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Famílias 'expulsas' por aluguel alto no bairro da Copa
engrossam invasões
A maior parte dos 2,5 mil barracos erguidos desde sábado na ocupação
'Copa do Povo', em Itaquera, é de famílias que recebem R$ 300 mensais
de bolsa-aluguel da Prefeitura
06 de maio de 2014 | 2h 01
DIEGO ZANCHETTA - O Estado de S.Paulo
O aumento do valor do aluguel nos bairros próximos da Arena Corinthians, na zona
leste de São Paulo, é apontado pelos líderes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto
(MTST) como o principal motivo para a adesão de centenas de famílias às novas
invasões na região.
A maior parte dos 2,5 mil barracos erguidos desde sábado na ocupação "Copa do Povo",
em terreno particular de 155 mil metros quadrados em Itaquera, a cerca de 4
quilômetros do estádio que vai receber a abertura do Mundial, é de famílias que
recebem R$ 300 mensais do bolsa-aluguel da Prefeitura.
Essas famílias argumentam não ter dinheiro para pagar o aluguel na região - são R$ 600,
em média, por quatro cômodos. Ontem, no terceiro dia de ocupação, a "Copa do Povo"
já não tinha mais espaço para nenhum barraco. Quem chegava para tentar garantir um
lugar no terreno já era avisado para desistir pelos coordenadores do MTST. Alguns
ignoraram os apelos e começaram a montar barracos em uma parte da mata do Parque
do Carmo, em área de preservação permanente.
Centenas de famílias de bairros e de favelas do Jardim Helian, Gleba do Pêssego e
Jardim Cibele, áreas carentes localizadas na parte mais alta de Itaquera, de onde é
possível ver parte das arquibancadas do estádio que vai receber, no dia 12 de junho, a
abertura da Copa do Mundo, dizem ter esperança de sair do aluguel com a ocupação.
Muitas se mudaram para o terreno com móveis, camas e geladeiras.
São famílias como a da dona de casa Josefa Soares da Silva, de 48 anos. Ela afirma que
os R$ 300 mensais do bolsa-aluguel pagos pela Prefeitura não são mais suficientes para
uma moradia "nem em apartamento do Cingapura". "Desde o começo do ano, por causa
dessa maldita Copa, os aluguéis começaram a ficar muito altos. Não tem mais nenhum
porão por menos de R$ 500", reclama. Hoje, cerca de 60 mil famílias que foram
retiradas de áreas de risco e de favelas desde 2011 recebem o bolsa-aluguel da
Secretaria Municipal de Habitação.
É o caso também do pedreiro Osmam Mendes, de 49 anos. Morador em uma favela no
bairro Cidade Líder, também na zona leste, ele foi despejado há duas semanas, depois
que o aluguel saltou de R$ 250, em janeiro, para R$ 700 em março. "Eu consigo tirar
R$ 1.200 por mês e tenho duas crianças pequenas. Como vou pagar R$ 700?",
questiona. Mendes morava em albergues da Prefeitura desde o dia 15 de abril.
Famílias de cidades vizinhas, como Poá e Ferraz de Vasconcelos, engrossam a
ocupação. O sonho que move os invasores é o mesmo: conseguir um apartamento do
programa do governo federal Minha Casa Minha Vida. "Só saio daqui com
apartamento, senão vou ficar aqui no barraco mesmo", promete Erinaldo Alves, de 39
anos, que levou até a televisão de 39 polegadas para a ocupação.
Penha. Outra ocupação com cerca de 150 barracos também foi montada desde sábado
pelo MTST na Penha, em terreno da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e
Urbano (CDHU), na Rua Gabriela Mistral, ao lado do Viaduto Carvalho Pinto. As
famílias chegaram a desocupar a área ontem à tarde, após negociação com o governo
estadual, mas voltaram após duas horas.
Os sem-teto também tentavam ontem conseguir a adesão de famílias para promover
uma invasão no terreno da antiga Esso na Mooca, uma área de 97 mil metros quadrados
prevista para virar parque, conforme lei municipal de 2009. O terreno, na Rua Barão de
Monsanto, está vazio desde 2004 e é cobiçado por incorporadoras desde que a
descontaminação ambiental do solo foi concluída, há dois anos.
Dois milhões podem pedir reembolso da Controlar
Até o mês de abril, apenas 944.875 proprietários, de um total de 2.966.120, solicitaram
a devolução
Todos os motoristas dos veículos aprovados no ano passado podem pedir reembolso /
Divulgação
O número de motoristas que pediu o reembolso da taxa de R$ 47,44 da inspeção
veicular é quase três vezes menor do que o de motoristas aprovados no teste na
primeira tentativa.
Dos 2.966.120 veículos aptos a pedir a devolução da tarifa, apenas 944.875 fizeram a
solicitação à Prefeitura até abril. Desse total, 726.753 conseguiram o dinheiro de volta
e 202.745 não foram atendidos por não cumprirem os critérios pré-definidos. Outros
dois milhões (2.021.245 exatamente) de proprietários de veículos emplacados na capital
ainda podem requerer os R$ 47,44.
O reembolso só é permitido para os veículos aprovados na primeira vistoria da
Controlar – empresa responsável pela inspeção até 31 de janeiro deste ano. A devolução
vale para os carros avaliados em 2013 e janeiro deste ano. Para isso, os impostos do
veículo precisam estar em dia (saiba mais ao lado) e o proprietário não pode ter
qualquer tipo de dívida com a Prefeitura.
Mesmo se encaixando nesse perfil, a empresária Patricia Haidar, de 50 anos, não
consegue pedir o dinheiro de volta. O motivo é que ela não tem mais o certificado de
aprovação. “Quando eu vendi o carro, o certificado foi junto com a documentação. No
site não tem informações de como eu posso conseguir esse número”, reclama Patricia,
que perdeu as esperanças de reaver o dinheiro.
O proprietário que não tem o certificado pode solicitar o número pelos telefones 3142-
9141 ou 3171-1829, segundo a Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente.
Nenhum dos telefone ou e-mail são informados no site de pedido de devolução.
A dificuldade de comunicação não parece ser um problema pontual. O agente de
viagens Bruno Dias, de 23 anos, não consegue passar da tela inicial da página na
internet.
“Quando eu entro no site e coloco os meus dados para tentar acompanhar a solicitação,
aparece a informação de que os meus dados não estão cadastrados. Quando eu vou me
inscrever de novo, aparece que eu já tenho cadastro. Acho que não vou ver a cor desse
dinheiro”, lamentou Bruno.
Teste vai mudar a partir do 2 semestre
Não são só as empresas responsáveis pela inspeção veicular que serão diferentes. Os
testes também ganharão novas regras. A principal delas é a de que os veículos não
serão mais obrigados a passar pela inspeção todos os anos. Os motoristas que tiverem os
carros aprovados na primeira análise também não vão pagar a taxa. Apenas quem for
reprovado vai arcar com o custo do teste. O valor depende da licitação.
Carros serão avaliados conforme fabricação
A inspeção veicular passou a ser anual apenas para os carros com mais de dez anos de
uso. Os automóveis com até três anos de fabricação serão dispensados dos testes. Os
veículos de quatro a nove anos de fabricação serão vistoriados a cada dois anos. Outra
determinação do edital é que o tempo de espera dos motoristas no local de vistoria não
ultrapasse 30 minutos.
Números de centros serão os mesmos
As empresas vencedoras da concorrência terão de instalar, no mínimo, quatro centros
de inspeção, para manter a quantidade de locais existentes quando os testes eram feitos
pela Controlar. Cada unidade deverá ter estrutura para atender seis carros por vez e
funcionar por 12 horas, com abertura às 7h.
POR: Lucilene Oliveira / [email protected]