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UERJ – FACULDADE DE EDUCAÇÃO SEMINÁRIO: ROUSSEAU Disciplina Gestão Democrática da Educação Prof. Theotonio Dos Santos Júnior Aluna: NEIDE SUEMI MINAGUCHI 17/07/2014 Documento elaborado como parte da avaliação da disciplina do curso de Pedagogia

Seminario ClassicosDaPolitica Cap6 Rousseau Resumo

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SEMINRIO: ROUSSEAU

UERJ - FACULDADE DE EDUCAO - Disciplina: Gesto Democrtica da Educao - 2014.1

Prof Theotonio Dos Santos Junior

Aluna: Neide Suemi Minaguchi

UERJ FACULDADE DE EDUCAO

SEMINRIO: ROUSSEAU

Disciplina Gesto Democrtica da Educao

Prof. Theotonio Dos Santos Jnior

Aluna: NEIDE SUEMI MINAGUCHI

17/07/2014

Documento elaborado como parte da avaliao da disciplina do curso de Pedagogia

SEMINRIO: ROUSSEAURESUMO

O texto utilizado para este seminrio de autoria de Milton Meira do Nascimento, encontra-se no livro Os clssicos da poltica, Captulo 6 Rousseau: da servido liberdade, organizado por Francisco Wollfert.

Nascimento graduou e possui mestrado e doutorado em Filosofia pelo Departamento de Filosofia da Faculdade de Filosofia, Letras e Cincias Humanas da Universidade de So Paulo da qual professor titular.

Wollfert foi formado em Cincias Sociais pela Universidade de So Paulo da qual hoje, Professor Titular de Cincia Poltica. Acredita que o desenvolvimento da democracia depende do desenvolvimento da cultura e para tal, defende que os temas da teoria poltica devem ser difundidos alm das salas das universidades.O autor inicia o captulo com uma descrio biogrfica sucinta de Jean-Jacques Rousseau.

Dentre as obras deste pensador, apoia seu texto em duas: Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens e Contrato Social.

No Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens, mostrada a viso que Rousseau tem da histria humanidade, argumentando que a liberdade inerente ao homem e ao buscar os confortos no decorrer de sua evoluo, o homem vai tornando-se escravo mesmo quando senhor.

Do Contrato Social, so apresentadas as ideias defendidas por Rousseau com relao s aes polticas. Passando por conceitos de liberdade e escravido do homem, pacto social, soberania, vontade geral como a vontade da maioria dos cidados. Apresenta brevemente as formas de governos (democracia, aristocracia e monarquia) e finalmente a origem de termos deputados como representantes do povo.Nesta trajetria, percebe-se que a verdadeira liberdade foi trocada pela escravido, no necessariamente de trabalhos braais, o cidado vende seus ideais e torna-se escravo dos ideais daqueles que elegeu como seus representantes.Introduo

O texto utilizado para este seminrio de autoria de Milton Meira do Nascimento, encontra-se no livro Os clssicos da poltica, Captulo 6 Rousseau: da servido liberdade, organizado por Francisco Wollfert.

Nascimento graduou e possui mestrado e doutorado em Filosofia pelo Departamento de Filosofia da Faculdade de Filosofia, Letras e Cincias Humanas da Universidade de So Paulo da qual professor titular.

O organizador do livro, Francisco Wellfort formou-se em Cincias Sociais pela Universidade de So Paulo da qual hoje, Professor Titular de Cincia Poltica. Acredita que o desenvolvimento da democracia depende do desenvolvimento da cultura e para tal, defende que os temas da teoria poltica devem ser difundidos alm das salas das universidades.Rousseau apontado como um dos filsofos do sculo das luzes que buscavam difundir o saber para substituir as supersties e crenas, ignorncia, preconceitos para o progresso da humanidade. Entretanto, um crtico radical das cincias e das artes, posicionou-se diferentemente, no acreditando que essa forma de saber levasse ao aprimoramento dos costumes, como pode ser notado em sua frase Se nossas cincias so inteis no objeto que se propem, so ainda mais perigosas pelos efeitos que produzem.. Dizia que a arte e cincia eram praticadas em busca de glrias e no pelo amor ao saber. A verdadeira filosofia a virtude, esta cincia sublime das almas simples, cujos princpios esto gravados em todos os coraes. Para se conhecer suas leis basta voltar-se para si mesmo e ouvir a voz da conscincia no silencio das paixes.Uma vez porm que j quase no mais se encontram homens virtuosos, as apenas alguns menos corrompidos do que outros, as cincias e as artes, embora tenham contribudo para a corrupo dos costumes, podero, no entanto, desempenhar um papel importante na sociedade, o de impedir que a corrupo seja maior ainda.(p.190)Apesar de sua posio critica perante as cincias e artes, considerando-as malficas sociedade, Rousseau considera essencial hoje servir-se delas, como de um remdio para o mal que causaram ou como um desses animais malficos que preciso esmagar sobre a mordida.Curriculum de um cidado de Genebra

Seu conjunto de obras passa pela Msica, Teatro, Literatura e Poltica.

Em sua autobiografia, As Confisses, Rousseau escreve:

Nasci em Genebra, em 1712,(filho) de Isaac Rousseau, cidado, e de Suzanne Bernard, cidad. Uma herana bem medocre, para ser dividida entre quinze filhos, havia reduzido a quase nada a parte que coube a meu pai, que no tinha outro meio de subsistncia seno a profisso de relojoeiro, na qual era, na verdade, muito hbil.

O mundo das letras era dominado por pensadores de famlias burguesas, que frequentavam os famosos sales da poca da qual Rousseau era avesso, o que o levou a viver isolado do grupo dos pensadores da poca; mesmo assim, a convite de Diderot, contribui para a grande Enciclopdia com artigos sobre msica e economia poltica.

Sua me morreu durante o parto e aos seis anos j inicia suas leituras em companhia do pai que em 1722 precisou exilar-se; Rousseau passa a viver sob os cuidados do pastor Lambercier.Entre suas diversas profisses, cito o de secretrio do embaixador de Veneza, quando se encontra com Diderot.

Casou-se com Thrse Levasseur com quem teve cinco filhos, todos entregues a uma instituio de caridade. Morreu em 2 de julho de 1778.Neste captulo sobre Rousseau, NASCIMENTO selecionou trechos de duas obras: Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens, publicado em 1755 e Contrato Social, publicado em 1762, salientando o primeiro pargrafo do captulo I, do livro I do Contrato Social:

O homem nasce livre, por toda parte encontra-se aprisionado. O que se cr senhor dos demais, no deixa de ser mais escravo do que eles. Como se deve esta transformao? Eu ignoro: o que poder legitim-la? Creio poder resolver esta questo.

E foi o que Rousseau descreveu no Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens ao relatar uma histria hipottica da humanidade e busca apresentar a sua viso da ao poltica no Contrato Social.

Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homensVoltando aos primrdios da histria da humanidade, quando o homem tinha por preocupao a sua existncia e para tal seu primeiro cuidado era o de sua conservao, buscava, por instinto, alimentar-se dos frutos da terra. A preservao da espcie era atendida tambm por instinto animal desprovido de emoes sentimentos, uma vez atendida a necessidade, o homem deixava a mulher e esta criava o filho at que este pudesse ter a vida sozinho e ento tambm se separavam. No havia a necessidade de manter o que hoje conhecemos como uma famlia.Conforme as dificuldades surgissem, por exemplo, necessidade de apanhar um fruto no alto de uma rvore, disputa pelo alimento com animais de outras espcies e mesmo de seus iguais, surge a necessidade de tornar-se mais gil, mais forte, mais combativo. E surgem suas primeiras ferramentas ao fazer uso de pedras e galhos de rvores para usar em suas lutas pela sobrevivncia.

medida que o homem se deslocava para novas regies, surgiam novas dificuldades e necessidades para sobrepuja-las, como foi o caso de deparar como novos solos, novos climas, tipo de vegetao, espcies de animais. Com o passar do tempo, aprendeu a cobrir-se com peles de animais, fazer e usar o fogo, usar armas como arcos e flechas, aumentando suas habilidades de caa e pesca, construir armadilhas e desenvolver sua superioridade sobre os outros animais.Tambm aos poucos o homem foi adquirindo noo de conceitos como grande, pequeno, forte, fraco, rpido, lento, medroso, ousado entre outras que o levaram mais tarde necessidade de trabalhar em prol de sua segurana.Sendo o bem-estar a finalidade deste homem ainda primitivo, comeou aos poucos a aprender a relacionar-se com seus iguais para alcanar interesses comuns como por exemplo, uma caa a algum animal mais forte ou astuto; tambm aprendeu a distinguir situaes em que deveria desconfiar, como no caso em que sabendo-se em situao inferior ou superior mas que poderia tirar alguma vantagem daquela unio temporria, para atender a necessidade do momento. Sempre se preocupando com a sua sobrevivncia sem sequer pensar nos seus supostos companheiros. No havia uma preocupao com o futuro, nem mesmo com o dia seguinte. A comunicao verbal no passava de meros sons para expressar sua emoo tambm primitiva (dio, medo, dor, sono) ou para pedir ateno.Milnios depois comeou buscar outras formas de abrigo alm da sombra de arvores ou interior de cavernas, fazendo uso de ferramentas cortantes que permitiam cortar rvores e fazer buracos. Os mais fortes construram suas casas e foram seguidos pelos mais fracos que no ousavam desafiar os fortes, embora muitos combates deve ter ocorrido. Neste perodo estabeleceram os primeiros laos afetivos e formao de famlias, caracterizando uma primeira revoluo no modo de vida do homem com o estabelecimento de propriedade e a vida em sociedade. Aos poucos o homem deixou um pouco de lado a sua ferocidade e vigor, assim como a mulher, que passou a cuidar da prole e da cabana. Perderam o aspecto selvagem e comearam a buscar por comodidades que poderiam no faz-los felizes; a perda de tais comodidades os fazia infelizes.O uso da linguagem foi se aperfeioando. Rousseau sugere que os habitantes de reas que sofreram com terremotos e inundaes e passam a viver em ilhas, tenham desenvolvido mais a linguagem do que aqueles que habitavam reas mais planas e estveis e que, ao navegarem em busca de novas reas tenha levado o uso da palavra.

Os grupos de homens foram se aproximando aos poucos at que determinada regio formou uma nao unida por costumes e tipo de alimentao e no por regulamentos e leis. Esta vizinhana permanente que comeou a formar deu origem a novas ideias como mrito, beleza e preferncia que deram espao para os sentimentos de amor e cime que podia culminar em paixes que levavam ao derramamento de sangue. medida que se ampliou o repertrio de conceitos e sentimentos, o animal da espcie humana foi se domesticando e em suas horas ociosas, dedicavam-se ao canto e dana. Os melhores cantores, danarinos, os mais belos por se destacarem dos demais foram o princpio para a desigualdade.

A partir de ento, com a vaidade e desprezo ativados despertou tambm o sentimento de ofensa decorrente de um desprezo e seguia o desejo de vingana. O grau de punio era determinado por cada um conforme a sua percepo do desprezo recebido. Surgem ento os primeiros deveres de civilidade. Rousseau diz ser dessa poca que surgiu a afirmao que o homem naturalmente cruel e que necessita de polcia para amans-lo da qual ele discorda.Segundo o axioma de Locke, no pode haver afronta onde no h propriedade.

A esta altura, o gnero humano adquiriu qualidade e relaes entre si que nada mais tem com o homem primitivo.Introduz-se o conceito de moralidade, cada um se constituindo como o nico juiz para julgar e determinar a sentena aos seus ofensores; assim esta sociedade que surge, vai deixando seu estado natural de lado. Como observado por Rousseau, este perodo de desenvolvimento das faculdades humanas, ao manter um equilbrio entre a indolncia do estado primitivo e a petulante atividade do nosso amor prprio, deve ter sido a poca mais feliz e a mais duradoura. Os progressos posteriores, aparentemente em busca da melhoria do ser humano, na verdade, veio deteriorar as relaes humanas.

Enquanto os homens viviam e trabalhavam para si prprios, viveram livres, bons e felizes. A partir do momento que o homem passou a contar com o auxlio de outro porque percebeu que seria til ter provises para dois (ou mais), desapareceu a igualdade e surgiu o conceito de propriedade. O trabalho para outrem, a devastao de florestas para transformar o espao em campos para colheitas, deu origem desigualdade e escravido.Duas artes que levaram a esta revoluo: agricultura e metalurgia. Uma dependia da outra: os homens que foram trabalhar na metalurgia necessitavam comer apesar de no ter produzido o seu prprio alimento enquanto que a agricultura produzia o alimento para todos, necessitava das ferramentas produzidas com o ferro.O cultivo da terra em propriedades j reconhecidas levou ao conceito de partilha de onde surgiram as primeiras regras de justia para definir a parte de cada um; e os homens comeam a olhar para o futuro, e com medo de perder os seus bens, passam a ignorar os danos causados aos outros. somente o trabalho que, dando ao cultivador um direito sobre o produto da terra que ele trabalhou, d-lhe consequentemente direito sobre a gleba, pelo menos at a colheita e, desta forma, de ano a ano o que, tornando-se uma posse contnua, transforma-se facilmente em propriedade. (pg. 209).Entretanto, no havia equilbrio entre as necessidades de alimento e de produtos metalrgicos e tambm os talentos no eram iguais: os mais fortes produziam mais, o mais esperto tirava mais proveito do seu trabalho, uns ganhavam muito enquanto outros ganhavam menos do que necessitavam. Assim, a desigualdade natural dos homens somada s diferenas das circunstncias levou ao aumento das diferenas entre os homens, tornando-as mais sensveis e permanentes.Saltando todos os passos dessa transformao na espcie humana, com o desenvolvimento de sua memria, imaginao, razo, chegou-se ao ponto em que a posio e destino do homem so determinados pelas suas qualidades naturais, sua quantidade de bens, sua fora, sua beleza, entre outros talentos ou mritos, portanto, tornou-se necessrio ter ou adquirir tais atributos. Surge a distino entre o ser e o parecer. E o homem originalmente livre e independente, coma as inmeras novas necessidades necessita dos servios de outros semelhantes, se torna escravo mesmo tornando-se seu senhor: rico ele necessita de seus servios; pobre, precisa de seus auxlios, e a mediocridade no o coloca de forma alguma em situao de viver sem eles.E para aumentar a sua fortuna, mesmo sem ter uma verdadeira necessidade, os homens perderam seus escrpulos e passaram a prejudicar se uns aos outros. Este seria, segundo Rousseau, o primeiro efeito da propriedade.Como consequncia do desejo de adquirir propriedades, a prosperidade de alguns ocorreu custa dos outros e os mais fracos, tornaram-se os mais pobres que dependiam dos mais ricos ou de roubos para sobreviverem. Surgiu assim, a dominao e a servido, o roubo e a violncia. E com a ambio e a maldade efervescente, surgiu o conflito entre o direito do mais forte e o direito do primeiro ocupante de uma propriedade resultando em conflitos que caracterizaram estado de guerra.

E muitos possuindo em excesso ignoravam que muitos passavam por dificuldades pela falta do que os ricos possuam em abundncia e para evitar maiores conflitos planejou como usar as foras dos que estavam do lado contrrio ao seu dispor. Unindo-se uns aos outros, os ricos com intuito de assegurar o que j haviam conquistado, criaram regras de justia e de paz.Tal foi ou teve de ser a origem da sociedade e das leis, que propiciaram novos entraves ao fraco e novas foras ao rico, destruram irremediavelmente a liberdade natural, fixaram para sempre a lei da propriedade e da desigualdade, fizeram de uma hbil usurpao um direito irrevogvel e que, para o proveito de alguns ambiciosos, da em diante sujeitaram todo o gnero humano ao trabalho, servido e misria. (pg. 213)Do Contrato Social

Livro I

Captulo I Objeto deste primeiro livro

O homem nasce livre, e por toda parte encontra-se aprisionado. Este captulo resume-se em expor esta dicotomia para a qual Rousseau entende que o povo obrigado a obedecer por ter perdido a sua liberdade e quando no o faz est recuperando a sua liberdade perdida. O direito a ordem social est na base de todos os direitos, embora no seja natural e sim resultado de convenes.

Captulo III Do direito do mais forte

Neste captulo, expe que para que o mais forte seja o senhor, a fora precisa tornar-se um direito e a obedincia um dever. Ceder fora um ato de necessidade, no de vontade; quando muito, um ato de prudncia. Questiona a validade desse direito, se o mais forte tem sempre razo e o mais forte no sempre a mesma pessoa, ento a palavra direito no acrescenta nada fora. E a obedincia aos poderes tambm fica estremecida ao invocar a reflexo sobre a frase Todo poder vem de Deus, eu o reconheo; mas toda doena tambm vem: por isso, ser proibido chamar o mdico?Captulo IV Da escravidoSendo que a fora no significa a existncia de direito, a base de toda autoridade legitima entre os homens so estabelecidas por convenes.

Um homem se faz escravo de outro pela sua subsistncia. Por que um povo se faz escravo? O que o povo ganha indo guerra. Seria uma nao de loucos e a loucura no cria direito. E mesmo que todos os homens deste povo tenham se alienado, no poderiam fazer isso pelas geraes seguintes, portanto, para estas, o governo teria sido arbitrrio.Renunciar liberdade abrir mo prpria condio de sua existncia no sendo razovel esta renncia. Portanto uma conveno contraditria e v, estipular de um lado uma autoridade absoluta e de outro uma obedincia ilimitada.

E qual o significado da guerra para os homens? Os prisioneiros de guerra podem tornar-se escravos do vencedor? Os homens no so naturalmente inimigos, as guerras so relaes entre estados e no entre homens, so abusos do governo feudal, ferem o Direito Natural e no deveriam fazer parte de nenhuma boa constituio. Os soldados vencidos numa guerra, ao deixarem suas armas, tornam-se simples homens e no mais representam o Estado, no podendo ser massacrados; tambm no existiria direito que permitisse esses homens serem tomados como escravos. Para Rousseau, as palavras escravo e direito so contraditrias, excludentes.

Captulo V De como sempre preciso remontar a uma conveno anterior

Existir sempre uma grande diferena entre subjugar uma multido e reger uma sociedade. Um povo pode submeter-se a um rei, antes disso j era um povo e esta submisso deve ser proveniente de uma deliberao prvia. Caso contrrio, como que uma maioria poderia decidir que uma minoria se submeta a algo que seja contrria? O ato que instituiu esta sociedade resultado de uma conveno anterior e em algum momento foi unanimidade.Captulo VI Do Pacto Social

Os homens se unem para que a fora conjunta possa sobrepujar a resistncia. Mas preciso que ao empenhar suas foras pelo coletivo, no seja prejudicado em suas necessidades individuais. O Contrato Social visa atender esta questo com o seguinte enunciado: Encontrar uma forma de associao que defenda e proteja, com toda a fora comum, a pessoa e os bens de cada associado, e pela qual cada um, unindo-se a todos, s obedece contudo a si mesmo, permanecendo assim to livre quanto antes. Nenhum associado poder vir a ter algo mais que os demais para evitar uma possvel tirania.

A esta associao assim pactuada, em que cada membro tem o seu direito a voto de forma igual, forma uma unidade pblica que recebe o nome de cidade (como antigamente) ou repblica ou corpo politico, sendo chamado pelos seus membros de Estado quando passivo ou soberano quando ativo e potncia pelos seus semelhantes. Os membros, no seu coletivo, so denominados povo e na individualidade chamados de cidado e sditos enquanto submetidos s leis do Estado.Captulo VII Do Soberano

Trata-se do compromisso recproco do pblico com os particulares.O corpo politico ou o soberano, por existir somente pela integridade do contrato social, no pode obrigar-se a nada que revogue este ato, como alienar parcial ou integralmente para outro soberano. O soberano tendo sido formado para interesse de seus associados, no pode procurar interesses contrrios aos deles. Por outro lado, a cada membro, como homem, pode manifestar sua vontade particular, mesmo sendo diferente da vontade geral a qual submetido enquanto cidado.Captulo VIII Do Estado Civil

O Estado civil substitui na conduta do homem, o instinto pela justia dando s suas aes a moralidade que no faz parte de sua natureza original.O contrato social impe uma troca: o homem perde a sua liberdade natural e o direito ilimitado pelos seus desejos individuais obtidos pela fora, e ganha a liberdade civil que garante a propriedade de tudo que possui. Desta forma, o desejo por impulso leva escravido e a obedincia s leis estabelecidas leva liberdade.Captulo IX Do Domnio Real

Os membros do contrato social esto doando suas foras, includo seus bens, no significa que a posse seja transferida. Desta forma, o Estado senhor de todos os bens de todos os seus membros.O direito do primeiro ocupante requer o estabelecimento da propriedade e necessita das seguintes condies: primeiro, que esse terreno no esteja ainda habitado por ningum; segundo, que dele se ocupe a poro de que se tem necessidade para subsistir; terceiro, que dele se tome posse no por uma cerimonia v, mas pelo trabalho e pela cultura, nicos sinais de propriedade que devem ser respeitados pelos outros, na ausncia de ttulos jurdicos..Assim assegurada a posse legtima, transformando a usurpao num direito verdadeiro, e a posse em propriedade.

Ao terminar este livro, apresentada a base de todo sistema social: o pacto fundamental, em lugar de destruir a igualdade natural, pelo contrrio substitui por uma igualdade moral e legtima aquilo que a natureza poderia trazer de desigualdade fsica entre os homens que, podendo ser desiguais na fora ou no gnio, se tornam todos iguais por conveno e de direito.Livro II

Captulo I A soberania inalienvel

O que existe de comum nos interesses particulares da sociedade que justifica sua formao. com base nesses interesses comuns que a sociedade deve ser governada. Assim, a soberania o exerccio da vontade geral; o poder pode ser transmitido, a vontade no. Entretanto, em caso de silncio universal, presume-se o consentimento do povo.Captulo II A soberania indivisvel

A soberania representa a unidade da associao, do povo, portanto, no tem como dividir sua vontade eleita como nica.Os polticos, no podem dividir a soberania e acabam por dividir em partes como se fossem peas desmembradas que pudessem ser recompostas.Captulo III Se pode errar a vontade geral

O povo deseja sempre o seu prprio bem, nem sempre sabe como alcan-lo.Alm do mais, existe muita diferena entre a vontade de todos e a vontade geral. O povo nem sempre est bem informado ao deliberar, as comunicaes entre os membros afetam a vontade geral, a existncia de faces e principalmente quando os membros se aglutinam em associaes parciais, reduzem-se as diferenas e afeta a vontade geral, principalmente se alguma dessas associaes for numerosa a ponto de sobrepor-se a todas as demais de modo que a vontade geral termina por ser uma opinio particular.Captulo XII Diviso das leis

As leis fundamentais regulam a relao do todo com o todo, ou seja, o soberano com o Estado.As leis civis que regulam a relao dos membros entre si e como o Estado.

As leis criminais que estabelecem a relao dos homens com as leis, conferindo penalizaes na ocorrncia de desobedincia.E finalmente aquelas que regulam os usos e costumesLivro III

Captulo I Do Governo em geral

Inicia com a importncia da fora e da vontade como causas para que uma ao livre seja de fato executada. A vontade determina o ato enquanto que a fora o poder para execut-lo. Na poltica a vontade expressa atravs do poder legislativo e a fora pelo poder executivo. O poder legislativo representa a vontade do povo.O Estado, razo do governo, no deve ser confundido com o soberano. Governo o exerccio do poder executivo, a administrao da mquina que atende ao soberano na execuo das leis para a manuteno da liberdade civil e poltica dos sditos. Chama de Prncipe, aquele magistrado ou pessoa responsvel por esta administrao.Captulo III Diviso dos governos

O autor distingue as formas de governo em:

a) Democracia o soberano que o povo, ou sua maioria, assuma o governo, de modo que haja mais cidados magistrados do que cidados particulares apenas.b) Aristocracia o governo fica nas mos de uma minoria dos cidados.c) Monarquia tambm chamado governo real; exercido por um nico magistrado.Captulo X Dos abusos do governo e de sua tendncia a degenerar

Da mesma forma que a vontade particular age contra a vontade geral, o prncipe exerce o esforo contra a soberania, alterando a constituio. Se este esforo for grande a ponto de quebrar o equilbrio, o prncipe rompe o tratado social e passa opresso. Captulo XI Da morte do corpo poltico

Fazendo analogia do corpo poltico com o corpo do homem que comea a morrer logo ao nascer, a longevidade de um corpo depende de sua constituio. Mantendo a comparao, o poder legislativo o corao e o poder executivo o crebro. Que comanda todas as partes do corpo. Um corpo pode continuar a viver mesmo com o crebro paralisado, tornando-se um imbecil. Entretanto, se o corao parar, a morte certa.Captulo XII Como se mantm a autoridade soberanaO soberano, para ser a vontade geral, depende que o povo se rena. Na poca da Imprio romano, o ltimo censo acusava quatro milhes de cidados (excluindo dependentes, mulheres, crianas, escravos e estrangeiros) que ficavam sem se reunir por poucas semanas.Captulo XV Dos deputados ou representantes

Este captulo o autor lembra que a verdadeira liberdade requer que cada um use suas prprias foras para atender suas necessidades, como mostrado, no incio do texto, atravs do breve histrico da raa humana. Uma plis bem dirigida atrai os cidados para assembleia enquanto que o mau governo, ao contrrio, afasta. Assim, surgiu a necessidade de nomear representantes para defender a vontade de alguns. Esses representantes logo se esquecem do interesse comum em prol do particular, e o povo torna-se escravo.Desde que o servio pblico deixa de constituir a atividade principal dos cidados e eles preferem servir com sua bolsa a servir com sua pessoa, o Estado j se encontra prximo da runa. Se lhes for preciso combater, pagaro tropas e ficaro em casa; se necessrio ir ao conselho, nomearo deputados e ficaro em casa. fora de preguia e de dinheiro, tero, por fim, soldados para escravizar a ptria e representantes para vende-la. (p. 234)Livro IV

Captulo VII Da Censura

Assim como a lei a declarao da vontade geral, a censura a declarao do julgamento pblico. A opinio pblica uma espcie de lei podendo coincidir ou no coma as leis declaradas.

Entre todos os povos do mundo, no em absoluto a natureza, mas a opinio, que decide a escolha de seus prazeres. Melhorai as opinies dos homens, e seus costumes purificar-se-o por si mesmos. (p. 237) atravs da censura que os costumes so mantidos, impedindo que as opinies se corrompam; uma vez mudada a opinio, a censura no conseguir restabelec-la.Ao concluir este resumo, fao-o com a citao do ltimo pargrafo do texto:

a opinio pblica, por no estar absolutamente submetida coero, no necessita de qualquer demonstrao de fora no tribunal estabelecido para represent-la. No de admirar muito a arte com que esse recurso, inteiramente perdido para os modernos, era utilizado entre os romanos e, mais ainda, entre os lacedemnios.

Retificando-o por entender que o poder da opinio pblica est sendo intensa e amplamente trabalhado e usado pelas foras hegemnicas exercidas atualmente pelos grandes detentores da mdia.Referncia BibliogrficaNASCIMENTO, M. M., Rousseau: da servido liberdade: da servido Liberdade , in Os clssicos da poltica, volume I, Captulo 6, org. Francisco Wollfert, srie Fundamentos, Ed. tica. 13. Edio, 2000. Citao da pgina 207

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