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Primeira edição da revista mineira Pullsar. Agosto/Stembro 2011. Assuntos de interesse: música, mercado fonográfico, artistas, entrevistas, Prêmio Musique.
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SÁLOA FARAHO poderoso timbre e gingado da mais nova promessa da MPB
Ecad Prêmio MusiqueUma letra inédita, uma parceria entre artistas famosos e novos talentos da música brasileira e muita criatividade.
Dúvidas e esclarecimentos sobre a arrecadação e distribuição de direitos autorais.
As estratégias adotadas para driblar a queda nas vendas das mídias físicas, a pirataria e a aposta na comercialização da música digital.
Mercado Fonográfi co
Ano 1 - Nº 01 - Agosto / Setembro 2011
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ÍNDICE Agosto-Setembro 2011 | Ano 1 Nº 001
PERFIL05 – Arquiteto Acústico - Egídio Conde 13 – A&R - Murilo Pontes17 – Compositor – Altay Veloso
SEçÕES
09 – Música S/A20 – Carreira21 – Studio Mix26 – Rádio/TV/Filme/Teatro32 – Music Centre39 – Na Estrada44 – Impacto Urbano49 – Vida Noturna52 – Guia de Rádios
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Agosto-Setembro 2011 | Ano 1 Nº 001
SáLOA FARAH
PRÊMIO MUSIQUEUma letra inédita, uma parceria entre artistas famosos e novos talentos da música brasileira e muita criatividade compõem a fórmula dessa premiação | Por Daniela Nunes
PERFIL COMPOSITORAltay Veloso
ÍNDICE
| Por Daniela Nunes
O conteúdo publicado nesta revista é de total responsabilidade de seus autores e não refl ete necessariamen-te a opinião da Pullsar. Informamos que esta publicação não aceita conscientemente conteúdo informativo falso ou publicidade enganosa, e por isso não se responsabiliza pela divulgação dos mesmos. Nenhum con-teúdo publicado nas páginas da Pullsar como: artigos, entrevistas, gráfi cos, ilustrações ou qualquer outra informação poderá ser reproduzido por terceiros sem a permissão do editor desta revista, por escrito.
22 – Executivo – Emanuel Carneiro42 – áudio - Denio Costa48 – Marketing – João Carlos
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MERCADO FONOGRáFICOAs estratégias adotadas pelas gravadoras para driblar a
queda nas vendas das mídias físicas, a pirataria e a aposta na comercialização da música digital
| Por Daniela Nunes
SAÚDE VOCALOs alimentos que podem e os que devem ser evitados pelos cantores para melhorar o desempenho de sua voz
| Por Janaina Pimenta
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Pronta para o sucessoO poderoso timbre e gingado da mais nova promessa da MPB
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ECAD Dúvidas e esclarecimentos sobre a arrecadação e
distribuição de direitos autorais por Eduardo Pimenta
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EXPEDIENTEEXPEDIENTE
Diretor de GeralPaulo Nazarito - [email protected]
Coordenador ExecutivoPaulo Oliveira - [email protected]
Redação:Jornalista ResponsávelSamuelito Mares
Repórter/RedaçãoDaniela Nunes - [email protected]
Revisão Marta RochaAdriana Falcone
Arte / DesignerAfonso Motta – [email protected]
Assistente de ArteLeonardo Vieira
Departamento [email protected]
Wander NascimentoJorge Ribeiro
Colunistas:Denio CostaEduardo PimentaJanaína PimentaKiko FerreiraRenata Constantino LaraTárik de Souza
Colaboradores:
Mauro Andrade Moura, Amanda Villaça, Jandayra Guima-rães Oliveira, Murilo Pontes, Geraldo Bicalho, Ivan Cha-gas, Isabella Vieira Sette, Alexandre Pimentel.
Sugestões de artigos e informações: [email protected]
Atendimento ao leitor: [email protected]
Pullsar é uma publicação da Naza EditoraRua Guajajaras, 1470/1407 - Barro PretoCep: 30180 -101 – Belo Horizonte – MGTelefone: (31) 3011-2962www.pullsar.com.br - [email protected]
Impressão: Gráfica Del Rey Tiragem: 10.000 exemplares
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Agosto-Setembro 2011 | www.pullsar.com.brAgosto-Setembro 2011 | www.pullsar.com.br
PERFIL COMPOSITORAltay Veloso
CARTA AO LEITOR
Chegamos. Bimestral, plural, não só para alguns, mas para todos os profissionais desta nossa indústria mu-sical. Chegamos pulsando como todos os que vivem da música e pela música. E como não poderia deixar de ser quando falamos de música, somos movidos a desejos, não só a objetivos. Desejo de ser útil, de ser-vir como conexão aos isolados pelas barreiras de en-trada do nosso mercado fonográfico. À primeira vista, pode soar como algo um tanto demagógico, mas não o é. A demagogia é solista. Não faz duo com os dese-jos de ninguém.
Entre os nossos desejos estão o de dividir com o lei-tor nossas ideias e o de lhe oferecer conteúdo exclu-sivo, informações pertinentes, que possam ajudá-lo a levar a sua música até a próxima fronteira. Expostos os desejos, vamos às propostas.
A Pullsar estará atenta a toda a geografia do seu merca-do. Desde a celebração de contratos nas reuniões corpo-rativas até as apresentações solo em pequenos clubes. Estaremos também à procura de informações preciosas, dicas de especialistas sobre como se manter vivo no mercado e ainda os fatores que contribuem para a des-coberta do sucesso. A Pullsar irá pesquisar, analisar e descrever para o seu leitor o ofício de fazer música.
Fundada no princípio de que a arte desconhece limites entre o anônimo e o consagrado, a equipe da Pullsar foi constituída por leitores e críticos ativos, com apelo amplo sobre o universo que abrange compositores, radialistas, editores, produtores, agentes artísticos, jornalistas, empresários, advogados, publicitários, executivos de gravadoras e, naturalmente, o artista e o músico em início de carreira.
A Pullsar chega num momento muito oportuno. Nun-ca a música esteve tão presente na vida das pessoas como agora. A tecnologia tirou a música de seus es-paços tradicionais e a trouxe, ainda mais, para dentro de nós. Sem que possamos perceber, tão rapidamen-te, somos todos partner de uma mágica repetida mui-tas vezes na nossa rotina cercada de possibilidades. Basta apertar um botão para sentir, na música, o real à nossa volta.
Esta rotina, cercada de possibilidades, quase sempre nos embaça a percepção da própria magia e a Pullsar está chegando para ajudar na focagem de algumas lentes sobre o que acontece no mundo das notas mu-sicais. Se a tecnologia por vezes nos confunde, a mú-sica não nos ilude. O real é o sensível e não simples-mente o pensável e é para estes que sentem e fazem sentir a música que decidimos realizar uma revista para além das suas páginas.
Paulo Nazarito
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A música começou a fazer parte da vida de Egídio Conde desde muito cedo. Com apenas 11 anos, o garoto já estudava órgão num maravilhoso Hammond C3 e acompanhava de perto os grandes sucessos de Elvis Presley e Shadows. Alguns anos mais tarde, infl uenciado por toda a sonoridade da época e pela chegada da beatlemania ao Brasil, ele começou a tocar baixo. Sua preferência pela guitarra veio um pouco depois, e esse instrumento se transformou em seu fi el companheiro, acompanhando-o nas bandas Moto Perpétuo, Som Nosso de Cada Dia, Os Três Patetas e Meio, dentre outras. Na metade da década de 70, a relação entre esse homem e sua guitarra já estava tão afi nada que, por duas vezes consecutivas, Egídio Conde foi considerado pela revista Rolling Stone o melhor guitarrista brasileiro, entre os anos de 74 e 76. Mas, mesmo com um reconhecimento tão grande, Egídio decidiu se enveredar por outros caminhos. Tornou-se engenheiro eletroacústico, arquiteto acústico e até hoje já orientou e construiu mais de 15 estúdios de gravação, além de ser dono das unidades do estúdio móvel Audiomobile. P - Egídio, como surgiu seu interesse pela área de engenharia acústica e como foi até você montar o Audiomobile? E - Com a minha saída das bandas, nos anos 70, tornei-me técnico de PA e trabalhei em turnês com Astor Piazzola, Roberta Kelly e Village People. Acho que foi a necessidade de gravar minhas próprias músicas e o desenvolvimento de um conhecimento técnico que me levaram a ser engenheiro de gravação. Daí a trabalhar em gravação para outros músicos foi uma consequência. Li tudo o que havia disponível sobre áudio, acústica, e, como sou formado em Desenho Industrial, juntar tudo foi um passo. Já como arquiteto acústico, construí mais de 15 estúdios, inclusive um em Manaus, um ante-projeto em Angola e os projetos de estúdios como o de Chico César, Classic Master, Voz do Brasil, Dr. DD Eletromúsica e MCR.
P - Como surgiu a ideia de montar o estúdio Audiomobile e qual a importância dele para o mercado atual? E - Eu e o Peninha Schmidt (técnico dos Mutantes, produtor, dono do Selo Tinitus e atual superintendente do Auditório Ibirapuera) trabalhávamos nos estúdios da Continental/Chantecler, no comecinho dos anos 80, e eu remontei uma Ampex AG440 de ½ polegada que estava encostada num canto, com 4 canais, em cases para facilitar o transporte e começamos a gravar ao vivo em São Paulo e no Rio alguns LPs para a Chantecler. Gravamos Elomar e Parcelada Malunga, Waldir Azevedo, Tonico e Tinoco, no Municipal, Sargentelli e suas Mulatas (instalamos o equipamento no camarim delas) e nos apaixonamos por gravação ao vivo. Tínhamos um pequeno sonho de comprar um furgão do tipo “Doces Neusa” que circulava na época, e montarmos nosso equipamento dentro dele. Durante algum tempo o projeto se chamou Doces Neusa, e damos risada quando lembramos disso até hoje. O Peninha foi ser produtor musical e eu continuei com a ideia, mas não deixei de trabalhar na Continental. Montei um equipamento de 16 canais numa kombi e mantive meu estúdio móvel, gravando nos fi nais de semana, enquanto estive sob a chefi a do presidente da Continental, Alberto Byington, uma pessoa de grande caráter e honestidade, por quem tenho muita admiração. Nesse veículo, gravamos Zimbo Trio, Ultrage a Rigor ao vivo, Festivais, Itamar Assumpção (As próprias custas SA), Premeditando o Breque ao vivo e mais de 600 LPs. Também gravamos o acústico do Legião Urbana para a emissora MTV em meus dois sistemas digitais PCM Sony com 8 canais, inédito na época. A Kombi durou 13 anos até se desmanchar. Uma das últimas coisas que gravamos com ela foi o CD Chico César “Aos vivos” que também co-produzi. Um disco maravilhoso, de um amigo inesquecível. Posteriormente, montamos o equipamento em outros carros, procurando adequá-lo às
operações. Hoje, temos uma unidade Digital HD e outra analógica com console Midas, que adoro.P - Como você descreveria sua história nesses quase 30 anos de Audiomobile? E - Em 30 anos, vimos a música e o mercado musical se transformarem tecnicamente e a evolução dos sistemas de gravação do analógico para o digital, facilitando e expandindo o universo técnico. Com o advento da internet, a propriedade legal de qualquer forma artística se extinguiu. Hoje, ninguém é dono de nada, e, realmente, nem deseja adquirir uma música em formato de mídia comprada, já que tudo pode ser obtido gratuitamente. Uma consequência drástica disso é a perda da qualidade. O padrão atual de qualidade é o de MP3 e YouTube. Espanta-me ver que as pessoas estão satisfeitas com isso. Há alguns anos ouvir um LP ou ver um DVD em um sistema de som e imagem de qualidade era uma forma de dar prazer aos sentidos, coisa que atualmente para uma boa porcentagem que possui Ipod e 3000 músicas no HD não é possível. Nosso desafi o durante esses 30 anos foi registrar da melhor forma possível a música que passasse por nossos faders, monitores e gravadores. Temos o orgulho de dizer que, nesse tempo, nunca perdemos nenhum registro do que fi zemos, e que, por sermos um país sem memória, isto é uma conquista.
P - Já passaram pelo estúdio artistas de diferentes estilos como Tom Zé, BB King, Ed Motta, Shaman, Angra, Jamil e Uma Noite, Faith No More e Rolling Stones. Dentre tantos trabalhos, existe algum que tenha sido mais marcante? Qual e por quê?E - Certamente foi um desafi o para a nossa equipe gravar os Stones em Copacabana para a Rede Globo, juntamente com Kooster McAllister, dono e engenheiro da Record Plant NY e Carlos Ronconi, da Rede Globo. Usamos 200 metros de multicabos sobre a passarela da avenida, 72 canais de gravação e envelhecemos cinco anos em quatro dias.Outros trabalhos, trazem-nos boas recordações, como Diana Krall (Live in Rio), Maria Bethânia, Chico Buarque, Rita Lee, Capital Inicial e Paralamas, em Brasília. Mas lá no fundinho sempre lembro com carinho de uma gravação ao vivo que fi zemos há muitos anos de Dick Farney, quando após um show maravilhoso, ele chamou os casais que o assistiam para que viessem para a pista, dançar, enquanto ele cantaria para eles, relembrando os tempos do Cassino da Urca. Nunca esqueci a lição de humildade do grande artista que foi Dick Farney, de que a música é uma dádiva feliz e uma arte capaz de emocionar e elevar o ser humano a alturas que ele jamais imaginaria.
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PERFILPERFIL
Por Daniela Nunes
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Produtora Capim Limão
Capim Limão Produções é uma parceria entre Randal Farah, te-atrólogo e gestor cultural e Paulo Farah, produtor fonográfi co e en-genheiro. A Capim Limão preparou uma ces-ta de serviços que vai da criação e produção de shows e eventos esportivos à elaboração e agen-ciamento de projetos nas mais diversas modalidades do setor, atendendo artistas, atletas, grupos e companhias, clubes, empresas e governos.São produtos do grupo a cantora Sáloa Farah e a Companhia Tea-tral Gruta da Lua. Estão na cesta de produtos associados os mu-sicistas Roberto Menescal, Pau-lo César Feital e Altay Veloso; o humorista Maurício Manfrini (o Paulinho Gogó da Praça é Nossa – SBT); e o artista plástico Cláudio Montagna.
Contatos:c o n t a t o @capimlimaoproducoes.com.br - Tel.: 021 78760959 ID 55*88*5194 (Paulo), 021 82062023 (Randal)
Randal Farah & Paulo Farah
EXECUTIVAEXECUTIVA
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Em 20 anosFalar de tecnologia há 10 ou 20 anos, certamente era menos penoso. Nos dias de hoje, cor-re-se o risco de ao se terminar um texto ele já estar obsoleto, antes mesmo de ser revisado. Os avanços tecnológicos cor-rem a velocidade da luz, para ser mais simplista.Espero que leiam logo antes que este texto torne-se arcai-co. O curioso é que o período arcaico foi marcado por avan-ços, mas isso é assunto para outra oportunidade. Estamos em plena convergência tecno-lógica onde o ator principal é o celular. Já podemos fazer “mú-sica”, comandar equipamentos a distância, tirar fotos, ouvir música e tocar instrumentos em um celular. Muitos destes aparelhos são capazes até mesmo de fazer ligações tele-fônicas. Não é fantástico?
A empresa alemã Pilotfish desenvolveu um celular dedi-cado a produção musical. A tecnologia permite a edição de música a partir da torção do aparelho atuando em até três faixas distintas (tracks). O objetivo é atender os músicos amadores. Com alguns avan-ços poderão chegar a atender outras demandas. Por meio de
três sensores que podem ser conectados ao instrumento ou ao corpo do músico os sinais podem ativar sons.
Entre os mais famosos Smar-tphones está o Iphone. Na App Store, loja virtual da Apple, há diversos aplicativos destinados à música, e a maioria é para músicos amadores, com metrô-nomos, guitarras e treinamento auditivo.
Existe uma minoria destinada a músicos, produtores musicais e técnicos de gravação. Pode funcionar até como controle
remoto de DAW (Digi-tal Audio Works-tations - Protools/Logic Live/Cubasic IC, Midi).
A empresa também desen-volveu o aplicativo TouchOSC que é uma superfície de contro-le modular OSC (Open Sound Control) e Midi para Iphone, Ipad e Ipod Touch.
O sistema suporta recepção e envio de OSC sobre uma rede WiFi usando o protocolo UDP, enviando e recebendo informa-ções Midi.
Entre os softwares estão o Apple Logic Pro/Express, Re-noise, Pure Data, Max/MSP/Jitter, Max for Live, OSCulator, VDMX, Resolume Avenue 3,
Modul8, Plogue Bidule, Re-aktor, Quartz Composer, Vixid VJX16-4, Supercollider, FAW Circle, vvvv, Derivative Tou-chDesigner, Isadora e muitos outros. A interface possibilita diversos controles por meio de toque na tela, como:
• Faders
• Rotary controls
• Push buttons
• Toggle buttons
• XY pads
• Multi-faders
• Multi-toggles
• LEDs
• Labels
• Time & battery displays
Já o eScoope é uma ferramen-ta de software para gravação e transmissão ao vivo sobre IP, desenvolvido para o Iphone. Hoje, o Ipad é a coqueluxe do mercado do áudio, vídeo, ilumi-nação e automação. A maioria dos fabricantes já desenvolveu aplicativos para que seus equi-pamentos possam ser contro-lados por ele. Microfones sem fio da AKG, mesas digitais da Yamaha, Digidesign e Allen & Heath, amplificadores Crown, Alesis e Analisadores de espéc-tro da Rational Acoustics, estão entre estes equipamentos.
Além da parte técnica, há ainda a intercomunicação. Por meio do aplicativo “Viber”, encontra-do na Apple Store, usuários do Ipad podem se comunicar gra-tuitamente, bastando para isso estar conectados.
Veja link para vídeos: http://he-xler.net/software/touchosc
Grande abraço a todos os lei-tores da Pullsar. Nosso merca-do estava mesmo precisando de uma publicação como esta.
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Colunista: Denio Costa
TECNOLOGIATECNOLOGIA
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Pag Horário de Funcionamento: segunda a sábado 11:30h às 23h domingo de 11:30 às 17h. - Tel: (31) 3375-2640
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Embora, esse serviço, de fato, seja uma van-tajosa alternativa, os downloads de músicas ainda são a principal fonte de receita digital. Em 2010, na América Latina, Argentina, Brasil e México representaram mais de 80% das ven-das de música digital em toda a região, sendo que apenas no Brasil o faturamento das grava-doras aumentou mais de 30% apenas com a venda em canais digitais. O faturamento atra-vés desses meios representou quase a metade das receitas das gravadoras americanas, impul-sionado por uma combinação entre o aumento de receitas digitais e o declínio acentuado nas vendas de CDs. Declínio esse, causado, em parte, pelo fechamento de lojas físicas de todo o país. Vendas unitárias de uma única faixa au-mentaram 1% em 2010 e de álbuns digitais cresceram até 13%.
Nesse universo, apenas o iTunes é responsável pela comercialização de aproximadamente 10 bilhões de downloads (em escala mundial) desde que foi criado em 2003. “Ele foi acompanhado por uma série de concorrentes, incluindo Amazon, 7digital, HMV e Tesco. Alguns analistas acreditavam que as lojas de download decretariam a morte do álbum, mas os fãs de música ainda estão interessados em
comercialização – seja via portais de música, “rádios corporativas” de marcas (como Oi FM), e vendas online – têm se apresentado como alternativas de negócios para as gravadoras que estão reinventando seus serviços. De acordo com o levantamento mundial Digital Music Report 2011, realizado pela Federação Internacional da Indústria Fonográfica (IFPI), as vendas de música digital no mundo, por exemplo, cresceram 6% no ano passado – gerando um total de US$ 4,6 milhões e cerca de 1.000% desde 2004. Em 2010, a arrecadação dos canais digitais representou 29% das receitas das gravadoras.Mais de 13 milhões de faixas de música disponíveis para download legal movimentam esse mercado por meio de 400 serviços autorizados de música em todo o mundo,
serviços esses que envolvem desde lojas que oferecem downloads e discos, rádio na Internet e modelos de subscrição on-line em canais de vídeo, até serviços de streaming. “Me parece bem claro que, cada vez mais, estamos caminhando para esse recurso e não para o download. Não há mais por que armazenar músicas na sua máquina, quando está tudo disponível e acessível”, pontua Thomas Roth.
Por um lado, a pirataria, as facilidades trazidas pela internet, a queda nas vendas de CDs e DVDs em formato físico e a mudança na forma de consumir música enfraqueceram o poder e a atuação das grandes gravadoras. Por outro, o mercado da criação, da produção, da composição e dos shows estão a pleno vapor e mais pulsantes do que nunca. Encarado como um momento de crise por uns, e um período desafiador por outros, o fato é que o mercado fonográfico passa por uma fase de reconfiguração e precisa encontrar alternativas para algumas questões que se impõem a todos que participam do meio musical. Thomas Roth, diretor geral da produtora Lua Music, é um dos que acreditam que o mercado de vendas de mídias físicas está, sim, em crise e acrescenta que, além da Internet, outros fatores acabaram decretando a sentença de morte da clássica indústria fonográfica. Entretanto, ele reconhece que nunca houve tanta produção musical quanto agora. “Todos os dias, nascem centenas e centenas de novos fonogramas. O problema é resolver a questão de como o compositor poderá sobreviver sem a venda de discos ou qualquer outro suporte físico. O intérprete e o músico ainda têm a opção de ganhar dinheiro via show. O compositor não”, observa. Tanto por esse quanto por outros motivos é que João Augusto, proprietário da gravadora Deck, destaca um dos maiores desafios do mercado fonográfico atualmente: o de definir qual a melhor forma de explorar a música em tempos de tamanha diversidade de formatos. Ele também cita a dificuldade de se passar do antigo conceito de distribuição musical para o novo, ainda não tão bem definido. Porém, a despeito desses pontos, João não considera o atual momento como uma crise. “Crise é para quem se desanima ou desiste. O mercado está desafiador. Temos que achar novos caminhos”, destaca ele. Por enquanto, nesse contexto, as ferramentas digitais de distribuição, divulgação e
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MÚSICA S/AMÚSICA S/A
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João Augusto
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Outras estratégias frente à nova realidade
De fato, apostar em música digital está sendo uma opção lucrativa, mas não é a única adotada pelas gravadoras para se manterem no mercado neste momento. Uma das estratégias adotadas por estas empresas é a de gerenciar e se tornar “parceira” na carreira dos artistas. A presidente da Associação Brasileira de Música Independente (ABMI), Luciana Pegorer, explica que aquele modelo em que a gravadora bancava tudo, até a vida do músico, acabou. “Agora, todo mundo tem que botar a mão na massa e no bolso também. Hoje, mais do que gravar discos, essas companhias fonográfi cas trabalham carreiras com os chamados contratos 360°, nos quais elas atuam em parceria com o artista na produção de discos, mas também na venda de shows, publicidade, patrocínios, branding, polimento de imagem, e tudo que contribua para transformar o artista em sucesso”, destaca ela. Nesse contexto, Thomas Roth acredita que está mais difícil para um artista ser contratado por uma gravadora, já que devido ao pequeno lucro sobre a comercialização de CDs e DVDs físicos e à pirataria, há uma grande incerteza em relação ao retorno do investimento nos músicos.
Segundo Roth, hoje a Lua Music investe em novos produtos e artistas, porém, em casos específi cos. “A Lua é uma gravadora muito pequena e já temos tudo organizado e planejado até o fi m de 2012.
possuir um corpo de trabalho de seus artistas favoritos. Artistas, de Bob Dylan a Jay-Z, estão arrebanhando fãs através de vendas de álbuns premium, que incluem conteúdo adicional, como imagens de bastidores exclusivos e jogos. Vendas de álbuns digitais aumentaram mais acentuadamente do que singles em 2010 e representaram 17,5% de todas as vendas de álbuns no Reino Unido e 26,5% nos EUA”, revela o estudo.
O IFPI Digital Music Report 2011 ainda aponta que música e jogos lideram as indústrias cria-tivas no meio digital, representando, respecti-vamente, 29% e 39% das receitas globais de compartilhamento digital. O estudo também mostra que o valor do mercado de música digi-tal atual corresponde a quatro vezes mais o fa-turamento online gerado pela indústria cinema-tográfi ca (1%), do livro (2%), e do jornal (4%). A pirataria
Todo esse trabalho de investimento nos produtos musicais e na sua distribuição foi a forma encontrada para estimular o consumidor a escolher caminhos legais na aquisição de músicas e enfraquecer a pirataria. Porém, a pirataria existe em grande escala e está crescendo cada vez mais por meio do compartilhamento de arquivos em redes peer-to-peer (P2P), comocyberlockers, serviços de streaming e fóruns ilegais.
De acordo com o estudo do IFPI, apesar do aumento em mais de 1.000% do mercado de música digital de 2004 a 2010, a receita global de música gravada diminuiu 31%. “Em face da pirataria, mesmo as estratégias mais progressistas (de centenas de licenciamentos de serviços de música digital) têm sido incapazes de impedir o declínio no mercado da música, em geral legítimo. Esse declínio continuará caso não sejam tomadas algumas medidas”. No estudo, consta ainda que o Brasil e a Espanha são os mercados com o maior número de pessoas que acessam os serviços não licenciados, com 44% e 45%, respectivamente, dos usuários de internet ativos que selecionam serviços não licenciados em um único mês. O IFPI Digital Music Report 2011 ainda revela que a pirataria está batendo o investimento em novas músicas a uma escala global. “Até 2015, a pirataria será responsável pela perda de 1,2 milhões de postos de trabalho na Europa. As perdas acumuladas nas vendas da indústria fonográfi ca na Europa vão atingir os 240 bilhões de euros, no período entre 2008 e 2015, devido à pirataria”, indica o estudo.
E hoje, nosso olhar é obrigatoriamente mais comercial, não apenas artístico. Se o artista pretende mandar o CD para nós, achando que vamos investir 100% nele, pode esquecer. Não há mais fôlego e dinheiro para isso. Ele tem que ter um investidor ou um projeto que nos interesse para participarmos junto. Ou, no mínimo, as contas têm que ser previamente discutidas com clareza e objetividade, lembrando que gravadora não é fi nanceira, nem entidade benefi cente”, ressalta.
Thomas Roth explica como a Lua Music encontra novos artistas
1) Muita gente manda material para gente.2) O Programa “Qual é o seu Talento” é uma grande vitrine, na qual aparece muita gente interessante.3) Recebemos a indicação de muita gente, por intermédio de amigos e conhecidos e dos próprios artistas da Lua Music.4) O produtor musical da Lua Music monta vários projetos e está sempre atento. Porém, trabalha mais visando artistas mais antigos, mais velhos. A Lua Music tem este perfi l. De trazer também à luz, artistas esquecidos ou abandonados, por meio de projetos temáticos. Muitas coisas podem me chamar a atenção num artista. Seu carisma, sua personalidade, sua voz diferenciada, sua atitude, sua musicalidade. Depende muito. Cada artista tem a sua magia e um não precisa ter a ver com outro.
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Thomas Roth
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A Lua Music
Há mais de uma década no mercado, a gravadora e também distribuidora comercial Lua Music se orgulha de sempre ter buscado formar um catálogo fonográfico de qualidade, dando espaço para novos músicos e talentos à margem da mídia. Segundo a assessoria da gravadora, um dos preceitos básicos da Lua Music é dar liberdade total para o músico, intérprete ou compositor e, a partir desse critério, oferecer ao mercado uma música brasileira de vários estilos. A Lua Music aposta na diversidade e tem em seu cast artistas, como a banda 2OIS, a cantora Rebeca Matta, Baden Powell, Alaíde Costa, Wanderléa, Cida Moreira e Cauby Peixoto; passando pelo eletrônico do Djs Zé Pedro, Oil Filter, Dj Magal e Automan; pelo samba de Moacyr Luz, Guilherme de Brito e Velha Guarda do Salgueiro; até o instrumental de Keco Brandão, De Puro Guapos, Cor das Cordas e Alexandre Guerra.
www.luamusic.com.br
A Deck
A Deck iniciou oficialmente suas atividades como gravadora em abril de 1998, com distribuição da Universal Music, e contou, no ano seguinte, com a parceria da Abril Music na distribuição dos lançamentos da Deck . Logo em seus primeiros anos de existência, a gravadora produziu trabalhos com bandas como Ultraje a Rigor, Ira! (de 1999 a 2001), e Falamansa. O CD de estreia desse grupo, lançado em 2000, atingiu a impressionante marca de 1 milhão e 500 mil cópias vendidas. E, no mesmo ano, a estreia do grupo Rastapé ultrapassou as 300 mil cópias vendidas (Disco de Platina).
João Augusto, como a Deck encontra novos artistas?Isso é muito relativo. O que norteia, de forma geral, é a intuição. Existe alguma coisa que um artista não deva fazer em começo de carreira?Não vejo nada que alguém não deva fazer. Qual a melhor maneira para ele enviar seu material para a gravadora?Pelas formas normais que permitam que o trabalho seja ouvido ou visto. Nada de especial.
Tendência de mercado
Atualmente, os coringas das gravadoras são o gospel, música católica, techno brega, sertanejo e todos os estilos hiper populares, como aponta Luciana Pegorer. Mas para Thomas Roth, a música sertaneja está com uma força e poder assustadores sobre o mercado brasileiro. “Outras máquinas poderosas, como as do axé, do pop e do pagode tiveram que se render aos sertanejos que estão, literalmente “tomando conta”, dominando o Brasil. É incrível”, observa. Música Digital - Resumo das estatísticas
Qual a melhor forma para o artista enviar o seu material para a gravadora?
Isso é o que menos importa. Pode ser um simples link no Youtube, no Myspace ou qualquer outro portal. Pode ser um CD, um DVD. Um pen drive. Tanto faz.
Na sua opinião, o que um artista não deve fazer em começo de carreira?
Mentir, querer agradar a todo mundo, se render ao que está na moda só para facilitar seu caminho, achando que “depois, quando ficar famoso, eu mudo para o que eu quero”. Pode esquecer. O artista que fica estigmatizado como cantor sertanejo jamais poderá virar um pagodeiro. Ou, o cara é roqueiro, mas sabe que o público está “comprando sertanejo”, então ele cede achando que depois, lá na frente, poderá voltar a ser roqueiro. Esquece. As pessoas, os jornalistas, os radialistas, todo mundo, só querem saber “em que prateleira eu coloco este produto?”. Depois de rotulado, é praticamente impossível mudar “o rumo do barco”.
Um dos investimentos atuais dessa gravadora é na banda chamada 2ois (lê-se Dois), em que a empresa irá atuar como “sócia” na confecção de seus discos, clips, na divulgação e nos shows. No caso do cantor Cauby Peixoto, a Lua Music está gravando três CDs em homenagem aos 60 anos de carreira do artista e bancando toda a produção dos discos e do show. “Nossa participação será na venda dos CDs/DVDs e nos shows por nós produzidos. Estamos, também, fechando uma parceria com um grupo de pagode chamado É D + que está com música estourada tocando na Transcontinental. Neste caso, estamos fazendo um licenciamento. Eles bancaram o CD (produção, gravação, músicos, estúdios etc) e nós vamos cuidar da fabricação dos CDs, distribuição e uma parte da divulgação. Também faremos alguns shows em conjunto nos quais teremos participação sobre esses shows”, conta Roth.
Já em relação à contratação de novos artistas pela gravadora Deck, João Augusto não dá muitos detalhes, mas afirma que a empresa sempre se caracterizou por lançar novidades musicais de todos os gêneros. “Foi assim com Pitty, Grupo Revelação, Sorriso Maroto, Teresa Cristina, Edson & Hudson e muitos outros. Lançar, muito mais do que investir, significa abraçar um projeto em todas as suas necessidades. Essa é a nossa atividade principal”, enfatiza.
U$13 milhões •-- Faixas licenciadas pelas gravadoras para serviços de música digital.
Mais de 400 serviços digitais de música •licenciados em todo o mundo.
U$ 4,6 bilhões -- Valor •comercial do mercado de música digital no mundo.
6% de crescimento da receita global de •música digital em 2010.29% -- A proporção de lucros globais •das empresas fonográficas obtidos através de meios digitais
+ 1000% --• O aumento do valor do mercado de música digital 2004-2010.
-31% -- A queda no valor •da indústria global de música gravada 2004-2010.
16,5% -- A proporção de usuários de •internet na compra de música digital nos EUA.
EUA• U$ 5 bilhões – Valor estimado, investido pelas empresas nos artistas em 2009.
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30• % --- O percentual de receita investido pelas gravadoras em A&R e comercialização.
-77% - Queda estimada em vendas do •álbum de estreia da unidade no top 50 mundial 2003-2010. Na receita global do top 50 turnês em 2010-12% - Queda na receita global do top •50 turnês em 2010
1,2 milhão --- O número estimado •de postos de trabalho que serão perdidos nas indústrias criativas européias, devido à pirataria em 2015.
€ 240 bilhões – Valor estimado da •perda de receitas, nas indústrias criativas européias, devido à pirataria entre 2008-2015.
MÚSICA S/AMÚSICA S/A
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Em novembro de 2001, a Deck tornou-se a primeira gravadora 100% independente do país, ao inaugurar sua própria distribuição, no Rio de Janeiro. No ano seguin-te, a gravadora fechou 2002 com o segundo CD mais vendido no ano (Grupo Revelação – 690 mil cópias) e em 2003 já tinha 1,78% do mercado. Em 2004, essa par-ticipação saltou para 2,66% e em 2005 para 3,28%. De acordo com o site da gravadora, esse percen-tual vem se mantendo, apesar das oscilações do mercado. Na área artística, a Deck caracte-riza-se pelo lançamento de novos talentos de todos os gêneros. No Samba, a Deck tem como desta-ques em seu cast o Grupo Reve-lação e também Bokaloka, Sorriso Maroto e Swing & Simpatia. Já no Rock, a baiana Pitty, a banda Nação Zumbi, Cachorro Grande, Dead Fish, Matanza, Mukeka di Rato, Ratos de Porão e Ultraje a Rigor.Paralelamente, a Editora Musical Deck conta com cerca de 4 mil músicas editadas e mais de 2 mil já gravadas. Entre seus autores, encontram-se grandes arrecada-dores de direitos autorais do Brasil, como Tato (Falamansa), Pitty, Zé Henrique (da dupla Zé Henrique & Gabriel), Thais Nascimento, Mil-tinho Edilberto, Eduardo Krieger, Edgard Scandurra (Ira!), Roger Moreira (Ultraje a Rigor), Teresa Cristina, Pedro Miranda e inte-grantes do Grupo Revelação, do Sorriso Maroto e das bandas Dead Fish, Gram, Cachorro Grande e Ludov. Em 2007, a Editora adquiriu mais de 3 mil copyrights da Abril Publishing, ligada ao Grupo Abril de Comunicação.Na área de web, a Deck tem sido pioneira em várias ações, desta-cando a criação da primeira loja virtual de música, Deckpod, em dezembro de 2005. Ainda, de acordo com o site, a Deck prepara a ampliação de sua base de negócios, ao abandonar o antigo conceito de companhia de discos e adotar novos formatos de comercialização de música. www.deckdisc.com
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MÚSICA S/AMÚSICA S/A
Por Daniela Nunes
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SQuando adolescente, ele era um “rato” de lojas de discos. Sempre fazia questão de estar atento aos lançamentos, às músicas e artistas de grande sucesso, e chegou até a comprar vinis a prestação usando o nome de sua mãe, já que, na época, ainda era menor de idade. Hoje, após 37 anos, Murilo Pontes é gerente de A&R do Estúdio Eldora-do e tem como destaques em sua trajetória profi ssional o lançamento de Yamandú Costa, do grupo Travessos, do CD Clássicos do Samba (com Martinho, Dona Ivone, Ja-melão e Eliane Faria) e do 49º disco do Zimbo Trio, coisa que lhe rendeu um Prêmio TIM.
Chegar à atividade de A&R foi um caminho bastante na-tural e progressivo na vida desse homem. Ele não fez ne-nhum curso ou especialização para essa profi ssão, mas sabe que sua paixão pela música e a experiência que adquiriu ao longo do tempo foram fundamentais para seu trabalho. Ele começou sua carreira ainda adolescente, em 1974, trabalhando na antiga RCA – hoje, Sony Music – na área de publishing, como editor, em que fazia uma
importante ponte entre os autores e intérpretes musicais para a constru-ção de repertórios. Em 1980, ele se transferiu para a editora da Conti-nental/Chantecler, onde chegou a um cargo gerencial, quatro anos mais tarde, e adquiriu um grande enriquecimento musical.
Segundo Murilo, na época, a Continental e a Copacabana eram os celei-ros da música brasileira e ali nasceram grandes ídolos populares. “A Con-tinental viveu uma verdadeira década de ouro nos anos 80. Dali surgiram: Beto Barbosa, Olodum, Chiclete com Banana, Roberta Miranda, Leandro & Leonardo que foram contratados durante a gravação do terceiro disco e estouraram com a música Tapas e Beijos. Nossa editora chegou a ser a primeira em arrecadação de direitos de execução (ECAD) exclusivamen-te com repertório nacional”, lembra.
Em 1992, Murilo começou a trabalhar na Atração, uma produtora de Wil-son Souto, que havia sido seu diretor na Continental. Dois anos depois, quando a empresa entrou para o mercado de discos, sua atuação profi s-sional se fi rmou na gerência do núcleo de produção artística de produtos populares. “Já no primeiro ano, estouramos o Carrapicho que se transfe-riu para a BMG a peso de ouro.
Junto com eles, mais três artistas foram “comprados” pela Universal Music. A competência da Atração era tamanha que, no segundo ano, aconteceu Sine Calmon & Morrão Fumegante e, no terceiro, Os Travessos. Em pouco tempo, a Atração já era reconhecida em todo o país”. A chegada de Murilo Pontes à Gravadora Eldorado para cuidar do setor artístico e do marketing aconteceu no ano de 2000 e já nessa época ela era a maior distribuidora in-dependente do Brasil. “Foi uma mudança grande. Eu, que vinha de um segmento popular, comecei a transitar num outro universo artístico super elitizado”, Conta.A Eldorado é o braço fonográfi co do Grupo Estado – com-posto pelos jornais Estadão e JT, as rádios Eldorado FM e Estadão/ESPN e Agência Estado –, e sempre foi um selo de grande prestígio. Seus lançamentos geralmente são premiados pelo valor cultural e artístico que têm. Murilo
conta que, em busca da renovação musical e do lançamento de novos artistas, em 1998, o selo Eldorado veio a complementar a parceria da Rádio Eldorado com a Visa do Brasil, no Prêmio Visa de Música Brasilei-ra, com o compromisso de produzir e lançar os discos dos vencedores. Atualmente, a Gravadora Eldorado não mantém elenco fi xo e trabalha com os artistas “disco a disco”. “A maior dedicação do selo é lançar discos em parceria com a Eldorado FM e seus especiais”, explica.
P - O que faz exatamente um diretor de A&R ?
M - Entre outras coisas, o diretor de A&R é responsável (alinhado com o artista) por elaborar e desenvolver o repertório a ser gravado e defi nir com o marketing uma estratégia para potencializar os resultados.
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P - Dizem que um bom geren-te ou A&R de gravadora sabe o quanto é boa uma banda, após uma ou duas músicas, e que ele pode até ir a um dos shows desses artistas se gostar do que ouviu. Você concorda com isso?
M - Existe uma grande diferença entre o que é bom e o que vai ven-der. Acho que saber o que é bom talvez seja mais fácil do que saber o que vai vender. Mas, a maioria das companhias trabalha com resultados. Ninguém sabe exata-mente o que vai dar certo no mer-cado fonográfico. Quem souber vai ficar rico. No fundo, acaba-se aplicando uma parte de vivência de mercado, uma produção profis-sional e muito trabalho. Acho que a maior parcela é o carisma do artista - alguns chamam de sor-te. Conheço grandes artistas que ainda trabalham na noite para so-breviver porque por alguma razão não entraram para o grupo dos consagrados, embora não devam em talento e competência.
P - É muito difícil um artis-ta atrair a sua atenção? Por quê?
M - Não. Ouço tudo que me chega em mãos. Além disso, meus ami-gos sempre me dão dicas. O difícil é encontrar música original e de qualidade. Tem muita coisa pareci-da, uma com as outras, e confesso que já fui inebriado uma ou duas vezes. Não dá certo, o público não é bobo!
P - Quais são os seus crité-rios para classificar a quali-dade de um artista?
M - Voz/interpretação e repertório são essenciais. Quando o artista tem a felicidade de ser compositor o ciclo se fecha. Não dependerá de ninguém para ter um repertório.
P - Quais são os desafios de ser um A&R no Brasil?
M - Acredito que hoje o principal desafio é investir em um artista até o ponto de maturação. Antigamen-te, quando uma companhia acre-ditava no trabalho de um artista investia-se, pelo menos, em três ou quatro discos. Hoje, com o re-sultado de vendas não se tem este fôlego.
P - Qual a qualidade dos no-vos artistas que você tem co-nhecido?
M - Têm surgido muitas cantoras, mas também precisamos de can-tores. Houve uma época em que a música era a única coisa que este país produzia e que poderia con-correr de igual para igual com o primeiro mundo - como diria Vitor Martins. Hoje, tenho medo do que está acontecendo com a música brasileira. A produção quantitativa está restrita a pouquíssimas novi-dades. Como disse Belchior, nos-sos ídolos ainda são os mesmos!
P - Como você analisa o mercado fonográfico hoje e quais são suas perspectivas de crescimento para ele?
M - Felizmente o mercado parou de cair. Há dois anos está está-vel, mas precisamos de novidades para levar o público às lojas. P - Dentre tantos trabalhos com artistas que você desen-volveu até hoje, qual deles foi mais marcante e por quê?
M - Tem uma historinha engraça-da que aconteceu com o Carrapi-cho. A Atração, onde eu trabalhava na época, adquiriu o catálogo da Amazon Records. No catálogo veio o disco do Car-rapicho com a musica Tic,Tic, Tac. Mas, como este disco já tinha aproximadamente um ano, resol-vemos gravar um novo. Grande parte do trabalho foi realizado no estúdio da Amazon e viemos mixá-lo em São Paulo para termos uma sonoridade mais pesada. Começá-
vamos no estúdio às 9 da manhã e íamos até 9 da noite. Para facilitar, arrumamos um hotelzinho perto do estúdio para que eles pudessem descansar o máximo possível.
Após o primeiro dia de trabalho, os deixei no hotel. No dia seguinte, eles reclamaram do barulho e con-taram que o hotel servia também à “alta rotatividade”. Ainda estávamos em estúdio quando recebemos a noticia de que Tic, Tic, Tac era o maior sucesso do verão na França. E eles num hotelzinho “xumbrega”.
P - Que conselho você daria a alguém que quer trabalhar na indústria da música, mas não sabe por onde começar?
M - Acho que atualmente o espa-ço na grande indústria está muito reduzido. Uma sugestão é tentar os caminhos alternativos, mas de-pende do rumo que se quer dar à carreira. Um caminho é come-çar trabalhando nas produtoras de shows, aprendendo a produzir eventos. Outro é para quem tem formação musical: Trabalhar em estúdio de gravação e aprender a manusear os diversos programas, as técnicas acústicas, melhores microfones e as especificações de cada um. Isso é fundamental para quem quer ser um produtor musical no futuro. Mas, também se pode optar por ser um advogado e trabalhar com direitos autorais e conexos, ou com leis de incentivo. P - Qual é o erro mais comum da indústria musical hoje?
M - Olha, hoje a indústria traba-lha com tentativas, acertos e er-ros. Ainda buscamos os melhores caminhos para comercializar mú-sica. Acho que não acertar são passos inevitáveis para apurar a experiência.
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Murilo fala sobre a Eldorado
Sempre em busca da renovação musical e do lançamento de no-vos artistas, em 1998 o Selo El-dorado veio a complementar a parceria da Rádio Eldorado com a Visa do Brasil no Prêmio Visa de Musica Brasileira, com o com-promisso de produzir e lançar os discos dos vencedores. Citan-do aqui alguns, em 1999 lançou nacionalmente Mônica Salmaso, que é considerada uma das vo-zes mais bonitas do país. Mais recentemente, em 2001, lan-çou o jovem violonista Yamandú Costa que, com sua interpretação performática, é capaz de levantar plateias das mais exigentes. Em 2004, foi a vez do jovem bandoli-nista Danilo Brito que emocionou uma comissão de notáveis com seu purismo na interpretação de chorinho, além de Hamilton de Holanda “gênio” no bandolim e requisitado para acompanhar os maiores nomes da MPB.Na linha de projetos culturais, o mais recente trabalho do Selo Eldorado foi o CD Clássicos do Samba, concebido pelo Ministro da Cultura Francisco Correa We-ffort para a cerimônia da Ordem do Mérito Cultural de 2001.
E outros prêmios vieram para co-memorar os 30 anos da Gravado-ra Eldorado.
Em 2006, o CD Conterrâneos com o mestre Dominguinhos que, além de conquistar o Prêmio TIM, foi indicado ao Grammy Latino. Em 2007, Dominguinhos ainda foi homenageado pelo Prêmio TIM.
Nesse mesmo ano, o Grupo Zim-bo Trio conquistou o prêmio de melhor grupo instrumental com o lançamento do disco Ao Vivo.
Por Daniela Nunes
PERFIL A & RPERFIL A & R NOTASNOTAS
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Artistas, músicos e técnicos em espetáculo em breve poderão ter
direito a um benefício que diversos trabalhadores já recebem: o seguro-
desemprego. A boa notícia surgiu com a aprovação do Projeto de lei (PLS
211/10) da senadora Marisa Serrano (PSDB-MS), em junho deste ano,
pela Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE). A matéria ainda
será examinada pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS), que terá a
decisão terminativa.
De acordo com a proposta, para receber o seguro-desemprego, o
profissional precisa comprovar ter trabalhado em atividades da área
por, pelo menos, trinta dias nos doze meses anteriores à data do pedido
do benefício e não estar recebendo outro benefício previdenciário de
prestação continuada ou auxílio-desemprego. Além disso, é necessário
ter efetuado os recolhimentos previdenciários relativos ao período de
trabalho, bem como não possuir renda de qualquer natureza.O benefício
será concedido por um prazo máximo de quatro meses, de forma contínua
ou alternada.
Para conceder o benefício, o projeto altera a lei que trata do Programa do
Seguro-Desemprego, do Abono Salarial e institui o Fundo de Amparo ao
Trabalhador (FAT) - Lei 7.998/90. Marisa Serrano informou que o projeto
de lei foi apresentado por solicitação dos artistas, especialmente os
mais idosos, em audiências no Senado.A autora disse que a categoria
é uma das menos amparadas pela proteção social em nosso país. De
acordo com estimativa do Ministério da Educação, cerca de 85% desses
profissionais em atividade estão desempregados. Além disso, destacou
a autora, a atividade acontece principalmente na informalidade, de modo
que a maior parte desses trabalhadores jamais reunirá as condições
estabelecidas por lei para obtenção do seguro-desemprego.O senador
Sérgio Petecão (PMN-AC), em seu parecer, lido pelo senador Waldemir
Moka (PMDB-MS), ressaltou que a maior parte da categoria enfrenta
muitas dificuldades, embora haja casos excepcionais de profissionais
bem sucedidos ou que têm relações trabalhistas mais seguras, como
membros de orquestras e corpos de baile estáveis.O senador Walter
Pinheiro (PT-BA) ressaltou que, em geral, a agenda dos artistas se
concentra em determinadas épocas do ano. - Comparo o seguro
desemprego destinado ao pescador em período de defeso ao do artista.
O músico é da mesma forma sujeito à safra, sua atividade é sazonal -
disse o senador.
Iara Farias Borges / Agência Senado
Há 10 anos, a transparência na relação editora-compositor e a busca pelo profissionalismo na música gospel e, sobretudo, a defesa dos direitos autorais dos compositores afiliados têm sido alguns dos pilares de sustentação da editora musical independente Efrata Music. Especializada em música gospel, essa empresa tem como diferencial autorizar apenas as gravações de uma música com o consentimento do autor, coisa que está estabelecido em contrato, além de adotar uma prática comum entre as editoras do mercado secular: a cobrança legalizada do advanced. “Trata-se de um pagamento antecipado que a gravadora faz ao autor, com base nas vendas estipuladas do produto fonográfico (CD, DVD, VHS etc.) que contêm sua obra”, como explica o site da Efrata. Para saber como se filiar à editora, os interessados podem acessar o site www.efratamusic.com.br ou ligue: (21) 3392-4671.
A pirataria digital destruiu quase completamente a profissão do compositor e está lentamente destruindo a indústria da música. As principais gravadoras demitiram pelo menos a metade - e às vezes todos - os compositores. De acordo com a agência americana Bureau of Labor Statistics, a renda dos compositores caiu 32% entre 2003 e 2006 para os poucos sortudos que ainda tinham empregos.* Rick Carnes, presidente da Songwriters Guild of America
Pirataria
Efrata Music Editora
NOTASNOTAS MÚSICA S/AMÚSICA S/A
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Artistas, músicos e técnicos em espetáculo poderão ter direito a
seguro-desemprego
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O ECAD e a Gestão Coletiva Ao falarmos em Direitos Autorais, imediatamente o leigo é remetido à sigla ECAD. Mas o que é o ECAD? Se perguntarmos a qualquer pessoa, a resposta provável será: é um órgão público. Mas não é. A sigla “ECAD” significa Escritório Central de Arrecadação e Distribuição de Direitos Autorais. Trata-se, em realidade, de associação privada, criada pela lei 5988/73 – Lei que regulava os Direitos Autorais e que foi revogada pela Lei 9610/98, atualmente em vigor.Muitos perguntariam: Arrecadação e Distribuição de Direitos Autorais? Pois é, a arrecadação é de dinheiro (tecnicamente denominado de royalties – rendimento proveniente do uso de bem, no caso, a obra musical – com ou sem letra). Já a distribuição é literalmente a partilha do dinheiro arrecadado, feita entre as Associações que compõem o ECAD (AMAR, SBACEM, SICAM, UBC, SOCIMPRO, ABRAMUS – associações efetivas e ASSIM, ABRAC e SADEMBRA – associações administradas).
Decerto que um compositor, por ser criador da musica, seja a letra, seja a musica ou de musica e letra, deve filiar-se a uma associação visando viabilizar o repasse do dinheiro arrecadado, quando da execução pública de sua música. Contudo, os compositores não precisam filiar-se a uma associação para fazer a gestão coletiva, através do ECAD. A gestão pode ser feita individualmente, quando da realização de shows em que o próprio compositor interpretará suas musicas. Ou seja, no uso de sua própria obra, o realizador do show não tem de necessariamente pagar ao ECAD, mas pode fazê-lo tão somente e diretamente ao compositor, que interpretará suas próprias músicas. Isto além do cachê.
Para se ter uma idéia, o ECAD arrecadou em 2009 cerca de R$ 374.255.580,00, segundo informações contidas no site do Ministério da Cultura. Mas ao que se tem noticiado, muitos dos que receberam sequer são autores, intérpretes, ou titulares de direitos autorais a qualquer título. Daí virem à tona escândalos envolvendo o ECAD e a distribuição de dinheiro, como os casos da Família Silva ou de Milton Coitinho dos Santos. Este último, segundo o Jornal Folha de São Paulo, ao ser localizado, afirmou que nunca recebeu nada do ECAD, embora conste naquela associação uma saída de dinheiro do caixa a seu favor, no expressivo montante de R$127.800,00, mas que nunca chegou efetivamente às mãos de Coitinho.
Impossível justificar o injustificável. Necessitamos de uma entidade para a gestão coletiva de obras musicais em execução pública, mas que seja assistida e fiscalizada por um ente público e idôneo, como o órgão que fiscaliza o cumprimento das leis pelo Juiz, qual seja, Ministério Público (no caso, Federal).
Talvez seja por isso que os maiores usuários de obras musicais (TV, Rádio, Bares, Restaurantes, etc) resistam tanto em pagar ao ECAD.
Eduardo Salles Pimenta. Doutorando e Mestre em Direitos Autorais. Jornalista ([email protected]).
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CONCURSO MUSICAL PARA ESCOLHA DE MUSICA-TEMA INÉDITAUma das sete maravilhas do mundo moderno, o Cristo Redentor, no
Rio de Janeiro, completará 80 anos no próximo dia 12 de outubro. E
para comemorar essa data em grande estilo, além da festa que já
começou a ser preparada em março com a inauguração da nova
iluminação do Cristo feita por projetores de tecnologia LED, e da
programação que envolverá diversos setores culturais como música,
moda, gastronomia, artes plásticas, dança, esportes, educação, o
Projeto Cristo 80 Anos lançou um concurso musical para escolha da
música-tema inédita deste aniversário. O enfoque da canção deverá
ser no Cristo Redentor, na sua sintonia com a cidade maravilhosa, sua
natureza, beleza e povo acolhedor.
A música deverá ser inédita, em língua portuguesa e de qualquer
gênero. Participaram da seletiva, compositores, poetas, cantores
ou intérpretes maiores de 18 anos de qualquer nacionalidade. As
inscrições foram feitas através da ficha de inscrição disponível no site
www.cristo80anos.org.br.
O concurso ainda premiará os compositores vencedores. O
compositor da música vencedora receberá o prêmio de R$
10.000,00 (dez mil reais) e um troféu. Já o segundo colocado
receberá o valor de R$ 3.000,00 (três mil reais) e o terceiro R$
2.000,00 (dois mil reais). De acordo com o site, além disso,
a música vencedora, escolhida como tema
dos 80 anos, participará, com o mesmo
intérprete da final, do show comemorativo
dos 80 Anos do Cristo no dia 12 de outubro
de 2011, na Praia de Copacabana. “O Show
da Paz, como foi batizado, será em frente ao
Copacabana Palace, com participação de um
coral de 800 vozes, ballet coreografado por Caio
Nunes, grandes nomes da música brasileira e,
ainda, uma atração internacional. Estará também no
registro deste show histórico, que será gravado e
lançado nos formatos CD, DVD e blu-ray”.
NOTASNOTASMÚSICA S/AMÚSICA S/A
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P - Em 1998, você montou seu próprio selo e estúdio de gravação, o Avatar. Qual o diferencial deles para o mercado?
A - Um estúdio em casa me permitiu uma melhor relação com os equipamentos eletrônicos, computadores, e ferramentas, hoje, fundamentais a qualquer forma de arte. Nada do que faço se perde. Os HDs se tornaram extensão da minha memória, não empunho o instrumento sem os gravadores ligados. Quanto ao mercado, estou sempre a procura da minha tribo, daqueles afi nados com as coisas que faço. Todos os dias os encontro em visita ao
www.alabedejerusalem.com.br
P - Como descreveria sua história nestes 13 anos de estúdio? E como divide seu tempo entre o estúdio e sua música?
A - Não existe divisão, meu estúdio é meu lugar de criação.
P - Além de ter escrito o livro “Ogundana, O Alabê de Jerusalém”, você retirou dele uma construção musical, a ópera “O Alabê de Jerusalém”, no qual conseguiu unir todas as infl uências populares e eruditas que apreendeu com a música. Conte-nos, como foi a experiência de escrever esse livro e, sobretudo, criar essa ópera.
A - A saga do africano Alabê de Jerusalém, já me acompanha há 25 anos, só não tinha como fi nalizá-la sem antes pisar no solo da África e da Ásia. Em 2003 pude fazer isso, daí pra frente tudo fl uiu de maneira simples e extremamente
Ele começou a compor profi ssionalmente em 1972, trabalhou como compositor para intérpretes como Elba Ramalho, Daniel, Nana Caymmi, Roberto Carlos, Exaltasamba, Zizi Possi, Leonardo, Selma Reis, Jorge Aragão, Wando e vários outros. Seu currículo conta com mais de 450 música s escritas, quatro discos em que atuou como cantor e compositor (O Cantador; Sedução, Paixão de D’Artagnan e Nascido em 22 de abril), além do lançamento de um livro e da ópera “O Alabê de Jerusalém”, no qual conseguiu unir todas as infl uências populares e eruditas que apreendeu ao longo de sua vida. Já são quase 40 anos de música e, nesse tempo, tudo foi muito intenso na carreira de Altay Veloso, desde a produtiva parceria com Paulo César Feital, a convivência com o maestro Leonardo Bruno, no Alabê de Jerusalém, o estimulante carinho e respeito dos cantores que gravam suas músicas, até a gratifi cante relação com os fãs. “Melhor que isso, só se Deus me der mais quarenta anos de música”, afi rma ele.
P - Altay, qual é o balanço que você faz de sua carreira e como você a analisa atualmente?
A - Nunca pensei nisso, mas minha estrada é construída a cada dia. Continuo sonhando e partindo em busca das realizações.
P - Quais foram ou são suas principais vitórias?
A - Ter a chama da esperança o tempo todo acesa, o desenvolvimento da tenacidade e do não temor ao desconhecido, essas, são algumas das muitas coisas que a música me deu.
P - Em 1994, você interrompeu temporariamente sua carreira de cantor para se dedicar por tempo integral à sua vitoriosa carreira de compositor. Por que você resolveu dar essa pausa? Como foi esse período?
A - Optar pela composição me pareceu melhor, adoro o palco, mas gosto muito de estar em minha casa, junto da minha gente. Nunca parei de fazer shows, preciso de vez em quando estar em contato direto com o público.
prazerosa. O gosto pela música erudita vem de muito tempo. Cresci ouvindo-a no rádio, nas palestras de uma entidade espiritualista “Corrente da Paz Universal” e também no meu tempo de menino na Legião da Boa Vontade, as orações narradas por Alziro Zarur eram regadas por obras de Debussy, Villa Lobos, Chopin... Quanto a parte popular, esse é o meu mundo, das toadas de meu avô, jongos do meu pai, até Milton Nascimento passa por todos os matizes. Mas o elemento principal ao desenvolvimento do Alabê de Jerusalém é a minha profunda ligação, desde o útero de minha mãe, com a religião de matriz africana. Minha mãe é sacerdotisa desse culto.
P - Ela fi cou pronta em 2006, correto?A - Em parte sim, mas sobre o Alabê de Jerusalém, ainda há muito a ser feito.P - Qual o signifi cado dela para você e sua carreira?A - Tudo.P - Como você analisa a recepção que essa ópera teve junto ao público tanto
em seu formato CD e DVD, quanto em espetáculo cênico?
A - Sobre o Alabê de Jerusalém, recebo emails, telefonemas de todo Brasil e me emociona muito saber do imenso afeto que as pessoas que o conhecem têm por ele.
P - Esse foi o trabalho mais marcante em sua carreira? Como você o classifi ca? Quais outros também foram importantes para você?
A - Todos os trabalhos me são importantes, mas o Alabê é especial.
P - Quais os principais desafi os que você enfrentou?
A - Os desafi os são diários, assim é a vida. Busco sempre, estar pronto para eles.
P - E suas perspectivas para o futuro?
A - Continuo compondo, tenho um novo livro já pronto pra ser lançado e um musical sobre Zumbi dos Palmares. Descanso ao mexer em outras áreas das artes, como escrever para teatro e cinema. Depois que a gente se dedica, com sinceridade e paixão, a uma forma de arte, as outras fi cam próximas, e são bem vidas.
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Altay Veloso
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PERFIL COMPOSITORPERFIL COMPOSITOR Por Daniela NunesPor Daniela Nunes
Altay, qual é o balanço que você faz de sua carreira e como você a analisa
Nunca pensei nisso, mas minha estrada é construída a cada dia. Continuo sonhando e partindo em
Quais foram ou são suas principais
Ter a chama da esperança o tempo todo acesa, o desenvolvimento da tenacidade e do não temor ao desconhecido,
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PRÊMIO MUSIQUEPRÊMIO MUSIQUE
Nino
Ganhar a quarta edição do Prêmio Musique, em abril deste ano, significou para o mineiro de Belo Horizonte, Nino Antunes, o começo de uma nova fase em sua trajetória musical. Com mais visibilidade e confiança em seu trabalho, o compositor da melodia para a letra inédita de “Terra nossa”, do Mutante Sergio Dias, agora quer aproveitar este período para compor e gravar um CD totalmente autoral, além de se preparar para uma possível oportunidade em sua carreira: Em breve, Nino e os quatro ganhadores das outras edições do prêmio irão participar de uma votação pela internet que vai escolher quem fará um show no Palco Sunset no Rock in Rio, em outubro.
A expectativa de Nino; Oleives; André Lima e da banda F292 é grande, mas Nino, que competiu com mais de 200 inscritos, se demonstra bastante tranqüilo diante dessa possibilidade e revela que se ele for escolhido pretende comemorar essa vitória com uma bela apresentação no megaevento. Assim como ele, André, vencedor da segunda etapa do concurso, em julho do ano passado, também prefere deixar “as coisas se desenrolarem naturalmente”. Mas na ala dos ganhadores mais animados, Oleives, vencedor do 1º prêmio Musique, em maio de 2010, que contou com 517 inscritos, afirma que irá torcer muito para vencer e pedirá a todos para votarem em sua música.
“Esse é um daqueles sonhos que a gente pensa que nunca vai realizar, mas que pode ser possível”, destaca o outro mineiro BH. Quem também aposta nos votos de seus fãs é a banda carioca F292. “Estou bem confiante. Conheço os fãs que tenho e temos planos bem elaborados de divulgação em massa. Quando temos alguma missão, estamos todos dispostos a lutar para vencer”, afirma o vocalista Rafah. Qualquer um desses artistas que ganhe a votação terá, durante o show no Rock in Rio, a companhia no palco do compositor que cedeu a letra vencedora.
Os quatro artistas, que esperam o resultado do vencedor do 5º prêmio Musique (edição Cazuza) para que a votação comece, concordam que a chance de se apresentar no Palco Sunset é uma das boas coisas que o concurso oferece aos músicos, mas que não é a única. De acordo com os atuais ganhadores, a principal importância do prêmio Musique é incentivar o exercício da composição, uma vez que a proposta
é que as pessoas criem melodias originais para as letras inéditas de compositores renomados da música brasileira, e se tornem parceiras de artistas consagrados.
Para o mineiro de Itabira, André Lima, que criou uma canção para a letra “Pavana para uma terra viva”, do Tom Zé, deveriam existir mais concursos como esse para dar uma injeção de ânimo aos novos talentos do país. Segundo ele, mais do que portas, esse prêmio já lhe proporcionou mais credibilidade como músico. “O que muda depois do prêmio é que ele chama a atenção e abre os olhos de muitas pessoas para o seu trabalho, e isso é muito importante. Pessoas que talvez nunca viessem a te conhecer, se não fosse essa visibilidade”, completa Oleives.
Entretanto, para a banda carioca F292 que musicou a letra de “Alguém”, de Dinho Ouro preto, e concorreu com quase 900 inscritos, ganhar a terceira edição do prêmio Musique, em dezembro, foi a maior porta aberta em sua carreira. Segundo Rafah, até hoje, o grupo já gravou uma música e um clipe com o Capital Inicial; foi convidado pelo vocalista Dinho Ouro Preto a abrir os shows do Capital Inicial no Rio de Janeiro; e está negociando um contrato com a gravadora Universal Music.
Outro ponto indiscutível entre os quatro ganhadores é o
quanto a experiência de trabalhar com gênios da música e das palavras se mostrou única e significativa. Nino Antunes, por exemplo, ainda fica sem acreditar que se tornou parceiro de um Mutante – logo no primeiro concurso que participa como compositor – e enfatiza que um dos momentos mais especiais foi durante a edição de sua música. Ele ainda lembra que também não acreditou quando recebeu a notícia que havia ficado em primeiro lugar no concurso. Ele estava ensaiando com sua banda, Balla 12, quando Júlio Maria, jornalista do Estadão, o telefonou. “Confundi sua voz com a de um amigo e achei que era um trote. O cara custou a me convencer que era verdade. Quando me dei conta que não era brincadeira, fiquei muito feliz”. Já André, explica que além de ter sido uma honra trabalhar com um grande artista como Tom Zé, ele sente como se tivesse recebido uma grande carga musical nos momentos em que conviveu com o compositor.
André Lima
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Oleives
Os desafios de fazer uma canção para as letras
A letra em si foi o grande desafio para a maioria dos concorrentes em algumas edições. Na 4ª etapa do concurso, ela não tinha cara de música. Tinha cara de texto, crônica ou coisa parecida. Quase sem rimas, não era daquelas que músico bate o olho e sabe qual a melhor melodia para compor, como analisa Nino Antunes. Ele fez a canção para “Terra nossa” em um dia e conta que usou um loop eletrônico para obrigá-lo a não quebrar os compassos. “A métrica era muito confusa e eu estava me perdendo. Quando experimentei o loop, fluiu melhor. Fiz toda a música ao redor dele e depois o retirei. Foi como uma sopa de pedra, o loop foi a pedra”, lembra. Musicar a letra de Tom Zé também não foi fácil. A métrica não é nada simples e o grande desafio de André Lima foi deixar a canção mais pop, de maneira que ela fluísse de forma natural. “Peguei o violão e aproveitei uma tarde livre em casa pra trabalhar na canção. Em dois dias eu já tinha a melodia. Depois fui trabalhar no arranjo e na produção da música, que fiz no meu home studio. Convidei a cantora Dandara pra interpretar a canção, o que deu um brilho especial no resultado final”, conta. Já o processo de composição de Oleives - que musicou a letra de Planta Colhe, de Arnaldo Antunes – e de Rafah, da banda F292, foi mais rápido. “Eu já tinha uma harmonia que lembrava um afoxé e decidi experimentar encaixar as palavras numa melodia. Percebi que a letra tinha algo cíclico, e com alguns “ajustes” ela já estava pronta. Foi bem direto”, lembra.
Mas o campeão em velocidade foi o carioca Rafah. Ele levou apenas 9’23 minutos cronometrados. “Devido a compreensão da mensagem contida na música, não tive dificuldades pra criar”, revela. Pode parecer estranho, mas ele tem o hábito de cronometrar o tempo que gasta pra compor as músicas. “Acredito que o tempo determina o nível de inspiração que a pessoa teve no momento”, afirma.
Na 5ª edição do prêmio como nas outras etapas do concurso os inscritos poderão criar uma melodia de acordo com o próprio critério artístico e sem restrição de estilo musical. A diferença agora é que, em vez de o ganhador ser escolhido pelo próprio compositor, ele será selecionado por um colegiado intitulado “Universo Cazuza”, composto pelos pais de Cazuza, João e Lucinha Araújo, Nelson Motta, Zuza Homem de Mello, Roberto Frejat e Nilo Romero.
Trocando em miúdos
> O prêmio Musique é um concurso cultural promovido pelo jornal O Estado de S. Paulo e Rádio Eldorado, que acontece bimestralmente
> Os candidatos devem “musicar” uma letra inédita de um artista consagrado com uma melodia original, e enviar suas composições por arquivo em MP3 através do site www.estadão.com.br/musique.
> Não há restrições de estilos musicais. O que vale é a harmonia, o ritmo, a criatividade e o critério artístico de cada um.
> As letras são publicadas no caderno C2 + Música, do jornal “O Estado de S. Paulo, e ficam disponíveis no site do concurso www.estadao.com.br/musique.
> As inscrições para o prêmio são feitas apenas pelo site.
> Apenas as últimas três etapas do prêmio Músique reuniram mais de 1.700 inscrições, provenientes do Brasil e de mais quatro países.
> O artista que ganhar a votação para o show no Rock in Rio terá, durante sua apresentação a companhia no palco do compositor que cedeu a letra vencedora.
Banda F292 ActualPor Daniela Nunes
PRÊMIO MUSIQUEPRÊMIO MUSIQUE
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CARREIRA
Do latim: pulsatione. Pulsar possui os signifi -cados de ato ou efeito de pulsar; palpitação, latejo, batimento, pancada, batimento ritmado, como o percebido no coração. O que faz seu coração pulsar? O que te impulsiona, motiva, instiga a buscar cada vez mais os seus sonhos? Onde você se en-contra? Como você se encontra? Quais são os seus mais caros objetivos e o que tem feito para atingi-los? O Mito da Caverna, de Platão, nos conta que havia uma caverna separada do mundo exterior por um muro muito alto e entre este muro e o chão existia uma fresta por onde passava um fi níssimo feixe de luz, deixando a caverna numa escuridão quase completa. Dentro da caverna, geração após geração, os homens viviam sem poder se locomover, acorrentados, sem jamais terem visto uns aos outros, muito menos a si mesmos, devido a sua imobilidade. Viviam voltados para o fundo da caverna, vendo somente as sombras projetadas na parede, advindas do feixe de luz que adentrava o lugar.Enquanto esses homens “da caverna” viviam aprisionados em seus conceitos e percepção da vida que levavam, do lado de fora, pessoas passavam conversando e carregando nos
O que faz seu coração Pulsar?
ombros fi guras ou imagens de homens, mulheres e animais cujas sombras também eram projetadas na parede da caverna, como num teatro de fantoches.
Os prisioneiros julgavam que as sombras de coisas e pessoas, os sons de suas falas e as imagens que transportavam nos ombros eram as próprias coisas externas, e que os artefatos projetados eram seres vivos que se moviam e falavam. Certo dia, um dos prisioneiros, inconformado com a condição em que se encontrava, decidiu abandonar a caverna. Fabricou um instrumento com o qual quebrou os grilhões e conseguiu se libertar. De início, moveu a cabeça, depois o corpo todo. A seguir, avançou na direção do muro e o escalou enfrentando os obstáculos de um caminho íngreme e difícil, mas conseguiu seu objetivo: sair da caverna. No primeiro instante, fi cou totalmente cego pela luminosidade do sol, com a qual seus olhos não estavam acostumados. A dor invadiu seu corpo devido aos movimentos que realizou pela primeira vez e pelo ofuscamento de seus olhos sob a luz externa, muito mais forte do que o fraco brilho da luz que havia no interior da caverna. Sentiu-se, então, dividido entre a incredulidade e o deslumbramento. Ao permanecer no exterior o ex-prisioneiro, aos poucos se habituou à luz e começou a ver o mundo. Encantou-se, pois teve a felicidade de ver as próprias coisas, descobriu que estivera prisioneiro a vida toda e que em sua prisão vira apenas sombras.
Em algum momento da vida, alguém já se sentiu como o homem do Mito da Caverna, sem saber o que o motiva a buscar os sonhos; já fi cou paralisado mediante as sombras que estão refl etidas na parede, já esteve prisioneiro de si mesmo.
O que poderia, então, tirá-lo da conformidade e motivá-lo a sair da caverna? A se libertar e investir em si mesmo? A acreditar em seu potencial? O que pode fazer o coração pulsar e se tornar um empreendedor de sucesso? Muitos são os artigos, textos, livros que “ensinam” como se tornar um empreendedor, como se bastasse seguir alguns ensinamentos para se alcançar o objetivo fi nal. Toda informação é bem vinda, claro! Desde que o artista empreendedor saiba da importância fundamental do planejamento estratégico para a vida pessoal e profi ssional.Ser artista de sucesso é ser um empreendedor, como o homem que atingiu seu objetivo ao sair da caverna e descobriu, encantado, que era possível realizar seus sonhos. É transformar as ideias em realidade, é implementá-las. É ter entusiasmo e paixão focando aquilo que se quer alcançar. É dominar o conhecimento de seu ofício.
É ter tenacidade e resiliência mediante os fracassos e seguir em frente acreditando que é possível realizar o sonho. É ter visão e missão. É, acima de tudo, desejar intensamente tornar seu sonho realidade, porque desejar é mover e quem deseja se motiva para uma ação: Motivação!
Para ser um artista de sucesso é necessário sair da caverna, e assim como qualquer coisa que se pretenda alcançar na vida, é preciso ter paixão, ser verdadeiramente apaixonado pelo que faz. Deve-se traçar um plano de carreira em que organize seus afazeres, com tempo e criatividade.
Você é o dono do seu negócio, portanto, invista em si mesmo com a mente de um negociador de carreiras. No Mito da Caverna, o homem precisou se conhecer para vencer as barreiras que o impediam de subir e alcançar o sucesso. Você conhece os seus desejos? O que você realmente quer para a sua carreira? Todo empreendedor necessita conhecer a si mesmo, ao mercado, as vantagens competitivas para investir (emocional e fi nanceiramente) em seu sonho. Você tem um plano para alcançar seus objetivos? Lembre-se, mais uma vez: sem planejamento ninguém consegue alcançar o sucesso.Qual é o seu diferencial? O que o torna especial, único, singular? Apresente o seu melhor, busque cada vez mais conhecimento e - por que não? – auxílio de outros profi ssionais da música, que conheçam caminhos que o levem à sua realização.O homem da caverna passou por todas as difi culdades inerentes a qualquer outro homem em busca de seu objetivo, mas não desistiu... Ele sabia por que seu coração pulsava. E você? Sabe o que faz o seu coração pulsar?
CARREIRA
Renata Constantino Lara. Psicóloga e Diretora da Projectar Psicologia - Consultoria Empresarial. Atuante na área há 14 anos. Ministra projetos na área de recursos humanos os quais contribuem para a formação psicoafetiva e cognitiva de líderes e colaboradores.Referência: JAEGER, Werner. Paidéia: a formação do homem grego. 3 ed. São Paulo: Martins Fontes, 1995.
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STUDIO MIX
Engenho Estúdio Multimídia.
Aqui, André Cabelo recebe amigos novos e antigos.Quatro salas equipadas com sistema Pro Tools.Salas Individuais para gravação, edição e mixagem.Diversos microfones e periféricos.Amplificadores valvulados para guitarra (Mesa Boogie e Laney)Instrumentos cortesia: guitarras diversas (Fender, Ibanez, Washburn), bateria completa com pratos.
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Sync Produções, sua música muito além do limite!
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Tchê Garotos
Prepare-se para receber o novo CD do Tchê Garotos. O grupo finalizou o novo trabalho que vem com grandes novidades. A música de
trabalho que chega às rádios de todo país é “Fazendo Coisa Boa”.
Foto: André Tavares
Tchê Garotos | Foto: Edu Liotti
STUDIO MIX
Flex Studios, onde Pedro Barroso e Vinicius Lanna Quebram o Silêncio
O Flex Studios está localizado em Belo Horizonte e foi projetado para ter uma acústica variável. O estúdio pode acomodar desde
percussionistas, bandas, pequenos conjuntos ou até uma orquestra. A sede conta com estúdio “A” e “B” para o áudio e “C” para
o vídeo e imagens. Telefone: 31 3374-3521 / E-mail: [email protected]
Foto: Alexandre Deleo
Cláudio e Perle | Foto: Fernando Hiro
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O ano era 1982, época
em que o Brasil começava a sair
da ditadura militar e os mineiros se
preparavam para eleger um novo
governador. Os dois candidatos
ao governo do estado eram Elizeu
Resende e Tancredo Neves. Nesse
contexto, o jornalista Emanuel
Carneiro lembra que a Rádio
Itatiaia preparava uma grande
cobertura para o evento, enquanto
as emissoras de televisão também
se organizavam para levar aos
eleitores uma cobertura completa
das eleições. Durante a apuração,
a Itatiaia divulgou que Tancredo
Neves estava à frente.
Por outro lado, uma
grande emissora de TV divulgou
que era Elizeu Resende o
candidato mais votado. Houve uma
enorme pressão nos bastidores
da rádio. Emanuel Carneiro e sua
equipe perderam noites de sono
recontando os votos e fi nalmente
a informação que haviam dado foi
confi rmada pela apuração ofi cial
do Tribunal Regional Eleitoral
(TRE). Tancredo Neves foi eleito o
novo Governador de Minas Gerais
e a Rádio Itatiaia eleita pelos
ouvintes a emissora que não perde
voto. Esse foi só um dos muitos
episódios que marcaram a vida
do jornalista Emanuel Carneiro e
também da Rádio Itatiaia, ambos
protagonistas de uma mesma
história. Emanuel conhece como
ninguém cada canto da emissora
e já trabalhou em muitos dos seus
departamentos. Começou aos 13
anos, em 1956, como office-boy da
rádio e lembra que, no começo, a
Itatiaia era uma empresa pequena,
com poucos funcionários, onde
todos faziam um pouco de tudo.
Como sempre gostou de futebol,
fazia questão de acompanhar
seu irmão e fundador da rádio,
Januário Carneiro, e a equipe
da Itatiaia nas coberturas
esportivas. Dentro da emissora,
ainda exerceu as funções de
operador de áudio, plantonista
esportivo, repórter, redator,
programador musical, diretor
artístico e diretor de operações,
até chegar à presidência, em
1994, após o falecimento de seu
irmão Januário Carneiro.
Emanuel Carneiro é um dedicado
profi ssional que sempre trabalhou
e trabalha com muita alegria. Até
hoje vibra com uma cobertura
jornalística ou esportiva diferente.
Ele é conhecido entre os amigos
mais próximos como um homem
que sabe articular as palavras,
usar bem sua sabedoria, bom
senso e equilíbrio.
Também é reconhecido como um
dos profi ssionais mais completos
da comunicação. Entre suas
preferências encontram-se a
música e as viagens, mas foi, sem
dúvida, a sua paixão pelo rádio
e pelo futebol que fez o repórter,
apresentador e comentarista
Emanuel Carneiro dedicar 55 anos
de vida à Rádio Itatiaia, uma
emissora que já recebeu o Troféu
Simón Bolivar – Comunicação
Latino-Americana Emissora de
integração do Mercosul (2007) e
que por 13 vezes consecutivas
recebeu o Prêmio Top of Mind,
marcas de sucesso, oferecido
pela Revista Mercado Comum.
Hoje, Emanuel Carneiro ocupa
o cargo de diretor-presidente da
Rede Itatiaia.
O jornalistaMesmo depois de
integrar a administração da
emissora, Emanuel sempre
atuava como repórter nos
programas. “Hoje, já não sou tão
repórter mais, mas apresento os
programas esportivos Turma do
Bate Bola e o Grande Resenha
Esportiva, e acompanho nossa
veia esportiva 24 horas por dia”.
O jornalista admite que
para administrar seu tempo em
uma empresa do porte da Itatiaia é
preciso ter pique, desdobramento e
um amor a profi ssão muito grande.
O retorno da audiência e
o sucesso da Itatiaia compensam
todo esse trabalho. “Nós somos a
voz da cidade e, com muito orgulho,
temos essa missão reconhecida
pelo público”, afi rma.
Segundo ele, as pesso-
as sabem que podem procurar a
rádio para qualquer reivindicação,
desdereclamar de um bueiro aber-
to, até anunciar o desaparecimento
de uma criança. “Um dos pilares da
Itatiaia é a prestação de serviço”,
destaca o jornalista lembrando a
homenagem recebida do Sindicato
dos Policiais Federais no Estado
de Minas Gerais (SINPEF-MG) pe-
los relevantes serviços prestados
ao Judiciário, bem como por sua
conduta ética e moral ilibada em
nosso país.
De fato, Emanuel Carneiro
não se desliga da rádio e nem da
sua programação, sobretudo em
dias de jogos, como confi rma
Uma trajetóriade Sucesso
Uma trajetória
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Emanuel Carneiro
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Carlos Rubens Doné, diretor
comercial da Itatiaia. Ele conta que
o amigo não deixa de escutar um
pouco das transmissões da rádio
mesmo durante eventos sociais.
“Nós já cansamos de ir a shows,
palestras e, de repente, ele puxa
o fi o de um radinho muito fi no e
põe o fone no ouvido para saber
qual o placar do jogo”. Segundo
Carlos, amigo de Emanuel há mais
de 30 anos, isso acontece 90%
das vezes em que eles saem, seja
para um jantar, aniversário, show,
solenidade ou teatro. Não importa
o evento. “Se estivermos no Palácio
das Artes durante um show ou num
jantar no Automóvel Clube em dia
de jogo entre Atlético e Flamengo,
por exemplo, ele vai puxar o fone e
vai mandar ver (risos)”, afi rma. Não
foi por acaso que Carlos Rubens
citou o Atlético mineiro. Emanuel
Carneiro é atleticano.
Durante as viagens,
Emanuel também não se distancia
do rádio e sempre procura ouvir,
pelo menos, uma programação
local. Lucinha Bessa, amiga e
funcionária da emissora há mais
de 40 anos, conta que quando
o jornalista está fora fi ca louco
para voltar à rádio e se dedicar ao
trabalho.
Ele realmente gosta do
que faz. Emanuel Carneiro explica
que, como a liderança que a
Itatiaia tem no esporte é um ponto
importante para a rádio, tudo exige
um tratamento muito especial.
“Então, como se diz no
futebol, estou sempre na área”,
brinca. Porém, esse “estar na área”
não se restringe apenas a cuidar da
Itatiaia AM/FM, em Belo Horizonte.
Isso por que hoje a Itatiaia não é
apenas uma rádio. É uma rede
com oito emissoras próprias nos
principais pontos de Minas Gerais,
com mais de 50 afi liadas em pontos
estratégicos do estado. Emissoras
parceiras que recebem o sinal por
meio do sistema de satélite Itasat e
transmitem a programação da
Itatiaia, principalmente o esporte e
o jornalismo, para 92% do território
mineiro.
Além disso, o conteúdo da rádio
também está na TV a cabo,
celulares e internet – ampliando
sua cobertura.
Emanuel Carneiro reconhece que
a internet ajuda aos ouvintes,
principalmente aos mineiros que
estão em outros países, a fi carem
sintonizadas na programação da
Itatiaia.
O crítico“Emanuel é tão
apaixonado por música, que
começa o dia cantando”, afi rma
Lucinha Bessa. Profundamente
ligado à música popular brasileira,
esse homem considera o Brasil um
país de primeiro mundo quando o
negócio é música.
“Temos uma grande
variedade de ritmos. Isso deveria
ser mais valorizado e motivo
orgulho para os brasileiros. Não é
só mar, samba, futebol e cachaça”.
Emanuel destaca a
qualidade das cantoras, as quais
ele chama de “cigarras brasileiras”,
como Elizete Cardoso, Dalva de
Oliveira, Ângela Maria, Maria
Bethânia, Ivete Sangalo; assim
como a qualidade de alguns
músicos nacionais, mas diz sentir
falta de novos compositores de
talento. “Estamos vivendo um
período de recesso criativo, em
que nem mesmo grandes nomes
como Chico Buarque, Gilberto
Gil, Caetano Veloso e Djavan
estão produzindo bons trabalhos
e colocando músicas nas paradas
de sucesso como antigamente”,
desabafa. O jornalista afi rma que
não vê novidades de qualidade na
produção musical do país e que
estão faltando músicas clássicas,
bem trabalhadas, com diferencial e
que permaneçam no tempo.
“Não sei se estou
cobrando muito, sendo chato ou
ranheta, mas como meu ouvido
foi acostumado com uma música
muito boa, passei a não aceitar
qualquer coisa. Talvez eu não
esteja procurando ou não tenha
tido a chance de ouvir coisas novas,
mas percebo que falta aos artistas
espaço no rádio e na televisão”,
critica. Segundo Emanuel, esse
lugar está sendo cedido a cantores
que fazem sucessos efêmeros com
músicas descartáveis.
“Eu não sei se sou viúvo
de uma música mais antiga”, refl ete.
Dentre os músicos que apareceram
recentemente na mídia, ele aponta
a cantora Paula Fernandes como
uma artista que tem demonstrado
qualidade.
Essa fase de falta de
inovação e qualidade musical já
dura aproximadamente dez anos,
mas ela não é exclusividade do
Brasil. Segundo Emanuel, hoje, na
música americana, também não
apareceram grandes sucessos.
Uma trajetóriaUma trajetória
EMANUEL CARNEIROEMANUEL CARNEIRO
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“Antigamente, quando
você menos esperava surgia
uma música do Stevie Wonder e
o negócio arrebentava”. Ele conta
que numa recente viagem aos
EUA, visitou uma loja de CDs
e constatou que não conhecia
nenhum dos artistas da lista dos
10 álbuns mais vendidos do país.
“Eram cantores de rap e funk que
têm aquele sucesso de 15 minutos
e que não serão lembrados
depois”.
Um trabalho que o
jornalista considerou interessante
foi o do Rod Stewart, no qual
o cantor regravou clássicos
da música americana de uma
forma mais moderna. Emanuel
acredita que ele tenha optado por
esse caminho, por que nenhum
compositor americano apareceu
para lhe oferecer boas músicas
que pudessem virar hits.
Se para artistas com uma
carreira relativamente estabelecida
falta espaço na TV e no rádio, a
situação para os novos artistas
é ainda pior. Emanuel Carneiro
admite que hoje é muito difícil uma
emissora de rádio, em qualquer
lugar do Brasil, trabalhar com
lançamentos de artistas. “A aposta
é feita em um sucesso garantido.
Uma emissora como a Itatiaia,
que toca pouquíssima música,
tem que colocar no ar aquilo
que é indiscutível – a música
que aparece na novela ou um
flashback, canções mais antigas
que permanecem no imaginário do
ouvinte”. Outro motivo da ausência
desses artistas nos grandes
meios de comunicação pode ser
explicado pelo desinteresse das
gravadoras em investirem no
novo.
O EstrategistaHoje temos rádios de
notícias, de música jovem, música
sertaneja, música eletrônica,
rádios católicas, evangélicas e de
prestação de serviços. A gama
de opções é extensa e revela
a aposta atual desse meio de
comunicação: a segmentação de
públicos para atender melhor ao
gosto do ouvinte. A ideia daquela
rádio que toca de tudo para atingir
todo mundo já não existe mais,
afirma Emanuel. Ele acredita que
as emissoras que destinam sua
programação aos jovens estão
encontrando certa dificuldade
para conquistar um público novo
devido à concorrência do MP3.
“Hoje, o jovem faz sua própria
programação com aquilo que ele
gosta. Seu Ipod vira um rádio
individual”. Ainda assim, reconhece
Emanuel, as rádios de notícias e
que fazem coberturas esportivas,
como é o caso da Itatiaia, estão
se mantendo. “Cada vez mais,
emissoras assim serão importantes
prestadoras de serviços para as
pessoas, principalmente quando
informam as condições do
trânsito em tempo integral, como
já acontece em São Paulo e Rio
de janeiro, a previsão do tempo,
a cotação da bolsa, do dólar e
também o que está acontecendo
na área policial, por exemplo. O
rádio irá se especializar ainda mais,
assemelhando-se, guardadas as
devidas proporções, à TV a cabo e
suas segmentações”, analisa.
O idealistaNão é possível descobrir
a alma de Emanuel Carneiro
sem considerar sua vivência
dentro da Rádio Itatiaia. Homem
e profissional não se separam.
Sempre que ele fala da emissora,
percebe-se um imenso carinho
na sua voz. Um homem sereno,
solícito, amigável, de jeito simples,
que é tido como um líder nato,
como constatam Carlos e Lucinha.
Uma pessoa que ajudou a
escrever nada mais, nada menos
do que cinco, das nove décadas
da história do rádio no Brasil. A
ideia de encerrar as atividades no
rádio é algo que o jornalista não
gosta de pensar. “Acredito que
parar não será o meu caso. Você
muda sua atividade, muda o foco.
Hoje, já faço coisas diferentes aqui
na Itatiaia. Às vezes, vou a cidades
que não conheço para saber do
interesse e opinião do público de
lá sobre nossa programação. A
vida me deu essa chance de fazer
o que gosto, abraçar uma profissão
que desperta a curiosidade das
pessoas e que nos faz procurar,
todos os dias, um fato novo para
levar ao nosso ouvinte por meio
de uma cobertura, reportagem ou
denúncia”, reconhece o jornalista
que deseja passar um pouco da
sua vivência para os que estão
chegando agora. “Hoje, estamos
rejuvenescendo a empresa com
muitos profissionais que estão
saindo das faculdades, um pessoal
com uma cabeça muito boa e
com novas ideias”, diz. Animado,
Emanuel Carneiro encerrou essa
entrevista com uma novidade:
seus planos para comemorar, na
ABERT, em 2012, os 90 anos da
primeira transmissão do rádio no
Brasil, em 1922. “Vamos fazer
uma festa para resgatar muito
da história do rádio. Coisas que
ficaram para trás e que ainda
não foram contadas aos mais
jovens”. Como se vê, apenas fazer
a história não basta a Emanuel
Carneiro. É preciso também contá-
la e celebrá-la com alegria.
Por Daniela Nunes
PERFIL EXECUTIVOPERFIL EXECUTIVO
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Apesar de opiniões que negam a concreta existência de rádios públicas no Brasil, o vice-presidente da Associação das Rádios Públicas do Brasil (ARPUB), Orlando Guilhon, não tem dúvidas ao afi rma que esse tipo de emissora é uma experiência real no país e que seu concei-to não é uma novidade. Para ele, as rádios pú-blicas têm um futuro bastante promissor e ten-dem a crescer à medida que superarem alguns entraves, os quais já estão sendo trabalhados pela organização. Guilhon explica que no Brasil, o conceito de “coisa pública” sempre esteve misturado ao conceito de “estatal”, uma vez que, no imaginá-rio da maioria dos cidadãos, coisas como “es-cola pública” ou “hospital público” normalmente são identifi cadas como um pedaço exclusivo do aparelho do Estado. Porém, é preciso es-clarecer que o que é estatal é também público e deve ter a participação de todas as pessoas nas decisões sobre as instituições. “Conselhos tripartites (de usuários, pais de alunos/amigos da escola ou do hospital, profi ssionais), deba-tes com a comunidade, pesquisas de opinião, audiências públicas, ouvidorias, mecanismos de transparência na gestão administrativa e fi -nanceira, isso é o que faz uma escola ou hospi-tal ser efetivamente público. Esta é uma cultura nova que está se consolidando em nosso país”, exemplifi ca Guilhon.
Ele afi rma que, de fato, as rádios ou TV’s pú-blicas são estatais na sua estrutura jurídica formal, pertencem a empresas estatais ou a alguma instância do poder público de Estado (Governos ou universidades públicas munici-
pais, estaduais ou federal) e dependem de ver-bas estatais. Entretanto, segundo o vice-presidente, dizer que, em função disso, “essas emissoras são apenas ‘pedaços do aparelho do Estado’, é des-conhecer o fato de que a maior parte dessas emissoras públicas, educativas, culturais e uni-versitárias são públicas porque buscam praticar gestões com a utilização de ferramentas de controle público (conselhos, ouvidorias, audiên-cias, conferências, serviço de atendimento ao público), fazendo com que o cidadão comum se aproxime cada vez mais dessas emissoras, e permitindo que a gestão dessas emissoras seja cada vez mais distante de sua função ‘estatal’, restringindo as possíveis ingerências diretas do poder público no conteúdo e programação das emissoras”.
Além da participação social em sua gestão, a segunda característica de uma emissora públi-ca de comunicação é o conteúdo de sua pro-gramação, em geral, voltado para a informa-ção de qualidade (democracia, diversidade de opiniões, contraditório), para a divulgação da diversidade cultural (música, dramaturgia, lite-ratura, folclore), para a educação e cidadania (por meio de programas educativos, programas infanto-juvenis, ciência e tecnologia), para a prestação de serviços (tempo/clima, trânsito, serviços públicos, direitos) e para o entreteni-mento (esporte). Orlando Guilhon acrescenta que outra particu-laridade é a de que o foco de uma emissora pú-blica é sempre o cidadão e não o consumidor. “Uma emissora pública não pode depender da venda de produtos, por isso, não tem publicida-
de e, sim, mensagens institucionais e patrocí-nio cultural. Queremos melhorar a nossa audi-ência, mas não em troca da venda de sabão em pó. Portanto, neste caso, a autonomia diante do poder econômico é tão importante quanto a au-tonomia diante do poder político”, ressalta. Gui-lhon ainda observa que as emissoras públicas devem tentar oferecer ao público cidadão um conteúdo de programação que, em geral, ele não encontra nas emissoras privadas; e devem se pautar pela inovação, pela ousadia, pela ca-pacidade de re-inventar sempre, de renovar o rádio (ou a TV) em sua linguagem, gêneros e formatos.
Se estabelecer no Brasil não tem sido tarefa fácil para esse tipo de emissora por dois impor-tantes motivos, como aponta Orlando Guilhon. “Em primeiro lugar, devido a política de conces-sões de outorgas que, ao longo dos anos, tem privilegiado o sistema privado comercial, em detrimento dos sistemas estatal e público. São inúmeros os municípios brasileiros que não con-tam com nenhuma rádio FM pública local todas são privadas/comerciais. Em segundo, devido a necessidade de mudanças na cultura dos ges-tores públicos, que consideram a comunicação uma área menos nobre das políticas públicas e, portanto, terminam por menosprezar investi-mentos no setor”. Geralmente, segundo ele, pouco tempo após a criação dessas emissoras de rádio ou TV, mui-tas são abandonadas à sua própria sorte, fi cam sucateadas e canibalizadas com equipamentos arcaicos, e trabalham com mão-de-obra insufi -ciente e mal preparada. “Fica muito difícil conseguir competir com as emissoras comerciais/privadas nestas condi-ções tão adversas”, constata o vice-presidente.
É neste contexto que a atuação da ARPUB se empenha em buscar avanços em questões como a construção de redes/sistemas públicos nacionais de comunicação (rádio e TV); a cria-ção de um novo Marco Regulatório das Comuni-cações para regulamentar a complementarieda-de entre os sistemas privado, estatal e público, garantindo inclusive uma política de concessão de outorgas que fortaleça os sistemas estatais e públicos; e a elaboração de uma política de fomento e investimentos na comunicação públi-ca que seja mais consistente e mais autônoma em relação ao Estado. O vice-presidente ainda destaca que um dos primeiros passos rumo ao futuro foi dado com a criação da Empresa Bra-sil de Comunicação (EBC), em 2008, que, na opinião de Guilhon, será a espinha-dorsal da comunicação pública no país.
Rádio Rádio
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Há diferenças entre rádio pública e rá-dio estatal? Uma rádio pública deve servir ao cidadão, ao pú-blico em geral, e não a governos. Se uma emis-sora de rádio (ou TV) se transforma em um mero “porta-voz” do poder público constituído e passa a fornecer uma informação ‘chapa branca’, de-fendendo apenas o ponto de vista deste ou da-quele governo, então ela está sendo uma emis-sora estatal. Para exemplificar, no universo da TV, a TV Brasil é uma emissora pública, a NBR é uma emissora estatal, e ambas pertencem a uma empresa estatal, a EBC. As rádios da EBC (MEC e Nacional) são emissoras públicas, 95% de sua programação e conteúdo seguem uma orientação pública, e não estatal. Quando elas se transformam em emissoras estatais?
Quando transmitem conteúdos estatais/governa-mentais, como “A Voz do Brasil”, “Café com a Pre-sidenta”, “Bom Dia, Ministro”. Não permitimos que nosso jornalismo (noticiários, programas de entre-vistas, rádio-documentários, entrevistas e matérias em programas de variedades) seja pautado pelos interesses do Governo Federal. Acontece também, em inúmeras rádios educativas, culturais e univer-sitárias em nível estadual, embora seja um proces-so em construção e, portanto, ainda nos depara-mos com velhos vícios de governantes que tentam fazer dessas emissoras suas “vozes oficiais”.
Como é a atuação das rádios públicas em outros países?
Dependendo do país ou região encontramos re-alidades mais próximas e semelhantes à nossa
ou ainda mais distantes e singulares. Na NPR, dos EUA, na NHK japonesa, nas experiências européias das rádios Nacional de Espanha, France, BBC (Reino Unido), Nederland (Ho-landa), Deusch Rádio (Alemanha), RAI (Itália), para citar apenas as mais conhecidas, já en-contraremos um cenário no qual este conceito de público consolidou-se durante décadas e qualquer tentativa de ingerência mais direta de poder político gera resistências e denún-cias. As disputas terminam acontecendo mais no âmbito do Poder Legislativo, no qual são determinadas as dotações orçamentárias de cada país. Em países como China e Cuba, por exemplo, e até certo ponto Venezuela, pode-se perceber a forte presença do Estado (Poder Público) nas emissoras locais chamadas de “públicas”. Já na América Latina, experiências como as das Rádios Nacional de Argentina e Colômbia, ou da Rádio Educación de México, demonstram que estamos avançando no sen-tido de garantir um caráter cada vez mais pú-blico destas emissoras.
A Rádio Pública e a Cultura
Assim como as rádios educativas, as rádios públicas também têm um papel fundamen-tal na divulgação da cultura e arte local, re-gional e nacional, sobretudo na promoção de músicos (compositores, cantores, instrumen-tistas), uma vez que música é som, e rádio é sonoridade, como explica Orlando Guilhon. Segundo ele, esse tipo de rádio também vai na contramão das emissoras comerciais/priva-das que privilegiam a divulgação determinada pelo mercado fonográfico, dos grandes artis-
tas já consagrados. “O nosso papel é privile-giar os novos valores ou os artistas que não têm tanto espaço na grande mídia, através de programas musicais autorais pré-editados, programas musicais ao vivo em auditórios, co-bertura ao vivo de eventos musicais externos (concertos, shows, festivais, feiras de música), além de planilhas musicais na programação e produção de festivais próprios. A relação entre rádio e música é uma relação de compadrio e amor mútuo e a ARPUB tem estimulado todas as suas emissoras filiadas a trabalharem com este foco”, afirma.
Ainda de acordo com o vice-presidente da AR-PUB, a exposição desses artistas nas rádios públicas pode representar o salto do anonimato para o reconhecimento do grande público.
Como os artistas devem enviar o seu mate-rial para as rádios públicas?
Cada emissora pública tem o seu modelo de gestão, seus procedimentos internos, suas regras. Em geral, quase todas têm web-site, o que permite um contato mais direto com as diversas áreas. Algumas têm um setor organi-zado de atendimento ao público. Outras cos-tumam ter uma coordenação de programação, a qual se responsabiliza pela organização do conteúdo programático, inclusive musical, da emissora. Se o artista souber pesquisar na web encontrará o caminho mais fácil.
RÁDIO RÁDIO
Veja a lista completa das Rádios, na pág. 52
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| Pronta para o SucessoSáloa Farah
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Ela tem um rosto de traços delicados, vive
o auge de seus vinte e dois anos e é dona
de uma voz poderosa e encorpada, típica
das divas. Com um gingado bem brasileiro e
um rico repertório que resgata o que há de
genuíno na MPB e no samba, Sáloa Farah
é uma das grandes promessas do universo
musical dos últimos anos e está pronta para
o sucesso.
Em turnê com seu segundo CD, De Cartola
e de Tamanco, lançado em 2010, essa
cantora carioca revela estar realizada com
a repercussão e oportunidades trazidas por
esse trabalho como, por exemplo, gravar
uma faixa com Diogo Nogueira e Paulo
César Feital para esse disco, e cantar ao
lado de Jorge Vercillo, Wilson das Neves e
Áurea Martins.
“Este álbum era tudo o que eu estava
esperando e me trouxe experiências incríveis
além de muito amadurecimento pessoal e
profissional. Quero agora continuar fazendo
shows, principalmente com o Feital e o
Roberto Menescal, e divulgar ainda mais
esse trabalho”, afirma Sáloa que gravou
com Menescal as canções do CD, em
inglês, para divulgação na Inglaterra, Japão
e países da Europa, nos quais ela já se
apresentou.
Segundo a cantora, De Cartola
e de Tamanco, que já lhe rendeu 18
apresentações realizadas até agora e três
mil cópias vendidas, não se difere muito
do seu CD anterior Delicadeza (2007), mas
apresenta algumas características peculiares.
Ela conta que a sonoridade mudou
um pouco devido aos novos arranjadores.
“Quando acho um arranjador diferente quero
que ele coloque sua identidade no trabalho.
Além disso, percebi que queria ir mais
para o lado do samba e sair da MPB tradicional”,
revela. A moça de voz grave e marcante – e
bastante influenciada pelas grandes cantoras
da MPB, como Maria Betânia, Marisa Monte,
Ana Carolina e Nana Caymmi –, ainda
explica que também houve mudanças no
campo conceitual do seu segundo disco que
trouxe composições mais “agressivas”, com
posicionamentos sociais, ao contrário do tom
mais romântico, apresentado no primeiro CD.
De acordo com Sáloa, esse debut mostrou
todo o seu encantamento diante daquele
contato inicial com a gravação de suas
músicas e profissionalização de sua carreira e
surgiu logo após a decisão da cantora decidir,
o que realmente queria para sua carreira. Ela
lembra que isso foi em 2007, então com seus
19 anos, numa aula de escu ltura dental, na
faculdade de odontologia. Conta Sáloa que,
nessa aula, ela esculpia um dente e sem mais
nem menos, começou a chorar por achar que
não teria tempo para se dedicar ao CD e à sua
música. “Fiquei nervosa e com medo de não
fazer o que realmente queria: seguir minha
carreira na música”, recorda.
Já De Cartola e de Tamanco revela-
se como um bom espelho do atual momento
da cantora que está mais madura e mais
envolvida com a temática social, uma vez
que a artista está se graduando em História
– disciplina que tem enriquecido o seu
trabalho como compositora. “Tem muito de
história nesse CD e isso me deixa feliz por
unir minhas duas paixões (a música e os
estudos da história) nesse disco”.
Sáloa conta que se sente bastante
livre para criar músicas apenas quando
quer, apesar de, modestamente, acreditar
que não compõe tão bem quanto os 20
compositores com quem trabalhou em seu
disco. “Como eu não tenho compromisso
com a composição, já que existem diversos
compositores de muito talento por aí, eu faço
tudo na hora que quero. As letras vêm até a
mim num sonho ou mesmo no carro voltando
para casa, como no caso da música Mulata
da Lavradio. Acho que cada um tem o seu
dom”, destaca a cantora.
Segundo Sáloa, a escolha
do repertório do álbum foi trabalhosa,
mas o esforço valeu à pena. Ela e sua
equipe ouviram cerca de 300 músicas –
diversas delas enviadas por profissionais
cadastrados no site Clube Caiubi após a
moça postar um tópico nessa página em
busca de compositores para esse trabalho
– e escolheram a dedo as faixas que seriam
lançadas. O resultado foi um CD produzido
por Paulo César Feital, que, além de músicas
inéditas, reúne regravações de autores
do quilate de Chico Buarque, Paulinho da
Viola, Sérgio Natureza, Noel Rosa entre
outros. Todas executadas com exuberante
interpretação, como coloca Paulo César
Feital, tanto no disco quanto nos shows.
“Intérprete de um vigor absurdo,
ela sobe aos palcos com o espetáculo “De
Cartola e de Tamanco”, cantando Chico,
Paulinho da Viola, Marçal, Capinam, Fátima
Guedes, Zé Keti, enfim, os mestres de sua
alma, em shows belíssimos. É impossível
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Sáloa Farah e Diogo Nogueira
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* Fonte Ipsos: Estudos Marplan/EGM. Mercado Grande BH. Abril-10 a março-11. Filtro: 10 e+ anos: 3.173.000 pessoas. Filtro consumo cultural: pessoas que frequentam teatro, shows, concertos, exposições, museus, restaurantes, cafeterias e gostam de ler e jantar fora. ** Fonte Ibope: Easy Media 3 - Mercado Grande BH - Março a maio 2011. Média: todos os dias. Ouvintes por minuto na população total: 5h24. Emissoras segmentadas: aquelas que possuem entre seus ouvintes mais de 50% de público AB.
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CAPACAPA
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“tirar” os olhos da cena quando
aquela moça de 22 anos , quase
1.80 de altura, com voz de negra do
jazz, entra e arrasa em “Seja Breve
“ de Noel ou “Camisa Suada” de
Altay Veloso com esse poeta que vos
escreve. É lindo e, peço a Deus, a
preservação de tal artista em tempos
em que o Brasil anda tão escasso de
talentos em todos os segmentos.
Salve Sáloa Farah!”, afi rma Feital
extasiado.
Sáloa, com seu ar de quem tem
os pés bem no chão, mas que
reconhece suas qualidades, afi rma
que o momento agora é de colher
todos os bons frutos que seu trabalho
está lhe rendendo antes de começar
a pensar num próximo disco. “Só vou
fazer isso em 2012 e devo continuar
nessa linha. Mas a escolha das
músicas virá mais do momento em
que eu estiver vivendo”, destaca.
Entretanto, ela revela que o próximo
estágio que deseja alcançar em sua
carreira é o do crescimento natural da
profi ssão e se sente pronta para isso.
“Estou me adaptando às situações
que surgem. Cresço junto e construo
novas metas a serem alcançadas
profi ssionalmente.
Sáloa Farah e Wilson da Neves
Jorge Vercillo e Sáloa Farah
Por Daniela Nunes
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Espero poder cantar sempre
e realizar novos projetos musicais ao
longo da minha vida, agregar mais
parceiros, mais amigos músicos,
compositores, cantores e ter
contato com pessoas maravilhosas
no meio, inteligentíssimas, como
tive oportunidade de ter até hoje”,
completa.
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Sáloa Farah e Paulo Cesar Feital
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Arte, cinema, dança, informação, gastronomiae, claro, muita música. Quem vive a cultura deBelo Horizonte sabe que só a GUARANI FM tem uma programação selecionada para surpreender e agradaros melhores ouvidos.
Sintonize 96.5. A Rádio que mais cresce na cidade toca o seu bom gosto**.
* Fonte Ipsos: Estudos Marplan/EGM. Mercado Grande BH. Abril-10 a março-11. Filtro: 10 e+ anos: 3.173.000 pessoas. Filtro consumo cultural: pessoas que frequentam teatro, shows, concertos, exposições, museus, restaurantes, cafeterias e gostam de ler e jantar fora. ** Fonte Ibope: Easy Media 3 - Mercado Grande BH - Março a maio 2011. Média: todos os dias. Ouvintes por minuto na população total: 5h24. Emissoras segmentadas: aquelas que possuem entre seus ouvintes mais de 50% de público AB.
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O guitarrista, compositor e cantor mineiro Affonsinho tem uma produtividade impressionante. Em dez anos de carreira fonográfica, está lançando seu sétimo disco, Zague e Zeia. Sua praia autoral é um misto de bossa pop e feeling blue, mas a trajetória como intérprete e instrumentista é plural. Na década de 80, era um dos mais requisitados guitarristas da cena de Belo Horizonte. Formado pela Berklee School of Music, foi professor de muitas estrelas e astros da cena local. O mais famoso deles, Samuel Rosa, do Skank, com quem compôs Gentil Loucura. No tempo em que morou no Rio, foi fundador e escudeiro de Arnaldo Brandão/ Hanói-Hanói. Na volta a Minas, formou um grupo pra tocar Chuck Berry (Chocoberry), outro de rock instrumental e mantém um combo de jazz,
Gustavo Maguá / Vol.1
Gustavo Maguá é um legítimo representante da nova velha tradição do samba mineiro. Um samba feito de maravilhas cotidianas, cantadas e contadas com linguagem de mesa de boteco, faça chuva ou tenha luz. Um samba, que dribla um drible que é só daqui, faz foto 3 por 4 de mané e joão, sofre com apagão, sabe que, safo que é safo tem plano B. Safado, e com ouro no jardim. Criado, nas noites de samba de Belo Horizonte, o cantor, compositor e violonista Gustavo Maguá aprendeu a tocar samba-rock, samba-funk, bossa nova, afoxé, samba de raiz e outras manifestações do universo do samba. Acostumado à disputa diária, por atenção, com copos, garrafas e copos, seguiu a linha de outro artista formado na noite, Vander Lee. Seu samba tem sabor de crônica.Vol.1 reúne, em onze faixas, algumas dessas crônicas. Com voz ágil e instrumental econômico, abordando um fim de caso clássico em Lero Lero, a sedução da boemia em A Noite É Uma Criança Pra Quem Vive Nela, uma noite em que a luz acaba Samba do Apagão, a prostituição como saída para compensar a labuta, em Plano B, faz um diálogo com o rapper Renegado em Samba Pra João e recebe bons presentes de Rai Medrado Casa de Marimbondo e da dupla Vitor Santa e Celso Viáfora, Drible da Vaca.
Flor Morena (Warner) / Aline Calixto
Prêmio APCA de 2009 por melhor disco, já em sua estreia fonográfica, a cantora e compositora mineira Aline Calixto, criada em Viçosa e nascida no Rio, lança segundo trabalho fiel ao samba de raiz e abrindo caminhos.Produzido pelo baixista Arthur Maia, que assina com Thiago Pascoa a faixa Teu Ouvido, o CD mantém o diálogo com os bambas. Regrava de Paulinho da Viola Coração Vulgar, ganha de Martinho da Vila Gemada Carioca e recebe de Zeca Pagodinho e Arlindo Cruz a faixa-título, já tocando nas rádios. Na própria Conversa Afiada, dialoga com os ritmos latinos. Celebra o sincretismo em Ecumenismo, de Nei Lopes e Moacyr Luz, e se aproxima da Bahia em Cabila de Peu Murray, Caçuá de Edil Pacheco e Paulo César Pinheiro e na semente africana como em Cafuso, do mineiro Toninho Geraes. E ainda encontra em João “Casuarina” Cavalcanti o misto de ciranda e maracatu de De Partir Chegar.
só para tocar e cantar standards à maneira de Chet Baker.Depois de ziguezaguear por estilos e gêneros diversos, começou a burilar a fórmula atual com o CD Zum Zum (2001), que chamou a atenção do letrista e produtor Ronaldo Bastos, responsável pelo lançamento nacional e internacional, com destaque para o Japão, onde tem fã clube fiel. Enquanto mantinha as bases de sua new bossa prazerosa, nos discos Belê (2006), Meu Plano (2009) e Voz e Viô (2010), ampliava as parcerias com cantoras diversas: Fernanda Takai, Sandra de Sá, Aline Calixto, Erika Machado, Regina Souza. E emplacou Vagalumes, Gamado Pelo Samba e Escândalos de Luz nas FMs adultas de várias capitais.
Com lemas hedonistas como o insubstituível “picolé de uva pra todo mundo”, Affonsinho conta com a experiência de mestre Gauguin para a produção da sonoridade deste Zague e Zeia. Oscilando entre o rock suingado “a la Erasmo” Revolation e a marchinha Cheirinho da Lolove, ele faz homenagem a McCartney (Silly Lovesambas) e Lennon (Tanto de Coisas), propõe uma UFO magical mistery tour (Ovni), um “Bolero Leve” duas bossas de baixos teores (Zague e Zeia e Olhios do Amor), além de mostrar as facetas Jeckill e Hyde nas leituras em rock e bossa da mesma música, Por Causa Dela. Para demonstrar, mais uma vez, a capacidade de reunir tendências, conta com participações de vários artistas da cena indie: Flávio Henrique, Mariana Nunes, Kadu Vianna, Pedro Morais e Jenniffer Souza, da banda Transmissor.
ZAGUE E ZEIA Affonsinho
MUSIC CENTREMUSIC CENTRE
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POR KIKO FERREIRAPOR KIKO FERREIRA
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Jataí / Edvaldo Santana
A mosca que habita uma das folhas do encarte do sétimo CD do paulistano Edvaldo Santana, “Jataí”, remete a um maldito cult, Walter Franco, e a um popular, Raul Seixas. E “Sampaio Melodia”, cita Sérgio Sampaio para Luiz Melodia: “ melhores dias virão”.Tão rascante quanto sua voz rouca, com um pé no blues, e o violão estradeiro, as letras que acompanham as treze melodias sinuosas apontam para um poeta ainda e sempre alerta, com a dose certa de amargo e uma doçura rara e contida. “Sou uma cara estragado pelo vício e pelo susto” (“Amor É de Graça”), declara, como lema, antes de afirmar que “não levo jeito pra ser um popstar” (“Há Muitas Luas”) e de reafirmar sua teimosia: “mesmo com quase todo mundo contra, vou levar em conta o que meu coração diz.”(“Sampaio Melodia”). No final, o lirismo refresca e abre a guarda: “na casa da liberdade vou sonhar que ainda sou um menino”.
Galápagos / Adriano Campagnani Seis anos após o disco de estreia, o baixista Adriano Campagnani volta ao CD com Galápagos, com a segurança de uma carreira de vinte anos pautada pela precisão de execução e pelo rigor técnico.Brasileiríssimo na bossa em 7 por 4, Sétima Vez, e global na IndiAfrika, com vocais de Marku Ribas, Adriano recicla a escola da harmonia mineira na faixa-título, e ainda em Céu vermelho, com outra grande voz da cena local, Play.Jogando com passes curtos e precisos em Claridade Viva, Adriano abusa do groove em Cabelluck e dialoga com a bateria fantástica de Nenem na bem humorada Minas Jazz.Com 35 anos de idade e aparência de dez anos menos, ele conta, ainda, com a participação de Uriah Duffy, baixista do Whitsnake, parceiro numa jam que encerra o disco, com auxílio do irmão, o baterista André Campagnani.
O violeiro mineiro Chico Lobo é líder nato. Agregador, consegue aglutinm torno de sua viola ágil e seu canto macio simpatizantes de diversas esferas. Neste Caipira do Mundo, a escalação dos parceiros é prova inconteste. Do urbano paulistano Arnaldo Antunes (Eu Ando Muito Cansado) ao ramilongueiro Vitor Ramil (Cantata), o violeiro lupino flerta com o humor lírico de Zeca Baleiro (Morena de Minas), descobre um lado rural em Alice Ruiz (A Mais Difícil Opção), leva Verônica Sabino a refletir sobre o tempo (No Fio do Olhar) provoca em Chico César consideração sobre sapiência e ignorância (Tristeza do Culto). Faz Siba observar ave musical (Pássaro de Rima) e Ricardo Aleixo (Cantiga de Caminho) investigar sua mineiridade com sotaque inédito.
E Maurício Pereira reorientar a bússola (Pra Onde Eu Tava Indo), além de Vander Lee apostar no músculo do amor para a credibilidade da canção (Quando Falta o Coração).Dois letristas de atuação histórica na MPB completam o clube: Sérgio Natureza, num Canto aos Cântaros, e Fausto Nilo, No Fim da Rua.De visual novo, com os tradicionais cabelos devidamente desbastados, Chico amplia seu universo de influências e confluências e ainda conta com convidados para dividir o microfone. Entre eles Banda de Pau e Corda, Virgínia Rosa, Zé Geraldo, Zeca Baleiro, Verônica Sabino e instrumentistas como Lui Coimbra, Paulo Sérgio Santos, Rogério Delayon e Marcelo Jeneci.O álbum, sétimo de uma carreira que começou com um Prêmio Sharp
de revelação, em 1997, traz doze temas inéditos. E, para encerrar, uma versão para violas de Dois Rios, o hit do Skank, que reforça a busca de horizontes inéditos para uma carreira respeitada por quem é do meio, mas ainda sem alcance do grande público.Não é por acaso que as letras falam de viagens, lugares, saberes e sensações, caminhos e deslocamentos. A música de Chico Lobo é caudalosa e fluente. Abre caminho para o vasto e para o profundo. Todos os parceiros entenderam esta consistência e (cor)responderam à altura.
CAIPIRA DO MUNDO | Chico Lobo
MUSIC CENTREMUSIC CENTRE
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JATA
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1 Quando Deus quer até o diabo ajuda 3:30 Edvaldo Santana (BRSBR1100002)
2 Nada no mundo é igual 3:27 Edvaldo Santana (BRSBR1100003)
3 Amor é de graça 4:28 Edvaldo Santana (BRSBR1100004)
4 A poda da rosa 3:08 Edvaldo Santana (BRSBR1100005)
5 Jataí 3:58 Edvaldo Santana (BRSBR1100006)
6 Eva Maria dos Anjos 3:28 Edvaldo Santana (BRSBR1100007)
7 Há muitas luas 5:02 Edvaldo Santana (BRSBR1100008)
8 Sem cobiça 3:32 Edvaldo Santana (BRSBR1100009)
9 Sampaio Melodia 3:06 Edvaldo Santana (BRSBR1100010)
10 Você pode fazer 3:53 Edvaldo Santana (BRSBR1100011)
11 Piá 3:34 Edvaldo Santana (BRSBR1100012)
12 Aí Joe 4:45 Edvaldo Santana (BRSBR1100013)
13 Seu Ico 3:56 Edvaldo Santana (BRSBR1100014)
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POR KIKO FERREIRAPOR KIKO FERREIRA
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Em curiosa sincronia com o colega de geração, Lobão, a também carioca Marina Lima trocou a terra natal por Sampa. E, no novo disco, Clímax, ilustra a travessia quase de forma ideológica, em # SP Feelings: “Essa cidade me faz ver o mar/ nas ondas que essa gente toda traz/ Japas, carros, beijos, bienais”. Neste primeiro álbum de inéditas, em cinco anos, após problemas de saúde que afetaram sua voz, Marina abre novas parcerias, como Adriana Calcanhotto na desafiadora Não Me Venhas Mais Com o amor (“quando pintam uns medos ou uns pensamentos/ desses de esfriar o calor/ lembro das noites que tivemos de gozo e relento”), martelada por ácida batida eletrônica. O guitarrista Edgar Scandurra (ex-Ira!), a revelação Karina Buhr e o baterista Alex Fonseca contribuem em Desencantado. Vanessa da Mata canta junto em A Parte Que Me Cabe (“Me deixe quieta com a minha solidão/ a vida é minha e também meu coração”).O percurso é assimétrico, repleto de angulosidades, como a atual emissão da cantora e sua postura autoral, apartada da parceria com o irmão, o filósofo e poeta Antonio Cícero. A temática farpada, na primeira pessoa, atravessa as letras como a íntima De Todas Que Vivi (“e como nós erramos/ com tudo que houve/ não sei quem é você”), que traz Marina ao violão, acompanhada apenas pelo piano e sampler de trompas de Edu Martins. De melodia intensa e climática, a agalopada Lex (My Weird Fish), cerzida por cello e violino, é invadida por um trecho do afro samba de Baden Powell e Vinicius de Moraes, Canto de Ossanha. Pincelam estas duas canções trechos em inglês, idioma de outra composição de Marina, Keep Walkin’. Ela ainda repesca o “standard” Call Me, “hit” de Petula Clark e Chris Montez nos anos 60, e fecha o disco tenso, repleto de timbres enevoados, num claro aceno ao pop, Pra Sempre, parceria com Samuel Rosa, do Skank. A letra sumariza o
árduo “happy end”: “tive histórias tristes/ que só eu bem sei/ mas que o tempo fez transformar/ em vitórias, brilhos”.
Em pleno covil da bossa nova, na boate do Hotel Plaza em Copacabana, em meados dos nos 50, o cearense Eduardo Lincoln era o baixista de um trio sem bateria, com Luis Eça (futuro Tamba) ao piano. Mas ao invés de embarcar nas síncopas da bossa intelectualizada, o renomeado Ed Lincoln, à bordo de um pesado órgão Hammond, que fazia levitar, tripulou um conjunto dançante que rachou assoalhos nos anos 60. Fora de catálogo desde então, confinados ao vinil, seis títulos desta trajetória ressurgem em CDs na caixa O Rei dos Bailes (Discobertas). Nos mais incandescentes – os dois com o nome do solista, de 1961 e 1963 e mais “A volta”, de 1964 – desfilam petardos sambalançantes, de Miss Balanço, Nunca Mais, Vou Rir de Você, Paladium e a Na Onda do Berimbau. Cochise, do disco de 66, estourou até nas pistas londrinas.
CLÍMAX / Marina Lima (Libertá Records)CLÍMAX / Marina Lima (Libertá Records)
Aproximados pela música, Francis e Olívia Hime formaram um casal e uma parceria de mais de 30 composições. Mas só agora unem vozes no disco Almamúsica (Biscoito Fino). O inesperado é que eles não priorizam as músicas que compuseram, à exceção da faixa título. E também não escalam um repertório de “standards” ou realçam raridades. Almamúsica mais parece um roteiro de cinema, na linha do felliniano “Amarcord”. Faz deslizar mansamente canções resultantes de escolhas afetivas, interligadas, às vezes com longas digressões de Francis ao piano. Há parcerias do pianista com Vinicius de Moraes Saudade de Amar e Chico Buarque (a obscura Canção de Pedroca), mas também Caetano Desde Que o Samba é Samba, Lenine (Paciência, com Dudu Falcão), Ary Barroso Canta Maria e até Charles Chaplin Smile.
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POR TÁRIK DE SOUZAPOR TÁRIK DE SOUZA
O Rei dos Bailes / Ed Lincoln (Caixa com 6 cds) (Discobertas)
Almamúsica / Olívia & Francis Hime (Biscoito Fino)
MUSIC CENTREMUSIC CENTRE
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O campista (RJ) Wilson Baptista (de Oliveira) (1913-1968) merece um lugar mais destacado entre os maiores compositores brasileiros. Esta é a nobre tarefa a que se propôs o músico, ator e pesquisador Rodrigo Alzuguir, que prepara uma alentada biografia para editar no centenário do homenageado. Além disso, ele montou um ótimo “cabaré-documentário”, “O samba carioca de Wilson Baptista”, onde contracena com a cantora Claudia Ventura, registrado neste CD duplo, da Biscoito Fino. O segundo disco traz uma seleção de músicas (boa parte, raras, não incluídas no show) com interpretações de Elza Soares Artigo Nacional, Cristina Buarque Vinte e Cinco Anos, Céu Nega Luzia, Zélia Duncan Que Malandro é Esse?, Roberto Silva Vedete, Vagabundo, Teresa Cristina Nelson Cavaquinho, Mart’nália Não Me Pise o Calo, Wilson das Neves Louca Alegria, Marcos Sacramento O princípio do Fim e Rosa Passos Oh, Dona Ignez!. Após ouvir estes CDs, só um surdo não perceberá a genialidade do compositor que travou a célebre polêmica com Noel Rosa (“Lenço no pescoço”, “Conversa fiada”, “Frankenstein da Vila”, versus “Rapaz folgado”, “Feitiço da Vila” e “Palpite infeliz”), encerrada por uma parceria da dupla Deixa de ser convencida. Semi analfabeto, e músico confinado à caixa de fósforos, com parceiros diversos, ele debateu racismo Preconceito, drogas Chico Brito, (“dizem que fuma uma erva do norte”), prostituição Dolores Sierra, malandragem Inimigo do Batente, O bonde São Januário, marxismo Pedreiro Waldemar, (“mestre no ofício/ que constrói um edifício/ e depois não pode entrar”) Mãe Solteira e até psicanálise, em Louco (Ela é seu mundo). Como Adoniran Barbosa Já Fui Uma Brasa, Wilson, em Sou Fã da Jovem Guarda, flertou com o movimento que subtraiu popularidade ao samba, assim como antecipou dissonâncias da bossa nova em Cadê a Jane?, gravada em 1949 pelos Cariocas. Hedonista assumido, no fabuloso Meu Mundo é Hoje (não existe amanhã pra mim”) deixou o recado direto: “Não levarei arrependimento/ nem o peso da hipocrisia”.
Assim como alguns músicos foram entronizados por terem introduzido os respectivos instrumentos no jazz, como Charlie Christian fez com a guitarra elétrica, foi o sergipano Luiz Americano Rego (1900-1960) quem assegurou à clarineta um lugar ao som nos regionais de choro. Seu percurso é recapitulado na esplêndida edição de três CDs, Luiz Americano – 50 Anos de Saudade, do selo curitibano Revivendo. Extraídas de antigos e quebradiços discos 78 rotações, 60 gravações raras do músico realizadas entre 1925 (quando atuava no Grupo do Donga, do co-autor do primeiro samba) e 1940. Entre valsas, choros, maxixes, fox e polca, composições alheias e as saborosas autorais Os Reis da Bossa, O Pandeiro de João da Bahiana, Luiz Americano no Lido, Luiz Americano em Cabo Frio e Luiz Americano de Passagem Pela Arábia.
A carreira meteórica da cantora/autora paulista radicada no Rio, Maria Gadú chega ao ápice apenas dois anos após a estréia oficial: no CD e DVD MULTISHOW AO VIVO (SLAP/Universal) ela divide o palco com ninguém menos que Caetano Veloso. Um de seus avalizadores desde o início, CV corrigiu apressados que a situavam como nova Cássia Eller (pela aparência andrógina?), preferindo aproximá-la do timbre de Marisa Monte. Mas embora ainda incipiente como compositora, num repertório de cobertor curto (quem ainda aguenta ouvir “Shimbalaiê”, mesmo recantada por Caetano?), Gadú, dotada de um leve vibrato, pontua como intérprete, além de bater um bom violão. A despeito do repertório surrado de parte a parte Leãozinho e Menino do Rio o encontro traz bons momentos em Trem das Onze, O Quereres, Odeio e Vaca Profana.
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DIVERSOS / O samba carioca de Wilson Baptista (CD duplo) (Biscoito Fino)
50 Anos de Saudade / Luiz Americano (3 Vols.) (Revivendo)
Multishow ao Vivo / Caetano e Maria Gadú (Slap/Universal)
POR TÁRIK DE SOUZAPOR TÁRIK DE SOUZAMUSIC CENTREMUSIC CENTRE
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Vou montar o repertório. Tenho que
ensaiar com a banda! O músico da semana
passada me deixou na mão, tenho que
ensaiar novamente com a banda! Qual será
o cachê?! Xiiii! Tenho que levar as caixas,
senão fi caremos sem retorno. Será que
consigo fechar show semana que vem?”
Os primeiros shows são regados de muitas
preocupações.
O que não falta é o que fazer e, na lista
das prioridades, cuidar da voz passa a ser
o último item. Não se fala em aquecimento,
in ear ou saúde vocal e as primeiras fadigas
vocais são curadas com noites de sono mais
reforçadas. Noites estas, que vão se tornando
insufi cientes quando o número de shows
aumenta e a logística de viagem, que mais
parece sem lógica, não tem espaço para o
sono, muito menos noites de sono. Fique
feliz com algumas horas de sono em plena
luz do dia, muitas vezes na própria Van. E,
logo logo, você fará parte de um cenário
comum em aeroportos: músicos de óculos
escuros estilosos dormindo pelos cantos.
É assim, quando não se consegue recuperar
do cansaço naquela esperada segunda
e terça-feira ou quando o inverno e as
variações de temperaturas trazem as crises
alérgicas e resfriados, que a rouquidão
se instala de vez, ou vai se instalando
homeopaticamente, até que o cantor entre
em pânico. Nesta hora, o que não faltam
são as inúmeras indicações milagrosas que
vão de chás, gargarejos, gengibre, entre
outras coisas, até chegar ao conhaque para
aquecer a voz, o que só faz piorar a situação
do cantor retardando a sua melhora. Isto
pode se estender por muito tempo e fazer
com que problemas vocais sérios perdurarem
encerrando a carreira de muitos cantores, o
que infelizmente não é raro. A procura por
profi ssionais especializados (fonoaudiólogos e
otorrinolaringologistas) só acontece quando o
problema já se instalou. Poucos são os cantores
bem informados quanto aos cuidados vocais
e aos hábitos preventivos. O que você diria
de um instrumentista que nunca cuida ou dá
manutenção em seu instrumento? No mínimo,
que logo não terá mais o seu instrumento, ou
o terá em péssimas condições, ou ainda que
poderá tocar muito mal. Não é possível dizer o
mesmo de um cantor? Afi nal, ele também é um
instrumentista, cujo instrumento é a voz.
E é por este motivo que o cantor precisa, tão
logo comece a cantar, aprender a: aquecer
sua voz, dominar técnicas vocais a fi m de lhe
proteger sem ferir a expressão, ter um bom
retorno de voz e possuir bons hábitos de vida
que benefi ciem diretamente sua saúde vocal.
Por exemplo, ter uma alimentação saudável e
equilibrada. Deve-se evitar alimentos e hábitos
que possam gerar o refl uxo gastroesofágico,
algo que acomete a maioria dos cantores
disparando os problemas vocais. Em minha
experiência, procuro relembrar atitudes que
justifi cariam tal fato e não sai da minha cabeça
o sanduiche engordurado com fritas do bar após
o show ou a batata Rufl es e o velho Diamante
Negro, os únicos alimentos disponíveis no
frigobar do pequeno hotel sem room service 24
horas, com os quais os cantores se “enfartam”
logo antes de dormir, afi nal estão exaustos.
Atenção deve ser dada ao corpo. Praticar
atividades aeróbicas aumenta a resistência
cardiorrespiratória, o que auxilia o canto.
Deve-se tomar cuidado com os medicamentos
para emagrecer (inibidores de apetite) e outros
indicados para alcançar um belo corpo mais
rapidamente (anabolizantes, termogênicos,
GH), pois eles geram alterações diretas na
voz como fadiga, edema de pregas vocais,
refl uxo gastroesofágico, perda de notas
agudas e agravamento da voz, danos muitas
vezes irreversíveis. Alguns recursos têm sido
muito utilizados entre os artistas dentro da
perspectiva de que, atualmente, a música deve
ser vista e não apenas ouvida e ser um bom
cantor com possibilidades de sucesso signifi ca
muito mais que ter uma boa voz. Signifi ca ter
presença de palco, ter carisma e ter resistência
física e vocal para estar lá e cá com a cara boa,
pois a concorrência não é fraca. A saúde vocal
deve ser o primeiro degrau a ser alcançado
embasando esta estrada longa e cheia de
manhas que ainda está por vir.
SAÚDE VOCALSAÚDE VOCAL
A primeira nota do acorde: Saúde Vocal
Janaína PimentaCrfa 6181
Fonoaudióloga e Vocal Coach Diretora do Espaço da Voz.
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EVITE POR QUÊ?
Alimentos condimentados e friturasBebidas alcoólicas
CaféFicar longos períodos sem se alimentar
Comer e ir se deitar logo apósComer muito ou comer alimentos que provocam
sensação de plenitude gástrica logo antes do show
Provocam o refluxo gastroesofágico que podem irritar as pregas vocais
Leite e derivados do leiteChocolate (principalmente antes do show)
Mel logo antes do show
Aumentam o muco e a viscosidade do mesmo gerando pigarro, além de deixar a voz mais pesada
Gengibre, spray de própolis e pastilhas Possuem um efeito anestésico diminuindo a sensibilidade e auto-percepção do seu estado vocal
Pigarrear ou gritar
Cantar sem retorno de vozFumar
Irrita e machuca as pregas vocais
Medicamentos (Anabolizantes, hormônios, termogênicos, anti-
alérgicos, relaxantes muscular, remédios para dormir, entre outros).
Muitos medicamentos podem provocar efeitos diretos na voz como ressecamento, fadiga, mudança de tom, entre outros. Deve-se ter consciência das vantagens e
desvantagens da terapia medicamentosa para se tomar uma decisão acertada junto ao médico especialista.
Enfatize para o seu medico, seja ele de que especialidade for, sua condição de demanda vocal.
PROCURE POR QUE?
Comer carboidratos simples em pequenas quantidades antes do show como: passas, banana passa
Proporcionam aos músculos energia rápida, para cumprir atividades com maior eficiência
Maçã Funciona como um adstringente para o aparelho fonador
Beber:Água, água de coco, Gatorade (em quantidades moderadas)
Estas bebidas são para o dia e durante o show
Hidrata o corpo e aparelho fonador mantendo equilíbrio iônico evitando fadiga
Alimentação saudável e equilibradaTer boas horas de sono
Fazer atividade física aeróbica.
Aumenta resistência do corpo e da voz.
• Tabela elaborada pela Fga Janaína Pimenta
SAÚDE VOCALSAÚDE VOCAL
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O cenário independente em BHArtistas e músicos não faltam na capital mineira, no estado e no país. Diversificada e pulsante, a cena independente está aí para todo mundo ver e comporta um grande número de bandas de rock e seus mais diversos gêneros, Pop, MPB, Samba, Black music e até bandas teatrais. De acordo com Eduardo Garcia, diretor da ABMI e da Sociedade Independente da Música (SIM), apenas nela existem mais de 100 membros mineiros cadastrados, porém, ele não arriscaria dizer quantos músicos, de fato, existem no estado, uma vez que nem todos pertencem a associações. “São muitos artistas e a lista só aumenta”, afirma.
Hoje, em Belo Horizonte, um dos festivais que une boa parte dessa galera e torna seus trabalhos visíveis é o BH Indie Music, um evento anual que realizará a sua 5ª edição neste ano de 2011. Diogo Pertence, integrante da banda Simples, conta que fazer parte desse projeto já abriu para a banda – que entrou no festival em 2009 - um grande número de portas e possibilidades de crescimento, uma vez que o festival é um grande formador de opinião. Ele lembra que, no início, sua banda não conseguia tocar em muitas casas de shows, devido ao fato de seu repertório ser composto de músicas autorais, um estilo que, supostamente, não dá lucro ao estabelecimento. Segundo Diogo, além da visibilidade que as bandas conquistam, o festival oferece ao músico em começo de carreira a oportunidade de aprender a lidar com o palco, com a produção do show e cria uma rede de relacionamentos dentro desse circuito – através da qual, por exemplo, sua banda conseguiu fazer parceria com o Centro Cultural Nem Secos. “Não existe o cada um por si nesse cenário. Existe uma amizade entre várias bandas que está fazendo com que o negócio cresça”. Outro ponto que a organizadora do festival BH Indie Music, intérprete e compositora Malu Aires destaca é que o festival incentiva as bandas a se profissionalizarem. “Isso porque o tempo inteiro você tem que se apresentar e vender, seja no independente ou no mainstream“. Esse festival, que já movimentou 350 bandas em cerca de 700 shows, começou a tomar forma após a publicação de um tópico na internet. Várias bandas se interessaram em participar do evento e foram reunidas, na primeira edição, em dois dias de shows.
“A partir daí, o negócio via internet pipocou para o Brasil inteiro e um monte de banda queria vir tocar. Daí, no mesmo ano, tivemos que organizar um festival nacional com 52 bandas. O primeiro foi em junho e o segundo em setembro. Durou 42 dias pela quantidade de bandas que estavam vindo e daí o formatamos assim: O festival tem 42 dias, começa no dia 7 de setembro – dia da Independência do Brasil – e vai até 12 de outubro”, explica Malu Aires. A produtora Ana Salminen destaca que a qualidade dos músicos que passam pelo BH Indie é muito boa. “Como as bandas são sempre observadas por outros músicos e por quem conhece do assunto, você não pode chegar lá com qualquer coisa”. Alerta.
maldição de não ter nada em alguns finais de semana e em outros, ter vários rolando eventos na cidade. Não era o caso, dessa vez. Isso me chamou atenção”, destaca. O jornalista conta que seus amigos vieram de Goiânia apenas para ver os Los Porongas, já que a banda não tocava há muito tempo na cidade deles. “Ou seja, alguém de Goiânia vem ver, e o mineiro, que tem a banda aqui na mão, não prestigia. Diz. Toda essa falta de curiosidade coexiste com a preferência do público, e de casas de shows, por bandas covers, afirma Terence. Ele explica que não é contra a existência de covers na cidade e que eles têm de existir. Porém, para ele, assim como para Malu Aires, os músicos devem produzir material autoral e não reproduzir, músicas dos outros. Diogo Pertence afirma que seus shows são 100% autorais, já que a banda acredita que música é arte e que cada um tem que fazer a sua. “Você não vai pintar a Monalisa de novo. E a música, é um quadro. Cada um que faça e mostre seu trabalho”, enfatiza o vocalista.
Já para a organizadora do BH Indie Music, quando uma banda autoral tem 90% do seu repertório de 10 músicas autorais e canta uma do Led Zeppelin, todas aquelas outras músicas são esquecidas pelo público. “Isso é psicologia. A pessoa vai se lembrar daquela última que ficou na cabeça. Então, temos que ser inteligentes”, observa Malu. Por outro lado, o problema que as bandas independentes enfrentam ao apresentar seu trabalho aos donos das casas de shows é o de que eles já cristalizaram a idéia de que o público responde apenas ao cover e nada mais. Por isso, querem covers,sempre. “Acho que isso, terá mudar aos poucos. Às vezes, os donos podem abrir uma data na semana para o artista autoral. Se os melhores dias de faturamento deles são sexta e sábado, eles podem abrir a quinta. É um jeito de o cara colaborar”, conclui.
Segundo Terence Machado, outro festival em BH que reuniu músicos de qualidade foi o Outro Rock. Criado, em 2007, pelas bandas Mono, Carolina Diz e Transmissor. Era um evento gratuito para movimentar a música na cidade, mas durou apenas três anos. Nesses 14 anos de Alto Falante, ele afirma não ter visto em Belo Horizonte um conjunto de bandas tão fértil, em termos de composição e de diferencial, como esses três nomes. Porém, ele diz Minas, tem um grande problema: As pessoas têm iniciativa de produzir eventos, mas não têm um bom retorno do público. E, para ele, foi por esse motivo que os próprios fundadores do Outro Rock desistiram do projeto. Para o jornalista, Malu Aires, é uma guerreira por organizar e fazer o festival BH Indie crescer. Ele diz ainda não entender muito bem o público de Belo Horizonte e seu desinteresse em conhecer novas bandas. Acho que existe algum tipo de ranço. O mineiro não troca o boteco para ir ao show, por falta de curiosidade ou comodismo. Depois que acontecem, é que prestam atenção”. Desabafa. Terence lembra intrigado de como foi o show dos Los Porongas – uma banda do Acre, que tem um vínculo forte com o programa –, em maio, na capital mineira. A banda, bastante conhecida na cena alternativa, se apresentou para uma quantidade considerável de pessoas, mas relativamente pequena para uma cidade como BH. “Neste dia do show, não havia nada acontecendo, por que Belo Horizonte tem aquela
NA ESTRADANA ESTRADA
Mercado de Show
Cena Independente
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Malú Aires
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Michel Teló
AGENDAAGENDA
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Michel Teló
Sem dúvidas, Michel Teló ainda colhe excelentes frutos trazidos a sua carreira pelo hit “Fugidinha”. Sendo requisitado pelos principais eventos de música sertaneja do país e com apresentações bastante descontraídas que atraem um público de cerca de 25 mil pessoas, a agenda desse cantor paranaense anda agitada. Em agosto, ele já tem presença confirmada em algumas cidades de Minas Gerais:
14/08 Patrocinio – MG19/08 Alfredo Vasconcelos – MG25/08 Itajubá – MG
* As rádios de todo Brasil, já começam a tocar sua nova música: “ Ai se eu te pego”.
João Bosco & Vinícius
Considerada uma das maiores representantes do “sertanejo universitário”, a dupla João Bosco e Vinícius segue na estrada com a divulgação de seu novo álbum “João Bosco e Vinícius – 2011”, lançado recentemente pelos cantores.
A primeira música desse trabalho tem a participação de outra dupla de peso no mundo universitário, Jorge e Mateus. A faixa “Abelha” é uma das mais executadas nas rádios. Confira algumas datas já confirmadas em Minas:
28/08 Conceição do rio verde – MG29/08 Botelhos – MG
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AGENDA ROCK IN RIO
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25 de Setembro (Domingo)
Palco Principal:• 19:00/19:50 – Glória• 20:10/21:10 – Coheed and Cambria• 21:30/22:30 – Motorhead• 22:50/00:00 – Slipknot• 00:20/02:00 – Metallica Palco Sunset:• Matanza + BNegão• Korzus + The Punk Metal Allstars• Angra + Tarja Turunen• Sepultura + Tambours du Bronx
23 de Setembro (Sexta)
Palco Principal:• 19:00/19:50 – Show de Abertura com Paralamas do Sucesso, Titãs e participação especial de Milton Nascimento. Convidados Maria Gadú e Orquestra Sinfônica• 20:10/21:10 – Claudia Leite• 21:30/22:30 – Katy Perry• 22:50/00:00 – Rihanna• 00:20/02:00 – Elton John Palco Sunset:• Móveis Coloniais de Acaju + Orkestra Rumpilezz + Mariana Aydar• Ed Motta + Rui Veloso + convidado• Bebel Gilberto + Sandra de Sá• The Asteroids Galaxy Tour + convidado
24 de Setembro (Sábado)
Palco Principal:• 19:00/19:50 – NxZero• 20:10/21:10 – Stone Sour• 21:30/22:30 – Capital Inicial• 22:50/00:00 – Snow Patrol• 00:20/02:00 – Red Hot Chili Peppers Palco Sunset:• Marcelo Yuka + Cibelle + Karina Buhr + Amora Pêra• Tulipa Ruiz + Nação Zumbi• Milton Nascimento + Esperanza Spalding• Mike Patton/ Mondo Cane + Orquestra Sinfônica de Heliópolis
30 de Setembro (Sexta)
Palco Principal:• 19:00/19:50 – Marcelo D2• 20:10/21:10 – Jota Quest• 21:30/22:30 – Ivete Sangalo• 22:50/00:00 – Lenny Kravitz• 00:20/02:00 – Shakira Palco Sunset:• Buraka Som Sistema + Mix Hell• João Donato + Céu• Cidade Negra + Martinho da Vila + Emicida• Monobloco + Macaco
2 de Outubro (Domingo)
Palco Principal:• 19:00/19:50 – Detonautas• 20:10/21:10 – Pitty• 21:30/22:30 – Evanescence• 22:50/00:00 – System of a Down• 00:20/02:00 – Guns n´Roses Palco Sunset:• The Monomes + David Fonseca• Mutantes + Tom Zé• Titãs + Xutos & Pontapés• Marcelo Camelo + Convidado
1 de Outubro (Sábado)
Palco Principal:• 19:00/19:50 – Frejat• 20:10/21:10 – Skank• 21:30/22:30 – Maná• 22:50/00:00 – Jay-Z• 00:20/02:00 – Coldplay Palco Sunset:• Cidadão Instigado + Júpiter Maçã• Tiê + Jorge Drexler• Zeca Baleiro + Concha Buika• Erasmo Carlos + Arnaldo Antunes
AGENDA ROCK IN RIO
Dia 29 de setembroPalco Principal: A partir das19 hsConcerto Sinfônico Legião Urbana, Janelle Monáe, Jamiroquai, Stevie Won-der, Ke$ha
Palco Sunset: A partir das 14h40 Curumin + Marcelo Jeneci, Afrika Bambaataa + Paula Lima, Diogo Nogueira + Davi Mo-raes + Baile do Simonal, Joss StoneMary Olivetti, Mário Fischetti, DJ Zegon, Mas-ters at Work
RockstreetA partir das 14h30Mark Lambert e Scott Feiner, Stephen Harper, Arnaldo Brandão, Saxophonia
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Por Marta Rocha
Denio Costa Denio Costa iniciou suas atividades como profissional do áudio no ano de 1978, trabalhando como técnico e posteriormente como gerente técnico de várias empresas de locação de equipamentos.
Formou-se técnico em eletrônica em 1981 e desde então tem se dedicado ao estudo e à pesquisa individual sobre sua área de conhecimento. Por muitos anos foi operador de áudio de diversos grupos musicais e artistas solo como: 14 Bis, Ivans Lins, Marina Lima, Cidade Negra, Patu Fú, Biquini Cavadão, Glaucia Nahsser, Voz & CIA, Flávio Venturini e Ana Carolina.
Na DGC Áudio, Vídeo e acústica, empresa que fundou ha 17 anos, elabora projetos de áudio, vídeo, iluminação cênica e acústica, presta serviços de assessoria e consultoria para empresas privadas, governo do estado, do município e licitações. No NFP – Núcleo de Formação Profissional, o qual fundou há 12 anos – ministra cursos de áudio e oferece treinamento técnico para prefeituras, igrejas, lojas, escolas e empresas.
Eventualmente, ministra palestras em faculdades, eventos sobre áudio profissional, Workshops além de publicar artigos nas principais revistas de áudio do país.
Credenciado pelo CREA-MG, Denio Costa é membro fundador da AMAV (Associação Mineira de Audiovisual), é membro efetivo da AES (Audio Engineering Society) e membro abonador da ABPAUDIO e AES Brasil. Atualmente, além do desenvolvimento de projetos de áudio, vídeo e acústica, também presta consultoria no desenvolvimento de hardwares e softwares para a Attack do Brasil, Hot Sound e Pentacústica, indústrias de equipamentos de áudio profissional.
Foto: Divulgação
PERFIL | AUDIOPERFIL | ÁUDIO
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* Mauro Andrade Moura é cronista, produtor cultural e presidente do ICL Instituto Cultural Lusófono.
Cultura
Por Mauro Andrade Moura*
A Cultura, o seu fazer e a busca da criação, transcende em nosso modus vivendi.Vai muito além de nós mesmos. Ultrapassa o tempo e as fronteiras, preservando a vida daqueles que realmente desejam algo mais para si e para os demais. A produção cultural, nesses novos tempos, tem sempre de permear os caminhos da preservação e das novas criações que surgem a cada dia com o desejo dos atores, das pessoas, sempre na busca do novo. Nessa sua missão, a produção cultural tem proporcionado a sustentabilidade de várias artes, por meio da sua própria manutenção e também de seus agentes, a citar principalmente os artistas de um modo geral.No Brasil, ainda que tardiamente, foram criadas leis de renúncia fiscal e fundos de cultura no intuito de termos investimentos constantes, tanto públicos quanto privados, na criação, preservação e produção cultural. O mecenato iniciou-se aqui, com a vinda da Coroa Portuguesa. Mantido no Império, caiu em desuso após a crise econômica de 1929. Em países desenvolvidos esses incentivos fiscais já estão vigendo há um século.Com leis específicas, busca-se a independência dos agentes culturais do poder público, apesar de a regulação ainda ficar na mão dos governos. Porém, a decisão de investir, fica a cargo das empresas apoiadoras. Contudo, o uso pela comunidade artística destas leis tornaram possível sua realização, principalmente aos sem reconhecimento público, como a produção literária independente, que teve um aumento considerável na publicação de novos livros. Surgiram novos autores, o que provavelmente seria impensável antes das leis de incentivo.A Arte Cênica e a Dança conseguiram verbas para além das precárias manutenções de espaços que existiam. Foram criadas novas salas e reformados antigos teatros que estavam na berlinda da especulação imobiliária. A Música, tal qual a edição de livros, apresentou-nos novos músicos e compositores e suas criações conquistaram a possibilidade de registro em CD e DVD, além do registro de antigas canções que vinham sendo mantidas somente pela oralidade. Em um extrato das possibilidades da produção cultural brasileira, vários festivais receberam o incentivo e aporte financeiro das leis culturais, bem como surgiram novos projetos, os quais seriam impossíveis de serem realizados sem as benesses dessas leis e fundos culturais de incentivo à cultura. Houve uma verdadeira transformação nos meios de produção cultural, na sua forma de realização e disseminação junto ao público. O Cinema brasileiro, liquidado na década de 1990, somente reergueu-se com o total incentivo da Lei do Audiovisual e editais específicos de apoio como o da Petrobrás e, em Minas Gerais, da CEMIG. Sem eles, dificilmente voltaríamos a ter a realização de filmes e documentários de qualidade. Isso, sem contar o investimento público que tem sido feito em salas de cinemas do interior que se encontravam fechadas ou com atividades dissonantes ao projetado inicialmente, ou seja, para a exibição de filmes.Na década perdida, 1990, para vários setores da economia, nomeadamente a cultura e a sustentabilidade proporcionada por ela sofreram grandes revezes por falta de incentivo e patrocínio, o que foi superado primeiramente com a criação da Lei do Mecenato em 1989, posteriormente substituída pela Lei Rouanet, e subsequentemente com a criação de leis de incentivo estaduais e municipais. Espera-se, contudo, a permanência destes investimentos na produção cultural para a sustentabilidade de todos nós. Não podemos nos esquecer de que temos a PEC 150 e o Vale Cultura estacionados no Congresso Nacional. Todos os agentes culturais deveriam dar uma maior atenção a isso para que essas propostas sejam aprovadas mais rapidamente e sancionadas pela presidenta de todos nós.
Você pode nos enviar informações sobre
contratações de novos artistas, agendas de
shows, alguma evolu-ção significativa nas gravadoras ou selos
independentes, assim como notícias forneci-das por profissionais
que atuam na indústria musical. Dessa forma,
a PULLSAR poderá for-necer as informações
da forma mais atualiza-da possível.
Contato: [email protected]
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CULTURA
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Localizada no Alto do Jequitinhonha, Turmalina é uma cidade do interior de Minas Gerais com 18.055 habitan-tes, de acordo com o censo do IBGE de 2010, e com uma renda média familiar per capita que gira em torno de R$ 272,50 – quase quatro vezes menor que a de Belo Horizonte que é de R$ 1.055,61, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), 2008. Além da silvicultura do eucalipto para produção de carvão vegetal, as principais atividades econômi-cas do município são a produção de cerâmica, móveis de eucalip-to, cachaça e rapadura.
Entretanto, é na área cultural que a cidade encontra sua verdadei-ra vocação, com destaque para o artesanato e eventos como a Fes-ta do Divino Espírito Santo, Festa do Rosário e Festival da Canção em Turmalina (FESTUR), um dos mais importantes da cidade. Criado há 28 anos, o FESTUR é
considerado um dos eventos mais tradicionais do interior de Minas. Está arraigado no sangue, alma, corpo e mente dos cidadãos e ainda na cultura regional do Je-quitinhonha. “O festival é o orgu-lho de nosso município. Por meio dele, Turmalina alavancou seu reconhecimento a nível nacional e, hoje, somos uma referência, já que fazemos o único festival de música popular em praça públi-ca”, afirma o presidente da Casa da Cultura de Turmalina, Carlos Alberto da Silva Castro. Segun-do ele, por meio desse evento gratuito e aberto ao público, que
reúne de 5 mil a 10 mil pessoas na Praça da Matriz, a cidade teve seus méritos culturais reconhe-cidos internacionalmente. Castro ainda completa que devido a sua importância e a sua divulgação, mal se inicia o ano e as pessoas já começam a perguntar sobre a nova edição do festival.
Além de abraçar todas as cama-das da sociedade que se envol-vem nesse festival, o FESTUR preserva e resgata a memória cultural e artística do município, através de expressões artísticas da região, como a realização da feira de artesanato, contação de histórias, oficinas, shows musi-cais, mostra teatral e apresen-tações folclóricas. “As pessoas se reúnem, debatem, e a partir das ideias que surgem nessas discussões é que programamos todo o evento. A participação de artistas ligados à parte cul-tural pode acontecer por meio daqueles que entram em conta-to conosco para que possamos adequá-los à programação. Já a participação de artistas reco-nhecidos nacionalmente se dá através de valores que o festival tenha em movimentação finan-ceira, daí é que se decide quem trazer e se tal artista e seu cachê são condizentes com o que se pode pagar”, explica Castro.Durante esse evento anual, ainda acontece um concurso, entre mú-sicos desconhecidos e amadores que tenham composições inédi-tas, aberto a todos os gêneros e estilos da música popular bra-sileira. Os interessados podem concorrer nas categorias MPB (que envolve música popular bra-sileira, música regional, pop rock, forró, dentre outras, exceto músi-ca instrumental) e Sertaneja (mú-sica sertaneja e Caipira). Os ar-tistas são avaliados em quesitos como composição (letra/melodia) harmonia, arranjo, afinação, qua-lidade técnica e interpretação.
Segundo a assessoria da Casa da Cultura de Turmalina, as mú-sicas vencedoras são tocadas em todas as rádios locais e re-gionais, bem como a divulgação dos nomes dos seus autores e intérpretes. Nos palcos do FES-TUR já concorreram nomes que hoje vêm se destacando como grandes revelações da música de Minas, como Vander Lee e Pedro Morais.
Ao longo de suas 26 edições – isso porque durante três anos (1996, 1998 e 2001) o festival não aconteceu devido a problemas como a falta de água, consequ-ência de uma grande seca que assolou a região em fins da dé-cada de 1990, e um surto de me-ningite na cidade – artistas como Paulinho Pedra azul, Saulo La-ranjeira, Pedro Morais, Saldanha Rolim, Carlos Farias, Rubinho do Vale, Titane, Maurício Tizumba, 14 Bis, Biquine Cavadão, Capital Inicial, Tambolelê, Tianastácia e outros, também participaram do FESTUR.Neste ano, a realização do 26º FESTUR acontecerá de 06 a 11 de setembro de 2011.
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TurmalinaUma grande vitrine artística tanto
regional quanto nacional
Foto: Divulgação
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Mas, por enquanto, tanto as atra-ções quanto a premiação dos ar-tistas ainda não foram divulgadas pela Casa da Cultura de Turmalina e pela prefeitura do município. Premiação em 2010
CATEGORIA MPB • 1º Lugar: R$ 2.500,00• 2º Lugar: R$ 1.500,00• 3º Lugar: R$ 1.000,00
CATEGORIA SERTANEJA
• 1º Lugar: R$ 1.400,00• 2º Lugar: R$ 1.000,00
Revelação Categoria MPB
• R$ 1.000,00
Revelação Categoria Serta-neja
• R$ 1.000,00 Prêmio “Cidade
Turmalina”
• R$ 600,00
O lado econômico
Sem dúvidas, esse evento mo-vimenta a economia da cidade e significa mais circulação de capi-tal no comércio, já que nos meses que antecedem o FESTUR há um bom aquecimento no setor, como afirma o presidente da Casa da Cultura de Turmalina. “O festival gera muitos empregos temporá-rios. Ainda que seja por um curto prazo, dá para garantir o sustento de algumas famílias nessa época. As barraquinhas e o artesanato têm uma boa procura”, observa Castro. Segundo ele, os valores que o FESTUR movimenta variam de acordo com as atrações de cada ano, mas ficam em torno de R$ 200 mil a R$ 250 mil.
De acordo com a assessoria da Casa da Cultura de Turmalina, 90% dos recursos financeiros para promover o evento vêm da prefei-tura municipal da cidade. Entretan-to, empresas, como a ArcelorMit-tal, Cemig e alguns comerciantes
também investem no festival que já teve, por dois anos, o apoio do Ministério da Cultura. Como retorno aos investidores, o FESTUR oferece a divulgação de suas marcas em toda a publicida-de, como vídeos institucionais, ou-tdoors e banners do evento. O lado social
Segundo a assessoria da Casa da Cultura de Turmalina, ao longo de 26 edições, o evento também pro-moveu e ainda promove a inclusão cultural de jovens de baixa renda e o envolvimento deles em ações e projetos culturais. Até hoje, o festival já atendeu a aproximada-mente 4500 alunos em suas ofici-nas de Canto, Kung Fu, Capoeira Afro descendente, Violão, Dança e Teatro e Cerâmica. “O FESTUR surgiu da necessidade de oferecer à nossas crianças e jovens uma atividade que fosse além do currí-culo e do âmbito da Escola, pois é certo que a Música, a Dança e as demais artes fazem parte do dia a dia dos nossos jovens e crian-ças, independentemente de sua classe socioeconômica”, destaca a assessoria.
História
Hugo Jansen, médico da cidade e um dos antigos organizadores do evento, conta que em 1983, em meio à explosão cultural no Vale do Jequitinhonha, Turmalina se inseriu nesse contexto, quando Paulo Pagani criou o FESTUR. Desde o começo, Paulo – uma figura muito envolvida com os assuntos culturais da cidade na época – e um grupo de voluntá-rios, se empenharam em mostrar a força da cultura genuinamente popular da região, uma vez que acreditavam na importância do desenvolvimento dessa vocação do Vale do Jequitinhonha. A primeira edição foi realizada na Escola Estadual Lauro Ma-chado, no dia 1º de janeiro de 1983 e, como o FESTUR des-pertou muito o interesse dos cidadãos, teve de ser realizado em praça pública, de onde nun-ca mais saiu. Naquela edição do FESTUR, o cantor Arnô Ma-ciel conquistou o primeiro lugar, com a música “Pintura”, compos-ta pelo seu irmão Arlindo Maciel e, posteriormente, gravada por Paulinho Pedra Azul. Coube ao cantor e compositor Rubinho do Vale abrilhantar a festa com o show e o lançamento do seu disco “Tropeiro de Cantigas”.
A data do evento sofreu altera-ções. “Às vezes, realizado em fi-nal de janeiro e mês de abril, tendo se fixado em setembro”, lembra o médico, também co-nhecido como Dr. Huguinho. Em 1985 foi criada a Casa da Cultura de Turmalina tendo como princi-pais atividades articular grupos culturais, memórias escritas e fotográficas do município e coor-denar o FESTUR.
O baiano Laécio Almeida Lima, também conhecido como Laécio Beethoven, é poeta, músico instru-mentista, cantor e compositor, e já participou duas vezes do Festival da Canção em Turmalina (FES-TUR). Conquistou o primeiro lugar do festival, em 2009, na categoria MPB, com a música Rio de Algo-dão. E foi vice-campeão em 2010 com a canção Quem Dera.
Pullsar - Por que você ficou decidiu participar Festival da Canção de Turmalina (FESTUR)?
Laécio - Uma amiga e também concorrente em festivais de músi-ca, na cidade de Ibotirama - BA, me informou. Decidi participar, pois sou “festivaleiro” desde pequeno e mando material de inscrição para quase todos os festivais de música que acontecem no Brasil, incluindo os de cidades que não conheço, independentemente da distância e dos custos.
P - Como foi o processo de inscrição?
L - Acessei o site de Turmalina ou da Casa de Cultura, li o regulamen-to, preparei um envelope lacrado com o material solicitado (geral-mente: cópias da letra, áudio em CD e ficha de inscrição preenchida e assinada) e enviei via correios/sedex para o endereço apresenta-do no regulamento; e aguardei tria-gem e preparo da viagem.
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Foto: Divulgação
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P - Você participou por duas vezes do Festur. Quando? Como foi essa experiência?
L - Em 2009 e em 2010. Experi-mentei o mais justo e transparente modelo de julgamento e apuração, pois no FESTUR cada membro da mesa pontua isoladamente os cri-térios, baseando-se na sua espe-cialidade.
P - O que essa participação e experiência significaram para a sua carreira?
L - Sou ex-trabalhador rural, filho de pais analfabetos e morei na roça até os 23 anos. Sempre simples e pobre. Sair da Bahia para festivais em Minas, concorrer com nomes nacionais e ganhar em Turmalina - MG foi um sonho concretizado.
P - Qual é a importância des-se festival para os artistas em geral? L - Todo festival é uma oportunida-de oferecida ao anônimo, de apre-sentar seu trabalho composicional, instrumental ou vocal. É uma chan-ce de ser premiado financeiramen-te, de conhecer novas tendências, pessoas e lugares. É FESTUR!
P - Como você definiria o Festival da Canção de Tur-malina?
L - Como um festival organizado, justo, participativo, transparente, de alto nível e prestigiado pela po-pulação local, se faz presente.
P - Conte-nos um pouco so-bre você e sua música.
L - Meu repertório é vasto e base-ado na música brasileira sem dis-criminação. Sou graduado em Mú-sica pela Universidade Federal da Bahia e Especialista em História e Cultura Afro-brasileira e Indígena. Minha linha de composição vai da música acadêmica escrita em par-titura à moda de viola cifrada ou em tablatura. Da percussão tribal africana às composições clássicas para piano.
Do erudito ao popular, quebrando barreiras separatistas musicais. Apresento-me só, com voz e vio-lão, faço show com banda de forró, banda de MPB, voz e piano, faço recital de poesias autorais ou de parceiros, concorro em festivais por todo o país, e sempre me apre-sentando como Laécio Beethoven, nome registrado no INPI.
** A música “Rio de Algodão” está disponível no YouTube e a canção “Quem Dera” está no site www.pe-reirabarreto.sp.gov.br/mpb
Contatos:Facebook: Laécio Almeida LimaTwitter: @laeciobeethoven71 88449399www.palcomp3.com.br/laeciobee-thoven
Outras informações sobre o festival:
www.turmalina.mg.gov.br E-mail:[email protected]: (38) 3527-2780 e 3527-1242
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SKANK - 20 ANOS
O coquetel de abertura da exposição “Skank 20 anos”, da fotógrafa Paula Fortuna reuniu antigos amigos que não encontrava havia alguns anos. Um evento fechado, ótimo para colocar o papo em dia com os meninos da banda, os quais encontro raramente. As fotos me fazem lembrar do processo do surgimento da banda. Suas primeiras canções, as canções no rádio, os shows cada vez mais assistidos e finalmente o sonho alcançado ao assinarem contrato com a Sony Music. O resto todo mundo sabe...
IVAN CHAGAS > PRODUTOR DE EVENTOSSION PRODUÇÕES E EVENTOS
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João Carlos se considera uma pessoa abençoada por Deus. Ainda bem jovem, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, começou sua carreira no rádio, na década de 70; trabalhou nas principais emissoras da cidade, e logo se tornou promotor de marketing. Aos poucos foi con-quistando importantes cargos em grandes gravadoras, como EMI Odeon, RCA/Ariola/BMG e Universal, e, hoje, com um ex-tenso conhecimento do mercado musical e uma trajetória profis-sional invejável, ele também traz em seu currículo a realização de um sonho: A criação da Cultpar Produções, uma empresa dedi-cada a desenvolver e promover a carreira de diversos artistas. Sem dúvidas, a passagem pelo rádio foi um dos grandes alicer-ces da vida desse homem e lhe deu firmeza para avançar profis-sionalmente. Ele lembra que seu primeiro emprego foi de opera-dor de som, na rádio Cultura. Lá, ele trabalhou até 1974, quando foi convidado a integrar a equipe da gravadora Continental, onde ficou apenas por aproximada-mente seis meses, já que che-gou a ter alguns atritos com o gerente de marketing da empre-sa na época. Nesse mesmo ano, de volta às rádios, João Carlos Pereira dos Santos começou a trabalhar na rádio Itaí, princi-pal emissora da capital gaúcha, e, paralelamente, desenvolveu um trabalho de marketing para a gravadora Top Tape que, na época, distribuía o selo da Mo-town no Brasil. “Foi um período maravilhoso, pois como eu tinha um relacionamento muito gran-de com os programadores das demais rádios, consegui empla-car mais de nove sucessos nas emissoras”, destaca.No ano seguinte, em 1975, João começou a trabalhar na Emi Odeon, onde permaneceu du-
rante cinco anos. A partir daí, pas-sou pelas gravadoras CBS (1980-1985); RCA/Ariola/BMG (1985-1993); Continental/Warner (1993-1995); e Universal Music (1995/2002). Foi após a saída dessa empresa que o promotor de marketing resolveu montar seu próprio negócio. “Tive a felicidade de contar com um gran-de parceiro, e um homem de visão empresarial, Cal Adam, empresário na época do grupo É O Tchan, Ba-bado Novo e As Meninas. Os três produtos vieram para o escritório da Cultpar. Mantivemos durante alguns anos o É O Tchan e As Me-ninas fortes na mídia, e tornamos o Babado Novo um dos maiores ar-tistas do Brasil. Hoje, Claudia Leite, em carreira solo, comprova esse trabalho, já que ela é a principal ar-tista brasileira no momento”, conta. Por que você decidiu se tor-nar promotor de marketing? Quando foi isso? Você fez muitos cursos de especiali-zação?
A decisão de me tornar um promo-tor de marketing foi em função do meu irmão já ser o melhor homem de marketing promocional da épo-ca. E, como eu já o acompanhava nas rádios, fui tomando gosto até que, em 1974, fui convidado para assumir a gravadora Continental em Porto Alegre. Acabei meus es-tudos, não me formei, mas fiz curso de marketing. Não é por você sair formado de uma faculdade que você vai ter êxito nesse meio. Co-nheço diretores de marketing que vieram de grandes companhias fora do mercado fonográfico e não conseguiram se dar bem. Esse é um mercado onde se trabalha mui-to com a emoção, com o feeling, pois não estamos trabalhando um produto sem sentimento. Nosso business é diferente, tratamos com pessoas.
Quais são os desafios de ser um promotor de marketing no Brasil?
Penso que o grande desafio de um homem de marketing no Brasil ou em qualquer parte é de saber se reciclar. Não ficar parado no tem-po. O promotor de marketing tem que evoluir para não ficar de fora. E quais foram os destaques em sua carreira?Me considero, abençoado por Deus. Pois como já falei, surgi em Porto Alegre como promotor e acabei gal-gando postos maiores nas grandes companhias. Surgiram as oportu-nidades, e, eu, as soube aproveitá-las. Em 1987, então na RCA, tendo como diretor de marketing, um dos maiores homens de marketing pro-mocional do Brasil, Edson Coelho, fui convidado para gerenciar o cen-tro-sul do Brasil. Ocasião em que me mudei para Belo Horizonte por ser mais central. Depois na mes-ma companhia fui convidado para assumir a parte internacional indo para o Rio de Janeiro, onde vivo até hoje. Considero como um destaque na minha carreira meu envolvimen-to, ainda como promotor em Porto Alegre, com o projeto Rock Grande do Sul – uma coletânea de jovens bandas de rock and roll. Dali, saíram bandas como Engenheiros do Ha-waii, Defala, Garotos da Rua, TNT os Replicantes, bandas que ganha-ram as rádio pelo Brasil. Na época em que trabalhei na Top Tape, fiz uma música chamada “Belle”, com Allan Delorme, que já havia sido lançada, vender mais de cem mil cópias. Coloquei essa faixa no co-mercial de uma grande joalheria e a música estourou nas rádios. Dentre os trabalhos, existe algum que tenha sido muito marcante? Qual e por quê?
Considero os trabalhos desenvolvi-dos com os grupos de rock do Sul muito marcantes. Como no título do
primeiro LP dos Engenheiros do Hawaii “Longe demais das Capi-tais”, literalmente nós estávamos longe demais das outras capi-tais. Porto Alegre fica no extremo Sul do país. As coisas aconte-ciam mais aqui para o centro, tudo fora do eixo Rio-São Paulo é considerado interior. Fizemos uma revolução, conseguimos fazer tanto barulho lá embaixo que veio ecoar aqui no centro do país. Na ocasião, a rádio Cida-de FM, no Rio de Janeiro, era a rádio a ser copiada, e, em Porto Alegre, havia uma rádio Cidade da mesma rede. E ela foi funda-mental para alavancar os produ-tos. O diretor artístico da rede, na época, o Biasi, ouviu tanto os Engenheiros na programação da rádio que os levou para o Daí, abriram-se as portas para os Engenheiros, Garotos da Rua, Replicantes, TNT, o De Fala e também o Nenhum de Nós. Têm algum bom caso para me contar?
Tenho um caso hilário. Quando era divulgador da RCA, ainda em Porto Alegre, o Amado Batis-ta foi contratado pela companhia e tinha que ir até Porto para fazer um trabalho de rádio. Na época, eu tinha um fusca todo equipado, e que estava com um problema na bateria. Quando parávamos, a ‘malvada’ da bateria morria. Fomos à rádio Farroupilha para uma entrevista e tinha várias pessoas querendo ver o Amado. Depois da entrevista, indo para o carro, quem disse que o veí-culo dava partida. Sem hesitar, o Amado saiu do carro e começou a empurrá-lo. Felizmente, ele funcionou e partimos para ou-tra rádio. Louvável a humildade de um artista do nível do Ama-do Batista, sendo na época, um dos maiores estouros do Brasil.
PERFIL MKTPERFIL MKT
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POR DANIELA NUNESPOR DANIELA NUNES
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SHOWS
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SHOWS VIDA NOTURNAVIDA NOTURNA
se torna claro, sobretudo, durante execuções de músicas autorais, quando banda e fãs cantam juntos canções como Anyone But You e Rock n’ Roll Tonight.
Resumo: Assistir a uma apresentação da Sweet Sinners é garantia de ouvir um rock n’ roll de alta qualidade e ver músicos que tocam com prazer, entusiasmo e autenticidade.
| Por Daniela Nunes
Sweet Sinners - um verdadeiro culto a alguns dos mais interessantes prazeres da vida, que celebra a diversão, o sexo e, claro, a boa música. Através de performances inspiradas, um som de qualidade e muito carisma, a banda tem se tornado a cada dia um “prato cheio” para quem curte um bom rock n’ roll. Tanto que, cada vez mais, a SS recebe excelentes críticas da mídia e grande reconhecimento do público. E, nos shows, isso
SWEET SINNERS
E-mail: [email protected]: www.sweetsinners.wordpress.comLocalidade: Belo Horizonte, MG
Musicos: Hiran Garibaldi (vocal); Dill Soares (guitarra); Ulisses Rocha (bateria); Rikki Cats (baixo); Marcelo Mattos (guitarra)
Musicalidade: Sob as influências dos clássicos ícones do hard rock dos anos 70 e 80 e de bandas atuais de sleaze rock, a banda mineira Sweet Sinners mostra, há seis anos, um som contemporâneo, direto, com pegadas vigorosas, além de muito feeling. Suas músicas, geralmente, são marcadas por um ritmo proeminente, arranjos simples, bons riffs de guitarras, solos destorcidos e um vocal bem encaixado.
Repertório: Caracterizada por uma abordagem ousada e
bastante divertida em suas letras, a banda traz à tona temáticas picantes de um universo de festas regradas a muito rock n’ roll. Além de músicas autorais, a banda toca diversos covers em seus shows de grupos como Guns, Skid Row, Whitesnake, Rolling Stones, Aerosmith, Alice Cooper, Motley Crue e vários outros clássicos.
Performance: Cantar todas as sensações com muito hard rock nas veias. Assim são os shows da
BRUNO & BRENO
E-mail: [email protected]: www.brunoebreno.com.brLocalidade: Belo Horizonte, MG
Musicalidade: As referências musicais de Bruno e Breno são as mesmas e isto explica a afinidade que um sentiu pelo trabalho do ou-tro, quando Eduardo Costa os apre-sentou. Os dois se encontraram já com uma bagagem musical consis-tente e Bruno relembra: “Logo que começamos a cantar juntos ouvi muita gente dizer que inspirávamos um grande projeto, mas pra mim tudo que vivemos dia a dia, show a show, é muito mais do que um pro-jeto musical. É um sonho de vida!”.
Repertório: Canções do Trio Pa-rada Dura, Irmãs Freitas, Chitãozi-nho e Xororó e Gino e Geno marca-ram a vivência musical desta dupla que não se restringe ao sertanejo
de raiz, ao romântico ou mesmo ao universitário. A dupla trafega com autenticidade entre gêneros que agradam públicos diferentes e com diferentes idades.
Performance: Mais do que um repertório que se desloca do serta-nejo ao forró, também contribui para a aceitabilidade da dupla, o carisma de Bruno e Breno que faz, muitas vezes, desaparecer os limites entre palco e público. “No palco a gente se sente à vontade. A gente sabe que é um show, mas é como uma prosa musical no quintal da casa da gente”. Explica Breno. Quanto ao sucesso dos shows, reco-nhecem que, além do amor precoce a música sertaneja, estiveram sem-pre cercados por gente talentosa.
Resumo: Bruno e Breno tem se apresentado em casas de shows e eventos em Belo Horizonte e ci-
dades da região metropolitana, in-terpretando canções próprias e de outros artistas. O novo CD da du-pla é composto de dezoito canções inéditas e regravações, todas com forte apelo popular. As regrava-ções ganharam mais força com os arranjos vigorosos, entre elas: “Tá Com Medo de Amar”, “Agora Chora” e “Começar de Novo” com a par-ticipação de Eduardo Costa, que
também presenteou a dupla com seis musicas inéditas, destacan-do: “Pé na Bunda” e a faixa que dá título ao CD “È ASSIM QUE TEM QUE SER”. “É muito gratificante fazer parte da história da música sertaneja que hoje está consoli-dada como importante gênero da música brasileira”.
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação
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| Por Paulo Alves
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Matriz - 31 3212-6122
Rua Guajajaras, 1353 - Terminal JK, [email protected]
Considerada como o berço e a segunda casa de vários artistas independentes de Belo Horizonte, a Casa Cultural Matriz é um espaço dedicado a receber bandas do rock à MPB, também servindo de palco para DJs, rappers, atores, artistas plásticos, dançarinos, quadrinistas e poetas. O Matriz possui dois ambientes e conta com uma programação em quase todos os dias da semana.
Vinnil - 31 3261-7057
Rua dos Inconfidentes, 1068 – [email protected] www.vinnil.com.br
Ao longo de seus sete anos, o Vinnil Cultura Bar apresenta ao público uma programação musical variada e de qualidade. O Vinnil mantém às terças e quintas, projetos de samba com bandas locais, além de proporcionar apresen-tações, aos sábados, de artistas locais e de fora do estado. Já às quartas, apresenta a Banda Chevette Hatch com o melhor dos anos 80, e nas sextas, mantém o ecletismo com Blues, Rock Clássico, Jazz, Pop, Rock Nacional.
Stonehenge Rock Bar - 31 3271-3476
Rua Tupis, 1448 - Barro Pretocontato@stonehengerockbar.com.brwww.stonehengerockbar.com.br
No Stonehenge Rock Bar, o público con-fere semanalmente as melhores bandas de rock da cidade em uma programação que privilegia o rock nacional e interna-cional dos anos 60, 70 e 80. As bandas covers e autorais dão o tom e animam as noites belo-horizontinas a partir de sexta-feira. A casa está instalada num antigo imóvel do Barro Preto e conta com vários ambientes, onde os clientes podem jogar sinuca, assistir a shows no porão da casa conhecido como Inferninho ou, simples-mente, tomar uma cervejinha ao ar livre, próximo ao bar e à piscina da casa.
Circus Rock Bar - 31 3275-4344
Rua Gonçalves Dias, 2010 – [email protected]
O Circus Rock Bar é uma das mais recentes casas dedicada ao público rock n’ roll da cidade. Lá, as melhores bandas do cenário rock da capital fazem apresentações de quarta à domingo, sempre com dois shows na mesma noite. O Circus foi totalmente decorado remetendo a atmosfera do filme de “The Rolling Stones Rock and Roll Circus”, de 1968, onde Mick Jagger e Cia faziam uma verdadeira festa do Rock ‘n’ Roll no picadeiro de um circo e tem capacidade para receber 600 pessoas.
Utópica Marcenaria - 31 3296-2868
Av. Raja Gabáglia, 4700 - Santa Lú[email protected]
No alto da Avenida Raja Gabáglia, uma curiosa casa de vidro, de onde se tem uma privilegiada vista de Belo Horizonte, agita as noites de quinta a domingo na cidade com uma programação que envolve muito samba, MPB, forró, jazz e blues. Na Utópica Marcenaria, o samba de raiz domina as noites de quinta-feira, e o samba-rock, as de sexta-feira. Aos sábados a programação varia entre MPB, bossa nova, samba, blues e rock, acontecendo de dois em dois meses a Noite Cubana, com ritmos cubanos e caribenhos. Aos domingos casais dançam juntinho ao som do forró.
Cachaçaria Alambique - 31 3296-4569
Av. Raja Gabaglia, 3200 - Santa Lú[email protected]
O sertanejo tem seu lugar garantido na Cachaçaria Alambique, desde 1990. Com capacidade para 1500 pessoas, 5 bares e uma vista panorâmica da cidade, o Alambique é uma das poucas casas da capital mineira que realiza shows de música sertaneja de terça-feira a sábado e é responsável por revelar artistas de Minas e outros estados.
BARES VIDA NOTURNAVIDA NOTURNA BARES
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VideoMaker > Afonso Motta 31 3072.5058 | 31 8706.9404 [email protected]
gravação |edição |
autoração |videostreamingtransmissão ao vivo |
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Rádios MEC FM / AM Endereço: Praça da República 141 - A, Centro Rio de Janeiro, RJ – Cep: 20211-350 Contato: Liana Milanez E-mail: [email protected]: 21 2117-7853 Site: www.radiomec.com.br
Rádio Nacional AM Endereço: Praça Mauá, 7 - Centro Rio de Janeiro, RJ - Cep: 20081-240 Contato: Cristiano Menezes Contato: [email protected]: 21 2253-7856 Site: www.radiobras.gov.br
Rádio MEC AM Endereço: Setor Comercial SUL - SCS - Quadra 08 Bloco B-60 1º Piso Inferior - Edifício Venâncio 2000 - Asa Sul – Cep: 70323-900 Brasília, DFContato: Carlos Senna E-mail: [email protected]: 61 3799-5200 Site: www.radiomec.com.br
Rádio Nacional AM Endereço: Setor Comercial SUL - SCS - Quadra 08 Bloco B-60 1º Piso Inferior - Edifício Venâncio 2000 - Asa Sul – Cep: 70323-900 Brasília, DF Contato: Luciano Barroso de Oliveira E-mail: [email protected] Telefone: 61 3799-5200Site: www.radiobras.gov.br
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Rádio Nacional da Amazônia OC (Brasília - DF ) Endereço: Setor Comercial SUL - SCS - Quadra 08 Bloco B-60 1º Piso Inferior - Edifício Venâncio 2000 - Asa Sul – Cep: 70323-900 Brasília, DF Contato: Shirleide Leite Barbosa E-mail: [email protected] Telefone: 61 3799-5200Site: www.radiobras.gov.br
Rádio Mesorregional do Alto Solimões Endereço Avenida da Amizade, Tabatinga - AMContato: Lana Micol E-mail: [email protected]
Telefone: 61 3799-5200Site: www.radiobras.gov.br Rádio Difusora Acreana Endereço: Rua Benjamim Constant, 1232 Rio Branco, AC – Cep: 69900-160Contato: Jorge Henrique E-mail: [email protected] Telefone: 68 3223-9696Site: www.ac.gov.br
Rádio Difusora de Sena Madureira Endereço: Rua Benjamim Constant, 1232 Rio Branco, AC – Cep: 69900-160 Contato: Rivaldo severo da costa E-mail: [email protected]: 68 3223-9696Site: www.ac.gov.br
Rádio Difusora de Feijó Endereço: TV Posto, 168 – Cidade Nova Feijó, AC – Cep: 69900-000 Contato: José Jocivaldo E-mail: [email protected]: 68 3463-2635
Rádio Difusora Acreana End: Rua Nilo Freire Albuquerque S/N – NovoTarauacá, AC – Cep: 69970-000 Contato: Railton Rodrigues E-mail: [email protected]: 68 3462-2028
Rádio 6 de Agosto de Xapurí - AC Contato: Raimari Cardoso E-mail: [email protected]
Rádio Aldeia FM de Brasiléia - AC Contato: Naiuce Nogueira E-mail: [email protected]
Rádio Aldeia FM de Cruzeiro do Sul - AC Contato: Nonato Costa E-mail: [email protected]
Rádio Educadora Endereço: Rua Pedro Gama, 413/E – Alto do Sobradinho Fed. Salvador, BA-Cep: 40231-000Contato: Mario Sartorello E-mail: [email protected] Telefone: 71 3116-7300Site: www.irdeb.ba.gov.br
Rádio Inconfidência AMEndereço: Av. Raja Gabaglia 1666, Sta Lúcia
Belo Horizonte, MG – Cep: 30350-540
Contato: Miguel Resende
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Rádio Inconfidência FM Endereço: Avenida Raja Gabaglia 1666, Santa Lúcia
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Rádio Educativa Endereço: Parque dos Poderes, S/NCampo Grande, MS – Cep: 79031-902 Contato: Celito Espíndola E-mail: [email protected]: 67 3318-3800
Fundação Padre Anchieta Endereço: Cenno Sbrighi, 378 São Paulo, SP – Cep: 05036-900 Núcleo de Rádio AM e FM Contato: Gioconda Bordon E-mail: [email protected] Produção da Rádio AM e FM: Contato: Eduardo Weber E-mail: [email protected]: 11 2182-3000 Site: www.tvcultura.com.br/radioam
Rádio Cultura AV: ALMIRANTE BARROSO, 735 BELÉM - PA – MARCO - Cep: 66093-020 Contato: Antonio Carlos de Jesus E-mail: [email protected] FONE: (091)4005-7700Site: www.portalcultura.com.br
Rádio Antares End: Avenida Walter Alencar, 2021 – Monte Castelo - Teresina, PI - Cep: 64017-500 Contato: Cláudia Marques
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Rádio Federal FM Campus Capão do Leão - Prédio 39 Pelotas, RS - Cep: 96160-000 Contato: Roberto Gustavo Engelbrecht E-mail: [email protected] Fones:(53) 3275-7224 e 3275-9000 Site: www.ufpel.edu.br Paraná Educativa AM / FMEndereço:Rua Julio Perneta, 695 - Mercês Curitiba - PR – Cep: 80810-110 Contato: Paulo Chaves E-mail: [email protected]: 41 3331-7400www.rtve.pr.gov.br
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Rádio FM Universitária Endereço: Av. Senador Salgado Filho, S/NCampus Universitário Lagoa NovaNatal, RN – Cep: 59078-970Contato: Professora Josimey Costa E-mail: [email protected] Telefone: 84 3620 8890 Site: www.fmu.ufrn.br
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Fortaleza, Ceará - Cep: 60.020-181
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Telefone: 85-3366-7470
www.radiouniversitariafm.com.br
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Rádio Espírito Santo AM Endereço: Avenida Nossa Senhora da Penha,2141, Santa Luzia Vitória, ES - Cep: 29045-403 E-mail: [email protected]: 27 3137-2918 Site: www.es.gov.br
Rádio Educativa FM Endereço: Praça Jornalista Leonardo Gomes, 01, 3º andar, Centro São José do Rio Preto, SP – Cep: 15061-010 E-mail: [email protected]: 17 3223-7556 Site: www.riopreto.sp.gov.br
Rádio UFMG Educativa FM Endereço: Avenida Antônio Carlos, 6627 - Pampulha Belo Horizonte, MG - Cep: 31270-901 Contato: Paulo César Ribas E-mail: [email protected]: 31 3409-5531 Site: www.ufmg.br/online/radio
Rádio Universitária FM Endereço: Avenida João Naves de Ávila. 2121, Bloco 1 SCampus Santa Mônica - Uberlândia, MG – Cep: 38.400-902 E-mail: [email protected]: 34 3239-4349 Site: www.universitariafm.ufu.br
Rádio UFOP EducativaEndereço: Campus Universitário Morro do Cruzeiro Centro de Convergência S/N Ouro Preto-MG, Cep: 35.400-000 E-mail: [email protected]: 31 3559-1559 Site: www.ufop.br
Rádio Educativa FM Endereço: Rua Marechal Deodoro da Fonseca 1933. Bairro AltoPiracicaba, SP E-mail: [email protected]: 19 3433-4430 Site: www. educativafm.com.br
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Rádio Universitária da UFJFEndereço: Rua Mário Cruz Meyer, 290. Aeroporto Juiz de Fora, MG - Cep: 36038320 E-mail: [email protected]: 32 2102-3679 Site: www.ufjf.br/radio
Rádio Educativa de Campinas Endereço: Avenida Francisco José de Camargo Andrade, 18 Sala 22. Jd. ChapadãoCampinas, SP – Cep: 13070-055 E-mail: [email protected]: 19 3241-9495 Site: www.campinas.sp.gov.br/extras
Rádio Estrela FM Endereço: Avenida Marginal 600, Jaguariúna, Centro Cultural Jaguariúna, MG - Cep: 13820-000 E-mail: [email protected]: 19 3867-2849Site: www.estrelafm.com.br
Rádio Paranaíba AM Endereço: Rua Atanásio José Gonçalves 139 - CentroRio Parnaíba, MG Cep: 38810-000 E-mail: [email protected]: 34 3855-1240 Site: www.paranaibamaximus.com.br
Rádio Maximus FMEndereço: Rua Atanásio Jose Gonçalves 139 - CentroRio Parnaíba, MG – Cep: 38810-000 E-mail: [email protected]: 34 3855-1240 Site: www.paranaibamaximus.com.br
FM Novo Tempo Endereço: Avenida Cento e Cinco, 483Capinópolis, MG – Cep: 38360-000 E-mail: [email protected]: 34) 3263-0300 Site: Rádio Universitária de ItajubáEndereço: Avenida Benedito Pereira dos Santos,1303 - Pinheirinho Itajubá, MG – Cep: 37500-000 E-mail: [email protected]: 35 3622-1008 Site: www.radiouniversitaria.unifei.edu.br
Rádio Universitária de Lavras Endereço: Campus Histórico da UflaLavras, MG – Cep: 37200-000 E-mail: [email protected]: 35 3829-1155 Site: www.universitariafm.ufla.br
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Este guia de Rádios Públicas, foi compilado por Pedro Lopes e João Constantino
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SÁLOA FARAHO poderoso timbre e gingado da mais nova promessa da MPB
Ecad Prêmio MusiqueUma letra inédita, uma parceria entre artistas famosos e novos talentos da música brasileira e muita criatividade.
Dúvidas e esclarecimentos sobre a arrecadação e distribuição de direitos autorais.
As estratégias adotadas para driblar a queda nas vendas das mídias físicas, a pirataria e a aposta na comercialização da música digital.
Mercado Fonográfi co
Ano 1 - Nº 01 - Agosto / Setembro 2011
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