublicacoescardiolbrconsenso2013Diretriz_Prevencao_Cardiovascularpdfgt Acesso em07 jan 2013 VIEIRA W F S RAFAEL D Hospital de Cliacutenicas (HC) Universidade Federal do Paranaacute (UFPR) Departamento de Cliacutenica meacutedica Disciplina de Cardiologia Unidade Coronariana Protocolo de Manejo Hospitalar do Infarto Agudo do Miocaacuterdio com Supradesniacutevel de segmento ST Curitiba 2011 Disponiacutevel em lthttpwwwhcufprbrsitesdefaultfilesprotocolo_IAMCSST_2011pdf gt Acesso em 22 abr 2013

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52 A AVALIACcedilAtildeO DOS ENFERMEIROS DE UM SERVICcedilO DE EMERGEcircNCIA HOSPITALAR SOBRE A UTILIZACcedilAtildeO DE UM PROTOCOLO PARA A DOR TORAacuteCICA VALIDADO EM UM SERVICcedilO DE REFEREcircNCIA

Aline Costa Vieirasup1

Kaacutetia Cilene Godinho Bertoncellosup2 Juliana Balbinot Reis Girondisup3

Resumo Estudo quantitativo de caraacuteter descritivo que objetivou identificar a avaliaccedilatildeo de enfermeiros do Serviccedilo de Emergecircncia de um Hospital Universitaacuterio do Sul do Brasil ao utilizar um protocolo de Enfermagem especiacutefico para classificar a dor toraacutecica Foram realizadas sete entrevistas com os enfermeiros participantes por meio de roteiro semiestruturado entre janeiro e fevereiro de 2014 Para anaacutelise dos dados utilizou-se a estatiacutestica descritiva por meio de nuacutemeros absolutos e percentuais O protocolo utilizado foi construiacutedo validado e eacute utilizado no Hospital Israelita Albert Einstein de Satildeo PauloSP Contempla as caracteriacutesticas da dor toraacutecica fatores de risco antecedentes cardiovasculares e os possiacuteveis fluxogramas de encaminhamentos que conduzem a accedilatildeo do enfermeiro ao classificar o risco Os dados obtidos datildeo conta de que haacute um consenso entre os enfermeiros de que o protocolo sugerido prioriza o atendimento agrave Siacutendrome Coronariana Aguda identifica mais facilmente os fatores de risco para Infarto Agudo do Miocaacuterdio aleacutem de melhor identifica o tipo de dor Dentre as avaliaccedilotildees sobressaem as consideraccedilotildees positivas em utilizar o protocolo sobre as negativas Os enfermeiros em geral consideram o protocolo sugerido aplicaacutevel ao serviccedilo pois fundamentou sua praacutetica e proporcionou respaldo em sua conduta Palavras-chave Dor toraacutecica Infarto Agudo do Miocaacuterdio Assistecircncia em Enfermagem Classificaccedilatildeo de Risco Protocolos

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Abstract Qualitative descriptive study aimed to identify the evaluation of nurses in the Emergency Department of a University Hospital in Southern Brazil to use a specific protocol to classify Nursing chest pain Interviews with seven nurses participants through semi-structured between January and February 2014 were performed Data analysis used descriptive statistics by absolute numbers and percentages The protocol used was constructed validated and is used in the Albert Einstein Hospital in Sao Paulo SP Include the characteristics of chest pain risk factors cardiovascular history and possible flowcharts referrals that lead to action by nurses to rate the risk Data obtained realize that there is a consensus among nurses suggested that the protocol prioritizes compliance with Acute Coronary Syndrome more easily identifies risk factors for Acute Myocardial Infarction and better identifies the type of pain Among the positive reviews the highlights considerations in using the protocol on the negative Nurses generally consider the suggested protocol applicable to service as their practice ground and provided support in their conduct Keywords Chest pain acute myocardial infarction Nursing Assistance Risk Rating Protocols

Introduccedilatildeo

A dor toraacutecica eacute apontada como uma das principais

queixas referidas pelos pacientes que procuram os atendimentos de emergecircncia De acordo com estudos da Sociedade Brasileira de Cardiologia a estimativa eacute que 4 milhotildees de pessoas satildeo atendidas por dor toraacutecica anualmente no Brasil (BASSAN et al2002) Cerca de 5 a 15 dos pacientes que referem dor toraacutecica satildeo diagnosticados com Infarto Agudo do Miocaacuterdio ou seja em dados relativos 400 mil por ano em nosso paiacutes (BASSAN et al 2002)

Considerando que esta dor eacute o sintoma claacutessico da Siacutendrome Coronariana Aguda a atenccedilatildeo precisa ser redobrada em vigecircncia deste tipo de dor Os enfermeiros que atuam em um serviccedilo de Emergecircncia na Classificaccedilatildeo de Risco precisam estar atentos em vigecircncia da dor toraacutecica Frequentemente estes

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profissionais deparam-se com a dor toraacutecica por isquemia e diante de sua subjetividade avaliar e classificar a dor toraacutecica natildeo se constitui em tarefa simples (ARAUJO MARQUES 2007)

Nesse contexto emerge como tecnologia do cuidado e instrumento para o embasamento da praacutetica de Enfermagem os protocolos assistenciais que vem ao encontro das necessidades dos enfermeiros para a tomada de decisatildeo durante a classificaccedilatildeo de risco

Com relaccedilatildeo aos eventos coronarianos a reduccedilatildeo de casos como o Infarto Agudo do Miocaacuterdio na Siacutendrome Coronariana Aguda (SCA) ocorre mediante uso de diretrizes com evidecircncia cientiacutefica comprovada O uso de protocolos cliacutenicos eacute uacutetil para otimizar a qualidade do atendimento (FARIAS MOREIRA 2012)

Atualmente no Brasil especificamente ao abordarmos a praacutetica dos profissionais enfermeiros haacute que se considerar a escassez de estudos que tratam sobre a utilizaccedilatildeo de instrumentos que auxiliam a conduta dos profissionais os protocolos O uso de protocolos na aacuterea da sauacutede vem a ser uma evoluccedilatildeo para o cuidado agrave medida que vem com a finalidade de proporcionar embasamento cientiacutefico ao profissional (SCHNEID 2003)

O Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco surgiu com a finalidade de melhor ldquocoordenarrdquo a ordem do atendimento excluindo a ordem de chegada e incluindo a classificaccedilatildeo da gravidade ou fatores de risco associados que predisponham a um possiacutevel risco ameaccedilador agrave vida Para a classificaccedilatildeo de risco eacute necessaacuterio o trabalho de um profissional de enfermagem de niacutevel superior munido de um instrumento que fundamente a conduccedilatildeo do caso e avalie a gravidade ou o potencial de agravamento do caso Os protocolos assistenciais sistematizam a accedilatildeo do profissional aleacutem de serem fundamentais para a efetiva classificaccedilatildeo de risco e avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade do paciente (BRASIL 2009)

Nessa perspectiva emerge a seguinte pergunta de pesquisa para o estudo Qual a avaliaccedilatildeo dos enfermeiros de um Serviccedilo de Emergecircncia Hospitalar ao utilizar em sua

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conduta durante a Classificaccedilatildeo de Risco um protocolo especiacutefico para a avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica

Dessa forma essa pesquisa objetivou identificar a avaliaccedilatildeo dos enfermeiros do Serviccedilo de Emergecircncia de um Hospital Universitaacuterio do Sul do Brasil ao utilizar um protocolo de Enfermagem especiacutefico para avaliar a dor toraacutecica

Metodologia

Estudo quantitativo descritivo realizado em Serviccedilo de

Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco (SACR) do Setor de Emergecircncia de um Hospital Universitaacuterio do Sul do Brasil Atualmente o serviccedilo deste estudo utiliza para a Classificaccedilatildeo de Risco um instrumento adaptado do protocolo de Manchester (MACKAWAY-JONES 1997) confeccionado por um profissional meacutedico da instituiccedilatildeo o qual eacute utilizado no serviccedilo por consenso entre a equipe meacutedica e de enfermagem deste a implantaccedilatildeo do Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco na instituiccedilatildeo haacute cerca de 3 anos O referido instrumento adaptado eacute comum para todas as queixas referidas pelos pacientes

No periacuteodo janeiro a fevereiro de 2014 foi utilizado como experiecircncia no serviccedilo um protocolo especiacutefico de Enfermagem para a dor toraacutecica qual seja o protocolo Fluxograma da Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem Esse instrumento eacute utilizado no Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE) que eacute um serviccedilo brasileiro de referecircncia ao atendimento agrave sauacutede desde 2010 No referido ano esse hospital instituiu em sua unidade cardioloacutegica um protocolo de classificaccedilatildeo de risco especiacutefico para a Enfermagem na avaliaccedilatildeo dor toraacutecica com a finalidade de reconhecer precocemente um quadro de siacutendrome coronariana aguda que predisponha a um dano por vezes irreversiacutevel O protocolo de enfermagem desenvolvido no HIAE auxilia o enfermeiro a determinar a gravidade com maior agilidade levando ao atendimento mais raacutepido e seguro Embora o serviccedilo em questatildeo natildeo seja referecircncia ao atendimento para a dor toraacutecica este eacute sintoma principal em vigecircncia da Siacutendrome Coronariana Aguda Assim esta demanda que requer um atendimento especializado qualificado e seguro

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Para a efetivaccedilatildeo dessa experiecircncia foram convidados a participar os enfermeiros que atuam no serviccedilo de emergecircncia hospitalar de acordo com os criteacuterios de inclusatildeo ser enfermeiro efetivo da instituiccedilatildeo ou residente atuar no Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco e aceitar participar no estudo mediante assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido Assim foi apresentado a cada enfermeiro o instrumento para a avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica bem como fornecida as devidas orientaccedilotildees para a sua utilizaccedilatildeo Foi demonstrado a cada enfermeiro o passo-a-passo do funcionamento do protocolo a sua estrutura os fluxos de encaminhamentos e a conduccedilatildeo para cada caso Apoacutes a demonstraccedilatildeo do protocolo foi solicitado a cada enfermeiro que o aplicasse a todo o paciente que procurasse o serviccedilo referindo dor toraacutecica como queixa principal Cabe ressaltar que a utilizaccedilatildeo do protocolo do HIAE sugerido neste estudo para a avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica natildeo excluiu em nenhum momento o protocolo institucional do SACR do HU utilizado atualmente Dessa forma o protocolo do HIAE foi aplicado como um instrumento ldquocomplementarrdquo para o serviccedilo

Apoacutes a experiecircncia da aplicabilidade do protocolo a mesma foi avaliada pelos 07 enfermeiros participantes (trecircs enfermeiros residentes e quatro enfermeiros efetivos) A somatoacuteria das classificaccedilotildees de risco realizadas pelos enfermeiros nos proporcionou um quantitativo de sessenta e sete classificaccedilotildees de risco de pacientes que procuraram o serviccedilo referindo dor toraacutecica como queixa principal no periacuteodo estipulado para a pesquisa Os dados obtidos que caracterizam os pacientes natildeo seratildeo abordados neste estudo pois seratildeo analisados num outro manuscrito

A coleta de dados ocorreu no recorte temporal de janeiro a fevereiro de 2014 onde se utilizou como instrumento a entrevista semi-estruturada Todas as entrevistas foram gravadas em aacuteudio e transcritas pela pesquisadora

Como teacutecnica de anaacutelise utilizou-se a estatiacutestica descritiva ciecircncia que consiste na organizaccedilatildeo anaacutelise e descriccedilatildeo de um conjunto de variaacuteveis com o intuito de maior

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entendimento dos dados que representam (BARBETTA REIS BORNIA 2004)

O estudo seguiu os princiacutepios eacuteticos com o indiviacuteduo de acordo com a Resoluccedilatildeo 4662012 do Conselho Nacional de Sauacutede (BRASIL 2012) sendo aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Universidade Federal de Santa Catarina - CEPUFSC sob protocolo nordm 12494 e pela instituiccedilatildeo em estudo Para resguardar o sigilo e o anonimato dos sujeitos da pesquisa optou-se por identificaacute-los como Enfermeiro (E) seguida pela ordem alfanumeacuterica (1 a 7)

Resultados

Estes resultados retratam as respostas dos sete

enfermeiros para cada uma das cinco perguntas do roteiro semi-estruturado Cada tabela a seguir caracteriza o conjunto das respostas dos enfermeiros agrupadas para cada pergunta Em conjunto estes resultados refletem a percepccedilatildeo dos enfermeiros ao utilizar o protocolo de dor toraacutecica do HIAE durante a classificaccedilatildeo dos 67 casos de dor toraacutecica deste estudo Tabela 2 - Distribuiccedilatildeo da avaliaccedilatildeo da Utilizaccedilatildeo do Protocolo Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem do HIAE FlorianoacutepolisndashSC 2014

Enfermeiros Positivo Negativo

Enfermeiro 1 Prioriza o atendimento a SCA

Enfermeiro 2 Amplia a visatildeo Natildeo indicaria ECG Enfermeiro 3 Identifica fatores de risco Eacute longo Enfermeiro 4 Boa noccedilatildeo para suspeita

de IAM

Enfermeiro 5 Com o passar do tempo Seraacute uacutetil

Complicado para usar no iniacutecio

Enfermeiro 6 Guiou melhor a conduta Enfermeiro 7 Faacutecil aplicaccedilatildeo

Total 7 3

Fonte Dados obtidos pela autora (2014)

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Os enfermeiros avaliaram a utilizaccedilatildeo do instrumento abordando os aspectos positivos e negativos Em relaccedilatildeo aos aspectos positivos 100 reportaram que a utilizaccedilatildeo do protocolo proporcionou melhores condiccedilotildees para conduzir agrave terapecircutica e o cuidado ao paciente com dor toraacutecica Foram apontados o fato do instrumento utilizado fornecer prioridade no atendimento agrave Siacutendrome Coronariana Aguda (SCA) e Infarto Agudo do Miocaacuterdio (IAM) proporcionar identificaccedilatildeo mais clara dos fatores de risco e o fato de ser um protocolo de faacutecil aplicaccedilatildeo

Protocolos cliacutenicos assistenciais satildeo considerados como instrumentos de tecnologias em sauacutede agrave medida que satildeo documentos que estabelecem criteacuterios ou conduccedilatildeo preconizada para o agravo em questatildeo (BRASIL 2011) Schneid et al (2003) reforccedila esta perspectiva ao afirmar que os protocolos cliacutenicos satildeo recursos tecnoloacutegicos embasados cientificamente com o propoacutesito de auxiliar o profissional da sauacutede durante a praacutetica cliacutenica os beneficiando ao lado de recursos humanos fiacutesicos e materiais No entanto o benefiacutecio esperado para o atendimento agrave sauacutede do paciente vem sendo prejudicada pela falta de estudos e recursos destinados a esta tecnologia (SHNEID et al 2003)

A variedade de condiccedilotildees cliacutenicas que geram a dor toraacutecica exige uma classificaccedilatildeo raacutepida para o aumento do prognoacutestico destes pacientes que muitas vezes podem estar desenvolvendo um quadro de Siacutendrome Coronariana Aguda (SANTOS ARAUacuteJO 2003) No entanto estudos apontam que a dor toraacutecica estaacute presente em 70 dos casos de Infarto Agudo do Miocaacuterdio (HIGA ATALLAH et al 2004)

O Infarto Agudo do Miocaacuterdio eacute a necrose de parte do muacutesculo cardiacuteaco consequente da isquemia que eacute causada pela obstruccedilatildeo da irrigaccedilatildeo sanguiacutenea ao coraccedilatildeo por uma das arteacuterias coronaacuterias Geralmente esta obstruccedilatildeo ocorre por um embolo ou trombo e pode ocorrer em localizaccedilotildees e intensidades diferentes dependendo da arteacuteria coronaacuteria afetada (BOUNDY et al 2004) De acordo com estudos da American Heart Association os protocolos satildeo essenciais para a avaliaccedilatildeo segura dos casos de dor toraacutecica pois auxiliam na internaccedilatildeo

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imediata dos casos graves assim como na identificaccedilatildeo dos chamados casos de dor toraacutecica de baixo custo aqueles sem diagnoacutestico grave Embora a maioria dos pacientes com dor toraacutecica natildeo seja diagnosticado com uma condiccedilatildeo de risco de vida o enfermeiro precisa distingui-los daqueles que necessitam de tratamento emergente (EZRA et al 2010)

A dor toraacutecica eacute um sintoma de amplitude social uma vez que atinge milhares de pessoas por todo o mundo (BASSAN et al2002) Dentre as causas que podem culminar em dor toraacutecica como causa psicoloacutegica pulmonar digestiva oacutesseo-muscular aquelas originadas no aparelho cardiovascular satildeo as mais temidas pelos profissionais de sauacutede e populaccedilatildeo em geral Temor este relacionado aos altos iacutendices de mortalidade por isquemia cardiacuteaca (BASSAN et al 2002) Por esta razatildeo a causa cardiovascular eacute a mais discorrida neste estudo

Corroborando esta ideia Marques (2010) afirmam que para a correta avaliaccedilatildeo e manejo da dor toraacutecica torna-se indispensaacutevel a aplicaccedilatildeo de um protocolo e da educaccedilatildeo continuada para melhor embasar a atuaccedilatildeo do enfermeiro (MARQUES 2010)

A dor toraacutecica eacute um achado cliacutenico importante para a investigaccedilatildeo do distuacuterbio que o paciente possa estar apresentando e para a definiccedilatildeo do diagnoacutestico O chamado quinto sinal vital a dor vem tomando proporccedilatildeo maior para os enfermeiros na literatura acerca de sua valorizaccedilatildeo na uacuteltima deacutecada Apesar disso a avaliaccedilatildeo da dor segue como um desafio ao enfermeiro durante a Classificaccedilatildeo de Risco uma vez que o ato de medir este sintoma estaacute relacionado agrave observaccedilatildeo escuta qualificada e acima de tudo em acreditar na queixa de dor referida (MORAIS et al 2009)

Ao considerar os aspectos negativos de avaliaccedilatildeo do protocolo se observou afirmaccedilatildeo do ldquoenfermeiro 2rdquo de que natildeo indicaria o Eletrocardiograma (ECG) visto que a solicitaccedilatildeo deste exame na instituiccedilatildeo natildeo eacute respaldada para que o profissional enfermeiro o realize No HIAE instituiu este protocolo a solicitaccedilatildeo do ECG pelo enfermeiro eacute uma praacutetica de rotina e assegurada pelo protocolo Soares (2007) discuta essa situaccedilatildeo ao apontar que devido ao alto grau de mortalidade

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cardiovascular o enfermeiro durante a classificaccedilatildeo de risco precisa priorizar o atendimento agrave dor toraacutecica Para isto eacute necessaacuterio um atendimento com tempo meacutedio de 8 minutos entre a chegada do paciente agrave Emergecircncia e a realizaccedilatildeo do ECG visando reduzir o tempo entre chegada diagnoacutestico e tratamento A maioria dos casos de morte por IAM ocorrem nas primeiras horas do iniacutecio dos sintomas sendo 40 a 65 na primeira hora e aproximadamente 80 nas primeiras 24 horas (PIEGAS et al2009) Quando respaldado por um protocolo validado e institucionalizado torna-se viaacutevel a rotina da solicitaccedilatildeo de Eletrocardiograma pelo enfermeiro assim como acontece no HIAE Marques (2010) reafirma esta necessidade ao abordar que eacute niacutetida a necessidade da implantaccedilatildeo de um protocolo avaliar e classificar a dor toraacutecica visto que quando o enfermeiro indica o ECG em seguida agrave classificaccedilatildeo de risco agiliza o processo e evita atraso do diagnoacutestico Ratificando esta necessidade a Sociedade Brasileira de Cardiologia (BASSAN et al 2002) considera eacute primordial que o diagnoacutestico de IAM por meio do ECG seja realizado ateacute 10 minutos da chegada do paciente tempo-ouro para o iniacutecio da terapecircutica adequada Assim agrave medida que o protocolo estaacute institucionalizado os papeacuteis dos membros da equipe de sauacutede ficam bem definidos

A resposta do ldquoenfermeiro 3rdquo evidencia a sua consideraccedilatildeo quando relata que o protocolo ldquoeacute longordquo O protocolo jaacute validado no serviccedilo de referecircncia HIAE eacute um instrumento que contempla e resgata as diversas possibilidades de agravos sintomatologias e caracteriacutesticas que tendem a prever um quadro cliacutenico de gravidade Desta forma como um documento completo no sentido de esgotar as possibilidades de gravidade tornando-o mais extenso que o instrumento utilizado atualmente no setor

Os protocolos assistenciais referem-se agrave organizaccedilatildeo do serviccedilo e sobretudo agrave organizaccedilatildeo do processo de trabalho da equipe de sauacutede De acordo com a colocaccedilatildeo do ldquoenfermeiro 5rdquo existe o pensamento de que inicialmente possa ser ldquodificultosordquo utilizar uma nova tecnologia e com ldquoo passar do tempordquo possa ser uacutetil Essa concepccedilatildeo denota o periacuteodo comum considerado

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para adaptaccedilatildeo de um protocolo assistencial A incorporaccedilatildeo de um protocolo assistencial depende do conhecimento do profissional de sauacutede em como utilizaacute-lo corretamente e do compromisso do profissional o que geralmente requer tempo para adaptaccedilatildeo da nova tecnologia Aleacutem disso para o sucesso da adoccedilatildeo do protocolo este deve corresponder agraves expectativas e demandas do serviccedilo e dos profissionais (WERNECK FARIA CAMPOS 2009)

Mediante a relevacircncia da dor toraacutecica da sua importacircncia social e econocircmica os estudos relacionados a construccedilatildeo de protocolos de Enfermagem ainda satildeo escassos o que justifica a anaacutelise deficitaacuteria dos dados com relaccedilatildeo agrave atuaccedilatildeo do enfermeiro frente ao paciente com esta sintomatologia nos serviccedilos de Emergecircncia (MARQUES 2010) Fernandes et al (2009) corroboram com esta situaccedilatildeo em sauacutede ao discorrer que existem poucos estudos de Enfermagem na abordagem de protocolos assistenciais principalmente tratando-se de situaccedilotildees agudas em Emergecircncia e particularmente para Siacutendrome Coronariana Aguda Tabela 3 - Distribuiccedilatildeo da avaliaccedilatildeo das vantagens eou desvantagens em utilizar o protocolo Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem do HIAE FlorianoacutepolisndashSC2014

Enfermeiros Positivo Negativo

Enfermeiro 1 Eacute bem completo Eacute extenso Enfermeiro 2 Identifica mais faacutecil o

tipo de dor atendimento mais raacutepido

Complicado com duas folhas

Enfermeiro 3 Classificaccedilatildeo mais qualificada avalia melhor os riscos

Eacute extenso

Enfermeiro 4 Ajuda a classificar melhor a dor

Enfermeiro 5 Auto-explicativo Muito longo Enfermeiro 6 Auxilia na

classificaccedilatildeo triagem mais correta encaminha certo como

Longo e demorado

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proceder Enfermeiro 7 Agiliza o processo

auxilia o enfermeiro na classificaccedilatildeo

A instituiccedilatildeo natildeo aceitaraacute pedido de ECG assinado pelo enfermeiro

Total 7 6

Fonte Dados obtidos pela autora (2014)

Observa-se no conjunto destes dados que 100 dos

enfermeiros avaliaram de forma positiva o protocolo em relaccedilatildeo agraves suas vantagens Os profissionais afirmaram que utilizar este protocolo propiciou uma Classificaccedilatildeo de Risco mais correta qualificada e com identificaccedilatildeo mais faacutecil do tipo de dor Estudos consideram que eacute fundamental relacionar os fatores de risco com a descriccedilatildeo da dor que geralmente em caso de IAM eacute referida como de forte intensidade em ldquoqueimaccedilatildeo aperto opressatildeo ou sufocaccedilatildeordquo e superior a 30 minutos podendo ou natildeo irradiar para os braccedilos mandiacutebula pescoccedilo ou estocircmago Para que esta identificaccedilatildeo seja fundamentada o uso de protocolos assistenciais se torna imprescindiacutevel (OLIVEIRA LEITAtildeO RAMOS 2009) Em casos mais incomuns considerados atiacutepicos como descritos no protocolo do HIAE o paciente pode estar apresentando dificuldade para respirar naacuteuseas vocircmitos vertigem desmaio suor frio e palidez Contudo a sintomatologia nos casos atiacutepicos pode ser branda (OLIVEIRA LEITAtildeO RAMOS 2009) Tabela 4 - Distribuiccedilatildeo da avaliaccedilatildeo da estrutura formato e fluxos de encaminhamentos contidos no Protocolo Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem do HIAE FlorianoacutepolisndashSC 2014

Enfermeiros Positivo Negativo

Enfermeiro 1 Faacutecil compreensatildeo Enfermeiro 2 Deveria ser de

apenas uma folha Enfermeiro 3 Jaacute estamos

acostumadas a usar o outro

100

Enfermeiro 4 Natildeo tem a cor laranja Enfermeiro 5 Auxilia bastante na

tomada de decisatildeo eacute auto-explicativo

Eacute mais demorado

Enfermeiro 6 Conteacutem bastante informaccedilotildees

Um pouco complicado de entender

Enfermeiro 7 Facilita encaminhamento e tomada de decisatildeo

Total 4 5

Fonte Dados obtidos pela autora (2014)

Em relaccedilatildeo agrave estrutura e formato foi demonstrado que a

percepccedilatildeo do enfermeiro de que o protocolo eacute um documento extenso quando comparado ao que eacute adotado na instituiccedilatildeo atualmente O ldquoenfermeiro 5rdquo afirma ser ldquomais demoradordquo para preenchimento e aplicabilidade Em contrapartida coloca que ldquoauxilia na tomada de decisatildeo e eacute auto-explicativordquo Percebe-se que apesar de ser um protocolo mais extenso que o utilizado atualmente pode-se considerar que aborda uma visatildeo mais detalhada da condiccedilatildeo cliacutenica que o paciente com dor toraacutecica possa estar apresentando Esse fator a princiacutepio percebido como negativo poderaacute ser um diferencial na classificaccedilatildeo de risco da dor toraacutecica conferindo seguranccedila para o enfermeiro ao avaliar amplamente a dor e principalmente agilidade no atendimento na proporccedilatildeo em que sanar as duacutevidas do profissional de sauacutede que poderaacute identificar mais rapidamente uma condiccedilatildeo cliacutenica grave A raacutepida e correta avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica desde a chegada do paciente no hospital interfere natildeo somente na diminuiccedilatildeo de riscos e agravos ao paciente como economicamente agrave medida que evita terapecircuticas e encaminhamentos inadequados e internaccedilotildees desnecessaacuterias (BASSAN et al2002)

Justifica-se a necessidade de implantaccedilatildeo de um protocolo especiacutefico para a dor toraacutecica pelo fato de que o tempo que decorre do iniacutecio da dor e a sua correta avaliaccedilatildeo eacute fundamental para definir o diagnoacutestico e principalmente o tratamento do IAM Quando existem duacutevidas de classificaccedilatildeo da gravidade com consequumlente atraso do encaminhamento adequado existe aumento proporcional do risco de mortalidade (PIEGAS et al

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2004) Bassan et al (2002) corroboram com esta afirmaccedilatildeo ao discorrerem que agrave falta de domiacutenio e de fundamentaccedilatildeo para a abordagem do paciente com dor toraacutecica por parte do enfermeiro durante a classificaccedilatildeo da gravidade tende a ocasionar o retardo do atendimento terapecircutico

O protocolo proposto considera as cores vermelho (emergente) amarelo (urgente) e verde (natildeo-urgente) diferente do protocolo da instituiccedilatildeo que aleacutem destas cores considera tambeacutem a cor laranja (muito-urgente) Uma resposta tambeacutem negativa na avaliaccedilatildeo do ldquoenfermeiro 4rdquo traz essa consideraccedilatildeo da diferenccedila de ambos Cabe ressaltar aqui que o protocolo do HIAE proporciona maior autonomia ao enfermeiro ao permitir por exemplo que indique o exame ECG como discutido anteriormente A realizaccedilatildeo mais raacutepida do ECG sem necessariamente ser uma indicaccedilatildeo exclusiva da medicina auxilia na conduccedilatildeo terapecircutica com maior agilidade e exclui a necessidade de maior nuacutemero de cores graduais para avaliaccedilatildeo da gravidade do quadro cliacutenico

Outro aspecto importante na discussatildeo estrutural do protocolo eacute a sua apresentaccedilatildeo impressa O enfermeiro 2 considera que ldquodeveria ser de apenas uma folhardquo O documento original desenvolvido no HIAE eacute impresso em apenas uma folha utilizando-se uma fonte menor Optou-se neste estudo em distribuiacute-lo em duas folhas para proporcionar melhor visibilidade ao enfermeiro A proposta inicial deste estudo trata de que se este protocolo sugerido fosse avaliado majoritariamente como positivo seria apresentado agrave Diretoria de Enfermagem da instituiccedilatildeo e adaptado de acordo com a necessidade e comodidade dos profissionais enfermeiros de acordo com a sua proacutepria avaliaccedilatildeo Logo seria de faacutecil realizaccedilatildeo a reestruturaccedilatildeo desse instrumento conforme sugerido pelos sujeitos desse estudo

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Tabela 5 - Distribuiccedilatildeo da avaliaccedilatildeo da diferenccedila em utilizar o Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem e do Protocolo Institucional Adaptado de Manchester

Enfermeiro Positivo Negativo

Enfermeiro 1 Classificaccedilatildeo mais adequada

Mais extenso

Enfermeiro 2 Este eacute mais completo O outro eacute incompleto

Enfermeiro 3 Identifica melhor o risco de uma situaccedilatildeo grave O outro eacute incompleto

Enfermeiro 4 Este eacute completo daacute a noccedilatildeo de fatores de risco O outro eacute incompleto

Enfermeiro 5 Para a dor toraacutecica esse eacute melhor eacute mais explicativo O nosso eacute mais raacutepido mas eacute muito geneacuterico

Enfermeiro 6 Eacute mais completo facilita a identificaccedilatildeo de um evento cardiacuteaco Da instituiccedilatildeo eacute mais geneacuterico

Enfermeiro 7 Este daacute mais seguranccedila para classificar a sintomatologia do paciente

Total 7 1 Fonte Dados obtidos pela autora (2014)

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Identifica-se 100 de avaliaccedilotildees positivas para utilizar o protocolo do HIAE em relaccedilatildeo ao protocolo institucional O consenso das respostas daacute conta de que o protocolo do HIAE ldquoeacute mais completordquo para a avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica Um protocolo assistencial estaacute em consonacircncia com a realidade de um serviccedilo quando contempla as situaccedilotildees previstas e imprevistas o que caracteriza um instrumento mais ldquocompletordquo Ao abordar o protocolo institucional adaptado do protocolo de Manchester devem-se considerar os riscos no emprego de protocolos Algumas vezes as adaptaccedilotildees de protocolos internacionais nem sempre estatildeo apropriados ou bem adaptados agraves necessidades do serviccedilo pois natildeo satildeo abrangentes e natildeo consideram todas as questotildees inclusive as imprevistas Para esta apropriaccedilatildeo eacute fundamental a realizaccedilatildeo de estudos acerca do puacuteblico-alvo profissionais vantagens e desvantagens envolvidos (WERNECK FARIA CAMPOS 2009)

Aconselha-se para a classificaccedilatildeo de risco adequada considerando as situaccedilotildees imprevistas que o enfermeiro identifique junto ao paciente as caracteriacutesticas da dor toraacutecica em tiacutepica ou atiacutepica Em alguns casos o paciente pode desenvolver a siacutendrome poacutes IAM com dor toraacutecica que deve ser diferenciada da recidiva do infarto pulmonar e da insuficiecircncia cardiacuteaca congestiva (BOUNDY et al 2004)

Quando natildeo sustentados por criteacuterios adequados agraves reais demandas do serviccedilo os protocolos podem instituir processo de trabalho fragmentado e sem planejamento natildeo garantindo impactos positivos na sauacutede das pessoas (WERNECK FARIA CAMPOS 2009)

Tabela 6 - Distribuiccedilatildeo da avaliaccedilatildeo da aplicabilidade do protocolo ao serviccedilo Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem ao acolhimento da emergecircncia FlorianoacutepolisndashSC 2014

Enfermeiro Positivo Negativo

Enfermeiro 1 Sim menor tempo para o atendimento

Enfermeiro 2 Sim Enfermeiro indicar

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ECG eacute complicado no serviccedilo

Enfermeiro 3 Sim ajuda a classificar Identifica melhor os casos graves

Enfermeiro 4 Sim pois temos muitos casos de dor toraacutecica

Enfermeiro 5 Sim precisa apenas se habituar a usar

Enfermeiro 6 Sim Mas precisa ser melhorado para aplicaccedilatildeo mais raacutepida

Enfermeiro 7 Sim pela facilidade da aplicaccedilatildeo e diferenciaccedilatildeo dos casos de dor toraacutecica

Total 7 2

Fonte Dados obtidos pela autora (2014)

Verifica-se quanto agrave aplicabilidade ao serviccedilo 100 de

avaliaccedilotildees positivas dos enfermeiros em relaccedilatildeo agrave implementaccedilatildeo do protocolo de dor toraacutecica do HIAE para o SACR do SEAHU Quando satildeo adequados agraves necessidades dos profissionais de sauacutede e agrave demanda caracteriacutestica do serviccedilo os protocolos assistenciais tendem a responder satisfatoriamente trazendo seguranccedila aos profissionais (WERNECK FARIA CAMPOS 2009) Observa-se a correlaccedilatildeo das respostas do ldquoenfermeiro 1rdquo do ldquoenfermeiro 3rdquo e do ldquoenfermeiro 7rdquo quando afirmam que o protocolo utilizado possibilitou menor tempo de atendimento melhor identificaccedilatildeo dos casos graves e melhor diferenciaccedilatildeo dos casos de dor toraacutecica ou seja relacionam os benefiacutecios para a classificaccedilatildeo de risco da dor toraacutecica Nos atendimentos em emergecircncia um instrumento cientiacutefico especiacutefico para a dor toraacutecica ou associada a outros sintomas sugestivos de Siacutendrome Coronariana Aguda facilita a tomada de decisatildeo do profissional de sauacutede durante a Classificaccedilatildeo de Risco (HOFFMANN et al 2012)

Consideraccedilotildees Finais

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Identificar a avaliaccedilatildeo dos enfermeiros ao utilizar o

protocolo para dor toraacutecica foi um aspecto essencial para reconhecer a validade do instrumento para o serviccedilo Um protocolo assistencial soacute se torna efetivo quando abrange as necessidades especiacuteficas do puacuteblico atendido e quando corresponde agraves expectativas dos profissionais de sauacutede que o utilizaratildeo

A avaliaccedilatildeo dos enfermeiros que utilizaram o protocolo reflete a necessidade de uma tecnologia em sauacutede consistente e eficaz para uma classificaccedilatildeo de risco segura Contudo algumas adaptaccedilotildees simples necessitam ser realizadas a fim de instituir um protocolo de acordo com a necessidade dos profissionais e a realidade do serviccedilo em questatildeo

Houve prevalecircncia das avaliaccedilotildees positivas em relaccedilatildeo agraves negativas Quanto agraves positivas o uso do protocolo foi importante pra sanar as duacutevidas de classificaccedilatildeo tornaacute-la mais raacutepida segura pautar a praacutetica do profissional de Enfermagem durante a classificaccedilatildeo de risco As avaliaccedilotildees negativas consideram principalmente o formato impresso do protocolo e sua extensatildeo O formato poderaacute ser facilmente reformulado de acordo com a necessidade dos profissionais e do serviccedilo Quanto agrave sua extensatildeo fica evidente que um instrumento especiacutefico a fim de descartar diversas as condiccedilotildees cliacutenicas graves tende a conter mais informaccedilotildees que os instrumentos generalistas Situaccedilatildeo que poderaacute ser superada satisfatoriamente mediante tempo de adaptaccedilatildeo dos profissionais

O estudo possibilitou reconhecer que o protocolo sugerido estaacute em consonacircncia com a realidade da atuaccedilatildeo dos enfermeiros na classificaccedilatildeo de risco que utilizam atualmente um instrumento generalista natildeo direcionado agrave Enfermagem

Referecircncias

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6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Para que a aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo do protocolo de Enfermagem para a Dor Toraacutecica no Serviccedilo de Emergecircncia fossem viaacuteveis este estudo precisou ser definido em duas vertentes essenciais A princiacutepio o reconhecimento da demanda foco desta pesquisa o paciente com dor toraacutecica Um protocolo institucional soacute seraacute uacutetil quando se encontra em consonacircncia com o perfil atendido e o possiacutevel benefiacutecio que poderaacute oferecer a esta demanda justifica a sua investigaccedilatildeo Em um segundo momento o protocolo precisa estar de acordo com a realidade do serviccedilo em questatildeo e atender agraves necessidades tambeacutem dos profissionais de sauacutede

Os Serviccedilos de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco satildeo uma proposta do Ministeacuterio da Sauacutede com a finalidade de ldquoadministrarrdquo a demanda de pacientes de um serviccedilo de Emergecircncia de modo a humanizar o cuidado em outras palavras permite uma mudanccedila no fluxo de atendimento ao excluir o atendimento por ordem de chegada e incluir o atendimento por ordem de maior gravidade Atuar no SACR contudo se constitui em uma atividade complexa para o enfermeiro O profissional precisa ser detentor de conhecimento cientiacutefico qualificaccedilatildeo profissional avaliaccedilatildeo criteriosa e tomada raacutepida de decisatildeo a fim de estipular os encaminhamentos corretos para os diferentes quadros cliacutenicos minimizaccedilatildeo o risco de agravos

A dor toraacutecica em especiacutefico foi a sintomatologia elencada para este estudo visto que a avaliaccedilatildeo da dor em si eacute fundamental para que o profissional ofereccedila um serviccedilo de qualidade O sintoma aacutelgico eacute valioso no sentido de identificar a afecccedilatildeo que possa estar a gerando agrave medida que forem observadas suas caracteriacutesticas e fatores de risco associados Tratando-se da dor toraacutecica entende-se como principal sintoma em casos de Siacutendrome Coronariana Aguda que predispotildee ao Infarto Agudo do Miocaacuterdio Os protocolos assistenciais satildeo tecnologias em sauacutede que tem o objetivo de fundamentar a praacutetica profissional organizar o atendimento e diminuir o tempo

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para a instituiccedilatildeo terapecircutica adequada Ao utilizar um protocolo pautado em evidecircncia cientiacutefica a classificaccedilatildeo de risco fica padronizada o enfermeiro atua de forma mais segura e eficaz Esta condiccedilatildeo ficou evidenciada na avaliaccedilatildeo do protocolo realizada pelos enfermeiros que demonstrou-se majoritariamente positiva em relaccedilatildeo ao uso do protocolo para classificar a dor toraacutecica

Durante esta investigaccedilatildeo foi possiacutevel constatar que os protocolos de enfermagem apesar de sua magnitude e comprovada eficaacutecia para a organizaccedilatildeo do serviccedilo e benefiacutecios no atendimento ao paciente satildeo pouco explorados na literatura deixando uma lacuna importante para a assistecircncia de Enfermagem Esta condiccedilatildeo demonstra a necessidade de mais estudos e maiores investimentos na temaacutetica de protocolos especiacuteficos de Enfermagem Para este estudo optou-se por um protocolo de Enfermagem para a dor toraacutecica construiacutedo por uma instituiccedilatildeo de excelecircncia o Hospital Israelita Albert Einstein de Satildeo PauloSP Contudo devido agrave falta de estudos de Enfermagem com relaccedilatildeo aos protocolos assistenciais particularmente para a classificaccedilatildeo de risco da dor toraacutecica o estudo escolhido foi desenvolvido por um meacutedico cardiologista

Quanto agrave identificaccedilatildeo do perfil do paciente com dor toraacutecica atendido no serviccedilo embora natildeo seja serviccedilo de referecircncia em cardiologia comprovadamente existe a necessidade da incorporaccedilatildeo de um protocolo assistencial para a dor toraacutecica devido agrave sua importacircncia enquanto sinal indiacutecio de uma possiacutevel condiccedilatildeo cardioloacutegica grave de alta incidecircncia mundial e no Brasil e pela expressiva demanda com esta queixa a procurar o serviccedilo

A padronizaccedilatildeo no manejo da dor toraacutecica interferiu significativamente para o trabalho do enfermeiro agrave medida que este dispotildee de um instrumento de acordo com o puacuteblico atendido que fundamente suas accedilotildees tornando-o detentor de mais seguranccedila e conhecimento A utilizaccedilatildeo do protocolo organiza o trabalho da equipe de Enfermagem e unifica a linguagem dos profissionais o que ficou evidenciado nas afirmaccedilotildees dos profissionais

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Os dados obtidos neste estudo que identificou o perfil do paciente com dor toraacutecica e a avaliaccedilatildeo do protocolo de dor toraacutecica realizada pelos proacuteprios enfermeiros do serviccedilo e em vigecircncia deste protocolo ter sido validado e utilizado em um serviccedilo de Excelecircncia no paiacutes o estudo deixou evidente que este protocolo de Enfermagem para a avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica durante a Classificaccedilatildeo de Risco eacute passiacutevel de implantaccedilatildeo na instituiccedilatildeo Desse modo seraacute apresentado agrave Diretoria de Enfermagem do HU para possiacutevel institucionalizaccedilatildeo

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REFEREcircNCIAS

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Acesso em 15 out 2013 PIEGAS LS FEITOSA G MATTOS LA NICOLAU JC ROSSI NETO JM et al Sociedade Brasileira de Cardiologia IV Diretriz da Sociedade Brasileira de Cardiologia sobre Tratamento do Infarto agudo do Miocaacuterdio com Supradesniacutevel do Segmento ST Arq Bras Cardiol v93 n6 p179-264 2009 POLIT DF BECK CT HUNGLER BP Fundamentos de pesquisa em enfermagem meacutetodos avaliaccedilatildeo e utilizaccedilatildeo 5 ed Porto Alegre Artmed 2004 487 p POMPEO D A ROSSI L A GALVAtildeO CM Revisatildeo Integrativa etapa inicial do processo de validaccedilatildeo de diagnoacutestico de enfermagem Acta paul Enferm Satildeo Paulo v22 n4 2009 RIOS DFC BRANDAtildeO FB FARIA MNZ ALCANTARA AS SANTOS MIFO Tronboembolismo pulmonar como causa de dor toraacutecica na sala de emergecircncia Rev Meacuted Minas Gerais v20 p465-8 2010 ROCHA ASC ARAUacuteJO MP CARVALHO AF RIBEIRO A MESQUITA ET Evidecircncia de melhora na qualidade do cuidado assistencial no infarto agudo do miocaacuterdio Arq Bras Cardiol v94 n6 2010 SANTOS FLMM ARAUacuteJO TL Vivendo o infarto os significados da doenccedila segundo a perspectiva do paciente Rev Latinoam Enferm v11 n6 p742-8 2003 SANTORO BDC PIMENTA CAM Semelhanccedilas e diferenccedilas da dor nas siacutendromes toraacutecicas revisatildeo sistemaacutetica da literatura Rev Gauacutecha Enferm Porto Alegre (RS) v29 n2 p301-7 jun 2008 SCHNEID S et al Protocolos Cliacutenicos embasados em evidecircncias a experiecircncia do Grupo Hospitalar Conceiccedilatildeo

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Revista AMRIGS Porto Alegre v 47 n2 p 104-114 abrjun 2003 SIMAtildeO AF PRECOMA AD ANDRADE JP CORREA FILHO H Diretriz Brasileira de Prevenccedilatildeo Cardiovascular Arquivos Brasileiros de Cardiologia Sociedade Brasileira de Cardiologia v101 n6 s2 dez 2013 Disponiacutevel em lthttppublicacoescardiolbrconsenso2013Diretriz_Prevencao_Cardiovascularpdfgt Acesso em 07 jan 2013 SOARES FILHO GLF et al Dor toraacutecica no Transtorno de Pacircnico sintoma somaacutetico ou manifestaccedilatildeo de doenccedila arterial coronariana Rev Psiq Cliacutenv34 n2 p 97-101 2007 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0101-60832007000200006amplng=enampnrm=isoamptlng=ptgt Acesso em 10 jun 2010 SOCIEDADE BRASILEIRA PARA O ESTUDO DA DOR Hospital sem Dor Diretrizes para Implantaccedilatildeo da Dor como 5ordm Sinal Vital BRASIL 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwdororgbrprofissionais5_sinal_vitalaspgt Acesso em 21 mar2013 SOUSA VEC LOPES MVO ROCHA DH PASCOAL LM MONTORIL MH MELO RP Troca de gases prejudicada anaacutelise em pacientes com infarto agudo do miocaacuterdio Rev Enferm Rio de Janeiro v16 n4 p545-9 2008 SOUZA CC TOLEDO AD TADEU LFR CHIANCA TCM Classificaccedilatildeo de Risco em Pronto-Socorro concordacircncia entre um protocolo institucional brasileiro e Manchester Rev Latino-Am Enfermagem v19 n1 janfev 2011 VIEIRA W F S RAFAEL D Protocolo de Manejo Hospitalar do Infarto Agudo do Miocaacuterdio com Supradesniacutevel de segmento ST Unidade Coronariana Hospital de Cliacutenicas

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Departamento de Cliacutenica meacutedica Disciplina de Cardiologia Universidade Federal do Paranaacute Curitiba 2011 Disponiacutevel em lthttpwwwhcufprbrsitesdefaultfilesprotocolo_IAMCSST_2011pdfgt 22 abr 2013 WATERKEMPER R REIBNITZ KS MONTICELLI M Dialogando com enfermeiras sobre a avaliaccedilatildeo da dor oncoloacutegica do paciente sob cuidados paliativos Rev Bras Enferm Brasiacutelia 2010 mar-abr 63(2) 334-9 WERNECK MAF FARIA HP CAMPOS KFC Protocolos de Cuidado agrave Sauacutede e Organizaccedilatildeo do Serviccedilo Nuacutecleo de Educaccedilatildeo em Sauacutede Coletiva da Faculdade de Medicina UFMG Editora Coopmed 2009

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APENDICES

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APENDICE A - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (GRUPO 01)

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM ENFERMAGEM CURSO DE MESTRADO PROFISSIONAL ASSOCIADO Agrave

RESIDEcircNCIA INTEGRADA MULTIPROFISSIONAL EM SAUacuteDE

Vocecirc estaacute convidado a participar da pesquisa ldquoAplicaccedilatildeo e Avaliaccedilatildeo de um Protocolo de Enfermagem para Dor Toraacutecica em um Serviccedilo de Emergecircncia Hospitalarrdquo que estaacute sendo desenvolvida pela mestranda Aline Costa Vieira sob orientaccedilatildeo da Profordm Dra Kaacutetia Cilene Godinho Bertoncello

Objetivo da pesquisa ndash auxiliar a equipe de Enfermagem na

Classificaccedilatildeo de Risco do paciente com dor toraacutecica disponibilizando um protocolo especiacutefico para esta dor e analisando seus benefiacutecios

Este estudo faz parte da Dissertaccedilatildeo do Programa de Mestrado Profissional Associado agrave Residecircncia Integrada Multiprofissional em Sauacutede da Universidade Federal de Santa Catarina Caso vocecirc concorde em participar solicitamos que assine no final deste documento No entanto salientamos que sua participaccedilatildeo natildeo eacute obrigatoacuteria e sua recusa natildeo traraacute qualquer prejuiacutezo em relaccedilatildeo agraves pesquisadoras ou discriminaccedilatildeo e atraso no seu atendimento nesta instituiccedilatildeo

O estudo se concretizaraacute com a aplicaccedilatildeo de um protocolo para a avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica durante a Classificaccedilatildeo de Risco elaborado e utilizado por um serviccedilo de referecircncia o Hospital Israelita Albert Einstein de Satildeo Paulo

Dados obtidos para o estudo ndash na hipoacutetese de sua

participaccedilatildeo seratildeo utilizados os dados referentes agrave sua Classificaccedilatildeo de Risco ou seja seu horaacuterio de chegada idade queixa principal iniacutecio e tipo de dor e fatores de risco associados

Sigilo ndash Contando com sua participaccedilatildeo seraacute garantido total

sigilo em relaccedilatildeo a sua identidade que natildeo seraacute apontada durante o estudo ou em suas publicaccedilotildees

Potenciais riscos ndash A pesquisa oferece riscos de desconfortoincocircmodo ao participante agrave medida que for abordado no sentido de participaccedilatildeo no estudo A abordagem poderaacute gerar temor ao

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participante no que se refere agrave exposiccedilatildeo de sua condiccedilatildeo cliacutenica Desse modo o participante seraacute esclarecido detalhadamente acerca das etapas da pesquisa e das informaccedilotildees a serem utilizadas ressaltando o sigilo absoluto de sua identidade Teraacute todas as suas duacutevidas esclarecidas antes e durante sua aplicaccedilatildeo De qualquer forma seraacute garantida a possibilidade de desistecircncia e retirada do consentimento

Benefiacutecios previstos ndash Esta pesquisa propotildee a utilizaccedilatildeo de um instrumento cientiacutefico para a avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica pelos enfermeiros do Serviccedilo de Emergecircncia Adulto com o intuito de prevenir condutas inadequadas no manejo do paciente com esta dor e otimizar seu atendimento Os resultados desta pesquisa seratildeo submetidos agrave devida aprovaccedilatildeo corrigidos e posteriormente enviados agrave divulgaccedilatildeo como artigo cientiacutefico

Custos ndash Os custos relacionados a essa pesquisa seratildeo de inteira responsabilidade das pesquisadoras Sua participaccedilatildeo natildeo acarretaraacute em nenhum custo ou em reembolso ou gratificaccedilatildeo

Se vocecirc tiver alguma duacutevida ou necessidade de mais informaccedilotildees em relaccedilatildeo agrave pesquisa ou natildeo quiser mais fazer parte dela poderaacute entrar em contato pelo telefone com as responsaacuteveis pela pesquisa a seguir Aline Vieira (48) 9615-2850 eou e-mail alinevieira_spohotmailcom e Kaacutetia Bertoncello (48) 9919-9084 eou kbertoncelloyahoocombr

Consentimento de Participaccedilatildeo no Estudo

Eu ________________________________________ declaro que li e estou de acordo em participar do estudo proposto por este documento Fui devidamente informado (a) pela pesquisadora Aline Costa Vieira dos objetivos dados que seratildeo obtidos sigilo riscos benefiacutecios e custos inerentes agrave pesquisa Estou ciente ainda que posso retirar meu consentimento a qualquer momento e que recebi uma coacutepia deste Termo de Consentimento

Florianoacutepolis __________________

_________________________________________

Assinatura do participante

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APENDICE B - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (GRUPO 02)

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM ENFERMAGEM CURSO DE MESTRADO PROFISSIONAL ASSOCIADO Agrave

RESIDEcircNCIA INTEGRADA MULTIPROFISSIONAL EM SAUacuteDE

Com objetivo de compreender os benefiacutecios para os enfermeiros da utilizaccedilatildeo de um protocolo de avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica durante a Classificaccedilatildeo de Risco no Serviccedilo de Emergecircncia de um Hospital Universitaacuterio (HU) do sul do Brasil a mestranda Aline Costa Vieira sob a orientaccedilatildeo da Profordf Drordf Kaacutetia Cilene Godinho Bertoncello estaacute desenvolvendo uma pesquisa intitulada ldquoAplicaccedilatildeo e Avaliaccedilatildeo de um Protocolo de Enfermagem para Dor Toraacutecica em um Serviccedilo de Emergecircncia Hospitalarrdquo Esta pesquisa faz parte da Dissertaccedilatildeo do Programa de Mestrado Profissional Associado agrave Residecircncia Integrada Multiprofissional em Sauacutede da Universidade Federal de Santa Catarina

O estudo se concretizaraacute com a aplicaccedilatildeo e a avaliaccedilatildeo de um protocolo para a avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica elaborado e utilizado por um serviccedilo de referecircncia o Hospital Israelita Albert Einstein de Satildeo Paulo

Procedimentos da Pesquisa ndash mediante sua participaccedilatildeo no estudo em um primeiro momento vocecirc utilizaraacute o Protocolo de Enfermagem para Dor Toraacutecica desenvolvido pelo Hospital Israelita Albert Einstein durante sua atuaccedilatildeo enquanto enfermeiro no Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco no HU quando estiver escalado neste setor Salientamos que este protocolo teraacute como finalidade auxiliar na designaccedilatildeo da classificaccedilatildeo de risco o que natildeo excluiraacute o uso do instrumento de classificaccedilatildeo disponibilizado atualmente na instituiccedilatildeo Lembramos ainda que para utilizar este protocolo vocecirc receberaacute devido treinamento e todas as informaccedilotildees referentes ao estudo que seratildeo fornecidos pelas pesquisadoras O segundo momento da pesquisa contaraacute com sua participaccedilatildeo para avaliar qual o benefiacutecio de dispor deste Protocolo para Dor Toraacutecica durante a Classificaccedilatildeo de Risco Esta avaliaccedilatildeo se consumaraacute com o preenchimento de um instrumento de avaliaccedilatildeo disponibilizado pelas pesquisadoras ao final da coleta de dados

Os procedimentos inerentes agrave implementaccedilatildeo do estudo

requerem a sua autorizaccedilatildeo mediante assinatura ao final do documento para a utilizaccedilatildeo dos dados obtidos durante a Classificaccedilatildeo de Risco

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realizada ao paciente que apresentar dor toraacutecica como queixa principal bem como o registro da condiccedilatildeo cliacutenica deste paciente Dados referentes agrave sua praacutetica profissional enquanto enfermeiro do Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco (SACR) No entanto sua participaccedilatildeo natildeo eacute obrigatoacuteria e a qualquer momento vocecirc poderaacute desistir dela sem qualquer prejuiacutezo junto agraves pesquisadoras ou agrave instituiccedilatildeo

Sigilo ndash Com sua participaccedilatildeo na pesquisa fica garantida a confidencialidade das informaccedilotildees obtidas durante a classificaccedilatildeo de risco Sua identidade natildeo seraacute apontada no decorrer do estudo e em suas publicaccedilotildees

Potenciais riscos ndash A pesquisa oferece riscos de incocircmodo ao participante agrave medida que poderaacute gerar constrangimento para este em recusar a participaccedilatildeo Desse modo o participante seraacute esclarecido de que sua recusa natildeo acarretaraacute em quaisquer desconfortos com relaccedilatildeo agraves responsaacuteveis pela pesquisa tampouco junto agrave instituiccedilatildeo da qual eacute servidor De qualquer forma seraacute garantida a possibilidade de desistecircncia e retirada do consentimento sem prejuiacutezo de nenhuma natureza

Benefiacutecios previstos ndash Esta pesquisa propotildee a utilizaccedilatildeo de um instrumento cientiacutefico para a avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica pelos enfermeiros do Serviccedilo de Emergecircncia Adulto com o intuito de prevenir condutas inadequadas no manejo do paciente com esta dor sanar duacutevidas e otimizar seu atendimento Os resultados desta pesquisa seratildeo submetidos agrave devida aprovaccedilatildeo corrigidos e posteriormente enviados agrave divulgaccedilatildeo como artigo cientiacutefico

Custos ndash Todos os custos referentes agrave pesquisa seratildeo de inteira responsabilidade das pesquisadoras Sua participaccedilatildeo natildeo acarretaraacute em nenhum gasto ou gratificaccedilatildeo

Se vocecirc tiver alguma duacutevida ou necessidade de mais

informaccedilotildees em relaccedilatildeo agrave pesquisa ou natildeo quiser mais fazer parte dela poderaacute entrar em contato pelo telefone com a responsaacutevel pela pesquisa a seguir Aline Vieira (48) 9615-2850 eou e-mail alinevieira_spohotmailcom e Kaacutetia Bertoncello (48) 9919-9084 eou kbertoncelloyahoocombr

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Consentimento de Participaccedilatildeo no Estudo

Eu________________________________________________ declaro que li e estou de acordo em participar do estudo proposto por este documento Fui devidamente informado (a) pela pesquisadora Aline Costa Vieira dos objetivos dados que seratildeo obtidos sigilo riscos benefiacutecios e custos inerentes agrave pesquisa Estou ciente ainda que posso retirar meu consentimento a qualquer momento e que recebi uma coacutepia deste Termo de Consentimento

Florianoacutepolis __________________

_______________________________________

Assinatura do participante

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APEcircNDICE C ndash ROTEIRO DE ENTREVISTA SEMI-ESTRUTURADO

Roteiro semi-estruturado para entrevista Utilizaccedilatildeo do

Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem Albert Einstein Hospital Israelita

1Dados de identificaccedilatildeo Nome do profissional Idade Cargo Tempo de trabalho na profissatildeo Tempo de trabalho na instituiccedilatildeo Tempo de trabalho na emergecircncia Possui Poacutes graduaccedilao ( ) Natildeo ( ) Sim ( ) Especializaccedilatildeo Especificar ( ) Mestrado ( ) Doutorado 2 Roteiro para Entrevista

21 Como vocecirc avalia a utilizaccedilatildeo do Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado 22 Como vocecirc avalia a estrutura o formato e os fluxos de encaminhamentos contidos no Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado 23 Aponte as vantagensfacilidades e desvantagensdificuldades em utilizar o Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem pelo enfermeiro no acolhimento do HU 24 Vocecirc considera este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem aplicaacutevel para o acolhimento na emergecircncia do HU Justifique 25 Na sua opiniatildeo qual (quais) a (s) diferenccedila (s) em utilizar este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem em relaccedilatildeo ao protocolo que jaacute vecircm sendo utilizado na instituiccedilatildeo

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APEcircNDICE D ndash ENTREVISTA COM OS ENFERMEIROS

1Dados de identificaccedilatildeo (ENTREVISTA 1) Nome do profissional ldquoEnfermeiro 1rdquo Idade 26 Cargo Enfermeira Efetiva Tempo de trabalho na profissatildeo 1 ano e 11 meses Tempo de trabalho na instituiccedilatildeo 1 ano e 11 meses Tempo de trabalho na emergecircncia 1 ano e 11 meses Possui Poacutes graduaccedilao ( ) Natildeo (x ) Sim (x ) Especializaccedilatildeo Especificar Gestatildeo Puacuteblica ( ) Mestrado ( ) Doutorado 2 Roteiro para Entrevista

21 Como vocecirc avalia a utilizaccedilatildeo do Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado R Acho que eacute valido para fazer uma classificaccedilatildeo das siacutendromes coronarianas agudas E ele possibilita um tempo de atendimento que prioriza os pacientes com sintomas compatiacuteveis com siacutendrome coronariana aguda Eacute melhor que o adaptado de Manchester para avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica 22 Como vocecirc avalia a estrutura o formato e os fluxos de encaminhamentos contidos no Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado R De faacutecil compreensatildeo 23 Aponte as vantagensfacilidades e desvantagensdificuldades da utilizaccedilatildeo deste Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem pelo enfermeiro no acolhimento do HU R Vantagens ndash tem como meta o atendimento porta-eletro de 10 minutos Eacute bem completo Desvantagens ndash eacute extenso R Facilidade ndash eacute um fluxograma simples de faacutecil compreensatildeo Dificuldade ndash eacute extenso

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24 Vocecirc considera este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem aplicaacutevel para o acolhimento na emergecircncia do HU Justifique Sim Porque iria colaborar com a diminuiccedilatildeo do tempo de atendimento a um paciente infartado por exemplo 25 Na sua opiniatildeo qual (quais) a (s) diferenccedila (s) em utilizar este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem em relaccedilatildeo ao protocolo que jaacute vecircm sendo utilizado na instituiccedilatildeo Este eacute mais extenso poreacutem possibilita uma classificaccedilatildeo de risco mais adequada 1Dados de identificaccedilatildeo (ENTREVISTA 2) Nome do profissional ldquoEnfermeiro 2rdquo Idade 33 Cargo Enfermeira Efetiva Tempo de trabalho na profissatildeo 4 anos Tempo de trabalho na instituiccedilatildeo 4 anos Tempo de trabalho na emergecircncia 3 anos Possui Poacutes graduaccedilao ( ) Natildeo (x ) Sim ( x ) Especializaccedilatildeo Especificar Enfermagem do trabalho (em andamento) ( x ) Mestrado (em andamento) ( ) Doutorado 2 Roteiro para Entrevista 21 Como vocecirc avalia a utilizaccedilatildeo do Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado R Eu achei assim que ele amplia a visatildeo o paciente chega com tal dor tu vai seguindo soacute que nesta parte aqui oh que a gente fica no acolhimento fazendo do eletro eu achei que fica natildeo fica como posso dizer eacute difiacutecil pro enfermeiro ficar laacute vendo a hora que vai fazer porque tu vai tocando ficha tocando ficha paciente chega com dor outro que briga porque quer ser atendido Essa parte eacute que eu achei mais complicada Eu natildeo indicaria o eletro eu deixaria para o ldquodoutorrdquo (risos) Porque na hora assim oh eu pensei seraacute que na rotina como a gente vai vai fazer Como a gente vai se organizar Seraacute que natildeo vai ter intriga entre a equipe de enfermagem e meacutedicos Mas nada que a gente natildeo entre num consenso igual quando comeccedilou o acolhimento a enfermagem que era chefia com um meacutedico que jaacute saiu Eles entraram num consenso treinaram os enfermeiros tiveram que ldquoforccedilarrdquo na cabeccedila da medicina e hoje eles aceitam

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22 Como vocecirc avalia a estrutura o formato e os fluxos de encaminhamentos contidos no Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado R No comeccedilo eu achei complicado porque daqui tem que vir pra caacute e pra caacute Deveria ser tudo na mesma folha porque ajuda e natildeo precisa pular de uma folha para outra 23 Aponte as vantagensfacilidades e desvantagensdificuldades da utilizaccedilatildeo deste Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem pelo enfermeiro no acolhimento do HU R A vantagem eacute que deixa o atendimento mais raacutepido e tu identifica mais facilmente o tipo de dor se eacute uma dor tiacutepica desconforto ou atiacutepica Jaacute te ajuda a encaminhar porque aacutess vezes tem duacutevida ou deixando no amarelo e natildeo eacute poderia deixar no verde Desvantagem ndash para aprender a usar isso aqui no comeccedilo eacute difiacutecil eacute complicado tem que seguir aqui e voltar olhar ver se perguntei isso ou natildeo para o paciente Pelo que eu percebi pelas setas apontando agraves vezes complica para seguir em duas folhas mas nada que com um treinamento natildeo se aprenda 24 Vocecirc considera este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem aplicaacutevel para o acolhimento na emergecircncia do HU Justifique R Acredito que eacute aplicaacutevel soacute esta questatildeo do eletro teria que rever isto eacute mexer com medicina ego de medicina 25 Na sua opiniatildeo qual (quais) a (s) diferenccedila (s) em utilizar este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem em relaccedilatildeo ao protocolo que jaacute vecircm sendo utilizado na instituiccedilatildeo R Aquele adaptado laacute eacute fraco meu deus natildeo tem nem o que falar este aqui eacute completo eacute como eu te falei ele vai indicando as dores tipos e os tipos de encaminhamento se preenche este se preenche aquele se eacute dor tiacutepica ou atiacutepica Eacute 100 melhor e outra coisa a dificuldade de aplicar este no comeccedilo para quem trabalha aqui na unidade ta quem eacute que vai fazer o eletro Eacute o enfermeiro do acolhimento ou o enfermeiro laacute dentro Ou eacute um residente Porque todo mundo quer aprender jaacute vecirc o traccedilado eacute interessante Mas tem dia que ta calmo mas tem dia que eacute uma loucura tu natildeo sabe para que lado olhar estes dias eu cheguei olhei pra Ana e ela olhou pra mim e a gente ficou assim oh o que fazer Ai tem que ver quem vai fazer o eletro Porque agraves vezes para o

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enfermeiro do acolhimento eacute uma ficha atraacutes da outra e agraves vezes tu pensa ah natildeo eacute nada o paciente ta ali quietinho e pode ser um infarto um AVC 1Dados de identificaccedilatildeo (ENTREVISTA 3) Nome do profissional ldquoEnfermeiro 3rdquo Idade 33 Cargo Enfermeira Residente Tempo de trabalho na profissatildeo 10 anos Tempo de trabalho na instituiccedilatildeo 2 anos Tempo de trabalho na emergecircncia 2 anos Possui Poacutes graduaccedilao ( ) Natildeo (x ) Sim ( ) Especializaccedilatildeo Especificar Sauacutede Puacuteblica ( ) Mestrado ( ) Doutorado 2 Roteiro para Entrevista 21 Como vocecirc avalia a utilizaccedilatildeo do Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado R Eu achei bem vaacutelido vai auxiliar para triar melhor mas achei meio longo demorado para usar tem vaacuterios detalhes que natildeo perguntamos na triagem como antecedentes cardiovasculares haacutebitos como tabagismo isso nem sempre a gente pergunta Mas eu acho que ajuda de qualquer maneira qualifica mais a triagem porque identifica mais fatores de risco ou natildeo 22 Como vocecirc avalia a estrutura o formato e os fluxos de encaminhamentos contidos no Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado R Para a gente usar no HU fica um pouco confuso para aplicar na praacutetica pois jaacute estamos acostumadas a usar o outro modelo Este modelo natildeo tem a cor laranja e como eu disse antes satildeo muitas perguntas para a pessoa que jaacute estaacute com dor ter que responder Fazer ele completo eacute difiacutecil tu natildeo vai ter tempo para perguntar tudo isso 23 Aponte as vantagensfacilidades e desvantagensdificuldades da utilizaccedilatildeo deste Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem pelo enfermeiro no acolhimento do HU Vantagens ndash qualifica a triagem vai avaliar melhor os riscos de ser mesmo um infarto uma siacutendrome coronariana Ele eacute mais especiacutefico para a dor toraacutecica o nosso usado eacute mais geral

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Desvantagens ndash achei ele um pouco longo o modelo do nosso eacute mais objetivo porque eacute numa folha soacute eacute mais objetivo Para noacutes demora fazer todas aquelas perguntas 24 Vocecirc considera este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem aplicaacutevel para o acolhimento na emergecircncia do HU Justifique RSim Eacute aplicaacutevel com certeza a gente atende vaacuterios casos de dor toraacutecica e vai estar ajudando a classificar vai estar facilitando Eacute mais um instrumento aleacutem de soacute a intensidade da dor tem mais paracircmetros avalia melhor uma situaccedilatildeo grave 25 Na sua opiniatildeo qual (quais) a (s) diferenccedila (s) em utilizar este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem em relaccedilatildeo ao protocolo que jaacute vecircm sendo utilizado na instituiccedilatildeo R como eu falei apesar da dificuldade pelo tamanho tem mais perguntas a fazer mas ele aborda mais aspectos para identificar o risco de uma situaccedilatildeo grave Ele pode ser readequado para a gente ter mais embasamento Eu acho que daacute para tentar adaptar deixar mais objetivo numa folha soacute mas eacute vaacutelido sim tem essa necessidade O nosso eacute incompleto agraves vezes eacute insuficiente 1Dados de identificaccedilatildeo (ENTREVISTA 4) Nome do profissional ldquoEnfermeiro 4rdquo Idade 38 Cargo Enfermeira Efetiva Tempo de trabalho na profissatildeo 16 anos Tempo de trabalho na instituiccedilatildeo 1 ano Tempo de trabalho na emergecircncia 1 ano Possui Poacutes graduaccedilao ( ) Natildeo (X ) Sim ( ) Especializaccedilatildeo Especificar Sauacutede da famiacutelia ( ) Mestrado ( ) Doutorado 2 Roteiro para Entrevista 21 Como vocecirc avalia a utilizaccedilatildeo do Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado R Eu acho que ele ajudou porque no momento eu consigo ver no fluxograma um suspeita no caso de IAM ou se eacute uma dor atiacutepica acho

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que ele me deu uma boa noccedilatildeo porque a gente tem muitos casos de dor toraacutecica aqui 22 Como vocecirc avalia a estrutura o formato e os fluxos de encaminhamentos contidos no Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado R A uacutenica coisa que ficou complicado eacute que noacutes usamos aqui o vermelho natildeo o laranja eacute aqui neste natildeo tem Mas eu achei legal 23 Aponte as vantagensfacilidades e desvantagensdificuldades da utilizaccedilatildeo deste Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem pelo enfermeiro no acolhimento do HU R A vantagem eacute que o fluxograma me ajuda a avaliar maior chance de ter uma dor tiacutepica ou atiacutepica ne considerando os fatores de risco considerando se a pessoa ta com o sintoma no momento se tem antecedentes isso ajuda Desvantagem ndash natildeo vi desvantagem achei bem legal R Ah eacute porque aqui se tem dor toraacutecica soacute ir seguindo eacute parecido com o que a gente usa ali eu achei faacutecil 24 Vocecirc considera este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem aplicaacutevel para o acolhimento na emergecircncia do HUJustifique R Eu acho que daacute porque a gente tem bastante caso de dor toraacutecica e ajuda a ter uma ideacuteia porque chega pessoa de 60 anos e chega pessoa com 20 anos e dormecircncia no braccedilo entatildeo acho que ele ajuda bastante 25 Na sua opiniatildeo qual (quais) a (s) diferenccedila (s) em utilizar este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem em relaccedilatildeo ao protocolo que jaacute vecircm sendo utilizado na instituiccedilatildeo R Ele te daacute uma noccedilatildeo do que se trata os fatores de risco antecedentes cardiovasculares sabendo que isso influencia ne em ter uma maior chance de IAM ajuda muito e ali no outro natildeo tem Esse eacute bem completo eu acho 1Dados de identificaccedilatildeo (ENTREVISTA 5) Nome do profissional ldquoEnfermeiro 5rdquo Idade 29 anos Cargo enfermeira efetiva Tempo de trabalho na profissatildeo 4 anos Tempo de trabalho na instituiccedilatildeo 4 anos

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Tempo de trabalho na emergecircncia 4 anos Possui Poacutes graduaccedilao ( ) Natildeo (x) Sim(X) Especializaccedilatildeo Especificar Sauacutede Puacutelbica ( ) Mestrado ( ) Doutorado 2 Roteiro para Entrevista 21 Como vocecirc avalia a utilizaccedilatildeo do Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado R Eu achei ele um pouco complicado de usar Eu natildeo tive oportunidade de usar muitas vezes acho que umas 5 ou 6 vezes entatildeo eu acho que talvez por isso A primeira vez que eu usei fiquei um pouco perdida por mais que eu tivesse lido vc tivesse me mostrado Entatildeo eu achei ele um pouco difiacutecil mas eu acredito que com o passar do tempo ele se torne bem uacutetil porque ele eacute bem detalhado Soacute que no momento que tu vai fazer a entrevista do paciente como tu natildeo tinha muita intimidade com ele praacutetica eu me sentia muito perdida porque tinha que olhar para muitos itens sabe mas eu acredito que com o passar do tempo e tendo experiecircncia nele assim como no de Manchester no iniacutecio tambeacutem foi um pouco complicado ne Mas por ser novo e eu ter usado pouco pois fiquei 2 meses de feacuterias 22 Como vocecirc avalia a estrutura o formato e os fluxos de encaminhamentos contidos no Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado R Ele auxilia bastante na tomada de decisatildeo realmente ele traz o motivo traz as coisas baacutesicas que tem que perguntar para o paciente para ver se eacute uma dor tiacutepica atiacutepica se ele precisa ser atendido dentro de um protocolo de dor toraacutecica ne que fala de eletro em 10 minutos tempo porta-agulha porta-balatildeo entatildeo pra isso ele eacute bom porque tem fatores de risco antecedentes tudo isso satildeo coisas que tem que saber E o Manchester ele eacute bem mais pontual ne Esse eacute um pouquinho mais demorado ele eacute grande eu acho ele eacute pra ti usar assim raacutepido ele eacute um pouco grande Eu acho o Manchester mais faacutecil Ele eacute bem auto-explicativo sabe mas as vezes eu ficava meio em duacutevida na hora de que eu usava sabe porque por exemplo se era soacute 1 jaacute caia no dor tiacutepica eu sentia um pouco de duacutevida na hora de usar Ele eacute bem auto-explicativo acredito que com o tempo seria faacutecil de usar Eu tinha um pouco de dificuldade natildeo com a dor tiacutepica a dor tiacutepica era faacutecil de

140

identificar dentro desse instrumento mas a dor atiacutepica eu tive dificuldade 23 Aponte as vantagensfacilidades e desvantagensdificuldades da utilizaccedilatildeo deste Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem pelo enfermeiro no acolhimento do HU REu acho que o tamanho dele eu jaacute falei a desvantagem era realmente muito longo e por natildeo ter intimidade com ele eu acho ele meio difiacutecil de usar essa eacute a desvantagemE a vantagem eacute que ele eacute bem auto-explicativo natildeo tem como tu natildeo esquecer de nada porque ta tudo aqui os fatores de risco de ne sintomas se tem problema na famiacutelia isso tudo explica tudo Neste ponto ele eacute muito bom 24 Vocecirc considera este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem aplicaacutevel para o acolhimento na emergecircncia do HUJustifique REu acho que sim Soacute precisa realmente ter mais eacute mas realmente intimidade com ele se habituar a usar saber como usar ele adequadamente 25 Na sua opiniatildeo qual (quais) a (s) diferenccedila (s) em utilizar este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem em relaccedilatildeo ao protocolo que jaacute vecircm sendo utilizado na instituiccedilatildeo REu acho o protocolo de dor toraacutecica ele eacute mais raacutepido do que esse aqui ele tem poucos pontos para se observar soacute que ele eacute muito geneacuterico assim ele natildeo traz coisaseacute qualquer dor toraacutecica Aqui ele traz mais com casos na dor toraacutecica cardioloacutegica Entatildeo neste ponto voltado para a cardiologia esse aqui eacute melhor neste ponto Mas pela facilidade e agilidade aquele eacute melhor ele eacute mais raacutepido Soacute que voltado para a dor toraacutecica eacute melhor eacute mais explicativo Acredito que ele te leva a fazer uma triagem bem feita cardiologicamente falando 1Dados de identificaccedilatildeo (ENTREVISTA 6) Nome do profissional Enfermeiro 6 Idade 27 anos Cargo enfermeira residente Tempo de trabalho na profissatildeo 45 anos Tempo de trabalho na instituiccedilatildeo 2 anos Tempo de trabalho na emergecircncia 2 anos Possui Poacutes graduaccedilao ( ) Natildeo (x) Sim(X) Especializaccedilatildeo Especificar urgecircncia emergecircncia e APH ( ) Mestrado ( ) Doutorado

141

2 Roteiro para Entrevista 21 Como vocecirc avalia a utilizaccedilatildeo do Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado O instrumento foi importante guiou melhor a conduta a ser seguida ao realizar o acolhimento 22 Como vocecirc avalia a estrutura o formato e os fluxos de encaminhamentos contidos no Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado Eu achei o formato do fluxograma um pouco complicado de entender continha bastante informaccedilotildees mas ao mesmo tempo auxiliava para a triagem das cores que o paciente se encaixaria 23 Aponte as vantagensfacilidades e desvantagensdificuldades da utilizaccedilatildeo deste Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem pelo enfermeiro no acolhimento do HU Vantagens auxilia na classificaccedilatildeo por coresgravidade Desvantagem longo e demorado para aplicar Leva mais tempo para realizar o acolhimento Facilidades melhora a triagem sendo mais corretas pois verifica-se comorbidade e encaminha bem certo como proceder conforme sintomas e comorbidades Dificuldades de contatar o poacutes atendimento com o medico (diagnoacutestico) verificar se fez ECG 24 Vocecirc considera este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem aplicaacutevel para o acolhimento na emergecircncia do HU Justifique Ele eacute aplicaacutevel mas deve ser melhorado (facilitado a leitura para aplicaccedilatildeo mais raacutepida) acho que para o desfecho eacute complicado a enfermeira do acolhimento conseguir acompanhar 25 Na sua opiniatildeo qual (quais) a (s) diferenccedila (s) em utilizar este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem em relaccedilatildeo ao protocolo que jaacute vecircm sendo utilizado na instituiccedilatildeo O Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica eacute bem mais completo e facilita a identificaccedilatildeo real de um provaacutevel evento cardiacuteaco Jaacute o protocolo da instituiccedilatildeo eacute mais sucinto

142

1Dados de identificaccedilatildeo (ENTREVISTA 7) Nome do profissional ldquoEnfermeiro 7rdquo Idade 28 Cargo Enfermeira Residente Tempo de trabalho na profissatildeo 2 anos Tempo de trabalho na instituiccedilatildeo 2 anos Tempo de trabalho na emergecircncia 2 anos Possui Poacutes graduaccedilao (x ) Natildeo ( ) Sim ( ) Especializaccedilatildeo Especificar -___________ ( ) Mestrado ( ) Doutorado 2 Roteiro para Entrevista 21 Como vocecirc avalia a utilizaccedilatildeo do Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado R Achei que ele eacute praacutetico didaacutetico e de faacutecil aplicaccedilatildeo 22 Como vocecirc avalia a estrutura o formato e os fluxos de encaminhamentos contidos no Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado R De faacutecil aplicaccedilatildeo e facilita encaminhamento e tomada de decisatildeo 23 Aponte as vantagensfacilidades e desvantagensdificuldades da utilizaccedilatildeo deste Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem pelo enfermeiro no acolhimento do HU R Vantagens ndash avaliaccedilatildeo do enfermeiro agilidade do processo recuperaccedilatildeo do paciente Desvantagens ndash natildeo tem R Facilidade ndash aplicaccedilatildeo agilidade Dificuldade ndash o serviccedilo natildeo aceitaraacute pedido de ECG com carimbo do enfermeiro 24 Vocecirc considera este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem aplicaacutevel para o acolhimento na emergecircncia do HUJustifique R Sim Pela facilidade de aplicaccedilatildeo e diferenciaccedilatildeo do caso de dor toraacutecica ser IAM ou natildeo Agilidade do atendimento do paciente 25 Na sua opiniatildeo qual (quais) a (s) diferenccedila (s) em utilizar este

143

Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem em relaccedilatildeo ao protocolo que jaacute vecircm sendo utilizado na instituiccedilatildeo R Este daacute mais seguranccedila na hora de classificar a sintomatologia do paciente

144

145

ANEXOS

146

147

ANEXO A - INSTRUMENTO ADAPTADO DO PROTOCOLO DE MANCHESTER

IacuteNDICE DE FLUXOGRAMAS

Nordm QUEIXA PRINCIPAL (motivo da vinda ao

hospital) PAacuteGINA

01 ASMA 01

02 AUTO-AGRESSAtildeO (TENTATIVA DE

SUICIDIO) 02

03 CEFALEIA 03

04 COMPORTAMENTO ESTRANHO 04

05 CONVULSOtildeES 05

06 CORPO ESTRANHO 06

07 DIABETES HISTOacuteRIA DE 07

08 DIARREIA 08

09 DISPNEIA 09

10 DOENCcedilA HEMATOLOacuteGICA 10

11 DOENCcedilA MENTAL 11

12 DOENCcedilAS SEXUALMENTE

TRANSMISSIacuteVEIS 12

148

13 DOR ABDOMINAL 13

14 DOR CERVICAL 14

15 DOR DE GARGANTA 15

16 DOR LOMBAR 16

17 DOR TESTICULAR 17

18 DOR TORACICA 18

19 EMBRIAGUES APARENTE 19

20 ERUPCcedilAtildeO CUTAcircNEA 20

21 ESTADO DE INCONSCIEcircNCIA 21

22 EXPOSICcedilAtildeO A AGENTES QUIacuteMICOS 22

23 FERIDAS 23

24 GRAVIDEZ 24

25 HEMORRAGIA DIGESTIVA 25

26 HEMORRAGIA VAGINAL 26

27 MAL ESTAR EM ADULTO 27

28 INFECCCcedilOtildeES LOCAIS E ABSCESSOS 28

29 MORDEDURAS E PICADAS 29

30 PROBLEMAS DENTAacuteRIOS 30

31 PROBLEMAS EM EXTREMIDADES

(MEMBROS) 31

149

32 PROBLEMAS NASAIS 32

33 PROBLEMAS NOS OUVIDOS 33

34 PROBLEMAS OFTALMOLOacuteGICOS 34

35 PROBLEMAS URINAacuteRIOS 35

36 QUEDAS 36

37 QUEIMADURAS 37

38 QUEIXAS ANAIS 38

39 SUPERDOSAGEM E ENVENENAMENTO

(intoxicaccedilotildees exoacutegenas) 39

40 TRAUMA CRAcircNIO-ENCEFALICO 40

41 VERTIGEM E TONTURAS 41

42 VOcircMITOS 42

150

FLUXOGRAMA 18 - DOR TORAacuteCICA

151

ANEXO B - FLUXOGRAMA DE TRIAGEM CARDIOLOacuteGICA DE ENFERMAGEM

AGRADECIMENTOS

A Deus por estar presente em todos os momentos da minha vida por me carregar em seus braccedilos nos momentos mais difiacuteceis ldquoachei que fossem os meus passos senhor mas eram os seusrdquo A Nossa Senhora Desatadora dos noacutes de quem sou devota por me conceder forccedilas me ajudar nos momentos tatildeo difiacuteceis que passei Ao meu amor Aneacutesio que me incentivou a acreditar neste sonho Apesar de que a distacircncia entre noacutes tenha aumentado aleacutem dos 1100 km ainda repouso em seus braccedilos nos meus breves sonhos Aos meus irmatildeos e sobrinhas pelo amor que nos une mesmo com a distacircncia por sempre terem acredito em mim muitas vezes mais do que eu mesma Ao meu pai pela ajuda incentivo e por estar ao meu lado por tantas caminhas Agraves melhores amigas que algueacutem pode ter Juliana obrigada amiga por estar ao meu lado em tantos momentos de felicidades e claro de tempestadesque iratildeo embora em breve Maria Aline vocecirc sabe o quanto eacute importante para mim obrigada por ser meu consolo por sua alegria e nossas risadas Danuacutebia por sua amizade por ser tatildeo companheirapelas longas conversas ao telefone e por sua percepccedilatildeo de tudo ldquotodo mundo quer amor amor que eacute bom ningueacutem quer darrdquo Thaise sem vocecirc tudo seria tatildeo mais difiacutecil Obrigada amiga minha companheira de sonhos conversas e de coragem

Ao meu melhor amigo do mundo e ldquodefensor da humanidaderdquo Felipe por ser meu ldquoassessorrdquo sempre com um sorriso no rosto e ter me acompanhado nas gravaccedilotildees das entrevistas ateacute mesmo em um saacutebado de sol Aos amigos do CVS ndash Satildeo Joseacute por tornarem minhas tardes tatildeo agradaacuteveis pela amizade e conselhos Em especial agrave ldquomanardquoAline que jaacute estaacute em meu coraccedilatildeo Aos meus amigos e colegas de mestrado por trilharem ao meu lado por este caminho pela parceria e amizade Em especial agraves eternas ldquoR1rdquo Thaise Honorato e Luciana Hagemann pela forccedila e afeto Agrave minha orientadora Kaacutetia por seu amparo sempre carinhoso por toda a sabedoria a mim transmitida pela disponibilidade e paciecircncia Agrave minha co-orientadora Juliana muito obrigada por toda gentileza compreensatildeo pelas palavras saacutebias por toda ajuda sempre prontamente Aos membros da banca por aceitarem tatildeo prontamente o meu convite e me transmitirem conhecimento sabedoria Enfim a todos aqueles que estiveram direta ou indiretamente ao meu lado pelo incentivo confianccedila amor e amizade sem vocecircs eu natildeo conseguiria estar aqui

VIEIRA AC Protocolo de Enfermagem para Dor Toraacutecica em um Serviccedilo de Emergecircncia Hospitalar Aplicaccedilatildeo e Avaliaccedilatildeo 2014 151p Dissertaccedilatildeo (Mestrado) Programa de Mestrado Multidisciplinar em Sauacutede Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2014 Orientadora Dra Kaacutetia Cilene Godinho Bertoncello

RESUMO

A avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica eacute uma atribuiccedilatildeo complexa e frequente dos enfermeiros nos serviccedilos de emergecircncia hospitalar No Brasil as doenccedilas cardiovasculares a reflexo da incidecircncia mundial constituem a principal causa de morte A dor toraacutecica eacute considerada sintoma principal para a Siacutendrome Coronariana Aguda portanto uma preocupaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede e pacientes Apesar da dimensatildeo das queixas de dor toraacutecica nos serviccedilos de emergecircncia existe deficiecircncia da padronizaccedilatildeo das condutas para a Enfermagem e para os estudos para construccedilatildeo de protocolos assistenciais Portanto este estudo propocircs a aplicaccedilatildeo de um protocolo para avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica no Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco (SACR) do Serviccedilo de Emergecircncia de um Hospital Universitaacuterio do Sul do paiacutes que natildeo conta com protocolos especiacuteficos de Enfermagem Optou-se por um protocolo desenvolvido e utilizado em um serviccedilo de excelecircncia do paiacutes o Hospital Israelita Albert Einstein de Satildeo PauloSP Trata-se de uma pesquisa qualitativa do tipo transversal prospectiva e descritiva O desenvolvimento deste estudo foi norteado por duas vertentes essenciais o reconhecimento do perfil do paciente com dor toraacutecica atendido no serviccedilo e a identificaccedilatildeo da avaliaccedilatildeo do protocolo sugerido pelos enfermeiros do SACR Os dados encontrados demonstraram uma demanda de pacientes com dor toraacutecica expressivamente feminina (657) caracterizando a baixa procura masculina pelos serviccedilos de sauacutede A maioria dos casos pouco-urgentes (66) contra (45) emergentes Sobressai a classificaccedilatildeo dos enfermeiros estipulando emergente

em 507 das classificaccedilotildees e pouco-urgente em 224 o que reflete uma valorizaccedilatildeo da dor toraacutecica por parte dos profissionais ao utilizar o protocolo Verificou-se a expressiva incidecircncia dos fatores de risco para o IAM associados agrave dor toraacutecica 478 dos pacientes satildeo hipertensos e 269 deles possuem histoacuteria familiar de Doenccedila Arterial Coronariana Quanto agrave avaliaccedilatildeo do protocolo realizada pelos enfermeiros os dados obtidos datildeo conta de que haacute um consenso entre os enfermeiros de que o protocolo sugerido prioriza o atendimento agrave Siacutendrome Coronariana Aguda identifica melhor o tipo de dor conferindo respaldo para a sua praacutetica e sendo considerado uacutetil e aplicaacutevel ao serviccedilo O estudo possibilitou reconhecer que o protocolo sugerido estaacute em consonacircncia com a realidade da atuaccedilatildeo dos enfermeiros na classificaccedilatildeo de risco que utilizam atualmente um instrumento generalista natildeo direcionado agrave Enfermagem Desse modo seraacute apresentado agrave Diretoria de Enfermagem do HU para possiacutevel institucionalizaccedilatildeo Descritores Dor Toraacutecica Siacutendrome Coronariana Aguda Enfermagem em Emergecircncia Classificaccedilatildeo de Risco Protocolos

VIEIRA AC Implementation and Evaluation of a Nursing Protocol for Chest Pain in a Hospital Emergency Service 2014 151p Dissertation (Master) Multidisciplinary Masters Programme in Health Federal University of Santa Catarina Florianoacutepolis 2014 Advisor Dr Katia Cyllene Godinho Bertoncello

ABSTRACT

The evaluation of chest pain is a complex and frequent assignment of nurses in hospital emergency departments In Brazil cardiovascular diseases worldwide incidence reflection of the leading causes of death Chest pain is regarded as a primary symptom for Acute Coronary Syndrome therefore a concern of health professionals and patients Despite the scale of the complaints of chest pain in emergency departments deficiency of the standardization of approaches for Nursing and studies for construction of care protocols Therefore this study proposed the implementation of a protocol for evaluation of chest pain in Home Service with Risk Rating ( SACR ) of the Emergency Department of a University Hospital in the South which has no specific protocols of Nursing We opted for a protocol developed and used in service excellence in the country the Albert Einstein Jewish Hospital in Satildeo Paulo SP This is a qualitative research cross-sectional prospective and descriptive The development of this study was guided by two main components the recognition profile of the patient with chest pain attended the service and the identification of the evaluation of the protocol suggested by the nurses SACR The data obtained showed a demand for female patients with chest pain significantly (657 ) featuring low male demand for health services Most bit - urgent cases (66 ) versus (45 ) emerging stands out the classification of nurses stating emerging in 507 of ratings and little - urgent in 224 which reflects an appreciation of pain chest by professionals when using the protocol There was a significant incidence of risk factors for AMI associated with chest pain 478 of patients were hypertensive and 269 of them have a family history of coronary artery disease Regarding the evaluation of the protocol

performed by nurses data obtained realize that there is a consensus among nurses suggested that the protocol prioritizes compliance with Acute Coronary Syndrome identifies the best kind of pain giving support to your practice and being considered useful and applicable to the service This study enabled us to recognize that the suggested protocol is in line with the reality of action by nurses in risk rating which currently use a general tool not directed to Nursing Thus it will be presented to the Board of Nursing HU for possible institutionalization Keywords Chest Pain Acute Coronary Syndrome Emergency Nursing Risk Rating Protocols

LISTA DE ABREVIATURAS

APS Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede AVC Acidente Vascular Cerebral DAC Doenccedila Arterial Coroniana HIAE Hospital Israelita Albert Einstein HU Hospital Universitaacuterio IAM Infarto Agudo do Miocaacuterdio SCA Siacutendrome Coronariana Aguda SEA Serviccedilo de Emergecircncia Adulto SACR Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco SEI Serviccedilo de Emergecircncia Interna UFSC Universidade Federal de Santa Catarina

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Sistema operacional Sestatnet para caacutelculo da amostra 54

Figura 2 - Distribuiccedilatildeo percentual da Classificaccedilatildeo de Risco dos

pacientes que procuraram o SEA do HUUFSC de acordo com o

protocolo proposto (Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de

Enfermagem do HIAE) Florianoacutepolis-SC 2014 76

Figura 3 - Distribuiccedilatildeo percentual dos diagnoacutesticos meacutedicos

encontrados na Classificaccedilatildeo dos pacientes com dor toraacutecica

Florianoacutepolis-SC 2014 79

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Nordm de pacientes atendidos anualmente no SEA do HU

51

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Caracterizaccedilatildeo dos pacientes com queixa de dor

toraacutecica que procuraram o Serviccedilo de Emergecircncia do HUUFSC

ndash Florianoacutepolis ndash SC 2013-2014 69

Tabela 2 - Distribuiccedilatildeo da avaliaccedilatildeo da Utilizaccedilatildeo do Protocolo

Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem do HIAE

FlorianoacutepolisndashSC 2014 94

Tabela 3 - Distribuiccedilatildeo da avaliaccedilatildeo das vantagens eou

desvantagens em utilizar o protocolo Fluxograma de Triagem

Cardioloacutegica de Enfermagem do HIAE FlorianoacutepolisndashSC2014 98

Tabela 4 - Distribuiccedilatildeo da avaliaccedilatildeo da estrutura formato e

fluxos de encaminhamentos contidos no Protocolo Fluxograma

de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem do HIAE Florianoacutepolisndash

SC 2014 99

Tabela 5 - Distribuiccedilatildeo da avaliaccedilatildeo da diferenccedila em utilizar o

Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem e do

Protocolo Institucional Adaptado de Manchester 102

Tabela 6 - Distribuiccedilatildeo da avaliaccedilatildeo da aplicabilidade do

protocolo ao serviccedilo Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de

Enfermagem ao acolhimento da emergecircncia FlorianoacutepolisndashSC

2014 103

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 21

2 OBJETIVOS 27

21 Objetivo Geral 27

22 Objetivos Especiacuteficos 27

3 REVISAtildeO DE LITERATURA 29

31 MANUSCRITO 1 ATUACcedilAtildeO DO ENFERMEIRO FRENTE AO PACIENTE COM DOR TORAacuteCICA NOS SERVICcedilOS DE EMERGEcircNCIA HOSPITALAR uma revisatildeo integrativa da literatura 31

4 METODOLOGIA 49

41 TIPO DE PESQUISA 49

42 LOCAL DA PESQUISA 49

43 POPULACcedilAtildeO DO ESTUDO E AMOSTRA 52

44 COLETA DE DADOS 54

45 ETAPAS DA PESQUISA 55

46 CONSIDERACcedilOtildeES EacuteTICAS 57

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 59

51 MANUSCRITO 2 - O PERFIL DO PACIENTE COM DOR TORAacuteCICA DO SERVICcedilO DE EMERGEcircNCIA ADULTO DE UM HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO DO SUL DO BRASIL 61

52 A AVALIACcedilAtildeO DOS ENFERMEIROS DE UM SERVICcedilO DE EMERGEcircNCIA HOSPITALAR SOBRE A UTILIZACcedilAtildeO DE UM PROTOCOLO PARA A DOR TORAacuteCICA VALIDADO EM UM SERVICcedilO DE REFEREcircNCIA 89

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 109

REFEREcircNCIAS 113

APENDICES 123

APENDICE A - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (GRUPO 01) 125

APENDICE B - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (GRUPO 02) 127

APEcircNDICE C ndash ROTEIRO DE ENTREVISTA SEMI-ESTRUTURADO 131

APEcircNDICE D ndash ENTREVISTA COM OS ENFERMEIROS 133

ANEXOS 145

ANEXO A - INSTRUMENTO ADAPTADO DO PROTOCOLO DE MANCHESTER 147

ANEXO B - FLUXOGRAMA DE TRIAGEM CARDIOLOacuteGICA DE ENFERMAGEM 151

21

1 INTRODUCcedilAtildeO

A avaliaccedilatildeo da dor segue como um desafio aos profissionais de sauacutede nos serviccedilos de emergecircncia hospitalar devido agrave subjetividade e dificuldades em sua mensuraccedilatildeo De acordo com a Associaccedilatildeo Internacional para o Estudo da Dor a dor eacute definida como ldquoexperiecircncia sensorial e emocional desagradaacutevel associada a um dano real ou potencial dos tecidos ou descrita em termos de tal dano Sempre eacute subjetiva e cada indiviacuteduo aprende a utilizar este termo por meio de suas experiecircnciasrdquo (MERSKEY et al 1979 p249) Apesar de sua subjetividade avaliar a dor configura-se em uma tarefa essencial ao trabalho da Enfermagem agrave medida que eacute um sintoma importante para a investigaccedilatildeo do quadro cliacutenico do paciente Para que natildeo haja subtratamento da dor eacute necessaacuterio ao enfermeiro dispensar especial atenccedilatildeo uma vez que o ato de medir o fenocircmeno aacutelgico requer observaccedilatildeo escuta atenta e sobretudo acreditar na queixa dolorosa que o paciente refere (MORAIS et al 2009)

Com o objetivo de conferir maior relevacircncia agrave avaliaccedilatildeo da dor e consequentemente conscientizaccedilatildeo da importacircncia desta atribuiccedilatildeo por parte dos profissionais de sauacutede a Sociedade Americana da Dor a cita pela primeira vez como 5ordm sinal em vital (AMERICAN PAIN SOCIETY 1999) No entanto a sensaccedilatildeo dolorosa embora seja um indicativo de alteraccedilotildees e distuacuterbios fiacutesicos ou psicoloacutegicos ainda natildeo eacute considerada uma prioridade quando comparada a outros sinais vitais visto que por sua relaccedilatildeo com a subjetividade haacute uma tendecircncia em muitas vezes ser desacreditada ou desvalorizada por profissionais de sauacutede (SOCIEDADE BRASILEIRA PARA O ESTUDO DA DOR 2013)

A avaliaccedilatildeo da dor juntamente com os sinais vitais e o registro sistemaacutetico e perioacutedico de sua intensidade eacute fundamental para que se acompanhe a evoluccedilatildeo dos pacientes e se realize os

22

ajustes necessaacuterios ao tratamento (SOCIEDADE BRASILEIRA PARA O ESTUDO DA DOR 2013)

Reafirmando a necessidade de considerar a dor como prioridade no tratamento estudos revelam que a maioria dos pacientes que procuram os serviccedilos de emergecircncia refere algum tipo de dor Neste sentido a sua avaliaccedilatildeo correta durante o acolhimento eacute essencial para uma classificaccedilatildeo na prioridade adequada Referente agrave subjetividade da dor os aspectos culturais de expressatildeo verbal expressotildees corporais e alteraccedilotildees de comportamento devem ser considerados (GRUPO BRASILEIRO DE CLASSIFICACcedilAtildeO DE RISCO 2010)

Dentre os diversos tipos de dor encontra-se a dor toraacutecica um sintoma que pode ser desencadeado por um amplo espectro de afecccedilotildees Na vigecircncia deste tipo de dor faz-se relaccedilatildeo imediata com a causa cardioloacutegica por ser sinal especiacutefico claacutessico para a Siacutendrome Coronariana Aguda (SCA) Em contraponto autores elencaram na literatura que metade dos pacientes com dor toraacutecica natildeo tem causa cardiacuteaca para seus sintomas ocorrendo portanto muitas abordagens inadequadas para sua avaliaccedilatildeo principalmente em unidades de emergecircncia (RIOS et al 2010)

Embora a causa cardiacuteaca natildeo seja a mais incidente na decorrecircncia de dor toraacutecica haacute que ser considerada no atendimento do enfermeiro ao paciente com esta queixa visando o tempo-ouro do atendimento em caso de isquemia miocaacuterdica Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia nestes casos o tempo decorrente entre a chegada do paciente ao serviccedilo de emergecircncia ateacute a realizaccedilatildeo do eletrocardiograma natildeo deve exceder a 10 minutos (PIEGAS et al 2009) Nota-se portanto a importacircncia de uma avaliaccedilatildeo raacutepida e precisa na classificaccedilatildeo de risco realizada pelo enfermeiro

Embora exista elevada prevalecircncia da dor toraacutecica nos serviccedilos de emergecircncia a padronizaccedilatildeo no atendimento a estes pacientes ainda eacute deficiente o que pode resultar em atraso na instituiccedilatildeo da medida terapecircutica adequada em casos cliacutenicos graves (FARIAS MOREIRA 2012) A abordagem do paciente com queixas de dor toraacutecica nos serviccedilos de emergecircncia eacute uma

23

preocupaccedilatildeo das disciplinas da aacuterea da sauacutede e permanece em discussatildeo segundo referem Rios et al (2010)

Para os autores a reduccedilatildeo dos eventos coronarianos ocorre quando a SCA eacute tratada de acordo com evidecircncias de eficaacutecia comprovada e o uso de protocolos surge como um instrumento de otimizaccedilatildeo da qualidade de atendimento (FARIAS MOREIRA 2012)

Em um Hospital Universitaacuterio (HU) do sul do Brasil onde foi desenvolvido este estudo especificamente no Serviccedilo de Emergecircncia Adulto (SEA) natildeo haacute protocolos para a maioria das injuacuterias que surgem no quotidiano de trabalho da equipe de Enfermagem Esta fragilidade vem a justificar o interesse desta pesquisa em sugerir a aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de um protocolo especiacutefico para a dor toraacutecica para o embasamento da praacutetica profissional dos enfermeiros Trata-se de um protocolo desenvolvido e utilizado em um centro de referecircncia do paiacutes ldquoO Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagemrdquo do Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE) de Satildeo PauloSP Este protocolo foi elaborado em 2010 e atualizado em 2012 por um meacutedico cardiologista do HIAE Luciano Forlenza embora seja direcionado ao Serviccedilo de Enfermagem Ao conhecer este e demais estudos em desenvolvimento nos grandes centros com atendimento em unidades de Emergecircncia como os hospitais da regiatildeo sudeste centro-oeste e sul onde a grande maioria jaacute possui protocolos de avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica eacute que a proposta deste projeto tomou fundamentos para seu desenvolvimento

Durante minha praacutetica profissional em dois anos enquanto enfermeira residente no SEA do HU em observaccedilatildeo empiacuterica em serviccedilo princiacutepio dos Programas de Residecircncia Multiprofissionais vivenciei a necessidade de um instrumento cientiacutefico para assegurar as accedilotildees de Enfermagem para a Classificaccedilatildeo de Risco durante o Acolhimento dos pacientes atendidos O Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco (SACR) do HU foi implantado em agosto de 2011 Utilizando-se a tiacutetulo de fundamento nas classificaccedilotildees um instrumento adaptado do Protocolo de Triagem de Manchester (MACKAWAY-JONES 1997) desenvolvido pela proacutepria instituiccedilatildeo No entanto

24

este instrumento natildeo se torna satisfatoacuterio para estratificar o risco das condiccedilotildees cliacutenicas em geral tampouco em casos de dor toraacutecica agrave medida que natildeo haacute especificidade e detalhamento da sintomatologia e sinais cliacutenicos de gravidade Ainda natildeo houve desde o iniacutecio da implantaccedilatildeo do SACR quaisquer avaliaccedilotildees da precisatildeo e da acuraacutecia das classificaccedilotildees bem como sustentaccedilatildeo dos seus niacuteveis de evidecircncia

Enquanto enfermeira residente vislumbrei a essencialidade do conhecimento e a correta avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica considerando tambeacutem que a principal causa de morte no Brasil e no mundo durante deacutecadas e prevalecendo ainda na atualidade satildeo as doenccedilas do aparelho circulatoacuterio E dentre estas o Infarto Agudo do Miocaacuterdio (IAM) eacute apontado como segundo lugar no ranking das afecccedilotildees (BRASIL 2008)

Embora natildeo se trate de um serviccedilo com especialidade em cardiologia o SEA do HU atende a uma populaccedilatildeo consideraacutevel de pacientes que procuram a instituiccedilatildeo referindo a dor toraacutecica Foi possiacutevel comprovar esta demanda quando finalizei a primeira pesquisa sobre o perfil do paciente com dor toraacutecica no Trabalho de Conclusatildeo de Curso do Programa de Residecircncia onde verifiquei que cerca de 880 pacientes anualmente procuram o HU relatando dor toraacutecica como queixa principal e motivo de procura pelo serviccedilo acarretando em que esta seja considerada a quinta principal queixa atendida na unidade

Eacute necessaacuterio que a instituiccedilatildeo e a equipe de meacutedicos e enfermeiros estejam treinadas e equipadas com uma ferramenta que os auxilie no manejo dos pacientes acometidos com dor toraacutecica sistematizando o cuidado e tornando-o mais organizado O enfermeiro que atua nesse setor deve ter conhecimento cientiacutefico e tomar decisotildees raacutepidas e concretas reconhecendo situaccedilotildees que oferecem riscos aos pacientes ter familiaridade com a SCA Dessa forma a utilizaccedilatildeo de protocolos eacute fundamental na otimizaccedilatildeo do atendimento controle dos fatores de riscos cardiovasculares para a melhoria da qualidade de vida e aumento da sobrevida dessas pessoas (FERREIRA MADEIRA 2011)

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Partindo do protocolo de Enfermagem para avaliaccedilatildeo de dor toraacutecica utilizado no Hospital Israelita Albert Einstein considerado um centro de referecircncia acredita-se que este estudo seraacute congruente com as necessidades do SACR do HU uma vez que os protocolos satildeo gerados a partir da identificaccedilatildeo de fragilidades do serviccedilo

Para desenvolver este estudo partir-se-aacute da seguinte questatildeo norteadora Qual o perfil do paciente com queixa de dor toraacutecica do Serviccedilo de Emergecircncia Adulto do HU E qual a avaliaccedilatildeo dos enfermeiros do serviccedilo ao utilizar um protocolo de Enfermagem especiacutefico para a dor toraacutecica durante a Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes com esta queixa

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2 OBJETIVOS

21 OBJETIVO GERAL

Avaliar a utilizaccedilatildeo do Protocolo ldquoFluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagemrdquo para a Praacutetica de Enfermagem durante a Classificaccedilatildeo de Risco no Serviccedilo de Emergecircncia Adulto de um Hospital Universitaacuterio do Sul do Paiacutes

22 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

- Identificar e avaliar o perfil dos pacientes atendidos com dor toraacutecica no SACR do Serviccedilo de Emergecircncia Adulto de um Hospital Universitaacuterio do Sul do Paiacutes

- Aplicar e avaliar a utilizaccedilatildeo do protocolo ldquoFluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagemrdquo do HIAE no SACR do Serviccedilo de Emergecircncia do HU

- Analisar a viabilidade da utilizaccedilatildeo do Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem do HIAE para a Emergecircncia Adulto do HU

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3 REVISAtildeO DE LITERATURA

A revisatildeo de literatura deste estudo seraacute apresentada em forma de manuscrito Mediante apresentaccedilatildeo deste trabalho em banca examinadora e devida aprovaccedilatildeo o manuscrito seraacute submetido agraves devidas correccedilotildees e enviado posteriormente para publicaccedilatildeo em perioacutedico indexado

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31 MANUSCRITO 1 ATUACcedilAtildeO DO ENFERMEIRO FRENTE AO PACIENTE COM DOR TORAacuteCICA NOS SERVICcedilOS DE EMERGEcircNCIA HOSPITALAR UMA REVISAtildeO INTEGRATIVA DA LITERATURA

Resumo A dor toraacutecica eacute uma das queixas mais frequumlentes referidas pelos pacientes no serviccedilo de emergecircncia hospitalar no Brasil Esta sintomatologia pode ser indicativo de diversas alteraccedilotildees fiacutesicas eou psicoloacutegicas desde uma crise de ansiedade ateacute o infarto agudo do miocaacuterdio Assim o enfermeiro que atua no serviccedilo de emergecircncia precisa ser capacitado a fim de conhecer as diversas etiologias que podem incorrer em dor toraacutecica e apto a reconhecer um possiacutevel sinal de gravidade Este estudo eacute uma revisatildeo integrativa de literatura que objetivou reunir estudos sobre a assistecircncia de Enfermagem ao paciente com dor toraacutecica no serviccedilo de emergecircncia hospitalar no periacuteodo de 2002 a 2014 Pesquisou-se em bases de dados eletrocircnicas nas diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia e nos acervos da Biblioteca do Ministeacuterio da Sauacutede (Brasil) Foram eleitos e submetidos agrave anaacutelise 30 estudos As categorias que emergiram foram Entendendo a Dor Toraacutecica Causas e Epidemiologia da Dor Toraacutecica Avaliaccedilatildeo da Dor Toraacutecica o uso de Protocolos Assistenciais Nos artigos analisados houve a citaccedilatildeo predominante da avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica enquanto desafio para o enfermeiro Devido agrave multicausalidade de fatores que podem a desencadear duacutevidas na classificaccedilatildeo da dor podem ocorrer O uso de protocolos surge como uma ferramenta de tecnologia em sauacutede com o objetivo de embasar cientificamente as praacuteticas do enfermeiro Palavra-chave Dor Toraacutecica Siacutendrome Coronariana Aguda Enfermagem em Emergecircncia Assistecircncia de Enfermagem

Abstract This study aimed to investigate the scientific assistance from nurse about the patient complaining of chest pain in hospital emergency departments Identify which aspects are graded Brazilian studies about nursing care to the patient with chest pain in hospital emergency servicesThis is a literature

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review conducted by research in electronic databases of Latin American Caribbean Health Sciences (LILACS) and the Medical Literature Retrieval System Online (MEDLINE) This study included national publications in the period 2002-2012 as well as guidelines of the Brazilian Society of Cardiology and the Treaty of Medical-Surgical Nursing as complementary Were selected and analyzed 16 studies the categories listed from this analysis causes of chest pain chest pain understanding treatment and evaluation of chest pain Articles were analyzed citation predominant evaluation of chest pain as a challenge for nurses Due to the multi-causality of factors that can trigger doubts in pain score may occur Given the above the use of protocols becomes a tool of health technology in order to scientifically support the practices of nurses Keywords Chest Pain Acute Coronary Syndrome Emergency Nursing Introduccedilatildeo

A dor toraacutecica eacute uma queixa frequente nos serviccedilos de

emergecircncia com base nos atendimentos anuais por dor toraacutecica nos EUA estima-se que aconteccedilam aproximadamente quatro milhotildees de atendimentos por dor toraacutecica ao ano no Brasil Considerando a mesma relaccedilatildeo entre estes paiacuteses nos EUA 5 a 15 dos pacientes que referem dor toraacutecica confirmam diagnoacutestico de Infarto Agudo do Miocaacuterdio calculando-se um quantitativo de 400 mil casos ao ano no Brasil (BASSAN 2002)

Este sintoma pode ser multicausal neste sentido pode ser indiacutecio de alteraccedilotildeesdistuacuterbios fiacutesicos ou psicoloacutegicos desde siacutendrome coronaacuteria aguda (SCA) uma simples contratura muscular ou ateacute mesmo siacutendrome do pacircnico Apesar da causa cardiovascular natildeo ser a mais incidente na decorrecircncia de dor toraacutecica eacute a mais temida devido agrave alta taxa mundial de mortalidade por doenccedilas cardiovasculares (ARAUacuteJO MARQUES 2007)

No Brasil as doenccedilascardiovasculares a reflexo da incidecircncia mundial constituem a principal causa de morte Especificamente em caso de dor toraacutecica sintoma claacutessico de

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doenccedila cardiovascular a padronizaccedilatildeo das medidas baseadas em evidecircncias cientiacuteficas previne desacertos na estratificaccedilatildeo de risco e promovem qualidade do atendimento de Enfermagem reduzindo a ocorrecircncia de danos irreversiacuteveis ao miocaacuterdio (BRASIL 2005) As pesquisas em qualidade do cuidado agrave sauacutede visam reduzir a distacircncia entre o ideal e o praticado nestes casos (ROCHA et al2010) A avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica por parte dos profissionais de sauacutede em geral eacute uma tarefa complexa apesar da elevada demanda de pacientes com dor toraacutecica nos serviccedilos de emergecircncia hospitalar a padronizaccedilatildeo da conduta ainda eacute deficiente o que pode gerar atraso no atendimento (FARIAS MOREIRA 2012) Desenvolvimento

Metodologia

A revisatildeo integrativa da literatura eacute um meacutetodo de estudo

que possibilita reunir e representar as evidecircncias cientiacuteficas acerca de um tema investigado para a melhoria da praacutetica cliacutenica (POMPEO ROSSI GALVAtildeO 2009) Permite averiguar na literatura estudos de diferentes abordagens sobre um determinado assunto reunindo-os e sintetizando-os a fim de obter-se uma conclusatildeo relevante para problemas idecircnticos (POMPEO ROSSI GALVAtildeO 2009) As fases metodoloacutegicas desta pesquisa foram identificaccedilatildeo do tema e da questatildeo de pesquisa busca na literatura categorizaccedilatildeo dos estudos anaacutelise dos estudos da revisatildeo integrativa interpretaccedilatildeo dos resultados siacutentese do conhecimento evidenciado nos artigos pesquisados O levantamento da literatura foi realizado em um recorte temporal de 12 anos no periacuteodo de 2002 a fevereiro de 2014 com o propoacutesito de obter estudos atualizados que abrangessem um nuacutemero consideraacutevel de informaccedilotildees do tema abordado para o embasamento da dissertaccedilatildeo de uma das autoras do artigo A pesquisa em base de dados ocorreu de junho de 2013 a janeiro de 2014

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Para a investigaccedilatildeo da produccedilatildeo cientiacutefica realizou-se uma busca de artigos nas seguintes bases de dados eletrocircnicas Literatura Latino-Americana do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) Medical Literature na Retrieval System On Line (MEDLINE) e Scientific Electronic Library Online (Scielo) Aleacutem das fontes de busca utilizaram-se tambeacutem diretrizes elaboradas pela Sociedade Brasileira de Cardiologia pesquisa virtual de documentos nos acervos da Biblioteca do Ministeacuterio da Sauacutede (Brasil) Para acesso a MEDLINE utilizou-se o portal Pub-Med para acesso agrave LILACS utilizou-se a Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS)

Optou-se pela seguinte estrateacutegia de busca organizaccedilatildeo de descritores para a busca eletrocircnica segundo a diferenciaccedilatildeo entre as bases de dados combinaccedilatildeo de quatro termos de busca (Descritores em Ciecircncias da Sauacutede ndash DeCSMeSH dor no peito siacutendrome coronariana aguda Enfermagem em emergecircncia e assistecircncia de Enfermagem) combinaccedilatildeo de termos boolianos (and or not or not)

Os criteacuterios de inclusatildeo para a seleccedilatildeo dos artigos da pesquisa foram artigos de pesquisa qualitativas e quantitativas sobre o tema estudos que apresentaram os descritores selecionados artigos publicados em portuguecircs artigos publicados na iacutentegra em perioacutedicos ou anais de eventos revisatildeo de literatura relatos de experiecircncia reflexatildeo teoacuterica publicados em perioacutedicos de bases de dados artigos publicados e indexados nas bases de dados Foram excluiacutedos publicaccedilotildees de trabalhos duplicados editoriais resumos em perioacutedicos ou anais de eventos materiais publicados em outros idiomas aleacutem de portuguecircs inglecircs e espanhol

Os artigos foram selecionados de acordo com a pertinecircncia na coleta de dados Inicialmente foi realizada leitura dos resumos identificando a sua relevacircncia para o objetivo do estudo Os materiais considerados vaacutelidos para o estudo foram organizados por completo em uma planilha do programa Excel for Windows conforme suas principais informaccedilotildees tiacutetulo autores ano de publicaccedilatildeo tipo de trabalho objetivos meacutetodos resultados e conclusotildees Cada estudo foi alistado numericamente aleacutem de lido de forma minuciosa Os dados obtidos foram analisados de

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modo a compor uma categorizaccedilatildeo por linhas de convergecircncia posteriormente sintetizados a fim de possibilitar o conhecimento da literatura sobre o tema abordado Entendendo a dor toraacutecica

A dor aguda eacute responsaacutevel por mais de dois terccedilos das

procuras aos serviccedilos de emergecircncia (IASP 2011) ldquoPossui iniacutecio suacutebito e estaacute relacionada a distuacuterbios traumaacuteticos infecciosos ou inflamatoacuterios Tende a desaparecer apoacutes cura da lesatildeo ou resposta a medicamentosrdquo (INCA 2001 p17) McCaffery e Pasero Dal Ponte et al(2008) colocam que ldquoa dor eacute uma queixa frequente que leva os pacientes agrave procura de um pronto socorro poreacutem muitas vezes este sintoma natildeo eacute bem abordado pela equipe de sauacutede que atua nos serviccedilos de emergecircnciardquo

Apesar da temaacutetica da dor natildeo ser tatildeo discutida quanto agrave sua relevacircncia o sintoma aacutelgico eacute um achado cliacutenico importante para a investigaccedilatildeo do distuacuterbio apresentado Estudos revelam por exemplo que a Siacutendrome Coronariana Aguda termo utilizado quando existe evidecircncia de isquemia miocaacuterdica ou infarto eacute responsaacutevel por 12 a 15 dos casos de dor toraacutecica nos serviccedilos de Emergecircncia nos EUA (MILLER GRANDER 2014)

Embora a sintomatologia dos pacientes com isquemia miocaacuterdica possa ser muito variaacutevel 75 a 85 dos pacientes nesta condiccedilatildeo apresentam dor toraacutecica como sintoma predominante (PIEGAS et al 2009) Por esta razatildeo em decorrecircncia desta dor geralmente o paciente e sua famiacutelia vivenciam uma seacuterie de sentimentos como anguacutestia e medo da morte pela relaccedilatildeo social desta dor com a gravidade Ao enfrentar um IAM cada paciente poderaacute reagir de uma forma distinta em virtude do sexo idade crenccedila cultura papel familiar fatores psicoloacutegicos e ateacute mesmo o ambiente (SANTOS ARAUacuteJO 2003)

Entender o significado da doenccedila para o paciente eacute de grande relevacircncia para o cuidado da Enfermagem visto que a falta de conhecimentos sobre os possiacuteveis sentimentos do

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paciente proporcionam um cuidado empiacuterico que pode dificultar o estabelecimento de paracircmetros e dimensotildees para a assistecircncia qualificada O IAM pode desencadear sofrimento aleacutem de fiacutesico o emocional vinculado ao referido medo da morte e da invalidez O estresse gerado por estes sentimentos pode aumentar a demanda de oxigecircnio e comprometer o quadro cliacutenico instalado confirmando a necessidade do conhecimento das possiacuteveis sensaccedilotildees do paciente por parte do enfermeiro (SANTOS ARAUacuteJO 2003)

Sabe-se que os pacientes que procuram atendimento nos serviccedilos de emergecircncia com dor toraacutecica podem ou natildeo estar passando por processo patoloacutegico A intensidade dos sintomas causa apreensatildeo e questionamentos que levam a buscar o entendimento da situaccedilatildeo Os enfermeiros satildeo profissionais responsaacuteveis por atendimento nos aspectos teacutecnicos da condiccedilatildeo cliacutenica mas tambeacutem deve atender as necessidades psicoloacutegicas e espirituais aliviando os seus temores que poderatildeo por si agravar o quadro cliacutenico (ARAUacuteJO MARQUES 2007)

As pessoas com dor toraacutecica isquecircmica satildeo em geral responsaacuteveis por uma famiacutelia como fonte de apoio psico-emocional e financeiro tendo papel fundamental Por esta razatildeo a preocupaccedilatildeo com os familiares eacute imediata o que tambeacutem pode ocasionar aumento do consumo de oxigecircnio e a dor pode estender a aacuterea infartada e acarretar maiores complicaccedilotildees O conhecimento desta condiccedilatildeo sobre os significados da dor para o paciente eacute de extrema importacircncia para toda equipe de sauacutede que atua na sala de emergecircncia O conhecimento sobre os significados da dor para o paciente eacute condicionante para o cuidado de Enfermagem eficaz Estrateacutegias para a amenizaccedilatildeo destes sentimentos deveratildeo fazer parte de estudos futuros evitando assim que estes sentimentos influenciem ainda mais o quadro cliacutenico do paciente (ARAUacuteJO MARQUES 2007)

Outros autores corroboram com a necessidade do reconhecimento do temor do paciente em relaccedilatildeo agrave possiacutevel gravidade do seu caso em decorrecircncia da dor toraacutecica O temor da populaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao Infarto Agudo do Miocaacuterdio eacute relacionado ao seu conhecimento como doenccedila grave de

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evoluccedilatildeo lenta e imprevisiacutevel podendo manter-se estaacutevel por tempo prolongado ou ateacute mesmo evoluir de forma suacutebita estando associada agrave ameaccedila de morte Informaccedilotildees estas veiculadas nos meios de comunicaccedilatildeo de massa informando acerca dos agravos Alguns conceitos por vezes repassados erroneamente natildeo esclarecedores de forma clara e concreta a ocorrecircncia do infarto gerando alarde medo apreensatildeo e conflitos de informaccedilotildees (SANTOS ARAUacuteJO 2003) Causas e Epidemiologia da dor toraacutecica

A dor toraacutecica pode surgir como resultado de diversas

afecccedilotildees distintas entre causa cardiacuteaca com Infarto Agudo do Miocaacuterdio Angina Instaacutevel ou Pericardite vascular com Dissecccedilatildeo Aoacutertica Embolismo Pulmonar pulmonar com Pneumonia Pneumotoacuterax espontacircneo gastrintestinal com Refluxo Esofaacutegico Uacutelcera Peacuteptica Pancreatite musculoesqueleacutetico com Costocondrite simples Contratura Muscular psicoloacutegico com Siacutendrome do Pacircnico ou Ansiedade (ORTIZ et al 2010) Miller and Granger (2014) tambeacutem discorrem sobre o assunto ao afirmar que as etiologias potenciais de desencadearem uma dor toraacutecica aleacutem das doenccedilas do coraccedilatildeo satildeo dissecccedilatildeo de aorta pulmotildees esocircfago estocircmago mediastino pleura e viacutesceras abdominais Por essa razatildeo apenas da causa cardioloacutegica ser a mais temida em vigecircncia da dor toraacutecica natildeo descarta a importacircncia do enfermeiro considerar outras causas Nasi et al (2005) salienta que durante esta avaliaccedilatildeo o enfermeiro deve considerar outras causas potencialmente fatais como dissecccedilatildeo de aorta pericardite embolia pulmonar (NASI et al 2005)

A principal suspeita diagnoacutestica nos casos de dor toraacutecica eacute a causa cardiovascular principalmente pelo seu grau elevado de morbidade e teoricamente pelo iniacutecio abrupto com baixa relaccedilatildeo entre o iniacutecio dos sintomas e oacutebito quando natildeo estabelecido atendimento eficaz em tempo haacutebil A maioria dos casos de morte por IAM ocorrem nas primeiras horas do iniacutecio dos sintomas sendo 40 a 65 na primeira hora e

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aproximadamente 80 nas primeiras 24 horas (PIEGAS et al 2009) As doenccedilas que acometem o aparelho circulatoacuterio satildeo apontadas como as principais causas de mortalidade dos brasileiros desde a deacutecada de 80 prevalecendo na atualidade Dentre elas o acidente vascular cerebral (AVC) eacute a principal causa de morte no Brasil seguida pelo infarto agudo do miocaacuterdio (IAM) no qual a dor toraacutecica eacute referida como sintoma especiacutefico claacutessico A taxa de incidecircncia das doenccedilas circulatoacuterias eacute mais prevalente na regiatildeo sudeste (33 dos casos) seguida pela regiatildeo sul (329 dos casos) Particularmente na regiatildeo sul as causas de morte por doenccedilas do aparelho circulatoacuterio ocupam o primeiro lugar das taxas de mortalidade sucedidas pelas neoplasias e as causas externas

(BRASIL 2008) As doenccedilas coronarianas especificamente Angina

Pectoris o Infarto Agudo do Miocaacuterdio as arritmias cardiacuteacas e os distuacuterbios de conduccedilatildeo eleacutetrica tecircm obtido maior preocupaccedilatildeo por parte dos profissionais de sauacutede em decorrecircncia do crescimento numeacuterico dos distuacuterbios cardiacuteacos isquecircmicos (SOUSA et al2008)

Estudos apontam que diversas causas incomuns podem ocorrer Os sofrimentos psiacutequicos podem mimetizar as afecccedilotildees cardiovasculares acarretando sintomas somaacuteticos (ALBUQUERQUE et al 2010) A dor psicogecircnica natildeo tem etiologia orgacircnica portanto geralmente manifesta-se de forma imprecisa e difusa sem sinais e sintomas associados de gravidade cliacutenica Tambeacutem se pode detectar nestes casos sinais de ansiedade e uso abusivo de medicaccedilotildees (PIEGAS et al 2009)

Outra provaacutevel causa de dor toraacutecica nos serviccedilos de emergecircncia hospitalar nem sempre considerado eacute o prolapso da vaacutelvula mitral Nesta condiccedilatildeo a dor eacute de localizaccedilatildeo variaacutevel inicia em repouso e eacute referida como em ldquopontadardquo e sem irradiaccedilotildees O diagnoacutestico eacute cliacutenico por meio de ausculta quando eacute encontrado um clique meso ou telessistoacutelico seguido de um sopro regurgitante mitral eou tricuacutespide (PIEGAS et al 2009)

Quanto agrave incidecircncia da dor toraacutecica no Brasil ainda natildeo haacute dados precisos de atendimentos por dor toraacutecica no entanto

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considera-se calculando a proporccedilatildeo populacional com os EUA que 4 milhotildees de pessoas com dor toraacutecica sejam atendidas ao ano nos serviccedilos de Emergecircncia brasileiros destes 400 mil tem IAM confirmado Nos EUA dos 4 milhotildees com dor toraacutecica 12 milhotildees apresentam IAM (BASSAN et al 2002)

A dor toraacutecica eacute um problema que ocorre diariamente na praacutetica do enfermeiro dos serviccedilos de emergecircncia hospitalares Dos 3 a 6 milhotildees de atendimentos anual nos EUA de 5-10 satildeo por dor toraacutecica Destes 20 a 35 tecircm uma SCA 10-15 apresentam diagnoacutestico de Infarto Agudo do Miocaacuterdio e ainda 2 a 5 destes pacientes satildeo liberados erroneamente sem diagnoacutestico Este grupo apresenta elevada taxa de oacutebito 25 (ORTIZ et al 2010)

De acordo com dados do DATASUS as mortes por doenccedilas do Aparelho circulatoacuterio como a Siacutendrome Coronariana Aguda seguem uma tendecircncia crescente no Brasil Ao analisarmos o periacuteodo de 2005 a 2011 No primeiro ano os nuacutemeros eram de 283927 jaacute no segundo este iacutendice de mortalidade chega a 335213 (BRASIL 2011)

Em contraponto dados do DATASUS estimam que no ano de 2010 ocorreram 99955 mortes por Doenccedila Isquecircmica do Coraccedilatildeo destas 79668 satildeo IAM (BRASIL 2012) Haacute consideraacutevel discordacircncia dos dados em relaccedilatildeo agrave Sociedade Brasileira de Cardioliga que considera existir sub-notificaccedilatildeo dos casos de Infarto Agudo do Miocaacuterdio (IAM) pelo Ministeacuterio da Sauacutede (BASSAN et al 2002)

Em relaccedilatildeo ao Estado de Santa Catarina o DATASUS revela 2340 mortes por IAM somente no ano de 2010 sendo assim considerado o 8ordm estado brasileiro em nuacutemero de mortes por infarto Esses dados reafirmam o quanto significativa eacute a ocorrecircncia desta afecccedilatildeo cardiacuteaca tambeacutem para o estado (BRASIL 2013) No ano de 2011 os dados avanccedilam para 2592 mortes por IAM em Santa Catarina e 82771 no Brasil (BRASIL 2014)

Dentre os fatores de risco para o infarto agudo do miocaacuterdio o enfermeiro deve avaliar a ocorrecircncia de tabagismo diabetes mellitus hipertensatildeo arterial sistecircmica dislipidemia

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doenccedila vascular perifeacuterica idade masculina acima de 45 anos idade feminina acima de 55 anos histoacuterico familiar de doenccedila cardiovascular coronariana (ORTIZ et al 2010) Avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica o uso de protocolos assistenciais

A Classificaccedilatildeo de risco da dor toraacutecica eacute uma praacutetica

assistencial frequumlente dos enfermeiros que atuam em emergecircncia Para a qualidade desta assistecircncia torna-se imperativo ldquosuporte educacional conhecimento e instrumentos tecnoloacutegicos que contribuam para a compreensatildeo da dorrdquo (WATERKEMPER REIBNITZ MONTICELLI 2010 p 335)

Lidar com a dor toraacutecica eacute uma tarefa complexa a niacutevel nacional e internacional pois este sintoma eacute conceituado pela literatura como um problema social e econocircmico mundial devido a sua alta taxa de ocorrecircncia O manejo da dor toraacutecica pelo enfermeiro deve ser guiado por um instrumento vaacutelido que conduza a terapecircutica adequada Para o sucesso desta atribuiccedilatildeo o enfermeiro precisa estar comprometido seguro na sua tomada de decisatildeo (OLIVEIRA SILVA LEITAtildeO 2010) No entanto ainda existe grande dificuldade por parte dos enfermeiros na construccedilatildeo e estudos acerca de protocolos assistenciais principalmente quando se trata de situaccedilotildees agudas como a siacutendrome coronariana aguda (FERNANDES et al 2009)

O Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE) fundado em 1971 eacute um serviccedilo de sauacutede de excelecircncia reconhecido internacionalmente e um dos mais bem conceituados da Ameacuterica Latina Destaca-se pelo atendimento em alta complexidade O complexo hospitalar do HIAE estaacute distribuiacutedo em 8 unidades de atendimento distribuiacutedas pela cidade de Satildeo PauloSP Morumbi Jardins Alphaville Morato Paulista Perdizes Ibirapuera Vila Mariana Paraisoacutepolis e Cidade Jardim Eacute referecircncia no atendimento em Cardiologia Cirurgia Neurologia Oncologia Hematologia Ortopedia e Reumatologia

As diretrizes do HIAE satildeo pautadas em ldquoatendimento humanizado e melhores profissionais cliacutenicos e de assistecircncia com atualizaccedilatildeo contiacutenuardquo Em particular o setor de Cardiologia

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do HIAE alinha atendimento humanizado incorporaccedilatildeo tecnoloacutegica e planejamento estrateacutegico o que possibilita a implementaccedilatildeo de protocolos gerenciados protocolo Gerenciado de IAM protocolo gerenciado de ICC e o protocolo de dor toraacutecica (HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN 2014) O HIAE coloca que utilizar este protocolo para a dor toraacutecica no pronto-socorro oferece uma assistecircncia baseada em evidecircncias que sendo essencial como suporte agrave tomada de decisatildeo auxilia na identificaccedilatildeo de 25 de portadores de SCA que seriam liberados sem tratamento correto Utilizar um protocolo de Enfermagem para avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica natildeo confere somente agilidade na correta classificaccedilatildeo de risco da dor mas tambeacutem respaldo ao enfermeiro

Os aspectos de exclusatildeo de gravidade devem ser antepostos na triagem classificatoacuteria para isso o profissional deveraacute munir-se de coleta de dados exame fiacutesico com histoacuteria cliacutenica direcionada obtendo as caracteriacutesticas dos sintomas com dados como o momento do iniacutecio tempo de duraccedilatildeo qualidade intensidade relaccedilatildeo com o esforccedilo e o repouso e presenccedila de doenccedila coronariana estabelecida (PIEGAS et al 2009) A avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica ou demais sintomas sugestivos de isquemia cardiacuteaca eacute um dos grandes desafios do enfermeiro sobretudo do enfermeiro que atue na Classificaccedilatildeo de Risco que deteacutem a responsabilidade de determinar a gravidade do caso cliacutenica e indicar a trajetoacuteria terapecircutica de cada paciente Apesar de alta demanda de pacientes que referem dor toraacutecica nos serviccedilos de emergecircncia a padronizaccedilatildeo das condutas de Enfermagem a estes pacientes ainda eacute deficiente o que poderaacute gerar atrasos no atendimento (BEZERRA 2011) Estudos apontam que a reduccedilatildeo dos eventos coronarianos ocorre quando a siacutendrome coronariana aguda eacute tratada pelos profissionais de sauacutede inclusive o enfermeiro de acordo com medidas de eficaacutecia comprovada para isso o uso de protocolos eacute um instrumento de tecnologia em sauacutede e otimizaccedilatildeo para a qualidade do atendimento (FARIAS MOREIRA 2012) Eacute necessaacuterio ainda para o sucesso do atendimento que a equipe de meacutedicos e enfermeiros esteja treinada no manejo das

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urgecircncias e emergecircncias cardiovasculares (BASSAN et al 2002) A principal contribuiccedilatildeo do enfermeiro no tratamento dos pacientes com Infarto Agudo do Miocaacuterdio que eacute a identificaccedilatildeo precoce de um possiacutevel infarto e aceleraccedilatildeo do atendimento diminuindo o tempo de sofrimento do muacutesculo cardiacuteaco Apesar dessa atribuiccedilatildeo primordial do enfermeiro existe a necessidade de aprofundar no tema realizando pesquisas que visem a construccedilatildeo de protocolos de condutas de Enfermagem frente ao paciente com dor toraacutecica Percebe-se portanto a necessidade de novas pesquisas referente ao tema para que produza protocolos de atendimento e que seja padronizado para que facilite o a conduccedilatildeo do trabalho da equipe de enfermagem

A conduta do enfermeiro frente ao paciente infartado exige capacitaccedilatildeo e competecircncia teacutecnica e a necessidade de um protocolo da assistecircnciaconduta de enfermagem para o embasamento cientiacutefico e no intuito de sanar frequumlentes duacutevidas (BEZERRA 2011)

Tratar a dor alivia tambeacutem os sintomas de medo e anguacutestia reduzindo o consumo de oxigecircnio pelo muacutesculo cardiacuteaco provocado pela ativaccedilatildeo do sistema nervoso simpaacutetico A analgesia deve ser feita preferencialmente com sulfato de morfina endovenosa Os anti-inflamatoacuterios natildeo esteroides (AINES) natildeo devem ser utilizados na vigecircncia de IAM e se o paciente que apresentar este diagnoacutestico fizer uso crocircnico de AINES o medicamento deve ser suspenso (PIEGAS et al 2009)

O Objetivo do tratamento dos pacientes com dor toraacutecica eacute reduzir o atraso para identificaccedilatildeo de pacientes com siacutendrome coronariana aguda a partir da chegada do paciente em ambiente hospitalar evitar liberaccedilatildeo errocircnea de pacientes com siacutendrome coronariana aguda reduzir os custos hospitalares da avaliaccedilatildeo de pacientes com dor toraacutecica (ORTIZ et al 2010) Para tanto o enfermeiro eacute peccedila fundamental O principal objetivo do tratamento ao paciente com dor toraacutecica sugestiva de isquemia cardiacuteaca eacute instituir a terapecircutica adequada no tempo-ouro para prevenir comprometimentoisquemia miocaacuterdica de grandes proporccedilotildees

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O enfermeiro que atua em emergecircncia necessita ter conhecimento cientiacutefico teacutecnico tomar decisotildees raacutepidas reconhecer situaccedilotildees que oferecem riscos aos pacientes possuir familiaridade com Siacutendrome Coronariana Aguda adequado manejo com medicaccedilotildees viabilizar a execuccedilatildeo de exames Para a sequecircncia correta e precisa destas etapas a utilizaccedilatildeo de protocolos eacute fundamental na otimizaccedilatildeo do atendimento para um aumento da sobrevida dos pacientes com isquemia cardiacuteaca (FERREIA MADEIRA 2011) A padronizaccedilatildeo das condutas de Enfermagem utilizando-se protocolos especiacuteficos para a dor toraacutecica com evidecircncias cientiacuteficas previne condutas incorretas no tratamento e liberaccedilatildeo inapropriada dos pacientes

Conclusatildeo

Esta revisatildeo possibilitou constatar a escassez de estudos

referentes agrave avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica pelo enfermeiro nos serviccedilos de emergecircncia

Apesar da dimensatildeo das queixas de dor toraacutecica nos serviccedilos de emergecircncia existe deficiecircncia da padronizaccedilatildeo das condutas para a Enfermagem Aleacutem disso diante das muacuteltiplas alteraccedilotildees fiacutesicas e ateacute mesmo psicoloacutegicas que podem desencadear a dor toraacutecica uma seacuterie de duacutevidas pode ocorrer portanto a necessidade de um atendimento sistematizado com o uso de protocolos

Na vigecircncia da sensaccedilatildeo dolorosa o paciente percebe-se impotente e vaacuterios questionamentos surgem na tentativa de desvendar a causa desta dor Especificamente na dor toraacutecica estes sentimentos passam a ser exacerbados devido agrave alta incidecircncia mundial de mortalidade por causa cardiovascular

As publicaccedilotildees encontradas reforccedilam que papel do enfermeiro no atendimento ao pacientes com dor toraacutecica eacute essencial e sobretudo da assistecircncia do enfermeiro fundamentada cientificamente No entanto nenhuma apresenta estudos aprofundados sobre o uso de protocolos de enfermagem O que demonstra a necessidade de maiores

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investimentos em pesquisa nesta temaacutetica a fim de aprofundar o conhecimento na aacuterea de Enfermagem

Sugerem-se estudos acerca da construccedilatildeo de protocolos de enfermagem que abordem a assistecircncia frente ao paciente com dor toraacutecica bem como a classificaccedilatildeo da dor toraacutecica pelo enfermeiro nos serviccedilos de emergecircncia

Referecircncias

ALBUQUERQUE PLMM COSTA LB BASTOS BB SILVA JUacuteNIOR GB Dor precordial natildeo usual Relato de Caso Rev Bras Cardiol v23 n2 p200-1 2010 ARAUJO RD MARQUES IR Compreendendo o significado da dor toraacutecica isquecircmica de pacientes admitidos na sala de emergecircncia Rev Bras Enferm v60 n6 2007 BASSAN R PIMENTA L LEAtildeES P TIMERMAN A Sociedade Brasileira de Cardiologia I Diretriz de dor toraacutecica na sala de emergecircncia Definiccedilatildeo de graus de recomendaccedilatildeo e niacuteveis de evidecircncia Arq Bras Cardiol v76 n2 p1-22 2002 BEZERRA AA BEZERRA AA BRASILEIRO ME A conduta de enfermagem frente ao paciente infartado Rev Eletrocircnica Enferm v1 n1 p1-10 2011 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Perfil da mortalidade do Brasileiro Uma anaacutelise da situaccedilatildeo de sauacutede 2008 Disponiacutevel em lthttpportalsaudegovbrportalarquivospdfcoletiva_saude_061008pdfgt Acesso em 15 out 2013 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Instituto Nacional de Cacircncer Cuidados paliativos oncoloacutegicos controle da dor Rio de Janeiro INCA 2001

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OLIVEIRA RM SILVA LMS LEITAtildeO IMTA Anaacutelise dos saberes e praacuteticas de enfermeiras sobre avaliaccedilatildeo da dor no contexto hospitalar Rev enferm UFPE on line v4 n3 p 53-56 julset 2010 ORTIZ M BITTENCOURT M Protocolo de dor toraacutecica UTI cardioloacutegica Curitiba Hospital das Cliacutenicas Universidade Federal do Paranaacute 2010 Disponiacutevel em lthttpptscribdcomgwcabrald49109978-Prot-Dor-Toracicagt Acesso em 15 out 2013 RIOS DFC BRANDAtildeO FB FARIA MNZ ALCANTARA AS SANTOS MIFO Tronboembolismo pulmonar como causa de dor toraacutecica na sala de emergecircncia Rev Meacuted Minas Gerais v20 p465-8 2010 ROCHA ASC ARAUacuteJO MP CARVALHO AF RIBEIRO A MESQUITA ET Evidecircncia de melhora na qualidade do cuidado assistencial no infarto agudo do miocaacuterdio Arq Bras Cardiol v94 n6 2010 PIEGAS LS FEITOSA G MATTOS LA NICOLAU JC ROSSI NETO JM et al Sociedade Brasileira de Cardiologia IV Diretriz da Sociedade Brasileira de Cardiologia sobre Tratamento do Infarto agudo do Miocaacuterdio com Supradesniacutevel do Segmento ST Arq Bras Cardiol v93 n6 p179-264 2009 POMPEO D A ROSSI L A GALVAtildeO CM Revisatildeo Integrativa etapa inicial do processo de validaccedilatildeo de diagnoacutestico de enfermagem Acta paul Enferm Satildeo Paulo v22 n4 2009 SANTOS FLMM ARAUacuteJO TL Vivendo o infarto os significados da doenccedila segundo a perspectiva do paciente Rev Latino Am Enferm v11 n6 p742-8 2003 SOUSA VEC LOPES MVO ROCHA DH PASCOAL LM MONTORIL MH MELO RP Troca de gases prejudicada

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anaacutelise em pacientes com infarto agudo do miocaacuterdio Rev Enferm Rio de Janeiro v16 n4 p545-9 2008 WATERKEMPER R REIBNITZ KS MONTICELLI M Dialogando com enfermeiras sobre a avaliaccedilatildeo da dor oncoloacutegica do paciente sob cuidados paliativos Rev Bras Enferm Brasiacutelia v63 n2 p 334-9 marabr 2010

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4 METODOLOGIA

41 TIPO DE PESQUISA

Optou-se para desenvolver este estudo a pesquisa quantitativa do tipo transversal prospectiva e descritiva De acordo com Gil (2007) as pesquisas quantitativas ldquotecircm como preocupaccedilatildeo central identificar os fatores que determinam ou que contribuem para a ocorrecircncia dos fenocircmenos Este eacute o tipo de pesquisa que mais aprofunda o conhecimento da realidade porque explica a razatildeo o porquecirc das coisas

A pesquisa transversal eacute aquela realizada quando a coleta de dados ocorre em um determinado local e tempo (BORDALO 2006) A pesquisa prospectiva eacute aquela conhecida como aquela realizada em grupo populacional previamente definido e seguido prospectivamente (BORDALO 2006) Com relaccedilatildeo agrave pesquisa descritiva Gil (2007) a descreve como um estudo com a finalidade de descrever as caracteriacutesticas de um determinado grupo como exemplo destas caracteriacutesticas a faixa etaacuteria sexo renda familiar niacutevel de escolaridade dentre outros

42 LOCAL DA PESQUISA

O contexto em que este estudo seraacute desenvolvido eacute o Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco (SACR) do Serviccedilo de Emergecircncia Adulto (SEA) do Hospital Universitaacuterio (HU) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

O HUUFSC foi fundando em inaugurado em 1980 eacute uma instituiccedilatildeo totalmente puacuteblica com princiacutepio de ensino pesquisa e extensatildeo Atende a populaccedilatildeo moradora da regiatildeo e visitantes da cidade sem qualquer distinccedilatildeo Eacute considerado hospital de meacutedio porte e conta em sua estrutura com aproximadamente 270 leitos distribuiacutedos entre Cliacutenica Meacutedica Cliacutenica Ciruacutergica Pediatria Emergecircncia Ginecologia Obstetriacutecia e Neonatologia Unidade de Terapia Intensiva Serviccedilo Ambulatorial (HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO POLYDORO ERNANI DE SAtildeO THIAGO 2011)

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Designadamente o SEA do HUUFSC eacute um serviccedilo indicado a atender pacientes em condiccedilotildees agudas de sauacutede eacute dinacircmico e requer tomada raacutepida de decisatildeo Conta com uma equipe de Enfermagem com totalidade de 73 profissionais dentre estes 17 enfermeiros efetivos 6 enfermeiros residentes 42 teacutecnicos de enfermagem e 8 auxiliares de enfermagem

O SEA do HUUFSC estaacute dividido em trecircs subunidades de atendimento

O Serviccedilo de Emergecircncia Interna (SEI) local de estabilizaccedilatildeo onde os pacientes recebem o primeiro atendimento Eacute composto por sala de medicaccedilatildeo sala de reanimaccedilatildeo sala ciruacutergica sala de procedimentos posto de enfermagem farmaacutecia sateacutelite e quatro consultoacuterios meacutedicos Possui espaccedilo fiacutesico para acomodar ateacute 12 pacientes em macas (divididos entre os pacientes que estatildeo em ldquoobservaccedilatildeordquo e os ldquointernadosrdquo quando excedidas 24 horas de estadia no hospital o paciente eacute internado)

O Repouso da Emergecircncia acolhe apenas os pacientes jaacute internados que aguardam vagas nas unidades de internaccedilatildeo das cliacutenicas meacutedicas ou ciruacutergicas possui capacidade para acomodar 12 pacientes em leitos e 1 quarto de isolamento

Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco (SACR) local aonde efetivamente se desenvolveu esta pesquisa O serviccedilo foi estabelecido no SEA do HU em agosto de 2011 em cumprimento agraves normativas da Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo e Gestatildeo do SUS com a finalidade de otimizar a assistecircncia agrave sauacutede priorizando o atendimento ao paciente grave ndash objetivo principal da emergecircncia hospitalar ndash por meio de identificaccedilatildeo dos sinais e sintomas apresentados e referenciados pelos pacientes com consequumlente determinaccedilatildeo da gravidade da situaccedilatildeo de sauacutede Seu funcionamento eacute diaacuterio das 0700 agraves 2300 horas (HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO POLYDORO ERNANI DE SAtildeO THIAGO 2012)

Por natildeo ser referecircncia em traumatologia o Serviccedilo de Emergecircncia do HUUFSC atende uma demanda significativamente menor de casos com indicaccedilatildeo ciruacutergica como observamos no quadro 1 a seguir Por esse motivo os casos atendidos no Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco

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(SACR) satildeo exclusivamente com indicaccedilatildeo para Cliacutenica Meacutedica com maior demanda no serviccedilo

Quadro 1 - Nordm de pacientes atendidos anualmente no SEA do HU

Especialidade Nordm de Atendimentos

Centro de Informaccedilotildees Toxicoloacutegicas

145

Cliacutenica Ciruacutergica 10785

Cliacutenica Meacutedica 27266

Cliacutenica Pediaacutetrica 20213

Maternidade 11064

Oftalmologia 09

Ortopedia 1946

Setor natildeo identificado 5125

Total 76587

Fonte Hospital Universitaacuterio Polydoro Ernani de Satildeo Thiago (2011)

Optou-se por desenvolver esta pesquisa no SACR por

tratar-se do local de primeiro contato entre um profissional de sauacutede neste caso o enfermeiro e o paciente Esta eacute a etapa onde eacute apontado o fluxo terapecircutico de cada paciente portanto poderaacute determinar o sucesso ou falhas relacionadas agrave morosidade no atendimento e tal definiccedilatildeo eacute realizada enfermeiro

De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2006 p77)

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O processo de triagem classificatoacuteria deve ser realizado por profissional de sauacutede de niacutevel superior mediante treinamento especiacutefico e utilizaccedilatildeo de protocolos preestabelecidos e tem por objetivo avaliar o grau de urgecircncia das queixas dos pacientes colocando-os em ordem de prioridade para o atendimento

O processo de ldquotriagem classificatoacuteriardquo visa estipular a

prioridade do atendimento sendo determinada pela maior ou menor gravidade do caso (BRASIL 2006) O instrumento utilizado no serviccedilo para esta tarefa adaptado pela proacutepria instituiccedilatildeo do Sistema de Triagem de Manchester (MACKAWAY-JONES 1997) designa a classificaccedilatildeo de risco por meio de cores que preconizam o tempo para o atendimento entre vermelho (emergente) laranja (muito urgente) amarelo (urgente) verde (pouco urgente) azul (natildeo-urgente) e branco (procedimentos) Este instrumento eacute composto por uma lista de 29 fluxogramas que destacam cada um uma queixa principal De acordo com a queixa relatada pelo paciente o enfermeiro escolhe um fluxograma Dentro de cada fluxograma existem algumas condiccedilotildees cliacutenicas para cada cor que quando apresentadas apontam a cor que deve ser designada na classificaccedilatildeo Como esta pesquisa trata de dor toraacutecica extraiacutemos apenas esta queixa dentre os 29 fluxogramas Portanto seraacute abordado apenas o fluxograma 18 ndash dor toraacutecica (ANEXO I)

43 POPULACcedilAtildeO DO ESTUDO E AMOSTRA

A populaccedilatildeo deste estudo contemplou dois grupos distintos Abaixo segue descriccedilatildeo destes bem como os criteacuterios de seleccedilatildeo Grupo 01 - sujeitos participantes deste grupo - Pacientes que procuraram atendimento no Serviccedilo de Emergecircncia acima de 18 anos durante o periacuteodo de outubro de

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2013 a janeiro de 2014 de segunda a saacutebado das 07 agraves 23 horas - Pacientes que foram atendidos no Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco (SACR) - Pacientes que referiram a dor toraacutecica como queixa principal e motivo de procura agrave Emergecircncia Hospitalar - Pacientes que aceitaram participar do estudo mediante assinatura do TCLE Grupo 02 participantes deste grupo - Profissional enfermeiro efetivo ou enfermeiro residente que atua no SACR do SEA do HU - Enfermeiros deste serviccedilo que aceitaram participar do estudo mediante assinatura do TCLE

A amostra para o Grupo 1 eacute natildeo probabiliacutestica e intencional e para seu caacutelculo amostral utilizou-se o sistema operacional para ensino e aprendizagem de Estatiacutestica da Universidade Federal de Santa Catarina o Sestatnet conforme figura 1 Utilizou-se para este caacutelculo a estimativa de pacientes que procuram o serviccedilo apresentando dor toraacutecica anualmente totalizando 880 pacientes (independente das causas da dor) de acordo com meu trabalho de conclusatildeo de curso desenvolvido na instituiccedilatildeo em cumprimento ao Programa de Residecircncia Multiprofissional em Sauacutede de 2011 a 2013

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Figura 1 - Sistema operacional Sestatnet para caacutelculo da amostra

Fonte Sestatnet

44 COLETA DE DADOS

A coleta de dados ocorreu no periacuteodo entre outubro de 2013 a janeiro de 2014 de segunda a saacutebado das 07 agraves 23 horas atingindo o caacutelculo amostral de 67 pacientes (90 de niacutevel de confianccedila) por meio de aplicaccedilatildeo do protocolo elaborado e utilizado no HIAE designado ldquoFluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagemrdquo (ANEXO B) A aplicaccedilatildeo do protocolo foi realizada pelos enfermeiros efetivos e enfermeiros residentes atuantes no SACR que aceitaram participar da pesquisa e estavam na escala como classificadores nos dias e horaacuterios dos atendimentos dos pacientes com dor toraacutecica estabelecidos para a coleta Apoacutes a coleta propriamente

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dita estes mesmos sujeitos foram avaliadores da utilizaccedilatildeo de um protocolo de dor toraacutecica durante o Acolhimento

Sabe-se que haacute alguns protocolos assistenciais desenvolvidos para esta praacutetica portanto a ideia central deste estudo foi aplicar um protocolo de avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica jaacute existente e implementado por uma instituiccedilatildeo de referecircncia no caso o Hospital Israelita Albert Einstein de Satildeo PauloSP com a finalidade de embasar a praacutetica dos enfermeiros na classificaccedilatildeo de risco da dor toraacutecica Reduzindo o tempo entre a chegada do paciente ao hospital e o estabelecimento da terapecircutica adequada tecnologia no sentido de minimizar riscos evitando morosidade no atendimento de um caso grave bem como descartando a gravidade do caso

Vale salientar que a implementaccedilatildeo do protocolo para dor toraacutecica do HIAE natildeo excluiu a utilizaccedilatildeo do instrumento institucional (adaptaccedilatildeo do protocolo de Manchester) para a Classificaccedilatildeo de Risco jaacute existente O protocolo de dor toraacutecica foi empregado como uma ferramenta auxiliar para a classificaccedilatildeo de risco ressaltando as especificidades da dor toraacutecica e reforccedilando a garantia de uma classificaccedilatildeo com a prioridade adequada o que natildeo acarretou em atraso na Classificaccedilatildeo de Risco ou no atendimento do paciente

45 ETAPAS DA PESQUISA

A pesquisa abrangeu as seguintes etapas

- Etapa 1 ndash (apresentaccedilatildeo da pesquisa) A ideia inicial para a apresentaccedilatildeo da pesquisa era o desenvolvimento de uma oficina com os enfermeiros do SEA do HUUFSC na qual seria demonstrado em conjunto o funcionamento e objetivos do ldquoFluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem do HIAE e consequentemente a proposta deste estudo Para isso anteriormente esta pesquisa foi apresentada para a chefia de Enfermagem do setor que informou a inviabilidade de uma oficina no momento considerando a condiccedilotildees de sobrecarga de trabalho da unidade aleacutem do habitual Neste periacuteodo a demanda

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de atendimentos excedia a capacidade estrutural e de recursos humanos impossibilitando a liberaccedilatildeo dos funcionaacuterios para a realizaccedilatildeo da oficina ainda que por um curto periacuteodo durante os plantotildees Como alternativa a pesquisa foi apresentada individualmente aos enfermeiros do SEA em cada turno de trabalho manhatilde tarde e noite Apoacutes a apresentaccedilatildeo os enfermeiros foram convidados a participar da pesquisa sendo que nove deles aceitaram sendo eles trecircs residentes e seis enfermeiros efetivos Dos nove enfermeiros que aceitaram participar do estudo dois natildeo aplicaram o protocolo um por motivo de troca de setor durante o periacuteodo estipulado para a coleta e o outro alegou natildeo ter tempo haacutebil para realizar a coleta durante o plantatildeo Desse modo efetivamente sete enfermeiros participaram da pesquisa e aplicaram o protocolo conforme proposto Assim que aceitaram participar da pesquisa foi oportunizada uma capacitaccedilatildeo individual aos enfermeiros para utilizaccedilatildeo do instrumento enquanto ldquoaplicadoresrdquo do protocolo

- Etapa 2 ndash (Preacute-teste) esta etapa ocorreu como fase de

treinamento ou adaptaccedilatildeo agrave aplicaccedilatildeo do instrumento de pesquisa Nesta cada enfermeiro participante realizou a Classificaccedilatildeo de Risco como preacute-teste de um paciente a referir a dor toraacutecica como queixa principal Os sete preacute-testes realizados (um teste para cada enfermeiro) natildeo foram incluiacutedos como vaacutelidos para a amostra miacutenima

- Etapa 3 ndash (Efetividade da pesquisa) Esta etapa

compreendeu a aplicaccedilatildeo do protocolo propriamente com a intenccedilatildeo de conhecer o perfil do paciente com dor toraacutecica atendido no SACR A proposta de aplicaccedilatildeo do protocolo seria desenvolver com 63 pacientes que procurarem o SACR referindo dor toraacutecica como queixa principal de acordo com o caacutelculo amostral miacutenimo para a validade da pesquisa de acordo com o programa Sistatnet Ao final foram contabilizados 67 casos de dor toraacutecica em que o Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem do HIAE foi aplicado

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- Etapa 4 ndash (Avaliaccedilatildeo da utilizaccedilatildeo do protocolo pelos enfermeiros) Para a viabilidade desta etapa foi desenvolvido um roteiro semi-estruturado para entrevista contendo cinco questotildees acerca da utilizaccedilatildeo do protocolo proposto Mediante a aplicaccedilatildeo deste roteiro foram avaliadas as opiniotildees dos enfermeiros sobre o protocolo

Cada enfermeiro contribuiu com esta etapa ressaltando em sua visatildeo os pontos positivos ou negativos de utilizar o protocolo desde estrutura facilidade de compreensatildeo informaccedilotildees contidas encaminhamentos ateacute aplicabilidade ao serviccedilo em questatildeo (APEcircNDICE C)

- Etapa 5 ndash (Apresentaccedilatildeo dos resultados e discussatildeo) Os

dados obtidos seratildeo apresentados utilizando-se estatiacutestica descritiva por meio de nuacutemeros absolutos e percentuais A estatiacutestica descritiva eacute a ciecircncia que trata da organizaccedilatildeo e anaacutelise de um conjunto de dados (ou populaccedilatildeo especiacutefica) numeacutericos ou natildeo com o intuito de maior entendimento do que estes dados representam descrevendo os resultados (BARBETTA REIS BORNIA 2004) Em cumprimento agraves normativas do Programa de Mestrado Multiprofissional em Sauacutede da Universidade Federal de Santa Catarina os resultados e discussatildeo desta pesquisa seratildeo descritos adiante em forma de dois manuscrito 2 e 3

46 CONSIDERACcedilOtildeES EacuteTICAS

Para o desenvolvimento desta pesquisa seratildeo mantidos os princiacutepios eacuteticos com o indiviacuteduo de acordo com a Resoluccedilatildeo 4662012 do Conselho Nacional de Sauacutede (BRASIL 2012) Portanto esta proposta de pesquisa foi submetida agrave avaliaccedilatildeo do Comitecirc de Eacutetica e Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Santa Catarina mediante envio via Plataforma Brasil em junho de 2013 O estudo recebeu parecer favoraacutevel em setembro de 2013 mediante protocolo nordm 412494

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do Comitecirc de Eacutetica e Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Santa Catarina

Aceitaccedilatildeo dos sujeitos do grupo 01 e grupo 02 seraacute

efetivada da seguinte forma Grupo 01 (pacientes atendidos no SACR que apresentam

dor toraacutecica como queixa principal) - assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (APENDICE A) Lembrando que a abordagem do paciente para a orientaccedilatildeo acerca da pesquisa e o encaminhamento do Termo de Consentimento para a assinatura apenas seratildeo iniciados apoacutes completa estabilizaccedilatildeo do quadro cliacutenico e aliacutevio da dor Reforccedilando ao paciente que a negativa em sua participaccedilatildeo natildeo acarretaraacute de forma alguma em quaisquer discriminaccedilotildees em seu atendimento E a aplicaccedilatildeo do protocolo natildeo iraacute interferir ou acarretar em atrasos no atendimento

Grupo 02 (enfermeiros efetivos ou enfermeiros residentes

do SACR) ndash assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (APENDICE B) A tiacutetulo de sigilo os enfermeiros participantes deste grupo foram designados na escrita deste trabalho como ldquoEnfermeirordquo e numerados de 1 a 7 conforme ordem de convite para a participaccedilatildeo ou seja formando de Enfermeiro 1 a Enfermeiro 7

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5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Em cumprimento agraves normativas do Programa de Mestrado Multidisciplinar em Sauacutede os resultados desta pesquisa seratildeo apresentados sob forma de 2 manuscritos descritos a seguir Mediante apresentaccedilatildeo deste trabalho em banca examinadora e devida aprovaccedilatildeo os manuscritos seratildeo submetidos agraves devidas correccedilotildees e enviados posteriormente para publicaccedilatildeo em perioacutedicos indexados

O manuscrito 2 eacute intitulado O PERFIL DO PACIENTE

COM DOR TORAacuteCICA DO SERVICcedilO DE EMERGEcircNCIA ADULTO DE UM HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO DO SUL DO BRASIL

O manuscrito 3 intitula-se A AVALIACcedilAtildeO DOS ENFERMEIROS DE UM SERVICcedilO DE EMERGEcircNCIA HOSPITALAR SOBRE A UTILIZACcedilAtildeO DE UM PROTOCOLO PARA A DOR TORAacuteCICA VALIDADO EM UM SERVICcedilO DE REFEREcircNCIA

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51 MANUSCRITO 2 - O PERFIL DO PACIENTE COM DOR TORAacuteCICA DO SERVICcedilO DE EMERGEcircNCIA ADULTO DE UM HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO DO SUL DO BRASIL

Aline Costa Vieirasup1 Kaacutetia Cilene Godinho Bertoncellosup2

Juliana Balbinot Reis Girondisup3

Resumo Conhecer o perfil do puacuteblico com queixas de dor toraacutecica que procura um serviccedilo de sauacutede especiacutefico como o serviccedilo de emergecircncia confere agrave equipe de Enfermagem no momento da classificaccedilatildeo de risco a possibilidade de uma atuaccedilatildeo formulada de acordo com sua realidade Portanto optou-se por desenvolver a pesquisa baseada em evidecircncias a fim de identificar o perfil desta populaccedilatildeo no intuito de propor futuramente a institucionalizaccedilatildeo de um protocolo de Enfermagem para a dor toraacutecica Estudo de caraacuteter exploratoacuterio-descritivo e abordagem quantitativa ocorrida em um recorte temporal de outubro de 2013 a janeiro de 2014 por meio da anaacutelise documental de um protocolo de Enfermagem para a Classificaccedilatildeo de Risco da dor toraacutecica desenvolvido pelo Hospital Israelita Albert Einstein de Satildeo Paulo-SP Os resultados revelam que a maioria dos pacientes com dor toraacutecica a procurar o serviccedilo foi composta por mulheres reafirmando a baixa procura masculina aos serviccedilos de sauacutede Os dados obtidos demonstram que 35 (66) da demanda de pacientes com dor toraacutecica satildeo de atendimento ldquopouco-urgentesrdquo e apenas 3 (45) destes satildeo ldquoemergentesrdquo Apesar da maioria expressiva dos casos de dor toraacutecica tratar-se de quadro pouco-urgente sobressai a classificaccedilatildeo dos enfermeiros estipulando fluxo 1 (emergente) em 34 (507) e para a classificaccedilatildeo pouco-urgente apenas 15 (224) o que reflete uma valorizaccedilatildeo da dor toraacutecica por parte dos profissionais ao utilizar o protocolo Verificou-se a expressiva incidecircncia dos fatores de risco para o IAM associados agrave dor toraacutecica 32 (478) dos pacientes satildeo hipertensos e 18 (269) deles possuem histoacuteria familiar de Doenccedila Arterial Coronariana Ao identificar esta caracteriacutestica foi

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possiacutevel reafirmar a importacircncia do conhecimento dos fatores de risco para estipular a gravidade da dor toraacutecica Dessa forma fica evidente a urgecircncia em utilizar um protocolo especiacutefico para a toraacutecica em consonacircncia com a realidade do serviccedilo do perfil dos pacientes considerando o gecircnero faixa etaacuteria fatores de risco e antecedentes cardiovasculares a real avaliaccedilatildeo e respeito pela dor toraacutecica Descritores Dor toraacutecica Enfermagem em Emergecircncia Classificaccedilatildeo de Risco Abstract Knowing the profile of the public with complaints of chest pain that are looking for a particular health service such as the emergency department gives the nursing staff at the time the risk rating for the possibility of action formulated according to their reality The refore it was decided to develop evidence-based research to identify the profile of this population in order to propose future institutionalization of a nursing protocol for chest pain Study exploratory- descriptive and quantitative approach which occurred in a time frame from October 2013 to January 2014 through documentary analysis of a protocol for Nursing Risk Classification of chest pain developed by Albert Einstein Jewish Hospital of Satildeo Paulo - SP The results reveal that the majority of patients with chest pain to seek the service was composed by women reaffirming low male demand for health services The data show that 35 (66 ) of the number of patients with chest pain are little - urgent care and only 3 (45 ) of these are ldquoemerging ldquo Despite the significant majority of cases of chest pain that it was urgent - bit frame stands rankings nurses stipulating stream 1 ( emerging ) in 34 ( 507 ) and the little - sensitive classification only 15 ( 224 ) which reflects an appreciation of chest pain by practitioners when using the protocol There was a significant incidence of risk factors for AMI associated with chest pain 32 (478 ) patients had hypertension and 18 (269 ) of them have a family history of coronary artery disease By identifying this feature was possible to reaffirm the importance of knowledge of risk factors to denote the severity of chest pain Thus it is evident the urgency to use a specific protocol to the chest in line with the reality of the service the

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profile of patients considering gender age risk factors and cardiovascular history the actual evaluation and respect for chest pain Keywords Chest pain Emergency nursing Risk rating

Introduccedilatildeo

Enquanto ciecircncia e disciplina do cuidado a Enfermagem

estaacute em crescente desenvolvimento tecnoloacutegico para a promoccedilatildeo de uma atuaccedilatildeo de excelecircncia considerando aspectos inerentes agrave seguranccedila do paciente cuidados de Enfermagem pautados na evidecircncia cliacutenica minimizaccedilatildeo do sofrimento humano por meio das intervenccedilotildees para aliviar a dor Embora o atendimento da dor toraacutecica seja visto como prioridade pelos profissionais de sauacutede existe ainda um deacuteficit de estudos da avaliaccedilatildeo criteriosa associando-se os fatores de risco agraves caracteriacutesticas da dor (MARQUES 2010)

O atendimento inicial da dor toraacutecica a fim de reduzir danos e agravos eacute sempre no sentido de afastar primeiramente a suspeita de Siacutendrome Coronariana Aguda Neste sentido eacute fundamental para o enfermeiro que atua na Classificaccedilatildeo de Risco ter conhecimento das caracteriacutesticas da dor por isquemia e das complicaccedilotildees cardiovasculares Estar munido de um instrumento de avaliaccedilatildeo completo que aborde os fatores de risco associados auxiliando na identificaccedilatildeo raacutepida de pacientes em alto risco (NASI et al 2005) Valorizar a dor toraacutecica na classificaccedilatildeo de risco eacute considerada uma medida de extrema importacircncia visto que eacute o principal desconforto referido e observado nas doenccedilas cardiovasculares consideradas a maior causa de mortalidade no mundo Para isso o enfermeiro classificador precisa dispensar avaliaccedilatildeo criteriosa natildeo apenas das caracteriacutesticas da dor em si mas do perfil do paciente idade gecircnero dos fatores de risco associados e do histoacuterico familiar (MARQUES 2010)

Apesar dos avanccedilos evidenciados nas uacuteltimas deacutecadas ainda existem duacutevidas na classificaccedilatildeo da dor toraacutecica por parte dos profissionais de sauacutede Desse modo muitos oacutebitos ocorrem

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em funccedilatildeo de abordagens inadequadas para a dor toraacutecica principalmente em unidades de emergecircncia (RIOS et al 2010)

Em caso de dor toraacutecica a principal suspeita diagnoacutestica eacute a causa cardiovascular principalmente pelo seu grau elevado de morbidade e teoricamente pelo iniacutecio abrupto com baixa relaccedilatildeo entre o iniacutecio dos sintomas e oacutebito quando natildeo estabelecido atendimento eficaz em tempo haacutebil A maioria dos casos de morte por IAM ocorrem nas primeiras horas do iniacutecio dos sintomas sendo 40 a 65 na primeira hora e aproximadamente 80 nas primeiras 24 horas (PIEGAS et at 2009)

Reafirmando a relevacircncia de estudos na temaacutetica da dor toraacutecica as doenccedilas que acometem o aparelho circulatoacuterio satildeo apontadas como as principais causas de mortalidade dos brasileiros desde a deacutecada de 80 prevalecendo na atualidade Dentre elas o acidente vascular cerebral (AVC) eacute a principal causa de morte no Brasil seguida pelo IAM no qual a dor toraacutecica eacute referida como sintoma especiacutefico claacutessico A taxa de incidecircncia das doenccedilas circulatoacuterias eacute mais prevalente na regiatildeo sudeste (33 dos casos) seguida pela regiatildeo sul (329 dos casos) Particularmente na regiatildeo sul as causas de morte por doenccedilas do aparelho circulatoacuterio ocupam o primeiro lugar das taxas de mortalidade sucedidas pelas neoplasias e as causas externas (BRASIL 2008)

No Serviccedilo de Emergecircncia Adulto (SEA) de um Hospital Universitaacuterio (HU) do sul do Brasil em cumprimento agraves diretrizes da Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo (PNH) foi instituiacutedo o Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco (SACR) no ano de 2011 Tal norma prevecirc a existecircncia deste acolhimento nas aacutereas de acesso hospitalar a saber pronto atendimento pronto socorro ambulatoacuterio serviccedilo de apoio diagnoacutestico e terapia (BRASIL 2004)

A estratificaccedilatildeo de risco realizada no SACR do HU eacute realizada exclusivamente pelo profissional enfermeiro apesar de o processo poder ser realizado por qualquer profissional de sauacutede de niacutevel superior mediante treinamento e utilizaccedilatildeo de protocolos preestabelecidos (BRASIL 2006) O principal objetivo eacute avaliar o grau de urgecircncia dos pacientes e possibilitar uma ordem de prioridade para esse atendimento

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Para o desenvolvimento eficaz desta atribuiccedilatildeo como ldquoclassificadorrdquo o enfermeiro necessita de conhecimento cientiacutefico habilidade para avaliar com agilidade sensibilidade para percepccedilatildeo dos sinais apresentados que em muitos casos natildeo satildeo evidentes e observaccedilatildeo minuciosa para reconhecer previamente os sinais de gravidade ou que precedam a evoluccedilatildeo para a gravidade Faz-se necessaacuterio que o profissional tenha cautela no sentido de natildeo desvalorizar os sintomas referidos podendo acarretar em classificaccedilotildees errocircneas e identificaccedilatildeo de um problema de menor gravidade que o real (LOPES 2011)

Os aspectos de exclusatildeo de gravidade devem ser antepostos na triagem classificatoacuteria para isso o profissional deveraacute munir-se de coleta de dados exame fiacutesico com histoacuteria cliacutenica direcionada obtendo as caracteriacutesticas dos sintomas (valorizando o sintoma aacutelgico) com dados como o momento do iniacutecio tempo de duraccedilatildeo qualidade intensidade relaccedilatildeo com o esforccedilo e o repouso e presenccedila de doenccedila coronariana estabelecida (PIEGAS et al 2009)

Nesse contexto haacute que se evidenciar a importacircncia de se conhecer a clientela a ser atendida ou seja o perfil desse usuaacuterio Esse perfil seraacute embasado em caracteriacutesticas epidemioloacutegicas regionais e outras que possam expressar evidecircncias necessidades e as caracteriacutesticas de cuidado para estes pacientes considerando sua individualidade suas necessidades e seus direitos agrave sauacutede enquanto cidadatildeo

Para um cuidado resolutivo e seguro o qual se deseja adaptar as necessidades do serviccedilo e sua realidade esta pesquisa vislumbrou a realizaccedilatildeo de uma investigaccedilatildeo baseada em evidecircncias considerando seguinte a questatildeo norteadora Qual o perfil de pacientes com dor toraacutecica que procuram atendimento de sauacutede no Serviccedilo de Emergecircncia Adulto de um HU do sul do Brasil

Deste modo esta pesquisa objetivou identificar o perfil do

paciente com dor toraacutecica que procura atendimento no Serviccedilo de Emergecircncia Adulto de um HU do sul do Brasil Meacutetodo

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Elegeu-se a pesquisa baseada em evidecircncias uma vez

que propicia conhecer a realidade do modo que se apresenta A pesquisa baseada em evidecircncias eacute a mais indicada por trazer exatamente as evidecircncias do serviccedilo sem a fusatildeo de dados que possam impor vieacutes nos seus resultados Abordagem quantitativa de caraacuteter exploratoacuterio-descritivo

Um dos propoacutesitos da Praacutetica Baseada em Evidecircncias (PBE) eacute encorajar a utilizaccedilatildeo de resultados de pesquisa junto agrave assistecircncia agrave sauacutede prestada nos diversos niacuteveis de atenccedilatildeo reforccedilando a importacircncia da pesquisa para a praacutetica cliacutenica A PBE eacute uma abordagem de soluccedilatildeo de problema para a tomada de decisatildeo que incorpora a busca da melhor e mais recente evidecircncia competecircncia cliacutenica do profissional e os valores e preferecircncias do paciente dentro do contexto do cuidado (MENDES et al 2008)

O local onde se desenvolveu o estudo foi o SEA de um HU do sul do Brasil Este hospital possui trecircs subunidades de atendimento Serviccedilo de Emergecircncia Interna (SEI) local de estabilizaccedilatildeo onde o paciente recebe o primeiro atendimento O Repouso da Emergecircncia local que acomoda apenas pacientes jaacute internados e estabilizados que aguardam vaga nas cliacutenicas do hospital e o Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco (SACR) estabelecido no setor em agosto de 2011 em cumprimento agraves normativas da Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo (PNH) com a finalidade a que se propotildee de otimizar a assistecircncia agrave sauacutede priorizando o atendimento ao paciente grave tal local onde a pesquisa efetivamente ocorreu

Os dados foram coletados entre outubro de 2013 e janeiro de 2014 por anaacutelise documental do ldquoFluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagemrdquo desenvolvido pelo Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE) de Satildeo Paulo-SP apoacutes as classificaccedilotildees de risco da dor toraacutecica realizadas por sete enfermeiros do serviccedilo O protocolo do HIAE eacute composto por trecircs possiacuteveis fluxogramas de classificaccedilatildeo da dor toraacutecica Fluxo 1 ndash suspeita de Siacutendrome Coronariana Aguda Tiacutepica Fluxo 2 ndash Possiacutevel Siacutendrome Coronariana Aguda Atiacutepica e Fluxo 3 ndash Sem suspeita Inicial de Siacutendrome Coronariana Aguda Apoacutes obter

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dados referentes agrave faixa etaacuteria caracteriacutestica da dor fatores de risco associados e antecedentes cardiovasculares o enfermeiro precisa estipular um dos fluxos para cada caso e seguir a classificaccedilatildeo de risco designada pelo protocolo

Optou-se por amostra de escolha aleatoacuteria nos turnos que o serviccedilo possui equipe da manhatilde tarde e trecircs equipes da noite em horaacuterios dentre as 07 e agraves 23 horas quando o serviccedilo de Acolhimento funciona

Na totalidade foram analisadas 67 classificaccedilotildees de risco de pacientes que referiram a dor toraacutecica como queixa principal e motivo pela procura do serviccedilo

Apoacutes coletadas as 67 classificaccedilotildees de dor toraacutecica foram compiladas e organizadas utilizando-se um instrumento facilitador uma planilha do Windows Excelreg Os dados extraiacutedos destes documentos foram idade sexo iniacutecio do sintoma fatores de risco associados antecedentes cardiovasculares diagnoacutestico meacutedico e fluxos de atendimento

Em relaccedilatildeo aos cuidados eacuteticos os sete enfermeiros e os pacientes que foram avaliados pelo protocolo participaram deste estudo e confirmaram sua aceitaccedilatildeo mediante assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido A pesquisa recebeu parecer favoraacutevel em setembro de 2013 mediante protocolo nordm 412494 do Comitecirc de Eacutetica da Universidade Federal de Santa Catarina Em todas as etapas foram respeitados os preceitos eacuteticos dispostos na Resoluccedilatildeo 4662012 do Conselho Nacional de Sauacutede (BRASIL 2012)

Resultados e Discussatildeo

Os resultados apresentados refletem as queixas e a

classificaccedilatildeo designada por sete enfermeiros ao realizarem as 67 classificaccedilotildees para a dor toraacutecica

Cabe salientar que a pesquisa demonstra apenas os pacientes que foram atendidos no SACR do SEA pelo profissional enfermeiro excluindo aqueles que satildeo referenciados de outros serviccedilos de sauacutede e chegam ao setor em ambulacircncia os que chegam sem serem referenciados ou encaminhados e

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atendidos diretamente na porta de entrada do Serviccedilo de Emergecircncia Interna (SEI) Tambeacutem eacute necessaacuterio ressaltar que pela dinamicidade e agilidade dos acontecimentos caracteriacutesticos de um serviccedilo de emergecircncia em diversos momentos os dados deixaram de ser descritos nos instrumentos utilizados no SACR ou seja pacientes satildeo atendidos sem haver qualquer citaccedilatildeo nos instrumentos utilizados pelo serviccedilo Considerou-se a importacircncia de relatar estes aspectos para o esclarecimento de que a demanda do serviccedilo eacute mais expressiva do que a apresentada nesta pesquisa

Apesar de que eacute uma das funccedilotildees dos profissionais de sauacutede eacute zelar pela vida sempre por vezes o ambiente e as condiccedilotildees humanas sobrepotildeem agrave capacidade de uma equipe A elevada demanda dos serviccedilos de emergecircncia acaba por resultar em pacientes esperando por atendimento meacutedico em tempo excedendo agrave uma hora pacientes acomodados em macas sem nenhum conforto pouca qualidade da assistecircncia e tensatildeo da equipe multiprofissional (LOPES 2011)

Os serviccedilos de urgecircncia apresentam diversos desafios a serem superados no atendimento agrave sauacutede superlotaccedilatildeo trabalho fragmentado e pouca articulaccedilatildeo com os demais serviccedilos de sauacutede Portanto torna-se essencial refletir e buscar novas formas de atuaccedilatildeo que direcionem a um cuidado resolutivo humanizado e acolhedor a partir da compreensatildeo do serviccedilo A experiecircncia dos profissionais eacute muito importante para compor as melhores estrateacutegias de um acolhimento resolutivo O sentido da palavra ldquoacolhimentordquo apenas teraacute sentido na proporccedilatildeo que for enriquecida e reformulada nas discussotildees do cotidiano da praacutetica profissional (BRASIL 2009) A seguir seratildeo apresentados os dados que caracterizam o puacuteblico com queixa de dor toraacutecica classificado

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Tabela 1 - Caracterizaccedilatildeo dos pacientes com queixa de dor toraacutecica que procuraram o Serviccedilo de Emergecircncia do HUUFSC ndash Florianoacutepolis ndash SC 2013-2014

DADOS PESSOAIS Nordm

SEXO

Masculino 23 343

Feminino 44 657

Total 67 1000

IDADE (anos)

18 a 29 08 120

30 a 49 23 343

50 a 69 29 433

70 7 104

Total 67 1000

INIacuteCIO DOS SINTOMAS

lt 24 horas 25 373

Haacute 1 ou 2 dias 37 552

Haacute 3 ou mais dias 5 75

Total 67 1000

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FATORES DE RISCO

Tabagismo 15 224

Diabetes 10 149

Hipertensatildeo Arterial 32 478

Dislipidemia 4 6

Uso de cocaiacutena - -

Histoacuteria familiar de Doenccedila Arterial Coronariana

18 269

Natildeo possui 16 239

Total 80 1000

ANTECEDENTES CARDIOVASCULARES

Doenccedila Arterial Coronariana 2 3

Infarto Agudo do Miocaacuterdio 12 182

Angina 2 3

Revascularizaccedilatildeo do Miocaacuterdio - -

Stent cardiacuteaco 4 6

Acidente vascular cerebral ou acidente isquecircmico transitoacuterio

- -

Doenccedila Arterial Obstrutiva Perifeacuterica - -

Doenccedila da aorta - -

Doenccedila das caroacutetidas - -

Doenccedila das arteacuterias renais - -

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Insuficiecircncia Cardiacuteaca Congestiva 2 3

Arritmia 2 3

Marcapasso - -

Desfibrilador implantado - -

Outras - -

Natildeo possui 42 636

Total 66 1000

Fonte Dados obtidos pela autora (2013-2014)

Quanto ao gecircnero observou-se 44 pacientes do sexo

feminino (657) e 23 do sexo masculino (343) Dessa forma eacute possiacutevel comprovar que ainda existe predominacircncia do sexo feminino na procura dos serviccedilos de sauacutede De acordo com a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede do Homem instituiacuteda em 2009 justamente com a finalidade de ampliar o acesso masculino na procura aos serviccedilos de sauacutede estudos comprovam que os homens satildeo mais vulneraacuteveis agraves doenccedilas especialmente as enfermidades graves e crocircnicas o que estaacute diretamente relacionado ao fato de que eles recorrem com menos frequumlecircncia do que as mulheres aos serviccedilos de sauacutede o que acontece geralmente apoacutes agravamento do quadro cliacutenico (BRASIL 2008)

Considerando esta realidade pode-se afirmar que eacute de primordial que o profissional de sauacutede atue no sentido de conscientizar a populaccedilatildeo masculina em especial visto que a cada trecircs mortes de pessoas adultas duas satildeo de homens Especificamente abordando as doenccedilas isquecircmicas cardiacuteacas como o infarto agudo do miocaacuterdio estudos tambeacutem revelam que estatildeo entre as principais causas de mortes do sexo masculino E em comparaccedilatildeo agraves mulheres o tempo de vida deles eacute de 76 anos menor (BRASIL 2008) Os homens satildeo mais suscetiacuteveis ao

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IAM do que as mulheres A incidecircncia feminina aumenta quando estas fumam e usam anticoncepcionais No periacuteodo poacutes-menopausa a incidecircncia de IAM nas mulheres eacute semelhante agraves taxas observadas nos homens (BOUNDY et al 2004)

O aspecto da baixa procura masculina aos serviccedilos de sauacutede explicam-se com maior congruecircncia pelos aspectos culturais Em decorrecircncia dos estereoacutetipos do gecircnero a doenccedila eacute considerada como um sinal de fragilidade que os homens natildeo reconhecem como inerentes agrave sua proacutepria condiccedilatildeo bioloacutegica (BRASIL 2008b) Em muitos casos no sentido da garantia do contexto da masculinidade muitos homens tendem a natildeo valorizar ou natildeo verbalizar seus sintomas aacutelgicos Por esse motivo ao analisarmos a dor profissionalmente vale lembrar a importacircncia da compreensatildeo das barreiras soacutecio-culturais no sentido de desenvolver estrateacutegias para a promoccedilatildeo do acesso dos homens aos serviccedilos de sauacutede (BRASIL 2008b)

Em relaccedilatildeo agrave idade variou entre 18 a 78 anos com a maioria (433) na faixa etaacuteria de 50 a 69 anos O SEA do Hospital Universitaacuterio atende pacientes a partir dos 15 anos de idade Eacute possiacutevel destacar que a faixa etaacuteria dos pacientes a procurar o serviccedilo eacute bastante diversificada Observamos aqui nos nuacutemeros de pacientes que procuram o Serviccedilo de Emergecircncia com dor toraacutecica em ordem crescente em relaccedilatildeo ao aumento da faixa etaacuteria No entanto ocorre uma inversatildeo descrente nos pacientes mais idosos ou seja acima de 70 anos de idade o que pode estar retratando o aumento da qualidade de vida da populaccedilatildeo mais idosa Estudos apontam que ano Brasil entre os anos de 2000 e 2010 a populaccedilatildeo idosa aumentou de 14 para 21 milhotildees o que denota as melhores condiccedilotildees sociais e econocircmicas no paiacutes (IBGE 2010) Com o aumenta da longevidade haacute proporcionalmente o aumento das doenccedilas crocircnicas tiacutepicas da populaccedilatildeo idosa como hipertensatildeo diabetes e doenccedilas cardiacuteacas

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O processo de envelhecimento decorre da queda das taxas de natalidade e mortalidade infantil e o aumento da expectativa de vida que acarreta em aumento das doenccedilas crocircnicas que geram anos de utilizaccedilatildeo do sistema de sauacutede O aumento das doenccedilas crocircnicas em idosos vem sobrecarregando ainda mais os serviccedilos de emergecircncia (ALVES BARBOSA 2010)

Para que a classificaccedilatildeo seja adequada o enfermeiro deveraacute ter conhecimento das mudanccedilas do organismo e adaptaccedilotildees comuns a cada fase da vida a fim de reconhecer alteraccedilotildees fiacutesicas e psiacutequicas proacuteprias a cada faixa etaacuteria

Verificou-se em relaccedilatildeo ao iniacutecio dos sintomas que a maior parte dos pacientes 37 (552) procurou o serviccedilo de emergecircncia apenas apoacutes 1 a 2 dias do iniacutecio dos sintomas 25 (373) procuraram o serviccedilo antes das 24 horas do iniacutecio dos sintomas e 5 (75) procuraram apoacutes mais de 3 dias do iniacutecio dos sintomas Apesar de a dor toraacutecica ser considerada como um sintoma temido por grande parte da populaccedilatildeo o enfermeiro haacute que considerar que ainda existe o pensamento popular de quando incomodado pelo sintoma da dor toraacutecica muitos indiviacuteduos tendem a se automedicar natildeo admitir a seriedade do desconforto promove tentativas de melhora e sobretudo hesita atendimento nos serviccedilos de sauacutede o que pode acarretar em piora do quadro cliacutenico fazendo com que o paciente procure o serviccedilo de emergecircncia apenas com o agravamento da situaccedilatildeo (BOAVENTURA 2011) Essa condiccedilatildeo caracteriza motivo de importacircncia do questionamento do enfermeiro acerca do iniacutecio dos sintomas pois em muitos casos a quadro apresentado pela dor toraacutecica pode jaacute encontrar-se em agravamento BOUNDY et al (2004) considera que a dor toraacutecica eacute o sintoma fundamental do IAM que geralmente eacute constritiva e persistente por 12 horas ou mais pode irradiar-se para o braccedilo esquerdo maxilar pescoccedilo e omoplatas

Revela-se aqui nos fatores de risco associados a alta incidecircncia brasileira da ocorrecircncia de Hipertensatildeo Arterial

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Sistecircmica (HAS) 32 (478) dos pacientes com dor toraacutecica classificados referiu ser hipertenso A histoacuteria familiar de Doenccedila Arterial Coronariana aparece em 18 (269) dos casos e o tabagismo em 15 (224) pacientes

O IAM eacute causado pela diminuiccedilatildeo do fluxo sanguiacuteneo e consequentemente do oxigecircnio ao muacutesculo cardiacuteaco o miocaacuterdio Geralmente eacute causado pelo estreitamento das arteacuterias coronaacuterias por acuacutemulo de lipiacutedeos embolo ou trombo (OLIVEIRA LEITAtildeO RAMOS 2009) Dessa forma torna-se primordial para a avaliaccedilatildeo do risco da dor toraacutecica o enfermeiro correlacionar os fatores de risco associados para a potencialidade de uma doenccedila arterial coronariana que desencadeie o IAM (OLIVEIRA LEITAtildeO RAMOS 2009) O conhecimento das variaacuteveis cliacutenicas (histoacuteria de hipertensatildeo diabetes dislipidemia) deve ser correlacionado imediatamente com a caracteriacutestica da dor toraacutecica durante a classificaccedilatildeo de risco no sentido de afastar ou suspeitar de gravidade relacionada agrave dor

O HIAE ao abordar os fatores de risco para a Siacutendrome Coronariana Aguda lembra que o tabagismo eacute o maior fator de risco para a morte suacutebita cardiacuteaca o colesterol em excesso acumula-se no interior das arteacuterias coronaacuterias levando agrave aterosclerose que predispotildee ao IAM A aterosclerose eacute a principal causa de IAM 50 dos pacientes que enfartam satildeo hipertensos e para o portador de Diabetes Mellitus a ocorrecircncia de infarto eacute de 2 a 4 vezes maior (HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN 2014) Boundy et al (2004) alertam que o IAM eacute causado pela obstruccedilatildeo das arteacuterias coronaacuterias Os principais fatores de risco satildeo envelhecimento diabetes mellitus dislipidemia hipertensatildeo obesidade histoacuteria familiar de Doenccedila Arterial Coronariana (DAC) sedentarismo tabagismo estresse e uso de drogas como anfetaminas ou cocaiacutena

A I Diretriz Brasileira para Prevenccedilatildeo Cardiovacular cita que a hipertensatildeo arterial sistecircmica (HAS) eacute o mais importante fator de risco para o desenvolvimento de doenccedila arterial coronariana E a principal prevenccedilatildeo cardiovascular engloba evitar a instalaccedilatildeo de fatores de risco cardiovascular modificaacuteveis como o tabagismo (SIMAtildeO et al 2013)

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As accedilotildees do enfermeiro devem estar focadas na prevenccedilatildeo Cardioloacutegica baseadas na alta incidecircncia das taxas de mortalidade das Siacutendromes Coronaacuterias Agudas Particularmente a diminuiccedilatildeo do risco de agravo do Infarto Agudo do Miocaacuterdio pode ser iniciada pela identificaccedilatildeo precoce dos fatores de risco e sua correlaccedilatildeo com a dor toraacutecica Os indiviacuteduos com maior risco devem ser rapidamente identificados (GUIMARAtildeES 2006)

A classificaccedilatildeo de risco do paciente com queixa de dor toraacutecica deve ser aacutegil de criteriosa conter caracterizaccedilatildeo da dor identificaccedilatildeo de fatores de risco associados antecedentes cardiovasculares monitorizaccedilatildeo cardiacuteaca contiacutenua oximetria de pulso acesso venoso perifeacuterico exames laboratoriais e principalmente ECG de 12 derivaccedilotildees em menos de dez minutos a partir da chegada do paciente dentre outros (VIEIRA RAFAEL 2011) Para tanto sem duacutevida podemos afirmar que a utilizaccedilatildeo de protocolos para embasar a classificaccedilatildeo de risco oferece respaldo legal para a atuaccedilatildeo segura dos enfermeiros (SOUZA et al 2011)

O enfermeiro ao deparar-se com o paciente com queixa de dor toraacutecica deve investigar os antecedentes cardiovasculares O risco de doenccedila ateroscleroacutetica eacute estimado com base na anaacutelise conjunta de caracteriacutesticas que aumentam a chance de um indiviacuteduo desenvolver a doenccedila Portanto o mais claro identificador de risco eacute a manifestaccedilatildeo preacutevia da proacutepria enfermidade (SIMAtildeO et al 2013) A Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (OMS) cita a doenccedila cardiovascular como uma das condiccedilotildees mais debilitantes de impacto sobre a qualidade de vida do indiviacuteduo um agravante fator de risco para o IAM Estima-se que juntamente com a Depressatildeo a Doenccedila Arterial Coronariana (que predispotildee ao IAM) seratildeo em 2020 as duas principais causas de morte devendo a comorbidade entre estas duas doenccedilas ser mais preocupante (LEMOS et al 2008)

Classificaccedilatildeo de Risco ndash Anaacutelise da Utilizaccedilatildeo dos Fluxogramas

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A Figura 2 aponta a porcentagem da utilizaccedilatildeo dos trecircs fluxos pertencentes ao instrumento proposto

Figura 2 - Distribuiccedilatildeo percentual da Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes que procuraram o SEA do HUUFSC de acordo com o protocolo proposto (Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem do HIAE) Florianoacutepolis-SC 2014

Fonte dados obtidos pela autora (2013-2014)

Os dados relativos apresentados na Figura 2 demonstram

que os enfermeiros utilizaram o fluxo 1 em 507 (34) dos casos o fluxo 2 em 269 (18) dos casos e o fluxo 3 em 224 (15) dos casos Esse fato revela que os enfermeiros suspeitaram de maior gravidade nos casos de dor toraacutecica de acordo com as queixas referidas pelos pacientes ao utilizar o protocolo sugerido para este estudo

Uma vez que o paciente com sintoma de dor toraacutecica pode tratar-se de uma condiccedilatildeo grave a abordagem adequada torna-se equivalente agrave minimizaccedilatildeo de riscos de morte Por esse motivo eacute necessaacuterio que o enfermeiro que atua nos serviccedilos de urgecircncia detenha conhecimento cientiacutefico praacutetico e teacutecnico Aleacutem disso eacute primordial a tomada de decisotildees raacutepidas e concretas o reconhecimento de situaccedilotildees de riscos familiaridade com a Siacutendrome Coronariana Aguda (SCA) O conhecimento sobre os pacientes acometidos com dor toraacutecica eacute relevante por ser uma condiccedilatildeo cliacutenica prevalente nos serviccedilos de emergecircncia (FERREIRA MADEIRA 2011)

0

20

40

60Fluxo 1 (Suspeita deSiacutendrome CoronarianaAguda Tiacutepica)Fluxo 2 (PossiacutevelSiacutendrome CoronarianaAguda Atiacutepica)Fluxo 3 (Sem suspeitainicial de SiacutendromeCoronariana Aguda)

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O objetivo do atendimento agrave dor toraacutecica eacute a avaliaccedilatildeo imediata a priorizaccedilatildeo deste tipo de dor com a finalidade de reduccedilatildeo do retardo intra-hospitalar para o atendimento do paciente com SCA aleacutem da internaccedilatildeo desnecessaacuteria e liberaccedilatildeo inapropriada dos casos de SCA (BASSAN 2002) Neste sentido o uso de protocolo de Enfermagem para a classificaccedilatildeo de risco da dor toraacutecica eacute crucial para a adequada seleccedilatildeo de pacientes com dor toraacutecica passiacutevel de SCA o que acaba por diminuir a chance do paciente ser liberado do serviccedilo de Emergecircncia inadequadamente reduzindo o iacutendice de mortalidade por isquemia cardiacuteaca (FERREIRA MADEIRA 2010)

Diante da queixa de dor toraacutecica eacute importante que seja considerada isquemia do miocaacuterdio em todos os pacientes ateacute que esta seja descartada A avaliaccedilatildeo deve ser raacutepida incluindo o tipo de dor e o correto encaminhamento na diferenciaccedilatildeo entre dor toraacutecica cardiacuteaca e natildeo cardiacuteaca (JONES BRISTOL JONES 2013)

Muitos profissionais de sauacutede demonstram ainda conceitos errocircneos em relaccedilatildeo agrave avaliaccedilatildeo da dor tornando-a banalizada e pouco valorizada o que torna ineficaz a classificaccedilatildeo de risco da dor toraacutecica Esse fato pode ser modificado quando a classificaccedilatildeo eacute amparada por um instrumento de acordo com evidecircncia cientiacutefica comprovada (OLIVEIRA SILVA LEITAtildeO 2010)

Para a minimizaccedilatildeo de riscos de agravos aos pacientes com dor toraacutecica em condiccedilotildees graves que chegam agraves salas de emergecircncia eacute imperativo que a instituiccedilatildeo de sauacutede conte com enfermeiros treinados e equipados com uma ferramenta que os auxilie no manejo de pacientes acometidos por esta dor Dessa forma utilizar protocolos em sauacutede eacute fundamental na otimizaccedilatildeo do cuidado (FERREIRA MADEIRA 2011) A demanda elevada e crescente dos serviccedilos de emergecircncia torna necessaacuteria a incorporaccedilatildeo de estrateacutegias e tecnologias para lidar com esta procura A adoccedilatildeo de protocolos prioriza os atendimentos de condiccedilotildees graves que possam natildeo estar sendo reconhecidas

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diminuindo o tempo de espera e consequentemente o risco de deteriorizaccedilatildeo dos pacientes (ANZILEIRO 2011)

O prestador de cuidado dos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia precisa ser detentor de destreza manual e rapidez na accedilatildeo autocontrole emocional e facilidade de comunicaccedilatildeo a fim de obter os dados de sauacutede necessaacuterios para a otimizaccedilatildeo dos cuidados A comunicaccedilatildeo e a integraccedilatildeo com a equipe multiprofissional satildeo fundamentais para a participaccedilatildeo de todos no cuidado humanizado Aleacutem disso precisa possuir uma diversidade de conhecimento cientiacutefico para avaliar de forma precisa e aacutegil refletindo na reduccedilatildeo de risco aos agravos de sauacutede (LOPES 2011)

Considerando a magnitude da ocorrecircncia de dor toraacutecica nos serviccedilos de emergecircncia ainda existem muitas duacutevidas e questionamentos para definiccedilatildeo do quadro cliacutenico apresentando pelos pacientes Ressalta-se a importacircncia de discussotildees aprofundadas sobre a dor e avaliaccedilatildeo realizada pelo enfermeiro e o uso de protocolos para sanar duacutevidas de classificaccedilatildeo (SANTORO PIMENTA 2008)

Classificaccedilatildeo de risco ndash Anaacutelise dos diagnoacutesticos meacutedicos

A Figura 3 ilustra a porcentagem dos diagnoacutesticos

encontrados nas classificaccedilotildees de risco dos pacientes com dor toraacutecica

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Figura 3 - Distribuiccedilatildeo percentual dos diagnoacutesticos meacutedicos encontrados na Classificaccedilatildeo dos pacientes com dor toraacutecica Florianoacutepolis-SC 2014

Fonte dados obtidos pela autora (2013-2014)

Identificaram-se entre os diagnoacutesticos encontrados 35 (66) casos de ansiedade 22 (328) casos de dor muscular em 7 registros (104) natildeo havia diagnoacutestico meacutedico formado e 3 (45) foram confirmados casos de Infarto Agudo do Miocaacuterdio

Reafirmando a caracteriacutestica do setor como porta de entrada aos serviccedilos de sauacutede recebendo elevada demanda de pacientes com indicaccedilatildeo de atendimento na Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede (APS) a Figura 3 demonstra que a maior parte dos pacientes classificados com dor toraacutecica no periacuteodo apresentam quadros considerados de ldquopouca-urgecircnciardquo

De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2006) 65 dos casos que satildeo atendidos nos serviccedilos de emergecircncia no Brasil tecircm indicaccedilatildeo de serem resolvidos na APS Tal condiccedilatildeo acaba por ldquosobrecarregarrdquo com elevada demanda as unidades de emergecircncia O SACR natildeo conta com profissional meacutedico exclusivamente para atender a demanda dos pacientes que satildeo classificados o que acaba por acarretar muitas vezes em demora no atendimento inquietaccedilatildeo de pacientes

0

20

40

60 Ansiedade

DormuscularSemregistrosIAM

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geralmente aqueles classificados como ldquoverdesrdquo que possuem indicaccedilatildeo para atendimento na Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede (APS)

Devido agrave oferta restrita de atendimentos em sauacutede a populaccedilatildeo excedente tende a procurar um serviccedilo com maior possibilidade de porta de entrada Os serviccedilos de emergecircncia hospitalar geralmente conferem esta visatildeo de resolutividade (MARQUES LIMA 2010)

A elevada procura pelos serviccedilos de emergecircncia por pacientes com indicaccedilatildeo de atendimento na APS reflete as falhas na rede de atenccedilatildeo agrave sauacutede e sua desarticulaccedilatildeo Lopes (2011) afirma ainda que a desarticulaccedilatildeo da Rede de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede (RAS) e o descreacutedito da populaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao atendimento na Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede contribuem seguramente para a superlotaccedilatildeo dos serviccedilos de emergecircncia a niacutevel nacional Souza etal (2010) lembram que durante a classificaccedilatildeo de risco podemos evidenciar uma situaccedilatildeo frequente nos serviccedilos de emergecircncia atendidos que natildeo caracterizam emergecircncia propriamente dita ou seja natildeo se tratam de risco de vida Cabe ressaltar que o conceito de urgecircncia e emergecircncia eacute diferente na visatildeo dos usuaacuterios de sauacutede

Neste sentido o SEA do HU eacute visto como serviccedilo de referecircncia Esses dados sugerem a imagem da populaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao hospital como centro de excelecircncia para o atendimento em sauacutede conferindo sua caracterizaccedilatildeo como figura de resolutividade Dessa forma apesar dos problemas de superlotaccedilatildeo e muitas vezes com demora no atendimento o hospital ainda confere agrave populaccedilatildeo maior acreditaccedilatildeo ou seguranccedila Reafirmando esta ideia Marques e Lima (2010 p15) colocam que ldquoApesar de superlotadosrdquo impessoais e atuando sobre a queixa principal esses locais reuacutenem um somatoacuterio de recursos quais sejam consultas remeacutedios procedimentos de enfermagem exames laboratoriais e internaccedilotildeesrdquo

Ao fazermos a relaccedilatildeo dos dados de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes que procuram o SEA do HU referindo dor toraacutecica e os diagnoacutesticos encontrados percebe-se que apesar da alta incidecircncia dos casos classificados ldquopouco-urgentesrdquo (verdes e azuis) como eacute considerado um quadro de ansiedade (Figura 2) reafirma-se que os enfermeiros valorizaram os

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sintomas referidos pelos pacientes com dor toraacutecica utilizando o protocolo sugerido agrave medida que classificam a maioria dos casos como Fluxo 1 (emergecircncia) 34 (507) dos casos

Nas classificaccedilotildees encontradas identificamos maior nuacutemero de casos classificados como emergentes em contrapartida o quadro com maior nuacutemero de diagnoacutesticos eacute o de ansiedade considerada uma queixa ldquopouco-urgenterdquo ou natildeo-emergente Esse fator nos faz refletir que ao vivenciar a dor toraacutecica o indiviacuteduo passa pela experiecircncia de sentimentos complexos O alto grau de gravidade que pode estar associado a este tipo de dor acaba por impulsionar a grande procura pelo ambiente hospitalar por parte dos pacientes com dor toraacutecica e seus familiares Pacientes que vivenciam a dor toraacutecica em sua maioria procuram o serviccedilo de emergecircncia em situaccedilatildeo que considera emergente ou urgente podendo ou natildeo estar passando por processo patoloacutegico (ARAUJO MARQUES 2007)

A intensidade dos sintomas cliacutenicos tende a conferir sentimentos de medo e o principal eacute o medo da morte agrave medida que relaciona esta dor como ameaccediladora agrave vida (ARAUacuteJO MARQUES 2007)

A Sociedade Brasileira de Cardiologia (2002) aponta que a dor toraacutecica tambeacutem pode surgir como reflexo psicossomaacutetico ou seja natildeo possuir causa orgacircnica Neste sentido gerada por mecanismos psiacutequicos tende a ser difusa e imprecisa Os sintomas de ansiedade satildeo detectaacuteveis na maioria dos casos e geralmente se observa a utilizaccedilatildeo inadequada e abusiva de analgeacutesicos (BASSAN et al 2002)

Consideraccedilotildees Finais

Conhecer o perfil dos pacientes com queixas de dor

toraacutecica eacute fundamental para buscar propostas para um cuidado seguro e qualificado de acordo com suas necessidades

Os serviccedilos de emergecircncia possuem caracteriacutestica de porta de entrada ao serviccedilo hospitalar no entanto acabam por atender tambeacutem os casos com indicaccedilatildeo de atendimento em niacutevel de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede sendo um retrato da situaccedilatildeo

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de sauacutede a niacutevel nacional e o SEA do HU natildeo foge a esta regra Esse fato acarreta a superlotaccedilatildeo demora no atendimento e tensatildeo aos profissionais de sauacutede Como eacute elevado o nuacutemero de pacientes atendidos na emergecircncia com casos natildeo urgentes ao deparar-se com um paciente com queixa de dor toraacutecica o profissional de sauacutede poderaacute banalizaacute-la ou ateacute mesmo desvalorizaacute-la

A caracterizaccedilatildeo dos pacientes que chegam ao SEA do HU foi possiacutevel por meio de anaacutelise das informaccedilotildees contidas no protocolo ldquoFluxograma de Triagem Cardioloacutegicardquo do HIAE A obtenccedilatildeo dessas informaccedilotildees revelou dados importantes para a avaliaccedilatildeo do paciente com dor toraacutecica e confirmou a importacircncia de um instrumento cientiacutefico jaacute validado em um serviccedilo de referecircncia como o HIAE para fundamentar as accedilotildees de Enfermagem Embora o serviccedilo contexto deste estudo natildeo seja referecircncia em cardiologia atende uma demanda expressiva de pacientes que procuram o serviccedilo com queixa de dor toraacutecica conforme observado neste estudo

Haacute ainda que se considerar que o SACR precisa atuar de forma a identificar com agilidade os casos de dor toraacutecica com indiacutecio de caso cliacutenico grave para promover a classificaccedilatildeo de risco eficaz em tempo ouro para a recuperaccedilatildeo do paciente Para isso o protocolo especiacutefico de Enfermagem ao paciente com dor toraacutecica precisa ser pautado em evidecircncias cliacutenicas reforccedilando a necessidade de implantaccedilatildeo de um protocolo validado

Esta pesquisa trouxe a comprovaccedilatildeo baseada na evidecircncia cientiacutefica de uma realidade claacutessica poreacutem somente observada mas agora registrada E como proposta fica a importante necessidade de sugerir a institucionalizaccedilatildeo do protocolo de enfermagem do HIAE para pacientes com queixas de dor toraacutecica que comprovou estar de acordo com a realidade do serviccedilo e com a caracteriacutestica do perfil dos pacientes encontrados

Para que esta pesquisa natildeo seja apenas uma constataccedilatildeo de fragilidades e sim se transforme em realidade em accedilatildeo para um serviccedilo de sauacutede de qualidade e livre de riscos o protocolo seraacute avaliado e discutido quanto agrave sua viabilidade ao serviccedilo em estudo distinto Para que esta proposta seja efetiva inicialmente

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deveraacute ser avaliado pela equipe de enfermagem e posteriormente ser apresentado agrave Diretoria de Enfermagem do hospital de estudo para possiacutevel institucionalizaccedilatildeo Um protocolo de avaliaccedilatildeo soacute torna-se uacutetil quando utilizado com vistas a atender um puacuteblico comum ao serviccedilo e agraves necessidades dos profissionais

Referecircncias ALVES D B BARBOSA M T S Desigualdades na Mortalidade por Doenccedilas Crocircnicas entre Idosos e sua Associaccedilatildeo com Indicadores Socioeconocircmicos no Brasil RBCEH Passo Fundo v 7 n 1 p 22-33 janabr 2010 ANZILIERO F A Emprego do Sistema de Triagem de Manchester na estratificaccedilatildeo de risco revisatildeo de Literatura Trabalho de conclusatildeo de curso da UFRS Porto alegre 2011 ARAUJO RD MARQUES IR Compreendendo o significado da dor toraacutecica isquecircmica de pacientes admitidos na sala de emergecircncia Rev Bras Enferm v60 n6 2007 BASSAN R PIMENTA L LEAtildeES P TIMERMAN A Sociedade Brasileira de Cardiologia I Diretriz de dor toraacutecica na sala de emergecircncia Definiccedilatildeo de graus de recomendaccedilatildeo e niacuteveis de evidecircncia Arq Bras Cardiol v76 n2 p1-22 2002 BOAVENTURA L SANTOS C PASELLO S Atuaccedilatildeo do Enfermeiro no Infarto Agudo do Miocaacuterdio Artigonal Diretoacuterio de Artigos Gratuitos 2011 Disponiacutevel em lthttpwwwartigonalcomauthors1166189gt Acesso em 08 fev 2014 BOUNDY J et al Enfermagem Meacutedico-Ciruacutergico Infarto Agudo do MiocaacuterdioCarlos Henrique Cosendey 3ordf ed Rio de Janeiro Reichman amp Affonso Editores v 2 2004

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BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Humaniza SUS Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo A Humanizaccedilatildeo como Eixo Norteador das Praacuteticas de Atenccedilatildeo e Gestatildeo em todas as Instacircncias do SUS Seacuterie B Textos Baacutesicos Brasiacutelia 2004 _______ Ministeacuterio da Sauacutede Recomendaccedilotildees para a Organizaccedilatildeo dos Cuidados Urgentes e Emergentes O Serviccedilo de Urgecircncias Hospitais SA 2006 _______ Ministeacuterio da Sauacutede Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo agraves Urgecircncias - 3 ed ampliada ndash Seacuterie E ndash Legislaccedilatildeo de Sauacutede BrasiacuteliaDF 2006 p55 _______ Ministeacuterio da Sauacutede Grupo Hospitalar ConceiccedilatildeoGerecircncia de Ensino e Pesquisa Diretrizes CliacutenicasProtocolos Assistenciais Manual Operacional Porto Alegre 2008 _______ Ministeacuterio da Sauacutede Acolhimento e Classificaccedilatildeo de Risco nos Serviccedilos de Urgecircncia Seacuterie B Textos Baacutesicos de Sauacutede BrasiacuteliaDF 2009 _______ Ministeacuterio da Sauacutede Conselho Nacional de Sauacutede Resoluccedilatildeo 466 de 12 dezembro de 2012 Diretrizes e normas regulamentadoras da pesquisa envolvendo seres humanos Brasiacutelia 2012 _______ Ministeacuterio da Sauacutede Perfil da mortalidade do Brasileiro Uma anaacutelise da situaccedilatildeo de sauacutede Brasiacutelia 2008 Disponiacutevel em lthttpportalsaudegovbrportalarquivospdfcoletiva_saude_061008pdf Acesso em 110312gt Acesso em 05 jan 2013 _______ Ministeacuterio da Sauacutede Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede do Homem Princiacutepios e Diretrizes Brasiacutelia 2008 Disponiacutevel em lthttpportalsaudegovbrportalarquivospdfpolitica_nacional_homempdfgt Acesso em 05 jan 2013

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GUIMARAtildeES et al Epidemiologia do infarto agudo do miocaacuterdio Revista Soc Cardiol Estado de Satildeo Paulo v16 n1 p1-7 janmar 2006 Disponiacutevel em lthttp2002201451revistasocespedicoesvolume16pdfn01pdfgt Acesso em 20 mai 2009 FERREIRA AMC MADEIRA MZA A Dor Toraacutecica na Sala de Emergecircncia uma revisatildeo de literatura Revista Interdisciplinar NOVAFAPI Teresina v4 n1 p50-56 janfevmar 2011 HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN Histoacuterico 2014 Disponiacutevel em lthttpwwweinsteinbrhospitalPaginassobre-o-hospitalaspxgt Acesso em 02 out 2013 JONES C BRISTOL E JONES F Reedman Nurse Practitioner Clinical Protocol Chest Pain 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwnursinghealthwagovaudocscareernpmmcchest_painpdfgt Acesso em 25 jan 2014

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um protocolo institucional brasileiro e Manchester Rev Latino-Am Enfermagem v19 n1 janfev 2011 SIMAtildeO AF PRECOMA AD ANDRADE JP CORREA FILHO H Diretriz Brasileira de Prevenccedilatildeo Cardiovascular Arquivos Brasileiros de Cardiologia Sociedade Brasileira de Cardiologia v101 n6 s2 dez 2013 Disponiacutevel em lthttppublicacoescardiolbrconsenso2013Diretriz_Prevencao_Cardiovascularpdfgt Acesso em07 jan 2013 VIEIRA W F S RAFAEL D Hospital de Cliacutenicas (HC) Universidade Federal do Paranaacute (UFPR) Departamento de Cliacutenica meacutedica Disciplina de Cardiologia Unidade Coronariana Protocolo de Manejo Hospitalar do Infarto Agudo do Miocaacuterdio com Supradesniacutevel de segmento ST Curitiba 2011 Disponiacutevel em lthttpwwwhcufprbrsitesdefaultfilesprotocolo_IAMCSST_2011pdf gt Acesso em 22 abr 2013

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52 A AVALIACcedilAtildeO DOS ENFERMEIROS DE UM SERVICcedilO DE EMERGEcircNCIA HOSPITALAR SOBRE A UTILIZACcedilAtildeO DE UM PROTOCOLO PARA A DOR TORAacuteCICA VALIDADO EM UM SERVICcedilO DE REFEREcircNCIA

Aline Costa Vieirasup1

Kaacutetia Cilene Godinho Bertoncellosup2 Juliana Balbinot Reis Girondisup3

Resumo Estudo quantitativo de caraacuteter descritivo que objetivou identificar a avaliaccedilatildeo de enfermeiros do Serviccedilo de Emergecircncia de um Hospital Universitaacuterio do Sul do Brasil ao utilizar um protocolo de Enfermagem especiacutefico para classificar a dor toraacutecica Foram realizadas sete entrevistas com os enfermeiros participantes por meio de roteiro semiestruturado entre janeiro e fevereiro de 2014 Para anaacutelise dos dados utilizou-se a estatiacutestica descritiva por meio de nuacutemeros absolutos e percentuais O protocolo utilizado foi construiacutedo validado e eacute utilizado no Hospital Israelita Albert Einstein de Satildeo PauloSP Contempla as caracteriacutesticas da dor toraacutecica fatores de risco antecedentes cardiovasculares e os possiacuteveis fluxogramas de encaminhamentos que conduzem a accedilatildeo do enfermeiro ao classificar o risco Os dados obtidos datildeo conta de que haacute um consenso entre os enfermeiros de que o protocolo sugerido prioriza o atendimento agrave Siacutendrome Coronariana Aguda identifica mais facilmente os fatores de risco para Infarto Agudo do Miocaacuterdio aleacutem de melhor identifica o tipo de dor Dentre as avaliaccedilotildees sobressaem as consideraccedilotildees positivas em utilizar o protocolo sobre as negativas Os enfermeiros em geral consideram o protocolo sugerido aplicaacutevel ao serviccedilo pois fundamentou sua praacutetica e proporcionou respaldo em sua conduta Palavras-chave Dor toraacutecica Infarto Agudo do Miocaacuterdio Assistecircncia em Enfermagem Classificaccedilatildeo de Risco Protocolos

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Abstract Qualitative descriptive study aimed to identify the evaluation of nurses in the Emergency Department of a University Hospital in Southern Brazil to use a specific protocol to classify Nursing chest pain Interviews with seven nurses participants through semi-structured between January and February 2014 were performed Data analysis used descriptive statistics by absolute numbers and percentages The protocol used was constructed validated and is used in the Albert Einstein Hospital in Sao Paulo SP Include the characteristics of chest pain risk factors cardiovascular history and possible flowcharts referrals that lead to action by nurses to rate the risk Data obtained realize that there is a consensus among nurses suggested that the protocol prioritizes compliance with Acute Coronary Syndrome more easily identifies risk factors for Acute Myocardial Infarction and better identifies the type of pain Among the positive reviews the highlights considerations in using the protocol on the negative Nurses generally consider the suggested protocol applicable to service as their practice ground and provided support in their conduct Keywords Chest pain acute myocardial infarction Nursing Assistance Risk Rating Protocols

Introduccedilatildeo

A dor toraacutecica eacute apontada como uma das principais

queixas referidas pelos pacientes que procuram os atendimentos de emergecircncia De acordo com estudos da Sociedade Brasileira de Cardiologia a estimativa eacute que 4 milhotildees de pessoas satildeo atendidas por dor toraacutecica anualmente no Brasil (BASSAN et al2002) Cerca de 5 a 15 dos pacientes que referem dor toraacutecica satildeo diagnosticados com Infarto Agudo do Miocaacuterdio ou seja em dados relativos 400 mil por ano em nosso paiacutes (BASSAN et al 2002)

Considerando que esta dor eacute o sintoma claacutessico da Siacutendrome Coronariana Aguda a atenccedilatildeo precisa ser redobrada em vigecircncia deste tipo de dor Os enfermeiros que atuam em um serviccedilo de Emergecircncia na Classificaccedilatildeo de Risco precisam estar atentos em vigecircncia da dor toraacutecica Frequentemente estes

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profissionais deparam-se com a dor toraacutecica por isquemia e diante de sua subjetividade avaliar e classificar a dor toraacutecica natildeo se constitui em tarefa simples (ARAUJO MARQUES 2007)

Nesse contexto emerge como tecnologia do cuidado e instrumento para o embasamento da praacutetica de Enfermagem os protocolos assistenciais que vem ao encontro das necessidades dos enfermeiros para a tomada de decisatildeo durante a classificaccedilatildeo de risco

Com relaccedilatildeo aos eventos coronarianos a reduccedilatildeo de casos como o Infarto Agudo do Miocaacuterdio na Siacutendrome Coronariana Aguda (SCA) ocorre mediante uso de diretrizes com evidecircncia cientiacutefica comprovada O uso de protocolos cliacutenicos eacute uacutetil para otimizar a qualidade do atendimento (FARIAS MOREIRA 2012)

Atualmente no Brasil especificamente ao abordarmos a praacutetica dos profissionais enfermeiros haacute que se considerar a escassez de estudos que tratam sobre a utilizaccedilatildeo de instrumentos que auxiliam a conduta dos profissionais os protocolos O uso de protocolos na aacuterea da sauacutede vem a ser uma evoluccedilatildeo para o cuidado agrave medida que vem com a finalidade de proporcionar embasamento cientiacutefico ao profissional (SCHNEID 2003)

O Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco surgiu com a finalidade de melhor ldquocoordenarrdquo a ordem do atendimento excluindo a ordem de chegada e incluindo a classificaccedilatildeo da gravidade ou fatores de risco associados que predisponham a um possiacutevel risco ameaccedilador agrave vida Para a classificaccedilatildeo de risco eacute necessaacuterio o trabalho de um profissional de enfermagem de niacutevel superior munido de um instrumento que fundamente a conduccedilatildeo do caso e avalie a gravidade ou o potencial de agravamento do caso Os protocolos assistenciais sistematizam a accedilatildeo do profissional aleacutem de serem fundamentais para a efetiva classificaccedilatildeo de risco e avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade do paciente (BRASIL 2009)

Nessa perspectiva emerge a seguinte pergunta de pesquisa para o estudo Qual a avaliaccedilatildeo dos enfermeiros de um Serviccedilo de Emergecircncia Hospitalar ao utilizar em sua

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conduta durante a Classificaccedilatildeo de Risco um protocolo especiacutefico para a avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica

Dessa forma essa pesquisa objetivou identificar a avaliaccedilatildeo dos enfermeiros do Serviccedilo de Emergecircncia de um Hospital Universitaacuterio do Sul do Brasil ao utilizar um protocolo de Enfermagem especiacutefico para avaliar a dor toraacutecica

Metodologia

Estudo quantitativo descritivo realizado em Serviccedilo de

Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco (SACR) do Setor de Emergecircncia de um Hospital Universitaacuterio do Sul do Brasil Atualmente o serviccedilo deste estudo utiliza para a Classificaccedilatildeo de Risco um instrumento adaptado do protocolo de Manchester (MACKAWAY-JONES 1997) confeccionado por um profissional meacutedico da instituiccedilatildeo o qual eacute utilizado no serviccedilo por consenso entre a equipe meacutedica e de enfermagem deste a implantaccedilatildeo do Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco na instituiccedilatildeo haacute cerca de 3 anos O referido instrumento adaptado eacute comum para todas as queixas referidas pelos pacientes

No periacuteodo janeiro a fevereiro de 2014 foi utilizado como experiecircncia no serviccedilo um protocolo especiacutefico de Enfermagem para a dor toraacutecica qual seja o protocolo Fluxograma da Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem Esse instrumento eacute utilizado no Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE) que eacute um serviccedilo brasileiro de referecircncia ao atendimento agrave sauacutede desde 2010 No referido ano esse hospital instituiu em sua unidade cardioloacutegica um protocolo de classificaccedilatildeo de risco especiacutefico para a Enfermagem na avaliaccedilatildeo dor toraacutecica com a finalidade de reconhecer precocemente um quadro de siacutendrome coronariana aguda que predisponha a um dano por vezes irreversiacutevel O protocolo de enfermagem desenvolvido no HIAE auxilia o enfermeiro a determinar a gravidade com maior agilidade levando ao atendimento mais raacutepido e seguro Embora o serviccedilo em questatildeo natildeo seja referecircncia ao atendimento para a dor toraacutecica este eacute sintoma principal em vigecircncia da Siacutendrome Coronariana Aguda Assim esta demanda que requer um atendimento especializado qualificado e seguro

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Para a efetivaccedilatildeo dessa experiecircncia foram convidados a participar os enfermeiros que atuam no serviccedilo de emergecircncia hospitalar de acordo com os criteacuterios de inclusatildeo ser enfermeiro efetivo da instituiccedilatildeo ou residente atuar no Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco e aceitar participar no estudo mediante assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido Assim foi apresentado a cada enfermeiro o instrumento para a avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica bem como fornecida as devidas orientaccedilotildees para a sua utilizaccedilatildeo Foi demonstrado a cada enfermeiro o passo-a-passo do funcionamento do protocolo a sua estrutura os fluxos de encaminhamentos e a conduccedilatildeo para cada caso Apoacutes a demonstraccedilatildeo do protocolo foi solicitado a cada enfermeiro que o aplicasse a todo o paciente que procurasse o serviccedilo referindo dor toraacutecica como queixa principal Cabe ressaltar que a utilizaccedilatildeo do protocolo do HIAE sugerido neste estudo para a avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica natildeo excluiu em nenhum momento o protocolo institucional do SACR do HU utilizado atualmente Dessa forma o protocolo do HIAE foi aplicado como um instrumento ldquocomplementarrdquo para o serviccedilo

Apoacutes a experiecircncia da aplicabilidade do protocolo a mesma foi avaliada pelos 07 enfermeiros participantes (trecircs enfermeiros residentes e quatro enfermeiros efetivos) A somatoacuteria das classificaccedilotildees de risco realizadas pelos enfermeiros nos proporcionou um quantitativo de sessenta e sete classificaccedilotildees de risco de pacientes que procuraram o serviccedilo referindo dor toraacutecica como queixa principal no periacuteodo estipulado para a pesquisa Os dados obtidos que caracterizam os pacientes natildeo seratildeo abordados neste estudo pois seratildeo analisados num outro manuscrito

A coleta de dados ocorreu no recorte temporal de janeiro a fevereiro de 2014 onde se utilizou como instrumento a entrevista semi-estruturada Todas as entrevistas foram gravadas em aacuteudio e transcritas pela pesquisadora

Como teacutecnica de anaacutelise utilizou-se a estatiacutestica descritiva ciecircncia que consiste na organizaccedilatildeo anaacutelise e descriccedilatildeo de um conjunto de variaacuteveis com o intuito de maior

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entendimento dos dados que representam (BARBETTA REIS BORNIA 2004)

O estudo seguiu os princiacutepios eacuteticos com o indiviacuteduo de acordo com a Resoluccedilatildeo 4662012 do Conselho Nacional de Sauacutede (BRASIL 2012) sendo aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Universidade Federal de Santa Catarina - CEPUFSC sob protocolo nordm 12494 e pela instituiccedilatildeo em estudo Para resguardar o sigilo e o anonimato dos sujeitos da pesquisa optou-se por identificaacute-los como Enfermeiro (E) seguida pela ordem alfanumeacuterica (1 a 7)

Resultados

Estes resultados retratam as respostas dos sete

enfermeiros para cada uma das cinco perguntas do roteiro semi-estruturado Cada tabela a seguir caracteriza o conjunto das respostas dos enfermeiros agrupadas para cada pergunta Em conjunto estes resultados refletem a percepccedilatildeo dos enfermeiros ao utilizar o protocolo de dor toraacutecica do HIAE durante a classificaccedilatildeo dos 67 casos de dor toraacutecica deste estudo Tabela 2 - Distribuiccedilatildeo da avaliaccedilatildeo da Utilizaccedilatildeo do Protocolo Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem do HIAE FlorianoacutepolisndashSC 2014

Enfermeiros Positivo Negativo

Enfermeiro 1 Prioriza o atendimento a SCA

Enfermeiro 2 Amplia a visatildeo Natildeo indicaria ECG Enfermeiro 3 Identifica fatores de risco Eacute longo Enfermeiro 4 Boa noccedilatildeo para suspeita

de IAM

Enfermeiro 5 Com o passar do tempo Seraacute uacutetil

Complicado para usar no iniacutecio

Enfermeiro 6 Guiou melhor a conduta Enfermeiro 7 Faacutecil aplicaccedilatildeo

Total 7 3

Fonte Dados obtidos pela autora (2014)

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Os enfermeiros avaliaram a utilizaccedilatildeo do instrumento abordando os aspectos positivos e negativos Em relaccedilatildeo aos aspectos positivos 100 reportaram que a utilizaccedilatildeo do protocolo proporcionou melhores condiccedilotildees para conduzir agrave terapecircutica e o cuidado ao paciente com dor toraacutecica Foram apontados o fato do instrumento utilizado fornecer prioridade no atendimento agrave Siacutendrome Coronariana Aguda (SCA) e Infarto Agudo do Miocaacuterdio (IAM) proporcionar identificaccedilatildeo mais clara dos fatores de risco e o fato de ser um protocolo de faacutecil aplicaccedilatildeo

Protocolos cliacutenicos assistenciais satildeo considerados como instrumentos de tecnologias em sauacutede agrave medida que satildeo documentos que estabelecem criteacuterios ou conduccedilatildeo preconizada para o agravo em questatildeo (BRASIL 2011) Schneid et al (2003) reforccedila esta perspectiva ao afirmar que os protocolos cliacutenicos satildeo recursos tecnoloacutegicos embasados cientificamente com o propoacutesito de auxiliar o profissional da sauacutede durante a praacutetica cliacutenica os beneficiando ao lado de recursos humanos fiacutesicos e materiais No entanto o benefiacutecio esperado para o atendimento agrave sauacutede do paciente vem sendo prejudicada pela falta de estudos e recursos destinados a esta tecnologia (SHNEID et al 2003)

A variedade de condiccedilotildees cliacutenicas que geram a dor toraacutecica exige uma classificaccedilatildeo raacutepida para o aumento do prognoacutestico destes pacientes que muitas vezes podem estar desenvolvendo um quadro de Siacutendrome Coronariana Aguda (SANTOS ARAUacuteJO 2003) No entanto estudos apontam que a dor toraacutecica estaacute presente em 70 dos casos de Infarto Agudo do Miocaacuterdio (HIGA ATALLAH et al 2004)

O Infarto Agudo do Miocaacuterdio eacute a necrose de parte do muacutesculo cardiacuteaco consequente da isquemia que eacute causada pela obstruccedilatildeo da irrigaccedilatildeo sanguiacutenea ao coraccedilatildeo por uma das arteacuterias coronaacuterias Geralmente esta obstruccedilatildeo ocorre por um embolo ou trombo e pode ocorrer em localizaccedilotildees e intensidades diferentes dependendo da arteacuteria coronaacuteria afetada (BOUNDY et al 2004) De acordo com estudos da American Heart Association os protocolos satildeo essenciais para a avaliaccedilatildeo segura dos casos de dor toraacutecica pois auxiliam na internaccedilatildeo

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imediata dos casos graves assim como na identificaccedilatildeo dos chamados casos de dor toraacutecica de baixo custo aqueles sem diagnoacutestico grave Embora a maioria dos pacientes com dor toraacutecica natildeo seja diagnosticado com uma condiccedilatildeo de risco de vida o enfermeiro precisa distingui-los daqueles que necessitam de tratamento emergente (EZRA et al 2010)

A dor toraacutecica eacute um sintoma de amplitude social uma vez que atinge milhares de pessoas por todo o mundo (BASSAN et al2002) Dentre as causas que podem culminar em dor toraacutecica como causa psicoloacutegica pulmonar digestiva oacutesseo-muscular aquelas originadas no aparelho cardiovascular satildeo as mais temidas pelos profissionais de sauacutede e populaccedilatildeo em geral Temor este relacionado aos altos iacutendices de mortalidade por isquemia cardiacuteaca (BASSAN et al 2002) Por esta razatildeo a causa cardiovascular eacute a mais discorrida neste estudo

Corroborando esta ideia Marques (2010) afirmam que para a correta avaliaccedilatildeo e manejo da dor toraacutecica torna-se indispensaacutevel a aplicaccedilatildeo de um protocolo e da educaccedilatildeo continuada para melhor embasar a atuaccedilatildeo do enfermeiro (MARQUES 2010)

A dor toraacutecica eacute um achado cliacutenico importante para a investigaccedilatildeo do distuacuterbio que o paciente possa estar apresentando e para a definiccedilatildeo do diagnoacutestico O chamado quinto sinal vital a dor vem tomando proporccedilatildeo maior para os enfermeiros na literatura acerca de sua valorizaccedilatildeo na uacuteltima deacutecada Apesar disso a avaliaccedilatildeo da dor segue como um desafio ao enfermeiro durante a Classificaccedilatildeo de Risco uma vez que o ato de medir este sintoma estaacute relacionado agrave observaccedilatildeo escuta qualificada e acima de tudo em acreditar na queixa de dor referida (MORAIS et al 2009)

Ao considerar os aspectos negativos de avaliaccedilatildeo do protocolo se observou afirmaccedilatildeo do ldquoenfermeiro 2rdquo de que natildeo indicaria o Eletrocardiograma (ECG) visto que a solicitaccedilatildeo deste exame na instituiccedilatildeo natildeo eacute respaldada para que o profissional enfermeiro o realize No HIAE instituiu este protocolo a solicitaccedilatildeo do ECG pelo enfermeiro eacute uma praacutetica de rotina e assegurada pelo protocolo Soares (2007) discuta essa situaccedilatildeo ao apontar que devido ao alto grau de mortalidade

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cardiovascular o enfermeiro durante a classificaccedilatildeo de risco precisa priorizar o atendimento agrave dor toraacutecica Para isto eacute necessaacuterio um atendimento com tempo meacutedio de 8 minutos entre a chegada do paciente agrave Emergecircncia e a realizaccedilatildeo do ECG visando reduzir o tempo entre chegada diagnoacutestico e tratamento A maioria dos casos de morte por IAM ocorrem nas primeiras horas do iniacutecio dos sintomas sendo 40 a 65 na primeira hora e aproximadamente 80 nas primeiras 24 horas (PIEGAS et al2009) Quando respaldado por um protocolo validado e institucionalizado torna-se viaacutevel a rotina da solicitaccedilatildeo de Eletrocardiograma pelo enfermeiro assim como acontece no HIAE Marques (2010) reafirma esta necessidade ao abordar que eacute niacutetida a necessidade da implantaccedilatildeo de um protocolo avaliar e classificar a dor toraacutecica visto que quando o enfermeiro indica o ECG em seguida agrave classificaccedilatildeo de risco agiliza o processo e evita atraso do diagnoacutestico Ratificando esta necessidade a Sociedade Brasileira de Cardiologia (BASSAN et al 2002) considera eacute primordial que o diagnoacutestico de IAM por meio do ECG seja realizado ateacute 10 minutos da chegada do paciente tempo-ouro para o iniacutecio da terapecircutica adequada Assim agrave medida que o protocolo estaacute institucionalizado os papeacuteis dos membros da equipe de sauacutede ficam bem definidos

A resposta do ldquoenfermeiro 3rdquo evidencia a sua consideraccedilatildeo quando relata que o protocolo ldquoeacute longordquo O protocolo jaacute validado no serviccedilo de referecircncia HIAE eacute um instrumento que contempla e resgata as diversas possibilidades de agravos sintomatologias e caracteriacutesticas que tendem a prever um quadro cliacutenico de gravidade Desta forma como um documento completo no sentido de esgotar as possibilidades de gravidade tornando-o mais extenso que o instrumento utilizado atualmente no setor

Os protocolos assistenciais referem-se agrave organizaccedilatildeo do serviccedilo e sobretudo agrave organizaccedilatildeo do processo de trabalho da equipe de sauacutede De acordo com a colocaccedilatildeo do ldquoenfermeiro 5rdquo existe o pensamento de que inicialmente possa ser ldquodificultosordquo utilizar uma nova tecnologia e com ldquoo passar do tempordquo possa ser uacutetil Essa concepccedilatildeo denota o periacuteodo comum considerado

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para adaptaccedilatildeo de um protocolo assistencial A incorporaccedilatildeo de um protocolo assistencial depende do conhecimento do profissional de sauacutede em como utilizaacute-lo corretamente e do compromisso do profissional o que geralmente requer tempo para adaptaccedilatildeo da nova tecnologia Aleacutem disso para o sucesso da adoccedilatildeo do protocolo este deve corresponder agraves expectativas e demandas do serviccedilo e dos profissionais (WERNECK FARIA CAMPOS 2009)

Mediante a relevacircncia da dor toraacutecica da sua importacircncia social e econocircmica os estudos relacionados a construccedilatildeo de protocolos de Enfermagem ainda satildeo escassos o que justifica a anaacutelise deficitaacuteria dos dados com relaccedilatildeo agrave atuaccedilatildeo do enfermeiro frente ao paciente com esta sintomatologia nos serviccedilos de Emergecircncia (MARQUES 2010) Fernandes et al (2009) corroboram com esta situaccedilatildeo em sauacutede ao discorrer que existem poucos estudos de Enfermagem na abordagem de protocolos assistenciais principalmente tratando-se de situaccedilotildees agudas em Emergecircncia e particularmente para Siacutendrome Coronariana Aguda Tabela 3 - Distribuiccedilatildeo da avaliaccedilatildeo das vantagens eou desvantagens em utilizar o protocolo Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem do HIAE FlorianoacutepolisndashSC2014

Enfermeiros Positivo Negativo

Enfermeiro 1 Eacute bem completo Eacute extenso Enfermeiro 2 Identifica mais faacutecil o

tipo de dor atendimento mais raacutepido

Complicado com duas folhas

Enfermeiro 3 Classificaccedilatildeo mais qualificada avalia melhor os riscos

Eacute extenso

Enfermeiro 4 Ajuda a classificar melhor a dor

Enfermeiro 5 Auto-explicativo Muito longo Enfermeiro 6 Auxilia na

classificaccedilatildeo triagem mais correta encaminha certo como

Longo e demorado

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proceder Enfermeiro 7 Agiliza o processo

auxilia o enfermeiro na classificaccedilatildeo

A instituiccedilatildeo natildeo aceitaraacute pedido de ECG assinado pelo enfermeiro

Total 7 6

Fonte Dados obtidos pela autora (2014)

Observa-se no conjunto destes dados que 100 dos

enfermeiros avaliaram de forma positiva o protocolo em relaccedilatildeo agraves suas vantagens Os profissionais afirmaram que utilizar este protocolo propiciou uma Classificaccedilatildeo de Risco mais correta qualificada e com identificaccedilatildeo mais faacutecil do tipo de dor Estudos consideram que eacute fundamental relacionar os fatores de risco com a descriccedilatildeo da dor que geralmente em caso de IAM eacute referida como de forte intensidade em ldquoqueimaccedilatildeo aperto opressatildeo ou sufocaccedilatildeordquo e superior a 30 minutos podendo ou natildeo irradiar para os braccedilos mandiacutebula pescoccedilo ou estocircmago Para que esta identificaccedilatildeo seja fundamentada o uso de protocolos assistenciais se torna imprescindiacutevel (OLIVEIRA LEITAtildeO RAMOS 2009) Em casos mais incomuns considerados atiacutepicos como descritos no protocolo do HIAE o paciente pode estar apresentando dificuldade para respirar naacuteuseas vocircmitos vertigem desmaio suor frio e palidez Contudo a sintomatologia nos casos atiacutepicos pode ser branda (OLIVEIRA LEITAtildeO RAMOS 2009) Tabela 4 - Distribuiccedilatildeo da avaliaccedilatildeo da estrutura formato e fluxos de encaminhamentos contidos no Protocolo Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem do HIAE FlorianoacutepolisndashSC 2014

Enfermeiros Positivo Negativo

Enfermeiro 1 Faacutecil compreensatildeo Enfermeiro 2 Deveria ser de

apenas uma folha Enfermeiro 3 Jaacute estamos

acostumadas a usar o outro

100

Enfermeiro 4 Natildeo tem a cor laranja Enfermeiro 5 Auxilia bastante na

tomada de decisatildeo eacute auto-explicativo

Eacute mais demorado

Enfermeiro 6 Conteacutem bastante informaccedilotildees

Um pouco complicado de entender

Enfermeiro 7 Facilita encaminhamento e tomada de decisatildeo

Total 4 5

Fonte Dados obtidos pela autora (2014)

Em relaccedilatildeo agrave estrutura e formato foi demonstrado que a

percepccedilatildeo do enfermeiro de que o protocolo eacute um documento extenso quando comparado ao que eacute adotado na instituiccedilatildeo atualmente O ldquoenfermeiro 5rdquo afirma ser ldquomais demoradordquo para preenchimento e aplicabilidade Em contrapartida coloca que ldquoauxilia na tomada de decisatildeo e eacute auto-explicativordquo Percebe-se que apesar de ser um protocolo mais extenso que o utilizado atualmente pode-se considerar que aborda uma visatildeo mais detalhada da condiccedilatildeo cliacutenica que o paciente com dor toraacutecica possa estar apresentando Esse fator a princiacutepio percebido como negativo poderaacute ser um diferencial na classificaccedilatildeo de risco da dor toraacutecica conferindo seguranccedila para o enfermeiro ao avaliar amplamente a dor e principalmente agilidade no atendimento na proporccedilatildeo em que sanar as duacutevidas do profissional de sauacutede que poderaacute identificar mais rapidamente uma condiccedilatildeo cliacutenica grave A raacutepida e correta avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica desde a chegada do paciente no hospital interfere natildeo somente na diminuiccedilatildeo de riscos e agravos ao paciente como economicamente agrave medida que evita terapecircuticas e encaminhamentos inadequados e internaccedilotildees desnecessaacuterias (BASSAN et al2002)

Justifica-se a necessidade de implantaccedilatildeo de um protocolo especiacutefico para a dor toraacutecica pelo fato de que o tempo que decorre do iniacutecio da dor e a sua correta avaliaccedilatildeo eacute fundamental para definir o diagnoacutestico e principalmente o tratamento do IAM Quando existem duacutevidas de classificaccedilatildeo da gravidade com consequumlente atraso do encaminhamento adequado existe aumento proporcional do risco de mortalidade (PIEGAS et al

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2004) Bassan et al (2002) corroboram com esta afirmaccedilatildeo ao discorrerem que agrave falta de domiacutenio e de fundamentaccedilatildeo para a abordagem do paciente com dor toraacutecica por parte do enfermeiro durante a classificaccedilatildeo da gravidade tende a ocasionar o retardo do atendimento terapecircutico

O protocolo proposto considera as cores vermelho (emergente) amarelo (urgente) e verde (natildeo-urgente) diferente do protocolo da instituiccedilatildeo que aleacutem destas cores considera tambeacutem a cor laranja (muito-urgente) Uma resposta tambeacutem negativa na avaliaccedilatildeo do ldquoenfermeiro 4rdquo traz essa consideraccedilatildeo da diferenccedila de ambos Cabe ressaltar aqui que o protocolo do HIAE proporciona maior autonomia ao enfermeiro ao permitir por exemplo que indique o exame ECG como discutido anteriormente A realizaccedilatildeo mais raacutepida do ECG sem necessariamente ser uma indicaccedilatildeo exclusiva da medicina auxilia na conduccedilatildeo terapecircutica com maior agilidade e exclui a necessidade de maior nuacutemero de cores graduais para avaliaccedilatildeo da gravidade do quadro cliacutenico

Outro aspecto importante na discussatildeo estrutural do protocolo eacute a sua apresentaccedilatildeo impressa O enfermeiro 2 considera que ldquodeveria ser de apenas uma folhardquo O documento original desenvolvido no HIAE eacute impresso em apenas uma folha utilizando-se uma fonte menor Optou-se neste estudo em distribuiacute-lo em duas folhas para proporcionar melhor visibilidade ao enfermeiro A proposta inicial deste estudo trata de que se este protocolo sugerido fosse avaliado majoritariamente como positivo seria apresentado agrave Diretoria de Enfermagem da instituiccedilatildeo e adaptado de acordo com a necessidade e comodidade dos profissionais enfermeiros de acordo com a sua proacutepria avaliaccedilatildeo Logo seria de faacutecil realizaccedilatildeo a reestruturaccedilatildeo desse instrumento conforme sugerido pelos sujeitos desse estudo

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Tabela 5 - Distribuiccedilatildeo da avaliaccedilatildeo da diferenccedila em utilizar o Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem e do Protocolo Institucional Adaptado de Manchester

Enfermeiro Positivo Negativo

Enfermeiro 1 Classificaccedilatildeo mais adequada

Mais extenso

Enfermeiro 2 Este eacute mais completo O outro eacute incompleto

Enfermeiro 3 Identifica melhor o risco de uma situaccedilatildeo grave O outro eacute incompleto

Enfermeiro 4 Este eacute completo daacute a noccedilatildeo de fatores de risco O outro eacute incompleto

Enfermeiro 5 Para a dor toraacutecica esse eacute melhor eacute mais explicativo O nosso eacute mais raacutepido mas eacute muito geneacuterico

Enfermeiro 6 Eacute mais completo facilita a identificaccedilatildeo de um evento cardiacuteaco Da instituiccedilatildeo eacute mais geneacuterico

Enfermeiro 7 Este daacute mais seguranccedila para classificar a sintomatologia do paciente

Total 7 1 Fonte Dados obtidos pela autora (2014)

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Identifica-se 100 de avaliaccedilotildees positivas para utilizar o protocolo do HIAE em relaccedilatildeo ao protocolo institucional O consenso das respostas daacute conta de que o protocolo do HIAE ldquoeacute mais completordquo para a avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica Um protocolo assistencial estaacute em consonacircncia com a realidade de um serviccedilo quando contempla as situaccedilotildees previstas e imprevistas o que caracteriza um instrumento mais ldquocompletordquo Ao abordar o protocolo institucional adaptado do protocolo de Manchester devem-se considerar os riscos no emprego de protocolos Algumas vezes as adaptaccedilotildees de protocolos internacionais nem sempre estatildeo apropriados ou bem adaptados agraves necessidades do serviccedilo pois natildeo satildeo abrangentes e natildeo consideram todas as questotildees inclusive as imprevistas Para esta apropriaccedilatildeo eacute fundamental a realizaccedilatildeo de estudos acerca do puacuteblico-alvo profissionais vantagens e desvantagens envolvidos (WERNECK FARIA CAMPOS 2009)

Aconselha-se para a classificaccedilatildeo de risco adequada considerando as situaccedilotildees imprevistas que o enfermeiro identifique junto ao paciente as caracteriacutesticas da dor toraacutecica em tiacutepica ou atiacutepica Em alguns casos o paciente pode desenvolver a siacutendrome poacutes IAM com dor toraacutecica que deve ser diferenciada da recidiva do infarto pulmonar e da insuficiecircncia cardiacuteaca congestiva (BOUNDY et al 2004)

Quando natildeo sustentados por criteacuterios adequados agraves reais demandas do serviccedilo os protocolos podem instituir processo de trabalho fragmentado e sem planejamento natildeo garantindo impactos positivos na sauacutede das pessoas (WERNECK FARIA CAMPOS 2009)

Tabela 6 - Distribuiccedilatildeo da avaliaccedilatildeo da aplicabilidade do protocolo ao serviccedilo Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem ao acolhimento da emergecircncia FlorianoacutepolisndashSC 2014

Enfermeiro Positivo Negativo

Enfermeiro 1 Sim menor tempo para o atendimento

Enfermeiro 2 Sim Enfermeiro indicar

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ECG eacute complicado no serviccedilo

Enfermeiro 3 Sim ajuda a classificar Identifica melhor os casos graves

Enfermeiro 4 Sim pois temos muitos casos de dor toraacutecica

Enfermeiro 5 Sim precisa apenas se habituar a usar

Enfermeiro 6 Sim Mas precisa ser melhorado para aplicaccedilatildeo mais raacutepida

Enfermeiro 7 Sim pela facilidade da aplicaccedilatildeo e diferenciaccedilatildeo dos casos de dor toraacutecica

Total 7 2

Fonte Dados obtidos pela autora (2014)

Verifica-se quanto agrave aplicabilidade ao serviccedilo 100 de

avaliaccedilotildees positivas dos enfermeiros em relaccedilatildeo agrave implementaccedilatildeo do protocolo de dor toraacutecica do HIAE para o SACR do SEAHU Quando satildeo adequados agraves necessidades dos profissionais de sauacutede e agrave demanda caracteriacutestica do serviccedilo os protocolos assistenciais tendem a responder satisfatoriamente trazendo seguranccedila aos profissionais (WERNECK FARIA CAMPOS 2009) Observa-se a correlaccedilatildeo das respostas do ldquoenfermeiro 1rdquo do ldquoenfermeiro 3rdquo e do ldquoenfermeiro 7rdquo quando afirmam que o protocolo utilizado possibilitou menor tempo de atendimento melhor identificaccedilatildeo dos casos graves e melhor diferenciaccedilatildeo dos casos de dor toraacutecica ou seja relacionam os benefiacutecios para a classificaccedilatildeo de risco da dor toraacutecica Nos atendimentos em emergecircncia um instrumento cientiacutefico especiacutefico para a dor toraacutecica ou associada a outros sintomas sugestivos de Siacutendrome Coronariana Aguda facilita a tomada de decisatildeo do profissional de sauacutede durante a Classificaccedilatildeo de Risco (HOFFMANN et al 2012)

Consideraccedilotildees Finais

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Identificar a avaliaccedilatildeo dos enfermeiros ao utilizar o

protocolo para dor toraacutecica foi um aspecto essencial para reconhecer a validade do instrumento para o serviccedilo Um protocolo assistencial soacute se torna efetivo quando abrange as necessidades especiacuteficas do puacuteblico atendido e quando corresponde agraves expectativas dos profissionais de sauacutede que o utilizaratildeo

A avaliaccedilatildeo dos enfermeiros que utilizaram o protocolo reflete a necessidade de uma tecnologia em sauacutede consistente e eficaz para uma classificaccedilatildeo de risco segura Contudo algumas adaptaccedilotildees simples necessitam ser realizadas a fim de instituir um protocolo de acordo com a necessidade dos profissionais e a realidade do serviccedilo em questatildeo

Houve prevalecircncia das avaliaccedilotildees positivas em relaccedilatildeo agraves negativas Quanto agraves positivas o uso do protocolo foi importante pra sanar as duacutevidas de classificaccedilatildeo tornaacute-la mais raacutepida segura pautar a praacutetica do profissional de Enfermagem durante a classificaccedilatildeo de risco As avaliaccedilotildees negativas consideram principalmente o formato impresso do protocolo e sua extensatildeo O formato poderaacute ser facilmente reformulado de acordo com a necessidade dos profissionais e do serviccedilo Quanto agrave sua extensatildeo fica evidente que um instrumento especiacutefico a fim de descartar diversas as condiccedilotildees cliacutenicas graves tende a conter mais informaccedilotildees que os instrumentos generalistas Situaccedilatildeo que poderaacute ser superada satisfatoriamente mediante tempo de adaptaccedilatildeo dos profissionais

O estudo possibilitou reconhecer que o protocolo sugerido estaacute em consonacircncia com a realidade da atuaccedilatildeo dos enfermeiros na classificaccedilatildeo de risco que utilizam atualmente um instrumento generalista natildeo direcionado agrave Enfermagem

Referecircncias

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6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Para que a aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo do protocolo de Enfermagem para a Dor Toraacutecica no Serviccedilo de Emergecircncia fossem viaacuteveis este estudo precisou ser definido em duas vertentes essenciais A princiacutepio o reconhecimento da demanda foco desta pesquisa o paciente com dor toraacutecica Um protocolo institucional soacute seraacute uacutetil quando se encontra em consonacircncia com o perfil atendido e o possiacutevel benefiacutecio que poderaacute oferecer a esta demanda justifica a sua investigaccedilatildeo Em um segundo momento o protocolo precisa estar de acordo com a realidade do serviccedilo em questatildeo e atender agraves necessidades tambeacutem dos profissionais de sauacutede

Os Serviccedilos de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco satildeo uma proposta do Ministeacuterio da Sauacutede com a finalidade de ldquoadministrarrdquo a demanda de pacientes de um serviccedilo de Emergecircncia de modo a humanizar o cuidado em outras palavras permite uma mudanccedila no fluxo de atendimento ao excluir o atendimento por ordem de chegada e incluir o atendimento por ordem de maior gravidade Atuar no SACR contudo se constitui em uma atividade complexa para o enfermeiro O profissional precisa ser detentor de conhecimento cientiacutefico qualificaccedilatildeo profissional avaliaccedilatildeo criteriosa e tomada raacutepida de decisatildeo a fim de estipular os encaminhamentos corretos para os diferentes quadros cliacutenicos minimizaccedilatildeo o risco de agravos

A dor toraacutecica em especiacutefico foi a sintomatologia elencada para este estudo visto que a avaliaccedilatildeo da dor em si eacute fundamental para que o profissional ofereccedila um serviccedilo de qualidade O sintoma aacutelgico eacute valioso no sentido de identificar a afecccedilatildeo que possa estar a gerando agrave medida que forem observadas suas caracteriacutesticas e fatores de risco associados Tratando-se da dor toraacutecica entende-se como principal sintoma em casos de Siacutendrome Coronariana Aguda que predispotildee ao Infarto Agudo do Miocaacuterdio Os protocolos assistenciais satildeo tecnologias em sauacutede que tem o objetivo de fundamentar a praacutetica profissional organizar o atendimento e diminuir o tempo

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para a instituiccedilatildeo terapecircutica adequada Ao utilizar um protocolo pautado em evidecircncia cientiacutefica a classificaccedilatildeo de risco fica padronizada o enfermeiro atua de forma mais segura e eficaz Esta condiccedilatildeo ficou evidenciada na avaliaccedilatildeo do protocolo realizada pelos enfermeiros que demonstrou-se majoritariamente positiva em relaccedilatildeo ao uso do protocolo para classificar a dor toraacutecica

Durante esta investigaccedilatildeo foi possiacutevel constatar que os protocolos de enfermagem apesar de sua magnitude e comprovada eficaacutecia para a organizaccedilatildeo do serviccedilo e benefiacutecios no atendimento ao paciente satildeo pouco explorados na literatura deixando uma lacuna importante para a assistecircncia de Enfermagem Esta condiccedilatildeo demonstra a necessidade de mais estudos e maiores investimentos na temaacutetica de protocolos especiacuteficos de Enfermagem Para este estudo optou-se por um protocolo de Enfermagem para a dor toraacutecica construiacutedo por uma instituiccedilatildeo de excelecircncia o Hospital Israelita Albert Einstein de Satildeo PauloSP Contudo devido agrave falta de estudos de Enfermagem com relaccedilatildeo aos protocolos assistenciais particularmente para a classificaccedilatildeo de risco da dor toraacutecica o estudo escolhido foi desenvolvido por um meacutedico cardiologista

Quanto agrave identificaccedilatildeo do perfil do paciente com dor toraacutecica atendido no serviccedilo embora natildeo seja serviccedilo de referecircncia em cardiologia comprovadamente existe a necessidade da incorporaccedilatildeo de um protocolo assistencial para a dor toraacutecica devido agrave sua importacircncia enquanto sinal indiacutecio de uma possiacutevel condiccedilatildeo cardioloacutegica grave de alta incidecircncia mundial e no Brasil e pela expressiva demanda com esta queixa a procurar o serviccedilo

A padronizaccedilatildeo no manejo da dor toraacutecica interferiu significativamente para o trabalho do enfermeiro agrave medida que este dispotildee de um instrumento de acordo com o puacuteblico atendido que fundamente suas accedilotildees tornando-o detentor de mais seguranccedila e conhecimento A utilizaccedilatildeo do protocolo organiza o trabalho da equipe de Enfermagem e unifica a linguagem dos profissionais o que ficou evidenciado nas afirmaccedilotildees dos profissionais

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Os dados obtidos neste estudo que identificou o perfil do paciente com dor toraacutecica e a avaliaccedilatildeo do protocolo de dor toraacutecica realizada pelos proacuteprios enfermeiros do serviccedilo e em vigecircncia deste protocolo ter sido validado e utilizado em um serviccedilo de Excelecircncia no paiacutes o estudo deixou evidente que este protocolo de Enfermagem para a avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica durante a Classificaccedilatildeo de Risco eacute passiacutevel de implantaccedilatildeo na instituiccedilatildeo Desse modo seraacute apresentado agrave Diretoria de Enfermagem do HU para possiacutevel institucionalizaccedilatildeo

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REFEREcircNCIAS

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APENDICES

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APENDICE A - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (GRUPO 01)

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM ENFERMAGEM CURSO DE MESTRADO PROFISSIONAL ASSOCIADO Agrave

RESIDEcircNCIA INTEGRADA MULTIPROFISSIONAL EM SAUacuteDE

Vocecirc estaacute convidado a participar da pesquisa ldquoAplicaccedilatildeo e Avaliaccedilatildeo de um Protocolo de Enfermagem para Dor Toraacutecica em um Serviccedilo de Emergecircncia Hospitalarrdquo que estaacute sendo desenvolvida pela mestranda Aline Costa Vieira sob orientaccedilatildeo da Profordm Dra Kaacutetia Cilene Godinho Bertoncello

Objetivo da pesquisa ndash auxiliar a equipe de Enfermagem na

Classificaccedilatildeo de Risco do paciente com dor toraacutecica disponibilizando um protocolo especiacutefico para esta dor e analisando seus benefiacutecios

Este estudo faz parte da Dissertaccedilatildeo do Programa de Mestrado Profissional Associado agrave Residecircncia Integrada Multiprofissional em Sauacutede da Universidade Federal de Santa Catarina Caso vocecirc concorde em participar solicitamos que assine no final deste documento No entanto salientamos que sua participaccedilatildeo natildeo eacute obrigatoacuteria e sua recusa natildeo traraacute qualquer prejuiacutezo em relaccedilatildeo agraves pesquisadoras ou discriminaccedilatildeo e atraso no seu atendimento nesta instituiccedilatildeo

O estudo se concretizaraacute com a aplicaccedilatildeo de um protocolo para a avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica durante a Classificaccedilatildeo de Risco elaborado e utilizado por um serviccedilo de referecircncia o Hospital Israelita Albert Einstein de Satildeo Paulo

Dados obtidos para o estudo ndash na hipoacutetese de sua

participaccedilatildeo seratildeo utilizados os dados referentes agrave sua Classificaccedilatildeo de Risco ou seja seu horaacuterio de chegada idade queixa principal iniacutecio e tipo de dor e fatores de risco associados

Sigilo ndash Contando com sua participaccedilatildeo seraacute garantido total

sigilo em relaccedilatildeo a sua identidade que natildeo seraacute apontada durante o estudo ou em suas publicaccedilotildees

Potenciais riscos ndash A pesquisa oferece riscos de desconfortoincocircmodo ao participante agrave medida que for abordado no sentido de participaccedilatildeo no estudo A abordagem poderaacute gerar temor ao

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participante no que se refere agrave exposiccedilatildeo de sua condiccedilatildeo cliacutenica Desse modo o participante seraacute esclarecido detalhadamente acerca das etapas da pesquisa e das informaccedilotildees a serem utilizadas ressaltando o sigilo absoluto de sua identidade Teraacute todas as suas duacutevidas esclarecidas antes e durante sua aplicaccedilatildeo De qualquer forma seraacute garantida a possibilidade de desistecircncia e retirada do consentimento

Benefiacutecios previstos ndash Esta pesquisa propotildee a utilizaccedilatildeo de um instrumento cientiacutefico para a avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica pelos enfermeiros do Serviccedilo de Emergecircncia Adulto com o intuito de prevenir condutas inadequadas no manejo do paciente com esta dor e otimizar seu atendimento Os resultados desta pesquisa seratildeo submetidos agrave devida aprovaccedilatildeo corrigidos e posteriormente enviados agrave divulgaccedilatildeo como artigo cientiacutefico

Custos ndash Os custos relacionados a essa pesquisa seratildeo de inteira responsabilidade das pesquisadoras Sua participaccedilatildeo natildeo acarretaraacute em nenhum custo ou em reembolso ou gratificaccedilatildeo

Se vocecirc tiver alguma duacutevida ou necessidade de mais informaccedilotildees em relaccedilatildeo agrave pesquisa ou natildeo quiser mais fazer parte dela poderaacute entrar em contato pelo telefone com as responsaacuteveis pela pesquisa a seguir Aline Vieira (48) 9615-2850 eou e-mail alinevieira_spohotmailcom e Kaacutetia Bertoncello (48) 9919-9084 eou kbertoncelloyahoocombr

Consentimento de Participaccedilatildeo no Estudo

Eu ________________________________________ declaro que li e estou de acordo em participar do estudo proposto por este documento Fui devidamente informado (a) pela pesquisadora Aline Costa Vieira dos objetivos dados que seratildeo obtidos sigilo riscos benefiacutecios e custos inerentes agrave pesquisa Estou ciente ainda que posso retirar meu consentimento a qualquer momento e que recebi uma coacutepia deste Termo de Consentimento

Florianoacutepolis __________________

_________________________________________

Assinatura do participante

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APENDICE B - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (GRUPO 02)

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM ENFERMAGEM CURSO DE MESTRADO PROFISSIONAL ASSOCIADO Agrave

RESIDEcircNCIA INTEGRADA MULTIPROFISSIONAL EM SAUacuteDE

Com objetivo de compreender os benefiacutecios para os enfermeiros da utilizaccedilatildeo de um protocolo de avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica durante a Classificaccedilatildeo de Risco no Serviccedilo de Emergecircncia de um Hospital Universitaacuterio (HU) do sul do Brasil a mestranda Aline Costa Vieira sob a orientaccedilatildeo da Profordf Drordf Kaacutetia Cilene Godinho Bertoncello estaacute desenvolvendo uma pesquisa intitulada ldquoAplicaccedilatildeo e Avaliaccedilatildeo de um Protocolo de Enfermagem para Dor Toraacutecica em um Serviccedilo de Emergecircncia Hospitalarrdquo Esta pesquisa faz parte da Dissertaccedilatildeo do Programa de Mestrado Profissional Associado agrave Residecircncia Integrada Multiprofissional em Sauacutede da Universidade Federal de Santa Catarina

O estudo se concretizaraacute com a aplicaccedilatildeo e a avaliaccedilatildeo de um protocolo para a avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica elaborado e utilizado por um serviccedilo de referecircncia o Hospital Israelita Albert Einstein de Satildeo Paulo

Procedimentos da Pesquisa ndash mediante sua participaccedilatildeo no estudo em um primeiro momento vocecirc utilizaraacute o Protocolo de Enfermagem para Dor Toraacutecica desenvolvido pelo Hospital Israelita Albert Einstein durante sua atuaccedilatildeo enquanto enfermeiro no Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco no HU quando estiver escalado neste setor Salientamos que este protocolo teraacute como finalidade auxiliar na designaccedilatildeo da classificaccedilatildeo de risco o que natildeo excluiraacute o uso do instrumento de classificaccedilatildeo disponibilizado atualmente na instituiccedilatildeo Lembramos ainda que para utilizar este protocolo vocecirc receberaacute devido treinamento e todas as informaccedilotildees referentes ao estudo que seratildeo fornecidos pelas pesquisadoras O segundo momento da pesquisa contaraacute com sua participaccedilatildeo para avaliar qual o benefiacutecio de dispor deste Protocolo para Dor Toraacutecica durante a Classificaccedilatildeo de Risco Esta avaliaccedilatildeo se consumaraacute com o preenchimento de um instrumento de avaliaccedilatildeo disponibilizado pelas pesquisadoras ao final da coleta de dados

Os procedimentos inerentes agrave implementaccedilatildeo do estudo

requerem a sua autorizaccedilatildeo mediante assinatura ao final do documento para a utilizaccedilatildeo dos dados obtidos durante a Classificaccedilatildeo de Risco

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realizada ao paciente que apresentar dor toraacutecica como queixa principal bem como o registro da condiccedilatildeo cliacutenica deste paciente Dados referentes agrave sua praacutetica profissional enquanto enfermeiro do Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco (SACR) No entanto sua participaccedilatildeo natildeo eacute obrigatoacuteria e a qualquer momento vocecirc poderaacute desistir dela sem qualquer prejuiacutezo junto agraves pesquisadoras ou agrave instituiccedilatildeo

Sigilo ndash Com sua participaccedilatildeo na pesquisa fica garantida a confidencialidade das informaccedilotildees obtidas durante a classificaccedilatildeo de risco Sua identidade natildeo seraacute apontada no decorrer do estudo e em suas publicaccedilotildees

Potenciais riscos ndash A pesquisa oferece riscos de incocircmodo ao participante agrave medida que poderaacute gerar constrangimento para este em recusar a participaccedilatildeo Desse modo o participante seraacute esclarecido de que sua recusa natildeo acarretaraacute em quaisquer desconfortos com relaccedilatildeo agraves responsaacuteveis pela pesquisa tampouco junto agrave instituiccedilatildeo da qual eacute servidor De qualquer forma seraacute garantida a possibilidade de desistecircncia e retirada do consentimento sem prejuiacutezo de nenhuma natureza

Benefiacutecios previstos ndash Esta pesquisa propotildee a utilizaccedilatildeo de um instrumento cientiacutefico para a avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica pelos enfermeiros do Serviccedilo de Emergecircncia Adulto com o intuito de prevenir condutas inadequadas no manejo do paciente com esta dor sanar duacutevidas e otimizar seu atendimento Os resultados desta pesquisa seratildeo submetidos agrave devida aprovaccedilatildeo corrigidos e posteriormente enviados agrave divulgaccedilatildeo como artigo cientiacutefico

Custos ndash Todos os custos referentes agrave pesquisa seratildeo de inteira responsabilidade das pesquisadoras Sua participaccedilatildeo natildeo acarretaraacute em nenhum gasto ou gratificaccedilatildeo

Se vocecirc tiver alguma duacutevida ou necessidade de mais

informaccedilotildees em relaccedilatildeo agrave pesquisa ou natildeo quiser mais fazer parte dela poderaacute entrar em contato pelo telefone com a responsaacutevel pela pesquisa a seguir Aline Vieira (48) 9615-2850 eou e-mail alinevieira_spohotmailcom e Kaacutetia Bertoncello (48) 9919-9084 eou kbertoncelloyahoocombr

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Consentimento de Participaccedilatildeo no Estudo

Eu________________________________________________ declaro que li e estou de acordo em participar do estudo proposto por este documento Fui devidamente informado (a) pela pesquisadora Aline Costa Vieira dos objetivos dados que seratildeo obtidos sigilo riscos benefiacutecios e custos inerentes agrave pesquisa Estou ciente ainda que posso retirar meu consentimento a qualquer momento e que recebi uma coacutepia deste Termo de Consentimento

Florianoacutepolis __________________

_______________________________________

Assinatura do participante

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APEcircNDICE C ndash ROTEIRO DE ENTREVISTA SEMI-ESTRUTURADO

Roteiro semi-estruturado para entrevista Utilizaccedilatildeo do

Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem Albert Einstein Hospital Israelita

1Dados de identificaccedilatildeo Nome do profissional Idade Cargo Tempo de trabalho na profissatildeo Tempo de trabalho na instituiccedilatildeo Tempo de trabalho na emergecircncia Possui Poacutes graduaccedilao ( ) Natildeo ( ) Sim ( ) Especializaccedilatildeo Especificar ( ) Mestrado ( ) Doutorado 2 Roteiro para Entrevista

21 Como vocecirc avalia a utilizaccedilatildeo do Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado 22 Como vocecirc avalia a estrutura o formato e os fluxos de encaminhamentos contidos no Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado 23 Aponte as vantagensfacilidades e desvantagensdificuldades em utilizar o Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem pelo enfermeiro no acolhimento do HU 24 Vocecirc considera este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem aplicaacutevel para o acolhimento na emergecircncia do HU Justifique 25 Na sua opiniatildeo qual (quais) a (s) diferenccedila (s) em utilizar este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem em relaccedilatildeo ao protocolo que jaacute vecircm sendo utilizado na instituiccedilatildeo

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APEcircNDICE D ndash ENTREVISTA COM OS ENFERMEIROS

1Dados de identificaccedilatildeo (ENTREVISTA 1) Nome do profissional ldquoEnfermeiro 1rdquo Idade 26 Cargo Enfermeira Efetiva Tempo de trabalho na profissatildeo 1 ano e 11 meses Tempo de trabalho na instituiccedilatildeo 1 ano e 11 meses Tempo de trabalho na emergecircncia 1 ano e 11 meses Possui Poacutes graduaccedilao ( ) Natildeo (x ) Sim (x ) Especializaccedilatildeo Especificar Gestatildeo Puacuteblica ( ) Mestrado ( ) Doutorado 2 Roteiro para Entrevista

21 Como vocecirc avalia a utilizaccedilatildeo do Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado R Acho que eacute valido para fazer uma classificaccedilatildeo das siacutendromes coronarianas agudas E ele possibilita um tempo de atendimento que prioriza os pacientes com sintomas compatiacuteveis com siacutendrome coronariana aguda Eacute melhor que o adaptado de Manchester para avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica 22 Como vocecirc avalia a estrutura o formato e os fluxos de encaminhamentos contidos no Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado R De faacutecil compreensatildeo 23 Aponte as vantagensfacilidades e desvantagensdificuldades da utilizaccedilatildeo deste Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem pelo enfermeiro no acolhimento do HU R Vantagens ndash tem como meta o atendimento porta-eletro de 10 minutos Eacute bem completo Desvantagens ndash eacute extenso R Facilidade ndash eacute um fluxograma simples de faacutecil compreensatildeo Dificuldade ndash eacute extenso

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24 Vocecirc considera este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem aplicaacutevel para o acolhimento na emergecircncia do HU Justifique Sim Porque iria colaborar com a diminuiccedilatildeo do tempo de atendimento a um paciente infartado por exemplo 25 Na sua opiniatildeo qual (quais) a (s) diferenccedila (s) em utilizar este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem em relaccedilatildeo ao protocolo que jaacute vecircm sendo utilizado na instituiccedilatildeo Este eacute mais extenso poreacutem possibilita uma classificaccedilatildeo de risco mais adequada 1Dados de identificaccedilatildeo (ENTREVISTA 2) Nome do profissional ldquoEnfermeiro 2rdquo Idade 33 Cargo Enfermeira Efetiva Tempo de trabalho na profissatildeo 4 anos Tempo de trabalho na instituiccedilatildeo 4 anos Tempo de trabalho na emergecircncia 3 anos Possui Poacutes graduaccedilao ( ) Natildeo (x ) Sim ( x ) Especializaccedilatildeo Especificar Enfermagem do trabalho (em andamento) ( x ) Mestrado (em andamento) ( ) Doutorado 2 Roteiro para Entrevista 21 Como vocecirc avalia a utilizaccedilatildeo do Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado R Eu achei assim que ele amplia a visatildeo o paciente chega com tal dor tu vai seguindo soacute que nesta parte aqui oh que a gente fica no acolhimento fazendo do eletro eu achei que fica natildeo fica como posso dizer eacute difiacutecil pro enfermeiro ficar laacute vendo a hora que vai fazer porque tu vai tocando ficha tocando ficha paciente chega com dor outro que briga porque quer ser atendido Essa parte eacute que eu achei mais complicada Eu natildeo indicaria o eletro eu deixaria para o ldquodoutorrdquo (risos) Porque na hora assim oh eu pensei seraacute que na rotina como a gente vai vai fazer Como a gente vai se organizar Seraacute que natildeo vai ter intriga entre a equipe de enfermagem e meacutedicos Mas nada que a gente natildeo entre num consenso igual quando comeccedilou o acolhimento a enfermagem que era chefia com um meacutedico que jaacute saiu Eles entraram num consenso treinaram os enfermeiros tiveram que ldquoforccedilarrdquo na cabeccedila da medicina e hoje eles aceitam

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22 Como vocecirc avalia a estrutura o formato e os fluxos de encaminhamentos contidos no Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado R No comeccedilo eu achei complicado porque daqui tem que vir pra caacute e pra caacute Deveria ser tudo na mesma folha porque ajuda e natildeo precisa pular de uma folha para outra 23 Aponte as vantagensfacilidades e desvantagensdificuldades da utilizaccedilatildeo deste Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem pelo enfermeiro no acolhimento do HU R A vantagem eacute que deixa o atendimento mais raacutepido e tu identifica mais facilmente o tipo de dor se eacute uma dor tiacutepica desconforto ou atiacutepica Jaacute te ajuda a encaminhar porque aacutess vezes tem duacutevida ou deixando no amarelo e natildeo eacute poderia deixar no verde Desvantagem ndash para aprender a usar isso aqui no comeccedilo eacute difiacutecil eacute complicado tem que seguir aqui e voltar olhar ver se perguntei isso ou natildeo para o paciente Pelo que eu percebi pelas setas apontando agraves vezes complica para seguir em duas folhas mas nada que com um treinamento natildeo se aprenda 24 Vocecirc considera este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem aplicaacutevel para o acolhimento na emergecircncia do HU Justifique R Acredito que eacute aplicaacutevel soacute esta questatildeo do eletro teria que rever isto eacute mexer com medicina ego de medicina 25 Na sua opiniatildeo qual (quais) a (s) diferenccedila (s) em utilizar este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem em relaccedilatildeo ao protocolo que jaacute vecircm sendo utilizado na instituiccedilatildeo R Aquele adaptado laacute eacute fraco meu deus natildeo tem nem o que falar este aqui eacute completo eacute como eu te falei ele vai indicando as dores tipos e os tipos de encaminhamento se preenche este se preenche aquele se eacute dor tiacutepica ou atiacutepica Eacute 100 melhor e outra coisa a dificuldade de aplicar este no comeccedilo para quem trabalha aqui na unidade ta quem eacute que vai fazer o eletro Eacute o enfermeiro do acolhimento ou o enfermeiro laacute dentro Ou eacute um residente Porque todo mundo quer aprender jaacute vecirc o traccedilado eacute interessante Mas tem dia que ta calmo mas tem dia que eacute uma loucura tu natildeo sabe para que lado olhar estes dias eu cheguei olhei pra Ana e ela olhou pra mim e a gente ficou assim oh o que fazer Ai tem que ver quem vai fazer o eletro Porque agraves vezes para o

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enfermeiro do acolhimento eacute uma ficha atraacutes da outra e agraves vezes tu pensa ah natildeo eacute nada o paciente ta ali quietinho e pode ser um infarto um AVC 1Dados de identificaccedilatildeo (ENTREVISTA 3) Nome do profissional ldquoEnfermeiro 3rdquo Idade 33 Cargo Enfermeira Residente Tempo de trabalho na profissatildeo 10 anos Tempo de trabalho na instituiccedilatildeo 2 anos Tempo de trabalho na emergecircncia 2 anos Possui Poacutes graduaccedilao ( ) Natildeo (x ) Sim ( ) Especializaccedilatildeo Especificar Sauacutede Puacuteblica ( ) Mestrado ( ) Doutorado 2 Roteiro para Entrevista 21 Como vocecirc avalia a utilizaccedilatildeo do Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado R Eu achei bem vaacutelido vai auxiliar para triar melhor mas achei meio longo demorado para usar tem vaacuterios detalhes que natildeo perguntamos na triagem como antecedentes cardiovasculares haacutebitos como tabagismo isso nem sempre a gente pergunta Mas eu acho que ajuda de qualquer maneira qualifica mais a triagem porque identifica mais fatores de risco ou natildeo 22 Como vocecirc avalia a estrutura o formato e os fluxos de encaminhamentos contidos no Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado R Para a gente usar no HU fica um pouco confuso para aplicar na praacutetica pois jaacute estamos acostumadas a usar o outro modelo Este modelo natildeo tem a cor laranja e como eu disse antes satildeo muitas perguntas para a pessoa que jaacute estaacute com dor ter que responder Fazer ele completo eacute difiacutecil tu natildeo vai ter tempo para perguntar tudo isso 23 Aponte as vantagensfacilidades e desvantagensdificuldades da utilizaccedilatildeo deste Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem pelo enfermeiro no acolhimento do HU Vantagens ndash qualifica a triagem vai avaliar melhor os riscos de ser mesmo um infarto uma siacutendrome coronariana Ele eacute mais especiacutefico para a dor toraacutecica o nosso usado eacute mais geral

137

Desvantagens ndash achei ele um pouco longo o modelo do nosso eacute mais objetivo porque eacute numa folha soacute eacute mais objetivo Para noacutes demora fazer todas aquelas perguntas 24 Vocecirc considera este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem aplicaacutevel para o acolhimento na emergecircncia do HU Justifique RSim Eacute aplicaacutevel com certeza a gente atende vaacuterios casos de dor toraacutecica e vai estar ajudando a classificar vai estar facilitando Eacute mais um instrumento aleacutem de soacute a intensidade da dor tem mais paracircmetros avalia melhor uma situaccedilatildeo grave 25 Na sua opiniatildeo qual (quais) a (s) diferenccedila (s) em utilizar este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem em relaccedilatildeo ao protocolo que jaacute vecircm sendo utilizado na instituiccedilatildeo R como eu falei apesar da dificuldade pelo tamanho tem mais perguntas a fazer mas ele aborda mais aspectos para identificar o risco de uma situaccedilatildeo grave Ele pode ser readequado para a gente ter mais embasamento Eu acho que daacute para tentar adaptar deixar mais objetivo numa folha soacute mas eacute vaacutelido sim tem essa necessidade O nosso eacute incompleto agraves vezes eacute insuficiente 1Dados de identificaccedilatildeo (ENTREVISTA 4) Nome do profissional ldquoEnfermeiro 4rdquo Idade 38 Cargo Enfermeira Efetiva Tempo de trabalho na profissatildeo 16 anos Tempo de trabalho na instituiccedilatildeo 1 ano Tempo de trabalho na emergecircncia 1 ano Possui Poacutes graduaccedilao ( ) Natildeo (X ) Sim ( ) Especializaccedilatildeo Especificar Sauacutede da famiacutelia ( ) Mestrado ( ) Doutorado 2 Roteiro para Entrevista 21 Como vocecirc avalia a utilizaccedilatildeo do Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado R Eu acho que ele ajudou porque no momento eu consigo ver no fluxograma um suspeita no caso de IAM ou se eacute uma dor atiacutepica acho

138

que ele me deu uma boa noccedilatildeo porque a gente tem muitos casos de dor toraacutecica aqui 22 Como vocecirc avalia a estrutura o formato e os fluxos de encaminhamentos contidos no Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado R A uacutenica coisa que ficou complicado eacute que noacutes usamos aqui o vermelho natildeo o laranja eacute aqui neste natildeo tem Mas eu achei legal 23 Aponte as vantagensfacilidades e desvantagensdificuldades da utilizaccedilatildeo deste Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem pelo enfermeiro no acolhimento do HU R A vantagem eacute que o fluxograma me ajuda a avaliar maior chance de ter uma dor tiacutepica ou atiacutepica ne considerando os fatores de risco considerando se a pessoa ta com o sintoma no momento se tem antecedentes isso ajuda Desvantagem ndash natildeo vi desvantagem achei bem legal R Ah eacute porque aqui se tem dor toraacutecica soacute ir seguindo eacute parecido com o que a gente usa ali eu achei faacutecil 24 Vocecirc considera este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem aplicaacutevel para o acolhimento na emergecircncia do HUJustifique R Eu acho que daacute porque a gente tem bastante caso de dor toraacutecica e ajuda a ter uma ideacuteia porque chega pessoa de 60 anos e chega pessoa com 20 anos e dormecircncia no braccedilo entatildeo acho que ele ajuda bastante 25 Na sua opiniatildeo qual (quais) a (s) diferenccedila (s) em utilizar este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem em relaccedilatildeo ao protocolo que jaacute vecircm sendo utilizado na instituiccedilatildeo R Ele te daacute uma noccedilatildeo do que se trata os fatores de risco antecedentes cardiovasculares sabendo que isso influencia ne em ter uma maior chance de IAM ajuda muito e ali no outro natildeo tem Esse eacute bem completo eu acho 1Dados de identificaccedilatildeo (ENTREVISTA 5) Nome do profissional ldquoEnfermeiro 5rdquo Idade 29 anos Cargo enfermeira efetiva Tempo de trabalho na profissatildeo 4 anos Tempo de trabalho na instituiccedilatildeo 4 anos

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Tempo de trabalho na emergecircncia 4 anos Possui Poacutes graduaccedilao ( ) Natildeo (x) Sim(X) Especializaccedilatildeo Especificar Sauacutede Puacutelbica ( ) Mestrado ( ) Doutorado 2 Roteiro para Entrevista 21 Como vocecirc avalia a utilizaccedilatildeo do Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado R Eu achei ele um pouco complicado de usar Eu natildeo tive oportunidade de usar muitas vezes acho que umas 5 ou 6 vezes entatildeo eu acho que talvez por isso A primeira vez que eu usei fiquei um pouco perdida por mais que eu tivesse lido vc tivesse me mostrado Entatildeo eu achei ele um pouco difiacutecil mas eu acredito que com o passar do tempo ele se torne bem uacutetil porque ele eacute bem detalhado Soacute que no momento que tu vai fazer a entrevista do paciente como tu natildeo tinha muita intimidade com ele praacutetica eu me sentia muito perdida porque tinha que olhar para muitos itens sabe mas eu acredito que com o passar do tempo e tendo experiecircncia nele assim como no de Manchester no iniacutecio tambeacutem foi um pouco complicado ne Mas por ser novo e eu ter usado pouco pois fiquei 2 meses de feacuterias 22 Como vocecirc avalia a estrutura o formato e os fluxos de encaminhamentos contidos no Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado R Ele auxilia bastante na tomada de decisatildeo realmente ele traz o motivo traz as coisas baacutesicas que tem que perguntar para o paciente para ver se eacute uma dor tiacutepica atiacutepica se ele precisa ser atendido dentro de um protocolo de dor toraacutecica ne que fala de eletro em 10 minutos tempo porta-agulha porta-balatildeo entatildeo pra isso ele eacute bom porque tem fatores de risco antecedentes tudo isso satildeo coisas que tem que saber E o Manchester ele eacute bem mais pontual ne Esse eacute um pouquinho mais demorado ele eacute grande eu acho ele eacute pra ti usar assim raacutepido ele eacute um pouco grande Eu acho o Manchester mais faacutecil Ele eacute bem auto-explicativo sabe mas as vezes eu ficava meio em duacutevida na hora de que eu usava sabe porque por exemplo se era soacute 1 jaacute caia no dor tiacutepica eu sentia um pouco de duacutevida na hora de usar Ele eacute bem auto-explicativo acredito que com o tempo seria faacutecil de usar Eu tinha um pouco de dificuldade natildeo com a dor tiacutepica a dor tiacutepica era faacutecil de

140

identificar dentro desse instrumento mas a dor atiacutepica eu tive dificuldade 23 Aponte as vantagensfacilidades e desvantagensdificuldades da utilizaccedilatildeo deste Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem pelo enfermeiro no acolhimento do HU REu acho que o tamanho dele eu jaacute falei a desvantagem era realmente muito longo e por natildeo ter intimidade com ele eu acho ele meio difiacutecil de usar essa eacute a desvantagemE a vantagem eacute que ele eacute bem auto-explicativo natildeo tem como tu natildeo esquecer de nada porque ta tudo aqui os fatores de risco de ne sintomas se tem problema na famiacutelia isso tudo explica tudo Neste ponto ele eacute muito bom 24 Vocecirc considera este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem aplicaacutevel para o acolhimento na emergecircncia do HUJustifique REu acho que sim Soacute precisa realmente ter mais eacute mas realmente intimidade com ele se habituar a usar saber como usar ele adequadamente 25 Na sua opiniatildeo qual (quais) a (s) diferenccedila (s) em utilizar este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem em relaccedilatildeo ao protocolo que jaacute vecircm sendo utilizado na instituiccedilatildeo REu acho o protocolo de dor toraacutecica ele eacute mais raacutepido do que esse aqui ele tem poucos pontos para se observar soacute que ele eacute muito geneacuterico assim ele natildeo traz coisaseacute qualquer dor toraacutecica Aqui ele traz mais com casos na dor toraacutecica cardioloacutegica Entatildeo neste ponto voltado para a cardiologia esse aqui eacute melhor neste ponto Mas pela facilidade e agilidade aquele eacute melhor ele eacute mais raacutepido Soacute que voltado para a dor toraacutecica eacute melhor eacute mais explicativo Acredito que ele te leva a fazer uma triagem bem feita cardiologicamente falando 1Dados de identificaccedilatildeo (ENTREVISTA 6) Nome do profissional Enfermeiro 6 Idade 27 anos Cargo enfermeira residente Tempo de trabalho na profissatildeo 45 anos Tempo de trabalho na instituiccedilatildeo 2 anos Tempo de trabalho na emergecircncia 2 anos Possui Poacutes graduaccedilao ( ) Natildeo (x) Sim(X) Especializaccedilatildeo Especificar urgecircncia emergecircncia e APH ( ) Mestrado ( ) Doutorado

141

2 Roteiro para Entrevista 21 Como vocecirc avalia a utilizaccedilatildeo do Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado O instrumento foi importante guiou melhor a conduta a ser seguida ao realizar o acolhimento 22 Como vocecirc avalia a estrutura o formato e os fluxos de encaminhamentos contidos no Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado Eu achei o formato do fluxograma um pouco complicado de entender continha bastante informaccedilotildees mas ao mesmo tempo auxiliava para a triagem das cores que o paciente se encaixaria 23 Aponte as vantagensfacilidades e desvantagensdificuldades da utilizaccedilatildeo deste Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem pelo enfermeiro no acolhimento do HU Vantagens auxilia na classificaccedilatildeo por coresgravidade Desvantagem longo e demorado para aplicar Leva mais tempo para realizar o acolhimento Facilidades melhora a triagem sendo mais corretas pois verifica-se comorbidade e encaminha bem certo como proceder conforme sintomas e comorbidades Dificuldades de contatar o poacutes atendimento com o medico (diagnoacutestico) verificar se fez ECG 24 Vocecirc considera este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem aplicaacutevel para o acolhimento na emergecircncia do HU Justifique Ele eacute aplicaacutevel mas deve ser melhorado (facilitado a leitura para aplicaccedilatildeo mais raacutepida) acho que para o desfecho eacute complicado a enfermeira do acolhimento conseguir acompanhar 25 Na sua opiniatildeo qual (quais) a (s) diferenccedila (s) em utilizar este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem em relaccedilatildeo ao protocolo que jaacute vecircm sendo utilizado na instituiccedilatildeo O Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica eacute bem mais completo e facilita a identificaccedilatildeo real de um provaacutevel evento cardiacuteaco Jaacute o protocolo da instituiccedilatildeo eacute mais sucinto

142

1Dados de identificaccedilatildeo (ENTREVISTA 7) Nome do profissional ldquoEnfermeiro 7rdquo Idade 28 Cargo Enfermeira Residente Tempo de trabalho na profissatildeo 2 anos Tempo de trabalho na instituiccedilatildeo 2 anos Tempo de trabalho na emergecircncia 2 anos Possui Poacutes graduaccedilao (x ) Natildeo ( ) Sim ( ) Especializaccedilatildeo Especificar -___________ ( ) Mestrado ( ) Doutorado 2 Roteiro para Entrevista 21 Como vocecirc avalia a utilizaccedilatildeo do Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado R Achei que ele eacute praacutetico didaacutetico e de faacutecil aplicaccedilatildeo 22 Como vocecirc avalia a estrutura o formato e os fluxos de encaminhamentos contidos no Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado R De faacutecil aplicaccedilatildeo e facilita encaminhamento e tomada de decisatildeo 23 Aponte as vantagensfacilidades e desvantagensdificuldades da utilizaccedilatildeo deste Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem pelo enfermeiro no acolhimento do HU R Vantagens ndash avaliaccedilatildeo do enfermeiro agilidade do processo recuperaccedilatildeo do paciente Desvantagens ndash natildeo tem R Facilidade ndash aplicaccedilatildeo agilidade Dificuldade ndash o serviccedilo natildeo aceitaraacute pedido de ECG com carimbo do enfermeiro 24 Vocecirc considera este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem aplicaacutevel para o acolhimento na emergecircncia do HUJustifique R Sim Pela facilidade de aplicaccedilatildeo e diferenciaccedilatildeo do caso de dor toraacutecica ser IAM ou natildeo Agilidade do atendimento do paciente 25 Na sua opiniatildeo qual (quais) a (s) diferenccedila (s) em utilizar este

143

Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem em relaccedilatildeo ao protocolo que jaacute vecircm sendo utilizado na instituiccedilatildeo R Este daacute mais seguranccedila na hora de classificar a sintomatologia do paciente

144

145

ANEXOS

146

147

ANEXO A - INSTRUMENTO ADAPTADO DO PROTOCOLO DE MANCHESTER

IacuteNDICE DE FLUXOGRAMAS

Nordm QUEIXA PRINCIPAL (motivo da vinda ao

hospital) PAacuteGINA

01 ASMA 01

02 AUTO-AGRESSAtildeO (TENTATIVA DE

SUICIDIO) 02

03 CEFALEIA 03

04 COMPORTAMENTO ESTRANHO 04

05 CONVULSOtildeES 05

06 CORPO ESTRANHO 06

07 DIABETES HISTOacuteRIA DE 07

08 DIARREIA 08

09 DISPNEIA 09

10 DOENCcedilA HEMATOLOacuteGICA 10

11 DOENCcedilA MENTAL 11

12 DOENCcedilAS SEXUALMENTE

TRANSMISSIacuteVEIS 12

148

13 DOR ABDOMINAL 13

14 DOR CERVICAL 14

15 DOR DE GARGANTA 15

16 DOR LOMBAR 16

17 DOR TESTICULAR 17

18 DOR TORACICA 18

19 EMBRIAGUES APARENTE 19

20 ERUPCcedilAtildeO CUTAcircNEA 20

21 ESTADO DE INCONSCIEcircNCIA 21

22 EXPOSICcedilAtildeO A AGENTES QUIacuteMICOS 22

23 FERIDAS 23

24 GRAVIDEZ 24

25 HEMORRAGIA DIGESTIVA 25

26 HEMORRAGIA VAGINAL 26

27 MAL ESTAR EM ADULTO 27

28 INFECCCcedilOtildeES LOCAIS E ABSCESSOS 28

29 MORDEDURAS E PICADAS 29

30 PROBLEMAS DENTAacuteRIOS 30

31 PROBLEMAS EM EXTREMIDADES

(MEMBROS) 31

149

32 PROBLEMAS NASAIS 32

33 PROBLEMAS NOS OUVIDOS 33

34 PROBLEMAS OFTALMOLOacuteGICOS 34

35 PROBLEMAS URINAacuteRIOS 35

36 QUEDAS 36

37 QUEIMADURAS 37

38 QUEIXAS ANAIS 38

39 SUPERDOSAGEM E ENVENENAMENTO

(intoxicaccedilotildees exoacutegenas) 39

40 TRAUMA CRAcircNIO-ENCEFALICO 40

41 VERTIGEM E TONTURAS 41

42 VOcircMITOS 42

150

FLUXOGRAMA 18 - DOR TORAacuteCICA

151

ANEXO B - FLUXOGRAMA DE TRIAGEM CARDIOLOacuteGICA DE ENFERMAGEM

Ao meu melhor amigo do mundo e ldquodefensor da humanidaderdquo Felipe por ser meu ldquoassessorrdquo sempre com um sorriso no rosto e ter me acompanhado nas gravaccedilotildees das entrevistas ateacute mesmo em um saacutebado de sol Aos amigos do CVS ndash Satildeo Joseacute por tornarem minhas tardes tatildeo agradaacuteveis pela amizade e conselhos Em especial agrave ldquomanardquoAline que jaacute estaacute em meu coraccedilatildeo Aos meus amigos e colegas de mestrado por trilharem ao meu lado por este caminho pela parceria e amizade Em especial agraves eternas ldquoR1rdquo Thaise Honorato e Luciana Hagemann pela forccedila e afeto Agrave minha orientadora Kaacutetia por seu amparo sempre carinhoso por toda a sabedoria a mim transmitida pela disponibilidade e paciecircncia Agrave minha co-orientadora Juliana muito obrigada por toda gentileza compreensatildeo pelas palavras saacutebias por toda ajuda sempre prontamente Aos membros da banca por aceitarem tatildeo prontamente o meu convite e me transmitirem conhecimento sabedoria Enfim a todos aqueles que estiveram direta ou indiretamente ao meu lado pelo incentivo confianccedila amor e amizade sem vocecircs eu natildeo conseguiria estar aqui

VIEIRA AC Protocolo de Enfermagem para Dor Toraacutecica em um Serviccedilo de Emergecircncia Hospitalar Aplicaccedilatildeo e Avaliaccedilatildeo 2014 151p Dissertaccedilatildeo (Mestrado) Programa de Mestrado Multidisciplinar em Sauacutede Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2014 Orientadora Dra Kaacutetia Cilene Godinho Bertoncello

RESUMO

A avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica eacute uma atribuiccedilatildeo complexa e frequente dos enfermeiros nos serviccedilos de emergecircncia hospitalar No Brasil as doenccedilas cardiovasculares a reflexo da incidecircncia mundial constituem a principal causa de morte A dor toraacutecica eacute considerada sintoma principal para a Siacutendrome Coronariana Aguda portanto uma preocupaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede e pacientes Apesar da dimensatildeo das queixas de dor toraacutecica nos serviccedilos de emergecircncia existe deficiecircncia da padronizaccedilatildeo das condutas para a Enfermagem e para os estudos para construccedilatildeo de protocolos assistenciais Portanto este estudo propocircs a aplicaccedilatildeo de um protocolo para avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica no Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco (SACR) do Serviccedilo de Emergecircncia de um Hospital Universitaacuterio do Sul do paiacutes que natildeo conta com protocolos especiacuteficos de Enfermagem Optou-se por um protocolo desenvolvido e utilizado em um serviccedilo de excelecircncia do paiacutes o Hospital Israelita Albert Einstein de Satildeo PauloSP Trata-se de uma pesquisa qualitativa do tipo transversal prospectiva e descritiva O desenvolvimento deste estudo foi norteado por duas vertentes essenciais o reconhecimento do perfil do paciente com dor toraacutecica atendido no serviccedilo e a identificaccedilatildeo da avaliaccedilatildeo do protocolo sugerido pelos enfermeiros do SACR Os dados encontrados demonstraram uma demanda de pacientes com dor toraacutecica expressivamente feminina (657) caracterizando a baixa procura masculina pelos serviccedilos de sauacutede A maioria dos casos pouco-urgentes (66) contra (45) emergentes Sobressai a classificaccedilatildeo dos enfermeiros estipulando emergente

em 507 das classificaccedilotildees e pouco-urgente em 224 o que reflete uma valorizaccedilatildeo da dor toraacutecica por parte dos profissionais ao utilizar o protocolo Verificou-se a expressiva incidecircncia dos fatores de risco para o IAM associados agrave dor toraacutecica 478 dos pacientes satildeo hipertensos e 269 deles possuem histoacuteria familiar de Doenccedila Arterial Coronariana Quanto agrave avaliaccedilatildeo do protocolo realizada pelos enfermeiros os dados obtidos datildeo conta de que haacute um consenso entre os enfermeiros de que o protocolo sugerido prioriza o atendimento agrave Siacutendrome Coronariana Aguda identifica melhor o tipo de dor conferindo respaldo para a sua praacutetica e sendo considerado uacutetil e aplicaacutevel ao serviccedilo O estudo possibilitou reconhecer que o protocolo sugerido estaacute em consonacircncia com a realidade da atuaccedilatildeo dos enfermeiros na classificaccedilatildeo de risco que utilizam atualmente um instrumento generalista natildeo direcionado agrave Enfermagem Desse modo seraacute apresentado agrave Diretoria de Enfermagem do HU para possiacutevel institucionalizaccedilatildeo Descritores Dor Toraacutecica Siacutendrome Coronariana Aguda Enfermagem em Emergecircncia Classificaccedilatildeo de Risco Protocolos

VIEIRA AC Implementation and Evaluation of a Nursing Protocol for Chest Pain in a Hospital Emergency Service 2014 151p Dissertation (Master) Multidisciplinary Masters Programme in Health Federal University of Santa Catarina Florianoacutepolis 2014 Advisor Dr Katia Cyllene Godinho Bertoncello

ABSTRACT

The evaluation of chest pain is a complex and frequent assignment of nurses in hospital emergency departments In Brazil cardiovascular diseases worldwide incidence reflection of the leading causes of death Chest pain is regarded as a primary symptom for Acute Coronary Syndrome therefore a concern of health professionals and patients Despite the scale of the complaints of chest pain in emergency departments deficiency of the standardization of approaches for Nursing and studies for construction of care protocols Therefore this study proposed the implementation of a protocol for evaluation of chest pain in Home Service with Risk Rating ( SACR ) of the Emergency Department of a University Hospital in the South which has no specific protocols of Nursing We opted for a protocol developed and used in service excellence in the country the Albert Einstein Jewish Hospital in Satildeo Paulo SP This is a qualitative research cross-sectional prospective and descriptive The development of this study was guided by two main components the recognition profile of the patient with chest pain attended the service and the identification of the evaluation of the protocol suggested by the nurses SACR The data obtained showed a demand for female patients with chest pain significantly (657 ) featuring low male demand for health services Most bit - urgent cases (66 ) versus (45 ) emerging stands out the classification of nurses stating emerging in 507 of ratings and little - urgent in 224 which reflects an appreciation of pain chest by professionals when using the protocol There was a significant incidence of risk factors for AMI associated with chest pain 478 of patients were hypertensive and 269 of them have a family history of coronary artery disease Regarding the evaluation of the protocol

performed by nurses data obtained realize that there is a consensus among nurses suggested that the protocol prioritizes compliance with Acute Coronary Syndrome identifies the best kind of pain giving support to your practice and being considered useful and applicable to the service This study enabled us to recognize that the suggested protocol is in line with the reality of action by nurses in risk rating which currently use a general tool not directed to Nursing Thus it will be presented to the Board of Nursing HU for possible institutionalization Keywords Chest Pain Acute Coronary Syndrome Emergency Nursing Risk Rating Protocols

LISTA DE ABREVIATURAS

APS Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede AVC Acidente Vascular Cerebral DAC Doenccedila Arterial Coroniana HIAE Hospital Israelita Albert Einstein HU Hospital Universitaacuterio IAM Infarto Agudo do Miocaacuterdio SCA Siacutendrome Coronariana Aguda SEA Serviccedilo de Emergecircncia Adulto SACR Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco SEI Serviccedilo de Emergecircncia Interna UFSC Universidade Federal de Santa Catarina

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Sistema operacional Sestatnet para caacutelculo da amostra 54

Figura 2 - Distribuiccedilatildeo percentual da Classificaccedilatildeo de Risco dos

pacientes que procuraram o SEA do HUUFSC de acordo com o

protocolo proposto (Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de

Enfermagem do HIAE) Florianoacutepolis-SC 2014 76

Figura 3 - Distribuiccedilatildeo percentual dos diagnoacutesticos meacutedicos

encontrados na Classificaccedilatildeo dos pacientes com dor toraacutecica

Florianoacutepolis-SC 2014 79

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Nordm de pacientes atendidos anualmente no SEA do HU

51

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Caracterizaccedilatildeo dos pacientes com queixa de dor

toraacutecica que procuraram o Serviccedilo de Emergecircncia do HUUFSC

ndash Florianoacutepolis ndash SC 2013-2014 69

Tabela 2 - Distribuiccedilatildeo da avaliaccedilatildeo da Utilizaccedilatildeo do Protocolo

Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem do HIAE

FlorianoacutepolisndashSC 2014 94

Tabela 3 - Distribuiccedilatildeo da avaliaccedilatildeo das vantagens eou

desvantagens em utilizar o protocolo Fluxograma de Triagem

Cardioloacutegica de Enfermagem do HIAE FlorianoacutepolisndashSC2014 98

Tabela 4 - Distribuiccedilatildeo da avaliaccedilatildeo da estrutura formato e

fluxos de encaminhamentos contidos no Protocolo Fluxograma

de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem do HIAE Florianoacutepolisndash

SC 2014 99

Tabela 5 - Distribuiccedilatildeo da avaliaccedilatildeo da diferenccedila em utilizar o

Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem e do

Protocolo Institucional Adaptado de Manchester 102

Tabela 6 - Distribuiccedilatildeo da avaliaccedilatildeo da aplicabilidade do

protocolo ao serviccedilo Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de

Enfermagem ao acolhimento da emergecircncia FlorianoacutepolisndashSC

2014 103

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 21

2 OBJETIVOS 27

21 Objetivo Geral 27

22 Objetivos Especiacuteficos 27

3 REVISAtildeO DE LITERATURA 29

31 MANUSCRITO 1 ATUACcedilAtildeO DO ENFERMEIRO FRENTE AO PACIENTE COM DOR TORAacuteCICA NOS SERVICcedilOS DE EMERGEcircNCIA HOSPITALAR uma revisatildeo integrativa da literatura 31

4 METODOLOGIA 49

41 TIPO DE PESQUISA 49

42 LOCAL DA PESQUISA 49

43 POPULACcedilAtildeO DO ESTUDO E AMOSTRA 52

44 COLETA DE DADOS 54

45 ETAPAS DA PESQUISA 55

46 CONSIDERACcedilOtildeES EacuteTICAS 57

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 59

51 MANUSCRITO 2 - O PERFIL DO PACIENTE COM DOR TORAacuteCICA DO SERVICcedilO DE EMERGEcircNCIA ADULTO DE UM HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO DO SUL DO BRASIL 61

52 A AVALIACcedilAtildeO DOS ENFERMEIROS DE UM SERVICcedilO DE EMERGEcircNCIA HOSPITALAR SOBRE A UTILIZACcedilAtildeO DE UM PROTOCOLO PARA A DOR TORAacuteCICA VALIDADO EM UM SERVICcedilO DE REFEREcircNCIA 89

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 109

REFEREcircNCIAS 113

APENDICES 123

APENDICE A - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (GRUPO 01) 125

APENDICE B - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (GRUPO 02) 127

APEcircNDICE C ndash ROTEIRO DE ENTREVISTA SEMI-ESTRUTURADO 131

APEcircNDICE D ndash ENTREVISTA COM OS ENFERMEIROS 133

ANEXOS 145

ANEXO A - INSTRUMENTO ADAPTADO DO PROTOCOLO DE MANCHESTER 147

ANEXO B - FLUXOGRAMA DE TRIAGEM CARDIOLOacuteGICA DE ENFERMAGEM 151

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1 INTRODUCcedilAtildeO

A avaliaccedilatildeo da dor segue como um desafio aos profissionais de sauacutede nos serviccedilos de emergecircncia hospitalar devido agrave subjetividade e dificuldades em sua mensuraccedilatildeo De acordo com a Associaccedilatildeo Internacional para o Estudo da Dor a dor eacute definida como ldquoexperiecircncia sensorial e emocional desagradaacutevel associada a um dano real ou potencial dos tecidos ou descrita em termos de tal dano Sempre eacute subjetiva e cada indiviacuteduo aprende a utilizar este termo por meio de suas experiecircnciasrdquo (MERSKEY et al 1979 p249) Apesar de sua subjetividade avaliar a dor configura-se em uma tarefa essencial ao trabalho da Enfermagem agrave medida que eacute um sintoma importante para a investigaccedilatildeo do quadro cliacutenico do paciente Para que natildeo haja subtratamento da dor eacute necessaacuterio ao enfermeiro dispensar especial atenccedilatildeo uma vez que o ato de medir o fenocircmeno aacutelgico requer observaccedilatildeo escuta atenta e sobretudo acreditar na queixa dolorosa que o paciente refere (MORAIS et al 2009)

Com o objetivo de conferir maior relevacircncia agrave avaliaccedilatildeo da dor e consequentemente conscientizaccedilatildeo da importacircncia desta atribuiccedilatildeo por parte dos profissionais de sauacutede a Sociedade Americana da Dor a cita pela primeira vez como 5ordm sinal em vital (AMERICAN PAIN SOCIETY 1999) No entanto a sensaccedilatildeo dolorosa embora seja um indicativo de alteraccedilotildees e distuacuterbios fiacutesicos ou psicoloacutegicos ainda natildeo eacute considerada uma prioridade quando comparada a outros sinais vitais visto que por sua relaccedilatildeo com a subjetividade haacute uma tendecircncia em muitas vezes ser desacreditada ou desvalorizada por profissionais de sauacutede (SOCIEDADE BRASILEIRA PARA O ESTUDO DA DOR 2013)

A avaliaccedilatildeo da dor juntamente com os sinais vitais e o registro sistemaacutetico e perioacutedico de sua intensidade eacute fundamental para que se acompanhe a evoluccedilatildeo dos pacientes e se realize os

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ajustes necessaacuterios ao tratamento (SOCIEDADE BRASILEIRA PARA O ESTUDO DA DOR 2013)

Reafirmando a necessidade de considerar a dor como prioridade no tratamento estudos revelam que a maioria dos pacientes que procuram os serviccedilos de emergecircncia refere algum tipo de dor Neste sentido a sua avaliaccedilatildeo correta durante o acolhimento eacute essencial para uma classificaccedilatildeo na prioridade adequada Referente agrave subjetividade da dor os aspectos culturais de expressatildeo verbal expressotildees corporais e alteraccedilotildees de comportamento devem ser considerados (GRUPO BRASILEIRO DE CLASSIFICACcedilAtildeO DE RISCO 2010)

Dentre os diversos tipos de dor encontra-se a dor toraacutecica um sintoma que pode ser desencadeado por um amplo espectro de afecccedilotildees Na vigecircncia deste tipo de dor faz-se relaccedilatildeo imediata com a causa cardioloacutegica por ser sinal especiacutefico claacutessico para a Siacutendrome Coronariana Aguda (SCA) Em contraponto autores elencaram na literatura que metade dos pacientes com dor toraacutecica natildeo tem causa cardiacuteaca para seus sintomas ocorrendo portanto muitas abordagens inadequadas para sua avaliaccedilatildeo principalmente em unidades de emergecircncia (RIOS et al 2010)

Embora a causa cardiacuteaca natildeo seja a mais incidente na decorrecircncia de dor toraacutecica haacute que ser considerada no atendimento do enfermeiro ao paciente com esta queixa visando o tempo-ouro do atendimento em caso de isquemia miocaacuterdica Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia nestes casos o tempo decorrente entre a chegada do paciente ao serviccedilo de emergecircncia ateacute a realizaccedilatildeo do eletrocardiograma natildeo deve exceder a 10 minutos (PIEGAS et al 2009) Nota-se portanto a importacircncia de uma avaliaccedilatildeo raacutepida e precisa na classificaccedilatildeo de risco realizada pelo enfermeiro

Embora exista elevada prevalecircncia da dor toraacutecica nos serviccedilos de emergecircncia a padronizaccedilatildeo no atendimento a estes pacientes ainda eacute deficiente o que pode resultar em atraso na instituiccedilatildeo da medida terapecircutica adequada em casos cliacutenicos graves (FARIAS MOREIRA 2012) A abordagem do paciente com queixas de dor toraacutecica nos serviccedilos de emergecircncia eacute uma

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preocupaccedilatildeo das disciplinas da aacuterea da sauacutede e permanece em discussatildeo segundo referem Rios et al (2010)

Para os autores a reduccedilatildeo dos eventos coronarianos ocorre quando a SCA eacute tratada de acordo com evidecircncias de eficaacutecia comprovada e o uso de protocolos surge como um instrumento de otimizaccedilatildeo da qualidade de atendimento (FARIAS MOREIRA 2012)

Em um Hospital Universitaacuterio (HU) do sul do Brasil onde foi desenvolvido este estudo especificamente no Serviccedilo de Emergecircncia Adulto (SEA) natildeo haacute protocolos para a maioria das injuacuterias que surgem no quotidiano de trabalho da equipe de Enfermagem Esta fragilidade vem a justificar o interesse desta pesquisa em sugerir a aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de um protocolo especiacutefico para a dor toraacutecica para o embasamento da praacutetica profissional dos enfermeiros Trata-se de um protocolo desenvolvido e utilizado em um centro de referecircncia do paiacutes ldquoO Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagemrdquo do Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE) de Satildeo PauloSP Este protocolo foi elaborado em 2010 e atualizado em 2012 por um meacutedico cardiologista do HIAE Luciano Forlenza embora seja direcionado ao Serviccedilo de Enfermagem Ao conhecer este e demais estudos em desenvolvimento nos grandes centros com atendimento em unidades de Emergecircncia como os hospitais da regiatildeo sudeste centro-oeste e sul onde a grande maioria jaacute possui protocolos de avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica eacute que a proposta deste projeto tomou fundamentos para seu desenvolvimento

Durante minha praacutetica profissional em dois anos enquanto enfermeira residente no SEA do HU em observaccedilatildeo empiacuterica em serviccedilo princiacutepio dos Programas de Residecircncia Multiprofissionais vivenciei a necessidade de um instrumento cientiacutefico para assegurar as accedilotildees de Enfermagem para a Classificaccedilatildeo de Risco durante o Acolhimento dos pacientes atendidos O Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco (SACR) do HU foi implantado em agosto de 2011 Utilizando-se a tiacutetulo de fundamento nas classificaccedilotildees um instrumento adaptado do Protocolo de Triagem de Manchester (MACKAWAY-JONES 1997) desenvolvido pela proacutepria instituiccedilatildeo No entanto

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este instrumento natildeo se torna satisfatoacuterio para estratificar o risco das condiccedilotildees cliacutenicas em geral tampouco em casos de dor toraacutecica agrave medida que natildeo haacute especificidade e detalhamento da sintomatologia e sinais cliacutenicos de gravidade Ainda natildeo houve desde o iniacutecio da implantaccedilatildeo do SACR quaisquer avaliaccedilotildees da precisatildeo e da acuraacutecia das classificaccedilotildees bem como sustentaccedilatildeo dos seus niacuteveis de evidecircncia

Enquanto enfermeira residente vislumbrei a essencialidade do conhecimento e a correta avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica considerando tambeacutem que a principal causa de morte no Brasil e no mundo durante deacutecadas e prevalecendo ainda na atualidade satildeo as doenccedilas do aparelho circulatoacuterio E dentre estas o Infarto Agudo do Miocaacuterdio (IAM) eacute apontado como segundo lugar no ranking das afecccedilotildees (BRASIL 2008)

Embora natildeo se trate de um serviccedilo com especialidade em cardiologia o SEA do HU atende a uma populaccedilatildeo consideraacutevel de pacientes que procuram a instituiccedilatildeo referindo a dor toraacutecica Foi possiacutevel comprovar esta demanda quando finalizei a primeira pesquisa sobre o perfil do paciente com dor toraacutecica no Trabalho de Conclusatildeo de Curso do Programa de Residecircncia onde verifiquei que cerca de 880 pacientes anualmente procuram o HU relatando dor toraacutecica como queixa principal e motivo de procura pelo serviccedilo acarretando em que esta seja considerada a quinta principal queixa atendida na unidade

Eacute necessaacuterio que a instituiccedilatildeo e a equipe de meacutedicos e enfermeiros estejam treinadas e equipadas com uma ferramenta que os auxilie no manejo dos pacientes acometidos com dor toraacutecica sistematizando o cuidado e tornando-o mais organizado O enfermeiro que atua nesse setor deve ter conhecimento cientiacutefico e tomar decisotildees raacutepidas e concretas reconhecendo situaccedilotildees que oferecem riscos aos pacientes ter familiaridade com a SCA Dessa forma a utilizaccedilatildeo de protocolos eacute fundamental na otimizaccedilatildeo do atendimento controle dos fatores de riscos cardiovasculares para a melhoria da qualidade de vida e aumento da sobrevida dessas pessoas (FERREIRA MADEIRA 2011)

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Partindo do protocolo de Enfermagem para avaliaccedilatildeo de dor toraacutecica utilizado no Hospital Israelita Albert Einstein considerado um centro de referecircncia acredita-se que este estudo seraacute congruente com as necessidades do SACR do HU uma vez que os protocolos satildeo gerados a partir da identificaccedilatildeo de fragilidades do serviccedilo

Para desenvolver este estudo partir-se-aacute da seguinte questatildeo norteadora Qual o perfil do paciente com queixa de dor toraacutecica do Serviccedilo de Emergecircncia Adulto do HU E qual a avaliaccedilatildeo dos enfermeiros do serviccedilo ao utilizar um protocolo de Enfermagem especiacutefico para a dor toraacutecica durante a Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes com esta queixa

26

27

2 OBJETIVOS

21 OBJETIVO GERAL

Avaliar a utilizaccedilatildeo do Protocolo ldquoFluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagemrdquo para a Praacutetica de Enfermagem durante a Classificaccedilatildeo de Risco no Serviccedilo de Emergecircncia Adulto de um Hospital Universitaacuterio do Sul do Paiacutes

22 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

- Identificar e avaliar o perfil dos pacientes atendidos com dor toraacutecica no SACR do Serviccedilo de Emergecircncia Adulto de um Hospital Universitaacuterio do Sul do Paiacutes

- Aplicar e avaliar a utilizaccedilatildeo do protocolo ldquoFluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagemrdquo do HIAE no SACR do Serviccedilo de Emergecircncia do HU

- Analisar a viabilidade da utilizaccedilatildeo do Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem do HIAE para a Emergecircncia Adulto do HU

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3 REVISAtildeO DE LITERATURA

A revisatildeo de literatura deste estudo seraacute apresentada em forma de manuscrito Mediante apresentaccedilatildeo deste trabalho em banca examinadora e devida aprovaccedilatildeo o manuscrito seraacute submetido agraves devidas correccedilotildees e enviado posteriormente para publicaccedilatildeo em perioacutedico indexado

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31 MANUSCRITO 1 ATUACcedilAtildeO DO ENFERMEIRO FRENTE AO PACIENTE COM DOR TORAacuteCICA NOS SERVICcedilOS DE EMERGEcircNCIA HOSPITALAR UMA REVISAtildeO INTEGRATIVA DA LITERATURA

Resumo A dor toraacutecica eacute uma das queixas mais frequumlentes referidas pelos pacientes no serviccedilo de emergecircncia hospitalar no Brasil Esta sintomatologia pode ser indicativo de diversas alteraccedilotildees fiacutesicas eou psicoloacutegicas desde uma crise de ansiedade ateacute o infarto agudo do miocaacuterdio Assim o enfermeiro que atua no serviccedilo de emergecircncia precisa ser capacitado a fim de conhecer as diversas etiologias que podem incorrer em dor toraacutecica e apto a reconhecer um possiacutevel sinal de gravidade Este estudo eacute uma revisatildeo integrativa de literatura que objetivou reunir estudos sobre a assistecircncia de Enfermagem ao paciente com dor toraacutecica no serviccedilo de emergecircncia hospitalar no periacuteodo de 2002 a 2014 Pesquisou-se em bases de dados eletrocircnicas nas diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia e nos acervos da Biblioteca do Ministeacuterio da Sauacutede (Brasil) Foram eleitos e submetidos agrave anaacutelise 30 estudos As categorias que emergiram foram Entendendo a Dor Toraacutecica Causas e Epidemiologia da Dor Toraacutecica Avaliaccedilatildeo da Dor Toraacutecica o uso de Protocolos Assistenciais Nos artigos analisados houve a citaccedilatildeo predominante da avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica enquanto desafio para o enfermeiro Devido agrave multicausalidade de fatores que podem a desencadear duacutevidas na classificaccedilatildeo da dor podem ocorrer O uso de protocolos surge como uma ferramenta de tecnologia em sauacutede com o objetivo de embasar cientificamente as praacuteticas do enfermeiro Palavra-chave Dor Toraacutecica Siacutendrome Coronariana Aguda Enfermagem em Emergecircncia Assistecircncia de Enfermagem

Abstract This study aimed to investigate the scientific assistance from nurse about the patient complaining of chest pain in hospital emergency departments Identify which aspects are graded Brazilian studies about nursing care to the patient with chest pain in hospital emergency servicesThis is a literature

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review conducted by research in electronic databases of Latin American Caribbean Health Sciences (LILACS) and the Medical Literature Retrieval System Online (MEDLINE) This study included national publications in the period 2002-2012 as well as guidelines of the Brazilian Society of Cardiology and the Treaty of Medical-Surgical Nursing as complementary Were selected and analyzed 16 studies the categories listed from this analysis causes of chest pain chest pain understanding treatment and evaluation of chest pain Articles were analyzed citation predominant evaluation of chest pain as a challenge for nurses Due to the multi-causality of factors that can trigger doubts in pain score may occur Given the above the use of protocols becomes a tool of health technology in order to scientifically support the practices of nurses Keywords Chest Pain Acute Coronary Syndrome Emergency Nursing Introduccedilatildeo

A dor toraacutecica eacute uma queixa frequente nos serviccedilos de

emergecircncia com base nos atendimentos anuais por dor toraacutecica nos EUA estima-se que aconteccedilam aproximadamente quatro milhotildees de atendimentos por dor toraacutecica ao ano no Brasil Considerando a mesma relaccedilatildeo entre estes paiacuteses nos EUA 5 a 15 dos pacientes que referem dor toraacutecica confirmam diagnoacutestico de Infarto Agudo do Miocaacuterdio calculando-se um quantitativo de 400 mil casos ao ano no Brasil (BASSAN 2002)

Este sintoma pode ser multicausal neste sentido pode ser indiacutecio de alteraccedilotildeesdistuacuterbios fiacutesicos ou psicoloacutegicos desde siacutendrome coronaacuteria aguda (SCA) uma simples contratura muscular ou ateacute mesmo siacutendrome do pacircnico Apesar da causa cardiovascular natildeo ser a mais incidente na decorrecircncia de dor toraacutecica eacute a mais temida devido agrave alta taxa mundial de mortalidade por doenccedilas cardiovasculares (ARAUacuteJO MARQUES 2007)

No Brasil as doenccedilascardiovasculares a reflexo da incidecircncia mundial constituem a principal causa de morte Especificamente em caso de dor toraacutecica sintoma claacutessico de

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doenccedila cardiovascular a padronizaccedilatildeo das medidas baseadas em evidecircncias cientiacuteficas previne desacertos na estratificaccedilatildeo de risco e promovem qualidade do atendimento de Enfermagem reduzindo a ocorrecircncia de danos irreversiacuteveis ao miocaacuterdio (BRASIL 2005) As pesquisas em qualidade do cuidado agrave sauacutede visam reduzir a distacircncia entre o ideal e o praticado nestes casos (ROCHA et al2010) A avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica por parte dos profissionais de sauacutede em geral eacute uma tarefa complexa apesar da elevada demanda de pacientes com dor toraacutecica nos serviccedilos de emergecircncia hospitalar a padronizaccedilatildeo da conduta ainda eacute deficiente o que pode gerar atraso no atendimento (FARIAS MOREIRA 2012) Desenvolvimento

Metodologia

A revisatildeo integrativa da literatura eacute um meacutetodo de estudo

que possibilita reunir e representar as evidecircncias cientiacuteficas acerca de um tema investigado para a melhoria da praacutetica cliacutenica (POMPEO ROSSI GALVAtildeO 2009) Permite averiguar na literatura estudos de diferentes abordagens sobre um determinado assunto reunindo-os e sintetizando-os a fim de obter-se uma conclusatildeo relevante para problemas idecircnticos (POMPEO ROSSI GALVAtildeO 2009) As fases metodoloacutegicas desta pesquisa foram identificaccedilatildeo do tema e da questatildeo de pesquisa busca na literatura categorizaccedilatildeo dos estudos anaacutelise dos estudos da revisatildeo integrativa interpretaccedilatildeo dos resultados siacutentese do conhecimento evidenciado nos artigos pesquisados O levantamento da literatura foi realizado em um recorte temporal de 12 anos no periacuteodo de 2002 a fevereiro de 2014 com o propoacutesito de obter estudos atualizados que abrangessem um nuacutemero consideraacutevel de informaccedilotildees do tema abordado para o embasamento da dissertaccedilatildeo de uma das autoras do artigo A pesquisa em base de dados ocorreu de junho de 2013 a janeiro de 2014

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Para a investigaccedilatildeo da produccedilatildeo cientiacutefica realizou-se uma busca de artigos nas seguintes bases de dados eletrocircnicas Literatura Latino-Americana do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) Medical Literature na Retrieval System On Line (MEDLINE) e Scientific Electronic Library Online (Scielo) Aleacutem das fontes de busca utilizaram-se tambeacutem diretrizes elaboradas pela Sociedade Brasileira de Cardiologia pesquisa virtual de documentos nos acervos da Biblioteca do Ministeacuterio da Sauacutede (Brasil) Para acesso a MEDLINE utilizou-se o portal Pub-Med para acesso agrave LILACS utilizou-se a Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS)

Optou-se pela seguinte estrateacutegia de busca organizaccedilatildeo de descritores para a busca eletrocircnica segundo a diferenciaccedilatildeo entre as bases de dados combinaccedilatildeo de quatro termos de busca (Descritores em Ciecircncias da Sauacutede ndash DeCSMeSH dor no peito siacutendrome coronariana aguda Enfermagem em emergecircncia e assistecircncia de Enfermagem) combinaccedilatildeo de termos boolianos (and or not or not)

Os criteacuterios de inclusatildeo para a seleccedilatildeo dos artigos da pesquisa foram artigos de pesquisa qualitativas e quantitativas sobre o tema estudos que apresentaram os descritores selecionados artigos publicados em portuguecircs artigos publicados na iacutentegra em perioacutedicos ou anais de eventos revisatildeo de literatura relatos de experiecircncia reflexatildeo teoacuterica publicados em perioacutedicos de bases de dados artigos publicados e indexados nas bases de dados Foram excluiacutedos publicaccedilotildees de trabalhos duplicados editoriais resumos em perioacutedicos ou anais de eventos materiais publicados em outros idiomas aleacutem de portuguecircs inglecircs e espanhol

Os artigos foram selecionados de acordo com a pertinecircncia na coleta de dados Inicialmente foi realizada leitura dos resumos identificando a sua relevacircncia para o objetivo do estudo Os materiais considerados vaacutelidos para o estudo foram organizados por completo em uma planilha do programa Excel for Windows conforme suas principais informaccedilotildees tiacutetulo autores ano de publicaccedilatildeo tipo de trabalho objetivos meacutetodos resultados e conclusotildees Cada estudo foi alistado numericamente aleacutem de lido de forma minuciosa Os dados obtidos foram analisados de

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modo a compor uma categorizaccedilatildeo por linhas de convergecircncia posteriormente sintetizados a fim de possibilitar o conhecimento da literatura sobre o tema abordado Entendendo a dor toraacutecica

A dor aguda eacute responsaacutevel por mais de dois terccedilos das

procuras aos serviccedilos de emergecircncia (IASP 2011) ldquoPossui iniacutecio suacutebito e estaacute relacionada a distuacuterbios traumaacuteticos infecciosos ou inflamatoacuterios Tende a desaparecer apoacutes cura da lesatildeo ou resposta a medicamentosrdquo (INCA 2001 p17) McCaffery e Pasero Dal Ponte et al(2008) colocam que ldquoa dor eacute uma queixa frequente que leva os pacientes agrave procura de um pronto socorro poreacutem muitas vezes este sintoma natildeo eacute bem abordado pela equipe de sauacutede que atua nos serviccedilos de emergecircnciardquo

Apesar da temaacutetica da dor natildeo ser tatildeo discutida quanto agrave sua relevacircncia o sintoma aacutelgico eacute um achado cliacutenico importante para a investigaccedilatildeo do distuacuterbio apresentado Estudos revelam por exemplo que a Siacutendrome Coronariana Aguda termo utilizado quando existe evidecircncia de isquemia miocaacuterdica ou infarto eacute responsaacutevel por 12 a 15 dos casos de dor toraacutecica nos serviccedilos de Emergecircncia nos EUA (MILLER GRANDER 2014)

Embora a sintomatologia dos pacientes com isquemia miocaacuterdica possa ser muito variaacutevel 75 a 85 dos pacientes nesta condiccedilatildeo apresentam dor toraacutecica como sintoma predominante (PIEGAS et al 2009) Por esta razatildeo em decorrecircncia desta dor geralmente o paciente e sua famiacutelia vivenciam uma seacuterie de sentimentos como anguacutestia e medo da morte pela relaccedilatildeo social desta dor com a gravidade Ao enfrentar um IAM cada paciente poderaacute reagir de uma forma distinta em virtude do sexo idade crenccedila cultura papel familiar fatores psicoloacutegicos e ateacute mesmo o ambiente (SANTOS ARAUacuteJO 2003)

Entender o significado da doenccedila para o paciente eacute de grande relevacircncia para o cuidado da Enfermagem visto que a falta de conhecimentos sobre os possiacuteveis sentimentos do

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paciente proporcionam um cuidado empiacuterico que pode dificultar o estabelecimento de paracircmetros e dimensotildees para a assistecircncia qualificada O IAM pode desencadear sofrimento aleacutem de fiacutesico o emocional vinculado ao referido medo da morte e da invalidez O estresse gerado por estes sentimentos pode aumentar a demanda de oxigecircnio e comprometer o quadro cliacutenico instalado confirmando a necessidade do conhecimento das possiacuteveis sensaccedilotildees do paciente por parte do enfermeiro (SANTOS ARAUacuteJO 2003)

Sabe-se que os pacientes que procuram atendimento nos serviccedilos de emergecircncia com dor toraacutecica podem ou natildeo estar passando por processo patoloacutegico A intensidade dos sintomas causa apreensatildeo e questionamentos que levam a buscar o entendimento da situaccedilatildeo Os enfermeiros satildeo profissionais responsaacuteveis por atendimento nos aspectos teacutecnicos da condiccedilatildeo cliacutenica mas tambeacutem deve atender as necessidades psicoloacutegicas e espirituais aliviando os seus temores que poderatildeo por si agravar o quadro cliacutenico (ARAUacuteJO MARQUES 2007)

As pessoas com dor toraacutecica isquecircmica satildeo em geral responsaacuteveis por uma famiacutelia como fonte de apoio psico-emocional e financeiro tendo papel fundamental Por esta razatildeo a preocupaccedilatildeo com os familiares eacute imediata o que tambeacutem pode ocasionar aumento do consumo de oxigecircnio e a dor pode estender a aacuterea infartada e acarretar maiores complicaccedilotildees O conhecimento desta condiccedilatildeo sobre os significados da dor para o paciente eacute de extrema importacircncia para toda equipe de sauacutede que atua na sala de emergecircncia O conhecimento sobre os significados da dor para o paciente eacute condicionante para o cuidado de Enfermagem eficaz Estrateacutegias para a amenizaccedilatildeo destes sentimentos deveratildeo fazer parte de estudos futuros evitando assim que estes sentimentos influenciem ainda mais o quadro cliacutenico do paciente (ARAUacuteJO MARQUES 2007)

Outros autores corroboram com a necessidade do reconhecimento do temor do paciente em relaccedilatildeo agrave possiacutevel gravidade do seu caso em decorrecircncia da dor toraacutecica O temor da populaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao Infarto Agudo do Miocaacuterdio eacute relacionado ao seu conhecimento como doenccedila grave de

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evoluccedilatildeo lenta e imprevisiacutevel podendo manter-se estaacutevel por tempo prolongado ou ateacute mesmo evoluir de forma suacutebita estando associada agrave ameaccedila de morte Informaccedilotildees estas veiculadas nos meios de comunicaccedilatildeo de massa informando acerca dos agravos Alguns conceitos por vezes repassados erroneamente natildeo esclarecedores de forma clara e concreta a ocorrecircncia do infarto gerando alarde medo apreensatildeo e conflitos de informaccedilotildees (SANTOS ARAUacuteJO 2003) Causas e Epidemiologia da dor toraacutecica

A dor toraacutecica pode surgir como resultado de diversas

afecccedilotildees distintas entre causa cardiacuteaca com Infarto Agudo do Miocaacuterdio Angina Instaacutevel ou Pericardite vascular com Dissecccedilatildeo Aoacutertica Embolismo Pulmonar pulmonar com Pneumonia Pneumotoacuterax espontacircneo gastrintestinal com Refluxo Esofaacutegico Uacutelcera Peacuteptica Pancreatite musculoesqueleacutetico com Costocondrite simples Contratura Muscular psicoloacutegico com Siacutendrome do Pacircnico ou Ansiedade (ORTIZ et al 2010) Miller and Granger (2014) tambeacutem discorrem sobre o assunto ao afirmar que as etiologias potenciais de desencadearem uma dor toraacutecica aleacutem das doenccedilas do coraccedilatildeo satildeo dissecccedilatildeo de aorta pulmotildees esocircfago estocircmago mediastino pleura e viacutesceras abdominais Por essa razatildeo apenas da causa cardioloacutegica ser a mais temida em vigecircncia da dor toraacutecica natildeo descarta a importacircncia do enfermeiro considerar outras causas Nasi et al (2005) salienta que durante esta avaliaccedilatildeo o enfermeiro deve considerar outras causas potencialmente fatais como dissecccedilatildeo de aorta pericardite embolia pulmonar (NASI et al 2005)

A principal suspeita diagnoacutestica nos casos de dor toraacutecica eacute a causa cardiovascular principalmente pelo seu grau elevado de morbidade e teoricamente pelo iniacutecio abrupto com baixa relaccedilatildeo entre o iniacutecio dos sintomas e oacutebito quando natildeo estabelecido atendimento eficaz em tempo haacutebil A maioria dos casos de morte por IAM ocorrem nas primeiras horas do iniacutecio dos sintomas sendo 40 a 65 na primeira hora e

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aproximadamente 80 nas primeiras 24 horas (PIEGAS et al 2009) As doenccedilas que acometem o aparelho circulatoacuterio satildeo apontadas como as principais causas de mortalidade dos brasileiros desde a deacutecada de 80 prevalecendo na atualidade Dentre elas o acidente vascular cerebral (AVC) eacute a principal causa de morte no Brasil seguida pelo infarto agudo do miocaacuterdio (IAM) no qual a dor toraacutecica eacute referida como sintoma especiacutefico claacutessico A taxa de incidecircncia das doenccedilas circulatoacuterias eacute mais prevalente na regiatildeo sudeste (33 dos casos) seguida pela regiatildeo sul (329 dos casos) Particularmente na regiatildeo sul as causas de morte por doenccedilas do aparelho circulatoacuterio ocupam o primeiro lugar das taxas de mortalidade sucedidas pelas neoplasias e as causas externas

(BRASIL 2008) As doenccedilas coronarianas especificamente Angina

Pectoris o Infarto Agudo do Miocaacuterdio as arritmias cardiacuteacas e os distuacuterbios de conduccedilatildeo eleacutetrica tecircm obtido maior preocupaccedilatildeo por parte dos profissionais de sauacutede em decorrecircncia do crescimento numeacuterico dos distuacuterbios cardiacuteacos isquecircmicos (SOUSA et al2008)

Estudos apontam que diversas causas incomuns podem ocorrer Os sofrimentos psiacutequicos podem mimetizar as afecccedilotildees cardiovasculares acarretando sintomas somaacuteticos (ALBUQUERQUE et al 2010) A dor psicogecircnica natildeo tem etiologia orgacircnica portanto geralmente manifesta-se de forma imprecisa e difusa sem sinais e sintomas associados de gravidade cliacutenica Tambeacutem se pode detectar nestes casos sinais de ansiedade e uso abusivo de medicaccedilotildees (PIEGAS et al 2009)

Outra provaacutevel causa de dor toraacutecica nos serviccedilos de emergecircncia hospitalar nem sempre considerado eacute o prolapso da vaacutelvula mitral Nesta condiccedilatildeo a dor eacute de localizaccedilatildeo variaacutevel inicia em repouso e eacute referida como em ldquopontadardquo e sem irradiaccedilotildees O diagnoacutestico eacute cliacutenico por meio de ausculta quando eacute encontrado um clique meso ou telessistoacutelico seguido de um sopro regurgitante mitral eou tricuacutespide (PIEGAS et al 2009)

Quanto agrave incidecircncia da dor toraacutecica no Brasil ainda natildeo haacute dados precisos de atendimentos por dor toraacutecica no entanto

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considera-se calculando a proporccedilatildeo populacional com os EUA que 4 milhotildees de pessoas com dor toraacutecica sejam atendidas ao ano nos serviccedilos de Emergecircncia brasileiros destes 400 mil tem IAM confirmado Nos EUA dos 4 milhotildees com dor toraacutecica 12 milhotildees apresentam IAM (BASSAN et al 2002)

A dor toraacutecica eacute um problema que ocorre diariamente na praacutetica do enfermeiro dos serviccedilos de emergecircncia hospitalares Dos 3 a 6 milhotildees de atendimentos anual nos EUA de 5-10 satildeo por dor toraacutecica Destes 20 a 35 tecircm uma SCA 10-15 apresentam diagnoacutestico de Infarto Agudo do Miocaacuterdio e ainda 2 a 5 destes pacientes satildeo liberados erroneamente sem diagnoacutestico Este grupo apresenta elevada taxa de oacutebito 25 (ORTIZ et al 2010)

De acordo com dados do DATASUS as mortes por doenccedilas do Aparelho circulatoacuterio como a Siacutendrome Coronariana Aguda seguem uma tendecircncia crescente no Brasil Ao analisarmos o periacuteodo de 2005 a 2011 No primeiro ano os nuacutemeros eram de 283927 jaacute no segundo este iacutendice de mortalidade chega a 335213 (BRASIL 2011)

Em contraponto dados do DATASUS estimam que no ano de 2010 ocorreram 99955 mortes por Doenccedila Isquecircmica do Coraccedilatildeo destas 79668 satildeo IAM (BRASIL 2012) Haacute consideraacutevel discordacircncia dos dados em relaccedilatildeo agrave Sociedade Brasileira de Cardioliga que considera existir sub-notificaccedilatildeo dos casos de Infarto Agudo do Miocaacuterdio (IAM) pelo Ministeacuterio da Sauacutede (BASSAN et al 2002)

Em relaccedilatildeo ao Estado de Santa Catarina o DATASUS revela 2340 mortes por IAM somente no ano de 2010 sendo assim considerado o 8ordm estado brasileiro em nuacutemero de mortes por infarto Esses dados reafirmam o quanto significativa eacute a ocorrecircncia desta afecccedilatildeo cardiacuteaca tambeacutem para o estado (BRASIL 2013) No ano de 2011 os dados avanccedilam para 2592 mortes por IAM em Santa Catarina e 82771 no Brasil (BRASIL 2014)

Dentre os fatores de risco para o infarto agudo do miocaacuterdio o enfermeiro deve avaliar a ocorrecircncia de tabagismo diabetes mellitus hipertensatildeo arterial sistecircmica dislipidemia

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doenccedila vascular perifeacuterica idade masculina acima de 45 anos idade feminina acima de 55 anos histoacuterico familiar de doenccedila cardiovascular coronariana (ORTIZ et al 2010) Avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica o uso de protocolos assistenciais

A Classificaccedilatildeo de risco da dor toraacutecica eacute uma praacutetica

assistencial frequumlente dos enfermeiros que atuam em emergecircncia Para a qualidade desta assistecircncia torna-se imperativo ldquosuporte educacional conhecimento e instrumentos tecnoloacutegicos que contribuam para a compreensatildeo da dorrdquo (WATERKEMPER REIBNITZ MONTICELLI 2010 p 335)

Lidar com a dor toraacutecica eacute uma tarefa complexa a niacutevel nacional e internacional pois este sintoma eacute conceituado pela literatura como um problema social e econocircmico mundial devido a sua alta taxa de ocorrecircncia O manejo da dor toraacutecica pelo enfermeiro deve ser guiado por um instrumento vaacutelido que conduza a terapecircutica adequada Para o sucesso desta atribuiccedilatildeo o enfermeiro precisa estar comprometido seguro na sua tomada de decisatildeo (OLIVEIRA SILVA LEITAtildeO 2010) No entanto ainda existe grande dificuldade por parte dos enfermeiros na construccedilatildeo e estudos acerca de protocolos assistenciais principalmente quando se trata de situaccedilotildees agudas como a siacutendrome coronariana aguda (FERNANDES et al 2009)

O Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE) fundado em 1971 eacute um serviccedilo de sauacutede de excelecircncia reconhecido internacionalmente e um dos mais bem conceituados da Ameacuterica Latina Destaca-se pelo atendimento em alta complexidade O complexo hospitalar do HIAE estaacute distribuiacutedo em 8 unidades de atendimento distribuiacutedas pela cidade de Satildeo PauloSP Morumbi Jardins Alphaville Morato Paulista Perdizes Ibirapuera Vila Mariana Paraisoacutepolis e Cidade Jardim Eacute referecircncia no atendimento em Cardiologia Cirurgia Neurologia Oncologia Hematologia Ortopedia e Reumatologia

As diretrizes do HIAE satildeo pautadas em ldquoatendimento humanizado e melhores profissionais cliacutenicos e de assistecircncia com atualizaccedilatildeo contiacutenuardquo Em particular o setor de Cardiologia

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do HIAE alinha atendimento humanizado incorporaccedilatildeo tecnoloacutegica e planejamento estrateacutegico o que possibilita a implementaccedilatildeo de protocolos gerenciados protocolo Gerenciado de IAM protocolo gerenciado de ICC e o protocolo de dor toraacutecica (HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN 2014) O HIAE coloca que utilizar este protocolo para a dor toraacutecica no pronto-socorro oferece uma assistecircncia baseada em evidecircncias que sendo essencial como suporte agrave tomada de decisatildeo auxilia na identificaccedilatildeo de 25 de portadores de SCA que seriam liberados sem tratamento correto Utilizar um protocolo de Enfermagem para avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica natildeo confere somente agilidade na correta classificaccedilatildeo de risco da dor mas tambeacutem respaldo ao enfermeiro

Os aspectos de exclusatildeo de gravidade devem ser antepostos na triagem classificatoacuteria para isso o profissional deveraacute munir-se de coleta de dados exame fiacutesico com histoacuteria cliacutenica direcionada obtendo as caracteriacutesticas dos sintomas com dados como o momento do iniacutecio tempo de duraccedilatildeo qualidade intensidade relaccedilatildeo com o esforccedilo e o repouso e presenccedila de doenccedila coronariana estabelecida (PIEGAS et al 2009) A avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica ou demais sintomas sugestivos de isquemia cardiacuteaca eacute um dos grandes desafios do enfermeiro sobretudo do enfermeiro que atue na Classificaccedilatildeo de Risco que deteacutem a responsabilidade de determinar a gravidade do caso cliacutenica e indicar a trajetoacuteria terapecircutica de cada paciente Apesar de alta demanda de pacientes que referem dor toraacutecica nos serviccedilos de emergecircncia a padronizaccedilatildeo das condutas de Enfermagem a estes pacientes ainda eacute deficiente o que poderaacute gerar atrasos no atendimento (BEZERRA 2011) Estudos apontam que a reduccedilatildeo dos eventos coronarianos ocorre quando a siacutendrome coronariana aguda eacute tratada pelos profissionais de sauacutede inclusive o enfermeiro de acordo com medidas de eficaacutecia comprovada para isso o uso de protocolos eacute um instrumento de tecnologia em sauacutede e otimizaccedilatildeo para a qualidade do atendimento (FARIAS MOREIRA 2012) Eacute necessaacuterio ainda para o sucesso do atendimento que a equipe de meacutedicos e enfermeiros esteja treinada no manejo das

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urgecircncias e emergecircncias cardiovasculares (BASSAN et al 2002) A principal contribuiccedilatildeo do enfermeiro no tratamento dos pacientes com Infarto Agudo do Miocaacuterdio que eacute a identificaccedilatildeo precoce de um possiacutevel infarto e aceleraccedilatildeo do atendimento diminuindo o tempo de sofrimento do muacutesculo cardiacuteaco Apesar dessa atribuiccedilatildeo primordial do enfermeiro existe a necessidade de aprofundar no tema realizando pesquisas que visem a construccedilatildeo de protocolos de condutas de Enfermagem frente ao paciente com dor toraacutecica Percebe-se portanto a necessidade de novas pesquisas referente ao tema para que produza protocolos de atendimento e que seja padronizado para que facilite o a conduccedilatildeo do trabalho da equipe de enfermagem

A conduta do enfermeiro frente ao paciente infartado exige capacitaccedilatildeo e competecircncia teacutecnica e a necessidade de um protocolo da assistecircnciaconduta de enfermagem para o embasamento cientiacutefico e no intuito de sanar frequumlentes duacutevidas (BEZERRA 2011)

Tratar a dor alivia tambeacutem os sintomas de medo e anguacutestia reduzindo o consumo de oxigecircnio pelo muacutesculo cardiacuteaco provocado pela ativaccedilatildeo do sistema nervoso simpaacutetico A analgesia deve ser feita preferencialmente com sulfato de morfina endovenosa Os anti-inflamatoacuterios natildeo esteroides (AINES) natildeo devem ser utilizados na vigecircncia de IAM e se o paciente que apresentar este diagnoacutestico fizer uso crocircnico de AINES o medicamento deve ser suspenso (PIEGAS et al 2009)

O Objetivo do tratamento dos pacientes com dor toraacutecica eacute reduzir o atraso para identificaccedilatildeo de pacientes com siacutendrome coronariana aguda a partir da chegada do paciente em ambiente hospitalar evitar liberaccedilatildeo errocircnea de pacientes com siacutendrome coronariana aguda reduzir os custos hospitalares da avaliaccedilatildeo de pacientes com dor toraacutecica (ORTIZ et al 2010) Para tanto o enfermeiro eacute peccedila fundamental O principal objetivo do tratamento ao paciente com dor toraacutecica sugestiva de isquemia cardiacuteaca eacute instituir a terapecircutica adequada no tempo-ouro para prevenir comprometimentoisquemia miocaacuterdica de grandes proporccedilotildees

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O enfermeiro que atua em emergecircncia necessita ter conhecimento cientiacutefico teacutecnico tomar decisotildees raacutepidas reconhecer situaccedilotildees que oferecem riscos aos pacientes possuir familiaridade com Siacutendrome Coronariana Aguda adequado manejo com medicaccedilotildees viabilizar a execuccedilatildeo de exames Para a sequecircncia correta e precisa destas etapas a utilizaccedilatildeo de protocolos eacute fundamental na otimizaccedilatildeo do atendimento para um aumento da sobrevida dos pacientes com isquemia cardiacuteaca (FERREIA MADEIRA 2011) A padronizaccedilatildeo das condutas de Enfermagem utilizando-se protocolos especiacuteficos para a dor toraacutecica com evidecircncias cientiacuteficas previne condutas incorretas no tratamento e liberaccedilatildeo inapropriada dos pacientes

Conclusatildeo

Esta revisatildeo possibilitou constatar a escassez de estudos

referentes agrave avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica pelo enfermeiro nos serviccedilos de emergecircncia

Apesar da dimensatildeo das queixas de dor toraacutecica nos serviccedilos de emergecircncia existe deficiecircncia da padronizaccedilatildeo das condutas para a Enfermagem Aleacutem disso diante das muacuteltiplas alteraccedilotildees fiacutesicas e ateacute mesmo psicoloacutegicas que podem desencadear a dor toraacutecica uma seacuterie de duacutevidas pode ocorrer portanto a necessidade de um atendimento sistematizado com o uso de protocolos

Na vigecircncia da sensaccedilatildeo dolorosa o paciente percebe-se impotente e vaacuterios questionamentos surgem na tentativa de desvendar a causa desta dor Especificamente na dor toraacutecica estes sentimentos passam a ser exacerbados devido agrave alta incidecircncia mundial de mortalidade por causa cardiovascular

As publicaccedilotildees encontradas reforccedilam que papel do enfermeiro no atendimento ao pacientes com dor toraacutecica eacute essencial e sobretudo da assistecircncia do enfermeiro fundamentada cientificamente No entanto nenhuma apresenta estudos aprofundados sobre o uso de protocolos de enfermagem O que demonstra a necessidade de maiores

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investimentos em pesquisa nesta temaacutetica a fim de aprofundar o conhecimento na aacuterea de Enfermagem

Sugerem-se estudos acerca da construccedilatildeo de protocolos de enfermagem que abordem a assistecircncia frente ao paciente com dor toraacutecica bem como a classificaccedilatildeo da dor toraacutecica pelo enfermeiro nos serviccedilos de emergecircncia

Referecircncias

ALBUQUERQUE PLMM COSTA LB BASTOS BB SILVA JUacuteNIOR GB Dor precordial natildeo usual Relato de Caso Rev Bras Cardiol v23 n2 p200-1 2010 ARAUJO RD MARQUES IR Compreendendo o significado da dor toraacutecica isquecircmica de pacientes admitidos na sala de emergecircncia Rev Bras Enferm v60 n6 2007 BASSAN R PIMENTA L LEAtildeES P TIMERMAN A Sociedade Brasileira de Cardiologia I Diretriz de dor toraacutecica na sala de emergecircncia Definiccedilatildeo de graus de recomendaccedilatildeo e niacuteveis de evidecircncia Arq Bras Cardiol v76 n2 p1-22 2002 BEZERRA AA BEZERRA AA BRASILEIRO ME A conduta de enfermagem frente ao paciente infartado Rev Eletrocircnica Enferm v1 n1 p1-10 2011 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Perfil da mortalidade do Brasileiro Uma anaacutelise da situaccedilatildeo de sauacutede 2008 Disponiacutevel em lthttpportalsaudegovbrportalarquivospdfcoletiva_saude_061008pdfgt Acesso em 15 out 2013 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Instituto Nacional de Cacircncer Cuidados paliativos oncoloacutegicos controle da dor Rio de Janeiro INCA 2001

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_______ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria Executiva do Ministeacuterio da Sauacutede DATASUS 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwdatasusgovbrgt Acesso em15 out 2013 HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN Histoacuterico [2014] Disponiacutevel em lthttpwwweinsteinbrhospitalPaginassobre-o-hospitalaspxgt Acesso em 02 out 2013

INTERNATIONAL ASSOCIATION FOR THE STUDY OF PAIN Princiacutepios do Manejo da Dor nos Departamentos de Emergecircncia para Pacientes com Condiccedilotildees Meacutedicas Dolorosas Agudas 2011 Disponiacutevel em lthttpwwwiasp-painorgAMTemplatecfmSection=Fact_Sheets3ampTemplate=CMContentDisplaycfmampContentID=13141gt Acesso em 05 mar 2014 FARIAS MM MOREIRA DM Impacto de protocolo de dor toraacutecica sobre a adesatildeo agraves diretrizes societaacuterias um ensaio cliacutenico Rev Bras Cardiol v25 n5 p368-76 2012 FERNANDES J C SILVA C O L SOUZA S E M SILVA P R BRASILEIRO M E ARMENDARIS M K Base de Dados para Elaboraccedilatildeo de um Instrumento para Coleta de Dados de Enfermagem na Unidade de Dor Toraacutecica ndash Congresso Brasileiro de Enfermagem 2009 FERREIRA AMC MADEIRA MZA A Dor Toraacutecica na Sala de Emergecircncia uma revisatildeo de literatura Revista Interdisciplinar NOVAFAPI Teresina v4 n1 p50-56 janfevmar 2011 MILLER MD GRANGER CB Evaluation of patients with chest pain at low or intermediate risk for acute coronary syndrome Gordon M Saperia MD FACC 2014 NASI LA et al Rotinas em Pronto Socorro 2ed Porto Alegre Artmed 2005

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OLIVEIRA RM SILVA LMS LEITAtildeO IMTA Anaacutelise dos saberes e praacuteticas de enfermeiras sobre avaliaccedilatildeo da dor no contexto hospitalar Rev enferm UFPE on line v4 n3 p 53-56 julset 2010 ORTIZ M BITTENCOURT M Protocolo de dor toraacutecica UTI cardioloacutegica Curitiba Hospital das Cliacutenicas Universidade Federal do Paranaacute 2010 Disponiacutevel em lthttpptscribdcomgwcabrald49109978-Prot-Dor-Toracicagt Acesso em 15 out 2013 RIOS DFC BRANDAtildeO FB FARIA MNZ ALCANTARA AS SANTOS MIFO Tronboembolismo pulmonar como causa de dor toraacutecica na sala de emergecircncia Rev Meacuted Minas Gerais v20 p465-8 2010 ROCHA ASC ARAUacuteJO MP CARVALHO AF RIBEIRO A MESQUITA ET Evidecircncia de melhora na qualidade do cuidado assistencial no infarto agudo do miocaacuterdio Arq Bras Cardiol v94 n6 2010 PIEGAS LS FEITOSA G MATTOS LA NICOLAU JC ROSSI NETO JM et al Sociedade Brasileira de Cardiologia IV Diretriz da Sociedade Brasileira de Cardiologia sobre Tratamento do Infarto agudo do Miocaacuterdio com Supradesniacutevel do Segmento ST Arq Bras Cardiol v93 n6 p179-264 2009 POMPEO D A ROSSI L A GALVAtildeO CM Revisatildeo Integrativa etapa inicial do processo de validaccedilatildeo de diagnoacutestico de enfermagem Acta paul Enferm Satildeo Paulo v22 n4 2009 SANTOS FLMM ARAUacuteJO TL Vivendo o infarto os significados da doenccedila segundo a perspectiva do paciente Rev Latino Am Enferm v11 n6 p742-8 2003 SOUSA VEC LOPES MVO ROCHA DH PASCOAL LM MONTORIL MH MELO RP Troca de gases prejudicada

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anaacutelise em pacientes com infarto agudo do miocaacuterdio Rev Enferm Rio de Janeiro v16 n4 p545-9 2008 WATERKEMPER R REIBNITZ KS MONTICELLI M Dialogando com enfermeiras sobre a avaliaccedilatildeo da dor oncoloacutegica do paciente sob cuidados paliativos Rev Bras Enferm Brasiacutelia v63 n2 p 334-9 marabr 2010

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4 METODOLOGIA

41 TIPO DE PESQUISA

Optou-se para desenvolver este estudo a pesquisa quantitativa do tipo transversal prospectiva e descritiva De acordo com Gil (2007) as pesquisas quantitativas ldquotecircm como preocupaccedilatildeo central identificar os fatores que determinam ou que contribuem para a ocorrecircncia dos fenocircmenos Este eacute o tipo de pesquisa que mais aprofunda o conhecimento da realidade porque explica a razatildeo o porquecirc das coisas

A pesquisa transversal eacute aquela realizada quando a coleta de dados ocorre em um determinado local e tempo (BORDALO 2006) A pesquisa prospectiva eacute aquela conhecida como aquela realizada em grupo populacional previamente definido e seguido prospectivamente (BORDALO 2006) Com relaccedilatildeo agrave pesquisa descritiva Gil (2007) a descreve como um estudo com a finalidade de descrever as caracteriacutesticas de um determinado grupo como exemplo destas caracteriacutesticas a faixa etaacuteria sexo renda familiar niacutevel de escolaridade dentre outros

42 LOCAL DA PESQUISA

O contexto em que este estudo seraacute desenvolvido eacute o Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco (SACR) do Serviccedilo de Emergecircncia Adulto (SEA) do Hospital Universitaacuterio (HU) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

O HUUFSC foi fundando em inaugurado em 1980 eacute uma instituiccedilatildeo totalmente puacuteblica com princiacutepio de ensino pesquisa e extensatildeo Atende a populaccedilatildeo moradora da regiatildeo e visitantes da cidade sem qualquer distinccedilatildeo Eacute considerado hospital de meacutedio porte e conta em sua estrutura com aproximadamente 270 leitos distribuiacutedos entre Cliacutenica Meacutedica Cliacutenica Ciruacutergica Pediatria Emergecircncia Ginecologia Obstetriacutecia e Neonatologia Unidade de Terapia Intensiva Serviccedilo Ambulatorial (HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO POLYDORO ERNANI DE SAtildeO THIAGO 2011)

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Designadamente o SEA do HUUFSC eacute um serviccedilo indicado a atender pacientes em condiccedilotildees agudas de sauacutede eacute dinacircmico e requer tomada raacutepida de decisatildeo Conta com uma equipe de Enfermagem com totalidade de 73 profissionais dentre estes 17 enfermeiros efetivos 6 enfermeiros residentes 42 teacutecnicos de enfermagem e 8 auxiliares de enfermagem

O SEA do HUUFSC estaacute dividido em trecircs subunidades de atendimento

O Serviccedilo de Emergecircncia Interna (SEI) local de estabilizaccedilatildeo onde os pacientes recebem o primeiro atendimento Eacute composto por sala de medicaccedilatildeo sala de reanimaccedilatildeo sala ciruacutergica sala de procedimentos posto de enfermagem farmaacutecia sateacutelite e quatro consultoacuterios meacutedicos Possui espaccedilo fiacutesico para acomodar ateacute 12 pacientes em macas (divididos entre os pacientes que estatildeo em ldquoobservaccedilatildeordquo e os ldquointernadosrdquo quando excedidas 24 horas de estadia no hospital o paciente eacute internado)

O Repouso da Emergecircncia acolhe apenas os pacientes jaacute internados que aguardam vagas nas unidades de internaccedilatildeo das cliacutenicas meacutedicas ou ciruacutergicas possui capacidade para acomodar 12 pacientes em leitos e 1 quarto de isolamento

Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco (SACR) local aonde efetivamente se desenvolveu esta pesquisa O serviccedilo foi estabelecido no SEA do HU em agosto de 2011 em cumprimento agraves normativas da Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo e Gestatildeo do SUS com a finalidade de otimizar a assistecircncia agrave sauacutede priorizando o atendimento ao paciente grave ndash objetivo principal da emergecircncia hospitalar ndash por meio de identificaccedilatildeo dos sinais e sintomas apresentados e referenciados pelos pacientes com consequumlente determinaccedilatildeo da gravidade da situaccedilatildeo de sauacutede Seu funcionamento eacute diaacuterio das 0700 agraves 2300 horas (HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO POLYDORO ERNANI DE SAtildeO THIAGO 2012)

Por natildeo ser referecircncia em traumatologia o Serviccedilo de Emergecircncia do HUUFSC atende uma demanda significativamente menor de casos com indicaccedilatildeo ciruacutergica como observamos no quadro 1 a seguir Por esse motivo os casos atendidos no Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco

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(SACR) satildeo exclusivamente com indicaccedilatildeo para Cliacutenica Meacutedica com maior demanda no serviccedilo

Quadro 1 - Nordm de pacientes atendidos anualmente no SEA do HU

Especialidade Nordm de Atendimentos

Centro de Informaccedilotildees Toxicoloacutegicas

145

Cliacutenica Ciruacutergica 10785

Cliacutenica Meacutedica 27266

Cliacutenica Pediaacutetrica 20213

Maternidade 11064

Oftalmologia 09

Ortopedia 1946

Setor natildeo identificado 5125

Total 76587

Fonte Hospital Universitaacuterio Polydoro Ernani de Satildeo Thiago (2011)

Optou-se por desenvolver esta pesquisa no SACR por

tratar-se do local de primeiro contato entre um profissional de sauacutede neste caso o enfermeiro e o paciente Esta eacute a etapa onde eacute apontado o fluxo terapecircutico de cada paciente portanto poderaacute determinar o sucesso ou falhas relacionadas agrave morosidade no atendimento e tal definiccedilatildeo eacute realizada enfermeiro

De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2006 p77)

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O processo de triagem classificatoacuteria deve ser realizado por profissional de sauacutede de niacutevel superior mediante treinamento especiacutefico e utilizaccedilatildeo de protocolos preestabelecidos e tem por objetivo avaliar o grau de urgecircncia das queixas dos pacientes colocando-os em ordem de prioridade para o atendimento

O processo de ldquotriagem classificatoacuteriardquo visa estipular a

prioridade do atendimento sendo determinada pela maior ou menor gravidade do caso (BRASIL 2006) O instrumento utilizado no serviccedilo para esta tarefa adaptado pela proacutepria instituiccedilatildeo do Sistema de Triagem de Manchester (MACKAWAY-JONES 1997) designa a classificaccedilatildeo de risco por meio de cores que preconizam o tempo para o atendimento entre vermelho (emergente) laranja (muito urgente) amarelo (urgente) verde (pouco urgente) azul (natildeo-urgente) e branco (procedimentos) Este instrumento eacute composto por uma lista de 29 fluxogramas que destacam cada um uma queixa principal De acordo com a queixa relatada pelo paciente o enfermeiro escolhe um fluxograma Dentro de cada fluxograma existem algumas condiccedilotildees cliacutenicas para cada cor que quando apresentadas apontam a cor que deve ser designada na classificaccedilatildeo Como esta pesquisa trata de dor toraacutecica extraiacutemos apenas esta queixa dentre os 29 fluxogramas Portanto seraacute abordado apenas o fluxograma 18 ndash dor toraacutecica (ANEXO I)

43 POPULACcedilAtildeO DO ESTUDO E AMOSTRA

A populaccedilatildeo deste estudo contemplou dois grupos distintos Abaixo segue descriccedilatildeo destes bem como os criteacuterios de seleccedilatildeo Grupo 01 - sujeitos participantes deste grupo - Pacientes que procuraram atendimento no Serviccedilo de Emergecircncia acima de 18 anos durante o periacuteodo de outubro de

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2013 a janeiro de 2014 de segunda a saacutebado das 07 agraves 23 horas - Pacientes que foram atendidos no Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco (SACR) - Pacientes que referiram a dor toraacutecica como queixa principal e motivo de procura agrave Emergecircncia Hospitalar - Pacientes que aceitaram participar do estudo mediante assinatura do TCLE Grupo 02 participantes deste grupo - Profissional enfermeiro efetivo ou enfermeiro residente que atua no SACR do SEA do HU - Enfermeiros deste serviccedilo que aceitaram participar do estudo mediante assinatura do TCLE

A amostra para o Grupo 1 eacute natildeo probabiliacutestica e intencional e para seu caacutelculo amostral utilizou-se o sistema operacional para ensino e aprendizagem de Estatiacutestica da Universidade Federal de Santa Catarina o Sestatnet conforme figura 1 Utilizou-se para este caacutelculo a estimativa de pacientes que procuram o serviccedilo apresentando dor toraacutecica anualmente totalizando 880 pacientes (independente das causas da dor) de acordo com meu trabalho de conclusatildeo de curso desenvolvido na instituiccedilatildeo em cumprimento ao Programa de Residecircncia Multiprofissional em Sauacutede de 2011 a 2013

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Figura 1 - Sistema operacional Sestatnet para caacutelculo da amostra

Fonte Sestatnet

44 COLETA DE DADOS

A coleta de dados ocorreu no periacuteodo entre outubro de 2013 a janeiro de 2014 de segunda a saacutebado das 07 agraves 23 horas atingindo o caacutelculo amostral de 67 pacientes (90 de niacutevel de confianccedila) por meio de aplicaccedilatildeo do protocolo elaborado e utilizado no HIAE designado ldquoFluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagemrdquo (ANEXO B) A aplicaccedilatildeo do protocolo foi realizada pelos enfermeiros efetivos e enfermeiros residentes atuantes no SACR que aceitaram participar da pesquisa e estavam na escala como classificadores nos dias e horaacuterios dos atendimentos dos pacientes com dor toraacutecica estabelecidos para a coleta Apoacutes a coleta propriamente

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dita estes mesmos sujeitos foram avaliadores da utilizaccedilatildeo de um protocolo de dor toraacutecica durante o Acolhimento

Sabe-se que haacute alguns protocolos assistenciais desenvolvidos para esta praacutetica portanto a ideia central deste estudo foi aplicar um protocolo de avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica jaacute existente e implementado por uma instituiccedilatildeo de referecircncia no caso o Hospital Israelita Albert Einstein de Satildeo PauloSP com a finalidade de embasar a praacutetica dos enfermeiros na classificaccedilatildeo de risco da dor toraacutecica Reduzindo o tempo entre a chegada do paciente ao hospital e o estabelecimento da terapecircutica adequada tecnologia no sentido de minimizar riscos evitando morosidade no atendimento de um caso grave bem como descartando a gravidade do caso

Vale salientar que a implementaccedilatildeo do protocolo para dor toraacutecica do HIAE natildeo excluiu a utilizaccedilatildeo do instrumento institucional (adaptaccedilatildeo do protocolo de Manchester) para a Classificaccedilatildeo de Risco jaacute existente O protocolo de dor toraacutecica foi empregado como uma ferramenta auxiliar para a classificaccedilatildeo de risco ressaltando as especificidades da dor toraacutecica e reforccedilando a garantia de uma classificaccedilatildeo com a prioridade adequada o que natildeo acarretou em atraso na Classificaccedilatildeo de Risco ou no atendimento do paciente

45 ETAPAS DA PESQUISA

A pesquisa abrangeu as seguintes etapas

- Etapa 1 ndash (apresentaccedilatildeo da pesquisa) A ideia inicial para a apresentaccedilatildeo da pesquisa era o desenvolvimento de uma oficina com os enfermeiros do SEA do HUUFSC na qual seria demonstrado em conjunto o funcionamento e objetivos do ldquoFluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem do HIAE e consequentemente a proposta deste estudo Para isso anteriormente esta pesquisa foi apresentada para a chefia de Enfermagem do setor que informou a inviabilidade de uma oficina no momento considerando a condiccedilotildees de sobrecarga de trabalho da unidade aleacutem do habitual Neste periacuteodo a demanda

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de atendimentos excedia a capacidade estrutural e de recursos humanos impossibilitando a liberaccedilatildeo dos funcionaacuterios para a realizaccedilatildeo da oficina ainda que por um curto periacuteodo durante os plantotildees Como alternativa a pesquisa foi apresentada individualmente aos enfermeiros do SEA em cada turno de trabalho manhatilde tarde e noite Apoacutes a apresentaccedilatildeo os enfermeiros foram convidados a participar da pesquisa sendo que nove deles aceitaram sendo eles trecircs residentes e seis enfermeiros efetivos Dos nove enfermeiros que aceitaram participar do estudo dois natildeo aplicaram o protocolo um por motivo de troca de setor durante o periacuteodo estipulado para a coleta e o outro alegou natildeo ter tempo haacutebil para realizar a coleta durante o plantatildeo Desse modo efetivamente sete enfermeiros participaram da pesquisa e aplicaram o protocolo conforme proposto Assim que aceitaram participar da pesquisa foi oportunizada uma capacitaccedilatildeo individual aos enfermeiros para utilizaccedilatildeo do instrumento enquanto ldquoaplicadoresrdquo do protocolo

- Etapa 2 ndash (Preacute-teste) esta etapa ocorreu como fase de

treinamento ou adaptaccedilatildeo agrave aplicaccedilatildeo do instrumento de pesquisa Nesta cada enfermeiro participante realizou a Classificaccedilatildeo de Risco como preacute-teste de um paciente a referir a dor toraacutecica como queixa principal Os sete preacute-testes realizados (um teste para cada enfermeiro) natildeo foram incluiacutedos como vaacutelidos para a amostra miacutenima

- Etapa 3 ndash (Efetividade da pesquisa) Esta etapa

compreendeu a aplicaccedilatildeo do protocolo propriamente com a intenccedilatildeo de conhecer o perfil do paciente com dor toraacutecica atendido no SACR A proposta de aplicaccedilatildeo do protocolo seria desenvolver com 63 pacientes que procurarem o SACR referindo dor toraacutecica como queixa principal de acordo com o caacutelculo amostral miacutenimo para a validade da pesquisa de acordo com o programa Sistatnet Ao final foram contabilizados 67 casos de dor toraacutecica em que o Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem do HIAE foi aplicado

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- Etapa 4 ndash (Avaliaccedilatildeo da utilizaccedilatildeo do protocolo pelos enfermeiros) Para a viabilidade desta etapa foi desenvolvido um roteiro semi-estruturado para entrevista contendo cinco questotildees acerca da utilizaccedilatildeo do protocolo proposto Mediante a aplicaccedilatildeo deste roteiro foram avaliadas as opiniotildees dos enfermeiros sobre o protocolo

Cada enfermeiro contribuiu com esta etapa ressaltando em sua visatildeo os pontos positivos ou negativos de utilizar o protocolo desde estrutura facilidade de compreensatildeo informaccedilotildees contidas encaminhamentos ateacute aplicabilidade ao serviccedilo em questatildeo (APEcircNDICE C)

- Etapa 5 ndash (Apresentaccedilatildeo dos resultados e discussatildeo) Os

dados obtidos seratildeo apresentados utilizando-se estatiacutestica descritiva por meio de nuacutemeros absolutos e percentuais A estatiacutestica descritiva eacute a ciecircncia que trata da organizaccedilatildeo e anaacutelise de um conjunto de dados (ou populaccedilatildeo especiacutefica) numeacutericos ou natildeo com o intuito de maior entendimento do que estes dados representam descrevendo os resultados (BARBETTA REIS BORNIA 2004) Em cumprimento agraves normativas do Programa de Mestrado Multiprofissional em Sauacutede da Universidade Federal de Santa Catarina os resultados e discussatildeo desta pesquisa seratildeo descritos adiante em forma de dois manuscrito 2 e 3

46 CONSIDERACcedilOtildeES EacuteTICAS

Para o desenvolvimento desta pesquisa seratildeo mantidos os princiacutepios eacuteticos com o indiviacuteduo de acordo com a Resoluccedilatildeo 4662012 do Conselho Nacional de Sauacutede (BRASIL 2012) Portanto esta proposta de pesquisa foi submetida agrave avaliaccedilatildeo do Comitecirc de Eacutetica e Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Santa Catarina mediante envio via Plataforma Brasil em junho de 2013 O estudo recebeu parecer favoraacutevel em setembro de 2013 mediante protocolo nordm 412494

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do Comitecirc de Eacutetica e Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Santa Catarina

Aceitaccedilatildeo dos sujeitos do grupo 01 e grupo 02 seraacute

efetivada da seguinte forma Grupo 01 (pacientes atendidos no SACR que apresentam

dor toraacutecica como queixa principal) - assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (APENDICE A) Lembrando que a abordagem do paciente para a orientaccedilatildeo acerca da pesquisa e o encaminhamento do Termo de Consentimento para a assinatura apenas seratildeo iniciados apoacutes completa estabilizaccedilatildeo do quadro cliacutenico e aliacutevio da dor Reforccedilando ao paciente que a negativa em sua participaccedilatildeo natildeo acarretaraacute de forma alguma em quaisquer discriminaccedilotildees em seu atendimento E a aplicaccedilatildeo do protocolo natildeo iraacute interferir ou acarretar em atrasos no atendimento

Grupo 02 (enfermeiros efetivos ou enfermeiros residentes

do SACR) ndash assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (APENDICE B) A tiacutetulo de sigilo os enfermeiros participantes deste grupo foram designados na escrita deste trabalho como ldquoEnfermeirordquo e numerados de 1 a 7 conforme ordem de convite para a participaccedilatildeo ou seja formando de Enfermeiro 1 a Enfermeiro 7

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5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Em cumprimento agraves normativas do Programa de Mestrado Multidisciplinar em Sauacutede os resultados desta pesquisa seratildeo apresentados sob forma de 2 manuscritos descritos a seguir Mediante apresentaccedilatildeo deste trabalho em banca examinadora e devida aprovaccedilatildeo os manuscritos seratildeo submetidos agraves devidas correccedilotildees e enviados posteriormente para publicaccedilatildeo em perioacutedicos indexados

O manuscrito 2 eacute intitulado O PERFIL DO PACIENTE

COM DOR TORAacuteCICA DO SERVICcedilO DE EMERGEcircNCIA ADULTO DE UM HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO DO SUL DO BRASIL

O manuscrito 3 intitula-se A AVALIACcedilAtildeO DOS ENFERMEIROS DE UM SERVICcedilO DE EMERGEcircNCIA HOSPITALAR SOBRE A UTILIZACcedilAtildeO DE UM PROTOCOLO PARA A DOR TORAacuteCICA VALIDADO EM UM SERVICcedilO DE REFEREcircNCIA

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51 MANUSCRITO 2 - O PERFIL DO PACIENTE COM DOR TORAacuteCICA DO SERVICcedilO DE EMERGEcircNCIA ADULTO DE UM HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO DO SUL DO BRASIL

Aline Costa Vieirasup1 Kaacutetia Cilene Godinho Bertoncellosup2

Juliana Balbinot Reis Girondisup3

Resumo Conhecer o perfil do puacuteblico com queixas de dor toraacutecica que procura um serviccedilo de sauacutede especiacutefico como o serviccedilo de emergecircncia confere agrave equipe de Enfermagem no momento da classificaccedilatildeo de risco a possibilidade de uma atuaccedilatildeo formulada de acordo com sua realidade Portanto optou-se por desenvolver a pesquisa baseada em evidecircncias a fim de identificar o perfil desta populaccedilatildeo no intuito de propor futuramente a institucionalizaccedilatildeo de um protocolo de Enfermagem para a dor toraacutecica Estudo de caraacuteter exploratoacuterio-descritivo e abordagem quantitativa ocorrida em um recorte temporal de outubro de 2013 a janeiro de 2014 por meio da anaacutelise documental de um protocolo de Enfermagem para a Classificaccedilatildeo de Risco da dor toraacutecica desenvolvido pelo Hospital Israelita Albert Einstein de Satildeo Paulo-SP Os resultados revelam que a maioria dos pacientes com dor toraacutecica a procurar o serviccedilo foi composta por mulheres reafirmando a baixa procura masculina aos serviccedilos de sauacutede Os dados obtidos demonstram que 35 (66) da demanda de pacientes com dor toraacutecica satildeo de atendimento ldquopouco-urgentesrdquo e apenas 3 (45) destes satildeo ldquoemergentesrdquo Apesar da maioria expressiva dos casos de dor toraacutecica tratar-se de quadro pouco-urgente sobressai a classificaccedilatildeo dos enfermeiros estipulando fluxo 1 (emergente) em 34 (507) e para a classificaccedilatildeo pouco-urgente apenas 15 (224) o que reflete uma valorizaccedilatildeo da dor toraacutecica por parte dos profissionais ao utilizar o protocolo Verificou-se a expressiva incidecircncia dos fatores de risco para o IAM associados agrave dor toraacutecica 32 (478) dos pacientes satildeo hipertensos e 18 (269) deles possuem histoacuteria familiar de Doenccedila Arterial Coronariana Ao identificar esta caracteriacutestica foi

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possiacutevel reafirmar a importacircncia do conhecimento dos fatores de risco para estipular a gravidade da dor toraacutecica Dessa forma fica evidente a urgecircncia em utilizar um protocolo especiacutefico para a toraacutecica em consonacircncia com a realidade do serviccedilo do perfil dos pacientes considerando o gecircnero faixa etaacuteria fatores de risco e antecedentes cardiovasculares a real avaliaccedilatildeo e respeito pela dor toraacutecica Descritores Dor toraacutecica Enfermagem em Emergecircncia Classificaccedilatildeo de Risco Abstract Knowing the profile of the public with complaints of chest pain that are looking for a particular health service such as the emergency department gives the nursing staff at the time the risk rating for the possibility of action formulated according to their reality The refore it was decided to develop evidence-based research to identify the profile of this population in order to propose future institutionalization of a nursing protocol for chest pain Study exploratory- descriptive and quantitative approach which occurred in a time frame from October 2013 to January 2014 through documentary analysis of a protocol for Nursing Risk Classification of chest pain developed by Albert Einstein Jewish Hospital of Satildeo Paulo - SP The results reveal that the majority of patients with chest pain to seek the service was composed by women reaffirming low male demand for health services The data show that 35 (66 ) of the number of patients with chest pain are little - urgent care and only 3 (45 ) of these are ldquoemerging ldquo Despite the significant majority of cases of chest pain that it was urgent - bit frame stands rankings nurses stipulating stream 1 ( emerging ) in 34 ( 507 ) and the little - sensitive classification only 15 ( 224 ) which reflects an appreciation of chest pain by practitioners when using the protocol There was a significant incidence of risk factors for AMI associated with chest pain 32 (478 ) patients had hypertension and 18 (269 ) of them have a family history of coronary artery disease By identifying this feature was possible to reaffirm the importance of knowledge of risk factors to denote the severity of chest pain Thus it is evident the urgency to use a specific protocol to the chest in line with the reality of the service the

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profile of patients considering gender age risk factors and cardiovascular history the actual evaluation and respect for chest pain Keywords Chest pain Emergency nursing Risk rating

Introduccedilatildeo

Enquanto ciecircncia e disciplina do cuidado a Enfermagem

estaacute em crescente desenvolvimento tecnoloacutegico para a promoccedilatildeo de uma atuaccedilatildeo de excelecircncia considerando aspectos inerentes agrave seguranccedila do paciente cuidados de Enfermagem pautados na evidecircncia cliacutenica minimizaccedilatildeo do sofrimento humano por meio das intervenccedilotildees para aliviar a dor Embora o atendimento da dor toraacutecica seja visto como prioridade pelos profissionais de sauacutede existe ainda um deacuteficit de estudos da avaliaccedilatildeo criteriosa associando-se os fatores de risco agraves caracteriacutesticas da dor (MARQUES 2010)

O atendimento inicial da dor toraacutecica a fim de reduzir danos e agravos eacute sempre no sentido de afastar primeiramente a suspeita de Siacutendrome Coronariana Aguda Neste sentido eacute fundamental para o enfermeiro que atua na Classificaccedilatildeo de Risco ter conhecimento das caracteriacutesticas da dor por isquemia e das complicaccedilotildees cardiovasculares Estar munido de um instrumento de avaliaccedilatildeo completo que aborde os fatores de risco associados auxiliando na identificaccedilatildeo raacutepida de pacientes em alto risco (NASI et al 2005) Valorizar a dor toraacutecica na classificaccedilatildeo de risco eacute considerada uma medida de extrema importacircncia visto que eacute o principal desconforto referido e observado nas doenccedilas cardiovasculares consideradas a maior causa de mortalidade no mundo Para isso o enfermeiro classificador precisa dispensar avaliaccedilatildeo criteriosa natildeo apenas das caracteriacutesticas da dor em si mas do perfil do paciente idade gecircnero dos fatores de risco associados e do histoacuterico familiar (MARQUES 2010)

Apesar dos avanccedilos evidenciados nas uacuteltimas deacutecadas ainda existem duacutevidas na classificaccedilatildeo da dor toraacutecica por parte dos profissionais de sauacutede Desse modo muitos oacutebitos ocorrem

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em funccedilatildeo de abordagens inadequadas para a dor toraacutecica principalmente em unidades de emergecircncia (RIOS et al 2010)

Em caso de dor toraacutecica a principal suspeita diagnoacutestica eacute a causa cardiovascular principalmente pelo seu grau elevado de morbidade e teoricamente pelo iniacutecio abrupto com baixa relaccedilatildeo entre o iniacutecio dos sintomas e oacutebito quando natildeo estabelecido atendimento eficaz em tempo haacutebil A maioria dos casos de morte por IAM ocorrem nas primeiras horas do iniacutecio dos sintomas sendo 40 a 65 na primeira hora e aproximadamente 80 nas primeiras 24 horas (PIEGAS et at 2009)

Reafirmando a relevacircncia de estudos na temaacutetica da dor toraacutecica as doenccedilas que acometem o aparelho circulatoacuterio satildeo apontadas como as principais causas de mortalidade dos brasileiros desde a deacutecada de 80 prevalecendo na atualidade Dentre elas o acidente vascular cerebral (AVC) eacute a principal causa de morte no Brasil seguida pelo IAM no qual a dor toraacutecica eacute referida como sintoma especiacutefico claacutessico A taxa de incidecircncia das doenccedilas circulatoacuterias eacute mais prevalente na regiatildeo sudeste (33 dos casos) seguida pela regiatildeo sul (329 dos casos) Particularmente na regiatildeo sul as causas de morte por doenccedilas do aparelho circulatoacuterio ocupam o primeiro lugar das taxas de mortalidade sucedidas pelas neoplasias e as causas externas (BRASIL 2008)

No Serviccedilo de Emergecircncia Adulto (SEA) de um Hospital Universitaacuterio (HU) do sul do Brasil em cumprimento agraves diretrizes da Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo (PNH) foi instituiacutedo o Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco (SACR) no ano de 2011 Tal norma prevecirc a existecircncia deste acolhimento nas aacutereas de acesso hospitalar a saber pronto atendimento pronto socorro ambulatoacuterio serviccedilo de apoio diagnoacutestico e terapia (BRASIL 2004)

A estratificaccedilatildeo de risco realizada no SACR do HU eacute realizada exclusivamente pelo profissional enfermeiro apesar de o processo poder ser realizado por qualquer profissional de sauacutede de niacutevel superior mediante treinamento e utilizaccedilatildeo de protocolos preestabelecidos (BRASIL 2006) O principal objetivo eacute avaliar o grau de urgecircncia dos pacientes e possibilitar uma ordem de prioridade para esse atendimento

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Para o desenvolvimento eficaz desta atribuiccedilatildeo como ldquoclassificadorrdquo o enfermeiro necessita de conhecimento cientiacutefico habilidade para avaliar com agilidade sensibilidade para percepccedilatildeo dos sinais apresentados que em muitos casos natildeo satildeo evidentes e observaccedilatildeo minuciosa para reconhecer previamente os sinais de gravidade ou que precedam a evoluccedilatildeo para a gravidade Faz-se necessaacuterio que o profissional tenha cautela no sentido de natildeo desvalorizar os sintomas referidos podendo acarretar em classificaccedilotildees errocircneas e identificaccedilatildeo de um problema de menor gravidade que o real (LOPES 2011)

Os aspectos de exclusatildeo de gravidade devem ser antepostos na triagem classificatoacuteria para isso o profissional deveraacute munir-se de coleta de dados exame fiacutesico com histoacuteria cliacutenica direcionada obtendo as caracteriacutesticas dos sintomas (valorizando o sintoma aacutelgico) com dados como o momento do iniacutecio tempo de duraccedilatildeo qualidade intensidade relaccedilatildeo com o esforccedilo e o repouso e presenccedila de doenccedila coronariana estabelecida (PIEGAS et al 2009)

Nesse contexto haacute que se evidenciar a importacircncia de se conhecer a clientela a ser atendida ou seja o perfil desse usuaacuterio Esse perfil seraacute embasado em caracteriacutesticas epidemioloacutegicas regionais e outras que possam expressar evidecircncias necessidades e as caracteriacutesticas de cuidado para estes pacientes considerando sua individualidade suas necessidades e seus direitos agrave sauacutede enquanto cidadatildeo

Para um cuidado resolutivo e seguro o qual se deseja adaptar as necessidades do serviccedilo e sua realidade esta pesquisa vislumbrou a realizaccedilatildeo de uma investigaccedilatildeo baseada em evidecircncias considerando seguinte a questatildeo norteadora Qual o perfil de pacientes com dor toraacutecica que procuram atendimento de sauacutede no Serviccedilo de Emergecircncia Adulto de um HU do sul do Brasil

Deste modo esta pesquisa objetivou identificar o perfil do

paciente com dor toraacutecica que procura atendimento no Serviccedilo de Emergecircncia Adulto de um HU do sul do Brasil Meacutetodo

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Elegeu-se a pesquisa baseada em evidecircncias uma vez

que propicia conhecer a realidade do modo que se apresenta A pesquisa baseada em evidecircncias eacute a mais indicada por trazer exatamente as evidecircncias do serviccedilo sem a fusatildeo de dados que possam impor vieacutes nos seus resultados Abordagem quantitativa de caraacuteter exploratoacuterio-descritivo

Um dos propoacutesitos da Praacutetica Baseada em Evidecircncias (PBE) eacute encorajar a utilizaccedilatildeo de resultados de pesquisa junto agrave assistecircncia agrave sauacutede prestada nos diversos niacuteveis de atenccedilatildeo reforccedilando a importacircncia da pesquisa para a praacutetica cliacutenica A PBE eacute uma abordagem de soluccedilatildeo de problema para a tomada de decisatildeo que incorpora a busca da melhor e mais recente evidecircncia competecircncia cliacutenica do profissional e os valores e preferecircncias do paciente dentro do contexto do cuidado (MENDES et al 2008)

O local onde se desenvolveu o estudo foi o SEA de um HU do sul do Brasil Este hospital possui trecircs subunidades de atendimento Serviccedilo de Emergecircncia Interna (SEI) local de estabilizaccedilatildeo onde o paciente recebe o primeiro atendimento O Repouso da Emergecircncia local que acomoda apenas pacientes jaacute internados e estabilizados que aguardam vaga nas cliacutenicas do hospital e o Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco (SACR) estabelecido no setor em agosto de 2011 em cumprimento agraves normativas da Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo (PNH) com a finalidade a que se propotildee de otimizar a assistecircncia agrave sauacutede priorizando o atendimento ao paciente grave tal local onde a pesquisa efetivamente ocorreu

Os dados foram coletados entre outubro de 2013 e janeiro de 2014 por anaacutelise documental do ldquoFluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagemrdquo desenvolvido pelo Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE) de Satildeo Paulo-SP apoacutes as classificaccedilotildees de risco da dor toraacutecica realizadas por sete enfermeiros do serviccedilo O protocolo do HIAE eacute composto por trecircs possiacuteveis fluxogramas de classificaccedilatildeo da dor toraacutecica Fluxo 1 ndash suspeita de Siacutendrome Coronariana Aguda Tiacutepica Fluxo 2 ndash Possiacutevel Siacutendrome Coronariana Aguda Atiacutepica e Fluxo 3 ndash Sem suspeita Inicial de Siacutendrome Coronariana Aguda Apoacutes obter

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dados referentes agrave faixa etaacuteria caracteriacutestica da dor fatores de risco associados e antecedentes cardiovasculares o enfermeiro precisa estipular um dos fluxos para cada caso e seguir a classificaccedilatildeo de risco designada pelo protocolo

Optou-se por amostra de escolha aleatoacuteria nos turnos que o serviccedilo possui equipe da manhatilde tarde e trecircs equipes da noite em horaacuterios dentre as 07 e agraves 23 horas quando o serviccedilo de Acolhimento funciona

Na totalidade foram analisadas 67 classificaccedilotildees de risco de pacientes que referiram a dor toraacutecica como queixa principal e motivo pela procura do serviccedilo

Apoacutes coletadas as 67 classificaccedilotildees de dor toraacutecica foram compiladas e organizadas utilizando-se um instrumento facilitador uma planilha do Windows Excelreg Os dados extraiacutedos destes documentos foram idade sexo iniacutecio do sintoma fatores de risco associados antecedentes cardiovasculares diagnoacutestico meacutedico e fluxos de atendimento

Em relaccedilatildeo aos cuidados eacuteticos os sete enfermeiros e os pacientes que foram avaliados pelo protocolo participaram deste estudo e confirmaram sua aceitaccedilatildeo mediante assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido A pesquisa recebeu parecer favoraacutevel em setembro de 2013 mediante protocolo nordm 412494 do Comitecirc de Eacutetica da Universidade Federal de Santa Catarina Em todas as etapas foram respeitados os preceitos eacuteticos dispostos na Resoluccedilatildeo 4662012 do Conselho Nacional de Sauacutede (BRASIL 2012)

Resultados e Discussatildeo

Os resultados apresentados refletem as queixas e a

classificaccedilatildeo designada por sete enfermeiros ao realizarem as 67 classificaccedilotildees para a dor toraacutecica

Cabe salientar que a pesquisa demonstra apenas os pacientes que foram atendidos no SACR do SEA pelo profissional enfermeiro excluindo aqueles que satildeo referenciados de outros serviccedilos de sauacutede e chegam ao setor em ambulacircncia os que chegam sem serem referenciados ou encaminhados e

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atendidos diretamente na porta de entrada do Serviccedilo de Emergecircncia Interna (SEI) Tambeacutem eacute necessaacuterio ressaltar que pela dinamicidade e agilidade dos acontecimentos caracteriacutesticos de um serviccedilo de emergecircncia em diversos momentos os dados deixaram de ser descritos nos instrumentos utilizados no SACR ou seja pacientes satildeo atendidos sem haver qualquer citaccedilatildeo nos instrumentos utilizados pelo serviccedilo Considerou-se a importacircncia de relatar estes aspectos para o esclarecimento de que a demanda do serviccedilo eacute mais expressiva do que a apresentada nesta pesquisa

Apesar de que eacute uma das funccedilotildees dos profissionais de sauacutede eacute zelar pela vida sempre por vezes o ambiente e as condiccedilotildees humanas sobrepotildeem agrave capacidade de uma equipe A elevada demanda dos serviccedilos de emergecircncia acaba por resultar em pacientes esperando por atendimento meacutedico em tempo excedendo agrave uma hora pacientes acomodados em macas sem nenhum conforto pouca qualidade da assistecircncia e tensatildeo da equipe multiprofissional (LOPES 2011)

Os serviccedilos de urgecircncia apresentam diversos desafios a serem superados no atendimento agrave sauacutede superlotaccedilatildeo trabalho fragmentado e pouca articulaccedilatildeo com os demais serviccedilos de sauacutede Portanto torna-se essencial refletir e buscar novas formas de atuaccedilatildeo que direcionem a um cuidado resolutivo humanizado e acolhedor a partir da compreensatildeo do serviccedilo A experiecircncia dos profissionais eacute muito importante para compor as melhores estrateacutegias de um acolhimento resolutivo O sentido da palavra ldquoacolhimentordquo apenas teraacute sentido na proporccedilatildeo que for enriquecida e reformulada nas discussotildees do cotidiano da praacutetica profissional (BRASIL 2009) A seguir seratildeo apresentados os dados que caracterizam o puacuteblico com queixa de dor toraacutecica classificado

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Tabela 1 - Caracterizaccedilatildeo dos pacientes com queixa de dor toraacutecica que procuraram o Serviccedilo de Emergecircncia do HUUFSC ndash Florianoacutepolis ndash SC 2013-2014

DADOS PESSOAIS Nordm

SEXO

Masculino 23 343

Feminino 44 657

Total 67 1000

IDADE (anos)

18 a 29 08 120

30 a 49 23 343

50 a 69 29 433

70 7 104

Total 67 1000

INIacuteCIO DOS SINTOMAS

lt 24 horas 25 373

Haacute 1 ou 2 dias 37 552

Haacute 3 ou mais dias 5 75

Total 67 1000

70

FATORES DE RISCO

Tabagismo 15 224

Diabetes 10 149

Hipertensatildeo Arterial 32 478

Dislipidemia 4 6

Uso de cocaiacutena - -

Histoacuteria familiar de Doenccedila Arterial Coronariana

18 269

Natildeo possui 16 239

Total 80 1000

ANTECEDENTES CARDIOVASCULARES

Doenccedila Arterial Coronariana 2 3

Infarto Agudo do Miocaacuterdio 12 182

Angina 2 3

Revascularizaccedilatildeo do Miocaacuterdio - -

Stent cardiacuteaco 4 6

Acidente vascular cerebral ou acidente isquecircmico transitoacuterio

- -

Doenccedila Arterial Obstrutiva Perifeacuterica - -

Doenccedila da aorta - -

Doenccedila das caroacutetidas - -

Doenccedila das arteacuterias renais - -

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Insuficiecircncia Cardiacuteaca Congestiva 2 3

Arritmia 2 3

Marcapasso - -

Desfibrilador implantado - -

Outras - -

Natildeo possui 42 636

Total 66 1000

Fonte Dados obtidos pela autora (2013-2014)

Quanto ao gecircnero observou-se 44 pacientes do sexo

feminino (657) e 23 do sexo masculino (343) Dessa forma eacute possiacutevel comprovar que ainda existe predominacircncia do sexo feminino na procura dos serviccedilos de sauacutede De acordo com a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede do Homem instituiacuteda em 2009 justamente com a finalidade de ampliar o acesso masculino na procura aos serviccedilos de sauacutede estudos comprovam que os homens satildeo mais vulneraacuteveis agraves doenccedilas especialmente as enfermidades graves e crocircnicas o que estaacute diretamente relacionado ao fato de que eles recorrem com menos frequumlecircncia do que as mulheres aos serviccedilos de sauacutede o que acontece geralmente apoacutes agravamento do quadro cliacutenico (BRASIL 2008)

Considerando esta realidade pode-se afirmar que eacute de primordial que o profissional de sauacutede atue no sentido de conscientizar a populaccedilatildeo masculina em especial visto que a cada trecircs mortes de pessoas adultas duas satildeo de homens Especificamente abordando as doenccedilas isquecircmicas cardiacuteacas como o infarto agudo do miocaacuterdio estudos tambeacutem revelam que estatildeo entre as principais causas de mortes do sexo masculino E em comparaccedilatildeo agraves mulheres o tempo de vida deles eacute de 76 anos menor (BRASIL 2008) Os homens satildeo mais suscetiacuteveis ao

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IAM do que as mulheres A incidecircncia feminina aumenta quando estas fumam e usam anticoncepcionais No periacuteodo poacutes-menopausa a incidecircncia de IAM nas mulheres eacute semelhante agraves taxas observadas nos homens (BOUNDY et al 2004)

O aspecto da baixa procura masculina aos serviccedilos de sauacutede explicam-se com maior congruecircncia pelos aspectos culturais Em decorrecircncia dos estereoacutetipos do gecircnero a doenccedila eacute considerada como um sinal de fragilidade que os homens natildeo reconhecem como inerentes agrave sua proacutepria condiccedilatildeo bioloacutegica (BRASIL 2008b) Em muitos casos no sentido da garantia do contexto da masculinidade muitos homens tendem a natildeo valorizar ou natildeo verbalizar seus sintomas aacutelgicos Por esse motivo ao analisarmos a dor profissionalmente vale lembrar a importacircncia da compreensatildeo das barreiras soacutecio-culturais no sentido de desenvolver estrateacutegias para a promoccedilatildeo do acesso dos homens aos serviccedilos de sauacutede (BRASIL 2008b)

Em relaccedilatildeo agrave idade variou entre 18 a 78 anos com a maioria (433) na faixa etaacuteria de 50 a 69 anos O SEA do Hospital Universitaacuterio atende pacientes a partir dos 15 anos de idade Eacute possiacutevel destacar que a faixa etaacuteria dos pacientes a procurar o serviccedilo eacute bastante diversificada Observamos aqui nos nuacutemeros de pacientes que procuram o Serviccedilo de Emergecircncia com dor toraacutecica em ordem crescente em relaccedilatildeo ao aumento da faixa etaacuteria No entanto ocorre uma inversatildeo descrente nos pacientes mais idosos ou seja acima de 70 anos de idade o que pode estar retratando o aumento da qualidade de vida da populaccedilatildeo mais idosa Estudos apontam que ano Brasil entre os anos de 2000 e 2010 a populaccedilatildeo idosa aumentou de 14 para 21 milhotildees o que denota as melhores condiccedilotildees sociais e econocircmicas no paiacutes (IBGE 2010) Com o aumenta da longevidade haacute proporcionalmente o aumento das doenccedilas crocircnicas tiacutepicas da populaccedilatildeo idosa como hipertensatildeo diabetes e doenccedilas cardiacuteacas

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O processo de envelhecimento decorre da queda das taxas de natalidade e mortalidade infantil e o aumento da expectativa de vida que acarreta em aumento das doenccedilas crocircnicas que geram anos de utilizaccedilatildeo do sistema de sauacutede O aumento das doenccedilas crocircnicas em idosos vem sobrecarregando ainda mais os serviccedilos de emergecircncia (ALVES BARBOSA 2010)

Para que a classificaccedilatildeo seja adequada o enfermeiro deveraacute ter conhecimento das mudanccedilas do organismo e adaptaccedilotildees comuns a cada fase da vida a fim de reconhecer alteraccedilotildees fiacutesicas e psiacutequicas proacuteprias a cada faixa etaacuteria

Verificou-se em relaccedilatildeo ao iniacutecio dos sintomas que a maior parte dos pacientes 37 (552) procurou o serviccedilo de emergecircncia apenas apoacutes 1 a 2 dias do iniacutecio dos sintomas 25 (373) procuraram o serviccedilo antes das 24 horas do iniacutecio dos sintomas e 5 (75) procuraram apoacutes mais de 3 dias do iniacutecio dos sintomas Apesar de a dor toraacutecica ser considerada como um sintoma temido por grande parte da populaccedilatildeo o enfermeiro haacute que considerar que ainda existe o pensamento popular de quando incomodado pelo sintoma da dor toraacutecica muitos indiviacuteduos tendem a se automedicar natildeo admitir a seriedade do desconforto promove tentativas de melhora e sobretudo hesita atendimento nos serviccedilos de sauacutede o que pode acarretar em piora do quadro cliacutenico fazendo com que o paciente procure o serviccedilo de emergecircncia apenas com o agravamento da situaccedilatildeo (BOAVENTURA 2011) Essa condiccedilatildeo caracteriza motivo de importacircncia do questionamento do enfermeiro acerca do iniacutecio dos sintomas pois em muitos casos a quadro apresentado pela dor toraacutecica pode jaacute encontrar-se em agravamento BOUNDY et al (2004) considera que a dor toraacutecica eacute o sintoma fundamental do IAM que geralmente eacute constritiva e persistente por 12 horas ou mais pode irradiar-se para o braccedilo esquerdo maxilar pescoccedilo e omoplatas

Revela-se aqui nos fatores de risco associados a alta incidecircncia brasileira da ocorrecircncia de Hipertensatildeo Arterial

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Sistecircmica (HAS) 32 (478) dos pacientes com dor toraacutecica classificados referiu ser hipertenso A histoacuteria familiar de Doenccedila Arterial Coronariana aparece em 18 (269) dos casos e o tabagismo em 15 (224) pacientes

O IAM eacute causado pela diminuiccedilatildeo do fluxo sanguiacuteneo e consequentemente do oxigecircnio ao muacutesculo cardiacuteaco o miocaacuterdio Geralmente eacute causado pelo estreitamento das arteacuterias coronaacuterias por acuacutemulo de lipiacutedeos embolo ou trombo (OLIVEIRA LEITAtildeO RAMOS 2009) Dessa forma torna-se primordial para a avaliaccedilatildeo do risco da dor toraacutecica o enfermeiro correlacionar os fatores de risco associados para a potencialidade de uma doenccedila arterial coronariana que desencadeie o IAM (OLIVEIRA LEITAtildeO RAMOS 2009) O conhecimento das variaacuteveis cliacutenicas (histoacuteria de hipertensatildeo diabetes dislipidemia) deve ser correlacionado imediatamente com a caracteriacutestica da dor toraacutecica durante a classificaccedilatildeo de risco no sentido de afastar ou suspeitar de gravidade relacionada agrave dor

O HIAE ao abordar os fatores de risco para a Siacutendrome Coronariana Aguda lembra que o tabagismo eacute o maior fator de risco para a morte suacutebita cardiacuteaca o colesterol em excesso acumula-se no interior das arteacuterias coronaacuterias levando agrave aterosclerose que predispotildee ao IAM A aterosclerose eacute a principal causa de IAM 50 dos pacientes que enfartam satildeo hipertensos e para o portador de Diabetes Mellitus a ocorrecircncia de infarto eacute de 2 a 4 vezes maior (HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN 2014) Boundy et al (2004) alertam que o IAM eacute causado pela obstruccedilatildeo das arteacuterias coronaacuterias Os principais fatores de risco satildeo envelhecimento diabetes mellitus dislipidemia hipertensatildeo obesidade histoacuteria familiar de Doenccedila Arterial Coronariana (DAC) sedentarismo tabagismo estresse e uso de drogas como anfetaminas ou cocaiacutena

A I Diretriz Brasileira para Prevenccedilatildeo Cardiovacular cita que a hipertensatildeo arterial sistecircmica (HAS) eacute o mais importante fator de risco para o desenvolvimento de doenccedila arterial coronariana E a principal prevenccedilatildeo cardiovascular engloba evitar a instalaccedilatildeo de fatores de risco cardiovascular modificaacuteveis como o tabagismo (SIMAtildeO et al 2013)

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As accedilotildees do enfermeiro devem estar focadas na prevenccedilatildeo Cardioloacutegica baseadas na alta incidecircncia das taxas de mortalidade das Siacutendromes Coronaacuterias Agudas Particularmente a diminuiccedilatildeo do risco de agravo do Infarto Agudo do Miocaacuterdio pode ser iniciada pela identificaccedilatildeo precoce dos fatores de risco e sua correlaccedilatildeo com a dor toraacutecica Os indiviacuteduos com maior risco devem ser rapidamente identificados (GUIMARAtildeES 2006)

A classificaccedilatildeo de risco do paciente com queixa de dor toraacutecica deve ser aacutegil de criteriosa conter caracterizaccedilatildeo da dor identificaccedilatildeo de fatores de risco associados antecedentes cardiovasculares monitorizaccedilatildeo cardiacuteaca contiacutenua oximetria de pulso acesso venoso perifeacuterico exames laboratoriais e principalmente ECG de 12 derivaccedilotildees em menos de dez minutos a partir da chegada do paciente dentre outros (VIEIRA RAFAEL 2011) Para tanto sem duacutevida podemos afirmar que a utilizaccedilatildeo de protocolos para embasar a classificaccedilatildeo de risco oferece respaldo legal para a atuaccedilatildeo segura dos enfermeiros (SOUZA et al 2011)

O enfermeiro ao deparar-se com o paciente com queixa de dor toraacutecica deve investigar os antecedentes cardiovasculares O risco de doenccedila ateroscleroacutetica eacute estimado com base na anaacutelise conjunta de caracteriacutesticas que aumentam a chance de um indiviacuteduo desenvolver a doenccedila Portanto o mais claro identificador de risco eacute a manifestaccedilatildeo preacutevia da proacutepria enfermidade (SIMAtildeO et al 2013) A Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (OMS) cita a doenccedila cardiovascular como uma das condiccedilotildees mais debilitantes de impacto sobre a qualidade de vida do indiviacuteduo um agravante fator de risco para o IAM Estima-se que juntamente com a Depressatildeo a Doenccedila Arterial Coronariana (que predispotildee ao IAM) seratildeo em 2020 as duas principais causas de morte devendo a comorbidade entre estas duas doenccedilas ser mais preocupante (LEMOS et al 2008)

Classificaccedilatildeo de Risco ndash Anaacutelise da Utilizaccedilatildeo dos Fluxogramas

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A Figura 2 aponta a porcentagem da utilizaccedilatildeo dos trecircs fluxos pertencentes ao instrumento proposto

Figura 2 - Distribuiccedilatildeo percentual da Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes que procuraram o SEA do HUUFSC de acordo com o protocolo proposto (Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem do HIAE) Florianoacutepolis-SC 2014

Fonte dados obtidos pela autora (2013-2014)

Os dados relativos apresentados na Figura 2 demonstram

que os enfermeiros utilizaram o fluxo 1 em 507 (34) dos casos o fluxo 2 em 269 (18) dos casos e o fluxo 3 em 224 (15) dos casos Esse fato revela que os enfermeiros suspeitaram de maior gravidade nos casos de dor toraacutecica de acordo com as queixas referidas pelos pacientes ao utilizar o protocolo sugerido para este estudo

Uma vez que o paciente com sintoma de dor toraacutecica pode tratar-se de uma condiccedilatildeo grave a abordagem adequada torna-se equivalente agrave minimizaccedilatildeo de riscos de morte Por esse motivo eacute necessaacuterio que o enfermeiro que atua nos serviccedilos de urgecircncia detenha conhecimento cientiacutefico praacutetico e teacutecnico Aleacutem disso eacute primordial a tomada de decisotildees raacutepidas e concretas o reconhecimento de situaccedilotildees de riscos familiaridade com a Siacutendrome Coronariana Aguda (SCA) O conhecimento sobre os pacientes acometidos com dor toraacutecica eacute relevante por ser uma condiccedilatildeo cliacutenica prevalente nos serviccedilos de emergecircncia (FERREIRA MADEIRA 2011)

0

20

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60Fluxo 1 (Suspeita deSiacutendrome CoronarianaAguda Tiacutepica)Fluxo 2 (PossiacutevelSiacutendrome CoronarianaAguda Atiacutepica)Fluxo 3 (Sem suspeitainicial de SiacutendromeCoronariana Aguda)

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O objetivo do atendimento agrave dor toraacutecica eacute a avaliaccedilatildeo imediata a priorizaccedilatildeo deste tipo de dor com a finalidade de reduccedilatildeo do retardo intra-hospitalar para o atendimento do paciente com SCA aleacutem da internaccedilatildeo desnecessaacuteria e liberaccedilatildeo inapropriada dos casos de SCA (BASSAN 2002) Neste sentido o uso de protocolo de Enfermagem para a classificaccedilatildeo de risco da dor toraacutecica eacute crucial para a adequada seleccedilatildeo de pacientes com dor toraacutecica passiacutevel de SCA o que acaba por diminuir a chance do paciente ser liberado do serviccedilo de Emergecircncia inadequadamente reduzindo o iacutendice de mortalidade por isquemia cardiacuteaca (FERREIRA MADEIRA 2010)

Diante da queixa de dor toraacutecica eacute importante que seja considerada isquemia do miocaacuterdio em todos os pacientes ateacute que esta seja descartada A avaliaccedilatildeo deve ser raacutepida incluindo o tipo de dor e o correto encaminhamento na diferenciaccedilatildeo entre dor toraacutecica cardiacuteaca e natildeo cardiacuteaca (JONES BRISTOL JONES 2013)

Muitos profissionais de sauacutede demonstram ainda conceitos errocircneos em relaccedilatildeo agrave avaliaccedilatildeo da dor tornando-a banalizada e pouco valorizada o que torna ineficaz a classificaccedilatildeo de risco da dor toraacutecica Esse fato pode ser modificado quando a classificaccedilatildeo eacute amparada por um instrumento de acordo com evidecircncia cientiacutefica comprovada (OLIVEIRA SILVA LEITAtildeO 2010)

Para a minimizaccedilatildeo de riscos de agravos aos pacientes com dor toraacutecica em condiccedilotildees graves que chegam agraves salas de emergecircncia eacute imperativo que a instituiccedilatildeo de sauacutede conte com enfermeiros treinados e equipados com uma ferramenta que os auxilie no manejo de pacientes acometidos por esta dor Dessa forma utilizar protocolos em sauacutede eacute fundamental na otimizaccedilatildeo do cuidado (FERREIRA MADEIRA 2011) A demanda elevada e crescente dos serviccedilos de emergecircncia torna necessaacuteria a incorporaccedilatildeo de estrateacutegias e tecnologias para lidar com esta procura A adoccedilatildeo de protocolos prioriza os atendimentos de condiccedilotildees graves que possam natildeo estar sendo reconhecidas

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diminuindo o tempo de espera e consequentemente o risco de deteriorizaccedilatildeo dos pacientes (ANZILEIRO 2011)

O prestador de cuidado dos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia precisa ser detentor de destreza manual e rapidez na accedilatildeo autocontrole emocional e facilidade de comunicaccedilatildeo a fim de obter os dados de sauacutede necessaacuterios para a otimizaccedilatildeo dos cuidados A comunicaccedilatildeo e a integraccedilatildeo com a equipe multiprofissional satildeo fundamentais para a participaccedilatildeo de todos no cuidado humanizado Aleacutem disso precisa possuir uma diversidade de conhecimento cientiacutefico para avaliar de forma precisa e aacutegil refletindo na reduccedilatildeo de risco aos agravos de sauacutede (LOPES 2011)

Considerando a magnitude da ocorrecircncia de dor toraacutecica nos serviccedilos de emergecircncia ainda existem muitas duacutevidas e questionamentos para definiccedilatildeo do quadro cliacutenico apresentando pelos pacientes Ressalta-se a importacircncia de discussotildees aprofundadas sobre a dor e avaliaccedilatildeo realizada pelo enfermeiro e o uso de protocolos para sanar duacutevidas de classificaccedilatildeo (SANTORO PIMENTA 2008)

Classificaccedilatildeo de risco ndash Anaacutelise dos diagnoacutesticos meacutedicos

A Figura 3 ilustra a porcentagem dos diagnoacutesticos

encontrados nas classificaccedilotildees de risco dos pacientes com dor toraacutecica

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Figura 3 - Distribuiccedilatildeo percentual dos diagnoacutesticos meacutedicos encontrados na Classificaccedilatildeo dos pacientes com dor toraacutecica Florianoacutepolis-SC 2014

Fonte dados obtidos pela autora (2013-2014)

Identificaram-se entre os diagnoacutesticos encontrados 35 (66) casos de ansiedade 22 (328) casos de dor muscular em 7 registros (104) natildeo havia diagnoacutestico meacutedico formado e 3 (45) foram confirmados casos de Infarto Agudo do Miocaacuterdio

Reafirmando a caracteriacutestica do setor como porta de entrada aos serviccedilos de sauacutede recebendo elevada demanda de pacientes com indicaccedilatildeo de atendimento na Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede (APS) a Figura 3 demonstra que a maior parte dos pacientes classificados com dor toraacutecica no periacuteodo apresentam quadros considerados de ldquopouca-urgecircnciardquo

De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2006) 65 dos casos que satildeo atendidos nos serviccedilos de emergecircncia no Brasil tecircm indicaccedilatildeo de serem resolvidos na APS Tal condiccedilatildeo acaba por ldquosobrecarregarrdquo com elevada demanda as unidades de emergecircncia O SACR natildeo conta com profissional meacutedico exclusivamente para atender a demanda dos pacientes que satildeo classificados o que acaba por acarretar muitas vezes em demora no atendimento inquietaccedilatildeo de pacientes

0

20

40

60 Ansiedade

DormuscularSemregistrosIAM

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geralmente aqueles classificados como ldquoverdesrdquo que possuem indicaccedilatildeo para atendimento na Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede (APS)

Devido agrave oferta restrita de atendimentos em sauacutede a populaccedilatildeo excedente tende a procurar um serviccedilo com maior possibilidade de porta de entrada Os serviccedilos de emergecircncia hospitalar geralmente conferem esta visatildeo de resolutividade (MARQUES LIMA 2010)

A elevada procura pelos serviccedilos de emergecircncia por pacientes com indicaccedilatildeo de atendimento na APS reflete as falhas na rede de atenccedilatildeo agrave sauacutede e sua desarticulaccedilatildeo Lopes (2011) afirma ainda que a desarticulaccedilatildeo da Rede de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede (RAS) e o descreacutedito da populaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao atendimento na Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede contribuem seguramente para a superlotaccedilatildeo dos serviccedilos de emergecircncia a niacutevel nacional Souza etal (2010) lembram que durante a classificaccedilatildeo de risco podemos evidenciar uma situaccedilatildeo frequente nos serviccedilos de emergecircncia atendidos que natildeo caracterizam emergecircncia propriamente dita ou seja natildeo se tratam de risco de vida Cabe ressaltar que o conceito de urgecircncia e emergecircncia eacute diferente na visatildeo dos usuaacuterios de sauacutede

Neste sentido o SEA do HU eacute visto como serviccedilo de referecircncia Esses dados sugerem a imagem da populaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao hospital como centro de excelecircncia para o atendimento em sauacutede conferindo sua caracterizaccedilatildeo como figura de resolutividade Dessa forma apesar dos problemas de superlotaccedilatildeo e muitas vezes com demora no atendimento o hospital ainda confere agrave populaccedilatildeo maior acreditaccedilatildeo ou seguranccedila Reafirmando esta ideia Marques e Lima (2010 p15) colocam que ldquoApesar de superlotadosrdquo impessoais e atuando sobre a queixa principal esses locais reuacutenem um somatoacuterio de recursos quais sejam consultas remeacutedios procedimentos de enfermagem exames laboratoriais e internaccedilotildeesrdquo

Ao fazermos a relaccedilatildeo dos dados de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes que procuram o SEA do HU referindo dor toraacutecica e os diagnoacutesticos encontrados percebe-se que apesar da alta incidecircncia dos casos classificados ldquopouco-urgentesrdquo (verdes e azuis) como eacute considerado um quadro de ansiedade (Figura 2) reafirma-se que os enfermeiros valorizaram os

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sintomas referidos pelos pacientes com dor toraacutecica utilizando o protocolo sugerido agrave medida que classificam a maioria dos casos como Fluxo 1 (emergecircncia) 34 (507) dos casos

Nas classificaccedilotildees encontradas identificamos maior nuacutemero de casos classificados como emergentes em contrapartida o quadro com maior nuacutemero de diagnoacutesticos eacute o de ansiedade considerada uma queixa ldquopouco-urgenterdquo ou natildeo-emergente Esse fator nos faz refletir que ao vivenciar a dor toraacutecica o indiviacuteduo passa pela experiecircncia de sentimentos complexos O alto grau de gravidade que pode estar associado a este tipo de dor acaba por impulsionar a grande procura pelo ambiente hospitalar por parte dos pacientes com dor toraacutecica e seus familiares Pacientes que vivenciam a dor toraacutecica em sua maioria procuram o serviccedilo de emergecircncia em situaccedilatildeo que considera emergente ou urgente podendo ou natildeo estar passando por processo patoloacutegico (ARAUJO MARQUES 2007)

A intensidade dos sintomas cliacutenicos tende a conferir sentimentos de medo e o principal eacute o medo da morte agrave medida que relaciona esta dor como ameaccediladora agrave vida (ARAUacuteJO MARQUES 2007)

A Sociedade Brasileira de Cardiologia (2002) aponta que a dor toraacutecica tambeacutem pode surgir como reflexo psicossomaacutetico ou seja natildeo possuir causa orgacircnica Neste sentido gerada por mecanismos psiacutequicos tende a ser difusa e imprecisa Os sintomas de ansiedade satildeo detectaacuteveis na maioria dos casos e geralmente se observa a utilizaccedilatildeo inadequada e abusiva de analgeacutesicos (BASSAN et al 2002)

Consideraccedilotildees Finais

Conhecer o perfil dos pacientes com queixas de dor

toraacutecica eacute fundamental para buscar propostas para um cuidado seguro e qualificado de acordo com suas necessidades

Os serviccedilos de emergecircncia possuem caracteriacutestica de porta de entrada ao serviccedilo hospitalar no entanto acabam por atender tambeacutem os casos com indicaccedilatildeo de atendimento em niacutevel de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede sendo um retrato da situaccedilatildeo

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de sauacutede a niacutevel nacional e o SEA do HU natildeo foge a esta regra Esse fato acarreta a superlotaccedilatildeo demora no atendimento e tensatildeo aos profissionais de sauacutede Como eacute elevado o nuacutemero de pacientes atendidos na emergecircncia com casos natildeo urgentes ao deparar-se com um paciente com queixa de dor toraacutecica o profissional de sauacutede poderaacute banalizaacute-la ou ateacute mesmo desvalorizaacute-la

A caracterizaccedilatildeo dos pacientes que chegam ao SEA do HU foi possiacutevel por meio de anaacutelise das informaccedilotildees contidas no protocolo ldquoFluxograma de Triagem Cardioloacutegicardquo do HIAE A obtenccedilatildeo dessas informaccedilotildees revelou dados importantes para a avaliaccedilatildeo do paciente com dor toraacutecica e confirmou a importacircncia de um instrumento cientiacutefico jaacute validado em um serviccedilo de referecircncia como o HIAE para fundamentar as accedilotildees de Enfermagem Embora o serviccedilo contexto deste estudo natildeo seja referecircncia em cardiologia atende uma demanda expressiva de pacientes que procuram o serviccedilo com queixa de dor toraacutecica conforme observado neste estudo

Haacute ainda que se considerar que o SACR precisa atuar de forma a identificar com agilidade os casos de dor toraacutecica com indiacutecio de caso cliacutenico grave para promover a classificaccedilatildeo de risco eficaz em tempo ouro para a recuperaccedilatildeo do paciente Para isso o protocolo especiacutefico de Enfermagem ao paciente com dor toraacutecica precisa ser pautado em evidecircncias cliacutenicas reforccedilando a necessidade de implantaccedilatildeo de um protocolo validado

Esta pesquisa trouxe a comprovaccedilatildeo baseada na evidecircncia cientiacutefica de uma realidade claacutessica poreacutem somente observada mas agora registrada E como proposta fica a importante necessidade de sugerir a institucionalizaccedilatildeo do protocolo de enfermagem do HIAE para pacientes com queixas de dor toraacutecica que comprovou estar de acordo com a realidade do serviccedilo e com a caracteriacutestica do perfil dos pacientes encontrados

Para que esta pesquisa natildeo seja apenas uma constataccedilatildeo de fragilidades e sim se transforme em realidade em accedilatildeo para um serviccedilo de sauacutede de qualidade e livre de riscos o protocolo seraacute avaliado e discutido quanto agrave sua viabilidade ao serviccedilo em estudo distinto Para que esta proposta seja efetiva inicialmente

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deveraacute ser avaliado pela equipe de enfermagem e posteriormente ser apresentado agrave Diretoria de Enfermagem do hospital de estudo para possiacutevel institucionalizaccedilatildeo Um protocolo de avaliaccedilatildeo soacute torna-se uacutetil quando utilizado com vistas a atender um puacuteblico comum ao serviccedilo e agraves necessidades dos profissionais

Referecircncias ALVES D B BARBOSA M T S Desigualdades na Mortalidade por Doenccedilas Crocircnicas entre Idosos e sua Associaccedilatildeo com Indicadores Socioeconocircmicos no Brasil RBCEH Passo Fundo v 7 n 1 p 22-33 janabr 2010 ANZILIERO F A Emprego do Sistema de Triagem de Manchester na estratificaccedilatildeo de risco revisatildeo de Literatura Trabalho de conclusatildeo de curso da UFRS Porto alegre 2011 ARAUJO RD MARQUES IR Compreendendo o significado da dor toraacutecica isquecircmica de pacientes admitidos na sala de emergecircncia Rev Bras Enferm v60 n6 2007 BASSAN R PIMENTA L LEAtildeES P TIMERMAN A Sociedade Brasileira de Cardiologia I Diretriz de dor toraacutecica na sala de emergecircncia Definiccedilatildeo de graus de recomendaccedilatildeo e niacuteveis de evidecircncia Arq Bras Cardiol v76 n2 p1-22 2002 BOAVENTURA L SANTOS C PASELLO S Atuaccedilatildeo do Enfermeiro no Infarto Agudo do Miocaacuterdio Artigonal Diretoacuterio de Artigos Gratuitos 2011 Disponiacutevel em lthttpwwwartigonalcomauthors1166189gt Acesso em 08 fev 2014 BOUNDY J et al Enfermagem Meacutedico-Ciruacutergico Infarto Agudo do MiocaacuterdioCarlos Henrique Cosendey 3ordf ed Rio de Janeiro Reichman amp Affonso Editores v 2 2004

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BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Humaniza SUS Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo A Humanizaccedilatildeo como Eixo Norteador das Praacuteticas de Atenccedilatildeo e Gestatildeo em todas as Instacircncias do SUS Seacuterie B Textos Baacutesicos Brasiacutelia 2004 _______ Ministeacuterio da Sauacutede Recomendaccedilotildees para a Organizaccedilatildeo dos Cuidados Urgentes e Emergentes O Serviccedilo de Urgecircncias Hospitais SA 2006 _______ Ministeacuterio da Sauacutede Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo agraves Urgecircncias - 3 ed ampliada ndash Seacuterie E ndash Legislaccedilatildeo de Sauacutede BrasiacuteliaDF 2006 p55 _______ Ministeacuterio da Sauacutede Grupo Hospitalar ConceiccedilatildeoGerecircncia de Ensino e Pesquisa Diretrizes CliacutenicasProtocolos Assistenciais Manual Operacional Porto Alegre 2008 _______ Ministeacuterio da Sauacutede Acolhimento e Classificaccedilatildeo de Risco nos Serviccedilos de Urgecircncia Seacuterie B Textos Baacutesicos de Sauacutede BrasiacuteliaDF 2009 _______ Ministeacuterio da Sauacutede Conselho Nacional de Sauacutede Resoluccedilatildeo 466 de 12 dezembro de 2012 Diretrizes e normas regulamentadoras da pesquisa envolvendo seres humanos Brasiacutelia 2012 _______ Ministeacuterio da Sauacutede Perfil da mortalidade do Brasileiro Uma anaacutelise da situaccedilatildeo de sauacutede Brasiacutelia 2008 Disponiacutevel em lthttpportalsaudegovbrportalarquivospdfcoletiva_saude_061008pdf Acesso em 110312gt Acesso em 05 jan 2013 _______ Ministeacuterio da Sauacutede Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede do Homem Princiacutepios e Diretrizes Brasiacutelia 2008 Disponiacutevel em lthttpportalsaudegovbrportalarquivospdfpolitica_nacional_homempdfgt Acesso em 05 jan 2013

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GUIMARAtildeES et al Epidemiologia do infarto agudo do miocaacuterdio Revista Soc Cardiol Estado de Satildeo Paulo v16 n1 p1-7 janmar 2006 Disponiacutevel em lthttp2002201451revistasocespedicoesvolume16pdfn01pdfgt Acesso em 20 mai 2009 FERREIRA AMC MADEIRA MZA A Dor Toraacutecica na Sala de Emergecircncia uma revisatildeo de literatura Revista Interdisciplinar NOVAFAPI Teresina v4 n1 p50-56 janfevmar 2011 HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN Histoacuterico 2014 Disponiacutevel em lthttpwwweinsteinbrhospitalPaginassobre-o-hospitalaspxgt Acesso em 02 out 2013 JONES C BRISTOL E JONES F Reedman Nurse Practitioner Clinical Protocol Chest Pain 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwnursinghealthwagovaudocscareernpmmcchest_painpdfgt Acesso em 25 jan 2014

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52 A AVALIACcedilAtildeO DOS ENFERMEIROS DE UM SERVICcedilO DE EMERGEcircNCIA HOSPITALAR SOBRE A UTILIZACcedilAtildeO DE UM PROTOCOLO PARA A DOR TORAacuteCICA VALIDADO EM UM SERVICcedilO DE REFEREcircNCIA

Aline Costa Vieirasup1

Kaacutetia Cilene Godinho Bertoncellosup2 Juliana Balbinot Reis Girondisup3

Resumo Estudo quantitativo de caraacuteter descritivo que objetivou identificar a avaliaccedilatildeo de enfermeiros do Serviccedilo de Emergecircncia de um Hospital Universitaacuterio do Sul do Brasil ao utilizar um protocolo de Enfermagem especiacutefico para classificar a dor toraacutecica Foram realizadas sete entrevistas com os enfermeiros participantes por meio de roteiro semiestruturado entre janeiro e fevereiro de 2014 Para anaacutelise dos dados utilizou-se a estatiacutestica descritiva por meio de nuacutemeros absolutos e percentuais O protocolo utilizado foi construiacutedo validado e eacute utilizado no Hospital Israelita Albert Einstein de Satildeo PauloSP Contempla as caracteriacutesticas da dor toraacutecica fatores de risco antecedentes cardiovasculares e os possiacuteveis fluxogramas de encaminhamentos que conduzem a accedilatildeo do enfermeiro ao classificar o risco Os dados obtidos datildeo conta de que haacute um consenso entre os enfermeiros de que o protocolo sugerido prioriza o atendimento agrave Siacutendrome Coronariana Aguda identifica mais facilmente os fatores de risco para Infarto Agudo do Miocaacuterdio aleacutem de melhor identifica o tipo de dor Dentre as avaliaccedilotildees sobressaem as consideraccedilotildees positivas em utilizar o protocolo sobre as negativas Os enfermeiros em geral consideram o protocolo sugerido aplicaacutevel ao serviccedilo pois fundamentou sua praacutetica e proporcionou respaldo em sua conduta Palavras-chave Dor toraacutecica Infarto Agudo do Miocaacuterdio Assistecircncia em Enfermagem Classificaccedilatildeo de Risco Protocolos

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Abstract Qualitative descriptive study aimed to identify the evaluation of nurses in the Emergency Department of a University Hospital in Southern Brazil to use a specific protocol to classify Nursing chest pain Interviews with seven nurses participants through semi-structured between January and February 2014 were performed Data analysis used descriptive statistics by absolute numbers and percentages The protocol used was constructed validated and is used in the Albert Einstein Hospital in Sao Paulo SP Include the characteristics of chest pain risk factors cardiovascular history and possible flowcharts referrals that lead to action by nurses to rate the risk Data obtained realize that there is a consensus among nurses suggested that the protocol prioritizes compliance with Acute Coronary Syndrome more easily identifies risk factors for Acute Myocardial Infarction and better identifies the type of pain Among the positive reviews the highlights considerations in using the protocol on the negative Nurses generally consider the suggested protocol applicable to service as their practice ground and provided support in their conduct Keywords Chest pain acute myocardial infarction Nursing Assistance Risk Rating Protocols

Introduccedilatildeo

A dor toraacutecica eacute apontada como uma das principais

queixas referidas pelos pacientes que procuram os atendimentos de emergecircncia De acordo com estudos da Sociedade Brasileira de Cardiologia a estimativa eacute que 4 milhotildees de pessoas satildeo atendidas por dor toraacutecica anualmente no Brasil (BASSAN et al2002) Cerca de 5 a 15 dos pacientes que referem dor toraacutecica satildeo diagnosticados com Infarto Agudo do Miocaacuterdio ou seja em dados relativos 400 mil por ano em nosso paiacutes (BASSAN et al 2002)

Considerando que esta dor eacute o sintoma claacutessico da Siacutendrome Coronariana Aguda a atenccedilatildeo precisa ser redobrada em vigecircncia deste tipo de dor Os enfermeiros que atuam em um serviccedilo de Emergecircncia na Classificaccedilatildeo de Risco precisam estar atentos em vigecircncia da dor toraacutecica Frequentemente estes

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profissionais deparam-se com a dor toraacutecica por isquemia e diante de sua subjetividade avaliar e classificar a dor toraacutecica natildeo se constitui em tarefa simples (ARAUJO MARQUES 2007)

Nesse contexto emerge como tecnologia do cuidado e instrumento para o embasamento da praacutetica de Enfermagem os protocolos assistenciais que vem ao encontro das necessidades dos enfermeiros para a tomada de decisatildeo durante a classificaccedilatildeo de risco

Com relaccedilatildeo aos eventos coronarianos a reduccedilatildeo de casos como o Infarto Agudo do Miocaacuterdio na Siacutendrome Coronariana Aguda (SCA) ocorre mediante uso de diretrizes com evidecircncia cientiacutefica comprovada O uso de protocolos cliacutenicos eacute uacutetil para otimizar a qualidade do atendimento (FARIAS MOREIRA 2012)

Atualmente no Brasil especificamente ao abordarmos a praacutetica dos profissionais enfermeiros haacute que se considerar a escassez de estudos que tratam sobre a utilizaccedilatildeo de instrumentos que auxiliam a conduta dos profissionais os protocolos O uso de protocolos na aacuterea da sauacutede vem a ser uma evoluccedilatildeo para o cuidado agrave medida que vem com a finalidade de proporcionar embasamento cientiacutefico ao profissional (SCHNEID 2003)

O Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco surgiu com a finalidade de melhor ldquocoordenarrdquo a ordem do atendimento excluindo a ordem de chegada e incluindo a classificaccedilatildeo da gravidade ou fatores de risco associados que predisponham a um possiacutevel risco ameaccedilador agrave vida Para a classificaccedilatildeo de risco eacute necessaacuterio o trabalho de um profissional de enfermagem de niacutevel superior munido de um instrumento que fundamente a conduccedilatildeo do caso e avalie a gravidade ou o potencial de agravamento do caso Os protocolos assistenciais sistematizam a accedilatildeo do profissional aleacutem de serem fundamentais para a efetiva classificaccedilatildeo de risco e avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade do paciente (BRASIL 2009)

Nessa perspectiva emerge a seguinte pergunta de pesquisa para o estudo Qual a avaliaccedilatildeo dos enfermeiros de um Serviccedilo de Emergecircncia Hospitalar ao utilizar em sua

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conduta durante a Classificaccedilatildeo de Risco um protocolo especiacutefico para a avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica

Dessa forma essa pesquisa objetivou identificar a avaliaccedilatildeo dos enfermeiros do Serviccedilo de Emergecircncia de um Hospital Universitaacuterio do Sul do Brasil ao utilizar um protocolo de Enfermagem especiacutefico para avaliar a dor toraacutecica

Metodologia

Estudo quantitativo descritivo realizado em Serviccedilo de

Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco (SACR) do Setor de Emergecircncia de um Hospital Universitaacuterio do Sul do Brasil Atualmente o serviccedilo deste estudo utiliza para a Classificaccedilatildeo de Risco um instrumento adaptado do protocolo de Manchester (MACKAWAY-JONES 1997) confeccionado por um profissional meacutedico da instituiccedilatildeo o qual eacute utilizado no serviccedilo por consenso entre a equipe meacutedica e de enfermagem deste a implantaccedilatildeo do Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco na instituiccedilatildeo haacute cerca de 3 anos O referido instrumento adaptado eacute comum para todas as queixas referidas pelos pacientes

No periacuteodo janeiro a fevereiro de 2014 foi utilizado como experiecircncia no serviccedilo um protocolo especiacutefico de Enfermagem para a dor toraacutecica qual seja o protocolo Fluxograma da Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem Esse instrumento eacute utilizado no Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE) que eacute um serviccedilo brasileiro de referecircncia ao atendimento agrave sauacutede desde 2010 No referido ano esse hospital instituiu em sua unidade cardioloacutegica um protocolo de classificaccedilatildeo de risco especiacutefico para a Enfermagem na avaliaccedilatildeo dor toraacutecica com a finalidade de reconhecer precocemente um quadro de siacutendrome coronariana aguda que predisponha a um dano por vezes irreversiacutevel O protocolo de enfermagem desenvolvido no HIAE auxilia o enfermeiro a determinar a gravidade com maior agilidade levando ao atendimento mais raacutepido e seguro Embora o serviccedilo em questatildeo natildeo seja referecircncia ao atendimento para a dor toraacutecica este eacute sintoma principal em vigecircncia da Siacutendrome Coronariana Aguda Assim esta demanda que requer um atendimento especializado qualificado e seguro

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Para a efetivaccedilatildeo dessa experiecircncia foram convidados a participar os enfermeiros que atuam no serviccedilo de emergecircncia hospitalar de acordo com os criteacuterios de inclusatildeo ser enfermeiro efetivo da instituiccedilatildeo ou residente atuar no Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco e aceitar participar no estudo mediante assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido Assim foi apresentado a cada enfermeiro o instrumento para a avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica bem como fornecida as devidas orientaccedilotildees para a sua utilizaccedilatildeo Foi demonstrado a cada enfermeiro o passo-a-passo do funcionamento do protocolo a sua estrutura os fluxos de encaminhamentos e a conduccedilatildeo para cada caso Apoacutes a demonstraccedilatildeo do protocolo foi solicitado a cada enfermeiro que o aplicasse a todo o paciente que procurasse o serviccedilo referindo dor toraacutecica como queixa principal Cabe ressaltar que a utilizaccedilatildeo do protocolo do HIAE sugerido neste estudo para a avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica natildeo excluiu em nenhum momento o protocolo institucional do SACR do HU utilizado atualmente Dessa forma o protocolo do HIAE foi aplicado como um instrumento ldquocomplementarrdquo para o serviccedilo

Apoacutes a experiecircncia da aplicabilidade do protocolo a mesma foi avaliada pelos 07 enfermeiros participantes (trecircs enfermeiros residentes e quatro enfermeiros efetivos) A somatoacuteria das classificaccedilotildees de risco realizadas pelos enfermeiros nos proporcionou um quantitativo de sessenta e sete classificaccedilotildees de risco de pacientes que procuraram o serviccedilo referindo dor toraacutecica como queixa principal no periacuteodo estipulado para a pesquisa Os dados obtidos que caracterizam os pacientes natildeo seratildeo abordados neste estudo pois seratildeo analisados num outro manuscrito

A coleta de dados ocorreu no recorte temporal de janeiro a fevereiro de 2014 onde se utilizou como instrumento a entrevista semi-estruturada Todas as entrevistas foram gravadas em aacuteudio e transcritas pela pesquisadora

Como teacutecnica de anaacutelise utilizou-se a estatiacutestica descritiva ciecircncia que consiste na organizaccedilatildeo anaacutelise e descriccedilatildeo de um conjunto de variaacuteveis com o intuito de maior

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entendimento dos dados que representam (BARBETTA REIS BORNIA 2004)

O estudo seguiu os princiacutepios eacuteticos com o indiviacuteduo de acordo com a Resoluccedilatildeo 4662012 do Conselho Nacional de Sauacutede (BRASIL 2012) sendo aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Universidade Federal de Santa Catarina - CEPUFSC sob protocolo nordm 12494 e pela instituiccedilatildeo em estudo Para resguardar o sigilo e o anonimato dos sujeitos da pesquisa optou-se por identificaacute-los como Enfermeiro (E) seguida pela ordem alfanumeacuterica (1 a 7)

Resultados

Estes resultados retratam as respostas dos sete

enfermeiros para cada uma das cinco perguntas do roteiro semi-estruturado Cada tabela a seguir caracteriza o conjunto das respostas dos enfermeiros agrupadas para cada pergunta Em conjunto estes resultados refletem a percepccedilatildeo dos enfermeiros ao utilizar o protocolo de dor toraacutecica do HIAE durante a classificaccedilatildeo dos 67 casos de dor toraacutecica deste estudo Tabela 2 - Distribuiccedilatildeo da avaliaccedilatildeo da Utilizaccedilatildeo do Protocolo Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem do HIAE FlorianoacutepolisndashSC 2014

Enfermeiros Positivo Negativo

Enfermeiro 1 Prioriza o atendimento a SCA

Enfermeiro 2 Amplia a visatildeo Natildeo indicaria ECG Enfermeiro 3 Identifica fatores de risco Eacute longo Enfermeiro 4 Boa noccedilatildeo para suspeita

de IAM

Enfermeiro 5 Com o passar do tempo Seraacute uacutetil

Complicado para usar no iniacutecio

Enfermeiro 6 Guiou melhor a conduta Enfermeiro 7 Faacutecil aplicaccedilatildeo

Total 7 3

Fonte Dados obtidos pela autora (2014)

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Os enfermeiros avaliaram a utilizaccedilatildeo do instrumento abordando os aspectos positivos e negativos Em relaccedilatildeo aos aspectos positivos 100 reportaram que a utilizaccedilatildeo do protocolo proporcionou melhores condiccedilotildees para conduzir agrave terapecircutica e o cuidado ao paciente com dor toraacutecica Foram apontados o fato do instrumento utilizado fornecer prioridade no atendimento agrave Siacutendrome Coronariana Aguda (SCA) e Infarto Agudo do Miocaacuterdio (IAM) proporcionar identificaccedilatildeo mais clara dos fatores de risco e o fato de ser um protocolo de faacutecil aplicaccedilatildeo

Protocolos cliacutenicos assistenciais satildeo considerados como instrumentos de tecnologias em sauacutede agrave medida que satildeo documentos que estabelecem criteacuterios ou conduccedilatildeo preconizada para o agravo em questatildeo (BRASIL 2011) Schneid et al (2003) reforccedila esta perspectiva ao afirmar que os protocolos cliacutenicos satildeo recursos tecnoloacutegicos embasados cientificamente com o propoacutesito de auxiliar o profissional da sauacutede durante a praacutetica cliacutenica os beneficiando ao lado de recursos humanos fiacutesicos e materiais No entanto o benefiacutecio esperado para o atendimento agrave sauacutede do paciente vem sendo prejudicada pela falta de estudos e recursos destinados a esta tecnologia (SHNEID et al 2003)

A variedade de condiccedilotildees cliacutenicas que geram a dor toraacutecica exige uma classificaccedilatildeo raacutepida para o aumento do prognoacutestico destes pacientes que muitas vezes podem estar desenvolvendo um quadro de Siacutendrome Coronariana Aguda (SANTOS ARAUacuteJO 2003) No entanto estudos apontam que a dor toraacutecica estaacute presente em 70 dos casos de Infarto Agudo do Miocaacuterdio (HIGA ATALLAH et al 2004)

O Infarto Agudo do Miocaacuterdio eacute a necrose de parte do muacutesculo cardiacuteaco consequente da isquemia que eacute causada pela obstruccedilatildeo da irrigaccedilatildeo sanguiacutenea ao coraccedilatildeo por uma das arteacuterias coronaacuterias Geralmente esta obstruccedilatildeo ocorre por um embolo ou trombo e pode ocorrer em localizaccedilotildees e intensidades diferentes dependendo da arteacuteria coronaacuteria afetada (BOUNDY et al 2004) De acordo com estudos da American Heart Association os protocolos satildeo essenciais para a avaliaccedilatildeo segura dos casos de dor toraacutecica pois auxiliam na internaccedilatildeo

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imediata dos casos graves assim como na identificaccedilatildeo dos chamados casos de dor toraacutecica de baixo custo aqueles sem diagnoacutestico grave Embora a maioria dos pacientes com dor toraacutecica natildeo seja diagnosticado com uma condiccedilatildeo de risco de vida o enfermeiro precisa distingui-los daqueles que necessitam de tratamento emergente (EZRA et al 2010)

A dor toraacutecica eacute um sintoma de amplitude social uma vez que atinge milhares de pessoas por todo o mundo (BASSAN et al2002) Dentre as causas que podem culminar em dor toraacutecica como causa psicoloacutegica pulmonar digestiva oacutesseo-muscular aquelas originadas no aparelho cardiovascular satildeo as mais temidas pelos profissionais de sauacutede e populaccedilatildeo em geral Temor este relacionado aos altos iacutendices de mortalidade por isquemia cardiacuteaca (BASSAN et al 2002) Por esta razatildeo a causa cardiovascular eacute a mais discorrida neste estudo

Corroborando esta ideia Marques (2010) afirmam que para a correta avaliaccedilatildeo e manejo da dor toraacutecica torna-se indispensaacutevel a aplicaccedilatildeo de um protocolo e da educaccedilatildeo continuada para melhor embasar a atuaccedilatildeo do enfermeiro (MARQUES 2010)

A dor toraacutecica eacute um achado cliacutenico importante para a investigaccedilatildeo do distuacuterbio que o paciente possa estar apresentando e para a definiccedilatildeo do diagnoacutestico O chamado quinto sinal vital a dor vem tomando proporccedilatildeo maior para os enfermeiros na literatura acerca de sua valorizaccedilatildeo na uacuteltima deacutecada Apesar disso a avaliaccedilatildeo da dor segue como um desafio ao enfermeiro durante a Classificaccedilatildeo de Risco uma vez que o ato de medir este sintoma estaacute relacionado agrave observaccedilatildeo escuta qualificada e acima de tudo em acreditar na queixa de dor referida (MORAIS et al 2009)

Ao considerar os aspectos negativos de avaliaccedilatildeo do protocolo se observou afirmaccedilatildeo do ldquoenfermeiro 2rdquo de que natildeo indicaria o Eletrocardiograma (ECG) visto que a solicitaccedilatildeo deste exame na instituiccedilatildeo natildeo eacute respaldada para que o profissional enfermeiro o realize No HIAE instituiu este protocolo a solicitaccedilatildeo do ECG pelo enfermeiro eacute uma praacutetica de rotina e assegurada pelo protocolo Soares (2007) discuta essa situaccedilatildeo ao apontar que devido ao alto grau de mortalidade

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cardiovascular o enfermeiro durante a classificaccedilatildeo de risco precisa priorizar o atendimento agrave dor toraacutecica Para isto eacute necessaacuterio um atendimento com tempo meacutedio de 8 minutos entre a chegada do paciente agrave Emergecircncia e a realizaccedilatildeo do ECG visando reduzir o tempo entre chegada diagnoacutestico e tratamento A maioria dos casos de morte por IAM ocorrem nas primeiras horas do iniacutecio dos sintomas sendo 40 a 65 na primeira hora e aproximadamente 80 nas primeiras 24 horas (PIEGAS et al2009) Quando respaldado por um protocolo validado e institucionalizado torna-se viaacutevel a rotina da solicitaccedilatildeo de Eletrocardiograma pelo enfermeiro assim como acontece no HIAE Marques (2010) reafirma esta necessidade ao abordar que eacute niacutetida a necessidade da implantaccedilatildeo de um protocolo avaliar e classificar a dor toraacutecica visto que quando o enfermeiro indica o ECG em seguida agrave classificaccedilatildeo de risco agiliza o processo e evita atraso do diagnoacutestico Ratificando esta necessidade a Sociedade Brasileira de Cardiologia (BASSAN et al 2002) considera eacute primordial que o diagnoacutestico de IAM por meio do ECG seja realizado ateacute 10 minutos da chegada do paciente tempo-ouro para o iniacutecio da terapecircutica adequada Assim agrave medida que o protocolo estaacute institucionalizado os papeacuteis dos membros da equipe de sauacutede ficam bem definidos

A resposta do ldquoenfermeiro 3rdquo evidencia a sua consideraccedilatildeo quando relata que o protocolo ldquoeacute longordquo O protocolo jaacute validado no serviccedilo de referecircncia HIAE eacute um instrumento que contempla e resgata as diversas possibilidades de agravos sintomatologias e caracteriacutesticas que tendem a prever um quadro cliacutenico de gravidade Desta forma como um documento completo no sentido de esgotar as possibilidades de gravidade tornando-o mais extenso que o instrumento utilizado atualmente no setor

Os protocolos assistenciais referem-se agrave organizaccedilatildeo do serviccedilo e sobretudo agrave organizaccedilatildeo do processo de trabalho da equipe de sauacutede De acordo com a colocaccedilatildeo do ldquoenfermeiro 5rdquo existe o pensamento de que inicialmente possa ser ldquodificultosordquo utilizar uma nova tecnologia e com ldquoo passar do tempordquo possa ser uacutetil Essa concepccedilatildeo denota o periacuteodo comum considerado

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para adaptaccedilatildeo de um protocolo assistencial A incorporaccedilatildeo de um protocolo assistencial depende do conhecimento do profissional de sauacutede em como utilizaacute-lo corretamente e do compromisso do profissional o que geralmente requer tempo para adaptaccedilatildeo da nova tecnologia Aleacutem disso para o sucesso da adoccedilatildeo do protocolo este deve corresponder agraves expectativas e demandas do serviccedilo e dos profissionais (WERNECK FARIA CAMPOS 2009)

Mediante a relevacircncia da dor toraacutecica da sua importacircncia social e econocircmica os estudos relacionados a construccedilatildeo de protocolos de Enfermagem ainda satildeo escassos o que justifica a anaacutelise deficitaacuteria dos dados com relaccedilatildeo agrave atuaccedilatildeo do enfermeiro frente ao paciente com esta sintomatologia nos serviccedilos de Emergecircncia (MARQUES 2010) Fernandes et al (2009) corroboram com esta situaccedilatildeo em sauacutede ao discorrer que existem poucos estudos de Enfermagem na abordagem de protocolos assistenciais principalmente tratando-se de situaccedilotildees agudas em Emergecircncia e particularmente para Siacutendrome Coronariana Aguda Tabela 3 - Distribuiccedilatildeo da avaliaccedilatildeo das vantagens eou desvantagens em utilizar o protocolo Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem do HIAE FlorianoacutepolisndashSC2014

Enfermeiros Positivo Negativo

Enfermeiro 1 Eacute bem completo Eacute extenso Enfermeiro 2 Identifica mais faacutecil o

tipo de dor atendimento mais raacutepido

Complicado com duas folhas

Enfermeiro 3 Classificaccedilatildeo mais qualificada avalia melhor os riscos

Eacute extenso

Enfermeiro 4 Ajuda a classificar melhor a dor

Enfermeiro 5 Auto-explicativo Muito longo Enfermeiro 6 Auxilia na

classificaccedilatildeo triagem mais correta encaminha certo como

Longo e demorado

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proceder Enfermeiro 7 Agiliza o processo

auxilia o enfermeiro na classificaccedilatildeo

A instituiccedilatildeo natildeo aceitaraacute pedido de ECG assinado pelo enfermeiro

Total 7 6

Fonte Dados obtidos pela autora (2014)

Observa-se no conjunto destes dados que 100 dos

enfermeiros avaliaram de forma positiva o protocolo em relaccedilatildeo agraves suas vantagens Os profissionais afirmaram que utilizar este protocolo propiciou uma Classificaccedilatildeo de Risco mais correta qualificada e com identificaccedilatildeo mais faacutecil do tipo de dor Estudos consideram que eacute fundamental relacionar os fatores de risco com a descriccedilatildeo da dor que geralmente em caso de IAM eacute referida como de forte intensidade em ldquoqueimaccedilatildeo aperto opressatildeo ou sufocaccedilatildeordquo e superior a 30 minutos podendo ou natildeo irradiar para os braccedilos mandiacutebula pescoccedilo ou estocircmago Para que esta identificaccedilatildeo seja fundamentada o uso de protocolos assistenciais se torna imprescindiacutevel (OLIVEIRA LEITAtildeO RAMOS 2009) Em casos mais incomuns considerados atiacutepicos como descritos no protocolo do HIAE o paciente pode estar apresentando dificuldade para respirar naacuteuseas vocircmitos vertigem desmaio suor frio e palidez Contudo a sintomatologia nos casos atiacutepicos pode ser branda (OLIVEIRA LEITAtildeO RAMOS 2009) Tabela 4 - Distribuiccedilatildeo da avaliaccedilatildeo da estrutura formato e fluxos de encaminhamentos contidos no Protocolo Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem do HIAE FlorianoacutepolisndashSC 2014

Enfermeiros Positivo Negativo

Enfermeiro 1 Faacutecil compreensatildeo Enfermeiro 2 Deveria ser de

apenas uma folha Enfermeiro 3 Jaacute estamos

acostumadas a usar o outro

100

Enfermeiro 4 Natildeo tem a cor laranja Enfermeiro 5 Auxilia bastante na

tomada de decisatildeo eacute auto-explicativo

Eacute mais demorado

Enfermeiro 6 Conteacutem bastante informaccedilotildees

Um pouco complicado de entender

Enfermeiro 7 Facilita encaminhamento e tomada de decisatildeo

Total 4 5

Fonte Dados obtidos pela autora (2014)

Em relaccedilatildeo agrave estrutura e formato foi demonstrado que a

percepccedilatildeo do enfermeiro de que o protocolo eacute um documento extenso quando comparado ao que eacute adotado na instituiccedilatildeo atualmente O ldquoenfermeiro 5rdquo afirma ser ldquomais demoradordquo para preenchimento e aplicabilidade Em contrapartida coloca que ldquoauxilia na tomada de decisatildeo e eacute auto-explicativordquo Percebe-se que apesar de ser um protocolo mais extenso que o utilizado atualmente pode-se considerar que aborda uma visatildeo mais detalhada da condiccedilatildeo cliacutenica que o paciente com dor toraacutecica possa estar apresentando Esse fator a princiacutepio percebido como negativo poderaacute ser um diferencial na classificaccedilatildeo de risco da dor toraacutecica conferindo seguranccedila para o enfermeiro ao avaliar amplamente a dor e principalmente agilidade no atendimento na proporccedilatildeo em que sanar as duacutevidas do profissional de sauacutede que poderaacute identificar mais rapidamente uma condiccedilatildeo cliacutenica grave A raacutepida e correta avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica desde a chegada do paciente no hospital interfere natildeo somente na diminuiccedilatildeo de riscos e agravos ao paciente como economicamente agrave medida que evita terapecircuticas e encaminhamentos inadequados e internaccedilotildees desnecessaacuterias (BASSAN et al2002)

Justifica-se a necessidade de implantaccedilatildeo de um protocolo especiacutefico para a dor toraacutecica pelo fato de que o tempo que decorre do iniacutecio da dor e a sua correta avaliaccedilatildeo eacute fundamental para definir o diagnoacutestico e principalmente o tratamento do IAM Quando existem duacutevidas de classificaccedilatildeo da gravidade com consequumlente atraso do encaminhamento adequado existe aumento proporcional do risco de mortalidade (PIEGAS et al

101

2004) Bassan et al (2002) corroboram com esta afirmaccedilatildeo ao discorrerem que agrave falta de domiacutenio e de fundamentaccedilatildeo para a abordagem do paciente com dor toraacutecica por parte do enfermeiro durante a classificaccedilatildeo da gravidade tende a ocasionar o retardo do atendimento terapecircutico

O protocolo proposto considera as cores vermelho (emergente) amarelo (urgente) e verde (natildeo-urgente) diferente do protocolo da instituiccedilatildeo que aleacutem destas cores considera tambeacutem a cor laranja (muito-urgente) Uma resposta tambeacutem negativa na avaliaccedilatildeo do ldquoenfermeiro 4rdquo traz essa consideraccedilatildeo da diferenccedila de ambos Cabe ressaltar aqui que o protocolo do HIAE proporciona maior autonomia ao enfermeiro ao permitir por exemplo que indique o exame ECG como discutido anteriormente A realizaccedilatildeo mais raacutepida do ECG sem necessariamente ser uma indicaccedilatildeo exclusiva da medicina auxilia na conduccedilatildeo terapecircutica com maior agilidade e exclui a necessidade de maior nuacutemero de cores graduais para avaliaccedilatildeo da gravidade do quadro cliacutenico

Outro aspecto importante na discussatildeo estrutural do protocolo eacute a sua apresentaccedilatildeo impressa O enfermeiro 2 considera que ldquodeveria ser de apenas uma folhardquo O documento original desenvolvido no HIAE eacute impresso em apenas uma folha utilizando-se uma fonte menor Optou-se neste estudo em distribuiacute-lo em duas folhas para proporcionar melhor visibilidade ao enfermeiro A proposta inicial deste estudo trata de que se este protocolo sugerido fosse avaliado majoritariamente como positivo seria apresentado agrave Diretoria de Enfermagem da instituiccedilatildeo e adaptado de acordo com a necessidade e comodidade dos profissionais enfermeiros de acordo com a sua proacutepria avaliaccedilatildeo Logo seria de faacutecil realizaccedilatildeo a reestruturaccedilatildeo desse instrumento conforme sugerido pelos sujeitos desse estudo

102

Tabela 5 - Distribuiccedilatildeo da avaliaccedilatildeo da diferenccedila em utilizar o Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem e do Protocolo Institucional Adaptado de Manchester

Enfermeiro Positivo Negativo

Enfermeiro 1 Classificaccedilatildeo mais adequada

Mais extenso

Enfermeiro 2 Este eacute mais completo O outro eacute incompleto

Enfermeiro 3 Identifica melhor o risco de uma situaccedilatildeo grave O outro eacute incompleto

Enfermeiro 4 Este eacute completo daacute a noccedilatildeo de fatores de risco O outro eacute incompleto

Enfermeiro 5 Para a dor toraacutecica esse eacute melhor eacute mais explicativo O nosso eacute mais raacutepido mas eacute muito geneacuterico

Enfermeiro 6 Eacute mais completo facilita a identificaccedilatildeo de um evento cardiacuteaco Da instituiccedilatildeo eacute mais geneacuterico

Enfermeiro 7 Este daacute mais seguranccedila para classificar a sintomatologia do paciente

Total 7 1 Fonte Dados obtidos pela autora (2014)

103

Identifica-se 100 de avaliaccedilotildees positivas para utilizar o protocolo do HIAE em relaccedilatildeo ao protocolo institucional O consenso das respostas daacute conta de que o protocolo do HIAE ldquoeacute mais completordquo para a avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica Um protocolo assistencial estaacute em consonacircncia com a realidade de um serviccedilo quando contempla as situaccedilotildees previstas e imprevistas o que caracteriza um instrumento mais ldquocompletordquo Ao abordar o protocolo institucional adaptado do protocolo de Manchester devem-se considerar os riscos no emprego de protocolos Algumas vezes as adaptaccedilotildees de protocolos internacionais nem sempre estatildeo apropriados ou bem adaptados agraves necessidades do serviccedilo pois natildeo satildeo abrangentes e natildeo consideram todas as questotildees inclusive as imprevistas Para esta apropriaccedilatildeo eacute fundamental a realizaccedilatildeo de estudos acerca do puacuteblico-alvo profissionais vantagens e desvantagens envolvidos (WERNECK FARIA CAMPOS 2009)

Aconselha-se para a classificaccedilatildeo de risco adequada considerando as situaccedilotildees imprevistas que o enfermeiro identifique junto ao paciente as caracteriacutesticas da dor toraacutecica em tiacutepica ou atiacutepica Em alguns casos o paciente pode desenvolver a siacutendrome poacutes IAM com dor toraacutecica que deve ser diferenciada da recidiva do infarto pulmonar e da insuficiecircncia cardiacuteaca congestiva (BOUNDY et al 2004)

Quando natildeo sustentados por criteacuterios adequados agraves reais demandas do serviccedilo os protocolos podem instituir processo de trabalho fragmentado e sem planejamento natildeo garantindo impactos positivos na sauacutede das pessoas (WERNECK FARIA CAMPOS 2009)

Tabela 6 - Distribuiccedilatildeo da avaliaccedilatildeo da aplicabilidade do protocolo ao serviccedilo Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem ao acolhimento da emergecircncia FlorianoacutepolisndashSC 2014

Enfermeiro Positivo Negativo

Enfermeiro 1 Sim menor tempo para o atendimento

Enfermeiro 2 Sim Enfermeiro indicar

104

ECG eacute complicado no serviccedilo

Enfermeiro 3 Sim ajuda a classificar Identifica melhor os casos graves

Enfermeiro 4 Sim pois temos muitos casos de dor toraacutecica

Enfermeiro 5 Sim precisa apenas se habituar a usar

Enfermeiro 6 Sim Mas precisa ser melhorado para aplicaccedilatildeo mais raacutepida

Enfermeiro 7 Sim pela facilidade da aplicaccedilatildeo e diferenciaccedilatildeo dos casos de dor toraacutecica

Total 7 2

Fonte Dados obtidos pela autora (2014)

Verifica-se quanto agrave aplicabilidade ao serviccedilo 100 de

avaliaccedilotildees positivas dos enfermeiros em relaccedilatildeo agrave implementaccedilatildeo do protocolo de dor toraacutecica do HIAE para o SACR do SEAHU Quando satildeo adequados agraves necessidades dos profissionais de sauacutede e agrave demanda caracteriacutestica do serviccedilo os protocolos assistenciais tendem a responder satisfatoriamente trazendo seguranccedila aos profissionais (WERNECK FARIA CAMPOS 2009) Observa-se a correlaccedilatildeo das respostas do ldquoenfermeiro 1rdquo do ldquoenfermeiro 3rdquo e do ldquoenfermeiro 7rdquo quando afirmam que o protocolo utilizado possibilitou menor tempo de atendimento melhor identificaccedilatildeo dos casos graves e melhor diferenciaccedilatildeo dos casos de dor toraacutecica ou seja relacionam os benefiacutecios para a classificaccedilatildeo de risco da dor toraacutecica Nos atendimentos em emergecircncia um instrumento cientiacutefico especiacutefico para a dor toraacutecica ou associada a outros sintomas sugestivos de Siacutendrome Coronariana Aguda facilita a tomada de decisatildeo do profissional de sauacutede durante a Classificaccedilatildeo de Risco (HOFFMANN et al 2012)

Consideraccedilotildees Finais

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Identificar a avaliaccedilatildeo dos enfermeiros ao utilizar o

protocolo para dor toraacutecica foi um aspecto essencial para reconhecer a validade do instrumento para o serviccedilo Um protocolo assistencial soacute se torna efetivo quando abrange as necessidades especiacuteficas do puacuteblico atendido e quando corresponde agraves expectativas dos profissionais de sauacutede que o utilizaratildeo

A avaliaccedilatildeo dos enfermeiros que utilizaram o protocolo reflete a necessidade de uma tecnologia em sauacutede consistente e eficaz para uma classificaccedilatildeo de risco segura Contudo algumas adaptaccedilotildees simples necessitam ser realizadas a fim de instituir um protocolo de acordo com a necessidade dos profissionais e a realidade do serviccedilo em questatildeo

Houve prevalecircncia das avaliaccedilotildees positivas em relaccedilatildeo agraves negativas Quanto agraves positivas o uso do protocolo foi importante pra sanar as duacutevidas de classificaccedilatildeo tornaacute-la mais raacutepida segura pautar a praacutetica do profissional de Enfermagem durante a classificaccedilatildeo de risco As avaliaccedilotildees negativas consideram principalmente o formato impresso do protocolo e sua extensatildeo O formato poderaacute ser facilmente reformulado de acordo com a necessidade dos profissionais e do serviccedilo Quanto agrave sua extensatildeo fica evidente que um instrumento especiacutefico a fim de descartar diversas as condiccedilotildees cliacutenicas graves tende a conter mais informaccedilotildees que os instrumentos generalistas Situaccedilatildeo que poderaacute ser superada satisfatoriamente mediante tempo de adaptaccedilatildeo dos profissionais

O estudo possibilitou reconhecer que o protocolo sugerido estaacute em consonacircncia com a realidade da atuaccedilatildeo dos enfermeiros na classificaccedilatildeo de risco que utilizam atualmente um instrumento generalista natildeo direcionado agrave Enfermagem

Referecircncias

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EZRA Testing of Low-Risk Patients Presenting to the Emergency Department With Chest Pain AHA Scientific Statement 2010 - Disponiacutevel em lthttpcircahajournalsorgcontent122171756gt Acesso 23 jan 2014 OLIVEIRA FJG LEITAtildeO I M T A RAMOSI C Caracterizaccedilatildeo dos pacientes com Dor Toraacutecica atendidos na Emergecircncia de um Hospital Privado de Fortaleza -Ce In 61deg Congresso de Enfermagem Transformaccedilatildeo Social e Sustentabilidade Ambiental 2009 Fortaleza- Ce Anais Eletrocircnicos Disponiacutevel em lthttpwwwabeneventoscombranais_61cbengt Acesso 29 dez 2013 PIEGAS LS FEITOSA G MATTOS LA NICOLAU JC ROSSI NETO JM et al Sociedade Brasileira de Cardiologia IV Diretriz da Sociedade Brasileira de Cardiologia sobre Tratamento do Infarto agudo do Miocaacuterdio com Supradesniacutevel do Segmento ST Arq Bras Cardiol v93 n6 p179-264 2009 PIEGAS LS et al III Diretriz sobre tratamento do infarto agudo do miocaacuterdio Arquivo Brasileiro de Cardiologia v83 n4 s4 Satildeo Paulo set 2004 SANTOS FLMM ARAUacuteJO TL Vivendo o infarto os significados da doenccedila segundo a perspectiva do paciente Rev Latinoam Enferm v11 n6 p742-8 2003 SCHNEID S et al Protocolos Cliacutenicos embasados em evidecircncias a experiecircncia do Grupo Hospitalar Conceiccedilatildeo Revista AMRIGS Porto Alegre v 47 n2 p 104-114 abrjun 2003 WERNECK M A F FARIA H P CAMPOS K F C Protocolos de Cuidado agrave Sauacutede e Organizaccedilatildeo do Serviccedilo Nuacutecleo de Educaccedilatildeo em Sauacutede Coletiva da Faculdade de Medicina UFMG Minas Gerais Coopmed 2009

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6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Para que a aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo do protocolo de Enfermagem para a Dor Toraacutecica no Serviccedilo de Emergecircncia fossem viaacuteveis este estudo precisou ser definido em duas vertentes essenciais A princiacutepio o reconhecimento da demanda foco desta pesquisa o paciente com dor toraacutecica Um protocolo institucional soacute seraacute uacutetil quando se encontra em consonacircncia com o perfil atendido e o possiacutevel benefiacutecio que poderaacute oferecer a esta demanda justifica a sua investigaccedilatildeo Em um segundo momento o protocolo precisa estar de acordo com a realidade do serviccedilo em questatildeo e atender agraves necessidades tambeacutem dos profissionais de sauacutede

Os Serviccedilos de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco satildeo uma proposta do Ministeacuterio da Sauacutede com a finalidade de ldquoadministrarrdquo a demanda de pacientes de um serviccedilo de Emergecircncia de modo a humanizar o cuidado em outras palavras permite uma mudanccedila no fluxo de atendimento ao excluir o atendimento por ordem de chegada e incluir o atendimento por ordem de maior gravidade Atuar no SACR contudo se constitui em uma atividade complexa para o enfermeiro O profissional precisa ser detentor de conhecimento cientiacutefico qualificaccedilatildeo profissional avaliaccedilatildeo criteriosa e tomada raacutepida de decisatildeo a fim de estipular os encaminhamentos corretos para os diferentes quadros cliacutenicos minimizaccedilatildeo o risco de agravos

A dor toraacutecica em especiacutefico foi a sintomatologia elencada para este estudo visto que a avaliaccedilatildeo da dor em si eacute fundamental para que o profissional ofereccedila um serviccedilo de qualidade O sintoma aacutelgico eacute valioso no sentido de identificar a afecccedilatildeo que possa estar a gerando agrave medida que forem observadas suas caracteriacutesticas e fatores de risco associados Tratando-se da dor toraacutecica entende-se como principal sintoma em casos de Siacutendrome Coronariana Aguda que predispotildee ao Infarto Agudo do Miocaacuterdio Os protocolos assistenciais satildeo tecnologias em sauacutede que tem o objetivo de fundamentar a praacutetica profissional organizar o atendimento e diminuir o tempo

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para a instituiccedilatildeo terapecircutica adequada Ao utilizar um protocolo pautado em evidecircncia cientiacutefica a classificaccedilatildeo de risco fica padronizada o enfermeiro atua de forma mais segura e eficaz Esta condiccedilatildeo ficou evidenciada na avaliaccedilatildeo do protocolo realizada pelos enfermeiros que demonstrou-se majoritariamente positiva em relaccedilatildeo ao uso do protocolo para classificar a dor toraacutecica

Durante esta investigaccedilatildeo foi possiacutevel constatar que os protocolos de enfermagem apesar de sua magnitude e comprovada eficaacutecia para a organizaccedilatildeo do serviccedilo e benefiacutecios no atendimento ao paciente satildeo pouco explorados na literatura deixando uma lacuna importante para a assistecircncia de Enfermagem Esta condiccedilatildeo demonstra a necessidade de mais estudos e maiores investimentos na temaacutetica de protocolos especiacuteficos de Enfermagem Para este estudo optou-se por um protocolo de Enfermagem para a dor toraacutecica construiacutedo por uma instituiccedilatildeo de excelecircncia o Hospital Israelita Albert Einstein de Satildeo PauloSP Contudo devido agrave falta de estudos de Enfermagem com relaccedilatildeo aos protocolos assistenciais particularmente para a classificaccedilatildeo de risco da dor toraacutecica o estudo escolhido foi desenvolvido por um meacutedico cardiologista

Quanto agrave identificaccedilatildeo do perfil do paciente com dor toraacutecica atendido no serviccedilo embora natildeo seja serviccedilo de referecircncia em cardiologia comprovadamente existe a necessidade da incorporaccedilatildeo de um protocolo assistencial para a dor toraacutecica devido agrave sua importacircncia enquanto sinal indiacutecio de uma possiacutevel condiccedilatildeo cardioloacutegica grave de alta incidecircncia mundial e no Brasil e pela expressiva demanda com esta queixa a procurar o serviccedilo

A padronizaccedilatildeo no manejo da dor toraacutecica interferiu significativamente para o trabalho do enfermeiro agrave medida que este dispotildee de um instrumento de acordo com o puacuteblico atendido que fundamente suas accedilotildees tornando-o detentor de mais seguranccedila e conhecimento A utilizaccedilatildeo do protocolo organiza o trabalho da equipe de Enfermagem e unifica a linguagem dos profissionais o que ficou evidenciado nas afirmaccedilotildees dos profissionais

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Os dados obtidos neste estudo que identificou o perfil do paciente com dor toraacutecica e a avaliaccedilatildeo do protocolo de dor toraacutecica realizada pelos proacuteprios enfermeiros do serviccedilo e em vigecircncia deste protocolo ter sido validado e utilizado em um serviccedilo de Excelecircncia no paiacutes o estudo deixou evidente que este protocolo de Enfermagem para a avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica durante a Classificaccedilatildeo de Risco eacute passiacutevel de implantaccedilatildeo na instituiccedilatildeo Desse modo seraacute apresentado agrave Diretoria de Enfermagem do HU para possiacutevel institucionalizaccedilatildeo

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REFEREcircNCIAS

ANZILIERO F A Emprego do Sistema de Triagem de Manchester na estratificaccedilatildeo de risco revisatildeo de Literatura Trabalho de conclusatildeo de curso da UFRS Porto alegre 2011 ALBUQUERQUE PLMM COSTA LB BASTOS BB SILVA JUacuteNIOR GB Dor precordial natildeo usual Relato de Caso Rev Bras Cardiol v23 n2 p200-1 2010 ALVES D B BARBOSA M T S Desigualdades na Mortalidade por Doenccedilas Crocircnicas entre Idosos e sua Associaccedilatildeo com Indicadores Socioeconocircmicos no Brasil RBCEH Passo Fundo v 7 n 1 p 22-33 janabr 2010 AMERICAN PAIN SOCIETY Principles of Analgesic Use in the Treatment of Acute Pain and Cancer Pain4 Glenview IL American Pain Society 1999 ARAUJO RD MARQUES IR Compreendendo o significado da dor toraacutecica isquecircmica de pacientes admitidos na sala de emergecircncia Rev Bras Enferm v60 n6 2007 BASSAN R PIMENTA L LEAtildeES P TIMERMAN A Sociedade Brasileira de Cardiologia I Diretriz de dor toraacutecica na sala de emergecircncia Definiccedilatildeo de graus de recomendaccedilatildeo e niacuteveis de evidecircncia Arq Bras Cardiol v76 n2 p1-22 2002 BARBETTA PA REIS MM BORNIA AC Estatiacutestica para cursos de Engenharia e informaacutetica Satildeo Paulo Ed Atlas SA 2004 BEZERRA AA BEZERRA AA BRASILEIRO ME A conduta de enfermagem frente ao paciente infartado Rev Eletrocircnica Enferm v1 n1 p1-10 2011

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BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Instituto Nacional de Cacircncer Cuidados paliativos oncoloacutegicos controle da dor Rio de Janeiro INCA 2001 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Humaniza SUS Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo A Humanizaccedilatildeo como Eixo Norteador das Praacuteticas de Atenccedilatildeo e Gestatildeo em todas as Instacircncias do SUS Seacuterie B Textos Baacutesicos Brasiacutelia 2004 _______ Ministeacuterio da Sauacutede Recomendaccedilotildees para a Organizaccedilatildeo dos Cuidados Urgentes e Emergentes O Serviccedilo de Urgecircncias Hospitais SA 2006 _______ Ministeacuterio da Sauacutede Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo agraves Urgecircncias - 3 ed ampliada ndash Seacuterie E ndash Legislaccedilatildeo de Sauacutede BrasiacuteliaDF 2006 p55 _______ Ministeacuterio da Sauacutede Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo agraves Urgecircncias - 3 ed ampliada ndash Seacuterie E ndash Legislaccedilatildeo de Sauacutede BrasiacuteliaDF 2006 p77 _______ Ministeacuterio da Sauacutede Perfil da mortalidade do Brasileiro Uma anaacutelise da situaccedilatildeo de sauacutede Brasiacutelia 2008 Disponiacutevel em lthttpportalsaudegovbrportalarquivospdfcoletiva_saude_061008pdfgt Acesso em 11 mar 2012 _______ Ministeacuterio da Sauacutede Grupo Hospitalar ConceiccedilatildeoGerecircncia de Ensino e Pesquisa Diretrizes CliacutenicasProtocolos Assistenciais Manual Operacional Porto Alegre 2008 _______ Ministeacuterio da Sauacutede Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede do Homem Princiacutepios e Diretrizes Brasiacutelia 2008 Disponiacutevel em lthttpportalsaudegovbrportalarquivospdfpolitica_nacional_h

omempdf gt Acesso em 05 jan 2013

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_______ Ministeacuterio da Sauacutede Acolhimento e Classificaccedilatildeo de Risco nos Serviccedilos de Urgecircncia Seacuterie B Textos Baacutesicos de Sauacutede BrasiacuteliaDF 2009 _______ Ministeacuterio da Sauacutede Cartilhas da Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo Cadernos de Textos HumanizaSUS 2011 Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoescaderno_textos_cartilhas_politica_humanizacaopdfgt Acesso em 09 jan 2013 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Conselho Nacional de Sauacutede Resoluccedilatildeo 466 de 12 dezembro de 2012 Diretrizes e normas regulamentadoras da pesquisa envolvendo seres humanos Brasiacutelia 2012 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sistema Uacutenico de Sauacutede Disponiacutevel em lthttpportalsaudegovbrportalsaudevisualizar_textocfmidtxt=24627gt Acesso em 03 dez 2013 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria Executiva do Ministeacuterio da Sauacutede DATASUS 2013 Disponiacutevel emlt httpwwwdatasusgovbrgt Acesso em 15 out 2013

BOAVENTURA L SANTOS C PASELLO S Atuaccedilatildeo do Enfermeiro no Infarto Agudo do Miocaacuterdio Artigonal Diretoacuterio de Artigos Gratuitos 2011 Disponiacutevel em lthttpwwwartigonalcomauthors1166189gt Acesso em 08 fev 2014

BORDALO AA Estudo transversal eou longitudinal Rev Para Med Beleacutem v20 n4 dez 2006 BOUNDY J et al Enfermagem Meacutedico-Ciruacutergico Infarto Agudo do Miocaacuterdio Carlos Henrique Cosendey 3ordf ed Rio de Janeiro Reichman amp Affonso Editores v2 2004

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EZRA Testing of Low-Risk Patients Presenting to the Emergency Department With Chest Pain AHA Scientific Statement 2010 - Disponiacutevel em lthttpcircahajournalsorgcontent122171756 gt Acesso em 23 jan 2014 FARIAS MM MOREIRA DM Impacto de protocolo de dor toraacutecica sobre a adesatildeo agraves diretrizes societaacuterias um ensaio cliacutenico Rev Bras Cardiol v25 n5 p368-76 2012 FERNANDES J C SILVA C O L SOUZA S E M SILVA P R BRASILEIRO M E ARMENDARIS M K Base de Dados para Elaboraccedilatildeo de um Instrumento para Coleta de Dados de Enfermagem na Unidade de Dor Toraacutecica ndash Congresso Brasileiro de Enfermagem 2009 FERREIRA AMC MADEIRA MZA A Dor Toraacutecica na Sala de Emergecircncia uma revisatildeo de literatura Revista Interdisciplinar NOVAFAPI Teresina v4 n1 p50-56 janfevmar 2011 GIL AC Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa social 5 ed 8 reimpr Satildeo Paulo Atlas 2007 _______ Como elaborar projetos de pesquisa 5 ed Satildeo Paulo Atlas 2008 GRUPO BRASILEIRO DE CLASSIFICACcedilAtildeO DE RISCO Sistema Manchester de Classificaccedilatildeo de Risco Classificaccedilatildeo de Risco na Urgecircncia e Emergecircncia 1ordm ed BRASIL 2010 GUIMARAtildeES et al Epidemiologia do infarto agudo do miocaacuterdio Revista Soc Cardiol Estado de Satildeo Paulo v16 n1 p1-7 janmar 2006 Disponiacutevel em lthttp2002201451revistasocespedicoesvolume16pdfn01pdfgt Acesso em 20 mai 2009

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HIGA S ATALLAH L et al Focal Atrial Tachycardia new insight from noncontact mapping and catheter ablation Circulation V 109 p84-91 2004 Disponiacutevel em lthttpworldwidescienceorgtopicpagesdda+dor+agudahtml gt Acesso em 09 mar 2014 HOFFMANN U TRUONG QA SCHOENFELD DACHOU ETWOODARD PK NAGURNEY JT POPE JH HAUSER TH WITE CS Coronary CT Angiography versus Standard Evaluation in acute chet painN Engl J Med v367 n4 p 299-308 jul 2012 HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN Histoacuterico 2014 Disponiacutevel em lthttpwwweinsteinbrhospitalPaginassobre-o-hospitalaspxgt Acesso em 02 out 2013 IASP - International Association for the Study of Pain (IASP) Pain terms a list with definitions and notes on usage v6 p 249-252 1979 IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Estudos e Pesquisas Informaccedilatildeo Demograacutefica e Socioeconocircmica Siacutentese de indicadores sociais Uma anaacutelise das condiccedilotildees de vida da populaccedilatildeo brasileira Rio de Janeiro Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica n27 2010 INTERNATIONAL ASSOCIATION FOR THE STUDY OF PAIN Princiacutepios do Manejo da Dor nos Departamentos de Emergecircncia para Pacientes com Condiccedilotildees Meacutedicas Dolorosas Agudas 2011 Disponiacutevel em lthttpwwwiasp-painorgAMTemplatecfmSection=Fact_Sheets3ampTemplate=CMContentDisplaycfmampContentID=13141gt Acesso em 05 mar 2014 JONES C BRISTOL E JONES F Reedman Nurse Practitioner Clinical Protocol Chest Pain 2013 Disponiacutevel em

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lthttpwwwnursinghealthwagovaudocscareernpmmcchest_painpdfgt Acesso em 25 jan 2014 LEMOS C et al Associaccedilatildeo entre depressatildeo ansiedade e qualidade de vida apoacutes infarto do miocaacuterdio Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul Fundaccedilatildeo Universitaacuteria de Cardiologia Psic Teor e Pesq Brasiacutelia v24 n4 dez 2008 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0102-37722008000400010amplng=enampnrm=isogt Acesso em 02 jun 2009 LOPES J B Enfermeiro na classificaccedilatildeo de risco em serviccedilos de emergecircncia revisatildeo integrativa 2011 36 p TCC (Graduaccedilatildeo em Enfermagem) ndash Escola de Enfermagem Universidade Federal do Rio Grande do Sul Porto Alegre 2011 Disponiacutevel em lthttpwwwlumeufrgsbrhandle1018337529gt Acesso em 8 jul 2012 MACKAWAY-JONES K Emergency Triage British Medical Journal Publishing 1997 MAY N L Manual de Operacionalizaccedilatildeo de Protocolos Revista Teacutecnico-Cientiacutefica do Grupo Hospitalar Conceiccedilatildeo Mom e Perspec Sauacutede - Porto Alegre v 13 n12 jandez 2000 MARQUES G Q LIMA MADS Demandas de usuaacuterios a um serviccedilo de pronto atendimento e seu acolhimento ao sistema de sauacutede Rev Latino-Am Enfermagem [online] v15 n1 p 13-19 2007 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfrlaev15n1pt_v15n1a03pdf gt Acesso em 05 jan2012 MATEUS AML etal DOR ndash Guia orientador da Boa Praacutetica Ordem dos Enfermeiros ndash Conselho de Enfermagem 2008 MENDES KDS SILVEIRA RCCP GALVAtildeO CM Revisatildeo integrativa meacutetodo de pesquisa para a incorporaccedilatildeo de

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evidecircncias na sauacutede e na enfermagem Ver Texto e Contexto - enferm Florianoacutepolis v17 n4 outdez 2008 MERSKEY H ALBE-FESSARD DG BONICA JJ et al Pain terms a list with definitions and notes on usage recommended by the IASP Subcommittee on Taxonomy Pain 19796249-252 MILLER MD GRANGER Christopher B Evaluation of patients with chest pain at low or intermediate risk for acute coronary syndrome Gordon M Saperia MD FACC 2014 MORAIS et al Avaliaccedilatildeo da dor como quinto sinal vital na classificaccedilatildeo de risco um estudo com enfermeiros Revista Ciecircncia amp Sauacutede Porto Alegre v 2 n 2 p 73-77 juldez 2009 NASI LA et al Rotinas em Pronto Socorro 2ed Porto Alegre Artmed 2005 OLIVEIRA RM SILVA LMS LEITAtildeO IMTA Anaacutelise dos saberes e praacuteticas de enfermeiras sobre avaliaccedilatildeo da dor no contexto hospitalar Rev enferm UFPE on line v4 n3 p 53-56 julset 2010 OLIVEIRA FJG LEITAtildeO I M T A RAMOSI C Caracterizaccedilatildeo dos pacientes com Dor Toraacutecica atendidos na Emergecircncia de um Hospital Privado de Fortaleza -Ce In 61deg Congresso de Enfermagem Transformaccedilatildeo Social e Sustentabilidade Ambiental 2009 Fortaleza- Ce Anais Eletrocircnicos Disponiacutevel em lthttpwwwabeneventoscombranais_61cbengt Acesso 29 dez 2013 ORTIZ M BITTENCOURT M Protocolo de dor toraacutecica UTI cardioloacutegica Curitiba Hospital das Cliacutenicas Universidade Federal do Paranaacute 2010 Disponiacutevel em lthttpptscribdcomgwcabrald49109978-Prot-Dor-Toracicagt

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Acesso em 15 out 2013 PIEGAS LS FEITOSA G MATTOS LA NICOLAU JC ROSSI NETO JM et al Sociedade Brasileira de Cardiologia IV Diretriz da Sociedade Brasileira de Cardiologia sobre Tratamento do Infarto agudo do Miocaacuterdio com Supradesniacutevel do Segmento ST Arq Bras Cardiol v93 n6 p179-264 2009 POLIT DF BECK CT HUNGLER BP Fundamentos de pesquisa em enfermagem meacutetodos avaliaccedilatildeo e utilizaccedilatildeo 5 ed Porto Alegre Artmed 2004 487 p POMPEO D A ROSSI L A GALVAtildeO CM Revisatildeo Integrativa etapa inicial do processo de validaccedilatildeo de diagnoacutestico de enfermagem Acta paul Enferm Satildeo Paulo v22 n4 2009 RIOS DFC BRANDAtildeO FB FARIA MNZ ALCANTARA AS SANTOS MIFO Tronboembolismo pulmonar como causa de dor toraacutecica na sala de emergecircncia Rev Meacuted Minas Gerais v20 p465-8 2010 ROCHA ASC ARAUacuteJO MP CARVALHO AF RIBEIRO A MESQUITA ET Evidecircncia de melhora na qualidade do cuidado assistencial no infarto agudo do miocaacuterdio Arq Bras Cardiol v94 n6 2010 SANTOS FLMM ARAUacuteJO TL Vivendo o infarto os significados da doenccedila segundo a perspectiva do paciente Rev Latinoam Enferm v11 n6 p742-8 2003 SANTORO BDC PIMENTA CAM Semelhanccedilas e diferenccedilas da dor nas siacutendromes toraacutecicas revisatildeo sistemaacutetica da literatura Rev Gauacutecha Enferm Porto Alegre (RS) v29 n2 p301-7 jun 2008 SCHNEID S et al Protocolos Cliacutenicos embasados em evidecircncias a experiecircncia do Grupo Hospitalar Conceiccedilatildeo

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Revista AMRIGS Porto Alegre v 47 n2 p 104-114 abrjun 2003 SIMAtildeO AF PRECOMA AD ANDRADE JP CORREA FILHO H Diretriz Brasileira de Prevenccedilatildeo Cardiovascular Arquivos Brasileiros de Cardiologia Sociedade Brasileira de Cardiologia v101 n6 s2 dez 2013 Disponiacutevel em lthttppublicacoescardiolbrconsenso2013Diretriz_Prevencao_Cardiovascularpdfgt Acesso em 07 jan 2013 SOARES FILHO GLF et al Dor toraacutecica no Transtorno de Pacircnico sintoma somaacutetico ou manifestaccedilatildeo de doenccedila arterial coronariana Rev Psiq Cliacutenv34 n2 p 97-101 2007 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0101-60832007000200006amplng=enampnrm=isoamptlng=ptgt Acesso em 10 jun 2010 SOCIEDADE BRASILEIRA PARA O ESTUDO DA DOR Hospital sem Dor Diretrizes para Implantaccedilatildeo da Dor como 5ordm Sinal Vital BRASIL 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwdororgbrprofissionais5_sinal_vitalaspgt Acesso em 21 mar2013 SOUSA VEC LOPES MVO ROCHA DH PASCOAL LM MONTORIL MH MELO RP Troca de gases prejudicada anaacutelise em pacientes com infarto agudo do miocaacuterdio Rev Enferm Rio de Janeiro v16 n4 p545-9 2008 SOUZA CC TOLEDO AD TADEU LFR CHIANCA TCM Classificaccedilatildeo de Risco em Pronto-Socorro concordacircncia entre um protocolo institucional brasileiro e Manchester Rev Latino-Am Enfermagem v19 n1 janfev 2011 VIEIRA W F S RAFAEL D Protocolo de Manejo Hospitalar do Infarto Agudo do Miocaacuterdio com Supradesniacutevel de segmento ST Unidade Coronariana Hospital de Cliacutenicas

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Departamento de Cliacutenica meacutedica Disciplina de Cardiologia Universidade Federal do Paranaacute Curitiba 2011 Disponiacutevel em lthttpwwwhcufprbrsitesdefaultfilesprotocolo_IAMCSST_2011pdfgt 22 abr 2013 WATERKEMPER R REIBNITZ KS MONTICELLI M Dialogando com enfermeiras sobre a avaliaccedilatildeo da dor oncoloacutegica do paciente sob cuidados paliativos Rev Bras Enferm Brasiacutelia 2010 mar-abr 63(2) 334-9 WERNECK MAF FARIA HP CAMPOS KFC Protocolos de Cuidado agrave Sauacutede e Organizaccedilatildeo do Serviccedilo Nuacutecleo de Educaccedilatildeo em Sauacutede Coletiva da Faculdade de Medicina UFMG Editora Coopmed 2009

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APENDICES

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APENDICE A - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (GRUPO 01)

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM ENFERMAGEM CURSO DE MESTRADO PROFISSIONAL ASSOCIADO Agrave

RESIDEcircNCIA INTEGRADA MULTIPROFISSIONAL EM SAUacuteDE

Vocecirc estaacute convidado a participar da pesquisa ldquoAplicaccedilatildeo e Avaliaccedilatildeo de um Protocolo de Enfermagem para Dor Toraacutecica em um Serviccedilo de Emergecircncia Hospitalarrdquo que estaacute sendo desenvolvida pela mestranda Aline Costa Vieira sob orientaccedilatildeo da Profordm Dra Kaacutetia Cilene Godinho Bertoncello

Objetivo da pesquisa ndash auxiliar a equipe de Enfermagem na

Classificaccedilatildeo de Risco do paciente com dor toraacutecica disponibilizando um protocolo especiacutefico para esta dor e analisando seus benefiacutecios

Este estudo faz parte da Dissertaccedilatildeo do Programa de Mestrado Profissional Associado agrave Residecircncia Integrada Multiprofissional em Sauacutede da Universidade Federal de Santa Catarina Caso vocecirc concorde em participar solicitamos que assine no final deste documento No entanto salientamos que sua participaccedilatildeo natildeo eacute obrigatoacuteria e sua recusa natildeo traraacute qualquer prejuiacutezo em relaccedilatildeo agraves pesquisadoras ou discriminaccedilatildeo e atraso no seu atendimento nesta instituiccedilatildeo

O estudo se concretizaraacute com a aplicaccedilatildeo de um protocolo para a avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica durante a Classificaccedilatildeo de Risco elaborado e utilizado por um serviccedilo de referecircncia o Hospital Israelita Albert Einstein de Satildeo Paulo

Dados obtidos para o estudo ndash na hipoacutetese de sua

participaccedilatildeo seratildeo utilizados os dados referentes agrave sua Classificaccedilatildeo de Risco ou seja seu horaacuterio de chegada idade queixa principal iniacutecio e tipo de dor e fatores de risco associados

Sigilo ndash Contando com sua participaccedilatildeo seraacute garantido total

sigilo em relaccedilatildeo a sua identidade que natildeo seraacute apontada durante o estudo ou em suas publicaccedilotildees

Potenciais riscos ndash A pesquisa oferece riscos de desconfortoincocircmodo ao participante agrave medida que for abordado no sentido de participaccedilatildeo no estudo A abordagem poderaacute gerar temor ao

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participante no que se refere agrave exposiccedilatildeo de sua condiccedilatildeo cliacutenica Desse modo o participante seraacute esclarecido detalhadamente acerca das etapas da pesquisa e das informaccedilotildees a serem utilizadas ressaltando o sigilo absoluto de sua identidade Teraacute todas as suas duacutevidas esclarecidas antes e durante sua aplicaccedilatildeo De qualquer forma seraacute garantida a possibilidade de desistecircncia e retirada do consentimento

Benefiacutecios previstos ndash Esta pesquisa propotildee a utilizaccedilatildeo de um instrumento cientiacutefico para a avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica pelos enfermeiros do Serviccedilo de Emergecircncia Adulto com o intuito de prevenir condutas inadequadas no manejo do paciente com esta dor e otimizar seu atendimento Os resultados desta pesquisa seratildeo submetidos agrave devida aprovaccedilatildeo corrigidos e posteriormente enviados agrave divulgaccedilatildeo como artigo cientiacutefico

Custos ndash Os custos relacionados a essa pesquisa seratildeo de inteira responsabilidade das pesquisadoras Sua participaccedilatildeo natildeo acarretaraacute em nenhum custo ou em reembolso ou gratificaccedilatildeo

Se vocecirc tiver alguma duacutevida ou necessidade de mais informaccedilotildees em relaccedilatildeo agrave pesquisa ou natildeo quiser mais fazer parte dela poderaacute entrar em contato pelo telefone com as responsaacuteveis pela pesquisa a seguir Aline Vieira (48) 9615-2850 eou e-mail alinevieira_spohotmailcom e Kaacutetia Bertoncello (48) 9919-9084 eou kbertoncelloyahoocombr

Consentimento de Participaccedilatildeo no Estudo

Eu ________________________________________ declaro que li e estou de acordo em participar do estudo proposto por este documento Fui devidamente informado (a) pela pesquisadora Aline Costa Vieira dos objetivos dados que seratildeo obtidos sigilo riscos benefiacutecios e custos inerentes agrave pesquisa Estou ciente ainda que posso retirar meu consentimento a qualquer momento e que recebi uma coacutepia deste Termo de Consentimento

Florianoacutepolis __________________

_________________________________________

Assinatura do participante

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APENDICE B - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (GRUPO 02)

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM ENFERMAGEM CURSO DE MESTRADO PROFISSIONAL ASSOCIADO Agrave

RESIDEcircNCIA INTEGRADA MULTIPROFISSIONAL EM SAUacuteDE

Com objetivo de compreender os benefiacutecios para os enfermeiros da utilizaccedilatildeo de um protocolo de avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica durante a Classificaccedilatildeo de Risco no Serviccedilo de Emergecircncia de um Hospital Universitaacuterio (HU) do sul do Brasil a mestranda Aline Costa Vieira sob a orientaccedilatildeo da Profordf Drordf Kaacutetia Cilene Godinho Bertoncello estaacute desenvolvendo uma pesquisa intitulada ldquoAplicaccedilatildeo e Avaliaccedilatildeo de um Protocolo de Enfermagem para Dor Toraacutecica em um Serviccedilo de Emergecircncia Hospitalarrdquo Esta pesquisa faz parte da Dissertaccedilatildeo do Programa de Mestrado Profissional Associado agrave Residecircncia Integrada Multiprofissional em Sauacutede da Universidade Federal de Santa Catarina

O estudo se concretizaraacute com a aplicaccedilatildeo e a avaliaccedilatildeo de um protocolo para a avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica elaborado e utilizado por um serviccedilo de referecircncia o Hospital Israelita Albert Einstein de Satildeo Paulo

Procedimentos da Pesquisa ndash mediante sua participaccedilatildeo no estudo em um primeiro momento vocecirc utilizaraacute o Protocolo de Enfermagem para Dor Toraacutecica desenvolvido pelo Hospital Israelita Albert Einstein durante sua atuaccedilatildeo enquanto enfermeiro no Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco no HU quando estiver escalado neste setor Salientamos que este protocolo teraacute como finalidade auxiliar na designaccedilatildeo da classificaccedilatildeo de risco o que natildeo excluiraacute o uso do instrumento de classificaccedilatildeo disponibilizado atualmente na instituiccedilatildeo Lembramos ainda que para utilizar este protocolo vocecirc receberaacute devido treinamento e todas as informaccedilotildees referentes ao estudo que seratildeo fornecidos pelas pesquisadoras O segundo momento da pesquisa contaraacute com sua participaccedilatildeo para avaliar qual o benefiacutecio de dispor deste Protocolo para Dor Toraacutecica durante a Classificaccedilatildeo de Risco Esta avaliaccedilatildeo se consumaraacute com o preenchimento de um instrumento de avaliaccedilatildeo disponibilizado pelas pesquisadoras ao final da coleta de dados

Os procedimentos inerentes agrave implementaccedilatildeo do estudo

requerem a sua autorizaccedilatildeo mediante assinatura ao final do documento para a utilizaccedilatildeo dos dados obtidos durante a Classificaccedilatildeo de Risco

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realizada ao paciente que apresentar dor toraacutecica como queixa principal bem como o registro da condiccedilatildeo cliacutenica deste paciente Dados referentes agrave sua praacutetica profissional enquanto enfermeiro do Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco (SACR) No entanto sua participaccedilatildeo natildeo eacute obrigatoacuteria e a qualquer momento vocecirc poderaacute desistir dela sem qualquer prejuiacutezo junto agraves pesquisadoras ou agrave instituiccedilatildeo

Sigilo ndash Com sua participaccedilatildeo na pesquisa fica garantida a confidencialidade das informaccedilotildees obtidas durante a classificaccedilatildeo de risco Sua identidade natildeo seraacute apontada no decorrer do estudo e em suas publicaccedilotildees

Potenciais riscos ndash A pesquisa oferece riscos de incocircmodo ao participante agrave medida que poderaacute gerar constrangimento para este em recusar a participaccedilatildeo Desse modo o participante seraacute esclarecido de que sua recusa natildeo acarretaraacute em quaisquer desconfortos com relaccedilatildeo agraves responsaacuteveis pela pesquisa tampouco junto agrave instituiccedilatildeo da qual eacute servidor De qualquer forma seraacute garantida a possibilidade de desistecircncia e retirada do consentimento sem prejuiacutezo de nenhuma natureza

Benefiacutecios previstos ndash Esta pesquisa propotildee a utilizaccedilatildeo de um instrumento cientiacutefico para a avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica pelos enfermeiros do Serviccedilo de Emergecircncia Adulto com o intuito de prevenir condutas inadequadas no manejo do paciente com esta dor sanar duacutevidas e otimizar seu atendimento Os resultados desta pesquisa seratildeo submetidos agrave devida aprovaccedilatildeo corrigidos e posteriormente enviados agrave divulgaccedilatildeo como artigo cientiacutefico

Custos ndash Todos os custos referentes agrave pesquisa seratildeo de inteira responsabilidade das pesquisadoras Sua participaccedilatildeo natildeo acarretaraacute em nenhum gasto ou gratificaccedilatildeo

Se vocecirc tiver alguma duacutevida ou necessidade de mais

informaccedilotildees em relaccedilatildeo agrave pesquisa ou natildeo quiser mais fazer parte dela poderaacute entrar em contato pelo telefone com a responsaacutevel pela pesquisa a seguir Aline Vieira (48) 9615-2850 eou e-mail alinevieira_spohotmailcom e Kaacutetia Bertoncello (48) 9919-9084 eou kbertoncelloyahoocombr

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Consentimento de Participaccedilatildeo no Estudo

Eu________________________________________________ declaro que li e estou de acordo em participar do estudo proposto por este documento Fui devidamente informado (a) pela pesquisadora Aline Costa Vieira dos objetivos dados que seratildeo obtidos sigilo riscos benefiacutecios e custos inerentes agrave pesquisa Estou ciente ainda que posso retirar meu consentimento a qualquer momento e que recebi uma coacutepia deste Termo de Consentimento

Florianoacutepolis __________________

_______________________________________

Assinatura do participante

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APEcircNDICE C ndash ROTEIRO DE ENTREVISTA SEMI-ESTRUTURADO

Roteiro semi-estruturado para entrevista Utilizaccedilatildeo do

Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem Albert Einstein Hospital Israelita

1Dados de identificaccedilatildeo Nome do profissional Idade Cargo Tempo de trabalho na profissatildeo Tempo de trabalho na instituiccedilatildeo Tempo de trabalho na emergecircncia Possui Poacutes graduaccedilao ( ) Natildeo ( ) Sim ( ) Especializaccedilatildeo Especificar ( ) Mestrado ( ) Doutorado 2 Roteiro para Entrevista

21 Como vocecirc avalia a utilizaccedilatildeo do Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado 22 Como vocecirc avalia a estrutura o formato e os fluxos de encaminhamentos contidos no Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado 23 Aponte as vantagensfacilidades e desvantagensdificuldades em utilizar o Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem pelo enfermeiro no acolhimento do HU 24 Vocecirc considera este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem aplicaacutevel para o acolhimento na emergecircncia do HU Justifique 25 Na sua opiniatildeo qual (quais) a (s) diferenccedila (s) em utilizar este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem em relaccedilatildeo ao protocolo que jaacute vecircm sendo utilizado na instituiccedilatildeo

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APEcircNDICE D ndash ENTREVISTA COM OS ENFERMEIROS

1Dados de identificaccedilatildeo (ENTREVISTA 1) Nome do profissional ldquoEnfermeiro 1rdquo Idade 26 Cargo Enfermeira Efetiva Tempo de trabalho na profissatildeo 1 ano e 11 meses Tempo de trabalho na instituiccedilatildeo 1 ano e 11 meses Tempo de trabalho na emergecircncia 1 ano e 11 meses Possui Poacutes graduaccedilao ( ) Natildeo (x ) Sim (x ) Especializaccedilatildeo Especificar Gestatildeo Puacuteblica ( ) Mestrado ( ) Doutorado 2 Roteiro para Entrevista

21 Como vocecirc avalia a utilizaccedilatildeo do Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado R Acho que eacute valido para fazer uma classificaccedilatildeo das siacutendromes coronarianas agudas E ele possibilita um tempo de atendimento que prioriza os pacientes com sintomas compatiacuteveis com siacutendrome coronariana aguda Eacute melhor que o adaptado de Manchester para avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica 22 Como vocecirc avalia a estrutura o formato e os fluxos de encaminhamentos contidos no Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado R De faacutecil compreensatildeo 23 Aponte as vantagensfacilidades e desvantagensdificuldades da utilizaccedilatildeo deste Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem pelo enfermeiro no acolhimento do HU R Vantagens ndash tem como meta o atendimento porta-eletro de 10 minutos Eacute bem completo Desvantagens ndash eacute extenso R Facilidade ndash eacute um fluxograma simples de faacutecil compreensatildeo Dificuldade ndash eacute extenso

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24 Vocecirc considera este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem aplicaacutevel para o acolhimento na emergecircncia do HU Justifique Sim Porque iria colaborar com a diminuiccedilatildeo do tempo de atendimento a um paciente infartado por exemplo 25 Na sua opiniatildeo qual (quais) a (s) diferenccedila (s) em utilizar este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem em relaccedilatildeo ao protocolo que jaacute vecircm sendo utilizado na instituiccedilatildeo Este eacute mais extenso poreacutem possibilita uma classificaccedilatildeo de risco mais adequada 1Dados de identificaccedilatildeo (ENTREVISTA 2) Nome do profissional ldquoEnfermeiro 2rdquo Idade 33 Cargo Enfermeira Efetiva Tempo de trabalho na profissatildeo 4 anos Tempo de trabalho na instituiccedilatildeo 4 anos Tempo de trabalho na emergecircncia 3 anos Possui Poacutes graduaccedilao ( ) Natildeo (x ) Sim ( x ) Especializaccedilatildeo Especificar Enfermagem do trabalho (em andamento) ( x ) Mestrado (em andamento) ( ) Doutorado 2 Roteiro para Entrevista 21 Como vocecirc avalia a utilizaccedilatildeo do Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado R Eu achei assim que ele amplia a visatildeo o paciente chega com tal dor tu vai seguindo soacute que nesta parte aqui oh que a gente fica no acolhimento fazendo do eletro eu achei que fica natildeo fica como posso dizer eacute difiacutecil pro enfermeiro ficar laacute vendo a hora que vai fazer porque tu vai tocando ficha tocando ficha paciente chega com dor outro que briga porque quer ser atendido Essa parte eacute que eu achei mais complicada Eu natildeo indicaria o eletro eu deixaria para o ldquodoutorrdquo (risos) Porque na hora assim oh eu pensei seraacute que na rotina como a gente vai vai fazer Como a gente vai se organizar Seraacute que natildeo vai ter intriga entre a equipe de enfermagem e meacutedicos Mas nada que a gente natildeo entre num consenso igual quando comeccedilou o acolhimento a enfermagem que era chefia com um meacutedico que jaacute saiu Eles entraram num consenso treinaram os enfermeiros tiveram que ldquoforccedilarrdquo na cabeccedila da medicina e hoje eles aceitam

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22 Como vocecirc avalia a estrutura o formato e os fluxos de encaminhamentos contidos no Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado R No comeccedilo eu achei complicado porque daqui tem que vir pra caacute e pra caacute Deveria ser tudo na mesma folha porque ajuda e natildeo precisa pular de uma folha para outra 23 Aponte as vantagensfacilidades e desvantagensdificuldades da utilizaccedilatildeo deste Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem pelo enfermeiro no acolhimento do HU R A vantagem eacute que deixa o atendimento mais raacutepido e tu identifica mais facilmente o tipo de dor se eacute uma dor tiacutepica desconforto ou atiacutepica Jaacute te ajuda a encaminhar porque aacutess vezes tem duacutevida ou deixando no amarelo e natildeo eacute poderia deixar no verde Desvantagem ndash para aprender a usar isso aqui no comeccedilo eacute difiacutecil eacute complicado tem que seguir aqui e voltar olhar ver se perguntei isso ou natildeo para o paciente Pelo que eu percebi pelas setas apontando agraves vezes complica para seguir em duas folhas mas nada que com um treinamento natildeo se aprenda 24 Vocecirc considera este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem aplicaacutevel para o acolhimento na emergecircncia do HU Justifique R Acredito que eacute aplicaacutevel soacute esta questatildeo do eletro teria que rever isto eacute mexer com medicina ego de medicina 25 Na sua opiniatildeo qual (quais) a (s) diferenccedila (s) em utilizar este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem em relaccedilatildeo ao protocolo que jaacute vecircm sendo utilizado na instituiccedilatildeo R Aquele adaptado laacute eacute fraco meu deus natildeo tem nem o que falar este aqui eacute completo eacute como eu te falei ele vai indicando as dores tipos e os tipos de encaminhamento se preenche este se preenche aquele se eacute dor tiacutepica ou atiacutepica Eacute 100 melhor e outra coisa a dificuldade de aplicar este no comeccedilo para quem trabalha aqui na unidade ta quem eacute que vai fazer o eletro Eacute o enfermeiro do acolhimento ou o enfermeiro laacute dentro Ou eacute um residente Porque todo mundo quer aprender jaacute vecirc o traccedilado eacute interessante Mas tem dia que ta calmo mas tem dia que eacute uma loucura tu natildeo sabe para que lado olhar estes dias eu cheguei olhei pra Ana e ela olhou pra mim e a gente ficou assim oh o que fazer Ai tem que ver quem vai fazer o eletro Porque agraves vezes para o

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enfermeiro do acolhimento eacute uma ficha atraacutes da outra e agraves vezes tu pensa ah natildeo eacute nada o paciente ta ali quietinho e pode ser um infarto um AVC 1Dados de identificaccedilatildeo (ENTREVISTA 3) Nome do profissional ldquoEnfermeiro 3rdquo Idade 33 Cargo Enfermeira Residente Tempo de trabalho na profissatildeo 10 anos Tempo de trabalho na instituiccedilatildeo 2 anos Tempo de trabalho na emergecircncia 2 anos Possui Poacutes graduaccedilao ( ) Natildeo (x ) Sim ( ) Especializaccedilatildeo Especificar Sauacutede Puacuteblica ( ) Mestrado ( ) Doutorado 2 Roteiro para Entrevista 21 Como vocecirc avalia a utilizaccedilatildeo do Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado R Eu achei bem vaacutelido vai auxiliar para triar melhor mas achei meio longo demorado para usar tem vaacuterios detalhes que natildeo perguntamos na triagem como antecedentes cardiovasculares haacutebitos como tabagismo isso nem sempre a gente pergunta Mas eu acho que ajuda de qualquer maneira qualifica mais a triagem porque identifica mais fatores de risco ou natildeo 22 Como vocecirc avalia a estrutura o formato e os fluxos de encaminhamentos contidos no Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado R Para a gente usar no HU fica um pouco confuso para aplicar na praacutetica pois jaacute estamos acostumadas a usar o outro modelo Este modelo natildeo tem a cor laranja e como eu disse antes satildeo muitas perguntas para a pessoa que jaacute estaacute com dor ter que responder Fazer ele completo eacute difiacutecil tu natildeo vai ter tempo para perguntar tudo isso 23 Aponte as vantagensfacilidades e desvantagensdificuldades da utilizaccedilatildeo deste Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem pelo enfermeiro no acolhimento do HU Vantagens ndash qualifica a triagem vai avaliar melhor os riscos de ser mesmo um infarto uma siacutendrome coronariana Ele eacute mais especiacutefico para a dor toraacutecica o nosso usado eacute mais geral

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Desvantagens ndash achei ele um pouco longo o modelo do nosso eacute mais objetivo porque eacute numa folha soacute eacute mais objetivo Para noacutes demora fazer todas aquelas perguntas 24 Vocecirc considera este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem aplicaacutevel para o acolhimento na emergecircncia do HU Justifique RSim Eacute aplicaacutevel com certeza a gente atende vaacuterios casos de dor toraacutecica e vai estar ajudando a classificar vai estar facilitando Eacute mais um instrumento aleacutem de soacute a intensidade da dor tem mais paracircmetros avalia melhor uma situaccedilatildeo grave 25 Na sua opiniatildeo qual (quais) a (s) diferenccedila (s) em utilizar este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem em relaccedilatildeo ao protocolo que jaacute vecircm sendo utilizado na instituiccedilatildeo R como eu falei apesar da dificuldade pelo tamanho tem mais perguntas a fazer mas ele aborda mais aspectos para identificar o risco de uma situaccedilatildeo grave Ele pode ser readequado para a gente ter mais embasamento Eu acho que daacute para tentar adaptar deixar mais objetivo numa folha soacute mas eacute vaacutelido sim tem essa necessidade O nosso eacute incompleto agraves vezes eacute insuficiente 1Dados de identificaccedilatildeo (ENTREVISTA 4) Nome do profissional ldquoEnfermeiro 4rdquo Idade 38 Cargo Enfermeira Efetiva Tempo de trabalho na profissatildeo 16 anos Tempo de trabalho na instituiccedilatildeo 1 ano Tempo de trabalho na emergecircncia 1 ano Possui Poacutes graduaccedilao ( ) Natildeo (X ) Sim ( ) Especializaccedilatildeo Especificar Sauacutede da famiacutelia ( ) Mestrado ( ) Doutorado 2 Roteiro para Entrevista 21 Como vocecirc avalia a utilizaccedilatildeo do Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado R Eu acho que ele ajudou porque no momento eu consigo ver no fluxograma um suspeita no caso de IAM ou se eacute uma dor atiacutepica acho

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que ele me deu uma boa noccedilatildeo porque a gente tem muitos casos de dor toraacutecica aqui 22 Como vocecirc avalia a estrutura o formato e os fluxos de encaminhamentos contidos no Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado R A uacutenica coisa que ficou complicado eacute que noacutes usamos aqui o vermelho natildeo o laranja eacute aqui neste natildeo tem Mas eu achei legal 23 Aponte as vantagensfacilidades e desvantagensdificuldades da utilizaccedilatildeo deste Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem pelo enfermeiro no acolhimento do HU R A vantagem eacute que o fluxograma me ajuda a avaliar maior chance de ter uma dor tiacutepica ou atiacutepica ne considerando os fatores de risco considerando se a pessoa ta com o sintoma no momento se tem antecedentes isso ajuda Desvantagem ndash natildeo vi desvantagem achei bem legal R Ah eacute porque aqui se tem dor toraacutecica soacute ir seguindo eacute parecido com o que a gente usa ali eu achei faacutecil 24 Vocecirc considera este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem aplicaacutevel para o acolhimento na emergecircncia do HUJustifique R Eu acho que daacute porque a gente tem bastante caso de dor toraacutecica e ajuda a ter uma ideacuteia porque chega pessoa de 60 anos e chega pessoa com 20 anos e dormecircncia no braccedilo entatildeo acho que ele ajuda bastante 25 Na sua opiniatildeo qual (quais) a (s) diferenccedila (s) em utilizar este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem em relaccedilatildeo ao protocolo que jaacute vecircm sendo utilizado na instituiccedilatildeo R Ele te daacute uma noccedilatildeo do que se trata os fatores de risco antecedentes cardiovasculares sabendo que isso influencia ne em ter uma maior chance de IAM ajuda muito e ali no outro natildeo tem Esse eacute bem completo eu acho 1Dados de identificaccedilatildeo (ENTREVISTA 5) Nome do profissional ldquoEnfermeiro 5rdquo Idade 29 anos Cargo enfermeira efetiva Tempo de trabalho na profissatildeo 4 anos Tempo de trabalho na instituiccedilatildeo 4 anos

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Tempo de trabalho na emergecircncia 4 anos Possui Poacutes graduaccedilao ( ) Natildeo (x) Sim(X) Especializaccedilatildeo Especificar Sauacutede Puacutelbica ( ) Mestrado ( ) Doutorado 2 Roteiro para Entrevista 21 Como vocecirc avalia a utilizaccedilatildeo do Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado R Eu achei ele um pouco complicado de usar Eu natildeo tive oportunidade de usar muitas vezes acho que umas 5 ou 6 vezes entatildeo eu acho que talvez por isso A primeira vez que eu usei fiquei um pouco perdida por mais que eu tivesse lido vc tivesse me mostrado Entatildeo eu achei ele um pouco difiacutecil mas eu acredito que com o passar do tempo ele se torne bem uacutetil porque ele eacute bem detalhado Soacute que no momento que tu vai fazer a entrevista do paciente como tu natildeo tinha muita intimidade com ele praacutetica eu me sentia muito perdida porque tinha que olhar para muitos itens sabe mas eu acredito que com o passar do tempo e tendo experiecircncia nele assim como no de Manchester no iniacutecio tambeacutem foi um pouco complicado ne Mas por ser novo e eu ter usado pouco pois fiquei 2 meses de feacuterias 22 Como vocecirc avalia a estrutura o formato e os fluxos de encaminhamentos contidos no Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado R Ele auxilia bastante na tomada de decisatildeo realmente ele traz o motivo traz as coisas baacutesicas que tem que perguntar para o paciente para ver se eacute uma dor tiacutepica atiacutepica se ele precisa ser atendido dentro de um protocolo de dor toraacutecica ne que fala de eletro em 10 minutos tempo porta-agulha porta-balatildeo entatildeo pra isso ele eacute bom porque tem fatores de risco antecedentes tudo isso satildeo coisas que tem que saber E o Manchester ele eacute bem mais pontual ne Esse eacute um pouquinho mais demorado ele eacute grande eu acho ele eacute pra ti usar assim raacutepido ele eacute um pouco grande Eu acho o Manchester mais faacutecil Ele eacute bem auto-explicativo sabe mas as vezes eu ficava meio em duacutevida na hora de que eu usava sabe porque por exemplo se era soacute 1 jaacute caia no dor tiacutepica eu sentia um pouco de duacutevida na hora de usar Ele eacute bem auto-explicativo acredito que com o tempo seria faacutecil de usar Eu tinha um pouco de dificuldade natildeo com a dor tiacutepica a dor tiacutepica era faacutecil de

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identificar dentro desse instrumento mas a dor atiacutepica eu tive dificuldade 23 Aponte as vantagensfacilidades e desvantagensdificuldades da utilizaccedilatildeo deste Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem pelo enfermeiro no acolhimento do HU REu acho que o tamanho dele eu jaacute falei a desvantagem era realmente muito longo e por natildeo ter intimidade com ele eu acho ele meio difiacutecil de usar essa eacute a desvantagemE a vantagem eacute que ele eacute bem auto-explicativo natildeo tem como tu natildeo esquecer de nada porque ta tudo aqui os fatores de risco de ne sintomas se tem problema na famiacutelia isso tudo explica tudo Neste ponto ele eacute muito bom 24 Vocecirc considera este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem aplicaacutevel para o acolhimento na emergecircncia do HUJustifique REu acho que sim Soacute precisa realmente ter mais eacute mas realmente intimidade com ele se habituar a usar saber como usar ele adequadamente 25 Na sua opiniatildeo qual (quais) a (s) diferenccedila (s) em utilizar este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem em relaccedilatildeo ao protocolo que jaacute vecircm sendo utilizado na instituiccedilatildeo REu acho o protocolo de dor toraacutecica ele eacute mais raacutepido do que esse aqui ele tem poucos pontos para se observar soacute que ele eacute muito geneacuterico assim ele natildeo traz coisaseacute qualquer dor toraacutecica Aqui ele traz mais com casos na dor toraacutecica cardioloacutegica Entatildeo neste ponto voltado para a cardiologia esse aqui eacute melhor neste ponto Mas pela facilidade e agilidade aquele eacute melhor ele eacute mais raacutepido Soacute que voltado para a dor toraacutecica eacute melhor eacute mais explicativo Acredito que ele te leva a fazer uma triagem bem feita cardiologicamente falando 1Dados de identificaccedilatildeo (ENTREVISTA 6) Nome do profissional Enfermeiro 6 Idade 27 anos Cargo enfermeira residente Tempo de trabalho na profissatildeo 45 anos Tempo de trabalho na instituiccedilatildeo 2 anos Tempo de trabalho na emergecircncia 2 anos Possui Poacutes graduaccedilao ( ) Natildeo (x) Sim(X) Especializaccedilatildeo Especificar urgecircncia emergecircncia e APH ( ) Mestrado ( ) Doutorado

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2 Roteiro para Entrevista 21 Como vocecirc avalia a utilizaccedilatildeo do Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado O instrumento foi importante guiou melhor a conduta a ser seguida ao realizar o acolhimento 22 Como vocecirc avalia a estrutura o formato e os fluxos de encaminhamentos contidos no Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado Eu achei o formato do fluxograma um pouco complicado de entender continha bastante informaccedilotildees mas ao mesmo tempo auxiliava para a triagem das cores que o paciente se encaixaria 23 Aponte as vantagensfacilidades e desvantagensdificuldades da utilizaccedilatildeo deste Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem pelo enfermeiro no acolhimento do HU Vantagens auxilia na classificaccedilatildeo por coresgravidade Desvantagem longo e demorado para aplicar Leva mais tempo para realizar o acolhimento Facilidades melhora a triagem sendo mais corretas pois verifica-se comorbidade e encaminha bem certo como proceder conforme sintomas e comorbidades Dificuldades de contatar o poacutes atendimento com o medico (diagnoacutestico) verificar se fez ECG 24 Vocecirc considera este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem aplicaacutevel para o acolhimento na emergecircncia do HU Justifique Ele eacute aplicaacutevel mas deve ser melhorado (facilitado a leitura para aplicaccedilatildeo mais raacutepida) acho que para o desfecho eacute complicado a enfermeira do acolhimento conseguir acompanhar 25 Na sua opiniatildeo qual (quais) a (s) diferenccedila (s) em utilizar este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem em relaccedilatildeo ao protocolo que jaacute vecircm sendo utilizado na instituiccedilatildeo O Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica eacute bem mais completo e facilita a identificaccedilatildeo real de um provaacutevel evento cardiacuteaco Jaacute o protocolo da instituiccedilatildeo eacute mais sucinto

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1Dados de identificaccedilatildeo (ENTREVISTA 7) Nome do profissional ldquoEnfermeiro 7rdquo Idade 28 Cargo Enfermeira Residente Tempo de trabalho na profissatildeo 2 anos Tempo de trabalho na instituiccedilatildeo 2 anos Tempo de trabalho na emergecircncia 2 anos Possui Poacutes graduaccedilao (x ) Natildeo ( ) Sim ( ) Especializaccedilatildeo Especificar -___________ ( ) Mestrado ( ) Doutorado 2 Roteiro para Entrevista 21 Como vocecirc avalia a utilizaccedilatildeo do Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado R Achei que ele eacute praacutetico didaacutetico e de faacutecil aplicaccedilatildeo 22 Como vocecirc avalia a estrutura o formato e os fluxos de encaminhamentos contidos no Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado R De faacutecil aplicaccedilatildeo e facilita encaminhamento e tomada de decisatildeo 23 Aponte as vantagensfacilidades e desvantagensdificuldades da utilizaccedilatildeo deste Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem pelo enfermeiro no acolhimento do HU R Vantagens ndash avaliaccedilatildeo do enfermeiro agilidade do processo recuperaccedilatildeo do paciente Desvantagens ndash natildeo tem R Facilidade ndash aplicaccedilatildeo agilidade Dificuldade ndash o serviccedilo natildeo aceitaraacute pedido de ECG com carimbo do enfermeiro 24 Vocecirc considera este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem aplicaacutevel para o acolhimento na emergecircncia do HUJustifique R Sim Pela facilidade de aplicaccedilatildeo e diferenciaccedilatildeo do caso de dor toraacutecica ser IAM ou natildeo Agilidade do atendimento do paciente 25 Na sua opiniatildeo qual (quais) a (s) diferenccedila (s) em utilizar este

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Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem em relaccedilatildeo ao protocolo que jaacute vecircm sendo utilizado na instituiccedilatildeo R Este daacute mais seguranccedila na hora de classificar a sintomatologia do paciente

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ANEXOS

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ANEXO A - INSTRUMENTO ADAPTADO DO PROTOCOLO DE MANCHESTER

IacuteNDICE DE FLUXOGRAMAS

Nordm QUEIXA PRINCIPAL (motivo da vinda ao

hospital) PAacuteGINA

01 ASMA 01

02 AUTO-AGRESSAtildeO (TENTATIVA DE

SUICIDIO) 02

03 CEFALEIA 03

04 COMPORTAMENTO ESTRANHO 04

05 CONVULSOtildeES 05

06 CORPO ESTRANHO 06

07 DIABETES HISTOacuteRIA DE 07

08 DIARREIA 08

09 DISPNEIA 09

10 DOENCcedilA HEMATOLOacuteGICA 10

11 DOENCcedilA MENTAL 11

12 DOENCcedilAS SEXUALMENTE

TRANSMISSIacuteVEIS 12

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13 DOR ABDOMINAL 13

14 DOR CERVICAL 14

15 DOR DE GARGANTA 15

16 DOR LOMBAR 16

17 DOR TESTICULAR 17

18 DOR TORACICA 18

19 EMBRIAGUES APARENTE 19

20 ERUPCcedilAtildeO CUTAcircNEA 20

21 ESTADO DE INCONSCIEcircNCIA 21

22 EXPOSICcedilAtildeO A AGENTES QUIacuteMICOS 22

23 FERIDAS 23

24 GRAVIDEZ 24

25 HEMORRAGIA DIGESTIVA 25

26 HEMORRAGIA VAGINAL 26

27 MAL ESTAR EM ADULTO 27

28 INFECCCcedilOtildeES LOCAIS E ABSCESSOS 28

29 MORDEDURAS E PICADAS 29

30 PROBLEMAS DENTAacuteRIOS 30

31 PROBLEMAS EM EXTREMIDADES

(MEMBROS) 31

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32 PROBLEMAS NASAIS 32

33 PROBLEMAS NOS OUVIDOS 33

34 PROBLEMAS OFTALMOLOacuteGICOS 34

35 PROBLEMAS URINAacuteRIOS 35

36 QUEDAS 36

37 QUEIMADURAS 37

38 QUEIXAS ANAIS 38

39 SUPERDOSAGEM E ENVENENAMENTO

(intoxicaccedilotildees exoacutegenas) 39

40 TRAUMA CRAcircNIO-ENCEFALICO 40

41 VERTIGEM E TONTURAS 41

42 VOcircMITOS 42

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FLUXOGRAMA 18 - DOR TORAacuteCICA

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ANEXO B - FLUXOGRAMA DE TRIAGEM CARDIOLOacuteGICA DE ENFERMAGEM

VIEIRA AC Protocolo de Enfermagem para Dor Toraacutecica em um Serviccedilo de Emergecircncia Hospitalar Aplicaccedilatildeo e Avaliaccedilatildeo 2014 151p Dissertaccedilatildeo (Mestrado) Programa de Mestrado Multidisciplinar em Sauacutede Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2014 Orientadora Dra Kaacutetia Cilene Godinho Bertoncello

RESUMO

A avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica eacute uma atribuiccedilatildeo complexa e frequente dos enfermeiros nos serviccedilos de emergecircncia hospitalar No Brasil as doenccedilas cardiovasculares a reflexo da incidecircncia mundial constituem a principal causa de morte A dor toraacutecica eacute considerada sintoma principal para a Siacutendrome Coronariana Aguda portanto uma preocupaccedilatildeo dos profissionais de sauacutede e pacientes Apesar da dimensatildeo das queixas de dor toraacutecica nos serviccedilos de emergecircncia existe deficiecircncia da padronizaccedilatildeo das condutas para a Enfermagem e para os estudos para construccedilatildeo de protocolos assistenciais Portanto este estudo propocircs a aplicaccedilatildeo de um protocolo para avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica no Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco (SACR) do Serviccedilo de Emergecircncia de um Hospital Universitaacuterio do Sul do paiacutes que natildeo conta com protocolos especiacuteficos de Enfermagem Optou-se por um protocolo desenvolvido e utilizado em um serviccedilo de excelecircncia do paiacutes o Hospital Israelita Albert Einstein de Satildeo PauloSP Trata-se de uma pesquisa qualitativa do tipo transversal prospectiva e descritiva O desenvolvimento deste estudo foi norteado por duas vertentes essenciais o reconhecimento do perfil do paciente com dor toraacutecica atendido no serviccedilo e a identificaccedilatildeo da avaliaccedilatildeo do protocolo sugerido pelos enfermeiros do SACR Os dados encontrados demonstraram uma demanda de pacientes com dor toraacutecica expressivamente feminina (657) caracterizando a baixa procura masculina pelos serviccedilos de sauacutede A maioria dos casos pouco-urgentes (66) contra (45) emergentes Sobressai a classificaccedilatildeo dos enfermeiros estipulando emergente

em 507 das classificaccedilotildees e pouco-urgente em 224 o que reflete uma valorizaccedilatildeo da dor toraacutecica por parte dos profissionais ao utilizar o protocolo Verificou-se a expressiva incidecircncia dos fatores de risco para o IAM associados agrave dor toraacutecica 478 dos pacientes satildeo hipertensos e 269 deles possuem histoacuteria familiar de Doenccedila Arterial Coronariana Quanto agrave avaliaccedilatildeo do protocolo realizada pelos enfermeiros os dados obtidos datildeo conta de que haacute um consenso entre os enfermeiros de que o protocolo sugerido prioriza o atendimento agrave Siacutendrome Coronariana Aguda identifica melhor o tipo de dor conferindo respaldo para a sua praacutetica e sendo considerado uacutetil e aplicaacutevel ao serviccedilo O estudo possibilitou reconhecer que o protocolo sugerido estaacute em consonacircncia com a realidade da atuaccedilatildeo dos enfermeiros na classificaccedilatildeo de risco que utilizam atualmente um instrumento generalista natildeo direcionado agrave Enfermagem Desse modo seraacute apresentado agrave Diretoria de Enfermagem do HU para possiacutevel institucionalizaccedilatildeo Descritores Dor Toraacutecica Siacutendrome Coronariana Aguda Enfermagem em Emergecircncia Classificaccedilatildeo de Risco Protocolos

VIEIRA AC Implementation and Evaluation of a Nursing Protocol for Chest Pain in a Hospital Emergency Service 2014 151p Dissertation (Master) Multidisciplinary Masters Programme in Health Federal University of Santa Catarina Florianoacutepolis 2014 Advisor Dr Katia Cyllene Godinho Bertoncello

ABSTRACT

The evaluation of chest pain is a complex and frequent assignment of nurses in hospital emergency departments In Brazil cardiovascular diseases worldwide incidence reflection of the leading causes of death Chest pain is regarded as a primary symptom for Acute Coronary Syndrome therefore a concern of health professionals and patients Despite the scale of the complaints of chest pain in emergency departments deficiency of the standardization of approaches for Nursing and studies for construction of care protocols Therefore this study proposed the implementation of a protocol for evaluation of chest pain in Home Service with Risk Rating ( SACR ) of the Emergency Department of a University Hospital in the South which has no specific protocols of Nursing We opted for a protocol developed and used in service excellence in the country the Albert Einstein Jewish Hospital in Satildeo Paulo SP This is a qualitative research cross-sectional prospective and descriptive The development of this study was guided by two main components the recognition profile of the patient with chest pain attended the service and the identification of the evaluation of the protocol suggested by the nurses SACR The data obtained showed a demand for female patients with chest pain significantly (657 ) featuring low male demand for health services Most bit - urgent cases (66 ) versus (45 ) emerging stands out the classification of nurses stating emerging in 507 of ratings and little - urgent in 224 which reflects an appreciation of pain chest by professionals when using the protocol There was a significant incidence of risk factors for AMI associated with chest pain 478 of patients were hypertensive and 269 of them have a family history of coronary artery disease Regarding the evaluation of the protocol

performed by nurses data obtained realize that there is a consensus among nurses suggested that the protocol prioritizes compliance with Acute Coronary Syndrome identifies the best kind of pain giving support to your practice and being considered useful and applicable to the service This study enabled us to recognize that the suggested protocol is in line with the reality of action by nurses in risk rating which currently use a general tool not directed to Nursing Thus it will be presented to the Board of Nursing HU for possible institutionalization Keywords Chest Pain Acute Coronary Syndrome Emergency Nursing Risk Rating Protocols

LISTA DE ABREVIATURAS

APS Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede AVC Acidente Vascular Cerebral DAC Doenccedila Arterial Coroniana HIAE Hospital Israelita Albert Einstein HU Hospital Universitaacuterio IAM Infarto Agudo do Miocaacuterdio SCA Siacutendrome Coronariana Aguda SEA Serviccedilo de Emergecircncia Adulto SACR Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco SEI Serviccedilo de Emergecircncia Interna UFSC Universidade Federal de Santa Catarina

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Sistema operacional Sestatnet para caacutelculo da amostra 54

Figura 2 - Distribuiccedilatildeo percentual da Classificaccedilatildeo de Risco dos

pacientes que procuraram o SEA do HUUFSC de acordo com o

protocolo proposto (Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de

Enfermagem do HIAE) Florianoacutepolis-SC 2014 76

Figura 3 - Distribuiccedilatildeo percentual dos diagnoacutesticos meacutedicos

encontrados na Classificaccedilatildeo dos pacientes com dor toraacutecica

Florianoacutepolis-SC 2014 79

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Nordm de pacientes atendidos anualmente no SEA do HU

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Caracterizaccedilatildeo dos pacientes com queixa de dor

toraacutecica que procuraram o Serviccedilo de Emergecircncia do HUUFSC

ndash Florianoacutepolis ndash SC 2013-2014 69

Tabela 2 - Distribuiccedilatildeo da avaliaccedilatildeo da Utilizaccedilatildeo do Protocolo

Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem do HIAE

FlorianoacutepolisndashSC 2014 94

Tabela 3 - Distribuiccedilatildeo da avaliaccedilatildeo das vantagens eou

desvantagens em utilizar o protocolo Fluxograma de Triagem

Cardioloacutegica de Enfermagem do HIAE FlorianoacutepolisndashSC2014 98

Tabela 4 - Distribuiccedilatildeo da avaliaccedilatildeo da estrutura formato e

fluxos de encaminhamentos contidos no Protocolo Fluxograma

de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem do HIAE Florianoacutepolisndash

SC 2014 99

Tabela 5 - Distribuiccedilatildeo da avaliaccedilatildeo da diferenccedila em utilizar o

Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem e do

Protocolo Institucional Adaptado de Manchester 102

Tabela 6 - Distribuiccedilatildeo da avaliaccedilatildeo da aplicabilidade do

protocolo ao serviccedilo Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de

Enfermagem ao acolhimento da emergecircncia FlorianoacutepolisndashSC

2014 103

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 21

2 OBJETIVOS 27

21 Objetivo Geral 27

22 Objetivos Especiacuteficos 27

3 REVISAtildeO DE LITERATURA 29

31 MANUSCRITO 1 ATUACcedilAtildeO DO ENFERMEIRO FRENTE AO PACIENTE COM DOR TORAacuteCICA NOS SERVICcedilOS DE EMERGEcircNCIA HOSPITALAR uma revisatildeo integrativa da literatura 31

4 METODOLOGIA 49

41 TIPO DE PESQUISA 49

42 LOCAL DA PESQUISA 49

43 POPULACcedilAtildeO DO ESTUDO E AMOSTRA 52

44 COLETA DE DADOS 54

45 ETAPAS DA PESQUISA 55

46 CONSIDERACcedilOtildeES EacuteTICAS 57

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 59

51 MANUSCRITO 2 - O PERFIL DO PACIENTE COM DOR TORAacuteCICA DO SERVICcedilO DE EMERGEcircNCIA ADULTO DE UM HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO DO SUL DO BRASIL 61

52 A AVALIACcedilAtildeO DOS ENFERMEIROS DE UM SERVICcedilO DE EMERGEcircNCIA HOSPITALAR SOBRE A UTILIZACcedilAtildeO DE UM PROTOCOLO PARA A DOR TORAacuteCICA VALIDADO EM UM SERVICcedilO DE REFEREcircNCIA 89

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 109

REFEREcircNCIAS 113

APENDICES 123

APENDICE A - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (GRUPO 01) 125

APENDICE B - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (GRUPO 02) 127

APEcircNDICE C ndash ROTEIRO DE ENTREVISTA SEMI-ESTRUTURADO 131

APEcircNDICE D ndash ENTREVISTA COM OS ENFERMEIROS 133

ANEXOS 145

ANEXO A - INSTRUMENTO ADAPTADO DO PROTOCOLO DE MANCHESTER 147

ANEXO B - FLUXOGRAMA DE TRIAGEM CARDIOLOacuteGICA DE ENFERMAGEM 151

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1 INTRODUCcedilAtildeO

A avaliaccedilatildeo da dor segue como um desafio aos profissionais de sauacutede nos serviccedilos de emergecircncia hospitalar devido agrave subjetividade e dificuldades em sua mensuraccedilatildeo De acordo com a Associaccedilatildeo Internacional para o Estudo da Dor a dor eacute definida como ldquoexperiecircncia sensorial e emocional desagradaacutevel associada a um dano real ou potencial dos tecidos ou descrita em termos de tal dano Sempre eacute subjetiva e cada indiviacuteduo aprende a utilizar este termo por meio de suas experiecircnciasrdquo (MERSKEY et al 1979 p249) Apesar de sua subjetividade avaliar a dor configura-se em uma tarefa essencial ao trabalho da Enfermagem agrave medida que eacute um sintoma importante para a investigaccedilatildeo do quadro cliacutenico do paciente Para que natildeo haja subtratamento da dor eacute necessaacuterio ao enfermeiro dispensar especial atenccedilatildeo uma vez que o ato de medir o fenocircmeno aacutelgico requer observaccedilatildeo escuta atenta e sobretudo acreditar na queixa dolorosa que o paciente refere (MORAIS et al 2009)

Com o objetivo de conferir maior relevacircncia agrave avaliaccedilatildeo da dor e consequentemente conscientizaccedilatildeo da importacircncia desta atribuiccedilatildeo por parte dos profissionais de sauacutede a Sociedade Americana da Dor a cita pela primeira vez como 5ordm sinal em vital (AMERICAN PAIN SOCIETY 1999) No entanto a sensaccedilatildeo dolorosa embora seja um indicativo de alteraccedilotildees e distuacuterbios fiacutesicos ou psicoloacutegicos ainda natildeo eacute considerada uma prioridade quando comparada a outros sinais vitais visto que por sua relaccedilatildeo com a subjetividade haacute uma tendecircncia em muitas vezes ser desacreditada ou desvalorizada por profissionais de sauacutede (SOCIEDADE BRASILEIRA PARA O ESTUDO DA DOR 2013)

A avaliaccedilatildeo da dor juntamente com os sinais vitais e o registro sistemaacutetico e perioacutedico de sua intensidade eacute fundamental para que se acompanhe a evoluccedilatildeo dos pacientes e se realize os

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ajustes necessaacuterios ao tratamento (SOCIEDADE BRASILEIRA PARA O ESTUDO DA DOR 2013)

Reafirmando a necessidade de considerar a dor como prioridade no tratamento estudos revelam que a maioria dos pacientes que procuram os serviccedilos de emergecircncia refere algum tipo de dor Neste sentido a sua avaliaccedilatildeo correta durante o acolhimento eacute essencial para uma classificaccedilatildeo na prioridade adequada Referente agrave subjetividade da dor os aspectos culturais de expressatildeo verbal expressotildees corporais e alteraccedilotildees de comportamento devem ser considerados (GRUPO BRASILEIRO DE CLASSIFICACcedilAtildeO DE RISCO 2010)

Dentre os diversos tipos de dor encontra-se a dor toraacutecica um sintoma que pode ser desencadeado por um amplo espectro de afecccedilotildees Na vigecircncia deste tipo de dor faz-se relaccedilatildeo imediata com a causa cardioloacutegica por ser sinal especiacutefico claacutessico para a Siacutendrome Coronariana Aguda (SCA) Em contraponto autores elencaram na literatura que metade dos pacientes com dor toraacutecica natildeo tem causa cardiacuteaca para seus sintomas ocorrendo portanto muitas abordagens inadequadas para sua avaliaccedilatildeo principalmente em unidades de emergecircncia (RIOS et al 2010)

Embora a causa cardiacuteaca natildeo seja a mais incidente na decorrecircncia de dor toraacutecica haacute que ser considerada no atendimento do enfermeiro ao paciente com esta queixa visando o tempo-ouro do atendimento em caso de isquemia miocaacuterdica Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia nestes casos o tempo decorrente entre a chegada do paciente ao serviccedilo de emergecircncia ateacute a realizaccedilatildeo do eletrocardiograma natildeo deve exceder a 10 minutos (PIEGAS et al 2009) Nota-se portanto a importacircncia de uma avaliaccedilatildeo raacutepida e precisa na classificaccedilatildeo de risco realizada pelo enfermeiro

Embora exista elevada prevalecircncia da dor toraacutecica nos serviccedilos de emergecircncia a padronizaccedilatildeo no atendimento a estes pacientes ainda eacute deficiente o que pode resultar em atraso na instituiccedilatildeo da medida terapecircutica adequada em casos cliacutenicos graves (FARIAS MOREIRA 2012) A abordagem do paciente com queixas de dor toraacutecica nos serviccedilos de emergecircncia eacute uma

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preocupaccedilatildeo das disciplinas da aacuterea da sauacutede e permanece em discussatildeo segundo referem Rios et al (2010)

Para os autores a reduccedilatildeo dos eventos coronarianos ocorre quando a SCA eacute tratada de acordo com evidecircncias de eficaacutecia comprovada e o uso de protocolos surge como um instrumento de otimizaccedilatildeo da qualidade de atendimento (FARIAS MOREIRA 2012)

Em um Hospital Universitaacuterio (HU) do sul do Brasil onde foi desenvolvido este estudo especificamente no Serviccedilo de Emergecircncia Adulto (SEA) natildeo haacute protocolos para a maioria das injuacuterias que surgem no quotidiano de trabalho da equipe de Enfermagem Esta fragilidade vem a justificar o interesse desta pesquisa em sugerir a aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de um protocolo especiacutefico para a dor toraacutecica para o embasamento da praacutetica profissional dos enfermeiros Trata-se de um protocolo desenvolvido e utilizado em um centro de referecircncia do paiacutes ldquoO Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagemrdquo do Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE) de Satildeo PauloSP Este protocolo foi elaborado em 2010 e atualizado em 2012 por um meacutedico cardiologista do HIAE Luciano Forlenza embora seja direcionado ao Serviccedilo de Enfermagem Ao conhecer este e demais estudos em desenvolvimento nos grandes centros com atendimento em unidades de Emergecircncia como os hospitais da regiatildeo sudeste centro-oeste e sul onde a grande maioria jaacute possui protocolos de avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica eacute que a proposta deste projeto tomou fundamentos para seu desenvolvimento

Durante minha praacutetica profissional em dois anos enquanto enfermeira residente no SEA do HU em observaccedilatildeo empiacuterica em serviccedilo princiacutepio dos Programas de Residecircncia Multiprofissionais vivenciei a necessidade de um instrumento cientiacutefico para assegurar as accedilotildees de Enfermagem para a Classificaccedilatildeo de Risco durante o Acolhimento dos pacientes atendidos O Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco (SACR) do HU foi implantado em agosto de 2011 Utilizando-se a tiacutetulo de fundamento nas classificaccedilotildees um instrumento adaptado do Protocolo de Triagem de Manchester (MACKAWAY-JONES 1997) desenvolvido pela proacutepria instituiccedilatildeo No entanto

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este instrumento natildeo se torna satisfatoacuterio para estratificar o risco das condiccedilotildees cliacutenicas em geral tampouco em casos de dor toraacutecica agrave medida que natildeo haacute especificidade e detalhamento da sintomatologia e sinais cliacutenicos de gravidade Ainda natildeo houve desde o iniacutecio da implantaccedilatildeo do SACR quaisquer avaliaccedilotildees da precisatildeo e da acuraacutecia das classificaccedilotildees bem como sustentaccedilatildeo dos seus niacuteveis de evidecircncia

Enquanto enfermeira residente vislumbrei a essencialidade do conhecimento e a correta avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica considerando tambeacutem que a principal causa de morte no Brasil e no mundo durante deacutecadas e prevalecendo ainda na atualidade satildeo as doenccedilas do aparelho circulatoacuterio E dentre estas o Infarto Agudo do Miocaacuterdio (IAM) eacute apontado como segundo lugar no ranking das afecccedilotildees (BRASIL 2008)

Embora natildeo se trate de um serviccedilo com especialidade em cardiologia o SEA do HU atende a uma populaccedilatildeo consideraacutevel de pacientes que procuram a instituiccedilatildeo referindo a dor toraacutecica Foi possiacutevel comprovar esta demanda quando finalizei a primeira pesquisa sobre o perfil do paciente com dor toraacutecica no Trabalho de Conclusatildeo de Curso do Programa de Residecircncia onde verifiquei que cerca de 880 pacientes anualmente procuram o HU relatando dor toraacutecica como queixa principal e motivo de procura pelo serviccedilo acarretando em que esta seja considerada a quinta principal queixa atendida na unidade

Eacute necessaacuterio que a instituiccedilatildeo e a equipe de meacutedicos e enfermeiros estejam treinadas e equipadas com uma ferramenta que os auxilie no manejo dos pacientes acometidos com dor toraacutecica sistematizando o cuidado e tornando-o mais organizado O enfermeiro que atua nesse setor deve ter conhecimento cientiacutefico e tomar decisotildees raacutepidas e concretas reconhecendo situaccedilotildees que oferecem riscos aos pacientes ter familiaridade com a SCA Dessa forma a utilizaccedilatildeo de protocolos eacute fundamental na otimizaccedilatildeo do atendimento controle dos fatores de riscos cardiovasculares para a melhoria da qualidade de vida e aumento da sobrevida dessas pessoas (FERREIRA MADEIRA 2011)

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Partindo do protocolo de Enfermagem para avaliaccedilatildeo de dor toraacutecica utilizado no Hospital Israelita Albert Einstein considerado um centro de referecircncia acredita-se que este estudo seraacute congruente com as necessidades do SACR do HU uma vez que os protocolos satildeo gerados a partir da identificaccedilatildeo de fragilidades do serviccedilo

Para desenvolver este estudo partir-se-aacute da seguinte questatildeo norteadora Qual o perfil do paciente com queixa de dor toraacutecica do Serviccedilo de Emergecircncia Adulto do HU E qual a avaliaccedilatildeo dos enfermeiros do serviccedilo ao utilizar um protocolo de Enfermagem especiacutefico para a dor toraacutecica durante a Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes com esta queixa

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2 OBJETIVOS

21 OBJETIVO GERAL

Avaliar a utilizaccedilatildeo do Protocolo ldquoFluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagemrdquo para a Praacutetica de Enfermagem durante a Classificaccedilatildeo de Risco no Serviccedilo de Emergecircncia Adulto de um Hospital Universitaacuterio do Sul do Paiacutes

22 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

- Identificar e avaliar o perfil dos pacientes atendidos com dor toraacutecica no SACR do Serviccedilo de Emergecircncia Adulto de um Hospital Universitaacuterio do Sul do Paiacutes

- Aplicar e avaliar a utilizaccedilatildeo do protocolo ldquoFluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagemrdquo do HIAE no SACR do Serviccedilo de Emergecircncia do HU

- Analisar a viabilidade da utilizaccedilatildeo do Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem do HIAE para a Emergecircncia Adulto do HU

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3 REVISAtildeO DE LITERATURA

A revisatildeo de literatura deste estudo seraacute apresentada em forma de manuscrito Mediante apresentaccedilatildeo deste trabalho em banca examinadora e devida aprovaccedilatildeo o manuscrito seraacute submetido agraves devidas correccedilotildees e enviado posteriormente para publicaccedilatildeo em perioacutedico indexado

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31 MANUSCRITO 1 ATUACcedilAtildeO DO ENFERMEIRO FRENTE AO PACIENTE COM DOR TORAacuteCICA NOS SERVICcedilOS DE EMERGEcircNCIA HOSPITALAR UMA REVISAtildeO INTEGRATIVA DA LITERATURA

Resumo A dor toraacutecica eacute uma das queixas mais frequumlentes referidas pelos pacientes no serviccedilo de emergecircncia hospitalar no Brasil Esta sintomatologia pode ser indicativo de diversas alteraccedilotildees fiacutesicas eou psicoloacutegicas desde uma crise de ansiedade ateacute o infarto agudo do miocaacuterdio Assim o enfermeiro que atua no serviccedilo de emergecircncia precisa ser capacitado a fim de conhecer as diversas etiologias que podem incorrer em dor toraacutecica e apto a reconhecer um possiacutevel sinal de gravidade Este estudo eacute uma revisatildeo integrativa de literatura que objetivou reunir estudos sobre a assistecircncia de Enfermagem ao paciente com dor toraacutecica no serviccedilo de emergecircncia hospitalar no periacuteodo de 2002 a 2014 Pesquisou-se em bases de dados eletrocircnicas nas diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia e nos acervos da Biblioteca do Ministeacuterio da Sauacutede (Brasil) Foram eleitos e submetidos agrave anaacutelise 30 estudos As categorias que emergiram foram Entendendo a Dor Toraacutecica Causas e Epidemiologia da Dor Toraacutecica Avaliaccedilatildeo da Dor Toraacutecica o uso de Protocolos Assistenciais Nos artigos analisados houve a citaccedilatildeo predominante da avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica enquanto desafio para o enfermeiro Devido agrave multicausalidade de fatores que podem a desencadear duacutevidas na classificaccedilatildeo da dor podem ocorrer O uso de protocolos surge como uma ferramenta de tecnologia em sauacutede com o objetivo de embasar cientificamente as praacuteticas do enfermeiro Palavra-chave Dor Toraacutecica Siacutendrome Coronariana Aguda Enfermagem em Emergecircncia Assistecircncia de Enfermagem

Abstract This study aimed to investigate the scientific assistance from nurse about the patient complaining of chest pain in hospital emergency departments Identify which aspects are graded Brazilian studies about nursing care to the patient with chest pain in hospital emergency servicesThis is a literature

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review conducted by research in electronic databases of Latin American Caribbean Health Sciences (LILACS) and the Medical Literature Retrieval System Online (MEDLINE) This study included national publications in the period 2002-2012 as well as guidelines of the Brazilian Society of Cardiology and the Treaty of Medical-Surgical Nursing as complementary Were selected and analyzed 16 studies the categories listed from this analysis causes of chest pain chest pain understanding treatment and evaluation of chest pain Articles were analyzed citation predominant evaluation of chest pain as a challenge for nurses Due to the multi-causality of factors that can trigger doubts in pain score may occur Given the above the use of protocols becomes a tool of health technology in order to scientifically support the practices of nurses Keywords Chest Pain Acute Coronary Syndrome Emergency Nursing Introduccedilatildeo

A dor toraacutecica eacute uma queixa frequente nos serviccedilos de

emergecircncia com base nos atendimentos anuais por dor toraacutecica nos EUA estima-se que aconteccedilam aproximadamente quatro milhotildees de atendimentos por dor toraacutecica ao ano no Brasil Considerando a mesma relaccedilatildeo entre estes paiacuteses nos EUA 5 a 15 dos pacientes que referem dor toraacutecica confirmam diagnoacutestico de Infarto Agudo do Miocaacuterdio calculando-se um quantitativo de 400 mil casos ao ano no Brasil (BASSAN 2002)

Este sintoma pode ser multicausal neste sentido pode ser indiacutecio de alteraccedilotildeesdistuacuterbios fiacutesicos ou psicoloacutegicos desde siacutendrome coronaacuteria aguda (SCA) uma simples contratura muscular ou ateacute mesmo siacutendrome do pacircnico Apesar da causa cardiovascular natildeo ser a mais incidente na decorrecircncia de dor toraacutecica eacute a mais temida devido agrave alta taxa mundial de mortalidade por doenccedilas cardiovasculares (ARAUacuteJO MARQUES 2007)

No Brasil as doenccedilascardiovasculares a reflexo da incidecircncia mundial constituem a principal causa de morte Especificamente em caso de dor toraacutecica sintoma claacutessico de

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doenccedila cardiovascular a padronizaccedilatildeo das medidas baseadas em evidecircncias cientiacuteficas previne desacertos na estratificaccedilatildeo de risco e promovem qualidade do atendimento de Enfermagem reduzindo a ocorrecircncia de danos irreversiacuteveis ao miocaacuterdio (BRASIL 2005) As pesquisas em qualidade do cuidado agrave sauacutede visam reduzir a distacircncia entre o ideal e o praticado nestes casos (ROCHA et al2010) A avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica por parte dos profissionais de sauacutede em geral eacute uma tarefa complexa apesar da elevada demanda de pacientes com dor toraacutecica nos serviccedilos de emergecircncia hospitalar a padronizaccedilatildeo da conduta ainda eacute deficiente o que pode gerar atraso no atendimento (FARIAS MOREIRA 2012) Desenvolvimento

Metodologia

A revisatildeo integrativa da literatura eacute um meacutetodo de estudo

que possibilita reunir e representar as evidecircncias cientiacuteficas acerca de um tema investigado para a melhoria da praacutetica cliacutenica (POMPEO ROSSI GALVAtildeO 2009) Permite averiguar na literatura estudos de diferentes abordagens sobre um determinado assunto reunindo-os e sintetizando-os a fim de obter-se uma conclusatildeo relevante para problemas idecircnticos (POMPEO ROSSI GALVAtildeO 2009) As fases metodoloacutegicas desta pesquisa foram identificaccedilatildeo do tema e da questatildeo de pesquisa busca na literatura categorizaccedilatildeo dos estudos anaacutelise dos estudos da revisatildeo integrativa interpretaccedilatildeo dos resultados siacutentese do conhecimento evidenciado nos artigos pesquisados O levantamento da literatura foi realizado em um recorte temporal de 12 anos no periacuteodo de 2002 a fevereiro de 2014 com o propoacutesito de obter estudos atualizados que abrangessem um nuacutemero consideraacutevel de informaccedilotildees do tema abordado para o embasamento da dissertaccedilatildeo de uma das autoras do artigo A pesquisa em base de dados ocorreu de junho de 2013 a janeiro de 2014

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Para a investigaccedilatildeo da produccedilatildeo cientiacutefica realizou-se uma busca de artigos nas seguintes bases de dados eletrocircnicas Literatura Latino-Americana do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) Medical Literature na Retrieval System On Line (MEDLINE) e Scientific Electronic Library Online (Scielo) Aleacutem das fontes de busca utilizaram-se tambeacutem diretrizes elaboradas pela Sociedade Brasileira de Cardiologia pesquisa virtual de documentos nos acervos da Biblioteca do Ministeacuterio da Sauacutede (Brasil) Para acesso a MEDLINE utilizou-se o portal Pub-Med para acesso agrave LILACS utilizou-se a Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS)

Optou-se pela seguinte estrateacutegia de busca organizaccedilatildeo de descritores para a busca eletrocircnica segundo a diferenciaccedilatildeo entre as bases de dados combinaccedilatildeo de quatro termos de busca (Descritores em Ciecircncias da Sauacutede ndash DeCSMeSH dor no peito siacutendrome coronariana aguda Enfermagem em emergecircncia e assistecircncia de Enfermagem) combinaccedilatildeo de termos boolianos (and or not or not)

Os criteacuterios de inclusatildeo para a seleccedilatildeo dos artigos da pesquisa foram artigos de pesquisa qualitativas e quantitativas sobre o tema estudos que apresentaram os descritores selecionados artigos publicados em portuguecircs artigos publicados na iacutentegra em perioacutedicos ou anais de eventos revisatildeo de literatura relatos de experiecircncia reflexatildeo teoacuterica publicados em perioacutedicos de bases de dados artigos publicados e indexados nas bases de dados Foram excluiacutedos publicaccedilotildees de trabalhos duplicados editoriais resumos em perioacutedicos ou anais de eventos materiais publicados em outros idiomas aleacutem de portuguecircs inglecircs e espanhol

Os artigos foram selecionados de acordo com a pertinecircncia na coleta de dados Inicialmente foi realizada leitura dos resumos identificando a sua relevacircncia para o objetivo do estudo Os materiais considerados vaacutelidos para o estudo foram organizados por completo em uma planilha do programa Excel for Windows conforme suas principais informaccedilotildees tiacutetulo autores ano de publicaccedilatildeo tipo de trabalho objetivos meacutetodos resultados e conclusotildees Cada estudo foi alistado numericamente aleacutem de lido de forma minuciosa Os dados obtidos foram analisados de

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modo a compor uma categorizaccedilatildeo por linhas de convergecircncia posteriormente sintetizados a fim de possibilitar o conhecimento da literatura sobre o tema abordado Entendendo a dor toraacutecica

A dor aguda eacute responsaacutevel por mais de dois terccedilos das

procuras aos serviccedilos de emergecircncia (IASP 2011) ldquoPossui iniacutecio suacutebito e estaacute relacionada a distuacuterbios traumaacuteticos infecciosos ou inflamatoacuterios Tende a desaparecer apoacutes cura da lesatildeo ou resposta a medicamentosrdquo (INCA 2001 p17) McCaffery e Pasero Dal Ponte et al(2008) colocam que ldquoa dor eacute uma queixa frequente que leva os pacientes agrave procura de um pronto socorro poreacutem muitas vezes este sintoma natildeo eacute bem abordado pela equipe de sauacutede que atua nos serviccedilos de emergecircnciardquo

Apesar da temaacutetica da dor natildeo ser tatildeo discutida quanto agrave sua relevacircncia o sintoma aacutelgico eacute um achado cliacutenico importante para a investigaccedilatildeo do distuacuterbio apresentado Estudos revelam por exemplo que a Siacutendrome Coronariana Aguda termo utilizado quando existe evidecircncia de isquemia miocaacuterdica ou infarto eacute responsaacutevel por 12 a 15 dos casos de dor toraacutecica nos serviccedilos de Emergecircncia nos EUA (MILLER GRANDER 2014)

Embora a sintomatologia dos pacientes com isquemia miocaacuterdica possa ser muito variaacutevel 75 a 85 dos pacientes nesta condiccedilatildeo apresentam dor toraacutecica como sintoma predominante (PIEGAS et al 2009) Por esta razatildeo em decorrecircncia desta dor geralmente o paciente e sua famiacutelia vivenciam uma seacuterie de sentimentos como anguacutestia e medo da morte pela relaccedilatildeo social desta dor com a gravidade Ao enfrentar um IAM cada paciente poderaacute reagir de uma forma distinta em virtude do sexo idade crenccedila cultura papel familiar fatores psicoloacutegicos e ateacute mesmo o ambiente (SANTOS ARAUacuteJO 2003)

Entender o significado da doenccedila para o paciente eacute de grande relevacircncia para o cuidado da Enfermagem visto que a falta de conhecimentos sobre os possiacuteveis sentimentos do

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paciente proporcionam um cuidado empiacuterico que pode dificultar o estabelecimento de paracircmetros e dimensotildees para a assistecircncia qualificada O IAM pode desencadear sofrimento aleacutem de fiacutesico o emocional vinculado ao referido medo da morte e da invalidez O estresse gerado por estes sentimentos pode aumentar a demanda de oxigecircnio e comprometer o quadro cliacutenico instalado confirmando a necessidade do conhecimento das possiacuteveis sensaccedilotildees do paciente por parte do enfermeiro (SANTOS ARAUacuteJO 2003)

Sabe-se que os pacientes que procuram atendimento nos serviccedilos de emergecircncia com dor toraacutecica podem ou natildeo estar passando por processo patoloacutegico A intensidade dos sintomas causa apreensatildeo e questionamentos que levam a buscar o entendimento da situaccedilatildeo Os enfermeiros satildeo profissionais responsaacuteveis por atendimento nos aspectos teacutecnicos da condiccedilatildeo cliacutenica mas tambeacutem deve atender as necessidades psicoloacutegicas e espirituais aliviando os seus temores que poderatildeo por si agravar o quadro cliacutenico (ARAUacuteJO MARQUES 2007)

As pessoas com dor toraacutecica isquecircmica satildeo em geral responsaacuteveis por uma famiacutelia como fonte de apoio psico-emocional e financeiro tendo papel fundamental Por esta razatildeo a preocupaccedilatildeo com os familiares eacute imediata o que tambeacutem pode ocasionar aumento do consumo de oxigecircnio e a dor pode estender a aacuterea infartada e acarretar maiores complicaccedilotildees O conhecimento desta condiccedilatildeo sobre os significados da dor para o paciente eacute de extrema importacircncia para toda equipe de sauacutede que atua na sala de emergecircncia O conhecimento sobre os significados da dor para o paciente eacute condicionante para o cuidado de Enfermagem eficaz Estrateacutegias para a amenizaccedilatildeo destes sentimentos deveratildeo fazer parte de estudos futuros evitando assim que estes sentimentos influenciem ainda mais o quadro cliacutenico do paciente (ARAUacuteJO MARQUES 2007)

Outros autores corroboram com a necessidade do reconhecimento do temor do paciente em relaccedilatildeo agrave possiacutevel gravidade do seu caso em decorrecircncia da dor toraacutecica O temor da populaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao Infarto Agudo do Miocaacuterdio eacute relacionado ao seu conhecimento como doenccedila grave de

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evoluccedilatildeo lenta e imprevisiacutevel podendo manter-se estaacutevel por tempo prolongado ou ateacute mesmo evoluir de forma suacutebita estando associada agrave ameaccedila de morte Informaccedilotildees estas veiculadas nos meios de comunicaccedilatildeo de massa informando acerca dos agravos Alguns conceitos por vezes repassados erroneamente natildeo esclarecedores de forma clara e concreta a ocorrecircncia do infarto gerando alarde medo apreensatildeo e conflitos de informaccedilotildees (SANTOS ARAUacuteJO 2003) Causas e Epidemiologia da dor toraacutecica

A dor toraacutecica pode surgir como resultado de diversas

afecccedilotildees distintas entre causa cardiacuteaca com Infarto Agudo do Miocaacuterdio Angina Instaacutevel ou Pericardite vascular com Dissecccedilatildeo Aoacutertica Embolismo Pulmonar pulmonar com Pneumonia Pneumotoacuterax espontacircneo gastrintestinal com Refluxo Esofaacutegico Uacutelcera Peacuteptica Pancreatite musculoesqueleacutetico com Costocondrite simples Contratura Muscular psicoloacutegico com Siacutendrome do Pacircnico ou Ansiedade (ORTIZ et al 2010) Miller and Granger (2014) tambeacutem discorrem sobre o assunto ao afirmar que as etiologias potenciais de desencadearem uma dor toraacutecica aleacutem das doenccedilas do coraccedilatildeo satildeo dissecccedilatildeo de aorta pulmotildees esocircfago estocircmago mediastino pleura e viacutesceras abdominais Por essa razatildeo apenas da causa cardioloacutegica ser a mais temida em vigecircncia da dor toraacutecica natildeo descarta a importacircncia do enfermeiro considerar outras causas Nasi et al (2005) salienta que durante esta avaliaccedilatildeo o enfermeiro deve considerar outras causas potencialmente fatais como dissecccedilatildeo de aorta pericardite embolia pulmonar (NASI et al 2005)

A principal suspeita diagnoacutestica nos casos de dor toraacutecica eacute a causa cardiovascular principalmente pelo seu grau elevado de morbidade e teoricamente pelo iniacutecio abrupto com baixa relaccedilatildeo entre o iniacutecio dos sintomas e oacutebito quando natildeo estabelecido atendimento eficaz em tempo haacutebil A maioria dos casos de morte por IAM ocorrem nas primeiras horas do iniacutecio dos sintomas sendo 40 a 65 na primeira hora e

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aproximadamente 80 nas primeiras 24 horas (PIEGAS et al 2009) As doenccedilas que acometem o aparelho circulatoacuterio satildeo apontadas como as principais causas de mortalidade dos brasileiros desde a deacutecada de 80 prevalecendo na atualidade Dentre elas o acidente vascular cerebral (AVC) eacute a principal causa de morte no Brasil seguida pelo infarto agudo do miocaacuterdio (IAM) no qual a dor toraacutecica eacute referida como sintoma especiacutefico claacutessico A taxa de incidecircncia das doenccedilas circulatoacuterias eacute mais prevalente na regiatildeo sudeste (33 dos casos) seguida pela regiatildeo sul (329 dos casos) Particularmente na regiatildeo sul as causas de morte por doenccedilas do aparelho circulatoacuterio ocupam o primeiro lugar das taxas de mortalidade sucedidas pelas neoplasias e as causas externas

(BRASIL 2008) As doenccedilas coronarianas especificamente Angina

Pectoris o Infarto Agudo do Miocaacuterdio as arritmias cardiacuteacas e os distuacuterbios de conduccedilatildeo eleacutetrica tecircm obtido maior preocupaccedilatildeo por parte dos profissionais de sauacutede em decorrecircncia do crescimento numeacuterico dos distuacuterbios cardiacuteacos isquecircmicos (SOUSA et al2008)

Estudos apontam que diversas causas incomuns podem ocorrer Os sofrimentos psiacutequicos podem mimetizar as afecccedilotildees cardiovasculares acarretando sintomas somaacuteticos (ALBUQUERQUE et al 2010) A dor psicogecircnica natildeo tem etiologia orgacircnica portanto geralmente manifesta-se de forma imprecisa e difusa sem sinais e sintomas associados de gravidade cliacutenica Tambeacutem se pode detectar nestes casos sinais de ansiedade e uso abusivo de medicaccedilotildees (PIEGAS et al 2009)

Outra provaacutevel causa de dor toraacutecica nos serviccedilos de emergecircncia hospitalar nem sempre considerado eacute o prolapso da vaacutelvula mitral Nesta condiccedilatildeo a dor eacute de localizaccedilatildeo variaacutevel inicia em repouso e eacute referida como em ldquopontadardquo e sem irradiaccedilotildees O diagnoacutestico eacute cliacutenico por meio de ausculta quando eacute encontrado um clique meso ou telessistoacutelico seguido de um sopro regurgitante mitral eou tricuacutespide (PIEGAS et al 2009)

Quanto agrave incidecircncia da dor toraacutecica no Brasil ainda natildeo haacute dados precisos de atendimentos por dor toraacutecica no entanto

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considera-se calculando a proporccedilatildeo populacional com os EUA que 4 milhotildees de pessoas com dor toraacutecica sejam atendidas ao ano nos serviccedilos de Emergecircncia brasileiros destes 400 mil tem IAM confirmado Nos EUA dos 4 milhotildees com dor toraacutecica 12 milhotildees apresentam IAM (BASSAN et al 2002)

A dor toraacutecica eacute um problema que ocorre diariamente na praacutetica do enfermeiro dos serviccedilos de emergecircncia hospitalares Dos 3 a 6 milhotildees de atendimentos anual nos EUA de 5-10 satildeo por dor toraacutecica Destes 20 a 35 tecircm uma SCA 10-15 apresentam diagnoacutestico de Infarto Agudo do Miocaacuterdio e ainda 2 a 5 destes pacientes satildeo liberados erroneamente sem diagnoacutestico Este grupo apresenta elevada taxa de oacutebito 25 (ORTIZ et al 2010)

De acordo com dados do DATASUS as mortes por doenccedilas do Aparelho circulatoacuterio como a Siacutendrome Coronariana Aguda seguem uma tendecircncia crescente no Brasil Ao analisarmos o periacuteodo de 2005 a 2011 No primeiro ano os nuacutemeros eram de 283927 jaacute no segundo este iacutendice de mortalidade chega a 335213 (BRASIL 2011)

Em contraponto dados do DATASUS estimam que no ano de 2010 ocorreram 99955 mortes por Doenccedila Isquecircmica do Coraccedilatildeo destas 79668 satildeo IAM (BRASIL 2012) Haacute consideraacutevel discordacircncia dos dados em relaccedilatildeo agrave Sociedade Brasileira de Cardioliga que considera existir sub-notificaccedilatildeo dos casos de Infarto Agudo do Miocaacuterdio (IAM) pelo Ministeacuterio da Sauacutede (BASSAN et al 2002)

Em relaccedilatildeo ao Estado de Santa Catarina o DATASUS revela 2340 mortes por IAM somente no ano de 2010 sendo assim considerado o 8ordm estado brasileiro em nuacutemero de mortes por infarto Esses dados reafirmam o quanto significativa eacute a ocorrecircncia desta afecccedilatildeo cardiacuteaca tambeacutem para o estado (BRASIL 2013) No ano de 2011 os dados avanccedilam para 2592 mortes por IAM em Santa Catarina e 82771 no Brasil (BRASIL 2014)

Dentre os fatores de risco para o infarto agudo do miocaacuterdio o enfermeiro deve avaliar a ocorrecircncia de tabagismo diabetes mellitus hipertensatildeo arterial sistecircmica dislipidemia

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doenccedila vascular perifeacuterica idade masculina acima de 45 anos idade feminina acima de 55 anos histoacuterico familiar de doenccedila cardiovascular coronariana (ORTIZ et al 2010) Avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica o uso de protocolos assistenciais

A Classificaccedilatildeo de risco da dor toraacutecica eacute uma praacutetica

assistencial frequumlente dos enfermeiros que atuam em emergecircncia Para a qualidade desta assistecircncia torna-se imperativo ldquosuporte educacional conhecimento e instrumentos tecnoloacutegicos que contribuam para a compreensatildeo da dorrdquo (WATERKEMPER REIBNITZ MONTICELLI 2010 p 335)

Lidar com a dor toraacutecica eacute uma tarefa complexa a niacutevel nacional e internacional pois este sintoma eacute conceituado pela literatura como um problema social e econocircmico mundial devido a sua alta taxa de ocorrecircncia O manejo da dor toraacutecica pelo enfermeiro deve ser guiado por um instrumento vaacutelido que conduza a terapecircutica adequada Para o sucesso desta atribuiccedilatildeo o enfermeiro precisa estar comprometido seguro na sua tomada de decisatildeo (OLIVEIRA SILVA LEITAtildeO 2010) No entanto ainda existe grande dificuldade por parte dos enfermeiros na construccedilatildeo e estudos acerca de protocolos assistenciais principalmente quando se trata de situaccedilotildees agudas como a siacutendrome coronariana aguda (FERNANDES et al 2009)

O Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE) fundado em 1971 eacute um serviccedilo de sauacutede de excelecircncia reconhecido internacionalmente e um dos mais bem conceituados da Ameacuterica Latina Destaca-se pelo atendimento em alta complexidade O complexo hospitalar do HIAE estaacute distribuiacutedo em 8 unidades de atendimento distribuiacutedas pela cidade de Satildeo PauloSP Morumbi Jardins Alphaville Morato Paulista Perdizes Ibirapuera Vila Mariana Paraisoacutepolis e Cidade Jardim Eacute referecircncia no atendimento em Cardiologia Cirurgia Neurologia Oncologia Hematologia Ortopedia e Reumatologia

As diretrizes do HIAE satildeo pautadas em ldquoatendimento humanizado e melhores profissionais cliacutenicos e de assistecircncia com atualizaccedilatildeo contiacutenuardquo Em particular o setor de Cardiologia

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do HIAE alinha atendimento humanizado incorporaccedilatildeo tecnoloacutegica e planejamento estrateacutegico o que possibilita a implementaccedilatildeo de protocolos gerenciados protocolo Gerenciado de IAM protocolo gerenciado de ICC e o protocolo de dor toraacutecica (HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN 2014) O HIAE coloca que utilizar este protocolo para a dor toraacutecica no pronto-socorro oferece uma assistecircncia baseada em evidecircncias que sendo essencial como suporte agrave tomada de decisatildeo auxilia na identificaccedilatildeo de 25 de portadores de SCA que seriam liberados sem tratamento correto Utilizar um protocolo de Enfermagem para avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica natildeo confere somente agilidade na correta classificaccedilatildeo de risco da dor mas tambeacutem respaldo ao enfermeiro

Os aspectos de exclusatildeo de gravidade devem ser antepostos na triagem classificatoacuteria para isso o profissional deveraacute munir-se de coleta de dados exame fiacutesico com histoacuteria cliacutenica direcionada obtendo as caracteriacutesticas dos sintomas com dados como o momento do iniacutecio tempo de duraccedilatildeo qualidade intensidade relaccedilatildeo com o esforccedilo e o repouso e presenccedila de doenccedila coronariana estabelecida (PIEGAS et al 2009) A avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica ou demais sintomas sugestivos de isquemia cardiacuteaca eacute um dos grandes desafios do enfermeiro sobretudo do enfermeiro que atue na Classificaccedilatildeo de Risco que deteacutem a responsabilidade de determinar a gravidade do caso cliacutenica e indicar a trajetoacuteria terapecircutica de cada paciente Apesar de alta demanda de pacientes que referem dor toraacutecica nos serviccedilos de emergecircncia a padronizaccedilatildeo das condutas de Enfermagem a estes pacientes ainda eacute deficiente o que poderaacute gerar atrasos no atendimento (BEZERRA 2011) Estudos apontam que a reduccedilatildeo dos eventos coronarianos ocorre quando a siacutendrome coronariana aguda eacute tratada pelos profissionais de sauacutede inclusive o enfermeiro de acordo com medidas de eficaacutecia comprovada para isso o uso de protocolos eacute um instrumento de tecnologia em sauacutede e otimizaccedilatildeo para a qualidade do atendimento (FARIAS MOREIRA 2012) Eacute necessaacuterio ainda para o sucesso do atendimento que a equipe de meacutedicos e enfermeiros esteja treinada no manejo das

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urgecircncias e emergecircncias cardiovasculares (BASSAN et al 2002) A principal contribuiccedilatildeo do enfermeiro no tratamento dos pacientes com Infarto Agudo do Miocaacuterdio que eacute a identificaccedilatildeo precoce de um possiacutevel infarto e aceleraccedilatildeo do atendimento diminuindo o tempo de sofrimento do muacutesculo cardiacuteaco Apesar dessa atribuiccedilatildeo primordial do enfermeiro existe a necessidade de aprofundar no tema realizando pesquisas que visem a construccedilatildeo de protocolos de condutas de Enfermagem frente ao paciente com dor toraacutecica Percebe-se portanto a necessidade de novas pesquisas referente ao tema para que produza protocolos de atendimento e que seja padronizado para que facilite o a conduccedilatildeo do trabalho da equipe de enfermagem

A conduta do enfermeiro frente ao paciente infartado exige capacitaccedilatildeo e competecircncia teacutecnica e a necessidade de um protocolo da assistecircnciaconduta de enfermagem para o embasamento cientiacutefico e no intuito de sanar frequumlentes duacutevidas (BEZERRA 2011)

Tratar a dor alivia tambeacutem os sintomas de medo e anguacutestia reduzindo o consumo de oxigecircnio pelo muacutesculo cardiacuteaco provocado pela ativaccedilatildeo do sistema nervoso simpaacutetico A analgesia deve ser feita preferencialmente com sulfato de morfina endovenosa Os anti-inflamatoacuterios natildeo esteroides (AINES) natildeo devem ser utilizados na vigecircncia de IAM e se o paciente que apresentar este diagnoacutestico fizer uso crocircnico de AINES o medicamento deve ser suspenso (PIEGAS et al 2009)

O Objetivo do tratamento dos pacientes com dor toraacutecica eacute reduzir o atraso para identificaccedilatildeo de pacientes com siacutendrome coronariana aguda a partir da chegada do paciente em ambiente hospitalar evitar liberaccedilatildeo errocircnea de pacientes com siacutendrome coronariana aguda reduzir os custos hospitalares da avaliaccedilatildeo de pacientes com dor toraacutecica (ORTIZ et al 2010) Para tanto o enfermeiro eacute peccedila fundamental O principal objetivo do tratamento ao paciente com dor toraacutecica sugestiva de isquemia cardiacuteaca eacute instituir a terapecircutica adequada no tempo-ouro para prevenir comprometimentoisquemia miocaacuterdica de grandes proporccedilotildees

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O enfermeiro que atua em emergecircncia necessita ter conhecimento cientiacutefico teacutecnico tomar decisotildees raacutepidas reconhecer situaccedilotildees que oferecem riscos aos pacientes possuir familiaridade com Siacutendrome Coronariana Aguda adequado manejo com medicaccedilotildees viabilizar a execuccedilatildeo de exames Para a sequecircncia correta e precisa destas etapas a utilizaccedilatildeo de protocolos eacute fundamental na otimizaccedilatildeo do atendimento para um aumento da sobrevida dos pacientes com isquemia cardiacuteaca (FERREIA MADEIRA 2011) A padronizaccedilatildeo das condutas de Enfermagem utilizando-se protocolos especiacuteficos para a dor toraacutecica com evidecircncias cientiacuteficas previne condutas incorretas no tratamento e liberaccedilatildeo inapropriada dos pacientes

Conclusatildeo

Esta revisatildeo possibilitou constatar a escassez de estudos

referentes agrave avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica pelo enfermeiro nos serviccedilos de emergecircncia

Apesar da dimensatildeo das queixas de dor toraacutecica nos serviccedilos de emergecircncia existe deficiecircncia da padronizaccedilatildeo das condutas para a Enfermagem Aleacutem disso diante das muacuteltiplas alteraccedilotildees fiacutesicas e ateacute mesmo psicoloacutegicas que podem desencadear a dor toraacutecica uma seacuterie de duacutevidas pode ocorrer portanto a necessidade de um atendimento sistematizado com o uso de protocolos

Na vigecircncia da sensaccedilatildeo dolorosa o paciente percebe-se impotente e vaacuterios questionamentos surgem na tentativa de desvendar a causa desta dor Especificamente na dor toraacutecica estes sentimentos passam a ser exacerbados devido agrave alta incidecircncia mundial de mortalidade por causa cardiovascular

As publicaccedilotildees encontradas reforccedilam que papel do enfermeiro no atendimento ao pacientes com dor toraacutecica eacute essencial e sobretudo da assistecircncia do enfermeiro fundamentada cientificamente No entanto nenhuma apresenta estudos aprofundados sobre o uso de protocolos de enfermagem O que demonstra a necessidade de maiores

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investimentos em pesquisa nesta temaacutetica a fim de aprofundar o conhecimento na aacuterea de Enfermagem

Sugerem-se estudos acerca da construccedilatildeo de protocolos de enfermagem que abordem a assistecircncia frente ao paciente com dor toraacutecica bem como a classificaccedilatildeo da dor toraacutecica pelo enfermeiro nos serviccedilos de emergecircncia

Referecircncias

ALBUQUERQUE PLMM COSTA LB BASTOS BB SILVA JUacuteNIOR GB Dor precordial natildeo usual Relato de Caso Rev Bras Cardiol v23 n2 p200-1 2010 ARAUJO RD MARQUES IR Compreendendo o significado da dor toraacutecica isquecircmica de pacientes admitidos na sala de emergecircncia Rev Bras Enferm v60 n6 2007 BASSAN R PIMENTA L LEAtildeES P TIMERMAN A Sociedade Brasileira de Cardiologia I Diretriz de dor toraacutecica na sala de emergecircncia Definiccedilatildeo de graus de recomendaccedilatildeo e niacuteveis de evidecircncia Arq Bras Cardiol v76 n2 p1-22 2002 BEZERRA AA BEZERRA AA BRASILEIRO ME A conduta de enfermagem frente ao paciente infartado Rev Eletrocircnica Enferm v1 n1 p1-10 2011 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Perfil da mortalidade do Brasileiro Uma anaacutelise da situaccedilatildeo de sauacutede 2008 Disponiacutevel em lthttpportalsaudegovbrportalarquivospdfcoletiva_saude_061008pdfgt Acesso em 15 out 2013 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Instituto Nacional de Cacircncer Cuidados paliativos oncoloacutegicos controle da dor Rio de Janeiro INCA 2001

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_______ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria Executiva do Ministeacuterio da Sauacutede DATASUS 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwdatasusgovbrgt Acesso em15 out 2013 HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN Histoacuterico [2014] Disponiacutevel em lthttpwwweinsteinbrhospitalPaginassobre-o-hospitalaspxgt Acesso em 02 out 2013

INTERNATIONAL ASSOCIATION FOR THE STUDY OF PAIN Princiacutepios do Manejo da Dor nos Departamentos de Emergecircncia para Pacientes com Condiccedilotildees Meacutedicas Dolorosas Agudas 2011 Disponiacutevel em lthttpwwwiasp-painorgAMTemplatecfmSection=Fact_Sheets3ampTemplate=CMContentDisplaycfmampContentID=13141gt Acesso em 05 mar 2014 FARIAS MM MOREIRA DM Impacto de protocolo de dor toraacutecica sobre a adesatildeo agraves diretrizes societaacuterias um ensaio cliacutenico Rev Bras Cardiol v25 n5 p368-76 2012 FERNANDES J C SILVA C O L SOUZA S E M SILVA P R BRASILEIRO M E ARMENDARIS M K Base de Dados para Elaboraccedilatildeo de um Instrumento para Coleta de Dados de Enfermagem na Unidade de Dor Toraacutecica ndash Congresso Brasileiro de Enfermagem 2009 FERREIRA AMC MADEIRA MZA A Dor Toraacutecica na Sala de Emergecircncia uma revisatildeo de literatura Revista Interdisciplinar NOVAFAPI Teresina v4 n1 p50-56 janfevmar 2011 MILLER MD GRANGER CB Evaluation of patients with chest pain at low or intermediate risk for acute coronary syndrome Gordon M Saperia MD FACC 2014 NASI LA et al Rotinas em Pronto Socorro 2ed Porto Alegre Artmed 2005

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OLIVEIRA RM SILVA LMS LEITAtildeO IMTA Anaacutelise dos saberes e praacuteticas de enfermeiras sobre avaliaccedilatildeo da dor no contexto hospitalar Rev enferm UFPE on line v4 n3 p 53-56 julset 2010 ORTIZ M BITTENCOURT M Protocolo de dor toraacutecica UTI cardioloacutegica Curitiba Hospital das Cliacutenicas Universidade Federal do Paranaacute 2010 Disponiacutevel em lthttpptscribdcomgwcabrald49109978-Prot-Dor-Toracicagt Acesso em 15 out 2013 RIOS DFC BRANDAtildeO FB FARIA MNZ ALCANTARA AS SANTOS MIFO Tronboembolismo pulmonar como causa de dor toraacutecica na sala de emergecircncia Rev Meacuted Minas Gerais v20 p465-8 2010 ROCHA ASC ARAUacuteJO MP CARVALHO AF RIBEIRO A MESQUITA ET Evidecircncia de melhora na qualidade do cuidado assistencial no infarto agudo do miocaacuterdio Arq Bras Cardiol v94 n6 2010 PIEGAS LS FEITOSA G MATTOS LA NICOLAU JC ROSSI NETO JM et al Sociedade Brasileira de Cardiologia IV Diretriz da Sociedade Brasileira de Cardiologia sobre Tratamento do Infarto agudo do Miocaacuterdio com Supradesniacutevel do Segmento ST Arq Bras Cardiol v93 n6 p179-264 2009 POMPEO D A ROSSI L A GALVAtildeO CM Revisatildeo Integrativa etapa inicial do processo de validaccedilatildeo de diagnoacutestico de enfermagem Acta paul Enferm Satildeo Paulo v22 n4 2009 SANTOS FLMM ARAUacuteJO TL Vivendo o infarto os significados da doenccedila segundo a perspectiva do paciente Rev Latino Am Enferm v11 n6 p742-8 2003 SOUSA VEC LOPES MVO ROCHA DH PASCOAL LM MONTORIL MH MELO RP Troca de gases prejudicada

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anaacutelise em pacientes com infarto agudo do miocaacuterdio Rev Enferm Rio de Janeiro v16 n4 p545-9 2008 WATERKEMPER R REIBNITZ KS MONTICELLI M Dialogando com enfermeiras sobre a avaliaccedilatildeo da dor oncoloacutegica do paciente sob cuidados paliativos Rev Bras Enferm Brasiacutelia v63 n2 p 334-9 marabr 2010

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4 METODOLOGIA

41 TIPO DE PESQUISA

Optou-se para desenvolver este estudo a pesquisa quantitativa do tipo transversal prospectiva e descritiva De acordo com Gil (2007) as pesquisas quantitativas ldquotecircm como preocupaccedilatildeo central identificar os fatores que determinam ou que contribuem para a ocorrecircncia dos fenocircmenos Este eacute o tipo de pesquisa que mais aprofunda o conhecimento da realidade porque explica a razatildeo o porquecirc das coisas

A pesquisa transversal eacute aquela realizada quando a coleta de dados ocorre em um determinado local e tempo (BORDALO 2006) A pesquisa prospectiva eacute aquela conhecida como aquela realizada em grupo populacional previamente definido e seguido prospectivamente (BORDALO 2006) Com relaccedilatildeo agrave pesquisa descritiva Gil (2007) a descreve como um estudo com a finalidade de descrever as caracteriacutesticas de um determinado grupo como exemplo destas caracteriacutesticas a faixa etaacuteria sexo renda familiar niacutevel de escolaridade dentre outros

42 LOCAL DA PESQUISA

O contexto em que este estudo seraacute desenvolvido eacute o Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco (SACR) do Serviccedilo de Emergecircncia Adulto (SEA) do Hospital Universitaacuterio (HU) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

O HUUFSC foi fundando em inaugurado em 1980 eacute uma instituiccedilatildeo totalmente puacuteblica com princiacutepio de ensino pesquisa e extensatildeo Atende a populaccedilatildeo moradora da regiatildeo e visitantes da cidade sem qualquer distinccedilatildeo Eacute considerado hospital de meacutedio porte e conta em sua estrutura com aproximadamente 270 leitos distribuiacutedos entre Cliacutenica Meacutedica Cliacutenica Ciruacutergica Pediatria Emergecircncia Ginecologia Obstetriacutecia e Neonatologia Unidade de Terapia Intensiva Serviccedilo Ambulatorial (HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO POLYDORO ERNANI DE SAtildeO THIAGO 2011)

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Designadamente o SEA do HUUFSC eacute um serviccedilo indicado a atender pacientes em condiccedilotildees agudas de sauacutede eacute dinacircmico e requer tomada raacutepida de decisatildeo Conta com uma equipe de Enfermagem com totalidade de 73 profissionais dentre estes 17 enfermeiros efetivos 6 enfermeiros residentes 42 teacutecnicos de enfermagem e 8 auxiliares de enfermagem

O SEA do HUUFSC estaacute dividido em trecircs subunidades de atendimento

O Serviccedilo de Emergecircncia Interna (SEI) local de estabilizaccedilatildeo onde os pacientes recebem o primeiro atendimento Eacute composto por sala de medicaccedilatildeo sala de reanimaccedilatildeo sala ciruacutergica sala de procedimentos posto de enfermagem farmaacutecia sateacutelite e quatro consultoacuterios meacutedicos Possui espaccedilo fiacutesico para acomodar ateacute 12 pacientes em macas (divididos entre os pacientes que estatildeo em ldquoobservaccedilatildeordquo e os ldquointernadosrdquo quando excedidas 24 horas de estadia no hospital o paciente eacute internado)

O Repouso da Emergecircncia acolhe apenas os pacientes jaacute internados que aguardam vagas nas unidades de internaccedilatildeo das cliacutenicas meacutedicas ou ciruacutergicas possui capacidade para acomodar 12 pacientes em leitos e 1 quarto de isolamento

Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco (SACR) local aonde efetivamente se desenvolveu esta pesquisa O serviccedilo foi estabelecido no SEA do HU em agosto de 2011 em cumprimento agraves normativas da Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo e Gestatildeo do SUS com a finalidade de otimizar a assistecircncia agrave sauacutede priorizando o atendimento ao paciente grave ndash objetivo principal da emergecircncia hospitalar ndash por meio de identificaccedilatildeo dos sinais e sintomas apresentados e referenciados pelos pacientes com consequumlente determinaccedilatildeo da gravidade da situaccedilatildeo de sauacutede Seu funcionamento eacute diaacuterio das 0700 agraves 2300 horas (HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO POLYDORO ERNANI DE SAtildeO THIAGO 2012)

Por natildeo ser referecircncia em traumatologia o Serviccedilo de Emergecircncia do HUUFSC atende uma demanda significativamente menor de casos com indicaccedilatildeo ciruacutergica como observamos no quadro 1 a seguir Por esse motivo os casos atendidos no Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco

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(SACR) satildeo exclusivamente com indicaccedilatildeo para Cliacutenica Meacutedica com maior demanda no serviccedilo

Quadro 1 - Nordm de pacientes atendidos anualmente no SEA do HU

Especialidade Nordm de Atendimentos

Centro de Informaccedilotildees Toxicoloacutegicas

145

Cliacutenica Ciruacutergica 10785

Cliacutenica Meacutedica 27266

Cliacutenica Pediaacutetrica 20213

Maternidade 11064

Oftalmologia 09

Ortopedia 1946

Setor natildeo identificado 5125

Total 76587

Fonte Hospital Universitaacuterio Polydoro Ernani de Satildeo Thiago (2011)

Optou-se por desenvolver esta pesquisa no SACR por

tratar-se do local de primeiro contato entre um profissional de sauacutede neste caso o enfermeiro e o paciente Esta eacute a etapa onde eacute apontado o fluxo terapecircutico de cada paciente portanto poderaacute determinar o sucesso ou falhas relacionadas agrave morosidade no atendimento e tal definiccedilatildeo eacute realizada enfermeiro

De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2006 p77)

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O processo de triagem classificatoacuteria deve ser realizado por profissional de sauacutede de niacutevel superior mediante treinamento especiacutefico e utilizaccedilatildeo de protocolos preestabelecidos e tem por objetivo avaliar o grau de urgecircncia das queixas dos pacientes colocando-os em ordem de prioridade para o atendimento

O processo de ldquotriagem classificatoacuteriardquo visa estipular a

prioridade do atendimento sendo determinada pela maior ou menor gravidade do caso (BRASIL 2006) O instrumento utilizado no serviccedilo para esta tarefa adaptado pela proacutepria instituiccedilatildeo do Sistema de Triagem de Manchester (MACKAWAY-JONES 1997) designa a classificaccedilatildeo de risco por meio de cores que preconizam o tempo para o atendimento entre vermelho (emergente) laranja (muito urgente) amarelo (urgente) verde (pouco urgente) azul (natildeo-urgente) e branco (procedimentos) Este instrumento eacute composto por uma lista de 29 fluxogramas que destacam cada um uma queixa principal De acordo com a queixa relatada pelo paciente o enfermeiro escolhe um fluxograma Dentro de cada fluxograma existem algumas condiccedilotildees cliacutenicas para cada cor que quando apresentadas apontam a cor que deve ser designada na classificaccedilatildeo Como esta pesquisa trata de dor toraacutecica extraiacutemos apenas esta queixa dentre os 29 fluxogramas Portanto seraacute abordado apenas o fluxograma 18 ndash dor toraacutecica (ANEXO I)

43 POPULACcedilAtildeO DO ESTUDO E AMOSTRA

A populaccedilatildeo deste estudo contemplou dois grupos distintos Abaixo segue descriccedilatildeo destes bem como os criteacuterios de seleccedilatildeo Grupo 01 - sujeitos participantes deste grupo - Pacientes que procuraram atendimento no Serviccedilo de Emergecircncia acima de 18 anos durante o periacuteodo de outubro de

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2013 a janeiro de 2014 de segunda a saacutebado das 07 agraves 23 horas - Pacientes que foram atendidos no Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco (SACR) - Pacientes que referiram a dor toraacutecica como queixa principal e motivo de procura agrave Emergecircncia Hospitalar - Pacientes que aceitaram participar do estudo mediante assinatura do TCLE Grupo 02 participantes deste grupo - Profissional enfermeiro efetivo ou enfermeiro residente que atua no SACR do SEA do HU - Enfermeiros deste serviccedilo que aceitaram participar do estudo mediante assinatura do TCLE

A amostra para o Grupo 1 eacute natildeo probabiliacutestica e intencional e para seu caacutelculo amostral utilizou-se o sistema operacional para ensino e aprendizagem de Estatiacutestica da Universidade Federal de Santa Catarina o Sestatnet conforme figura 1 Utilizou-se para este caacutelculo a estimativa de pacientes que procuram o serviccedilo apresentando dor toraacutecica anualmente totalizando 880 pacientes (independente das causas da dor) de acordo com meu trabalho de conclusatildeo de curso desenvolvido na instituiccedilatildeo em cumprimento ao Programa de Residecircncia Multiprofissional em Sauacutede de 2011 a 2013

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Figura 1 - Sistema operacional Sestatnet para caacutelculo da amostra

Fonte Sestatnet

44 COLETA DE DADOS

A coleta de dados ocorreu no periacuteodo entre outubro de 2013 a janeiro de 2014 de segunda a saacutebado das 07 agraves 23 horas atingindo o caacutelculo amostral de 67 pacientes (90 de niacutevel de confianccedila) por meio de aplicaccedilatildeo do protocolo elaborado e utilizado no HIAE designado ldquoFluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagemrdquo (ANEXO B) A aplicaccedilatildeo do protocolo foi realizada pelos enfermeiros efetivos e enfermeiros residentes atuantes no SACR que aceitaram participar da pesquisa e estavam na escala como classificadores nos dias e horaacuterios dos atendimentos dos pacientes com dor toraacutecica estabelecidos para a coleta Apoacutes a coleta propriamente

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dita estes mesmos sujeitos foram avaliadores da utilizaccedilatildeo de um protocolo de dor toraacutecica durante o Acolhimento

Sabe-se que haacute alguns protocolos assistenciais desenvolvidos para esta praacutetica portanto a ideia central deste estudo foi aplicar um protocolo de avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica jaacute existente e implementado por uma instituiccedilatildeo de referecircncia no caso o Hospital Israelita Albert Einstein de Satildeo PauloSP com a finalidade de embasar a praacutetica dos enfermeiros na classificaccedilatildeo de risco da dor toraacutecica Reduzindo o tempo entre a chegada do paciente ao hospital e o estabelecimento da terapecircutica adequada tecnologia no sentido de minimizar riscos evitando morosidade no atendimento de um caso grave bem como descartando a gravidade do caso

Vale salientar que a implementaccedilatildeo do protocolo para dor toraacutecica do HIAE natildeo excluiu a utilizaccedilatildeo do instrumento institucional (adaptaccedilatildeo do protocolo de Manchester) para a Classificaccedilatildeo de Risco jaacute existente O protocolo de dor toraacutecica foi empregado como uma ferramenta auxiliar para a classificaccedilatildeo de risco ressaltando as especificidades da dor toraacutecica e reforccedilando a garantia de uma classificaccedilatildeo com a prioridade adequada o que natildeo acarretou em atraso na Classificaccedilatildeo de Risco ou no atendimento do paciente

45 ETAPAS DA PESQUISA

A pesquisa abrangeu as seguintes etapas

- Etapa 1 ndash (apresentaccedilatildeo da pesquisa) A ideia inicial para a apresentaccedilatildeo da pesquisa era o desenvolvimento de uma oficina com os enfermeiros do SEA do HUUFSC na qual seria demonstrado em conjunto o funcionamento e objetivos do ldquoFluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem do HIAE e consequentemente a proposta deste estudo Para isso anteriormente esta pesquisa foi apresentada para a chefia de Enfermagem do setor que informou a inviabilidade de uma oficina no momento considerando a condiccedilotildees de sobrecarga de trabalho da unidade aleacutem do habitual Neste periacuteodo a demanda

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de atendimentos excedia a capacidade estrutural e de recursos humanos impossibilitando a liberaccedilatildeo dos funcionaacuterios para a realizaccedilatildeo da oficina ainda que por um curto periacuteodo durante os plantotildees Como alternativa a pesquisa foi apresentada individualmente aos enfermeiros do SEA em cada turno de trabalho manhatilde tarde e noite Apoacutes a apresentaccedilatildeo os enfermeiros foram convidados a participar da pesquisa sendo que nove deles aceitaram sendo eles trecircs residentes e seis enfermeiros efetivos Dos nove enfermeiros que aceitaram participar do estudo dois natildeo aplicaram o protocolo um por motivo de troca de setor durante o periacuteodo estipulado para a coleta e o outro alegou natildeo ter tempo haacutebil para realizar a coleta durante o plantatildeo Desse modo efetivamente sete enfermeiros participaram da pesquisa e aplicaram o protocolo conforme proposto Assim que aceitaram participar da pesquisa foi oportunizada uma capacitaccedilatildeo individual aos enfermeiros para utilizaccedilatildeo do instrumento enquanto ldquoaplicadoresrdquo do protocolo

- Etapa 2 ndash (Preacute-teste) esta etapa ocorreu como fase de

treinamento ou adaptaccedilatildeo agrave aplicaccedilatildeo do instrumento de pesquisa Nesta cada enfermeiro participante realizou a Classificaccedilatildeo de Risco como preacute-teste de um paciente a referir a dor toraacutecica como queixa principal Os sete preacute-testes realizados (um teste para cada enfermeiro) natildeo foram incluiacutedos como vaacutelidos para a amostra miacutenima

- Etapa 3 ndash (Efetividade da pesquisa) Esta etapa

compreendeu a aplicaccedilatildeo do protocolo propriamente com a intenccedilatildeo de conhecer o perfil do paciente com dor toraacutecica atendido no SACR A proposta de aplicaccedilatildeo do protocolo seria desenvolver com 63 pacientes que procurarem o SACR referindo dor toraacutecica como queixa principal de acordo com o caacutelculo amostral miacutenimo para a validade da pesquisa de acordo com o programa Sistatnet Ao final foram contabilizados 67 casos de dor toraacutecica em que o Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem do HIAE foi aplicado

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- Etapa 4 ndash (Avaliaccedilatildeo da utilizaccedilatildeo do protocolo pelos enfermeiros) Para a viabilidade desta etapa foi desenvolvido um roteiro semi-estruturado para entrevista contendo cinco questotildees acerca da utilizaccedilatildeo do protocolo proposto Mediante a aplicaccedilatildeo deste roteiro foram avaliadas as opiniotildees dos enfermeiros sobre o protocolo

Cada enfermeiro contribuiu com esta etapa ressaltando em sua visatildeo os pontos positivos ou negativos de utilizar o protocolo desde estrutura facilidade de compreensatildeo informaccedilotildees contidas encaminhamentos ateacute aplicabilidade ao serviccedilo em questatildeo (APEcircNDICE C)

- Etapa 5 ndash (Apresentaccedilatildeo dos resultados e discussatildeo) Os

dados obtidos seratildeo apresentados utilizando-se estatiacutestica descritiva por meio de nuacutemeros absolutos e percentuais A estatiacutestica descritiva eacute a ciecircncia que trata da organizaccedilatildeo e anaacutelise de um conjunto de dados (ou populaccedilatildeo especiacutefica) numeacutericos ou natildeo com o intuito de maior entendimento do que estes dados representam descrevendo os resultados (BARBETTA REIS BORNIA 2004) Em cumprimento agraves normativas do Programa de Mestrado Multiprofissional em Sauacutede da Universidade Federal de Santa Catarina os resultados e discussatildeo desta pesquisa seratildeo descritos adiante em forma de dois manuscrito 2 e 3

46 CONSIDERACcedilOtildeES EacuteTICAS

Para o desenvolvimento desta pesquisa seratildeo mantidos os princiacutepios eacuteticos com o indiviacuteduo de acordo com a Resoluccedilatildeo 4662012 do Conselho Nacional de Sauacutede (BRASIL 2012) Portanto esta proposta de pesquisa foi submetida agrave avaliaccedilatildeo do Comitecirc de Eacutetica e Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Santa Catarina mediante envio via Plataforma Brasil em junho de 2013 O estudo recebeu parecer favoraacutevel em setembro de 2013 mediante protocolo nordm 412494

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do Comitecirc de Eacutetica e Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Santa Catarina

Aceitaccedilatildeo dos sujeitos do grupo 01 e grupo 02 seraacute

efetivada da seguinte forma Grupo 01 (pacientes atendidos no SACR que apresentam

dor toraacutecica como queixa principal) - assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (APENDICE A) Lembrando que a abordagem do paciente para a orientaccedilatildeo acerca da pesquisa e o encaminhamento do Termo de Consentimento para a assinatura apenas seratildeo iniciados apoacutes completa estabilizaccedilatildeo do quadro cliacutenico e aliacutevio da dor Reforccedilando ao paciente que a negativa em sua participaccedilatildeo natildeo acarretaraacute de forma alguma em quaisquer discriminaccedilotildees em seu atendimento E a aplicaccedilatildeo do protocolo natildeo iraacute interferir ou acarretar em atrasos no atendimento

Grupo 02 (enfermeiros efetivos ou enfermeiros residentes

do SACR) ndash assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (APENDICE B) A tiacutetulo de sigilo os enfermeiros participantes deste grupo foram designados na escrita deste trabalho como ldquoEnfermeirordquo e numerados de 1 a 7 conforme ordem de convite para a participaccedilatildeo ou seja formando de Enfermeiro 1 a Enfermeiro 7

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5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Em cumprimento agraves normativas do Programa de Mestrado Multidisciplinar em Sauacutede os resultados desta pesquisa seratildeo apresentados sob forma de 2 manuscritos descritos a seguir Mediante apresentaccedilatildeo deste trabalho em banca examinadora e devida aprovaccedilatildeo os manuscritos seratildeo submetidos agraves devidas correccedilotildees e enviados posteriormente para publicaccedilatildeo em perioacutedicos indexados

O manuscrito 2 eacute intitulado O PERFIL DO PACIENTE

COM DOR TORAacuteCICA DO SERVICcedilO DE EMERGEcircNCIA ADULTO DE UM HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO DO SUL DO BRASIL

O manuscrito 3 intitula-se A AVALIACcedilAtildeO DOS ENFERMEIROS DE UM SERVICcedilO DE EMERGEcircNCIA HOSPITALAR SOBRE A UTILIZACcedilAtildeO DE UM PROTOCOLO PARA A DOR TORAacuteCICA VALIDADO EM UM SERVICcedilO DE REFEREcircNCIA

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61

51 MANUSCRITO 2 - O PERFIL DO PACIENTE COM DOR TORAacuteCICA DO SERVICcedilO DE EMERGEcircNCIA ADULTO DE UM HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO DO SUL DO BRASIL

Aline Costa Vieirasup1 Kaacutetia Cilene Godinho Bertoncellosup2

Juliana Balbinot Reis Girondisup3

Resumo Conhecer o perfil do puacuteblico com queixas de dor toraacutecica que procura um serviccedilo de sauacutede especiacutefico como o serviccedilo de emergecircncia confere agrave equipe de Enfermagem no momento da classificaccedilatildeo de risco a possibilidade de uma atuaccedilatildeo formulada de acordo com sua realidade Portanto optou-se por desenvolver a pesquisa baseada em evidecircncias a fim de identificar o perfil desta populaccedilatildeo no intuito de propor futuramente a institucionalizaccedilatildeo de um protocolo de Enfermagem para a dor toraacutecica Estudo de caraacuteter exploratoacuterio-descritivo e abordagem quantitativa ocorrida em um recorte temporal de outubro de 2013 a janeiro de 2014 por meio da anaacutelise documental de um protocolo de Enfermagem para a Classificaccedilatildeo de Risco da dor toraacutecica desenvolvido pelo Hospital Israelita Albert Einstein de Satildeo Paulo-SP Os resultados revelam que a maioria dos pacientes com dor toraacutecica a procurar o serviccedilo foi composta por mulheres reafirmando a baixa procura masculina aos serviccedilos de sauacutede Os dados obtidos demonstram que 35 (66) da demanda de pacientes com dor toraacutecica satildeo de atendimento ldquopouco-urgentesrdquo e apenas 3 (45) destes satildeo ldquoemergentesrdquo Apesar da maioria expressiva dos casos de dor toraacutecica tratar-se de quadro pouco-urgente sobressai a classificaccedilatildeo dos enfermeiros estipulando fluxo 1 (emergente) em 34 (507) e para a classificaccedilatildeo pouco-urgente apenas 15 (224) o que reflete uma valorizaccedilatildeo da dor toraacutecica por parte dos profissionais ao utilizar o protocolo Verificou-se a expressiva incidecircncia dos fatores de risco para o IAM associados agrave dor toraacutecica 32 (478) dos pacientes satildeo hipertensos e 18 (269) deles possuem histoacuteria familiar de Doenccedila Arterial Coronariana Ao identificar esta caracteriacutestica foi

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possiacutevel reafirmar a importacircncia do conhecimento dos fatores de risco para estipular a gravidade da dor toraacutecica Dessa forma fica evidente a urgecircncia em utilizar um protocolo especiacutefico para a toraacutecica em consonacircncia com a realidade do serviccedilo do perfil dos pacientes considerando o gecircnero faixa etaacuteria fatores de risco e antecedentes cardiovasculares a real avaliaccedilatildeo e respeito pela dor toraacutecica Descritores Dor toraacutecica Enfermagem em Emergecircncia Classificaccedilatildeo de Risco Abstract Knowing the profile of the public with complaints of chest pain that are looking for a particular health service such as the emergency department gives the nursing staff at the time the risk rating for the possibility of action formulated according to their reality The refore it was decided to develop evidence-based research to identify the profile of this population in order to propose future institutionalization of a nursing protocol for chest pain Study exploratory- descriptive and quantitative approach which occurred in a time frame from October 2013 to January 2014 through documentary analysis of a protocol for Nursing Risk Classification of chest pain developed by Albert Einstein Jewish Hospital of Satildeo Paulo - SP The results reveal that the majority of patients with chest pain to seek the service was composed by women reaffirming low male demand for health services The data show that 35 (66 ) of the number of patients with chest pain are little - urgent care and only 3 (45 ) of these are ldquoemerging ldquo Despite the significant majority of cases of chest pain that it was urgent - bit frame stands rankings nurses stipulating stream 1 ( emerging ) in 34 ( 507 ) and the little - sensitive classification only 15 ( 224 ) which reflects an appreciation of chest pain by practitioners when using the protocol There was a significant incidence of risk factors for AMI associated with chest pain 32 (478 ) patients had hypertension and 18 (269 ) of them have a family history of coronary artery disease By identifying this feature was possible to reaffirm the importance of knowledge of risk factors to denote the severity of chest pain Thus it is evident the urgency to use a specific protocol to the chest in line with the reality of the service the

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profile of patients considering gender age risk factors and cardiovascular history the actual evaluation and respect for chest pain Keywords Chest pain Emergency nursing Risk rating

Introduccedilatildeo

Enquanto ciecircncia e disciplina do cuidado a Enfermagem

estaacute em crescente desenvolvimento tecnoloacutegico para a promoccedilatildeo de uma atuaccedilatildeo de excelecircncia considerando aspectos inerentes agrave seguranccedila do paciente cuidados de Enfermagem pautados na evidecircncia cliacutenica minimizaccedilatildeo do sofrimento humano por meio das intervenccedilotildees para aliviar a dor Embora o atendimento da dor toraacutecica seja visto como prioridade pelos profissionais de sauacutede existe ainda um deacuteficit de estudos da avaliaccedilatildeo criteriosa associando-se os fatores de risco agraves caracteriacutesticas da dor (MARQUES 2010)

O atendimento inicial da dor toraacutecica a fim de reduzir danos e agravos eacute sempre no sentido de afastar primeiramente a suspeita de Siacutendrome Coronariana Aguda Neste sentido eacute fundamental para o enfermeiro que atua na Classificaccedilatildeo de Risco ter conhecimento das caracteriacutesticas da dor por isquemia e das complicaccedilotildees cardiovasculares Estar munido de um instrumento de avaliaccedilatildeo completo que aborde os fatores de risco associados auxiliando na identificaccedilatildeo raacutepida de pacientes em alto risco (NASI et al 2005) Valorizar a dor toraacutecica na classificaccedilatildeo de risco eacute considerada uma medida de extrema importacircncia visto que eacute o principal desconforto referido e observado nas doenccedilas cardiovasculares consideradas a maior causa de mortalidade no mundo Para isso o enfermeiro classificador precisa dispensar avaliaccedilatildeo criteriosa natildeo apenas das caracteriacutesticas da dor em si mas do perfil do paciente idade gecircnero dos fatores de risco associados e do histoacuterico familiar (MARQUES 2010)

Apesar dos avanccedilos evidenciados nas uacuteltimas deacutecadas ainda existem duacutevidas na classificaccedilatildeo da dor toraacutecica por parte dos profissionais de sauacutede Desse modo muitos oacutebitos ocorrem

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em funccedilatildeo de abordagens inadequadas para a dor toraacutecica principalmente em unidades de emergecircncia (RIOS et al 2010)

Em caso de dor toraacutecica a principal suspeita diagnoacutestica eacute a causa cardiovascular principalmente pelo seu grau elevado de morbidade e teoricamente pelo iniacutecio abrupto com baixa relaccedilatildeo entre o iniacutecio dos sintomas e oacutebito quando natildeo estabelecido atendimento eficaz em tempo haacutebil A maioria dos casos de morte por IAM ocorrem nas primeiras horas do iniacutecio dos sintomas sendo 40 a 65 na primeira hora e aproximadamente 80 nas primeiras 24 horas (PIEGAS et at 2009)

Reafirmando a relevacircncia de estudos na temaacutetica da dor toraacutecica as doenccedilas que acometem o aparelho circulatoacuterio satildeo apontadas como as principais causas de mortalidade dos brasileiros desde a deacutecada de 80 prevalecendo na atualidade Dentre elas o acidente vascular cerebral (AVC) eacute a principal causa de morte no Brasil seguida pelo IAM no qual a dor toraacutecica eacute referida como sintoma especiacutefico claacutessico A taxa de incidecircncia das doenccedilas circulatoacuterias eacute mais prevalente na regiatildeo sudeste (33 dos casos) seguida pela regiatildeo sul (329 dos casos) Particularmente na regiatildeo sul as causas de morte por doenccedilas do aparelho circulatoacuterio ocupam o primeiro lugar das taxas de mortalidade sucedidas pelas neoplasias e as causas externas (BRASIL 2008)

No Serviccedilo de Emergecircncia Adulto (SEA) de um Hospital Universitaacuterio (HU) do sul do Brasil em cumprimento agraves diretrizes da Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo (PNH) foi instituiacutedo o Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco (SACR) no ano de 2011 Tal norma prevecirc a existecircncia deste acolhimento nas aacutereas de acesso hospitalar a saber pronto atendimento pronto socorro ambulatoacuterio serviccedilo de apoio diagnoacutestico e terapia (BRASIL 2004)

A estratificaccedilatildeo de risco realizada no SACR do HU eacute realizada exclusivamente pelo profissional enfermeiro apesar de o processo poder ser realizado por qualquer profissional de sauacutede de niacutevel superior mediante treinamento e utilizaccedilatildeo de protocolos preestabelecidos (BRASIL 2006) O principal objetivo eacute avaliar o grau de urgecircncia dos pacientes e possibilitar uma ordem de prioridade para esse atendimento

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Para o desenvolvimento eficaz desta atribuiccedilatildeo como ldquoclassificadorrdquo o enfermeiro necessita de conhecimento cientiacutefico habilidade para avaliar com agilidade sensibilidade para percepccedilatildeo dos sinais apresentados que em muitos casos natildeo satildeo evidentes e observaccedilatildeo minuciosa para reconhecer previamente os sinais de gravidade ou que precedam a evoluccedilatildeo para a gravidade Faz-se necessaacuterio que o profissional tenha cautela no sentido de natildeo desvalorizar os sintomas referidos podendo acarretar em classificaccedilotildees errocircneas e identificaccedilatildeo de um problema de menor gravidade que o real (LOPES 2011)

Os aspectos de exclusatildeo de gravidade devem ser antepostos na triagem classificatoacuteria para isso o profissional deveraacute munir-se de coleta de dados exame fiacutesico com histoacuteria cliacutenica direcionada obtendo as caracteriacutesticas dos sintomas (valorizando o sintoma aacutelgico) com dados como o momento do iniacutecio tempo de duraccedilatildeo qualidade intensidade relaccedilatildeo com o esforccedilo e o repouso e presenccedila de doenccedila coronariana estabelecida (PIEGAS et al 2009)

Nesse contexto haacute que se evidenciar a importacircncia de se conhecer a clientela a ser atendida ou seja o perfil desse usuaacuterio Esse perfil seraacute embasado em caracteriacutesticas epidemioloacutegicas regionais e outras que possam expressar evidecircncias necessidades e as caracteriacutesticas de cuidado para estes pacientes considerando sua individualidade suas necessidades e seus direitos agrave sauacutede enquanto cidadatildeo

Para um cuidado resolutivo e seguro o qual se deseja adaptar as necessidades do serviccedilo e sua realidade esta pesquisa vislumbrou a realizaccedilatildeo de uma investigaccedilatildeo baseada em evidecircncias considerando seguinte a questatildeo norteadora Qual o perfil de pacientes com dor toraacutecica que procuram atendimento de sauacutede no Serviccedilo de Emergecircncia Adulto de um HU do sul do Brasil

Deste modo esta pesquisa objetivou identificar o perfil do

paciente com dor toraacutecica que procura atendimento no Serviccedilo de Emergecircncia Adulto de um HU do sul do Brasil Meacutetodo

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Elegeu-se a pesquisa baseada em evidecircncias uma vez

que propicia conhecer a realidade do modo que se apresenta A pesquisa baseada em evidecircncias eacute a mais indicada por trazer exatamente as evidecircncias do serviccedilo sem a fusatildeo de dados que possam impor vieacutes nos seus resultados Abordagem quantitativa de caraacuteter exploratoacuterio-descritivo

Um dos propoacutesitos da Praacutetica Baseada em Evidecircncias (PBE) eacute encorajar a utilizaccedilatildeo de resultados de pesquisa junto agrave assistecircncia agrave sauacutede prestada nos diversos niacuteveis de atenccedilatildeo reforccedilando a importacircncia da pesquisa para a praacutetica cliacutenica A PBE eacute uma abordagem de soluccedilatildeo de problema para a tomada de decisatildeo que incorpora a busca da melhor e mais recente evidecircncia competecircncia cliacutenica do profissional e os valores e preferecircncias do paciente dentro do contexto do cuidado (MENDES et al 2008)

O local onde se desenvolveu o estudo foi o SEA de um HU do sul do Brasil Este hospital possui trecircs subunidades de atendimento Serviccedilo de Emergecircncia Interna (SEI) local de estabilizaccedilatildeo onde o paciente recebe o primeiro atendimento O Repouso da Emergecircncia local que acomoda apenas pacientes jaacute internados e estabilizados que aguardam vaga nas cliacutenicas do hospital e o Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco (SACR) estabelecido no setor em agosto de 2011 em cumprimento agraves normativas da Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo (PNH) com a finalidade a que se propotildee de otimizar a assistecircncia agrave sauacutede priorizando o atendimento ao paciente grave tal local onde a pesquisa efetivamente ocorreu

Os dados foram coletados entre outubro de 2013 e janeiro de 2014 por anaacutelise documental do ldquoFluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagemrdquo desenvolvido pelo Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE) de Satildeo Paulo-SP apoacutes as classificaccedilotildees de risco da dor toraacutecica realizadas por sete enfermeiros do serviccedilo O protocolo do HIAE eacute composto por trecircs possiacuteveis fluxogramas de classificaccedilatildeo da dor toraacutecica Fluxo 1 ndash suspeita de Siacutendrome Coronariana Aguda Tiacutepica Fluxo 2 ndash Possiacutevel Siacutendrome Coronariana Aguda Atiacutepica e Fluxo 3 ndash Sem suspeita Inicial de Siacutendrome Coronariana Aguda Apoacutes obter

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dados referentes agrave faixa etaacuteria caracteriacutestica da dor fatores de risco associados e antecedentes cardiovasculares o enfermeiro precisa estipular um dos fluxos para cada caso e seguir a classificaccedilatildeo de risco designada pelo protocolo

Optou-se por amostra de escolha aleatoacuteria nos turnos que o serviccedilo possui equipe da manhatilde tarde e trecircs equipes da noite em horaacuterios dentre as 07 e agraves 23 horas quando o serviccedilo de Acolhimento funciona

Na totalidade foram analisadas 67 classificaccedilotildees de risco de pacientes que referiram a dor toraacutecica como queixa principal e motivo pela procura do serviccedilo

Apoacutes coletadas as 67 classificaccedilotildees de dor toraacutecica foram compiladas e organizadas utilizando-se um instrumento facilitador uma planilha do Windows Excelreg Os dados extraiacutedos destes documentos foram idade sexo iniacutecio do sintoma fatores de risco associados antecedentes cardiovasculares diagnoacutestico meacutedico e fluxos de atendimento

Em relaccedilatildeo aos cuidados eacuteticos os sete enfermeiros e os pacientes que foram avaliados pelo protocolo participaram deste estudo e confirmaram sua aceitaccedilatildeo mediante assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido A pesquisa recebeu parecer favoraacutevel em setembro de 2013 mediante protocolo nordm 412494 do Comitecirc de Eacutetica da Universidade Federal de Santa Catarina Em todas as etapas foram respeitados os preceitos eacuteticos dispostos na Resoluccedilatildeo 4662012 do Conselho Nacional de Sauacutede (BRASIL 2012)

Resultados e Discussatildeo

Os resultados apresentados refletem as queixas e a

classificaccedilatildeo designada por sete enfermeiros ao realizarem as 67 classificaccedilotildees para a dor toraacutecica

Cabe salientar que a pesquisa demonstra apenas os pacientes que foram atendidos no SACR do SEA pelo profissional enfermeiro excluindo aqueles que satildeo referenciados de outros serviccedilos de sauacutede e chegam ao setor em ambulacircncia os que chegam sem serem referenciados ou encaminhados e

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atendidos diretamente na porta de entrada do Serviccedilo de Emergecircncia Interna (SEI) Tambeacutem eacute necessaacuterio ressaltar que pela dinamicidade e agilidade dos acontecimentos caracteriacutesticos de um serviccedilo de emergecircncia em diversos momentos os dados deixaram de ser descritos nos instrumentos utilizados no SACR ou seja pacientes satildeo atendidos sem haver qualquer citaccedilatildeo nos instrumentos utilizados pelo serviccedilo Considerou-se a importacircncia de relatar estes aspectos para o esclarecimento de que a demanda do serviccedilo eacute mais expressiva do que a apresentada nesta pesquisa

Apesar de que eacute uma das funccedilotildees dos profissionais de sauacutede eacute zelar pela vida sempre por vezes o ambiente e as condiccedilotildees humanas sobrepotildeem agrave capacidade de uma equipe A elevada demanda dos serviccedilos de emergecircncia acaba por resultar em pacientes esperando por atendimento meacutedico em tempo excedendo agrave uma hora pacientes acomodados em macas sem nenhum conforto pouca qualidade da assistecircncia e tensatildeo da equipe multiprofissional (LOPES 2011)

Os serviccedilos de urgecircncia apresentam diversos desafios a serem superados no atendimento agrave sauacutede superlotaccedilatildeo trabalho fragmentado e pouca articulaccedilatildeo com os demais serviccedilos de sauacutede Portanto torna-se essencial refletir e buscar novas formas de atuaccedilatildeo que direcionem a um cuidado resolutivo humanizado e acolhedor a partir da compreensatildeo do serviccedilo A experiecircncia dos profissionais eacute muito importante para compor as melhores estrateacutegias de um acolhimento resolutivo O sentido da palavra ldquoacolhimentordquo apenas teraacute sentido na proporccedilatildeo que for enriquecida e reformulada nas discussotildees do cotidiano da praacutetica profissional (BRASIL 2009) A seguir seratildeo apresentados os dados que caracterizam o puacuteblico com queixa de dor toraacutecica classificado

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Tabela 1 - Caracterizaccedilatildeo dos pacientes com queixa de dor toraacutecica que procuraram o Serviccedilo de Emergecircncia do HUUFSC ndash Florianoacutepolis ndash SC 2013-2014

DADOS PESSOAIS Nordm

SEXO

Masculino 23 343

Feminino 44 657

Total 67 1000

IDADE (anos)

18 a 29 08 120

30 a 49 23 343

50 a 69 29 433

70 7 104

Total 67 1000

INIacuteCIO DOS SINTOMAS

lt 24 horas 25 373

Haacute 1 ou 2 dias 37 552

Haacute 3 ou mais dias 5 75

Total 67 1000

70

FATORES DE RISCO

Tabagismo 15 224

Diabetes 10 149

Hipertensatildeo Arterial 32 478

Dislipidemia 4 6

Uso de cocaiacutena - -

Histoacuteria familiar de Doenccedila Arterial Coronariana

18 269

Natildeo possui 16 239

Total 80 1000

ANTECEDENTES CARDIOVASCULARES

Doenccedila Arterial Coronariana 2 3

Infarto Agudo do Miocaacuterdio 12 182

Angina 2 3

Revascularizaccedilatildeo do Miocaacuterdio - -

Stent cardiacuteaco 4 6

Acidente vascular cerebral ou acidente isquecircmico transitoacuterio

- -

Doenccedila Arterial Obstrutiva Perifeacuterica - -

Doenccedila da aorta - -

Doenccedila das caroacutetidas - -

Doenccedila das arteacuterias renais - -

71

Insuficiecircncia Cardiacuteaca Congestiva 2 3

Arritmia 2 3

Marcapasso - -

Desfibrilador implantado - -

Outras - -

Natildeo possui 42 636

Total 66 1000

Fonte Dados obtidos pela autora (2013-2014)

Quanto ao gecircnero observou-se 44 pacientes do sexo

feminino (657) e 23 do sexo masculino (343) Dessa forma eacute possiacutevel comprovar que ainda existe predominacircncia do sexo feminino na procura dos serviccedilos de sauacutede De acordo com a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede do Homem instituiacuteda em 2009 justamente com a finalidade de ampliar o acesso masculino na procura aos serviccedilos de sauacutede estudos comprovam que os homens satildeo mais vulneraacuteveis agraves doenccedilas especialmente as enfermidades graves e crocircnicas o que estaacute diretamente relacionado ao fato de que eles recorrem com menos frequumlecircncia do que as mulheres aos serviccedilos de sauacutede o que acontece geralmente apoacutes agravamento do quadro cliacutenico (BRASIL 2008)

Considerando esta realidade pode-se afirmar que eacute de primordial que o profissional de sauacutede atue no sentido de conscientizar a populaccedilatildeo masculina em especial visto que a cada trecircs mortes de pessoas adultas duas satildeo de homens Especificamente abordando as doenccedilas isquecircmicas cardiacuteacas como o infarto agudo do miocaacuterdio estudos tambeacutem revelam que estatildeo entre as principais causas de mortes do sexo masculino E em comparaccedilatildeo agraves mulheres o tempo de vida deles eacute de 76 anos menor (BRASIL 2008) Os homens satildeo mais suscetiacuteveis ao

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IAM do que as mulheres A incidecircncia feminina aumenta quando estas fumam e usam anticoncepcionais No periacuteodo poacutes-menopausa a incidecircncia de IAM nas mulheres eacute semelhante agraves taxas observadas nos homens (BOUNDY et al 2004)

O aspecto da baixa procura masculina aos serviccedilos de sauacutede explicam-se com maior congruecircncia pelos aspectos culturais Em decorrecircncia dos estereoacutetipos do gecircnero a doenccedila eacute considerada como um sinal de fragilidade que os homens natildeo reconhecem como inerentes agrave sua proacutepria condiccedilatildeo bioloacutegica (BRASIL 2008b) Em muitos casos no sentido da garantia do contexto da masculinidade muitos homens tendem a natildeo valorizar ou natildeo verbalizar seus sintomas aacutelgicos Por esse motivo ao analisarmos a dor profissionalmente vale lembrar a importacircncia da compreensatildeo das barreiras soacutecio-culturais no sentido de desenvolver estrateacutegias para a promoccedilatildeo do acesso dos homens aos serviccedilos de sauacutede (BRASIL 2008b)

Em relaccedilatildeo agrave idade variou entre 18 a 78 anos com a maioria (433) na faixa etaacuteria de 50 a 69 anos O SEA do Hospital Universitaacuterio atende pacientes a partir dos 15 anos de idade Eacute possiacutevel destacar que a faixa etaacuteria dos pacientes a procurar o serviccedilo eacute bastante diversificada Observamos aqui nos nuacutemeros de pacientes que procuram o Serviccedilo de Emergecircncia com dor toraacutecica em ordem crescente em relaccedilatildeo ao aumento da faixa etaacuteria No entanto ocorre uma inversatildeo descrente nos pacientes mais idosos ou seja acima de 70 anos de idade o que pode estar retratando o aumento da qualidade de vida da populaccedilatildeo mais idosa Estudos apontam que ano Brasil entre os anos de 2000 e 2010 a populaccedilatildeo idosa aumentou de 14 para 21 milhotildees o que denota as melhores condiccedilotildees sociais e econocircmicas no paiacutes (IBGE 2010) Com o aumenta da longevidade haacute proporcionalmente o aumento das doenccedilas crocircnicas tiacutepicas da populaccedilatildeo idosa como hipertensatildeo diabetes e doenccedilas cardiacuteacas

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O processo de envelhecimento decorre da queda das taxas de natalidade e mortalidade infantil e o aumento da expectativa de vida que acarreta em aumento das doenccedilas crocircnicas que geram anos de utilizaccedilatildeo do sistema de sauacutede O aumento das doenccedilas crocircnicas em idosos vem sobrecarregando ainda mais os serviccedilos de emergecircncia (ALVES BARBOSA 2010)

Para que a classificaccedilatildeo seja adequada o enfermeiro deveraacute ter conhecimento das mudanccedilas do organismo e adaptaccedilotildees comuns a cada fase da vida a fim de reconhecer alteraccedilotildees fiacutesicas e psiacutequicas proacuteprias a cada faixa etaacuteria

Verificou-se em relaccedilatildeo ao iniacutecio dos sintomas que a maior parte dos pacientes 37 (552) procurou o serviccedilo de emergecircncia apenas apoacutes 1 a 2 dias do iniacutecio dos sintomas 25 (373) procuraram o serviccedilo antes das 24 horas do iniacutecio dos sintomas e 5 (75) procuraram apoacutes mais de 3 dias do iniacutecio dos sintomas Apesar de a dor toraacutecica ser considerada como um sintoma temido por grande parte da populaccedilatildeo o enfermeiro haacute que considerar que ainda existe o pensamento popular de quando incomodado pelo sintoma da dor toraacutecica muitos indiviacuteduos tendem a se automedicar natildeo admitir a seriedade do desconforto promove tentativas de melhora e sobretudo hesita atendimento nos serviccedilos de sauacutede o que pode acarretar em piora do quadro cliacutenico fazendo com que o paciente procure o serviccedilo de emergecircncia apenas com o agravamento da situaccedilatildeo (BOAVENTURA 2011) Essa condiccedilatildeo caracteriza motivo de importacircncia do questionamento do enfermeiro acerca do iniacutecio dos sintomas pois em muitos casos a quadro apresentado pela dor toraacutecica pode jaacute encontrar-se em agravamento BOUNDY et al (2004) considera que a dor toraacutecica eacute o sintoma fundamental do IAM que geralmente eacute constritiva e persistente por 12 horas ou mais pode irradiar-se para o braccedilo esquerdo maxilar pescoccedilo e omoplatas

Revela-se aqui nos fatores de risco associados a alta incidecircncia brasileira da ocorrecircncia de Hipertensatildeo Arterial

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Sistecircmica (HAS) 32 (478) dos pacientes com dor toraacutecica classificados referiu ser hipertenso A histoacuteria familiar de Doenccedila Arterial Coronariana aparece em 18 (269) dos casos e o tabagismo em 15 (224) pacientes

O IAM eacute causado pela diminuiccedilatildeo do fluxo sanguiacuteneo e consequentemente do oxigecircnio ao muacutesculo cardiacuteaco o miocaacuterdio Geralmente eacute causado pelo estreitamento das arteacuterias coronaacuterias por acuacutemulo de lipiacutedeos embolo ou trombo (OLIVEIRA LEITAtildeO RAMOS 2009) Dessa forma torna-se primordial para a avaliaccedilatildeo do risco da dor toraacutecica o enfermeiro correlacionar os fatores de risco associados para a potencialidade de uma doenccedila arterial coronariana que desencadeie o IAM (OLIVEIRA LEITAtildeO RAMOS 2009) O conhecimento das variaacuteveis cliacutenicas (histoacuteria de hipertensatildeo diabetes dislipidemia) deve ser correlacionado imediatamente com a caracteriacutestica da dor toraacutecica durante a classificaccedilatildeo de risco no sentido de afastar ou suspeitar de gravidade relacionada agrave dor

O HIAE ao abordar os fatores de risco para a Siacutendrome Coronariana Aguda lembra que o tabagismo eacute o maior fator de risco para a morte suacutebita cardiacuteaca o colesterol em excesso acumula-se no interior das arteacuterias coronaacuterias levando agrave aterosclerose que predispotildee ao IAM A aterosclerose eacute a principal causa de IAM 50 dos pacientes que enfartam satildeo hipertensos e para o portador de Diabetes Mellitus a ocorrecircncia de infarto eacute de 2 a 4 vezes maior (HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN 2014) Boundy et al (2004) alertam que o IAM eacute causado pela obstruccedilatildeo das arteacuterias coronaacuterias Os principais fatores de risco satildeo envelhecimento diabetes mellitus dislipidemia hipertensatildeo obesidade histoacuteria familiar de Doenccedila Arterial Coronariana (DAC) sedentarismo tabagismo estresse e uso de drogas como anfetaminas ou cocaiacutena

A I Diretriz Brasileira para Prevenccedilatildeo Cardiovacular cita que a hipertensatildeo arterial sistecircmica (HAS) eacute o mais importante fator de risco para o desenvolvimento de doenccedila arterial coronariana E a principal prevenccedilatildeo cardiovascular engloba evitar a instalaccedilatildeo de fatores de risco cardiovascular modificaacuteveis como o tabagismo (SIMAtildeO et al 2013)

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As accedilotildees do enfermeiro devem estar focadas na prevenccedilatildeo Cardioloacutegica baseadas na alta incidecircncia das taxas de mortalidade das Siacutendromes Coronaacuterias Agudas Particularmente a diminuiccedilatildeo do risco de agravo do Infarto Agudo do Miocaacuterdio pode ser iniciada pela identificaccedilatildeo precoce dos fatores de risco e sua correlaccedilatildeo com a dor toraacutecica Os indiviacuteduos com maior risco devem ser rapidamente identificados (GUIMARAtildeES 2006)

A classificaccedilatildeo de risco do paciente com queixa de dor toraacutecica deve ser aacutegil de criteriosa conter caracterizaccedilatildeo da dor identificaccedilatildeo de fatores de risco associados antecedentes cardiovasculares monitorizaccedilatildeo cardiacuteaca contiacutenua oximetria de pulso acesso venoso perifeacuterico exames laboratoriais e principalmente ECG de 12 derivaccedilotildees em menos de dez minutos a partir da chegada do paciente dentre outros (VIEIRA RAFAEL 2011) Para tanto sem duacutevida podemos afirmar que a utilizaccedilatildeo de protocolos para embasar a classificaccedilatildeo de risco oferece respaldo legal para a atuaccedilatildeo segura dos enfermeiros (SOUZA et al 2011)

O enfermeiro ao deparar-se com o paciente com queixa de dor toraacutecica deve investigar os antecedentes cardiovasculares O risco de doenccedila ateroscleroacutetica eacute estimado com base na anaacutelise conjunta de caracteriacutesticas que aumentam a chance de um indiviacuteduo desenvolver a doenccedila Portanto o mais claro identificador de risco eacute a manifestaccedilatildeo preacutevia da proacutepria enfermidade (SIMAtildeO et al 2013) A Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (OMS) cita a doenccedila cardiovascular como uma das condiccedilotildees mais debilitantes de impacto sobre a qualidade de vida do indiviacuteduo um agravante fator de risco para o IAM Estima-se que juntamente com a Depressatildeo a Doenccedila Arterial Coronariana (que predispotildee ao IAM) seratildeo em 2020 as duas principais causas de morte devendo a comorbidade entre estas duas doenccedilas ser mais preocupante (LEMOS et al 2008)

Classificaccedilatildeo de Risco ndash Anaacutelise da Utilizaccedilatildeo dos Fluxogramas

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A Figura 2 aponta a porcentagem da utilizaccedilatildeo dos trecircs fluxos pertencentes ao instrumento proposto

Figura 2 - Distribuiccedilatildeo percentual da Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes que procuraram o SEA do HUUFSC de acordo com o protocolo proposto (Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem do HIAE) Florianoacutepolis-SC 2014

Fonte dados obtidos pela autora (2013-2014)

Os dados relativos apresentados na Figura 2 demonstram

que os enfermeiros utilizaram o fluxo 1 em 507 (34) dos casos o fluxo 2 em 269 (18) dos casos e o fluxo 3 em 224 (15) dos casos Esse fato revela que os enfermeiros suspeitaram de maior gravidade nos casos de dor toraacutecica de acordo com as queixas referidas pelos pacientes ao utilizar o protocolo sugerido para este estudo

Uma vez que o paciente com sintoma de dor toraacutecica pode tratar-se de uma condiccedilatildeo grave a abordagem adequada torna-se equivalente agrave minimizaccedilatildeo de riscos de morte Por esse motivo eacute necessaacuterio que o enfermeiro que atua nos serviccedilos de urgecircncia detenha conhecimento cientiacutefico praacutetico e teacutecnico Aleacutem disso eacute primordial a tomada de decisotildees raacutepidas e concretas o reconhecimento de situaccedilotildees de riscos familiaridade com a Siacutendrome Coronariana Aguda (SCA) O conhecimento sobre os pacientes acometidos com dor toraacutecica eacute relevante por ser uma condiccedilatildeo cliacutenica prevalente nos serviccedilos de emergecircncia (FERREIRA MADEIRA 2011)

0

20

40

60Fluxo 1 (Suspeita deSiacutendrome CoronarianaAguda Tiacutepica)Fluxo 2 (PossiacutevelSiacutendrome CoronarianaAguda Atiacutepica)Fluxo 3 (Sem suspeitainicial de SiacutendromeCoronariana Aguda)

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O objetivo do atendimento agrave dor toraacutecica eacute a avaliaccedilatildeo imediata a priorizaccedilatildeo deste tipo de dor com a finalidade de reduccedilatildeo do retardo intra-hospitalar para o atendimento do paciente com SCA aleacutem da internaccedilatildeo desnecessaacuteria e liberaccedilatildeo inapropriada dos casos de SCA (BASSAN 2002) Neste sentido o uso de protocolo de Enfermagem para a classificaccedilatildeo de risco da dor toraacutecica eacute crucial para a adequada seleccedilatildeo de pacientes com dor toraacutecica passiacutevel de SCA o que acaba por diminuir a chance do paciente ser liberado do serviccedilo de Emergecircncia inadequadamente reduzindo o iacutendice de mortalidade por isquemia cardiacuteaca (FERREIRA MADEIRA 2010)

Diante da queixa de dor toraacutecica eacute importante que seja considerada isquemia do miocaacuterdio em todos os pacientes ateacute que esta seja descartada A avaliaccedilatildeo deve ser raacutepida incluindo o tipo de dor e o correto encaminhamento na diferenciaccedilatildeo entre dor toraacutecica cardiacuteaca e natildeo cardiacuteaca (JONES BRISTOL JONES 2013)

Muitos profissionais de sauacutede demonstram ainda conceitos errocircneos em relaccedilatildeo agrave avaliaccedilatildeo da dor tornando-a banalizada e pouco valorizada o que torna ineficaz a classificaccedilatildeo de risco da dor toraacutecica Esse fato pode ser modificado quando a classificaccedilatildeo eacute amparada por um instrumento de acordo com evidecircncia cientiacutefica comprovada (OLIVEIRA SILVA LEITAtildeO 2010)

Para a minimizaccedilatildeo de riscos de agravos aos pacientes com dor toraacutecica em condiccedilotildees graves que chegam agraves salas de emergecircncia eacute imperativo que a instituiccedilatildeo de sauacutede conte com enfermeiros treinados e equipados com uma ferramenta que os auxilie no manejo de pacientes acometidos por esta dor Dessa forma utilizar protocolos em sauacutede eacute fundamental na otimizaccedilatildeo do cuidado (FERREIRA MADEIRA 2011) A demanda elevada e crescente dos serviccedilos de emergecircncia torna necessaacuteria a incorporaccedilatildeo de estrateacutegias e tecnologias para lidar com esta procura A adoccedilatildeo de protocolos prioriza os atendimentos de condiccedilotildees graves que possam natildeo estar sendo reconhecidas

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diminuindo o tempo de espera e consequentemente o risco de deteriorizaccedilatildeo dos pacientes (ANZILEIRO 2011)

O prestador de cuidado dos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia precisa ser detentor de destreza manual e rapidez na accedilatildeo autocontrole emocional e facilidade de comunicaccedilatildeo a fim de obter os dados de sauacutede necessaacuterios para a otimizaccedilatildeo dos cuidados A comunicaccedilatildeo e a integraccedilatildeo com a equipe multiprofissional satildeo fundamentais para a participaccedilatildeo de todos no cuidado humanizado Aleacutem disso precisa possuir uma diversidade de conhecimento cientiacutefico para avaliar de forma precisa e aacutegil refletindo na reduccedilatildeo de risco aos agravos de sauacutede (LOPES 2011)

Considerando a magnitude da ocorrecircncia de dor toraacutecica nos serviccedilos de emergecircncia ainda existem muitas duacutevidas e questionamentos para definiccedilatildeo do quadro cliacutenico apresentando pelos pacientes Ressalta-se a importacircncia de discussotildees aprofundadas sobre a dor e avaliaccedilatildeo realizada pelo enfermeiro e o uso de protocolos para sanar duacutevidas de classificaccedilatildeo (SANTORO PIMENTA 2008)

Classificaccedilatildeo de risco ndash Anaacutelise dos diagnoacutesticos meacutedicos

A Figura 3 ilustra a porcentagem dos diagnoacutesticos

encontrados nas classificaccedilotildees de risco dos pacientes com dor toraacutecica

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Figura 3 - Distribuiccedilatildeo percentual dos diagnoacutesticos meacutedicos encontrados na Classificaccedilatildeo dos pacientes com dor toraacutecica Florianoacutepolis-SC 2014

Fonte dados obtidos pela autora (2013-2014)

Identificaram-se entre os diagnoacutesticos encontrados 35 (66) casos de ansiedade 22 (328) casos de dor muscular em 7 registros (104) natildeo havia diagnoacutestico meacutedico formado e 3 (45) foram confirmados casos de Infarto Agudo do Miocaacuterdio

Reafirmando a caracteriacutestica do setor como porta de entrada aos serviccedilos de sauacutede recebendo elevada demanda de pacientes com indicaccedilatildeo de atendimento na Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede (APS) a Figura 3 demonstra que a maior parte dos pacientes classificados com dor toraacutecica no periacuteodo apresentam quadros considerados de ldquopouca-urgecircnciardquo

De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2006) 65 dos casos que satildeo atendidos nos serviccedilos de emergecircncia no Brasil tecircm indicaccedilatildeo de serem resolvidos na APS Tal condiccedilatildeo acaba por ldquosobrecarregarrdquo com elevada demanda as unidades de emergecircncia O SACR natildeo conta com profissional meacutedico exclusivamente para atender a demanda dos pacientes que satildeo classificados o que acaba por acarretar muitas vezes em demora no atendimento inquietaccedilatildeo de pacientes

0

20

40

60 Ansiedade

DormuscularSemregistrosIAM

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geralmente aqueles classificados como ldquoverdesrdquo que possuem indicaccedilatildeo para atendimento na Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede (APS)

Devido agrave oferta restrita de atendimentos em sauacutede a populaccedilatildeo excedente tende a procurar um serviccedilo com maior possibilidade de porta de entrada Os serviccedilos de emergecircncia hospitalar geralmente conferem esta visatildeo de resolutividade (MARQUES LIMA 2010)

A elevada procura pelos serviccedilos de emergecircncia por pacientes com indicaccedilatildeo de atendimento na APS reflete as falhas na rede de atenccedilatildeo agrave sauacutede e sua desarticulaccedilatildeo Lopes (2011) afirma ainda que a desarticulaccedilatildeo da Rede de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede (RAS) e o descreacutedito da populaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao atendimento na Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede contribuem seguramente para a superlotaccedilatildeo dos serviccedilos de emergecircncia a niacutevel nacional Souza etal (2010) lembram que durante a classificaccedilatildeo de risco podemos evidenciar uma situaccedilatildeo frequente nos serviccedilos de emergecircncia atendidos que natildeo caracterizam emergecircncia propriamente dita ou seja natildeo se tratam de risco de vida Cabe ressaltar que o conceito de urgecircncia e emergecircncia eacute diferente na visatildeo dos usuaacuterios de sauacutede

Neste sentido o SEA do HU eacute visto como serviccedilo de referecircncia Esses dados sugerem a imagem da populaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao hospital como centro de excelecircncia para o atendimento em sauacutede conferindo sua caracterizaccedilatildeo como figura de resolutividade Dessa forma apesar dos problemas de superlotaccedilatildeo e muitas vezes com demora no atendimento o hospital ainda confere agrave populaccedilatildeo maior acreditaccedilatildeo ou seguranccedila Reafirmando esta ideia Marques e Lima (2010 p15) colocam que ldquoApesar de superlotadosrdquo impessoais e atuando sobre a queixa principal esses locais reuacutenem um somatoacuterio de recursos quais sejam consultas remeacutedios procedimentos de enfermagem exames laboratoriais e internaccedilotildeesrdquo

Ao fazermos a relaccedilatildeo dos dados de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes que procuram o SEA do HU referindo dor toraacutecica e os diagnoacutesticos encontrados percebe-se que apesar da alta incidecircncia dos casos classificados ldquopouco-urgentesrdquo (verdes e azuis) como eacute considerado um quadro de ansiedade (Figura 2) reafirma-se que os enfermeiros valorizaram os

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sintomas referidos pelos pacientes com dor toraacutecica utilizando o protocolo sugerido agrave medida que classificam a maioria dos casos como Fluxo 1 (emergecircncia) 34 (507) dos casos

Nas classificaccedilotildees encontradas identificamos maior nuacutemero de casos classificados como emergentes em contrapartida o quadro com maior nuacutemero de diagnoacutesticos eacute o de ansiedade considerada uma queixa ldquopouco-urgenterdquo ou natildeo-emergente Esse fator nos faz refletir que ao vivenciar a dor toraacutecica o indiviacuteduo passa pela experiecircncia de sentimentos complexos O alto grau de gravidade que pode estar associado a este tipo de dor acaba por impulsionar a grande procura pelo ambiente hospitalar por parte dos pacientes com dor toraacutecica e seus familiares Pacientes que vivenciam a dor toraacutecica em sua maioria procuram o serviccedilo de emergecircncia em situaccedilatildeo que considera emergente ou urgente podendo ou natildeo estar passando por processo patoloacutegico (ARAUJO MARQUES 2007)

A intensidade dos sintomas cliacutenicos tende a conferir sentimentos de medo e o principal eacute o medo da morte agrave medida que relaciona esta dor como ameaccediladora agrave vida (ARAUacuteJO MARQUES 2007)

A Sociedade Brasileira de Cardiologia (2002) aponta que a dor toraacutecica tambeacutem pode surgir como reflexo psicossomaacutetico ou seja natildeo possuir causa orgacircnica Neste sentido gerada por mecanismos psiacutequicos tende a ser difusa e imprecisa Os sintomas de ansiedade satildeo detectaacuteveis na maioria dos casos e geralmente se observa a utilizaccedilatildeo inadequada e abusiva de analgeacutesicos (BASSAN et al 2002)

Consideraccedilotildees Finais

Conhecer o perfil dos pacientes com queixas de dor

toraacutecica eacute fundamental para buscar propostas para um cuidado seguro e qualificado de acordo com suas necessidades

Os serviccedilos de emergecircncia possuem caracteriacutestica de porta de entrada ao serviccedilo hospitalar no entanto acabam por atender tambeacutem os casos com indicaccedilatildeo de atendimento em niacutevel de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede sendo um retrato da situaccedilatildeo

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de sauacutede a niacutevel nacional e o SEA do HU natildeo foge a esta regra Esse fato acarreta a superlotaccedilatildeo demora no atendimento e tensatildeo aos profissionais de sauacutede Como eacute elevado o nuacutemero de pacientes atendidos na emergecircncia com casos natildeo urgentes ao deparar-se com um paciente com queixa de dor toraacutecica o profissional de sauacutede poderaacute banalizaacute-la ou ateacute mesmo desvalorizaacute-la

A caracterizaccedilatildeo dos pacientes que chegam ao SEA do HU foi possiacutevel por meio de anaacutelise das informaccedilotildees contidas no protocolo ldquoFluxograma de Triagem Cardioloacutegicardquo do HIAE A obtenccedilatildeo dessas informaccedilotildees revelou dados importantes para a avaliaccedilatildeo do paciente com dor toraacutecica e confirmou a importacircncia de um instrumento cientiacutefico jaacute validado em um serviccedilo de referecircncia como o HIAE para fundamentar as accedilotildees de Enfermagem Embora o serviccedilo contexto deste estudo natildeo seja referecircncia em cardiologia atende uma demanda expressiva de pacientes que procuram o serviccedilo com queixa de dor toraacutecica conforme observado neste estudo

Haacute ainda que se considerar que o SACR precisa atuar de forma a identificar com agilidade os casos de dor toraacutecica com indiacutecio de caso cliacutenico grave para promover a classificaccedilatildeo de risco eficaz em tempo ouro para a recuperaccedilatildeo do paciente Para isso o protocolo especiacutefico de Enfermagem ao paciente com dor toraacutecica precisa ser pautado em evidecircncias cliacutenicas reforccedilando a necessidade de implantaccedilatildeo de um protocolo validado

Esta pesquisa trouxe a comprovaccedilatildeo baseada na evidecircncia cientiacutefica de uma realidade claacutessica poreacutem somente observada mas agora registrada E como proposta fica a importante necessidade de sugerir a institucionalizaccedilatildeo do protocolo de enfermagem do HIAE para pacientes com queixas de dor toraacutecica que comprovou estar de acordo com a realidade do serviccedilo e com a caracteriacutestica do perfil dos pacientes encontrados

Para que esta pesquisa natildeo seja apenas uma constataccedilatildeo de fragilidades e sim se transforme em realidade em accedilatildeo para um serviccedilo de sauacutede de qualidade e livre de riscos o protocolo seraacute avaliado e discutido quanto agrave sua viabilidade ao serviccedilo em estudo distinto Para que esta proposta seja efetiva inicialmente

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deveraacute ser avaliado pela equipe de enfermagem e posteriormente ser apresentado agrave Diretoria de Enfermagem do hospital de estudo para possiacutevel institucionalizaccedilatildeo Um protocolo de avaliaccedilatildeo soacute torna-se uacutetil quando utilizado com vistas a atender um puacuteblico comum ao serviccedilo e agraves necessidades dos profissionais

Referecircncias ALVES D B BARBOSA M T S Desigualdades na Mortalidade por Doenccedilas Crocircnicas entre Idosos e sua Associaccedilatildeo com Indicadores Socioeconocircmicos no Brasil RBCEH Passo Fundo v 7 n 1 p 22-33 janabr 2010 ANZILIERO F A Emprego do Sistema de Triagem de Manchester na estratificaccedilatildeo de risco revisatildeo de Literatura Trabalho de conclusatildeo de curso da UFRS Porto alegre 2011 ARAUJO RD MARQUES IR Compreendendo o significado da dor toraacutecica isquecircmica de pacientes admitidos na sala de emergecircncia Rev Bras Enferm v60 n6 2007 BASSAN R PIMENTA L LEAtildeES P TIMERMAN A Sociedade Brasileira de Cardiologia I Diretriz de dor toraacutecica na sala de emergecircncia Definiccedilatildeo de graus de recomendaccedilatildeo e niacuteveis de evidecircncia Arq Bras Cardiol v76 n2 p1-22 2002 BOAVENTURA L SANTOS C PASELLO S Atuaccedilatildeo do Enfermeiro no Infarto Agudo do Miocaacuterdio Artigonal Diretoacuterio de Artigos Gratuitos 2011 Disponiacutevel em lthttpwwwartigonalcomauthors1166189gt Acesso em 08 fev 2014 BOUNDY J et al Enfermagem Meacutedico-Ciruacutergico Infarto Agudo do MiocaacuterdioCarlos Henrique Cosendey 3ordf ed Rio de Janeiro Reichman amp Affonso Editores v 2 2004

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BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Humaniza SUS Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo A Humanizaccedilatildeo como Eixo Norteador das Praacuteticas de Atenccedilatildeo e Gestatildeo em todas as Instacircncias do SUS Seacuterie B Textos Baacutesicos Brasiacutelia 2004 _______ Ministeacuterio da Sauacutede Recomendaccedilotildees para a Organizaccedilatildeo dos Cuidados Urgentes e Emergentes O Serviccedilo de Urgecircncias Hospitais SA 2006 _______ Ministeacuterio da Sauacutede Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo agraves Urgecircncias - 3 ed ampliada ndash Seacuterie E ndash Legislaccedilatildeo de Sauacutede BrasiacuteliaDF 2006 p55 _______ Ministeacuterio da Sauacutede Grupo Hospitalar ConceiccedilatildeoGerecircncia de Ensino e Pesquisa Diretrizes CliacutenicasProtocolos Assistenciais Manual Operacional Porto Alegre 2008 _______ Ministeacuterio da Sauacutede Acolhimento e Classificaccedilatildeo de Risco nos Serviccedilos de Urgecircncia Seacuterie B Textos Baacutesicos de Sauacutede BrasiacuteliaDF 2009 _______ Ministeacuterio da Sauacutede Conselho Nacional de Sauacutede Resoluccedilatildeo 466 de 12 dezembro de 2012 Diretrizes e normas regulamentadoras da pesquisa envolvendo seres humanos Brasiacutelia 2012 _______ Ministeacuterio da Sauacutede Perfil da mortalidade do Brasileiro Uma anaacutelise da situaccedilatildeo de sauacutede Brasiacutelia 2008 Disponiacutevel em lthttpportalsaudegovbrportalarquivospdfcoletiva_saude_061008pdf Acesso em 110312gt Acesso em 05 jan 2013 _______ Ministeacuterio da Sauacutede Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede do Homem Princiacutepios e Diretrizes Brasiacutelia 2008 Disponiacutevel em lthttpportalsaudegovbrportalarquivospdfpolitica_nacional_homempdfgt Acesso em 05 jan 2013

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evidecircncias na sauacutede e na enfermagem Ver Texto e Contexto - enferm Florianoacutepolis v17 n4 outdez 2008 NASI LA et al Rotinas em Pronto Socorro 2ed Porto Alegre Artmed 2005 OLIVEIRA RM SILVA LMS LEITAtildeO IMTA Anaacutelise dos saberes e praacuteticas de enfermeiras sobre avaliaccedilatildeo da dor no contexto hospitalar Rev enferm UFPE on line v4 n3 p 53-6 julset 2010 OLIVEIRA FJG LEITAtildeO I M T A RAMOSI C Caracterizaccedilatildeo dos pacientes com Dor Toraacutecica atendidos na Emergecircncia de um Hospital Privado de Fortaleza -Ce In 61deg Congresso de Enfermagem Transformaccedilatildeo Social e Sustentabilidade Ambiental 2009 Fortaleza- Ce Anais Eletrocircnicos Disponiacutevel em lthttpwwwabeneventoscombranais_61cbengt Acesso 29 dez 2013 PIEGAS LS FEITOSA G MATTOS LA NICOLAU JC ROSSI NETO JM e COLSSOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA Diretriz da Sociedade Brasileira de Cardiologia sobre Tratamento do Infarto agudo do Miocaacuterdio com Supradesniacutevel do Segmento ST Arq Bras Cardiol 2009 RIOS DFC BRANDAtildeO FB FARIA MNZ ALCANTARA AS SANTOS MIFO Tronboembolismo pulmonar como causa de dor toraacutecica na sala de emergecircncia Rev Meacuted Minas Gerais v20 p465-468 2010 SANTORO BDC PIMENTA CAM Semelhanccedilas e diferenccedilas da dor nas siacutendromes toraacutecicas revisatildeo sistemaacutetica da literatura Rev Gauacutecha Enferm Porto Alegre (RS) v29 n2 p301-7 jun 2008 SOUZA CC TOLEDO AD TADEU LFR CHIANCA TCM Classificaccedilatildeo de Risco em Pronto-Socorro concordacircncia entre

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um protocolo institucional brasileiro e Manchester Rev Latino-Am Enfermagem v19 n1 janfev 2011 SIMAtildeO AF PRECOMA AD ANDRADE JP CORREA FILHO H Diretriz Brasileira de Prevenccedilatildeo Cardiovascular Arquivos Brasileiros de Cardiologia Sociedade Brasileira de Cardiologia v101 n6 s2 dez 2013 Disponiacutevel em lthttppublicacoescardiolbrconsenso2013Diretriz_Prevencao_Cardiovascularpdfgt Acesso em07 jan 2013 VIEIRA W F S RAFAEL D Hospital de Cliacutenicas (HC) Universidade Federal do Paranaacute (UFPR) Departamento de Cliacutenica meacutedica Disciplina de Cardiologia Unidade Coronariana Protocolo de Manejo Hospitalar do Infarto Agudo do Miocaacuterdio com Supradesniacutevel de segmento ST Curitiba 2011 Disponiacutevel em lthttpwwwhcufprbrsitesdefaultfilesprotocolo_IAMCSST_2011pdf gt Acesso em 22 abr 2013

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52 A AVALIACcedilAtildeO DOS ENFERMEIROS DE UM SERVICcedilO DE EMERGEcircNCIA HOSPITALAR SOBRE A UTILIZACcedilAtildeO DE UM PROTOCOLO PARA A DOR TORAacuteCICA VALIDADO EM UM SERVICcedilO DE REFEREcircNCIA

Aline Costa Vieirasup1

Kaacutetia Cilene Godinho Bertoncellosup2 Juliana Balbinot Reis Girondisup3

Resumo Estudo quantitativo de caraacuteter descritivo que objetivou identificar a avaliaccedilatildeo de enfermeiros do Serviccedilo de Emergecircncia de um Hospital Universitaacuterio do Sul do Brasil ao utilizar um protocolo de Enfermagem especiacutefico para classificar a dor toraacutecica Foram realizadas sete entrevistas com os enfermeiros participantes por meio de roteiro semiestruturado entre janeiro e fevereiro de 2014 Para anaacutelise dos dados utilizou-se a estatiacutestica descritiva por meio de nuacutemeros absolutos e percentuais O protocolo utilizado foi construiacutedo validado e eacute utilizado no Hospital Israelita Albert Einstein de Satildeo PauloSP Contempla as caracteriacutesticas da dor toraacutecica fatores de risco antecedentes cardiovasculares e os possiacuteveis fluxogramas de encaminhamentos que conduzem a accedilatildeo do enfermeiro ao classificar o risco Os dados obtidos datildeo conta de que haacute um consenso entre os enfermeiros de que o protocolo sugerido prioriza o atendimento agrave Siacutendrome Coronariana Aguda identifica mais facilmente os fatores de risco para Infarto Agudo do Miocaacuterdio aleacutem de melhor identifica o tipo de dor Dentre as avaliaccedilotildees sobressaem as consideraccedilotildees positivas em utilizar o protocolo sobre as negativas Os enfermeiros em geral consideram o protocolo sugerido aplicaacutevel ao serviccedilo pois fundamentou sua praacutetica e proporcionou respaldo em sua conduta Palavras-chave Dor toraacutecica Infarto Agudo do Miocaacuterdio Assistecircncia em Enfermagem Classificaccedilatildeo de Risco Protocolos

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Abstract Qualitative descriptive study aimed to identify the evaluation of nurses in the Emergency Department of a University Hospital in Southern Brazil to use a specific protocol to classify Nursing chest pain Interviews with seven nurses participants through semi-structured between January and February 2014 were performed Data analysis used descriptive statistics by absolute numbers and percentages The protocol used was constructed validated and is used in the Albert Einstein Hospital in Sao Paulo SP Include the characteristics of chest pain risk factors cardiovascular history and possible flowcharts referrals that lead to action by nurses to rate the risk Data obtained realize that there is a consensus among nurses suggested that the protocol prioritizes compliance with Acute Coronary Syndrome more easily identifies risk factors for Acute Myocardial Infarction and better identifies the type of pain Among the positive reviews the highlights considerations in using the protocol on the negative Nurses generally consider the suggested protocol applicable to service as their practice ground and provided support in their conduct Keywords Chest pain acute myocardial infarction Nursing Assistance Risk Rating Protocols

Introduccedilatildeo

A dor toraacutecica eacute apontada como uma das principais

queixas referidas pelos pacientes que procuram os atendimentos de emergecircncia De acordo com estudos da Sociedade Brasileira de Cardiologia a estimativa eacute que 4 milhotildees de pessoas satildeo atendidas por dor toraacutecica anualmente no Brasil (BASSAN et al2002) Cerca de 5 a 15 dos pacientes que referem dor toraacutecica satildeo diagnosticados com Infarto Agudo do Miocaacuterdio ou seja em dados relativos 400 mil por ano em nosso paiacutes (BASSAN et al 2002)

Considerando que esta dor eacute o sintoma claacutessico da Siacutendrome Coronariana Aguda a atenccedilatildeo precisa ser redobrada em vigecircncia deste tipo de dor Os enfermeiros que atuam em um serviccedilo de Emergecircncia na Classificaccedilatildeo de Risco precisam estar atentos em vigecircncia da dor toraacutecica Frequentemente estes

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profissionais deparam-se com a dor toraacutecica por isquemia e diante de sua subjetividade avaliar e classificar a dor toraacutecica natildeo se constitui em tarefa simples (ARAUJO MARQUES 2007)

Nesse contexto emerge como tecnologia do cuidado e instrumento para o embasamento da praacutetica de Enfermagem os protocolos assistenciais que vem ao encontro das necessidades dos enfermeiros para a tomada de decisatildeo durante a classificaccedilatildeo de risco

Com relaccedilatildeo aos eventos coronarianos a reduccedilatildeo de casos como o Infarto Agudo do Miocaacuterdio na Siacutendrome Coronariana Aguda (SCA) ocorre mediante uso de diretrizes com evidecircncia cientiacutefica comprovada O uso de protocolos cliacutenicos eacute uacutetil para otimizar a qualidade do atendimento (FARIAS MOREIRA 2012)

Atualmente no Brasil especificamente ao abordarmos a praacutetica dos profissionais enfermeiros haacute que se considerar a escassez de estudos que tratam sobre a utilizaccedilatildeo de instrumentos que auxiliam a conduta dos profissionais os protocolos O uso de protocolos na aacuterea da sauacutede vem a ser uma evoluccedilatildeo para o cuidado agrave medida que vem com a finalidade de proporcionar embasamento cientiacutefico ao profissional (SCHNEID 2003)

O Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco surgiu com a finalidade de melhor ldquocoordenarrdquo a ordem do atendimento excluindo a ordem de chegada e incluindo a classificaccedilatildeo da gravidade ou fatores de risco associados que predisponham a um possiacutevel risco ameaccedilador agrave vida Para a classificaccedilatildeo de risco eacute necessaacuterio o trabalho de um profissional de enfermagem de niacutevel superior munido de um instrumento que fundamente a conduccedilatildeo do caso e avalie a gravidade ou o potencial de agravamento do caso Os protocolos assistenciais sistematizam a accedilatildeo do profissional aleacutem de serem fundamentais para a efetiva classificaccedilatildeo de risco e avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade do paciente (BRASIL 2009)

Nessa perspectiva emerge a seguinte pergunta de pesquisa para o estudo Qual a avaliaccedilatildeo dos enfermeiros de um Serviccedilo de Emergecircncia Hospitalar ao utilizar em sua

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conduta durante a Classificaccedilatildeo de Risco um protocolo especiacutefico para a avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica

Dessa forma essa pesquisa objetivou identificar a avaliaccedilatildeo dos enfermeiros do Serviccedilo de Emergecircncia de um Hospital Universitaacuterio do Sul do Brasil ao utilizar um protocolo de Enfermagem especiacutefico para avaliar a dor toraacutecica

Metodologia

Estudo quantitativo descritivo realizado em Serviccedilo de

Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco (SACR) do Setor de Emergecircncia de um Hospital Universitaacuterio do Sul do Brasil Atualmente o serviccedilo deste estudo utiliza para a Classificaccedilatildeo de Risco um instrumento adaptado do protocolo de Manchester (MACKAWAY-JONES 1997) confeccionado por um profissional meacutedico da instituiccedilatildeo o qual eacute utilizado no serviccedilo por consenso entre a equipe meacutedica e de enfermagem deste a implantaccedilatildeo do Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco na instituiccedilatildeo haacute cerca de 3 anos O referido instrumento adaptado eacute comum para todas as queixas referidas pelos pacientes

No periacuteodo janeiro a fevereiro de 2014 foi utilizado como experiecircncia no serviccedilo um protocolo especiacutefico de Enfermagem para a dor toraacutecica qual seja o protocolo Fluxograma da Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem Esse instrumento eacute utilizado no Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE) que eacute um serviccedilo brasileiro de referecircncia ao atendimento agrave sauacutede desde 2010 No referido ano esse hospital instituiu em sua unidade cardioloacutegica um protocolo de classificaccedilatildeo de risco especiacutefico para a Enfermagem na avaliaccedilatildeo dor toraacutecica com a finalidade de reconhecer precocemente um quadro de siacutendrome coronariana aguda que predisponha a um dano por vezes irreversiacutevel O protocolo de enfermagem desenvolvido no HIAE auxilia o enfermeiro a determinar a gravidade com maior agilidade levando ao atendimento mais raacutepido e seguro Embora o serviccedilo em questatildeo natildeo seja referecircncia ao atendimento para a dor toraacutecica este eacute sintoma principal em vigecircncia da Siacutendrome Coronariana Aguda Assim esta demanda que requer um atendimento especializado qualificado e seguro

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Para a efetivaccedilatildeo dessa experiecircncia foram convidados a participar os enfermeiros que atuam no serviccedilo de emergecircncia hospitalar de acordo com os criteacuterios de inclusatildeo ser enfermeiro efetivo da instituiccedilatildeo ou residente atuar no Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco e aceitar participar no estudo mediante assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido Assim foi apresentado a cada enfermeiro o instrumento para a avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica bem como fornecida as devidas orientaccedilotildees para a sua utilizaccedilatildeo Foi demonstrado a cada enfermeiro o passo-a-passo do funcionamento do protocolo a sua estrutura os fluxos de encaminhamentos e a conduccedilatildeo para cada caso Apoacutes a demonstraccedilatildeo do protocolo foi solicitado a cada enfermeiro que o aplicasse a todo o paciente que procurasse o serviccedilo referindo dor toraacutecica como queixa principal Cabe ressaltar que a utilizaccedilatildeo do protocolo do HIAE sugerido neste estudo para a avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica natildeo excluiu em nenhum momento o protocolo institucional do SACR do HU utilizado atualmente Dessa forma o protocolo do HIAE foi aplicado como um instrumento ldquocomplementarrdquo para o serviccedilo

Apoacutes a experiecircncia da aplicabilidade do protocolo a mesma foi avaliada pelos 07 enfermeiros participantes (trecircs enfermeiros residentes e quatro enfermeiros efetivos) A somatoacuteria das classificaccedilotildees de risco realizadas pelos enfermeiros nos proporcionou um quantitativo de sessenta e sete classificaccedilotildees de risco de pacientes que procuraram o serviccedilo referindo dor toraacutecica como queixa principal no periacuteodo estipulado para a pesquisa Os dados obtidos que caracterizam os pacientes natildeo seratildeo abordados neste estudo pois seratildeo analisados num outro manuscrito

A coleta de dados ocorreu no recorte temporal de janeiro a fevereiro de 2014 onde se utilizou como instrumento a entrevista semi-estruturada Todas as entrevistas foram gravadas em aacuteudio e transcritas pela pesquisadora

Como teacutecnica de anaacutelise utilizou-se a estatiacutestica descritiva ciecircncia que consiste na organizaccedilatildeo anaacutelise e descriccedilatildeo de um conjunto de variaacuteveis com o intuito de maior

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entendimento dos dados que representam (BARBETTA REIS BORNIA 2004)

O estudo seguiu os princiacutepios eacuteticos com o indiviacuteduo de acordo com a Resoluccedilatildeo 4662012 do Conselho Nacional de Sauacutede (BRASIL 2012) sendo aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Universidade Federal de Santa Catarina - CEPUFSC sob protocolo nordm 12494 e pela instituiccedilatildeo em estudo Para resguardar o sigilo e o anonimato dos sujeitos da pesquisa optou-se por identificaacute-los como Enfermeiro (E) seguida pela ordem alfanumeacuterica (1 a 7)

Resultados

Estes resultados retratam as respostas dos sete

enfermeiros para cada uma das cinco perguntas do roteiro semi-estruturado Cada tabela a seguir caracteriza o conjunto das respostas dos enfermeiros agrupadas para cada pergunta Em conjunto estes resultados refletem a percepccedilatildeo dos enfermeiros ao utilizar o protocolo de dor toraacutecica do HIAE durante a classificaccedilatildeo dos 67 casos de dor toraacutecica deste estudo Tabela 2 - Distribuiccedilatildeo da avaliaccedilatildeo da Utilizaccedilatildeo do Protocolo Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem do HIAE FlorianoacutepolisndashSC 2014

Enfermeiros Positivo Negativo

Enfermeiro 1 Prioriza o atendimento a SCA

Enfermeiro 2 Amplia a visatildeo Natildeo indicaria ECG Enfermeiro 3 Identifica fatores de risco Eacute longo Enfermeiro 4 Boa noccedilatildeo para suspeita

de IAM

Enfermeiro 5 Com o passar do tempo Seraacute uacutetil

Complicado para usar no iniacutecio

Enfermeiro 6 Guiou melhor a conduta Enfermeiro 7 Faacutecil aplicaccedilatildeo

Total 7 3

Fonte Dados obtidos pela autora (2014)

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Os enfermeiros avaliaram a utilizaccedilatildeo do instrumento abordando os aspectos positivos e negativos Em relaccedilatildeo aos aspectos positivos 100 reportaram que a utilizaccedilatildeo do protocolo proporcionou melhores condiccedilotildees para conduzir agrave terapecircutica e o cuidado ao paciente com dor toraacutecica Foram apontados o fato do instrumento utilizado fornecer prioridade no atendimento agrave Siacutendrome Coronariana Aguda (SCA) e Infarto Agudo do Miocaacuterdio (IAM) proporcionar identificaccedilatildeo mais clara dos fatores de risco e o fato de ser um protocolo de faacutecil aplicaccedilatildeo

Protocolos cliacutenicos assistenciais satildeo considerados como instrumentos de tecnologias em sauacutede agrave medida que satildeo documentos que estabelecem criteacuterios ou conduccedilatildeo preconizada para o agravo em questatildeo (BRASIL 2011) Schneid et al (2003) reforccedila esta perspectiva ao afirmar que os protocolos cliacutenicos satildeo recursos tecnoloacutegicos embasados cientificamente com o propoacutesito de auxiliar o profissional da sauacutede durante a praacutetica cliacutenica os beneficiando ao lado de recursos humanos fiacutesicos e materiais No entanto o benefiacutecio esperado para o atendimento agrave sauacutede do paciente vem sendo prejudicada pela falta de estudos e recursos destinados a esta tecnologia (SHNEID et al 2003)

A variedade de condiccedilotildees cliacutenicas que geram a dor toraacutecica exige uma classificaccedilatildeo raacutepida para o aumento do prognoacutestico destes pacientes que muitas vezes podem estar desenvolvendo um quadro de Siacutendrome Coronariana Aguda (SANTOS ARAUacuteJO 2003) No entanto estudos apontam que a dor toraacutecica estaacute presente em 70 dos casos de Infarto Agudo do Miocaacuterdio (HIGA ATALLAH et al 2004)

O Infarto Agudo do Miocaacuterdio eacute a necrose de parte do muacutesculo cardiacuteaco consequente da isquemia que eacute causada pela obstruccedilatildeo da irrigaccedilatildeo sanguiacutenea ao coraccedilatildeo por uma das arteacuterias coronaacuterias Geralmente esta obstruccedilatildeo ocorre por um embolo ou trombo e pode ocorrer em localizaccedilotildees e intensidades diferentes dependendo da arteacuteria coronaacuteria afetada (BOUNDY et al 2004) De acordo com estudos da American Heart Association os protocolos satildeo essenciais para a avaliaccedilatildeo segura dos casos de dor toraacutecica pois auxiliam na internaccedilatildeo

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imediata dos casos graves assim como na identificaccedilatildeo dos chamados casos de dor toraacutecica de baixo custo aqueles sem diagnoacutestico grave Embora a maioria dos pacientes com dor toraacutecica natildeo seja diagnosticado com uma condiccedilatildeo de risco de vida o enfermeiro precisa distingui-los daqueles que necessitam de tratamento emergente (EZRA et al 2010)

A dor toraacutecica eacute um sintoma de amplitude social uma vez que atinge milhares de pessoas por todo o mundo (BASSAN et al2002) Dentre as causas que podem culminar em dor toraacutecica como causa psicoloacutegica pulmonar digestiva oacutesseo-muscular aquelas originadas no aparelho cardiovascular satildeo as mais temidas pelos profissionais de sauacutede e populaccedilatildeo em geral Temor este relacionado aos altos iacutendices de mortalidade por isquemia cardiacuteaca (BASSAN et al 2002) Por esta razatildeo a causa cardiovascular eacute a mais discorrida neste estudo

Corroborando esta ideia Marques (2010) afirmam que para a correta avaliaccedilatildeo e manejo da dor toraacutecica torna-se indispensaacutevel a aplicaccedilatildeo de um protocolo e da educaccedilatildeo continuada para melhor embasar a atuaccedilatildeo do enfermeiro (MARQUES 2010)

A dor toraacutecica eacute um achado cliacutenico importante para a investigaccedilatildeo do distuacuterbio que o paciente possa estar apresentando e para a definiccedilatildeo do diagnoacutestico O chamado quinto sinal vital a dor vem tomando proporccedilatildeo maior para os enfermeiros na literatura acerca de sua valorizaccedilatildeo na uacuteltima deacutecada Apesar disso a avaliaccedilatildeo da dor segue como um desafio ao enfermeiro durante a Classificaccedilatildeo de Risco uma vez que o ato de medir este sintoma estaacute relacionado agrave observaccedilatildeo escuta qualificada e acima de tudo em acreditar na queixa de dor referida (MORAIS et al 2009)

Ao considerar os aspectos negativos de avaliaccedilatildeo do protocolo se observou afirmaccedilatildeo do ldquoenfermeiro 2rdquo de que natildeo indicaria o Eletrocardiograma (ECG) visto que a solicitaccedilatildeo deste exame na instituiccedilatildeo natildeo eacute respaldada para que o profissional enfermeiro o realize No HIAE instituiu este protocolo a solicitaccedilatildeo do ECG pelo enfermeiro eacute uma praacutetica de rotina e assegurada pelo protocolo Soares (2007) discuta essa situaccedilatildeo ao apontar que devido ao alto grau de mortalidade

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cardiovascular o enfermeiro durante a classificaccedilatildeo de risco precisa priorizar o atendimento agrave dor toraacutecica Para isto eacute necessaacuterio um atendimento com tempo meacutedio de 8 minutos entre a chegada do paciente agrave Emergecircncia e a realizaccedilatildeo do ECG visando reduzir o tempo entre chegada diagnoacutestico e tratamento A maioria dos casos de morte por IAM ocorrem nas primeiras horas do iniacutecio dos sintomas sendo 40 a 65 na primeira hora e aproximadamente 80 nas primeiras 24 horas (PIEGAS et al2009) Quando respaldado por um protocolo validado e institucionalizado torna-se viaacutevel a rotina da solicitaccedilatildeo de Eletrocardiograma pelo enfermeiro assim como acontece no HIAE Marques (2010) reafirma esta necessidade ao abordar que eacute niacutetida a necessidade da implantaccedilatildeo de um protocolo avaliar e classificar a dor toraacutecica visto que quando o enfermeiro indica o ECG em seguida agrave classificaccedilatildeo de risco agiliza o processo e evita atraso do diagnoacutestico Ratificando esta necessidade a Sociedade Brasileira de Cardiologia (BASSAN et al 2002) considera eacute primordial que o diagnoacutestico de IAM por meio do ECG seja realizado ateacute 10 minutos da chegada do paciente tempo-ouro para o iniacutecio da terapecircutica adequada Assim agrave medida que o protocolo estaacute institucionalizado os papeacuteis dos membros da equipe de sauacutede ficam bem definidos

A resposta do ldquoenfermeiro 3rdquo evidencia a sua consideraccedilatildeo quando relata que o protocolo ldquoeacute longordquo O protocolo jaacute validado no serviccedilo de referecircncia HIAE eacute um instrumento que contempla e resgata as diversas possibilidades de agravos sintomatologias e caracteriacutesticas que tendem a prever um quadro cliacutenico de gravidade Desta forma como um documento completo no sentido de esgotar as possibilidades de gravidade tornando-o mais extenso que o instrumento utilizado atualmente no setor

Os protocolos assistenciais referem-se agrave organizaccedilatildeo do serviccedilo e sobretudo agrave organizaccedilatildeo do processo de trabalho da equipe de sauacutede De acordo com a colocaccedilatildeo do ldquoenfermeiro 5rdquo existe o pensamento de que inicialmente possa ser ldquodificultosordquo utilizar uma nova tecnologia e com ldquoo passar do tempordquo possa ser uacutetil Essa concepccedilatildeo denota o periacuteodo comum considerado

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para adaptaccedilatildeo de um protocolo assistencial A incorporaccedilatildeo de um protocolo assistencial depende do conhecimento do profissional de sauacutede em como utilizaacute-lo corretamente e do compromisso do profissional o que geralmente requer tempo para adaptaccedilatildeo da nova tecnologia Aleacutem disso para o sucesso da adoccedilatildeo do protocolo este deve corresponder agraves expectativas e demandas do serviccedilo e dos profissionais (WERNECK FARIA CAMPOS 2009)

Mediante a relevacircncia da dor toraacutecica da sua importacircncia social e econocircmica os estudos relacionados a construccedilatildeo de protocolos de Enfermagem ainda satildeo escassos o que justifica a anaacutelise deficitaacuteria dos dados com relaccedilatildeo agrave atuaccedilatildeo do enfermeiro frente ao paciente com esta sintomatologia nos serviccedilos de Emergecircncia (MARQUES 2010) Fernandes et al (2009) corroboram com esta situaccedilatildeo em sauacutede ao discorrer que existem poucos estudos de Enfermagem na abordagem de protocolos assistenciais principalmente tratando-se de situaccedilotildees agudas em Emergecircncia e particularmente para Siacutendrome Coronariana Aguda Tabela 3 - Distribuiccedilatildeo da avaliaccedilatildeo das vantagens eou desvantagens em utilizar o protocolo Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem do HIAE FlorianoacutepolisndashSC2014

Enfermeiros Positivo Negativo

Enfermeiro 1 Eacute bem completo Eacute extenso Enfermeiro 2 Identifica mais faacutecil o

tipo de dor atendimento mais raacutepido

Complicado com duas folhas

Enfermeiro 3 Classificaccedilatildeo mais qualificada avalia melhor os riscos

Eacute extenso

Enfermeiro 4 Ajuda a classificar melhor a dor

Enfermeiro 5 Auto-explicativo Muito longo Enfermeiro 6 Auxilia na

classificaccedilatildeo triagem mais correta encaminha certo como

Longo e demorado

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proceder Enfermeiro 7 Agiliza o processo

auxilia o enfermeiro na classificaccedilatildeo

A instituiccedilatildeo natildeo aceitaraacute pedido de ECG assinado pelo enfermeiro

Total 7 6

Fonte Dados obtidos pela autora (2014)

Observa-se no conjunto destes dados que 100 dos

enfermeiros avaliaram de forma positiva o protocolo em relaccedilatildeo agraves suas vantagens Os profissionais afirmaram que utilizar este protocolo propiciou uma Classificaccedilatildeo de Risco mais correta qualificada e com identificaccedilatildeo mais faacutecil do tipo de dor Estudos consideram que eacute fundamental relacionar os fatores de risco com a descriccedilatildeo da dor que geralmente em caso de IAM eacute referida como de forte intensidade em ldquoqueimaccedilatildeo aperto opressatildeo ou sufocaccedilatildeordquo e superior a 30 minutos podendo ou natildeo irradiar para os braccedilos mandiacutebula pescoccedilo ou estocircmago Para que esta identificaccedilatildeo seja fundamentada o uso de protocolos assistenciais se torna imprescindiacutevel (OLIVEIRA LEITAtildeO RAMOS 2009) Em casos mais incomuns considerados atiacutepicos como descritos no protocolo do HIAE o paciente pode estar apresentando dificuldade para respirar naacuteuseas vocircmitos vertigem desmaio suor frio e palidez Contudo a sintomatologia nos casos atiacutepicos pode ser branda (OLIVEIRA LEITAtildeO RAMOS 2009) Tabela 4 - Distribuiccedilatildeo da avaliaccedilatildeo da estrutura formato e fluxos de encaminhamentos contidos no Protocolo Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem do HIAE FlorianoacutepolisndashSC 2014

Enfermeiros Positivo Negativo

Enfermeiro 1 Faacutecil compreensatildeo Enfermeiro 2 Deveria ser de

apenas uma folha Enfermeiro 3 Jaacute estamos

acostumadas a usar o outro

100

Enfermeiro 4 Natildeo tem a cor laranja Enfermeiro 5 Auxilia bastante na

tomada de decisatildeo eacute auto-explicativo

Eacute mais demorado

Enfermeiro 6 Conteacutem bastante informaccedilotildees

Um pouco complicado de entender

Enfermeiro 7 Facilita encaminhamento e tomada de decisatildeo

Total 4 5

Fonte Dados obtidos pela autora (2014)

Em relaccedilatildeo agrave estrutura e formato foi demonstrado que a

percepccedilatildeo do enfermeiro de que o protocolo eacute um documento extenso quando comparado ao que eacute adotado na instituiccedilatildeo atualmente O ldquoenfermeiro 5rdquo afirma ser ldquomais demoradordquo para preenchimento e aplicabilidade Em contrapartida coloca que ldquoauxilia na tomada de decisatildeo e eacute auto-explicativordquo Percebe-se que apesar de ser um protocolo mais extenso que o utilizado atualmente pode-se considerar que aborda uma visatildeo mais detalhada da condiccedilatildeo cliacutenica que o paciente com dor toraacutecica possa estar apresentando Esse fator a princiacutepio percebido como negativo poderaacute ser um diferencial na classificaccedilatildeo de risco da dor toraacutecica conferindo seguranccedila para o enfermeiro ao avaliar amplamente a dor e principalmente agilidade no atendimento na proporccedilatildeo em que sanar as duacutevidas do profissional de sauacutede que poderaacute identificar mais rapidamente uma condiccedilatildeo cliacutenica grave A raacutepida e correta avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica desde a chegada do paciente no hospital interfere natildeo somente na diminuiccedilatildeo de riscos e agravos ao paciente como economicamente agrave medida que evita terapecircuticas e encaminhamentos inadequados e internaccedilotildees desnecessaacuterias (BASSAN et al2002)

Justifica-se a necessidade de implantaccedilatildeo de um protocolo especiacutefico para a dor toraacutecica pelo fato de que o tempo que decorre do iniacutecio da dor e a sua correta avaliaccedilatildeo eacute fundamental para definir o diagnoacutestico e principalmente o tratamento do IAM Quando existem duacutevidas de classificaccedilatildeo da gravidade com consequumlente atraso do encaminhamento adequado existe aumento proporcional do risco de mortalidade (PIEGAS et al

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2004) Bassan et al (2002) corroboram com esta afirmaccedilatildeo ao discorrerem que agrave falta de domiacutenio e de fundamentaccedilatildeo para a abordagem do paciente com dor toraacutecica por parte do enfermeiro durante a classificaccedilatildeo da gravidade tende a ocasionar o retardo do atendimento terapecircutico

O protocolo proposto considera as cores vermelho (emergente) amarelo (urgente) e verde (natildeo-urgente) diferente do protocolo da instituiccedilatildeo que aleacutem destas cores considera tambeacutem a cor laranja (muito-urgente) Uma resposta tambeacutem negativa na avaliaccedilatildeo do ldquoenfermeiro 4rdquo traz essa consideraccedilatildeo da diferenccedila de ambos Cabe ressaltar aqui que o protocolo do HIAE proporciona maior autonomia ao enfermeiro ao permitir por exemplo que indique o exame ECG como discutido anteriormente A realizaccedilatildeo mais raacutepida do ECG sem necessariamente ser uma indicaccedilatildeo exclusiva da medicina auxilia na conduccedilatildeo terapecircutica com maior agilidade e exclui a necessidade de maior nuacutemero de cores graduais para avaliaccedilatildeo da gravidade do quadro cliacutenico

Outro aspecto importante na discussatildeo estrutural do protocolo eacute a sua apresentaccedilatildeo impressa O enfermeiro 2 considera que ldquodeveria ser de apenas uma folhardquo O documento original desenvolvido no HIAE eacute impresso em apenas uma folha utilizando-se uma fonte menor Optou-se neste estudo em distribuiacute-lo em duas folhas para proporcionar melhor visibilidade ao enfermeiro A proposta inicial deste estudo trata de que se este protocolo sugerido fosse avaliado majoritariamente como positivo seria apresentado agrave Diretoria de Enfermagem da instituiccedilatildeo e adaptado de acordo com a necessidade e comodidade dos profissionais enfermeiros de acordo com a sua proacutepria avaliaccedilatildeo Logo seria de faacutecil realizaccedilatildeo a reestruturaccedilatildeo desse instrumento conforme sugerido pelos sujeitos desse estudo

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Tabela 5 - Distribuiccedilatildeo da avaliaccedilatildeo da diferenccedila em utilizar o Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem e do Protocolo Institucional Adaptado de Manchester

Enfermeiro Positivo Negativo

Enfermeiro 1 Classificaccedilatildeo mais adequada

Mais extenso

Enfermeiro 2 Este eacute mais completo O outro eacute incompleto

Enfermeiro 3 Identifica melhor o risco de uma situaccedilatildeo grave O outro eacute incompleto

Enfermeiro 4 Este eacute completo daacute a noccedilatildeo de fatores de risco O outro eacute incompleto

Enfermeiro 5 Para a dor toraacutecica esse eacute melhor eacute mais explicativo O nosso eacute mais raacutepido mas eacute muito geneacuterico

Enfermeiro 6 Eacute mais completo facilita a identificaccedilatildeo de um evento cardiacuteaco Da instituiccedilatildeo eacute mais geneacuterico

Enfermeiro 7 Este daacute mais seguranccedila para classificar a sintomatologia do paciente

Total 7 1 Fonte Dados obtidos pela autora (2014)

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Identifica-se 100 de avaliaccedilotildees positivas para utilizar o protocolo do HIAE em relaccedilatildeo ao protocolo institucional O consenso das respostas daacute conta de que o protocolo do HIAE ldquoeacute mais completordquo para a avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica Um protocolo assistencial estaacute em consonacircncia com a realidade de um serviccedilo quando contempla as situaccedilotildees previstas e imprevistas o que caracteriza um instrumento mais ldquocompletordquo Ao abordar o protocolo institucional adaptado do protocolo de Manchester devem-se considerar os riscos no emprego de protocolos Algumas vezes as adaptaccedilotildees de protocolos internacionais nem sempre estatildeo apropriados ou bem adaptados agraves necessidades do serviccedilo pois natildeo satildeo abrangentes e natildeo consideram todas as questotildees inclusive as imprevistas Para esta apropriaccedilatildeo eacute fundamental a realizaccedilatildeo de estudos acerca do puacuteblico-alvo profissionais vantagens e desvantagens envolvidos (WERNECK FARIA CAMPOS 2009)

Aconselha-se para a classificaccedilatildeo de risco adequada considerando as situaccedilotildees imprevistas que o enfermeiro identifique junto ao paciente as caracteriacutesticas da dor toraacutecica em tiacutepica ou atiacutepica Em alguns casos o paciente pode desenvolver a siacutendrome poacutes IAM com dor toraacutecica que deve ser diferenciada da recidiva do infarto pulmonar e da insuficiecircncia cardiacuteaca congestiva (BOUNDY et al 2004)

Quando natildeo sustentados por criteacuterios adequados agraves reais demandas do serviccedilo os protocolos podem instituir processo de trabalho fragmentado e sem planejamento natildeo garantindo impactos positivos na sauacutede das pessoas (WERNECK FARIA CAMPOS 2009)

Tabela 6 - Distribuiccedilatildeo da avaliaccedilatildeo da aplicabilidade do protocolo ao serviccedilo Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem ao acolhimento da emergecircncia FlorianoacutepolisndashSC 2014

Enfermeiro Positivo Negativo

Enfermeiro 1 Sim menor tempo para o atendimento

Enfermeiro 2 Sim Enfermeiro indicar

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ECG eacute complicado no serviccedilo

Enfermeiro 3 Sim ajuda a classificar Identifica melhor os casos graves

Enfermeiro 4 Sim pois temos muitos casos de dor toraacutecica

Enfermeiro 5 Sim precisa apenas se habituar a usar

Enfermeiro 6 Sim Mas precisa ser melhorado para aplicaccedilatildeo mais raacutepida

Enfermeiro 7 Sim pela facilidade da aplicaccedilatildeo e diferenciaccedilatildeo dos casos de dor toraacutecica

Total 7 2

Fonte Dados obtidos pela autora (2014)

Verifica-se quanto agrave aplicabilidade ao serviccedilo 100 de

avaliaccedilotildees positivas dos enfermeiros em relaccedilatildeo agrave implementaccedilatildeo do protocolo de dor toraacutecica do HIAE para o SACR do SEAHU Quando satildeo adequados agraves necessidades dos profissionais de sauacutede e agrave demanda caracteriacutestica do serviccedilo os protocolos assistenciais tendem a responder satisfatoriamente trazendo seguranccedila aos profissionais (WERNECK FARIA CAMPOS 2009) Observa-se a correlaccedilatildeo das respostas do ldquoenfermeiro 1rdquo do ldquoenfermeiro 3rdquo e do ldquoenfermeiro 7rdquo quando afirmam que o protocolo utilizado possibilitou menor tempo de atendimento melhor identificaccedilatildeo dos casos graves e melhor diferenciaccedilatildeo dos casos de dor toraacutecica ou seja relacionam os benefiacutecios para a classificaccedilatildeo de risco da dor toraacutecica Nos atendimentos em emergecircncia um instrumento cientiacutefico especiacutefico para a dor toraacutecica ou associada a outros sintomas sugestivos de Siacutendrome Coronariana Aguda facilita a tomada de decisatildeo do profissional de sauacutede durante a Classificaccedilatildeo de Risco (HOFFMANN et al 2012)

Consideraccedilotildees Finais

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Identificar a avaliaccedilatildeo dos enfermeiros ao utilizar o

protocolo para dor toraacutecica foi um aspecto essencial para reconhecer a validade do instrumento para o serviccedilo Um protocolo assistencial soacute se torna efetivo quando abrange as necessidades especiacuteficas do puacuteblico atendido e quando corresponde agraves expectativas dos profissionais de sauacutede que o utilizaratildeo

A avaliaccedilatildeo dos enfermeiros que utilizaram o protocolo reflete a necessidade de uma tecnologia em sauacutede consistente e eficaz para uma classificaccedilatildeo de risco segura Contudo algumas adaptaccedilotildees simples necessitam ser realizadas a fim de instituir um protocolo de acordo com a necessidade dos profissionais e a realidade do serviccedilo em questatildeo

Houve prevalecircncia das avaliaccedilotildees positivas em relaccedilatildeo agraves negativas Quanto agraves positivas o uso do protocolo foi importante pra sanar as duacutevidas de classificaccedilatildeo tornaacute-la mais raacutepida segura pautar a praacutetica do profissional de Enfermagem durante a classificaccedilatildeo de risco As avaliaccedilotildees negativas consideram principalmente o formato impresso do protocolo e sua extensatildeo O formato poderaacute ser facilmente reformulado de acordo com a necessidade dos profissionais e do serviccedilo Quanto agrave sua extensatildeo fica evidente que um instrumento especiacutefico a fim de descartar diversas as condiccedilotildees cliacutenicas graves tende a conter mais informaccedilotildees que os instrumentos generalistas Situaccedilatildeo que poderaacute ser superada satisfatoriamente mediante tempo de adaptaccedilatildeo dos profissionais

O estudo possibilitou reconhecer que o protocolo sugerido estaacute em consonacircncia com a realidade da atuaccedilatildeo dos enfermeiros na classificaccedilatildeo de risco que utilizam atualmente um instrumento generalista natildeo direcionado agrave Enfermagem

Referecircncias

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6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Para que a aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo do protocolo de Enfermagem para a Dor Toraacutecica no Serviccedilo de Emergecircncia fossem viaacuteveis este estudo precisou ser definido em duas vertentes essenciais A princiacutepio o reconhecimento da demanda foco desta pesquisa o paciente com dor toraacutecica Um protocolo institucional soacute seraacute uacutetil quando se encontra em consonacircncia com o perfil atendido e o possiacutevel benefiacutecio que poderaacute oferecer a esta demanda justifica a sua investigaccedilatildeo Em um segundo momento o protocolo precisa estar de acordo com a realidade do serviccedilo em questatildeo e atender agraves necessidades tambeacutem dos profissionais de sauacutede

Os Serviccedilos de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco satildeo uma proposta do Ministeacuterio da Sauacutede com a finalidade de ldquoadministrarrdquo a demanda de pacientes de um serviccedilo de Emergecircncia de modo a humanizar o cuidado em outras palavras permite uma mudanccedila no fluxo de atendimento ao excluir o atendimento por ordem de chegada e incluir o atendimento por ordem de maior gravidade Atuar no SACR contudo se constitui em uma atividade complexa para o enfermeiro O profissional precisa ser detentor de conhecimento cientiacutefico qualificaccedilatildeo profissional avaliaccedilatildeo criteriosa e tomada raacutepida de decisatildeo a fim de estipular os encaminhamentos corretos para os diferentes quadros cliacutenicos minimizaccedilatildeo o risco de agravos

A dor toraacutecica em especiacutefico foi a sintomatologia elencada para este estudo visto que a avaliaccedilatildeo da dor em si eacute fundamental para que o profissional ofereccedila um serviccedilo de qualidade O sintoma aacutelgico eacute valioso no sentido de identificar a afecccedilatildeo que possa estar a gerando agrave medida que forem observadas suas caracteriacutesticas e fatores de risco associados Tratando-se da dor toraacutecica entende-se como principal sintoma em casos de Siacutendrome Coronariana Aguda que predispotildee ao Infarto Agudo do Miocaacuterdio Os protocolos assistenciais satildeo tecnologias em sauacutede que tem o objetivo de fundamentar a praacutetica profissional organizar o atendimento e diminuir o tempo

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para a instituiccedilatildeo terapecircutica adequada Ao utilizar um protocolo pautado em evidecircncia cientiacutefica a classificaccedilatildeo de risco fica padronizada o enfermeiro atua de forma mais segura e eficaz Esta condiccedilatildeo ficou evidenciada na avaliaccedilatildeo do protocolo realizada pelos enfermeiros que demonstrou-se majoritariamente positiva em relaccedilatildeo ao uso do protocolo para classificar a dor toraacutecica

Durante esta investigaccedilatildeo foi possiacutevel constatar que os protocolos de enfermagem apesar de sua magnitude e comprovada eficaacutecia para a organizaccedilatildeo do serviccedilo e benefiacutecios no atendimento ao paciente satildeo pouco explorados na literatura deixando uma lacuna importante para a assistecircncia de Enfermagem Esta condiccedilatildeo demonstra a necessidade de mais estudos e maiores investimentos na temaacutetica de protocolos especiacuteficos de Enfermagem Para este estudo optou-se por um protocolo de Enfermagem para a dor toraacutecica construiacutedo por uma instituiccedilatildeo de excelecircncia o Hospital Israelita Albert Einstein de Satildeo PauloSP Contudo devido agrave falta de estudos de Enfermagem com relaccedilatildeo aos protocolos assistenciais particularmente para a classificaccedilatildeo de risco da dor toraacutecica o estudo escolhido foi desenvolvido por um meacutedico cardiologista

Quanto agrave identificaccedilatildeo do perfil do paciente com dor toraacutecica atendido no serviccedilo embora natildeo seja serviccedilo de referecircncia em cardiologia comprovadamente existe a necessidade da incorporaccedilatildeo de um protocolo assistencial para a dor toraacutecica devido agrave sua importacircncia enquanto sinal indiacutecio de uma possiacutevel condiccedilatildeo cardioloacutegica grave de alta incidecircncia mundial e no Brasil e pela expressiva demanda com esta queixa a procurar o serviccedilo

A padronizaccedilatildeo no manejo da dor toraacutecica interferiu significativamente para o trabalho do enfermeiro agrave medida que este dispotildee de um instrumento de acordo com o puacuteblico atendido que fundamente suas accedilotildees tornando-o detentor de mais seguranccedila e conhecimento A utilizaccedilatildeo do protocolo organiza o trabalho da equipe de Enfermagem e unifica a linguagem dos profissionais o que ficou evidenciado nas afirmaccedilotildees dos profissionais

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Os dados obtidos neste estudo que identificou o perfil do paciente com dor toraacutecica e a avaliaccedilatildeo do protocolo de dor toraacutecica realizada pelos proacuteprios enfermeiros do serviccedilo e em vigecircncia deste protocolo ter sido validado e utilizado em um serviccedilo de Excelecircncia no paiacutes o estudo deixou evidente que este protocolo de Enfermagem para a avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica durante a Classificaccedilatildeo de Risco eacute passiacutevel de implantaccedilatildeo na instituiccedilatildeo Desse modo seraacute apresentado agrave Diretoria de Enfermagem do HU para possiacutevel institucionalizaccedilatildeo

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REFEREcircNCIAS

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Acesso em 15 out 2013 PIEGAS LS FEITOSA G MATTOS LA NICOLAU JC ROSSI NETO JM et al Sociedade Brasileira de Cardiologia IV Diretriz da Sociedade Brasileira de Cardiologia sobre Tratamento do Infarto agudo do Miocaacuterdio com Supradesniacutevel do Segmento ST Arq Bras Cardiol v93 n6 p179-264 2009 POLIT DF BECK CT HUNGLER BP Fundamentos de pesquisa em enfermagem meacutetodos avaliaccedilatildeo e utilizaccedilatildeo 5 ed Porto Alegre Artmed 2004 487 p POMPEO D A ROSSI L A GALVAtildeO CM Revisatildeo Integrativa etapa inicial do processo de validaccedilatildeo de diagnoacutestico de enfermagem Acta paul Enferm Satildeo Paulo v22 n4 2009 RIOS DFC BRANDAtildeO FB FARIA MNZ ALCANTARA AS SANTOS MIFO Tronboembolismo pulmonar como causa de dor toraacutecica na sala de emergecircncia Rev Meacuted Minas Gerais v20 p465-8 2010 ROCHA ASC ARAUacuteJO MP CARVALHO AF RIBEIRO A MESQUITA ET Evidecircncia de melhora na qualidade do cuidado assistencial no infarto agudo do miocaacuterdio Arq Bras Cardiol v94 n6 2010 SANTOS FLMM ARAUacuteJO TL Vivendo o infarto os significados da doenccedila segundo a perspectiva do paciente Rev Latinoam Enferm v11 n6 p742-8 2003 SANTORO BDC PIMENTA CAM Semelhanccedilas e diferenccedilas da dor nas siacutendromes toraacutecicas revisatildeo sistemaacutetica da literatura Rev Gauacutecha Enferm Porto Alegre (RS) v29 n2 p301-7 jun 2008 SCHNEID S et al Protocolos Cliacutenicos embasados em evidecircncias a experiecircncia do Grupo Hospitalar Conceiccedilatildeo

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Revista AMRIGS Porto Alegre v 47 n2 p 104-114 abrjun 2003 SIMAtildeO AF PRECOMA AD ANDRADE JP CORREA FILHO H Diretriz Brasileira de Prevenccedilatildeo Cardiovascular Arquivos Brasileiros de Cardiologia Sociedade Brasileira de Cardiologia v101 n6 s2 dez 2013 Disponiacutevel em lthttppublicacoescardiolbrconsenso2013Diretriz_Prevencao_Cardiovascularpdfgt Acesso em 07 jan 2013 SOARES FILHO GLF et al Dor toraacutecica no Transtorno de Pacircnico sintoma somaacutetico ou manifestaccedilatildeo de doenccedila arterial coronariana Rev Psiq Cliacutenv34 n2 p 97-101 2007 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0101-60832007000200006amplng=enampnrm=isoamptlng=ptgt Acesso em 10 jun 2010 SOCIEDADE BRASILEIRA PARA O ESTUDO DA DOR Hospital sem Dor Diretrizes para Implantaccedilatildeo da Dor como 5ordm Sinal Vital BRASIL 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwdororgbrprofissionais5_sinal_vitalaspgt Acesso em 21 mar2013 SOUSA VEC LOPES MVO ROCHA DH PASCOAL LM MONTORIL MH MELO RP Troca de gases prejudicada anaacutelise em pacientes com infarto agudo do miocaacuterdio Rev Enferm Rio de Janeiro v16 n4 p545-9 2008 SOUZA CC TOLEDO AD TADEU LFR CHIANCA TCM Classificaccedilatildeo de Risco em Pronto-Socorro concordacircncia entre um protocolo institucional brasileiro e Manchester Rev Latino-Am Enfermagem v19 n1 janfev 2011 VIEIRA W F S RAFAEL D Protocolo de Manejo Hospitalar do Infarto Agudo do Miocaacuterdio com Supradesniacutevel de segmento ST Unidade Coronariana Hospital de Cliacutenicas

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Departamento de Cliacutenica meacutedica Disciplina de Cardiologia Universidade Federal do Paranaacute Curitiba 2011 Disponiacutevel em lthttpwwwhcufprbrsitesdefaultfilesprotocolo_IAMCSST_2011pdfgt 22 abr 2013 WATERKEMPER R REIBNITZ KS MONTICELLI M Dialogando com enfermeiras sobre a avaliaccedilatildeo da dor oncoloacutegica do paciente sob cuidados paliativos Rev Bras Enferm Brasiacutelia 2010 mar-abr 63(2) 334-9 WERNECK MAF FARIA HP CAMPOS KFC Protocolos de Cuidado agrave Sauacutede e Organizaccedilatildeo do Serviccedilo Nuacutecleo de Educaccedilatildeo em Sauacutede Coletiva da Faculdade de Medicina UFMG Editora Coopmed 2009

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APENDICES

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APENDICE A - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (GRUPO 01)

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM ENFERMAGEM CURSO DE MESTRADO PROFISSIONAL ASSOCIADO Agrave

RESIDEcircNCIA INTEGRADA MULTIPROFISSIONAL EM SAUacuteDE

Vocecirc estaacute convidado a participar da pesquisa ldquoAplicaccedilatildeo e Avaliaccedilatildeo de um Protocolo de Enfermagem para Dor Toraacutecica em um Serviccedilo de Emergecircncia Hospitalarrdquo que estaacute sendo desenvolvida pela mestranda Aline Costa Vieira sob orientaccedilatildeo da Profordm Dra Kaacutetia Cilene Godinho Bertoncello

Objetivo da pesquisa ndash auxiliar a equipe de Enfermagem na

Classificaccedilatildeo de Risco do paciente com dor toraacutecica disponibilizando um protocolo especiacutefico para esta dor e analisando seus benefiacutecios

Este estudo faz parte da Dissertaccedilatildeo do Programa de Mestrado Profissional Associado agrave Residecircncia Integrada Multiprofissional em Sauacutede da Universidade Federal de Santa Catarina Caso vocecirc concorde em participar solicitamos que assine no final deste documento No entanto salientamos que sua participaccedilatildeo natildeo eacute obrigatoacuteria e sua recusa natildeo traraacute qualquer prejuiacutezo em relaccedilatildeo agraves pesquisadoras ou discriminaccedilatildeo e atraso no seu atendimento nesta instituiccedilatildeo

O estudo se concretizaraacute com a aplicaccedilatildeo de um protocolo para a avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica durante a Classificaccedilatildeo de Risco elaborado e utilizado por um serviccedilo de referecircncia o Hospital Israelita Albert Einstein de Satildeo Paulo

Dados obtidos para o estudo ndash na hipoacutetese de sua

participaccedilatildeo seratildeo utilizados os dados referentes agrave sua Classificaccedilatildeo de Risco ou seja seu horaacuterio de chegada idade queixa principal iniacutecio e tipo de dor e fatores de risco associados

Sigilo ndash Contando com sua participaccedilatildeo seraacute garantido total

sigilo em relaccedilatildeo a sua identidade que natildeo seraacute apontada durante o estudo ou em suas publicaccedilotildees

Potenciais riscos ndash A pesquisa oferece riscos de desconfortoincocircmodo ao participante agrave medida que for abordado no sentido de participaccedilatildeo no estudo A abordagem poderaacute gerar temor ao

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participante no que se refere agrave exposiccedilatildeo de sua condiccedilatildeo cliacutenica Desse modo o participante seraacute esclarecido detalhadamente acerca das etapas da pesquisa e das informaccedilotildees a serem utilizadas ressaltando o sigilo absoluto de sua identidade Teraacute todas as suas duacutevidas esclarecidas antes e durante sua aplicaccedilatildeo De qualquer forma seraacute garantida a possibilidade de desistecircncia e retirada do consentimento

Benefiacutecios previstos ndash Esta pesquisa propotildee a utilizaccedilatildeo de um instrumento cientiacutefico para a avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica pelos enfermeiros do Serviccedilo de Emergecircncia Adulto com o intuito de prevenir condutas inadequadas no manejo do paciente com esta dor e otimizar seu atendimento Os resultados desta pesquisa seratildeo submetidos agrave devida aprovaccedilatildeo corrigidos e posteriormente enviados agrave divulgaccedilatildeo como artigo cientiacutefico

Custos ndash Os custos relacionados a essa pesquisa seratildeo de inteira responsabilidade das pesquisadoras Sua participaccedilatildeo natildeo acarretaraacute em nenhum custo ou em reembolso ou gratificaccedilatildeo

Se vocecirc tiver alguma duacutevida ou necessidade de mais informaccedilotildees em relaccedilatildeo agrave pesquisa ou natildeo quiser mais fazer parte dela poderaacute entrar em contato pelo telefone com as responsaacuteveis pela pesquisa a seguir Aline Vieira (48) 9615-2850 eou e-mail alinevieira_spohotmailcom e Kaacutetia Bertoncello (48) 9919-9084 eou kbertoncelloyahoocombr

Consentimento de Participaccedilatildeo no Estudo

Eu ________________________________________ declaro que li e estou de acordo em participar do estudo proposto por este documento Fui devidamente informado (a) pela pesquisadora Aline Costa Vieira dos objetivos dados que seratildeo obtidos sigilo riscos benefiacutecios e custos inerentes agrave pesquisa Estou ciente ainda que posso retirar meu consentimento a qualquer momento e que recebi uma coacutepia deste Termo de Consentimento

Florianoacutepolis __________________

_________________________________________

Assinatura do participante

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APENDICE B - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (GRUPO 02)

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM ENFERMAGEM CURSO DE MESTRADO PROFISSIONAL ASSOCIADO Agrave

RESIDEcircNCIA INTEGRADA MULTIPROFISSIONAL EM SAUacuteDE

Com objetivo de compreender os benefiacutecios para os enfermeiros da utilizaccedilatildeo de um protocolo de avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica durante a Classificaccedilatildeo de Risco no Serviccedilo de Emergecircncia de um Hospital Universitaacuterio (HU) do sul do Brasil a mestranda Aline Costa Vieira sob a orientaccedilatildeo da Profordf Drordf Kaacutetia Cilene Godinho Bertoncello estaacute desenvolvendo uma pesquisa intitulada ldquoAplicaccedilatildeo e Avaliaccedilatildeo de um Protocolo de Enfermagem para Dor Toraacutecica em um Serviccedilo de Emergecircncia Hospitalarrdquo Esta pesquisa faz parte da Dissertaccedilatildeo do Programa de Mestrado Profissional Associado agrave Residecircncia Integrada Multiprofissional em Sauacutede da Universidade Federal de Santa Catarina

O estudo se concretizaraacute com a aplicaccedilatildeo e a avaliaccedilatildeo de um protocolo para a avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica elaborado e utilizado por um serviccedilo de referecircncia o Hospital Israelita Albert Einstein de Satildeo Paulo

Procedimentos da Pesquisa ndash mediante sua participaccedilatildeo no estudo em um primeiro momento vocecirc utilizaraacute o Protocolo de Enfermagem para Dor Toraacutecica desenvolvido pelo Hospital Israelita Albert Einstein durante sua atuaccedilatildeo enquanto enfermeiro no Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco no HU quando estiver escalado neste setor Salientamos que este protocolo teraacute como finalidade auxiliar na designaccedilatildeo da classificaccedilatildeo de risco o que natildeo excluiraacute o uso do instrumento de classificaccedilatildeo disponibilizado atualmente na instituiccedilatildeo Lembramos ainda que para utilizar este protocolo vocecirc receberaacute devido treinamento e todas as informaccedilotildees referentes ao estudo que seratildeo fornecidos pelas pesquisadoras O segundo momento da pesquisa contaraacute com sua participaccedilatildeo para avaliar qual o benefiacutecio de dispor deste Protocolo para Dor Toraacutecica durante a Classificaccedilatildeo de Risco Esta avaliaccedilatildeo se consumaraacute com o preenchimento de um instrumento de avaliaccedilatildeo disponibilizado pelas pesquisadoras ao final da coleta de dados

Os procedimentos inerentes agrave implementaccedilatildeo do estudo

requerem a sua autorizaccedilatildeo mediante assinatura ao final do documento para a utilizaccedilatildeo dos dados obtidos durante a Classificaccedilatildeo de Risco

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realizada ao paciente que apresentar dor toraacutecica como queixa principal bem como o registro da condiccedilatildeo cliacutenica deste paciente Dados referentes agrave sua praacutetica profissional enquanto enfermeiro do Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco (SACR) No entanto sua participaccedilatildeo natildeo eacute obrigatoacuteria e a qualquer momento vocecirc poderaacute desistir dela sem qualquer prejuiacutezo junto agraves pesquisadoras ou agrave instituiccedilatildeo

Sigilo ndash Com sua participaccedilatildeo na pesquisa fica garantida a confidencialidade das informaccedilotildees obtidas durante a classificaccedilatildeo de risco Sua identidade natildeo seraacute apontada no decorrer do estudo e em suas publicaccedilotildees

Potenciais riscos ndash A pesquisa oferece riscos de incocircmodo ao participante agrave medida que poderaacute gerar constrangimento para este em recusar a participaccedilatildeo Desse modo o participante seraacute esclarecido de que sua recusa natildeo acarretaraacute em quaisquer desconfortos com relaccedilatildeo agraves responsaacuteveis pela pesquisa tampouco junto agrave instituiccedilatildeo da qual eacute servidor De qualquer forma seraacute garantida a possibilidade de desistecircncia e retirada do consentimento sem prejuiacutezo de nenhuma natureza

Benefiacutecios previstos ndash Esta pesquisa propotildee a utilizaccedilatildeo de um instrumento cientiacutefico para a avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica pelos enfermeiros do Serviccedilo de Emergecircncia Adulto com o intuito de prevenir condutas inadequadas no manejo do paciente com esta dor sanar duacutevidas e otimizar seu atendimento Os resultados desta pesquisa seratildeo submetidos agrave devida aprovaccedilatildeo corrigidos e posteriormente enviados agrave divulgaccedilatildeo como artigo cientiacutefico

Custos ndash Todos os custos referentes agrave pesquisa seratildeo de inteira responsabilidade das pesquisadoras Sua participaccedilatildeo natildeo acarretaraacute em nenhum gasto ou gratificaccedilatildeo

Se vocecirc tiver alguma duacutevida ou necessidade de mais

informaccedilotildees em relaccedilatildeo agrave pesquisa ou natildeo quiser mais fazer parte dela poderaacute entrar em contato pelo telefone com a responsaacutevel pela pesquisa a seguir Aline Vieira (48) 9615-2850 eou e-mail alinevieira_spohotmailcom e Kaacutetia Bertoncello (48) 9919-9084 eou kbertoncelloyahoocombr

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Consentimento de Participaccedilatildeo no Estudo

Eu________________________________________________ declaro que li e estou de acordo em participar do estudo proposto por este documento Fui devidamente informado (a) pela pesquisadora Aline Costa Vieira dos objetivos dados que seratildeo obtidos sigilo riscos benefiacutecios e custos inerentes agrave pesquisa Estou ciente ainda que posso retirar meu consentimento a qualquer momento e que recebi uma coacutepia deste Termo de Consentimento

Florianoacutepolis __________________

_______________________________________

Assinatura do participante

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APEcircNDICE C ndash ROTEIRO DE ENTREVISTA SEMI-ESTRUTURADO

Roteiro semi-estruturado para entrevista Utilizaccedilatildeo do

Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem Albert Einstein Hospital Israelita

1Dados de identificaccedilatildeo Nome do profissional Idade Cargo Tempo de trabalho na profissatildeo Tempo de trabalho na instituiccedilatildeo Tempo de trabalho na emergecircncia Possui Poacutes graduaccedilao ( ) Natildeo ( ) Sim ( ) Especializaccedilatildeo Especificar ( ) Mestrado ( ) Doutorado 2 Roteiro para Entrevista

21 Como vocecirc avalia a utilizaccedilatildeo do Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado 22 Como vocecirc avalia a estrutura o formato e os fluxos de encaminhamentos contidos no Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado 23 Aponte as vantagensfacilidades e desvantagensdificuldades em utilizar o Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem pelo enfermeiro no acolhimento do HU 24 Vocecirc considera este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem aplicaacutevel para o acolhimento na emergecircncia do HU Justifique 25 Na sua opiniatildeo qual (quais) a (s) diferenccedila (s) em utilizar este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem em relaccedilatildeo ao protocolo que jaacute vecircm sendo utilizado na instituiccedilatildeo

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APEcircNDICE D ndash ENTREVISTA COM OS ENFERMEIROS

1Dados de identificaccedilatildeo (ENTREVISTA 1) Nome do profissional ldquoEnfermeiro 1rdquo Idade 26 Cargo Enfermeira Efetiva Tempo de trabalho na profissatildeo 1 ano e 11 meses Tempo de trabalho na instituiccedilatildeo 1 ano e 11 meses Tempo de trabalho na emergecircncia 1 ano e 11 meses Possui Poacutes graduaccedilao ( ) Natildeo (x ) Sim (x ) Especializaccedilatildeo Especificar Gestatildeo Puacuteblica ( ) Mestrado ( ) Doutorado 2 Roteiro para Entrevista

21 Como vocecirc avalia a utilizaccedilatildeo do Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado R Acho que eacute valido para fazer uma classificaccedilatildeo das siacutendromes coronarianas agudas E ele possibilita um tempo de atendimento que prioriza os pacientes com sintomas compatiacuteveis com siacutendrome coronariana aguda Eacute melhor que o adaptado de Manchester para avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica 22 Como vocecirc avalia a estrutura o formato e os fluxos de encaminhamentos contidos no Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado R De faacutecil compreensatildeo 23 Aponte as vantagensfacilidades e desvantagensdificuldades da utilizaccedilatildeo deste Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem pelo enfermeiro no acolhimento do HU R Vantagens ndash tem como meta o atendimento porta-eletro de 10 minutos Eacute bem completo Desvantagens ndash eacute extenso R Facilidade ndash eacute um fluxograma simples de faacutecil compreensatildeo Dificuldade ndash eacute extenso

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24 Vocecirc considera este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem aplicaacutevel para o acolhimento na emergecircncia do HU Justifique Sim Porque iria colaborar com a diminuiccedilatildeo do tempo de atendimento a um paciente infartado por exemplo 25 Na sua opiniatildeo qual (quais) a (s) diferenccedila (s) em utilizar este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem em relaccedilatildeo ao protocolo que jaacute vecircm sendo utilizado na instituiccedilatildeo Este eacute mais extenso poreacutem possibilita uma classificaccedilatildeo de risco mais adequada 1Dados de identificaccedilatildeo (ENTREVISTA 2) Nome do profissional ldquoEnfermeiro 2rdquo Idade 33 Cargo Enfermeira Efetiva Tempo de trabalho na profissatildeo 4 anos Tempo de trabalho na instituiccedilatildeo 4 anos Tempo de trabalho na emergecircncia 3 anos Possui Poacutes graduaccedilao ( ) Natildeo (x ) Sim ( x ) Especializaccedilatildeo Especificar Enfermagem do trabalho (em andamento) ( x ) Mestrado (em andamento) ( ) Doutorado 2 Roteiro para Entrevista 21 Como vocecirc avalia a utilizaccedilatildeo do Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado R Eu achei assim que ele amplia a visatildeo o paciente chega com tal dor tu vai seguindo soacute que nesta parte aqui oh que a gente fica no acolhimento fazendo do eletro eu achei que fica natildeo fica como posso dizer eacute difiacutecil pro enfermeiro ficar laacute vendo a hora que vai fazer porque tu vai tocando ficha tocando ficha paciente chega com dor outro que briga porque quer ser atendido Essa parte eacute que eu achei mais complicada Eu natildeo indicaria o eletro eu deixaria para o ldquodoutorrdquo (risos) Porque na hora assim oh eu pensei seraacute que na rotina como a gente vai vai fazer Como a gente vai se organizar Seraacute que natildeo vai ter intriga entre a equipe de enfermagem e meacutedicos Mas nada que a gente natildeo entre num consenso igual quando comeccedilou o acolhimento a enfermagem que era chefia com um meacutedico que jaacute saiu Eles entraram num consenso treinaram os enfermeiros tiveram que ldquoforccedilarrdquo na cabeccedila da medicina e hoje eles aceitam

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22 Como vocecirc avalia a estrutura o formato e os fluxos de encaminhamentos contidos no Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado R No comeccedilo eu achei complicado porque daqui tem que vir pra caacute e pra caacute Deveria ser tudo na mesma folha porque ajuda e natildeo precisa pular de uma folha para outra 23 Aponte as vantagensfacilidades e desvantagensdificuldades da utilizaccedilatildeo deste Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem pelo enfermeiro no acolhimento do HU R A vantagem eacute que deixa o atendimento mais raacutepido e tu identifica mais facilmente o tipo de dor se eacute uma dor tiacutepica desconforto ou atiacutepica Jaacute te ajuda a encaminhar porque aacutess vezes tem duacutevida ou deixando no amarelo e natildeo eacute poderia deixar no verde Desvantagem ndash para aprender a usar isso aqui no comeccedilo eacute difiacutecil eacute complicado tem que seguir aqui e voltar olhar ver se perguntei isso ou natildeo para o paciente Pelo que eu percebi pelas setas apontando agraves vezes complica para seguir em duas folhas mas nada que com um treinamento natildeo se aprenda 24 Vocecirc considera este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem aplicaacutevel para o acolhimento na emergecircncia do HU Justifique R Acredito que eacute aplicaacutevel soacute esta questatildeo do eletro teria que rever isto eacute mexer com medicina ego de medicina 25 Na sua opiniatildeo qual (quais) a (s) diferenccedila (s) em utilizar este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem em relaccedilatildeo ao protocolo que jaacute vecircm sendo utilizado na instituiccedilatildeo R Aquele adaptado laacute eacute fraco meu deus natildeo tem nem o que falar este aqui eacute completo eacute como eu te falei ele vai indicando as dores tipos e os tipos de encaminhamento se preenche este se preenche aquele se eacute dor tiacutepica ou atiacutepica Eacute 100 melhor e outra coisa a dificuldade de aplicar este no comeccedilo para quem trabalha aqui na unidade ta quem eacute que vai fazer o eletro Eacute o enfermeiro do acolhimento ou o enfermeiro laacute dentro Ou eacute um residente Porque todo mundo quer aprender jaacute vecirc o traccedilado eacute interessante Mas tem dia que ta calmo mas tem dia que eacute uma loucura tu natildeo sabe para que lado olhar estes dias eu cheguei olhei pra Ana e ela olhou pra mim e a gente ficou assim oh o que fazer Ai tem que ver quem vai fazer o eletro Porque agraves vezes para o

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enfermeiro do acolhimento eacute uma ficha atraacutes da outra e agraves vezes tu pensa ah natildeo eacute nada o paciente ta ali quietinho e pode ser um infarto um AVC 1Dados de identificaccedilatildeo (ENTREVISTA 3) Nome do profissional ldquoEnfermeiro 3rdquo Idade 33 Cargo Enfermeira Residente Tempo de trabalho na profissatildeo 10 anos Tempo de trabalho na instituiccedilatildeo 2 anos Tempo de trabalho na emergecircncia 2 anos Possui Poacutes graduaccedilao ( ) Natildeo (x ) Sim ( ) Especializaccedilatildeo Especificar Sauacutede Puacuteblica ( ) Mestrado ( ) Doutorado 2 Roteiro para Entrevista 21 Como vocecirc avalia a utilizaccedilatildeo do Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado R Eu achei bem vaacutelido vai auxiliar para triar melhor mas achei meio longo demorado para usar tem vaacuterios detalhes que natildeo perguntamos na triagem como antecedentes cardiovasculares haacutebitos como tabagismo isso nem sempre a gente pergunta Mas eu acho que ajuda de qualquer maneira qualifica mais a triagem porque identifica mais fatores de risco ou natildeo 22 Como vocecirc avalia a estrutura o formato e os fluxos de encaminhamentos contidos no Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado R Para a gente usar no HU fica um pouco confuso para aplicar na praacutetica pois jaacute estamos acostumadas a usar o outro modelo Este modelo natildeo tem a cor laranja e como eu disse antes satildeo muitas perguntas para a pessoa que jaacute estaacute com dor ter que responder Fazer ele completo eacute difiacutecil tu natildeo vai ter tempo para perguntar tudo isso 23 Aponte as vantagensfacilidades e desvantagensdificuldades da utilizaccedilatildeo deste Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem pelo enfermeiro no acolhimento do HU Vantagens ndash qualifica a triagem vai avaliar melhor os riscos de ser mesmo um infarto uma siacutendrome coronariana Ele eacute mais especiacutefico para a dor toraacutecica o nosso usado eacute mais geral

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Desvantagens ndash achei ele um pouco longo o modelo do nosso eacute mais objetivo porque eacute numa folha soacute eacute mais objetivo Para noacutes demora fazer todas aquelas perguntas 24 Vocecirc considera este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem aplicaacutevel para o acolhimento na emergecircncia do HU Justifique RSim Eacute aplicaacutevel com certeza a gente atende vaacuterios casos de dor toraacutecica e vai estar ajudando a classificar vai estar facilitando Eacute mais um instrumento aleacutem de soacute a intensidade da dor tem mais paracircmetros avalia melhor uma situaccedilatildeo grave 25 Na sua opiniatildeo qual (quais) a (s) diferenccedila (s) em utilizar este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem em relaccedilatildeo ao protocolo que jaacute vecircm sendo utilizado na instituiccedilatildeo R como eu falei apesar da dificuldade pelo tamanho tem mais perguntas a fazer mas ele aborda mais aspectos para identificar o risco de uma situaccedilatildeo grave Ele pode ser readequado para a gente ter mais embasamento Eu acho que daacute para tentar adaptar deixar mais objetivo numa folha soacute mas eacute vaacutelido sim tem essa necessidade O nosso eacute incompleto agraves vezes eacute insuficiente 1Dados de identificaccedilatildeo (ENTREVISTA 4) Nome do profissional ldquoEnfermeiro 4rdquo Idade 38 Cargo Enfermeira Efetiva Tempo de trabalho na profissatildeo 16 anos Tempo de trabalho na instituiccedilatildeo 1 ano Tempo de trabalho na emergecircncia 1 ano Possui Poacutes graduaccedilao ( ) Natildeo (X ) Sim ( ) Especializaccedilatildeo Especificar Sauacutede da famiacutelia ( ) Mestrado ( ) Doutorado 2 Roteiro para Entrevista 21 Como vocecirc avalia a utilizaccedilatildeo do Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado R Eu acho que ele ajudou porque no momento eu consigo ver no fluxograma um suspeita no caso de IAM ou se eacute uma dor atiacutepica acho

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que ele me deu uma boa noccedilatildeo porque a gente tem muitos casos de dor toraacutecica aqui 22 Como vocecirc avalia a estrutura o formato e os fluxos de encaminhamentos contidos no Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado R A uacutenica coisa que ficou complicado eacute que noacutes usamos aqui o vermelho natildeo o laranja eacute aqui neste natildeo tem Mas eu achei legal 23 Aponte as vantagensfacilidades e desvantagensdificuldades da utilizaccedilatildeo deste Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem pelo enfermeiro no acolhimento do HU R A vantagem eacute que o fluxograma me ajuda a avaliar maior chance de ter uma dor tiacutepica ou atiacutepica ne considerando os fatores de risco considerando se a pessoa ta com o sintoma no momento se tem antecedentes isso ajuda Desvantagem ndash natildeo vi desvantagem achei bem legal R Ah eacute porque aqui se tem dor toraacutecica soacute ir seguindo eacute parecido com o que a gente usa ali eu achei faacutecil 24 Vocecirc considera este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem aplicaacutevel para o acolhimento na emergecircncia do HUJustifique R Eu acho que daacute porque a gente tem bastante caso de dor toraacutecica e ajuda a ter uma ideacuteia porque chega pessoa de 60 anos e chega pessoa com 20 anos e dormecircncia no braccedilo entatildeo acho que ele ajuda bastante 25 Na sua opiniatildeo qual (quais) a (s) diferenccedila (s) em utilizar este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem em relaccedilatildeo ao protocolo que jaacute vecircm sendo utilizado na instituiccedilatildeo R Ele te daacute uma noccedilatildeo do que se trata os fatores de risco antecedentes cardiovasculares sabendo que isso influencia ne em ter uma maior chance de IAM ajuda muito e ali no outro natildeo tem Esse eacute bem completo eu acho 1Dados de identificaccedilatildeo (ENTREVISTA 5) Nome do profissional ldquoEnfermeiro 5rdquo Idade 29 anos Cargo enfermeira efetiva Tempo de trabalho na profissatildeo 4 anos Tempo de trabalho na instituiccedilatildeo 4 anos

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Tempo de trabalho na emergecircncia 4 anos Possui Poacutes graduaccedilao ( ) Natildeo (x) Sim(X) Especializaccedilatildeo Especificar Sauacutede Puacutelbica ( ) Mestrado ( ) Doutorado 2 Roteiro para Entrevista 21 Como vocecirc avalia a utilizaccedilatildeo do Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado R Eu achei ele um pouco complicado de usar Eu natildeo tive oportunidade de usar muitas vezes acho que umas 5 ou 6 vezes entatildeo eu acho que talvez por isso A primeira vez que eu usei fiquei um pouco perdida por mais que eu tivesse lido vc tivesse me mostrado Entatildeo eu achei ele um pouco difiacutecil mas eu acredito que com o passar do tempo ele se torne bem uacutetil porque ele eacute bem detalhado Soacute que no momento que tu vai fazer a entrevista do paciente como tu natildeo tinha muita intimidade com ele praacutetica eu me sentia muito perdida porque tinha que olhar para muitos itens sabe mas eu acredito que com o passar do tempo e tendo experiecircncia nele assim como no de Manchester no iniacutecio tambeacutem foi um pouco complicado ne Mas por ser novo e eu ter usado pouco pois fiquei 2 meses de feacuterias 22 Como vocecirc avalia a estrutura o formato e os fluxos de encaminhamentos contidos no Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado R Ele auxilia bastante na tomada de decisatildeo realmente ele traz o motivo traz as coisas baacutesicas que tem que perguntar para o paciente para ver se eacute uma dor tiacutepica atiacutepica se ele precisa ser atendido dentro de um protocolo de dor toraacutecica ne que fala de eletro em 10 minutos tempo porta-agulha porta-balatildeo entatildeo pra isso ele eacute bom porque tem fatores de risco antecedentes tudo isso satildeo coisas que tem que saber E o Manchester ele eacute bem mais pontual ne Esse eacute um pouquinho mais demorado ele eacute grande eu acho ele eacute pra ti usar assim raacutepido ele eacute um pouco grande Eu acho o Manchester mais faacutecil Ele eacute bem auto-explicativo sabe mas as vezes eu ficava meio em duacutevida na hora de que eu usava sabe porque por exemplo se era soacute 1 jaacute caia no dor tiacutepica eu sentia um pouco de duacutevida na hora de usar Ele eacute bem auto-explicativo acredito que com o tempo seria faacutecil de usar Eu tinha um pouco de dificuldade natildeo com a dor tiacutepica a dor tiacutepica era faacutecil de

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identificar dentro desse instrumento mas a dor atiacutepica eu tive dificuldade 23 Aponte as vantagensfacilidades e desvantagensdificuldades da utilizaccedilatildeo deste Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem pelo enfermeiro no acolhimento do HU REu acho que o tamanho dele eu jaacute falei a desvantagem era realmente muito longo e por natildeo ter intimidade com ele eu acho ele meio difiacutecil de usar essa eacute a desvantagemE a vantagem eacute que ele eacute bem auto-explicativo natildeo tem como tu natildeo esquecer de nada porque ta tudo aqui os fatores de risco de ne sintomas se tem problema na famiacutelia isso tudo explica tudo Neste ponto ele eacute muito bom 24 Vocecirc considera este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem aplicaacutevel para o acolhimento na emergecircncia do HUJustifique REu acho que sim Soacute precisa realmente ter mais eacute mas realmente intimidade com ele se habituar a usar saber como usar ele adequadamente 25 Na sua opiniatildeo qual (quais) a (s) diferenccedila (s) em utilizar este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem em relaccedilatildeo ao protocolo que jaacute vecircm sendo utilizado na instituiccedilatildeo REu acho o protocolo de dor toraacutecica ele eacute mais raacutepido do que esse aqui ele tem poucos pontos para se observar soacute que ele eacute muito geneacuterico assim ele natildeo traz coisaseacute qualquer dor toraacutecica Aqui ele traz mais com casos na dor toraacutecica cardioloacutegica Entatildeo neste ponto voltado para a cardiologia esse aqui eacute melhor neste ponto Mas pela facilidade e agilidade aquele eacute melhor ele eacute mais raacutepido Soacute que voltado para a dor toraacutecica eacute melhor eacute mais explicativo Acredito que ele te leva a fazer uma triagem bem feita cardiologicamente falando 1Dados de identificaccedilatildeo (ENTREVISTA 6) Nome do profissional Enfermeiro 6 Idade 27 anos Cargo enfermeira residente Tempo de trabalho na profissatildeo 45 anos Tempo de trabalho na instituiccedilatildeo 2 anos Tempo de trabalho na emergecircncia 2 anos Possui Poacutes graduaccedilao ( ) Natildeo (x) Sim(X) Especializaccedilatildeo Especificar urgecircncia emergecircncia e APH ( ) Mestrado ( ) Doutorado

141

2 Roteiro para Entrevista 21 Como vocecirc avalia a utilizaccedilatildeo do Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado O instrumento foi importante guiou melhor a conduta a ser seguida ao realizar o acolhimento 22 Como vocecirc avalia a estrutura o formato e os fluxos de encaminhamentos contidos no Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado Eu achei o formato do fluxograma um pouco complicado de entender continha bastante informaccedilotildees mas ao mesmo tempo auxiliava para a triagem das cores que o paciente se encaixaria 23 Aponte as vantagensfacilidades e desvantagensdificuldades da utilizaccedilatildeo deste Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem pelo enfermeiro no acolhimento do HU Vantagens auxilia na classificaccedilatildeo por coresgravidade Desvantagem longo e demorado para aplicar Leva mais tempo para realizar o acolhimento Facilidades melhora a triagem sendo mais corretas pois verifica-se comorbidade e encaminha bem certo como proceder conforme sintomas e comorbidades Dificuldades de contatar o poacutes atendimento com o medico (diagnoacutestico) verificar se fez ECG 24 Vocecirc considera este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem aplicaacutevel para o acolhimento na emergecircncia do HU Justifique Ele eacute aplicaacutevel mas deve ser melhorado (facilitado a leitura para aplicaccedilatildeo mais raacutepida) acho que para o desfecho eacute complicado a enfermeira do acolhimento conseguir acompanhar 25 Na sua opiniatildeo qual (quais) a (s) diferenccedila (s) em utilizar este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem em relaccedilatildeo ao protocolo que jaacute vecircm sendo utilizado na instituiccedilatildeo O Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica eacute bem mais completo e facilita a identificaccedilatildeo real de um provaacutevel evento cardiacuteaco Jaacute o protocolo da instituiccedilatildeo eacute mais sucinto

142

1Dados de identificaccedilatildeo (ENTREVISTA 7) Nome do profissional ldquoEnfermeiro 7rdquo Idade 28 Cargo Enfermeira Residente Tempo de trabalho na profissatildeo 2 anos Tempo de trabalho na instituiccedilatildeo 2 anos Tempo de trabalho na emergecircncia 2 anos Possui Poacutes graduaccedilao (x ) Natildeo ( ) Sim ( ) Especializaccedilatildeo Especificar -___________ ( ) Mestrado ( ) Doutorado 2 Roteiro para Entrevista 21 Como vocecirc avalia a utilizaccedilatildeo do Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado R Achei que ele eacute praacutetico didaacutetico e de faacutecil aplicaccedilatildeo 22 Como vocecirc avalia a estrutura o formato e os fluxos de encaminhamentos contidos no Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado R De faacutecil aplicaccedilatildeo e facilita encaminhamento e tomada de decisatildeo 23 Aponte as vantagensfacilidades e desvantagensdificuldades da utilizaccedilatildeo deste Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem pelo enfermeiro no acolhimento do HU R Vantagens ndash avaliaccedilatildeo do enfermeiro agilidade do processo recuperaccedilatildeo do paciente Desvantagens ndash natildeo tem R Facilidade ndash aplicaccedilatildeo agilidade Dificuldade ndash o serviccedilo natildeo aceitaraacute pedido de ECG com carimbo do enfermeiro 24 Vocecirc considera este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem aplicaacutevel para o acolhimento na emergecircncia do HUJustifique R Sim Pela facilidade de aplicaccedilatildeo e diferenciaccedilatildeo do caso de dor toraacutecica ser IAM ou natildeo Agilidade do atendimento do paciente 25 Na sua opiniatildeo qual (quais) a (s) diferenccedila (s) em utilizar este

143

Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem em relaccedilatildeo ao protocolo que jaacute vecircm sendo utilizado na instituiccedilatildeo R Este daacute mais seguranccedila na hora de classificar a sintomatologia do paciente

144

145

ANEXOS

146

147

ANEXO A - INSTRUMENTO ADAPTADO DO PROTOCOLO DE MANCHESTER

IacuteNDICE DE FLUXOGRAMAS

Nordm QUEIXA PRINCIPAL (motivo da vinda ao

hospital) PAacuteGINA

01 ASMA 01

02 AUTO-AGRESSAtildeO (TENTATIVA DE

SUICIDIO) 02

03 CEFALEIA 03

04 COMPORTAMENTO ESTRANHO 04

05 CONVULSOtildeES 05

06 CORPO ESTRANHO 06

07 DIABETES HISTOacuteRIA DE 07

08 DIARREIA 08

09 DISPNEIA 09

10 DOENCcedilA HEMATOLOacuteGICA 10

11 DOENCcedilA MENTAL 11

12 DOENCcedilAS SEXUALMENTE

TRANSMISSIacuteVEIS 12

148

13 DOR ABDOMINAL 13

14 DOR CERVICAL 14

15 DOR DE GARGANTA 15

16 DOR LOMBAR 16

17 DOR TESTICULAR 17

18 DOR TORACICA 18

19 EMBRIAGUES APARENTE 19

20 ERUPCcedilAtildeO CUTAcircNEA 20

21 ESTADO DE INCONSCIEcircNCIA 21

22 EXPOSICcedilAtildeO A AGENTES QUIacuteMICOS 22

23 FERIDAS 23

24 GRAVIDEZ 24

25 HEMORRAGIA DIGESTIVA 25

26 HEMORRAGIA VAGINAL 26

27 MAL ESTAR EM ADULTO 27

28 INFECCCcedilOtildeES LOCAIS E ABSCESSOS 28

29 MORDEDURAS E PICADAS 29

30 PROBLEMAS DENTAacuteRIOS 30

31 PROBLEMAS EM EXTREMIDADES

(MEMBROS) 31

149

32 PROBLEMAS NASAIS 32

33 PROBLEMAS NOS OUVIDOS 33

34 PROBLEMAS OFTALMOLOacuteGICOS 34

35 PROBLEMAS URINAacuteRIOS 35

36 QUEDAS 36

37 QUEIMADURAS 37

38 QUEIXAS ANAIS 38

39 SUPERDOSAGEM E ENVENENAMENTO

(intoxicaccedilotildees exoacutegenas) 39

40 TRAUMA CRAcircNIO-ENCEFALICO 40

41 VERTIGEM E TONTURAS 41

42 VOcircMITOS 42

150

FLUXOGRAMA 18 - DOR TORAacuteCICA

151

ANEXO B - FLUXOGRAMA DE TRIAGEM CARDIOLOacuteGICA DE ENFERMAGEM

em 507 das classificaccedilotildees e pouco-urgente em 224 o que reflete uma valorizaccedilatildeo da dor toraacutecica por parte dos profissionais ao utilizar o protocolo Verificou-se a expressiva incidecircncia dos fatores de risco para o IAM associados agrave dor toraacutecica 478 dos pacientes satildeo hipertensos e 269 deles possuem histoacuteria familiar de Doenccedila Arterial Coronariana Quanto agrave avaliaccedilatildeo do protocolo realizada pelos enfermeiros os dados obtidos datildeo conta de que haacute um consenso entre os enfermeiros de que o protocolo sugerido prioriza o atendimento agrave Siacutendrome Coronariana Aguda identifica melhor o tipo de dor conferindo respaldo para a sua praacutetica e sendo considerado uacutetil e aplicaacutevel ao serviccedilo O estudo possibilitou reconhecer que o protocolo sugerido estaacute em consonacircncia com a realidade da atuaccedilatildeo dos enfermeiros na classificaccedilatildeo de risco que utilizam atualmente um instrumento generalista natildeo direcionado agrave Enfermagem Desse modo seraacute apresentado agrave Diretoria de Enfermagem do HU para possiacutevel institucionalizaccedilatildeo Descritores Dor Toraacutecica Siacutendrome Coronariana Aguda Enfermagem em Emergecircncia Classificaccedilatildeo de Risco Protocolos

VIEIRA AC Implementation and Evaluation of a Nursing Protocol for Chest Pain in a Hospital Emergency Service 2014 151p Dissertation (Master) Multidisciplinary Masters Programme in Health Federal University of Santa Catarina Florianoacutepolis 2014 Advisor Dr Katia Cyllene Godinho Bertoncello

ABSTRACT

The evaluation of chest pain is a complex and frequent assignment of nurses in hospital emergency departments In Brazil cardiovascular diseases worldwide incidence reflection of the leading causes of death Chest pain is regarded as a primary symptom for Acute Coronary Syndrome therefore a concern of health professionals and patients Despite the scale of the complaints of chest pain in emergency departments deficiency of the standardization of approaches for Nursing and studies for construction of care protocols Therefore this study proposed the implementation of a protocol for evaluation of chest pain in Home Service with Risk Rating ( SACR ) of the Emergency Department of a University Hospital in the South which has no specific protocols of Nursing We opted for a protocol developed and used in service excellence in the country the Albert Einstein Jewish Hospital in Satildeo Paulo SP This is a qualitative research cross-sectional prospective and descriptive The development of this study was guided by two main components the recognition profile of the patient with chest pain attended the service and the identification of the evaluation of the protocol suggested by the nurses SACR The data obtained showed a demand for female patients with chest pain significantly (657 ) featuring low male demand for health services Most bit - urgent cases (66 ) versus (45 ) emerging stands out the classification of nurses stating emerging in 507 of ratings and little - urgent in 224 which reflects an appreciation of pain chest by professionals when using the protocol There was a significant incidence of risk factors for AMI associated with chest pain 478 of patients were hypertensive and 269 of them have a family history of coronary artery disease Regarding the evaluation of the protocol

performed by nurses data obtained realize that there is a consensus among nurses suggested that the protocol prioritizes compliance with Acute Coronary Syndrome identifies the best kind of pain giving support to your practice and being considered useful and applicable to the service This study enabled us to recognize that the suggested protocol is in line with the reality of action by nurses in risk rating which currently use a general tool not directed to Nursing Thus it will be presented to the Board of Nursing HU for possible institutionalization Keywords Chest Pain Acute Coronary Syndrome Emergency Nursing Risk Rating Protocols

LISTA DE ABREVIATURAS

APS Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede AVC Acidente Vascular Cerebral DAC Doenccedila Arterial Coroniana HIAE Hospital Israelita Albert Einstein HU Hospital Universitaacuterio IAM Infarto Agudo do Miocaacuterdio SCA Siacutendrome Coronariana Aguda SEA Serviccedilo de Emergecircncia Adulto SACR Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco SEI Serviccedilo de Emergecircncia Interna UFSC Universidade Federal de Santa Catarina

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Sistema operacional Sestatnet para caacutelculo da amostra 54

Figura 2 - Distribuiccedilatildeo percentual da Classificaccedilatildeo de Risco dos

pacientes que procuraram o SEA do HUUFSC de acordo com o

protocolo proposto (Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de

Enfermagem do HIAE) Florianoacutepolis-SC 2014 76

Figura 3 - Distribuiccedilatildeo percentual dos diagnoacutesticos meacutedicos

encontrados na Classificaccedilatildeo dos pacientes com dor toraacutecica

Florianoacutepolis-SC 2014 79

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Nordm de pacientes atendidos anualmente no SEA do HU

51

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Caracterizaccedilatildeo dos pacientes com queixa de dor

toraacutecica que procuraram o Serviccedilo de Emergecircncia do HUUFSC

ndash Florianoacutepolis ndash SC 2013-2014 69

Tabela 2 - Distribuiccedilatildeo da avaliaccedilatildeo da Utilizaccedilatildeo do Protocolo

Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem do HIAE

FlorianoacutepolisndashSC 2014 94

Tabela 3 - Distribuiccedilatildeo da avaliaccedilatildeo das vantagens eou

desvantagens em utilizar o protocolo Fluxograma de Triagem

Cardioloacutegica de Enfermagem do HIAE FlorianoacutepolisndashSC2014 98

Tabela 4 - Distribuiccedilatildeo da avaliaccedilatildeo da estrutura formato e

fluxos de encaminhamentos contidos no Protocolo Fluxograma

de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem do HIAE Florianoacutepolisndash

SC 2014 99

Tabela 5 - Distribuiccedilatildeo da avaliaccedilatildeo da diferenccedila em utilizar o

Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem e do

Protocolo Institucional Adaptado de Manchester 102

Tabela 6 - Distribuiccedilatildeo da avaliaccedilatildeo da aplicabilidade do

protocolo ao serviccedilo Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de

Enfermagem ao acolhimento da emergecircncia FlorianoacutepolisndashSC

2014 103

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 21

2 OBJETIVOS 27

21 Objetivo Geral 27

22 Objetivos Especiacuteficos 27

3 REVISAtildeO DE LITERATURA 29

31 MANUSCRITO 1 ATUACcedilAtildeO DO ENFERMEIRO FRENTE AO PACIENTE COM DOR TORAacuteCICA NOS SERVICcedilOS DE EMERGEcircNCIA HOSPITALAR uma revisatildeo integrativa da literatura 31

4 METODOLOGIA 49

41 TIPO DE PESQUISA 49

42 LOCAL DA PESQUISA 49

43 POPULACcedilAtildeO DO ESTUDO E AMOSTRA 52

44 COLETA DE DADOS 54

45 ETAPAS DA PESQUISA 55

46 CONSIDERACcedilOtildeES EacuteTICAS 57

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 59

51 MANUSCRITO 2 - O PERFIL DO PACIENTE COM DOR TORAacuteCICA DO SERVICcedilO DE EMERGEcircNCIA ADULTO DE UM HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO DO SUL DO BRASIL 61

52 A AVALIACcedilAtildeO DOS ENFERMEIROS DE UM SERVICcedilO DE EMERGEcircNCIA HOSPITALAR SOBRE A UTILIZACcedilAtildeO DE UM PROTOCOLO PARA A DOR TORAacuteCICA VALIDADO EM UM SERVICcedilO DE REFEREcircNCIA 89

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 109

REFEREcircNCIAS 113

APENDICES 123

APENDICE A - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (GRUPO 01) 125

APENDICE B - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (GRUPO 02) 127

APEcircNDICE C ndash ROTEIRO DE ENTREVISTA SEMI-ESTRUTURADO 131

APEcircNDICE D ndash ENTREVISTA COM OS ENFERMEIROS 133

ANEXOS 145

ANEXO A - INSTRUMENTO ADAPTADO DO PROTOCOLO DE MANCHESTER 147

ANEXO B - FLUXOGRAMA DE TRIAGEM CARDIOLOacuteGICA DE ENFERMAGEM 151

21

1 INTRODUCcedilAtildeO

A avaliaccedilatildeo da dor segue como um desafio aos profissionais de sauacutede nos serviccedilos de emergecircncia hospitalar devido agrave subjetividade e dificuldades em sua mensuraccedilatildeo De acordo com a Associaccedilatildeo Internacional para o Estudo da Dor a dor eacute definida como ldquoexperiecircncia sensorial e emocional desagradaacutevel associada a um dano real ou potencial dos tecidos ou descrita em termos de tal dano Sempre eacute subjetiva e cada indiviacuteduo aprende a utilizar este termo por meio de suas experiecircnciasrdquo (MERSKEY et al 1979 p249) Apesar de sua subjetividade avaliar a dor configura-se em uma tarefa essencial ao trabalho da Enfermagem agrave medida que eacute um sintoma importante para a investigaccedilatildeo do quadro cliacutenico do paciente Para que natildeo haja subtratamento da dor eacute necessaacuterio ao enfermeiro dispensar especial atenccedilatildeo uma vez que o ato de medir o fenocircmeno aacutelgico requer observaccedilatildeo escuta atenta e sobretudo acreditar na queixa dolorosa que o paciente refere (MORAIS et al 2009)

Com o objetivo de conferir maior relevacircncia agrave avaliaccedilatildeo da dor e consequentemente conscientizaccedilatildeo da importacircncia desta atribuiccedilatildeo por parte dos profissionais de sauacutede a Sociedade Americana da Dor a cita pela primeira vez como 5ordm sinal em vital (AMERICAN PAIN SOCIETY 1999) No entanto a sensaccedilatildeo dolorosa embora seja um indicativo de alteraccedilotildees e distuacuterbios fiacutesicos ou psicoloacutegicos ainda natildeo eacute considerada uma prioridade quando comparada a outros sinais vitais visto que por sua relaccedilatildeo com a subjetividade haacute uma tendecircncia em muitas vezes ser desacreditada ou desvalorizada por profissionais de sauacutede (SOCIEDADE BRASILEIRA PARA O ESTUDO DA DOR 2013)

A avaliaccedilatildeo da dor juntamente com os sinais vitais e o registro sistemaacutetico e perioacutedico de sua intensidade eacute fundamental para que se acompanhe a evoluccedilatildeo dos pacientes e se realize os

22

ajustes necessaacuterios ao tratamento (SOCIEDADE BRASILEIRA PARA O ESTUDO DA DOR 2013)

Reafirmando a necessidade de considerar a dor como prioridade no tratamento estudos revelam que a maioria dos pacientes que procuram os serviccedilos de emergecircncia refere algum tipo de dor Neste sentido a sua avaliaccedilatildeo correta durante o acolhimento eacute essencial para uma classificaccedilatildeo na prioridade adequada Referente agrave subjetividade da dor os aspectos culturais de expressatildeo verbal expressotildees corporais e alteraccedilotildees de comportamento devem ser considerados (GRUPO BRASILEIRO DE CLASSIFICACcedilAtildeO DE RISCO 2010)

Dentre os diversos tipos de dor encontra-se a dor toraacutecica um sintoma que pode ser desencadeado por um amplo espectro de afecccedilotildees Na vigecircncia deste tipo de dor faz-se relaccedilatildeo imediata com a causa cardioloacutegica por ser sinal especiacutefico claacutessico para a Siacutendrome Coronariana Aguda (SCA) Em contraponto autores elencaram na literatura que metade dos pacientes com dor toraacutecica natildeo tem causa cardiacuteaca para seus sintomas ocorrendo portanto muitas abordagens inadequadas para sua avaliaccedilatildeo principalmente em unidades de emergecircncia (RIOS et al 2010)

Embora a causa cardiacuteaca natildeo seja a mais incidente na decorrecircncia de dor toraacutecica haacute que ser considerada no atendimento do enfermeiro ao paciente com esta queixa visando o tempo-ouro do atendimento em caso de isquemia miocaacuterdica Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia nestes casos o tempo decorrente entre a chegada do paciente ao serviccedilo de emergecircncia ateacute a realizaccedilatildeo do eletrocardiograma natildeo deve exceder a 10 minutos (PIEGAS et al 2009) Nota-se portanto a importacircncia de uma avaliaccedilatildeo raacutepida e precisa na classificaccedilatildeo de risco realizada pelo enfermeiro

Embora exista elevada prevalecircncia da dor toraacutecica nos serviccedilos de emergecircncia a padronizaccedilatildeo no atendimento a estes pacientes ainda eacute deficiente o que pode resultar em atraso na instituiccedilatildeo da medida terapecircutica adequada em casos cliacutenicos graves (FARIAS MOREIRA 2012) A abordagem do paciente com queixas de dor toraacutecica nos serviccedilos de emergecircncia eacute uma

23

preocupaccedilatildeo das disciplinas da aacuterea da sauacutede e permanece em discussatildeo segundo referem Rios et al (2010)

Para os autores a reduccedilatildeo dos eventos coronarianos ocorre quando a SCA eacute tratada de acordo com evidecircncias de eficaacutecia comprovada e o uso de protocolos surge como um instrumento de otimizaccedilatildeo da qualidade de atendimento (FARIAS MOREIRA 2012)

Em um Hospital Universitaacuterio (HU) do sul do Brasil onde foi desenvolvido este estudo especificamente no Serviccedilo de Emergecircncia Adulto (SEA) natildeo haacute protocolos para a maioria das injuacuterias que surgem no quotidiano de trabalho da equipe de Enfermagem Esta fragilidade vem a justificar o interesse desta pesquisa em sugerir a aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de um protocolo especiacutefico para a dor toraacutecica para o embasamento da praacutetica profissional dos enfermeiros Trata-se de um protocolo desenvolvido e utilizado em um centro de referecircncia do paiacutes ldquoO Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagemrdquo do Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE) de Satildeo PauloSP Este protocolo foi elaborado em 2010 e atualizado em 2012 por um meacutedico cardiologista do HIAE Luciano Forlenza embora seja direcionado ao Serviccedilo de Enfermagem Ao conhecer este e demais estudos em desenvolvimento nos grandes centros com atendimento em unidades de Emergecircncia como os hospitais da regiatildeo sudeste centro-oeste e sul onde a grande maioria jaacute possui protocolos de avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica eacute que a proposta deste projeto tomou fundamentos para seu desenvolvimento

Durante minha praacutetica profissional em dois anos enquanto enfermeira residente no SEA do HU em observaccedilatildeo empiacuterica em serviccedilo princiacutepio dos Programas de Residecircncia Multiprofissionais vivenciei a necessidade de um instrumento cientiacutefico para assegurar as accedilotildees de Enfermagem para a Classificaccedilatildeo de Risco durante o Acolhimento dos pacientes atendidos O Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco (SACR) do HU foi implantado em agosto de 2011 Utilizando-se a tiacutetulo de fundamento nas classificaccedilotildees um instrumento adaptado do Protocolo de Triagem de Manchester (MACKAWAY-JONES 1997) desenvolvido pela proacutepria instituiccedilatildeo No entanto

24

este instrumento natildeo se torna satisfatoacuterio para estratificar o risco das condiccedilotildees cliacutenicas em geral tampouco em casos de dor toraacutecica agrave medida que natildeo haacute especificidade e detalhamento da sintomatologia e sinais cliacutenicos de gravidade Ainda natildeo houve desde o iniacutecio da implantaccedilatildeo do SACR quaisquer avaliaccedilotildees da precisatildeo e da acuraacutecia das classificaccedilotildees bem como sustentaccedilatildeo dos seus niacuteveis de evidecircncia

Enquanto enfermeira residente vislumbrei a essencialidade do conhecimento e a correta avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica considerando tambeacutem que a principal causa de morte no Brasil e no mundo durante deacutecadas e prevalecendo ainda na atualidade satildeo as doenccedilas do aparelho circulatoacuterio E dentre estas o Infarto Agudo do Miocaacuterdio (IAM) eacute apontado como segundo lugar no ranking das afecccedilotildees (BRASIL 2008)

Embora natildeo se trate de um serviccedilo com especialidade em cardiologia o SEA do HU atende a uma populaccedilatildeo consideraacutevel de pacientes que procuram a instituiccedilatildeo referindo a dor toraacutecica Foi possiacutevel comprovar esta demanda quando finalizei a primeira pesquisa sobre o perfil do paciente com dor toraacutecica no Trabalho de Conclusatildeo de Curso do Programa de Residecircncia onde verifiquei que cerca de 880 pacientes anualmente procuram o HU relatando dor toraacutecica como queixa principal e motivo de procura pelo serviccedilo acarretando em que esta seja considerada a quinta principal queixa atendida na unidade

Eacute necessaacuterio que a instituiccedilatildeo e a equipe de meacutedicos e enfermeiros estejam treinadas e equipadas com uma ferramenta que os auxilie no manejo dos pacientes acometidos com dor toraacutecica sistematizando o cuidado e tornando-o mais organizado O enfermeiro que atua nesse setor deve ter conhecimento cientiacutefico e tomar decisotildees raacutepidas e concretas reconhecendo situaccedilotildees que oferecem riscos aos pacientes ter familiaridade com a SCA Dessa forma a utilizaccedilatildeo de protocolos eacute fundamental na otimizaccedilatildeo do atendimento controle dos fatores de riscos cardiovasculares para a melhoria da qualidade de vida e aumento da sobrevida dessas pessoas (FERREIRA MADEIRA 2011)

25

Partindo do protocolo de Enfermagem para avaliaccedilatildeo de dor toraacutecica utilizado no Hospital Israelita Albert Einstein considerado um centro de referecircncia acredita-se que este estudo seraacute congruente com as necessidades do SACR do HU uma vez que os protocolos satildeo gerados a partir da identificaccedilatildeo de fragilidades do serviccedilo

Para desenvolver este estudo partir-se-aacute da seguinte questatildeo norteadora Qual o perfil do paciente com queixa de dor toraacutecica do Serviccedilo de Emergecircncia Adulto do HU E qual a avaliaccedilatildeo dos enfermeiros do serviccedilo ao utilizar um protocolo de Enfermagem especiacutefico para a dor toraacutecica durante a Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes com esta queixa

26

27

2 OBJETIVOS

21 OBJETIVO GERAL

Avaliar a utilizaccedilatildeo do Protocolo ldquoFluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagemrdquo para a Praacutetica de Enfermagem durante a Classificaccedilatildeo de Risco no Serviccedilo de Emergecircncia Adulto de um Hospital Universitaacuterio do Sul do Paiacutes

22 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

- Identificar e avaliar o perfil dos pacientes atendidos com dor toraacutecica no SACR do Serviccedilo de Emergecircncia Adulto de um Hospital Universitaacuterio do Sul do Paiacutes

- Aplicar e avaliar a utilizaccedilatildeo do protocolo ldquoFluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagemrdquo do HIAE no SACR do Serviccedilo de Emergecircncia do HU

- Analisar a viabilidade da utilizaccedilatildeo do Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem do HIAE para a Emergecircncia Adulto do HU

28

29

3 REVISAtildeO DE LITERATURA

A revisatildeo de literatura deste estudo seraacute apresentada em forma de manuscrito Mediante apresentaccedilatildeo deste trabalho em banca examinadora e devida aprovaccedilatildeo o manuscrito seraacute submetido agraves devidas correccedilotildees e enviado posteriormente para publicaccedilatildeo em perioacutedico indexado

30

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31 MANUSCRITO 1 ATUACcedilAtildeO DO ENFERMEIRO FRENTE AO PACIENTE COM DOR TORAacuteCICA NOS SERVICcedilOS DE EMERGEcircNCIA HOSPITALAR UMA REVISAtildeO INTEGRATIVA DA LITERATURA

Resumo A dor toraacutecica eacute uma das queixas mais frequumlentes referidas pelos pacientes no serviccedilo de emergecircncia hospitalar no Brasil Esta sintomatologia pode ser indicativo de diversas alteraccedilotildees fiacutesicas eou psicoloacutegicas desde uma crise de ansiedade ateacute o infarto agudo do miocaacuterdio Assim o enfermeiro que atua no serviccedilo de emergecircncia precisa ser capacitado a fim de conhecer as diversas etiologias que podem incorrer em dor toraacutecica e apto a reconhecer um possiacutevel sinal de gravidade Este estudo eacute uma revisatildeo integrativa de literatura que objetivou reunir estudos sobre a assistecircncia de Enfermagem ao paciente com dor toraacutecica no serviccedilo de emergecircncia hospitalar no periacuteodo de 2002 a 2014 Pesquisou-se em bases de dados eletrocircnicas nas diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia e nos acervos da Biblioteca do Ministeacuterio da Sauacutede (Brasil) Foram eleitos e submetidos agrave anaacutelise 30 estudos As categorias que emergiram foram Entendendo a Dor Toraacutecica Causas e Epidemiologia da Dor Toraacutecica Avaliaccedilatildeo da Dor Toraacutecica o uso de Protocolos Assistenciais Nos artigos analisados houve a citaccedilatildeo predominante da avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica enquanto desafio para o enfermeiro Devido agrave multicausalidade de fatores que podem a desencadear duacutevidas na classificaccedilatildeo da dor podem ocorrer O uso de protocolos surge como uma ferramenta de tecnologia em sauacutede com o objetivo de embasar cientificamente as praacuteticas do enfermeiro Palavra-chave Dor Toraacutecica Siacutendrome Coronariana Aguda Enfermagem em Emergecircncia Assistecircncia de Enfermagem

Abstract This study aimed to investigate the scientific assistance from nurse about the patient complaining of chest pain in hospital emergency departments Identify which aspects are graded Brazilian studies about nursing care to the patient with chest pain in hospital emergency servicesThis is a literature

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review conducted by research in electronic databases of Latin American Caribbean Health Sciences (LILACS) and the Medical Literature Retrieval System Online (MEDLINE) This study included national publications in the period 2002-2012 as well as guidelines of the Brazilian Society of Cardiology and the Treaty of Medical-Surgical Nursing as complementary Were selected and analyzed 16 studies the categories listed from this analysis causes of chest pain chest pain understanding treatment and evaluation of chest pain Articles were analyzed citation predominant evaluation of chest pain as a challenge for nurses Due to the multi-causality of factors that can trigger doubts in pain score may occur Given the above the use of protocols becomes a tool of health technology in order to scientifically support the practices of nurses Keywords Chest Pain Acute Coronary Syndrome Emergency Nursing Introduccedilatildeo

A dor toraacutecica eacute uma queixa frequente nos serviccedilos de

emergecircncia com base nos atendimentos anuais por dor toraacutecica nos EUA estima-se que aconteccedilam aproximadamente quatro milhotildees de atendimentos por dor toraacutecica ao ano no Brasil Considerando a mesma relaccedilatildeo entre estes paiacuteses nos EUA 5 a 15 dos pacientes que referem dor toraacutecica confirmam diagnoacutestico de Infarto Agudo do Miocaacuterdio calculando-se um quantitativo de 400 mil casos ao ano no Brasil (BASSAN 2002)

Este sintoma pode ser multicausal neste sentido pode ser indiacutecio de alteraccedilotildeesdistuacuterbios fiacutesicos ou psicoloacutegicos desde siacutendrome coronaacuteria aguda (SCA) uma simples contratura muscular ou ateacute mesmo siacutendrome do pacircnico Apesar da causa cardiovascular natildeo ser a mais incidente na decorrecircncia de dor toraacutecica eacute a mais temida devido agrave alta taxa mundial de mortalidade por doenccedilas cardiovasculares (ARAUacuteJO MARQUES 2007)

No Brasil as doenccedilascardiovasculares a reflexo da incidecircncia mundial constituem a principal causa de morte Especificamente em caso de dor toraacutecica sintoma claacutessico de

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doenccedila cardiovascular a padronizaccedilatildeo das medidas baseadas em evidecircncias cientiacuteficas previne desacertos na estratificaccedilatildeo de risco e promovem qualidade do atendimento de Enfermagem reduzindo a ocorrecircncia de danos irreversiacuteveis ao miocaacuterdio (BRASIL 2005) As pesquisas em qualidade do cuidado agrave sauacutede visam reduzir a distacircncia entre o ideal e o praticado nestes casos (ROCHA et al2010) A avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica por parte dos profissionais de sauacutede em geral eacute uma tarefa complexa apesar da elevada demanda de pacientes com dor toraacutecica nos serviccedilos de emergecircncia hospitalar a padronizaccedilatildeo da conduta ainda eacute deficiente o que pode gerar atraso no atendimento (FARIAS MOREIRA 2012) Desenvolvimento

Metodologia

A revisatildeo integrativa da literatura eacute um meacutetodo de estudo

que possibilita reunir e representar as evidecircncias cientiacuteficas acerca de um tema investigado para a melhoria da praacutetica cliacutenica (POMPEO ROSSI GALVAtildeO 2009) Permite averiguar na literatura estudos de diferentes abordagens sobre um determinado assunto reunindo-os e sintetizando-os a fim de obter-se uma conclusatildeo relevante para problemas idecircnticos (POMPEO ROSSI GALVAtildeO 2009) As fases metodoloacutegicas desta pesquisa foram identificaccedilatildeo do tema e da questatildeo de pesquisa busca na literatura categorizaccedilatildeo dos estudos anaacutelise dos estudos da revisatildeo integrativa interpretaccedilatildeo dos resultados siacutentese do conhecimento evidenciado nos artigos pesquisados O levantamento da literatura foi realizado em um recorte temporal de 12 anos no periacuteodo de 2002 a fevereiro de 2014 com o propoacutesito de obter estudos atualizados que abrangessem um nuacutemero consideraacutevel de informaccedilotildees do tema abordado para o embasamento da dissertaccedilatildeo de uma das autoras do artigo A pesquisa em base de dados ocorreu de junho de 2013 a janeiro de 2014

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Para a investigaccedilatildeo da produccedilatildeo cientiacutefica realizou-se uma busca de artigos nas seguintes bases de dados eletrocircnicas Literatura Latino-Americana do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) Medical Literature na Retrieval System On Line (MEDLINE) e Scientific Electronic Library Online (Scielo) Aleacutem das fontes de busca utilizaram-se tambeacutem diretrizes elaboradas pela Sociedade Brasileira de Cardiologia pesquisa virtual de documentos nos acervos da Biblioteca do Ministeacuterio da Sauacutede (Brasil) Para acesso a MEDLINE utilizou-se o portal Pub-Med para acesso agrave LILACS utilizou-se a Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS)

Optou-se pela seguinte estrateacutegia de busca organizaccedilatildeo de descritores para a busca eletrocircnica segundo a diferenciaccedilatildeo entre as bases de dados combinaccedilatildeo de quatro termos de busca (Descritores em Ciecircncias da Sauacutede ndash DeCSMeSH dor no peito siacutendrome coronariana aguda Enfermagem em emergecircncia e assistecircncia de Enfermagem) combinaccedilatildeo de termos boolianos (and or not or not)

Os criteacuterios de inclusatildeo para a seleccedilatildeo dos artigos da pesquisa foram artigos de pesquisa qualitativas e quantitativas sobre o tema estudos que apresentaram os descritores selecionados artigos publicados em portuguecircs artigos publicados na iacutentegra em perioacutedicos ou anais de eventos revisatildeo de literatura relatos de experiecircncia reflexatildeo teoacuterica publicados em perioacutedicos de bases de dados artigos publicados e indexados nas bases de dados Foram excluiacutedos publicaccedilotildees de trabalhos duplicados editoriais resumos em perioacutedicos ou anais de eventos materiais publicados em outros idiomas aleacutem de portuguecircs inglecircs e espanhol

Os artigos foram selecionados de acordo com a pertinecircncia na coleta de dados Inicialmente foi realizada leitura dos resumos identificando a sua relevacircncia para o objetivo do estudo Os materiais considerados vaacutelidos para o estudo foram organizados por completo em uma planilha do programa Excel for Windows conforme suas principais informaccedilotildees tiacutetulo autores ano de publicaccedilatildeo tipo de trabalho objetivos meacutetodos resultados e conclusotildees Cada estudo foi alistado numericamente aleacutem de lido de forma minuciosa Os dados obtidos foram analisados de

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modo a compor uma categorizaccedilatildeo por linhas de convergecircncia posteriormente sintetizados a fim de possibilitar o conhecimento da literatura sobre o tema abordado Entendendo a dor toraacutecica

A dor aguda eacute responsaacutevel por mais de dois terccedilos das

procuras aos serviccedilos de emergecircncia (IASP 2011) ldquoPossui iniacutecio suacutebito e estaacute relacionada a distuacuterbios traumaacuteticos infecciosos ou inflamatoacuterios Tende a desaparecer apoacutes cura da lesatildeo ou resposta a medicamentosrdquo (INCA 2001 p17) McCaffery e Pasero Dal Ponte et al(2008) colocam que ldquoa dor eacute uma queixa frequente que leva os pacientes agrave procura de um pronto socorro poreacutem muitas vezes este sintoma natildeo eacute bem abordado pela equipe de sauacutede que atua nos serviccedilos de emergecircnciardquo

Apesar da temaacutetica da dor natildeo ser tatildeo discutida quanto agrave sua relevacircncia o sintoma aacutelgico eacute um achado cliacutenico importante para a investigaccedilatildeo do distuacuterbio apresentado Estudos revelam por exemplo que a Siacutendrome Coronariana Aguda termo utilizado quando existe evidecircncia de isquemia miocaacuterdica ou infarto eacute responsaacutevel por 12 a 15 dos casos de dor toraacutecica nos serviccedilos de Emergecircncia nos EUA (MILLER GRANDER 2014)

Embora a sintomatologia dos pacientes com isquemia miocaacuterdica possa ser muito variaacutevel 75 a 85 dos pacientes nesta condiccedilatildeo apresentam dor toraacutecica como sintoma predominante (PIEGAS et al 2009) Por esta razatildeo em decorrecircncia desta dor geralmente o paciente e sua famiacutelia vivenciam uma seacuterie de sentimentos como anguacutestia e medo da morte pela relaccedilatildeo social desta dor com a gravidade Ao enfrentar um IAM cada paciente poderaacute reagir de uma forma distinta em virtude do sexo idade crenccedila cultura papel familiar fatores psicoloacutegicos e ateacute mesmo o ambiente (SANTOS ARAUacuteJO 2003)

Entender o significado da doenccedila para o paciente eacute de grande relevacircncia para o cuidado da Enfermagem visto que a falta de conhecimentos sobre os possiacuteveis sentimentos do

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paciente proporcionam um cuidado empiacuterico que pode dificultar o estabelecimento de paracircmetros e dimensotildees para a assistecircncia qualificada O IAM pode desencadear sofrimento aleacutem de fiacutesico o emocional vinculado ao referido medo da morte e da invalidez O estresse gerado por estes sentimentos pode aumentar a demanda de oxigecircnio e comprometer o quadro cliacutenico instalado confirmando a necessidade do conhecimento das possiacuteveis sensaccedilotildees do paciente por parte do enfermeiro (SANTOS ARAUacuteJO 2003)

Sabe-se que os pacientes que procuram atendimento nos serviccedilos de emergecircncia com dor toraacutecica podem ou natildeo estar passando por processo patoloacutegico A intensidade dos sintomas causa apreensatildeo e questionamentos que levam a buscar o entendimento da situaccedilatildeo Os enfermeiros satildeo profissionais responsaacuteveis por atendimento nos aspectos teacutecnicos da condiccedilatildeo cliacutenica mas tambeacutem deve atender as necessidades psicoloacutegicas e espirituais aliviando os seus temores que poderatildeo por si agravar o quadro cliacutenico (ARAUacuteJO MARQUES 2007)

As pessoas com dor toraacutecica isquecircmica satildeo em geral responsaacuteveis por uma famiacutelia como fonte de apoio psico-emocional e financeiro tendo papel fundamental Por esta razatildeo a preocupaccedilatildeo com os familiares eacute imediata o que tambeacutem pode ocasionar aumento do consumo de oxigecircnio e a dor pode estender a aacuterea infartada e acarretar maiores complicaccedilotildees O conhecimento desta condiccedilatildeo sobre os significados da dor para o paciente eacute de extrema importacircncia para toda equipe de sauacutede que atua na sala de emergecircncia O conhecimento sobre os significados da dor para o paciente eacute condicionante para o cuidado de Enfermagem eficaz Estrateacutegias para a amenizaccedilatildeo destes sentimentos deveratildeo fazer parte de estudos futuros evitando assim que estes sentimentos influenciem ainda mais o quadro cliacutenico do paciente (ARAUacuteJO MARQUES 2007)

Outros autores corroboram com a necessidade do reconhecimento do temor do paciente em relaccedilatildeo agrave possiacutevel gravidade do seu caso em decorrecircncia da dor toraacutecica O temor da populaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao Infarto Agudo do Miocaacuterdio eacute relacionado ao seu conhecimento como doenccedila grave de

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evoluccedilatildeo lenta e imprevisiacutevel podendo manter-se estaacutevel por tempo prolongado ou ateacute mesmo evoluir de forma suacutebita estando associada agrave ameaccedila de morte Informaccedilotildees estas veiculadas nos meios de comunicaccedilatildeo de massa informando acerca dos agravos Alguns conceitos por vezes repassados erroneamente natildeo esclarecedores de forma clara e concreta a ocorrecircncia do infarto gerando alarde medo apreensatildeo e conflitos de informaccedilotildees (SANTOS ARAUacuteJO 2003) Causas e Epidemiologia da dor toraacutecica

A dor toraacutecica pode surgir como resultado de diversas

afecccedilotildees distintas entre causa cardiacuteaca com Infarto Agudo do Miocaacuterdio Angina Instaacutevel ou Pericardite vascular com Dissecccedilatildeo Aoacutertica Embolismo Pulmonar pulmonar com Pneumonia Pneumotoacuterax espontacircneo gastrintestinal com Refluxo Esofaacutegico Uacutelcera Peacuteptica Pancreatite musculoesqueleacutetico com Costocondrite simples Contratura Muscular psicoloacutegico com Siacutendrome do Pacircnico ou Ansiedade (ORTIZ et al 2010) Miller and Granger (2014) tambeacutem discorrem sobre o assunto ao afirmar que as etiologias potenciais de desencadearem uma dor toraacutecica aleacutem das doenccedilas do coraccedilatildeo satildeo dissecccedilatildeo de aorta pulmotildees esocircfago estocircmago mediastino pleura e viacutesceras abdominais Por essa razatildeo apenas da causa cardioloacutegica ser a mais temida em vigecircncia da dor toraacutecica natildeo descarta a importacircncia do enfermeiro considerar outras causas Nasi et al (2005) salienta que durante esta avaliaccedilatildeo o enfermeiro deve considerar outras causas potencialmente fatais como dissecccedilatildeo de aorta pericardite embolia pulmonar (NASI et al 2005)

A principal suspeita diagnoacutestica nos casos de dor toraacutecica eacute a causa cardiovascular principalmente pelo seu grau elevado de morbidade e teoricamente pelo iniacutecio abrupto com baixa relaccedilatildeo entre o iniacutecio dos sintomas e oacutebito quando natildeo estabelecido atendimento eficaz em tempo haacutebil A maioria dos casos de morte por IAM ocorrem nas primeiras horas do iniacutecio dos sintomas sendo 40 a 65 na primeira hora e

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aproximadamente 80 nas primeiras 24 horas (PIEGAS et al 2009) As doenccedilas que acometem o aparelho circulatoacuterio satildeo apontadas como as principais causas de mortalidade dos brasileiros desde a deacutecada de 80 prevalecendo na atualidade Dentre elas o acidente vascular cerebral (AVC) eacute a principal causa de morte no Brasil seguida pelo infarto agudo do miocaacuterdio (IAM) no qual a dor toraacutecica eacute referida como sintoma especiacutefico claacutessico A taxa de incidecircncia das doenccedilas circulatoacuterias eacute mais prevalente na regiatildeo sudeste (33 dos casos) seguida pela regiatildeo sul (329 dos casos) Particularmente na regiatildeo sul as causas de morte por doenccedilas do aparelho circulatoacuterio ocupam o primeiro lugar das taxas de mortalidade sucedidas pelas neoplasias e as causas externas

(BRASIL 2008) As doenccedilas coronarianas especificamente Angina

Pectoris o Infarto Agudo do Miocaacuterdio as arritmias cardiacuteacas e os distuacuterbios de conduccedilatildeo eleacutetrica tecircm obtido maior preocupaccedilatildeo por parte dos profissionais de sauacutede em decorrecircncia do crescimento numeacuterico dos distuacuterbios cardiacuteacos isquecircmicos (SOUSA et al2008)

Estudos apontam que diversas causas incomuns podem ocorrer Os sofrimentos psiacutequicos podem mimetizar as afecccedilotildees cardiovasculares acarretando sintomas somaacuteticos (ALBUQUERQUE et al 2010) A dor psicogecircnica natildeo tem etiologia orgacircnica portanto geralmente manifesta-se de forma imprecisa e difusa sem sinais e sintomas associados de gravidade cliacutenica Tambeacutem se pode detectar nestes casos sinais de ansiedade e uso abusivo de medicaccedilotildees (PIEGAS et al 2009)

Outra provaacutevel causa de dor toraacutecica nos serviccedilos de emergecircncia hospitalar nem sempre considerado eacute o prolapso da vaacutelvula mitral Nesta condiccedilatildeo a dor eacute de localizaccedilatildeo variaacutevel inicia em repouso e eacute referida como em ldquopontadardquo e sem irradiaccedilotildees O diagnoacutestico eacute cliacutenico por meio de ausculta quando eacute encontrado um clique meso ou telessistoacutelico seguido de um sopro regurgitante mitral eou tricuacutespide (PIEGAS et al 2009)

Quanto agrave incidecircncia da dor toraacutecica no Brasil ainda natildeo haacute dados precisos de atendimentos por dor toraacutecica no entanto

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considera-se calculando a proporccedilatildeo populacional com os EUA que 4 milhotildees de pessoas com dor toraacutecica sejam atendidas ao ano nos serviccedilos de Emergecircncia brasileiros destes 400 mil tem IAM confirmado Nos EUA dos 4 milhotildees com dor toraacutecica 12 milhotildees apresentam IAM (BASSAN et al 2002)

A dor toraacutecica eacute um problema que ocorre diariamente na praacutetica do enfermeiro dos serviccedilos de emergecircncia hospitalares Dos 3 a 6 milhotildees de atendimentos anual nos EUA de 5-10 satildeo por dor toraacutecica Destes 20 a 35 tecircm uma SCA 10-15 apresentam diagnoacutestico de Infarto Agudo do Miocaacuterdio e ainda 2 a 5 destes pacientes satildeo liberados erroneamente sem diagnoacutestico Este grupo apresenta elevada taxa de oacutebito 25 (ORTIZ et al 2010)

De acordo com dados do DATASUS as mortes por doenccedilas do Aparelho circulatoacuterio como a Siacutendrome Coronariana Aguda seguem uma tendecircncia crescente no Brasil Ao analisarmos o periacuteodo de 2005 a 2011 No primeiro ano os nuacutemeros eram de 283927 jaacute no segundo este iacutendice de mortalidade chega a 335213 (BRASIL 2011)

Em contraponto dados do DATASUS estimam que no ano de 2010 ocorreram 99955 mortes por Doenccedila Isquecircmica do Coraccedilatildeo destas 79668 satildeo IAM (BRASIL 2012) Haacute consideraacutevel discordacircncia dos dados em relaccedilatildeo agrave Sociedade Brasileira de Cardioliga que considera existir sub-notificaccedilatildeo dos casos de Infarto Agudo do Miocaacuterdio (IAM) pelo Ministeacuterio da Sauacutede (BASSAN et al 2002)

Em relaccedilatildeo ao Estado de Santa Catarina o DATASUS revela 2340 mortes por IAM somente no ano de 2010 sendo assim considerado o 8ordm estado brasileiro em nuacutemero de mortes por infarto Esses dados reafirmam o quanto significativa eacute a ocorrecircncia desta afecccedilatildeo cardiacuteaca tambeacutem para o estado (BRASIL 2013) No ano de 2011 os dados avanccedilam para 2592 mortes por IAM em Santa Catarina e 82771 no Brasil (BRASIL 2014)

Dentre os fatores de risco para o infarto agudo do miocaacuterdio o enfermeiro deve avaliar a ocorrecircncia de tabagismo diabetes mellitus hipertensatildeo arterial sistecircmica dislipidemia

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doenccedila vascular perifeacuterica idade masculina acima de 45 anos idade feminina acima de 55 anos histoacuterico familiar de doenccedila cardiovascular coronariana (ORTIZ et al 2010) Avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica o uso de protocolos assistenciais

A Classificaccedilatildeo de risco da dor toraacutecica eacute uma praacutetica

assistencial frequumlente dos enfermeiros que atuam em emergecircncia Para a qualidade desta assistecircncia torna-se imperativo ldquosuporte educacional conhecimento e instrumentos tecnoloacutegicos que contribuam para a compreensatildeo da dorrdquo (WATERKEMPER REIBNITZ MONTICELLI 2010 p 335)

Lidar com a dor toraacutecica eacute uma tarefa complexa a niacutevel nacional e internacional pois este sintoma eacute conceituado pela literatura como um problema social e econocircmico mundial devido a sua alta taxa de ocorrecircncia O manejo da dor toraacutecica pelo enfermeiro deve ser guiado por um instrumento vaacutelido que conduza a terapecircutica adequada Para o sucesso desta atribuiccedilatildeo o enfermeiro precisa estar comprometido seguro na sua tomada de decisatildeo (OLIVEIRA SILVA LEITAtildeO 2010) No entanto ainda existe grande dificuldade por parte dos enfermeiros na construccedilatildeo e estudos acerca de protocolos assistenciais principalmente quando se trata de situaccedilotildees agudas como a siacutendrome coronariana aguda (FERNANDES et al 2009)

O Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE) fundado em 1971 eacute um serviccedilo de sauacutede de excelecircncia reconhecido internacionalmente e um dos mais bem conceituados da Ameacuterica Latina Destaca-se pelo atendimento em alta complexidade O complexo hospitalar do HIAE estaacute distribuiacutedo em 8 unidades de atendimento distribuiacutedas pela cidade de Satildeo PauloSP Morumbi Jardins Alphaville Morato Paulista Perdizes Ibirapuera Vila Mariana Paraisoacutepolis e Cidade Jardim Eacute referecircncia no atendimento em Cardiologia Cirurgia Neurologia Oncologia Hematologia Ortopedia e Reumatologia

As diretrizes do HIAE satildeo pautadas em ldquoatendimento humanizado e melhores profissionais cliacutenicos e de assistecircncia com atualizaccedilatildeo contiacutenuardquo Em particular o setor de Cardiologia

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do HIAE alinha atendimento humanizado incorporaccedilatildeo tecnoloacutegica e planejamento estrateacutegico o que possibilita a implementaccedilatildeo de protocolos gerenciados protocolo Gerenciado de IAM protocolo gerenciado de ICC e o protocolo de dor toraacutecica (HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN 2014) O HIAE coloca que utilizar este protocolo para a dor toraacutecica no pronto-socorro oferece uma assistecircncia baseada em evidecircncias que sendo essencial como suporte agrave tomada de decisatildeo auxilia na identificaccedilatildeo de 25 de portadores de SCA que seriam liberados sem tratamento correto Utilizar um protocolo de Enfermagem para avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica natildeo confere somente agilidade na correta classificaccedilatildeo de risco da dor mas tambeacutem respaldo ao enfermeiro

Os aspectos de exclusatildeo de gravidade devem ser antepostos na triagem classificatoacuteria para isso o profissional deveraacute munir-se de coleta de dados exame fiacutesico com histoacuteria cliacutenica direcionada obtendo as caracteriacutesticas dos sintomas com dados como o momento do iniacutecio tempo de duraccedilatildeo qualidade intensidade relaccedilatildeo com o esforccedilo e o repouso e presenccedila de doenccedila coronariana estabelecida (PIEGAS et al 2009) A avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica ou demais sintomas sugestivos de isquemia cardiacuteaca eacute um dos grandes desafios do enfermeiro sobretudo do enfermeiro que atue na Classificaccedilatildeo de Risco que deteacutem a responsabilidade de determinar a gravidade do caso cliacutenica e indicar a trajetoacuteria terapecircutica de cada paciente Apesar de alta demanda de pacientes que referem dor toraacutecica nos serviccedilos de emergecircncia a padronizaccedilatildeo das condutas de Enfermagem a estes pacientes ainda eacute deficiente o que poderaacute gerar atrasos no atendimento (BEZERRA 2011) Estudos apontam que a reduccedilatildeo dos eventos coronarianos ocorre quando a siacutendrome coronariana aguda eacute tratada pelos profissionais de sauacutede inclusive o enfermeiro de acordo com medidas de eficaacutecia comprovada para isso o uso de protocolos eacute um instrumento de tecnologia em sauacutede e otimizaccedilatildeo para a qualidade do atendimento (FARIAS MOREIRA 2012) Eacute necessaacuterio ainda para o sucesso do atendimento que a equipe de meacutedicos e enfermeiros esteja treinada no manejo das

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urgecircncias e emergecircncias cardiovasculares (BASSAN et al 2002) A principal contribuiccedilatildeo do enfermeiro no tratamento dos pacientes com Infarto Agudo do Miocaacuterdio que eacute a identificaccedilatildeo precoce de um possiacutevel infarto e aceleraccedilatildeo do atendimento diminuindo o tempo de sofrimento do muacutesculo cardiacuteaco Apesar dessa atribuiccedilatildeo primordial do enfermeiro existe a necessidade de aprofundar no tema realizando pesquisas que visem a construccedilatildeo de protocolos de condutas de Enfermagem frente ao paciente com dor toraacutecica Percebe-se portanto a necessidade de novas pesquisas referente ao tema para que produza protocolos de atendimento e que seja padronizado para que facilite o a conduccedilatildeo do trabalho da equipe de enfermagem

A conduta do enfermeiro frente ao paciente infartado exige capacitaccedilatildeo e competecircncia teacutecnica e a necessidade de um protocolo da assistecircnciaconduta de enfermagem para o embasamento cientiacutefico e no intuito de sanar frequumlentes duacutevidas (BEZERRA 2011)

Tratar a dor alivia tambeacutem os sintomas de medo e anguacutestia reduzindo o consumo de oxigecircnio pelo muacutesculo cardiacuteaco provocado pela ativaccedilatildeo do sistema nervoso simpaacutetico A analgesia deve ser feita preferencialmente com sulfato de morfina endovenosa Os anti-inflamatoacuterios natildeo esteroides (AINES) natildeo devem ser utilizados na vigecircncia de IAM e se o paciente que apresentar este diagnoacutestico fizer uso crocircnico de AINES o medicamento deve ser suspenso (PIEGAS et al 2009)

O Objetivo do tratamento dos pacientes com dor toraacutecica eacute reduzir o atraso para identificaccedilatildeo de pacientes com siacutendrome coronariana aguda a partir da chegada do paciente em ambiente hospitalar evitar liberaccedilatildeo errocircnea de pacientes com siacutendrome coronariana aguda reduzir os custos hospitalares da avaliaccedilatildeo de pacientes com dor toraacutecica (ORTIZ et al 2010) Para tanto o enfermeiro eacute peccedila fundamental O principal objetivo do tratamento ao paciente com dor toraacutecica sugestiva de isquemia cardiacuteaca eacute instituir a terapecircutica adequada no tempo-ouro para prevenir comprometimentoisquemia miocaacuterdica de grandes proporccedilotildees

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O enfermeiro que atua em emergecircncia necessita ter conhecimento cientiacutefico teacutecnico tomar decisotildees raacutepidas reconhecer situaccedilotildees que oferecem riscos aos pacientes possuir familiaridade com Siacutendrome Coronariana Aguda adequado manejo com medicaccedilotildees viabilizar a execuccedilatildeo de exames Para a sequecircncia correta e precisa destas etapas a utilizaccedilatildeo de protocolos eacute fundamental na otimizaccedilatildeo do atendimento para um aumento da sobrevida dos pacientes com isquemia cardiacuteaca (FERREIA MADEIRA 2011) A padronizaccedilatildeo das condutas de Enfermagem utilizando-se protocolos especiacuteficos para a dor toraacutecica com evidecircncias cientiacuteficas previne condutas incorretas no tratamento e liberaccedilatildeo inapropriada dos pacientes

Conclusatildeo

Esta revisatildeo possibilitou constatar a escassez de estudos

referentes agrave avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica pelo enfermeiro nos serviccedilos de emergecircncia

Apesar da dimensatildeo das queixas de dor toraacutecica nos serviccedilos de emergecircncia existe deficiecircncia da padronizaccedilatildeo das condutas para a Enfermagem Aleacutem disso diante das muacuteltiplas alteraccedilotildees fiacutesicas e ateacute mesmo psicoloacutegicas que podem desencadear a dor toraacutecica uma seacuterie de duacutevidas pode ocorrer portanto a necessidade de um atendimento sistematizado com o uso de protocolos

Na vigecircncia da sensaccedilatildeo dolorosa o paciente percebe-se impotente e vaacuterios questionamentos surgem na tentativa de desvendar a causa desta dor Especificamente na dor toraacutecica estes sentimentos passam a ser exacerbados devido agrave alta incidecircncia mundial de mortalidade por causa cardiovascular

As publicaccedilotildees encontradas reforccedilam que papel do enfermeiro no atendimento ao pacientes com dor toraacutecica eacute essencial e sobretudo da assistecircncia do enfermeiro fundamentada cientificamente No entanto nenhuma apresenta estudos aprofundados sobre o uso de protocolos de enfermagem O que demonstra a necessidade de maiores

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investimentos em pesquisa nesta temaacutetica a fim de aprofundar o conhecimento na aacuterea de Enfermagem

Sugerem-se estudos acerca da construccedilatildeo de protocolos de enfermagem que abordem a assistecircncia frente ao paciente com dor toraacutecica bem como a classificaccedilatildeo da dor toraacutecica pelo enfermeiro nos serviccedilos de emergecircncia

Referecircncias

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_______ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria Executiva do Ministeacuterio da Sauacutede DATASUS 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwdatasusgovbrgt Acesso em15 out 2013 HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN Histoacuterico [2014] Disponiacutevel em lthttpwwweinsteinbrhospitalPaginassobre-o-hospitalaspxgt Acesso em 02 out 2013

INTERNATIONAL ASSOCIATION FOR THE STUDY OF PAIN Princiacutepios do Manejo da Dor nos Departamentos de Emergecircncia para Pacientes com Condiccedilotildees Meacutedicas Dolorosas Agudas 2011 Disponiacutevel em lthttpwwwiasp-painorgAMTemplatecfmSection=Fact_Sheets3ampTemplate=CMContentDisplaycfmampContentID=13141gt Acesso em 05 mar 2014 FARIAS MM MOREIRA DM Impacto de protocolo de dor toraacutecica sobre a adesatildeo agraves diretrizes societaacuterias um ensaio cliacutenico Rev Bras Cardiol v25 n5 p368-76 2012 FERNANDES J C SILVA C O L SOUZA S E M SILVA P R BRASILEIRO M E ARMENDARIS M K Base de Dados para Elaboraccedilatildeo de um Instrumento para Coleta de Dados de Enfermagem na Unidade de Dor Toraacutecica ndash Congresso Brasileiro de Enfermagem 2009 FERREIRA AMC MADEIRA MZA A Dor Toraacutecica na Sala de Emergecircncia uma revisatildeo de literatura Revista Interdisciplinar NOVAFAPI Teresina v4 n1 p50-56 janfevmar 2011 MILLER MD GRANGER CB Evaluation of patients with chest pain at low or intermediate risk for acute coronary syndrome Gordon M Saperia MD FACC 2014 NASI LA et al Rotinas em Pronto Socorro 2ed Porto Alegre Artmed 2005

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OLIVEIRA RM SILVA LMS LEITAtildeO IMTA Anaacutelise dos saberes e praacuteticas de enfermeiras sobre avaliaccedilatildeo da dor no contexto hospitalar Rev enferm UFPE on line v4 n3 p 53-56 julset 2010 ORTIZ M BITTENCOURT M Protocolo de dor toraacutecica UTI cardioloacutegica Curitiba Hospital das Cliacutenicas Universidade Federal do Paranaacute 2010 Disponiacutevel em lthttpptscribdcomgwcabrald49109978-Prot-Dor-Toracicagt Acesso em 15 out 2013 RIOS DFC BRANDAtildeO FB FARIA MNZ ALCANTARA AS SANTOS MIFO Tronboembolismo pulmonar como causa de dor toraacutecica na sala de emergecircncia Rev Meacuted Minas Gerais v20 p465-8 2010 ROCHA ASC ARAUacuteJO MP CARVALHO AF RIBEIRO A MESQUITA ET Evidecircncia de melhora na qualidade do cuidado assistencial no infarto agudo do miocaacuterdio Arq Bras Cardiol v94 n6 2010 PIEGAS LS FEITOSA G MATTOS LA NICOLAU JC ROSSI NETO JM et al Sociedade Brasileira de Cardiologia IV Diretriz da Sociedade Brasileira de Cardiologia sobre Tratamento do Infarto agudo do Miocaacuterdio com Supradesniacutevel do Segmento ST Arq Bras Cardiol v93 n6 p179-264 2009 POMPEO D A ROSSI L A GALVAtildeO CM Revisatildeo Integrativa etapa inicial do processo de validaccedilatildeo de diagnoacutestico de enfermagem Acta paul Enferm Satildeo Paulo v22 n4 2009 SANTOS FLMM ARAUacuteJO TL Vivendo o infarto os significados da doenccedila segundo a perspectiva do paciente Rev Latino Am Enferm v11 n6 p742-8 2003 SOUSA VEC LOPES MVO ROCHA DH PASCOAL LM MONTORIL MH MELO RP Troca de gases prejudicada

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anaacutelise em pacientes com infarto agudo do miocaacuterdio Rev Enferm Rio de Janeiro v16 n4 p545-9 2008 WATERKEMPER R REIBNITZ KS MONTICELLI M Dialogando com enfermeiras sobre a avaliaccedilatildeo da dor oncoloacutegica do paciente sob cuidados paliativos Rev Bras Enferm Brasiacutelia v63 n2 p 334-9 marabr 2010

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4 METODOLOGIA

41 TIPO DE PESQUISA

Optou-se para desenvolver este estudo a pesquisa quantitativa do tipo transversal prospectiva e descritiva De acordo com Gil (2007) as pesquisas quantitativas ldquotecircm como preocupaccedilatildeo central identificar os fatores que determinam ou que contribuem para a ocorrecircncia dos fenocircmenos Este eacute o tipo de pesquisa que mais aprofunda o conhecimento da realidade porque explica a razatildeo o porquecirc das coisas

A pesquisa transversal eacute aquela realizada quando a coleta de dados ocorre em um determinado local e tempo (BORDALO 2006) A pesquisa prospectiva eacute aquela conhecida como aquela realizada em grupo populacional previamente definido e seguido prospectivamente (BORDALO 2006) Com relaccedilatildeo agrave pesquisa descritiva Gil (2007) a descreve como um estudo com a finalidade de descrever as caracteriacutesticas de um determinado grupo como exemplo destas caracteriacutesticas a faixa etaacuteria sexo renda familiar niacutevel de escolaridade dentre outros

42 LOCAL DA PESQUISA

O contexto em que este estudo seraacute desenvolvido eacute o Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco (SACR) do Serviccedilo de Emergecircncia Adulto (SEA) do Hospital Universitaacuterio (HU) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

O HUUFSC foi fundando em inaugurado em 1980 eacute uma instituiccedilatildeo totalmente puacuteblica com princiacutepio de ensino pesquisa e extensatildeo Atende a populaccedilatildeo moradora da regiatildeo e visitantes da cidade sem qualquer distinccedilatildeo Eacute considerado hospital de meacutedio porte e conta em sua estrutura com aproximadamente 270 leitos distribuiacutedos entre Cliacutenica Meacutedica Cliacutenica Ciruacutergica Pediatria Emergecircncia Ginecologia Obstetriacutecia e Neonatologia Unidade de Terapia Intensiva Serviccedilo Ambulatorial (HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO POLYDORO ERNANI DE SAtildeO THIAGO 2011)

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Designadamente o SEA do HUUFSC eacute um serviccedilo indicado a atender pacientes em condiccedilotildees agudas de sauacutede eacute dinacircmico e requer tomada raacutepida de decisatildeo Conta com uma equipe de Enfermagem com totalidade de 73 profissionais dentre estes 17 enfermeiros efetivos 6 enfermeiros residentes 42 teacutecnicos de enfermagem e 8 auxiliares de enfermagem

O SEA do HUUFSC estaacute dividido em trecircs subunidades de atendimento

O Serviccedilo de Emergecircncia Interna (SEI) local de estabilizaccedilatildeo onde os pacientes recebem o primeiro atendimento Eacute composto por sala de medicaccedilatildeo sala de reanimaccedilatildeo sala ciruacutergica sala de procedimentos posto de enfermagem farmaacutecia sateacutelite e quatro consultoacuterios meacutedicos Possui espaccedilo fiacutesico para acomodar ateacute 12 pacientes em macas (divididos entre os pacientes que estatildeo em ldquoobservaccedilatildeordquo e os ldquointernadosrdquo quando excedidas 24 horas de estadia no hospital o paciente eacute internado)

O Repouso da Emergecircncia acolhe apenas os pacientes jaacute internados que aguardam vagas nas unidades de internaccedilatildeo das cliacutenicas meacutedicas ou ciruacutergicas possui capacidade para acomodar 12 pacientes em leitos e 1 quarto de isolamento

Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco (SACR) local aonde efetivamente se desenvolveu esta pesquisa O serviccedilo foi estabelecido no SEA do HU em agosto de 2011 em cumprimento agraves normativas da Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo e Gestatildeo do SUS com a finalidade de otimizar a assistecircncia agrave sauacutede priorizando o atendimento ao paciente grave ndash objetivo principal da emergecircncia hospitalar ndash por meio de identificaccedilatildeo dos sinais e sintomas apresentados e referenciados pelos pacientes com consequumlente determinaccedilatildeo da gravidade da situaccedilatildeo de sauacutede Seu funcionamento eacute diaacuterio das 0700 agraves 2300 horas (HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO POLYDORO ERNANI DE SAtildeO THIAGO 2012)

Por natildeo ser referecircncia em traumatologia o Serviccedilo de Emergecircncia do HUUFSC atende uma demanda significativamente menor de casos com indicaccedilatildeo ciruacutergica como observamos no quadro 1 a seguir Por esse motivo os casos atendidos no Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco

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(SACR) satildeo exclusivamente com indicaccedilatildeo para Cliacutenica Meacutedica com maior demanda no serviccedilo

Quadro 1 - Nordm de pacientes atendidos anualmente no SEA do HU

Especialidade Nordm de Atendimentos

Centro de Informaccedilotildees Toxicoloacutegicas

145

Cliacutenica Ciruacutergica 10785

Cliacutenica Meacutedica 27266

Cliacutenica Pediaacutetrica 20213

Maternidade 11064

Oftalmologia 09

Ortopedia 1946

Setor natildeo identificado 5125

Total 76587

Fonte Hospital Universitaacuterio Polydoro Ernani de Satildeo Thiago (2011)

Optou-se por desenvolver esta pesquisa no SACR por

tratar-se do local de primeiro contato entre um profissional de sauacutede neste caso o enfermeiro e o paciente Esta eacute a etapa onde eacute apontado o fluxo terapecircutico de cada paciente portanto poderaacute determinar o sucesso ou falhas relacionadas agrave morosidade no atendimento e tal definiccedilatildeo eacute realizada enfermeiro

De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2006 p77)

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O processo de triagem classificatoacuteria deve ser realizado por profissional de sauacutede de niacutevel superior mediante treinamento especiacutefico e utilizaccedilatildeo de protocolos preestabelecidos e tem por objetivo avaliar o grau de urgecircncia das queixas dos pacientes colocando-os em ordem de prioridade para o atendimento

O processo de ldquotriagem classificatoacuteriardquo visa estipular a

prioridade do atendimento sendo determinada pela maior ou menor gravidade do caso (BRASIL 2006) O instrumento utilizado no serviccedilo para esta tarefa adaptado pela proacutepria instituiccedilatildeo do Sistema de Triagem de Manchester (MACKAWAY-JONES 1997) designa a classificaccedilatildeo de risco por meio de cores que preconizam o tempo para o atendimento entre vermelho (emergente) laranja (muito urgente) amarelo (urgente) verde (pouco urgente) azul (natildeo-urgente) e branco (procedimentos) Este instrumento eacute composto por uma lista de 29 fluxogramas que destacam cada um uma queixa principal De acordo com a queixa relatada pelo paciente o enfermeiro escolhe um fluxograma Dentro de cada fluxograma existem algumas condiccedilotildees cliacutenicas para cada cor que quando apresentadas apontam a cor que deve ser designada na classificaccedilatildeo Como esta pesquisa trata de dor toraacutecica extraiacutemos apenas esta queixa dentre os 29 fluxogramas Portanto seraacute abordado apenas o fluxograma 18 ndash dor toraacutecica (ANEXO I)

43 POPULACcedilAtildeO DO ESTUDO E AMOSTRA

A populaccedilatildeo deste estudo contemplou dois grupos distintos Abaixo segue descriccedilatildeo destes bem como os criteacuterios de seleccedilatildeo Grupo 01 - sujeitos participantes deste grupo - Pacientes que procuraram atendimento no Serviccedilo de Emergecircncia acima de 18 anos durante o periacuteodo de outubro de

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2013 a janeiro de 2014 de segunda a saacutebado das 07 agraves 23 horas - Pacientes que foram atendidos no Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco (SACR) - Pacientes que referiram a dor toraacutecica como queixa principal e motivo de procura agrave Emergecircncia Hospitalar - Pacientes que aceitaram participar do estudo mediante assinatura do TCLE Grupo 02 participantes deste grupo - Profissional enfermeiro efetivo ou enfermeiro residente que atua no SACR do SEA do HU - Enfermeiros deste serviccedilo que aceitaram participar do estudo mediante assinatura do TCLE

A amostra para o Grupo 1 eacute natildeo probabiliacutestica e intencional e para seu caacutelculo amostral utilizou-se o sistema operacional para ensino e aprendizagem de Estatiacutestica da Universidade Federal de Santa Catarina o Sestatnet conforme figura 1 Utilizou-se para este caacutelculo a estimativa de pacientes que procuram o serviccedilo apresentando dor toraacutecica anualmente totalizando 880 pacientes (independente das causas da dor) de acordo com meu trabalho de conclusatildeo de curso desenvolvido na instituiccedilatildeo em cumprimento ao Programa de Residecircncia Multiprofissional em Sauacutede de 2011 a 2013

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Figura 1 - Sistema operacional Sestatnet para caacutelculo da amostra

Fonte Sestatnet

44 COLETA DE DADOS

A coleta de dados ocorreu no periacuteodo entre outubro de 2013 a janeiro de 2014 de segunda a saacutebado das 07 agraves 23 horas atingindo o caacutelculo amostral de 67 pacientes (90 de niacutevel de confianccedila) por meio de aplicaccedilatildeo do protocolo elaborado e utilizado no HIAE designado ldquoFluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagemrdquo (ANEXO B) A aplicaccedilatildeo do protocolo foi realizada pelos enfermeiros efetivos e enfermeiros residentes atuantes no SACR que aceitaram participar da pesquisa e estavam na escala como classificadores nos dias e horaacuterios dos atendimentos dos pacientes com dor toraacutecica estabelecidos para a coleta Apoacutes a coleta propriamente

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dita estes mesmos sujeitos foram avaliadores da utilizaccedilatildeo de um protocolo de dor toraacutecica durante o Acolhimento

Sabe-se que haacute alguns protocolos assistenciais desenvolvidos para esta praacutetica portanto a ideia central deste estudo foi aplicar um protocolo de avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica jaacute existente e implementado por uma instituiccedilatildeo de referecircncia no caso o Hospital Israelita Albert Einstein de Satildeo PauloSP com a finalidade de embasar a praacutetica dos enfermeiros na classificaccedilatildeo de risco da dor toraacutecica Reduzindo o tempo entre a chegada do paciente ao hospital e o estabelecimento da terapecircutica adequada tecnologia no sentido de minimizar riscos evitando morosidade no atendimento de um caso grave bem como descartando a gravidade do caso

Vale salientar que a implementaccedilatildeo do protocolo para dor toraacutecica do HIAE natildeo excluiu a utilizaccedilatildeo do instrumento institucional (adaptaccedilatildeo do protocolo de Manchester) para a Classificaccedilatildeo de Risco jaacute existente O protocolo de dor toraacutecica foi empregado como uma ferramenta auxiliar para a classificaccedilatildeo de risco ressaltando as especificidades da dor toraacutecica e reforccedilando a garantia de uma classificaccedilatildeo com a prioridade adequada o que natildeo acarretou em atraso na Classificaccedilatildeo de Risco ou no atendimento do paciente

45 ETAPAS DA PESQUISA

A pesquisa abrangeu as seguintes etapas

- Etapa 1 ndash (apresentaccedilatildeo da pesquisa) A ideia inicial para a apresentaccedilatildeo da pesquisa era o desenvolvimento de uma oficina com os enfermeiros do SEA do HUUFSC na qual seria demonstrado em conjunto o funcionamento e objetivos do ldquoFluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem do HIAE e consequentemente a proposta deste estudo Para isso anteriormente esta pesquisa foi apresentada para a chefia de Enfermagem do setor que informou a inviabilidade de uma oficina no momento considerando a condiccedilotildees de sobrecarga de trabalho da unidade aleacutem do habitual Neste periacuteodo a demanda

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de atendimentos excedia a capacidade estrutural e de recursos humanos impossibilitando a liberaccedilatildeo dos funcionaacuterios para a realizaccedilatildeo da oficina ainda que por um curto periacuteodo durante os plantotildees Como alternativa a pesquisa foi apresentada individualmente aos enfermeiros do SEA em cada turno de trabalho manhatilde tarde e noite Apoacutes a apresentaccedilatildeo os enfermeiros foram convidados a participar da pesquisa sendo que nove deles aceitaram sendo eles trecircs residentes e seis enfermeiros efetivos Dos nove enfermeiros que aceitaram participar do estudo dois natildeo aplicaram o protocolo um por motivo de troca de setor durante o periacuteodo estipulado para a coleta e o outro alegou natildeo ter tempo haacutebil para realizar a coleta durante o plantatildeo Desse modo efetivamente sete enfermeiros participaram da pesquisa e aplicaram o protocolo conforme proposto Assim que aceitaram participar da pesquisa foi oportunizada uma capacitaccedilatildeo individual aos enfermeiros para utilizaccedilatildeo do instrumento enquanto ldquoaplicadoresrdquo do protocolo

- Etapa 2 ndash (Preacute-teste) esta etapa ocorreu como fase de

treinamento ou adaptaccedilatildeo agrave aplicaccedilatildeo do instrumento de pesquisa Nesta cada enfermeiro participante realizou a Classificaccedilatildeo de Risco como preacute-teste de um paciente a referir a dor toraacutecica como queixa principal Os sete preacute-testes realizados (um teste para cada enfermeiro) natildeo foram incluiacutedos como vaacutelidos para a amostra miacutenima

- Etapa 3 ndash (Efetividade da pesquisa) Esta etapa

compreendeu a aplicaccedilatildeo do protocolo propriamente com a intenccedilatildeo de conhecer o perfil do paciente com dor toraacutecica atendido no SACR A proposta de aplicaccedilatildeo do protocolo seria desenvolver com 63 pacientes que procurarem o SACR referindo dor toraacutecica como queixa principal de acordo com o caacutelculo amostral miacutenimo para a validade da pesquisa de acordo com o programa Sistatnet Ao final foram contabilizados 67 casos de dor toraacutecica em que o Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem do HIAE foi aplicado

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- Etapa 4 ndash (Avaliaccedilatildeo da utilizaccedilatildeo do protocolo pelos enfermeiros) Para a viabilidade desta etapa foi desenvolvido um roteiro semi-estruturado para entrevista contendo cinco questotildees acerca da utilizaccedilatildeo do protocolo proposto Mediante a aplicaccedilatildeo deste roteiro foram avaliadas as opiniotildees dos enfermeiros sobre o protocolo

Cada enfermeiro contribuiu com esta etapa ressaltando em sua visatildeo os pontos positivos ou negativos de utilizar o protocolo desde estrutura facilidade de compreensatildeo informaccedilotildees contidas encaminhamentos ateacute aplicabilidade ao serviccedilo em questatildeo (APEcircNDICE C)

- Etapa 5 ndash (Apresentaccedilatildeo dos resultados e discussatildeo) Os

dados obtidos seratildeo apresentados utilizando-se estatiacutestica descritiva por meio de nuacutemeros absolutos e percentuais A estatiacutestica descritiva eacute a ciecircncia que trata da organizaccedilatildeo e anaacutelise de um conjunto de dados (ou populaccedilatildeo especiacutefica) numeacutericos ou natildeo com o intuito de maior entendimento do que estes dados representam descrevendo os resultados (BARBETTA REIS BORNIA 2004) Em cumprimento agraves normativas do Programa de Mestrado Multiprofissional em Sauacutede da Universidade Federal de Santa Catarina os resultados e discussatildeo desta pesquisa seratildeo descritos adiante em forma de dois manuscrito 2 e 3

46 CONSIDERACcedilOtildeES EacuteTICAS

Para o desenvolvimento desta pesquisa seratildeo mantidos os princiacutepios eacuteticos com o indiviacuteduo de acordo com a Resoluccedilatildeo 4662012 do Conselho Nacional de Sauacutede (BRASIL 2012) Portanto esta proposta de pesquisa foi submetida agrave avaliaccedilatildeo do Comitecirc de Eacutetica e Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Santa Catarina mediante envio via Plataforma Brasil em junho de 2013 O estudo recebeu parecer favoraacutevel em setembro de 2013 mediante protocolo nordm 412494

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do Comitecirc de Eacutetica e Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Santa Catarina

Aceitaccedilatildeo dos sujeitos do grupo 01 e grupo 02 seraacute

efetivada da seguinte forma Grupo 01 (pacientes atendidos no SACR que apresentam

dor toraacutecica como queixa principal) - assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (APENDICE A) Lembrando que a abordagem do paciente para a orientaccedilatildeo acerca da pesquisa e o encaminhamento do Termo de Consentimento para a assinatura apenas seratildeo iniciados apoacutes completa estabilizaccedilatildeo do quadro cliacutenico e aliacutevio da dor Reforccedilando ao paciente que a negativa em sua participaccedilatildeo natildeo acarretaraacute de forma alguma em quaisquer discriminaccedilotildees em seu atendimento E a aplicaccedilatildeo do protocolo natildeo iraacute interferir ou acarretar em atrasos no atendimento

Grupo 02 (enfermeiros efetivos ou enfermeiros residentes

do SACR) ndash assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (APENDICE B) A tiacutetulo de sigilo os enfermeiros participantes deste grupo foram designados na escrita deste trabalho como ldquoEnfermeirordquo e numerados de 1 a 7 conforme ordem de convite para a participaccedilatildeo ou seja formando de Enfermeiro 1 a Enfermeiro 7

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5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Em cumprimento agraves normativas do Programa de Mestrado Multidisciplinar em Sauacutede os resultados desta pesquisa seratildeo apresentados sob forma de 2 manuscritos descritos a seguir Mediante apresentaccedilatildeo deste trabalho em banca examinadora e devida aprovaccedilatildeo os manuscritos seratildeo submetidos agraves devidas correccedilotildees e enviados posteriormente para publicaccedilatildeo em perioacutedicos indexados

O manuscrito 2 eacute intitulado O PERFIL DO PACIENTE

COM DOR TORAacuteCICA DO SERVICcedilO DE EMERGEcircNCIA ADULTO DE UM HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO DO SUL DO BRASIL

O manuscrito 3 intitula-se A AVALIACcedilAtildeO DOS ENFERMEIROS DE UM SERVICcedilO DE EMERGEcircNCIA HOSPITALAR SOBRE A UTILIZACcedilAtildeO DE UM PROTOCOLO PARA A DOR TORAacuteCICA VALIDADO EM UM SERVICcedilO DE REFEREcircNCIA

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51 MANUSCRITO 2 - O PERFIL DO PACIENTE COM DOR TORAacuteCICA DO SERVICcedilO DE EMERGEcircNCIA ADULTO DE UM HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO DO SUL DO BRASIL

Aline Costa Vieirasup1 Kaacutetia Cilene Godinho Bertoncellosup2

Juliana Balbinot Reis Girondisup3

Resumo Conhecer o perfil do puacuteblico com queixas de dor toraacutecica que procura um serviccedilo de sauacutede especiacutefico como o serviccedilo de emergecircncia confere agrave equipe de Enfermagem no momento da classificaccedilatildeo de risco a possibilidade de uma atuaccedilatildeo formulada de acordo com sua realidade Portanto optou-se por desenvolver a pesquisa baseada em evidecircncias a fim de identificar o perfil desta populaccedilatildeo no intuito de propor futuramente a institucionalizaccedilatildeo de um protocolo de Enfermagem para a dor toraacutecica Estudo de caraacuteter exploratoacuterio-descritivo e abordagem quantitativa ocorrida em um recorte temporal de outubro de 2013 a janeiro de 2014 por meio da anaacutelise documental de um protocolo de Enfermagem para a Classificaccedilatildeo de Risco da dor toraacutecica desenvolvido pelo Hospital Israelita Albert Einstein de Satildeo Paulo-SP Os resultados revelam que a maioria dos pacientes com dor toraacutecica a procurar o serviccedilo foi composta por mulheres reafirmando a baixa procura masculina aos serviccedilos de sauacutede Os dados obtidos demonstram que 35 (66) da demanda de pacientes com dor toraacutecica satildeo de atendimento ldquopouco-urgentesrdquo e apenas 3 (45) destes satildeo ldquoemergentesrdquo Apesar da maioria expressiva dos casos de dor toraacutecica tratar-se de quadro pouco-urgente sobressai a classificaccedilatildeo dos enfermeiros estipulando fluxo 1 (emergente) em 34 (507) e para a classificaccedilatildeo pouco-urgente apenas 15 (224) o que reflete uma valorizaccedilatildeo da dor toraacutecica por parte dos profissionais ao utilizar o protocolo Verificou-se a expressiva incidecircncia dos fatores de risco para o IAM associados agrave dor toraacutecica 32 (478) dos pacientes satildeo hipertensos e 18 (269) deles possuem histoacuteria familiar de Doenccedila Arterial Coronariana Ao identificar esta caracteriacutestica foi

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possiacutevel reafirmar a importacircncia do conhecimento dos fatores de risco para estipular a gravidade da dor toraacutecica Dessa forma fica evidente a urgecircncia em utilizar um protocolo especiacutefico para a toraacutecica em consonacircncia com a realidade do serviccedilo do perfil dos pacientes considerando o gecircnero faixa etaacuteria fatores de risco e antecedentes cardiovasculares a real avaliaccedilatildeo e respeito pela dor toraacutecica Descritores Dor toraacutecica Enfermagem em Emergecircncia Classificaccedilatildeo de Risco Abstract Knowing the profile of the public with complaints of chest pain that are looking for a particular health service such as the emergency department gives the nursing staff at the time the risk rating for the possibility of action formulated according to their reality The refore it was decided to develop evidence-based research to identify the profile of this population in order to propose future institutionalization of a nursing protocol for chest pain Study exploratory- descriptive and quantitative approach which occurred in a time frame from October 2013 to January 2014 through documentary analysis of a protocol for Nursing Risk Classification of chest pain developed by Albert Einstein Jewish Hospital of Satildeo Paulo - SP The results reveal that the majority of patients with chest pain to seek the service was composed by women reaffirming low male demand for health services The data show that 35 (66 ) of the number of patients with chest pain are little - urgent care and only 3 (45 ) of these are ldquoemerging ldquo Despite the significant majority of cases of chest pain that it was urgent - bit frame stands rankings nurses stipulating stream 1 ( emerging ) in 34 ( 507 ) and the little - sensitive classification only 15 ( 224 ) which reflects an appreciation of chest pain by practitioners when using the protocol There was a significant incidence of risk factors for AMI associated with chest pain 32 (478 ) patients had hypertension and 18 (269 ) of them have a family history of coronary artery disease By identifying this feature was possible to reaffirm the importance of knowledge of risk factors to denote the severity of chest pain Thus it is evident the urgency to use a specific protocol to the chest in line with the reality of the service the

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profile of patients considering gender age risk factors and cardiovascular history the actual evaluation and respect for chest pain Keywords Chest pain Emergency nursing Risk rating

Introduccedilatildeo

Enquanto ciecircncia e disciplina do cuidado a Enfermagem

estaacute em crescente desenvolvimento tecnoloacutegico para a promoccedilatildeo de uma atuaccedilatildeo de excelecircncia considerando aspectos inerentes agrave seguranccedila do paciente cuidados de Enfermagem pautados na evidecircncia cliacutenica minimizaccedilatildeo do sofrimento humano por meio das intervenccedilotildees para aliviar a dor Embora o atendimento da dor toraacutecica seja visto como prioridade pelos profissionais de sauacutede existe ainda um deacuteficit de estudos da avaliaccedilatildeo criteriosa associando-se os fatores de risco agraves caracteriacutesticas da dor (MARQUES 2010)

O atendimento inicial da dor toraacutecica a fim de reduzir danos e agravos eacute sempre no sentido de afastar primeiramente a suspeita de Siacutendrome Coronariana Aguda Neste sentido eacute fundamental para o enfermeiro que atua na Classificaccedilatildeo de Risco ter conhecimento das caracteriacutesticas da dor por isquemia e das complicaccedilotildees cardiovasculares Estar munido de um instrumento de avaliaccedilatildeo completo que aborde os fatores de risco associados auxiliando na identificaccedilatildeo raacutepida de pacientes em alto risco (NASI et al 2005) Valorizar a dor toraacutecica na classificaccedilatildeo de risco eacute considerada uma medida de extrema importacircncia visto que eacute o principal desconforto referido e observado nas doenccedilas cardiovasculares consideradas a maior causa de mortalidade no mundo Para isso o enfermeiro classificador precisa dispensar avaliaccedilatildeo criteriosa natildeo apenas das caracteriacutesticas da dor em si mas do perfil do paciente idade gecircnero dos fatores de risco associados e do histoacuterico familiar (MARQUES 2010)

Apesar dos avanccedilos evidenciados nas uacuteltimas deacutecadas ainda existem duacutevidas na classificaccedilatildeo da dor toraacutecica por parte dos profissionais de sauacutede Desse modo muitos oacutebitos ocorrem

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em funccedilatildeo de abordagens inadequadas para a dor toraacutecica principalmente em unidades de emergecircncia (RIOS et al 2010)

Em caso de dor toraacutecica a principal suspeita diagnoacutestica eacute a causa cardiovascular principalmente pelo seu grau elevado de morbidade e teoricamente pelo iniacutecio abrupto com baixa relaccedilatildeo entre o iniacutecio dos sintomas e oacutebito quando natildeo estabelecido atendimento eficaz em tempo haacutebil A maioria dos casos de morte por IAM ocorrem nas primeiras horas do iniacutecio dos sintomas sendo 40 a 65 na primeira hora e aproximadamente 80 nas primeiras 24 horas (PIEGAS et at 2009)

Reafirmando a relevacircncia de estudos na temaacutetica da dor toraacutecica as doenccedilas que acometem o aparelho circulatoacuterio satildeo apontadas como as principais causas de mortalidade dos brasileiros desde a deacutecada de 80 prevalecendo na atualidade Dentre elas o acidente vascular cerebral (AVC) eacute a principal causa de morte no Brasil seguida pelo IAM no qual a dor toraacutecica eacute referida como sintoma especiacutefico claacutessico A taxa de incidecircncia das doenccedilas circulatoacuterias eacute mais prevalente na regiatildeo sudeste (33 dos casos) seguida pela regiatildeo sul (329 dos casos) Particularmente na regiatildeo sul as causas de morte por doenccedilas do aparelho circulatoacuterio ocupam o primeiro lugar das taxas de mortalidade sucedidas pelas neoplasias e as causas externas (BRASIL 2008)

No Serviccedilo de Emergecircncia Adulto (SEA) de um Hospital Universitaacuterio (HU) do sul do Brasil em cumprimento agraves diretrizes da Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo (PNH) foi instituiacutedo o Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco (SACR) no ano de 2011 Tal norma prevecirc a existecircncia deste acolhimento nas aacutereas de acesso hospitalar a saber pronto atendimento pronto socorro ambulatoacuterio serviccedilo de apoio diagnoacutestico e terapia (BRASIL 2004)

A estratificaccedilatildeo de risco realizada no SACR do HU eacute realizada exclusivamente pelo profissional enfermeiro apesar de o processo poder ser realizado por qualquer profissional de sauacutede de niacutevel superior mediante treinamento e utilizaccedilatildeo de protocolos preestabelecidos (BRASIL 2006) O principal objetivo eacute avaliar o grau de urgecircncia dos pacientes e possibilitar uma ordem de prioridade para esse atendimento

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Para o desenvolvimento eficaz desta atribuiccedilatildeo como ldquoclassificadorrdquo o enfermeiro necessita de conhecimento cientiacutefico habilidade para avaliar com agilidade sensibilidade para percepccedilatildeo dos sinais apresentados que em muitos casos natildeo satildeo evidentes e observaccedilatildeo minuciosa para reconhecer previamente os sinais de gravidade ou que precedam a evoluccedilatildeo para a gravidade Faz-se necessaacuterio que o profissional tenha cautela no sentido de natildeo desvalorizar os sintomas referidos podendo acarretar em classificaccedilotildees errocircneas e identificaccedilatildeo de um problema de menor gravidade que o real (LOPES 2011)

Os aspectos de exclusatildeo de gravidade devem ser antepostos na triagem classificatoacuteria para isso o profissional deveraacute munir-se de coleta de dados exame fiacutesico com histoacuteria cliacutenica direcionada obtendo as caracteriacutesticas dos sintomas (valorizando o sintoma aacutelgico) com dados como o momento do iniacutecio tempo de duraccedilatildeo qualidade intensidade relaccedilatildeo com o esforccedilo e o repouso e presenccedila de doenccedila coronariana estabelecida (PIEGAS et al 2009)

Nesse contexto haacute que se evidenciar a importacircncia de se conhecer a clientela a ser atendida ou seja o perfil desse usuaacuterio Esse perfil seraacute embasado em caracteriacutesticas epidemioloacutegicas regionais e outras que possam expressar evidecircncias necessidades e as caracteriacutesticas de cuidado para estes pacientes considerando sua individualidade suas necessidades e seus direitos agrave sauacutede enquanto cidadatildeo

Para um cuidado resolutivo e seguro o qual se deseja adaptar as necessidades do serviccedilo e sua realidade esta pesquisa vislumbrou a realizaccedilatildeo de uma investigaccedilatildeo baseada em evidecircncias considerando seguinte a questatildeo norteadora Qual o perfil de pacientes com dor toraacutecica que procuram atendimento de sauacutede no Serviccedilo de Emergecircncia Adulto de um HU do sul do Brasil

Deste modo esta pesquisa objetivou identificar o perfil do

paciente com dor toraacutecica que procura atendimento no Serviccedilo de Emergecircncia Adulto de um HU do sul do Brasil Meacutetodo

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Elegeu-se a pesquisa baseada em evidecircncias uma vez

que propicia conhecer a realidade do modo que se apresenta A pesquisa baseada em evidecircncias eacute a mais indicada por trazer exatamente as evidecircncias do serviccedilo sem a fusatildeo de dados que possam impor vieacutes nos seus resultados Abordagem quantitativa de caraacuteter exploratoacuterio-descritivo

Um dos propoacutesitos da Praacutetica Baseada em Evidecircncias (PBE) eacute encorajar a utilizaccedilatildeo de resultados de pesquisa junto agrave assistecircncia agrave sauacutede prestada nos diversos niacuteveis de atenccedilatildeo reforccedilando a importacircncia da pesquisa para a praacutetica cliacutenica A PBE eacute uma abordagem de soluccedilatildeo de problema para a tomada de decisatildeo que incorpora a busca da melhor e mais recente evidecircncia competecircncia cliacutenica do profissional e os valores e preferecircncias do paciente dentro do contexto do cuidado (MENDES et al 2008)

O local onde se desenvolveu o estudo foi o SEA de um HU do sul do Brasil Este hospital possui trecircs subunidades de atendimento Serviccedilo de Emergecircncia Interna (SEI) local de estabilizaccedilatildeo onde o paciente recebe o primeiro atendimento O Repouso da Emergecircncia local que acomoda apenas pacientes jaacute internados e estabilizados que aguardam vaga nas cliacutenicas do hospital e o Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco (SACR) estabelecido no setor em agosto de 2011 em cumprimento agraves normativas da Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo (PNH) com a finalidade a que se propotildee de otimizar a assistecircncia agrave sauacutede priorizando o atendimento ao paciente grave tal local onde a pesquisa efetivamente ocorreu

Os dados foram coletados entre outubro de 2013 e janeiro de 2014 por anaacutelise documental do ldquoFluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagemrdquo desenvolvido pelo Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE) de Satildeo Paulo-SP apoacutes as classificaccedilotildees de risco da dor toraacutecica realizadas por sete enfermeiros do serviccedilo O protocolo do HIAE eacute composto por trecircs possiacuteveis fluxogramas de classificaccedilatildeo da dor toraacutecica Fluxo 1 ndash suspeita de Siacutendrome Coronariana Aguda Tiacutepica Fluxo 2 ndash Possiacutevel Siacutendrome Coronariana Aguda Atiacutepica e Fluxo 3 ndash Sem suspeita Inicial de Siacutendrome Coronariana Aguda Apoacutes obter

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dados referentes agrave faixa etaacuteria caracteriacutestica da dor fatores de risco associados e antecedentes cardiovasculares o enfermeiro precisa estipular um dos fluxos para cada caso e seguir a classificaccedilatildeo de risco designada pelo protocolo

Optou-se por amostra de escolha aleatoacuteria nos turnos que o serviccedilo possui equipe da manhatilde tarde e trecircs equipes da noite em horaacuterios dentre as 07 e agraves 23 horas quando o serviccedilo de Acolhimento funciona

Na totalidade foram analisadas 67 classificaccedilotildees de risco de pacientes que referiram a dor toraacutecica como queixa principal e motivo pela procura do serviccedilo

Apoacutes coletadas as 67 classificaccedilotildees de dor toraacutecica foram compiladas e organizadas utilizando-se um instrumento facilitador uma planilha do Windows Excelreg Os dados extraiacutedos destes documentos foram idade sexo iniacutecio do sintoma fatores de risco associados antecedentes cardiovasculares diagnoacutestico meacutedico e fluxos de atendimento

Em relaccedilatildeo aos cuidados eacuteticos os sete enfermeiros e os pacientes que foram avaliados pelo protocolo participaram deste estudo e confirmaram sua aceitaccedilatildeo mediante assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido A pesquisa recebeu parecer favoraacutevel em setembro de 2013 mediante protocolo nordm 412494 do Comitecirc de Eacutetica da Universidade Federal de Santa Catarina Em todas as etapas foram respeitados os preceitos eacuteticos dispostos na Resoluccedilatildeo 4662012 do Conselho Nacional de Sauacutede (BRASIL 2012)

Resultados e Discussatildeo

Os resultados apresentados refletem as queixas e a

classificaccedilatildeo designada por sete enfermeiros ao realizarem as 67 classificaccedilotildees para a dor toraacutecica

Cabe salientar que a pesquisa demonstra apenas os pacientes que foram atendidos no SACR do SEA pelo profissional enfermeiro excluindo aqueles que satildeo referenciados de outros serviccedilos de sauacutede e chegam ao setor em ambulacircncia os que chegam sem serem referenciados ou encaminhados e

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atendidos diretamente na porta de entrada do Serviccedilo de Emergecircncia Interna (SEI) Tambeacutem eacute necessaacuterio ressaltar que pela dinamicidade e agilidade dos acontecimentos caracteriacutesticos de um serviccedilo de emergecircncia em diversos momentos os dados deixaram de ser descritos nos instrumentos utilizados no SACR ou seja pacientes satildeo atendidos sem haver qualquer citaccedilatildeo nos instrumentos utilizados pelo serviccedilo Considerou-se a importacircncia de relatar estes aspectos para o esclarecimento de que a demanda do serviccedilo eacute mais expressiva do que a apresentada nesta pesquisa

Apesar de que eacute uma das funccedilotildees dos profissionais de sauacutede eacute zelar pela vida sempre por vezes o ambiente e as condiccedilotildees humanas sobrepotildeem agrave capacidade de uma equipe A elevada demanda dos serviccedilos de emergecircncia acaba por resultar em pacientes esperando por atendimento meacutedico em tempo excedendo agrave uma hora pacientes acomodados em macas sem nenhum conforto pouca qualidade da assistecircncia e tensatildeo da equipe multiprofissional (LOPES 2011)

Os serviccedilos de urgecircncia apresentam diversos desafios a serem superados no atendimento agrave sauacutede superlotaccedilatildeo trabalho fragmentado e pouca articulaccedilatildeo com os demais serviccedilos de sauacutede Portanto torna-se essencial refletir e buscar novas formas de atuaccedilatildeo que direcionem a um cuidado resolutivo humanizado e acolhedor a partir da compreensatildeo do serviccedilo A experiecircncia dos profissionais eacute muito importante para compor as melhores estrateacutegias de um acolhimento resolutivo O sentido da palavra ldquoacolhimentordquo apenas teraacute sentido na proporccedilatildeo que for enriquecida e reformulada nas discussotildees do cotidiano da praacutetica profissional (BRASIL 2009) A seguir seratildeo apresentados os dados que caracterizam o puacuteblico com queixa de dor toraacutecica classificado

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Tabela 1 - Caracterizaccedilatildeo dos pacientes com queixa de dor toraacutecica que procuraram o Serviccedilo de Emergecircncia do HUUFSC ndash Florianoacutepolis ndash SC 2013-2014

DADOS PESSOAIS Nordm

SEXO

Masculino 23 343

Feminino 44 657

Total 67 1000

IDADE (anos)

18 a 29 08 120

30 a 49 23 343

50 a 69 29 433

70 7 104

Total 67 1000

INIacuteCIO DOS SINTOMAS

lt 24 horas 25 373

Haacute 1 ou 2 dias 37 552

Haacute 3 ou mais dias 5 75

Total 67 1000

70

FATORES DE RISCO

Tabagismo 15 224

Diabetes 10 149

Hipertensatildeo Arterial 32 478

Dislipidemia 4 6

Uso de cocaiacutena - -

Histoacuteria familiar de Doenccedila Arterial Coronariana

18 269

Natildeo possui 16 239

Total 80 1000

ANTECEDENTES CARDIOVASCULARES

Doenccedila Arterial Coronariana 2 3

Infarto Agudo do Miocaacuterdio 12 182

Angina 2 3

Revascularizaccedilatildeo do Miocaacuterdio - -

Stent cardiacuteaco 4 6

Acidente vascular cerebral ou acidente isquecircmico transitoacuterio

- -

Doenccedila Arterial Obstrutiva Perifeacuterica - -

Doenccedila da aorta - -

Doenccedila das caroacutetidas - -

Doenccedila das arteacuterias renais - -

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Insuficiecircncia Cardiacuteaca Congestiva 2 3

Arritmia 2 3

Marcapasso - -

Desfibrilador implantado - -

Outras - -

Natildeo possui 42 636

Total 66 1000

Fonte Dados obtidos pela autora (2013-2014)

Quanto ao gecircnero observou-se 44 pacientes do sexo

feminino (657) e 23 do sexo masculino (343) Dessa forma eacute possiacutevel comprovar que ainda existe predominacircncia do sexo feminino na procura dos serviccedilos de sauacutede De acordo com a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede do Homem instituiacuteda em 2009 justamente com a finalidade de ampliar o acesso masculino na procura aos serviccedilos de sauacutede estudos comprovam que os homens satildeo mais vulneraacuteveis agraves doenccedilas especialmente as enfermidades graves e crocircnicas o que estaacute diretamente relacionado ao fato de que eles recorrem com menos frequumlecircncia do que as mulheres aos serviccedilos de sauacutede o que acontece geralmente apoacutes agravamento do quadro cliacutenico (BRASIL 2008)

Considerando esta realidade pode-se afirmar que eacute de primordial que o profissional de sauacutede atue no sentido de conscientizar a populaccedilatildeo masculina em especial visto que a cada trecircs mortes de pessoas adultas duas satildeo de homens Especificamente abordando as doenccedilas isquecircmicas cardiacuteacas como o infarto agudo do miocaacuterdio estudos tambeacutem revelam que estatildeo entre as principais causas de mortes do sexo masculino E em comparaccedilatildeo agraves mulheres o tempo de vida deles eacute de 76 anos menor (BRASIL 2008) Os homens satildeo mais suscetiacuteveis ao

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IAM do que as mulheres A incidecircncia feminina aumenta quando estas fumam e usam anticoncepcionais No periacuteodo poacutes-menopausa a incidecircncia de IAM nas mulheres eacute semelhante agraves taxas observadas nos homens (BOUNDY et al 2004)

O aspecto da baixa procura masculina aos serviccedilos de sauacutede explicam-se com maior congruecircncia pelos aspectos culturais Em decorrecircncia dos estereoacutetipos do gecircnero a doenccedila eacute considerada como um sinal de fragilidade que os homens natildeo reconhecem como inerentes agrave sua proacutepria condiccedilatildeo bioloacutegica (BRASIL 2008b) Em muitos casos no sentido da garantia do contexto da masculinidade muitos homens tendem a natildeo valorizar ou natildeo verbalizar seus sintomas aacutelgicos Por esse motivo ao analisarmos a dor profissionalmente vale lembrar a importacircncia da compreensatildeo das barreiras soacutecio-culturais no sentido de desenvolver estrateacutegias para a promoccedilatildeo do acesso dos homens aos serviccedilos de sauacutede (BRASIL 2008b)

Em relaccedilatildeo agrave idade variou entre 18 a 78 anos com a maioria (433) na faixa etaacuteria de 50 a 69 anos O SEA do Hospital Universitaacuterio atende pacientes a partir dos 15 anos de idade Eacute possiacutevel destacar que a faixa etaacuteria dos pacientes a procurar o serviccedilo eacute bastante diversificada Observamos aqui nos nuacutemeros de pacientes que procuram o Serviccedilo de Emergecircncia com dor toraacutecica em ordem crescente em relaccedilatildeo ao aumento da faixa etaacuteria No entanto ocorre uma inversatildeo descrente nos pacientes mais idosos ou seja acima de 70 anos de idade o que pode estar retratando o aumento da qualidade de vida da populaccedilatildeo mais idosa Estudos apontam que ano Brasil entre os anos de 2000 e 2010 a populaccedilatildeo idosa aumentou de 14 para 21 milhotildees o que denota as melhores condiccedilotildees sociais e econocircmicas no paiacutes (IBGE 2010) Com o aumenta da longevidade haacute proporcionalmente o aumento das doenccedilas crocircnicas tiacutepicas da populaccedilatildeo idosa como hipertensatildeo diabetes e doenccedilas cardiacuteacas

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O processo de envelhecimento decorre da queda das taxas de natalidade e mortalidade infantil e o aumento da expectativa de vida que acarreta em aumento das doenccedilas crocircnicas que geram anos de utilizaccedilatildeo do sistema de sauacutede O aumento das doenccedilas crocircnicas em idosos vem sobrecarregando ainda mais os serviccedilos de emergecircncia (ALVES BARBOSA 2010)

Para que a classificaccedilatildeo seja adequada o enfermeiro deveraacute ter conhecimento das mudanccedilas do organismo e adaptaccedilotildees comuns a cada fase da vida a fim de reconhecer alteraccedilotildees fiacutesicas e psiacutequicas proacuteprias a cada faixa etaacuteria

Verificou-se em relaccedilatildeo ao iniacutecio dos sintomas que a maior parte dos pacientes 37 (552) procurou o serviccedilo de emergecircncia apenas apoacutes 1 a 2 dias do iniacutecio dos sintomas 25 (373) procuraram o serviccedilo antes das 24 horas do iniacutecio dos sintomas e 5 (75) procuraram apoacutes mais de 3 dias do iniacutecio dos sintomas Apesar de a dor toraacutecica ser considerada como um sintoma temido por grande parte da populaccedilatildeo o enfermeiro haacute que considerar que ainda existe o pensamento popular de quando incomodado pelo sintoma da dor toraacutecica muitos indiviacuteduos tendem a se automedicar natildeo admitir a seriedade do desconforto promove tentativas de melhora e sobretudo hesita atendimento nos serviccedilos de sauacutede o que pode acarretar em piora do quadro cliacutenico fazendo com que o paciente procure o serviccedilo de emergecircncia apenas com o agravamento da situaccedilatildeo (BOAVENTURA 2011) Essa condiccedilatildeo caracteriza motivo de importacircncia do questionamento do enfermeiro acerca do iniacutecio dos sintomas pois em muitos casos a quadro apresentado pela dor toraacutecica pode jaacute encontrar-se em agravamento BOUNDY et al (2004) considera que a dor toraacutecica eacute o sintoma fundamental do IAM que geralmente eacute constritiva e persistente por 12 horas ou mais pode irradiar-se para o braccedilo esquerdo maxilar pescoccedilo e omoplatas

Revela-se aqui nos fatores de risco associados a alta incidecircncia brasileira da ocorrecircncia de Hipertensatildeo Arterial

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Sistecircmica (HAS) 32 (478) dos pacientes com dor toraacutecica classificados referiu ser hipertenso A histoacuteria familiar de Doenccedila Arterial Coronariana aparece em 18 (269) dos casos e o tabagismo em 15 (224) pacientes

O IAM eacute causado pela diminuiccedilatildeo do fluxo sanguiacuteneo e consequentemente do oxigecircnio ao muacutesculo cardiacuteaco o miocaacuterdio Geralmente eacute causado pelo estreitamento das arteacuterias coronaacuterias por acuacutemulo de lipiacutedeos embolo ou trombo (OLIVEIRA LEITAtildeO RAMOS 2009) Dessa forma torna-se primordial para a avaliaccedilatildeo do risco da dor toraacutecica o enfermeiro correlacionar os fatores de risco associados para a potencialidade de uma doenccedila arterial coronariana que desencadeie o IAM (OLIVEIRA LEITAtildeO RAMOS 2009) O conhecimento das variaacuteveis cliacutenicas (histoacuteria de hipertensatildeo diabetes dislipidemia) deve ser correlacionado imediatamente com a caracteriacutestica da dor toraacutecica durante a classificaccedilatildeo de risco no sentido de afastar ou suspeitar de gravidade relacionada agrave dor

O HIAE ao abordar os fatores de risco para a Siacutendrome Coronariana Aguda lembra que o tabagismo eacute o maior fator de risco para a morte suacutebita cardiacuteaca o colesterol em excesso acumula-se no interior das arteacuterias coronaacuterias levando agrave aterosclerose que predispotildee ao IAM A aterosclerose eacute a principal causa de IAM 50 dos pacientes que enfartam satildeo hipertensos e para o portador de Diabetes Mellitus a ocorrecircncia de infarto eacute de 2 a 4 vezes maior (HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN 2014) Boundy et al (2004) alertam que o IAM eacute causado pela obstruccedilatildeo das arteacuterias coronaacuterias Os principais fatores de risco satildeo envelhecimento diabetes mellitus dislipidemia hipertensatildeo obesidade histoacuteria familiar de Doenccedila Arterial Coronariana (DAC) sedentarismo tabagismo estresse e uso de drogas como anfetaminas ou cocaiacutena

A I Diretriz Brasileira para Prevenccedilatildeo Cardiovacular cita que a hipertensatildeo arterial sistecircmica (HAS) eacute o mais importante fator de risco para o desenvolvimento de doenccedila arterial coronariana E a principal prevenccedilatildeo cardiovascular engloba evitar a instalaccedilatildeo de fatores de risco cardiovascular modificaacuteveis como o tabagismo (SIMAtildeO et al 2013)

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As accedilotildees do enfermeiro devem estar focadas na prevenccedilatildeo Cardioloacutegica baseadas na alta incidecircncia das taxas de mortalidade das Siacutendromes Coronaacuterias Agudas Particularmente a diminuiccedilatildeo do risco de agravo do Infarto Agudo do Miocaacuterdio pode ser iniciada pela identificaccedilatildeo precoce dos fatores de risco e sua correlaccedilatildeo com a dor toraacutecica Os indiviacuteduos com maior risco devem ser rapidamente identificados (GUIMARAtildeES 2006)

A classificaccedilatildeo de risco do paciente com queixa de dor toraacutecica deve ser aacutegil de criteriosa conter caracterizaccedilatildeo da dor identificaccedilatildeo de fatores de risco associados antecedentes cardiovasculares monitorizaccedilatildeo cardiacuteaca contiacutenua oximetria de pulso acesso venoso perifeacuterico exames laboratoriais e principalmente ECG de 12 derivaccedilotildees em menos de dez minutos a partir da chegada do paciente dentre outros (VIEIRA RAFAEL 2011) Para tanto sem duacutevida podemos afirmar que a utilizaccedilatildeo de protocolos para embasar a classificaccedilatildeo de risco oferece respaldo legal para a atuaccedilatildeo segura dos enfermeiros (SOUZA et al 2011)

O enfermeiro ao deparar-se com o paciente com queixa de dor toraacutecica deve investigar os antecedentes cardiovasculares O risco de doenccedila ateroscleroacutetica eacute estimado com base na anaacutelise conjunta de caracteriacutesticas que aumentam a chance de um indiviacuteduo desenvolver a doenccedila Portanto o mais claro identificador de risco eacute a manifestaccedilatildeo preacutevia da proacutepria enfermidade (SIMAtildeO et al 2013) A Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (OMS) cita a doenccedila cardiovascular como uma das condiccedilotildees mais debilitantes de impacto sobre a qualidade de vida do indiviacuteduo um agravante fator de risco para o IAM Estima-se que juntamente com a Depressatildeo a Doenccedila Arterial Coronariana (que predispotildee ao IAM) seratildeo em 2020 as duas principais causas de morte devendo a comorbidade entre estas duas doenccedilas ser mais preocupante (LEMOS et al 2008)

Classificaccedilatildeo de Risco ndash Anaacutelise da Utilizaccedilatildeo dos Fluxogramas

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A Figura 2 aponta a porcentagem da utilizaccedilatildeo dos trecircs fluxos pertencentes ao instrumento proposto

Figura 2 - Distribuiccedilatildeo percentual da Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes que procuraram o SEA do HUUFSC de acordo com o protocolo proposto (Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem do HIAE) Florianoacutepolis-SC 2014

Fonte dados obtidos pela autora (2013-2014)

Os dados relativos apresentados na Figura 2 demonstram

que os enfermeiros utilizaram o fluxo 1 em 507 (34) dos casos o fluxo 2 em 269 (18) dos casos e o fluxo 3 em 224 (15) dos casos Esse fato revela que os enfermeiros suspeitaram de maior gravidade nos casos de dor toraacutecica de acordo com as queixas referidas pelos pacientes ao utilizar o protocolo sugerido para este estudo

Uma vez que o paciente com sintoma de dor toraacutecica pode tratar-se de uma condiccedilatildeo grave a abordagem adequada torna-se equivalente agrave minimizaccedilatildeo de riscos de morte Por esse motivo eacute necessaacuterio que o enfermeiro que atua nos serviccedilos de urgecircncia detenha conhecimento cientiacutefico praacutetico e teacutecnico Aleacutem disso eacute primordial a tomada de decisotildees raacutepidas e concretas o reconhecimento de situaccedilotildees de riscos familiaridade com a Siacutendrome Coronariana Aguda (SCA) O conhecimento sobre os pacientes acometidos com dor toraacutecica eacute relevante por ser uma condiccedilatildeo cliacutenica prevalente nos serviccedilos de emergecircncia (FERREIRA MADEIRA 2011)

0

20

40

60Fluxo 1 (Suspeita deSiacutendrome CoronarianaAguda Tiacutepica)Fluxo 2 (PossiacutevelSiacutendrome CoronarianaAguda Atiacutepica)Fluxo 3 (Sem suspeitainicial de SiacutendromeCoronariana Aguda)

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O objetivo do atendimento agrave dor toraacutecica eacute a avaliaccedilatildeo imediata a priorizaccedilatildeo deste tipo de dor com a finalidade de reduccedilatildeo do retardo intra-hospitalar para o atendimento do paciente com SCA aleacutem da internaccedilatildeo desnecessaacuteria e liberaccedilatildeo inapropriada dos casos de SCA (BASSAN 2002) Neste sentido o uso de protocolo de Enfermagem para a classificaccedilatildeo de risco da dor toraacutecica eacute crucial para a adequada seleccedilatildeo de pacientes com dor toraacutecica passiacutevel de SCA o que acaba por diminuir a chance do paciente ser liberado do serviccedilo de Emergecircncia inadequadamente reduzindo o iacutendice de mortalidade por isquemia cardiacuteaca (FERREIRA MADEIRA 2010)

Diante da queixa de dor toraacutecica eacute importante que seja considerada isquemia do miocaacuterdio em todos os pacientes ateacute que esta seja descartada A avaliaccedilatildeo deve ser raacutepida incluindo o tipo de dor e o correto encaminhamento na diferenciaccedilatildeo entre dor toraacutecica cardiacuteaca e natildeo cardiacuteaca (JONES BRISTOL JONES 2013)

Muitos profissionais de sauacutede demonstram ainda conceitos errocircneos em relaccedilatildeo agrave avaliaccedilatildeo da dor tornando-a banalizada e pouco valorizada o que torna ineficaz a classificaccedilatildeo de risco da dor toraacutecica Esse fato pode ser modificado quando a classificaccedilatildeo eacute amparada por um instrumento de acordo com evidecircncia cientiacutefica comprovada (OLIVEIRA SILVA LEITAtildeO 2010)

Para a minimizaccedilatildeo de riscos de agravos aos pacientes com dor toraacutecica em condiccedilotildees graves que chegam agraves salas de emergecircncia eacute imperativo que a instituiccedilatildeo de sauacutede conte com enfermeiros treinados e equipados com uma ferramenta que os auxilie no manejo de pacientes acometidos por esta dor Dessa forma utilizar protocolos em sauacutede eacute fundamental na otimizaccedilatildeo do cuidado (FERREIRA MADEIRA 2011) A demanda elevada e crescente dos serviccedilos de emergecircncia torna necessaacuteria a incorporaccedilatildeo de estrateacutegias e tecnologias para lidar com esta procura A adoccedilatildeo de protocolos prioriza os atendimentos de condiccedilotildees graves que possam natildeo estar sendo reconhecidas

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diminuindo o tempo de espera e consequentemente o risco de deteriorizaccedilatildeo dos pacientes (ANZILEIRO 2011)

O prestador de cuidado dos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia precisa ser detentor de destreza manual e rapidez na accedilatildeo autocontrole emocional e facilidade de comunicaccedilatildeo a fim de obter os dados de sauacutede necessaacuterios para a otimizaccedilatildeo dos cuidados A comunicaccedilatildeo e a integraccedilatildeo com a equipe multiprofissional satildeo fundamentais para a participaccedilatildeo de todos no cuidado humanizado Aleacutem disso precisa possuir uma diversidade de conhecimento cientiacutefico para avaliar de forma precisa e aacutegil refletindo na reduccedilatildeo de risco aos agravos de sauacutede (LOPES 2011)

Considerando a magnitude da ocorrecircncia de dor toraacutecica nos serviccedilos de emergecircncia ainda existem muitas duacutevidas e questionamentos para definiccedilatildeo do quadro cliacutenico apresentando pelos pacientes Ressalta-se a importacircncia de discussotildees aprofundadas sobre a dor e avaliaccedilatildeo realizada pelo enfermeiro e o uso de protocolos para sanar duacutevidas de classificaccedilatildeo (SANTORO PIMENTA 2008)

Classificaccedilatildeo de risco ndash Anaacutelise dos diagnoacutesticos meacutedicos

A Figura 3 ilustra a porcentagem dos diagnoacutesticos

encontrados nas classificaccedilotildees de risco dos pacientes com dor toraacutecica

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Figura 3 - Distribuiccedilatildeo percentual dos diagnoacutesticos meacutedicos encontrados na Classificaccedilatildeo dos pacientes com dor toraacutecica Florianoacutepolis-SC 2014

Fonte dados obtidos pela autora (2013-2014)

Identificaram-se entre os diagnoacutesticos encontrados 35 (66) casos de ansiedade 22 (328) casos de dor muscular em 7 registros (104) natildeo havia diagnoacutestico meacutedico formado e 3 (45) foram confirmados casos de Infarto Agudo do Miocaacuterdio

Reafirmando a caracteriacutestica do setor como porta de entrada aos serviccedilos de sauacutede recebendo elevada demanda de pacientes com indicaccedilatildeo de atendimento na Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede (APS) a Figura 3 demonstra que a maior parte dos pacientes classificados com dor toraacutecica no periacuteodo apresentam quadros considerados de ldquopouca-urgecircnciardquo

De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2006) 65 dos casos que satildeo atendidos nos serviccedilos de emergecircncia no Brasil tecircm indicaccedilatildeo de serem resolvidos na APS Tal condiccedilatildeo acaba por ldquosobrecarregarrdquo com elevada demanda as unidades de emergecircncia O SACR natildeo conta com profissional meacutedico exclusivamente para atender a demanda dos pacientes que satildeo classificados o que acaba por acarretar muitas vezes em demora no atendimento inquietaccedilatildeo de pacientes

0

20

40

60 Ansiedade

DormuscularSemregistrosIAM

80

geralmente aqueles classificados como ldquoverdesrdquo que possuem indicaccedilatildeo para atendimento na Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede (APS)

Devido agrave oferta restrita de atendimentos em sauacutede a populaccedilatildeo excedente tende a procurar um serviccedilo com maior possibilidade de porta de entrada Os serviccedilos de emergecircncia hospitalar geralmente conferem esta visatildeo de resolutividade (MARQUES LIMA 2010)

A elevada procura pelos serviccedilos de emergecircncia por pacientes com indicaccedilatildeo de atendimento na APS reflete as falhas na rede de atenccedilatildeo agrave sauacutede e sua desarticulaccedilatildeo Lopes (2011) afirma ainda que a desarticulaccedilatildeo da Rede de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede (RAS) e o descreacutedito da populaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao atendimento na Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede contribuem seguramente para a superlotaccedilatildeo dos serviccedilos de emergecircncia a niacutevel nacional Souza etal (2010) lembram que durante a classificaccedilatildeo de risco podemos evidenciar uma situaccedilatildeo frequente nos serviccedilos de emergecircncia atendidos que natildeo caracterizam emergecircncia propriamente dita ou seja natildeo se tratam de risco de vida Cabe ressaltar que o conceito de urgecircncia e emergecircncia eacute diferente na visatildeo dos usuaacuterios de sauacutede

Neste sentido o SEA do HU eacute visto como serviccedilo de referecircncia Esses dados sugerem a imagem da populaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao hospital como centro de excelecircncia para o atendimento em sauacutede conferindo sua caracterizaccedilatildeo como figura de resolutividade Dessa forma apesar dos problemas de superlotaccedilatildeo e muitas vezes com demora no atendimento o hospital ainda confere agrave populaccedilatildeo maior acreditaccedilatildeo ou seguranccedila Reafirmando esta ideia Marques e Lima (2010 p15) colocam que ldquoApesar de superlotadosrdquo impessoais e atuando sobre a queixa principal esses locais reuacutenem um somatoacuterio de recursos quais sejam consultas remeacutedios procedimentos de enfermagem exames laboratoriais e internaccedilotildeesrdquo

Ao fazermos a relaccedilatildeo dos dados de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes que procuram o SEA do HU referindo dor toraacutecica e os diagnoacutesticos encontrados percebe-se que apesar da alta incidecircncia dos casos classificados ldquopouco-urgentesrdquo (verdes e azuis) como eacute considerado um quadro de ansiedade (Figura 2) reafirma-se que os enfermeiros valorizaram os

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sintomas referidos pelos pacientes com dor toraacutecica utilizando o protocolo sugerido agrave medida que classificam a maioria dos casos como Fluxo 1 (emergecircncia) 34 (507) dos casos

Nas classificaccedilotildees encontradas identificamos maior nuacutemero de casos classificados como emergentes em contrapartida o quadro com maior nuacutemero de diagnoacutesticos eacute o de ansiedade considerada uma queixa ldquopouco-urgenterdquo ou natildeo-emergente Esse fator nos faz refletir que ao vivenciar a dor toraacutecica o indiviacuteduo passa pela experiecircncia de sentimentos complexos O alto grau de gravidade que pode estar associado a este tipo de dor acaba por impulsionar a grande procura pelo ambiente hospitalar por parte dos pacientes com dor toraacutecica e seus familiares Pacientes que vivenciam a dor toraacutecica em sua maioria procuram o serviccedilo de emergecircncia em situaccedilatildeo que considera emergente ou urgente podendo ou natildeo estar passando por processo patoloacutegico (ARAUJO MARQUES 2007)

A intensidade dos sintomas cliacutenicos tende a conferir sentimentos de medo e o principal eacute o medo da morte agrave medida que relaciona esta dor como ameaccediladora agrave vida (ARAUacuteJO MARQUES 2007)

A Sociedade Brasileira de Cardiologia (2002) aponta que a dor toraacutecica tambeacutem pode surgir como reflexo psicossomaacutetico ou seja natildeo possuir causa orgacircnica Neste sentido gerada por mecanismos psiacutequicos tende a ser difusa e imprecisa Os sintomas de ansiedade satildeo detectaacuteveis na maioria dos casos e geralmente se observa a utilizaccedilatildeo inadequada e abusiva de analgeacutesicos (BASSAN et al 2002)

Consideraccedilotildees Finais

Conhecer o perfil dos pacientes com queixas de dor

toraacutecica eacute fundamental para buscar propostas para um cuidado seguro e qualificado de acordo com suas necessidades

Os serviccedilos de emergecircncia possuem caracteriacutestica de porta de entrada ao serviccedilo hospitalar no entanto acabam por atender tambeacutem os casos com indicaccedilatildeo de atendimento em niacutevel de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede sendo um retrato da situaccedilatildeo

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de sauacutede a niacutevel nacional e o SEA do HU natildeo foge a esta regra Esse fato acarreta a superlotaccedilatildeo demora no atendimento e tensatildeo aos profissionais de sauacutede Como eacute elevado o nuacutemero de pacientes atendidos na emergecircncia com casos natildeo urgentes ao deparar-se com um paciente com queixa de dor toraacutecica o profissional de sauacutede poderaacute banalizaacute-la ou ateacute mesmo desvalorizaacute-la

A caracterizaccedilatildeo dos pacientes que chegam ao SEA do HU foi possiacutevel por meio de anaacutelise das informaccedilotildees contidas no protocolo ldquoFluxograma de Triagem Cardioloacutegicardquo do HIAE A obtenccedilatildeo dessas informaccedilotildees revelou dados importantes para a avaliaccedilatildeo do paciente com dor toraacutecica e confirmou a importacircncia de um instrumento cientiacutefico jaacute validado em um serviccedilo de referecircncia como o HIAE para fundamentar as accedilotildees de Enfermagem Embora o serviccedilo contexto deste estudo natildeo seja referecircncia em cardiologia atende uma demanda expressiva de pacientes que procuram o serviccedilo com queixa de dor toraacutecica conforme observado neste estudo

Haacute ainda que se considerar que o SACR precisa atuar de forma a identificar com agilidade os casos de dor toraacutecica com indiacutecio de caso cliacutenico grave para promover a classificaccedilatildeo de risco eficaz em tempo ouro para a recuperaccedilatildeo do paciente Para isso o protocolo especiacutefico de Enfermagem ao paciente com dor toraacutecica precisa ser pautado em evidecircncias cliacutenicas reforccedilando a necessidade de implantaccedilatildeo de um protocolo validado

Esta pesquisa trouxe a comprovaccedilatildeo baseada na evidecircncia cientiacutefica de uma realidade claacutessica poreacutem somente observada mas agora registrada E como proposta fica a importante necessidade de sugerir a institucionalizaccedilatildeo do protocolo de enfermagem do HIAE para pacientes com queixas de dor toraacutecica que comprovou estar de acordo com a realidade do serviccedilo e com a caracteriacutestica do perfil dos pacientes encontrados

Para que esta pesquisa natildeo seja apenas uma constataccedilatildeo de fragilidades e sim se transforme em realidade em accedilatildeo para um serviccedilo de sauacutede de qualidade e livre de riscos o protocolo seraacute avaliado e discutido quanto agrave sua viabilidade ao serviccedilo em estudo distinto Para que esta proposta seja efetiva inicialmente

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deveraacute ser avaliado pela equipe de enfermagem e posteriormente ser apresentado agrave Diretoria de Enfermagem do hospital de estudo para possiacutevel institucionalizaccedilatildeo Um protocolo de avaliaccedilatildeo soacute torna-se uacutetil quando utilizado com vistas a atender um puacuteblico comum ao serviccedilo e agraves necessidades dos profissionais

Referecircncias ALVES D B BARBOSA M T S Desigualdades na Mortalidade por Doenccedilas Crocircnicas entre Idosos e sua Associaccedilatildeo com Indicadores Socioeconocircmicos no Brasil RBCEH Passo Fundo v 7 n 1 p 22-33 janabr 2010 ANZILIERO F A Emprego do Sistema de Triagem de Manchester na estratificaccedilatildeo de risco revisatildeo de Literatura Trabalho de conclusatildeo de curso da UFRS Porto alegre 2011 ARAUJO RD MARQUES IR Compreendendo o significado da dor toraacutecica isquecircmica de pacientes admitidos na sala de emergecircncia Rev Bras Enferm v60 n6 2007 BASSAN R PIMENTA L LEAtildeES P TIMERMAN A Sociedade Brasileira de Cardiologia I Diretriz de dor toraacutecica na sala de emergecircncia Definiccedilatildeo de graus de recomendaccedilatildeo e niacuteveis de evidecircncia Arq Bras Cardiol v76 n2 p1-22 2002 BOAVENTURA L SANTOS C PASELLO S Atuaccedilatildeo do Enfermeiro no Infarto Agudo do Miocaacuterdio Artigonal Diretoacuterio de Artigos Gratuitos 2011 Disponiacutevel em lthttpwwwartigonalcomauthors1166189gt Acesso em 08 fev 2014 BOUNDY J et al Enfermagem Meacutedico-Ciruacutergico Infarto Agudo do MiocaacuterdioCarlos Henrique Cosendey 3ordf ed Rio de Janeiro Reichman amp Affonso Editores v 2 2004

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BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Humaniza SUS Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo A Humanizaccedilatildeo como Eixo Norteador das Praacuteticas de Atenccedilatildeo e Gestatildeo em todas as Instacircncias do SUS Seacuterie B Textos Baacutesicos Brasiacutelia 2004 _______ Ministeacuterio da Sauacutede Recomendaccedilotildees para a Organizaccedilatildeo dos Cuidados Urgentes e Emergentes O Serviccedilo de Urgecircncias Hospitais SA 2006 _______ Ministeacuterio da Sauacutede Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo agraves Urgecircncias - 3 ed ampliada ndash Seacuterie E ndash Legislaccedilatildeo de Sauacutede BrasiacuteliaDF 2006 p55 _______ Ministeacuterio da Sauacutede Grupo Hospitalar ConceiccedilatildeoGerecircncia de Ensino e Pesquisa Diretrizes CliacutenicasProtocolos Assistenciais Manual Operacional Porto Alegre 2008 _______ Ministeacuterio da Sauacutede Acolhimento e Classificaccedilatildeo de Risco nos Serviccedilos de Urgecircncia Seacuterie B Textos Baacutesicos de Sauacutede BrasiacuteliaDF 2009 _______ Ministeacuterio da Sauacutede Conselho Nacional de Sauacutede Resoluccedilatildeo 466 de 12 dezembro de 2012 Diretrizes e normas regulamentadoras da pesquisa envolvendo seres humanos Brasiacutelia 2012 _______ Ministeacuterio da Sauacutede Perfil da mortalidade do Brasileiro Uma anaacutelise da situaccedilatildeo de sauacutede Brasiacutelia 2008 Disponiacutevel em lthttpportalsaudegovbrportalarquivospdfcoletiva_saude_061008pdf Acesso em 110312gt Acesso em 05 jan 2013 _______ Ministeacuterio da Sauacutede Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede do Homem Princiacutepios e Diretrizes Brasiacutelia 2008 Disponiacutevel em lthttpportalsaudegovbrportalarquivospdfpolitica_nacional_homempdfgt Acesso em 05 jan 2013

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52 A AVALIACcedilAtildeO DOS ENFERMEIROS DE UM SERVICcedilO DE EMERGEcircNCIA HOSPITALAR SOBRE A UTILIZACcedilAtildeO DE UM PROTOCOLO PARA A DOR TORAacuteCICA VALIDADO EM UM SERVICcedilO DE REFEREcircNCIA

Aline Costa Vieirasup1

Kaacutetia Cilene Godinho Bertoncellosup2 Juliana Balbinot Reis Girondisup3

Resumo Estudo quantitativo de caraacuteter descritivo que objetivou identificar a avaliaccedilatildeo de enfermeiros do Serviccedilo de Emergecircncia de um Hospital Universitaacuterio do Sul do Brasil ao utilizar um protocolo de Enfermagem especiacutefico para classificar a dor toraacutecica Foram realizadas sete entrevistas com os enfermeiros participantes por meio de roteiro semiestruturado entre janeiro e fevereiro de 2014 Para anaacutelise dos dados utilizou-se a estatiacutestica descritiva por meio de nuacutemeros absolutos e percentuais O protocolo utilizado foi construiacutedo validado e eacute utilizado no Hospital Israelita Albert Einstein de Satildeo PauloSP Contempla as caracteriacutesticas da dor toraacutecica fatores de risco antecedentes cardiovasculares e os possiacuteveis fluxogramas de encaminhamentos que conduzem a accedilatildeo do enfermeiro ao classificar o risco Os dados obtidos datildeo conta de que haacute um consenso entre os enfermeiros de que o protocolo sugerido prioriza o atendimento agrave Siacutendrome Coronariana Aguda identifica mais facilmente os fatores de risco para Infarto Agudo do Miocaacuterdio aleacutem de melhor identifica o tipo de dor Dentre as avaliaccedilotildees sobressaem as consideraccedilotildees positivas em utilizar o protocolo sobre as negativas Os enfermeiros em geral consideram o protocolo sugerido aplicaacutevel ao serviccedilo pois fundamentou sua praacutetica e proporcionou respaldo em sua conduta Palavras-chave Dor toraacutecica Infarto Agudo do Miocaacuterdio Assistecircncia em Enfermagem Classificaccedilatildeo de Risco Protocolos

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Abstract Qualitative descriptive study aimed to identify the evaluation of nurses in the Emergency Department of a University Hospital in Southern Brazil to use a specific protocol to classify Nursing chest pain Interviews with seven nurses participants through semi-structured between January and February 2014 were performed Data analysis used descriptive statistics by absolute numbers and percentages The protocol used was constructed validated and is used in the Albert Einstein Hospital in Sao Paulo SP Include the characteristics of chest pain risk factors cardiovascular history and possible flowcharts referrals that lead to action by nurses to rate the risk Data obtained realize that there is a consensus among nurses suggested that the protocol prioritizes compliance with Acute Coronary Syndrome more easily identifies risk factors for Acute Myocardial Infarction and better identifies the type of pain Among the positive reviews the highlights considerations in using the protocol on the negative Nurses generally consider the suggested protocol applicable to service as their practice ground and provided support in their conduct Keywords Chest pain acute myocardial infarction Nursing Assistance Risk Rating Protocols

Introduccedilatildeo

A dor toraacutecica eacute apontada como uma das principais

queixas referidas pelos pacientes que procuram os atendimentos de emergecircncia De acordo com estudos da Sociedade Brasileira de Cardiologia a estimativa eacute que 4 milhotildees de pessoas satildeo atendidas por dor toraacutecica anualmente no Brasil (BASSAN et al2002) Cerca de 5 a 15 dos pacientes que referem dor toraacutecica satildeo diagnosticados com Infarto Agudo do Miocaacuterdio ou seja em dados relativos 400 mil por ano em nosso paiacutes (BASSAN et al 2002)

Considerando que esta dor eacute o sintoma claacutessico da Siacutendrome Coronariana Aguda a atenccedilatildeo precisa ser redobrada em vigecircncia deste tipo de dor Os enfermeiros que atuam em um serviccedilo de Emergecircncia na Classificaccedilatildeo de Risco precisam estar atentos em vigecircncia da dor toraacutecica Frequentemente estes

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profissionais deparam-se com a dor toraacutecica por isquemia e diante de sua subjetividade avaliar e classificar a dor toraacutecica natildeo se constitui em tarefa simples (ARAUJO MARQUES 2007)

Nesse contexto emerge como tecnologia do cuidado e instrumento para o embasamento da praacutetica de Enfermagem os protocolos assistenciais que vem ao encontro das necessidades dos enfermeiros para a tomada de decisatildeo durante a classificaccedilatildeo de risco

Com relaccedilatildeo aos eventos coronarianos a reduccedilatildeo de casos como o Infarto Agudo do Miocaacuterdio na Siacutendrome Coronariana Aguda (SCA) ocorre mediante uso de diretrizes com evidecircncia cientiacutefica comprovada O uso de protocolos cliacutenicos eacute uacutetil para otimizar a qualidade do atendimento (FARIAS MOREIRA 2012)

Atualmente no Brasil especificamente ao abordarmos a praacutetica dos profissionais enfermeiros haacute que se considerar a escassez de estudos que tratam sobre a utilizaccedilatildeo de instrumentos que auxiliam a conduta dos profissionais os protocolos O uso de protocolos na aacuterea da sauacutede vem a ser uma evoluccedilatildeo para o cuidado agrave medida que vem com a finalidade de proporcionar embasamento cientiacutefico ao profissional (SCHNEID 2003)

O Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco surgiu com a finalidade de melhor ldquocoordenarrdquo a ordem do atendimento excluindo a ordem de chegada e incluindo a classificaccedilatildeo da gravidade ou fatores de risco associados que predisponham a um possiacutevel risco ameaccedilador agrave vida Para a classificaccedilatildeo de risco eacute necessaacuterio o trabalho de um profissional de enfermagem de niacutevel superior munido de um instrumento que fundamente a conduccedilatildeo do caso e avalie a gravidade ou o potencial de agravamento do caso Os protocolos assistenciais sistematizam a accedilatildeo do profissional aleacutem de serem fundamentais para a efetiva classificaccedilatildeo de risco e avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade do paciente (BRASIL 2009)

Nessa perspectiva emerge a seguinte pergunta de pesquisa para o estudo Qual a avaliaccedilatildeo dos enfermeiros de um Serviccedilo de Emergecircncia Hospitalar ao utilizar em sua

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conduta durante a Classificaccedilatildeo de Risco um protocolo especiacutefico para a avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica

Dessa forma essa pesquisa objetivou identificar a avaliaccedilatildeo dos enfermeiros do Serviccedilo de Emergecircncia de um Hospital Universitaacuterio do Sul do Brasil ao utilizar um protocolo de Enfermagem especiacutefico para avaliar a dor toraacutecica

Metodologia

Estudo quantitativo descritivo realizado em Serviccedilo de

Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco (SACR) do Setor de Emergecircncia de um Hospital Universitaacuterio do Sul do Brasil Atualmente o serviccedilo deste estudo utiliza para a Classificaccedilatildeo de Risco um instrumento adaptado do protocolo de Manchester (MACKAWAY-JONES 1997) confeccionado por um profissional meacutedico da instituiccedilatildeo o qual eacute utilizado no serviccedilo por consenso entre a equipe meacutedica e de enfermagem deste a implantaccedilatildeo do Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco na instituiccedilatildeo haacute cerca de 3 anos O referido instrumento adaptado eacute comum para todas as queixas referidas pelos pacientes

No periacuteodo janeiro a fevereiro de 2014 foi utilizado como experiecircncia no serviccedilo um protocolo especiacutefico de Enfermagem para a dor toraacutecica qual seja o protocolo Fluxograma da Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem Esse instrumento eacute utilizado no Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE) que eacute um serviccedilo brasileiro de referecircncia ao atendimento agrave sauacutede desde 2010 No referido ano esse hospital instituiu em sua unidade cardioloacutegica um protocolo de classificaccedilatildeo de risco especiacutefico para a Enfermagem na avaliaccedilatildeo dor toraacutecica com a finalidade de reconhecer precocemente um quadro de siacutendrome coronariana aguda que predisponha a um dano por vezes irreversiacutevel O protocolo de enfermagem desenvolvido no HIAE auxilia o enfermeiro a determinar a gravidade com maior agilidade levando ao atendimento mais raacutepido e seguro Embora o serviccedilo em questatildeo natildeo seja referecircncia ao atendimento para a dor toraacutecica este eacute sintoma principal em vigecircncia da Siacutendrome Coronariana Aguda Assim esta demanda que requer um atendimento especializado qualificado e seguro

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Para a efetivaccedilatildeo dessa experiecircncia foram convidados a participar os enfermeiros que atuam no serviccedilo de emergecircncia hospitalar de acordo com os criteacuterios de inclusatildeo ser enfermeiro efetivo da instituiccedilatildeo ou residente atuar no Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco e aceitar participar no estudo mediante assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido Assim foi apresentado a cada enfermeiro o instrumento para a avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica bem como fornecida as devidas orientaccedilotildees para a sua utilizaccedilatildeo Foi demonstrado a cada enfermeiro o passo-a-passo do funcionamento do protocolo a sua estrutura os fluxos de encaminhamentos e a conduccedilatildeo para cada caso Apoacutes a demonstraccedilatildeo do protocolo foi solicitado a cada enfermeiro que o aplicasse a todo o paciente que procurasse o serviccedilo referindo dor toraacutecica como queixa principal Cabe ressaltar que a utilizaccedilatildeo do protocolo do HIAE sugerido neste estudo para a avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica natildeo excluiu em nenhum momento o protocolo institucional do SACR do HU utilizado atualmente Dessa forma o protocolo do HIAE foi aplicado como um instrumento ldquocomplementarrdquo para o serviccedilo

Apoacutes a experiecircncia da aplicabilidade do protocolo a mesma foi avaliada pelos 07 enfermeiros participantes (trecircs enfermeiros residentes e quatro enfermeiros efetivos) A somatoacuteria das classificaccedilotildees de risco realizadas pelos enfermeiros nos proporcionou um quantitativo de sessenta e sete classificaccedilotildees de risco de pacientes que procuraram o serviccedilo referindo dor toraacutecica como queixa principal no periacuteodo estipulado para a pesquisa Os dados obtidos que caracterizam os pacientes natildeo seratildeo abordados neste estudo pois seratildeo analisados num outro manuscrito

A coleta de dados ocorreu no recorte temporal de janeiro a fevereiro de 2014 onde se utilizou como instrumento a entrevista semi-estruturada Todas as entrevistas foram gravadas em aacuteudio e transcritas pela pesquisadora

Como teacutecnica de anaacutelise utilizou-se a estatiacutestica descritiva ciecircncia que consiste na organizaccedilatildeo anaacutelise e descriccedilatildeo de um conjunto de variaacuteveis com o intuito de maior

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entendimento dos dados que representam (BARBETTA REIS BORNIA 2004)

O estudo seguiu os princiacutepios eacuteticos com o indiviacuteduo de acordo com a Resoluccedilatildeo 4662012 do Conselho Nacional de Sauacutede (BRASIL 2012) sendo aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Universidade Federal de Santa Catarina - CEPUFSC sob protocolo nordm 12494 e pela instituiccedilatildeo em estudo Para resguardar o sigilo e o anonimato dos sujeitos da pesquisa optou-se por identificaacute-los como Enfermeiro (E) seguida pela ordem alfanumeacuterica (1 a 7)

Resultados

Estes resultados retratam as respostas dos sete

enfermeiros para cada uma das cinco perguntas do roteiro semi-estruturado Cada tabela a seguir caracteriza o conjunto das respostas dos enfermeiros agrupadas para cada pergunta Em conjunto estes resultados refletem a percepccedilatildeo dos enfermeiros ao utilizar o protocolo de dor toraacutecica do HIAE durante a classificaccedilatildeo dos 67 casos de dor toraacutecica deste estudo Tabela 2 - Distribuiccedilatildeo da avaliaccedilatildeo da Utilizaccedilatildeo do Protocolo Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem do HIAE FlorianoacutepolisndashSC 2014

Enfermeiros Positivo Negativo

Enfermeiro 1 Prioriza o atendimento a SCA

Enfermeiro 2 Amplia a visatildeo Natildeo indicaria ECG Enfermeiro 3 Identifica fatores de risco Eacute longo Enfermeiro 4 Boa noccedilatildeo para suspeita

de IAM

Enfermeiro 5 Com o passar do tempo Seraacute uacutetil

Complicado para usar no iniacutecio

Enfermeiro 6 Guiou melhor a conduta Enfermeiro 7 Faacutecil aplicaccedilatildeo

Total 7 3

Fonte Dados obtidos pela autora (2014)

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Os enfermeiros avaliaram a utilizaccedilatildeo do instrumento abordando os aspectos positivos e negativos Em relaccedilatildeo aos aspectos positivos 100 reportaram que a utilizaccedilatildeo do protocolo proporcionou melhores condiccedilotildees para conduzir agrave terapecircutica e o cuidado ao paciente com dor toraacutecica Foram apontados o fato do instrumento utilizado fornecer prioridade no atendimento agrave Siacutendrome Coronariana Aguda (SCA) e Infarto Agudo do Miocaacuterdio (IAM) proporcionar identificaccedilatildeo mais clara dos fatores de risco e o fato de ser um protocolo de faacutecil aplicaccedilatildeo

Protocolos cliacutenicos assistenciais satildeo considerados como instrumentos de tecnologias em sauacutede agrave medida que satildeo documentos que estabelecem criteacuterios ou conduccedilatildeo preconizada para o agravo em questatildeo (BRASIL 2011) Schneid et al (2003) reforccedila esta perspectiva ao afirmar que os protocolos cliacutenicos satildeo recursos tecnoloacutegicos embasados cientificamente com o propoacutesito de auxiliar o profissional da sauacutede durante a praacutetica cliacutenica os beneficiando ao lado de recursos humanos fiacutesicos e materiais No entanto o benefiacutecio esperado para o atendimento agrave sauacutede do paciente vem sendo prejudicada pela falta de estudos e recursos destinados a esta tecnologia (SHNEID et al 2003)

A variedade de condiccedilotildees cliacutenicas que geram a dor toraacutecica exige uma classificaccedilatildeo raacutepida para o aumento do prognoacutestico destes pacientes que muitas vezes podem estar desenvolvendo um quadro de Siacutendrome Coronariana Aguda (SANTOS ARAUacuteJO 2003) No entanto estudos apontam que a dor toraacutecica estaacute presente em 70 dos casos de Infarto Agudo do Miocaacuterdio (HIGA ATALLAH et al 2004)

O Infarto Agudo do Miocaacuterdio eacute a necrose de parte do muacutesculo cardiacuteaco consequente da isquemia que eacute causada pela obstruccedilatildeo da irrigaccedilatildeo sanguiacutenea ao coraccedilatildeo por uma das arteacuterias coronaacuterias Geralmente esta obstruccedilatildeo ocorre por um embolo ou trombo e pode ocorrer em localizaccedilotildees e intensidades diferentes dependendo da arteacuteria coronaacuteria afetada (BOUNDY et al 2004) De acordo com estudos da American Heart Association os protocolos satildeo essenciais para a avaliaccedilatildeo segura dos casos de dor toraacutecica pois auxiliam na internaccedilatildeo

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imediata dos casos graves assim como na identificaccedilatildeo dos chamados casos de dor toraacutecica de baixo custo aqueles sem diagnoacutestico grave Embora a maioria dos pacientes com dor toraacutecica natildeo seja diagnosticado com uma condiccedilatildeo de risco de vida o enfermeiro precisa distingui-los daqueles que necessitam de tratamento emergente (EZRA et al 2010)

A dor toraacutecica eacute um sintoma de amplitude social uma vez que atinge milhares de pessoas por todo o mundo (BASSAN et al2002) Dentre as causas que podem culminar em dor toraacutecica como causa psicoloacutegica pulmonar digestiva oacutesseo-muscular aquelas originadas no aparelho cardiovascular satildeo as mais temidas pelos profissionais de sauacutede e populaccedilatildeo em geral Temor este relacionado aos altos iacutendices de mortalidade por isquemia cardiacuteaca (BASSAN et al 2002) Por esta razatildeo a causa cardiovascular eacute a mais discorrida neste estudo

Corroborando esta ideia Marques (2010) afirmam que para a correta avaliaccedilatildeo e manejo da dor toraacutecica torna-se indispensaacutevel a aplicaccedilatildeo de um protocolo e da educaccedilatildeo continuada para melhor embasar a atuaccedilatildeo do enfermeiro (MARQUES 2010)

A dor toraacutecica eacute um achado cliacutenico importante para a investigaccedilatildeo do distuacuterbio que o paciente possa estar apresentando e para a definiccedilatildeo do diagnoacutestico O chamado quinto sinal vital a dor vem tomando proporccedilatildeo maior para os enfermeiros na literatura acerca de sua valorizaccedilatildeo na uacuteltima deacutecada Apesar disso a avaliaccedilatildeo da dor segue como um desafio ao enfermeiro durante a Classificaccedilatildeo de Risco uma vez que o ato de medir este sintoma estaacute relacionado agrave observaccedilatildeo escuta qualificada e acima de tudo em acreditar na queixa de dor referida (MORAIS et al 2009)

Ao considerar os aspectos negativos de avaliaccedilatildeo do protocolo se observou afirmaccedilatildeo do ldquoenfermeiro 2rdquo de que natildeo indicaria o Eletrocardiograma (ECG) visto que a solicitaccedilatildeo deste exame na instituiccedilatildeo natildeo eacute respaldada para que o profissional enfermeiro o realize No HIAE instituiu este protocolo a solicitaccedilatildeo do ECG pelo enfermeiro eacute uma praacutetica de rotina e assegurada pelo protocolo Soares (2007) discuta essa situaccedilatildeo ao apontar que devido ao alto grau de mortalidade

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cardiovascular o enfermeiro durante a classificaccedilatildeo de risco precisa priorizar o atendimento agrave dor toraacutecica Para isto eacute necessaacuterio um atendimento com tempo meacutedio de 8 minutos entre a chegada do paciente agrave Emergecircncia e a realizaccedilatildeo do ECG visando reduzir o tempo entre chegada diagnoacutestico e tratamento A maioria dos casos de morte por IAM ocorrem nas primeiras horas do iniacutecio dos sintomas sendo 40 a 65 na primeira hora e aproximadamente 80 nas primeiras 24 horas (PIEGAS et al2009) Quando respaldado por um protocolo validado e institucionalizado torna-se viaacutevel a rotina da solicitaccedilatildeo de Eletrocardiograma pelo enfermeiro assim como acontece no HIAE Marques (2010) reafirma esta necessidade ao abordar que eacute niacutetida a necessidade da implantaccedilatildeo de um protocolo avaliar e classificar a dor toraacutecica visto que quando o enfermeiro indica o ECG em seguida agrave classificaccedilatildeo de risco agiliza o processo e evita atraso do diagnoacutestico Ratificando esta necessidade a Sociedade Brasileira de Cardiologia (BASSAN et al 2002) considera eacute primordial que o diagnoacutestico de IAM por meio do ECG seja realizado ateacute 10 minutos da chegada do paciente tempo-ouro para o iniacutecio da terapecircutica adequada Assim agrave medida que o protocolo estaacute institucionalizado os papeacuteis dos membros da equipe de sauacutede ficam bem definidos

A resposta do ldquoenfermeiro 3rdquo evidencia a sua consideraccedilatildeo quando relata que o protocolo ldquoeacute longordquo O protocolo jaacute validado no serviccedilo de referecircncia HIAE eacute um instrumento que contempla e resgata as diversas possibilidades de agravos sintomatologias e caracteriacutesticas que tendem a prever um quadro cliacutenico de gravidade Desta forma como um documento completo no sentido de esgotar as possibilidades de gravidade tornando-o mais extenso que o instrumento utilizado atualmente no setor

Os protocolos assistenciais referem-se agrave organizaccedilatildeo do serviccedilo e sobretudo agrave organizaccedilatildeo do processo de trabalho da equipe de sauacutede De acordo com a colocaccedilatildeo do ldquoenfermeiro 5rdquo existe o pensamento de que inicialmente possa ser ldquodificultosordquo utilizar uma nova tecnologia e com ldquoo passar do tempordquo possa ser uacutetil Essa concepccedilatildeo denota o periacuteodo comum considerado

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para adaptaccedilatildeo de um protocolo assistencial A incorporaccedilatildeo de um protocolo assistencial depende do conhecimento do profissional de sauacutede em como utilizaacute-lo corretamente e do compromisso do profissional o que geralmente requer tempo para adaptaccedilatildeo da nova tecnologia Aleacutem disso para o sucesso da adoccedilatildeo do protocolo este deve corresponder agraves expectativas e demandas do serviccedilo e dos profissionais (WERNECK FARIA CAMPOS 2009)

Mediante a relevacircncia da dor toraacutecica da sua importacircncia social e econocircmica os estudos relacionados a construccedilatildeo de protocolos de Enfermagem ainda satildeo escassos o que justifica a anaacutelise deficitaacuteria dos dados com relaccedilatildeo agrave atuaccedilatildeo do enfermeiro frente ao paciente com esta sintomatologia nos serviccedilos de Emergecircncia (MARQUES 2010) Fernandes et al (2009) corroboram com esta situaccedilatildeo em sauacutede ao discorrer que existem poucos estudos de Enfermagem na abordagem de protocolos assistenciais principalmente tratando-se de situaccedilotildees agudas em Emergecircncia e particularmente para Siacutendrome Coronariana Aguda Tabela 3 - Distribuiccedilatildeo da avaliaccedilatildeo das vantagens eou desvantagens em utilizar o protocolo Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem do HIAE FlorianoacutepolisndashSC2014

Enfermeiros Positivo Negativo

Enfermeiro 1 Eacute bem completo Eacute extenso Enfermeiro 2 Identifica mais faacutecil o

tipo de dor atendimento mais raacutepido

Complicado com duas folhas

Enfermeiro 3 Classificaccedilatildeo mais qualificada avalia melhor os riscos

Eacute extenso

Enfermeiro 4 Ajuda a classificar melhor a dor

Enfermeiro 5 Auto-explicativo Muito longo Enfermeiro 6 Auxilia na

classificaccedilatildeo triagem mais correta encaminha certo como

Longo e demorado

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proceder Enfermeiro 7 Agiliza o processo

auxilia o enfermeiro na classificaccedilatildeo

A instituiccedilatildeo natildeo aceitaraacute pedido de ECG assinado pelo enfermeiro

Total 7 6

Fonte Dados obtidos pela autora (2014)

Observa-se no conjunto destes dados que 100 dos

enfermeiros avaliaram de forma positiva o protocolo em relaccedilatildeo agraves suas vantagens Os profissionais afirmaram que utilizar este protocolo propiciou uma Classificaccedilatildeo de Risco mais correta qualificada e com identificaccedilatildeo mais faacutecil do tipo de dor Estudos consideram que eacute fundamental relacionar os fatores de risco com a descriccedilatildeo da dor que geralmente em caso de IAM eacute referida como de forte intensidade em ldquoqueimaccedilatildeo aperto opressatildeo ou sufocaccedilatildeordquo e superior a 30 minutos podendo ou natildeo irradiar para os braccedilos mandiacutebula pescoccedilo ou estocircmago Para que esta identificaccedilatildeo seja fundamentada o uso de protocolos assistenciais se torna imprescindiacutevel (OLIVEIRA LEITAtildeO RAMOS 2009) Em casos mais incomuns considerados atiacutepicos como descritos no protocolo do HIAE o paciente pode estar apresentando dificuldade para respirar naacuteuseas vocircmitos vertigem desmaio suor frio e palidez Contudo a sintomatologia nos casos atiacutepicos pode ser branda (OLIVEIRA LEITAtildeO RAMOS 2009) Tabela 4 - Distribuiccedilatildeo da avaliaccedilatildeo da estrutura formato e fluxos de encaminhamentos contidos no Protocolo Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem do HIAE FlorianoacutepolisndashSC 2014

Enfermeiros Positivo Negativo

Enfermeiro 1 Faacutecil compreensatildeo Enfermeiro 2 Deveria ser de

apenas uma folha Enfermeiro 3 Jaacute estamos

acostumadas a usar o outro

100

Enfermeiro 4 Natildeo tem a cor laranja Enfermeiro 5 Auxilia bastante na

tomada de decisatildeo eacute auto-explicativo

Eacute mais demorado

Enfermeiro 6 Conteacutem bastante informaccedilotildees

Um pouco complicado de entender

Enfermeiro 7 Facilita encaminhamento e tomada de decisatildeo

Total 4 5

Fonte Dados obtidos pela autora (2014)

Em relaccedilatildeo agrave estrutura e formato foi demonstrado que a

percepccedilatildeo do enfermeiro de que o protocolo eacute um documento extenso quando comparado ao que eacute adotado na instituiccedilatildeo atualmente O ldquoenfermeiro 5rdquo afirma ser ldquomais demoradordquo para preenchimento e aplicabilidade Em contrapartida coloca que ldquoauxilia na tomada de decisatildeo e eacute auto-explicativordquo Percebe-se que apesar de ser um protocolo mais extenso que o utilizado atualmente pode-se considerar que aborda uma visatildeo mais detalhada da condiccedilatildeo cliacutenica que o paciente com dor toraacutecica possa estar apresentando Esse fator a princiacutepio percebido como negativo poderaacute ser um diferencial na classificaccedilatildeo de risco da dor toraacutecica conferindo seguranccedila para o enfermeiro ao avaliar amplamente a dor e principalmente agilidade no atendimento na proporccedilatildeo em que sanar as duacutevidas do profissional de sauacutede que poderaacute identificar mais rapidamente uma condiccedilatildeo cliacutenica grave A raacutepida e correta avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica desde a chegada do paciente no hospital interfere natildeo somente na diminuiccedilatildeo de riscos e agravos ao paciente como economicamente agrave medida que evita terapecircuticas e encaminhamentos inadequados e internaccedilotildees desnecessaacuterias (BASSAN et al2002)

Justifica-se a necessidade de implantaccedilatildeo de um protocolo especiacutefico para a dor toraacutecica pelo fato de que o tempo que decorre do iniacutecio da dor e a sua correta avaliaccedilatildeo eacute fundamental para definir o diagnoacutestico e principalmente o tratamento do IAM Quando existem duacutevidas de classificaccedilatildeo da gravidade com consequumlente atraso do encaminhamento adequado existe aumento proporcional do risco de mortalidade (PIEGAS et al

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2004) Bassan et al (2002) corroboram com esta afirmaccedilatildeo ao discorrerem que agrave falta de domiacutenio e de fundamentaccedilatildeo para a abordagem do paciente com dor toraacutecica por parte do enfermeiro durante a classificaccedilatildeo da gravidade tende a ocasionar o retardo do atendimento terapecircutico

O protocolo proposto considera as cores vermelho (emergente) amarelo (urgente) e verde (natildeo-urgente) diferente do protocolo da instituiccedilatildeo que aleacutem destas cores considera tambeacutem a cor laranja (muito-urgente) Uma resposta tambeacutem negativa na avaliaccedilatildeo do ldquoenfermeiro 4rdquo traz essa consideraccedilatildeo da diferenccedila de ambos Cabe ressaltar aqui que o protocolo do HIAE proporciona maior autonomia ao enfermeiro ao permitir por exemplo que indique o exame ECG como discutido anteriormente A realizaccedilatildeo mais raacutepida do ECG sem necessariamente ser uma indicaccedilatildeo exclusiva da medicina auxilia na conduccedilatildeo terapecircutica com maior agilidade e exclui a necessidade de maior nuacutemero de cores graduais para avaliaccedilatildeo da gravidade do quadro cliacutenico

Outro aspecto importante na discussatildeo estrutural do protocolo eacute a sua apresentaccedilatildeo impressa O enfermeiro 2 considera que ldquodeveria ser de apenas uma folhardquo O documento original desenvolvido no HIAE eacute impresso em apenas uma folha utilizando-se uma fonte menor Optou-se neste estudo em distribuiacute-lo em duas folhas para proporcionar melhor visibilidade ao enfermeiro A proposta inicial deste estudo trata de que se este protocolo sugerido fosse avaliado majoritariamente como positivo seria apresentado agrave Diretoria de Enfermagem da instituiccedilatildeo e adaptado de acordo com a necessidade e comodidade dos profissionais enfermeiros de acordo com a sua proacutepria avaliaccedilatildeo Logo seria de faacutecil realizaccedilatildeo a reestruturaccedilatildeo desse instrumento conforme sugerido pelos sujeitos desse estudo

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Tabela 5 - Distribuiccedilatildeo da avaliaccedilatildeo da diferenccedila em utilizar o Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem e do Protocolo Institucional Adaptado de Manchester

Enfermeiro Positivo Negativo

Enfermeiro 1 Classificaccedilatildeo mais adequada

Mais extenso

Enfermeiro 2 Este eacute mais completo O outro eacute incompleto

Enfermeiro 3 Identifica melhor o risco de uma situaccedilatildeo grave O outro eacute incompleto

Enfermeiro 4 Este eacute completo daacute a noccedilatildeo de fatores de risco O outro eacute incompleto

Enfermeiro 5 Para a dor toraacutecica esse eacute melhor eacute mais explicativo O nosso eacute mais raacutepido mas eacute muito geneacuterico

Enfermeiro 6 Eacute mais completo facilita a identificaccedilatildeo de um evento cardiacuteaco Da instituiccedilatildeo eacute mais geneacuterico

Enfermeiro 7 Este daacute mais seguranccedila para classificar a sintomatologia do paciente

Total 7 1 Fonte Dados obtidos pela autora (2014)

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Identifica-se 100 de avaliaccedilotildees positivas para utilizar o protocolo do HIAE em relaccedilatildeo ao protocolo institucional O consenso das respostas daacute conta de que o protocolo do HIAE ldquoeacute mais completordquo para a avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica Um protocolo assistencial estaacute em consonacircncia com a realidade de um serviccedilo quando contempla as situaccedilotildees previstas e imprevistas o que caracteriza um instrumento mais ldquocompletordquo Ao abordar o protocolo institucional adaptado do protocolo de Manchester devem-se considerar os riscos no emprego de protocolos Algumas vezes as adaptaccedilotildees de protocolos internacionais nem sempre estatildeo apropriados ou bem adaptados agraves necessidades do serviccedilo pois natildeo satildeo abrangentes e natildeo consideram todas as questotildees inclusive as imprevistas Para esta apropriaccedilatildeo eacute fundamental a realizaccedilatildeo de estudos acerca do puacuteblico-alvo profissionais vantagens e desvantagens envolvidos (WERNECK FARIA CAMPOS 2009)

Aconselha-se para a classificaccedilatildeo de risco adequada considerando as situaccedilotildees imprevistas que o enfermeiro identifique junto ao paciente as caracteriacutesticas da dor toraacutecica em tiacutepica ou atiacutepica Em alguns casos o paciente pode desenvolver a siacutendrome poacutes IAM com dor toraacutecica que deve ser diferenciada da recidiva do infarto pulmonar e da insuficiecircncia cardiacuteaca congestiva (BOUNDY et al 2004)

Quando natildeo sustentados por criteacuterios adequados agraves reais demandas do serviccedilo os protocolos podem instituir processo de trabalho fragmentado e sem planejamento natildeo garantindo impactos positivos na sauacutede das pessoas (WERNECK FARIA CAMPOS 2009)

Tabela 6 - Distribuiccedilatildeo da avaliaccedilatildeo da aplicabilidade do protocolo ao serviccedilo Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem ao acolhimento da emergecircncia FlorianoacutepolisndashSC 2014

Enfermeiro Positivo Negativo

Enfermeiro 1 Sim menor tempo para o atendimento

Enfermeiro 2 Sim Enfermeiro indicar

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ECG eacute complicado no serviccedilo

Enfermeiro 3 Sim ajuda a classificar Identifica melhor os casos graves

Enfermeiro 4 Sim pois temos muitos casos de dor toraacutecica

Enfermeiro 5 Sim precisa apenas se habituar a usar

Enfermeiro 6 Sim Mas precisa ser melhorado para aplicaccedilatildeo mais raacutepida

Enfermeiro 7 Sim pela facilidade da aplicaccedilatildeo e diferenciaccedilatildeo dos casos de dor toraacutecica

Total 7 2

Fonte Dados obtidos pela autora (2014)

Verifica-se quanto agrave aplicabilidade ao serviccedilo 100 de

avaliaccedilotildees positivas dos enfermeiros em relaccedilatildeo agrave implementaccedilatildeo do protocolo de dor toraacutecica do HIAE para o SACR do SEAHU Quando satildeo adequados agraves necessidades dos profissionais de sauacutede e agrave demanda caracteriacutestica do serviccedilo os protocolos assistenciais tendem a responder satisfatoriamente trazendo seguranccedila aos profissionais (WERNECK FARIA CAMPOS 2009) Observa-se a correlaccedilatildeo das respostas do ldquoenfermeiro 1rdquo do ldquoenfermeiro 3rdquo e do ldquoenfermeiro 7rdquo quando afirmam que o protocolo utilizado possibilitou menor tempo de atendimento melhor identificaccedilatildeo dos casos graves e melhor diferenciaccedilatildeo dos casos de dor toraacutecica ou seja relacionam os benefiacutecios para a classificaccedilatildeo de risco da dor toraacutecica Nos atendimentos em emergecircncia um instrumento cientiacutefico especiacutefico para a dor toraacutecica ou associada a outros sintomas sugestivos de Siacutendrome Coronariana Aguda facilita a tomada de decisatildeo do profissional de sauacutede durante a Classificaccedilatildeo de Risco (HOFFMANN et al 2012)

Consideraccedilotildees Finais

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Identificar a avaliaccedilatildeo dos enfermeiros ao utilizar o

protocolo para dor toraacutecica foi um aspecto essencial para reconhecer a validade do instrumento para o serviccedilo Um protocolo assistencial soacute se torna efetivo quando abrange as necessidades especiacuteficas do puacuteblico atendido e quando corresponde agraves expectativas dos profissionais de sauacutede que o utilizaratildeo

A avaliaccedilatildeo dos enfermeiros que utilizaram o protocolo reflete a necessidade de uma tecnologia em sauacutede consistente e eficaz para uma classificaccedilatildeo de risco segura Contudo algumas adaptaccedilotildees simples necessitam ser realizadas a fim de instituir um protocolo de acordo com a necessidade dos profissionais e a realidade do serviccedilo em questatildeo

Houve prevalecircncia das avaliaccedilotildees positivas em relaccedilatildeo agraves negativas Quanto agraves positivas o uso do protocolo foi importante pra sanar as duacutevidas de classificaccedilatildeo tornaacute-la mais raacutepida segura pautar a praacutetica do profissional de Enfermagem durante a classificaccedilatildeo de risco As avaliaccedilotildees negativas consideram principalmente o formato impresso do protocolo e sua extensatildeo O formato poderaacute ser facilmente reformulado de acordo com a necessidade dos profissionais e do serviccedilo Quanto agrave sua extensatildeo fica evidente que um instrumento especiacutefico a fim de descartar diversas as condiccedilotildees cliacutenicas graves tende a conter mais informaccedilotildees que os instrumentos generalistas Situaccedilatildeo que poderaacute ser superada satisfatoriamente mediante tempo de adaptaccedilatildeo dos profissionais

O estudo possibilitou reconhecer que o protocolo sugerido estaacute em consonacircncia com a realidade da atuaccedilatildeo dos enfermeiros na classificaccedilatildeo de risco que utilizam atualmente um instrumento generalista natildeo direcionado agrave Enfermagem

Referecircncias

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6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Para que a aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo do protocolo de Enfermagem para a Dor Toraacutecica no Serviccedilo de Emergecircncia fossem viaacuteveis este estudo precisou ser definido em duas vertentes essenciais A princiacutepio o reconhecimento da demanda foco desta pesquisa o paciente com dor toraacutecica Um protocolo institucional soacute seraacute uacutetil quando se encontra em consonacircncia com o perfil atendido e o possiacutevel benefiacutecio que poderaacute oferecer a esta demanda justifica a sua investigaccedilatildeo Em um segundo momento o protocolo precisa estar de acordo com a realidade do serviccedilo em questatildeo e atender agraves necessidades tambeacutem dos profissionais de sauacutede

Os Serviccedilos de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco satildeo uma proposta do Ministeacuterio da Sauacutede com a finalidade de ldquoadministrarrdquo a demanda de pacientes de um serviccedilo de Emergecircncia de modo a humanizar o cuidado em outras palavras permite uma mudanccedila no fluxo de atendimento ao excluir o atendimento por ordem de chegada e incluir o atendimento por ordem de maior gravidade Atuar no SACR contudo se constitui em uma atividade complexa para o enfermeiro O profissional precisa ser detentor de conhecimento cientiacutefico qualificaccedilatildeo profissional avaliaccedilatildeo criteriosa e tomada raacutepida de decisatildeo a fim de estipular os encaminhamentos corretos para os diferentes quadros cliacutenicos minimizaccedilatildeo o risco de agravos

A dor toraacutecica em especiacutefico foi a sintomatologia elencada para este estudo visto que a avaliaccedilatildeo da dor em si eacute fundamental para que o profissional ofereccedila um serviccedilo de qualidade O sintoma aacutelgico eacute valioso no sentido de identificar a afecccedilatildeo que possa estar a gerando agrave medida que forem observadas suas caracteriacutesticas e fatores de risco associados Tratando-se da dor toraacutecica entende-se como principal sintoma em casos de Siacutendrome Coronariana Aguda que predispotildee ao Infarto Agudo do Miocaacuterdio Os protocolos assistenciais satildeo tecnologias em sauacutede que tem o objetivo de fundamentar a praacutetica profissional organizar o atendimento e diminuir o tempo

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para a instituiccedilatildeo terapecircutica adequada Ao utilizar um protocolo pautado em evidecircncia cientiacutefica a classificaccedilatildeo de risco fica padronizada o enfermeiro atua de forma mais segura e eficaz Esta condiccedilatildeo ficou evidenciada na avaliaccedilatildeo do protocolo realizada pelos enfermeiros que demonstrou-se majoritariamente positiva em relaccedilatildeo ao uso do protocolo para classificar a dor toraacutecica

Durante esta investigaccedilatildeo foi possiacutevel constatar que os protocolos de enfermagem apesar de sua magnitude e comprovada eficaacutecia para a organizaccedilatildeo do serviccedilo e benefiacutecios no atendimento ao paciente satildeo pouco explorados na literatura deixando uma lacuna importante para a assistecircncia de Enfermagem Esta condiccedilatildeo demonstra a necessidade de mais estudos e maiores investimentos na temaacutetica de protocolos especiacuteficos de Enfermagem Para este estudo optou-se por um protocolo de Enfermagem para a dor toraacutecica construiacutedo por uma instituiccedilatildeo de excelecircncia o Hospital Israelita Albert Einstein de Satildeo PauloSP Contudo devido agrave falta de estudos de Enfermagem com relaccedilatildeo aos protocolos assistenciais particularmente para a classificaccedilatildeo de risco da dor toraacutecica o estudo escolhido foi desenvolvido por um meacutedico cardiologista

Quanto agrave identificaccedilatildeo do perfil do paciente com dor toraacutecica atendido no serviccedilo embora natildeo seja serviccedilo de referecircncia em cardiologia comprovadamente existe a necessidade da incorporaccedilatildeo de um protocolo assistencial para a dor toraacutecica devido agrave sua importacircncia enquanto sinal indiacutecio de uma possiacutevel condiccedilatildeo cardioloacutegica grave de alta incidecircncia mundial e no Brasil e pela expressiva demanda com esta queixa a procurar o serviccedilo

A padronizaccedilatildeo no manejo da dor toraacutecica interferiu significativamente para o trabalho do enfermeiro agrave medida que este dispotildee de um instrumento de acordo com o puacuteblico atendido que fundamente suas accedilotildees tornando-o detentor de mais seguranccedila e conhecimento A utilizaccedilatildeo do protocolo organiza o trabalho da equipe de Enfermagem e unifica a linguagem dos profissionais o que ficou evidenciado nas afirmaccedilotildees dos profissionais

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Os dados obtidos neste estudo que identificou o perfil do paciente com dor toraacutecica e a avaliaccedilatildeo do protocolo de dor toraacutecica realizada pelos proacuteprios enfermeiros do serviccedilo e em vigecircncia deste protocolo ter sido validado e utilizado em um serviccedilo de Excelecircncia no paiacutes o estudo deixou evidente que este protocolo de Enfermagem para a avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica durante a Classificaccedilatildeo de Risco eacute passiacutevel de implantaccedilatildeo na instituiccedilatildeo Desse modo seraacute apresentado agrave Diretoria de Enfermagem do HU para possiacutevel institucionalizaccedilatildeo

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REFEREcircNCIAS

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APENDICES

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APENDICE A - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (GRUPO 01)

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM ENFERMAGEM CURSO DE MESTRADO PROFISSIONAL ASSOCIADO Agrave

RESIDEcircNCIA INTEGRADA MULTIPROFISSIONAL EM SAUacuteDE

Vocecirc estaacute convidado a participar da pesquisa ldquoAplicaccedilatildeo e Avaliaccedilatildeo de um Protocolo de Enfermagem para Dor Toraacutecica em um Serviccedilo de Emergecircncia Hospitalarrdquo que estaacute sendo desenvolvida pela mestranda Aline Costa Vieira sob orientaccedilatildeo da Profordm Dra Kaacutetia Cilene Godinho Bertoncello

Objetivo da pesquisa ndash auxiliar a equipe de Enfermagem na

Classificaccedilatildeo de Risco do paciente com dor toraacutecica disponibilizando um protocolo especiacutefico para esta dor e analisando seus benefiacutecios

Este estudo faz parte da Dissertaccedilatildeo do Programa de Mestrado Profissional Associado agrave Residecircncia Integrada Multiprofissional em Sauacutede da Universidade Federal de Santa Catarina Caso vocecirc concorde em participar solicitamos que assine no final deste documento No entanto salientamos que sua participaccedilatildeo natildeo eacute obrigatoacuteria e sua recusa natildeo traraacute qualquer prejuiacutezo em relaccedilatildeo agraves pesquisadoras ou discriminaccedilatildeo e atraso no seu atendimento nesta instituiccedilatildeo

O estudo se concretizaraacute com a aplicaccedilatildeo de um protocolo para a avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica durante a Classificaccedilatildeo de Risco elaborado e utilizado por um serviccedilo de referecircncia o Hospital Israelita Albert Einstein de Satildeo Paulo

Dados obtidos para o estudo ndash na hipoacutetese de sua

participaccedilatildeo seratildeo utilizados os dados referentes agrave sua Classificaccedilatildeo de Risco ou seja seu horaacuterio de chegada idade queixa principal iniacutecio e tipo de dor e fatores de risco associados

Sigilo ndash Contando com sua participaccedilatildeo seraacute garantido total

sigilo em relaccedilatildeo a sua identidade que natildeo seraacute apontada durante o estudo ou em suas publicaccedilotildees

Potenciais riscos ndash A pesquisa oferece riscos de desconfortoincocircmodo ao participante agrave medida que for abordado no sentido de participaccedilatildeo no estudo A abordagem poderaacute gerar temor ao

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participante no que se refere agrave exposiccedilatildeo de sua condiccedilatildeo cliacutenica Desse modo o participante seraacute esclarecido detalhadamente acerca das etapas da pesquisa e das informaccedilotildees a serem utilizadas ressaltando o sigilo absoluto de sua identidade Teraacute todas as suas duacutevidas esclarecidas antes e durante sua aplicaccedilatildeo De qualquer forma seraacute garantida a possibilidade de desistecircncia e retirada do consentimento

Benefiacutecios previstos ndash Esta pesquisa propotildee a utilizaccedilatildeo de um instrumento cientiacutefico para a avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica pelos enfermeiros do Serviccedilo de Emergecircncia Adulto com o intuito de prevenir condutas inadequadas no manejo do paciente com esta dor e otimizar seu atendimento Os resultados desta pesquisa seratildeo submetidos agrave devida aprovaccedilatildeo corrigidos e posteriormente enviados agrave divulgaccedilatildeo como artigo cientiacutefico

Custos ndash Os custos relacionados a essa pesquisa seratildeo de inteira responsabilidade das pesquisadoras Sua participaccedilatildeo natildeo acarretaraacute em nenhum custo ou em reembolso ou gratificaccedilatildeo

Se vocecirc tiver alguma duacutevida ou necessidade de mais informaccedilotildees em relaccedilatildeo agrave pesquisa ou natildeo quiser mais fazer parte dela poderaacute entrar em contato pelo telefone com as responsaacuteveis pela pesquisa a seguir Aline Vieira (48) 9615-2850 eou e-mail alinevieira_spohotmailcom e Kaacutetia Bertoncello (48) 9919-9084 eou kbertoncelloyahoocombr

Consentimento de Participaccedilatildeo no Estudo

Eu ________________________________________ declaro que li e estou de acordo em participar do estudo proposto por este documento Fui devidamente informado (a) pela pesquisadora Aline Costa Vieira dos objetivos dados que seratildeo obtidos sigilo riscos benefiacutecios e custos inerentes agrave pesquisa Estou ciente ainda que posso retirar meu consentimento a qualquer momento e que recebi uma coacutepia deste Termo de Consentimento

Florianoacutepolis __________________

_________________________________________

Assinatura do participante

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APENDICE B - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (GRUPO 02)

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM ENFERMAGEM CURSO DE MESTRADO PROFISSIONAL ASSOCIADO Agrave

RESIDEcircNCIA INTEGRADA MULTIPROFISSIONAL EM SAUacuteDE

Com objetivo de compreender os benefiacutecios para os enfermeiros da utilizaccedilatildeo de um protocolo de avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica durante a Classificaccedilatildeo de Risco no Serviccedilo de Emergecircncia de um Hospital Universitaacuterio (HU) do sul do Brasil a mestranda Aline Costa Vieira sob a orientaccedilatildeo da Profordf Drordf Kaacutetia Cilene Godinho Bertoncello estaacute desenvolvendo uma pesquisa intitulada ldquoAplicaccedilatildeo e Avaliaccedilatildeo de um Protocolo de Enfermagem para Dor Toraacutecica em um Serviccedilo de Emergecircncia Hospitalarrdquo Esta pesquisa faz parte da Dissertaccedilatildeo do Programa de Mestrado Profissional Associado agrave Residecircncia Integrada Multiprofissional em Sauacutede da Universidade Federal de Santa Catarina

O estudo se concretizaraacute com a aplicaccedilatildeo e a avaliaccedilatildeo de um protocolo para a avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica elaborado e utilizado por um serviccedilo de referecircncia o Hospital Israelita Albert Einstein de Satildeo Paulo

Procedimentos da Pesquisa ndash mediante sua participaccedilatildeo no estudo em um primeiro momento vocecirc utilizaraacute o Protocolo de Enfermagem para Dor Toraacutecica desenvolvido pelo Hospital Israelita Albert Einstein durante sua atuaccedilatildeo enquanto enfermeiro no Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco no HU quando estiver escalado neste setor Salientamos que este protocolo teraacute como finalidade auxiliar na designaccedilatildeo da classificaccedilatildeo de risco o que natildeo excluiraacute o uso do instrumento de classificaccedilatildeo disponibilizado atualmente na instituiccedilatildeo Lembramos ainda que para utilizar este protocolo vocecirc receberaacute devido treinamento e todas as informaccedilotildees referentes ao estudo que seratildeo fornecidos pelas pesquisadoras O segundo momento da pesquisa contaraacute com sua participaccedilatildeo para avaliar qual o benefiacutecio de dispor deste Protocolo para Dor Toraacutecica durante a Classificaccedilatildeo de Risco Esta avaliaccedilatildeo se consumaraacute com o preenchimento de um instrumento de avaliaccedilatildeo disponibilizado pelas pesquisadoras ao final da coleta de dados

Os procedimentos inerentes agrave implementaccedilatildeo do estudo

requerem a sua autorizaccedilatildeo mediante assinatura ao final do documento para a utilizaccedilatildeo dos dados obtidos durante a Classificaccedilatildeo de Risco

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realizada ao paciente que apresentar dor toraacutecica como queixa principal bem como o registro da condiccedilatildeo cliacutenica deste paciente Dados referentes agrave sua praacutetica profissional enquanto enfermeiro do Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco (SACR) No entanto sua participaccedilatildeo natildeo eacute obrigatoacuteria e a qualquer momento vocecirc poderaacute desistir dela sem qualquer prejuiacutezo junto agraves pesquisadoras ou agrave instituiccedilatildeo

Sigilo ndash Com sua participaccedilatildeo na pesquisa fica garantida a confidencialidade das informaccedilotildees obtidas durante a classificaccedilatildeo de risco Sua identidade natildeo seraacute apontada no decorrer do estudo e em suas publicaccedilotildees

Potenciais riscos ndash A pesquisa oferece riscos de incocircmodo ao participante agrave medida que poderaacute gerar constrangimento para este em recusar a participaccedilatildeo Desse modo o participante seraacute esclarecido de que sua recusa natildeo acarretaraacute em quaisquer desconfortos com relaccedilatildeo agraves responsaacuteveis pela pesquisa tampouco junto agrave instituiccedilatildeo da qual eacute servidor De qualquer forma seraacute garantida a possibilidade de desistecircncia e retirada do consentimento sem prejuiacutezo de nenhuma natureza

Benefiacutecios previstos ndash Esta pesquisa propotildee a utilizaccedilatildeo de um instrumento cientiacutefico para a avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica pelos enfermeiros do Serviccedilo de Emergecircncia Adulto com o intuito de prevenir condutas inadequadas no manejo do paciente com esta dor sanar duacutevidas e otimizar seu atendimento Os resultados desta pesquisa seratildeo submetidos agrave devida aprovaccedilatildeo corrigidos e posteriormente enviados agrave divulgaccedilatildeo como artigo cientiacutefico

Custos ndash Todos os custos referentes agrave pesquisa seratildeo de inteira responsabilidade das pesquisadoras Sua participaccedilatildeo natildeo acarretaraacute em nenhum gasto ou gratificaccedilatildeo

Se vocecirc tiver alguma duacutevida ou necessidade de mais

informaccedilotildees em relaccedilatildeo agrave pesquisa ou natildeo quiser mais fazer parte dela poderaacute entrar em contato pelo telefone com a responsaacutevel pela pesquisa a seguir Aline Vieira (48) 9615-2850 eou e-mail alinevieira_spohotmailcom e Kaacutetia Bertoncello (48) 9919-9084 eou kbertoncelloyahoocombr

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Consentimento de Participaccedilatildeo no Estudo

Eu________________________________________________ declaro que li e estou de acordo em participar do estudo proposto por este documento Fui devidamente informado (a) pela pesquisadora Aline Costa Vieira dos objetivos dados que seratildeo obtidos sigilo riscos benefiacutecios e custos inerentes agrave pesquisa Estou ciente ainda que posso retirar meu consentimento a qualquer momento e que recebi uma coacutepia deste Termo de Consentimento

Florianoacutepolis __________________

_______________________________________

Assinatura do participante

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APEcircNDICE C ndash ROTEIRO DE ENTREVISTA SEMI-ESTRUTURADO

Roteiro semi-estruturado para entrevista Utilizaccedilatildeo do

Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem Albert Einstein Hospital Israelita

1Dados de identificaccedilatildeo Nome do profissional Idade Cargo Tempo de trabalho na profissatildeo Tempo de trabalho na instituiccedilatildeo Tempo de trabalho na emergecircncia Possui Poacutes graduaccedilao ( ) Natildeo ( ) Sim ( ) Especializaccedilatildeo Especificar ( ) Mestrado ( ) Doutorado 2 Roteiro para Entrevista

21 Como vocecirc avalia a utilizaccedilatildeo do Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado 22 Como vocecirc avalia a estrutura o formato e os fluxos de encaminhamentos contidos no Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado 23 Aponte as vantagensfacilidades e desvantagensdificuldades em utilizar o Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem pelo enfermeiro no acolhimento do HU 24 Vocecirc considera este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem aplicaacutevel para o acolhimento na emergecircncia do HU Justifique 25 Na sua opiniatildeo qual (quais) a (s) diferenccedila (s) em utilizar este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem em relaccedilatildeo ao protocolo que jaacute vecircm sendo utilizado na instituiccedilatildeo

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APEcircNDICE D ndash ENTREVISTA COM OS ENFERMEIROS

1Dados de identificaccedilatildeo (ENTREVISTA 1) Nome do profissional ldquoEnfermeiro 1rdquo Idade 26 Cargo Enfermeira Efetiva Tempo de trabalho na profissatildeo 1 ano e 11 meses Tempo de trabalho na instituiccedilatildeo 1 ano e 11 meses Tempo de trabalho na emergecircncia 1 ano e 11 meses Possui Poacutes graduaccedilao ( ) Natildeo (x ) Sim (x ) Especializaccedilatildeo Especificar Gestatildeo Puacuteblica ( ) Mestrado ( ) Doutorado 2 Roteiro para Entrevista

21 Como vocecirc avalia a utilizaccedilatildeo do Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado R Acho que eacute valido para fazer uma classificaccedilatildeo das siacutendromes coronarianas agudas E ele possibilita um tempo de atendimento que prioriza os pacientes com sintomas compatiacuteveis com siacutendrome coronariana aguda Eacute melhor que o adaptado de Manchester para avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica 22 Como vocecirc avalia a estrutura o formato e os fluxos de encaminhamentos contidos no Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado R De faacutecil compreensatildeo 23 Aponte as vantagensfacilidades e desvantagensdificuldades da utilizaccedilatildeo deste Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem pelo enfermeiro no acolhimento do HU R Vantagens ndash tem como meta o atendimento porta-eletro de 10 minutos Eacute bem completo Desvantagens ndash eacute extenso R Facilidade ndash eacute um fluxograma simples de faacutecil compreensatildeo Dificuldade ndash eacute extenso

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24 Vocecirc considera este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem aplicaacutevel para o acolhimento na emergecircncia do HU Justifique Sim Porque iria colaborar com a diminuiccedilatildeo do tempo de atendimento a um paciente infartado por exemplo 25 Na sua opiniatildeo qual (quais) a (s) diferenccedila (s) em utilizar este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem em relaccedilatildeo ao protocolo que jaacute vecircm sendo utilizado na instituiccedilatildeo Este eacute mais extenso poreacutem possibilita uma classificaccedilatildeo de risco mais adequada 1Dados de identificaccedilatildeo (ENTREVISTA 2) Nome do profissional ldquoEnfermeiro 2rdquo Idade 33 Cargo Enfermeira Efetiva Tempo de trabalho na profissatildeo 4 anos Tempo de trabalho na instituiccedilatildeo 4 anos Tempo de trabalho na emergecircncia 3 anos Possui Poacutes graduaccedilao ( ) Natildeo (x ) Sim ( x ) Especializaccedilatildeo Especificar Enfermagem do trabalho (em andamento) ( x ) Mestrado (em andamento) ( ) Doutorado 2 Roteiro para Entrevista 21 Como vocecirc avalia a utilizaccedilatildeo do Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado R Eu achei assim que ele amplia a visatildeo o paciente chega com tal dor tu vai seguindo soacute que nesta parte aqui oh que a gente fica no acolhimento fazendo do eletro eu achei que fica natildeo fica como posso dizer eacute difiacutecil pro enfermeiro ficar laacute vendo a hora que vai fazer porque tu vai tocando ficha tocando ficha paciente chega com dor outro que briga porque quer ser atendido Essa parte eacute que eu achei mais complicada Eu natildeo indicaria o eletro eu deixaria para o ldquodoutorrdquo (risos) Porque na hora assim oh eu pensei seraacute que na rotina como a gente vai vai fazer Como a gente vai se organizar Seraacute que natildeo vai ter intriga entre a equipe de enfermagem e meacutedicos Mas nada que a gente natildeo entre num consenso igual quando comeccedilou o acolhimento a enfermagem que era chefia com um meacutedico que jaacute saiu Eles entraram num consenso treinaram os enfermeiros tiveram que ldquoforccedilarrdquo na cabeccedila da medicina e hoje eles aceitam

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22 Como vocecirc avalia a estrutura o formato e os fluxos de encaminhamentos contidos no Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado R No comeccedilo eu achei complicado porque daqui tem que vir pra caacute e pra caacute Deveria ser tudo na mesma folha porque ajuda e natildeo precisa pular de uma folha para outra 23 Aponte as vantagensfacilidades e desvantagensdificuldades da utilizaccedilatildeo deste Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem pelo enfermeiro no acolhimento do HU R A vantagem eacute que deixa o atendimento mais raacutepido e tu identifica mais facilmente o tipo de dor se eacute uma dor tiacutepica desconforto ou atiacutepica Jaacute te ajuda a encaminhar porque aacutess vezes tem duacutevida ou deixando no amarelo e natildeo eacute poderia deixar no verde Desvantagem ndash para aprender a usar isso aqui no comeccedilo eacute difiacutecil eacute complicado tem que seguir aqui e voltar olhar ver se perguntei isso ou natildeo para o paciente Pelo que eu percebi pelas setas apontando agraves vezes complica para seguir em duas folhas mas nada que com um treinamento natildeo se aprenda 24 Vocecirc considera este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem aplicaacutevel para o acolhimento na emergecircncia do HU Justifique R Acredito que eacute aplicaacutevel soacute esta questatildeo do eletro teria que rever isto eacute mexer com medicina ego de medicina 25 Na sua opiniatildeo qual (quais) a (s) diferenccedila (s) em utilizar este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem em relaccedilatildeo ao protocolo que jaacute vecircm sendo utilizado na instituiccedilatildeo R Aquele adaptado laacute eacute fraco meu deus natildeo tem nem o que falar este aqui eacute completo eacute como eu te falei ele vai indicando as dores tipos e os tipos de encaminhamento se preenche este se preenche aquele se eacute dor tiacutepica ou atiacutepica Eacute 100 melhor e outra coisa a dificuldade de aplicar este no comeccedilo para quem trabalha aqui na unidade ta quem eacute que vai fazer o eletro Eacute o enfermeiro do acolhimento ou o enfermeiro laacute dentro Ou eacute um residente Porque todo mundo quer aprender jaacute vecirc o traccedilado eacute interessante Mas tem dia que ta calmo mas tem dia que eacute uma loucura tu natildeo sabe para que lado olhar estes dias eu cheguei olhei pra Ana e ela olhou pra mim e a gente ficou assim oh o que fazer Ai tem que ver quem vai fazer o eletro Porque agraves vezes para o

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enfermeiro do acolhimento eacute uma ficha atraacutes da outra e agraves vezes tu pensa ah natildeo eacute nada o paciente ta ali quietinho e pode ser um infarto um AVC 1Dados de identificaccedilatildeo (ENTREVISTA 3) Nome do profissional ldquoEnfermeiro 3rdquo Idade 33 Cargo Enfermeira Residente Tempo de trabalho na profissatildeo 10 anos Tempo de trabalho na instituiccedilatildeo 2 anos Tempo de trabalho na emergecircncia 2 anos Possui Poacutes graduaccedilao ( ) Natildeo (x ) Sim ( ) Especializaccedilatildeo Especificar Sauacutede Puacuteblica ( ) Mestrado ( ) Doutorado 2 Roteiro para Entrevista 21 Como vocecirc avalia a utilizaccedilatildeo do Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado R Eu achei bem vaacutelido vai auxiliar para triar melhor mas achei meio longo demorado para usar tem vaacuterios detalhes que natildeo perguntamos na triagem como antecedentes cardiovasculares haacutebitos como tabagismo isso nem sempre a gente pergunta Mas eu acho que ajuda de qualquer maneira qualifica mais a triagem porque identifica mais fatores de risco ou natildeo 22 Como vocecirc avalia a estrutura o formato e os fluxos de encaminhamentos contidos no Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado R Para a gente usar no HU fica um pouco confuso para aplicar na praacutetica pois jaacute estamos acostumadas a usar o outro modelo Este modelo natildeo tem a cor laranja e como eu disse antes satildeo muitas perguntas para a pessoa que jaacute estaacute com dor ter que responder Fazer ele completo eacute difiacutecil tu natildeo vai ter tempo para perguntar tudo isso 23 Aponte as vantagensfacilidades e desvantagensdificuldades da utilizaccedilatildeo deste Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem pelo enfermeiro no acolhimento do HU Vantagens ndash qualifica a triagem vai avaliar melhor os riscos de ser mesmo um infarto uma siacutendrome coronariana Ele eacute mais especiacutefico para a dor toraacutecica o nosso usado eacute mais geral

137

Desvantagens ndash achei ele um pouco longo o modelo do nosso eacute mais objetivo porque eacute numa folha soacute eacute mais objetivo Para noacutes demora fazer todas aquelas perguntas 24 Vocecirc considera este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem aplicaacutevel para o acolhimento na emergecircncia do HU Justifique RSim Eacute aplicaacutevel com certeza a gente atende vaacuterios casos de dor toraacutecica e vai estar ajudando a classificar vai estar facilitando Eacute mais um instrumento aleacutem de soacute a intensidade da dor tem mais paracircmetros avalia melhor uma situaccedilatildeo grave 25 Na sua opiniatildeo qual (quais) a (s) diferenccedila (s) em utilizar este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem em relaccedilatildeo ao protocolo que jaacute vecircm sendo utilizado na instituiccedilatildeo R como eu falei apesar da dificuldade pelo tamanho tem mais perguntas a fazer mas ele aborda mais aspectos para identificar o risco de uma situaccedilatildeo grave Ele pode ser readequado para a gente ter mais embasamento Eu acho que daacute para tentar adaptar deixar mais objetivo numa folha soacute mas eacute vaacutelido sim tem essa necessidade O nosso eacute incompleto agraves vezes eacute insuficiente 1Dados de identificaccedilatildeo (ENTREVISTA 4) Nome do profissional ldquoEnfermeiro 4rdquo Idade 38 Cargo Enfermeira Efetiva Tempo de trabalho na profissatildeo 16 anos Tempo de trabalho na instituiccedilatildeo 1 ano Tempo de trabalho na emergecircncia 1 ano Possui Poacutes graduaccedilao ( ) Natildeo (X ) Sim ( ) Especializaccedilatildeo Especificar Sauacutede da famiacutelia ( ) Mestrado ( ) Doutorado 2 Roteiro para Entrevista 21 Como vocecirc avalia a utilizaccedilatildeo do Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado R Eu acho que ele ajudou porque no momento eu consigo ver no fluxograma um suspeita no caso de IAM ou se eacute uma dor atiacutepica acho

138

que ele me deu uma boa noccedilatildeo porque a gente tem muitos casos de dor toraacutecica aqui 22 Como vocecirc avalia a estrutura o formato e os fluxos de encaminhamentos contidos no Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado R A uacutenica coisa que ficou complicado eacute que noacutes usamos aqui o vermelho natildeo o laranja eacute aqui neste natildeo tem Mas eu achei legal 23 Aponte as vantagensfacilidades e desvantagensdificuldades da utilizaccedilatildeo deste Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem pelo enfermeiro no acolhimento do HU R A vantagem eacute que o fluxograma me ajuda a avaliar maior chance de ter uma dor tiacutepica ou atiacutepica ne considerando os fatores de risco considerando se a pessoa ta com o sintoma no momento se tem antecedentes isso ajuda Desvantagem ndash natildeo vi desvantagem achei bem legal R Ah eacute porque aqui se tem dor toraacutecica soacute ir seguindo eacute parecido com o que a gente usa ali eu achei faacutecil 24 Vocecirc considera este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem aplicaacutevel para o acolhimento na emergecircncia do HUJustifique R Eu acho que daacute porque a gente tem bastante caso de dor toraacutecica e ajuda a ter uma ideacuteia porque chega pessoa de 60 anos e chega pessoa com 20 anos e dormecircncia no braccedilo entatildeo acho que ele ajuda bastante 25 Na sua opiniatildeo qual (quais) a (s) diferenccedila (s) em utilizar este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem em relaccedilatildeo ao protocolo que jaacute vecircm sendo utilizado na instituiccedilatildeo R Ele te daacute uma noccedilatildeo do que se trata os fatores de risco antecedentes cardiovasculares sabendo que isso influencia ne em ter uma maior chance de IAM ajuda muito e ali no outro natildeo tem Esse eacute bem completo eu acho 1Dados de identificaccedilatildeo (ENTREVISTA 5) Nome do profissional ldquoEnfermeiro 5rdquo Idade 29 anos Cargo enfermeira efetiva Tempo de trabalho na profissatildeo 4 anos Tempo de trabalho na instituiccedilatildeo 4 anos

139

Tempo de trabalho na emergecircncia 4 anos Possui Poacutes graduaccedilao ( ) Natildeo (x) Sim(X) Especializaccedilatildeo Especificar Sauacutede Puacutelbica ( ) Mestrado ( ) Doutorado 2 Roteiro para Entrevista 21 Como vocecirc avalia a utilizaccedilatildeo do Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado R Eu achei ele um pouco complicado de usar Eu natildeo tive oportunidade de usar muitas vezes acho que umas 5 ou 6 vezes entatildeo eu acho que talvez por isso A primeira vez que eu usei fiquei um pouco perdida por mais que eu tivesse lido vc tivesse me mostrado Entatildeo eu achei ele um pouco difiacutecil mas eu acredito que com o passar do tempo ele se torne bem uacutetil porque ele eacute bem detalhado Soacute que no momento que tu vai fazer a entrevista do paciente como tu natildeo tinha muita intimidade com ele praacutetica eu me sentia muito perdida porque tinha que olhar para muitos itens sabe mas eu acredito que com o passar do tempo e tendo experiecircncia nele assim como no de Manchester no iniacutecio tambeacutem foi um pouco complicado ne Mas por ser novo e eu ter usado pouco pois fiquei 2 meses de feacuterias 22 Como vocecirc avalia a estrutura o formato e os fluxos de encaminhamentos contidos no Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado R Ele auxilia bastante na tomada de decisatildeo realmente ele traz o motivo traz as coisas baacutesicas que tem que perguntar para o paciente para ver se eacute uma dor tiacutepica atiacutepica se ele precisa ser atendido dentro de um protocolo de dor toraacutecica ne que fala de eletro em 10 minutos tempo porta-agulha porta-balatildeo entatildeo pra isso ele eacute bom porque tem fatores de risco antecedentes tudo isso satildeo coisas que tem que saber E o Manchester ele eacute bem mais pontual ne Esse eacute um pouquinho mais demorado ele eacute grande eu acho ele eacute pra ti usar assim raacutepido ele eacute um pouco grande Eu acho o Manchester mais faacutecil Ele eacute bem auto-explicativo sabe mas as vezes eu ficava meio em duacutevida na hora de que eu usava sabe porque por exemplo se era soacute 1 jaacute caia no dor tiacutepica eu sentia um pouco de duacutevida na hora de usar Ele eacute bem auto-explicativo acredito que com o tempo seria faacutecil de usar Eu tinha um pouco de dificuldade natildeo com a dor tiacutepica a dor tiacutepica era faacutecil de

140

identificar dentro desse instrumento mas a dor atiacutepica eu tive dificuldade 23 Aponte as vantagensfacilidades e desvantagensdificuldades da utilizaccedilatildeo deste Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem pelo enfermeiro no acolhimento do HU REu acho que o tamanho dele eu jaacute falei a desvantagem era realmente muito longo e por natildeo ter intimidade com ele eu acho ele meio difiacutecil de usar essa eacute a desvantagemE a vantagem eacute que ele eacute bem auto-explicativo natildeo tem como tu natildeo esquecer de nada porque ta tudo aqui os fatores de risco de ne sintomas se tem problema na famiacutelia isso tudo explica tudo Neste ponto ele eacute muito bom 24 Vocecirc considera este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem aplicaacutevel para o acolhimento na emergecircncia do HUJustifique REu acho que sim Soacute precisa realmente ter mais eacute mas realmente intimidade com ele se habituar a usar saber como usar ele adequadamente 25 Na sua opiniatildeo qual (quais) a (s) diferenccedila (s) em utilizar este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem em relaccedilatildeo ao protocolo que jaacute vecircm sendo utilizado na instituiccedilatildeo REu acho o protocolo de dor toraacutecica ele eacute mais raacutepido do que esse aqui ele tem poucos pontos para se observar soacute que ele eacute muito geneacuterico assim ele natildeo traz coisaseacute qualquer dor toraacutecica Aqui ele traz mais com casos na dor toraacutecica cardioloacutegica Entatildeo neste ponto voltado para a cardiologia esse aqui eacute melhor neste ponto Mas pela facilidade e agilidade aquele eacute melhor ele eacute mais raacutepido Soacute que voltado para a dor toraacutecica eacute melhor eacute mais explicativo Acredito que ele te leva a fazer uma triagem bem feita cardiologicamente falando 1Dados de identificaccedilatildeo (ENTREVISTA 6) Nome do profissional Enfermeiro 6 Idade 27 anos Cargo enfermeira residente Tempo de trabalho na profissatildeo 45 anos Tempo de trabalho na instituiccedilatildeo 2 anos Tempo de trabalho na emergecircncia 2 anos Possui Poacutes graduaccedilao ( ) Natildeo (x) Sim(X) Especializaccedilatildeo Especificar urgecircncia emergecircncia e APH ( ) Mestrado ( ) Doutorado

141

2 Roteiro para Entrevista 21 Como vocecirc avalia a utilizaccedilatildeo do Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado O instrumento foi importante guiou melhor a conduta a ser seguida ao realizar o acolhimento 22 Como vocecirc avalia a estrutura o formato e os fluxos de encaminhamentos contidos no Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado Eu achei o formato do fluxograma um pouco complicado de entender continha bastante informaccedilotildees mas ao mesmo tempo auxiliava para a triagem das cores que o paciente se encaixaria 23 Aponte as vantagensfacilidades e desvantagensdificuldades da utilizaccedilatildeo deste Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem pelo enfermeiro no acolhimento do HU Vantagens auxilia na classificaccedilatildeo por coresgravidade Desvantagem longo e demorado para aplicar Leva mais tempo para realizar o acolhimento Facilidades melhora a triagem sendo mais corretas pois verifica-se comorbidade e encaminha bem certo como proceder conforme sintomas e comorbidades Dificuldades de contatar o poacutes atendimento com o medico (diagnoacutestico) verificar se fez ECG 24 Vocecirc considera este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem aplicaacutevel para o acolhimento na emergecircncia do HU Justifique Ele eacute aplicaacutevel mas deve ser melhorado (facilitado a leitura para aplicaccedilatildeo mais raacutepida) acho que para o desfecho eacute complicado a enfermeira do acolhimento conseguir acompanhar 25 Na sua opiniatildeo qual (quais) a (s) diferenccedila (s) em utilizar este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem em relaccedilatildeo ao protocolo que jaacute vecircm sendo utilizado na instituiccedilatildeo O Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica eacute bem mais completo e facilita a identificaccedilatildeo real de um provaacutevel evento cardiacuteaco Jaacute o protocolo da instituiccedilatildeo eacute mais sucinto

142

1Dados de identificaccedilatildeo (ENTREVISTA 7) Nome do profissional ldquoEnfermeiro 7rdquo Idade 28 Cargo Enfermeira Residente Tempo de trabalho na profissatildeo 2 anos Tempo de trabalho na instituiccedilatildeo 2 anos Tempo de trabalho na emergecircncia 2 anos Possui Poacutes graduaccedilao (x ) Natildeo ( ) Sim ( ) Especializaccedilatildeo Especificar -___________ ( ) Mestrado ( ) Doutorado 2 Roteiro para Entrevista 21 Como vocecirc avalia a utilizaccedilatildeo do Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado R Achei que ele eacute praacutetico didaacutetico e de faacutecil aplicaccedilatildeo 22 Como vocecirc avalia a estrutura o formato e os fluxos de encaminhamentos contidos no Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado R De faacutecil aplicaccedilatildeo e facilita encaminhamento e tomada de decisatildeo 23 Aponte as vantagensfacilidades e desvantagensdificuldades da utilizaccedilatildeo deste Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem pelo enfermeiro no acolhimento do HU R Vantagens ndash avaliaccedilatildeo do enfermeiro agilidade do processo recuperaccedilatildeo do paciente Desvantagens ndash natildeo tem R Facilidade ndash aplicaccedilatildeo agilidade Dificuldade ndash o serviccedilo natildeo aceitaraacute pedido de ECG com carimbo do enfermeiro 24 Vocecirc considera este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem aplicaacutevel para o acolhimento na emergecircncia do HUJustifique R Sim Pela facilidade de aplicaccedilatildeo e diferenciaccedilatildeo do caso de dor toraacutecica ser IAM ou natildeo Agilidade do atendimento do paciente 25 Na sua opiniatildeo qual (quais) a (s) diferenccedila (s) em utilizar este

143

Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem em relaccedilatildeo ao protocolo que jaacute vecircm sendo utilizado na instituiccedilatildeo R Este daacute mais seguranccedila na hora de classificar a sintomatologia do paciente

144

145

ANEXOS

146

147

ANEXO A - INSTRUMENTO ADAPTADO DO PROTOCOLO DE MANCHESTER

IacuteNDICE DE FLUXOGRAMAS

Nordm QUEIXA PRINCIPAL (motivo da vinda ao

hospital) PAacuteGINA

01 ASMA 01

02 AUTO-AGRESSAtildeO (TENTATIVA DE

SUICIDIO) 02

03 CEFALEIA 03

04 COMPORTAMENTO ESTRANHO 04

05 CONVULSOtildeES 05

06 CORPO ESTRANHO 06

07 DIABETES HISTOacuteRIA DE 07

08 DIARREIA 08

09 DISPNEIA 09

10 DOENCcedilA HEMATOLOacuteGICA 10

11 DOENCcedilA MENTAL 11

12 DOENCcedilAS SEXUALMENTE

TRANSMISSIacuteVEIS 12

148

13 DOR ABDOMINAL 13

14 DOR CERVICAL 14

15 DOR DE GARGANTA 15

16 DOR LOMBAR 16

17 DOR TESTICULAR 17

18 DOR TORACICA 18

19 EMBRIAGUES APARENTE 19

20 ERUPCcedilAtildeO CUTAcircNEA 20

21 ESTADO DE INCONSCIEcircNCIA 21

22 EXPOSICcedilAtildeO A AGENTES QUIacuteMICOS 22

23 FERIDAS 23

24 GRAVIDEZ 24

25 HEMORRAGIA DIGESTIVA 25

26 HEMORRAGIA VAGINAL 26

27 MAL ESTAR EM ADULTO 27

28 INFECCCcedilOtildeES LOCAIS E ABSCESSOS 28

29 MORDEDURAS E PICADAS 29

30 PROBLEMAS DENTAacuteRIOS 30

31 PROBLEMAS EM EXTREMIDADES

(MEMBROS) 31

149

32 PROBLEMAS NASAIS 32

33 PROBLEMAS NOS OUVIDOS 33

34 PROBLEMAS OFTALMOLOacuteGICOS 34

35 PROBLEMAS URINAacuteRIOS 35

36 QUEDAS 36

37 QUEIMADURAS 37

38 QUEIXAS ANAIS 38

39 SUPERDOSAGEM E ENVENENAMENTO

(intoxicaccedilotildees exoacutegenas) 39

40 TRAUMA CRAcircNIO-ENCEFALICO 40

41 VERTIGEM E TONTURAS 41

42 VOcircMITOS 42

150

FLUXOGRAMA 18 - DOR TORAacuteCICA

151

ANEXO B - FLUXOGRAMA DE TRIAGEM CARDIOLOacuteGICA DE ENFERMAGEM

VIEIRA AC Implementation and Evaluation of a Nursing Protocol for Chest Pain in a Hospital Emergency Service 2014 151p Dissertation (Master) Multidisciplinary Masters Programme in Health Federal University of Santa Catarina Florianoacutepolis 2014 Advisor Dr Katia Cyllene Godinho Bertoncello

ABSTRACT

The evaluation of chest pain is a complex and frequent assignment of nurses in hospital emergency departments In Brazil cardiovascular diseases worldwide incidence reflection of the leading causes of death Chest pain is regarded as a primary symptom for Acute Coronary Syndrome therefore a concern of health professionals and patients Despite the scale of the complaints of chest pain in emergency departments deficiency of the standardization of approaches for Nursing and studies for construction of care protocols Therefore this study proposed the implementation of a protocol for evaluation of chest pain in Home Service with Risk Rating ( SACR ) of the Emergency Department of a University Hospital in the South which has no specific protocols of Nursing We opted for a protocol developed and used in service excellence in the country the Albert Einstein Jewish Hospital in Satildeo Paulo SP This is a qualitative research cross-sectional prospective and descriptive The development of this study was guided by two main components the recognition profile of the patient with chest pain attended the service and the identification of the evaluation of the protocol suggested by the nurses SACR The data obtained showed a demand for female patients with chest pain significantly (657 ) featuring low male demand for health services Most bit - urgent cases (66 ) versus (45 ) emerging stands out the classification of nurses stating emerging in 507 of ratings and little - urgent in 224 which reflects an appreciation of pain chest by professionals when using the protocol There was a significant incidence of risk factors for AMI associated with chest pain 478 of patients were hypertensive and 269 of them have a family history of coronary artery disease Regarding the evaluation of the protocol

performed by nurses data obtained realize that there is a consensus among nurses suggested that the protocol prioritizes compliance with Acute Coronary Syndrome identifies the best kind of pain giving support to your practice and being considered useful and applicable to the service This study enabled us to recognize that the suggested protocol is in line with the reality of action by nurses in risk rating which currently use a general tool not directed to Nursing Thus it will be presented to the Board of Nursing HU for possible institutionalization Keywords Chest Pain Acute Coronary Syndrome Emergency Nursing Risk Rating Protocols

LISTA DE ABREVIATURAS

APS Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede AVC Acidente Vascular Cerebral DAC Doenccedila Arterial Coroniana HIAE Hospital Israelita Albert Einstein HU Hospital Universitaacuterio IAM Infarto Agudo do Miocaacuterdio SCA Siacutendrome Coronariana Aguda SEA Serviccedilo de Emergecircncia Adulto SACR Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco SEI Serviccedilo de Emergecircncia Interna UFSC Universidade Federal de Santa Catarina

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Sistema operacional Sestatnet para caacutelculo da amostra 54

Figura 2 - Distribuiccedilatildeo percentual da Classificaccedilatildeo de Risco dos

pacientes que procuraram o SEA do HUUFSC de acordo com o

protocolo proposto (Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de

Enfermagem do HIAE) Florianoacutepolis-SC 2014 76

Figura 3 - Distribuiccedilatildeo percentual dos diagnoacutesticos meacutedicos

encontrados na Classificaccedilatildeo dos pacientes com dor toraacutecica

Florianoacutepolis-SC 2014 79

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Nordm de pacientes atendidos anualmente no SEA do HU

51

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Caracterizaccedilatildeo dos pacientes com queixa de dor

toraacutecica que procuraram o Serviccedilo de Emergecircncia do HUUFSC

ndash Florianoacutepolis ndash SC 2013-2014 69

Tabela 2 - Distribuiccedilatildeo da avaliaccedilatildeo da Utilizaccedilatildeo do Protocolo

Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem do HIAE

FlorianoacutepolisndashSC 2014 94

Tabela 3 - Distribuiccedilatildeo da avaliaccedilatildeo das vantagens eou

desvantagens em utilizar o protocolo Fluxograma de Triagem

Cardioloacutegica de Enfermagem do HIAE FlorianoacutepolisndashSC2014 98

Tabela 4 - Distribuiccedilatildeo da avaliaccedilatildeo da estrutura formato e

fluxos de encaminhamentos contidos no Protocolo Fluxograma

de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem do HIAE Florianoacutepolisndash

SC 2014 99

Tabela 5 - Distribuiccedilatildeo da avaliaccedilatildeo da diferenccedila em utilizar o

Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem e do

Protocolo Institucional Adaptado de Manchester 102

Tabela 6 - Distribuiccedilatildeo da avaliaccedilatildeo da aplicabilidade do

protocolo ao serviccedilo Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de

Enfermagem ao acolhimento da emergecircncia FlorianoacutepolisndashSC

2014 103

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 21

2 OBJETIVOS 27

21 Objetivo Geral 27

22 Objetivos Especiacuteficos 27

3 REVISAtildeO DE LITERATURA 29

31 MANUSCRITO 1 ATUACcedilAtildeO DO ENFERMEIRO FRENTE AO PACIENTE COM DOR TORAacuteCICA NOS SERVICcedilOS DE EMERGEcircNCIA HOSPITALAR uma revisatildeo integrativa da literatura 31

4 METODOLOGIA 49

41 TIPO DE PESQUISA 49

42 LOCAL DA PESQUISA 49

43 POPULACcedilAtildeO DO ESTUDO E AMOSTRA 52

44 COLETA DE DADOS 54

45 ETAPAS DA PESQUISA 55

46 CONSIDERACcedilOtildeES EacuteTICAS 57

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 59

51 MANUSCRITO 2 - O PERFIL DO PACIENTE COM DOR TORAacuteCICA DO SERVICcedilO DE EMERGEcircNCIA ADULTO DE UM HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO DO SUL DO BRASIL 61

52 A AVALIACcedilAtildeO DOS ENFERMEIROS DE UM SERVICcedilO DE EMERGEcircNCIA HOSPITALAR SOBRE A UTILIZACcedilAtildeO DE UM PROTOCOLO PARA A DOR TORAacuteCICA VALIDADO EM UM SERVICcedilO DE REFEREcircNCIA 89

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 109

REFEREcircNCIAS 113

APENDICES 123

APENDICE A - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (GRUPO 01) 125

APENDICE B - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (GRUPO 02) 127

APEcircNDICE C ndash ROTEIRO DE ENTREVISTA SEMI-ESTRUTURADO 131

APEcircNDICE D ndash ENTREVISTA COM OS ENFERMEIROS 133

ANEXOS 145

ANEXO A - INSTRUMENTO ADAPTADO DO PROTOCOLO DE MANCHESTER 147

ANEXO B - FLUXOGRAMA DE TRIAGEM CARDIOLOacuteGICA DE ENFERMAGEM 151

21

1 INTRODUCcedilAtildeO

A avaliaccedilatildeo da dor segue como um desafio aos profissionais de sauacutede nos serviccedilos de emergecircncia hospitalar devido agrave subjetividade e dificuldades em sua mensuraccedilatildeo De acordo com a Associaccedilatildeo Internacional para o Estudo da Dor a dor eacute definida como ldquoexperiecircncia sensorial e emocional desagradaacutevel associada a um dano real ou potencial dos tecidos ou descrita em termos de tal dano Sempre eacute subjetiva e cada indiviacuteduo aprende a utilizar este termo por meio de suas experiecircnciasrdquo (MERSKEY et al 1979 p249) Apesar de sua subjetividade avaliar a dor configura-se em uma tarefa essencial ao trabalho da Enfermagem agrave medida que eacute um sintoma importante para a investigaccedilatildeo do quadro cliacutenico do paciente Para que natildeo haja subtratamento da dor eacute necessaacuterio ao enfermeiro dispensar especial atenccedilatildeo uma vez que o ato de medir o fenocircmeno aacutelgico requer observaccedilatildeo escuta atenta e sobretudo acreditar na queixa dolorosa que o paciente refere (MORAIS et al 2009)

Com o objetivo de conferir maior relevacircncia agrave avaliaccedilatildeo da dor e consequentemente conscientizaccedilatildeo da importacircncia desta atribuiccedilatildeo por parte dos profissionais de sauacutede a Sociedade Americana da Dor a cita pela primeira vez como 5ordm sinal em vital (AMERICAN PAIN SOCIETY 1999) No entanto a sensaccedilatildeo dolorosa embora seja um indicativo de alteraccedilotildees e distuacuterbios fiacutesicos ou psicoloacutegicos ainda natildeo eacute considerada uma prioridade quando comparada a outros sinais vitais visto que por sua relaccedilatildeo com a subjetividade haacute uma tendecircncia em muitas vezes ser desacreditada ou desvalorizada por profissionais de sauacutede (SOCIEDADE BRASILEIRA PARA O ESTUDO DA DOR 2013)

A avaliaccedilatildeo da dor juntamente com os sinais vitais e o registro sistemaacutetico e perioacutedico de sua intensidade eacute fundamental para que se acompanhe a evoluccedilatildeo dos pacientes e se realize os

22

ajustes necessaacuterios ao tratamento (SOCIEDADE BRASILEIRA PARA O ESTUDO DA DOR 2013)

Reafirmando a necessidade de considerar a dor como prioridade no tratamento estudos revelam que a maioria dos pacientes que procuram os serviccedilos de emergecircncia refere algum tipo de dor Neste sentido a sua avaliaccedilatildeo correta durante o acolhimento eacute essencial para uma classificaccedilatildeo na prioridade adequada Referente agrave subjetividade da dor os aspectos culturais de expressatildeo verbal expressotildees corporais e alteraccedilotildees de comportamento devem ser considerados (GRUPO BRASILEIRO DE CLASSIFICACcedilAtildeO DE RISCO 2010)

Dentre os diversos tipos de dor encontra-se a dor toraacutecica um sintoma que pode ser desencadeado por um amplo espectro de afecccedilotildees Na vigecircncia deste tipo de dor faz-se relaccedilatildeo imediata com a causa cardioloacutegica por ser sinal especiacutefico claacutessico para a Siacutendrome Coronariana Aguda (SCA) Em contraponto autores elencaram na literatura que metade dos pacientes com dor toraacutecica natildeo tem causa cardiacuteaca para seus sintomas ocorrendo portanto muitas abordagens inadequadas para sua avaliaccedilatildeo principalmente em unidades de emergecircncia (RIOS et al 2010)

Embora a causa cardiacuteaca natildeo seja a mais incidente na decorrecircncia de dor toraacutecica haacute que ser considerada no atendimento do enfermeiro ao paciente com esta queixa visando o tempo-ouro do atendimento em caso de isquemia miocaacuterdica Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia nestes casos o tempo decorrente entre a chegada do paciente ao serviccedilo de emergecircncia ateacute a realizaccedilatildeo do eletrocardiograma natildeo deve exceder a 10 minutos (PIEGAS et al 2009) Nota-se portanto a importacircncia de uma avaliaccedilatildeo raacutepida e precisa na classificaccedilatildeo de risco realizada pelo enfermeiro

Embora exista elevada prevalecircncia da dor toraacutecica nos serviccedilos de emergecircncia a padronizaccedilatildeo no atendimento a estes pacientes ainda eacute deficiente o que pode resultar em atraso na instituiccedilatildeo da medida terapecircutica adequada em casos cliacutenicos graves (FARIAS MOREIRA 2012) A abordagem do paciente com queixas de dor toraacutecica nos serviccedilos de emergecircncia eacute uma

23

preocupaccedilatildeo das disciplinas da aacuterea da sauacutede e permanece em discussatildeo segundo referem Rios et al (2010)

Para os autores a reduccedilatildeo dos eventos coronarianos ocorre quando a SCA eacute tratada de acordo com evidecircncias de eficaacutecia comprovada e o uso de protocolos surge como um instrumento de otimizaccedilatildeo da qualidade de atendimento (FARIAS MOREIRA 2012)

Em um Hospital Universitaacuterio (HU) do sul do Brasil onde foi desenvolvido este estudo especificamente no Serviccedilo de Emergecircncia Adulto (SEA) natildeo haacute protocolos para a maioria das injuacuterias que surgem no quotidiano de trabalho da equipe de Enfermagem Esta fragilidade vem a justificar o interesse desta pesquisa em sugerir a aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de um protocolo especiacutefico para a dor toraacutecica para o embasamento da praacutetica profissional dos enfermeiros Trata-se de um protocolo desenvolvido e utilizado em um centro de referecircncia do paiacutes ldquoO Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagemrdquo do Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE) de Satildeo PauloSP Este protocolo foi elaborado em 2010 e atualizado em 2012 por um meacutedico cardiologista do HIAE Luciano Forlenza embora seja direcionado ao Serviccedilo de Enfermagem Ao conhecer este e demais estudos em desenvolvimento nos grandes centros com atendimento em unidades de Emergecircncia como os hospitais da regiatildeo sudeste centro-oeste e sul onde a grande maioria jaacute possui protocolos de avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica eacute que a proposta deste projeto tomou fundamentos para seu desenvolvimento

Durante minha praacutetica profissional em dois anos enquanto enfermeira residente no SEA do HU em observaccedilatildeo empiacuterica em serviccedilo princiacutepio dos Programas de Residecircncia Multiprofissionais vivenciei a necessidade de um instrumento cientiacutefico para assegurar as accedilotildees de Enfermagem para a Classificaccedilatildeo de Risco durante o Acolhimento dos pacientes atendidos O Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco (SACR) do HU foi implantado em agosto de 2011 Utilizando-se a tiacutetulo de fundamento nas classificaccedilotildees um instrumento adaptado do Protocolo de Triagem de Manchester (MACKAWAY-JONES 1997) desenvolvido pela proacutepria instituiccedilatildeo No entanto

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este instrumento natildeo se torna satisfatoacuterio para estratificar o risco das condiccedilotildees cliacutenicas em geral tampouco em casos de dor toraacutecica agrave medida que natildeo haacute especificidade e detalhamento da sintomatologia e sinais cliacutenicos de gravidade Ainda natildeo houve desde o iniacutecio da implantaccedilatildeo do SACR quaisquer avaliaccedilotildees da precisatildeo e da acuraacutecia das classificaccedilotildees bem como sustentaccedilatildeo dos seus niacuteveis de evidecircncia

Enquanto enfermeira residente vislumbrei a essencialidade do conhecimento e a correta avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica considerando tambeacutem que a principal causa de morte no Brasil e no mundo durante deacutecadas e prevalecendo ainda na atualidade satildeo as doenccedilas do aparelho circulatoacuterio E dentre estas o Infarto Agudo do Miocaacuterdio (IAM) eacute apontado como segundo lugar no ranking das afecccedilotildees (BRASIL 2008)

Embora natildeo se trate de um serviccedilo com especialidade em cardiologia o SEA do HU atende a uma populaccedilatildeo consideraacutevel de pacientes que procuram a instituiccedilatildeo referindo a dor toraacutecica Foi possiacutevel comprovar esta demanda quando finalizei a primeira pesquisa sobre o perfil do paciente com dor toraacutecica no Trabalho de Conclusatildeo de Curso do Programa de Residecircncia onde verifiquei que cerca de 880 pacientes anualmente procuram o HU relatando dor toraacutecica como queixa principal e motivo de procura pelo serviccedilo acarretando em que esta seja considerada a quinta principal queixa atendida na unidade

Eacute necessaacuterio que a instituiccedilatildeo e a equipe de meacutedicos e enfermeiros estejam treinadas e equipadas com uma ferramenta que os auxilie no manejo dos pacientes acometidos com dor toraacutecica sistematizando o cuidado e tornando-o mais organizado O enfermeiro que atua nesse setor deve ter conhecimento cientiacutefico e tomar decisotildees raacutepidas e concretas reconhecendo situaccedilotildees que oferecem riscos aos pacientes ter familiaridade com a SCA Dessa forma a utilizaccedilatildeo de protocolos eacute fundamental na otimizaccedilatildeo do atendimento controle dos fatores de riscos cardiovasculares para a melhoria da qualidade de vida e aumento da sobrevida dessas pessoas (FERREIRA MADEIRA 2011)

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Partindo do protocolo de Enfermagem para avaliaccedilatildeo de dor toraacutecica utilizado no Hospital Israelita Albert Einstein considerado um centro de referecircncia acredita-se que este estudo seraacute congruente com as necessidades do SACR do HU uma vez que os protocolos satildeo gerados a partir da identificaccedilatildeo de fragilidades do serviccedilo

Para desenvolver este estudo partir-se-aacute da seguinte questatildeo norteadora Qual o perfil do paciente com queixa de dor toraacutecica do Serviccedilo de Emergecircncia Adulto do HU E qual a avaliaccedilatildeo dos enfermeiros do serviccedilo ao utilizar um protocolo de Enfermagem especiacutefico para a dor toraacutecica durante a Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes com esta queixa

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2 OBJETIVOS

21 OBJETIVO GERAL

Avaliar a utilizaccedilatildeo do Protocolo ldquoFluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagemrdquo para a Praacutetica de Enfermagem durante a Classificaccedilatildeo de Risco no Serviccedilo de Emergecircncia Adulto de um Hospital Universitaacuterio do Sul do Paiacutes

22 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

- Identificar e avaliar o perfil dos pacientes atendidos com dor toraacutecica no SACR do Serviccedilo de Emergecircncia Adulto de um Hospital Universitaacuterio do Sul do Paiacutes

- Aplicar e avaliar a utilizaccedilatildeo do protocolo ldquoFluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagemrdquo do HIAE no SACR do Serviccedilo de Emergecircncia do HU

- Analisar a viabilidade da utilizaccedilatildeo do Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem do HIAE para a Emergecircncia Adulto do HU

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3 REVISAtildeO DE LITERATURA

A revisatildeo de literatura deste estudo seraacute apresentada em forma de manuscrito Mediante apresentaccedilatildeo deste trabalho em banca examinadora e devida aprovaccedilatildeo o manuscrito seraacute submetido agraves devidas correccedilotildees e enviado posteriormente para publicaccedilatildeo em perioacutedico indexado

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31 MANUSCRITO 1 ATUACcedilAtildeO DO ENFERMEIRO FRENTE AO PACIENTE COM DOR TORAacuteCICA NOS SERVICcedilOS DE EMERGEcircNCIA HOSPITALAR UMA REVISAtildeO INTEGRATIVA DA LITERATURA

Resumo A dor toraacutecica eacute uma das queixas mais frequumlentes referidas pelos pacientes no serviccedilo de emergecircncia hospitalar no Brasil Esta sintomatologia pode ser indicativo de diversas alteraccedilotildees fiacutesicas eou psicoloacutegicas desde uma crise de ansiedade ateacute o infarto agudo do miocaacuterdio Assim o enfermeiro que atua no serviccedilo de emergecircncia precisa ser capacitado a fim de conhecer as diversas etiologias que podem incorrer em dor toraacutecica e apto a reconhecer um possiacutevel sinal de gravidade Este estudo eacute uma revisatildeo integrativa de literatura que objetivou reunir estudos sobre a assistecircncia de Enfermagem ao paciente com dor toraacutecica no serviccedilo de emergecircncia hospitalar no periacuteodo de 2002 a 2014 Pesquisou-se em bases de dados eletrocircnicas nas diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia e nos acervos da Biblioteca do Ministeacuterio da Sauacutede (Brasil) Foram eleitos e submetidos agrave anaacutelise 30 estudos As categorias que emergiram foram Entendendo a Dor Toraacutecica Causas e Epidemiologia da Dor Toraacutecica Avaliaccedilatildeo da Dor Toraacutecica o uso de Protocolos Assistenciais Nos artigos analisados houve a citaccedilatildeo predominante da avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica enquanto desafio para o enfermeiro Devido agrave multicausalidade de fatores que podem a desencadear duacutevidas na classificaccedilatildeo da dor podem ocorrer O uso de protocolos surge como uma ferramenta de tecnologia em sauacutede com o objetivo de embasar cientificamente as praacuteticas do enfermeiro Palavra-chave Dor Toraacutecica Siacutendrome Coronariana Aguda Enfermagem em Emergecircncia Assistecircncia de Enfermagem

Abstract This study aimed to investigate the scientific assistance from nurse about the patient complaining of chest pain in hospital emergency departments Identify which aspects are graded Brazilian studies about nursing care to the patient with chest pain in hospital emergency servicesThis is a literature

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review conducted by research in electronic databases of Latin American Caribbean Health Sciences (LILACS) and the Medical Literature Retrieval System Online (MEDLINE) This study included national publications in the period 2002-2012 as well as guidelines of the Brazilian Society of Cardiology and the Treaty of Medical-Surgical Nursing as complementary Were selected and analyzed 16 studies the categories listed from this analysis causes of chest pain chest pain understanding treatment and evaluation of chest pain Articles were analyzed citation predominant evaluation of chest pain as a challenge for nurses Due to the multi-causality of factors that can trigger doubts in pain score may occur Given the above the use of protocols becomes a tool of health technology in order to scientifically support the practices of nurses Keywords Chest Pain Acute Coronary Syndrome Emergency Nursing Introduccedilatildeo

A dor toraacutecica eacute uma queixa frequente nos serviccedilos de

emergecircncia com base nos atendimentos anuais por dor toraacutecica nos EUA estima-se que aconteccedilam aproximadamente quatro milhotildees de atendimentos por dor toraacutecica ao ano no Brasil Considerando a mesma relaccedilatildeo entre estes paiacuteses nos EUA 5 a 15 dos pacientes que referem dor toraacutecica confirmam diagnoacutestico de Infarto Agudo do Miocaacuterdio calculando-se um quantitativo de 400 mil casos ao ano no Brasil (BASSAN 2002)

Este sintoma pode ser multicausal neste sentido pode ser indiacutecio de alteraccedilotildeesdistuacuterbios fiacutesicos ou psicoloacutegicos desde siacutendrome coronaacuteria aguda (SCA) uma simples contratura muscular ou ateacute mesmo siacutendrome do pacircnico Apesar da causa cardiovascular natildeo ser a mais incidente na decorrecircncia de dor toraacutecica eacute a mais temida devido agrave alta taxa mundial de mortalidade por doenccedilas cardiovasculares (ARAUacuteJO MARQUES 2007)

No Brasil as doenccedilascardiovasculares a reflexo da incidecircncia mundial constituem a principal causa de morte Especificamente em caso de dor toraacutecica sintoma claacutessico de

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doenccedila cardiovascular a padronizaccedilatildeo das medidas baseadas em evidecircncias cientiacuteficas previne desacertos na estratificaccedilatildeo de risco e promovem qualidade do atendimento de Enfermagem reduzindo a ocorrecircncia de danos irreversiacuteveis ao miocaacuterdio (BRASIL 2005) As pesquisas em qualidade do cuidado agrave sauacutede visam reduzir a distacircncia entre o ideal e o praticado nestes casos (ROCHA et al2010) A avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica por parte dos profissionais de sauacutede em geral eacute uma tarefa complexa apesar da elevada demanda de pacientes com dor toraacutecica nos serviccedilos de emergecircncia hospitalar a padronizaccedilatildeo da conduta ainda eacute deficiente o que pode gerar atraso no atendimento (FARIAS MOREIRA 2012) Desenvolvimento

Metodologia

A revisatildeo integrativa da literatura eacute um meacutetodo de estudo

que possibilita reunir e representar as evidecircncias cientiacuteficas acerca de um tema investigado para a melhoria da praacutetica cliacutenica (POMPEO ROSSI GALVAtildeO 2009) Permite averiguar na literatura estudos de diferentes abordagens sobre um determinado assunto reunindo-os e sintetizando-os a fim de obter-se uma conclusatildeo relevante para problemas idecircnticos (POMPEO ROSSI GALVAtildeO 2009) As fases metodoloacutegicas desta pesquisa foram identificaccedilatildeo do tema e da questatildeo de pesquisa busca na literatura categorizaccedilatildeo dos estudos anaacutelise dos estudos da revisatildeo integrativa interpretaccedilatildeo dos resultados siacutentese do conhecimento evidenciado nos artigos pesquisados O levantamento da literatura foi realizado em um recorte temporal de 12 anos no periacuteodo de 2002 a fevereiro de 2014 com o propoacutesito de obter estudos atualizados que abrangessem um nuacutemero consideraacutevel de informaccedilotildees do tema abordado para o embasamento da dissertaccedilatildeo de uma das autoras do artigo A pesquisa em base de dados ocorreu de junho de 2013 a janeiro de 2014

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Para a investigaccedilatildeo da produccedilatildeo cientiacutefica realizou-se uma busca de artigos nas seguintes bases de dados eletrocircnicas Literatura Latino-Americana do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) Medical Literature na Retrieval System On Line (MEDLINE) e Scientific Electronic Library Online (Scielo) Aleacutem das fontes de busca utilizaram-se tambeacutem diretrizes elaboradas pela Sociedade Brasileira de Cardiologia pesquisa virtual de documentos nos acervos da Biblioteca do Ministeacuterio da Sauacutede (Brasil) Para acesso a MEDLINE utilizou-se o portal Pub-Med para acesso agrave LILACS utilizou-se a Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS)

Optou-se pela seguinte estrateacutegia de busca organizaccedilatildeo de descritores para a busca eletrocircnica segundo a diferenciaccedilatildeo entre as bases de dados combinaccedilatildeo de quatro termos de busca (Descritores em Ciecircncias da Sauacutede ndash DeCSMeSH dor no peito siacutendrome coronariana aguda Enfermagem em emergecircncia e assistecircncia de Enfermagem) combinaccedilatildeo de termos boolianos (and or not or not)

Os criteacuterios de inclusatildeo para a seleccedilatildeo dos artigos da pesquisa foram artigos de pesquisa qualitativas e quantitativas sobre o tema estudos que apresentaram os descritores selecionados artigos publicados em portuguecircs artigos publicados na iacutentegra em perioacutedicos ou anais de eventos revisatildeo de literatura relatos de experiecircncia reflexatildeo teoacuterica publicados em perioacutedicos de bases de dados artigos publicados e indexados nas bases de dados Foram excluiacutedos publicaccedilotildees de trabalhos duplicados editoriais resumos em perioacutedicos ou anais de eventos materiais publicados em outros idiomas aleacutem de portuguecircs inglecircs e espanhol

Os artigos foram selecionados de acordo com a pertinecircncia na coleta de dados Inicialmente foi realizada leitura dos resumos identificando a sua relevacircncia para o objetivo do estudo Os materiais considerados vaacutelidos para o estudo foram organizados por completo em uma planilha do programa Excel for Windows conforme suas principais informaccedilotildees tiacutetulo autores ano de publicaccedilatildeo tipo de trabalho objetivos meacutetodos resultados e conclusotildees Cada estudo foi alistado numericamente aleacutem de lido de forma minuciosa Os dados obtidos foram analisados de

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modo a compor uma categorizaccedilatildeo por linhas de convergecircncia posteriormente sintetizados a fim de possibilitar o conhecimento da literatura sobre o tema abordado Entendendo a dor toraacutecica

A dor aguda eacute responsaacutevel por mais de dois terccedilos das

procuras aos serviccedilos de emergecircncia (IASP 2011) ldquoPossui iniacutecio suacutebito e estaacute relacionada a distuacuterbios traumaacuteticos infecciosos ou inflamatoacuterios Tende a desaparecer apoacutes cura da lesatildeo ou resposta a medicamentosrdquo (INCA 2001 p17) McCaffery e Pasero Dal Ponte et al(2008) colocam que ldquoa dor eacute uma queixa frequente que leva os pacientes agrave procura de um pronto socorro poreacutem muitas vezes este sintoma natildeo eacute bem abordado pela equipe de sauacutede que atua nos serviccedilos de emergecircnciardquo

Apesar da temaacutetica da dor natildeo ser tatildeo discutida quanto agrave sua relevacircncia o sintoma aacutelgico eacute um achado cliacutenico importante para a investigaccedilatildeo do distuacuterbio apresentado Estudos revelam por exemplo que a Siacutendrome Coronariana Aguda termo utilizado quando existe evidecircncia de isquemia miocaacuterdica ou infarto eacute responsaacutevel por 12 a 15 dos casos de dor toraacutecica nos serviccedilos de Emergecircncia nos EUA (MILLER GRANDER 2014)

Embora a sintomatologia dos pacientes com isquemia miocaacuterdica possa ser muito variaacutevel 75 a 85 dos pacientes nesta condiccedilatildeo apresentam dor toraacutecica como sintoma predominante (PIEGAS et al 2009) Por esta razatildeo em decorrecircncia desta dor geralmente o paciente e sua famiacutelia vivenciam uma seacuterie de sentimentos como anguacutestia e medo da morte pela relaccedilatildeo social desta dor com a gravidade Ao enfrentar um IAM cada paciente poderaacute reagir de uma forma distinta em virtude do sexo idade crenccedila cultura papel familiar fatores psicoloacutegicos e ateacute mesmo o ambiente (SANTOS ARAUacuteJO 2003)

Entender o significado da doenccedila para o paciente eacute de grande relevacircncia para o cuidado da Enfermagem visto que a falta de conhecimentos sobre os possiacuteveis sentimentos do

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paciente proporcionam um cuidado empiacuterico que pode dificultar o estabelecimento de paracircmetros e dimensotildees para a assistecircncia qualificada O IAM pode desencadear sofrimento aleacutem de fiacutesico o emocional vinculado ao referido medo da morte e da invalidez O estresse gerado por estes sentimentos pode aumentar a demanda de oxigecircnio e comprometer o quadro cliacutenico instalado confirmando a necessidade do conhecimento das possiacuteveis sensaccedilotildees do paciente por parte do enfermeiro (SANTOS ARAUacuteJO 2003)

Sabe-se que os pacientes que procuram atendimento nos serviccedilos de emergecircncia com dor toraacutecica podem ou natildeo estar passando por processo patoloacutegico A intensidade dos sintomas causa apreensatildeo e questionamentos que levam a buscar o entendimento da situaccedilatildeo Os enfermeiros satildeo profissionais responsaacuteveis por atendimento nos aspectos teacutecnicos da condiccedilatildeo cliacutenica mas tambeacutem deve atender as necessidades psicoloacutegicas e espirituais aliviando os seus temores que poderatildeo por si agravar o quadro cliacutenico (ARAUacuteJO MARQUES 2007)

As pessoas com dor toraacutecica isquecircmica satildeo em geral responsaacuteveis por uma famiacutelia como fonte de apoio psico-emocional e financeiro tendo papel fundamental Por esta razatildeo a preocupaccedilatildeo com os familiares eacute imediata o que tambeacutem pode ocasionar aumento do consumo de oxigecircnio e a dor pode estender a aacuterea infartada e acarretar maiores complicaccedilotildees O conhecimento desta condiccedilatildeo sobre os significados da dor para o paciente eacute de extrema importacircncia para toda equipe de sauacutede que atua na sala de emergecircncia O conhecimento sobre os significados da dor para o paciente eacute condicionante para o cuidado de Enfermagem eficaz Estrateacutegias para a amenizaccedilatildeo destes sentimentos deveratildeo fazer parte de estudos futuros evitando assim que estes sentimentos influenciem ainda mais o quadro cliacutenico do paciente (ARAUacuteJO MARQUES 2007)

Outros autores corroboram com a necessidade do reconhecimento do temor do paciente em relaccedilatildeo agrave possiacutevel gravidade do seu caso em decorrecircncia da dor toraacutecica O temor da populaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao Infarto Agudo do Miocaacuterdio eacute relacionado ao seu conhecimento como doenccedila grave de

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evoluccedilatildeo lenta e imprevisiacutevel podendo manter-se estaacutevel por tempo prolongado ou ateacute mesmo evoluir de forma suacutebita estando associada agrave ameaccedila de morte Informaccedilotildees estas veiculadas nos meios de comunicaccedilatildeo de massa informando acerca dos agravos Alguns conceitos por vezes repassados erroneamente natildeo esclarecedores de forma clara e concreta a ocorrecircncia do infarto gerando alarde medo apreensatildeo e conflitos de informaccedilotildees (SANTOS ARAUacuteJO 2003) Causas e Epidemiologia da dor toraacutecica

A dor toraacutecica pode surgir como resultado de diversas

afecccedilotildees distintas entre causa cardiacuteaca com Infarto Agudo do Miocaacuterdio Angina Instaacutevel ou Pericardite vascular com Dissecccedilatildeo Aoacutertica Embolismo Pulmonar pulmonar com Pneumonia Pneumotoacuterax espontacircneo gastrintestinal com Refluxo Esofaacutegico Uacutelcera Peacuteptica Pancreatite musculoesqueleacutetico com Costocondrite simples Contratura Muscular psicoloacutegico com Siacutendrome do Pacircnico ou Ansiedade (ORTIZ et al 2010) Miller and Granger (2014) tambeacutem discorrem sobre o assunto ao afirmar que as etiologias potenciais de desencadearem uma dor toraacutecica aleacutem das doenccedilas do coraccedilatildeo satildeo dissecccedilatildeo de aorta pulmotildees esocircfago estocircmago mediastino pleura e viacutesceras abdominais Por essa razatildeo apenas da causa cardioloacutegica ser a mais temida em vigecircncia da dor toraacutecica natildeo descarta a importacircncia do enfermeiro considerar outras causas Nasi et al (2005) salienta que durante esta avaliaccedilatildeo o enfermeiro deve considerar outras causas potencialmente fatais como dissecccedilatildeo de aorta pericardite embolia pulmonar (NASI et al 2005)

A principal suspeita diagnoacutestica nos casos de dor toraacutecica eacute a causa cardiovascular principalmente pelo seu grau elevado de morbidade e teoricamente pelo iniacutecio abrupto com baixa relaccedilatildeo entre o iniacutecio dos sintomas e oacutebito quando natildeo estabelecido atendimento eficaz em tempo haacutebil A maioria dos casos de morte por IAM ocorrem nas primeiras horas do iniacutecio dos sintomas sendo 40 a 65 na primeira hora e

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aproximadamente 80 nas primeiras 24 horas (PIEGAS et al 2009) As doenccedilas que acometem o aparelho circulatoacuterio satildeo apontadas como as principais causas de mortalidade dos brasileiros desde a deacutecada de 80 prevalecendo na atualidade Dentre elas o acidente vascular cerebral (AVC) eacute a principal causa de morte no Brasil seguida pelo infarto agudo do miocaacuterdio (IAM) no qual a dor toraacutecica eacute referida como sintoma especiacutefico claacutessico A taxa de incidecircncia das doenccedilas circulatoacuterias eacute mais prevalente na regiatildeo sudeste (33 dos casos) seguida pela regiatildeo sul (329 dos casos) Particularmente na regiatildeo sul as causas de morte por doenccedilas do aparelho circulatoacuterio ocupam o primeiro lugar das taxas de mortalidade sucedidas pelas neoplasias e as causas externas

(BRASIL 2008) As doenccedilas coronarianas especificamente Angina

Pectoris o Infarto Agudo do Miocaacuterdio as arritmias cardiacuteacas e os distuacuterbios de conduccedilatildeo eleacutetrica tecircm obtido maior preocupaccedilatildeo por parte dos profissionais de sauacutede em decorrecircncia do crescimento numeacuterico dos distuacuterbios cardiacuteacos isquecircmicos (SOUSA et al2008)

Estudos apontam que diversas causas incomuns podem ocorrer Os sofrimentos psiacutequicos podem mimetizar as afecccedilotildees cardiovasculares acarretando sintomas somaacuteticos (ALBUQUERQUE et al 2010) A dor psicogecircnica natildeo tem etiologia orgacircnica portanto geralmente manifesta-se de forma imprecisa e difusa sem sinais e sintomas associados de gravidade cliacutenica Tambeacutem se pode detectar nestes casos sinais de ansiedade e uso abusivo de medicaccedilotildees (PIEGAS et al 2009)

Outra provaacutevel causa de dor toraacutecica nos serviccedilos de emergecircncia hospitalar nem sempre considerado eacute o prolapso da vaacutelvula mitral Nesta condiccedilatildeo a dor eacute de localizaccedilatildeo variaacutevel inicia em repouso e eacute referida como em ldquopontadardquo e sem irradiaccedilotildees O diagnoacutestico eacute cliacutenico por meio de ausculta quando eacute encontrado um clique meso ou telessistoacutelico seguido de um sopro regurgitante mitral eou tricuacutespide (PIEGAS et al 2009)

Quanto agrave incidecircncia da dor toraacutecica no Brasil ainda natildeo haacute dados precisos de atendimentos por dor toraacutecica no entanto

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considera-se calculando a proporccedilatildeo populacional com os EUA que 4 milhotildees de pessoas com dor toraacutecica sejam atendidas ao ano nos serviccedilos de Emergecircncia brasileiros destes 400 mil tem IAM confirmado Nos EUA dos 4 milhotildees com dor toraacutecica 12 milhotildees apresentam IAM (BASSAN et al 2002)

A dor toraacutecica eacute um problema que ocorre diariamente na praacutetica do enfermeiro dos serviccedilos de emergecircncia hospitalares Dos 3 a 6 milhotildees de atendimentos anual nos EUA de 5-10 satildeo por dor toraacutecica Destes 20 a 35 tecircm uma SCA 10-15 apresentam diagnoacutestico de Infarto Agudo do Miocaacuterdio e ainda 2 a 5 destes pacientes satildeo liberados erroneamente sem diagnoacutestico Este grupo apresenta elevada taxa de oacutebito 25 (ORTIZ et al 2010)

De acordo com dados do DATASUS as mortes por doenccedilas do Aparelho circulatoacuterio como a Siacutendrome Coronariana Aguda seguem uma tendecircncia crescente no Brasil Ao analisarmos o periacuteodo de 2005 a 2011 No primeiro ano os nuacutemeros eram de 283927 jaacute no segundo este iacutendice de mortalidade chega a 335213 (BRASIL 2011)

Em contraponto dados do DATASUS estimam que no ano de 2010 ocorreram 99955 mortes por Doenccedila Isquecircmica do Coraccedilatildeo destas 79668 satildeo IAM (BRASIL 2012) Haacute consideraacutevel discordacircncia dos dados em relaccedilatildeo agrave Sociedade Brasileira de Cardioliga que considera existir sub-notificaccedilatildeo dos casos de Infarto Agudo do Miocaacuterdio (IAM) pelo Ministeacuterio da Sauacutede (BASSAN et al 2002)

Em relaccedilatildeo ao Estado de Santa Catarina o DATASUS revela 2340 mortes por IAM somente no ano de 2010 sendo assim considerado o 8ordm estado brasileiro em nuacutemero de mortes por infarto Esses dados reafirmam o quanto significativa eacute a ocorrecircncia desta afecccedilatildeo cardiacuteaca tambeacutem para o estado (BRASIL 2013) No ano de 2011 os dados avanccedilam para 2592 mortes por IAM em Santa Catarina e 82771 no Brasil (BRASIL 2014)

Dentre os fatores de risco para o infarto agudo do miocaacuterdio o enfermeiro deve avaliar a ocorrecircncia de tabagismo diabetes mellitus hipertensatildeo arterial sistecircmica dislipidemia

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doenccedila vascular perifeacuterica idade masculina acima de 45 anos idade feminina acima de 55 anos histoacuterico familiar de doenccedila cardiovascular coronariana (ORTIZ et al 2010) Avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica o uso de protocolos assistenciais

A Classificaccedilatildeo de risco da dor toraacutecica eacute uma praacutetica

assistencial frequumlente dos enfermeiros que atuam em emergecircncia Para a qualidade desta assistecircncia torna-se imperativo ldquosuporte educacional conhecimento e instrumentos tecnoloacutegicos que contribuam para a compreensatildeo da dorrdquo (WATERKEMPER REIBNITZ MONTICELLI 2010 p 335)

Lidar com a dor toraacutecica eacute uma tarefa complexa a niacutevel nacional e internacional pois este sintoma eacute conceituado pela literatura como um problema social e econocircmico mundial devido a sua alta taxa de ocorrecircncia O manejo da dor toraacutecica pelo enfermeiro deve ser guiado por um instrumento vaacutelido que conduza a terapecircutica adequada Para o sucesso desta atribuiccedilatildeo o enfermeiro precisa estar comprometido seguro na sua tomada de decisatildeo (OLIVEIRA SILVA LEITAtildeO 2010) No entanto ainda existe grande dificuldade por parte dos enfermeiros na construccedilatildeo e estudos acerca de protocolos assistenciais principalmente quando se trata de situaccedilotildees agudas como a siacutendrome coronariana aguda (FERNANDES et al 2009)

O Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE) fundado em 1971 eacute um serviccedilo de sauacutede de excelecircncia reconhecido internacionalmente e um dos mais bem conceituados da Ameacuterica Latina Destaca-se pelo atendimento em alta complexidade O complexo hospitalar do HIAE estaacute distribuiacutedo em 8 unidades de atendimento distribuiacutedas pela cidade de Satildeo PauloSP Morumbi Jardins Alphaville Morato Paulista Perdizes Ibirapuera Vila Mariana Paraisoacutepolis e Cidade Jardim Eacute referecircncia no atendimento em Cardiologia Cirurgia Neurologia Oncologia Hematologia Ortopedia e Reumatologia

As diretrizes do HIAE satildeo pautadas em ldquoatendimento humanizado e melhores profissionais cliacutenicos e de assistecircncia com atualizaccedilatildeo contiacutenuardquo Em particular o setor de Cardiologia

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do HIAE alinha atendimento humanizado incorporaccedilatildeo tecnoloacutegica e planejamento estrateacutegico o que possibilita a implementaccedilatildeo de protocolos gerenciados protocolo Gerenciado de IAM protocolo gerenciado de ICC e o protocolo de dor toraacutecica (HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN 2014) O HIAE coloca que utilizar este protocolo para a dor toraacutecica no pronto-socorro oferece uma assistecircncia baseada em evidecircncias que sendo essencial como suporte agrave tomada de decisatildeo auxilia na identificaccedilatildeo de 25 de portadores de SCA que seriam liberados sem tratamento correto Utilizar um protocolo de Enfermagem para avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica natildeo confere somente agilidade na correta classificaccedilatildeo de risco da dor mas tambeacutem respaldo ao enfermeiro

Os aspectos de exclusatildeo de gravidade devem ser antepostos na triagem classificatoacuteria para isso o profissional deveraacute munir-se de coleta de dados exame fiacutesico com histoacuteria cliacutenica direcionada obtendo as caracteriacutesticas dos sintomas com dados como o momento do iniacutecio tempo de duraccedilatildeo qualidade intensidade relaccedilatildeo com o esforccedilo e o repouso e presenccedila de doenccedila coronariana estabelecida (PIEGAS et al 2009) A avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica ou demais sintomas sugestivos de isquemia cardiacuteaca eacute um dos grandes desafios do enfermeiro sobretudo do enfermeiro que atue na Classificaccedilatildeo de Risco que deteacutem a responsabilidade de determinar a gravidade do caso cliacutenica e indicar a trajetoacuteria terapecircutica de cada paciente Apesar de alta demanda de pacientes que referem dor toraacutecica nos serviccedilos de emergecircncia a padronizaccedilatildeo das condutas de Enfermagem a estes pacientes ainda eacute deficiente o que poderaacute gerar atrasos no atendimento (BEZERRA 2011) Estudos apontam que a reduccedilatildeo dos eventos coronarianos ocorre quando a siacutendrome coronariana aguda eacute tratada pelos profissionais de sauacutede inclusive o enfermeiro de acordo com medidas de eficaacutecia comprovada para isso o uso de protocolos eacute um instrumento de tecnologia em sauacutede e otimizaccedilatildeo para a qualidade do atendimento (FARIAS MOREIRA 2012) Eacute necessaacuterio ainda para o sucesso do atendimento que a equipe de meacutedicos e enfermeiros esteja treinada no manejo das

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urgecircncias e emergecircncias cardiovasculares (BASSAN et al 2002) A principal contribuiccedilatildeo do enfermeiro no tratamento dos pacientes com Infarto Agudo do Miocaacuterdio que eacute a identificaccedilatildeo precoce de um possiacutevel infarto e aceleraccedilatildeo do atendimento diminuindo o tempo de sofrimento do muacutesculo cardiacuteaco Apesar dessa atribuiccedilatildeo primordial do enfermeiro existe a necessidade de aprofundar no tema realizando pesquisas que visem a construccedilatildeo de protocolos de condutas de Enfermagem frente ao paciente com dor toraacutecica Percebe-se portanto a necessidade de novas pesquisas referente ao tema para que produza protocolos de atendimento e que seja padronizado para que facilite o a conduccedilatildeo do trabalho da equipe de enfermagem

A conduta do enfermeiro frente ao paciente infartado exige capacitaccedilatildeo e competecircncia teacutecnica e a necessidade de um protocolo da assistecircnciaconduta de enfermagem para o embasamento cientiacutefico e no intuito de sanar frequumlentes duacutevidas (BEZERRA 2011)

Tratar a dor alivia tambeacutem os sintomas de medo e anguacutestia reduzindo o consumo de oxigecircnio pelo muacutesculo cardiacuteaco provocado pela ativaccedilatildeo do sistema nervoso simpaacutetico A analgesia deve ser feita preferencialmente com sulfato de morfina endovenosa Os anti-inflamatoacuterios natildeo esteroides (AINES) natildeo devem ser utilizados na vigecircncia de IAM e se o paciente que apresentar este diagnoacutestico fizer uso crocircnico de AINES o medicamento deve ser suspenso (PIEGAS et al 2009)

O Objetivo do tratamento dos pacientes com dor toraacutecica eacute reduzir o atraso para identificaccedilatildeo de pacientes com siacutendrome coronariana aguda a partir da chegada do paciente em ambiente hospitalar evitar liberaccedilatildeo errocircnea de pacientes com siacutendrome coronariana aguda reduzir os custos hospitalares da avaliaccedilatildeo de pacientes com dor toraacutecica (ORTIZ et al 2010) Para tanto o enfermeiro eacute peccedila fundamental O principal objetivo do tratamento ao paciente com dor toraacutecica sugestiva de isquemia cardiacuteaca eacute instituir a terapecircutica adequada no tempo-ouro para prevenir comprometimentoisquemia miocaacuterdica de grandes proporccedilotildees

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O enfermeiro que atua em emergecircncia necessita ter conhecimento cientiacutefico teacutecnico tomar decisotildees raacutepidas reconhecer situaccedilotildees que oferecem riscos aos pacientes possuir familiaridade com Siacutendrome Coronariana Aguda adequado manejo com medicaccedilotildees viabilizar a execuccedilatildeo de exames Para a sequecircncia correta e precisa destas etapas a utilizaccedilatildeo de protocolos eacute fundamental na otimizaccedilatildeo do atendimento para um aumento da sobrevida dos pacientes com isquemia cardiacuteaca (FERREIA MADEIRA 2011) A padronizaccedilatildeo das condutas de Enfermagem utilizando-se protocolos especiacuteficos para a dor toraacutecica com evidecircncias cientiacuteficas previne condutas incorretas no tratamento e liberaccedilatildeo inapropriada dos pacientes

Conclusatildeo

Esta revisatildeo possibilitou constatar a escassez de estudos

referentes agrave avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica pelo enfermeiro nos serviccedilos de emergecircncia

Apesar da dimensatildeo das queixas de dor toraacutecica nos serviccedilos de emergecircncia existe deficiecircncia da padronizaccedilatildeo das condutas para a Enfermagem Aleacutem disso diante das muacuteltiplas alteraccedilotildees fiacutesicas e ateacute mesmo psicoloacutegicas que podem desencadear a dor toraacutecica uma seacuterie de duacutevidas pode ocorrer portanto a necessidade de um atendimento sistematizado com o uso de protocolos

Na vigecircncia da sensaccedilatildeo dolorosa o paciente percebe-se impotente e vaacuterios questionamentos surgem na tentativa de desvendar a causa desta dor Especificamente na dor toraacutecica estes sentimentos passam a ser exacerbados devido agrave alta incidecircncia mundial de mortalidade por causa cardiovascular

As publicaccedilotildees encontradas reforccedilam que papel do enfermeiro no atendimento ao pacientes com dor toraacutecica eacute essencial e sobretudo da assistecircncia do enfermeiro fundamentada cientificamente No entanto nenhuma apresenta estudos aprofundados sobre o uso de protocolos de enfermagem O que demonstra a necessidade de maiores

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investimentos em pesquisa nesta temaacutetica a fim de aprofundar o conhecimento na aacuterea de Enfermagem

Sugerem-se estudos acerca da construccedilatildeo de protocolos de enfermagem que abordem a assistecircncia frente ao paciente com dor toraacutecica bem como a classificaccedilatildeo da dor toraacutecica pelo enfermeiro nos serviccedilos de emergecircncia

Referecircncias

ALBUQUERQUE PLMM COSTA LB BASTOS BB SILVA JUacuteNIOR GB Dor precordial natildeo usual Relato de Caso Rev Bras Cardiol v23 n2 p200-1 2010 ARAUJO RD MARQUES IR Compreendendo o significado da dor toraacutecica isquecircmica de pacientes admitidos na sala de emergecircncia Rev Bras Enferm v60 n6 2007 BASSAN R PIMENTA L LEAtildeES P TIMERMAN A Sociedade Brasileira de Cardiologia I Diretriz de dor toraacutecica na sala de emergecircncia Definiccedilatildeo de graus de recomendaccedilatildeo e niacuteveis de evidecircncia Arq Bras Cardiol v76 n2 p1-22 2002 BEZERRA AA BEZERRA AA BRASILEIRO ME A conduta de enfermagem frente ao paciente infartado Rev Eletrocircnica Enferm v1 n1 p1-10 2011 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Perfil da mortalidade do Brasileiro Uma anaacutelise da situaccedilatildeo de sauacutede 2008 Disponiacutevel em lthttpportalsaudegovbrportalarquivospdfcoletiva_saude_061008pdfgt Acesso em 15 out 2013 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Instituto Nacional de Cacircncer Cuidados paliativos oncoloacutegicos controle da dor Rio de Janeiro INCA 2001

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_______ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria Executiva do Ministeacuterio da Sauacutede DATASUS 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwdatasusgovbrgt Acesso em15 out 2013 HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN Histoacuterico [2014] Disponiacutevel em lthttpwwweinsteinbrhospitalPaginassobre-o-hospitalaspxgt Acesso em 02 out 2013

INTERNATIONAL ASSOCIATION FOR THE STUDY OF PAIN Princiacutepios do Manejo da Dor nos Departamentos de Emergecircncia para Pacientes com Condiccedilotildees Meacutedicas Dolorosas Agudas 2011 Disponiacutevel em lthttpwwwiasp-painorgAMTemplatecfmSection=Fact_Sheets3ampTemplate=CMContentDisplaycfmampContentID=13141gt Acesso em 05 mar 2014 FARIAS MM MOREIRA DM Impacto de protocolo de dor toraacutecica sobre a adesatildeo agraves diretrizes societaacuterias um ensaio cliacutenico Rev Bras Cardiol v25 n5 p368-76 2012 FERNANDES J C SILVA C O L SOUZA S E M SILVA P R BRASILEIRO M E ARMENDARIS M K Base de Dados para Elaboraccedilatildeo de um Instrumento para Coleta de Dados de Enfermagem na Unidade de Dor Toraacutecica ndash Congresso Brasileiro de Enfermagem 2009 FERREIRA AMC MADEIRA MZA A Dor Toraacutecica na Sala de Emergecircncia uma revisatildeo de literatura Revista Interdisciplinar NOVAFAPI Teresina v4 n1 p50-56 janfevmar 2011 MILLER MD GRANGER CB Evaluation of patients with chest pain at low or intermediate risk for acute coronary syndrome Gordon M Saperia MD FACC 2014 NASI LA et al Rotinas em Pronto Socorro 2ed Porto Alegre Artmed 2005

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OLIVEIRA RM SILVA LMS LEITAtildeO IMTA Anaacutelise dos saberes e praacuteticas de enfermeiras sobre avaliaccedilatildeo da dor no contexto hospitalar Rev enferm UFPE on line v4 n3 p 53-56 julset 2010 ORTIZ M BITTENCOURT M Protocolo de dor toraacutecica UTI cardioloacutegica Curitiba Hospital das Cliacutenicas Universidade Federal do Paranaacute 2010 Disponiacutevel em lthttpptscribdcomgwcabrald49109978-Prot-Dor-Toracicagt Acesso em 15 out 2013 RIOS DFC BRANDAtildeO FB FARIA MNZ ALCANTARA AS SANTOS MIFO Tronboembolismo pulmonar como causa de dor toraacutecica na sala de emergecircncia Rev Meacuted Minas Gerais v20 p465-8 2010 ROCHA ASC ARAUacuteJO MP CARVALHO AF RIBEIRO A MESQUITA ET Evidecircncia de melhora na qualidade do cuidado assistencial no infarto agudo do miocaacuterdio Arq Bras Cardiol v94 n6 2010 PIEGAS LS FEITOSA G MATTOS LA NICOLAU JC ROSSI NETO JM et al Sociedade Brasileira de Cardiologia IV Diretriz da Sociedade Brasileira de Cardiologia sobre Tratamento do Infarto agudo do Miocaacuterdio com Supradesniacutevel do Segmento ST Arq Bras Cardiol v93 n6 p179-264 2009 POMPEO D A ROSSI L A GALVAtildeO CM Revisatildeo Integrativa etapa inicial do processo de validaccedilatildeo de diagnoacutestico de enfermagem Acta paul Enferm Satildeo Paulo v22 n4 2009 SANTOS FLMM ARAUacuteJO TL Vivendo o infarto os significados da doenccedila segundo a perspectiva do paciente Rev Latino Am Enferm v11 n6 p742-8 2003 SOUSA VEC LOPES MVO ROCHA DH PASCOAL LM MONTORIL MH MELO RP Troca de gases prejudicada

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anaacutelise em pacientes com infarto agudo do miocaacuterdio Rev Enferm Rio de Janeiro v16 n4 p545-9 2008 WATERKEMPER R REIBNITZ KS MONTICELLI M Dialogando com enfermeiras sobre a avaliaccedilatildeo da dor oncoloacutegica do paciente sob cuidados paliativos Rev Bras Enferm Brasiacutelia v63 n2 p 334-9 marabr 2010

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4 METODOLOGIA

41 TIPO DE PESQUISA

Optou-se para desenvolver este estudo a pesquisa quantitativa do tipo transversal prospectiva e descritiva De acordo com Gil (2007) as pesquisas quantitativas ldquotecircm como preocupaccedilatildeo central identificar os fatores que determinam ou que contribuem para a ocorrecircncia dos fenocircmenos Este eacute o tipo de pesquisa que mais aprofunda o conhecimento da realidade porque explica a razatildeo o porquecirc das coisas

A pesquisa transversal eacute aquela realizada quando a coleta de dados ocorre em um determinado local e tempo (BORDALO 2006) A pesquisa prospectiva eacute aquela conhecida como aquela realizada em grupo populacional previamente definido e seguido prospectivamente (BORDALO 2006) Com relaccedilatildeo agrave pesquisa descritiva Gil (2007) a descreve como um estudo com a finalidade de descrever as caracteriacutesticas de um determinado grupo como exemplo destas caracteriacutesticas a faixa etaacuteria sexo renda familiar niacutevel de escolaridade dentre outros

42 LOCAL DA PESQUISA

O contexto em que este estudo seraacute desenvolvido eacute o Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco (SACR) do Serviccedilo de Emergecircncia Adulto (SEA) do Hospital Universitaacuterio (HU) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

O HUUFSC foi fundando em inaugurado em 1980 eacute uma instituiccedilatildeo totalmente puacuteblica com princiacutepio de ensino pesquisa e extensatildeo Atende a populaccedilatildeo moradora da regiatildeo e visitantes da cidade sem qualquer distinccedilatildeo Eacute considerado hospital de meacutedio porte e conta em sua estrutura com aproximadamente 270 leitos distribuiacutedos entre Cliacutenica Meacutedica Cliacutenica Ciruacutergica Pediatria Emergecircncia Ginecologia Obstetriacutecia e Neonatologia Unidade de Terapia Intensiva Serviccedilo Ambulatorial (HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO POLYDORO ERNANI DE SAtildeO THIAGO 2011)

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Designadamente o SEA do HUUFSC eacute um serviccedilo indicado a atender pacientes em condiccedilotildees agudas de sauacutede eacute dinacircmico e requer tomada raacutepida de decisatildeo Conta com uma equipe de Enfermagem com totalidade de 73 profissionais dentre estes 17 enfermeiros efetivos 6 enfermeiros residentes 42 teacutecnicos de enfermagem e 8 auxiliares de enfermagem

O SEA do HUUFSC estaacute dividido em trecircs subunidades de atendimento

O Serviccedilo de Emergecircncia Interna (SEI) local de estabilizaccedilatildeo onde os pacientes recebem o primeiro atendimento Eacute composto por sala de medicaccedilatildeo sala de reanimaccedilatildeo sala ciruacutergica sala de procedimentos posto de enfermagem farmaacutecia sateacutelite e quatro consultoacuterios meacutedicos Possui espaccedilo fiacutesico para acomodar ateacute 12 pacientes em macas (divididos entre os pacientes que estatildeo em ldquoobservaccedilatildeordquo e os ldquointernadosrdquo quando excedidas 24 horas de estadia no hospital o paciente eacute internado)

O Repouso da Emergecircncia acolhe apenas os pacientes jaacute internados que aguardam vagas nas unidades de internaccedilatildeo das cliacutenicas meacutedicas ou ciruacutergicas possui capacidade para acomodar 12 pacientes em leitos e 1 quarto de isolamento

Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco (SACR) local aonde efetivamente se desenvolveu esta pesquisa O serviccedilo foi estabelecido no SEA do HU em agosto de 2011 em cumprimento agraves normativas da Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo e Gestatildeo do SUS com a finalidade de otimizar a assistecircncia agrave sauacutede priorizando o atendimento ao paciente grave ndash objetivo principal da emergecircncia hospitalar ndash por meio de identificaccedilatildeo dos sinais e sintomas apresentados e referenciados pelos pacientes com consequumlente determinaccedilatildeo da gravidade da situaccedilatildeo de sauacutede Seu funcionamento eacute diaacuterio das 0700 agraves 2300 horas (HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO POLYDORO ERNANI DE SAtildeO THIAGO 2012)

Por natildeo ser referecircncia em traumatologia o Serviccedilo de Emergecircncia do HUUFSC atende uma demanda significativamente menor de casos com indicaccedilatildeo ciruacutergica como observamos no quadro 1 a seguir Por esse motivo os casos atendidos no Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco

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(SACR) satildeo exclusivamente com indicaccedilatildeo para Cliacutenica Meacutedica com maior demanda no serviccedilo

Quadro 1 - Nordm de pacientes atendidos anualmente no SEA do HU

Especialidade Nordm de Atendimentos

Centro de Informaccedilotildees Toxicoloacutegicas

145

Cliacutenica Ciruacutergica 10785

Cliacutenica Meacutedica 27266

Cliacutenica Pediaacutetrica 20213

Maternidade 11064

Oftalmologia 09

Ortopedia 1946

Setor natildeo identificado 5125

Total 76587

Fonte Hospital Universitaacuterio Polydoro Ernani de Satildeo Thiago (2011)

Optou-se por desenvolver esta pesquisa no SACR por

tratar-se do local de primeiro contato entre um profissional de sauacutede neste caso o enfermeiro e o paciente Esta eacute a etapa onde eacute apontado o fluxo terapecircutico de cada paciente portanto poderaacute determinar o sucesso ou falhas relacionadas agrave morosidade no atendimento e tal definiccedilatildeo eacute realizada enfermeiro

De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2006 p77)

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O processo de triagem classificatoacuteria deve ser realizado por profissional de sauacutede de niacutevel superior mediante treinamento especiacutefico e utilizaccedilatildeo de protocolos preestabelecidos e tem por objetivo avaliar o grau de urgecircncia das queixas dos pacientes colocando-os em ordem de prioridade para o atendimento

O processo de ldquotriagem classificatoacuteriardquo visa estipular a

prioridade do atendimento sendo determinada pela maior ou menor gravidade do caso (BRASIL 2006) O instrumento utilizado no serviccedilo para esta tarefa adaptado pela proacutepria instituiccedilatildeo do Sistema de Triagem de Manchester (MACKAWAY-JONES 1997) designa a classificaccedilatildeo de risco por meio de cores que preconizam o tempo para o atendimento entre vermelho (emergente) laranja (muito urgente) amarelo (urgente) verde (pouco urgente) azul (natildeo-urgente) e branco (procedimentos) Este instrumento eacute composto por uma lista de 29 fluxogramas que destacam cada um uma queixa principal De acordo com a queixa relatada pelo paciente o enfermeiro escolhe um fluxograma Dentro de cada fluxograma existem algumas condiccedilotildees cliacutenicas para cada cor que quando apresentadas apontam a cor que deve ser designada na classificaccedilatildeo Como esta pesquisa trata de dor toraacutecica extraiacutemos apenas esta queixa dentre os 29 fluxogramas Portanto seraacute abordado apenas o fluxograma 18 ndash dor toraacutecica (ANEXO I)

43 POPULACcedilAtildeO DO ESTUDO E AMOSTRA

A populaccedilatildeo deste estudo contemplou dois grupos distintos Abaixo segue descriccedilatildeo destes bem como os criteacuterios de seleccedilatildeo Grupo 01 - sujeitos participantes deste grupo - Pacientes que procuraram atendimento no Serviccedilo de Emergecircncia acima de 18 anos durante o periacuteodo de outubro de

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2013 a janeiro de 2014 de segunda a saacutebado das 07 agraves 23 horas - Pacientes que foram atendidos no Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco (SACR) - Pacientes que referiram a dor toraacutecica como queixa principal e motivo de procura agrave Emergecircncia Hospitalar - Pacientes que aceitaram participar do estudo mediante assinatura do TCLE Grupo 02 participantes deste grupo - Profissional enfermeiro efetivo ou enfermeiro residente que atua no SACR do SEA do HU - Enfermeiros deste serviccedilo que aceitaram participar do estudo mediante assinatura do TCLE

A amostra para o Grupo 1 eacute natildeo probabiliacutestica e intencional e para seu caacutelculo amostral utilizou-se o sistema operacional para ensino e aprendizagem de Estatiacutestica da Universidade Federal de Santa Catarina o Sestatnet conforme figura 1 Utilizou-se para este caacutelculo a estimativa de pacientes que procuram o serviccedilo apresentando dor toraacutecica anualmente totalizando 880 pacientes (independente das causas da dor) de acordo com meu trabalho de conclusatildeo de curso desenvolvido na instituiccedilatildeo em cumprimento ao Programa de Residecircncia Multiprofissional em Sauacutede de 2011 a 2013

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Figura 1 - Sistema operacional Sestatnet para caacutelculo da amostra

Fonte Sestatnet

44 COLETA DE DADOS

A coleta de dados ocorreu no periacuteodo entre outubro de 2013 a janeiro de 2014 de segunda a saacutebado das 07 agraves 23 horas atingindo o caacutelculo amostral de 67 pacientes (90 de niacutevel de confianccedila) por meio de aplicaccedilatildeo do protocolo elaborado e utilizado no HIAE designado ldquoFluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagemrdquo (ANEXO B) A aplicaccedilatildeo do protocolo foi realizada pelos enfermeiros efetivos e enfermeiros residentes atuantes no SACR que aceitaram participar da pesquisa e estavam na escala como classificadores nos dias e horaacuterios dos atendimentos dos pacientes com dor toraacutecica estabelecidos para a coleta Apoacutes a coleta propriamente

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dita estes mesmos sujeitos foram avaliadores da utilizaccedilatildeo de um protocolo de dor toraacutecica durante o Acolhimento

Sabe-se que haacute alguns protocolos assistenciais desenvolvidos para esta praacutetica portanto a ideia central deste estudo foi aplicar um protocolo de avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica jaacute existente e implementado por uma instituiccedilatildeo de referecircncia no caso o Hospital Israelita Albert Einstein de Satildeo PauloSP com a finalidade de embasar a praacutetica dos enfermeiros na classificaccedilatildeo de risco da dor toraacutecica Reduzindo o tempo entre a chegada do paciente ao hospital e o estabelecimento da terapecircutica adequada tecnologia no sentido de minimizar riscos evitando morosidade no atendimento de um caso grave bem como descartando a gravidade do caso

Vale salientar que a implementaccedilatildeo do protocolo para dor toraacutecica do HIAE natildeo excluiu a utilizaccedilatildeo do instrumento institucional (adaptaccedilatildeo do protocolo de Manchester) para a Classificaccedilatildeo de Risco jaacute existente O protocolo de dor toraacutecica foi empregado como uma ferramenta auxiliar para a classificaccedilatildeo de risco ressaltando as especificidades da dor toraacutecica e reforccedilando a garantia de uma classificaccedilatildeo com a prioridade adequada o que natildeo acarretou em atraso na Classificaccedilatildeo de Risco ou no atendimento do paciente

45 ETAPAS DA PESQUISA

A pesquisa abrangeu as seguintes etapas

- Etapa 1 ndash (apresentaccedilatildeo da pesquisa) A ideia inicial para a apresentaccedilatildeo da pesquisa era o desenvolvimento de uma oficina com os enfermeiros do SEA do HUUFSC na qual seria demonstrado em conjunto o funcionamento e objetivos do ldquoFluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem do HIAE e consequentemente a proposta deste estudo Para isso anteriormente esta pesquisa foi apresentada para a chefia de Enfermagem do setor que informou a inviabilidade de uma oficina no momento considerando a condiccedilotildees de sobrecarga de trabalho da unidade aleacutem do habitual Neste periacuteodo a demanda

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de atendimentos excedia a capacidade estrutural e de recursos humanos impossibilitando a liberaccedilatildeo dos funcionaacuterios para a realizaccedilatildeo da oficina ainda que por um curto periacuteodo durante os plantotildees Como alternativa a pesquisa foi apresentada individualmente aos enfermeiros do SEA em cada turno de trabalho manhatilde tarde e noite Apoacutes a apresentaccedilatildeo os enfermeiros foram convidados a participar da pesquisa sendo que nove deles aceitaram sendo eles trecircs residentes e seis enfermeiros efetivos Dos nove enfermeiros que aceitaram participar do estudo dois natildeo aplicaram o protocolo um por motivo de troca de setor durante o periacuteodo estipulado para a coleta e o outro alegou natildeo ter tempo haacutebil para realizar a coleta durante o plantatildeo Desse modo efetivamente sete enfermeiros participaram da pesquisa e aplicaram o protocolo conforme proposto Assim que aceitaram participar da pesquisa foi oportunizada uma capacitaccedilatildeo individual aos enfermeiros para utilizaccedilatildeo do instrumento enquanto ldquoaplicadoresrdquo do protocolo

- Etapa 2 ndash (Preacute-teste) esta etapa ocorreu como fase de

treinamento ou adaptaccedilatildeo agrave aplicaccedilatildeo do instrumento de pesquisa Nesta cada enfermeiro participante realizou a Classificaccedilatildeo de Risco como preacute-teste de um paciente a referir a dor toraacutecica como queixa principal Os sete preacute-testes realizados (um teste para cada enfermeiro) natildeo foram incluiacutedos como vaacutelidos para a amostra miacutenima

- Etapa 3 ndash (Efetividade da pesquisa) Esta etapa

compreendeu a aplicaccedilatildeo do protocolo propriamente com a intenccedilatildeo de conhecer o perfil do paciente com dor toraacutecica atendido no SACR A proposta de aplicaccedilatildeo do protocolo seria desenvolver com 63 pacientes que procurarem o SACR referindo dor toraacutecica como queixa principal de acordo com o caacutelculo amostral miacutenimo para a validade da pesquisa de acordo com o programa Sistatnet Ao final foram contabilizados 67 casos de dor toraacutecica em que o Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem do HIAE foi aplicado

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- Etapa 4 ndash (Avaliaccedilatildeo da utilizaccedilatildeo do protocolo pelos enfermeiros) Para a viabilidade desta etapa foi desenvolvido um roteiro semi-estruturado para entrevista contendo cinco questotildees acerca da utilizaccedilatildeo do protocolo proposto Mediante a aplicaccedilatildeo deste roteiro foram avaliadas as opiniotildees dos enfermeiros sobre o protocolo

Cada enfermeiro contribuiu com esta etapa ressaltando em sua visatildeo os pontos positivos ou negativos de utilizar o protocolo desde estrutura facilidade de compreensatildeo informaccedilotildees contidas encaminhamentos ateacute aplicabilidade ao serviccedilo em questatildeo (APEcircNDICE C)

- Etapa 5 ndash (Apresentaccedilatildeo dos resultados e discussatildeo) Os

dados obtidos seratildeo apresentados utilizando-se estatiacutestica descritiva por meio de nuacutemeros absolutos e percentuais A estatiacutestica descritiva eacute a ciecircncia que trata da organizaccedilatildeo e anaacutelise de um conjunto de dados (ou populaccedilatildeo especiacutefica) numeacutericos ou natildeo com o intuito de maior entendimento do que estes dados representam descrevendo os resultados (BARBETTA REIS BORNIA 2004) Em cumprimento agraves normativas do Programa de Mestrado Multiprofissional em Sauacutede da Universidade Federal de Santa Catarina os resultados e discussatildeo desta pesquisa seratildeo descritos adiante em forma de dois manuscrito 2 e 3

46 CONSIDERACcedilOtildeES EacuteTICAS

Para o desenvolvimento desta pesquisa seratildeo mantidos os princiacutepios eacuteticos com o indiviacuteduo de acordo com a Resoluccedilatildeo 4662012 do Conselho Nacional de Sauacutede (BRASIL 2012) Portanto esta proposta de pesquisa foi submetida agrave avaliaccedilatildeo do Comitecirc de Eacutetica e Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Santa Catarina mediante envio via Plataforma Brasil em junho de 2013 O estudo recebeu parecer favoraacutevel em setembro de 2013 mediante protocolo nordm 412494

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do Comitecirc de Eacutetica e Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Santa Catarina

Aceitaccedilatildeo dos sujeitos do grupo 01 e grupo 02 seraacute

efetivada da seguinte forma Grupo 01 (pacientes atendidos no SACR que apresentam

dor toraacutecica como queixa principal) - assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (APENDICE A) Lembrando que a abordagem do paciente para a orientaccedilatildeo acerca da pesquisa e o encaminhamento do Termo de Consentimento para a assinatura apenas seratildeo iniciados apoacutes completa estabilizaccedilatildeo do quadro cliacutenico e aliacutevio da dor Reforccedilando ao paciente que a negativa em sua participaccedilatildeo natildeo acarretaraacute de forma alguma em quaisquer discriminaccedilotildees em seu atendimento E a aplicaccedilatildeo do protocolo natildeo iraacute interferir ou acarretar em atrasos no atendimento

Grupo 02 (enfermeiros efetivos ou enfermeiros residentes

do SACR) ndash assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (APENDICE B) A tiacutetulo de sigilo os enfermeiros participantes deste grupo foram designados na escrita deste trabalho como ldquoEnfermeirordquo e numerados de 1 a 7 conforme ordem de convite para a participaccedilatildeo ou seja formando de Enfermeiro 1 a Enfermeiro 7

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5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Em cumprimento agraves normativas do Programa de Mestrado Multidisciplinar em Sauacutede os resultados desta pesquisa seratildeo apresentados sob forma de 2 manuscritos descritos a seguir Mediante apresentaccedilatildeo deste trabalho em banca examinadora e devida aprovaccedilatildeo os manuscritos seratildeo submetidos agraves devidas correccedilotildees e enviados posteriormente para publicaccedilatildeo em perioacutedicos indexados

O manuscrito 2 eacute intitulado O PERFIL DO PACIENTE

COM DOR TORAacuteCICA DO SERVICcedilO DE EMERGEcircNCIA ADULTO DE UM HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO DO SUL DO BRASIL

O manuscrito 3 intitula-se A AVALIACcedilAtildeO DOS ENFERMEIROS DE UM SERVICcedilO DE EMERGEcircNCIA HOSPITALAR SOBRE A UTILIZACcedilAtildeO DE UM PROTOCOLO PARA A DOR TORAacuteCICA VALIDADO EM UM SERVICcedilO DE REFEREcircNCIA

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51 MANUSCRITO 2 - O PERFIL DO PACIENTE COM DOR TORAacuteCICA DO SERVICcedilO DE EMERGEcircNCIA ADULTO DE UM HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO DO SUL DO BRASIL

Aline Costa Vieirasup1 Kaacutetia Cilene Godinho Bertoncellosup2

Juliana Balbinot Reis Girondisup3

Resumo Conhecer o perfil do puacuteblico com queixas de dor toraacutecica que procura um serviccedilo de sauacutede especiacutefico como o serviccedilo de emergecircncia confere agrave equipe de Enfermagem no momento da classificaccedilatildeo de risco a possibilidade de uma atuaccedilatildeo formulada de acordo com sua realidade Portanto optou-se por desenvolver a pesquisa baseada em evidecircncias a fim de identificar o perfil desta populaccedilatildeo no intuito de propor futuramente a institucionalizaccedilatildeo de um protocolo de Enfermagem para a dor toraacutecica Estudo de caraacuteter exploratoacuterio-descritivo e abordagem quantitativa ocorrida em um recorte temporal de outubro de 2013 a janeiro de 2014 por meio da anaacutelise documental de um protocolo de Enfermagem para a Classificaccedilatildeo de Risco da dor toraacutecica desenvolvido pelo Hospital Israelita Albert Einstein de Satildeo Paulo-SP Os resultados revelam que a maioria dos pacientes com dor toraacutecica a procurar o serviccedilo foi composta por mulheres reafirmando a baixa procura masculina aos serviccedilos de sauacutede Os dados obtidos demonstram que 35 (66) da demanda de pacientes com dor toraacutecica satildeo de atendimento ldquopouco-urgentesrdquo e apenas 3 (45) destes satildeo ldquoemergentesrdquo Apesar da maioria expressiva dos casos de dor toraacutecica tratar-se de quadro pouco-urgente sobressai a classificaccedilatildeo dos enfermeiros estipulando fluxo 1 (emergente) em 34 (507) e para a classificaccedilatildeo pouco-urgente apenas 15 (224) o que reflete uma valorizaccedilatildeo da dor toraacutecica por parte dos profissionais ao utilizar o protocolo Verificou-se a expressiva incidecircncia dos fatores de risco para o IAM associados agrave dor toraacutecica 32 (478) dos pacientes satildeo hipertensos e 18 (269) deles possuem histoacuteria familiar de Doenccedila Arterial Coronariana Ao identificar esta caracteriacutestica foi

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possiacutevel reafirmar a importacircncia do conhecimento dos fatores de risco para estipular a gravidade da dor toraacutecica Dessa forma fica evidente a urgecircncia em utilizar um protocolo especiacutefico para a toraacutecica em consonacircncia com a realidade do serviccedilo do perfil dos pacientes considerando o gecircnero faixa etaacuteria fatores de risco e antecedentes cardiovasculares a real avaliaccedilatildeo e respeito pela dor toraacutecica Descritores Dor toraacutecica Enfermagem em Emergecircncia Classificaccedilatildeo de Risco Abstract Knowing the profile of the public with complaints of chest pain that are looking for a particular health service such as the emergency department gives the nursing staff at the time the risk rating for the possibility of action formulated according to their reality The refore it was decided to develop evidence-based research to identify the profile of this population in order to propose future institutionalization of a nursing protocol for chest pain Study exploratory- descriptive and quantitative approach which occurred in a time frame from October 2013 to January 2014 through documentary analysis of a protocol for Nursing Risk Classification of chest pain developed by Albert Einstein Jewish Hospital of Satildeo Paulo - SP The results reveal that the majority of patients with chest pain to seek the service was composed by women reaffirming low male demand for health services The data show that 35 (66 ) of the number of patients with chest pain are little - urgent care and only 3 (45 ) of these are ldquoemerging ldquo Despite the significant majority of cases of chest pain that it was urgent - bit frame stands rankings nurses stipulating stream 1 ( emerging ) in 34 ( 507 ) and the little - sensitive classification only 15 ( 224 ) which reflects an appreciation of chest pain by practitioners when using the protocol There was a significant incidence of risk factors for AMI associated with chest pain 32 (478 ) patients had hypertension and 18 (269 ) of them have a family history of coronary artery disease By identifying this feature was possible to reaffirm the importance of knowledge of risk factors to denote the severity of chest pain Thus it is evident the urgency to use a specific protocol to the chest in line with the reality of the service the

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profile of patients considering gender age risk factors and cardiovascular history the actual evaluation and respect for chest pain Keywords Chest pain Emergency nursing Risk rating

Introduccedilatildeo

Enquanto ciecircncia e disciplina do cuidado a Enfermagem

estaacute em crescente desenvolvimento tecnoloacutegico para a promoccedilatildeo de uma atuaccedilatildeo de excelecircncia considerando aspectos inerentes agrave seguranccedila do paciente cuidados de Enfermagem pautados na evidecircncia cliacutenica minimizaccedilatildeo do sofrimento humano por meio das intervenccedilotildees para aliviar a dor Embora o atendimento da dor toraacutecica seja visto como prioridade pelos profissionais de sauacutede existe ainda um deacuteficit de estudos da avaliaccedilatildeo criteriosa associando-se os fatores de risco agraves caracteriacutesticas da dor (MARQUES 2010)

O atendimento inicial da dor toraacutecica a fim de reduzir danos e agravos eacute sempre no sentido de afastar primeiramente a suspeita de Siacutendrome Coronariana Aguda Neste sentido eacute fundamental para o enfermeiro que atua na Classificaccedilatildeo de Risco ter conhecimento das caracteriacutesticas da dor por isquemia e das complicaccedilotildees cardiovasculares Estar munido de um instrumento de avaliaccedilatildeo completo que aborde os fatores de risco associados auxiliando na identificaccedilatildeo raacutepida de pacientes em alto risco (NASI et al 2005) Valorizar a dor toraacutecica na classificaccedilatildeo de risco eacute considerada uma medida de extrema importacircncia visto que eacute o principal desconforto referido e observado nas doenccedilas cardiovasculares consideradas a maior causa de mortalidade no mundo Para isso o enfermeiro classificador precisa dispensar avaliaccedilatildeo criteriosa natildeo apenas das caracteriacutesticas da dor em si mas do perfil do paciente idade gecircnero dos fatores de risco associados e do histoacuterico familiar (MARQUES 2010)

Apesar dos avanccedilos evidenciados nas uacuteltimas deacutecadas ainda existem duacutevidas na classificaccedilatildeo da dor toraacutecica por parte dos profissionais de sauacutede Desse modo muitos oacutebitos ocorrem

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em funccedilatildeo de abordagens inadequadas para a dor toraacutecica principalmente em unidades de emergecircncia (RIOS et al 2010)

Em caso de dor toraacutecica a principal suspeita diagnoacutestica eacute a causa cardiovascular principalmente pelo seu grau elevado de morbidade e teoricamente pelo iniacutecio abrupto com baixa relaccedilatildeo entre o iniacutecio dos sintomas e oacutebito quando natildeo estabelecido atendimento eficaz em tempo haacutebil A maioria dos casos de morte por IAM ocorrem nas primeiras horas do iniacutecio dos sintomas sendo 40 a 65 na primeira hora e aproximadamente 80 nas primeiras 24 horas (PIEGAS et at 2009)

Reafirmando a relevacircncia de estudos na temaacutetica da dor toraacutecica as doenccedilas que acometem o aparelho circulatoacuterio satildeo apontadas como as principais causas de mortalidade dos brasileiros desde a deacutecada de 80 prevalecendo na atualidade Dentre elas o acidente vascular cerebral (AVC) eacute a principal causa de morte no Brasil seguida pelo IAM no qual a dor toraacutecica eacute referida como sintoma especiacutefico claacutessico A taxa de incidecircncia das doenccedilas circulatoacuterias eacute mais prevalente na regiatildeo sudeste (33 dos casos) seguida pela regiatildeo sul (329 dos casos) Particularmente na regiatildeo sul as causas de morte por doenccedilas do aparelho circulatoacuterio ocupam o primeiro lugar das taxas de mortalidade sucedidas pelas neoplasias e as causas externas (BRASIL 2008)

No Serviccedilo de Emergecircncia Adulto (SEA) de um Hospital Universitaacuterio (HU) do sul do Brasil em cumprimento agraves diretrizes da Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo (PNH) foi instituiacutedo o Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco (SACR) no ano de 2011 Tal norma prevecirc a existecircncia deste acolhimento nas aacutereas de acesso hospitalar a saber pronto atendimento pronto socorro ambulatoacuterio serviccedilo de apoio diagnoacutestico e terapia (BRASIL 2004)

A estratificaccedilatildeo de risco realizada no SACR do HU eacute realizada exclusivamente pelo profissional enfermeiro apesar de o processo poder ser realizado por qualquer profissional de sauacutede de niacutevel superior mediante treinamento e utilizaccedilatildeo de protocolos preestabelecidos (BRASIL 2006) O principal objetivo eacute avaliar o grau de urgecircncia dos pacientes e possibilitar uma ordem de prioridade para esse atendimento

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Para o desenvolvimento eficaz desta atribuiccedilatildeo como ldquoclassificadorrdquo o enfermeiro necessita de conhecimento cientiacutefico habilidade para avaliar com agilidade sensibilidade para percepccedilatildeo dos sinais apresentados que em muitos casos natildeo satildeo evidentes e observaccedilatildeo minuciosa para reconhecer previamente os sinais de gravidade ou que precedam a evoluccedilatildeo para a gravidade Faz-se necessaacuterio que o profissional tenha cautela no sentido de natildeo desvalorizar os sintomas referidos podendo acarretar em classificaccedilotildees errocircneas e identificaccedilatildeo de um problema de menor gravidade que o real (LOPES 2011)

Os aspectos de exclusatildeo de gravidade devem ser antepostos na triagem classificatoacuteria para isso o profissional deveraacute munir-se de coleta de dados exame fiacutesico com histoacuteria cliacutenica direcionada obtendo as caracteriacutesticas dos sintomas (valorizando o sintoma aacutelgico) com dados como o momento do iniacutecio tempo de duraccedilatildeo qualidade intensidade relaccedilatildeo com o esforccedilo e o repouso e presenccedila de doenccedila coronariana estabelecida (PIEGAS et al 2009)

Nesse contexto haacute que se evidenciar a importacircncia de se conhecer a clientela a ser atendida ou seja o perfil desse usuaacuterio Esse perfil seraacute embasado em caracteriacutesticas epidemioloacutegicas regionais e outras que possam expressar evidecircncias necessidades e as caracteriacutesticas de cuidado para estes pacientes considerando sua individualidade suas necessidades e seus direitos agrave sauacutede enquanto cidadatildeo

Para um cuidado resolutivo e seguro o qual se deseja adaptar as necessidades do serviccedilo e sua realidade esta pesquisa vislumbrou a realizaccedilatildeo de uma investigaccedilatildeo baseada em evidecircncias considerando seguinte a questatildeo norteadora Qual o perfil de pacientes com dor toraacutecica que procuram atendimento de sauacutede no Serviccedilo de Emergecircncia Adulto de um HU do sul do Brasil

Deste modo esta pesquisa objetivou identificar o perfil do

paciente com dor toraacutecica que procura atendimento no Serviccedilo de Emergecircncia Adulto de um HU do sul do Brasil Meacutetodo

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Elegeu-se a pesquisa baseada em evidecircncias uma vez

que propicia conhecer a realidade do modo que se apresenta A pesquisa baseada em evidecircncias eacute a mais indicada por trazer exatamente as evidecircncias do serviccedilo sem a fusatildeo de dados que possam impor vieacutes nos seus resultados Abordagem quantitativa de caraacuteter exploratoacuterio-descritivo

Um dos propoacutesitos da Praacutetica Baseada em Evidecircncias (PBE) eacute encorajar a utilizaccedilatildeo de resultados de pesquisa junto agrave assistecircncia agrave sauacutede prestada nos diversos niacuteveis de atenccedilatildeo reforccedilando a importacircncia da pesquisa para a praacutetica cliacutenica A PBE eacute uma abordagem de soluccedilatildeo de problema para a tomada de decisatildeo que incorpora a busca da melhor e mais recente evidecircncia competecircncia cliacutenica do profissional e os valores e preferecircncias do paciente dentro do contexto do cuidado (MENDES et al 2008)

O local onde se desenvolveu o estudo foi o SEA de um HU do sul do Brasil Este hospital possui trecircs subunidades de atendimento Serviccedilo de Emergecircncia Interna (SEI) local de estabilizaccedilatildeo onde o paciente recebe o primeiro atendimento O Repouso da Emergecircncia local que acomoda apenas pacientes jaacute internados e estabilizados que aguardam vaga nas cliacutenicas do hospital e o Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco (SACR) estabelecido no setor em agosto de 2011 em cumprimento agraves normativas da Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo (PNH) com a finalidade a que se propotildee de otimizar a assistecircncia agrave sauacutede priorizando o atendimento ao paciente grave tal local onde a pesquisa efetivamente ocorreu

Os dados foram coletados entre outubro de 2013 e janeiro de 2014 por anaacutelise documental do ldquoFluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagemrdquo desenvolvido pelo Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE) de Satildeo Paulo-SP apoacutes as classificaccedilotildees de risco da dor toraacutecica realizadas por sete enfermeiros do serviccedilo O protocolo do HIAE eacute composto por trecircs possiacuteveis fluxogramas de classificaccedilatildeo da dor toraacutecica Fluxo 1 ndash suspeita de Siacutendrome Coronariana Aguda Tiacutepica Fluxo 2 ndash Possiacutevel Siacutendrome Coronariana Aguda Atiacutepica e Fluxo 3 ndash Sem suspeita Inicial de Siacutendrome Coronariana Aguda Apoacutes obter

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dados referentes agrave faixa etaacuteria caracteriacutestica da dor fatores de risco associados e antecedentes cardiovasculares o enfermeiro precisa estipular um dos fluxos para cada caso e seguir a classificaccedilatildeo de risco designada pelo protocolo

Optou-se por amostra de escolha aleatoacuteria nos turnos que o serviccedilo possui equipe da manhatilde tarde e trecircs equipes da noite em horaacuterios dentre as 07 e agraves 23 horas quando o serviccedilo de Acolhimento funciona

Na totalidade foram analisadas 67 classificaccedilotildees de risco de pacientes que referiram a dor toraacutecica como queixa principal e motivo pela procura do serviccedilo

Apoacutes coletadas as 67 classificaccedilotildees de dor toraacutecica foram compiladas e organizadas utilizando-se um instrumento facilitador uma planilha do Windows Excelreg Os dados extraiacutedos destes documentos foram idade sexo iniacutecio do sintoma fatores de risco associados antecedentes cardiovasculares diagnoacutestico meacutedico e fluxos de atendimento

Em relaccedilatildeo aos cuidados eacuteticos os sete enfermeiros e os pacientes que foram avaliados pelo protocolo participaram deste estudo e confirmaram sua aceitaccedilatildeo mediante assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido A pesquisa recebeu parecer favoraacutevel em setembro de 2013 mediante protocolo nordm 412494 do Comitecirc de Eacutetica da Universidade Federal de Santa Catarina Em todas as etapas foram respeitados os preceitos eacuteticos dispostos na Resoluccedilatildeo 4662012 do Conselho Nacional de Sauacutede (BRASIL 2012)

Resultados e Discussatildeo

Os resultados apresentados refletem as queixas e a

classificaccedilatildeo designada por sete enfermeiros ao realizarem as 67 classificaccedilotildees para a dor toraacutecica

Cabe salientar que a pesquisa demonstra apenas os pacientes que foram atendidos no SACR do SEA pelo profissional enfermeiro excluindo aqueles que satildeo referenciados de outros serviccedilos de sauacutede e chegam ao setor em ambulacircncia os que chegam sem serem referenciados ou encaminhados e

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atendidos diretamente na porta de entrada do Serviccedilo de Emergecircncia Interna (SEI) Tambeacutem eacute necessaacuterio ressaltar que pela dinamicidade e agilidade dos acontecimentos caracteriacutesticos de um serviccedilo de emergecircncia em diversos momentos os dados deixaram de ser descritos nos instrumentos utilizados no SACR ou seja pacientes satildeo atendidos sem haver qualquer citaccedilatildeo nos instrumentos utilizados pelo serviccedilo Considerou-se a importacircncia de relatar estes aspectos para o esclarecimento de que a demanda do serviccedilo eacute mais expressiva do que a apresentada nesta pesquisa

Apesar de que eacute uma das funccedilotildees dos profissionais de sauacutede eacute zelar pela vida sempre por vezes o ambiente e as condiccedilotildees humanas sobrepotildeem agrave capacidade de uma equipe A elevada demanda dos serviccedilos de emergecircncia acaba por resultar em pacientes esperando por atendimento meacutedico em tempo excedendo agrave uma hora pacientes acomodados em macas sem nenhum conforto pouca qualidade da assistecircncia e tensatildeo da equipe multiprofissional (LOPES 2011)

Os serviccedilos de urgecircncia apresentam diversos desafios a serem superados no atendimento agrave sauacutede superlotaccedilatildeo trabalho fragmentado e pouca articulaccedilatildeo com os demais serviccedilos de sauacutede Portanto torna-se essencial refletir e buscar novas formas de atuaccedilatildeo que direcionem a um cuidado resolutivo humanizado e acolhedor a partir da compreensatildeo do serviccedilo A experiecircncia dos profissionais eacute muito importante para compor as melhores estrateacutegias de um acolhimento resolutivo O sentido da palavra ldquoacolhimentordquo apenas teraacute sentido na proporccedilatildeo que for enriquecida e reformulada nas discussotildees do cotidiano da praacutetica profissional (BRASIL 2009) A seguir seratildeo apresentados os dados que caracterizam o puacuteblico com queixa de dor toraacutecica classificado

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Tabela 1 - Caracterizaccedilatildeo dos pacientes com queixa de dor toraacutecica que procuraram o Serviccedilo de Emergecircncia do HUUFSC ndash Florianoacutepolis ndash SC 2013-2014

DADOS PESSOAIS Nordm

SEXO

Masculino 23 343

Feminino 44 657

Total 67 1000

IDADE (anos)

18 a 29 08 120

30 a 49 23 343

50 a 69 29 433

70 7 104

Total 67 1000

INIacuteCIO DOS SINTOMAS

lt 24 horas 25 373

Haacute 1 ou 2 dias 37 552

Haacute 3 ou mais dias 5 75

Total 67 1000

70

FATORES DE RISCO

Tabagismo 15 224

Diabetes 10 149

Hipertensatildeo Arterial 32 478

Dislipidemia 4 6

Uso de cocaiacutena - -

Histoacuteria familiar de Doenccedila Arterial Coronariana

18 269

Natildeo possui 16 239

Total 80 1000

ANTECEDENTES CARDIOVASCULARES

Doenccedila Arterial Coronariana 2 3

Infarto Agudo do Miocaacuterdio 12 182

Angina 2 3

Revascularizaccedilatildeo do Miocaacuterdio - -

Stent cardiacuteaco 4 6

Acidente vascular cerebral ou acidente isquecircmico transitoacuterio

- -

Doenccedila Arterial Obstrutiva Perifeacuterica - -

Doenccedila da aorta - -

Doenccedila das caroacutetidas - -

Doenccedila das arteacuterias renais - -

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Insuficiecircncia Cardiacuteaca Congestiva 2 3

Arritmia 2 3

Marcapasso - -

Desfibrilador implantado - -

Outras - -

Natildeo possui 42 636

Total 66 1000

Fonte Dados obtidos pela autora (2013-2014)

Quanto ao gecircnero observou-se 44 pacientes do sexo

feminino (657) e 23 do sexo masculino (343) Dessa forma eacute possiacutevel comprovar que ainda existe predominacircncia do sexo feminino na procura dos serviccedilos de sauacutede De acordo com a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede do Homem instituiacuteda em 2009 justamente com a finalidade de ampliar o acesso masculino na procura aos serviccedilos de sauacutede estudos comprovam que os homens satildeo mais vulneraacuteveis agraves doenccedilas especialmente as enfermidades graves e crocircnicas o que estaacute diretamente relacionado ao fato de que eles recorrem com menos frequumlecircncia do que as mulheres aos serviccedilos de sauacutede o que acontece geralmente apoacutes agravamento do quadro cliacutenico (BRASIL 2008)

Considerando esta realidade pode-se afirmar que eacute de primordial que o profissional de sauacutede atue no sentido de conscientizar a populaccedilatildeo masculina em especial visto que a cada trecircs mortes de pessoas adultas duas satildeo de homens Especificamente abordando as doenccedilas isquecircmicas cardiacuteacas como o infarto agudo do miocaacuterdio estudos tambeacutem revelam que estatildeo entre as principais causas de mortes do sexo masculino E em comparaccedilatildeo agraves mulheres o tempo de vida deles eacute de 76 anos menor (BRASIL 2008) Os homens satildeo mais suscetiacuteveis ao

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IAM do que as mulheres A incidecircncia feminina aumenta quando estas fumam e usam anticoncepcionais No periacuteodo poacutes-menopausa a incidecircncia de IAM nas mulheres eacute semelhante agraves taxas observadas nos homens (BOUNDY et al 2004)

O aspecto da baixa procura masculina aos serviccedilos de sauacutede explicam-se com maior congruecircncia pelos aspectos culturais Em decorrecircncia dos estereoacutetipos do gecircnero a doenccedila eacute considerada como um sinal de fragilidade que os homens natildeo reconhecem como inerentes agrave sua proacutepria condiccedilatildeo bioloacutegica (BRASIL 2008b) Em muitos casos no sentido da garantia do contexto da masculinidade muitos homens tendem a natildeo valorizar ou natildeo verbalizar seus sintomas aacutelgicos Por esse motivo ao analisarmos a dor profissionalmente vale lembrar a importacircncia da compreensatildeo das barreiras soacutecio-culturais no sentido de desenvolver estrateacutegias para a promoccedilatildeo do acesso dos homens aos serviccedilos de sauacutede (BRASIL 2008b)

Em relaccedilatildeo agrave idade variou entre 18 a 78 anos com a maioria (433) na faixa etaacuteria de 50 a 69 anos O SEA do Hospital Universitaacuterio atende pacientes a partir dos 15 anos de idade Eacute possiacutevel destacar que a faixa etaacuteria dos pacientes a procurar o serviccedilo eacute bastante diversificada Observamos aqui nos nuacutemeros de pacientes que procuram o Serviccedilo de Emergecircncia com dor toraacutecica em ordem crescente em relaccedilatildeo ao aumento da faixa etaacuteria No entanto ocorre uma inversatildeo descrente nos pacientes mais idosos ou seja acima de 70 anos de idade o que pode estar retratando o aumento da qualidade de vida da populaccedilatildeo mais idosa Estudos apontam que ano Brasil entre os anos de 2000 e 2010 a populaccedilatildeo idosa aumentou de 14 para 21 milhotildees o que denota as melhores condiccedilotildees sociais e econocircmicas no paiacutes (IBGE 2010) Com o aumenta da longevidade haacute proporcionalmente o aumento das doenccedilas crocircnicas tiacutepicas da populaccedilatildeo idosa como hipertensatildeo diabetes e doenccedilas cardiacuteacas

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O processo de envelhecimento decorre da queda das taxas de natalidade e mortalidade infantil e o aumento da expectativa de vida que acarreta em aumento das doenccedilas crocircnicas que geram anos de utilizaccedilatildeo do sistema de sauacutede O aumento das doenccedilas crocircnicas em idosos vem sobrecarregando ainda mais os serviccedilos de emergecircncia (ALVES BARBOSA 2010)

Para que a classificaccedilatildeo seja adequada o enfermeiro deveraacute ter conhecimento das mudanccedilas do organismo e adaptaccedilotildees comuns a cada fase da vida a fim de reconhecer alteraccedilotildees fiacutesicas e psiacutequicas proacuteprias a cada faixa etaacuteria

Verificou-se em relaccedilatildeo ao iniacutecio dos sintomas que a maior parte dos pacientes 37 (552) procurou o serviccedilo de emergecircncia apenas apoacutes 1 a 2 dias do iniacutecio dos sintomas 25 (373) procuraram o serviccedilo antes das 24 horas do iniacutecio dos sintomas e 5 (75) procuraram apoacutes mais de 3 dias do iniacutecio dos sintomas Apesar de a dor toraacutecica ser considerada como um sintoma temido por grande parte da populaccedilatildeo o enfermeiro haacute que considerar que ainda existe o pensamento popular de quando incomodado pelo sintoma da dor toraacutecica muitos indiviacuteduos tendem a se automedicar natildeo admitir a seriedade do desconforto promove tentativas de melhora e sobretudo hesita atendimento nos serviccedilos de sauacutede o que pode acarretar em piora do quadro cliacutenico fazendo com que o paciente procure o serviccedilo de emergecircncia apenas com o agravamento da situaccedilatildeo (BOAVENTURA 2011) Essa condiccedilatildeo caracteriza motivo de importacircncia do questionamento do enfermeiro acerca do iniacutecio dos sintomas pois em muitos casos a quadro apresentado pela dor toraacutecica pode jaacute encontrar-se em agravamento BOUNDY et al (2004) considera que a dor toraacutecica eacute o sintoma fundamental do IAM que geralmente eacute constritiva e persistente por 12 horas ou mais pode irradiar-se para o braccedilo esquerdo maxilar pescoccedilo e omoplatas

Revela-se aqui nos fatores de risco associados a alta incidecircncia brasileira da ocorrecircncia de Hipertensatildeo Arterial

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Sistecircmica (HAS) 32 (478) dos pacientes com dor toraacutecica classificados referiu ser hipertenso A histoacuteria familiar de Doenccedila Arterial Coronariana aparece em 18 (269) dos casos e o tabagismo em 15 (224) pacientes

O IAM eacute causado pela diminuiccedilatildeo do fluxo sanguiacuteneo e consequentemente do oxigecircnio ao muacutesculo cardiacuteaco o miocaacuterdio Geralmente eacute causado pelo estreitamento das arteacuterias coronaacuterias por acuacutemulo de lipiacutedeos embolo ou trombo (OLIVEIRA LEITAtildeO RAMOS 2009) Dessa forma torna-se primordial para a avaliaccedilatildeo do risco da dor toraacutecica o enfermeiro correlacionar os fatores de risco associados para a potencialidade de uma doenccedila arterial coronariana que desencadeie o IAM (OLIVEIRA LEITAtildeO RAMOS 2009) O conhecimento das variaacuteveis cliacutenicas (histoacuteria de hipertensatildeo diabetes dislipidemia) deve ser correlacionado imediatamente com a caracteriacutestica da dor toraacutecica durante a classificaccedilatildeo de risco no sentido de afastar ou suspeitar de gravidade relacionada agrave dor

O HIAE ao abordar os fatores de risco para a Siacutendrome Coronariana Aguda lembra que o tabagismo eacute o maior fator de risco para a morte suacutebita cardiacuteaca o colesterol em excesso acumula-se no interior das arteacuterias coronaacuterias levando agrave aterosclerose que predispotildee ao IAM A aterosclerose eacute a principal causa de IAM 50 dos pacientes que enfartam satildeo hipertensos e para o portador de Diabetes Mellitus a ocorrecircncia de infarto eacute de 2 a 4 vezes maior (HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN 2014) Boundy et al (2004) alertam que o IAM eacute causado pela obstruccedilatildeo das arteacuterias coronaacuterias Os principais fatores de risco satildeo envelhecimento diabetes mellitus dislipidemia hipertensatildeo obesidade histoacuteria familiar de Doenccedila Arterial Coronariana (DAC) sedentarismo tabagismo estresse e uso de drogas como anfetaminas ou cocaiacutena

A I Diretriz Brasileira para Prevenccedilatildeo Cardiovacular cita que a hipertensatildeo arterial sistecircmica (HAS) eacute o mais importante fator de risco para o desenvolvimento de doenccedila arterial coronariana E a principal prevenccedilatildeo cardiovascular engloba evitar a instalaccedilatildeo de fatores de risco cardiovascular modificaacuteveis como o tabagismo (SIMAtildeO et al 2013)

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As accedilotildees do enfermeiro devem estar focadas na prevenccedilatildeo Cardioloacutegica baseadas na alta incidecircncia das taxas de mortalidade das Siacutendromes Coronaacuterias Agudas Particularmente a diminuiccedilatildeo do risco de agravo do Infarto Agudo do Miocaacuterdio pode ser iniciada pela identificaccedilatildeo precoce dos fatores de risco e sua correlaccedilatildeo com a dor toraacutecica Os indiviacuteduos com maior risco devem ser rapidamente identificados (GUIMARAtildeES 2006)

A classificaccedilatildeo de risco do paciente com queixa de dor toraacutecica deve ser aacutegil de criteriosa conter caracterizaccedilatildeo da dor identificaccedilatildeo de fatores de risco associados antecedentes cardiovasculares monitorizaccedilatildeo cardiacuteaca contiacutenua oximetria de pulso acesso venoso perifeacuterico exames laboratoriais e principalmente ECG de 12 derivaccedilotildees em menos de dez minutos a partir da chegada do paciente dentre outros (VIEIRA RAFAEL 2011) Para tanto sem duacutevida podemos afirmar que a utilizaccedilatildeo de protocolos para embasar a classificaccedilatildeo de risco oferece respaldo legal para a atuaccedilatildeo segura dos enfermeiros (SOUZA et al 2011)

O enfermeiro ao deparar-se com o paciente com queixa de dor toraacutecica deve investigar os antecedentes cardiovasculares O risco de doenccedila ateroscleroacutetica eacute estimado com base na anaacutelise conjunta de caracteriacutesticas que aumentam a chance de um indiviacuteduo desenvolver a doenccedila Portanto o mais claro identificador de risco eacute a manifestaccedilatildeo preacutevia da proacutepria enfermidade (SIMAtildeO et al 2013) A Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (OMS) cita a doenccedila cardiovascular como uma das condiccedilotildees mais debilitantes de impacto sobre a qualidade de vida do indiviacuteduo um agravante fator de risco para o IAM Estima-se que juntamente com a Depressatildeo a Doenccedila Arterial Coronariana (que predispotildee ao IAM) seratildeo em 2020 as duas principais causas de morte devendo a comorbidade entre estas duas doenccedilas ser mais preocupante (LEMOS et al 2008)

Classificaccedilatildeo de Risco ndash Anaacutelise da Utilizaccedilatildeo dos Fluxogramas

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A Figura 2 aponta a porcentagem da utilizaccedilatildeo dos trecircs fluxos pertencentes ao instrumento proposto

Figura 2 - Distribuiccedilatildeo percentual da Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes que procuraram o SEA do HUUFSC de acordo com o protocolo proposto (Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem do HIAE) Florianoacutepolis-SC 2014

Fonte dados obtidos pela autora (2013-2014)

Os dados relativos apresentados na Figura 2 demonstram

que os enfermeiros utilizaram o fluxo 1 em 507 (34) dos casos o fluxo 2 em 269 (18) dos casos e o fluxo 3 em 224 (15) dos casos Esse fato revela que os enfermeiros suspeitaram de maior gravidade nos casos de dor toraacutecica de acordo com as queixas referidas pelos pacientes ao utilizar o protocolo sugerido para este estudo

Uma vez que o paciente com sintoma de dor toraacutecica pode tratar-se de uma condiccedilatildeo grave a abordagem adequada torna-se equivalente agrave minimizaccedilatildeo de riscos de morte Por esse motivo eacute necessaacuterio que o enfermeiro que atua nos serviccedilos de urgecircncia detenha conhecimento cientiacutefico praacutetico e teacutecnico Aleacutem disso eacute primordial a tomada de decisotildees raacutepidas e concretas o reconhecimento de situaccedilotildees de riscos familiaridade com a Siacutendrome Coronariana Aguda (SCA) O conhecimento sobre os pacientes acometidos com dor toraacutecica eacute relevante por ser uma condiccedilatildeo cliacutenica prevalente nos serviccedilos de emergecircncia (FERREIRA MADEIRA 2011)

0

20

40

60Fluxo 1 (Suspeita deSiacutendrome CoronarianaAguda Tiacutepica)Fluxo 2 (PossiacutevelSiacutendrome CoronarianaAguda Atiacutepica)Fluxo 3 (Sem suspeitainicial de SiacutendromeCoronariana Aguda)

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O objetivo do atendimento agrave dor toraacutecica eacute a avaliaccedilatildeo imediata a priorizaccedilatildeo deste tipo de dor com a finalidade de reduccedilatildeo do retardo intra-hospitalar para o atendimento do paciente com SCA aleacutem da internaccedilatildeo desnecessaacuteria e liberaccedilatildeo inapropriada dos casos de SCA (BASSAN 2002) Neste sentido o uso de protocolo de Enfermagem para a classificaccedilatildeo de risco da dor toraacutecica eacute crucial para a adequada seleccedilatildeo de pacientes com dor toraacutecica passiacutevel de SCA o que acaba por diminuir a chance do paciente ser liberado do serviccedilo de Emergecircncia inadequadamente reduzindo o iacutendice de mortalidade por isquemia cardiacuteaca (FERREIRA MADEIRA 2010)

Diante da queixa de dor toraacutecica eacute importante que seja considerada isquemia do miocaacuterdio em todos os pacientes ateacute que esta seja descartada A avaliaccedilatildeo deve ser raacutepida incluindo o tipo de dor e o correto encaminhamento na diferenciaccedilatildeo entre dor toraacutecica cardiacuteaca e natildeo cardiacuteaca (JONES BRISTOL JONES 2013)

Muitos profissionais de sauacutede demonstram ainda conceitos errocircneos em relaccedilatildeo agrave avaliaccedilatildeo da dor tornando-a banalizada e pouco valorizada o que torna ineficaz a classificaccedilatildeo de risco da dor toraacutecica Esse fato pode ser modificado quando a classificaccedilatildeo eacute amparada por um instrumento de acordo com evidecircncia cientiacutefica comprovada (OLIVEIRA SILVA LEITAtildeO 2010)

Para a minimizaccedilatildeo de riscos de agravos aos pacientes com dor toraacutecica em condiccedilotildees graves que chegam agraves salas de emergecircncia eacute imperativo que a instituiccedilatildeo de sauacutede conte com enfermeiros treinados e equipados com uma ferramenta que os auxilie no manejo de pacientes acometidos por esta dor Dessa forma utilizar protocolos em sauacutede eacute fundamental na otimizaccedilatildeo do cuidado (FERREIRA MADEIRA 2011) A demanda elevada e crescente dos serviccedilos de emergecircncia torna necessaacuteria a incorporaccedilatildeo de estrateacutegias e tecnologias para lidar com esta procura A adoccedilatildeo de protocolos prioriza os atendimentos de condiccedilotildees graves que possam natildeo estar sendo reconhecidas

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diminuindo o tempo de espera e consequentemente o risco de deteriorizaccedilatildeo dos pacientes (ANZILEIRO 2011)

O prestador de cuidado dos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia precisa ser detentor de destreza manual e rapidez na accedilatildeo autocontrole emocional e facilidade de comunicaccedilatildeo a fim de obter os dados de sauacutede necessaacuterios para a otimizaccedilatildeo dos cuidados A comunicaccedilatildeo e a integraccedilatildeo com a equipe multiprofissional satildeo fundamentais para a participaccedilatildeo de todos no cuidado humanizado Aleacutem disso precisa possuir uma diversidade de conhecimento cientiacutefico para avaliar de forma precisa e aacutegil refletindo na reduccedilatildeo de risco aos agravos de sauacutede (LOPES 2011)

Considerando a magnitude da ocorrecircncia de dor toraacutecica nos serviccedilos de emergecircncia ainda existem muitas duacutevidas e questionamentos para definiccedilatildeo do quadro cliacutenico apresentando pelos pacientes Ressalta-se a importacircncia de discussotildees aprofundadas sobre a dor e avaliaccedilatildeo realizada pelo enfermeiro e o uso de protocolos para sanar duacutevidas de classificaccedilatildeo (SANTORO PIMENTA 2008)

Classificaccedilatildeo de risco ndash Anaacutelise dos diagnoacutesticos meacutedicos

A Figura 3 ilustra a porcentagem dos diagnoacutesticos

encontrados nas classificaccedilotildees de risco dos pacientes com dor toraacutecica

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Figura 3 - Distribuiccedilatildeo percentual dos diagnoacutesticos meacutedicos encontrados na Classificaccedilatildeo dos pacientes com dor toraacutecica Florianoacutepolis-SC 2014

Fonte dados obtidos pela autora (2013-2014)

Identificaram-se entre os diagnoacutesticos encontrados 35 (66) casos de ansiedade 22 (328) casos de dor muscular em 7 registros (104) natildeo havia diagnoacutestico meacutedico formado e 3 (45) foram confirmados casos de Infarto Agudo do Miocaacuterdio

Reafirmando a caracteriacutestica do setor como porta de entrada aos serviccedilos de sauacutede recebendo elevada demanda de pacientes com indicaccedilatildeo de atendimento na Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede (APS) a Figura 3 demonstra que a maior parte dos pacientes classificados com dor toraacutecica no periacuteodo apresentam quadros considerados de ldquopouca-urgecircnciardquo

De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2006) 65 dos casos que satildeo atendidos nos serviccedilos de emergecircncia no Brasil tecircm indicaccedilatildeo de serem resolvidos na APS Tal condiccedilatildeo acaba por ldquosobrecarregarrdquo com elevada demanda as unidades de emergecircncia O SACR natildeo conta com profissional meacutedico exclusivamente para atender a demanda dos pacientes que satildeo classificados o que acaba por acarretar muitas vezes em demora no atendimento inquietaccedilatildeo de pacientes

0

20

40

60 Ansiedade

DormuscularSemregistrosIAM

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geralmente aqueles classificados como ldquoverdesrdquo que possuem indicaccedilatildeo para atendimento na Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede (APS)

Devido agrave oferta restrita de atendimentos em sauacutede a populaccedilatildeo excedente tende a procurar um serviccedilo com maior possibilidade de porta de entrada Os serviccedilos de emergecircncia hospitalar geralmente conferem esta visatildeo de resolutividade (MARQUES LIMA 2010)

A elevada procura pelos serviccedilos de emergecircncia por pacientes com indicaccedilatildeo de atendimento na APS reflete as falhas na rede de atenccedilatildeo agrave sauacutede e sua desarticulaccedilatildeo Lopes (2011) afirma ainda que a desarticulaccedilatildeo da Rede de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede (RAS) e o descreacutedito da populaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao atendimento na Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede contribuem seguramente para a superlotaccedilatildeo dos serviccedilos de emergecircncia a niacutevel nacional Souza etal (2010) lembram que durante a classificaccedilatildeo de risco podemos evidenciar uma situaccedilatildeo frequente nos serviccedilos de emergecircncia atendidos que natildeo caracterizam emergecircncia propriamente dita ou seja natildeo se tratam de risco de vida Cabe ressaltar que o conceito de urgecircncia e emergecircncia eacute diferente na visatildeo dos usuaacuterios de sauacutede

Neste sentido o SEA do HU eacute visto como serviccedilo de referecircncia Esses dados sugerem a imagem da populaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao hospital como centro de excelecircncia para o atendimento em sauacutede conferindo sua caracterizaccedilatildeo como figura de resolutividade Dessa forma apesar dos problemas de superlotaccedilatildeo e muitas vezes com demora no atendimento o hospital ainda confere agrave populaccedilatildeo maior acreditaccedilatildeo ou seguranccedila Reafirmando esta ideia Marques e Lima (2010 p15) colocam que ldquoApesar de superlotadosrdquo impessoais e atuando sobre a queixa principal esses locais reuacutenem um somatoacuterio de recursos quais sejam consultas remeacutedios procedimentos de enfermagem exames laboratoriais e internaccedilotildeesrdquo

Ao fazermos a relaccedilatildeo dos dados de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes que procuram o SEA do HU referindo dor toraacutecica e os diagnoacutesticos encontrados percebe-se que apesar da alta incidecircncia dos casos classificados ldquopouco-urgentesrdquo (verdes e azuis) como eacute considerado um quadro de ansiedade (Figura 2) reafirma-se que os enfermeiros valorizaram os

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sintomas referidos pelos pacientes com dor toraacutecica utilizando o protocolo sugerido agrave medida que classificam a maioria dos casos como Fluxo 1 (emergecircncia) 34 (507) dos casos

Nas classificaccedilotildees encontradas identificamos maior nuacutemero de casos classificados como emergentes em contrapartida o quadro com maior nuacutemero de diagnoacutesticos eacute o de ansiedade considerada uma queixa ldquopouco-urgenterdquo ou natildeo-emergente Esse fator nos faz refletir que ao vivenciar a dor toraacutecica o indiviacuteduo passa pela experiecircncia de sentimentos complexos O alto grau de gravidade que pode estar associado a este tipo de dor acaba por impulsionar a grande procura pelo ambiente hospitalar por parte dos pacientes com dor toraacutecica e seus familiares Pacientes que vivenciam a dor toraacutecica em sua maioria procuram o serviccedilo de emergecircncia em situaccedilatildeo que considera emergente ou urgente podendo ou natildeo estar passando por processo patoloacutegico (ARAUJO MARQUES 2007)

A intensidade dos sintomas cliacutenicos tende a conferir sentimentos de medo e o principal eacute o medo da morte agrave medida que relaciona esta dor como ameaccediladora agrave vida (ARAUacuteJO MARQUES 2007)

A Sociedade Brasileira de Cardiologia (2002) aponta que a dor toraacutecica tambeacutem pode surgir como reflexo psicossomaacutetico ou seja natildeo possuir causa orgacircnica Neste sentido gerada por mecanismos psiacutequicos tende a ser difusa e imprecisa Os sintomas de ansiedade satildeo detectaacuteveis na maioria dos casos e geralmente se observa a utilizaccedilatildeo inadequada e abusiva de analgeacutesicos (BASSAN et al 2002)

Consideraccedilotildees Finais

Conhecer o perfil dos pacientes com queixas de dor

toraacutecica eacute fundamental para buscar propostas para um cuidado seguro e qualificado de acordo com suas necessidades

Os serviccedilos de emergecircncia possuem caracteriacutestica de porta de entrada ao serviccedilo hospitalar no entanto acabam por atender tambeacutem os casos com indicaccedilatildeo de atendimento em niacutevel de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede sendo um retrato da situaccedilatildeo

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de sauacutede a niacutevel nacional e o SEA do HU natildeo foge a esta regra Esse fato acarreta a superlotaccedilatildeo demora no atendimento e tensatildeo aos profissionais de sauacutede Como eacute elevado o nuacutemero de pacientes atendidos na emergecircncia com casos natildeo urgentes ao deparar-se com um paciente com queixa de dor toraacutecica o profissional de sauacutede poderaacute banalizaacute-la ou ateacute mesmo desvalorizaacute-la

A caracterizaccedilatildeo dos pacientes que chegam ao SEA do HU foi possiacutevel por meio de anaacutelise das informaccedilotildees contidas no protocolo ldquoFluxograma de Triagem Cardioloacutegicardquo do HIAE A obtenccedilatildeo dessas informaccedilotildees revelou dados importantes para a avaliaccedilatildeo do paciente com dor toraacutecica e confirmou a importacircncia de um instrumento cientiacutefico jaacute validado em um serviccedilo de referecircncia como o HIAE para fundamentar as accedilotildees de Enfermagem Embora o serviccedilo contexto deste estudo natildeo seja referecircncia em cardiologia atende uma demanda expressiva de pacientes que procuram o serviccedilo com queixa de dor toraacutecica conforme observado neste estudo

Haacute ainda que se considerar que o SACR precisa atuar de forma a identificar com agilidade os casos de dor toraacutecica com indiacutecio de caso cliacutenico grave para promover a classificaccedilatildeo de risco eficaz em tempo ouro para a recuperaccedilatildeo do paciente Para isso o protocolo especiacutefico de Enfermagem ao paciente com dor toraacutecica precisa ser pautado em evidecircncias cliacutenicas reforccedilando a necessidade de implantaccedilatildeo de um protocolo validado

Esta pesquisa trouxe a comprovaccedilatildeo baseada na evidecircncia cientiacutefica de uma realidade claacutessica poreacutem somente observada mas agora registrada E como proposta fica a importante necessidade de sugerir a institucionalizaccedilatildeo do protocolo de enfermagem do HIAE para pacientes com queixas de dor toraacutecica que comprovou estar de acordo com a realidade do serviccedilo e com a caracteriacutestica do perfil dos pacientes encontrados

Para que esta pesquisa natildeo seja apenas uma constataccedilatildeo de fragilidades e sim se transforme em realidade em accedilatildeo para um serviccedilo de sauacutede de qualidade e livre de riscos o protocolo seraacute avaliado e discutido quanto agrave sua viabilidade ao serviccedilo em estudo distinto Para que esta proposta seja efetiva inicialmente

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deveraacute ser avaliado pela equipe de enfermagem e posteriormente ser apresentado agrave Diretoria de Enfermagem do hospital de estudo para possiacutevel institucionalizaccedilatildeo Um protocolo de avaliaccedilatildeo soacute torna-se uacutetil quando utilizado com vistas a atender um puacuteblico comum ao serviccedilo e agraves necessidades dos profissionais

Referecircncias ALVES D B BARBOSA M T S Desigualdades na Mortalidade por Doenccedilas Crocircnicas entre Idosos e sua Associaccedilatildeo com Indicadores Socioeconocircmicos no Brasil RBCEH Passo Fundo v 7 n 1 p 22-33 janabr 2010 ANZILIERO F A Emprego do Sistema de Triagem de Manchester na estratificaccedilatildeo de risco revisatildeo de Literatura Trabalho de conclusatildeo de curso da UFRS Porto alegre 2011 ARAUJO RD MARQUES IR Compreendendo o significado da dor toraacutecica isquecircmica de pacientes admitidos na sala de emergecircncia Rev Bras Enferm v60 n6 2007 BASSAN R PIMENTA L LEAtildeES P TIMERMAN A Sociedade Brasileira de Cardiologia I Diretriz de dor toraacutecica na sala de emergecircncia Definiccedilatildeo de graus de recomendaccedilatildeo e niacuteveis de evidecircncia Arq Bras Cardiol v76 n2 p1-22 2002 BOAVENTURA L SANTOS C PASELLO S Atuaccedilatildeo do Enfermeiro no Infarto Agudo do Miocaacuterdio Artigonal Diretoacuterio de Artigos Gratuitos 2011 Disponiacutevel em lthttpwwwartigonalcomauthors1166189gt Acesso em 08 fev 2014 BOUNDY J et al Enfermagem Meacutedico-Ciruacutergico Infarto Agudo do MiocaacuterdioCarlos Henrique Cosendey 3ordf ed Rio de Janeiro Reichman amp Affonso Editores v 2 2004

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BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Humaniza SUS Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo A Humanizaccedilatildeo como Eixo Norteador das Praacuteticas de Atenccedilatildeo e Gestatildeo em todas as Instacircncias do SUS Seacuterie B Textos Baacutesicos Brasiacutelia 2004 _______ Ministeacuterio da Sauacutede Recomendaccedilotildees para a Organizaccedilatildeo dos Cuidados Urgentes e Emergentes O Serviccedilo de Urgecircncias Hospitais SA 2006 _______ Ministeacuterio da Sauacutede Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo agraves Urgecircncias - 3 ed ampliada ndash Seacuterie E ndash Legislaccedilatildeo de Sauacutede BrasiacuteliaDF 2006 p55 _______ Ministeacuterio da Sauacutede Grupo Hospitalar ConceiccedilatildeoGerecircncia de Ensino e Pesquisa Diretrizes CliacutenicasProtocolos Assistenciais Manual Operacional Porto Alegre 2008 _______ Ministeacuterio da Sauacutede Acolhimento e Classificaccedilatildeo de Risco nos Serviccedilos de Urgecircncia Seacuterie B Textos Baacutesicos de Sauacutede BrasiacuteliaDF 2009 _______ Ministeacuterio da Sauacutede Conselho Nacional de Sauacutede Resoluccedilatildeo 466 de 12 dezembro de 2012 Diretrizes e normas regulamentadoras da pesquisa envolvendo seres humanos Brasiacutelia 2012 _______ Ministeacuterio da Sauacutede Perfil da mortalidade do Brasileiro Uma anaacutelise da situaccedilatildeo de sauacutede Brasiacutelia 2008 Disponiacutevel em lthttpportalsaudegovbrportalarquivospdfcoletiva_saude_061008pdf Acesso em 110312gt Acesso em 05 jan 2013 _______ Ministeacuterio da Sauacutede Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede do Homem Princiacutepios e Diretrizes Brasiacutelia 2008 Disponiacutevel em lthttpportalsaudegovbrportalarquivospdfpolitica_nacional_homempdfgt Acesso em 05 jan 2013

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GUIMARAtildeES et al Epidemiologia do infarto agudo do miocaacuterdio Revista Soc Cardiol Estado de Satildeo Paulo v16 n1 p1-7 janmar 2006 Disponiacutevel em lthttp2002201451revistasocespedicoesvolume16pdfn01pdfgt Acesso em 20 mai 2009 FERREIRA AMC MADEIRA MZA A Dor Toraacutecica na Sala de Emergecircncia uma revisatildeo de literatura Revista Interdisciplinar NOVAFAPI Teresina v4 n1 p50-56 janfevmar 2011 HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN Histoacuterico 2014 Disponiacutevel em lthttpwwweinsteinbrhospitalPaginassobre-o-hospitalaspxgt Acesso em 02 out 2013 JONES C BRISTOL E JONES F Reedman Nurse Practitioner Clinical Protocol Chest Pain 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwnursinghealthwagovaudocscareernpmmcchest_painpdfgt Acesso em 25 jan 2014

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evidecircncias na sauacutede e na enfermagem Ver Texto e Contexto - enferm Florianoacutepolis v17 n4 outdez 2008 NASI LA et al Rotinas em Pronto Socorro 2ed Porto Alegre Artmed 2005 OLIVEIRA RM SILVA LMS LEITAtildeO IMTA Anaacutelise dos saberes e praacuteticas de enfermeiras sobre avaliaccedilatildeo da dor no contexto hospitalar Rev enferm UFPE on line v4 n3 p 53-6 julset 2010 OLIVEIRA FJG LEITAtildeO I M T A RAMOSI C Caracterizaccedilatildeo dos pacientes com Dor Toraacutecica atendidos na Emergecircncia de um Hospital Privado de Fortaleza -Ce In 61deg Congresso de Enfermagem Transformaccedilatildeo Social e Sustentabilidade Ambiental 2009 Fortaleza- Ce Anais Eletrocircnicos Disponiacutevel em lthttpwwwabeneventoscombranais_61cbengt Acesso 29 dez 2013 PIEGAS LS FEITOSA G MATTOS LA NICOLAU JC ROSSI NETO JM e COLSSOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA Diretriz da Sociedade Brasileira de Cardiologia sobre Tratamento do Infarto agudo do Miocaacuterdio com Supradesniacutevel do Segmento ST Arq Bras Cardiol 2009 RIOS DFC BRANDAtildeO FB FARIA MNZ ALCANTARA AS SANTOS MIFO Tronboembolismo pulmonar como causa de dor toraacutecica na sala de emergecircncia Rev Meacuted Minas Gerais v20 p465-468 2010 SANTORO BDC PIMENTA CAM Semelhanccedilas e diferenccedilas da dor nas siacutendromes toraacutecicas revisatildeo sistemaacutetica da literatura Rev Gauacutecha Enferm Porto Alegre (RS) v29 n2 p301-7 jun 2008 SOUZA CC TOLEDO AD TADEU LFR CHIANCA TCM Classificaccedilatildeo de Risco em Pronto-Socorro concordacircncia entre

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um protocolo institucional brasileiro e Manchester Rev Latino-Am Enfermagem v19 n1 janfev 2011 SIMAtildeO AF PRECOMA AD ANDRADE JP CORREA FILHO H Diretriz Brasileira de Prevenccedilatildeo Cardiovascular Arquivos Brasileiros de Cardiologia Sociedade Brasileira de Cardiologia v101 n6 s2 dez 2013 Disponiacutevel em lthttppublicacoescardiolbrconsenso2013Diretriz_Prevencao_Cardiovascularpdfgt Acesso em07 jan 2013 VIEIRA W F S RAFAEL D Hospital de Cliacutenicas (HC) Universidade Federal do Paranaacute (UFPR) Departamento de Cliacutenica meacutedica Disciplina de Cardiologia Unidade Coronariana Protocolo de Manejo Hospitalar do Infarto Agudo do Miocaacuterdio com Supradesniacutevel de segmento ST Curitiba 2011 Disponiacutevel em lthttpwwwhcufprbrsitesdefaultfilesprotocolo_IAMCSST_2011pdf gt Acesso em 22 abr 2013

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52 A AVALIACcedilAtildeO DOS ENFERMEIROS DE UM SERVICcedilO DE EMERGEcircNCIA HOSPITALAR SOBRE A UTILIZACcedilAtildeO DE UM PROTOCOLO PARA A DOR TORAacuteCICA VALIDADO EM UM SERVICcedilO DE REFEREcircNCIA

Aline Costa Vieirasup1

Kaacutetia Cilene Godinho Bertoncellosup2 Juliana Balbinot Reis Girondisup3

Resumo Estudo quantitativo de caraacuteter descritivo que objetivou identificar a avaliaccedilatildeo de enfermeiros do Serviccedilo de Emergecircncia de um Hospital Universitaacuterio do Sul do Brasil ao utilizar um protocolo de Enfermagem especiacutefico para classificar a dor toraacutecica Foram realizadas sete entrevistas com os enfermeiros participantes por meio de roteiro semiestruturado entre janeiro e fevereiro de 2014 Para anaacutelise dos dados utilizou-se a estatiacutestica descritiva por meio de nuacutemeros absolutos e percentuais O protocolo utilizado foi construiacutedo validado e eacute utilizado no Hospital Israelita Albert Einstein de Satildeo PauloSP Contempla as caracteriacutesticas da dor toraacutecica fatores de risco antecedentes cardiovasculares e os possiacuteveis fluxogramas de encaminhamentos que conduzem a accedilatildeo do enfermeiro ao classificar o risco Os dados obtidos datildeo conta de que haacute um consenso entre os enfermeiros de que o protocolo sugerido prioriza o atendimento agrave Siacutendrome Coronariana Aguda identifica mais facilmente os fatores de risco para Infarto Agudo do Miocaacuterdio aleacutem de melhor identifica o tipo de dor Dentre as avaliaccedilotildees sobressaem as consideraccedilotildees positivas em utilizar o protocolo sobre as negativas Os enfermeiros em geral consideram o protocolo sugerido aplicaacutevel ao serviccedilo pois fundamentou sua praacutetica e proporcionou respaldo em sua conduta Palavras-chave Dor toraacutecica Infarto Agudo do Miocaacuterdio Assistecircncia em Enfermagem Classificaccedilatildeo de Risco Protocolos

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Abstract Qualitative descriptive study aimed to identify the evaluation of nurses in the Emergency Department of a University Hospital in Southern Brazil to use a specific protocol to classify Nursing chest pain Interviews with seven nurses participants through semi-structured between January and February 2014 were performed Data analysis used descriptive statistics by absolute numbers and percentages The protocol used was constructed validated and is used in the Albert Einstein Hospital in Sao Paulo SP Include the characteristics of chest pain risk factors cardiovascular history and possible flowcharts referrals that lead to action by nurses to rate the risk Data obtained realize that there is a consensus among nurses suggested that the protocol prioritizes compliance with Acute Coronary Syndrome more easily identifies risk factors for Acute Myocardial Infarction and better identifies the type of pain Among the positive reviews the highlights considerations in using the protocol on the negative Nurses generally consider the suggested protocol applicable to service as their practice ground and provided support in their conduct Keywords Chest pain acute myocardial infarction Nursing Assistance Risk Rating Protocols

Introduccedilatildeo

A dor toraacutecica eacute apontada como uma das principais

queixas referidas pelos pacientes que procuram os atendimentos de emergecircncia De acordo com estudos da Sociedade Brasileira de Cardiologia a estimativa eacute que 4 milhotildees de pessoas satildeo atendidas por dor toraacutecica anualmente no Brasil (BASSAN et al2002) Cerca de 5 a 15 dos pacientes que referem dor toraacutecica satildeo diagnosticados com Infarto Agudo do Miocaacuterdio ou seja em dados relativos 400 mil por ano em nosso paiacutes (BASSAN et al 2002)

Considerando que esta dor eacute o sintoma claacutessico da Siacutendrome Coronariana Aguda a atenccedilatildeo precisa ser redobrada em vigecircncia deste tipo de dor Os enfermeiros que atuam em um serviccedilo de Emergecircncia na Classificaccedilatildeo de Risco precisam estar atentos em vigecircncia da dor toraacutecica Frequentemente estes

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profissionais deparam-se com a dor toraacutecica por isquemia e diante de sua subjetividade avaliar e classificar a dor toraacutecica natildeo se constitui em tarefa simples (ARAUJO MARQUES 2007)

Nesse contexto emerge como tecnologia do cuidado e instrumento para o embasamento da praacutetica de Enfermagem os protocolos assistenciais que vem ao encontro das necessidades dos enfermeiros para a tomada de decisatildeo durante a classificaccedilatildeo de risco

Com relaccedilatildeo aos eventos coronarianos a reduccedilatildeo de casos como o Infarto Agudo do Miocaacuterdio na Siacutendrome Coronariana Aguda (SCA) ocorre mediante uso de diretrizes com evidecircncia cientiacutefica comprovada O uso de protocolos cliacutenicos eacute uacutetil para otimizar a qualidade do atendimento (FARIAS MOREIRA 2012)

Atualmente no Brasil especificamente ao abordarmos a praacutetica dos profissionais enfermeiros haacute que se considerar a escassez de estudos que tratam sobre a utilizaccedilatildeo de instrumentos que auxiliam a conduta dos profissionais os protocolos O uso de protocolos na aacuterea da sauacutede vem a ser uma evoluccedilatildeo para o cuidado agrave medida que vem com a finalidade de proporcionar embasamento cientiacutefico ao profissional (SCHNEID 2003)

O Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco surgiu com a finalidade de melhor ldquocoordenarrdquo a ordem do atendimento excluindo a ordem de chegada e incluindo a classificaccedilatildeo da gravidade ou fatores de risco associados que predisponham a um possiacutevel risco ameaccedilador agrave vida Para a classificaccedilatildeo de risco eacute necessaacuterio o trabalho de um profissional de enfermagem de niacutevel superior munido de um instrumento que fundamente a conduccedilatildeo do caso e avalie a gravidade ou o potencial de agravamento do caso Os protocolos assistenciais sistematizam a accedilatildeo do profissional aleacutem de serem fundamentais para a efetiva classificaccedilatildeo de risco e avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade do paciente (BRASIL 2009)

Nessa perspectiva emerge a seguinte pergunta de pesquisa para o estudo Qual a avaliaccedilatildeo dos enfermeiros de um Serviccedilo de Emergecircncia Hospitalar ao utilizar em sua

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conduta durante a Classificaccedilatildeo de Risco um protocolo especiacutefico para a avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica

Dessa forma essa pesquisa objetivou identificar a avaliaccedilatildeo dos enfermeiros do Serviccedilo de Emergecircncia de um Hospital Universitaacuterio do Sul do Brasil ao utilizar um protocolo de Enfermagem especiacutefico para avaliar a dor toraacutecica

Metodologia

Estudo quantitativo descritivo realizado em Serviccedilo de

Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco (SACR) do Setor de Emergecircncia de um Hospital Universitaacuterio do Sul do Brasil Atualmente o serviccedilo deste estudo utiliza para a Classificaccedilatildeo de Risco um instrumento adaptado do protocolo de Manchester (MACKAWAY-JONES 1997) confeccionado por um profissional meacutedico da instituiccedilatildeo o qual eacute utilizado no serviccedilo por consenso entre a equipe meacutedica e de enfermagem deste a implantaccedilatildeo do Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco na instituiccedilatildeo haacute cerca de 3 anos O referido instrumento adaptado eacute comum para todas as queixas referidas pelos pacientes

No periacuteodo janeiro a fevereiro de 2014 foi utilizado como experiecircncia no serviccedilo um protocolo especiacutefico de Enfermagem para a dor toraacutecica qual seja o protocolo Fluxograma da Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem Esse instrumento eacute utilizado no Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE) que eacute um serviccedilo brasileiro de referecircncia ao atendimento agrave sauacutede desde 2010 No referido ano esse hospital instituiu em sua unidade cardioloacutegica um protocolo de classificaccedilatildeo de risco especiacutefico para a Enfermagem na avaliaccedilatildeo dor toraacutecica com a finalidade de reconhecer precocemente um quadro de siacutendrome coronariana aguda que predisponha a um dano por vezes irreversiacutevel O protocolo de enfermagem desenvolvido no HIAE auxilia o enfermeiro a determinar a gravidade com maior agilidade levando ao atendimento mais raacutepido e seguro Embora o serviccedilo em questatildeo natildeo seja referecircncia ao atendimento para a dor toraacutecica este eacute sintoma principal em vigecircncia da Siacutendrome Coronariana Aguda Assim esta demanda que requer um atendimento especializado qualificado e seguro

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Para a efetivaccedilatildeo dessa experiecircncia foram convidados a participar os enfermeiros que atuam no serviccedilo de emergecircncia hospitalar de acordo com os criteacuterios de inclusatildeo ser enfermeiro efetivo da instituiccedilatildeo ou residente atuar no Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco e aceitar participar no estudo mediante assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido Assim foi apresentado a cada enfermeiro o instrumento para a avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica bem como fornecida as devidas orientaccedilotildees para a sua utilizaccedilatildeo Foi demonstrado a cada enfermeiro o passo-a-passo do funcionamento do protocolo a sua estrutura os fluxos de encaminhamentos e a conduccedilatildeo para cada caso Apoacutes a demonstraccedilatildeo do protocolo foi solicitado a cada enfermeiro que o aplicasse a todo o paciente que procurasse o serviccedilo referindo dor toraacutecica como queixa principal Cabe ressaltar que a utilizaccedilatildeo do protocolo do HIAE sugerido neste estudo para a avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica natildeo excluiu em nenhum momento o protocolo institucional do SACR do HU utilizado atualmente Dessa forma o protocolo do HIAE foi aplicado como um instrumento ldquocomplementarrdquo para o serviccedilo

Apoacutes a experiecircncia da aplicabilidade do protocolo a mesma foi avaliada pelos 07 enfermeiros participantes (trecircs enfermeiros residentes e quatro enfermeiros efetivos) A somatoacuteria das classificaccedilotildees de risco realizadas pelos enfermeiros nos proporcionou um quantitativo de sessenta e sete classificaccedilotildees de risco de pacientes que procuraram o serviccedilo referindo dor toraacutecica como queixa principal no periacuteodo estipulado para a pesquisa Os dados obtidos que caracterizam os pacientes natildeo seratildeo abordados neste estudo pois seratildeo analisados num outro manuscrito

A coleta de dados ocorreu no recorte temporal de janeiro a fevereiro de 2014 onde se utilizou como instrumento a entrevista semi-estruturada Todas as entrevistas foram gravadas em aacuteudio e transcritas pela pesquisadora

Como teacutecnica de anaacutelise utilizou-se a estatiacutestica descritiva ciecircncia que consiste na organizaccedilatildeo anaacutelise e descriccedilatildeo de um conjunto de variaacuteveis com o intuito de maior

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entendimento dos dados que representam (BARBETTA REIS BORNIA 2004)

O estudo seguiu os princiacutepios eacuteticos com o indiviacuteduo de acordo com a Resoluccedilatildeo 4662012 do Conselho Nacional de Sauacutede (BRASIL 2012) sendo aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Universidade Federal de Santa Catarina - CEPUFSC sob protocolo nordm 12494 e pela instituiccedilatildeo em estudo Para resguardar o sigilo e o anonimato dos sujeitos da pesquisa optou-se por identificaacute-los como Enfermeiro (E) seguida pela ordem alfanumeacuterica (1 a 7)

Resultados

Estes resultados retratam as respostas dos sete

enfermeiros para cada uma das cinco perguntas do roteiro semi-estruturado Cada tabela a seguir caracteriza o conjunto das respostas dos enfermeiros agrupadas para cada pergunta Em conjunto estes resultados refletem a percepccedilatildeo dos enfermeiros ao utilizar o protocolo de dor toraacutecica do HIAE durante a classificaccedilatildeo dos 67 casos de dor toraacutecica deste estudo Tabela 2 - Distribuiccedilatildeo da avaliaccedilatildeo da Utilizaccedilatildeo do Protocolo Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem do HIAE FlorianoacutepolisndashSC 2014

Enfermeiros Positivo Negativo

Enfermeiro 1 Prioriza o atendimento a SCA

Enfermeiro 2 Amplia a visatildeo Natildeo indicaria ECG Enfermeiro 3 Identifica fatores de risco Eacute longo Enfermeiro 4 Boa noccedilatildeo para suspeita

de IAM

Enfermeiro 5 Com o passar do tempo Seraacute uacutetil

Complicado para usar no iniacutecio

Enfermeiro 6 Guiou melhor a conduta Enfermeiro 7 Faacutecil aplicaccedilatildeo

Total 7 3

Fonte Dados obtidos pela autora (2014)

95

Os enfermeiros avaliaram a utilizaccedilatildeo do instrumento abordando os aspectos positivos e negativos Em relaccedilatildeo aos aspectos positivos 100 reportaram que a utilizaccedilatildeo do protocolo proporcionou melhores condiccedilotildees para conduzir agrave terapecircutica e o cuidado ao paciente com dor toraacutecica Foram apontados o fato do instrumento utilizado fornecer prioridade no atendimento agrave Siacutendrome Coronariana Aguda (SCA) e Infarto Agudo do Miocaacuterdio (IAM) proporcionar identificaccedilatildeo mais clara dos fatores de risco e o fato de ser um protocolo de faacutecil aplicaccedilatildeo

Protocolos cliacutenicos assistenciais satildeo considerados como instrumentos de tecnologias em sauacutede agrave medida que satildeo documentos que estabelecem criteacuterios ou conduccedilatildeo preconizada para o agravo em questatildeo (BRASIL 2011) Schneid et al (2003) reforccedila esta perspectiva ao afirmar que os protocolos cliacutenicos satildeo recursos tecnoloacutegicos embasados cientificamente com o propoacutesito de auxiliar o profissional da sauacutede durante a praacutetica cliacutenica os beneficiando ao lado de recursos humanos fiacutesicos e materiais No entanto o benefiacutecio esperado para o atendimento agrave sauacutede do paciente vem sendo prejudicada pela falta de estudos e recursos destinados a esta tecnologia (SHNEID et al 2003)

A variedade de condiccedilotildees cliacutenicas que geram a dor toraacutecica exige uma classificaccedilatildeo raacutepida para o aumento do prognoacutestico destes pacientes que muitas vezes podem estar desenvolvendo um quadro de Siacutendrome Coronariana Aguda (SANTOS ARAUacuteJO 2003) No entanto estudos apontam que a dor toraacutecica estaacute presente em 70 dos casos de Infarto Agudo do Miocaacuterdio (HIGA ATALLAH et al 2004)

O Infarto Agudo do Miocaacuterdio eacute a necrose de parte do muacutesculo cardiacuteaco consequente da isquemia que eacute causada pela obstruccedilatildeo da irrigaccedilatildeo sanguiacutenea ao coraccedilatildeo por uma das arteacuterias coronaacuterias Geralmente esta obstruccedilatildeo ocorre por um embolo ou trombo e pode ocorrer em localizaccedilotildees e intensidades diferentes dependendo da arteacuteria coronaacuteria afetada (BOUNDY et al 2004) De acordo com estudos da American Heart Association os protocolos satildeo essenciais para a avaliaccedilatildeo segura dos casos de dor toraacutecica pois auxiliam na internaccedilatildeo

96

imediata dos casos graves assim como na identificaccedilatildeo dos chamados casos de dor toraacutecica de baixo custo aqueles sem diagnoacutestico grave Embora a maioria dos pacientes com dor toraacutecica natildeo seja diagnosticado com uma condiccedilatildeo de risco de vida o enfermeiro precisa distingui-los daqueles que necessitam de tratamento emergente (EZRA et al 2010)

A dor toraacutecica eacute um sintoma de amplitude social uma vez que atinge milhares de pessoas por todo o mundo (BASSAN et al2002) Dentre as causas que podem culminar em dor toraacutecica como causa psicoloacutegica pulmonar digestiva oacutesseo-muscular aquelas originadas no aparelho cardiovascular satildeo as mais temidas pelos profissionais de sauacutede e populaccedilatildeo em geral Temor este relacionado aos altos iacutendices de mortalidade por isquemia cardiacuteaca (BASSAN et al 2002) Por esta razatildeo a causa cardiovascular eacute a mais discorrida neste estudo

Corroborando esta ideia Marques (2010) afirmam que para a correta avaliaccedilatildeo e manejo da dor toraacutecica torna-se indispensaacutevel a aplicaccedilatildeo de um protocolo e da educaccedilatildeo continuada para melhor embasar a atuaccedilatildeo do enfermeiro (MARQUES 2010)

A dor toraacutecica eacute um achado cliacutenico importante para a investigaccedilatildeo do distuacuterbio que o paciente possa estar apresentando e para a definiccedilatildeo do diagnoacutestico O chamado quinto sinal vital a dor vem tomando proporccedilatildeo maior para os enfermeiros na literatura acerca de sua valorizaccedilatildeo na uacuteltima deacutecada Apesar disso a avaliaccedilatildeo da dor segue como um desafio ao enfermeiro durante a Classificaccedilatildeo de Risco uma vez que o ato de medir este sintoma estaacute relacionado agrave observaccedilatildeo escuta qualificada e acima de tudo em acreditar na queixa de dor referida (MORAIS et al 2009)

Ao considerar os aspectos negativos de avaliaccedilatildeo do protocolo se observou afirmaccedilatildeo do ldquoenfermeiro 2rdquo de que natildeo indicaria o Eletrocardiograma (ECG) visto que a solicitaccedilatildeo deste exame na instituiccedilatildeo natildeo eacute respaldada para que o profissional enfermeiro o realize No HIAE instituiu este protocolo a solicitaccedilatildeo do ECG pelo enfermeiro eacute uma praacutetica de rotina e assegurada pelo protocolo Soares (2007) discuta essa situaccedilatildeo ao apontar que devido ao alto grau de mortalidade

97

cardiovascular o enfermeiro durante a classificaccedilatildeo de risco precisa priorizar o atendimento agrave dor toraacutecica Para isto eacute necessaacuterio um atendimento com tempo meacutedio de 8 minutos entre a chegada do paciente agrave Emergecircncia e a realizaccedilatildeo do ECG visando reduzir o tempo entre chegada diagnoacutestico e tratamento A maioria dos casos de morte por IAM ocorrem nas primeiras horas do iniacutecio dos sintomas sendo 40 a 65 na primeira hora e aproximadamente 80 nas primeiras 24 horas (PIEGAS et al2009) Quando respaldado por um protocolo validado e institucionalizado torna-se viaacutevel a rotina da solicitaccedilatildeo de Eletrocardiograma pelo enfermeiro assim como acontece no HIAE Marques (2010) reafirma esta necessidade ao abordar que eacute niacutetida a necessidade da implantaccedilatildeo de um protocolo avaliar e classificar a dor toraacutecica visto que quando o enfermeiro indica o ECG em seguida agrave classificaccedilatildeo de risco agiliza o processo e evita atraso do diagnoacutestico Ratificando esta necessidade a Sociedade Brasileira de Cardiologia (BASSAN et al 2002) considera eacute primordial que o diagnoacutestico de IAM por meio do ECG seja realizado ateacute 10 minutos da chegada do paciente tempo-ouro para o iniacutecio da terapecircutica adequada Assim agrave medida que o protocolo estaacute institucionalizado os papeacuteis dos membros da equipe de sauacutede ficam bem definidos

A resposta do ldquoenfermeiro 3rdquo evidencia a sua consideraccedilatildeo quando relata que o protocolo ldquoeacute longordquo O protocolo jaacute validado no serviccedilo de referecircncia HIAE eacute um instrumento que contempla e resgata as diversas possibilidades de agravos sintomatologias e caracteriacutesticas que tendem a prever um quadro cliacutenico de gravidade Desta forma como um documento completo no sentido de esgotar as possibilidades de gravidade tornando-o mais extenso que o instrumento utilizado atualmente no setor

Os protocolos assistenciais referem-se agrave organizaccedilatildeo do serviccedilo e sobretudo agrave organizaccedilatildeo do processo de trabalho da equipe de sauacutede De acordo com a colocaccedilatildeo do ldquoenfermeiro 5rdquo existe o pensamento de que inicialmente possa ser ldquodificultosordquo utilizar uma nova tecnologia e com ldquoo passar do tempordquo possa ser uacutetil Essa concepccedilatildeo denota o periacuteodo comum considerado

98

para adaptaccedilatildeo de um protocolo assistencial A incorporaccedilatildeo de um protocolo assistencial depende do conhecimento do profissional de sauacutede em como utilizaacute-lo corretamente e do compromisso do profissional o que geralmente requer tempo para adaptaccedilatildeo da nova tecnologia Aleacutem disso para o sucesso da adoccedilatildeo do protocolo este deve corresponder agraves expectativas e demandas do serviccedilo e dos profissionais (WERNECK FARIA CAMPOS 2009)

Mediante a relevacircncia da dor toraacutecica da sua importacircncia social e econocircmica os estudos relacionados a construccedilatildeo de protocolos de Enfermagem ainda satildeo escassos o que justifica a anaacutelise deficitaacuteria dos dados com relaccedilatildeo agrave atuaccedilatildeo do enfermeiro frente ao paciente com esta sintomatologia nos serviccedilos de Emergecircncia (MARQUES 2010) Fernandes et al (2009) corroboram com esta situaccedilatildeo em sauacutede ao discorrer que existem poucos estudos de Enfermagem na abordagem de protocolos assistenciais principalmente tratando-se de situaccedilotildees agudas em Emergecircncia e particularmente para Siacutendrome Coronariana Aguda Tabela 3 - Distribuiccedilatildeo da avaliaccedilatildeo das vantagens eou desvantagens em utilizar o protocolo Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem do HIAE FlorianoacutepolisndashSC2014

Enfermeiros Positivo Negativo

Enfermeiro 1 Eacute bem completo Eacute extenso Enfermeiro 2 Identifica mais faacutecil o

tipo de dor atendimento mais raacutepido

Complicado com duas folhas

Enfermeiro 3 Classificaccedilatildeo mais qualificada avalia melhor os riscos

Eacute extenso

Enfermeiro 4 Ajuda a classificar melhor a dor

Enfermeiro 5 Auto-explicativo Muito longo Enfermeiro 6 Auxilia na

classificaccedilatildeo triagem mais correta encaminha certo como

Longo e demorado

99

proceder Enfermeiro 7 Agiliza o processo

auxilia o enfermeiro na classificaccedilatildeo

A instituiccedilatildeo natildeo aceitaraacute pedido de ECG assinado pelo enfermeiro

Total 7 6

Fonte Dados obtidos pela autora (2014)

Observa-se no conjunto destes dados que 100 dos

enfermeiros avaliaram de forma positiva o protocolo em relaccedilatildeo agraves suas vantagens Os profissionais afirmaram que utilizar este protocolo propiciou uma Classificaccedilatildeo de Risco mais correta qualificada e com identificaccedilatildeo mais faacutecil do tipo de dor Estudos consideram que eacute fundamental relacionar os fatores de risco com a descriccedilatildeo da dor que geralmente em caso de IAM eacute referida como de forte intensidade em ldquoqueimaccedilatildeo aperto opressatildeo ou sufocaccedilatildeordquo e superior a 30 minutos podendo ou natildeo irradiar para os braccedilos mandiacutebula pescoccedilo ou estocircmago Para que esta identificaccedilatildeo seja fundamentada o uso de protocolos assistenciais se torna imprescindiacutevel (OLIVEIRA LEITAtildeO RAMOS 2009) Em casos mais incomuns considerados atiacutepicos como descritos no protocolo do HIAE o paciente pode estar apresentando dificuldade para respirar naacuteuseas vocircmitos vertigem desmaio suor frio e palidez Contudo a sintomatologia nos casos atiacutepicos pode ser branda (OLIVEIRA LEITAtildeO RAMOS 2009) Tabela 4 - Distribuiccedilatildeo da avaliaccedilatildeo da estrutura formato e fluxos de encaminhamentos contidos no Protocolo Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem do HIAE FlorianoacutepolisndashSC 2014

Enfermeiros Positivo Negativo

Enfermeiro 1 Faacutecil compreensatildeo Enfermeiro 2 Deveria ser de

apenas uma folha Enfermeiro 3 Jaacute estamos

acostumadas a usar o outro

100

Enfermeiro 4 Natildeo tem a cor laranja Enfermeiro 5 Auxilia bastante na

tomada de decisatildeo eacute auto-explicativo

Eacute mais demorado

Enfermeiro 6 Conteacutem bastante informaccedilotildees

Um pouco complicado de entender

Enfermeiro 7 Facilita encaminhamento e tomada de decisatildeo

Total 4 5

Fonte Dados obtidos pela autora (2014)

Em relaccedilatildeo agrave estrutura e formato foi demonstrado que a

percepccedilatildeo do enfermeiro de que o protocolo eacute um documento extenso quando comparado ao que eacute adotado na instituiccedilatildeo atualmente O ldquoenfermeiro 5rdquo afirma ser ldquomais demoradordquo para preenchimento e aplicabilidade Em contrapartida coloca que ldquoauxilia na tomada de decisatildeo e eacute auto-explicativordquo Percebe-se que apesar de ser um protocolo mais extenso que o utilizado atualmente pode-se considerar que aborda uma visatildeo mais detalhada da condiccedilatildeo cliacutenica que o paciente com dor toraacutecica possa estar apresentando Esse fator a princiacutepio percebido como negativo poderaacute ser um diferencial na classificaccedilatildeo de risco da dor toraacutecica conferindo seguranccedila para o enfermeiro ao avaliar amplamente a dor e principalmente agilidade no atendimento na proporccedilatildeo em que sanar as duacutevidas do profissional de sauacutede que poderaacute identificar mais rapidamente uma condiccedilatildeo cliacutenica grave A raacutepida e correta avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica desde a chegada do paciente no hospital interfere natildeo somente na diminuiccedilatildeo de riscos e agravos ao paciente como economicamente agrave medida que evita terapecircuticas e encaminhamentos inadequados e internaccedilotildees desnecessaacuterias (BASSAN et al2002)

Justifica-se a necessidade de implantaccedilatildeo de um protocolo especiacutefico para a dor toraacutecica pelo fato de que o tempo que decorre do iniacutecio da dor e a sua correta avaliaccedilatildeo eacute fundamental para definir o diagnoacutestico e principalmente o tratamento do IAM Quando existem duacutevidas de classificaccedilatildeo da gravidade com consequumlente atraso do encaminhamento adequado existe aumento proporcional do risco de mortalidade (PIEGAS et al

101

2004) Bassan et al (2002) corroboram com esta afirmaccedilatildeo ao discorrerem que agrave falta de domiacutenio e de fundamentaccedilatildeo para a abordagem do paciente com dor toraacutecica por parte do enfermeiro durante a classificaccedilatildeo da gravidade tende a ocasionar o retardo do atendimento terapecircutico

O protocolo proposto considera as cores vermelho (emergente) amarelo (urgente) e verde (natildeo-urgente) diferente do protocolo da instituiccedilatildeo que aleacutem destas cores considera tambeacutem a cor laranja (muito-urgente) Uma resposta tambeacutem negativa na avaliaccedilatildeo do ldquoenfermeiro 4rdquo traz essa consideraccedilatildeo da diferenccedila de ambos Cabe ressaltar aqui que o protocolo do HIAE proporciona maior autonomia ao enfermeiro ao permitir por exemplo que indique o exame ECG como discutido anteriormente A realizaccedilatildeo mais raacutepida do ECG sem necessariamente ser uma indicaccedilatildeo exclusiva da medicina auxilia na conduccedilatildeo terapecircutica com maior agilidade e exclui a necessidade de maior nuacutemero de cores graduais para avaliaccedilatildeo da gravidade do quadro cliacutenico

Outro aspecto importante na discussatildeo estrutural do protocolo eacute a sua apresentaccedilatildeo impressa O enfermeiro 2 considera que ldquodeveria ser de apenas uma folhardquo O documento original desenvolvido no HIAE eacute impresso em apenas uma folha utilizando-se uma fonte menor Optou-se neste estudo em distribuiacute-lo em duas folhas para proporcionar melhor visibilidade ao enfermeiro A proposta inicial deste estudo trata de que se este protocolo sugerido fosse avaliado majoritariamente como positivo seria apresentado agrave Diretoria de Enfermagem da instituiccedilatildeo e adaptado de acordo com a necessidade e comodidade dos profissionais enfermeiros de acordo com a sua proacutepria avaliaccedilatildeo Logo seria de faacutecil realizaccedilatildeo a reestruturaccedilatildeo desse instrumento conforme sugerido pelos sujeitos desse estudo

102

Tabela 5 - Distribuiccedilatildeo da avaliaccedilatildeo da diferenccedila em utilizar o Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem e do Protocolo Institucional Adaptado de Manchester

Enfermeiro Positivo Negativo

Enfermeiro 1 Classificaccedilatildeo mais adequada

Mais extenso

Enfermeiro 2 Este eacute mais completo O outro eacute incompleto

Enfermeiro 3 Identifica melhor o risco de uma situaccedilatildeo grave O outro eacute incompleto

Enfermeiro 4 Este eacute completo daacute a noccedilatildeo de fatores de risco O outro eacute incompleto

Enfermeiro 5 Para a dor toraacutecica esse eacute melhor eacute mais explicativo O nosso eacute mais raacutepido mas eacute muito geneacuterico

Enfermeiro 6 Eacute mais completo facilita a identificaccedilatildeo de um evento cardiacuteaco Da instituiccedilatildeo eacute mais geneacuterico

Enfermeiro 7 Este daacute mais seguranccedila para classificar a sintomatologia do paciente

Total 7 1 Fonte Dados obtidos pela autora (2014)

103

Identifica-se 100 de avaliaccedilotildees positivas para utilizar o protocolo do HIAE em relaccedilatildeo ao protocolo institucional O consenso das respostas daacute conta de que o protocolo do HIAE ldquoeacute mais completordquo para a avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica Um protocolo assistencial estaacute em consonacircncia com a realidade de um serviccedilo quando contempla as situaccedilotildees previstas e imprevistas o que caracteriza um instrumento mais ldquocompletordquo Ao abordar o protocolo institucional adaptado do protocolo de Manchester devem-se considerar os riscos no emprego de protocolos Algumas vezes as adaptaccedilotildees de protocolos internacionais nem sempre estatildeo apropriados ou bem adaptados agraves necessidades do serviccedilo pois natildeo satildeo abrangentes e natildeo consideram todas as questotildees inclusive as imprevistas Para esta apropriaccedilatildeo eacute fundamental a realizaccedilatildeo de estudos acerca do puacuteblico-alvo profissionais vantagens e desvantagens envolvidos (WERNECK FARIA CAMPOS 2009)

Aconselha-se para a classificaccedilatildeo de risco adequada considerando as situaccedilotildees imprevistas que o enfermeiro identifique junto ao paciente as caracteriacutesticas da dor toraacutecica em tiacutepica ou atiacutepica Em alguns casos o paciente pode desenvolver a siacutendrome poacutes IAM com dor toraacutecica que deve ser diferenciada da recidiva do infarto pulmonar e da insuficiecircncia cardiacuteaca congestiva (BOUNDY et al 2004)

Quando natildeo sustentados por criteacuterios adequados agraves reais demandas do serviccedilo os protocolos podem instituir processo de trabalho fragmentado e sem planejamento natildeo garantindo impactos positivos na sauacutede das pessoas (WERNECK FARIA CAMPOS 2009)

Tabela 6 - Distribuiccedilatildeo da avaliaccedilatildeo da aplicabilidade do protocolo ao serviccedilo Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem ao acolhimento da emergecircncia FlorianoacutepolisndashSC 2014

Enfermeiro Positivo Negativo

Enfermeiro 1 Sim menor tempo para o atendimento

Enfermeiro 2 Sim Enfermeiro indicar

104

ECG eacute complicado no serviccedilo

Enfermeiro 3 Sim ajuda a classificar Identifica melhor os casos graves

Enfermeiro 4 Sim pois temos muitos casos de dor toraacutecica

Enfermeiro 5 Sim precisa apenas se habituar a usar

Enfermeiro 6 Sim Mas precisa ser melhorado para aplicaccedilatildeo mais raacutepida

Enfermeiro 7 Sim pela facilidade da aplicaccedilatildeo e diferenciaccedilatildeo dos casos de dor toraacutecica

Total 7 2

Fonte Dados obtidos pela autora (2014)

Verifica-se quanto agrave aplicabilidade ao serviccedilo 100 de

avaliaccedilotildees positivas dos enfermeiros em relaccedilatildeo agrave implementaccedilatildeo do protocolo de dor toraacutecica do HIAE para o SACR do SEAHU Quando satildeo adequados agraves necessidades dos profissionais de sauacutede e agrave demanda caracteriacutestica do serviccedilo os protocolos assistenciais tendem a responder satisfatoriamente trazendo seguranccedila aos profissionais (WERNECK FARIA CAMPOS 2009) Observa-se a correlaccedilatildeo das respostas do ldquoenfermeiro 1rdquo do ldquoenfermeiro 3rdquo e do ldquoenfermeiro 7rdquo quando afirmam que o protocolo utilizado possibilitou menor tempo de atendimento melhor identificaccedilatildeo dos casos graves e melhor diferenciaccedilatildeo dos casos de dor toraacutecica ou seja relacionam os benefiacutecios para a classificaccedilatildeo de risco da dor toraacutecica Nos atendimentos em emergecircncia um instrumento cientiacutefico especiacutefico para a dor toraacutecica ou associada a outros sintomas sugestivos de Siacutendrome Coronariana Aguda facilita a tomada de decisatildeo do profissional de sauacutede durante a Classificaccedilatildeo de Risco (HOFFMANN et al 2012)

Consideraccedilotildees Finais

105

Identificar a avaliaccedilatildeo dos enfermeiros ao utilizar o

protocolo para dor toraacutecica foi um aspecto essencial para reconhecer a validade do instrumento para o serviccedilo Um protocolo assistencial soacute se torna efetivo quando abrange as necessidades especiacuteficas do puacuteblico atendido e quando corresponde agraves expectativas dos profissionais de sauacutede que o utilizaratildeo

A avaliaccedilatildeo dos enfermeiros que utilizaram o protocolo reflete a necessidade de uma tecnologia em sauacutede consistente e eficaz para uma classificaccedilatildeo de risco segura Contudo algumas adaptaccedilotildees simples necessitam ser realizadas a fim de instituir um protocolo de acordo com a necessidade dos profissionais e a realidade do serviccedilo em questatildeo

Houve prevalecircncia das avaliaccedilotildees positivas em relaccedilatildeo agraves negativas Quanto agraves positivas o uso do protocolo foi importante pra sanar as duacutevidas de classificaccedilatildeo tornaacute-la mais raacutepida segura pautar a praacutetica do profissional de Enfermagem durante a classificaccedilatildeo de risco As avaliaccedilotildees negativas consideram principalmente o formato impresso do protocolo e sua extensatildeo O formato poderaacute ser facilmente reformulado de acordo com a necessidade dos profissionais e do serviccedilo Quanto agrave sua extensatildeo fica evidente que um instrumento especiacutefico a fim de descartar diversas as condiccedilotildees cliacutenicas graves tende a conter mais informaccedilotildees que os instrumentos generalistas Situaccedilatildeo que poderaacute ser superada satisfatoriamente mediante tempo de adaptaccedilatildeo dos profissionais

O estudo possibilitou reconhecer que o protocolo sugerido estaacute em consonacircncia com a realidade da atuaccedilatildeo dos enfermeiros na classificaccedilatildeo de risco que utilizam atualmente um instrumento generalista natildeo direcionado agrave Enfermagem

Referecircncias

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6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Para que a aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo do protocolo de Enfermagem para a Dor Toraacutecica no Serviccedilo de Emergecircncia fossem viaacuteveis este estudo precisou ser definido em duas vertentes essenciais A princiacutepio o reconhecimento da demanda foco desta pesquisa o paciente com dor toraacutecica Um protocolo institucional soacute seraacute uacutetil quando se encontra em consonacircncia com o perfil atendido e o possiacutevel benefiacutecio que poderaacute oferecer a esta demanda justifica a sua investigaccedilatildeo Em um segundo momento o protocolo precisa estar de acordo com a realidade do serviccedilo em questatildeo e atender agraves necessidades tambeacutem dos profissionais de sauacutede

Os Serviccedilos de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco satildeo uma proposta do Ministeacuterio da Sauacutede com a finalidade de ldquoadministrarrdquo a demanda de pacientes de um serviccedilo de Emergecircncia de modo a humanizar o cuidado em outras palavras permite uma mudanccedila no fluxo de atendimento ao excluir o atendimento por ordem de chegada e incluir o atendimento por ordem de maior gravidade Atuar no SACR contudo se constitui em uma atividade complexa para o enfermeiro O profissional precisa ser detentor de conhecimento cientiacutefico qualificaccedilatildeo profissional avaliaccedilatildeo criteriosa e tomada raacutepida de decisatildeo a fim de estipular os encaminhamentos corretos para os diferentes quadros cliacutenicos minimizaccedilatildeo o risco de agravos

A dor toraacutecica em especiacutefico foi a sintomatologia elencada para este estudo visto que a avaliaccedilatildeo da dor em si eacute fundamental para que o profissional ofereccedila um serviccedilo de qualidade O sintoma aacutelgico eacute valioso no sentido de identificar a afecccedilatildeo que possa estar a gerando agrave medida que forem observadas suas caracteriacutesticas e fatores de risco associados Tratando-se da dor toraacutecica entende-se como principal sintoma em casos de Siacutendrome Coronariana Aguda que predispotildee ao Infarto Agudo do Miocaacuterdio Os protocolos assistenciais satildeo tecnologias em sauacutede que tem o objetivo de fundamentar a praacutetica profissional organizar o atendimento e diminuir o tempo

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para a instituiccedilatildeo terapecircutica adequada Ao utilizar um protocolo pautado em evidecircncia cientiacutefica a classificaccedilatildeo de risco fica padronizada o enfermeiro atua de forma mais segura e eficaz Esta condiccedilatildeo ficou evidenciada na avaliaccedilatildeo do protocolo realizada pelos enfermeiros que demonstrou-se majoritariamente positiva em relaccedilatildeo ao uso do protocolo para classificar a dor toraacutecica

Durante esta investigaccedilatildeo foi possiacutevel constatar que os protocolos de enfermagem apesar de sua magnitude e comprovada eficaacutecia para a organizaccedilatildeo do serviccedilo e benefiacutecios no atendimento ao paciente satildeo pouco explorados na literatura deixando uma lacuna importante para a assistecircncia de Enfermagem Esta condiccedilatildeo demonstra a necessidade de mais estudos e maiores investimentos na temaacutetica de protocolos especiacuteficos de Enfermagem Para este estudo optou-se por um protocolo de Enfermagem para a dor toraacutecica construiacutedo por uma instituiccedilatildeo de excelecircncia o Hospital Israelita Albert Einstein de Satildeo PauloSP Contudo devido agrave falta de estudos de Enfermagem com relaccedilatildeo aos protocolos assistenciais particularmente para a classificaccedilatildeo de risco da dor toraacutecica o estudo escolhido foi desenvolvido por um meacutedico cardiologista

Quanto agrave identificaccedilatildeo do perfil do paciente com dor toraacutecica atendido no serviccedilo embora natildeo seja serviccedilo de referecircncia em cardiologia comprovadamente existe a necessidade da incorporaccedilatildeo de um protocolo assistencial para a dor toraacutecica devido agrave sua importacircncia enquanto sinal indiacutecio de uma possiacutevel condiccedilatildeo cardioloacutegica grave de alta incidecircncia mundial e no Brasil e pela expressiva demanda com esta queixa a procurar o serviccedilo

A padronizaccedilatildeo no manejo da dor toraacutecica interferiu significativamente para o trabalho do enfermeiro agrave medida que este dispotildee de um instrumento de acordo com o puacuteblico atendido que fundamente suas accedilotildees tornando-o detentor de mais seguranccedila e conhecimento A utilizaccedilatildeo do protocolo organiza o trabalho da equipe de Enfermagem e unifica a linguagem dos profissionais o que ficou evidenciado nas afirmaccedilotildees dos profissionais

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Os dados obtidos neste estudo que identificou o perfil do paciente com dor toraacutecica e a avaliaccedilatildeo do protocolo de dor toraacutecica realizada pelos proacuteprios enfermeiros do serviccedilo e em vigecircncia deste protocolo ter sido validado e utilizado em um serviccedilo de Excelecircncia no paiacutes o estudo deixou evidente que este protocolo de Enfermagem para a avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica durante a Classificaccedilatildeo de Risco eacute passiacutevel de implantaccedilatildeo na instituiccedilatildeo Desse modo seraacute apresentado agrave Diretoria de Enfermagem do HU para possiacutevel institucionalizaccedilatildeo

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REFEREcircNCIAS

ANZILIERO F A Emprego do Sistema de Triagem de Manchester na estratificaccedilatildeo de risco revisatildeo de Literatura Trabalho de conclusatildeo de curso da UFRS Porto alegre 2011 ALBUQUERQUE PLMM COSTA LB BASTOS BB SILVA JUacuteNIOR GB Dor precordial natildeo usual Relato de Caso Rev Bras Cardiol v23 n2 p200-1 2010 ALVES D B BARBOSA M T S Desigualdades na Mortalidade por Doenccedilas Crocircnicas entre Idosos e sua Associaccedilatildeo com Indicadores Socioeconocircmicos no Brasil RBCEH Passo Fundo v 7 n 1 p 22-33 janabr 2010 AMERICAN PAIN SOCIETY Principles of Analgesic Use in the Treatment of Acute Pain and Cancer Pain4 Glenview IL American Pain Society 1999 ARAUJO RD MARQUES IR Compreendendo o significado da dor toraacutecica isquecircmica de pacientes admitidos na sala de emergecircncia Rev Bras Enferm v60 n6 2007 BASSAN R PIMENTA L LEAtildeES P TIMERMAN A Sociedade Brasileira de Cardiologia I Diretriz de dor toraacutecica na sala de emergecircncia Definiccedilatildeo de graus de recomendaccedilatildeo e niacuteveis de evidecircncia Arq Bras Cardiol v76 n2 p1-22 2002 BARBETTA PA REIS MM BORNIA AC Estatiacutestica para cursos de Engenharia e informaacutetica Satildeo Paulo Ed Atlas SA 2004 BEZERRA AA BEZERRA AA BRASILEIRO ME A conduta de enfermagem frente ao paciente infartado Rev Eletrocircnica Enferm v1 n1 p1-10 2011

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APENDICES

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APENDICE A - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (GRUPO 01)

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM ENFERMAGEM CURSO DE MESTRADO PROFISSIONAL ASSOCIADO Agrave

RESIDEcircNCIA INTEGRADA MULTIPROFISSIONAL EM SAUacuteDE

Vocecirc estaacute convidado a participar da pesquisa ldquoAplicaccedilatildeo e Avaliaccedilatildeo de um Protocolo de Enfermagem para Dor Toraacutecica em um Serviccedilo de Emergecircncia Hospitalarrdquo que estaacute sendo desenvolvida pela mestranda Aline Costa Vieira sob orientaccedilatildeo da Profordm Dra Kaacutetia Cilene Godinho Bertoncello

Objetivo da pesquisa ndash auxiliar a equipe de Enfermagem na

Classificaccedilatildeo de Risco do paciente com dor toraacutecica disponibilizando um protocolo especiacutefico para esta dor e analisando seus benefiacutecios

Este estudo faz parte da Dissertaccedilatildeo do Programa de Mestrado Profissional Associado agrave Residecircncia Integrada Multiprofissional em Sauacutede da Universidade Federal de Santa Catarina Caso vocecirc concorde em participar solicitamos que assine no final deste documento No entanto salientamos que sua participaccedilatildeo natildeo eacute obrigatoacuteria e sua recusa natildeo traraacute qualquer prejuiacutezo em relaccedilatildeo agraves pesquisadoras ou discriminaccedilatildeo e atraso no seu atendimento nesta instituiccedilatildeo

O estudo se concretizaraacute com a aplicaccedilatildeo de um protocolo para a avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica durante a Classificaccedilatildeo de Risco elaborado e utilizado por um serviccedilo de referecircncia o Hospital Israelita Albert Einstein de Satildeo Paulo

Dados obtidos para o estudo ndash na hipoacutetese de sua

participaccedilatildeo seratildeo utilizados os dados referentes agrave sua Classificaccedilatildeo de Risco ou seja seu horaacuterio de chegada idade queixa principal iniacutecio e tipo de dor e fatores de risco associados

Sigilo ndash Contando com sua participaccedilatildeo seraacute garantido total

sigilo em relaccedilatildeo a sua identidade que natildeo seraacute apontada durante o estudo ou em suas publicaccedilotildees

Potenciais riscos ndash A pesquisa oferece riscos de desconfortoincocircmodo ao participante agrave medida que for abordado no sentido de participaccedilatildeo no estudo A abordagem poderaacute gerar temor ao

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participante no que se refere agrave exposiccedilatildeo de sua condiccedilatildeo cliacutenica Desse modo o participante seraacute esclarecido detalhadamente acerca das etapas da pesquisa e das informaccedilotildees a serem utilizadas ressaltando o sigilo absoluto de sua identidade Teraacute todas as suas duacutevidas esclarecidas antes e durante sua aplicaccedilatildeo De qualquer forma seraacute garantida a possibilidade de desistecircncia e retirada do consentimento

Benefiacutecios previstos ndash Esta pesquisa propotildee a utilizaccedilatildeo de um instrumento cientiacutefico para a avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica pelos enfermeiros do Serviccedilo de Emergecircncia Adulto com o intuito de prevenir condutas inadequadas no manejo do paciente com esta dor e otimizar seu atendimento Os resultados desta pesquisa seratildeo submetidos agrave devida aprovaccedilatildeo corrigidos e posteriormente enviados agrave divulgaccedilatildeo como artigo cientiacutefico

Custos ndash Os custos relacionados a essa pesquisa seratildeo de inteira responsabilidade das pesquisadoras Sua participaccedilatildeo natildeo acarretaraacute em nenhum custo ou em reembolso ou gratificaccedilatildeo

Se vocecirc tiver alguma duacutevida ou necessidade de mais informaccedilotildees em relaccedilatildeo agrave pesquisa ou natildeo quiser mais fazer parte dela poderaacute entrar em contato pelo telefone com as responsaacuteveis pela pesquisa a seguir Aline Vieira (48) 9615-2850 eou e-mail alinevieira_spohotmailcom e Kaacutetia Bertoncello (48) 9919-9084 eou kbertoncelloyahoocombr

Consentimento de Participaccedilatildeo no Estudo

Eu ________________________________________ declaro que li e estou de acordo em participar do estudo proposto por este documento Fui devidamente informado (a) pela pesquisadora Aline Costa Vieira dos objetivos dados que seratildeo obtidos sigilo riscos benefiacutecios e custos inerentes agrave pesquisa Estou ciente ainda que posso retirar meu consentimento a qualquer momento e que recebi uma coacutepia deste Termo de Consentimento

Florianoacutepolis __________________

_________________________________________

Assinatura do participante

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APENDICE B - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (GRUPO 02)

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM ENFERMAGEM CURSO DE MESTRADO PROFISSIONAL ASSOCIADO Agrave

RESIDEcircNCIA INTEGRADA MULTIPROFISSIONAL EM SAUacuteDE

Com objetivo de compreender os benefiacutecios para os enfermeiros da utilizaccedilatildeo de um protocolo de avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica durante a Classificaccedilatildeo de Risco no Serviccedilo de Emergecircncia de um Hospital Universitaacuterio (HU) do sul do Brasil a mestranda Aline Costa Vieira sob a orientaccedilatildeo da Profordf Drordf Kaacutetia Cilene Godinho Bertoncello estaacute desenvolvendo uma pesquisa intitulada ldquoAplicaccedilatildeo e Avaliaccedilatildeo de um Protocolo de Enfermagem para Dor Toraacutecica em um Serviccedilo de Emergecircncia Hospitalarrdquo Esta pesquisa faz parte da Dissertaccedilatildeo do Programa de Mestrado Profissional Associado agrave Residecircncia Integrada Multiprofissional em Sauacutede da Universidade Federal de Santa Catarina

O estudo se concretizaraacute com a aplicaccedilatildeo e a avaliaccedilatildeo de um protocolo para a avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica elaborado e utilizado por um serviccedilo de referecircncia o Hospital Israelita Albert Einstein de Satildeo Paulo

Procedimentos da Pesquisa ndash mediante sua participaccedilatildeo no estudo em um primeiro momento vocecirc utilizaraacute o Protocolo de Enfermagem para Dor Toraacutecica desenvolvido pelo Hospital Israelita Albert Einstein durante sua atuaccedilatildeo enquanto enfermeiro no Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco no HU quando estiver escalado neste setor Salientamos que este protocolo teraacute como finalidade auxiliar na designaccedilatildeo da classificaccedilatildeo de risco o que natildeo excluiraacute o uso do instrumento de classificaccedilatildeo disponibilizado atualmente na instituiccedilatildeo Lembramos ainda que para utilizar este protocolo vocecirc receberaacute devido treinamento e todas as informaccedilotildees referentes ao estudo que seratildeo fornecidos pelas pesquisadoras O segundo momento da pesquisa contaraacute com sua participaccedilatildeo para avaliar qual o benefiacutecio de dispor deste Protocolo para Dor Toraacutecica durante a Classificaccedilatildeo de Risco Esta avaliaccedilatildeo se consumaraacute com o preenchimento de um instrumento de avaliaccedilatildeo disponibilizado pelas pesquisadoras ao final da coleta de dados

Os procedimentos inerentes agrave implementaccedilatildeo do estudo

requerem a sua autorizaccedilatildeo mediante assinatura ao final do documento para a utilizaccedilatildeo dos dados obtidos durante a Classificaccedilatildeo de Risco

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realizada ao paciente que apresentar dor toraacutecica como queixa principal bem como o registro da condiccedilatildeo cliacutenica deste paciente Dados referentes agrave sua praacutetica profissional enquanto enfermeiro do Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco (SACR) No entanto sua participaccedilatildeo natildeo eacute obrigatoacuteria e a qualquer momento vocecirc poderaacute desistir dela sem qualquer prejuiacutezo junto agraves pesquisadoras ou agrave instituiccedilatildeo

Sigilo ndash Com sua participaccedilatildeo na pesquisa fica garantida a confidencialidade das informaccedilotildees obtidas durante a classificaccedilatildeo de risco Sua identidade natildeo seraacute apontada no decorrer do estudo e em suas publicaccedilotildees

Potenciais riscos ndash A pesquisa oferece riscos de incocircmodo ao participante agrave medida que poderaacute gerar constrangimento para este em recusar a participaccedilatildeo Desse modo o participante seraacute esclarecido de que sua recusa natildeo acarretaraacute em quaisquer desconfortos com relaccedilatildeo agraves responsaacuteveis pela pesquisa tampouco junto agrave instituiccedilatildeo da qual eacute servidor De qualquer forma seraacute garantida a possibilidade de desistecircncia e retirada do consentimento sem prejuiacutezo de nenhuma natureza

Benefiacutecios previstos ndash Esta pesquisa propotildee a utilizaccedilatildeo de um instrumento cientiacutefico para a avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica pelos enfermeiros do Serviccedilo de Emergecircncia Adulto com o intuito de prevenir condutas inadequadas no manejo do paciente com esta dor sanar duacutevidas e otimizar seu atendimento Os resultados desta pesquisa seratildeo submetidos agrave devida aprovaccedilatildeo corrigidos e posteriormente enviados agrave divulgaccedilatildeo como artigo cientiacutefico

Custos ndash Todos os custos referentes agrave pesquisa seratildeo de inteira responsabilidade das pesquisadoras Sua participaccedilatildeo natildeo acarretaraacute em nenhum gasto ou gratificaccedilatildeo

Se vocecirc tiver alguma duacutevida ou necessidade de mais

informaccedilotildees em relaccedilatildeo agrave pesquisa ou natildeo quiser mais fazer parte dela poderaacute entrar em contato pelo telefone com a responsaacutevel pela pesquisa a seguir Aline Vieira (48) 9615-2850 eou e-mail alinevieira_spohotmailcom e Kaacutetia Bertoncello (48) 9919-9084 eou kbertoncelloyahoocombr

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Consentimento de Participaccedilatildeo no Estudo

Eu________________________________________________ declaro que li e estou de acordo em participar do estudo proposto por este documento Fui devidamente informado (a) pela pesquisadora Aline Costa Vieira dos objetivos dados que seratildeo obtidos sigilo riscos benefiacutecios e custos inerentes agrave pesquisa Estou ciente ainda que posso retirar meu consentimento a qualquer momento e que recebi uma coacutepia deste Termo de Consentimento

Florianoacutepolis __________________

_______________________________________

Assinatura do participante

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APEcircNDICE C ndash ROTEIRO DE ENTREVISTA SEMI-ESTRUTURADO

Roteiro semi-estruturado para entrevista Utilizaccedilatildeo do

Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem Albert Einstein Hospital Israelita

1Dados de identificaccedilatildeo Nome do profissional Idade Cargo Tempo de trabalho na profissatildeo Tempo de trabalho na instituiccedilatildeo Tempo de trabalho na emergecircncia Possui Poacutes graduaccedilao ( ) Natildeo ( ) Sim ( ) Especializaccedilatildeo Especificar ( ) Mestrado ( ) Doutorado 2 Roteiro para Entrevista

21 Como vocecirc avalia a utilizaccedilatildeo do Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado 22 Como vocecirc avalia a estrutura o formato e os fluxos de encaminhamentos contidos no Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado 23 Aponte as vantagensfacilidades e desvantagensdificuldades em utilizar o Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem pelo enfermeiro no acolhimento do HU 24 Vocecirc considera este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem aplicaacutevel para o acolhimento na emergecircncia do HU Justifique 25 Na sua opiniatildeo qual (quais) a (s) diferenccedila (s) em utilizar este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem em relaccedilatildeo ao protocolo que jaacute vecircm sendo utilizado na instituiccedilatildeo

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APEcircNDICE D ndash ENTREVISTA COM OS ENFERMEIROS

1Dados de identificaccedilatildeo (ENTREVISTA 1) Nome do profissional ldquoEnfermeiro 1rdquo Idade 26 Cargo Enfermeira Efetiva Tempo de trabalho na profissatildeo 1 ano e 11 meses Tempo de trabalho na instituiccedilatildeo 1 ano e 11 meses Tempo de trabalho na emergecircncia 1 ano e 11 meses Possui Poacutes graduaccedilao ( ) Natildeo (x ) Sim (x ) Especializaccedilatildeo Especificar Gestatildeo Puacuteblica ( ) Mestrado ( ) Doutorado 2 Roteiro para Entrevista

21 Como vocecirc avalia a utilizaccedilatildeo do Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado R Acho que eacute valido para fazer uma classificaccedilatildeo das siacutendromes coronarianas agudas E ele possibilita um tempo de atendimento que prioriza os pacientes com sintomas compatiacuteveis com siacutendrome coronariana aguda Eacute melhor que o adaptado de Manchester para avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica 22 Como vocecirc avalia a estrutura o formato e os fluxos de encaminhamentos contidos no Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado R De faacutecil compreensatildeo 23 Aponte as vantagensfacilidades e desvantagensdificuldades da utilizaccedilatildeo deste Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem pelo enfermeiro no acolhimento do HU R Vantagens ndash tem como meta o atendimento porta-eletro de 10 minutos Eacute bem completo Desvantagens ndash eacute extenso R Facilidade ndash eacute um fluxograma simples de faacutecil compreensatildeo Dificuldade ndash eacute extenso

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24 Vocecirc considera este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem aplicaacutevel para o acolhimento na emergecircncia do HU Justifique Sim Porque iria colaborar com a diminuiccedilatildeo do tempo de atendimento a um paciente infartado por exemplo 25 Na sua opiniatildeo qual (quais) a (s) diferenccedila (s) em utilizar este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem em relaccedilatildeo ao protocolo que jaacute vecircm sendo utilizado na instituiccedilatildeo Este eacute mais extenso poreacutem possibilita uma classificaccedilatildeo de risco mais adequada 1Dados de identificaccedilatildeo (ENTREVISTA 2) Nome do profissional ldquoEnfermeiro 2rdquo Idade 33 Cargo Enfermeira Efetiva Tempo de trabalho na profissatildeo 4 anos Tempo de trabalho na instituiccedilatildeo 4 anos Tempo de trabalho na emergecircncia 3 anos Possui Poacutes graduaccedilao ( ) Natildeo (x ) Sim ( x ) Especializaccedilatildeo Especificar Enfermagem do trabalho (em andamento) ( x ) Mestrado (em andamento) ( ) Doutorado 2 Roteiro para Entrevista 21 Como vocecirc avalia a utilizaccedilatildeo do Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado R Eu achei assim que ele amplia a visatildeo o paciente chega com tal dor tu vai seguindo soacute que nesta parte aqui oh que a gente fica no acolhimento fazendo do eletro eu achei que fica natildeo fica como posso dizer eacute difiacutecil pro enfermeiro ficar laacute vendo a hora que vai fazer porque tu vai tocando ficha tocando ficha paciente chega com dor outro que briga porque quer ser atendido Essa parte eacute que eu achei mais complicada Eu natildeo indicaria o eletro eu deixaria para o ldquodoutorrdquo (risos) Porque na hora assim oh eu pensei seraacute que na rotina como a gente vai vai fazer Como a gente vai se organizar Seraacute que natildeo vai ter intriga entre a equipe de enfermagem e meacutedicos Mas nada que a gente natildeo entre num consenso igual quando comeccedilou o acolhimento a enfermagem que era chefia com um meacutedico que jaacute saiu Eles entraram num consenso treinaram os enfermeiros tiveram que ldquoforccedilarrdquo na cabeccedila da medicina e hoje eles aceitam

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22 Como vocecirc avalia a estrutura o formato e os fluxos de encaminhamentos contidos no Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado R No comeccedilo eu achei complicado porque daqui tem que vir pra caacute e pra caacute Deveria ser tudo na mesma folha porque ajuda e natildeo precisa pular de uma folha para outra 23 Aponte as vantagensfacilidades e desvantagensdificuldades da utilizaccedilatildeo deste Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem pelo enfermeiro no acolhimento do HU R A vantagem eacute que deixa o atendimento mais raacutepido e tu identifica mais facilmente o tipo de dor se eacute uma dor tiacutepica desconforto ou atiacutepica Jaacute te ajuda a encaminhar porque aacutess vezes tem duacutevida ou deixando no amarelo e natildeo eacute poderia deixar no verde Desvantagem ndash para aprender a usar isso aqui no comeccedilo eacute difiacutecil eacute complicado tem que seguir aqui e voltar olhar ver se perguntei isso ou natildeo para o paciente Pelo que eu percebi pelas setas apontando agraves vezes complica para seguir em duas folhas mas nada que com um treinamento natildeo se aprenda 24 Vocecirc considera este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem aplicaacutevel para o acolhimento na emergecircncia do HU Justifique R Acredito que eacute aplicaacutevel soacute esta questatildeo do eletro teria que rever isto eacute mexer com medicina ego de medicina 25 Na sua opiniatildeo qual (quais) a (s) diferenccedila (s) em utilizar este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem em relaccedilatildeo ao protocolo que jaacute vecircm sendo utilizado na instituiccedilatildeo R Aquele adaptado laacute eacute fraco meu deus natildeo tem nem o que falar este aqui eacute completo eacute como eu te falei ele vai indicando as dores tipos e os tipos de encaminhamento se preenche este se preenche aquele se eacute dor tiacutepica ou atiacutepica Eacute 100 melhor e outra coisa a dificuldade de aplicar este no comeccedilo para quem trabalha aqui na unidade ta quem eacute que vai fazer o eletro Eacute o enfermeiro do acolhimento ou o enfermeiro laacute dentro Ou eacute um residente Porque todo mundo quer aprender jaacute vecirc o traccedilado eacute interessante Mas tem dia que ta calmo mas tem dia que eacute uma loucura tu natildeo sabe para que lado olhar estes dias eu cheguei olhei pra Ana e ela olhou pra mim e a gente ficou assim oh o que fazer Ai tem que ver quem vai fazer o eletro Porque agraves vezes para o

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enfermeiro do acolhimento eacute uma ficha atraacutes da outra e agraves vezes tu pensa ah natildeo eacute nada o paciente ta ali quietinho e pode ser um infarto um AVC 1Dados de identificaccedilatildeo (ENTREVISTA 3) Nome do profissional ldquoEnfermeiro 3rdquo Idade 33 Cargo Enfermeira Residente Tempo de trabalho na profissatildeo 10 anos Tempo de trabalho na instituiccedilatildeo 2 anos Tempo de trabalho na emergecircncia 2 anos Possui Poacutes graduaccedilao ( ) Natildeo (x ) Sim ( ) Especializaccedilatildeo Especificar Sauacutede Puacuteblica ( ) Mestrado ( ) Doutorado 2 Roteiro para Entrevista 21 Como vocecirc avalia a utilizaccedilatildeo do Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado R Eu achei bem vaacutelido vai auxiliar para triar melhor mas achei meio longo demorado para usar tem vaacuterios detalhes que natildeo perguntamos na triagem como antecedentes cardiovasculares haacutebitos como tabagismo isso nem sempre a gente pergunta Mas eu acho que ajuda de qualquer maneira qualifica mais a triagem porque identifica mais fatores de risco ou natildeo 22 Como vocecirc avalia a estrutura o formato e os fluxos de encaminhamentos contidos no Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado R Para a gente usar no HU fica um pouco confuso para aplicar na praacutetica pois jaacute estamos acostumadas a usar o outro modelo Este modelo natildeo tem a cor laranja e como eu disse antes satildeo muitas perguntas para a pessoa que jaacute estaacute com dor ter que responder Fazer ele completo eacute difiacutecil tu natildeo vai ter tempo para perguntar tudo isso 23 Aponte as vantagensfacilidades e desvantagensdificuldades da utilizaccedilatildeo deste Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem pelo enfermeiro no acolhimento do HU Vantagens ndash qualifica a triagem vai avaliar melhor os riscos de ser mesmo um infarto uma siacutendrome coronariana Ele eacute mais especiacutefico para a dor toraacutecica o nosso usado eacute mais geral

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Desvantagens ndash achei ele um pouco longo o modelo do nosso eacute mais objetivo porque eacute numa folha soacute eacute mais objetivo Para noacutes demora fazer todas aquelas perguntas 24 Vocecirc considera este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem aplicaacutevel para o acolhimento na emergecircncia do HU Justifique RSim Eacute aplicaacutevel com certeza a gente atende vaacuterios casos de dor toraacutecica e vai estar ajudando a classificar vai estar facilitando Eacute mais um instrumento aleacutem de soacute a intensidade da dor tem mais paracircmetros avalia melhor uma situaccedilatildeo grave 25 Na sua opiniatildeo qual (quais) a (s) diferenccedila (s) em utilizar este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem em relaccedilatildeo ao protocolo que jaacute vecircm sendo utilizado na instituiccedilatildeo R como eu falei apesar da dificuldade pelo tamanho tem mais perguntas a fazer mas ele aborda mais aspectos para identificar o risco de uma situaccedilatildeo grave Ele pode ser readequado para a gente ter mais embasamento Eu acho que daacute para tentar adaptar deixar mais objetivo numa folha soacute mas eacute vaacutelido sim tem essa necessidade O nosso eacute incompleto agraves vezes eacute insuficiente 1Dados de identificaccedilatildeo (ENTREVISTA 4) Nome do profissional ldquoEnfermeiro 4rdquo Idade 38 Cargo Enfermeira Efetiva Tempo de trabalho na profissatildeo 16 anos Tempo de trabalho na instituiccedilatildeo 1 ano Tempo de trabalho na emergecircncia 1 ano Possui Poacutes graduaccedilao ( ) Natildeo (X ) Sim ( ) Especializaccedilatildeo Especificar Sauacutede da famiacutelia ( ) Mestrado ( ) Doutorado 2 Roteiro para Entrevista 21 Como vocecirc avalia a utilizaccedilatildeo do Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado R Eu acho que ele ajudou porque no momento eu consigo ver no fluxograma um suspeita no caso de IAM ou se eacute uma dor atiacutepica acho

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que ele me deu uma boa noccedilatildeo porque a gente tem muitos casos de dor toraacutecica aqui 22 Como vocecirc avalia a estrutura o formato e os fluxos de encaminhamentos contidos no Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado R A uacutenica coisa que ficou complicado eacute que noacutes usamos aqui o vermelho natildeo o laranja eacute aqui neste natildeo tem Mas eu achei legal 23 Aponte as vantagensfacilidades e desvantagensdificuldades da utilizaccedilatildeo deste Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem pelo enfermeiro no acolhimento do HU R A vantagem eacute que o fluxograma me ajuda a avaliar maior chance de ter uma dor tiacutepica ou atiacutepica ne considerando os fatores de risco considerando se a pessoa ta com o sintoma no momento se tem antecedentes isso ajuda Desvantagem ndash natildeo vi desvantagem achei bem legal R Ah eacute porque aqui se tem dor toraacutecica soacute ir seguindo eacute parecido com o que a gente usa ali eu achei faacutecil 24 Vocecirc considera este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem aplicaacutevel para o acolhimento na emergecircncia do HUJustifique R Eu acho que daacute porque a gente tem bastante caso de dor toraacutecica e ajuda a ter uma ideacuteia porque chega pessoa de 60 anos e chega pessoa com 20 anos e dormecircncia no braccedilo entatildeo acho que ele ajuda bastante 25 Na sua opiniatildeo qual (quais) a (s) diferenccedila (s) em utilizar este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem em relaccedilatildeo ao protocolo que jaacute vecircm sendo utilizado na instituiccedilatildeo R Ele te daacute uma noccedilatildeo do que se trata os fatores de risco antecedentes cardiovasculares sabendo que isso influencia ne em ter uma maior chance de IAM ajuda muito e ali no outro natildeo tem Esse eacute bem completo eu acho 1Dados de identificaccedilatildeo (ENTREVISTA 5) Nome do profissional ldquoEnfermeiro 5rdquo Idade 29 anos Cargo enfermeira efetiva Tempo de trabalho na profissatildeo 4 anos Tempo de trabalho na instituiccedilatildeo 4 anos

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Tempo de trabalho na emergecircncia 4 anos Possui Poacutes graduaccedilao ( ) Natildeo (x) Sim(X) Especializaccedilatildeo Especificar Sauacutede Puacutelbica ( ) Mestrado ( ) Doutorado 2 Roteiro para Entrevista 21 Como vocecirc avalia a utilizaccedilatildeo do Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado R Eu achei ele um pouco complicado de usar Eu natildeo tive oportunidade de usar muitas vezes acho que umas 5 ou 6 vezes entatildeo eu acho que talvez por isso A primeira vez que eu usei fiquei um pouco perdida por mais que eu tivesse lido vc tivesse me mostrado Entatildeo eu achei ele um pouco difiacutecil mas eu acredito que com o passar do tempo ele se torne bem uacutetil porque ele eacute bem detalhado Soacute que no momento que tu vai fazer a entrevista do paciente como tu natildeo tinha muita intimidade com ele praacutetica eu me sentia muito perdida porque tinha que olhar para muitos itens sabe mas eu acredito que com o passar do tempo e tendo experiecircncia nele assim como no de Manchester no iniacutecio tambeacutem foi um pouco complicado ne Mas por ser novo e eu ter usado pouco pois fiquei 2 meses de feacuterias 22 Como vocecirc avalia a estrutura o formato e os fluxos de encaminhamentos contidos no Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado R Ele auxilia bastante na tomada de decisatildeo realmente ele traz o motivo traz as coisas baacutesicas que tem que perguntar para o paciente para ver se eacute uma dor tiacutepica atiacutepica se ele precisa ser atendido dentro de um protocolo de dor toraacutecica ne que fala de eletro em 10 minutos tempo porta-agulha porta-balatildeo entatildeo pra isso ele eacute bom porque tem fatores de risco antecedentes tudo isso satildeo coisas que tem que saber E o Manchester ele eacute bem mais pontual ne Esse eacute um pouquinho mais demorado ele eacute grande eu acho ele eacute pra ti usar assim raacutepido ele eacute um pouco grande Eu acho o Manchester mais faacutecil Ele eacute bem auto-explicativo sabe mas as vezes eu ficava meio em duacutevida na hora de que eu usava sabe porque por exemplo se era soacute 1 jaacute caia no dor tiacutepica eu sentia um pouco de duacutevida na hora de usar Ele eacute bem auto-explicativo acredito que com o tempo seria faacutecil de usar Eu tinha um pouco de dificuldade natildeo com a dor tiacutepica a dor tiacutepica era faacutecil de

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identificar dentro desse instrumento mas a dor atiacutepica eu tive dificuldade 23 Aponte as vantagensfacilidades e desvantagensdificuldades da utilizaccedilatildeo deste Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem pelo enfermeiro no acolhimento do HU REu acho que o tamanho dele eu jaacute falei a desvantagem era realmente muito longo e por natildeo ter intimidade com ele eu acho ele meio difiacutecil de usar essa eacute a desvantagemE a vantagem eacute que ele eacute bem auto-explicativo natildeo tem como tu natildeo esquecer de nada porque ta tudo aqui os fatores de risco de ne sintomas se tem problema na famiacutelia isso tudo explica tudo Neste ponto ele eacute muito bom 24 Vocecirc considera este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem aplicaacutevel para o acolhimento na emergecircncia do HUJustifique REu acho que sim Soacute precisa realmente ter mais eacute mas realmente intimidade com ele se habituar a usar saber como usar ele adequadamente 25 Na sua opiniatildeo qual (quais) a (s) diferenccedila (s) em utilizar este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem em relaccedilatildeo ao protocolo que jaacute vecircm sendo utilizado na instituiccedilatildeo REu acho o protocolo de dor toraacutecica ele eacute mais raacutepido do que esse aqui ele tem poucos pontos para se observar soacute que ele eacute muito geneacuterico assim ele natildeo traz coisaseacute qualquer dor toraacutecica Aqui ele traz mais com casos na dor toraacutecica cardioloacutegica Entatildeo neste ponto voltado para a cardiologia esse aqui eacute melhor neste ponto Mas pela facilidade e agilidade aquele eacute melhor ele eacute mais raacutepido Soacute que voltado para a dor toraacutecica eacute melhor eacute mais explicativo Acredito que ele te leva a fazer uma triagem bem feita cardiologicamente falando 1Dados de identificaccedilatildeo (ENTREVISTA 6) Nome do profissional Enfermeiro 6 Idade 27 anos Cargo enfermeira residente Tempo de trabalho na profissatildeo 45 anos Tempo de trabalho na instituiccedilatildeo 2 anos Tempo de trabalho na emergecircncia 2 anos Possui Poacutes graduaccedilao ( ) Natildeo (x) Sim(X) Especializaccedilatildeo Especificar urgecircncia emergecircncia e APH ( ) Mestrado ( ) Doutorado

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2 Roteiro para Entrevista 21 Como vocecirc avalia a utilizaccedilatildeo do Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado O instrumento foi importante guiou melhor a conduta a ser seguida ao realizar o acolhimento 22 Como vocecirc avalia a estrutura o formato e os fluxos de encaminhamentos contidos no Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado Eu achei o formato do fluxograma um pouco complicado de entender continha bastante informaccedilotildees mas ao mesmo tempo auxiliava para a triagem das cores que o paciente se encaixaria 23 Aponte as vantagensfacilidades e desvantagensdificuldades da utilizaccedilatildeo deste Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem pelo enfermeiro no acolhimento do HU Vantagens auxilia na classificaccedilatildeo por coresgravidade Desvantagem longo e demorado para aplicar Leva mais tempo para realizar o acolhimento Facilidades melhora a triagem sendo mais corretas pois verifica-se comorbidade e encaminha bem certo como proceder conforme sintomas e comorbidades Dificuldades de contatar o poacutes atendimento com o medico (diagnoacutestico) verificar se fez ECG 24 Vocecirc considera este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem aplicaacutevel para o acolhimento na emergecircncia do HU Justifique Ele eacute aplicaacutevel mas deve ser melhorado (facilitado a leitura para aplicaccedilatildeo mais raacutepida) acho que para o desfecho eacute complicado a enfermeira do acolhimento conseguir acompanhar 25 Na sua opiniatildeo qual (quais) a (s) diferenccedila (s) em utilizar este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem em relaccedilatildeo ao protocolo que jaacute vecircm sendo utilizado na instituiccedilatildeo O Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica eacute bem mais completo e facilita a identificaccedilatildeo real de um provaacutevel evento cardiacuteaco Jaacute o protocolo da instituiccedilatildeo eacute mais sucinto

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1Dados de identificaccedilatildeo (ENTREVISTA 7) Nome do profissional ldquoEnfermeiro 7rdquo Idade 28 Cargo Enfermeira Residente Tempo de trabalho na profissatildeo 2 anos Tempo de trabalho na instituiccedilatildeo 2 anos Tempo de trabalho na emergecircncia 2 anos Possui Poacutes graduaccedilao (x ) Natildeo ( ) Sim ( ) Especializaccedilatildeo Especificar -___________ ( ) Mestrado ( ) Doutorado 2 Roteiro para Entrevista 21 Como vocecirc avalia a utilizaccedilatildeo do Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado R Achei que ele eacute praacutetico didaacutetico e de faacutecil aplicaccedilatildeo 22 Como vocecirc avalia a estrutura o formato e os fluxos de encaminhamentos contidos no Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado R De faacutecil aplicaccedilatildeo e facilita encaminhamento e tomada de decisatildeo 23 Aponte as vantagensfacilidades e desvantagensdificuldades da utilizaccedilatildeo deste Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem pelo enfermeiro no acolhimento do HU R Vantagens ndash avaliaccedilatildeo do enfermeiro agilidade do processo recuperaccedilatildeo do paciente Desvantagens ndash natildeo tem R Facilidade ndash aplicaccedilatildeo agilidade Dificuldade ndash o serviccedilo natildeo aceitaraacute pedido de ECG com carimbo do enfermeiro 24 Vocecirc considera este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem aplicaacutevel para o acolhimento na emergecircncia do HUJustifique R Sim Pela facilidade de aplicaccedilatildeo e diferenciaccedilatildeo do caso de dor toraacutecica ser IAM ou natildeo Agilidade do atendimento do paciente 25 Na sua opiniatildeo qual (quais) a (s) diferenccedila (s) em utilizar este

143

Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem em relaccedilatildeo ao protocolo que jaacute vecircm sendo utilizado na instituiccedilatildeo R Este daacute mais seguranccedila na hora de classificar a sintomatologia do paciente

144

145

ANEXOS

146

147

ANEXO A - INSTRUMENTO ADAPTADO DO PROTOCOLO DE MANCHESTER

IacuteNDICE DE FLUXOGRAMAS

Nordm QUEIXA PRINCIPAL (motivo da vinda ao

hospital) PAacuteGINA

01 ASMA 01

02 AUTO-AGRESSAtildeO (TENTATIVA DE

SUICIDIO) 02

03 CEFALEIA 03

04 COMPORTAMENTO ESTRANHO 04

05 CONVULSOtildeES 05

06 CORPO ESTRANHO 06

07 DIABETES HISTOacuteRIA DE 07

08 DIARREIA 08

09 DISPNEIA 09

10 DOENCcedilA HEMATOLOacuteGICA 10

11 DOENCcedilA MENTAL 11

12 DOENCcedilAS SEXUALMENTE

TRANSMISSIacuteVEIS 12

148

13 DOR ABDOMINAL 13

14 DOR CERVICAL 14

15 DOR DE GARGANTA 15

16 DOR LOMBAR 16

17 DOR TESTICULAR 17

18 DOR TORACICA 18

19 EMBRIAGUES APARENTE 19

20 ERUPCcedilAtildeO CUTAcircNEA 20

21 ESTADO DE INCONSCIEcircNCIA 21

22 EXPOSICcedilAtildeO A AGENTES QUIacuteMICOS 22

23 FERIDAS 23

24 GRAVIDEZ 24

25 HEMORRAGIA DIGESTIVA 25

26 HEMORRAGIA VAGINAL 26

27 MAL ESTAR EM ADULTO 27

28 INFECCCcedilOtildeES LOCAIS E ABSCESSOS 28

29 MORDEDURAS E PICADAS 29

30 PROBLEMAS DENTAacuteRIOS 30

31 PROBLEMAS EM EXTREMIDADES

(MEMBROS) 31

149

32 PROBLEMAS NASAIS 32

33 PROBLEMAS NOS OUVIDOS 33

34 PROBLEMAS OFTALMOLOacuteGICOS 34

35 PROBLEMAS URINAacuteRIOS 35

36 QUEDAS 36

37 QUEIMADURAS 37

38 QUEIXAS ANAIS 38

39 SUPERDOSAGEM E ENVENENAMENTO

(intoxicaccedilotildees exoacutegenas) 39

40 TRAUMA CRAcircNIO-ENCEFALICO 40

41 VERTIGEM E TONTURAS 41

42 VOcircMITOS 42

150

FLUXOGRAMA 18 - DOR TORAacuteCICA

151

ANEXO B - FLUXOGRAMA DE TRIAGEM CARDIOLOacuteGICA DE ENFERMAGEM

performed by nurses data obtained realize that there is a consensus among nurses suggested that the protocol prioritizes compliance with Acute Coronary Syndrome identifies the best kind of pain giving support to your practice and being considered useful and applicable to the service This study enabled us to recognize that the suggested protocol is in line with the reality of action by nurses in risk rating which currently use a general tool not directed to Nursing Thus it will be presented to the Board of Nursing HU for possible institutionalization Keywords Chest Pain Acute Coronary Syndrome Emergency Nursing Risk Rating Protocols

LISTA DE ABREVIATURAS

APS Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede AVC Acidente Vascular Cerebral DAC Doenccedila Arterial Coroniana HIAE Hospital Israelita Albert Einstein HU Hospital Universitaacuterio IAM Infarto Agudo do Miocaacuterdio SCA Siacutendrome Coronariana Aguda SEA Serviccedilo de Emergecircncia Adulto SACR Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco SEI Serviccedilo de Emergecircncia Interna UFSC Universidade Federal de Santa Catarina

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Sistema operacional Sestatnet para caacutelculo da amostra 54

Figura 2 - Distribuiccedilatildeo percentual da Classificaccedilatildeo de Risco dos

pacientes que procuraram o SEA do HUUFSC de acordo com o

protocolo proposto (Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de

Enfermagem do HIAE) Florianoacutepolis-SC 2014 76

Figura 3 - Distribuiccedilatildeo percentual dos diagnoacutesticos meacutedicos

encontrados na Classificaccedilatildeo dos pacientes com dor toraacutecica

Florianoacutepolis-SC 2014 79

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Nordm de pacientes atendidos anualmente no SEA do HU

51

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Caracterizaccedilatildeo dos pacientes com queixa de dor

toraacutecica que procuraram o Serviccedilo de Emergecircncia do HUUFSC

ndash Florianoacutepolis ndash SC 2013-2014 69

Tabela 2 - Distribuiccedilatildeo da avaliaccedilatildeo da Utilizaccedilatildeo do Protocolo

Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem do HIAE

FlorianoacutepolisndashSC 2014 94

Tabela 3 - Distribuiccedilatildeo da avaliaccedilatildeo das vantagens eou

desvantagens em utilizar o protocolo Fluxograma de Triagem

Cardioloacutegica de Enfermagem do HIAE FlorianoacutepolisndashSC2014 98

Tabela 4 - Distribuiccedilatildeo da avaliaccedilatildeo da estrutura formato e

fluxos de encaminhamentos contidos no Protocolo Fluxograma

de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem do HIAE Florianoacutepolisndash

SC 2014 99

Tabela 5 - Distribuiccedilatildeo da avaliaccedilatildeo da diferenccedila em utilizar o

Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem e do

Protocolo Institucional Adaptado de Manchester 102

Tabela 6 - Distribuiccedilatildeo da avaliaccedilatildeo da aplicabilidade do

protocolo ao serviccedilo Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de

Enfermagem ao acolhimento da emergecircncia FlorianoacutepolisndashSC

2014 103

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 21

2 OBJETIVOS 27

21 Objetivo Geral 27

22 Objetivos Especiacuteficos 27

3 REVISAtildeO DE LITERATURA 29

31 MANUSCRITO 1 ATUACcedilAtildeO DO ENFERMEIRO FRENTE AO PACIENTE COM DOR TORAacuteCICA NOS SERVICcedilOS DE EMERGEcircNCIA HOSPITALAR uma revisatildeo integrativa da literatura 31

4 METODOLOGIA 49

41 TIPO DE PESQUISA 49

42 LOCAL DA PESQUISA 49

43 POPULACcedilAtildeO DO ESTUDO E AMOSTRA 52

44 COLETA DE DADOS 54

45 ETAPAS DA PESQUISA 55

46 CONSIDERACcedilOtildeES EacuteTICAS 57

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO 59

51 MANUSCRITO 2 - O PERFIL DO PACIENTE COM DOR TORAacuteCICA DO SERVICcedilO DE EMERGEcircNCIA ADULTO DE UM HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO DO SUL DO BRASIL 61

52 A AVALIACcedilAtildeO DOS ENFERMEIROS DE UM SERVICcedilO DE EMERGEcircNCIA HOSPITALAR SOBRE A UTILIZACcedilAtildeO DE UM PROTOCOLO PARA A DOR TORAacuteCICA VALIDADO EM UM SERVICcedilO DE REFEREcircNCIA 89

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 109

REFEREcircNCIAS 113

APENDICES 123

APENDICE A - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (GRUPO 01) 125

APENDICE B - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (GRUPO 02) 127

APEcircNDICE C ndash ROTEIRO DE ENTREVISTA SEMI-ESTRUTURADO 131

APEcircNDICE D ndash ENTREVISTA COM OS ENFERMEIROS 133

ANEXOS 145

ANEXO A - INSTRUMENTO ADAPTADO DO PROTOCOLO DE MANCHESTER 147

ANEXO B - FLUXOGRAMA DE TRIAGEM CARDIOLOacuteGICA DE ENFERMAGEM 151

21

1 INTRODUCcedilAtildeO

A avaliaccedilatildeo da dor segue como um desafio aos profissionais de sauacutede nos serviccedilos de emergecircncia hospitalar devido agrave subjetividade e dificuldades em sua mensuraccedilatildeo De acordo com a Associaccedilatildeo Internacional para o Estudo da Dor a dor eacute definida como ldquoexperiecircncia sensorial e emocional desagradaacutevel associada a um dano real ou potencial dos tecidos ou descrita em termos de tal dano Sempre eacute subjetiva e cada indiviacuteduo aprende a utilizar este termo por meio de suas experiecircnciasrdquo (MERSKEY et al 1979 p249) Apesar de sua subjetividade avaliar a dor configura-se em uma tarefa essencial ao trabalho da Enfermagem agrave medida que eacute um sintoma importante para a investigaccedilatildeo do quadro cliacutenico do paciente Para que natildeo haja subtratamento da dor eacute necessaacuterio ao enfermeiro dispensar especial atenccedilatildeo uma vez que o ato de medir o fenocircmeno aacutelgico requer observaccedilatildeo escuta atenta e sobretudo acreditar na queixa dolorosa que o paciente refere (MORAIS et al 2009)

Com o objetivo de conferir maior relevacircncia agrave avaliaccedilatildeo da dor e consequentemente conscientizaccedilatildeo da importacircncia desta atribuiccedilatildeo por parte dos profissionais de sauacutede a Sociedade Americana da Dor a cita pela primeira vez como 5ordm sinal em vital (AMERICAN PAIN SOCIETY 1999) No entanto a sensaccedilatildeo dolorosa embora seja um indicativo de alteraccedilotildees e distuacuterbios fiacutesicos ou psicoloacutegicos ainda natildeo eacute considerada uma prioridade quando comparada a outros sinais vitais visto que por sua relaccedilatildeo com a subjetividade haacute uma tendecircncia em muitas vezes ser desacreditada ou desvalorizada por profissionais de sauacutede (SOCIEDADE BRASILEIRA PARA O ESTUDO DA DOR 2013)

A avaliaccedilatildeo da dor juntamente com os sinais vitais e o registro sistemaacutetico e perioacutedico de sua intensidade eacute fundamental para que se acompanhe a evoluccedilatildeo dos pacientes e se realize os

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ajustes necessaacuterios ao tratamento (SOCIEDADE BRASILEIRA PARA O ESTUDO DA DOR 2013)

Reafirmando a necessidade de considerar a dor como prioridade no tratamento estudos revelam que a maioria dos pacientes que procuram os serviccedilos de emergecircncia refere algum tipo de dor Neste sentido a sua avaliaccedilatildeo correta durante o acolhimento eacute essencial para uma classificaccedilatildeo na prioridade adequada Referente agrave subjetividade da dor os aspectos culturais de expressatildeo verbal expressotildees corporais e alteraccedilotildees de comportamento devem ser considerados (GRUPO BRASILEIRO DE CLASSIFICACcedilAtildeO DE RISCO 2010)

Dentre os diversos tipos de dor encontra-se a dor toraacutecica um sintoma que pode ser desencadeado por um amplo espectro de afecccedilotildees Na vigecircncia deste tipo de dor faz-se relaccedilatildeo imediata com a causa cardioloacutegica por ser sinal especiacutefico claacutessico para a Siacutendrome Coronariana Aguda (SCA) Em contraponto autores elencaram na literatura que metade dos pacientes com dor toraacutecica natildeo tem causa cardiacuteaca para seus sintomas ocorrendo portanto muitas abordagens inadequadas para sua avaliaccedilatildeo principalmente em unidades de emergecircncia (RIOS et al 2010)

Embora a causa cardiacuteaca natildeo seja a mais incidente na decorrecircncia de dor toraacutecica haacute que ser considerada no atendimento do enfermeiro ao paciente com esta queixa visando o tempo-ouro do atendimento em caso de isquemia miocaacuterdica Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia nestes casos o tempo decorrente entre a chegada do paciente ao serviccedilo de emergecircncia ateacute a realizaccedilatildeo do eletrocardiograma natildeo deve exceder a 10 minutos (PIEGAS et al 2009) Nota-se portanto a importacircncia de uma avaliaccedilatildeo raacutepida e precisa na classificaccedilatildeo de risco realizada pelo enfermeiro

Embora exista elevada prevalecircncia da dor toraacutecica nos serviccedilos de emergecircncia a padronizaccedilatildeo no atendimento a estes pacientes ainda eacute deficiente o que pode resultar em atraso na instituiccedilatildeo da medida terapecircutica adequada em casos cliacutenicos graves (FARIAS MOREIRA 2012) A abordagem do paciente com queixas de dor toraacutecica nos serviccedilos de emergecircncia eacute uma

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preocupaccedilatildeo das disciplinas da aacuterea da sauacutede e permanece em discussatildeo segundo referem Rios et al (2010)

Para os autores a reduccedilatildeo dos eventos coronarianos ocorre quando a SCA eacute tratada de acordo com evidecircncias de eficaacutecia comprovada e o uso de protocolos surge como um instrumento de otimizaccedilatildeo da qualidade de atendimento (FARIAS MOREIRA 2012)

Em um Hospital Universitaacuterio (HU) do sul do Brasil onde foi desenvolvido este estudo especificamente no Serviccedilo de Emergecircncia Adulto (SEA) natildeo haacute protocolos para a maioria das injuacuterias que surgem no quotidiano de trabalho da equipe de Enfermagem Esta fragilidade vem a justificar o interesse desta pesquisa em sugerir a aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de um protocolo especiacutefico para a dor toraacutecica para o embasamento da praacutetica profissional dos enfermeiros Trata-se de um protocolo desenvolvido e utilizado em um centro de referecircncia do paiacutes ldquoO Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagemrdquo do Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE) de Satildeo PauloSP Este protocolo foi elaborado em 2010 e atualizado em 2012 por um meacutedico cardiologista do HIAE Luciano Forlenza embora seja direcionado ao Serviccedilo de Enfermagem Ao conhecer este e demais estudos em desenvolvimento nos grandes centros com atendimento em unidades de Emergecircncia como os hospitais da regiatildeo sudeste centro-oeste e sul onde a grande maioria jaacute possui protocolos de avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica eacute que a proposta deste projeto tomou fundamentos para seu desenvolvimento

Durante minha praacutetica profissional em dois anos enquanto enfermeira residente no SEA do HU em observaccedilatildeo empiacuterica em serviccedilo princiacutepio dos Programas de Residecircncia Multiprofissionais vivenciei a necessidade de um instrumento cientiacutefico para assegurar as accedilotildees de Enfermagem para a Classificaccedilatildeo de Risco durante o Acolhimento dos pacientes atendidos O Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco (SACR) do HU foi implantado em agosto de 2011 Utilizando-se a tiacutetulo de fundamento nas classificaccedilotildees um instrumento adaptado do Protocolo de Triagem de Manchester (MACKAWAY-JONES 1997) desenvolvido pela proacutepria instituiccedilatildeo No entanto

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este instrumento natildeo se torna satisfatoacuterio para estratificar o risco das condiccedilotildees cliacutenicas em geral tampouco em casos de dor toraacutecica agrave medida que natildeo haacute especificidade e detalhamento da sintomatologia e sinais cliacutenicos de gravidade Ainda natildeo houve desde o iniacutecio da implantaccedilatildeo do SACR quaisquer avaliaccedilotildees da precisatildeo e da acuraacutecia das classificaccedilotildees bem como sustentaccedilatildeo dos seus niacuteveis de evidecircncia

Enquanto enfermeira residente vislumbrei a essencialidade do conhecimento e a correta avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica considerando tambeacutem que a principal causa de morte no Brasil e no mundo durante deacutecadas e prevalecendo ainda na atualidade satildeo as doenccedilas do aparelho circulatoacuterio E dentre estas o Infarto Agudo do Miocaacuterdio (IAM) eacute apontado como segundo lugar no ranking das afecccedilotildees (BRASIL 2008)

Embora natildeo se trate de um serviccedilo com especialidade em cardiologia o SEA do HU atende a uma populaccedilatildeo consideraacutevel de pacientes que procuram a instituiccedilatildeo referindo a dor toraacutecica Foi possiacutevel comprovar esta demanda quando finalizei a primeira pesquisa sobre o perfil do paciente com dor toraacutecica no Trabalho de Conclusatildeo de Curso do Programa de Residecircncia onde verifiquei que cerca de 880 pacientes anualmente procuram o HU relatando dor toraacutecica como queixa principal e motivo de procura pelo serviccedilo acarretando em que esta seja considerada a quinta principal queixa atendida na unidade

Eacute necessaacuterio que a instituiccedilatildeo e a equipe de meacutedicos e enfermeiros estejam treinadas e equipadas com uma ferramenta que os auxilie no manejo dos pacientes acometidos com dor toraacutecica sistematizando o cuidado e tornando-o mais organizado O enfermeiro que atua nesse setor deve ter conhecimento cientiacutefico e tomar decisotildees raacutepidas e concretas reconhecendo situaccedilotildees que oferecem riscos aos pacientes ter familiaridade com a SCA Dessa forma a utilizaccedilatildeo de protocolos eacute fundamental na otimizaccedilatildeo do atendimento controle dos fatores de riscos cardiovasculares para a melhoria da qualidade de vida e aumento da sobrevida dessas pessoas (FERREIRA MADEIRA 2011)

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Partindo do protocolo de Enfermagem para avaliaccedilatildeo de dor toraacutecica utilizado no Hospital Israelita Albert Einstein considerado um centro de referecircncia acredita-se que este estudo seraacute congruente com as necessidades do SACR do HU uma vez que os protocolos satildeo gerados a partir da identificaccedilatildeo de fragilidades do serviccedilo

Para desenvolver este estudo partir-se-aacute da seguinte questatildeo norteadora Qual o perfil do paciente com queixa de dor toraacutecica do Serviccedilo de Emergecircncia Adulto do HU E qual a avaliaccedilatildeo dos enfermeiros do serviccedilo ao utilizar um protocolo de Enfermagem especiacutefico para a dor toraacutecica durante a Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes com esta queixa

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2 OBJETIVOS

21 OBJETIVO GERAL

Avaliar a utilizaccedilatildeo do Protocolo ldquoFluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagemrdquo para a Praacutetica de Enfermagem durante a Classificaccedilatildeo de Risco no Serviccedilo de Emergecircncia Adulto de um Hospital Universitaacuterio do Sul do Paiacutes

22 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

- Identificar e avaliar o perfil dos pacientes atendidos com dor toraacutecica no SACR do Serviccedilo de Emergecircncia Adulto de um Hospital Universitaacuterio do Sul do Paiacutes

- Aplicar e avaliar a utilizaccedilatildeo do protocolo ldquoFluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagemrdquo do HIAE no SACR do Serviccedilo de Emergecircncia do HU

- Analisar a viabilidade da utilizaccedilatildeo do Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem do HIAE para a Emergecircncia Adulto do HU

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3 REVISAtildeO DE LITERATURA

A revisatildeo de literatura deste estudo seraacute apresentada em forma de manuscrito Mediante apresentaccedilatildeo deste trabalho em banca examinadora e devida aprovaccedilatildeo o manuscrito seraacute submetido agraves devidas correccedilotildees e enviado posteriormente para publicaccedilatildeo em perioacutedico indexado

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31 MANUSCRITO 1 ATUACcedilAtildeO DO ENFERMEIRO FRENTE AO PACIENTE COM DOR TORAacuteCICA NOS SERVICcedilOS DE EMERGEcircNCIA HOSPITALAR UMA REVISAtildeO INTEGRATIVA DA LITERATURA

Resumo A dor toraacutecica eacute uma das queixas mais frequumlentes referidas pelos pacientes no serviccedilo de emergecircncia hospitalar no Brasil Esta sintomatologia pode ser indicativo de diversas alteraccedilotildees fiacutesicas eou psicoloacutegicas desde uma crise de ansiedade ateacute o infarto agudo do miocaacuterdio Assim o enfermeiro que atua no serviccedilo de emergecircncia precisa ser capacitado a fim de conhecer as diversas etiologias que podem incorrer em dor toraacutecica e apto a reconhecer um possiacutevel sinal de gravidade Este estudo eacute uma revisatildeo integrativa de literatura que objetivou reunir estudos sobre a assistecircncia de Enfermagem ao paciente com dor toraacutecica no serviccedilo de emergecircncia hospitalar no periacuteodo de 2002 a 2014 Pesquisou-se em bases de dados eletrocircnicas nas diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia e nos acervos da Biblioteca do Ministeacuterio da Sauacutede (Brasil) Foram eleitos e submetidos agrave anaacutelise 30 estudos As categorias que emergiram foram Entendendo a Dor Toraacutecica Causas e Epidemiologia da Dor Toraacutecica Avaliaccedilatildeo da Dor Toraacutecica o uso de Protocolos Assistenciais Nos artigos analisados houve a citaccedilatildeo predominante da avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica enquanto desafio para o enfermeiro Devido agrave multicausalidade de fatores que podem a desencadear duacutevidas na classificaccedilatildeo da dor podem ocorrer O uso de protocolos surge como uma ferramenta de tecnologia em sauacutede com o objetivo de embasar cientificamente as praacuteticas do enfermeiro Palavra-chave Dor Toraacutecica Siacutendrome Coronariana Aguda Enfermagem em Emergecircncia Assistecircncia de Enfermagem

Abstract This study aimed to investigate the scientific assistance from nurse about the patient complaining of chest pain in hospital emergency departments Identify which aspects are graded Brazilian studies about nursing care to the patient with chest pain in hospital emergency servicesThis is a literature

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review conducted by research in electronic databases of Latin American Caribbean Health Sciences (LILACS) and the Medical Literature Retrieval System Online (MEDLINE) This study included national publications in the period 2002-2012 as well as guidelines of the Brazilian Society of Cardiology and the Treaty of Medical-Surgical Nursing as complementary Were selected and analyzed 16 studies the categories listed from this analysis causes of chest pain chest pain understanding treatment and evaluation of chest pain Articles were analyzed citation predominant evaluation of chest pain as a challenge for nurses Due to the multi-causality of factors that can trigger doubts in pain score may occur Given the above the use of protocols becomes a tool of health technology in order to scientifically support the practices of nurses Keywords Chest Pain Acute Coronary Syndrome Emergency Nursing Introduccedilatildeo

A dor toraacutecica eacute uma queixa frequente nos serviccedilos de

emergecircncia com base nos atendimentos anuais por dor toraacutecica nos EUA estima-se que aconteccedilam aproximadamente quatro milhotildees de atendimentos por dor toraacutecica ao ano no Brasil Considerando a mesma relaccedilatildeo entre estes paiacuteses nos EUA 5 a 15 dos pacientes que referem dor toraacutecica confirmam diagnoacutestico de Infarto Agudo do Miocaacuterdio calculando-se um quantitativo de 400 mil casos ao ano no Brasil (BASSAN 2002)

Este sintoma pode ser multicausal neste sentido pode ser indiacutecio de alteraccedilotildeesdistuacuterbios fiacutesicos ou psicoloacutegicos desde siacutendrome coronaacuteria aguda (SCA) uma simples contratura muscular ou ateacute mesmo siacutendrome do pacircnico Apesar da causa cardiovascular natildeo ser a mais incidente na decorrecircncia de dor toraacutecica eacute a mais temida devido agrave alta taxa mundial de mortalidade por doenccedilas cardiovasculares (ARAUacuteJO MARQUES 2007)

No Brasil as doenccedilascardiovasculares a reflexo da incidecircncia mundial constituem a principal causa de morte Especificamente em caso de dor toraacutecica sintoma claacutessico de

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doenccedila cardiovascular a padronizaccedilatildeo das medidas baseadas em evidecircncias cientiacuteficas previne desacertos na estratificaccedilatildeo de risco e promovem qualidade do atendimento de Enfermagem reduzindo a ocorrecircncia de danos irreversiacuteveis ao miocaacuterdio (BRASIL 2005) As pesquisas em qualidade do cuidado agrave sauacutede visam reduzir a distacircncia entre o ideal e o praticado nestes casos (ROCHA et al2010) A avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica por parte dos profissionais de sauacutede em geral eacute uma tarefa complexa apesar da elevada demanda de pacientes com dor toraacutecica nos serviccedilos de emergecircncia hospitalar a padronizaccedilatildeo da conduta ainda eacute deficiente o que pode gerar atraso no atendimento (FARIAS MOREIRA 2012) Desenvolvimento

Metodologia

A revisatildeo integrativa da literatura eacute um meacutetodo de estudo

que possibilita reunir e representar as evidecircncias cientiacuteficas acerca de um tema investigado para a melhoria da praacutetica cliacutenica (POMPEO ROSSI GALVAtildeO 2009) Permite averiguar na literatura estudos de diferentes abordagens sobre um determinado assunto reunindo-os e sintetizando-os a fim de obter-se uma conclusatildeo relevante para problemas idecircnticos (POMPEO ROSSI GALVAtildeO 2009) As fases metodoloacutegicas desta pesquisa foram identificaccedilatildeo do tema e da questatildeo de pesquisa busca na literatura categorizaccedilatildeo dos estudos anaacutelise dos estudos da revisatildeo integrativa interpretaccedilatildeo dos resultados siacutentese do conhecimento evidenciado nos artigos pesquisados O levantamento da literatura foi realizado em um recorte temporal de 12 anos no periacuteodo de 2002 a fevereiro de 2014 com o propoacutesito de obter estudos atualizados que abrangessem um nuacutemero consideraacutevel de informaccedilotildees do tema abordado para o embasamento da dissertaccedilatildeo de uma das autoras do artigo A pesquisa em base de dados ocorreu de junho de 2013 a janeiro de 2014

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Para a investigaccedilatildeo da produccedilatildeo cientiacutefica realizou-se uma busca de artigos nas seguintes bases de dados eletrocircnicas Literatura Latino-Americana do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) Medical Literature na Retrieval System On Line (MEDLINE) e Scientific Electronic Library Online (Scielo) Aleacutem das fontes de busca utilizaram-se tambeacutem diretrizes elaboradas pela Sociedade Brasileira de Cardiologia pesquisa virtual de documentos nos acervos da Biblioteca do Ministeacuterio da Sauacutede (Brasil) Para acesso a MEDLINE utilizou-se o portal Pub-Med para acesso agrave LILACS utilizou-se a Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS)

Optou-se pela seguinte estrateacutegia de busca organizaccedilatildeo de descritores para a busca eletrocircnica segundo a diferenciaccedilatildeo entre as bases de dados combinaccedilatildeo de quatro termos de busca (Descritores em Ciecircncias da Sauacutede ndash DeCSMeSH dor no peito siacutendrome coronariana aguda Enfermagem em emergecircncia e assistecircncia de Enfermagem) combinaccedilatildeo de termos boolianos (and or not or not)

Os criteacuterios de inclusatildeo para a seleccedilatildeo dos artigos da pesquisa foram artigos de pesquisa qualitativas e quantitativas sobre o tema estudos que apresentaram os descritores selecionados artigos publicados em portuguecircs artigos publicados na iacutentegra em perioacutedicos ou anais de eventos revisatildeo de literatura relatos de experiecircncia reflexatildeo teoacuterica publicados em perioacutedicos de bases de dados artigos publicados e indexados nas bases de dados Foram excluiacutedos publicaccedilotildees de trabalhos duplicados editoriais resumos em perioacutedicos ou anais de eventos materiais publicados em outros idiomas aleacutem de portuguecircs inglecircs e espanhol

Os artigos foram selecionados de acordo com a pertinecircncia na coleta de dados Inicialmente foi realizada leitura dos resumos identificando a sua relevacircncia para o objetivo do estudo Os materiais considerados vaacutelidos para o estudo foram organizados por completo em uma planilha do programa Excel for Windows conforme suas principais informaccedilotildees tiacutetulo autores ano de publicaccedilatildeo tipo de trabalho objetivos meacutetodos resultados e conclusotildees Cada estudo foi alistado numericamente aleacutem de lido de forma minuciosa Os dados obtidos foram analisados de

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modo a compor uma categorizaccedilatildeo por linhas de convergecircncia posteriormente sintetizados a fim de possibilitar o conhecimento da literatura sobre o tema abordado Entendendo a dor toraacutecica

A dor aguda eacute responsaacutevel por mais de dois terccedilos das

procuras aos serviccedilos de emergecircncia (IASP 2011) ldquoPossui iniacutecio suacutebito e estaacute relacionada a distuacuterbios traumaacuteticos infecciosos ou inflamatoacuterios Tende a desaparecer apoacutes cura da lesatildeo ou resposta a medicamentosrdquo (INCA 2001 p17) McCaffery e Pasero Dal Ponte et al(2008) colocam que ldquoa dor eacute uma queixa frequente que leva os pacientes agrave procura de um pronto socorro poreacutem muitas vezes este sintoma natildeo eacute bem abordado pela equipe de sauacutede que atua nos serviccedilos de emergecircnciardquo

Apesar da temaacutetica da dor natildeo ser tatildeo discutida quanto agrave sua relevacircncia o sintoma aacutelgico eacute um achado cliacutenico importante para a investigaccedilatildeo do distuacuterbio apresentado Estudos revelam por exemplo que a Siacutendrome Coronariana Aguda termo utilizado quando existe evidecircncia de isquemia miocaacuterdica ou infarto eacute responsaacutevel por 12 a 15 dos casos de dor toraacutecica nos serviccedilos de Emergecircncia nos EUA (MILLER GRANDER 2014)

Embora a sintomatologia dos pacientes com isquemia miocaacuterdica possa ser muito variaacutevel 75 a 85 dos pacientes nesta condiccedilatildeo apresentam dor toraacutecica como sintoma predominante (PIEGAS et al 2009) Por esta razatildeo em decorrecircncia desta dor geralmente o paciente e sua famiacutelia vivenciam uma seacuterie de sentimentos como anguacutestia e medo da morte pela relaccedilatildeo social desta dor com a gravidade Ao enfrentar um IAM cada paciente poderaacute reagir de uma forma distinta em virtude do sexo idade crenccedila cultura papel familiar fatores psicoloacutegicos e ateacute mesmo o ambiente (SANTOS ARAUacuteJO 2003)

Entender o significado da doenccedila para o paciente eacute de grande relevacircncia para o cuidado da Enfermagem visto que a falta de conhecimentos sobre os possiacuteveis sentimentos do

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paciente proporcionam um cuidado empiacuterico que pode dificultar o estabelecimento de paracircmetros e dimensotildees para a assistecircncia qualificada O IAM pode desencadear sofrimento aleacutem de fiacutesico o emocional vinculado ao referido medo da morte e da invalidez O estresse gerado por estes sentimentos pode aumentar a demanda de oxigecircnio e comprometer o quadro cliacutenico instalado confirmando a necessidade do conhecimento das possiacuteveis sensaccedilotildees do paciente por parte do enfermeiro (SANTOS ARAUacuteJO 2003)

Sabe-se que os pacientes que procuram atendimento nos serviccedilos de emergecircncia com dor toraacutecica podem ou natildeo estar passando por processo patoloacutegico A intensidade dos sintomas causa apreensatildeo e questionamentos que levam a buscar o entendimento da situaccedilatildeo Os enfermeiros satildeo profissionais responsaacuteveis por atendimento nos aspectos teacutecnicos da condiccedilatildeo cliacutenica mas tambeacutem deve atender as necessidades psicoloacutegicas e espirituais aliviando os seus temores que poderatildeo por si agravar o quadro cliacutenico (ARAUacuteJO MARQUES 2007)

As pessoas com dor toraacutecica isquecircmica satildeo em geral responsaacuteveis por uma famiacutelia como fonte de apoio psico-emocional e financeiro tendo papel fundamental Por esta razatildeo a preocupaccedilatildeo com os familiares eacute imediata o que tambeacutem pode ocasionar aumento do consumo de oxigecircnio e a dor pode estender a aacuterea infartada e acarretar maiores complicaccedilotildees O conhecimento desta condiccedilatildeo sobre os significados da dor para o paciente eacute de extrema importacircncia para toda equipe de sauacutede que atua na sala de emergecircncia O conhecimento sobre os significados da dor para o paciente eacute condicionante para o cuidado de Enfermagem eficaz Estrateacutegias para a amenizaccedilatildeo destes sentimentos deveratildeo fazer parte de estudos futuros evitando assim que estes sentimentos influenciem ainda mais o quadro cliacutenico do paciente (ARAUacuteJO MARQUES 2007)

Outros autores corroboram com a necessidade do reconhecimento do temor do paciente em relaccedilatildeo agrave possiacutevel gravidade do seu caso em decorrecircncia da dor toraacutecica O temor da populaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao Infarto Agudo do Miocaacuterdio eacute relacionado ao seu conhecimento como doenccedila grave de

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evoluccedilatildeo lenta e imprevisiacutevel podendo manter-se estaacutevel por tempo prolongado ou ateacute mesmo evoluir de forma suacutebita estando associada agrave ameaccedila de morte Informaccedilotildees estas veiculadas nos meios de comunicaccedilatildeo de massa informando acerca dos agravos Alguns conceitos por vezes repassados erroneamente natildeo esclarecedores de forma clara e concreta a ocorrecircncia do infarto gerando alarde medo apreensatildeo e conflitos de informaccedilotildees (SANTOS ARAUacuteJO 2003) Causas e Epidemiologia da dor toraacutecica

A dor toraacutecica pode surgir como resultado de diversas

afecccedilotildees distintas entre causa cardiacuteaca com Infarto Agudo do Miocaacuterdio Angina Instaacutevel ou Pericardite vascular com Dissecccedilatildeo Aoacutertica Embolismo Pulmonar pulmonar com Pneumonia Pneumotoacuterax espontacircneo gastrintestinal com Refluxo Esofaacutegico Uacutelcera Peacuteptica Pancreatite musculoesqueleacutetico com Costocondrite simples Contratura Muscular psicoloacutegico com Siacutendrome do Pacircnico ou Ansiedade (ORTIZ et al 2010) Miller and Granger (2014) tambeacutem discorrem sobre o assunto ao afirmar que as etiologias potenciais de desencadearem uma dor toraacutecica aleacutem das doenccedilas do coraccedilatildeo satildeo dissecccedilatildeo de aorta pulmotildees esocircfago estocircmago mediastino pleura e viacutesceras abdominais Por essa razatildeo apenas da causa cardioloacutegica ser a mais temida em vigecircncia da dor toraacutecica natildeo descarta a importacircncia do enfermeiro considerar outras causas Nasi et al (2005) salienta que durante esta avaliaccedilatildeo o enfermeiro deve considerar outras causas potencialmente fatais como dissecccedilatildeo de aorta pericardite embolia pulmonar (NASI et al 2005)

A principal suspeita diagnoacutestica nos casos de dor toraacutecica eacute a causa cardiovascular principalmente pelo seu grau elevado de morbidade e teoricamente pelo iniacutecio abrupto com baixa relaccedilatildeo entre o iniacutecio dos sintomas e oacutebito quando natildeo estabelecido atendimento eficaz em tempo haacutebil A maioria dos casos de morte por IAM ocorrem nas primeiras horas do iniacutecio dos sintomas sendo 40 a 65 na primeira hora e

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aproximadamente 80 nas primeiras 24 horas (PIEGAS et al 2009) As doenccedilas que acometem o aparelho circulatoacuterio satildeo apontadas como as principais causas de mortalidade dos brasileiros desde a deacutecada de 80 prevalecendo na atualidade Dentre elas o acidente vascular cerebral (AVC) eacute a principal causa de morte no Brasil seguida pelo infarto agudo do miocaacuterdio (IAM) no qual a dor toraacutecica eacute referida como sintoma especiacutefico claacutessico A taxa de incidecircncia das doenccedilas circulatoacuterias eacute mais prevalente na regiatildeo sudeste (33 dos casos) seguida pela regiatildeo sul (329 dos casos) Particularmente na regiatildeo sul as causas de morte por doenccedilas do aparelho circulatoacuterio ocupam o primeiro lugar das taxas de mortalidade sucedidas pelas neoplasias e as causas externas

(BRASIL 2008) As doenccedilas coronarianas especificamente Angina

Pectoris o Infarto Agudo do Miocaacuterdio as arritmias cardiacuteacas e os distuacuterbios de conduccedilatildeo eleacutetrica tecircm obtido maior preocupaccedilatildeo por parte dos profissionais de sauacutede em decorrecircncia do crescimento numeacuterico dos distuacuterbios cardiacuteacos isquecircmicos (SOUSA et al2008)

Estudos apontam que diversas causas incomuns podem ocorrer Os sofrimentos psiacutequicos podem mimetizar as afecccedilotildees cardiovasculares acarretando sintomas somaacuteticos (ALBUQUERQUE et al 2010) A dor psicogecircnica natildeo tem etiologia orgacircnica portanto geralmente manifesta-se de forma imprecisa e difusa sem sinais e sintomas associados de gravidade cliacutenica Tambeacutem se pode detectar nestes casos sinais de ansiedade e uso abusivo de medicaccedilotildees (PIEGAS et al 2009)

Outra provaacutevel causa de dor toraacutecica nos serviccedilos de emergecircncia hospitalar nem sempre considerado eacute o prolapso da vaacutelvula mitral Nesta condiccedilatildeo a dor eacute de localizaccedilatildeo variaacutevel inicia em repouso e eacute referida como em ldquopontadardquo e sem irradiaccedilotildees O diagnoacutestico eacute cliacutenico por meio de ausculta quando eacute encontrado um clique meso ou telessistoacutelico seguido de um sopro regurgitante mitral eou tricuacutespide (PIEGAS et al 2009)

Quanto agrave incidecircncia da dor toraacutecica no Brasil ainda natildeo haacute dados precisos de atendimentos por dor toraacutecica no entanto

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considera-se calculando a proporccedilatildeo populacional com os EUA que 4 milhotildees de pessoas com dor toraacutecica sejam atendidas ao ano nos serviccedilos de Emergecircncia brasileiros destes 400 mil tem IAM confirmado Nos EUA dos 4 milhotildees com dor toraacutecica 12 milhotildees apresentam IAM (BASSAN et al 2002)

A dor toraacutecica eacute um problema que ocorre diariamente na praacutetica do enfermeiro dos serviccedilos de emergecircncia hospitalares Dos 3 a 6 milhotildees de atendimentos anual nos EUA de 5-10 satildeo por dor toraacutecica Destes 20 a 35 tecircm uma SCA 10-15 apresentam diagnoacutestico de Infarto Agudo do Miocaacuterdio e ainda 2 a 5 destes pacientes satildeo liberados erroneamente sem diagnoacutestico Este grupo apresenta elevada taxa de oacutebito 25 (ORTIZ et al 2010)

De acordo com dados do DATASUS as mortes por doenccedilas do Aparelho circulatoacuterio como a Siacutendrome Coronariana Aguda seguem uma tendecircncia crescente no Brasil Ao analisarmos o periacuteodo de 2005 a 2011 No primeiro ano os nuacutemeros eram de 283927 jaacute no segundo este iacutendice de mortalidade chega a 335213 (BRASIL 2011)

Em contraponto dados do DATASUS estimam que no ano de 2010 ocorreram 99955 mortes por Doenccedila Isquecircmica do Coraccedilatildeo destas 79668 satildeo IAM (BRASIL 2012) Haacute consideraacutevel discordacircncia dos dados em relaccedilatildeo agrave Sociedade Brasileira de Cardioliga que considera existir sub-notificaccedilatildeo dos casos de Infarto Agudo do Miocaacuterdio (IAM) pelo Ministeacuterio da Sauacutede (BASSAN et al 2002)

Em relaccedilatildeo ao Estado de Santa Catarina o DATASUS revela 2340 mortes por IAM somente no ano de 2010 sendo assim considerado o 8ordm estado brasileiro em nuacutemero de mortes por infarto Esses dados reafirmam o quanto significativa eacute a ocorrecircncia desta afecccedilatildeo cardiacuteaca tambeacutem para o estado (BRASIL 2013) No ano de 2011 os dados avanccedilam para 2592 mortes por IAM em Santa Catarina e 82771 no Brasil (BRASIL 2014)

Dentre os fatores de risco para o infarto agudo do miocaacuterdio o enfermeiro deve avaliar a ocorrecircncia de tabagismo diabetes mellitus hipertensatildeo arterial sistecircmica dislipidemia

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doenccedila vascular perifeacuterica idade masculina acima de 45 anos idade feminina acima de 55 anos histoacuterico familiar de doenccedila cardiovascular coronariana (ORTIZ et al 2010) Avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica o uso de protocolos assistenciais

A Classificaccedilatildeo de risco da dor toraacutecica eacute uma praacutetica

assistencial frequumlente dos enfermeiros que atuam em emergecircncia Para a qualidade desta assistecircncia torna-se imperativo ldquosuporte educacional conhecimento e instrumentos tecnoloacutegicos que contribuam para a compreensatildeo da dorrdquo (WATERKEMPER REIBNITZ MONTICELLI 2010 p 335)

Lidar com a dor toraacutecica eacute uma tarefa complexa a niacutevel nacional e internacional pois este sintoma eacute conceituado pela literatura como um problema social e econocircmico mundial devido a sua alta taxa de ocorrecircncia O manejo da dor toraacutecica pelo enfermeiro deve ser guiado por um instrumento vaacutelido que conduza a terapecircutica adequada Para o sucesso desta atribuiccedilatildeo o enfermeiro precisa estar comprometido seguro na sua tomada de decisatildeo (OLIVEIRA SILVA LEITAtildeO 2010) No entanto ainda existe grande dificuldade por parte dos enfermeiros na construccedilatildeo e estudos acerca de protocolos assistenciais principalmente quando se trata de situaccedilotildees agudas como a siacutendrome coronariana aguda (FERNANDES et al 2009)

O Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE) fundado em 1971 eacute um serviccedilo de sauacutede de excelecircncia reconhecido internacionalmente e um dos mais bem conceituados da Ameacuterica Latina Destaca-se pelo atendimento em alta complexidade O complexo hospitalar do HIAE estaacute distribuiacutedo em 8 unidades de atendimento distribuiacutedas pela cidade de Satildeo PauloSP Morumbi Jardins Alphaville Morato Paulista Perdizes Ibirapuera Vila Mariana Paraisoacutepolis e Cidade Jardim Eacute referecircncia no atendimento em Cardiologia Cirurgia Neurologia Oncologia Hematologia Ortopedia e Reumatologia

As diretrizes do HIAE satildeo pautadas em ldquoatendimento humanizado e melhores profissionais cliacutenicos e de assistecircncia com atualizaccedilatildeo contiacutenuardquo Em particular o setor de Cardiologia

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do HIAE alinha atendimento humanizado incorporaccedilatildeo tecnoloacutegica e planejamento estrateacutegico o que possibilita a implementaccedilatildeo de protocolos gerenciados protocolo Gerenciado de IAM protocolo gerenciado de ICC e o protocolo de dor toraacutecica (HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN 2014) O HIAE coloca que utilizar este protocolo para a dor toraacutecica no pronto-socorro oferece uma assistecircncia baseada em evidecircncias que sendo essencial como suporte agrave tomada de decisatildeo auxilia na identificaccedilatildeo de 25 de portadores de SCA que seriam liberados sem tratamento correto Utilizar um protocolo de Enfermagem para avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica natildeo confere somente agilidade na correta classificaccedilatildeo de risco da dor mas tambeacutem respaldo ao enfermeiro

Os aspectos de exclusatildeo de gravidade devem ser antepostos na triagem classificatoacuteria para isso o profissional deveraacute munir-se de coleta de dados exame fiacutesico com histoacuteria cliacutenica direcionada obtendo as caracteriacutesticas dos sintomas com dados como o momento do iniacutecio tempo de duraccedilatildeo qualidade intensidade relaccedilatildeo com o esforccedilo e o repouso e presenccedila de doenccedila coronariana estabelecida (PIEGAS et al 2009) A avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica ou demais sintomas sugestivos de isquemia cardiacuteaca eacute um dos grandes desafios do enfermeiro sobretudo do enfermeiro que atue na Classificaccedilatildeo de Risco que deteacutem a responsabilidade de determinar a gravidade do caso cliacutenica e indicar a trajetoacuteria terapecircutica de cada paciente Apesar de alta demanda de pacientes que referem dor toraacutecica nos serviccedilos de emergecircncia a padronizaccedilatildeo das condutas de Enfermagem a estes pacientes ainda eacute deficiente o que poderaacute gerar atrasos no atendimento (BEZERRA 2011) Estudos apontam que a reduccedilatildeo dos eventos coronarianos ocorre quando a siacutendrome coronariana aguda eacute tratada pelos profissionais de sauacutede inclusive o enfermeiro de acordo com medidas de eficaacutecia comprovada para isso o uso de protocolos eacute um instrumento de tecnologia em sauacutede e otimizaccedilatildeo para a qualidade do atendimento (FARIAS MOREIRA 2012) Eacute necessaacuterio ainda para o sucesso do atendimento que a equipe de meacutedicos e enfermeiros esteja treinada no manejo das

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urgecircncias e emergecircncias cardiovasculares (BASSAN et al 2002) A principal contribuiccedilatildeo do enfermeiro no tratamento dos pacientes com Infarto Agudo do Miocaacuterdio que eacute a identificaccedilatildeo precoce de um possiacutevel infarto e aceleraccedilatildeo do atendimento diminuindo o tempo de sofrimento do muacutesculo cardiacuteaco Apesar dessa atribuiccedilatildeo primordial do enfermeiro existe a necessidade de aprofundar no tema realizando pesquisas que visem a construccedilatildeo de protocolos de condutas de Enfermagem frente ao paciente com dor toraacutecica Percebe-se portanto a necessidade de novas pesquisas referente ao tema para que produza protocolos de atendimento e que seja padronizado para que facilite o a conduccedilatildeo do trabalho da equipe de enfermagem

A conduta do enfermeiro frente ao paciente infartado exige capacitaccedilatildeo e competecircncia teacutecnica e a necessidade de um protocolo da assistecircnciaconduta de enfermagem para o embasamento cientiacutefico e no intuito de sanar frequumlentes duacutevidas (BEZERRA 2011)

Tratar a dor alivia tambeacutem os sintomas de medo e anguacutestia reduzindo o consumo de oxigecircnio pelo muacutesculo cardiacuteaco provocado pela ativaccedilatildeo do sistema nervoso simpaacutetico A analgesia deve ser feita preferencialmente com sulfato de morfina endovenosa Os anti-inflamatoacuterios natildeo esteroides (AINES) natildeo devem ser utilizados na vigecircncia de IAM e se o paciente que apresentar este diagnoacutestico fizer uso crocircnico de AINES o medicamento deve ser suspenso (PIEGAS et al 2009)

O Objetivo do tratamento dos pacientes com dor toraacutecica eacute reduzir o atraso para identificaccedilatildeo de pacientes com siacutendrome coronariana aguda a partir da chegada do paciente em ambiente hospitalar evitar liberaccedilatildeo errocircnea de pacientes com siacutendrome coronariana aguda reduzir os custos hospitalares da avaliaccedilatildeo de pacientes com dor toraacutecica (ORTIZ et al 2010) Para tanto o enfermeiro eacute peccedila fundamental O principal objetivo do tratamento ao paciente com dor toraacutecica sugestiva de isquemia cardiacuteaca eacute instituir a terapecircutica adequada no tempo-ouro para prevenir comprometimentoisquemia miocaacuterdica de grandes proporccedilotildees

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O enfermeiro que atua em emergecircncia necessita ter conhecimento cientiacutefico teacutecnico tomar decisotildees raacutepidas reconhecer situaccedilotildees que oferecem riscos aos pacientes possuir familiaridade com Siacutendrome Coronariana Aguda adequado manejo com medicaccedilotildees viabilizar a execuccedilatildeo de exames Para a sequecircncia correta e precisa destas etapas a utilizaccedilatildeo de protocolos eacute fundamental na otimizaccedilatildeo do atendimento para um aumento da sobrevida dos pacientes com isquemia cardiacuteaca (FERREIA MADEIRA 2011) A padronizaccedilatildeo das condutas de Enfermagem utilizando-se protocolos especiacuteficos para a dor toraacutecica com evidecircncias cientiacuteficas previne condutas incorretas no tratamento e liberaccedilatildeo inapropriada dos pacientes

Conclusatildeo

Esta revisatildeo possibilitou constatar a escassez de estudos

referentes agrave avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica pelo enfermeiro nos serviccedilos de emergecircncia

Apesar da dimensatildeo das queixas de dor toraacutecica nos serviccedilos de emergecircncia existe deficiecircncia da padronizaccedilatildeo das condutas para a Enfermagem Aleacutem disso diante das muacuteltiplas alteraccedilotildees fiacutesicas e ateacute mesmo psicoloacutegicas que podem desencadear a dor toraacutecica uma seacuterie de duacutevidas pode ocorrer portanto a necessidade de um atendimento sistematizado com o uso de protocolos

Na vigecircncia da sensaccedilatildeo dolorosa o paciente percebe-se impotente e vaacuterios questionamentos surgem na tentativa de desvendar a causa desta dor Especificamente na dor toraacutecica estes sentimentos passam a ser exacerbados devido agrave alta incidecircncia mundial de mortalidade por causa cardiovascular

As publicaccedilotildees encontradas reforccedilam que papel do enfermeiro no atendimento ao pacientes com dor toraacutecica eacute essencial e sobretudo da assistecircncia do enfermeiro fundamentada cientificamente No entanto nenhuma apresenta estudos aprofundados sobre o uso de protocolos de enfermagem O que demonstra a necessidade de maiores

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investimentos em pesquisa nesta temaacutetica a fim de aprofundar o conhecimento na aacuterea de Enfermagem

Sugerem-se estudos acerca da construccedilatildeo de protocolos de enfermagem que abordem a assistecircncia frente ao paciente com dor toraacutecica bem como a classificaccedilatildeo da dor toraacutecica pelo enfermeiro nos serviccedilos de emergecircncia

Referecircncias

ALBUQUERQUE PLMM COSTA LB BASTOS BB SILVA JUacuteNIOR GB Dor precordial natildeo usual Relato de Caso Rev Bras Cardiol v23 n2 p200-1 2010 ARAUJO RD MARQUES IR Compreendendo o significado da dor toraacutecica isquecircmica de pacientes admitidos na sala de emergecircncia Rev Bras Enferm v60 n6 2007 BASSAN R PIMENTA L LEAtildeES P TIMERMAN A Sociedade Brasileira de Cardiologia I Diretriz de dor toraacutecica na sala de emergecircncia Definiccedilatildeo de graus de recomendaccedilatildeo e niacuteveis de evidecircncia Arq Bras Cardiol v76 n2 p1-22 2002 BEZERRA AA BEZERRA AA BRASILEIRO ME A conduta de enfermagem frente ao paciente infartado Rev Eletrocircnica Enferm v1 n1 p1-10 2011 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Perfil da mortalidade do Brasileiro Uma anaacutelise da situaccedilatildeo de sauacutede 2008 Disponiacutevel em lthttpportalsaudegovbrportalarquivospdfcoletiva_saude_061008pdfgt Acesso em 15 out 2013 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Instituto Nacional de Cacircncer Cuidados paliativos oncoloacutegicos controle da dor Rio de Janeiro INCA 2001

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_______ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria Executiva do Ministeacuterio da Sauacutede DATASUS 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwdatasusgovbrgt Acesso em15 out 2013 HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN Histoacuterico [2014] Disponiacutevel em lthttpwwweinsteinbrhospitalPaginassobre-o-hospitalaspxgt Acesso em 02 out 2013

INTERNATIONAL ASSOCIATION FOR THE STUDY OF PAIN Princiacutepios do Manejo da Dor nos Departamentos de Emergecircncia para Pacientes com Condiccedilotildees Meacutedicas Dolorosas Agudas 2011 Disponiacutevel em lthttpwwwiasp-painorgAMTemplatecfmSection=Fact_Sheets3ampTemplate=CMContentDisplaycfmampContentID=13141gt Acesso em 05 mar 2014 FARIAS MM MOREIRA DM Impacto de protocolo de dor toraacutecica sobre a adesatildeo agraves diretrizes societaacuterias um ensaio cliacutenico Rev Bras Cardiol v25 n5 p368-76 2012 FERNANDES J C SILVA C O L SOUZA S E M SILVA P R BRASILEIRO M E ARMENDARIS M K Base de Dados para Elaboraccedilatildeo de um Instrumento para Coleta de Dados de Enfermagem na Unidade de Dor Toraacutecica ndash Congresso Brasileiro de Enfermagem 2009 FERREIRA AMC MADEIRA MZA A Dor Toraacutecica na Sala de Emergecircncia uma revisatildeo de literatura Revista Interdisciplinar NOVAFAPI Teresina v4 n1 p50-56 janfevmar 2011 MILLER MD GRANGER CB Evaluation of patients with chest pain at low or intermediate risk for acute coronary syndrome Gordon M Saperia MD FACC 2014 NASI LA et al Rotinas em Pronto Socorro 2ed Porto Alegre Artmed 2005

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OLIVEIRA RM SILVA LMS LEITAtildeO IMTA Anaacutelise dos saberes e praacuteticas de enfermeiras sobre avaliaccedilatildeo da dor no contexto hospitalar Rev enferm UFPE on line v4 n3 p 53-56 julset 2010 ORTIZ M BITTENCOURT M Protocolo de dor toraacutecica UTI cardioloacutegica Curitiba Hospital das Cliacutenicas Universidade Federal do Paranaacute 2010 Disponiacutevel em lthttpptscribdcomgwcabrald49109978-Prot-Dor-Toracicagt Acesso em 15 out 2013 RIOS DFC BRANDAtildeO FB FARIA MNZ ALCANTARA AS SANTOS MIFO Tronboembolismo pulmonar como causa de dor toraacutecica na sala de emergecircncia Rev Meacuted Minas Gerais v20 p465-8 2010 ROCHA ASC ARAUacuteJO MP CARVALHO AF RIBEIRO A MESQUITA ET Evidecircncia de melhora na qualidade do cuidado assistencial no infarto agudo do miocaacuterdio Arq Bras Cardiol v94 n6 2010 PIEGAS LS FEITOSA G MATTOS LA NICOLAU JC ROSSI NETO JM et al Sociedade Brasileira de Cardiologia IV Diretriz da Sociedade Brasileira de Cardiologia sobre Tratamento do Infarto agudo do Miocaacuterdio com Supradesniacutevel do Segmento ST Arq Bras Cardiol v93 n6 p179-264 2009 POMPEO D A ROSSI L A GALVAtildeO CM Revisatildeo Integrativa etapa inicial do processo de validaccedilatildeo de diagnoacutestico de enfermagem Acta paul Enferm Satildeo Paulo v22 n4 2009 SANTOS FLMM ARAUacuteJO TL Vivendo o infarto os significados da doenccedila segundo a perspectiva do paciente Rev Latino Am Enferm v11 n6 p742-8 2003 SOUSA VEC LOPES MVO ROCHA DH PASCOAL LM MONTORIL MH MELO RP Troca de gases prejudicada

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anaacutelise em pacientes com infarto agudo do miocaacuterdio Rev Enferm Rio de Janeiro v16 n4 p545-9 2008 WATERKEMPER R REIBNITZ KS MONTICELLI M Dialogando com enfermeiras sobre a avaliaccedilatildeo da dor oncoloacutegica do paciente sob cuidados paliativos Rev Bras Enferm Brasiacutelia v63 n2 p 334-9 marabr 2010

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4 METODOLOGIA

41 TIPO DE PESQUISA

Optou-se para desenvolver este estudo a pesquisa quantitativa do tipo transversal prospectiva e descritiva De acordo com Gil (2007) as pesquisas quantitativas ldquotecircm como preocupaccedilatildeo central identificar os fatores que determinam ou que contribuem para a ocorrecircncia dos fenocircmenos Este eacute o tipo de pesquisa que mais aprofunda o conhecimento da realidade porque explica a razatildeo o porquecirc das coisas

A pesquisa transversal eacute aquela realizada quando a coleta de dados ocorre em um determinado local e tempo (BORDALO 2006) A pesquisa prospectiva eacute aquela conhecida como aquela realizada em grupo populacional previamente definido e seguido prospectivamente (BORDALO 2006) Com relaccedilatildeo agrave pesquisa descritiva Gil (2007) a descreve como um estudo com a finalidade de descrever as caracteriacutesticas de um determinado grupo como exemplo destas caracteriacutesticas a faixa etaacuteria sexo renda familiar niacutevel de escolaridade dentre outros

42 LOCAL DA PESQUISA

O contexto em que este estudo seraacute desenvolvido eacute o Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco (SACR) do Serviccedilo de Emergecircncia Adulto (SEA) do Hospital Universitaacuterio (HU) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

O HUUFSC foi fundando em inaugurado em 1980 eacute uma instituiccedilatildeo totalmente puacuteblica com princiacutepio de ensino pesquisa e extensatildeo Atende a populaccedilatildeo moradora da regiatildeo e visitantes da cidade sem qualquer distinccedilatildeo Eacute considerado hospital de meacutedio porte e conta em sua estrutura com aproximadamente 270 leitos distribuiacutedos entre Cliacutenica Meacutedica Cliacutenica Ciruacutergica Pediatria Emergecircncia Ginecologia Obstetriacutecia e Neonatologia Unidade de Terapia Intensiva Serviccedilo Ambulatorial (HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO POLYDORO ERNANI DE SAtildeO THIAGO 2011)

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Designadamente o SEA do HUUFSC eacute um serviccedilo indicado a atender pacientes em condiccedilotildees agudas de sauacutede eacute dinacircmico e requer tomada raacutepida de decisatildeo Conta com uma equipe de Enfermagem com totalidade de 73 profissionais dentre estes 17 enfermeiros efetivos 6 enfermeiros residentes 42 teacutecnicos de enfermagem e 8 auxiliares de enfermagem

O SEA do HUUFSC estaacute dividido em trecircs subunidades de atendimento

O Serviccedilo de Emergecircncia Interna (SEI) local de estabilizaccedilatildeo onde os pacientes recebem o primeiro atendimento Eacute composto por sala de medicaccedilatildeo sala de reanimaccedilatildeo sala ciruacutergica sala de procedimentos posto de enfermagem farmaacutecia sateacutelite e quatro consultoacuterios meacutedicos Possui espaccedilo fiacutesico para acomodar ateacute 12 pacientes em macas (divididos entre os pacientes que estatildeo em ldquoobservaccedilatildeordquo e os ldquointernadosrdquo quando excedidas 24 horas de estadia no hospital o paciente eacute internado)

O Repouso da Emergecircncia acolhe apenas os pacientes jaacute internados que aguardam vagas nas unidades de internaccedilatildeo das cliacutenicas meacutedicas ou ciruacutergicas possui capacidade para acomodar 12 pacientes em leitos e 1 quarto de isolamento

Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco (SACR) local aonde efetivamente se desenvolveu esta pesquisa O serviccedilo foi estabelecido no SEA do HU em agosto de 2011 em cumprimento agraves normativas da Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo da Atenccedilatildeo e Gestatildeo do SUS com a finalidade de otimizar a assistecircncia agrave sauacutede priorizando o atendimento ao paciente grave ndash objetivo principal da emergecircncia hospitalar ndash por meio de identificaccedilatildeo dos sinais e sintomas apresentados e referenciados pelos pacientes com consequumlente determinaccedilatildeo da gravidade da situaccedilatildeo de sauacutede Seu funcionamento eacute diaacuterio das 0700 agraves 2300 horas (HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO POLYDORO ERNANI DE SAtildeO THIAGO 2012)

Por natildeo ser referecircncia em traumatologia o Serviccedilo de Emergecircncia do HUUFSC atende uma demanda significativamente menor de casos com indicaccedilatildeo ciruacutergica como observamos no quadro 1 a seguir Por esse motivo os casos atendidos no Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco

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(SACR) satildeo exclusivamente com indicaccedilatildeo para Cliacutenica Meacutedica com maior demanda no serviccedilo

Quadro 1 - Nordm de pacientes atendidos anualmente no SEA do HU

Especialidade Nordm de Atendimentos

Centro de Informaccedilotildees Toxicoloacutegicas

145

Cliacutenica Ciruacutergica 10785

Cliacutenica Meacutedica 27266

Cliacutenica Pediaacutetrica 20213

Maternidade 11064

Oftalmologia 09

Ortopedia 1946

Setor natildeo identificado 5125

Total 76587

Fonte Hospital Universitaacuterio Polydoro Ernani de Satildeo Thiago (2011)

Optou-se por desenvolver esta pesquisa no SACR por

tratar-se do local de primeiro contato entre um profissional de sauacutede neste caso o enfermeiro e o paciente Esta eacute a etapa onde eacute apontado o fluxo terapecircutico de cada paciente portanto poderaacute determinar o sucesso ou falhas relacionadas agrave morosidade no atendimento e tal definiccedilatildeo eacute realizada enfermeiro

De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2006 p77)

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O processo de triagem classificatoacuteria deve ser realizado por profissional de sauacutede de niacutevel superior mediante treinamento especiacutefico e utilizaccedilatildeo de protocolos preestabelecidos e tem por objetivo avaliar o grau de urgecircncia das queixas dos pacientes colocando-os em ordem de prioridade para o atendimento

O processo de ldquotriagem classificatoacuteriardquo visa estipular a

prioridade do atendimento sendo determinada pela maior ou menor gravidade do caso (BRASIL 2006) O instrumento utilizado no serviccedilo para esta tarefa adaptado pela proacutepria instituiccedilatildeo do Sistema de Triagem de Manchester (MACKAWAY-JONES 1997) designa a classificaccedilatildeo de risco por meio de cores que preconizam o tempo para o atendimento entre vermelho (emergente) laranja (muito urgente) amarelo (urgente) verde (pouco urgente) azul (natildeo-urgente) e branco (procedimentos) Este instrumento eacute composto por uma lista de 29 fluxogramas que destacam cada um uma queixa principal De acordo com a queixa relatada pelo paciente o enfermeiro escolhe um fluxograma Dentro de cada fluxograma existem algumas condiccedilotildees cliacutenicas para cada cor que quando apresentadas apontam a cor que deve ser designada na classificaccedilatildeo Como esta pesquisa trata de dor toraacutecica extraiacutemos apenas esta queixa dentre os 29 fluxogramas Portanto seraacute abordado apenas o fluxograma 18 ndash dor toraacutecica (ANEXO I)

43 POPULACcedilAtildeO DO ESTUDO E AMOSTRA

A populaccedilatildeo deste estudo contemplou dois grupos distintos Abaixo segue descriccedilatildeo destes bem como os criteacuterios de seleccedilatildeo Grupo 01 - sujeitos participantes deste grupo - Pacientes que procuraram atendimento no Serviccedilo de Emergecircncia acima de 18 anos durante o periacuteodo de outubro de

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2013 a janeiro de 2014 de segunda a saacutebado das 07 agraves 23 horas - Pacientes que foram atendidos no Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco (SACR) - Pacientes que referiram a dor toraacutecica como queixa principal e motivo de procura agrave Emergecircncia Hospitalar - Pacientes que aceitaram participar do estudo mediante assinatura do TCLE Grupo 02 participantes deste grupo - Profissional enfermeiro efetivo ou enfermeiro residente que atua no SACR do SEA do HU - Enfermeiros deste serviccedilo que aceitaram participar do estudo mediante assinatura do TCLE

A amostra para o Grupo 1 eacute natildeo probabiliacutestica e intencional e para seu caacutelculo amostral utilizou-se o sistema operacional para ensino e aprendizagem de Estatiacutestica da Universidade Federal de Santa Catarina o Sestatnet conforme figura 1 Utilizou-se para este caacutelculo a estimativa de pacientes que procuram o serviccedilo apresentando dor toraacutecica anualmente totalizando 880 pacientes (independente das causas da dor) de acordo com meu trabalho de conclusatildeo de curso desenvolvido na instituiccedilatildeo em cumprimento ao Programa de Residecircncia Multiprofissional em Sauacutede de 2011 a 2013

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Figura 1 - Sistema operacional Sestatnet para caacutelculo da amostra

Fonte Sestatnet

44 COLETA DE DADOS

A coleta de dados ocorreu no periacuteodo entre outubro de 2013 a janeiro de 2014 de segunda a saacutebado das 07 agraves 23 horas atingindo o caacutelculo amostral de 67 pacientes (90 de niacutevel de confianccedila) por meio de aplicaccedilatildeo do protocolo elaborado e utilizado no HIAE designado ldquoFluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagemrdquo (ANEXO B) A aplicaccedilatildeo do protocolo foi realizada pelos enfermeiros efetivos e enfermeiros residentes atuantes no SACR que aceitaram participar da pesquisa e estavam na escala como classificadores nos dias e horaacuterios dos atendimentos dos pacientes com dor toraacutecica estabelecidos para a coleta Apoacutes a coleta propriamente

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dita estes mesmos sujeitos foram avaliadores da utilizaccedilatildeo de um protocolo de dor toraacutecica durante o Acolhimento

Sabe-se que haacute alguns protocolos assistenciais desenvolvidos para esta praacutetica portanto a ideia central deste estudo foi aplicar um protocolo de avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica jaacute existente e implementado por uma instituiccedilatildeo de referecircncia no caso o Hospital Israelita Albert Einstein de Satildeo PauloSP com a finalidade de embasar a praacutetica dos enfermeiros na classificaccedilatildeo de risco da dor toraacutecica Reduzindo o tempo entre a chegada do paciente ao hospital e o estabelecimento da terapecircutica adequada tecnologia no sentido de minimizar riscos evitando morosidade no atendimento de um caso grave bem como descartando a gravidade do caso

Vale salientar que a implementaccedilatildeo do protocolo para dor toraacutecica do HIAE natildeo excluiu a utilizaccedilatildeo do instrumento institucional (adaptaccedilatildeo do protocolo de Manchester) para a Classificaccedilatildeo de Risco jaacute existente O protocolo de dor toraacutecica foi empregado como uma ferramenta auxiliar para a classificaccedilatildeo de risco ressaltando as especificidades da dor toraacutecica e reforccedilando a garantia de uma classificaccedilatildeo com a prioridade adequada o que natildeo acarretou em atraso na Classificaccedilatildeo de Risco ou no atendimento do paciente

45 ETAPAS DA PESQUISA

A pesquisa abrangeu as seguintes etapas

- Etapa 1 ndash (apresentaccedilatildeo da pesquisa) A ideia inicial para a apresentaccedilatildeo da pesquisa era o desenvolvimento de uma oficina com os enfermeiros do SEA do HUUFSC na qual seria demonstrado em conjunto o funcionamento e objetivos do ldquoFluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem do HIAE e consequentemente a proposta deste estudo Para isso anteriormente esta pesquisa foi apresentada para a chefia de Enfermagem do setor que informou a inviabilidade de uma oficina no momento considerando a condiccedilotildees de sobrecarga de trabalho da unidade aleacutem do habitual Neste periacuteodo a demanda

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de atendimentos excedia a capacidade estrutural e de recursos humanos impossibilitando a liberaccedilatildeo dos funcionaacuterios para a realizaccedilatildeo da oficina ainda que por um curto periacuteodo durante os plantotildees Como alternativa a pesquisa foi apresentada individualmente aos enfermeiros do SEA em cada turno de trabalho manhatilde tarde e noite Apoacutes a apresentaccedilatildeo os enfermeiros foram convidados a participar da pesquisa sendo que nove deles aceitaram sendo eles trecircs residentes e seis enfermeiros efetivos Dos nove enfermeiros que aceitaram participar do estudo dois natildeo aplicaram o protocolo um por motivo de troca de setor durante o periacuteodo estipulado para a coleta e o outro alegou natildeo ter tempo haacutebil para realizar a coleta durante o plantatildeo Desse modo efetivamente sete enfermeiros participaram da pesquisa e aplicaram o protocolo conforme proposto Assim que aceitaram participar da pesquisa foi oportunizada uma capacitaccedilatildeo individual aos enfermeiros para utilizaccedilatildeo do instrumento enquanto ldquoaplicadoresrdquo do protocolo

- Etapa 2 ndash (Preacute-teste) esta etapa ocorreu como fase de

treinamento ou adaptaccedilatildeo agrave aplicaccedilatildeo do instrumento de pesquisa Nesta cada enfermeiro participante realizou a Classificaccedilatildeo de Risco como preacute-teste de um paciente a referir a dor toraacutecica como queixa principal Os sete preacute-testes realizados (um teste para cada enfermeiro) natildeo foram incluiacutedos como vaacutelidos para a amostra miacutenima

- Etapa 3 ndash (Efetividade da pesquisa) Esta etapa

compreendeu a aplicaccedilatildeo do protocolo propriamente com a intenccedilatildeo de conhecer o perfil do paciente com dor toraacutecica atendido no SACR A proposta de aplicaccedilatildeo do protocolo seria desenvolver com 63 pacientes que procurarem o SACR referindo dor toraacutecica como queixa principal de acordo com o caacutelculo amostral miacutenimo para a validade da pesquisa de acordo com o programa Sistatnet Ao final foram contabilizados 67 casos de dor toraacutecica em que o Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem do HIAE foi aplicado

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- Etapa 4 ndash (Avaliaccedilatildeo da utilizaccedilatildeo do protocolo pelos enfermeiros) Para a viabilidade desta etapa foi desenvolvido um roteiro semi-estruturado para entrevista contendo cinco questotildees acerca da utilizaccedilatildeo do protocolo proposto Mediante a aplicaccedilatildeo deste roteiro foram avaliadas as opiniotildees dos enfermeiros sobre o protocolo

Cada enfermeiro contribuiu com esta etapa ressaltando em sua visatildeo os pontos positivos ou negativos de utilizar o protocolo desde estrutura facilidade de compreensatildeo informaccedilotildees contidas encaminhamentos ateacute aplicabilidade ao serviccedilo em questatildeo (APEcircNDICE C)

- Etapa 5 ndash (Apresentaccedilatildeo dos resultados e discussatildeo) Os

dados obtidos seratildeo apresentados utilizando-se estatiacutestica descritiva por meio de nuacutemeros absolutos e percentuais A estatiacutestica descritiva eacute a ciecircncia que trata da organizaccedilatildeo e anaacutelise de um conjunto de dados (ou populaccedilatildeo especiacutefica) numeacutericos ou natildeo com o intuito de maior entendimento do que estes dados representam descrevendo os resultados (BARBETTA REIS BORNIA 2004) Em cumprimento agraves normativas do Programa de Mestrado Multiprofissional em Sauacutede da Universidade Federal de Santa Catarina os resultados e discussatildeo desta pesquisa seratildeo descritos adiante em forma de dois manuscrito 2 e 3

46 CONSIDERACcedilOtildeES EacuteTICAS

Para o desenvolvimento desta pesquisa seratildeo mantidos os princiacutepios eacuteticos com o indiviacuteduo de acordo com a Resoluccedilatildeo 4662012 do Conselho Nacional de Sauacutede (BRASIL 2012) Portanto esta proposta de pesquisa foi submetida agrave avaliaccedilatildeo do Comitecirc de Eacutetica e Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Santa Catarina mediante envio via Plataforma Brasil em junho de 2013 O estudo recebeu parecer favoraacutevel em setembro de 2013 mediante protocolo nordm 412494

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do Comitecirc de Eacutetica e Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Santa Catarina

Aceitaccedilatildeo dos sujeitos do grupo 01 e grupo 02 seraacute

efetivada da seguinte forma Grupo 01 (pacientes atendidos no SACR que apresentam

dor toraacutecica como queixa principal) - assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (APENDICE A) Lembrando que a abordagem do paciente para a orientaccedilatildeo acerca da pesquisa e o encaminhamento do Termo de Consentimento para a assinatura apenas seratildeo iniciados apoacutes completa estabilizaccedilatildeo do quadro cliacutenico e aliacutevio da dor Reforccedilando ao paciente que a negativa em sua participaccedilatildeo natildeo acarretaraacute de forma alguma em quaisquer discriminaccedilotildees em seu atendimento E a aplicaccedilatildeo do protocolo natildeo iraacute interferir ou acarretar em atrasos no atendimento

Grupo 02 (enfermeiros efetivos ou enfermeiros residentes

do SACR) ndash assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (APENDICE B) A tiacutetulo de sigilo os enfermeiros participantes deste grupo foram designados na escrita deste trabalho como ldquoEnfermeirordquo e numerados de 1 a 7 conforme ordem de convite para a participaccedilatildeo ou seja formando de Enfermeiro 1 a Enfermeiro 7

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5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Em cumprimento agraves normativas do Programa de Mestrado Multidisciplinar em Sauacutede os resultados desta pesquisa seratildeo apresentados sob forma de 2 manuscritos descritos a seguir Mediante apresentaccedilatildeo deste trabalho em banca examinadora e devida aprovaccedilatildeo os manuscritos seratildeo submetidos agraves devidas correccedilotildees e enviados posteriormente para publicaccedilatildeo em perioacutedicos indexados

O manuscrito 2 eacute intitulado O PERFIL DO PACIENTE

COM DOR TORAacuteCICA DO SERVICcedilO DE EMERGEcircNCIA ADULTO DE UM HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO DO SUL DO BRASIL

O manuscrito 3 intitula-se A AVALIACcedilAtildeO DOS ENFERMEIROS DE UM SERVICcedilO DE EMERGEcircNCIA HOSPITALAR SOBRE A UTILIZACcedilAtildeO DE UM PROTOCOLO PARA A DOR TORAacuteCICA VALIDADO EM UM SERVICcedilO DE REFEREcircNCIA

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51 MANUSCRITO 2 - O PERFIL DO PACIENTE COM DOR TORAacuteCICA DO SERVICcedilO DE EMERGEcircNCIA ADULTO DE UM HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO DO SUL DO BRASIL

Aline Costa Vieirasup1 Kaacutetia Cilene Godinho Bertoncellosup2

Juliana Balbinot Reis Girondisup3

Resumo Conhecer o perfil do puacuteblico com queixas de dor toraacutecica que procura um serviccedilo de sauacutede especiacutefico como o serviccedilo de emergecircncia confere agrave equipe de Enfermagem no momento da classificaccedilatildeo de risco a possibilidade de uma atuaccedilatildeo formulada de acordo com sua realidade Portanto optou-se por desenvolver a pesquisa baseada em evidecircncias a fim de identificar o perfil desta populaccedilatildeo no intuito de propor futuramente a institucionalizaccedilatildeo de um protocolo de Enfermagem para a dor toraacutecica Estudo de caraacuteter exploratoacuterio-descritivo e abordagem quantitativa ocorrida em um recorte temporal de outubro de 2013 a janeiro de 2014 por meio da anaacutelise documental de um protocolo de Enfermagem para a Classificaccedilatildeo de Risco da dor toraacutecica desenvolvido pelo Hospital Israelita Albert Einstein de Satildeo Paulo-SP Os resultados revelam que a maioria dos pacientes com dor toraacutecica a procurar o serviccedilo foi composta por mulheres reafirmando a baixa procura masculina aos serviccedilos de sauacutede Os dados obtidos demonstram que 35 (66) da demanda de pacientes com dor toraacutecica satildeo de atendimento ldquopouco-urgentesrdquo e apenas 3 (45) destes satildeo ldquoemergentesrdquo Apesar da maioria expressiva dos casos de dor toraacutecica tratar-se de quadro pouco-urgente sobressai a classificaccedilatildeo dos enfermeiros estipulando fluxo 1 (emergente) em 34 (507) e para a classificaccedilatildeo pouco-urgente apenas 15 (224) o que reflete uma valorizaccedilatildeo da dor toraacutecica por parte dos profissionais ao utilizar o protocolo Verificou-se a expressiva incidecircncia dos fatores de risco para o IAM associados agrave dor toraacutecica 32 (478) dos pacientes satildeo hipertensos e 18 (269) deles possuem histoacuteria familiar de Doenccedila Arterial Coronariana Ao identificar esta caracteriacutestica foi

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possiacutevel reafirmar a importacircncia do conhecimento dos fatores de risco para estipular a gravidade da dor toraacutecica Dessa forma fica evidente a urgecircncia em utilizar um protocolo especiacutefico para a toraacutecica em consonacircncia com a realidade do serviccedilo do perfil dos pacientes considerando o gecircnero faixa etaacuteria fatores de risco e antecedentes cardiovasculares a real avaliaccedilatildeo e respeito pela dor toraacutecica Descritores Dor toraacutecica Enfermagem em Emergecircncia Classificaccedilatildeo de Risco Abstract Knowing the profile of the public with complaints of chest pain that are looking for a particular health service such as the emergency department gives the nursing staff at the time the risk rating for the possibility of action formulated according to their reality The refore it was decided to develop evidence-based research to identify the profile of this population in order to propose future institutionalization of a nursing protocol for chest pain Study exploratory- descriptive and quantitative approach which occurred in a time frame from October 2013 to January 2014 through documentary analysis of a protocol for Nursing Risk Classification of chest pain developed by Albert Einstein Jewish Hospital of Satildeo Paulo - SP The results reveal that the majority of patients with chest pain to seek the service was composed by women reaffirming low male demand for health services The data show that 35 (66 ) of the number of patients with chest pain are little - urgent care and only 3 (45 ) of these are ldquoemerging ldquo Despite the significant majority of cases of chest pain that it was urgent - bit frame stands rankings nurses stipulating stream 1 ( emerging ) in 34 ( 507 ) and the little - sensitive classification only 15 ( 224 ) which reflects an appreciation of chest pain by practitioners when using the protocol There was a significant incidence of risk factors for AMI associated with chest pain 32 (478 ) patients had hypertension and 18 (269 ) of them have a family history of coronary artery disease By identifying this feature was possible to reaffirm the importance of knowledge of risk factors to denote the severity of chest pain Thus it is evident the urgency to use a specific protocol to the chest in line with the reality of the service the

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profile of patients considering gender age risk factors and cardiovascular history the actual evaluation and respect for chest pain Keywords Chest pain Emergency nursing Risk rating

Introduccedilatildeo

Enquanto ciecircncia e disciplina do cuidado a Enfermagem

estaacute em crescente desenvolvimento tecnoloacutegico para a promoccedilatildeo de uma atuaccedilatildeo de excelecircncia considerando aspectos inerentes agrave seguranccedila do paciente cuidados de Enfermagem pautados na evidecircncia cliacutenica minimizaccedilatildeo do sofrimento humano por meio das intervenccedilotildees para aliviar a dor Embora o atendimento da dor toraacutecica seja visto como prioridade pelos profissionais de sauacutede existe ainda um deacuteficit de estudos da avaliaccedilatildeo criteriosa associando-se os fatores de risco agraves caracteriacutesticas da dor (MARQUES 2010)

O atendimento inicial da dor toraacutecica a fim de reduzir danos e agravos eacute sempre no sentido de afastar primeiramente a suspeita de Siacutendrome Coronariana Aguda Neste sentido eacute fundamental para o enfermeiro que atua na Classificaccedilatildeo de Risco ter conhecimento das caracteriacutesticas da dor por isquemia e das complicaccedilotildees cardiovasculares Estar munido de um instrumento de avaliaccedilatildeo completo que aborde os fatores de risco associados auxiliando na identificaccedilatildeo raacutepida de pacientes em alto risco (NASI et al 2005) Valorizar a dor toraacutecica na classificaccedilatildeo de risco eacute considerada uma medida de extrema importacircncia visto que eacute o principal desconforto referido e observado nas doenccedilas cardiovasculares consideradas a maior causa de mortalidade no mundo Para isso o enfermeiro classificador precisa dispensar avaliaccedilatildeo criteriosa natildeo apenas das caracteriacutesticas da dor em si mas do perfil do paciente idade gecircnero dos fatores de risco associados e do histoacuterico familiar (MARQUES 2010)

Apesar dos avanccedilos evidenciados nas uacuteltimas deacutecadas ainda existem duacutevidas na classificaccedilatildeo da dor toraacutecica por parte dos profissionais de sauacutede Desse modo muitos oacutebitos ocorrem

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em funccedilatildeo de abordagens inadequadas para a dor toraacutecica principalmente em unidades de emergecircncia (RIOS et al 2010)

Em caso de dor toraacutecica a principal suspeita diagnoacutestica eacute a causa cardiovascular principalmente pelo seu grau elevado de morbidade e teoricamente pelo iniacutecio abrupto com baixa relaccedilatildeo entre o iniacutecio dos sintomas e oacutebito quando natildeo estabelecido atendimento eficaz em tempo haacutebil A maioria dos casos de morte por IAM ocorrem nas primeiras horas do iniacutecio dos sintomas sendo 40 a 65 na primeira hora e aproximadamente 80 nas primeiras 24 horas (PIEGAS et at 2009)

Reafirmando a relevacircncia de estudos na temaacutetica da dor toraacutecica as doenccedilas que acometem o aparelho circulatoacuterio satildeo apontadas como as principais causas de mortalidade dos brasileiros desde a deacutecada de 80 prevalecendo na atualidade Dentre elas o acidente vascular cerebral (AVC) eacute a principal causa de morte no Brasil seguida pelo IAM no qual a dor toraacutecica eacute referida como sintoma especiacutefico claacutessico A taxa de incidecircncia das doenccedilas circulatoacuterias eacute mais prevalente na regiatildeo sudeste (33 dos casos) seguida pela regiatildeo sul (329 dos casos) Particularmente na regiatildeo sul as causas de morte por doenccedilas do aparelho circulatoacuterio ocupam o primeiro lugar das taxas de mortalidade sucedidas pelas neoplasias e as causas externas (BRASIL 2008)

No Serviccedilo de Emergecircncia Adulto (SEA) de um Hospital Universitaacuterio (HU) do sul do Brasil em cumprimento agraves diretrizes da Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo (PNH) foi instituiacutedo o Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco (SACR) no ano de 2011 Tal norma prevecirc a existecircncia deste acolhimento nas aacutereas de acesso hospitalar a saber pronto atendimento pronto socorro ambulatoacuterio serviccedilo de apoio diagnoacutestico e terapia (BRASIL 2004)

A estratificaccedilatildeo de risco realizada no SACR do HU eacute realizada exclusivamente pelo profissional enfermeiro apesar de o processo poder ser realizado por qualquer profissional de sauacutede de niacutevel superior mediante treinamento e utilizaccedilatildeo de protocolos preestabelecidos (BRASIL 2006) O principal objetivo eacute avaliar o grau de urgecircncia dos pacientes e possibilitar uma ordem de prioridade para esse atendimento

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Para o desenvolvimento eficaz desta atribuiccedilatildeo como ldquoclassificadorrdquo o enfermeiro necessita de conhecimento cientiacutefico habilidade para avaliar com agilidade sensibilidade para percepccedilatildeo dos sinais apresentados que em muitos casos natildeo satildeo evidentes e observaccedilatildeo minuciosa para reconhecer previamente os sinais de gravidade ou que precedam a evoluccedilatildeo para a gravidade Faz-se necessaacuterio que o profissional tenha cautela no sentido de natildeo desvalorizar os sintomas referidos podendo acarretar em classificaccedilotildees errocircneas e identificaccedilatildeo de um problema de menor gravidade que o real (LOPES 2011)

Os aspectos de exclusatildeo de gravidade devem ser antepostos na triagem classificatoacuteria para isso o profissional deveraacute munir-se de coleta de dados exame fiacutesico com histoacuteria cliacutenica direcionada obtendo as caracteriacutesticas dos sintomas (valorizando o sintoma aacutelgico) com dados como o momento do iniacutecio tempo de duraccedilatildeo qualidade intensidade relaccedilatildeo com o esforccedilo e o repouso e presenccedila de doenccedila coronariana estabelecida (PIEGAS et al 2009)

Nesse contexto haacute que se evidenciar a importacircncia de se conhecer a clientela a ser atendida ou seja o perfil desse usuaacuterio Esse perfil seraacute embasado em caracteriacutesticas epidemioloacutegicas regionais e outras que possam expressar evidecircncias necessidades e as caracteriacutesticas de cuidado para estes pacientes considerando sua individualidade suas necessidades e seus direitos agrave sauacutede enquanto cidadatildeo

Para um cuidado resolutivo e seguro o qual se deseja adaptar as necessidades do serviccedilo e sua realidade esta pesquisa vislumbrou a realizaccedilatildeo de uma investigaccedilatildeo baseada em evidecircncias considerando seguinte a questatildeo norteadora Qual o perfil de pacientes com dor toraacutecica que procuram atendimento de sauacutede no Serviccedilo de Emergecircncia Adulto de um HU do sul do Brasil

Deste modo esta pesquisa objetivou identificar o perfil do

paciente com dor toraacutecica que procura atendimento no Serviccedilo de Emergecircncia Adulto de um HU do sul do Brasil Meacutetodo

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Elegeu-se a pesquisa baseada em evidecircncias uma vez

que propicia conhecer a realidade do modo que se apresenta A pesquisa baseada em evidecircncias eacute a mais indicada por trazer exatamente as evidecircncias do serviccedilo sem a fusatildeo de dados que possam impor vieacutes nos seus resultados Abordagem quantitativa de caraacuteter exploratoacuterio-descritivo

Um dos propoacutesitos da Praacutetica Baseada em Evidecircncias (PBE) eacute encorajar a utilizaccedilatildeo de resultados de pesquisa junto agrave assistecircncia agrave sauacutede prestada nos diversos niacuteveis de atenccedilatildeo reforccedilando a importacircncia da pesquisa para a praacutetica cliacutenica A PBE eacute uma abordagem de soluccedilatildeo de problema para a tomada de decisatildeo que incorpora a busca da melhor e mais recente evidecircncia competecircncia cliacutenica do profissional e os valores e preferecircncias do paciente dentro do contexto do cuidado (MENDES et al 2008)

O local onde se desenvolveu o estudo foi o SEA de um HU do sul do Brasil Este hospital possui trecircs subunidades de atendimento Serviccedilo de Emergecircncia Interna (SEI) local de estabilizaccedilatildeo onde o paciente recebe o primeiro atendimento O Repouso da Emergecircncia local que acomoda apenas pacientes jaacute internados e estabilizados que aguardam vaga nas cliacutenicas do hospital e o Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco (SACR) estabelecido no setor em agosto de 2011 em cumprimento agraves normativas da Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo (PNH) com a finalidade a que se propotildee de otimizar a assistecircncia agrave sauacutede priorizando o atendimento ao paciente grave tal local onde a pesquisa efetivamente ocorreu

Os dados foram coletados entre outubro de 2013 e janeiro de 2014 por anaacutelise documental do ldquoFluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagemrdquo desenvolvido pelo Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE) de Satildeo Paulo-SP apoacutes as classificaccedilotildees de risco da dor toraacutecica realizadas por sete enfermeiros do serviccedilo O protocolo do HIAE eacute composto por trecircs possiacuteveis fluxogramas de classificaccedilatildeo da dor toraacutecica Fluxo 1 ndash suspeita de Siacutendrome Coronariana Aguda Tiacutepica Fluxo 2 ndash Possiacutevel Siacutendrome Coronariana Aguda Atiacutepica e Fluxo 3 ndash Sem suspeita Inicial de Siacutendrome Coronariana Aguda Apoacutes obter

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dados referentes agrave faixa etaacuteria caracteriacutestica da dor fatores de risco associados e antecedentes cardiovasculares o enfermeiro precisa estipular um dos fluxos para cada caso e seguir a classificaccedilatildeo de risco designada pelo protocolo

Optou-se por amostra de escolha aleatoacuteria nos turnos que o serviccedilo possui equipe da manhatilde tarde e trecircs equipes da noite em horaacuterios dentre as 07 e agraves 23 horas quando o serviccedilo de Acolhimento funciona

Na totalidade foram analisadas 67 classificaccedilotildees de risco de pacientes que referiram a dor toraacutecica como queixa principal e motivo pela procura do serviccedilo

Apoacutes coletadas as 67 classificaccedilotildees de dor toraacutecica foram compiladas e organizadas utilizando-se um instrumento facilitador uma planilha do Windows Excelreg Os dados extraiacutedos destes documentos foram idade sexo iniacutecio do sintoma fatores de risco associados antecedentes cardiovasculares diagnoacutestico meacutedico e fluxos de atendimento

Em relaccedilatildeo aos cuidados eacuteticos os sete enfermeiros e os pacientes que foram avaliados pelo protocolo participaram deste estudo e confirmaram sua aceitaccedilatildeo mediante assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido A pesquisa recebeu parecer favoraacutevel em setembro de 2013 mediante protocolo nordm 412494 do Comitecirc de Eacutetica da Universidade Federal de Santa Catarina Em todas as etapas foram respeitados os preceitos eacuteticos dispostos na Resoluccedilatildeo 4662012 do Conselho Nacional de Sauacutede (BRASIL 2012)

Resultados e Discussatildeo

Os resultados apresentados refletem as queixas e a

classificaccedilatildeo designada por sete enfermeiros ao realizarem as 67 classificaccedilotildees para a dor toraacutecica

Cabe salientar que a pesquisa demonstra apenas os pacientes que foram atendidos no SACR do SEA pelo profissional enfermeiro excluindo aqueles que satildeo referenciados de outros serviccedilos de sauacutede e chegam ao setor em ambulacircncia os que chegam sem serem referenciados ou encaminhados e

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atendidos diretamente na porta de entrada do Serviccedilo de Emergecircncia Interna (SEI) Tambeacutem eacute necessaacuterio ressaltar que pela dinamicidade e agilidade dos acontecimentos caracteriacutesticos de um serviccedilo de emergecircncia em diversos momentos os dados deixaram de ser descritos nos instrumentos utilizados no SACR ou seja pacientes satildeo atendidos sem haver qualquer citaccedilatildeo nos instrumentos utilizados pelo serviccedilo Considerou-se a importacircncia de relatar estes aspectos para o esclarecimento de que a demanda do serviccedilo eacute mais expressiva do que a apresentada nesta pesquisa

Apesar de que eacute uma das funccedilotildees dos profissionais de sauacutede eacute zelar pela vida sempre por vezes o ambiente e as condiccedilotildees humanas sobrepotildeem agrave capacidade de uma equipe A elevada demanda dos serviccedilos de emergecircncia acaba por resultar em pacientes esperando por atendimento meacutedico em tempo excedendo agrave uma hora pacientes acomodados em macas sem nenhum conforto pouca qualidade da assistecircncia e tensatildeo da equipe multiprofissional (LOPES 2011)

Os serviccedilos de urgecircncia apresentam diversos desafios a serem superados no atendimento agrave sauacutede superlotaccedilatildeo trabalho fragmentado e pouca articulaccedilatildeo com os demais serviccedilos de sauacutede Portanto torna-se essencial refletir e buscar novas formas de atuaccedilatildeo que direcionem a um cuidado resolutivo humanizado e acolhedor a partir da compreensatildeo do serviccedilo A experiecircncia dos profissionais eacute muito importante para compor as melhores estrateacutegias de um acolhimento resolutivo O sentido da palavra ldquoacolhimentordquo apenas teraacute sentido na proporccedilatildeo que for enriquecida e reformulada nas discussotildees do cotidiano da praacutetica profissional (BRASIL 2009) A seguir seratildeo apresentados os dados que caracterizam o puacuteblico com queixa de dor toraacutecica classificado

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Tabela 1 - Caracterizaccedilatildeo dos pacientes com queixa de dor toraacutecica que procuraram o Serviccedilo de Emergecircncia do HUUFSC ndash Florianoacutepolis ndash SC 2013-2014

DADOS PESSOAIS Nordm

SEXO

Masculino 23 343

Feminino 44 657

Total 67 1000

IDADE (anos)

18 a 29 08 120

30 a 49 23 343

50 a 69 29 433

70 7 104

Total 67 1000

INIacuteCIO DOS SINTOMAS

lt 24 horas 25 373

Haacute 1 ou 2 dias 37 552

Haacute 3 ou mais dias 5 75

Total 67 1000

70

FATORES DE RISCO

Tabagismo 15 224

Diabetes 10 149

Hipertensatildeo Arterial 32 478

Dislipidemia 4 6

Uso de cocaiacutena - -

Histoacuteria familiar de Doenccedila Arterial Coronariana

18 269

Natildeo possui 16 239

Total 80 1000

ANTECEDENTES CARDIOVASCULARES

Doenccedila Arterial Coronariana 2 3

Infarto Agudo do Miocaacuterdio 12 182

Angina 2 3

Revascularizaccedilatildeo do Miocaacuterdio - -

Stent cardiacuteaco 4 6

Acidente vascular cerebral ou acidente isquecircmico transitoacuterio

- -

Doenccedila Arterial Obstrutiva Perifeacuterica - -

Doenccedila da aorta - -

Doenccedila das caroacutetidas - -

Doenccedila das arteacuterias renais - -

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Insuficiecircncia Cardiacuteaca Congestiva 2 3

Arritmia 2 3

Marcapasso - -

Desfibrilador implantado - -

Outras - -

Natildeo possui 42 636

Total 66 1000

Fonte Dados obtidos pela autora (2013-2014)

Quanto ao gecircnero observou-se 44 pacientes do sexo

feminino (657) e 23 do sexo masculino (343) Dessa forma eacute possiacutevel comprovar que ainda existe predominacircncia do sexo feminino na procura dos serviccedilos de sauacutede De acordo com a Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede do Homem instituiacuteda em 2009 justamente com a finalidade de ampliar o acesso masculino na procura aos serviccedilos de sauacutede estudos comprovam que os homens satildeo mais vulneraacuteveis agraves doenccedilas especialmente as enfermidades graves e crocircnicas o que estaacute diretamente relacionado ao fato de que eles recorrem com menos frequumlecircncia do que as mulheres aos serviccedilos de sauacutede o que acontece geralmente apoacutes agravamento do quadro cliacutenico (BRASIL 2008)

Considerando esta realidade pode-se afirmar que eacute de primordial que o profissional de sauacutede atue no sentido de conscientizar a populaccedilatildeo masculina em especial visto que a cada trecircs mortes de pessoas adultas duas satildeo de homens Especificamente abordando as doenccedilas isquecircmicas cardiacuteacas como o infarto agudo do miocaacuterdio estudos tambeacutem revelam que estatildeo entre as principais causas de mortes do sexo masculino E em comparaccedilatildeo agraves mulheres o tempo de vida deles eacute de 76 anos menor (BRASIL 2008) Os homens satildeo mais suscetiacuteveis ao

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IAM do que as mulheres A incidecircncia feminina aumenta quando estas fumam e usam anticoncepcionais No periacuteodo poacutes-menopausa a incidecircncia de IAM nas mulheres eacute semelhante agraves taxas observadas nos homens (BOUNDY et al 2004)

O aspecto da baixa procura masculina aos serviccedilos de sauacutede explicam-se com maior congruecircncia pelos aspectos culturais Em decorrecircncia dos estereoacutetipos do gecircnero a doenccedila eacute considerada como um sinal de fragilidade que os homens natildeo reconhecem como inerentes agrave sua proacutepria condiccedilatildeo bioloacutegica (BRASIL 2008b) Em muitos casos no sentido da garantia do contexto da masculinidade muitos homens tendem a natildeo valorizar ou natildeo verbalizar seus sintomas aacutelgicos Por esse motivo ao analisarmos a dor profissionalmente vale lembrar a importacircncia da compreensatildeo das barreiras soacutecio-culturais no sentido de desenvolver estrateacutegias para a promoccedilatildeo do acesso dos homens aos serviccedilos de sauacutede (BRASIL 2008b)

Em relaccedilatildeo agrave idade variou entre 18 a 78 anos com a maioria (433) na faixa etaacuteria de 50 a 69 anos O SEA do Hospital Universitaacuterio atende pacientes a partir dos 15 anos de idade Eacute possiacutevel destacar que a faixa etaacuteria dos pacientes a procurar o serviccedilo eacute bastante diversificada Observamos aqui nos nuacutemeros de pacientes que procuram o Serviccedilo de Emergecircncia com dor toraacutecica em ordem crescente em relaccedilatildeo ao aumento da faixa etaacuteria No entanto ocorre uma inversatildeo descrente nos pacientes mais idosos ou seja acima de 70 anos de idade o que pode estar retratando o aumento da qualidade de vida da populaccedilatildeo mais idosa Estudos apontam que ano Brasil entre os anos de 2000 e 2010 a populaccedilatildeo idosa aumentou de 14 para 21 milhotildees o que denota as melhores condiccedilotildees sociais e econocircmicas no paiacutes (IBGE 2010) Com o aumenta da longevidade haacute proporcionalmente o aumento das doenccedilas crocircnicas tiacutepicas da populaccedilatildeo idosa como hipertensatildeo diabetes e doenccedilas cardiacuteacas

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O processo de envelhecimento decorre da queda das taxas de natalidade e mortalidade infantil e o aumento da expectativa de vida que acarreta em aumento das doenccedilas crocircnicas que geram anos de utilizaccedilatildeo do sistema de sauacutede O aumento das doenccedilas crocircnicas em idosos vem sobrecarregando ainda mais os serviccedilos de emergecircncia (ALVES BARBOSA 2010)

Para que a classificaccedilatildeo seja adequada o enfermeiro deveraacute ter conhecimento das mudanccedilas do organismo e adaptaccedilotildees comuns a cada fase da vida a fim de reconhecer alteraccedilotildees fiacutesicas e psiacutequicas proacuteprias a cada faixa etaacuteria

Verificou-se em relaccedilatildeo ao iniacutecio dos sintomas que a maior parte dos pacientes 37 (552) procurou o serviccedilo de emergecircncia apenas apoacutes 1 a 2 dias do iniacutecio dos sintomas 25 (373) procuraram o serviccedilo antes das 24 horas do iniacutecio dos sintomas e 5 (75) procuraram apoacutes mais de 3 dias do iniacutecio dos sintomas Apesar de a dor toraacutecica ser considerada como um sintoma temido por grande parte da populaccedilatildeo o enfermeiro haacute que considerar que ainda existe o pensamento popular de quando incomodado pelo sintoma da dor toraacutecica muitos indiviacuteduos tendem a se automedicar natildeo admitir a seriedade do desconforto promove tentativas de melhora e sobretudo hesita atendimento nos serviccedilos de sauacutede o que pode acarretar em piora do quadro cliacutenico fazendo com que o paciente procure o serviccedilo de emergecircncia apenas com o agravamento da situaccedilatildeo (BOAVENTURA 2011) Essa condiccedilatildeo caracteriza motivo de importacircncia do questionamento do enfermeiro acerca do iniacutecio dos sintomas pois em muitos casos a quadro apresentado pela dor toraacutecica pode jaacute encontrar-se em agravamento BOUNDY et al (2004) considera que a dor toraacutecica eacute o sintoma fundamental do IAM que geralmente eacute constritiva e persistente por 12 horas ou mais pode irradiar-se para o braccedilo esquerdo maxilar pescoccedilo e omoplatas

Revela-se aqui nos fatores de risco associados a alta incidecircncia brasileira da ocorrecircncia de Hipertensatildeo Arterial

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Sistecircmica (HAS) 32 (478) dos pacientes com dor toraacutecica classificados referiu ser hipertenso A histoacuteria familiar de Doenccedila Arterial Coronariana aparece em 18 (269) dos casos e o tabagismo em 15 (224) pacientes

O IAM eacute causado pela diminuiccedilatildeo do fluxo sanguiacuteneo e consequentemente do oxigecircnio ao muacutesculo cardiacuteaco o miocaacuterdio Geralmente eacute causado pelo estreitamento das arteacuterias coronaacuterias por acuacutemulo de lipiacutedeos embolo ou trombo (OLIVEIRA LEITAtildeO RAMOS 2009) Dessa forma torna-se primordial para a avaliaccedilatildeo do risco da dor toraacutecica o enfermeiro correlacionar os fatores de risco associados para a potencialidade de uma doenccedila arterial coronariana que desencadeie o IAM (OLIVEIRA LEITAtildeO RAMOS 2009) O conhecimento das variaacuteveis cliacutenicas (histoacuteria de hipertensatildeo diabetes dislipidemia) deve ser correlacionado imediatamente com a caracteriacutestica da dor toraacutecica durante a classificaccedilatildeo de risco no sentido de afastar ou suspeitar de gravidade relacionada agrave dor

O HIAE ao abordar os fatores de risco para a Siacutendrome Coronariana Aguda lembra que o tabagismo eacute o maior fator de risco para a morte suacutebita cardiacuteaca o colesterol em excesso acumula-se no interior das arteacuterias coronaacuterias levando agrave aterosclerose que predispotildee ao IAM A aterosclerose eacute a principal causa de IAM 50 dos pacientes que enfartam satildeo hipertensos e para o portador de Diabetes Mellitus a ocorrecircncia de infarto eacute de 2 a 4 vezes maior (HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN 2014) Boundy et al (2004) alertam que o IAM eacute causado pela obstruccedilatildeo das arteacuterias coronaacuterias Os principais fatores de risco satildeo envelhecimento diabetes mellitus dislipidemia hipertensatildeo obesidade histoacuteria familiar de Doenccedila Arterial Coronariana (DAC) sedentarismo tabagismo estresse e uso de drogas como anfetaminas ou cocaiacutena

A I Diretriz Brasileira para Prevenccedilatildeo Cardiovacular cita que a hipertensatildeo arterial sistecircmica (HAS) eacute o mais importante fator de risco para o desenvolvimento de doenccedila arterial coronariana E a principal prevenccedilatildeo cardiovascular engloba evitar a instalaccedilatildeo de fatores de risco cardiovascular modificaacuteveis como o tabagismo (SIMAtildeO et al 2013)

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As accedilotildees do enfermeiro devem estar focadas na prevenccedilatildeo Cardioloacutegica baseadas na alta incidecircncia das taxas de mortalidade das Siacutendromes Coronaacuterias Agudas Particularmente a diminuiccedilatildeo do risco de agravo do Infarto Agudo do Miocaacuterdio pode ser iniciada pela identificaccedilatildeo precoce dos fatores de risco e sua correlaccedilatildeo com a dor toraacutecica Os indiviacuteduos com maior risco devem ser rapidamente identificados (GUIMARAtildeES 2006)

A classificaccedilatildeo de risco do paciente com queixa de dor toraacutecica deve ser aacutegil de criteriosa conter caracterizaccedilatildeo da dor identificaccedilatildeo de fatores de risco associados antecedentes cardiovasculares monitorizaccedilatildeo cardiacuteaca contiacutenua oximetria de pulso acesso venoso perifeacuterico exames laboratoriais e principalmente ECG de 12 derivaccedilotildees em menos de dez minutos a partir da chegada do paciente dentre outros (VIEIRA RAFAEL 2011) Para tanto sem duacutevida podemos afirmar que a utilizaccedilatildeo de protocolos para embasar a classificaccedilatildeo de risco oferece respaldo legal para a atuaccedilatildeo segura dos enfermeiros (SOUZA et al 2011)

O enfermeiro ao deparar-se com o paciente com queixa de dor toraacutecica deve investigar os antecedentes cardiovasculares O risco de doenccedila ateroscleroacutetica eacute estimado com base na anaacutelise conjunta de caracteriacutesticas que aumentam a chance de um indiviacuteduo desenvolver a doenccedila Portanto o mais claro identificador de risco eacute a manifestaccedilatildeo preacutevia da proacutepria enfermidade (SIMAtildeO et al 2013) A Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (OMS) cita a doenccedila cardiovascular como uma das condiccedilotildees mais debilitantes de impacto sobre a qualidade de vida do indiviacuteduo um agravante fator de risco para o IAM Estima-se que juntamente com a Depressatildeo a Doenccedila Arterial Coronariana (que predispotildee ao IAM) seratildeo em 2020 as duas principais causas de morte devendo a comorbidade entre estas duas doenccedilas ser mais preocupante (LEMOS et al 2008)

Classificaccedilatildeo de Risco ndash Anaacutelise da Utilizaccedilatildeo dos Fluxogramas

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A Figura 2 aponta a porcentagem da utilizaccedilatildeo dos trecircs fluxos pertencentes ao instrumento proposto

Figura 2 - Distribuiccedilatildeo percentual da Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes que procuraram o SEA do HUUFSC de acordo com o protocolo proposto (Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem do HIAE) Florianoacutepolis-SC 2014

Fonte dados obtidos pela autora (2013-2014)

Os dados relativos apresentados na Figura 2 demonstram

que os enfermeiros utilizaram o fluxo 1 em 507 (34) dos casos o fluxo 2 em 269 (18) dos casos e o fluxo 3 em 224 (15) dos casos Esse fato revela que os enfermeiros suspeitaram de maior gravidade nos casos de dor toraacutecica de acordo com as queixas referidas pelos pacientes ao utilizar o protocolo sugerido para este estudo

Uma vez que o paciente com sintoma de dor toraacutecica pode tratar-se de uma condiccedilatildeo grave a abordagem adequada torna-se equivalente agrave minimizaccedilatildeo de riscos de morte Por esse motivo eacute necessaacuterio que o enfermeiro que atua nos serviccedilos de urgecircncia detenha conhecimento cientiacutefico praacutetico e teacutecnico Aleacutem disso eacute primordial a tomada de decisotildees raacutepidas e concretas o reconhecimento de situaccedilotildees de riscos familiaridade com a Siacutendrome Coronariana Aguda (SCA) O conhecimento sobre os pacientes acometidos com dor toraacutecica eacute relevante por ser uma condiccedilatildeo cliacutenica prevalente nos serviccedilos de emergecircncia (FERREIRA MADEIRA 2011)

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60Fluxo 1 (Suspeita deSiacutendrome CoronarianaAguda Tiacutepica)Fluxo 2 (PossiacutevelSiacutendrome CoronarianaAguda Atiacutepica)Fluxo 3 (Sem suspeitainicial de SiacutendromeCoronariana Aguda)

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O objetivo do atendimento agrave dor toraacutecica eacute a avaliaccedilatildeo imediata a priorizaccedilatildeo deste tipo de dor com a finalidade de reduccedilatildeo do retardo intra-hospitalar para o atendimento do paciente com SCA aleacutem da internaccedilatildeo desnecessaacuteria e liberaccedilatildeo inapropriada dos casos de SCA (BASSAN 2002) Neste sentido o uso de protocolo de Enfermagem para a classificaccedilatildeo de risco da dor toraacutecica eacute crucial para a adequada seleccedilatildeo de pacientes com dor toraacutecica passiacutevel de SCA o que acaba por diminuir a chance do paciente ser liberado do serviccedilo de Emergecircncia inadequadamente reduzindo o iacutendice de mortalidade por isquemia cardiacuteaca (FERREIRA MADEIRA 2010)

Diante da queixa de dor toraacutecica eacute importante que seja considerada isquemia do miocaacuterdio em todos os pacientes ateacute que esta seja descartada A avaliaccedilatildeo deve ser raacutepida incluindo o tipo de dor e o correto encaminhamento na diferenciaccedilatildeo entre dor toraacutecica cardiacuteaca e natildeo cardiacuteaca (JONES BRISTOL JONES 2013)

Muitos profissionais de sauacutede demonstram ainda conceitos errocircneos em relaccedilatildeo agrave avaliaccedilatildeo da dor tornando-a banalizada e pouco valorizada o que torna ineficaz a classificaccedilatildeo de risco da dor toraacutecica Esse fato pode ser modificado quando a classificaccedilatildeo eacute amparada por um instrumento de acordo com evidecircncia cientiacutefica comprovada (OLIVEIRA SILVA LEITAtildeO 2010)

Para a minimizaccedilatildeo de riscos de agravos aos pacientes com dor toraacutecica em condiccedilotildees graves que chegam agraves salas de emergecircncia eacute imperativo que a instituiccedilatildeo de sauacutede conte com enfermeiros treinados e equipados com uma ferramenta que os auxilie no manejo de pacientes acometidos por esta dor Dessa forma utilizar protocolos em sauacutede eacute fundamental na otimizaccedilatildeo do cuidado (FERREIRA MADEIRA 2011) A demanda elevada e crescente dos serviccedilos de emergecircncia torna necessaacuteria a incorporaccedilatildeo de estrateacutegias e tecnologias para lidar com esta procura A adoccedilatildeo de protocolos prioriza os atendimentos de condiccedilotildees graves que possam natildeo estar sendo reconhecidas

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diminuindo o tempo de espera e consequentemente o risco de deteriorizaccedilatildeo dos pacientes (ANZILEIRO 2011)

O prestador de cuidado dos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia precisa ser detentor de destreza manual e rapidez na accedilatildeo autocontrole emocional e facilidade de comunicaccedilatildeo a fim de obter os dados de sauacutede necessaacuterios para a otimizaccedilatildeo dos cuidados A comunicaccedilatildeo e a integraccedilatildeo com a equipe multiprofissional satildeo fundamentais para a participaccedilatildeo de todos no cuidado humanizado Aleacutem disso precisa possuir uma diversidade de conhecimento cientiacutefico para avaliar de forma precisa e aacutegil refletindo na reduccedilatildeo de risco aos agravos de sauacutede (LOPES 2011)

Considerando a magnitude da ocorrecircncia de dor toraacutecica nos serviccedilos de emergecircncia ainda existem muitas duacutevidas e questionamentos para definiccedilatildeo do quadro cliacutenico apresentando pelos pacientes Ressalta-se a importacircncia de discussotildees aprofundadas sobre a dor e avaliaccedilatildeo realizada pelo enfermeiro e o uso de protocolos para sanar duacutevidas de classificaccedilatildeo (SANTORO PIMENTA 2008)

Classificaccedilatildeo de risco ndash Anaacutelise dos diagnoacutesticos meacutedicos

A Figura 3 ilustra a porcentagem dos diagnoacutesticos

encontrados nas classificaccedilotildees de risco dos pacientes com dor toraacutecica

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Figura 3 - Distribuiccedilatildeo percentual dos diagnoacutesticos meacutedicos encontrados na Classificaccedilatildeo dos pacientes com dor toraacutecica Florianoacutepolis-SC 2014

Fonte dados obtidos pela autora (2013-2014)

Identificaram-se entre os diagnoacutesticos encontrados 35 (66) casos de ansiedade 22 (328) casos de dor muscular em 7 registros (104) natildeo havia diagnoacutestico meacutedico formado e 3 (45) foram confirmados casos de Infarto Agudo do Miocaacuterdio

Reafirmando a caracteriacutestica do setor como porta de entrada aos serviccedilos de sauacutede recebendo elevada demanda de pacientes com indicaccedilatildeo de atendimento na Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede (APS) a Figura 3 demonstra que a maior parte dos pacientes classificados com dor toraacutecica no periacuteodo apresentam quadros considerados de ldquopouca-urgecircnciardquo

De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2006) 65 dos casos que satildeo atendidos nos serviccedilos de emergecircncia no Brasil tecircm indicaccedilatildeo de serem resolvidos na APS Tal condiccedilatildeo acaba por ldquosobrecarregarrdquo com elevada demanda as unidades de emergecircncia O SACR natildeo conta com profissional meacutedico exclusivamente para atender a demanda dos pacientes que satildeo classificados o que acaba por acarretar muitas vezes em demora no atendimento inquietaccedilatildeo de pacientes

0

20

40

60 Ansiedade

DormuscularSemregistrosIAM

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geralmente aqueles classificados como ldquoverdesrdquo que possuem indicaccedilatildeo para atendimento na Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede (APS)

Devido agrave oferta restrita de atendimentos em sauacutede a populaccedilatildeo excedente tende a procurar um serviccedilo com maior possibilidade de porta de entrada Os serviccedilos de emergecircncia hospitalar geralmente conferem esta visatildeo de resolutividade (MARQUES LIMA 2010)

A elevada procura pelos serviccedilos de emergecircncia por pacientes com indicaccedilatildeo de atendimento na APS reflete as falhas na rede de atenccedilatildeo agrave sauacutede e sua desarticulaccedilatildeo Lopes (2011) afirma ainda que a desarticulaccedilatildeo da Rede de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede (RAS) e o descreacutedito da populaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao atendimento na Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede contribuem seguramente para a superlotaccedilatildeo dos serviccedilos de emergecircncia a niacutevel nacional Souza etal (2010) lembram que durante a classificaccedilatildeo de risco podemos evidenciar uma situaccedilatildeo frequente nos serviccedilos de emergecircncia atendidos que natildeo caracterizam emergecircncia propriamente dita ou seja natildeo se tratam de risco de vida Cabe ressaltar que o conceito de urgecircncia e emergecircncia eacute diferente na visatildeo dos usuaacuterios de sauacutede

Neste sentido o SEA do HU eacute visto como serviccedilo de referecircncia Esses dados sugerem a imagem da populaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao hospital como centro de excelecircncia para o atendimento em sauacutede conferindo sua caracterizaccedilatildeo como figura de resolutividade Dessa forma apesar dos problemas de superlotaccedilatildeo e muitas vezes com demora no atendimento o hospital ainda confere agrave populaccedilatildeo maior acreditaccedilatildeo ou seguranccedila Reafirmando esta ideia Marques e Lima (2010 p15) colocam que ldquoApesar de superlotadosrdquo impessoais e atuando sobre a queixa principal esses locais reuacutenem um somatoacuterio de recursos quais sejam consultas remeacutedios procedimentos de enfermagem exames laboratoriais e internaccedilotildeesrdquo

Ao fazermos a relaccedilatildeo dos dados de Classificaccedilatildeo de Risco dos pacientes que procuram o SEA do HU referindo dor toraacutecica e os diagnoacutesticos encontrados percebe-se que apesar da alta incidecircncia dos casos classificados ldquopouco-urgentesrdquo (verdes e azuis) como eacute considerado um quadro de ansiedade (Figura 2) reafirma-se que os enfermeiros valorizaram os

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sintomas referidos pelos pacientes com dor toraacutecica utilizando o protocolo sugerido agrave medida que classificam a maioria dos casos como Fluxo 1 (emergecircncia) 34 (507) dos casos

Nas classificaccedilotildees encontradas identificamos maior nuacutemero de casos classificados como emergentes em contrapartida o quadro com maior nuacutemero de diagnoacutesticos eacute o de ansiedade considerada uma queixa ldquopouco-urgenterdquo ou natildeo-emergente Esse fator nos faz refletir que ao vivenciar a dor toraacutecica o indiviacuteduo passa pela experiecircncia de sentimentos complexos O alto grau de gravidade que pode estar associado a este tipo de dor acaba por impulsionar a grande procura pelo ambiente hospitalar por parte dos pacientes com dor toraacutecica e seus familiares Pacientes que vivenciam a dor toraacutecica em sua maioria procuram o serviccedilo de emergecircncia em situaccedilatildeo que considera emergente ou urgente podendo ou natildeo estar passando por processo patoloacutegico (ARAUJO MARQUES 2007)

A intensidade dos sintomas cliacutenicos tende a conferir sentimentos de medo e o principal eacute o medo da morte agrave medida que relaciona esta dor como ameaccediladora agrave vida (ARAUacuteJO MARQUES 2007)

A Sociedade Brasileira de Cardiologia (2002) aponta que a dor toraacutecica tambeacutem pode surgir como reflexo psicossomaacutetico ou seja natildeo possuir causa orgacircnica Neste sentido gerada por mecanismos psiacutequicos tende a ser difusa e imprecisa Os sintomas de ansiedade satildeo detectaacuteveis na maioria dos casos e geralmente se observa a utilizaccedilatildeo inadequada e abusiva de analgeacutesicos (BASSAN et al 2002)

Consideraccedilotildees Finais

Conhecer o perfil dos pacientes com queixas de dor

toraacutecica eacute fundamental para buscar propostas para um cuidado seguro e qualificado de acordo com suas necessidades

Os serviccedilos de emergecircncia possuem caracteriacutestica de porta de entrada ao serviccedilo hospitalar no entanto acabam por atender tambeacutem os casos com indicaccedilatildeo de atendimento em niacutevel de Atenccedilatildeo Primaacuteria agrave Sauacutede sendo um retrato da situaccedilatildeo

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de sauacutede a niacutevel nacional e o SEA do HU natildeo foge a esta regra Esse fato acarreta a superlotaccedilatildeo demora no atendimento e tensatildeo aos profissionais de sauacutede Como eacute elevado o nuacutemero de pacientes atendidos na emergecircncia com casos natildeo urgentes ao deparar-se com um paciente com queixa de dor toraacutecica o profissional de sauacutede poderaacute banalizaacute-la ou ateacute mesmo desvalorizaacute-la

A caracterizaccedilatildeo dos pacientes que chegam ao SEA do HU foi possiacutevel por meio de anaacutelise das informaccedilotildees contidas no protocolo ldquoFluxograma de Triagem Cardioloacutegicardquo do HIAE A obtenccedilatildeo dessas informaccedilotildees revelou dados importantes para a avaliaccedilatildeo do paciente com dor toraacutecica e confirmou a importacircncia de um instrumento cientiacutefico jaacute validado em um serviccedilo de referecircncia como o HIAE para fundamentar as accedilotildees de Enfermagem Embora o serviccedilo contexto deste estudo natildeo seja referecircncia em cardiologia atende uma demanda expressiva de pacientes que procuram o serviccedilo com queixa de dor toraacutecica conforme observado neste estudo

Haacute ainda que se considerar que o SACR precisa atuar de forma a identificar com agilidade os casos de dor toraacutecica com indiacutecio de caso cliacutenico grave para promover a classificaccedilatildeo de risco eficaz em tempo ouro para a recuperaccedilatildeo do paciente Para isso o protocolo especiacutefico de Enfermagem ao paciente com dor toraacutecica precisa ser pautado em evidecircncias cliacutenicas reforccedilando a necessidade de implantaccedilatildeo de um protocolo validado

Esta pesquisa trouxe a comprovaccedilatildeo baseada na evidecircncia cientiacutefica de uma realidade claacutessica poreacutem somente observada mas agora registrada E como proposta fica a importante necessidade de sugerir a institucionalizaccedilatildeo do protocolo de enfermagem do HIAE para pacientes com queixas de dor toraacutecica que comprovou estar de acordo com a realidade do serviccedilo e com a caracteriacutestica do perfil dos pacientes encontrados

Para que esta pesquisa natildeo seja apenas uma constataccedilatildeo de fragilidades e sim se transforme em realidade em accedilatildeo para um serviccedilo de sauacutede de qualidade e livre de riscos o protocolo seraacute avaliado e discutido quanto agrave sua viabilidade ao serviccedilo em estudo distinto Para que esta proposta seja efetiva inicialmente

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deveraacute ser avaliado pela equipe de enfermagem e posteriormente ser apresentado agrave Diretoria de Enfermagem do hospital de estudo para possiacutevel institucionalizaccedilatildeo Um protocolo de avaliaccedilatildeo soacute torna-se uacutetil quando utilizado com vistas a atender um puacuteblico comum ao serviccedilo e agraves necessidades dos profissionais

Referecircncias ALVES D B BARBOSA M T S Desigualdades na Mortalidade por Doenccedilas Crocircnicas entre Idosos e sua Associaccedilatildeo com Indicadores Socioeconocircmicos no Brasil RBCEH Passo Fundo v 7 n 1 p 22-33 janabr 2010 ANZILIERO F A Emprego do Sistema de Triagem de Manchester na estratificaccedilatildeo de risco revisatildeo de Literatura Trabalho de conclusatildeo de curso da UFRS Porto alegre 2011 ARAUJO RD MARQUES IR Compreendendo o significado da dor toraacutecica isquecircmica de pacientes admitidos na sala de emergecircncia Rev Bras Enferm v60 n6 2007 BASSAN R PIMENTA L LEAtildeES P TIMERMAN A Sociedade Brasileira de Cardiologia I Diretriz de dor toraacutecica na sala de emergecircncia Definiccedilatildeo de graus de recomendaccedilatildeo e niacuteveis de evidecircncia Arq Bras Cardiol v76 n2 p1-22 2002 BOAVENTURA L SANTOS C PASELLO S Atuaccedilatildeo do Enfermeiro no Infarto Agudo do Miocaacuterdio Artigonal Diretoacuterio de Artigos Gratuitos 2011 Disponiacutevel em lthttpwwwartigonalcomauthors1166189gt Acesso em 08 fev 2014 BOUNDY J et al Enfermagem Meacutedico-Ciruacutergico Infarto Agudo do MiocaacuterdioCarlos Henrique Cosendey 3ordf ed Rio de Janeiro Reichman amp Affonso Editores v 2 2004

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BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Humaniza SUS Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo A Humanizaccedilatildeo como Eixo Norteador das Praacuteticas de Atenccedilatildeo e Gestatildeo em todas as Instacircncias do SUS Seacuterie B Textos Baacutesicos Brasiacutelia 2004 _______ Ministeacuterio da Sauacutede Recomendaccedilotildees para a Organizaccedilatildeo dos Cuidados Urgentes e Emergentes O Serviccedilo de Urgecircncias Hospitais SA 2006 _______ Ministeacuterio da Sauacutede Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo agraves Urgecircncias - 3 ed ampliada ndash Seacuterie E ndash Legislaccedilatildeo de Sauacutede BrasiacuteliaDF 2006 p55 _______ Ministeacuterio da Sauacutede Grupo Hospitalar ConceiccedilatildeoGerecircncia de Ensino e Pesquisa Diretrizes CliacutenicasProtocolos Assistenciais Manual Operacional Porto Alegre 2008 _______ Ministeacuterio da Sauacutede Acolhimento e Classificaccedilatildeo de Risco nos Serviccedilos de Urgecircncia Seacuterie B Textos Baacutesicos de Sauacutede BrasiacuteliaDF 2009 _______ Ministeacuterio da Sauacutede Conselho Nacional de Sauacutede Resoluccedilatildeo 466 de 12 dezembro de 2012 Diretrizes e normas regulamentadoras da pesquisa envolvendo seres humanos Brasiacutelia 2012 _______ Ministeacuterio da Sauacutede Perfil da mortalidade do Brasileiro Uma anaacutelise da situaccedilatildeo de sauacutede Brasiacutelia 2008 Disponiacutevel em lthttpportalsaudegovbrportalarquivospdfcoletiva_saude_061008pdf Acesso em 110312gt Acesso em 05 jan 2013 _______ Ministeacuterio da Sauacutede Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede do Homem Princiacutepios e Diretrizes Brasiacutelia 2008 Disponiacutevel em lthttpportalsaudegovbrportalarquivospdfpolitica_nacional_homempdfgt Acesso em 05 jan 2013

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GUIMARAtildeES et al Epidemiologia do infarto agudo do miocaacuterdio Revista Soc Cardiol Estado de Satildeo Paulo v16 n1 p1-7 janmar 2006 Disponiacutevel em lthttp2002201451revistasocespedicoesvolume16pdfn01pdfgt Acesso em 20 mai 2009 FERREIRA AMC MADEIRA MZA A Dor Toraacutecica na Sala de Emergecircncia uma revisatildeo de literatura Revista Interdisciplinar NOVAFAPI Teresina v4 n1 p50-56 janfevmar 2011 HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN Histoacuterico 2014 Disponiacutevel em lthttpwwweinsteinbrhospitalPaginassobre-o-hospitalaspxgt Acesso em 02 out 2013 JONES C BRISTOL E JONES F Reedman Nurse Practitioner Clinical Protocol Chest Pain 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwnursinghealthwagovaudocscareernpmmcchest_painpdfgt Acesso em 25 jan 2014

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um protocolo institucional brasileiro e Manchester Rev Latino-Am Enfermagem v19 n1 janfev 2011 SIMAtildeO AF PRECOMA AD ANDRADE JP CORREA FILHO H Diretriz Brasileira de Prevenccedilatildeo Cardiovascular Arquivos Brasileiros de Cardiologia Sociedade Brasileira de Cardiologia v101 n6 s2 dez 2013 Disponiacutevel em lthttppublicacoescardiolbrconsenso2013Diretriz_Prevencao_Cardiovascularpdfgt Acesso em07 jan 2013 VIEIRA W F S RAFAEL D Hospital de Cliacutenicas (HC) Universidade Federal do Paranaacute (UFPR) Departamento de Cliacutenica meacutedica Disciplina de Cardiologia Unidade Coronariana Protocolo de Manejo Hospitalar do Infarto Agudo do Miocaacuterdio com Supradesniacutevel de segmento ST Curitiba 2011 Disponiacutevel em lthttpwwwhcufprbrsitesdefaultfilesprotocolo_IAMCSST_2011pdf gt Acesso em 22 abr 2013

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52 A AVALIACcedilAtildeO DOS ENFERMEIROS DE UM SERVICcedilO DE EMERGEcircNCIA HOSPITALAR SOBRE A UTILIZACcedilAtildeO DE UM PROTOCOLO PARA A DOR TORAacuteCICA VALIDADO EM UM SERVICcedilO DE REFEREcircNCIA

Aline Costa Vieirasup1

Kaacutetia Cilene Godinho Bertoncellosup2 Juliana Balbinot Reis Girondisup3

Resumo Estudo quantitativo de caraacuteter descritivo que objetivou identificar a avaliaccedilatildeo de enfermeiros do Serviccedilo de Emergecircncia de um Hospital Universitaacuterio do Sul do Brasil ao utilizar um protocolo de Enfermagem especiacutefico para classificar a dor toraacutecica Foram realizadas sete entrevistas com os enfermeiros participantes por meio de roteiro semiestruturado entre janeiro e fevereiro de 2014 Para anaacutelise dos dados utilizou-se a estatiacutestica descritiva por meio de nuacutemeros absolutos e percentuais O protocolo utilizado foi construiacutedo validado e eacute utilizado no Hospital Israelita Albert Einstein de Satildeo PauloSP Contempla as caracteriacutesticas da dor toraacutecica fatores de risco antecedentes cardiovasculares e os possiacuteveis fluxogramas de encaminhamentos que conduzem a accedilatildeo do enfermeiro ao classificar o risco Os dados obtidos datildeo conta de que haacute um consenso entre os enfermeiros de que o protocolo sugerido prioriza o atendimento agrave Siacutendrome Coronariana Aguda identifica mais facilmente os fatores de risco para Infarto Agudo do Miocaacuterdio aleacutem de melhor identifica o tipo de dor Dentre as avaliaccedilotildees sobressaem as consideraccedilotildees positivas em utilizar o protocolo sobre as negativas Os enfermeiros em geral consideram o protocolo sugerido aplicaacutevel ao serviccedilo pois fundamentou sua praacutetica e proporcionou respaldo em sua conduta Palavras-chave Dor toraacutecica Infarto Agudo do Miocaacuterdio Assistecircncia em Enfermagem Classificaccedilatildeo de Risco Protocolos

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Abstract Qualitative descriptive study aimed to identify the evaluation of nurses in the Emergency Department of a University Hospital in Southern Brazil to use a specific protocol to classify Nursing chest pain Interviews with seven nurses participants through semi-structured between January and February 2014 were performed Data analysis used descriptive statistics by absolute numbers and percentages The protocol used was constructed validated and is used in the Albert Einstein Hospital in Sao Paulo SP Include the characteristics of chest pain risk factors cardiovascular history and possible flowcharts referrals that lead to action by nurses to rate the risk Data obtained realize that there is a consensus among nurses suggested that the protocol prioritizes compliance with Acute Coronary Syndrome more easily identifies risk factors for Acute Myocardial Infarction and better identifies the type of pain Among the positive reviews the highlights considerations in using the protocol on the negative Nurses generally consider the suggested protocol applicable to service as their practice ground and provided support in their conduct Keywords Chest pain acute myocardial infarction Nursing Assistance Risk Rating Protocols

Introduccedilatildeo

A dor toraacutecica eacute apontada como uma das principais

queixas referidas pelos pacientes que procuram os atendimentos de emergecircncia De acordo com estudos da Sociedade Brasileira de Cardiologia a estimativa eacute que 4 milhotildees de pessoas satildeo atendidas por dor toraacutecica anualmente no Brasil (BASSAN et al2002) Cerca de 5 a 15 dos pacientes que referem dor toraacutecica satildeo diagnosticados com Infarto Agudo do Miocaacuterdio ou seja em dados relativos 400 mil por ano em nosso paiacutes (BASSAN et al 2002)

Considerando que esta dor eacute o sintoma claacutessico da Siacutendrome Coronariana Aguda a atenccedilatildeo precisa ser redobrada em vigecircncia deste tipo de dor Os enfermeiros que atuam em um serviccedilo de Emergecircncia na Classificaccedilatildeo de Risco precisam estar atentos em vigecircncia da dor toraacutecica Frequentemente estes

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profissionais deparam-se com a dor toraacutecica por isquemia e diante de sua subjetividade avaliar e classificar a dor toraacutecica natildeo se constitui em tarefa simples (ARAUJO MARQUES 2007)

Nesse contexto emerge como tecnologia do cuidado e instrumento para o embasamento da praacutetica de Enfermagem os protocolos assistenciais que vem ao encontro das necessidades dos enfermeiros para a tomada de decisatildeo durante a classificaccedilatildeo de risco

Com relaccedilatildeo aos eventos coronarianos a reduccedilatildeo de casos como o Infarto Agudo do Miocaacuterdio na Siacutendrome Coronariana Aguda (SCA) ocorre mediante uso de diretrizes com evidecircncia cientiacutefica comprovada O uso de protocolos cliacutenicos eacute uacutetil para otimizar a qualidade do atendimento (FARIAS MOREIRA 2012)

Atualmente no Brasil especificamente ao abordarmos a praacutetica dos profissionais enfermeiros haacute que se considerar a escassez de estudos que tratam sobre a utilizaccedilatildeo de instrumentos que auxiliam a conduta dos profissionais os protocolos O uso de protocolos na aacuterea da sauacutede vem a ser uma evoluccedilatildeo para o cuidado agrave medida que vem com a finalidade de proporcionar embasamento cientiacutefico ao profissional (SCHNEID 2003)

O Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco surgiu com a finalidade de melhor ldquocoordenarrdquo a ordem do atendimento excluindo a ordem de chegada e incluindo a classificaccedilatildeo da gravidade ou fatores de risco associados que predisponham a um possiacutevel risco ameaccedilador agrave vida Para a classificaccedilatildeo de risco eacute necessaacuterio o trabalho de um profissional de enfermagem de niacutevel superior munido de um instrumento que fundamente a conduccedilatildeo do caso e avalie a gravidade ou o potencial de agravamento do caso Os protocolos assistenciais sistematizam a accedilatildeo do profissional aleacutem de serem fundamentais para a efetiva classificaccedilatildeo de risco e avaliaccedilatildeo da vulnerabilidade do paciente (BRASIL 2009)

Nessa perspectiva emerge a seguinte pergunta de pesquisa para o estudo Qual a avaliaccedilatildeo dos enfermeiros de um Serviccedilo de Emergecircncia Hospitalar ao utilizar em sua

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conduta durante a Classificaccedilatildeo de Risco um protocolo especiacutefico para a avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica

Dessa forma essa pesquisa objetivou identificar a avaliaccedilatildeo dos enfermeiros do Serviccedilo de Emergecircncia de um Hospital Universitaacuterio do Sul do Brasil ao utilizar um protocolo de Enfermagem especiacutefico para avaliar a dor toraacutecica

Metodologia

Estudo quantitativo descritivo realizado em Serviccedilo de

Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco (SACR) do Setor de Emergecircncia de um Hospital Universitaacuterio do Sul do Brasil Atualmente o serviccedilo deste estudo utiliza para a Classificaccedilatildeo de Risco um instrumento adaptado do protocolo de Manchester (MACKAWAY-JONES 1997) confeccionado por um profissional meacutedico da instituiccedilatildeo o qual eacute utilizado no serviccedilo por consenso entre a equipe meacutedica e de enfermagem deste a implantaccedilatildeo do Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco na instituiccedilatildeo haacute cerca de 3 anos O referido instrumento adaptado eacute comum para todas as queixas referidas pelos pacientes

No periacuteodo janeiro a fevereiro de 2014 foi utilizado como experiecircncia no serviccedilo um protocolo especiacutefico de Enfermagem para a dor toraacutecica qual seja o protocolo Fluxograma da Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem Esse instrumento eacute utilizado no Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE) que eacute um serviccedilo brasileiro de referecircncia ao atendimento agrave sauacutede desde 2010 No referido ano esse hospital instituiu em sua unidade cardioloacutegica um protocolo de classificaccedilatildeo de risco especiacutefico para a Enfermagem na avaliaccedilatildeo dor toraacutecica com a finalidade de reconhecer precocemente um quadro de siacutendrome coronariana aguda que predisponha a um dano por vezes irreversiacutevel O protocolo de enfermagem desenvolvido no HIAE auxilia o enfermeiro a determinar a gravidade com maior agilidade levando ao atendimento mais raacutepido e seguro Embora o serviccedilo em questatildeo natildeo seja referecircncia ao atendimento para a dor toraacutecica este eacute sintoma principal em vigecircncia da Siacutendrome Coronariana Aguda Assim esta demanda que requer um atendimento especializado qualificado e seguro

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Para a efetivaccedilatildeo dessa experiecircncia foram convidados a participar os enfermeiros que atuam no serviccedilo de emergecircncia hospitalar de acordo com os criteacuterios de inclusatildeo ser enfermeiro efetivo da instituiccedilatildeo ou residente atuar no Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco e aceitar participar no estudo mediante assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido Assim foi apresentado a cada enfermeiro o instrumento para a avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica bem como fornecida as devidas orientaccedilotildees para a sua utilizaccedilatildeo Foi demonstrado a cada enfermeiro o passo-a-passo do funcionamento do protocolo a sua estrutura os fluxos de encaminhamentos e a conduccedilatildeo para cada caso Apoacutes a demonstraccedilatildeo do protocolo foi solicitado a cada enfermeiro que o aplicasse a todo o paciente que procurasse o serviccedilo referindo dor toraacutecica como queixa principal Cabe ressaltar que a utilizaccedilatildeo do protocolo do HIAE sugerido neste estudo para a avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica natildeo excluiu em nenhum momento o protocolo institucional do SACR do HU utilizado atualmente Dessa forma o protocolo do HIAE foi aplicado como um instrumento ldquocomplementarrdquo para o serviccedilo

Apoacutes a experiecircncia da aplicabilidade do protocolo a mesma foi avaliada pelos 07 enfermeiros participantes (trecircs enfermeiros residentes e quatro enfermeiros efetivos) A somatoacuteria das classificaccedilotildees de risco realizadas pelos enfermeiros nos proporcionou um quantitativo de sessenta e sete classificaccedilotildees de risco de pacientes que procuraram o serviccedilo referindo dor toraacutecica como queixa principal no periacuteodo estipulado para a pesquisa Os dados obtidos que caracterizam os pacientes natildeo seratildeo abordados neste estudo pois seratildeo analisados num outro manuscrito

A coleta de dados ocorreu no recorte temporal de janeiro a fevereiro de 2014 onde se utilizou como instrumento a entrevista semi-estruturada Todas as entrevistas foram gravadas em aacuteudio e transcritas pela pesquisadora

Como teacutecnica de anaacutelise utilizou-se a estatiacutestica descritiva ciecircncia que consiste na organizaccedilatildeo anaacutelise e descriccedilatildeo de um conjunto de variaacuteveis com o intuito de maior

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entendimento dos dados que representam (BARBETTA REIS BORNIA 2004)

O estudo seguiu os princiacutepios eacuteticos com o indiviacuteduo de acordo com a Resoluccedilatildeo 4662012 do Conselho Nacional de Sauacutede (BRASIL 2012) sendo aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Universidade Federal de Santa Catarina - CEPUFSC sob protocolo nordm 12494 e pela instituiccedilatildeo em estudo Para resguardar o sigilo e o anonimato dos sujeitos da pesquisa optou-se por identificaacute-los como Enfermeiro (E) seguida pela ordem alfanumeacuterica (1 a 7)

Resultados

Estes resultados retratam as respostas dos sete

enfermeiros para cada uma das cinco perguntas do roteiro semi-estruturado Cada tabela a seguir caracteriza o conjunto das respostas dos enfermeiros agrupadas para cada pergunta Em conjunto estes resultados refletem a percepccedilatildeo dos enfermeiros ao utilizar o protocolo de dor toraacutecica do HIAE durante a classificaccedilatildeo dos 67 casos de dor toraacutecica deste estudo Tabela 2 - Distribuiccedilatildeo da avaliaccedilatildeo da Utilizaccedilatildeo do Protocolo Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem do HIAE FlorianoacutepolisndashSC 2014

Enfermeiros Positivo Negativo

Enfermeiro 1 Prioriza o atendimento a SCA

Enfermeiro 2 Amplia a visatildeo Natildeo indicaria ECG Enfermeiro 3 Identifica fatores de risco Eacute longo Enfermeiro 4 Boa noccedilatildeo para suspeita

de IAM

Enfermeiro 5 Com o passar do tempo Seraacute uacutetil

Complicado para usar no iniacutecio

Enfermeiro 6 Guiou melhor a conduta Enfermeiro 7 Faacutecil aplicaccedilatildeo

Total 7 3

Fonte Dados obtidos pela autora (2014)

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Os enfermeiros avaliaram a utilizaccedilatildeo do instrumento abordando os aspectos positivos e negativos Em relaccedilatildeo aos aspectos positivos 100 reportaram que a utilizaccedilatildeo do protocolo proporcionou melhores condiccedilotildees para conduzir agrave terapecircutica e o cuidado ao paciente com dor toraacutecica Foram apontados o fato do instrumento utilizado fornecer prioridade no atendimento agrave Siacutendrome Coronariana Aguda (SCA) e Infarto Agudo do Miocaacuterdio (IAM) proporcionar identificaccedilatildeo mais clara dos fatores de risco e o fato de ser um protocolo de faacutecil aplicaccedilatildeo

Protocolos cliacutenicos assistenciais satildeo considerados como instrumentos de tecnologias em sauacutede agrave medida que satildeo documentos que estabelecem criteacuterios ou conduccedilatildeo preconizada para o agravo em questatildeo (BRASIL 2011) Schneid et al (2003) reforccedila esta perspectiva ao afirmar que os protocolos cliacutenicos satildeo recursos tecnoloacutegicos embasados cientificamente com o propoacutesito de auxiliar o profissional da sauacutede durante a praacutetica cliacutenica os beneficiando ao lado de recursos humanos fiacutesicos e materiais No entanto o benefiacutecio esperado para o atendimento agrave sauacutede do paciente vem sendo prejudicada pela falta de estudos e recursos destinados a esta tecnologia (SHNEID et al 2003)

A variedade de condiccedilotildees cliacutenicas que geram a dor toraacutecica exige uma classificaccedilatildeo raacutepida para o aumento do prognoacutestico destes pacientes que muitas vezes podem estar desenvolvendo um quadro de Siacutendrome Coronariana Aguda (SANTOS ARAUacuteJO 2003) No entanto estudos apontam que a dor toraacutecica estaacute presente em 70 dos casos de Infarto Agudo do Miocaacuterdio (HIGA ATALLAH et al 2004)

O Infarto Agudo do Miocaacuterdio eacute a necrose de parte do muacutesculo cardiacuteaco consequente da isquemia que eacute causada pela obstruccedilatildeo da irrigaccedilatildeo sanguiacutenea ao coraccedilatildeo por uma das arteacuterias coronaacuterias Geralmente esta obstruccedilatildeo ocorre por um embolo ou trombo e pode ocorrer em localizaccedilotildees e intensidades diferentes dependendo da arteacuteria coronaacuteria afetada (BOUNDY et al 2004) De acordo com estudos da American Heart Association os protocolos satildeo essenciais para a avaliaccedilatildeo segura dos casos de dor toraacutecica pois auxiliam na internaccedilatildeo

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imediata dos casos graves assim como na identificaccedilatildeo dos chamados casos de dor toraacutecica de baixo custo aqueles sem diagnoacutestico grave Embora a maioria dos pacientes com dor toraacutecica natildeo seja diagnosticado com uma condiccedilatildeo de risco de vida o enfermeiro precisa distingui-los daqueles que necessitam de tratamento emergente (EZRA et al 2010)

A dor toraacutecica eacute um sintoma de amplitude social uma vez que atinge milhares de pessoas por todo o mundo (BASSAN et al2002) Dentre as causas que podem culminar em dor toraacutecica como causa psicoloacutegica pulmonar digestiva oacutesseo-muscular aquelas originadas no aparelho cardiovascular satildeo as mais temidas pelos profissionais de sauacutede e populaccedilatildeo em geral Temor este relacionado aos altos iacutendices de mortalidade por isquemia cardiacuteaca (BASSAN et al 2002) Por esta razatildeo a causa cardiovascular eacute a mais discorrida neste estudo

Corroborando esta ideia Marques (2010) afirmam que para a correta avaliaccedilatildeo e manejo da dor toraacutecica torna-se indispensaacutevel a aplicaccedilatildeo de um protocolo e da educaccedilatildeo continuada para melhor embasar a atuaccedilatildeo do enfermeiro (MARQUES 2010)

A dor toraacutecica eacute um achado cliacutenico importante para a investigaccedilatildeo do distuacuterbio que o paciente possa estar apresentando e para a definiccedilatildeo do diagnoacutestico O chamado quinto sinal vital a dor vem tomando proporccedilatildeo maior para os enfermeiros na literatura acerca de sua valorizaccedilatildeo na uacuteltima deacutecada Apesar disso a avaliaccedilatildeo da dor segue como um desafio ao enfermeiro durante a Classificaccedilatildeo de Risco uma vez que o ato de medir este sintoma estaacute relacionado agrave observaccedilatildeo escuta qualificada e acima de tudo em acreditar na queixa de dor referida (MORAIS et al 2009)

Ao considerar os aspectos negativos de avaliaccedilatildeo do protocolo se observou afirmaccedilatildeo do ldquoenfermeiro 2rdquo de que natildeo indicaria o Eletrocardiograma (ECG) visto que a solicitaccedilatildeo deste exame na instituiccedilatildeo natildeo eacute respaldada para que o profissional enfermeiro o realize No HIAE instituiu este protocolo a solicitaccedilatildeo do ECG pelo enfermeiro eacute uma praacutetica de rotina e assegurada pelo protocolo Soares (2007) discuta essa situaccedilatildeo ao apontar que devido ao alto grau de mortalidade

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cardiovascular o enfermeiro durante a classificaccedilatildeo de risco precisa priorizar o atendimento agrave dor toraacutecica Para isto eacute necessaacuterio um atendimento com tempo meacutedio de 8 minutos entre a chegada do paciente agrave Emergecircncia e a realizaccedilatildeo do ECG visando reduzir o tempo entre chegada diagnoacutestico e tratamento A maioria dos casos de morte por IAM ocorrem nas primeiras horas do iniacutecio dos sintomas sendo 40 a 65 na primeira hora e aproximadamente 80 nas primeiras 24 horas (PIEGAS et al2009) Quando respaldado por um protocolo validado e institucionalizado torna-se viaacutevel a rotina da solicitaccedilatildeo de Eletrocardiograma pelo enfermeiro assim como acontece no HIAE Marques (2010) reafirma esta necessidade ao abordar que eacute niacutetida a necessidade da implantaccedilatildeo de um protocolo avaliar e classificar a dor toraacutecica visto que quando o enfermeiro indica o ECG em seguida agrave classificaccedilatildeo de risco agiliza o processo e evita atraso do diagnoacutestico Ratificando esta necessidade a Sociedade Brasileira de Cardiologia (BASSAN et al 2002) considera eacute primordial que o diagnoacutestico de IAM por meio do ECG seja realizado ateacute 10 minutos da chegada do paciente tempo-ouro para o iniacutecio da terapecircutica adequada Assim agrave medida que o protocolo estaacute institucionalizado os papeacuteis dos membros da equipe de sauacutede ficam bem definidos

A resposta do ldquoenfermeiro 3rdquo evidencia a sua consideraccedilatildeo quando relata que o protocolo ldquoeacute longordquo O protocolo jaacute validado no serviccedilo de referecircncia HIAE eacute um instrumento que contempla e resgata as diversas possibilidades de agravos sintomatologias e caracteriacutesticas que tendem a prever um quadro cliacutenico de gravidade Desta forma como um documento completo no sentido de esgotar as possibilidades de gravidade tornando-o mais extenso que o instrumento utilizado atualmente no setor

Os protocolos assistenciais referem-se agrave organizaccedilatildeo do serviccedilo e sobretudo agrave organizaccedilatildeo do processo de trabalho da equipe de sauacutede De acordo com a colocaccedilatildeo do ldquoenfermeiro 5rdquo existe o pensamento de que inicialmente possa ser ldquodificultosordquo utilizar uma nova tecnologia e com ldquoo passar do tempordquo possa ser uacutetil Essa concepccedilatildeo denota o periacuteodo comum considerado

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para adaptaccedilatildeo de um protocolo assistencial A incorporaccedilatildeo de um protocolo assistencial depende do conhecimento do profissional de sauacutede em como utilizaacute-lo corretamente e do compromisso do profissional o que geralmente requer tempo para adaptaccedilatildeo da nova tecnologia Aleacutem disso para o sucesso da adoccedilatildeo do protocolo este deve corresponder agraves expectativas e demandas do serviccedilo e dos profissionais (WERNECK FARIA CAMPOS 2009)

Mediante a relevacircncia da dor toraacutecica da sua importacircncia social e econocircmica os estudos relacionados a construccedilatildeo de protocolos de Enfermagem ainda satildeo escassos o que justifica a anaacutelise deficitaacuteria dos dados com relaccedilatildeo agrave atuaccedilatildeo do enfermeiro frente ao paciente com esta sintomatologia nos serviccedilos de Emergecircncia (MARQUES 2010) Fernandes et al (2009) corroboram com esta situaccedilatildeo em sauacutede ao discorrer que existem poucos estudos de Enfermagem na abordagem de protocolos assistenciais principalmente tratando-se de situaccedilotildees agudas em Emergecircncia e particularmente para Siacutendrome Coronariana Aguda Tabela 3 - Distribuiccedilatildeo da avaliaccedilatildeo das vantagens eou desvantagens em utilizar o protocolo Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem do HIAE FlorianoacutepolisndashSC2014

Enfermeiros Positivo Negativo

Enfermeiro 1 Eacute bem completo Eacute extenso Enfermeiro 2 Identifica mais faacutecil o

tipo de dor atendimento mais raacutepido

Complicado com duas folhas

Enfermeiro 3 Classificaccedilatildeo mais qualificada avalia melhor os riscos

Eacute extenso

Enfermeiro 4 Ajuda a classificar melhor a dor

Enfermeiro 5 Auto-explicativo Muito longo Enfermeiro 6 Auxilia na

classificaccedilatildeo triagem mais correta encaminha certo como

Longo e demorado

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proceder Enfermeiro 7 Agiliza o processo

auxilia o enfermeiro na classificaccedilatildeo

A instituiccedilatildeo natildeo aceitaraacute pedido de ECG assinado pelo enfermeiro

Total 7 6

Fonte Dados obtidos pela autora (2014)

Observa-se no conjunto destes dados que 100 dos

enfermeiros avaliaram de forma positiva o protocolo em relaccedilatildeo agraves suas vantagens Os profissionais afirmaram que utilizar este protocolo propiciou uma Classificaccedilatildeo de Risco mais correta qualificada e com identificaccedilatildeo mais faacutecil do tipo de dor Estudos consideram que eacute fundamental relacionar os fatores de risco com a descriccedilatildeo da dor que geralmente em caso de IAM eacute referida como de forte intensidade em ldquoqueimaccedilatildeo aperto opressatildeo ou sufocaccedilatildeordquo e superior a 30 minutos podendo ou natildeo irradiar para os braccedilos mandiacutebula pescoccedilo ou estocircmago Para que esta identificaccedilatildeo seja fundamentada o uso de protocolos assistenciais se torna imprescindiacutevel (OLIVEIRA LEITAtildeO RAMOS 2009) Em casos mais incomuns considerados atiacutepicos como descritos no protocolo do HIAE o paciente pode estar apresentando dificuldade para respirar naacuteuseas vocircmitos vertigem desmaio suor frio e palidez Contudo a sintomatologia nos casos atiacutepicos pode ser branda (OLIVEIRA LEITAtildeO RAMOS 2009) Tabela 4 - Distribuiccedilatildeo da avaliaccedilatildeo da estrutura formato e fluxos de encaminhamentos contidos no Protocolo Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem do HIAE FlorianoacutepolisndashSC 2014

Enfermeiros Positivo Negativo

Enfermeiro 1 Faacutecil compreensatildeo Enfermeiro 2 Deveria ser de

apenas uma folha Enfermeiro 3 Jaacute estamos

acostumadas a usar o outro

100

Enfermeiro 4 Natildeo tem a cor laranja Enfermeiro 5 Auxilia bastante na

tomada de decisatildeo eacute auto-explicativo

Eacute mais demorado

Enfermeiro 6 Conteacutem bastante informaccedilotildees

Um pouco complicado de entender

Enfermeiro 7 Facilita encaminhamento e tomada de decisatildeo

Total 4 5

Fonte Dados obtidos pela autora (2014)

Em relaccedilatildeo agrave estrutura e formato foi demonstrado que a

percepccedilatildeo do enfermeiro de que o protocolo eacute um documento extenso quando comparado ao que eacute adotado na instituiccedilatildeo atualmente O ldquoenfermeiro 5rdquo afirma ser ldquomais demoradordquo para preenchimento e aplicabilidade Em contrapartida coloca que ldquoauxilia na tomada de decisatildeo e eacute auto-explicativordquo Percebe-se que apesar de ser um protocolo mais extenso que o utilizado atualmente pode-se considerar que aborda uma visatildeo mais detalhada da condiccedilatildeo cliacutenica que o paciente com dor toraacutecica possa estar apresentando Esse fator a princiacutepio percebido como negativo poderaacute ser um diferencial na classificaccedilatildeo de risco da dor toraacutecica conferindo seguranccedila para o enfermeiro ao avaliar amplamente a dor e principalmente agilidade no atendimento na proporccedilatildeo em que sanar as duacutevidas do profissional de sauacutede que poderaacute identificar mais rapidamente uma condiccedilatildeo cliacutenica grave A raacutepida e correta avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica desde a chegada do paciente no hospital interfere natildeo somente na diminuiccedilatildeo de riscos e agravos ao paciente como economicamente agrave medida que evita terapecircuticas e encaminhamentos inadequados e internaccedilotildees desnecessaacuterias (BASSAN et al2002)

Justifica-se a necessidade de implantaccedilatildeo de um protocolo especiacutefico para a dor toraacutecica pelo fato de que o tempo que decorre do iniacutecio da dor e a sua correta avaliaccedilatildeo eacute fundamental para definir o diagnoacutestico e principalmente o tratamento do IAM Quando existem duacutevidas de classificaccedilatildeo da gravidade com consequumlente atraso do encaminhamento adequado existe aumento proporcional do risco de mortalidade (PIEGAS et al

101

2004) Bassan et al (2002) corroboram com esta afirmaccedilatildeo ao discorrerem que agrave falta de domiacutenio e de fundamentaccedilatildeo para a abordagem do paciente com dor toraacutecica por parte do enfermeiro durante a classificaccedilatildeo da gravidade tende a ocasionar o retardo do atendimento terapecircutico

O protocolo proposto considera as cores vermelho (emergente) amarelo (urgente) e verde (natildeo-urgente) diferente do protocolo da instituiccedilatildeo que aleacutem destas cores considera tambeacutem a cor laranja (muito-urgente) Uma resposta tambeacutem negativa na avaliaccedilatildeo do ldquoenfermeiro 4rdquo traz essa consideraccedilatildeo da diferenccedila de ambos Cabe ressaltar aqui que o protocolo do HIAE proporciona maior autonomia ao enfermeiro ao permitir por exemplo que indique o exame ECG como discutido anteriormente A realizaccedilatildeo mais raacutepida do ECG sem necessariamente ser uma indicaccedilatildeo exclusiva da medicina auxilia na conduccedilatildeo terapecircutica com maior agilidade e exclui a necessidade de maior nuacutemero de cores graduais para avaliaccedilatildeo da gravidade do quadro cliacutenico

Outro aspecto importante na discussatildeo estrutural do protocolo eacute a sua apresentaccedilatildeo impressa O enfermeiro 2 considera que ldquodeveria ser de apenas uma folhardquo O documento original desenvolvido no HIAE eacute impresso em apenas uma folha utilizando-se uma fonte menor Optou-se neste estudo em distribuiacute-lo em duas folhas para proporcionar melhor visibilidade ao enfermeiro A proposta inicial deste estudo trata de que se este protocolo sugerido fosse avaliado majoritariamente como positivo seria apresentado agrave Diretoria de Enfermagem da instituiccedilatildeo e adaptado de acordo com a necessidade e comodidade dos profissionais enfermeiros de acordo com a sua proacutepria avaliaccedilatildeo Logo seria de faacutecil realizaccedilatildeo a reestruturaccedilatildeo desse instrumento conforme sugerido pelos sujeitos desse estudo

102

Tabela 5 - Distribuiccedilatildeo da avaliaccedilatildeo da diferenccedila em utilizar o Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem e do Protocolo Institucional Adaptado de Manchester

Enfermeiro Positivo Negativo

Enfermeiro 1 Classificaccedilatildeo mais adequada

Mais extenso

Enfermeiro 2 Este eacute mais completo O outro eacute incompleto

Enfermeiro 3 Identifica melhor o risco de uma situaccedilatildeo grave O outro eacute incompleto

Enfermeiro 4 Este eacute completo daacute a noccedilatildeo de fatores de risco O outro eacute incompleto

Enfermeiro 5 Para a dor toraacutecica esse eacute melhor eacute mais explicativo O nosso eacute mais raacutepido mas eacute muito geneacuterico

Enfermeiro 6 Eacute mais completo facilita a identificaccedilatildeo de um evento cardiacuteaco Da instituiccedilatildeo eacute mais geneacuterico

Enfermeiro 7 Este daacute mais seguranccedila para classificar a sintomatologia do paciente

Total 7 1 Fonte Dados obtidos pela autora (2014)

103

Identifica-se 100 de avaliaccedilotildees positivas para utilizar o protocolo do HIAE em relaccedilatildeo ao protocolo institucional O consenso das respostas daacute conta de que o protocolo do HIAE ldquoeacute mais completordquo para a avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica Um protocolo assistencial estaacute em consonacircncia com a realidade de um serviccedilo quando contempla as situaccedilotildees previstas e imprevistas o que caracteriza um instrumento mais ldquocompletordquo Ao abordar o protocolo institucional adaptado do protocolo de Manchester devem-se considerar os riscos no emprego de protocolos Algumas vezes as adaptaccedilotildees de protocolos internacionais nem sempre estatildeo apropriados ou bem adaptados agraves necessidades do serviccedilo pois natildeo satildeo abrangentes e natildeo consideram todas as questotildees inclusive as imprevistas Para esta apropriaccedilatildeo eacute fundamental a realizaccedilatildeo de estudos acerca do puacuteblico-alvo profissionais vantagens e desvantagens envolvidos (WERNECK FARIA CAMPOS 2009)

Aconselha-se para a classificaccedilatildeo de risco adequada considerando as situaccedilotildees imprevistas que o enfermeiro identifique junto ao paciente as caracteriacutesticas da dor toraacutecica em tiacutepica ou atiacutepica Em alguns casos o paciente pode desenvolver a siacutendrome poacutes IAM com dor toraacutecica que deve ser diferenciada da recidiva do infarto pulmonar e da insuficiecircncia cardiacuteaca congestiva (BOUNDY et al 2004)

Quando natildeo sustentados por criteacuterios adequados agraves reais demandas do serviccedilo os protocolos podem instituir processo de trabalho fragmentado e sem planejamento natildeo garantindo impactos positivos na sauacutede das pessoas (WERNECK FARIA CAMPOS 2009)

Tabela 6 - Distribuiccedilatildeo da avaliaccedilatildeo da aplicabilidade do protocolo ao serviccedilo Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem ao acolhimento da emergecircncia FlorianoacutepolisndashSC 2014

Enfermeiro Positivo Negativo

Enfermeiro 1 Sim menor tempo para o atendimento

Enfermeiro 2 Sim Enfermeiro indicar

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ECG eacute complicado no serviccedilo

Enfermeiro 3 Sim ajuda a classificar Identifica melhor os casos graves

Enfermeiro 4 Sim pois temos muitos casos de dor toraacutecica

Enfermeiro 5 Sim precisa apenas se habituar a usar

Enfermeiro 6 Sim Mas precisa ser melhorado para aplicaccedilatildeo mais raacutepida

Enfermeiro 7 Sim pela facilidade da aplicaccedilatildeo e diferenciaccedilatildeo dos casos de dor toraacutecica

Total 7 2

Fonte Dados obtidos pela autora (2014)

Verifica-se quanto agrave aplicabilidade ao serviccedilo 100 de

avaliaccedilotildees positivas dos enfermeiros em relaccedilatildeo agrave implementaccedilatildeo do protocolo de dor toraacutecica do HIAE para o SACR do SEAHU Quando satildeo adequados agraves necessidades dos profissionais de sauacutede e agrave demanda caracteriacutestica do serviccedilo os protocolos assistenciais tendem a responder satisfatoriamente trazendo seguranccedila aos profissionais (WERNECK FARIA CAMPOS 2009) Observa-se a correlaccedilatildeo das respostas do ldquoenfermeiro 1rdquo do ldquoenfermeiro 3rdquo e do ldquoenfermeiro 7rdquo quando afirmam que o protocolo utilizado possibilitou menor tempo de atendimento melhor identificaccedilatildeo dos casos graves e melhor diferenciaccedilatildeo dos casos de dor toraacutecica ou seja relacionam os benefiacutecios para a classificaccedilatildeo de risco da dor toraacutecica Nos atendimentos em emergecircncia um instrumento cientiacutefico especiacutefico para a dor toraacutecica ou associada a outros sintomas sugestivos de Siacutendrome Coronariana Aguda facilita a tomada de decisatildeo do profissional de sauacutede durante a Classificaccedilatildeo de Risco (HOFFMANN et al 2012)

Consideraccedilotildees Finais

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Identificar a avaliaccedilatildeo dos enfermeiros ao utilizar o

protocolo para dor toraacutecica foi um aspecto essencial para reconhecer a validade do instrumento para o serviccedilo Um protocolo assistencial soacute se torna efetivo quando abrange as necessidades especiacuteficas do puacuteblico atendido e quando corresponde agraves expectativas dos profissionais de sauacutede que o utilizaratildeo

A avaliaccedilatildeo dos enfermeiros que utilizaram o protocolo reflete a necessidade de uma tecnologia em sauacutede consistente e eficaz para uma classificaccedilatildeo de risco segura Contudo algumas adaptaccedilotildees simples necessitam ser realizadas a fim de instituir um protocolo de acordo com a necessidade dos profissionais e a realidade do serviccedilo em questatildeo

Houve prevalecircncia das avaliaccedilotildees positivas em relaccedilatildeo agraves negativas Quanto agraves positivas o uso do protocolo foi importante pra sanar as duacutevidas de classificaccedilatildeo tornaacute-la mais raacutepida segura pautar a praacutetica do profissional de Enfermagem durante a classificaccedilatildeo de risco As avaliaccedilotildees negativas consideram principalmente o formato impresso do protocolo e sua extensatildeo O formato poderaacute ser facilmente reformulado de acordo com a necessidade dos profissionais e do serviccedilo Quanto agrave sua extensatildeo fica evidente que um instrumento especiacutefico a fim de descartar diversas as condiccedilotildees cliacutenicas graves tende a conter mais informaccedilotildees que os instrumentos generalistas Situaccedilatildeo que poderaacute ser superada satisfatoriamente mediante tempo de adaptaccedilatildeo dos profissionais

O estudo possibilitou reconhecer que o protocolo sugerido estaacute em consonacircncia com a realidade da atuaccedilatildeo dos enfermeiros na classificaccedilatildeo de risco que utilizam atualmente um instrumento generalista natildeo direcionado agrave Enfermagem

Referecircncias

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EZRA Testing of Low-Risk Patients Presenting to the Emergency Department With Chest Pain AHA Scientific Statement 2010 - Disponiacutevel em lthttpcircahajournalsorgcontent122171756gt Acesso 23 jan 2014 OLIVEIRA FJG LEITAtildeO I M T A RAMOSI C Caracterizaccedilatildeo dos pacientes com Dor Toraacutecica atendidos na Emergecircncia de um Hospital Privado de Fortaleza -Ce In 61deg Congresso de Enfermagem Transformaccedilatildeo Social e Sustentabilidade Ambiental 2009 Fortaleza- Ce Anais Eletrocircnicos Disponiacutevel em lthttpwwwabeneventoscombranais_61cbengt Acesso 29 dez 2013 PIEGAS LS FEITOSA G MATTOS LA NICOLAU JC ROSSI NETO JM et al Sociedade Brasileira de Cardiologia IV Diretriz da Sociedade Brasileira de Cardiologia sobre Tratamento do Infarto agudo do Miocaacuterdio com Supradesniacutevel do Segmento ST Arq Bras Cardiol v93 n6 p179-264 2009 PIEGAS LS et al III Diretriz sobre tratamento do infarto agudo do miocaacuterdio Arquivo Brasileiro de Cardiologia v83 n4 s4 Satildeo Paulo set 2004 SANTOS FLMM ARAUacuteJO TL Vivendo o infarto os significados da doenccedila segundo a perspectiva do paciente Rev Latinoam Enferm v11 n6 p742-8 2003 SCHNEID S et al Protocolos Cliacutenicos embasados em evidecircncias a experiecircncia do Grupo Hospitalar Conceiccedilatildeo Revista AMRIGS Porto Alegre v 47 n2 p 104-114 abrjun 2003 WERNECK M A F FARIA H P CAMPOS K F C Protocolos de Cuidado agrave Sauacutede e Organizaccedilatildeo do Serviccedilo Nuacutecleo de Educaccedilatildeo em Sauacutede Coletiva da Faculdade de Medicina UFMG Minas Gerais Coopmed 2009

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6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Para que a aplicaccedilatildeo e avaliaccedilatildeo do protocolo de Enfermagem para a Dor Toraacutecica no Serviccedilo de Emergecircncia fossem viaacuteveis este estudo precisou ser definido em duas vertentes essenciais A princiacutepio o reconhecimento da demanda foco desta pesquisa o paciente com dor toraacutecica Um protocolo institucional soacute seraacute uacutetil quando se encontra em consonacircncia com o perfil atendido e o possiacutevel benefiacutecio que poderaacute oferecer a esta demanda justifica a sua investigaccedilatildeo Em um segundo momento o protocolo precisa estar de acordo com a realidade do serviccedilo em questatildeo e atender agraves necessidades tambeacutem dos profissionais de sauacutede

Os Serviccedilos de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco satildeo uma proposta do Ministeacuterio da Sauacutede com a finalidade de ldquoadministrarrdquo a demanda de pacientes de um serviccedilo de Emergecircncia de modo a humanizar o cuidado em outras palavras permite uma mudanccedila no fluxo de atendimento ao excluir o atendimento por ordem de chegada e incluir o atendimento por ordem de maior gravidade Atuar no SACR contudo se constitui em uma atividade complexa para o enfermeiro O profissional precisa ser detentor de conhecimento cientiacutefico qualificaccedilatildeo profissional avaliaccedilatildeo criteriosa e tomada raacutepida de decisatildeo a fim de estipular os encaminhamentos corretos para os diferentes quadros cliacutenicos minimizaccedilatildeo o risco de agravos

A dor toraacutecica em especiacutefico foi a sintomatologia elencada para este estudo visto que a avaliaccedilatildeo da dor em si eacute fundamental para que o profissional ofereccedila um serviccedilo de qualidade O sintoma aacutelgico eacute valioso no sentido de identificar a afecccedilatildeo que possa estar a gerando agrave medida que forem observadas suas caracteriacutesticas e fatores de risco associados Tratando-se da dor toraacutecica entende-se como principal sintoma em casos de Siacutendrome Coronariana Aguda que predispotildee ao Infarto Agudo do Miocaacuterdio Os protocolos assistenciais satildeo tecnologias em sauacutede que tem o objetivo de fundamentar a praacutetica profissional organizar o atendimento e diminuir o tempo

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para a instituiccedilatildeo terapecircutica adequada Ao utilizar um protocolo pautado em evidecircncia cientiacutefica a classificaccedilatildeo de risco fica padronizada o enfermeiro atua de forma mais segura e eficaz Esta condiccedilatildeo ficou evidenciada na avaliaccedilatildeo do protocolo realizada pelos enfermeiros que demonstrou-se majoritariamente positiva em relaccedilatildeo ao uso do protocolo para classificar a dor toraacutecica

Durante esta investigaccedilatildeo foi possiacutevel constatar que os protocolos de enfermagem apesar de sua magnitude e comprovada eficaacutecia para a organizaccedilatildeo do serviccedilo e benefiacutecios no atendimento ao paciente satildeo pouco explorados na literatura deixando uma lacuna importante para a assistecircncia de Enfermagem Esta condiccedilatildeo demonstra a necessidade de mais estudos e maiores investimentos na temaacutetica de protocolos especiacuteficos de Enfermagem Para este estudo optou-se por um protocolo de Enfermagem para a dor toraacutecica construiacutedo por uma instituiccedilatildeo de excelecircncia o Hospital Israelita Albert Einstein de Satildeo PauloSP Contudo devido agrave falta de estudos de Enfermagem com relaccedilatildeo aos protocolos assistenciais particularmente para a classificaccedilatildeo de risco da dor toraacutecica o estudo escolhido foi desenvolvido por um meacutedico cardiologista

Quanto agrave identificaccedilatildeo do perfil do paciente com dor toraacutecica atendido no serviccedilo embora natildeo seja serviccedilo de referecircncia em cardiologia comprovadamente existe a necessidade da incorporaccedilatildeo de um protocolo assistencial para a dor toraacutecica devido agrave sua importacircncia enquanto sinal indiacutecio de uma possiacutevel condiccedilatildeo cardioloacutegica grave de alta incidecircncia mundial e no Brasil e pela expressiva demanda com esta queixa a procurar o serviccedilo

A padronizaccedilatildeo no manejo da dor toraacutecica interferiu significativamente para o trabalho do enfermeiro agrave medida que este dispotildee de um instrumento de acordo com o puacuteblico atendido que fundamente suas accedilotildees tornando-o detentor de mais seguranccedila e conhecimento A utilizaccedilatildeo do protocolo organiza o trabalho da equipe de Enfermagem e unifica a linguagem dos profissionais o que ficou evidenciado nas afirmaccedilotildees dos profissionais

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Os dados obtidos neste estudo que identificou o perfil do paciente com dor toraacutecica e a avaliaccedilatildeo do protocolo de dor toraacutecica realizada pelos proacuteprios enfermeiros do serviccedilo e em vigecircncia deste protocolo ter sido validado e utilizado em um serviccedilo de Excelecircncia no paiacutes o estudo deixou evidente que este protocolo de Enfermagem para a avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica durante a Classificaccedilatildeo de Risco eacute passiacutevel de implantaccedilatildeo na instituiccedilatildeo Desse modo seraacute apresentado agrave Diretoria de Enfermagem do HU para possiacutevel institucionalizaccedilatildeo

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REFEREcircNCIAS

ANZILIERO F A Emprego do Sistema de Triagem de Manchester na estratificaccedilatildeo de risco revisatildeo de Literatura Trabalho de conclusatildeo de curso da UFRS Porto alegre 2011 ALBUQUERQUE PLMM COSTA LB BASTOS BB SILVA JUacuteNIOR GB Dor precordial natildeo usual Relato de Caso Rev Bras Cardiol v23 n2 p200-1 2010 ALVES D B BARBOSA M T S Desigualdades na Mortalidade por Doenccedilas Crocircnicas entre Idosos e sua Associaccedilatildeo com Indicadores Socioeconocircmicos no Brasil RBCEH Passo Fundo v 7 n 1 p 22-33 janabr 2010 AMERICAN PAIN SOCIETY Principles of Analgesic Use in the Treatment of Acute Pain and Cancer Pain4 Glenview IL American Pain Society 1999 ARAUJO RD MARQUES IR Compreendendo o significado da dor toraacutecica isquecircmica de pacientes admitidos na sala de emergecircncia Rev Bras Enferm v60 n6 2007 BASSAN R PIMENTA L LEAtildeES P TIMERMAN A Sociedade Brasileira de Cardiologia I Diretriz de dor toraacutecica na sala de emergecircncia Definiccedilatildeo de graus de recomendaccedilatildeo e niacuteveis de evidecircncia Arq Bras Cardiol v76 n2 p1-22 2002 BARBETTA PA REIS MM BORNIA AC Estatiacutestica para cursos de Engenharia e informaacutetica Satildeo Paulo Ed Atlas SA 2004 BEZERRA AA BEZERRA AA BRASILEIRO ME A conduta de enfermagem frente ao paciente infartado Rev Eletrocircnica Enferm v1 n1 p1-10 2011

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BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Instituto Nacional de Cacircncer Cuidados paliativos oncoloacutegicos controle da dor Rio de Janeiro INCA 2001 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Humaniza SUS Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo A Humanizaccedilatildeo como Eixo Norteador das Praacuteticas de Atenccedilatildeo e Gestatildeo em todas as Instacircncias do SUS Seacuterie B Textos Baacutesicos Brasiacutelia 2004 _______ Ministeacuterio da Sauacutede Recomendaccedilotildees para a Organizaccedilatildeo dos Cuidados Urgentes e Emergentes O Serviccedilo de Urgecircncias Hospitais SA 2006 _______ Ministeacuterio da Sauacutede Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo agraves Urgecircncias - 3 ed ampliada ndash Seacuterie E ndash Legislaccedilatildeo de Sauacutede BrasiacuteliaDF 2006 p55 _______ Ministeacuterio da Sauacutede Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo agraves Urgecircncias - 3 ed ampliada ndash Seacuterie E ndash Legislaccedilatildeo de Sauacutede BrasiacuteliaDF 2006 p77 _______ Ministeacuterio da Sauacutede Perfil da mortalidade do Brasileiro Uma anaacutelise da situaccedilatildeo de sauacutede Brasiacutelia 2008 Disponiacutevel em lthttpportalsaudegovbrportalarquivospdfcoletiva_saude_061008pdfgt Acesso em 11 mar 2012 _______ Ministeacuterio da Sauacutede Grupo Hospitalar ConceiccedilatildeoGerecircncia de Ensino e Pesquisa Diretrizes CliacutenicasProtocolos Assistenciais Manual Operacional Porto Alegre 2008 _______ Ministeacuterio da Sauacutede Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede do Homem Princiacutepios e Diretrizes Brasiacutelia 2008 Disponiacutevel em lthttpportalsaudegovbrportalarquivospdfpolitica_nacional_h

omempdf gt Acesso em 05 jan 2013

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_______ Ministeacuterio da Sauacutede Acolhimento e Classificaccedilatildeo de Risco nos Serviccedilos de Urgecircncia Seacuterie B Textos Baacutesicos de Sauacutede BrasiacuteliaDF 2009 _______ Ministeacuterio da Sauacutede Cartilhas da Poliacutetica Nacional de Humanizaccedilatildeo Cadernos de Textos HumanizaSUS 2011 Disponiacutevel em lthttpbvsmssaudegovbrbvspublicacoescaderno_textos_cartilhas_politica_humanizacaopdfgt Acesso em 09 jan 2013 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Conselho Nacional de Sauacutede Resoluccedilatildeo 466 de 12 dezembro de 2012 Diretrizes e normas regulamentadoras da pesquisa envolvendo seres humanos Brasiacutelia 2012 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Sistema Uacutenico de Sauacutede Disponiacutevel em lthttpportalsaudegovbrportalsaudevisualizar_textocfmidtxt=24627gt Acesso em 03 dez 2013 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria Executiva do Ministeacuterio da Sauacutede DATASUS 2013 Disponiacutevel emlt httpwwwdatasusgovbrgt Acesso em 15 out 2013

BOAVENTURA L SANTOS C PASELLO S Atuaccedilatildeo do Enfermeiro no Infarto Agudo do Miocaacuterdio Artigonal Diretoacuterio de Artigos Gratuitos 2011 Disponiacutevel em lthttpwwwartigonalcomauthors1166189gt Acesso em 08 fev 2014

BORDALO AA Estudo transversal eou longitudinal Rev Para Med Beleacutem v20 n4 dez 2006 BOUNDY J et al Enfermagem Meacutedico-Ciruacutergico Infarto Agudo do Miocaacuterdio Carlos Henrique Cosendey 3ordf ed Rio de Janeiro Reichman amp Affonso Editores v2 2004

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EZRA Testing of Low-Risk Patients Presenting to the Emergency Department With Chest Pain AHA Scientific Statement 2010 - Disponiacutevel em lthttpcircahajournalsorgcontent122171756 gt Acesso em 23 jan 2014 FARIAS MM MOREIRA DM Impacto de protocolo de dor toraacutecica sobre a adesatildeo agraves diretrizes societaacuterias um ensaio cliacutenico Rev Bras Cardiol v25 n5 p368-76 2012 FERNANDES J C SILVA C O L SOUZA S E M SILVA P R BRASILEIRO M E ARMENDARIS M K Base de Dados para Elaboraccedilatildeo de um Instrumento para Coleta de Dados de Enfermagem na Unidade de Dor Toraacutecica ndash Congresso Brasileiro de Enfermagem 2009 FERREIRA AMC MADEIRA MZA A Dor Toraacutecica na Sala de Emergecircncia uma revisatildeo de literatura Revista Interdisciplinar NOVAFAPI Teresina v4 n1 p50-56 janfevmar 2011 GIL AC Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa social 5 ed 8 reimpr Satildeo Paulo Atlas 2007 _______ Como elaborar projetos de pesquisa 5 ed Satildeo Paulo Atlas 2008 GRUPO BRASILEIRO DE CLASSIFICACcedilAtildeO DE RISCO Sistema Manchester de Classificaccedilatildeo de Risco Classificaccedilatildeo de Risco na Urgecircncia e Emergecircncia 1ordm ed BRASIL 2010 GUIMARAtildeES et al Epidemiologia do infarto agudo do miocaacuterdio Revista Soc Cardiol Estado de Satildeo Paulo v16 n1 p1-7 janmar 2006 Disponiacutevel em lthttp2002201451revistasocespedicoesvolume16pdfn01pdfgt Acesso em 20 mai 2009

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HIGA S ATALLAH L et al Focal Atrial Tachycardia new insight from noncontact mapping and catheter ablation Circulation V 109 p84-91 2004 Disponiacutevel em lthttpworldwidescienceorgtopicpagesdda+dor+agudahtml gt Acesso em 09 mar 2014 HOFFMANN U TRUONG QA SCHOENFELD DACHOU ETWOODARD PK NAGURNEY JT POPE JH HAUSER TH WITE CS Coronary CT Angiography versus Standard Evaluation in acute chet painN Engl J Med v367 n4 p 299-308 jul 2012 HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN Histoacuterico 2014 Disponiacutevel em lthttpwwweinsteinbrhospitalPaginassobre-o-hospitalaspxgt Acesso em 02 out 2013 IASP - International Association for the Study of Pain (IASP) Pain terms a list with definitions and notes on usage v6 p 249-252 1979 IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Estudos e Pesquisas Informaccedilatildeo Demograacutefica e Socioeconocircmica Siacutentese de indicadores sociais Uma anaacutelise das condiccedilotildees de vida da populaccedilatildeo brasileira Rio de Janeiro Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica n27 2010 INTERNATIONAL ASSOCIATION FOR THE STUDY OF PAIN Princiacutepios do Manejo da Dor nos Departamentos de Emergecircncia para Pacientes com Condiccedilotildees Meacutedicas Dolorosas Agudas 2011 Disponiacutevel em lthttpwwwiasp-painorgAMTemplatecfmSection=Fact_Sheets3ampTemplate=CMContentDisplaycfmampContentID=13141gt Acesso em 05 mar 2014 JONES C BRISTOL E JONES F Reedman Nurse Practitioner Clinical Protocol Chest Pain 2013 Disponiacutevel em

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lthttpwwwnursinghealthwagovaudocscareernpmmcchest_painpdfgt Acesso em 25 jan 2014 LEMOS C et al Associaccedilatildeo entre depressatildeo ansiedade e qualidade de vida apoacutes infarto do miocaacuterdio Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul Fundaccedilatildeo Universitaacuteria de Cardiologia Psic Teor e Pesq Brasiacutelia v24 n4 dez 2008 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0102-37722008000400010amplng=enampnrm=isogt Acesso em 02 jun 2009 LOPES J B Enfermeiro na classificaccedilatildeo de risco em serviccedilos de emergecircncia revisatildeo integrativa 2011 36 p TCC (Graduaccedilatildeo em Enfermagem) ndash Escola de Enfermagem Universidade Federal do Rio Grande do Sul Porto Alegre 2011 Disponiacutevel em lthttpwwwlumeufrgsbrhandle1018337529gt Acesso em 8 jul 2012 MACKAWAY-JONES K Emergency Triage British Medical Journal Publishing 1997 MAY N L Manual de Operacionalizaccedilatildeo de Protocolos Revista Teacutecnico-Cientiacutefica do Grupo Hospitalar Conceiccedilatildeo Mom e Perspec Sauacutede - Porto Alegre v 13 n12 jandez 2000 MARQUES G Q LIMA MADS Demandas de usuaacuterios a um serviccedilo de pronto atendimento e seu acolhimento ao sistema de sauacutede Rev Latino-Am Enfermagem [online] v15 n1 p 13-19 2007 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfrlaev15n1pt_v15n1a03pdf gt Acesso em 05 jan2012 MATEUS AML etal DOR ndash Guia orientador da Boa Praacutetica Ordem dos Enfermeiros ndash Conselho de Enfermagem 2008 MENDES KDS SILVEIRA RCCP GALVAtildeO CM Revisatildeo integrativa meacutetodo de pesquisa para a incorporaccedilatildeo de

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evidecircncias na sauacutede e na enfermagem Ver Texto e Contexto - enferm Florianoacutepolis v17 n4 outdez 2008 MERSKEY H ALBE-FESSARD DG BONICA JJ et al Pain terms a list with definitions and notes on usage recommended by the IASP Subcommittee on Taxonomy Pain 19796249-252 MILLER MD GRANGER Christopher B Evaluation of patients with chest pain at low or intermediate risk for acute coronary syndrome Gordon M Saperia MD FACC 2014 MORAIS et al Avaliaccedilatildeo da dor como quinto sinal vital na classificaccedilatildeo de risco um estudo com enfermeiros Revista Ciecircncia amp Sauacutede Porto Alegre v 2 n 2 p 73-77 juldez 2009 NASI LA et al Rotinas em Pronto Socorro 2ed Porto Alegre Artmed 2005 OLIVEIRA RM SILVA LMS LEITAtildeO IMTA Anaacutelise dos saberes e praacuteticas de enfermeiras sobre avaliaccedilatildeo da dor no contexto hospitalar Rev enferm UFPE on line v4 n3 p 53-56 julset 2010 OLIVEIRA FJG LEITAtildeO I M T A RAMOSI C Caracterizaccedilatildeo dos pacientes com Dor Toraacutecica atendidos na Emergecircncia de um Hospital Privado de Fortaleza -Ce In 61deg Congresso de Enfermagem Transformaccedilatildeo Social e Sustentabilidade Ambiental 2009 Fortaleza- Ce Anais Eletrocircnicos Disponiacutevel em lthttpwwwabeneventoscombranais_61cbengt Acesso 29 dez 2013 ORTIZ M BITTENCOURT M Protocolo de dor toraacutecica UTI cardioloacutegica Curitiba Hospital das Cliacutenicas Universidade Federal do Paranaacute 2010 Disponiacutevel em lthttpptscribdcomgwcabrald49109978-Prot-Dor-Toracicagt

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Acesso em 15 out 2013 PIEGAS LS FEITOSA G MATTOS LA NICOLAU JC ROSSI NETO JM et al Sociedade Brasileira de Cardiologia IV Diretriz da Sociedade Brasileira de Cardiologia sobre Tratamento do Infarto agudo do Miocaacuterdio com Supradesniacutevel do Segmento ST Arq Bras Cardiol v93 n6 p179-264 2009 POLIT DF BECK CT HUNGLER BP Fundamentos de pesquisa em enfermagem meacutetodos avaliaccedilatildeo e utilizaccedilatildeo 5 ed Porto Alegre Artmed 2004 487 p POMPEO D A ROSSI L A GALVAtildeO CM Revisatildeo Integrativa etapa inicial do processo de validaccedilatildeo de diagnoacutestico de enfermagem Acta paul Enferm Satildeo Paulo v22 n4 2009 RIOS DFC BRANDAtildeO FB FARIA MNZ ALCANTARA AS SANTOS MIFO Tronboembolismo pulmonar como causa de dor toraacutecica na sala de emergecircncia Rev Meacuted Minas Gerais v20 p465-8 2010 ROCHA ASC ARAUacuteJO MP CARVALHO AF RIBEIRO A MESQUITA ET Evidecircncia de melhora na qualidade do cuidado assistencial no infarto agudo do miocaacuterdio Arq Bras Cardiol v94 n6 2010 SANTOS FLMM ARAUacuteJO TL Vivendo o infarto os significados da doenccedila segundo a perspectiva do paciente Rev Latinoam Enferm v11 n6 p742-8 2003 SANTORO BDC PIMENTA CAM Semelhanccedilas e diferenccedilas da dor nas siacutendromes toraacutecicas revisatildeo sistemaacutetica da literatura Rev Gauacutecha Enferm Porto Alegre (RS) v29 n2 p301-7 jun 2008 SCHNEID S et al Protocolos Cliacutenicos embasados em evidecircncias a experiecircncia do Grupo Hospitalar Conceiccedilatildeo

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Revista AMRIGS Porto Alegre v 47 n2 p 104-114 abrjun 2003 SIMAtildeO AF PRECOMA AD ANDRADE JP CORREA FILHO H Diretriz Brasileira de Prevenccedilatildeo Cardiovascular Arquivos Brasileiros de Cardiologia Sociedade Brasileira de Cardiologia v101 n6 s2 dez 2013 Disponiacutevel em lthttppublicacoescardiolbrconsenso2013Diretriz_Prevencao_Cardiovascularpdfgt Acesso em 07 jan 2013 SOARES FILHO GLF et al Dor toraacutecica no Transtorno de Pacircnico sintoma somaacutetico ou manifestaccedilatildeo de doenccedila arterial coronariana Rev Psiq Cliacutenv34 n2 p 97-101 2007 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0101-60832007000200006amplng=enampnrm=isoamptlng=ptgt Acesso em 10 jun 2010 SOCIEDADE BRASILEIRA PARA O ESTUDO DA DOR Hospital sem Dor Diretrizes para Implantaccedilatildeo da Dor como 5ordm Sinal Vital BRASIL 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwdororgbrprofissionais5_sinal_vitalaspgt Acesso em 21 mar2013 SOUSA VEC LOPES MVO ROCHA DH PASCOAL LM MONTORIL MH MELO RP Troca de gases prejudicada anaacutelise em pacientes com infarto agudo do miocaacuterdio Rev Enferm Rio de Janeiro v16 n4 p545-9 2008 SOUZA CC TOLEDO AD TADEU LFR CHIANCA TCM Classificaccedilatildeo de Risco em Pronto-Socorro concordacircncia entre um protocolo institucional brasileiro e Manchester Rev Latino-Am Enfermagem v19 n1 janfev 2011 VIEIRA W F S RAFAEL D Protocolo de Manejo Hospitalar do Infarto Agudo do Miocaacuterdio com Supradesniacutevel de segmento ST Unidade Coronariana Hospital de Cliacutenicas

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Departamento de Cliacutenica meacutedica Disciplina de Cardiologia Universidade Federal do Paranaacute Curitiba 2011 Disponiacutevel em lthttpwwwhcufprbrsitesdefaultfilesprotocolo_IAMCSST_2011pdfgt 22 abr 2013 WATERKEMPER R REIBNITZ KS MONTICELLI M Dialogando com enfermeiras sobre a avaliaccedilatildeo da dor oncoloacutegica do paciente sob cuidados paliativos Rev Bras Enferm Brasiacutelia 2010 mar-abr 63(2) 334-9 WERNECK MAF FARIA HP CAMPOS KFC Protocolos de Cuidado agrave Sauacutede e Organizaccedilatildeo do Serviccedilo Nuacutecleo de Educaccedilatildeo em Sauacutede Coletiva da Faculdade de Medicina UFMG Editora Coopmed 2009

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APENDICES

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APENDICE A - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (GRUPO 01)

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM ENFERMAGEM CURSO DE MESTRADO PROFISSIONAL ASSOCIADO Agrave

RESIDEcircNCIA INTEGRADA MULTIPROFISSIONAL EM SAUacuteDE

Vocecirc estaacute convidado a participar da pesquisa ldquoAplicaccedilatildeo e Avaliaccedilatildeo de um Protocolo de Enfermagem para Dor Toraacutecica em um Serviccedilo de Emergecircncia Hospitalarrdquo que estaacute sendo desenvolvida pela mestranda Aline Costa Vieira sob orientaccedilatildeo da Profordm Dra Kaacutetia Cilene Godinho Bertoncello

Objetivo da pesquisa ndash auxiliar a equipe de Enfermagem na

Classificaccedilatildeo de Risco do paciente com dor toraacutecica disponibilizando um protocolo especiacutefico para esta dor e analisando seus benefiacutecios

Este estudo faz parte da Dissertaccedilatildeo do Programa de Mestrado Profissional Associado agrave Residecircncia Integrada Multiprofissional em Sauacutede da Universidade Federal de Santa Catarina Caso vocecirc concorde em participar solicitamos que assine no final deste documento No entanto salientamos que sua participaccedilatildeo natildeo eacute obrigatoacuteria e sua recusa natildeo traraacute qualquer prejuiacutezo em relaccedilatildeo agraves pesquisadoras ou discriminaccedilatildeo e atraso no seu atendimento nesta instituiccedilatildeo

O estudo se concretizaraacute com a aplicaccedilatildeo de um protocolo para a avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica durante a Classificaccedilatildeo de Risco elaborado e utilizado por um serviccedilo de referecircncia o Hospital Israelita Albert Einstein de Satildeo Paulo

Dados obtidos para o estudo ndash na hipoacutetese de sua

participaccedilatildeo seratildeo utilizados os dados referentes agrave sua Classificaccedilatildeo de Risco ou seja seu horaacuterio de chegada idade queixa principal iniacutecio e tipo de dor e fatores de risco associados

Sigilo ndash Contando com sua participaccedilatildeo seraacute garantido total

sigilo em relaccedilatildeo a sua identidade que natildeo seraacute apontada durante o estudo ou em suas publicaccedilotildees

Potenciais riscos ndash A pesquisa oferece riscos de desconfortoincocircmodo ao participante agrave medida que for abordado no sentido de participaccedilatildeo no estudo A abordagem poderaacute gerar temor ao

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participante no que se refere agrave exposiccedilatildeo de sua condiccedilatildeo cliacutenica Desse modo o participante seraacute esclarecido detalhadamente acerca das etapas da pesquisa e das informaccedilotildees a serem utilizadas ressaltando o sigilo absoluto de sua identidade Teraacute todas as suas duacutevidas esclarecidas antes e durante sua aplicaccedilatildeo De qualquer forma seraacute garantida a possibilidade de desistecircncia e retirada do consentimento

Benefiacutecios previstos ndash Esta pesquisa propotildee a utilizaccedilatildeo de um instrumento cientiacutefico para a avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica pelos enfermeiros do Serviccedilo de Emergecircncia Adulto com o intuito de prevenir condutas inadequadas no manejo do paciente com esta dor e otimizar seu atendimento Os resultados desta pesquisa seratildeo submetidos agrave devida aprovaccedilatildeo corrigidos e posteriormente enviados agrave divulgaccedilatildeo como artigo cientiacutefico

Custos ndash Os custos relacionados a essa pesquisa seratildeo de inteira responsabilidade das pesquisadoras Sua participaccedilatildeo natildeo acarretaraacute em nenhum custo ou em reembolso ou gratificaccedilatildeo

Se vocecirc tiver alguma duacutevida ou necessidade de mais informaccedilotildees em relaccedilatildeo agrave pesquisa ou natildeo quiser mais fazer parte dela poderaacute entrar em contato pelo telefone com as responsaacuteveis pela pesquisa a seguir Aline Vieira (48) 9615-2850 eou e-mail alinevieira_spohotmailcom e Kaacutetia Bertoncello (48) 9919-9084 eou kbertoncelloyahoocombr

Consentimento de Participaccedilatildeo no Estudo

Eu ________________________________________ declaro que li e estou de acordo em participar do estudo proposto por este documento Fui devidamente informado (a) pela pesquisadora Aline Costa Vieira dos objetivos dados que seratildeo obtidos sigilo riscos benefiacutecios e custos inerentes agrave pesquisa Estou ciente ainda que posso retirar meu consentimento a qualquer momento e que recebi uma coacutepia deste Termo de Consentimento

Florianoacutepolis __________________

_________________________________________

Assinatura do participante

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APENDICE B - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (GRUPO 02)

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM ENFERMAGEM CURSO DE MESTRADO PROFISSIONAL ASSOCIADO Agrave

RESIDEcircNCIA INTEGRADA MULTIPROFISSIONAL EM SAUacuteDE

Com objetivo de compreender os benefiacutecios para os enfermeiros da utilizaccedilatildeo de um protocolo de avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica durante a Classificaccedilatildeo de Risco no Serviccedilo de Emergecircncia de um Hospital Universitaacuterio (HU) do sul do Brasil a mestranda Aline Costa Vieira sob a orientaccedilatildeo da Profordf Drordf Kaacutetia Cilene Godinho Bertoncello estaacute desenvolvendo uma pesquisa intitulada ldquoAplicaccedilatildeo e Avaliaccedilatildeo de um Protocolo de Enfermagem para Dor Toraacutecica em um Serviccedilo de Emergecircncia Hospitalarrdquo Esta pesquisa faz parte da Dissertaccedilatildeo do Programa de Mestrado Profissional Associado agrave Residecircncia Integrada Multiprofissional em Sauacutede da Universidade Federal de Santa Catarina

O estudo se concretizaraacute com a aplicaccedilatildeo e a avaliaccedilatildeo de um protocolo para a avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica elaborado e utilizado por um serviccedilo de referecircncia o Hospital Israelita Albert Einstein de Satildeo Paulo

Procedimentos da Pesquisa ndash mediante sua participaccedilatildeo no estudo em um primeiro momento vocecirc utilizaraacute o Protocolo de Enfermagem para Dor Toraacutecica desenvolvido pelo Hospital Israelita Albert Einstein durante sua atuaccedilatildeo enquanto enfermeiro no Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco no HU quando estiver escalado neste setor Salientamos que este protocolo teraacute como finalidade auxiliar na designaccedilatildeo da classificaccedilatildeo de risco o que natildeo excluiraacute o uso do instrumento de classificaccedilatildeo disponibilizado atualmente na instituiccedilatildeo Lembramos ainda que para utilizar este protocolo vocecirc receberaacute devido treinamento e todas as informaccedilotildees referentes ao estudo que seratildeo fornecidos pelas pesquisadoras O segundo momento da pesquisa contaraacute com sua participaccedilatildeo para avaliar qual o benefiacutecio de dispor deste Protocolo para Dor Toraacutecica durante a Classificaccedilatildeo de Risco Esta avaliaccedilatildeo se consumaraacute com o preenchimento de um instrumento de avaliaccedilatildeo disponibilizado pelas pesquisadoras ao final da coleta de dados

Os procedimentos inerentes agrave implementaccedilatildeo do estudo

requerem a sua autorizaccedilatildeo mediante assinatura ao final do documento para a utilizaccedilatildeo dos dados obtidos durante a Classificaccedilatildeo de Risco

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realizada ao paciente que apresentar dor toraacutecica como queixa principal bem como o registro da condiccedilatildeo cliacutenica deste paciente Dados referentes agrave sua praacutetica profissional enquanto enfermeiro do Serviccedilo de Acolhimento com Classificaccedilatildeo de Risco (SACR) No entanto sua participaccedilatildeo natildeo eacute obrigatoacuteria e a qualquer momento vocecirc poderaacute desistir dela sem qualquer prejuiacutezo junto agraves pesquisadoras ou agrave instituiccedilatildeo

Sigilo ndash Com sua participaccedilatildeo na pesquisa fica garantida a confidencialidade das informaccedilotildees obtidas durante a classificaccedilatildeo de risco Sua identidade natildeo seraacute apontada no decorrer do estudo e em suas publicaccedilotildees

Potenciais riscos ndash A pesquisa oferece riscos de incocircmodo ao participante agrave medida que poderaacute gerar constrangimento para este em recusar a participaccedilatildeo Desse modo o participante seraacute esclarecido de que sua recusa natildeo acarretaraacute em quaisquer desconfortos com relaccedilatildeo agraves responsaacuteveis pela pesquisa tampouco junto agrave instituiccedilatildeo da qual eacute servidor De qualquer forma seraacute garantida a possibilidade de desistecircncia e retirada do consentimento sem prejuiacutezo de nenhuma natureza

Benefiacutecios previstos ndash Esta pesquisa propotildee a utilizaccedilatildeo de um instrumento cientiacutefico para a avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica pelos enfermeiros do Serviccedilo de Emergecircncia Adulto com o intuito de prevenir condutas inadequadas no manejo do paciente com esta dor sanar duacutevidas e otimizar seu atendimento Os resultados desta pesquisa seratildeo submetidos agrave devida aprovaccedilatildeo corrigidos e posteriormente enviados agrave divulgaccedilatildeo como artigo cientiacutefico

Custos ndash Todos os custos referentes agrave pesquisa seratildeo de inteira responsabilidade das pesquisadoras Sua participaccedilatildeo natildeo acarretaraacute em nenhum gasto ou gratificaccedilatildeo

Se vocecirc tiver alguma duacutevida ou necessidade de mais

informaccedilotildees em relaccedilatildeo agrave pesquisa ou natildeo quiser mais fazer parte dela poderaacute entrar em contato pelo telefone com a responsaacutevel pela pesquisa a seguir Aline Vieira (48) 9615-2850 eou e-mail alinevieira_spohotmailcom e Kaacutetia Bertoncello (48) 9919-9084 eou kbertoncelloyahoocombr

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Consentimento de Participaccedilatildeo no Estudo

Eu________________________________________________ declaro que li e estou de acordo em participar do estudo proposto por este documento Fui devidamente informado (a) pela pesquisadora Aline Costa Vieira dos objetivos dados que seratildeo obtidos sigilo riscos benefiacutecios e custos inerentes agrave pesquisa Estou ciente ainda que posso retirar meu consentimento a qualquer momento e que recebi uma coacutepia deste Termo de Consentimento

Florianoacutepolis __________________

_______________________________________

Assinatura do participante

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APEcircNDICE C ndash ROTEIRO DE ENTREVISTA SEMI-ESTRUTURADO

Roteiro semi-estruturado para entrevista Utilizaccedilatildeo do

Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem Albert Einstein Hospital Israelita

1Dados de identificaccedilatildeo Nome do profissional Idade Cargo Tempo de trabalho na profissatildeo Tempo de trabalho na instituiccedilatildeo Tempo de trabalho na emergecircncia Possui Poacutes graduaccedilao ( ) Natildeo ( ) Sim ( ) Especializaccedilatildeo Especificar ( ) Mestrado ( ) Doutorado 2 Roteiro para Entrevista

21 Como vocecirc avalia a utilizaccedilatildeo do Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado 22 Como vocecirc avalia a estrutura o formato e os fluxos de encaminhamentos contidos no Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado 23 Aponte as vantagensfacilidades e desvantagensdificuldades em utilizar o Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem pelo enfermeiro no acolhimento do HU 24 Vocecirc considera este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem aplicaacutevel para o acolhimento na emergecircncia do HU Justifique 25 Na sua opiniatildeo qual (quais) a (s) diferenccedila (s) em utilizar este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem em relaccedilatildeo ao protocolo que jaacute vecircm sendo utilizado na instituiccedilatildeo

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APEcircNDICE D ndash ENTREVISTA COM OS ENFERMEIROS

1Dados de identificaccedilatildeo (ENTREVISTA 1) Nome do profissional ldquoEnfermeiro 1rdquo Idade 26 Cargo Enfermeira Efetiva Tempo de trabalho na profissatildeo 1 ano e 11 meses Tempo de trabalho na instituiccedilatildeo 1 ano e 11 meses Tempo de trabalho na emergecircncia 1 ano e 11 meses Possui Poacutes graduaccedilao ( ) Natildeo (x ) Sim (x ) Especializaccedilatildeo Especificar Gestatildeo Puacuteblica ( ) Mestrado ( ) Doutorado 2 Roteiro para Entrevista

21 Como vocecirc avalia a utilizaccedilatildeo do Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado R Acho que eacute valido para fazer uma classificaccedilatildeo das siacutendromes coronarianas agudas E ele possibilita um tempo de atendimento que prioriza os pacientes com sintomas compatiacuteveis com siacutendrome coronariana aguda Eacute melhor que o adaptado de Manchester para avaliaccedilatildeo da dor toraacutecica 22 Como vocecirc avalia a estrutura o formato e os fluxos de encaminhamentos contidos no Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado R De faacutecil compreensatildeo 23 Aponte as vantagensfacilidades e desvantagensdificuldades da utilizaccedilatildeo deste Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem pelo enfermeiro no acolhimento do HU R Vantagens ndash tem como meta o atendimento porta-eletro de 10 minutos Eacute bem completo Desvantagens ndash eacute extenso R Facilidade ndash eacute um fluxograma simples de faacutecil compreensatildeo Dificuldade ndash eacute extenso

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24 Vocecirc considera este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem aplicaacutevel para o acolhimento na emergecircncia do HU Justifique Sim Porque iria colaborar com a diminuiccedilatildeo do tempo de atendimento a um paciente infartado por exemplo 25 Na sua opiniatildeo qual (quais) a (s) diferenccedila (s) em utilizar este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem em relaccedilatildeo ao protocolo que jaacute vecircm sendo utilizado na instituiccedilatildeo Este eacute mais extenso poreacutem possibilita uma classificaccedilatildeo de risco mais adequada 1Dados de identificaccedilatildeo (ENTREVISTA 2) Nome do profissional ldquoEnfermeiro 2rdquo Idade 33 Cargo Enfermeira Efetiva Tempo de trabalho na profissatildeo 4 anos Tempo de trabalho na instituiccedilatildeo 4 anos Tempo de trabalho na emergecircncia 3 anos Possui Poacutes graduaccedilao ( ) Natildeo (x ) Sim ( x ) Especializaccedilatildeo Especificar Enfermagem do trabalho (em andamento) ( x ) Mestrado (em andamento) ( ) Doutorado 2 Roteiro para Entrevista 21 Como vocecirc avalia a utilizaccedilatildeo do Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado R Eu achei assim que ele amplia a visatildeo o paciente chega com tal dor tu vai seguindo soacute que nesta parte aqui oh que a gente fica no acolhimento fazendo do eletro eu achei que fica natildeo fica como posso dizer eacute difiacutecil pro enfermeiro ficar laacute vendo a hora que vai fazer porque tu vai tocando ficha tocando ficha paciente chega com dor outro que briga porque quer ser atendido Essa parte eacute que eu achei mais complicada Eu natildeo indicaria o eletro eu deixaria para o ldquodoutorrdquo (risos) Porque na hora assim oh eu pensei seraacute que na rotina como a gente vai vai fazer Como a gente vai se organizar Seraacute que natildeo vai ter intriga entre a equipe de enfermagem e meacutedicos Mas nada que a gente natildeo entre num consenso igual quando comeccedilou o acolhimento a enfermagem que era chefia com um meacutedico que jaacute saiu Eles entraram num consenso treinaram os enfermeiros tiveram que ldquoforccedilarrdquo na cabeccedila da medicina e hoje eles aceitam

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22 Como vocecirc avalia a estrutura o formato e os fluxos de encaminhamentos contidos no Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado R No comeccedilo eu achei complicado porque daqui tem que vir pra caacute e pra caacute Deveria ser tudo na mesma folha porque ajuda e natildeo precisa pular de uma folha para outra 23 Aponte as vantagensfacilidades e desvantagensdificuldades da utilizaccedilatildeo deste Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem pelo enfermeiro no acolhimento do HU R A vantagem eacute que deixa o atendimento mais raacutepido e tu identifica mais facilmente o tipo de dor se eacute uma dor tiacutepica desconforto ou atiacutepica Jaacute te ajuda a encaminhar porque aacutess vezes tem duacutevida ou deixando no amarelo e natildeo eacute poderia deixar no verde Desvantagem ndash para aprender a usar isso aqui no comeccedilo eacute difiacutecil eacute complicado tem que seguir aqui e voltar olhar ver se perguntei isso ou natildeo para o paciente Pelo que eu percebi pelas setas apontando agraves vezes complica para seguir em duas folhas mas nada que com um treinamento natildeo se aprenda 24 Vocecirc considera este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem aplicaacutevel para o acolhimento na emergecircncia do HU Justifique R Acredito que eacute aplicaacutevel soacute esta questatildeo do eletro teria que rever isto eacute mexer com medicina ego de medicina 25 Na sua opiniatildeo qual (quais) a (s) diferenccedila (s) em utilizar este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem em relaccedilatildeo ao protocolo que jaacute vecircm sendo utilizado na instituiccedilatildeo R Aquele adaptado laacute eacute fraco meu deus natildeo tem nem o que falar este aqui eacute completo eacute como eu te falei ele vai indicando as dores tipos e os tipos de encaminhamento se preenche este se preenche aquele se eacute dor tiacutepica ou atiacutepica Eacute 100 melhor e outra coisa a dificuldade de aplicar este no comeccedilo para quem trabalha aqui na unidade ta quem eacute que vai fazer o eletro Eacute o enfermeiro do acolhimento ou o enfermeiro laacute dentro Ou eacute um residente Porque todo mundo quer aprender jaacute vecirc o traccedilado eacute interessante Mas tem dia que ta calmo mas tem dia que eacute uma loucura tu natildeo sabe para que lado olhar estes dias eu cheguei olhei pra Ana e ela olhou pra mim e a gente ficou assim oh o que fazer Ai tem que ver quem vai fazer o eletro Porque agraves vezes para o

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enfermeiro do acolhimento eacute uma ficha atraacutes da outra e agraves vezes tu pensa ah natildeo eacute nada o paciente ta ali quietinho e pode ser um infarto um AVC 1Dados de identificaccedilatildeo (ENTREVISTA 3) Nome do profissional ldquoEnfermeiro 3rdquo Idade 33 Cargo Enfermeira Residente Tempo de trabalho na profissatildeo 10 anos Tempo de trabalho na instituiccedilatildeo 2 anos Tempo de trabalho na emergecircncia 2 anos Possui Poacutes graduaccedilao ( ) Natildeo (x ) Sim ( ) Especializaccedilatildeo Especificar Sauacutede Puacuteblica ( ) Mestrado ( ) Doutorado 2 Roteiro para Entrevista 21 Como vocecirc avalia a utilizaccedilatildeo do Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado R Eu achei bem vaacutelido vai auxiliar para triar melhor mas achei meio longo demorado para usar tem vaacuterios detalhes que natildeo perguntamos na triagem como antecedentes cardiovasculares haacutebitos como tabagismo isso nem sempre a gente pergunta Mas eu acho que ajuda de qualquer maneira qualifica mais a triagem porque identifica mais fatores de risco ou natildeo 22 Como vocecirc avalia a estrutura o formato e os fluxos de encaminhamentos contidos no Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado R Para a gente usar no HU fica um pouco confuso para aplicar na praacutetica pois jaacute estamos acostumadas a usar o outro modelo Este modelo natildeo tem a cor laranja e como eu disse antes satildeo muitas perguntas para a pessoa que jaacute estaacute com dor ter que responder Fazer ele completo eacute difiacutecil tu natildeo vai ter tempo para perguntar tudo isso 23 Aponte as vantagensfacilidades e desvantagensdificuldades da utilizaccedilatildeo deste Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem pelo enfermeiro no acolhimento do HU Vantagens ndash qualifica a triagem vai avaliar melhor os riscos de ser mesmo um infarto uma siacutendrome coronariana Ele eacute mais especiacutefico para a dor toraacutecica o nosso usado eacute mais geral

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Desvantagens ndash achei ele um pouco longo o modelo do nosso eacute mais objetivo porque eacute numa folha soacute eacute mais objetivo Para noacutes demora fazer todas aquelas perguntas 24 Vocecirc considera este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem aplicaacutevel para o acolhimento na emergecircncia do HU Justifique RSim Eacute aplicaacutevel com certeza a gente atende vaacuterios casos de dor toraacutecica e vai estar ajudando a classificar vai estar facilitando Eacute mais um instrumento aleacutem de soacute a intensidade da dor tem mais paracircmetros avalia melhor uma situaccedilatildeo grave 25 Na sua opiniatildeo qual (quais) a (s) diferenccedila (s) em utilizar este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem em relaccedilatildeo ao protocolo que jaacute vecircm sendo utilizado na instituiccedilatildeo R como eu falei apesar da dificuldade pelo tamanho tem mais perguntas a fazer mas ele aborda mais aspectos para identificar o risco de uma situaccedilatildeo grave Ele pode ser readequado para a gente ter mais embasamento Eu acho que daacute para tentar adaptar deixar mais objetivo numa folha soacute mas eacute vaacutelido sim tem essa necessidade O nosso eacute incompleto agraves vezes eacute insuficiente 1Dados de identificaccedilatildeo (ENTREVISTA 4) Nome do profissional ldquoEnfermeiro 4rdquo Idade 38 Cargo Enfermeira Efetiva Tempo de trabalho na profissatildeo 16 anos Tempo de trabalho na instituiccedilatildeo 1 ano Tempo de trabalho na emergecircncia 1 ano Possui Poacutes graduaccedilao ( ) Natildeo (X ) Sim ( ) Especializaccedilatildeo Especificar Sauacutede da famiacutelia ( ) Mestrado ( ) Doutorado 2 Roteiro para Entrevista 21 Como vocecirc avalia a utilizaccedilatildeo do Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado R Eu acho que ele ajudou porque no momento eu consigo ver no fluxograma um suspeita no caso de IAM ou se eacute uma dor atiacutepica acho

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que ele me deu uma boa noccedilatildeo porque a gente tem muitos casos de dor toraacutecica aqui 22 Como vocecirc avalia a estrutura o formato e os fluxos de encaminhamentos contidos no Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado R A uacutenica coisa que ficou complicado eacute que noacutes usamos aqui o vermelho natildeo o laranja eacute aqui neste natildeo tem Mas eu achei legal 23 Aponte as vantagensfacilidades e desvantagensdificuldades da utilizaccedilatildeo deste Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem pelo enfermeiro no acolhimento do HU R A vantagem eacute que o fluxograma me ajuda a avaliar maior chance de ter uma dor tiacutepica ou atiacutepica ne considerando os fatores de risco considerando se a pessoa ta com o sintoma no momento se tem antecedentes isso ajuda Desvantagem ndash natildeo vi desvantagem achei bem legal R Ah eacute porque aqui se tem dor toraacutecica soacute ir seguindo eacute parecido com o que a gente usa ali eu achei faacutecil 24 Vocecirc considera este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem aplicaacutevel para o acolhimento na emergecircncia do HUJustifique R Eu acho que daacute porque a gente tem bastante caso de dor toraacutecica e ajuda a ter uma ideacuteia porque chega pessoa de 60 anos e chega pessoa com 20 anos e dormecircncia no braccedilo entatildeo acho que ele ajuda bastante 25 Na sua opiniatildeo qual (quais) a (s) diferenccedila (s) em utilizar este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem em relaccedilatildeo ao protocolo que jaacute vecircm sendo utilizado na instituiccedilatildeo R Ele te daacute uma noccedilatildeo do que se trata os fatores de risco antecedentes cardiovasculares sabendo que isso influencia ne em ter uma maior chance de IAM ajuda muito e ali no outro natildeo tem Esse eacute bem completo eu acho 1Dados de identificaccedilatildeo (ENTREVISTA 5) Nome do profissional ldquoEnfermeiro 5rdquo Idade 29 anos Cargo enfermeira efetiva Tempo de trabalho na profissatildeo 4 anos Tempo de trabalho na instituiccedilatildeo 4 anos

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Tempo de trabalho na emergecircncia 4 anos Possui Poacutes graduaccedilao ( ) Natildeo (x) Sim(X) Especializaccedilatildeo Especificar Sauacutede Puacutelbica ( ) Mestrado ( ) Doutorado 2 Roteiro para Entrevista 21 Como vocecirc avalia a utilizaccedilatildeo do Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado R Eu achei ele um pouco complicado de usar Eu natildeo tive oportunidade de usar muitas vezes acho que umas 5 ou 6 vezes entatildeo eu acho que talvez por isso A primeira vez que eu usei fiquei um pouco perdida por mais que eu tivesse lido vc tivesse me mostrado Entatildeo eu achei ele um pouco difiacutecil mas eu acredito que com o passar do tempo ele se torne bem uacutetil porque ele eacute bem detalhado Soacute que no momento que tu vai fazer a entrevista do paciente como tu natildeo tinha muita intimidade com ele praacutetica eu me sentia muito perdida porque tinha que olhar para muitos itens sabe mas eu acredito que com o passar do tempo e tendo experiecircncia nele assim como no de Manchester no iniacutecio tambeacutem foi um pouco complicado ne Mas por ser novo e eu ter usado pouco pois fiquei 2 meses de feacuterias 22 Como vocecirc avalia a estrutura o formato e os fluxos de encaminhamentos contidos no Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado R Ele auxilia bastante na tomada de decisatildeo realmente ele traz o motivo traz as coisas baacutesicas que tem que perguntar para o paciente para ver se eacute uma dor tiacutepica atiacutepica se ele precisa ser atendido dentro de um protocolo de dor toraacutecica ne que fala de eletro em 10 minutos tempo porta-agulha porta-balatildeo entatildeo pra isso ele eacute bom porque tem fatores de risco antecedentes tudo isso satildeo coisas que tem que saber E o Manchester ele eacute bem mais pontual ne Esse eacute um pouquinho mais demorado ele eacute grande eu acho ele eacute pra ti usar assim raacutepido ele eacute um pouco grande Eu acho o Manchester mais faacutecil Ele eacute bem auto-explicativo sabe mas as vezes eu ficava meio em duacutevida na hora de que eu usava sabe porque por exemplo se era soacute 1 jaacute caia no dor tiacutepica eu sentia um pouco de duacutevida na hora de usar Ele eacute bem auto-explicativo acredito que com o tempo seria faacutecil de usar Eu tinha um pouco de dificuldade natildeo com a dor tiacutepica a dor tiacutepica era faacutecil de

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identificar dentro desse instrumento mas a dor atiacutepica eu tive dificuldade 23 Aponte as vantagensfacilidades e desvantagensdificuldades da utilizaccedilatildeo deste Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem pelo enfermeiro no acolhimento do HU REu acho que o tamanho dele eu jaacute falei a desvantagem era realmente muito longo e por natildeo ter intimidade com ele eu acho ele meio difiacutecil de usar essa eacute a desvantagemE a vantagem eacute que ele eacute bem auto-explicativo natildeo tem como tu natildeo esquecer de nada porque ta tudo aqui os fatores de risco de ne sintomas se tem problema na famiacutelia isso tudo explica tudo Neste ponto ele eacute muito bom 24 Vocecirc considera este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem aplicaacutevel para o acolhimento na emergecircncia do HUJustifique REu acho que sim Soacute precisa realmente ter mais eacute mas realmente intimidade com ele se habituar a usar saber como usar ele adequadamente 25 Na sua opiniatildeo qual (quais) a (s) diferenccedila (s) em utilizar este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem em relaccedilatildeo ao protocolo que jaacute vecircm sendo utilizado na instituiccedilatildeo REu acho o protocolo de dor toraacutecica ele eacute mais raacutepido do que esse aqui ele tem poucos pontos para se observar soacute que ele eacute muito geneacuterico assim ele natildeo traz coisaseacute qualquer dor toraacutecica Aqui ele traz mais com casos na dor toraacutecica cardioloacutegica Entatildeo neste ponto voltado para a cardiologia esse aqui eacute melhor neste ponto Mas pela facilidade e agilidade aquele eacute melhor ele eacute mais raacutepido Soacute que voltado para a dor toraacutecica eacute melhor eacute mais explicativo Acredito que ele te leva a fazer uma triagem bem feita cardiologicamente falando 1Dados de identificaccedilatildeo (ENTREVISTA 6) Nome do profissional Enfermeiro 6 Idade 27 anos Cargo enfermeira residente Tempo de trabalho na profissatildeo 45 anos Tempo de trabalho na instituiccedilatildeo 2 anos Tempo de trabalho na emergecircncia 2 anos Possui Poacutes graduaccedilao ( ) Natildeo (x) Sim(X) Especializaccedilatildeo Especificar urgecircncia emergecircncia e APH ( ) Mestrado ( ) Doutorado

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2 Roteiro para Entrevista 21 Como vocecirc avalia a utilizaccedilatildeo do Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado O instrumento foi importante guiou melhor a conduta a ser seguida ao realizar o acolhimento 22 Como vocecirc avalia a estrutura o formato e os fluxos de encaminhamentos contidos no Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado Eu achei o formato do fluxograma um pouco complicado de entender continha bastante informaccedilotildees mas ao mesmo tempo auxiliava para a triagem das cores que o paciente se encaixaria 23 Aponte as vantagensfacilidades e desvantagensdificuldades da utilizaccedilatildeo deste Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem pelo enfermeiro no acolhimento do HU Vantagens auxilia na classificaccedilatildeo por coresgravidade Desvantagem longo e demorado para aplicar Leva mais tempo para realizar o acolhimento Facilidades melhora a triagem sendo mais corretas pois verifica-se comorbidade e encaminha bem certo como proceder conforme sintomas e comorbidades Dificuldades de contatar o poacutes atendimento com o medico (diagnoacutestico) verificar se fez ECG 24 Vocecirc considera este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem aplicaacutevel para o acolhimento na emergecircncia do HU Justifique Ele eacute aplicaacutevel mas deve ser melhorado (facilitado a leitura para aplicaccedilatildeo mais raacutepida) acho que para o desfecho eacute complicado a enfermeira do acolhimento conseguir acompanhar 25 Na sua opiniatildeo qual (quais) a (s) diferenccedila (s) em utilizar este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem em relaccedilatildeo ao protocolo que jaacute vecircm sendo utilizado na instituiccedilatildeo O Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica eacute bem mais completo e facilita a identificaccedilatildeo real de um provaacutevel evento cardiacuteaco Jaacute o protocolo da instituiccedilatildeo eacute mais sucinto

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1Dados de identificaccedilatildeo (ENTREVISTA 7) Nome do profissional ldquoEnfermeiro 7rdquo Idade 28 Cargo Enfermeira Residente Tempo de trabalho na profissatildeo 2 anos Tempo de trabalho na instituiccedilatildeo 2 anos Tempo de trabalho na emergecircncia 2 anos Possui Poacutes graduaccedilao (x ) Natildeo ( ) Sim ( ) Especializaccedilatildeo Especificar -___________ ( ) Mestrado ( ) Doutorado 2 Roteiro para Entrevista 21 Como vocecirc avalia a utilizaccedilatildeo do Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado R Achei que ele eacute praacutetico didaacutetico e de faacutecil aplicaccedilatildeo 22 Como vocecirc avalia a estrutura o formato e os fluxos de encaminhamentos contidos no Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem utilizado R De faacutecil aplicaccedilatildeo e facilita encaminhamento e tomada de decisatildeo 23 Aponte as vantagensfacilidades e desvantagensdificuldades da utilizaccedilatildeo deste Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem pelo enfermeiro no acolhimento do HU R Vantagens ndash avaliaccedilatildeo do enfermeiro agilidade do processo recuperaccedilatildeo do paciente Desvantagens ndash natildeo tem R Facilidade ndash aplicaccedilatildeo agilidade Dificuldade ndash o serviccedilo natildeo aceitaraacute pedido de ECG com carimbo do enfermeiro 24 Vocecirc considera este Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem aplicaacutevel para o acolhimento na emergecircncia do HUJustifique R Sim Pela facilidade de aplicaccedilatildeo e diferenciaccedilatildeo do caso de dor toraacutecica ser IAM ou natildeo Agilidade do atendimento do paciente 25 Na sua opiniatildeo qual (quais) a (s) diferenccedila (s) em utilizar este

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Fluxograma de Triagem Cardioloacutegica de Enfermagem em relaccedilatildeo ao protocolo que jaacute vecircm sendo utilizado na instituiccedilatildeo R Este daacute mais seguranccedila na hora de classificar a sintomatologia do paciente

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ANEXOS

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ANEXO A - INSTRUMENTO ADAPTADO DO PROTOCOLO DE MANCHESTER

IacuteNDICE DE FLUXOGRAMAS

Nordm QUEIXA PRINCIPAL (motivo da vinda ao

hospital) PAacuteGINA

01 ASMA 01

02 AUTO-AGRESSAtildeO (TENTATIVA DE

SUICIDIO) 02

03 CEFALEIA 03

04 COMPORTAMENTO ESTRANHO 04

05 CONVULSOtildeES 05

06 CORPO ESTRANHO 06

07 DIABETES HISTOacuteRIA DE 07

08 DIARREIA 08

09 DISPNEIA 09

10 DOENCcedilA HEMATOLOacuteGICA 10

11 DOENCcedilA MENTAL 11

12 DOENCcedilAS SEXUALMENTE

TRANSMISSIacuteVEIS 12

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13 DOR ABDOMINAL 13

14 DOR CERVICAL 14

15 DOR DE GARGANTA 15

16 DOR LOMBAR 16

17 DOR TESTICULAR 17

18 DOR TORACICA 18

19 EMBRIAGUES APARENTE 19

20 ERUPCcedilAtildeO CUTAcircNEA 20

21 ESTADO DE INCONSCIEcircNCIA 21

22 EXPOSICcedilAtildeO A AGENTES QUIacuteMICOS 22

23 FERIDAS 23

24 GRAVIDEZ 24

25 HEMORRAGIA DIGESTIVA 25

26 HEMORRAGIA VAGINAL 26

27 MAL ESTAR EM ADULTO 27

28 INFECCCcedilOtildeES LOCAIS E ABSCESSOS 28

29 MORDEDURAS E PICADAS 29

30 PROBLEMAS DENTAacuteRIOS 30

31 PROBLEMAS EM EXTREMIDADES

(MEMBROS) 31

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32 PROBLEMAS NASAIS 32

33 PROBLEMAS NOS OUVIDOS 33

34 PROBLEMAS OFTALMOLOacuteGICOS 34

35 PROBLEMAS URINAacuteRIOS 35

36 QUEDAS 36

37 QUEIMADURAS 37

38 QUEIXAS ANAIS 38

39 SUPERDOSAGEM E ENVENENAMENTO

(intoxicaccedilotildees exoacutegenas) 39

40 TRAUMA CRAcircNIO-ENCEFALICO 40

41 VERTIGEM E TONTURAS 41

42 VOcircMITOS 42

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FLUXOGRAMA 18 - DOR TORAacuteCICA

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ANEXO B - FLUXOGRAMA DE TRIAGEM CARDIOLOacuteGICA DE ENFERMAGEM