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SENTENÇA JUIZ FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO DF, em Mandado de Segurança impetrado pelo Advogado, Natal Moro Frigi, objetivando a inclusão de contribuinte na modalidade de parcelamento regulada pela Lei nº 11.941/2009 – Refis da Crise. Transcrição da Sentença Trata-se de Mandado de Segurança preventivo, impetrado por XXXXX, contra ato do DELEGADO DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL EM BRASÍLIA – DISTRITO FEDERAL, objetivando concessão de liminar consistente na segurança requerida, reconhecendo o direito do Impetrante, determinando a RFB consolide todos os débitos do contribuinte na sistemática de parcelamento da Lei 11.941/2009; sendo negada a liminar ou pendente o julgamento do mérito até o final do processo, que permaneçam todos os débitos descritos no Doc. 09 suspensos, conforme determina o art. 151 do CTN e, no mérito determinada a autoridade coatora à conceder todos os benefícios estabelecidos na Lei 11.941/2009 caso ainda não tenha usufruído. Alega, em síntese, que: - aos 19/08/2009 solicitou parcelamento de débitos do Imposto de Rende Pessoa Física, regido pela Lei 11.941/2009, recibo sob nº XXXXXXX; - a prova de que o contribuinte encontra-se regular com seus débitos de Imposto de Renda Pessoa Física parcelados é o recibo de acompanhamento emitido em 28/09/2011, no qual constam as parcelas já pagas desde a competência 08/2009 a 08/2011, não estando nenhuma parcela em atraso, situação que ensejaria a exclusão do parcelamento; - a Lei 11.941/2009 estabelece prazos de homologações e vários procedimentos, e no dia 01/06/2010, o contribuinte assinou declaração, digitalmente, sob recibo nº XXXXXXX com o seguinte teor:

SENTENÇA EM MANDADO DE SEGURANÇA - REINCLUSOA DE … · SENTENÇA JUIZ FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO DF, em Mandado de Segurança impetrado pelo Advogado, Natal Moro Frigi,

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SENTENÇA JUIZ FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO DF, em Mandado de Segurança impetrado pelo Advogado, Natal Moro Frigi, objetivando a inclusão de contribuinte na modalidade de parcelamento regulada pela Lei nº 11.941/2009 – Refis da Crise.

Transcrição da Sentença

Trata-se de Mandado de Segurança preventivo, impetrado por XXXXX,

contra ato do DELEGADO DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL EM BRASÍLIA –

DISTRITO FEDERAL, objetivando concessão de liminar consistente na

segurança requerida, reconhecendo o direito do Impetrante, determinando

a RFB consolide todos os débitos do contribuinte na sistemática de

parcelamento da Lei 11.941/2009; sendo negada a liminar ou pendente o

julgamento do mérito até o final do processo, que permaneçam todos os

débitos descritos no Doc. 09 suspensos, conforme determina o art. 151 do

CTN e, no mérito determinada a autoridade coatora à conceder todos os

benefícios estabelecidos na Lei 11.941/2009 caso ainda não tenha usufruído.

Alega, em síntese, que:

- aos 19/08/2009 solicitou parcelamento de débitos do Imposto de Rende

Pessoa Física, regido pela Lei 11.941/2009, recibo sob nº XXXXXXX;

- a prova de que o contribuinte encontra-se regular com seus débitos de

Imposto de Renda Pessoa Física parcelados é o recibo de

acompanhamento emitido em 28/09/2011, no qual constam as parcelas já

pagas desde a competência 08/2009 a 08/2011, não estando nenhuma

parcela em atraso, situação que ensejaria a exclusão do parcelamento;

- a Lei 11.941/2009 estabelece prazos de homologações e vários

procedimentos, e no dia 01/06/2010, o contribuinte assinou declaração,

digitalmente, sob recibo nº XXXXXXX com o seguinte teor:

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O sujeito passivo acima indicado declarou que após consulta dos débitos,

inclusive os inscritos em dívida ativa da União, irá incluir, no parcelamento da

Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009, a totalidade dos débitos constituídos

que atendam aos requisitos previstos na referida lei, no âmbito da

Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) e da Secretaria da Receita

Federal do Brasil (RFB), inclusive os que se encontravam com a exigibilidade

suspensa em decorrência de ações judiciais, impugnações e recursos

administrativos cuja desistência foi efetuada nos termos da Portaria Conjunta

PGFN/RFB n° 13, de 19 de novembro de 2009.

- de 02/05/2011 a 25/05/2011 outra fase se iniciou às pessoas físicas e jurídicas

e não ao contribuinte, ao tentar homologar esta fase pela internet,

apareceu a mensagem com a seguinte informação:

Não foram encontrados débitos que possam fazer parte desta modalidade.

Caso existam débitos enquadrados nesta modalidade e que não estejam

sendo apresentados aqui, obtenha maiores esclarecimentos no item

orientação ou procure a unidade da RFB de seu domicílio tributário.

- no dia 19/05/2011, dirigiu-se à Delegacia da Receita Federal em Brasília – DF

e protocolizou pedido Processo Administrativo sob nº XXXXX no interesse de

que fosse corrigida a inconsistência apresentada pelo sistema da RFB quanto

à finalização de homologação do processo de parcelamento com base na

Lei 11.941/2009;

- o Processo Administrativo nº XXXXXXX ainda se encontra pendente de

análise e que o contribuinte continua pagando a parcela mínima de R$

50,00, (cinqüenta reais) e que já pagou 25 parcelas, perfazendo o total

principal de R$ 1.250,00 (hum mil e duzentos e cinqüenta reais);

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- mesmo com o Processo Administrativo nº XXXXXXXX pendente de análise o

contribuinte compareceu à RFB em Brasília para obter informações quanto

ao processo mencionado e fora surpreendido com a emissão de um DARF

com o nº de referência XXXXXXX, cujo valor principal é de R$ XXXXX (XXXX) e

acrescido de multa e juros perfaz o total de R$ XXXXXXX, com vencimento

dia 30/09/2011;

- observa-se que os débitos que compõem o nº XXXXXX totalizam o valor de

R$ XXXXXX, comprovando que se trata do mesmo débito e que deve estar

suspenso mediante o parcelamento;

- constata-se que o processo de referência mencionado acima se apresenta

em relatório da RFB – conta corrente, relatório este emitido aos 28/09/2011

por meio do serviço de atendimento virtual (E-Cac) e que estes débitos já

foram objeto de adesão ao parcelamento da Lei 11.941/2009;

- em detrimento de não haver qualquer dúvida quantos aos débitos em

questão acima anexa o conta corrente, onde apresenta logo no início do

relatório a seguinte mensagem:

Optante pelo parcelamento da Lei 11.941/2009 no âmbito da RFB. Indicou a

inclusão da totalidade dos débitos nos termos da Portaria PGFN/RFB nº

003/2010.

- no mesmo documento apresentam-se débitos pendentes Processo

XXXXXXX devedor, entretanto, logo abaixo apresenta-se Exigibilidade

Suspensa na Receita Federal Parcelamentos Lei 11.941 – RFB – Em

Consolidação;

- ressalta-se que os débitos objeto do parcelamento da Lei 11.941/2009

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são os valores consolidados no processo nº XXXXXXX e que o contribuinte já

solicitou o acerto na base, pois os mesmos devem se encontrar com sua

exigibilidade suspensa e serem inseridos na consolidação do parcelamento

da Lei 11.941/2009 – “REFIS DA CRISE”;

- veja que o contribuinte não foi excluído do Programa Refis, mas também

não teve seu débito consolidado e, portanto, continua pagando a parcela

mínima de R$ 50,00. Tampouco pouco teve seu Processo Administrativo nº

XXXXXXX julgado;

- desse modo, o não julgamento do processo administrativo já enunciado e

nem mesmo a consolidação dos débitos no Programa Refis caracterizam

abuso de poder e violação ao direito líquido e certo;

- o justo receio está concretizado no direito e na obrigação do fisco em

lançar em dívida ativa os valores descritos, além do contribuinte de não

usufruir dos benefícios prescritos na Lei 11.941/2009;

- como já demonstrado, o Impetrante está correndo o risco de não poder

exercer seu direito de parcelamento, consolidação na Lei 11.941/2009, por

não ter julgado o Processo Administrativo sob nº XXXXXXX.

Juntou documentos às fls. 21/34.

Despacho postergou a apreciação do pedido de liminar para após a vinda

das informações, fl. 37. Informações da autoridade coatora, fls. 43/49, alega

que:

- a Lei n° 11.941, de 27/05/2009, resultado da conversão da Medida Provisória

n° 449/2008, alterou a legislação tributária federal relativa ao parcelamento

ordinário de débitos tributários, instituindo uma nova modalidade de

parcelamento;

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- a lei foi bem explícita em sua autorização para que a Secretaria da Receita

Federal do Brasil e a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional editassem atos

regulamentando a execução do programa de parcelamento, inclusive

quanto à forma e aos prazos de confissão dos débitos a serem parcelados. O

ato a que a lei se referiu concretizou-se através da edição da Portaria

Conjunta PGFN/RFB n° 06, de 22/07/2009;

- em relação aos prazos cuja regulamentação a Lei n° 11.941/2009

confiou a ato conjunto da RFB e da PGFN, é imprescindível o requerimento

de adesão protocolado entre 17/08/2009 e 30/11/2009. Conforme se

comprova nos documento acostados nos autos, o impetrante cumpriu

perfeitamente o prazo estipulado;

- seu pedido de adesão ao programa de parcelamento foi efetuado no dia

19/08/2009, tendo sido indicado a seguinte modalidade de débitos junto à

Secretaria da

Receita Federal do Brasil: "Parcelamento de Dívidas não Parceladas

Anteriormente - art.

1° - RFB - Demais Débitos, de que trata a Lei n° 11.941, de 2009."

- no caso do impetrante, havia parcelamentos deferidos antes da entrada

em vigor da Lei 11.941/2009, de tal maneira que consta na tela dos débitos

pendentes de 2007 o processo n° XXXXXX;

- nesse caso, a modalidade correta de parcelamento que o impetrante

deveria ter optado era: "Saldo remanescente de parcelamentos anteriores -

RFB – demais débitos" tal como insculpido no art. 3º da Lei 11.941/2009 assim

como no Capítulo II - "do pagamento à vista ou do parcelamento de saldo

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remanescente do programa Refis e dos parcelamentos Paes, Paex e

ordinários" - da Portaria Conjunta PGFN/RFB n« 6, de 22/07/2009;

- a inclusão dos débitos em cada modalidade eleita deveria ser feita entre

01/06/2010 e 30/06/2010. Mais uma vez, sob o amparo total da Lei n°

11.941/2009, o ato executivo previu o cancelamento do parcelamento nos

casos em que não houvesse a devida manifestação no prazo fixado;

- o prazo foi, posteriormente, prorrogado até 30/07/2010 pela Portaria

PGFN/RFB n° 13, de 02/07/2010. Nesse sentido, o impetrante, em 01/06/2010,

conforme documentos acostados em sua exordial, optou pela inclusão da

totalidade dos débitos constituídos ao parcelamento da Lei 11.941/2009 de

forma tempestiva;

- em 03/02/2011, foi expedida a Portaria Conjunta PGFN/RFB nº' 02/2011, que

fixou as regras para a consolidação dos débitos incluídos no parcelamento,

fase fundamental à operacionalização do programa;

- esta ultima Portaria trouxe uma informação relevante para os contribuintes

que se encontravam na mesma situação do impetrante: as modalidades

optadas no parcelamento poderiam ser retificadas, no período entre

01/03/2011 e 31/03/2011;

- quando o impetrante tentou homologar a consolidação do parcelamento,

a mensagem que apareceu na internet informando que não constavam

débitos que pudessem fazer parte da modalidade escolhida se deu pelo

engano na opção da modalidade de parcelamento, uma vez que, devido

ao enquadramento incorreto, o sistema não encontra débitos em aberto

suscetíveis de pagamento;

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- a prova de que não ocorreu erro do sistema é que o próprio impetrante

conseguiu solicitar, através do sítio da Secretaria da Receita Federal do Brasil,

a consolidação dos seus débitos. Isso comprova que o sistema não estava

indisponível para as requisições dos contribuintes;

- segundo consta no documento acostado nos autos, o impetrante requereu

administrativamente a consolidação do parcelamento em 15/05/2011.

Porém, como já esclarecido anteriormente, o prazo concedido para

retificação das modalidades já tinha se esgotado em 31/03/2011, nos termos

do art. 1°, inciso I, alínea "b" da Portaria Conjunta PGFN/RFB nº 2, de

03/02/2011;

- a Lei n° 11.941/2009 expressamente autorizou a edição de atos infralegais

para possibilitar a execução do programa de parcelamento por ela

instituído.

Nesse contexto, o descumprimento dos prazos implica em cancelamento do

parcelamento;

- a pretensão do impetrante não encontra qualquer amparo legal. Á

consolidação, no parcelamento instituído, pela Lei nº 11.941/2009, de todos

os seus débitos não foi possível por conta de erro do próprio impetrante ao

optar pela modalidade errada de parcelamento e, posteriormente, pelo

descumprimento dos prazos fixados para retificação da modalidade em

atos regulamentares expedidos pela Secretaria da Receita Federal do Brasil

e pela Procuradoria Geral da Fazenda Nacional;

Por fim, requer denegação da ordem.

Decisão deferiu o pedido de liminar consistente em “ordem mandamental,

fixando o prazo de 5 (cinco) dias para que corrija os dados do sistema e

encaminhe a este Juízo Federal certidão constando que foi aceita a adesão

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ao parcelamento e que está com os pagamentos em dia, se efetivamente

assim ocorrer.”

Intimada da decisão, a impetrada oficiou o Juízo da 9ª Vara informando o

cumprimento da liminar, fls. 58/60.

Petição do impetrante informa descaso da autoridade coatora em cumprir

a decisão que concedeu a liminar e requereu: medida restritiva de

liberdade, imposição de astreintes e providências da Receita para

efetivação do parcelamento, fls. 73/75.

A União (Fazenda Nacional) requereu ingresso no feito, fl. 82, e noticiou a

interposição de Agravo de Instrumento nº 70401-73.2011.4.01.0000. O

representante do Ministério Público absteve-se de emitir manifestação sobre

o mérito, haja vista ausência de interesse primário, fls. 98/100.

DECIDO.

A pretensão do impetrante é segurança no sentido de que seja

reconhecendo o direito de consolidar todos os débitos do contribuinte na

sistemática de parcelamento da Lei 11.941/2009, ou, sendo negada a liminar

ou pendente o julgamento do mérito até o final do processo, que

permaneçam todos os débitos descritos no doc. 09 suspensos e, no mérito

determinar à autoridade coatora conceder todos os benefícios

estabelecidos na Lei 11.941/2009.

Após intimação da impetrada esta informou o seguinte:

Em atendimento ao Mandado de Intimação acima, em que se intima da

Decisão que deferiu o pedido de liminar em favor de XXXXXX (CPF n° XXXX),

temos a informar que, conforme Memorando nº XXXX/2011 DRF/BSB/Dicat,

de 10/11/2011, em anexo, foi efetuada a correção da modalidade de

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adesão, ou seja, de "dívida não parcelada anteriormente" (prevista no art. 1°

da dita Lei) para "saldo remanescente de parcelamentos anteriores"

(prevista no art. 3° da mesma Lei), conforme ainda Extratos dos Sistemas em

anexo. Os débitos do impetrante classificam-se como saldo remanescente

de parcelamentos anteriores rescindidos e não como dívidas não

parceladas anteriormente à Lei n° 11.941, de 2009. Quando da sua adesão,

o impetrante optara pela modalidade errada, o que fez com que o sistema

do parcelamento da Lei impedisse a consolidação em maio de 2011, por

parte do impetrante.

Cumpriu-se desta forma a Decisão Judicial, estando agora o contribuinte

enquadrado na modalidade certa para seus débitos, cabendo observar que

a efetiva inclusão no parcelamento, conforme informa o aludido

Memorando, só ocorrerá provavelmente em dezembro de 2012. Até lá o

contribuinte deverá pagar a prestação mínima estipulada no art. 1°, § 6°, I,

da Lei n° 11.941, de 2009, cujos DARF serão emitidos dentro do e-CAC

(Centro Virtual de Atendimento ao Contribuinte), no sítio da Internet da

Secretaria da Receita Federal do Brasil.

Após a referida consolidação (em dez/2012), o contribuinte deverá

promover o pagamento das parcelas com base no resultado dos cálculos

da consolidação (receberá à época Correspondência sobre isto), sendo

que estas novas prestações, resultado da consolidação, inclusive com a

dedução dos valores já pagos e com a aplicação dos descontos previstos

na Lei, valerão para as parcelas com vencimentos a partir de agosto de

2011, pois as alterações nos valores das prestações terão efeitos retroativos

até agosto de 2011, conforme fundamentado no referido Memorando. Sobre

tais diferenças incidirão os juros da taxa Selic.

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Alerte-se, por último, ao impetrante, sobre o disposto no último parágrafo do

aludido Memorando: que as diferenças das prestações devedoras, devidas

desde agosto de 2011 e decorrentes dos cálculos da consolidação (que se

efetivará certamente em dezembro de 2012) deverão ser pagas até o último

dia útil do mês subsequente ao mês da ciência da efetivação da

consolidação (o impetrante receberá correspondência sobre a efetivação

da consolidação).

Nos presentes autos, a autoridade impetrada informou o cumprimento da

liminar, conforme acima transcrito, de sorte que: “Cumpriu-se desta forma a

Decisão Judicial, estando agora o contribuinte enquadrado na modalidade

certa para seus débitos, cabendo observar que a efetiva inclusão no

parcelamento, conforme informa o aludido Memorando, só ocorrerá

provavelmente em dezembro de 2012. Até lá o contribuinte deverá pagar a

prestação mínima estipulada no art. 1°, § 6°, I, da Lei n° 11.941, de 2009, cujos

DARF serão emitidos dentro do e-CAC (Centro Virtual de Atendimento ao

Contribuinte), no sítio da Internet da Secretaria da Receita Federal do Brasil.”

Muito bem. Claro está que o pedido já foi atendido em atenção à medida

liminar. Portanto, o objeto exauriu-se com a liminar. Restando, assim, apenas

sua ratificação que desde já ratifico.

Posto isso, confirmo a liminar deferida nos termos da Decisão à fl. 51 e

CONCEDO A SEGURANÇA.

Custas de lei. Sem honorários advocatícios, conforme art. 25 da Lei

12.016/2009 e nos termos dos enunciados da Súmula n. 512, do STF e n. 105

do STJ.

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Oficie-se o Relato do Agravo de Instrumento nº 70401-73.2011.4.01.0000,

dando-lhe conhecimento do inteiro teor desta Sentença.

Intime-se a impetrante e a autoridade coatora.

Dê se vista à PFN. Após, ao MPF.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

Brasília, 6 de maio de 2012.

XXXXXXXX

Juiz Federal Substituto da 9ª Vara/DF