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Tema 8

A EDUCAO FSICA E O ALUNO COM DEFICINCIA FSICA

CONCEITUANDO DEFICINCIA FSICA

Deficincia fsica refere-se ao comprometimento do aparelho locomotor

que compreende o sistema osteoarticular, o sistema muscular e o sistema

nervoso. As doenas ou leses que afetam quaisquer desses sistemas,

isoladamente ou em conjunto podem produzir quadros de limitaes fsica de

grau e gravidade variveis, segundo o(s) segmento(s) corporal(is) afetado(s) e

o tipo de leso ocorrida. (BRASIL, 2003 p. 11).

A Deficincia Fsica pode acontecer em funo dos seguintes fatores:

LESO CEREBRAL

LESO MEDULAR

M FORMAO CONGNITA

AMPUTAES

HIDROCEFALIA

MIOPATIAS (DISTROFIAS MUSCULARES)

PATOLOGIAS DEGENERATIVAS DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL

(ESCLEROSE, ESCLEROSE MLTIPLA)

SEQELAS DE POLITRAUMATISMOS

DISTRBIOS POSTURAIS DA COLUNA (LORDOSE, ESCOLIOSE,

CIFOSE)

REUMATISMO INFLAMATRIO DA COLUNA E DAS ARTICULAES

SEQELAS DE QUEIMADURAS

DOENAS OSTEOMUSCULARES

A pessoa com deficincia fsica pode apresentar alguns

comprometimentos como:

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Leve cambalear no andar;

Necessidade do uso de muletas ou andador adequados para auxiliarem a

execuo da marcha;

Uso de cadeira de rodas que pode ser manobrada pelo aluno;

Uso de cadeira de rodas manobrada por terceiros devido impossibilidade

do aluno;

Uso de cadeira de rodas motorizada que poder ser acionada por qualquer

parte do corpo onde predomine alguma funo voluntria;

que geram a necessidade de adaptaes curriculares e de materiais

pedaggicos para que haja a aprendizagem.

Neste trabalho sero abordados os casos de:

LESO MEDULAR,

LESO CEREBRAL,

AMPUTAES

M FORMAO CONGNITA

e as adaptaes necessrias para a educao da pessoa com essas

deficincias.

CONCEITUANDO A LESO MEDULAR

Segundo WERNER (1994, p. 176) a Leso Medular geralmente

causada por acidentes que quebram e danificam gravemente o feixe central de

nervos no pescoo ou nas costas, tais como:

Quedas de rvores

Quedas de cavalos

Acidentes de trnsito

Acidentes de mergulho

Ferimentos com arma de fogo e outros

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A leso medular mais freqente nos adultos, nos adolescentes e nas

crianas maiores

O SISTEMA NERVOSO

O sistema nervoso composto pelo crebro e pelos nervos que tem

como linha tronco a medula espinhal, sendo considerado o sistema de

comunicao do corpo.

O crebro controla o corpo por meio de dois tipos de nervos:

SENSORIAIS que levam as mensagens originrias das partes do corpo,

informando sobre o que o corpo v (olhos), ouve (ouvidos), cheira (nariz) ou

sente (pele).

MOTORES que levam mensagens do crebro para as partes do corpo

ordenando aos msculos que se movam.

A leso medular pode danificar os dois tipos de nervos, o que faz com

que ocorra perda dos movimentos e da sensibilidade, ou apenas um tipo.

NVEL DA LESO

A extenso da parte do corpo afetada depende da altura da coluna

vertebral em que ocorreu a leso medular. Quanto mais alta a leso, maior a

parte do corpo afetada.

A coluna formada por:

7 ossos no pescoo (vrtebras cervicais)

12 ossos na parte superior das costas (vrtebras torcicas)

5 ossos na parte inferior das costas (vrtebras lombares)

5 ossos ligados uns aos outros nos quadris (vrtebras sacras)

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osso da cauda (cccix)

SE A LESO ACONTECER NA ALTURA DO PESCOO

(VRTEBRAS CERVICAIS) HAVER UMA TETRAPLEGIA

Tetraplegia a perda do movimento controlado e das sensaes do

pescoo ou do trax para baixo e, at certo ponto, nos braos e nas mos.

Atinge o controle da bexiga e do intestino;

A paralisia dos msculos do trax atinge a respirao;

Diminuio do controle da sudorese e da temperatura.

SE A LESO ACONTECER NA ALTURA DAS COSTAS HAVER UMA

PARAPLEGIA

Paraplegia a perda de movimentos controlados e das sensaes nas

pernas.

Os quadris e parte do tronco podem ser atingidos (quanto mais alta a

tenso, maior a rea atingida).

Pode haver perda parcial ou completa do controle da bexiga e do intestino;

Pode haver espasticidade (espasmos musculares) ou flacidez nas pernas.

LESES COMPLETAS E INCOMPLETAS

A leso pode ser:

COMPLETA quando atinge a medula de tal forma que no passe nenhuma

mensagem sensitiva ou motora.

INCOMPLETA quando algumas sensaes e movimentos continuam sendo

passados para o corpo.

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importante enfatizar que dependendo da intensidade da leso, a

pessoa pode at voltar a andar, porm quanto mais alta a leso menor a

probabilidade disso acontecer.

Alm disso, embora o controle normal da bexiga e do intestino grosso,

raramente volte por completo, a pessoa com leso medular geralmente pode

aprender a ser independente no uso do banheiro e a manter-se limpa e seca

com exceo de alguns acidentes ocasionais. Em geral, ela vai precisar de

algum utenslio especial para coletar a urina, mas aprender a usar uma sonda

e a provocar o funcionamento do intestino com um dedo ou um supositrio.

Com relao vida sexual, maternidade e a paternidade, normalmente

as mulheres com leso medular podem engravidar e ter filhos, alm de ter uma

vida sexual normal. Com relao aos homens, a ereo vai depender da

intensidade e da altura da leso, podendo ou no apresentar ejaculao.

ATENO

Segundo Werner (1994), diante de alunos com leso medular, importante

considerar as seguintes questes:

Compreenda que o medo, a depresso e a raiva da pessoa so reaes

naturais e que com amor, compreenso e encorajamento ela ir pouco a

pouco superar essa fase;

Seja honesto com a pessoa sobre a deficincia dela. No diga: ns vamos

encontrar uma cura para voc ou logo voc vai ficar bem e poder andar

de novo. Muito provavelmente no verdade, e ouvir isso torna ainda mais

difcil para a pessoa aceitar a deficincia e comear uma nova vida. Alm

disso, quando a cura prometida no acontece. A criana fica ainda mais

insegura, desconfiada e amedrontada. Assim, tudo ser mais fcil para ela

se voc, gentilmente, lhe contar a verdade;

Crie oportunidade para manter ativa a mente da pessoa: brincando,

trabalhando, explorando, aprendendo por meio de histrias, jogos e

estudos. Mas, ao mesmo tempo, respeite e apie a pessoa quando ela se

sentir triste e assustada. Deixe que ela chore, conforte-a, mas no lhe diga

para no chorar. O choro ajuda a aliviar o medo e a tenso;

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Crebro

Comece, logo que seja possvel os exerccios, as atividades e o

reaprendizado para a pessoa usar as mos e o corpo. Comece do que a

criana consegue fazer e progrida a partir da;

Tente levar a pessoa a observar, conversar e ficar conhecendo outras

pessoas com leso medular, especialmente quando essas pessoas

estiverem levando vidas plenas e felizes;

Convide os amigos da pessoa para virem visit-la, brincar com ela e dizer a

ela que est ansioso para v-la de novo na escola, no trabalho etc.;

Estimule a pessoa a fazer o que mais puder por si mesma. Deixe que ela

faa tudo o que puder mesmo que isso leve muito tempo.

NVEL DA LESO MEDULAR E CONSEQNCIAS

ATENO:

7 Cervicais 12 Torxicas 5 Lombares 5 Sacras Coccix

Tetraplegia

Paraplegia

No nada

Pode andar

Anda com pouca ajuda Controle urina e fezes

Espstico

Flcido

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COMO VOC DEVE COMPORTAR-SE DIANTE DE UMA PESSOA QUE TEM

LESO MEDULAR (BRASIL, 1996)

No segure nem toque na cadeira de rodas. Ela como que faz parte do

corpo da pessoa. Apoiar-se ou encostar-se na cadeira o mesmo que

apoiar-se ou encostar-se na pessoa;

Se voc desejar, oferea ajuda, mas no nsita. Se precisar de ajuda,,

ele(a) aceita seu oferecimento e lhe dir o que fazer. Se voc forar esta

ajuda, isso pode, s vezes, at mesmo causar insegurana;

No tenha receio de usar palavras como caminhar ou correr. Os

portadores de deficincia tambm as usam;

Quando voc e uma pessoa portadora de deficincia fsica quiserem sair

juntos, preste ateno para eventuais barreiras arquitetnicas, ao

escolherem um restaurante, uma casa, um teatro ou outro lugar que

visitarem;

Se a conversa durar mais que alguns minutos, sente-se, se possvel, de

modo a ficar no mesmo nvel do seu olhar. Para uma pessoa sentada no

confortvel ficar olhando para cima durante um perodo relativamente longo;

No estacione seu automvel em lugares reservados s pessoas

portadoras de deficincia fsica. Tais lugares so reservados por

necessidade e no por convenincia. O espao reservado mais largo que

o usual, a fim de permitir que a cadeira de rodas fique ao lado o automvel

e o portador de deficincia fsica possa sair e sentar-se na cadeira de rodas,

e vice-versa; alm disso, o lugar reservado prximo entrada de prdios

para facilitar o acesso dessas pessoas;

Ao ajudar um portador de deficincia fsica a descer uma rampa inclinada,

ou degraus altos, prefervel usar a marcha r, para evitar que, pela

excessiva inclinao, a pessoa perca o equilbrio e possa cair para frente.

ATENO

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MUITO IMPORTANTE SABER QUE:

Rampas de acesso:

Banheiros adaptados;

Vagas reservadas nos estacionamentos;

Bebedouros baixos;

Lugares reservados no transporte coletivo;

Atendimento preferencial em supermercados e bancos;

Lugares reservados em teatro, cinema e locais pblicos...

NADA DISSO PRIVILGIO

NECESSIDADE E DIREITO DO PORTADOR DE DEFICINCIA FSICA

A ACESSIBILIDADE ESSENCIAL PARA A VIDA DO DEFICIENTE FSICO

NA SOCIEDADE.

O RESPEITO AOS SEUS DIRETOS RESPEITO DIGNIDADE HUMANA!

A EDUCAO FSICA E O ESPORTE PARA AS PESSOAS COM LESO

MEDULAR

Muitas modalidades esportivas j foram adaptadas para as pessoas com

leso medular e as pessoas que tm deficincia fsica em funo dessa leso,

podem praticar o basquetebol, o handebol, o atletismo, o tnis de campo e o

tnis de mesa em cadeira de rodas, alm da natao.

Alm disso, a atividade fsica e participao nas aulas de Educao

Fsica, mesmo que no seja com o objetivo de treinar e competir, so muito

importantes na recuperao da pessoa com leso cerebral e na melhoria de

sua condio crdio-respiratria, funcional de da auto-estima.

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Mas para receber e atender bem um aluno com leso cerebral muito

importante ter conhecimentos de fisiologia e anatomia que permitam trabalhar

sem correr riscos de leses e de acentuao de seus problemas.

CONCEITUANDO A LESO CEREBRAL

Segundo Werner (1994), Leso Cerebral uma deficincia que atinge os

movimentos e a postura do corpo. Origina-se de leso que ocorreu no crebro

antes, durante ou aps o nascimento do beb. Somente algumas partes do

crebro so danificadas, principalmente as que controlam os movimentos.

Depois que so danificadas, essas partes do crebro jamais se recuperam,

mas tambm no pioram. Mas os movimentos, a postura corporal e os

problemas a eles relacionados podem melhorar ou piorar dependendo da forma

como cuidamos da criana e tambm da extenso da leso no crebro.

TIPOS DE LESO CEREBRAL

Rigidez Muscular ou ESPASTICIDADE

Nesse caso a leso no crtex cerebral, responsvel pelo comando dos

movimentos. H uma m distribuio no tnus muscular, caracterizada pelo

aumento da resistncia ao estiramento, com relativa hipertonia dos msculos

dos membros e hipertonia dos eretores da cabea e do tronco, encontrada em

60% dos casos. A musculatura flexora, em constante contrao, causa

deformidades articulares.

Parte do corpo da pessoa espstica fica rgida. Os movimentos so

lentos e desajeitados. Muitas vezes uma posio da cabea provoca

posicionamentos anormais no resto do corpo. A rigidez aumenta quando a

pessoa est aborrecida ou excitada ou quando o corpo est em certas

posies.

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O padro de rigidez varia muito de pessoa para pessoa em funo da

intensidade da leso.

Movimentos Involuntrios ou ATETOSE

Leso nos gnglios basais ou feixe extrapiramidal, que so responsveis

pela organizao dos movimentos comandados pelo crtex motor, e que

caracterizada pela presena de movimentos involuntrios. A atetose consiste

de movimentos lentos e contorcidos ou sbitos e rpidos dos ps, braos,

mos ou msculos faciais. Os braos e pernas podem fazer movimentos

nervosos ou dar saltos, ou apenas uma mo ou os dedos dos ps podem se

mover sem razo. Quando a criana decide mover-se, certas partes do corpo

movem-se demasiado e com rapidez. Os movimentos espsticos podem surgir

e desaparecer continuamente (mudando constantemente a tenso muscular).

O equilbrio precrio e a criana cai facilmente.

Equilbrio Precrio ou ATAXIA

causada pela leso do Cerebelo responsvel pelo equilbrio. Os

principais sinais so: hipotonia, perturbaes do equilbrio, incoordenaes,

tremor de ao e disartria.

A pessoa com ataxia tem dificuldades para sentar-se ou ficar de p. Ela

cai muito e usa as mos de forma muito desajeitada. Tudo isso normal nas

crianas pequenas, mas nas crianas com ataxia um problema maior e dura

mais tempo (s vezes a vida toda).

As crianas que tem problemas de equilbrio costumam parecer mais

desajeitadas do que deficientes. Por isso, outras crianas podem, s vezes, ser

cruis e zombar delas.

Muitas crianas com espasticidade ou atetose tambm tm problemas

de equilbrio. Isso pode ser um grande obstculo quando elas tentam aprender

a andar ou executar algumas tarefas.

CLASSIFICAO DA PARALISIA CEREBRAL QUANTO S PARTES DO

CORPO ATINGIDAS

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MONOPARISIA quando somente um membro afetado

DIPARISIA quando trs membros so afetados. mais comum nos dois

membros inferiores e um superior.

HEMIPARISIA quando um dos lados do corpo afetado.

PARAPARISIA quando as duas pernas so afetadas.

TETRAPARISIA ou QUADRIPARISIA os quatro membros so afetados.

ATENO

Qualquer dos tipos de paralisia cerebral pode apresentar problemas

associados, tais como:

comprometimento cognitivo;

problema de viso;

problemas de audio;

problema de fala;

convulses;

Corpo mole e flcido;

desenvolvimento lento;

dificuldade de comunicao;

Pode ter a audio e a viso atingidas;

comportamento irrequieto;

sensibilidade ao toque, calor, frio, posio corporal;

reflexos anormais.

ATENO

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importante ressaltar que nem todas as pessoas com leso cerebral

tem problemas cognitivos e podem apreender todo o currculo da escola.

Porm, algumas no vo conseguir andar sozinhas, precisando de ajuda at

mesmo para comer e se comunicar, necessitando de ajuda e apoio para se

relacionar com o meio e com os demais alunos.

importante para o aluno com leso cerebral explorar e vivenciar

concretamente todo tipo de percepo com o prprio corpo, com o professor

fazendo o movimento com ela quando existe a impossibilidade de faz-lo

sozinha, contribuindo para formar suas estruturas mentais bsicas para a

aprendizagem. Alm disso, deve-se estar atenta para a necessidade de

atividade fsica para esses alunos, visando o equilbrio melhorando as

condies para a marcha -, diminuindo a espasticidade e os movimentos

atetticos.

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