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Edição número 07 da revista da SBOT-ES
Entrevista Joo Teixeira
O ortopedista carioca, graduado em aikido e ioga, avalia sua gesto.
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Informativo
07 2009
out / nov / dez
Carta do Presidente
Raio X
Social
Especial
Vida Leve
Pg. 8
Entrevista Alceuleir Cardoso
Na SBOT-ES desde 1995, ele quer profis-sionalizar a gesto da ortopedia no ES.
6
reduo de acidentes fatais e de
mortes no trnsito no depen-
de exclusivamente da proibio
ao condutor de beber e dirigir.
preciso melhorar a fiscalizao das vias
para garantir o respeito ao Cdigo de
Trnsito Brasileiro (CTB) e s leis que o
auxiliam. Esta uma das principais consta-
taes que pudemos retirar aps uma im-
portante pesquisa que a SBOT-ES realizou
com universitrios da Grande Vitria.
A pesquisa fez um levantamento do
comportamento e das atitudes desses uni-
versitrios no trnsito, aps um ano e meio
de vigncia da lei 11.705/2008, tambm
conhecida como Lei Seca ou Lei de Al-
coolemia Zero. Esse trabalho oportuno,
pois estamos s vsperas das festas de final
de ano e das frias, poca em que o maior
do movimento nas rodovias e estradas re-
flete diretamente no aumento de aciden-
tes e mortes ocasionadas por imprudncia
e desrespeito s leis, como dirigir alcooli-
zado ou no usar o cinto de segurana.
Nossa inteno que esse estudo
(apresentado nesta ltima edio do ano
Carta do Presidente
Joo Carlos de Medeiros TeixeiraPresidente da SBOT-ES
DiretoriaPresidente: Dr. Joo Carlos de Medeiros Teixeira
Primeiro Vice-Presidente: Dr. Alceuleir Cardoso de Souza
Segundo Vice-Presidente: Dr. Adelmo Rezende F. da Costa
Primeiro Secretrio: Dr. Thanguy Gomes Frio
Segundo Secretrio: Dr. Adelmo Rezende Ferreira da Costa
Primeiro Tesoureiro: Dr. Antnio Tamanini
Segundo Tesoureiro: Dr. Paulo Henrique Paladini
Conselho Fiscal Dr. Carlos Henrique O. de Carvalho Dr. Mssimo Nelson C. E Gurgel Dr. Flvio Vieira Somoes Dr. Ruy Rocha GusmanDr. Fbio Vassimon JorgeDr. Bianor Guasti Jnior
DelegadosDr. Geraldo Lopes da SilveiraDr. Jorge Luiz KrigerDr. Roberta R. Silveira
Comisso Executiva
Dr. Joo Carlos de Medeiros Tei-xeiraDr. Anderson De NadaiDr. Alceuleir Cardoso de SouzaDr. Adelmo Rezende F. da CostaDr. Marcelo Nogueira da Silva
Comisso de Ensino e TreinamentoDr. Marcelo Nogueira da SilvaDr. Nelson EliasDr. Roberta R. SilveiraDr. Alceuleir Cardoso de SouzaDr. Marcelo Rezende da SilvaDr. Adriano de SouzaDr. Edmar S. da Silva JuniorDr. Jair Simmer FilhoDr. Eduardo Hosken Pombo
Comisso de tica, Defesa Profissional e Honorrios MdicosDr. Hlio Barroso dos ReisDr. Emdio Perim JniorDr. Fernanda Silveira SilvaDr. Jos Eduardo Grandi Ribeiro Filho Dr. Sebastio A. M. de Macedo
Comisso de Estatuto e RegimentoDr. Anderson De Nadai
Dr. Joo Carlos de M. TeixeiraDr. Alceuleir Cardoso de SouzaDr. Adelmo Rezende F. da Costa
Comisso de Campanhas Pblicas e Aes SociaisDr. Jos Fernando DuarteDr. Jos Carlos Xavier do ValeDr. Jos Lorenzo SolinoDr. Rounilo Furlani CostaDr. Francisley Gomes Barradas
Comisso de PresidentesDr. Pedro Nelson PrettiDr. Roberto Casotti LoraDr. Jos Fernando DuarteDr. Eduardo Antnio B. UvoDr. Geraldo Lopes da SilveiraDr. Hlio Barroso dos ReisDr. Jorge Luiz KrigerDr. Jos Lorenzo SolinoDr. Akel Nicolau Akel JniorDr. Clark M. YazakiDr. Anderson De Nadai
Comisso de Publicao, Divulgao e MarketingDr. Anderson De NadaiDr. Adelmo Rezende F. da CostaDr. Jos Lorenzo SolinoDr. Edmar Simes da Silva Jnior
Rua Abiail do Amaral Carneiro, 191, Ed. Arbica, Sala 607Enseada do Su. Vitria-ES. CEP 29055-220 | Telefone: 3325-3183 www.sbotes.org.br | [email protected]
Gesto 2009
Jornalista reponsvelWallace CapuchoMTB 1934/ES
Editor Wallace Capucho
Reprter Laio MedeirosMarcos Alves
Diretor de Arte Felipe Gama
Diagramao e Arte Vitor Campos LouzadaCarlos Dalcolmo da SilvaJonatas Modolo
Reviso Marcos Alves
Produo GrficaChico Ribeiro
PublicidadeSBOT-ES(27) 3325-3183
Impresso e acabamento Grafitusa
Uma publicao Balaio Comunicao e Designwww.balaiodesign.com.br
Esta revista foi impressa em papel couch fosco 150g/m Tiragem 4.000 exemplares Periodicidade Trimestral Distribuio CP Distribuio e Logstica
As matrias e anncios publi-citrios, bem como todo o seu contedo de texto e imagens, so aqui publicadas sob direito de liberdade de expresso, sendo total e exclusiva responsabilidade de seus autores/anunciantes. expressamente proibida a repro-duo integral ou parcial desta publicao ou de qualquer um de seus componentes (texto, ima-gens, etc.), sem a prvia e expressa autorizao da SBOT-ES.
A e que tambm ser encaminhado aos res-ponsveis pelos programas de segurana no trnsito) sensibilize-os a intensificarem o processo de fiscalizao que as Polcias
Rodoviria Federal e Militar exercem nas
rodovias e vias urbanas respectivamente.
Talvez assim, evitemos que milhares de
brasileiros no faam parte de um triste
ndice que ceifou em 2008 mais de 4 mil
vidas. Se levarmos em conta que esse n-
mero de fatalidades contabiliza apenas
bitos no local do acidente, a realidade
torna-se mais estarrecedora ainda.
A SBOT-ES espera que todas as auto-
ridades, sejam elas do mbito federal,
estadual ou municipal, faam um grande
esforo para que neste final de ano o n-
mero de acidentes seja o menor possvel.
Desejo a todos boas festas, muita paz
e que possamos viver intensamente cada
momento de 2010 e de todos os outros
anos que viro. O melhor presente e
sempre continuar sendo a vida.
Nossa mensagem de final de ano
2 Informativo SBOT-ES | 3 trimestre 2009
Nossa mensagem de final de ano raio X
3Informativo SBOT-ES | 3 trimestre 2009
entrevista
FIM DE MANDATOCOM SENSAO
DE DEVER CUMPRIDO.
cao e conscientizao propostos pela Nacional; e tambm elaboramos projetos exclusivos, que no puderam ser executa-dos nesta gesto, mas certamente sero na prxima.
Neste informativo, estamos divulgando um importante estudo comportamental re-ferente aos hbitos ps Lei de Alcoolemia Zero entre os universitrios da Grande Vitria. Uma pesquisa semelhante que a Nacional realizou nas cidades do Rio de Janeiro e de So Paulo. Ou seja, mostramos para o governo e a populao em geral que a SBOT-ES cumpre o seu estatuto e no est apenas preocupada com proble-mas mdico-profissionais ou cientficos, mas tambm com problemas sociais, uma vez que este estudo estar disposio de qualquer organizao social ou governa-mental para a implementao de campa-nhas educacionais.
J que voc falou em problemas mdico-profissionais, como foi o seu trabalho nesta rea?
Conseguimos melhorar sensivelmente nossos contratos na rea privada. Fizemos importantes acordos que nos deram um ganho muito melhor, por exemplo, com a Unimed nas reas de exames de joelho, quadril e ombro. Os dilogos que mantive-mos com a Associao Mdica do Esprito Santo (Ames) e a SBOT foram importants-simos para essas conquistas.
Acredito que o Alceuleir, com a experi-ncia adquirida no Comit de Dignidade e Defesa Profissional da Nacional, conquista-r resultados melhores que os meus nessa rea.
Qual foi a sua maior vitria?Fazer com que a SBOT-ES continuasse
sendo vista como a sociedade forte e in-fluente que realmente , ratificando que a especialidade que representamos uma das maiores fora de trabalho da medicina no Estado.
Conseguir manter este respeito foi fun-damental, pois assim continuamos a ser re-ferncia ao lado de outras sociedades que tambm realizam trabalhos de extrema
importncia de valorizao das especiali-
dades mdicas no Estado.
O Esprito Santo sempre foi visto como
um bom local, devido s suas belezas na-
turais e posio privilegiada na geografia, para sediar eventos cientficos. Hoje, isso est mudando. Alm de apoiar produo cientfica, estamos formando profissionais por meio das residncias inauguradas nos ltimos anos.
E essa influncia se reflete nas condies de trabalho?
Certamente. As estruturas dos hospitais esto melhorando muito. A ortopedia vem ganhando cada vez mais respeito e espao. Inclusive espao fsico. O Hospital do Cias Unimed, por exemplo, ganhou um andar s para a ortopedia e traumatologia. No Vila Velha Hospital e no Vitria Apart Hospital conquistamos mais espao tambm. Quan-to ao setor pblico, acaba de ser inaugura-do o Hospital Central e o primeiro servio que j est funcionando o de ortopedia e traumatologia.
O que voc gostaria de ver na administra-o no seu sucessor?
Gostaria de ver maior participao da Sociedade por inteiro. Que no s aqueles colegas que se envolvem diretamente da organizao de cursos, jornadas, entre ou-tros eventos, continuem participando, mas tambm que os demais venham para junto de ns, frequentando reunies, emitindo opinies e tambm apoiando nossos even-tos cientficos.
Notei tambm, com grande felicidade, que a nova leva de acadmicos que estamos formando esto dando maior importncia aos eventos da Sociedade. Espero tambm que eles continuem frequentando nossos eventos e que mantenham o mesmo inte-resse que demonstraram at agora, na ges-to do Alceuleir e nas subsequentes.
J passou por sua cabea se candidatar no-vamente presidncia da SBOT-ES?
No momento no. J dei a minha parce-la de contribuio. Acredito que o poder salutar desde que seja executado de forma alternada e no fique somente na mo de uma pessoa ou um grupo. Se no futuro os colegas acharem que serei til novamente, talvez aceite, mas por enquanto ficarei na retaguarda dando apoio nova gesto.
No lado pessoal, quais so os seus projetos para o futuro?
So vrios, mas o que vou priorizar no momento continuar trabalhando em meu pr-projeto de mestrado que estou fazen-do na Escola Paulista de Medicina; voltar a praticar aikido, pois j estou parado h seis meses; e continuar frequentando as reuni-es da Sociedade Teosfica Brasileira, da qual fao parte.
m artes marciais, ele graduado em aikido e ioga. Na rea mdica, ps-graduado em acupuntura e especialista em ortopedia/trauma-
tologia. Na Sociedade Brasileira de Orto-pedia e Traumatologia, Regional Esprito Santo (SBOT-ES), ele o atual presidente. Estamos falando de Joo Carlos de Medei-ros Teixeira, 47 anos, um carioca natural de Maca que graduou-se em medicina pela Faculdade de Cincias Mdicas e da Sa-de, de Juiz de Fora (MG); fez residncia no Hospital Pedro Ernesto, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e que chegou ao Estado em 1996 para constituir famlia e construir carreira. Joo, que este-ve frente da SBOT-ES durante o ano de 2009, deixar o cargo no incio de 2010. Trabalhando atualmente no Vitria Apart Hospital, no Hospital Universitrio Cassia-no Antnio de Moraes (Hucam), no Cias Unimed e no Hospital Roberto Silvares, em So Mateus, Joo separou um horrio em sua atribulada agenda para, nesta breve entrevista, fazer um balano de sua gesto, do momento em que vive a especialidade no Estado e reiterar seu apoio ao prximo gestor, pois sabe o quanto importante a participao efetiva em uma sociedade como a SBOT-ES.
Faa uma breve avaliao de sua gesto. Na minha gesto, procurei, juntamen-
te com a diretoria, dar continuidade ao planejamento de trabalho iniciado na ad-ministrao do Anderson De Nadai, meu antecessor. Mesmo com a crise mundial, que atrapalhou muito, mantivemos o foco na educao continuada com a realizao de quatro jornadas, trs cursos - e a vale destacar um importante curso de Percia Mdica - e um congresso que reuniu vrios especialistas capixabas e de outros estados do Pas.
Estreitamos os laos com residentes e estudantes de medicina gerando um bom intercmbio de conhecimento que tenho certeza que ser mantido pelo Alceuleir, prximo presidente, por intermdio das ligas universitrias. Consolidamos os meios de comunicao da SBOT-ES, o site e o in-formativo; abraamos os projetos de edu-
Mostramos para o governo e a populao em geral que a SBOT-ES cumpre o seu estatuto e no est apenas preocupada com problemas mdico-profis-sionais ou cientficos, mas tam-bm com problemas sociais.
E
5Informativo SBOT-ES | 3 trimestre 2009
entrevista
tivemos um aprendizado, mas ningum props profissionalizar o modo de admi-nistrar. A maioria de ns no sabe adminis-trar o seu negcio. Temos que saber como gerir profissionalmente para poder cobrar o que certo e no ficar apenas colocando a culpa no outro lado, como por exemplo, o governo, planos de sade e outros toma-dores de servios.
O mdico precisa ampliar o seu campo de viso, ser um executivo. Precisa apren-der a aplicar, buscar novas frentes, viver da medicina e no para a medicina. Temos que sair desta mesmice de s trabalhar e de no ter tempo para essas questes. No adian-ta se matar de trabalhar, ter um excelente rendimento e achar que est bom, pois isso no para sempre. necessria uma con-quista maior.
Para isso, tentaremos promover um ciclo de palestras com empresrios orto-pedistas bem sucedidos economicamente para conhecer mais sobre esse universo e aprender a explorar o nosso potencial.
E sobre os desafios?Teremos um embate muito grande
com os nossos tomadores de servios, em especial o Estado e os planos de sade. Digo teremos, pois apesar de at hoje ter sido uma batalha isolada da Cootes, a Sociedade agora vai apoiar plenamente a discusso com o governo por conta da renovao do contrato, bem como nas dis-cusses com os planos de sade. Ns ire-mos mostrar a esses tomadores de servio que somos a maior fora de trabalho tanto em nmero quanto em resolutibilidade.
Em mdia, 50% do pronto-atendimen-to de qualquer hospital - pblico ou priva-do - na rea ortopdica. Ns no somos valorizados como deveramos. Brigaremos para entrar no custo fixo da administrao da sade e deixar de ser a parte varivel.
Mas para termos sucesso em tudo isso, precisamos congregar mais os colegas. Os ortopedistas capixabas esto muito desilu-didos, desgarrados. Muita gente pensa que formar um grupo coeso algo inatingvel, mas isso no verdade. Se todos quiserem, possvel. J provamos isto em 1997 com incio da atuao da cooperativa.
E com relao a rea cientfica?Muita coisa j est definida. Conversei
com o Nelson Elias (atualmente frente da Comisso de Ensino e Treinamento CET)
partir do dia 28 de janeiro o or-topedista e traumatologista Al-ceuleir Cardoso de Souza assume a presidncia da Sociedade Brasi-
leira de Ortopedia e Traumatologia, Regio-nal Esprito Santo (SBOT-ES). Aos 43 anos, o mdico membro da regional desde 1995 e acumula funes nas comisses Executiva; de Ensino e Treinamento; e de Estatuto e Regimento. Na Nacional, fez parte nos dois ltimos anos - 2008/2009 - do Comit de Dignidade e Defesa Profissional. Formado em 1991, na Universidade Federal do Esp-rito Santo (Ufes), Alceuleir fez residncia no Hospital da Polcia Militar de So Paulo entre os anos de 1992 a 1995, mesmo ano em que retornou ao Estado e comeou a trabalhar no Hospital da Associao dos Funcionrios Pblicos do Esprito Santo e no Hospital Dr. Drio Silva. Foi voluntrio do Hospital das Clnicas e a partir de 1997 passou a coordenar os servios de orto-pedia da Cooperativa dos Ortopedistas e Traumatologistas do Esprito Santo (Coo-tes), cargo que ainda mantm. Alm do consultrio privado, Alceuleir professor universitrio. Em meio a tantas atribuies, o novo presidente da SBOT-ES em 2010 diz que com a colaborao de todos os colegas ortopedistas no medir esforos para co-locar em andamento um planejamento que pretende, ao lado da Cootes, profissionali-zar a gesto da ortopedia no Estado.
O que o levou a participar ativamente como colaborador na SBOT-ES desde que nela adentrou at agora, quando voc as-sume o mais alto cargo da Sociedade?
Com o lema Fazer fora positiva, seno a negativa cresce venho sempre tentando contribuir para o crescimento da nossa especialidade. Infelizmente vejo muitos colegas apenas reclamando nos corredores de hospitais, coffe breaks de congressos e jornadas, sem participar de nossas reunies ou pelo menos procurar se interar dos assuntos que a Sociedade ou a Cooperativa discute.
Como eu no concordo com esse tipo de postura, estou sempre envolvido na bus-ca de melhorias para todos ns. Penso sem-pre no grupo, no conjunto, na unio como forma de valorizao da nossa classe. No adianta ficar reclamando, temos que parti-cipar mais, propor mais.
Vejo que muitos ainda no entende-ram o papel da Sociedade at hoje. Acham que os cargos so polticos ou um meio de projeo. No nada disso. O mdico preci-sa entender que se no ocuparmos o nosso espao de forma coesa, com objetivo nico, outros viro e ocuparo, como j fizeram os planos de sade, empresas que interme-diam os nossos servios, os maus polticos, entre outros que usam a medicina como carto de visitas. Precisamos nos politizar, o que diferente de ser partidrio.
Qual ser a sua principal meta?Profissionalizar a gesto da ortopedia
capixaba. Neste pouco tempo de parti-cipao na vida da SBOT-ES e da Cootes,
Informativo SBOT-ES | 3 trimestre 2009
O mdico precisa ampliar o seu campo de viso, ser um executivo. Precisa aprender a aplicar, buscar novas frentes, viver da medicina e no para a medicina.
A
e ele j aceitou continuar no cargo. Tere-mos um curso especfico para aqueles que pretendem fazer o exame de especialista, o TEOT. Sero reunies que comearo em fevereiro e terminaro em dezembro. Ha-ver aulas, simulados, apresentao de no-vas tcnicas e muita troca de experincia.
Vamos tambm trazer o curso bsico da AO. o melhor curso de aperfeioamento do mundo e a ltima vez que houve um por aqui foi, se no me engano, em 2002. J conversei com alguns acadmicos que querem fazer ortopedia e iremos reativar, junto com a CET, a Liga Acadmica Ortop-dica. Por meio dela, vamos realizar vrias campanhas educativas e preventivas volta-das para a populao em geral.
Antes mesmo de assumir, voc j realizou uma reunio estratgica com parceiros para definir apoio aos eventos da Socieda-de. O resultado foi positivo?
Foi extremamente positivo. Mesmo os parceiros que no puderam compare-cer devido a outros compromissos, j en-traram em contato parabenizando pela iniciativa que ir facilitar muito o plane-jamento deles para 2010. Os que compa-receram reunio deram suas opinies e levantaram questionamentos que sero analisados e levados em conta na finaliza-o do projeto.
E quanto ao projeto Sua casa no futu-ro?
um projeto que visa a aproximar a Sociedade dos residentes ou acadmicos que optarem pela ortopedia. Fazer com que a SBOT-ES seja um local de apoio quando precisarem resolver qualquer pro-blema com a Nacional; estudar (para isso aumentaremos a biblioteca iniciada na gesto de Joo Teixeira e tentaremos abrir os portais online da Nacional); trocar ex-perincia; conversar; ou seja, usar a estru-tura da SBOT-ES, pois assim eles passaro a viver o nosso dia-a-dia.
Parece brincadeira, mas existem mem-bros da Sociedade que nem sabem onde ela est localizada.
Sintetize em uma frase o que ser a sua gesto.
Resgate da dignidade mdica com a profissionalizao da ortopedia.
6 Informativo SBOT-ES | 3 trimestre 2009
SANGUE NOVONA DIREODA SBOT-ES
CaPa
portamento e das atitudes, no trnsito, de universitrios da Grande Vitria aps a entrada em vigor da referida lei, ocorrida no dia 20 de junho de 2008.
Ao todo, 402 estudantes de quatro instituies de ensino superior distribu-das entre as cidades de Vitria, Vila Velha e Serra responderam a um questionrio com dez perguntas. Foram ouvidos uni-versitrios de ambos os sexos; de diversos cursos das reas de Biomdicas, Exatas e Humanas; com idade entre 18 e 60 anos; com posse de Carteira Nacional de Habi-litao (CNH); e que possuem hbito de dirigir automvel.
Dentre outros resultados, os dados obtidos com a pesquisa, realizada nos dias 18, 19, 20 e 23 de novembro deste ano, trouxeram tona algumas diferenas de comportamento no trnsito entre acad-micos do sexo masculino e do sexo femini-no. Tambm revelaram qual a avaliao feita pelos estudantes em relao efic-cia da lei, aprovada no ano passado.
InspiraoPara celebrar um ano de vigncia da
Lei Seca, em junho deste ano o Ministrio da Sade divulgou um levantamento que mostra como a lei contribuiu para a redu-o de internaes e bitos provocados por acidentes de trnsito. De acordo com o estu-do, de 2008 para 2009 houve uma queda de 23% nos atendimentos s vtimas do trnsi-to financiadas pelo Sistema nico de Sade (SUS). J em relao ao nmero de bitos, a reduo foi de 22,5% no mesmo perodo.
Quase na mesma poca, quem tam-bm lanou uma publicao com o intuito de avaliar a Lei da Alcoolemia Zero foi a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Trau-matologia (SBOT). O meio utilizado foi uma pesquisa de opinio, realizada nas cidades do Rio de Janeiro e de So Paulo, entre os dias 23 e 26 de maio deste ano, com 1.033 estudantes universitrios. O estudo revelou que houve uma significativa mudana de comportamento dos acadmicos entre os
SBOT-ES realizapesquisa de opinio
uando o assunto a combina-o entre lcool e direo, os homens apresentam comporta-mentos mais desaconselhveis
do que as mulheres. A multa e a possibi-lidade de priso so os fatores que mais pesam na hora de optar por no dirigir aps ter ingerido algum tipo de bebida alcolica. Usar cinto de segurana no ban-co dianteiro uma prtica recorrente. Po-rm, quando se trata de utilizar o recurso de segurana no banco traseiro, poucas pessoas tm esse hbito. Estas foram algu-mas das concluses obtidas pela mais re-cente publicao da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia, Regional Esprito Santo (SBOT-ES).
Perto de completar um ano e meio de vigncia (no dia 20 de dezembro de 2009) da lei n 11.705/2008, tambm conhecida como Lei Seca ou Lei da Alcoolemia Zero, a SBOT-ES coordenou a realizao de uma pesquisa de opinio com o obje-tivo de fazer um levantamento do com-
Q
Universitrios da Grande Vitria avaliam a eficcia da Lei Seca e revelam como tm se comportado no trnsito aps um ano e meio de vigncia da nova legislao.
8 Informativo SBOT-ES | 3 trimestre 2009
anos de 2007, 2008 e 2009. O percentual de jovens que saa para se divertir sem beber, por exemplo, em 2007 era de apenas 36%, mas hoje j chega a 50%.
Esses dois levantamentos, sobretudo o estudo da Nacional, serviram de inspirao para que a SBOT-ES elaborasse a pesquisa com os universitrios da Grande Vitria. As questes abordadas com os capixabas, alis, foram muito semelhantes quelas tratadas com paulistanos e cariocas. A diferena entre as duas publicaes ficou por conta do tipo de anlise com os dados. Enquanto a pes-quisa da SBOT fez uma comparao entre os hbitos dos universitrios ao longo do anos de 2007, 2008 e 2009, o levantamento elabo-rado pela regional capixaba analisou apenas o ano de 2009.
Elas respeitam maisDe um modo geral, foi constatado que
as estudantes do sexo feminino respeitam mais a Lei Seca do que os estudantes do sexo masculino. Para se ter uma ideia disso, enquanto mais de 60% das mulheres disse-ram que vo e voltam dirigindo sem beber quando saem para se divertir com os amigos, menos de 40% dos homens disseram fazer o mesmo.
J a porcentagem de homens que, ao sa-rem de carro para se divertir, vo e voltam di-rigindo mesmo bebendo bem maior que a porcentagem de mulheres que tm o mesmo comportamento. Quase 4% dos homens fa-zem isso mesmo bebendo muito, enquanto apenas 0,6% das mulheres fazem o mesmo. Quando se trata de dirigir depois de beber pouco, o percentual dos estudantes do sexo masculino tambm supera o das universit-rias: 16,3% contra 8,3%.
A frequncia com que algum da roda
de amigos volta dirigindo mesmo depois de beber, apurada nas respostas masculinas, tambm bem mais expressiva do que aque-la notada nas respostas femininas. Destaque para o fato de 24% dos homens dizerem que algum da roda de amigos muitas vezes vol-ta dirigindo depois de beber enquanto 15% das mulheres relataram a mesma situao.
E para evidenciar ainda mais a diferena de comportamento entre os sexos, os estu-dantes do sexo masculino mostraram ainda que do menos ateno aos riscos de pegar carona com motorista que tenha bebido. Quase metade dos homens disseram fazer isso atualmente. J as mulheres pensam di-ferente. Mais de 75% das entrevistadas dis-seram no pegar carona com motorista em-briagado. Do total daqueles que assumiram pegar carona com algum que tenha bebido, os homens tambm se destacaram por fazer isso com mais frequncia. Quase 30% dos ho-mens disseram que muitas vezes recorrem a essa prtica, enquanto 9% das mulheres dis-seram fazer o mesmo.
Medo, mau exemplo, descrena e aprovao
Outra considerao levantada pela pes-quisa da SBOT-ES que os universitrios fo-ram bastante afetados pelo carter punitivo da Lei Seca. Dos motivos levados em conta na hora de evitar a combinao bebida-dire-o, a multa cara e a possibilidade de priso so os que mais se destacam.
A importncia dada pena imposta pela Lei Seca tambm percebida quando o assunto carona com motorista embriaga-do. Isso porque o nmero de universitrios que pega carona com motorista que tenha bebido ainda alto (quase 40% do total dos entrevistados), o que mostra que os estudan-
tes esto mais preocupados com a punio proveniente da lei do que com os riscos de acidentes aos quais esto sujeitos.
O resultado das entrevistas tambm mos-trou que a utilizao do cinto de segurana no banco dianteiro, seja como motorista ou como passageiro, uma prtica recorrente entre os universitrios. Quase 100% dos es-tudantes disseram fazer uso de tal recurso de segurana no banco dianteiro. Porm, quando se trata de utilizar o cinto no banco traseiro, os universitrios demonstraram um pssimo hbito: apenas 20% disseram utili-zar o recurso sempre. No caso dos homens, mais da metade disse nunca utilizar o cinto no banco traseiro.
Por fim, uma avaliao curiosa. A maio-ria dos entrevistados acredita que com a im-plantao da Lei Seca, no muda nada e os jovens continuam bebendo e dirigindo. Mes-mo assim, quase 97% deles se declararam a favor da lei. Isso mostra que mesmo alguns universitrios sendo descrentes quanto efi-ccia da lei, ela ainda assim bem recebida pela maioria.
9Informativo SBOT-ES | 3 trimestre 2009
soCial
A Cooperativa dos Ortopedistas e Traumatologistas do Esprito Santo (Cootes) reuniu, no dia 29 de novembro, em Vitria, seus membros e respectivos familiares para uma confraterniza-o que comemorou o fim de mais um ano de trabalho. Uma srie de atraes como show da Banda NoBreu, brincadeiras para a crianada e sorteios de vrios brindes marcaram a festa. O ponto alto ficou por conta das homenagens a Cid Paulo Leal (o Cidinho), pela sua dedicao rea de representaes de produtos e laboratrios mdicos; Hlio Barroso, aniversariante do dia; e a Nelson Pretti, que anunciou sua aposentadoria durante o evento.
1
6
4
5
5
2
3
3
Carlos Alberto Carvalho, Janete
Carvalho e Rafel Carvalho.
Slvio Pavan e Adriano Souza.
Alceuleir Cardoso, Ricardo Feres,
Rafael Carvalho, tyla Lima Jr. e
Thanguy Frio.
Wilson Richa Jr., Wilson Richa e
Amadeu Marques.
Marina Duarte, Mariana, tila Frei-
ta Quintaes e Vera Quintaes.
Wilson Rocha, Emdio Perim, Carlos
Orlando, Saintclair Ottoni, Roberto
Lora, Jos Fernando Duarte, Carlos
Alberto Carvalho, Nelson Pretti,
tila Freita Quintaes e Leandro
Cunha.
4
5
1
2
6
COOTES 2009Festa de Encerramento
10 Informativo SBOT-ES | 3 trimestre 2009
Cludia Oliveira e Maria Aparecida
Zambelli.
Diverso para toda a crianada.
1717
15
7
11
Homenagem a Hlio Barroso, ani-
versariante do dia.16
1514
Cid Paulo Leal e Geraldo Lopes
Silveira.
Helosa, Carlos Orlando, Hlio Barro-
so, Nelson Pretti e Nilza Pretti.
9
7
Ruy Gusman, Everaldo Marchezini,
Rose Marchezini, Ana Mrcia Gusman
e Denise Cardoso.
8
98
12
13
16 17
10Lorena, lido Emerich, Luciano Olm-
pio e Filha.11
Eduardo Pombo, Eduardo Elias, Saulo
Teschi, Miguel Saad, Emdio Perim e
Augusto Lana.
10
Gustavo Pimentel e a Banda
NoBreu.
Silvia Barbosa e Wilson Rocha.
14
12
Irani Francisqueto, Ktia Rezende,
Antnio Carlos Resende e Srgio
Ragi.
13
11Informativo SBOT-ES | 3 trimestre 2009
esPeCial
picultor, nutricionista, DJ e moto-
taxista. Voc saberia dizer qual
a relao que existe entre essas
quatro profisses? Em comum,
todas tiveram sua regulamentao aprova-
da neste ano. Mas, das quatro, nenhuma
repercutiu e gerou tanta polmica quanto
a do servio oferecido sobre duas rodas.
Tudo comeou no dia 29 de julho, quando
o presidente Luiz Incio Lula da Silva sancio-
nou a lei n 12.009/2009. A redao oficial
diz que a lei regulamenta o exerccio das
atividades dos profissionais em transporte
de passageiros, mototaxista, em entrega
de mercadorias e em servio comunitrio de
rua, e motoboy, com o uso de motocicle-
ta. Na prtica, a norma estabelece critrios
para o funcionamento dos servios de moto-
txi e de motofrete (vulgarmente conhecido
como motoboy).
De acordo com a nova lei, as profisses
de motoboy e mototaxista s podero ser
exercidas por pessoas com 21 anos comple-
tos, que possuam carteira de habilitao h
pelo menos dois anos (na categoria de moto)
e ainda tenha participado de curso especia-
lizado, a ser regulamentado pelo Conselho
Nacional de Trnsito (Contran). Tambm
exigida a utilizao de equipamentos espe-
ciais por parte dos condutores (veja o box
abaixo). Os interessados em prestar o servio
tm 365 dias (a contar da publicao da lei)
para fazer as adequaes previstas. Quem
no se adequar estar sujeito s infraes
previstas no Cdigo Brasileiro de Trnsito.
Mas a regulamentao em nvel federal
por si s no vai determinar efetivamente a
implantao ou no do mototxi nos mu-
nicpios. A lei estabelece que a criao do
servio, bem como a utilizao de regras
especficas, caber s cmaras municipais. O
governo da cidade de So Paulo, por exem-
plo, optou pela no criao. Em nota oficial,
a prefeitura paulistana se disse contrria
efetivao do mototxi com o argumento
de que os riscos que esse transporte acar-
reta aos cidados desaconselham seu uso
em uma cidade com as caractersticas de So
Paulo. Por aqui, na Grande Vitria, at ago-
ra nenhuma cidade sinalizou positivamente
a implantao do mototxi.
Por enquanto, apenas planos
Na Cmara de Vitria existem atualmen-
te dois projetos de lei para a implantao
do servio de mototxi: um de autoria do
vereador Dermival Galvo e outro de Zezi-
to Maio. Mas por motivos diferentes, ainda
no d pra saber se as propostas dos dois
vereadores sairo do papel.
No caso de Dermival, o prprio vereador
decidiu barrar o processo. No incio, Galvo
tinha o argumento do escoamento do trn-
sito como justificativa de seu projeto. Como
o preo das passagens de mototxi no
to elevado, as pessoas poderiam utiliz-lo
como meio de transporte alternativo, uma
vez que as motos escoam de modo muito
mais rpido que automveis ou nibus,
explica.
Com o tempo, o vereador confessa que
esse mesmo raciocnio o levou a uma con-
cluso apreensiva. O exemplo bem notrio
disso So Paulo: o trnsito escoa melhor
com as motos, mas o nmero de acidentes
altssimo, completa. Por fim, Galvo pas-
sou a levar em conta os riscos de pessoas mal
intencionadas utilizarem o servio para pro-
mover o crime, como no caso de assaltantes
se disfararem de mototaxistas.
O resultado? Diante de todos essas re-
flexes, Dermival revelou ao informativo
SBOT-ES que no ir adiante com a propos-
ta: Estou na dvida se esse servio real-
mente importante para a cidade. O projeto
est em processo de discusso no plenrio,
mas eu estou engavetando ele.
Quanto ao autor do outro projeto simi-
A
12 Informativo SBOT-ES | 2 trimestre 2009
lar e agora responsvel pela nica tentativa
oficial de implantao do servio de motot-
xi em Vitria, Zezito Maio, a redao do in-
formativo SBOT-ES no conseguiu localiz-lo
para conversar sobre sua proposta de lei. Du-
rante mais de um ms o vereador foi procu-
rado em seu gabinete. Alm disso, a redao
ligou diversas vezes para o telefone celular
de Maio. Mesmo assim nenhum contato foi
estabelecido nesse tempo.
Quem quer, quem no quer e quem no
sabe o que quer
Como tem acontecido em diversos ou-
tros estados, depois da sano presidencial
em julho, no Esprito Santo a entidade que
representa os interesses da categoria dos
motociclistas viu com bons olhos a deciso
de regulamentar a profisso de mototaxista
e de motoboy. De acordo com o presiden-
te do Sindimotos-ES, Alexandro Martins, o
sindicato tem, inclusive, sido procurado por
cmaras de municpios do interior do Estado
para que elabore projetos de anlise de via-
bilidade do servio nesses locais. Nesse pro-
jeto o que ns temos mostrado que, com
o mototxi, quem ganha a sociedade. Isso
vai gerar mais emprego e mais renda para o
municpio, garante Martins.
Para o presidente do Sindimotos-ES,
alis, a sociedade quem est pedindo o
mototxi. Quem contra so os empres-
rios de empresas de nibus, de empresas de
txi e das cooperativas, enfatiza. Mas uma
pesquisa realizada pelo Instituto Futura nos
dias 28 e 29 de setembro com moradores da
Grande Vitria contradiz, em partes, o dis-
curso de Alexandro.
Segundo a publicao, 66% dos entrevis-
tados disseram que so a favor da profisso,
desde que o mototaxista cumpra as exign-
cias da lei. As pessoas ouvidas consideram
ainda que a lei vai gerar mais empregos,
alm de oferecer mais uma opo de trans-
porte para a populao. Porm, 75,9% dos
entrevistados disseram que no utilizariam
o servio por avaliar o meio de transporte
perigoso. Alm disso, 46,6% dos entrevista-
dos disseram ser contra a lei, pois com a re-
gularizao da profisso os acidentes podem
aumentar.
De fato, o nmero de acidentes envol-
vendo motociclistas no Brasil tem aumenta-
do na mesma proporo em que aumenta o
nmero de motocicletas circulando no Pas.
Segundo Dirceu Rodrigues Alves Jnior, da
Associao Brasileira de Medicina de Trfe-
go (Abramet), em 2008 foram vendidas 1,8
milho de novas motos no Brasil e, com o
aquecimento da economia, a perspectiva
das montadoras aumentar cada vez mais
a produo. Ao mesmo tempo, de acordo
com informaes do Instituto Brasileiro de
Segurana no Trnsito, nos ltimos dez anos,
o nmero de mortes de motociclistas envol-
vidos em acidentes aumentou 1.000%. S no
ano passado, os acidentes de moto no Pas
somaram dez mil mortos, mais de 500 mil
feridos e um gasto de R$ 8 bilhes para o go-
verno. Isso significa dizer que a cada minuto,
uma pessoa morre ou fica ferida por causa
de acidentes com motocicletas.
O presidente do Sindimotos-ES, Alexan-
dro Martins, reconhece tudo isso. Porm,
segundo ele, h um equvoco na hora de
classificar as vtimas. Quando se fala em
acidentes com motociclistas preciso lem-
brar que podemos divid-los em dois grupos.
Existem aquelas pessoas que so classificadas
por ns como meros proprietrios ou usu-
rios de motocicletas e existem aquelas que
so profissionais sobre duas rodas (caso do
mototaxista e do motoboy). A maioria dos
acidentes acontece com o primeiro grupo,
argumenta.
Mesmo assim, algumas pessoas ainda es-
to temerosas quanto implantao do mo-
totxi em Vitria. O ortopedista e presidente
da Sociedade de Ortopedia e Traumatologia,
Regional Esprito Santo (SBOT-ES), Joo Car-
los Teixeira, por exemplo, teme pelas circuns-
tncias nas quais o servio pode ser oferecido.
Acostumado a ver vrios casos de motociclis-
tas acidentados, Teixeira lembra que a capi-
tal capixaba j sofre com engarrafamentos
em determinados horrios e dias da semana.
Nesse contexto, o motociclista acabaria sen-
do a alternativa mais barata e rpida para
o transporte de mercadorias e de pessoas,
o que um risco, segundo o presidente da
SBOT-ES. Quem pede um mototxi quem
est com pressa. E a presso do tempo inevi-
tavelmente vai acarretar acidentes.
Para Alexandro Martins, essa preocu-
pao no faz sentido. De acordo com ele,
ao contrrio do que se imagina, o ndice de
acidentes diminui com a implantao do mo-
totxi. Quem vai determinar como o moto-
taxista vai andar ser o prprio passageiro. O
mototxi, inclusive, educa o motociclista no
trnsito, garante Alexandro.
Como ortopedista, Joo Carlos Teixeira
diz que no gostaria de ver o servio de mo-
totxi efetivado, pois teme que a fiscalizao
no seja rgida o suficiente e que isso ocasione
mais acidentes com motos. Mas uma reali-
dade; j est a. Pode no ser aprovado ago-
ra, mas um dia isso vai acontecer, pondera
Teixeira. Para o presidente do Sindimotos-ES,
Alexandro Martins, a aprovao j tem prazo
estimado. Em menos de oito anos, o servio
estar implantado dentro da Grande Vit-
ria, arrisca. aguardar pra ver.
13Informativo SBOT-ES | 2 trimestre 2009
vida leve
A histria mais ou menos assim: comeoucomo um simples passatempo; aos poucos, a coisa ficou sria; e, de repente, Ruy Gusmantinha feito a vida com o mergulho.
om o diploma de mdico e um curso de residncia no currculo, Ruy Rocha Gus-
man comeou a atuar como ortopedista em 1997. Para muitos jovens, essa seria
uma tima oportunidade de comear a obter a to sonhada independncia fi-
nanceira. Para Ruy, essa meta j havia sido superada antes mesmo de sua forma-
tura. Tudo graas a um hobbie, que por muito tempo foi seu ganha po. O mergulho,
que no incio era divertimento, virou profisso e, com isso, veio o primeiro carro e at o
primeiro apartamento. Quando chegou a hora de exercer a medicina, a vida de Ruy j
estava mais do que encaminhada.
Segundo Gusman, a primeira vez que mergulhou foi em 1981, a convite do marido de
sua cunhada, Flvio Pavan. Depois disso, os mergulhos tornaram-se frequentes e logo veio
a ideia: por que no criar um curso sobre o assunto no Esprito Santo? Ento, Ruy e Flvio
C
fizeram cursos para instrutores no Rio de
Janeiro e, em 1982, inauguraram o primei-
ro curso de mergulho do Estado, oferecido
pela escola Flamar.
Em 1993 Gusman se formou em medi-
cina pela Universidade Federal do Esprito
Santo (Ufes) e foi fazer residncia em So
Paulo. A partir da, a coordenao do curso
ficou apenas com Pavan, que logo deixou
o legado para o filho, Flvio Pavan Filho, o
qual permanece com o curso at hoje.
Para Ruy, talvez graas iniciativa pio-
neira, o panorama do mergulho de lazer
no Estado est num padro de qualidade
bom. Segundo ele, o que precisa melhorar
o mergulho profissional. Quem necessita
de cursos desse nvel, como aqueles que en-
sinam a efetuar soldas submarinas e limpe-
zas de casco de embarcaes, por exemplo,
precisa sempre recorrer a escolas do Rio de
Janeiro, comenta.
O prazer de estar debaixo dgua
Mesmo que no final das contas isso no
tenha ocorrido, o ttulo deste Vida Leve po-
deria muito bem ser a expresso unindo o
til ao agradvel. A justificativa que alm
do lado profissional vivido nos tempos de
instrutor da Flamar, Ruy, que tambm bi-
logo, teve no mergulho uma oportunidade
de lazer para curtir a vida e, principalmen-
te, a natureza. Para ele, a possibilidade de
estar lado a lado com os animais marinhos,
com tanta beleza e poder interagir com esse
ambiente algo simplesmente fascinante.
E se o assunto explorar lugares e a vida
marinha, Ruy no tem do que reclamar. Ele
j mergulhou em Fortaleza, no Maranho,
em Fernando de Noronha, na Bahia, no Rio
de Janeiro e, claro, no litoral do Esprito
Santo. Chegou at a se aventurar em guas
internacionais. Foi inclusive numa dessas
ocasies que ele visitou o lugar mais bonito
de todos por onde passou at hoje: Cozu-
mel, no Mxico. um ambiente aqutico
fantstico. Mergulhei apenas uma vez, mas
fiquei deslumbrado com tanta beleza, ex-
plica o ortopedista que tambm esteve nas
Bahamas e no litoral do Panam.
Outro local que marcou foi Abrolhos,
no sul da Bahia. Segundo ele, o que mais
chama a ateno l a diversidade de vida
marinha. O apreo pelo lugar tamanho
que Ruy j fez umas sete visitas s guas
baianas.
Susto e refgio em Guarapari
Abrolhos, Cuzumel, Bahamas e tantos
outros lugares marcaram a vida de Ruy pela
beleza e exotismo. Mas um acontecimen-
to que ele no esquece jamais foi vivido
no quintal de casa. H alguns anos, em
Guarapari, Gusman, que estava com um
grupo de amigos, tinha acabado de realizar
um mergulho com cilindro e se preparava
para fazer um mergulho livre (sem cilindro
de oxignio). De repente, o grupo perce-
beu que havia uma baleia vindo na direo
do barco onde eles estavam. Ruy e alguns
amigos, ento, conseguiram mergulhar at
bem prximo do animal, mas a calda do gi-
gante mamfero aqutico acabou atingindo
os curiosos, que chegaram a perder a ms-
cara de mergulho. Mesmo com o susto, foi
uma experincia muito bacana pela possibi-
lidade de mergulhar ao lado de um animal
to grande, lembra aos risos.
Como era de se esperar, o fato inusitado
em Guarapari nunca representou qualquer
tipo de impedimento para outros mergu-
lhos no local. Ao contrrio. Hoje, pela vida
corrida e cheia de compromissos, Ruy tem
apenas os feriados e as frias para curtir os
momentos embaixo dgua. E o local mais
recorrente para isso Guarapari, onde ele
possui uma casa de praia. Ali, eu posso
conciliar a atividade com os momentos de
lazer com a famlia, mergulhando a cada
dois ou trs meses, conta. Na companhia,
os amigos, a esposa, Ana Mrcia (que tam-
bm se aventura s vezes no mergulho li-
vre), e as duas filhas: Isabel, de sete anos, e
Vitria, de cinco.
Mas quem pensa que Ruy aderiu de
vez ao estilo caseiro se engana. Ele ainda
pretende alar voos mais altos. Gostaria de
mergulhar na barreira de corais da Austr-
lia. Ainda no sei quando isso ser possvel,
mas um sonho.
Para quem nunca praticou a atividade, Ruy recomenda que se procure uma es-cola de mergulho para ter segurana. No necessrio ser um grande nada-dor como muitos consideram; os instru-tores existem justamente para fornecer a tranquilidade do mergulho, lembra.
Um equipamento completo de mergu-lho possui um custo elevado. Mas, se-gundo Gusman, no preciso comprar todo o equipamento e sim o bsico individual: cilindro, mscara, roupa e p-de-pato.
Quer Mergulhar? Prepare o bolso
Ruy Gusman mergulhando nas guas de Cozumel, no Mxico.
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