Revista Ilust 4

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  • 8/4/2019 Revista Ilust 4

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    or que ser que, comparando com os homens,vemos to poucas ilustradoras no mercado?

    Comecei a prestar mais ateno nisso, e a partir desseponto surgiu a idia de uma edio especial da RevistaIlustrar dedicada somente s ilustradoras.

    E como de se esperar, o resultado incrvel, e ilustradorasde talento no so to poucas assim.

    E como prova disto, para esta edio temos desde aexperiente e com um trabalho mundialmenteconhecido, Mary GrandPr, a ilustradora das capasde Harry Potter, at a iniciante Amanda Grazini, com

    um comeo de carreira cheio de talento.

    Contamos tambm com outra profissional de peso,Fernanda Guedes, com uma capa pr l de especial,alm de Cris de Lara com um passo a passo incrvel.

    Na entrevista temos Catia Chien, brasileira que vivenos EUA e faz sucesso, e Creusa de Oliveira na seoMemria, relembrando a primeira ilustradora a se aventurarnas agncias de publicidade.

    Essas mulheres so demais!

    Um grande abrao...

    Foto:

    arquivoRicardoAntunes

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    R

    evis

    taIlustrar

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    vinheta de abertura do programa

    Saia Justa, feito em 2002, trouxe oreconhecimento nacional dailustradora Fernanda Guedes,

    pavimentando uma carreiraslida com alguns dos maioresclientes do Brasil.

    Alm de um talento naturalpara a ilustrao,Fernanda dotada deenorme elegncia e bom

    gosto, alm de uma vistaapurada para a moda.

    E essas caractersticastransparencem de formaclara em todo o seutrabalho, fazendo com que

    ela seja uma das maiscelebradas e requisitadas

    ilustradoras do mercado.

    4

    Foto

    :arquivoFernandaGuedes

    Fernanda

    Guedes

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    Em artes,nenhuma, infelizmente. Deus sabe o quanto me faz falta um pouco de tcnica devez em quando... O que me salva o DNA.

    Poderia dizer que descendo de uma fina linhagem de artistas, mas isso ia ser muito pedante,alm de mentiroso: afinal,nem todosso finos.

    Digamos que, por parte de me, 85% da famlia desenha, pinta ou borda. Os outros 15% semetiam com msica ou teatro.

    Ou seja, qualquer coisa que no fosse Engenharia, Medicina ou Direito.

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    Meu av Salvador, por exemplo, apesar de culto professor, fluente em 5 lnguas, era figuranotriana Manaus do comeo do sculo passado por fazer experincias "inusitadas" e

    "fantasmagricas" com sua mquina fotogrfica e public-las num jornalzinho clandestino,oqueacabou por causar famliaumavexaminosa expulso da cidade.Rumaram aofervilhante Rio deJaneiroqueos recebeu de braos abertos,o que comprova

    que h males que vm para o bem.

    Minha av, Idalina,era uma precursora dos redatores de sitcoms, pois tinhao dom de reduzir pessoas a palavras, ou seja, apelidava todo mundo,nuncasutilmente, mas sempre de forma hilariante.

    Minha tia Creusa escondia-se em baixo das mesas do lendrio Cassino daUrca para fazer as ilustraes dos cartazes de shows. Isso para no ser pega

    pela polcia, pois tinha somente quinze anos e no deveria estar naquele

    "antro de perdio", convivendo com bomios e vedetes.

    Mais tarde tornou-se, nosanos 40,a primeira mulher a trabalharcomo ilustradoranuma agncia de Propaganda do Brasil. Umfeitoincrvel, haja visto que a poca era poucoaberta a mulheres

    trabalhando, quanto maisem cargos de chefia!

    Meu tio Csar fazia desenhos a bico-de-penacom detalhestopreciosos, que s vezes levava meses para concluirum s trabalho. Havia uma ovelha negra, claro, tio Celsoera funcionrio pblico.

    Mas perdoa-se, pois adorava samba e casou-se comuma costureira, tia Clia,que hoje em dia seria a VeraWang brasileira, tamanho o sucesso que seus vestidos

    de noiva causavam.

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    Na minha infncia a criatividade era tanta entre osprimos que fazamos de tudo: exposiesde desenhos,fotonovelas ilustradas, filmes super 8, jornal defofocas e, lgico, shows para o deleite da famlia(nos quais eu me engalfinhavacom minha prima,

    Lvia - alis exmia desenhista - para ser a Rita Lee,a Elis Regina ou ento a Liza Minelli na encenaodeCabaret).

    ramos multimdia antes mesmo de inventarem oconceito. No meu galho da famlia, todos desenhavam:minha me, Cres,me ensinou a colorir fazendo sombra,meu pai, Grson,pintava telas em estilo Naif (s para sedistrair), meu irmo fazia caricaturas com as quais meatormentavae minha irm mais velha, que infelizmente morreu muito cedo, desenhava epintava maravilhosamente bem, alm de fazer tamancos e cintos de couro, aquelas coisasda poca hippie... Enfim, como diz o ditado: "a fruta no cai longe do p" e eu tambm

    desenho, pinto e at j bordei, mas hoje no mais. Tomei juzo.

    Enfim, fora o histrico familiar, tudo o que aprendi foi oupor osmose, imitaoou xeretice.Sabe aquele pescoo comprido espiando por cima dos outros? Aquele cantinho de olho?Foi mais ou menos assim. Mas, verdade seja dita,como desenho desde criancinha (modstia parte eu e Mozart comeamos cedo, hehehe...) nem sei como fui ficando boa na coisa(modeeeeesta!).

    At porque s vezes passava meses sem desenhar, nem quando falava ao telefone,rabiscando o caderninho. Mas isso foi na poca em que estava amarrada no tronco dasagncias de propaganda. Depois do meu grito de independncia, rabisco religiosamente,

    todos os dias.

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    Eu no! Achava que no conseguiriaviver de ilustrao, ento no pensavaem transformar opassatempo emcarreira.

    Tanto que fizvestibular paraRelaes Internacionais (queriaser diplomata e viajar, viajar,viajar...) mas acabei passandopara Letras (traduo/Francs)

    na UnB (Braslia).

    Depois de uns trs semestres abandonei o cursoporque dormia demais nas aulas.

    que eu trabalhava comorecepcionista de hotel(cinco estrelas, t?)e no era fcil: das 16 s 24h, de

    p esalto alto, saia de tergal azul marinhoe sorrindo paradeputados, senadores e lobistas.

    A compensao eram asgorjetas em dlares, geralmentesados de malas suspeitas, o que me fez formar umaforteopinio sobre os polticos.

    Para encurtar a histria: no, no estudeiBelas Artes, nem fiz cursos no exterior.

    Sou autodidata, ou seja,se vejo algumfazendo algumacoisa, euautomaticamenteaprendo.

    O que nemsempre bom.

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    Fsicos: minha mo direita, sempre. svezes a esquerda ajuda a segurar o papel. O crebro no toma muita parte.

    Quando comeo a desenhar ele adormece profundamente. Ah, fsicos tipo papel, tinta, etc!Entendi. Helooooou!

    Pra rabiscar, caneta preta de pontafininha e papel. No pode ser um papel

    tipo esses Moleskines chiques porque "chupa" a tinta dacaneta e estraga minha linha.

    Como gosto muito de preto e branco, nunca uso papel decor creme, acho breeeeeeeeeeeeega. Hehehe. Se bemque, se eu usar tinta marrom pode ficar ultra-chique, bem clssico. Hum... nunca diganunca!

    Depois do rascunho, posso ir para ocomputador e finalizar emvetorial (oque acontece na maioria das vezes por

    causa do prazo curto), dar uns toquesno Photoshop (aplicar texturas,estampas, essas coisas)ou ento pra mo na massa e usar guache, ecoline(adoro os vidrinhos todos enfileirados),acrlica, sei l!

    S no curto carvo (porque me sujotoda e faz um barulho irritante) egizpastel ou oleoso.

    Mas estou planejando aprender apintarcomtintaleo, acho quenascemos uma para o outra!

    Mal posso esperar!

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    a) Propaganda.b) Editorial (mais livros querevistas).c) Clientes variados e agnciasde design.

    d) Projetos pessoais (quandosobra tempo, o que cadavez mais raro).

    Adoro uma pesquisa. Ento,sempre que vou fazer algumacoisa, passeio antes na internetpara ver umas referncias.Olho meus livros de artistas, deestampas e cliparts, dou uma varridanos blogs de decorao, fotografia, moda,qualquer coisa me ajuda.

    A comeo a rabiscar alguma coisinha, outra...at ter uma idia do que vou fazer.Com o esqueleto pronto mando um rough para ocliente e, depois da aprovao, parto paraos "finalmentes".

    Tem job que empaca.Alguns acho que no vou conseguir fazer, ou pior, que no combinamcomigo. A fico travada. Mas s pensar no pagamento que eu logo deixo essas frescurasde artista de lado e volto a ser a boa e velha (nem tanto assim)profissional corretae cumpridora de prazos.

    Infelizmente meu padro de vida no me permite ter crises criativas. Hehehe. como diza camiseta que vi outro dia : "Hay otra vida, pero s muy cara".

    Eu no me levo srio, ento aconselhoa todos que nolevem tambm.

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    sucesso mundial de Harry Potter tem duas mulheres como responsveis,pois alm da escritora as capas to conhecidas dos livros foram feitas em sua maioriapela americana Mary GrandPr.

    Na verdade as ilustraes seriam apenas para a verso americana do livro, j que naGr Bretanha as capas so diferentes, mas foram as capas americanas que acabaramsendo distribudas pelo mundo, incluindo o Brasil.

    No entanto, o sucesso deHarry Potter foi apenas oreconhecimento de uma

    longa carreira de sucessoque a ilustradora j tinha.

    E na contra-mo datecnologia, ela trabalha comum dos materiais maistradicionais que existe, opastel seco, e mesmo assimatuando ativamente na rea

    editorial e publicitria.

    Foto:

    arquivoMaryGrandPr

    MaryGrandPr

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    Eu uso pastel... s vezes com aguada de guache por baixo. Geralmente usopapel, Stonehenge, mas as vezes tambm madeira.

    Agora tambm passei a usar acrlica e colagem, assim como tinta a leo.

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    Eu acho que timo para aqueles que realmente sabem como utiliz-lo bem, commuita criatividade.

    Mas eu penso que muitos ilustradores que esto usando computador no tm umestilo suficientemente distinto para se destacar.

    Se o computador a sua ferramenta, ento tenha a certeza de acrescentar suaprpria personalidade no seu trabalho, e isso vlido para qualquer meio de expresso.

    Contanto que um artista entenda de desenho, cor, forma, composio e conceito,e traga sua prpria identidade no seu trabalho, realmente no interessa que ferramentasso usadas.

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    Sim, talvez para um trabalho de

    colagem, ou design... mas eu ireisempre desenhar em um papelantes.

    Eu preciso desse tipo de contatottil e esboando com um lpisna minha mo, parte do meuprocesso de pensamento.

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    Henry Moore pelas formas, e Chagall para a parte divertida de pintar. Almdisso, Kandisnky e Mir para cores incrveis e relacionamento de formas.

    No, realmente no. O estilo apenas a forma como eu desenho.

    Eu teria que dizer livros para crianas... neles eu tenho que desenvolver todo ummundo e contar histrias, e s vezes eu penso como uma criana.

    Produzir um trabalhoque preencha-mepessoalmente.

    Trabalhar mais e maispara o meu prprio

    propsito de fazerarte.

    Pintar em grandestelas, pequenas telas,e ser apenas maisespontnea.

    Fazer alguma pintura davida e tambm trabalhar apartir de experincias

    pessoais.

    Eu estou concebendo umlivro agora que fala sobrecncer na mama e outrosdesafios, e ossobreviventes... umacoleo de histriasverdicas, cada umaacompanhada por uma

    pintura que inspiradamenteexpressa aquela jornadapessoal da mulher... umlivro de figuras para adultos,imagino que voc diria isso.

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    Para mim o trabalho que eu

    fiz nos livros de Harry Potterso os mais populares, aparte mais exposta do meuportfolio.

    Tem sido uma parteincrvel, e introduziu-mepara muitas pessoas elugares e oportunidades.

    Eu estou grata por ter sidoparte dele, mas eu sei quepreciso seguir adiante paraoutros tipos de produode arte.

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    Acho que ele me fez ficar mais ciente de quanto uma coisa pode ter impacto emtantas pessoas... essa srie de livros tem sido uma grande parte das vidas de tantascrianas (e adultos).

    Eu me sinto honrada de fazer parte disso. Me sinto humilde por ouvir dos fs dePotter o quanto eles apreciam o meu trabalho nos livros.

    Eu percebo que o que ns fazemos, como fazemos nosso trabalho, como nsexpressamos a ns prprios e nossas idias podem causar uma grande impressonos outros, por isso ns devemos tentar o nosso melhor, e colocar tudo nos nossosesforos... voc nunca sabe como a sua contribuio ir inspirar e influenciar osoutros... especialmente os mais jovens.

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    Eu acho que a nicabarreira que eutenho sentido quemuitas vezes somoscontratados parafazer algo "parecer"de uma certamaneira... quer sejamoderno, ousado, bonito,o que for.

    Muitas vezes o conceito seperde na tcnica. Eu tento

    evitar isso.Para as minhas ilustraes,o conceito to importantequanto o "look" total dapea. Eles vo de mosdadas.

    Eu penso que, ainda maishoje em dia, um conceitoforte no to apreciado

    como deveria ser, e isso muito mal.

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    Foto:arquivoAmandaGrazini

    ruiva Amanda Grazinifaz parte de uma nova geraode artistas que esto surgindono mercado, cheios de talentoe graa, trazendo um sopro

    de frescura no mercado.

    Com apenas 21 anos de idade,Amanda formou-se na QuantaAcademia de Artes, e em seustrabalhos tem uma preferncia

    por figuras humanas, em especialas femininas, com um traodelicado mas cheio de vida,

    principalmente as mos que eladesenha, sempre com elegncia.

    Atualmente trabalha na ConexoEditorial, uma editora que trabalhacom livros didticos para clientes

    como Ed. Moderna, Saraiva,Ibep, Editora do Brasil, etc.

    AmandaGra

    zini

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    Pr mim o sketchbook funciona como uma "agenda de anotaes em forma derabiscos" pr futuras ilustraes ou pinturas. mais ou menos um reservatriode idias, s vezes estou com algo na minha cabea e preciso colocar no papel,por isso o carrego pra todo canto tambm.

    Alm de ser bem importante quando quero "soltara mo" ou desenhar sem nenhum propsito, spelo prazer de desenhar.

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    O sketchbook muito importante pro desenvolvimento do meu trabalho, ali que

    normalmente vou tentar treinar o que encontro dificuldade em fazer, ali que tentoaumentar meu repertrio, observando as pessoas e tentando desenh-las.

    um exerccio, digamos que, escencial pro desenvolvimento do meu desenho.

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    a dcada de 30 as

    mulheres em geral aindatrilhavam os primeiros passos nasua independncia, afinal apenasem 1932 foi aprovado o direitode voto s mulheres.

    E durante as dcadas seguintesainda iria demorar paraconseguirem total independncia.

    Na contra-mo da histria,Creusa de Oliveira mostrou umtalento sem igual, tanto quantoilustradora como mulher,numa poca em que pensarem trabalhar fora como artistaera impensvel.

    Afinal, ela foi a primeiramulher no Brasil a trabalharcom ilustrao publicitria.

    Foto

    :arquivoFernandaGuedes

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    Creusa nasceu no Amazonas, em 1914,vinda de uma famlia grande onde o pai,professor dedicado, olhava desconfiado paraa educao brasileira das escolas da poca.Assim, a sua educao toda se deu em casa.

    Mas ao contrrio do que muitos possamimaginar, sua educao foi exemplar:aprendeu a ler cedo (e muito), e almde todas as outras matrias regulares,aprendeu tambm francs e espanhol,assim como seus 5 irmos.

    Muitas dcadas mais tarde, em 1964,todo esse ensino viria a se mostrarimportante quando, participandoem um concurso de poesias na AcademiaBrasileira de Letras, ganhou o primeiro lugar,onde um dos jurados era ningum menosque Manuel Bandeira.

    De sua infncia no Amazonasaprendeu tambm o desenho,observando tudo ao seu redor.

    Na dcada de 30 a famliamudou-se de Manaus parao Rio de Janeiro, onde o paiimplantou o seu sistema de ensinodiferente e revolucionrio em umaescola onde a principal caractersticaseria a de receber exclusivamentealunos rebeldes, expulsos de outrasescolas.

    Mais uma vez foi bem sucedido,e Creusa, de tabela, recebia todainformao necessria, alm de usufruirda enorme biblioteca que tinhamem casa.

    Mas, ainda adolescente, tudo mudou.O pai, fonte de educao e inspirao,

    acabou falecendo, e Creusa, apesarda idade, se tornou arrimo de famlia,tendo de ajudar a me na criaodos 5 irmos menores.

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    Com todo o conhecimento que havia acumulado, acabou conseguindo o primeirotrabalho como desenhista de propaganda dentro da agncia do publicitrio RaulBrito, amigo da famlia.

    Logo ela comea a se destacar e passa a trabalhar como freelancer para as grandesagncias da poca, e tambm para as companhias cinematogrficas, como a antigaRKO Filmes do Brasil, produzindo material promocional para cinema.

    Da em diante nunca mais parou, passando a trabalhar com todas as grandesempresas cinematogrficas: Columbia, Warner, Metro, Paramount, e a brasileiraAtlntida, fazendo numerosos cartazes de cinema e material promocional.

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    Na mesma poca do comeo de sua carreira como ilustradora, trabalhou muito parao Cassino da Urca, fazendo seus cartazes, muitas vezes escondida, j que umaadolescente numa casa noturna era proibido.

    Em publicidade fez ilustraes memorveis, em especial anncios para a Souza Cruz.

    Nessa poca Creusa se tornou a ilustradora mais bem paga do Rio de Janeiro, ondejamais precisou negociar preos, onde o que era pedido sempre foi bem pago, poisa qualidade e pontualidade se tornaram sua marca registrada.

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    Com o tempo e a mudana do perfildo mercado, Creusa aos poucos foiabandonando o cinema e a publicidade,e em 1970, j completamente afastada,passa a se dedicar a estamparia,em especial para a empresa Vulcan.

    E apesar da aposentadoria um poucoforada, nunca deixou de trabalhar,

    onde at hoje continua pintandoe participando de exposies, alm deter deixado alguns livros escritos, entreeles "Elementos de Publicidade"e "1001 Modelos de Letras".

    Da famlia de artistas de onde veioCreusa de Oliveira, destaca-se a suasobrinha Fernanda Guedes, tambmilustradora (e que tambm participa

    nesta edio da Revista Ilustrar).

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    epois de anos como coloristade histrias em quadrinhos, h poucosanos Cris de Lara decidiu se dedicar ssuas prprias ilustraes, desenvolvendo

    um estilo cada vez mais marcante.

    A partir de seu estdio Artepixel, emsociedade com Alexandre Stockler,Cris de Lara (que tem a funo artsticano estdio) tem trabalhado para livrosinfantis, commissioning para vrios tiposde clientes, alm de workshops e tutoriaispara revistas especializadas.

    Apesar de trabalhar com vrios estilos,Cris est mais vocacionada para orealismo, em especial s suas pin ups,mulheres cheias de graa e sensualidade,lembrando as pin ups dos anos 50, mascom um trao bem moderno.

    Para a Revista Ilustrar, Cris de Lara

    mostra a seguir um passo a passoformidvel.

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    Aps desenhar a idia daimagem geral, a nossamaior preocupao foi

    conseguir retratar a expresso exata da

    tartaruga marinha... que deveria estarpassando um grande desconforto ao servirde "prancha de Surf "para a tartarugaterrestre; e a tarturuga terrestre, extasiadacom a experincia.

    Iniciamos alguns rascunhos, e fomosaperfeioando-os at conseguirmos aimagem esquerda, que nos dava umaidia geral da cena.

    Nosso objetivo principal eracaptar com maior precisoa expresso da tartaruga

    marinha, e mesmo aps o desenho, noficamos satisfeitos, ento posei diversas

    vezes diante da cmera at conseguir oresultado desejado.

    Aps o esboo acertado,comeamos a "chapar" aimagem com as cores bsicas

    da cena marcando os limites das reas a serempintadas.

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    Iniciamos arenderizao da textura

    do casco da tartarugaterrestre usando um brush suave earredondado, marcando os volumes

    Com o mesmo pincelmarcamos os desenhosirregulares que as

    tartarugas possuem em seus cascos.

    No caso da imagem, a maior atenofoi dispensada no personagem datartaruga terrestre, j que grande

    parte da outra tartaruga estariaencoberta pela gua.

    Nesta imagem,mostramos comoproduzimos as

    texturas aplicadas ao casco datartaruga.

    Criamos digitalmente no Photoshopum pincel simulando a rugosidade docasco e aplicamos sobre o mesmo ofiltro BEVEL and EMBOSS o quecolaborou para dar uma sensao de

    realidade textura.

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    Seguindo o mesmo raciocnio,fizemos um pincel para simularmosas rugosidades da pele da tartaruga.

    Criamos esse pincel atravs dedesenhos feitos na forma digital(diretamente pelo computador)numa tablet tendo como refernciasfotos de tartarugas obtidas naInternet.

    O mesmo se deu para a imagem 8considerando a aplicao dos pincisna tartaruga marinha.

    Feita a maior partedas tartarugas,trabalhamos o

    ambiente, a gua, realando o idiade velocidade com os pincis criados

    no lado esquerdo da imagem 9.Tambm utilizando o mesmo filtroBEVEL and EMBOSS, demos "asensao de volume" s gotas e feixesd'gua.

    Aps a rpida explicao doprocesso utilizado nas imagensanteriores, finalmenteconclumos a cena retocandoalguns detalhes, ajustando as

    luzes e cores, e adicionandoalguns elementos para dar maisenriquecimento e graa cena,tais como o colar de folhas deplantas, a saliva da boca datartaruga (passando o xtasedela), mais algumas gaivotasao fundo.

    E lgico, o pequenotexto/legenda para marcar a

    nossa inteno de mostrar quepor amizade a tartarugamarinha estava numa "roubada"para ajudar sua "irm" a teruma experincia inesquecvel.

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    Foto:CatiaChien

    ivendo na Califrniah anos, a brasileira Catia Chien

    consolidou a sua carreiraartstica com ilustraes

    delicadas que tm conquistadocada vez mais apreciadores.

    Recentemente isso ficoudemonstrado ao receber

    um dos prmios maisimportantes do mercado

    americano, dado pelaSociety of Illustrators.

    Pintora vida, trabalhaprincipalmente com quadrinhos,livros infantis e animao, e nas

    horas vagas produz pinturaspara galerias de arte.

    Tambm tem sededicado produode livros artesanais,

    feitos mo.

    CatiaChien

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    Eu estudei ilustrao no Art Center College of Design em Pasadena.

    Eu decidi fazer uma grande aposta uma vez que eu fui aceita no Art Center.

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    A maioria das pessoas pensa que eu trabalho com aquarela, mas na verdade euno trabalho. O principal meio que eu uso a acrlica, apenas acontece de euaplic-la em aguadas que d a sensao de aquarela.Eu adoro usar acrlica porque ela muito verstil e seca rpido.

    Eu estou sempre aberta para experimentar com materiais e aprender diferentestcnicas. Mas eu tambm gosto de me sentar com meu sketchbook e usando umsimples pincel, que eu prefiro do que a caneta, anotando todos os dias observaese idias para futuros quadrinhos ou livros de histrias.

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    Cinema definitivamente a arteque mais me influencia,embora eu adore todotipo de arte.

    Somente algunsdiretores cujos filmeseu adoro: Jean PierreJeunet, Jane Campion,Martin Scorsese,Federico Fellini e osIrmos Coen.

    Eu me interessei por fazercolorizao de trabalhos emanimao e pequenosconcept art para filmesindependentes.

    Agora eu gosto acima detudo de trabalhos com livrose em galerias, mas eu estou

    sempre aberta paraconsiderar qualquer projetocriativo que venha no meucaminho.

  • 8/4/2019 Revista Ilust 4

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    Ele realmente orgnicoe bagunado.

    Se for somente para mim

    mesma eu permito que todosos tipos de acidentesaconteam e desenvolvoum desenho a partir da.

    Mas se for um trabalho, euesboo idias e mantenho osdesenhos realmente clarose dedicados a mostrar umconceito mesmo desde ocomeo.

    Eu nunca fao estudos de cor...mas eu comeo a acalentara idia disso, isso podemant-lo longe de problemasquando a pintura mede75cm X 100cm.

    No, na verdade eu sinto quepintando para exibies emgalerias onde eu tenho

    mais liberdade.

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    Definitivamente livros, filmes, msica e viagens. Minha vida e como euvivo informa tudo o que eu fao em minha arte.

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    Eu acho que os temas do meu

    trabalho so focados nas idias deprocurar expressar algo que d spessoas um senso de esperana,melancolia, fria e calmocontentamento.

    Eu adoro os mistrios dentro domundo natural onde tanto desconhecido. Tambm gosto dapercepo dos que conseguemmanter a capacidade de imaginar,mas somente se tentaram ebuscaram tambm.

    Quanto aos temas que eu evitariaabsolutamente a todo custo? Eu teriaque dizer - choque de valoressuperficiais.

    Faz 15 anos! Eu era jovem quando me mudei para c com a minha famlia.

    No foi uma deciso que eu fiz. Mas acho que todo pas tem algo para dar e algoque ele toma.

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    Sim, mas nunca to grande que fosse insupervel. Isso apenas ensina avoc ter a vida com uma boa dose de humor.

    Eu no acho que haja qualquer coisa no meu trabalho que seja unicamenteamericano e emprestado da cultura americana.

    Ele importante porque mostra que voc recebeu um selo de aprovao pela sociedadedos ilustradores e diretores de arte notveis. Tambm uma grande maneira de darum pouco mais de exposio ao trabalho.

    Eu no sei dizer com certeza, mas sei que existem alguns grandes ilustradores brasileiroscomo: Kako (www.kakofonia.com) e Fabio Moon& Gabriel B(http://fabioandgabriel.blogspot.com), que esto realmente se aguentando no mercadoamericano enquanto trabalham do Brasil.

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    Bencio, um dos maioresilustradores brasileiros e dos maisreconhecidos, finalmente passou ater um site no mesmo nvel de suafama e talento.

    Agora possvel apreciar uma partede sua carreira em imagens comresoluo suficiente para deixarqualquer um sem flego.

    O site simplesmente imperdvel,alm de ser uma escola para todosos ilustradores.

    www.benicioilustrador.com.br

    O artista plstico Jen Stark criaesculturas com efeitosespetaculares de caleidoscpio,apenas utilizando sobreposio defolhas de papel.

    www.jenstark.com

    O trabalho de pintura corporal(e de fotografia) do sul coreanoKim Joon merece uma olhadacom ateno:

    www.kimjoon.co.kr

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    O Flickr, blog especializado na divulgao deimagens, tem tido vrias postagens interessantes,algumas dedicadas a colees.

    E aqui ficam duas dicas bacanas, em especial para

    quem gosta de design:

    - Em uma das pginas do Flickr existe uma enormecoleo de caixas de fsforos de vrios pases, a maioriados pases do leste, da dcada de 50 e 60:

    www.flickr.com/photos/maraid/sets/72157594234 429063

    - E em outra existe uma coleo de tampas de garrafa(que vai crescendo conforme as necessidades etlicas deseu proprietrio):

    www.flickr.com/photos/fragmented/sets/72157604029485302

    Esse site impressionante: a artista japonesa(e radicada na Frana) Hina Aoyamadesenvolve um trabalho artstico de figurasintrincadas e extremamente elaboradasapenas cortando papel, de forma milimtricae cirrgica.

    No esqueam de levar o babador antes deabrir o site.

    www.flickr.com/photos/37051688@N00/show

    O tambm japons Kako Ueda tem um trabalho

    parecido:

    www.kakoueda.com

    incrvel, mas a revista Vogue foi lanadano ano de 1892 e at hoje continua a,ditando moda. No site da prpriaVogue se encontram todas as capas,desde o primeiro nmero:

    www.vogue.co.uk/coverarchive

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    Voc acabou de devorar mais um nmeroda Revista Ilustrar.

    Uma revista histrica, j que a nica revista100% brasileira, voltada para o mercado de

    ilustrao, nacional e internacional, feita por ilustradores.

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