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VIOLÊNCIA EQUOTERAPIA | | MAIS BRASIL EDITORIAL Novembro de 2014 - Ano 1 - Edição 1 REVIRAVOLTA R$ 12,99 ESTIM A ÇÃO Gato leva tiro e é resgatado por integrantes de ONG Cavalos auxiliam na recuperação de deficientes físicos Perigo da reprodução entre cães de uma única ninhada PROCRIAÇÃO VIRA-LATA É ADOTADO POR SERVIDORA PÚBLICA E TRANSFORMA A VIDA DE TODOS

Revista Estimacao

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A revista Estimação é fruto de um produto jornalístico criado pelas alunas do curso de Jornalismo da Universidade Paulista (UNIP), Caroline Oliveira Silva e Karolinne Oliveira de Araújo Sousa como parte do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). O novo veículo tem como finalidade aprimorar conhecimentos sobre o universo dos animais de estimação e a relação benéfica entre eles e o homem.

Citation preview

VIOLÊNCIAEQUOTERAPIA

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ESTIMAÇÃO

Gato leva tiro e é resgatado por

integrantes de ONG

Cavalos auxiliam na recuperação de deficientes físicos

Perigo da reprodução entre cães de uma

única ninhada

PROCRIAÇÃO

VIRA-LATA É ADOTADO POR SERVIDORA PÚBLICA

E TRANSFORMA A VIDA DE TODOS

Associação Protetora dos Animais do Distrito Federal

Entidade filiada à Sociedade Mundial de Proteção Animal (WSPA) e ao Fórum de

ONG’s Ambientalistas do DF

Nossas ações de proteção aos animais têm por estratégias principais:

Ações educativas;Gestões para o avanço e aplicação da

legislação;Ações e campanhas de combate aos

maus-tratos a animais;Ações e campanhas de combate à

superpopulação de animais de companhia;

formação de alianças entre diversos setores da sociedade civil e poder público para o avanço dos direitos

dos animais

Estamos nos organizando para fazer novos produtos para nossa lojinha. Em breve teremos adesivos e canecas novos para compra! Adquira nossos produtos

exclusivos e ajude-nos!

Caneca

Adote um vira-lata

Camiseta

Voluntariado

Camiseta

Pangaré Camiseta

Gatinho e vira-lata

Os produtos podem ser encontrados na nossa sede de segunda à quinta das 10h às 13h, e nos sábados das 13h às 16h. Quem for de outros estados pode nos mandar um e-mail: [email protected]

Associação Protetora dos Animais do Distrito Federal

Entidade filiada à Sociedade Mundial de Proteção Animal (WSPA) e ao Fórum de

ONG’s Ambientalistas do DF

Nossas ações de proteção aos animais têm por estratégias principais:

Ações educativas;Gestões para o avanço e aplicação da

legislação;Ações e campanhas de combate aos

maus-tratos a animais;Ações e campanhas de combate à

superpopulação de animais de companhia;

formação de alianças entre diversos setores da sociedade civil e poder público para o avanço dos direitos

dos animais

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4 • ESTIMAÇÃO

Sumário

Gato baleado recebe ajuda de protetoras dos animais no Grande Colorado

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VIOLÊNCIA10

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No esporte e na reabilitação de pessoas com necessidades especiaisNo esporte e na reabilitação de pessoas com EQUESTRES

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Soliedariedade: Animais resgatados ganham um novo lar

Soliedariedade: Animais resgatados CAPA

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ESTIMAÇÃO

05 CARTA AO LEITOR/EXPEDIENTECOLUNA

07 - Você sabe o que é um animal braquecefálico? - Dra. Aruska Michelly Tavares Mesquita

ARTIGO12 - O respeito à dignidade da vida animal - Dra. Beatriz Bartoly

06 RÉPTEISVeja a diferença entre tartaruga, cágado e jabuti

08 ALIMENTAÇÃORação terapêutica é complemento para melhoria de doenças crônicas

09 FIQUE ATENTO!Acupuntura como aliada na saúde do seu pet

10 VIOLÊNCIAGato baleado recebe ajuda de protetoras dos animais no Grande Colorado

11 SAÚDE ANIMALCarreta móvel possibilita procedimento de castração gratuito

13 EM EXTINÇÃOLimpa-Folha-do-Nordeste (Philydor Novaesi)

14 VENDA DE ANIMAISFeiras comercializam animais de estimação em péssimas condições

16 CAPASolidariedade: Animais resgatados ganham um novo lar

21 ATIVIDADE FÍSICAExercícios: Conheça os benefícios para a sua saúde e de seu cão

22 EQUESTRESNo esporte e na reabilitação de pessoas com necessidades especiais

24 CÃES DE TRABALHOÀ serviço da sociedade

30 CRUELDADEGalo Índio é o mais explorado em rinhas no DF

31 AQUÁTICOVocê está preparado para ter um?

32 RAÇAS EVOLUÍDASConsequências do acasalamento entre cães consanguíneos

33 ROEDORESTire suas dúvidas sobre os hamsters

34 CONSCIENTIZAÇÃOAdote um sem raça definida

5 ESTIMAÇÃO •

Carta ao Leitor

Karol Araújo e Caroline Atanazio

baleado perdeu os movimentos e foi adotado por uma voluntária de ONG de proteção animal no DF.

A coluna terá como propósito esclarecer as dúvidas sobre os animais braquicefálicos - animais com o aspecto de “cara amassada”. Já no artigo a abordagem será sobre os maus-tratos.

Tem algum assunto que gostaria de ver em nossa próxima edição? Aguardamos seu contato pelo endereço eletrônico [email protected]

Acompanhe também nossas redes sociais:

Facebook: Revista EstimacaoTwitter: @estimacaodfEste produto foi elaborado para

o Trabalho de Conclusão de Curso, referente ao curso de Comunicação Social - Jornalismo da Universidade Paulista - UNIP das alunas Caroline Oliveira Silva e Karolinne Oliveira de Araújo Sousa.

Boa leitura!Caroline Atanazio

Karol Araújo

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Expediente

Editoras-chefe, jornalistas, revisoras de texto, fotografi as e diagramação: Caroline Atanazio e Karol AraújoOrientadora: Maria Moraes LuzCoordenadora de curso: Raquel SachetoColaboradoras: Beatriz Bartoly e Aruska

BBem vindos a primeira edição da revista Estimação. A missão do periódico é transmitir

informações de caráter social aos donos de animais de estimação e interessados pela temática. As reportagens publicadas abordam a relação benéfi ca entre homem e animal, denuncia os maus-tratos e mostra dicas de especialistas sobre cuidados com a saúde do pet.

Nesta edição o leitor encontrará informações sobre assuntos variados sobre diferentes espécies. Falaremos sobre animal em extinção; alimentação no auxílio do tratamento de doenças crônicas; esporte com cavalos – relação de cumplicidade e benefícios à saúde do homem; cães que dedicam suas vidas prestando serviço à sociedade; curiosidades sobre peixes, tartarugas e hamster; benefícios da atividade física para o cão; dentre outros.

A revista traz uma série de matérias de denúncias sobre as condições precárias em que alguns animais são vendidos em feiras; um alerta sobre as brigas de galo; e a história de um gato que após ser

ESTIMAÇÃO

Michelly Tavares Mesquita CarvalhoEditora: Mais Brasil EditorialGráfi ca: Papel VirtualTiragem: 30.000 exemplaresA revista Estimação não se responsabiliza pelo conteúdo da coluna e artigo.

6 • ESTIMAÇÃO6 • ESTIMAÇÃO

Répteis

Médica veterinária especializada em répteis esclarece algumas questões sobre a espécie

VEJA A DIFERENÇA ENTRE TARTARUGA, CÁGADO E JABUTI

Uma dica dada pela veterinária Melanie Leite Rabello para quem cria o animal é levá-los para tomar sol diariamente, já que o aumento da temperatura acelera seu metabolismo. Por meio do sol, esses animais convertem a vitamina D para absorção de cálcio.

REPRODUÇÃOApós o cruzamento, a fêmea precisa

de areia para colocar seus ovos. Caso isso não ocorra, ela corre o risco de retê-los e pode ser submetida a um processo cirúrgico. O período do cruzamento dessa espécie costuma acontecer na primavera, antes do verão. Eles têm dez dias para se acasalarem,

passado esse período, só no próximo ano. A espécie chega a colocar de dez a 15 ovos.

A estudante Paola Cristiny Brito, de 28 anos, cria um tigre d’água – uma espécie de tartaruga. Por se tratar de um animal de cativeiro, sua compra não precisa da liberação do Ibama.

De acordo com a estudante, sua tartaruga Drica tem 15 anos e vive em uma casinha dentro de uma bacia criada especialmente para ela. “Os aquários viviam quebrando, além do mais a bacia é super espaçosa. Sempre gostei de tartarugas e a Drica interage bastante com a minha fi lha. Fico feliz em tê-la por perto. Sempre a levo para tomar sol”, afi rmou.

APor Caroline Atanazio

A tartaruga, o cágado e o jabuti normalmente são confundidos. Para tirar as dúvidas, veja

o que os difere: as únicas tartarugas existentes são as da Marinha. Ou seja, as de estimação costumam ser cágado ou jabuti. Para diferenciar uma espécie da outra basta prestar atenção no pescoço do animal, a tartaruga nunca retrai o membro, os que retraem são os cágados.

Após adquirir o cágado ou o jabuti, a primeira coisa a se fazer é oferecer ao animal um ambiente favorável para que ele se sinta próximo do habitat natural. O mais importante é colocar à disposição dele uma área com água e a outra seca, assim ele pode se locomover de um lugar para o outro quando desejar. Geralmente esses animais não são encontrados facilmente para venda.

A venda desses animais brasileiros não é autorizada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Apenas os importados podem ser comprados.

ALIMENTAÇÃOÉ preciso tomar bastante cuidado com o

cálcio na alimentação desses répteis. A falta do mineral faz mal à saúde do seu casco causando uma doença óssea metabólica – perda de cálcio nos ossos para nutrir o organismo. Existem rações específi cas no mercado com preços bem acessíveis.

A tigre d’ água, Drica, vive em uma bacia espaçosa

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7 ESTIMAÇÃO •

OMédica veterinária especializada em répteis esclarece algumas questões sobre a espécie

VEJA A DIFERENÇA ENTRE TARTARUGA, CÁGADO E JABUTI

Coluna

VOCÊ SABE O QUE É UM ANIMAL BRAQUICEFÁLICO?

Por Aruska Michelly Tavares Mesquita

O que são animais braquicefálicos? Essa questão surgiu após uma empresa aérea optar por não

transportá-los, uma vez que, por apresentarem o focinho achatado são susceptíveis às mudanças de temperatura, pressão e ventilação.

BRAQUICEFÁLICOSBraquicefálicos é a nomenclatura que se

dá ao animal de cabeça curta que apresentam também o maxilar superior recuado e maxilar inferior normal o que dá o aspecto de ”cara amassada”. Como vemos em cães da raça boxer, shih-tzu, pug, pequinês e felino como o persa.

SÍNDROME RESPIRATÓRIAA síndrome respiratória dos braquicefálicos

consiste em sinais como ronco, esforço respiratório, salivação excessiva, intolerância a exercícios, dias quentes, tosse, engasgos e mucosas pálidas ou cianóticas e desmaios. A maioria não sofre de todos os aspectos da síndrome.

ESTENOSE DAS NARINASA estenose das narinas faz com que

a abertura nasal se torne muito pequena causando assim uma difi culdade para respirar.

PALATO MOLE ALONGADOEsses pequenos apresentam o palato

mole alongado, ou seja, os tecidos moles que separam a passagem nasal da cavidade oral fi cam pendurados, solto até à garganta, criando sons de ronco. O latir em excesso ou ofegar

muito pode causar o inchaço da garganta, que por sua vez causa sérios problemas. Já a hipoplasia traqueal pode ser diagnosticada com exame de raio-x, onde observa-se alguns pontos de estreitamento da traqueia, o que pode oferecer risco anestésico a esses animais.

BOCAPor terem uma boca menor, a saúde bucal do

braquicefálico necessita de uma atenção maior. Normalmente, pela falta de espaço, o dente desses animais cresce de forma desordenada. Isso signifi ca que eles estão mais vulneráveis a contrair doenças causadas por bactérias. A dica para evitar futuras complicações é cuidar sempre da higienização dentária.

FRAGILIDADESOutras fragilidades que os braquicefálicos

apresentam é o estresse ao calor, olhos grandes que podem saltar da órbita, dentes desalinhados e infecções de pele nas dobrinhas, mas nada que os condene ao solo fi rme visto que muitos vão e voltam de viagens sem apresentar quaisquer incômodo a seus acompanhantes e familiares. Antes de viajar consulte sempre um veterinário.

*Aruska Michelle, médica veterinária de caninos e felinos graduada pelo

Centro Universitário UniNilton Lins, Clínica e Cirurgia de Pequenos

Animais, com vastos anos de experiência na

área, atua no consultório cãotinho dos bichos.

“Braquicefálicos é a nomenclatura que se

dá ao animal de cabeça curta que

apresenta também o maxilar superior recuado e maxilar

inferior normal o que dá o aspecto de cara

amassada”

Aruska Michelly Tavares Mesquita

Animais braquicefálicos apresentam o fucinho achatado

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8 • ESTIMAÇÃO8 • ESTIMAÇÃO

Alimentação

Especialista dá dicas para um tratamento efi caz com o auxílio de comida especifi ca

RAÇÃO TERAPÊUTICA É COMPLEMENTO PARA MELHORIA DE DOENÇAS CRÔNICAS

As rações terapêuticas geralmente são menos palatáveis que a normal. De acordo com a veterinária, o primeiro passo é tirar o paciente da crise para depois usar as rações terapêuticas. Mayumi afi rma ainda que as rações têm componentes nutricionais diferentes e específi cos para cada doença, ou seja, cada animal possui uma necessidade nutricional diferente.

“Pacientes com alterações renais, por exemplo, não podem consumir muito sódio ou fósforo. O nível de proteína tem que ser um pouquinho moderado” recomenda. Existe ainda a alimentação caseira para pacientes obesos, diabéticos e com insufi ciência renal. No entanto, a veterinária alerta que ao contrário do que muitos acreditam, não basta juntar o resto da comida e dar para o animal.

“A alimentação caseira é uma dieta muito específi ca. Ela controla todos os níveis, inclusive, todos os ingredientes devem ser pesados em uma balança. Então a necessidade é de uma alimentação preparada exclusivamente para o cão. Não é o resto da comida, a quantidade de óleo que a pessoa acha ideal, e nem os temperos. Visto que a dieta comercial é a mais completa”, completou.

Na hora da escolha da ração, tudo é avaliado: a fonte de proteínas, o teor e a qualidade dos ingredientes de forma geral. “As rações se dividem em categorias. Normalmente recomendo as rações super premium, que são as de melhor qualidade”, ressalva.

De acordo com a veterinária, mesmo que

Por Caroline Atanazio

PPoucos sabem que os animais de estimação podem desenvolver doenças crônicas ao longo de suas vidas. Essas

disfunções podem causar transtornos tanto para o animal quanto para o dono, seja ela por obesidade, câncer, problemas cardíacos, diabetes, hipertensão ou insufi ciência renal. Além dos gastos fi nanceiros, ninguém fi ca feliz ao ver o animal adoentado.

Atualmente, no Distrito Federal, os casos mais comuns em que a ração terapêutica é introduzida são em animais que sofrem de insufi ciência renal, alteração intestinal crônica e cálculo uretral na bexiga.

A médica veterinária Flávia Mayumi, especializada em nutrição, afi rma que a alimentação associada ao tratamento indicado pode auxiliar na recuperação do animal com doenças crônicas. De acordo com ela, frequentemente a procura é pela ração terapêutica para combater a insufi ciência renal em cães e gatos.

“Normalmente tentamos descobrir a causa, o que pode ter ocasionado a doença para então usar a nutrição como um auxilio. A alimentação não pode ser usada de forma isolada”, alerta a veterinária.

Segundo Mayumi, inserir novos hábitos alimentícios na vida do cão depende exclusivamente de sua aceitação. “Jamais exijo o uso das rações terapêuticas e o que deve ser feito é aumentar o estímulo do animal para que eles gostem da alimentação”, explica.

DICAS PARA MANTER A QUALIDADE DA RAÇÃO

• A comida do cachorro não deve fi car exposta o dia inteiro;• Cães adultos devem comer no mínimo duas vezes ao dia e os fi lhotes no mínimo três;• Depois de 30 minutos, se o cão não comer a ração ela deve ser retirada e oferecida apenas no horário da próxima refeição;• Gatos comem várias porções durante o dia. Porém, não deixe que a ração fi que exposta por muito tempo;Lembre-se que a rotina do dono pode infl uenciar nos horários.

na teoria os fabricantes garantam a qualidade da ração após a sua abertura, a embalagem deve permanecer vedada para não ter perdas em seus componentes nutricionais. O recomendado é que a ração seja guardada dentro de sua embalagem original.

As rações que fi cam expostas ou em contato com a água podem gerar fungos e bactérias, contaminando assim todo o pacote. A orientação é para que os donos de animais não comprem mais ração do que o consumo de um mês.

9 ESTIMAÇÃO •

Especialista dá dicas para um tratamento efi caz com o auxílio de comida especifi ca

RAÇÃO TERAPÊUTICA É COMPLEMENTO PARA MELHORIA DE DOENÇAS CRÔNICAS

Fique Atento!

Animais lesionados apresentam aceleração no processo de recuperação com o uso da técnica

ACUPUNTURA COMO ALIADA NA SAÚDE DO SEU PET

apresentar melhoras necessitam ainda de outros procedimentos”, afi rma ela.

É importante destacar que a acupuntura aplicada aos humanos é diferente da utilizada em animais. Dessa forma, apenas um médico veterinário especializado na técnica pode tratar do seu pet. O método que consiste na aplicação de agulhas em pontos específi cos do corpo proporciona ao paciente um efeito relaxante, com

APor Caroline Atanazio

A acupuntura é uma técnica da medicina chinesa que tem como objetivo prevenir e tratar

alterações psicológicas, energéticas e físicas. De acordo com a veterinária e especialista em acupuntura, Samya Calache, o método é reconhecido cientifi camente e pode ser aplicado com o uso de medicamentos proporcionando maior efi cácia no quadro clínico do animal.

A prática está sendo utilizada principalmente para amenizar dores em cães, gatos e cavalos. De acordo com Samya, existem outras formas de tratamento, além da convencional feita apenas com agulhas. “A acupuntura está ligada a técnicas de eletro, moxanistão e fi toterapia”, explica.

O método é recomendado para casos de cães com problemas comportamentais, ortopédicos e de saúde em geral. “Tive um cachorro que contraiu hérnia de disco e por isso ele sentia muitas dores. Iniciei o tratamento de acupuntura e o resultado foi instantâneo”, relatou a veterinária.

Segundo Samya, a acupuntura é uma medicina complementar e deve ser associada a outros tipos de tratamentos. Ela afi rma que o resultado do tratamento vai depender do problema de saúde do animal e da frequência nas sessões de acupuntura. “Cada caso deve ser avaliado individualmente. Tem animais que para

os mesmos efeitos tanto para os seres humanos quanto para os animais.

Em casos de animais que sofrem acidentes e perdem a capacidade de locomoção, a acupuntura funciona como um tratamento de estímulo à movimentação. A técnica já foi reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária e tem sido muito procurada por donos de animais domésticos em Brasília.

Técnica auxilia tratamento de doenças em geral

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10 • ESTIMAÇÃO10 • ESTIMAÇÃO

violência

O animal perdeu o movimento das pernas traseiras e está em processo de reabilitação

GATO BALEADO RECEBE AJUDA DE PROTETORAS DOS ANIMAIS NO GRANDE COLORADO

animal no pet shop para ser higienizado. “O funcionário do pet shop adorou o gato, era lindão pra cá, lindão pra lá. Acabei batizando ele como Lindão mesmo”, contou ela.

De acordo com Raquel, a cirurgia do gato custou R$ 2 mil. Para arcar com a despesa, ela conta que a ONG promoveu três festas juninas e recebeu ainda doações de pessoas sensibilizadas com o fato. “Fiz um post relatando a história do Lindão em nossa fanpage no Facebook. Depois disso, as pessoas começaram a nos procurar para contribuir. Assim conseguimos arcar com as despesas.”

Raquel é dona de dois cães e já tinha um gato em casa. Ela diz que todos se dão muito bem. “Como o Lindão fi cou

NNo dia 30 de junho de 2014, Raquel Amaral Brito, integrante da ONG Quintal dos Bichos,

de 34 anos, encontrou um sialata branco de aproximadamente cinco anos próximo ao condomínio onde reside, no Grande Colorado, DF.

Segundo Raquel, o animal estava coberto de sangue e foi levado às pressas para uma clínica veterinária da Asa Norte. A princípio, ela achou que se tratava de um atropelamento. No entanto, após a radiografi a descobriu-se que o animal estava com uma bala alojada na coluna. “O veterinário disse que ele teve a medula atingida e acabou fi cando paralítico”, lamentou. Raquel disse ainda que o animal estava com feridas espalhadas por todo corpo.

Após deixar a clínica, Raquel levou o

Por Caroline Atanazio e Karol Araújo

Raquel Amaral Brito faz exercícios com o gato diariamente para estimular movi-mentação traseira

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paralitico, não vou colocá-lo para adoção. Agora tenho dois gatos. O outro peguei na Zoonose. Tenho dois cachorros, um vira-lata que encontrei na rua e um Golden que adotei quando estava com papa virose e sua dona iria sacrifi cá-lo”, contou.

A ONG Quintal dos Bichos é formada por cinco amigas defensoras das causas animais. “Não temos abrigo, moramos em casas distintas, o nosso papel é resgatar os animais da rua. Melhoramos a vida deles e depois colocamos para adoção”, explica.

Quem quiser conhecer o Lindão ou saber como funciona a ONG, basta entrar em contato com qualquer uma das representantes por meio da fanpage - Quintal dos Bichos.

Lindão fi cou paralítico após ser atingido por uma bala

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11 ESTIMAÇÃO • 11 ESTIMAÇÃO •

O animal perdeu o movimento das pernas traseiras e está em processo de reabilitação

GATO BALEADO RECEBE AJUDA DE PROTETORAS DOS ANIMAIS NO GRANDE COLORADO

Saúde Animal

CARRETA MÓVEL POSSIBILITA PROCEDIMENTO DE CASTRAÇÃO GRATUITO Profi ssionais na Universidade de Brasília realizam cirurgias em cães e gatos

A Por Karol Araújo

A castração de cães e gatos é fundamental para o controle da natalidade desses animais.

Pensando nisso, a Secretaria do Meio Ambiente (Semarh) e o Instituto Brasília Ambiental (Ibram) em parceria com a Universidade de Brasília (UNB), lançaram em março deste ano a carreta do Castramóvel.

Como o nome já diz, o veículo é equipado para realizar cirurgias de castração em cães e gatos, fêmeas e machos. Atualmente os médicos veterinários da UnB estão se reunindo no Parque Lago do Cortado, na Qnl 12 Bl I setor L Norte, em Taguatinga, para atender a população.

O assistente administrativo Ricardo Henriques, de 26 anos, castrou seu cachorro Chico para prevenir doenças hormonais. “A Nina (mãe do Chico) é diabética, então fui orientado pelo veterinário a castrar o fi lhote para que ele não corra riscos de apresentar problemas hormonais” contou.

POR QUE CASTRAR?A cirurgia de castração é importante

para a saúde do animal, principalmente no caso das fêmeas, pois diminui o risco de tumor de mama, evita infecções uterinas e estresse físico e emocional no cio. Já nos machos, diminui o hábito de urinar em todos os locais e brigar com outros animais.

Além do mais, a reprodução indiscriminada de cães e gatos aumenta

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os casos de abandono, maus-tratos e contribui nas doenças transmissíveis ao homem (zoonoses).

De acordo com Angelina Guedes Gomes, a assessora de comunicação do Ibram, a castração serve como um instrumento de gestão das unidades de conservação do DF. “Os riscos oferecidos por animais domésticos abandonados nos parques, por exemplo, se estendem aos próprios frequentadores, como também, aos animais silvestres que habitam o local”, explica.

REGIÕES BENEFICIADAS

Por se tratar de uma proposta itinerante, segundo o Ibram, será possível abranger todas as comunidades, especialmente as de baixa renda, e aquelas pessoas sem condições de se deslocarem com seus animais. Será contemplado ainda o entorno das Unidades de Conservação, que constantemente sofrem com a invasão de cães e de gatos domésticos não domiciliados.

O objetivo do projeto é atender todas as cidades satélites. Inicialmente, o castramóvel deve atender às demandas emergenciais, que segundo o Ibram, já estão sendo levantadas previamente.

AGENDAMENTO

Para que seu pet seja atendido gratuitamente no Castramóvel, basta realizar um pré-cadastro junto à Subsecretaria de

Saúde Ambiental da Semarh pelo telefone (61) 3214-5621 ou por meio do endereço eletrônico [email protected].

A escolha do animal acontece por meio de um processo seletivo. Passada essa fase, o animal é submetido a exames pré-operatórios para avaliação de saúde. Se estiver apto é encaminhado para a cirurgia.

Chico foi castrado para prevenir

problemas hormonais

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12 • ESTIMAÇÃO

No momento em que as estruturas reticulares de uma política desconstitutiva da pessoa humana nos nulifi ca como sujeitos políticos, testemunhamos o crescente interesse de vários segmentos sociais pelos direitos dos animais. Para além de uma aparente contradição, acreditamos que o desafi o de inventarmos uma nova política, capaz de superar a crise moral em que nos encontramos e articular as bases de uma sociedade global justa, equitativa e sustentável, passa, inexoravelmente, pela necessidade de reconhecermos os animais como sujeitos de direito, como entes morais juridicamente tutelados.

SARLET, I. W.; FENSTERSEIFER, T. Direito constitucional ambiental - Constituição, Direitos Fundamentais e Proteção do Ambiente. 2. ed. São Paulo/SP: Revista dos Tribunais, 2012.

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Artigo

Por Beatriz Bartoly

Segundo a Declaração Universal dos Direitos dos Animais, estes possuem direitos, sendo o desconhecimento e

o desprezo aos seus direitos que levam a humanidade ao cometimento de crimes e atrocidades inaceitáveis contra os animais e contra a natureza. Imperioso, portanto, o reconhecimento do direito à existência digna das demais espécies animais como fundamento do respeito à própria dignidade humana.

Para Sarlet & Fensterseifer, a ideia de respeito está diretamente vinculada ao reconhecimento da vida animal como um valor intrínseco, uma vez que somos todos – humanos e não-humanos – integrantes da comunidade de vida. Mais que isso: fazemos parte de uma comunidade moral, o que implica a necessidade de assumirmos deveres jurídicos frente às demais espécies, uma vez que estas não podem ser reduzidas e instrumentalizadas como simples meios de que nos apropriamos para alcançarmos nossas pretensões e satisfazermos nossos desejos.

A vida é um valor inegociável, ainda que a matriz antropocêntrica sobre a qual justifi camos o deturpado sistema de crenças e valores que sustenta nossa sociedade nos faça acreditar que somos os senhores do universo, com poderes infi nitos sobre toda as demais formas de vida, e que possamos agir para com elas sem qualquer responsabilidade, compromisso ou limite. Tal prepotência da espécie humana pode e deve ser suplantada. Tal não ocorrerá,

entretanto, enquanto não expandirmos o círculo da moralidade para nele incluirmos os interesses dos animais não-humanos.

O RESPEITO À DIGNIDADE DA VIDA ANIMAL

*Beatriz Bartoly - Advogada, bacharel em Administração de empresas, especialista

em meio ambiente, mestre em fi losofi a, doutora

em análise do discurso. Presidente da Comissão dos Direitos dos animais (OAB-

DF). Consultora da Comissão de Direito Ambiental

(CFOAB). Vice-Presidente da Comissão Especial de Apoio ao Estudante de

Direito - CFOAB. Professora de Direito Ambiental e

Criminologia, Upis.

“Tal prepotência da espécie humana pode e deve ser suplantada. Tal

não ocorrerá, entretanto, enquanto

não expandirmos o círculo da moralidade

para nele incluirmos os interesses dos animais

não-humanos”

Beatriz Bartoly

13 ESTIMAÇÃO • 13 ESTIMAÇÃO •

O RESPEITO À DIGNIDADE DA VIDA ANIMAL

Em Extinção

Espécie está na lista das aves mais ameaçadas da região neotropical

LIMPA-FOLHA- DO-NORDESTE (PHILYDOR NOVAESI)

com raridade em poucos refúgios fl orestais em Alagoas e Pernambuco.

De acordo com o biólogo da Organização de Desenvolvimento Sustentável (ODS) Renato Soares Moreira, a razão da fauna estar ameaçada justifi ca-se pelos impactos ambientais que os humanos têm causado. “Esses impactos vão desde a perda de habitat, devido ao desmatamento, mineração, agropecuária, hidrelétricas, urbanização, as mudanças climáticas, perda de ecossistemas, terrestres, marinhos e aquáticos”, explica.

CENAS DA ESPÉCIESegundo ele, em 2011 o vice-presidente

da ODS, Ciro Albano, registrou uma das últimas cenas da espécie. Desde então a ave desapareceu das câmeras dos ornitólogos.

EPor Karol Araújo

Espécie endêmica do Nordeste do Brasil, o limpa-folha-do-nordeste (Philydor atricapillus) é classifi cado

como uma das aves mais ameaçadas da região neotropical, segundo dados do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (IMBio). Seu nome de origem grega faz uma homenagem ao ornitólogo brasileiro Fernando da Costa Novaes (1927-2004).

Habituada a misturar-se com bandos distintos, a ave passeriforme faz parte da família Funariidae. Dona de uma plumagem vermelho-tijolo-escura, a espécie mede 18 centímetros. O pássaro alimenta-se de insetos e das bromélias encontradas nos galhos das árvores. O limpa-folha-do-nordeste é visto

Último registro do pássaro foi feito em 2011

O QUE PODEMOS FAZER?A preservação das espécies e de seu

habitat é um dever de todos os cidadãos. De acordo com Moreira, estimular o conhecimento da fauna por meio de observações e fotografi as é algo que tem crescido muito no Brasil. Ele fala ainda sobre o safari fotográfi co no caso que se tornou um dos melhores locais do mundo para observação de onça-pintada. Depois que milhares de pessoas visitam o pantanal todos os anos, e ajudam na conservação de um de nossos maiores felinos.

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“O pássaro alimenta-se de insetos e nas

bromélias encontradas nos galhos das árvores. O limpa-folha-do-nordeste

é visto com raridade em poucos refúgios

fl orestais em Alagoas e Pernambuco”

Renato Soares Moreira

“Há o crescimento do Birdwatching no país. Essa observação de aves por cidadãos comuns tem ajudado na conservação de nossa avifauna, pois tem trazido conhecimento sobre nossas aves e tem gerado pesquisas e ações de conservação mais específi cas. O segredo está em se conhecer para preservar”, fi naliza.

14 • ESTIMAÇÃO14 • ESTIMAÇÃO

Venda de Animais

Preocupados apenas com o lucro, vendedores não dão a mínima para saúde dos animais

FEIRAS COMERCIALIZAM ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO EM PÉSSIMAS CONDIÇÕES

NPor Caroline Atanazio e Karol Araújo

Não é de hoje que animais de estimação são comercializados em condições precárias na

Feira dos Importados e na Feira do Guará, a realidade não é diferente. Essa prática acontece normalmente aos sábados. Em um dia que o público é maior, o objetivo é vender o animal a qualquer custo, sem se preocupar com as condições de higiene.

Os fi lhotes de cães, por exemplo, são vendidos nos estacionamentos das feiras. Eles são mantidos presos em porta-malas de carros aquecidos pelo calor do sol. No local, muitas fezes e um cheiro forte de urina feitas pelos fi lhotes. No pote, uma pequena quantidade de ração para grandes ninhadas e outro com água. Para melhorar o jogo de vendas, o que vale é a raça. Se a cor da raça for mais rara, o animal é vendido por um preço mais alto que os outros de sua família. Tudo é válido na hora da negociação, cartão, dinheiro, até vídeo game é usado para abater o valor da compra.

Em casos de coelhos e hamsters, a temperatura é ainda pior. Eles são colocados para venda dentro de gaiolas. Se nas alas das feiras já é quente, o que dizer de uma pequena loja onde o animal costuma fi car perto do chão. O local abafado ultrapassa a temperatura ambiente de 30°C. Costuma acontecer ainda, a venda de fi lhotes de gatos, presos nas gaiolas o dia inteiro a

espera de alguém que os compre. No caso dos cães, quando vendidos em

suas jaulas de um metro de comprimento e outro de largura, chegam a ter mais de cinco fi lhotes dentro delas. Para a “demonstração” do fi lhote, eles são colocados no chão das feiras e com isso, vem as doenças como a leptospirose, transmitida pela urina do rato.

Filhotes sem vacinar são colocados para tal “demonstração”. Só quem presencia esses animais sendo vendidos nessas condições consegue descrever o que sentem.

Daniel Miranda Costa, de 21 anos, relata ter comprado uma labradora na cor chocolate, em 2011. Depois da compra, vários problemas de saúde foram descobertos no cão.

A cadela, Daica, teve a doença do carrapato – erliquiose –, onde o fígado foi drasticamente atacado, mas após internação conseguiu se recuperar. Descobriu-se também que a cadela possui sarna demodécica – sarna passada através da mãe para o fi lhote, que apesar de não passar para os seres humanos não existe cura, somente tratamento, sendo que qualquer

“Poderia ter comprado outro cachorro, mas

ainda bem que não comprei, escolhi a Daica, talvez se eu

não tivesse escolhido, ela teria morrido”

Daniel Miranda Costa

Animais são colocados dentro de uma mesma jaula para serem comercializados

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15 ESTIMAÇÃO • 15 ESTIMAÇÃO •

Preocupados apenas com o lucro, vendedores não dão a mínima para saúde dos animais

FEIRAS COMERCIALIZAM ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO EM PÉSSIMAS CONDIÇÕES

“Sempre morei em apartamento, então minha intenção era

levar um cachorro pequeno para casa. Na fi cha da identifi cação

do Lupi, a raça especifi cada era a 1, mas percebia que ele estava

crescendo”

tipo de estresse ou anormalidade que o cão venha a ter a doença pode retornar. Desde fi lhote, a cadela também apresentou fungos localizados no meio das costas.

Apesar de todo o transtorno e sofrimento com a doença do animal, sem saber se iria sobreviver depois que foi confi rmada a erliquiose, passando por crises de queda de pêlos causada pela sarna demodécica, o dono afi rma que não se arrepende em ter comprado o animal. “Poderia ter comprado outro cachorro, mas ainda bem que não comprei. Escolhi Andreia Oliveira

Lupi foi comprado na Feira dos Importados em 2009

Em 2011, Daica foi vendida em situações precárias na

Feira dos Importados

a Daica. Talvez se eu não tivesse escolhido, ela teria morrido”, afi rma Costa.

Em 2010, a pedagoga Andreia Oliveira, de 32 anos, pagou por um pinscher que o seu tamanho era o número 1 na Feira dos Importados achando que estava levando o pinscher número 3. “Sempre morei em apartamento, então minha intenção era levar um cachorro pequeno para casa. Na fi cha de identifi cação do Lupi, a raça especifi cada era a número 1, mas percebia que ele estava crescendo”, contou.

Andreia conta que quando comprou o cão, ele estava em uma gaiola na companhia de dois animais. “Ele tinha comida, as condições de higiene não eram das piores. Na carteirinha de vacina, as iniciais já estavam tomadas. O que me intrigou foram os outros dois cães de outra raça dentro da mesma gaiola que ele. Assim que me entregaram o Lupi, já colocaram outro no lugar dele”, explicou.

Filhotes fi cam expostos ao sol em pequenas jaulas

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SOLIDARIEDADE: ANIMAIS RESGATADOS GANHAM UM NOVO LARDefesa dos direitos dos animais vem crescendo no DF

REPORTAGEM: CAROLINE ATANAZIO E KAROL ARAÚJO

CAPA

Defesa dos direitos dos animais vem crescendo no DF

Denise e Patola

“Um completa o outro. Os sentidos que o Patola perdeu a Belinha tem. Eles não se desgrudam.

Dormem juntos no meu quarto”

Denise Drummond

AAjudar ao próximo é um gesto de amor. Conhecer as necessidades que os animais de estimação

abandonados enfrentam e se dispor a ajudá-los é um ato de solidariedade. Defender os direitos dos animais é ser digno de compaixão. E é assim que muitas pessoas vivem e se dedicam na maior parte do seu tempo, socorrendo animais que precisam, abrindo a porta do seu lar, mesmo que provisoriamente.

Assim vive a servidora pública Denise Drummond, de 50 anos. Desde pequena Denise tem uma paixão por cães que avalia como inexplicável. Ela e a mãe, dona Tereza, dedicam suas vidas para ajudar animais que precisam. De acordo com ela, as duas já cuidaram de 33 cães ao mesmo tempo.

Hoje em dia a servidora pública é dona de uma vira-lata chamada Belinha e do labrador Patola. Segundo Denise, Patola vivia preso em uma corda amarrada na janela de uma varanda com três metros quadrados. Ela afi rma que os antigos proprietários do labrador não se importavam com ele. Inconformada com a situação, Denise foi até a casa em que

Patola morava e pediu para que doassem o cachorro. Resgatado, o animal foi morar com Denise, seu fi lho e sua mãe.

Na época em que adotou Patola, Denise era dona de Airon, que acabou falecendo mais tarde. Por ser novo na casa, ela conta que achou melhor criar Airon e Patola separados para evitar brigas. Denise diz que com a chegada do labrador muitas alegrias já foram vividas.

Com o passar do tempo, Patola teve problema com a obesidade. Ela relata que foi preciso substituir a ração que ele comia por uma dietética que custava 400 reais. Assim, o cão passou de 45 quilos para os 36. Atualmente o cão não segue nenhuma dieta para manter o peso.

Denise conta que há dois anos descobriu que Patola tinha artrose. Em outro exame, o laudo mostrava que logo ele fi caria cego. Então ela descobriu que a doença é

degenerativa e hereditária - assim como a artrose - e que nada poderia ser feito para reverter a situação. Denise gastou em torno de 4 mil reais para tratar do labrador.

Belinha foi encontrada na altura da quadra 913 Sul após sofrer

um atropelamento

Denise gasta hoje R$ 160 por mês com medicamentos para controlar a artrose do animal. Ela diz que Patola perdeu 100% da visão, mas já se acostumou e consegue aprimorar seus sentidos. “Dentro de casa todos colaboram e tem muita paciência com ele. Queremos que se sinta à vontade.

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Viviane Faria é dona de quatro gatos e um cachorro, todos frutos de adoção

Todos os móveis da casa são colocados de forma elaborada para evitar que ele fi que se batendo”, relatou.

Nos passeios Denise procura ter paciência e respeito pelo cachorro. Sabendo de suas limitações, quando Patola se sente cansado espera até que ele esteja descansado e pronto para continuar. Quando ele tropeça ganha até massagem nas patas. Apesar das limitações o cão passeia quatro vezes por dia.

Em 2007, Patola ganhou uma nova companheira, a vira-lata Belinha, que foi encontrada próximo à quadra 913, da Asa Sul, por vizinhas de Denise. A cadela havia sido atropelada. Sensibilizada, Denise resolveu cuidar dela até que seus donos aparecessem. Após levá-la para o veterinário, Denise soube que Belinha havia quebrado a bacia e perfurado a bexiga – por isso, urinava sangue. Os donos não apareceram e Denise fi cou com ela.

Com 13 anos de vida, Belinha já passou por altos e baixos. Recuperada do acidente, Denise descobriu que a cadela tem síndrome de Cushing – doença causada pela falta de equilibrio de um hormônio. Como se não bastasse, Belinha chegou a sentir dores por causa de um olho que já estava cego, atingido por glaucoma e catarata. Denise custeou a cirurgia que implicou na retirada do olho cego. Belinha, que também é surda, foi diagnosticada com infecção no útero, e em outubro, se submeteu a outro processo cirúrgico para a retirada do órgão. A cadela ainda tem nódulos em três mamas – mas por não sentir dores e pela idade o médico veterinário recomendou que ela não fosse operada.

Denise garante que apesar de tudo, Patola e Belinha são felizes. “Um completa o outro. Os sentidos que o Patola perdeu a Belinha tem. Eles não se desgrudam, dormem juntos no meu quarto”, contou.

Devido à artrose, ela conta que Patola deixou de dormir em sua cama e passou a dormir em um colchão ao lado de Belinha. Denise contou ainda que a cadela é a princesa da casa e tem três camas espalhadas pelos cômodos, uma na

cozinha, uma no quarto de Denise e a outra no quarto da sua mãe, dona Tereza.

“Eu não sei como vai ser quando um morrer. Ela tem um terço do tamanho dele, se um sai o outro fi ca triste. No período em que ela esteve internada, Patola fi cou depressivo”, contou.

Denise revelou seu sonho e contou que faz planos para o futuro. “Daqui a cinco anos, quando eu me aposentar, vou abrir um hotel para cães para ninguém colocar defeito”, finaliza ela.

Assim como Denise, as microempreendedoras Adriana Lopes, de 37 anos, e Viviane Faria, de 36 anos, abraçam a causa da proteção animal. As duas primas decidiram há exatamente três anos reativar uma antiga chácara

no Novo Gama, após perceberem que em suas casas atuais não tinham mais espaço para comportar os animais que desejam ajudar.

“Ainda não nos mudamos. Estamos nos programando para executar o projeto no início do ano que vem. Nossa intenção é cuidar dos animais abandonados, independente de sua espécie. Queremos oferecer abrigo e cuidados médicos. Com a estrutura que temos em nossas casas não conseguimos ajudá-los”, explicou Viviane.

Mesmo com poucas possibilidades, elas afi rmam que tocarão o projeto com o fruto do próprio trabalho. “Fomos criadas com muita proximidade. Tivemos uma influência muito grande da Ivone (mãe da Adriana), que desde sempre tem um amor

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A chácara que funcionará como uma espécie de orfanato para animais desabrigados já está recebendo doações. “Estamos nos organizando e conseguindo ajuda para a execução desse projeto. Há alguns familiares que estão totalmente dispostos a nos ajudar nos trabalhos”, contou.

A dupla fez questão de ressaltar que está buscando ajuda fi nanceira. “Toda ajuda é bem-vinda. Temos o espaço e ainda estamos montando a estrutura com o salário que ganhamos, por isso estamos indo devagar. Quando decidimos mudar para a chácara combinamos que não buscaríamos patrocínios, mas, toda ajuda é bem-vinda”, fi nalizou.

Os interessados em ajudá-las podem entrar em contato com Viviane e Adriana por meio do Facebook: https://www.facebook.com/viviane.faria.33 e https://www.facebook.com/adriana.lopes.9843.

Confi ra mais fotos na nossa fanpage - Revista Estimacao.

Bob é o cãozinho da casa

“Toda ajuda é bem-vinda. Temos o espaço e ainda

estamos montando a estrutura com o salário que ganhamos. Por isso estamos indo devagar.

Quando decidimos mudar para a chácara combinamos que não

buscaríamos patrocínios, mas, toda ajuda

é bem-vinda”

Viviane Faria

muito grande pelos animais. Chegamos à idade adulta e decidimos fazer algo maior”, contou.

Segundo elas, os animais de estimação que possuem em casa foram tirados das ruas. Adriana é dona de três gatos: Logan, Gatoso e Gatosa. Já Viviane cuida de quatro gatos: Meloso, Melody, Morgana e Merlin, e de Bobi, o cãozinho da casa.

“Já tivemos diversos animais adotados, além de já termos resgatados tantos outros e conseguido famílias para ele: cachorros, gatos, coelhos, hamsters, pássaros e micos resgatados machucados, tratados e devolvidos à natureza. Queremos diminuir a quantidade de animais abandonados”, acrescentou.

Mesmo tendo como foco principal tirar os animais da rua, pagar o preço por aqueles que estão sendo maltratados por seus proprietários também estão nos planos de Viviane e Adriana.

As primas se mostraram ansiosas para mudar para a chácara. Viviane contou que recentemente adotou um cavalo do projeto “Aposente um Pangaré”, da Proanima - Associação Protetora dos Animais do DF na última edição da Mostra Ambiental da ONG.

“O projeto de adoção do pangaré é muito bacana. Ele já existe há alguns anos, mas só agora tive conhecimento. Assim que nós mudarmos, vamos adotar

mais pangarés. As pessoas interessadas em ajudar o animal só precisam entrar em contato com o Proanima”, completou.

Mel, um dos gatos de Viviane

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Atividade Física

EXERCÍCIOS: CONHEÇA OS BENEFÍCIOS PARA A SUA SAÚDE E DE SEU CÃOProfi ssionais falam sobre a importância dessa prática para sua saúde e a do seu pet

APor Karol Araújo

Assim como os seres humanos, os cães necessitam da prática de atividades físicas para levar

uma vida saudável e manter a boa forma. Realizar exercícios regularmente é uma maneira de garantir a qualidade de vida do ser humano e do animal.

Segundo a médica veterinária Luara Brasil, além da obesidade, os animais sedentários tendem a fi car desanimados, estressados e apresentam difi culdades em socializar com outros cães.

“O cachorro é um animal hiperativo. Ele tem a necessidade de gastar energia. Uma pessoa que tem um cão muito agitado em casa, por exemplo, precisa levá-lo para passear pelo menos duas vezes por dia”, explica.

Bruno Branco, de 26 anos, conta que leva sua cadela Lisbela para passear duas vezes ao dia. “De manhã saímos às 9h e a tarde às 17h30. Nos dois turnos caminhamos por volta de 30 minutos. Ela sabe exatamente o horário que costumo levá-la para passear. Se demoro um pouco, ela já fi ca agitada”, conta ele.

Conforme a veterinária, os cães de focinho curto não devem praticar atividades físicas que exijam muito esforço devido aos problemas respiratórios que a raça apresenta. Para esses animais é aconselhável no máximo, uma caminhada leve de cinco a dez minutos.

“Diferente de nós, os cães não

fazem a troca de calor no corpo, pois não possuem glândulas sudoríparas. Por isso, o recomendado são as caminhadas curtas e fora dos horários quentes”, ressalta ela.

Para o médico veterinário do Grupamento de Busca e Salvamento do Corpo dos Bombeiros, Rodrigo Pacheco, a atividade física é benéfi ca para os cães, desde que o limite de sua linhagem seja respeitado. “O animal tem o comportamento semelhante ao de uma criança. Ele gosta de atividades divertidas. No entanto, tudo deve acontecer na medida certa. Os cães de grande porte geralmente são mais agitados e resistentes, eles podem realizar atividades físicas de 30 minutos por dia, podendo variar entre a natação, corrida e caminhada”, completa.

SAÚDE DO HOMEMVocê já parou para pensar o quanto

a sua saúde ganha ao acompanhar seu cachorro na prática das atividades físicas?

Bruno Branco e sua cadela Lisbela caminhando

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“O cachorro é um animal hiperativo. Ele tem a necessidade de gastar energia. Uma

pessoa que tem um cão muito agitado em casa,

por exemplo, precisa levá-lo para

passear pelo menos duas vezes por dia”

Luara Brasil

De acordo com o professor de Educação Física Lucas Marinho, uma pessoa que reserva 30 minutos do seu dia para caminhar, queima cerca de 150 calorias. Já em uma corrida com o mesmo tempo de duração, ela pode perder aproximadamente 250 calorias.

“Tudo isso vai depender do físico do indivíduo e da intensidade da atividade. Em uma aula de 40 minutos de natação, por exemplo, geralmente a perda é de 350 a 400 calorias. A natação é um esporte que tem os mesmos benefícios de uma atividade aeróbica. Ela trabalha costas, ombro, peitoral, coxa e panturrilha. Sem contar que a prática de atividades físicas auxilia na diminuição da pressão arterial e a melhora da frequência cardíaca”, explica.

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22 • ESTIMAÇÃO

Equestres

Qualquer pessoa indicada por um profi ssional da medicina pode realizar o tratamento com cavalos

NO ESPORTE E NA REABILITAÇÃO DE PESSOAS COM NECESSIDADES ESPECIAIS

EPor Caroline Atanazio e Karol Araújo

E não há quem explique o companheirismo e a cumplicidade que existe entre o ser humano e

o cavalo. Já existem inúmeras pesquisas científi cas que compravam os benefícios dessa relação. No entanto, nem todos sabem que os animais, de modo geral, não só fazem bem para o homem, como também, auxiliam na reabilitação de pessoas com necessidades especiais, como é o caso dos cavalos na equoterapia.

A equoterapia é um dos métodos terapêuticos utilizados para auxiliar na recuperação de pessoas com deficiências físicas e neurológicas. De acordo com Mônica Lima, coordenadora da Organização Social de Interesse Público (OSCIP) Cavalo Solidário, que funciona em dois locais – Ceilândia e o Regimento de Cavalaria e Guarda (RCG), no Setor Militar –, as necessidades atendidas na instituição variam.

A ONG atende os praticantes gratuitamente. No entanto, as aulas só podem ser iniciadas mediante indicação médica. Os profissionais que atuam no instituto são concursados pela Secretaria de Educação.

“Ele tinha medo de tudo. Detestava escadas e quase não conversava. Depois que começou a praticar a equoterapia

logo percebi a diferença. Não vejo ele tão

medroso como era, até sobe escadas”

Maria de Fátima Oliveira

“A equoterapia conta com uma equipe multidisciplinar. As áreas atuantes são: pedagogia, psicologia, terapia ocupacional, educação física, fonoaudiologia e

A coordenadora da OSCIP Mônica Lima e a égua da raça crioula

Baias dos cavalos da Escola de Equitação da Hípica - DF Bolinder, cavalo da Hípica

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Qualquer pessoa indicada por um profi ssional da medicina pode realizar o tratamento com cavalos

NO ESPORTE E NA REABILITAÇÃO DE PESSOAS COM NECESSIDADES ESPECIAIS

fi sioterapia. Contamos ainda com uma equipe que trabalha em conjunto para estudar os casos”, explica.

De acordo com Mônica, os casos mais frequentes são: autismo, síndrome de down, paralisia cerebral, Transtorno de Défi cit de Atenção (TDAH) e defi ciência visual. Sobre os benefícios alcançados, ela garante. “Com a equoterapia o resultado vai além dos físicos. A terapia atinge o emocional do praticante”, afi rma. “O progresso depende de cada caso, mas muitas vezes, com três semanas de tratamento, a família é surpreendida. Tudo isso acontece graças ao movimento tridimensional que a andadura do cavalo proporciona ao paciente causando fortes estímulos cerebrais. O cavalo é o grande elemento transformador na terapia”, assegura.

A dona de casa Maria de Fátima Oliveira, de 54 anos, conta que o fi lho Gustavo de Oliveira, de 19 anos, e portador da síndrome de down, faz equoterapia há três anos. “Ele tinha medo de tudo. Detestava escadas e quase não conversava. Depois que começou a praticar a equoterapia logo percebi a diferença. Não vejo ele tão medroso como era. Até sobe escadas”, contou.

Qualquer pessoa indicada por um profi ssional da medicina pode realizar o tratamento. Segundo Mônica, o cavalo utilizado para a equoterapia é o da raça

Maria de Fátima Oliveira e seu fi lho Gustavo de Oliveira na OSCIP na sede de Ceilândia

crioulo, um animal completamente manso.

HIPISMO O treinador da Escola de Equitação da

Hípica – DF, José Cabral de Araújo Neto, de 41 anos, treinador há 25 anos, diz que não consegue entender como ocorre a fascinação dos seres humanos pelo animal. Como em qualquer outro esporte, o treinador diz que a equitação faz bem porque ensina ao praticante a ganhar e perder, aprender a competir, a ter humildade e determinação para atingir seu objetivo.

Cabral explica que o esporte exige disciplina “como em qualquer outro esporte de alto nível e bom rendimento”.

CUIDADOS COM OS ANIMAISDe acordo com Cabral, os cavalos da

hípica fazem três refeições por dia. De manhã, ao meio-dia e à tarde. A água é à vontade. A cama do animal é trocada todo mês. Eles trabalham uma vez por dia e são duchados diariamente. No dia que há um treino mais forte, eles recebem massagem, gelo e acompanhamento veterinário.

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Bolinder, cavalo da Hípica Morena, do Cavalo Solidário

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24 • ESTIMAÇÃO

À SERVIÇO DA SOCIEDADE

Treinamento, cuidados, aposentadoria, entenda como funciona a vida destes animais que são escolhidos para servir à sociedade

Texto por Caroline Atanazio e Karol Araújo

Cães de Trabalho

25 ESTIMAÇÃO •

Cão treina no lago do Grupamento de Busca e Salvamento do CBMDF

DDesde pequeno os cães são escolhidos por suas características, seja ela

salvar, resgatar ou guiar. Esses animais conseguem simplificar a vida dos seres humanos para que eles possam desenvolver suas atividades.

BOMBEIROS Vamos falar dos trabalhos realizados por

cães para ajudar as pessoas. O primeiro são os cães de resgate do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal – CBMDF, do Grupamento de Busca e Salvamento. Atualmente, o Grupamento conta com 14 bombeiros e 13 cães no total. Desses, dois são aposentados e alguns fi lhotes estão iniciando treinamento.

O sargento Junio César de Lima, de 42 anos, com 22 anos de experiência no canil, afi rma que “antigamente os bombeiros contavam com um cão para busca de pessoas vivas e outro para busca de cadáveres”. Com o tempo e evolução, eles conseguiram unifi car as técnicas, ou seja, englobaram obediência e faro e hoje apenas um cão é capaz de encontrar tanto pessoas vivas como cadáveres em uma operação, independente do local – matas, soterramentos, água etc.

O sargento diz que independente da distância física que o corpo possa estar o cão consegue achá-lo através do odor. “Se a pessoa estiver soterrada a 20m, 30m ou 40m, por exemplo, e os gases da decomposição chegarem à superfície é o que importa”, conta.

Lima explica que o tempo de cada curso de adestramento depende do tipo de trabalho almejado com os cães. O curso dos bombeiros – obediência e faro – tem duração de três meses. De acordo com o sargento, as técnicas do curso de treinamento de cão-guia que ele fez foi utilizado para aprimorar o adestramento dos cães do Corpo de Bombeiros.

MAIS UM AVANÇOQuando um bombeiro novo entrava no

Grupamento, ele recebia um fi lhote, o qual se responsabilizaria pelo seu treinamento até o último dia como treinador do canil. Se ele adoecesse ou entrasse de férias, o cão era impedido de sair para ajudar em ocorrência, o que Lima avalia como um desperdício. Agora basta ter realizado o curso para trabalhar com qualquer um deles, porque o animal obedece a todos da mesma maneira.

COMPRA OU DOAÇÃOJá é possível comprar cães de trabalho

por meio de licitação. O sargento afi rma que nenhum cão do Grupamento é comprado. De acordo com ele, os cães geralmente são

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io“Se a pessoa estiver

soterrada a 20m, 30m ou 40m, por exemplo, e os gases da decomposição chegarem à superfície é

o que importa”Junio César de Lima

doados de outros órgãos, da população, dos bombeiros e por meio da procriação de fi lhotes dentro do próprio canil. Não interessa para os bombeiros se eles são de raça pura. Normalmente os labradores são escolhidos, puros e mestiços. Estes se enquadram dentro das características exigidas. Segundo Lima, a maioria das operações atendidas pelo canil no DF envolve casos de afogamento. Devido à sua raça, pelagem, gosto pela água e energia, os labradores são ideais para o trabalho. Entende-se que esses cães têm facilidade em aprender comandos. “Não importa de fato a raça. Se houver outra com essas características, trabalhamos com ele sem problema nenhum. O cão ideal deve ser agitado”, afi rma Lima.

TREINAMENTO DE FILHOTESSobre o treinamento com os fi lhotes,

Lima explica que até os seis meses o cão passa por um processo de socialização que dura até um ano. Já com cães adultos, o

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Treinamento do cão no campo de destroços do CBMDF

ROTINA DOS CÃES

A rotina dos cães é trabalhada da seguinte maneira: eles se alimentam duas vezes por dia, às 6h e às 18h, tem horário para fazer as necessidades - quando são retirados do seu box para um local apropriado. Lima conta que apenas quatro dos 13 cães do canil estão trabalhando e fazendo treinamento específi co nos destroços e no lago. Os mais novos passam pelo processo de socialização – andar no quartel, nadar no lago, passeios na guia. Cada nível que o cão avança eles separaram dos demais e montam

para ele uma rotina individual.

resultado pode ser obtido com três a quatro meses de treinamento.

APOSENTADOSDe acordo com Lima, todos os cães do

Grupamento recebem homenagens dos membros do canil e ganham medalhas quando se aposentam. Seu treinador que mais conviveu com ele durante os anos de atividade leva-o para casa.

CLÍNICA VETERINÁRIADesde 2009, o Grupamento não tem

contrato com nenhuma clínica veterinária. Por questões burocráticas o acordo não foi renovado com a clínica. O sargento afi rma que é muito raro um cão adoecer, mas afi rma que quando há necessidade eles recorrem ao Hospital Veterinário da Universidade de Brasília, por exemplo. O cuidado com os cães é feito por dois veterinários e cinco enfermeiros veterinários que compõem a equipe do canil. O exame dos cães é diário. Lima ainda afi rma que qualquer alteração

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no comportamento dos cães é percebida rapidamente.

OPERAÇÃO RJEm municípios como Teresópolis, Nova

Friburgo, Petrópolis, e outros afetados na grande enchente do Rio de Janeiro em 2011, a equipe do Grupamento encontrou 60 corpos nos 36 dias que passou no local. O grupo era composto por três bombeiros e dois cães – Pluto que deve se aposentar em breve e Dartanham, que faleceu quatro meses depois de voltar da operação. Além do Distrito Federal, os cães prestam serviços a outros estados quando solicitados.

CÃO-GUIA O Projeto Cão-guia de Cegos do Distrito

Federal faz parte da Associação Brasiliense de Ações Humanitárias do Distrito Federal (ABADF). O objetivo é reintegrar a pessoa com defi ciência visual à sociedade, proporcionando segurança, mobilidade, melhoria de qualidade de vida e inclusão social por meio do cão-guia.

A escola entregou seus primeiros cães em 2001. Desde então, já foram entregues

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Animal ganha recompensa após ter encontrado o osso

Bombeiro lança bolinha no lago para que os cães busquem

42 cães. A coordenadora do projeto, Maria Lúcia de Campos, de 61 anos, afi rma que com seus 13 anos de existência, a escola é a única no país que oferece cães treinados para cegos gratuitamente. E revela que o custo de se formar um cão-guia é de 30 mil reais.

A raça escolhida pela escola é o labrador, por sua extrema inteligência e por ser um cão de companhia que tem necessidade de aproximação com o ser humano. Atualmente existem 13 cães na área de treinamento – 11 iniciando e dois que já estão prontos – um desses será entregue agora em novembro. Maria Lúcia afi rma que será uma reposição. “Um cão irá se aposentar e ele vai assumir”. Uma curiosidade é a presença dos gatos circulando por toda parte dentro da escola. Os felinos ajudam no treinamento dos cães no processo de socialização.

REPRODUÇÃOOs cães do projeto são reproduzidos

ali mesmo. A escola tem o seu próprio plantel de produção – turmas de matrizes que são as fêmeas e de reprodutores que

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são os machos. Tem-se no projeto quatro machos e 13 fêmeas somente para a área de reprodução. Os cães são separados pelo temperamento e por exames médicos que constatam que os animais não possuem doenças genéticas. Vale ressaltar que entre os seis e oito meses de idade todos os cães-guia que serão cedidos são castrados.

PARCEIROSO projeto conta com a participação de

vários parceiros para arrecadar fundos e é sustentado pela Associação Amigos do Cão-Guia (AACG). Tem-se parceria com a Premier que fornece toda a alimentação dos cães, a Bayer que ajuda com os medicamentos, com algumas clínicas veterinárias, como o Hospital

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Cães se jogam na água atrás de seu brinquedo

Veterinário da UNB – médicos veterinários que realizam visitas a cada 15 dias e acordo técnico com o CBMDF que disponibiliza os bombeiros treinadores. A ONG recebe doações de pessoas e vendem produtos para a arrecadação de dinheiro.

TREINAMENTOO treinamento é realizado em duas

partes: família hospedeira e treinamento com os bombeiros. A primeira parte da preparação do animal que nasce na escola se inicia aos três meses quando ele vai para a casa de uma família hospedeira. São eles que realizam o trabalho de socialização, que vai até um ano/um ano e dois meses.

É a família que vai apresentar o mundo para o cachorro, que vai ensinar a obediência básica. A família é devidamente orientada e acompanhada mensalmente pelos treinadores. Questionada sobre casos de cães e famílias hospedeiras que não tenham dado certo, ela afi rma que “já houve caso de devolução do cão no período de 24 horas”.

Depois de completar o período de socialização ele retorna para o projeto para iniciar o treinamento específi co e aprender a conduzir o cego. O trabalho é realizado por cinco bombeiros cedidos ao projeto.

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FAMÍLIA HOSPEDEIRAPara ser uma família hospedeira é

necessário primeiramente realizar um cadastro por meio do e-mail [email protected], de preferência quem mora em casa, pois o cão precisa de espaço. O interessado deve responder a um questionário e depois receber a visita de uma psicóloga e um treinador em sua casa. A visita é realizada para saber se todos estão de acordo com a chegada do cão.

APOSENTADORIAApós oito anos de atividade, o cão se

aposenta. Então o projeto certifi ca-se do interesse de seu utilizador e verifi ca suas condições. Caso não seja aprovado, o cão retorna para o projeto.

Quando os cães chegam à velhice, os problemas de saúde acabam sendo inevitáveis. Geralmente muitos desistem de continuar com o animal. Por esse motivo, todos os cães aposentados e/ou doentes, o projeto assume e conta com a ajuda dos parceiros.

RELAÇÃO AFETIVA Sobre a relação afetiva entre o utilizador

e o cão-guia, a coordenadora conta que quando o animal está trabalhando,

concentrado no que está fazendo, não pode receber carinhos de ninguém. “É o que acontece com o utilizador do animal, que chega com o cão no arreio, que o guia direitinho até o destino desejado. Quando ele tira o arreio, o animal se sacode e vai brincar, conta ela.

COMO ADQUIRIR UM CÃO-GUIAPara os cegos que precisam de um

cão-guia, basta entrar em contato pelo [email protected] para que a escola saiba do interesse e da necessidade explicando sua situação visual. A coordenadora afi rma que a demanda é alta, mas muitos não estão habilitados a terem um cão-guia. Maria Lúcia explica que cada caso é avaliado com cuidado. Vale lembrar que o defi ciente visual que deseja ter um cão-guia deve ter concluído o curso de Orientação e Mobilidade, realizado no Centro de Ensino Especial de Defi cientes Visuais – CEEDV, localizado na Avenida L2 Sul, Quadra 612. Telefones: (61) 3901-7607 / (61) 3901-7609.

Conheça mais sobre o trabalho que esses cães prestam à sociedade e acesse a galeria de imagens para conferir mais fotos

na nossa fanpage - Revista Estimacao.

29 ESTIMAÇÃO •

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30 • ESTIMAÇÃO

Crueldade

A prática é comum em regiões rurais de algumas cidades satélites e do entorno

GALO ÍNDIO É O MAIS EXPLORADO EM RINHAS NO DF

APor Karol Araújo

Antes da implantação da Lei de Crimes Ambientais de 1998, era comum presenciar briga de galos

em praça pública. Desde que a prática foi proibida no Brasil, os combates são realizados em locais isolados.

De acordo com o delegado-chefe do Departamento Especial de Proteção ao Meio Ambiente (DEMA), Ivan Francisco Dantas, as ocorrências no Distrito Federal costumam surgir aos fi nais de semana.

“Geralmente os fatos ocorrem nas noites de sexta, sábado e domingo nas regiões administrativas de Brazlândia, São Sebastião, Planaltina e nas cidades que possuem uma extensa área rural”, explica.

A rinha de galos é considerada por muitos de seus adeptos uma manifestação cultural. No entanto, Dantas alerta que o ato está associado a uma prática criminosa. Em Brasília, o grupo social dos envolvidos nas rinhas abrangem todas as classes.

No DF, o galo índio é uma das raças mais utilizadas nas lutas entre galos. Os animais recebem esporas de aço, biqueiras e anabolizantes agrícolas para ganhar músculos. No fi m da luta o resultado é lastimoso: animais estressados e machucados, que, e dependendo da gravidade dos ferimentos, acabam morrendo.

Segundo Dantas, grande parte das ocorrências atendidas pela Polícia Civil são frutos de denúncias. Ele afi rma ainda

que a quantidade de galos apreendidos é sempre grande e normalmente superior a vinte. Porém, de acordo com o delegado, a polícia enfrenta difi culdades como a falta de órgãos públicos para receber os animais domésticos vítima de maus-tratos.

“Diferente dos animais exóticos, são encaminhados ao Centro de Triagem de Animais Silvestres do Ibama, a Polícia Civil do DF não tem estrutura para cuidar dos galos apreendidos nas rinhas. Já houve situações em que tivemos que nomear o próprio autor do crime para que cuidasse dos animais até a decisão da Justiça”, contou.

Dantas assegurou que já existe uma proposta no Ministério Público para solucionar o problema. “Em março, a Polícia Civil e o Instituto Brasília Ambiental, apresentaram um pedido sugerindo que o Ministério da Agricultura e o Zoológico de Brasília fi quem responsáveis pelos animais

“Geralmente os fatos ocorrem nas noites de sexta, sábado e

domingo nas regiões administrativas de

Brazlândia, São Sebastião, Planaltina e

nas cidades que possuem uma extensa área rural”

Ivan Francisco Dantas

apreendidos”, fi nalizou. A pena para quem for fl agrado

maltratando animais domésticos é de detenção de três meses a um ano e incide em pena máxima de até dois anos. Após ser encaminhado à delegacia, o infrator assina um termo de comparecimento à justiça e depois é liberado. Caso ocorra a morte do animal, há um aumento na pena de 1/6 a 1/3 da multa.

As denúncias contra maus-tratos podem ser registradas em qualquer horário nas delegacias do DF, ou na DEMA de segunda à sexta, das 9h às 19h. As denúncias anônimas são realizadas pelo 197 da Polícia Civil.

A Sociedade Brasileira de Direito do Meio Ambiente considera “crueldade contra animais toda ação ou omissão, dolosa ou culposa, em locais públicos ou privados, mediante matança cruel, experiências dolosas diversas, abate atrozes, espetáculos violentos como lutas entre animais até a exaustão

ou morte, quaisquer outras condutas impiedosas, resultantes em maus-tratos

contra animais vivos, submetidos a injustifi cáveis e inadmissíveis angustia, dores, torturas, dentre outros atrozes sofrimentos causadores de danosas

lesões corporais, invalidez, de excessiva fadiga ou exaustão até a morte

desumana da indefesa vítima animal”.

31 ESTIMAÇÃO •

Aquático

VOCÊ ESTÁ PREPARADO PARA TER UM PEIXE?

Veja as razões para tê-lo em casa

CPor Caroline Atanazio

Certamente você já se questionou sobre os aspectos positivos de se ter um peixe em casa. Afi nal,

para quê ter um peixe? Muitas pessoas fi cam admiradas com sua beleza e de seus aquários. Outros são apaixonados por biologia marinha e de rio, ainda tem as crianças que geralmente recebem o peixe como o primeiro animal de estimação para começarem a ter responsabilidades como alimentá-los todos os dias. Mas será que você está preparado para tê-los em casa?

A veterinária Melanie Leite Rabello, afi rma que antes de se cogitar a ideia de ter esse animal de estimação devemos pensar em nosso próprio perfi l. Se você é agitado, ou seja, quer um animal que interaja com você, se tem muito tempo livre para se dedicar a ele, provavelmente escolherá outro animal de estimação.

CARACTERÍSTICAS“O peixe é reconhecido por não dar

quase trabalho aos seus donos, por trazer tranquilidade ao ambiente, por não latir ou chorar, por não fazer suas necessidades pela casa ou na rua. Ele não exige tempo para passeios e nem que passem pouco tempo longe de casa, porque sente falta de atenção e pode destruir todos os móveis ou fi car deprimido como acontece com outros animais”, relata a médica veterinária.

Melanie explica que o peixe-beta é

territorialista – não aceita outro macho no mesmo aquário, somente a fêmea – é o mais escolhido pelas pessoas por viverem em um espaço pequeno. A doutora afi rma que se o local for adequado pode haver reprodução e que seu tempo de vida é estimado em até cinco anos.

CUIDADOSComo todo animal, os peixes também

têm cuidados a serem seguidos por seus donos para garantir a qualidade de vida. Porém, seus cuidados são caracterizados como simples e não necessitam de muito tempo voltado para eles.

No caso do peixe-beta, a comida específi ca para a raça deve ser dada de três a cinco grãos por dia e o aquário lavado duas vezes por semana.

Ela descreve que a água limpa a ser trocada deve ser separada por um dia para que esteja em temperatura amena, de 25°C a 30°C, o seu aquário deve ser lavado e depois desse processo o peixe deve ser transportado da água suja para a limpa.

Sobre ter outro peixe dentro do aquário, algumas raças preferem a companhia de outros peixes para viverem em grupo. Existem determinadas espécies que precisam conviver com outras.

A médica informa que antes de adquirir um peixe você deve estudar as raças e que qualquer peixe pode ser considerado animal de estimação, desde que esse tenha o espaço que precisa para viver bem. Foto: Caroline Atanazio

GALO ÍNDIO É O MAIS EXPLORADO EM RINHAS NO DF

Foto: Caroline Atanazio

Foto: Karol Araújo

Foto: Karol Araújo

32 • ESTIMAÇÃO

Raças Evoluídas

Especialistas alertam para o risco do cruzamento entre animais de uma mesma ninhada

CONSEQUÊNCIAS DO ACASALAMENTO ENTRE CÃES CONSANGUÍNEOS

CPor Karol Araújo

Compreender os riscos, planejar a gestação do seu pet e procurar a orientação de um veterinário

para saber como anda a saúde do animal é indispensável para garantir a segurança desde o processo do acasalamento ao nascimento do fi lhote.

Na maior parte das vezes, por falta de informação, donos de animais de estimação acabam permitindo o cruzamento entre cães de uma mesma ninhada. De acordo com a médica veterinária Kátya Ananias Texeira, a prática é comum entre os criadores de cães de raça para competições.

“Muitos criadores estão preocupados apenas com a estética do cachorro. São poucos os que se preocupam com o bem estar e saúde do animal. Eles realizam o cruzamento entre cães com um grau de parentesco muito próximo na justifi cativa de manter a raça pura e atingir o padrão estético”, afi rma ela.

Sobre os problemas genéticos que podem afetar esses animais, Kátya alerta. “Determinadas raças sofrem de displasia coxofemoral - caracterizada pela má formação da articulação -,doenças neurológicas, tumores de mama, epilepsia, entre outros distúrbios genéticos”.

O corretor Márcio Moura Zuany, de 32 anos, é dono de dois Boxers brancos: os irmãos de quatro anos, Ozzy e Luna. Recentemente Luna deu à luz a fi lhotes

vindos do cruzamento com Ozzy. Márcio conta que fi cou surpreso. “Luna estava no cio e me descuidei deixando os dois juntos”, disse.

Ele já conhecia os riscos desse tipo de acasalamento e afi rma que os fi lhotes já foram levados ao veterinário e nenhum recebeu o diagnóstico de alterações físicas ou congênitas. “Estou seguindo as orientações e dicas sobre os cuidados dos próximos cruzamentos. O passo agora é castrar Ozzy” revela.

O médico veterinário Frederico Botelho explica que existe uma porcentagem na qual os fi lhotes podem nascer com alterações genéticas. De acordo com

“Muitos criadores estão preocupados

apenas com a estética do cachorro. São poucos

os que se preocupam com o bem estar e saúde do animal. Eles realizam o cruzamento entre cães

com um grau de parentesco muito

próximo na justifi cativa de manter a raça pura e

atingir o padrão estético”

Kátya Ananias Texeira

ele, cada raça apresenta um problema específi co. “O Cavalier King Charles Spaniel, por exemplo, sofre com a Siringomielia - uma doença que ataca o sistema nervoso e aumenta o cérebro do animal. Essa disfunção pode causar fortes dores de cabeça, existem casos em que ela provoca a morte do animal”, declarou.

Frederico Botelho afi rma que o cruzamento recomendado é aquele realizado com cães da mesma raça, porém, eles não devem possuir nenhum grau de parentesco.

Márcio Mourão Zuany e seus cães Ozzy e Luna

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33 ESTIMAÇÃO •

Especialistas alertam para o risco do cruzamento entre animais de uma mesma ninhada

CONSEQUÊNCIAS DO ACASALAMENTO ENTRE CÃES CONSANGUÍNEOS

Roedores

TIRE SUAS DÚVIDAS SOBRE OS HAMSTERS Conheça o universo desses pequenos mamíferos

OPor Caroline Atanazio

Os hamsters são adoráveis, fáceis de cuidar e baratos para manter. As três raças mais comuns são:

Hamster Sírio, Anão Russo e o Chinês. A médica e cirúrgiã de animais selvagens, Juliana Pigossi Neves, fala sobre o tempo e a estimativa de vida de cada raça:

• Hamster Sírio: vive em média de dois anos e meio, sendo bem cuidado, pode chegar aos três anos. Em casos raros chegam há quatro.

• Hamster Anão Russo: tanto o Winter-White como o Campbells vive em média dois anos, porém, se a fêmea tiver muitas ninhadas, vive em média um ano e meio. Quando bem cuidados chegam há dois anos e meio. Em casos não muito raros, chegam há três anos. Em casos raríssimos, chegam há quatro anos.

• Hamster Chinês: vive em média dois anos e meio. Com uma boa e balanceada alimentação, pode chegar aos três anos. Em casos raríssimos, chegam há quatro.

MANEJO ALIMENTAR A veterinária explica que existem no

mercado rações extrusadas ou peletizadas para os hamster. A recomendação é que as rações compradas em granel sejam evitadas. Se houver troca, ela deve ser feita gradualmente.

Além da ração, o hamster deve ingerir verduras de cor escura, legumes variados, e frutas, evitando as cítricas. Um mix de frutas e legumes desidratados sem a adição

de sementes também pode ser oferecido diariamente aos roedores, porém, em pequenas quantidades.

Como prevenção, de fungos e bactérias, Juliana recomenda que a ração seja trocada constantemente. A água deve ser potável e trocada todos os dias.

MANEJO DO ANIMAL É preciso cuidado, os hamsters não

toleram o banho com água e muitos acabam até morrendo. Segundo a veterinária, os animais mantidos em gaiolas podem fi car estressados e ariscos.

Donos de roedores precisam estar sempre em contato com eles, assim falicita a socialização do animal. Os hamsters precisam passar por uma inspeção anual no veterinário ou até mais, se necessário.

Se o objetivo não for a procriação, não se deve manter macho e fêmea na mesma gaiola. No caso do hamster Sírio, não é recomendável dois ou mais animais juntos na mesma gaiola, pois são animais territorialistas, podendo brigar entre si.

MANEJO DA GAIOLA A médica veterinária instrui que a gaiola

do hamster fi que em um local que ofereça proteção de vento, sol e chuva. Deve-se tomar cuidado com o diâmetro entre as grades, para que o animal não prenda dedo, pernas e cabeça.

É muito importante que a rodinha onde o animal se exercita não deixe sua pata entre

as frestas, portanto, não é recomendado o uso de rodinhas sem grades. Vale lembrar que os hamster adoram fi car escondidos, portanto, ofereça um esconderijo para abrigá-lo durante o dia.

MANEJO SANITÁRIO É recomendado a utilização do papel

toalha no fundo da gaiola. Este deve ser trocado a cada dois dias. O uso de serragem deve ser evitada, pois alguns indivíduos podem ter reações alérgicas às mesmas.

De acordo com a veterinária, o pote em que fi ca a ração do roedor deve ser lavado todos os dias com uma esponja e um sabão de uso exclusivo para este fi m. Ela assegura que apenas água é o sufi ciente.

Recomenda-se que a gaiola do animal seja higienizada uma vez por semana ou mais, caso haja necessidade. Neste caso é permitido usar produtos químicos como água sanitária – na proporção de uma unidade para nove partes de água – ou detergente neutro de forma que após o enxágue não fi que nenhum resíduo químico.

Juliana Pigossi Neves, médica e cirúrgica de animais selvagens

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34 • ESTIMAÇÃO

Conscientização

Conheça as vantagens de adotar em vez de comprar um animal doméstico

ADOTE UM SEM RAÇA DEFINIDA

VPor Karol Araújo

Você está pensando em adquirir um animal de estimação? Saiba que adotar os Sem Raças

Defi nidas (SRDs) pode ser uma boa opção. Segundo a médica veterinária Márcia Aparecida Rodrigues, os animais SRDs, mais conhecidos por vira-latas, são extremamente amorosos e companheiros.

A diferença entre um animal de raça e um SRD não está apenas na estética e aceitação, mas principalmente no comportamento. “Ao longo dos anos e com a convivência com os cães, é possível traçar um perfi l comportamental de cada raça. Isso varia de acordo com o objetivo de quem adquire o

animal, seja ele para guarda, companhia, caça e assim por diante”, diz ela.

De acordo com a veterinária, as características de um animal são adquiridas hereditariamente. Ela explica que com os

cães SRDs não existe a possibilidade de traçar um perfi l prévio, a não ser que se conheça sua genealogia, o que segundo ela, é muito raro.

No caso dos cães, ela explica: “Se um chow chow cruza com um sharp-ei, por exemplo, o fi lhote pode vir a dar trabalho. Isso por que as duas raças são bastante temperamentais. Por outro lado, esse cruzamento pode trazer características boas, no que diz respeito à saúde do animal” afi rma.

Segundo Márcia, a expectativa de vida de um SRD vai depender dos seus hábitos e dos cuidados de seu dono. Além do mais, o tempo de vida de um animal é maior quando ele leva uma rotina saudável.

“A expectativa de vida de um vira-lata

vai depender dos seus hábitos e dos cuidados de seu dono. Além do mais, o tempo de vida de um animal é maior quando ele leva uma

rotina saudável”

Márcia Aparecida Rodrigues

Muitos continuam nas ruas à espera de um lar

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35 ESTIMAÇÃO •

Conheça as vantagens de adotar em vez de comprar um animal doméstico

ACOMPANHE NA PRÓXIMA EDIÇÃO:

- Conheça os cuidados devidos com um porquinho-da-índia;

- Dicas: o que fazer se seu gato tem insufi ciência renal;

- Cães heróis: esses companheiros salvam a vida de seus donos;

- Hérnia de disco: pior em animais do que em seres humanos;

- Descubra como diferenciar inúmeros ti pos de coceiras;

- Convivência com animais podem ajudar na reabilitação de doenças em humanos;

- Oti te em cães: causas e tratamento;

- Curiosidades e cuidados com as calopsitas;

- Saiba as razões pelas quais os gatos comem a areia da caixa;

- Aprenda a técnica do adestramento inteligente;

- Quais são os sintomas de problemas cardíacos;

- Confi ra o tratamento adequado para epilepsia em cães;

NÃO PERCA A PRÉVIA DA EDIÇÃO ATRAVÉS DAS REDES SOCIAISFacebook: Revista Estimacao

Twitter: @estimacaodfSugestão de pauta: [email protected]

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36 • ESTIMAÇÃO

Nosso objetivo é promover a saúde, bem estar animal, e educação ambiental, oferecendo um serviço prossional e transparente, com

atendimento e orientação adequados, visando estabelecer uma relação de conança e carinho com nossos pacientes e seus donos.

No nosso consultório atendemos pequenos mamíferos (coelhos, hamsters, chinchilas, ferrets),

aves silvestres (araras, papagaios, canários, calopsitas, tucanos), répteis (jibóia, iguana, cágados, tartarugas), entre outros animais

interessantes e de tamanhos variados.

O consultório veterinário é voltado exclusivamente para a medicina veterinária de aves, répteis e mamíferos silvestres,

visando suprir um público crescente e exigente, o qual necessita de atendimento especializado.

Horário de atendimento: segunda a sexta das 9h às 18h, e nos sábados das 9h às 13h.

Endereço:CLN 402 - Bloco A

Atendendo temporariamente no subsolo - loja 46 - Asa Norte Brasília - DF

Tel: (61) 3326-0524www.mundosilvestre.com.br

MUNDO SILVESTREMedicina de aves, répteis e mamíferos