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ISSN 1984-0004 Publicação bimestral do Sindicato Rural de Guarapuava Ano VI- Nº 31 - Mai/Jun 2012 Distribuição gratuita

revista produtor rural ed. 31

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revista produtor rural ed. 31

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ISSN 1984-0004Publicação bimestral doSindicato Rural de GuarapuavaAno VI- Nº 31 - Mai/Jun 2012Distribuição gratuita

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Prestação de Serviços Sindicato Rural disponibiliza cadastro online de currículos e vagas para empregos

Campanha de destinação de Imposto de RendaBoa vontade é tudo

Leilão 38ª Feira de Bezerros de Guarapuava alcançou preço médio recorde

Criação de peixes O potencial da piscicultura

Programa ABC Por uma agricultura mais sustentável

Política agropecuáriaSeminário levantou prioridades do setor

Instrução NormativaSistema nacional de certificação de unidades armazenadoras

MancheteO trigonão pode acabar

Forragicultura Desempenho de novilhos confinados alimentados com silagem de trigo como alternativa a silagem de milho

Feira agropecuária Agosto é mês de Expogua

Pesquisa Encontro divulgou novas tecnologias na produção de milho, soja e feijão

SuinoculturaImportância da sanidade dos suínos para seu desempenho e qualidade de carcaça

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Revista do Produtor Rural4

[expediente]

ISSN 1984-0004

Os artigos assinados não expressam, neces-sariamente, a opinião da REVISTA DO PRO-DUTOR RURAL ou da diretoria do Sindicato Rural de Guarapuava. É permitida a reprodu-ção de matérias, desde que citada a fonte.

Nesta edição, duas matérias concorreram à manchete, devido à importância dos temas: trigo e programa ABC. As duas, sem dúvida, mereciam destaque porque buscam orientar o produtor ru-ral, com informações relevantes sobre os assuntos.

Na matéria sobre o trigo, nossa intenção não foi falar apenas dos problemas deste cereal de inverno. Afinal, o produtor, há anos, sabe bem o que é plantar trigo e, muitas vezes, ter que vender abaixo do preço mínimo e até mesmo, não ter para quem vender no momento que precisa. Entrevis-tamos representantes de cooperativas, entidades, moageiras e produtores rurais para dizer, resumidamente, o que o produtor deve fazer para viabilizar a cultura de inverno.

Sobre o ABC, tentamos explicar melhor como funciona o programa e co-locamos no papel depoimentos de vários produtores que já conseguiram o financiamento e de outros que aguardam a liberação. Enfim, a ideia é fazer com que os produtores usufruam desse benefício da melhor forma possível.

Nessa edição, temos também matérias e artigos técnicos de renomadas empresas, na área de agricultura e pecuária. Inclusive, agradecemos essa grande parceria entre a publicação, empresas e revendas do setor.

Esperamos que os leitores apreciem as matérias e aproveitamos a opor-tunidade para convidá-los para a Exposição Feira Agropecuária e Industrial de Guarapuava (Expogua), que será realizada de 3 a 12 de agosto, no Parque de Exposições Lacerda Werneck, sob a organização da Sociedade Rural.

Boa leitura!

Neste mês de junho, a REVISTA DO PRODUTOR RURAL completou 5 anos. Em 2007, iniciamos um projeto de uma revista institucional para os associados do Sindica-to Rural de Guarapuava. A primeira edição, com 24 páginas, foi patrocinada por “ami-gos” da entidade.

De lá para cá, as coisas aconteceram muito rápido. Podemos afirmar que o pro-jeto deu certo. Hoje, com 116 páginas e 40 empresas anunciantes, temos muito orgu-lho de fazer parte dessa história e acredita-mos que todo o esforço valeu a pena.

Quero agradecer a todos que, desde o início, nos apoiaram. A diretoria do Sin-dicato Rural, que reconhece a importância do setor de comunicação da entidade, so-bretudo, Cláudio Marques de Azevedo, en-tão presidente do Sindicato, e Anton Gora, vice-presidente, que acreditaram na ideia e Rodolpho Luiz Werneck Botelho, atual pre-sidente, e os demais membros da diretoria, que também abraçaram o projeto, colabo-rando para o crescimento da revista.

O sucesso dessa publicação está di-retamente ligado ao ótimo entrosamento entre diretoria, equipe de colaboradores,

Trigo, ABC e Expogua

5 anos de Revista do Produtor Rural

DIRETORIA:Presidente:Rodolpho Luiz Werneck Botelho1º Vice presidente:Anton Gora1º Secretário:Roberto Hyczy Ribeiro2º Secretário:Gibran Thives Araújo1º Tesoureiro:João Arthur Barbosa Lima2º Tesoureiro:Herbert SchlafnerDelegado Representante:Anton GoraConselho Fiscal:Luiz Carlos Colferai, Lincoln Campello, Ernesto StockSuplentes:Luiz Carlos Sbardelotto, Nilcéia Veigantes, Denilson Baitala

Endereço:Rua Afonso Botelho, 58 - TrianonCEP 85070-165 - Guarapuava - PRFone/Fax: (42) 3623-1115Email: [email protected]: www.srgpuava.com.br

Extensão de Base CandóiRua XV de Novembro, 2687Fone: (42) 3638-1721

Extensão de Base CantagaloRua Olavo Bilac, 59 - Sala 2Fone: (42) 3636-1529

Editora:Luciana de Queiroga Bren(Registro Profissional - 4333)

Colaboração:Helena Krüger Barreto

Fotos:Assessoria de Comunicação SRG

Diagramação:Prêmio|Arkétipo Agência de Propaganda

Impressão:Gráfica Positiva

Tiragem: 3.400 exemplares

Rodolpho Luiz Werneck BotelhoPresidente do Sindicato Rural de Guarapuava

associados e parceiros. Juntos, estamos aprendendo a fazer revista e espero contar com vocês sempre!

Quero agradecer imensamente aos lei-tores, nossos associados e parceiros, pelo relacionamento profissional e também de amizade. Obrigada pelo carinho de todos, especialmente nestes últimos nove meses. Davi (meu terceiro filho) chegou junto com o término dessa edição, no dia 29 de junho. Graças a Deus, com muita saúde!

Um grande abraço,

Luciana de Queiroga BrenEditora da Revista do Produtor Rural do Paraná

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Revista do Produtor Rural 5

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Revista do Produtor Rural6

[Caixa de Entrada]

Para: Revista do Produtor RuralDe: Flávia Maria Nava Costacurta, Técnica em Comunicação Social SAOD/GAB/SFA-PR - Ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento

“Temos muito interesse em adquirir dois exemplares da “Revista do Produtor”, Ano VI, nº 29 – jan/fev/2012, editada por essa Assessoria de Comunicação. Assim solicito a sua especial atenção no sentido de verificar a possibilidade de enviá-las para a Assesso-ria de Comunicação da Superintendência Fe-deral do Ministério da Agricultura”

R. Você passará a receber a Revista do Pro-dutor Rural do Paraná. Quem tiver interesse em receber as edições da revista deve enviar um e-mail para comunicaçã[email protected]. A edição eletrônica pode ser visuali-zada no site www.srgpuava.com.br

Para: Revista do Produtor RuralDe: Luiz Renato Lazinski,meteorologista

“Estou recebendo a revista. Meus parabéns, muito boa a publicação de vocês. Continuarei enviando os comentários sobre o clima”.

Para: Sindicato Rural de GuarapuavaDe: Roque Canzi Bolzan (Pranchita/PR)

“Gostaria de parabenizar o Sindicato Rural de Guarapuava pela or-ganização. Sou produtor rural e me interessei na viagem que pos-sivelmente vocês estarão fazendo para Moçambique. Gostaria de saber mais, e se haveria um modo de me encaixar nessa viagem”.

R. Em breve teremos uma nova reunião sobre o assunto, com a agência de turismo que está organizando o roteiro e produtores rurais interessados.

Para: Revista do Produtor RuralDe: Luiza Fernandes, Seção de Aquisição do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA / Biblioteca Nacional de Agricultura – BINAGRI - Brasília DF

“Prezados Senhores, Acusamos recebimento da publicação Revista Produtor Rural, nº 30. Agradecemos e temos certeza de que as informações nela contidas, contribuirão para um melhor atendimento aos nossos usuários. Certo de podermos contar com novos envios, agradecemos mais uma vez e nos colocamos a sua disposição para qualquer esclarecimento”.

Para: Sindicato Rural de GuarapuavaDe: José Antonio Malucelli, supervisor de vendas da Agronelli

“Solicito o contato de eng. Agrônomo Pedro Francio Filho, citado na reportagem desenvolvimento flores-tal , revista do produtor jan/fev/ 2012”

R. O e-mail do Pedro é [email protected]

Venha comemorar conosco o Dia do Agricultor!Dia 27 de julho (sexta-feira) das 14 às 20 h

Locais: - Sindicato Rural de Guarapuava - Extensão de Base Candói - Em Cantagalo será realizado nos dias 28 e 29 no CTG Jacob Fritz, junto com a XI Festa Municipal do Agricultor

Informações: 3623-1115 - www.srgpuava.com.brInformações: 3623-1115 - www.srgpuava.com.br

Coquetel

e brindes!

Não perca!

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Revista do Produtor Rural 7

[Artigo]

Anton GoraProdutor rural, presidente do Núcleo Regional dos Sindicatos Rurais do Centro do Paraná, vice-presidente do Sindicato Rural de Guarapuava e diretor suplente da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP)

Seminário de Política Agrícola

No dia 22 de maio realizamos o Seminário de Política Agrícola, no anfiteatro do Sindicato Rural de

Guarapuava. O objetivo era reunir subsídios

junto aos associados, discutir os entra-ves de ordem política e encaminhar as reivindicações aos vereadores prefei-tos, deputados estaduais, federais, go-vernadores presidenta, Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP) e candidatos para as próximas eleições. Com a finalidade de informar os nossos representantes sobre as nossas neces-sidades, buscar o compromisso e votar em candidatos que se identificam com as nossas causas.

O resultado do seminário foi mui-to bom, o debate foi intenso, surgiram muitas sugestões, foram levantados muitos problemas, de solução até fácil, mas muitas vezes desconhecidas pelos nossos políticos; e eles só podem nos ajudar e apoiar se conhecerem os nos-sos problemas.

Essas sugestões e reivindicações estão sendo compilados em um docu-mento e serão encaminhados às res-pectivas pessoas, inclusive aos nossos associados, para que possam continuar a subsidiar o Sindicato sobre suas ne-cessidades.

A parte negativa do evento foi à baixa participação dos produtores rurais, apesar de toda divulgação realizada. Foram envia-dos convites pessoais, e-mails, mensagens de celular, divulgação na imprensa etc.

Tenho certeza de que todos os

produtores ficaram sabendo do even-to. Não era época de colheita, nem de plantio e nem de férias. Assim, o pro-dutor tinha todo o tempo do mundo para participar desse evento. Na minha opinião, a única explicação para a baixa participação é de que o produtor pensa que todos os nossos problemas estão resolvidos; os preços dos grãos estão razoáveis, o clima foi bom, a produti-vidade razoável e a rentabilidade sa-tisfatória. Mas não podemos esquecer que o preço dos grãos é formado pelo mercado internacional, o clima foi razo-ável para nós da região de Guarapuava e que já tivemos anos de preços muito baixos, de clima menos favorável e de rentabilidade negativa, com grandes endividamentos. Naquele tempo, reu-nir o produtor rural era fácil. Reuníamos mais de mil produtores para discutir o endividamento, reunimos mais de cin-co mil produtores para protestar na ci-dade e fechamos rodovias.

Por que nessas ocasiões de dificul-dades o produtor participa, e não parti-cipa para evitar novos problemas e di-ficuldades? Seria muito mais fácil nós nos mobilizarmos para evitar problemas e não somente nos reunirmos para re-solver problemas quando já tivemos o prejuízo.

Tudo é resolvido politicamente. Sem pressão política, sem divulgação do nosso trabalho e dificuldades nada acontece.

Sempre falamos que somos efi-cientes dentro da porteira. Temos as

melhores produtividades do mundo, temos calor e água de graça, temos tec-nologia, sabemos usar o capricho. Mas quando saímos da porteira, começamos a perder valor dos nossos produtos: pe-dágio, impostos, estradas ruins, insegu-rança jurídica e por aí afora. Esses pro-blemas só serão passíveis de solução via pressão política.

Tempos de frustração de safra de preço novamente vão surgir e vamos ter que nos juntar para resolver esses pro-blemas. Por que não nos reunimos an-tes, para evitar esses problemas?

A mídia e a população urbana não nos valorizam porque os alimentos são muito baratos, conseqüência da eficiên-cia do produtor rural. Mas precisamos mostrar a todos que se há comida no prato do brasileiro, barata e de qualida-de, isso é mérito do produtor rural.

Se existem ainda hoje 50% de flo-restas no Brasil e, consequentemente, ar puro, se o Brasil é o celeiro e o pulmão do mundo, esse mérito é do produtor rural.

Além disso, o produtor contribui de muitas outras formas para o bem estar da população urbana: doamos pelo me-nos 20% das nossas propriedades (Re-serva Legal e Área de Preservação Per-manente) para a preservação do meio ambiente. E com o que a população ur-bana e o governo contribuem?

Se fossemos unidos politicamente, poderíamos fazer com que os outros também contribuíssem. Vamos nos valo-rizar, vamos nos unir e assim garantir o nosso futuro!

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Revista do Produtor Rural8

Projeto Identidade Sindical

5% de desconto 10% nas prestações de serviços 2% no valor final da

negociação5 a 10% em seguro geral

5% sobre valor finalda negociação

5% no valor final da negociação

3% em toda linha de produtos e serviços

20% de desconto nos cursos oferecidos pela escola para associados

e família.

20% à vista e 10% a prazo

Fluxo de caixa gratuito, atualizado mensalmente,

tanto trabalhos fiscais quanto trabalhos decisoriais

15 % em acessórios e serviços

10% à vista ou 3% à prazo

Desconto: 5 % na Compra de Pneus e 15 % em Serviços.

3% em toda linha de ferramentas e equipamentos

de proteção individual

2% em diesel, álcool e gasolina sobre o preço da bomba no ato da

compra, à vista no cartão ou dinheiro

PostoGuarapuavão

30% em cursos oferecidos pelo

escritório

E O I

BetoAgroAGRONEGÓCIOS

GUARAPUAVA

Insumos Agrícolas

3% na linha de produtos Forquímica

1% em produtos IHARA BRÁS S/A 3% em toda linha

3% em toda linha de insumos agrícolas

3% em toda linha de insumos agrícolas

5% de desconto

Materiais, Assessorias e Serviços

Tecnologia, Saúde e Outros

20% em toda linha farmacêutica/loja

em geral

5% em serviços ou equipamentos

8% em cada material

PRODUTORA DE VÍDEO

10% compras à vista no dinheiro, ou 5%

no cartão; exceto inha de ração

Benefícios para produtores rurais

associados

10% à vista e5% nos cartões de

débito

5% em compras na loja

50% na assinatura nova, em um ano de

acesso

Descontos em exames7% sobre o valor total das

compras/serviços

5% em peças e serviços e 3% na compra de veículos

à vista sem troca

15% na realização de exames radiográficos

crânio facial e documentação

ortodôntica

Descontos emconsultas e exames

oftalmológicos

10% em todos osserviços prestados

 

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Revista do Produtor Rural 9

Produtor rural, apresente a carteirinha* doSindicato Rural e obtenha descontos nos locais abaixo:

5% sobre valor finalda negociação

5% sobre valor finalda negociação

15% de desconto em todos os serviços

prestados pela empresa

CANDÓI

CANTAGALO

Agroveterinárias e Insumos Agrícolas

Agroveterinárias e Insumos Agrícolas

Materiais, Assessorias e Serviços Saúde

Saúde

Serviços

3% em produtos veterinários, ferramentas agrícolas e

lubrificantes parapagamento à vista

5% loja em geral 10% em medicamentos veterinários em geral

5% na compra de produtos

5% em ferragens e ferramentas á vista.

10% em toda linha farmacêutica á vista

20% em exames clínicos laboratoriais, ao preço da tabela particular vigente

3% em produtos veterinários, ferramentas agrícolas e lubrificantes

para pagamento à vista

5% em terraplenagem e escavação,6% em manilhas/palanques/bebedouros e3% em materiais p/ construção em geral

5% toda linha de medicamentosDesconto em exames laboratoriais

conforme tabela de convênio15% á vista ou 10% no crediário; para Linha solar, armação e lente de contato

Desconto em consultas

5% nos produtos da loja

Produtos Veterinários / Agroveterinárias Máquinas e Implementos Agrícolas

5% em toda loja, exceto linha eqüina Proequi 5% nas compras

realizadas na loja

5% à vista e 3% a prazo ou cartão; exceto vacina aftosa e produtos de

promoção na época da compra

Bonificaçõesem produtos

2% produtos nutrição gado de leite - Supra 3% sobre vendas de

máquinas pequenas, peças e serviços

3% nos implementos agrícolas, rolos destorroadores

e renovador de pastagens

* Se ainda não possui a carteirinha de

sócio, compareça ao Sindicato Rural de

Guarapuava ou nas Extensões de Base:

Candói - Foz do Jordão e Cantagalo.

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Revista do Produtor Rural10

O trigo não pode acabar

[Manchete]

O trigo não pode acabar

O cenário é lindo no campo... trigais dourados... sem dúvida, uma da culturas mais belas! Mas quando

o assunto é viabilidade econômica, o tri-go não anima.

A região de Guarapuava tem solos compatíveis com a cultura e condição de plantio que nos dá um produto com qualidade, entretanto não há garantia do ponto de vista econômico.

Para ser feliz com o trigo, o produtor precisava ter a garantia de rentabilidade no final da colheita.

Sabe-se que as culturas de inverno são essenciais para o sistema de produ-ção, para cobertura de solo no inverno, para diluição de custos, para redução do custo de adubação... “Se abrirmos mão das culturas de inverno, todos os custos de mão de obra, cobertura de solo e má-quinas vão recair sobre as culturas de soja e milho, podendo até inviabilizar es-sas culturas de verão em anos de preços ruins”, observa o vice-presidente do Sin-dicato Rural de Guarapuava, Anton Gora.

Parar de plantar nem pensar. Sem dúvida, esse não é o caminho. “Temos que batalhar pela questão política, bus-car pesquisas de variedades e mercado. Vale lembrar que o produtor tem que se adaptar ao mercado”, destaca Gora.

É grande o número de cooperativas investindo em moinhos em todo o Para-

Gora ainda destaca que o trigo é um produto de segurança alimentar para o Brasil e não se pode depender somente do mercado externo.

Essa falta de pré-contrato, para Gora, é uma questão cultural. “Não co-nheço nenhum produtor rural que traba-lhe com pré-contrato em Guarapuava”.

Segundo Adalberto Xavier, proprietá-rio da BetoAgro Corretora de Cereais, atu-almente é possível fechar pré-contratos a R$ 500,00 a tonelada. “Acredito que esse seria um bom preço para praticar o contra-to, porque pelo menos cobriria os custos de produção. Com a redução da área plan-tada e a alta do dólar, a expectativa para o trigo é muito boa, podendo chegar a R$ 650,00 a tonelada”, analisa.

Luciana de Queiroga Bren

ná. O objetivo é garantir mercado para o cooperado. Para Gora, isso é positivo. “Abre mais perspectivas... as cooperati-vas vão regular o mercado, porque vão ser concorrentes das indústrias autôno-mas e vão ter mais força política”.

Quando o assunto é cultura de in-verno, temos os produtores rurais que fazem parte de cooperativas que pos-suem moinhos de trigo e, portanto, têm a garantia da comercialização, e aqueles que não são cooperados e plantam sem fazer um pré-contrato com moinhos, sem participar de programas de fomen-tos, na esperança da rentabilidade.

“Isso não pode mais acontecer. É preciso conversar antes com o moinho – existem vários no Paraná – plantar a variedade que o moinho quer, a quanti-dade que ele quer, combinar preço an-tes de plantar. Não dá para ficar depen-dendo do governo”, orienta Gora.

Para ele, o problema do trigo abran-ge política agrícola, “que existe, mas é anual, inconsistente e não de longo prazo. O governo promete pagar o pre-ço mínimo, mas não cumpre; o produtor não planta com pré-contrato e existe o problema da segregação do trigo, ou seja, cada tipo de trigo é destinado a um tipo de farinha e quando se mistura tudo, não há um padrão de farinha para atender o consumidor”.

Fern

ando

San

tos

/ FAE

P

Os produtores olham o cereal com desconfiança porque nas últimas safras não puderam vendê-lo quando necessitaram ou tiveram que aceitar preços muito baixos. No entanto, é importante destacar a importância do plantio de trigo na rotação de culturas para aproveitamento de insumos e fertilização do solo.

Anton Gora

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Para o presidente da Comissão de Cereais, Fibras e Oleaginosas de Federa-ção da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP), Ivo Arnt Filho, também presidente do Sindicato Rural de Tibagi, o departa-mento agronômico das empresas preci-sam estar afinados com o comercial. “O produtor deve escolher cultivares que tenham valor comercial porque cada va-riedade de trigo tem uma característica. Nossa região dificilmente vai produzir um trigo melhorador, por questões climá-ticas, ao contrário do norte do Paraná. Te-mos que buscar variedades comerciais. Existe uma situação antagônica: trigo de alta produtividade, muitas vezes não dá qualidade para panificação/industrial”.

Ele destaca que o produtor tem que

O trigo, segundo Ivo Arnt Filho

Fern

ando

San

tos/

FAEP

1 - Escolher a cultivar para ser plantada, observando sua classificação e a fina-lidade da farinha a ser produzida. A escolha somente por características agronômicas e de alta produtividade pode apresentar baixa liquidez.

2 - Plantar trigo com tecnologia, ele não é opção somente para cobertura de solo.

3 - Muitas vezes trigos de ótima qualida-de industrial, contrapõem-se a trigos de alta produtividade.

4 - Plantar trigo na época certa, como recomenda a pesquisa pelo zonea-mento agrícola.

5 - A adubação de cobertura com N (nitro-

As 10 dicas do Ivo para produzir trigo rentável

Revista do Produtor Rural 11

Para o superintendente da Coo-perativa Agrária e conselheiro da Abi-trigo, Adam Stemmer, o trigo é uma al-ternativa de inverno para regiões altas e frias, como Guarapuava, onde não dá para plantar milho safrinha. “A questão do avanço na genética já permite tri-gos muito bons e no futuro vamos ter o cereal cada vez mais adaptado à nossa região. Com um bom manejo, teremos trigo de melhor qualidade”.

Para ele, o produtor rural deve se conscientizar sobre a segregação ou plantar somente uma variedade. “Não há possibilidade de misturar e fazer

O trigo, segundo Adam Stemmer

se adaptar às demandas do moinho. “Não estamos organizados para produ-zir a necessidade dos moinhos, por isso o governo tem que intervir”.

Como produtor rural, Arnt é fomen-tado da Cooperativa Agrária, de Guara-puava. “Tenho um contrato com eles há dois anos, então planto uma varieda-de que produz um trigo de qualidade, adaptado à região de Tibagi. Sou remu-nerado de acordo com a qualidade e te-nho garantia de liquidez”.

Quanto ao cenário atual, Arnt des-taca que esse ano será favorável para o trigo devido à redução de área na Argen-tina, às condições climáticas favoráveis no Brasil, atraso do plantio no Rio Grande do Sul e perda de grande quantidade de

uma boa venda. É preciso ter um trigo uniforme, para que ele tenha um valor para o moinho”.

A dificuldade do trigo, de acordo com Stemmer, diz respeito à falta de liquidez no mercado e também a alguns fatores pouco abordados que atrapalham a co-mercialização: “a questão das diferenças tributárias dentro dos Estados – quando nós exportamos para o moinho de São Paulo, pagamos 12%; a falta de unicidade fiscal no Brasil. Nós estamos lutando con-tra nós mesmos e beneficiando a importa-ção. Entra trigo importado com benefício fiscal que chega até 11% e isso reduz o

trigo na Europa, por causa da geada tardia. “O estoque mun-dial de trigo vai reduzir, o que favorece a valo-rização do preço e maior liquidez”, analisa.

Arnt comenta ainda que embora o Paraná tenha o maior parque moageiro do Brasil, muitos moinhos estão ociosos. Quanto à iniciativa das cooperativas em investir em moinhos, ele acredita que é preciso saber com que tipo de farinha e trigo trabalhar. “Se as cooperativas tra-balharem com uma gama muito grande de variedades, não vão conseguir uma padronização da farinha”.

gênio) é de fundamental importância para a qualidade do trigo (aumenta o W - força de glúten), deve ser aplicada no momento exato da definição da es-piga, a quantidade deve ser proporcio-nal à reposição da produção esperada.

6 - Monitore as doenças do trigo e não as deixe instalarem-se na cultura.

7 - A colheita deve ser realizada logo após a maturação fisiológica, colher com 26º a 23º de umidade, se deixar secar corre o risco de chover e iniciar o processo de germinação.

8 - Evitar que o trigo úmido pernoite em caminhões, graneleiros, moegas, pois

com a umidade do grão e a falta de ventilação, o trigo esquenta e pode iniciar o processo de germinação.

9 - A secagem deve ser lenta, sem fogo indireto, com temperaturas amenas, pois com calor alto do secador pode-rá degradar as proteínas que formam o glúten, lembre-se do ovo cozido.

10 Após seco, realize a segregação do grão por variedade, aptidão semelhante para determinado fim industrial e separe o trigo que recebeu chuva, estando “seco” na lavoura. Ao misturar um pouco de trigo ruim no bom, tentando mesclar, você estraga todo o trigo bom.

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trigo brasileiro. No Nordeste, por exemplo, é quase impossí-vel os moinhos pegarem trigo do Sul, ou seja, é Brasil contra Brasil. Outro fator agra-vante é a falta de recursos para os moi-nhos estocarem esse trigo. Eles têm AGF limitado a 180 dias para estocar. Acredito que se o governo fizesse essas mudanças, ou seja, unificasse o ICMS para todos os Estados; achasse uma saída para não dar subsídio à importação e se existissem li-

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Revista do Produtor Rural12

Uma boa alternativa para produto-res rurais é o fomento de trigo para não cooperados, conforme explica Marcos Antonio Novatzki, assistente técnico fo-mento de trigo e cevada da Cooperativa Agrária. “Temos parceria com a Agrícola Colferai (Candói e Cantagalo), a Deragro (Guarapuava) e a Produtécnica (Pitanga). Indicamos os materiais, fornecemos as sementes com prazo safra; eles segre-gam e entregam o produto padrão para a Agrária”, explica.

Segundo Novatzki, o trigo está pas-sando por mudanças com as normas de nova classificação. “O produtor tem que entregar o produto de acordo com a nova legislação e atender também a lei de micotoxinas. O produtor precisa investir na cultura, fazer adubação de base e de cobertura etc. Se não fizer tudo certo, vai cair de classe. A coope-rativa garante a compra do produto e o

Muitas cooperativas do Paraná estão investindo em moinhos. Uma delas é a Co-amo. Segundo o gerente da Unidade Gua-rapuava, Zanoni Camargo Buzzi, industria-lizar a própria produção está sendo uma das saídas encontradas pelas cooperativas para o trigo. “A comercialização desse cere-al é complicada. Não temos milho safrinha na região de Guarapuava, então o produtor tem que optar pelo trigo ou cevada (ou os dois). Há mais de 20 anos, a comercializa-ção do trigo enfrenta problemas. Não há compradores quando os produtores preci-sam comercializar”, observa.

Para ele, as cooperativas devem se estruturar para beneficiar a produção de seus cooperados. “A Coamo está inves-tindo em um grande moinho. O projeto já está aprovado”, conta.

Seguindo a mesma linha, a Batavo

Fomento para não cooperados

Cooperativas investem em moinhos

pagamento dentro do ano. O preço da semente é o de mercado. A grande van-tagem desse fomento é a pesquisa da Fundação Agrária de Pesquisa Agrope-cuária (FAPA) que indica materiais para a nossa região, ou seja, o produtor vai plantar um material já adaptado e den-tro das características desejadas pelo moinho”, explica.

Quanto aos níveis de micotoxinas, está estabelecido em 1500 ppb de DON (Desoxinivalenol), feito no momento da entrega da produção de trigo. “Este novo item refere-se a nova norma da Anvisa sobre níveis de micotoxinas nos alimentos”.

Para ele, nessa história do trigo o moinho não é o vilão. “O produtor tem que se adaptar ao que a indústria quer. O Brasil tem que ser autosuficiente e o produtor não deve pensar que vai plantar para o governo comprar. Trigo

é uma cultura para profissio-nal, não é para amador. Quan-do o produtor planta um trigo e colhe outro é um problema, assim como a falta de segregação”.

De acordo com Novatzki, o produtor deve ter aptidão e investir na cultura para obter e conseguir atingir os novos critérios de classificação e seguir as re-comendações da pesquisa, que no caso da Agrária é da FAPA.

A Cooperativa Agrária possui 23.500 hectares de trigo. A safra atual será menor em relação aos anos ante-riores em função dos preços. “Por mais que a Agrária tenha o moinho, o preço não ficou tão atrativo com relação à ce-vada”, explica.

Cooperativa Agroindustrial está in-vestindo em um projeto de Unida-de de Industrialização de Trigo em Ponta Grossa, conforme explica o gerente de Novos Negócios, Mário Dykstra. “Trata-se de um novo moi-nho de trigo, com área de quatro hectares. O projeto está em fase final de planejamento, com investimentos pre-vistos de R$ 40 milhões e capacidade de moagem de 120.000,00 toneladas/ano na primeira fase, com previsão para dobrar a produção na segunda fase”.

Segundo ele, o projeto deverá con-sumir aproximadamente 20% de trigo importado, e ainda estimulará o aumen-to do plantio nas áreas dos cooperados, pois trará maior liquidez na venda de sua produção.

O termino da obras está previsto

para dezembro de 2013. “Num primeiro momento, atuaremos no atacado, forne-cendo farinhas industriais para o setor industrial de pães, biscoito e massas, devendo gerar 80 postos de trabalhos na primeira fase, com receita estimada de R$ 75 milhões/ano”, revela.

O moinho será construído entre as unidades de Ponta Grossa, às margens da PR 376, o que facilitará sinergia com setor de armazenagem, e acesso ao porto de Pa-ranaguá, sem contar a disponibilidade de mão de obra qualificada na região.

nhas de estocagem com custos atraentes, o problema estaria resolvido”.

Stemmer defende, junto à Abitrigo, que todos os moinhos façam contra-to com os produtores. “Isso tiraria uma pressão do mercado”.

Ele destaca ainda o problema da ca-botagem. “Não podemos utilizar embar-

cações com bandeira estrangeira para o transporte do trigo nacional e seus deri-vados ao longo da costa brasileira”.

O Paraná é o maior parque moagei-ro do Brasil e o setor produtivo, pela falta de liquidez para a venda do trigo, está procurando a industrialização. “So-mente no Oeste do Paraná existem uns

79 moinhos”. Para Stemmer, o pré-contrato é uma

ótima opção para o produtor rural, mas é preciso que os moinhos estejam pro-pensos a isso. “Isso tudo está sendo dis-cutido na Abitrigo, mas as organizações trabalham a curto prazo e a questão tri-butária é um grande problema”.

Marcos Antonio Novatzki

Zanoni Camargo Buzzi Mário Dykstra

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Revista do Produtor Rural 13

Muitos produtores rurais de Guara-puava, principalmente cooperados da Agrária, devem investir mais na cevada este ano. É o caso de Wilfried G. Spieler, que vai plantar 330 hectares de trigo e plantou 420 hectares de cevada, em pro-priedades que ficam nos municípios de Pinhão e Reserva do Iguaçu.

A redução de 15% da área de trigo e o consequente aumento da cevada deve-se, segundo ele, à produtividade da cevada e às incertezas quanto ao tri-go. “Além disso, a colheita da cevada é antes, então consigo plantar a soja em

Inverno com mais cevadauma época boa, aumentando a produti-vidade”, conta.

Na última safra, ele colheu 3.300 kg/ha de trigo e 4.600 kg/ha de cevada. “Planto trigo para rotação de culturas e para diluir custos. Gosto das culturas de inverno. Planto para manter o custo ope-racional do sistema de produção. Não dá para ficar sem o inverno. O sistema todo ganha - incremento de matéria orgânica, limpeza, diversificação”.

Spieler planta trigo há 25 anos e como cooperado da Agrária tem certeza da comercialização. “Só me preocupo

com os custos e em definir se planto mais tri-go ou cevada... Tem anos que o trigo salva a pá-tria, tem anos que a cevada... É importante manter o conjunto”.

Na opinião dele, a situação para não cooperados é realmente complicada. “Os pré-contratos existem, mas o preço míni-mo é muito baixo, não estimula o produ-tor a plantar trigo”.

Para orientar o produtor rural sobre a possibilidade de parcerias com moinhos, entrevistamos o supervisor agrícola da S. A. Moageira e Agríco-la, Lucas R. Zanlorense, com sede em Irati/PR. Confira:

O trigo, segundo o moinho

RPR: Vocês fazem pré-contrato com produtores rurais? Como funciona? Como o produtor rural interessado deve proceder?

Zanlorense: Nós da Moageira Irati, trabalhamos apenas com parcerias com as revendas de defensivos agrícolas. Damos garantia ao produtor para a compra dos defensivos agrícolas, passamos um preço mínimo para que o agricultor use como base para cálculo de custo de produção, de forma que a parceira, vendedora de insumos, entrega os produtos e tem a ga-rantia de recebimento dos valores do de-fensivo. O produtor interessado pode pro-curar as revendas parceiras ou a própria Moageira Irati para maiores informações. Não trabalhamos com a política de con-tratos antecipados para não prejudicar

nenhuma das partes interessadas, pois os preços podem variar e pode trazer preju-ízo para uma ou outra parte. Outro fator a se destacar é que a Moageira Irati possui armazéns parceiros no recebimento de trigo, e para os produtores que entregam nestes locais a compra e o pagamento são garantidos, à preços de mercado.

RPR: De que forma o produtor rural

pode contribuir com o moinho, visando liquidez, qualidade e rentabilidade?

Zanlorense: Na região de Atuação da Moageira Irati, são realizadas palestras com os agricultores onde indica-se as cul-tivares de melhor aceitação no mercado. Desta forma, há uma integração entre pro-dutores e moinho, e assim um tem a liqui-dez garantida e o outro possui a qualida-

Wilfried G. Spieler

Lucas R. Zanlorense

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Revista do Produtor Rural14

A Federação da Agricultura do Esta-do do Paraná (FAEP) vem discutindo há muitos anos com o governo federal ações para a cultura do trigo. Segundo o econo-mista Pedro Loyola, a FAEP sempre solici-tou ao governo que o apoio à comerciali-zação de trigo da Política de Garantias de Preços Mínimos (PGPM) deve ser progra-mado com antecedência de até 60 dias antes do início de plantio, para reduzir o problema de falta de liquidez que con-tribui com quedas maiores de preços. O trigo é produzido basicamente no Sul do país e o produtor precisa comercializar a safra no decorrer de no máximo seis meses para pagar os financiamentos e escoar a produção dos armazéns para a entrada da safra de verão. No entanto, o consumo é durante os doze meses. Isso tudo aliado às ineficiências de logística do escoamento da produção, que enca-recem o custo de produção, e pela situa-ção gerada com o Mercosul, faz com que de cada cinco anos, o governo precise apoiar a comercialização em quatro anos, mas sempre atuou com atrasos na execu-ção. “Esse ano, o MAPA já soltou um cro-nograma de apoio para 2,8 milhões de toneladas com um orçamento de R$ 430 milhões, isso de tanto batermos nessa te-cla. Conseguimos também aperfeiçoar o seguro agrícola com o apoio do governo federal e estadual e redução de juros no crédito rural oficial, que ajudam na capa-cidade do produtor de investir na cultura, protegem dos prejuízos contra eventos climáticos e reduzem os custos de pro-dução. Ainda não é o ideal, mas avançou

Luta antigamuito. A soma dessas ações ajudaram mi-lhares de produtores rurais a se manter na atividade”.

O maior desafio dos produtores é o de focar principalmente na qualida-de voltada para o trigo que a indústria ou cooperativa necessita em sua região e buscar canais de comercialização an-tes da decisão de plantar. Plantar com a venda casada. Segundo Loyola, diante desta situação é necessário investir ain-da mais na questão qualitativa, claro que, fazendo o contraponto com questões de produtividade e exigências agronômicas da cultura. “Uma solução possível é plan-tar regionalmente grupos de variedades com características semelhantes e que a mistura entre elas não vai interferir na qualidade industrial final do produ-to (classe melhorador, pão, doméstico e básico). Os produtores em conjunto com o assistente técnico e a política da coo-perativa e/ou outra empresa podem de-senvolver uma estratégia de cultivar, em determinada região, somente uma classe ou no máximo duas, superando com isso o problema de segregação na entrega da produção nas cooperativas e cerealistas. Há bons exemplos de trabalhos já desen-volvidos pelo setor produtivo em parce-ria com a indústria para fornecimento de trigo já previamente definido para as di-ferentes finalidades (produção de pães, massas, biscoitos, bolachas).”

Em seu Boletim Informativo e por-tal na internet, a FAEP tem divulgado informações com o objetivo de man-ter o produtor rural atualizado sobre o

mercado de commoditties e das mudan-ças nos parâmetros de qualidade do trigo quando da sua comercialização e da classificação oficial que entrou em vigor em 1º de julho. A preocupação dos produtores com os critérios mais exigentes da nova classificação é da ocorrência de anos com chuvas na pré--colheita, que afeta seriamente o falling number – número de queda, e nesse caso não será possível nem o próprio governo apoiar a comercialização via instrumentos da política agrícola (AGF, PEP e contratos de opção de venda).Os seminários “O Futuro do Trigo”, reali-zados nos últimos dois anos, inclusive em Guarapuava, ajudaram a disseminar e discutir os impactos da nova classi-ficação do trigo e levaram informações atualizadas da conjuntura e perspecti-vas de preços para auxiliar o produtor na tomada de decisão.

Pedro Loyola - FAEP

de necessária para a sua moagem. Outra forma para que se atinjam os patamares necessários de qualidade é o agricultor procurar o moinho ou corretores, para adequação da sua lavoura de acordo com as necessidades do mercado e ainda re-alizar os manejos necessários, como por exemplo, o parcelamento de Nitrogênio, que garante além de ótimos níveis produ-tivos, excelente qualidade e consequen-temente, rentabilidade ao produtor.

RPR: Na sua opinião, qual é o princi-pal problema/dificuldade do trigo hoje?

Zanlorense: Nos dias atuais um dos principais problemas enfrentados pelos agricultores são os altos custos com insumos, principalmente com ferti-lizantes, que compõe mais de 50% dos custos da lavoura, necessitando de alto teto produtivo para que seja alcançada a rentabilidade esperada. Outro ponto a

se destacar é a dificuldade de comercia-lização, devido a falta de qualidade do produto e principalmente pela falta de segregação, tema que vem sendo muito discutido no mercado tritícola, trazendo já bons resultados nesta safra. Mas o grande agravante é a falta de apoio go-vernamental à cadeia, onde produtores reclamam da falta de subsídio e as in-dústrias reclamam da alta carga tributá-ria incidente sobre os produtos.

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Revista do Produtor Rural 15

•Fundada em Dallas-Texas há mais de 90 anos, líder mundial empesquisasquímicasnamanutençãoagrícolaeindustrial

•Fábrica própria no Brasil há mais de 40 anos, situada emSorocaba-SP

•CertificaçãoISO9001/2008

•Maisde140produtosespeciaisparamanutenção:graxasespeciais,aditivos para radiadores e óleo diesel, óleos para redutores,spraysparacorrentesecorreias,desengraxantes,entreoutros.

FAZ. CAPÃO REDONDO – Rodolpho L. W. Botelho “Com o uso dos produtos da NCH, o rendimento de serviço aumen-tou 20%, ganhando tempo e terminando com quebras de máqui-nas. Reduzimos muito as trocas de filtros de diesel”.

DEPOIMENTO DE CLIENTES

FAZENDA PINHAL RALO – Roberto Cunha“Os produtos da NCH têm um diferencial em resultados práticos. No meu caso específico, o aditivo de diesel surpreendeu pela eco-nomia de 15% de consumo do óleo”

Outros clientes em Guarapuava e região: Agropecuária Santa Clara, Andreas Milla, Bandeira Batatas e Cereais, Grupo Leh´s e Grupo Agrass, entre outros.

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Revista do Produtor Rural16

[Imunização]

As doenças respiratórias apresen-tam grande importância, devido sua ocorrência gerar queda de

produção e gastos com tratamento e ocorrerem tanto em animais a pasto quanto em confinamento.

Acometem principalmente animais jovens, porém não há predisposição para raça, sexo e podem ocorrer em rebanhos leiteiros ou de corte, depen-dendo da natureza das condições a qual os bovinos foram submetidos.

Diversos são os fatores que influen-ciam no estabelecimento da doença como: estresse, excesso de umidade e calor nas instalações, superlotação, in-fecções virais e bacterianas e até mes-mo mudanças bruscas na temperatura, pois o stress climático causado nesta época do ano é grande responsável pela queda de imunidade dos animais. Os bovinos apresentam uma maior incidên-cia de problemas respiratórios nas três primeiras semanas de confinamento.

Dentre os principais agentes en-contrados nessas síndromes podemos citar agentes virais como o vírus da IBR, vírus da PI3, BVD, e BRSV, os quais produzem condições favoráveis para

Doenças respiratórias bovinasque bactérias se multipliquem, tanto as ambientais como as do próprio animal, como é o caso da Mannheimahaemolyti-ca e Pasteurellamultocida, causadoras da doença conhecida como pasteure-lose, e o Histophilussomniuma, bacté-ria muito importante, pois pode causar septicemia e sinais nervosos como so-nolência e apatia nos animais.

O vírus da IBR é responsável por uma doença chamada de rinotraqueíte infecciosa bovina, que provoca con-juntivite, rinite, broncopneumonias e em alguns locais ela é conhecida como “enfermidade do nariz vermelho”. Em plantéis de fêmeas para reprodução também podem ocorrer desordens como abortos, infecções na vulva e va-gina que podem durar várias semanas, secreções purulentas no prepúcio do touro e endometrites.

A parainfluenza é causada pelo ví-rus PI3 (vírus da parainfluenza III), ele geralmente infecta o gado de forma subclínica, porém é a “porta de entra-da” para outros patógenos, assim como o vírus da BVD, que causa a diarreia vi-ral bovina, ou “doença das mucosas”, outra doença que também pode apre-

sentar sinais reprodutivos como abor-tos e retornos de cio.

O BRSV (vírus sincicial bovino) tam-bém é causador de pneumonias, sobre-tudo em gado jovem submetido a con-finamento.

M. haemolytica, P. multocida e H. somni são habitantes normais da muco-sa nasofaríngea, e são conhecidas como “patógenos oportunistas”. No momento em que há uma queda no sistema imune dos animais estas bactérias se replicam e acabam causando severas pneumo-nias. Os animais irão apresentar dificul-dade respiratória, apatia, anorexia, se-creções oculares e febre alta.

A síndrome respiratória acarreta sérios transtornos financeiros, pois os animais infectados apresentam queda na conversão alimentar, redução no ga-nho de peso (GDP) diário e final, queda na produção de leite e um menor de-senvolvimento corporal. Estima-se que o gado que foi acometido pela síndro-me respiratória bovina chega a demorar até 3 meses a mais para chegar ao peso de abate sob as mesmas condições de manejo em relação ao gado sadio.

A vacinação é o melhor método para prevenir estas doenças, principal-mente vacinas que associem vírus e bactérias, garantindo uma ampla prote-ção ao animal.

Porém associado a isto é indicado um manejo calmo e tranquilo nos ani-mais que irão entrar em confinamento, ou mesmo que sejam manejados de ro-tina, já que as bactérias e vírus estão à espera de um momento de um simples stress, sejam estes ocasionados por gritos ou correrias durante a condução dos bovinos.

A Biogénesis-Bagó possui dentro de sua linha de produtos a vacina Bio-poligen HS, que irá prevenir seu reba-nho contra as doenças respiratórias e reprodutivas causadas tanto por vírus como por bactérias, sendo uma vacina inativada e segura para ser utilizada em todos os animais inclusive em vacas prenhes.

FOTO PARA ILUSTRAR

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[Descontos]

A tradicional Feira de Peças e Ser-viços John Deere foi realizada no dia 18 de maio, na Conces-

sionária Cotrima, em Guarapuava. Pro-dutores rurais de toda a região pres-tigiaram o evento e aproveitaram os descontos em peças e serviços.

A Feira é realizada anualmente, a partir do mês de maio, iniciando em Guarapuava e seguindo para outros municípios da região, como Prudentó-polis, Manoel Ribas, Quedas do Iguaçu e Laranjeiras do Sul.

Segundo a Responsável pela Con-cessão da Cotrima, Flora M. C. Schier, os

Este ano, a Feira de Peças e Serviços teve um gostinho ainda mais especial, devido à comemoração dos 40 anos de atividade da Cotrima na região. “É um ano de muito orgulho, é um ano para ser comemorado, é um ano de festa, um ano de bons negócios. São 40 anos de uma vida voltada para a agricultura, procurando privilegiar o agricultor, incentivá--lo para que ele permaneça nessa atividade e para que seus filhos e mais pessoas entrem na atividade agrícola, porque ela é extremamente impor-tante para nossa economia, para circulação de riquezas, para o mundo. O alimento é tudo na vida, é uma das necessidades básicas do ser humano. E nós todos temos orgulho de participar de uma atividade tão importan-te”, disse Flora.

Cotrima promoveu Feira de Peças e Serviços e comemora 40 anos em Guarapuava

Gelton Araújo, gerente de peçasEstefano Neznek Sobrinho, gerente de serviços

clientes esperam por esse dia e partici-pam porque os descontos são conside-ráveis. “Além disso, é um momento de confraternização. Alguns chegam cedo e passam a manhã ou a tarde toda para trocar informações, obter conhecimen-to tecnológico com nossos especialis-tas e reencontrar amigos”.

O gerente de peças Gelton Araújo destacou que a Feira está consolida-da na região. “Nosso objetivo é trazer o benefício do desconto em peças e serviços para os clientes, fidelizan-do-os e aplicando peças originais em seus equipamentos”, comentou,

salientando que os descontos, neste dia especial, chegam a 25%. Um dos destaques do dia foi o preço do kit filtro do trator 5303, que foi comer-cializado a R$ 411,00. O valor normal dele é R$ 548,00.

O gerente de serviços Estefano Neznek Sobrinho comentou que esse atendimento pós-safra ocorre anual-mente, para que o produtor fique com a máquina revisada, evitando paradas no período da colheita. “É sempre me-lhor fazer a manutenção preventiva do que a corretiva, porque o custo é mais baixo”, ressaltou o gerente.

40 anos da Cotrima

Flora M. C. Schier,Responsável pela Concessão

Parte da equipe da Cotrima

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Alguns clientes que prestigiaram o evento:

COTRIMA

www.cotrima.com.brCOTRIMA Sistemas Mecanizados Ltda.Av. Manoel Ribas, 2901 - Dos Estados – Fone: (42) 3630-0400

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[Sindicato Rural de Pitanga]

Helena Krüger Barreto

Crescimento com o leitePalavra doPresidente

Aliando dedicação e perseverança, o produtor rural Nelson Rodrigues, morador do município de Pitanga,

é exemplo de como é possível empreen-der com poucos recursos na bovinocul-tura leiteira.

Há dez anos, Rodrigues deixou o trabalho em uma fazenda que prestava serviços e decidiu sobreviver de seu pe-queno sítio, de apenas seis alqueires. Se-gundo ele, a maioria de sua família e ami-gos não acreditava que iria conseguir se estabilizar como produtor rural. No início, ele resolveu plantar soja e criar bicho da seda, além de ter algumas galinhas poe-deiras e poucas vacas de leite.

Ao longo dos anos, entendeu que a sua propriedade não viabilizava uma atividade como a soja, e decidiu se fo-car apenas no gado de leite. “Eu vi que a vaca leiteira garantia uma renda todo mês. Já na agricultura, eu tinha que pa-gar tudo a parte, colhedeira, trator, ca-minhão, além de ter renda só no final do ano. Naquele momento, enxerguei a vantagem do leite para mim, e decidi vender umas 12 ou 15 vacas “pé duro” e com um financiamento do governo com-prei cinco vacas muito boas, que eram de inseminação. Assim comecei a ser um produtor de leite”.

Atualmente, Rodrigues possui um rebanho de 30 cabeças, entre elas no-vilhas, bezerros e 18 vacas leiteiras que produzem em torno de 400 litros/dia. Ele conta que a evolução na atividade se deu porque acreditou na bovinocultura de leite, teve foco e decidiu se aperfei-çoar. “Eu comecei a frequentar cursos do Senar no Sindicato Rural de Pitanga que ensinavam o manejo correto, a pas-tagem mais adequada, entre outras coi-sas. Quando vi que o que aprendi dava resultado, passei a dar importância para a tecnologia. Há alguns anos, um técnico

O Sr. Nelson Rodrigues, mo-rador da Comunidade Borboleta em Pitanga – PR é um exemplo de muitos agricultores do município que encontrou a viabilização de uma pequena propriedade na ati-vidade “LEITE“.

Mais de 90 % das proprieda-des de Pitanga são pequenas, com dificuldade de cultivar soja e mi-lho, como a maioria das médias e grandes propriedades.

A pequena propriedade não consegue viabilizar a aquisição de máquinas modernas para o plan-tio de soja e milho e obter boas produtividades.

Pitanga apresenta uma cres-cente produção de leite, a ativida-de está em franca expansão, pro-duzindo mais de 200.000 litros de leite/dia, sendo uma das principais bacias leiteiras do Estado.

A exemplo do Sr. Nelson, é possível em uma pequena proprie-dade produtora de leite, a família trabalhar, morar em casa boa, estudar os filhos até a faculdade, lazer, saúde, etc., sem dependência de serviços públicos.

Luiz Carlos ZampierPresidente Sindicato Rural

de Pitanga

da Embrapa me sugeriu um sistema de pastagem em piquetes e eu adotei. Então agora tento investir em tecnologia, den-tro das minhas possibilidades”.

Outro fator que se destaca no de-senvolvimento de sua propriedade foi a vinda de laticínios maiores à Pitanga há uns cinco anos, que de acordo com o produtor fizeram com que aumentas-sem a concorrência e os preços. “Hoje está ótimo, no começo foi difícil. Antes só tínhamos dois laticínios e o preço pa-rece que era combinado. Agora, com as firmas de fora, a atividade se fortaleceu e melhorou 100%”.

Apesar de poucos recursos, ele tenta seguir os padrões de manejo e os cuida-dos básicos para atividade. “Na alimen-tação eu trato elas com ração, quirera de milho e uma suplementação no cocho quando a pastagem está meio defasada, como na entrada do inverno, por exem-plo. Eu sigo dividindo a pastagem em piquetes e investi em aveia e azevém adubados. De vez em quando, também fazemos análises de solo para ver o que está precisando. São nessas pequenas coisas que a gente vê uma diferença na produtividade”.

O produtor utiliza a tecnologia re-

Nelson Rodrigues é um dos pequenos produtores de Pitanga que descobriu no leite uma forma de viabilizar sua propriedade

João Marcos e Nelson Rodrigues

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Revista do Produtor Rural 21

Crescimento com o leite

Novidades no Sindicato Rural de Pitanga A entidade representa o produtor rural de Pitanga em todas as esferas e pretende aprimorar cada vez mais os serviços

produtiva de inseminação artificial, que permite aprimorar a genética do reba-nho e aumentar a produção de leite na propriedade.

No manejo, ele admite que tem muito a melhorar. “Acredito que para um pequeno produtor, já evoluí bastan-te, tenho ordenha mecânica e um res-friador, o que aumenta muito o preço do leite, então vale a pena. Dessa for-ma, consigo produzir em média 12 a 13 mil litros por mês”.

Na sua propriedade ele conta com a ajuda de toda família, que demonstra

Nos seus 44 anos de existência, o Sindicato Rural de Pitanga re-presenta e defende os interesses

dos produtores rurais. Ao longo desses anos, a entidade vem se aprimorando na prestação de serviços aos associados e em sua missão de desenvolvimento do agronegócio. Pode-se dizer que desde o dia 08 de julho de 1968, o Sindicato passou a exercer um papel importante na história da agropecuária no municí-pio de Pitanga.

Hoje a entidade está implantando novos projetos com objetivo de me-lhorar o atendimento ao associado. O assessor de comunicação do Sindicato Rural de Pitanga, Antonio Adir de Lara conta as novidades. “Pretendemos ofe-recer um acompanhamento das receitas e despesas do produtor rural em sua propriedade, para que no final do ano ele mesmo possa realizar um balanço de seus resultados. Além disso, inaugu-ramos o laboratório de informática para realizar cursos para iniciação dos produ-

tores na computação”. Ele destaca que a função e o foco do

Sindicato é prestar serviços e disseminar a maior variedade de informações sobre agropecuária. Com esse intuito, a entida-de possui um programa de rádio que vai ao ar todas às sextas-feiras, com a dura-ção de 30 minutos, informando sobre as notícias mais relevantes da semana na área de agricultura, pecuária e as ações do próprio Sindicato. “É um canal de co-municação que busca a aproximação en-tre o associado e a entidade”, diz Lara.

Dessa forma, o Sindicato Rural da Pitanga conseguiu ampliar sua área de atuação tendo extensões de base nos municípios de Boa Ventura de São Ro-que, Santa Maria do Oeste, Mato Rico e Nova Tebas, contando com 1500 asso-ciados em toda a região.

A entidade presta atendimentos como os serviços de Certificado de Ca-dastro de Imóvel Rural (CCIR), Imposto Territorial Rural (ITR), assessoria em re-cursos humanos para contração e pa-

gamento, auxílio na previdência social rural, financiamentos entre outros. “Ano passado, emitimos mais de 2.900 de-clarações de ITR, prestamos assessoria para 130 propriedades e promoveu 120 cursos do Senar. Além disso, oferecemos serviços que ultrapassam a função do Sindicato, como corte de cabelo e aten-dimento odontológico para o associado”.

Em questões políticas, o Sindicato participa das comissões municipais e estaduais de meio ambiente e agricul-tura e busca representar o produtor em questões importantes, como a aprova-ção do Código Florestal, entre outras ações que visam fortalecer o agronegó-cio. “Ano passado, fomos para Brasília reivindicar a aprovação do novo Código Florestal. Sabemos que a nossa missão é representar o produtor na sociedade e fazer do Sindicato a casa do produtor em Pitanga. O agricultor, quando vem para cidade, já é tradição passar aqui nem que seja para fazer uma visita”, conta o assessor.

ter muito carinho pelo rebanho. Cada vaca tem um nome. “Meus dois filhos estão estudando, João Marcos está no 2º ano de Administração e Vanessa já está na pós-graduação em Pedagogia. Com o leite consegui oferecer isso para eles”, orgulha-se.

Rodrigues relata que pretende me-lhorar aos poucos para produzir com mais qualidade e aumentar o rebanho, mas ressalta que é necessário muita dedicação para o empreendimento. “Eu quero arrumar o lugar onde as va-cas ficam, colocar piso e a cada dia ir

aperfeiçoando e produzindo um leite melhor”.

Ele destaca que não se arrepende de ter optado pela bovinocultura de leite. “Eu consegui realizar meu sonho de não trabalhar mais de empregado e me tornar um produtor rural. Há cinco anos, quando cheguei nesse sítio, mora-va numa casa pequena e não tinha nada. Agora consigo me manter tranquilo e não penso em voltar a trabalhar de em-pregado. Hoje construí minha casa nova, tenho trator, uma caminhonete, moto e dois carros”.

Antonio Adir de Lara Laboratório de informática Auditório Consultório odontológico Salão de beleza

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[Registro eletrônico]

As empresas da atividade agro-econô-mica também devem se adaptar ao novo sistema de registro de ponto

eletrônico (SREP). Desde abril, as novas re-gras para empresas da indústria, comércio e prestação de serviços que usam o ponto eletrônico estão em vigor. A reforma, que tem como objetivo de evitar fraudes em pagamentos, diz respeito a adequações no equipamento que realiza o registro. Agora o registrador deve emitir um ticket impres-so com o comprovante do ponto para o empregado.

Vale ressaltar que a medida instaurada em 2009 pelo Ministério do Trabalho (MTE) só vale para empreendimentos com mais de dez empregados e que já utilizam o re-gistro de ponto eletrônico, e não obriga a instauração desse novo equipamento para quem utiliza o registro de ponto manual ou cartográfico. Segundo o presidente da As-sociação Comercial e Empresarial de Gua-rapuava (ACIG), Eloi Mamcasz, que também é proprietário de uma empresa de relógio ponto, “é importante destacar que a obri-gatoriedade é para as empresas que já uti-lizam o relógio ponto informatizado. Existe muita confusão acerca desse assunto. Para o pessoal que está no campo, que trabalha com serviços externos com o registro ma-nual, por exemplo, não muda nada”.

A implantação obrigatória do SREP - Sistema de Registro Eletrônico de Ponto foi

Dia 1º de junho venceu o prazo para empresários rurais, que já adotam o registro eletrônico, estejam com o equipamento novo dentro das normas

Empresas do setor agropecuário devem adequar registrador do ponto eletrônico

determinada pela Portaria 1510, editada pelo Ministério do Trabalho em agosto de 2009, porém já foi adiada cinco vezes. Este novo registrador precisa estar entre os mo-delos homologados no MTE para adquirir validade na justiça trabalhista. “A empresa adquire o equipamento e cada registrador de ponto eletrônico vale para um CNPJ. Antes havia muito compartilhamento de registradores, hoje só pode na condição de grupo econômico, o que significa mais de uma empresa com sócios em comum”, explica Mamcasz.

As principais mudanças do equipa-mento eletrônico são a impressão do com-provante a cada marcação; não permite programação de horários e memória fiscal permanente que armazena a informação em caso de auditoria.

Para Mamcasz, o novo sistema repre-senta um avanço e muitas vantagens para o empregador e empregado que tem in-tenção de trabalhar de maneira séria. “As regras vieram para fechar as brechas e pos-sibilidade de manipulação. Para a empresa significa uma ferramenta de gestão, como o controle preciso de horas extras, e uma segurança em caso de reclamatórias tra-balhistas; para o colaborador, a segurança de que receberá seu salário corretamente a cada ticket impresso”.

Nos primeiros três meses, as empresas que optaram pelo ponto eletrônico não se-rão multadas, porém na segunda inspeção, as que não tiverem dentro das normas se-rão autuadas e sujeitas à multas de até R$ 4 mil. O Ministério do Trabalho destaca que o empreendimento pode optar em vol-tar para o registro em um sistema antigo, como a folha ponto.

Para outras informações, pode-se con-ferir o equipamento pelo site: http://portal.mte.gov.br/pontoeletronico

Setor agropecuárioMamcasz fala da importância de todos

os setores realizarem um registro de ponto de seus empregados. “Independente de que tipo de controle seja feito, pode ser o manual, o cartográfico, ou o eletrônico

essa é uma oportunidade de conscienti-zação dos empregadores, afinal empresas que tem menos de dez funcionários não estão protegidas de receber reclamatórias trabalhistas”.

Especificadamente no setor agrícola, Mamcasz diz que a maioria dos produtores rurais não realiza um controle muito rígido das jornadas de trabalho e destaca que o registro de ponto pode ser um investimen-to. “Já que na agricultura se coloca tudo no lápis, o registrador de ponto é uma ótima ferramenta para se identificar a produtivi-dade e o custo embutido na mão de obra, é uma das formas de buscar um controle e uma rentabilidade maior. Com isso tudo, disciplina, de olho no custo e gerando do-cumento para prevenir caso de reclama-tória e uma base de dados quase eternas, digo que o REP tem muitas vantagens”.

Além disso, Mamcasz diz que o setor agropecuário pode aproveitar o momen-to e pedir o reconhecimento por parte do governo para se avaliar a jornada do traba-lhador rural, que é distinta e precisa estar regulamentada de acordo com as neces-sidades do setor. “É preciso rever concei-tos antigos. A agricultura pode aproveitar a carona para regulamentar a situação do trabalhador, que em determinados casos precisa cumprir uma jornada maior, mas que ao mesmo tempo seja amparado por seus direitos”.

Eloi Mamcasz

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Revista do Produtor Rural 23

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Revista do Produtor Rural24

[Fertilizante]

MicroEssentials na cultura da soja na região de Guarapuava/PR

% P2O5

por S9Trata-mento

S9 MAP S. Simples S. Triplo Ureia K2O pl K2O cob

kg /ha

0% 1 221.8 66.7 100.00% 2 147.5 164 66.7 100.00% 3 182 16 66.7 100.0

25% 4 55.5 166.3 66.7 100.050% 5 111 110.7 66.7 100.075% 6 166.5 55.3 66.7 100.0

100% 7 221.8 0 66.7 100.0100% 8 221.8 0 22.4 66.7 100.0

% P2O5

por S9Trata-mento

N P2O5 K2O pl K2O cob S-sulfato S-elem S-total

kg /ha

0% 1 0.0 102.0 40 60.0 0.0 0.0 0.00% 2 0.0 102.0 40 60.0 17.7 0.0 17.70% 3 20.0 102.0 40 60.0 0.0 0.0 0.0

25% 4 5.0 102.0 40 60.0 0.8 3.6 4.450% 5 10.0 102.0 40 60.0 1.7 7.2 8.975% 6 15.0 102.0 40 60.0 2.5 10.8 13.3

100% 7 20.0 102.0 40 60.0 3.3 14.4 17.7100% 8 30.0 102.0 40 60.0 3.3 14.4 17.7

Emergência em CampoA contagem das plântulas emergidas

foi realizada aos 21 dias após a semeadu-ra, configurando-se a avaliação do estande inicial. Nessa contagem não se evidenciou nenhuma diferença significativa entre os tratamentos estudados. Contudo, ressalta--se que os tratamentos com MicroEssentials S9, principalmente aqueles que apresenta-vam mais nitrogênio em sua composição, evidenciaram tendência de maior velocida-de de emergência de plântulas (arranque).

Foi realizada pesquisa na área experimental da UNOESC, com o Professor Doutor Antonio Luiz Fancelli, na safra 2009/2010, com o objetivo de avaliar diferentes adubações conven-cionais, utilizadas em várias regiões do Brasil, com a linha de fertilizantes MOSAIC denomi-

nada “MicroEssentials”, como fonte fosfatada na cultura da soja em condições de campo.Os tratamentos utilizados seguem no quadro abaixo, sendo que os nutrientes nitrogê-

nio, fósforo, potássio, bem como os micronutrientes, foram recomendados de acordo com a exigência da cultura e seus respectivos teores no solo, tendo como base as indicações técnicas para a cultura da soja. A semeadura foi realizada em novembro, época considerada adequada para a cultura na região, com 13 plantas por metro ou 300 mil plantas/ha da cultivar ND 7321 RR.

Conclusão

Os resultados obtidos permitem con-cluir que:1) O fertilizante S9 é superior aos fertili-

zantes convencionais assegurando ga-nhos significativos de produtividade na cultura de soja.

2) Quantidades crescentes de enxofre contribuem significativamente para ga-nhos de produtividades, principalmente quando associados a quantidades satis-fatórias de nitrogênio.

3) O uso de quantidades de nitrogênio na cultura da soja, até 20 kg/ha, no mo-mento da semeadura, contribui para o aumento de produtividade da referida leguminosa.

(*) As quantidades finais de nutrientes foram devidamente equalizadas, conforme quadro abaixo.

Quantidades de nutrientes aplicadas em cada tratamento, de acordo com as fontes utilizadas, nivelando os nutrientes Fósforo e Potássio, conforme o quadro abaixo.

Resultados obtidosConforme o pesquisador, a análise dos

resultados obtidos em todos os locais de experimentação constatou-se nítido efeito do fornecimento de nitrogênio e enxofre em todas as características agronômicas avaliadas, sobretudo quando empregados na semeadura.

Dentre todos os tratamentos estu-dados, os tratamentos 2, 3, 6, 7 e 8, rela-cionado ao fornecimento de nitrogênio e enxofre, de forma individualizada e em

combinação, em todos os locais de estudo evidenciaram os maiores valores absolutos de produtividade.

Os melhores resultados de produtivi-dade foram relacionados com a maior dis-ponibilidade de nitrogênio na semeadura, no entanto, a combinação entre nitrogênio (20 kg/ha) e enxofre (17,7 kg/ha), represen-tado pelo tratamento 7, foi a responsável pelo aumento do número de vagens/planta; da densidade de grãos e da produtividade.

Os resultados obtidos em todos os locais de estudo confirmaram a importân-cia do uso de fertilizantes mais modernos, como o MicroEssentials S9, disponibilizan-do maior quantidade de nitrogênio no mo-mento da semeadura da soja, além de ga-rantir maior absorção de enxofre ao longo do ciclo da cultura.

A tecnologia empregada foi nivelada em 102 kg de P2O5 / ha para todos os tratamentos e as doses de potássio foi fornecida com a aplicação a lanço, em pré-semeadura e plantio, em doses conforme o quadro acima.

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Sacos/ha

Tratamentos1 2 3 4 5 6 7 8

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Revista do Produtor Rural26Boletim Informativo do Sistema FAEP nº 1179 | Semana de 18 a 24 de junho de 2012 | 7

A FAEP esclarece aos produtores rurais paranaenses:

1. A Medida Provisória (MP) 571 e a Lei 12.561, publicadas no Diário Oficial da União, no último dia 25 de maio, compõem o Novo Código Florestal Brasileiro e revogou o Código Florestal de 1965.

2. A legislação, porém, permite que sejam apresentadas emendas dos parlamentares à Medida Provisória podendo atingir esses dois textos. O prazo de tais emendas se encerrou no último dia 14 e totalizaram mais de 700 emendas, muitas delas sobrepostas, ou seja tratando dos mesmos temas.

3. As principais delas tratam do uso de várzeas, pousio, áreas abandonadas e áreas consolidadas às margens de rios.

4. Tanto a Medida Provisória como a Lei 12.561estão em vigor, mas poderão ser alteradas através dessas emendas, que tem o prazo de até 25 de outubro deste ano para serem votadas.

5. Nesse momento a aplicação do Novo Código Florestal depende do CAR – Cadastro Ambiental Rural, que deverá ser implantado pelos Estados fazendo um verdadeiro Raio X de cada propriedade (APPs, Reserva Legal, Áreas Consolidadas e de Encostas).

6. No Paraná essa atribuição de realizar o CAR é do Instituto Ambiental do Paraná (IAP). Seus técnicos já estão trabalhando na elaboração da formatação do Cadastro no Estado do Paraná.

7. Até que o CAR esteja disponível, algo que será divulgado amplamente pela FAEP, o produtor rural do nosso Estado deve acompanhar as informações através dos Sindicatos Rurais e do nosso site (www.sistemafaep.org.br).

boletim_informativo_1179IMAC.indd 7 19/06/12 14:49

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[Ferramenta]

BASF apresenta resultados de AgBalanceTM, metodologia para medir e avaliar a sustentabilidade na agricultura � Ferramenta exclusiva da companhia auxiliará agricultores em seu processo de gestão de sustentabilidade� A SLC Agrícola e a Guarani são as primeiras empresas brasileiras a utilizarem a metodologia científica

A BASF apresentou no dia 8 de maio, na capital paulista, durante Con-ferência Global para Imprensa da

Unidade de Proteção de Cultivos, os pri-meiros resultados obtidos com a aplicação da ferramenta AgBalanceTM, um método para medir e avaliar a sustentabilidade na agricultura. A metodologia foi aplicada em duas grandes empresas do setor: a SLC Agrícola, produtora de commodities, foca-da na produção de algodão, soja e milho; e a Guarani, uma das empresas líderes do setor sucroenergético brasileiro em trans-formação da cana-de-açúcar.

O AgBalanceTM é uma ferramenta de-senvolvida pela BASF que representa uma evolução das análises de socioecoeficiência, com ênfase na avaliação da sustentabilida-de na agricultura. A metodologia diferencia--se, pois leva em conta de forma conjunta os aspectos ambientais, sociais e econômicos do segmento, além de utilizar esquemas de ponderação que permitem avaliar as práti-cas de produção de forma ampla em toda a cadeia. Para isso, 69 indicadores, cada um ligado a um dos três pilares da sustentabi-lidade, são calculados por meio da ponde-ração de aproximadamente 200 fatores de avaliação. A ferramenta já conta, inclusive, com a validação de três agências mundial-mente especializadas: TÜV Süd da Alema-nha, a empresa norueguesa “Det Norske Veritas” (DNV) e a National Sanitation Foun-dation (NSF) nos EUA. No Brasil, a ferramenta é aplicada pela Fundação Espaço ECO (FEE), instituída pela BASF.

Segundo Markus Heldt, Presidente Mundial da Divisão de Proteção de Cultivos da BASF, faz parte da estratégia global da empresa dar ênfase às soluções integradas

de aprimoramento para uma agricultura sustentável, especialmente em países es-tratégicos: “O Brasil chama a atenção de todo o mundo quando o assunto é a pro-dução de alimentos e bioenergia. Porém, para atender a essa demanda é preciso que o agronegócio brasileiro esteja prepa-rado para participar de processos de certi-ficações, atendendo às exigências de boas práticas de gestão cobradas pelos países importadores”, argumenta Heldt.

O objetivo da BASF com a ferramenta é demonstrar aos seus diversos públicos de relacionamento, incluindo agricultores e representantes das cadeias produtivas agropecuárias, a possibilidade de identifi-cação de pontos de melhoria na excelên-cia operacional do agronegócio. “Com a aplicação do AgBalanceTM, podemos medir o progresso da produção agrícola de for-ma detalhada e precisa. Esperamos, assim, contribuir para que o debate em torno da agricultura sustentável torne-se mais racio-nal e, principalmente, mensurável”, afirma Eduardo Leduc, Vice-presidente Sênior da

Unidade de Proteção de Cultivos da BASF para América Latina, Fundação Espaço ECO e Sustentabilidade para a América do Sul. “O AgBalanceTM também nos ajudará a nor-tear o gerenciamento do nosso portifólio em longo prazo e a direcionar os investi-mentos da empresa em pesquisa e desen-volvimento”, pondera Leduc.

Os resultadosPara a SLC Agrícola, o estudo avaliou e

comparou a produção de soja, milho e al-godão, bem como a cadeia de suprimentos e logística de escoamento em duas unida-des da empresa: a fazenda Planalto, locali-zada na cidade de Costa Rica, no norte de Mato Grosso do Sul, e a fazenda Panorama, localizada no município de Correntina, no oeste Baiano.

O estudo, que comparou dados rela-tivos à safra 2009/10, verificou que a SLC Agrícola já demonstra práticas avançadas de gerenciamento da sustentabilidade em seu

Eduardo Leduc, vice-presidente sênior da Unidade de Proteção de Cultivos da BASF América Latina, Fundação Espaço ECO e de Sustentabilidade para a América do Sul

Álvaro Dilli, gerente de Sustentabilidade e Recursos Humanos da SLC Agrícola

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Revista do Produtor Rural28

processo produtivo. No entanto, em alguns dos indicadores como tipo manejo de solo, emissões de gases e consumo de recursos e rentabilidade, há diferenças significativas entre as duas unidades, sendo que a fazenda Planalto apresenta índices superiores de so-cioecoeficência. Em outros aspectos analisa-dos, como consumo de água e conservação da biodiversidade, há uma maior paridade no processo de gestão.

Uma das análises mais impactantes identificada pelo estudo refere-se à uti-lização dos fertilizantes no processo pro-dutivo. Desde a sua produção (grandes volumes) e transporte até a fazenda (“antes da porteira”), identificou-se que os ferti-lizantes são os insumos que consomem a maior quantidade de energia e os que mais emitem dióxido de carbono (CO2). Na fazenda Planalto, as condições de solo são superiores (solo mais maduro e desenvol-vido para a produção), o que contribui para que a fazenda consuma menos fertilizantes por área plantada. Já na fazenda Panorama, utiliza-se maior quantidade de fertilizan-tes, pois além das características do solo serem diferentes o mesmo é utilizado há menos tempo para a produção agrícola in-tensiva. O estudo identificou, finalmente, uma oportunidade de otimização do uso de fertilizantes, por meio de adoção de tecnologias como agricultura de precisão, fertilizantes de liberação mais lenta, uso de estabilizadores na formulação, além de práticas como a rotação de culturas, plantio direto, adubação verde, entre outras ações técnicas que poderão auxiliar ambas as fa-zendas a reduzirem o consumo de energia, de emissões e de recursos (“antes e dentro da porteira”). Para efeito de ilustração, caso a SLC defina uma meta de redução de 10% no volume de fertilizantes utilizado por ano nas duas fazendas, seriam economizados 14.881.595 kwh, energia suficiente para abastecer - durante um ano - 2.073 casas;

ou ainda, 7.990 toneladas de CO2 deixariam de ser emitidas, o equivalente a um cami-nhão de 14 toneladas dando 150 voltas completas na Terra.

Outro ponto importante identificado pela ferramenta AgBalanceTM refere-se aos aspectos logísticos. Enquanto a fazenda Pla-nalto pode contar com os modais rodoviário e ferroviário para transportar seus insumos e escoar sua produção para o Porto de Santos (SP), a fazenda Panorama utiliza-se somen-te do modal rodoviário. Utilizando o mesmo comparativo para ilustração, ao substituir todo o modal de transporte rodoviário pelo ferroviário para todo o volume de soja pro-duzido nas duas fazendas, deixaria-se de emitir por ano o equivalente a 2.808 tonela-das de CO2, o que corresponde às emissões de um caminhão de 14 toneladas dando 53 voltas em torno da Terra. Em relação a aspec-tos sociais, a opção pelo modal ferroviário contribuiria, ainda, para reduzir os acidentes no transporte em 26%.

Embora não tenha sido identificada grande diferença no desempenho social das fazendas, algumas boas práticas podem ser compartilhadas. Os programas de segurança são eficientes em ambas, porém na Planalto verificou-se um nível de maturidade maior das equipes, justificado como reflexo da cul-tura de segurança desta fazenda, que já tem mais de 30 anos de mercado, frente aos qua-tro anos da fazenda Panorama sob gestão da SLC. Esta diferença tem consequências diretas em indicadores como afastamento por acidentes de trabalho, por exemplo. A recomendação de AgBalanceTM neste caso concentra-se na continuidade dos investi-mentos em qualificação profissional na uni-dade Panorama.

“Quando demos início ao estudo, já tí-nhamos o indício de que a gestão da fazen-da Planalto seria mais socioecoeficiente. Po-rém, com o AgBalanceTM, ficou evidente que temos pontos de melhoria e potencialidades em nossas unidades. Nosso objetivo agora é elevar nossa excelência operacional, além de podermos implementar ações que refor-çarão nossa posição de empresa referência em gestão da sustentabilidade na agricul-tura”, afirma o presidente da SLC Agrícola, Arlindo Moura.

No caso da Guarani, os estudos base-aram-se na comparação entre as Unidades Industriais Andrade, localizada no município de Pitangueiras, e a Cruz Alta, na cidade de Olímpia, ambas no noroeste Paulista. Nelas também foram avaliadas as performances econômica, social e ambiental, incluindo toda a cadeia de suprimentos. A base de

comparação foi a produção de 100 tonela-das de cana-de-açúcar nas duas unidades durante a safra 2010/11, até o momento da entrega da cana às usinas para processa-mento de etanol, açúcar e energia.

Embora o estudo tenha apontado uma paridade na maioria dos aspectos analisa-dos, foram identificadas diferenças entre a gestão das unidades, tendo como ponto crucial o manejo dos fertilizantes. Ambas se utilizam de vinhaça e composto (torta de filtro e cinzas) - subprodutos do proces-samento da cana - como opções ao uso de fertilizantes minerais. AgBalanceTM apontou que na unidade Cruz Alta há maior utiliza-ção de vinhaça e composto, se comparada à unidade Andrade. Neste caso, a recomenda-ção é a intensificação da utilização dos mes-mos, já que proporcionam maior benefício ambiental e economia na adubação. Hoje, com a utilização desses subprodutos, já há uma redução de mais de 103.585.957 kwh, o suficiente para abastecer 14.502 casas durante um ano. A ação ainda colabora para que deixem de ser emitidas mais de 32.262 toneladas de CO2, o equivalente a um cami-nhão de 14 toneladas, utilizando combustí-vel fóssil, dando 608 voltas na Terra.

Ainda sob o prisma dos impactos am-bientais, o estudo constatou que as princi-pais emissões da empresa estão relaciona-das ao uso dos fertilizantes, ao consumo de óleo diesel para produção (operação de transporte, colheita, plantio, etc.), e à quei-ma da cana para colheita manual, o que vem sendo otimizado por meio da adoção de melhor tecnologia, como agricultura de pre-cisão, além da melhoria dos aspectos ope-racionais (modernização e manutenção de maquinário) e logísticos.

Do ponto de vista social, com a aplica-ção do AgBalanceTM foi possível mensurar que o risco de acidentes seria reduzido em 76% com a substituição da colheita manual pela mecânica, prática adotada pela Guara-ni, que vem investindo em ações de gestão, focadas na cultura de segurança, procedi-mentos, treinamentos e proteção individual e coletiva, além da substituição da colheita manual pela mecânica. No entanto, com a metodologia foi possível quantificar o risco de acidentes, e com isso evidenciar a impor-tância estratégica desses investimentos.

“Nossa expectativa é que a metodologia AgBalanceTM continue apresentando dados concretos que nos permitam enxergar com clareza as oportunidades de melhoria no pro-cesso de gestão de sustentabilidade em cur-so na empresa“, finaliza Jacyr da Silva Costa Filho, diretor-presidente da Guarani.

Jaime Stupiello, diretor de Agronegócio da Guarani

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[Fisiologia vegetal]

Lavoura sustentávelStoller do Brasil desenvolve soluções para fortalecer o potencial das plantas

A demanda por alimentos aumenta gradativamente, acompanhando o crescimento da população mun-

dial, que deve atingir a marca de 4,7 bi-lhões de habitantes em 2020 de acordo com estudos da Organização das Na-ções Unidas (ONU). Ao mesmo tempo e na contramão dessa estatística, as áreas para expandir as lavouras e aumentar a produção desses alimentos são cada vez mais escassas. Não bastasse o cenário atual, o clima, as pragas e as doenças sempre interferiram no desenvolvimento das plantas o que, consequentemente, li-mitam a qualidade e a quantidade do re-sultado da produção. Pesquisar e ofere-cer soluções para aumentar a oferta das lavouras e reduzir os impactos no meio ambiente são os desafios da Stoller do Brasil, especialista em fisiologia vegetal, há mais de 36 anos no Brasil e presen-te em 56 países. “Práticas que utilizam produtos agroquímicos, como insumos e fertilizantes, já melhoram o ambiente para as plantas há décadas. Mas é preciso dar um passo além, explorar o potencial genético das sementes para que sejam mais resistentes”, diz Stella Cato, gerente técnica da Stoller do Brasil.

No campo, explica Stella, existem cerca de 50 fatores que podem oca-sionar perda na lavoura, chamados de bióticos e abióticos. Os bióticos são as doenças e pragas as quais as plan-tações estão sujeitas. E abióticos são relacionados às condições climáticas como variação de temperatura, exces-so ou falta de chuva, por exemplo. A Stoller do Brasil atua, principalmente, em três grandes linhas de pesquisa e desenvolvimento, que oferecem solu-ções inovadoras e contribuem efetiva-mente para alavancar o crescimento no cenário da agricultura. Em parceira com grandes centros de pesquisas e univer-sidades, uma delas é a o foco na fisiolo-

gia vegetal, oferecendo e soluções que proporcionam equilíbrio hormonal das plantas, por meio dos biorreguladores. Na linha de nutrição, são desenvolvidos produtos que possam garantir a boa ab-sorção de nutrientes pelas plantas, de maneira que sejam aproveitados com mais eficácia, tornando-as mais resis-tentes às pragas e doenças. E a micro-biologia, área que vem se destacando por utilizar microorganismos para fixar o nitrogênio – fundamental para o de-senvolvimento – nas plantas. “A fixação biológica de nitrogênio permite que o agricultor produza mais com menos e diminua o impacto no meio ambiente” afirma Stella.

Com as soluções disponíveis, semen-tes e plantas são capazes de se desen-

volver com mais eficácia, aproveitando com mais intensidade os recursos natu-rais do ambiente, como solo, água e luz e apresentando maior equilíbrio nutri-cional e hormonal. O resultado se apre-senta em aumento da produtividade e da qualidade das plantações, com pou-cos impactos no meio ambiente e menor custo para o agricultor. “É preciso inves-tir na planta para aproveitar melhor os recursos que ela já oferece”, diz Stella.

Diante das perspectivas mundiais, em que a população aumenta e preci-sa se alimentar, na contramão das áreas cultiváveis, que não crescem na mesma proporção, a necessidade de desen-volver e aplicar soluções práticas, para garantir maneiras de crescer, é funda-mental.

Fábrica da Stoller

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Como os atletas, plantas de alta performance precisamde cuidados específi cos. Com estímulos certos, a soja

se mostra mais resistente e produtiva. Este é o trabalho da Stoller: ajudar as plantas a lidar com o estresse

e expressar todo o seu potencial genético, produzindo mais.Descubra como ativar o poder das

suas plantas: acrescente Stoller.

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[Campanha de destinação de Imposto de Renda]

É com muita alegria que nos dirigi-mos aos senhores leitores nesta edição da revista do Sindicato Rural

de Guarapuava. Temos algumas boas notícias a com-

partilhar. Em edições anteriores cha-mamos a atenção dos senhores para as necessidades das crianças e adolescen-tes carentes atendidas pelas entidades assistenciais de Guarapuava.

Enfatizamos, principalmente, a pos-sibilidade de destinar parte do imposto de renda apurado pelas pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real e pe-las pessoas físicas optantes pelo modelo completo de declaração para o Fundo para a Infância e Adolescência (FIA).

Uma vez arrecadado, este montante é repassado para as entidades devida-mente cadastradas no Conselho Munici-pal dos Direitos da Infância e Adolescên-cia (COMDICA).

Pois bem, a primeira boa notícia é que o valor destinado aumentou 96% em relação ao montante do ano anterior. Traduzindo em cifras: no ano contábil de 2010 foram destinados R$ 339.995,00 para as dez entidades envolvidas de um potencial de destinação de R$ 1.700.000,00, ou seja, 20% do total. Em 2011 contabilizou-se R$ 667.551,00 o valor destinado. O total do valor possível de destinação no ano contábil de 2011 ainda não foi apurado, mas baseado no ano anterior fica claro que estamos ainda muito aquém do ideal.

A segunda boa notícia é que a lei 8.069/1990 sofreu alterações através da Lei Ordinária 12.594. Uma mudança bastante interessante foi o prazo para a destinação, ou seja, pode coincidir com o pagamento do imposto de renda, po-rém, somente 3% do total a ser pago, e ainda caso a soma com os demais valores destinados ao longo do ano anterior não

ultrapasse os 6% de dedução. Esta infor-mação, divulgada infelizmente dias antes do encerramento do ano contábil, não nos proporcionou tempo hábil para uma nova campanha tão abrangente como a que provavelmente os atingiu, mas cer-tamente consiste numa vantagem extra-ordinária na busca de nossos objetivos.

Desta forma, podemos concluir que para atingir a destinação máxima deve-mos planejar parte da destinação para ser feita ao logo do ano e parte no pe-ríodo da Declaração de Ajuste Anual do imposto de renda, e, lógico, observar sempre seus limites.

A terceira boa notícia é que a Lei 12.213/2010 permitiu que se destine também às instituições que atendem aos idosos, que assim como as crianças, neces-sitam e muito da nossa atenção, carinho e recursos. Traremos mais informações sobre estas instituições nas próximas edi-ções, bem como a forma de destinação.

Esta campanha de incentivo de des-tinação de imposto de renda foi a primei-ra de muitas que pretendemos realizar, com o intuito de informar, conscientizar e incentivar todo contribuinte a ponto de tornar esta ação um hábito deste municí-pio, estado e por que não deste país.

O grande aprendizado consiste no fato de que as pessoas estão extrema-mente dispostas a ajudar. Por onde es-tivemos: cooperativas, revendas, con-cessionárias agrícolas, bancos, lojas, instituições filantrópicas, escritórios de contabilidade enfim, realmente, por todos os estabelecimentos em que pe-dimos apoio a receptividade sempre foi muito grande, bem como a aceitação do desafio e a imediata disseminação da informação.

Dirigimos aqui um agradecimento todo especial aos contabilistas e contri-buintes que aceitaram este desafio neste ato de total boa vontade.

A todos os envolvidos, muito obriga-da. Porém, devemos dizer que este foi só o começo, contamos com todos vocês nas próximas campanhas e em contrapartida, tentaremos mantê-los bem informados.

As informações referentes aos valo-res potenciais de destinação do imposto sobre a renda no município de Guarapu-ava, os valores efetivamente destinados, as leis e suas respectivas alterações fo-ram dadas pelo analista tributário Marcos Fabrício Guerra Pinto, que é o responsá-vel pela Agência da Receita Federal do Brasil em Guarapuava.

Boa vontade é tudo Sueli Karling

Engenheira agrônoma e produtora rural,

associada ao Sindicato Rural de Guarapuava

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Revista do Produtor Rural 33

No dia 01 de junho, a concessionária Tratorcase co-memorou cinco anos de sucesso em Guarapuava. E para aproveitar a data, reuniu clientes e realizou

um Dia de Negócios, oferecendo descontos variados em máquinas agrícolas, através da parceria com bancos e fa-bricante.

De acordo com o gerente João David Góes Júnior, além de marcar o aniversário da empresa, o evento foi uma oportunidade de negócio. “Recebemos um grande número de clientes, que por meio da divulgação dos des-contos, vieram conferir e aproveitar os preços”, ressaltou.

Além de Guarapuava, a Tratorcase atende em outros municípios, como por exemplo, Ponta Grossa, onde, se-gundo o gerente, promoções como essa também deverão ser realizadas no decorrer do ano.

A Tratorcase oferece uma ampla linha de produtos que possibilita atender todas as necessidades do ramo agrícola.

Para conhecer mais sobre a concessionária acesse www.tratorcase.com.br.

[Comemoração]

Tratorcase realizaI Dia de Negócios

FONE: (42) 3629-8900Rua Antônio Gaudi, 85 - BR 277 - Km 341,7 - Guarapuava - PR

Evento também marcou o aniversário de cinco anos da concessionária

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Revista do Produtor Rural34

[Registro]

Treinamento de mecânica de pulverizadores autopropelidos

Marcos Queiroz - Vendedor de máquinas da C. Vale

Nos dias 24 e 25 de maio, a Coope-rativa C. Vale, em parceria com a Montana Agriculture, realizou um

treinamento para operadores de pulveri-zadores autopropelidos.

O curso, que contou com a partici-pação de 23 alunos, foi realizado no Sindicato Rural Guarapuava. Para o en-genheiro agrônomo e responsável por treinamentos da Montana, Thiago Roma-nholi Santiago, o curso conseguiu atingir o público-alvo. “É interessante que não só os operadores, mas também os clien-tes que estão adquirindo as máquinas, acadêmicos e cooperados da C. Vale vie-ram conhecer como funcionam os com-ponentes do autopropelido”.

O objetivo, segundo Santiago, é fazer com que o produtor que possui ou pre-tende adquirir os autopropelidos saiba operar e utilizar todos os recursos ofere-cidos pelas máquinas. “O foco é a divul-gação das máquinas e como elas funcio-nam, para que os clientes possam atingir o máximo de desempenho dos equipa-mentos e o rendimento esperado. Os au-topropelidos têm um custo alto, por isso é necessário que o operador tenha muita informação e conhecimento da máquina.

Os pulverizadores autopropelidos ou autopropulsados são máquinas uti-lizadas para a aplicação de defensivos agrícolas e tem como diferencial o alto rendimento, velocidade, tecnologia e um controle preciso da pulverização. Ao mesmo tempo, tem uma operação que não é tão simples, por esse motivo esse treinamento foi oferecido pela C. Vale e pela Montana”.

Durante o curso foram abordados temas relacionados à manutenção e

operação da linha de maquinários auto-propelidos da Montana. “Estamos repas-sando toda a parte de regulagem, troca de óleo, calibração dos GPS, enfim di-versos componentes dos pulverizadores para que toda a tecnologia seja aprovei-tada”, explica Santiago.

Marcelo Veit, um dos participantes do curso, conta que veio em busca de aper-feiçoamento na operação do pulveriza-dor em sua propriedade. “Eu trabalho na agricultura com meu pai e vim aprender a operar melhor os equipamentos”.

O vendedor de máquinas da C. Vale, Marcos Queiroz, enfatiza a importância do curso. “É muito relevante para ques-tão da assistência técnica e para o pós--venda das máquinas. A C. Vale e a Mon-tana estão retornando para o mercado em Guarapuava com intenção, também, de divulgar a qualidade dos autopropeli-dos para os agricultores da região”.

Como somos representantes e rede au-torizada da Montana, estamos treinando todas as pessoas que possuem esses pul-verizadores”.

Helena Krüger Barreto

Thiago Santiago - Responsável por treinamentos da Montana

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Revista do Produtor Rural 35

[Forragicultura]

Desempenho de novilhos confinados alimentados com silagem de trigo como alternativa a silagem de milho

O Paraná é o maior produtor de tri-go do Brasil, com mais da metade de produção nacional (2,8 milhões

de toneladas) e detém 72 moinhos em operação. No entanto, a demanda anual brasileira é acima de 10 milhões de to-neladas e os triticultores paranaenses reduziram a área plantada em 33% (1,31 milhões de hectares em 2009) para (870 mil hectares em 2012).

Dentro deste contexto, há extensas áreas no Paraná, que ficam ociosas duran-te o inverno. Assim, a produção silagem de trigo pode cumprir um papel importante, uma vez que, além de possibilitar a utiliza-ção mais racional dos solos, pode garantir a produção de um volumoso de alta qua-lidade. Além disso, a produção de silagem de trigo pode reduzir a competição das áreas de verão para produção de silagem (FONTANELI & FONTANELI, 2009; BUMBIE-RIS JR et al., 2011). Dessa forma, a ensila-gem do trigo é uma alternativa para pro-porcionar maior flexibilidade na produção de volumoso aos sistemas agropecuários.

Em muitos casos, a flexibilidade tor-na a silagem de trigo uma opção alterna-tiva na produção de volumoso em regi-ões, onde não há produção de silagem do milho safrinha, ou haja oscilações climá-ticas e de mercado na cultura do milho para silagem. Sendo que, a época de co-lheita do trigo para ensilagem, coincide com a semeadura da cultura do milho. De fato, a silagem de trigo é uma alternativa de produção de volumoso intercalar à si-lagem de milho, que permite maximizar a utilização dos silos, aumentar a produção de volumoso e taxa de abate de animais na propriedade.

Por outro lado, para o aumento do potencial produtivo e a intensificação das

áreas de cultivo, devem-se objetivar altas produtividades de matéria seca (MS) da cultura, e adoção de tecnologias como a escolha da cultivar mais adequada para essa finalidade.

A Embrapa Trigo desenvolveu genó-tipos de trigo de duplo propósito, que apresentam características para pastejo e/ou silagem e produção de grãos (DEL DUCA & DALLA, 2004). Dentre os genóti-pos de trigo, destaca-se o BRS Umbu, que é mútico (sem arista), que não causa le-são esofágica em ruminantes, resistente a doenças, elevada capacidade de afilha-mento e potencial produtivo.

Em trabalho avaliando o potencial produtivo do trigo BRS Umbu em Guarapu-ava, PR, no período de 13 de junho (seme-adura) a 04 de novembro de 2011 (ensila-gem), Oliveira et al. (dados não publicados), observaram produtividades de 9.564 kg/ha de MS (Tabela 1). Do mesmo modo, Mei-nerz (2009) ao avaliar o trigo BRS Umbu observou produtividades de 10.575 kg/ha de MS. O mesmo autor observou que a cultivar apresenta elevada característica nutricional, justificada pela elevada parti-cipação de grãos (31,17% da MS) e lâmi-nas foliares (7,06% da MS), na massa total ensilada. Dessa forma, o cultivar BRS Umbu apresenta um elevado potencial tanto pro-dutivo, pelo acúmulo de MS, quanto em re-lação ao valor alimentício, em decorrência

Marcos Rogério Oliveira¹, Michel Pereira de Souza², Clóves Cabreira Jobim³ & Mikael Neumann4

¹ Doutorando do Programa de Pós - Graduação em Zootecnia - UEM - Maringá – PR. E-mail: [email protected]² Mestrando do Programa de Pós - Graduação em Produção Vegetal - UNICENTRO - PR.

³ Dr. Professor do Programa de Pós - Graduação em Zootecnia - UEM - PR. 4 Dr., Professor do Programa de Pós - Graduação em Produção Vegetal - UNICENTRO - PR. E-mail: [email protected]

dos constituintes da planta.Um fator importante a ser conside-

rado quando se trata de silagem de trigo é a sua menor produtividade e densida-de energética, frente a silagem de milho (Tabelas 1 e 2), devido a fatores como: constituição anatômica, morfológica e físico-química (FONTANELI & FONTANELI, 2009). Nas tabelas 2 e 3, a silagem de tri-go proporcionou uma menor produção de matéria verde (22.771 contra 50.565 kg/ha de MV), de MS (9.564 contra 20.226 kg/ha) e de grãos (3.329 contra 8.900 kg/ha), por conseguinte, a silagem apresen-tou um maior custo de produção da MV (74,00 contra 54,00 R$/t de MV), e de MS (176,19 contra 135,00 R$/t de MS), com-parativamente à silagem de milho.

TABELA 1. Produção de matéria verde (MV), matéria seca (MS) e produção de grãos,de silagens de milho e trigo

Parâmetros Silagem de milho Silagem de trigo

Produção de matéria verde, kg/ha 50.565 22.771

Produção de matéria seca, kg/ha 20.226 9.564

Produção de grãos, kg/ha 8.900 3.329

Fonte: Oliveira et al. (dados não publicados).

Page 36: revista produtor rural ed. 31

Revista do Produtor Rural36

Qualidade de forragens conservadas é o potencial de expressar a maior res-posta animal (JOBIM et al., 2007). No en-tanto, no Brasil, são poucos trabalhos que avaliam o potencial da silagem de trigo (FONTANELI et al., 2009), sendo escassas as informações quanto ao desempenho animal (BUMBIERIS JR et al., 2011).

Em ensaio com novilhos confinados recebendo silagens de trigo e de milho, Oliveira et al. (dados não publicados) observaram diferenças no ganho médio diário (GMD) (1,526 contra 1,806 kg/dia) e peso de carcaça final (270,31 contra 292,37 kg), para as silagens de trigo e milho (Figura 1), respectivamente. Por ou-tro lado, Walsh et al. (2008) ao avaliarem o desempenho de novilhos de corte ali-mentados com silagem de trigo, em com-paração à silagem de milho, não detecta-ram influencia das dietas sobre o GMD e peso de carcaça final. Dessa forma, os au-tores concluíram que as silagens de trigo com alta proporção de grãos, proporcio-nam o mesmo nível de desempenho que os obtidos com a silagem de milho. Essas diferentes respostas encontradas podem ser atribuídas a diferenças na natureza das dietas, nível de inclusão de volumoso e potencial genético dos animais.

CONSIDERAÇÕESA principal razão da conservação de

forragens é tornar independente a pro-dução da utilização dos volumosos. Nes-se sentido, a ensilagem do trigo é uma estratégia, que permite maior flexibilida-de na produção de volumosos, pois, tal prática não é concorrente da silagem de milho. Portanto, a silagem de trigo pode constituir-se em opção atraente para os produtores, na readequação do planeja-mento forrageiro. Embora de maior custo de produção, a silagem de trigo permite maior capacidade de produção de forra-gem na propriedade, com possibilidade de aumentar a taxa de abate.

TABELA 3. Custo estimado (R$/t) das silagens de milho e de trigo, com base na matéria verde (MV) e na matéria seca (MS)

Parâmetros Silagem de milho Silagem de trigo

Insumos R$/ha 1572,75 1269,33

Máquinas implantação R$/ha 174,50 155,20

Ensilagem R$/ha 537,43 264,74

Custo Total R$/ha 2284,68 1689,09

Custo, R$/t de MV 54,00 74,00

Custo, R$/t de MS 135,00 176,19

TABELA 2. Composição nutricional com base na concentração de proteína bruta (PB), fibra insolúvel em detergente neutro (FDN), fibra insolúvel em detergente ácido (FDA) e nutrientes digestíveis totais (NDT) de silagens de milho e trigo

Parâmetros PB (%) FDN (%) FDA (%) NDT (%)

Silagem de milho 7,5 53,0 29,1 66,5

Silagem de trigo 8,9 58,2 32,7 62,3

FIGURA 1. Figura 1. Ganho médio diário dos novilhos alimentados com silagens de trigo ou de milho como fonte de volumoso.

Fonte: Oliveira et al. (dados não publicados).

Fonte: Oliveira et al. (dados não publicados).

2,40

2,20

2,00

1,80

1,60

1,40

1,20

1,00

0,80

0,60

0,40

0,20

0,00

GM

D (k

g/di

a)

15/03/12Período 1

05/04/12Período 2

26/04/12Período 3

17/05/12Período 4

Trigo

Milho

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BUMBIERIS JR, V.H.; OLIVEIRA, M.R.; BARBOSA, M.A.A.F.; JOBIM, C.C. Use of winter cultures for forage conservation. In: DANIEL, J.L.P.; ZOPOLLATTO, M.; NUSSIO, L.G. (Ed.). II International symposium on forage quality and con-servation, v.1., São Pedro, 2011. Proceedings…Piracicaba: FEALQ, 2011. p.65-83.

DEL DUCA, L.J.A.; DALLA LANA, J. B. Experimentação de trigo em plantio antecipado no Paraná, em 2003. In: REU-NIÃO DA COMISSÃO CENTRO-SUL BRASILEIRA DE PESQUISA DE TRIGO, 19.; REUNIÃO BRASILEIRA DE PES-QUISA DE TRITICALE, 10.; SEMINÁRIO TÉCNICO DE TRIGO, 5., 2004, Londrina. Atas, resumos e palestras... Londrina, 2004. p. 92-95 (Documentos, 2).

FONTANELI, R.S.; FONTANELI, R.S. Silagem de cereais de inverno. In: FONTANELI, R.S,; SANTOS, H.P.; FONTANELI, R.S. Forrageiras para integração lavoura-pecuária-floresta na região sul-brasileira, Passo Fundo - RS: EMBRAPA TRIGO, 2009. 329 p.

FONTANELI, R.S.; FONTANELI, R.S.; SANTOS, H.P. et al. Rendimento e valor nutritivo de cereais de inverno de duplo propósito: forragem verde e silagem ou grãos. Revista Brasileira de Zootecnia., v.38, n. 11. p.2116-2120, 2009.

JOBIM, C.C.; NUSSIO, L.G.; REIS, R.A. et al. Avanços metodológicos na avaliação da qualidade da forragem conserva-da. In: REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 44, 2007, Jaboticabal. Anais...Jaboticabal: SBZ/UNESP, p.101-119, 2007.

MEINERZ, G.R. Avaliação de cereais de inverno de duplo propósito na depressão central do Rio Grande do Sul. 2009. 71f. Dissertação (Mestrado em zootecnia) – Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, 2009.

WALSH, K.; O’KIELY, P.; MOLONEY, A.P. et al. Intake, digestibility, rumen fermentation and performance of beef cattle fed diets based on whole-crop wheat or barley harvested at two cutting heights relative to maize silage or ad libitum concentrates. Animal Feed Science and Technology, v. 144, p.257-278, 2008.

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Revista do Produtor Rural 37

Na segunda semana do mês de maio, a COOPERALIANÇA recebeu o técnico da Associação Brasileira de Angus (ABA) - Fábio Schuler Medeiros, responsável pelo Programa Carne Angus Certificada, junto ao Departamento Técnico da cooperativa, ele realizou visitas aos cooperados para estimar a porcentagem de animais cruza Angus presentes em seu rebanho, que seriam aprovados no programa. Foram selecionadas propriedades em Pinhão, Entre Rios, Guarapuava, Candói e Turvo

Fábio também acompanhou a rotina nas duas unidades frigoríficas prestadoras de serviço da cooperativa para análise e avaliação dos abates.

Na ocasião, a COOPERALIANÇA e a ABA deram início ao trabalho com possíveis clientes que tem interesse em trabalhar com o produto Carne Angus Certificada COOPERALIANÇA.

No dia 9 de maio, os produtores cooperados tiveram a oportunidade de conhecer melhor o Programa Carne Angus Certificada através da Palestra ministrada pelo técnico da Associação.

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Revista do Produtor Rural38

Eng. Agrônomo Giovani A. Schiavini Dep. Técnico Agrícola Colferai

[Cultura de inverno]

Manejo das principais doenças do trigo

A cultura do trigo é afetada por várias doenças causadas por bactérias, vírus e fungos, que afetam toda a

planta, resultando em perdas elevadas. Sua ocorrência esta associada à susce-tibilidade dos cultivares, surgimento de novas raças de patógenos, ao manejo uti-lizado e as condições climáticas. Nos três últimos anos as doenças de trigo foram extremamente severas, causando perdas significativas de produtividade, diminuin-do a rentabilidade da cultura.

Viroses Existem duas viroses de importância

do trigo: o VNAC que é a mais importante (Nanismo amarelo da cevada) que ocorre em aveia, cevada e trigo, causando sinto-mas de subdesenvolvimento (nanismo). É transmitida pelo pulgão e sua localização no floema reduz o fluxo de seiva para a espiga, causando a má formação dos grãos. Além disso, torna as folhas mais sensíveis à ação de outros patógenos. Os danos são mais severos até os trinta dias após a emergência. O tratamento mais eficiente é o tratamento de semente, uma vez que um único pulgão por planta pode transmitir a virose. Aplicações de insetici-das via foliares controlam a praga, porém o vírus já pode estar instalado.

O mosaico causado por VMT (vírus do mosaico do trigo) é transmitido via raízes por um fungo (polymixa graminis) que se movimenta na água do solo especialmen-te em solos sujeitos ao acúmulo de água. Seu controle se restringe exclusivamente ao uso de variedades resistentes e melho-ria da estrutura física do solo.

BacteriosesA bacteriose de maior importância é

a estria bacteriana, causada por Xantho-monas campestris onde os sintomas são lesões aquosas e estriadas nas folhas, po-dendo se observar pus bacteriana quando do clima úmido. A introdução se dá por se-mentes infectadas ou por restos culturais no solo. Períodos prolongados de chuvas favorecem a disseminação e a infecção da bactéria. Seu controle se dá através de ro-tação de cultura e uso de sementes prove-nientes de campos sem a doença.

Doenças fúngicasAs doenças fúngicas do trigo são

causadas por diversos tipos de fungos que atacam as raízes, os colmos, as folhas e as espigas. As raízes são afetadas por podridão comum causado por Bipolaris e Fusarium e pelo mal do pé causada por Gaeomamomyces. Todas têm nos restos culturais sua principal fonte de inóculo. As doenças foliares do trigo são princi-palmente a ferrugem da folha, o oídio e as manchas foliares. Sua presença está diretamente associada às condições cli-máticas (temperatura e duração de mo-lhamento), onde em anos mais secos a predominância de oídio, em anos mais chuvosos de ferrugem e manchas fo-liares, embora todas possam ocorrer si-multaneamente em casos de variações climáticas. Em resumo, todos os anos alguma dessas doenças irão se fazer pre-sentes e requerer medidas de controle.

A ferrugem da folha é causada pelo fungo Puccinia triticina. Caracterizando-se por pústulas alaranjadas nas folhas e bai-

nhas. Esse fungo possui grande variabili-dade genética que resulta em novas rasas mais virulentas capaz de quebrar a resis-tência das variedades desenvolvidas pela pesquisa. Um dos fatores que contribuem para a grande variabilidade desse fungo é o cultivo contínuo de trigo em diferentes regiões do país. Este fator favorece a so-brevivência, multiplicação e disseminação e as trocas entre as regiões. O controle se dá pelo uso de variedades resistentes ou menos suscetíveis e aplicação de fungici-das na parte aérea.

O oídio tem como agente causador o fungo Blumeria graminis. É de fácil iden-tificação através das colônias branco--acinzentadas formadas por estruturas do fungo sobre as folhas e colmos. Em inver-nos mais secos o oídio pode aparecer já na fase de perfilhamento, determinando aplicações mais precoces de fungicidas. Outra forma de controle é o tratamento de semente com produtos sistêmicos.

As manchas foliares mais freqüentes na cultura do trigo são a mancha amarela e a mancha marrom, causadas respectiva-mente pelos fungos Pyrenophora tritici e Bipolaris sorokiniana. Os sintomas são le-sões retangulares ou elípticas, de cor par-da ou mais escura. A diferença principal está no halo amarelo em torno das lesões na mancha amarela. Ambos os patógenos são transmitidos por sementes e sobrevi-vem em restos culturais no solo. O con-trole se dá através do uso de sementes menos infectadas, tratamento de semente com produtos sistêmicos, uso de varieda-des mais resistentes e rotação de cultura.

As duas principais doenças que afetam

Page 39: revista produtor rural ed. 31

Revista do Produtor Rural 39

ATENÇÃOEste(s) produto(s) é(são) perigoso(s) a saúde humana, animal e ao meio ambiente.

Leia atentamente e siga rigorosamente as instruções contidas no(s) rótulo(s), na(s) bula(s) e na(s) receita(s).Utilize sempre equipamento de proteção individual.

Nunca permita a utilização do(s) produto(s) por menores de idade.Faça a tríplice lavagem das embalagens.

Descarte corretamente as embalagens e restos de produto(s).

Produto de Uso AgrícolaConsulte sempre um Engenheiro Agrônomo.

Venda sob Receituário Agronômico

Revista do Produtor Rural 37

ATENÇÃOEste(s) produto(s) é(são) perigoso(s) a saúde humana, animal e ao meio ambiente.

Leia atentamente e siga rigorosamente as instruções contidas no(s) rótulo(s), na(s) bula(s) e na(s) receita(s).Utilize sempre equipamento de proteção individual.

Nunca permita a utilização do(s) produto(s) por menores de idade.Faça a tríplice lavagem das embalagens.

Descarte corretamente as embalagens e restos de produto(s).

Produto de Uso AgrícolaConsulte sempre um Engenheiro Agrônomo.

Venda sob Receituário Agronômico

Gráfico 4: Porcentagem de cobertura das folhas de soja nos terços das plantas, de acordo o tipo de ponta utilizado. Fonte: Antuniassi et al. (2004 a e 2004b).

Abertura de ângulo e formação de deriva em ponta de aplicação Cone vazio 80.01 pressão 5 bar. - Com adjuvante a base de Fosfatidilcoline.

Avaliação da cobertura de gotas no terço inferior da planta de milho no estagio V6 - Aplicação via terrestre -Vazão 100 lt/ha Pontas de aplicação 110.015 pressão de 3,5 bar. - Com adjuvante a base de Fosfatidilcoline.

Fonte: Trabalho técnico realizado pelo Prof. Dr. Ulisses Rocha Antuniassi, FCA/UNESP – Botucatu/SP - Publicações Fundação Chapadão Safra 2010/2011 Soja/Milho 4ª edição 03/2011.

Superior Médio Inferior

100

90

80

70

60

50

40

30

20

10

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Indução de ar(AI)

Leque(XR)

Duplo Leque(TJ)

Cone(TX)

sempenho dos pulverizadores de barras. Usualmente as gotas mais finas apresentam maior potencial de cobertura das folhas nas partes baixas das plantas, notadamente em comparação às gotas mais grossas (gráfico 4). Este fato evidencia a necessida-de de maximizar a cobertura dos alvos.

Por esta razão, quando a aplicação precisa fornecer a máxi-ma cobertura das folhas, como num tratamento com fungicida numa aplicação preventiva, a preferência deve ser dada para as gotas mais finas.

SEM LI 700

SEM LI 700

Rev Prod Rural_25_mai jun 2011.indd 37 21/06/2011 22:43:58

as espigas do trigo são Brusone a Giberela. A primeira é causada pelo fungo Pyricularia grisea que requer temperaturas entre 21 a 27º, por isso sua ocorrência é mais fre-quente no norte do Parará. Já a giberela é causada pelo fungo Gibberela zeae, ocorre em todas as regiões tritícolas, sendo favo-recida por temperaturas medias de 20º e períodos de molhamento de 30 horas. A giberela afeta a formação de grãos que se tornam rosados e chochos com espiguetas de cor branca ou palha. O inóculo que cau-sa a giberela vem dos restos culturais e de outros hospedeiros como o milho. O mane-jo da doença se dá pelo uso de cultivares menos suscetíveis, a rotação de cultura e o uso de fungicidas, porém como esta doen-ça necessita de um período de molhamen-to, a aplicação de fungicida deve preceder a ocorrência da chuva.

Algumas estratégias podem ser ado-tadas para amenizar os prejuízos causa-dos pelas doenças do trigo tais como:

• Sementes de boa sanidadeSemente de boa procedência livre

de patógenos é importante uma vez que dessa forma pode- se evitar que a doen-ça se distribua por toda lavoura, atacando tanto a parte aérea como o sistema radi-cular. Esse aparecimento prematuro causa danos já na fase inicial da cultura, neces-

sitando de medidas de controle mais pre-coces e que nem sempre são suficientes para evitar prejuízos.

• Tratamento de sementeO tratamento de semente com fun-

gicidas visa reduzir ou até evitar a trans-missão do patógeno para a raiz e para a parte aérea. A eficiência do tratamento será maior quanto menor a presença do patógeno na semente, podendo chegar até 90% em sementes de boa qualidade.

Tanto a aplicação de fungicidas na semente como também aplicações pre-ventivas na parte aérea podem trazer três benefícios importantes: atrasam o primeiro ciclo da doença, reduzem a sua intensidade e ritmo ou taxa epidêmica.

• Aplicação de fungicidaVários fungicidas estão registrados

para a cultura do trigo na sua grande maioria que pertencem a dois grupos principais: os triazóis e as estrobilurinas. O primeiro grupo possui um controle mais eficaz em ferrugem e oídio e o segundo grupo em manchas foliares. Porém, para a sua maior eficiência, a tomada de decisão deve sempre considerar as condições cli-máticas que precederam a avaliação e a prevista para os próximos dias. Se elas fo-ram favoráveis nos dias anterior é prová-vel que haja muito mais doença incubada

do que expresso pelos sintomas.Após a aplicação do fungicida a do-

ença permanece estável por alguns dias. Este intervalo é chamado período residual. Os fatores que mais encurtam o período residual dos fungicidas são o uso de sub dosagem, aplicação curativa e pulveriza-ção inadequada. Quanto mais doença a ser controlada, menor e o residual e mais ace-lerado será a retomada da doença devido à maior quantidade de inóculo remanes-cente. Deve-se analisar também que uma aplicação de fungicida não recupera danos anteriores e que alguns dias serão neces-sários após aplicação para a estabilização do problema. Por esse motivo, a reaplica-ção deve ser monitorada uma vez que os residuais nunca serão os mesmos.

Em resumo, a redução do rendimento final do trigo varia em função da própria doença , da suscetibilidade das cultivares, das condições climáticas e da época de sua ocorrência, uma vez que quanto mais cedo aparecem, maior será o prejuízo cau-sado. Medidas como rotação de cultura, uso de sementes de boa qualidade, trata-mento de semente, uso de cultivares mais resistentes e o uso de fungicidas adequa-dos para o controle das doenças da parte aérea irão reduzir essas perdas e permitir que as cultivares possam expressar todo o seu potencial produtivo.

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Revista do Produtor Rural40

Muito embora o título do presente artigo pareça não buscar a atenção dos produtores rurais, a situação

na prática é um tanto quanto delicada, e merecedora de uma discussão mais apro-fundada. Nesse sentido, resolvemos com-partilhar com os amigos produtores rurais e demais leitores deste periódico, nosso entendimento acerca do enquadramento sindical e respectivos direitos trabalhistas dos empregados rurais, quando estes exer-cem a função de motoristas de caminhão.

Inicialmente vamos exemplificar para melhor compreensão do assunto aqui abordado. Não é incomum os produtores rurais possuírem caminhões próprios e os disponibilizarem para seus emprega-dos para efetuarem o transporte de cere-ais (soja, milho, etc), insumos (sementes, adubos, etc), ou qualquer outro produto, entre a propriedade rural do empregador rural até as unidades receptoras de cere-ais (cooperativas, cerealistas), entre uma revendedora de insumos e a propriedade rural do produtor, ou ainda, entre as fazen-das do próprio produtor rural. Até aí parece estar tudo bem. Ocorre que esses empre-gados rurais estão exercendo a função de motorista de caminhão, e aí surge a contro-vérsia, sintetizada na seguinte indagação: esses trabalhadores são efetivamente em-pregados rurais ou são motoristas? A situ-ação prática pode se tornar em problema de proporções financeiras consideráveis, quando traçamos um comparativo entre os pisos salariais previstos para essas duas categorias de trabalhadores, bem como os reflexos sobre a diferença salarial. Para o empregado rural abrangido pela conven-ção coletiva de Guarapuava/PR, o piso salarial atual é de R$ 785,00, enquanto que para o motorista de caminhão, o piso salarial em Guarapuava/PR é quase 60% superior, de R$ 1.250,00. Além disso, há outras verbas trabalhistas previstas para os motoristas e que não estão contempladas para os empregados rurais. Some-se a essa diferença de piso salarial, todas as conse-

[Direito Trabalhista]

Empregado rural na função de motorista de caminhão

qüências remuneratórias em 13º salário, terço constitucional sobre as férias, adicio-nal de horas extras, recolhimentos ao FGTS, etc e, aliada a prescrição quinquenal que garante ao empregado pleitear verbas sa-lariais dos últimos cinco anos, a diferença do custo salarial entre um empregado rural e um motorista de caminhão é significati-vamente relevante.

Pois bem, demonstrada a diferença do custo da mão-de-obra entre emprega-do rural e motorista de caminhão, decor-rente das normas previstas nas conven-ções coletivas das respectivas categorias, passamos a tecer nossa opinião acerca do assunto. Há dois pontos primordiais que devem ser analisados, sendo que para o presente caso em análise, o segundo so-luciona a controvérsia. Assim, primeiro é necessário verificar qual a atividade pre-ponderante do empregador e; segundo, se a entidade sindical patronal, ou seja, do empregador, participou das negociações dos diretos trabalhistas previstos na con-venção coletiva de trabalho da categoria. Desta forma, regra geral, para o correto enquadramento sindical do empregado, deve-se levar em consideração qual a atividade preponderante do empregador. Se o patrão é agricultor ou pecuarista, e a atividade rural é sua principal ocupação e fonte de renda, os seus trabalhadores que nessa atividade atuam, serão enqua-drados como empregados rurais, e seus direitos serão os previstos na CLT, legis-lação específica do rurícola e normas da convenção coletiva de trabalho do setor rural. Mas a situação prática que estamos analisando não se apresenta tão simples assim, eis que os motoristas são conside-rados trabalhadores de categoria profis-sional diferenciada, dadas as condições do trabalho que exercem (arts. 511, §3º e 577 da CLT). E nessa condição de catego-ria diferenciada, há exceção à regra geral segundo a qual o enquadramento sindical decorre da atividade preponderante do empregador, ao passo que, consequen-

temente, acaso o trabalhador demonstre pertencer a categoria diferenciada de mo-torista, em tese, teria direito a pleitear as verbas trabalhistas previstas na conven-ção coletiva de trabalho dos motoristas. Contudo, os julgados em casos práticos sabidamente consolidaram o entendi-mento no sentido de não atribuir efeitos de abrangência ilimitada para as conven-ções coletivas de trabalho das categorias diferenciadas, caso dos motoristas. Assim, a jurisprudência evoluiu no sentido de que o empregador necessita estar represen-tado pela sua entidade sindical patronal nas convenções coletivas de trabalho de categoria diferenciada, para que os seus empregados pertencentes a este catego-ria possam invocar as normas previstas no respectivo instrumento coletivo. Eis o inteiro teor da Súmula nº 374 do Tribunal Superior do Trabalho: NORMA COLETIVA. CATEGORIA DIFERENCIADA. ABRANGÊNCIA (conversão da Orientação Jurisprudencial nº 55 da SBDI-1) - Resolução 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005. Empregado integrante de categoria profissional diferenciada não tem o direito de haver de seu empregador vantagens previstas em instrumento coleti-vo no qual a empresa não foi representada por órgão de classe de sua categoria. (ex-OJ nº 55 da SBDI-1 - inserida em 25.11.1996).

Em síntese, os empregados rurais que exercem a função de motoristas de cami-nhão, não podem querer exigir dos seus empregadores rurais que estes cumpram as normas previstas na convenção coletiva dos motoristas, eis que o Sistema Sindical Rural Patronal não participa das negocia-ções coletivas da categoria diferenciada dos motoristas. S.m.j., este é o nosso en-tendimento.

Com isso, pretendemos contribuir com nossos amigos produtores rurais que even-tualmente possuam em suas propriedades, trabalhadores rurais exercendo a função de motoristas de caminhão, buscando es-clarecer eventual dúvida acerca do assunto acima abordado.

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Revista do Produtor Rural 41

Os amigos produtores rurais leitores da Revista do Produtor Rural do Paraná, por algumas vezes leram

nossos artigos que se referiam a incons-titucionalidade do Funrural, e a conse-qüente possibilidade de ajuizamento de ação judicial com o pedido de restituição deste tributo, que tem por base de cál-culo a receita bruta das comercializações da produção rural. Paralelamente a esta demanda judicial do Funrural, estávamos acompanhando outras ações judiciais em matéria de direito tributário intentadas por produtores rurais, os quais estavam questionando a legalidade da incidência de um outro tributo, denominado salário--educação, e que atualmente incide a alí-quota de 2,5% sobre a folha de pagamen-to do empregador rural pessoa física.

Desde o ano de 2006, a mais alta cor-te do país para questões infraconstitucio-nais, vem decidindo que o produtor rural pessoa física não pode ser sujeito passivo dessa contribuição. Mais recentemente, o Superior Tribunal de Justiça em Brasília decidiu que a contribuição para o salário--educação tem como sujeito passivo so-mente as empresas, assim entendidas as

Mais um tributopago indevidamentepelo produtor rural

SANDER & RUSCHEL SANDER ADVOGADOS ASSOCIADOS, OAB/PR 3.255CID MARCELO SANDER, Advogado, OAB/PR 41.010FERNANDA RUSCHEL SANDER, Advogada, OAB/PR 50.991TED MARCO SANDER, Advogado, OAB/PR 41.106

firmas individuais ou sociedades, com ou sem fins lucrativos. Em razão disso, o produtor rural pessoa física, que não se encontra inscrito no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas-CNPJ do Ministério da Fazenda, não se enquadra no concei-to de empresa para fins de incidência da contribuição salário-educação. Dessa for-ma, tem o produtor rural pessoa física o direito de ajuizar ação com o objetivo de requerer a restituição desse tributo pago indevidamente nos últimos cinco anos.

Salientamos que a matéria não foi submetida ao crivo do Supremo Tribunal Federal, órgão de cúpula do Poder Judi-ciário competente para julgar ações com matérias constitucionais, contudo, nos processos já julgados, o Governo Federal por meio da Procuradoria-Geral da Fa-zenda Nacional não vem mais recorrendo à Suprema Corte, o que demonstra certo reconhecimento de que matéria encon-tra-se judicialmente resolvida, e mais, fa-voravelmente ao produtor rural pessoa fí-sica. Nesse sentido, o produtor rural deve ficar atento e buscar orientações com seu advogado de confiança, para maiores es-clarecimentos sobre o assunto.

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Revista do Produtor Rural42

Há mais de 65 anos a Sementes Agroceres entende as necessidades do produtor brasileiro para ofere-cer as melhores soluções para seu negócio. É por isso que a Sementes Agroceres possui a mais completa li-nha de sementes híbridas de milho e sorgo do mercado.

Seja qual for a região e as suas necessidades específicas, Semen-tes Agroceres tem sempre o melhor

[Milho e sorgo]

Sementes Agroceresoferece um portfólio diferenciado

Conheça mais sobre as novidades e as tecnologias que Sementes Agroceres traz para a região de Guarapuava:

AG 8025 PROÉpoca de plantio: VerãoPrecocidade: PrecocePopulação (planta/ha): 65 a 75 milBenefício: Alto teto produtivo para os plantios do cedo no Verão do Sul.Finalidade: Produção de Grãos

AG 8041 PROÉpoca de plantio: VerãoPrecocidade: PrecocePopulação (planta/ha): 65 a 75 milBenefício: O melhor negócio em estabilidade produtiva.Finalidade: Produção de Grãos e Silagem

AG 9045 PROÉpoca de plantio: VerãoPrecocidade: SuperprecocePopulação (planta/ha): 70 a 75 milBenefício: Superprecoce sadio e produtivo com excelente qualidade de grãosFinalidade: Produção de Grãos

negócio para oferecer. Tudo isso é resultado da busca constante de Sementes Agroceres por novas tec-nologias e soluções agrícolas, o que garante a melhor linha de produtos.

Nosso objetivo é atender às ne-cessidades de cada cliente com ra-pidez e competência, levando em consideração o meio ambiente e o crescimento sustentável. Além disso, o grande diferencial é oferecer híbri-

dos com precocidade, produtividade e sanidade aos produtores.

A marca que é conhecida por ofe-recer os híbridos para Produção de Grãos e para Silagem está sempre in-vestindo e buscando novas tecnolo-gias para trazer produtos que contri-buam para o desenvolvimento de uma agricultura mais sustentável, permitin-do ao produtor produzir mais, com me-lhor qualidade e menor custo.

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Revista do Produtor Rural 43

Sementes Agroceres. A Escolha certa

de quem quer produtividade, rentabilidade

e o melhor negócio.

Mais informações

http://www.sementesagroceres.com.br

AG 5011 YGÉpoca de plantio: Verão e SafrinhaPrecocidade: PrecocePopulação (planta/ha): 50 a 55 milBenefício: Flexibilidade para Produção de Grãos ou Silagem de alto valor energético Finalidade: Silagem

AG 8011 PROÉpoca de plantio: VerãoPrecocidade: PrecocePopulação (planta/ha): 60 a 70 milBenefício: O precoce de excelente produtividade de grãos e de silagem para a região sulFinalidade: Produção de Grãos e Silagem

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Revista do Produtor Rural44

[Aconteceu ]

Treinamento para mobilizadores do SENAR

Reunião esclarece as novas diretrizes da ADAPAR

Nos dias 15 e 16 de maio, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Se-nar) promoveu um treinamento para

mobilizadores da região, em Guarapuava. O treinamento foi realizado pelo su-

pervisor regional de Irati, Eduardo Figuei-redo Mercado e pelo supervisor regional de Matelândia, Francisco Pelição.

Segundo Mercado, o objetivo do trei-namento foi repassar as informações sobre

A Secretaria do Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab) realizou no dia 10 de maio, no anfiteatro do Sindicato Rural de Guarapuava, reunião sobre o funciona-mento e novas diretrizes de trabalho da Agência de Defesa Agropecuária (ADAPAR).

O objetivo do encontro foi esclarecer a técnicos, veterinários e responsáveis pela inspeção de todo o Estado às dúvidas so-bre o novo órgão.

A ADAPAR é uma autarquia que está ligada à Seab, que substitui o Departamen-to de Fiscalização e Defesa Agropecuária - DEFIS, e terá como função todos os ser-viços relacionados à sanidade e inspeção agropecuária prestados pelo governo do Estado e pretende modernizar e melhorar a qualidade dos produtos paranaenses.

A médica veterinária da Seab, Ana Lucia Menon explica a intenção do en-

o novo pacto instituído pelo Senar aos Sin-dicatos Patronais. “A intenção é atualizar os nossos mobilizadores em todo o Estado sobre o novo termo de cooperação entre os Sindicatos e o Sistema FAEP/SENAR. Es-tamos informando sobre o sistema sindi-cal, planejamento estratégico, mobilização e principalmente as funções do mobiliza-dor dentro do Sindicato Rural”.

O treinamento em Guarapuava foi

Eduardo Figueiredo Mercado e Francisco Pelição

o oitavo encontro promovido pela FAEP/SENAR sobre o tema. Mercado esclarece sobre o novo pacto. “As novidades estão, principalmente, na mobilidade oferecida ao mobilizador e, também, a obrigatorieda-de de no mínimo dois funcionários regis-trados dentro do Sindicato. Estamos fazen-do esse treinamento para reafirmar essas informações e para celebrar o novo termo de cooperação”, destaca.

contro. “Hoje estamos aqui para enten-der as novidades e as diretrizes que a Agência irá trazer para o serviço de ins-peção no Paraná”.

O diretor da ADAPAR, Adriano Rie-semberg enfatiza os benefícios da mu-dança. “O objetivo é modernizar toda a gestão da inspeção no estado”.

Adriano Riesemberg, diretor da Adapar

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Revista do Produtor Rural 45

[Angus ]

“A raça completa”Desempenho do campo ao consumidor

Entre as raças taurinas, o Angus se destaca por reunir um maior nú-mero de características positi-

vas que lhe asseguram um excelente resultado econômico como gado de corte. Tanto que, por comportar todo esse conjunto de particularidades, é definido como uma raça completa.

Fertilidade, longevidade, precoci-dade, rusticidade, facilidade de parto e habilidade materna são alguns dos aspectos que proporcionam incom-paráveis índices de produtividade. Soma-se ainda a qualidade da carne, que atende às exigências do merca-do moderno.

Registrada no mundo há mais de 300 anos, a raça é líder no rebanho de diversos países. “Principalmente

nos renomados produtores de car-ne, como Estados Unidos, Canadá, Argentina, Uruguai e Austrália”, acen-tua o médico veterinário Cristopher Filippon.

No Brasil, o Angus foi inserido há mais de um século. “E está em cons-tante ascendência no País, como resul-tado da grande preferência de quem busca eficiência na produção do gado de corte”, acrescenta Filippon, que preside o Núcleo de Criadores de An-gus do Oeste do Paraná.

CruzamentosO criador de Angus, Renato Zan-

canaro diz que a raça se revela insu-perável em programas de cruzamen-to com zebuínos. “Traz alta heterose

no primeiro cruzamento (F1) e já no desmame assegura grande benefí-cio econômico ao pecuarista, pois são esperados bezerros 20% a 25% mais pesados que a média obtida so-mente com zebuínos”, justifica.

De acordo com Zancanaro, na reprodução os ganhos são eviden-tes. “A fêmea ½ Angus – ½ Nelore atinge facilmente a puberdade em idade muito jovem e pode entrar em reprodução com 14 ou 24 meses, de-pendendo do sistema alimentar da propriedade”, explica.

A genética AngusOutro fato observado é a grande

preferência pela raça nos programas de carne certificada. “Em consequên-

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Revista do Produtor Rural46

cia, bezerros cruza Angus são sempre comercializados com preço superior, com maior liquidez.

Segundo o médico veterinário Filippon há, nesses programas, o compromisso em apresentar uma carne com qualidade. “Com produ-tos de cruzamento Angus, esse dife-rencial é garantido”, completa.

Uma comprovação da forte pre-ferência pela genética Angus é atra-vés de dados sobre comercialização de doses de sêmen. Em 2011, por exemplo, nesta raça, houve cresci-mento de 33% no Brasil, período em que o mercado nacional de corte ob-teve incremento de 23%.

Divulgado em fevereiro, relatório

da Associação Brasileira de Insemi-nação Artificial (Asbia) apontou lide-rança isolada do Angus entre as raças européias (taurinas), com a comer-cialização de 2,384 milhão de doses de sêmen no ano passado. O avanço em comparação com o ano anterior foi de 591 mil doses.

Este desempenho e predomínio da raça são recordes no país, e pode ser verificado, ainda, ao se observar que o Angus detêm mais de 86% do

mercado de sêmen das raças tau-rinas de corte, no somatório de ou-tras 24 raças européias analisadas. Fazendo uma avaliação dos últimos cinco anos, comparando 2007, quan-do foram vendidas 868.184 doses de sêmen Angus, praticamente triplica-mos o número de doses comerciali-zadas. Em linhas gerais, nos últimos cinco anos nós crescemos expressi-vos 174,5%, contabiliza Fabio Me-deiros, sub gerente da associação do Angus e coordenador do programa Carne Angus Certificada.

Para Fernando Velloso, médi-co veterinário e técnico da Associa-ção Brasileira de Angus. - A entida-de trabalha há diversos anos com a

mensagem “Angus, a raça completa”. Segundo Velloso, este slogan pode parecer pretensioso a primeira leitu-ra, pois sugere que este gado pode ser criado em qualquer lugar e é per-feita em todas as características. “Se assim fosse seria ótimo, mas a men-sagem é outra: é completa porque cumpre com seu papel no campo, no frigorífico e na mesa do consumi-dor”, esclarece.

“De nada adianta o maior ganho

de peso se a carcaça não é adequa-da à indústria; de pouco adianta alta rusticidade se a carne não agrada ao consumidor”, avalia o técnico da Associação. “Temos que pensar o nosso negócio como uma cadeia in-tegrada e onde os resultados devem ser positivos em todas as fases: nes-te ponto o Angus é completo: ofere-ce maior produtividade ao produtor, carcaças superiores para a indústria e a carne mais saborosa do mundo ao consumidor”.

A raça no Oeste do ParanáNa região Oeste do Paraná, a raça

Angus esta presente há mais de 20 anos. São criadores que a utilizam em cruzamentos para produção de animais comerciais e exemplares puros, que disponibilizam matrizes e reprodutores que serão multiplica-dores dessa genética.

Um grupo de 25 pecuaristas de Cascavel a Guarapuava, numa região que abrange mais de 100 municí-pios, fundaram o Núcleo de Criado-res Angus do Oeste do Paraná no ano de 1990. A organização tem como objetivo promover a difusão da raça, que na época já apresentava um crescimento diferenciado com rela-ção às demais.

Para o primeiro presidente do Núcleo, José Filippon, a raça crescia de forma natural e espontânea e ha-via necessidade de organizá-la para desenvolver um trabalho ordenado e eficaz. “Após 10 anos, o Núcleo con-tabiliza a realização de dias de cam-po, dezenas de leilões e julgamentos da raça”, relata.

Segundo o criador, esse suces-so deste trabalho confirma, ano após ano, que, além de ser uma raça completa, há um avanço que segue para um sentido sem volta. “É a raça que mais cresce no Brasil, porque é a que melhor atende às novas ten-dências e exigências do mercado”, comemora Filippon.

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Revista do Produtor Rural 47

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Revista do Produtor Rural48

[Soja]

Benso 1 RR apresentou melhores produtividades em ensaios da FAPA

Nos ensaios de “COMPORTAMEN-TO DE CULTIVARES DE SOJA NA REGIÃO CENTRO SUL DO ESTADO

DO PARANÁ, SAFRA 2011/2012”, condu-zidos pelo corpo técnico da FAPA (Vitor Spader; Juliano Luiz de Almeida; Everton I. Makuch; Alfred Stoetzer) a cultivar Ben-so 1RR apresentou as melhores produti-vidades médias e máximas.

Os ensaios foram conduzidos em condições de alta tecnologia (plantio direto, adubação 200 kg/ha de 00-25-25 com manejo de pragas e doen-ças, seguindo as recomendações de

pesquisa da FAPA) em três épocas de plantio, em três localidades distintas e em populações de 250.000, 350.000 e 450.000 plantas/ha.

Tanto para a média de produtivi-dade em todos os ensaios, como para a produtividade máxima de cada cul-tivar, a BENSO 1RR apresentou resul-tados espetaculares, mostrando mais uma vez sua estabilidade produtiva, juntamente com seu elevado poten-cial genético.

A Benso 1 só mostrou o que já ima-ginávamos. Foi o 1° lugar na FAPA Geral.

A campo, ela precisa de alguns detalhes para mostrar todo o seu potencial.

A Oeste Insumos é exclusiva ven-dedora das sementes Benso e fomos nós (Oeste Insumos) que iniciamos o trabalho há três safras.

Os agrônomos da Oeste Insumos: Henrique Michalak, Douglas Jobim, Thiago Augusto e Helio Giacobbo já es-tão com o pacote tecnológico em mãos para bem atenderem os produtores.

Os interessados devem procurar a Oeste Insumos, uma vez que a dispo-nibilidade é pouca.

101,1100

80

60

40

20

BENSO 1RR

BMX ATIVA RR

FPS JÚPITER RR

BMX APOLO RR

FAPA 1013

FAPA 1012

BMX TURBO RR

SYN 1059RR(V-TOP)

BMX ENERGIA RR

FAPA 1005

FAPA 1010

FAPA 1000

FAPA 1003

BRS TORDILHA RR

FAPA 1014

FAPA 1011BENSO 3

BENSO 2

FAPA 1009

FAPA 1002

FAPA 1006

FAPA 1001

AFS 110 RR

TMG 7161RR

NIDERA NS 6631 RR0

100,796,4 96,3 93,9 92,9 92,7 92,8 91,6 90,9 89,2 87,9 87,9 87,7 86,2 84,1 84,0 83,9 83,8 82,9 82,6 82,2 80,2 79,3 78,0

Produtividade máxima das CultivaresProdutividade máxima de cada cultivar em todos os 9 ensaios conduzidos pela FAPA em

Entre Rios (Guarapuava-PR, altitude 1100m), Murakami (Guarapuava-PR, altitude 985m) e Pinhão-PR (altitude 875m),nas épocas de 20/10 , 19/11 e 11/12/2011 com populações de 250000, 350000 e 450000 plantas/ha

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81,6 79,5 79,4 78,5 78,5 77,9 76,4 76,1 75,8 74,9 74,5 74,2 73,2 72,7 71,8 69,6 69,4 69,4 69,1 69,0 68,8 68,8 68,5 68,265,3

BENSO 1RR

BMX ATIVA RR

FPS JÚPITER RR

BMX APOLO RR

FAPA 1013

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BMX TURBO RR

SYN 1059RR(V-TOP)

BMX ENERGIA RR

FAPA 1005

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BRS TORDILHA RR

FAPA 1014

FAPA 1011BENSO 3

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FAPA 1001

AFS 110 RR

TMG 7161RR

NIDERA NS 6631 RR

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0

Produtividade média das CultivaresProdutividade média de cada cultivar em todos os 9 ensaios conduzidos pela FAPA em

Entre Rios (Guarapuava-PR, altitude 1100m), Murakami (Guarapuava-PR, altitude 985m) e Pinhão-PR (altitude 875m),nas épocas de 20/10 , 19/11 e 11/12/2011 com populações de 250000, 350000 e 450000 plantas/ha

Prod

utiv

idad

e sc

/ha

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Revista do Produtor Rural50

Sicredi atinge a marca de2 milhões de associados

[Cooperativismo ]

Em apenas cinco anos, o Sicredi registrou um aumento de 100% na base de associados. Atualmente, são 2 milhões de associados, distribuídos em dez estados brasileiros. Neste período, o volume de ativos cresceu

de R$ 6,7 bilhões para R$ 26 bilhões, um incremento de 288% de 2006 a 2011. De acordo com o presidente executivo do Sicredi, Ademar Schardong, a meta, estabelecida no Planejamento Estratégico 2011-2015, é fechar 2015 com 3,5 milhões de associados.

Para Schardong, esta conquista reflete que, cada vez mais, as pessoas es-tão descobrindo a força da cooperação. “As cooperativas de crédito têm se firmado no mercado financeiro como um sistema mais inclusivo, participativo e justo, atuando como instrumento de organização econômica da sociedade. A ONU reconheceu essa importância e declarou 2012 o Ano Internacional das Cooperativas”, analisa.

A marca de 2 milhões representa, apenas em 2011, um crescimento de 13% na base de associados do Sicredi, cujas movimentações e operações fo-ram responsáveis por um crescimento de 31,3% no crédito total do Sicredi, que atingiu a montante de R$ 14,5 bilhões, em dezembro. Vários produtos dis-poníveis aos associados obtiveram um incremento recorde, como consórcios, com um volume de crédito 50% superior a 2010 e também 35% a mais de cotas. No crédito rural, o Sicredi concedeu em 2011 mais de R$ 6 bilhões em recursos para produtores rurais.

No Sicredi, a utilização de produtos financeiros como conta corrente, car-tão de crédito, investimentos, seguros e consórcios, trazem benefícios aos as-sociados, pois os resultados de uma cooperativa de crédito são repassados proporcionalmente ao volume das suas operações e reinvestidos no lugar onde vivem, fortalecendo a economia da região. O Sicredi não é um banco: é um sistema de 115 cooperativas de crédito que tem um banco cooperativo. É diferente das instituições tradicionais em vários aspectos, como a participação dos associados na definição, em assembleias, do futuro do empreendimento.

As cooperativas de crédito têm se firmado no mercado financeiro como um sistema mais inclusivo, participativo e justo...

Ademar Schardong Presidente executivo do Sistema Sicredi

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Revista do Produtor Rural 51

Mais um contemplado no sorteio do Seguro Residencial do SicrediO prêmio de R$ 10 mil saiu para o Sr. Anor Antonio Bet do município de Pinhão/PR

Sobre o Sicredi

Aconteceu em Pinhão PR, no dia 09 de maio a entrega do prêmio de R$ 10 mil referente ao sorteio do Seguro Re-sidencial Sicredi. O Sr. Anor Antonio Bet foi um dos contemplados dos sorteios do mês de Abril.

Na ocasião, o presidente da coope-rativa Sicredi Terceiro Planalto, Adilson Primo Fiorentin, afirmou ser grata satis-fação premiar associados através dessa parceria do Sicredi com a companhia Mapfre. “É bom saber que nossos asso-ciados podem contar com excelentes produtos e serviços e ainda concorre-rem a prêmios como este que estamos entregando hoje”.

Além do presidente Adilson, esta-vam presentes na entrega,o conselheiro de administração, Alberto Fuchs Neto, o assessor do produto seguro, Paulo Ro-gério Follmann o gerente da unidade de atendimento de Pinhão, Marcos Datsko além da equipe de colaboradores.

O Seguro Residencial do Sicredi é um produto diferenciado. Além de exce-lentes coberturas o segurado participa de sorteios semanais no valor de R$ 10 mil pela Loteria Federal.

O Sicredi é um conjunto de 115 cooperativas de crédito, integradas horizontal e verticalmente. A integração horizontal representa a rede de unidades de atendimento (1.150 unidades de aten-dimento), distribuídas em 10 Estados* - 905 municípios. No processo de integração vertical, as cooperativas estão organizadas em quatro Cooperativas Centrais, uma Confederação, uma Fun-dação e um Banco Cooperativo, que controla as empresas específicas que atuam na distribuição de seguros, administração de cartões e de consórcios. Mais informações no site sicredi.com.br.

* Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Tocantins, Pará, Rondônia e Goiás.

Marcos, Anor, Adilson e Alberto

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Revista do Produtor Rural52

38ª Feira de Bezerros de Guarapuava alcançou preço médio recorde

[Leilão ]

A 38º Feira Estadual de Bezerros de Guarapuava realizada no dia 6 de maio, no Parque de Exposição La-

cerda Werneck, foi um sucesso tanto em qualidade, como preços alcançados e nú-mero de animais vendidos. A comerciali-zação movimentou R$ 1,1 milhão.

Na tarde de domingo foram vendidas 1172 cabeças de bezerros com cruzas de Charolês, Red Angus, Aberdeen Angus, Canchin, Tabapuã, Nelore, Brahman e Si-mental, com idades entre 6 a 12 meses.

A feira, considerada a melhor do es-tado, é promovida pelo Núcleo de Criado-res de Bezerros de Guarapuava. O Núcleo levou 104 lotes de animais ao Parque, sendo 80 de machos e 24 de fêmeas. O presidente Denilson Baitala disse que a feira superou muito as expectativas. “Os preços foram acima da média e nos sur-preenderam. O resultado em termos de qualidade, sem dúvida foi ótimo, princi-palmente no cruzamento industrial”.

Baitala enfatizou que a maioria dos compradores foi da região de Guarapu-

ava. “Isso é importante para a pecuária daqui. Notamos que quem comprou ano passado também esteve presente esse ano na feira”.

De acordo com o presidente, os prin-cipais compradores foram Agrícola Es-trela, Grupo Reinhofer e Cooperativa de Carnes Nobres do Vale do Jordão – Coo-peraliança. O maior vendedor foi o pecu-arista Bianor Mendes Caldas.

Segundo o proprietário da Gralha Azul Remates, Armando França de Araú-jo, o evento teve ótimos resultados, já que vendeu 100% do rebanho e princi-palmente porque apresentou o melhor preço médio geral das feiras já realizadas na região. O preço médio por quilo dos machos foi de R$ 4,12 e as para as fême-as R$ 3,61. No total foram 906 cabeças de machos e 266 fêmeas vendidas com o preço médio de R$ 1.029,88 para ma-chos e R$ 791,05 para as fêmeas.

Segundo o presidente do Sindica-to Rural de Guarapuava, Rodolpho Luiz Werneck Botelho, o destaque da feira de

Guarapuava continua sendo a qualidade dos bezerros ofertados. “Essa qualidade é garantida pelos técnicos do Núcleo que realizam a vistoria e formação dos lotes nas propriedades, com garantia de mane-jo sanitário, como vacinações contra af-tosa, carbúnculo e vermífugos realizadas por profissionais qualificados”.

Os produtores premiados foram Oswaldo Rodrigues Barbosa (Melhor Lote de Bezerros, Melhor Lote Padrão de Be-zerros e Melhor Lote de Bezerras); Rodol-pho Tavares Junqueira Botelho (Melhor Lote de Cruzamento Industrial de Bezer-ros); Márcio Pacheco Marques (Melhor Lote de Novilho Precoce) e Bianor Men-des Caldas (Melhor Lote de Cruzamento Industrial de Bezerras).

A feira teve como apoiadores a Fede-ração da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP), Sindicato Rural de Guarapuava e Sociedade Rural de Guarapuava, com pa-trocínio de Agroboi e Guabiphos Suple-mento Mineral. O remate foi coordenado pela Gralha Azul.

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Revista do Produtor Rural 53

Bianor Caldas e Marina Azevedo

Márcio Marques e Denilson Baitala

Oswaldo Rodrigues Barbosa e Rodolpho Luiz W. BotelhoOswaldo Rodrigues Barbosa e Denilson Baitala

Rodolpho Tavares Junqueira Botelho e Johann Zuber

Oswaldo Rodrigues Barbosa e Rodolpho Luiz W. Botelho

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Revista do Produtor Rural54

Curso destacou o uso da ultrassom para diagnóstico em equinos

[Medicina equina]

O Grupo de Estudos em Medicina Equina (GREMEQ) da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicen-

tro) promoveu nos dias 04 e 05 de junho, o primeiro curso de Ultrassonografia Clí-nica em Guarapuava.

O evento teve como foco repassar para acadêmicos e veterinários a utilida-de da ultrassonografia como uma ferra-menta de diagnóstico clínico em equinos e, sobretudo, ensinar a realizar na prática como o equipamento funciona.

De acordo com a professora do depar-tamento de Medicina Veterinária, Karen Regina Lemos, o uso da ultrassonografia na clínica ainda não é comum na região, por isso essa foi a abordagem principal.

O curso foi ministrado pelo veteri-nário Prof. Doutor Carlos Eduardo Wayne Nogueira, da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Ele é coordenador do grupo de pesquisas Clineq e tem mais de 20 anos em experiência em reprodução, clínica médica de equinos e diagnóstico por imagem.

Segundo Nogueira, a ideia é incen-tivar os futuros veterinários a utilizar o

Helena Krüger Barreto

ultrassom no dia a dia “A ultrassonogra-fia é usada desde os anos 80 no Brasil e historicamente sempre foi utilizada em reprodução. Muitos colegas têm o apare-lho, mas fazem um uso muito limitado”.

No primeiro dia, o treinamento ini-ciou pela parte teórica no período da manhã. À tarde e no segundo dia foram dedicados à prática. Segundo o profes-sor, o aluno só aprenderá se ele mesmo realizar as imagens. “A intenção é que ele pratique muito, e a minha preocupação é ensinar a usarem da forma mais ade-quada”. Nogueira enfatiza que a ultrasso-

nografia deve ser um item complementar no diagnóstico, pois o profissional preci-sa ter vivência clínica e saber interpretar as imagens. “O equipamento vai agregar conhecimento e bagagem dele de clíni-ca, mas não é um método de diagnóstico isolado. Aliás, caso não haja conhecimen-to, a ultrassonografia pode se tornar um complicador, porque se não houver inter-pretação as imagens enganam”.

A acadêmica do 5º ano de Medicina Veterinária, Hanna Carolina Prochno tem interesse de seguir uma especialização em equinos e destaca a importância des-se curso em sua formação profissional. “Eu acho fundamental porque estou no último ano e como faço estágios em ou-tros lugares vejo que é necessário esse conhecimento. E como é uma técnica nova, podemos disseminar o nome da Universidade em outros lugares a partir desse conhecimento. Eu quero trabalhar com área locomotora dos cavalos, en-tão para mim foi muito útil. Além disso, é mais um diferencial na Unicentro, pois prestamos atendimentos aqui enquanto muitos levam os animais para Curitiba e Londrina, por exemplo”.

Nogueira diz acreditar que esse tra-balho refletirá a médio prazo e fará com que mais pessoas estejam capacitadas na área de equinos no país. “O cavalo tem um mercado interessante no Brasil e o setor primário, de uma forma geral, tem se desenvolvido, assim esse tipo de co-nhecimento terá cada vez mais demanda de profissionais. Além disso, o cavalo tem um valor de mercado e, sobretudo, um valor sentimental”.

O I Curso de UItrassonografia foi uma realização da Unicentro, Centro Acadêmi-co de Medicina Veterinária e Grupo de Estudos de Medicina Equina, com apoio do Sindicato Rural de Guarapuava.

Karen Regina Lemos e Carlos Eduardo W. Nogueira

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Revista do Produtor Rural 55

Compra de mudas frutíferas

[Fiscalização ]

Alex Sandro Schiavini / Rosmari Fátima De RéEngº Agrônomos Fiscais - DSV-ADAPAR / SEAB Guarapuava

A muda frutífera leva alguns anos para expressar seu potencial de produtivi-dade, e a qualidade da muda é o que

determinará a vida útil do pomar. A muda é, na verdade, o alicerce da fruticultura, pois dela depende o sucesso ou o fracasso da produção do pomar.

É comum muitos produtores não ob-servarem a qualidade da muda ao compra-rem este insumo, muitas vezes adquirirem mudas de vendedores ambulantes, essas sem origem e documentações necessárias, podendo adquirir mudas não adaptadas, com o agravante de serem de baixa qua-lidade e com a possibilidade de introduzi-rem na propriedade doenças e pragas que ali não existiam.

A etapa mais importante na implanta-ção de um pomar é adquirir mudas de qua-lidade, pois o contrário disso, o fruticultor sofrerá resultados desastrosos, notados so-mente depois de algum tempo, acarretando prejuízos irreparáveis, quando terá frutífe-ras de péssima qualidade e baixa produção.

A SEAB/ADAPAR vem fiscalizando a entrada de mudas frutíferas que entram no Paraná, tanto nas divisas do estado, como interior, a fim de evitar que mudas clandes-tinas, sem origem definida ou com doenças e pragas sejam disseminados em nossos pomares. Ao adquirir mudas frutíferas de vendedores ambulantes que visitam as pro-priedades, muitas vezes com preços mais baratos e facilidade de comprar na proprie-dade, a muda acaba trazendo problemas que em muitos casos não tem solução.

Na compra de uma boa muda, alguns cuidados devem ser tomados.

• Jamaisdeve-seadquirirmudasdecami-nhões e caminhonetes de venda ambu-lante, pois não há registros de procedên-cia, normalmente apresentando sérios problemas de sanidade;

• Comprar sempre de comerciantes es-tabelecidos, pois terá onde reclamar a compra, caso tenha algum problema;

• Todamuda deverá ser identificada com

uma etiqueta, com dados da origem e va-riedade;

• Nãoapresentargalhosquebradosoupar-tes lascadas;

• Apresentarocortedaporta-enxertoapa-rado e com plena cicatrização;

• Apresentarsistemaradicularbemdesen-volvido, sem raízes enoveladas, retorci-das ou quebradas.

Principais problemas observados a campo:

1 - Plantio de mudas velhas;2 - Enovelamento de raízes;3 - Mudas de baixa qualidade;4 - Aceitação pelo consumidor de mudas

fora do padrão;5 - Comércio ilegal de mudas;6 - Problemas de doenças e pragas vindos

com as mudas;7 - Falta de conhecimento da condução do

pomar por parte de agricultor.

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Revista do Produtor Rural56

[Mulher atual]

Guarapuava tem mais “mulheres atuais”

Visita aos idosos do SOS

Produtoras rurais finalizaram em junho as aulas do Programa Mulher Atual, do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural, promovido pelo Sindicato Rural de Guarapuava.

O curso iniciou em maio, sob o comando da engenheira agrônoma e instrutora Josiane Lusíada Granneman.

Confira fotos de algumas aulas e ações promovidas durante o curso:

Dia do Desafio Tarde da belezano Parque das Araucárias

com profissionais da Racco

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Revista do Produtor Rural 57

[Tecnologia]

Desde o seu nascimento, em De-zembro de 2007, a marca BioGe-ne® conquistou uma crescente

e rápida aceitação de seus produtos e serviços, alcançado ótimos resultados e atendendo às necessidades das mais diversas regiões produtoras no Brasil. Hoje, é a marca que mais cresce no mercado brasileiro de milho.

Neste ano, a BioGene está vivendo um novo ciclo de crescimento. Com a nítida proposta de acolher as necessi-dades dos clientes e levar maior valor a toda cadeia de produção de milho, em 2012, seu quadro de representantes comerciais será fortalecido, totalizando 47 representantes. A BioGene contará também com reforço na sua estrutu-ra técnica, gerencial e de logística, em

que cinco novos gerentes e cinco novos coordenadores farão parte desta nova estrutura. Com isso, a BioGene estará ainda mais próxima dos canais de dis-tribuição e dos agricultores, proporcio-nando, assim, um suporte mais rápido e eficiente.

Tecnologia faz parte da origem da BioGene, e nesta safra ela lança no mer-cado cinco híbridos de milho, totalizando onze produtos em seu portfólio, aten-dendo os mercados de verão e safrinha. São híbridos com características que vão desde o ciclo e pendoamento su-perprecoce até híbridos especiais para silagem. Além disso, está investindo em tecnologias que potencializam e aumen-tam o controle de pragas do milho, como Herculex®I e a combinação Herculex®I

e Roundup Ready®, e opções de Trata-mento de Sementes Industrial. Isso faz da BioGene uma marca mais competiti-va, oferecendo mais opções para todos os agricultores do Brasil, aliadas ao alto padrão de qualidade de suas sementes.

Essa nova estrutura demonstra o compromisso da BioGene em ser uma marca cada vez mais presente no dia a dia do agricultor, ajudando-o a aumentar a produção de grãos e contribuindo para o crescimento da agricultura no Brasil.

®BioGene é Marca Registrada da Pioneer Hi-Bred. Tecnologia de proteção contra insetos Herculex® de-senvolvida pela Dow AgroSciences e Pioneer Hi-Bred. ®Herculex e o logotipo são marcas registradas da Dow AgroSciences LLC. LibertyLink™ e o logotipo são mar-cas registradas da Bayer. ®Roundup Ready é marca re-gistrada utilizada sob licença da Monsanto Company.

Biogene. Nova estrutura para um novo ciclo de crescimento

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Confira a agenda de leilões

da Expogua na página 61.

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[Feira agropecuária]

De 03 a 12 de agosto será realizada a maior feira agropecuária da região de Guarapuava: a XXXVII Exposição

Feira Agropecuária Industrial de Guara-puava (Expogua).

O presidente da Sociedade Rural Guarapuava, Johann Zuber Júnior conta algumas das novidades para 2012. “Neste ano o estande da Associação Comercial e Empresarial de Guarapuava (Acig) foi am-pliado e terá a infra-estrutura melhorada. Em relação aos rodeios, a arena também foi aumentada, já que esperamos um pú-blico entre 120 a 140 mil pagantes”.

Zuber também anuncia que os espa-ços comerciais externos já estão pratica-mente todos vendidos, restando apenas três estandes para comercialização.

Ele enfatiza que a Sociedade Rural de Guarapuava, promotora do evento, tem como objetivo “realizar uma feira que além de movimentar a economia da região, seja um ponto de encontro para discussões, troca de ideias, muito aprendizado e é cla-ro realização de muitos negócios para a classe produtora rural. Queremos fazer da Expogua um espaço onde o produtor en-contre o que há de melhor em tecnologia e informação sobre agropecuária. E que tam-bém facilite a comercialização de máqui-nas agrícolas, já que agosto é uma época boa para que o agricultor invista em novos maquinários”, observa.

A Feira terá em 2012 diversas ativi-dades, entre elas onze leilões com ani-mais das raças Charolês, Canchin, Angus, Caracu, Braford, Hereford, Brahman, Ne-lore, Holandês e Jersey; palestras relacio-nadas à pecuária leiteira; exposição dos mais diversos maquinários agrícolas, au-tomóveis, e julgamentos de animais, com avaliação genética do rebanho da região. Rodeios crioulos, praça de alimentação, shows com atrações variadas e parque de diversões também farão parte da pro-gramação da Expogua.

Estão previstos três shows com atra-ções nacionais para os dias 3, 7 e 8 de agosto. Nos demais dias haverá apresenta-ções de artistas da cidade. O rodeio acon-tecerá nos dias 9, 10, 11 e 12 de agosto.

O presidente da Sociedade Rural destaca a importância da realização da

O Núcleo de Criadores de Charolês de Guarapuava realizará a 19ª Expo-Brasil de Charolês dentro da programação da 37ª Exposição Feira Agroindustrial de Guarapuava. Segundo o diretor do Núcleo, Josef Pfann Filho, o charolês vai participar do 2º turno da Expogua. O julgamento de classificação será no dia 11 de agosto, a partir das 10 horas e o 19º Leilão ExpoBrasil será no domingo, às 14 horas. “No domingo haverá a comercialização de machos e fêmeas, com a presen-ça de touros rústicos, de argola e principalmente cruzamento industrial”. Pfann Filho diz que a união dos eventos fortalece ambos. “Além disso, temos percebido que a comercialização de touros é melhor dentro da Expogua. Também traz mais visibilidade à raça. A feira é um momento de troca de experiências, as pessoas conseguem avaliar os animais, a genética e quais são as linhagens que tem pro-duzido um desempenho melhor”, comenta.

Agosto é mês de Expogua feira para a cidade e que pretende a cada ano melhorar o evento, salientando a vin-da de atrações artísticas de renome para Guarapuava. “Definimos shows variados, para os mais diversos públicos: adulto, adolescente, jovem e infantil”.

ShowsO primeiro show da Expogua será o

de Milionário e José Rico, na sexta-feira, dia 3, às 22 horas; no sábado, 04, a atra-ção infantil Patati Patatá se apresentará às 17 horas e logo em seguida, às 20 ho-ras a dupla guarapuavana Dinei & Alex. No domingo, o show regional Dian & De-niam também se apresentará às 20h no palco da Expogua.

E na segunda-feira, dia 06, três atra-ções irão animar a noite, Danniel Chaia, Contemplação, Thiago Mello e Kleber Viola. Na terça-feira, dia 7, show gospel com Thalles Roberto, e na quarta-feira, o grande show de Luan Santana, às 22 ho-ras. A partir de quinta feira serão realiza-dos rodeios com duplas da região.

Segunda-feira – R$ 2,00Nos anos anteriores, a entrada da se-

gunda-feira era um quilo de alimento não--perecível. “Este ano, na segunda-feira, dia 06, será cobrada entrada única de R$ 2,00. Zuber explica a alteração: “todo o dinheiro arrecadado será destinado para as mesmas instituições sociais. Assim, cada entidade terá liberdade para utilizar a verba para

suas prioridades. Isso vai facilitar também na logística da divisão da arrecadação”.

Rodeios Na programação de rodeios, Zuber

diz que a intenção em 2012 é melhorar a qualidade. “Os guarapuavanos adoram rodeios e essa é uma das principais atra-ções da feira, por isso para este ano de-cidimos quase duplicar a arena e trazer peões melhores”.

Leilões e Entrada de Animais A entrada e saída dos animais do 1º

turno será nos dias 01 e 02 de agosto, com saída no dia 06 de agosto. O 2º tur-no terá entrada nos dias 07 e 08 e saída no dia 13 de agosto.

Zuber comenta a importância de dar visibilidade à pecuária de qualidade pro-duzida na região. “Em termos de animais, o Charolês é muito forte na região. O An-gus também vem se destacando, princi-palmente com a recente certificação da carne em parceira com a Cooperaliança, motivo de muito orgulho para todos nós”.

Johann Zuber Júnior

19ª ExpoBrasil de Charolês

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[Programa de Desenvolvimento Florestal]

No dia 15 de maio foi promovido pelo Sindicato Rural de Guarapuava o se-gundo módulo do Programa de De-

senvolvimento Florestal. O treinamento começou com a parte teórica às 8 horas, com os engenheiros agrônomos Pedro Francio Filho e Henrique Lopes Moino, que falaram sobre os temas de gestão florestal; qualidade e produção de mudas florestais e cultivo de nozes pecã. No pe-ríodo da tarde, os participantes realizaram uma visita ao Viveiro de Mudas da Golden Tree Reflorestadora, com o objetivo de conhecer todo o processo produtivo de mudas de pinus e eucalipto.

Neste módulo, Moino enfatizou a im-portância do produtor se preocupar com a gestão do empreendimento agroflores-tal e, também, explanou sobre o cenário da silvicultura no Brasil e no mundo. “O produtor precisa encarar a sua proprie-dade como se fosse uma empresa, preci-sará ter mais atenção no que diz respeito a dinheiro, mão de obra, aspectos físicos e estruturais”.

O produtor rural Hermann Josef Scherer conta que a partir do curso vis-lumbrou uma oportunidade de aprovei-tar as áreas que estão sem rendimento na propriedade, gerando diversificação. “Estou gostando muito do programa, é

Curso abordou gestão florestal e processo produtivo de mudas florestais

uma bela oportunidade que recebemos via Sindicato. É uma opção interessante, que nos faz aproveitar o que não era uti-lizado”. Scherer diz estar decidido a investir em floresta para adquirir resulta-dos financeiros a médio e longo prazo. “A gente brinca lá em casa que a cada ano que atrasar o nosso projeto de floresta, a aposentadoria atrasa também”.

Francio Filho explicou que para se conseguir bons resultados no empreen-dimento florestal é importante escolher o melhor ambiente para se explorar o potencial genético das mudas para al-cançar maiores produtividades. “É fun-damental trabalhar a silvicultura apli-cada, que vai desde o planejamento da área até a colheita da floresta. E dentro

desse processo, a produção de mudas é fundamental. A genética do pinus e eu-calipto utilizada no país é uma das mais evoluídas do mundo”.

O agrônomo também destacou a im-portância da visita prática ao Viveiro. “Foi fantástico o produtor conhecer o proce-dimento completo, desde a semeadura até a expedição de mudas a campo”.

A gerente do Viveiro da Golden Tree, Ana Vanessa Pepinski enfatizou que a qualidade das mudas é decisiva para se produzir uma floresta com al-tas produtividades. “A muda é que vai dizer se o investimento vai ter um bom resultado ou não. É importantíssimo o produtor saber identificar uma muda com procedência e qualidade”.

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(42) 3624-1096 - www.goldentreereflorestadora.com.br

O produtor Mario Bilek, que já tem experiência em reflorestamento, con-ta que é terceira vez que participa do Programa de Desenvolvimento Florestal e acha essencial para quem pretende plantar florestas ou se aprofundar no assunto. “Os cursos do Sindicato são muito esclarecedores e faz com que possamos produzir melhor”.

São parceiros do programa coorde-nado pelo Sindicato Rural de Guarapua-va: Cooperativa Agrária, Syngenta, Gol-den Tree Reflorestadora, Reflorestadora Schram, Santa Maria Cia. de Papel e Ce-lulose, Fertilizantes Heringer, Unicentro, Zico Motosseras e Viveiros Pitol.

Henrique L. Moino Pedro Francio Filho Hermann Scherer

Patrocinadores e produtores que receberam brindes durante a palestra

Mário Bilek Rodolpho W. Botelho

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[Noz Pecã ]

Viveiros Pitol oferece assistência técnica em Guarapuava

A partir de agora, devido ao grande interesse de produtores rurais da região de Guarapuava pelo cultivo

da noz pecã, a empresa Viveiros Pitol, de Anta Gorda/RS, com o apoio do Sin-dicato Rural de Guarapuava, oferece aos produtores rurais uma assistência técni-ca com o engenheiro florestal Filemon Mokochinski, que tem como objetivo au-xiliar na implantação da cultura.

O engenheiro, formado pela Uni-versidade Estadual do Centro Oeste (Unicentro), esteve em Anta Gorda nos dias 04 e 05 de junho, participando de uma capacitação sobre o plantio para conhecer a realidade dos produtores da região. “Estive no Rio Grande do Sul e fiz esse treinamento que teve como objetivo trazer informações à respei-to da nogueira pecã. Também visitei os produtores rurais da região para tirar as dúvidas a respeito da produção, custos, lucratividade, pragas e doenças”.

Mokochinski destaca as vantagens no plantio da noz pecã. “A cultura da no-gueira pecã é uma excelente alternativa de renda para a propriedade rural, com

grande resistência às pragas e doenças, baixa utilização de mão-de-obra, alta taxa de rentabilidade e com mercado ga-rantido e em expansão. O cultivo adapta--se perfeitamente a nossa região, poden-do até mesmo ser plantada em áreas de Reserva Legal, intercalada com árvores nativas. Outra opção é o sistema silvipas-toril, ou seja, a criação de ovelhas junta-mente com as árvores”, explica.

Com essa parceria, a empresa Vi-veiros Pitol tem intenção de realizar um acompanhamento técnico para os pro-dutores que adquirem as mudas, para que eles obtenham o máximo de produ-tividade da noz pecã. “Existem muitas dúvidas entre os produtores referentes a noz pecã e eu estarei a disposição, fa-zendo essa ponte entre o produtor e a empresa. Com o contato direto com os produtores de nogueira, pude perceber as vantagens do plantio. Em algumas áreas que não estavam sendo usadas na propriedade os produtores plantaram a nogueira e consorciaram com ovelhas que mantém a área limpa”.

Mokochinski visitou três proprieda-

des de pequenos produtores. “Eles diver-sificaram, dizem estar muito satisfeitos com a nogueira e pretendem aumentar a área. Todos disseram que a cultura foi vantajosa, gera lucro anual e ainda se tem a possibilidade de criar ovelhas”.

O engenheiro visitou também a agroindústria, tendo contato assim com o beneficiamento do produto. “Eu pude ver árvores com mais de 40 anos que ainda não tinham sido abatidas e esta-vam bem carregadas, o que demonstra a excelente produção da nogueira. Visitei pomares de 5 anos com árvores que já tinham produzido cerca de 9 kg cada, o que representa um início de produção muito satisfatório”, esclarece.

O cultivo da noz Segundo Mokochinski, a nogueira

pecã oferece ainda que plantada em uma pequena área uma boa rentabili-dade ao produtor. As melhores épocas para o plantio da noz são os meses de julho e agosto, portanto os produtores que se interessam na cultura ainda po-dem implantá-la esse ano.

Se o plantio for realizado em um

Filemon Mokochinski - Engº Florestal

A assessoria é oferecida pelo engenheiro florestal Filemon Mokochinski

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Filemon em Anta Gorda

hectare de terra, em um espaçamento de 12 m x 12 m, se terá cerca de 70 pés. Nos primeiros quatro a cinco anos, a árvore começa a produzir e em 10 anos atinge a média de 50 kg ao pé. O preço do qui-lo de noz está cotado hoje em média de R$5,00 a R$ 6,00 com compra garantida, pois somente 2% do consumo interno é produzido no Brasil, o restante é importa-do de países como Chile e Argentina. “A produção só aumenta com o passar dos anos e não há necessidade de se realizar reforma do pomar, pois existem noguei-ras com mais de 50 anos produzindo no Rio Grande do Sul”, conta.

A muda do Viveiros Pitol custa R$30,00 a unidade e não será cobrado frete até Guarapuava para pedidos fei-tos através do Sindicato Rural de Guara-puava ou do engenheiro florestal.

O custo de implantação de um hec-tare, incluindo mudas, adubo, controle de formiga, mão-de-obra e preparo do solo gira em torno de 3 mil reais e a assistência técnica será fornecida pelo Viveiro Pitol, sem custo nenhum aos produtores. “O custo de implantação de nogueira é semelhante ao do eucalipto, porém o reflorestamento somente gera

uma receita com o corte raso e a noguei-ra gera renda anual que aumenta com o passar dos anos. Pode-se dizer que em 10 anos um hectare de nogueira irá ren-der, em média, cerca de 18 mil reais ao ano”, explica o engenheiro.

Mokochinski enfatiza que a palavra de ordem hoje no meio rural é diversi-ficação, principalmente para pequenos e médios produtores que não podem basear sua propriedade em apenas uma cultura. “Ao introduzir a nogueira pecã dentro da propriedade mesmo que em pequena escala, em poucos anos irá au-mentar sua renda e gerar lucro em áreas

que não eram aproveitadas”.As mudas já estão prontas para o

plantio e ainda podem ser adquiridas.O produtor rural que tiver interesse

na cultura e quiser receber mais infor-mações deve entrar em contato com o Engenheiro Florestal Filemom Moko-chinski pelo telefone (42) 9907-6666 ou via e-mail [email protected]

Além disso, o Sindicato Rural de Guarapuava possui uma comissão téc-nica formada por produtores rurais inte-ressados na cultura. Outras informações e pedido de mudas pelo telefone 42-3623-1115.

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[Clima ]

Condições climáticas ocorridas e tendências para os próximos meses

Com o enfraquecimento do fenô-meno climático “La Niña”, obser-vamos uma melhor distribuição

das precipitações ocorridas no decor-rer de maio, na maior parte do centro--sul do Brasil. As precipitações ainda continuaram apresentando uma distri-buição um pouco irregular, mas os vo-lumes têm aumentado gradativamente nos últimos dois meses, melhorando muito as condições de umidade no solo, favorecendo assim, o bom desen-volvimento das lavouras. Somente no sul de Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, as precipitações ainda conti-nuaram muito irregulares e abaixo da média. No Paraná, as precipitações fi-caram entre a média, na região centro--sul e ligeiramente acima da média no oeste do estado.

As temperaturas ficaram um pou-co abaixo da média na maior parte do centro-sul do Brasil. Apesar de não te-rem ocorrido geadas nas áreas de milho safrinha do Paraná, foram observadas quedas acentuadas de temperaturas, no decorrer de maio, devido a entrada de massas de ar frio de forte intensidade.

O fenômeno climático “La Niña” ainda persiste, mas com fraca intensi-dade. A temperatura das águas superfi-ciais do Oceano Pacífico Equatorial mais ao leste, se mantiveram mais aquecidas que o normal, próximo a costa da Amé-rica do Sul, na região central do Pacífico as águas superficiais apresentaram va-lores de temperatura dentro do normal, seguindo um padrão de declínio do “La Niña”, em transição para uma situ-ação de neutralidade climática. Ainda persistem pequenas áreas com águas mais frias a oeste do Oceano Pacífico Equatorial, as quais vêm diminuindo gradativamente nos últimos meses, como podemos observar na figura 01.

Luiz Renato LazinskiMeteorologista - INMET/MAPA

Figura 01 - Anomalia da temp. da superfície do mar, semana de 20.05.2012 a 26.05.2012. (Fonte: CPC/NOAA).

Figura 02 - Prognóstico da anomalia da temperatura da superfície do mar. (fonte: CPC/NOAA).

Os prognósticos dos modelos climáti-cos globais, mantém a tendência dos últimos meses, sinalizando para uma si-tuação de neutralidade climática (nem La Niña e nem El Niño), no decorrer do outono, esta tendência pode ser obser-vada na figura 02.

A previsão para os próximos me-ses para o centro-sul do Brasil, baseada nas in-formações dos modelos climáticos, indicam que as precipitações ainda continuam com uma dis-tribuição um pouco irre-gular. Apesar desta pe-quena irregularidade na distribuição das chuvas, os volumes voltam gra-dativamente aos valores médios observados para a época do ano e o in-tervalo entre uma chuva e outra tende a diminuir, no decorrer dos próxi-mos meses. Com isto, umidade no solo não deve apresentar defici-ência hídrica, voltando às condições normais no decorrer dos próximos meses, favorecendo o bom desenvolvimento das lavouras.

Quanto às tempera-turas, continuamos res-saltando que o outono é uma estação de transi-ção (entre o calor do ve-rão e frio do inverno), e normalmente apresenta maior amplitude térmica, intercalando períodos um pouco mais quentes, com quedas acentuadas

de temperatura, devido a incursões de massas de ar frio, que chegam com maior intensidade, à medida que nos aproximamos do inverno. Com isto, o risco de ocorrência de geada aumen-ta significativamente, em todas as re-giões do Paraná, principalmente no centro-sul.

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[Homenagem ]

Fazenda Vista Alegre, 40 anos

Com um rebanho de mais de 200 milhões de bovinos, o Brasil se destaca como o maior rebanho

comercial do mundo. Além disso, é o segundo maior produtor e o segundo maior exportador de carne bovina.

Desse rebanho, a maior parte é formada por animais de raças zebu-ínas (Bos indicus), sendo o Nelore o seu principal representante. Em geral, esses animais têm como característi-cas a rusticidade, a resistência a pa-rasitas e ao calor. Tiveram sua seleção baseada principalmente em caracte-rísticas funcionais, tais como, pigmen-tação escura, pêlo curto, pelagem cla-ra, aprumos e cascos mais corrigidos.

Com o objetivo de melhoria de ca-racterísticas ligadas à produção, hou-ve a necessidade de introdução de animais de raças europeias (Bos tau-rus). Estas têm em relação às zebuínas vantagens nas características direta-mente ligadas à produção e qualidade

Tiago Bastos, engenheiro agrô[email protected]

de carne, como melhor qualidade de carcaça, melhor cobertura e deposi-ção de gordura, maior ganho de peso e precocidade.

O objetivo das raças sintéticas é da complementaridade dessas carac-terísticas. Ou seja, ter um animal que reúna superioridade produtiva e fun-cionalidade. Essa ferramenta vem ga-nhando cada vez mais adeptos, permi-tindo a produção de uma carne mais nobre em ambientes mais rústicos. Sem contar, é claro, com o ganho da heterose (ganho genético decorrente de combinação de características ex-tremas entre raças).

A criação da raça Canchim teve início na década de 40, por intermé-dio do pesquisador Dr. Antônio Tei-xeira Viana. Depois de cruzamentos alternados entre diferentes graus de sangue de diferentes raças euro-peias e indianas, chegou-se ao que apresentava melhor produtividade,

precocidade e uniformidade, os 5/8 Charolês e 3/8 Zebu-Nelore. Este grau de sangue originou em 1953 os pri-meiros animais tipo Canchim.

Em 1971, fundou-se a Associação Brasileira de Criadores de Canchim (ABCCAN), e em novembro de 1972, o então Ministro da Agricultura, Prof. Luis Fernando Cirne Lima, registrou o primeiro exemplar Canchim, iniciando assim o registro genealógico.

Na mesma época, em agosto de 1972, Edson Bastos adquiriu 2 touros e 8 novilhas da estação do IPEAME em São Carlos, atual Embrapa, iniciando o criatório Fazenda Vista Alegre, na lo-calidade da Santa Clara, hoje perten-cente ao município de Candói.

Iniciou-se então, uma série de cruzamentos absorventes em fême-as azebuadas. Atingindo animais dos grupos A (meio sangue), grupo T (3/4 Canchim) e V (7/8 Canchim). Esses primeiros animais do grupo A produ-

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zidos na Fazenda Vista Alegre foram também os 21 primeiros registrados na ABCCAN em todo Brasil.

Nos anos posteriores, o trabalho de melhoramento genético seguiu de acordo com o que propunha a Embrapa, o Ministério e a ABCCAN, o desenvolvi-mento do Canchim, raça que contribuiu para evolução da pecuária nacional.

Como o resultado era animador, o objetivo passou a ser criar um re-banho formado somente por animais puros, registrados e controlados. Sem-pre buscando um gado altamente pro-dutivo e funcional.

Com o passar dos tempos, a procu-ra por animais da Fazenda Vista Alegre aumentou. Logo o trabalho focou na produção de touros rústicos a campo para atender principalmente a deman-da da pecuária comercial de corte. Os animais que se destacaram destina-ram-se a outros criatórios da raça.

Ao longo dessas quatro décadas, foram comercializados animais para diversas regiões do Paraná, Santa Ca-tarina, Rio Grande do Sul, São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goi-ás, Minas Gerais e Paraguai.

Considerando que esses touros e fêmeas já tiveram inúmeros descen-dentes, podemos crer que foi atingido o objetivo de produzir uma genética que contribuísse minimamente para o melhoramento da pecuária nacional. E isto é extremamente recompensador.

METODOLOGIA DE SELEÇÃO

É baseada em três principais ferra-mentas: avaliação morfológica, banco de dados internos e utilização do DEP (diferença esperada na progênie).

A avaliação morfológica, baseada no fenótipo dos animais, é a mais tra-dicional e rápida forma para definição de cruzamentos e seleção. Apesar de indispensável no programa de melho-ramento, este método não consegue mensurar o quanto do fenótipo está sendo influenciado por fatores como ambiente, herdabilidade, efeito mater-no e interação gênica.

O banco interno de dados do cria-tório permite analisar o histórico de produção de todos os animais envol-vidos no melhoramento. Por exemplo, imaginando que determinada matriz, apesar de ter uma boa conformação frigorífica e umbigo corrigido, produz ao longo dos anos bezerros sem aca-bamento de gordura e “umbigudos’’. Logo, essa matriz deve ser acasalada com um touro que tenha em seu his-tórico de produção bezerros com essas características corrigidas. Utilizando só o método de avaliação morfológica, este problema não seria detectado.

O DEP é uma previsão da capaci-dade de um animal transmitir para sua descendência genes que afetarão o desempenho de determinada caracte-rística. Por exemplo, um touro A possui uma DEP de +15 kg relativa ao peso de desmama e um touro B DEP de +5 kg para mesma característica. Se os dois

touros forem colocados na mesma va-cada a média de peso dos bezerros A deve ser 10 kg maior que a do touro B. Isto se deve ao mérito genético maior do touro A, conhecido através do ban-co de dados com informações suas e de seus parentes.

Os criadores de Canchim contam com o Programa Embrapa Geneplus, que é alimentado com dados envia-dos à associação contendo o histórico produtivo de todos os animais. Dessa forma, o DEP calculado tem maior acu-rácia, o que permite ter maior seguran-ça ao utilizar as informações para aca-salamento.

Da mesma forma que quando um produtor compra sementes de milho, tem a garantia do material genético ali contido, quando se coloca um touro no mercado com comprovado mérito genético, se tem maior segurança que este virá a acrescentar características favoráveis ao rebanho. Essa é a princi-pal diferença entre um touro advindo de um trabalho de melhoramento ge-nético e um touro comum com aparen-te superioridade.

O melhoramento genético traba-lhado na Fazenda Vista Alegre é basea-do na avaliação dessas características:

- Peso ao nascimento, ao desmame, aos 12, 18 e 24 meses, e por conse-quência o ganho de peso;

- Conformação Frigorífica: produção de carcaças modernas que venham atender a demanda do mercado;

- Capacidade Sexual: através principal-

Edson Rodrigues de BastosEdson Rodrigues de Bastos

Tiago Bastos

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mente da circunferência escrotal nos machos e feminilidade nas novilhas;

- Aprumos: animais mal aprumados são descartados, pois têm dificulda-de em andar. Touros com este pro-blema tendem a deixar passar cio de vacas e por consequência produzir menos bezerros.

- Pigmentação: animais com mucosa cinza ou bronze e cascos mais escu-ros são em geral mais resistentes ao

clima, à topografia e a parasitas;- Pêlo: quanto mais curto menor a in-

cidência de carrapatos, bernes e de-mais parasitas;

- Pelagem: cores claras, variando em creme claro (branco), creme escuro (baio) e creme acinzentado (fuma-ça), possibilitando maior dissipa-ção de calor e menos incidência de parasitas;

- Temperamento dócil;

- Estrutura corpórea equilibrada: procuram-se animais com a rela-ção entre a profundidade torácica e comprimento de pernas de 1:1. Relação maior que essa (pernas cur-tas) indica animais pouco funcionais, pois vão ter dificuldade para andar. Menor que essa (pernas longas) ca-racteriza animais com carcaças me-nos modernas, provavelmente com menor conversão alimentar.

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[Sindicato Rural do Pinhão]

Casal investe na produção de HF

Sérgio Brusamarello e Marilene Carag-natto Brusamarello são olericultores familiares no munícipio de Pinhão. O

casal que há anos se dedicava ao cultivo de soja, milho, trigo entre outras culturas, enfrentou quebra de produção e decidiu investir em outra atividade.

Marilene conta que eles precisaram encontrar uma forma de fazer com que a pequena terra com cinco alqueires ren-desse. Com muita persistência, hoje os produtores resolveram se focar na produ-ção de hortaliças e se destacam no mu-nicípio vendendo produtos de ótima qua-lidade, atendendo a demanda da região.

Segundo o engenheiro agrônomo da Emater de Pinhão, Nilo Bragagnolo o casal se sobressai na produção das mais diversas hortaliças. “Eu acredito que eles sejam um dos produtores de mais desta-que em olericultura aqui do Pinhão. Isso se deve a busca por novas alternativas e informações”.

Há um ano, Brusamarello decidiu investir no cultivo do tomate como mais uma forma de diversificar a produção e promover a rotação de culturas. “A nossa primeira safra foi um sucesso. Plantamos 8 mil pés e deu muito bem. Além de ven-dermos na cidade veio gente de fora para comprar. Disseram que os nossos tomates eram os melhores em sabor e qualidade da região. Foi muito melhor que o espe-rado. Produzimos tomates de quase 1 kg, era a coisa mais linda”, conta Marilene .

A produtora explica que os fatores responsáveis pelos bons resultados na safra do tomate foram a atenção no ma-nejo, a irrigação por gotejamento, mudas

Produtores do interior de Pinhão investem na produção de hortifruticultura (HF) com qualidade

de qualidade e, é claro, muito trabalho. “A terra é boa, adubo foi bem colocado e a muda que veio de Prudentópolis fez a di-ferença. Mas é preciso muito cuidado para não pestear, fazer a poda correta. Muita gente perdeu tomates no final do ano, porque não tinha mão de obra”.

O casal também plantou alguns to-mates em estufa e percebeu a diferença. Para a próxima safra, vão investir em uma estufa de biogás, que utiliza dejetos de animais para aquecer o ambiente.

O engenheiro Bragagnolo será o res-ponsável por auxiliar na implantação da estufa. “Eu fiz o projeto para eles e tenho certeza que vai dar tudo certo. Eles são produtores que têm iniciativa e sempre estão procurando formas de melhorar e aumentar a renda. Agora com a estufa, que é um financiamento em parceria com o Sebrae e a Emater, o produtor vai conse-guir um preço bem melhor no mercado. É importante ressaltar também o papel e o auxílio da Cooperativa Mista de Produção Agropecuária e Extrativista das Famílias Trabalhadoras Rurais de Pinhão, a Coo-perafatrup, nesse incentivo para implan-tação da estufa, já que ela vai adquirir os insumos e depois revender por um preço

bem mais em conta para os pequenos agricultores”.

Sérgio e Marilene, além do tomate, produzem muitas outras olerícolas. “Te-mos em cinco alqueires repolho, brócolis, couve flor, alface lisa e americana, esca-rola, salsinha, pimentão, cebolinha, entre outros, e sempre buscamos ir modifican-do o lugar onde plantamos cada uma, já que segundo os técnicos é importante fazer essa rotação. Hoje para o pequeno produtor é importante que se foque em uma atividade e com isso estamos indo bem”, conta Marilene.

Edson Rodrigues de BastosMarilene Caragnatto Brusamarello

Helena Krüger Barreto

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Revista do Produtor Rural 71

Madeira protegida

A importância de se agregar valor à matéria-prima hoje é essencial para qualquer empreendimento. E

quando se fala em reflorestamento não é diferente. Há um ano no município do Pinhão, o empresário Denilson José Oli-veira decidiu se especializar na atividade e valorizar a madeira com os tratamentos em autoclave.

Ele tem experiência no cultivo de flo-restas há mais de oito anos, aproximada-mente cinco alqueires de pinus plantados e dez de eucalipto em sua propriedade.

Além do reflorestamento, Oliveira também possui um viveiro onde comer-cializa mudas de pinus, eucalipto, erva mate e entre outros.

O produtor conta que investe não só em sua fazenda, mas que também incen-tiva outros pequenos produtores a iniciar na atividade madeireira. “Faz muitos anos que trabalho com floresta. Acredito que a mata nativa precisa ser preservada. Essa questão do meio ambiente está muito em voga, então vejo como uma atividade pro-missora. Vale a pena, mas precisa de de-

O empreendedor Denilson Oliveira inova sua atividade em Pinhão com o tratamento em autoclave, que prolonga a vida útil do eucalipto.

dicação porque ainda que apresente um risco menor que a lavoura, há perigo de intempéries climáticas. Não tenho dúvida que o cultivo de florestas é viável e você tira o dinheiro corrigido com um bom índi-ce no futuro”, comenta.

A nova atividade de Oliveira já está lhe rendendo bons resultados. O trata-mento que consiste em utilizar a tecno-logia de autoclave é muito simples e faz com que valorize o recurso florestal. O método substitui a seiva da árvore por um processo de vácuo-pressão, que inse-re um produto químico chamado de CCA (solução de Cobre, Cromo e Arsênio). Ele penetra nas fibras da madeira e revesti-do com cobre tem ação fungicida; cromo, ação fixadora e arsênio, ação inseticida. Essa aplicação tem como objetivo, segun-do Oliveira, proteger a madeira de insetos como cupins, brocas e fungos, além de au-mentar a durabilidade em até cinco vezes.

“A madeira deve ser colocada em pé, em cima de bujões com a solução que fica durante sete dias, depois a madeira é virada de ponta cabeça por mais três dias

em um local ventilado. Eu fiz um curso de capacitação e sou o primeiro do municí-pio a oferecer esse serviço. No início foi para consumo próprio, mas agora já há bastante procura, No momento estou fazendo cercas sobre encomenda para confinamento”.

Oliveira é empreendedor e busca cada vez mais se aperfeiçoar na comer-cialização e beneficiamento da madeira. “Eu corri atrás de alguns cursos, inclusive no Sindicato Rural de Pinhão, por meio do Senar. Entendo que o bom é agregar dinheiro em uma atividade e com o trata-mento faço com que o eucalipto valorize muito. Tenho projetos em relação ao pi-nus, que pretendo explorar até a resina, o que trará uma rentabilidade de R$ 12 a 15 a mais por árvore. Também espe-ro montar uma espécie de serraria para beneficiar, industrializar e vender, o que seria mais uma maneira de produzir di-nheiro”, explica o produtor.

Edson Rodrigues de BastosDenilson José Oliveira e Fernando Lucht

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Revista do Produtor Rural72

Cartórios não podem mais exigir Averbação da Reserva Legal

Balanço da vacinação

Sem preconceitoFebre aftosa Curiosidade

[Notas ]

O Corregedor da Justiça, Desem-bargador Lauro Augusto Fabrício de Melo uma vez mais decidiu, diante do novo Código Florestal, a suspensão das exigências previstas no Código de Nor-mas para a averbação da Reserva Legal de propriedades rurais, em Cartórios.

Isso significa que o produtor, em caso de transação imobiliária (desmem-bramento, remembramento, alienação, partilha, etc), não necessitará mais apre-sentar certidão negativa do IAP.

Isso, porém, não elimina as eventu-

O Núcleo Regional da Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária do Paraná (SEAB) já realizou uma prévia do índice de vacinação contra a febre aftosa na região.

Em Guarapuava o ín-dice é de 97% dos ani-mais vacinados, e em Candói e Cantagalo 93%. A médica veterinária da SEAB Guarapuava, Márcia Maria Zago, observa que a cada ano de campanha há um acréscimo nos índi-ces. “Hoje há uma consci-ência entre os produtores acerca da vacinação”. Ela ressalta a importância do produtor manter atualiza-do o cadastro pessoal e da propriedade na SEAB.

O produtor rural Marcos Bian-co dedica-se à criação de ovinos há mais de 25 anos. Ele conta que no mês de abril uma ovelha teve parto duplo com um dos carneiros com a pelagem preta e outro com a pelagem branca, o que surpreen-deu o criador.

“Achei interessante por causa do choque, não que seja extrema-mente raro, mas eu nunca tinha visto. Aqui na propriedade, foi a primeira vez. Os carneirinhos devem ter puxa-do a mãe, já que o carneiro é Texel puro e a ovelha é mestiça da raça. Eu achei muito bacana”, conta Bianco.

O criador diz que a proprieda-de Recanto Feliz, onde cria os ani-mais, veio de herança do avô, que já tinha tradição em criar ovelhas. “Estamos querendo aprimorar a criação de carneiros para chegar a um patamar muito bom”.

Além das 180 cabeças de ovi-nos, ele também tem lavoura com hortaliças e vacas de leite, mas para consumo próprio.

ais multas aplicadas pelos órgãos am-bientais, cuja liquidação é necessária, inclusive para financiamento da produ-ção. Ou seja, não se trata da certidão negativa de débitos.

Além disso, ficou mantida decisão anterior pela qual o IAP não poderá exigir a Reserva Legal para fins de Li-cenciamento Ambiental.

Os Cartórios de Registro de Imó-veis de todo o Estado estão sendo alertados sobre essa decisão da Cor-regedoria.

A questão da exigência da aver-bação da Reserva Legal nas transa-ções imobiliárias rurais vinha sendo sucessivamente prorrogada pela Cor-regedoria da Justiça. Agora, diante do novo Código Florestal (mesmo que ve-nha a sofrer alterações no Congresso Nacional) tal exigência será cumprida através do Cadastro Ambiental Rural (CAR), que tem o prazo de um ano contado a partir da publicação da lei 12.651 (o novo Código) - 25.05.2012 para ser implementado.

FONTE: FAEP

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Revista do Produtor Rural 73

Retorno financeiro para unidade armazenadora de cereais

[Armazenagem de grãos]

Engº. Marcio Geraldo Schä[email protected]

Paraná Silos Representações Ltda.

Em qualquer investimento o cál-culo do retorno financeiro é de suma importância. A unidade armazenadora tem suas necessidades de instalação diretamente relacionada à logística. O Brasil tem potencial produtivo ain-da longe de ser totalmente explora-do. Nossos desafios logísticos são da mesma ordem do “gigante pela própria natureza”.

Para uma decisão de investimento o valor de uma unidade armazenado-ra demanda um recurso inicialmente relevante na atividade, tanto do pro-dutor rural, cerealista, cooperativa e demais investidores. E para isto, de-senvolvemos ferramentas que auxi-liam na tomada de decisão.

Vamos, sucintamente, elencar elementos importantes nesta etapa: o INVESTIMENTO dividido pela soma das RECEITAS, menos as DESPESAS OPE-RACIONAIS. O resultado determina o PayBack, ou seja, tempo do retorno do investimento.

RECEITAS

1 - RECEITA COMERCIAL:Contando com o cereal (inverno, verão, safrinha), como moeda na unidade, a comercialização dire-ta rende resultados. A comercia-

lização depende da capacidade financeira do investidor, mas nor-malmente para o cálculo desta receita determinamos a comercia-lização em três momentos: pré--safra, safra e pós-safra.

2 - RECEITA COM ARMAZENAGEM PRÓPRIA:Neste item, elencamos os des-contos com armazenagem, seca-gem, quebrado, impureza, ardido e outros.

3 - RECEITA COM FRETE:Neste item, a relevância prevale-ce na seguinte ordem: diferencial de valor do frete na safra e pós--safra, frete das impurezas e umi-dade do cereal.

DESPESAS

4 - DESPESAS OPERACIONAIS:As despesas seguem nesta ordem de relevância: energia elétrica, energia térmica e funcionários.

INVESTIMENTO

5 - INVESTIMENTO:O investimento se dá em equipa-

mento mecânico, construção civil, instalação elétrica e balança ro-doviária. Todos estes itens devem ser submetidos à depreciação no cálculo.

CÁLCULO

6 - INVESTIMENTO / (RECEITA – DESPESAS):Esta é a relação que determina o tempo (em anos) necessários para o retorno do investimento. Normalmente, abaixo do período do financiamento, que se apre-senta com taxas muito atrativas.

O descrito aqui baseia-se em uma planilha excel especialmente de-senvolvida para este cálculo.

Essa é a época do ano mais propi-cia para fazer uma simulação, pois a instalação demanda seu tempo. Normalmente, antes do período da safra de verão. Nesta etapa de definições, a experiência do profissional normalmente ligado ao fabricante de equipamentos é fundamental para um bom proje-to, com retorno garantido.

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Revista do Produtor Rural74

[Fertilizante]

Tecnologia TOP-PHOSsupera expectativas

Maior produtora mundial de fer-tilizantes específicos, a TIMAC Agro reuniu no dia 1º de junho

de 2012, produtores rurais de Guarapu-ava/PR, para apresentar os resultados regionais do Projeto Agri Challenge, que tem como objetivo avaliar na prática e em escala, o desempenho da tecnologia TOP-PHOS, que está revolucionando os conceitos de adubação com fósforo.

O projeto iniciou há dois anos, nos estados de Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul, em parceria com a Cooperativa C. Vale, com liderança do chefe de produtos Alex Bruch.

Durante o Agri Challenge foram re-alizados Dias de Campo, com acompa-nhamento do “plantio a colheita” com 49 produtores cadastrados, totalizando 52 mil hectares.

Segundo o chefe de produtos Alex Bruch, “este foi o primeiro ano de ava-liação em grandes áreas com TOP-PHOS e os resultados foram surpreendentes”.

O produtor rural do município de Tur-vo/PR, Otto Roberto Rickli, utilizou o fer-tilizante TOP-PHOS em 4,5 alqueires, na Fazenda Rímel e obteve 11 sacas de soja a mais por alqueire, comparado à área tes-temunha com adubo convencional.

“Fiquei muito satisfeito. O produto é mais concentrado, então o volume foi menor e já usei para plantar aveia para o inverno. Na próxima safra de verão, vou utilizar TOP-PHOS novamente. No-tei bastante diferença no enraizamento, o que foi muito importante neste ano, em que tivemos chuvas irregulares. A raiz mais profunda favoreceu o desen-

volvimento das plantas”, disse. O pro-dutor conta que teve um custo de sete sacas a mais por alqueire, em relação ao adubo convencional. “Mesmo assim, ainda sobraram quatro sacas de lucro, por alqueire”.

Na opinião do engenheiro agrôno-mo João Paulo Marchioro, da Cooperati-va C. Vale do município de Turvo/PR, a

Marcelo Campos João Paulo Marchioro Dário Lehn Alex Bruch Otto Rickli

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Revista do Produtor Rural 75

relação custo-benefício para o produtor foi satisfatória. “Pela quantidade que foi utilizada de fertilizante, em relação ao convencional, e pelo valor comercial, valeu a pena o investimento”.

Segundo o gerente da Cooperativa C.Vale em Guarapuava, Dário Lehn, o projeto em parceria com a TIMAC Agro, e a apresentação dos resultados mostra a preocupação da empresa e da coope-rativa com a melhoria de produtividade e renda dos cooperados. “Quando faze-mos um trabalho sério e parcerias com empresas sérias, como a TIMAC Agro, o resultado é positivo. O investimento ini-cial pode até ser um pouco mais alto, mas o custo se dissolve com o ganho de produtividade no final”, observou.

Lehn orienta os produtores a ado-tarem a tecnologia em parte da área. “Não precisa fazer na área total. Quan-do o produtor colocar a máquina para colher, vai observar a diferença de ga-nho considerável. O produtor não tem condições de colocar preço no produto, então a única forma de aumentar a ren-tabilidade é através da produtividade”.

Segundo o gerente, em Guarapu-ava o projeto vai continuar. “Estamos aqui há três anos, mas o trabalho está iniciando. A TIMAC Agro já é nossa par-

ceira nos Estados de Santa Catarina, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e tam-bém no Paraguai. Agora queremos am-pliar o trabalho aqui na região”, diz.

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Revista do Produtor Rural76

[Indicadores]

Conjuntura donovilho precoce no estado do Paraná

Gustavo Henrique Pedroso Santos, Andreia Karina Mariani,Guilherme Wolff, João Batista Padilha Junior, Paulo Rossi Junior

www.lapbov.ufpr.br

O termo novilho precoce tem sido usado para designar animais abatidos jovens, ou seja, bovi-

nos machos, castrados ou não, e fême-as com idade de até 24 meses ou até dois dentes, com gordura de cobertura uniforme e com o peso de carcaça pós--abate de, no mínimo, 225 e 180 quilos para o macho e para a fêmea, respec-tivamente, segundo a Resolução n.º 070/2006 da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná (SEAB-PR).

Mesmo se tratando de um pro-duto com características próprias, em muitos casos, os pecuaristas acabam recebendo o mesmo preço para car-caças de diferentes idades. Com o in-tuito de encontrar uma saída para esta situação, o modelo de organização dos produtores rurais em alianças mer-cadológicas vem ganhando cada vez mais força no estado do Paraná. Tal as-pecto de organização busca atender ao dinâmico gosto dos consumidores, que cada vez mais desejam consumir pro-dutos industrializados que disponham de qualidade assegurada, rastreabili-dade e sistema de produção confiável. Procura também reorganizar o sistema de produção, conquistar e gerar a ma-nutenção de novos mercados e princi-palmente, obter certo reconhecimento do consumidor final.

Dentre os benefícios e as peculiari-dades advindas deste sistema, a produ-

ção de novilho precoce busca a obten-ção de uma carne de melhor qualidade, aumento da produtividade e melhora na eficiência do empreendimento, além de promovera liberação das pastagens mais cedo para outras categorias.

No intento de contribuir com o desenvolvimento deste mercado, ser-vindo de balizador para as transações entre os agentes que atuam nesta ca-deia, o Laboratório de Pesquisas em Bovinocultura da Universidade Fede-ral do Paraná tem divulgado - assim como vem sendo feito com os indica-dores do bezerro e da arroba do boi gordo - semanalmente, o Indicador de Preços da Arroba do Novilho Precoce para o nosso estado.

De acordo com as análises realiza-das pelo LAPBOV/UFPR no período de maio de 2011 (mês de início da cons-trução do indicador) a maio de 2012, verificou-se que o indicador LAPBOV/UFPR do novilho apresentou uma co-tação média de R$102,47/@ enquanto que os preços da novilha apresentaram média de R$97,29/@, em termos reais.

Durante o período analisado, as cotações do novilho precoce apresen-taram uma retração de 2,3%, enquan-to que para a novilha a desvalorização foi de 2,6%. A menor média mensal de preços para a arroba da novilha ocor-reu em julho de 2011, sendo cotado a R$94,84/@ (Figura 1). Preços menores são observados no primeiro semestre

Figura 1. Preços reais do novilho e novilha precoce, em R$/@, no período de maio de 2011 a maio de 2012. Fonte: Dados calculados pelos autores com base em LAPBOV/UFPR, 2012.

110,00106,00102,0098,0094,00

Macho Fêmea

Evolução do Indicador do Novilho e da Novilha PrecoceLAPBOV/UFPR

R$/arrob

a

mai/11

jun/11

jul/11

ago/11

set/11

out/11

nov/11

dez/11

jan/12

fev/12

mar/12

abr/12

mai/12

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Revista do Produtor Rural 77

do ano, caracterizando o período de safra, onde a disponibilidade e quali-dade de forragens são maiores e como consequência há maior oferta de ani-mais para abate.

Nos meses de setembro a dezem-bro, o indicador LAPBOV apresentou a maior alta de preços do período, tan-to para o macho quanto para a fêmea. O pico de preço para ambas as séries analisadas ocorreu no mês de dezem-bro, com a arroba do macho sendo cotada a R$ 106,80 na semana do dia 09/12/2011 a 15/12/2011. Para a fêmea, o maior valor ocorreu na se-mana de 02/12/2011 a 08/12/2011, com a arroba atingindo o patamar de R$103,04. De novembro e dezembro, os preços acumularam uma valorização média de 2,5%. Esse fortalecimento das cotações foi decorrente da restrição de animais prontos para o abate devido a uma menor disponibilidade de forragem (período conhecido como entressafra). Além disso, nessa época do ano, a deman-da interna por carnes fica mais aquecida devido às festividades de final de ano.

O ano de 2012 iniciou com for-te queda em relação à precificação. A arroba do novilho teve a média cotada a R$103,22 em janeiro, de-monstrando declínio de R$2,84/@ e variação negativa de 2,7%. Para a fê-mea, o preço médio da arroba foi de R$97,29/@ demonstrando declínio de aproximadamente R$4,60/@ e va-riação negativa de 4,5%. Nos meses subsequentes, os preços permanece-ram em torno de R$101,60/@ e R$ 96,80/@ para o macho e fêmea, em média, respectivamente.

Ao longo dos 12 meses, verifica-se comportamento semelhante nos preços praticados para macho e fêmea. A taxa de crescimento média do preço no pe-ríodo foi negativa de 0,2%, tanto para o novilho quanto para a novilha. Houve uma queda real nos preços recebidos pelos pecuaristas durante o período analisado. A diferença observada entre as séries de preços do novilho e da no-vilha precoce ficou próxima dos R$ 5,20.

Comparando-se com o preço da arroba do boi gordo, o valor da arroba

do novilho precoce no mês de maio foi, em média, 6,8% maior. Já a novilha precoce apresentou diferença média superior de 14,3% em relação à co-tação da vaca gorda. Levando-se em conta o período analisado, de maio de 2011 a maio de 2012, a arroba do no-vilho e da novilha precoce apresentou preços reais, em média, R$ 5,35 e R$ 8,17 maiores do que os preços da arro-ba do boi gordo e da vaca gorda, o que corresponde a uma diferença de 5,5% e 9,2%, respectivamente. Isto eviden-cia o trabalho feito pelas alianças mer-cadológicas, que procura remunerar o produtor a preços melhores na busca por um animal diferenciado.

Espera-se que preços mais eleva-dos sejam vistos no último trimestre do ano. A alta nos preços é decorrente, em grande parte à redução significa-tiva na oferta de animais terminados, devido, entre outros fatores, à escassez de pastagem observada neste período. Assim, a tendência é de que os preços sigam comportamento semelhante ao observado no ano anterior.

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Revista do Produtor Rural78

[Soja]

Vazio Sanitário segue até 15 de setembro

De 15 de junho a 15 de setembro estará proibido o plantio ou a ma-nutenção de plantas vivas de soja

no Paraná. Este é o período do vazio sani-tário, quando não deve haver plantas de soja em propriedades rurais, estradas e carreadores. O objetivo é evitar ou retar-dar ao máximo o aparecimento do fungo causador da ferrugem asiática, doença que ataca a cultura e causa sérios prejuí-zos econômicos aos produtores.

O Sindicato Rural de Guarapuava e o Conselho de Sanidade Agropecuária (CSA) de Guarapuava, além de coope-rativas, vem solicitando, há pelo menos dois anos, a prorrogação da data de início do vazio sanitário de soja no município, em virtude das condições climáticas e da data de plantio de trigo na região. “A gea-da é um grande coadjuvante do vazio sa-nitário do Paraná, por isso a prorrogação da data seria ideal para os produtores rurais. Além disso, o plantio de trigo, em nossa região, é feito em meados de junho e julho e os produtores realizam o mane-jo das plantas daninhas antes do plantio, já controlando a soja. A antecipação ge-raria uma economia ao produtor de uma aplicação de dessecante, além de maior preservação do meio ambiente. A data

ideal para o início do vazio sanitário da soja em Guarapuava seria 30 de junho. É uma pena que ainda não conseguimos essa alteração”, lamenta o presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, Rodol-pho Luiz Werneck Botelho.

Quem não atender às determina-ções poderá ser autuado e multado em valores que variam de R$ 50 a R$ 5 mil, conforme estabelece a lei 11.200/97, de Defesa Sanitária Vegetal. Os casos mais graves de desrespeito podem levar à in-terdição da propriedade rural e à proibi-ção de acesso ao crédito rural.

No ano passado, o Defis, da Secre-taria de Estado da Agricultura e Abaste-cimento (SEAB), emitiu 134 autos de in-fração, a partir de ações de fiscalização abrangendo uma área de 4.236 hectares, 30 quilômetros de rodovias e 190 quilô-metros de ferrovias.

Em Guarapuava, segundo a enge-nheira agrônoma da ADAPAR/SEAB – DSV, Rosmari de Ré, no ano passado foram fei-tas mais de 50 notificações aos produ-tores rurais antes de 15 de junho. “Mas tivemos uma forte geada no final do mês de junho que matou quase que na tota-lidade a soja voluntária. Por isso, foram emitidos apenas três autos de infração

no período do vazio sanitário de 2011”, explica.

O vazio sanitário foi instituído por lei no Paraná pela resolução 120 de 2007, atendendo uma solicitação dos próprios produtores, que viram nessa medida uma forma eficaz de evitar a disseminação do fungo que provoca a ferrugem asiática e ataca principalmente a safra normal da soja durante o verão. Os fungos sobrevi-vem durante o inverno nas plantas rema-nescentes de soja viva, em áreas cultiva-das, em carreadores e estradas.

A Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep) é parceira na divulgação do vazio sanitário no Paraná, confeccio-nando 300 mil folhetos de alerta sobre o período da proibição. Os folhetos estão sendo distribuídos nas barreiras interes-taduais do Estado, nas concessionárias de pedágio e transportadoras de soja.

Esses folhetos fazem um alerta prin-cipalmente aos transportadores de soja, para que verifiquem bem se as carroce-rias dos caminhões estão bem vedadas e que tomem os devidos cuidados para não derrubar grãos nas estradas.

MONITORAMENTO – Durante o pe-ríodo do vazio sanitário os produtores devem fazer o monitoramento da pro-priedade e eliminar todas as plantas vi-vas de soja, mesmo aquelas que nascem entre outras culturas e nas margens das estradas vicinais e carreadores de acesso à propriedade. A eliminação de plantas vivas ou remanescentes deve ter sido feita até 14 de junho pela pessoa física ou jurídica nas instalações onde houve cultivo, colheita, armazenagem, bene-ficiamento, comércio, industrialização, movimentação ou transporte de soja. Após esta data, os infratores podem ser autuados.

O Paraná é o segundo maior produ-tor de soja do País, com um volume de produção de 15,26 milhões de toneladas de grãos e área plantada de 4,5 milhões de hectares.

Soja com sintomas de ferrugem asiática

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Revista do Produtor Rural 79

• Manejo de pragas na cultura de feijão

• Manejo alternativo para a cultura de feijão

• Perspectivas para o feijão nos próximos 10 anos

• Uso de defensivos agrícolas na cultura de feijão

3º Encontro Técnico de Feijão

Tel. (42) 3622-5754 / 8825-9595 - Guarapuava - PR

Horário: 9h às 17h15 Local: Anfiteatro do Sindicato Rural de Guarapuava (Rua Afonso Botelho, 58 - Trianon - Guarapuava/PR)

Realização: Apoio:

3º Encontro Técnico de Feijão1º de agosto de 2011

(no local e horário do evento)

Informações:42-3623-1115

Cam

panha Produtor Sol

idár

io

R$ 20,00

+1kg de

alimento

Page 80: revista produtor rural ed. 31

Revista do Produtor Rural80

Os tanques podem deixar de ser lazer nas propriedades para se tornarem uma fonte de renda

Augusto Krüger

[Criação de peixes]

A criação de peixes está se populari-zando e sendo cada vez mais incen-tivada no Brasil, porém a piscicul-

tura ainda é vista por alguns como uma atividade informal ou relacionada apenas a lazer e não, efetivamente, ao lucro.

A dedicação, empenho, planejamen-to e o profissionalismo são essenciais para o exercício da piscicultura. Em Gua-rapuava o criador de peixes Augusto Krü-ger foi um dos pioneiros da piscicultura na região e há anos vem se aprimorando no cultivo de alevinos.

Hoje, em sua propriedade, o produ-tor tem 36 tanques ocupados com o cha-mado bagre ou catfish americano. Krüger tem como foco a produção de alevinos, mas também vende o peixe adulto.

Ele conta que o processo de criação inicia com a reprodução em seu laborató-rio, com a desova induzida, depois passa para a etapa de incubação, que diz respei-to ao manejo de ovos e larvas, até a fase de alevinagem. Em seguida, os alevinos podem ser colocados em tanques inter-nos para a venda. “Primeiramente ocorre

Helena Krüger Barreto

a desova da fêmea e o cruzamento, em seguida as larvas caem no 6º ou 7º dia e são encaminhadas para berçários, sob uma temperatura controlada de 28 graus, para que se possa iniciar a alimentação adequada, a base de muita proteína”.

Segundo o guia de noções básicas de piscicultura da Embrapa, antes do cultivo, o produtor deve levar em conta determinadas características da espécie escolhida, como a adaptação ao clima; crescimento rápido; hábitos alimentares de preferência onívoros, que se alimen-tam de tudo, resistência a elevadas den-sidades de cultivo e aceitação pelo mer-cado consumidor.

O pequeno produtor João Ari Va-loski também é um dos experientes piscicultores da região e apesar de criar poucos peixes, diz gostar de exercer a atividade. Ele cria peixes há mais de 20 anos, mas a piscicultura nunca foi sua principal fonte de renda, mas um com-plemento da horticultura.

Valoski cria catfish, carpa capim e tilápia em cinco tanques e diz comercia-

lizar em pouca escala, mas acredita que a cidade tem potencial de mercado. “Eu vendi esse ano na feira de peixes pro-movida pela prefeitura na Semana San-ta 850 quilos. Acredito que poderia ter atividades como essa todos os meses, visando incentivar o consumo de peixe”.

De acordo com o chefe regional da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento do Paraná (Seab), Itacir

O potencial da piscicultura

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Revista do Produtor Rural 81

por exemplo. “Começo com uma alimen-tação forte em proteína quando vão para os tanques, no período de desenvolvi-mento e depois utilizo uma ração com 38% de proteína. Isso já é o suficiente para alevinagem. Os tanques devem ter no máximo 40 metros e 1,60 de profun-didade para evitar dificuldades no mane-jo. E em relação ao solo é preciso estar atento ao pH ,que aqui (em Guarapuava) é muito ácido, então precisa aplicar cal-cário e chegar entre 6,5 a 8, que é o ideal para o crescimento e evita problemas de doenças entre outras coisas”.

Krüger conta que 80% de sua pro-dução é vendida para Santa Catarina, e os outros 20% para o Rio Grande do Sul, São Paulo e Guarapuava.

DificuldadesDe acordo com os produtores e tam-

bém com o chefe da Seab, a principal difi-culdade para o cultivo de peixes em Gua-rapuava e região é, sem dúvidas, o frio. “O piscicultor precisa comprar uma espécie de clima frio, nós temos aqui exemplos de produtores que tem resultados excelen-tes e pouca perda”, explica Vezzaro.

“O único fator complicador é o nos-so clima. Nos últimos três anos, tive di-ficuldade por causa da desova. É muita variação de temperatura e o peixe é peci-lotérmico. Essas oscilações têm prejudi-cado sensivelmente a produtividade do catfish”, opina Krüger.

O pequeno produtor Valoski tam-bém reclama do clima. “Ano passado deu um inverno muito forte, geou e perde-mos quase 500 quilos de tilápia”.

RentabilidadeDe acordo com Krüger, o principal

gasto para o cultivo dos peixes é a ração, além disso a manutenção do tanque e funcionários. “Tenho um custo aproxi-mado de R$ 50 mil por ano. O percentual de lucro dá em média 40%, já que hoje estamos vendendo a 6,80/ kg. Assim,

Itacir Vezzaro

João Ari Valoski

Vezzaro o primeiro passo para o produ-tor iniciar na criação de peixes deve ser consultar a orientação de um técnico. “Ele precisa saber a respeito da legisla-ção ambiental, avaliar as condições da localidade, recomendar as espécies para cultivo e sugerir opções para reduzir os custos e direcionar um projeto de forma técnica”, observa.

A criação de alevinosKrüger explica as principais etapas

da criação e os cuidados necessários e diz que as três fases principais no cultivo são a alevinagem, a recria e a engorda. “Fazemos o tratamento na água com for-mol pra evitar bactérias e doenças e sem-pre com a temperatura constante, condi-cionada por uma caldeira. Em um tanque de 1000 m² colocamos no máximo 70 mil larvas e a ração em pó é a alimenta-ção deles. A partir de então, até virarem alevinos demora aproximadamente uns 60 dias para chegarem a ter 3 a 5 cen-tímetros. Nesse momento, o alevino já está pronto para ser vendido”.

Além de todo o cuidado com a tem-peratura nos laboratórios com os peixes, é preciso se preocupar com outros fa-tores como a alimentação, qualidade da água do tanque, solo e os predadores,

consigo um lucro de R$ 23.600 mil por hectare, mas acredito que para uma pes-soa viver apenas de peixe precisa de no mínimo cinco hectares”, diz o produtor.

Em relação aos resultados de sua produção de catfish, o piscicultor alega estar satisfeito. “O rendimento pela tec-nologia desenvolvida todos esses anos é de quase 100%”.

MercadoO cultivo de peixes tem se inten-

sificado em todo o Brasil. Só no Paraná, segundo a Superintendência Federal da Pesca e Aquicultura do Paraná, a produ-ção tem expandido de forma intensa.

Existem cerca de 20 mil produto-res de peixe e a produção aumentou de 22 mil toneladas para 36 mil de 2007 a 2010. A evolução nos anos de 2007 a 2009 o crescimento foi de 82% e a pes-ca extrativa passou de 2,6 para 8 tonela-das, um aumento de 193%.

A produção de pescados tem sido incentivada pelo governo federal, que quer atingir a meta de consumo de carne de peixe recomendada pela Organização Mundial da Saúde, que é 12 quilos de peixe por ano; atualmente o brasileiro consome 8 quilos.

O incentivo vem por ser uma fonte rica de nutrientes como ômega 3 vitami-nas A, B e D. Por isso, o ministro da Pes-ca e Aquicultura, Marcelo Crivella tem a intenção de incluir o peixe na merenda escolar, o que aqueceria ainda mais o mercado.

Vezzaro fala sobre o potencial da pis-cicultura na região, principalmente para os pequenos produtores rurais. “Hoje é importantíssimo a diversificação na pro-priedade. Muitas vezes o produtor tem em sua propriedade tanques, mas não aproveita. Com empenho, os produtores podem conseguir bons resultados e con-tar com a criação de peixes como fonte de renda principal de sua propriedade”.

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Revista do Produtor Rural82

[Treinamento]

Agrônomos e técnicos recebem capacitação para elaborar projetos do ABC

Depoimentos de participantes do curso:

•InformaçõessobreoprogramaABCnaspáginas88,89e90destaedição.

Nos dias 25 e 26 de maio, aconteceu no Sindicato Rural de Guarapuava o “Treinamento em Agricultura de Bai-

xo Carbono – ABC”, promovido pelo Servi-ço Nacional de Aprendizagem – SENAR-PR, em parceria com a Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento – Seab, Embrapa, Iapar, Universidade Estadual do Centro Oeste – Unicentro, Universidade Federal do Paraná – UFPR, Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS, co-operativas e Banco do Brasil.

Hilário Pedro Milanesi, engenheiro agrônomo da Emater - Candói:

“O curso foi muito bom, achei bem adequa-do, principalmente nesse período em que recen-temente aconteceu a Rio +20. Trouxe a tona as-suntos relacionados à sustentabilidade e vem a somar com tudo aquilo que já está sendo em-pregado pela Emater, com relação aos cuidados com a produção, meio ambiente. Com o treina-mento, vamos aperfeiçoar dia a dia o trabalho no campo junto ao agricultor familiar”.

Julieta Aparecida de Wiquates – assistência técnica da Schiavini Cia. Ltda - Candói

“Esse treinamento do ABC tem vindo de encon-tro com as nossas necessidades, já que ainda há muita dificuldade no preenchimento das abas do ABC. O curso clareou muito as ideias e deu um rumo para a gente aprender a desenvolver o projeto da melhor forma. O ABC vai tecnificar as propriedades, fornecendo um dinheiro que o produtor não precisa tirar do capital de giro para poder intensificar e ex-plorar a sua atividade de uma forma melhor”.

SENAR-PR, e coordenador do programa no Estado, Johnny Fusinato Franzon, o treina-mento é destinado à elaboração de proje-tos. Guarapuava é um dos seis municípios no Paraná a receber o treinamento além de Ponta Grossa, Cascavel, Pato Branco, Lon-drina e Maringá. Franzon conta que os te-mas abordados durante o curso tratam do plantio direto, implantação, recuperação e manejo de pastagens. “Além disso, o obje-tivo é também auxiliar o produtor rural no projeto ABC, onde pode receber informa-ções para fins de financiamento junto ao Banco do Brasil”.

Em Guarapuava, o treinamento encer-rou nos dias 15 e 16 de junho.

Ao todo, foram seis encontros dividi-dos em diferentes temas.

O engenheiro agrônomo e professor da Unicentro, Itacir Eloi Sandini, foi um dos instrutores do treinamento. “Trabalhamos em um módulo sobre a integração lavoura--pecuária, repassando informações sobre a adoção de tecnologia agropecuária desti-nada à produção animal, com visita ao mó-dulo de integração no Cedeteg como aula prática”, explicou.

Segundo o engenheiro agrônomo do

Page 83: revista produtor rural ed. 31

Revista do Produtor Rural 83

[Boletim AEAGRO]

Fiscalização:Sociedade - Profissional - Associação - Conselho

Todo profissional quando exerce o seu direito de atuar nas áreas de suas atribui-ções, o faz com o consentimento da socieda-de expressa em lei Federal, portanto todos os nossos atos devem ser para o bem da sociedade e para que fosse garantido esse preceito foram criados órgãos fiscalizadores denominados Conselhos Profissionais, que no âmbito das Engenharias e Agronomia é representado pelo CREA - Conselho Regio-nal de Engenharia e Agronomia.

Quando é emitida uma ART – Anotação de Responsabilidade Técnica, o profissional assegura que a obra a ser executada não trará riscos a sociedade, pois ele através dos seus conhecimentos adquiridos na gradua-ção acompanhará a execução, controlando todos os processos. A partir desse documento, o CREA começa a fiscalizar o profissional, por isso a importância da sociedade exigir a ART.

No título desse editorial, falta um seg-mento a ser abordado que são as Associa-ções de Classes. Todo o processo acima des-crito só se completa com a existência dessas entidades, que são as responsáveis pela in-dicação dos profissionais para constituir o Conselho, que criará as regras de condutas e fará o julgamento dos desvios das mesmas, portanto os nossos atos são fiscalizados por nossos conselheiros dentro das resoluções, das normativas do Conselho e do Código de Ética. Desta forma, a fiscalização deve ser en-tendida como um ato de interesse da classe.

Nesta edição trazemos alguns dados re-ferentes à fiscalização.

Boa leitura.

Em Guarapuava foi inaugurada recentemente a Regional do Crea-PR, uma con-quista das entidades de classe da região e da sociedade, abrangendo 40 municípios da região Centro-Sul do Estado. Essa Regional foi desmembrada da Regional de Ponta Grossa, Apucarana e Pato Branco, ficando os serviços do Crea-PR mais próximos, fa-cilitando aos profissionais a tramitação dos processos administrativos. Relacionamos alguns dados da regional para entendimento das atividades do Conselho:

Palavra do Presidente

Guarapuava agora tem Regional do Crea-PR

Algumas atividades fiscalizadas pelo Crea- PR, na área da agronomia:

www.aeagroguarapuava.com.br

Revista do Produtor Rural 83

José Roberto PapiPresidente da AEAGRO

Inspetorias Nº de Profissionais de agronomia

Guarapuava 781Irati 426Laranjeiras do Sul 350União da Vitória 295Total 1.852

Número de ARTs registradasna modalidade agronomia

Ano Regional Guarapuava No Estado

2010 7.142 68.4602011 7.962 67.6612012 (até abril) 2.776 24.486

ARMAZENAMENTO DE GRÃOSO armazenamento de produtos agrícola com-

preende todas as operações que podem ser efetuadas: expurgo, medidas sanitárias, distribuição, ordenação e utilização dos espaços destinados à armazenagem ou movimentação.

O que é fiscalizado: 099-Projeto orgânico104-Assistência técnicaLegislação:•DN-02/2002-CEA•DecisãoNormativan.º053/94doCONFEA•Ato02/2006doCREAPR

CONSERVAÇÃO DE SOLOSAtividade que envolve um conjunto de opera-

ções visando manter o solo em bom estado de con-servação.

O que é fiscalizado: •Projetoespecífico(036)•Execução(050)Legislação:•LeiEstadual8.014/1984•DN05/1995-CEA•DN01/2001-CEAÉ fiscalizado para evitar o uso tecnicamente

incorreto do solo, assim como a adoção de práticas conservacionistas inadequadas ou mal executadas, provocando danos irreversíveis ao meio ambiente.

CULTURAS TEMPORÁRIAS ACIMA DE 02 MÓDULOS FISCAIS DO INCRA

O cultivo e produção de culturas temporárias compreendem atividades como preparo do solo, se-leção da espécie ou variedade a ser utilizado, mane-jo fitossanitário, tratos culturais, colheita, etc.

O que é fiscalizado: •Projetodeimplantação(105)•AssistênciaTécnica(104).

Legislação:Deliberação Normativa nº01/03 da CEA. É fiscalizado para que o cultivo e a produção

tenham um profissional habilitado como responsá-vel técnico, a fim de se aperfeiçoar a produção e mi-nimizar os possíveis impactos ambientais causados pela atividade.

ESTRADAS RURAISO que fiscaliza:•Projetodeimplantação(105)e•AssistênciaTécnica(104).Legislação:•DN05/1995-CEA•DecisãoNormativan.º072/2002doCONFEA.É fiscalizado para garantir que a via seja pro-

jetada e demarcada corretamente e executada de modo a evitar a erosão e degradação do solo onde permanecerá a estrada e em suas adjacências.

RECEITUÁRIO AGRONÔMICOO Receituário Agronômico é um instrumento

de trabalho do profissional que busca orientar a me-lhor prática fitossanitária a ser adotada, obedecendo aos preceitos etio-eco-toxicológicos.

Fiscaliza a execução (050)LegislaçãoLei Federal nº 7.802/89.Decreto Federal nº4.74/02Resolução 344/90 do Confea.Resolução 502/07 do Confea.Decisão Normativa nº058/96 do CONFEAÉ fiscalizado para que a utilização e aplicação

de agrotóxico, como método de controle fitossanitá-rio, sejam prescritas por profissional habilitado.

Além de fiscalizar a execução dos 49 serviços de exclusividade do agrônomo, registrados na Tabela de Honorários homologados pelo Conselho.

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Revista do Produtor Rural84

Sindicato Rural disponibiliza cadastro online de currículos e vagas para empregos

[Prestação de Serviços]

O Sindicato Rural de Guarapuava acaba de firmar parceria com o Grupo Employer, uma empresa

que presta serviços no setor de Recur-sos Humanos e é líder de mercado em recrutamento para vários setores, entre eles o de agronegócios.

A partir de agora, profissionais e em-presas do setor agropecuário podem ca-dastrar currículos ou divulgar suas vagas por meio do site do Sindicato Rural de Guarapuava (www.srgpuava.com.br), onde existe um banco de dados próprio para oferecer oportunidades de emprego.

Por meio do link Empregos Online, que fica do lado esquerdo da página ini-cial do site da entidade, o usuário pode cadastrar seu currículo ou divulgar deter-minada vaga gratuitamente.

Segundo o gerente da Employer Guarapuava, Marco Borges, o sistema traz muitas vantagens e pode fazer do Sindicato um ponto de encontro para oportunidades de emprego direcionadas ao setor agropecuário.

“O objetivo principal é oferecer um banco de dados moderno para que as vagas e oportunidades se encontrem e o Sindicato Rural seja o elo de quem quer emprego e de quem precisa”, explica.

Em parceria com grupo Employer, o Sindicato oferece mais um serviço para associados e parceiros, através do site da entidade

O presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, Rodolpho Luiz Werneck Bo-telho, conta que a ideia surgiu devido à demanda de associados e parceiros por profissionais do setor agropecuário e também ao grande número de currículos que a entidade recebe mensalmente.

O grupo Employer tem abrangência em todo o Brasil através do Banco Nacio-nal de Empregos (BNE) e é o maior por-tal de empregos do país com mais de 3 milhões de currículos cadastrados. Dessa forma, todo currículo ou vaga que estará divulgado no banco de dados do Sindica-to Rural de Guarapuava será automatica-mente divulgado no BNE.

Para o usuário que quiser buscar informações fora do banco de dados do Sindicato o serviço terá custo. Por exem-plo, caso o profissional queira se candi-datar a outras vagas ou o empregador deseje entrar em contato com outro cur-rículo fora do site do Sindicato é neces-sário que se filie ao BNE pelo custo men-sal de R$ 25,00 para o acesso irrestrito de vagas e oportunidades. “O cadastro da vaga e do currículo por meio do Sindi-cato Rural será oferecido gratuitamente ao associado e estará à disposição de to-dos os parceiros”, explica Borges.

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Revista do Produtor Rural 85

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Revista do Produtor Rural86

Em mais uma ação da Campanha Pro-dutor Solidário, no dia 25 de junho, o Sindicato Rural de Guarapuava reali-

zou a entrega de 90 quilos de alimentos para a Associação de Apoio às Famílias com Hanseníase (AFH).

Os alimentos foram doados por produtores rurais, agrônomos, técnicos e estudantes no 4º Encontro de Resul-tados de Pesquisas, promovido no dia 14 de junho pelo Sindicato Rural, Grupo Agrass e Unicentro.

O assistente social da Associação de Apoio às Famílias com Hanseníase (AFH), Marcelo Zandra, destacou a im-portância da doação e agradeceu o Sin-dicato Rural de Guarapuava. “Para nós que trabalhamos apenas com doações, essa iniciativa é maravilhosa e de vital importância tanto para a associação quanto para os usuários”.

Há oito anos, a entidade realiza um trabalho com famílias que estão em si-tuação de vulnerabilidade social e que possuem integrantes portadores de han-seníase e de outras patologias.

Zandra falou sobre as principais de-

No dia 06 de junho, o Sindicato Rural de Guarapuava entregou quase 100 quilos de alimentos como arroz, trigo, açúcar, feijão e fubá para o Ser-viço de Obras Sociais (SOS) Airton Haenisch. A doação foi feita por produ-tores rurais, por meio da Campanha Produtor Solidário, em um dos eventos técnicos promovidos pela entidade.

O coordenador do SOS, Leônidas Marcondes Ribas, agradeceu a iniciativa do Sindicato Rural, em nome da diretoria do SOS, dos idosos abrigados e das irmãs. “Abrigamos idosos desamparados com idade superior a 60 anos que não tenham ninguém por si. Aqui eles recebem todo o tratamento, em regime de internato. Hoje, 37 idosos estão sendo amparados pela instituição”.

Segundo Ribas, o SOS recebe qualquer tipo de doação, como alimentos e roupas. “Inclusive, no momento, estamos com o estoque baixo de carne”, disse. Quem quiser ajudar, pode entrar em contato pelo telefone (42) 3623-1872 ou levar a doação até o local, que fica na Rua Generoso de Paula Bastos, 2245.

que é uma reciprocidade. Ele esteve aqui adquirindo conhecimento e, ao mesmo tempo, trouxe alguma coisa para ajudar e colaborar com outras pessoas”.

Quem quiser ajudar ou conhecer a AFH, pode entrar em contato pelo tele-fone (42) 3035-4037 ou na sede (R. Co-ronel L. Lustosa, 1966) e ainda pelo site www.afh.org.br.

[Campanha Produtor Solidário]

Sindicato Rural doa alimentos para AFH

Alimentos também para o SOS

Os alimentos foram arrecadados durante o 4º Encontro de Resultados de Pesquisas e vão beneficiar a Associação de Apoio às Famílias com Hanseníase

mandas da Associação. “O que mais precisa-mos é de fraldas geri-átricas, cestas básicas e roupas. Promove-mos cursos de corte e costura, informática e violão que contri-buem para geração de renda, a colocação de mercado de trabalho e também para elevação da autoestima, muito importante para essas pessoas que sofrem um preconceito por se-rem portadoras de al-guma doença”, contou.

O vice-presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, Anton Gora, realizou a entrega simbólica dos alimentos e ressal-tou a relevância social da Campanha Pro-dutor Solidário. “O produtor rural é soli-dário, faz parte da natureza dele servir as outras pessoas. Agradecemos muito es-sas doações. Os produtores contribuíram com mais essa etapa dessa campanha,

Anton Gora e Marcelo Zandra

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Revista do Produtor Rural 87

[Soja RR]

Justiça condena Monsantopor cobrança indevida de royalties

Decker, De Rocco Bastos Advogados Associados

Fábio Farés Decker (OAB/PR nº 26.745)Tânia Nunes De Rocco Bastos (OAB/PR nº 20.655)Vivian Albernaz (OAB/PR nº41.281)Maybi F. P. Brogliatto Moreira (OAB/PR nº 40.541)

A notícia que esta em voga nesse mo-mento é com relação à proibição da cobrança de royalties pela empresa

Monsanto, pela comercialização da soja transgênica.

Conforme amplamente difundido, a justiça gaúcha suspendeu, em caráter li-minar, a cobrança de royalties sobre a co-mercialização da safra de soja transgênica cultivada com base na tecnologia RR, da Monsanto. A sentença foi concedida pelo juiz Giovanni Conti, da 15 Vara Cível do Foro de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, que ainda determinou a devolução dos va-lores cobrados desde a safra 2003/2004, corrigidos e com juros após o período de liquidação. Ademais, a Monsanto caso con-tinue cobrando os royalties a multa a ser aplicada é de R$1 milhão ao dia.

Introduzida no Brasil na década de 1990 a partir do Rio Grande do Sul, a “soja RR” é capaz de gerar mudas resistentes a herbicidas formulados a base de glifosato, o que rende ganho à produção. A Monsanto, visando obter proteção da patente no pro-cesso de criação das sementes, estabeleceu um sistema de cobrança baseado em royal-ties, taxas tecnológicas e indenizações pela sua utilização. Para tanto, os adquirentes da “soja RR” retém, e repassam diretamente à multinacional, 2% do preço da soja trans-gênica adquirida. A cobrança é feita desde a safra de 2003/2004.

Mas, o juiz Giovanni Conti entendeu em seu julgamento que a semente produ-zida pela Monsanto não pode ser enqua-drada na Lei de Proteção à Propriedade Intelectual, estabelecendo a imediata inter-rupção da cobrança de taxas, sob pena de multa diária.

A decisão julgou parcialmente pro-cedente a ação coletiva ingressada pela Fetag-RS e pelos Sindicatos Rurais dos mu-nicípios gaúchos de Passo Fundo, Sertão, Santiago, Giruá e Arvorezinha. Ficou esti-pulado que, além de estar sujeita à multa diária, a Monsanto deverá ressarcir os pro-

dutores de soja pelos royalties cobrados a partir da safra 2003/2004.

No mérito, a Justiça determinou que os produtores de soja têm o direito de reservar o produto transgênico tanto para o replantio, quanto para a comercialização, sem ter que pagar qualquer tipo de royalties à empresa. O mecanismo posto em prática pela Mon-santo até então recolhia uma taxa de 2% sobre toda a soja transgênica comercializada no Brasil e vendida para o exterior.

A análise do mérito estabeleceu que a semente de soja geneticamente modifica-da não pode ser tratada como um produto inovador, dotado de propriedade intelec-tual e objeto de registro de patente. Des-ta maneira, os grãos da chamada soja RR (Roundup Ready) ficam enquadrados na Lei de Proteção de Cultivares (Lei 9.456/1997), à revelia da Lei de Proteção à Propriedade Intelectual (Lei 10.973/2004).

O “RR”, que batiza a semente altera-da, tem origem no herbicida de mesmo nome e também produzido pela Monsan-to. Isto, pois o agrotóxico — indispensável ao cultivo da semente modificada — torna o grão mais resistente, o que aumenta a produtividade.

É importante informar que o juiz da causa determinou que a decisão produzirá efeitos sobre pequenos, médios e grandes produtores de soja, vejamos: “As questões debatidas na presente demanda transcen-dem os interesses meramente individuais, uma vez que estamos tratando de bem im-prescindível para a própria existência hu-mana, ou seja, o alimento, cuja necessidade é urgente e permanente”, finalizou o juiz Giovanni Conti.

Em paralelo, correm no STJ (Superior Tribunal de Justiça) ações específicas que questionam pontos processuais e técnicos sobre a matéria, que, de acordo com a relato-ra Nancy Andrighi, é “um dos temas de maior relevo hoje para o agronegócio brasileiro”.

A rigor, dois aspectos estão sendo dis-cutidos pelos ministros da 3ª Turma no Re-

curso Especial 1243386.O primeiro diz respeito ao limite de

abrangência da questão. Isto é, a sentença proferida pelo juiz gaúcho tem efeito ape-nas nas cidades em que têm sede os sindi-catos autores? Ou, por se tratar de uma ação coletiva, a decisão afetará o país inteiro?

O segundo aspecto questiona se os sindicatos têm legitimidade para ajuizar uma ação coletiva, mesmo que não esteja presente no estatuto interno cláusula que regulamente a questão.

A relatora Andrighi e os demais Mi-nistros votaram no dia 12 de junho pela abrangência nacional, no primeiro caso, já que “Outras comarcas poderiam prover decisões exatamente contrárias, gerando insegurança jurídica”, justificou.

No segundo caso a relatora e demais Ministros reconheceram a legitimidade dos sindicatos de proporem referida demanda: “Basta reconhecer a finalidade do sindicato, que visa a atender as necessidades de seus filiados, para que possamos lhes outorgar a legitimidade ativa”.

O voto da relatora foi acompanhado integralmente pelos ministros Massami Uyeda, Paulo de Tarso Sanseverino, Villas Boas Cueva e Sidnei Beneti, ou seja, a de-cisão foi unânime.

Dessa forma, a tutela jurídica que isen-tou os produtores rurais do Rio Grande do Sul do pagamento de royalties pela utiliza-ção da soja transgênica tem abrangência nacional (erga omnes), isentando de forma nacional os produtores de todos os Esta-dos, evitando assim desequilíbrio substan-cial no mercado atacadista de soja.

Segundo a relatora Nancy “A eventual isenção destinada apenas a um grupo de produtores causaria desequilíbrio substan-cial no mercado atacadista de soja”, avaliou.

Os produtores de soja locais devem segundo esse cenário jurídico, procurar um profissional especializado afim de resguar-dar seus direitos e ver restituído os valores pagos indevidamente.

Page 88: revista produtor rural ed. 31

Revista do Produtor Rural88

[Programa ABC]

Por uma agricultura

mais sustentável Entenda como colocar em prática o Programa da Agricultura de Baixo Carbono (ABC) e adquirir o financiamento do governo federal

Sustentabilidade vem sendo palavra de ordem em todos os ramos eco-nômicos, e no campo não é diferen-

te. Aliás, o chamado desenvolvimento sustentável é hoje fator decisivo para tornar-se mais competitivo no mercado agrícola internacional. Nesse sentido, uma agricultura aliada ao meio ambiente está sendo um desafio para o Brasil.

Com propósito de modernizar, im-plantar novas tecnologias e, consequen-temente, aumentar a produtividade de forma sustentável surgiu, em 2010, o Programa Agricultura de Emissão de Baixo Carbono (ABC), que está inserido em um propósito do governo federal de diminuir a emissão de gases de efeito estufa (GEE´s), um acordo que foi insti-tuído por princípios estabelecidos pela Convenção de Mudança de Clima e no

acordo de Copenhague em 2009. Segundo o Vice-Presidente de

Agronegócios e Micro e Pequenas Empre-sas do Banco do Brasil, Osmar Fernandes Dias o Banco já contratou no Programa Agricultura de Baixo Carbono- ABC o montante de R$ 1,065 bilhões envolven-do mais de 3.165 operações no período de julho de 2011 a junho de 2012. “Hoje, cinco estados respondem por 74% do total contratado pelo BB. Apenas no Para-ná foram 540 operações representando 14,2% de todo o recurso nacional, totali-zando R$ 151,612 milhões em crédito”.

O Plano ABC tem em sua essência a intenção de conscientizar e fazer com que na prática a agricultura brasileira seja ainda mais produtiva aliada à sus-tentabilidade. Ela é uma linha de crédito que viabiliza recursos vindos do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômi-co e Social (BNDES) para adoção de um conjunto de práticas que viabilizem es-sas práticas agrícolas mais sustentáveis.

O gerente agrícola da agência do

Osvaldo Granemann

Osmar Fernandes Dias

Page 89: revista produtor rural ed. 31

Revista do Produtor Rural 89

Kiulza Morona

Liti Vilson Colossi

Banco do Brasil de Guarapuava, Osvaldo Granemann de Paula orienta quem pre-tende realizar a linha de financiamento ABC e diz que basicamente é necessário o produtor seguir os seguintes passos: “o produtor deve procurar a agência para certificar-se a respeito dos limites de crédito, procurar um profissional ha-bilitado para fazer o projeto técnico e, por fim apresentar a proposta ao banco para analise”.

É importante ressaltar que todo pro-jeto do ABC deve se enquadrar em seis grandes áreas de atuação: plantio direto na palha; fixação biológica de nitrogênio; recuperação de áreas degradadas; plan-tio de florestas; integração lavoura-pecu-ária; tratamento de resíduos de animais.

De acordo com Granemann, as prin-cipais vantagens para o produtor rural estão no juro reduzido; o teto do finan-ciamento - de um R$ 1 milhão para bene-

ficiário para cada ano safra e independe de outros créditos concedidos para área rural, além de prazos (em média 8 anos, dependendo da atividade) e carências diferenciadas.

Para o Plano Safra 2012/2013 have-rá mudanças nos valores da Linha ABC. O governo divulgou que a taxa de juros aplicada que passou dos atuais 5,5% para 5% ao ano. Além disso, aumentará 7,9 % dos recursos para o ABC, serão dis-ponibilizados R$ 3,4 bilhões para a pró-xima safra.

O gerente fala sob a repercussão do programa em Guarapuava. “Aqui na região os projetos estão fluindo muito bem. São vários produtores que já ade-riram ao programa, o que representa um desembolso de aproximadamente R$ 10 milhões. No momento, há mais de dez projetos em andamento”.

No distrito de Entre Rios, segundo o gerente da agência do Banco do Bra-sil, Liti Vilson Colossi, o programa vem atraindo atenção de boa parte dos pro-dutores. “Aqui a grande maioria dos pro-dutores está procurando pelo programa. Tem muita demanda, muitos projetos já foram aprovados e ainda há vários em processo de análise de viabilidade. Pos-so dizer que o volume de adesão em Guarapuava e Entre Rios é parecido e já foram liberados recursos perto de R$ 10 milhões”.

Colossi opina dizendo que o ABC é um dos bons programas do governo porque estimula o produtor a investir na propriedade. “É uma linha de crédito que veio para melhorar a produtividade, alia-da ao meio ambiente”.

Dificuldades

O Programa ABC ainda é objeto de muitas dúvidas. A analista técnico rural do Banco do Brasil, Kiulza Morona Ri-beiro comenta que a linha está sendo um sucesso na região, mas diz que a maior dificuldade do produtor está na confecção do projeto. “Muitos projetos não são aprovados porque ainda não vem com detalhamento necessário. O problema é mesmo na hora de colocar a ideia no papel”.

Granemann também observa que o projeto técnico deve ser elaborado e dis-corda que o programa seja burocrático. “O projeto é excepcional a linha apenas exi-ge um detalhamento maior na justificativa pelo viés ambiental. E essa obrigatorieda-de é uma forma de conscientizar e contri-buir para a sustentabilidade ampliando a produção em cima da mesma área”.

ABC - o que dá para financiar:

ABC - o que dá para financiar:

• Arecuperaçãodeáreasepastagensdegradadas;• Aimplantaçãodesistemasorgânicosdeproduçãoagropecuária;• AimplantaçãoemelhoramentodesistemaPlantioDiretonaPalha;• Aimplantaçãodesistemasdeintegraçãolavoura-pecuária;lavoura-floresta;pecuá-

ria floresta; ou lavoura-pecuária-floresta;• Aimplantação,manutençãoemanejodeflorestascomerciais,inclusive,àquelasdes-

tinadas ao uso industrial ou à produção de carvão vegetal;• Aadequaçãoouregularizaçãodaspropriedadesruraisfrenteàlegislaçãoambiental,

inclusive, recuperação de áreas de reserva legal, preservação permanente, e o trata-mento de dejetos e resíduos entre outros;

• Aimplantaçãodeplanosdemanejoflorestalsustentável;• Aimplantaçãoemanutençãodeflorestasdedendezeiroprioritariamenteemáreas

produtivas degradadas.

Fonte: Cartilha CNA Brasil – ABC Porque Investir?

Page 90: revista produtor rural ed. 31

Revista do Produtor Rural90

JOSÉ HAMILTON MOSS O produtor rural José Hamilton Moss foi

bem sucedido no programa do ABC e conta não ter tido problemas para financiar seus investimentos na pecuária. Em abril, Moss conseguiu o teto do ABC para aprimorar sua atividade. O foco do seu projeto se deu em integração lavoura-pecuária, e também no item de tratamentos de dejetos dos animais. “Conseguimos pautado na menor emissão de carbono e metano do gado”, explica.

Ele destaca que é necessário paciência e estar com toda documentação de acordo com as normas do ABC. “Foram seis meses até a aprovação. O projeto foi enviado vá-rias vezes, com várias revisões, até que deu certo. Apesar do processo ser detalhado , vale muito a pena. É um projeto excelente, a ideia é sensacional”.

Em termos de dificuldades, Moss diz que não tem o que reclamar. “O produtor tem que ter paciência para mexer com pa-pel. Muita gente começa e desiste, porque realmente ele é um pouco trabalhoso, mas tem que ir atrás porque os juros e as formas de pagamento são muito boas”.

JOSÉ AUGUSTO MORAES DE BARROS O produtor de soja, milho e trigo, José

Augusto Moraes de Barros é outro exem-plo de sucesso no programa ABC na região. Ele conseguiu a aprovação de quase o teto da linha. Foram aprovados R$ 900 mil para aprimorar uma área de 967 hectares. Barros explica que o programa vai possibilitar rees-truturar e desenvolver toda sua propriedade em termos agrícolas e tem como foco ampliar a retenção de carbono no solo. “Fizemos um projeto para correção dos níveis de cálcio, fósforo e potássio, readequação de estradas, caixas de contenção, manilhamento de al-guns pontos; com o objetivo de melhorar o sistema de plantio direto na palha; além da ampliação de depósito de máquinas e ferti-lizantes”. As principais vantagens apontadas pelo produtor são: possibilidade de corrigir o solo e sair do patamar de produtividade média para alcançar uma produtividade mais alta. “Hoje precisamos ser muito eficientes para sermos mais competitivos. O prazo para pagamento viabiliza fazer isso”.

Segundo Barros, não há muita dificul-dade. “A diferença do Projeto ABC é que ele é mais detalhado. O que demorou foi o tem-po para obter as informações sobre o pro-grama; quais os requisitos, quais itens são financiáveis e etc. Isso durou cerca de cinco meses, pois havia poucas informações so-

bre o programa, mas depois da reunião com gerência do setor agrícola e ATR do Banco do Brasil as dúvidas foram esclarecidas e aprovação junto ao banco foi relativamente rápida. Para nós ficou mais fácil, pois temos um histórico dos talhões com dados de pro-dutividade, histórico de análises de solo, inclusive de matéria orgânica”.

Barros dá algumas dicas para quem pre-tende investir no programa. “Você tem que ter um histórico de suas atividades, como o de solo para comprovar que precisa de cor-reção”, explica.

O produtor prevê as modificações em sua fazenda após o projeto ser colocado em prática. “Com certeza vai haver uma evolu-ção nos níveis de produtividade. Estamos corrigindo toda a parte de macronutriente, principalmente cálcio, fósforo e potássio, entre outros, além da recuperação de áre-as degradadas, principalmente fazer com que o solo passe a reter mais água, produzir mais matéria seca e consequentemente re-ter mais carbono”.

ANTON GORAO produtor rural Anton Gora já conse-

guiu a aprovação do projeto do ABC, no item de aquisição de ovinos para reprodução, re-cria e terminação; com objetivo maior de in-tegração lavoura-pecuária. Ele conseguiu o financiamento de R$ 130 mil para desenvol-ver a atividade de ovinos. Gora diz que no seu caso a aprovação foi demorada. “Foram quatro meses de espera, o recurso foi apro-vado em março deste ano ele. É um pouco mais burocrático do que a maioria das linhas de financiamento agrícola, mas é um progra-ma muito importante para uma agricultura mais produtiva e sustentável. “A vantagem é o prazo longo, o período de carência e o juro baixo. Eu acho muito importante que essa questão ambiental seja exigida. Acredi-to que vale muito a pena esperar, pois é um programa que dá chances ao produtor para ampliar sua atividade e integrá-la à preser-vação do meio ambiente.

GIBRAN THIVES ARAÚJOO produtor rural Gibran Thives Araújo

conta que o seu financiamento está em an-damento e que está focado em integração lavoura-pecuária. “No meu caso, pretendo, com esse programa, aperfeiçoar o uso da área, evitando abertura de novas áreas”. Na opinião de Araújo, como o programa ainda é novo, há muitas dúvidas técnicas, o que acaba dando morosidade ao andamento do

programa. “Já fazem mais de 60 dias que oficializei o pedido. O problema é que as exigências são muitas, o programa é com-plexo e acaba gerando muitas dúvidas. Mas vale a pena, todo processo novo é natural que se tenha essa burocracia por falta de conhecimento técnico e experiência, mas o mais importante é a vinda de recursos e o foco no desenvolvimento sustentável da propriedade”.

Ele também destaca a importância do programa para agricultura e fala sobre a re-alidade agrícola da região. “Eu acho muito válida a iniciativa. A agricultura em Guarapu-ava já é bem tecnificada, mas estamos apri-morando e ampliando outros processos que já são bem sucedidos. O objetivo é aumen-tar a produtividade aliada ao meio ambiente. No meu caso, já fazemos uso, por exemplo, de plantio direto em 100% da propriedade, já temos o uso de dejetos dos animais ferti-lizando as áreas, entre outras ações ligadas à produção e conservação do meio ambiente. Agora vamos usar o dinheiro para intensifi-car o uso da área”.

Araújo destaca a relevância do viés am-biental do ABC. “Na verdade, eu acho funda-mental. Nós produtores somos os que mais temos interesse em preservar, porque é da terra que tiramos todos os nossos recursos. A gente já vem fazendo uma agropecuária com integração sustentável na propriedade, agora temos a liberação de recursos para ampliar e melhorar esse desenvolvimento”.

CÍCERO LACERDA O produtor rural Cícero Lacerda ainda

está à espera da aprovação do financiamen-to do ABC. O produtor resolveu investir em diversas áreas de atuação do programa, já que seu projeto se enquadra em pelo menos quatro das áreas de atuação do ABC. Lacerda busca melhorar a qualidade de sua produção e do solo de sua propriedade, em uma área de aproximadamente 970 hectares e o pro-jeto prevê o financiamento de R$ 1 milhão. “No nosso caso, focamos na reforma de pas-tagens, correção e conservação de solo, e cai-xas de retenção para evitar a erosão e impe-dir o assoreamento de rios. Também tem um pouco de floresta. Além disso, temos ações que estão inseridas no tópico integração la-voura- pecuária, sistemas de plantio direto e tratamento de dejetos”.

Lacerda tem como objetivo evitar a ero-são e priorizar, além da produção, a questão ambiental. “O solo é nosso bem precioso, en-tão precisamos cuidar”, opina.

Confira depoimentos de produtores que aderiram ao programa ABC:

Page 91: revista produtor rural ed. 31

Revista do Produtor Rural 91

[Suplementação Mineral]

O principal objetivo desta suplementação é suprir as exigên-cias nutricionais dos animais nesta época do ano, maximizan-do a ingestão da forragem, propiciando até ganho de peso aos animais (ao redor 200g/animal/dia) em substituição ao conhecido efeito boi-sanfona. Com este ganho de peso neste período é possível reduzir a idade de abate, acompanhando as necessidades do mercado atual da carne bovina.

De uma maneira geral recomenda-se suplementar quando a proteína bruta das pastagens (com base na matéria seca) for inferior a 7%, e quando a relação energia: proteína bruta das pastagens (com base na matéria seca) for superior a 7. Como exemplo uma pastagem que apresenta no período das secas uma PB (na matéria seca) de 4% e uma energia-NDT (na ma-téria seca) de 48%, temos PB = 4% (inferior a 7%) e relação NDT:PB de 12 (maior que 7).

A utilização de altas inclusões de uréia ou o uso apenas dela nos suplementos permite apenas manutenção de peso no pe-ríodo das secas, pois alguns tipos de microrganismos do rúmen necessitam de peptídeos e alguns aminoácidos para maximiza-ção da sua atividade, sendo, portanto, necessário suplementar também com proteína vegetal. Recomenda-se que no máximo 70% da proteína bruta do suplemento venha da uréia, para que se consiga ganho de peso ao redor de 200 g/animal/dia. Vale salientar que para algumas categorias (como exemplo, vacas em bom escore de condição corporal) a simples manu-tenção do peso no período das secas já é suficiente, e neste caso o uso de suplementos minerais com uréia é bastante reco-mendado pela sua economicidade em relação aos proteinados.

Para os proteinados que têm um consumo esperado de 0,1% do peso vivo, ou 1g/kg de peso vivo, recomenda-se um es-

Por que suplementar no período das secas:

Quando suplementar:

Uso de Rumensin® na suplementação

O Princípio do funcionamento dosproteinados é:O que suplementar:

Necessidade para que a suplementação dê resultado:

paçamento de cocho mínimo de 10 a 15 cm lineares/cabeça. Como a suplementação via proteinado visa corrigir o aspecto qualidade da forragem, é necessário que seja garantida a quan-tidade de forragem neste período. A quantidade mínima de ma-téria seca nas pastagens deve ser de 2.000 kg/ha, e para isto, recomenda-se a vedação de parte da área em fevereiro, para fornecer na primeira metade do período (normalmente maio, junho, julho), e vedação de outra parte em março, para fornecer na segunda metade do período (normalmente agosto, setembro e outubro). As forrageiras de crescimento estolonífero (braquiá-rias, tífton, coast-cross) são as mais recomendadas para vedação, pois têm uma melhor relação folha: haste.

Rumensin® é um aditivo ionóforo que, em poucas palavras, alte-ra os padrões de fermentação ruminal (maior produção de ácido propiônico), disponibilizando mais energia ao animal; esta maior energia propicia ganhos de peso adicionais entre 50 e 100g/animal/dia, com uma relação benefício:custo de 8:1 até 20:1.

Aumento da concentraçãode N no rúmen

Melhora a eficiência microbiana

Maior digestibilidade da forragem

Aumento do consumo de forragem

MAIOR DESEMPENHO

Page 92: revista produtor rural ed. 31

Revista do Produtor Rural92

O Sindicato Rural de Guarapuava, a Universidade Estadual do Cen-tro Oeste (Unicentro) e o Grupo

Agrass realizaram o 4º Encontro de Re-sultados de Pesquisas de milho, soja e feijão, além de tecnologias do campo. O evento aconteceu no dia 14 de junho, no anfiteatro do Sindicato Rural e contou com a presença de mais 170 pessoas, en-tre produtores rurais, agrônomos, técni-cos, professores e acadêmicos.

Segundo o professor do Departa-mento de Agronomia, Itacir Eloi Sandini o evento foi muito positivo, já que teve a participação de pessoas representativas de vários setores da agricultura de Gua-rapuava. “Minha avaliação com relação ao encontro é muito boa. Foi importante ver vários produtores, técnicos, agrôno-mos e acadêmicos presentes. Nos cha-mou a atenção os questionamentos, a abordagem e a forma como os resultados

[Pesquisa]

Encontro divulgou novas tecnologias na produção de milho, soja e feijão

despertaram o interesse de quem partici-pou”, comentou.

O objetivo do evento foi apresen-tar para a comunidade de Guarapuava e região, resultados de pesquisas produ-zidas por acadêmicos do curso de Agro-nomia da Unicentro. Durante o encontro foram apresentados oito temas: Dados climáticos de safra 2011/12; Estratégias para o uso de fungicida no manejo de doenças foliares na cultura do milho; Época ideal para semeadura de milho na região de Guarapuava; Ferramenta KISS e SUPAS nas culturas de soja, milho e feijão: desafios e estratégias; Bioesti-mulantes, inseticidas e micronutrientes nas culturas de soja, milho e feijão; Ni-trogênio complementar: tecnologia para o aumento da produtividade; Inoculação da cultura do milho Azospirillum brasi-liense e o Efeito residual do nitrogênio em sistemas integrados.

As pesquisas foram realizadas pe-los alunos Jackson Huzar Novakowiski, Jaqueline Huzar Novakowiski, Alex Natâ Bazzanezi, Sheisi Nogueira Nunes, Fabia-no Pacentchuk, Fernando Pacentchuk, Valmiler Vidal, João Daniel Nerone Turok,

Prof. Itacir Sandini (Dep. Agronomia/Unicentro), coordenador dos trabalhos de pesquisa

Page 93: revista produtor rural ed. 31

Revista do Produtor Rural 93Revista do Produtor Rural 93

Mayara Fontanella, Simoni Basi, Tania Ma-ria Müller, Tatyana Huczy Kaminski, Edina Cristiane Pereira.

O professor enfatiza que o evento é uma forma do conhecimento não ficar restrito à universidade. “Os chamados produtores de vanguarda já começam a utilizar na prática, na safra subsequente. A cada ano é uma sementinha e vemos que a coisa começa a se perpetuar. O triste é quando ninguém se apropria da-quele conhecimento e ele é perdido. Mas percebemos que esses produtores de vanguarda têm um incremento de produ-tividade e de rentabilidade da atividade agrícola, e assim, percebemos que as coi-sas estão evoluindo”, opina Sandini.

O produtor rural Helmuth Seitz con-ta que é a segunda vez que participa do evento, pois acredita que é importante se manter atualizado acerca dessa pro-dução de conhecimento. “São muito va-lorizadas essas pesquisas à campo. Vale a pena acompanhar esses resultados, e estamos aqui para comparar o que a gente tem feito em casa. Assim, temos outras ideias e conhecimento sobre ou-tros híbridos, enfim tudo é válido para o

agricultor da região”. De acordo com Sandini, o encontro

é uma maneira de contribuir para o in-cremento da produtividade e redução de custos das culturas de milho, soja e feijão. “Em última análise, o que a gente quer é que o produtor seja lucrativo e competiti-vo nesse cenário acirrado”.

O professor destacou que as par-cerias realizadas foram essenciais para que o evento se concretizasse. “A parce-ria entre o Sindicato Rural, Grupo Agrass e Unicentro foi fundamental para con-seguirmos perpetuar ao longo dos anos esse trabalho. Se não fosse essa parce-ria, nós teríamos talvez diminuído ou até não estaríamos mais produzindo pes-quisa. Eu vejo que o evento está crian-do corpo e evoluindo nesse sentido de geração e transferência de tecnologia através desse trabalho cooperativo”.

Santini analisa também uma das ten-dências de mercado em relação ao milho. “Os dados mostram que o milho safrinha pela primeira vez na história vai produ-zir mais que o milho safra. E a tendência futura é que as zonas de produção de

milho migrem para a zona de milho de segunda safra. Para região de Guarapua-va isso não é nem mais uma tendência, é uma realidade. Então temos que ter alta produtividade para sermos competitivos. Em termos de rotação de cultura, se não tivermos a cultura do milho a soja se tor-na insustentável também”.

O encontro arrecadou alimentos para a Campanha Produtor Solidário.

João Leonardo Mierzva, engenheiro agrônomo do Grupo Agrass

Roberto Cunha, produtor rural,representante do Grupo Agrass

Alunos do Laboratório de Plantas de Lavoura que desenvolveram as pesquisas

Page 94: revista produtor rural ed. 31

Revista do Produtor Rural94

[Aprendizagem rural]

Últimos cursos do Senar realizados em Guarapuava, Candói, Cantagalo e Foz do Jordão

Produção Artesanal de Alimentos -Derivados de Leite – Cantagalo03 e 04 de maio Local: Sindicato Rural de Guarapuava - Extensão Base Cantagalo Instrutora: Giovana Giarollo

Trabalhador na Olericultura Básica – olerículas de talos,folhas e flores- agrião, alface,brócolis, cebolinha, couve, couve-flor, esca-rola ou chicória, repolho e salsa21 a 23 de maio - Local: Centro Comunitário Paiol de TelhaInstrutora: Karina Calil Caparroz

Trabalhador em Turismo Rural - turismo rural e oportunidades de negócios 12 a 14 de junho - Local: Centro Comunitário Paiol de TelhaInstrutora Giovana Giarollo

Trabalhador na Operação e na Manutenção de Motoserra - corte polivalente de árvores07 a 11 de maio - Local: Reflorestadora SchramInstrutor: Luiz Carlos de Matos

Qualidade de Vida – Família12 de junho - Local: Centro Social de CandóiInstrutora: Carla Lavoratti

Programa APOENA – cestaria e trançados – artesanato em Palha de Milho - Flores de Palha de Milho25 a 28 de junho de 12 - Local: APAE – Foz do JordãoInstrutor: Geimar Nava

Page 95: revista produtor rural ed. 31

Revista do Produtor Rural 95

A aplicação de defensivos é um dos ramos da atividade agrícola que vem me-recendo expressiva atenção por parte de instituições de pesquisa aplicada e das empresas de desenvolvimento de pro-dutos e equipamentos, contudo, devido a diversos fatores ligados a eficiência na relação custo x benefício, esta ainda se mostra como uma atividade de gran-de desperdício nas lavouras. Sendo esta uma operação importante para os culti-vos, a disponibilidade de um bom equi-pamento é aspecto primordial, entretan-to também é imprescindível se buscar obter o melhor resultado de pulverização a partir da utilização adequada do equi-pamento disponível.

O processo de tecnologia de aplica-ção de defensivos não é tão complexo quanto às vezes possa parecer, e, infe-lizmente, nem tão simples quanto o de-sejado. O fato é que o conceito de com-plexidade ou de simplicidade envolve dois extremos de baixa eficiência, como por exemplo, a simplificação exagerada para alguns procedimentos por parte de produtores que ainda relutam em adotar alternativas mais atuais, optando por pro-ceder como faziam seus antepassados, especialmente com relação às altas va-zões e tamanho de gotas. E por outro lado, o caso de outros que optam por adotar praticamente tudo o que lhes é ofertado, acabando por não conciliar com a devida proporção a funcionalidade do aparato tecnológico adquirido, caso que vai desde bicos e pontas até equipamentos mal di-mensionados à sua necessidade.

Consideramos que para a obtenção

[Pulverização]

Tecnologia deaplicação x planejamento

de êxito em tecnologia de aplicação de-vem ser observados três momentos dis-tintos: a avaliação, o planejamento e a execução.

A avaliação consiste em se conhecer a realidade da lavoura a ser tratada, defi-nindo-se claramente qual é o alvo a ser controlado e sua localização na planta, e a situação em relação ao tempo disponí-vel para o controle. Quanto a este último aspecto, a situação encontrada pode ser de tranquilidade, urgência, emergência ou “desespero”, sendo que quanto mais distante se estiver da tranquilidade, maior será a tendência de aumento de custos associado à perda de controle dos fatores econômicos inerentes a equipa-mentos, mão de obra, especificidade do principio ativo e pelos próprios danos já ocasionados à cultura, além da redução de eficiência pela tendência de operação com desrespeito aos critérios técnicos básicos, como velocidade de operação e condições climáticas mais adequadas.

O planejamento está relacionado à definição das estratégias de operação vi-sando atingir e controlar o alvo, as quais envolvem a opção de principio ativo, va-zão, tamanho de gotas e condições para pulverização. Tendo-se em conta os crité-rios de operacionalidade a serem execu-tados, considerando o tempo disponível a partir da situação sanitária da lavoura e a área total a ser pulverizada.

Na operação existem vários parâme-tros a serem considerados, sendo que aqui vamos dar destaque para um dos principais, a vazão. Sucintamente para uma dada cultura a definição de vazão

irá depender do porte da planta e do dossel vegetativo, mais especificamente da quantidade e arquitetura das folhas e do fechamento do solo por elas exercido, além de especificidades do produto, que de acordo com suas características de ação e de mobilidade na planta pode per-mitir atingir o alvo de diferentes formas.

A vazão é um dos elementos de maior discussão e variabilidade dentro das opções adotadas no manejo da pul-verização. Para uma mesma condição certamente serão observadas variações de aplicação de mais de 300% em dife-rentes lavouras, sendo bastante comum se encontrar, por exemplo, áreas de soja e milho, que para condições similares são manejadas com vazões entre 80 e 240 Litros de calda por hectare.

O fator que na maioria das situações é determinante para a opção de vazões maiores é que o aumento da taxa vazão é potencialmente acompanhado por um proporcional aumento da quantidade de gotas pulverizadas, embora esta relação dependa também das características e da regulagem do equipamento utilizado. Esta situação leva grande parte dos produtores a considerar que o maior molhamento da planta é garantia de que a aplicação está sendo bem feita, o que geralmente é um conceito errôneo, pois a folha tem uma capacidade muito limitada de absorver as gotas de sua superfície em relação ao amplo poder de evaporação do ar, sendo, portanto, muito mais importante a con-centração de produtos na gota do que seu volume ou número em uma mesma unidade de superfície folhar.

Prof. Sidnei O. Jadoski - Agronomia/Unicentro

Page 96: revista produtor rural ed. 31

Revista do Produtor Rural96

Esta é uma questão que precisa ser detalhada e bem compreendida, pois exerce efeito direto sobre os resultados da aplicação. O fato é que a opção de aumento da taxa de vazão é geralmente associada somente a um maior volume de água e muito raramente ao corres-pondente acréscimo da quantidade de produto. Este procedimento acaba exer-cendo proporcional efeito sobre a con-centração de ingrediente ativo presente na gota pulverizada, existindo uma rela-ção linear e inversamente proporcional entre estes fatores, isto é, ao se dobrar o volume de vazão se estará reduzindo para a metade a quantidade de ingre-diente ativo presente na gota gerada (Gráfico 1). Neste caso o resultado é um grande molhamento da planta, que é derivado de um maior volume de água e não de defensivo, o que além de não melhorar o controle em relação ao alvo/problema, ainda reduz a eficiência do processo de pulverização por perda de tempo, com o aumento da necessi-dade de reabastecimentos do tanque e pelo consequente aumento dos custos de operação.

O estabelecimento do tamanho de gota adequado está muito relacionado à posição do alvo. Os casos de maior

Gráfico 2: Relação Tamanho de gota x penetração no entre as folhas da planta. (Figura do autor).

dificuldade são para as doenças fúngi-cas e maioria dos insetos que tendem sobremaneira a se posicionar nos terços mediano e inferior da planta, exigindo o deslocamento da gota por entre as folhas até chegar às partes mais baixas

RELA

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Vazão (L ha-1)

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Volume de calda-vazãoConcentração de princípio ativo na gota

Gráfico 1: Relação vazão x concentração de ingrediente ativo na gota. (Figura do autor).

da planta, o que se consegue com uma gradual redução do diâmetro das go-tas pulverizadas, em uma relação não linear, isto é, uma grande mudança no diâmetro de gotas ocasiona um peque-no (porém importante) aumento da taxa de gotas que conseguem ser depositadas nas partes inferiores da planta (Gráfico 2). É preciso recordar que a translocação de praticamente todos os defensivos é no sentido do movimento para cima na planta, isto é, para proteger as folhas baixeiras, a gota deve chegar lá.

Neste contexto, o que buscamos res-saltar é que o processo de tecnologia de aplicação não é somente a execução da pulverização, pois envolve particularmen-te um arrojado processo de planejamen-to. Neste particular, deve ser considerado que a vazão, tamanho de gota x proteção x clima, qualidade do equipamento utiliza-do e qualificação do operador de máqui-nas, não são o objetivo da pulverização, e sim, o melhor controle possível do alvo/problema da lavoura, contudo a harmonia entre estes fatores é primordial para que este objetivo seja alcançado com o máxi-mo de êxito.

“Agradecemos a CEREAL pelo convite e dis-ponibilização deste nobre espaço”.

Page 97: revista produtor rural ed. 31

Revista do Produtor Rural 97Revista do Produtor Rural 97

Fones: (42) 3627-5849 / 3627-6664 / 9912-7770Rodovia BR 277, Km 352,5 - Vassoural - Guarapuava - [email protected]

Cereal, revenda autorizada

Comercializa cereais, fertilizantes,implementos e insumos agrícolas

Autopropelido H3000I com barra pulverizadora dianteira e suspensão pneumática ativa

Page 98: revista produtor rural ed. 31

Revista do Produtor Rural98

Em todos os setores da economia, o Brasil é hoje mundialmente conheci-do como o país das oportunidades, e

isso não é diferente no mercado da carne bovina. O aumento da produção e da com-petitividade com outros mercados produ-tores exige da pecuária de corte brasileira um dinamismo nunca visto antes em toda a cadeia produtiva.

Com a economia globalizada, nossos produtores brasileiros devem-se atentar às tendências do mercado mundial com o objetivo de ter subsídios que os auxi-liem nas tomadas de decisões a médio e longo prazo. Sob essa ótica, quando ana-lisamos os países maiores produtores de carne bovina no mundo, nos deparamos com o constante incremento de produti-vidade, como é o caso dos EUA, que vê o seu rebanho diminuir a cada ano, porém a produção de carne é crescente. Hoje, praticamente com o mesmo rebanho de 1950, tem sua produção de carne três vezes maior. Isso só é possível devido à maior eficiência e produtividade por ca-beça, explorando ao máximo os recursos genéticos e nutricionais.

No Brasil, a pecuária de corte tem crescido nos 20 últimos anos por dois motivos principais: a expansão de novas áreas para cultivo de pastagens e o au-mento da produtividade. A tendência é que continue a crescer, porém, apenas por produtividade, pois a expansão através da abertura de novas áreas é praticamente impossível nos dias atuais devido, princi-palmente, à pressão de toda a sociedade contra o desmatamento. Outro fator que também impacta sobre o incremento da produtividade no Brasil é a perda de áreas de pastagens para lavouras e silviculturas. Ainda neste contexto, temos outro ponto que pressiona a produtividade, que é o custo de produção.

Para ser eficiente na produção de carne será necessário profissionalizar a cadeia como um todo, otimizando os re-

[Pecuária de corte]

Cruzamento industrial: eficiência produtiva e econômica no confinamento

cursos genéticos, ambientais, humanos, financeiros e adotando práticas de ma-nejo, como em uma gestão empresarial. Com foco nos recursos genéticos, a uti-lização de cruzamentos entre diferentes grupamentos é uma alternativa eficaz para elevar a produção de carne.

Esclarecendo: “Cruzamento Indus-trial” é o nome dado aos sistemas de aca-salamento entre raças Bos taurus (Euro-peias) versus raças Bos indicus (zebuínas. No Brasil, a predominância é da raça Nelo-re). O objetivo do cruzamento industrial é obter em um único animal as característi-cas desejáveis das raças formadoras:

Com o cruzamento industrial, é possível alcançar resultados na melhoria de desem-penho (ganho de peso, características de carcaça, precocidade, etc.) logo na primeira geração, o que nas raças puras formadoras levaria várias gerações para ser alcançado.

1. Análise de eficiência em con-finamento de animais Nelore e F1 (Britânicos).

O estudo abaixo realizou o acompa-

GRUPO GENÉTICO NELORES F1 Britânicos DIFERENÇA

Número de cabeças (machos) 6501 4421

Dias de Confinamento 133 107 26

Consumo MS (kg/cabeça/dia) 8,76 9,46 8%

Conversão Alimentar (kg MS / @ produzida)

145 135 6,82%

GPD Médio (kg/dia) 1,36 1,54 13,31%

Rendimento (%) 56,27% 55,80% -0,84%

Raças Zebuinas Raças Europeias

Adaptação ao calor dos trópicos Velocidade de ganho e peso

Resistência a Endo e Ectoparasitas Precocidade terminação

Rusticidade Precocidade sexual

Facilidade de parto Qualidade de carne

Fertilidade

Figura 7. Tabela comparativa de resultados obtidos em confinamento de animais Nelore e F1 Britânicos.Fonte: FSW Agropecuária S/A (2012).

nhamento desde a entrada no confina-mento até o abate de 10.922 animais ma-chos, com idade entre 15 a 20 meses. Os animais foram separados em lotes e em dois grupamentos genéticos, sendo um grupo composto por animais da raça Ne-lore, fruto de inseminação artificial e/ou repasse de touros Nelore PO, e o segundo grupo formado por animais F1 Britânicos compostos por animais ½ sangue Angus + ½ sangue Nelore e ½ sangue Hereford + ½ sangue Nelore, também frutos de in-seminação artificial.

Os números apresentados abaixo nos mostram que os animais F1 Britânicos fo-ram 6,82% mais eficientes para conversão alimentar quando comparados aos animais da raça Nelore, e também foram superiores no GPD Médio (Ganho de Peso Diário Mé-dio), com 13,31%. O consumo de matéria seca total (Consumo MS – kg/cabeça/dia) foi 8% superior. Quando trabalhamos em sistemas intensivos de produção, é dese-jável ter animais com maior capacidade de ingestão. Segundo Daniel Almeida, gerente geral da FSW Agropecuária, o objetivo da

Cristiano LealGerente de Produto Corte Taurinos da CRV Lagoa

[email protected]

Page 99: revista produtor rural ed. 31

Revista do Produtor Rural 99

Exercício

Matéria seca economizada

0,667 kg p/ kg colocado

Custo da MS no estado de Mato Grosso do Sul

R$ 480,38

Peso de entrada no confinamento dos animais F1

318,93 kg

Peso de saída do confinamento dos animais F1

482,13 kg

Peso ganho no confinamento dos animais F1

163,20 kg

Economia em MS por animal F1

108,85 kg

Economia em R$ gastos com MS por animal F1

R$ 52,29

Economia em R$ gastos com MS no lote com 4421 cabeças

R$ 231.174,10

Figura 7. Gráfico comparativo de custos de arroba colocada por estado. Fonte: FSW Agropecuária S/A (2012).

Figura 7. Gráfico comparativo de custos de arroba colocada por estado. Fonte: FSW Agropecuária S/A (2012).

empresa é otimizar ao máximo a ingestão de alimento por animal, pois, quanto maior for ingestão, maior será o ganho de peso e, consequentemente, menor será a per-manência no confinamento, otimizando resultados. Prova disso é que na compara-ção acima os animais F1 Britânicos tiveram média de permanência no confinamento de 26 dias a menos.

Outro ponto que deve ser avaliado é a economia com produção e/ou compra de MS (matéria seca total). Os animais F1 consumiram 10 kg de MS a menos para a mesma quantidade de arrobas produzi-das. Fazendo um exercício simples para calcular a economia com alimentação ob-tida com os animais F1, temos:

Neste exercício foi considerada ape-nas a economia com a dieta total, não foram levados em conta os custos opera-cionais, bem como o giro de capital, uma vez que os animais F1 tiveram período de permanência no confinamento 26 dias menor que o grupo dos Nelore.

2. Custo de arroba colocada (die-ta) por Estado de animais Nelore e F1 (Britânicos).

O gráfico acima utiliza como base no eixo (X) o custo da dieta (matéria seca total) por Estado, com dados obtidos da COAN Consultoria. A utilização de animais F1 Britânicos é mais econômica quando comparada à utilização dos animais da raça Nelore em todos os Estados citados acima. Este resultado tem maior impac-to nos estados com custos elevados da dieta, tornando os animais F1 pontos de-cisivos para a viabilidade da utilização do confinamento nestas regiões.

O gráfico abaixo compara o custo da arroba colocada (dieta) entre animais Nelore e Cruzados (F1 Britânicos) com diferentes patamares de custo da dieta (matéria seca total). Com este gráfico, podemos analisar duas variáveis para melhorar a eficiência econômica do con-finamento: a primeira é reduzir os custos com a dieta e a segunda é trabalhar com

animais mais eficientes na conversão de alimento em carne.

O fato dos animais mestiços serem mais eficientes é explicado pelo fato das raças taurinas terem sofrido forte pressão de seleção para a produção de carne, en-quanto as raças zebuínas passaram por um longo período de seleção natural, princi-palmente para características de adapta-ção. Nos dias atuais, as raças zebuínas es-tão sendo desafiadas e trabalhadas para melhor eficiência na produção de carne, buscando chegar a um patamar similar ao das raças taurinas quanto à eficiência na produção de carne, o que exige trabalho focado e muitos anos de seleção. Porém, este não é o único motivo para justificar a maior eficiência. Outro ponto que deve ser levado em conta é a heterozigose ou vigor híbrido, que proporciona maior de-sempenho aos animais F1 somado aos efeitos de interação genótipo-ambiente e complementariedade entre as raças.

A forte demanda por animais oriun-dos de cruzamentos entre raças taurinas e zebuínas é reflexo dos resultados obti-dos no campo, como o apresentado nes-te trabalho.

No cenário atual, onde temos custos de produção elevados, a utilização de técnicas de cruzamento se tornam ferra-mentas fundamentais para a otimização dos resultados e a viabilidade da prática de confinamento.

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Revista do Produtor Rural100

Seminário levantou prioridades do setor O Sindicato Rural vai enviar aos representantes políticos as principais reivindicações do produtor rural

[Política agropecuária]

No dia 22 de maio, o Sindicato Rural de Guarapuava realizou um Semi-nário sobre Política. O objetivo foi

levantar prioridades políticas no setor agropecuário. O evento teve início às 8h30, no anfiteatro da entidade, e contou com a participação de 30 produtores rurais.

As demandas foram divididas por setores: agricultura; pecuária; meio am-biente; logística; segurança na proprie-dade e demandas para desenvolvimen-to de pesquisas.

Para o presidente do Sindicato, Ro-dolpho Luiz Werneck Botelho, é importan-te que o produtor se envolva diretamente com a política para que assim possa rei-vindicar seus direitos. “As necessidades da classe rural são decididas no meio po-lítico, por isso nos reunimos hoje para rea-lizar um levantamento dos nossos proble-mas, assim os políticos podem trabalhar em prol de nossa classe”, destacou.

O vice-presidente do Sindicato An-ton Gora, disse que o resultado foi po-sitivo, já que muitas questões foram le-vantadas com objetivo de desenvolver o setor agropecuário. Ele destaca que a prioridade para o setor é a necessidade de um apoio junto ao governo federal para que se elabore e a execute uma política agrícola permanente e realista.

“Precisamos que se formule uma política agrícola de longo prazo, se ela for boa o produtor vai plantar, caso contrário, não. É preciso uma política que, efetivamen-te, auxilie e oriente. E não de curto prazo como está sendo hoje, que não há como se estruturar e planejar nada”.

Apesar do seminário ter alcançado seu objetivo no levantamento de de-mandas para a agropecuária, Gora critica a pouca participação do produtor. “Isso é uma pena. Vamos conseguir ser atendi-dos se todos participarem. Deixo o apelo para que o produtor se conscientize que as coisas só vão acontecer se ele se en-gajar também. Queremos ações de longo prazo e planejamento, para que no futuro não tenhamos problemas”.

Agora, o Sindicato Rural enviará um documento com as demandas do setor agropecuário, para reivindicá-las junto a autoridades políticas e candidatos da região, desde a esfera municipal até fe-deral. “O produtor precisa participar mais politicamente. Não adianta ele produzir bem dentro da porteira se não tiver uma política que o atenda”, ressalta Gora.

Principais demandasDurante o seminário diversas deman-

das foram discutidas para a realização do

documento para os políticos, entre elas na agricultura foi pedido para que se viabi-lize financiamentos de custeio e investi-mento com recursos e juros compatíveis com a atividade; importação de insumos agropecuários usados por concorrentes do Mercosul e facilitar o registro de de-fensivos agrícolas. Já na pecuária, foi cita-da a importância de fomentar projetos de integração agricultura-pecuária-floresta; proteger as fronteiras do Paraná contra a entrada de doenças, principalmente Mato Grosso do Sul e países vizinhos e a re-estruturação da questão sanitária, com a contratação de mais técnicos e mais agi-lidade nas ações da fiscalização e a emis-são de GTA (via Internet).

Em relação ao meio ambiente, o sin-dicato e os produtores reivindicam que o novo código florestal entre em vigor e não seja vetado, para que se priorize uma agricultura produtiva e, ao mesmo tem-po, proteja o meio ambiente.

Em termos de logística foi destacado a importância de se viabilizar o transpor-te ferroviário; com um novo trajeto Gua-rapuava-Paranaguá; a duplicação de toda a BR-277 entre outros.

SugestõesProdutores rurais que não puderam

participar do seminário podem enviar sugestões para o relatório pelo e-mail [email protected].

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Revista do Produtor Rural 101

Eficiência e utilização de micronutrientes na adubação

[Solo]

A agricultura brasileira passa por uma fase em que o aumento da produtividade é a principal ferramenta para manter a sustentabilidade dos processos produ-tivos. O solo nem sempre é capaz de suprir todos os nutrientes que a planta

necessita para seu máximo desempenho, sendo assim esta “deficiência” deve ser cor-rigida através da adubação. Nesse contexto, a utilização dos micronutrientes na adu-bação é imprescindível para se alcançar o máximo potencial produtivo das culturas.

Os micronutrientes são definidos pelos nutrientes que as plantas necessitam em pequenas quantidades. Sua falta, no entanto, pode acarretar em grandes perdas na produtividade.

Apesar da pequena quantidade alguns deles são tão importantes quanto os macronutrientes (N, P, K, Ca, S e Mg). São considerados elementos essenciais o zinco (Zn), cobre (Cu), ferro (Fe), manganês (Mn), molibdênio (Mo), boro (B) e o cloro (Cl). Eles têm funções importantíssimas relacionadas à síntese de proteínas, taxa de fotossíntese, fixação de (N), floração, formação de frutos entre várias ou-tras funções.

É de suma importância ressaltar que a distribuição e principalmente a solubili-dade desses elementos devem ser levadas em consideração, micronutrientes granu-lados possuem baixa solubilidade e devido à baixa capacidade de distribuição na formulação tem sua eficiência muito reduzida.

Diante das necessidades, alguns avanços tecnológicos foram criados visando minimizar e/ou corrigir estas falhas. Existem atualmente no mer-cado tecnologias que incorporam estes micros na base fosfatada melho-rando sua distribuição no solo, outros ainda mais tecnificados que através de um processo de moagem dos micros, o qual aumenta muito a solubili-dade dos mesmos, incorporam essas finas partículas em 100% dos grânu-los do adubo, resultando em uma distribuição uniforme no solo facilitando a chegada e absorção dos micros pela planta gerando assim o retorno esperado na produtividade.

Outra tecnologia muito utilizada está relacionada à adubação nitrogenada de co-bertura onde a utilização de micronutrientes como Boro e Cobre agregados a ureia tem contribuído significativamente não só na nutrição das plantas, mas também na redução da volatilização do (N) otimizando o aproveitamento da planta, além de dar ao agricultor uma maior facilidade na aplicação (à lanço) e o prevenindo de possíveis estiagens que possam ocorrer após feita a aplicação.

Tecnologias assim estão disponíveis e devem ser procuradas por aqueles produtores que realmente estão buscando o máximo rendimento de sua lavoura, produtividades con-sistentes e, consequentemente, chegar à maior lucratividade no seu negócio.

Letícia CaloyEng. Agrônoma

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Revista do Produtor Rural102

A demanda por alimentos no mun-do tem crescido anualmente ao longo dos últimos anos. A agricul-

tura, atividade responsável pela produ-ção destes alimentos tem que conviver com um desafio: a área disponível para produção dos alimentos estagnada, quando se avalia a realidade mundial. A realidade brasileira é um pouco dife-rente, pois segundo estudos da década passada, temos mais de 100 milhões de hectares de áreas não exploradas ainda disponíveis para a agricultura. A incorporação destas a agricultura, no entanto, está longe de ocorrer pois com os atuais 51,6 milhões de hecta-res destinados a produção de grãos (78% com soja e milho), os desafios de infra-estrutura são muitos.

Com a dificuldade de introdução de novas áreas, a resposta que temos dado tem sido outra: o aumento da produtividade. Este é, sem dúvida, o principal fator responsável pelo cres-cimento exponencial da produção brasileira, estimada para esta safra em aproximadamente 160 milhões de to-neladas de grãos, segundo último le-vantamento da Conab, divulgado em maio passado.

Se a disponibilidade de área não é problema, temos outra limitação: o acesso à tecnologia no campo e o uso, muitas vezes inadequado, dos insumos de produção, com destaque para os fertilizantes. Mesmo batendo recor-des de produção de grãos nos últimos anos, podemos evoluir, especialmente em fertilizantes, área a qual temos nos dedicado nos últimos 09 anos.

Temos nele um insumo importan-

tíssimo para potencialização da produ-tividade agrícola. Os mesmos são pro-duzidos a partir de recursos naturais não renováveis (em especial os fosfa-tados e potássicos) e tem um elevado custo energético de produção (no caso de nitrogenados). Em vista disto, o uso sustentável dos mesmos tem que ser sempre considerado em primeiro lugar, afinal precisamos produzir alimentos para o hoje sem prejudicar a capacida-de das gerações futuras virem a produ-zir o seu alimento.

Boas práticas para uso eficiente dos fertilizantes (BPUF´s) são essen-ciais neste processo. Elas consistem em se buscar o uso correto dos ferti-lizantes sob quatro aspectos, que cha-mamos de 4 C´s: fonte correta, dose correta, época correta o local correto. A incorporação deste conceito no dia a dia pode ocorrer por meio da aplicação de questionamentos como: qual fonte eu devo utilizar? Será ureia, sulfato de amônio ou nitrato de amônio. E qual será a dose? Os 400 kg/ha tradicional-mente utilizados tem sido suficientes ou em excesso? Devo aplicar isto no momento do plantio, antes da emer-gência ou após a mesma? Incorporan-do o adubo ou aplicando-o a lanço? Perguntas básicas, mas importantes para sempre nos levarem a melhor to-mada de decisão. A questão da qua-lidade do fertilizante é aspecto extre-mamente importante neste processo também. Fertilizantes não são commo-dities e a diferença de qualidade pode ser claramente percebida no momento do uso entre as diversas marcas dispo-níveis no mercado.

[Boas práticas]

Uso sustentável de fertilizantesEngº Agrº Antonio Saraiva Muniz Junior

Assessor Agronômico da Bunge no PR. Engenheiro Agrônomo pela Universidade Esta-dual de Maringá - PR, com especialização em Fertilidade de Solos e Nutrição de Plantas

pela UFLA – MG e com MBA em Gestão Empresarial pela FGV.

Engº Agrº Antonio Saraiva Muniz Junior

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Revista do Produtor Rural 103

(42) 3629-1366 / [email protected]

Av. Manoel Ribas, 4253 - Guarapuava - PR

Devemos somar a isto práticas de suporte que permitam a melhor con-dição de solo, da fertilidade, para a maximização da eficiência dos fertili-zantes. Uma delas, que destacamos é a agricultura de precisão, tecnologia que pode auxiliar o produtor, dentre outros aspectos, em uma etapa primordial no processo de diagnóstico da fertilidade: a amostragem de solo, pois georrefe-rencia a mesma e possibilita ao pro-dutor maior credibilidade e confiabi-lidade dos resultados das análises de solo. Após, efetua-se o processamento das informações e geram-se mapas de fertilidade que podem apontar varia-bilidade nos teores de nutrientes e na acidez dos talhões (que pelo método tradicional nem sempre seriam identi-ficados). Então, sob o olhar crítico de técnicos, tais mapas podem gerar reco-mendações de aplicação de corretivos e fertilizantes a taxa variável, evitando que o produtor aplique adubo em ex-cesso ou de maneira deficitária.

Práticas corretivas conhecidas, como a calagem, que visa entre outros

benefícios a correção do pH do solo a níveis que possibilitem a maior dis-ponibilidade dos nutrientes, e a ges-sagem, objetivando melhoria da fer-tilidade em subsuperfície através da disponibilização de cálcio em camadas mais profundas e da redução do alu-mínio tóxico podem auxiliar muito as BPUF´s, especialmente se efetuadas utilizando a agricultura de precisão.

A sustentabilidade aplicada nes-

tes aspectos não garante 100%, mas pode aumentar as chances de se obter maiores produtividades e por conse-qüência, melhores rentabilidades. Com renda, o produtor rural se perpetua na atividade, pois obtém retorno sobre o investimento, oferece a sociedade alimentos mais acessíveis sem des-perdiçar os recursos naturais, como os fertilizantes e porque não dizer, a água e o ar.

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Revista do Produtor Rural104

Através de estudos, pode-se consta-tar que a “tão temida” carne suína, possui muitos nutrientes e, que o

seu maior mal que seria o colesterol, é desbancado pelos cuidados na produção e avanços tecnológicos do setor.

Com esses esclarecimentos, a popu-lação brasileira tem aumentado o consu-mo deste alimento, fator este aliado não somente a qualidade, mas também ao seu custo. Contudo, para um alimento como este ter qualidade os fatores nutrição, ge-nética, produção e sanidade dos animais são pontos relevantes, com o objetivo de aumentar ainda mais o consumo de carne suína e a sua distribuição mundial.

Atualmente o maior entrave econô-

[Suinocultura]

Importância da sanidade dos suínos para seu desempenho e qualidade de carcaça

Prof. Coordenador Dr. Paulo Roberto OstAcadêmicos: Leandro Klimionte / Mirodion Santos Oliveira

Dalita Laurinha Schmoller / Dennis Van Der Berg / Jonatan Furlan Freire

mico para exportação da carne suína está associado ao maior importador, que cria barreiras visando baratear o seu custo. Hoje no Brasil, instituições como a ABCS (Associação Brasileira de Criadores de Su-ínos), tem se dedicado a conscientização da população em relação à qualidade da carne suína, o que tem surtido efeito au-mentando seu consumo.

Essa qualidade do produto final é influenciada sobremaneira pela sanida-de dos animais, pois existem inúmeras doenças que podem acometer os mes-mos. Logo, são aplicadas pelos produto-res medidas de profilaxia mais eficien-tes possíveis para minimizar as perdas, principalmente no que diz respeito ao

desempenho dos animais. Até porque, é de consenso para técnicos e produtores que medidas de profilaxia de afecções, ou seja, de prevenção, são muito mais baratas do que o custo com o tratamen-to das mesmas.

As principais formas de profilaxia adotadas pelas empresas se baseiam normalmente em um programa preco-nizado por Madec (2002) para todas as etapas da suinocultura. Estas são me-didas gerais aplicadas nos sistemas de produção de suínos, visando o controle e diminuição das perdas por doenças in-fecto-contagiosas. Estes aspectos estão relacionados com instalações, agrupa-mentos de animais, materiais, stress, hi-giene e vacinação. Dentre as principais áreas para controle pode-se citar: redu-ção do contato suíno/suíno; melhorias higiênicas e de manejo; redução de situ-ações estressantes; melhorias nutricio-nais e controle de doenças associadas.

O programa de profilaxia de MADEC (2002) enumera 20 pontos importantes da granja para atuação e melhoria do sta-tus sanitário. Dentro da granja eles são divididos por setor conforme segue:

SETOR DE MATERNIDADE1. Usar o sistema “todos dentro, todos

fora” e limpar as canaletas de deje-tos entre lotes;

2. Lavar as porcas e desverminar antes do parto;

3. Limitar os reagrupamentos de leitões na maternidade ao absolutamente

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Revista do Produtor Rural 105

essencial, tentar trocar leitões apenas nas primeiras 24 horas após o parto;

SETOR DE CRECHE4. Usar baias ou gaiolas pequenas, com

divisórias sólidas;5. Usar o sistema “todos dentro, todos

fora” e limpar as canaletas de dejetos entre lotes;

6. Diminuir a lotação para níveis iguais ou menores do que 3 leitões por m² ou seja, espaço igual ou maior que 0,33 m² por leitão;

7. Aumentar o espaço de cocho para va-lor acima de 7 cm/leitão;

8. Melhorar a qualidade do ar, man-tendo níveis de NH3 abaixo de 10 ppm, CO2 abaixo de 0,1% e umida-de abaixo de 85%;

9. Melhorar o controle da temperatura ambiental;

10. Não misturar leitões de diferentes lo-tes na chegada ou durante o período de permanência nas creches;

SETORES DE CRESCIMENTO / TERMINAÇÃO11. Usar baias pequenas, com divisórias

sólidas;12. Usar o sistema “todos dentro, todos

fora” e limpar as canaletas de dejetos entre lotes;

13. Não misturar leitões de diferentes lo-tes na chegada ou durante o período de permanência nas recrias;

14. Não misturar leitões de diferentes lo-tes na chegada ou durante o período de permanência nas terminações;

15. Diminuir a lotação, adotando um es-paço acima de 0,75 m² por leitão;

16. Melhorar a qualidade do ar e o con-trole da temperatura ambiental;

Além dessas medidas, constam ainda:17. Usar um programa de vacinação ade-

quado às doenças do plantel;18. Racionalizar o fluxo de ar e de ani-

mais nos prédios;19. Adotar uma higiene estrita em mane-

jos como corte de dentes, corte da cola, injeções e outros;

20. Remover precocemente animais do-entes para baias hospital ou realizar a eutanásia dos mesmos.

Nas tabelas a seguir estão citadas as doenças que mais afetam os animais em cada setor da granja, as vacinas e sua importância no sistema de produção:

Por fim deve-se observar que juntamente com genética, nutrição e manejo, a sa-nidade é um dos fatores preponderantes para que os suínos atinjam o desempenho esperado, com uma carne de qualidade nutricional e sanitária, que os mercados mais exigentes do mundo esperam.

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Revista do Produtor Rural106

1. POR QUE CERTIFICAR AS UNIDADES ARMAZENADORAS?

Com a globalização dos mercados e o aumento da compe-titividade, as relações comerciais estão se tornando cada vez mais rigorosas nas exigências de padrões de qualidade dos produtos que adquire.

No agronegócio mundial a situação não é diferente. E o Brasil, como um dos principais produtores e exportadores de produtos agropecuários, para se manter competitivo precisa se adequar às exigências do mercado externo.

Na cadeia produtiva, percebe-se que o segmento de arma-zenagem apresenta algumas fragilidades quanto ao manuseio e a guarda da produção. Os segmentos que se relacionam com os prestadores de serviços de armazenagem têm apontado a necessidade de se estabelecer procedimentos que visem mo-dernizar as atividades de guarda e conservação de produtos agropecuários.

Pela sua importância no contexto da agropecuária, a gestão do sistema de armazenagem tem que buscar a uniformização de procedimentos, que devem ser avaliados constantemente no intuito de alcançar a sua modernização técnica e operacio-nal. Além disso, as suas atividades devem ser transparentes e regulamentadas, de forma que todo esse esforço se traduza no fortalecimento de sua credibilidade e no atendimento dos in-teresses coletivos.

Com esse intuito, foi instituída a Lei n.º 9.973, de 10/05/2000, regulamentada pelo Decreto n.º 3.855, de 03/07/2001. Dentre as inovações introduzidas na legislação, destaca-se a criação do Sistema Nacional de Certificação de Unidades Armazenadoras, com base no Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade - SBAC. Esse sistema é coordena-do pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), com a participação do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

Os procedimentos técnicos operacionais e a definição dos documentos necessários ao exercício das atividades de guar-da e conservação de produtos agropecuários, seus derivados, subprodutos e resíduos de valor econômico, foram elaborados pelo Grupo de Trabalho - GT criado pela Portaria Interministerial Mapa/MDIC nº 40, de 05 de março de 2004. Esse Grupo contou com a participação de representantes do MAPA(Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), da CONAB (Companhia Nacional de Abastecimento), do MDIC (Ministério do Desenvol-vimento Indústria e Comércio Exterior), do INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial), da ABCAO (Associação Brasileira dos Armazenadores Oficiais), do CENTREINAR/UFV (Centro Nacional de Treinamento em Ar-mazenagem), da ABIMAQ (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), da OCB (Organização das Coope-rativas Brasileiras), do CONFEA Conselho Federal e Engenharia, Arquitetura e Agronomia, do Sindicato dos Armazéns Privados, da ABRAPÓS (Associação Brasileira de Pós-Colheita) e da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil).

Após consulta pública, o Ministro da Agricultura, Pecuá-ria e Abastecimento aprovou os requisitos técnicos por meio da Instrução Normativa nº 33, de 12 de julho de 2007. Essa Instrução Normativa estabelece os requisitos técnicos que o armazém deve atender para ser certificado por um Organis-mo de Certificação de Produto - OCP, acreditado pelo Inme-tro, agência executiva do Governo Federal, que é responsável pela gestão do Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformi-dade - SBAC. O prazo de início da vigência do Sistema Nacio-nal de Certificação de Unidades Armazena foi definido para 31 de dezembro de 2009, pela Instrução Normativa nº 52, de 10 de outubro de 2008.

A Certificação de Unidades Armazenadoras está baseada em três pilares:

• Osrequisitostécnicosoperacionais.

Nicolau Mallmann, Engº Agrº, Dr. - Auditor - OCP-CONAB/MAPA, Prof. Colaborador Faculdade Agronomia

–Armazenagem de Grãos – UNICENTRO-Guarapuava/PR.

Moacir Cardoso Elias, Engº Agrº, Dr. - Prof. Faculdade de Agronomia - Armazenagem de Grãos – Fac. Agronomia

Eliseu Maciel -UFPEL-Pelotas/RS e Membro Titular do Comitê Técnico Consultivo do Sistema de Certificação de

Unidades Armazenadoras-BRASÍLIA/DF.

[Instrução Normativa]

Sistema nacional de certificação de unidades armazenadoras

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•Acapacitaçãodamão-de-obraquetrabalhanosarma-zéns.

• Documentaçãoquecomprovaomanejoadotadopeloar-mazenador.

A Certificação é obrigatória para todas as unidades armaze-nadoras que prestam serviços remunerados de armazenagem de produtos de terceiros, inclusive estoques públicos. Poderá haver a ampliação da exigência para outras unidades armazenadoras e não há restrição para a participação voluntária por parte destas.

2. O QUE É CERTIFICAÇÃO DE ARMAZÉNS?

Certificação é um dos mecanismos da Avaliação da Con-formidade. A Avaliação da Conformidade é um processo siste-matizado, devidamente acompanhado e avaliado, que propicia um adequado grau de confiança aos consumidores, de que um produto/serviço ou processo atende a requisitos pré-estabele-cidos em normas ou regulamentos.

A certificação consiste no reconhecimento formal, concedi-do por um organismo independente, acreditado pelo INMETRO, de que uma entidade tem competência técnica para realizar serviços específicos. É um indicador, para os usuários dos ser-viços, de que as atividades desenvolvidas por um prestador de serviços atendem a um padrão mínimo de qualidade e que possuem os requisitos técnicos mínimos estabelecidos no re-gulamento de avaliação da conformidade.

A certificação garante uma avaliação criteriosa, imparcial e competente, por meio de auditorias nas atividades de manu-seio, guarda e conservação durante a armazenagem de grãos.

Sistema coordenado pelo Ministério da Agricultura, Pecu-ária e Abastecimento (MAPA) com regras e procedimentos de gestão para qualificação e habilitação de armazéns, visando à guarda e conservação de produtos agropecuários.

3. OBJETIVO

Fortalecimento da relação do setor armazenador com o se-tor produtivo e a sociedade, redução das perdas que ocorrem durante o processo de armazenamento e aumento da credibili-dade e competitividade dos produtos submetidos ao processo de armazenagem, frente aos mercados externos.

O Sistema de Certificação terá como um dos seus obje-tivos o fortalecimento dessa confiança nas relações do setor armazenador com o setor produtivo e a sociedade, e também o reconhecimento, nacional e internacional, de que este pro-cesso de armazenamento atende aos requisitos legais e de mercado estabelecidos.

4. CERTIFICAÇÃO

Reconhecimento formal, concedido por um organismo acreditado pelo INMETRO, de que uma entidade tem com-petência técnica para realizar serviços específicos, dentro de um padrão mínimo de qualidade e os portadores atendem aos requisitos técnicos estabelecidos pelo MAPA para o exercício daquela atividade.

Unidade Armazenadora “em nível de fazenda” - Unidade armazenadora localizada em propriedade rural, com capaci-

dade estática e estrutura dimensionada para atender ao pró-prio produtor.

Unidade Armazenadora coletora - Unidade armazenado-ra localizada na zona rural (inclusive nas propriedades rurais) ou urbana, com características operacionais próprias, dotada de equipamentos para processamento de limpeza, secagem e armazenagem com capacidade operacional compatível com a demanda local. Em geral, são unidades armazenadoras que re-cebem produtos diretamente das lavouras para prestação de serviços para vários produtores. Entretanto, nas unidades arma-zenadoras que recebem produtos in natura limpos e secos, fi-bras ou industrializados, os sistemas de limpeza e secagem não são obrigatórios.

Unidade Armazenadora intermediária - Unidade armaze-nadora localizada em ponto estratégico de modo a facilitar a recepção e o escoamento dos produtos provenientes das uni-dades armazenadoras coletoras. Permite a concentração de grandes estoques em locais destinados a facilitar o processo de comercialização, industrialização ou exportação.

Unidade Armazenadora terminal - Unidade armazenado-ra localizada junto aos grandes centros consumidores ou nos portos, dotada de condições para a rápida recepção e o rápido escoamento do produto, caracterizada como unidade armaze-nadora de alta rotatividade.

5. BENEFÍCIOS DA CERTIFICAÇÃO PARA AS UNIDADES ARMAZE-NADORAS

Os programas de avaliação da conformidade são uma ten-dência mundial e um forte instrumento competitivo na prática do comércio exterior. Além disso, são importantes ferramentas de desenvolvimento e de proteção ao consumidor. Sendo os principais benefícios:

• Reduçãodasperdas.•Melhoriadasrelaçõescomerciais.•Melhoriadaimagemdaempresa.•Maiorfacilidadedeacessoaomercadorexterno.• Diminuiçãodoscontroleseavaliaçõesporpartedosseus

clientes.• Reduçãodoscustosoperacionais.• Possibilidadedepraticarocomérciodeprodutossimila-

res aos recebidos em depósito.• Autorizaçãoparaemissãodostítuloslastreadosporpro-

dutos depositados (Warrant Agropecuário, Conhecimento de Depósito Agropecuário, e outros).

6. QUAIS SÃO OS PROCEDIMENTOS A SEREM SEGUIDOS PARA A CERTIFICAÇÃO DE UNIDADES ARMAZENADORAS?

• O armazenador deve conhecer os requisitos técnicosobrigatórios aprovados por meio da Instrução Normativa MAPA N.º 29/2011 e adequar a sua estrutura armazena-dora a essas exigências.

•OarmazenadordeveenviarumasolicitaçãoformalaumdosOrganismos de Certificação de Produto (OCP), acreditado pelo INMETRO, para a certificação, contendo os seguintes documentos: declaração de atendimento aos requisitos; do-cumento de constituição da empresa; regimento interno do armazém; e termo de nomeação do fiel depositário.

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Revista do Produtor Rural108

•OOCPanalisaadocumentaçãoapresentadapeloarmaze-nador em face dos requisitos pré-estabelecidos.

•Nãohavendonão-conformidade,oOCP,decomumacor-do com o armazenador, realizar a auditoria inicial nos processos da unidade armazenadora.

•Estandoosprocessosemconformidade,oOCPconcede,após apreciação pela Comissão de Certificação, a licença para o uso da identificação da certificação.

7. VIGÊNCIA

A Instrução Normativa 29/2011, publicada no D.O.U em 09/06/2011, reescalonou o processo de implantação do Sis-tema Nacional de Certificação de Unidades Armazenadoras, a ser cumprida pelas Unidades Armazenadoras para obtenção da certificação, na forma abaixo:

O escalonamento para as Unidades Armazenadoras que ti-verem até três CNPJs ou até três CDAs, com capacidade estática máxima total de 20.000 toneladas, dar-se-á da seguinte forma:

8. REQUISITOS TÉCNICOS

Os requisitos técnicos foram classificados como obriga-tórios (O) e recomendados (R), sendo os obrigatórios subdi-vididos em;

• (O1), requisito obrigatório no momento da vistoria da unidade armazenadora pela entidade certificadora;

• (O2), requisito obrigatório para todas as unidades armaze-nadoras cujo início das obras se dará após a publicação da IN nº 29/2011, no DOU em 09/06/2011, pelo MAPA;

• (O3), requisito obrigatório que deve ser cumprido no pra-zo de até três anos após a publicação da IN nº 29/2011, no DOU em 09/06/2011, pelo MAPA;

• (O4), requisito obrigatório que deve ser cumprido no prazo de até cinco anos após a publicação da IN nº 29/2011, no DOU em 09/06/2011, pelo MAPA. Ressal-ta-se que as unidades armazenadoras cujo início das obras ocorrerem após a publicação pelo MAPA da IN nº 29/2011, no DOU em 09/06/2011, pelo MAPA, devem observar todos os requisitos obrigatórios,além daque-les enquadrados como O2.

Quadro 1 - Resumo Requisitos Técnicos obrigatórios ou reco-mendados para a certificação de unidades armazenadoras em ambiente natural.

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Revista do Produtor Rural 109

Recomenda-se que os produtos para armazenagem tenham no máximo os seguintes teores de umidade:

9. ABRANGÊNCIA

Obrigatória para as unidades armazenadoras, que prestam serviços remunerados de armazenagem em ambiente natural (grãos e fibras) a terceiros, inclusive estoques públicos, ou aqueles que de forma voluntária solicitarem a Certificação.

10. QUEM CERTIFICA?

Organismos de Certificação de Produtos – OCP’s, acredi-tados pelo INMETRO, que após o cumprimento dos requisitos técnicos emite o “Selo de Identificação da Conformidade”, me-diante o cumprimento dos requisitos técnicos estabelecidos realizados por um auditor. A certificação assegura competência técnica na prestação de serviços de armazenagem, em todas as unidades submetidas a esse processo, abrangendo uma capa-cidade estática em torno de 138 milhões de toneladas no País.

11. AUDITORES

Auditores Técnicos do Sistema Nacional de Certificação de Unidades Armazenadoras são Engenheiros Agrônomos e Engenheiros Agrícolas, formados pelos Cursos de Auditoria pe-las: Universidade Federal de Pelotas\RS (UFPEL),Universidade Federal de Viçosa\MG (UFV)ou Universidade Federal do Mato Grosso\MT (UFMT).

12. LEGISLAÇÃO

•Lei9.973/2000–dispõesobreosistemadearmazena-gem dos produtos agropecuários;

•Decreto 3.855/2001 – estabeleceu como atividade dearmazenagem o exercício da guarda e conservação de produtos agropecuários, seus derivados, subprodutos e resíduos de valor econômico, próprios ou de terceiros, por pessoa jurídica de direito público ou privado, em es-truturas apropriadas para esse fim;

•InstruçãoNormativaMapanº33/2007–aprovouosre-quisitos técnicos obrigatórios e recomendados e o regu-lamento de avaliação da conformidade;

•Instrução Normativa Mapa nº 52/2008 – Prorrogou oprazo de vigência do Sistema para 01.01.2010;

•Portaria Mapa nº 173, de 12.07.2007 e 03.01.2008 –Constituiu a Comissão Técnico Consultiva;

•PortariaMapanº04enº21/2008–designouosmem-bros da Comissão Técnico Consultiva.

13. ORGANISMOS DE CERTIFICAÇÃO DE PRODUTOS (OCP’S) ACREDITADOS PELO INMETRO NO ESTADO DO PARANÁ:

a) TECPAR - Instituto de Tecnologia do PR Resp.: Tânia Maria Mello de Carvalho Fone: (41)3316-3062 / 3316-3070 E-mail: [email protected] / [email protected]

b) Igcert Serviços Administrativos Ltda. Resp.: Henrique Victorelli Neto / Flaviana Patrícia da Silva Bin Fone: (43) 3377-1700 E-mail: [email protected] [email protected]

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Revista do Produtor Rural110

[EspaçoRuralKids &Teens]

Astrydt Karina Lange, filha de Soeli e Éros Lange

Gabriel Kluber Baroni, aos 2 anos com seus caprinos Boer, filho dos criadores de ovinos e caprinos Rodrigo Baroni e Larissa Kluber Baroni, neto do sócio Gilberto Baroni.

Pedro Henrique da Silva Vanzini (5 anos) na 46ª Fapi - Feira Agropecuária e Industrial de Ourinhos. Ele é filho de Kátia Viviane da Silva Vanzini e Luís Fernando Vanzini e neto do associado Roni Antonio Garcia da Silva.

Final de semana animado na Fazenda Capão Bonito, do Sr. Sebastião Meira Martins, com os bisnetos Camila, Maria Eduarda, Ana Luiza e Luís Henrique.

Francisco Henrique (1 ano e 4 meses), neto da produtora rural Maria da Glória Martins, filho de Karim Elena Melcherts Brule

Evelin Mendes Parizotto, filha do agropecuarista Amarildo Parizotto e Aline Maria Schimim Mendes.

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Revista do Produtor Rural 111Revista do Produtor Rural 111

Gabriel (10 anos), Pietro (8 anos) e Glória (5 anos), filhos de Geraldo Elias Limberger e Patricia Franciosi Limberger; netos de Huberto José Limberger.

Lívia Schlafner Sander (3 anos), filha de Ted Marco Sander e Sandra Mara Schlafner Sander; neta de Herbert Schlafner e Rosa Maria Schlafner; Edio Sander e Terezinha Ruschel Sander.

Samuel, filho de Patrícia e Gibran Thives Araújo.

Glória - 5 anos

Pietro - 8 anos

Gabriel - 10 anos

Envie sua foto para o E-mail:

[email protected]

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Revista do Produtor Rural112

[Profissionais em destaque]

Anderson Roberth PilatiDepartamento de vendas Tratorcase - região de Guarapuava

Larissa Pereira e Rodrigo DavedoviczRepresentante de Vendas Dekalb e Assistente Técnico de Sementes da Dekalb

Luiz Maurício MatozzoEngenheiro Agrônomo

Fábio Peterlini (Guarapet)

Oeste Insumos:Helio Giacobo (vendas),Gilberto Cappellesso (administrativo/financeiro) eThiago Augusto da Costa (técnico/administrativo)

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Revista do Produtor Rural 113

[Produtores em destaque]

Produtores de Guarapuava participaram, de 13 a 15 de junho, do Simpósio de Ovinocultura da Farm Point, em Marília/SP. A viagem técnica contou com o apoio da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP) e Sindicato Rural de Guarapuava, com organização da Cooperaliança.

Na Farm Point

[Novos Sócios]

Admar Paulo de Moraes

Lindalva Suek

Pedro Lucca Sérgio Fernando Paczkoski • Francisco José Martins

Odacir Antonelli e Pedro Irineu Weber

Arival Cividini Bernardo Ozório Lacerda

Douglas Luis Limberger Joicimar Antonio Centofante

Franz Hunger

Leonel Macedo Ribas Filho

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Revista do Produtor Rural114

[Aniversariantes]Ju

lho

Ago

sto

CONBEA 2012 – XLI Congresso Brasileiro de Engenharia Agrícola15 a 19 de julho Colégio Marista de Londrina/PR sbea.org.br/16- 3203 3341

Encontro Internacional do Mofo Branco16 a 19 de julho Slaviero Convention CenterPonta Grossa/PR eventos.uepg.br/eimofobranco/42- 3220-3774

XI Simpósio e Exposição Grãos 201218 de julhoBristol Metrópole Hotel - Maringá/PRgraosbrasil.com.br/44-3031-5467

Festa do Dia do Agricultor 27 de julho – a partir das 14 horasSindicato Rural de Guarapuava – Salão de Festas42- 3623-1115

3º Encontro Técnico de Feijão 1º de agostoSindicato Rural de Guarapuava - Anfiteatro 42-3623- 1115

Agroleite 2012 7 a 11 de agostoParque de Exposições Dario MacedoCastro/PR.agroleitecastrolanda.com.br/home 42- 3234 8084

XXXVII Exposição Feira Agrope-cuária Industrial de Guarapuava – EXPOGUA 03 a 12 de agostoParque de Exposições Lacerda Werneck - Guarapuava/PR42 - 3623-3896

Palestra Motivacional com Daniel Godri Jr. 03 a 12 de agostoParque de Exposições Lacerda Werneck - Guarapuava/PR42 - 3623-3896

Programa de Desenvolvimento Florestal – 3º módulo 30 de agosto Curso de Condução e Manejo FlorestalSindicato Rural de Guarapuava – Anfiteatro (com prática à tarde)42 3623- 1115

01/07 Camila Illich01/07 Carlos Eduardo dos Santos Luhm01/07 Edilson Araújo Martins01/07 Seiti Tikamori02/07 Osires Kaminski03/07 José Ernani Lustosa03/07 Roland Paul Gumpl04/07 Eduardo Gelinski04/07 Paulo Rodolfo Schulz05/07 Guinter Stefan Duch05/07 Luiz Pulga06/07 Gilberto Souza Gonçalves07/07 Mayron Eduardo F. Kreuscher07/07 Osmar Kloster Oliveira07/07 Teruyoshi Robson Udagawa08/07 Luiz Artur Mendes Ferreira08/07 Rodolpho Manoel da Silva08/07 Vera Virmond09/07 Carlos Armando Abreu Alves10/07 Reinhold Buhali10/07 Sebastiao Haeffner11/07 Andreas Milla II11/07 Carlos Eduardo Kazahaya11/07 Ernst Leh13/07 Guilherme Pepino Bastos13/07 Nivaldo Mugnol13/07 Salvador Ivatiuk13/07 Severino Genuino Dourado13/07 Silvino Caus14/07 Jair Clemente Zart14/07 Quintilho Aparecido Pine15/07 Aldir Antonio Goldoni15/07 Alexander Ritter15/07 Anton Gora15/07 Ari Schwans15/07 Durlene do Belem R. Gonçalves15/07 Ervin Valentin Remlimger15/07 Laura Isabel Ferreira Loures Buch15/07 Leonidas Ferreira Chaves15/07 Rosenei de Fátima Cardoso Kunz16/07 Hugo Silvestrin Filho17/07 Herculano Augusto Abreu Alves18/07 Raphael de Camargo

01/08 Cezar Augusto Carollo Silvestri01/08 Josef Winkler01/08 Sebastião Geremias da Fonseca01/08 Sergio Roberto Veit01/08 Walter Peter Weckl01/08 Wilfried Georg Spieler02/08 Augusto Stroparo02/08 Edla Woelfer Lustosa02/08 Jorge Karl02/08 Naylor Camargo03/08 Wilson Zschornak da Silva04/08 Anderson Muzzolon04/08 Anna Luisa Jungert04/08 Lauro Manhaes de Souza05/08 Helmut Milla05/08 Rene Martins Bandeira Filho06/08 Geni Blasquievis Sartori06/08 Johana Karl Taschelmayer06/08 Thiago Lustosa Araujo07/08 Adauto Brandelero07/08 Ivo João Vargas07/08 João Huber07/08 Luiz Renato Alves Da Silva08/08 Katherine G. Alves Duhatschek09/08 Alfredo Wolbert09/08 Claudete Martins Ribas11/08 Leni Losso Kluber12/08 Marli de Araújo Ribas12/08 Vera Lucia Bovolini Wild13/08 Carlos Leopoldo Durski Silva13/08 Celson Luiz Brandalise13/08 Gerhard Marx14/08 Gilson Zacarias Cordeiro Junior14/08 Ponciano Rocha de Abreu16/08 Christoph Zehr16/08 Renato Góes Penteado Filho16/08 Sergio Martins Filho16/08 Wilson Barbieri17/08 Boles Nilcharz

Confira aagenda de eventos

agropecuários:

19/07 Francisco Geraldo Marcondes19/07 Viktor Leh20/07 Aridreia Antunes de Moraes Spieler20/07 Claudia Mugnol Frites20/07 Clodoaldo Marcondes Diniz20/07 Marlene Gaertner Korpasch21/07 Edson Adriano de Vargas21/07 Ernesto Stock21/07 Gunter Duhatschek21/07 Mateus Julik22/07 Antonio Kinape23/07 Airton Ribeiro de Campos23/07 Alaor Pedro da Luz23/07 Eros Lustosa Araujo23/07 Ozires José Vaiz Fernandes23/07 Paul Illich24/07 Adam Gartner24/07 Anton Kreuscher24/07 Fellipe Lustosa Ribas Jaerger24/07 Leonides Antunes Deschk25/07 Frank Nohel25/07 Valdomiro Ivatiuk Junior26/07 Alexandre Marath26/07 Annemarie Pfann e Outros26/07 Emerson Milla26/07 Humberto Mano Sá26/07 Roberto Espedito Araújo Marcondes26/07 Vinicius Virmond Abreu27/07 Sergio Alves Teixeira27/07 Sieghardt Johann Kleinfelder28/07 Arismari Rocha Camargo28/07 Gibran Thives Araújo28/07 Paulo Cesar Fonseca28/07 Vicente Ferreira Leite29/07 Eros Lange29/07 Francisco Guzzi29/07 Geraldo Elias Limberger29/07 Patricia Diana Schwarz29/07 Zeni Aparecida Padilha Muzzolon30/07 Kleyton Romualdo Kramer30/07 Rodolfo Wolf31/07 Candido Pacheco Bastos31/07 Mariane Werneck Botelho

17/08 Gilberto Marcondes Leineker17/08 Tadeu Dreviski18/08 Joel Domingues da Silva18/08 Josef Hildenbrandt Junior18/08 Luiz Carlos Rodrigues18/08 Nelson Bremm19/08 João Konjunski19/08 Murilo Lustosa Ribas Junior19/08 Neusa Silveira Vier20/08 Amarildo Ribeiro dos Santos20/08 Antonio Mayer20/08 João Maria Mendes Siqueira20/08 Osmar Gelinski21/08 Carlos Alberto Abreu Alves21/08 Nelson Adelar Gehlen22/08 Egon Mayer22/08 Roberto E. Nascimento de Cunha23/08 Edmund Johann Abt23/08 Ilse Klein23/08 Maico Mendes de Araújo24/08 Armando França De Araújo24/08 Bruno Grismayer24/08 Gabriela Abt Tratz24/08 Izolina Denise Taques da Cruz24/08 Jaime Enrique Vargas Arbulu24/08 Murilo Lustosa Ribas24/08 Sirineu Luiz Denardi25/08 Elton Luis Mucinelli Caldas25/08 Robert Reinhofer27/08 Edgard Georg Szabo30/08 Alvino Bugay Kubiak30/08 Antonio Carlos Lacerda Loures30/08 Gerson João Mendes de Abreu30/08 Sergio José Lubacheski31/08 Aramis Lineo Mendes Siqueira31/08 Elison Bueno Araujo31/08 Neuraci Lustoza Dangui31/08 Rui Carlos Mendes de Araújo

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