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MÍDIAS SOCIAIS 78 REVISTA RI 78 REVISTA RI Junho|Julho 2012

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Ricca na Revista RI: “RI & Mídias On-line: é hora de encarar as Redes Sociais” é a matéria assinada pela sócio diretora da Ricca, Fabiane Goldstein. Publicitária formada pela ECA-USP, Fabi atua há cerca de 18 anos no mercado financeiro. Agora ela compartilha um pouco de sua experiência defendendo as Redes Sociais em Relações com Investidores. Leia! Comente!

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MÍDIAS SOCIAIS

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por FABIANE GOLDSTEIN

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É HORA DE ENCARARAS REDES SOCIAISA nova fronteira das relações com investidores chama-se mobile. De acordo com pesquisa divulgada pela Forrester Research em 2011, “The State of Mobile Investing”, 11% dos adultos on-line com contas de investimento nos Estados Unidos eram investidores móveis ao fi nal de 2010. Dois terços desses investidores usam seus aparelhos móveis para checar saldos de seus investimentos. Metade deles acessa cotação de ações ou outra informação de mercado por via móvel. Um quarto são traders móveis. Esses números com certeza são bem maiores em 2012.

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Atentos a essa tendência, os profissionais de Relações com Investidores têm buscado mais informações sobre essas fer-ramentas, mas ainda estão reticentes. Segundo a matéria da edição de abril da Revista RI, de 450 empresas listadas na BM&FBovespa, apesar de 65% estarem utilizando as redes como forma de se relacionarem com seus públicos, apenas 3% estão, de fato, aproveitando todo o potencial que esses meios de co-municação podem oferecer.

O uso das mídias sociais ainda é polêmico, pois existe um gran-de receio de exposição e de descumprimento da regulação da CVM - Comissão de Valores Mobiliários. No entanto, especia-listas entrevistados pela reportagem questionam: “O risco de estar fora das redes sociais não é muito maior?”.

Mídias sociais auxiliam o desenvolvimento de relações - pesso-as ligadas por interesses em comum comunicam-se em tempo real e tornam-se mais facilmente acessíveis, qualidade prati-camente imprescindível para se acompanhar a velocidade do século XXI. Na americana Stocktwits, plataforma baseada no twitter, são mais de 500 mil traders e investidores de varejo se comunicando diariamente na linguagem dos tickers: todos os tweets trazem os tickers das empresas negociadas na NYSE ou na NASDAQ, precedidos pelo sinal $.

Conectado a essa tendência, o NIRI (sigla em inglês para Insti-tuto Nacional de Relações com Investidores dos EUA) acaba de lançar no último mês de maio o terceiro volume da publicação “Normas e Práticas para Relações com Investidores”. Atualiza-ção de uma versão de 2004, esta edição busca apresentar as me-lhores práticas atuais em divulgação corporativa. As diretrizes atualizadas consideram as inovações nessa área, de acordo com as orientações da SEC – Comissão de Valores Mobiliários dos EUA sobre divulgação on-line, conceitos de conformidade em mídias sociais e jurisprudência recente.

Embora muitas empresas já tenham se adaptado rapidamente aos mais recentes canais digitais e sociais, muitas outras tive-ram problemas com suas publicações, pois estavam inseguras quanto a como controlar e filtrar corretamente as informações que compartilham com os investidores. O NIRI vem lançando periodicamente artigos esclarecedores e orientadores como este último, os quais têm se tornado, para várias empresas, uma referência em melhores práticas nas relações com inves-tidores. Acesse o blog da Ricca RI (www.riccari.com.br/blog) e conheça mais detalhes sobre essa publicação.

COMO COMEÇAR?O primeiro passo que uma empresa precisa ter em mente ao decidir participar das redes é definir sua Política de Participa-ção/Uso de Mídias Sociais, não só para aqueles que vão ser re-presentantes oficiais da marca, mas para todos os funcionários. Empresas americanas como Best Buy, Coca-Cola e Pfizer, além das gigantes de tecnologia como Apple, Microsoft, Dell, Cisco e Intel e veículos como Washington Post têm divulgado ampla-mente suas políticas.

A SAP, empresa altamente engajada nas redes, definiu sua Polí-tica de Participação em Mídias Sociais em 2009. A companhia, bem no espírito da web 2.0, usa as redes para a plena divulga-ção de seus materiais. A política foi publicada no site Scribd, a maior rede global de compartilhamento e leitura de textos escritos. Caso o funcionário ainda tenha dúvidas, pode entrar em contato com o Grupo de Mídias Sociais da SAP.

Friederike Edelmann, responsável pela área de Investidores Socialmente Responsáveis (SRI) e de Varejo para a América do Norte da SAP, afirmou, durante o painel sobre Mídias Sociais na Conferência Anual do NIRI ocorrida na primeira quinzena de junho, em Seattle, que a companhia incentiva fortemente a participação de todos funcionários nas redes, e está presente em todos os principais canais: YouTube, Facebook, Slideshare (250 downloads de apresentações a cada divulgação de resultados), Twitter para investidores (@sapinvestor, com mais de 1.800 se-guidores) e LinkedIn (no qual mantém a página da companhia

E já se fala que vai ser possível, em breve, comprar ações pelo Facebook em três clicks. O número de brasileiros conectados no Facebook e no Twitter cresce a cada dia de forma acelerada e sem sinais concretos de arrefecimento. Eles se reúnem por interesses, sendo que existem diversos grupos de discussão sobre ações, seja de análise técnica ou fundamentalista, em ambos os canais. Alem de comunidades como GuiaInvest e Investmania, e plataformas de crowdtrading, como o Meivox, que conta atualmente com 6 mil usuários cadastrados.

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na cultura brasileira,o que não faltaé talento.nem o apoio da oi.

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e a SAP Store). Alem disso, o VP de Comunicação Estratégica, Bob Evans, mantém um blog com a marca da Companhia e já foi desenvolvido aplicativo de RI para iPad. A equipe de RI, com ajuda da área de marketing, publica ainda uma revista para investidores, com tiragem de 30 mil exemplares, e envia SMS para 1.000 acionistas cadastrados (veículo ainda muito comum na Alemanha).

Aos poucos, as redes sociais se transformam em ferramentas valiosas para exercer as tarefas típicas de um profissional de Relações com Investidores: transmitir as mensagens aos inves-tidores e monitorar o que é comentado sobre a empresa. É fun-ção do RI comunicar com qualidade, transparência e amplitu-de. Utilizar as redes sociais como um dos canais de divulgação dessa mensagem possibilita ainda uma interação mais rápida e pessoal com os públicos da Companhia. O ambiente virtu-al também proporciona facilidade de monitoramento, sendo possível saber o que os acionistas, analistas e demais agentes de mercado estão falando sobre a companhia e sobre o setor em que ela atua. Essa é uma tarefa básica e obrigatória, além de ser uma boa forma de a administração ter conhecimento sobre como está a imagem de sua empresa no mercado.

“O diálogo e a construção de relacionamentos são o próxi-mo passo das relações com investidores on-line”, afirmou Marty Palka, Chief Intelligence Analyst (CIA) da área de Relações com Investidores da Cisco.

Nos Estados Unidos, onde a presença nas mídias sociais é muito mais intensa, a NYSE tem forte presença no twitter e a NASDAQ OMX acaba de lançar, durante a Conferência, uma plataforma denominada Streaming Media Player. A ideia é que investidores, analistas, funcionários e jornalistas possam as-sistir e ouvir novidades da indústria, alternando entre vídeos e slides, alem de monitorar notícias em trânsito, de qualquer aparelho móvel. A novidade permitirá que os profissionais de RI da Companhia disseminem releases e mensagens, visando garantir que as companhias estejam enviando as informações mais atualizadas a seus investidores e stakeholders.

Na área de aplicativos, a Q4 Web Systems, líder em soluções para RI on-line nos EUA, lançou na Conferencia sua nova ge-ração de aplicativos móveis. Planejado para rodar nos smar-tphones mais atuais do mercado, como o popular iPad, o novo app foi criado utilizando a mais moderna tecnologia HTML móvel e se integra totalmente com seus sistemas e produtos de mídias sociais. Ao utilizar o HTML5, o novo app se torna disponível tanto como aplicativo web (disponível por meio do browser) como um app que pode ser baixado das App Stores da Apple ou do Android. “É o melhor dos dois

mundos”, afirma Darrell Heaps, CEO da Q4 Web Systems, que recentemente lançou o novo website de RI da Nike, totalmente integrado com mídias sociais.

É interessante ressaltar que as redes sociais não servem para subs-tituir, e sim para agregar e gerar valor às tradicionais práticas de comunicação com acionistas, analistas, clientes e imprensa. Elas possibilitam uma nova forma de relacionamento com um públi-co que está cada vez mais próximo da companhia, querendo ser ouvido e participar. Não importa a mídia ou a plataforma. Web? App? O tradicional email? Ou o melhor de todos esses?

É certo que os departamentos de RI ainda precisam trabalhar com mais afinco esses novos canais de comunicação, tão va-liosos e eficazes. A Ricca RI acredita que trabalhar com in-vestidores é estar focado, constantemente, em construir uma relação de confiança. Ferramentas de comunicação como as redes sociais são um excelente meio para mediar conversas, partilhar informações, e construir uma relação. Portanto, transformar as novas mídias em canal de relacionamento traz vários benefícios à companhia. Aliás, é uma relação em que tanto empresa como acionistas só têm a ganhar! RI

FABIANE GOLDSTEINé publicitária, atua há 18 anos no mercado de capitais brasileiro, e é sócia-fundadora da RICCA – Relações com Investidores com Conteúdo e Acionistas, assessoria em comunicação financeira e RI. [email protected]

Transformar as novas mídias em canal de relacionamento traz vários benefícios à companhia. Aliás, é uma relação em que tanto empresa como acionistas só têm a ganhar!

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