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SÃO PAULO, 6 DE MAIO DE 2014;

SÃO PAULO, 21 DE MARÇO DE 2013§ão ambiental do solo foi concluída, há dois anos. Dois milhões podem pedir reembolso da Controlar Até o mês de abril, apenas 944.875 proprietários,

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SÃO PAULO, 6 DE MAIO DE 2014;

Famílias 'expulsas' por aluguel alto no bairro da Copa

engrossam invasões

A maior parte dos 2,5 mil barracos erguidos desde sábado na ocupação

'Copa do Povo', em Itaquera, é de famílias que recebem R$ 300 mensais

de bolsa-aluguel da Prefeitura

06 de maio de 2014 | 2h 01

DIEGO ZANCHETTA - O Estado de S.Paulo

O aumento do valor do aluguel nos bairros próximos da Arena Corinthians, na zona

leste de São Paulo, é apontado pelos líderes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto

(MTST) como o principal motivo para a adesão de centenas de famílias às novas

invasões na região.

A maior parte dos 2,5 mil barracos erguidos desde sábado na ocupação "Copa do Povo",

em terreno particular de 155 mil metros quadrados em Itaquera, a cerca de 4

quilômetros do estádio que vai receber a abertura do Mundial, é de famílias que

recebem R$ 300 mensais do bolsa-aluguel da Prefeitura.

Essas famílias argumentam não ter dinheiro para pagar o aluguel na região - são R$ 600,

em média, por quatro cômodos. Ontem, no terceiro dia de ocupação, a "Copa do Povo"

já não tinha mais espaço para nenhum barraco. Quem chegava para tentar garantir um

lugar no terreno já era avisado para desistir pelos coordenadores do MTST. Alguns

ignoraram os apelos e começaram a montar barracos em uma parte da mata do Parque

do Carmo, em área de preservação permanente.

Centenas de famílias de bairros e de favelas do Jardim Helian, Gleba do Pêssego e

Jardim Cibele, áreas carentes localizadas na parte mais alta de Itaquera, de onde é

possível ver parte das arquibancadas do estádio que vai receber, no dia 12 de junho, a

abertura da Copa do Mundo, dizem ter esperança de sair do aluguel com a ocupação.

Muitas se mudaram para o terreno com móveis, camas e geladeiras.

São famílias como a da dona de casa Josefa Soares da Silva, de 48 anos. Ela afirma que

os R$ 300 mensais do bolsa-aluguel pagos pela Prefeitura não são mais suficientes para

uma moradia "nem em apartamento do Cingapura". "Desde o começo do ano, por causa

dessa maldita Copa, os aluguéis começaram a ficar muito altos. Não tem mais nenhum

porão por menos de R$ 500", reclama. Hoje, cerca de 60 mil famílias que foram

retiradas de áreas de risco e de favelas desde 2011 recebem o bolsa-aluguel da

Secretaria Municipal de Habitação.

É o caso também do pedreiro Osmam Mendes, de 49 anos. Morador em uma favela no

bairro Cidade Líder, também na zona leste, ele foi despejado há duas semanas, depois

que o aluguel saltou de R$ 250, em janeiro, para R$ 700 em março. "Eu consigo tirar

R$ 1.200 por mês e tenho duas crianças pequenas. Como vou pagar R$ 700?",

questiona. Mendes morava em albergues da Prefeitura desde o dia 15 de abril.

Famílias de cidades vizinhas, como Poá e Ferraz de Vasconcelos, engrossam a

ocupação. O sonho que move os invasores é o mesmo: conseguir um apartamento do

programa do governo federal Minha Casa Minha Vida. "Só saio daqui com

apartamento, senão vou ficar aqui no barraco mesmo", promete Erinaldo Alves, de 39

anos, que levou até a televisão de 39 polegadas para a ocupação.

Penha. Outra ocupação com cerca de 150 barracos também foi montada desde sábado

pelo MTST na Penha, em terreno da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e

Urbano (CDHU), na Rua Gabriela Mistral, ao lado do Viaduto Carvalho Pinto. As

famílias chegaram a desocupar a área ontem à tarde, após negociação com o governo

estadual, mas voltaram após duas horas.

Os sem-teto também tentavam ontem conseguir a adesão de famílias para promover

uma invasão no terreno da antiga Esso na Mooca, uma área de 97 mil metros quadrados

prevista para virar parque, conforme lei municipal de 2009. O terreno, na Rua Barão de

Monsanto, está vazio desde 2004 e é cobiçado por incorporadoras desde que a

descontaminação ambiental do solo foi concluída, há dois anos.

Dois milhões podem pedir reembolso da Controlar

Até o mês de abril, apenas 944.875 proprietários, de um total de 2.966.120, solicitaram

a devolução

Todos os motoristas dos veículos aprovados no ano passado podem pedir reembolso /

Divulgação

O número de motoristas que pediu o reembolso da taxa de R$ 47,44 da inspeção

veicular é quase três vezes menor do que o de motoristas aprovados no teste na

primeira tentativa.

Dos 2.966.120 veículos aptos a pedir a devolução da tarifa, apenas 944.875 fizeram a

solicitação à Prefeitura até abril. Desse total, 726.753 conseguiram o dinheiro de volta

e 202.745 não foram atendidos por não cumprirem os critérios pré-definidos. Outros

dois milhões (2.021.245 exatamente) de proprietários de veículos emplacados na capital

ainda podem requerer os R$ 47,44.

O reembolso só é permitido para os veículos aprovados na primeira vistoria da

Controlar – empresa responsável pela inspeção até 31 de janeiro deste ano. A devolução

vale para os carros avaliados em 2013 e janeiro deste ano. Para isso, os impostos do

veículo precisam estar em dia (saiba mais ao lado) e o proprietário não pode ter

qualquer tipo de dívida com a Prefeitura.

Mesmo se encaixando nesse perfil, a empresária Patricia Haidar, de 50 anos, não

consegue pedir o dinheiro de volta. O motivo é que ela não tem mais o certificado de

aprovação. “Quando eu vendi o carro, o certificado foi junto com a documentação. No

site não tem informações de como eu posso conseguir esse número”, reclama Patricia,

que perdeu as esperanças de reaver o dinheiro.

O proprietário que não tem o certificado pode solicitar o número pelos telefones 3142-

9141 ou 3171-1829, segundo a Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente.

Nenhum dos telefone ou e-mail são informados no site de pedido de devolução.

A dificuldade de comunicação não parece ser um problema pontual. O agente de

viagens Bruno Dias, de 23 anos, não consegue passar da tela inicial da página na

internet.

“Quando eu entro no site e coloco os meus dados para tentar acompanhar a solicitação,

aparece a informação de que os meus dados não estão cadastrados. Quando eu vou me

inscrever de novo, aparece que eu já tenho cadastro. Acho que não vou ver a cor desse

dinheiro”, lamentou Bruno.

Teste vai mudar a partir do 2 semestre

Não são só as empresas responsáveis pela inspeção veicular que serão diferentes. Os

testes também ganharão novas regras. A principal delas é a de que os veículos não

serão mais obrigados a passar pela inspeção todos os anos. Os motoristas que tiverem os

carros aprovados na primeira análise também não vão pagar a taxa. Apenas quem for

reprovado vai arcar com o custo do teste. O valor depende da licitação.

Carros serão avaliados conforme fabricação

A inspeção veicular passou a ser anual apenas para os carros com mais de dez anos de

uso. Os automóveis com até três anos de fabricação serão dispensados dos testes. Os

veículos de quatro a nove anos de fabricação serão vistoriados a cada dois anos. Outra

determinação do edital é que o tempo de espera dos motoristas no local de vistoria não

ultrapasse 30 minutos.

Números de centros serão os mesmos

As empresas vencedoras da concorrência terão de instalar, no mínimo, quatro centros

de inspeção, para manter a quantidade de locais existentes quando os testes eram feitos

pela Controlar. Cada unidade deverá ter estrutura para atender seis carros por vez e

funcionar por 12 horas, com abertura às 7h.

POR: Lucilene Oliveira / [email protected]