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Revista Mulher de Expressão

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Parte integrante do Jornal Mogi News Março 2008

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Moda

Especial Mulher | março de 2008�

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Moda

Especial Mulher | março de 2008 �

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E d i t o r a - r E s p o n s á v E lVera Marcolino

r E p o r t a g E MKatia Guimarães e Agência Bolsa de Mulher

E n t r E v i s t a s(Especial Mulheres de Expressão)

Katia Guimarães

p r o j E t o g r á f i c o E E d i t o r a ç ã oEdimar Veloso

c a p aRafael Gonzales (Hommer),

Foto: Rodrigo Lopes, Produção: Claudio Marra,Maquiagem e cabelo: Edson Morales

f o t o g r a f i aLarissa Seccomandi, Luciana Moura, Michel

Meusburger, Monalisa Ventura, Agência Bolsade Mulher e Divulgação

f o t o g r a f i a(Especial Mulheres de Expressão)

José Carlos Cipullo

r E v i s ã oLaura Abrão e Suéller Costa

c o l a b o r a ç ã oMônica Valentin

E x E c u t i v o s d E c o n t a sAdriana Francisco, André Mello, Clenira Cataldi,

Edson Moraes, Léia Cristina e Rubem Neto

g E r E n t E - c o M E r c i a l / M o g i n E w sMarcos Roberto Sebastião

g E r E n t E - c o M E r c i a l / d a tSentileusa Moraes

d E p a r t a M E n t o d E a r t EAdriana Ambriola, Daniela Farias, Eduardo

Bernardineli, Erica Miashita, Marcus Navarroe Fabíola Koba (revisão)

a t E n d i M E n t o c o M E r c i a l(011) 4735-8000

[email protected]

d i r E t o r - p r E s i d E n t ESidney Antonio de Moraes

d i r E t o r a - v i c E - p r E s i d E n t E / c i r c u l a ç ã o

Sonia Massae de Moraes

d i r E t o r - c o M E r c i a lWilson Bego

d i r E t o r d E M a r k E t i n gSalatiel de Moraes

Rua Carlos Lacerda, 21Vila Nova Cintra, Brás Cubas

Mogi das Cruzes - CEP: 08745-200 Telefone: (011) 4735-8000www.moginews.com.br

i M p r E s s a n a p r o l E d i t o r a g r á f i c a

A 21ª Mogi News Revista, produzida pela Editora Mogi News, é uma

publicação comemorativa ao mês da mulher, que circula encartada nos

jornais Mogi News e Diário do Alto Tiête

E d i ç ã o E s p E c i a l

Resultado deamadurecimentoO prêmio Mogi News Mulher de Ex-

pressão está em sua terceira edição, mas esta grande homenagem é o

amadurecimento de um projeto que sur-giu em 1996. Naquele ano, o Mogi News criou o Expo Mulher News, uma espécie de feira da mulher, onde havia diversos estandes de empresas que trabalhavam com produtos voltados para o universo feminino, além de desfiles de moda, pa-lestras e apresentações de dança, no Clu-be de Campo de Mogi das Cruzes.

O encontro aconteceu em três dias, 15,16 e 17 de maio, sendo os dois primeiros com todas estas atrações e entrada franca e, o último, destinado exclusivamente às mulhe-res que foram homenageadas pelo evento. Mais de 20 mogianas que de destacavam no mercado de trabalho participaram de um elegante coquetel no salão social do clube e tiveram seu sucesso reconhecido com a entrega do prêmio. De lá para cá,

a idéia evoluiu muito e, em 2005, nasceu o Mulher de Expressão.

Foi mais uma ação inédita na região, considerada ousada para a época, já que foi numa década de consolidação da mu-lher no ramo profissional.

Em 2005, o projeto ganhou novo for-mato, mantido até hoje: com uma pre-miação e uma revista. Neste ano, com o amadurecimento das duas edições ante-riores, o prêmio está ainda mais direcio-nado, e o resultado veio por meio de vo-tação popular, o que gerou ainda mais credibilidade.

A revista está com matérias mais ri-cas e uma linguagem ainda mais leve e fácil. Todo o conteúdo foi cuidadosa-mente preparado para acompanhar o crescimento e a evolução da mulher bra-sileira. Suas necessidades, conquistas e sonhos. Um material atual, com assuntos úteis para o dia-a-dia da classe feminina.

Índi

ce 8 coloraçãopara obter aquele efeito “arrasa quarteirão”, é preciso escolher bem a cor que combina com a sua pele

9 vinhoterapianovo tratamento à base de vinho é mais uma opção para quem quer ficar bonita e em forma

10 câncer de mamaa prevenção ainda é o melhor caminho. conheça a doença e histórias de mulheres vencedoras

12 avó modernaas vovós do século xxi são ativas, modernas, joviais e muitas ainda sustentam a família

14 Modaos anos 70 voltam com toda a força nas coleções dos principais estilistas do país. confira!

16 perfumeos aromas e as embalagens podem falar mais sobre a sua personalidade do que você imagina

17 no divãMuitas mulheres tendem a escolher o mesmo tipo de homem. a psicologia explica esta fixação

18 comportamentoo ciúme pode apimentar uma relação, mas também pode tornar-se uma triste armadilha

20 sem compromissoÉ cada vez maior o número de mulheres que assume fazer sexo apenas por prazer

22 Entrevistaa atriz claudia alencar fala sobre sua carreira e sobre os segredos para manter a juventude aos 57 anos

24 sucessopara alcançar qualquer objetivo na vida, é preciso, em primeiro lugar, fazer um planejamento

25 Homenagema partir desta página, conheça as mulheres homenageadas no 3º prêmio Mulher de Expressão

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Editorial

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Moda

Estamos vivendo um tempo em que falsos conceitos se espalham com ra-pidez pela mídia. Atrizes, modelos e

cantoras ditam normas malucas sobre me-dicina e milhares de pessoas, mulheres, es-pecialmente, as seguem obedientemente. Uma destas regras repetidas à exaustão como um mantra é o “beba muita água, tantos litros por dia”. Já chegou-se ao ab-surdo de recomendar até 5 litros.

É bom que todos saibam que beber água sem vontade nenhuma, a ponto de se sentir mal, não vai servir para nada, a não ser para eliminar um cálculo renal com urgência. Cada pessoa terá sede de certo volume de água, de acordo com algumas variantes, como o nível de exercícios; tem-peratura do ambiente; tipo físico; quanti-dade de comida; estresse e necessidade de falar seguidamente, entre outras.

Por essas razões, não há o menor fun-damento em determinar genericamente quantos litros se deve tomar de água, já que cada um terá sua medida a cada dia.

Há casos extremos de mulheres que não conseguem ter autonomia nem de meia hora sem ter de ir ao banheiro, manten-do suas bexigas num trabalho constante de encher e esvaziar, o que pode também trazer problemas à saúde. Elas acreditam que, assim, ficarão mais bonitas, com a pele lisa e sem celulite. Puro engano!

O organismo é uma sábia e delicada má-quina que sabe fazer com que tenhamos sede quando nosso corpo precisa de água e que nos faz afastar o copo com repulsa quando já bebemos o bastante.

Água forçada pode levar a distúrbios da digestão, já que o suco gástrico fica diluído e a freqüência urinária, limitante. Ir ao banheiro muitas vezes ao dia pre-judica suas atividades, entretenimento, sono e leva até mesmo a transtornos de ordem geral, que envolvem o sangue e órgãos diversos.

Aprenda a ouvir o que seu corpo pede e desconfie de conselhos de gente não especializada!

bem-estar

Cálcio: mineral essencial

O cálcio é um mineral essencial para a vida por ser o responsável pela formação dos os-sos e dentes. Ele participa também de várias reações no corpo ligadas à transmissão ner-vosa e regulação de batimentos cardíacos, contração muscular e coagulação sanguí-nea, desempenhando papel fundamental no equilíbrio do metabolismo.

Encontramos essa substância no leite e em seus derivados; nos peixes, mariscos, tofu

(queijo de soja), leguminosas (lentilha, er-vilha e soja), semente de gergelim, nozes e vegetais verde-escuros. Excesso de sal,

cafeína e proteínas aumenta a elimina-ção de cálcio na urina. A ingestão deve ser, em média, de três a quatro porções de leite e seus derivados por dia.

Água sob medidabeber água é fundamental para a saúde e a beleza, mas sem exageros, pois o excesso pode prejudicar o organismo

O organismo é uma sábia e delicada máquina que sabe fazer com que tenhamos sede quando

necessita de água

Mais soja no prato

O consumo de soja (o grão ou produtos deri-vados), especialmen-te por mulheres, tem sido amplamente incentivado. Uma das principais razões é a presença da substância isofla-vona, que é muito semelhante ao principal hormônio femini-no, o estrogênio.

Entre as propriedades bené-ficas à saúde da mulher, a pro-teína de soja está associada à melhora no sistema cardiovas-cular, à redução dos níveis de mau colesterol, à prevenção do câncer de mama e da oste-

oporose, à redução dos efeitos da menopausa e até ao rejuve-nescimento.

Estudos demonstram que o consumo diário de cerca de 40 a 60 gramas de soja e seus deri-vados (o que corresponde a um pouco menos de meia xícara do grão) a longo prazo, pode proporcionar os efeitos bené-ficos desta leguminosa citados anteriormente.

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Que mulher nunca de-sejou, mesmo que se-cretamente, fazer uma

mudança total no visual? Se passar a tesoura está descarta-do, que tal mudar a cor do ca-belo? Mas é preciso se cercar de alguns cuidados. Embora existam produtos para todos os gostos e tipos, nem sem-pre eles combinam com seu tom de pele ou são os mais re-comendados para os seus fios.

Agir no impulso arriscando técnicas do tipo “faça você mesma” definitivamente não é a melhor forma de deixar os cabelos bonitos. O sonho de ganhar um visual mais bacana pode se transformar num pe-sadelo. A advogada Lúcia que-

ria mechas iguais às da prima. Para isso, comprou água oxige-nada e descolorante na farmá-cia e aplicou a mistura sozinha:

“Não sabia quantos minutos de-veria deixar o produto, mas to-mei como base o tempo que levava para descolorir os pêlos do braço. Então lavei e o cabelo ficou laranja, além de áspero e esfarelado. Demorou uns dois anos para o meu cabelo ficar saudável de novo”, conta.

Conhecer as opções existen-tes no mercado é um bom co-meço. Existem vários tipos de produtos para tingir os cabelos: tinturas, henna, descolorantes, xampus tonalizantes, entre ou-tros. De acordo com Anysio Es-tevão, estilista capilar, as tinturas

se diferenciam pela sua química, algumas são à base de amônia e outras, à base de água: “Há pro-dutos permanentes ou tempo-rários. As tinturas permanentes são as mais usadas, até porque, hoje em dia, elas quase não es-tragam o cabelo, isso quando usadas com o acompanhamen-to certo e boa manutenção de-pois, é claro”.

E não tem jeito, se quiser ter cabelos coloridos, você terá de se tornar sócia do salão de be-leza. As madeixas, neste caso, precisam de cuidados especiais. Estevão explica, ainda, que as famosas “tinturas de perfuma-ria”, possuem uma tecnologia mais pesada, e, por isso, podem danificar mais os cabelos.

cabelo

Beleza no tom certoEvite surpresas ao pintar o cabelo. descubra a tintura ideal para você

Se quiser ter cabelos coloridos, você terá

de se tornar sócia do salão de beleza

A cor do cabelo tem o poder de valorizar seus olhos e sua pele e até de conferir um ar glamouroso ou moderno ao visual. Por isso, é preciso entender por que certas cores funcionam para algumas pessoas e para outras não.

Pele rosada: Combina com aco-breados, vermelhos, dourados, ruivos, mar-rons e tons escuros. Exemplos famosos:

Mariana Ximenes, Kirsten Dunst e Monique Alfradique. Este tom de pele combina com qualquer cor de cabelo. Mas atenção: preto chapado dá uma aparência ‘Mortícia’. Evite tons acinzentados, pois envelhecem.

Pele amarelada: Vai bem com tons de marrons e ver-melhos, como os das atrizes Danie-la Suzuki, Amanda

Lee e Lucy Liu. Os louros devem ser usados com moderação - os muito chapados podem deixar a pele pálida. Para clarear, a me-lhor opção é fazer mechas em tons de mel.

Pele morena: Fica ótima com casta-nhos, achocolatados, pretos e vermelhos. As famosas Beyoncé, Carol Castro, Juliana

Paes e Camila Pitanga são bons exemplos. As mais conservadoras podem optar por tons avermelha-dos, acobreados e café - não tem erro. Para as ousadas, dá para ar-riscar os louros.

Pele negra:Neste caso, o melhor é optar por tons cas-tanhos, acobreados e pretos, a exemplo das atrizes Taís Araú-

jo e Sheron Menezes. Evite o lou-ro, pois contrasta demais e deixa um ar artificial. Quanto mais cla-ro o cabelo maior também a ne-cessidade de cuidados com a saú-de dos fios.

Cores e Peles

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beleza

Há muito se discute as pro-priedades terapêuticas do vinho. Algumas pesquisas

revelam, por exemplo, que tomar um copo antes das refeições faz bem para o coração e diminui o mau colesterol. Até aí, nenhuma novidade. Entretanto, o vinho pode ser um excelente aliado da beleza, rejuvenescendo e tonificando a pele e ajudando a diminuir medi-das. A vinhoterapia é a novidade que tem despertado o interesse de muitas pessoas.

A revolução desta técnica está na indução da termogênese, um processo natural do corpo huma-no que gera calor, eliminando ca-

lorias excedentes. A aplicação de vinho morno em zonas de concen-tração de gordura induz essa gera-ção de calor e, conseqüentemen-te, o deslocamento das placas de gordura. É esse processo que aju-da no emagrecimentoe na redu-ção da celulite.

Além disso, o vinho também é rico em polifenóis (flavonóides, procia-nidinas e resveratrol), substâncias presentes nas sementes e na casca da uva, que têm ação antioxidan-te e atuam contra os radicais livres (responsáveis pelo envelhecimen-to da pele) - chegam a reduzi-los em 85% e superaram a famosa vi-tamina E em até cem vezes.

Da taçapara a

banheiraterapia à base de vinho promete

rejuvenescimento e ajuda a emagrecer

História

O primeiro registro que se tem do uso medicinal do vinho data de mais de 2000 a.C., no Egito. Os papiros da época revelam que a bebida era utilizada para tratar doenças de pele. Documentos atestam que Hi-pócrates, o pai da Medicina, recomendava a substância como suplemen-to dietético, diurético, purgativo, antitérmico, antisséptico e até mesmo contra depressão. Mas foi na cidade de Bordeaux, região vinícola da Fran-ça, que a vinhoterapia surgiu de fato como técnica aliada à estética. Ins-pirada nos “Wine spa” franceses, o Brasil aderiu à moda e, hoje, já exis-tem no País muitas clínicas e spas que oferecem a técnica inovadora.

Tratamento facial e corporal

Existem dois tipos de vinhoterapia, a facial e a corporal. A primeira consiste na limpeza da pele, aplicação de peeling e máscara. É recomendado que se faça pelo menos uma vez por mês.

Já a corporal oferece ação antioxidante para a pele do corpo, tonificando-a e aliviando o estres-se e pode ainda ser dividida em três tipos: antien-velhecimento, relaxamento e perda de medidas. A diferença é que a de relaxamento engloba uma massagem, e a de perda de medidas acompanha infravermelho, acelerando a quebra de gorduras.

A vinhoterapia facial custa em média R$ 100 por sessão, enquanto o tratamento completo da cor-poral, incluído a exposição ao infravermelho, cus-ta cerca de R$ 300. É recomendado que se faça pelo menos três sessões por mês para sentir os resultados. O tratamento deve contar com acom-panhamento profissional.

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saúde feminina

Inimigosilencioso

câncer de mama: enfrente

o problema de peito aberto

Medo e dor. Essas são as pri-meiras palavras que vêm à cabeça quando se pen-

sa em câncer, uma doença devas-tadora, que faz sofrer não apenas a pessoa doente, mas também os familiares e os amigos. E, entre as mulheres, o câncer de mama é o mais temido. Os números são alar-mantes. Dados indicam que 400 mil novos casos de câncer surgem a cada ano no Brasil, sendo que um terço deles com óbitos. A do-ença é a segunda que mais mata no País e sua incidência e morta-lidade têm crescido em virtude do aumento da expectativa de vida e de fatores como poluição, hábitos alimentares inadequados, sedentarismo, tabagismo, entre muitos outros.

Como tudo o que é desconhe-cido causa ainda mais medo e re-ceio, nada melhor que conhecer o câncer de mama a fundo para saber como lidar com ele e, prin-cipalmente, evitá-lo. Afinal, mui-tos casos são curáveis, principal-mente se diagnosticados em seu estágio inicial.

Segundo a Sociedade Brasileira de Mastologia, a iniciação do cân-cer de mama é de origem genéti-ca. Isso não significa que seja uma doença exclusivamente passada através das gerações, aliás, apenas entre 5% e 10% dos casos são oca-sionados por herança genética. A doença, na verdade, é desenca-deada por uma lesão, que pode ser herdada ou adquirida, no DNA cromossômico, fazendo com que a multiplicação celular ocorra de maneira desordenada.

Se o acúmulo dessas células tu-morais (neoplasias malignas) não conseguir infiltrar a camada que dá sustentação ao tecido dos ductos mamários, a chamada “membra-na basal”, o tumor é considerado não-invasor. Do contrário, ele é in-vasor e, neste caso, passa a existir a chance de que pequenos vasos sangüíneos e capilares linfáticos se-jam atingidos, levando as células anormais a outros órgãos, como pulmões e fígado, ou até mesmo aos ossos. O trânsito dessas células para estas regiões recebe o nome de metástase.

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Prevenção nunca é demais

Nunca é demais repetir que a me-lhor forma de se prevenir do câncer de mama é se submeter periodi-camente a exames clínicos e à ma-mografia, além de realizar o auto-exame em casa mesmo, depois do banho ou antes de dormir.

O exame clínico, feito por um médico ou enfermeira treinados, pode identificar um tumor de até 1 cm de diâmetro, em 57% a 83% de mulheres com idade entre 50 e 59 anos, e em torno de 71% nas que têm entre 40 e 49 anos.

O Inca não estimula o auto-exa-me como estratégia isolada na de-tecção do câncer de mama. Ele é importante, mas deve ser ape-nas complementar, realizado en-tre uma e outra consulta ao gine-cologista. A orientação atual, que deve ser seguida em condições ideais de recursos para a assistên-cia à saúde, é a mamografia anual a partir dos 40 anos de idade, ten-do sido feito um exame basal pré-vio aos 35 anos.

Na fase pré-clínica de neoplasia, de tumores detectados pela ma-mografia, as taxas de cura são de quase 100%, e essa deve ser a mo-tivação maior para estimular as mu-lheres a fazerem uma mamografia de rotina. Outras medidas mais sim-ples, que podem e devem ser ado-tadas no dia-a-dia, também são importantes, como evitar a obesi-dade, o sedentarismo, os alimen-tos gordurosos e a ingestão alco-ólica em excesso.

elas venceram“Tive câncer de mama três vezes. Na primeira, tinha 34 anos e tive

um tumor no seio esquerdo. Foi muito difícil. É um choque saber que se está com a doença. Pensei que fosse morrer. A segunda, aconteceu quatro anos depois, no seio direito e, a terceira, há três anos, nos dois seios ao mesmo tempo. O auto-exame foi fun-damental, nas três vezes, pois detectei a doença bem no início e consegui vencê-la”.

Yara Torres Barbosa, 55 anos, aposentada

“Depois de retirar um ovário e uma trompa por causa de um cisto, há dois anos, descobri que tinha um nódulo no seio por meio do auto-exame. Num período de 30 dias, passei por três cirurgias. Fiz quimioterapia, radioterapia e ainda faço tratamento com medica-ção, mas minha vida praticamente já voltou ao normal. Quando ouvi dos meus dois filhos que eles precisavam de mim, recebi forças, lutei e venci a doença”.

Carmelita da Silva Maria Shibata, 48 anos, auxiliar de produção

“Há quatro anos sentia muitas dores no seio direito e com um exa-me descobri que estava com um nódulo. Quando recebi o re-sultado da biópsia, fiquei desesperada. Perdi o chão, voltei para casa chorando. Tive de tirar toda a mama, mas no mesmo dia fiz a reconstrução. Fiz seis meses de quimioterapia e, neste perío-do, não saía de casa. Há três anos, minha vida voltou ao normal. Sempre tive muita fé e Deus me ajudou a vencer”.

Maria Rita Damasceno, 43 anos, dona de casa

“Eu tinha acabado de completar 37 anos quando percebi que es-tava com um caroço no seio direito: era um tumor maligno. Tive um medo terrível de morrer. Fiz quimioterapia e retirei a mama, que reconstrui no final do ano passado. A fase mais difícil foi a da quimio, porque tive uma anormalidade na veia e precisei pas-sar por mais uma cirurgia. Hoje, ainda tomo remédios, mas levo uma vida normal. A minha família e a fé em Deus me deram forças para superar o problema”.

Rosana de Carvalho Oliveira, 39 anos, professora

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Quando você escuta a palavra avó, qual a primeira imagem que

vem à sua cabeça? A figurinha dócil, meiga, de cabelos bran-cos, sentada no sofá fazendo tricô? Bem, isso faz parte do passado. A nova geração de avós venceu preconceitos, o machismo, ultrapassou bar-reiras, queimou sutiãs e partici-pou da revolução sexual. Essas mulheres deixaram as tarefas domésticas para trabalhar fora e isso não as impediu de criar seus filhos.

Agora, anos depois de tan-tas conquistas que mudaram a sociedade, elas se vêem às voltas de uma outra realidade: os netos. Como será que essas jovens senhoras estão vivendo essa nova etapa da vida?

As mulheres que eram jo-vens nas décadas de 60 e 70, hoje, têm pouco mais de 50 ou 60 anos de idade. Mas nem parece. Com o avanço da medicina, elas retardaram o envelhecimento e melho-raram a qualidade de vida. Participam ainda econômi-ca e socialmente de forma ativa e juntam a experiên-cia de vida com um frescor pouco comum na juventu-de atual.

“O modelo cultural é outro e a noção de velhice também se transformou. Uma mulher de 60 anos do século XXI não tem a aparência de uma se-nhora da mesma idade de dé-cadas atrás”, comenta a psicó-loga de família Maria Helena Rego Junqueira.

A pedagoga Regina Cunha faz coro. “Houve uma amplia-ção das funções da avó. Ela desempenha papel político, econômico e afetivo. Às vezes, a avó ainda contribui finan-ceiramente ou até sustenta a família, exercendo uma re-presentatividade muito maior do que no passado”.

Entretanto, segundo a edu-cadora, o papel dessas senho-ras vai mais além. Para ela, as vovós têm consciência da im-portância no equilíbrio e no auxílio aos filhos também na educação dos netos. “As avós modernas são da geração do feminismo. Teriam uma tendência à permissividade, mas, pelo amadurecimento, perceberam que liberdade tem limite”, afirma.

A artista plástica Flávia Amo-rim, de 49 anos, dá a impres-são de ter uma década a me-nos. No guarda-roupa, apenas calças e blusas modernas, pa-recidas com os modelos ma-nequim tamanho 40 usados pela única filha, Geórgia, de

23, mãe de Juliano, de 5, e Rodrigo, 2: “Quando me per-guntam se me sinto mais ve-lha por ser avó, costumo res-ponder que tudo depende da cabeça da pessoa. Tenho 49 anos e uma vida inteira para aproveitar com a minha filha,

meus netos e o meu namora-do, não posso perder tempo com essas pessoas que insis-tem em ter preconceito”.

As noites em festas são curti-das em família, na maioria das vezes. Boa parte das amigas da Geórgia conhece Flávia. “Minha

mãe é uma das mais anima-das quando está com as mi-nhas amigas. Ela tem espon-taneidade, alegria, inteligência e educação. As colegas dela, às vezes, se juntam com as minhas e a festa fica melhor ainda”, conta a filha.

família As novas vovósModernas, jovens e independentes, elas mudaram o jeito de ser avó

Nada de óculos na ponta do nariz, receita de chazinho e his-tórias de antigamente. Algumas vovós são pra lá de ativas. Al-guns programas que parecem demasiadamente “teen” para maiores de 50 anos, por vezes, são normais no cotidiano delas: namoram, freqüentam acade-mia, vão para baladas, bebem e batem papo no barzinho, fa-zem plástica, lipoaspiração e outras cositas más.

Mesmo com tantas ativida-des, não deixam de aproveitar a companhia dos netos. Para muitas, não existe o tão fala-do conflito de gerações. “Sou mãe e avó e estou tentando conviver com meus netos as-sim como participei da infância dos meus filhos. Hoje me sinto plena, completa. Você pode ter a plenitude profissional e fami-liar”, afirma Márcia Pessanha, di-retora de faculdade e avó dos

bebês Bento e Luísa.Mas nem todas recebem a

notícia com a mesma natura-lidade. Aos 42 anos, a decora-dora Consuelo Ferrer, hoje com 51 anos, foi surpreendida pelo filho mais velho: “Quando ele disse que eu iria ser avó meu mundo caiu. No primeiro mo-mento, fiquei abobalhada. Não estava preparada. Fui apren-dendo aos poucos. Felizmen-te, isso já está superado”.

A hora da verdade

Na flor da idade

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Moda

em altaPor Karen e Katiúscia de Moraes

Pode fazer frio, chover e até ne-var, porque modelitos não fal-tam, amigas. Pencas de apos-

tas para o inverno que vai chegar. Afffê, uma coisa mais bela que a outra! A gente amou a influência dos anos 70, dando pinta nas cal-ças de boca larga, cintura alta, saias longas, vestidões, estampas floridas, psicodélicas e bem coloridas, tricôs, estampas tie-dye ou manchadas e lenços pra glamourizar seu look. Há também inspirações no velho oeste, aí se jogue nas franjas, botas cowboy, xadrez (principalmente ca-misas), camurça e ponchos.

Outro tema que o povo “das mo-das” explorou bastante foi a alfaia-taria, tipo os coletes, calças amplas, suspensórios, peças com um quê de smoking, tudo com um ar de roupita masculina. E fica mais in-crível se for coordenada com “mu-delos” girlie, que seriam as peças mais fofas. Sabe aquele detalhe

de laços, babados, estampas lúdi-cas? Só para dar um toque de fe-minilidade.

As cores que predominaram fo-ram: preto (sempre), variações de cinza, marrom, berinjela, vinho, mostarda, laranja (mais escuro) e diversos tons de azul.

Já as padronagens que mais apa-receram foram os xadrezes e listra-dos, tipo horrores...em tudo quan-to é peça! Principalmente em looks fazendo sobreposições que, aliás, a gente ama e é aposta máster para o frio... As novas propostas de mo-delagens criam silhuetas novas e bem interessantes, que têm como ponto de partida a arquitetura e o geometrismo.

Só lembre-se de não se empol-gar muito com os temas, afinal sua “montação” não é uma fanta-sia literal, mas já vale ir sonhando com os axós (roupas) belíssimos das coleções de inverno!

Desfile outono/inverno 2008, Do Estilista

Desfile outono/inverno 2008, Maria Bonita Extra

Desfile outono/inverno 2008, Têca

Desfile outono/inverno 2008, Têca

Moda

Anos 70

Desfile outono/inverno 2008, Giselle Nasser

Especial Mulher | março de 20081�

Desfile outono/inverno 2008, Alexandre Herchcovitch

Fern

anda

Cal

fat

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Mesmo em uma so-ciedade tão ligada na imagem como

é a nossa, os odores nunca passam despercebidos. O ol-fato é um dos nossos sentidos menos explorados, mas cer-tamente o mais visceral e, tal-vez, venha daí o pré-histórico encantamento do ser huma-no pelos perfumes. Acredita-se que a arte da perfumaria nasceu no Egito Antigo e na Mesopotâmia, e que se de-senvolveu a partir dos roma-nos e dos árabes.

A especialista em perfumes Samaritana Moraes diz que, assim como na moda, cada

época tem um tipo de per-fume. Além disso, na hora de trazer um lançamento para o Brasil, é preciso pen-sar na realidade e no gosto dos consumidores: “As brasi-leiras gostam muito dos flo-rais, e os florais frutais estão em voga hoje”.

Não é difícil notar como perfumes e grifes estão liga-dos. Segundo Samaritana, os estilistas têm consumidores fiéis para seus cosméticos e quanto mais sucesso nas pas-sarelas, mais frascos vendidos.

“Se você não pode comprar uma bolsa Gucci, pode ter um perfume da marca. Tanto é

que, se a pessoa está usando o perfume e alguém elogia, ela não vai dizer o nome do perfume, mas a marca, por questão de status”.

A especialista explica que os perfumes importados têm uma concentração de essências maior que os na-cionais e, por isso, mais fixa-ção. O perfumista Eduardo Vaz explica que, na verdade, não se faz perfume no Brasil, apenas colônias: “As pessoas se recusam a pagar um ‘par-fum’ feito no Brasil, pela falta de conhecimento e crença de que os importados são melhores”.

aromas

a fragrância escolhida fala muito sobre você e sua personalidade

Um rastrode perfume

Guia indica o que as cores do frasco e a do perfume sugerem sobre a personalidade de quem deve usá-lo:

PersoNAlIDADe e Cores

Dourado: Sugere glamour e é pen-sado para mulheres muito vaido-sas, detalhistas, que gostam de se destacar.Prateado: Também lembra mulhe-res vaidosas, mas essas mais práticas

e modernas.Vermelho: Para mulheres muito sen-suais. Se a cor for mais fechada, su-gere algo mais carnal.Rosa: Perfumes em tons de rosa são para as muito românticas.

Pink, laranja e amarelos: Servem a quem tem muita vitalidade e alegria.Preto: A elegância discreta está nes-ses perfumes.Branco: Pensados para a mulher na-turalmente chic, sem excessos.

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Moda

Seu último affair era um roqueiro cabeludo, alto e metido a intelectu-

al, três anos mais novo que você. Que, por sinal, te fazia lembrar de um outro rapaz por quem você nutriu um daqueles amores platônicos de adolescência. Mas não deu certo... E, algum tem-po depois, você finalmente encontra sua cara-metade, o namorado perfeito: mais novo, mais inteligente, 1m85 de altura, cabelos compridos e que adora um rock’n roll. Epa, peraí... Outra vez?

Caso tenha se encaixa-do de alguma forma neste contexto, mesmo trocando as características por ou-

tras, você é uma das muitas mulheres que, inconscien-temente ou não, por von-tade própria ou fatalidade do destino, são atraídas so-mente por um tipo específi-co de homem. Ele pode ser loiro, forte, barbado, oriental, rústico, mulherengo, tími-do, tatuado, surfista..., mas está sempre povoando o seu imaginário.

Segundo a psicóloga Sil-vana Martani, toda escolha que fazemos, sobretudo no campo emocional, é regi-da ou inspirada pelas nos-sas idealizações: “Há pesso-as, de ambos os sexos, que sempre procuram o mesmo tipo de parceiro porque ide-

alizam essa imagem. Elas prezam por determinada(s) característica(s), na persona-lidade ou na aparência, que corresponda à expectativa que criaram. O problema é que o ideal de figura que tanto perseguem fica ape-nas dentro da cabeça delas, não é aquele indivíduo que está diante delas”.

A psicóloga também con-firma a teoria de que essas escolhas podem estar rela-cionadas a uma busca (ou anulação) inconsciente por particularidades de origem paterna: “Todos buscamos, de alguma maneira, o nosso pai, ou a nossa mãe refleti-dos em outras pessoas”.

no divã

A bendita fixaçãoalgumas mulheres escolhem sempre o mesmo tipo de homem

O médico e psicólogo Pau-lo Próspero acredita que o amor relativo aos pais pode, de fato, ser estendido aos parceiros, principalmente porque é o primeiro contato amoroso que temos na vida. Contudo, para o psicólogo, a fixação por determinados

perfis pode ter muitas outras explicações. “É muito relati-vo. Em geral, os desejos que temos podem estar ancora-dos em uma identificação primitiva, mas não neces-sariamente na figura do pai ou da mãe. Podemos nos fi-xar a partir de uma situação,

de um trauma, de uma pes-soa”, esclarece Próspero. Ele salienta que a insistência em um tipo de parceiro muitas vezes é ruim porque anula a capacidade de mobilida-de e empobrece as relações, ainda mais se o perfil esco-lhido causar sofrimento.

Um rastrode perfume

Momento de se libertar

Especial Mulher | março de 2008 17

Page 18: Revista Mulher de Expressão

comportamento

Este sentimento até tem o seu charme, mas pode virar doença

“Ter ciúme é absolutamente normal. Quem gos-

ta tem, mas para que o relacionamento dê certo

é preciso saber controlá-lo. Eu consigo controlar

isso. Mesmo que sinta um ciúme incontrolável,

finjo que nada está acontecendo e tudo fica bem.

Já briguei muito com namorado por causa disso

e sei que para o outro também é difícil, porque a

sensação é que a pessoa está com ciúme porque

não confia na gente e isso é muito ruim”.

Isabel Cristina Lima Soares,

24 anos, solteira, vendedora

“O ciúme tem dois lados: bom e ruim. É bom

porque ele é um sinal de que a pessoa gosta

e se preocupa com a gente. E é ruim porque é

um sentimento muito próximo da possessão

e isso pode atrapalhar a convivência entre as

pessoas. O ciúme contribuiu bastante para o

fim do meu último relacionamento”.

Clayton Henrique Souza,

19 anos, solteiro, auxiliar de

Departamento Pessoal

Especial Mulher | março de 200818

Isso é ciúme“(...) me fez padecer com a desa-tenção de Capitu e ter ciúmes do mar. Não, meu amigo. Ve-nho explicar-te que tive tais ci-úmes pelo que podia estar na cabeça de minha mulher, não fora ou acima dela. É sabido que as distrações de uma pes-soa podem ser culpadas, me-tade culpadas, um terço, um quinto, um décimo de culpa-das, pois que em matéria de culpa a graduação é infinita. A recordação de uns simples olhos basta para fixar outros que os recordem e se deleitem com a imaginação deles”.

Ciúmes do mar, do que podia estar na cabeça do outro, da recorda-

ção de outros olhos que não fossem os seus. Ciúmes, ciú-mes... Não dá para negar. São perturbadores os pensamen-tos de Bentinho, personagem criado por Machado de Assis, em Dom Casmurro. Tão per-turbadores que não é possível saber se os fatos do romance são reais ou frutos da imagi-nação do narrador. Ao ponto de, nós, leitores, muitas vezes nos vermos incitados a acredi-tar em tais palavras, culpando o amigo Escobar e a mulher Capitu por traição. Ciúmes, o tal monstrinho verde, já citado também por William Shakes-peare, que pode tomar gran-des proporções e causar es-tragos em todos os tipos de

relacionamento, dependendo do tamanho que damos para essa “criaturinha”.

O ciúme não é uma doen-ça isolada. Ele é conseqüên-cia de algum problema, na maioria das vezes, relaciona-do à personalidade. “A partir do momento em que o ciú-me se torna doentio, a pes-soa começa a pensar em coi-sas que existem em cima de coisas que não existem”, afir-ma o psiquiatra Eduardo Fer-reira, autor dos livros “Ciúme

- o medo da perda” e “O lado amargo do amor”.

Para Ferreira, é fácil distinguir quando esse sentimento co-meça a atrapalhar: o ciumento desconfia. E o muito ciumento cria certezas a partir do nada. De qualquer maneira, os dois níveis estão ligados ao medo da perda ou da exclusão. O in-divíduo se apega a alguém ou a alguma coisa e se torna de-pendente. Isso pode ser veri-ficado desde cedo na vida de uma pessoa.

O psiquiatra ressalta que esse sentimento deve ser visto como um alerta de que algo não vai bem. “O ciúme não é uma doença isolada. Ele é con-seqüência de algum problema, na maioria das vezes, relaciona-do à personalidade. Ele deve ser visto como uma dor, que indica uma doença, mas não é propriamente a doença. Da mesma forma, acontece com

o ciúme. Ele só irá melhorar se aquilo que o tiver gerado for identificado e tratado em uma terapia”.

“Todo ser humano está sujeito ao ciúmes. Uns de maneira mais intensa que outros. É natural sentir ciúmes da pessoa ama-da, mas ser inseguro e começar a criar cenas de desconfiança, gera atritos na relação”, afirma a psicóloga Patrícia Gugliotti.

O interessante é que a psi-cóloga destaca que, muitas vezes, o ciumento até tem razão nos relacionamentos amorosos. Isso porque o(a)

parceiro(a) dá motivos ou se comporta de forma a deixar o outro inseguro. Sendo as-sim, antes de tudo, torna-se importante que o outro não deixe dúvidas sobre suas ati-tudes e não provoque cenas de forma premeditada.

Clareza e diálogo são as ar-mas contra esse “monstrinho”. Até mesmo quando ele está em uma forma mais branda:

“Agora, se mesmo assim os conflitos continuarem, cabe à pessoa decidir se aceita fi-car em um relacionamento sob essas condições”.

Page 19: Revista Mulher de Expressão

“Ter ciúme é absolutamente normal. Quem gos-

ta tem, mas para que o relacionamento dê certo

é preciso saber controlá-lo. Eu consigo controlar

isso. Mesmo que sinta um ciúme incontrolável,

finjo que nada está acontecendo e tudo fica bem.

Já briguei muito com namorado por causa disso

e sei que para o outro também é difícil, porque a

sensação é que a pessoa está com ciúme porque

não confia na gente e isso é muito ruim”.

Isabel Cristina Lima Soares,

24 anos, solteira, vendedora

“Sou bastante ciumento e a minha mulher re-

clama disso, mas acabamos sempre nos acer-

tando. Sentir ciúme não é bom, se eu pudes-

se, mudaria isso em mim, porque, na maioria

das vezes, o ciúme e a desconfiança estão nos

olhos da gente. Os motivos nem existem, mas

quem é ciumento passa a enxergá-los e faz de-

les motivo de briga”.Rodnei Teixeira, 33 anos, casado, gerente de loja

Especial Mulher | março de 2008 1�

“O ciúme tem dois lados: bom e ruim. É bom

porque ele é um sinal de que a pessoa gosta

e se preocupa com a gente. E é ruim porque é

um sentimento muito próximo da possessão

e isso pode atrapalhar a convivência entre as

pessoas. O ciúme contribuiu bastante para o

fim do meu último relacionamento”.

Clayton Henrique Souza,

19 anos, solteiro, auxiliar de

Departamento Pessoal

“Já fui muito mais ciumenta do que sou hoje,

mas a gente vai amadurecendo e conquis-

tando o equilíbrio. Com o tempo a gente per-

cebe que o ciúme só atrapalha, que é sinôni-

mo de insegurança e que só com o diálogo é

possível vencê-lo. Eu, hoje, não conseguiria

namorar um homem muito ciumento, me

sentiria sufocada”.

Sueli Antunes,

42 anos, separada, vendedora

“O ciúme atrapalha bastante. Namoro

há dois anos e tem dado certo porque

eu sou pouco ciumento e ela é bem tran-

qüila. Nunca namorei uma mulher muito

ciumenta, então não sei como seria, mas

acho difícil dar certo quando um dos dois

é muito possessivo”.Leandro Cardoso,

20 anos, solteiro, auxiliar de legalização

“Sou ciumenta assumida, possessiva mesmo, e isso nunca prejudicou meus relacionamentos. Já namoro há oito anos e ele convive bem com isso. Até porque, ele também é ciumento e nós acreditamos que ter ciúme é normal. Este senti-mento só se torna um problema se a outra pes-soa der motivos. A intensidade tem a ver com o comportamento do outro. Se não fizer nada de errado, não tem por que ter ciúme”.Renata Branco da Silva, 28 anos, solteira, vendedora

Page 20: Revista Mulher de Expressão

Ele a espia dançando durante a fes-ta. Ela é sexy. Ele avança e ela o re-compensa com um belo sorriso

sensual. Depois de algumas horas de conversa, eles acabam fazendo sexo com ardente paixão. Na manhã seguinte, cada um segue sua própria vida, feliz e satisfeito. Essa cena está cada vez mais comum e são as mulheres que estão no comando, convivendo muito bem com essa escolha.

Se no passado a solidão do dia se-guinte era um drama para a maioria, hoje elas curtem esta nova fase, tendo a certeza que uma boa noite em claro não é exatamente um programa para se jogar fora. A idéia de encontrar um príncipe encantando com qualidades que nos farão felizes para o resto da vida ainda vale para muitas mulheres, porém, enquanto eles não aparecem, elas se divertem.

De acordo com a psicóloga Lesley

Xavier, a mulher contemporânea busca uma atitude mais ativa, prática e deter-minada na sua forma de atuar no mun-do e isso também se reflete nas relações afetivas. “Mesmo que ainda tenhamos sonhos de constituir uma família, de ter filhos, encontrar o grande amor, é pos-sível com todas as mudanças culturais e sociais admitir, sem nenhum tabu, ter relações puramente sexuais”.

No entanto, a profissional alerta que a diferença deles para elas é que, mes-mo que elas consigam ter essa pos-tura mais prática, ainda assim muitas criam certa expectativa de que pos-sa dar certo, de que o cara vai ligar no dia seguinte.

A nova revolução, então, não é tan-to sobre quantos ‘sins’ as mulheres di-zem, mas, principalmente, sobre poder também dizer um ‘não’. Consciente dis-so e sem abrir mão da camisinha, é só aproveitar.

amor e sexo

Sem compromisso

são muitas as mulheres, hoje em dia, que aceitam fazer sexo apenas por prazer

Além das diferenças físicas, existem também diferenças cerebrais entre os sexos. Se-gundo a clínica geral Caro-lina Castro, a maior diferen-ça pode ser o tamanho do ‘corpus callosum’, que é um feixe de nervos que permite que os sinais cerebrais sejam transferidos do lado esquerdo do cérebro (área responsável pela linguagem e pela lógica) para o direito (que lida com as

emoções e os pensamentos). “Alguns pesquisadores acredi-

tam que o tal ‘corpus callosum’ masculino é menor do que o feminino. Então, enquanto os sentimentos da mulher cruzam de um hemisfério para o ou-tro a cerca de cem quilômetros por hora, os deles podem estar apenas ‘esquentando os mo-tores’”, afirma a médica. Além disso, eles são mais hábeis do que nós em separar informa-

ções, estímulos e emoções. Por isso, na cabeça deles, fler-tar com aquela ‘gostosona’ du-rante uma festa ou na acade-mia não tem nada a ver com o que ele, necessariamente, sente de verdade por você.

“Os homens são levados a fazer sexo com muitas mulhe-res por uma necessidade an-cestral de perpetuar a espé-cie”, afirma a psicóloga Lesley Xavier. Eles também têm me-

nos dificuldade para se desligar das parceiras depois do sexo.

“Quando uma mulher che-ga ao orgasmo, por exemplo, os níveis de ocitocina – um agente químico que aumen-ta a sensação de intimidade – continuam altos por vários dias, dando a ilusão, muitas vezes, de que ela está apai-xonada. Já nos homens, isso não acontece, é bem diferen-te”, admite Carolina.

As diferenças existem

Page 21: Revista Mulher de Expressão

Sem compromissoSerá que tudo bem fazer sexo com um simples ‘ficante’ ou um desco-nhecido? Pode ser que sim, pode ser que não. Veja as dicas:

Sexo, muitas vezes, tem a ver com intimidade. E isso pode ser que não seja para qualquer um, não é mesmo?! As mulheres ten-dem a escolher bem a pessoa com quem pode ser bacana viver um momento tão íntimo e dividir coisas tão próximas, como beijos, amassos, carícias, emoções envol-vidas naquele momento.

Sexo também tem a ver com saúde e responsabilidade. Não po-demos esquecer disso. E aqui en-tra encontrar alguém com quem a gente possa usar a camisinha

sem ‘grilos’, ou seja, com uma pessoa que respeite os nossos li-mites e que esteja antenada no sexo seguro.

Sexo tem a ver com sentir-se bem. Aqui entra a questão de ter ao seu lado, mesmo que seja por uma única noite, um cara baca-

na. Enfim, para que seja possível ‘saborear’ a relação, mesmo que ela dure apenas poucas horas. Sentir prazer, experimentar o que der vontade sem ‘neuras’, chegar ao orgasmo.

E, por fim, sexo tem a ver com assumir um compromisso consi-go mesma, ou seja, em se com-prometer a só fazer aquilo que realmente estiver a fim, com se-gurança, maturidade e respon-sabilidade. E, ao se comprome-ter com isso, aí sim, a pessoa se torna mais livre para se pergun-tar: ‘sexo para mim, sem com-promisso, vale mesmo a pena?’ E também acrescentar algumas ou-tras perguntas, como: ‘sexo para mim, com quem vale a pena?’

Vale a pena?

Page 22: Revista Mulher de Expressão

Aos 57 anos de idade, sen-do mais de 30 dedica-dos à carreira artística

e 20 ao seu bem-estar físico e mental, a atriz, bacharel e li-cenciada em Teatro pela Es-cola de Comunicações e Ar-tes da Universidade de São Paulo, a artista plástica e es-critora Claudia Alencar fala sobre os seus sonhos profis-sionais e as mudanças neces-sárias para ganhar mais quali-dade de vida e revela os seus segredos de beleza, além de adiantar como será a palestra que dará em Mogi das Cruzes ainda neste semestre.Com um corpo invejado por muitas garotas de 20 anos e um bom humor admirável, Clau-dia diz que aprendeu muito com a vida, mas que luta dia-riamente para “burlar” o me-tabolismo, o estresse e os con-tratempos pelos quais todas as pessoas passam. Assume que fez cirurgias plásticas e diz por que decidiu ser adepta do chamado “higienismo”, um tipo de alimentação que não mistura carboidrato e proteí-na na mesma refeição.Mulher de Expressão: É no-tável a sua beleza e juventude aos 57 anos. Você atribui isso ao seu estilo de vida?

Claudia Alencar: Atribuo à mi-nha perseverança em manter-me saudável, afinal, ninguém pode caminhar por mim, ao fato de ter tido filhos mais ma-dura (tive Crystal com 41 anos), à minha genética e à minha mente: lembro-me de ter pen-sado quando pequenina: “por que os adultos, quando enve-lhecem, ficam gordos, deixam de brincar e são poucos são felizes?”. Fiz uma promessa in-consciente neste momento: eu não iria ser como eles.ME: Você segue o “higienismo” desde 1989, mas, antes disso, você já tinha um controle alimentar?Claudia: Não. Tinha um só objetivo: minha arte. Minha vida ficava em segundo pla-no, como se a gente pudesse dividir a vida em planos. Por causa do teatro e do cinema, tive, por mais de dez anos, uma vida noturna intensa, o que me deixava resfriada, com dores de garganta, sem vitalidade e melancólica. Até que encontrei uma médica macrobiótica, co-mecei a ler sobre a Cabala, em 1989, depois sobre os filósofos gregos e, em 1996, comecei a yoga, a ler e praticar a filoso-fia hinduísta e parei de fumar. Desde então, fiquei mais dis-ciplinada e, hoje, sou mais sau-

dável, mais flexível, mais forte, mais resistente e mais alegre do que quando tinha 38 anos. Ganhei juventude.ME: O fato de a sua mãe ser nutricionista ajudou para que você entendesse a importân-cia de se alimentar bem?Claudia: Mamãe cozinhava maravilhosamente. Era filha de baiano e cozinhava feito Dona Flor, mas também nos dava soja, que tinha aquele gosto horrível (hoje não tem mais), leite em todas as refei-ções, comida feita sem gor-dura, vegetais e frutas. E pa-pai era quem dava os limites:

“Gostou da comida?”. Eu res-pondia: “Não”. E ele dizia: “En-tão come mais para aprender a gostar”.ME: Você sempre fez exercí-cios físicos?Claudia: Agora, que estou de férias, faço musculação, yoga e bicicleta, alternando em cin-co dias. Quando estou na tevê ou no teatro não tenho mui-to tempo, então faço só a sau-dação ao sol e pedalo um ou dois dias para manter. ME: É adepta aos tratamen-tos estéticos e aos cremes di-ários?Claudia: Faço laser fraxel. Não gosto de nada invasivo. Fiz bo-

tox duas vezes e o resultado foi muito artificial, gosto das mi-nhas “ruguinhas” pelos cantos, afinal, não sou nenhum robô. Uso filtro solar e creme para os olhos sempre, mas a alimen-tação é o melhor creme que já inventaram.ME: Você já fez alguma cirur-gia plástica?Claudia: Aos 38 anos, fiz uma intervenção nos olhos e, aos 42, uma lipoaspiração, de-pois dos dois filhos. Adorei. E se achar que estou “so so” e que posso ficar “very good” farei outra.ME: Com mais de 30 anos de suces-so na televisão e no cinema, hoje, qual é o seu sonho profissional?Claudia: Não realizei ainda o meu sonho: quero escrever uma peça, colocar no palco minha cantora, minha dan-çarina, minha pensadora do mundo.ME: Como é essa série de palestras que você realiza?Claudia: Minhas palestras têm como objetivo dar ferramen-tas para que o “caminhante” alcance uma melhor qualida-de pela vida, com saúde, be-leza e harmonia interior. Eu mudei muito. Por que outras mulheres não podem mudar para melhor também?

Entrevista

O segredoda juventude

Por Katia Guimarães

Mesmo tendo uma vida atribulada, a atriz claudia alencar aprendeu a equilibrar o corpo e a mente

Especial Mulher | março de 2008��

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Page 24: Revista Mulher de Expressão

Estilo de vida

Segredos para o sucessoplanejamento é a chave para transformar sonhos, mesmo que distantes, em realidade

Quem lê entrevistas com pessoas bem-sucedidas (como as Mulheres de

Expressão, que virão nas pró-ximas páginas) costuma sen-tir uma pontinha de inveja da excelente colocação, dinheiro e prestígio que alcançaram, além da vida pessoal e profis-sional em equilíbrio. Daí, surge a pergunta que não quer calar: o que elas fizeram para che-gar lá? As palavras que regem a vida dessas profissionais são planejamento e trabalho.

PRIMEIRO PASSO: De nada adianta ter disposição e ener-gia para o trabalho se a pessoa não fizer um planejamento. É necessário fazer dos sonhos uma meta e planejar todos os passos para chegar lá. Não importa se o objetivo parece distante ou, então, demorado. Segundo Francisca Higa, con-sultora empresarial, o primeiro passo a ser dado é definir mui-to bem aonde se quer chegar. Isto quer dizer que você deve idealizar, por exemplo, em que

situação deseja estar daqui a dez anos. Não se esqueça que fazer um planejamento de vida significa pensar não só na car-reira, mas também nas áreas pessoal e afetiva.

SEGUNDO PASSO: Depois de imaginar a situação, é ne-cessário analisar sua realida-de. “Você tem de fazer uma auto-avaliação muito sincera para saber de onde começar. Significa que você deve in-vestir nos seus pontos fortes e conseguir ferramentas para melhorar os fracos”, ensina a consultora.

TERCEIRO PASSO: Segun-do Francisca, é o projeto em si. Se você definiu o objetivo e o prazo em que quer reali-zar o seu sonho, faça o cami-nho inverso e estipule peque-nas metas neste intervalo de tempo. Desta forma, no decor-rer do percurso, você conse-guirá avaliar se o seu projeto está caminhando conforme o planejado.

QUARTO PASSO: É o mais delicado, requer disciplina. Francisca afirma que a pessoa deve sempre pensar no resul-tado final como um agente motivador. Assim, o seu foco não será desviado.

QUINTO PASSO: Tenha mui-ta coerência nas suas ações, este é o quinto e último passo:

“Sempre somos seduzidos por algum motivo, mas se ques-tione se aquilo que você está fazendo (ou quer fazer) vai te levar a algum lugar”.

Antes que você pense que a vida dessa forma será chata, extremamente metódica e cal-

culada, Francisca alerta: “Exis-tem dois perfis profissionais - o seguidor e o vencedor. Qual estilo que você quer adotar?”. Ela informa que não há nada de errado em escolher o per-fil de seguidor.

De acordo com a profissio-nal de consultoria empresarial, para atingir um patamar de conforto, é necessário fazer um sacrifício por um período. Muitas vezes, esta nova ma-neira de encarar a vida torna-se um hábito. Sempre é váli-do reavaliar os sonhos (de tempos em tempos) e cele-brar todas as pequenas con-quistas que a levarão até o ob-jetivo final.

Page 25: Revista Mulher de Expressão

Escolher 37 mulheres da região do Alto Tietê, que represen-tassem o sucesso da mulher

brasileira era a meta do Grupo Mogi News para esta terceira edição do prêmio Mulher de Expressão. Para isso, era necessário um processo de seleção justo e rigoroso. Uma comissão formada por jornalistas, publicitários e representantes de entidades de classe de toda a re-gião foi convocada para indicar es-tas pessoas. Foram apontadas 607 mulheres. Destas, restaram 95 fina-listas, criteriosamente escolhidas pela comissão por meio de seus currículos.

No período de 20 de janeiro a 3 de fevereiro, as escolhidas tiveram seus perfis, com foto e histórico, di-vulgados no site do jornal (www.moginews.com.br/mulherdeexpres-sao), onde os internautas puderam votar em suas candidatas preferi-das. A votação, que teve alto rigor de segurança, resultou em 37 no-mes, cada um à frente de uma ca-

tegoria. A iniciativa inédita, de voto popular por meio da Internet, foi um sucesso. Mais de 3 mil e-mails foram cadastrados no site. Cada pessoa registrada votou, em mé-dia, em 32 categorias.

As 95 concorrentes receberam a notícia sobre o resultado no dia 12 de fevereiro, num emocionante café da manhã no Sesi, com direito a gritos de alegria, palmas caloro-sas e muitos abraços. Entre todas, escolhidas ou não pela população, o clima era de vitória. O público, porém, só conheceu as ganhado-ras ontem, em cerimônia realizada no Clube de Campo de Mogi das Cruzes. Após receberem o troféu, as premiadas se divertiram num animado jantar dançante. Além das vencedoras, foi homenagea-da também a empresária e edu-cadora Sylvânia Grinberg, a “Mu-lher do Ano 2007”.

As histórias de sucesso destas vencedoras podem ser conferidas nas páginas a seguir.

A busca pelas grandesvencedoras

Por Katia Guimarães

Page 26: Revista Mulher de Expressão

prefeitura

Page 27: Revista Mulher de Expressão

prefeitura

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Milene Teixeira CruzAcademia de Ginástica

Filha de um médico e de uma dona de casa, Milene Teixeira Cruz sem-pre teve uma relação muito estreita com a saúde. Com uma inclinação na-tural para o marketing e a venda, começou a trabalhar por conta própria aos 13 anos, vendendo roupas de porta em porta. No ano seguinte, uma fatalidade mudou a sua vida e de sua família: seu pai faleceu.

Sem uma pessoa que pudesse dar continuidade ao trabalho que o pai realizava no hospital da família, a empresa foi fechada e eles começaram a pensar em outras possibilidades. O espírito empreendedor de Milene logo se revelou. Com apenas 18 anos, ela resolveu, com os três irmãos, Riley, Simone e Tiago, reabrir um antigo clube de médicos, do qual seu pai era sócio, em Suzano, onde nasceram. A idéia não veio por acaso. Mi-lene se lembrou do sonho de seu pai, que era proporcionar benefícios li-gados à saúde para pessoas carentes. Começava ali um trabalho para a concretização deste sonho.

No início, o local era apenas um centro de realização de eventos es-portivos. Sem recursos financeiros, os irmãos fizeram empréstimos para reconstruir o clube, que estava abandonado. Começaram com a infra-es-trutura, depois as piscinas, as quadras, o salão e o playground. Depois de

cerca de três anos de investimento no negócio, a família passou por um verdadeiro sufoco financeiro. Mas não desistiu. Milene e Simone conti-nuaram no comando do clube e os irmãos foram fazer eventos fora, para levantar capital.

Depois de muito esforço e com o apoio da mãe, se reergueram e con-seguiram, finalmente, realizar o sonho do pai. De lá para cá, o empreen-dimento cresceu incrivelmente, estabilizou-se e, hoje, mais de dez anos depois, é um grande sucesso em toda a região do Alto Tietê. No ano pas-sado, inauguraram uma completa academia, onde os alunos podem ma-lhar enquanto apreciam a bela paisagem da área de lazer.

Agora, Milene e sua irmã Simone estão à frente do Tênis Clube de Suza-no. Milene, que é formada em Gestão Financeira e Administração, é dire-tora-administrativa e tem planos audaciosos para a empresa. Ela preten-de implantar uma escola de ensino fundamental dentro do clube e não esconde o orgulho que tem do filho, Lucas, de dez anos, quando ele diz que quando crescer quer ser engenheiro para projetar um novo tipo de toboágua para o empreendimento. “O positivismo da minha mãe e os en-sinamentos de meu pai me incentivaram a conquistar este sonho”.

Mônica Maria Bonanno de Almeida Cazarine

Acessórios

A criatividade de Mônica Maria Bonanno de Almeida Cazarine sempre chamou a atenção de parentes e amigos. Na infância, ela já fazia bolsas e jogos americanos. Curiosa, com dez anos já mexia na máquina de costura da mãe, que a incentivava a aprender o ofício. E não demorou muito para despertar o interesse pelo que transformaria a sua vida profissional: a bi-juteria. Mas, no início, era apenas um hobby. Ela ainda não tinha se dado conta de que este produto era a sua especialidade.

Então, formou-se em Magistério, cursou Vitrinismo na Faap (Fundação Armando Álvares Penteado) e fez trabalhos nesta área para várias lojas de Mogi e de São Paulo. Depois, estudou Propaganda e Marketing, na UMC, fez especialização na ESPM e, quando estava no último ano da faculdade, foi convidada para dar aulas no ensino fundamental do colégio São Marcos.

Atuou por um ano nessa área, mas percebeu que a ocupação não a faria feliz, então tomou uma decisão: trabalhar na produção de uma revista vol-tada para arquitetura e decoração. Com um portifólio cheio de trabalhos como vitrinista debaixo do braço, Mônica bateu na porta da editora Glo-bo e já saiu de lá com o emprego garantido. Também fez alguns trabalhos para a editora Abril, na revista Casa Cláudia. Ficou na área por sete anos, sem abandonar o seu “hobby” de fazer bijuterias. Até que foi definitivamente se-

duzida pelo setor de artesanato e criação de acessórios femininos. Passou a freqüentar feiras, se profissionalizou e passou a dedicar mais tem-po à produção de bijuterias. Por um ano, ela expôs o seu trabalho numa feira montada no Mogi Shopping, que só foi criada por sua insistência. Era por meio destas exposições que conseguia vender suas peças, feitas num ateliê no fundo da casa da mãe, para lojistas.

No ano seguinte, 1998, a publicitária abriu sua primeira loja no centro de compras, a Collezione, que significa coleção, em italiano. Foi um suces-so absoluto, que rendeu uma nova unidade: a Colezzione Regale (coleção de presentes), uma proposta diferenciada de presentes, mais direcionados à decoração da casa, fruto de sua experiência como vitrinista e produtora de fotografia de revistas do setor.

Casada há 12 anos com Carlos Cazarine – que considera seu maior par-ceiro na vida e na profissão – e mãe de Rafaella, de 8 anos, e Lucca, de 4, a empresária planeja abrir mais uma unidade nos próximos anos. Hoje, Mô-nica conta com 14 funcionários e seu ateliê é comandado por sua irmã Ro-berta, mas todas as peças passam pela aprovação dela. “O apoio de meus pais, de meu marido e dos meus filhos foi fundamental para a realização dos meus sonhos”.

Especial Mulher | março de 2008�8

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Ivone de Mello Almeida

Se fosse possível resumir a personalidade de Ivone de Mello Almeida em uma palavra, seria perseverança. Nascida em Mogi das Cruzes, numa famí-lia humilde, Ivone e seus sete irmãos lutaram para mudar a realidade so-cial dos pais.

O pai, Geraldo Alves de Mello, era ferroviário, e a mãe, Sebastiana Vicen-tina de Camargo Mello, ajudante de produção, mas passou a se dedicar in-tegralmente à família depois que se casou. Quando criança, não sabia que profissão queria seguir, mas se imaginava uma mulher bem-sucedida, bo-nita e independente. Bem-humorada, ela brinca que só não conseguiu al-cançar um destes objetivos: ser bonita.

Com 12 anos, Ivone começou a trabalhar nos negócios da família: um bar, uma quitanda e uma barraca de pastel na feira. Ficou nesta ocupação por mais de seis anos e, neste período, teve de abandonar os estudos. Apenas aos 19 anos voltou a estudar. Nessa época, deixou os negócios da família e foi trabalhar como ajudante de cozinha num restaurante da cidade.

Pouco tempo depois, aos 22 anos, sua grande aspiração de cursar o en-sino superior começava a se concretizar. Ela prestou vestibular para Direito, mas, como não passou, seguiu para a segunda opção: Psicologia. No se-

gundo ano da faculdade, decidiu que realmente queria trabalhar com Re-cursos Humanos, arriscou-se e pediu demissão de seu emprego na linha de produção de uma fábrica em César de Souza. A decisão lhe custou um ano de desemprego, que foi compensado pelos anos seguintes.

Sua primeira oportunidade na área foi numa agência de empregos em Ita-quaquecetuba, como estagiária. O salário não era bom, os benefícios tampouco, mas o prazer de fazer o que gostava fazia com que o trabalho valesse a pena.

Um ano depois, conseguiu uma entrevista na NIC Empregos. O encon-tro com a proprietária da agência, Nadir Coelho de Freitas, durou duas ho-ras. Como todas as pessoas, Ivone ficou nervosa, porque desejava muito a vaga e não poderia imaginar que, pouco tempo depois, seria a principal selecionadora da empresa.

Cerca de 14 anos se passaram e, hoje, Ivone é o braço direito de Nadir. E, mesmo trabalhando 14 horas por dia, consegue ter tempo para se dedi-car ao marido, o policial militar Salatiel Santos de Almeida, e aos filhos, Luiz Guilherme, de 7 anos, e Giovana, de um ano e meio.

“Fui a única da família a cursar o ensino superior. Minha mãe conseguiu ver parte do meu crescimento profissional, mas meu pai se foi antes disso”.

Agência de Empregos

Hilse Amorim Martinez Arquitetura

Embora soubesse de sua vocação desde a adolescência, quando cursou Edificações, Hilse Amorim Martinez adiou por muito tempo o seu sonho de ter um escritório de arquitetura. Depois de se tornar arquiteta, pela Uni-versidade Braz Cubas, em 1979, ela começou a fazer projetos para os ami-gos. No ano seguinte, a mogiana se casou e foi morar em Alta Floresta, no Mato Grosso, para acompanhar o marido, que havia sido transferido. Cin-co anos depois, voltou para Mogi, onde ficou três anos, porque o marido foi enviado para São Bernardo do Campo. De personalidade companheira, não hesitou em acompanhá-lo mais uma vez e só voltou para a sua cida-de natal em 1994, quando se separou.

Depois de passar tantos anos sonhando com a consolidação de seu tra-balho, Hilse expandiu sua cartela de clientes e se uniu ao também arquiteto Wilson Godoy de Toledo. Eles criaram a WH Arquitetura de Interiores, uma união que conquistou a população de Mogi e região. O vigor masculino e a sensibilidade feminina geraram um trabalho com identidade forte, que ganhou, ainda, a preferência de moradores do litoral paulista. As viagens que Hilse fez com o ex-marido por vários países ampliaram seus conheci-

mentos arquitetônicos e enriqueceram a sua criatividade.Depois do investimento na área de construção civil, os sócios passaram

a apostar nos projetos da área de interiores. O resultado pode ser visto em vários prédios da cidade, como o da CMI Informática, da Offer, do Café Vila Constance, da Clínica Musa e muitos outros, entre construções comerciais e residenciais de todos os tipos.

O próximo objetivo profissional de Hilse é ter seu trabalho reconhecido. E o primeiro passo ela já deu: ser escolhida pela população da região como a representante da categoria Arquitetura no Mulher de Expressão.

Depois de tantos anos de empenho e dificuldades para estabelecer seu nome no mercado, Hilse lembra de como começou a carreira e como o apoio de sua mãe foi importante na construção dela. Quando a arquiteta voltou para Mogi e recomeçou, sua filha, Carina – hoje com 26 anos, formada em Medicina e mãe de Nicole, de um ano e meio –, tinha apenas 9 anos e, en-quanto ela se entregava de corpo e alma ao trabalho, era a sua mãe quem cuidava de Carina. “O apoio de meus pais e do Wilson Toledo, que acreditaram no meu trabalho, foi fundamental para as minhas conquistas profissionais”.

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Lídia CostaArtes

Natural de Mogi das Cruzes, onde passou quase toda a sua vida, Lídia Costa, como a maioria dos artistas, não se tornou artista, já nasceu com este dom. Quando criança desenhava muito bem e não demorou muito para que este talento se tornasse profissão.

Sua preferência é pelas artes plásticas, mas Lídia também foi arrebatada pela dança. Sensível, uniu as duas modalidades para montar suas exposi-ções, que têm como característica unir a beleza das telas à suavidade das performances.

A primeira exposição veio em 1991. O início de sua profissionalização aconteceu quando começou a trabalhar no ateliê do artista plástico Victor Wuo e a estudar desenho. O ateliê de Daniel Melo também abrigou as ins-pirações de Lídia, que, há cerca de 16 anos, participa ativamente das ativi-dades culturais de todo o Alto Tietê. Mas seu talento ultrapassou as frontei-ras regionais e suas obras foram expostas até no exterior.

Lídia também migrou para o setor educacional, sorte dos alunos da Unai, da UBC, e dos projetos culturais da cidade, que puderam usufruir a experiência desta artista nata, que também fez teatro e se formou em Co-municação Social, o que, segundo ela, a ajudou na inserção de seus traba-lhos no mercado.

A artista chegou a trabalhar um período na área de Marketing, mas não conseguiu deter a sua vocação. Hoje, se dedica exclusivamente à arte, uma área que ela classifica como “inconstante”, mas que a faz muito feliz.

Seus trabalhos têm uma linguagem contemporânea. A mistura de telas com performance virou uma peculiaridade de sua arte, que pôde ser vista na comentada exposição “Papirus”, feita no ano passado no Vão Livre do Masp, em São Paulo.

Em 2005, Lídia realizou outra mostra que revelou uma nova faceta de seu trabalho. Quem estava acostumado a ver um show de cores se surpreendeu ao conhecer Fragmentos, uma exposição toda em preto e branco.

Cerca de 80% de sua produção é com a temática da mulher, o que ela garante não ter nada a ver com o feminismo. A razão da escolha são as li-nhas e formas do corpo feminino, que podem ser mais exploradas. Ela tra-balha com a figuração, sem realismo. São mulheres que passam sentimen-tos de solidão, alegria e sensualidade. A etnia, o circo e a música também são temas utilizados.

O projeto de Lídia, agora, é vincular suas obras a uma galeria, onde elas possam ser consumidas. Modesta, ela acredita ainda estar engatinhando na profissão.

“A yoga e os meus amigos, que acreditam no meu trabalho, são meu apoio”.

Lina HillmanComércio de Construção Civil

Lina Hillman, formou-se em Engenharia Elétrica, em 1984. E não po-dia ser diferente, pois desde pequena já demonstrava interesse pela área, tanto que já tinha o curso de técnica eletricista.

Começou a fazer projetos elétricos residenciais, prediais e industriais, e com a experiência foi convidada para ser instrutora no curso Circuitos Elétricos do Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) e pro-fessora de Circuito Elétrico do curso de Engenharia Mecânica da Univer-sidade Braz Cubas (UBC). Estagiou também em importantes empresas do setor, como a Furnas Centrais Elétricas e a Central de Telecomunicações, onde aprimorou ainda mais os seus conhecimentos no setor.

Seus trabalhos com projetos elétricos fizeram tanto sucesso, que co-meçaram também os pedidos dos clientes para instalações elétricas nos estabelecimentos projetados, aí teve início a sua empresa de ins-talação elétrica.

Empreendedora e com visão de mercado, a engenheira percebeu a

deficiência no setor de materiais elétricos na região e foi assim que sur-giu a Lina Comércio de Materiais Elétricos, em 1991. Até 1996, ela conci-liou a loja com seus projetos elétricos, ano em que optou por um de seus negócios para que a sua dedicação pudesse ser integral e o bom atendi-mento não sofresse alterações.

A loja cresceu rapidamente, fruto da responsabilidade nos trabalhos e o total respeito pelos clientes, bem como o seu perfeccionismo em cada projeto. Por isso, tornou-se referência para os profissionais da área, como engenheiros, projetistas, instaladores, técnicos em elétrica e eletricistas.

Com o crescimento do mercado da construção civil e da indústria no Alto Tietê, a loja também está em franca expansão. E para atender a este bom momento da economia, a empresária acaba de adquirir um terreno de dez mil metros quadrados, onde construirá uma loja de 4,5 mil metros quadrados. “Quero dividir este momento importante da minha carreira com os meus clientes, funcionários e fornecedores”.

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Priscila Samezima

Campineira, Priscila Samezima escolheu Mogi das Cruzes para dar uma guinada na sua vida profissional. De família simples, a empresária sempre foi precoce. Aos 12 anos já dava aulas particulares de matemática, com 15, casou-se com Weres Cley Marcelino de Moura e passou a trabalhar numa empresa de pavimentação asfáltica, em Sorocaba, com o marido, ela na área administrativa e ele na comercial.

O sonho do casal era construir uma família e ter um negócio próprio, mas eles ainda não tinham recursos para realizá-lo. O primeiro sonho foi realiza-do há sete anos, com o nascimento da filha Sofia. Dois anos depois, nasceu Gustavo. Antes de definir o negócio que construiria, Priscila também vendeu jóias, salgados e teve outras atividades, mas sem descuidar da família.

Uma conversa com um amigo que trabalhava no ramo de fabricação de sapatos foi definitiva para Priscila e o marido. Eles se interessaram pelo setor e resolveram que seria por meio dele que abririam o seu comércio. Weres começou a fazer uma detalhada pesquisa de mercado e descobriu que Mogi era um bom lugar para se morar e montar um negócio. Em me-nos de um mês, tudo já estava acertado e a família veio para a cidade já com a primeira loja pronta.

A Sofia Calçados foi inaugurada há três anos e conquistou rapidamen-te a preferência dos mogianos. Com uma marca exclusiva e uma proposta inovadora, com calçados de todos os tipos separados por numeração em espaçosas salas, a loja cresceu e, hoje, tem em seu cadastro mais de 18 mil clientes, além de uma segunda unidade, inaugurada em Suzano, a pedido dos clientes da região, há dois anos.

Hoje, Weres cuida da parte financeira da empresa e Priscila, da de ven-das. Não poderia ser diferente já que, depois que abriu a loja, a empresária descobriu um grande talento para lidar com o público.

Aos 27 anos, ela é referência no meio empresarial da cidade e se lembra das dificuldades do início, quando, sem conhecer ninguém daqui, nem a realidade do município, investiu tudo em Mogi.

Religiosa, Priscila credita todo o seu sucesso a Deus. E diz que quem fez a loja crescer foram seus clientes e sua equipe de colaboradores. Para o futuro, o projeto do jovem casal empreendedor é abrir mais unidades no Alto Tie-tê e no Vale do Paraíba. Priscila, que estudou até o ensino médio, tem uma queda por arquitetura e não descarta a idéia de ingressar no curso, mas nem pensa em deixar o comércio, que se tornou uma de suas paixões.

Comércio do Setor Calçadista

Conceição AparecidaMoreira Leite

Comércio do Setor Ótico

Conceição Aparecida Moreira Leite sempre gostou de biologia e nunca imaginou que poderia ser uma empresária do setor ótico. Filha de um enge-nheiro civil e de uma professora, aos 18 anos, decidiu que queria fazer bio-logia, mas foi convencida pelo pai a mudar para Engenharia Civil.

Chegou a trabalhar por três anos na área, na antiga Codemo (Compa-nhia de Desenvolvimento de Mogi das Cruzes), mas o trabalho não a reali-zava. Resolveu, então, fazer pós-graduação em Análise de Sistemas e atuou nesta área por seis anos, mas ainda buscava algo mais.

Conceição pensou em abrir um negócio próprio, mas não sabia em que ramo. Para se preparar, pesquisou, freqüentou feiras e fez cursos de gestão de negócios no Senac (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial). Por uma questão de mercado, escolheu o setor ótico. Opção reforçada pelas decepções que sentia quando saía das lojas sem encontrar um óculos de sol que combinasse com o seu rosto.

Abriu sua primeira loja, a Empório do Óculos, há nove anos, em Mogi e, um ano depois – já como designer de óculos –, produzia suas coleções próprias, além de trabalhar com vários fornecedores.

Implantou em seu negócio um grande diferencial: colaboradores treina-

dos, com capacidade para dizer ao cliente, com sinceridade, o modelo que mais combina com ele. Na loja, há um sistema que fotografa a pessoa no momento em que ela experimenta os óculos, para que possa tomar uma decisão com segurança.

O setor fascinou Conceição, mas, no início, ela ainda não tinha certe-za se tinha feito a escolha certa. Até que um dia, um garoto de cinco anos, deficiente auditivo, mudo e com problemas de visão, mudou a sua vida profissional. O menino não se conteve de alegria quando colocou os ócu-los, feitos por ela. Sem conseguir falar o que estava sentindo, o pequeno a abraçava e a beijava como forma de agradecimento. Aquilo tocou pro-fundamente Conceição, que percebeu o quanto o seu trabalho era impor-tante e gratificante.

Hoje, a engenheira é completamente realizada. Não se imagina fazendo outra coisa e fica orgulhosa cada vez que um cliente sai satisfeito. Seu outro orgulho é Davi, seu filho de 11 anos, que já desperta interesse pela área. Tem uma ver-dadeira coleção de óculos escuros e adora conhecer as novidades. “Eu me en-contrei profissionalmente. Nunca imaginei que uma profissão pudesse me fazer tão feliz. É muito bom ver a alegria das pessoas quando recebem seus óculos”.

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Page 32: Revista Mulher de Expressão

Célia PiovanComunicação

Jornalista por formação e vocação, Célia Piovan nasceu em Palmital, uma pequena cidade do interior de São Paulo. Perdeu os pais ainda crian-ça e, desde então, batalha para superar os obstáculos. A inclinação para o jornalismo começou cedo. Com sete anos, já escrevia redações que im-pressionavam os professores na escola.

Com a perda irreparável de seus pais, Célia mudou-se para São Pau-lo para morar com um de seus quatro irmãos, quando tinha 11 anos. No ano seguinte, por vontade própria, começou a trabalhar. Curiosamente, seu primeiro emprego foi num jornal, o Voz de Portugal, em que anotava recados dados pelo telefone.

Depois disso, a jornalista trabalhou em várias lojas de roupas, sempre con-ciliando com os estudos. Para conseguir ter um vestido de formatura para a oitava série, trabalhou por um ano numa loja especializada sem receber salário e ainda dava aulas de português para o filho da dona da loja.

No ensino médio, fez Magistério e, antes mesmo de se formar, já dava aulas para crianças em escolas particulares. Com 18 anos, deixou de dar aulas porque o salário não pagaria a mensalidade da faculdade de Jorna-lismo, que sempre desejou cursar.

Mudou-se para Mogi, onde uma irmã morava, e conseguiu um empre-

go no antigo banco BCN. Do ordenado, não lhe sobrava nada, mas ela conseguiu concluir o curso na Universidade Braz Cubas. Para ter o prazer de trabalhar na área que escolheu mesmo estudando, antes de ir para o banco, estagiava na rádio Metropolitana AM.

Sem uma oportunidade na área, Célia trabalhou em muitas outras fun-ções, incluindo a de Mamãe Noel do Mogi Shopping e a de vendedora de consórcio, e foi tentando vender um consórcio numa agência de propa-ganda e marketing que foi contratada. Ficou na agência por cinco anos, depois também fez trabalhos pontuais para outras empresas do ramo.

Também trabalhou para o Colégio Joana D’Arc, Clube de Campo de Mogi das Cruzes, Wizard Idiomas, Ampla Assistência Médica e Residen-cial Aruã e, por cerca de dois anos e meio, no Grupo Padrão. Hoje, pro-duz o jornal institucional da Associação Paulista de Cirurgiões Dentistas Regional Mogi das Cruzes, faz consultoria para a Offer e tem uma parce-ria com a Rocket Propaganda. Também faz, voluntariamente, o jornal do Instituto Maria Mãe do Divino Amor e está iniciando a sua pós-gradua-ção em Gestão Estratégica de Marketing e Comunicação. “Muitas coisas que aconteceram na minha vida poderiam ter-me feito desistir, mas per-sisti e venci os obstáculos”.

Daniela Cruz CunhaCosmética

Ela sempre gostou da área de construção e design. O pai, Wilson Cruz, um grande empresário da construção civil de Mogi das Cruzes, acabou incentivando-a a seguir carreira nesta área, bem como os irmãos, Melissa e Wilson Júnior. Formou-se em Arquitetura e Urbanismo na Faap (Funda-ção Armando Álvares Penteado) e atuou, por nove anos, no desenvolvi-mento de projetos para as construtoras da família - Mogi Imóveis e Da-mebe -, além de trabalhos para terceiros.

O setor de cosméticos passou a ser uma possibilidade durante uma conversa em família, quando discutiam sobre a necessidade de diversifi-car os negócios. Fizeram uma pesquisa e descobriram que este segmen-to era promissor. Em 2003, Daniela e os três irmãos, além do sócio Murilo Reggiani, que já era do ramo, desenvolveram e construíram a Vult Co-mércio de Cosméticos, assim como a marca Vult Cosmética. Com o cres-cimento da empresa, houve a necessidade de um dos sócios se dedicar em tempo integral aos trabalhos. Daniela, então, assumiu a administra-ção da empresa, tarefa que executa ao lado de Reggiani.

A arquiteta adorou este meio mais dinâmico que a empresa lhe pro-

porcionou e ela nem precisou se desligar completamente da área de design, pois nas embalagens ela também pode aplicar este tipo de tra-balho. O que também contribui para que Daniela se mantenha próxima da arquitetura é o fato de o marido dela, Rafael Colin Cunha, ser o arqui-teto da empresa.

Quem vê o sucesso que a Vult faz em todo o Brasil não imagina como o começo foi difícil. Com agressiva concorrência, de produtos nacionais e importados, a empresa teve de inovar na qualidade da fabricação, no design e no preço. Um forte trabalho de marketing fez com que a mar-ca deslanchasse. Começou com sete itens e, hoje, tem mais de 30, sem contar a linha Duda Molinos Make Up Studio, uma marca criada para atin-gir outro segmento. Agora, a arquiteta, mãe de Nadine, de 6 anos, e Yas-min, de 9 anos, tem como planos expandir a produção de itens e aper-feiçoar a distribuição. “Meu pai sempre foi uma referência, um exemplo de trabalho e honestidade, e a minha mãe me ajudou muito a conquis-tar meus objetivos. Meu marido e minhas filhas são a motivação para ter prazer em tudo o que faço”.

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Clarice Jorge

A paixão pelo teatro foi despertada em Clarice Jorge ainda na infância. Mogiana, começou a atuar aos 17 anos em peças da escola estadual Dr. Washington Luís, onde cursava o ensino médio, na época integrado ao curso de Magistério. A atriz escolheu o curso porque, naquele tempo, não havia muitas opções de profissão para a mulher.

Desde que se formou professora, passou a conciliar as duas coisas: a educação e a arte. Sempre deu aulas para crianças e adolescentes, mas nunca deixou de lado o prazer de atuar nos palcos. Todos os atores de seu grupo de teatro tinham outras atividades profissionais durante a se-mana e, aos sábados e domingos, se reuniam para fazer o que mais gos-tavam: interpretar.

As peças de seu grupo eram apresentadas onde, hoje, é a Escola Téc-nica Getúlio Vargas e os ensaios eram feitos na garagem da casa dos in-tegrantes. A idéia de atuar era bastante avançada, numa época em que quem fazia teatro não era visto com muito bons olhos.

Para dar continuidade à carreira de educadora, Clarice se formou em Pe-dagogia, pela Universidade de Mogi das Cruzes, e em Estudos Sociais, pela

Universidade Braz Cubas. Foi professora das escolas estaduais Dr. Washing-ton Luís, Aprígio de Oliveira e Coronel Almeida, onde se aposentou.

Como atriz, ela não chegou a se profissionalizar e, apesar da experiência de uma vida inteira e muito estudo informal, ainda se considera amadora. Amante das peças de Luigi Pirandelo, Martins Pena e Brest, a atriz nunca pensou em fazer televisão. O que a encantava era o contato com as pes-soas, as reações e as emoções imediatas do público de teatro.

Hoje, aos 71 anos, Clarice dirige o Grupo de Teatro do Centro Espírita Cáritas, onde também é voluntária há mais de 32 anos. Quando come-çou seus trabalhos no Cáritas, ainda não direcionava as atividades para a dramaturgia, mas, há 11 anos, ela resolveu criar seu próprio grupo de te-atro. O conjunto é composto por atores com idade mínima de 12 anos e Clarice aposta no talento dos jovens.

Dinâmica, a atriz agora se aventura nas artes plásticas. É o seu próximo sonho. Já comprou telas e tintas e não vê a hora de começar a expressar sua arte também em formas e em cores. “Ainda tenho muitos sonhos. Vi-ver é sonhar. Quem não sonha não está vivo”.

Cultura

Márcia BelarminoDança

A habilidade para a dança já podia ser vista em Márcia Berlarmino aos 4 anos de idade, quando ela começou a fazer balé na escola Regina Ballet, em Mogi das Cruzes.

Em 1981, quando Márcia tinha 11 anos de idade, foi criada a Escola Mu-nicipal de Ballet de Suzano, onde ingressou para dar continuidade à arte que ela já desejava que fosse a sua profissão.

No período em que estudou no local, houve um concurso para selecionar quatro alunos para ingressar no antigo Colégio Cruzeiro do Sul, hoje, Uni-versidade Cruzeiro do Sul, gratuitamente. Márcia foi uma das escolhidas. Lá, se formou antes do restante do grupo. Com uma impressionante destreza, a bailarina se destacou e acabou pulando algumas fases do curso.

Em 1986, foi convidada para compor a companhia de dança Ballet Na-cional do Brasil. Neste grupo, ela ficou até 1990 e, com ele, viajou por todo o Estado de São Paulo. Seu empenho lhe rendeu a representação do Bra-sil, em 1988, no Festival Internacional de Dança do Rio de Janeiro, na ca-tegoria Júnior.

Com 17 anos, por causa dos baixos cachês, Márcia teve de complemen-

tar a renda dando aulas de dança. A dedicação ao ensino chamou a aten-ção da Prefeitura de Suzano, que a contratou para dar aulas no Ballet Mu-nicipal, no qual ficou até 2005.

Mas o seu objetivo de montar uma escola se concretizou antes, em 1993, quando inaugurou o Studio Márcia Belarmino-Dança & Cultura de Suza-no, que já recebeu o prêmio Qualidade Brasil. Dois anos depois, foi convi-dada para conhecer a metodologia do Bolshoi, na Rússia e, de lá para cá, não parou mais. Fez várias especializações, dentro e fora do Brasil. Antes, se graduou bailarina pelo Centro Internacional de Estudos Coreográficos e Arte da Unicsul, com especialização em Metodologia da Dança no Cen-tro Pró-Danza, de Havana.

Muitos alunos de Márcia ganharam medalhas de ouro, prata e bronze em grandes festivais e estão, hoje, na Europa ou em importantes compa-nhias no Brasil, como a Cisne Negro e a Companhia de Dança de Diade-ma. “Meu sonho é transformar a minha escola num centro bolsista, para dar oportunidades a todos. Eu fui bolsista e talvez sem este auxílio eu não tivesse conseguido”.

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Page 34: Revista Mulher de Expressão

Moda

Sylvânia MariaPires Grinberg

Mulher do Ano

Sylvânia Maria Pires Grinberg consegue unir delicadeza e pulso firme, combinação que faz com que o seu trabalho, à frente do Serviço de Atendi-mento ao Consumidor (SAC) da Universidade Braz Cubas e do Conselho Empresarial Feminino (Con-sef) da Associação Comercial de Mogi das Cruzes, seja bem-sucedido.

Ela diz que a principal herança que recebeu de seus pais, Sylvio e Neiva Pires, foi a união. A adora-ção por crianças fez com que ela cursasse Magisté-rio e, com apenas 18 anos, já começasse a dar aulas no Instituto Dona Placidina, onde também estudou. No curso superior, optou por Comunicação Social, com habilitação em Relações Públicas.

Mas o espírito educador de Sylvânia não esta-va adormecido. Assim que terminou a faculdade, iniciou o segundo curso: Pedagogia. Nas duas ve-zes, a instituição escolhida foi a Universidade Braz

Cubas, na época, Faculdade Braz Cubas. O que ela não imaginava é que um dia se casaria com Saul Grinberg, atual pró-reitor administrativo da UBC. O casamento aconteceu em 1979, dois anos e meio depois que eles se conheceram. Naquele ano, Sylvâ-nia deixou o trabalho como professora para acom-panhar o marido em suas viagens de negócios. Nos anos 80, passou a assessorá-lo e, um tempo depois, resolveu arriscar no mercado comercial. Abriu uma loja e uma agência de viagens, mas o seu destino já estava traçado.

Em 1987 retornou à UBC, onde está até hoje. Nes-tas duas décadas, a educadora passou por vários setores da universidade. Na vida pessoal, Sylvânia é tão realizada quanto na profissional: é mãe da fi-sioterapeuta Stella Pires Grinberg Fonseca, 24 anos, e de Saul Grinberg Filho, de 20, e avó de Stephanie, de 4, filha de sua primogênita.

Jeruza Lisboa Pacheco Reis

Direito

Com 14 anos de idade, a paulistana começou a trabalhar no Cartório de Registro de Imóveis de Poá. Alguns anos depois, Jeruza Lisboa Pacheco Reis, cursou Magistério e chegou a dar aulas por al-guns meses, mas desistiu quando se deparou com uma injustiça: a violência contra a criança. Sem po-der fazer nada, abandonou o setor educacional e decidiu entrar para uma área na qual pudesse aju-dar a vencer estas injustiças. Formou-se em Direi-to, pela Universidade de Mogi das Cruzes, fez pós-graduação em Direito Empresarial e Imobiliário e em Gestão Ambiental e, atualmente, cursa Teolo-gia e Mestrado em Filosofia do Direito, no Ibetel e na PUC, respectivamente.

Atua na área desde 1989 e, hoje, ocupa o cargo de secretária de Assuntos Jurídicos de Poá, além de presidir três entidades da cidade: a Comissão de Di-reitos da Criança e Adolescente da 77ª Subsecção da

OAB, a Comissão do Direito das Crianças do municí-pio (CMDCA) e a Comissão Municipal de Erradicação do Trabalho Infantil (Cometi). Com disposição para trabalhos sociais, Jeruza – que é casada com Eduardo Batista Reis, o Edu do Posto, atual vice-prefeito poa-ense, e tem três filhos, João Eduardo, Eloísa e Henri-que – ainda encontra tempo para prestar orientação jurídica voluntária aos pacientes do Cecan (Centro de Convivência e Apoio ao Paciente com Câncer).

Não foi à toa que a filha primogênita de Jorge Monteiro Pacheco e Benedicta Lisboa Pacheco foi eleita pela segunda vez uma “Mulher de Expres-são”. Seus trabalhos na região sempre foram de grande relevância. Já atuou em pastorais no mu-nicípio, foi orientadora do Projeto Capacitação So-lidária e responsável por vários projetos sociais da cidade. “Sou grata por esta premiação. Espero um dia merecer tal honraria”.

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Page 35: Revista Mulher de Expressão

Moda

Ana Maria Cazarine de Oliveira

Educação Particular

Nascida na capital, Ana Maria Cazarine de Oliveira veio para Mogi ainda recém-nascida. Desde criança, já demonstrava aptidão para ensinar. Aos 15 anos, começou a trabalhar, com o objetivo de guardar di-nheiro para cursar a faculdade de Pedagogia.

Seu primeiro emprego foi numa área completa-mente diferente da que sonhava seguir: contabilida-de. Mas, naquela época, ela já cursava Magistério na escola estadual Dr. Washington Luís. Quando se for-mou, seu sonho foi realizado. Começou a trabalhar como estagiária na escola estadual Professora Célia Pinheiro Franco e, de lá para cá, passou a se dedicar quase que integralmente à educação.

Aplicada, logo no início da carreira conquistou uma das disputadas vagas dos concursos públicos. Passou a dar aulas efetivas no Estado. Formou-se em Educação Artística e em Pedagogia, com habilitação em Administração Escolar e Supervisão, pela UMC, foi

professora do ensino fundamental e de educação ar-tística, vice-diretora em escolas públicas e supervisora de Ensino da Diretoria Regional de Ensino de Mogi.

Sua dedicação lhe rendeu muitos convites profis-sionais. Em um deles, Ana foi trabalhar como diretora da escola Benedito de Souza Lima, onde aconteceu um episódio que mudou o rumo de sua vida profis-sional e pessoal. Foi lá que ela conheceu o também educador Paulo Carlos de Oliveira, proprietário do Colégio Guarani, e, um ano depois, estavam casados.

Hoje, com 52 anos, Ana é aposentada pelo Esta-do, mas nem pensa em parar de trabalhar. É o braço direito de Oliveira no colégio, onde exerce a função de diretora-pedagógica. Seus projetos são investir cada vez mais na qualidade de ensino do Guarani e passar mais tempo com os três filhos: Thaís, Paula e Marcelo. “Sou muito feliz e realizada, porque faço o meu trabalho com verdadeira paixão”.

Karina WatanabeEsporte

O interesse pelo esporte apareceu quando Ka-rina Watanabe ainda tinha 9 anos. As imagens da competição de judô nas Olimpíadas de Atlanta na tevê seduziram a menina, que, imediatamente, pe-diu aos pais para fazer as aulas. Os irmãos também resolveram estudar a arte marcial, mas acabaram deixando de lado depois de um tempo. Com ela, foi diferente. A judoca se destacou, passou a ga-nhar títulos e, com 17 anos, decidiu que era isso que queria para a sua vida.

Mogiana, teve de se mudar para São Paulo para aperfeiçoar seu treinamento no Projeto Futuro, no Ibirapuera, um programa que abriga vários atletas. Karina aceitou o desafio e abriu mão de ver sua fa-mília e amigos todos os dias, visitando-os apenas nos finais de semana durante dois anos e meio. Um sacrifício em nome de sua carreira que Karina não se arrepende de ter feito, pois lhe trouxe muitos frutos.

Entre medalhas de ouro, prata e bronze, a atleta acumula 77 vitórias desde 1997, em competições nacionais e internacionais. Além disso, a judoca participou várias vezes das seletivas para os Jogos Panamericanos, que reúne os melhores atletas do País. O evento de 2005 foi o que mais marcou Kari-na, por causa de sua realização profissional.

Cursando o terceiro ano de Administração, Kari-na está com 20 anos, dá aulas particulares de judô para crianças e adolescentes de Mogi e aulas gra-tuitas no projeto social da Universidade de Mogi das Cruzes.

No ano passado, recebeu indicação da Comis-são Técnica da Confederação Brasileira de Judô para participar da seletiva do Projeto Beijin 2008. “O es-porte individual no Brasil sofre com a falta de pa-trocínio, mas eu tive a sorte de contar com o apoio de alguns parceiros”.

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Page 36: Revista Mulher de Expressão

Katya Jordão GarciaEstética

Com a influência dos pais, que sempre foram ligados à área da saúde, Katya Jordão Garcia se interessou pela área biológica desde muito jovem. Fez curso de Patologia Clínica, na adolescência e, no último ano do ensi-no médio, foi conhecer o curso de Fisioterapia, na PUC, em Campinas, e se encantou.

Naquela época, em 1982, o curso era pouco conhecido e, partidária dos desafios, decidiu explorá-lo. Quando estava no segundo ano da faculdade, se interessou pelos cursos de especialização de estética. O pai, médico, e a mãe, acupunturista, a incentivaram a fazer também o curso de Acupuntura e Terapia Ortomolecular na Associação Brasileira de Acupuntura (ABA) e a pós-graduação em Medicina Chinesa, na Universidade de Mogi das Cruzes.

Há quase 20 anos, a fisioterapeuta abriu a Clínica Mulher – Espaço Es-tético, um lugar completo para a realização de tratamentos estéticos. Ela classifica o seu trabalho como “harmonia entre a estética e a saúde”, frase que se tornou seu slogan. Há dez anos, o crescimento de sua empresa ficou mais evidente, com a inauguração da unidade na praça Norival Tavares, em Mogi. Depois de dividir o prédio com o pai por quase uma década, Katya

conquistou sua total independência. A coroação de seu sucesso, segundo ela, é o reconhecimento, principalmente quando percebe que tem clien-tes fiéis, que fazem questão de serem atendidas por ela. Por isso, a compe-tência da fisioterapeuta ultrapassou as barreiras regionais. Pessoas de todo o País vêm até a sua clínica para se cuidar.

Ela é convidada a dar palestras nos mais importantes eventos do setor. No próximo mês, por exemplo, vai fazer uma apresentação no Hair Brasil, um renomado congresso internacional. Além da clínica, Katya também presta serviço em cursos de atualização para profissionais da área, há dez anos. Os negócios são administrados pela fisioterapeuta e pelo marido, Márcio Gar-cia, com quem tem dois filhos: Julia, de 14 anos, e Gabriel, de 10.

Sempre antenada com as novidades, a empresária está cursando pós-graduação em Engenharia Cosmética, uma especialização de bastante prestígio no setor. Seu objetivo é trazer, constantemente, novidades para as suas empresas, mantendo o cuidado que sempre teve no atendimento a seus clientes. “As necessidades dos meus clientes são a minha prioridade, e o meu investimento em melhorias é ininterrupto”.

Page 37: Revista Mulher de Expressão

Margarete Moreno

Vaidosa, Margarete Moreno sempre gostou de cosméticos. Quando criança, ainda não sabia que profissão seguiria ao se tornar adulta, mas sa-bia que seria ligada ao ramo farmacêutico. O hábito de ler as embalagens dos produtos que usava para conhecer a composição revelou sua voca-ção. Mesmo sabendo que faria o curso de Farmácia na faculdade, Margare-te trabalhou na Organização Moreno, o escritório de contabilidade de seu pai, para ajudar a família, quando tinha 15 anos. Ficou lá por dois anos, até entrar para a Universidade de Mogi das Cruzes, onde se formou no curso que sempre desejou.

Já na área que se identificava, ela estagiou num laboratório de análises clínicas e, na universidade, no setor de manipulação. Foi quando definiu o segmento que queria seguir em sua profissão. Para se especializar na sua preferência – os cosméticos –, Margarete fez pós-graduação em Cosmeto-logia, na Universidade Oswaldo Cruz.

Em 2003, a farmacêutica revelou mais uma faceta profissional: a de em-presária. Fundou a Light Pharma Farmácia de Manipulação, que conta com uma gama de sais do mais alto nível tecnológico. Seus funcionários rece-

bem treinamento constante, para que a produção acompanhe as tendên-cias e evoluções do mercado.

Sua empresa, instalada em Suzano, se tornou referência em manipula-ção na região. A notoriedade fez com que sua clientela aumentasse signi-ficativamente e Margarete inaugurou, no ano passado, uma nova unidade, desta vez, em Arujá, cidade com a qual tem grande identificação, já que seus irmãos, Mônica e Júnior Moreno, moram lá.

Com 27 anos, a empresária já tem uma carreira estável e planos de in-cluir em sua farmácia o tratamento homeopático e criar seus próprios pro-dutos, além de fundar uma empresa de fabricação específica de cosméti-cos. Seu primeiro produto está com a fabricação em andamento e já tem nome definido: Camilla Szyflinger, uma homenagem à filha de três anos. Será o primeiro de muitos perfumes contratipos.

A jovem empresária superou os desafios e comanda com competência as duas unidades e os 22 colaboradores. “A minha missão é buscar a satis-fação dos meus clientes e transmitir segurança quanto aos serviços que eles estão adquirindo”.

Farmácia

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Clarice Terumi Emi

Suzanense, Clarice Terumi Emi mora em Mogi das Cruzes há 30 anos, onde seus pais, Takashi e Yuriko, iniciaram um sólido negócio no ramo de flores, que ela deu continuidade.

Quando era criança, seus pais vendiam flores na porta dos cemitérios e faziam entrega nas casas. Ela sempre acompanhou o rumo dos negócios, mas ainda não imaginava que comandar a futura loja da família – Emy –, inaugurada há 38 anos, seria o seu destino.

Seu primeiro emprego, aos 15 anos, foi de atendente numa drogaria, em Suzano. Algum tempo depois, mudou-se para Mogi para estudar Ad-ministração de Empresas na Universidade Braz Cubas. Neste período, tra-balhou como executiva de contas no Mogi News e, ao mesmo tempo, aju-dava os pais na floricultura.

Depois de concluir o curso de Administração, Emi, como é conhecida na cidade, resolveu estudar também Arquitetura, o que, mais tarde, a aju-dou na composição de seus trabalhos como empresária do ramo de flores. Casou-se com Jorge Pereira do Nascimento, que ela faz questão de citar como seu grande parceiro, desde o início de sua carreira.

Há 16 anos, uma enfermidade afastou o pai de Emi dos negócios. Foi aí que o seu grande desafio começou. A arquiteta não titubeou e assumiu o comando da loja. Com muito esforço, determinação e fé, conseguiu ven-cer as barreiras e, com a ajuda dos pais, do marido e dos filhos, que na épo-ca eram pequenos, fez a empresa crescer.

Hoje, ela faz a decoração de todos os tipos de eventos, como casamen-tos, aniversários, formaturas, convenções e de residências. É uma verdadei-ra máquina de realizar sonhos, que, segundo ela, traz conseqüências mui-to gratificantes, pois ver o rosto das pessoas felizes com o resultado de seu trabalho é o seu maior pagamento.

Agora, os três filhos de Emi, Fernanda, de 25 anos, Roberto, de 23, e Takashi, de 18, também ajudam na floricultura, o que dá muito orgulho à empresária. Ela também dedica parte de seu tempo à religião. Evangéli-ca, tem o objetivo de levar os ensinamentos bíblicos às pessoas que pre-cisam de aconselhamento espiritual. “Tudo que tenho devo a Deus, meus pais, meu marido e meus filhos. Ver meus clientes realizando seus sonhos me traz muita felicidade”.

Floricultura

Ana Lucia de AlmeidaFranquias

Com um talento nato para o comércio, Ana Lucia de Almeida come-çou vendendo bijuterias informalmente, mas parou porque não conseguiu conciliar as vendas com o trabalho na área jurídica, que realizava desde os 18 anos, quando passou num concurso público estadual. O primeiro em-prego a motivou a cursar Direito na Universidade Braz Cubas, mas seu ta-lento para o empreendedorismo não ficou escondido por muito tempo. A falta da chamada “realização profissional” fez a advogada se dar conta de que estava no ramo errado.

Por meio de seu namorado, Paulo, proprietário de uma franquia da Ko-penhagen, em São Paulo, conheceu o trabalho da fabricante de chocola-tes e se encantou, mas ainda não imaginava que seria por meio desta gri-fe que ela se realizaria. Em janeiro do ano passado, depois de uma visita a Mogi das Cruzes, sua cidade natal, que havia deixado há 15 anos para vi-ver em São Paulo, percebeu o quanto a cidade tinha crescido e se deparou com o Mogi Shopping em franca expansão.

Visionária, viu naquele grande canteiro de obras a oportunidade de im-plantar seu primeiro negócio. Voltou para São Paulo com a loja pronta na cabeça. Podia imaginar cada detalhe de sua franquia da Kopenhagen. Ligou

para o namorado e pediu para que ele verificasse o interesse da marca em vir para Mogi. No minuto seguinte, já ligou para a administração do centro de compras para agendar uma reunião com o superintendente.

Inicialmente, a intenção da empresária era montar um quiosque. A idéia foi o primeiro obstáculo, já que a direção do shopping não queria este tipo de instalação. Mas, como toda filha única, Ana é persistente e não sosse-ga enquanto não tem seu objetivo alcançado. Depois de muita insistência, conseguiu convencer o superintendente e, em dois meses, já estava com seu quiosque montado.

O negócio superou as melhores das expectativas. Deu tão certo que, sete meses depois, Ana abriu uma filial, também no shopping, mas, desta vez, uma loja, com ainda mais opções de produtos e uma área de convivência, com mesas e cadeiras. E ela e seu namorado, que também é seu sócio, têm mais projetos na área, mas, agora, querem fazer tudo com planejamento. Ana admite que foi impulsiva ao montar o quiosque, mas garante que valeu e pena. Conquistou a admiração e a fidelidade dos mogianos. “A persistên-cia nos leva a ter sucesso. Existem pessoas que têm boas idéias, mas, no pri-meiro obstáculo, desistem. O mais importante é insistir e não perder o foco”.

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Moda

Maria CristinaPereira de Souza

Gastronomia

A gastronomia sempre esteve presente na vida desta mogiana. Neta de portugueses proprietários de uma padaria e filha de uma ótima cozinheira, Ma-ria Cristina Pereira de Souza cresceu com o sonho de ter seu próprio bufê.

Na adolescência, cursou Edificações com o obje-tivo de fazer, em seguida, Arquitetura e projetar seu próprio espaço. Por conta de um casamento preco-ce, Maria Cristina acabou interrompendo os estudos, mas o sonho não saiu de sua cabeça.

Quando voltou a estudar, chegou a fazer Magis-tério, mas o seu dom para a culinária se sobressaiu. Começou a trabalhar com salgados e bolos por encomendas, em casa, já que estava recém-sepa-rada e com uma filha pequena. A família sempre a incentivava. Com o apoio dos pais e de um tio, a empresária realizou seu primeiro trabalho de bufê, há cerca de 20 anos.

Começou fazendo uma festa por mês, depois duas

e, assim, com seu esforço, foi conquistando cada vez mais clientes. Seus cursos de especialização, feitos no Brasil e no exterior, também impulsionaram sua carreira.

Manter a qualidade em todos estes anos não foi tarefa fácil, mas Maria Cristina conseguiu. Sua em-presa, La Lunelli, recebe, diariamente, 13 horas de sua dedicação. Se precisar, fica sem dormir, mas não permite que suas festas não saiam perfeitas.

São cerca de 12 eventos mensais, todos super-visionados pessoalmente pela empresária, que se especializou em todos os tipos de festa. Com tanto tempo dedicado ao trabalho, Maria Cristina só po-deria ter uma família companheira, que ela define como “compreensiva e atuante”.

Ela não esconde o orgulho que sente dos netos Valentina, de 11 meses, e João Marcello, de 8 anos. O menino já demonstra que seguirá os passos da avó. Diz que será chefe de cozinha. “Sou completamen-te realizada na minha vida pessoal e na profissional”.

Débora Andrade Lapique

Indústria

Mineira, de Paraisópolis, Débora Andrade La-pique veio para Mogi com a mãe e sete irmãos de-pois que seu pai faleceu, em 1968. A determinação de Débora começou ainda criança e foi herdada da mãe, que era analfabeta, mas conseguiu estudar e se tornar enfermeira-padrão.

Seu intuito era ser professora e cursou Magistério, mas, antes disso, aos 14 anos, começou a trabalhar numa lanchonete. Com 16 anos, foi contratada como secretária pela extinta Livroeton. Com a experiência, conquistou uma vaga no Semae (Serviço Municipal de Águas e Esgotos) e, passados dois anos, atuou no de-partamento de Recursos Humanos da Hoechst do Brasil.

Pouco tempo depois, conheceu o engenheiro Car-los Lapique, com quem se casou. Ele estava montan-do a sua primeira empresa, a Petite Marie, uma im-portadora de matérias-primas, que Débora ajudou a construir. A empresa cresceu e o empreendedoris-mo do casal fez com que o negócio se consolidasse.

Como importava matéria-prima para fragrâncias e aromas, resolveram montar uma segunda companhia, de fabricação de cosméticos, perfumaria e produtos de limpeza, que foi batizada de L’essence, em 1992.

Em 2000, o sucesso de Débora como empresária do setor industrial foi coroado com a fundação da La-piendrius, que começou como loja de cosméticos e, com o tempo, passou a ser revendedora de aromas. As três empresas do grupo estão instaladas em Ita-quaquecetuba e empregam mais de cem pessoas.

Entre a construção de uma empresa e outra, Débora se formou em Direito, na Universidade Braz Cubas e, hoje, cuida da área administrativa do grupo, enquan-to seu marido é responsável pela logística. O casal teve dois filhos: Jéssica, de 18 anos, e Carlos, de 15.

Muitos não sabem, mas ela ajuda várias institui-ções e projetos sociais na região. “Meus projetos incluem a criação de uma instituição que cuide de crianças carentes”.

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Moda

Tiyomi Kimura IkegayaLaboratório de Análises Clínicas

Tiyomi Kimura Ikegaya veio para Mogi das Cru-zes em 1957, com a família. Filha de japoneses, nas-ceu em Paraguaçu Paulista, no interior de São Pau-lo, mas a sua vida foi construída em solo mogiano.

Começou a trabalhar com 12 anos de idade, na loja do pai, a Kimura Calçados, e, até os 23 anos, Tiyo-mi esteve fortemente envolvida com o comércio da cidade, por meio da loja da família e do irmão mais velho, Kazuo, que foi presidente da Associação Co-mercial de Mogi das Cruzes por duas vezes.

Ela só se afastou do setor quando se casou. E, apenas depois de separada, ingressou na faculda-de, quando descobriu sua vocação para a área bio-lógica. Graduou-se em biologia na Universidade de Mogi das Cruzes, com especialização em Patologia Clínica e, desde então, tem sido uma profissional de referência no setor.

Ela se casou novamente e, em 1980, inaugurou seu primeiro laboratório de análises clínicas, o Sancet, associada ao médico José de Moura Campos Neto.

A bióloga abriu mais três unidades. Uma em Mogi, especializada no atendimento infantil, e duas em Su-zano. Os laboratórios realizam mais de 30 mil exames por mês e atendem mais de cem convênios.

Tiyomi também foi pioneira quando conquistou selos de qualidade inéditos no setor para sua em-presa. Em congressos, os trabalhos feitos nos labo-ratórios receberam vários prêmios.

Hoje, Tiyomi se orgulha em ter o filho do primeiro casamento, Roberto Joji, 36 anos, como seu braço direito no laboratório. Ela teve mais dois filhos, do segundo casamento: Renato, de 26, e Érica, de 22.

“Quero deixar de herança para os meus filhos credi-bilidade e dedicação profissional”.

Inês PazLegislativo

O envolvimento de Inês Paz com a política co-meçou cedo. Nascida em Mogi das Cruzes, a vere-adora, já com 12 anos, quando estudava na esco-la estadual Dr. Washington Luís, já lutava por suas idealizações no grêmio estudantil.

Nesta época, nos anos 60, quando a ditadura militar imperava no País e defender a democracia significava colocar a vida em risco, Inês já mostra-va fibra para defender suas idéias.

Na universidade, concluiu o curso de Ciências e Estudos Sociais, em 1974. Dois anos depois, em nome da política, foi morar em São José dos Cam-pos e no ABC paulista, onde realizava movimen-tos para conscientizar socialmente os operários das fábricas.

Nos anos 80, participou da fundação da CUT (Cen-tral Única dos Trabalhadores) e do PT (Partido dos Trabalhadores). De volta a Mogi, também se tornou

coordenadora da subsede da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), quando já era professora efetiva do Estado.

Foi dirigente da Confederação Nacional dos Tra-balhadores em Educação, e, em 1992, foi pela pri-meira vez candidata a vereadora, pelo PT, e não foi eleita, mas, em 2000, conquistou uma vaga na Câ-mara de Mogi. Em 2004, foi reeleita e se mantém como parlamentar de esquerda, mas em outro par-tido. Em 2005, por não concordar com os rumos do PT, ingressou no PSol (Partido Socialismo e Liberda-de), do qual é presidente municipal.

Aos 54 anos, Inês é mãe de um filho de 29 anos e seus atuais trabalhos focalizam os direitos do povo, em especial os relacionados à mulher e à regulariza-ção de terras. “Defendo a mudança para o socialis-mo e vou continuar na política para contribuir com a construção deste projeto”.

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Tânia Cristina Tripode

O desejo de ajudar e confortar as pessoas trouxe a medicina para per-to de Tânia Cristina Trípode bem cedo. Desde criança já queria ser médica. A vontade foi evoluindo e se concretizou em 1992, quando se formou na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, onde morou no período dos es-tudos. Fez residência médica no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, en-tre os anos de 1993 e 1994, e se especializou em Ginecologia e Obstetrícia, pela Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, e em Gestação de Alto Risco e Medicina Fetal, pela Associação Médica Brasileira.

Em 1996, retornou a Mogi das Cruzes, sua cidade natal, e iniciou sua car-reira em hospitais particulares da cidade, além de montar um consultório próprio e, até hoje, concilia os dois empregos.

Como médica, já vivenciou inúmeras histórias e todas, sem exceção, mar-caram de alguma forma a vida de Tânia. Ouvir o choro do bebê na hora do nascimento é o seu momento preferido. Contribuir para que a vida daquela mãe se torne completa, com a chegada de seu filho, faz com que Tânia nem sequer pense em fazer outra coisa. É uma apaixonada convicta pela profis-são, tanto que também se apaixonou por um médico, seu marido, Luciano

Augusto Jerônimo, com quem tem um filho de seis anos, o Guilherme.Mas a medicina não proporciona somente alegrias. Tânia já se deparou

com casos críticos de mães com complicações na gestação e na hora do parto, que, nem sempre, são possíveis de solucionar. Perder o feto é a úni-ca parte ruim considerada pela médica.

Sem ter idéia de quantos partos já realizou, ela não se deixa levar pela experiência. Busca, constantemente, as atualizações da área, porque faz questão de oferecer um atendimento seguro e com qualidade, talvez por isso seja tão querida por suas pacientes.

Além da área de saúde, Tânia também tem talento para a comunicação. Um de seus trunfos é a excelente relação que tem com as pacientes. Com tanta informação disponível na Internet e outros veículos e cada vez mais questionamentos, a médica não se descuida das explicações.

Ter um bom relacionamento com as mulheres que atende, para ela, é fundamental e prazeroso.

Hoje, ela trabalha na Clínica Musa e atende em seu consultório particu-lar. Também gasta parte de seu tempo se especializando. “A medicina é uma paixão sem remédio”.

Medicina

Rosana MáximoMercado Financeiro

A mogiana Rosana Máximo sempre quis trabalhar em banco, mas, muito jovem, não poderia imaginar que se tornaria uma executiva de prestígio.

A sua carreira foi sendo construída naturalmente, mas com 17 anos ela já começou a correr atrás do seu sonho profissional. Conseguiu um empre-go de “Moça Bradesco”, na época, cargo bastante cobiçado pelas moças de sua idade. O trabalho foi na unidade de São José dos Campos do Bra-desco, para não perder a vaga, não pensou duas vezes e se mudou para lá.

Dois anos depois, foi transferida para Mogi das Cruzes, quando entrou para a universidade. Cursou Relações Públicas, na Universidade de Mogi das Cruzes, já com a intenção de pleitear uma promoção na agência bancária.

Os anos foram se passando e ela foi promovida de escriturária para caixa. Com sua experiência, foi buscar novas oportunidades. Começou a trabalhar no Unibanco e, em menos de um ano, foi convidada para fa-zer um programa de trainee para gerente de contas. Foi neste momen-to que percebeu que era aquilo que queria fazer na vida profissional. Se saiu tão bem que, voltando do curso, já se tornou gerente de contas.

Mais uma vez, Rosana surpreendeu. Seu trabalho foi reconheci-

do e ela recebeu um convite para trabalhar no extinto banco BCN, onde já começou como gerente de contas. Ficou lá por nove anos. Como o Bradesco comprou o BCN, ela acabou voltando para o grupo.

Em 2005, mais uma vez, recebeu proposta para atuar no Unibanco. Fa-vorável a novos desafios, aceitou. Seu cargo desta vez, era gerente uniclass.

Antes de aceitar o convite, Rosana chegou a considerar ingressar em ou-tra área, numa daquelas fases de dúvida profissional. E propostas para isso não faltaram, mas ela não conseguiu. Sua verdadeira vocação falou mais alto.

Hoje, aos 37 anos, Rosana, que é casada com um comerciante, tem um enteado de 20 anos e uma filha de seis, almeja, profissionalmente, ser pro-movida a gerente-geral do banco.

São mais de 20 anos de carreira e sua filha Luize é seu principal incenti-vo para continuar a crescer e obter cada vez mais conquistas. O desejo de mãe é dar para a filha um futuro melhor. E, para ela, o trabalho não é ne-nhum sacrifício. O amor pela profissão pode ser visto nos olhos dela. “A vida de bancária tem um pouco de tudo. Conhecemos pessoas com os mais di-versos perfis e isso é válido até para a vida pessoal”.

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Meire Sebata

Desde muito jovem, Meire Sebata já demonstrava o seu talento para os negócios. Herança de sua mãe, que, desde que costurava e vendia suas roupas em casa, já deixava aparente o seu empreendedorismo.

Depois de um tempo vendendo roupas informalmente, a mãe de Meire abriu uma loja no bairro Socorro, onde morava, e ela, com 14 anos, passou a ajudá-la.

A loja Lídia, inaugurada em 1984, foi um sucesso, e Meire encantou-se pelo comércio. Começou como vendedora, se tornou caixa e passou por muitos outros ofícios, o que a ajudou a se especializar no setor.

Na Lídia, elas vendiam roupas femininas, masculinas e infantis. Avaliando o mercado, mãe e filha decidiram investir no ramo infantil. Abriram, em 1992, no então recém-inaugurado Mogi Shopping, a Lídia Kids, que cresceu e ganhou um público fiel. Elas estão entre as primeiras que apostaram no centro de compras.

A nova loja contava com todos os tipos de produtos para crianças, des-de o enxoval até o infanto-juvenil.

Tanta diversidade e credibilidade transformaram a pequena loja em um grande espaço de artigos infantis, mas o desenvolvimento não aconteceu da noite para o dia. Meire e a mãe foram comprando os pontos vizinhos

até chegar ao tamanho e à variedade de itens que têm hoje. A coroação do sucesso viria com a franquia da Lilica & Tigor, marca que

já comercializava na Lídia Kids.Durante uma viagem a passeio a Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, ela

conheceu uma loja franqueada da Lilica & Tigor e se encantou com o esti-lo. Quando voltou para Mogi, fez uma pesquisa e constatou que não havia nenhuma franquia infantil na cidade. Imediatamente entrou em contato com a empresa para conseguir trazer a grife.

Meire precisou de persistência. A direção da marca não tinha interesse na re-gião, mas a empresária mogiana a convenceu. Passou por um rigoroso processo seletivo e, em 2003, finalmente, abriu sua franquia. Mais uma vez foi pioneira: foi a 32ª empresária a conquistar o direito de representar a marca. Hoje, em todo o Brasil, o número de franqueados da Lilica & Tigor é quase cinco vezes maior.

A franquia também proporcionou um treinamento ainda mais especiali-zado a Meire, que é formada em Administração de Empresas, e a sua equipe.

“Não esperava que tudo isso fosse acontecer. Agradeço a minha mãe, que foi quem começou e que continua me apoiando. Ela é batalhadora e eu a admiro”.

Moda

Bianca CirilloMúsica

A cantora e instrumentista Bianca Cirillo iniciou a sua carreira com ape-nas quatro anos de idade e, aos 12, já fazia apresentações em escolas das re-des pública e privada, além de shows beneficentes para crianças da Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) de Suzano, cidade onde nas-ceu e sempre morou. Aos 13, quando integrava o Coral Municipal, ganhou seu primeiro prêmio como cantora: uma bicicleta, num concurso de karaokê.

Neste período, Bianca estudou canto na escola Fama, onde também fa-zia aulas de teclado. No piano, ela tinha experiência, já que tocava desde os 4 anos. Mas um episódio trágico quase a impediu de dar continuidade às aulas. Sua professora, que a acompanhava desde o início, faleceu.

Levou um tempo, mas a cantora se recuperou e seguiu em frente, em busca de seu sonho. Com 14 anos, já cantava na noite. Clientes de churras-carias e shoppings da região já podiam conferir o talento de Bianca, que, logo, levou suas apresentações para São Paulo. Sua popularidade gerou novos convites para os mais diversos eventos, e grandes hotéis entraram para o rol de locais onde se apresentava.

A cantora também conseguiu se manter por três semanas seguidas no pro-

grama do renomado descobridor de talentos Raul Gil, quando tinha 17 anos.Hoje, aos 18 anos, Bianca dá aulas de canto para adultos, cursa o segun-

do ano de Canto Popular, na Universidade Livre de Música (ULM) “Tom Jo-bim”, e ensaia todos os dias. Para entrar para a instituição, teve de provar que sua veia artística é mesmo forte. E conseguiu. Entre 5 mil candidatos, para 45 vagas, ela entrou em sexto lugar. Se até então Bianca tinha dúvi-das sobre a sua vocação, neste momento, elas desapareceram. Ali, ela teve certeza de que poderia ir muito longe.

A primeira fase da seleção consistiu na gravação de um CD com duas músicas, estabelecidas pela universidade. Quando viu quais seriam as dela não se conteve se alegria. Dois de seus compositores preferidos: Noel Rosa e Ivan Lins. Na segunda fase, a instrumentista cantou para uma banca de especialistas. E, mais uma vez, foi classificada.

Desde o início, sua família sempre esteve presente na profissão. Quem cuida de sua carreira é seu irmão. E o pai, ex-integrante da banda Os Lobos, a acompanha nas apresentações com o violão. “Meu sonho é gravar um CD com músicas inéditas”.

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Mary Rose da Silva Miranda Zapata

Mary Rose da Silva Miranda Zapata é nascida na capital, mas mudou-se com a família para Poá ainda criança. Na adolescência, veio para Mogi, onde estudou para ser o que a vida inteira desejou: dentista.

Ela ingressou na Universidade de Mogi das Cruzes (UMC), com 18 anos, onde se formou cirurgiã-dentista, sanitarista e ortodontista, com especialidade em Saúde Pública, Ortodontia e Ortopedia Facial dos Ma-xilares. As especializações foram feitas na Universidade de Ribeirão Pre-to e na Associação dos Cirurgiões-Dentistas de Santos e São Vicente.

Mary também é mestra pela Universidade Metodista de São Paulo e tra-balha desde 1988 em consultório próprio, mas, antes disso, precisou de uma dedicação integral para conquistar seu lugar ao sol.

Seu primeiro emprego na área foi na Prefeitura de Poá, vaga que conse-guiu depois de passar num concurso municipal. O serviço público, desde então, passou a fazer parte de sua vida, com muitas outras atividades, já que Mary tem como uma de suas principais características o dinamismo, o que, segundo ela, é herança da mãe. Mary abriu mão de muitas coisas para se dedicar à profissão, inclusive de momentos de lazer com a família. Mas seu

marido, Ricardo Fabian Miranda Zapata, e seus dois filhos, Rafael, de 21 anos, e Fabianne, de 19, são compreensivos. Até porque, os três também escolhe-ram carreiras que exigem muita dedicação: Ricardo também é dentista com especialização em cirurgia buco-maxilo-facial e os filhos estudam medicina. Sua família, segundo a dentista, é parte responsável pelo seu sucesso e nunca se sentiu culpada por estar ausente em alguns momentos por conta do traba-lho ou dos estudos, porque o marido e os filhos a admiram e dão total apoio.

Com Ricardo, Mary divide, além da vida, o seu consultório particu-lar. Ela também atua, hoje, como diretora-técnica da Secretaria de Saú-de de Poá, acumulando o cargo de coordenadora do programa de saú-de bucal da prefeitura, e é professora-assistente do curso de Ortodontia da APCD (Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas), em parceria com a UMC. Consciente de seu papel nos cargos que ocupa, Mary atribui seu sucesso ao compromisso e à responsabilidade que sempre mante-ve em todas as empresas pelas quais passou, além, claro, de suas espe-cializações. “Sou muito privilegiada, porque tive a sorte de escolher a profissão que sempre quis ter e de poder desenvolve-la honestamente”.

Odontologia

Marilene Rodrigues Morato

Polícia Civil

Não é muito comum uma menina responder que quer ser policial, quando questionada sobre o que gostaria de ser quando crescer. Pois esta era a resposta de Marilene Rodrigues Morato.

De uma família simples, Marilene via na polícia e na advocacia uma for-ma de corrigir as injustiças que presenciava. O caminho até a desejada pro-fissão não foi fácil. Seu primeiro emprego foi como babá, na cidade onde nasceu e morou a vida toda, Mogi das Cruzes.

Com 16 anos, Marilene se casou e, logo depois, teve um filho, o Milton, e, seis anos depois, teve uma filha, a Silvia. Neste período, ela se dedicou completamente à família. Somente quando Silvia completou seis anos de idade ela começou a construir a sua vida profissional.

Estudou Magistério e, quando se formou, começou a dar aulas em esco-las municipais infantis. Foi professora por doze anos e, nesta época, já dese-java dar início à realização de seu sonho de infância: ser policial.

Iniciou a faculdade de Direito, na Universidade Braz Cubas, em 1983, e a conciliava com o trabalho nas escolas.

Antes de se formar advogada, prestou concurso para a Polícia Civil, pas-sou e começou a trabalhar como escrivã.

O espírito de defensorismo de Marilene a colocou no departamento de investigação da polícia, o que a motivou ainda mais a desvendar casos e corrigir injustiças.

Agora, com 61 anos, a policial já poderia estar aposentada, mas a adora-ção pelo trabalho a impede de fazer isso.

E não é só a sua vida profissional que lhe gerou frutos de orgulho. Para o seu deleite, seu filho Milton seguiu a sua profissão e atua como investigador na delegacia de entorpecentes. Além disso, ele estuda Odontologia, na Uni-versidade de Mogi das Cruzes. Silvia também seguiu os passos da mãe, mas da primeira fase de sua vida profissional, é professora de ensino infantil.

Marilene é viúva de Silvio Morato e se enche de empáfia ao ver o nome dele numa rua da Vila Rei, no bairro Mogi Moderno.

E a carreira na polícia já caminha para a terceira geração. Sua neta Carina, de 18 anos, já comunicou à família que quer ser policial e pretende ir para a Academia Barro Branco, uma escola que forma aspirantes a tenente.

Marilene tem ainda outros três netos: Fernando, de 14 anos, Nathália, de 10, e Gustavo, de 3. “Não pretendo parar de trabalhar, porque isso me dá prazer. No futuro, pretendo entrar para a política”.

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Edvania Moraes

Edvania Moraes nasceu na pequena cidade de Auriflama, no interior de São Paulo, mas com oito anos de idade veio com a família para Mogi das Cruzes. Já nesta época, Edvania se imaginava policial na vida adulta.

O que mais lhe atraía na profissão era poder ajudar, de alguma for-ma, a população. Antes de ingressar na Polícia Militar, trabalhou com ou-tras atividades.

Dos 16 aos 20 anos, foi vendedora em lojas mogianas. Depois, entrou para a Escola de Soldados, da PM, onde se especializou em Trânsito.

O início de sua carreira foi no Pelotão de Trânsito de São Paulo, onde ficou por pouco tempo, porque foi transferida para Mogi. Na cidade, tra-balhou na viatura, zelando pela segurança nas ruas e fazendo atendimen-to de ocorrências do dia-a-dia.

Com os bons resultados conquistados com o seu trabalho, Edvania foi convidada para compor o Pelotão da Força Tática, em que permaneceu por cinco anos. Lá, a policial recebeu treinamento diferenciado e também foi preparada para atuar em distúrbios civis, situações de crise e ocorrên-cias de Pelotão de Choque em geral.

Há três anos, voltou a atuar nas viaturas, compondo a primeira compa-nhia do 17º Batalhão da Polícia Militar de Mogi das Cruzes.

Agora, a policial pleiteia uma promoção para o cargo de cabo. Para isso, aguarda a abertura de vagas do concurso público. E ela não pretende pa-rar por aí. Ambiciosa e batalhadora, quer se tornar oficial. Hoje, a policial mora em Mogi com as duas filhas, Thaís, de 15 anos, e Milena, de sete.

O prêmio Mulher de Expressão não veio por acaso. Edvania é admira-da pela família, por colegas de trabalho, vizinhos e amigos. Seu objetivo de ajudar pessoas, definido quando ainda era uma criança, foi atingido. Com 12 anos de trabalho, ela não sabe dizer quantas ocorrências já aten-deu, nem quantos bandidos já colocou atrás das grades.

Foram muitos flagrantes, com prisões e apreensões de drogas e de ar-mas. Com modéstia, ela diz que tudo que já fez pelas pessoas, por meio da polícia, só foi possível graças ao trabalho de sua equipe. “Nós, mulheres policiais, chegamos às ocorrências com uma delicadeza, que o homem não tem. E pagamos um preço alto por isso: já vi colegas até apanharem, mas vencemos, porque também temos pulso firme”.

Polícia Militar

Luciana Garcia de LimaPsicologia

O prazer em lidar com as pessoas está estampado no rosto de Lu-ciana Garcia de Lima quando ela fala sobre o seu trabalho. Graduada em Psicologia, pela Universidade de Mogi das Cruzes, com especialização em Psicopedagogia, pela PUC-SP, e em Psicoterapia Cognitivo-Comportamen-tal, pelo ITC, Luciana coleciona projetos, criados por ela, em prol do desen-volvimento da psicologia.

Tratar do comportamento humano sempre foi seu objetivo profissio-nal, mas, antes de se formar na faculdade, trabalhou como vendedora em uma loja do Mogi Shopping e, depois, no departamento de Recursos Hu-manos do Grupo Padrão. Saiu do emprego para se casar com o publicitá-rio Duda Lima.

Há cerca de dez anos, começou a trabalhar em seu consultório, que fica dentro da Clínica Multidisciplinar Dr. Henrique Naufel, onde é psico-terapeuta até hoje.

Suas especializações e a paixão pelas crianças acabaram levando-a para outro segmento: a educação infantil. Mestra em Semiótica, Tecnologias da Informação e Educação pela UBC, se tornou psicóloga e psicopedagoga do Colégio Interativo, onde trabalhou quando ele tinha acabado de ser inaugu-rado e, agora, há um ano, retornou para o grupo de colaboradores.

Uma das maiores dificuldades que Luciana enfrentou na carreira foi que-

brar um antigo e persistente tabu: de que psicólogo só atende pessoas com problemas psiquiátricos graves. Mas a psicóloga tem lutado para tirar esta imagem que algumas pessoas ainda têm sobre o assunto.

Membro dos grupos de pesquisa da PUC e da UBC, ela acaba de con-cluir uma pesquisa sobre a influência da tevê na infância e está trabalhan-do no projeto de um livro.

A obra deve ser lançada no próximo ano, com outros autores, que tam-bém fazem parte do grupo de pesquisa.

No Interativo, Luciana implantou vários programas inéditos na cidade, como estimulação precoce, no berçário, aulas anti-estresse, na educação infantil e no ensino fundamental, além de sessões de relaxamento, massa-gem e outras medidas de psicologia preventiva.

Sua pesquisa de mestrado, concluída em 2006, comprovou que muitas crianças levam uma vida de “adulto”, com excesso de atividades e compro-missos, e são estimuladas a se comportar e se vestir como tal, o que pode torná-los adultos infantilizados e inseguros.

Mesmo trabalhando 14 horas por dia, a psicóloga ainda encontra tem-po para o marido e para os dois filhos, de dez e quatro anos. “Dar à crian-ça a possibilidade de se expressar contribui muito para o seu desenvolvi-mento e aprendizado”.

Especial Mulher | março de 2008��

Page 47: Revista Mulher de Expressão

Yolanda Kimura

Salão de Beleza

Enquanto suas amigas brincavam de ser mães de suas bonecas, Yo-landa Kimura brincava de ser cabeleireira delas. Ela já sabia: seria arquiteta ou estilista. Acabou não estudando nenhum dos dois cursos, mas deposi-tou todo o seu talento para criação na profissão de cabeleireira.

Filha de produtores rurais, Yolanda começou a trabalhar aos 15 anos, como auxiliar de cabeleireira, e estudava numa escola que oferecia um dos melhores cursos do setor. Naquela época, todos que estudavam na Akahoshi já saíam renomados, por conta do prestígio da instituição.

O curso durou quatro anos. Era um ano de básico, seis meses de aper-feiçoamento e outros cursos complementares divididos no tempo restan-te. Durante todo o período, trabalhou no salão sem tirar férias.

Depois de formada, aos 19 anos, voltou para Mogi para montar seu próprio salão. Começou o negócio no centro da cidade. O ambiente era bastante pequeno, tinha cerca de 3x5 metros quadrados.

Yolanda trabalhava como cabeleireira e a irmã, Elisabete, como mani-cure. Ficou lá por dois anos. Como a demanda foi aumentando, ela preci-sou de mais espaço. Mudou-se de endereço por duas vezes. O aumento do número de clientes e de sua credibilidade veio na mesma proporção que o crescimento de seu local de trabalho.

Há três anos, Yolanda deu um grande salto. O Yolanda K Hair & Beauty mudou de endereço mais uma vez e passou a ter 500 metros quadrados de área e a contar com todos os serviços de beleza. Hoje, a cabeleireira atende, em média, 900 pessoas por mês. Toda a sua experiência, adqui-rida com os 28 anos de carreira e com os cursos de especialização, que fez em Paris, Londres, Estados Unidos, Alemanha, Itália, Portugal e Gré-cia, hoje, é repassada para seus funcionários, que vêem nela uma verda-deira mestra.

Yolanda se casou e seus olhos brilham quando fala de Matheus, seu filho adotivo de um ano e dez meses. “Hoje me sinto realizada, mas te-nho como um de meus sonhos fazer de minha empresa um exemplo de qualidade”.

Nair Kamiyama

Seguros

O seu objetivo na adolescência era ser nutricionista. Para isso, fez o curso técnico de Nutrição na Etec Getúlio Vargas e depois o superior na Universidade de Mogi das Cruzes. Mas as conseqüências naturais da vida fizeram com que Nair Kamiyama descobrisse a sua aptidão para os negócios.

Atendendo a um pedido do irmão, que era proprietário de uma fran-quia da Nipomed em Mogi das Cruzes, depois de trabalhar como nutri-cionista por 13 anos, ela foi administrar a regional da empresa. Foi cati-vada pelas possibilidades do setor e, com uma filha de 3 anos, um filho de 1 ano e meio e uma outra filha recém-nascida, ela decidiu recome-çar profissionalmente.

Fez o curso da Funenseg, onde tirou a habilitação para abrir uma cor-retora de seguros, e muitos outros de especialização. E o setor, que, até então, nunca havia passado pela sua cabeça como opção para trabalhar, tornou-se sua motivação para crescer profissionalmente.

Um ano depois, em 2000, abriu a Segawa Corretora de Seguros. Em 2003, pensando em unir forças e experiências com o primo Akira Eduardo Mo-moi, que já trabalhava na área, fundou a Shibata Corretora de Seguros.

Dinâmica, Nair, desde que entrou para o ramo, não parou de buscar novidades e diferenciais para a sua empresa.

Hoje, são três unidades, com mais de 2,5 mil clientes e serviço espe-cializado em seguro fiança locatícia, com parcerias diretas com imobiliá-rias e proprietários de imóveis.

A jornada da empresária só tem hora para começar. Mesmo com o intenso trabalho que realiza na corretora, ainda tem fôlego para cuidar do marido, Felício Kamiyama, e dos três filhos, Mariana, de 6 anos, Lucas, com 5, e Giuliana, com 3, além de fazer aulas de natação e hidroginásti-ca de manhã e de pintura à noite. Sem contar a sua participação volun-tária nas entidades Lions Clube e Tradef.

“Ganhar o prêmio Mulher de Expressão no ano passado, me abriu mui-tas portas. E isso deve se repetir este ano”.

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Moda

Maria Geny Borges Ávila Horle Setor Público

EducaçãoDe personalidade forte, Maria Geny Borges Ávila Horle sempre quis ser professora. Antes mesmo de se formar, já dava aulas como professora substituta num grupo escolar em Santa Anastácia, sua cidade natal.

Quando terminou o curso de Magistério foi para Bauru, onde cursou Pedagogia pela Universidade do Sagrado Coração de Jesus. Fez especialização em Avaliação Educacional pela Universidade de Brasí-lia e mestrado em Filosofia da Educação e Educa-ção Escolar Brasileira na PUC- SP.

Veio para Mogi das Cruzes, em 1973, para trabalhar, depois que conquistou uma vaga num concurso pú-blico, quando tinha 26 anos. Atuou no antigo Giná-sio Municipal de Jundiapeba, onde hoje é a escola estadual Professora Maria Isabel Santos Mello.

Foi convidada para instalar uma escola na Vila da Prata e, em seguida, para ser supervisora de Ensino. Também ocupou o cargo de diretora da extinta Di-visão Regional de Ensino 5 Leste, de Mogi. Em 1984,

voltou às salas de aula, mas, desta vez, na universida-de, nos cursos de formação de professores da UBC.

Sua habilidade para ensinar, aliada ao seu pulso firme para coordenar e tomar importantes decisões, lhe rendeu um convite para atuar como secretária municipal de Educação.

Ela aceitou o desafio e, desde 2001, está ao lado do prefeito Junji Abe fazendo uma verdadeira re-volução no ensino da cidade.

As mudanças educacionais do município são evi-dentes. Não há quem não fique admirado com a evo-lução desde que Maria Geny assumiu o cargo.

São 40 anos ininterruptos de trabalho. Uma vida inteira dedicada à educação, dividida com o tam-bém professor Rodolfo, seu marido. Casados há mais de 30 anos, partilham os mesmos ideais e ba-talham por um ensino de qualidade. “Meu mari-do é uma pessoa fundamental na minha vida. So-mos cúmplices”.

Rachel Melges Cardinalli Breviglieri

Terceiro Setor

Desde criança, Rachel Melges Cardinalli Brevi-glieri já desejava poder fazer algo para ajudar as pessoas. E ela não poderia ter encontrado manei-ra melhor. Médica e voluntária, suas ações sempre beneficiaram alguém.

Sua história com Mogi das Cruzes começou em 1973. Campineira, veio para a cidade para estudar Medicina na Universidade de Mogi das Cruzes.

Se especializou em Hematologia, na Escola Paulis-ta de Medicina, e, por um período, trabalhou em São Paulo, mas voltou para Mogi para trabalhar na UMC, no hospital Santana, na Santa Casa, no centro de saú-de e, depois, no hospital Luzia de Pinho Melo.

Com dois sócios, Rachel fundou um laboratório e assumiu o banco de sangue da Santa Casa. Ao mes-mo tempo, criou, implantou e dirigiu o Serviço de Referência de Coagulopatias Hereditárias de Mogi.

Há 11 anos, criou o Instituto de Oncologia e, há

cinco, uma casa que é referência em toda a região no auxílio a pessoas com câncer, o Cecan (Centro de Convivência e Apoio aos Pacientes com Câncer), do qual é presidente. A entidade começou peque-na, mas ganhou força e, hoje, atende, gratuitamen-te, cerca de 200 famílias.

Os pacientes recebem vale-transporte, assessoria jurídica, cesta básica e curso de idiomas e podem par-ticipar de atividades como fisioterapia, acupuntura, coral, alfabetização, massagem, bordado e culinária. Ao todo, são 38 oficinas terapêuticas e um trabalho que mudou a vida de muitas pessoas.

Rachel conhece a história de cada paciente que passou pela instituição. Lidar com a realidade de uma pessoa com câncer não é fácil, mas a médica tem prazer em poder transformar isso num momento de esperança e superação. “Minha família é minha grande motivação para continuar este trabalho”.

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Ana Maria Magni Coelho

Ana Maria Magni Coelho passa a impressão de que seria bem-sucedida em qualquer profissão que escolhesse. É uma daquelas pessoas que acei-tam desafios e se entregam completamente ao trabalho.

Prova disso é a sua história profissional. Ela poderia ter sido bailarina, jo-gadora de vôlei ou jornalista, mas o seu empenho num trabalho como di-gitadora mudou totalmente o seu destino.

Paulistana, na infância e na adolescência estudou balé clássico e jogou vôlei. Batalhadora, teve de superar prematuramente duas dificuldades: per-der a mãe e não ter contato algum com o pai.

Aos 17 anos, conseguiu seu primeiro emprego como vendedora numa loja de shopping. Com o primeiro salário, ela realizou um desejo: fazer uma tatuagem. Com 18 anos escolheu o jornalismo para cursar na universidade. Nesta época, Ana se mantinha com o trabalho de monitora de acampamento.

A sua dedicação aos estudos foi reconhecida e ela recebeu um convite para trabalhar na produção do SBT. Antes, também foi assistente de Recur-sos Humanos numa empresa.

Em 2000, ela entrou para o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e

Pequenas Empresas) de São Paulo, como digitadora. Tantas funções fizeram dela uma pessoa flexível e multifuncional. Característica facilmente identi-ficada pela direção da entidade, que logo a convidou para atuar em outras funções, até chegar à gerência da unidade regional do Alto Tietê.

Graduou-se em Pedagogia e se especializou em Gestão do Conheci-mento e Capital Intelectual e em Gestão de Projetos.

Fazer parte da transformação da vida das pessoas motiva diariamente Ana, que, visivelmente, ama o que faz. Ela considera seu trabalho no Sebrae uma missão e, talvez por isso, obtenha resultados tão expressivos. A sua definição de sucesso é “a soma de competência e oportunidade” ,́ pois ela não deixa escapar nenhuma das oportunidades que a vida lhe proporciona.

Apesar das incontáveis horas que passa no trabalho, Ana ainda encontra tempo para cuidar de sua família, seu marido, que ela define como “compa-nheiro, cúmplice e fã”, e dois filhos, Marcello, de 11 anos, e Lucca, de 2, que ela cuida com inteira atenção. “Meu marido é meu anjo da guarda e meus filhos, meu grande orgulho. Sonho vê-los bem encaminhados e vivendo num mundo mais justo”.

Treinamento empresarial

Carla Andréa de Souza Faria

Turismo

Carla Andréa de Souza Faria sempre teve tino para os negócios. A suzanen-se abriu sua primeira empresa quando tinha apenas 18 anos. Seu bom gosto e o talento comercial fizeram de sua boutique um sucesso na cidade.

Seu talento é herança dos pais. A mãe tinha um escritório de contabilida-de, no qual Carla trabalhou ainda na adolescência, e seu pai foi o fundador de uma das primeiras agências de turismo da região: a Utiyama Turismo.

A experiência de sua família aprimorou suas aptidões naturais e a univer-sidade as complementou. Formada em Contabilidade e em Administração de Empresas pela Universidade de Mogi das Cruzes, Carla conquistou, ain-da muito jovem, uma sólida carreira comercial.

No entanto, uma fatalidade mudou o rumo de sua vida. O pai faleceu e a direção da agência de turismo ficou a cargo dela. Por oito anos, a empresá-ria conseguiu conciliar o comando da loja com o da agência, mas, em 2007, ela teve de optar. Escolheu manter a empresa criada pelo pai.

Além da ligação que tinha com o negócio da família, Carla também con-siderou as possibilidades de mercado. Segundo ela, hoje, no Brasil, a me-lhor escolha é trabalhar com o segmento de prestação de serviços. E ela se especializou nisso.

Seu irmão Guini e sua prima Rita são seus sócios desde o início, e os três tiveram de estar sempre atentos às novidades do ramo para conquistar o prestígio que a agência tem hoje.

O turismo deixou de ser só uma opção profissional para Carla. Hoje, é uma paixão, que ela não pretende abandonar. Seu gosto pela moda não acabou, mas, agora, ela desfruta apenas como consumidora.

As grandes faces e oportunidades que o turismo proporciona maravi-lhou a empresária, que aprendeu com o irmão e com a prima a enxergar o setor com fascinação. Sem ter percebido antes, o turismo preencheu seus desejos profissionais. Carla adora estar em contato com o mundo, com as pessoas e com as novidades.

O prêmio Mulher de Expressão é o remate de uma carreira que foi cons-truída aos poucos e que resultou em grandes admiradores e clientes fiéis, além da realização pessoal e profissional.

Mais de 20 anos se passaram e, hoje, aos 39 anos de idade, a adminis-tradora vê suas metas atingidas, mas quer crescer mais. “O meu trabalho é muito gratificante. Vou investir cada vez mais na empresa e, quem sabe, abrir novas unidades na região”.

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artigo

Quem é essa que paga todos os pre-ços pelas suas escolhas, tem a mente inquieta, luta contra o medo do des-

conhecido e da solidão, defende suas crias como uma leoa, paga as contas, cuida dos pais doentes e até esquece de si mesma? De repente, quando o furacão passa, sente uma calmaria e chora sozinha. “O que quer a mulher afinal?”, indagou Freud depois de estudar a alma feminina por mais de 50 anos. Acho que nem ele conseguiu nos decifrar, nem mesmo nós nos entendemos.

Que sexo frágil que nada. Cada vez mais me convenço de que viemos para consertar o mundo, afinal, nascemos com uma obriga-ção inexplicável de ser feliz a qualquer custo. É típico da mulher. E nos cobramos a todo o momento para que tudo ao nosso redor fun-cione direito. Nossa educação machista nos ensinou que devemos manter a casa em or-dem, os móveis sem poeira, a louça brilhando.

A mídia todos os dias nos despeja impo-sições: depois da gravidez, é preciso logo estar com o corpo em dia, como as estrelas da televisão. Ser magra e ter uma pele bo-nita é regra, fazer plástica a cada nova ru-guinha é primordial, além de nos empurrar goela abaixo fórmulas mágicas sobre como segurar seu homem pelo sexo. É de enlou-quecer. Coisas que fogem do afeto, distan-te de qualquer felicidade.

Poderosas empresárias, endeusadas mo-delos, saltitantes socialites, guerreiras donas de casa. O se passa na cabeça dessas mu-

lheres? Esta talvez seja a pergunta que mais povoe o imaginário masculino atualmente. A cada desencontro, a cada projeto interrom-pido, a cada escolha errada nos culpamos. Mas logo recomeçamos nossa busca pela liberdade, pelo nosso crescimento interior. De vez em quando, é preciso ter coragem e admitir: não somos a Mulher Maravilha, mas somos sim, mulheres maravilhosas.

Apesar de tudo, é preciso ter mais disposi-ção para brincar com os filhos, para encon-trar os amigos, ler o jornal para acompanhar o que ocorre no mundo e amar o parceiro com o mesmo fervor do início da relação. Proponho que, a partir de hoje, cada mu-lher se divida em três. Calma, não se trata de incluir mais um papel nesta tumultuada vida moderna que levamos, afinal, deseja-mos tanto ser donas do nosso próprio na-riz, não é mesmo?

Então, vamos lá. Repita todos os dias, como se fosse um mantra: a partir de hoje, vou me dividir apenas em três mulheres, cada uma a seu tempo: uma que se reali-za no trabalho, outra que cuida de sua fa-mília com muita alegria e a terceira, que vai reservar 30 minutos do seu dia para assis-tir ao pôr-do-sol bem quietinha, sozinha, em total momento de contemplação. E, as-sim, que todas nós – e também os homens

– entendamos, finalmente, que apesar de nossos esforços, somos vulneráveis e fortes, incapazes e gloriosas, assustadas e audacio-sas, somos mulheres.

Um mantra feminino

Por Marta Vicentin

Marta Vicentin é jornalista e editora do caderno Mulher do Mogi News

de vez em quando, é preciso ter coragem e admitir: não somos a

Mulher Maravilha, mas somos sim, mulheres

maravilhosas

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