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    SRIE ESTUDOS E PESQUISAS

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    SEIInformaoa Servio daSociedade

    www.sei.ba.gov.br

    MIGRAO E MIGRANTESDA BAHIA NOS

    ANOS DE 1980 E 1990:TENDNCIAS E PERFIS SOCIODEMOGRFICOSISBN

    85

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    -60

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    GOVERNODABAHIA

    Governo do Estado da Bahia

    Paulo Ganem Souto

    Secretaria do Planejamento

    Armando Avena

    Superintendncia de Estudos Econmicos e Sociais da Bahia

    Cesar Vaz de Carvalho Junior

    Diretoria de Pesquisas

    Jos Ribeiro Soares Guimares

    Coordenao de Pesquisas Sociais

    Cludia Monteiro Fernandes

    Superintendncia de Estudos Econmicos e Sociais da Bahia. Migrao e migrantes da Bahia nos anos de 1980 e 1990: tendncias e perfis sociodemogrficos. Salvador: SEI, 2006. 124 p. il. (Srie estudos e pesquisas, 76). ISBN 85-85976-60-8

    1. Migrao e migrantes Bahia. I. Ttulo. 2. Srie.

    CDU 314. 7 (813.8)

    Av. Luiz Viana Filho, 435, 2 andar - CAB - CEP 41750-002 - Salvador - BahiaTel.: (71) 3315-4822 / 3115-4707 - Fax: (71) 3116-1781

    www.sei.ba.gov.br - [email protected]

    FICHATCNICA

    Coordenao Editorialngela de Oliveira BelasSimone Arajo de Pinho

    Equipe de Elaborao

    ngela de Oliveira BelasCndida Ribeiro SantosIvana Tavares MuricySimone Arajo de Pinho

    Colaborao

    Mayara Mychella Sena ArajoPatricia Chame Dias

    Sistematizao dos Dados e Elaborao de Cartogramas

    Aline dos Santos Gomes (estagiria)Mayara Mychella Sena Arajo

    Normalizao

    Coordenao de Biblioteca e Documentao (COBI)

    Cordenao Grfica

    Fabiana Faria

    Reviso de Linguagem

    Vera Brito

    Editorao

    Agap Design

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    SUMRIO

    9 APRESENTAO

    11 INTRODUO

    13 ASPECTOSMETODOLGICOS

    17 TENDNCIASHISTRICASDAMIGRAOINTERESTADUALBAIANANOSPERODOS1940-1970 E1970-1991

    21 TENDNCIASMIGRATRIASDABAHIA

    PARTE I

    29 TENDNCIAS, PADRESEESPACIALIZAODAMIGRAOINTERESTADUALDABAHIA(1986-1991 E1995-2000)

    29 A BAHIANOBRASILENONORDESTE

    36 ORIGEMEDESTINODOSMIGRANTESDOESTADODABAHIA

    42 ESPACIALIZAODAIMIGRAOEDAEMIGRAOINTERESTADUALDABAHIA

    46 IMIGRAODERETORNO

    PARTE II

    55 PERFILDOSMIGRANTESINTERESTADUAISDOESTADODABAHIA(1986-1991 E1995-2000)

    56 CARACTERSTICASSOCIODEMOGRFICASDOSMIGRANTES

    72 ANLISECOMPARATIVADASESTRUTURASETRIASDOSCONTINGENTES

    DEEMIGRANTES, IMIGRANTESENOMIGRANTES

    76 IMPACTOSDOSMOVIMENTOSMIGRATRIOSNAESTRUTURAETRIADA

    POPULAOBAIANA

    81 CONSIDERAESFINAIS

    92 REFERNCIAS

    95

    ANEXOS

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    LISTA DE TABELAS

    22 TABELA1- Saldo migratrio acumulado e incremento relativo, Bahia, 1940-1980

    23 TABELA2- Imigrao e emigrao acumuladas e incremento relativo, Bahia,

    1940-1980

    29 TABELA3- Participao dos imigrantes e emigrantes interestaduais da Bahia no

    total de migrantes interestaduais do pas, Bahia, 1986-1991 e 1995-2000

    30 TABELA4- Imigrantes e emigrantes com 5 anos e mais por unidade da

    Federao, Brasil, 1986-1991 e 1995-2000

    31 TABELA5- Participao percentual das unidades da Federao no total deimigrantes e emigrantes com 5 anos e mais por Regio, Brasil, 1986-1991 e

    1995-2000

    32 TABELA6- Proporo de imigrantes na populao com 5 anos e mais, segundo as

    unidades da Federao e Grandes Regies, Brasil, 1986-1991 e 1995-2000

    33 TABELA7- Proporo de emigrantes na populao com 5 anos e mais, segundo

    as unidades da Federao e Grandes Regies, Brasil, 1986-1991 e 1995-2000

    34 TABELA8- Nmero de imigrantes e emigrantes com 5 anos e mais e saldo

    migratrio residual por Grandes Regies, Brasil, 1986-1991 e 1995-2000

    35 TABELA9 - Nmero de imigrantes e emigrantes com 5 anos e mais e saldo

    migratrio residual por unidade da Federao, Brasil, 1986-1991 e 1995-2000

    37 TABELA10 - Origem dos imigrantes da Bahia com 5 anos e mais, por Grandes

    Regies, Bahia,1986-1991 e 1995-2000

    37 TABELA11- Destino dos emigrantes da Bahia com 5 anos e mais, por Grandes

    Regies, Bahia,1986-1991 e 1995-2000

    38 TABELA12 - Incremento absoluto e relativo no nmero de imigrantes e

    emigrantes da Bahia com 5 anos e mais nas Grandes Regies do pas, Bahia,

    1986-1991 e 1995-2000

    39 TABELA13 - Saldo migratrio residual de origem dos imigrantes e destino dos

    emigrantes com 5 anos e mais por Grandes Regies, Bahia, 1986-1991 e

    1995-2000

    40 TABELA14- Unidades da Federao de origem dos imigrantes e destino dos

    emigrantes com 5 anos e mais, Bahia, 1986-1991 e 1995-2000

    41 TABELA15- Origem dos imigrantes e destino dos emigrantes com 5 anos e mais

    e saldo migratrio por Grandes Regies, Bahia,1986-1991e 1995-2000

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    43 TABELA16- Distribuio dos imigrantes e emigrantes com 5 anos e mais

    segundo Regies Econmicas de destino e origem, Bahia, 1986-1991 e

    1995-2000

    44 TABELA17- Incremento absoluto e relativo no nmero de imigrantes e

    emigrantes interestaduais com 5 anos e mais por Regio Econmica, Bahia,

    1986-1991 e 1995-2000

    45 TABELA18- Municpios responsveis pelos maiores quantitativos de imigrantes

    interestaduais com 5 anos e mais, Bahia, 1995-2000.

    46 TABELA19- Municpios responsveis pelos maiores quantitativos de emigrantes

    interestaduais com 5 anos e mais, Bahia, 1995-2000

    48 TABELA20 - Imigrante de retorno e no natural com 5 anos e mais segundo

    Grandes Regies de origem, Bahia,1991- 2000

    49 TABELA21- Imigrantes de retorno com 5 anos e mais por Regies Econmicas

    de residncia atual, Bahia, 1996-1991 e 1995-200

    50 TABELA22 - Municpios com peso acima de 1% no total de imigrantes da Bahia

    e peso dos imigrantes de retorno com 5 anos e mais, Bahia, 1991

    51 TABELA23- Municpios com peso acima de 1% no total de imigrantes da Bahia e

    peso dos imigrantes de retorno com 5 anos e mais, Bahia, 2000

    56 TABELA24 - Imigrantes interestaduais com 5 anos e mais por grupos de idades

    qinquenais, Bahia, 1986-1991 e 1995-2000

    60 TABELA25- Distribuio dos emigrantes com 5 anos e mais por faixas

    qinquenais de idade e incremento relativo, Bahia, 1986-1991 e 1995-2000

    63 TABELA26 - Distribuio e incremento dos imigrantes com mais de 5 anos por

    cor/raa, Bahia, 1986-1991 e 1995-2000

    65 TABELA27- Distribuio e incremento dos emigrantes com 5 anos e mais por

    cor/raa, Bahia, 1986-1991 e 1995-2000

    66 TABELA28- Distribuio dos imigrantes com 5 anos e mais por anos de estudo,

    Bahia, 1995-2000

    68 TABELA29- Distribuio dos imigrantes com 5 anos e mais por anos de estudo,

    Bahia, 1986-1991

    69 TABELA30 - Distribuio dos emigrantes com 5 anos e mais por anos de estudo,

    Bahia, 1995-2000

    71 TABELA31- Distribuio dos emigrantes com 5 anos e mais por anos de estudo,Bahia, 1986-1991

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    77 TABELA32- Imigrantes, emigrantes com 5 anos e mais e saldo migratrio,

    Bahia, 1986-1991 e 1995-2000

    77 TABELA33- Percentual de imigrantes, emigrantes com 5 anos e mais e saldo

    migratrio, Bahia, 1986-1991 e 1995-2000

    78 TABELA34- Imigrantes, emigrantes com 5 anos e mais e saldo migratrio por

    grandes grupos etrios, Bahia, 1986-1991 e 1995-2000

    78 TABELA35- Percentual de imigrantes, emigrantes com 5 anos e mais e saldo

    migratrio por grandes grupos etrios - Bahia, 1986-1991 e 1995-2000, Bahia,

    1986-1991 e 1995-2000

    79 TABELA36- Saldos migratrios, populao e percentual do saldo sobre oconjunto da populao do Estado da Bahia por faixas qiqenais de idade,

    Bahia, 1986-2000

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    LISTA DE GRFICOS

    22 GRFICO1 - Evoluo do saldo migratrio acumulado e incremento relativo,Bahia, 1940-1980

    22 GRFICO2- Estimativas do saldo migratrio acumulado por dcada, Bahia,

    1940-1980

    23 GRFICO3- Imigrao e Emigrao acumuladas, Bahia, 1940-1980

    24 GRFICO4- Imigrao e emigrao por dcada, Bahia, 1940-1980

    47 GRFICO5- Total de imigrantes interestaduais de retorno e no natural com 5

    anos e mais, Bahia, 1986-1991 e 1995-2000

    57 GRFICO6- Distribuio dos imigrantes com 5 anos e mais por grandes grupos

    etrios, Bahia, 1986-1991 e 1995-2000

    59 GRFICO7- Distribuio dos emigrantes interestaduais com 5 anos e mais por

    grandes grupos etrios, Bahia, 1986-1991 e 1995-2000

    61 GRFICO8- Razo de sexo dos imigrantes e emigrantes com 5 anos e mais,

    Bahia, 1986-1991 e 1995-2000

    64 GRFICO9- Distribuio relativa dos imigrantes com 5 anos e mais por

    cor/raa, Bahia, 1986-1991 e 1995-2000

    65 GRFICO10- Distribuio relativa dos emigrantes com 5 anos e mais por

    cor/raa, Bahia, 1986-1991 e 1995-2000

    72 GRFICO11- Distribuio etria segundo a condio migratria, Bahia, 1986-1991

    73 GRFICO12 - Distribuio etria segundo a condio migratria, Bahia, 1995-2000

    75 GRFICO13- Idades medianas das categorias por condio migratrias, Bahia,

    1986-1991 e 1995-2000

    75 GRFICO14 - Razo de dependncia por condio migratria e do conjunto do

    Estado da Bahia, Bahia, 1986-1991 e 1995-2000

    80 GRFICO15- Populao esperada e populao observada com 5 anos e mais,

    Bahia, 1991

    80 GRFICO16 - Populao esperada e populao observada com 5 anos e mais,

    Bahia, 2000

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    APRESENTAO

    Nas ltimas dcadas, as fortes mudanas ocorridas na dinmica populacional brasileiratm levado no apenas emergncia de novos padres de crescimento demogrfico e deurbanizao intra-regionais, como tambm ao aparecimento de novas tendncias nosprocessos de redistribuio da populao no espao, e, em particular, em termos de trocasmigratrias entre distintas regies do pas. Nesse cenrio, a Bahia apresentoutransformaes na sua dinmica demogrfica, exibindo, especificamente no que tangeaos seus deslocamentos migratrios, uma tendncia reduo no ritmo de intensificaode suas perdas lquidas.

    Atenta a esta realidade e visando a suprir a escassez de anlises demogrficas em mbitoregional, especialmente na produo de estatsticas sobre os movimentos migratrios doestado, a Superintendncia de Estudos Econmicos e Sociais da Bahia (SEI) apresentaeste estudo para a Bahia e suas Regies Econmicas, referentes s dcadas de 1980 e1990, com base nos Censos Demogrficos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica(IBGE).

    Este trabalho tem carter nico no mbito do estado, dada ampla gama de informaesdemogrficas que contemplam as diversas escalas geogrficas: estadual, regional e

    municipal. Com isso, a SEI no apenas cumpre seu papel social de produzir e divulgarinformaes sobre o estado da Bahia, como tambm contribui, expressivamente, para aatividade de planejamento governamental ou no e para os programas dedesenvolvimento local e sustentvel, em diferentes nveis, que vm ganhando cada vezmaior relevncia.

    O presente estudo envolve duas partes bsicas: uma primeira, aqui denominada Tendncias,padres e espacializao da migrao interestadual da Bahia, e outra, intitulada Perfildos migrantes interestaduais do estado da Bahia. A primeira tem como foco a atualizaode tendncias, na produo de estimativas de migrao do estado e identificao de origem

    e destino dos fluxos, com destaque para a migrao de retorno, dentre outros aspectos. Asegunda se volta para a anlise do perfil sociodemogrfico dos migrantes.

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    INTRODUO

    No contexto de fortes mudanas ocorridas na dinmica populacional brasileira nas lti-mas dcadas, verificou-se, pelas anlises que vm sendo realizadas por pesquisadores emestudos populacionais e demogrficos e em institutos especializados, inclusive no mbitoda Superintendncia de Estudos Econmicos e Sociais da Bahia (SEI), que a Bahia,embora reproduza muitas das tendncias do Nordeste, apresenta importantes especifici-dades em relao aos demais estados integrantes desta regio. Com cerca de 13 milhesde habitantes registrados em 2000, a Bahia, quarto estado mais populoso do pas, vemexperimentando uma considervel desacelerao no seu ritmo de crescimento demogrfi-

    co. Tal fenmeno reflete as transformaes em curso na dinmica sociodemogrfica bai-ana, que, por sua vez, se encontram associadas a modificaes mais gerais verificadasnos mbitos social, econmico e cultural da sociedade.

    Alm disso, a Bahia exibe uma enorme heterogeneidade de processos demogrficos noseu interior, o que representa uma configurao bastante rica, em termos da diversidadede situaes demogrficas coexistentes, em face das numerosas formas possveis de com-binao de ritmos distintos de queda generalizada da fecundidade e da mortalidade, comrespostas diversas dinmica econmica e s crises dos anos 1980 e 1990.

    Em relao aos mecanismos endgenos da reproduo sociodemogrfica fecundidade emortalidade , que juntos definem o crescimento vegetativo ou o processo de sucesso dasgeraes, observa-se a continuidade, para o conjunto do estado nas dcadas de 1980 e1990, de uma das mais importantes mudanas estruturais, convencionalmente designadapelos demgrafos de transio demogrfica.

    O estudo Mudanas nos padres de fecundidade e mortalidade na infncia da Bahia 1940/1997,realizado por Souza e Muricy (2001), no mbito dos trabalhos desenvolvidos pela SEI,demonstra a consolidao de novos padres de fecundidade e de mortalidade infantil a partirda dcada de 1970. Esses novos padres se expressam na maior sobrevivncia dos filhos e na

    reduo do tamanho das proles, fenmenos captados pelo declnio da taxa de fecundidade epelo aumento da esperana de vida ao nascer. Ainda segundo esse estudo, as maiores reduesnestes componentes demogrficos ocorreram nas dcadas de 1980 e 1990, o que contribuiupara arrefecer o ritmo de crescimento global do estado da Bahia.

    Nesta conjuntura, ao se observar a migrao da Bahia, que apresenta como uma dascomponentes demogrficas definidoras do ritmo de crescimento e da estrutura etria dapopulao, assim como da sua distribuio espacial , foram observadas duas tendnciasprincipais: um aumento, em termos absolutos, dos fluxos de sada e um recrudescimentobastante significativo dos movimentos de imigrao (sobretudo os de retorno). Como con-

    seqncia desses dois movimentos, os saldos migratrios do estado permaneceram forte-mente negativos, embora os volumes sejam inferiores aos das dcadas anteriores.

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    12MIGRAOEMIGRANTESDABAHIANOSANOSDE1980 E1990:TENDNCIASEPERFISSOCIODEMOGRFICOS

    Baseada neste contexto, a SEI desenvolveu este estudo com o objetivo de estudar astendncias detectadas nas pesquisas existentes e atender a uma lacuna em termos de

    anlise e produo de estatsticas mais recentes sobre a migrao baiana. Assim, com ointuito de fornecer um quadro com informaes sobre os movimentos migratrios da Bahiae sua participao na dinmica demogrfica do estado como um todo, a pesquisa apre-sentou estimativas de saldos migratrios e identificao de fluxos, em perodos mais atu-ais (1986-1991 e 1995-2000), incluindo tambm, uma caracterizao do perfil dos mi-grantes interestaduais da Bahia.

    A importncia deste trabalho deve ser enfatizada no s pelo seu carter instrumentalpara o planejamento em geral, mas tambm porque o dimensionamento e a caracteriza-o dos fluxos migratrios interestaduais oferecem informaes importantes no sentidode avanar no conhecimento das tendncias recentes de mais uma componente demogr-fica, alm das que j foram investigadas no mbito dos trabalhos da SEI.1As informa-es obtidas nesta pesquisa podem fornecer subsdios tambm para a compreenso doprocesso de distribuio espacial da populao, na medida em que identifica os desloca-mentos populacionais ocorridos nos diversos subespaos do estado, que tiveram comoorigem ou destino outras unidades da Federao.

    1Entre as pesquisas desenvolvidas na rea de demografia desta Instituio, foi realizado o estudo sobre fecundidadee mortalidade infantil, as tendncias de crescimento demogrfico para todas as regies econmicas e municpios daBahia, de 1980 a 2000 e estudos sobre a estrutura etria da populao, conforme mencionado anteriormente.

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    ASPECTOS METODOLGICOS

    Verificar as tendncias atuais da migrao do estado, com base na produo de estimati-vas de origem e destino dos fluxos, com destaque para a migrao de retorno, dentreoutros aspectos e analisar o perfil sociodemogrfico dos migrantes constituem-se os eixosnorteadores deste trabalho.

    Alm dessas duas partes, este relatrio apresenta um histrico das grandes tendnciasdos movimentos migratrios ocorridos no Brasil durante as dcadas de 1930 a 1980,com nfase na participao do Nordeste e, particularmente, da Bahia. Esta reconstitui-o teve o objetivo de fornecer um pano de fundo para que se possa melhor avaliar astendncias dos movimentos migratrios interestaduais do estado nas conjunturas de 1980e 1990, objeto de anlise do estudo.

    Assim, o estudo envolve a anlise da imigrao e da emigrao interestadual da Bahianas dcadas de 1980 e 1990, no sentido de identificar sinais de continuidade ou mudananas tendncias recentes da migrao interestadual da Bahia em relao ao que se vemobservando, particularmente, desde as dcadas de 1970 e 1980 e que, de algum modo,foi tratado no captulo referente ao histrico.

    Vale ressaltar que no foram considerados os imigrantes da Bahia oriundos do exterior,

    por serem pouco significativos numericamente, ou porque no se tm estimativas paraesse estado dos emigrantes que se destinaram ao exterior.

    Um dos propsitos deste trabalho foi identificar os espaos na Bahia que mais ganham eos que mais perdem populao atravs da migrao interestadual, tendo-se optado pordestacar, individualmente, os municpios com maior peso no volume de imigrantes e deemigrantes. Os municpios so agrupados em Regies Econmicas,2destacando-se osmais representativos no que toca imigrao e emigrao dentro de cada regio. A Re-gio Nordeste e o pas, no conjunto, ou com especificao dos seus estados integrantes,foram referncias espaciais comparativas privilegiadas no trabalho.

    importante mencionar que, devido a problemas de alterao na base da Diviso Polti-ca Administrativa de mbito municipal no Estado, durante a dcada de 1980, devidos criao de novos municpios, desmembramentos etc. envolvendo muitas unidades munici-pais, no foi possvel trabalhar com os dados de 1986-1991 referentes a municpios. Taisalteraes levam a situaes como a de indivduos que, perguntados sobre o municpio deresidncia na data fixa de referncia em 1986, declararam municpios que j no maisexistiam na Diviso Poltica Administrativa vigente em 1991.

    2As Regies Econmicas so unidades espaciais, estabelecidas pela Secretaria de Planejamento do Estado da Bahia,

    comumente utilizadas para a divulgao de estatsticas agregadas. Alm disso, expressam atividades econmicaspredominantes no Estado. Comportam, entretanto, grande heterogeneidade interna entre os municpios integran-tes em termos econmicos, sociais e demogrficos.

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    14MIGRAOEMIGRANTESDABAHIANOSANOSDE1980 E1990:TENDNCIASEPERFISSOCIODEMOGRFICOS

    Alguns conceitos demogrficos nortearam a produo deste estudo, com destaque paraos conceitos de migrante e migrao de retorno, em razo das caractersticas que lhe so

    prprias. A noo de migrante construda e adotada neste trabalho est atrelada s pos-sibilidades de uso da informao dos censos demogrficos. Assim, considerou-se migran-te, a pessoa de cinco anos ou mais de idade que declarou residir em uma unidade daFederao diferente daquela em que foi enumerado, numa data fixa, nos cinco anos ante-riores data de referncia do censo.

    O conceito de migrao de retorno tambm uma importante ferramenta interpretativa nesteestudo, considerando aqui os indivduos naturais de uma unidade geogrfica que, durantealgum tempo, residiram em localidades distintas do local de nascimento e que, no momento darealizao do Censo Demogrfico, se encontravam na unidade geogrfica de origem.

    Esse estudo baseou-se nos dados dos levantamentos censitrios realizados pelo IBGE em1991 e 2000, obtidos por mtodos diretos,3com base em questes especficas investiga-das pelo questionrio da amostra,4dos Censos Demogrficos. Os resultados foram obti-dos a partir dos microdados,5dos censos em questo, que, ao representarem uma amostrado universo censitrio, referem-se a dados expandidos e que, portanto, algumas vezesapresentam, comparadas distintas tabelas do trabalho, inexpressivas diferenas (geral-mente inferior a dez unidades).

    Na parte relativa caracterizao dos migrantes interestaduais, foram adotados proce-

    dimentos metodolgicos similares aos descritos para a primeira parte do estudo, contem-plando aspectos sociodemogrficos relativos estrutura etria, por sexo, cor ou raa eescolaridade dos contingentes que empreenderam movimentos de entrada no estado daBahia ou sada deste para outras unidades da Federao numa data fixa cinco anosantes da realizao dos levantamentos censitrios. Visando a possibilitar uma anlisecomparativa desses migrantes, o perfil daqueles que foram recenseados na Bahia e que aresidiam cinco anos antes da realizao do censo, ou seja, dos no migrantes, tambm foiinvestigado.

    A caracterizao do migrante teve por objetivo evidenciar as especificidades do conjuntodos indivduos que empreendem deslocamentos com a finalidade de fixar residncia portempo indeterminado em outras partes do territrio brasileiro, tendo como origem oudestino a Bahia. Num primeiro momento, buscou-se identificar a existncia de padresnos fluxos de entradas e sadas no estado e apreender as tendncias nos dois perodos

    3Mtodos em que se empregam dados obtidos atravs de caracterizao e enumerao direta dos migrantes. Sousados quando existem registros sistemticos de residncia ou quando h questes explicitas sobre migraes emcensos ou pesquisas por amostragem (SANTOS, J. 1980, p. 242).4Os Censos Demogrficos no Brasil, desde 1960, contemplam dois tipos de questionrios: um bsico ou questionrioda no amostra, que consiste num formulrio resumido aplicado a todos os domiclios, com um nmero restrito dequesitos; e um outro questionrio, denominado questionrio da amostra, com um nmero muito maior de quesitos,

    aplicados a uma amostra dos domiclios.5Microdados consistem no menor nvel de agregao dos dados de uma pesquisa, retratando, na forma de cdigosnumricos.

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    analisados, articulando-as com aquelas apresentadas em conjunturas anteriores. Em se-guida, privilegiou-se a percepo dos desdobramentos dos movimentos migratrios na

    estrutura etria do conjunto da populao residente na Bahia.

    Assim, este relatrio apresenta uma breve caracterizao dos perfis sociodemogrficosdos imigrantes e emigrantes nos dois perodos analisados. A estrutura etria foi analisa-da segundo a contribuio dos grandes grupos etrios tradicionalmente utilizados nosestudos sociodemogrficos: 5-14 anos, 15-64 anos e 65 anos ou mais. O perfil foi com-plementado pela anlise da composio das populaes por faixas qinqenais de idade eoutros agrupamentos selecionados. Enquanto que as anlises comparativas dos dois per-odos investigados permitiram identificar as tendncias dos diferentes fluxos de entrada esada de populao no estado da Bahia.

    A composio das populaes por sexo foi analisada a partir da observao da razo desexo, ou seja, o nmero de homens para cada 100 mulheres, do conjunto dos imigrantese emigrantes interestaduais para, ento, identificar as principais tendncias do perodo.Esse indicador importante para dimensionar os eventuais desequilbrios entre os quan-titativos referentes aos sexos, que podem influenciar aspectos como as taxas de casamen-tos, nascimentos e bitos, do local de origem e destino dos migrantes.

    A anlise da composio racial dos fluxos migratrios seguiu as categorias e os agrupa-mentos adotados pelo IBGE nos Censos Demogrficos de 1991 e 2000,6que so ampla-

    mente utilizados por pesquisadores dessa temtica. Assim, investigou-se a participaorelativa nos fluxos migratrios das seguintes categorias: branca, preta, amarela, parda eindgena, e posteriormente, foram agrupados os pardos e pretos, visando a apreender ocontingente negro dessas populaes.

    O perfil educacional dos migrantes foi traado mediante a anlise dos anos de estudo dosindivduos que, conforme ressaltam Cunha e Rodrigues (1999), um indicador do atendi-mento educacional da populao, cujas variaes regionais so as principais evidnciasdos diferenciais educacionais existentes no pas. Para tanto, os migrantes foram agrupa-dos nas seguintes categorias de anos de estudo: sem instruo e menos de 01 ano, de 01a 03 anos, de 04 a 07 anos, de 08 a 10 anos, de 11 a 14 anos e 15 anos ou mais. Tambmse levou em considerao a idade dos indivduos, que um fator que interfere diretamentenas possibilidades de escolarizao e em seus significados socioculturais.

    Num segundo momento, realizou-se uma anlise comparativa dos conjuntos dos indivdu-os segundo a condio migratria imigrantes, emigrantes e no migrantes com ointuito de melhor apreender as especificidades dos fenmenos investigados de maneira a

    6A investigao de cor ou raa ocorreu de acordo com a autoclassificao da pessoa em uma das seguintes opes:Branca para a pessoa que se enquadrou como branca; Preta para a pessoa que se enquadrou como preta;

    Amarela para a pessoa que se enquadrou como de raa amarela de origem japonesa, chinesa, coreana, etc. Parda para a pessoa que se enquadrou como parda ou se declarou mulata, cabocla, mameluca ou mestia; ou indgenapara a pessoa que se declarou como indgena ou ndia (IBGE, 2002).

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    auxiliar na compreenso dos impactos sobre o perfil etrio do conjunto da populaoresidente no estado da Bahia. A anlise da estrutura etria foi realizada com base nas

    participaes relativas das faixas qinqenais de idade em cada categoria, bem como daidade mediana e da razo de dependncia dessas populaes.

    Por fim, buscou-se apreender as caractersticas sociodemogrficas que a populao doestado teria caso no ocorressem movimentos migratrios, mediante a formulao deuma populao hipoteticamente fechada. Assim, adotaram-se procedimentos metodol-gicos similares aos utilizados por Cunha e Jakob (1999) para o estado de So Paulo, queconsistiam em subtrair da populao recenseada (denominada de populao observada)o conjunto dos imigrantes e acrescentar os emigrantes, chegando-se populao espera-da em cada faixa qinqenal de idade.

    importante destacar que os dados relativos aos imigrantes e emigrantes, assim comosaldos migratrios retirados diretamente das informaes censitrias correspondem a umresidual, ou seja, contabilizam apenas migrantes, segundo a definio aqui adotada (datafixa) que sobreviveram nos qinqnios considerados, e que no emigraram antes darealizao dos censos demogrficos de 1991 ou 2000. Os dados no contemplam, por-tanto, aqueles que empreenderam movimentos migratrios, mas no permaneceram nonovo local de residncia at a realizao do Censo, seja por transferncia de domiclio oupor morte. Isto significa que os fenmenos migratrios encontram-se subdimensionados e

    que as anlises aqui realizadas tiveram o objetivo principal de apontar tendncias e forne-cer uma viso aproximada dos fenmenos. De qualquer forma, nenhuma definio opera-cional de migrante, atrelada fonte de dados, capaz de apreender a totalidade dosmovimentos migratrios.

    A definio considerada tem a vantagem de mostrar claramente uma data de refernciaexplcita, o que possibilita diretamente o clculo de taxas de migrao. Essa uma limi-tao que algumas outras definies de migrante apresentam. E os saldos migratriosaqui apresentados so calculados apenas para a populao com cinco anos ou mais deidade.

    Por fim, vale enumerar alguns conceitos importantes que sero utilizados recorrentemen-te neste estudo:

    Emigrao: o processo de sada de uma unidade geogrfica para outra, que passa aser adotada como residncia permanente.

    Imigrao: o processo de entrada numa unidade geogrfica, que passa a ser adotadacomo como residncia permanente.

    Migrao: o movimento de pessoas atravs de uma diviso poltica para estabelecer

    uma nova residncia permanente. Divide-se em migrao internacional (entre pases) emigrao interna (dentro do pas).

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    Migrao Familiar:deslocamento de todos os indivduos de uma mesma famlia, po-dendo ser induzida pelo responsvel pela famlia.

    Migrao Interestadual: tipo de migrao em que o migrante efetua mudana (tem-porria ou permanente) de residncia entre dois ou mais Estados da Federao.

    Pessoa no-natural da unidade geogrfica em que reside: aquela pessoal queno nasceu na localidade em que residia na data de referncia do censo.

    Pirmide Etria: a representao grfica (histograma) da populao classificada porsexo e grupos qinqenais de idade. Deve ser construda considerando os percentuais dehomens e mulheres em cada grupo etrio com relao populao total.

    Saldo Migratrio: o resultado da diferena entre totais de emigrantes e imigrantes;seu volume mede a migrao lquida.

    Migrao Lquida: o efeito lquido da imigrao e da emigrao sobre a populao deuma zona num determinado perodo de tempo, expresso como aumento ou diminuio dapopulao de uma diviso territorial, ou a diferena entre as entradas ou chegadas e assadas ou partidas.

    TENDNCIAS HISTRICAS DA MIGRAO INTERESTADUAL

    BAIANA NOS PERODOS 1940-1970 e 1970-1991

    Para entender as principais tendncias da migrao baiana nos anos 1990, precisopartir do pressuposto que os fluxos migratrios so integrantes e associados dinmicasocial, podendo ser relacionados a um conjunto de fatores que, articulados, contribuempara que os indivduos permaneam ou saiam do seu lugar de origem. Do mesmo modo, seos processos existentes em um dado lugar so conseqncias tanto das dinmicas intrn-secas como daquelas ocorridas em outros espaos, a direo, as caractersticas e o volu-me dos fluxos migratrios da Bahia s podero ser compreendidos em suas especificida-

    des, estabelecendo-se sua relao com os processos verificados no pas ao longo dos anos.Com base nessas consideraes, estabeleceu-se como objetivo deste captulo apresentaras principais tendncias dos fluxos migratrios da Bahia desde 1940, de modo a contri-buir com o entendimento dos dados referentes a 1995-2000. Antes, porm, so apresen-tados breves comentrios sobre a migrao brasileira como forma de contextualizar asinformaes tratadas posteriormente.

    No Brasil, h muito, particularmente a partir da Revoluo de 30, quando o modelo dedesenvolvimento industrial foi implantado no pas, ocorreu a dinamizao do processo deconcentrao da populao em reas urbanas, sobretudo nas aglomeraes que j erammaiores, localizadas no Sudeste onde a industrializao se fez num ritmo mais intensoem relao s demais regies brasileiras.

    ASPECTOSMETODOLGICOS

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    Associado ao novo modelo econmico que se tornou hegemnico no pas, as cidades am-pliaram sua populao a partir, principalmente, dos migrantes vindos das reas rurais em

    busca dos empregos gerados pela economia industrial. Acrescente-se que esse movimentogarantiu a fora de trabalho necessria ao processo de acumulao nessa etapa do capi-talismo brasileiro.

    Martine (1995) assinalou que os anos 1930 marcaram o comeo da intensificao dosfluxos migratrios no pas. Esse movimento, que se manteve nas dcadas seguintes, tinhadois direcionamentos bsicos: a progressiva ocupao de espaos interioranos do sul (di-rigido para o norte, oeste e sudoeste de So Paulo e para o norte e oeste de Santa Cata-rina) e o adensamento das maiores cidades (especialmente, So Paulo). Esses processossimultneos colaboraram para a ocupao de novas reas no Sul e para a concentraoda populao nas maiores cidades localizadas nas regies metropolitanas, consolidandoum processo de metropolizao.

    A partir de meados do sculo XX, embora, de forma geral, predominassem a migra-o no sentido rural-urbano como principal fora redistributiva da populao do pas,o estado passou a empreender aes visando descompreenso demogrfica, desta-cando-se os projetos de colonizao do Centro-Oeste e da Amaznia. Martine (1995)observou que, entre 1960-80, teriam favorecido a mobilidade da populao o des-comunal dinamismo econmico, a melhoria no sistema de transporte e comunica-

    o, o modelo de modernizao agrcola adotado no pas e as polticas de ocupaoda Amaznia. Alm disso, nesse perodo, iniciou-se um processo de desconcentraoindustrial. Contudo, nas metrpoles estavam as grandes concentraes demogrfi-cas, o que lhes garantia importante participao na composio da populao totaldo pas. Isso est associado ao fato de que essas reas permaneceram atraindo inten-sos fluxos migratrios.

    Note-se que:

    [...] a abertura de estradas e o desenvolvimento dos meios de comunicao vinham facilitando

    progressivamente as migraes inter-regionais. Assim, iniciou-se uma migrao de nordestinos

    que, movidos pela seca, pelo crescimento demogrfico e pelas crescentes disparidades inter-regionais nas condies de vida, passaram a alimentar os dois principais tipos de fluxos nacio-

    nais. Ou seja, passaram a contribuir tanto para o processo de concentrao urbana como para

    as migraes em direo s novas fronteiras (MARTINE, 1995, p. 63).

    importante acrescentar que a sada de pessoas das reas rurais para o meio urbano doCentro-sul foi influenciada tambm pela estrutura fundiria predominante no Nordeste(grande concentrao de terras) que, associada s secas, dificultava ao pequeno agricul-tor sobreviver em sua propriedade, impelindo-o a buscar outras alternativas de trabalho.

    Na dcada de 1960, associado nova etapa de desenvolvimento econmico que se dese-

    nhava no pas, ocorreu uma expanso dos movimentos migratrios. Martine e Camargo(apudBAENINGER, 2002) identificaram, aps a referida dcada, uma bipolaridade do

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    movimento migratrio rural-urbano brasileiro. Argumentaram sobre a existncia de for-as centrfugas que impulsionariam a populao para as fronteiras (migraes inter-

    regionais) e foras centrpetas que favoreceriam a emigrao rural com destinos grandes cidades do Sudeste, especialmente para a Regio Metropolitana de So Paulo.Tais processos contriburam para que a urbanizao se generalizasse por todo o pas.

    Nos anos 1970, observou-se uma reconcentrao da populao nas maiores reasurbanas, inclusive com a emigrao das reas de fronteiras em direo s cidadesmaiores. Motta, Mueller e Torres (1997) chamaram a ateno para o fato de que,nessa dcada, a concentrao da populao esteve fortemente atrelada concentra-o da atividade econmica, com o crescimento demogrfico sendo mais intenso nos cen-tros onde havia maior dinmica econmica. Pode se dizer que nessa dcada comeara aocorrer a atenuao das foras centrfugas, conforme sugerido na citao a seguir:

    As foras centrfugas, resultantes da fora de atrao exercidas pelas fronteiras agrcolas, j

    haviam acentuado sua perda de importncia nos anos 70, muito embora seus desdobramentos

    tenham ainda se refletido, nos anos 80 e incio dos 90, nos movimentos migratrios. J as foras

    centrpetas, em especial a exercida pela metrpole de So Paulo, arrefeceram ps anos 80,

    porm no desapareceram. Compondo um movimento mais amplo de distribuio populacional, a

    Regio metropolitana de So Paulo, ao mesmo tempo em que ainda se mantm como o maior centro

    de recepo migratria, passou tambm a se destacar pela importncia de seu volume emigratrio

    em nvel nacional, emprestando recentes caractersticas ao processo de distribuio espacial da

    populao e redefinindo alguns aspectos da migrao interna (BAENINGER, 2002, p. 03).

    Entre 1980-1991, novos padres migratrios se delinearam. Verificou-se a desacelera-o do ritmo de crescimento urbano7e uma pequena reduo relativa na importncia dasgrandes cidades na concentrao populacional. Por outro lado, identificou-se um fluxourbano-urbano, de curta distncia, dirigido a cidades de mdio porte, especialmente nasregies metropolitanas (SANTOS, 2002), a diminuio do mpeto das migraes inter-regionais e a menor presso dos fluxos rurais sobre as maiores reas urbanas (BAENIN-GER, 2002). No entanto, ainda que em ritmo menos intenso que nos anos anteriores, asmaiores regies metropolitanas permaneceram recebendo contingente significativo demigrantes e tendo papel relevante na composio da populao total. Mais propriamente,

    conforme explicaram Cunha e Baeninger (2000), nessa dcada, ainda que se evidencias-sem alteraes nos padres migratrios, fundamental ressaltar as mudanas no volume,na intensidade e na espacializao dos fluxos migratrios.

    Se de um lado foram registradas redues significativas em alguns fluxos historicamente impor-

    tantes, de outro lado, a grande novidade foi a intensificao, a partir dos anos 80, das contra-

    correntes migratrias, fenmeno que isolado ou conjuntamente com o anterior, estaria expli-

    cando parte das alteraes no crescimento demogrficos dos estados e regies (CUNHA; BAE-

    NINGER, 2000, p. 126)

    Com relao a essas especificidades, Baeninger (2002) assinalou (1) a reduo dos flu-xos migratrios de longa distncia, sobretudo aqueles que se dirigiam s fronteiras agr-

    TENDNCIASHISTRICASDAMIGRAOINTERESTADUALBAIANANOSPERODOS1940-1970 E1970-1991

    7 importante lembrar que o declnio dos nveis de fecundidade tambm contribuiu para a queda das taxas decrescimento demogrfico.

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    colas; (2) a permanncia dos fluxos de longa distncia oriundos do Nordeste permanece-ram direcionados para So Paulo, Rio de Janeiro, Gois e Distrito Federal; (3) a recu-

    perao migratria intra-regional, especialmente nos estados do Nordeste, destacando-se o interior da Bahia; (4) os movimentos de retorno, particularmente de So Paulo, parao Nordeste, Minas Gerais e Paran; (5) o surgimento e a consolidao de novos plosimigratrios inter-regionais e intra-regionais, com importante efeito de amortecedordos fluxos dirigidos s metrpoles.

    Cunha e Baeninger (2000) verificaram que entre 1991-1996 ocorreu uma alterao noprocesso de crescimento populacional no Brasil, havendo um arrefecimento desse ritmoem relao a perodos anteriores, consolidando a propenso evidenciada no perodo ante-rior. Essa situao pode ser visualizada a partir dos registros de taxas de crescimentodemogrfico referentes s Regies Sudeste e Sul (de 1,77% ao ano para 1,32%a.a. e de1,38% a.a. para 1,22% a.a., respectivamente), as quais mantiveram-se abaixo da mdianacional (2,1% a.a.). Essas tendncias diferenciadas tambm foram observadas em rela-o ao crescimento demogrfico das metrpoles, que se mantiveram, de forma geral, comos municpios perifricos apresentando taxas de crescimento superiores (e geralmentedenotativos de imigrao) em relao aos centrais. Tal processo foi denominado de peri-ferizao por Martine (1995) e j se evidenciava com clareza desde 1980-1991 nasregies metropolitanas do Rio de Janeiro e So Paulo.

    Na cidade de So Paulo, tradicionalmente grande receptora de emigrantes nordestinos, porexemplo, h um reforo dessa tendncia e o interior do Estado ficou marcado, nos anos 90,por seu potencial de absoro migratria. Com isso, levantou-se a hiptese de que a populaotenha migrado, em grande parte, da metrpole paulista, [que passou] de um saldo migrat-rio positivo em 850 mil pessoas, nos anos 80, para 1,1 milho nos 90 (BAENINGER,2002, p. 12). Conforme essa autora, a crise econmica nos anos 80 e os seus desdobramentosnos anos 90 (principalmente com a recesso econmica) podem ser associados a esse quadrode desconcentrao populacional na rea metropolitana paulistana, contribuindo para a re-duo dos fluxos migratrios em direo a esse estado. Acrescente-se que:

    [...] at os anos 80, o processo de desconcentrao da indstria de So Paulo em direo aoutros estados e para o interior foi acompanhado, embora com defasagem temporal, pois a

    desconcentrao econmica foi mais contundente nos anos 70, de importantes fluxos migratri-

    os na mesma direo. A partir dos anos 90, o processo de reestruturao nacional (BAENIN-

    GER, 2002, p. 12).

    oportuno assinalar que, apesar das mudanas econmicas ocorridas no pas, que tam-bm envolveram a relocalizao de algumas indstrias (transferidas de Estados do Sule do Sudeste para o Nordeste), So Paulo continuou ocupando a posio de centro din-mico do Pas, tendo em vista os investimentos modernizantes na indstria de transforma-o neste estado. Alm disso, So Paulo manteve e solidificou sua posio hegemnica

    como centro de deciso e influncia financeira em todo o Brasil, sendo a principal metr-pole da Amrica Latina.

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    Ao contrrio da Regio Metropolitana de So Paulo, nos estados do Nordeste, apesar dadiminuio das taxas de crescimento populacional, as regies metropolitanas, de forma

    geral, registraram ritmos de crescimento mais acentuados nas suas metrpoles do quenas demais regies. Na Bahia, entre 1991 e 2000, a Regio Metropolitana de Salvador que comeava a experimentar um processo de periferizao apresentou um ritmode crescimento que apontava para imigrao lquida, enquanto que o conjunto estadual reve-lava um crescimento sem ganhos ou perdas migratrias expressivas. Destaque-se que, como sever no tpico seguinte, aps muitas dcadas, a Bahia no revelou emigrao lquida.

    TENDNCIASMIGRATRIASDABAHIA

    Entre os anos 1930 e 1970, os estados nordestinos apresentaram as maiores contribui-es para a consolidao da fora de trabalho da indstria do Sudeste, isso porque quan-do esta se converte de regio do caf, em regio da indstria, comea a se redefinira diviso regional de trabalho em todo o conjunto nacional, conforme Oliveira (1981):

    Seu papel nessa diviso regional do trabalho, no que respeita regio Nordeste passa a ser

    de um lado, sistematicamente, a reserva do exrcito industrial de reserva: as migraes Nordes-

    te - So Paulo chegam a constituir um formidvel contingente que vai suprir os postos de

    trabalho criados pela industrializao, e contribuir para manter baixos os nveis de salrio real

    de toda a massa trabalhadora (OLIVEIRA, 1981, p. 37).

    Conforme os dados dos censos de 1940, 1950 e 1970, a Bahia figurou como o maior estadonordestino emissor de populao para outras regies, seguido de Pernambuco. Desde ento,So Paulo configurou-se como o principal destino dos emigrantes baianos. Em 1970, cercade 47,0% dos emigrantes da Bahia para a se dirigiam, conforme Levy e Pagliaro (1983,p.19). Por outro lado, os imigrantes originavam-se, predominantemente, de outros estadosnordestinos. Nestes anos, com apresentao de fortes saldos migratrios negativos, a Bahiase definiu no quadro nacional, como estado emissor de populao ou de emigrao lquida.

    Sobre o impacto da dinmica migratria interestadual da Bahia no crescimento demo-grfico de sua populao no perodo 1940-1970 no qual se observa uma tendncia

    fortemente ascendente em termos de crescimento vegetativo, por conta da reduo pro-gressiva da mortalidade e aumento da natalidade verifica-se que os saldos migratrioscrescentemente negativos tenderam a atenuar o crescimento da populao do estado.Isso se observa na medida em que as taxas anuais de crescimento vegetativo da Bahia sosuperiores s do crescimento mdio anual total da populao: 2,38% a.a. contra 2,04%entre 1950/1960, respectivamente; 2,65% contra 2,39% entre 1960/1970, e 2,48%contra 2,35% entre 1970/1980 (SOUZA, apud MURICY, 2003, p. 40).

    O Grfico 1 apresenta, com base em dados de Souza (1985), a evoluo do saldo migra-trio acumulado da Bahia, at 1940, 1950, e na seqncia decenal, at 1980, permitin-

    do que se perceba o quo contundente se apresentou a tendncia a progressivas e crescen-tes perdas lquidas migratrias.

    TENDNCIASHISTRICASDAMIGRAOINTERESTADUALBAIANANOSPERODOS1940-1970 E1970-1991

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    A observao da Tabela 1 e do Grfico 2, entretanto, evidencia que nas ltimas dcadas- a partir de 1970 - desacelerou-se o crescimento dos saldos negativos que, embora semantenham expressivos, vem crescendo relativamente em propores cada vez menores.

    O saldo migratrio, que resulta da subtrao do nmero de imigrantes do total dos emi-

    grantes, apresenta seus valores acumulados no Grfico 3. Assim, pode-se perceber que seampliou proporcionalmente muito mais a emigrao (valores negativos no grfico) do

    Tabela 1

    Saldo migratrio acumulado e incremento relativo - Bahia, 1940-1980

    Ano (at) SM Acumulado Dcadas Incremento relativo (%)1940 -231.614 - -1950 -282.546 40/50 22,0

    1960 -577.306 50/60 104,31970 -984.039 60/70 70,51980 -1.425.631 70/80 44,9

    Fonte: Souza, 1985 apud MURICY, 2003. Elaborada pela COPES / SEI, 2004.

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    que a imigrao, embora esta ltima, que cresceu muito lentamente, nesse intervalo detempo, esboce um maior incremento no final do perodo, aumentando em cerca de 65,0%,

    como se pode confirmar na Tabela 2.

    Por ltimo, o Grfico 4 ilustra a imigrao e a emigrao, por dcada, a partir de 1940/

    50 at 1970/80. De um lado, observou-se a persistncia da trajetria ascendente na evo-luo do volume decenal de emigrantes; enquanto que, por outro, verificou-se a irregula-ridade no que se refere intensidade do crescimento da emigrao a cada dcada, maisacentuada entre os dois primeiros perodos do que nos demais.

    TENDNCIASHISTRICASDAMIGRAOINTERESTADUALBAIANANOSPERODOS1940-1970 E1970-1991

    1940 107.071 -338.685 - - -1950 143.243 -425.806 40/50 33,8 25,71960 231.859 -809.165 50/60 61,9 90,01970 290.792 -1.274.831 60/70 25,4 57,5

    1980 479.868 -1.905.499 70/80 65,0 49,5

    Fonte: Souza, 1985 apud MURICY, 2003. Elaborada pela COPES / SEI, 2004.

    Tabela 2

    Imigrao e emigrao acumuladas e incremento relativoBahia, 1940-1980

    Imigrao EmigraoAno (at) EmigraoAcumulada

    ImigraoAcumulada

    Incremento relativo (%)Dcada

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    24MIGRAOEMIGRANTESDABAHIANOSANOSDE1980 E1990:TENDNCIASEPERFISSOCIODEMOGRFICOS

    Basicamente, as perdas demogrficas lquidas do estado (saldo migratrio negativo)so, desde os anos 1950, bastante significativas e aumentaram expressivamente aolongo dos perodos considerados, mas o fizeram em propores decrescentes, comimpactos cada vez menos relevantes sobre o ritmo global de crescimento da populao,conforme observa Souza (1985): Entre 1950/60 representaram 21,19% do aumentonatural da populao, entre 60/70 representavam 20,48% e, entre 1970/80, representa-ram 18,80% dos acrscimos de populao Natural (SOUZA, 1985, p. 67).

    A anlise dos nmeros absolutos da emigrao da populao da Bahia (o quarto

    maior em populao do pas e primeiro do Nordeste) entre 1940-1980 se, por umlado ofereceu a dimenso da importncia do contingente de emigrantes que saramdo estado, em relao aos que emigraram de outros da Regio Nordeste e do pas,por outra parte no autoriza que se afirme ser, a Bahia, o estado nordestino que maisperdeu populao. O peso relativo da emigrao na sua populao tende a ser com-parativamente menor do que o peso da emigrao dos outros estados nordestinos nassuas respectivas populaes.

    Um estudo da Superintendncia de Estudos Econmicos e Sociais da Bahia - SEI(1996) chama a ateno para o fato de que a taxa de emigrao da Bahia foi asegunda menor do Nordeste nos anos de 1950 a 1980, ainda que a de imigraotambm tenha ficado entre as mais baixas da Regio: a menor em 1950 e a segundamais baixa de 1960 a 1980. Conclui tal estudo que a Bahia no apenas exercia ummenor poder de atrao como tinha uma maior capacidade de fixao de sua popula-o relativamente aos demais estados nordestinos(SEI, 1996, p. 11). Ou seja, em-bora os fluxos migratrios para outros estados principalmente So Paulo , sejamnumericamente bastante expressivos, em termos relativos, eles pesam menos que norestante do Nordeste.

    Borges (1993) levanta a hiptese de que o menor peso relativo da emigrao naBahia poderia estar relacionado ao baixo grau de urbanizao, e tanto este quanto o

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    primeiro fenmeno (menor peso da emigrao) estariam sendo determinados pelacapacidade de fixao do agrobaiano. Salienta-se, ademais, que possivelmente a pr-

    pria emigrao havida teria contribudo para o relativo atraso da urbanizao naBahia.

    No Nordeste foram identificados dois fenmenos paralelos desde os anos 1960 at1980: a tendncia diminuio da emigrao e a persistncia do xodo rural naregio ao longo dos anos 1970 , agora mais intensamente que em dcadas anteri-ores, dirigido para as prprias reas urbanas nordestinas(SEI, 1996, p. 11). Oprimeiro desses fenmenos referido por estudiosos como incio de um processo dereverso dos fluxos migratrios entre regies, definido pela conjugao das tendnci-as diminuio da emigrao e de aumento da imigrao, tanto pelo aumento doretorno de migrantes nordestinos quanto da imigrao a partir de outras regies.

    Entre os fatores arrolados para a interpretao da reverso do padro de intercmbiomigratrio entre o Nordeste e outras regies, destacaram-se os que relacionam tais mu-danas de padro ao fenmeno demogrfico de reduo do crescimento vegetativo quefaria com que diminusse a necessidade de emigrar, aliado a um fator econmico relativoao desempenho econmico nordestino com ndices superiores mdia do pas nos anos1980, considerados anos de crise possibilitando em alguns espaos o aumento do poderde fixao populacional.

    A prpria crise econmica seria impeditiva da sada de migrantes, e impulsionaria o re-torno de grandes contingentes de nordestinos de outras regies mais atingidas pela redu-o da atividade econmica e pela conseqente reduo das oportunidades de emprego erenda (SEI, 1996, p. 12).

    Ao observar o cenrio de reconcentrao industrial e de capitais, que j se descortinavapara os anos 1990, assim como o de recuperao do crescimento econmico nas regiesde destino dos migrantes nordestinos, o estudo da SEI considera, ento, provvel umanova onda emigratria, ainda que de menor magnitude da que a caracterizou a regio emdcadas anteriores, assim como de significado distinto.

    Nesse estudo citado um trabalho de Martine e Wong (1994) em que se identificamestados e microrregies nordestinas mais afetados pelo processo migratrio dos anos1980, e em que se observa ser a Bahia o mais atingido por uma maior imigrao.

    Ademais, nesse estudo, observou-se que entre as microrregies que tiveram caracte-rsticas emigratrias durante a dcada de 1980, estaria includa parcela importantedo interior de todos os estados nordestinos onde se reproduziriam padres tradicio-nais de expulso, com exceo da Bahia. Por outra parte, ao selecionarem as micror-regies de crescimento mais rpido no Nordeste, os citados autores se depararam

    sistematicamente com microrregies integrantes do territrio baiano.

    TENDNCIASHISTRICASDAMIGRAOINTERESTADUALBAIANANOSPERODOS1940-1970 E1970-1991

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    26MIGRAOEMIGRANTESDABAHIANOSANOSDE1980 E1990:TENDNCIASEPERFISSOCIODEMOGRFICOS

    Considerando-se que, na dcada de 1980, a Bahia estaria invertendo a sua situao quanto imigrao8passando a ser o detentor, no Nordeste, dos mais expressivos contingentes

    imigratrios, a questo para o captulo seguinte : estaro se confirmando tais tendnciaspara a Bahia, evidenciadas at a dcada de 1980, quando se analisam os perodos 1986-1991 e 1995-2000?

    8O estudo da SEI (1996), considera, inclusive, que tais evidncias quanto Bahia por certo respondem pelaselevadas taxas de crescimento populacional urbano e total experimentadas pelo Estado nos anos 1980.

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    SRIEESTUDOSEPESQUISAS 76

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    TENDNCIAS, PADRES E ESPACIALIZAO DA MIGRAOINTERESTADUAL DA BAHIA (19861991 e 1995-2000)

    A BAHIANOBRASILENONORDESTE

    Historicamente a Bahia sempre teve, pelo menos desde 1930, participao destacada naemigrao interestadual do conjunto dos estados brasileiros, conforme j visto no histri-co deste trabalho, contribuindo com o processo de concentrao industrial no Sudeste,sobretudo em So Paulo, dentro do novo papel que passa a assumir junto com os demaisestados nordestinos na nova diviso regional do trabalho e tambm por conta do que viriaa ser um longo processo de estagnao econmica do estado, inclusive de seu municpio

    sede Salvador absorvedor de parte dos fluxos migratrios oriundos do interior.

    Nas ltimas dcadas, entretanto, como tambm apontado no captulo anterior, delineava-seuma tendncia reduo no ritmo de intensificao de suas perdas lquidas, por conta doaumento da imigrao para o estado, com forte presena da imigrao de retorno e da atenu-ao do crescimento da emigrao. A questo, portanto, colocada neste captulo verificar setais tendncias se confirmam com a anlise dos dados dos censos demogrficos mais recentes.

    Uma primeira constatao que se extrai da leitura dos dados correspondentes aos perodos1986-1991 e 1995-20009 que o nmero de emigrantes interestaduais permanece superan-

    do, em muito, o de imigrantes, ou seja, os saldos migratrios do estado mantm-se negativos.Traando-se uma linha evolutiva entre os dois perodos, incrementa-se em 48.945 o nmerode emigrantes da Bahia para o resto do pas, o que implicou em um ligeiro aumento da parti-cipao do estado no total de emigrantes interestaduais do Brasil: de 9,3% para 9,9%, con-forme os dados da Tabela 3.

    A imigrao interestadual na Bahia, por sua vez, vem confirmando, nos perodos 1986-1991 e 1995-2000, a tendncia ascendente observada para as ltimas dcadas, passan-do de 186.756 imigrantes para 253.238, o que elevou sua participao no total de

    9Ver metodologia.

    Bahia 186.756 3,7 253.238 4,8 469.091 9,3 518.036 9,9Outras UFs 4.832.861 96,3 5.001.434 95,2 4.543.160 90,5 4.678.057 89,0Brasil sem especificao - - - - 7.366 0,1 58.579 1,1

    Total migrantes 5.019.617 100,0 5.254.672 100,0 5.019.617 100,0 5.254.672 100,0

    Fonte: IBGE. Microdados dos Censos Demogrficos de 1991 e 2000. Elaborada pela COPES / SEI, 2004Notas: Imigrantes - excluem-se os migrantes internacionais. Emigrantes - incluem-se os migrantes que no declararam UF/Pas de origem.Conforme apresentado na metodologia, so considerados os migrantes com 5 anos e mais de idade.

    Tabela 3

    Participao dos imigrantes e emigrantes interestaduais da Bahia no total de

    migrantes interestaduais do pas - Bahia, 1986-1991 e 1995-2000

    Unidades

    da Federao 1986-1991 % 1995-2000 % 1986-1991 % 1995-2000 %

    Imigrantes Emigrantes

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    migrantes interestaduais do Pas em cerca de 1,1 pontos percentuais (passou de 3,7%para 4,8% conforme a Tabela 3).

    Assim, ainda no que se refere imigrao, percebeu-se que a Bahia passou do nono para osexto lugar no ranking nacional. Vale salientar, porm, que esta colocao foi em decorrncia,em parte, pela diminuio da participao de estados como So Paulo, principalmente, nonmero de imigrantes entre os perodos em anlise, alm de Mato Grosso e Par (Tabela 4).

    No que tange emigrao, verifica-se que a Bahia passa da quarta segunda colocao,em termos de quantidade de emigrantes, perdendo, no perodo 1995-2000, apenas paraSo Paulo que respondeu, nesse perodo, por 16,8% dos emigrantes interestaduais regis-trados pelo Censo de 2000 (Tabela 4). Tal reposicionamento deve-se, sobretudo, dimi-

    nuio, em termos absolutos, no nmero de emigrantes de Minas Gerais e Paran, queocupavam, respectivamente, as segunda e terceira colocaes no perodo 1986-1991.

    Ao focalizar a imigrao das unidades da Federao (UFs) nordestinas, conforme podeser visto na Tabela 5, observa-se que a Bahia aparece nos dois perodos com o maiornmero de imigrantes. Vale destacar que entre os noves estados nordestinos, apenas cin-

    Imigrantes % Emigrantes % Imigrantes % Emigrantes %Rondnia 127.184 2,5 94.462 1,9 84.383 1,6 72.735 1,4Acre 12 .9 79 0, 3 14 .3 43 0, 3 13 .8 56 0, 3 16 .0 70 0, 3Ama zonas 59 .6 03 1, 2 44 .2 86 0, 9 90 .6 70 1, 7 58 .6 57 1, 1Roraima 35.354 0,7 6.694 0,1 47.956 0,9 14.379 0,3

    Par 212.520 4,2 183.195 3,6 185.208 3,5 234.239 4,5Amap 23 .6 41 0, 5 7. 147 0, 1 44 .5 96 0, 8 15 .1 13 0, 3Tocantins 82.417 1,6 71.805 1,4 95.975 1,8 82.515 1,6Maranho 103.568 2,1 237.927 4,7 102.444 1,9 274.469 5,2Piau 73.112 1,5 139.447 2,8 89.503 1,7 140.815 2,7Cear 121.767 2,4 245.164 4,9 164.713 3,1 186.710 3,6Rio Grande do Norte 75.570 1,5 76.444 1,5 78.397 1,5 71.287 1,4Paraba 88.909 1,8 174.058 3,5 102.855 2,0 163.485 3,1Pernambuco 171.743 3,4 317.232 6,3 167.596 3,2 280.290 5,3Alagoas 60 .8 81 1, 2 11 2. 63 2 2, 2 56 .9 10 1, 1 12 7. 94 8 2, 4Sergipe 55.978 1,1 42.213 0,8 52.668 1,0 56.928 1,1Bahia 186.756 3,7 469.091 9,3 253.238 4,8 518.036 9,9Minas Gerais 372.577 7,4 479.397 9,6 450.452 8,6 408.658 7,8Esprito Santo 135.438 2,7 90.909 1,8 130.094 2,5 95.168 1,8Rio de Janeiro 254.637 5,1 295.071 5,9 323.087 6,1 274.213 5,2So Paulo 1.396.113 27,8 647.993 12,9 1.242.974 23,7 883.885 16,8

    Paran 269.540 5,4 475.190 9,5 299.949 5,7 336.998 6,4Santa Catarina 170.361 3,4 125.002 2,5 201.117 3,8 139.667 2,7Rio Grande do Sul 114.410 2,3 138.854 2,8 114.015 2,2 152.890 2,9Mato Grosso do Sul 124.046 2,5 105.023 2,1 97.944 1,9 108.738 2,1Mato Grosso 226.906 4,5 118.332 2,4 172.467 3,3 123.724 2,4Gois 268.295 5,3 156.665 3,1 374.739 7,1 169.900 3,2Distrito Federal 195.312 3,9 143.674 2,9 216.864 4,1 188.577 3,6Brasil sem especificao _ _ 7.366 0,1 _ _ 58.579 1,1Total migrantes 5.019.617 100,0 5.019.617 100,0 5.254.672 100,0 5.254.672 100,0

    Fonte: IBGE. Microdados dos Censos Demogrficos de 1991 e 2000. Elaborada pela COPES / SEI, 2004.Notas: Imigrantes - excluem-se os migrantes internacionais. Emigrantes - incluem-se os migrantes que no declararam UF/Pas de origem

    Tabela 4

    Imigrantes e emigrantes de 5 anos e mais por unidades da Federao,

    Brasil, 1986-1991 e 1995-2000

    1986-1991 1995-2000Unidadesda Federao

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    co apresentaram aumento nesse contingente, destacando-se a Bahia como o principalcontribuinte para o crescimento da imigrao interestadual da regio.

    Em relao emigrao, verifica-se que, das UFs nordestinas, apenas Alagoas, Sergipee Bahia, de um lado, e Maranho e Piau, de outro, tiveram ampliao no efetivo deemigrantes entre os dois perodos e em sua participao na emigrao regional (Tabela 5).

    De qualquer modo, a Bahia acabou sendo decisiva na definio da tendncia a aumentoda emigrao interestadual da regio (em volume absoluto) entre os perodos em anlise,ainda que se considere que Pernambuco e Cear, importantes na emigrao, tenhamapresentado evidente declnio no nmero dos que saram de seu territrio.

    Ao se comparar as Grandes Regies Geogrficas, em termos da proporo de imigrantesnas suas respectivas populaes

    de cinco anos ou mais, no sentido de captar o impacto ou

    Tabela 5

    Participao percentual das unidades da Federao no total de imigrantes e

    emigrantes de 5 anos e mais por Regio, Brasil, 1986-1991 e 1995-2000

    Unidades da Federaoe Grandes Regies

    1986-1991 1995-2000

    Imigrantes % Emigrantes % Imigrantes % Emigrantes %

    Rondnia 127.184 23,0 94.462 22,4 84.383 15,0 72.734 14,7Acre 12 .9 79 2, 3 14 .3 43 3, 4 13 .8 56 2, 5 16 .0 69 3, 3Ama zonas 59 .6 03 10 ,8 44 .2 86 10 ,5 90 .6 70 16 ,1 58 .6 58 11 ,9Roraima 35.354 6,4 6.694 1,6 47.956 8,5 14.380 2,9Par 212.520 38,4 183.195 43,4 185.208 32,9 234.235 47,4Amap 23 .6 41 4, 3 7. 147 1, 7 44 .5 96 7, 9 15 .1 13 3, 1Tocantins 82.417 14,9 71.805 17,0 95.975 17,1 82.513 16,7Regio Norte 553.699 100,0 421.932 100,0 562.645 100,0 493.702 100,0

    Maranho 103.568 11,0 237.927 13,1 102.444 9,6 274.470 15,1Piau 73.112 7,8 139.447 7,7 89.503 8,4 140.815 7,7Cear 121.767 13,0 245.164 13,5 164.713 15,4 186.709 10,3Rio Grande do Norte 75.570 8,1 76.444 4,2 78.397 7,3 71.286 3,9Paraba 88.909 9,5 174.058 9,6 102.855 9,6 163.485 9,0Pernambuco 171.743 18,3 317.232 17,5 167.596 15,7 280.289 15,4Alagoas 60 .8 81 6, 5 11 2. 63 2 6, 2 56 .9 10 5, 3 12 7. 94 9 7, 0

    Sergipe 55.978 6,0 42.213 2,3 52.668 4,9 56.931 3,1Bahia 186.756 19,9 469.091 25,9 253.238 23,7 518.038 28,5Regio Nordeste 938.285 100,0 1.814.208 100,0 1 .068.325 100,0 1 .819.972 100,0

    Minas Gerais 372.577 17,3 479.397 31,7 450.452 21,0 408.659 24,6Esprito Santo 135.438 6,3 90.909 6,0 130.094 6,1 95.166 5,7Rio de Janeiro 254.637 11,8 295.071 19,5 323.087 15,1 274.212 16,5So Paulo 1.396.113 64,7 647.993 42,8 1.242.974 57,9 883.884 53,2Regio Sudeste 2.158.765 100,0 1.513.371 100,0 2 .146.608 100,0 1.661.921 100,0

    Paran 269.540 48,6 475.190 64,3 299.949 48,8 336.998 53,5Santa Catarina 170.361 30,7 125.002 16,9 201.117 32,7 139.665 22,2Rio Grande do Sul 114.410 20,6 138.854 18,8 114.015 18,5 152.891 24,3Regio Sul 554.310 100,0 739.047 100,0 615.082 100,0 629.554 100,0

    Mato Grosso do Sul 124.046 15,2 105.023 20,1 97.944 11,4 108.738 18,4Mato Grosso 226.906 27,9 118.332 22,6 172.467 20,0 123.726 20,9Gois 268.295 32,9 156.665 29,9 374.739 43,5 169.898 28,8

    Distrito Federal 195.312 24,0 143.674 27,4 216.864 25,2 188.576 31,9Regio Centro-Oeste 814.559 100,0 523.693 100,0 862.014 100,0 590.938 100,0Brasil sem especificao - - 7.366 - - - 58.579 -Brasil 5.019.617 - 5.019.617 - 5.254.672 - 5.254.666 -

    Fonte: IBGE. Microdados dos Censos Demogrficos de 1991 e 2000. Elaborada pela COPES / SEI, 2004.Notas: Imigrantes - excluem-se os migrantes internacionais. Emigrantes - incluem-se os migrantes que no declararam UF/Pas de origem

    TENDNCIAS, PADRESEESPACIALIZAODAMIGRAOINTERESTADUALDABAHIA(19861991 E1995-2000)

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    32MIGRAOEMIGRANTESDABAHIANOSANOSDE1980 E1990:TENDNCIASEPERFISSOCIODEMOGRFICOS

    a incidncia da imigrao a ocorrida, destacou-se o Centro-Oeste com as mais altas pro-pores nos dois perodos, ainda que decrescentes (9,8 e 8,1%, respectivamente). Quase

    todas as regies brasileiras, exceo do Nordeste, apresentaram tendncia declinanteentre os dois perodos, no que concerne a tais propores. No que refere s UFs, eviden-cia-se que em oito delas as propores de imigrantes desenharam uma trajetria ascen-dente entre 1986-1991 e 1995-2000, incluindo-se entre eles, quatro estados nordesti-nos: Piau, Cear, Paraba e Bahia (Tabela 6).

    No que se refere emigrao, ao se considerar a sua proporo nas populaes de cincoanos ou mais de idade, observa-se que tais propores foram mais elevadas no perodo1995-2000 entre as Regies Centro-Oeste (5,6%), Norte (4,4%) e Nordeste (4,3%). Tais

    propores, inclusive, tenderam a declinar no total de todas as regies e em quase todosos estados, s excees de, por um lado, So Paulo, Sergipe e Amap, que evidenciaram,

    Total Imigrantes % Total Imigrantes %

    Rondnia 978.013 127.061 13,0 1.226.247 83.325 6,8Acre 35 5. 37 2 12 .9 79 3, 7 48 1. 08 1 13 .6 35 2, 8Amazonas 1. 79 6. 49 0 59 .3 66 3, 3 2. 42 8. 787 89 .6 26 3, 7Roraima 187.883 35.347 18,8 280.051 47.750 17,1Par 4.235.313 212.436 5,0 5.417.619 182.045 3,4Amap 24 3. 59 9 23 .6 41 9, 7 40 9. 36 2 44 .5 82 10 ,9Tocantins 793.381 82.326 10,4 1.023.459 95.430 9,3Regio Norte 8.590.051 553.156 6,4 11.266.606 556.393 4,9

    Maranho 4.199.049 103.448 2,5 4.964.160 100.820 2,0Piau 2.240.926 72.950 3,3 2.541.627 88.736 3,5Cear 5.533.491 121.652 2,2 6.628.262 162.926 2,5Rio Grande do Norte 2.114.428 75.570 3,6 2.498.981 77.917 3,1

    Paraba 2.808.032 88.902 3,2 3.106.342 102.005 3,3Pernambuco 6.278.461 171.678 2,7 7.131.046 164.872 2,3Alagoas 2. 17 7. 70 4 60 .8 81 2, 8 2. 49 2. 020 55 .9 67 2, 2Sergipe 1.299.587 55.978 4,3 1.588.119 52.109 3,3Bahia 10.415.387 186.614 1,8 11.765.758 250.572 2,1Regio Nordeste 37.067.065 937.674 2,5 42.716.315 1.055.924 2,5

    Minas Gerais 14.033.186 371.886 2,7 16.288.982 447.781 2,7Esprito Santo 2.310.124 135.421 5,9 2.813.126 129.169 4,6Rio de Janeiro 11.655.941 253.401 2,2 13.170.894 319.749 2,4So Paulo 28.475.544 1.392.791 4,9 33.842.321 1.223.809 3,6Regio Sudeste 56.474.795 2.153.498 3,8 66.115.323 2.120.508 3,2

    Paran 7.525.470 269.078 3,6 8.678.190 297.308 3,4Santa Catarina 4.040.029 170.304 4,2 4.882.338 199.651 4,1Rio Grande do Sul 8.244.501 114.295 1,4 9.332.388 113.395 1,2Regio Sul 19.810.000 553.677 2,8 22.892.916 610.354 2,7

    Mato Grosso do Sul 1.569.935 124.046 7,9 1.873.982 97.709 5,2Mato Grosso 1.770.977 226.906 12,8 2.250.460 166.297 7,4Gois 3.574.372 268.061 7,5 4.521.450 372.702 8,2Distrito Federal 1.426.210 195.233 13,7 1.849.619 216.200 11,7Regio Centro-Oeste 8.341.494 814.246 9,8 10.495.511 852.908 8,1

    Total 130.283.405 5.012.251 3,8 153.486.671 5.196.087 3,4

    Fonte: IBGE. Microdados dos Censos Demogrficos de 1991 e 2000. Elaborada pela COPES / SE I, 2004.Nota: Imigrantes - excluem-se os migrantes internacionais e os de UF/Pas de origem ignorada.

    Unidades daFederao eGrandes Regies

    Populao de 5 anos e mais

    1986-1991 1995-2000

    Tabela 6

    Proporo de imigrantes na populao de 5 anos e mais, segundo as

    Unidades da Federao e Grandes Regies, Brasil, 1986-1991 e 1995-2000

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    ao contrrio, tendncia ascendente, apesar de Sergipe e Amap terem mantido, nos doisperodos, propores inferiores s do total de suas respectivas regies; e por outro, o

    Estado de Roraima, que passou a apresentar, no ltimo perodo, uma proporo maisalta do que a do total da Regio Norte; e Distrito Federal, que sempre manteve propor-es mais altas do que as do total de sua regio, conforme se pode observar na Tabela 7.

    A anlise das propores de emigrantes bastante interessante porque, de algum modo, des-mistifica a noo de ter a populao da Bahia uma irrefutvel e histrica vocao para aemigrao interestadual, para o que j se chamou a ateno no captulo anterior, em relaoa dcadas passadas. A incidncia da emigrao entre sua populao de cinco anos ou mais de

    idade (4,5% no primeiro perodo e 4,4% no ltimo), est longe de colocar o estado entre os demais alta incidncia emigratria do pas ou mesmo da Regio Nordeste (Tabela 7).

    Total Emigrantes % Total Emigrantes %

    Rondnia 978.013 94.462 9,7 1.226.247 72.734 5,9Acre 35 5. 37 2 14 .3 43 4, 0 48 1. 08 1 16 .0 69 3, 3Ama zonas 1. 79 6. 49 0 44 .2 86 2, 5 2. 428. 787 58 .6 58 2, 4Roraima 187.883 6.694 3,6 280.051 14.380 5,1Par 4.235.313 183.195 4,3 5.417.619 234.235 4,3Amap 24 3. 59 9 7.14 7 2, 9 40 9. 36 2 15 .1 13 3, 7Tocantins 793.381 71.805 9,1 1.023.459 82.513 8,1Regio Norte 8.590.051 421.932 4,9 11.266.606 493.702 4,4

    Maranho 4.199.049 237.927 5,7 4.964.160 274.470 5,5Piau 2.240.926 139.447 6,2 2.541.627 140.815 5,5Cear 5.533.491 245.164 4,4 6.628.262 186.709 2,8Rio Grande do Norte 2.114.428 76.444 3,6 2.498.981 71.286 2,9Paraba 2.808.032 174.058 6,2 3.106.342 163.485 5,3Pernambuco 6.278.461 317.232 5,1 7.131.046 280.289 3,9Alagoas 2. 17 7. 70 4 11 2. 63 2 5, 2 2. 492. 020 12 7. 94 9 5, 1

    Sergipe 1.299.587 42.213 3,2 1.588.119 56.931 3,6Bahia 10.415.387 469.091 4,5 11.765.758 518.038 4,4Regio Nordeste 37.067.065 1.814.208 4,9 42.716.315 1.819.972 4,3

    Minas Gerais 14.033.186 479.397 3,4 16.288.982 408.659 2,5Esprito Santo 2.310.124 90.909 3,9 2.813.126 95.166 3,4Rio de Janeiro 11.655.941 295.071 2,5 13.170.894 274.212 2,1So Paulo 28.475.544 647.993 2,3 33.842.321 883.884 2,6Regio Sudeste 56.474.795 1.513.371 2,7 66.115.323 1.661.921 2,5

    Paran 7.525.470 475.190 6,3 8.678.190 336.998 3,9Santa Catarina 4.040.029 125.002 3,1 4.882.338 139.665 2,9Rio Grande do Sul 8.244.501 138.854 1,7 9.332.388 152.891 1,6Regio Sul 19.810.000 739.047 3,7 22.892.916 629.554 2,7

    Mato Grosso do Sul 1.569.935 105.023 6,7 1.873.982 108.738 5,8Mato Grosso 1.770.977 118.332 6,7 2.250.460 123.726 5,5Gois 3.574.372 156.665 4,4 4.521.450 169.898 3,8

    Distrito Federal 1.426.210 143.674 10,1 1.849.619 188.576 10,2Regio Centro-Oeste 8.341.494 523.693 6,3 10.495.511 590.938 5,6

    Brasil sem especificao - 7.366 - - 58.579 -

    Total 130.283.405 5.019.617 3,9 153 486 671 5.254.666 3,4

    Fonte: IBGE. Microdados dos Censos Demogrficos de 1991 e 2000. Elaborada pela COPES / SEI, 2004.Nota: Emigrantes - incluem-se os migrantes que no declararam UF/Pas de origem.

    Tabela 7

    Proporo de emigrantes na populao de 5 anos e mais, segundo

    as Unidades da Federao e Grandes Regies, Brasil, 1986-1991 e 1995-2000

    1986-1991 1995-2000

    Populao de 5 anos e maisUnidades daFederao eGrandes Regies

    TENDNCIAS, PADRESEESPACIALIZAODAMIGRAOINTERESTADUALDABAHIA(1986-1991 E 1995-2000)

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    34MIGRAOEMIGRANTESDABAHIANOSANOSDE1980 E1990:TENDNCIASEPERFISSOCIODEMOGRFICOS

    A Tabela 8 apresenta a migrao registrada nos dois perodos para as Grandes Regiesdo pas. Embora no se observem casos de reverso, em termos de sinal (positivo/negati-

    vo), indicativos de mudanas de situao de regio perdedora nas trocas migratrias a ganha-doras, ou vice-e-versa, verificou-se, entre regies tradicionalmente perdedoras, como o Nor-deste e o Sul, uma acentuada diminuio nos seus saldos negativos. Vale salientar que a Re-gio Sul diminuiu to significativamente seu saldo negativo que quase reverteu sua situaode perdedora para ganhadora nas trocas migratrias ocorridas no ltimo perodo.

    Entre as regies ganhadoras nas trocas migratrias, ou seja, entre as que tiveram saldomigratrio positivo, por sua vez, houve uma reduo nos seus respectivos saldos ao longo

    dos dois perodos: a Regio Sudeste, que ainda se manteve como aquela a apresentar osmaiores valores, e as Regies Norte onde a queda foi particularmente acentuada eCentro-Oeste.

    Um olhar sobre como se situam os estados, em termos de trocas migratrias (Tabela 9), per-mite que se observe que um nmero relativamente elevado deles (13) exibiu saldo migratrionegativo tanto no primeiro quanto no ltimo perodo em anlise. A maior parte desse conjunto constituda por componentes da Regio Nordeste. Acrescente-se que oito dos nove estadosnordestinos, exceo do Rio Grande do Norte, observaram predomnio da emigrao sobrea imigrao. Ver Cartogramas da migrao baiana, em anexo.

    Caso se ordenassem os estados decrescentemente, dos que apresentaram ganhos migra-trios lquidos mais significativos aos que exibiram as mais expressivas perdas, a Bahiaapareceria na ltima posio, ou seja, como a UF a apresentar os saldos migratriosnegativos de maior valor absoluto. Contudo, o saldo migratrio diminuiu entre 1986-1991e 1995-2000, passando de -282.477 para -267.466, fundamentalmente porque a imigraovem aumentando mais significativamente do que a emigrao interestadual (Tabela 9).

    Grandes Regies Imigrantes Emigrantes Imigrantes Emigrantes 1986-1991 1995-2000

    Regio Norte 553.156 421.932 556.393 493.702 131.224 62.691Regio Nordeste 937.674 1.814.208 1.055.924 1.819.972 -876.534 -764.048Regio Sudeste 2.153.498 1.513.371 2.120.508 1.661.921 640.128 458.587Regio Sul 553.677 739.047 610.354 629.554 -185.370 -19.200Regio Centro-Oeste 814.246 523.693 852.908 590.938 290.553 261.970Total 5.012.251 5.012.251 5.196.087 5.196.087 - -

    Fonte: IBGE. Microdados dos Censos Demogrficos de 1991 e 2000. Elaborada pela COPES / SE I, 2004.

    Tabela 8

    Nmero de imigrantes e emigrantes com 5 anos e mais e saldo

    migratrio residual por Grandes Regies, Brasil, 1986-1991 e 1995-2000

    1986-1991 1995-2000 Saldo migratrio residual

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    Naturalmente que dados os altos valores do saldo migratrio da Bahia, grande o seupeso no conjunto da Regio Nordeste, que apresenta, na verdade, situaes diversas no

    seu interior. Assim, dois estados dessa regio reverteram suas situaes nas trocas migra-trias entre os perodos em anlise: Sergipe, que em 1986-1991 tinha saldo positivo e nosegundo perodo veio a apresentar saldo negativo e o Rio Grande do Norte, que reverteusua situao de perdedor no primeiro perodo para ganhador no segundo. Bahia e Per-nambuco, os mais populosos do Nordeste observaram declnio nas perdas migratrias,mas este foi menos expressivo do que o ocorrido no Cear, que reduziu suas perdas lqui-das de cerca de -123.000 no perodo inicial para em torno de -23.000 entre 1995-2000.Maranho e Alagoas, por sua vez, comparando-se os dois perodos, tiveram acentuadasas suas perdas migratrias.

    Quanto Regio Sudeste, destaca-se o fato de Minas Gerais e Rio de Janeiro reverteremsua posio de estados perdedores para ganhadores, passando a registrar, no ltimo per-

    TENDNCIAS, PADRESEESPACIALIZAODAMIGRAOINTERESTADUALDABAHIA(1986-1991 E 1995-2000)

    Imigrantes Emigrantes Imigrantes Emigrantes 1986-1991 1995-2000

    Rondnia 127.061 94.462 83.325 72.734 32.599 10.591Acre 12 .9 79 14 .3 43 13 .6 35 16 .0 69 -1 .3 64 -2 .4 34Ama zonas 59 .36 6 44 .2 86 89 .6 26 58 .6 58 15 .0 80 30 .9 68Roraima 35.347 6.694 47.750 14.380 28.653 33.370Par 212.436 183.195 182.045 234.235 29.240 -52.190Amap 23 .6 41 7.14 7 44 .5 82 15 .1 13 16 .49 4 29 .4 69Tocantins 82.326 71.805 95.430 82.513 10.521 12.917Regio Norte 553.156 421.932 556.393 493.702 131.224 62.691

    Maranho 103.448 237.927 100.820 274.470 -134.479 -173.650Piau 72.950 139.447 88.736 140.815 -66.498 -52.079

    Cear 121.652 245.164 162.926 186.709 -123.512 -23.783Rio Grande do Norte 75.570 76.444 77.917 71.286 -874 6.631Paraba 88.902 174.058 102.005 163.485 -85.156 -61.480Pernambuco 171.678 317.232 164.872 280.289 -145.554 -115.417Alagoas 60 .8 81 11 2. 63 2 55 .9 67 12 7. 94 9 -5 1. 75 1 -7 1. 98 2Sergipe 55.978 42.213 52.109 56.931 13.765 -4.822Bahia 186.614 469.091 250.572 518.038 -282.477 -267.466Regio Nordeste 937.674 1.814.208 1.055.924 1.819.972 -876.534 -764.048

    Minas Gerais 371.886 479.397 447.781 408.659 -107.511 39.122Esprito Santo 135.421 90.909 129.169 95.166 44.511 34.003Rio de Janeiro 253.401 295.071 319.749 274.212 -41.671 45.537So Paulo 1.392.791 647.993 1.223.809 883.884 744.798 339.925Regio Sudeste 2.153.498 1.513.371 2.120.508 1.661.921 640.128 458.587

    Paran 269.078 475.190 297.308 336.998 -206.113 -39.690Santa Catarina 170.304 125.002 199.651 139.665 45.301 59.986Rio Grande do Sul 114.295 138.854 113.395 152.891 -24.559 -39.496

    Regio Sul 553.677 739.047 610.354 629.554 -185.370 -19.200Mato Grosso do Sul 124.046 105.023 97.709 108.738 19.023 -11.029Mato Grosso 226.906 118.332 166.297 123.726 108.574 42.571Gois 268.061 156.665 372.702 169.898 111.396 202.804Distrito Federal 195.233 143.674 216.200 188.576 51.560 27.624Regio Centro-Oeste 814.246 523.693 852.908 590.938 290.553 261.970

    Total 5.012.251 5.012.251 5.196.087 5.196.087 - -

    Fonte: IBGE. Microdados dos Censos Demogrficos de 1991 e 2000. Elaborada pela COPES / SEI, 2004.Notas: Imigrantes - excluem-se os migrantes internacionais e os de UF/Pas de origem ignorada. Emigrantes - incluem-se os migrantes que no declararam UF/Pas de origem.

    Tabela 9

    Nmero de imigrantes e emigrantes com 5 anos e mais e saldo migratrio residual

    por unidades da Federao, Brasil, 1986-1991 e 1995-2000

    Saldo migratrio residualUnidadesda Federao

    1986-1991 1995-2000

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    36MIGRAOEMIGRANTESDABAHIANOSANOSDE1980 E1990:TENDNCIASEPERFISSOCIODEMOGRFICOS

    odo, saldo migratrio positivo, enquanto que So Paulo, principalmente, mas tambm oEsprito Santo, ambos com migrao lquida entre 1985-1991 e 1995-2000, apresenta-

    ram declnio nos saldos migratrios. O estado de So Paulo se destacou como aquele aexibir o maior saldo migratrio do pas nos dois perodos, ainda que estivesse em quedabastante acentuada, conforme se chamou antes ateno (Tabela 9).

    O acentuado aumento do saldo migratrio registrado em Gois no impediu a queda nosaldo migratrio interestadual de sua Regio. Em verdade, Gois foi o nico do CentroOeste a exibir tal tendncia. Em todos os demais se verificou declnio, e, vale ressaltar ocaso do Mato Grosso do Sul, que passa da condio de ganhador a perdedor nas trocasmigratrias (Tabela 9).

    Na Regio Norte as situaes so bastante diversas: o Acre foi o nico a registrar saldomigratrio negativo no primeiro perodo, e assim permaneceu no ltimo perodo, inclusi-ve com uma emigrao lquida mais acentuada. O Par acompanhou o Acre, passando dacondio de ganhador nas trocas migratrias, para perdedor. Ainda que tenha se manti-do positivo, declinou significativamente o saldo migratrio apresentado por Rondnia.Os demais estados dessa regio tiveram reforada sua condio de ganhadores nas trocasmigratrias, com expressivo incremento nos seus saldos migratrios, especialmente, Ama-zonas e Amap, mas tambm, em menor medida, Roraima e Tocantins (Tabela 9).

    No Sul, observa-se que o Paran, que tem se apresentado como perdedor nas trocas

    migratrias, a situao pareceu caminhar para uma reverso, pois se, no primeiroperodo exibia o segundo maior saldo negativo do Brasil (perdendo apenas para aBahia), no perodo mais recente estava longe de figurar entre os saldos negativosmais expressivos, isso devido grande diminuio no valor absoluto do seu saldomigratrio, fato associado ao menor tamanho do fluxo de emigrantes. Contrariamen-te, o Rio Grande do Sul apresentou as maiores perdas lquidas do Sul no ltimo per-odo. Finalmente, na regio, apenas Santa Catarina exibiu saldos positivos e crescen-tes. Desse modo, no cmputo final, a regio, como um todo, apresentou saldos migra-trios negativos nos dois perodos, embora muito menores no ltimo, acenando para

    uma possvel futura reverso para uma situao de regio ganhadora em termos detrocas

    interestaduais.

    ORIGEMEDESTINODOSMIGRANTESDOESTADODABAHIA

    Este ponto do estudo pretende identificar as grandes regies do pas que mais atraempopulao oriunda da Bahia, bem como aquelas que mais expulsam contingentes popula-cionais para esse estado, ressaltando quais as unidades da Federao se destacam comoorigem e/ou destino dos seus migrantes, nos perodos 1986-1991 e 1995-2000.

    Assim sendo, no que se refere imigrao, o Sudeste se destacou como principalfonte de origem dos imigrantes da Bahia. Nos perodos aqui em anlise, esta regio

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    manteve o percentual mais elevado no envio de pessoas para a Bahia, sempre acimade 50,0% e com participao crescente (Tabela 10).

    A certa distncia, aparece a Regio Nordeste, cuja participao no envio de pessoas paraa Bahia vem se reduzindo, embora ainda seja significativa (em torno de 24,8% no ltimoperodo e 34,4% no primeiro). As outras regies apresentaram nveis de participaobem menores, abaixo de 7,0%.

    Assim como entre os imigrantes, o destino preferencial dos emigrantes da Bahia, de acor-do com a Tabela 11, continuou sendo a Regio Sudeste, que concentrou mais de doisteros de toda a emigrao ocorrida da Bahia, nos qinqnios considerados (320.670

    emigrantes entre 1986-1991 e 374.856 entre 1995-2000). A participao do Sudesteno conjunto dos emigrantes desse estado, inclusive, aumentou em quatro pontos percen-tuais, superando j os 70,0% no perodo mais recente. O Nordeste era a segunda regiode destino com maior peso no primeiro perodo, quase que dividindo essa posio com oCentro-Oeste, dada diminuta diferena entre as duas Regies. Como o Nordeste experi-mentou uma diminuio no nmero de migrantes provindos da Bahia, acabou perdendoposio para o Centro-Oeste cujo nmero de migrantes recebidos desse estado aumentouem termos absolutos. Contudo, a participao percentual do Centro-Oeste diminuiu porconta da maior concentrao na Regio Sudeste no ltimo perodo.

    A Tabela 12

    apresenta os incrementos absoluto e relativo no nmero de migrantes inte-restaduais da Bahia. No tocante imigrao, o aumento no nmero de imigrantes no foi

    TENDNCIAS, PADRESEESPACIALIZAODAMIGRAOINTERESTADUALDABAHIA(1986-1991 E 1995-2000)

    Tabela 10

    Origem dos imigrantes da Bahia com 5 anos e mais, por Grandes Regies, Bahia, 1986-1991 e 1995-2000

    1986-1991 1995-2000Total % Total %

    Regio Norte 5.858 3,1 6.749 2,7Regio Nordeste 64.145 34,4 62.019 24,8Regio Sudeste 100.908 54,1 155.278 62,0Regio Sul 6.472 3,5 8.838 3,5Regio Centro-Oeste 9.231 4,9 17.687 7,1Total Brasil 186.614 100,0 250.571 100,0

    Fonte: IBGE. Microdados dos Censos Demogrficos de 1991 e 2000.Elaborada pela COPES / SEI, 2004.Nota: Imigrantes - excluem-se os migrantes internacionais e os de UF/Pas de origem ignorada.

    GrandesRegies

    Total % Total %Regio Norte 22.776 4,9 11.096 2,1Regio Nordeste 59.645 12,7 59.147 11,4Regio Sudeste 320.670 68,4 374.856 72,4Regio Sul 7.082 1,5 9.185 1,8Regio Centro-Oeste 58.919 12,6 63.754 12,3Total Brasil 469.091 100,0 518.038 100,0

    Fonte: IBGE. Microdados dos Censos Demogrficos de 1991 e 2000. Elaborada pela COPES / SEI, 2004.Nota: Emigrantes - incluem-se os migrantes que no declararam UF/Pas de origem.

    Tabela 11

    Destino dos emigrantes da Bahia com 5 anos e mais, por Grandes Regies, Bahia, 1986-1991 e 1995-2000

    1986-1991 1995-2000GrandesRegies

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    38MIGRAOEMIGRANTESDABAHIANOSANOSDE1980 E1990:TENDNCIASEPERFISSOCIODEMOGRFICOS

    observado em todas as grandes regies de origem, a exemplo dos de origem nordestinaque caiu em 3,0%, aproximadamente, entre os dois perodos.

    O Sudeste se destacou tanto em termos de volume de imigrantes para o Estado, quantopelo maior incremento absoluto observado, um acrscimo superior a 54 mil pessoas quese dirigiram para a Bahia. O maior incremento relativo, por sua vez, ficou com o Centro-Oeste (cerca de 92,0%).

    No que se refere emigrao do estado, verifica-se que houve uma atenuao do cresci-

    mento de seu valor absoluto, acompanhando a tendncia das ltimas dcadas, com umincremento de 10,4%. J a imigrao experimentou, no perodo, um significativo cresci-mento de 34,3%. Considerando-se as Regies, o quadro bastante heterogneo (Tabela 12).

    Evidenciou-se um declnio efetivo na quantidade de emigrantes que se destinaram s Re-gies Norte e Nordeste sendo que, no caso da primeira, o efetivo de emigrantes registra-dos em 2000 ficou abaixo da metade do registro feito em 1991.

    Apesar de a Regio Sudeste se destacar por abrigar o maior volume de emigrantes daBahia e apresentar o maior incremento absoluto no nmero de emigrantes originrios do

    Estado (54.186), foi a Regio Sul que exibiu o maior incremento relativo em termos derecepo de emigrantes de tal origem (29,7%) (Tabela 12).

    Nas trocas migratrias com as diversas regies, a Bahia somente ganhou da Regio Nor-deste (Tabela 13): no balano entre o nmero dos que saem para outros estados nordesti-nos e o nmero dos que ali ingressam, oriundos de outros estados dessa regio, o resulta-do que entraram mais pessoas do que saram o que originou um saldo migratrio posi-tivo, ainda que em declnio, quando se confrontam os dois perodos.

    Regio Norte 5.857 22.776 6.750 11.096 893 -11.680 15,2 -51,3Regio Nordeste 64.146 59.645 62.020 59.147 -2.126 -498 -3,3 -0,8Regio Sudeste 100.910 320.670 155.277 374.856 54.367 54.186 53,9 16,9Regio Sul 6.475 7.082 8.838 9.185 2.363 2.103 36,5 29,7Regio Centro-Oeste 9.232 58.919 17.687 63.754 8.455 4.835 91,6 8,2Total 186.620 469.091 250.572 518.038 63.952 48.947 34,3 10,4

    Fonte: IBGE. Microdados dos Censos Demogrficos de 1991 e 2000. Elaborada pela Coordenao de PesquisasSociais / SEI, 2004.Notas: Imigrantes - excluem-se os migrantes internacionais e os de UF/Pas de origem ignorada. Emigrantes - incluem-se os migrantes que no declararam UF/Pas de origem.

    Tabela 12

    Incremento absoluto e relativo no nmero de imigrantes e emigrantes da Bahia com

    5 anos e mais nas Grandes Regies do Pas, Bahia, 1986-1991 e 1995-2000

    Incremento IncrementoGrandesRegies

    absoluto relativoImigrantes

    origemEmigrantes

    destinoImigrantes

    origemEmigrantes

    destino

    1986-1991 1995-2000

    Imigrantes Emigrantes Imigrantes Emigrantes

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    No que se refere s trocas com as outras regies, o Nordeste apareceu como perdedor,mas a tendncia, em todos os casos, tem sido de atenuao da diferena, sendo que, ondeos saldos migratrios negativos so mais elevados em termos de valor absoluto, no Sudes-te, em primeiro lugar, e no Centro-Oeste, em segundo, o declnio do valor absoluto no foimuito acentuado. Em contrapartida, tornou-se mais evidente entre as Regies onde ovalor absoluto do saldo negativo menor (Regies Sul e Norte), conforme se pode apre-ender do exame da Tabela 13.

    Ao se detalhar a mesma informao por Estado de origem e de destino das migraes da

    Bahia, observou-se que, no tocante imigrao para a Bahia, a maior participao nototal de imigrantes ficou por conta de So Paulo: 31,4% no primeiro perodo e 42,2 % nosegundo (passando de 58.544 imigrantes para 105.691). Ademais, o to evidente cresci-mento dessa participao, em mais de dez pontos percentuais, contribuiu para fragmen-tar ainda mais a participao de outros estados. Assim, Pernambuco, segundo colocadoem termos de participao na imigrao para a Bahia, que entre 1986-1991 representa-va quase 14,0% dos seus imigrantes, v sua participao reduzir-se a 9,2% no perodoseguinte. Na verdade, no apenas a participao relativa desse estado diminui, mas tam-bm o efetivo de imigrantes, que caiu de 25.477 para 23.138 (Tabela 14).

    Com relao emigrao, a maioria ainda tem como destino principal So Paulo, queconcentrou mais de 50,0% do efetivo de emigrantes procedentes da Bahia. Vale registrarque a participao de So Paulo na emigrao baiana tendeu, inclusive, a aumentar ligei-ramente no perodo (em 0,5 pontos percentuais), conforme se pode extrair da anlise dosdados da Tabela 14.

    O segundo colocado, em termos de absoro dos fluxos originrios da Bahia no perodomais recente, Minas Gerais. Contudo, sua parcela de participao foi, saliente-se, muitoinferior de So Paulo: 7,1% dos emigrantes registrados em 2000 (Tabela 14).

    Na Tabela 15, observam-se as trocas migratrias que se processaram na Bahia com asdemais UFs. Assim, pode-se de imediato constatar que esse estado figurou como perde

    TENDNCIAS, PADRESEESPACIALIZAODAMIGRAOINTERESTADUALDABAHIA(1986-1991 E 1995-2000)

    Regio Norte 5.857 22.776 6.750 11.096 -16.919 -4.346Regio Nordeste 64.146 59.645 62.020 59.147 4.501 2.873Regio Sudeste 100.910 320.670 155.277 374.856 -219.760 -219.579Regio Sul 6.475 7.082 8.838 9.185 -607 -347Regio Centro-Oeste 9.232 58.919 17.687 63.754 -49.687 -46.067Total 186.620 469.091 250.572 518.038 -282.471 -267.466

    Fonte: IBGE. Microdados dos Censos Demogrficos de 1991 e 2000. Elaborada pela COPES / SEI, 2004.Notas: Imigrantes - excluem-se os migrantes internacionais e os de UF/Pas de origem ignorada. Emigrantes - incluem-se os migrantes que no declararam UF/Pas de origem.

    Tabela 13

    Saldo migratrio residual de origem dos imigrantes e destino dos emigrantes

    com 5 anos e mais, por Grandes Regies, Bahia, 1986-1991 e 1995-2000

    Imigrantes Emigrantes Imigrantes EmigrantesGrandesRegies

    1986-1991 1995-2000 Saldo migratrio residual

    destino origem destinoorigem 1986-1991 1995-2000

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    dor, nos dois perodos, nas suas trocas migratrias com todos os do Norte, do Sudeste edo Centro-Oeste. Em relao Regio Sul, a Bahia s foi ganhadora nas suas trocasmigratrias com o Rio Grande do Sul; em relao s trocas da Bahia com o Paran eSanta Catarina, verifica-se que houve saldos negativos para o estado, que inclusive, tive-ram valores absolutos cada vez maiores (embora sejam saldos pequenos, como o volume

    de movimentao migratria com a Regio). No caso do Nordeste - nica regio com aqual a Bahia tem conseguido produzir trocas migratrias em que figura como ganhadora- conforme j mencionado, ganha nas trocas com Maranho, Pernambuco e Alagoasapenas no perodo 1995-2000; em 1986-1991 a Bahia era ganhadora nas trocas comPiau, Cear, P