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Superior Tribunal de Justiça AgRg no RECURSO ESPECIAL 1.512.727 - PE (2015/0014176-4) RELATÓRIO MINISTRA ASSUSETE MAGALHÃES: Trata-se de Agravo Regimental, interposto pela USINA PEDROZA S/A, contra decisão de minha lavra (fls. 159/168e), que negou seguimento ao Recurso Especial, in verbis: "Trata-se de Recurso Especial, com fundamento na alínea a do permissivo constitucional, interposto pela USINA PEDROZA S/A, contra acórdão do Tribunal Regional Federal da Região, assim ementado: 'Tributário e Processual Civil. Execução Fiscal. Adesão ao parcelamento, nos termos da Lei 11.941/09. I - Ato inequívoco do reconhecimento da dívida fiscal. Interrupção do prazo prescricional. Art. 174, parágrafo 4º, CTN. II- A demora entre o ajuizamento da ação e a efetiva citação não pode ser atribuída ao exequente. Súmula 106 do STJ. Morosidade do Judiciário. Inexistência da inércia da Fazenda Nacional. III - Prescrição não configurada. Presença dos requisitos de certeza, liquidez e exigibilidade da CDA. IV - Precedentes. Apelação improvida' (fl. 98e). Opostos Embargos de Declaração, foram desprovidos (fls. 113/119e). No Recurso Especial, a recorrente alega violação aos arts. 2º, § 5º, § 6º, 40, § 4º, da Lei 6.830/80; 202 do CTN e 535, I, do CPC, defendendo, em síntese, que: a) a CDA não apresenta os requisitos formais previsto em lei, pois não foram apresentados a forma de calcular os juros de mora, a atualização monetária do crédito, a origem do crédito tributário, com a especificação de qual o fato gerador praticado, as circunstâncias e o modo como foi apurado pelo fisco a ocorrência desse fato gerador; b) decorreu o prazo prescricional do crédito tributário; c) a Corte de origem incorreu em omissão, ao deixar de se pronunciar, no âmbito dos Embargos de Declaração, sobre questões essenciais à solução da controvérsia. Contrarrazões apresentadas (fls. 146/151e). O Recurso não merece prosperar. Inicialmente, verifica-se que não se configurou ofensa a nenhum dos Documento: 48637044 - RELATÓRIO E VOTO - Site certificado Página 1 de 23

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    AgRg no RECURSO ESPECIAL N 1.512.727 - PE (2015/0014176-4)

    RELATRIO

    MINISTRA ASSUSETE MAGALHES: Trata-se de Agravo Regimental, interposto pela USINA PEDROZA S/A, contra deciso de minha lavra (fls. 159/168e), que negou seguimento ao Recurso Especial, in verbis:

    "Trata-se de Recurso Especial, com fundamento na alnea a do permissivo constitucional, interposto pela USINA PEDROZA S/A, contra acrdo do Tribunal Regional Federal da 5 Regio, assim ementado:

    'Tributrio e Processual Civil. Execuo Fiscal. Adeso ao parcelamento, nos termos da Lei 11.941/09. I - Ato inequvoco do reconhecimento da dvida fiscal. Interrupo do prazo prescricional. Art. 174, pargrafo 4, CTN. II- A demora entre o ajuizamento da ao e a efetiva citao no pode ser atribuda ao exequente. Smula 106 do STJ. Morosidade do Judicirio. Inexistncia da inrcia da Fazenda Nacional. III - Prescrio no configurada. Presena dos requisitos de certeza, liquidez e exigibilidade da CDA. IV - Precedentes. Apelao improvida' (fl. 98e).

    Opostos Embargos de Declarao, foram desprovidos (fls. 113/119e).No Recurso Especial, a recorrente alega violao aos arts. 2, 5, 6, 40, 4, da Lei 6.830/80; 202 do CTN e 535, I, do CPC, defendendo, em sntese, que:a) a CDA no apresenta os requisitos formais previsto em lei, pois no foram apresentados a forma de calcular os juros de mora, a atualizao monetria do crdito, a origem do crdito tributrio, com a especificao de qual o fato gerador praticado, as circunstncias e o modo como foi apurado pelo fisco a ocorrncia desse fato gerador;b) decorreu o prazo prescricional do crdito tributrio;c) a Corte de origem incorreu em omisso, ao deixar de se pronunciar, no mbito dos Embargos de Declarao, sobre questes essenciais soluo da controvrsia.Contrarrazes apresentadas (fls. 146/151e).O Recurso no merece prosperar.Inicialmente, verifica-se que no se configurou ofensa a nenhum dos

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    dispositivos processuais alegados, inclusive, no que se refere ao art. 535, I, do CPC, j que o Tribunal de origem julgou integralmente a lide e solucionou a controvrsia, tal como lhe foi apresentada pela apelante, ao proclamar que 'a apelante, alegou mas no comprovou que a CDA no continha os requisitos indispensveis de certeza, liquidez e exigibilidade do ttulo executivo. Dessa forma, tem-se que a citada certido est em consonncia com o art. 2, 6, da Lei n 6.830/80' (fl. 116e). Vale ressaltar, ainda, que no se pode confundir deciso contrria ao interesse da parte com ausncia de fundamentao ou negativa de prestao jurisdicional. De fato, no est o juiz obrigado a rebater, pormenorizadamente, todas as questes trazidas pela parte, citando os dispositivos legais que esta entende pertinentes para a resoluo da controvrsia. A negativa de prestao jurisdicional se configura apenas quando o Tribunal deixa de se manifestar sobre ponto que seria indubitavelmente necessrio ao deslinde do litgio. Nesse sentido:

    'PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTRIO. RECURSO ESPECIAL SUBMETIDO SISTEMTICA PREVISTA NO ART. 543-C DO CPC. VIOLAO DO ART. 535 DO CPC. NO-OCORRNCIA. REPETIO DE INDBITO. JUROS DE MORA PELA TAXA SELIC. ART. 39, 4, DA LEI 9.250/95. PRECEDENTES DESTA CORTE.1. No viola o art. 535 do CPC, tampouco nega a prestao jurisdicional, o acrdo que adota fundamentao suficiente para decidir de modo integral a controvrsia.2. Aplica-se a taxa SELIC, a partir de 1.1.1996, na atualizao monetria do indbito tributrio, no podendo ser cumulada, porm, com qualquer outro ndice, seja de juros ou atualizao monetria.3. Se os pagamentos foram efetuados aps 1.1.1996, o termo inicial para a incidncia do acrscimo ser o do pagamento indevido; no entanto, havendo pagamentos indevidos anteriores data de vigncia da Lei 9.250/95, a incidncia da taxa SELIC ter como termo a quo a data de vigncia do diploma legal em tela, ou seja, janeiro de 1996.Esse entendimento prevaleceu na Primeira Seo desta Corte por ocasio do julgamento dos EREsps 291.257/SC, 399.497/SC e 425.709/SC.4. Recurso especial parcialmente provido. Acrdo sujeito

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    sistemtica prevista no art. 543-C do CPC, c/c a Resoluo 8/2008 - Presidncia/STJ' (STJ, REsp 1.111.175/SP, Rel. Ministra DENISE ARRUDA, PRIMEIRA SEO, DJe 01/07/2009)

    'PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTRIO. RECURSO REPRESENTATIVO DA CONTROVRSIA. ART. 543-C, DO CPC. VIOLAO AO ART. 535, DO CPC. ALEGAES GENRICAS. SMULA N. 284/STF. PIS/PASEP E COFINS. ART. 3, 1, DA LEI N. 9.718/98. DISCUSSO A RESPEITO DO CONCEITO DE FATURAMENTO/RECEITA BRUTA PARA AS PESSOAS JURDICAS TRIBUTADAS PELO IMPOSTO DE RENDA COM BASE NO LUCRO PRESUMIDO OU ARBITRADO. ART. 8, II, DA LEI N. 10.637/2002 (PIS) E ART. 10, II, DA LEI N. 10.833/2003 (COFINS).1. No merece conhecimento o recurso especial que aponta violao ao art. 535, do CPC, sem, na prpria pea, individualizar o erro, a obscuridade, a contradio ou a omisso ocorrida no acrdo proferido pela Corte de Origem, bem como sua relevncia para a soluo da controvrsia apresentada nos autos. Incidncia da Smula n. 284/STF: ' inadmissvel o recurso extraordinrio, quando a deficincia na sua fundamentao no permitir a exata compreenso da controvrsia'.2. Reconhecido o direito repetio de indbito com base na inconstitucionalidade do art. 3, 1, da Lei n. 9.718/98, deve ser reconhecido o mesmo direito aps a vigncia das Leis n. 10.637/2002 e 10.833/2003 para as pessoas jurdicas tributadas pelo imposto de renda com base no lucro presumido ou arbitrado, diante da aplicao do art. 8, II, da Lei n. 10.637/2002 e do art. 10, II, da Lei n. 10.833/2003, que excluem tais pessoas jurdicas da cobrana no-cumulativa do PIS e da COFINS. Precedentes: AgRg no REsp. n. 961.340/SC, Segunda Turma, Rel. Min. Eliana Calmon, julgado em 27.10.2009; REsp. n. 979.862/SC, Segunda Turma, Rel. Min. Eliana Calmon, julgado em 25.05.2010.3. Recurso especial parcialmente conhecido e, nessa parte, provido. Acrdo submetido ao regime do art. 543-C, do CPC, e da Resoluo STJ n. 8/2008' (STJ, REsp 1.354.506/SP, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, PRIMEIRA SEO, DJe de 21/08/2013)

    No mais, conforme se observa dos autos, trata-se de Exceo de

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    Pr-Executividade, o qual a recorrente requer que seja reconhecida a nulidade da Certido da Dvida Ativa (CDA) e, em segundo momento, a ocorrncia da prescrio intercorrente do crdito tributrio oriundo de contribuio do INSS.Ocorre que, a jurisprudncia do STJ, que firmou o entendimento de que a Exceo de Pr-Executividade admissvel na execuo fiscal relativamente s matrias conhecveis de ofcio e que no demandem dilao probatria. Nesse sentido, confiram-se os julgados:

    'AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. TRIBUTRIO. EXECUO FISCAL. PRESCRIO. RAZES DO APELO NOBRE QUE NO INDICAM DISPOSITIVO DE LEI QUE TERIA SIDO OBJETO DE VIOLAO PELO JULGADO IMPUGNADO. PRECEDENTE DA CORTE ESPECIAL DO STJ: AGRG NO RESP. 1.346.588/DF, REL. MIN. ARNALDO ESTEVES LIMA, DJE 17.03.2014 SUMULA 284/STF. EXCEO DE PR-EXECUTIVIDADE. INADMISSIBILIDADE, NECESSIDADE DE DILAO PROBATRIA. RESP. 1.104.900/ES, REL. MIN. DENISE ARRUDA, DJE 01.04.2009. ACRDO EM CONFORMIDADE COM A ORIENTAO DO STJ. ENTENDIMENTO DIVERSO QUE DEPENDE DO REEXAME DE PROVAS. SMULA 07/STJ. PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO. 1. A Jurisprudncia do STJ est assentada na impossibilidade de conhecimento do Recurso Especial por ambas as alneas do permissivo constitucional, quando no indicado o dispositivo de lei supostamente violado ou que tenha recebido interpretao divergente pelo julgado impugnado. Incidncia da Smula 284/STF. Precedente da Corte Especial do STJ: AgRg no REsp. 1.346.588/DF, Rel. Min. ARNALDO ESTEVES LIMA, DJE 17.03.2014. 2. Consolidado tambm, por meio de recurso representativo de controvrsia, o entendimento de que a exceo de pr-executividade somente admitida nas situaes em que no se faz necessria a dilao probatria ou em que as questes possam ser conhecidas de ofcio pelo Magistrado, como as condies da ao, os pressupostos processuais, a decadncia, a prescrio, entre outras (REsp. 1.104.900/ES, Rel. Min. DENISE ARRUDA, DJe 01.04.2009). 3. Na hiptese, o acrdo recorrido consignou expressamente no ser o caso de acolhimento da objeo de pr-executividade, ante a necessidade de dilao probatria. Aferio da necessidade de dilao

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    probatria que depende do reexame ftico-probatrio da causa (Smula 07/STJ). 4. Agravo Regimental desprovido' (STJ, AgRg no AREsp 486.861/RJ, Rel. Ministro NAPOLEO NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA TURMA, DJe de 06/06/2014).

    'TRIBUTRIO E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. EXECUO FISCAL. EXCEO DE PR-EXECUTIVIDADE. SMULA 393/STJ. ILEGITIMIDADE PASSIVA. INVIABILIDADE. DISCUSSO SOBRE A NECESSIDADE DE DILAO PROBATRIA. SMULA 7/STJ. AGRAVO REGIMENTAL NO PROVIDO. 1. A exceo de pr-executividade admissvel na execuo fiscal relativamente s matrias conhecveis de ofcio que no demandem dilao probatria. (Smula 393/STJ). 2. O Tribunal de origem consignou que a aferio da ilegitimidade passiva em sede de exceo de pr-executividade demandaria dilao probatria. Nesse contexto, para se adotar qualquer concluso em sentido contrrio ao que ficou expressamente consignado no acrdo atacado necessrio o reexame do conjunto ftico-probatrio, o que invivel em sede de recurso especial, tendo em vista o disposto na Smula 7/STJ. 3. Agravo regimental no provido' (STJ, AgRg no AREsp 488.151/SP, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, DJe de 19/05/2014).

    'TRIBUTRIO. AGRAVO REGIMENTAL NOS EMBARGOS DE DECLARAO NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. CITAO POR EDITAL. PRESCRIO. INTERRUPO. RESP 999.901/RS PROCESSADO E JULGADO SOB O RITO DO ART. 543-C DO CPC. EXCEO DE PR-EXECUTIVIDADE. SMULA 393/STJ. SCIO. REDIRECIONAMENTO. REEXAME DE PROVAS. SMULA 7/STJ. AGRAVO NO PROVIDO. 1. O Superior Tribunal de Justia, por ocasio do julgamento do REsp 999.901/RS, processado e julgado sob o rito do art. 543-C do CPC, firmou o entendimento no sentido de que a citao, mesmo que realizada por edital, tem o condo de interromper o curso da prescrio na execuo fiscal. 2. 'A exceo de pr-executividade admissvel na execuo fiscal relativamente s matrias conhecveis de ofcio que no demandem dilao probatria' (Smula 393/STJ). 3. 'Para se chegar concluso diversa da firmada pelas

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    instncias ordinrias no tocante ao redirecionamento da execuo fiscal em razo do descumprimento ao art. 135, III do CTN pelo scio-gerente seria necessrio o reexame de matria ftico-probatria, o que encontra bice na Smula 7 desta Corte, segundo a qual a pretenso de simples reexame de prova no enseja recurso especial' (AgRg no Ag 1.341.069/PR, Rel. Min. NAPOLEO NUNES MAIA FILHO, Primeira Turma, DJe 15/9/11). 4. Agravo regimental no provido' (STJ, AgRg nos EDcl no Ag 1358012/PR, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, PRIMEIRA TURMA, DJe de 08/05/2014).

    Ainda sobre o tema, a eg. Primeira Seo do STJ editou a Smula 393, que preceitua: 'A exceo de pr-executividade admissvel na execuo fiscal relativamente s matrias conhecveis de ofcio que no demandem dilao probatria.'Portanto, reconhecida pela Corte de origem a higidez da CDA, alterar ou modificar tal entendimento, em Recurso Especial, demandaria, necessariamente, reexame do conjunto ftico-probatrio dos autos, o que vedado na via estreita do Recurso Especial, por incidncia da Smula 7/STJ.Neste sentido, confiram-se os seguintes julgados:

    'PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. EXECUO FISCAL. EXCEO DE PR-EXECUTIVIDADE. SATISFAO DA OBRIGAO. CERCEAMENTO DE DEFESA. REEXAME PROBATRIO. SMULA 7/STJ.1. 'A exceo de pr-executividade admissvel na execuo fiscal relativamente s matrias conhecveis de ofcio que no demandem dilao probatria' (Smula 393/STJ).2. Na hiptese, tendo a Corte de origem concludo que as questes debatidas, satisfao da obrigao e cerceamento de defesa, demandariam dilao probatria, sendo defesa sua anlise na exceo de pr-executividade, mas, sim, nos embargos execuo, sua aferio encontra bice na Smula 7/STJ.3. Agravo regimental a que se nega provimento' (STJ, AgRg no AREsp 529.915/MG, Rel. Ministro OG FERNANDES, SEGUNDA TURMA, DJe de 04/09/2014).

    'TRIBUTRIO. AGRAVO REGIMENTAL. EXECUO FISCAL. EXCEO DE PR-EXECUTIVIDADE. DILAO PROBATRIA. IMPOSSIBILIDADE. INTELIGNCIA DA SMULA 393/STJ.

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    ILEGITIMIDADE PASSIVA. CONCLUSO DA CORTE DE ORIGEM NO SENTIDO DA NECESSIDADE DE DILAO PROBATRIA PARA O JULGAMENTO DA QUESTO. REVISO. IMPOSSIBILIDADE. INCIDNCIA DA SMULA 7/STJ.1. Este Superior Tribunal de Justia possui entendimento assente, consignado na Smula 393, no sentido de que a exceo de pr-executividade admissvel na execuo fiscal relativamente s matrias conhecveis de ofcio que no demandem dilao probatria.2. A alterao da concluso adotada pela Corte de origem de que a aferio da ilegitimidade passiva na espcie demandaria dilao probatria encontra bice previsto na Smula 7/STJ.3. Agravo regimental a que se nega provimento' (STJ, AgRg no AREsp 289.365/AL, Rel. Ministro SRGIO KUKINA, PRIMEIRA TURMA, DJe de 20/06/2014).

    'TRIBUTRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. EXCEO DE PR-EXECUTIVIDADE. SMULA 393/STJ. SCIO. REDIRECIONAMENTO. REEXAME DE PROVAS. SMULA 7/STJ. PRESCRIO. AUSNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. IMPOSSIBILIDADE DE APRECIAO. AGRAVO NO PROVIDO.1. 'A exceo de pr-executividade admissvel na execuo fiscal relativamente s matrias conhecveis de ofcio que no demandem dilao probatria' (Smula 393/STJ).2. 'Para se chegar concluso diversa da firmada pelas instncias ordinrias no tocante ao redirecionamento da execuo fiscal em razo do descumprimento ao art. 135, III do CTN pelo scio-gerente seria necessrio o reexame de matria ftico-probatria, o que encontra bice na Smula 7 desta Corte, segundo a qual a pretenso de simples reexame de prova no enseja recurso especial' (AgRg no Ag 1.341.069/PR, Primeira Turma, Rel. Min. NAPOLEO NUNES MAIA FILHO, DJe 15/9/11).3. A matria relativa prescrio, apesar de ser de ordem pblica, no foi enfrentada pelas instncias ordinrias, restando ausente o indispensvel requisito do prequestionamento. Invivel, assim, sua apreciao em sede de recurso especial.4. Agravo regimental no provido' (STJ, AgRg no AREsp 430.927/SP, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, PRIMEIRA TURMA, DJe de 06/02/2014).

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    'PROCESSUAL CIVIL - AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL - EXECUO FISCAL - REDIRECIONAMENTO - DISSOLUO IRREGULAR DE SOCIEDADE - SMULAS 7, 211/STJ E 283/STF.1. Tendo o Tribunal de origem firmado entendimento de que a exceo de pr-executividade no seria o meio adequado para questionar a legitimidade passiva do scio-gerente, diante da necessidade de dilao probatria, no h como esta Corte rever tal premissa, sem revolver o acervo documental dos autos. Incidncia da Smula 7/STJ.2. Descabe anlise de tese relativa prescrio quando o recorrente no impugna os fundamentos de que se valeu a instncia a quo para julgar a matria. Aplicao da Smula 283/STF.3. Invivel a esta Corte emitir juzo de valor sobre tese que, apesar da oposio de embargos declaratrios, no foi prequestionada na origem (Smula 211/STJ).4. Agravo regimental no provido' (STJ, AgRg no AREsp 224.233/PA, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA, DJe de 24/10/2013).

    'AGRAVO REGIMENTAL. TRIBUTRIO. EXCEO DE PR-EXECUTIVIDADE. PRESCRIO. SMULA 393/STJ. MATRIA SUBMETIDA SISTEMTICA PREVISTA NO ART. 543-C DO CPC. NECESSIDADE DE DILAO PROBATRIA. REEXAME DE FATOS E PROVAS. SMULA 7/STJ.1. A Primeira Seo, no julgamento do REsp 1.104.900/ES, sob o rito dos recursos repetitivos, consolidou o entendimento segundo o qual a exceo de pr-executividade constitui meio legtimo para discutir questes que possam ser conhecidas de ofcio pelo magistrado, como as condies da ao, os pressupostos processuais, a decadncia, a prescrio, entre outras, desde que desnecessria a dilao probatria.2. Ficou assentado pela Corte a quo que a pretenso recursal no demanda dilao probatria e que os documentos colacionados so suficientes para demonstrar a ocorrncia de prescrio. Assim, rever a concluso exarada pelo TRF da 5 Regio, no sentido de que dispensvel a dilao probatria, invivel em recurso especial, sob pena de violao Smula 7 do STJ.

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    Agravo regimental improvido' (STJ, AgRg no AREsp 353.250/AL, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, DJe de 18/09/2013).

    Ademais, quanto alegao da prescrio intercorrente do crdito tributrio, o Tribunal de origem afastou a ocorrncia, ao fundamento de que 'a demora no processamento da demanda deveu-se em razo da morosidade imputvel ao judicirio' (fl. 94e).No caso, a Primeira Seo do STJ, por ocasio do julgamento do REsp 1.102.431/RJ, tambm sob o rito do art. 543-C do CPC, assentou o entendimento de que 'a verificao de responsabilidade pela demora na prtica dos atos processuais implica indispensvel reexame de matria ftico-probatria, o que vedado a esta Corte Superior, na estreita via do recurso especial, ante o disposto na Smula 7/STJ', conforme se v pela leitura da ementa do respectivo acrdo, a seguir reproduzida:

    'PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTRIO. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVRSIA. ART. 543-C, DO CPC. EXECUO FISCAL. PRESCRIO INTERCORRENTE. PARALISAO DO PROCESSO POR CULPA DO PODER JUDICIRIO. SMULA 106 DO STJ. REEXAME DE MATRIA FTICO-PROBATRIA. SMULA 07/STJ.1. O conflito caracterizador da lide deve estabilizar-se aps o decurso de determinado tempo sem promoo da parte interessada pela via da prescrio, impondo segurana jurdica aos litigantes, uma vez que a prescrio indefinida afronta os princpios informadores do sistema tributrio.2. A perda da pretenso executiva tributria pelo decurso de tempo consequncia da inrcia do credor, que no se verifica quando a demora na citao do executado decorre unicamente do aparelho judicirio. Inteligncia da Smula 106/STJ. (Precedentes: AgRg no Ag 1125797/MS, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 18/08/2009, DJe 16/09/2009; REsp 1109205/SP, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA, julgado em 02/04/2009, DJe 29/04/2009; REsp 1105174/RJ, Rel. Ministro BENEDITO GONALVES, PRIMEIRA TURMA, julgado em 18/08/2009, DJe 09/09/2009; REsp 882.496/RN, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 07/08/2008, DJe 26/08/2008; AgRg no REsp 982.024/RS, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 22/04/2008, DJe 08/05/2008)3. In casu , a Corte de origem fundamentou sua deciso no

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    sentido de que a demora no processamento do feito se deu por culpa dos mecanismos da Justia, verbis :'Com efeito, examinando a execuo fiscal em apenso, constata-se que foi a mesma distribuda em 19/12/2001 (fl.02), tendo sido o despacho liminar determinando a citao do executado proferido em 17/01/2002 (fl. 02 da execuo). O mandado de citao do devedor, no entanto, somente foi expedido em 12/05/2004, como se v fl. 06, no tendo o Sr. Oficial de Justia logrado realizar a diligncia, por no ter localizado o endereo constante do mandado e ser o devedor desconhecido no local, o que foi por ele certificado, como consta de fl. 08, verso, da execuo em apenso.Frustrada a citao pessoal do executado, foi a mesma realizada por edital, em 04/04/2006 (fls. 12/12 da execuo).(...)No caso destes autos, todavia, o fato de ter a citao do devedor ocorrido apenas em 2006 no pode ser imputada ao exequente, pois, como j assinalado, os autos permaneceram em cartrio, por mais de dois anos, sem que fosse expedido o competente mandado de citao, j deferido, o que afasta o reconhecimento da prescrio.(...)Ressalte-se, por fim, que a citao por edital observou rigorosamente os requisitos do artigo 232 do Cdigo Processual Civil e do art. 8, inciso IV, da Lei 6.830/80, uma vez que foi diligenciada a citao pessoal, sem xito, por ser o mesmo desconhecido no endereo indicado pelo credor, conforme certificado pelo Sr. Oficial de Justia, fl. 08, verso dos autos da execuo'.4. A verificao de responsabilidade pela demora na prtica dos atos processuais implica indispensvel reexame de matria ftico-probatria, o que vedado a esta Corte Superior, na estreita via do recurso especial, ante o disposto na Smula 7/STJ.5. Recurso especial provido, determinando-se o retorno dos autos instncia de origem para prosseguimento do executivo fiscal, nos termos da fundamentao expendida. Acrdo submetido ao regime do art. 543-C do CPC e da Resoluo STJ 08/2008' (STJ, REsp 1.102.431/RJ, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA SEO, DJe de 01/02/2010).

    Nesse sentido, confira-se julgado desta Segunda Turma:

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    'PROCESSUAL CIVIL. AO CIVIL PBLICA. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. PRETENSO RESSARCITRIA. RESSARCIMENTO AO ERRIO. PRESCRIO. DEMORA DA CITAO. NO OCORRNCIA. FALHA DA MQUINA JUDICIRIA. REVISO. SMULA 7/STJ.1. O prazo prescricional para as aes de improbidade administrativa , em regra, de cinco anos, ressalvando-se a imprescritibilidade da pretenso de ressarcimento ao errio. No caso de agente poltico detentor de mandado eletivo ou de ocupantes de cargos em comisso e de funo de confiana inseridos no polo passivo da ao, inicia-se a contagem do prazo com o fim do mandato. Exegese do art. 23, I, da Lei 8.429/92. Precedentes.2. O Tribunal de origem afastou a ocorrncia da prescrio, reconhecendo que a demora da citao deu-se por mecanismos inerentes ao Judicirio. Portanto, aferir as circunstncias que deram causa demora na citao demandaria o reexame de todo o contexto ftico-probatrio dos autos, o que defeso a esta Corte em razo do bice da Smula 7/STJ.Agravo regimental improvido' (STJ, AgRg no AREsp 663.951/MG, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, DJe de 20/04/2015).

    Ante o exposto, nos termos do art. 557 do CPC, nego seguimento ao Recurso Especial" (fls. 159/168e).

    Irresignada, alega a agravante que a deciso merece ser reconsiderada, sustentando que a Corte de origem incorreu em violao ao art. 535 do CPC, pois haveria contradio no julgamento dos Embargos de Declarao, uma vez que no se discute a interrupo da prescrio com a adeso ao REFIS, ocorrida em 28/06/2011, mas, sim, que este parcelamento no teria o condo de interromper o prazo prescricional, que se iniciou em 24/03/2000.

    Aduz que a Execuo Fiscal foi paralisada, por mais de dez anos, por inrcia do INSS, mesmo havendo despacho abrindo prazo para a exequente manifestar-se, o que afasta a aplicao da Smula 106/STJ.

    Sustenta que no se aplica a Smula 7/STJ, haja vista que no se pretende o revolvimento da matria ftico-probatrio, mas que sejam respeitados o devido processo legal, o contraditrio e a ampla defesa.

    Afirma que a Certido da Dvida Ativa nula, uma vez que "no apresenta a natureza do tributo devido, a data do lanamento e do vencimento das exaes, apresentado, inclusive, diversos dispositivos legais j revogados, no podendo se dizer

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    com certeza o que efetivamente est sendo cobrado, o que representa um bice apresentao de defesa pelo contribuinte e oportunizao de um contraditrio segundo os padres legais" (fl. 176e), violando, dessa forma, os arts. 2, 5 e 6, da LEF e 202 do CTN.

    Requer, ao final, a reconsiderao da deciso agravada ou a submisso do Agravo Regimental apreciao da 2 Turma do STJ.

    o relatrio.

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    AgRg no RECURSO ESPECIAL N 1.512.727 - PE (2015/0014176-4)

    VOTO

    MINISTRA ASSUSETE MAGALHES (Relatora): No obstante as alegaes apresentadas nas razes do Agravo Regimental, a deciso agravada merece ser mantida, pelos seus prprios fundamentos.

    De incio, verifica-se que no h violao do art. 535 do CPC, na medida que a Corte de origem resolveu a questo na sua inteireza e de modo coerente, embora de forma sucinta, inexistindo, na hiptese, os vcios previstos no art. 535 do CPC, in verbis:

    "No que atine alegao de prescrio, tenho que o douto julgador acertadamente reconheceu que no ocorreu o decurso do prazo prescricional, conforme determina o art. 173 do CTN, pois somente em 19/1/2010 os autos foram recepcionados por esta Procuradoria Regional da Fazenda Nacional.Ademais, a demora no processamento da demanda deveu-se em razo da morosidade imputvel ao judicirio.Dessa forma, merece amparo as razes do apelante em relao inexistncia da prescrio" (fl. 114e).

    Vale ressaltar, ainda, que no se pode confundir deciso contrria ao interesse da parte com ausncia de fundamentao ou negativa de prestao jurisdicional.

    De fato, no est o juiz obrigado a rebater, pormenorizadamente, todas as questes trazidas pela parte, citando os dispositivos legais que esta entende pertinentes para a resoluo da controvrsia. A negativa de prestao jurisdicional configura-se apenas quando o Tribunal deixa de se manifestar sobre ponto que seria indubitavelmente necessrio ao deslinde do litgio. Se o magistrado pronuncia-se, de modo coerente, sobre o fundamento que, por si s, entendeu suficiente para o deslinde da controvrsia, no h que se falar em omisso, contradio ou negativa de prestao jurisdicional.

    Nesse sentido:

    "PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAO. CONTRADIO. INEXISTNCIA.1. Ao adotar o entendimento de que, em se tratando de tributo sujeito a lanamento por homologao declarado e no pago, o Fisco dispe de cinco anos para a cobrana do crdito contados da entrega da declarao pelo contribuinte, o acrdo questionado tambm ressaltou que a demora na citao da executada no derivou de desdia ou omisso da Fazenda Pblica, atribuindo-a a motivos inerentes ao

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    mecanismo do Poder Judicirio e aplicando a Smula 106/STJ.2. Inexistncia de contradio.3. Embargos de declarao rejeitados" (STJ, EDcl no AgRg nos EDcl nos EDcl no REsp 823.513/RS, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, DJe de 12/03/2012).

    "PROCESSUAL CIVIL. RESPONSABILIDADE CIVIL. REPARAO DE DANOS. ART. 535 DO CPC. INEXISTNCIA DE VCIOS. LEGITIMIDADE PASSIVA AD CAUSAM RECONHECIDA. INRCIA DA PARTE AFASTADA. DEMORA DA CITAO ATRIBUDA AOS MECANISMOS DA JUSTIA. SMULA 106/STJ. VERIFICAO DOS ELEMENTOS FTICOS QUE LEVARAM DEMORA DA CITAO. INCIDNCIA DA SMULA 7/STJ.1. A omisso do artigo 535 do CPC aquela que recai sobre ponto que deveria ter sido decidido e no o foi, e no sobre os argumentos utilizados pelas partes. Na espcie, tem-se apenas que a deciso recorrida no contemplou de forma favorvel a pretenso recursal, de modo que no h falar em omisso simplesmente pelo fato de as alegaes deduzidas no terem sido acolhidas pelo rgo julgador.2. O entendimento pacfico do STJ - de que a demora na citao, atribuda aos mecanismos inerentes ao funcionamento da Justia, no acarreta a configurao da prescrio, por inrcia do autor - encontra-se sumulado no enunciado n. 106 do STJ.3. "A verificao de responsabilidade pela demora na prtica dos atos processuais implica indispensvel reexame de matria ftico-probatria, o que vedado a esta Corte Superior, na estreita via do recurso especial, ante o disposto na Smula 7/STJ." (REsp 1.102.431/RJ, PRIMEIRA SEO, Rel. Ministro LUIZ FUX, julgado em 9/12/2009, DJe de 1/2/2010. Acrdo submetido ao regime do art. 543-C do CPC e da Resoluo STJ 8/2008.) 4. A agravante, em seu arrazoado, no deduz argumentao jurdica nova alguma capaz de modificar a deciso ora agravada, que se mantm, na ntegra, por seus prprios fundamentos.5. Agravo regimental no provido" (STj, AgRg no REsp 1.352.168/MG, Rel. Ministro RAUL ARAJO, QUARTA TURMA, DJe de 14/05/2014).

    "PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. FORNECIMENTO DE GUA. DEFICINCIA. DANOS MORAIS. VIOLAO DO ART. 535 DO CPC. INEXISTNCIA. FUNDAMENTAO DEFICIENTE. PROVAS. REEXAME. PRETENSO. SMULAS 284/STF E 7/STJ. INCIDNCIA.

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    1. No ocorre contrariedade ao art. 535, II, do CPC, quando o Tribunal de origem decide fundamentadamente todas as questes postas ao seu exame, assim como no h que se confundir entre deciso contrria aos interesses da parte e inexistncia de prestao jurisdicional.2. A admissibilidade do recurso especial reclama a indicao clara dos dispositivos tidos como violados, bem como a exposio das razes pelas quais o acrdo teria afrontado a cada um deles, no sendo suficiente a mera alegao genrica. Dessa forma, o inconformismo se apresenta deficiente quanto fundamentao, o que impede a exata compreenso da controvrsia (Smula 284/STF).3. A Corte a quo, ao entender ausente a prestao regular do servio de fornecimento de gua, reconhecendo presentes os danos morais e fixando-os em R$ 4.000,00 (quatro mil reais), levou em considerao os elementos fticos existentes nos autos. Rever tais concluses importaria ofensa ao disposto na Smula 7 desta Corte.4. Agravo regimental a que se nega provimento" (STJ, AgRg no AREsp 467.094/RJ, Rel. Ministro OG FERNANDES, SEGUNDA TURMA, DJe de 02/05/2014).

    "PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. VIOLAO AO ART. 535 DO CPC. INOCORRNCIA. ACOLHIMENTO DE PRELIMINAR. SMULA 211/STJ. CABIMENTO DE EXCEO DE PR-EXECUTIVIDADE. REEXAME DE FATOS E PROVAS. SMULA 7/STJ.1. O Tribunal a quo solucionou a contenda ao fundamento de que invivel, na hiptese, a exceo de pr-executividade, tendo em vista que a averiguao das questes nela suscitadas demandariam dilao probatria. Assim, no h falar em omisso acerca dessas matrias, no prosperando a tese de violao ao art. 535 do CPC.2. Por outro lado, uma vez acolhida a preliminar de no-cabimento da exceo de pr-executividade, no houve o prequestionamento dos temas nela suscitados e reiterados no recurso especial, o que, no particular, atrai a Smula 211/STJ.3. Inexiste contradio na deciso que afasta suposta violao ao artigo 535 do CPC e, ao mesmo tempo, reconhece ausente o prequestionamento das teses veiculadas nos aclaratrios, pois ' perfeitamente possvel o julgado se encontrar devidamente fundamentado sem, no entanto, ter decidido a causa luz dos preceitos jurdicos desejados pela postulante, pois a tal no est obrigado' (EDcl no REsp 463.380/RS, Rel. Ministro Jos Delgado, Primeira Turma, DJ de 13/6/2005).4. A alterao das concluses da Corte de origem, quanto ao

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    descabimento da exceo de pr-executividade, tal como colocada a questo nas razes recursais, demandaria, necessariamente, novo exame do acervo ftico-probatrio, providncia vedada em recurso especial, a teor da Smula 7/STJ.5. Agravo regimental a que se nega provimento" (STJ, AgRg no AREsp 563.643/SP, Rel. Ministro SRGIO KUKINA, PRIMEIRA TURMA, DJe de 15/05/2015).

    No mais, o Tribunal de origem negou a pretenso da recorrente, ao fundamento de que a contribuinte fez opo pelo parcelamento do REFIS, configurando confisso irrevogvel de dvida, sendo legtima a exigncia do crdito tributrio. Ressaltou, ainda, a no ocorrncia da prescrio do crdito tributrio, tendo em vista que os autos foram remetidos Fazenda Nacional somente em 19/01/2010, e que a demora na remessa dos autos quele rgo ocorreu por morosidade imputvel ao Judicirio, aplicando, no caso, a Smula 106 do STJ.

    Nesse contexto, a Primeira Seo do STJ, por ocasio do julgamento do REsp 1.102.431/RJ, sob o rito do art. 543-C do CPC, assentou o entendimento de que "a verificao de responsabilidade pela demora na prtica dos atos processuais implica indispensvel reexame de matria ftico-probatria, o que vedado a esta Corte Superior, na estreita via do recurso especial, ante o disposto na Smula 7/STJ", conforme se v da leitura da ementa do respectivo acrdo, a seguir reproduzida:

    "PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTRIO. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVRSIA. ART. 543-C, DO CPC. EXECUO FISCAL. PRESCRIO INTERCORRENTE. PARALISAO DO PROCESSO POR CULPA DO PODER JUDICIRIO. SMULA 106 DO STJ. REEXAME DE MATRIA FTICO-PROBATRIA. SMULA 07/STJ.1. O conflito caracterizador da lide deve estabilizar-se aps o decurso de determinado tempo sem promoo da parte interessada pela via da prescrio, impondo segurana jurdica aos litigantes, uma vez que a prescrio indefinida afronta os princpios informadores do sistema tributrio.2. A perda da pretenso executiva tributria pelo decurso de tempo consequncia da inrcia do credor, que no se verifica quando a demora na citao do executado decorre unicamente do aparelho judicirio. Inteligncia da Smula 106/STJ. (Precedentes: AgRg no Ag 1125797/MS, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 18/08/2009, DJe 16/09/2009; REsp 1109205/SP, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA, julgado em 02/04/2009, DJe 29/04/2009; REsp 1105174/RJ, Rel. Ministro BENEDITO GONALVES, PRIMEIRA TURMA, julgado em 18/08/2009, DJe 09/09/2009; REsp 882.496/RN, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL

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    MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 07/08/2008, DJe 26/08/2008; AgRg no REsp 982.024/RS, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 22/04/2008, DJe 08/05/2008)3. In casu , a Corte de origem fundamentou sua deciso no sentido de que a demora no processamento do feito se deu por culpa dos mecanismos da Justia, verbis :

    'Com efeito, examinando a execuo fiscal em apenso, constata-se que foi a mesma distribuda em 19/12/2001 (fl.02), tendo sido o despacho liminar determinando a citao do executado proferido em 17/01/2002 (fl. 02 da execuo). O mandado de citao do devedor, no entanto, somente foi expedido em 12/05/2004, como se v fl. 06, no tendo o Sr. Oficial de Justia logrado realizar a diligncia, por no ter localizado o endereo constante do mandado e ser o devedor desconhecido no local, o que foi por ele certificado, como consta de fl. 08, verso, da execuo em apenso.Frustrada a citao pessoal do executado, foi a mesma realizada por edital, em 04/04/2006 (fls. 12/12 da execuo).(...)No caso destes autos, todavia, o fato de ter a citao do devedor ocorrido apenas em 2006 no pode ser imputada ao exequente, pois, como j assinalado, os autos permaneceram em cartrio, por mais de dois anos, sem que fosse expedido o competente mandado de citao, j deferido, o que afasta o reconhecimento da prescrio .(...)Ressalte-se, por fim, que a citao por edital observou rigorosamente os requisitos do artigo 232 do Cdigo Processual Civil e do art. 8, inciso IV, da Lei 6.830/80, uma vez que foi diligenciada a citao pessoal, sem xito, por ser o mesmo desconhecido no endereo indicado pelo credor, conforme certificado pelo Sr. Oficial de Justia, fl. 08, verso dos autos da execuo'.

    4. A verificao de responsabilidade pela demora na prtica dos atos processuais implica indispensvel reexame de matria ftico-probatria, o que vedado a esta Corte Superior, na estreita via do recurso especial, ante o disposto na Smula 7/STJ.5. Recurso especial provido, determinando-se o retorno dos autos instncia de origem para prosseguimento do executivo fiscal, nos termos da fundamentao expendida. Acrdo submetido ao regime do art. 543-C do CPC e da Resoluo STJ 08/2008" (STJ, REsp

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    1.102.431/RJ, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA SEO, DJe de 01/02/2010).

    Nesse sentido, confiram-se julgados deste Tribunal:

    "PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTRIO. FUNDAMENTO NO IMPUGNADO. SMULA 182/STJ. EXECUO FISCAL. PRESCRIO. INTERRUPO. INCIDNCIA DO ART. 219, 1, DO CPC. CITAO INEXISTENTE. INRCIA DO EXEQUENTE. REEXAME DE FATOS E PROVAS. IMPOSSIBILIDADE. SMULA 7/STJ. MULTA.1. De incio, observa-se que as razes do agravo regimental no impugnam o fundamento da deciso agravada quanto ausncia de omisso no julgado, afastando a preliminar de violao ao art. 535 do CPC. Incidncia da Smula 182/STJ.2. A Primeira Seo do STJ no julgamento do REsp 1.120.295/SP, Rel. Min. Luiz Fux, submetido ao rito dos recursos repetitivos consolidou entendimento segundo o qual, mesmo nas Execues Fiscais, a citao retroage data da propositura da ao para efeitos de interrupo da prescrio, na forma do art. 219, 1, do CPC, desde que a citao tenha ocorrido em condies regulares, ou que, havendo mora, seja esta imputvel aos mecanismos do Poder Judicirio.3. No caso dos autos, no foram preenchidos os requisitos, pois no houve a citao do executado at a prolao da sentena, e a demora foi imputada ao exequente.4. A verificao de responsabilidade pela demora na prtica dos atos processuais implica indispensvel reexame de matria ftico-probatria, o que vedado ao STJ, na estreita via do recurso especial, ante o disposto na Smula 7/STJ. Recurso Especial 1102431/RJ, Rel. Min. Luiz Fux, submetido ao regime dos recursos repetitivos (art. 543-C do CPC).5. O agravo regimental manejado contra deciso que teve por base questo j decidida sob o rito do artigo 543-C do Cdigo de Processo Civil manifestamente inadmissvel, justificando a aplicao da multa prevista no artigo 557, 2, do Cdigo de Processo Civil.6. Agravo regimental conhecido em parte e improvido, com aplicao de multa" (STJ, AgRg no AREsp 73.215/BA, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, DJe de 30/09/2013).

    "TRIBUTRIO. EXECUO FISCAL. PRESCRIO.Deixando de ser constatada pelas instncias ordinrias a responsabilidade do mecanismo judicirio pela demora na efetivao

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    da citao, invivel a aplicao da Smula n 106 do Superior Tribunal de Justia.A concluso de que a morosidade pela prtica dos atos processuais decorreu de culpa do exequente no pode ser contrastada em sede de recurso especial (STJ, Smula n 7).Agravo regimental desprovido" (STJ, AgRg no AREsp 41.017/BA, Rel. Ministra MARGA TESSLER (Juza Federal Convocada do TRF 4 Regio), PRIMEIRA TURMA, DJe de 07/11/2014).

    "TRIBUTRIO. AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO. RECURSO ESPECIAL. PRESCRIO. OCORRNCIA. APLICAO DO ART. 174, I, DO CTN NA REDAO VIGENTE POCA DO AJUIZAMENTO DA AO. PARALISAO DO PROCESSO POR CULPA DO PODER JUDICIRIO. SMULA 106 DO STJ. REEXAME DE MATRIA FTICO-PROBATRIA. IMPOSSIBILIDADE. SMULA 07/STJ.1. Ajuizada a ao executiva em 1999, e no sendo citada a executada at 2009, correta a decretao da prescrio, consoante redao do art. 174, I, do CTN, na redao vigente poca do ajuizamento do feito.2. "A verificao de responsabilidade pela demora na prtica dos atos processuais implica indispensvel reexame de matria ftico-probatria, o que vedado a esta Corte Superior, na estreita via do recurso especial, ante o disposto na Smula 07/STJ" (REsp 1.102.431/RJ, Primeira Seo, Rel. Min. Luiz Fux, DJe de 1.2.2010) 3. Agravo regimental no provido" (STJ, AgRg no AREsp 557.588/SP, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, DJe de 15/10/2014).

    Ademais, a Corte de origem afirmou, ainda, que a recorrente "no comprovou que a CDA no continha os requisitos indispensveis de certeza, liquidez e exigibilidade do ttulo executivo. Dessa forma, tem-se que a citada certido est em consonncia com o art. 2, 6, da Lei 6.830/80" (fl. 95e).

    Consubstanciado no fundamento adotado pelo acrdo recorrido, verifica-se que, na hiptese, no se demanda a interpretao de lei federal, mas revolvimento do prprio contedo da CDA, pois houve reconhecimento, pela instncia ordinria, da validade da certido, aps o exame dos requisitos legais, previstos no art. 2 da LEF.

    Desse modo, no se questiona se a Lei de Execuo Fiscal ou o Cdigo Tributrio exigem a descrio de determinados elementos (questo jurdica), mas se esses elementos encontram-se ou no inseridos no ttulo executivo (CDA).

    Portanto, no caso dos autos, no cabe ao STJ, mediante Recurso Especial, revisar ou modificar o entendimento do Tribunal de origem, que concluiu pela validade da Documento: 48637044 - RELATRIO E VOTO - Site certificado Pgina 19 de 23

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    CDA, reconhecendo que esto presentes os elementos necessrios constituio do crdito tributrio.

    Nesse sentido, confira-se julgado da Primeira Seo do STJ:

    "PROCESSUAL CIVIL. EXECUO FISCAL. CDA. PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS LEGAIS (ART. 202 DO CTN E ART. 2, 5, DA LEI 6.830/1980). INAPLICABILIDADE DO ART. 543-C DO CPC 1. Ainda que se levem em conta exclusivamente as hipteses em que a discusso em torno da regularidade da CDA seja estritamente jurdica, no h como estabelecer uma tese apriorstica que sirva de orientao aos Tribunais locais sobre esse tema, que comporta as mais diversas solues, conforme as peculiaridades que habitualmente so verificveis caso a caso.2. Cancelamento da aplicao da tcnica de julgamento prevista no art. 543-C do CPC.CONHECIMENTO DO RECURSO ESPECIAL 3. O espectro cognitivo do Recurso Especial limitado. O qualificativo "especial" diferencia este meio de impugnao judicial dos demais justamente porque nele se objetiva a uniformizao da interpretao da legislao federal.4. No apelo nobre a matria cognoscvel a valorao conferida pelas instncias locais a um dispositivo de contedo normativo (no a todo e qualquer; apenas aquele enquadrado no conceito de "lei federal"), e no aos documentos ou fatos.5. A anlise da existncia de nulidade na CDA pode ser ftica ou jurdica, a depender do seguinte: a) ser jurdica caso dependa do juzo, a ser extrado diretamente da interpretao da lei federal (LEF e/ou CTN), quanto necessidade de discriminao de determinadas informaes (na espcie, da forma de clculo dos juros de mora, da origem e da natureza da dvida, etc.; b) ser ftica se se verificar, em concreto, se o documento dos autos especificou os referidos dados.6. In casu, no se discute se a LEF ou o CTN exigem a descrio de determinados elementos (questo jurdica), mas sim se esses elementos se encontram ou no inseridos no documento (CDA).7. Quando o exame da validade da CDA no demandar interpretao de lei federal, mas revolvimento do seu prprio contedo, invivel Recurso Especial, em razo da incidncia do enunciado da Smula 7/STJ. Precedentes: AgRg no AREsp 168.776/RS, Rel. Ministro Napoleo Nunes Maia Filho, Primeira Turma, DJe 23.11.2012; AgRg no AREsp 133.425/SC, Rel. Ministro Humberto Martins, Segunda Turma, DJe 20.11.2012; AgRg no AREsp 228.298/RS, Rel. Ministro Castro Meira, Segunda Turma, DJe 26.10.2012; AgRg no REsp 1.213.672/PE, Rel. Ministro Benedito Gonalves, Primeira Turma, DJe 16.10.2012; AgRg no AREsp 198.231/CE, Rel. Ministro Mauro

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    Campbell Marques, Segunda Turma, DJe 14.9.2012; AgRg no AREsp 187.807/RJ, Rel. Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, DJe 27.8.2012; AgRg no Ag 1.308.681/SP, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, Primeira Turma, DJe 27.6.2012; AgRg no AREsp 64.755/MG, Rel. Ministro Francisco Falco, Primeira Turma, DJe 30.3.2012; AgRg no REsp 1.121.342/RS, Rel. Ministro Arnaldo Esteves Lima, Primeira Turma, DJe 27.6.2011; REsp 1.158.403/ES, Rel. Ministra Eliana Calmon, Segunda Turma, DJe 22.9.2010.MRITO 8. O Tribunal a quo transcreveu o disposto no art. 202 do CTN e no art. 2, 5, da Lei 6.830/1980 para concluir que, "No caso enfocado, (...) a CDA preenche os requisitos estabelecidos na Lei n 6.830/80".9. O acrdo proferido substitui a sentena do juzo de primeiro grau (art. 512 do CPC).10. Prevalncia da presuno de liquidez e certeza da CDA (art. 3 da LEF).11. Recurso Especial no provido" (STJ, REsp 1.345.021/CE, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, PRIMEIRA SEO, DJe de 02/08/2013).

    Em igual sentido, confiram-se outros julgados:

    "ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. EXECUO FISCAL DE DBITOS COMO FGTS. LEGITIMIDADE ATIVA DA CAIXA ECONMICA FEDERAL - CEF. PRECEDENTES. AUSNCIA DE VIOLAO DO ART. 535 DO CPC. ACRDO QUE CONCLUI PELA HIGIDEZ DA CDA. REVISO OBSTADA EM SEDE DE RECURSO ESPECIAL LUZ DA SMULA N. 7 DO STJ.1. Constatado que a Corte de origem empregou fundamentao adequada e suficiente para dirimir a controvrsia, de se afastar a alegada violao do art. 535 do CPC.2. A Caixa Econmica Federal tem legitimidade ativa ad causam para ajuizar execuo fiscal para a cobrana dos valores devidos ao FGTS, em razo do que dispe a Lei n. 8.844/1994. A respeito: RMS 20.715/PI, Rel. Ministro Francisco Falco, Primeira Seo, DJe 03/03/2008; REsp 858.363/RJ, Rel. Ministro Humberto Martins, Segunda Turma, DJ 04/05/2007; EREsp 537.559/RJ, Rel. Ministro Jos Delgado, Primeira Seo, julgado DJ 05/12/2005.3. No verificada qualquer mcula certido de dvida ativa pelo Tribunal de origem, o recurso especial no serve pretenso de reforma dessa concluso, porquanto a verificao da existncia dos requisitos legais necessrios validade da certido da dvida ativa demanda o revolvimento do quadro ftico-probatrio delineado nos autos (Smula n. 7

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    do STJ). No mesmo sentido, vide, dentre outros: REsp 1345021/CE, Rel. Ministro Herman Benjamin, Primeira Seo, DJe 02/08/2013; AgRg no Ag 1.103.085/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, DJe de 03/09/2009; EDcl no AREsp 513.199/PR, Rel. Ministro Napoleo Nunes Maia Filho, Primeira Turma, DJe de 26/08/2014; AgRg no AREsp 228.298/RS, Rel. Ministro Castro Meira, Segunda Turma, DJe de 26/10/2012; AgRg no AREsp 341.862/SP, Rel. Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, DJe de 12/09/2013. 4. Agravo regimental no provido" (STJ, AgRg no AREsp 326.843/RJ, Rel. Ministro BENEDITO GONALVES, PRIMEIRA TURMA, DJe de 12/11/2014).

    "PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTRIO. TAXA SELIC. INADMISSO DO ESPECIAL COM BASE NO ART. 543-C, 7, I, DO CPC. AGRAVO. RECURSO INCABVEL. QUESTO DE ORDEM NO AG 1.154.599/SP. REQUISITOS DA CDA. PRESUNO DE CERTEZA E LIQUIDEZ. REEXAME DE PROVAS. SMULA 7 DO STJ.1. Quanto aplicao da Selic, o Tribunal a quo inadmitiu o Recurso Especial em conformidade com entendimento exarado no julgado do REsp 1.111.175/RJ, julgado na sistemtica dos Recursos Repetitivos (Art. 543-C do CPC).2. A Corte Especial do Superior Tribunal de Justia, ao apreciar a Questo de Ordem no Ag 1.154.599/SP, DJe de 12.5.2011, de que foi Relator o eminente Ministro Cesar Asfor Rocha, assentou a compreenso de "que no cabe agravo de instrumento contra deciso que nega seguimento a recurso especial com base no art. 543, 7, inciso I, do CPC", de modo a dar plena efetividade Lei 11.672/2008 e alcanar os objetivos que inspiraram a criao do novel instituto dos Recursos Especiais repetitivos, notadamente o ideal de uma prestao jurisdicional clere e a uniformizao da jurisprudncia na aplicao da legislao federal.3. A investigao acerca de eventual falta dos requisitos formais da CDA, capaz de abalar a presuno de certeza e liquidez de que goza, demanda, necessariamente, a reviso de matria de fato. Aplicao da Smula 7/STJ.4. Agravo Regimental no provido" (STJ, AgRg no AREsp 533.948/PR, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, DJe de 10/10/2014).

    "PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTRIO. CDA. PRESENA DOS REQUISITOS. INDEFERIMENTO DA PROVA PERICIAL. PRINCPIO DO LIVRE CONVENCIMENTO MOTIVADO. CERCEAMENTO DE DEFESA. AUSNCIA DE INTERESSE DE AGIR. FALTA DE COMPROVAO DE RECOLHIMENTO DA CONTRIBUIO PREVIDENCIRIA. REEXAME. IMPOSSIBILIDADE. SMULA 7/STJ.1. No possvel o conhecimento do recurso especial quando visa reformar entendimento do Tribunal a quo pela desnecessidade de

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    produo de prova pericial e o recorrente sustenta ter havido, com isso, cerceamento de sua defesa, uma vez que alterar a concluso do julgador de origem demandaria o reexame de fatos e provas, o que vedado pela Smula 7 do STJ. Precedentes.2. pacfica a jurisprudncia deste Tribunal no sentido de que a aferio da certeza e liquidez da Certido da Dvida Ativa - CDA, bem como da presena dos requisitos essenciais sua validade, conduz necessariamente ao reexame do conjunto ftico-probatrio do autos, medida inexequvel na via da instncia especial.3. In casu , a Corte de origem no analisou, ainda que implicitamente, o art. 22 da Lei n. 8.212/91, carecendo a matria de prequestionamento, entendido como o indispensvel exame da questo pela deciso atacada, apto a viabilizar a pretenso recursal. Assim, incide no caso o enunciado da Smula 211/STJ.4. Contestar a premissa ftica considerada pelas instncias ordinrias de que a empresa recorrente no se desincumbiu de demonstrar que tais verbas compuseram a base de clculo da dvida executada, limitando-se a meras alegaes, no possvel em recurso especial, ante o bice contido na Smula 7/STJ.5. Este tribunal tem entendimento no sentido de que a incidncia da Smula 7 desta Corte impede o exame de dissdio jurisprudencial, uma vez que falta identidade entre os paradigmas apresentados e os fundamentos do acrdo, tendo em vista a situao ftica do caso, com base na qual a Corte de origem deu soluo causa.Agravo regimental improvido" (STJ, AgRg no REsp 1.455.219/RS, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, DJe de 19/08/2014).

    "TRIBUTRIO. EMBARGOS EXECUO FISCAL. CDA. REQUISITOS LEGAIS. PRESUNO DE LEGITIMIDADE. REVISO. DESCABIMENTO. SMULA 7/STJ.1. Invivel recurso especial que demanda a reviso das premissas fticas do aresto recorrido que entendeu que a embargante no se desvencilhou do nus de demonstrar a irregularidade da CDA, em cujo favor milita presuno de certeza e liquidez. Inteligncia da Smula 7.2. Agravo regimental a que se nega provimento" (STJ, AgRg no AREsp 514.379/SE, Rel. Ministro OG FERNANDES, SEGUNDA TURMA, DJe de 25/06/2014).

    Ante o exposto, nego provimento ao Agravo Regimental. o voto.

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